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Crítica Winter Sleep; Casa Grande; Quando meus Pais Não Estão em Casa; James Brown

TABU destaca quatro lançamentos:

Winter Sleep, Casa Grande, Quando Meus Pais Não Estão em Casa e James Brown

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Cena de Quando Meus Pais Não Estão em Casa

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WINTER SLEEP

(Kis Uykusu)

Dir. Nuri Bilge Ceylan. Elenco: Haluk Bilginer, Melisa Sözen, Demet Akbag, Ayberk Pekcan. Turquia, França, Alemanha, 2014. 3h16.

Sinopse: Um ator turco aposentado, Aydin (Haluk Bilginer), comanda um pequeno hotel na região da Anatólia central junto a sua esposa Nihal, de quem ele se afastou emocionalmente, e sua irmã Necla, que ainda sofre com seu divórcio recente. No inverno, a neve desperta um tédio e um ressentimento que fazem Aydin querer partir. por TATIANA LEITE

Último filme de Nuri Bilge Ceylan, vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 2014, Winter Sleep foi escrito pelo diretor e por sua mulher Ebru Ceylan. Nota-se muita influência, diria quase homenagem, à literatura, a partir da livre adaptação dos contos de Tchecov e pelas referências a Shakespeare que perpassam o filme. Winter Sleep conta a história de Aydin (Haluk Bilginer), um exator, então escritor, herdeiro de terras na Capadócia, que vive em um pequeno hotel na região, não gratuitamente chamado Othello, com sua irmã Necla (Demet Akbag), recém-separada, e sua esposa Nihal (Melisa Sözen), com quem há anos mantém um relacionamento distante. Cercados pela incrível paisagem da região, mas isolados dos centros urbanos, os personagens filosofam sobre suas existências e o estado do mundo (implícitos e explícitos recortes de discussões sociais da Turquia), e isso converge para a essência de Aydin, foco da narrativa e do olhar do diretor ao longo do filme. Ceylan nos dimensiona este homem de meia idade, que não necessariamente vive o que sonhou, mas que se conformou com seu percurso. Se para os outros se expõe sempre imbuído de orgulho e vaidade, este pequeno burguês, que posa de bom moço, de bom coração, é frustrado com seu próprio ego. E, embora pareça ter dificuldade de se dar conta disso, é, no entanto, o que aparece com grande relevo no discurso do outro. O filme é permeado por embates, seja nas acaloradas discussões com a irmã Necla, que o acusa abertamente de ser pretensioso e egoísta, seja nas discussões com a mulher Nihal, que se sente oprimida há anos pela persona de Aydin, que sempre reluta em admitir que sua construção enquanto pessoa e profissional é rasa. O diretor alterna a exuberância da monumental paisagem da região da Anatólia com ambientes intimistas onde quase toda a ação acontece. Tendo sempre primado por planos e pausas longos, ele experimenta “também” uma série de diálogos extensos, quase literários, mas que nada têm de entediantes. Pelo contrário, na maioria das vezes são propulsores do filme, a exemplo da extenuante discussão que tem com Necla sobre ele mesmo, ou no encontro com o professor Levent na casa de seu velho amigo Suavi. Diante das ricas possibilidades, causa uma pequena frustração o não desenvolvimento de outros personagens, como as duas mulheres, o imã da cidade, o conformado Hamdi, o irmão mais velho deste, Ismail, que se tornou alcoólatra logo que foi solto da prisão, ou a própria criança, Ilyas, que acompanha a tragédia de sua família. Contudo, a escolha por se centrar em Aydin é igualmente bem-sucedida. Nuri Bilge Ceylan é um dos autores mais endossados pelo Festival de Cannes (haja prêmios!), um expoente do cinema turco contemporâneo que iniciou sua carreira como fotógrafo, e dirigiu filmes como Distante (Uzak, 2002), Climas (Iklimler, 2006), Os Três Macacos (Uç Maymun, 2008) e o delicioso Era Uma Vez em Anatólia (Bir Zamalar Anadolu’da, 2011), construindo nos últimos 15 anos uma cinematografia consistente, na qual a narrativa é sempre o maior trunfo. Sua obra é composta por uma distinção especial: as paisagens estão sempre interferindo na interioridade dos personagens e celebrando a extrema delicadeza visual de cada um dos seus filmes. O cineasta se afirma, portanto, pelo talento e pela ousadia de realizar um filme cujo protagonista não necessariamente cultiva a empatia dos espectadores, mas permite que estes se acometam pelo todo da obra.

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por THIAGO CAMELO

Há filmes que se rascunham na primeira cena. Casa Grande, de Fellipe Barbosa, é um deles. Na sequência – extremamente bem filmada –, vemos uma mansão de quatro andares e uma piscina. Plano aberto. Dentro de uma jacuzzi, anexa à piscina, um homem toma o último gole da bebida e sai em direção à casa. Já é noite. Do primeiro ao último andar, as luzes vão sendo desligadas, fazendo imaginar o caminho que o homem percorre até chegar ao seu quarto, o último cômodo ainda iluminado. O quarto do sinhô. Sim, estamos aqui numa representação contemporânea da casa-grande. O dono da terra é Hugo (Marcello Novaes), um investidor do mercado de ações que, saberemos logo, está falido. Na cena seguinte, vemos um dos filhos do casal, Jean (Thales Cavalcanti), fazer o caminho inverso do pai: degrau por degrau, ele chega ao rés do chão, onde está o quarto da emprega. Ele bate a porta, ela atende. Ele se aproveita da companhia dela, ela se aproveita da companhia dele – ela permite uns amassos; sexo não. Pronto: está estabelecido o conflito que percorrerá todo o filme: patrão-empregado, cordialidade-realidade, casa-grande e senzala. O primeiro longa-metragem de ficção de Fellipe Barbosa (conhecido pelo curta-metragem Beijo de sal e pelo documentário Laura), que também é roteirista do filme, é uma obra de tese. Escora-se não só no seminal livro de Gilberto Freyre, Casa-Grande e Senzala, mas também em Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda. Algumas questões a se colocar: como se apresenta essa tese, quais são as perguntas feitas e como elas são respondidas? O conflito gira em torno de Jean, 17 anos, estudante do São

CASA GRANDE

Bento, colégio tradicional carioca conhecido pela excelência de ensino e por, em pleno século 21, aceitar apenas rapazes. O menino vive uma vida de rico. Tem um motorista que o leva até o colégio, nunca pega ônibus, não se preocupa com dinheiro e, no começo do filme, não desconfia da ruína financeira iminente da família. A mãe de Jean, Sônia (Suzana Pires), professora de francês particular, também não. Jean é amigo do motorista, Severino (Gentil Cordeiro), e tem afeição e atração pela empregada, Rita (Clarissa Pinheiro). Essas demonstrações de afeto são particularmente bem apresentadas no longa. Antes mesmo de entrar no quarto da moça, já reconhecemos que a relação de Jean com Rita é íntima. Ele bate na porta e diz: “Sou eu.” Rita o reconhece na hora – não há necessidade de nenhuma cena prévia para entendermos que o que se vê é rotineiro; tudo nos é exposto rapidamente por cenografia, espaço, encenação. A relação entre Jean e Severino também é prontamente delineada. No trajeto ao colégio, o adolescente fala de sexo com o motorista, pede conselhos. Ao chegar ao São Bento, um gesto importante: o motorista Dir. Fellipe Barbosa. Elenco: Thales Cavalcanti, Marcello Novaes, Suzana Pires, Gentil Cordeiro e Clarissa Pinheiro. Brasil, 2014, 114 min.

Sinopse: Casa Grande conta a história de Jean, um adolescente rico que luta para escapar da superproteção dos pais, secretamente falidos. Enquanto a família decai moral e financeiramente, os empregados da casa têm que enfrentar suas inevitáveis demissões.

avisa a Jean que ele esquecera novamente o celular no banco do carro, clama atenção; enfim, educa-o. Mais à frente, quase um complemento da cena: no elevador do colégio, apinhado de garotos, Jean solta um palavrão. O ascensorista repreende: “Sem palavrões.” Do esboço inicial, o argumento vai ganhando forma: Jean aprende tão ou mais com os empregados do que com os pais. Nem sempre, no entanto, Casa grande tem mão leve. Em alguns momentos, o atrito entre classes se apresenta de forma menos sutil. As

discussões sobre cotas raciais no filme, apesar de importantes, soam caricatas – ricos e pobres perdem contornos aqui. O papel da irmã mais nova no filme poderia ter mais nuances também. Na maior parte das vezes, porém, o longa encaminha com delicadeza – cênica, inclusive – as questões que defende. A sequência da queda do pai da escada, as imagens do Elevado do Joá – de paisagem tão linda e tão pouco visitada no cinema –, as cenas dentro do ônibus, o momento sutil em que se nota que, apesar da suposta intimidade, a matriarca não sabe que Rita não tem filho, o ridículo do pai fazendo reunião virtual de bermuda e terno, visual que traduz a sua condição de falsa riqueza: cada peça da obra se funde para entendermos a jornada de Jean. Quando a falência não pode ser mais escondida, a crise de Jean com a família, que já parece inevitável, piora. Ele mesmo faz uma dívida – não saldada pelo pai – com um amigo. Sofre pressão na escola pela dívida não quitada; sofre pressão da namorada, mais antenada politicamente, para se posicionar quanto às cotas. Sofre com o reflexo no espelho: a família. A fissura emocional e social que há em sua casa, na cidade, no país, precisa ser vivida por Jean. Apenas assim o rapaz terá condição de entendê-la. E a única forma de fazer isso é se deslocando física e afetivamente. Em seu ir e vir pela cidade, Jean atravessa um túnel muitas vezes. Isso é simbólico da jornada. No caminho, ele vai ficando menos alheio, mais atento – pela janela, reconhece Severino, já demitido, dirigindo uma van. Em busca do que já reconhece – a vida dos empregados –, mas não conhece totalmente, Jean segue o caminho. No fim, ele faz um movimento radical e é recompensado. Como responder às questões? Deslocando-se. Fellipe Barbosa fez um filme autobiográfico que fala das questões do Brasil, mas que também trata de camaradagem entre amigos, autoestima, solidão e amadurecimento. Ora com mais ora com menos destreza, o diretor alcança a sua tese. E parece chegar lá por um motivo admirável: a convicção inabalável de que sua busca é pertinente.

QUANDO MEUS PAIS NÃO ESTÃO EM CASA

Dir.: Anthony Chen. Elenco: Yeo Yann Yann, Chen Tianwen, Koh Jia Ler, Angela Bayani. Singapura, 2013, 99 min.

Sinopse: Uma babá interfere na relação entre mãe e filho ao estreitar laços com o menino de quem foi contratada para cuidar.

por JOÃO LANARI BO

A divisão do trabalho na Ásia raramente é evocada no cinema. Filipinos e (sobretudo) filipinas estão presentes, nos chamados serviços domésticos, em praticamente todos os países que têm alguma relevância econômica na região, do Oriente Médio ao Extremo Oriente. A remessa de divisas dos cidadãos que emigraram é o principal item da balança de pagamentos do arquipélago filipino. Anthony Chen, diretor de Quando meus pais não estão em casa (2013), percebeu o potencial dramático dessa circunstância geopolítica e ganhou o “Camera d’Or”, o cobiçado prêmio para realizadores estreantes no festival de Cannes, em 2014. Seu filme, semiautobiográfico, relata as mazelas de uma empregada filipina no seio de uma família classe média da rica Singapura durante a crise financeira que assolou o Sudeste Asiático em 1997. Singapura é uma cidade-estado extremamente bem-sucedida, com pouco mais de 5 milhões de habitantes, 70% de origem chinesa. É um espaço apertado, física e cinematograficamente: o filme de Chen passa a sensação inevitável de claustrofobia. Os planos são fechados; os cenários, limitados – vez ou outra alguém sobe na cobertura e a

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imagem se abre, respira. O plano geral desses momentos capta a baía de Singapura e a linha de horizonte no infinito. É um alívio visual. O contraste das imagens serve também como metáfora para o próprio país, que oscila entre a vontade estratégica de presença global e o constrangimento pela realidade imediata do entorno. Em Singapura, todos falam inglês, como se nota na sala de aula de Jiale (Koh Jia Ler), o filho único de dez anos que fará o contraponto de Teresa, ou Terry, a filipina (Angela Bayani) no ambiente familiar. Mas Quando Meus Pais Não Estão em Casa não elide uma atmosfera opressiva prevalecente na cidade-estado, resultado de uma ética do trabalho um tanto impiedosa e implacável, talvez aguçada naquele período crítico, em 1997. Pelo contrário, essa atmosfera subjaz na narrativa: por exemplo, ser castigado com chibatadas diante de todo o colégio, como acontece com Jiale em cena patética, não é usual, mas em Singapura parece ser. Disciplina e contenção são fundamentais para a competitividade dos cidadãos e do país. O núcleo dramático desse filme “íntimo e comovente”, como saudou a crítica em Cannes, é a relação entre Terry e Jiale. As chibatadas são compensadas por um carinhoso reconforto de Terry, a essa altura engajada afetivamente com o difícil Jiale. O pai (Chen Tianwen), um “looser”, se enrola a torto e a direito e deixa espaço para a mãe (Yeo Yann Yann), grávida, definir autoritariamente a ordem da casa. Jiale – muito bem dirigido por Chen – passa da rispidez ao convívio e à dependência, ignorando a diferença de classes e criando um elo compensatório com a empregada. Seu rosto, duro, com olhar ausente mas obcecado, opõe-se na tela à expressão resignada e sofrida de Terry. Suas pequenas transgressões, como chegar atrasado no colégio e pular o muro para entrar – uma atitude simplesmente inimaginável em Singapura, onde as pessoas que cuspirem chiclete na rua estão sujeitas a uma multa de 500 dólares –, são absorvidas pela filipina, que protege o garoto das sanções para proteger a si mesma. A cumplicidade entre os dois é a resultante infalível. Em um filme de desempenho e desenrolar bastante consistentes, alguns procuraram similitudes com Ozu e Edward Yang, excelente diretor taiwanês morto precocemente. Pode até ser: afinal, estamos no Oriente. Entretanto, na pátria do cinema, um parentesco provável seria O Criado (The Servant, 1963), de Joseph Losey, considerado por Godard como o primeiro filme a tratar efetivamente da luta de classes. Quando Meus Pais Não Estão em Casa traz a marca indelével da divisão do trabalho na Ásia, tal como se apresenta nesse início de século 21: capital concentrado em Singapura, força de trabalho à venda das Filipinas.

JAMES BROWN

Dir.: Tate Taylor. Elenco: Chadwick Boseman, Nelsan Ellis, Dan Aykrod, Viola Davis, Keith Robinson, Octavia Spencer. EUA, 2014, 139 min.

Sinopse: A trajetória de James Brown, da infância na pobreza até se tornar o lendário cantor americano.

por TOM LEÃO

James Brown (Get On Up, 2014), de Tate Taylor, o diretor de Histórias Cruzadas (The Help, 2011) que também é ator, é a esperada cinebiografia do padrinho do soul e rei do funk, James Brown, nascido James Joseph Brown, em maio de 1933, na Georgia, USA, e falecido em 2006. Originalmente, o filme estava previsto para ser lançado no Brasil, pela Universal, em fevereiro deste ano. Mas acabou caindo no limbo até ser resgatado pelo Estação, que o lançará com exclusividade no país. Assim como as cinebios de Johnny Cash e Ray Charles, esta só não é melhor porque releva muita coisa do mais hardcore da vida do artista. Principalmente a fase final, com as drogas pesadas e a loucura envolvendo armas, agressões à esposa e tal – embora isso seja mostrado, muito de leve, num dos cortes narrativos do filme. Foi também um modo de não deixá-lo muito longo (o filme tem 139 minutos). Mas foi, sobretudo, por ter censura PG-13 nos EUA (inapropriado para menores de 13 anos), o que restringe certos temas, como sexo, violência, drogas, palavrões etc. Mesmo assim, esta cinebio ganha, levemente, das de Ray e Cash pela escolha da narrativa, e pelo ator principal. O filme tem uma condução não-linear, indo e voltando no tempo. Começa com Brown entrando num túnel que o levará ao palco de mais um supershow e, no trajeto, ele começa a relembrar fatos de sua (dura e sofrida) vida, que tem muito em comum com a de Ray: negro pobre, nascido no sul dos EUA, filho de pais separados e que enveredou, por necessidade, pela vida do crime. O que, no caso, foi bom. Porque foi na cadeia que Brown teve contato com a música e viu que aquilo podia levá-lo adiante, tirá-lo da lama. Já o ator que faz JB, Chadwick Boseman (vindo da Broadway), realmente canta e dança todas as partes. E tem o suingue, o soul, a negritude necessária. Nunca soa como uma caricatura. Mesmo assim, nos primeiros 10, 15 minutos, a gente demora a se acostumar com Chadwick, porque a imagem de Brown ainda é muito forte, presente. Mas logo ele nos conquista fazendo JB jovem, na fama, na lama, mais velho, bacana, maluco e, sobretudo, dançando como ninguém jamais dançou antes. Ou depois. Foi JB quem influenciou passos de Mick Jagger e Michael Jackson, fora as influências musicais. Não por acaso, Jagger, que também está produzindo um documentário sobre JB, é o principal produtor do filme. Ele até aparece – representado, é claro – numa passagem em que Brown abriu o show dos Stones (muito a contragosto, porque JB sabia que era muito melhor do que os branquelos ingleses) na primeira ida da banda aos EUA. O que, positivamente, marcou Mick, que pirou na dança de JB e copiou seus trejeitos (ele não nega). Contudo, apesar de ser um filme caprichado e ter qualidades (som, fotografia, edição), não obteve indicações ao Oscar, como aconteceu com as cinebios de Ray (que deu prêmio de melhor ator a Jamie Foxx) e Johnny & June (Walk the Line, 2005), a de Cash, que levou Joaquin Phoenix a cantar todas as partes para soar verossímil e acabou dando uma estatueta a Reese Whiterspoon, que fez June. Algo um tanto injusto com Chadwick Boseman, que encarna JB de forma espetacular. Quem viu Mr. Funky Man ao vivo (como eu, em sua última passagem pelo Brasil, em 1988), vai entender. Os mais novos devem se lembrar apenas do ‘negão maluco’ que apareceu numa comédia de ação do Jackie Chan (O Terno de Dois Bilhões de Dólares, The Tuxedo, 2000) como ele mesmo. Mas Brown também fez aparições em outros filmes. Como no sensacional Os Irmãos Cara-de-pau (The Blues Brothers, 1980, de John Landis), como um pastor, e em Rocky IV (1985), inclusive com a música-tema do filme, o sucesso Living in America, entre outros. Mas, para quem “nasceu ontem”, assistir a James Brown serve pra saber de onde vem o apito do trem: quando de sua primeira passagem pelo Brasil, nos anos 70 (seu auge comercial), JB não apenas foi o inspirador dos passos de Tony Tornado, como também o rastilho de pólvora que ajudou a explodir o movimento Black Rio, origem do funk carioca. Mas JB foi muito mais, uma figura importante na afirmação do orgulho negro americano, na luta pelos direitos civis, que já impediu um quebra-quebra em Boston com um show. Tanto que nem cabe tudo no filme.

E não perca. Dá vontade de dançar no cinema.

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