Revista Mais Leite - Ed. 59

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Diretora Jussara F. S. Rocha

expediente

(11) 94110.4965 diretoria@grupomaisfood.com.br Editor CauĂŞ Vizzaccaro caue@grupomaisfood.com.br Gerente de Contas Clecio Laurentino (11) 95557.4355 clecio@grupomaisfood.com.br Arte Anselmo Rocha anselmo_ar@icloud.com Administrativo / Financeiro financeiro@grupomaisfood.com.br Conselho editorial Carlos Ramos, christian Oest Moller, Ludimila Couto Gomes, Luiza Carvalhaes de Albuquerque, Marion Ferreira Gomes, Nelson Luiz Tenchini de Macedo e Rodrigo de Souza, Vera Lucia de Souza Assinatura/Subscription Brasil: R$ 130,00 USA, Latin America, Europe and Africa: US$ 150,00 Tel.: (11) 2337.7252 | 2337.7292 | 2337.7323 | 2337.7157 Tiragem: 10.000 exemplares

www.grupomaisfood.com.br 3


SUMÁRIO

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03 | Expediente

26 | Especial: embalagens

04 | Sumário

28 | Capa: Dairy Vision

06 | Editorial

32 | Opinião: Marcelo P. Carvalho

08 | Produtos: Tirolez

38 | Pesquisa: requeijão do Ital

10 | Produtos: Regina

40 | Eventos: Tecno Fidta

12 | Produtos: Macpet

44 | Cad. Nacional: Pirakids

14 | Informe: DSM

46 | Cad. Nacional: Scala

15 | Pesquisa: desnutrição

48 | Cad. Nacional: Vigor

16 | Especial: Tetra Pak

49 | Cad. Sorvetes: dia do sorvete

18 | Saúde: antioxidante

52 | Informe: Encontro Sindileite-BA

20 | Especial Queijos: Serrano

53 | Índice de anunciantes


Maxiren® XDS

Queijo com uma textura duradoura Tornamos isto realidade Ótimas notícias para o setor de queijos: apresentamos nosso novo Maxiren® XDS, um coagulante que mantém a textura do queijo durante a vida de prateleira, proporcionando mais flexibilidade aos produtores e processadores de queijos. E ainda há mais. Os consumidores podem saborear um queijo com uma excelente fatiabilidade e um derretimento perfeito e equilibrado. Tudo isso porque o Maxiren® XDS mantém a textura

de qualidade do soro do leite, agregando valor ao processamento de seu soro do leite. Nosso objetivo é fornecer ao setor de queijos soluções completas que funcionem. Nossa combinação de culturas e coagulantes proporciona, de modo sinérgico, a eficiência de produção e os benefícios de sabor e textura.

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EDITORIAL Fim de ano ou início de 2017?

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ara alguns empresários, estamos nos aproximando do fim do ano e este é o período para segurar os investimentos e esperar chegar 2017. No entanto, muitos clientes estão definindo seu budget neste momento e para quem não pensa em estacionar e quer sempre que sua empresa cresça, agora é a hora de investir e fazer com que sua marca fique cravejada na memória do comprador. Como destaque desta edição, temos a reportagem sobre a segunda edição do Dairy Vision: Latin America Dairy Congress, que ocorrerá em Curitiba (PR), e será o ponto de encontro das sumidades mundiais do setor. O evento contará com palestras e temas de alto nível com o foco de “líderes para líderes”, já que contará com a participação dos maiores executivos do segmento lácteo. Para aglutinar mais informações sobre o Dairy Vision, entrevistamos Marcelo Pereira de Carvalho, CEO da AgriPoint e criador do evento. Em outro destaque abordamos sobre o tema embalagem, esta que atualmente faz a diferença na competição pelo consumidor, onde para conquistar a visibilidade da gôndola, os laticínios investem em uma decoração distinta e moderna. A editoria Eventos conta com a feira argentina Tecno Fidta, que teve nossa participação e presença de 10 mil visitantes de diversos países e recebeu mais 170 expositores. Em Saúde temos uma matéria sobre como os ingredientes antioxidantes na composição do sorvete podem melhorar a saúde humana, pois, podem reprimir o estresse oxidativo em idosos, pessoas saudáveis ou tem doenças crônicas. Também apresentamos a pesquisa realizada pelo Ital, que desenvolveu um requeijão enriquecido com farinha da casca do maracujá. O lácteo possui 50% menos gordura e maior concentração de fibras, sendo assim indicado para consumidores com intolerância à lactose. Boa leitura!

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Produtos

Tirolez marca presença no Salão Internacional da Alimentação de Paris A marca irá representar o Brasil com a linha Zero Lactose, eleita a mais inovadora pelo júri da World Tour 2016

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Tirolez, uma das mais tradicionais marcas de laticínios, participou do Salão Internacional da Alimentação (Sial), em Paris, na França. O evento é considerado uma das mais importantes feiras internacionais do segmento de alimentos e a empresa irá representar o Brasil com os queijos da linha Zero Lactose Tirolez. Eleita em julho deste ano como a mais inovadora do Brasil pelo júri da World Tour 2016, a linha Zero Lactose Tirolez é composta pelo Creme de Minas Frescal, Requeijão Light, Mussarela Light, Prato Light, Minas Padrão Light, Minas Frescal Light e Cottage e irá concorrer com produtos de 28 diferentes países ao prêmio de produto mais inovador do mundo. “Participar de um grande evento como este e representar o Brasil com uma linha de produtos que foi desenvolvida com

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todo o nosso carinho, expertise e tradição é muito importante para nós. Além disso, sermos escolhidos como a linha de produtos mais inovadora do país mostra que estamos atentos às tendências do mercado e que os queijos Tirolez unem sabor e nutrição, sem deixar de lado a qualidade”, relata Cícero Hegg, diretor de Marketing da empresa. A linha foi lançada, em 2015, para atender a uma demanda mundial de consumidores com intolerância à lactose, açúcar naturalmente presente no leite. O método de fabricação desses queijos consiste na adição da enzima lactase durante o processo de produção, quebrando a lactose em dois outros açúcares menores (galactose e glicose), que são facilmente digeridos por portadores dessa intolerância. Para mais informações sobre a feira acesse www.sialparis.com.•


74 ANOS

TECNOLOGIA EUROPEIA A SERVIÇO DO MERCADO NACIONAL

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Produtos

Alimentos saudáveis e nutritivos para o café da manhã Produtos Regina ajudam a começar o dia com uma alimentação balanceada

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correira do dia a dia faz com que o café da manhã, a refeição mais importante do dia, não tenha sua devida importância. O cardápio matutino deve conter opções saudáveis, nutritivas e que forneçam energia, como queijos, leite e derivados. Desse modo, confira as sugestões do Barbosa & Marques, empresa centenária e fabricante dos produtos Regina. Leite Zero A+D+E O processo de fabricação deste leite é

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idêntico ao do Leite UHT Zero Desnatado. A diferença que esse produto é enriquecido com vitaminas A, D, e E, visando substituir as vitaminas presentes na gordura do leite que foram retiradas. Esse leite é ideal para pessoas que querem um produto menos calórico sem perder seu valor nutritivo. Cottage De sabor fresco e acidulado, esse queijo apresenta baixo teor de gordura. É consumido tipicamente frio e pode ser aplicado


Produtos em saladas ou combinado com legumes e frutas. Manteiga Light O inigualável sabor da manteiga tradicional com redução de 50% do teor de gordura. Ideal para deixar o seu lanche mais leve. Queijo Mussarela Light É fabricado com leite do qual se retirou

25% de gordura. No entanto, apesar de menos calórico, possui praticamente as mesmas características de fatiamento, derretimento e sabor do queijo tradicional. Os produtos de laticínios da marca Regina podem ser encontrados nos principais supermercados do país. Outras informações pelo site www.regina.com.br ou facebook https://www.facebook.com/ QueijosRegina.•

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Produtos

Macpet lança frasco em PET para iogurte

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esenvolvido pela Macpet Embalagens, o frasco de Iogurte 180 gramas em PET foi premiado em seu lançamento e reconhecido pelo Instituto ABRE (Associação Brasileira de Embalagens) em duas categorias distintas: Sustentabilidade e Redução de perdas de alimentos. Segundo a Macpet, o produto é a embalagem mais leve do mercado nesta categoria, com apenas 6 gramas, ou seja, 40% a menos de peso com relação as embalagens tradicionais. Além disso, possui ótima resistência e é a primeira

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deste tamanho feita em PET no Brasil, o que garante maior probabilidade de ser reciclada, melhor escoamento do produto e aproveitamento do produto pelo consumidor. Localizada na região metropolitana de Curitiba (PR), a Macpet atende empresas de todo o Brasil, com a opção de fornecer as embalagens já rotuladas. Dentre vários diferenciais, como o moderno design, o frasco proporcionapoucos ajustes na linha de envase e pode ser usado nas envasadoras atuais, gerando ainda economia no custo do selo de


Produtos vedação e maior rapidez no resfriamento da embalagem envasada, gerando assim, economia de energia elétrica. Antenada com as tendências mundiais e sempre buscando as melhores soluções, a Macpet participará como expositor no evento Dairy Vision 2016. Além dessa embalagem de iogurte, a empresa produz preformas e embalagens PET para diversas finalidades, e especiais para o mercado lácteo, com opcionais de transmitância de luz quase zero, com filtro de raios Ultra Violetas, Bactericidas, Fungicidas, e outras peculiaridades de acordo com a sensibilidade de cada produto envasado e nível de assepsia de envase. Desse modo, é para os envasadores muito mais do que um recipiente para adicionar os produtos, pois oferece embalagens inteligentes que realizam funções de conservação e aumento de shelf life.

Todas essas embalagens possuem a opção de serem biodegradáveis por causa de uma tecnologia canadense. Como exemplo, segundo a empresa, se os frascos forem destinados para a coleta seletiva, elas serão 100% recicladas. Caso essas embalagens forem parar em algum aterro, em meses se tornarão matéria orgânica, o que torna a embalagem um destaque de inovação, consumo consciente e preocupação socioambiental.•

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Pesquisa

DSM lança livro sobre consequências da desnutrição no mundo Publicação traz a opinião de especialistas sobre o impacto da má nutrição no desenvolvimento econômico em vários países

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DSM lançará em outubro a segunda edição do livro “O caminho para uma boa nutrição” (Road to a good nutrition), publicado pela editora Karger, especializada em publicações médicas e científicas. O livro traz uma perspectiva global sobre o tema e os desafios contemporâneos da nutrição no mundo. A publicação apresenta diferentes ângulos de alguns dos maiores especialistas do mundo, fornecendo insights e opiniões com argumentos profundos e análises extensas sobre os efeitos danosos da desnutrição em diversos países. Na edição anterior, Manfred Eggersdorfer, vice-presidente de nutrição e ciência da DSM e um dos coautores do livro, disse

em seu editorial que a publicação fala sobre uma jornada, não individual de um país, de um indivíduo ou uma nação. Diz respeito a uma jornada iniciada pelo mundo sobre como melhorar as condições nutricionais da população global e do papel de cada indivíduo na busca por essa meta. “O caminho para uma boa nutrição” tem por objetivo fornecer aos leitores uma impressão geral a respeito da nutrição no mundo, as atuais necessidades e algumas sugestões que podem contribuir na melhor condução de problemas regionais e globais. O livro será lançado durante o Fórum Global de Micronutrientes, que acontecerá em Cancun, no México.•

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Especial

Tetra Pak capacita 250 profissionais de educação com oficinas sobre reciclagem e cidadania no Pará

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Tetra Pak, em parceria com a ONG NoOlhar, finalizou uma série de cinco edições de suas Oficinas Pedagógicas no estado do Pará. O projeto contou com a participação de 250 coordenadores e professores que foram capacitados nas cidades de Parauapebas, Xinguara, Canaã dos Carajás, Tailândia e Abaetetuba. A iniciativa fez parte do programa Cultura Ambiental nas Escolas, que oferece informações a professores da rede pública e privada sobre reciclagem, meio ambiente, coleta seletiva e cidadania. Na ocasião, os profissionais foram orientados sobre como trabalhar os temas dentro das salas de aula. De acordo com Valéria Michel, diretora de Meio Ambiente

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da Tetra Pak, as oficinas são fundamentais, especialmente, para a ampliação do conhecimento dos estudantes. “O conteúdo apresentado no projeto é levado para a vida toda. Nosso objetivo é contribuir para a formação de cidadãos responsáveis com o meio ambiente e que consigam enxergar as questões ambientais como um ponto substancial para o desenvolvimento de uma sociedade”, destaca. Para os participantes, o projeto é uma forma de agregar conhecimento dentro da sala de aula. “As oficinas foram bastante produtivas. Tenho certeza de que muitas sementinhas serão germinadas a partir deste trabalho educativo”, afirma a professora Jariciane Cruz Setúbal, da Secretaria


Especial de Educação de Xinguara. Gerenciamento adequado de resíduos sólidos e a orientação sobre descartes de embalagens longa vida estavam entre os conteúdos contemplados pelas oficinas. Como parte da capacitação, os professores ainda receberam kits de educação ambiental, composto por cartilhas, vídeos, revistas e banners que podem ser compartilhados com os alunos.

Cultura Ambiental nas Escolas. O site www.culturaambientalnasescolas.com.br oferece informações sobre as questões ambientais, com destaque para o ciclo de vida dos materiais, incluindo os processos de reciclagem. Ainda para despertar o interesse das crianças nestes importantes temas, a plataforma oferece opções lúdicas, com jogos e exibição de vídeos interativos.•

Educação ambiental para dentro da sala de aula O programa Cultura Ambiental nas Escolas, criado em 1997, já beneficiou mais de seis milhões de estudantes e mais de 40 mil escolas públicas e privadas com informações sobre reciclagem, meio ambiente, coleta seletiva e cidadania. Para dar continuidade a este trabalho, em novembro de 2009, foi lançado o Portal

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Saúde

Ingredientes antioxidantes na composição do sorvete melhora a saúde

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m estudo feito pelo Departamento de Sistemas de Medicina da Universidade de Roma Tor Vergata, da Itália, afirmou que a ingestão de sorvete com ingredientes ricos em antioxidantes é efetiva para reprimir o estresse oxidativo no ser humano, desde os idosos ou quem possui doenças crônicas. O estresse oxidativo é uma desarmonia entre a produção de radicais livres e a capacidade do corpo de reagir contra isto. A finalidade da pesquisa foi medir a consequência do estresse oxidativo, da função endotelial e do desempenho físico de quem ingeriu 100 gramas de sorvete natural rico em polifenóis. No estudo controlado, cruzado e duplo cego, 14 indivíduos saudáveis (sete homens e sete mulheres entre 20 e 40 anos de idade) foram distribuídos para consumir 100 gramas de sorvete antioxidante contendo cacau em pó, avelã e extrato de chá verde, ou de sorvete de chocolate, e também um teste ergométrico foi feito antes da divisão aleatória. Para cada indivíduo foi indicado, duas semanas antes do teste, dispensar medicação, suplemento dietético ou atividade física intensiva e se privar de comer alimentos ricos em polifenóis, como produtos contendo cacau, vinho tinto e chá. Após algumas horas depois do teste, quem consumiu sorvete antioxidante teve seu nível sérico de polifenóis aumentado de forma significativa, enquanto que o estresse oxidativo caiu. Desse modo, a pesquisa indicou que o sorvete antioxidante combinado com alimentos ricos em polifenóis (cacau em pó, avelã e extrato de chá verde) melhorou a função vascular e o desempenho físico, e que o sorvete é potencialmente eficaz em combater o estresse oxidativo.•

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Especial Queijos

Queijo Artesanal Serrano: história e tradição nos campos de altitude do Sul do Brasil Por Evander Eloí Krone

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ituada no Nordeste do Rio Grande do Sul e na região contígua de Santa Catarina, com altitudes superiores a 1.000 metros acima do nível do mar, a região conhecida como Campos de Cima da Serra é caracterizada por invernos rigorosos, tendo na pecuária em sistema de campo nativo sua principal atividade econômica. Nasce também da atividade da pecuária de corte a produção artesanal de um queijo característico desse território, conhecido localmente como queijo Serrano. Com uma tradição secular, que remonta ao período

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do tropeirismo no Brasil, e com uma receita tradicional, passada de geração a geração, há quase duzentos anos, o tipo Serrano é uma das principais fontes de renda das famílias de pequenos pecuaristas que se dedicam à sua produção. As técnicas artesanais empreendidas na fabricação do queijo, com a utilização de leite cru de vacas de corte, alimentadas com pastagens naturais fornecidas por campos nativos, bem como o microclima específico da região, conferem ao produto características físicas e organolépticas únicas, que


Especial Queijos lhe dão especificidade e o distinguem de outros queijos. A tradição de produção do queijo Serrano remonta a meados do século XVIII, quando era forte o vínculo com a atividade tropeira. Dos Campos de Cima da Serra, partiam tropas de mulas carregadas de queijo, entre outros produtos. No auge do período do tropeirismo, durante os séculos XVIII e XIX, o queijo Serrano, então transportado no lombo de mulas, era o principal produto que garantia o abastecimento alimentar das famílias rurais. É assim que, dos Campos de Cima da Serra, desciam para a região do Vale do Tubarão, Santa Catarina, mulas carregadas com pinhão, charque e queijo, que então eram trocados por produtos como sal, açúcar amarelo, farinha de mandioca e arroz, que subiriam a serra no lombo das mulas que regressavam aos campos de altitude.

Nesta região, o estabelecimento das primeiras fazendas teve como objetivo a ocupação do território e o aproveitamento da imensa reserva de animais deixada pelos padres jesuítas à época do fim das reduções no Rio Grande do Sul, no século XVIII. O comércio de gado e de muares para o centro do Brasil era altamente rentável para os produtores e comerciantes de animais e a pecuária de corte era a atividade principal das fazendas. Mas os trabalhos e a lida com os animais nas fazendas exigia mão de obra que excedia o trabalho dos membros da família, e é assim que grande parte das fazendas possuíam agregados que, do cuidado com os afazeres da fazenda adquiriam o direito à moradia e à obtenção dos seus meios de vida. A produção de queijo era um subproduto da atividade da pecuária de corte, constituindo-se como uma particularidade do sistema, já que não teria sido intencionalmente

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Especial Queijos organizado para isso. Para os grandes fazendeiros, não interessava a produção de leite ou de queijo, mas sim o comércio dos animais. É dessa forma que os animais em lactação do rebanho de corte eram “emprestados” para os agregados, que então, aproveitando-se do leite desses animais, seriam os primeiros a se beneficiarem da fabricação de queijos caseiros na região. Aquelas famílias que, com o seu trabalho nas fazendas, conseguiram acumular certo volume de recursos, especialmente através do aumento de seus rebanhos bovinos, acabavam elas mesmas tornando-se proprietárias de terra e assumindo a autonomia de suas vidas. Se, de um lado, o queijo era o produto que garantia o abastecimento de mantimentos das famílias, de outro era o gado que possibilitava a acumulação e a realização da condição de pequeno pecuarista. Assumida a condição de pecuarista,

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as atividades produtivas são as mesmas que já realizava na condição de agregado, produzindo queijo e comercializando gado de corte e outros pequenos animais, como porcos, perus etc. É essa uma das origens do pecuarista familiar na região, que também se origina da fragmentação de propriedade a partir de processos de sucessão familiar, de descapitalização de muitos pecuaristas e da chegada de imigrantes, que se estabelecem na região. Com a chegada do século XX e o desenvolvimento trazido com o aumento do comércio entre as cidades e as regiões, assim como a abertura de estradas, ferrovias e rodovias, além da chegada do transporte motorizado, deram um fim à atividade tropeira e ao comércio de queijo sobre o lombo de mulas. No entanto, a lógica de reprodução social adotada pelos pecuaristas familiares produtores de queijo Serrano


mantém muitas semelhanças com a daquela época. Indicador disso é que, na atualidade, o queijo – vendido para consumidores locais, pequenos estabelecimento comerciais ou atravessadores, para comercialização em Caxias do Sul ou em Santa Catarina – tem garantido para as famílias produtoras a renda que permite o acesso aos alimentos. Se no passado o Queijo Serrano era objeto de troca para obter os alimentos não produzidos na região, na atualidade é através da renda gerada em sua comercialização que é obtido o abastecimento familiar. A produção de queijo, que no auge da atividade da pecuária de corte extensiva era apenas um subproduto da pecuária de corte, relegada às famílias de agregados das fazendas, tornou-se, na atualidade, uma das principais atividades econômicas dos pecuaristas familiares e, em muitos casos, representa mais da metade da renda familiar. No entanto, apesar de toda sua importância econômica, social, cultural e histórica, a comercialização de queijo Serrano era realizada, em grande medida, à margem dos canais formais de comercialização. Sabemos que a qualidade sanitária de um produto é direito de todo consumidor, mas é evidente que algumas regulações sanitárias vigentes não respeitam a diversidade, a história e o caráter cultural de produtos tradicionais. Moldados sobre o estigma da estandardização de processos e produtos, essas regulações se chocam com a diversidade do saber-fazer e de processos de produção tradicionais. Apesar disso, vários estudos apontam que existe, entre os consumidores, uma demanda crescente de produtos carregados de identidade, cultura e tradição. Assim é que se coloca a urgência de combinar as normas fiscais e sanitárias e o saber-fazer tradicional em padrões que possibilitem a reprodução social dessas famílias ao mesmo tempo em que garantam a qualidade do produto aos consumidores.•

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Especial

O que se veste faz a diferença na competição Para conquistar a visibilidade da gôndola, laticínios têm investido em decoração superior com rótulos termoencolhíveis e in moldlabel Por Assunta Napolitano Camilo

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roupa manda no visual das pessoas: um bom traje, seja um vestido ou terno, valoriza o profissional. Com os produtos é a mesma coisa: devem vestir uma embalagem bem “cortada” (projetada), com boa estrutura, bem costurada e, claro, igualmente bem finalizada. Desde o conceito escolhido até as informações sobre o descarte das embalagens, cada detalhe merece atenção para resultar em um conjunto vitorioso na gôndola. É lá que a competição final pela atenção do consumidor será travada, ou seja, quem vence é quem convence que tem valor! Podemos ver na imagem de abertura alguns exemplos espalhados pelo mundo: leites optando por garrafas plásticas com barreira por várias razões, entre elas, o fato de permitir decoração 360 graus sem a necessidade de grandes lotes de embalagens. Normalmente os lotes mínimos de rótulos são menores que outros tipos de embalagens. Com lotes menores é possível variar, trocar ou ter mensagens sazonais ou regionais que aumentem a empatia com o público, garantindo assim vendas muito maiores. O mesmo vale para os copos, como as novas propostas de iogurtes prontos para beber que estrearam no Brasil. Um destaque é este copo da Danone, da Grécia, que traz apelo aos jovens. A arte é extremamente convidativa, chamando a “galera” para a “balada” saudável! Entre outros detalhes, há a inclusão de um canudinho (tele-escapável), que fica preservado de qualquer contaminação através de um rótulo autoadesivo

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que o “guarda” ou deixa embutido na tampa. O sistema 1-2-3 é muito intuitivo. A d e c o r a ç ã o c o m u m ró t u l o termoencolhível traz uma arte animada, além de ser muito bem impressa, fazendo a diferença na comunicação de que se trata de algo realmente novo e com uma promessa de sabor incrível. Margarinas, cremes e manteigas têm investido na decoração com in moldlabel. No caso da manteiga irlandesa da foto foi utilizado um rótulo in moldlabel recortado, com corte complexo para acompanhar o formato do pote ovalado (uma das aplicações desse tipo de rótulo). A impressão foi precisa, e o acabamento mate (fosco) contribuiu para um efeito sofisticado superior. Neste mês de outubro acontece a feira Sial – Salão Internacional da Alimentação, em Paris, na França, que apresentará muitas novidades. Nos próximos artigos contaremos em detalhes, pois... Embalagem melhor. Mundo melhor, sempre!• * Assunta Napolitano Camilo: Diretora da FuturePack – Consultoria de Embalagens e do Instituto de Embalagens – Ensino & Pesquisa. Diretora do Kit de Referências de Embalagens, do livro Embalagens: Design, Materiais, Processos, Máquinas & Sustentabilidade, entre outros (www.institutodeembalagens.com.br), e da coleção Better Packaging. Better World (www.betterpackagingbetter world.com).

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Capa

O mundo lácteo se reúne na Dairy Vision Evento internacional do setor lácteo ocorrerá em Curitiba (PR), nos dias 3 e 4 de novembro

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alestras e temas de alto nível em um evento destinado à indústria láctea. É isso que promete o Dairy Vision, que almeja repetir o sucesso obtido no ano passado. Nos dias 3 e 4 de novembro, no Expo Unimed, em Curitiba (PR), o encontro manterá o foco de “líderes para líderes”, já que conta com a participação dos maiores executivos do segmento lácteo. E eles estarão reunidos em um ambiente especialmente preparado para debater questões estratégicas e insights inovadores. A temática será abrangente e relevante para os profissionais que trabalham no setor de laticínios e que necessitam tomar decisões pensando no futuro. Estratégias, inovação, mercado, marketing, consumo, casos de sucesso, startups, segurança alimentar, food services, sustentabilidade

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e tecnologia aplicada são exemplos de alguns dos assuntos discutidos. Dinâmico e inovador, o formato do evento – que está criando algo único para o setor no Brasil e no continente – se traduz em palestras de apenas 20 minutos, debates após as apresentações e amplos momentos de interação entre o público. Segundo Marcelo Pereira de Carvalho, CEO da AgriPoint, que realiza o evento em parceria com a inglesa Zenith, o Dairy Vision é um evento de porte global dentro do Brasil e destinado para quem realmente vai tomar decisões e impactar o dia a dia e o futuro da indústria láctea. “Contribuindo com o setor, ele ocorre em um momento no qual a indústria busca consolidação, agregação de valor e internacionalização, mas ainda, possui desafios


com relação às margens”. Programação do Dairy Vision - Lala: empresas Latino Americanas podem se tornar internacionais? – Miguel Angel García Paredes, Relações Institucionais da Lala, México (convidado). - Abordagens para inovação em grandes indústrias lácteas – Arun Prabhu - Líder de Categoria Global da Arla Foods, Dinamarca. - Identificando tendências para inovação em lácteos – Richard Walton - Gerente de Desenvolvimento e Pesquisa da Meiji Co Ltd., Japão. - Crescendo em um ambiente de crise: o sucesso por trás da Alibra – Humberto Salvador Afonso - Presidente da Alibra

Ingredientes, Brasil. - Adicionando valor através do fornecimento de leite: o exemplo da Cooperativa Castrolanda – Frans Borg Presidente da Castrolanda, Brasil. - Expandindo o consumo de iogurtes com o iogurte salgado: a experiência da The Chaat nos EUA – Anshu Dua - CEO da The Chaat, EUA. - Desafios e oportunidades na comunicação dos valores dos lácteos – Judith Bryans CEO da Dairy UK, Reino Unido. - Criando um portfólio de marcas de queijo: o exemplo da Vigor – Luís Renato Bueno - Diretor da Unidade de Negócios de Queijos, Vigor Alimentos, Brasil. - Explorando o mercado de queijos

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Capa premium no Brasil: o caso Gran Mestri – Acari Luiz Menestrina - Fundador e Presidente da Gran Mestri, Brasil. - Como envolver os jovens consumidores: a brasileira +Mu mostra o caminho – Otto Guarnieri e Antonio Neto - Sócios e fundadores da +MU, Brasil. - Brasil: comportamento do consumidor em uma economia em contração – Sergio Oseas do Amaral Pupo Filho - Gerente de Atendimento, Nielsen Brasil. - Argentina entrando em uma nova era? O que esperar – Alejandro Galetto - Especialista em mercado lácteo / Fepale, Argentina. - Oportunidades na redução de açúcar para o setor lácteo – Martin Christoph Knossalla - Gerente de serviço técnico de enzimas alimentares no departamento comercial da DSM Food Specialties. - Tendências no mercado global de lácteos – Esther Renfrew - Diretora de Inteligência de Mercado da Zenith International, Reino Unido. - Como a biotecnologia na produção de enzimas pode suportar as necessidades futuras da indústria de lácteos – Fabricio Leal Rocha - Gerente de Marketing para Indústria de Alimentos, Novozymes, Brasil. - Desenvolvimento do mercado de leite

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fluido na América Latina – Eduardo Eisler – Líder de Marketing e Gerente de Produtos da Tetra Pak para as Américas do Norte, Central e Sul. - Dairy Farmers of America: parceria no fornecimento de leite com outras companhias lácteas – Jay Valdwogel - Vice-Presidente Sênior, Estratégia e Desenvolvimento Global na DFA, EUA. - A lógica por trás das megafazendas como fornecedoras de leite – Federico José Alvarez Paullier - Gerente de Operações, Unidade Leiteira da Estancias del Lago, Uruguai. - Desenvolvimento do mercado de leite fluido na América Latina – Tetra Pak. - Ideas for Milk: estimulando a inovação no setor leiteiro – Paulo do Carmo Martins - Chefe Geral da Embrapa Gado de Leite, Brasil. - Extensão da marca: Forno de Minas vai além do “Pão de Queijo” – Helder Mendonça - Fundador e CEO da Forno de Minas, Brasil. - Liderando em tempos difíceis: a reviravolta da Alquería – Carlos Enrique Cavelier Lozano - Presidente da Alquería, Colômbia. - Uma visão externa sobre o setor lácteo na América Latina – Monica Ganley - CEO


Capa indústria láctea pode ajudar? Quais são as perspectivas para o mercado em 2017?

da Quarterra Consulting and Advisory, Argentina. - Como o tratamento de efluentes pode ajudar os laticínios – ADI Systems. Painel: Food Service para o setor lácteo - Coordenação: Roberto Denuzzo, RDC Consultoria, Brasil Qual o principal desafio que você encontra em relação ao fornecimento de produtos lácteos? Como você planeja a inovação e como a

- Status atual dos Food Services no Brasil e a demanda por produtos lácteos Rober to Denuzzo – CEO da RDC Consultoria, Brasil. - Daniela Reimann – Vice Presidente de Vendas e Serviços para América Latina da LSG Sky Chefs, Brasil. - Alexandre Costa – Gerente de Suprimentos da LACIPC - Subway, Brasil. - Antonio Carlos Pontes – Vice-Presidente de Compras e Logística da Bloomin' Brands International™ (Outback, Abbraccio, Fleming's), Brasil.• Para mais informações entre em contato pelo telefone (19) 3432-2199 ou escreva para ladc@milkpoint.com.br.

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Opinião

Dairy Vision: Latin America Dairy Congress Entrevista com Marcelo Pereira de Carvalho, CEO da AgriPoint, que em parceria com a Zenith International, fará a segunda edição do Dairy Vision: Latin America Dairy Congress

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segunda edição do Dairy Vision: Latin America Dair y Congress acontecerá entre os dias 3 e 4 de novembro, no Expo Unimed, em Curitiba (SP). Realizado em parceria com a Zenith Internacional, o evento terá como foco as inovações, marketing e projeções para o

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futuro do mercado de lácteos. O Dairy Congress manterá o foco de “líderes para líderes”, pois conta com a participação dos maiores executivos do segmento lácteo e possibilitará, aos diversos profissionais de outras regiões do mundo, conhecer melhor a realidade do mercado latino-americano.


1. Por favor, apresente o Dairy Vision: Latin America Dairy Congress 2016. Qual é a expectativa para a segunda edição do evento? O Dairy Vision é um evento voltado para executivos de empresas de laticínios e para todo o ecossistema que gira em torno das empresas: insumos e tecnologia, bancos e fundos de investimento e empresas que compram lácteos, como as de food service, entre outras. A proposta é abordar o setor sob a perspectiva das oportunidades e desafios do negócio em si, incluindo questões sobre estratégia e movimentos de mercado, consumo, marketing, inovação, empreendedorismo e outros temas de grande interesse para construir o futuro do setor. Em função disso, mudamos o nome do evento de Latin America Dairy Congress para Dairy Vision, mais curto e mais direto. É um evento de nível mundial realizado no Brasil. E isso faz todo sentido, afinal os olhos do mercado estão cada vez mais voltados para a América Latina. 2. Apresente a programação do evento? Quais os destaques? Serão 27 apresentações de 20 minutos nos dois dias de evento, sempre seguidas de debate entre os participantes de cada bloco. Dos 27 palestrantes, 12 são estrangeiros, envolvendo executivos de empresas e especialistas de todo mundo. Eu me arrisco a dizer que é um dos melhores eventos já feitos no mundo para o setor lácteo. Dentro disso, é até difícil apontar destaques, mas eu diria que conhecer a visão de grandes empreendedores nacionais será muito interessante, bem como o painel de food services, com clientes importantes do setor lácteo expondo suas necessidades. Também, o painel de inovação, com executivos da Arla Foods e da Meiji, do Japão, será um grand finale, culminando com a apresentação do CEO da Alquería, da Colômbia, um grande líder. 3. Por que houve a alteração do local do evento para Curitiba (PR)? Foz do Iguaçu (PR) é um excelente local para eventos como esse. Porém, percebemos que, em se tratando de executivos com tempo muito limitado, seria melhor realizar em uma capital, com voos diretos e em boa quantidade partindo de

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Opinião

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várias cidades. Pesou também o fato de já termos realizado dois grandes eventos no mesmo local em que faremos o Dairy Vision. Assim, Curitiba foi uma escolha natural para esta edição.

O setor ainda não é organizado como deveria, mas iniciativas como a Viva Lácteos, que reúne as principais empresas do setor em busca de uma agenda comum, são louváveis.

4. Como o sr. vê o atual estágio da cadeia produtiva do leite no Brasil? Estamos, como muitos setores, vivendo um momento pontual complicado, em função da perda de renda e aumento do desemprego. O forte crescimento da economia, que impulsionou nosso crescimento desde o ano 2000, foi desacelerando para, finalmente, retroceder bastante. Essa conjuntura afetou as empresas, logicamente. Por outro lado, há um processo de busca por agregação de valor, que passa pelo desenvolvimento de novos produtos e também de valorização das marcas. Empresas que nunca fizeram publicidade estão agora buscando se diferenciar. Isso é bastante positivo.

5. Fazendo referência a um artigo publicado recentemente pelo sr., “por que o leite (ainda) não deu certo”? Antes de responder, é preciso dizer que o leite cresceu muito nos últimos 15 anos e, à luz fria dos números, vem dando certo. Mas, do ponto de vista de organização da cadeia, ainda não deu certo, basicamente, porque não precisou dar certo. O modelo de crescimento da atividade até, digamos, o ano 2000, envolvia a exploração de um produtor de leite com baixa tecnificação, em áreas marginais e com baixo custo de oportunidade do seu trabalho. A população, em geral, tinha pouco acesso a lácteos e também não era tão atenta à qualidade. O mercado era,


portanto, nivelado por baixo. Isto está mudando: a nova geração, isto é, o filho desse produtor, tem mais oportunidades de renda e de trabalho e não ficará na atividade a não ser que invista em aumento da produção e da produtividade. Isso implica em aumento dos custos diretos e, assim, dos preços pagos, tornando a atividade mais atrativa. Do lado do consumo, o consumidor está cada vez mais consciente e exigente. Acredito que as bases para “dar certo” estão aí. O leite será a atividade do agronegócio que terá a maior transformação nos próximos 15 anos. 6. É possível elencar alguns itens de mudança no cenário lácteo desde o Latin America Dairy Congress 2015? Nota-se um interesse maior de players internacionais em se estabelecer no país. Tivemos, em maio, a aquisição da Yema pela italiana Granorolo. Antes, a General Mills adquiriu os Laticínios Carolina e a Mate Leão (Coca-Cola) tem uma participação na Verde Campo. Players estrangeiros ou mesmo empresas de fora do setor lácteo estão em busca de oportunidades por aqui. No aspecto econômico e político, a mudança de governo trouxe novo alento, ainda que a crise esteja bastante presente ainda. O novo Ministro da Agricultura parece ter uma agenda de abertura de mercados e desburocratização, o que é muito positivo. 7. E como está o cenário da cadeia produtiva do leite no mundo? No âmbito externo, os preços dos lácteos se recuperaram em comparação há um ano, chegando quase a US$ 3.000/tonelada, mas ainda assim estão abaixo do custo de produção na maior parte dos países. Acredito que o mundo subestimou a capacidade de resposta na produção de leite, principalmente com relação à Europa, que se livrou das cotas de produção de leite em 2015. Como bloco, é o principal produtor de leite do mundo e um aumento de, digamos, 1% na produção europeia equivale a um aumento de quase 10% na Nova Zelândia. Do lado do consumo, temos também um problema significativo: o principal vetor do crescimento mundial é a China, que vem desacelerando sua economia e, ao mesmo tempo, ampliando a produção interna de leite, com consequente redução nas importações de lácteos. Os dois aspectos juntos – aumento da oferta europeia e

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Opinião redução das compras chinesas (e russas, em um segundo plano) estão na raiz do longo período de redução de preços no mercado externo. Mas as perspectivas são melhores, já que a Europa está tendo redução na oferta em comparação ao mesmo período do ano passado. 8. É razoável já esboçar uma perspectiva para 2017? Esse ano está mais desafiador do que o de costume, porque passamos por um período de altas históricas nos preços ao produtor e à indústria. Tínhamos uma expectativa de aumentos médios entre 16% e 22% nos preços ao produtor, em 2016, o que já era muito acima do que a maior parte dos agentes estava prevendo. Ainda que possamos ter um aumento médio próximo a isso, a

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volatilidade será muito maior. Após a alta exagerada, também estamos assistindo à baixa exagerada. Os efeitos desse processo ainda não estão claros, mas devemos finalizar o ano com uma oferta interna maior de leite em comparação ao primeiro semestre. Mesmo com importações tendendo a cair, devemos elevar a disponibilidade de leite no país, o que limita o potencial de aumento de preços na entrada do ano. Certamente 2017 será bem menos volátil – talvez menos volátil do que a média – e com menor espaço para fortes elevações de preço, porque oferta e demanda devem estar mais alinhadas. Ao contrário do que ocorreu em 2016, as importações deverão ser menores, mas a oferta interna tende a se recuperar. Vale lembrar que não temos ainda uma indicação clara de quando e como o


Brasil sairá da crise. Há incertezas no campo econômico e político – não só no país, mas também fora – que tornam quaisquer previsões no mínimo muito arriscadas. * Marcelo Pereira de Carvalho Engenheiro agrônomo formado pela Universidade de São Paulo (Escola de Agricultura) ESALQ/USP, em 1992, e com mestrado em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ/USP, em 1998. Possui MBA Executivo Internacional pela FIA – Fundação Instituto de Administração, em 2005. É sócio-fundador e CEO da AgriPoint, que opera os sites MilkPoint, MilkPoint Portugal, MilkPoint Indústria, CaféPoint, FarmPoint e Nossa Matilha; a revista Leite Integral; os eventos Interleite e a principal plataforma de treinamento online do Brasil.

Certamente 2017 será bem menos volátil – talvez menos volátil do que a média – e com menor espaço para fortes elevações de preço, porque oferta e demanda devem estar mais alinhadas. Ao contrário do que ocorreu em 2016, as importações deverão ser menores, mas a oferta interna tende a se recuperar.

A AgriPoint possui também uma divisão de inteligência de mercado na área de lácteos, realizando trabalhos para empresas nacionais e internacionais a respeito de tendências de mercado, competitividade de sistemas de produção, estratégia e posicionamento de mercado. Coordenou o trabalho Cenários para o Leite em 2020, viabilizado pela OCB, MDA e Sebrae Nacional, entre outros projetos. Tem participado de eventos nacionais e internacionais do setor lácteo como palestrante especializado em mercado, marketing de lácteos e tendências de consumo. Nos últimos 10 anos proferiu mais de 200 palestras em 15 países.•

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Pesquisa

ITAL desenvolve requeijão enriquecido com farinha da casca do maracujá Produto com 50% menos gordura e maior concentração de fibras é indicado para consumidores com intolerância à lactose Por Fernanda Domiciano – APTA

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pãozinho com requeijão, no café da manhã, poderá ser mais saudável, graças à tecnologia inédita desenvolvida pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que produziu um requeijão com 50% menos gordura e baixo teor de lactose na sua composição. O produto desenvolvido pelo instituto de pesquisa paulista é enriquecido com farinha da casca do maracujá, o que o torna rico em fibras, melhorando o funcionamento intestinal e proporcionando maior saciedade aos consumidores. O ITAL integra a Rede Passitec, coordenada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que tem o objetivo de desenvolver produtos com a farinha da casca do maracujá,

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proporcionando maior geração de renda aos agricultores do Cerrado brasileiro. O requeijão desenvolvido pelo ITAL tem teor de gordura de 9% a 10%, metade dos índices dos produtos tradicionais, e menos de 0,5 gramas de lactose por 100 gramas ou 100 mililitros, o que o torna ideal para ser consumido por pessoas com intolerância à substância. A farinha da casca do maracujá é outro atrativo, pois é rica em fibras alimentares, geralmente associadas à melhora no funcionamento intestinal e saciedade. “As fibras oferecem vários benefícios fisiológicos para regulação intestinal, redução de níveis da glicose sanguínea, gordura e colesterol. O produto é ideal para os consumidores que buscam reduzir a quantidade de gordura ingerida e aqueles diagnosticados como


Pesquisa indústrias fabricantes de formulações tradicionais, o que é observado nos valores da taxa interna de retorno. “Este trabalho mostra o alinhamento dos institutos de pesquisa da APTA às diretrizes do governador Geraldo Alckmin, que nos pede para desenvolver alimentos mais saudáveis”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. intolerantes à lactose e com recomendação de médicos e nutricionistas para diminuir a ingestão deste açúcar na dieta”, afirma Patrícia Blumer Zacarchenco, pesquisadora do ITAL. A tecnologia desenvolvida pelo ITAL ainda não está no mercado. As pesquisas para o desenvolvimento do produto foram finalizadas em dezembro de 2015 e estão em fase de publicação dos dados em periódicos científicos. Cooperativas do Mato Grosso já demonstraram interesse na inovação. “Como a fibra do maracujá utilizada no produto é obtida por um processo diferenciado, é necessário, primeiramente, capacitar a agroindústria para a fabricação do novo ingrediente. Existindo quem o forneça, será possível viabilizar a fabricação do produto”, afirma a pesquisadora do ITAL. A textura do requeijão foi bem avaliada sensorialmente pelos provadores, quando comparadas a requeijões com outro tipo de fibra existente no mercado, a inulina. “A adição da farinha da casca do maracujá torna os requeijões mais consistentes, característica apreciada pelos consumidores. Os provadores também foram favoráveis quanto à intenção de compra”, diz Patrícia. Os estudos econômicos apontam que as unidades industriais produtoras de requeijões com adição de fibra se mostraram mais rentáveis do que as

Rede Passitec A pesquisa para desenvolvimento de requeijão enriquecido com farinha de maracujá pelo ITAL integra a rede Passitec, formada por 27 instituições nacionais e duas internacionais, coordenada pela Embrapa Cerrados e que conta com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para sua execução. O objetivo dos pesquisadores é gerar informações e tecnologias para o uso das passifloras silvestres como ingrediente ou matériaprima das indústrias de alimentos, condimentos, cosmética e farmacêutica.•

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Eventos

Tecno Fidta termina com a presença de mais de 10 mil visitantes O evento, realizado na Argentina, também recebeu mais 170 expositores e visitantes de diversos países

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Tecno Fidta, feira direcionada para a indústria de processamento de alimentos apresentou os últimos desenvolvimentos em produtos e serviços de embalagem e engarrafamento; aditivos; ingredientes e matérias-primas; refrigeração; laboratórios e controle de qualidade; automação; higiene industrial para plantas de alimentos e bebidas;

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acessórios, peças e ser viços para a indústria. O evento aconteceu no Centro Costa Salguero, em Buenos Aires, na Argentina. A exposição ocupou uma área de aproximadamente 16.000 m², envolvendo mais de 170 expositores e 10 mil visitantes. A Argentina aparece nas primeiras posições no ranking mundial de exportadores


de produtos agroindustriais e conta com altos níveis de tecnologia na sua produção, mão de obra qualificada e grande potencial de desenvolvimento. O aumento mundial durante a última década na procura por produtos agroindustriais deu um importante impulso para o desenvolvimento do segmento. Do mesmo modo, para continuar a crescer e permanecer competitivo é necessário que o governo argentino e as empresas busquem promover a inovação e investir constantemente. Para auxiliar, a Tecno Fidta reuniu em um só lugar os últimos avanços tecnológicos, estabelecendo tendências futuras para o mercado e ofereceu atividades acadêmicas para atualização e formação profissional. Entre as empresas expositoras, destaque para a Desinmec e Poly-clip. A parte de pesquisa contou com seminários, palestras e conferências de renomados especialistas do IPCVA (Instituto de Promoción de la Carne Vacuna Argentina), Conicet, CPIA (Consejo Profesional de Ingeniería Agronómica), Senasa,

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Eventos Ministério de Agroindústria, AdePIA (Asociacion de Proveedores de la Industria de la Alimentacion), entre outros. Segundo pesquisa feita pelos organizadores, os expositores concordaram que a produção nacional manteve-se em crescimento até o atual momento e afirmaram que a situação pode continuar a subir para o final do ano. Com relação aos preços, a indústria em geral considerou que estes continuam elevados para competir externamente, mas também sugeriram que a tecnologia e a inovação são fundamentais para a agregação de valor para a Argentina. O grande apelo junto ao público da Tecno Fidta, em 2016, foi um reflexo das boas expectativas que geraram novos investimentos e maior presença no exterior. Os compradores de países como Paraguai, Equador, Bolívia, México, Costa Rica, Guatemala e Brasil participaram ativamente realizando lucrativos negócios e foram otimistas sobre o crescimento do mercado argentino no futuro.•

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Caderno Nacional

Campanha Pirakids School: o alimento que faltava na lancheira de seu filho

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abe aquele alimento que faltava na lancheira do seu filho? Não falta mais! O Pirakids School, leite aromatizado rico em cálcio e vitamina D, fonte de minerais ferro, zinco (quelatos), além das vitaminas A, C, E, B1 e B12, veio para suprir essa demanda. E é exatamente essa a proposta do comercial do produto, criado pela agência 4barra12 Comunicação, que já está no ar. A campanha conta com um filme de 30 segundos, mais emocional, que mostra todo o amor e carinho que as mães colocam no preparo das lancheiras de seus filhos, sempre preocupadas em oferecer a nutrição que eles necessitam, sem abrir mão da qualidade e do sabor. Paralelamente, quatro filmetes de 10 segundos mostram os diferenciais e as propriedades de Pirakids School, de maneira mais didática e objetiva, demonstrando como o produto é diferente e único. “Montar a lancheira dos filhos deixou de ser um desafio. O Pirakids School é nutricionalmente equilibrado em açúcares, gorduras e proteínas, ou seja,

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possui ingredientes para manter uma alimentação saudável e saborosa ao mesmo tempo. Mantemos, no final do comercial, as crianças soletrando PI RA CAN JU BA”, afirma a Gerente de Marketing da Piracanjuba, Lisiane Guimarães. Com o mote ‘a lancheira ideal de uma criança deve ter: muito amor e Pirakids School’, a campanha é veiculada nacionalmente e contempla comercial em TV aberta e em canais pagos (Discovery, Disney, Cartoon), anúncios em revistas e em publicações especializadas para o trade, além de ações nas mídias sociais. Link com o vídeo: https://youtu.be/ T9HIo44qjV0. Livro de colorir Um dos grandes diferenciais do Pirakids School é que ele conta com a presença de super-heróis da Marvel na embalagem. Pensando em deixar o dia a dia das crianças ainda mais divertido, a Piracanjuba lançou uma ação nos pontos de vendas: desde a primeira semana de setembro, ao adquirir três embalagens de Pirakids School, o


consumidor ganha na hora um livro de colorir, com todos os personagens do filme Guerra Civil. “O álbum conta ainda com uma página dupla de adesivos e diversas brincadeiras para a criançada. Ninguém vai querer perder ”, reforça Lisiane. A promoção é válida enquanto durarem os estoques. Ações nos pontos de venda e web E tem mais ações com o Pirakis School! Como o objetivo de apresentar o produto para os consumidores, a Piracanjuba realiza degustações nas principais redes de supermercado em todas as regiões do país. “Trata-se de uma oportunidade para que as pessoas conheçam o produto e já levem para casa depois de experimentar. As crianças têm adorado e temos tido uma aceitabilidade muito grande”, conclui a Gerente de Marketing. Quem acompanha as redes sociais da Piracanjuba – Facebook (www.facebook.com/oficialpiracanjuba), Instagram (https:// www.instagram.com/oficialpiracanjuba/), Twitter (https:// twitter.com/_Piracanjuba) e You Tube (http://www.youtube. com/leitespiracanjuba) – também pode ver diversas ações com o produto, como vídeos com dicas de como montar uma lancheira saudável, combinações de alimentação, entre outras. O Pirakids School é comercializado em diversos pontos de venda, como hipermercados, supermercados, cash & carry e atacados focados no segmento de food service em todo o Brasil.•

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Caderno Nacional

Laticínio Scala automatiza novo CD em MG com projeto da ULMA Handling Systems Sistema logístico de alta complexidade para armazenagem e separação de pedidos a baixas temperaturas será entregue em 2017

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Ulma Handling Systems (www. ulmahandling.com.br), empresa especializada no desenvolvimento de sistemas automatizados para movimentação e armazenagem de materiais, em parceria com a empresa japonesa Daifuku, está implantando um completo sistema de armazenagem e preparação de pedidos para o Laticínio Scala, fabricante de queijos, requeijões e manteigas da marca Scala. O armazém automatizado será entregue em meados de 2017 e está sendo instalado no primeiro Centro de Distribuição (CD) da empresa na cidade de Sacramento, MG. Com amplo know how neste tipo de projeto e diversas instalações executadas com sucesso na Europa em empresas como Entrepinares (laticínios), Oblanca (avícola), Bonduelle (conser vas e congelados), este é o primeiro projeto de Ulma no Brasil para a indústria alimentícia e em ambiente de temperatura controlada – as temperaturas do armazém vão oscilar entre 2°C e 4°C, a área de picking entre 8°C e 10°C, e a área de expedição entre 12°C e 14°C. “Decidimos pela construção do CD e pela automatização por dois motivos:

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a necessidade de liberar espaço na área fabril, onde são estocados atualmente os produtos acabados, e aumentar a eficiência da armazenagem e da preparação de pedidos”, garante Darley Ferreira, coordenador de Processos e Projetos, e responsável pelo desenvolvimento do projeto no Laticínio Scala, explicando ainda que a


Caderno Nacional

estocagem é totalmente convencional, com blocagem de paletes. A solução “Além de queremos incrementar nossos processos logísticos, o crescimento de nossa presença no mercado, em torno de 10% ao ano, foi o que nos motivou a investir em uma solução que pudesse nos dar o controle e eficiência logística com elevados padrões de qualidade e frescor para nossos produtos. Como não poderia deixar de ser, em nosso planejamento estratégico, a inovação é uma constante e esse projeto como um todo é um grande passo, inclusive para o setor ”, destaca Ferreira. O projeto de Ulma Handling Systems para o Laticínio Scala envolve um sistema de alto desempenho para armazenagem e preparação de pedidos composto por um armazém equipado com transelevador de paletes Compact System, com capacidade para 1.400 paletes. Para a preparação de pedidos, o projeto envolve um sistema de separação de pedidos pick to belt, um modelo de separação em que os produtos são separados diretamente do palete, sendo colocados em uma pista transportadora de roletes de 150 metros. “Essa separação é orientada por displays luminosos como os do pick

to light, etiquetadoras automáticas e um classificador de caixas no final do processo. O classificador terá capacidade para separação de 16 mil caixas por dia: toda a operação estará suportada pelo IK-LOG, o sistema de gestão de armazéns desenvolvido por Ulma, que fará interface com o sistema de gestão empresarial do Scala”, explica Gustavo Cristófaro, gerente comercial da Ulma no Brasil. O profissional destaca, ainda, que no Laticínios Scala, a redução de perdas será efetiva graças ao software de gerenciamento de estoques que estará parametrizado para fazer o controle de FIFO (first in, first out) e de lotes de fabricação, fundamentais na indústria alimentícia. Quando estiver terminado, o CD, que terá 7.000 m2 e abastecerá diretamente os estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, operará com 70% de capacidade e atenderá o Laticínio Scala até o ano de 2021, quando poderá receber nova expansão, inclusive da área de armazenagem, que ainda comporta dois transelevadores extras. Conheça os cases de sucesso da ULMA Handling Systems no canal multilíngue da empresa no YouTube: h t t p s : / / w w w. y o u t u b e . c o m / u s e r / ulmahandlingsystems.•

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Caderno Nacional

Vigor adota tecnologia de envase da SIG Combibloc em sua nova fábrica no RJ Os principais atributos que levaram o grupo lácteo brasileiro a adotar a tecnologia em sua unidade de produção ultramoderna foram: eficiência, flexibilidade e desempenho ambiental

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nova unidade láctea da brasileira Vigor Alimentos entrou em operação, em junho, em Barra do Piraí (RJ). Trata-se de uma das mais modernas plantas do setor na América Latina, e com um investimento total de US$ 130 milhões, a Vigor poderá processar, na nova unidade, um milhão de litros de leite por dia em iogurte, produtos à base de leite UHT e para a indústria de serviços de alimentação (food service). Para equipar a nova fábrica, a empresa escolheu uma máquina de envase CFA 812 da SIG Combibloc. O equipamento envasará leite UHT, cremes culinários e uma série de outros cremes nas embalagens cartonadas combiblocMidi de 1 litro. Paulo Botelho, gerente Industrial da Vigor, explica: “As soluções de embalagem da SIG Combibloc oferecem o alto grau de tecnologia e automação que buscamos e que exigimos, especialmente para equipar a nossa nova fábrica”. A CFA 812 pode envasar embalagens cartonadas combibloc e combifit, e pode fazer isso em vários volumes diferentes e com qualquer layout

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de embalagem. Além disso, a flexibilidade da máquina possibilita o envase de uma ampla linha de diferentes produtos, incluindo aqueles com consistência e viscosidade variadas. A máquina já está em pleno funcionamento e produzindo com uma capacidade de utilização de 95%. Sebastião Batista Neto, gerente de Projetos da SIG Combibloc do Brasil, completa: “Em uma estreita cooperação entre o departamento técnico da Vigor e o nosso, conseguimos desenvolver uma configuração de linha compacta que também facilita a manutenção e os serviços. A máquina é confiável, econômica no consumo de energia e com baixas taxas de perdas, atendendo assim, totalmente, aos padrões rigorosos da Vigor em termos de sustentabilidade”. Com a nova fábrica no Rio de Janeiro, a Vigor agora opera 16 unidades de produção no Brasil e quer aumentar sua capacidade de produção e suas vendas. Novos empregos foram criados nesta unidade, podendo chegar a 300 postos de trabalho nos próximos anos.•


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Caderno de Sorvetes

Ação distribui picolés gratuitamente em três cidades Tecnologia de micro e nanoencapsulamento de vitaminas e nutrientes foi utilizada na nova fórmula

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o Dia Nacional do Sorvete, ocorrido em 23 de setembro, a Alibra Ingredientes e empresas fabricantes de gelados promoveram uma ação que distribuiu 12 mil picolés em três cidades: Campinas (SP), Umuarama (PR) e Fortaleza (CE). O objetivo foi despertar a atenção para o consumo do produto em sua forma mais saudável. Dados divulgados pela Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE, em 2014, mostraram o crescimento da incidência de problemas crônicos entre os brasileiros. O levantamento mostrou que 6,2% da população adulta brasileira tem diabetes, o que representa 9 milhões de brasileiros. A pesquisa também revelou que a hipertensão atinge 31,3 milhões de pessoas acima de 18 anos, o que corresponde a 21,4% da população. Alinhada com as tendências de mercado que focam na saudabilidade, a Alibra desenvolveu uma fórmula para picolés sabor chocolate, sem sacarose, que é fonte de cálcio e vitamina D. Além dos

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ganhos nutricionais, o grande diferencial é a manutenção das características sensoriais – cor, aroma e sensação na boca (mouth fell) –, uma vez que a utilização da tecnologia de nano e microencapsulamento preserva as vitaminas e minerais empregados sem alteração no sabor. Esta ação conta com apoio da Funcional Mikron, empresa do mesmo grupo da Alibra, que forneceu os produtos: cálcio nanoencapsulado e a vitamina D microencapsulada. Benefícios da tecnologia de encapsulamento “O processo de encapsulamento aplicado garante a manutenção dos aspectos sensoriais, como: cor, aromas e textura. Além disso, protege os bioativos permitindo que as condições do processo industrial (temperatura, pressão e cisalhamento) não alterem ou modifiquem a efetiva entrega do conteúdo de nutrientes, o que evita também perdas por oxidação”, explica Marcus Lima, coordenador técnico de gelados comestíveis.


Caderno de Sorvetes

A vitamina D presente no produto auxilia na fixação do cálcio nos ossos, proporcionando uma complementação nutricional para crianças e ajudando a prevenir a osteoporose e outras doenças degenerativas em adultos e idosos. Todas as matérias-primas utilizadas na fabricação dos picolés fortificados são comercializadas pela Alibra, que oferece suporte tecnológico a qualquer indústria interessada na produção destes sorvetes. Entidades Participantes Em Campinas, onde fica a sede da Alibra, as entidades beneficiadas serão: EE Caustinata de Barros Albuquerque, Movimento Assistencial Espírita Maria Rosa, Padre Haroldo, Lar da Criança Feliz, Centro Infantil Boldrini, Casa Maria de Nazaré e Lar dos Velhinhos. A empresa Há 16 anos a Alibra Ingredientes, empresa 100% nacional, iniciou suas operações na

Região Metropolitana de Campinas (SP), e dois anos depois se expandiu para Marechal Cândido Rondon (PR), onde foi instalada uma moderna fábrica que conta hoje com quatro torres de secagem de última geração. A empresa atende segmentos distintos, tais como as indústrias de alimentos – fornecimento de ingredientes para laticínios, indústrias de sorvetes, panificação, doces, chocolates, sopas, suplementos, nutracêuticos, entre outros segmentos –; food service – fornecimento de ingredientes para o mercado de alimentação fora do lar –; e supermercados, atacadistas e montadoras de cestas básicas – fornecimento de compostos lácteos, achocolatados, farinha láctea e cereais em pó. Em 2015, a Alibra conquistou o 131º lugar no ranking da Revista Exame das pequenas e médias empresas que registraram as mais altas taxas de expansão em receita. O estudo foi realizado pela Delloite Auditoria nos anos de 2012, 2013 e 2014. Resultado de uma sólida formação técnica dos sócios com know-how adquirido em grandes multinacionais no setor de alimentos, a empresa distribui os produtos para todo o território nacional. Além de exportar para mais de 20 países, participa também das principais feiras e rodadas de negócios nacionais e internacionais do setor. Somando a matriz e a filial, atualmente a Alibra gera 270 empregos diretos.•

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ÍNDICE DE ANUNCIANTES Alibra 10 Arsopi 09 Atommaq 45 Bela Vista 23 Cap-Lab 33, 35, 37 e 41 Dairy Vision 43 Desinmec 25 DSM 05 Fernando Frigeri 18 G + F 3ª capa, 16, 53 e 54 Guarani-Plast 07 HE Máquinas 22

Hidrozon 19 Hiper Centrifugation 27 Imaaj 2ª capa Lisboa 12 Milainox 11 Nilko 28 Plásticos Dise 13 Poly-clip 4ª capa Rota Inox 15 Sooro 17 Stork/JBT 29 Vogler 31

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