SCR E VA EESCREVA ESCREVA
UMA UMA HISTÓRIA HISTÓRIA STÓRIA
I
― Os 10 melhores textos do Ensino Fundamental I, II e Médio ―
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@GrupoExpoente
Ficha técnica Coordenação de Desenvolvimento de Projeto Rosana Romanó Luciana Maria de Oliveira Revisão CEEE – Centro de Excelência em Educação Expoente Projeto gráfico e diagramação Diogo Félix Rodrigues
Apresentação
U
m dos papéis da escola é desenvolver as habilidades de leitura e escrita, indispensáveis para a formação dos estudantes. Por isso, o Grupo Expoente incentiva o gosto pela leitura, com o objetivo de que os estudantes desenvolvam o senso crítico e ampliem o vocabulário, o que contribui e facilita no processo de escrita. Pensando nisso, foi criado no Portal Escola Interativa o canal Conte uma História, uma ferramenta web que auxilia no desenvolvimento de habilidades específicas para produção textual, com objetivo de aguçar a criatividade por meio da leitura e da escrita, ajudando os alunos a organizar ideias e criar textos, despertando seu senso crítico de maneira dinâmica e interativa. Para promover o canal, foi realizado o concurso Escreva uma História, que já está em sua segunda edição, direcionado aos alunos das escolas conveniadas as Soluções Educacionais Expoente e aos alunos dos colégios Expoente. Nesta edição, foram mais de 2 mil histórias cadastradas! E, neste livro, estão reunidas as trinta melhores, sendo dez de cada nível de ensino (Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio). É importante destacar a dedicação dos professores, que orientaram seus alunos e contribuíram para que tantos textos bons fossem apresentados. Espera-se que esta coletânea possa promover o estímulo à leitura, além de despertar o interesse pela produção de textos. Agradecemos a todos que participaram, fazendo-nos viajar pelas linhas e mergulharmos como leitores no universo da escrita. Parabéns a todos pela conquista!
Sumário Os 10 melhores textos do Ensino Fundamental I
A galinha e o ovo azul Aluno(a): Giovanna Cezar Pereira Professor(a): Ana Claudia Stocco R. Candido
Medo do escuro Aluno(a): Ana Júlia do Nascimento Professor(a): Marisa Helena dos Santos
Escotismo: por pessoas melhores Aluno(a): Mayara Trajano dos Santos Professor(a): Emanuella Rodrigues de Vasconcelos Fontes
A menina Isadora Aluno(a): Livia Juras Rezende Professor(a): Rosemari Siqueira Parra
O sonho do menino Aluno(a): Edson José Gregati Junior Professor(a): Dulcinea Liane Ferreira Ferrari
O sapo e a zebra Aluno(a): Alex Alves de Lima Professor(a): Wesmillianice Jullianne da Silva
Uma emoção Aluno(a): Yasmim Gabrieli Silva Mendes Professor(a): Débora Cristina Nogueira
Nunca desista Aluno(a): Jhonattan Honorio da Silva Professor(a): Maria Eugênia M. de Brandão
Livy e a menina Eloisy numa história emocionante Aluno(a): Ana Laura Gomes Seixas Professor(a): Cicero da Silva Alves
A joaninha curiosa Aluno(a): Ana Flávia Salviano Cardoso Lima Professor(a): Ana Claúdia Castanheira
01 02 03 05 06 08 10 11 13 15
Os 10 melhores textos do Ensino Fundamental II O país impávido colosso Aluno(a): Luan Pablo Professor(a): Linsmar Cavalcante Silva
O carteiro Aluno(a): Daiana Aparecida Bernardo Professor(a): Marisa Helena dos S. Benevenuto
As aventuras da Super-heroína Aluno(a): Tainara Massarico Paes Professor(a): Julia Ellen Garcia Ferreira
Nunca desista Aluno(a): Ana Beatriz Diniz Holtz Professor(a): Igor Monteiro
Gênio da tecnologia e um desastre social Aluno(a): Jonatha Gomes Sampaio Professor(a): Elienai Soares Souza
Rosie – a menina sonhadora Aluno(a): Maria Clara Garcia Bezerra Professor(a): Erenita Pereira
A garota perdida Aluno(a): Jéssica Santana Professor(a): Linsmar Cavalcante Silva
O manual da felicidade Aluno(a): Tamires Lima Professor(a): Fernando Mesquita Leite
Desilusões na adolescência Aluno(a): Maria Luisa Lourenço Barbosa Professor(a): Lillia Cristina de Oliveira
Sofia e o cavalo Aluno(a): Bruna Cristiny Dias Oliveira Professor(a): Telma Domingues de Oliveira Xavier
16 18 20 23 25 27 29 32 34 36
Os 10 melhores textos do Ensino Médio Paralelo Aluno(a): Milene Maiser Moraes Professor(a): Carolina Ramos Accetta
A hegemonia do Facebook Aluno(a): José Matheus Diniz Professor(a): Edvaldo Silva de Oliveira
O tempo passa Aluno(a): Pedro Henrique Lins Siqueira Professor(a): Francinete de Souza Sampaio
O livro em branco e a caneta sem tinta Aluno(a): Davi Brasileiro Professor(a): Francinete de Souza Sampaio
Uma história de amor! Aluno(a): Dhuly Professor(a): Francinete de Souza Sampaio
Perdido no tempo Aluno(a): Luiz Henrique Professor(a): Francinete de Souza Sampaio
Para o garoto que roubou minhas cores Aluno(a): Anneliese Von Muller Berneck Murara Professor(a): Igor Monteiro
Um homem, uma princesa e... um dragão?! Aluno(a): Davi Kenzo Murace Professor(a): Igor Monteiro
Meus pensamentos, minhas dúvidas Aluno(a): Gustavo Lopes da Rocha Professor(a): Francinete de Souza Sampaio
39 41 43 45 48 50 51 53 55
Os 10 melhores textos do Ensino Fundamental I
A galinha e o ovo azul Texto Vencedor
E
ssa estória aconteceu de verdade num sítio lá pra bandas do interior do Paraná. O dia amanheceu e, como sempre, a Dona Galinha conferiu o ninho. Achou meio estranho o fato de que um dos ovos era azul, mas como estava muito ansiosa com a chegada dos pintinhos, que estava por acontecer, nem deu muita importância. Lá pelo meio-dia, ouviuse o primeiro piu-piu debaixo das penas da cuidadosa mamãe. E assim, um por um, foram nascendo os pintinhos, fofinhos e amarelinhos. Porém, o mais curioso aconteceu no meio da tarde, quando o último ovo rachou. Em vez de piu-piu, um focinho verde saiu pelo buraquinho da casca quebrada e uma língua comprida lambeu carinhosamente o bico da mamãe galinha. — O que era isso!? – pensou ela. — Que pintinho diferente é esse meu filhotinho!? E a casca foi se quebrando até que surgiu uma pequena lagartixa verde, que rapidamente correu para debaixo das asas da mamãe junto com os demais pintinhos para se aquecer. Dona Galinha, como toda boa mãe, não agiu de outra forma, cuidou com muito amor e carinho de todos os seus pequeninos sem nenhuma distinção. E lá ia ela todas as tardes passeando pelo terreiro com a pintaiada e a lagartixa verde, ciscando, procurando minhocas e sementes com seus biquinhos e língua comprida. O tempo foi passando e a turminha crescendo. Uns se tornando espertos franguinhos e outros...! Ops! Um jacaré!!! Isso mesmo! A lagartixa verde era na verdade um jacaré! Ele cresceu pensando que era franguinho, por isso vivia muito bem no galinheiro com seus irmãos, comendo cisquinho e dormindo no poleiro. Os bichos sorrateiros, que pulavam no galinheiro assustando as galinhas, nem apareciam mais por lá, com medo do jacaré. Mas ele nem sabia! Vivia feliz! Na última vez que estive por aquelas paragens, fiquei sabendo que o jacaré estava até cantando ao nascer do sol. Ah! Como o ovo azul foi parar no ninho da Dona Galinha? Bem, essa é uma outra estória de aventura e amizade que contarei numa outra noite para quem quiser ouvir.
Aluno(a): Giovanna Cezar Pereira Professor(a): Ana Claudia Stocco R. Candido Colégio Expoente Água Verde - Curitiba - Paraná
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Medo do escuro
E
ra uma vez uma menina chamada Isadora. Isadora era dócil, esperta e educada, mas tinha medo do escuro. Quando escurecia, Isadora tinha medo de tudo. Imaginava vultos, ouvia vozes e barulho em seu quarto.
A menina não queria mais dormir. Ao deitar, seu coração disparava, olhava na cortina e lá aparecia um monstro com olhos arregalados e uma boca enorme. Um dia sua mãe, já cansada, teve uma ideia. Comprou uma luzinha que tinha um botão. De madrugada, quando Isadora acordava, apertava o botão e tudo sumia de sua imaginação. Por muito tempo, a menina que tinha medo do escuro usou aquela luzinha que iluminava seu quarto, sua vida e suas emoções. Passado algum tempo, durante a noite, a menina despertou e o quarto escuro ela encontrou. Olhou de um lado, olhou para o outro, apertou a luzinha, mas infelizmente o botão não funcionou. Isadora assustada, gritou bem alto: — Manheeeeeee!! Mas a mãe, que dormia num sono profundo, não escutou. Tentou pedir socorro novamente, mas nada adiantou. Espiando por trás do travesseiro, viu na cortina um monstro, que de sua imaginação ela criou. Olhos enormes, boca grande e dentes afiados. Fechou os olhos e chorou. Depois de alguns minutos criou coragem, controlou seu medo e abriu os olhos calmamente. Olhou novamente e observou que o monstro havia sumido, pois era só a cortina dobrada, e o barulho que ouvira era apenas a cama que rangia quando ela se mexia. Hoje, aquela menina que tinha medo do escuro cresceu. Daquele dia em diante ela não sentiu mais medo, pois descobriu que podia controlá-lo e que tudo fazia parte de sua imaginação.
Aluno(a): Ana Júlia do Nascimento Professor(a): Marisa Helena dos Santos Benevenuto Prefeitura Municipal de Novo Horizonte - São Paulo - CME Professora Salete Aparecida Laude
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Os 10 melhores textos do Ensino Fundamental I
Escotismo: por pessoas melhores
“
— Chefe, acho que não me enquadro no movimento Escoteiro, nunca me imaginei no mato, dormindo em barracas e bivaques, passando frio, calor, degustando aquelas comidas feitas em buracos no chão, em caixinhas descartáveis, sem uso de panela, ao invés de estar na minha cama.” Peguei-me nessa situação na minha segunda reunião de um grupo de escoteiro da Paraíba, meu chefe olhava-me sem saber o que dizer e eu não esperava aquele silêncio. Ele então olhou bem no meu olho e disse as palavras mais sábias que lhe vieram na mente: “— Mayara, faça o certo, e não o fácil. Saia do óbvio. Não ande sempre pelo mesmo caminho, ele te conduz sempre ao mesmo lugar. Na vida, nada nos decepciona! Quer dar um tempo? Pensar melhor? Você irá descobrir o verdadeiro espírito escoteiro.” Ele havia me falado com tanta emoção e sinceridade e com um brilho no olhar que o olhei sorrindo e disse: “— Chefe, lembro-me que havia me dito que quando superamos um obstáculo, tornamos-nos mais fortes. Que o medo nos dá coragem, e a paciência, sabedoria. Vou continuar!” Diante dessa situação, e após um ano no movimento, percebi que o escotismo é capaz de mudar as pessoas e que é bem mais do que muitos imaginam, assim como eu imaginei um dia. Não existe frio, pois o calor da amizade é maior. Somos um só, mesmo estando separados! Os bivaques desconfortáveis não são nada diante da beleza da natureza, daquele cheirinho do mato e do céu estrelado. O que vale é a sensação incrível que sentimos ao retornarmos de uma jornada ou acampamento. Há mais de cem anos, Baden Powell, a partir da observação, começou a praticar a formação de soldados e, mais tarde, o treinamento de jovens, o que daria início ao Escotismo. Hoje somos milhares de “loucos” que dedicam a vida para que o mundo seja melhor, que um dia vestiram o lenço e prometeram pela sua honra fazerem o melhor possível e ajudar o próximo. Junto com o espírito escoteiro, nós também iremos aprender coisas simples, como se vestir rápido, dormir pouco, além de sabermos o valor de um banho. Teremos cicatrizes no corpo inteiro e cada uma delas nos trará uma lembrança boa. Comeremos muita lama, e iremos fazer nós até no fone de ouvido.
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Os 10 melhores textos do Ensino Fundamental I
Além disso, teremos amigos/irmãos no mundo inteiro. O escotismo, sem dúvida, trouxe uma grande contribuição para a humanidade, pois traz métodos sadios de ajuda à juventude, [e prega] que fazer o melhor possível e estar sempre alerta para servir e ajudar o próximo e o mundo seja prioridade de todas as pessoas. Já dizia o grande mestre: “— Escoteiros, a verdade é que sempre haverá espinhos, encontros, desencontros e despedidas, mas a amizade permanece para sempre!”. Um aperto de canhota. SAPS!
Aluno(a): Mayara Trajano dos Santos Professor(a): Emanuella Rodrigues de Vasconcelos Fontes Educandário Américo Mesquita - Pianco - Paraíba
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Os 10 melhores textos do Ensino Fundamental I
A menina Isadora
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ra uma vez uma menina chamada Isadora, era pobre e tinha o sonho de conhecer uma princesa. Um dia perguntou à sua mãe:
— Meu sonho é conhecer uma princesa, será que vai se realizar? Sua mãe respondeu: — Deseje de todo coração e será realizado. Depois fez a mesma pergunta ao seu pai. E o pai respondeu: — Pense sempre positivo minha filha, pois um dia você vai conhecer. Ainda insatisfeita com a resposta dos seus pais, resolveu fazer a mesma pergunta para a sua avó. E a avó falou: — Minha querida netinha, você já conhece uma princesa! — Já? – respondeu Isadora. — Sim! Você é a minha princesinha! — Eu não sabia que era uma princesa esse tempo todo! Estou tão feliz! E as duas ficaram aos abraços com muita alegria e gargalhadas.
Aluno(a): Livia Juras Rezende Professor(a): Rosemari Siqueira Parra Colégio Jardim Paulista - Guarulhos - São Paulo
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O sonho do menino
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avia um menino que morava com sua família. Eles eram muito pobres e, mesmo assim, ele sempre ia à escola estudar.
Um dia quando ele voltava para sua casa viu algumas crianças que andavam de bicicleta e se divertiam muito. O menino vendo aquilo correu para casa e disse ao seu pai: — Pai, compra um bicicleta para mim? E o pai respondeu: — Filho desculpa, mas não temos dinheiro para comprar uma bicicleta para você. O menino, muito triste, respondeu: — Tudo bem, eu entendo nossa situação! E foi para seu quarto dormir. No dia seguinte, quando ele estava indo para a escola, um homem apareceu e lhe disse: — Nunca desista de seus sonhos! E sem que o menino pudesse perguntar qualquer coisa, ele foi embora. dito.
O menino foi dormir naquela noite pensando naquilo que o homem havia
Na manhã seguinte, quando seu pai chegou da roça, mandou que o menino fosse comprar pão e, quando ele abriu a porta para sair, viu uma bicicleta. Todo surpreso, disse ao pai: — Você comprou uma bicicleta para mim? O pai respondeu: — Eu não comprei nada para você. E o menino lembrou do homem que havia encontrado na rua, mas nunca mais conseguiu encontrá-lo de novo.
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Os 10 melhores textos do Ensino Fundamental I
Chegando à escola, ele disse aos colegas: — Se tiver um sonho, nunca desista dele, pois um dia poderá se realizar.
Aluno(a): Edson José Gregati Junior Professor(a): Dulcinea Liane Ferreira Ferrari Escola Municipal Perciliano José Bueno - Prefeitura de Ibirá - São Paulo
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O sapo e a zebra
O
sapo vinha pulando quando de repente viu uma zebra e foi falar com ela: — Olá, quer brincar comigo?
A zebra respondeu: — Sim, quero brincar com você. Os dois ficaram brincando, então o sapo pergunta à zebra: — Quer aprender a pular? A zebra entusiasmada responde: — Quero! — Então vamos lá! – respondeu o sapo. Então, saíram pulando e pulando pela floresta. Com pouco tempo, a zebra pergunta ao sapo: — E você, quer aprender a correr? — Adoraria! – respondeu o sapo. E eles continuaram correndo e pulando pela floresta. Como já estava anoitecendo, despediram-se e resolveram encontrar-se no dia seguinte. Quando a zebra chegou em casa pulando como um sapo, a família dela estranhou e perguntou, então, onde ela havia aprendido a pular daquele jeito, ela respondeu: — Aprendi com o meu amigo sapo. A família da zebra disse que não era para ela brincar com os sapos porque eles tinham veneno. Já o sapo, quando chegou em casa correndo ao invés de pulando, chamou a atenção dos seus familiares, que logo perguntaram onde ele havia aprendido a correr daquele jeito. O sapo então respondeu: — Eu aprendi a correr assim com a minha amiga zebra.
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Os 10 melhores textos do Ensino Fundamental I
A família do sapo disse que não era pra ele brincar com zebras, pois elas tinham uma pata muito forte. No dia seguinte, o sapo e a zebra encontraram-se novamente na floresta e continuaram a brincar, porque aprenderam a conhecer um ao outro antes de sair julgando pelas aparências ou pela atitude de outros sapos e outras zebras. Seus familiares entenderam que ali havia uma verdadeira amizade, que merecia ser respeitada e valorizada, pois, independente das diferenças, os dois aprenderam muito um com o outro.
Aluno(a): Alex Alves de Lima Professor(a): Wesmillianice Jullianne da Silva Educandario Nivaldo da Silva - Tamandaré - Pernambuco
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Os 10 melhores textos do Ensino Fundamental I
Uma emoção
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ra festa minha, por sinal. O presente era grande, bem grande, eu queria muito e ganhei a minha bicicleta.
O grande detalhe era que eu não sabia andar sem rodinhas, mas juntei a minha turma e quem sabia andar foi me ajudar a tentar aprender. Chamei minha mãe, que veio com o seu celular, coisa de mãe, e gravou passo a passo o meu grande dia de emoção. Subi, segurei firme e nada de pedalar, e as risadas eram altas, as meninas ficaram me aconselhando e ditando as regras de como daria certo, mas quem disse que eu conseguia? Minha mãe não desistiu enquanto não tirei meus pés do chão. Foi conseguir dar minhas primeiras pedaladas que ouvi tantos gritos como se tivesse acertado a bola no gol. Hoje ando melhor de bicicleta do que a pé, amo brincar e adoro ser criança, não há nada melhor que brincar com minhas grandes amigas.
Aluno(a): Yasmim Gabrieli Silva Mendes Professor(a): Débora Cristina Nogueira Colégio Mundo do Saber - Franca - São Paulo
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Os 10 melhores textos do Ensino Fundamental I
Nunca desista
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ucas sempre foi um menino prestativo e estudioso, de família humilde, seu grande sonho sempre foi correr, ganhar muitas medalhas e, quem sabe, participar de uma Olimpíada, o único problema era que sua família não acreditava que, um dia, pudesse ser um grande atleta, e também não tinham condições para o ajudar. Mesmo assim Lucas não desistiu. Um dia, em sua escola, teve uma palestra sobre atletismo, e ali era sua grande chance. O palestrante era um atleta aposentado. Lucas, como sempre muito educado e prestativo, foi indicado pela professora para ajudá-lo. Sr. Elias, então, perguntou qual era seu sonho, o quanto antes Lucas o respondeu: — Meu sonho é poder treinar corrida para participar dos jogos oferecidos pela nossa cidade e, quem sabe, um dia participar de uma Olimpíada. O Sr. Elias ficou olhando para Lucas: — Esse é seu sonho? Se o problema é treinar, estou meio velho, mas posso lhe ajudar. Lucas ficou tão feliz que começou a abraçar todos que estavam perto. Correu para contar a sua família, mas não teve o apoio que gostaria, mesmo assim começou a treinar. Tudo era muito cansativo, mas nunca pensou em desistir. Começaram os jogos na cidade. Lucas já estava preparado para participar, mas estava muito nervoso, pois entre os atletas havia um menino muito bom que sempre ganhava todas as corridas. Mesmo assim não desistiu . Quando Lucas chegou, todos olharam para ele e começaram a cochichar por [ele] estar com tênis usado, que havia ganhado para treinar. [Lucas] levantou a cabeça e se colocou em seu lugar. Era a primeira etapa, e teria que ficar entre os 4 para conseguir passar para a próxima, ficou em 4º, ficou muito feliz. Um dos atletas chegou perto de Lucas e o humilhou, perguntando o que estava fazendo ali, pois não era lugar para ele, [e ele] ficou muito triste, mas Sr. Elias o consolou: — Nunca devemos ouvir o que as outras pessoas dizem a nosso respeito e sim pensar somente no que podemos e gostaríamos de fazer para nós mesmos.
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Os 10 melhores textos do Ensino Fundamental I
Lucas levantou a cabeça e foi para a próxima etapa. Mesmo com todo seu esforço, Lucas não conseguiu ganhar. Ficou muito triste, mas aquele era somente o primeiro e, com muito esforço e treino, poderia ficar melhor. Mesmo sua família não acreditando, continuou treinando. Logo chegou o dia que tanto esperava: mais uma corrida, e lá estava o menino que o tinha humilhado, mas não deixou que [o menino] o humilhasse desta vez, chegou perto, estendeu a mão e o cumprimentou desejando sorte. Colocaram-se em seus lugares e a corrida começou. Ouvia-se somente os gritos do Sr. Elias de tanta felicidade por Lucas ter chegado em primeiro lugar. A partir daquele momento, Lucas não parou, continuou participando das corridas de outras cidades e sempre ganhando, até que seu grande dia chegou, foi escalado para participar de uma olimpíada. Todos [estavam] muito nervosos, mas com um grande objetivo: a vitória. Como sempre, com seu carisma e humildade, ganhou mais uma, de várias que se passaram na vida de Lucas. Em uma dessas participações, encontrou o menino que o humilhou naquela época de escola e logo Lucas lembrou. [O menino] chegou perto de Lucas, deu-lhe um abraço e falou baixinho: — Você é um grande homem! Nunca podemos humilhar as pessoas, não importa sua posição. Hoje estamos no alto, amanhã não sabemos. Devemos viver o hoje como único, pois amanhã podemos não estar aqui. A partir deste momento, eles se abraçaram e se juntaram para mostrar que todos somos iguais. Tornaram-se grandes amigos, participando de muitas corridas pela vida.
Aluno(a): Jhonattan Honorio da Silva Professor(a): Maria Eugênia M. de Brandão Colégio Expoente Boa Vista - Curitiba - Paraná
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Livy e a menina Eloisy numa história emocionante
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um belo dia de sol, resolvi ir à praia que era pertinho de casa, chegando lá, ouvi um barulho e fui me aproximando, vi uma linda filhote de golfinho perdida na beira do mar, chorando, desesperada, presa em uma rede. Aquilo me partiu o coração. Soltei-a imediatamente e ela ficou super feliz e mergulhou e me trouxe uma estrela do mar de cor laranja. Eu lhe retribui com um beijinho na testa. Sentamos juntas na beira do mar e ficamos ouvindo o som do mar e apreciando o pôr do sol. Quando já estava escurecendo, pensei que não deveria deixá-la sozinha e resolvi levá-la para casa para se recuperar da sua cauda quebrada. Chegando em casa, toquei a campainha e disse: — Mamãe sou eu, a Eloisy, mas desta vez não estou só. Eu trouxe comigo uma filhote de golfinho. Minha mãe abriu a porta e disse: — Entre filha, e seja bem-vinda golfinho! Nós entramos e eu disse: — Mamãe, vou colocar Livy na piscina. — Depois filha, dê ração para ela e cuide dela. Ela comeu tudo, e depois que eu jantei uma deliciosa lasanha com minha família, fomos dormir. No dia seguinte, entrei na piscina com Livy e vi que ela não conseguia nadar. Eu comecei a chorar e mamãe apareceu desesperada querendo saber o que estava acontecendo, e eu contei que Livy não conseguia nadar. Eu comecei a ficar desesperada, com medo que ela morresse, mas minha mãe me tranquilizou dizendo que a levaríamos para uma bióloga marinha examiná-la.
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Os 10 melhores textos do Ensino Fundamental I
E foi o que fizemos. Levamos, ela foi examinada e medicada, e assim que ela se recuperou, devolvemos ela para o mar e ela reencontrou sua família. Todos os dias eu volto para visitar Livy e sua família. E isso me ajudou a descobrir o que eu quero ser quando eu crescer, uma bióloga marinha.
Aluno(a): Ana Laura Gomes Seixas Professor(a): Cicero da Silva Alves Escola Municipal Perciliano José Bueno - Prefeitura de Ibirá - São Paulo
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A joaninha curiosa
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ra uma vez uma Joaninha muito curiosa. Tudo ela queria saber. Na natureza, ela era a mais curiosa.
Quando havia brigas no bosque, ia logo querendo saber todos os detalhes. Perguntava a Joaninha sem parar: — Quem brigou? Onde? Quando? Por quê? Os moradores do bosque não aguentavam mais tantas perguntas e decidiram dar o castigo do silêncio a ela. Quando a Joaninha começava com suas perguntas, logo a deixavam falando sozinha. Foi assim que ela aprendeu que ser curiosa demais afastava todos os seus amigos a sua volta. Então, Joaninha passou a esperar que lhe contassem as coisas por vontade própria, e ela não perguntava mais nada a ninguém.
Aluno(a): Ana Flávia Salviano Cardoso Lima Professor(a): Ana Claúdia Castanheira CEM Professor José Luiz Tomazi Prefeitura Municipal de Novo Horizonte - São Paulo
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O país impávido colosso Texto Vencedor
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Brasil andava desatento com o que acontecia em seu território, então foi ver seu povo, e o mesmo estava protestando. E ele perguntou:
— Por que protestas? E o povo lhe respondeu: — Nos últimos tempos, presenciamos tudo que está acontecendo com nosso país: suas margens plácidas que continham sossego, paz e tranquilidade se devastando; seu povo heroico que deixara de lutar pelo certo e pela democracia, e seus lindos campos com mais flores que já estão acabando sem nada. Isso é esplêndido, essa nossa pátria amada, rica em cultura e enorme em suas riquezas naturais, estando nesse estado. O nosso penhor da igualdade que conquistamos com braço forte, ao tornar o país independente, esse povo já não está mais tão disposto a ir à luta, e não desafia a própria morte. Um país com 8.516.000 km², quinto maior do mundo, não representa tudo isso, não mostra a sua nação como foi sua grande história, o lábaro, a bandeira que ostentas estrelado já não tem tanto orgulho de ostentar esse berço esplêndido, grandioso. E quando o povo ergue da justiça a clava forte, não sabemos se os filhos não fugirão à luta; o formoso céu, risonho e límpido, está a cada dia se deteriorando pela ganância do povo, do luxo e conforto, sem se importar com sua natureza, poluindo o céu. A glória que tivemos no passado já não faz confiar na paz do futuro, e pó verde louro dessa flâmula, que representa seu poder, já está se diminuindo, e ainda falta para que o Brasil de amor eterno seja símbolo. Sendo nossa natureza garrida e mais bela do que a dos outros povos, devíamos cuidar e retomar o que um dia já foi conhecido como Brasil. A maior questão é que a culpa de tudo isso não é do nosso país, mas sim de nós que o habitamos.
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Nossa economia e nossa sociedade se desorganizam a cada dia em mãos de políticos corruptos que desviam o dinheiro da educação e saúde para seu próprio bem. Com tudo isso, como será esse país impávido colosso? O Brasil sem palavras e entristecido olhou claramente e disse: — Continua o que faz, e muda este país.
Aluno(a): Luan Pablo Professor(a): Linsmar Cavalcante Silva Ccb – Colégio Cristão Betel - Barra da Estiva - Bahia
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O carteiro
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h, o carteiro! Bom dia! Boa tarde! Olha o carteiro!!!!!
Dentro de sua pequena bolsa marrom, carrega inúmeras histórias, desde as mais belas declarações de amor até as mais tristes despedidas. De casa em casa, a emoção do brilho do olhar de cada pessoa esvoaça pelo céu, como um pombo correio ordenado a levar o pedido a Deus. Chega a uma casa antiga. Uma velha senhora, sentada em uma cadeira de balanço, olha para o céu como uma criança tentando fazer desenhos nas nuvens. Ao vê-lo, dá um salto da cadeira, deixando o espírito da juventude espalhar-se por sua alma. Abre a carta que recebe e, junto com esta, um lindo olhar que relembra um antigo amor, estampa um sorriso no rosto como forma de agradecimento e volta para seu lugar de descanso. Ele continua: outra casa! Mas, agora, [encontra] com uma expressão triste estampada no rosto de uma jovem mulher. Entre as pernas da própria, uma criança – talvez sua filha. Ao receber a encomenda, seu rosto fica totalmente pálido. Cai no chão e, como se segurasse brasa quente em suas mãos, começa a chorar desesperadamente! Seu grande amor, aquele que havia lhe proporcionado os melhores momentos da vida, nunca mais voltaria para casa!!! E o carteiro segue! Voltas e reviravoltas, caixinhas e mais caixinhas de correspondência, dia após dia! Porém, algo o incomoda: ninguém mais o espera, o que vê são apenas pessoas infelizes, com aparelhos telefônicos nas mãos cheias de embrulhos e de pressa, sem nenhum romantismo no olhar. Seu trabalho acaba de se tornar apenas mais um. E as lindas histórias que presenciava, nas quais as lágrimas de alegria desviavam-se do sorriso e caíam no chão com a esperança de dias melhores, começam a se extinguir.
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Ele continua, mas nada é como antes: a carta que deveria ser a mais perfeita declaração de amor, a mais bela dádiva dos céus, torna-se um motivo de gargalhada. E ninguém mais consegue sentir o cheiro encantador e se emocionar ao receber uma notícia trazida de longe pelo carteiro. E ele trabalha na esperança de poder um dia – apenas um dia – conseguir novamente o brilho no olhar de uma criança, de uma senhora esperando-o alegremente na varanda de sua singela casa. Olha o carteiro!!! Até logo! Tenha um bom dia!
Aluno(a): Daiana Aparecida Bernardo Professor(a): Marisa Helena dos Santos Benevenuto Escola Francisco Álvares Florence Prefeitura Municipal de Novo Horizonte - São Paulo
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As aventuras da Super-heroína
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ra uma vez uma jovem moça chamada Tainara, ela tinha poderes especiais, mas ninguém sabia disso, apenas três pessoas sabiam: sua melhor amiga, sua mãe e seu pai.
Quando se vestia de super-heroína, ela usava uma roupa rosa com uma capa roxa, uma máscara e um anel que continha o mapa-múndi mostrando onde estava o perigo. Ela conseguia mudar a sua roupa casual para a roupa secreta com apenas um clique no anel. Infelizmente, no mundo em que ela vivia estavam acontecendo coisas horríveis... Certa manhã, recebeu um pedido de ajuda que veio do Brasil, exatamente em uma cidadezinha chamada Mariana, e ela foi voando para lá. Quando chegou, era uma agricultora que tinha pedido ajuda e disse: — A barragem da mineradora estourou. A lama está invadindo a cidade e está seguindo para outras vizinhas. Alguns homens gananciosos que se preocupam com eles mesmos não deram importância para as trincas e as inspeções de segurança, só pensam em ficar ricos e não estão nem aí com a preservação do meio ambiente. Agora muitas pessoas estão em perigo! — Nossa! Com minha poderosa arma sugadora, vou sugar toda a lama e mandá-la para Marte. E todas as pessoas indefesas estarão a salvo!!! A mulher respondeu: — Você caiu do céu! — Enquanto eu coloco estes homens gananciosos na minha gaiola a laser, você chama a polícia para prendê-los, pois destruir a natureza é crime, certo?!
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Os 10 melhores textos do Ensino Fundamental II
— Certo! Os rapazes foram presos e a empresa teve que pagar uma multa para cada cidadão. A cidade voltou ao normal; graças à arma sugadora de lama não havia mais nenhuma sujeira. A cidade ficou muito agradecida à garota dos poderes especiais. Em outra ocasião, o anel da super-heroína começou a brilhar. Era nos Estados Unidos, uma criança negra que estava chorando, pois estava sofrendo racismo por mensagens via internet. Imediatamente Tainara detectou, com seu poder de telepatia, o autor das mensagens e levou-o para as ruas da periferia para fazer serviços sociais, ajudando os mais necessitados e excluídos da sociedade. O autor se arrependeu e aprendeu a lição: não devemos ter preconceito, todos somos filhos de Deus e iguais aos olhos Dele. Envergonhado, pediu desculpas ao menino. Um novo pedido de ajuda veio de um pai de família desempregado que estava muito preocupado, pois não tinha o que dar de comer aos seus filhos que passavam fome. Vendo essa situação, Tainara disse: — Não se preocupe, vou conseguir alimento no supermercado próximo. Ao chegar lá, disse ao gerente: — Tem um rapaz que está passando fome e seus filhos também, ele não tem condições de comprar alimento, o senhor poderia doar um pouco para eles? — Desculpe, mas não posso, porque essa crise que está tendo
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devido à corrupção dos governantes atingiu a mim também e os meus negócios estão falindo. Tainara ficou pensativa e teve uma ideia: vou até onde ficam os governantes e vou mandar os corruptos para a cadeia e colocar para governar pessoas justas e bondosas. E assim fez. Do dinheiro roubado, uma parte foi doada aos pobres, e a outra foi para os devidos lugares: hospitais, escolas, asilos etc. O mais curioso dos chamados veio da Síria: uma garotinha que viu vários familiares sendo mortos na guerra pedia socorro para fugir do país. Quando a super-heroína chegou lá, seu olhos não acreditavam no que viam: casas destruídas, pessoas mortas e feridas, armas de fogo, bombas, maldade, muita maldade. A única coisa a fazer era usar a supermetralhadora do amor e mirá-la nos corações das pessoas. Foi lindo de ver as pessoas que antes se odiavam sem mesmo se conhecer se abraçando, e os soldados que jogavam dinamites agora jogavam doces. A garotinha parecia não estar acreditando, era tudo o que ela mais queria e agradeceu a super-heroína com uma rosa. Foi então que acordei. Tudo era um sonho, o meu sonho, de um mundo em que as pessoas sejam melhores, que cuidem melhor do planeta, que haja igualdade social, respeito, amor ao próximo, justiça, para então existir a super-heroína de verdade: a felicidade.
Aluno(a): Tainara Massarico Paes Professor(a): Julia Ellen Garcia Ferreira Centro de Educação Futuro - Extrema - Minas Gerais
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Nunca desista
U
ma menina normal, uma vida normal, essa era eu. Meu nome é Raquel. Na época em que tudo aconteceu, eu tinha apenas 14 anos. Na noite anterior, eu estava terrível: dores por todo o corpo me faziam sentir cada vez pior, a dor se alastrava a cada passo. Fui dormir, pois sabia que não conseguiria fazer nada e esperei para que no dia seguinte eu melhorasse. Na manhã seguinte, sentia-me um pouco melhor, mas nada que melhorasse meu dia. Ainda me sentia indisposta, almocei com muita dificuldade e fui para a escola. Cheguei, entrei em silêncio e sentei. Após duas aulas de português, bateu o sinal para o primeiro recreio, aquele som era ensurdecedor, fazia minha visão ficar turva e tudo girar. Após quinze minutos, estava na hora de voltar para a sala de aula. Estava entrando quando as pessoas, com pressa para entrar na sala, começaram a esbarrar em mim. Entrei e sentei pior que já estava. O professor entrou na sala, senti um aperto no peito, uma falta de ar, então, desesperada, levantei, dei três passos e gaguejei: “Pro-professor, n-não estou me sentin...” e no meio da minha frase eu desabei no chão, como se meu corpo tivesse congelado, e tudo se apagou. Na mesma hora, acordei em um lugar muito escuro, comecei a andar me sentindo tão leve. Após alguns minutos andando, achei uma estante com coisas da minha infância, desde meus brinquedos até minha primeira bicicleta. Enquanto estava lá, quase chorando, relembrando de tudo, do nada algo na escuridão me chamou a atenção. Olhei para cima e, passando de um lado para o outro, uma luz me obrigou a pôr as mãos na frente dos olhos. Quando apagou, olhei para os lados e a estante havia desaparecido, mas no lugar dela havia algo mais interessante. No meu lado direito, havia uma escada azul que descia. Em volta dela havia muitos parentes, reconheci minha mãe, meu pai, meus amigos. Olhei para a esquerda e vi uma escada branca para cima, e também havia parentes lá, só que todos tinham uma peculiaridade, eles já haviam morrido. Entre eles estavam a minha avó, meu avô e até meu cachorro que tinha falecido há uns anos atrás.
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Então eu tinha que decidir se ia para o céu, subindo a escada branca, ou voltava à vida, descendo a escada azul. Se eu voltasse, continuaria com a minha vida pacata, teria que encarar as coisas que estavam por vir pra descobrir o que eu tinha. Se eu fosse para o céu, minha vida seria ótima, mas eu não teria aproveitado. Então, decidi não desistir de tudo, abracei meus parentes ao pé da escada branca, e quando fui até minha avó, ela me deu um beijo leve na testa, que me lembrou de tudo que passei com ela, e me abraçou. Saí correndo e comecei a descer a escada azul, pronta pra o que viesse. Enquanto eu descia aquela escada, um frio ficava cada vez mais forte e, quando eu percebi, a minha volta havia apenas uma neblina branca. Enquanto eu descia pensei em tudo que mudaria em minha vida dali pra frente, o que eu ia fazer e deixar de fazer, respeitando mais minha vida, dando mais valor a ela. Quando cheguei ao final da escada, havia uma porta simples de madeira com uma moldura azul. Peguei na maçaneta dourada e simples e abri, dei um suspiro e levantei: estava em um necrotério. Sentia uma forte dor no peito, me olhei e estava branca e com lábios secos. Levantei e sai cambaleando, pois não sentia minhas pernas. Sem entender muito bem o que estava acontecendo, consegui chegar à recepção. Quando meus olhos encheram de lágrimas, minha mãe estava chorando e abraçando um médico, com uma foto minha nas mãos. Com a voz rouca, chamei ela bem baixo, então me olhou e veio correndo me abraçar, sem acreditar no que estava acontecendo. Ela me tocava e me beijava desesperadamente. Após muito tempo, eu contei tudo que eu me lembrava junto ao médico, contei todas as loucuras. Sei que os dois não acreditaram, apenas ligavam para eu estar viva. Mas eu sabia que aquilo era verdadeiro e sei que agora tenho história pra contar.
Aluno(a): Ana Beatriz Diniz Holtz Professor(a): Igor Monteiro Colégio Expoente Água Verde - Curitiba - Paraná
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Gênio da tecnologia e um desastre social
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uerer ser o mais esperto e audacioso no mundo da tecnologia é a vontade de grande parte dos adolescentes da zona urbana. Não tão diferente de Davi e seus amigos.
Davi é um adolescente de 13 anos, considerado um gênio da tecnologia. Desde criança sempre teve tablet, computador e celular digital. Sempre visto por seus amigos como um garoto à frente dos outros. Mas muitos não sabiam de suas dificuldades nas tarefas diárias. Ele era um adolescente que mal sabia pentear os cabelos (considerado descolado pelo estilo assanhado), amarrar o cadarço dos sapatos, arrumar sua mochila e ser sociável. Seus pais sempre o incentivavam nas tarefas diárias e pessoais, porém para ele bastava ser um gênio das tecnologias e que muitos o admirassem por isso, desconsiderando qualquer utilidade de afazeres domésticos simples. E seus pais, para não entrarem em confronto com ele, aceitavam esse comportamento, mesmo sabendo do dano que lhe causava. Suas relações sociais eram apenas a nível online, raramente ia a festas típicas da idade. Não conseguia manter um diálogo verbal por mais de 5 minutos. Sempre demonstrando pressa e falta de interesse na interação social, porém bastante focado no que queria. Certo dia, ele viu um anúncio online de um grande evento tecnológico que oferecia um prêmio de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) ao primeiro colocado. As provas iriam durar três dias e necessitava da autorização dos pais. Davi conseguiu a autorização e foi com toda sua experiência no mundo “tecno” e sua mochila arrumada por sua mãe. Seus pais viram a chance de Davi enxergar que o mundo além do computador era imenso e indispensável. O local era grande, com apartamentos para trios de jovens, e lá eles que eram responsáveis pela arrumação e organização. No quarto de Davi, ficaram dois rapazes falantes e sorridentes chamados Caio e Antony. Na sala de provas, foram direcionados ao mais variados tipos de disputa online. Davi começou a se destacar, sentindo-se empolgado com a situação. Ao anoitecer, foram para seus dormitórios e Davi estava diante de uma situação difícil:
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era necessário que ele, junto com seus colegas, fizesse um plano para arrumar o quarto. Davi não quis se enturmar com eles, fazendo com que os colegas de quarto ficassem incomodados com a situação. O garoto não sabia que entre as provas do evento estava a organização do quarto, a convivência social e uma prova prática. Na prova de organização do quarto a equipe de Davi foi a que teve a menor nota, e na de convivência social foi um desastre! Nela, foi pedido a eles que dissessem nome e idade uns dos outros; e Davi, por não ter interesse, não tinha gravado os nomes dos colegas de quarto. Na prova prática, eles tinham que dizer o que havia em sua própria mochila e Davi acertou apenas 50%. Nesse contexto, Davi viu que existe um mundo importante ao redor dele, para o qual ele não dava valor; e que devido a sua falta de interesse, havia conseguido sozinho apenas metade das provas. Mas que a outra metade havia perdido por falta de um bom convívio e por excesso de dependência em assuntos cotidianos, como a ação de arrumar a mochila... A partir daí, Davi mudou bastante sua percepção do mundo e das atividades cotidianas. Passou a se interessar por assuntos que antes ignorava. Começou a arrumar sua mochila. Reduziu seu tempo online e começou a ter amigos.
Aluno(a): Jonatha Gomes Sampaio Professor(a): Elienai Soares Souza Colégio Expoente (J. J. de Melo Neto E Cia. Ltda Me) Maceió - Alagoas
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Rosie – a menina sonhadora
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osie é uma menina bastante sonhadora, vive em um mundo de fantasias, por isso recebeu um apelido de seus colegas da escola: “A menina sonhadora”. No colégio, ninguém a chamava pelo seu nome, era sempre a menina sonhadora. No recreio da escola, Rosie atraía vários amigos e lhes contava milhares de histórias, coisas que gostaria de fazer quando crescer e todos os seus sonhos, por mais malucos que fossem. Era sempre um momento mágico para todos à sua volta, eles pediam mais e mais das suas histórias fantasiadas, até os professores paravam para ouvir. Ela contava suas histórias com tanta intensidade e prazer que qualquer um poderia jurar que parecia ter acontecido de fato, mas tudo ficava por conta da sua imaginação. Na chegada das férias, um desejo tomou conta da garotinha: ela necessitava conhecer o mar, já havia visto pela TV e nas revistas, mas nunca pessoalmente. Decidiu pedir à mãe para levar-lhe, afinal suas notas foram ótimas e havia passado de ano com notas altíssimas. — MAMÃE! MAMÃE! – Rosie berrou à procura de sua mãe. — Estou aqui, querida! – A resposta vinha da cozinha, sua mãe estava preparando o almoço. — Mãe, dá uma olhada no meu boletim. – Rosie remexeu sua mochila à procura de seu boletim e o retirou, entregando[-o] à mãe. Ela deu uma boa olhada nele e, em seguida, deu um abraço na filha. — Parabéns, querida! Estou muito orgulhosa. – A mãe esboçou um gigante sorriso, cheia de orgulho. — Mamãe... Já que a senhora viu as minhas notas e viu que passei só com notas boas, que tal me dar um presente que venho sonhando há alguns dias? – A garotinha sorriu. — Claro meu amor, o que quer? – A mãe arqueou as sobrancelhas. — Gostaria muito de conhecer o mar, podemos ir? – Rosie juntou as mãos entrelaçando os dedos enquanto piscava de forma rápida. — Por favor, mamãe?
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A mãe refletiu por alguns minutos, tentando lembrar se havia algum horário livre em sua agenda. — Está bem, vamos sim, querida. – Novamente deixou um largo sorriso transparecer e foi surpreendida por um abraço apertado da filha. Rosie estava super ansiosa por esse momento, chegou a contar os dias. Apesar de ser um sonho tão pequeno para algumas pessoas, Rosie não se importava, pois era a realização de um dos seus sonhos. Após uma longa espera, o grande dia chegou, levantou cedinho, estava super ansiosa e feliz. Ao chegar à praia, ficou maravilhada com o mar, imaginava um dia navegar por aquela imensidão azul, sonhava acordar todas as manhãs para ver o nascer do sol. Quando entrava em profundo pensamento de fantasia, sua frágil vida se transformava numa aventura, em um passeio ao seu universo idealizado. Aos olhos de Rosie, a imensidão dos oceanos se tornara um riacho, onde seu navio imaginário velejava tranquilamente. Quando queria um pouco de adrenalina, pedia ao vento que soprasse mais forte e que a levasse para longe, e que levantasse as maiores cristas de ondas. Ela desejava que seu lindo sonho se tornasse realidade, pois eram mais preciosos que todos os tesouros já achados, e eles a levavam ao seu mundo mágico e encantado.
Aluno(a): Maria Clara Garcia Bezerra Professor(a): Erenita Pereira Colégio Ateneu do Ceará - Fortaleza - Ceará
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A garota perdida
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anhã como tantas outras. Ele se levanta, toma o café e logo sai todo apressado. Estava ansioso, havia noites que não dormia. Naquele dia, às nove horas, sairia o resultado de seu teste. Vamos novamente, agora do começo. Numa cidade do interior do Estado, havia uma garota chamada Lucy. Ela tinha um grande sonho: Tornar-se conhecida para conhecer ou até ser amiga de seus ídolos. Ela tinha outra vontade também: encontrar a verdadeira família de Jeniffer, uma garota pouco mais velha que ela. Lucy e Jeniffer eram praticamente unha e carne, apesar de se conhecerem há dois anos apenas. Lucy amava a cor preta, era muito fã das bandas One Direction e Big Time Rush, achava a voz do Louis Tomlinson a mais bonita que já ouviu, sabia todos os apelidos, medos e fatos dos integrantes da 1D. E Jeniffer tinha o mesmo gosto. Um dia, Lucy deu um questionário para Jenny, como era chamada por Lucy, com as seguintes perguntas: Beijinho ou brigadeiro? Piscina ou praia? Rosa ou preto? Tênis ou salto alto? Dormir ou comer? Hambúrguer ou pizza? Batata frita ou coxinha? E a mais fácil: quem tem o cabelo mais bonito que existe? E Jenny, como conhecia muito bem a amiga, respondeu e justificou: Brigadeiro, você é muito fã de chocolate. Piscina, não gosta de areia. Preto, combina com tudo. Tênis, mais confortável. Dormir e comer, você não é capaz de escolher só um. Pizza, tem mais variedade de sabores. Coxinha, é óbvio. Louis tem a voz mais bonita. E o Harry Styles é a pessoa que tem o cabelo mais bonito e perfeito do universo. Lucy, quase sem acreditar no que tinha recebido como resposta, disse que ela e Jenny eram irmãs gêmeas que foram separadas na maternidade, apesar da diferença de idade. Houve um dia em que Lucy estava navegando na internet e encontrou um garoto conhecido pelos internautas. Ela analisou as fotos de Jenny e Júlio, o tal garoto, e percebeu que eles tinham muita coisa em comum.
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Lucy resolveu então dar uma analisada nas duas histórias. Ela descobriu que Júlio tinha uma irmã que estava desaparecida. Ela tinha o apelido “Bel”, apesar de não parecer com o nome. A “garota perdida” nasceu no dia 24 de dezembro, mesmo dia em que Jenny nasceu. Depois da descrição dos olhos da “garota perdida”, Lucy tinha quase certeza de que Jenny era mesmo a garota. Lucy reconheceu que os traços do rosto de Jenny e Júlio eram muito parecidos. Então, ela resolveu ajudar as duas famílias a se encontrarem. Lucy fez de tudo para falar com Júlio. Depois de muito esforço, ela conseguiu ter contato com ele. Lucy lhe disse toda a história de Jenny, que era parecida com a da “garota perdida”. Lucy e Júlio conversaram a tarde toda. Depois de um tempo, Lucy teve a ideia de marcar um lugar para Jenny e Júlio se encontrarem, no qual eles pudessem ter a certeza se tinham mesmo parentesco ou não.
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No dia marcado, Júlio esperava por Jenny e Lucy, que os acompanhou até o laboratório. Depois de fazerem os exames, Lucy teve a ideia dos três irem a uma cidade vizinha. O exame era revelado de cinco a seis dias. O motivo da viagem foi para que eles não ficassem ansiosos com o resultado. Manhã como tantas outras. Ele se levanta, toma o café e logo sai todo apressado. Às nove sairia o resultado de seu teste. Ansioso, Júlio espera por Jenny para saber a resposta de seu teste, ele queria que fosse revelado quando os dois estivessem lá. Dez minutos após ele chegar, Jenny e Lucy estavam do seu lado para saberem a resposta. Quando finalmente o médico abre o envelope, estava ali, bem no canto do papel, escrito que Júlio e Jenny são irmãos. Que alegria! Os dois se abraçaram como nunca antes. Agora, de acordo com aquele exame, eles eram irmãos. Eles comemoraram muito naquele momento. Logo após, eles agradeceram a Lucy, pois se ela não procurasse pistas sobre a verdadeira família de sua amiga, Jenny e Júlio jamais iriam se encontrar. Nada do que aconteceu mudou a amizade de Jenny e Lucy, e sim fortaleceu-a mais ainda. Jenny ganhou sua família, e Lucy ganhou um novo amigo, mais que especial, o melhor que alguém poderia ter, pois, ao acaso, eles se encontraram. Depois de alguns dias, Júlio resolveu contar aos internautas o que tinha acontecido. E todos que ouviram a história ficaram felizes com o ocorrido. Jenny finalmente conseguiu ser famosa, não do jeito que queria, mas pelo menos conseguiu ser amiga de alguns de seus ídolos.
Aluno(a): Jéssica Santana Professor(a): Linsmar Cavalcante Silva CCB – Colégio Cristão Betel - Barra da Estiva - Bahia
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O manual da felicidade
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m um mundo sombrio, moravam pessoas tristes, gananciosas e invejosas. Ninguém conhecia a tal da Felicidade, haviam boatos que era algum fruto marinho que ocasionava prazer e alucinações, outros que era uma bruxa que se disfarçava de uma garota bonita para entregar doces envenenados. Tudo muito errado. Em um passado obscuro e inesquecível, Felicidade se escondeu dos humanos, que já não passavam de pessoas perversas e egoístas. Se sentindo muito sozinha, Felicidade escreveu um livro, chamava-se “O manual da Felicidade”, onde relatava os segredos para viver feliz. Alguns dias depois, resolveu sair do seu esconderijo para visitar sua irmã Amor, e passaram a tarde toda conversando. “Não seja rancorosa. Você precisa tirar os bons proveitos dos maus momentos. Seja afável.”, dizia Amor. Felicidade e Amor gostavam de falar do tempo em que eram crianças, quando tudo era mais bonito, e em uma dessas conversas, Felicidade teve uma ideia, despediu-se da irmã e voltou ao seu lar. Sua ideia era fazer várias cópias do seu manual e espalhar pelo mundo junto com Amor. Mas receava que não funcionasse, então juntou-se à Esperança, que a confortou. A ideia estava dando certo, pessoas praticavam boas ações, eram educadas, estava com certeza um planeta melhor. Porém, chegou Desafio, forte e destemido, junto ao seu irmão Obstáculo, que amedrontaram o trio de garotas com mentiras e ameaças, visando destruir o sonho delas. Não sentiram medo e encararam o problema e, com muito sucesso, conseguiram. Com várias pessoas felizes, amorosas, esperançosas, educadas e fiéis, estava muito melhor. Felicidade sentia-se muito feliz e deixou um recado em uma carta:
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“Amigos, ao ficar escondida esse tempo todo, tornei-me solitária e infeliz, onde já se viu Felicidade infeliz? Eu estou morrendo. Todas estas qualidades ruins: ganância, inveja, ciúme, orgulho... só agravaram minha situação. Sei que fazem parte do ser humano, mas não devemos deixar que elas nos corrompam, assumam nossa alma. É inegável dizer que não fazem parte da pessoa que cada um é. Devemos plantar nossa felicidade em solo fértil para poder florescer, como uma flor. Por isso, libertem seus corações das energias negativas e pulem no mar de amor. É libertador se entregar a algo que só tem coisas boas a nos oferecer.” Felicidade morreu, mas hoje vive no coração de cada um!
Aluno(a): Tamires Lima Professor(a): Fernando Mesquita Leite Educandário Américo Mesquita - Pianco - Paraíba
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Desilusões na adolescência
M
aria, treze anos, inexperiente em tomar decisões, incrivelmente cheia de sonhos, imaginação pra lá de doida e um mundinho só seu, onde os problemas cotidianos de uma adolescência são deixados de lado. Ela não gosta muito de falar sobre seus problemas para as pessoas, tem quase certeza de que vão achá-los tolos, pois quase todos são sobre notas e amores. A calmaria antes da tempestade estava ali, a semana começando, os amigos se reencontrando novamente depois de longas, chatas e nem um pouco movimentadas férias. O dia tinha começado mais que bem! Maria tinha falado com uma pessoa muito especial na noite anterior, e isso era maravilhoso, já que ela quase nunca falava com ele. Sim, ele, Pedro seu nome, quatorze anos, um pouquinho frio, e esse frio é num sentido fechado, decepcionado, algo assim. Aquela conversa foi um passo e tanto pra quem só trocava uns sorrisos e algumas vezes nem era retribuída. O resto do dia foi normal, riu bastante, não entendeu o assunto de história e geografia, como de costume; falou besteira na aula de português, levou uma dura da professora, fora isso, voltou a trocar uns olhares com o Pedro. E, então, de volta à normalidade de casa, chegar, esquecer-se de lavar as mãos, levar outra dura, dessa vez da tia, esquecer-se de comer e ir dormir, ser acordada pelo carinho da mãe que chegou do trabalho, tomar um belo de um banho, que por acaso tinha esquecido também, comer, navegar na internet e dormir. Terça-feira, já na escola, o dia foi até que produtivo, é, mais ou menos. Não entendeu o assunto de geografia, tinha quatro dias para preparar um conto, que ideia louca da escola, era o que estavam falando, levou outra dura da professora de português, ganhou meio ponto em história por uma atividade feita, trocou sorrisos e olhares com Pedro, uau. E, de novo, voltou à normalidade. Quarta, já na escola, grande dia, a aula de inglês tinha sido até que legal, uma trégua tinha sido dada, já que a professora estava conseguindo explicar o assunto. No intervalo, Maria tomou coragem e foi falar com Pedro, tentativa falha, já que no meio do caminho a coragem saiu voando pra longe. Após o intervalo, ela foi surpreendida com um beijo, mas de outro menino. Clima estranho? Nada disso, ficou tudo até que normal, a não ser pelo desejo de que o beijo fosse dado por outra pessoa, no caso, por Pedro. Na tarde daquele dia, um elogio recebido através
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de uma rede social. A surpresa foi grande, já que o elogio veio de ninguém mais ninguém menos que Pedro. Repentinamente ela ficou feliz e preocupada, uma tempestade de pensamentos veio a sua cabeça. No fim da conversa, seu coração disparou com um convite totalmente inesperado, mas muito bem aceito. Mais tarde, perto de sua casa, eles iriam se encontrar, num lugar comum do bairro onde moravam. Chegou a hora, os dois estavam ali, sem muito que conversar, e ela teve que dar um jeito. Falaram de tudo um pouco, notas, sonhos, decepções, alegrias, problemas. Foi ótimo, um ajudando o outro numa conversa de pessoas com muita afinidade. O tempo não foi amigo dessa vez, já que a hora da despedida tinha chegado. Sem jeito, um “tchau” foi a única coisa que saiu. Se virou e foi embora, mas como em uma cena de um clássico filme romântico, ele a puxou pelo braço, os dois ali, com os rostos tão perto um do outro, ficaram se olhando por um instante e, então, ela acordou, no meio da tarde, deitada no sofá, faminta e ainda com sua farda. Triste e desanimada, voltou à normalidade de casa.
Aluno(a): Maria Luisa Lourenço Barbosa Professor(a): Lillia Cristina de Oliveira Colégio Expoente (J. J. de Melo Neto e Cia. Ltda Me) Maceió - Alagoas
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Sofia e o cavalo
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m uma cidade do interior, morava uma menina chamada Sofia, que tinha apenas 8 anos. A garota sempre vivia triste por não ter amigos, isso acontecia pois era paraplégica, já nascida assim. Todos que se aproximavam sempre acabavam se afastando por terem vergonha. Sofia levava a vida como uma criança normal, brincava, ia para escola, mas sempre sozinha. Ela via a deficiência como uma coisa simples, não dava tanta importância. Em um belo sábado ensolarado, Sofia pergunta para sua mãe: — Mãe, posso dar uma volta no bosque? E sua mãe responde desconfiada: — Pode sim minha filha, tome muito cuidado! Ah, já ia me esquecendo, vou te ajudar a subir na cadeira de rodas. A menina, contente, saiu pela porta da casa e foi. Chegando lá, ouviu um cavalo relinchando de dor, pois havia torcido sua pata em um buraco. Sofia tentou ajudar de todas as maneiras, mas não conseguiu. Como não podia se levantar da cadeira de rodas, teve uma ótima ideia, e logo resolveu contar para o cavalo: — Já sei, vou pedir ajuda para minha mãe! Chegando perto de sua casa, Sofia desesperada grita: — Oh, Mãe, a senhora precisa me ajudar, encontrei um cavalo machucado e precisamos ajudá-lo. Sua mãe, que gostava muito de animais, responde: — Onde minha filha? Vamos logo então. A menina diz: — No bosque. E, assim, as duas seguiram até o cavalo. A mãe, vendo o estado do cavalo, resolveu ligar para um veterinário, pois ele saberia o que fazer.
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Dentro de alguns minutos o veterinário chega e pergunta o que havia acontecido. A menina conta: — Encontrei o cavalo machucado no bosque. Logo em seguida o Doutor explica: — Vou medicá-lo, mas mesmo assim precisará ficar de repouso. Esse cavalo é de vocês? A mãe de Sofia responde: — Não. O veterinário diz: — Então precisamos achar o dono, pois ele não pode ficar aqui. Sofia então dá uma sugestão: — Que tal ficarmos com ele até o dono aparecer? Todos acham uma boa ideia. A menina dá o nome de Trovão para o cavalo. Os dias vão se passando, o cavalo se recuperando, e nem sinal do dono. Até que um certo dia um homem chamado Bento bate palma na casa de Sofia e pergunta: — Vocês que estão com o meu cavalo? A mulher diz: — Sim, o senhor é dono dele? Bento responde: — Sou eu, posso da uma olhada nele? A mãe de Sofia: — Claro. Após o dono ver o cavalo, pergunta se ela aceitaria ficar com aquele equino. A mãe responde:
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— Sim, mas você não vai querer mais ele? Bento responde: — Não, ele era um cavalo de corrida, pra mim não serve mais, até já vou comprar outro. Depois de minutos de conversa o homem vai embora. Depois de alguns meses, Trovão estava curado, pois Sofia ia até ele todos os dias para tratá-lo. Os dois viraram melhores amigos. Em um certo dia, Sofia chega até sua mãe e diz: — Mãe, eu quero praticar hipismo com o Trovão. E sua mãe responde: — Mas como minha filha? Você sabe da sua deficiência. A menina diz: — Sim eu sei, mas aqui perto abriu um haras para pessoas com deficiência, como eu. A mãe de Sofia diz que iria pensar no caso. No outro dia... A mãe chega até Sofia e diz: — Vamos, vou te levar até esse haras. Todos os dias a menina ia treinar e, em pouco tempo, Trovão e Sofia já estavam participando de torneios. Nos dias atuais, Sofia Lima de Souza, com 29 anos, é uma das melhores atletas do mundo, junto com seu cavalo Trovão.
Aluno(a): Bruna Cristiny Dias Oliveira Professor(a): Telma Domingues de Oliveira Xavier Cooperativa Educacional de Ibiúna - Ibiúna - São Paulo
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Paralelo Texto Vencedor
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fique bem feita.
tecelagem é o ato de tecer através do entrelaçamento de fios. Alguns dizem que ela é baseada em teias de aranhas ou em ninhos de passarinho, mas o importante é seguir os passos, para que ela
Havia um menino. Havia um cachorro de rua. Para tecer algo é necessária a preparação do fio. Primeiramente a urdissagem, em que os fios se apresentam perfeitamente individualizados, paralelos uns com os outros. O menino era solitário. O cachorro era solitário. Em seguida, começamos a encolagem, ou seja, começamos a montar a teia, com resistência para aguentar tensões, evitando a quebra dos fios. Para isso, o fio é mergulhado em uma solução adesiva. O menino estudava longe de casa, mas mesmo assim voltava a pé. O cachorro foi abandonado pelos donos quando cresceu, pois estes não queriam um animal velho, mas sim um filhote. É necessária a montagem no tear; para isso, encaixa-se fio a fio. O menino estava voltando para casa, em seu caminho habitual, quando começou a chover. O cachorro estava procurando por comida no seu caminho rotineiro quando começou a chover. Assim, podemos começar a tecer “abrindo a cala”, onde uns fios sobem e outros descem. O menino resolveu mudar seu caminho para fugir da chuva. O cachorro voltou, já sem esperanças de encontrar algo para se alimentar.
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Os 10 melhores textos do Ensino Médio
Podemos então inserir a trama, isso acontece de várias maneiras diferentes, depende do fim para o qual é feita. Dois fios paralelos encontram-se. O menino e o cachorro. O cachorro e o menino. A partir desse momento foi tecido algo diferente: uma amizade. Batemos o pente na nossa trama e a impulsionamos para que fique mais junta e bonita. Nesse momento, o menino e o cachorro tinham um só caminho. Quando eles mudaram a rota, viraram meia-volta, abriram a possibilidade de duas vidas, dois fios paralelos encontraram-se. Tudo por causa de algo pequeno, uma simples mudança. A mudança que permitiu que o tecido ficasse pronto.
Aluno(a): Milene Maiser Moraes Professor(a): Carolina Ramos Accetta Colégio Dimensão - Navegantes - Santa Catarina
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A hegemonia do Facebook
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hegemonia do Facebook e suas dissidências sobre seus seguidores são algo que é exposto na rede, análogo à radiação, propagase entre os indivíduos e perpetua-se perante o tempo, podendo ser usado contra o seguidor por qualquer um, a qualquer momento. Fugir dessa realidade virtual é inútil; ela alcança até os confins da Terra. Logo, sem saída, o povo está submetido a uma ditadura como a de Hitler e a uma religião supraortodoxa. Vivemos em uma sociedade na qual a espetacularização é valorizada. Enquanto os súditos distraem-se cegamente com as humilhações alheias e jogos fúteis, dados são coletados e usados contra eles, os súditos, posteriormente. Tais informações passam a ser comercializadas e as preferências do indivíduo são estampadas na tela de smartphones em incontáveis anúncios. Enquanto os internautas são dissecados pelo pão e circo, aqueles que negam participar são fortemente repreendidos por uma ditadura instaurada no interior da democracia. Os seguidores empregam uns sobre os outros uma vigilância, julgando, execrando os partidários de uma vida isenta de redes sociais. A fiscalização dáse, também, através de organismos especializados na censura: Instagram, Twitter e WhatsApp, braços direitos do regime. Para eles, o facebookiano é mais belo, inteligente, superior. Um governo repressor, porém, pode-se manifestar nos moldes de uma democracia. Nesta, liderada pelo califa Zuckerberg, o valor do fiel é mensurado pelo número de amigos que ele possui, e não pela qualidade dessas relações. Pertencer, no entanto, não é suficiente; é preciso praticar: ao acordar, antes e durante as refeições, ao dormir e inúmeras outras vezes ao longo do dia. As cinco orações do islamismo tornam-se irrisórias frente ao mar de selfies, posts e vídeos circulantes na rede. Há, portanto, limites quanto à exposição nas redes sociais, que inclusive já foram ultrapassados. O homem, porém, está tão imerso, seduzido, ludibriado por pertencer a essa rede interconectada e organizada, que não percebe sua submissão e, se percebe, é logo coibido a retornar à santa alienação. O circo no qual veiculam humilhações e jogos inúteis, a ditadura vigilante e formadora de novos arianos e o extremismo religioso do Facebookistão continuarão, portanto, vigentes ainda que
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casos isolados de levantes abolicionistas surjam. A população, vitimada por esse algoz, perde sua essência e autonomia, torna-se mera seguidora, mas garante sua imortalidade. Se Descartes vivesse no século XXI, afirmaria: “Exponho-me, logo existo”.
Aluno(a): José Matheus Diniz Professor(a): Edvaldo Silva de Oliveira Colégio Intensivo - João Pessoa - Paraíba
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O tempo passa
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rimeiro do colegial, aula de Português. Sentada do meu lado estava ela, a minha tão chamada “melhor amiga”. Como era linda; desejava que ela fosse minha, mas ela não me via com esses olhos e eu sabia disso. Depois da aula, ela vem na minha direção, coração bate rápido, parece que vai sair pela boca. Ela me pede as anotações da aula e as entrego sem pensar duas vezes. Ela agradece e me dá um beijo na bochecha; queria que ela soubesse que não quero que sejamos apenas amigos, eu a amo, mas sou muito tímido e ela não me vê com esses olhos, e eu sei disso . O tempo passa, segundo ano do colegial. Em casa, o telefone toca: é ela chorando e falando continuamente sobre seu coração, ela quer que eu vá vê-la porque não quer ficar sozinha. Saio de casa correndo mais que o Usain Bolt. Ao chegar em sua casa, ela abre a porta e senta no sofá. Eu sento ao lado dela, ela me diz que quer assistir a um filme. Ela pega refrigerante, salgadinho, doces e várias outras guloseimas para assistirmos ao filme. O filme acabou, ela decide ir dormir; olha nos meus olhos e me agradece dando um beijo na minha bochecha. Queria que ela soubesse que não quero que sejamos apenas amigos, eu a amo, mas sou muito tímido e ela não me vê com esses olhos, e eu sei disso. O tempo passa, terceiro ano do colegial, véspera do baile de formatura. Vejo ela me esperando na frente do meu armário. Pergunto o que houve. “O meu par está doente, ele não vai melhorar até a semana que vem”. Me lembro da 7ª série, nós tínhamos feito um trato: se nenhum dos nós tivesse par para o baile, iríamos juntos como “melhores amigos”. Então fomos. Na noite do baile, ela estava linda como sempre. Dançamos, rimos, nos divertimos. No fim do baile levo ela para casa. Chegamos na porta dela, olho ela nos olhos e ela me olha com esses olhos perfeitos. Ela diz que foi o melhor momento da vida dela, me agradece, me dá um beijo na bochecha. Eu queria que ela soubesse que não quero que sejamos apenas amigos, eu a amo, mas sou muito tímido e ela não me vê com esses olhos, e eu sei disso. O tempo passa, estou sentado no banco da igreja. Ela está se casando, eu a escuto dizendo “sim” e seguir em frente com sua nova vida casada, com outro homem. Seus olhos se encontram com os meus, ela vem ao meu encontro. “Você
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veio”, ela diz animada, me agradece. Eu dou um beijo na bochecha dela e ela sorri. Eu queria que ela soubesse que não quero que sejamos apenas amigos, eu a amo, mas sou muito tímido e ela não me via com esses olhos, e eu sei disso. O tempo passa, eu estou em pé ao lado de um caixão. Dentro está uma garota que costumava ser minha “melhor amiga”. Na cerimônia, leram uma página do diário dela. “Queria que ele soubesse que não quero que sejamos apenas amigos, eu amo ele, mas sou muito tímida, só queria que ele dissesse que me ama!”.
Aluno(a): Pedro Henrique Lins Siqueira Professor(a): Francinete de Souza Sampaio Colégio Ateneu do Ceará - Fortaleza - Ceará
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O livro em branco e a caneta sem tinta
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ou um livro que saiu da editora sem uma palavra escrita, não tenho autor nem nome. Isso aconteceu por um erro na hora da impressão, e ninguém percebeu.
Fui entregue numa biblioteca da cidade. O Carlos, bibliotecário, um rapaz de cabelos curtos, me folheou. — O livro está em branco! O que vou fazer com ele? Para minha sorte, o sinal tocou e ele teve que ir abrir a biblioteca. Fiquei esquecido num canto de uma mesa, observando o que acontecia. De repente chegou um homem moreno, se dirigiu a uma estante, pegou um livro e se sentou em uma mesa que estava ao meu lado. Ele pegou um estojo cheio de canetas e tirou uma dourada bem bonita. Quando começou a escrever, percebeu que ela estava falhando e a colocou na mesa Na hora que ia pegar outra caneta seu celular tocou. está.
— Alô ... Você tem certeza disso? Estou indo agora mesmo para onde você Saiu tão depressa que esqueceu a caneta em cima da mesa
A biblioteca fechou quando começou a escurecer. Percebi que a caneta estava triste fui conversar com ela. — Olá! Como vai você? — Não vou muito bem, estou sem tinta e não posso mais escrever. — Se você tivesse tinta escreveria em mim? — Claro que escreveria! Nesse mesmo momento, começou a ventar bem forte pela janela, que derrubou uma lâmpada mágica. De dentro saiu um gênio dizendo que iria realizar três desejos meus. — Meus dois primeiros desejos é que tenha alguma história escrita em mim e que a minha amiga caneta tenha tinta para ela voltar a escrever.
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— Seu desejo é uma ordem! Ele deu tinta para a caneta e nos levou para uma aventura por várias histórias e tudo o que víamos acontecer a caneta escrevia em mim. Nós passamos por Alice no país das maravilhas, As mil e uma noites, Peter Pan na Terra do Nunca, Aladim, Os três porquinhos, Pinóquio, entre outros contos. Quando voltamos para a biblioteca já era dia e faltava pouco pra ela ser aberta. Quando o Carlos chegou, percebeu que eu estava em um lugar diferente. Ele se dirigiu até mim e me folheou. — Ué! Este livro não estava em branco? Quem escreveu essas histórias? Fiquei prestando atenção nele e percebi que ele estava gostando do que estava lendo.
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Ele me colocou em cima da mesa e foi abrir a biblioteca. A caneta, com medo de que alguém lhe pegasse, escondeu-se dentro de mim. Logo após abrir a biblioteca, Carlos me pegou e me colocou no ponto mais alto da estante. Quando chegamos lá, a caneta saiu de dentro de mim. Chegando a noite, a biblioteca foi fechada e, após o Carlos sair, começou a ventar bem forte novamente, derrubando a caneta de cima da estante. Ao cair no chão, ela se quebrou. — Gênio! Gênio! Onde você está? — Estou aqui! O que aconteceu? — A caneta caiu daqui de cima e se quebrou. Quero como meu último desejo que conserte a caneta. — Seu desejo é uma ordem! E assim fez o gênio. Em um passe de mágica, consertou a caneta. Assim que o gênio consertou a caneta, ele foi puxado de volta para a lâmpada e lá ficou. Mas faltava alguma coisa para eu me tornar um livro de verdade. — Caneta! O que falta para eu me tornar um livro de verdade? — Espera um pouco. Está faltando uma capa para você. — É mesmo! Então a caneta se juntou com várias outras canetas e começaram a fazer uma capa em minutos. Eu queria uma capa bem colorida, e assim fizeram. Me deram até um título: O livro em branco e a caneta sem tinta! E assim eu virei um livro de verdade, e um dos mais desejados da biblioteca.
Aluno(a): Davi Brasileiro Professor(a): Francinete de Souza Sampaio Colégio Ateneu do Ceará - Fortaleza - Ceará
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Uma história de amor!
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e chamo Ohana Cecília, tenho 18 anos, moro em Fortaleza. Vou contar-lhes um pouco de minha história de aceitação do meu cabelo.
Quando era bem pequena, sempre fui incentivada por minha família a mudar meu cabelo, por ser muito “bagunçado”. Ele era bastante difícil de lidar no dia a dia e dava muito trabalho para pentear. Então, fui crescendo com a ditadura de que cabelo só era bom e bonito se fosse liso. Aos 6 anos me espelhava em minha mãe e queria ser igual a ela quando crescesse. Queria ter o cabelo liso igual ao dela, pois tinha todo aquele movimento e não ficava assanhado com tanta facilidade. Ela não precisava passar tanto creme ou andar com o cabelo pingando de água e sempre preso. Diferentemente de mim, pois meu cabelo era “feio” e volumoso demais para andar com ele solto. Só aos 8 anos decidi fazer meu primeiro processo químico com relaxamento, pois assim abaixaria aquele volume horrível e poderia começar a fazer chapinha com certa frequência. “Nossa! Não vou mais ser motivo de chacota no meu colégio”, pensei. O ano passou, então completei 9 anos e, não satisfeita com o resultado do relaxamento seguido de chapinha, pedi a minha mãe para alisar meu cabelo definitivamente. Mas ela disse não, pois esse processo químico era muito forte e eu era muito nova para isso. Fiquei triste, pois todas as minhas amigas tinham o cabelo liso e eu não. Peguei a tesoura e cortei aquele cabelo feio bem curtinho e passei a lavá-lo com com produtos de cabelo liso. Quem sabe assim, quando crescesse novamente, ele cresceria liso. Mas não, meu cabelo só ficava mais detonado. Tive que me conter com mais 6 anos utilizando chapinha, o que colaborou para destruir ainda mais meu cabelo. Só aos 15 anos de idade, procurando no YouTube uma maneira para recuperar meu cabelo, conheci uma youtuber chamada Rayza Nicácio, que tinha uma página em que ensinava meninas como cuidar do cabelo cacheado. Lá tinha um vídeo cujo título era “aceitação dos meus cachos”. Curiosa, fui vê-lo. Comecei a me identificar bastante com a história dela com seu cabelo e, quando terminei de assistir ao vídeo, refleti comigo mesma: “Poxa, se ela conseguiu assumir o cabelo,
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deixá-lo bonito mesmo com aquele volume todo, vou tentar recuperar meus cachos!”. Passei por uma reconstrução total do meu cabelo e, no decorrer desse tempo de recuperação, percebi que qualquer cabelo, além de cuidados, precisa de aceitação e, acima de tudo, muito amor. Hoje tenho 18 anos e meu cabelo é lindo do jeito bagunçado e volumoso de ele ser. Aprendi que todo cabelo é bonito, seja ele liso ou cacheado. Meu cabelo é minha identidade e hoje amo muito meus cachinhos.
Aluno(a): Dhuly Professor(a): Francinete de Souza Sampaio Colégio Ateneu do Ceará - Fortaleza - Ceará
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Perdido no tempo
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ais uma vez o pobre homem estava lá, parado, observando cada detalhe. Quando ela chegava, era como se o tempo praticamente parasse.
Ele não conseguia respirar, sentia seu corpo completamente ausente da realidade. Ao redor dela, tudo parecia macro: podia vislumbrar o movimento de cada fio de seus cabelos castanhos e lisos, que desciam por suas costas com a beleza magistral de um rio de águas calmas que corta um vale de estonteante beleza em curvas desenhadas cautelosamente. O brilho daqueles olhos castanhos ofuscava a existência de um mundo ao redor deles, nunca havia visto luz tamanha; nem mesmo no sol que brilhava nas praias onde crescera – anos de memórias de lindas imagens de um horizonte litorâneo não eram comparáveis a uma fração de segundo sequer da beleza que emanava daqueles olhos. Nada mais importava. O tempo parado. A sensação de ausência de qualquer outra que não fosse a mais pura e total entrega. Mas ainda havia mais: um leve movimento com a cabeça, causando um balançar suave de seus cabelos, o olhar que finalmente encontrara o dele e, enfim, o sorriso que faltava – ainda mais brilho emanado, as curvas suaves de seus lábios que pareciam ter tomado séculos do criador até que este atingisse a perfeição. Os lábios perfeitos se movem, sua voz sopra vida dentro daquele que tanto a esperava. E a ausência de todos os sentidos faz todo o sentido.
Aluno(a): Luiz Henrique Professor(a): Francinete de Souza Sampaio Colégio Ateneu do Ceará - Fortaleza - Ceará
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Para o garoto que roubou minhas cores
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inha vida era como um livro de colorir, porém nem todo giz de cera do mundo poderia cobrir as manchas que você deixou em mim quando partiu. Você foi embora e me deixou no preto e branco. Você foi embora e levou todas as minhas cores com você. Passei semanas vivendo no azul das minhas lágrimas, meses lutando contra o vermelho da minha dor. Eu vivia o outono da minha vida, e você fazia eu me sentir como na primavera. De repente, as folhas estavam amarelando novamente e só então eu percebi: as folhas recomeçaram a cair e, com elas, eu. Comecei a levar a vida em tons de tristeza, tornando tudo tons de frieza, até que percebi: eu precisava de novas cores. Cores que não haviam sido roubadas por você. Então, fui atrás do meu laranja. Em cada gramado procurando meu verde. Em cada oceano procurando meu novo azul. Um dia, eu encontrei meu amarelo. Ele era tão brilhante quanto a luz e tão quente quanto o Sol. Era mais valioso que o ouro. Ele era meu verão. Eu havia aterrissado na ilha da doçura e do perigo. Meu amarelo se tornou meu pecado, mas isso não me assustava. A cada toque eu me sentia no paraíso. Vivíamos na estrada, sem algo ou alguém para chamar de nossos. Sua Harley Davidson era a única coisa que eu poderia chamar de lar. Meu amarelo queimava, e eu queimava junto. Ele estava em cada fragmento da minha, agora, livre alma. Ele se tornou meu azul, meu verde, meu vermelho, meu rosa, meu roxo. Ele é meu amarelo. Ele é tudo que um dia você foi, mas você roubou as minhas cores. Já ele… ele se tornou elas. Meu amarelo colore meu vazio e transforma em poesia as piores partes de mim. Ele me conhece como as cordas recém tocadas de seu violão e me lê como uma obra de Shakespeare. Ele me ama com a euforia que canta uma canção do Elvis. Quando o sol se põe, e meu amarelo se camufla em meio às cores... é nesse momento que eu me sinto viva. De todas as cores, a única que importa é ele. De todas as cores, ele é a minha favorita.
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Quando olho para trás, percebo como a minha vida era sem cor. Você não roubou as minhas cores. Você me libertou para que eu finalmente pudesse encontrá-las e, no meu amarelo, eu as encontrei. Eu não tenho certeza sobre o amanhã. Não sei que pessoas vou conhecer ou em qual estrada vou estar. Não sei quantas estrelas terão no céu, mas sei que meu único desejo será que ele nunca me deixe da forma como você deixou. Posso estar na terra, no paraíso ou inferno, mas sei que enquanto eu estiver com o meu amarelo, eu estarei viva.
Aluno(a): Annelise Von Muller Berneck Murara Professor(a): Igor Monteiro Colégio Expoente Água Verde - Curitiba - Paraná
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Um homem, uma princesa e... um dragão?!
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sta história poderia começar com “Era uma vez”, como todos os outros contos de fada que existem por aí, e poderia terminar como todos eles terminam. Mas esta história é um pouco diferente. Acompanhe até o final para descobrir o que acontece. Em um reino havia uma princesa que foi trancada em uma torre de um castelo abandonado. O motivo disso era que ela era muito mimada e falava mais que um papagaio. Nem mesmo o príncipe que foi lá a aguentou. Mas um homem se propôs a ir atrás da princesa, mesmo com as pessoas o avisando que ele não a suportaria. Ele foi a pé até o castelo. Ele poderia ter pego um cavalo, mas cavalos são caros. Ele poderia ter pego um dragão, mas não estava disposto a arriscar sua vida. Ao chegar lá, a princesa o olhou e disse: – Eu queria um príncipe ou um homem tão rico quanto um. Queria que ele viesse em um cavalo branco, com roupas bonitas e caras, e queria que ele me carregasse de volta. O homem voltou e comprou um cavalo branco. Ambos foram ao castelo e o homem sussurrou para ele mesmo: – Só quero ver o que o pessoal vai falar quando verem que eu aguento a faladeira da princesa. O cavalo acabou ouvindo e lembrou de histórias que ele tinha escutado da tal princesa. Ele parou de repente e olhou para o homem que, ao olhar para a
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cara do cavalo, percebeu que nem ele teria paciência para aguentar a princesa e o deixou ir embora. Agora a situação tinha virado pessoal. O homem decidiu até mesmo arriscar sua vida e foi fazer algo que nem mesmo ele acreditava que estava fazendo. Domar um dragão. Ao chegar no castelo, a princesa não acreditava no que estava vendo e começou a tagarelar: – Eu tinha dito que queria alguém rico e em um cavalo branco! O homem já não aguentava mais a princesa falando, nem o dragão estava aguentando. Ambos se olharam e tomaram uma decisão. Agora o homem estava feliz, pois não tinha mais a arara da princesa para encher o saco e o dragão também estava feliz, pois jantou a princesa e agora estava de barriga cheia. No final os dois foram embora, cada um para o seu canto. Para onde o homem foi? Eu não sei. Para onde o dragão foi? Menos ainda. Acho que eles foram para um lugar calmo, onde pudessem dormir o dia inteiro, porque não há nada melhor que deitar, fechar os olhos e relaxar. Mas de uma coisa eu sei: esta história chegou ao FIM. Moral da história: Querer não é poder, mas ter um dragão é.
Aluno(a): Davi Kenzo Murace Professor(a): Igor Monteiro Colégio Expoente Água Verde - Curitiba - Paraná
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Meus pensamentos, minhas dúvidas
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aminhando pelos corredores da minha escola observo um papel fixado na parede com a frase “Escola, só aqui você é feliz com a aprendizagem”.
Naquele momento questionei a tal frase me perguntando se realmente o que tinha escrito naquele papel encardido e com as pontas rasgadas de tão sujo e velho seria algo autêntico ou questionável. Perguntei-me o que tinha naquela escola que me fazia ser feliz. Logo eu que estudo de manhã. Tendo que acordar cedo e andar quilômetros para chegar no horário estabelecido por ela. Tendo que segurar minhas pálpebras e focar nos cálculos, nas regras, nas histórias contadas. Uma aprendizagem repetitiva que em cada ano do meu ensino médio ouço falar da mesma coisa, acrescentada por um medíocre detalhe a mais. Perguntei-me novamente o que tinha naquela escola que me fazia ser feliz. Dessa vez pensei em meus amigos e nas pessoas que gostava de ver. Nas brincadeiras, nas encrencas, nos momentos prósperos ao longo dessa nossa jornada que passamos juntos. Isso me fazia feliz de algum modo. Mas será que o ''feliz'' estampado no final daquela curta frase se resume apenas a isso? Durante minha adolescência, a vida não me parecia propriamente um paraíso. Trabalhos para serem entregues em prazos marcados, opiniões ignoradas, sentimentos não correspondidos. Uma adolescência em que uma instituição de ensino é o ápice dela. Continuei a pensar. Talvez seja isso mesmo. Talvez o autor daquela frase esteja certo, e não eu. Pode ser que minhas dúvidas sejam algo que não esteja me satisfazendo, mas esteja agradando a outras pessoas diferentes de mim. Talvez eu seja apenas mais um idiota com uma visão diferente. Talvez e talvez... Dúvidas e mais dúvidas. Pode ser que esse seja o ciclo da minha vida. O ciclo em que eu nasci para segui-lo em primeira mão, de modo a indagá-lo, porém continuar envolvido com ele. Nasci em um mundo moderno com o caráter de ser velho pelas suas regras estabelecidas de como devemos agir e o que devemos fazer.
Aluno(a): Gustavo Lopes da Rocha Professor(a): Francinete de Souza Sampaio Colégio Ateneu do Ceará - Fortaleza - Ceará
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SCR E VA EESCREVA ESCREVA
UMA UMA HISTÓRIA HISTÓRIA STÓRIA
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