GC 253

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Fungicidas A ao alvo

Cláudia Vieira Godoy

A cada safra crescem os problemas com a incidência de mancha-alvo nas lavouras de soja no Brasil, com perdas de até 40% em cultivares suscetíveis. Monitorar a sensibilidade do fungo à aplicação de fungicidas e manejar resistência são ações fundamentais para a manutenção da produtividade e a preservação da eficiência de controle

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Junho 2020 • www.revistacultivar.com.br

ocorrência de doenças na cultura da soja vem mudando nos últimos anos em razão das alterações no sistema produtivo. Embora a ferrugem-asiática ganhe destaque por ser a doença mais severa e por ocorrer na maioria das regiões produtoras, medidas de manejo como o vazio sanitário e a concentração das semeaduras no início da época recomendada com cultivares precoces têm feito com que a incidência dessa doença ocorra cada vez mais tarde nas regiões e lavouras, sendo um problema principalmente no final do ciclo ou nas semeaduras mais tardias pelo aumento do inóculo. A ferrugem-asiática, por sua severidade, quando presente na lavoura, causa a desfolha precoce, sendo difícil observar outras doenças foliares pela competição pelo tecido foliar. No entanto, cada vez mais, nas semeaduras logo após o final do vazio sanitário, outras doenças foliares têm predominado nas lavouras até o aparecimento da ferrugem-asiática. Destaca-se a mancha-alvo, causada pelo fungo Corynespora cassiicola. A incidência dessa doença tem aumentado nas últimas safras. Embora a maioria dos programas de melhoramento não faça seleção para resistência a C. cassiicola, existe diferença de reação entre as cultivares. Perdas de até 40% podem ser observadas em cultivares suscetíveis. Outro fator que tem contribuído com a presença dessa doença no campo é a menor sensibilidade/ resistência do fungo aos fungicidas mais comumente utilizados na cultura da soja. Os sintomas da mancha-alvo nas folhas começam por pontuações pardas, com halo amarelado, evoluindo para manchas circulares, de coloração castanho-clara a castanho-escura. Normalmente, as manchas apresentam uma pontuação no centro e anéis concêntricos de coloração mais escura, advindo daí o nome de mancha-alvo. Dependendo da reação da cultivar, as lesões podem atingir até 2cm de diâmetro ou permanecer pequenas (1mm a 3mm), mas em maior número. Também podem ocorrer manchas nos pecíolos, hastes, nervuras das folhas e vagens, sendo muitas vezes confundidas com antracnose. Cultivares suscetíveis podem sofrer desfolha precoce. Algumas cultivares apresentam boa tolerância à desfolha e a presença da doença só é notada nas folhas inferiores. Além da soja, o fungo C. cassiicola infecta


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