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IRACEMA FORTE KAINGANG

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CRÔNICA

CRÔNICA

M E

Faz tanto tempo que movimentas a terra junto às raízes amadurecendo frutos.

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Faz tanto tempo

Sinto seus carinhos nos cabelos como brisa.

Seu perfume pólen de flores...

Abraço amoroso no crepúsculo choroso. Beijos de pássaro...

Sorrisos que chegam como vento, cheios de esperanças.

Faz tanto tempo

Ouço sua voz doce misturando-se às folhagens iluminando as estrelas.

Faz tanto tempo mãe

Corro com as águas dos rios, correntes incertas espumas, nuvens...

Sonho vida e cores.

Ninguém pode ver minha alma, choro e rio de felicidade.

A vida tem cores só assim posso me conter!

Saudade mamãe...

Cr Nica

Edltraud Zimmermann Fonseca

NAIR DE TEFFÉ - PARTE II

“Em vez de valsa, a elite vai mesmo de maxixe.”

( Nair de Teffé )

Já escrevi, nessa revista virtual, sobre o namoro e o casamento de Nair de Teffé com o presidente da República Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca.

Hoje escreverei sobre Nair de Teffé, como primeira Dama do país e o seu comportamento em sociedade no Palácio do Catete.

Com esta primeira Dama, esposa do Presidente, o

Palácio Presidencial do Catete deixou de ser um Palácio tradicional, cheio de regras e comportamento, como fora com os Presidentes e primeiras Damas anteriores. Os saraus que promovia eram famosos e causaram muitas polemicas . Conta Nair: “Ao abrir os salões do Palácio do Catete para receber nossos amigos e parentes, abri-o como se fosse a sala de visita da nossa casa, gastando o mínimo possível.” Nair continuava: “O Marechal Hermes era amigo e admirador do Catulo da Paixão Cearense e pedia-me para convidá-lo a participar de um de nossos saraus. Uma noite de maio de 1914 reuni um grupo de amigos para um recital de modinha interpretada por Catulo da Paixão... Graças aos aplausos daquela noite memorável, o violão irmanou-se nos salões da sociedade carioca, ao violino, violoncelo, e piano.” E Nair continua sua narrativa: “Catulo, depois do estrondoso sucesso alcançado no recital no Palácio do Catete, pediu-me para interpretar alguma coisa nossa. Chiquinha Gonzaga compôs para mim o famoso “Corta-Jaca”, um maxixe com partitura para violão e piano. Caprichei um repertório bem brasileiro e convidei amigos para um recital de lançamento do “Corta-Jaca”. No dia seguinte foi aquele Deus nos acuda! A turma do contra usou o Corta-Jaca numa girândola de pilhérias bombásticas contra mim e o Marechal, numa campanha injusta e abominável, sob a batuta do oráculo do civilismo. A nossa música tem as suas origens e raízes na dança e cânticos dos escravos; sua adoção na sociedade era quase impossível. Havia uma onda de preconceitos contra as serestas, xotes e maxixes. Rui Barbosa aproveitou o lançamento do “Corta-Jaca”,

Nair de Teffé sem data definida . para inserir nos anais do Senado a sua costumeira verborragia na sessão do dia 11de novembro de 1914, babando contra mim a sua orgulhosa catilinária (acusação veemente) de insopitável (incontrolável) ódio ao governo. As pedras que ele me atirou só serviram para assinalar a luta que enfrentei contra os governantes.“ Leitores amigos este foi o depoimento da Primeira Dama do País Nair de Teffé em 1914.

Talvez tenha sido a sua coragem e também determinação na qualidade de mulher e de ser a Primeira Dama do país que fizeram dela a única esposa de Presidente da Republica Velha conhecida e amada, fazendo com que os historiadores dela se lembrassem registrando seus feitos divulgando a arte e a música brasileiras.

Nair de Teffé Von Hoonholtz nasceu em 10 de Junho de 1886 em Petrópolis, Rio de Janeiro, e faleceu em 10 de Junho de 1981 na cidade do Rio de Janeiro. Foi a segunda esposa do Marechal Hermes da Fonseca, 8º Presidente do Brasil.

Essa extraordinária mulher, foi pintora, caricaturista, musicista, atriz e escritora brasileira que abrilhantou os círculos sociais de sua época. Quando vocês, leitor e leitora amigos, forem ao Rio de Janeiro, não deixem de visitar o Palácio do Catete. Em seu interior fervilha a nossa história, pois hoje, o Palácio das Águias no Catete é o Museu da República.

Entre muitas preciosidades históricas conserva-se intacto o quarto onde o Presidente Getúlio Vargas, conhecido como o “Pai dos pobres “, disparou o revólver contra o peito o que lhe tirou a vida.

(*Fonte de pesquisa: Nosso Século –Editora Abril.)

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SAUDADE , seleção de crônicas sobre diversas viagens do autor à terra de Pessoa, também está disponível para compra no formato e-book na Amazon.

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Viaje por Portugal através das crônicas desta obra.

Poesia

Selma Franzoi Ayala

Lanternas Do Tempo

Cruzar portais do tempo

Enfrentar desafios

Em busca de luz, paz e sabedoria

Crer que uma transformação

Jamais ocorre em frações de segundos

E que nas mãos do tempo

Estarão respostas

Das lições recebidas, preservadas, Esquecidas ou reconquistadas

Ao longo do caminhar…

Lanternas do tempo

Que se acendem sobre nossa consciência

Como reflexos de emoções

Iluminando nossos corações…

Portal da esperança

Vitrais de luar

A quietude da noite que vai chegar Com o silêncio do tempo…

Marcas do passado

Passagem do tempo

Lanternas do tempo

Eco na noite que se esconde do tempo

A quietude da noite que vai chegar Com o silêncio do tempo…

Cr Nica

Tamara Zimmermann Fonseca

NA HORA DA LENTA ....

dança, pendurado, enorme globo que girava sobre nossas cabeças, com efeitos luminosos formando visuais incríveis! Era o strobo, a maioria o chamava de strobus, era um frenesi danado quando a música tocava e todos iam para a pista! Os passinhos de dança eram muitos, havia o cut-cut, onde os jovens batiam os quadris juntos no embalo do ritmo. Alguns casais de namorados dançavam juntos passinhos copiados dos filmes americanos, tudo tão divertido!

Eram os anos das discotecas, a disco tocava em todos os lugares, os jovens dançavam ao som das divas internacionais. Donna Summer, Diana Ross, Glória Gaynor, os grupos Santa Esmeralda, Jackson Five e ABBA, também, embalaram nossas domingueiras no Clube de Regatas Tietê. Época também dos bailinhos, que eram quase sempre nas casas das famílias para celebrar datas de aniversário por exemplo, inclusive papai e mamãe sempre estavam presentes se divertindo com a garotada, quando a festa era em nossa casa!

Os salões eram coloridos. No meio da pista de

Bee Gees mexia com todos, ninguém ficava sem se movimentar, desde o mais tímido até o mais animadinho dançarino!

Papai nos levava para a domingueira do Tietê. Eu, minha irmã Tatiana e nossas amigas chegávamos animadas para o baile e algumas vezes havia show com cantores nacionais e internacionais. Tivemos a oportu - nidade de ver ao vivo e a cores muitos artistas renomados que estavam no auge do sucesso! Quando descíamos da Kombi, papai combinava o horário para estarmos prontas pra voltar pra casa e que ele estaria na porta do clube nos esperando. Em fila, mostrávamos nossos documentos, tudo certinho. Entrávamos no salão felizes e sorridentes. Sempre gostamos de dançar e de nos divertir.

Dentro do salão havia grupinhos formados, assim como nós e nossas amigas. Ficávamos juntas curtindo toda aquela alegria de estarmos lá. A maioria se conhecia, eram tempos divertidos e bem tranquilos, não havia muitas preocupações, como “batida batizada” ou algo parecido. Durante a domingueira, claro que a gente paquerava, olhava, sorria, disfarçava os olhares. E quando a disco dava lugar para a música lenta... Aí era a hora de tensão! Será ele que vem me tirar para dançar? Será ele que sabe dançar? Será que ele é cheiroso? Será que ele é legal?

Assim que as luzes diminuíam, a música lenta de Lionel Richie, Marvin Gaye, Elton John tocava e nos encantava. O garoto vinha em nossa direção, nos tirava para dançar, bem juntinhos, rosto com rosto, nossas mãos sobre os ombros dele e as mãos dele em nossas cinturas, nos entregávamos ao ritmo lento. Bom quando o jovem sabia dançar e não pisava no pé. Nossa maior preocupação, caso acontecesse, já o tirávamos da lista de possíveis paqueras! Podem acreditar que não havia malícia alguma, caso o jovem soubesse dançar, a música parecia que tocava apenas alguns segundos, já se fosse ruim de dança, durava uma eternidade! Socorro! Hoje, lamento muito que os jovens não tenham nem ideia do que é dançar uma música lenta. Outros tempos eu sei. Eu lamento que não saibam como é gostoso. Terminada a música lenta, nos levava até o grupinho e a turma queria saber das novidades, se dançava bem, quem era, de onde era, essas coisas de jovens. Jovens dos tempos da discoteca.

Poesia

Eloah Westphalen Naschenweng Gosto De Te Ver Assim

Gosto de te ver assim com esse sorriso aberto, dançando com a música no olhar, pelos caminhos do teu destino.

Tudo tão simples!

Pedaços de sonhos, de esperança, bravura e desamor. Metade brisa, metade orvalho e muita ventania a desalinhar.

Gosto de te ver assim desafiando o tempo, às vezes rio, às vezes lago, por vezes ruidoso, outras opaco, como dias sombrios, mas sempre em busca da tua luz.

É como dormir agasalhado nessa forma tranquila de viver. És infinito, teu limite é o mundo. queres mais, sempre mais...

Eternizo-me nesse teu caminho.

Cr Nica

Harry Wiese

No Pouso Indai

– Junte mais lenha na fogueira, o fogo não pode apagar! – Foi assim que o velho caboclo, um açoriano fugitivo do litoral catarinense e por algum tempo domiciliado no Carijós, aconselhou o forasteiro Nemias a proceder para que não fossem surpreendidos pelo frio e pela escuridão. Era um pouso de céu aberto com cobertura de coqueiros indaiás e estrelas. Os fugitivos, na época, para não serem convocados para brigar com paraguaios, haviam se estabelecido nas imediações do faz do Rio Benedito, mas com a chegada dos imigrantes alemães, poloneses e italianos, a maioria vendeu seus pertences e retornaram ao litoral ou se misturaram aos imigrantes nas várias colônias que estavam em vias de formação no Vale do Itajaí.

Anastácio era o nome dele. Fugido de Porto Belo e desmaterializado do Carijós, pôs-se vagar pela mataria das redondezas, onde houvesse motivo para contemplar.

Nemias olhava em direção da mata, na boca do picadão. Esperava a comitiva com a encomenda de carne de sol.

– Já é tarde, eles não vêm hoje! – confidenciou o sabido Anastácio.

Nemias, decepcionado, não tinha opção. O destino era permanecer ali perto da fogueira no descampado à espera da luz do dia.

– Achegue-se e experimenta a “branquinha”, especialidade do canoeiro Benedito.

– Fiz pedido de carne de sol do planalto. Atrasou, a distância é grande e deve ter ocorrido mula doente ou dispersão de gado.

Anastácio ajuntou cocos debaixo dos indaiás até onde a luz da fogueira alcançou e jogou-os no braseiro da fogueira.

– É pro fogo da noite? –Não, forasteiro Nemias, é pro jantar. Em pouca demora iniciou-se o baque-baque de pedra e os cocos se des - pedaçaram com a incrível manipulação de Anastácio, que logo continuou sua falação quase filosofal:

– Sou da terra, sou da floresta, sou do rio! Sou matuto, sou caipira, sou roceiro. Não se aflija, amigo forasteiro, sou do bem e não causo malefício nem à bicharada, sou a voz que não se ouve, sou a voz dos rios e da selva.

Nemias, ainda com o gosto de amêndoas torradas e aguardente na boca, ouvia com atenção. Não estava acostumado a escutar tamanha sabedoria.

– E digo mais, forasteiro: não tem rio, riacho e ribeirão que eu não conheço. Eu sou o mapa e a geografia. Tudo o que se vê e tudo o que não se vê é mato forte com onças e índios; cobras, escorpiões, bugios: bichos e passarada em abundância! É a natureza não tocada! Patrimônio por excelência.

Nemias voltou a colocar alguns pedaços de lenha e folhas de coqueiros caídas para iluminar mais o pequeno pouso. Chupou a polpa amarelo-alaranjada de alguns cocos indaiás. O tempo era próprio para ouvir histórias. Impressionou-se ainda mais com a fala de Anastácio.

– Meu povo foi dispersado, no Rio Morto – continuou – por bem ou por mal, ou por não saber reagir, ou por medo, foi para outras plagas e eu estou aqui sozinho, neste lugar solitário, mas abençoado: minha cama é de folhas de palmeiras e o teto é o céu estrelado, com bênção do Cruzeiro do Sul. – Não tem mais ninguém, Anastácio? Não tem família e amigos? – Tenho gente diferente e tão boa como os fugitivos para não ir à Guerra do Paraguai. Sou amigo do cacique e de sua gente. Falo como eles e vivo como eles. Eles cuidam de mim e eu cuido deles. Nemias continuou admirado.

– Não se avexe, camarada! Tenho minhas convicções e sei o que vem com o tempo. A floresta vai dar lugar à fartura. Tudo será habitado e plantado. Toda picada será estrada. Todo filete d’água vai virar bairro ou comunidade. Para não dividir a cidade serão construídas pontes sobre o grande rio. Pontes vão ligar as diferenças e os indaiás, nossos frutos, minguam, mas vão se tornar nome de cidade. É a sina e o de - sígnio. Não se pode lutar contra prognósticos e predições. Que se concretize então a vontade do povo. As conversas rolaram noite a dentro até o sono dominar o cansaço. A fogueira foi apagando aos poucos e o Cruzeiro do Sul escondeu-se atrás das montanhas. Nemias acordou com os primeiros raios do Sol aquecendo o Pouso dos Indaiás. Não havia sinal do companheiro da noite. Onde estaria Anastácio? Desapareceu sem deixar vestígio. Teve, então, a impressão de que ele era um vulto e que tudo não passara de uma aparição. Mas por que lamentar o sumiço de Anastácio, se logo um tropeiro veio ao seu encontro?

– Está aqui sua encomenda, senhor! Charque de primeira qualidade do Planalto!

– Muito agradecido! Que Deus lhe pague!

Nemias, ainda viu, logo ali, tropeiros com suas montarias e vasta boiada pastando no Pouso dos Indaiás! Lindo era aquilo! Muito lindo!

Poesia

Maura Soares

Vento Sul

Ainda ontem soprava o Nordeste, a varrer nuvens de um lado a outro. Hoje o vento sul chega e com ele o frio e a promessa de boa pesca.

Nossos pescadores, nossos manezinhos, cujos ancestrais vieram das plagas lusitanas, aguardam as tainhas grandes, gordas, grávidas com suas ovas, delícia da gastronomia que sua mãe as fazia fritas, crocantes, delícia disputada pela imensa prole.

O vento sul chega e traz o frio neste outono que já vai em meio --- no mês de maio --mês dedicado às mães, às mulheres. Mês que moçoilas --- umas sim, outras nem tanto ---casadoiras (que termos arcaicos!!!) fazem promessas de amor aos seus amados e juntos, diante do padre ou do pastor, declaram seu amor “pra sempre”.

“Sempre” - de onde surgiu esta palavra, pois que o “sempre” não existe no universo do amor?

O que existe é o aqui e o agora, é o viver o dia a dia.

Ninguém vive para sempre a não ser pelas obras que deixa, que perduram ao longo das existências dos que ficam --- filhos e netos --- se houverem, perpetuando a obra “para sempre”.

E o vento sul chega nesta madrugada a deixar a esperança no coração do pescador para uma nova safra.

Dependendo da quantidade pescada, virará manchete nos jornais.

Dependendo de quem ficou na vigília sobre uma pedra no Pântano do Sul, por exemplo, virá excelente cardume.

E o vento sul sopra de leve na madrugada a despertar a mulher que, se puder, voltará a dormir por mais uma hora, talvez, ou pegará a caneta e escreverá estas linhas num exercício diário fomentado por pensamentos que viajam ao encontro do amado.

Ontem sentiu dor no braço direito. O que será isto, pensou, não fiz esforço!?

Ah, lhe disseram, é o vento sul, não tens uma platina por causa do acidente?

O que? Então é isso?

Mas a dor passa, pois não fica ruminando...

E o vento sul sopra trazendo, quem sabe, a promessa de um encontro, carregando, quem sabe, os pensamentos do ser amado que um dia disse “vou te visitar” e “juntos nos completaremos na dança do amor”.

E o vento sul sopra, devagar, embalando as emoções.

“Vento, velho vento vagabundo”, do poeta Cruz e Sousa.

“Vem vento, vem, vem do mar”, de Osvaldo Melo.

“Vento que assanha os cabelos da morena”, de Caymmi.

Ah, vento, como a mulher anseia pelo amado que não chega, como a mulher se debate na cama à espera da promessa...

E o vento sopra de madrugada e ela espera como o pescador o “lanço” da tainha que virá para alimentar muitas bocas; ela espera com sua boca ávida de desejo de pousar nos lábios do amado o beijo carregado como as redes que trazem, das marés, o Amor e que elas venham, como o vento, cheias de alimento para o pescador.

E o vento sopra e ela já desperta para mais um dia, faz a contagem regressiva do encontro, ela espera como o pescador ilhéu sobre uma pedra a divisar o alimento.

Aqui, na areia da praia, ela recebe o vento que trará o AMOR para alimentar seu ser desejoso do carinho do amado, desejo das carícias, desejo da companhia...

E o vento sul sopra na Ilha, na bela Ilha e ela espera...

O vento...

(4.5.2010, 5h45min – madrugada)

Cr Nica

S Nia Pillon

Os Filhos Crescem

Mãe remete à proteção, aconchego, carinho, zelo... Estou falando dessa relação especial, única, que começa durante a gestação, se estende por nove meses, culmina com o nascimento de um ou mais filhos, e cria laços indestrutíveis, para o resto da vida. Quem já não ouviu a frase “existe ex- marido, ex-namorado, mas não existe ex-filho”?...

Eles crescem, chegam à adolescência e depois se tornam adultos. Como os pássaros, ganham asas e voam, em busca do próprio caminho... Mas a ligação entre uma mãe e seus filhos sempre existirá! E é por isso que existem os almoços e cafés de domingo, em volta de uma grande mesa, onde as famílias se reencontram, confraternizam, riem, choram, brigam, fazem as pazes...

Ao ver um menino brincando na areia do praça, com pá e baldinho, fico lembrando de um tempo que passou. Qual mãe não se sente feliz ao assumir o papel da “Mulher Maravilha” para seu filho, sempre pronta para atender seus pedidos? Ou uma leoa, capaz de defendê-lo com unhas e dentes dos perigos, e provê-lo para que nada falte? Lembro dos desafios, das dificuldades para educar e dizer “não”... Porque o mundo é cruel, implacável para os que não estão preparados a enfrentá-lo! Ah, e não existe um manual para ensinar “Como ser uma mãe perfeita”... Aliás, quem disse que mãe tem que ser perfeita?!...

Eles crescem, chegam à adolescência e depois se tornam adultos. Como os pássaros, ganham asas e voam, em busca do próprio caminho... A mãe do menino da praça levanta do banco e se aproxima. Em seguida, fala rapidamente com ele, promete um sorvete e ambos vão embora, interrompendo minhas reminiscências e me trazendo de volta à realidade... Cada época tem suas preocupações, e para um coração de mãe, um filho sempre será aquele meni - no dependente e carente de atenção, que pedia colo e queria ouvir histórias, antes de dormir... Mas, o tempo passa. Precisa passar! Faz parte... Assim como também faz parte eles fazerem suas próprias escolhas e formarem suas próprias opiniões. Eles crescem, chegam à adolescência e depois se tornam adultos. Como os pássaros, ganham asas e voam, em busca do próprio caminho...

Sônia Pillon é jornalista, escritora, cronista e criadora de conteúdo digital. É formada em Jornalismo pela PUC-RS e pós-graduada em Produção de Texto e Gramática pela Univille. Atuou em veículos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No jornal A Notícia, na sede de Joinville, de 1993 a 1994, e na sucursal Jaraguá do Sul, de 1998 a 2009. Também trabalhou em veículos de circulação regional no Vale do Itapocu. Nascida em Porto Alegre, está radicada em Santa Catarina desde 1993, e em 1996 mudou-se para Jaraguá do Sul. Fundadora e Presidente de Honra da ALBSC Jaraguá do Sul, integra a Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil (AJEB-SC) desde 2022. É colunista aos domingos no jdv.com.br. Livros de autoria: Crônicas de Maria e outras tantas - Um olhar sobre Jaraguá do Sul, 2009; Encontro com a paz e outros contos budistas, 2014; Um olhar diferente para a vida - Os 35 anos da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Jaraguá do Sul, 2022. Participa periodicamente de antologias desde 2007. A partir de 2009 passou a publicar contos e crônicas no Suplemento Literário A ILHA, do Grupo Literário A ILHA, em edições impressas e on-line.

Revis O De Textos E Edi O De Livros

Contato: revisaolca@gmail.com

MARLI LÚCIA LISBOA (BULUCHA) POESIA

Cansa O

sentimentos estão à deriva.

Meu olhar que atravessa a janela Mostra outros caminhos, uma tentativa De sonhar colorido, feito aquarela.

Vontade como sangue nas veias. Alimentando desejo sem fim. Amor reprimido, preso em teias Que em mim nasce e morre em ti ...

Com alguém, mas só comigo estar. Reclusa, isolada sem toque de mão. Braços estendidos sem poder te abraçar Um gostar, sem abraço, um querer de ilusão!

Lágrimas suspensas de uma alma cansada.

Encontro de um aconchego ausente.

Há uma tristeza de uma alegria passada, De um sentimento de gostar que não está presente!

É assim, do amor sem saberes amar Há um aqui e agora no caminho que traço. No isolamento contigo que estou a passar Não conseguires amar, me envolve um cansaço!

Roselena De F Tima Nunes Fagundes

Poesia Paix O Enluarada

A lua apaixonada vive na ilusão, de ser correspondida por uma paixão!

Eu vivo de paixão pela vida apaixonada, levo no coração, a certeza de enamorada!

A lua como eu, vivemos apaixonadas, cada uma com o seu, nos sentimos enamoradas!

Roselena de Fátima Nunes Fagundes, nascida em São Gabriel/ RS e radicada em Camaçari/ BA. Formada em Pedagogia (UDESC) e especialista em Psicopedagogia (CESUMA), genealogista, feminista e escritora. Coautora de várias Antologias. Autora do livro Sentimentos em poesias. Membro da Acadêmica da APUCNI - Academia Popular

Cultura Integración, da Academia

Internacional de Literatura

Brasileira – AILB - FOCUS

BRASIL NY e da AVALAcademia Virtual de Arte Literária. Seus poemas são publicados em diversos site s, antologias, revistas, blogs e redes sociais.

Lan Amento

ELSE SANT'ANNA BRUM LANÇA NOVO LIVRO INFANTIL

A escritora joinvilense

Else Sant'Anna Brum lançou seu sétimo livro infantil no sábado, 06 de maio, em sessão de autógrafos na Biblioteca Pública Municipal Pref. Rolf Colin, em Joinville. "Histórias de Sonho e Despertar" (Editora Areia, 56 pgs, 2023) chega ao mundo às vésperas de a autora completar 87 anos de uma vida dedicada à educação e à literatura, com uma nova coletânea de contos divertidos e inspiradores.

Nesta obra, Else reúne cinco histórias publicadas em um jornal de Joinville nos anos 2000 e 2010, época em que mantinha uma coluna periódica em um suplemento infantil e também publicava na revista Suplemento Literário A ILHA, do Grupo Literário

A ILHA, do qual faz parte, sendo um dos membros fundadores. Nesta coletânea, ela apresenta aos jovens leitores conhecimentos pré-históricos em "O Dinossauro do Capoeirão", fala sobre as engenhosidades possíveis para a realização dos objetivos em "O sonho de um velho peixe" e brinca com a imaginação em "Quem Canta os Males Espanta", "Jujuba e Picolé" e "A História que Jujuba Contou".

"Estou resgatando as histórias em livros, para não deixá-los esquecidos em páginas de jornal que não podem mais ser lidas. E o conto é sempre atual, então mesmo que tenham sido escritos há uma década, podem ser lidos da mesma forma ainda hoje˜, explica a autora.

A trajetória de Else na literatura infantil iniciou nos anos 1980 quando ela, já com uma carreira consolidada na educação – foi professora alfabetizadora e diretora de escolas públi - cas municipais de Joinville – conquistou uma premiação em um concurso do Governo do Estado de Santa Catarina e publicou "Miguelito Pirulito". Em 1992, publicou seu maior sucesso, "Cri-Cró", seguido por "Retetéu" (1994) e "Serelepe" (1994).

O trabalho de "salvaguardar" sua obra tem feito com que os últimos anos tenham sido intensos na carreira da escritora. Ela lançou "Cri-Cró e outras Histórias" em 2019 e "1, 2, 3, Era uma Vez" em 2022, ambos pela Editora Areia, de Joinville, e com ilustrações de Michelline Móes, que volta a ser responsável por dar forma aos personagens nesta nova obra.

E Else não pensa em parar: além dos contos já editados para o antigo suplemento joinvilense, há muitas histórias ainda não publicadas que ela pretende lançar em coletâneas nos próximos anos. Enquanto isso, prepara-ses para a Feira do Livro de 2023, no Expocentro Edmundo Doubrawa em Joinville da qual participará ativamente todos os dias e onde es - tará autografando sua obra dia 03 de junho às 11hs da manhã. Neste período aproveita para reencontrar antigos alunos e leitores, que muitas vezes levam filhos e até netos para conhecer a mulher que os fez amar a literatura. Mesmo atravessando gerações, seus livros seguem sendo sucesso de vendas.

"O segredo é gostar de contar histórias para criança e saber levá-la para o mundo da fantasia. Não existe criança que não goste de histórias, mas não adianta contar aquilo que ela já vê todo dia. É necessário ir além, e criar um mundo de imaginação, seja com a aparição de um dinossauro na vizinhança ou com peixes que falam", analisa.

Reportagem Feira Do Livro De Lisboa

local de encontro ideal para as várias gerações se relacionarem com a literatura, o livro, e os escritores.

O Grupo Liter Rio A Ilha

Começou em Lisboa um dos eventos literários mais importantes da Europa. A Feira do Livro de Lisboa, situada no Parque Eduardo VII, um evento anual insubstituível na programação cultural da cidade de Lisboa.

Após três anos forçada a realizar-se fora do seu calendário habitual, a Feira regressa ao parque entre os dias 25 de maio e 11 de junho. Esta edição conta com 981 marcas editoriais representadas por 139 participantes, distribuídos por 340 pavilhões e um renovado Espaço dos Pequenos Editores. A programação cultural é o ponto alto do evento. A presença de vários autores internacionais, incluindo brasileiros, e a realização de mais de 2000 eventos, tornam o Parque Eduardo VII o

O Grupo Literário A ILHA está presente na Feira do Livro de Lisboa com a participação de um de seus membros mais importantes, a escritora portuguesa Dulce Rodrigues e seu fundador e coordenador Luiz Carlos Amorim. Ela esteve autografando vários de seus livros no primeiro dia da feira. Dulce Rodrigues escre - veu duas dezenas de livros infanto-juvenis (alguns publicados noutras línguas, como em chinês, inglês, francês, alemão, etc.), dois livros de viagem e uma novela. Participou em diversas antologias internacionais e escreve em vários jornais e re - vistas. Autora premiada nos Estados Unidos e em concursos literários na Europa, Dulce Rodrigues fala seis línguas vivas e traduz muitos dos seus próprios livros. Algumas das suas peças de teatro juvenil foram representadas no estrangeiro. O presidente do Grupo Literário A ILHA, Luiz Carlos Amorim, com Dulce na foto, também autografou seus livros Diário da Pandemia e Portugal, Minha Saudade no stand do Brasil. Amorim está morando em Lisboa, neste ano de 2023 e continua o trabalho literário desenvolvido no Brasil, publicando as duas revistas do grupo, esta Escritores do Brasil e Suplemento Literário A ILHA. E aproveita para divulgar a literatura brasileira na Europa e a literatura portuguesa no Brasil.

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