Expediente
Diretora Jussara F. S. Rocha (11) 94110.4965 diretoria@grupomaisfood.com.br Editor Cauê Vizzaccaro caue@grupomaisfood.com.br
Tiragem: 9000
Gerente de Contas Clécio Laurentino (11) 95557.4355 clecio@grupomaisfood.com.br Administrativo / Financeiro financeiro@grupomaisfood.com.br Conselho Editorial Carlos Ramos, Christian Oest Möller, Ludmila Couto Gomes, Luiza Carvalhaes de Albuquerque, Marion Ferreira Gomes, Nelson Luiz Tenchini de Macedo e Rodrigo de Souza Assinatura/Subscription Brasil: R$ 130,00 USA, Latin America, Europe and Africa: US$ 150,00 Produção Gráfica (11) 99804.0962 rr.inacio@uol.com.br
Tel.: (11) 2369-4116 2369-4054 2386-1584
Sumário
03 | Expediente
40 | Mercado: Cepea
04 | Sumário
44 | Referência: 100 anos de Regina
06 | Editorial 08 | Minas Láctea 2015
48 | Artigo técnico: suplementação
12 | Especial: ILCT faz 80 anos
52 | Pesquisa: nutrição
14 | Lançamentos
54 | Eventos: Anutec Brazil
30 | Capa: Cadeia do frio
58 | Índice de anunciantes
Editorial
Parabéns
Candinho! E
m 14 de maio comemoramos junto com Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) os 80 anos de vida deste centro de excelência e escol de talentos. Para celebrar – junto aos funcionários, alunos, ex-alunos, empresas e instituições parceiras – foi realizada a 36ª Semana do Laticinista, entre 12 e 14 de maio, com rodadas de palestras gratuitas e reunindo os principais especialistas do Brasil no segmento de leite e derivados. Temos como a reportagem mais importante desta edição a temática sobre a cadeia do frio. Nela foram abordados os sistemas e produtos para resfriamento e refrigeração. Entre os produtos para resfriamento em laticínios, consultamos empresas do setor, que disponibilizaram informações sobre os equipamentos e outros. Outra reportagem comemorativa é referente aos 100 anos de história da Barbosa & Marques, onde o braço para lácteos é a empresa Regina. Em 1915, no Lago do Rosário em Carangola (MG), Antonio Marques e Francisco Barbosa iniciaram a primeira indústria Barbosa & Marques.
Outro evento importante que acontecerá no próximo ano é a Anutec Brazil 2016, que já tem 70% do espaço da feira reservado. Com aprovação da grande maioria de visitantes e expositores da primeira edição em 2014, a segunda edição será realizada entre 2 e 4 de agosto de 2016, em Curitiba (PR). Por fim, mas não menos importante, brindamos ao Dia Mundial do Leite em 1º de junho. Parabéns a esse líquido cândido e sagrado. Boa leitura!
Jussara F. S. Rocha Diretora
Eventos
Concurso vai eleger os melhores produtos lácteos do Brasil
O
s laticínios interessados em colocar à prova a qualidade de seus produtos já podem se inscrever para participar do 41º Concurso Nacional de Produtos Lácteos. Durante o Minas Láctea 2015, de 14 a 16 de julho, em Juiz de Fora (MG), o concurso vai eleger os melhores produtos do país, entre queijos de diversos tipos, manteiga, doce de leite, requeijão e ainda o destaque especial – aquele produto lácteo que ainda não chegou ao mercado e que tenha pelo menos uma característica inovadora ou funcionalidade.
As inscrições já estão abertas no site (www. minaslactea.com.br), onde também está disponível o regulamento do concurso. Serão julgadas onze categorias: Queijo Prato lanche 3 kg, Queijo Gouda, Queijo Provolone, Queijo Parmesão, Queijo Reino, Queijo Minas Padrão, Requeijão cremoso, Doce de leite pastoso, Queijo tipo Gorgonzola, Destaque Especial e Manteiga de Primeira Qualidade. “A avaliação é criteriosa, feita por aproximadamente 25 juízes especializados, vindos de universidades, serviços de inspeção e insti-
tuições de pesquisa, que podem apontar com segurança qual o melhor produto. Temos credibilidade e isso é um aval para a indústria se fortalecer no mercado”, afirma o coordenador do concurso, Fernando Resplande Magalhães. Serão premiados os três melhores produtos de cada categoria, levando-se em consideração os critérios aspecto global, cor, textura, odor, aroma, consistência e sabor. Concurso tradicional Tradicional no segmento laticinista, a expectativa é de que cerca de 50 indústrias de todo país participem este ano do concurso. O julgamento dos produtos será realizado nos dias 14 e 15 de julho, a partir de 14h, no laboratório de análise sensorial, que fica no Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT). A premiação será entregue em solenidade especial no dia 16 de julho, no Expominas Juiz de Fora, marcando o encerramento do Minas Láctea 2015. EXPOLAC APRESENTA PRODUTOS QUE AINDA VÃO CHEGAR AO MERCADO Considerada uma importante vitrine para apresentação de produtos derivados do leite, a 41ª Exposição de Produtos Lácteos (Expolac) espera a participação de aproximadamente 50 indústrias do Brasil durante o Minas Láctea 2015. A Exposição é uma oportunidade de o visitante conhecer produtos que ainda nem chegaram ao mercado, entre queijos, doces, bebidas lácteas e iogurtes.
“O espaço é democrático e promove degustação dos produtos para divulgar a qualidade das empresas que participam do evento. A exposição é uma ótima oportunidade para que representantes comerciais busquem novas marcas e produtos lácteos com os quais têm interesse em trabalhar”, ressalta o coordenador da Expolac, Nelson Tenchini. Segundo Tenchini, as indústrias estão atentas aos apelos do mercado consumidor, com produtos com redução de sódio e com baixa lactose. Essas e outras tendências estarão na Expolac, destaca. Inscrições abertas Os laticínios que querem participar da 41ª Expolac já podem se inscrever no site (www. minaslactea.com.br), onde estão disponíveis as normas para envio dos produtos. MINAS LÁCTEA 2015 Além do Concurso Nacional de Produtos Lácteos e da Expolac, o Minas Láctea engloba outros dois importantes eventos do setor laticinista na América Latina: Exposição de Máquinas, Equipamentos, Embalagens e Insumos para a Indústria Laticinista (Expomaq) e Congresso Nacional de Laticínios. A edição 2015 acontece de 14 a 16 de julho com atividades no Expominas e no Instituto de Laticínios Cândido Tostes. O evento é promovido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Programação completa no site: www.minaslactea.com.br Fonte: Ascom Epamig
Especial
ILCT
comemora 80 anos com 36ª Semana do Laticinista
O
Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) comemorou 80 anos de atividades em 14 de maio e escolheu uma programação técnico-científica para celebrar junto aos funcionários, alunos, ex-alunos, empresas e instituições parceiras. A 36ª Semana do Laticinista: 80 anos do ILCT foi realizada, entre 12 e 14 de maio, com rodadas de palestras gratuitas, reunindo os principais especialistas do Brasil no segmento de leite e derivados. A abertura oficial do evento foi concretizada pelo presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Rui da Silva Verneque, que também fez o descerramento de placa comemorativa ao aniversário, acompanhado dos três funcionários mais antigos do ILCT, com mais de 40 anos de casa.
A coordenadora de Ensino, Regina Mancini, falou sobre a trajetória do Instituto, considerado referência no Brasil em ensino, pesquisa e difusão de tecnologia em leite e derivados. “Desde 1935, o ILCT atua no desenvolvimento e na difusão de tecnologias, na capacitação de profissionais e na formação de técnicos para o mercado nacional e internacional, contribuindo decisivamente para o crescimento do agronegócio do leite no Brasil. Nada mais apropriado que comemorar esses 80 anos trazendo mais conhecimento para o setor laticinista”, ressalta a chefe de Ensino e Pesquisa, Vanessa Teodoro. As palestras foram realizadas no auditório do ILCT, na Rua Tenente Luiz de Freitas, 116, Juiz de Fora (MG). As 240 vagas oferecidas foram esgotadas.
Lançamentos
Frutiquello lança linha que une a cremosidade do sorvete de massa a saborosas caldas
A Frutiquello, marca de sorvetes que de acordo com a própria empresa é a segunda em número de vendas na grande São Paulo, lançou ao mercado uma linha de sorvetes com calda chamada Giga+Plus: sorvete de massa regado com calda de diversos sabores. A linha conta com seis combinações de sabores que trarão experiência diferenciada ao
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consumidor. São eles: sorvete de iogurte com calda de amora, limão com calda sabor doce de leite, maracujá com calda de mousse de maracujá, papaia com calda de cassis e, para agradar aos paladares mais tradicionais, os de sorvete de brigadeiro com calda de chocolate e nata com calda de morango. O sorvete com calda da Frutiquello é oferecido em potes de 1,8 litro e são ideais para o consumo em casa. O produto não contém glúten e possui valor energético de 124 a 157 kcal por bola, dependendo do sabor. A linha Giga+Plus está disponível em mais de 40 lojas da Frutiquello espalhadas pelas regiões sul e sudeste, e também nos principais varejistas.
Lançamentos
Santa Clara lança
Queijos Minas Frescal e Mussarela Zero Lactose Em benefício das pessoas que têm intolerância à lactose e atenta às necessidades de seus consumidores, a Cooperativa Santa Clara desenvolveu dois novos produtos: os queijos Minas Frescal e Mussarela Zero Lactose. De acordo com a cooperativa, a Santa Clara é a primeira empresa do Sul do país a produzir os queijos com zero lactose. Por não passarem por nenhum tipo de maturação, os queijos Minas Frescal e Mussarela normalmente são queijos com maior teor de lactose. As versões zero lactose são produzidas a partir da hidrólise (quebra) da lactose no leite, através da enzima lactase.
Algumas características específicas dos produtos sem lactose são encontradas nos novos queijos: leve escurecimento em virtude do aquecimento e também um sabor levemente mais adocicado, além da melhoria da digestão pelo consumidor em virtude da quebra da lactose. O Queijo Minas Frescal Zero Lactose já pode ser encontrado no mercado em versões de 330 g. Em breve, os intolerantes à lactose poderão encontrar também o Queijo Mussarela Zero Lactose em duas versões: fatiado com 150 g e em formas de 3,5 Kg. As embalagens foram elaboradas pela Sperotto Design nas cores laranja e lilás, acompa-
Lançamentos
nhando as tendências do mercado em identificação de produtos especiais sem lactose. Os Queijos Minas Frescal e Mussarela Zero Lactose Santa Clara somam-se ao Leite Zero Lactose Santa Clara, que está no mercado desde outubro do ano passado, complementando a linha de produtos especiais para intolerantes à lactose. Intolerância à lactose A lactose é um açúcar presente no leite que depende de uma enzima chamada lactase para ser digerida. Com a idade, a produção dessa enzima vai diminuindo, podendo tornar o leite e produtos derivados dele alimentos de difícil digestão. Intolerância à lactose é o termo utilizado para pessoas que não conseguem digerir produtos lácteos (leite e seus derivados) e pode causar desconfortos como distensão abdominal, flatulência e diarreia. Os sintomas de intolerância à lactose surgem quando a quantidade de lactose que chega ao intestino é superior à capacidade intestinal de hidrolisá-la.
Pessoas que têm intolerância podem optar por consumir leites e produtos que tenham lactose reduzida. A enzima lactase é obtida a partir da fermentação do leite em laboratório pelo microorganismo Aspergillus Niger, em condições controladas, gerando uma espécie de caldo. Este caldo passa por um processo de purificação para retirar somente a enzima lactase. O leite e os produtos lácteos são fontes importantes de muitos nutrientes, como proteínas, cálcio e riboflavina e a má digestão da lactose é um conhecido fator de risco para a fragilidade dos ossos, o que pode eventualmente levar à osteoporose. O grau de intolerância varia de pessoa para pessoa, sendo que o consumo de produtos sem lactose deve ser orientado por um médico ou nutricionista. A maioria das pessoas intolerantes à lactose é capaz de consumir pelo menos algumas gramas de lactose por dia (aproximadamente 10 g), estando desta forma liberado o consumo de queijos maturados, por exemplo, já que a lactose é naturalmente eliminada em seu processo de maturação.
Lançamentos
Piracanjuba
lança linha de cremes de leite especiais
Creme de Leite Gourmet e Creme de Leite Bate Chantilly são as novidades apresentadas pela empresa O objetivo de quem prepara uma receita é, sem dúvida, obter o melhor resultado possível, seja do ponto de vista da textura, do sabor ou da cremosidade. Quando se trata de chefes de cozinha ou amantes da boa culinária, a exigência é ainda maior, afinal, nada mais frustrante do que não atingir o ponto ideal de um prato.
E segundo a empresa, foi pensando nesse tipo de público que a Piracanjuba trouxe mais duas novidades para o mercado. A primeira, o “Creme de Leite Gourmet”, com 30% de gordura, proporciona uma consistência cremosa, homogeneidade e sabor marcante às receitas. Já o “Creme de Leite Bate
Lançamentos
Chantilly” alia algumas das principais necessidades dos confeiteiros, padeiros e doceiros: estabilidade para as receitas, sabor e qualidade. Soma-se a isso o fato de ser feito sem adição de gordura vegetal – um diferencial no mercado –, o que o torna mais natural e saboroso. “O creme de leite é usado para dar um toque especial a receitas doces e salgadas e se tornou um ingrediente essencial em muitos pratos. A versão gourmet é um excelente substituto para o creme fresco, pois oferece praticidade e conveniência. Já o Bate Chantilly, por ser produzido sem aromas e sem conservantes, confere mais versatilidade ao produto, que pode ser trabalhado com açúcar, adoçantes ou até mesmo personalizado com sabores de frutas ou chocolates. Trata-se de duas excelentes opções para o mercado food service, que atendem também a consumidores individuais para uso doméstico”, afirma a gerente de marketing da Piracanjuba, Lisiane Guimarães. O Creme de Leite Piracanjuba Gourmet está disponível em embalagem de 200g, com tampa de rosca. O que difere o produto dos demais existentes no mercado é o teor de gordura (30%) além do processo de fabricação e a gramatura da embalagem. “É um produto diferenciado, que vai permitir um melhor desempenho na cozinha, atendendo essa exigente parcela da população que dedica tempo na elaboração de pratos com um toque gourmet”, reforça Lisiane. O Creme de Leite Piracanjuba Bate Chantilly, por sua vez, é produzido com 35% de gordura láctea e está disponível em embalagens da Tetra Pak de 1,030 kg. Como é fabricado a partir do creme de leite fresco, porém envasado em embalagens longa vida, só necessita de refrigeração algumas horas antes do uso. “É
uma ótima opção para coberturas, recheios e tortas. Com ele, também é possível fazer deliciosas receitas aeradas, como mousses e suflês. Por não ser adoçado, pode ser usado também em pratos salgados, com excelentes resultados”, finaliza a gerente. Os produtos já começaram a ser comercializados em diversos pontos de venda, como hipermercados, supermercados, lojas de produtos especializados ou para festas, cash & carry e atacados focados no segmento de food service em todo o Brasil. A identidade visual das embalagens foi idealizada pela Pande, agência de design especializada na gestão de marcas.
Lançamentos
Nova geração de
sacos termoencolhíveis para queijos
A linha de embalagens integra o portfólio da marca Cryovac® e traz ao mercado brasileiro soluções tecnológicas personalizadas para do setor de laticínios Empresa direcionada para soluções inovadoras e sustentáveis para a indústria de alimentos, a Sealed Air Food Care oferece a nova geração de embalagens para queijos da marca Cryovac® - feitos especialmente para entregar aos clientes o recurso ideal para cada tipo de produto.
Alinhados aos mais exigentes padrões da indústria, os sacos termoencolhíveis para queijos Cryovac foram desenvolvidos com diferentes formulações e permeabilidades para satisfazer às diferentes necessidades de cada variedade de queijo. A nova linha é composta por quatro tipos ideais para porções individuais ou indus-
Lançamentos
triais, todos com alta resistência mecânica e à perfuração, encolhimento superior, excelente selabilidade e visual diferenciado com propriedades ópticas que garantem brilho, transparência e definição da impressão. Ideais para queijos que emitem gás durante a maturação – como gouda, edam, minas padrão, entre outros –, os sacos com permeabilidade controlada permitem a troca de gases com o ar de maneira gradativa, evitando a formação de bolhas na embalagem durante a estocagem e prolongando a vida útil do produto. Disponível em quatro tipos: incolor, branco, vermelho e laranja. Para a mussarela, um dos queijos mais populares do mundo, a novidade é a nova formulação de sacos de alta barreira, indicados para peças em barra de 2 a 4 kg, que oferecem resistência mecânica superior, garantindo maior eficiência operacional. Os sacos com permeabilidade controlada e de alta barreira ainda oferecem um diferencial de sustentabilidade: feitos com filmes plásticos de menor espessura e gramatura, representam uma economia real em matéria-prima com desempenho superior. O resultado: maior resistência, apresentação requintada do produto e redução de 10% de material descartado no meio ambiente. Outra solução da nova geração de sacos da Sealed Air Food Care é a linha para queijos frescos com alto teor de umidade, entre eles minas frescal e ricota fresca. Desenvolvida especificamente para queijos com alto teor de água, a embalagem evita o acúmulo de líquidos e se ajusta melhor ao produto, garantindo maior vida útil e menos desperdício. Os sacos com permeabilidade controlada para queijos frescos também têm aparência diferenciada,
destacando o produto em pontos de venda e valorizando a marca do fabricante. Voltado para diferentes tipos de queijo, o modelo Cryocac® Grip & Tear Portion Pull tem tecnologia inovadora de fácil abertura, oferecendo praticidade, melhor desempenho e diferenciação dos produtos na gôndola. Indicado para mussarela, prato e provolone, entre outros, em peças de 300g a 1 kg. A embalagem elimina o uso de facas, garantindo condições de total segurança e higiene no manuseio do produto. O formato de abertura inovador agrega valor ao produto, atraindo a atenção dos consumidores no ponto de venda. A embalagem ainda representa uma solução sustentável por reduzir o desperdício de alimentos, já que possibilita a abertura do queijo em porções, mantendo a integridade do produto por mais tempo.
Lançamentos
Pão de queijo
de cara nova
Forno de Minas apresenta nova embalagem para o pão de queijo assado congelado, que ficou mais moderna e atrativa A linha do pão de queijo assado congelado da Forno de Minas está de cara nova, ou melhor, de embalagem nova. O produto, que precisa de apenas 5 minutos no forno para ficar pronto, ganhou nova roupagem e ficou mais moderno e atrativo. “A nova embalagem remete a um ‘saquinho’ de padaria e destaca exatamente o principal atributo do pão de queijo assado congelado, que é ficar pronto em poucos minutos”, conta a gerente de marketing da empresa, Gisa Santos.
A empresa aposta na nova embalagem para dar maior visibilidade ao produto nas gôndolas. “A embalagem, sem dúvida, valoriza ainda mais o nosso produto. Ele ficou mais chamativo e atraente, além de funcional. Assim, os consumidores vão poder perceber mais facilmente seus atributos e diferenciais”, finaliza a gerente. A nova embalagem, no formato stand up pouch, foi idealizada pela agência 100% Design.
Cadeia do frio
Capa Por Cauê Vizzaccaro e Gerson Brião da Silva
Cadeia do frio Sistemas e produtos para resfriamento e refrigeração
S
abe-se que há muitas técnicas para conservação de alimentos, como pelo calor, frio, uso do açúcar, uso do sal, através de processo de defumação, por desidratação e por aplicação de reações químicas. Entretanto, com o desenvolvimento dos equipamentos de refrigeração, a utilização do frio para conservação de produtos perecíveis tornou-se dominante, razoavelmente acessível, barato, de fácil instalação, controle e manutenção. Refrigeração se refere ao processo de remoção de calor de um objeto, provocando um desequilíbrio térmico entre a temperatura do objeto e o meio ambiente. Entre os séculos 19 e 20, desenvolvimentos na área de termodinâmica e em engenharia mecânica, conduziram a
descoberta dos sistemas de compressão a vapor e sistemas de ciclo de gases. A invenção do compressor para gases e pesquisas do comportamento de substâncias como o cloreto de metila, amônia, dióxido de carbono e baseado em hidrocarbonetos fluorados (R22, R12) levaram a utilização desses gases como refrigerantes em aplicações de refrigeração comercial no início da década de 1930. Com o domínio e aplicação da tecnologia de refrigeração, cresceu o comércio de produtos perecíveis no âmbito regional, inicialmente em pequena escala devido a limitações de porte dos equipamentos. Em 1924, Clarence Birdseye fez duas contribuições para o segmento de alimentos perecíveis: a ideia de que um produto poderia ser
Resumo de aplicações para a refrigeração Tipo de aplicação
Características e temperaturas predominantes
Doméstico
Abrange a fabricação de refrigeradores domésticos e freezers. A capacidade varia de -8°C a -18°C para congelados e entre 2°C e 7°C para resfriados.
Comerciais
Abrange os refrigeradores especiais ou de grande porte usados em restaurantes, sorveterias, bares, açougues, laboratórios etc. Temperaturas de estocagem e congelamento ficam entre -5°C e -30°C.
Industriais
Os equipamentos industriais são maiores do que os comerciais em tamanho e tem como característica marcante o fato de requererem um operador de serviço. Os exemplos de refrigeração industriais típicos são as fábricas de gelo, grandes instalações de empacotamento de gêneros alimentícios (carnes, peixes, aves), cervejarias, fábricas de laticínios, de processamento de bebidas concentradas e outros.
Transporte
Refere-se a unidades de refrigeração destinada a manutenção da temperatura de produtos embarcados, seja no modal rodoviário, ferroviário, marítimo e até aéreo, onde tal transporte representa (na maioria dos casos) um elo entre dois pontos de estocagem de mercados distantes ou, no caso de distribuição final, o último deslocamento do produto antes do ponto de consumo final.
Condicionamento de ar
Representa um mercado relacionado à alteração de temperatura de ambientes fechados para diversos fins: domésticos, comerciais, industriais, segmento hospitalar, automotivo, laboratórios, pesquisa etc. Geralmente está ligado ao conforto ou a necessidades específicas de alteração de ambientes fechados.
Cadeia do Frio
Gestão da Cadeia do Frio
Infraestrutura da Cadeia do Frio
Boas Práticas de Fabricação
Armazém Frigorificado
Normas, Procedimentos, Regulamentos
Veículos Frigorificados
Alianças e Parcerias
Contêiner Frigorificado
Desenvolvimento de Produtos
Deenvolvimento de Embalagens
Treinamento, Capacitação
Sistema de Monitoramento
Integração de Processos e Sistemas
Dispositivos de Medição de Temperatura
congelado com a embalagem comercial e assim seguir diretamente para o ponto de venda; e o conceito de congelamento rápido. Uma vez que os métodos de congelamento levavam 18 horas ou mais, com a perda de características como o sabor, aparência e textura, o congelamento rápido proposto por Birdseye representava uma revolucionária técnica cuja aplicação comercial posterior possibilitou mudanças de hábitos alimentares e impulsionou o comércio de alimentos perecíveis. A principal aplicação da refrigeração é a preservação de alimentos de origem animal: carnes bovinas, suínas e de aves, derivados do leite, peixes e frutos do mar, e o propósito é estender a vida útil do produto e manter o seu
frescor e qualidade, além de garantir a segurança, evitando doenças causadas por alimentos deteriorados. A cadeia do frio está permeando tendências e avanços em equipamentos refrigerados e o aumento da consciência do consumidor referente à regulamentação para a comercialização de produtos perecíveis e exigência de padrões de qualidade superiores constitui papel relevante para o desenvolvimento de tecnologias voltadas para a garantia das condições higiênicas. As definições da cadeia do frio destacam um ponto comum: a fluidez –dinâmica de produtos sendo movimentados entre origem e destino. A cadeia do frio pressupõe a existência de dois fatores importantes: um ambiente
Capa adequado às necessidades de preservação de produtos sensíveis às variações térmicas e o controle sobre as variáveis desse ambiente que influenciam a qualidade desses produtos. Estruturalmente a cadeia do frio, dentro de um conceito logístico possui dois grandes tópicos concentradores: gestão e infraestrutura. Enquanto a gestão da cadeia do frio preocupa-se com processos, normas, relacionamentos e pessoas no âmbito do controle e das ações táticas e operacionais, a parte de infraestrutura (hardware) contempla os equipamentos de refrigeração, os sistemas de monitoramento, de rastreamento; os instrumentos de medição fixos ou móveis. Tecnologias Entre as tecnologias que são mais importantes para a cadeia do frio estão o controle da umidade, economia de energia e automação. Para Marcel Daissuke Nishimori, Technical Sales da Carel, o processo de resfriamento é de extrema importância, uma vez que o armazenamento em baixa temperatura reduz o desenvolvimento de microrganismos que podem afetar as qualidades organolépticas do produto. “No armazenamento do produto acabado sem embalagens com barreira a água, o armazenamento a baixas temperaturas gera uma perda de peso ao produto implicando em perda de qualidade e diminuição da quantidade de produto. O controle de umidade se faz necessário para diminuir as perdas de peso do produto gerando maior ganho ao produtor”, explica Nishimori. Segundo Gabriel de Matos Cardozo, da área de Engenharia da Top Cold, a conservação de energia é o ponto principal: “Sabemos que cada vez mais o item energia se torna um dos mais importantes na hora de se realizar qualquer tipo de investimento na indústria e temos total preocupação de dimensionar nossos projetos e equipamentos para que não aja desperdícios em todo processo de produção”. Já para Augusto Dalman Boccia, diretor da São Rafael, os compressores, válvulas de expansão eletrônica, controle de condensação, variador de frequência, entre outros, remetem à economia de energia.
Guilherme Pinheiro, da área de Marketing da Elgin, acredita que a seleção correta das unidades condensadoras e a válvula de expansão com MOP são itens importantes para este processo de produção, dando respostas mais rápidas e evitando grandes variações durante o mesmo. De acordo com David Macedo, do departamento comercial da Transcalor, “o controle eletrônico e os fluídos refrigerantes ecológicos se sobressaem por causa da proibição do uso da amônia nos antigos sistemas de refrigeração, sobrando a opção dos chillers com fluídos refrigerantes ecológicos”. Claudio Reinoso, diretor de marketing e representante nacional Bombadur/Conplac, afirma que os produtos com maior destaque são os girofreezers, túneis especiais e congeladoras por placas de contato. Segurança alimentar, temperatura e umidade O pré-resfriamento ou refrigeração prévia é uma tendência nos estágios de produção e processamento de alimentos, pois, reduz o intervalo de tempo entre coleta e resfriamento. Esse procedimento contribui para reduzir a perda de água e prevenir a multiplicação de microrganismos. Nesse caso, em condições propícias, uma única bactéria pode se dividir a cada 20 minutos. Em 8 horas, em ótimas condições de temperatura, uma única bactéria terá gerado acima de 16 milhões de descendentes. Isso confirma que a temperatura é fator fundamental no controle de risco microbiano. Baixas temperaturas são a chave para manter a qualidade de bens perecíveis, mas não é a única condição suficiente necessária. O controle adequado de temperatura e umidade nas etapas de armazenagem e transporte representa um desafio operacional cujo desempenho implica diretamente na qualidade do produto. Temperaturas muito baixas, por exemplo, podem causar queimaduras do tecido da superfície do produto. Temperaturas muito altas resultam em apodrecimento e degradação. Umidade muito baixa causaria séria perda de massa do alimento. Alta umidade resultaria em desenvolvimento de bolores.
Produtos e equipamentos Entre os equipamentos para resfriamento em laticínios consultamos empresas do setor, que disponibilizaram informações sobre os seus produtos: Gabriel de Matos Cardozo Engenharia da Top Cold “Fornecemos de câmaras moduladas até equipamentos tais como: condensadores evaporativos totalmente inox ou galvanizados, evaporadores, compressores, recipiente de líquidos e separadores, skid resfriamento de leite com trocadores a placas e bancos de água gelada. Neste ano lançaremos, em conjunto com SPM Engenharia, o Rechiller.”
David Macedo Departamento Comercial da Transcalor “Para o mercado de laticínios temos a parceria com a Sondex, empresa dinamarquesa especializada no desenvolvimento e fabricação de trocadores de calor de placas. Os trocadores de calor de placas apresentam várias vantagens: segurança, ganho de eficiência, alto desempenho, redução de espaço físico, expansão facilitada, limpeza e manutenção rápida, aquecer e resfriar o processo num único equipamento, projeto especial para CIP (clean in place), economia de energia, e maior sustentabilidade do meio ambiente. São construídos no padrão standard em aço inoxidável 316L, podendo ter variações de material, como o titânio, em suas
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Capa placas de troca térmica para fluídos altamente corrosivos ou então que necessite de material nobre para suportar a resistência química e mecânica. As classes de pressão padrão de estrutura e conexões são: 6 bar, 10 bar, 16 bar e 25 bar. As estruturas são construídas em aço carbono classificado com certificado e pintados em micragem correta para resistir às intempéries. Há também a opção de estrutura fabricada 100% em aço inox 304 ou 316. O portfólio da Transcalor possui muitas capacidades e é bem vasto, pois tem início em vazões de água de 0,05m³/h até 8.000m³/h, possuindo bocais (conexões) iniciando em 5/8” roscada BSP, até conexões flangeadas de 650mm (26”). As gaxetas são projetadas para atingir alto desempenho em diversos processos produtivos, onde cada um exige um tipo de material específico e a gaxeta pode ser construída de acordo com essa necessidade. Oferecemos os tipos de gaxetas NBR, HNBR, EPDM e VITON. Nossos produtos estão preparados para fabricação de sistemas nas seguintes aplicações: resfriamento extremo (sub-zero), condensação, evaporação, aquecimento final, reaproveitamento de calor, multiseções para pasteurização, altas vazões, altas pressões, altas temperaturas e fluidos especiais. As placas semisoldadas são fabricadas na forma de cassetes. Os cassetes consistem em duas placas unidas por meio de solda a laser. A vantagem desse tipo de projeto é que um dos fluídos estará envolvido em um pacote de placas soldadas e o outro com placas tradicionais com gaxetas, o que permite a desmontagem e o acesso fácil para a limpeza. No lado soldado existem duas vedações especialmente produzidas para reforçar as vedações entre dois pares de placas. Assim, a necessidade de gaxetas do lado soldado é mínima. Já o Sistema Sonder Safe consiste em duas placas finas estampadas uma com a outra. Entre o par de placas não há qualquer elemento de vedação. Havendo qualquer tipo de falha na placa ocorrerá um vazamento externo que indicará a anomalia e impedirá a contaminação cruzada entre os fluidos. As aplicações são para pasteurização de leite e creme, água para processamento de alimentos, resfriamento de motores, entre outros.”
Augusto Dalman Boccia diretor da São Rafael “As câmaras frigoríficas da São Rafael são fabricadas com painéis em poliuretano (PUR) de alta qualidade. O PUR é pouco miscível a água, tornando os painéis duráveis por muito mais tempo se comparados com o EPS, aumentando a vida útil da câmara e consequentemente consumindo menos energia, pois não perde seu fator isotérmico tão rapidamente. A São Rafael possui câmaras operando perfeitamente a mais de 30 anos. Os painéis da São Rafael também são modulares, o que permite a desmontagem e remontagem do produto, inclusive se adaptando a novos layouts, com o mínimo de perda de material possível. Nossas portas giratórias são embutidas e possuem um fechamento automático que mantem sempre a porta vedada, reduzindo o consumo de energia de forma significativa. Utilizamos somente sistemas de refrigeração de grandes fabricantes e de primeira linha, carenados a prova de intempéries e que utilizam a tecnologia de condensador microcanal, que reduz a carga de fluido refrigerante no sistema. Aplicamos apenas fluídos refrigerantes considerados ecológicos, como o R404A e R134, além disso, os equipamentos não precisarão passar por retrofit nos próximos anos, pois estes fluídos não estão em ‘fase out’, como o R22. A São Rafael está constantemente melhorando seus produtos, como painéis, portas e seus acessórios, válvulas de alívio, quadros elétricos e de comando, modernizando na aplicação de sistemas de refrigeração, comandos elétricos e eletrônicos com a utilização de sistemas supervisórios, CLPs e válvulas de expansão eletrônica.”
Antonio Claudio Furlan Divisão Comercial do Grupo Fort “Nosso escopo de atividades é voltado para manutenção em unidades compressoras, unidades condensadoras compactas e unidade de água gelada compacta, fornecimento de peças e componentes para refrigeração. Trabalhamos com manutenção preventiva e corretiva. A rapidez das correções é realizada de acordo com o impacto que as não conformidades possam gerar sobre os equipamentos de refrigeração.” Guilherme Pinheiro Marketing da Elgin “Atualmente temos unidades condensadoras de aplicações específicas para o mercado do leite, linha standard sem carenagem e a linha carenada. A nossa linha de unidade carenada foi desenvolvida com a proteção contra intempéries, dispensando a instalação de cobertura, que é necessária quando se utilizam as unidades convencionais sem carenagem, além de garantir esta proteção, apresenta um melhor aspecto visual na instalação. E estamos lançando as Unidades Condensadoras com Compressor Scroll.”
Marcel Daissuke Nishimori Technical Sales da Carel “Para o setor de laticínios temos as seguintes soluções: Easy Milk Chiller e UltraCella. A Easy Milk Chiller é dedicada ao controle de conservação e refrigeração do leite, necessários para garantir suas qualidades organoléticas. A solução permite programar ciclos de agitação de duração variável que, mantendo o leite em movimento, garantem a sua conservação na temperatura adequada. O controle possui um sistema automático de agitação do leite que permite obter uma maior uniformidade da temperatura do produto durante o processo de resfriamento.
37
Capa A Ultracella é uma solução de controle para câmaras frias, que permite controlar temperatura e umidade do ambiente. Sua plataforma permite integrar controles de sistemas de umidificação de diversas tecnologias e o uso de válvulas de expansão eletrônicas. O uso da tecnologia de válvulas de expansão eletrônicas permite uma maior eficiência energética e maior confiabilidade do sistema. O uso de sistemas de umidificação ajuda a diminuir a perda de peso do produto durante seu armazenamento e manter as qualidades organoléticas por mais tempo. O controlador integra todo o controle de temperatura habitual com a opção de válvula de expansão eletrônica e existe a predisposição para integrar sistemas de umidificação Carel com tecnologia ultrassônica ao controle de umidade. Podemos citar como exemplo o conjunto de controle para válvula eletrônica na modalidade plug and play para substituir as antigas válvulas termostáticas. O Conjunto EVD Ice traz um controlador, sensores e válvula de expansão eletrônica que podem ser instados diretamente dentro do evaporador sem a necessidade de montagem de painéis externos.” Claudio Reinoso diretor de marketing e representante nacional Bombadur/Conplac “O laticínio precisa resfriar seus produtos e para isto utiliza um recirculado de gás refrigerante que pode ser amônia ou freão. Para que o processo de retirada de calor dos alimentos aconteça, o gás deve possuir propriedades termodinâmicas e deve ser bombeado para o sistema com bombas específicas, comprimido com compressores e expandido posteriormente, tornando assim um círculo infinito de retirada de calor de dentro das câmaras, girofreezers, chillers etc. Lançamos em 2015 a bomba para amônia modelo ZM ECO com enorme sucesso. Essa bomba vem para concorrer com as bombas importadas seladas, que têm custos muito mais elevados e peças de difícil reposição.”
Bárbara Salvatti - assessora da Bertolini “A Bertolini conta com o Drive In e o Porta Pallet deslizante, que têm grande eficácia para empresas que possuem câmara fria, já que permitem rentabilizar o espaço oferecendo máxima utilização do volume disponível, com 100% de seletividade. O Drive In é uma solução formada por blocos contínuos de armazenagem, que permite utilização total do volume disponível com a redução de corredores para empilhadeiras. Esse sistema é particularmente indicado quando o custo do espaço é elevado e quando os produtos possuem pouca variedade, já que garante o máximo de aproveitamento com eficiência, segurança e qualidade. O Porta Pallets Deslizante é composto por estantes móveis motorizadas que permitem rentabilizar o espaço de armazenagem, normalmente em câmaras frigoríficas. A estrutura de armazenagem Porta Pallet é fixada sobre carros motorizados eletricamente, que se movimentam sobre trilhos aplicados no piso. A estrutura permite ao operador da empilhadeira abrir o corredor que necessita através de um comando, aproveitando até 85% da superfície em armazenagem, com a vantagem de uma seletividade 100%. A marca dispõe, ainda, de estruturas que se adaptam aos mais diversos projetos, como o Porta Pallet, Porta Pallet Leve, Porta Bobina, Porta Pallet Deslizante, Drive-in, Drive-Through, Drive-in Dinâmico, Drive-in para carro satélite, Push Back, Flow Rack, Cantilever, Estantes Multiblock, Autoportantes e Armazéns automatizados com transelevador” Rosa Pellegrino - assessora da Danfoss “A Danfoss apresenta aos laticínios as Válvulas de expansão termostática T 2/TE 2, que são usadas para a injeção de líquido nos evaporadores em sistemas de refrigeração e de ar condicionado que utilizam refrigerantes fluorados. As válvulas T 2/TE 2 são fornecidas com um conjunto de orifícios intercambiáveis para fácil armazenamento e serviço.
Já o DML da Danfoss foi otimizado para refrigerantes HFC e óleo mineral ou benzeno. Os filtros secadores são herméticos e aprovados para 42 bar, dependendo do tipo. Os filtros secadores são fornecidos com conexões rosca ou cobre/aço revestido em cobre. Os pressostatos KP da Danfoss são utilizados para sistemas de regulagem, monitoramento e alarme em aplicações industriais. A série KP é adequada para meios gasosos e ar. Incluem um contato de comutação de polo único (SPDT) e podem controlar motores ac monofásicos de até 2 kW diretamente. Outra linha é a SGP, da família de visores de líquido para aplicações de alta pressão (máx. pressão de trabalho de 52 bar/754 psig). O SGP está disponível em versões otimizadas para uso com refrigerantes com óleo mineral como, por exemplo, HCFC, e em versões otimizadas para refrigerantes HFC não inflamáveis. O SGP está disponível com conexões de rosca, solda ou soquete, e com ou sem indicadores de umidade.
Por fim, a unidade condensadora com microcanal OPTYMA™ da Danfoss é uma evolução da unidade condensadora com tubo aleta. Utilizada em diversos sistemas de refrigeração, como câmaras frigoríficas, resfriadores de leite, máquinas de sorvete, balcões refrigerados, condicionadores de ar, adegas etc., a unidade condensadora OPTYMA™ é diferenciada por diversos motivos. O microcanal é construído em alumínio, o que diminui a corrosão galvânica e a torna até 15 kg mais leve do que as convencionais.”
Mercado
CEPEA: Queda na captação eleva preço pelo 2º mês seguido
O
preço do leite recebido pelo produtor aumentou pelo segundo mês consecutivo. Em abril, a “média Brasil” líquida foi de R$ 0,8942/litro, aumento de 3,9 centavos/litro (ou de 4,5%) com relação a março. Essa média, calculada pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, é ponderada pelo volume captado nos estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA. Contabilizando-se o frete e impostos, o preço bruto teve média de R$ 0,9791/litro, valor 4,4% superior ao do mês anterior, mas 15,9% abaixo do de abril/14 em termos reais – considerando-se a inflação (IPCA) do período. Segundo colaboradores do Cepea, o aumento esteve atrelado, principalmente, à queda na captação em março, em boa parte devido ao início da entressafra na região Sul do Brasil. Essa menor oferta, por sua vez, eleva a competição entre as indústrias e impulsiona os valores da matéria-prima. Vale ressaltar, no entanto, que, neste ano, observa-se maior cautela por parte de representantes da indústria para não acumular estoques, como ocorreu no semestre passado.
A captação do leite pelos laticínios/cooperativas teve queda em todos os estados acompanhados pelo Cepea. De fevereiro para março, houve redução de 6,62% no Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L). Minas Gerais e São Paulo registraram as diminuições mais acentuadas, de 9,45% e de 8,9%, respectivamente, seguidos pelo Paraná (6,26%), Goiás (5,82%), Santa Catarina (4,79%), Rio Grande do Sul (2,33%) e Bahia (2,19%). Para maio, a expectativa é de que os preços do leite sigam em alta, ainda impulsionados pela oferta restrita de matéria-prima, mas com menos intensidade. Mais de 71% dos agentes entrevistados pelo Cepea (que representam 65,9% do volume amostrado) acreditam em nova alta nos preços do leite em maio, enquanto o restante (28,5% que representam 34,1% do volume) espera estabilidade nas cotações. Nenhum dos colaboradores consultados estima queda de preços para o próximo mês. Quanto aos derivados, o preço do leite UHT subiu 2,6% de março para abril no atacado do estado de São Paulo – este foi o terceiro aumen-
Gráfico 1: ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite - MARÇO/15. (Base 100=Junho/2004) 210 dez-14: 195,14
nov-14: 193,85
190 170
jan-15: 188,34
176,97 Patamar de Março de 2014
mar-14: 161,33
150 130 110
jun/04 set/04 dez/04 mar/05 jun/05 set/05 dez/05 mar/06 jun/06 set/06 dez/06 mar/07 jun/07 set/07 dez/07 mar/08 jun/08 set/08 dez/08 mar/09 jun/09 set/09 dez/09 mar/10 jun/10 set/10 dez/10 mar/11 jun/11 set/11 dez/11 mar/12 jun/12 set/12 dez/12 mar/13 jun/13 set/13 dez/13 mar/14 jun/14 set/14 dez/14 mar/15
90
ICAP-L/CEPEA-Esalq/USP - Estadual
PTL-IBGE
Fonte: Cepea-Esalq/USP
ICAP-L/CEPEA-Esalq/USP - Estadual
PTL-IBGE
Mercado to seguido –, com a média ascenGráfico 2: Série de preços médios pagos ao produtor deflacionada pelo IPCA dendo para R$ 1,1311/litro. O queijo MÉDIA BRASIL PONDERADA (BA, MG, GO, PR, SC, SP, RS) muçarela também se valorizou pelo VALORES REAIS - R$/LITRO (Deflacionados Base “Março/15”) terceiro mês consecutivo (2,3%), co2014 tado a R$ 11,76/kg em abril. De acordo com alguns atacadistas consultados pelo Cepea, agentes de indústrias têm reajustado positivamente os valores, aos poucos, visando recuperar as margens, ou, até mesmo, alinhar os custos de produção, que estão mais altos neste início de ano. A demanda, contudo, está enfraquecida, e, para liquidar os Fonte: Cepea-Esalq/USP produtos, parte dos atacadistas preda Organização das Cooperativas Brasileiras cisaria reduzir os valores. Esta pesquisa de de(OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperivados do Cepea é realizada diariamente com rativas de Laticínios (CBCL). laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro 1,25
1,15
2013
2011
1,05
R$/Litro
2012
Média 2004 a 2014
Março/2015
0,95
2010
0,85
0,75
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Tabela 1. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquido) em ABRIL/15 referentes ao leite entregue em MARÇO/15.
Fonte: Cepea-Esalq/USP
Tabela 2. Preços em estados que não estão incluídos na “média Brasil” – RJ, MS, ES e CE
Fonte: Cepea-Esalq/USP
Referência de Mercado Por Cauê Vizzaccaro
100 anos
de Regina
H
á cem anos era fundada uma das mais respeitadas empresas do setor lácteo. Em 1915, no Lago do Rosário em Carangola (MG), Antonio Marques e Francisco Barbosa iniciaram a fabricação de sabão com a primeira indústria Barbosa & Marques. Dois anos depois, Francisco Barbosa sai da sociedade e Antonio Marques muda a sede de Carangola para a cidade de Governador Valadares (MG), ampliando a capacidade de produção. Na década de 1920, Antonio Marques inicia sociedade com seu grande amigo, Manoel Paiva, no Hotel Central, em Carangola. Lá existia a leiteria Paiva, uma fábrica de manteiga. Esse foi o primeiro contato de Barbosa & Marques na área de laticínios.
Década de 1930 Antonio Marques percebe que está perdendo a memória e como nesse período ele tinha filhos muito novos, Antonio Esteves e
Jonas, Antonio Marques vai para Vitória (ES) conversar com o seu genro, José Esteves e explica a situação: não tinha mais condições de comandar os negócios. Esteves então assume o comando e imprime também o mesmo ritmo de crescimento que vinha da época de Antonio Marques. Instala uma fabrica de macarrão, a massa Santa Luzia, homenageando a padroeira de Carangola, e amplia o negócio ao exportar café. Quando Antonio Esteves Marques e Jonas Marques ficaram mais velhos, José Esteves transferiu o comando da empresa no Rio de Janeiro para Antonio e a de Carangola para Jonas. Jonas nasceu e viveu toda a sua vida em Carangola, cidade do qual foi prefeito e onde é considerado um grande líder. Em sua época, como prefeito e empresário, realizou campanhas para o progresso da cidade e como reconhecimento ao trabalho, dedicação e amor por Carangola, a prefeitura da cidade dedicou
a ele uma estátua com o seu busto em praça pública. Jonas casou com Dona Erondina e do seu casamento nasceu sua filha, Regina, que empresta o nome para a marca de queijos. Década de 50 aos anos 70 Antonio Esteves Marques assumiu o controle da empresa nos anos 50 e comandou até o final dos anos 70, quando passou para seu filho, Umberto Marques – atual superintendente da Barbosa & Marques. Esse foi um dos maiores períodos de crescimento da empresa em toda a sua história. O primo Aluisio, da família Esteves Marques, foi um desbravador e pioneiro ao se formar em uma das primeiras turmas do curso de laticínios do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) e foi para a Itália. Retornando com diversas experiências e ideias, implantou várias delas nas fábricas de queijo no vale do Carangola. Foi ele quem enxergou que era necessário que a empresa saísse do vale do Carangola e fosse para o Vale do Rio Doce para continuar crescendo. Umberto Marques comandava a empresa quando começaram os planos do governo, tabelas etc. na época da ditadura militar, o mais que fez com que a economia brasileira fosse um mar revolto. Umberto soube conduzir com pulso firme toda a empresa. Durante todo esse tempo, manteve o crescimento da empresa, que chegou aos 30 anos sob o seu comando. Final dos anos 70 No fim da década de 70 do século passado, Umberto Esteves Marques assumiu como superintendente. Entre as suas principais conquistas teve à implantação do leite longa vida e das linhas Total e Zero, no ano de 1984, sendo, de acordo com a empresa, hoje as marcas mais antigas do país sob a mesma gestão. Atualmente A Barbosa & Marques se transformou em uma companhia que segue como referência na produção de derivados do leite em todo o
país. Pioneira na coleta a granel no estado de Minas Gerais, a empresa antecipou-se a legislação exigindo o padrão de qualidade cada vez maior nos mais de seus 500 fornecedores de leite. Sua estrutura tecnológica garante a higiene e o altíssimo padrão de qualidade com os equipamentos mais sofisticados do mundo. Desde a sua fundação até hoje, muita coisa mudou na empresa. Entretanto, a boa notícia é que a preocupação constante com a qualidade de seus produtos e o empreendedorismo dos que ainda trabalham não se alterou. A empresa convive com a tradição através de técnicas circulares de produção quase artesanal. E tudo isso ocorre por causa do simples e único propósito de seguir fabricando os melhores queijos do Brasil.
Referência de Mercado A extensa linha de produtos vai desde queijos, requeijões, manteigas e outros derivados do leite, que estão presentes no nosso dia a dia, aos mais finos e saborosos queijos para exportação, assim como a linha de leite longa vida, ricota, bebida láctea e atualmente o soro de leite em pó. Produtos Os produtos Regina são divididos em quatro linhas: Everday, Zero, Queijos Especiais e Everday Light. - Linha Everday: Leite Condensado, Manteiga sem Sal, Creme de Ricota, Manteiga Tablete, Queijo Processado Cremoso, Requeijão sabor Gruyère, Ricota Fresca, Requeijão Tradicional, Queijo Coalho, Queijo Reino, Queijo Provolone, Queijo Estepe, Queijo Prato Esférico, Queijo Tipo Mussarela, Queijo Cobocó, Leite Integral, Leite em pó Integral, Manteiga, Queijo Ralado, Creme de Leite, Achocolatado, Queijo Prato e Queijo Minas. - Linha Zero: Leite A+D+E, Leite Desnatado e Ricota Zero de origem Italiana.
- Linha Queijos Especiais: Queijo Edam, Queijo Emmental, Queijo Gruyere, Queijo Gorgonzola Forma, Brie Triângulo, Queijo Brie, Queijo Gouda, Queijo Gorgonzola Cunha, Queijo Quartirolo, Queijo Brie Duplo Creme, Queijo Itálico, Queijo Camembert e Queijo Baby Gouda. - Linha Everday Light: Creme de Ricota Light, Queijo Prato Lanche Light, Manteiga Light, Creme de Leite Light, Requeijão Forma Light e Queijo Mussarela Light. Como lançamentos, recentemente há no mercado o leite condensado em embalagem stand up pouch, que possibilita abertura fácil e utilização prática pelo consumidor. Segundo a empresa, é o único do mercado neste tipo de embalagem e possui consistência ideal para fabricação de doces e brigadeiros, conferindo assim, sabor inigualável. A Regina é especializada em queijos, mas dispõe também de uma linha enorme de derivados do leite. Desde o leite UHT – em três tipos: integral, desnatado e vitaminado –, leite em pó, leite condensado, achocolatados, man-
teiga, requeijões cremosos e uma extensa linha de produtos light, além de vários tipos de queijos, que são os produtos principais. Em termos de novidades, há tanto na área industrial como na área comercial. A última novidade da área comercial é o tratamento no ponto de venda, com controle de estoque, giro e ruptura. A ideia da empresa é tratar o ponto de venda como extensão do negócio. A Regina comercializa os seus produtos em praticamente todo mercado nacional, com liderança de alguns produtos nas regiões Sudeste, Norte e Nordeste. Além disso, possui certificado de exportação para vários países, inclusive os da União Europeia. A empresa possui também a certificação Halal. Para acompanhar o desenvolvimento do setor lácteo, a Regina sempre procurou estar na vanguarda do segmento, investindo em equipamentos e tecnologia de ponta, o que permite grande controle de qualidade para um consumidor cada vez mais exigente. A empresa também está focada nas atuais necessidades do mercado consumidor, nos hábitos de consumo da população, bem como nas exigências dos órgãos de controle.
Artigo Técnico Por Ludmila Couto Gomes e Claudete Regina Alcalde
Suplementação energética para
cabras em pastagem
Uma alternativa para os sistemas intensivos de produção de leite
A
caprinocultura leiteira aumentou sua participação no contexto agropecuário brasileiro nos últimos anos em virtude da maior exigência do mercado consumidor por produtos de qualidade. A importação de caprinos com alto potencial genético, entre as décadas de 1980 e 1990, intensificou o desenvolvimento de sistemas de produção de capri-
nos no Brasil. No entanto, a cadeia produtiva de caprinos leiteiros ainda não está completamente estruturada e o suporte técnico não é suficiente para atender todos os produtores em saúde, alimentação, reprodução e manejo dos animais. Visto que a intensificação da produção de leite requer a aplicação de conhecimentos técnicos capazes de promover mudan-
ças nos índices de produtividade, com a finalidade de tornar a exploração mais eficiente e econômica. Nesse sentido, muitos estudos já foram realizados, mas não estão sendo praticados, especialmente os que permitem melhorias no manejo nutricional de cabras e redução nos custos de alimentação. Os sistemas de produção pecuários em pastagem oferecem alternativas para produzir leite e carne de qualidade e com preços competitivos, pois estes sistemas podem melhorar os índices de zootécnicos, considerando a sustentabilidade econômica, social e ambiental do processo produtivo. O Brasil é um país tropical no qual as condições climáticas proporcionam fatores favoráveis para a produção de leite em pastagem. Uma vez que, a pastagem em regiões tropicais é considerada a principal fonte alimentar econômica de nutrientes necessários para a manutenção, crescimento e produção dos ruminantes. Nesse aspecto, a produção de leite a pasto se mostra uma alternativa interessante aos caprinocultores brasileiros. Os sistemas de produção de leite a pasto que fazem o uso adequado dos recursos disponíveis e maximizam a utilização dos nutrientes fornecidos, resultam em um modelo de produção sustentável e, principalmente, de menor impacto ambiental. A pastagem é fundamental para um sistema produtivo, sustentável e econômico de caprinos. Entretanto, para isso deve ser manejado racionalmente, considerando-se aspectos como escolha das plantas forrageiras, incremento da fertilidade do solo e ajuste da pressão de pastejo. Assim, obtêm-se melhores produções por animal e por área, alcançando, desse modo, maior rentabilidade dos empreendimentos. Por outro lado, apesar do seu elevado potencial de produção de forragem, as pastagens de clima tropical não atendem às exigências nutricionais de cabras em lactação com altas produções. Desse modo, a dieta exclusiva de pastagem resulta na perda de peso pela mobilização das reservas corporais e, na redução da produção de leite dessas cabras. O fornecimento exclusivo de pastagens tropicais de boa qualidade, como no caso do capim Estrela (Cynodon nlemfluensis), com 30 dias de idade, 14,8% de proteína bruta e 63% de nutrientes digestíveis totais, supri adequadamente as exigências energéticas de cabras leiteiras com produ-
49
Artigo Técnico
ções diárias de até 1,5 kg de leite. Produções de leite mais elevadas, sem o comprometimento das reservas corporais só são possíveis com suplementação energética-proteica. Dessa forma, a suplementação é a estratégia mais eficiente para elevar a ingestão de energia de cabras mantidas em pastagem potencializando a produção por animal e por área. As cabras com elevada produção, ou seja, 3 a 6 litros de leite por dia precisam de mais nutrientes, principalmente energia, para responder o potencial de produção, quando manejadas em pastagens. Essas cabras podem reduzir o tempo gasto para pastejar e, consequentemente, a ingestão de matéria seca e a energia para manter a produtividade, quando suplementadas adequadamente. Para cabras leiteiras com alto potencial genético em pastagens tropicais é preciso fornecer elevadas quantidades de suplementação, em que, na maioria das vezes, apresenta alta concentração de amido, devido à presença de milho na formulação. No entanto, o excesso de amido, acarreta vários problemas na fermentação ruminal como a acidose, resultando na redução da gordura do leite, na diminuição da digestibilidade da fibra e na redução da ingestão de matéria seca. Uma alternativa para potencializar o desempenho produtivo dos animais é a suplementação energética com lipídios, que na forma de gordura protegida, possibilita aumentar a concentração energética das dietas, melhorando a eficiência de utilização de energia com mínima
interferência na fermentação ruminal. Assim, a gordura protegida, em combinação com outros ingredientes do suplemento, não inibe a ingestão de matéria seca, o que proporciona uma boa disponibilidade de nutrientes para as respostas satisfatórias de cabras em produção. Embora o valor da gordura protegida por quilo seja elevado, a utilização da gordura no suplemento de cabras leiteiras traz benefícios ao animal. Pois, a gordura protegida é encontrada comercialmente em duas formas, a base do óleo de soja ou do óleo de palma. A suplementação para animais mantidos a pasto com gordura protegida demonstra como uma alternativa viável para elevar a ingestão de energia em função do aumento da densidade energética da dieta sem elevar os riscos de acidose, além de promover
Tabela 1. Análise econômica do desempenho produtivo de cabras Saanen suplementadas com rações com gordura protegida Níveis de gordura protegida no suplemento
[1,5%] – [0%]
0%
1,5%
Produção de leite (kg/cabra/dia)
2,74
2,90
0,16
Custo com ração (R$/cabra/dia)
0,61
0,67
0,06
Receita com a venda do leite (R$/cabra/dia)
3,99
4,23
0,24
Benefício líquido (R$/cabra/dia)
3,38
3,56
0,18 *Preço de venda do leite R$ 1,46
Tabela 2. Simulação do benefício líquido (R$) da suplementação com gordura protegida em rebanhos com diferentes números de cabras em lactação Benefício líquido
Número de cabras em lactação 20
40
80
160
320
Em um dia
3,60
7,20
14,40
28,80
57,60
Em um mês
109,50
219,00
438,00
876,00
1752,00
Em um ano
1.314,00
2.628,00
5.256,00
10.512,00
21.024,00
menores perdas de energia na forma de calor e metano do que o fornecimento de carboidratos tais como o amido dos grãos de cereais. Em trabalho realizado, na Universidade Estadual de Maringá, com cabras Saanen em lactação na pastagem suplementadas com diferentes doses de gordura protegida na ração (0%; 1,5%; 3,0%; 4,5% e 6,0%), apontou que quando as cabras são suplementadas com 1 kg de ração contendo 1,5% de gordura protegida (que corresponde em 15 g/cabra/ dia de gordura) houve aumento de 160 gramas/cabra/dia na produção de leite (produção 5,5% superior) com relação às cabras não suplementadas, porém, o custo com a ração também aumentou em 0,06 R$/kg (Tabela 1). No entanto, ao fazer a avaliação econômica baseada no conceito de benefício liquido. Observou-se que embora a utilização da gordura protegida, que apresenta elevado custo (3,46 R$/kg) tenha refletido em um custo mais elevado da ração, o benefício líquido aumentou em 0,18 R$/cabra/dia. É importante ressaltar que as respostas animais quando avaliadas individualmente são pouco expressivas. Todavia, quando essa avaliação é feita em rebanhos maiores, essa diferença pode somar no bolso do produtor (Tabela 2). Portanto, os resultados sugerem que a inclusão de gordura protegida na suplementação de cabras Saanen em lactação em pastagem aumenta os lucros para o produtor. Sendo assim, a gordura prote-
gida é um suplemento energético alternativo para a alimentação de cabras em lactação. No entanto, para uma eficiente produção de leite de cabras em sistemas que exploram pastagens tropicais é importante à aliança entre o suporte técnico e o manejo correto. * As zootecnistas, Dra. Ludmila Couto Gomes (ludmilagomes@zootecnista.com.br) e Profa. Dra. Claudete Regina Alcalde (cralcalde@wnet.com.br), são do Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá
Pesquisa
Técnicos brasileiros conhecem inovações em nutrição de vacas leiteiras
M
édicos veterinários, agrônomos, zootecnistas e demais profissionais ligados à nutrição de vacas leiteiras participaram em Chapecó (SC), do treinamento Agricultural Modeling and treining Systems (AMTS). A iniciativa foi uma promoção da 3rlab em parceria com a LG, Rehagro, Kera Nutrição Animal, Poli Nutri, Phibro Animal com apoio do Sebrae/SC. A capacitação, que também foi realizada em Castro (PR), Uberlândia (MG) e Passo Fundo (RS), teve como objetivo promover a interação entre condições existentes nas fazendas e a capacidade de realizar um bom balanceamento nutricional. Entre os palestrantes esteve um dos mais renomados especialistas no segmento de vacas leiteiras, o consultor mundial em
Capacitação Agricultural Modeling and treining Systems (AMTS) foi conduzida por renomados especialistas do segmento
bovinocultura de leite, Thomas Tulutky, e outro conceituado especialista da área, o diretor da 3rlab, Marcelo Hentz Ramos. Segundo Ramos, o foco das palestras esteve voltado à compreensão da qualidade da forragem, bem como para as novidades em nutrição de vacas leiteiras e a experiência de técnicos acostumados a analisar forragens nas fazendas brasileiras. Com isso, foi possível aprofundar o embasamento teórico sobre requerimento de nutrientes para bezerra, novilha e vaca e sobre suprimento de nutrientes com foco para aminoácidos, amido, gordura e minerais. Também foi possível avaliar o balanceamento de 20 dietas com ingredientes e situações encontradas no sul do país, além de discutir os pontos de importância na tomada de decisão para a adição de ingredientes e aditivos. Ramos destacou que entre os principais objetivos do treinamento está a melhoria da eficiência técnica visando a tomada de decisões adequadas nas fazendas e o aumento da qualidade dos produtos. “A capacitação ofereceu os conceitos mais avançados em balanceamento e dietas ao produtor. Nosso objetivo é treinar os técnicos para que possam trabalhar no Brasil com a mesma qualidade americana”, ressaltou o diretor ao lembrar que os Estados Unidos detêm o que há de mais avançado em ciência e tecnologia, sendo responsáveis por 95% da geração de conhecimento em qualquer área.
Atualmente, o Brasil produz 35 bilhões de litros de leite por ano e o crescimento no Sul em 2014 foi de 15%. Com a produção de 2,8 bilhões de litros/ano, o Estado de Santa Catarina é reconhecido como o quinto produtor nacional. Praticamente, todos os estabelecimentos agropecuários são produtores, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 73,8% da produção. Os 80.000 produtores de leite (dos quais, 60.000 são produtores comerciais) geram 7,4 milhões de litros/dia. “A importância de aperfeiçoar técnicos que atuam na área no país é gigantesca, pois para produzir um real em leite, são gastos de R$ 0,50 a 0,70 centavos em nutrição”, concluiu Ramos.
Treinamento reuniu médicos veterinários, agrônomos, zootecnistas e demais profissionais ligados à nutrição de vacas leiteiras
Eventos
Anutec Brazil 2016
já tem 70% do espaço da feira reservado e confirma grandes nomes Uma das principais plataformas de negócios em tecnologia alimentícia do país mostra sua força para a segunda edição
C
om aprovação da grande maioria de visitantes e expositores da primeira edição da International Foodtec Brazil (Anutec Brazil), em 2014, a segunda edição desta, que é uma das principais plataformas de negócios para a indústria e tecnologia da alimentação do país, já é garantia de sucesso. A ser realizada de 2 a 4 de agosto de 2016, em Curitiba (PR), a Anutec Brazil já possui 70% de seu espaço de
exposição reservado para empresas de processamento de alimentos, embalagens, segurança alimentar, ingredientes, serviços e soluções. Com a experiência de mais de 90 anos organizando importantes feiras em todo o mundo, como a Anuga e a Anuga FoodTec, em Colônia (Alemanha), a Koelnmesse traz uma vasta experiência e relacionamento para a Anutec Brazil. Empresas nacionais e internacionais de grande expressão já garantiram seu nome na feira, tais como Bettcher, Bremil, Handtmann, Incomaf, Jarvis, Linco, Middleby, Multivac, New Max, Poly-clip, Sunnyvale, Ulma, Vemag. Além de empresas com representatividade no Brasil, áreas internacionais estão reservadas como a da Itália e da Dinamarca. “O objetivo é deixar a feira cada vez mais com perfil internacional, usando a influência da Koelnmesse no mundo para atrair tanto expositores, quanto visitantes profissionais de alta qualidade. Na primeira edição tivemos expositores de nove países vindos da Europa, das Américas e da Ásia, que representaram 41% dos expositores totais”, explica Denis Steker, vice-presidente sênior para feiras internacionais da Koelnmesse GmbH.
Aprovação de profissionais e expositores motiva 2ª edição Em agosto do ano passado, 81 empresas de nove países apresentaram, nos 6.595 m² (brutos) do centro de exposições, uma plataforma de negócios e informações única na região para a produção, processamento e embalagem de alimentos, com ênfase em carnes, aves, peixes e queijo. Com cerca de 3.000 visitantes profissionais regionais e internacionais, a feira assegurou uma ótima dinâmica empresarial. Pesquisa realizada após o evento mostrou que 77% dos visitantes foram em busca de novos contatos comerciais, 55% para testar produtos, 40% para realizar novos pedidos e 33% para preparar pedidos. Do total, 93% disse que visitarão a segunda edição da feira. Em relação aos expositores, 80% recomendaria a feira para expor e 69% ficaram muito satisfeitos com a qualidade dos visitantes. Segundo Marco Antonio Magolbo, diretor da Handtmann, “a primeira edição foi excelente tanto na visitação, quanto nos negócios realizados. Continuamos na Anutec Brazil 2016, pois vemos o progresso da feira com muito sucesso no setor. Ainda faltava uma feira focada,
Eventos
com concentração de importantes empresas de alta tecnologia no setor de processamento de alimentos. E não sou só eu como expositor que digo isso, nossos clientes e convidados elogiaram muito esse aspecto da feira”. A capital paranaense como sede da feira também foi citada como ponto estratégico para atingir um público profissional de qualidade. “Estar em Curitiba é estar mais próximo de tomadores de decisão de indústrias e frigoríficos que estão concentrados nessa região. Estamos representados por uma feira referência do setor, a Anutec Brazil, que é uma grande plataforma de relacionamento e que deu muito certo. Uma feira elogiada pelos visitantes por sua objetividade, na qual em dois dias eles conseguiram visitar tudo e manter os relacionamentos de interesse, dedicando o tempo adequado em suas visitas a cada expositor”, comenta José Segovia, diretor da Ulma. A questão da objetividade foi destacada como um dos principais pontos pelos expositores. “Foi muito bom participar da primeira edição da feira, fizemos grande relacionamento com nossos clientes. Uma feira bem montada, com boa estrutura e todos felizes e satisfeitos por ser uma feira focada. Os clientes saíram ainda mais felizes, pois conseguiram rapidamente
resolver o que precisavam na feira”, reforça Michael Teschner, diretor geral da Multivac. Dados Brasil Como segundo maior produtor de carne bovina e terceiro maior produtor de aves na comparação global, o Brasil desempenha um papel cada vez mais importante nos mercados internacionais. Ao mesmo tempo, o país lidera o ranking de grandes exportadores de aves e seus produtos derivados. Serviço Anutec Brazil 2016 Quando: 2 a 4 de agosto de 2016 Onde: Curitiba – Paraná – Brasil Local: Expo Unimed www.anutecbrazil.com.br Informações para expositores nacionais: Bäumle Organização de Feiras Ltda. São Paulo: +55 (11) 3829-7990 Curitiba: +55 (41) 3068-0100 E-mail: anutecbrazil@baumle.com.br Informações para expositores internacionais: Koelnmesse GmbH Phone: +49 221 821-3112 E-mail: j.kurzke@koelnmesse.de
Índice de Anunciantes
Anutec Brazil............................................................................................. 41 Casa das Desnatadeiras.............................................................................. 27 Cenha........................................................................................................ 57 Cold Air..............................................................................................4ª capa Daxia Doce Aroma..................................................................................... 15 Dois Irmãos................................................................................................ 35 DSM.......................................................................................................... 13 Embala Nordeste........................................................................................ 43 Fibrav......................................................................................................... 14 Guarani-Plast............................................................................................. 25 Hidrozon.................................................................................................... 21 Hiper Centrifugation.......................................................................... 29 e 37 Injesul........................................................................................................ 47 Milklab...................................................................................................... 51 Perfor........................................................................................................ 19 Plásticos Dise............................................................................................. 39 Poly-clip....................................................................................................... 5 Qualiterme................................................................................................. 49 Refri-Leste...........................................................................................3ª capa Rool........................................................................................................... 23 SEW........................................................................................................... 17 SIG.............................................................................................................. 7 Stork.......................................................................................................... 33 Taimak....................................................................................................... 53 Tetra Pak.............................................................................................2ª capa