ABCSEM
Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas
Consumo recomendado
Entidade brasileira alerta sobre a importância da ingestão de folhosas e vegetais pela população para o reforço da imunidade do organismo durante a pandemia de Covid-19
A
ssim como o uso da máscara respiratória, do álcool em gel 70% e da lavagem das mãos constantemente, outro hábito fundamental em tempo de pandemia é cuidar diariamente da qualidade da alimentação, para o reforço da imunidade do organismo. Já é de conhecimento público, divulgado pelas principais organizações mundiais e pelos médicos da linha de frente do combate à doença, que a Covid-19 acomete mais e se torna ainda mais severa em pessoas com comorbidades, tais como cardíacos, diabéticos, hipertensos, asmáticos, obesos, pacientes renais, anêmicos, dentre outros. Problemas diferentes, mas que geralmente são desencadeados ou agravados por um histórico alimentar e estilo de vida pouco saudáveis. De acordo com o Ministério da Saúde, oito em cada dez dos pacientes mortos pelo coronavírus apresentavam pelo menos um fator de risco associado, como os anteriormente citados. Vale destacar ainda que, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), cerca 5,2% das pessoas sofrem de subnutrição no país, 55,7% das pessoas estão com sobrepeso e 19,8% são obesas. Ou seja, mais de 80% da população brasileira não se alimenta adequadamente, em termos nutricionais. “Este é um cenário extremamente alarmante, no qual fica evidente e urgente a necessidade da população estabelecer uma rotina alimentar mais saudável diariamente, que seja rica em vitaminas, fibras e sais minerais, a fim de manter o corpo imunologicamente fortalecido e preparado para o enfretamento às doenças, inclusive para a Covid-19”, alerta o presidente da Associa44
Cultivar HF • Junho / Julho 2020
ção Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSem), Paulo Koch. A entidade, que representa as indústrias sementeiras de hortaliças no País, está bastante preocupada, já que mesmo com a existência prévia de todo este panorama ruim acerca da alimentação dos brasileiros, tem observado os números do consumo de hortaliças diminuírem ainda mais, devido à queda da demanda no mercado por conta das medidas de isolamento social e das novas regras de funcionamento dos estabelecimentos comerciais de alimentação. “Isto é um reflexo da diminuição das compras no período e de uma mudança de hábito trazida pela pandemia, já que muitos têm priorizado alimentos menos perecíveis, uma vez que folhosas e vegetais são produtos frescos e, por isso, possuem menor durabilidade”, explica Koch. “Atualmente, grande parte das variedades de hortaliças vendidas no mercado possui um tempo maior de durabilidade pós-colheita, graças às técnicas de melhoramento genético desenvolvidas pela indústria sementeira, além de aceitarem a aplicação de metodologias simples de congelamento caseiro e a possibilidade do uso em receitas, que podem aumentar a durabilidade destes alimentos até o momento do consumo, sem perder os seus nutrientes”, acrescenta.
AÇÃO EM PROL DO CONSUMO
Para tentar reverter esta situação de queda no consumo de hortaliças, a ABCSem tem se organizado junto aos seus associados para manter a normalidade no fornecimento de sementes de hortaliças para todo o território nacional, apoiando os produtores rurais e os distribuidores, respeitando as no-
vas normas e os procedimentos de higiene e segurança frente à pandemia, além de difundir sua ação nacional para o incentivo à alimentação saudável no País, a campanha AlimentAção +Salada. “O nosso objetivo, enquanto representantes da cadeia produtiva de sementes, é nos unirmos à sociedade neste momento difícil, orientando sobre a importância da qualidade da alimentação frente à doença, resguardando também todos os elos da cadeia produtiva de hortaliças, cujos profissionais dependem das vendas destes produtos para a geração de renda e a garantia de milhares de empregos no campo”, enfatiza o presidente. Com a chegada do coronavírus ao País, a campanha nacional AlimentAção +Salada ganhou reforços na divulgação e movimenta o setor (empresas e entidades) para divulgar a necessidade do aumento do consumo de hortaliças, já que mais da metade da população brasileira não consome a quantidade mínima de frutas, legumes e vegetais (FLV), indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 400 gramas por dia. Apenas 24,1% dos brasileiros ingere a quantidade mínima recomendada. Entre os homens, o percentual verificado pela pesquisa é ainda menor, apenas 19,3% atendem às recomendações. Entre as mulheres, o consumo atinge 28,3% do total. “Esperamos que com mais hortaliças diariamente na mesa dos brasileiros, seguindo todos os cuidados e as recomendações dos órgãos nacionais e internacionais, possamos sair o mais rápido possível dessa crise, vencendo juntos o combate ao coronavírus no C País”, finaliza Koch.