Tabela 1 - Ficha de campo para a amostragem comum do bicho-mineiro. Conta-se o número de folhas minadas no 3º e no 4º pares do ramo, num total de três folhas por planta Planilha de campo Data: Número do talhão: Assinatura:
Folhas com minas intactas (1 a 3)
1 2 3 4 5 6 7 Planta amostrada 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Nível de infestação (%) = Total x 1,67
Além disso, as superfícies das folhas ficarão mais úmidas, o que é desfavorável à oviposição do bicho-mineiro. Foi constatada menor porcentagem de folhas com minas intactas em cafeeiros protegidos por leucena quando comparado a outras três espécies de leguminosas como guandu, bracatinga e acácia (Reis, 2017), mostrando a importância da implantação dessa estratégia no manejo do bicho-mineiro. O manejo do mato em lavouras cafeeiras deve ser realizado por meio de capinas nas linhas e roçagem nas entre linhas, mantendo essa vegetação na altura do joelho para a proteção do solo e servir como plantas hospedeiras para a manutenção de inimigos naturais. A preferência no uso da adubação orgânica pode ser levada em consideração, pois melhora a absorção de nutrientes e aumenta a condutividade hidráulica, além de que uma planta de café bem nutrida fica mais tolerante ao ataque de pragas.
CONTROLE BIOLÓGICO
No mercado ainda não são encontrados predadores e parasitoides em grandes
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Fotos Karolina Gomes de Figueiredo e Laís Sousa Resende
As lagartas se alojam no mesofilo foliar onde se desenvolvem, destroem o parênquima e posteriormente dão origem às "minas"
quantidades para serem adquiridos e liberados em lavouras cafeeiras para o controle do bicho-mineiro. Porém, existem algumas espécies que são encontradas naturalmente associadas a essa praga, destacando-se alguns parasitoides himenópteros das famílias Braconidae, como Colastes letifer, Eubadizon punctatus e Mirax sp., e Eulophidae, como Neochrysocharis coffeae, Tetratichus sp. e Horisnemus sp. Os parasitoides dessas duas famílias podem promover 16% a 30% de controle do bicho-mineiro, enquanto os predadores da família Vespidae podem causar reduções populacionais dessa praga de 33% a 69%. Isto demonstra a importância da manutenção desses organismos em lavouras cafeeiras com o objetivo de regulação do crescimento populacional do bicho-mineiro.
COMPORTAMENTAL
Ocorre por meio do uso de armadilhas tipo delta com feromônio sexual sintético acoplado a uma base adesiva. Esse tipo de armadilha vem sendo uti-
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lizado para o monitoramento populacional do bicho-mineiro para determinar o momento mais adequado para a tomada de decisão quanto ao seu controle. É recomendada a instalação de uma armadilha por hectare a cerca de um metro da superfície do solo. A inspeção das armadilhas deve ser realizada a cada três dias, sendo que o liberador de feromônio geralmente é trocado a cada 30 dias.
QUÍMICO
Os inseticidas podem ser aplicados no período seco do ano, de junho a meados de setembro, caso a densidade populacional da praga alcance o nível de controle. Pode-se realizar pulverizações com produtos de contato com ação de profundidade como organofosforados, que em geral possuem curto período residual (20 dias a 35 dias), associados a um piretroide que possui maior poder residual, além de que as pulverizações devem ocorrer na parte da manhã ou no final da tarde para evitar a evaporação do produto no ambiente e fitotoxicidade