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ANIVERSÁRIO E INAUGURAÇÃO DO CENTRO CULTURAL LAUDELINO WEISS
Há 129 anos, a vila litorânea possuía ranchos para abrigar canoas e paiol para guardar farinha de mandioca. Construídos de pau-a-pique, a construções rústicas com cobertura de palha, deram origem ao nome Palhoça. Até 1833, pertenceu a Florianópolis, quando então passou a integrar o vizinho município de São José.
Emancipada política e administrativamente em 24 de abril de 1894, a aniversariante é cenário de um dos maiores mangues da América do Sul, tem seu litoral bem recortado e cheio de belezas naturais, propício para o desenvolvimento do turismo e comércio. Hoje, com aproximadamente 236 mil habitantes, a sua localização continua sendo um diferencial, atrai empresas e serviços tornando-se dessa forma, a 10ª maior economia de Santa Catarina, segundo estimativas do IBGE, e a nona em população.
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O antigo Paço Municipal, localizado no Centro de Palhoça, foi fundado em 22 de agosto de 1895, pelo Superintendente Bernardino Manoel Machado, já abrigou diversas atividades, transitando entre o político e o social. Inicialmente, foi palco da Superintendência (atual Prefeitura), a Delegacia de Polícia, o Juizado de Paz, a Cadeia Pública, o Conselho Municipal (atual Câmara de Vereadores), o Fórum e o Tribunal de Júri e por último a Secretaria da Assistência Social.
Localizado no Centro de Palhoça, ao lado da Igreja Matriz Sr. Bom Jesus de Nazaré, o espaço é um resgate histórico esperado há muito tempo pelos munícipes palhocenses. O equipamento cultural oferece um leque de atividades com variadas exposições e atrações.
No seu interior abriga a Biblioteca Pública Guilherme Wiethorn Filho, inaugurada em 1973, em merecido espaço, depois de onze penosas mudanças. Ao longo dos corredores a arquitetura luso-brasileira dispõem de salas para a multiculturalidade. A charmosa edificação de dois pavimentos, agora definitivamente revitalizada, será entregue aos habitantes e visitantes do município. No espaço será possível conhecer a diversidade cultural existente desde os tempos primórdios, entender a interação dos povos originários, os de Matriz Africana, Açorianos, Alemães, Italiano e
Lançamento livro da escritora e historiadora Neusa Bernado Coelho outras etnias responsáveis pela composição da identidade de Palhoça. A solenidade abrilhantada pelo Coral Bom Jesus de Nazaré, teve seu ápice com o descerramento da Placa inaugural, pela ma - nhã. O evento seguiu com apresentações das diversificadas manifestações culturais.
No período vespertino, a literatura teve seu apogeu com lançamento de livros dos renomados escritores catarinenses: Vera Regina de Barcellos, Sandra Patrício, Neusa Bernado Coelho, Sílvio Adriani, Fábio Garcia, e o Grupo de Poetas e Escritores Mário Quintana composto por: Orlando Ferreira de Souza, Marlene de Faveri e Nassau de Souza. A ilustradora de livros, natural de Palhoça (Caminho novo), a jovem Maria Vitória Bolzan, entusiasmou os presentes com seus desenhos deslumbrantes.
A magnificente tarde literária foi enriquecida com causos e contos da cultura catarinense. A performance teve o boneco “Frankolino” e as contadoras de histórias, as artistas Andrea Rihl e Claudete Terezinha da Mata. Na ocasião, prestaram homenagem ao mestre Gelci José Coelho, o “Peninha”, falecido em 13 de março último.
Cruz E Sousa
Grandes Poetas Brasileiros Sinfonias Do Ocaso
Musselinosas como brumas diurnas descem do ocaso as sombras harmoniosas, sombras veladas e musselinosas para as profundas solidões noturnas.
Sacrários virgens, sacrossantas urnas, os céus resplendem de sidéreas rosas, da Lua e das Estrelas majestosas iluminando a escuridão das furnas.
Ah! por estes sinfônicos ocasos a terra exala aromas de áureos vasos, incensos de turíbulos divinos.
Os plenilúnios mórbidos vaporam … E como que no Azul plangem e choram cítaras, harpas, bandolins, violinos …
Cr Nica
Urda Alice Klueger
Ele veio com 3 meses, no julho de 2022, muito disposto a sobreviver, com uma incrível habilidade de usar os pés traseiros para prevenir ou amortecer quedas – azar para mim se ficasse no caminho das suas garras traseiras, abertas como um paraquedas quando ele se via diante da possibilidade de cair. Vinha de outro município, onde soube que não tivera vida fácil – caso não fosse adotado, seria enforcado, essas maldades que existem na humanidade. De lá trouxe alguns bichos de pé e uma fome voraz. Os bichos de pé se foram com algumas aplicações de própolis e ele pode comer tantas tigelinhas de ração quantas deu conta, até se esquecer da fome. Dava-lhe, também, pires de leite e pedacinhos de frango, e ele se desenvolvia que era uma beleza. Era um gatinho inteiramente cinzento, com algumas listras mais escuras no pelo, que só apareciam em determinados momentos, conforme a incidência
Guinho
da luz.
Com tanta vontade de viver, ele merecia um nome especial, e o teve: foi batizado como Hugo Chávez Frías Klueger e logo era conhecido como Hugo, criando o carinhoso apelido de Huguinho e. depois, Guinho. Guinho iria completar um ano hoje, primeiro de maio, e nesses nove meses em que convivemos, foi uma luz e uma surpresa a cada dia. Por exemplo, diferente de todos os gatos com quem eu já convivera, Guinho mordia. Era sua forma de demonstrar carinho. Tinha uma coisa muito oral ligada ao amor. Com o tempo, aprendeu que podia lamber ao invés de morder, e me lambia com sua linguinha áspera para dizer que me amava, mas se ele estava muito cheio de amor, dava-me uma ou mais mordidas a seguir, que podiam ser mordidas de levinho ou mais fortes, dependendo da intensidade do amor. Tinha (ainda tenho) o braço direito cheio de marquinhas de mordida. Quem interviera para que Guinho viesse para a minha vida fora a Raquel, amiga e vizinha, e sempre ouvia Raquel dizer que Guinho tirara a sorte grande. Parentes dele que haviam ficado na casa da Raquel acabaram sendo envenenados por alguém diabólico que vive no paraíso deste canto da Enseada. Guinho crescia cheio de saúde. Em novembro pesou 3.200 g; faz poucos dias que pesava 4.200 g. Era um arteiro. Conforme crescia, Guinho testava todas as possibilidades de circulação e fazia tempo que dominava o cimo dos mais altos armários da casa, para onde subia nas manhãs e dormia o dia inteiro. Num friozinho deste outono também mudou rapidamente de habitat, levando seu soninho de muitas horas para dentro do aconchego do guarda-roupa. Circulava pelo jardim e pelas árvores e até chegou a pegar um ou outro inseto – nunca o vi com um rato na boca, e os 3 passarinhos que pegou foram apenas para brincar um pouquinho – todos os três foram embora com saúde e voando com as próprias asas. Seus dentinhos serviam para falar de amor, não eram para matar passarinho.
Faz poucos dias que disse para Maria Antônia:
- Guinho está cada vez mais querido! – que bom que disse isso então, que ficou esse registro recente de como ele era!
Mais uns dias e contei à Maria Antônia sobre os finais de tarde, quando ele apare - cia do nada e subia direto na mesa do escritório, agarrando-se logo aos fios pretos do computador, fazendo com eles todas as estrepolias que podia e como eu, tarde após tarde ficava a caçá-lo para tirá-lo dali, sempre repetindo que “gato e computador não combinam”, coisa que ele nunca entendeu.
- Ele quer brincar e chamar tua atenção! – explicou-me Maria Antônia. Pouco sabia das noites dele. Seu Moisés foi quem o viu vindo pela rua em alguma manhã, como quem volta de importante compromisso. Hoje é segunda-feira. No sábado, quando desceu de alto armário para se enredar nos fios do computador, eu tirei tempo para brincar com ele. Estava um gatão maravilhoso, com os músculos bem desenvolvidos e harmoniosos, um desses exemplares únicos que a natureza produz a partir de muito amor e muita comida. Ele lutou e brincou no meu colo por algum tempo, até se aborrecer e sair atrás de outra diversão. E antes que o domingo amanhecesse Huguinho estava morto. Acordei-me no meio da madrugada com seus lancinantes gritos de pavor, e ele lutava com todas as forças contra um enorme inimigo que não conseguia entender, aquele mal horroroso chamado veneno. Era tão terrível ver Huguinho assim que eu rezava, pedindo para que ele morresse logo para se livrar de tanta agonia e dor. Seu Moisés veio correndo e nos levou até o veterinário, mas ele morreu antes de chegar lá.
Penso que sua alminha ainda anda por aqui, tentando entender o que aconteceu. Guinho, meu Guinho querido, descansa em paz, é o que a tua Urda mais deseja. Agora aquele horror já passou e irás viver uma vida de luz, sem nunca mais passares pela agonia dolorosa e infinita de ser envenenado de novo.
Aqui, confio na justiça divina que cobrará tua morte e a de tantos outros gatinhos daqueles seres amaldiçoados que distribuem e usam veneno por aí.
(Sertão da Enseada de Brito, 01 de maio de 2023)