Revista Mais Carne - Ed. 11

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expediente Diretora Jussara F. S. Rocha (11) 94110.4965 diretoria@grupomaisfood.com.br Editor CauĂŞ Vizzaccaro caue@grupomaisfood.com.br Gerente de Contas Clecio Laurentino (11) 95557.4355 clecio@grupomaisfood.com.br Administrativo / Financeiro financeiro@grupomaisfood.com.br Assinatura/Subscription USA, Latin America, Europe and Tel.: (11) 2369-4116 / 2369-4054 / 2386-1584

www.grupomaisfood.com.br Tiragem - 9.000 exemplares

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SUMÁRIO

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03 | Expediente

24 | Capa: cadeia do frio

04 | Sumário

38 | Eventos: Semana da carne

06 | Editorial

42 | Especial: Bitzer

08 | Produtos: Arsopi

43 | Mundo

10 | Produtos: Full Gauge

44 | Mundo: Omã investirá no Brasil

12 | Eventos: Ital 2016

45 | Caderno de Sustentabilidade

14 | Histórias de sucesso: Lorenz

46 | Sustentabilidade: Scania

20 | Eventos: Anutec Brazil

50 | Índice de anunciantes


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EDITORIAL Efervescência

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s últimos fatos ocorridos no cenário político do país geraram uma ebulição no Brasil. Considero o debate político muito benéfico para a sociedade e é na rua onde podemos externar toda a nossa insatisfação com nossos governantes e a corrupção. Neste sentido, devemos manifestar nossa indignação para tentar suprimir a corrupção, pois, ela assola a todos e o sentimento de cidadania – este que deveria estar acima de tudo. Nesta edição da Mais Carne abortamos na reportagem de capa sobra à cadeia do frio, que embora possa passar despercebida corriqueiramente por grande parte dos consumidores, é imprescindível para o processo e conservação dos alimentos cárneos. No Caderno de Sustentabilidade temos uma reportagem com a Scania, que comercializa motor movido a etanol – que emite até 90% menos CO2. A empresa que completa 125 anos de história está há quase seis décadas no Brasil. Completando um século de tradição, a Companhia Lorenz foi a escolhida para a editoria especial Histórias de sucesso. Com produtos de alta qualidade, a empresa contou com a dedicação extraordinária de seus colaboradores e, assim, obteve sucesso ao superar obstáculos. Foi lançada oficialmente ao mercado a Anutec Brazil. Apontada como feira referência por entidades e empresas do setor de proteína animal, o evento acontecerá entre 2 e 4 de agosto, em Curitiba (PR). Também temos a Semana da Carne, que ocorrerá em São Paulo (SP), entre os dias 13 e 19 de junho, e terá atrações para produtores e consumidores em várias localidades da capital paulista. Por fim, apresentamos seis cursos realizados pelo Centro de Tecnologia de Carnes (CTC), do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), para agentes do setor de proteína animal. Os cursos estão marcados entre abril e outubro deste ano. Boa leitura!

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RS-650 da Risco: A nova embutideira de pleno vácuo para presunto A embutideira de pleno vácuo da Risco modelo RS-650 foi especialmente desenvolvida para embutir presuntos com alta qualidade a partir de peças de músculos inteiros. O especial sistema concêntrico de embutimento da Risco “Long Life” garante um delicado e preciso embutimento mantendo a estrutura do produto, coloração e qualidade original. Dois eficientes sistemas separados de vácuo removem qualquer ar residual do produto, proporcionando qualidade superior e maior “shelf life”.

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Grande bomba de embutimento para garantir excelente integridade do músculo Pleno vácuo na tremonha com válvula de abastecimento com abertura regulável e sensor ótico para alimentação automática do produto por sucção Amplo espaço entre palhetas na bomba de embutimento para comportar até 2,5 kgs de produto em cada câmara Grande tubo de alimentação conectado ao silo modelo RS-804 para alimentação por sucção a vácuo Perfeitamente sincronizável com clipadoras, guilhotinas e máquinas termoformadoras

Incomaf Indústria e Comércio de Máquinas p/ Frigoríficos Ltda. Av. Industrial, 977 Bairro do Corredor 08586-150 Itaquaquecetuba SP

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Telefone +55 11 3797-8550 Fax +55 11 3797-8577 incomaf@incomaf.com.br

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Produtos

Trocadores de calor a placas da Arsopi

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negócio da Arsopi com os trocadores de calor a placas nasceu, há mais de 25 anos, após a parceria com a empresa japonesa Hisaka – líder de mercado na Ásia para estes equipamentos –, que concedeu os direitos de engenharia e de fabricação de suas placas de troca térmica. A linha de trocadores de calor a placas varia entre as unidades com placas de diâmetro de furo de DN25, até às maiores placas disponíveis com DN500. Os trocadores podem ser em aço inoxidável AISI 316L, titânio ou outros materiais de acordo com as necessidades do cliente. “Como especialistas de engenharia térmica, com uma vasta experiência e know-how, recorrendo a tecnologias líderes e inovadoras, oferecemos aos nossos clientes produtos e serviços de alta qualidade”, afirma Tiago Coelho de Pinho, diretor geral da Arsopi Equipamentos Industriais e Automação. O foco da Arsopi é oferecer a melhor solução de transferência de calor com produtos de alta qualidade, respondendo a todas as necessidades dos clientes. Tornar mais eficaz e rentável a troca térmica é a principal função dos trocadores de calor a placas

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fornecidos pela Arsopi, pois possibilita aos clientes maiores rentabilidade e redução de consumos energéticos. Os equipamentos da Arsopi podem ser usados em aplicações como: • Resfriamento • Aquecimento • Condensação • Vaporização O modelo de negócio da Arsopi assenta em qualidade a preços competitivos, prazos de entrega rápidos e serviços de assistência técnica e fornecimentos de peças de reposição a preços justos. “O nosso software de cálculo térmico foi desenvolvido para que as condições de funcionamento que o trocador apresente no campo sejam exatamente iguais àquelas que lhe apresentamos na nossa proposta técnica”, garante o diretor geral. Quanto à assistência técnica, a Arsopi já possui parceiros para fazer um atendimento local na região Sul, enquanto que na região Sudeste o atendimento é feito pela equipe da empresa. As peças de reposição também são mantidas sempre em estoque na unidade fabril no Brasil, pois assim há uma rápida resposta aos clientes.•


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Produtos

Novos instrumentos da Full Gauge Controls

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Full Gauge Controls inicia 2016 trazendo novidades da linha Evolution para o setor de climatização, aquecimento e refrigeração. Os lançamentos da empresa, que tem como uma das suas principais características o investimento constante em pesquisa e desenvolvimento de produtos e soluções, já estão disponíveis no mercado. Entre os novos produtos estão o MT-512E Log, usado para refrigeração ou aquecimento, o TC-900E Log, para congelados, o temporizador TempusE, e ainda os controladores de temperatura MT-516E e MT-514E. O MT-512E Log permite que se realizem degelos periódicos por parada do compressor ou manualmente. Possui indicação de porta aberta e memória interna para armazenamento dos dados. Seu potente relé de 16A aciona cargas de até 2HP, com a possibilidade de conectar a um temporizador cíclico para a programação do tempo de refrigeração e degelo. Outro recurso disponível é o desligamento das funções de controle, fazendo com que o MT-512E Log opere somente como indicador de temperatura. O bloqueio de funções evita a alteração dos parâmetros por pessoas não autorizadas. Voltado para o uso em congelados, o TC900E Log automatiza os processos de degelo de acordo com a necessidade da instalação. O controlador conta com um setpoint normal e um econômico, além da funcionalidade de congelamento rápido e

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alarme indicando se a porta estiver aberta. Conta com sensor de luminosidade para acionamento do modo econômico, relógio interno em tempo real para a criação de uma agenda de degelos para cada dia da semana e memória interna para armazenamento dos dados. Tanto o MT-512E Log quanto o TC-900E Log podem ser conectados ao Sitrad, o software para gerenciamento remoto da Full Gauge Controls. Com base de tempo configurável, o Tempus E opera tanto em processos cíclicos como aqueles em que o início é disparado por uma tecla. Possui alarme sonoro interno (buzzer), uma saída para acionamento do alarme de final de processo e totalizador de eventos, entre outras funções. O produto pode ser aplicado em fornos, máquinas de injeção e controle de degelo. A Full Gauge Controls lança ainda mais dois novos controladores de temperatura: o MT-516E e o MT-514E. Ambos são aplicáveis em refrigeração ou aquecimento. O MT-516E possui uma saída para timer e o MT-514E conta com alarme sonoro e uma entrada digital configurável para detectar porta aberta e/ou alarme externo/falta de energia. Ambos podem ter suas funções desligadas, operando como indicadores de temperatura e também contam com bloqueio de funções. Além disso, todos os instrumentos da linha Evolution possuem frontal hermética com IP65, tecla de acesso facilitado e acessórios exclusivos.•


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Eventos

Prepare a agenda: cursos do CTC-Ital em 2016 Centro de Tecnologia de Carnes (CTC), do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), realizarĂĄ seis cursos, em 2016, para agentes do setor de proteĂ­na animal.

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www.anutecbrazil.com International FoodTec Brazil

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02 a 04 de Agosto de 2016 Curitiba-PR TASTE OF TECHNOLOGY Feira Internacional da Indústria de Processamento de Alimentos Embalagem de Alimentos | Segurança Alimentar Ingredientes dos Alimentos | Serviços e Soluções

Garante já a sua participação! Faça parte dessa excelente plataforma de negócios para a indústria de processamento de alimentos e embalagens. Diversos protagonistas do mercado já se inscreveram.

Apoio

Promoção e organização

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Histórias de Sucesso

100 anos de muita história Em 2016, a Companhia Lorenz completa um século de tradição, com produtos de alta qualidade, dedicação extrema de seus colaboradores e sucesso para superar os obstáculos Por Cauê Vizzaccaro’

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Companhia Lorenz foi fundada, em 1916, como resposta às dificuldades do Brasil em importar amidos e féculas devido a Primeira Guerra Mundial e por causa da visão empresarial de dois irmãos: Hans e Fritz Lorenz. Em maio de 1916, sob a denominação de Lorenz & Cia. fundou-se a primeira indústria de fécula de mandioca da América Latina, na localidade de Encano, município de Indaial (SC). De acordo com João Ribeiro, gerente comercial da Companhia

Lorenz, em 1936, a Lorenz transformou-se em empresa (S/A). “Na década de 70, foram inauguradas novas unidades produtivas no estado do Paraná, nas cidades de Umuarama, Cianorte e Marechal Cândido Rondon – hoje município de Quatro Pontes. Em 1982, iniciou-se a fabricação de conservas, condimentos, doces em pasta, sendo que, em 1983, iniciou-se a produção de adesivos vegetais líquidos”, afirma Ribeiro. Seguindo a mesma linha de inovação, a

Vista de Indaial (SC) na década de 40 com a Lorenz em 1º plano

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Histórias de Sucesso Companhia Lorenz foi a primeira indústria a fabricar amidos hidroxipropilados no Brasil, os quais até então precisavam ser importados. Esse amido é fundamental para a atividade de extração de petróleo, sendo utilizado na perfuração dos poços. A Companhia Lorenz ainda permanece como líder de atuação neste segmento no mercado brasileiro. Atualmente a companhia oferece ao mercado uma variada linha de produtos sofisticados, obtidos da raiz de mandioca, amido de milho Waxy e amido de milho através de processos totalmente industrializados e com um diferencial de atendimento e qualidade em todas as suas linhas de produtos. Anos 90 e início do milênio: das dificuldades da empresa à força e perseverança dos funcionários Nos últimos anos da década de 90 do

século passado, a empresa passou por sérias dificuldades financeiras, e que por mais que se tentasse reerguê-la, não foi possível contornar a situação. Assim, culminou com a decretação da falência em 27 de julho de 2000. Apesar do cenário desolador, graças a alguns abnegados colaboradores, que sempre acreditaram no potencial da Lorenz, elaborou-se um plano de viabilidade de continuidade de negócios da empresa para apreciação do Exmo. Sr. Juiz da falência. “Tivemos a grande felicidade do deferimento à continuidade dos negócios da empresa. Isso aconteceu, em 29 de agosto de 2000, praticamente 30 dias após a decretação da falência. Aí começou a saga para a recuperação da empresa”, afiançou o gerente comercial. Ribeiro também informou que o grande diferencial da Companhia Lorenz foi sempre

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Histórias de Sucesso buscar uma colaboração sólida com todos os clientes e fornecedores, e esta parceria com os mesmos foi o que possibilitou que a empresa conseguisse não apenas sobreviver no mercado, mas crescer da forma como cresceu mesmo diante de todas as dificuldades que enfrentou ao longo dos anos após a falência: “A união de todos os colaboradores é uma peça fundamental nesta conquista, pois, mais do que o comprometimento profissional da equipe como um todo, cada colaborador sempre fez questão de vestir a camisa da empresa e dar o melhor de si em todas as atividades que foram exercidas com muita competência e dedicação. Este espírito de equipe e amor pela empresa com certeza foi fundamental e essencial para que a empresa emergisse e se mantivesse forte no mercado durante todos os anos que se passaram. Costumamos falar que ‘a família Lorenz’ é muito grande e forte. As dificuldades pós-falência foram grandes, tivemos auxílio de muitos parceiros

que permanecem conosco até hoje, que aliado a união de nossos colaboradores possibilitaram superar de forma positiva esta fase. E é justamente esta parceria que a Companhia Lorenz faz questão de manter com os clientes e fornecedores. Esse diferencial é consequência da incansável busca por um atendimento de qualidade e produtos que se destacam frente à concorrência”. Linha de produtos A Companhia Lorenz possui uma completa linha de amidos, desde amidos mais simples como polvilho azedo até amidos com modificações mais nobres como os amidos hidroxipropilados. Dentro desta linha temos as dextrinas voltadas tanto para a linha alimentícia quanto a linha de adesivos, colas enzimáticas, amidos pregelatinizados, amidos modificados, maltodextrinas e xarope de glicose desidratado. Esses produtos atendem a um diferenciado número de aplicações, como cremes de

Fábrica da Lorenz após fundação

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Histórias de Sucesso confeiteiro, catchup, mostarda, molhos prontos, maionese, pré-misturas, indústria de aromas, suplementos, entre outras. As matérias-primas utilizadas para modificação contemplam fécula de mandioca, fécula de batata, amido de milho e amido de milho waxy. “Em geral, os amidos são alternativas de baixo custo na maioria das formulações, onde entram a fim de substituir ingredientes mais nobres, dando ao produto final características semelhantes”, diz o gerente comercial. Além da linha de amidos, a Companhia Lorenz possui a divisão de consumo, onde diferentes produtos são fabricados, tais como catchup, mostarda, maionese, temperos, doces cremosos, conservas de vegetais, achocolatados, pré-mix para pão de queijo. “A Companhia Lorenz foi a primeira indústria de amidos no Brasil, tendo sua base

fundamentada em compromisso e qualidade para com o cliente, o que tornou possível a comemoração de seus 100 anos no mercado”, garante Ribeiro. GTFoods assume Lorenz Em setembro de 2015, o Grupo GTFoods, conglomerado avícola com matriz em Maringá (PR), assumiu a administração da Companhia Lorenz. O grupo arrematou a Lorenz, no dia 12 de dezembro de 2014, em leilão. A aquisição fez parte do plano de diversificação de produtos do grupo, com investimentos na ordem de R$ 17 milhões até 2017. A Lorenz contribuirá para um aumento de 8% no faturamento da empresa e a diversificação da linha de produtos representará 12% no balanço do grupo, que fechou o primeiro semestre de 2015 com um faturamento bruto de R$ 743,8 milhões.

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Histórias de Sucesso Um crescimento de 29% com relação ao mesmo período do ano passado. “Os investimentos na Lorenz visam melhor à produtividade e expandir a capacidade de algumas linhas do segmento business to business. Apresentamos um plano estratégico para cada divisão, desde consumo até ingredientes”, informa Rogério Wagner Martini Gonçalves, diretor administrativo do Grupo GTFoods. De acordo com o diretor administrativo, atualmente o grupo é o 4º maior produtor de frango e 10º exportador de frango do Brasil. O investimento na companhia também faz parte da meta do grupo de ser uma das três maiores empresas do segmento de aves do Brasil, até 2020, atuando com força internacionalmente. Do mesmo modo, a Lorenz exibe valores semelhantes com os desenvolvidos pelo GTFoods em vendas e logística, no fornecimento de matérias-primas para os segmentos de embutidos e na gestão de commodities agrícolas. “Agora assumimos a Lorenz, mas já

Fábrica da Lorenz atualmente.jpg

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difundiremos a campanha de 100 anos da empresa e retornaremos a feiras importantes do setor”, explica Gonçalves. Além do projeto de comemoração do centenário, com o objetivo de valorizar a companhia com um resgate histórico da empresa, o Grupo GTFoods revitalizou a marca, com mudanças também na logo. Para o gerente comercial da Lorenz, a perspectiva com o centenário e atuais mudanças são otimistas: “Completaremos 100 anos de muita história em 2016. Fomos pioneiros na fabricação de fécula de mandioca e amidos modificados, tendo atualmente produtos que são exclusivos de nossa empresa para diferentes áreas. E essa história precisa continuar. A expectativa, tanto por parte dos colaboradores, como de clientes e fornecedores, são as melhores possíveis, pois a fusão de duas grandes empresas como a Companhia Lorenz e o GTFoods só vem motivar ainda mais”. GTFoods O GTFoods Group, além de comercializar


frango com as marcas Frangos Canção, Mister Frango, Gold Frango e Bellaves, oferece em parceria com outras indústrias especializadas, produtos congelados como carne bovina, pescados, vegetais, embutidos, pão de queijo, refeições prontas, entre outros. A empresa também está investindo na comercialização desses produtos com marca própria: a Canção Alimentos. De acordo com o diretor administrativo do Grupo GTFoods, “o grupo possui atualmente mais de 9.500 colaboradores e os investimentos visam criar novas oportunidades, tanto para a empresa quanto para a população da região na qual o grupo atua. O GTFoods se mantém constantemente atento às novas oportunidades, como a formação de novas parcerias, arrendamentos e aquisições podem ser concretizadas a qualquer momento”. Um dos pontos principais de lucro para o grupo está na exportação, tanto que há um direcionamento para novos e potenciais mercados: “As exportações representam 30% da produção do grupo. Em 2014, a indústria foi habilitada para comercializar com o mercado europeu, considerado um dos mais exigentes do mundo e também para a Rússia. Neste ano, a empresa conquistou a habilitação para exportar para Singapura e África do Sul. Além disso, já possui negociações com mais de 80 países. Entre eles, os principais são Japão, Hong Kong, Qatar, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Venezuela”, afirma Gonçalves.•

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Eventos

Anutec Brazil é apontada como feira referência por entidades e empresas do setor de proteína animal

Fernanda Oliva/GessulliAgribusiness

Plataforma Internacional de negócios para a indústria alimentícia, a feira foi lançada oficialmente para o mercado, no dia 2 de março, em São Paulo (SP)

Da esquerda para direita: Luis Giribone (Abimaq e Sulmaq), Gabriela Tonini (Abiec), Brena Baumle (Baumle), Luis Madi (Ital) e Denis Steker (Koelnmesse).

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om a presença do vice-presidente Internacional da Koelnmesse, Denis Steker, dos diretores das principais indústrias do setor, da imprensa especializada – como a equipe da Mais Carne – e representantes de associações e entidades, foi lançada oficialmente, em 2 de março, a feira Anutec Brazil 2016,

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que acontecerá de 2 a 4 de agosto, em Curitiba (PR). No evento também discursaram sobre a feira a diretora da Bäumle Organização de Eventos e representante da Koelnmesse no Brasil, Brena Bäumle; o diretor da Multivac representando o conselho de expositores, Michael Teschner; o diretor do


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Eventos

Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos), Luis Madi; a coordenadora técnica da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), Gabriela Tonini; e representando a Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos) e a Sulmaq, Luis Giribone. “É importante mostrar para o Brasil que são vistos como um importante mercado aos olhos da indústria internacional. Vamos trazer expositores referências da Europa que irão oferecer tecnologia de ponta para modernizar e desenvolver a indústria brasileira de proteína animal. Essa é a nossa intenção, fortalecer o setor”, declara Denis Steker, vice-presidente Internacional da Koelnmesse. Na ocasião foi ressaltada a importância de o Brasil ter feiras que sejam referências e focadas para o setor alimentício no Brasil. “Somos considerados o maior exportador de alimentos do mundo, é imprescindível termos feiras referências neste setor que ajudem a desenvolver a tecnologia para aumentar nossa produção e exportação. Nós do Ital apoiamos a Anutec Brazil desde a primeira edição e fico feliz em poder colaborar pessoalmente também para a construção da feira” declara Luis Madi, diretor do Ital e que será responsável pelo seminário que acontece durante a feira. Luiz Giribone, vice-presidente da Câmara Setorial de Máquinas para a Indústria Alimentícia, Farmacêutica e Refrigeração Industrial da Abimaq e diretor da Sulmaq, reforçou que empresas do exterior sentem falta de eventos no Brasil. “Nós exportamos e os empresários do exterior sempre querem trazer negócios para o Brasil, mas casado com uma feira. Vamos trabalhar

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juntos para que a Anutec seja essa feira referência que o país precisa”. Michael Teschner, diretor executivo da Multivac do Brasil, alinha o discurso em nome do conselho de expositores: “A Anutec é nossa feira, estamos construindo juntos este importante evento para nosso setor se desenvolver. Com a alta do dólar, muitas empresas não enviarão seus profissionais para visitarem as feiras no exterior. Então, a Anutec será a plataforma para os profissionais conferirem os principais lançamentos e novidades no Brasil”.•

SERVIÇO ANUTEC BRAZIL 2016 Quando: de 2 a 4 de agosto de 2016 Onde: Curitiba – Paraná – Brasil Local: Expo Unimed Site: www.anutecbrazil.com.br Apoio: Curitiba Convention Bureau Informações para expositores nacionais: Bäumle Organização de Feiras Ltda. Flávia Mostacada de Godoi São Paulo: +55 (11) 3829-7990 Curitiba: +55 (41) 3068-0100 E-mail: anutecbrazil@baumle.com.br Informações para expositores internacionais: Koelnmesse GmbH Mike Fischer Phone: +49 221 821-3019 E-Mail: m.fischer@koelnmesse.de


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Cadeia do Frio

O frio pede passagem Por Cauê Vizzaccaro

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pesar de muitas vezes passar despercebido para a maioria dos consumidores, a refrigeração industrial é vital para o processo e conservação dos alimentos. Ela permite que milhares de pessoas tenham acesso a alimentos com qualidade e maior segurança. A instalação de refrigeração industrial em um abatedouro ou frigorífico é parte inerente ao processo produtivo. Logo, na cadeia do frio é imprescindível discernir quais elementos e equipamentos serão utilizados no processo de produção. De acordo com o vice-presidente do Departamento Nacional de Refrigeração Industrial da Abrava, Adhemar Magrini, inicialmente é importante identificar e definir os gases refrigerantes no processo, pois são eles os responsáveis pelo transporte do calor retirado. Usualmente no Brasil, a indústria da carne utiliza como refrigerante o gás R-717 (amônia). Para Magrini, além dos gases há outros pontos que devem ser observados: “existem vários equipamentos ou sistemas que são utilizados na indústria da carne. Compressão, expansão e condensação são partes do ciclo frigorífico, que no caso da refrigeração industrial, fica localizada na sala de máquinas. Na área de processo ficam instalados os evaporadores, equipamentos responsáveis pela

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retirada de calor dos ambientes”. A compressão dos gases é executada pelas unidades compressoras. Sua função é de aumentar a pressão dos fluidos em estado gasoso. Elas ficam instaladas na sala de máquinas e podem ser do tipo parafuso ou alternativo. Os condensadores, sejam evaporativos ou a ar, têm como tarefa promover a mudança de fase, transformando os gases provenientes das descargas dos compressores em líquido. O líquido será armazenado em reservatório apropriado e antes de alimentar os separadores de líquidos, passarão por uma válvula de expansão. Já os separadores podem ser por gravidade ou central bombeado – neste caso, as bombas deslocam o refrigerante até os evaporadores dos ambientes que se quer retirar o calor. Os componentes que têm funções extremamente importantes e fazem toda a diferença no funcionamento confiável de uma instalação de refrigeração são as válvulas, os controles, as bombas e a instalação elétrica e de controle. Ainda segundo o vice-presidente do Departamento Nacional de Refrigeração Industrial da Abrava: “Tão importante quanto os equipamentos e instalações de produção de frio é a instalação das


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Cadeia do Frio barreiras isolantes térmicas: os painéis isolantes térmicos de piso, paredes e tetos; as portas frigoríficas; as cortinas etc. O custo de produção de frio é bastante significativo no custo dos produtos, logo, perder o frio produzido é um aumento de custo importante”. A depender do produto fabricado, dos processos envolvidos ou da destinação dos produtos, também existem outros componentes importantes: os túneis de congelamento. Os túneis de congelamento podem ser simples, estáticos e de carrinhos, ou podem ser mais sofisticados e automáticos. Os automáticos podem ser de vários tipos ou mecanismos, como túneis que congelam

Danfoss VLT® Midi Drive FC 280 conversor de frequência

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produtos já embalados em caixas, que é indicado para congelamento de diversos produtos embalados em caixas, com carregamento e descarregamento automáticos, o que permite o congelamento de grandes produções, otimizando área de implantação, mão de obra de operação e alta eficiência energética. Outros túneis automáticos são os de esteiras para produtos não embalados. Produtos oferecidos ao setor Entre as empresas e produtos oferecidos à cadeia do frio, temos a JCI, empresa direcionada ao mercado de carnes e derivados, que conta com uma linha completa de equipamentos e soluções para operação de congelamento e resfriamento. A empresa oferece climatizadores para salas de processo, câmaras de estocagem, sala de máquinas, compressores, condensadores, vasos de pressão, túneis de congelamento automático TRV, sistema de resfriamento de carcaças, fluidos indiretos, sistemas cascata CO2/NH3, sala limpas e climatizadas, unidades compressoras e unidades de tratamento de ar. De acordo com Diego Kalume, gerente de Produtos da Heatcraft, o tipo de evaporador a ser aplicado depende do tamanho e da função da câmara frigorífica. Para câmaras de armazenagem são recomendados o uso de evaporadores FBA, MP ou HP, dependendo do tamanho da câmara. “Para câmaras de pequeno porte são aplicados os evaporadores FBA, que oferecem uma configuração de 1 a 9 ventiladores. Apesar de seu diâmetro ser de apenas 10 polegadas, sua grade difusora garante uma flecha de ar de 13 m, cobrindo uma grande área da câmara. Esses evaporadores podem ser aplicados em câmaras de até 4 m de altura. No caso de câmaras de médio


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Cadeia do Frio porte, recomenda-se a aplicação dos evaporadores MP, de médio perfil. Esses evaporadores possuem versões de 1 a 5 ventiladores de 450 mm de diâmetro, que fornecem uma flecha de ar de 23 m. Esses evaporadores podem ser aplicados em câmaras de até 6 m de altura. Em câmaras de grande porte, utilizam-se os evaporadores de alto perfil da linha HP. Esses evaporadores são oferecidos em versões de 1 a 4 ventiladores de 800 mm de diâmetro, que fornecem uma flecha de ar de até 27m. Esses evaporadores podem ser aplicados em câmaras de até 12 m de altura”, garante o gerente de Produtos da Heatcraft. Kalume afirma que nos três modelos pode ser instalado o controlador Beacon II, que garante maior eficiência no controle do sistema frigorífico, reduzindo assim os gastos com energia elétrica. Eles também apresentam as opções de

degelo natural, elétrico ou a gás quente, atendendo diversos tipos de aplicação. Para câmaras de preparo, os evaporadores mais indicados são os de dupla saída, da linha EDS. Esses evaporadores operam com um fluxo de ar indireto, oferecendo um maior conforto para as pessoas que trabalham dentro da câmara. “O controlador Beacon II pode ser instalado nos modelos FBA, MP e HP, garantindo maior eficiência no controle do sistema frigorífico, reduzindo assim os gastos com energia elétrica. Eles também apresentam as opções de degelo natural, elétrico ou a gás quente, atendendo diversos tipos de aplicação e suas serpentinas são protegidas com a resina KKG (Koil Kote Gold), que as protegem contra corrosão. O modelo EDS apresenta opções de degelo natural ou elétrico e são oferecidos com ou sem o kit de válvulas (de expansão e solenoide) de

FieldLogger

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Cadeia do Frio acordo com o fluido refrigerante utilizado. Os quatro modelos podem ser oferecidos com motores eletrônicos (EC), que se adaptam as condições da câmara, e oferecem uma significativa redução no consumo energético”, informa o gerente de Produtos da Heatcraft. Tradicional fornecedora de válvulas automáticas, manuais e demais controles para o mercado de refrigeração industrial, a Danfoss oferece ao mercado válvulas automáticas, mecânicas ou eletrônicas, controladores de nível eletrônicos, sensores de vazamento de amônia, válvulas de segurança, visores de nível e, também, toda uma gama de produtos para controles manuais das instalações. Segundo Enri Tunkel, gerente de Marketing LAM de Refrigeração Industrial da Danfoss, os produtos da empresa foram desenvolvidos para trabalhar com pressão de até 52 bar e temperaturas que variam de -60°C a 150°C, e, além disso, foram projetados para trabalhar eficientemente com amônia, CO2 e outros futuros refrigerantes de alta pressão, garantindo uma solução confiável, segura e ecologicamente correta. O gerente de Marketing L AM de Refrigeração Industrial da Danfoss afirma que a flexibilidade avançada e a eficiência com economia de tempo são características do bloco de válvulas Flexline™ ICF. Essa solução de controle multifacetada oferece economia em diversas áreas com a substituição de uma série de válvulas por um bloco único. Composto por um corpo de válvula e um máximo de quatro ou seis módulos de função, o bloco de válvulas é uma verdadeira solução plug and play com fácil instalação. Além disso, contempla 90% das aplicações com apenas quatro configurações básicas e permite mais de 50 configurações especiais.

O bloco de válvulas ICF é projetado para refrigerantes de baixa e de alta pressão e pode ser utilizado em linhas de líquidos, de injeção e de gás quente. Já a família Flexline™ ICV consiste nas válvulas motorizadas ICM, nas válvulas servo-operadas por piloto ICS e ICLX (com abertura em dois estágios com válvulas solenoides piloto). Tunkel garante que todas as variações têm por base um corpo de válvula comum para oferecer flexibilidade excepcional. O conceito modular da Flexline™ ICV facilita a criação de uma válvula que oferece economia de energia e redução do tempo de parada. Essas válvulas garantem uma redução de, no mínimo, 75% do risco de vazamentos, alta precisão no controle de temperatura e alta eficiência energética graças à menor perda de pressão. “Os componentes de linha Flexline™ SVL caracterizam-se, acima de tudo, pela flexibilidade. Usando apenas dois corpos de válvulas básicos, um reto e um angular, a plataforma oferece cinco funções diferentes. Os componentes de linha estão disponíveis como: válvulas de bloqueio, válvulas de regulagem, válvulas de bloqueio/retenção, válvulas de retenção e filtros. Todos os componentes também estão disponíveis em aço inoxidável principalmente para as situações onde a corrosão seja um risco real, devido às condições severas do ambiente”, diz o gerente de Marketing LAM de Refrigeração Industrial da Danfoss. Além disso, a empresa possui linhas de controladores eletrônicos de nível, controles de segurança por pressostatos (eletromecânico), detectores de vazamentos, entre outros. Para os mais variados ambientes refrigerados, a Novus oferece uma ampla linha de produtos para medição, controle e

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Cadeia do Frio registro de temperatura. Epifanio Benitez, coordenador de Segmento de Mercado da Novus, afirma que o laboratório de calibração da empresa fornece certificados de calibração RBC para atender aos critérios de temperatura estabelecidos pelas normas do segmento. As principais linhas de produtos oferecidas são os registradores de dados, transmissores de temperatura, sistemas de monitoramento e supervisão e nuvem. “Os registradores de dados são peças fundamentais neste segmento por permitirem o monitoramento contínuo de temperatura ao longo do tempo, garantindo a segurança do produto armazenado. O equipamento FieldLogger permite monitorar oito temperaturas quando sozinho, e 64 temperaturas através de uma rede cabeada ou sem fio, além de oferecer a opção de alarmes visuais, sonoros e via e-mail. Para produtos que precisam de controle mais apurado, recomenda-se utilizar os registradores portáteis durante toda a cadeia do frio. A linha portátil TagTemp possui produtos impermeáveis e com ampla memória para registro de temperaturas. O TagTemp-NFC permite a coleta das temperaturas, a partir de um smartphone Android, com a tecnologia NFC (Near-Field-Communication). Desta forma pode-se verificar o gráfico de temperaturas, tomar decisões imediatas e compartilhar essas informações via e-mail e nuvem”, garante Benitez. Tecnologias “Agregar valor é fazer mais com menos”, assim diria o mestre e professor de refrigeração da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Lincoln de Camargo Neves Filho. O professor da Unicamp foi peça fundamental para que Edú Dória, engenheiro, empreendedor, inventor,

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consultor da B Plan Consultoria e coordenador da Cadeia do Frio da Abrava, afirmasse que é necessário pensar no ciclo inteiro da cadeia do frio para se atingir um padrão de alta qualidade. Como exemplo, é possível reduzir as enormes perdas de produtos estocados no início da cadeia produtiva ao desinfetar o ar e as superfícies internas das câmaras frigoríficas, por exemplo, através da tecnologia PHI (Photo Hidro Ionização), recentemente introduzida no Brasil. Dória também diz que ao utilizar menos energia para acionar as câmaras frigoríficas e operá-las fora dos horários de picos é possível, por exemplo, através de sistemas que operam com fluidos secundários termo cumulativo. Controladores que aplicam algoritmos otimizadores já estão disponíveis, e quando interagem com equipamentos também evoluídos tecnologicamente, por exemplo, com compressores e ventiladores dotados de inversores de frequência, melhoram o funcionamento global do sistema frigorífico. “Aplicar a tecnologia de refrigeração por absorção pode ser uma alternativa sustentável e viável economicamente para projetos pontuais e específicos, por exemplo, utilizando-se biomassa urbana (resíduos das podas de árvores, atualmente, descartados em aterros e lixões) como combustível para rodar sistemas frigoríficos de câmaras de estocagem, de fábricas de gelo ou das diversas etapas do processamento de alimentos resfriados ou NOVO FCH-2S-1200


Cadeia do Frio congelados”, completa o coordenador da Cadeia do Frio da Abrava. Já para Magrini, algumas tendências são: o uso de CO2 – que é um fluido refrigerante natural – para aplicações em baixa temperatura em instalações de refrigeração industrial; o uso de fluidos secundários em ambientes onde tenham pessoas trabalhando – como salas de corte, por exemplo –; a busca de redução da carga de amônia nas instalações; e o uso mais intensivo de sistemas de automação e controle destas instalações. Kalume indica que o controlador eletrônico Beacon II oferece um controle automatizado de todo o sistema frigorífico, permitindo que os equipamentos economizem energia em períodos de baixa carga térmica. Esse controlador apresenta um funcionamento mais eficiente quando combinado com ventiladores eletrônicos (EC), os quais modulam sua rotação adaptando-se as condições da câmara. Com relação à refrigeração industrial há diversos processos onde a automação está presente: no degelo automático de câmaras e túneis de resfriamento, controle modulante de nível em separadores de líquido, monitoramento de vazamentos etc. Tunkel afirma que a tendência da cadeia do frio é de utilização cada vez maior de produtos que minimizem o Custo Total de Operação (CTO). Com isso, as empresas devem buscar soluções que minimizem seus custos em longo prazo, maximizando os pontos mais importantes: eficiência energética, segurança e redução de emissões. Muitas empresas ainda têm hoje uma visão de curto prazo quando projetam novas instalações, ampliações e/ou retrofits. Com essa visão de curto prazo, essas empresas se concentram

fortemente em custos de aquisição, deixando de considerar ganhos futuros com manutenção e operação. Quando passam a considerar o CTO, as empresas levam em conta seus custos em longo prazo e conseguem implantar soluções que agregam valor aos seus processos, reduzem seus custos energéticos, aumentam seus padrões de segurança e contribuem para uma operação mais “limpa” e eficiente. Além disso, a utilização crescente de controles automáticos, tais como válvulas motorizadas e/ou servo-operadas, minimiza riscos inerentes à tradicional operação manual das instalações frigoríficas, proporcionando maior segurança e eficiência energética. Lançamentos para 2016 No início do ano, a Danfoss lançou os novos blocos de válvulas ICF nas dimensões DN 50 à DN 65. De acordo com o gerente de Marketing LAM de Refrigeração Industrial da Danfoss, a aplicação de blocos de válvulas em substituição às opções convencionais proporciona agilidade na instalação e reduz significativamente o risco de vazamento, os custos de manutenção e o tempo de paradas. “Até agora, a linha Flexline™ ICF abrangia dimensões entre DN 15 e DN 25, válidas para a maioria dos sistemas de refrigeração. Com a ampliação da família ICF, a Danfoss expande em escala e capacidades para lidar com aplicações em que são necessários componentes maiores. A família ICF agora inclui os novos blocos de válvulas ICF 50-4 e ICF 65-3. Ambas já saem de fábrica com uma válvula de bloqueio SVA-S instalada na primeira entrada. A entrada central pode ser equipada com uma das três válvulas de regulagem da família Flexline™ ICV da Danfoss: a válvula servoacionada ICS,

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Cadeia do Frio a válvula motorizada ICM ou a válvula solenoide de duas etapas ICLX. A quarta entrada foi projetada para receber uma segunda válvula de fechamento SVA-S ou uma válvula de regulagem REG-SB. Além disso, o bloco de válvulas ICF 50-4 oferece a possibilidade de instalação de um filtro FIA depois da primeira válvula de bloqueio. As entradas laterais permitem conectar diretamente uma linha de drenagem de descongelamento e facilitam a manutenção e serviço. Os novos blocos de válvulas ICF foram rigorosamente testados pelo Instituto Tecnológico Dinamarquês. Para a ICF 504, testes revelam capacidade 36% maior do que a de outras válvulas similares no mercado. Além disso, demonstrou-se que as alternativas disponíveis resultam numa queda de pressão 86% maior do que a gerada pelo novo bloco de válvulas

ICF 50 da Danfoss nas mesmas condições de carga térmica. O resultado é uma válvula muito melhor em termos de consumo de energia e eficiência. Os novos blocos de válvulas ICF 65-3 e ICF 50-4 foram otimizados para aplicações de sucção, de gás quente e de degelo e estão disponíveis com diferentes tipos e tamanhos de conexão”, confirma Tunkel. A Novus planeja lançar mais alguns produtos focados na cadeia do frio. Entre eles está o registrador LogBox-3G, que além do registro de temperaturas, possui mecanismo próprio para notificação de alarmes e envio de dados à nuvem. Outro lançamento para este ano, segundo o coordenador de Segmento de Mercado da Novus, é um produto que contará com a tecnologia NFC, com sensor interno, maior capacidade de registro e um custo diferenciado. O registrador de

tagtemp NFC celular

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Cadeia do Frio temperatura pode ser fixado diretamente no produto sensível a ser monitorado. O histórico de temperaturas armazenado no registrador pode ser verificado em smartphones com tecnologia NFC (Near Field Communication). Já a Körper relançou uma série de resfriadores de circuito fechado, o Novo FCH. No projeto do Novo FCH, as dimensões dos módulos foram reduzidas para facilitar o seu transporte, que agora pode ser feito em carretas regulares, sem necessidade de licenças especiais ou batedores. O equipamento passa a ser entregue completamente montado (plug and play), reduzindo o tempo de startup e eliminando os custos com montagem. Os ventiladores de alto rendimento atendem integralmente os valores estabelecidos na Portaria 553 da Lei 10.295 de eficiência energética. A carenagem do Novo FCH pode ser executada em aço inoxidável ou chapa galvanizada pintada, o que garante sua estabilidade e resistência a intempéries. O reservatório de fibra de vidro é à prova de vazamentos e isento de manutenção. Na construção da serpentina foi utilizado o aço inoxidável, material com alta resistência mecânica e química. Além disso, o equipamento conta com todas as proteções exigidas pela NR-12. O setor de refrigeração em 2016 Em 2015, a cadeia do frio não teve um bom ano, e para o vice-presidente do Departamento Nacional de Refrigeração Industrial da Abrava, este ano talvez não seja muito melhor: “O setor teve um ano de 2015 bastante difícil por causa das dificuldades de financiamento de grandes projetos, que dependem bastante do Finame, e a valorização do dólar, que aumenta significativamente os custos de

implantação de instalações, uma vez que parte importante dos componentes é importada. Esse cenário traz um horizonte não tão animador para 2016. Por outo lado, esta mesma valorização do dólar viabiliza projetos voltados para exportação. E lembremos que o Brasil é um importante exportador de proteína animal”. Bruno Franco, coordenador de MKT da Heatcraft Brasil, segue a mesma linha de pensamento ao afirmar que a Heatcraft percebe uma redução no ritmo dos investimentos no setor, causado principalmente pelas restrições impostas pela nova politica de crédito do BNDES. Isso tem afetado principalmente as pequenas empresas que, com pouco capital para investimento, dependiam primordialmente dessa linha de crédito (taxas em média de 4,5% a 7%) e valor de entrada de 30% a 50%. No caso das grandes empresas, o impacto será sentido ao longo e médio prazos, uma vez que os investimentos também contavam em grande parte com o subsídio estatal. “O foco da Heatcraft é lançar novos produtos que gerem benefícios para as empresas envolvidas em um projeto de refrigeração. Redução do consumo de energia elétrica, facilidade de manutenção e controladores remotos são destaques que a equipe de Desenvolvimento de Novos Produtos foca nesse segmento. Essas tecnologias são oportunidades que ajudam os investimentos em médio e longo prazo”, garante Franco. Para o gerente de Marketing LAM de Refrigeração Industrial da Danfoss, a economia brasileira está passando por uma fase difícil, e no que tange à refrigeração industrial, o maior impacto em função do atual momento econômico é a redução ou adiamento de investimentos em novas plantas e expansões.

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Cadeia do Frio Contudo, Tunkel afirma que se há uma redução no consumo interno, há, por outro lado, um aumento nas exportações, favorecidas pela desvalorização do câmbio, mas as decisões de investimento são mais lentas e o que não é considerado essencial é postergado. O gerente de Marketing L AM de Refrigeração Industrial da Danfoss enxerga processos de consolidação e ajustes nos grandes grupos em função das recentes aquisições feitas. Até por estarem se ajustando a estas novas estruturas, incorporando plantas adquiridas, muitos grupos continuam “arrumando a casa”, iniciando a fase de implantação

TagTemp-NFC novo

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de procedimentos e harmonização de processos. Entretanto, segundo Tunkel, alguns fatos podem contribuir para o crescimento nas vendas dos frigoríficos, principalmente no mercado externo: - Com o embargo imposto à Rússia por diversos países europeus e pelos EUA, abriu-se uma grande oportunidade de exportação de carne bovina, aves e suínos para este país. Imediatamente após o embargo, a Rússia abriu as portas para estes produtos, inclusive dando preferência aos produtos brasileiros; - As restrições às exportações para a China desde a divulgação de uma suspeita de febre aftosa, em uma região do


Cadeia do Frio Brasil, foram suspensas e a China voltou a comprar grandes volumes, mesmo tendo diminuído seu ritmo de crescimento recentemente; - Os EUA estão abrindo seu mercado, ainda que lentamente, para a carne suína do Brasil. Os primeiros grandes lotes de exportação foram enviados há pouco tempo. “A Danfoss vem crescendo nos últimos anos, apesar da economia estar caminhando a passos mais ‘lentos’ do que o esperado. O tempo de maturação de novos projetos e de liberação de financiamentos está mais longo do que no passado recente. Mesmo assim, a empresa tem visto suas vendas crescerem em função do reconhecimento dos benefícios que seus produtos proporcionam aos processos de seus clientes”, relata Tunkel. Ainda de acordo com o gerente de Marketing LAM de Refrigeração Industrial da Danfoss, com as recentes aquisições acontecendo simultaneamente às grandes oportunidades de exportação, foram observadas que muitas plantas não tinham o nível de modernização necessário para suprir a crescente demanda, pois, muitas unidades fabris precisam ser modernizadas tanto em equipamentos quanto em seus processos. Além disso, os aumentos nos custos de energia têm um peso muito significativo para os frigoríficos. A busca por eficiência energética deve ser constante e os investimentos nesta área costumam se pagar com rapidez. “Outro ponto que precisa ser muito melhorado é a fiscalização. Muitas plantas antigas funcionam de forma ineficiente em termos de segurança e performance por falta de investimentos. Com uma fiscalização mais abrangente e com maior constância, muitos processos considerados inseguros poderiam e

deveriam ser revistos”, conclui Tunkel. Ilha temática Cadeia do Frio na Febrava Uma entre várias ações para valorizar o setor de refrigeração é a ilha temática Cadeia do Frio, que ocorre na Febrava. O coordenador da Cadeia do Frio da Abrava apresenta algumas informações sobre ela: “Cadastramos 1.126 visitantes de 14 países e de 23 estados brasileiros durante os quatro dias da Febrava 2015, dos quais 43% detinham poder de decisão. Aqueles, que tradicionalmente visitam a ilha Cadeia do Frio ficaram muito satisfeitos com a intensa integração funcional que proporcionamos entre os equipamentos expostos nesta edição. Já aqueles que nos visitaram pela primeira vez, se encantaram com a possibilidade de visualizar todas as máquinas e implementos juntos, que pertencem à cadeia do frio”. Para a edição de 2017, a ideia é ampliar a área da ilha temática Cadeia do Frio, melhorar a disposição das etapas da cadeia do frio, integrar ainda mais os itens expostos e aumentar os equipamentos em funcionamento. Tudo isso, objetivando transmitir com mais clareza as novidades de cada um dos módulos distintos, que integrados, compõem o setor. Logo, na ilha temática pretende-se alcançar alguns objetivos para 2017: –– educar os visitantes, fazendo-os passear pela cadeia do frio; –– criar um espaço atraente aos expositores e aos seus clientes visitantes; –– tornar a ilha uma referência sobre as novidades do segmento e um ponto de encontro natural para se fazer negócios; –– proporcionar aos participantes da ilha um local acolhedor e organizado para expor, para se integrarem, e para alguns, para decolarem suas empresas ao mundo dos negócios do setor de refrigeração.•

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Eventos

São Paulo sediará em junho a “Semana da Carne” SRB e governo de São Paulo divulgam atrações para produtores e consumidores em várias localidades da capital paulista, entre os dias 13 e 19 de junho

Daniela Collet / Verum Eventos

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O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim

Sociedade Rural Brasileira (SRB) e o governo do Estado de São Paulo anunciaram em coletiva realizada, na sede da sociedade, detalhes das atrações da Semana da Carne. Eventos simultâneos para produtores e consumidores estão programados para a Bienal de São Paulo, no Parque do Ibirapuera, e em outras localidades da cidade, entre os dias 13 e 19 de junho. Entre as atrações, o destaque fica para a InterCorte – Exposição Tecnológica da Cadeia Produtiva da Carne, evento que surgiu com o término da Feicorte, que ocorrerá nos dias 16 e 17 de junho, com o objetivo de difundir informação e tecnologia para integrantes da cadeia produtiva do setor. A programação da Semana da Carne ainda contará com a Beef Week, o Caminho do Boi, o Global Beef Meet, o Leilão Pecuária Solidária, Livraria Cultura do Boi, Exposição

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Arte do Boi e outras novidades. Um grande evento da cadeia produtiva da carne na capital paulista era um desejo antigo de lideranças do setor. O Estado é responsável por abater 25% do total do território nacional e escoa a maior parte da produção. O objetivo é integrar produtor, indústria e consumidor para mostrar ao público urbano como a produção da carne que consome passa por um processo de gestão e manejo do animal seguindo as melhores práticas do mundo. InterCorte Exposição Tecnológica da Cadeia Produtiva da Carne, evento que ocorrerá nos dias 16 e 17 de junho, na Bienal de São Paulo. A InterCorte visa difundir tecnologia e fomentar discussões sobre a cadeia produtiva da carne, e para isso, contará com uma grande feira de negócios e dois dias de workshop.


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Eventos A InterCorte também compõe o calendário do Circuito InterCorte, evento itinerante que vem percorrendo, desde 2012, alguns dos principais polos de produção pecuária do Brasil para levar informação, discussão e tecnologia aos produtores. Beef Week Uma semana de fomento ao consumo e à divulgação de informações de qualidade sobre a carne bovina, como procedência, benefícios e formas de preparo. Parcerias vão garantir ações de promoção da carne bovina em selecionados restaurantes, casas de carne e supermercados. Caminho do Boi A instalação possui painéis e recursos audiovisuais para simular o trajeto completo de um boi de corte, da fazenda até a mesa do consumidor, destacando importantes etapas do processo, como nutrição, curral de manejo, controle e gestão, sanidade, transporte e frigorífico. O projeto apresenta a integração dos elos da cadeia da carne e chama a atenção do pecuarista para os impactos da produção na qualidade do produto que entrega ao frigorífico e, consequentemente, ao consumidor e com impacto direto na rentabilidade do seu negócio.

agentes internacionais interessados no mercado mundial da carne. Leilão Pecuária Solidária Criado para celebrar os 25 anos de atuação profissional do leiloeiro Eduardo Gomes, no Tocantins, o projeto conta com doações de animais de produtores, empresas e instituições ligados ao agronegócio. As quatro edições realizadas até hoje arrecadaram mais de R$ 1,6 milhão a entidades assistenciais que cuidam de pacientes e famílias carentes, a maioria de Tocantins. Livraria Cultura do Boi A atração ocorrerá na Bienal, nos dias 16 e 17 de junho, e contará com um espaço físico para a comercialização de obras especializadas no tema: Pecuária e carne de qualidade. Lançamentos e tarde de autógrafos de novos títulos ligados ao tema da Semana da Carne também estão programados.

Daniela Collet / Verum Eventos

Global Beef Meet Encontro internacional reunirá governos, exportadores, indústria, associações e demais

Daniela Collet / Verum Eventos

Gustavo Diniz Junqueira, presidente da SRB

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Exposição Arte do Boi Uma exposição de artes plásticas e fotografia envolvendo a pecuária. Até o momento estão confirmados os artistas: Renan Antonelli, Fabio Fatori, Diego Penedo e Rodrigo Gastaldon. As obras serão comercializadas em um leilão para arrecadação de fundos para o projeto Pecuária Solidária.•


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Especial

Perspectiva do setor de carne e as novas tecnologias Por Eduardo de Almeida, CTO da Bitzer Compressores

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m um ambiente repleto de desafios vivido em 2015, o setor prorrogou para 2016 a expectativa da liberação da carne bovina “in natura” para o mercado norte-americano. No mercado externo, apesar dos 13% de retração nas exportações, a valorização do dólar acabou compensando esta queda. Já no mercado doméstico, o aumento de preços em função de uma retração na produção de carne bovina abre espaço para um aumento no consumo de carne suína e para o frango. Para a Bitzer, fabricante de compressores e equipamentos de refrigeração, o segmento tem despertado um grande interesse na inovação de equipamentos frigoríficos para atender este segmento. A empresa com sede na Alemanha e presente com fábricas em mais de 14 países, inclusive no Brasil, apresenta a sua nova série de compressores parafusos OS95..A com deslocamento volumétrico de até 1225 m3/h e potência de até 400 hp, controle de capacidade e VI microprocessados, garantindo uma redução no consumo de energia de até 12% quando comparado com outros compressores. Outra novidade é o conjunto de compressores parafusos da série OS85..A,

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montados em uma única base modelo ACP, que integra o sistema inteligente de controle e monitoramento a distância, podendo ser controlados por “smart phones/tablets” em tempo real e dando todas as características de performance da instalação, dispensando o operador de casa de máquinas em tempo integral. Notamos que outra mudança que está ocorrendo neste mercado é a aproximação de áreas urbanas nos grandes centros de produção/processamento e distribuição, fazendo com que o uso da refrigeração com amônia seja cada vez mais restrito. Para este novo cenário, a Bitzer vem desenvolvendo e formando mão de obra qualificada para operar sistemas que utilizam o CO2 como agente frigorífico, reduzindo em até sete vezes a carga de amônia na instalação. Também a utilização de fluídos halogênados tem crescido significativamente nestas aplicações. Hoje no país, mais de 95 instalações estão em operação com o fluído CO2 (dióxido de carbono) e este número vem crescendo.•


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Mundo

Omã ressalta interesse em investir no agronegócio brasileiro Tatiana Palermo apresentou oportunidades de investimentos e potencial do setor

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promoção de oportunidades de alimentar, falou com entusiasmo sobre uma investimento do Omã no setor possível parceria com o Brasil nesse tema. agropecuário brasileiro foi um dos “As autoridades e os empresários omanis destaques no Seminário Empresarial Brasil buscam parcerias para garantir seguran– Omã, realizado no dia 3 de fevereiro, ça alimentar na região. O Omã, por sua na sede da Federação das Indústrias do posição geográfica estratégica, pode serEstado de São Paulo (Fiesp) e que con- vir como plataforma de processamento e tou com a participação do ministro do distribuição de alimentos para os países do Comércio e Indústria do Omã, Ali bin Golfo e do Sudeste Asiático, com destaque Masoud al Sunaidy, e da secretária de para o Irã e a Índia”, afirmou Tatiana Palermo. Relações Internacionais do Agronegócio O país árabe é membro do Conselho de do Ministério da Agricultura, Pecuária e Cooperação do Golfo, junto com Emirados Abastecimento (Mapa), Tatiana Palermo. Árabes Unidos, Arábia Saudita, Catar, Bahrein Tatiana Palermo apresentou oportunidades e Kuwait, que importa anualmente cerca de de investimentos e potencial de desenvol- US$ 53 bilhões em alimentos.• vimento da produção e do agronegócio nos próximos anos. O ministro do Comércio e Indústria do Omã, Ali bin Masoud al Sunaidy, que também é vice-presidente do Conselho Supremo de Planejamento do país, tendo como uma das mais importantes atribuições a garantia da segurança Tatiana Palermo (última à direita) foi uma das convidadas do seminário

(FOTO - Helcio Nagamine-Fiesp)

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Caderno de Sustentabilidade

Rota sustentável A Scania é a única fabricante da América Latina a comercializar o motor movido a etanol, que emite até 90% menos CO2

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Scania é uma empresa que completa, em 2016, 125 anos de história. A empresa possui aproximadamente 44 mil funcionários e está presente em mais de 100 países. A Scania iniciou suas atividades no Brasil, em 1957, no bairro do Ipiranga, em São Paulo (SP). Há quase seis décadas, a montadora colaborou para a história do transporte brasileiro e atualmente é uma das principais subsidiárias do grupo em todo mundo. Por ter consciência que um caminhão é um produto que polui, já que emite gases nocivos, a Scania levantou a bandeira da sustentabilidade. Assim, o foco da Scania é que para os próximos anos todo o transporte seja sustentável. Desde a década 70, a Scania começou a trabalhar com etanol. O etanol, que no Brasil teve um ciclo de expansão e retração, jamais foi deixado de lado pela empresa, que nunca deixou de pesquisar combustíveis alternativos. “Atualmente é gratificante para a empresa trabalhar com amplo portfólio de combustíveis alternativos na Europa. Alguns já estão disponíveis no Brasil, só precisamos da demanda. Tendo a demanda, já poderemos começar a produzir no Brasil.”, afirma

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Emílio Fontanello, engenheiro de PréVendas da Scania no Brasil. Meta A ambição da Scania é trabalhar para reduzir pela metade o impacto climático de mercadorias transportadas até 2020, em comparação com 2000. “Hoje os cientistas provam que se o mundo não tomar providências sobre o CO2, o que acontecerá? Nós aqueceremos o planeta. A Scania tem um portfólio de eventos bastante grande. Investimos muito nisso. Em todos os eventos a Scania divulga essa bandeira sustentável”, garante Fontanello. Crédito de carbono “Hoje temos o crédito de carbono, principalmente na Europa. Para se conseguir o crédito, uma companhia de sustentabilidade faz um inventário de uma empresa informando quanto de CO2 é lançado na atmosfera ao ano. A empresa de sustentabilidade acaba por analisar toda a cadeia da empresa. E indica o quanto de CO2 que a empresa lança por ano na atmosfera e dependendo da quantidade, a empresa recebe o selo verde. Quanto menos a empresa emitir, mais ela será


Caderno de Sustentabilidade valorizada. Além disso, a consultoria irá indicar em qual elo da cadeia a empresa polui mais, como exemplo a frota. Assim, a empresa pode atacar na redução dos poluentes da frota, ao invés de outras frentes. A cada ano se faz um inventário. Se a empresa reduz a emissão de poluentes, ela ganha um crédito de carbono”, informa o engenheiro. Na Europa, o crédito de carbono é negociável na Bolsa de Valores e as empresas podem vendê-lo. No Brasil, nós temos o crédito de carbono virtual, mas ainda há dificuldades para transformar isto em dinheiro. “Já recebemos solicitações de algumas empresas multinacionais, pois já trabalham com metas de suas matrizes. Essas empresas já vêm com essa cultura e não podem trabalhar diferentemente. Uma dessas empresas, na tentativa de redução da emissão de CO2, nos informou que a forma mais eficaz foi com o uso do etanol, já que este diminui em até 90%. Os elos da cadeia de emissão de CO2 são chamados de escopos. No nosso caso, um escopo pode ser tudo dentro do espaço da fábrica, na parte interna. Outro escopo é relativo ao transporte dos funcionários ou é dado pela emissão dos caminhões que trazem materiais para a fábrica”, exemplifica. Cop 21 A presidenta do Brasil esteve há pouco no Cop 21 (a 21ª Conferência do Clima foi realizada em dezembro de 2015 e teve como principal objetivo aprovar um novo acordo entre os países para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, diminuindo o aquecimento global e como resultado limitar o aumento da temperatura mundial em 2°C até 2100) juntamente com outros 150 chefes de estado para definir a redução de CO2.

“O engajamento dos países neste evento (Cop 21) foi muito bom. Para que o Brasil consiga atingir esse objetivo, precisamos criar mecanismos que incentivem as empresas. Para se criar tecnologias com combustíveis alternativos é preciso investir muito dinheiro e ter determinação. Os valores da Scania são o cliente em primeiro lugar, cuidado com o meio ambiente, investimento em tecnologias e nos funcionários, entre outros”, diz. Cidade futurística Entendendo a sustentabilidade como uma necessidade do presente e futuro, a Scania criou uma cidade futurística ideal. Nesta cidade existiriam corredores de ônibus, chamados de BRT (Transporte Rápido por Ônibus), para facilitar o deslocamento e o escoamento. Próximo desta cidade haverá um local para plantar e processar o biocombustível. A Scania também trabalha com a tecnologia da conectividade: onde o veículo “conversa” com o satélite e uma central. Com essa conectividade é possível identificar como o veículo está sendo operado, se trabalhando corretamente, inclusive, com localização: igual fazem as empresas de rastreamento. A cidade também teria uma ação integrada do transporte com outros modais. Se você transforma o transporte em algo mais eficaz, há uma redução da emissão. Há diferença ampla entre você trafegar sozinho em um carro ou com quatro pessoas. Se dividir a emissão pelo número por pessoas transportadas, diminuirá bastante. Por fim, temos o caso do lixo, onde ele é reciclado e transformado em gás. Na própria cidade haveria uma fonte de combustível reciclável. Desse modo é possível fechar todo o ciclo. “Teve uma coisa muito interessante que ouvi em uma apresentação de um gerente

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Caderno de Sustentabilidade de sustentabilidade foi sobre o carro elétrico. Ele afirmou que o automóvel elétrico não gerava poluição. Errado. Depende de como é gerada a energia elétrica. No Brasil, no ano passado, tivemos que acionar as usinas termelétricas. E nesse caso, se observarmos todos os escopos do inventário de sustentabilidade, a energia elétrica irá poluir mais que o etanol. É importante saber como essa energia do carro foi obtida”, afirma. 3 pilares A Scania trabalha a questão da sustentabilidade, basicamente, em três objetivos: menos transporte, maior eficiência energética e tecnologia de biocombustíveis. “Nós podemos reduzir o número de veículos. Se quatro pessoas andarem em um carro para trabalhar, você reduz a emissão de CO2. Essa solução pode ser levada também ao setor transporte, ou seja, com os caminhões não circulando vazios”, garante. Ao tratar da economia de combustível, há três pilares para conseguir atingir este objetivo. O primeiro é o veículo. Com um veículo otimizado para a operação, existem alguns ganhos que parecem ser pequenos, mas na realidade não são. Como exemplo, se o caminhão tiver o defletor de ar do teto e laterais pode-se conseguir uma economia de até 7% do consumo de combustível. “Imagina um caminhão, com um baú frigorífico, que vai para a Argentina com a velocidade de cruzeiro de 80 km/h sem o defletor irá aumentar o consumo de combustível por causa da barreira de ar do baú. Já a escolha correta dos pneus pode reduzir em 5%. O cliente também pode escolher equipar o veículo com o câmbio automatizado, o Scania Opticruise. Sua tecnologia vai trocar as marchas no momento ideal para

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economizar combustível e outros componentes”, informa. O segundo pilar é o motorista. Logo após o treinamento, pode-se haver uma redução do consumo em 10%. Só que a rotina do dia a dia faz com que ele volte aos costumes antigos. Logo, não se consegue manter a redução. Portanto é necessário realizar uma reciclagem. “Em um caminhão Scania há o driver support (sistema de apoio ao motorista instalado no computador de bordo do caminhão, que faz a leitura por meio de sensores, em tempo real, da maneira como o veículo está sendo conduzido, e fornece dicas e comentários para o motorista aprimorar seu estilo de condução). O Scania driver support dá nota para a direção. Ele inicia com 100% e se o motorista não dirigir direito, perde pontos. Ele ainda consegue saber a razão de perder os pontos. Como exemplo: se freou ou acelerou bruscamente, etc. O condutor tem um “professor ” em tempo real o tempo todo durante a viagem”, exemplifica. Mundo A Scania oferece mundialmente motores a etanol, biogás, biodiesel, HVO (Óleo Vegetal Hidrotratado), CNG (Gás Natural Comprimido), LNG (Gás Natural Liquefeito) e híbrido. O sistema híbrido é uma mistura de elétrico com biodiesel, etanol com elétrico, entre outras opções. Em comparação ao diesel, o etanol reduz em 90% a emissão de CO2, o biogás e o biometano atingem 85%, e o gás natural chega a 70%. Brasil No Brasil, a Scania disponibiliza o motor a etanol e a gás – este último ainda em fase de homologação. A ideia é direcionar primeiro aos ônibus e depois aos


caminhões. A Scania oferece no Brasil uma potência de motor a etanol, de 270 hp, com diversas versões de rodas: 6x4, 8x2, 6x2 e 4x2. Sem utilizar o combustível etanol, há outras potências como 250, 310 hp, 360 hp, 400 hp, 440 hp, 480 hp e 560 V8 e 620 V8. O etanol utilizado é o hidratado, o mesmo inserido nos carros de passeio. Mas para o etanol funcionar em um motor de ciclo diesel, ele recebe 5% de um aditivo, chamado iniciador de combustão. Assim, o motor recebe 95% de etanol e 5% de aditivo. Há empresas que possuem o etanol aditivado. Como a mistura tem que ser realizada em um tanque externo, é mais fácil comprar o produto pronto. “Como referência, o etanol tem um rendimento em torno de 55% com relação ao diesel. E esse motor não precisa do ARLA 32. Já que, desde 2012, com a nova lei de emissões, a Euro 5, os veículos a diesel precisam do ARLA 32”.•

Desenvolvimento de motores a etanol O caminhão a etanol da Scania é ofertado com opções de trações 4x2, 6x2, 6x4 ou 8x2. No caso de ônibus, desde abril de 2013, a Natura utiliza um movido a etanol, de modelo K 270 4x2, para transporte de seus funcionários. A empresa foi a primeira no Brasil a adquirir um ônibus de fretamento movido ao combustível alternativo. Trata-se de um projeto piloto desenvolvido em parceria com a Orion, Marcopolo, Raízen e Scania. O ônibus de fretamento movido a etanol conduz colaboradores para Cajamar, cidade na região metropolitana de São Paulo, onde está instalada a sede da empresa. O chassi Scania adquirido pela Natura possui um tanque de combustível de maior autonomia, com capacidade para 500 litros. O tanque tradicional tem capacidade de 300 litros. Ele desenvolve 270 hp e um torque de 1.200 Nm. O veículo também é equipado com controle eletrônico do sistema de freios (EBS) e computador de bordo.

49


ÍNDICE DE ANUNCIANTES

50

AmelloHost 41

Haarslev 19

Anutec Brazil

13

IFFA 09

Bandpack 49

Incomaf 07

BeefExpo 27

Innovapack

3ª capa

Bumerangue 11

Novaprom

2ª capa

Envase Brasil

39

Nutri.com 15

Fispal Tecnologia

23

Poly-clip

Food Ingredients

21

Poly-clip/Fessmann 05

Full Gauge

17

Tecnofrigorífico

4ª capa

29


Evento paralelo:

Transamerica Expo Center São Paulo

23 a 25

de Agosto

Das 13h às 20h

2016

O único evento focado em design, tendências e inovação de embalagem final para a indústria alimentícia.

2016

innovapack combina o mundo do design e inovação com profissionais de marketing e P&D para alcançar destaque nas prateleiras.

20 anos de tradição

Principal ponto de encontro da indústria alimentícia na América Latina

para mais informações, entre em contato: Diane Coelho | dcoelho@ubmbrazil.com.br | 55 11 4878.5936 | fi-events.com.br/innovapack

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