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IMUNOCASTRAÇÃO EM SUÍNOS DE CRIAÇÃO COMERCIAL
by agriNews
Lançada em 2007 e testada pelos maiores produtores mundiais de suínos, a imunocastração foi adotada como prática de rotina para os suínos em fase de terminação.
Seu princípio consiste na aplicação de vacinas contendo fator liberador de gonadotropinas (GnRH) modificado conjugado a uma proteína.
A vacina atua induzindo o próprio sistema imunológico do suíno a produzir anticorpos contra o GnRH, o fator que inicia os eventos fisiológicos primários responsáveis, ao final, pelo acúmulo de substâncias odoríferas nas carcaças de suínos machos inteiros.
E a segunda parada da suínoBrasil aconteceu na BMG Foods localizada no município de Entre Rios do Oeste – Paraná, e o médico Veterinário, Fabiano Rafaeli Montemezzo, esclareceu alguns questionamentos sobre a imunocastração.
Por que deve ser realizada a castração?
A castração é necessária porque o macho inteiro gera um odor e um sabor característico na carne, que não é aceito pelos consumidores. Então, com isso, para que essa carne seja consumida, a gente precisa fazer a castração dos animais”, esclarece Fabiano.
A castração de suínos machos inteiros (cachaços) é necessária para que a carne desses animais não apresente sabor e odor desagradáveis, provocados por determinadas substâncias (androstenona e escatol) que se acumulam na gordura dos suínos.
E no Brasil é uma medida obrigatória, segundo os artigos 121 e 172 do Título VII – Inspeção Industrial e Sanitária de Carnes e Derivados do Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA), Lei n 1.283, de 18 de dezembro de 1950, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.
Quais são os cuidados a serem considerados para o recebimento e armazenamento da vacina?
Como toda vacina, ela precisa ser refrigerada para manter as suas características funcionais.
Ao receber as vacinas, que devem estar acondicionadas em caixas de isopor, o técnico afere a temperatura de todas as caixas.
A utilização de gelo em gel auxiliam para a manutenção da temperatura dentro da faixa mínima aceitável, de 2 a 8°C”, destaca Fabiano.
Após a aferição, as vacinas são armazenadas em conservadoras automáticas que possuem um data logger que acompanha, minuto a minuto, a variação de temperatura e ela pode ser conservada ali até o momento da utilização
No dia da aplicação a vacina é novamente retirada, acondicionada de forma adequada, com gelo prégel e como proteção utiliza-se isopor ou plástico-bolha para que o gelo gel não entre em contato direto com a vacina, evitando o seu congelamento.
“E na granja retira-se a quantidade a ser utilizada alguns minutos antes para que se atinja a temperatura ambiente e não cause um choque maior no animal, feito isso, iniciase o processo de aplicação da vacina no lote específico”, explica Fabiano Montemezzo.
Quais pontos de atenção devem ser observados na aplicação da 1ª dose?
A vacina causa a castração imunológica no animal, como também pode causar nos seres humanos. Antes de implementarmos a vacinação na rotina da granja, os colabores receberam um treinamento com todos os técnicos da empresa explicando os perigos e os cuidados que devem ser tomados para aplicação da vacina.”
Além disso, a pistola utilizada possui uma série de travas para garantir que seja aplicada só no animal e evite acidentes durante a aplicação.
A aplicação da primeira dose aqui na BMG Foods é realizada aos 15 dias da fase de terminação, quando o suíno possui de 75 a 80 dias de idade.
Quais pontos de atenção devem ser observados na aplicação da 2ª dose? E qual a importância da sua aplicação?
Uma vez que a primeira dose atua para que o animal reconheça a vacina é a segunda dose que fará o efeito propriamente dito.
Como todas as vacinas, como por exemplo a vacina da gripe, deve-se tomar uma dose de reforço, para que se crie uma memória imunitária.
Com a administração da segunda dose de imuncastração em quatro a cinco semanas antes do abate, os machos imunocastrados estarão livres de compostos do odor de macho inteiro.
Vale ressaltar a importância de respeitar esse prazo, pois após 70 dias aumenta o risco formação testicular e, com isso, ocorre o odor e o sabor característico da carne do macho inteiro.
E ao falarmos de imunocastração não podemos deixar de considerar o bem-estar animal. Gostaria que você comentasse sobre o compromisso da BMG Foods com o bem-estar animal.
A BMG Agrícola tem um compromisso com o bem-estar animal e o reflexo desse compromisso pode ser constatado no desempenho zootécnico dos suínos.
Isto porque, o cumprimento das cinco liberdades:
Capacidade de expressar comportamentos típicos da espécie
Nutrição adequada
Sanidade adequada
Por fim, atingimos um resultado econômico satisfatório com a aplicação dos princípios do bem-estar adotados pela empresa. A vacina ajudou muito nessa questão, pois eliminamos uma prática muito cruenta,” ressalta o médico veterinário. O processo de difícil execução da castração cirúrgica, foi substituído pela imunocastração, em que o animal toma uma picada no início da terminação, e outra ao final da terminação, aproveitando o manejo já existente na rotina da granja, então ele praticamente não demonstra sofrimento com essa aplicação.
E tudo isso é possível de observar aqui, na prática!
Assista à entrevista completa em nosso canal no Youtube, AgriNews TV Brasil.
Ausência de medo, dor e estresse intenso
Ausência de desconforto físico e térmico
Imunocastração em suínos de criação comercial BAIXAR EM PDF promove-se benefícios pra os animais, tornandoos livre de sofrimento e, consequentemente, observa-se melhora no desempenho.