HF 122: Versatilidade em operações de hortifruti

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Citrus

Risco calculado

Avanços nas pesquisas têm colaborado para que o manejo da podridão floral dos citros ocorra de modo mais sustentável. É o caso de um novo sistema de previsão que pode ajudar a reduzir em até 75% o número de aplicações de fungicidas, protegendo a efetividade e a vida útil dos produtos, com diminuição de custos e com benefícios ambientais

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podridão floral dos citros (PFC), popularmente conhecida por estrelinha, é uma doença cuja relevância vem aumentando nas últimas décadas nos pomares brasileiros. A PFC é causada por duas espécies de fungo, Colletotrichum acutatum (C. abscissum) e C. gloeosporioides, sendo a primeira a mais encontrada nos pomares de São Paulo, principal região produtora de citros no Brasil. A ocorrência de chuvas frequentes e prolongadas e temperaturas com variações entre 20ºC e 30ºC durante o florescimento das plantas são condições muito favoráveis à doença. Sob estas condições climáticas, aliadas ao histórico da doença no local, epidemias de PFC costumam apresentar caráter explosivo, ou seja, a incidência da doença aumenta rapidamente nos pomares. Os esporos do fungo, estruturas microscópicas que germinam e infectam as flores, estão presentes em grande quantidade tanto nas flores doentes quanto nas folhas (estruturas de sobrevivência). Em epidemias de PFC ocorridas no Brasil e em outros países das Américas, observou-se redução de 80% na produção das plantas. Plantas de “Natal” e de outras laranjas doces que apresentam vários surtos de florescimento, como é o caso da “Pera”, são as variedades que sofrem as maiores perdas causadas pela doença. As plantas de lima ácida “Tahiti” também são bastante afetadas. A PFC pode ser potencializada por floradas fora de época, que muitas vezes são causadas por outras doenças presentes no pomar, tais como o Greening (Huanglongbing ou HLB), a gomose de Phytophthora e o declínio, bem como por estresses abióticos. Os sintomas iniciais da doença são caracterizados por lesões alaranjadas nas pétalas (Figura 1) e escuras no estigma e estilete das flores de citros. Nas flores infectadas há alterações hormonais que tornam os frutos cloróticos e os derrubam precocemente, deixando seus cálices retidos (“estrelinha”) aos ramos das árvores por até 18 meses. É comum que as estrelinhas apareçam agrupadas em um mesmo ramo ou em um setor da planta, uma vez que os esporos do fungo são disseminados por respingos de água na

Fundecitrus

Junho / Julho 2020 • Cultivar HF

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