HealthARQ 5a Edição- Grupo Mídia

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CARTA AO LEITOR

O segredo é inovar Caro leitor, No cenário da construção e arquitetura do setor da saúde, a inovação é uma importantíssima ferramenta que gera excelentes resultados. Arquitetos e engenheiros em diversos projetos de hospitais e clínicas costumam impor técnicas de sofisticação, humanização e conforto, sendo estes elementos mais que necessários para erguer uma edificação exemplar. Nessa linha de pensamento, trazemos reportagens de conceituados projetos no seguimento hospitalar e corporativo. Na matéria de capa, abordamos as recentes obras das unidades do Hospital e Maternidade São Cristóvão em São Paulo (SP), destacando o novo complexo hospitalar da Instituição – unidade Água Rasa. A estrutura predial do local se evidência com detalhes contemporâneos, a exemplo da fachada com vidros espelhados. Para descrever um pouco dessas obras, profissionais que participaram do processo construtivo relatam alguns pontos considerados diferenciais. Ainda nesta edição, teremos uma entrevista com a arquiteta e lighting designer Neide Senzi, citando a importância da elaboração de projetos que conciliam a técnica da iluminação e a arquitetura nos ambientes, fator fundamental na humanização do atendimento. A publicação ainda aborda o projeto de construção da unidade da Fiocruz no Estado do Ceará e também orienta os gestores das instituições de saúde sobre a aquisição de pisos e revestimentos que evitam o surgimento de bactérias, sendo algo primordial para reduzir os casos de infecção hospitalar. E devido ao grande número de projetos com conceitos “verdes”, trazemos novamente o especial “Construções Sustentáveis” que destaca uma inovadora obra do setor industrial e uma consagrada reformulação no segmento esportivo, ao elencar as curiosi-

dades da Arena Castelão, em Fortaleza (CE), que será sede da Copa de 2014. Vamos também apresentar dados sobre uma das graduações mais procuradas nas universidades brasileiras: Engenharia Civil. O curso vem se evidenciando nos últimos oito anos em decorrência da alta demanda do setor. Hoje existem cerca de 430 faculdades de engenharia em todo o Brasil. Embora o número seja aparentemente considerável, ainda existe carência de engenheiros civis no mercado.

Que todos tenham uma excelente leitura!

Edmilson Jr. Caparelli Publisher


EXPEDIENTE

PRESIDENTE Edmilson Jr. Caparelli ecaparelli@grupomidia.com RELAÇÕES INTERNACIONAIS Jailson Rainer jailson@grupomidia.com

ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO Lúcia Rodrigues lucia@grupomidia.com

EDITORA EXECUTIVA Priscila Soares Prado priscila@grupomidia.com

CONSELHO EDITORIAL Edmilson Jr. Caparelli, Erica Alves, Jailson Rainer, Lúcia Rodrigues e Priscila Soares Prado

COMERCIAL MATRIZ

editorial

Giovana Teixeira giovana@grupomidia.com Matheus Del Lama matheus@grupomidia.com Rodolfo Domingos comercial@grupomidia.com

PUBLISHER Edmilson Jr. Caparelli

Gerente sucursal são paulo Leandro Premoli leandro.premoli@grupomidia.com PROJETOS EDITORIAIS projetoseditoriais@grupomidia.com

DEPARTAMENTO DE CRIAÇÃO Erica Almeida Alves

REDAÇÃO Carla de Paula Pinto carla@grupomidia.com Priscila Soares Prado priscila@grupomidia.com Thiago Cruz thiagocruz@grupomidia.com REVISÃO Adriana Rodrigues redacao@grupomidia.com

MARKETING/ EVENTOS Erica Almeida Alves erica.alves@grupomidia.com

ASSINATURAS E CIRCULAÇÃO assinatura@grupomidia.com ATENDIMENTO AO LEITOR atendimento@grupomidia.com FOTOS Banco de imagens Priscila Soares Jo Capusso (capa/matéria de capa)

A revista HealthArq é uma publicação trimestral do Grupo Mídia. Sua distribuição é controlada e ocorre em todo o território nacional. O conteúdo dos artigos é de responsabilidade dos autores. A reprodução das matérias e dos artigos somente será permitida se previamente autorizada por escrito pelo Grupo Mídia, com crédito da fonte.

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108 CAPA

ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA Hospital e Maternidade São Cristóvão promete ser marco urbanistico para toda zona leste de São Paulo

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Neide Senzi, referência em projetos lighting desing, analisa o setor da iluminação em obras hospitalares

HOSPITAL DO CÂNCER DE BARRETOS

ARQ entrevista

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CRIATIVIDADE

A proposta do irreverente layout, cheio de cores e alegria carrega assinatura da Enterprises Arquitetura


NESTA EDIÇÃO

N.05 I SETEMBRO | OUTUBRO| NOVEMBRO I 2012

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SUSTENTABILIDADE

ARQ REFORMA

Projeto de instalações elétricas da Arena Castelão no Ceará desenvolve medidas sustentáveis que atendem às demandas da certificação LEED

HOSPITALYS A nova unidade da rede AMIL propõe infraestrutura completa para oferecer excelência em tratamento ortopédico

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HUMANIZAÇÃO Projeto de interiores do Hospital Alemão Osvaldo Cruz, assinado pela RoccoVidal P+W, proporciona ao usuário o conforto de um hotel

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Novo conceito de hospital Dia

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A comunicação visual como ferramenta de divulgação

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Cliníca no Paraná traz uma arquitetura ímpar e tecnologia de ponta

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Ano novo, hospital novo

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O recomeço sob nova direção

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Pavimentos higienizados

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Ampliação da maternidade da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará Ampliação do Hosipital Monte Sinai em Juíz de Fora-MG Health ARQ

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boletim ARQ

MAQUETE Projeto e maquete de hospital em Porto Velho (RO) são apresentados Para seguir com as ações de melhoria da saúde pública em Rondônia, o governo do Estado não tem medido esforços para construir o Hospital de Urgência e Emergência de Porto Velho, que terá 254 leitos, sendo 30 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A construção do prédio irá custar aproximadamente R$ 80 milhões. A gestão e aquisição dos equipamentos do hospital serão através de parceria público-privada. O projeto e a maquete foram entregues ao governador Confúcio Moura no início de novembro em evento realizado no saguão do Palácio Getúlio Vargas, na capital.

PESQUISA Técnica criada na USP visa diminuir risco de incêndio em hospitais Uma técnica para avaliar o risco de incêndios em hospitais de grande porte foi desenvolvida na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP). O modelo denominado Método de Avaliação de Risco Incêndio Hospitalar (MARIH), partiu da iniciativa da arquiteta Adriana Venezia em sua tese de doutorado que trata de um assunto que necessita ter sua importância reconhecida por projetistas e empreendedores. Adriana explica que, no Brasil, é comum que medidas preventivas de segurança contra incêndio sejam pouco contempladas em projetos arquitetônicos e visem apenas cumprir exigências legais.

PREMIAÇÃO Centro de Infusão é premiado por Associação Internacional de Design de Interior A Associação Internacional de Design de Interior (IIDA) premiou o Brooklyn Infusion Center, em Nova York (EUA), na categoria de Centro de Cuidado Ambulatorial (Ambulatory Care Centers) em seu novo Concurso de Design de Interiores na Saúde, devido às inovações empregadas como maximização do espaço e a criação de projetos de iluminação eficaz. No belo hall do prédio se encontra uma galeria de obras de artistas locais. No interior do Centro, pacientes que estão em tratamento de câncer têm um ambiente confortável e muito iluminado. 8

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SUSTENTÁVEL UFRJ terá novo Hospital Universitário com 450 leitos A UFRJ trabalha no projeto de um novo Hospital Universitário, com obras que devem começar no ano em 2013. Com 450 leitos e área total de 80 mil m², o projeto, assinado pelo professor Mauro Santos, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da universidade, aposta na arquitetura sustentável, com atenção especial para a flexibilidade e conforto ambiental. O custo do hospital será de aproximadamente R$ 200 milhões, com verba proveniente do Ministério da Educação e outros órgãos do Governo Federal. Neste momento, o desenho do projeto básico está sendo elaborado pela equipe do professor Mauro e, no ano que vem, a UFRJ abrirá licitação para o Projeto Executivo, que contempla as plantas para instalações elétricas, gás e estrutura das fundações.

SOLUÇÕES Encontro sobre Arquitetura da Informação será relizado em 2013 Em agosto de 2013 deve acontecer o Encontro Brasileiro de Arquitetura de Informação (EBAI), voltado a profissionais, estudantes e interessados por esta área tão importante, conhecida pela sigla AI. O último evento sobre o assunto aconteceu em outubro de 2011. A Arquitetura da Informação está presente em uma série de soluções, serviços, produtos e processos, sendo mais conhecida por realizar a estruturação do conteúdo de websites e portais, além de softwares. Em suas edições anteriores, o EBAI já teve mais de 850 participantes e foi palco de mais de 50 apresentações. Mais informações no site: www.congressoebai.org

REFORMA Unidade pediátrica de hospital na Bahia é reformada A ala pediátrica do Hospital Roberto Santos, em Salvador (BA), situada no quarto andar da unidade médica, foi completamente reformada por meio de parceria público-privada (PPP). Com a ajuda de 30 arquitetos e decoradores, a unidade de pediatria foi redecorada e ganhou nova mobília, além de pisos, forro, paredes, enfermarias, equipamentos sanitários e de cozinha. A reforma foi viabilizada por meio de parceria entre a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e a empresa G10 Premium Decor, associação que reúne 26 lojas de segmentos ligados à decoração e arquitetura. Health ARQ

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ARQ coluna

O uso racional de água potável e a redução do volume de esgoto produzido POR DR. DOMINGOS FIORENTINI

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grande desperdício de água potável em qualquer edificação e principalmente em hospitais é causado pela utilização desse precioso líquido, que nos é dado pela natureza, como elemento principal para remover e conduzir dejetos, tais como: fezes, urina, secreções, etc, através do esgoto. A nossa proposta é radical na não utilização de água potável como água motriz para este fim. Com isso, projetamos para este tipo de edifício, um sistema duplo de alimentação de água. O primeiro de água potável que irá suprir chuveiros, lavatórios, bebedouros, pias de tratamento de água para hemodiálises, entre ou-

tras utilizações da água. O segundo de água reciclada, (que iremos descrever mais adiante), destinada à água motriz usada em bacias sanitárias, despejos, mictórios, expurgos, isolamentos, irrigação de jardins e lavagem de carros. Estas medidas adotadas conseguem reduzir 50% ou mais do consumo de água potável, pois é conhecido que aproxidamente 50% de toda água consumida no hospital é destinada para água motriz, assim sendo, a não utilização de água potável como água motriz, reduz 50% de sua demanda. Descrição da água reciclada Propomos em nossos projetos, além da sepa-

ração da distribuição de água em dois sistemas: (água potável e água reciclada), a separação também em dois sistemas da captação das águas servidas (esgoto), em esgoto negro ou fecal oriundo das bacias sanitárias, mictórios, expurgos e esgoto cinza ou esgoto reciclável oriundo de chuveiros, lavatórios, bebedouros e pias. O esgoto negro será destinado à rede pública de captação ou à central de tratamento de esgoto do hospital, essa medida deveria ser expandida a todas as edificações da cidade, pois é conhecido que nos hospitais, como citado acima, a produção do esgoto negro ou fecal corresponde a 50% da produção total de esgoto, com isso o custo Health ARQ

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ARQ coluna de tratamento do esgoto seria reduzido à metade, pois os outros 50% correspondente ao esgoto reciclável, serão coletados coloridos artificialmente (verde ou azul) para identificação de que não se trata de água potável evitando assim acidentes e a reutilização como água motriz, e então, transformando-se em esgoto negro de tal maneira que todo esgoto negro será originado do esgoto reciclável. O grande problema para a não utilização de água potável como água mo-

triz, deposita-se, no fato, de que, não poderá haver descontinuidade no fornecimento de água motriz. Portanto, quem sugere a utilização de água de chuva, como fator de economia de água potável, desconhece que, não é possível garantirmos, volume suficiente, para abastecimento de edifícios, como hospital, sem que haja, alteração de incidências de chuvas na região. Não é possível termos garantia de distribuição de água de chuva, sem haver períodos de estiagem, isto é, não te-

mos capacidade de prever local, quantidade e perenidade de incidência pluviométrica suficiente para nossa demanda, isto é, não chove onde eu quero, na quantidade que eu quero e nos dias em que eu quero. Portanto, a única forma de garantirmos a redução de consumo de água potável e diminuição de produção de esgoto, através, da reutilização do esgoto com menor carga biológica, para tanto. Hoje temos funcionando dezenas de hospitais com esse sistema.

Domingos Fiorentini, formado em Medicina e Arquitetura e Urbanismo 12

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ARQ entrevista

Perspectivas em projetos luminotécnicos Neide Senzi, referência em projetos de lighting design, analisa o setor da iluminação em obras hospitalares e comenta sobre os traços particulares em seus cases de sucesso

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ritérios como economia, técnica e conforto do paciente são pilares de diversos projetos da arquitetura hospitalar. O mesmo ocorre nas concepções luminotécnicas, pois tais fatores também são guiados para satisfazer à diversidade de normas e às compatibilidades físico-funcionais do local. Além disso, outras exigências que permeiam tais projetos são a busca pela inteligente instalação da iluminação artificial, o aproveitamento da luz natural para controlar o consumo de energia e ter em mãos produtos de qualidade. Em entrevista exclusiva à revista HealthArq, a arquiteta e lighting designer Neide Senzi, uma das maiores especialistas do Brasil em iluminação hospitalar, analisa como está este setor nas obras de saúde do País, traçando perspectivas e desafios. Senzi carrega assinaturas em projetos luminotécnicos do Hospital Beneficência Portuguesa, do Pronto Socorro do Hospital Paulistano, dentre outros. Para ela, a grande aposta é a diferenciação através do uso de produtos com alto rendimento

e design moderno. HealthArq: Qual avaliação a Sra. faz do setor de iluminação nas obras de saúde no País atualmente? Neide Senzi: Creio que estamos passando por um processo de entendimento de que a iluminação é parte inerente e importante dentro do edifício hospitalar, tanto no que diz respeito aos custos operacionais e na eficiência energética, quanto em relação da luz com o usuário. Afinal, sabemos que a luz promove sensação de bem estar, agradabilidade e conforto, promovendo uma resposta emocional satisfatória e positiva, uma vez que o ambiente é propício a stress e alta carga emocional negativa. Sendo assim, a luz tem o poder de cativar a percepção visual e atrai a atenção para o bem-estar do paciente, do acompanhante e de toda a equipe médica. HealthArq: Quais as preocupações que os projetos das obras hospitalares/clínicas devem ter em suas instalações quanto à iluminação? Senzi: É fundamental desenvolver o projeto dentro da premissa de economia

de energia, utilizando sistemas que proporcionam um melhor custo benefício, alta vida útil, elevado rendimento e baixos custos de manutenção, oferecendo a longa perenidade do sistema. Isso porque o uso hospitalar não possui ociosidade, sendo usado 365 dias, 24 horas por dia, portanto o desgaste do material, tanto de luminária, lâmpadas e equipamentos auxiliares é muito intenso. Desta forma, a escolha de equipamentos de qualidade e com estas características diminuem sobremaneira os custos de trocas e manutenção e colaboram na redução de pontos de luz, evitando alta carga e potência instalada, otimizando o custo da conta de energia. HealthArq: Quais os principais desafios que obras hospitalares/clínicas têm para a instalação da iluminação? Senzi: Sem dúvida, a compatibilização das instalações, pois como o forro incorpora diversos sistemas, há sempre a necessidade de se resultar em um maior pé direito possível, a iluminação deve ser projetada para não tomar tanto espaço de entreforro. Sendo assim, a escolha das luminárias que melhor

atendam esta premissa deve ser muito criteriosa. HealthArq: Como estão atualmente os avanços tecnológicos quanto à iluminação hospitalar? Senzi: Nós temos a tecnologia muito avançada hoje em dia, mas ainda há preços elevados e proibitivos para a grande maioria dos projetos hospitalares, como o LED e os sistemas de automação e controle. Portanto, temos que ajustar ao budget do cliente o que é imprescindível para manter um bom projeto de qualidade sem extrapolar os seus custos, tanto inicial, no ato da implantação, quanto nos custos operacionais. Sempre fazemos um estudo comparativo entre os sistemas e tecnologias disponíveis no mercado, avaliamos os valores iniciais, os custos operacionais, conta de luz e o payback de investimento. Assim, o cliente pode decidir pela melhor solução a ser adotada, tendo todas as informações que necessita de forma mais imparcial e aberta possível. HealthArq: Qual a demanda do mercado pelo serviço de iluminação hospitalar? Senzi: Ainda é muito peHealth ARQ

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ARQ entrevista quena a demanda. Temos dentro do mercado alguns clientes que reconhecem a importância de um projeto com profissional especializado em iluminação. Uma vez que estes nos contratam verifica-se uma grande diferença neste serviço, onde se considera o melhor uso da iluminação sob o ponto de vista de interação das funções dos espaços, necessidades dos usuários e a identidade visual do hospital. HealthArq: Qual conselho a Sra. daria para os novos empreendedores

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do setor de iluminação hospitalar? Senzi: Desenvolver projetos com a consciência de eficiência e sustentabilidade, para um melhor resultado e entendendo a expectativa do mercado de atualização de produtos e melhoria da sua qualidade. HealthArq: Quais características a Sra. carrega como identidade pessoal em seus projetos? Senzi: Economia de energia. Portanto o perfil dos meus trabalhos é promover um resultado visual diferenciado, emocionar

os usuários e com escolha do menor número de pontos possível, resultando em uma quantidade mínima de luminárias, facilitando o custo de compra e de manutenção. HealthArq: A Sra. acredita que as obras das instituições de saúde têm contribuído para melhorar o setor de iluminação no Brasil? Por quê? Senzi: Em cada novo projeto realizado que se destaca do usual e trata a luz com maior importância, se desenvolve uma adequação da aceitação des-

tas novas ideias e propostas inéditas, resultando, assim, em uma referência de excelência para os novos projetos. HealthArq: A Sra. fez o projeto luminotécnico do Hospital Beneficência Portuguesa, do Pronto Socorro do Hospital Paulistano, dentre outros. Diante de tantos cases de sucesso, qual a Sra. destacaria? Por quê? Senzi: Em todos estes projetos tivemos a abertura dos clientes para a inovação tanto do ponto de vista visual, estético


como também a ideia de proporcionar bem-estar aos pacientes que, sem dúvida, a luz proporciona. Além disso, apostamos na diferenciação através do uso de produtos com alto rendimento, design mais moderno e ainda o uso de cores de luz gerando maior interatividade nos ambientes. Assim, o resultado

sempre foi acima da média em relação ao mercado e os projetos tradicionais. Estas atuações, mesmo depois de anos, ainda podem ser consideradas revolucionários e “up to date”. Este é nosso papel, deixar os clientes satisfeitos inclusive na pós-instalação, avaliando seu uso em todo esse tempo.

Neide Senzi, arquiteta e lighting designer

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ILUMINAÇÃO

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A luz para economia e conforto


Materiais utilizados no projeto luminotécnico do Hospital Paulistano, da rede Amil, trazem bem-estar, tecnologia e economia para a instituição

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e por um lado o escuro é amedrontador, por outro, a luz tem o poder de iluminar o íntimo do ser humano. Não por acaso ela é utilizada em diversas terapias e estudada cautelosamente para o ambiente de trabalho, tudo isso a fim de proporcionar conforto. Em se tratando de hospital, a preocupação com a iluminação se mul-

tiplica, pois o bem-estar é regra número um para que qualquer projeto arquitetônico da saúde seja bem sucedido. O Hospital Paulistano, da rede Amil, é um ótimo exemplo em que foi possível conciliar normas técnicas com o primor da luz. De acordo com Alexandre Cabral, engenheiro de instalações do hospital,

e Rogério Coelho, arquiteto, para se chegar a esse perfeccionismo foi necessário muito estudo. “A elaboração de um projeto de iluminação para hospitais é um trabalho complexo o qual sempre devemos atender às normas técnicas e compatibilidades de funcionamento do local, além de analisar qual será o atendimento prestado

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ILUMINAÇÃO aos pacientes”, explicam. Obviamente, para o projeto obter o resultado esperado é imprescindível a utilização de materiais com qualidade garantida. Para isso, a Vichenza Sistemas de Iluminação se preocupou em fornecer equipamentos que trouxessem inúmeras vantagens, tanto para o paciente, quanto para o hospital. A empresa atua há 10 anos no mercado brasileiro, atendendo a demanda de arquitetos e engenheiros nos mais variados projetos

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luminotécnicos, desde postos de gasolina, prédios comerciais, empresas, fábricas e obras do setor da saúde. “A Vichenza desenvolve nacionalmente diversos produtos com um custo que acaba gerando economia para o centro de saúde. No restaurante do hospital, por exemplo, conseguimos economizar cerca de R$ 100 mil”, comenta Phelipe Caltran, gerente de Canais e Talentos da empresa. Selecionar os materiais é de extrema importância,

“A luz promove sensação de bem estar, agradabilidade e conforto, promovendo uma resposta emocional satisfatória e positiva, uma vez que o ambiente é propício a stress e alta carga emocional negativa” - Neide Senzi, arquiteta e lighting designer


afinal eles devem proporcionar o máximo de economia de energia, além de ter vasta vida útil, uma vez que o hospital é usado durante os 365 dias do ano, 24 horas por dia. “Optar por equipamentos de qualidade reduz sobremaneira os custos de trocas e manutenção e colaboram na redução de pontos de luz, evitando alta carga e potência instalada, otimizando o custo financeiro”, explica Neide Senzi, arquiteta e lighting designer.

Assim, os reatores, as lâmpadas e as luminárias foram escolhidos de forma a alcançar a perfeita iluminação do ambiente, como também responder a todas as exigências. “Entendemos que a luz fornecida por os nossos produtos contribui diretamente para que os pacientes atendidos nas unidades da rede Amil tenham seu diagnóstico mais preciso, suas noites nos leitos mais confortáveis e até as refeições com mais sabor”, salienta Caltran.

“A Vichenza desenvolve nacionalmente diversos produtos com um custo que acaba gerando economia para o centro de saúde. No restaurante do hospital, por exemplo, conseguimos economizar cerca de R$ 100 mil”. Phelipe Caltran, gerente de canais e talentos da Vichenza. Health ARQ

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ILUMINAÇÃO À luz da sustentabilidade e humanização O desenvolvimento do projeto luminotécnico caminha lado a lado com a preocupação sustentável, sem deixar de proporcionar a humanização para o ambiente. Como bem ressalta Cabral, a tendência é oferecer ao paciente internado e seu acompanhante um local parecido com uma residência, contribuindo para um melhor tratamento. Para isso, recorreu-se à integração entre a iluminação natural e artificial, beneficiando, assim, o conforto visual e a redução de energia. Pelo fato de o Hospital Paulistano ter janelas em todos os leitos e corredores, a luz natural foi muito bem explorada. Nos quartos, as janelas antigas foram substituídas por persianas entre os vidros, ou seja, o usuário pode controlar a incidência da luz. “Com este recurso implantado, o paciente não necessita ficar com as luzes do leito acesas durante o dia. Elas somente serão ligadas em casos de procedimentos médicos ou quando desejar”, explicam o engenheiro e o arquiteto do hospital. Atendendo ao projeto luminotécnico do hospital, o qual prima pelo conforto e pelo melhor uso da luz, foram pensadas luminárias com “sistema inteligente de aletas de alumínio para não atrapalhar o paciente em seu repouso, proporcionando uma luz indireta, que utiliza a técnica wallwash, possibilitando ao médico total condição de verificar o estado clínico de seu paciente. Já o paciente, por sua vez, optará em ligar a luz direta durante suas refeições, por exemplo”, ressalta Caltran. Segundo a arquiteta Senzi, deve-se entender que a iluminação é parte inerente e importante do edifício hospitalar, tanto no que concerne aos custos operacionais, quanto à humanização. “A luz promove sensação de bem estar, agradabilidade e conforto, promovendo uma resposta emocional satisfatória e positiva, uma vez que o ambiente é propício a stress e alta carga emocional negativa.” Ao encontro deste pensamento está a opinião de Caltran, que ressalta a economia como um dos pilares da sustentabilidade. “Os resultados devem incluir ganhos ambientais e sociais. Isso nos leva a considerar como parte integrante do nosso plano de negócio o desenvolvimento de fornecedores nacionais, que promovem um benefício social muito mais eficaz que o produto importado”. 22

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ILUMINAÇÃO

O impacto da luz

Instituto do Coração (Incor) recebe iluminação LED durante exposição em homenagem ao Dr. Zerbini e ao centenário da Faculdade de Medicina da USP

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spaços direcionados às exposições culturais sempre necessitam de uma iluminação diferenciada. O olhar para determinada obra de arte ocorre conforme o atrativo que a criação impacta ao visitante e na maioria das vezes, as luzes contribuem bastante para esse destaque. Um exemplo desta utilização de luminosidade foi na exposição “Zerbini: o homem, o cirurgião e o cientista” que esteve presente no Instituto do Coração (Incor) em São Paulo (SP). A mostra realizada neste semestre, destacou o cardiologista Euryclides Zerbini, médico que é referência no tratamento de doenças do coração. O evento fez parte da comemoração dos 100 anos da Faculdade de Medicina da USP. As obras ficaram expostas no hall de entrada do hospital, por onde circulam diariamente cerca de 2 mil pessoas, e, para dar maior destaque aos objetos, equipamentos e fotografias, a instituição investiu em um novo projeto luminotécnico. O corredor de 75 metros de comprimento recebeu 94 luminárias com tecnologia LED, fornecidas pela Lâmpadas Golden, no lugar da halógena modelo Palito.

A escolha desta tecnologia refere-se ao fato de a iluminação em LED ser livre da emissão de raios ultravioleta e infravermelho, o que é essencial quando aplicado em áreas museológicas e de exposição. Outro fator positivo é a vida longa, o que reflete na quase ausência de manutenção. O intuito desta iniciativa, desenvolvida pelo lighting architect Fernando Bottene da Via Luz, foi demarcar o longo corredor que dá acesso ao hospital, de forma a proporcionar um aumento da luminosidade. “Era necessário fazer uma luz que destacasse essa circulação e que ao mesmo tempo atuasse como um trilho de suporte para os spots que dariam evidência aos painéis”, explica. Para tanto, foi produzida uma luminária customizada, onde um trilho eletrificado embutido de 75 metros com formato “H” recebeu tubulares LED no meio, com uma chapa translúcida cobrindo a lâmpada, e suportes para spots deslizantes foram instalados nas laterais para colocar os modelos Ultra LED PAR30. As 50 luminárias com Ultra LED PAR 30 da Golden de 10 watts que iluminaram diretamente a exposição, foram escolhidas pela Health ARQ

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ILUMINAÇÃO vantagem de se poder destacar objetos sensíveis a altas temperaturas, com um sistema avançado de dissipação de calor. Sua temperatura de cor branco quente valoriza as peças expostas, com uma experiência visual agradável e prazerosa. Já as 44 tubulares LED da Golden de 21 watts, centralizadas ao longo do corredor, distribuem de forma uniforme a luminosidade no local e, graças à longa durabilidade (40 mil horas), contribuem para reduzir os custos com manutenção e acidentes. O principal desafio do projeto, segundo Botte-

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ne, “foi criar um trilho comprido, permitindo a sustentação e fixação na estrutura existente”. A solução apresentada teve como meta aumentar o nível de iluminância com a tecnologia LED, proporcionando melhor design, deixando o ambiente aconchegante e acolhedor para as pessoas que circulam pelo local. Segundo o arquiteto idealizador do projeto, Henrique Jatene, “o objetivo da criação desse espaço era poder humanizá-lo e acredito que a iluminação colaborou significativamente para isso”.

“O objetivo da criação desse espaço era poder humanizá-lo e acredito que a iluminação colaborou significativamente para isso”, relata o arquiteto idealizador do projeto, Henrique Jatene.


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ILUMINAÇÃO

À luz da economia

Economia, durabilidade e conforto são algumas das vantagens que ILUMINAÇÃO um estudioso projeto luminotécnico pode oferecer à toda instituição

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ão vários os requisitos que devem ser relevados ao elaborar um projeto luminotécnico. Dentre eles, pode-se citar a conciliação das especificações de luminárias e equipamentos com os objetivos do cliente. Em se tratando de obras do campo da saúde, a questão do consumo de energia também é estratégica, sem deixar de proporcionar um ambiente aconchegante para os pacientes e funcionários. Segundo Paulo Sergio Merende Rodrigues, gerente comercial da Trust Iluminação, cada projeto deve responder às necessidades da instalação. “Cada caso é diferente e deve ser tratado conforme determi-

Sistema

Artlight

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nadas premissas, sempre atendendo às normas técnicas, mas, também, buscando manter a característica da iluminação dentro da expectativa do cliente”, afirma. Atualmente, a empresa trabalha conjuntamente com o arquiteto Fernando Guarniere na elaboração de propostas para o projeto luminotécnico do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. Nele são sugeridas a introdução da tecnologia do LED em substituição das ferramentas atuais. “Além da redução do consumo, estamos fazendo com que as pessoas analisem, também, o desperdício de luz que vem atualmente ocorrendo”, ressalta Rodrigues.

Formação

Para isso, são oferecidos serviços de orientação e especificação, além do fornecimento de lâmpadas e luminárias. O projeto será executado no setor de internação do Incor, apoiando-se em pilares como redução de consumo e conforto visual, a fim de evitar o ofuscamento ou a falta de iluminação, estética moderna e agradável para os ambientes. “Com base nesses aspectos, indicamos os produtos, auxiliamos na sua distribuição na planta e, por fim, calculamos o resultado luminotécnico”, explica Rodrigues. Assim, será oferecido um amplo suporte técnico, tanto em produtos como em projetos.

de

mosaico com luminária fluorescente

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ILUMINAÇÃO

sistema twistar - embutido com aba para 3 spots halógenas e embutido linear para fluorescentes

Conforme Neide Senzi, arquiteta e lighting designer, “é fundamental desenvolver o projeto dentro da premissa de economia de energia, utilizando sistemas que proporcionam um melhor custo benefício, alta vida útil, elevado rendimento e baixos custos de manutenção, oferecendo a longa perenidade do sistema”. Para atender a essa demanda, Rodrigues explica que é oferecido uma equipe técnica preparada para a especificação de produtos e desenvolvimento de peças especiais. Outro di30

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ferencial está em orientar o cliente quanto ao produto que está sendo adquirido, expondo vantagens e desvantagens das diversas tecnologias de iluminação. Segundo Senzi, expor ao cliente todas as informações acerca do produto é fundamental para um bom andamento do projeto. “Sempre fazemos um estudo comparativo entre os sistemas e tecnologias disponíveis no mercado onde avaliamos os seus valores iniciais, seus custos operacionais, conta de luz e seu payback de investimento. Assim, o cliente pode de-

sistema twistar - embutido linear sem aba com módulos para fluorescentes e spots para halógenas

cidir pela melhor solução a ser adotada, tendo todas as informações que necessita da forma mais imparcial e aberta possível.” Desde 1974, a Trust Iluminação vem oferecendo para o mercado ferramentas inteligentes e projetos luminotécnicos. Agora, a empresa busca atender o nicho hospitalar com os mais modernos equipamentos. “Utilizamos tecnologias de iluminação que reduzem o consumo, além de produtos eletrônicos que não interferem nos equipamentos hospitalares”, ressalta Rodrigues.


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FLEXIBILIDADE

Racionalidade na construção Nova Unidade da Fiocruz no Ceará utiliza a adoção de espaços verdes como garantia de comodidade e bem-estar dos trabalhadores e usuários 32

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itmos e simetrias são preciosas características que se destacam no projeto de arquitetura da Unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Ceará. Integram o projeto, o uso de transparências em um jogo de cheios e vazios, além da utilização de materiais e técnicas construtivas com foco na redução dos impactos ambientais. Alguns elementos locais se evidenciam ao aproveitar as condições naturais (ventos e insolação). A instituição contará com uma praça central com espaços de convívio, serviços e anfiteatro. A tecnologia incorporada na unidade tem como meta aumentar a eficiência energética e racionalizar o uso dos recursos naturais. Um exemplo disso é a adoção de espaços verdes como garantia de humanização, conforto, bem-estar e saúde dos trabalhadores e usuários. Outro elemento de destaque é a arquitetura, de caráter simbólico, marcante e elegante que busca representar a inauguração de uma nova Unidade da Fiocruz no Nordeste, focada na cultura de pesquisas. Mas que também deve servir como suporte funcional de qualidade para as atividades de ensino e pesquisa de ponta que se-

rão realizadas em parceria com instituições públicas e privadas. A obra surgiu a partir do desenvolvimento de um Plano Diretor que já trazia diretrizes de sustentabilidade econômica, social e ambiental. Em função das circunstâncias de implantação da edificação às margens da Lagoa da Precabura (Eusébio/CE) e diante dos compromissos da Fiocruz com a questão ambiental, foi lançada esta missão. A proposta é a certificação do empreendimento a partir do processo Aqua, nas fases de programa, concepção e execução. O Aqua é um selo de sustentabilidade originalmente francês que é representado e emitido no Brasil pela Fundação Vanzolini. O projeto de arquitetura, então, materializa um conjunto de diretrizes e compromissos que farão da Fiocruz Ceará o primeiro empreendimento do Estado com esse tipo de certificação. Entre os desafios do projeto está a articulação das ações da Fiocruz para adequá-las aos ritmos de implantação do Pólo Industrial e Tecnológico da Saúde (PITS), onde a mesma será instalada. Outro obstáculo foi a criação de mecanismos de comunicação eficientes. A direção geral da Fiocruz está Health ARQ

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FLEXIBILIDADE no Rio de Janeiro (RJ), e o escritório que coordena os projetos de arquitetura, engenharia e instalações é do Ceará e trabalha em parceria com escritórios de Salvador (BA) e Vitória (ES). Além disso, as empresas que prestam assessoria para o projeto acústico e para o processo de certificação ambiental são de São Paulo (SP). O Pólo de Tecnologia em Saúde no município de Eusébio contará com a Fiocruz Ceará e o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer - CTI Nordeste (Ministério de Ciência e Tecnologia) como âncoras para o seu desenvolvimento. O Comitê Gestor do Polo foi constituído

com a participação do Estado do Ceará, da Fiocruz, da Prefeitura, da Federação das Indústrias do Ceará e do Presidente da Câmara Setorial da Saúde. Fernando Carvalho, chefe de gabinete da Fiocruz, informa que essa nova construção contribuiu não só na busca da nacionalização da fundação, mas também para o avanço do Estado do Ceará, no sentido de desenvolver um pólo tecnológico e industrial voltado para a área da saúde. Para Fernando, entre as vantagens dessa nova unidade está o fato de a Fiocruz já contar com um Mestrado Profissional em rede no campo da saúde da família, com cerca de fiocruz ceará - entrada

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fiocruz ceará - laboratórios

100 alunos no estado do Ceará. Além disso, a nova Fiocruz realizará as atividades próprias da Instituição e estimulará, junto com o CTI Nordeste, o desenvolvimento de um Polo que fortalecerá o Complexo Industrial da Saúde no Brasil. A Fiocruz Ceará trabalhará dentro das linhas próprias de pesquisa, ensino e produção. Serão priorizados o fortalecimento e a qualificação da atenção básica à saúde no SUS,

onde o Estado tem se destacado. “Contratamos para desenvolvimento do projeto de arquitetura, estrutura, instalações e urbanização a empresa Architectus S/S, que tem sede no Ceará, o que nos propiciou um intercâmbio direto e eficiente com os órgãos competentes locais, parceiros também nesta iniciativa, como Adece, Sesa, Semace, Seinfra e Prefeitura de Eusébio.”

Ricardo Sabóia, Elton Timbó e Alexandre Landim, sócios-proprietários da Architectus Health ARQ

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FLEXIBILIDADE

Reformulação inteligente

Reestruturação de hospitais do Rio de Janeiro utiliza tecnologias inovadoras para suprir necessidades como tratamentos mais complexos

Hospital Pró-Cardíaco

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á dois anos a Amil investe em dezenas de ações no Rio de Janeiro (RJ) que levarão o Estado a se tornar referência em serviços de saúde no País. Sempre inovadora, característica que a diferencia desde a

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sua fundação, a operadora atentou-se à falta de leitos nos hospitais da cidade e resolveu investir neste segmento. Além da construção do Hospital das Américas, um centro integrado de saúde diferenciado na

Barra da Tijuca, a Amil promove, ainda, reformas em hospitais tradicionais do Rio de Janeiro como o Samaritano e o Pró-Cardíaco, todos na Zona Sul da cidade. O Pró-Cardíaco, fundado em 1959, possui 89 leitos


e é a principal referência carioca em atendimento cardiológico e vascular. Com relação à estrutura física, se destaca o aumento do número de leitos do hospital, de 89 para 130, um projeto a ser realizado até o final de 2013. Para atender à demanda de pacientes, a instituição conta com uma nova hotelaria, atendimento personalizado e qualificado, inclusive nos quartos da área VIP, outro setor recente com 14

leitos. No projeto arquitetônico do local, a construtora teve, desde o início, a necessidade de ultrapassar os limites físicos para acomodar uma diferenciada tecnologia e uma nova unidade de atendimento. A empresa seguiu premissas inovadoras para alcançar um passo à frente no serviço de alta complexidade que foi proposto. Desta forma, os profissionais da Projob Engenharia tiveram constantes

desafios, como por exemplo a ampliação e a evolução física do edifício sem interferir ou por em risco toda uma estrutura em funcionamento, interligada em vários aspectos. “Com o Grupo Amil, estamos novamente diante deste desafio: fazer com que o hospital cresça em ritmo adequado, sem prejudicar o cotidiano do local que é bastante complexo”, relata o arquiteto José Carlos Tuton Pereira, sócio-diretor da empresa

Hospital Pró-Cardíaco Health ARQ

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FLEXIBILIDADE

construtora do hospital. Segundo Pereira, a equipe do escritório está cumprindo etapa por etapa para chegar ao nível de crescimento desejado para estes próximos dois anos. “Costumamos dizer que é como se estivéssemos sempre trocando o pneu, mas com o carro em movimento.” O sócio-diretor aponta que o desafio da obra não é apenas o crescimento quantitativo do hospital,

Hospital Pró-Cardíaco 38

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traduzindo-se em uma ampliação do número de leitos. Ele afirma que trata-se, principalmente do crescimento qualitativo, em que a toda hora é preciso incorporar novas tecnologias de tratamento e diagnóstico e fazer com que determinadas áreas se renovem e se adaptem a diferenciados conceitos nos cuidados com a saúde. O roteiro de obras do Pró-Cardíaco, integra a Sala Híbrida, um espaço

cirúrgico com um aparelho de hemodinâmica com braço robótico, associado a vários equipamentos de alta tecnologia que fazem aferições simultâneas. A sala possibilitará a tomada de decisão em momentos diversos, por diferentes cirurgiões e equipes que estiverem cuidando do mesmo paciente. “Elaboramos esse projeto, tudo isto cercado de um enorme aparato de infraestrutura predial.”


Hospital Samaritano

Detalhes do Hospital Samaritano Já no Samaritano, foi inaugurada recentemente a entrada do hospital, com uma nova recepção para acolhimento de pacientes, acompanhantes e visitantes e uma área de emergência, garantindo maior capacidade de atendimento com mais conforto e qualidade. Dentro do programa de modernização, o hospital entrega inovadores apartamentos extremamente diferenciados em termos de atendimento. Esta última obra ganhou uma recepção, que além

de melhorar e agregar as necessidades do hospital, serviu para unificar e dar um novo sentido à planta. Com a nova emergência anexada a esta ampla recepção, foi possível readequar tudo em grande sintonia. “Hoje, o hospital conta com uma entrada principal totalmente revigorada.” Ainda neste percurso de obras, a equipe de arquitetura trabalha na instalação de mais uma tecnologia de ponta. A instituição contará com uma nova sala

de cirurgia atendida por robótica que viabilizará procedimentos minimamente invasivos e de alta precisão. “Quando falamos do Samaritano, estamos nos referindo também ao hospital que é pioneiro em novas tecnologias e procedimentos.” Pereira considera o Samaritano uma instituição de saúde que nasceu e cresceu de forma atípica. Um hospital de longa trajetória, com excelência, através do seu competente corpo clínico e atendi-

mento diferenciado, fatores fundamentais para garantir o reconhecimento perante a classe médica do Rio de Janeiro. Conforme o arquiteto, o local é um complexo hospitalar formado por vários prédios agregados ao corpo principal em épocas distintas e que, a cada nova expansão, provocava uma revolução na infraestrutura da edificação. “Surgia então, a necessidade de se elaborar um ‘plano diretor’, um projeto que juntasse e coroasse estas diversas fases.” Health ARQ

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FLEXIBILIDADE

TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE Pereira descreve que a chegada do Grupo Amil permitiu à Projob dar continuidade e introduzir novas tecnologias e medidas de sustentabilidade na construção das edificações. Segundo o profissional, as obras passaram a adotar medidas simples, mas de grande impacto ambiental, como a utilização de lâmpadas de LED. E num projeto pioneiro, está a implementação do aproveitamento da água da chuva para alimentação das torres de refrigeração do sistema de ar condicionado, além da captação de energia solar para o aquecimento da água de consumo dos usuários.

FICHA TÉCNICA Hospital Pró Cardíaco Executivo responsável: Robson Szigethy Arquitetos responsáveis: Silvia Sampaio / Fábio Gallo Engenheiros responsáveis: Paulo Costa / Andrea Souza Interiores: Solange Medina Construtora: Projob Engenharia Coordenação da obra: Escritório Amil Projetos Gerenciamento de licitação: Escritório Amil Projetos

Hospital Samaritano Executivo responsável: Robson Szigethy Arquitetos responsáveis: Gabriela Correa Engenheiros responsáveis: Ramiro Tapada Interiores: Solange Medina Colaboradores: Fernanda Carvalho Construtora: Projob Coordenação da obra: Escritório Amil Projetos Gerenciamento de licitação: Escritório Amil Projetos

Hospital Samaritano 40

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FLEXIBILIDADE

A tecnologia na arquitetura

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Nova Clínica Oftalmológica de Votuporanga (SP) propõe flexibilidade e sustentabilidade em seu projeto arquitetônico

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cada dia novas tecnologias são apresentadas ao mercado para os inúmeros campos da medicina, o que acarreta diretamente no planejamento arquitetônico de um hospital ou de uma clínica. Afinal, para acolher novos equipamentos faz-se necessário a adaptação de toda infraestrutura. Por este caminho trilhou a concepção da Clínica Oftalmológica de Votuporanga, nova unidade do Hospital Instituto de Moléstia Oculares (HIMO), de São José do Rio Preto

(SP). Assinado pelo escritório Verroni Arquitetos Associados, os espaços físico-funcionais da clínica foram traçados paralelamente com a modernização dos aparelhos. “A arquitetura do local acompanhou as exigências tecnológicas, atentando-se aos cuidados especiais como fluxos dos serviços e procedimentos dos tratamentos. Para tanto, a equipe se aprofundou no conhecimento de métodos clínicos para suprir a demanda do projeto”, explica o arquiteto

Luiz Fernando Verroni. O investimento da construção é de aproximadamente R$ 6 milhões, já os equipamentos correspondem ao montante de R$ 30 milhões. “Vamos tentar oferecer a melhor tecnologia de forma direta, transparente, honesta e amiga”, afirma Luiz Kazuo Kashiwabuchi, proprietário do HIMO. Serão duas salas de cirurgias com apoio de três salas de recuperação, tudo isso com um corpo clínico formado por 12 médicos em todas as subespecialidades da oftalmologia.

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FLEXIBILIDADE Diante de tamanha complexidade, o projeto focou especialmente na escolha dos materiais aplicados, das técnicas construtivas e dos fluxos de serviços. “A busca do rigor nos colocou a pensar na modernização destes equipamentos, como será a medicina oftálmica daqui cinco ou dez anos. Estes questionamentos são importantes para antever como serão estes espaços futuramente, para que o prédio não fique antiquado”, ressalta Verroni. Todavia, a criação da Clínica Oftalmológica de Votuporanga não se limitou à dedicação da flexibilidade do local. A sustentabilidade também foi um dos pilares do projeto. Para isso, foram desenhadas grandes áreas envidraçadas a fim de proporcionar iluminação natural, além de ser um meio de integração do ambiente interno com o externo. Outro fator foi a ventilação cruzada, pensada de forma a melhorar o clima através da troca de ar. “A orientação do edifício com relação ao sol é outra característica importante. O projeto foi guiado de forma a evitar a incidência do sol e calor, diminuindo a necessidade de climatização artificial”, comenta Verroni. 44

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“A busca do rigor nos colocou a pensar na modernização destes equipamentos, como será a medicina oftálmica daqui cinco ou dez anos. Estes questionamentos são importantes para antever como serão estes espaços futuramente, para que o prédio não fique antiquado” - arquiteto Luiz Fernando Verroni.


Ainda de acordo com a sustentabilidade, a água da chuva será captada, tratada e armazenada em tanques no subsolo (água de reuso) com capacidade de 100 mil litros, sendo utilizada para regar jardim e na descarga dos vasos sanitários. A energia solar também será aproveitada, no aquecimento da água na primeira etapa e depois no fornecimento de aproximadamente 60% da energia elétrica. Quanto ao conforto e bem-estar do paciente foram pensadas alternativas

que oferecessem um local relaxante, amenizando o stresse dos tratamentos. De acordo com Verroni, “foram criados ambientes que interagissem com exterior, abrigando jardins e visuais de qualidade, evitando os ambientes fechados e escuros, que aumentam a tensão e o desconforto”. A conclusão da Clínica Oftalmológica de Votuporanga está prevista já para o começo do primeiro semestre de 2013. A capacidade da nova unidade é de 10 mil consultas por

mês. Kashiwabuchi acredita que o centro de saúde trará para a população um atendimento diferenciado. “A cidade carece de clínica e hospital do nível técnico que estamos tentando instalar.” Ao longo dos seus 20 anos de história, a Verroni Arquitetos Associados acumulou ampla experiência na arquitetura hospitalar, desenvolvendo inúmeros projetos para clínicas, hospitais e outras instalações como, inclusive, o próprio HIMO.

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PLANEJAMENTO

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Ampliação planejada


Hospital e Maternidade Dr. Christóvão da Gama, aumenta área edificada para 17.700 m², com a meta de oferecer maior comodidade aos pacientes

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uando uma edificação funcionalmente heterogênea nos permite compreender e vivenciar suas qualidades espaciais, amplitude, luminosidade, cores, volume e articulações, podemos denominá-la de complexo arquitetônico. É o caso dos edifícios, principalmente, relacionados à saúde, que possuem níveis de desempenho diretamente ligados com sistemas e pro-

cessos de trabalho. Dessa forma, o planejamento é algo determinante para a obtenção de serviços de alta qualidade. Ainda nesse contexto, os projetos de arquitetura no setor hospitalar devem responder às necessidades contemporâneas, trabalhar com tecnologia e buscar soluções diferenciadas. Além disso, criar um lugar participativo, democrático e pronto para receber as inovações

futuras. Nesse sentido, foi elaborado as obras de ampliação do Hospital e Maternidade Dr. Christóvão da Gama (HMCG), em Santo André (SP). A reestruturação do hospital consistiu na construção de um prédio de oito pavimentos em várias etapas, sendo a inicial com a operação de dois subsolos para estacionamento, o térreo para pronto atendimento, e o primeiro andar para UTI neonatal e pedi-

átrica. Já o segundo pavimento será destinado para UTI clínica e cirúrgica, e o terceiro pavimento para internação. Na etapa inicial todos os pisos foram edificados, e as fachadas concluídas, faltando somente as instalações elétricas, hidráulicas, gases, lógica e os acabamentos internos dos demais andares para a segundo fase do empreendimento. Com o novo prédio, o HMCG passa dos atuais

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PLANEJAMENTO 7.700m² de área construída para 17.700m². Todo este projeto, além de garantir maior comodidade e conforto aos pacientes segue o conceito de sustentabilidade aliado a mais moderna infraestrutura e tecnologia. De acordo com o arquiteto Gustavo Pinto, da GP Arquitetura, a equipe do escritório projetou o novo edifício analisando os problemas de fluxos internos existente no local e ao mesmo tempo buscou a melhor solução para dificuldades

com novas propostas na ampliação. “As circulações verticais e os corredores foram projetados afim de separar os fluxos internos da equipe médica e de funcionários, dos pacientes e visitantes”, explica. Também nessa linha arquitetônica, a maioria das vezes, os projetos de ampliação e retrofit são precedidos de um plano diretor, o qual orienta as etapas de implantação e a realização de um cronograma de execução. “No caso da ampliação deste

hospital e construção da nova edificação, tivemos um cronograma de 24 meses, distribuído entre novas obras e reformas no prédio existente, para funcionamento de novas unidades e equipamentos.” Gustavo Pinto diz que entre os desafios para a execução desse projeto de arquitetura está a missão de promover organização e planejamento das etapas de implantação e coordenar o funcionamento dos novos espaços e unidades com as que já estão

“Acredito que a sinergia entre o hospital e nossa empresa de arquitetura está na busca pela eficiência dos programas de controle físico-financeiro nos projetos em execução. Este objetivo permite a criação e construção de espaços de saúde funcionais e inovadores”, arquiteto Gustavo Pinto. 48

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em funcionamento. SUSTENTABILIDADE – Todos os projetos da GP Arquitetura são elaborados pensando no melhor aproveitamento dos recursos naturais existentes no terreno. As edificações são implantadas aproveitando a topografia, e as aberturas buscam melhor insolação e ventilação. No caso do Hospital e Maternidade Dr. Christóvão da Gama, o prédio conta com a integração dos sistemas de instalações para otimizar energia


e consumo de água. Além da captação de águas pluviais e drenagem para reutilização, instalação de placas solares de aquecimento de água, utilização de LEDS e sensores de presença nas iluminações principais e uso de equipamentos de climatização automatizados. “A especificação de revestimentos fabricados dentro de conceitos de sustentabilidade também contribuem para uma edificação ambientalmente correta. A eficiência energética de um prédio é algo prioritário no sucesso da administração das novas edificações da saúde”, completa Gustavo Pinto. O escritório da GP Arquitetura procura desenvolver prédios que possuam a alma de seus idealizadores, e a eles, dar forma, utilizando as mais avançadas tecnologias construtivas e novidades do setor. “Trabalhar em conjunto com a equipe do Hospital e Maternidade Dr. Christovão da Gama no desenvolvimento das ampliações, retrofit e atualizações tecnológicas das suas instalações prediais é uma realização profissional. O planejamento e a busca pela excelência também são nossos princípios de trabalho”, conclui. Health ARQ

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ESPECIAL

Harmonia do som

Instalações hospitalares deverão seguir a nova Norma de Desempenho 15.575 que estabelece nível mínimo de isolamento acústico nas obras.

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ualquer obra da saúde, seja um complexo hospital ou clínica, deve ter uma infraestrutura capaz de proporcionar um ambiente com perfeita acústica, pois o excesso de ruídos pode causar desconforto nos pacientes, podendo interferir na recuperação desejada. Entretanto, apesar da crescente relevância do fator som nas edificações hospitalares, ainda há muito o que ser feito. Essa é a perspectiva do presidente da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica-Proacústica, Davi Akkerman. Para ele,

ACÚSTICA uma das razões para que as obras da saúde não ofereçam qualidade acústica é a falta de investimento. “Infelizmente, a melhoria acústica e as ações no sentido de melhorar o bem-estar do usuário só são levadas em conta quando existe exigência das autoridades.” Todavia, Akkerman acredita que o combate da poluição sonora vem conquistando espaço na sociedade. “Com a revisão das normas de acústica e a entrada em exigibilidade da Norma de Desempenho (NBR 15.575) para as edificações, em março de 2013,

o assunto emerge como um dos mais emblemáticos, impulsionando a indústria da construção civil, e toda sua cadeia produtiva”, ressalta. Se por um lado a preocupação com a acústica está engatinhando no País, por outro, empresas procuram desenvolver produtos de alta tecnologia para superar as exigências. A Prima Ferragens, por exemplo, produz soluções para vedação de portas e janelas, garantindo o controle da qualidade do ar e da poluição sonora, protegendo o ambiente de elementos que causem mal a saúde e

ao conforto das pessoas. Segundo André Affonso, gerente industrial, a empresa disponibiliza produtos específicos para a arquitetura hospitalar como veda porta automático, max veda porta, vedação acústica perimetral, vedação ajustável para porta vai e vem, bem como borrachas auto-adesivas e as de engate. Isso acaba por evitar a entrada do som de corredores, máquinas de exames, salas de esperas em ambientes como quartos de internação, centro cirúrgicos, salas de consultas, UTIs entre outros.“Além da funcionalidade acústica,

Max Veda Porta, instalado externamente Health ARQ

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ESPECIAL os produtos reduzem a contaminação do ambiente, pois evitam a entrada de insetos, de água, de vento e fumaça, perdas de ar condicionado e calefação, além da passagem de luz”, explica Affonso. Akkerman considera que, atualmente, há no Brasil uma grande variedade de materiais e de produtos disponíveis no mercado que oferecem qualidade acústica para as obras hospitalares, além de profissionais competentes na área de projeto. O problema, segundo ele, é a falsa ideia de que é necessário vultosos investimentos

para obter esse conforto. “Precisamos quebrar o mito de que o bem-estar acústico e as novas tecnologias para melhorar esse desempenho acarretam em grandes custos. Isso não é verdade”, comenta. A preocupação com o som de um ambiente hospitalar deve existir não apenas para a obediência de uma norma, mas também como fator interferente no tratamento do paciente. “O ruído em excesso, ao longo do tempo, pode ocasionar sérios danos à saúde dos pacientes bem como dos profissionais da área de saúde”, ressalta Affonso.

Davi Akkerman, presidente da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica-Proacústica

lajes com mantas acústicas para redução de ruídos de impacto

Contrapiso flutuante 52

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Manta em laje


ACÚSTICA

Nova norma De acordo com a nova Norma de Desempenho (NBR 15.575), os sistemas deverão apresentar um nível mínimo de isolamento acústico, de tal forma que os ruídos máximos admissíveis por ambiente atendam ao conforto acústico. A regra foi vista com bons olhos pela associação, uma vez que poderá impulsionar o mercado deste setor. Conforme Akkerman, o “principal vetor que impulsionará a qualidade acústica nas edificações no Brasil será a Norma de Desempenho, que exigirá atuações mínimas dos sistemas construtivos em relação ao conforto acústico. Consequentemente, diversas tecnologias e novas soluções surgirão”. A norma entrará em vigor em março de 2013, mas, até lá, a entidade atua desde já na colaboração do desenvolvimento das normas técnicas, em especial nos trabalhos de revisão e adequação para a nova regra, de leis para materiais e aplicações acústicas,“bem como na busca contínua de padrões de desempenho que resultem em melhor qualidade de vida”, explica o presidente. Affonso considera imprescindível o trabalho de conscientização da sociedade e de órgãos governamentais quanto ao problema do ruído. Por outro lado, oferecer soluções por meio de equipamentos de larga vida útil e de alta tecnologia facilita, ainda mais, o devido cumprimento da nova norma.

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criatividade

Proteção e arte Além de proteger, itens como bate-macas e corrimãos levam colorido ao Hospital de Câncer de Barretos 54

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projeto desenvolvido para o Hospital de Câncer de Barretos pode ser considerado um dos maiores exemplos de ousadia nas cores. Sem medo de apostar em tons vivos, os corredores do centro de saúde ganharam vida e alegria. A proposta do irreverente layout carrega a assinatura da Enterprises Arquitetura, responsável pela instalação de proteção nas paredes como bate-macas, faixas vinílicas e cortinas divisórias de leito. Todos os equipamentos se identificam juntamente com a cor de cada setor. “A aparência não é de um hospital. O projeto foi trabalhado intensivamente de forma a priorizar o aspecto humano”, comenta Sergio Augusto Novaes, sócio-proprietário da empresa. A pintura de corredores e salas ganhou desenhos geométricos em formato de ondas. Para este efeito, Novaes explica que foram colocadas faixas de vinil em dois tons de cores, cortadas a laser. O projeto debruçou em todos os setores do hospital, em corredores e salas. Além disso, também foram instalados corrimãos, que além de obeHealth ARQ

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criatividade

decer às normas de segurança compatíveis com a ANSI (American National Standards Institute), também contribuem para o colorido do ambiente. A colocação das bate-macas também seguiu os mesmos parâmetros, atendendo aos requisitos da Classe NFPA (National Fire Protection Association) de incêndios. Dentre vários benefícios, a resistente proteção absorve e distribui o impac56

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to, protegendo a parede e reduzindo, assim, o custo com manutenções. O recurso também proporciona a prevenção de arranhões e quebras causados por carrinhos, aparelhos móveis, cama e cadeiras de transporte, ou seja, diminuem-se futuros danos e custos para o hospital. Já as cortinas divisórias de leito têm alta resistência e durabilidade, além de oferecer privacidade ao paciente, proporcio-

nam várias vantagens para a unidade de saúde como a facilidade de lavar e a baixa manutenção com tratamentos retardante de chamas, incombustível, antiaderente, antifungos e bactérias. Mesmo com as lavagens, as cortinas não encolhem e não se deformam. Esse não foi o primeiro projeto da Enterprise dedicado ao Hospital de Câncer de Barretos. Segundo Novaes, a parceria já dura

seis anos e alguns esboços já foram executados em outras unidades. “Já realizamos diversos trabalhos para a Fundação Pio XII como Jales, Fernandópolis e em Rondônia.” A empresa é distribuidora e importadora da InPro Corporation (IPC) no Brasil há mais de 15 anos, prestando plena assessoria em projetos de instalação e layout, além de toda assistência técnica autorizada pela IPC.

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criatividade

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Projetado para os pequenos Health ARQ


Setor da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do Hospital Vita Curitiba possui cores aleatórias como diferencial estético e ambiental

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uidados especiais com as crianças são requisitos mais que primordiais em centenas de hospitais do Brasil. Devido a essa preocupação, muitas instituições buscam aprimorar o espaço físico para oferecer um atendimento de qualidade. É o caso do Hospital Vita Curitiba, que recentemente concluiu a ampliação de sua Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica - a única exclusivamente privada da capital paranaense. Também um dos privilegiados

hospitais do País a dispor de cirurgiões pediátricos 24 horas por dia. Com essa expansão, a unidade conta com 10 leitos divididos em boxes, com infraestrutura necessária para receber pacientes e acompanhantes. Atualmente, a instituição realiza cerca de 300 procedimentos por mês, além de 3 mil atendimentos no pronto-socorro infantil. O local tem como foco o tratamento de bebês a partir de 28 dias e adolescentes com até 16 anos.

O procedimento da concepção de transformar parte da UTI cardiológica do hospital em espaço exclusivo para pediatria foi um dos desafios dessa obra. O projeto de arquitetura procurou compartilhar as áreas de apoio da UTI atual com a nova unidade infantil. Os dois locais, compartilham recepção, salas de espera, administração, vestiários e DML, tendo cada uma a sua Unidade de Tratamento Intensivo exclusiva, com enfermarias, isolamento e BMCs próprios.

“Isso requer conhecimento de todas as normas regentes e muita criatividade e inovação”, afirma o arquiteto Luiz Henrique Dias, ao falar das obras no setor da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do Hospital Vita Curitiba Health ARQ

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criatividade Outra inovação da UTI pediátrica do Hospital Vita é a utilização de cores como diferencial estético e ambiental. A composição conta com tons pastel, azul, verde e rosa em ordem aleatória nas paredes. Já no piso foram aplicados revestimentos vinílicos em placas de duas cores formando desenhos geométricos que demarcam a circulação. O resultado é um espaço agradável e aconchegante, que foge do aspecto comumente frio das alas hospitalares e busca aproximar-se de um jardim de infância. A maioria dos materiais

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utilizados nesta edificação são recicláveis, como paredes e forros de drywall, entre outros. Já a técnica de humanização está presente no tratamento estético do lugar através da diferenciação das cores ao espaço típico hospitalar. Na avaliação do arquiteto Luiz Henrique Dias, entre os destaques para a execução desse projeto de arquitetura estão os projetos de revitalização e ampliação hospitalar, pois a equipe de obras teve que melhorar o espaço físico dentro de estruturas normalmente delimitadas. “Isso requer conhecimen-

to de todas as normas regentes e muita criatividade e inovação”, acrescenta. O projeto foi desenvolvido em três meses com a participação do corpo clínico e equipe de logística da instituição em todos os estágios da obra. Ligação profissional Para a diretoria do escritório Luiz Henrique Arquitetos, poder participar dos projetos das obras do Hospital Vita Curitiba contribui para a melhoria da estrutura de um estabelecimento acreditado internacionalmente. “É um orgulho para nossa

equipe”, relata o arquiteto. Essa parceria do escritório com o hospital surgiu a partir dos contatos realizados pela equipe de manutenção da instituição para adequar arquitetonicamente alguns setores às normas da Anvisa. Essa parceria e confiança fortaleceu-se e a empresa passou a desenvolver novos projetos de revitalização e ampliação da arquitetura hospitalar. Além da UTI pediátrica, foram desenvolvidos projetos para os setores de hemodinâmica, lactário, banco de sangue e ala de internação.


DESIGN

Modernidade em todos os traços Em parceria com a Clínica Delfin, a nova infraestrutura do Serviço de Medicina Nuclear do Hospital Português esbanja tecnologia e conforto para seus pacientes Health ARQ

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DESIGN

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uando o assunto é arquitetura da saúde o profissional já sabe que trará à flor da pele o seu dom de conciliar inúmeros fatores. Uma verdadeira orquestra, sincronizando os diversos ambientes envolvidos, os vários serviços prestados naquele mesmo local, como uma consulta médica e limpeza. Afora todas as considerações, há de se relevar a circulação dos pacientes que, muitas vezes, não é interrompida durante das obras. Assim foi o trabalho reali-

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zado pela Pepe Arquitetura e Design na ampliação do Serviço de Medicina Nuclear do Hospital Português, em Salvador (BA). A nova infraestrutura é resultado da parceria de sucesso da instituição filantrópica com a Clínica Delfin. A criação do projeto teve que trabalhar lado a lado com o funcionamento do local. “Além de projetar a reforma, tivemos que estudar junto à equipe de obra, a relocação de áreas de funcionamento provisório e pessoal, isso significa analisar e envolver vários

setores”, como explica a arquiteta Cristiane Pepe. Todavia, esse não foi o único empecilho que cruzou o caminho do projeto. Trata-se de uma obra localizada no térreo de um prédio, cuja construção data a década de 50 e tudo isso requer árduo trabalho. “Foi necessário escavar, mudar pé direito e cadastrar estruturas antigas”, ressalta a projetista. O período para todo esse estudo inicial durou dois meses, o mesmo tempo para o projeto final. Já a arquitetura de interiores do restante do


andar está em andamento de acordo com o avanço das obras. A proposta era trazer um ambiente totalmente futurista. “Estamos falando de tecnologia de ponta. A imagem a ser passada, e esse é o meu trabalho, é de modernidade, conforto e humanização”, avalia Pepe. Para isso, foram escolhidos a dedo os materiais de acabamento. Priorizou-se a iluminação hermética, a fim de evitar o acúmulo de sujeira, utilizando luminárias com fechamento em difusor de acrílico e vidro. Já para os pisos, bate-

-macas, protetores, dentre outros produtos, foram usados materiais com certificação devido à qualidade que proporcionam. Não é para menos a importância de se trazer modernização para o ambiente, afinal o local abrigará equipamentos de última geração PET/CT, destinado à tomografia por emissão de pósitrons; aparelho de Gama Câmara para a realização do exame de cintilografia, dentre outras tecnologias. Além dos quesitos modernidade, praticidade e qualidade, outro impor-

Trata-se de uma obra localizada no térreo de um prédio, cuja construção data a década de 50 e tudo isso requer árduo trabalho. “Foi necessário escavar, mudar pé direito e cadastrar estruturas antigas”

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DESIGN tante elemento considerado no projeto foi a sustentabilidade. Para a forração das paredes foi usado Vescon, um material produzido com o mínimo de poluição ambiental, cuja fabricação tem um menor consumo de energia e água de forma eficiente. A tinta utilizada também é ambientalmente correta, à base de água e sem solventes, com baixo odor, o que evitou a interdição prolongada das áreas pintadas. “Essa tinta tem uma resistência a manchas e mofos, indicada para locais em que a limpeza com produtos químicos é frequente, como UTI’s, enfermarias e consultó-

rios odontológicos.” Vale ressaltar também que o piso escolhido para o projeto é de natureza vinílica. Trata-se de um material direcionado para o uso hospitalar, 100% reciclável, fabricado com matéria-prima renovável, com baixo impacto ambiental durante todas as fases do ciclo de fabricação. Tudo isso foi pensado a fim de trazer humanização para o local. A fineza na escolha das cores completa esse fator, com pinceladas de tons pastéis, tornando a clínica um ambiente mais aconchegante para os pacientes. A decoração também foi estudada de maneira

a proporcionar um maior bem-estar. Para isso foram usados materiais que imitam madeira, como a recepção, no intuito de remeter o inconsciente à natureza. Painéis vinículos com fotografias de paisagens naturais completam a harmonia do ambiente. Para a Dra. Adelina Sanches de Melo, especialista e líder do Serviço de Medicina Nuclear do Hospital Português, o resultado conseguiu otimizar a humanização do atendimento aos pacientes. “Além de ampliar a humanização e segurança da assistência, todos esses investimentos elevam a capacidade da instituição de absorver a demanda social nessa área”, destaca.

Foto: Xico Diniz

“Além de projetar a reforma, tivemos que estudar junto à equipe de obra, a relocação de áreas de funcionamento provisório e pessoal, isso significa analisar e envolver vários setores”, arquiteta Cristiane Pepe

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Para eliminar fungos e bactérias Tintas com desempenho antibacteriano garantem qualidade nas pinturas de novas obras e na manutenção das edificações do setor da saúde

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DESIGN

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m projetos de arquitetura do setor da saúde, um quesito inevitável é a decisão de qual tinta escolher para os ambientes. Diversos gestores têm como preocupação construir espaços com características que contribuam para a recuperação dos pacientes. Nesse sentido, centenas de substâncias líquidas com técnicas inovadoras são frequentemente desenvolvidas no mercado. Como muitos sabem, existem práticas tradicionais de higienização e sanitização para o controle dos microrganismos hospitalares que são eficazes, porém qualquer desvio desses procedimentos pode provocar surtos de doenças ou outros resultados indesejáveis. Portanto, todo e qualquer

sistema que auxilie na prevenção destes problemas deve ser considerado. Um exemplo dessa idéia é a linha Hygienic, da Annetta, que já foi utilizada por hospitais como o Emilio Ribas (São Paulo, SP), Imesa (Alfenas, MG) e muitos outros. O produto é ideal para a pintura de locais que precisam de uma proteção higiênica especial, pois não permite a proliferação de bactérias e fungos nas superfícies pintadas. Estas tintas cumprem a norma japonesa JIS Z 2801, cujo requisito é a eliminação de pelo menos 99% das bactérias. Este poder biocida permanece enquanto houver película de tinta na superfície. “Por serem à base de água, estas pinturas podem ser aplicadas em espaços fe-

chados sem interdição do local e interrupção das atividades”, explica Gabriel Marcelo Annetta, químico responsável pela empresa. Ele conta que a linha é formada por tintas acrílicas, epóxi-acrílicas, epóxi puras, esmaltes e complementos. Cada classe de produto oferece um grau diferente de resistência, devendo ser escolhido de acordo com o tipo de ambiente e as exigências de higiene. “São resistentes a limpeza com produtos de uso doméstico ou hospitalar.” Ao falar dos cuidados na aplicação, Gabriel informa que a pintura de qualquer superfície necessita de um perfeito preparo do substrato. Neste caso, ele conta que se devem tomar cuidados especiais na escolha

“Somos testemunhas da aparição de diversos microrganismos que provocam surtos a nível mundial e todos os cuidados são poucos para evitar essas ocorrências”, comenta o químico Gabriel Marcelo Annetta.

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dos produtos corretos. Por exemplo, em salas cirúrgicas deve-se trabalhar com tintas de maior resistência a limpezas frequentes com líquidos agressivos, como as epóxi. Já nos azulejos, que apresentam uma superfície muito lisa, a aderência deste produto é mais complicada e deve se prestar especial atenção na escolha. Por outro lado, os pintores não estão acostumados a trabalhar com esse tipo de tintas com dois componentes e devem ser treinados. A Annetta oferece uma linha completa de tintas à base de água ou sem conteúdo de solventes orgânicos

voláteis, que são apropriadas para uso em ambientes de saúde. Em muitos casos, estas também podem ser adaptadas e convertidas em aquelas com características higiênicas, ou seja, que não permitam a proliferação de bactérias, fungos e algas. “Produzimos também o Affaclean Líquido Fungicida, substância utilizada para limpeza das superfícies mofadas antes da pintura e para realizar a manutenção higiênica regular”, diz o químico responsável. Na opinião do profissional, a cada vez mais é preciso investir na pesquisa e

desenvolvimento de novos produtos com a meta de cultivar a sustentabilidade, o cuidado do meio ambiente e a prevenção de doenças. “Somos testemunhas da aparição de diversos microrganismos que provocam surtos a nível mundial e todos os cuidados são poucos para evitar essas ocorrências”, acrescenta. Gabriel acredita que este tipo de tintas, que atualmente são mais empregadas a nível hospitalar ou para locais públicos, serão utilizadas em todas as residências em um futuro próximo. Ele ainda afirma que

estes produtos inovadores, ajudam a combater a formação de mofo tão comum no Brasil devido às condições úmidas, evitando muitos problemas de saúde. Lançada em 2007, o uso dessa linha foi se incrementando nos hospitais. Atualmente, a maior parte dos estabelecimentos do setor da saúde especifica este tipo de produto na pintura de obras novas ou na manutenção de suas instalações. Um dos principais motivos da escolha desse modelo de pintura é o fator de não conter solventes nem substâncias catalogadas como cancerígenas.

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especial construções sustentáveis

Escalação natural Projeto de instalações elétricas da Arena Castelão no Ceará, desenvolve medidas sustentáveis que atendem às demandas da certificação LEED

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uem já teve a oportunidade de ir à Fortaleza, no Estado do Ceará, com certeza conheceu as características marcantes do local. São praias paradisíacas em uma cidade ampla, moderna e agitada. Outro ponto que, a partir dos próximos meses irá contribuir ainda mais nas referências turísticas da capital cearense, será o Estádio Governador Plácido Castelo, o Castelão. A arena foi totalmente reestruturada para receber jogos da Copa das Confederações em 2013 e a Copa do Mundo de 2014. Com capacidade para 67 mil pessoas, foi investido um total de R$ 518,6 milhões. De acordo com o terceiro balanço do Governo Federal sobre os preparativos dos eventos esportivos mundiais, o local será o primeiro a ter toda a obra concluída. A previsão é que fique pronta em dezembro deste ano. Conforme relatório do consórcio responsável pela reformulação, a arena fechou o mês de outubro com 92,83% do trabalho concluído. As cadeiras já começaram a ser instaladas nas arquibancadas. O plantio da grama foi feito em novembro. A montagem da carenagem (estrutura metálica que envolve o estádio) também foi finalizada.

Entre as inovações do estádio está o projeto de instalações elétricas. A equipe responsável por essa parte teve como meta desenvolver sistemas eficientes, modernos e seguros, para atender às necessidades atuais e futuras, bem como facilidades de operação do estádio. Dos desafios deste item da obra, se destacam o atendimento às normas da certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) do Green Building Council, e os requerimentos da FIFA (Federação Internacional de Futebol) que nortearam a equipe de elétrica a desenvolver soluções mais sustentáveis possíveis. Os sistemas eletrônicos e de telecomunicações do estádio são de última geração e utilizam o conceito de redes convergentes, permitindo alta disponibilidade e velocidade para os serviços de comunicação, automação, imagem e multimídia, necessários para o funcionamento de uma arena moderna. “Um estádio deste porte é sempre muito dinâmico, e sofre muitas alterações, tanto por solicitação da FIFA como pelas necessidades da obra”, salienta Ednaldo Costa, diretor da Techna Engenharia, empresa que elaborou o projeto de instalações elétricas.

Segundo Ednaldo, a sustentabilidade foi uma premissa fundamental durante toda a obra. As lâmpadas são de alta eficiência e o controle de iluminação é setorizado e ligado ao sistema de automação predial. O sistema de geração de energia usa o gás natural, um combustível menos nocivo ao meio ambiente. O diretor conta que a parte elétrica do Castelão foi concebida com distribuição interna de energia em média tensão e dotado de subestações rebaixadoras em locais estratégicos. Com isto, foi possível obter os menores níveis de quedas de tensão possíveis, o que além de atender aos requisitos do LEED, evita desperdício de energia elétrica. “Este conceito permite uma operação mais simples e mais segura, uma vez que as centrais de utilidades estão localizadas em posições que facilitam o acesso para manutenção.” Ao falar da participação nesta obra que visa otimizar o uso dos materiais e a criação de uma identidade própria, Ednaldo Costa diz que a empresa sempre busca usar soluções inovadoras. “O Castelão estimulou ainda mais nossa equipe a criar diferenciais. As peculiaridades da arquitetura e da estrutura metálica levaram-nos a pensar em detalhes que facilitem Health ARQ

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especial construções sustentáveis a execução dos sistemas”, declara. A diretoria da Techna informou que o apoio do Governo do Ceará e a gestão do Consórcio Galvão-Andrade Mendonça fizeram toda a diferença para que a arena seja não apenas o estádio mais adiantado do Brasil em prazo de execução, mas também um dos mais modernos e eficientes. “O Ceará merece um presente como esse”, ressalta Ednaldo Costa.

RECONHECIMENTO DE LONGA DATA A Techna Engenharia está no mercado de projetos e consultoria em instalações prediais e sistemas eletrônicos há 12 anos. No início, a empresa atuava apenas com instalações prediais. A partir de 2002, foi criada uma divisão de sistemas eletrônicos, para atender a uma demanda crescente do mercado. A Techna passou a atuar fortemente em automação e

segurança predial, sistemas de CFTV e segurança patrimonial, de controle de acesso, redes estruturadas convergentes de voz, dados e imagem. A empresa atua nas áreas de fiscalização, assessoria e consultoria à obra, o que permite aos clientes a possibilidade de receber apoio durante a implantação dos projetos, o que garante que o escopo e os objetivos sejam alcançados.

“Ficamos muito orgulhosos de fazer parte desta história. Os novos estádios brasileiros representam uma mudança de conceito muito grande, abrindo novas possibilidades para a operação das arenas”, declara Ednaldo Costa, diretor da Techna Engenharia, empresa que elaborou o projeto de instalações elétricas e sistemas eletrônicos da Arena Castelão. 70

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especial construções sustentáveis

Inovação no corporativo Centro comercial e logístico é o primeiro condomínio de galpões modulares multiusuários a ganhar a certificação LEED na América Latina

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onsiderada como um dos maiores polos industriais e logísticos do Brasil, a região de Jundiaí é ocupada por cerca de 500 indústrias e diversos centros de distribuição. A apenas 60 quilômetros da capital

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paulista, a cidade é destino para um número de indústrias cada vez maior. O município conta com o Centro Comercial e Logístico GR, sendo o primeiro condomínio de galpões modulares multiusuários a receber a certifica-

ção LEED pelo USGBC na América Latina. Com uma área construída de aproximadamente 40.000 m², em um terreno de 65.000 m², o condomínio conta com 21 módulos e permite a locação de áreas que variam de 1.821


a 39.765 m². Cada galpão possui 240 m² de mezanino para a instalação de escritórios e pé-direito livre de 12 metros. O piso é de alta resistência, nivelado a laser e capaz de suportar até seis toneladas por m². A inovação do projeto de arquitetura da sede da GR Jundiaí se destaca, desde o princípio, pelo envolvimento da instituição nos detalhes e a preocupação

com o produto final, propondo um conceito diferente do que existe atualmente no mercado. Na avaliação da arquiteta e urbanista Aline Roos, gerente de projetos da MV Escritório de Projetos (empresa que elaborou o plano da obra) um dos grandes desafios foi trabalhar em uma área ainda desconhecida e mistificada pelo mercado em geral. Segundo ela, foram

necessárias muitas pesquisas para que todos os conceitos pudessem ser absorvidos pelo projeto sem torná-lo inviável. As medidas sustentáveis utilizadas foram as referentes à economia, tanto de água, quanto de energia, e o uso de materiais e revestimentos menos agressivos ao meio ambiente. “A importância é de inserir nas pessoas uma ‘cultura’ de susten-

PARA ATENDER AS NECESSIDADES Além de um altíssimo padrão de infraestrutura dos galpões e das áreas de apoio, incluindo salas de reunião, e treinamento, cozinha industrial, refeitório, cafeteria e ambulatório, o empreendimento destaca-se por seu forte padrão de segurança. Preparado para atender às necessidades de inquilinos que trabalham com produtos de alto valor agregado, o GR Jundiaí será pioneiro na obtenção da certificação mundial TAPA (Transported Asset Protection Association). Assim, procedimentos operacionais e elementos de segurança serão altamente aprimorados, o que trará ainda mais conforto aos ocupantes do condomínio. Health ARQ

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especial construções sustentáveis tabilidade”, destaca Aline, ao dizer que esta iniciativa traz baixos custos na operação, pois gasta-se menos energia, reutiliza-se a água, reduz-se a utilização de ar condicionado, incentiva-se a reciclagem de resíduos e, no final, gera-se um bem-estar e orgulho nos usuários. Ao falar das contribuições da Green Building Council (GBC) Brasil, a gerente enfatiza que a obtenção da certificação deve-se a um conjunto de fatores e iniciativas que juntos geram o resultado final. “Só a presença do ‘verde’ não seria suficien-

te para que o projeto fosse considerado sustentável, mas também itens não usuais, como a instalação de um bicicletário, o que incentiva os usuários a utilizar um modo de locomoção alternativo e não poluente”, completa a arquiteta. Para o desenvolvimento de todo este plano de obras, foi necessário um ano de trabalho, desde a concepção até a entrega do projeto executivo finalizado. A equipe de arquitetura que esteve envolvida diretamente, em etapas diferentes, foi de aproximadamente oito pessoas.

Aline Roos, gerente de projetos da MV Escritório de Projetos

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Fonte de aperfeiçoamento Aline Ross comenta que esse trabalho trouxe muita satisfação para toda equipe do escritório da MVEP e, principalmente, muito amadurecimento em relação à viabilidade da sustentabilidade nos empreendimentos para comercialização. Ela diz que todos entenderam que é possível, mesmo quando o retorno financeiro é importante no empreendimento, fazer um projeto que alie qualidade, rentabilidade e preocupação com o meio ambiente. “Obviamente, isso só se tornou realidade porque houve, por parte dos envolvidos, o comprometimento com a filosofia, para que os primeiros obstáculos não se tornassem uma justificativa para mudanças no rumo do projeto.”

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HUMANIZAÇÃO

A ousadia das cores Núcleo de Oftalmologia, em Fortaleza (CE), inova conceito de humanização do ambiente, a começar pelas cores diferenciadas

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omo toda regra tem a sua exceção, são justamente os casos peculiares que mais se destacam entre os outros, principalmente quando tais exemplos carregam consigo alternativas inovadoras. Assim é o Núcleo de Oftalmologia, em Fortaleza (CE), projeto assinado pelo arquiteto Eduardo Teixeira, da Arquitec Arquitetos Associados, que além de oferecer um ambiente clean e aconchegante, foge às tradicionais iluminações branca e fria que envolvem as atmosferas hospitalares. A clínica se localiza no 15º andar da Torre Saúde, do Complexo São

Mateus, na capital do Ceará. O projeto foi concebido desde o marco zero, quando o local se resumia a apenas pisos, paredes e teto, sem nenhum acabamento. A missão de Teixeira, que contou com a colaboração de Aline Ferro e Marisa Montenegro, era trazer humanização a esse ambiente. Entretanto, para se chegar à perfeita matemática dos desenhos e contornos do projeto, foi necessário que o resultado passasse pela concordância final de todos. “Sem dúvida, nosso maior desafio foi conseguir a aprovação unânime do grupo de sócios, todos com ampla experiência profissional,

que traziam em sua bagagem as mais variadas demandas. Foi um verdadeiro trabalho de contorcionismo”, comenta Teixeira. O projeto executivo foi desenvolvido em cinco meses, contando desde a assinatura do contrato até a aprovação dos sócios. Depois de muitos diálogos, a nova estrutura exibe em seus traços, que foi possível conciliar os pedidos do grupo às exigências técnicas, espaço e humanização. “Tanto o corpo clínico, como o de apoio administrativo e, principalmente, os usuários são unânimes em considerar os espaços extremamente agradáveis, transformando o tempo

“Sem dúvida, nosso maior desafio foi conseguir a aprovação unânime do grupo de sócios, todos com ampla experiência profissional, que traziam em sua bagagem as mais variadas demandas. Foi um verdadeiro trabalho de contorcionismo” Arquiteto Eduardo Teixeira Health ARQ

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HUMANIZAÇÃO de permanência na clínica, a princípio tenso, em momentos leves e de relaxamento”, declara o arquiteto. Vale ressaltar que o projeto foi aprovado em todas as instâncias da Vigilância Sanitária local, seguindo as devidas exigências como a RDC 50, resolução que dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos de saúde, ordenando parâmetros para tais construções. Como dito anteriormente, o projeto se destaca por não ser um tradicional ambiente clínico, geralmente despersonalizado. A ideia era trazer uma maior humanização do local para, assim, proporcionar aos pacientes um maior conforto e bem-estar. “Fugimos da iluminação branca e fria, do verde ‘hospital’, tão comum em estabelecimentos de saúde. Adotamos tons com os quais os usuários podem se relacionar mais intimamente e que são relaxantes, principalmente pelo fato de ser um ambiente para pacientes oftalmológicos”. Houve algumas limitações quanto a medi78

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das sustentáveis por se tratar de um projeto arquitetônico para um local fechado e acabado. Mesmo conscientes da importância deste fator, os arquitetos recorreram a ações como a utilização de materiais de fácil acesso na região (reaproveitando-os durante a obra), equipamentos de baixo consumo elétrico, iluminação econômica e reciclagem. Estava, então, concretizado o sonho de cinco profissionais oftalmologistas. O resultado prova que foi possível encontrar um equilíbrio entre as exigências de um ambiente clínico com aspectos humanizados, distribuindo essas características em toda área disponível. Por fim, Eduardo considera de extrema importância a contratação de profissionais especializados para a elaboração de projetos hospitalares. Segundo ele, esse fator é de vital importância para o bom desenvolvimento do empreendimento, desde a sua concepção até o detalhe final. O arquiteto aconselha seguir os próprios mandamentos dos médicos: “Na dúvida, procure um especialista!”.


FICHA TÉCNICA NÚCLEO DE OFTALMOLOGIA Endereço: Av. Santos Dumont, 5753/ 15º andar – Torre Saúde Complexo São Mateus – Fortaleza-CE Data do Projeto: 2009 Obra: 2010 Área total construída: 490,00 m2 Nº pavimentos: 01 Vagas estacionamentos: 03 pavimentos de vagas disponibilizadas pela Torre Saúde São Mateus Pronto-atendimento: Não Serviços Diagnósticos: Oftalmologia Fisioterapia: Não Nº consultórios: 5 Adicional (áreas de apoio, salas de treinamento, dentre outros): 2 salas de exames 01 sala de exame de campo visual 01 sala de lente de contato 2 salas de cirurgia, pré e pós operatório com 03 leitos 01 apartamento, Central de Material Esterilizado. Empresas sub-contratadas: Não Nomes dos arquitetos ou empresas Arquitetura: Arquitec Arquitetos Associados. Interiores: Arquitec Arquitetos Associados. Coordenação: Eduardo de B. Teixeira – Arquiteto MSc. CAU nº 13.113-0 Colaboradores: Arquitetas Aline Ferro e Marisa Montenegro Projetos: Ar-condicionado: Newton Maranhão Elétrico e hidráulico: MIP Engenharia ENGº Elétrico: Marcílio Alves Bezerra Fornecimento de Gases Medicinais: Linde Gases Luminotécnico: Arquitec Arquitetos Associados Prevenção e Combate a Incêndio: Engº. Alberto Pinto Obra: Construção: Engª Silvana Fialho Detalhes da Obra: Luminárias: Facho de Luz Piso Vinílico: Art Piso – Piso Fademac

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HUMANIZAÇÃO

Uma fórmula humanizada Obras do Hospital Unimed Pindamonhangaba, em SP, aplicam medidas inovadoras como um corredor para receber visitantes e serviços de apoio 80

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xistem pessoas que precisam ficar internadas em Unidades de Tratamentos Intensivos (UTIs), mas que estão totalmente conscientes, no entanto costumam ter “vizinhos” em estado terminal. Para mudar este conceito, no projeto de obras do Hospital Unimed Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, os pacientes não terão contato uns com os outros (nem mesmo visual), o que garantirá uma qualidade importante para a recuperação do paciente. Além disso, fundamentais características se evidenciam no projeto de engenharia e arquitetura dessa edificação. No local, o fluxo físico operacional, em especial o da

UTI, possui um conceito em que os pacientes ficam internados em “box”, que tem o fechamento frontal de vidro. Essa opção permite o monitoramento visual pela equipe técnica e ao mesmo tempo proporciona privacidade aos usuários. Outro atributo interessante será o corredor de visitantes e serviços que circulará todo o perímetro da unidade, assim os visitantes somente terão acesso ao paciente com o qual têm relação direta. Já os profissionais de limpeza e manutenção também utilizarão esta circulação. Desta forma, a estrutura física colaborará com os procedimentos de controle de infecção hospitalar.

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HUMANIZAÇÃO O engenheiro Célio Melilo, responsável pela obra, cita que a edificação contará com um estilo mais contemporâneo, pois o local irá cultivar a tecnologia aliada à saúde. “Portanto, buscamos utilizar elementos construtivos e decorativos bem atuais”, salienta. Na opinião do profissio-

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nal, um dos desafios para a execução deste projeto de arquitetura/engenharia é o curto prazo para o cumprimento das etapas da obra. Por este motivo, foram especificadas todas as divisórias dos diversos ambientes em “dry-wall”. Outra reformulação que ocorreu nesta edificação

foi a iluminação e a ventilação, que buscaram seguir medidas sustentáveis. De acordo com o escritório de engenharia, os projetos do hospital já foram desenvolvidos e as obras seguem em andamento, com término previsto para o primeiro semestre de 2013.


Reconhecimento Há 24 anos a empresa de Célio Melilo atua na área de Saúde Pública, pois ele é sanitarista concursado do Governo do Estado de São Paulo, e atua, desde 1989, como engenheiro da Vigilância Sanitária Estadual no escritório de Taubaté. Durante estes anos, foram desenvolvidos inúmeros projetos na área de saúde, o que contribuiu para o prestígio do trabalho na região. Os médicos de Pindamonhangaba tiveram mais proximidade com o trabalho da empresa, quando foram desenvolvidos os projetos da UTI Adulto, UTI Neonatal e Centro Cirúrgico da Santa Casa do município. “Participar do projeto de obras do Hospital Unimed Pindamonhangaba se trata de um trabalho satisfatório, pois temos condições para desenvolvermos um bom trabalho”, finaliza.

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HUMANIZAÇÃO

Sob a ótica da humanização Projeto da Clínica Paranaense de Assistência agrega características técnicas que asseguram funcionalidade e mais conforto aos usuários

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om estilo contemporâneo, destacando-se pelo volume central, em “structural glazing”, e uma arquitetura de interiores e paisagismo que garante humanização – a Clínica

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Paranaense de Assistência Médica (Clinipam) será um hospital completo no sentido de concentrar todas as necessidades em um mesmo local. Desde o atendimento de pronto-socorro até a in-

ternação, centro cirúrgico, UTI e centro de diagnósticos. A distribuição das alas dessa edificação foi projetada com a intenção de favorecer o fluxograma e proporcionar segurança e


Elevação Frontal Rua Mateus Leme

Elevação Lateral

conforto ao usuário. No projeto, características asseguram a funcionalidade sem esquecer o bem-estar dos pacientes. Segundo a arquiteta Carolina Helm, o ambiente do hospital deve oferecer a sensação de confiança, pois já foi comprovado que o psiquismo é fator determinante na recuperação do paciente. Para isso, as cores, formas, ambientação, som, luz, cheiros e jardins são motivadores do espaço deste hospital. “Neste projeto, a arquitetura hospitalar procura soluções que Health ARQ

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HUMANIZAÇÃO harmonizem os aspectos fisiológicos (funcionamento) e anatômicos (estrutura), mas sempre sob a ótica da humanização”, declara. Este projeto contou com medidas sustentáveis através do aproveitamento da luz natural em muitos espaços, pois é fator fundamental na recuperação dos pacientes. É comprovado que existe uma redução no tempo de internação, quando o paciente tem noção de temporalidade e pode observar a variação da luz durante o dia. Outra característica do projeto é a

flexibilidade dos espaços internos. Com o uso de divisórias drywall, o desperdício de material é reduzido em 15%, e se precisar ampliar o espaço, é mais fácil a execução. Foi previsto também o uso racional de água através de vasos sanitários com caixas acopladas e torneiras pressurizadas. Carolina acredita que os fluxos dentro do hospital necessitam de uma arquitetura voltada à segurança e bem-estar de seus usuários, tanto como a especificação certa dos materiais utilizados. “Portanto, é importante

decidir-se pela sustentabilidade já nas fases preliminares do planejamento, para que a construção já seja projetada com essa visão.” Ao falar sobre a importância do correto agrupamento dos setores e dos fluxos que ocorreram neste projeto, Carolina reforça a ideia de que a funcionalidade do hospital só acontece com a adequada reunião dos ambientes. “Para a distribuição dos espaços, o hospital ficou com a área administrativa e serviços (que não interagem diretamente com os pacien-

Capacidade de atendimento da Clinipam após a construção • Pronto Socorro com 12 salas de atendimento • Centro cirúrgico com cinco salas • Ala com 18 apartamentos • Um andar com 36 leitos de enfermaria • Último andar com 10 leitos de UTI e oito leitos de enfermaria / Acoplado a isso, um laboratório com atendimento 24 horas para todos os exames clínicos e, anexo ao hospital, a construção de um Centro de Imagem.

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tes) no subsolo”, diz. Divisão – No 1º pavimento, com acesso direto do público com a rua Mateus Leme, está o pronto-socorro. No 2º pavimento (meio do edifício) está o centro cirúrgico, com acesso fácil para a emergência e leitos acima. E no 3º e 4º pavimentos estão os apartamentos. Só no 5º pavimento (último andar), está a UTI, mais reservada. No edifício-anexo, com dois andares, estão o centro de diagnóstico e o espaço café, com acesso à rua

Albano Reis. Estes dois volumes são interligados por uma passarela e entre eles está o espaçamento das rampas com acesso para todos os andares. Para todo o complexo, também existem dois elevadores, além das escadas protegidas. O Clinipam é uma obra essencialmente de estabelecimento assistencial de saúde que tem a finalidade de atender bem à demanda da região. Por este motivo, o projeto arquitetônico atende a requisitos específicos da

área de saúde, adequado integralmente às normas da Anvisa. Mais precisamente segue à RDC – 50/2002 e às normas de acessibilidade universal, elaborado de acordo com a NBR 9050. Também houve a preocupação na escolha de materiais impermeáveis, pois, os produtos adequados para o revestimento de paredes, pisos e tetos de ambientes de áreas críticas e semicríticas devem ser resistentes à lavagem e ao uso de desinfetantes.

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HUMANIZAÇÃO

FICHA TÉCNICA Hospital CLINIPAM Endereço: Rua Mateus Leme, 2600 Data do Projeto: 2011 Obra: 2012 Área do terreno: 2.458,00m² Área total construída: 4.733,54 m² Nº pavimentos: 5 pavimentos Vagas estacionamentos: 50 vagas Pronto-atendimento: sim Serviços Diagnósticos: sim Nº consultórios: 06 consultórios Nomes dos arquitetos ou empresas Arquitetura: Carolina Helm Arquiteta Ltda Interiores: Carolina Helm Arquiteta Ltda Coordenação: Newton Gonçalves - Administrador do Hospital Ônix / Clinipam Colaboradores: EngªLuciana Costin (PROVISA), Arq.ª Juliana Loss, Arq.ª Kelen Keith, Arq.º Felipe e o Designer Gustavo Ziliotto. Projetos: Elétrico e hidráulico: Engº Marcelo Ketschkesch Obra: Construção: Construtora Baggio Detalhes da Obra: Esquadrarias metálicas: ABA Esquadrias Guarda Corpo: Biffe Estruturas Metálicas Revestimento vinilico de parede: FADEMAC ou FORBO Piso Vinílico: FADEMAC ou FORBO Revestimento Cerâmico: INCEPA, ROCCA. POrcelanato: ROCCA Revestimento Fachada: PORTINARI Mão de Obra Civil: Construtora Baggio Fornecedores de Equipamentos: Louças: INCEPA Metais sanitários: DECA

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VERTENTE RENOVADA O diretor administrativo da Clinipam, Cadri Massuda, conta que a instituição foi criada visando quebrar um paradigma dos modelos de estabelecimentos atuais, os quais normalmente são sisudos, frios, com projetos modulares e quadrados e em seu interior a utilização de cores pálidas e sem vida. “Este projeto foi idealizado com o objetivo de humanizar o ambiente hospitalar partindo para algo que envolvesse o lúdico, com cores harmoniosas na sua pintura. Além da utilização de obras, paisagismo e toda a sua decoração voltada para a tranquilidade e conforto do paciente e seus familiares.” Para Massuda, o fato de ser localizado em uma região carente de unidades de saúde, este complexo beneficiará os bairros vizinhos como também as cidades mais próximas do local como Colombo, Almirante Tamandaré e Rio Branco do Sul. Com este novo centro médico, Curitiba ganhará mais 10 leitos na cidade. Serão oferecidos atendimentos de pronto-socorro para emergências médicas, cirúrgias ortopédicas e eletivas de pequeno, médio e grande porte. “Os beneficiários do nosso plano de saúde terão acesso a um novo conceito de hospital, com tecnologia de ponta, novos equipamentos e estrutura por um valor muito acessível”, afirma o diretor. O investimento previsto para a execução da obra é de R$ 15 milhões. A entrega da obra está dividida em três etapas. A primeira parte, o hospital em si, será entregue em março de 2013. A segunda parte, a qual envolve estacionamento e fundação do prédio em anexo, será em julho de 2013. E a última parte, a finalização do centro de imagem, será em 2014. O atendimento do hospital terá início no segundo semestre de 2013.

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HUMANIZAÇÃO

O layout do bem-estar Projeto de interiores do Hospital Alemão Oswaldo Cruz proporciona ao usuário o conforto de um hotel 90

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erca de 450 páginas registram os esboços do projeto de arquitetura de interiores criado para o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Para isso, o escritório RoccoVidal P+W debruçou nos estudos por dois anos. Atualmente, a obra encontra-se em fase de finalização. Todo esse elaborado processo atentou-se em primar pleno conforto e bem-estar em uma área construída de 15.000 m². “A ideia principal foi criar um hospital diferenciado, que se assemelhasse com o aspecto de um hotel sofisticado, por meio de ambientes aconchegantes”, explica Luiz Fernando Rocco, sócio fundador da empresa. Para trazer todo esse requinte ao hospital, priorizou-se o estilo contemporâneo em toda a instalação. “Usamos alguns recursos que nos remetessem a situações menos estressante, como é o caso da madeira nas áreas comuns (recepção e atendimento) a fim de criar um ambiente de maior afinidade, que proporcionasse locais de aprazíveis permanências”, diz Rocco. Além disso, também foram explorados materiais como pedras e revestimento vinílico no projeto arquitetônico. Toda essa preocupação Health ARQ

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HUMANIZAÇÃO

Corredor da UTI

Sala de Espera objetivou conceber um hospital que oferecesse o bem-estar característico dos hotéis. Para isso, a humanização foi detalhadamente estudada no espaço como um todo. “Preocupamos em trazer uma iluminação mais acolhedora, abordando o uso das cores em tons mais quentes e estimulantes, de texturas diversificadas, sem perder a função e o cuidado com a manutenção, além de toda 92

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assepsia que o local exige”, ressalta Douglas Tolaine, sócio da empresa. Outra solução para oferecer maior conforto aos usuários foi a criação de espaços de espera visando proporcionar privacidade aos familiares dos pacientes que se encontram em situações delicadas. O hospital-hotel, além de enfatizar a humanização do ambiente, também empregou em seus traços medi-

das sustentáveis. Conforme explica o arquiteto Jaime Malvezzi, a sustentabilidade “era uma premissa da criação do projeto, pois tanto o edifício quanto o seu interior foram elaborados para conseguirmos obter o certificado LEED GOLD, criado pelo U.S. Green Building Council e verificada pelo Green Building Certification Institute (GBCI). A certificação reconhece projetos, construções e operação de


Térreo

Quarto

edifícios sustentáveis (verdes) de alto desempenho. A beleza e o conforto foram consolidados através das necessidades do hospital, afinal, trata-se de um local frequentado por pessoas com necessidades específicas. “O desafio foi saber conciliar as exigências do centro de saúde com as normas técnicas. É o binômio fundamental na vida de um arquiteto: design e funcionalidade”. O Hospital Alemão Oswaldo Cruz é um dos vários projetos que carregam a assinatura RoccoVidal P+W. “Desenvolvemos duas unidades do Grupo Fleury Medicina e Saúde, sendo que uma foi concebida desde a aquisição do terreno até a concepção do edifício para a sua finalidade”, lembra Rocco acerca dos cases de sucesso da empresa.

Luiz Fernando Rocco, sócio fundador da RoccoVidal P + W

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ARQ reforma

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Sofisticação equilibrada

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Obras do Complexo Hospitalar da Santa Casa de São Paulo impõem leveza e promovem captação de elementos que valorizam o espaço já construído

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spaços agradáveis para pacientes, funcionários e visitantes. A ótima qualidade da estrutura física e equipamentos hospitalares coloca o Complexo Hospitalar da Santa Casa de São Paulo no nível dos grandes hospitais do Brasil. O local é composto pelo Hospital Santa Isabel (HSI) unidades I e II. O projeto de arquitetura da segunda unidade procurou, numa proposta contemporânea: captar elementos que de alguma forma se harmonizassem com o espaço já construído. Para isso, foram

utilizados na obra da fachada, tons similares aos predominantes na Santa Casa, embora os materiais utilizados sejam diferentes. Alguns frontões foram criados para rebater os existentes no entorno, porém com formato e dimensões diferentes. Já o paisagismo do local tem a assinatura de Gilberto Elkis. O edifício do HSI II possui arcos metálicos colocados na cobertura da entrada com a ideia de proporcionar a penetração de luz natural (através de vidro curvo), a visão externa de parte do prédio e a inter-

na, do térreo. Com isto, se criou uma cinestesia positiva para quem faz o percurso no hospital. No projeto do Centro Médico do local, o maior desafio para a equipe de arquitetura foi a mudança de uso, já que o edifício foi projetado primeiramente para fins comerciais, sendo necessário reciclá-lo para criar uma unidade de saúde. Isto implicou na instalação de elevadores com condições que permitam, por exemplo, o uso por cadeirantes, sanitários para deficientes e rampas para vencer desníveis. Também houve alterações

Dr. Emílio Guedes, Arquiteto

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ARQ reforma no layout de todos os andares onde introduziram os 48 consultórios com diversificadas especialidades médicas. A UTI do HSI II traz um conceito de humanização com janelas, relógio, televisão e música ambiente em todos os leitos. Apresenta ainda, quadro com fotos da família do paciente e recados em frente

à cama, experiência positiva que já existe no HSI I. Tudo isso, com a proposta de diminuir os traumas dos usuários. Neste complexo de saúde, o contato com a luz do dia e da noite, gradativamente, coloca o paciente nos parâmetros normais, o que não se consegue nas unidades escuras e sem relação com os elemen-

tos naturais. O local ainda possui a individualização dos leitos, colocando-os em ambientes protegidos dos sons múltiplos emitidos por outros pacientes e pelos intensivistas. Segundo o Dr. Emílio Guedes, responsável pela arquitetura do local, a empresa procura com todos os clientes, dar o máximo de esforço para atingir

PLANEJAMENTO O Centro Médico faz parte de todo o planejamento dos últimos anos da Santa Casa em ampliar o Hospital Santa Isabel, que fica na Vila Buarque, região central de São Paulo. Em 2010, R$ 50 milhões foram investidos na obra da Unidade Jaguaribe que, atualmente, tem 80% de ocupação de seus 118 leitos e onde são feitas 500 cirurgias eletivas por mês. 96

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os objetivos. “Ao sermos solicitados para desenvolver trabalhos para a Santa Casa, nos sentimos prestigiados pelo que ela representa e pelo sucesso que estamos propiciando: o Hospital Santa Isabel Jaguaribe, com um ano e pouco de abertura, está funcionando com toda a fluidez.” Embora não se tenha buscado nenhum tipo de acreditação sustentável neste projeto, algumas medidas foram previstas. Estas ações renderiam pontos em uma possível certificação ambiental, ao confirmar a utilização de jardins, espelho de água em movimento, iluminação natural, tipologia das luminárias, etc. Guedes diz que a parceria do seu escritório com a instituição surgiu por vários fatores. Primeiro, devido a projeção da proximidade física entre as unidades do Complexo. Já o segundo motivo, é o fato de ter sido possível transformar um hotel em uma unidade hospitalar de alto nível. “Esta foi a primeira tarefa que realizamos para a Santa Casa e que nos credenciou para a realização de outras, das quais destacamos um Centro Médico com consultórios e diagnóstico e a nova Faculdade de Ciências Médi-

cas”, relembra. O provedor da Santa Casa, Kalil Rocha Abdalla, informa que foram investidos R$ 20 milhões na unidade, para que ela estivesse equipada e pronta para atender a crescente demanda. O Centro Médico estará unido à Unidade Jaguaribe do HSI por uma passarela e, dessa forma, um médico ou paciente poderá transitar de um edifício ao outro, sem a necessidade de sair na rua. “É um conceito moderno que fizemos questão de implantar por aqui”, explica o diretor do HSI, Laércio Martins. Também participaram da obra o engenheiro Raul Guedes Pinto e os arquitetos Luiz Carlos Farias e Ricardo Leite. Preocupação O corpo clínico precisa ter ótimas condições para desenvolver múltiplas atividades, sempre visando o bem estar do paciente. Essas condições vão desde a disponibilização de espaços e circulações bem definidos, até a preocupação com o descanso e comodidade do usuário. O último andar do Hospital Santa Isabel – Jaguaribe dispõe de piscina, sauna, academia, lanchonete, vestiários, TV, computadores, entre outras opções de lazer e comodidade. Health ARQ

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Do gerenciamento da obra à entrega das chaves Atitude Projetos e Gerenciamento de Obras realiza completa administração nas reformas do Centro de Oncologia Rede D’Or, na Barra da Tijuca (RJ), comprovando sua qualidade em assessoria técnica e direção de projeto.

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ara que um projeto cresça além das linhas demarcadas pelo compasso e esquadro é imprescindível um perfeito gerenciamento durante toda a construção. Só assim será possível dar vida à planta desenhada. É com essa visão que a Atitude Projetos e Gerenciamento de Obras comandou as reformas no Centro de Oncologia Rede D’Or, Barra da Tijuca (RJ), administrando desde a demolição até a assistência técnica após a inauguração. Segundo o arquiteto Anderson Garcia, diretor do grupo, o segredo de um bom gerenciamento está

em saber ouvir cada segmento. “O projeto de arquitetura só foi definido após a décima proposta do anteprojeto e a opinião de todos os envolvidos, entre eles o setor médico, enfermagem, administrativo e financeiro, sendo que todas as sugestões foram equalizadas junto às normas vigentes pelos órgãos responsáveis”, comenta. Todo esse diálogo entre os diversos profissionais foi de extrema importância para trazer compatibilidade ao projeto quanto à sua arquitetura, estrutura e instalação. Outra etapa para a execução do trabalho foi a es-

colha e a contratação das empresas prestadoras de serviço. Por 30 dias, participaram do processo de licitação o grupo, a diretoria e o setor administrativo/ financeiro da instituição. Garcia explica que nesta fase se avalia tanto a capacidade técnica, quanto os preços justos para execução dos trabalhos. “A nossa maior responsabilidade é com a equalização da parte técnica nas propostas, o qual as empresas descrevem como executaram os serviços e quais os tipos de materiais e equipamentos serão empregados na obra”, ressalta o arquiteto. Em se tratando de edifício

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ARQ reforma comercial, os obstáculos são maiores para a execução do trabalho, ainda mais quando se há prédios residenciais como vizinhos. “Nestas condições, só é possível a execução dos serviços à noite/madrugada e finais de semana, sendo que os serviços com muito barulho, como demolições e perfurações, só podem ser feitos em dias úteis, das 20h às 22h, e aos sábados, das 14h às 22h. Ainda temos que nos enquadrar em horários

para entrega de materiais e retirada de entulho, fazendo com que toda a obra se torne mais longa, cara e desgastante.” Mesmo com tantos obstáculos, o resultado final prova que o gerenciamento foi executado com maestria, através de uma administração do cronograma físico-financeiro, da quantidade e da qualidade dos materiais empregados, dentre outros fatores. Foram 120 dias para execução da obra e 30 dias para instalações

de todos os equipamentos complementares e ajustes finais. “Acompanhamos e gerenciamos a execução de tudo. Desde a demolição, até a disposição dos equipamentos. Também continuamos dando apoio técnico à unidade durante um período após a sua inauguração, a fim de assegurar que tudo esteja funcionando perfeitamente e de acordo com que tinha sido solicitado”. Nesta obra, o grupo ofereceu um vasto pacote de serviços como o projeto de

arquitetura, de marcenaria de móveis, de instalações elétricas, de telefonia e rede de dados, de hidro-sanitárias, de ar condicionado e de gases medicinais. Segundo Garcia, esse é justamente o diferencial, proporcionar uma “assessoria técnica e o domínio na prestação de serviços diversos, desde a área de planejamento e projetos de arquitetura, passando pelo setor de instalações, acompanhando e gerenciando a obra até a entrega das chaves”.

“A nossa maior responsabilidade é com a equalização da parte técnica nas propostas, o qual as empresas descrevem como executaram os serviços e quais os tipos de materiais e equipamentos serão empregados na obra” - Anderson Garcia, diretor da Atitude Projetos e Gerenciamento de Obras.

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Trajetória

O grupo possui um vasto portfólio em arquitetura da saúde. Desde 2005, prestando serviços de gerenciamento para construções de outras unidades de tratamento oncológico para a Rede D’Or, além de clínicas de hemodiálise, de infusão de medicamentos, odontológicas, etc. Quanto ao Centro de Oncologia Rede D’Or, a empresa já prestava seus serviços antes mesmo da clínica ser adquirida pela instituição. O destaque e confiança no mercado foram pontuais para a contratação na ampliação do Centro. “Em 2010 conquistamos espaço para executar todos os projetos de intervenções e construções necessárias”, lembra o arquiteto. Mesmo com essa vasta experiência como projetistas, o projeto entra para a história da empresa como a primeira unidade de tratamento de quimioterapia. A tarefa foi seguir novas normas e exigências técnicas, e, sobretudo, conciliá-las à criação de ambientes que primassem pelo conforto de pacientes e acompanhantes. Recentemente, o grupo foi habilitado na área de construção, isto é, já pode executar suas próprias obras. Para isso, foi montada uma equipe qualificada que prestará essa maior gama de serviços em 2013.

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Expectativas integradas Hospitalys, nova unidade da rede Amil, propõe infraestrutura completa para oferecer excelência em tratamento ortopédico

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Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), localizada no Jardim Botânico (RJ), reabrirá as portas para o público, alugando parte de suas edificações para a rede Amil. O Hospitalys, novo nome do hospital, ativará sua nova estrutura para o atendimento de pacientes adultos com lesões ortopé-

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dicas simples e complexas. Conciliar o acesso ao hospital com as construções foi uma tarefa que exigiu inúmeros esforços. “Um dos maiores desafios foi a respeito da própria localização do centro de saúde, na zona sul do Rio de Janeiro, que já nos impõem uma série de restrições quanto à circulação externa de entrada e sa-

ída de materiais e de equipamentos”, explica Wilians Medeiros, diretor técnico da Engeziler Construções e Empreendimentos. A empresa já assinou projetos de outras unidades da rede Amil como o Hospital Pasteur, CID Leblon (Sergio Franco Leblon), Unidade Médica de Nova Iguaçu e de Campo Grande. No


caso do Hospitalys, a obra está sendo feita em fases que devem ser entregues pela Engeziler até o final de 2012. “Há uma grande preocupação na manutenção harmônica entre a execução da obra e a operação de um hospital voltado para acessibilidade, recuperação e reabilitação de pessoas com dificuldades de se locomoverem”, comenta Medeiros. A concepção da obra levou em conta a valorização de montagens, ou seja, evitar os revestimentos tradicionais e argamassas e priorizar painéis de gesso

acartonado, substituindo o revestimento e a própria alvenaria. Tudo isso acarreta em uma série de vantagens como agilizar a reforma e a redução de falhas de execução. Vale ressaltar que foram seguidas todas as normas, os regulamentos técnicos, as portarias e as resoluções elaboradas pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa, pertinentes à elaboração e análise de projetos de edifícios de saúde. O projeto também incluiu em seus traços a sustentabilidade, uma vez que a cons-

trução civil é um dos setores que mais causa impactos ambientais. “Realizamos o gerenciamento dos resíduos que, além da separação dos materiais descartados (demolições), os separamos por classes, de acordo com a última norma do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA”, ressalta Medeiros. De acordo com a resolução 448/2012, o lixo deve ser segregado conforme sua natureza, por exemplo, plásticos, papelões, gessos, tintas, solventes, restos de construções, dentre outros.

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A empresa que desobedecer à norma poderá ser enquadrada na Lei dos Crimes Ambientais que prevê a aplicação de multas. Medeiros ainda lembra que, hoje, apenas recebem licenciamento ambiental da prefeitura os empreendimentos que apresentam um projeto de gerenciamento de resíduos. “Mesmo após a aprovação, são feitas fiscalizações ao longo da obra para verificar se todas as exigências estão sendo cumpridas”, conclui. O Hospitalys ocupa uma área de cinco mil metros quadrados com previ104

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são de concluir todas as obras até 2014. Quanto à reforma do novo hospital, Alberto Zilberman, presidente da construtora, se considera honrado e motivado pela tarefa de dar uma nova infraestrutura ao local. “Agregamos alto conhecimento de engenharia e atuamos como prestadores de serviço, mas, concomitante em outros empreendimentos residenciais, comerciais e hospitalares. Também somos proprietários o que nos facilita entender a real necessidade de nossos clientes”, comenta.

“Há uma grande preocupação na manutenção harmônica entre a execução da obra e a operação de um hospital voltado para acessibilidade, recuperação e reabilitação de pessoas com dificuldades de se locomoverem” - Wilians Medeiros, diretor técnico da Engeziler Construções e Empreendimentos


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Os belos traços da arquitetura contemporânea Hospital e Maternidade São Cristóvão promete ser um marco urbanístico e social para toda zona leste de São Paulo. 108

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grandiosa expansão do Hospital São Cristóvão, localizado na zona leste de São Paulo, promete trazer uma significativa melhora e agilidade quanto ao atendimento dos pacientes. Além disso, sua nova arquitetura espelha a atual identidade da instituição através da exploração de conceitos como contemporaneidade e tecnologia. A moderna infraestrutura conta com um novo Centro Ambulatorial e de Diagnóstico Américo Ventura II, o Instituto de Ensino e Pesquisa Maria Patrocínia Pereira Ventura – Dona Cica e o Complexo Hospitalar Unidade Água Rasa. A concepção de tais projetos é fruto

da expansão do Hospital São Cristóvão, localizado na zona leste de São Paulo. Toda a remodelação e a reforma das dependências visam à melhoria e agilidade no atendimento aos pacientes, além de trazer uma atual identidade à nova infraestrutura. Renomados arquitetos e engenheiros com vasto portfólio em construções na área da saúde atuam para concretizar as novas instalações. Os esboços prometem proporcionar para um espaço multifuncional, como é um centro de saúde, toda a flexibilidade, otimização de fluxo de pessoas e, acima de tudo, conforto e bem-estar para os usuários.

Idealizar, poder realizar e crescer Atualmente, o Hospital e Maternidade São Cristóvão possui em suas dependências cinco elevadores localizados estrategicamente para a melhor circulação de pacientes e funcionários. Entretanto, com a crescente demanda houve a necessidade de ampliar este serviço. De acordo com o hospital, “o novo elevador proporciona um melhor aproveitamento do fluxo de trabalho. Com isso serão centralizados os elevadores sociais para as áreas de atendimento ao público, oferecendo

mais conforto e rapidez nos acessos”. A autoria do projeto carrega a assinatura do escritório DK9 Arquitetura. Para tanto, grandes desafios foram vencidos pela equipe por envolver uma complexa logística da obra. “Estamos realizando esta torre metálica no “coração” da área de serviço do hospital, nosso maior objetivo durante a execução é a segurança do trabalho e dos funcionários”, explica a arquiteta Daniela Falceta Cavalcanti. Cerca de 90% do cronograma já está concluído. O novo

elevador tem a capacidade para transportar 25 pessoas, o equivalente a 1.875 Kg. Além disso, a DK9 também atuou na autoria, no desenvolvimento e na coordenação do projeto do novo Complexo Hospitalar São Cristóvão – Unidade Água Rasa. O edifício será destinado ao centro de diagnóstico, ambulatório e internação pediátrica, tudo isso em dez andares e quatro subsolos, totalizando uma área edificada de aproximadamente 15.887 m² construídos. O projeto encontra-se na Health 109 ARQ


CAPA fase do executivo e na elaboração dos esboços complementares. O início das obras está previsto para o início de 2013. A estimativa é que a primeira etapa da construção civil dure dois anos e a segunda fase, de decoração e implantação dos equipamentos, previsto para o semestre seguinte. Em se tratando de arquitetura hospitalar, quesitos como flexibilidade e expansibilidade caminharam juntos durante toda a concepção. De acordo com a arquiteta, “as plantas conseguiram distribuir toda a estrutura, privilegiando as

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lajes livres para setorização com divisórias internas em dry wall”. Convergindo também para a melhor utilização do espaço físico-funcional do hospital, foram planejados corredores centrais amplos e integrados. “Teremos elevadores inteligentes, setorizando os fluxos e, assim, priorizando as necessidades de pacientes e funcionários.” A identidade do novo hospital carrega traços da arquitetura cont emporânea, através de um mix de linhas retas e sinuosas aliando conceitos como funcio-

nalidade, estética e medidas sustentáveis. Segundo Falceta Cavalcanti, houve uma grande preocupação em economizar recursos, sem deixar de utilizar materiais atuais e modernos. “Essa é a tendência atual e mundial de sustentabilidade e construção green. Propusemos, por exemplo, uma volumetria que visa a transparência e a permeabilidade dos espaços através das claraboias de iluminação natural sobre todo o prédio, trazendo economia dos recursos elétricos.” Soma-se a essa preocupação sustentável a utilização


de LEDs de última geração para diminuir ainda mais os gastos, uma vez que tais materiais possuem alto rendimento. “O objetivo principal é criar ambientes claros e confortáveis para a melhor performance dos profissionais e conforto dos pacientes”, explica a arquiteta. Em se tratando de bem-estar dos usuários, um dos principais pilares do projeto, diversas ferramentas serão aplicadas para levar humanização a todo o ambiente. No térreo, por exemplo, foi projetado com pé direi-

to duplo, fechamento da fachada frontal em vidro transparente e um sinuoso jardim interno iluminado por uma cobertura envidraçada, com ventilação zenital no topo do edifício. “Todo esse espaço está integrado ao espaço kids (brinquedoteca), a confortáveis lounges e à área do café. Trata-se de ambientes decorados com o objetivo de trazer conforto”, esclarece Falceta Cavalcanti. Planeja-se trazer para o local um paisagismo harmônico com a leveza da

edificação e orgânico em suas formas por meio de espelhos d’água, fonte e áreas verdes. A beleza não está apenas no interior do hospital. A marcante arquitetura traz uma fachada em pele de vidro auto-portante, conferindo ainda mais o estilo contemporâneo ao complexo. “Esta obra terá um grande impacto e proporcionará uma valorização de toda a região, incentivando o interesse para a ocupação comercial e, consequente, para a valorização imobiliária”, comenta a arquiteta.

“Esta obra terá um grande impacto e proporcionará uma valorização de toda a região, incentivando o interesse para a ocupação comercial e, consequente, para a valorização imobiliária” arquiteta Daniela Falceta Cavalcanti Health 111 ARQ


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Progresso e modernidade aos moldes arquitetônicos Outra expansão do Hospital São Cristóvão dedica-se ao Centro Ambulatorial e de Diagnóstico Américo Ventura II, cujo término das obras está previsto para fevereiro de 2013. São dois pavimentos (térreo e 1º andar) frutos de minuciosos estudos elaborados pelo escritório Verzino Arquitetura. A princípio, foram feitas inúmeras reuniões com equipes técnicas, enfermagem, hotelaria, área administrativa, presidência, setor de projetos e obras, manutenção e médicos, enfim, todos expondo as necessidades do local e quais seriam as especiali-

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dades. “A partir daí foram realizadas visitas ao local, onde existia uma casa antiga térrea com área de aproximadamente de 350 m². Após a realização de estudos, juntamente à presidência do hospital, chegamos ao projeto final direcionado para construção de dois pavimentos com área total de 700 m²”, explica a arquiteta Cibeli Bagnato. O projeto desenha perspectivas visando futuras mudanças que por ventura possam ser feitas. “Tudo foi elaborado na possibilidade de ampliação para mais um andar, sendo toda a estrutura preparada para

isso. Os consultórios, por exemplo, foram definidos para cardiologia, dermatologia e pediatria. Entretanto, esses locais poderão atender outras especialidades.” Todo este planejamento também prioriza diversas soluções sustentáveis. Segundo a arquiteta, várias medidas serão aplicadas como o piso intertravado em toda a área externa para reduzir a absorção de água, mobiliário de madeira reflorestada, dentre outros. “Também utilizaremos economizadores de energia nos consultórios através de um leitor. Será colocado o cartão do


médico ao entrar na sala, quando há a retirada do mesmo automaticamente o ar e toda energia do local é desligada.” A iluminação também guiou-se pela preocupação com o meio ambiente. Além de atender as normas técnicas, foram escolhidos materiais de última geração, como luminárias com tablets em LED, pois tais equipamentos possuem uma vida útil muito maior. Quanto à humanização, a Verzino Arquitetura utilizou o paisagismo como

ferramenta para o bem-estar e conforto dos usuários. “Utilizaremos o chafariz que foi uma exigência do hospital como conexão à identidade do edifício do Hospital e Maternidade São Cristóvão”, explica Bagnato. A arquiteta comenta ainda que será dedicado um espaço para a construção de um jardim com plantas resistentes e de pouca manutenção. Outro aspecto para intensificar o bem-estar é a utilização de tons claros e coloridos, com detalhes decorativos para deixar

o ambiente ainda mais aconchegante. Na ala da brinquedoteca, por exemplo, a aposta são desenhos com temática de fundo do mar, com brinquedos educativos e interativos. Os consultórios da ala infantil serão decorados com painéis de personagens e detalhes de iluminação colorida. Para a arquiteta, a proposta do Centro Ambulatorial e de Diagnóstico Américo Ventura II inova em vários aspectos, principalmente na elaboração da fachada que contempla

detalhes diferenciados e de difícil execução. “Compondo com o tema fundo do mar, criamos uma fachada em pele de vidro com tons de azul e detalhes orgânicos inspirado em algas marinhas, destacados por iluminação em LED. O uso desta cor remete ao tema proposto e também à identidade do hospital. Estruturamos toda esta pele de vidro com elementos metálicos modernos. A opção por utilizar a estrutura “Spider” compôs a leveza e modernidade da proposta.”

“Tudo foi elaborado na possibilidade de ampliação para mais um andar, sendo toda a estrutura preparada para isso. Os consultórios, por exemplo, foram definidos para cardiologia, dermatologia e pediatria. Entretanto, esses locais poderão atender outras especialidades.” arquiteta Cibeli Bagnato Health 113 ARQ


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A edificação do Centro Depois de muita concorrência com diversas empresas, avaliações quanto a questões como valores e qualidade na prestação de serviço, a L. Tavares Construtora foi escolhida para atuar nas obras do Centro Ambulatorial e de Diagnóstico Américo Ventura II do Hospital São Cristóvão. O importante trabalho desenvolvido começou desde a demolição até o acabamento final. Em todas essas etapas priorizou-se o uso de mão-de-obra qualificada a fim de obter como resultado final o prestígio da concretização 114

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de um moderno Centro. Normas técnicas como NBR 9050 e regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estão presentes desde os primeiros pilares da infraestrutura. De acordo com Leandro Tavares da Silva, diretor da empresa, o maior obstáculo desta complexa construção refere-se ao prazo. “Iniciamos uma obra de 300 m² e estamos finalizando a obra com 700 m² de área construída, tudo isso sem grandes acréscimos no prazo, porém é um desafio que realizamos com grande or-

gulho”, ressalta. De acordo com o hospital, o centro terá capacidade para atender até 15 mil beneficiários por mês, ampliando o número de pacientes mensais e reduzindo o tempo de espera no agendamento. A nova edificação terá dois pavimentos com 13 consultórios voltados para três especialidades como cardiologia, dermatologia e pediatria, além de brinquedoteca, sala de vacinação, sala de inalação pediátrica e ampla sala de espera integrada com a área externa. O espaço


contará ainda com estacionamento para 24 vagas proporcionando maior comodidade aos beneficiários. Vencendo o tempo sem se esquecer das medidas de sustentabilidade, a L. Tavares Construtora recorreu a soluções como a captação da água da chuva para o reuso. Vale ressaltar que este elemento da natureza foi muito utilizado pelo projeto como ferramenta de decoração e humanização para os usuários. “O projeto explora o

potencial da água em embelezar o ambiente, bem como o poder que ela tem de acalmar as pessoas.” Quanto aos principais aspectos da obra, o engenheiro ressalta a iluminação toda em LED a fim de proporcionar maior economia nos recursos energéticos. Também em relação aos pontos inovadores, o engenheiro destaca a tecnologia de ponta utilizada pelo centro de saúde. “O que consideramos inovador é o fato do hospital São Cristóvão abrir um

novo e amplo centro de atendimento ambulatorial, com equipamentos modernos, medidas de sustentabilidade e foco no cliente final.” “O diferencial da L. Tavares é o comprometimento e agilidade ao aceitar um projeto, seja ele de pequeno, médio ou grande porte. O mais importante é ter uma obra rentável, com o prazo combinado e profissionais altamente qualificados para atender nossos clientes”, finaliza o engenheiro.

“O que consideramos inovador é o fato do hospital São Cristóvão abrir um novo e amplo centro de atendimento ambulatorial, com equipamentos modernos, medidas de sustentabilidade e foco no cliente final” Leandro Tavares da Silva, diretor da L.Tavares Construtora Health 115 ARQ


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Estudo de fachada do Instituto de Ensino e Pesquisa Maria Patrocínia Pereira Ventura - Dona Cica

Instituto de Ensino e Pesquisa Maria Patrocínia Pereira Ventura - Dona Cica Previsto para maio de 2013, o Instituto de Ensino e Pesquisa Maria Patrocínia Pereira Ventura - Dona Cica foi criado com fins de fomentar e promover ações de educação, ensino e pesquisa do Hospital São Cristóvão. O projeto contempla a integração do CEMOB (Centro de Estudo e Pesquisa Moacir Boscardin), atualmente localizado no piso térreo do Hospital e Maternidade São Cristóvão. Assinada pela Verzino Arquitetura, a proposta traz um projeto diferenciado por meio de materiais e tecnologia de última gera116

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ção. “Todas as salas de aula se comunicam por meio de divisórias retrateis para aumentar ou diminuir os espaços conforme a necessidade”, conforme explica Bagnato. O primeiro passo foi reconhecer o imóvel, uma vez que ele existia com outras funções. A intenção era aumentar esse local em dobro. Portanto, foi necessário contratar uma equipe de engenharia para que, junto com a equipe de obras, descobrisse onde estavam os pilares e vigas. “Foi uma exploração no prédio todo, até conseguir entender a estrutura.

A partir disso foram feitos os projetos de estrutura armada, onde está sendo unificada com uma construção metálica até a cobertura.” Por estar localizado em um terreno bastante inclinado houve a necessidade de realizar adequações entre o prédio existente e o novo devido aos níveis de cada pavimento. Foi preciso abaixar um metro o nível do subsolo para a nova instalação. Os esboços traçaram caminhos objetivando economia, sem deixar de levar beleza ao ambiente. A iluminação, por exemplo,


Estudo de fachada do Instituto de Ensino e Pesquisa Maria Patrocínia Pereira Ventura - Dona Cica

será feita com lâmpadas de LED. Haverá, também, detalhes decorativos com ilhas acústicas nas salas e saguão, intercaladas com spots de iluminação, tudo isso controlado por sistema de automatização. Para o conforto dos usuários foram recorridas diversas soluções como utilizar um mobiliário confortável e sofisticado desenhado pela Verzino Arquitetura, dar preferência à projeção de ambientes claros, aproveitando ao máximo a luz natural, dentre outros. “Detalhes de acabamento e revestimento como piso com paginação diferenciada, o forro com detalhes

de rebaixo, sancas para iluminação indireta e focos de luz pontuais dão todo o charme à unidade”, completa a arquiteta. A nova infraestrutura traz como inovação a automatização de toda a iluminação, som, imagem e ar condicionado. Para isso, tecnologia de ponta abastecerá todo o prédio por meio de telas interativas que se interagem entre todas as salas, saguão principal e centro cirúrgico do hospital, quando houver necessidade. Trata-se de salas multifuncionais, sistema de vídeo wall, design moderno sempre atendendo à acessibilidade. Health 117 ARQ


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O fundo do mar e sua beleza

Além de modernidade, a decoração do Centro também é outro diferencial da construção. Em se tratando do setor da ala pediátrica, os corredores, a brinquedoteca e até mesmo os consultórios convidam os pequenos pacientes a mergulhar em um mundo a parte. Isso porque a ousada aposta dedica-se em colorir o ambiente inspirando-se no tema fundo do mar. Este trabalho contou com a dedicação da equipe da Espaço Arte, encarregada de trazer criatividade para o local. 118

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De acordo com o hospital, o tema da decoração foi explorado em seu todo através de cores, mobiliário, forro e iluminação. Conforme explica Alexandre Buslik Manara, diretor da empresa, foram utilizados diversos materiais, desde madeira, impressão digital em alta definição, fórmica texturizada, espumados, corvim, dentre outros. A principal diretriz do projeto direciona para a humanização do hospital. “Visamos transportar o pequeno paciente para um mundo a parte, onde

ele não se sinta dentro de um hospital, fugindo da maioria dos centros de saúde que oferece um ambiente comum, confortável e decorado singelamente”, explica o diretor. A cenografia infantil proposta pela Espaço Arte objetiva caracterizar o ambiente de forma lúdica e alegre, pois, assim, diminui-se a tensão que, normalmente, esse local traz. Com isso, Manara acredita que a decoração possa interferir positivamente no tratamento. “O usuário poderá interagir


com as brincadeiras e cenários que a proposta oferece e, desta forma, ter maior entrosamento com seu pediatra, já que o ambiente lúdico o deixa mais confiante, seguro e à vontade.” Muito além de produtos, a atuação da empresa na brinquedoteca preocupou-se em levar conceitos e soluções para concretizar o sucesso da proposta, ou seja, conjugar criatividade, beleza e humanização para a uni-

dade. Acerca do trabalho realizado, o diretor da empresa lembra que não há terceirização dos serviços em nenhuma etapa do projeto. ”São designers, marceneiros, escultores, adesivadores, serralheiros, engenheiro, dentre outros profissionais, movidos por nosso combustível inesgotável: a criatividade. Tudo isso somado a um grande e principal diferencial que é a segurança.”

“Visamos transportar o pequeno paciente para um mundo onde ele não se sinta dentro de um hospital” Alexandre Buslik Manara, diretor da empresa Health 119 ARQ


CAPA FICHA TÉCNICA Hospital Maternidade São Cristóvão ELEVADOR DE SERVIÇO Arquitetos responsáveis: Daniela Falceta Cavalcanti Engenheiros responsáveis: Divo Montagnana, Wagner Montagnana Construtora: DK9 Arquitetura Coordenação da obra: Engenharia Hospitalar do São Cristóvão Saúde e DK9 Arquitetura Gerenciamento de licitação: Engenharia Hospitalar do São Cristóvão Saúde Aprovação: CEO do Grupo São Cristóvão Saúde- Engº Valdir Pereira Ventura CENTRO AMBULATORIAL E DE DIAGNÓSTICO AMÉRICO VENTURA II (CAAV II) Arquitetos responsáveis: Cibeli Bagnato. Engenheiros responsáveis: Tibério Hidalgo, Joaquim Pereira e William Ribeiro Construtora: L. Tavares Construtora. Interiores/ Paisagismo: Verzino Arquitetura. Colaboradores: Paisagismo: Marisa Flores Ar condicionado: Ecotherm Sondagem: Engsonda Marmores e granitos: Guarani Marmores Cenografia infantil: Espaço Arte Forros e divisórias: Vetor Pisos e Divisórias Mobiliários: Lafaiete Divisória: Marcetex Iluminação: Larong Corian: Studio Vitty 3form: Hunter Douglas Coordenação da obra: Engenharia Hospitalar do São Cristóvão Saúde e Verzino Arquitetura Gerenciamento de licitação: Engenharia Hospitalar do São Cristóvão Saúde Aprovação: CEO do Grupo São Cristóvão Saúde- Engº Valdir Pereira Ventura IEP- INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA MARIA PATROCÍNIA PEREIRA VENTURA- DONA CICA Arquitetos responsáveis: Cibeli Bagnato Engenheiros responsáveis: William Ribeiro, Tibério Hidalgo, Joaquim Pereira, Divo Montagnana e Wagner Montagnana Construtora: Equipe de Projetos e Obras do São Cristóvão Saúde Interiores/ Paisagismo: Verzino Arquitetura Colaboradores: Em fase de cotação Coordenação da obra: Engenharia Hospital do São Cristóvão Saúde e Verzino Arquitetura Gerenciamento de licitação: Engenharia Hospital do São Cristóvão Saúde Aprovação: CEO do Grupo São Cristóvão Saúde- Engº Valdir Pereira Ventura PROJETO - NOVO COMPLEXO HOSPITALAR SÃO CRISTÓVÃO- UNIDADE ÁGUA RASA Arquiteto responsável: Daniela Falceta Cavalcanti Engenheiro responsável: Wagner Montagnana Construtora: Dk9 Arquitetura Interiores: Karla di Schiavi Paisagismo: Dk9 Arquitetura Comunicação visual: Ponto 10 rmc Comunicação Colaboradores: Divo Montagnana, arq. Karla di Schiavi, arq. Vinicius Delgado e arq. Rodrigo Nunes Coordenação de obra e gerenciamento da obra: Wagner Montagnana e Daniela Falceta Cavalcanti Gerenciamento de licitação: Divo Montagnana Aprovação: CEO do Grupo São Cristóvão Saúde- Engº Valdir Pereira Ventura 120

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Novo conceito de hospital Dia

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Fotos: Cassia Batarra

Hospital RDOVIVER é inaugurado no interior de SP, com projeto inovador e infraestrutura de ponta que aposta na humanização dos ambientes

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om aproximadamente 2.000 m² distribuídos em quatro edifícios interligados, foi inaugurado neste ano em Ribeirão Preto (SP), o Hospital RDOVIVER. O grande desafio do projeto desenvolvido pelo escritório Joel Pereira Arte Arquitetura foi a transformação de uma casa em um complexo hospitalar, preservando as áreas verdes existentes e integrando-as aos novos edifícios. Fora a especificidade do programa do Hospital Dia, foram agregados os serviços de diagnóstico por imagem, centro de infusão oncológico, laboratório de análises clínicas e fisioterapia (reabilitação com uso de pilates). Para o desenvolvimento do projeto e execução da obra foram necessários dois anos e meio de trabalho. O projeto de arquitetura, pensando na sustentabilidade e eficiência energética, trouxe a luz Health 123 ARQ


Fotos: Cassia Batarra

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do dia para os ambientes, garantindo a integração com as áreas verdes - sensações que minimizam o estresse dos usuários. O bem-estar, conforto e acolhimento foram palavras chaves. O centro cirúrgico conta com três salas, seis leitos de recuperação e infraestrutura invejável, eficiente sistema de filtragem absoluta do ar e central de material esterilizado com equipamentos de alta tecnologia. A área do Café, um espaço super charmoso com terraço, e vista para belo jardim, sombreado por uma generosa árvore Pau-Ferro. Esse local é mágico, para não dizer “poético”. Assim se configuram as áreas de recepção, estar e de permanência prolongada do paciente, a exemplo da sala de aplicação de quimioterápico, abertas para o exterior e emoldurados por grandes painéis. “Exploramos o uso das cores, formas e texturas”, afirma Joel Pereira. O grande painel de chapa de aço oxidado da fachada, enquadra a paisagem: cartão de visita do Hospital RDOVIVER.


Foto: Priscila Soares

O SEGREDO DA ADEQUAÇÃO É fato que materializar um projeto arquitetônico exige muito esforço e determinação de engenheiros e equipes. Quando a proposta envolve um centro de saúde, o trabalho necessita de um amplo empenho para a garantia de excelência da edificação. Foram com

essas características que a construtora responsável pela execução das obras do Hospital RDO VIVER, a Pontes & Pontes, concretizou este empreendimento. No decorrer da obra a equipe técnica da empresa, esteve lado a lado com os gestores da ins-

tituição e dos profissionais que desenvolveram os projetos de arquitetura, elétrica, hidráulica, ar condicionado e outros. A meta da construtora foi transformar em realidade o plano elaborado pelos projetistas envolvidos. Na análise do engenheiro civil Ricardo Seixas Health 125 ARQ


ARQ destaque Pontes, um dos maiores desafios deste novo empreendimento foi adaptar uma residência em um centro de saúde de altíssimo padrão. “Para criar um hospital deste modelo, foi preciso alterar os ambientes existentes, a exemplo da remoção de alguns elementos estruturais”, ressalta. Pontes relembra que para a execução deste projeto a empresa recebeu acompanhamento do engenheiro Alexandre Henriques, responsável pelo projeto estrutu-

ral, para avaliar o local e conferir quais elementos poderiam ser removidos e os devidos reforços que eram necessários. “Dependemos muito de estudos e projetos para fazer qualquer intervenção. Um detalhe tirado do espaço exato, pode alterar toda a proposta arquitetônica.” Ainda nesta parte estrutural, destaca-se no hospital o centro de infusão, que foi planejado de modo a oferecer o máximo de aconchego, através do contato com

um jardim vertical. Antes neste espaço, existia uma piscina que foi removida e aterrada para viabilizar a construção deste novo ambiente. “Esta é a única construção totalmente nova de toda essa edificação. Os outros ambientes foram todos remodelados”, completa. Segundo os gestores Mario Rovery, médico ginecologista e diretor do Viver Hospital Dia de Ribeirão Preto, e Ricardo Manoel de Oliveira, médico imunologista e diretor do RDO Diagnós-

Foto: Cassia Batarra

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ticos Médicos, o projeto foi milimetricamente planejado para atender todas as áreas da saúde e suas necessidades e garantir funcionalidade, segurança e atendimento em menor tempo e máxima qualidade. “Priorizamos o caráter sustentável da construção, para que nosso paciente esteja próximo à natureza em diferentes ambientes, afinal, esse contato ajuda muito nos tratamentos”, comenta Rovery. Pontes avalia como positiva a participação dos

gestores durante o período de execução das obras. “Isso foi muito importante, porque conseguimos edificar a expectativa de nosso cliente”, declara. INSTALAÇÕES Bastante complexas, todas as instalações existentes tiveram que ser descartadas e novos projetos elétricos, hidráulicos e de ar condicionado foram elaborados por profissionais de grande referência na cidade de Ribeirão Preto e região.

Ficando a execução das mesmas a cargo da Pontes & Pontes e seus colaboradores. “Foram projetos minuciosos que seguiram as mais rígidas normas vigentes, prevendo a instalação de equipamentos de última geração.’’ Ele conta também que para garantir o conforto térmico dos ambientes, foi implantado um sistema complexo de climatização, tanto para a área do centro cirúrgico como para os demais ambientes.

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ARQ destaque

DESTAQUE NO INTERIOR DE SP Experiente em diversos segmentos da construção civil, alguns cases de sucesso como esse consolidam a Pontes & Pontes como referência no interior de São Paulo, também em obras na área da saúde como clínicas, hospitais, e laboratórios de Ribeirão Preto (SP). Entre os destaques estão a recepção e a UTI Pediátrica do Sinhá Junqueira – Hospital Materno Infantil, as recepções do Hospital São Paulo e Santa Casa de Misericórdia local, a Emergência do Hospital São Francisco e o Instituto de Olhos Reinaldo Rezende.

“Muita gente não acreditava nesta ideia de transformar uma residência em um hospital. No entanto, com muito esforço toda essa proposta foi possível ser concretizada”, afirma engenheiro civil Ricardo Seixas Pontes.

FICHA TÉCNICA Hospital RDOVIVER Arquitetura: Joel Pereira Arte Arquitetura Área: aprox. 2.000m² Ano: 2012 Localização: Ribeirão Preto – SP Execução da obra: Pontes e Pontes Construções LTDA Coordenação da obra: Engenheiro Rodolfo Rocha Augusto Projeto Estrutural: Engenheiro Alexandre Henriques Hidráulica: Dimensional Projetos Elétrica: Cadlif Engenharia Elétrica Ar Condicionado: Engelux Engenharia & Projetos Paisagismo: Arquiteta Fernanda Mansur

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FUNCIONALIDADE

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A estratégia fundamental Como a comunicação visual pode se tornar uma importante ferramenta para divulgar a imagem de um centro de saúde.

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mpossível imaginar um hospital sem placas de sinalização que indiquem onde as pessoas devem ir, quais recintos são exclusivos para funcionários ou mesmo a localização de salas de exames, de consultas, dentre tantos outros serviços. Para isso, regras e normas devem ser cumpridas a fim de proporcionar uma perfeita ergonomia visual, tanto para os pacientes, quanto para

os trabalhadores do local. Investir em uma comunicação visual eficaz é fator condicional para obter um pleno funcionamento de um centro de saúde, isso porque neste ambiente circulam pessoas de várias idades, diversos graus de instrução e de limitação, afora o estado de desconforto físico e emocional. Apostar em sinalização não é apenas estratégico, e sim fundamental.

“As instituições de saúde vêem a importância de ter uma comunicação voltada para as necessidades dos seus diferentes usuários. Isso reflete na crescente preocupação destas instituições em desenvolver um sistema de sinalização autoexplicativo e eficiente.” Assim ressaltam Deodato de Mello Freire Jr, sócio-diretor da DuoDesign Comunicação Visual, e Yuji Kawasaki, sócio-diretor

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FUNCIONALIDADE da Estúdio 196 Branding e Design. Ambos profissionais consideram que a comunicação visual vem avançando nos últimos anos, entretanto, ainda é necessária uma maior disseminação desta cultura de projeto na área de saúde. As empresas carregam em seus portfólios os projetos de comunicação visual do Hospital Santa Catarina, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, do

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Hospital Geral Vila Nova Cachoeirinha, dentre outros. Mas, os diretores destacam o trabalho realizado no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo – ICESP, por se tratar de um hospital público, frequentado por todas as classes sociais. “Atender a este complexo programa de forma adequada foi um desafio recompensador para nós.” O projeto de comunicação visual em hospitais e

clínicas é um extenso trabalho que possui etapas imprescindíveis para a sua execução. Primeiramente, diagnosticam-se as necessidades operacionais e de deslocamento, levando em conta o perfil dos usuários e a arquitetura do local. Depois disso, elabora-se um fluxograma de circulação de toda a área de intervenção, definindo conceitos e diretrizes que balizarão o projeto visual. “Após ajustes e complementos, ini-


ciamos o detalhamento e as especificações técnicas para execução do projeto. Aqui a experiência faz diferença, o conhecimento dos processos produtivos e da viabilidade construtiva é fundamental para possibilitar uma correta implantação do projeto”, comentam. Além da própria complexidade do projeto, é necessário que o profissional seja multidisciplinar, com pleno entendimento da legislação vigente e dos

processos produtivos. Segundo Freire Jr e Kawasaki, “a demanda por escritórios e profissionais com boa formação cresce, contribuindo para o setor de design gráfico e comunicação como um todo”. Ainda de acordo com os projetistas, não basta um bom conceito de comunicação visual se neste houver inviabilidade construtiva ou incompatibilidade com as normas. Os diretores acreditam que a procura por proje-

tos bem desenvolvidos tem aumentado constantemente. Para eles, isso se justifica pela “crescente percepção dos gestores de que a comunicação visual pode valorizar significativamente seu empreendimento e contribuir diretamente para o funcionamento mais eficiente do hospital ou clínica”. Vale ressaltar que para conquistar a acreditação hospitalar o local precisa obedecer a uma série de exigências quanto à sina-

Deodato de Mello Freire Jr., sócio-diretor da DuoDesign e Yuji Kawasaki, sócio-diretor da Estúdio 196 Health 133 ARQ


FUNCIONALIDADE lização. Como também é o caso do selo LEED - Leadership in Energy and Environmental Design, o qual avalia a consonância de diversos elementos que compõe a arquitetura com questões de sustentabilidade. “Se o projeto for alinhado aos valores de sua marca, a instituição tem uma forte ferramenta para divulgá-los e reforçá-los. Caso contrário, uma

concepção que negligencie este ponto poderá depor contra sua imagem.” Uma sinalização estratégica auxilia a circulação e informação das pessoas que ali estão, facilitando o trabalho de todos ao reduzir as interações desnecessárias com os funcionários para obter dados de localização. Além de organizar, os profissionais ressaltam que a lingua-

gem visual também colabora para a valorização da arquitetura. “Se a comunicação visual for projetada em consonância com os conceitos arquitetônicos, os efeitos destes serão potencializados. No caso específico de instalações da área de saúde, a constituição de um ambiente humanizado pode ser um dos principais ganhos”, explicam.

“Se o projeto for alinhado aos valores de sua marca, a instituição tem uma forte ferramenta para divulgá-los e reforçálos. Caso contrário, uma concepção que negligencie este ponto poderá depor contra sua imagem”.

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engenharia

Tudo pela comodidade Obras do Hospital Guaporé aplicam ações sustentáveis ao criar área de vegetação, instalação de placas coletoras de energia solar e iluminação LED

U

m dos princípios básicos de renomados projetos de obras é a aliança entre a sustentabilidade e a comodidade. Essa proposta está presente no Hospital de Guaporé, no Rio Grande do Sul, que possui leitos automatizados e equipamentos eletrônicos. Além disso, a unidade

conta com vidros transparentes, cores pastéis e revestimentos melamínicos amadeirados que conferem todo o conforto aos ambientes. Para proporcionar traços humanizados à obra, o projeto prevê a aplicação de adesivos com pensamentos de escritores regionais e fotos de pontos

turísticos da cidade nos quartos. Também foi criada uma aconchegante sala de estar para pacientes e familiares. Já a segunda etapa do projeto (que está em execução), prevê área com deck e vegetação para contemplação. Uma questão interessante do projeto é a localização geográfica do hospi-

tal, que está posicionado longe dos grandes centros urbanos, no entanto, em uma região carente de serviços de saúde e com grande fluxo de pessoas. Com a reforma, a tendência é impulsionar o crescimento do número de atendimentos, de forma que a instituição fique cada vez mais reconheci-

Leito de Internação - Hospital Guaporé


da. O Hospital Manoel Francisco Guerreiro (Guaporé) é um caso típico de muitas instituições hospitalares do Brasil. O local conta com uma edificação antiga e dimensionada para uma realidade ultrapassada em termos de espacialidade e funcionalidade. Houve também na instituição ao longo dos anos, alguns problemas estruturais em função de ampliações e reformas. Para o engenheiro Valdir Fiorentin, entre os desafios da execução deste projeto estão os condicionantes técnicos que o prédio estabelecia. Por se tratar de uma obra existente com estrutura auto-portante, foi preciso muita cautela na remodelação dos ambientes. “Além disso, todas as alvenarias que foram construídas são em bloco de concreto celular, que é um material resistente, com bom desempenho termo-acústico e, principalmente, bem mais leve que as convencionais”, explica. O profissional destaca que todos os ambientes da Unidade de Internação possuem iluminação através de SuperLEDs, o que proporciona uma economia significativa de energia. Também diz que foi desenvolvido um estudo que simulava a utili-

NOS ÚLTIMOS AJUSTES O engenheiro Valdir Fiorentin afirma que a primeira etapa da Unidade de Internação já está concluída e a segunda já está em fase de finalização. Existem alguns projetos que já estão aprovados e aguardam a liberação de recursos para a construção, que são os de urgência/emergência, diagnóstico e áreas administrativas. A direção da A3 Arquitetura.Engenharia, escritório responsável pelo projeto, relata que reformular o hospital como um todo é algo desafiador e estimulante. O contato da empresa com a instituição começou na elaboração do Plano Diretor, em que foi adaptado um programa de necessidades, visando a alteração do uso de muitos espaços que serão totalmente reestruturados com a preocupação do aproveitamento máximo das instalações existentes.

Circulação- Unidade de Internação - Hospital Guaporé


engenharia zação dessa lâmpada, em que calculado o Pay-back, concluiu-se que todo o investimento inicial seria recuperado em pouquíssimo tempo. Ainda em relação às medidas sustentáveis, destaca-se a instalação de placas coletoras de energia solar para aquecimento da água dos chuveiros. Segundo Fiorentin, elas funcionam como um subsistema que contribui

com o sistema principal de aquecimento, que é a gás. Ainda vale ressaltar que toda a cobertura do hospital foi substituída por telhas galvanizadas dupla do tipo sanduíche, com recheio em EPS. Essa telha melhora consideravelmente o desempenho térmico dos ambientes e reduz a demanda de ar condicionado. De acordo com a arquiteta Adriana Silva, a conclu-

são de cada etapa sempre se dá em função das prioridades da instituição, o que de certa forma, condiciona o ritmo da execução dos projetos. Ela detalha que, no decorrer da obra, surgem novos conceitos e adequações, referentes ao surgimento constante de novas tecnologias na área da saúde. “Nosso cronograma de trabalho é pontual para cada unidade.”

Posto de Enfermagem -Unidade de Internação - Hospital Guaporé


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CONSTRUÇÃO

Identidade instantânea Clínica Quanta Diagnóstico e Terapia traz à população de Curitiba uma arquitetura ímpar com tecnologia de ponta

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scolher o terreno ideal, desenhar toda a estrutura e estudar ferramentas que conferem uma identidade contemporânea ao centro de 140

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saúde. Assim foi a atuação da Sakaguti Arquitetos no projeto da Clínica Quanta Diagnóstico e Terapia, em Curitiba (PR). O primeiro passo foi es-

colher estrategicamente o lugar onde seriam erguidos os alicerces da moderna instalação de saúde. Elegeu-se, então, como novo endereço da clíni-


ca, um terreno de esquina onde se localizavam duas casas que foram reformadas em dois pavimentos e um subsolo para garagem. “Em Curitiba, a legislação é bem restritiva e por isso, a escolha do terreno é precedida de consultas prévias e avaliações técnicas”, explica Adolfo Sakaguti, diretor da empresa. O projeto debruçou-se de modo a conferir uma fachada ainda mais contemporânea a fim de mostrar a sintonia da instituição com a tecnologia. “Utilizamos uma caixa de vidro transparente protegida por um sistema de brises. O formato ondulado foi adotado para dar movimento e identidade à obra, saindo dos previsíveis elementos horizontais. A fixação das fitas de alumínio deu-se em posições pré-determinadas formando a ondulação.” Segundo Sakaguti, almejou-se obter um hall de entrada bem iluminado, com pé direito duplo e controle térmico. “A presença do brise externo permite obter a luz sem o calor do sol. Outro detalhe é que a inclinação adotada e a altura da primeira faixa permitem aos usuários uma visão de dentro para fora, sem a impressão de clausura”. Para Ademar Ferreira,

gerente administrativo da Quanta Diagnóstica e Terapia, o projeto da clínica traduz tecnologia e bem-estar. “O resultado é a união de uma arquitetura moderna aliada a sofisticados e complexos equipamentos, sem esquecer de oferecer o máximo de conforto para pacientes e médicos.” Por isso, flexibilidade e expansibilidade estão presentes no layout através de salas que permitem algumas adaptações para futuras mudanças. Além disso, a planta também permite a mobilidade dos aparelhos que, neste caso, têm consideráveis dimensões. A beleza da clínica também extravasa para o seu interior. A transparência da sala de espera aliada ao projeto paisagístico proporcionam um local aconchegante aos usuários. Ademais, o uso de cores quentes juntamente com o uso de madeira intensifica ainda mais a humanização do centro de saúde. Ferreira considera que o projeto arquitetônico “conseguiu criar uma identidade para o prédio, que acabou tendo uma repercussão junto à comunidade médica local”.

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CONSTRUÇÃO FICHA TÉCNICA Clínica Quanta – Medicina Nuclear Alto da XV Endereço: Rua Professor Brandão, 118 Data do Projeto: 2008 Obra: Clínica de diagnóstico e terapia Área do terreno: 1.275,16m² Área total construída: 1.389,23m² Nº pavimentos: 2 Vagas estacionamentos: 25 Pronto-atendimento: Serviços Diagnósticos: - Exames diagnósticos de cintilografia, Internamento para iodoterapia no tratamento de câncer de tireoide,Tomografia computadorizada, PET-CT e Tratamento de dor óssea Nº consultórios: 2 Adicional: salas de comando, sala de laudos, administração, tesouraria, sala de indução e recuperação anestésica, sala de doses, espera de injetados, salas de doses, laboratório de manipulação, expurgo, dml, anfiteatro, arquivo administrativo, secretaria, central de agendamento, gerência, sala de pesquisa, refeitório, conforto médico, posto de enfermagem, sala de utilidades, almoxarifado, quarto de recuperação, rouparia, copa, vestiários e banheiros. Arquitetura: Adolfo Sakaguti Arquitetos Associados Interiores: Iara Beatriz de Araújo Projetos: Ar-condicionado: Michelena Climatização Elétrico e hidráulico: Vectra Engenharia Ltda Projeto de fundações e contenções: Ensolo Estrutura de concreto: ProCalc Estruturas S/C Ltda. Impermeabilização: Saneplan Prevenção e Combate a Incêndio: Vectra Engenharia Ltda Assessoria Legal: Adolfo Sakaguti Arquitetos Associados Obra: Construção: Sustentábil Fornecedores de Material e Serviço: Ar-condicionado: Good Serv Concreto: AMNM Divisórias e Portas: Sincol

Adolfo Sakaguti, diretor da Sakaguti Arquitetos Associados 142

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Detalhes da Obra: Esquadrarias madeira: Sincol Esquadrarias metálicas: ABA Esquadrias / SMD Estrutura metálica: Marquises e brises: Ghama. Instalações Hidráulicas e Elétricas: Builder Paisagismo execução: Polyanta Porcelanato: Incepa Revestimento Fachada: Pastilhas Strufaldi Fornecedores de Equipamentos: Louças e Metais sanitários: Deca


Desde 2007, a Quanta Diagnóstica e Terapia possui acordo de cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU para desenvolver pesquisas. Conforme explica João Vítola, cardiologista nuclear e diretor geral da clínica, a parceria visa o desenvolvimento e a expansão do uso pacífico da energia atômica. “A ONU está interessada em ajudar os países que necessitam adquirir conhecimento na área de Medicina Nuclear. A clínica é referencial na América Latina para protocolos de pesquisa”. A nova clínica é a segunda unidade da Quanta Diagnóstica e Terapia na cidade de Curitiba. Para a nova instalação foram investidos cerca de R$ 4 milhões. Para Sakaguti, a elaboração do projeto conjugou os objetivos do cliente, técnica, burocracia e tudo sob o manto da estética, além de trazer conforto aos pacientes. “Muitas das vezes as instalações de equipamentos se resolvem por si mesmas, entretanto, se nos concentrarmos mais no atendimento e na criação de ambientes acolhedores, teremos resultados terapêuticos mais eficazes.”

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CONSTRUÇÃO

Ano novo, hospital novo Hospital Infantil de Vitória (ES) será completamente reformado, propondo a perfeita conciliação entre infraestrutura e meio ambiente 144

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á no primeiro semestre de 2013 será dado os primeiros passos para a construção do Hospital Infantil de Vitória (ES). Toda a antiga infraestrutura será totalmente demolida dando espaço para o novo centro de saúde de alta complexidade, com a

promessa de trazer à população os melhores serviços em uma moderna instalação. O projeto executivo leva o nome do escritório FG Arquitetura, incluindo a elaboração junto à direção do Hospital e da Secretaria de Estado da Saúde do programa bá-

sico a ser seguido. O grupo se especializou no seguimento da saúde em 1998 e, desde então, carrega em seu portfólio atuações no Hospital da Unimed Vitória (CIAS), na criação do Hospital da Unimed Noroeste Capixaba e o Plano Diretor da Unimed Sul Capixaba. Health 145 ARQ


CONSTRUÇÃO Já a concepção do Hospital Infantil de Vitória semeou suas primeiras ideias desde 2005 perante a necessidade de reformar o local. Entretanto, foi apenas em março de 2010 a elaboração do programa e da definição dos terrenos, sendo concluído em dezembro de 2011. “O novo centro de saúde se tornará um dos mais modernos do país. A unidade terá 180 leitos, sendo 70 intensivos, e

será uma das mais completas e humanizadas do país”, afirma José Tadeu Marino, secretário de estado da saúde do estado do Espírito Santo. Em um local com mais de 15.545,57 m² será erguida uma estrutura dividida em três blocos, nove pavimentos e 26.828,95 m² de área construída. Primeiro, serão erguidos os conjuntos 2 e 3 e só depois será construído a torre 1, ou seja, o hospital

existente funcionará durante um período da reforma. “Pela importância do trabalho desse hospital é inviável sua paralisação e a transferência temporária de seus setores durante a obra para outras instituições do Estado”, explica a arquiteta Fabíola Maia Girelli. Trata-se de uma obra de alta complexidade devido a diversos fatores. A começar pela sua localização, em uma área ur-

Brinquedoteca 146

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Enfermaria

bana consolidada onde precisará ser feito um desmonte de muitas rochas. Por isso, o acesso a algumas ruas será interceptado, reajustando o tráfego do local. “Por se tratar de um conjunto de três terrenos, com acessos distintos para três ruas e uma topografia acidentada, com afloramentos rochosos e grandes desníveis, foram realizados intensos estu-

dos sobre o melhor fluxo para o local”, explica Girelli. Toda essa equação matemática almeja um único resultado: o conforto. “Além de criar uma unidade hospitalar ampla, condizente com as demandas e anseios do hospital, planejamos um edifício rico em luz e cor, desde sua fachada com brises coloridos, até o seu interior. O bem-estar

do usuário, seja ele paciente, funcionário ou médico, foi considerado primordial. O centro de saúde foi planejado para acolher.” A humanização, conforme explica a arquiteta, foi uma premissa perceptível em todos os detalhes do projeto. A iluminação natural, por exemplo, foi explorada voltando as empenas dos consultórios, enfermarias Health 147 ARQ


CONSTRUÇÃO e boxes de UTI, preferencialmente, para o sol da manhã. Além disso, todas as unidades de internação, fisioterapia e ambulatório de especialidades possuem acesso a uma varanda direcionada também para a nascente do sol. Outro detalhe é a transformação de uma antiga rua cedida pela prefeitura em jardim. O projeto também traz soluções a fim de otimi-

zar o fluxo de pessoas. É o caso da passarela que, além de interligar os blocos, favorecerá a entrada de luminosidade. Já as enfermarias terão janelas de correr, com vidro espelhado. Outra fonte que favorecerá a entrada de luz natural será a fachada do bloco 1, com nove andares, que ganhará pele de vidro structural glazing, produzida com vidros laminados de oito

milímetros, colados com silicone estrutural em perfis de alumínio. Segundo Girelli, “houve uma grande preocupação em respeitar ao máximo a topografia existente, como também otimizar o uso de luz e ventilação naturais, que foram cuidadosamente estudadas, resultando na adequação do edifício ao meio ambiente, com eficiência energética e condições

“Houve uma grande preocupação em respeitar ao máximo a topografia existente, como também otimizar o uso de luz e ventilação naturais, que foram cuidadosamente estudadas, resultando na adequação do edifício ao meio ambiente...” arquiteta Fabíola Maia Girelli 148

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adequadas de iluminação e sombreamento”. Ainda visando aliar humanização à sustentabilidade, será utilizado um sistema de coletor solar e aproveitamento de águas das chuvas. Em se tratando de um hospital infantil, os esboços do projeto não poderiam deixar de desenhar espaços especiais para as crianças. “Tudo o que se refere ao universo da criança nos sensibiliza e nos permite trabalhar com o lúdico”, ressalta a arquiteta. Assim, brin-

quedotecas serão criadas em todos os setores do centro de saúde (ambulatórios, emergência, diagnóstico, internações, CTQ, fisioterapia, etc). “O novo hospital manterá o seu perfil de referência estadual em alta complexidade nas áreas de Oncologia, Traumatologia e Ortopedia pediátrica, Queimados, Neurocirurgia, Osteogênese Imperfeita, Infectologia e Aids pediátrica, Asma Grave e Fibrose Cística e Doenças Metabólicas”, ressalta Marino.

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CONSTRUÇÃO

Soluções eficientes Dentre tantos projetos do Hospital Infantil de Vitória, a BK Engenharia debruçou-se sobre diversos setores como o elétrico, o de sistemas de dados e voz, de chamada de enfermagem e sonorização, de segurança, de drenagem pluvial, o hidrossanitário e a prevenção e combate a incêndio, dentre outros. Com ampla atuação, todos os estudos se direcionam em oferecer aos usuários o melhor resultado, trabalhando com as mais adequadas soluções. Conforme salienta Elio Monteiro Berlinck, diretor da empresa, todos os espaços são criados holisticamente, considerando

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todas as particularidades que uma unidade de saúde possui. “Estamos presentes desde o início do processo, participando do projeto estratégico do hospital. Desta forma conseguimos encontrar inteligentes alternativas para a funcionalidade, sem se esquecer da otimização dos recursos para a construção da obra e dos custos operacionais.” Partindo dessa premissa o empreendimento torna-se viável em todas as etapas, tanto da fase da construção, como na operação. Para este resultado final foram necessárias inúmeras reuniões que possibilitaram ajustar o projeto com as características modernas,

presentes na identidade do hospital. “Todo o trabalho somado consumiu um tempo de aproximadamente nove meses”, conclui Berlinck. Um dos pilares do projeto apoiou-se em adotar medidas sustentáveis para a obra. Para isso, a BK Engenharia utilizou-se de soluções como o reuso de água das chuvas e drenos, aquecimento solar, utilização de luminárias de LED devido ao baixo consumo de energia, controles do sistema de ar condicionado para minimizar gastos, etc. Quanto aos desafios da obra, Berlinck pontua a topografia do local, por se tratar de um terreno com

elevações de rochas, desnivelado e localizado em uma área urbana. “Houve a necessidade do uso de recursos específicos de conhecimentos de arquitetura e engenharia, fundamental para se viabilizar a implantação da construção.” Ao analisar o diferencial do projeto, o diretor ressalta a eficiência como característica principal de todo o trabalho. No primeiro momento, o engenheiro lembra que, na fase da construção, deve-se saber administrar os custos, uma vez que “a verba tem de ser destinada com equidade para que todas as demandas possam ser atendidas, sem faltar o devido recurso”.


Posteriormente, há a preocupação com a etapa da operação. “Os custos com os insumos como água, energia, reposição de peças e acessórios, manutenção, entre outros, devem caber no orçamento de forma a não faltar para as demais áreas do hospital.” O diretor salienta ainda que todas estas diretrizes convergem para responsabilidade social. “Além do respeito e dedicação somos uma empresa que se renova o tempo todo em busca de novas possibilidades tecnológicas que tragam benefícios concretos aos nossos clientes”, finaliza Berlinck.

““Houve a necessidade do uso de recursos específicos de conhecimentos de arquitetura e engenharia, fundamental para se viabilizar a implantação da construção.” Elio Monteiro Berlinck, diretor da BK Engenharia

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CONSTRUÇÃO

Climatização efetiva Em se tratando de centros hospitalares, é primordial para todo o ambiente um ar limpo e asséptico. Pensando nisso, a BioClima desenvolveu o sistema de ar condicionado do Hospital Infantil de Vitória, recorrendo às avançadas tecnologias de climatização que minimizam ao máximo o risco de infecção para os usuários. Foram seis meses para a elaboração de todo o 152

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projeto. Segundo Augusto Cézar Guttierrez, gerente de engenharia, a concepção foi desenvolvida de forma integrada e simultânea com projetos desenvolvidos em paralelo, aumentando, assim, a precisão da compatibilização e redução custos de engenharia e retrabalhos. Todo o esboço conduz em aliar eficiência energética com confiabilidade operacional a fim de

proporcionar uma melhor qualidade do ar interno. Tudo isso por meio de equipamentos atualizados e adequados ao perfil da edificação. O diferencial da proposta é integração do reaproveitamento de energia e de água condensada dos climatizadores. Além de economia, o sistema é uma solução sustentável para toda construção, uma vez que o reaproveitamento de água conden-


sada contribui significativamente para reduzir o consumo de água necessária ao resfriamento do sistema de ar condicionado. “Outra questão peculiar é a utilização de equipamentos adequados em áreas específicas para tratamento de queimados o que permite, além da filtragem com filtros absolutos, o controle ativo da umidade e temperatura”, explica Guttierrez acerca do projeto. Quanto à segurança que o sistema de ar condicionado proporcionará para

o hospital, o engenheiro explica como se dá o controle de contaminação. Em caso de paciente com doença infectocontagiosa com transmissão possível pelo ar, por exemplo, o sistema, através da automação, converte um quarto para internação de pacientes em isolamento com pressão negativa, de modo que, nenhum ar contaminado saia de dentro desta unidade. Dessa forma, o sistema de automação e supervisão tem o controle de toda a climatização que

terá acesso via internet para médicos cadastrados, ou via terminal existente, em áreas de UTI e centro cirúrgico. Essa facilidade proporciona alterar a temperatura e umidade desejadas. “Alguns médicos preferem diferentes temperaturas dependendo do procedimento e do paciente. Isto reduz as chamadas aos operadores da automação e aumenta a satisfação do usuário. Já os responsáveis pela operação poderão fazê-lo e supervisioná-lo de qualquer local”, finaliza Guttierrez.

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FICHA TÉCNICA Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória (Hospital Infantil de Vitória) Endereço: Alameda Mary Ubirajara, 205, Bairro Santa Lúcia, Vitória - ES Data do Projeto: Dezembro/2011 Obra: Em processo de licitação, previsão de início 2013 Área do terreno: 15.545,57m² Área total construída: 26.828,95m² Nº pavimentos: 9 Vagas estacionamentos: 485 Pronto-atendimento: Pronto-socorro com classificação de risco, 10 leitos de observação vermelha e 20 leitos de observação amarela e 6 leitos de aplicação de medicamentos. Serviços Diagnósticos: Serviços de diagnóstico com Ressonância, Tomografia, Ultrassom, Raio-X, Eletroneuromiografia. Fisioterapia: Serviços de fisioterapia e reabilitação. Ambulatórios: Ambulatórios de Asma, Infectologia/Aids, Fisioterapia, Oncologia/Hematologia, Especialidades, Hospitais-dia Asma/Fibrose cística/ Osteogênese imperfeita, Infectologia/Aids, Oncologia/Hematologia, Internações oncologia, clínica, infectologia, cirúrgica, Centro de tratamento de Queimados, UTI, Semi-intensiva e Centro Cirúrgico, totalizando 180 leitos. Adicional (áreas de apoio, salas de treinamento, dentre outros): Área destinada ao ensino e pesquisa, auditório, farmácia, CME, laboratório, CRIE(vacinas), salas de classe escolar, lanchonetes, brinquedotecas, área de apoio ao voluntariado. Empresas sub-contratadas: Bioclima Engenharia (Ar Condicionado); BK Engenharia (Elétrico, cabeamento estruturado, SPDA, Incêndio, Hidrossanitário e Instalações de segurança); Vertiko Engenharia Estrutural (Projeto estrutural e fundações); MB Projetos e Montagens(Gases Medicinais). Nomes dos arquitetos ou empresas: Arquitetura: FG Arquitetura e Colsultoria – Arq. Fabíola Maia Girelli Interiores: FG Arquitetura – Arq. Fabíola Maia Girelli Coordenação: Arq. Fabíola Maia Girelli Colaboradores: Arq. Andréa Rodrigues de Souza, Arq. Luciana Bandeira de Oliveira, Arq. Silvia Caser Spolaor, Larissa Soares Souza. Gerenciamento de licitação: Governo de Estado do Espírito Santo Projetos: Ar-condicionado: Bioclima Engenharia Elétrico e hidráulico: BK Engenharia Gases Medicinais: MB Projetos e Montagens Projeto de fundações e contenções: Vertiko Engenharia Estrutural Estrutura de concreto: Vertiko Engenharia Estrutural Luminotécnico: FG Arquitetura e Consultoria Prevenção e Combate a Incêndio: BK Engenharia Obra: Construção: em processo de licitação Ferragens de portas: La Fonte Granito: Granito branco cristal e Piso de alta resistência produzido com comportos minerais Ecoart Pinturas: Tinta acrílica linha Hospitalar Sherwin Williams Piso Vinílico: Fademac Revestimento Cerâmico: Eliane Porcelanato: Eliane Revestimento Fachada: Fachada Ventilada Hunter Douglas, cerâmica e porcelanato Eliane, pele de vidro, ACM. Louças: Deca Metais sanitários: Fabrimar 154

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CONSTRUÇÃO

O recomeço sob nova direção Atual administração do Hospital São Camilo, antigo Hospital de Siderúrgica, reforma toda sua infraestrutura do centro de saúde

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esde agosto de 2012, o antigo Hospital de Siderúrgica, localizado na cidade de Coronel Fabriciano, região do Vale do Aço (MG), vem sendo administrado pela Sociedade Beneficente São Camilo. O Hospital São Camilo, novo nome da unidade, passa por reformas em uma área de aproximadamente 2.800 m².

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Para as obras foram investidos cerca de R$ 3,5 milhões, já a compra de novos equipamentos somam R$ 2,6 milhões. A previsão é de que o novo centro de saúde finalize suas modificações ainda no começo de 2013. A Órbita Engenharia, empresa responsável pela construção, dedicou cerca de oito meses para a cria-

ção e alteração do projeto. Ao lembrar-se dos obstáculos enfrentados, Felipe Mazzoco, diretor técnico da empresa, cita o curto prazo e a precária condição que se encontrava a antiga unidade. “Realizar a reforma em 65 dias úteis foi um grande desafio, além de outros empecilhos como a degradação da edificação, visitas da comunidade,


dentre outros”. Mesmo assim, o sucesso da reforma brilha aos olhos. “Os revestimentos e instalações são de primeira linha. Foram colocados pisos de porcelanato em todos os cômodos de circulação. Nas salas do bloco cirúrgico, o piso condutivo evita acidentes com pacientes que passam por procedimentos cirúrgicos”, detalha Mazzoco. Outros recursos foram utilizados para construir a identidade do novo hospital. Exemplo disso são os tons avermelhados nos balcões de atendimento, os mesmos que representam a Sociedade Beneficente São Camilo. Para a fachada, um revestimento especial de alumínio composto, também de cor própria da instituição, destaca o centro de saúde. Os esboços também se preocuparam em trazer sustentabilidade em seus traços. Uma das soluções, conforme explica o diretor técnico da Órbita Engenharia, foi pintar a cobertura metálica na face superior de branco. “Isso impede que raios ultravioletas emanem calor à vizinhança e também que o local absorva a temperatura. Assim, não se força a ventilação mecânica no interior do hospital.” Health 157 ARQ


CONSTRUÇÃO Outra medida sustentável foi o aquecimento a gás GLP da água para banho de pacientes ao invés de chuveiros elétricos, diminuindo, portanto, os gastos de energia elétrica da instituição. Além disso, uma área será revitalizada na última fase, sendo ela arborizada, com ventilação e iluminação natural. Tudo isso para atender cerca de 2.700 pessoas por mês, 1.040 pacientes-dia internados. Hoje, o centro de saúde atende uma população estimada em 250 mil pessoas, correspondendo a oito cidades no entorno da microrregião de Coronel

Fabriciano. “O hospital é fundamental para a assistência em saúde, já que funciona 100% pelo SUS. O Hospital São Camilo faz parte de um direito da comunidade em ter serviços de qualidade”, comenta Érica Dias de Souza Lopes, diretora administrativa A gestora considera ainda que o projeto edificou um respeitoso trabalho. “As empresas que aqui estiveram, dentre elas a Órbita Engenharia, são nossas parceiras acima de tudo. Foi realizado um trabalho sério e eficaz, onde praticamente, foi reconstruído um hospital em um período de dois

meses.” De acordo com a avaliação de Mazzoco, “participar da revitalização do Hospital São Camilo é de suma importância para nós, sendo um cliente potencial para o nosso portfólio, ainda mais se tratando de uma obra de alta complexidade.” A Órbita Engenharia carrega em sua história projetos no Hospital Márcio Cunha (Fundação São Francisco Xavier), Hospital Escola de Itajubá – MG (Fundação Doutor Sebastião Pereira Rennó) e Unidades de Pronto Atendimento do Município de Contagem / MG.

Equipe doa Hospital São Camilo 158

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FICHA TÉCNICA Reforma e Revitalização do Hospital São Camilo Endereço: Rua Maria Matos, 58 – Centro – Coronel Fabriciano - MG Data do Projeto: 04/06/2012 Obra: Reforma e Revitalização do Hospital São Camilo Área do terreno: 4.000,00 Área total construída: 3.400,00 Nº pavimentos: 02 Nº consultórios: 04 Adicional: Auditório, vestiário de funcionários, manutenção, doca de carga e descarga, capela ecumênica

Fornecedores de Material e Serviço: Aço: Metalúrgica JM Aço Inox: Dunox Industria e comércio de produtos de aço inox Andaimes: Visão Andaimes Ar-condicionado: Arcon Engenharia de Climatização Ltda Concreto: Cauemix Divisórias e Portas: Marmoraria Elite | Marmoraria Ipatinga

Empresas sub-contratadas: Soluções Convergentes de Engenharia, Tesla Engenharia e Instalações Elétricas, Metalúrica JM, F&L Instalações Hidrosanitárias, E&D Design, Arcon Engenharia de Climatização, Gasmec Instalações de Gases Medicinais

Estrutura metálica: Metalúrgica JM Ferragens: E&D Design Ferragens de portas: E&D Design Fios: Loja Elétrica Granito: Marmopedra Guarda Corpo: Dunox Industria e comércio de produtos de aço inox Impermeabilização: JR Impermeabilização Instalações Hidráulicas e Elétricas: F&L Hidráulica / Tesla Engenharia e Instalções Elétricas Luminárias: RPC Representações Pinturas: WA Pintura Revestimento Cerâmico: Eliane Revestimentos Cerâmicos Porcelanato: Eliane Revestimentos Cerâmicos Revestimento Fachada: Art Visão Vidros: Aluvidros Comércio de Vidro Mão de Obra Civil: Órbita Engenharia e Construções Ltda.

Arquitetura, Interiores e Coordenação: Lígia Araújo Colaboradores: Engº Felipe Mazzoco, Engº Luiz Roberto Sobreira, Adm. Ismael Martins Engº Edson Pereira Gerenciamento de licitação: Érica Dias Lopes Projetos: Ar-condicionado: Arcon Engenharia de Climatização Elétrico e hidráulico: SM Engenharia e Projetos Gases Medicinais: Gasmec Instalações de Gases Medicinais Projeto de fundações e contenções: Órbita Engenharia e Construções Estrutura de concreto: Órbita Engenharia e Construções Luminotécnico: Tesla Engenharia e Instalações Impermeabilização: Órbita Engenharia e Construções Prevenção e Combate a Incêndio: SM Engenharia e Projetos Assessoria Legal: Soluções Convergentes de Engenharia Ltda. Obra: Construção: Órbita Engenharia e Construções Ltda

Detalhes da Obra: Drywal : Minas Dry Wall Esquadrarias madeira: E&D Design Esquadrarias metálicas: Aluvidros

Fornecedores de Equipamentos: Distribuição de água quente e fria: Hidráulica Moraes Geradores: Stemac Remoção de entulho: Papa Entulho Placas de Dry wall: Gypsum

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ACABAMENTO

Pavimentos higienizados Piso recomendado para estabelecimentos de saúde possui superfície autodesinfetante composta por duas linhas de defesa contra bactérias 160

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nfecções hospitalares são questões corriqueiras e um dos principais fatores deste problema é a alta proliferação de bactérias no local. Qualquer pessoa que fica internada em um ambiente hospitalar para tratamento médico ou procedimento cirúrgico está sujeita a contrair uma infecção hospitalar. O representante dos pacientes na Organização Mundial de Saúde (OMS), Liam Donaldson, afirma que ir a um hospital é mais perigoso do que andar de avião. Para reduzir a infecção hospitalar que atinge 15% dos pacientes internados em países em desenvolvimento, a Revitech tem em sua gama de produtos a

linha Unique SK. O piso possui uma superfície autodesinfetante composta por duas linhas de defesa. A primeira linha de defesa é a NanoSilver, a qual as bactérias podem ser destruídas sem o uso de produtos químicos. Já a segunda linha de defesa é o NanoTiO2, que ajuda a decompor os germes, transformando substâncias nocivas em compostos inofensivos por meio do processo de oxidação química. Além de ser um piso autolimpante, ele também purifica o ar através de fotocatálise, ou seja, por aceleramento de uma reação com a luz natural ou artificial, eliminando assim os odores desagradáveis,

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ACABAMENTO como o da nicotina. “O piso Unique SK consegue agir e manter a ação de aniquilador de bactérias e seu poder autolimpante quando associado às radiações do espectro UV, seja luz natural ou artificial. Eu recomendo este produto, um grande aliado aos ambientes que precisam estar sempre limpos”,

destaca o arquiteto João de Deus Cardoso, responsável pelo projeto hospitalar do Serviço de Onco-Hematologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da USP. Mais um diferencial do piso Unique SK é a preocupação com a poluição sonora, por isso ele tem propriedades acústicas que reduzem o impacto

sonoro equivalente a 17 decibéis. Com todas essas qualidades e preocupações com o conforto, Unique SK foi desenvolvido para ambientes que necessitam estar sempre livres de bactérias, como hospitais, laboratórios, consultórios. Este também é recomendado para áreas de educação, recepções, entre outros.

Experiência comprovada Com mais de 10 anos atuando na maioria dos Estados brasileiros, a Revitech Pisos tem como prioridade apresentar soluções personalizadas a cada projeto desenvolvido. Seus produtos atendem a todas as certificações – ISO 9000, ISO 14000 e FloorScore® - e pontuam para o Leed (Leedership in Energy and Environmental Design), sistema criado pelo U.S. Green Building Council (GBC) para fortalecer e facilitar o projeto de construções de edifícios ecologicamente corretos. A Revitech oferece ainda um atendimento exclusivo a arquitetos e especificadores. O portfólio de produtos da empresa atende às necessidades do segmento hospitalar, educacional, corporativo e industrial, além de ambientes de áreas comerciais, de transportes, entre outros. 162

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ACABAMENTO

Na harmonia das necessidades Prédio da Unidade Perdizes do Hospital Albert Einstein possui pisos inovadores com resistência a manchas e tratamento bacteriostático 164

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uscar referências urbanas associando funções de um centro de serviços voltado à saúde, com um ambiente leve, clean, seguro e sofisticado. Estes são os pontos de destaque no projeto de arquitetura e acabamento da Unidade Perdizes, do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), em São Paulo (SP). A instituição conta com pisos de alta qualidade, ideal para estabelecimentos do setor hospitalar. De acordo com Bruno Sedky, gerente de marketing da Forbo Pisos, os materiais utilizados no local são os modelos Sarlon Tech Sparkling e o

Colorex. Como ele explica, estes revestimentos possuem propriedades bem diferentes, que garantem a proteção necessária aos mais variados tipos de ambientes. O Sarlon Tech Sparkling é um piso feito com íons de prata que garante um controle antibacteriano mais eficaz em meios hospitalares. Além de ser acústico e ambientalmente saudável, possui a função overclean que é a primeira solução do mercado resistente à Betadina e à Eosina, sendo este bastante eficaz nas áreas médicas. Já o Colorex é um material que proporciona con-

dutividade durante toda a vida do produto, resistente a cargas pesadas, com grande propriedade higiênica, alta densidade e sem poros, sendo um piso de fácil restauração. Na opinião do gerente, o mercado de pisos no Brasil está muito aquecido e com muitas novidades. “Todos os fabricantes sérios lançam produtos acompanhando as tendências da arquitetura atual”, afirma Sedky. Para ele, houve vários desafios durante a execução desse projeto, no entanto, agradáveis, pois se trata de um excelente trabalho onde a arquiteta utilizou com sabedoria as Health 165 ARQ


ACABAMENTO cores do piso em harmonia com as necessidades do hospital e de seus pacientes. Sedky ainda conta que essa coleção utilizada é a mais atual no quesito de resistência a manchas e tratamento bacteriostático. O Hospital Albert Einstein foi a primeira instituição nas Américas a utilizar o Sarson Tech Sparkling.

Renata Gomes, arquiteta da Levisky Arquitetos Associados

“Todos os sérios fabricantes lançam produtos acompanhados das tendências da arquitetura atual”, Bruno Sedky, gerente de marketing da Forbo Pisos. 166

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Foto: Pablo de Sousa

VOLUMETRIA DA OBRA O projeto de arquitetura da Unidade Perdizes visa valorizar sua inserção urbana em um lote de esquina (entre a Av. Sumaré e a Rua Apiacás). A volumetria horizontal tira partido desta inserção urbana, trazendo o espaço público para dentro do lote através do paisagismo. Essa iniciativa gera uma composição de volumes “conectados” através de reentrâncias verticais em vidro que coincidem com algumas áreas de espera e circulação interna do complexo, trazendo claridade e iluminação natural aos ambientes. Para Renata Gomes, da Levisky Arquitetos Associados, o aproveitamento horizontal facilita a queda do fluxo da organização dos serviços e atividades. “Com isso, acabamos otimizando toda a edificação.” Vale também destacar que esta unidade adotou soluções de fachada e de divisões internas, que permitem alterações e adequações futuras. O “cubo de vidro serigrafado” proposto nessa área é fixo, com a função de abrir, o que traz a condição de ventilação permanente a maior parte dos ambientes. Segundo Renata, na parte interna, a equipe de arquitetura buscou aplicar um caráter mais convidativo, com um conforto maior para o paciente. Além disso, os ambientes contam com áreas ventiladas e iluminação natural. “Esses detalhes representam as características de espaços mais humanizados.” A arquiteta Adriana Levisky elenca pontos que foram decisivos para realização desta obra. Um destes é uma mudança constante e muito rápida dentro de um programa bastante completo. Como ela explica, a unidade é um edifício compacto com bastante flexibilidade, com lajes e estrutura moduladas. “Ainda possui uma circulação que facilita esse acesso”, acrescenta a profissional. Renata afirma que este projeto buscou garantir a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) direcionada aos “Edifícios Verdes”. Conforme ela explica, a arquitetura e as instalações foram desenvolvidas neste foco, de proporcionar medidas mais sustentáveis.

Adriana Levisky, arquiteta da Levisky Arquitetos Associados Health 167 ARQ


ACABAMENTO FICHA TÉCNICA Unidade Avançada Perdizes – Hospital Albert Einstein Local: Avenida Sumaré com Avenida Apiacás, Perdizes – São Paulo Data do projeto (ano): 2008 a 2009 Data da conclusão da obra (ano): 2010 Área do terreno: 2.503,90m2 Área construída: 20.000,00m2 Cliente: Soc. Bras. Beneficente Israelita Hospital Albert Einstein Arquitetura: Levisky Arquitetos Associados Arquiteta: Adriana Levisky Equipe/colaboradores: Renata Gomes, Flávia Sousa, Lílian Braga, Tatiana Antonelli, Julianny Rafea, Carina Terra, Raquel Abdian, Luciana Magalhães, Lígia Gonçalves, Rosangela do Nascimento. Co-autoria: Kahn do Brasil Arquiteto: Arthur Brito Equipe: Eleonora Zioni, Carolina Botelho, Adriana Salles e Carlos Eduardo Furtado Layout Hospitalar: Kahn do Brasil Levisky Arquitetos Associados Complementares e Consultoria Estrutura: ETCPL – engenheiro César Pereira Lopes Engenheiro: Orlando Stranieri Estrutura Metálica: Cia de Projetos Fundação: Infraestrutura Engenharia Ltda Instalações: Grau Engenharia / Selten Engenharia Ar condicionado: Grau Engenharia / Enthal – Engenharia de Tratamento e Controle do Ar Gases Medicinais: Grau Engenharia / White Martins Acústica: Harmonia Acústica Luminotécnica: Esther Stiller Consultoria SC Esquadrias: QMD Consultoria Paisagismo: Fany Galender Arquitetura e Paisagismo Ltda Impermeabilização: PROASSP - Assessoria e Projetos S/C Ltda Heliponto: Escritório Técnico Carlos Freire Ltda Certificação: CTE - Centro de Tecnologia de Edificações Aprovação: Levisky Arquitetos e Pan Serviços Elevadores: Vertec Bombeiro: Engepoint - Gerenciamento e Consultoria Ltda Maquete eletrônica: Visualize Arquitetura Digital Maquete volumétrica: Maquetaria da Vila Fotografia: Nelson Kon

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Unidade Perdizes, implantação


Health 169 ARQ


AMPLIAÇÃO

A racional expansão Sustentabilidade e humanização caracterizam o projeto de ampliação da maternidade da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará

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N

ão é racional demolir para expandir. Foi assim que se guiou o plano diretor do complexo hospitalar da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, elaborado pela equipe do DPJ Arquitetura e Engenharia. Para isso, o projeto se orientou pela flexibilidade de toda a estrutura, uma vez que os progressos da medicina exigem constantes mudanças físicas do ambiente. Segundo o arquiteto José Freire da Silva Ferreira, autor do plano diretor e coordenador dos projetos, os estudos estabeleceram diretrizes de crescimento futuro do hospital.

“Avaliamos a relocação das unidades funcionais, respeitando suas relações de complementaridade, bem como a funcionalidade dos espaços internos e externos”. O projeto dedicou-se a uma área de 43.356,14 m², sendo 25.018,94 m² de reforma e adequações e 18.337,20 m² referentes aos projetos executivos de arquitetura e complementares da nova maternidade. O hospital foi elaborado com o objetivo de atender média e alta complexidade. Justamente pelo plano diretor ter sido concebido de forma a atender demandas no futuro, a ma-

ternidade foi expandida transformando-se em um Hospital Materno Infantil. Assim, foram incluídos espaços de atendimento pediátrico, UTI pediátrica e a ampliação de mais 20 leitos de UTI Neonatal e 17 leitos de internação, sendo um deles de isolamento. O arquiteto Joaquim Passarinho, secretário de Obras Públicas do Estado do Pará, e o engenheiro Marcelo Nagano, secretário adjunto, consideram a obra de extrema importância, pois além de adequar o espaço à demanda de atendimento, “proporciona a usuários e colaboradores melhores

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AMPLIAÇÃO condições de trabalho e bem-estar”. Vale ressaltar que a reforma segue a RDC nº 50, prescrição técnica estabelecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária- ANVISA. A grandeza do projeto da maternidade foi guiada por princípios de sustentabilidade. Para a coleta da água da chuva, por exemplo, foi construído um reservatório especial no pavimento técnico sob a cobertura. “A partir da recuperação de águas pluviais será gerada água fria não potável para o abastecimento das bacias sanitárias, mictórios, sistema de ar condicionado e lavagem de piso dos estacionamentos do subsolo”, explica Freire. Outra solução ecologicamente correta é o uso

de energia solar para o aquecimento de água de todos os chuveiros e pontos especiais do prédio. Para tanto, foi previsto sistemas conjugados de placas solares posicionadas nas coberturas para a geração de água quente com a utilização de resistências elétricas como fonte de energia. Visando garantir temperaturas ideais de consumo foi criado sistemas de retorno de água quente interligado a motobombas de recirculação, acionadas através de termostatos. Também foram utilizados brises para o sombreamento das fachadas, reduzindo, assim, a radiação solar nos ambientes internos e, também, potencializando o condicionamento de ar.

“Avaliamos a relocação das unidades funcionais, respeitando suas relações de complementaridade bem como a funcionalidade dos espaços internos e externos”, Arquiteto José Freire da Silva Ferreira, diretor da DPJ Arquitetura. 172

Health ARQ


Além de proporcionar o melhor espaço físico-funcional para o Hospital Materno Infantil, o projeto carrega uma notável preocupação quanto à humanização do ambiente. Conforme salienta Freire, foram concebidos amplos espaços de estar e espera sempre com materiais adequados ao conforto visual, sonoro e lumínico, além de adequadamente coloridos. O arquiteto ainda explica que também foram incluídos refeitórios para pacientes e acompanhantes em todos os pavimentos de internação, além de es-

paços especiais para estar, repouso e higienização das mães. “Neste quesito, vale salientar a funcionalidade proposta para o Banco de Leite que valorizou os espaços das doadoras, além das áreas técnicas laboratoriais”, complementa Freire. O mesmo ocorreu no projeto das enfermarias especiais “Mãe Canguru”, equipadas com todos os itens necessários ao conforto das mães e crianças internadas, assim como na área de parto normal do Centro Obstétrico, buscando maximizar a humanização do parto.

Health 173 ARQ


AMPLIAÇÃO

A DPJ Arquitetura e Engenharia carrega em seu portfólio mais de dois milhões de metros quadrados projetados, seiscentos mil dos quais em obras de estabelecimentos assistenciais de saúde, entre estes mais de 40 projetos para Hospitais mais cerca de 40 projetos para estabelecimentos assistenciais de saúde. Dentre tais concepções estão os Hospitais Regionais do Pará, em Santarém, Altamira, Redenção e Tucuruí; o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência de Belém; os Hospitais Regionais do Amapá, em Santana, Serra do Navio, Oiapoque e Amapá, o da Criança e do Adolescente, os Hospitais Geral e Materno Infantil de Altamira e o de Especialidades Dr. Alberto Lima em Macapá. Diante de tantos cases de sucesso, Freire considera que o projeto hospitalar “deve ser uma obra aberta para poder incorporar os vertiginosos progressos da medicina, assim, nas decisões tomadas hoje devem ser consideradas situações futuras”. Em 2005, o arquiteto José Freire da Silva Ferreira foi indicado como personalidade do ano da Arquitetura Hospitalar Brasileira pelo departamento de São Paulo do Instituto de Arquitetos do Brasil, pelo Centro Universitário São Camilo e pela Associação Brasileira do Desenvolvimento do Edifício Hospitalar.

Joaquim Passarinho, secretário de Obras Públicas do Estado do Pará 174

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Marcelo Nagano, secretário adjunto


Health 175 ARQ


AMPLIAÇÃO

Reformulação contemporânea Com previsão de entrega para 2016, a obra de ampliação do Hospital Dona Helena tem como meta a qualificação e modernização da área física

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A

s obras de ampliação do Hospital Dona Helena, em Joinville (SC) tem previsão de término em 2016, ano de comemoração do centenário da instituição. A área existente, mais a parte que será ampliada, totalizam 40.466,67 m², com 399 vagas de estacionamento. Uma das características da instituição hospitalar é preservar as áreas verdes disponíveis contribuindo para a qualidade e habitabilidade dos ambientes. Além disso, o prédio da

instituição conta com um sistema de coleta d’água da chuva que é armazenada num reservatório inferior, próprio para a utilização nos jardins e floreiras. Todas as esquadrias desta edificação estão recuadas com o intuito de permitir um sombreamento nas áreas internas dos ambientes. Além de garantir a proteção contra incêndio, pois a instituição visa sempre a segurança dos pacientes, da equipe técnica e dos funcionários. O arquiteto da obra, Pedro Luiz Granzotto, diz que

ao montar um projeto para a área da saúde, a grande preocupação é que seja algo flexível. Segundo ele, deve ser um projeto que admita expansões e alterações de uso que acompanhem a evolução da tecnologia médica. “Para isso, é de vital importância adequar os fluxos e perceber que as diferentes unidades que compõem o complexo hospitalar ocupam determinada posição no espaço”, explica o arquiteto a respeito da anatomia do hospital. Para ele, a fisiologia do mesmo é que possi-

Posto de Enfermagem do Hospital Santa Helena

Health 177 ARQ


AMPLIAÇÃO bilitará que a área física se estruture de forma a permitir uma adequada condição de funcionamento. Trajetória – A caminhada de parceria da Granzotto Arquitetos com o Hospital Dona Helena foi iniciada no ano de 1989, quando a instituição necessitava de reestruturação para ampliar suas atividades. Nessa época, a necessidade imediata era a elaboração de um projeto de um pronto-atendimento. A partir de então foi sugerido um Plano Diretor (PD), pois a maior competitividade do mercado de assistência à saúde aliada

QUARTO MATERNIDADE

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às constantes necessidades de incorporação de novas tecnologias e de aprimoramento das instalações físicas, levou o hospital a buscar meios de organizar e direcionar seus investimentos. Nesse sentido, o plano destaca-se como importante instrumento de direcionamento de ações por ser o elo entre o planejamento estratégico e a arquitetura do empreendimento. Uma vez que o objetivo da instituição era tornar-se referência no Sul do País, especialmente para a região de Joinville e de outros municípios do Estado

de Santa Catarina, foi elaborado no ano de 1990 o PD fruto do trabalho dos médicos, direção, funcionários e arquitetos. A partir da década de 90, com a implantação gradativa do PD de área física, a instituição passou por reformas e inauguração de novos serviços, como o centro pediátrico e o pronto atendimento 24 horas, além da reformulação e ampliação das unidades de apoio técnico e logístico. A modernização de equipamentos e o aperfeiçoamento do corpo clínico emergiram a necessidade de diversas obras no hos-

pital. Por isso, o Plano Diretor foi revisto e reavaliado diversas vezes ao longo dos 23 anos de serviços prestados pela Granzotto Arquitetos. “A Granzotto Arquitetos orgulha-se por fazer parte da história do Hospital Dona Helena, que é uma instituição que oferece serviços de excelência com conhecimento e tecnologia de ponta, destacando que toda alteração na área física, inclusive toda a ampliação, tem a característica de integrar a área já existente com a nova”, afirma Pedro Granzotto, responsável pelo projeto.

Health 179 ARQ


AMPLIAÇÃO

Arquitetura inteligente

Hospital Monte Sinai, em Juiz de Fora (MG), amplia sua área de 16 mil m² para 71 mil m², registrando traços marcantes e ousados em seu novo projeto 180

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razer um estilo contemporâneo a uma unidade de saúde com tecnologia de ponta através de soluções funcionais e sustentáveis, tudo isso convergindo para uma maior humanização no ambiente. Assim foi desenhado o projeto da ampliação do Hospital Monte Sinai, em Juiz de Fora (MG), assinado pelo escritório Pompeu Arquitetura de Hospitais. Além da reforma da instalação existente e a concepção do edifício da ampliação do complexo hospitalar, também foram esboçados as construções do centro médico anexo. Um dos pilares do projeto foi oferecer aos pacientes e funcionários um ambiente acolhedor, onde o conforto e bem-estar fossem palavras-chaves para a criação da nova instalação. “A grande pre-

ocupação da Pompeu e de sua equipe é minimizar os aspectos negativos que marcam e caracterizam os edifícios hospitalares convencionais, criando soluções arquitetônicas que se assemelham a edifícios hoteleiros de categoria”, diz Carlos Eduardo Pompeu, arquiteto responsável. Essa preocupação teve como resultado diversas operações práticas, como projetar espaços específicos para pacientes em maca e funcionários, diferenciar o local de circulação do público visitante e do paciente. Outro exemplo é o hall de espera de elevadores que possuem dupla entrada com acesso ao hall público ou ao funcional. O hospital se localiza no topo de um terreno de alta declividade, por isso foi necessária uma atenção especial a fim de ex-

plorar e planejar de forma inteligente todo o centro de saúde. Assim, um minucioso estudo concluiu as interligações entre o Complexo Hospitalar com os dois edifícios do centro médico (consultórios e de parte das unidades de serviços auxiliares de diagnóstico e de tratamento). Com isso, foi criado um bloco de conexão entre a antiga torre reformada e o novo prédio. Tal bloco é onde se localiza a entrada “nobre” do hospital e diversas salas de espera dos andares superiores, bem como toda a circulação vertical adicional do complexo. “Desta forma, a proposta aborda também o desafio de minimizar o impacto ambiental dos novos edifícios, criando ambientes internos e externos que garantam o conforto físico e psíquico do usuário e do pessoal funcional, a efiHealth 181 ARQ


AMPLIAÇÃO ciência energética e seus sistemas, a possibilidade de utilização de energia limpa, a sustentabilidade e a integração com a paisagem do entorno” explica Pompeu. Em números, a ampliação da área física do hospital foi de 16 mil m² para 71 mil m². Isto trouxe a duplicação do número de leitos, a criação de dois prédios para instalação de clínicas e consultórios, mais 120 apartamentos e estacionamento para 850 veículos. Com uma história de 40 anos, a Pompeu Arquitetura, especializada em projetos hospitalares, carrega em seu portfólio mais de 220 projetos na

área da saúde. Entre eles estão o Hospital do Coração – SP (Hcor); Hospital Tiradentes – SP; Hospital São Luiz – Unidade Morumbi - SP; Hospital do Instituto de Cardiologia Dante Pazzanese – SP; Hospital Regional de Campo Grande – MS; Natal Hospital Center de Cardiologia – RN; nova Ala Lane do Hospital Samaritano – SP; Maternidade Sinhá Junqueira – SP; Hospital do Coração – DF; Hospital e Maternidade Assunção – SP; Hospital Regional de Araguaína – TO; Hospital Estadual de Bauru – SP; Hospital Monte Sinai – MG; Hospital do CECMI – SP, entre outros.

“A grande preocupação da Pompeu e de sua equipe é minimizar os aspectos negativos que marcam e caracterizam os edifícios hospitalares convencionais, criando soluções arquitetônicas que se assemelham a edifícios hoteleiros de categoria”, Carlos Eduardo Pompeu, arquiteto responsável. 182

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AMPLIAÇÃO

Reformulado para as urgências

Hospital Regional Manoel Sousa Santos recebe reformas nas instalações com a finalidade de promover a potencialização da atenção à saúde

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o primeiro semestre de 2012, a cidade de Bom Jesus (PI), recebeu a inauguração da reforma e ampliação do Hospital Regional Manoel Sousa Santos, administrado

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pelo Governo do Piauí. A instituição conta agora com uma área específica para o setor de urgência e emergência, ampliando a capacidade de atendimento da unidade. Entre as principais van-

tagens desta obra está a excelência nos serviços, além de atender às necessidades de pacientes que moram na região extremo sul do Estado. Outro objetivo é desafogar o sistema público da ca-


pital piauiense, otimizando recursos ao reduzir o número de transferências de usuários para o poder público. O hospital visa promover a potencialização da atenção à saúde, ao fortalecer as prioridades do SUS e aprimorar a gestão hospitalar/financeira. Com a reforma, o prédio dobra o seu número de leitos passando de 48 para 83. Esta reformulação inclui a adequação do serviço de lavanderia, com máquina de lavar com barreira, secadora rotativa/calandra, além dos serviços de nutrição/dietética. Na emergência, foi erguida uma sala de higienização do usuário, uma de classificação de risco, uma de observação com oito leitos de cuidados semi-críticos e uma de estabilização para pacientes críticos.

A obra ainda contou com a reforma de um abrigo de detritos e um necrotério na consolidação do plano de gerenciamento de resíduos. De acordo com a empresa de engenharia responsável pela concretização deste espaço, houve um cuidado especial durante a execução do projeto, para que não atrapalhassem os atendimentos da instituição. “Tudo transcorreu de forma harmônica entre nossos colaboradores e a população atendida”, afirma o engenheiro Luciano Gil, da LG Engenharia. Quanto aos principais desafios para o processo construtivo, Luciano Gil reforça o fato de atuar em um ambiente hospitalar sem haver paralisação, ou seja, que continuasse atendendo os usuários. “Foi uma grande experi-

ência essa missão. A empresa agora ganha mais este acervo de trabalho, com todo serviço executado em tempo hábil”, avalia o engenheiro. Sob regras O projeto de engenharia do Hospital Regional Manoel Sousa Santos foi desenvolvido seguindo às normas da RDC 50 da Anvisa. “Estabelecemos no prédio condições de segurança contra incêndio, conforme os itens da norma. Fizemos também os circuitos da iluminação, que são totalmente distintos das tomadas, desde a fonte de entrada. Isso foi feito para evitar interferências eletromagnéticas nos equipamentos”, acrescenta. A norma ainda exige a utilização de equipamentos do tipo monitores

multiparamédicos, aparelho biomédico na Unidade de Internação Intensiva (UTI), contando o fato de existência de ambas as voltagens, 110v e 220v, e portas encostadas e não bloqueada ou chaveadas. E ainda, exige o uso de portas de correr ou giratórias. Referência no Nordeste No ano de 2013 a LG Engenharia completa quatro anos de existência, tendo vários serviços feitos nos Estados do Piauí e Pernambuco. Além desta obra, a empresa já atuou na construção de creches, de quadras poliesportivas, de pavimentação poliédrica e também em serviços de elaboração de projetos para órgãos públicos e privados.

FICHA TÉCNICA Hospital Regional Manoel Sousa Santos Arquiteto responsável: Napoleão Junior Engenheiro responsável: Luciano Gil Mendes Coelho Construtora: LG Jaicos Engenharia Ltda Colaboradores: Gilson Granjeiro e Técnicos da Sesapi (HPP) Gerenciamento de licitação: Comissão de licitação constituída tendo como responsável o contador Jardel Santos Miranda.

Health 185 ARQ


estrutura

Contemporaneidade das estruturas

Recentes obras no Hospital Monte Sinai (MG) contam com o uso do aço, o que permite rápida execução e amplo impacto visual na arquitetura

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endências internacionais se evidenciam no projeto estrutural das recentes obras do Hospital Monte Sinai, em Juiz de Fora (MG). A edificação foi concebida no emprego de estruturas em aço, permitindo soluções leves e práticas de rápida execução, com grande impacto visual e arquitetônico. Outro ponto em destaque é a concepção adotada, o que possibilitou a sua execução sem grandes prejuízos na rotina da instituição. Em 2011, a nova UTI Adulto, além de mais ampla e moderna, inaugurou um novo conceito de humanização para o setor. O espaço de 1.100m² alia evolução tecnológica a uma inovadora utilização da área física, inserindo recursos da arquitetura,

como aproveitamento da luz natural, controle térmico, redução do stress acústico e outros diferenciais. O foco desse desenho é o acolhimento físico e emocional do paciente. Neste ano, a grande novidade é a obra do Centro Médico Monte Sinai, que completará o projeto de ampliação do complexo da instituição. O local terá 315 consultórios, de 36 a 50 m² com 24 lojas reagrupadas em 184 conjuntos de salas. Todo o prédio terá ambiente climatizado, um sofisticado isolamento acústico e praça de alimentação. A execução da parte estrutural está no detalhamento do projeto, desenvolvido internamente pela equipe da Inusa. Dentre os desafios, está a fabricação e a montaHealth 187 ARQ


estrutura gem do arco de sustentação da passarela externa. Outro obstáculo foi a criação de soluções para o trafego local durante as obras, sem gerar prejuízo na segurança do hospital. Neste contexto, a adoção de procedimentos quanto ao bem-estar da sociedade e a proteção do meio ambiente são características políticas da empresa que elaborou o projeto. Toda a matéria-prima utilizada é certificada em padrões de

sustentabilidade nacionais e internacionais, assim como a utilização de iluminação natural, coleta seletiva, tratamento de afluentes, dentre outros. “A política está empregada tanto na fabricação e montagem da estrutura do Hospital Monte Sinai”, declara Wagner Peluzo Novelino, diretor e presidente da Inusa. Ele afirma que a maior preocupação da empresa neste projeto foi no sentido de minimizar impac-

tos na rotina do hospital, sem afetar os procedimentos médicos e de saúde recomendados para a situação. A parceria da Inusa com o Hospital Monte Sinai surgiu através da indicação dos funcionários envolvidos nesta obra (gestor do projeto/equipe de engenharia). A instituição de saúde considerou a tradição e a participação da Inusa no mercado de Juiz de Fora como algo essencial para a contratação.

Presente na história A Inusa é uma empresa que atua há 41 anos promovendo o desenvolvimento da cidade. O empreendimento elabora projetos, fabricação e montagem de estruturas metálicas e caldeiraria. Com um currículo técnico consistente, ao longo de sua existência, já executou obras em diversos Estados brasileiros, destacando-se pela qualidade de seus serviços e rigorosa obediência aos prazos contratuais. Prova disso é o padrão de excelência reconhecido através da certificação ISSO 9001:2008. “Participar de mais este projeto, marco em construção e arquitetura para nossa cidade, é motivo de orgulho e satisfação de toda equipe”, afirma.

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UMA OBRA CONSOLIDADA Referência para vários municípios brasileiros, o Monte Sinai, em Juiz de Fora (MG), é um hospital moderno e com conceito máximo em estrutura física. Pioneiro em métodos e novidades tecnológicas, a instituição oferece os recursos mais avançados para todo tipo de tratamento e atendimento às urgências, com uma equipe altamente qualificada. Com a mais recente fase de ampliação de sua estrutura física, o estabe-

lecimento passa a sediar um dos projetos mais inovadores na arquitetura hospitalar do País, o Centro Médico Monte Sinai. O local irá reunir em um mesmo espaço, produtos serviços e profissionais da área da saúde. Duas torres com aproximadamente 40 mil m² completam este centro hospitalar. O empreendimento nasce aliado à qualidade conquistada pela marca de uma instituição que fez dos investimentos

em tecnologia de ponta e excelência no atendimento, uma constância e tornou-se referência em alta complexidade para cerca de 2,2 milhões de habitantes. A obra do Centro Médico Monte Sinai foi realizada sem objetivo de lucro, visto que o hospital é um empreendimento que tem como meta a consolidação de um núcleo hospitalar, com sinergia entre profissionais médicos, clínicas e hospital.

O complexo conta com 184 conjuntos de salas, reunindo clínicas e especialistas de todas as áreas da Medicina. Além de um auditório com 250 lugares, salas de conferência e um foyer para eventos científicos, com portarias independentes para cada torre. Os prédios terão ambientes climatizados, um sofisticado isolamento acústico, praça de alimentação e área de desembarque fora da via pública. De acordo com o Dr. Ri-

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estrutura cardo Campello, diretor administrativo do Hospital Monte Sinai, desde a expansão iniciada com o plano diretor do complexo hospitalar, elaborado em 2000, o investimento em estrutura e equipamentos foi da ordem de R$ 160 milhões. Neste enfoque, o custo total investido inclui o terreno, a construção dos prédios e o acabamento das áreas de uso comum, passarelas, obras de melhorias do condomínio, paisagismo e acabamento das salas e lojas. Campello afirma que o

Hospital Monte Sinai oferece, hoje, 175 leitos de internamento, 42 de terapia intensiva adulta – inclusive unidade neurointensiva, com setor exclusivo e pioneiro para traumas e AVCs - 10 leitos na unidade coronoariana, além de outros 10 na UTI NeoNatal. “Até 2013, serão mais 10 leitos de UTI Neo e 100 novos leitos de internamento”, afirma. Evidência O conjunto de passarelas do Monte Sinai recebeu menção honrosa do

Prêmio ABCEM 2012 – As Melhores Obras em Aço. O projeto, que concorreu na categoria Obras Especiais, é assinado pelo arquiteto José Lopes Esteves, da EFE Arquitetura e Urbanismo. A premiação ocorreu durante o Congresso Latino-Americano da Construção Metálica (Construmetal), considerado o maior evento do setor na América Latina, realizado em agosto, na capital paulista. As passarelas premiadas pela Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM) somam 70 mil m².

“Até 2013, serão mais 10 leitos de UTI Neo e 100 novos leitos de internamento, Dr. Ricardo Campello, diretor administrativo do Hospital Monte Sinai 190

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FICHA TÉCNICA Hospital Monte Sinai Fornecedores de material e serviço de: Aço: Acellor Mittal Concreto: SuperMix Andaime: Alumac Ar Condicionado: Hitachi, Ar Master e Enconar Movimento de Terra: Nivelar Terraplenagem Contenção: Sotege Engenharia Esquadria de Alunímio do Prédio: Alubras Esquadria de Alumínio das Passarela: Confiança Portas: Roden Portas e Painéis Estrutura da Passarela: Inusa Elevadorres: Thyssenkrupp Projeto Arquitetônico: Khan do Brasil e Pompeu Arquitetura Projeto Fundação: Engenheiro Celso Prates Projeto Estrutural: Klaus Jakobi Projetos e Consultoria Detalhamento de Projeto: EFE Arquitetos Gerenciamento Técnico: RHR Engenharia e Consultoria Gerenciamento do Condomínio: PLENA Administração de Obras e Condomínio

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climatização

Em busca da temperatura ideal

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Projeto de climatização amplia o conforto e a tranquilidade de usuários das alas do Hospital Amparo Maternal, na capital paulista

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lgo primordial para garantir a comodidade de pacientes e profissionais em um hospital é o projeto de climatização dos ambientes. Muitos usuários necessitam de uma temperatura ajustável conforme o seu problema de saúde. Por causa desta preocupação, diversos engenheiros e arquitetos introduzem este quesito no roteiro de obras, durante a projeção das instituições.

Essa regra foi elaborada no Comitê Brasileiro de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABNT/ CB-55) e pela Comissão de Estudo de Condicionamento de Ar na área da saúde (CE-55.002.01). Este regulamento circulou em Consulta Nacional, conforme edital nº 06, de 30/06/2004, com o número de Projeto NBR 7256. A norma visa definir os ambientes com os con-

ou reformas no espaço médico. Solicita, ainda, requisitos mínimos para a proteção contra incêndios referentes às instalações de tratamento de ar. Neste contexto, atesta-se que a climatização hospitalar serve como um complemento dos componentes que garantem o conforto do espaço. No Hospital Amparo Maternal, em São Paulo (SP), os gestores tiveram essa preocupação em oferecer

“Nossa meta é servir na área térmica, com as nossas possibilidades de serviços, em engenharia consultiva”, afirma o engenheiro Duilio Terzi, diretor da Fundament-AR, responsável pelo projeto do sistema de ar condicionado e ventilação do Hospital Amparo Maternal. No Brasil, centenas de estabelecimentos do setor da saúde buscam oferecer espaços, que além de agradáveis, sejam seguros quanto à qualidade interna do ar. Mas, para isso, devem seguir alguns requisitos necessários no projeto e execução das instalações dos aparelhos de ar-condicionado, de acordo com as normas da ABNT NBR 7256.

ceitos adotados das resoluções e regulamentos técnicos da Anvisa e estipula requisitos mínimos de tratamento de ar, segundo uma classificação de risco ambiental. Também utiliza uma seleção de filtros finos baseada na eficiência fracionária (contagem de partículas). Além disso, o princípio estabelece providências a adotar em caso de obras

aos usuários da instituição um ambiente agradável. O local recebeu uma infraestrutura completa quanto à ventilação, ao ser instalado um projeto de ar condicionado em várias alas. Essa medida contribuiu para reforçar os pilares de qualidade da instituição. De acordo com o engenheiro Duilio Terzi, diretor da Fundament-AR, empresa responsável pelo projeHealth 193 ARQ


climatização to de ar condicionado, a proposta foi oferecer um serviço que atendesse à demanda de temperaturas do hospital. “Nossa meta é servir na área térmica, com as nossas possibilidades de serviços, em engenharia consultiva”, acrescenta. Segundo Terzi, a empresa está apta a oferecer ao mercado, projetos e assessoria, nas áreas de refrigeração industrial, ar condicionado, hidráulica e economia de energia. “Fazemos ainda o serviço de assessoria técnica, manu-

tenção de utilidades, cogeração de energia elétrica e retrofit de sistemas de ar condicionado”, finaliza. Referência na saúde Vários estabelecimentos do setor da saúde já receberam os serviços da Fundament-AR. Entre as empresas de destaque, estão os hospitais Green Line, Santa Catarina e Samaritano. A lista de clientes ainda conta com a Escola Paulista de Medicina, o Hospital IGESP, o Laboratório Delboni Auriemo e o Laboratório Fleury.

ARQUITETURA DA OBRA As obras do Centro Cirúrgico Professor Dr. Pedro Augusto Marcondes de Almeida, do Hospital Amparo Maternal, foi entregue em 2012. De acordo com o engenheiro clínico da instituição, Antônio Barroqueiro, as salas são equipadas com ar condicionado de fluxo laminar, mesa cirúrgica, gases medicinais, equipamento de anestesia, berço aquecido e instrumental cirúrgico adequado à baixa e média complexidade materno-infantil. “Todos os equipamentos são modernos e altamente eficientes. Em relação à qualificação profissional, toda a equipe é altamente capacitada e profissionalizada”, informa. Segundo Barroqueiro, este projeto seguiu um plano diretor de obras e intervenções, alinhado com o plano estratégico aprovado pela entidade, envolvendo toda uma equipe multidisciplinar composta por arquitetos, engenheiros, médicos, enfermeiros, entre outros. O projeto trabalhou com um conceito de buscar não somente a inovação, mas resolver deficiências que limitam as operações do edifício hospitalar. “A ideia principal de planejamento consiste em uma nova unidade, que pudesse realizar procedimentos com maior valor agregado.” Externamente, a arquitetura do Amparo Maternal preservou o estilo da edificação, conforme o início do século passado. Internamente, o partido foi executar um “retrofit total” das instalações, seguindo as prerrogativas da legislação e a flexibilidade. “Feito o diagnóstico, passou-se a estudar os gargalos e opções técnicas de viabilidade, para a formatação dos layouts”, acrescenta. 194

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FICHA TÉCNICA Hospital Amparo Maternal Arquitetos responsáveis: Ênio ShimabuKuro - ESH Arquitetura Engenheiros responsáveis, Instalações e Utilidades: João Luiz Noronha Grassi e Arnaldo Girardelli Jr. - AGM Engenharia Ar condicionado: Duílio Terci - Fundament -AR Engenharia Cálculo estrutural: Waldir Silva da Cruz - Sócálculo Projetos Fundações: José Vicente - Berfac Construtora: Pacto Engenharia e Metalsano Estruturas Metálica Colaboradores: Equipe multidisciplinar (administrativo/ médicos/enfermeiras/técnicos/apoio) Coordenação da obra: Equipe própria Gerenciamento de licitação: Equipe própria

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climatização

Hospital Metropolitano - Unimed Vale do Aço

Climatização de novos leitos Hospital Metropolitano da Unimed Vale do Aço, em MG, contará com eficaz sistema de climatização, conforme normas do Ministério da Saúde

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m fase final de estruturação, o Hospital Metropolitano da Unimed Vale do Aço, em Coronel Fabriciano (MG), começou a ser construído em 2009. Toda etapa de fundação foi concluída no início do segundo semestre de 2010. Quase 200

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trabalhadores e sete empresas terceirizadas (entre construtora e fornecedores de materiais de construção) estão envolvidos na sua execução do empreendimento. A obra tem mais de 10 mil m² de área construída e oferecerá 110 leitos

convencionais, além de 10 leitos de UTI e oito salas de cirurgia. Totalmente baseado em recursos financeiros próprios, a diretoria da cooperativa prevê um investimento de aproximadamente R$ 30 milhões na construção e na entrega do novo empreendimento.


O trabalho de instalação do sistema de climatização da instituição está sendo desenvolvido pela Arcon Engenharia. Na avaliação de Jorge Vello, diretor executivo da empresa, está sendo positivo participar da elaboração deste projeto, pois a climatização de um hospital necessita de várias especificações. “A diretoria do Metropolitano, preocupada com essa questão, vem disponibilizando o necessário para o desenvolvimento de um excelente trabalho”, completa.

Este projeto de climatização foi elaborado com base em normas técnicas e utilização de equipamentos de alta tecnologia e performances, atendendo, assim, a todas as exigências. Entre elas, a garantia máxima de conforto e qualidade do ar aos usuários, para uma recuperação mais rápida. O equipamento que será instalado neste novo hospital é dotado de alta tecnologia. O produto, composto por filtros especiais, terá capacidade para 450 TRs (Tonelada de Refrige-

ração), com distribuição em uma rede de dutos de 35 toneladas de chapas. Uma das preocupações da Arcon na montagem de projetos direcionados à área hospitalar é o atendimento às exigências do Ministério da Saúde. “Nossa meta é oferecer uma proposta sustentável, onde o gasto de energia e o desperdício de material na execução da obra seja o mínimo possível. Também temos que proporcionar conforto aos usuários, tornando a temperatura do ambiente agradável”, afirma.

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climatização Hospital Metropolitano - Unimed Vale do Aço

“A diretoria do Metropolitano, preocupada com o conforto dos pacientes, vem disponibilizando o necessário para o desenvolvimento de um excelente trabalho”, afirma Jorge Vello, diretor executivo da Arcon Engenharia.

LADO A LADO PELA QUALIDADE A parceria da Arcon Engenharia com a Unimed Vale do Aço surgiu na construção do Hospital Metropolitano, onde a empresa observou uma grande oportunidade de desenvolvimento para região, gerando empregos em parceria com a cooperativa médica. “Com isso procuramos a diretoria da instituição, e, após varias discussões sobre projetos, apresentamos nossa proposta e conseguimos chegar ao fechamento do negócio”, relembra. Fundada em 1988, a Arcon acumula uma vasta experiência na área de engenharia de projetos, isolamentos térmicos, quadros elétricos de comando e sistemas de automação, tendo instalado equipamentos em diversos setores da indústria nacional. Além da área industrial da Usiminas, a Arcon instalou também o sistema de climatização do Hospital Márcio Cunha, que também utiliza uma central de ar condicionado de alta performance. 198

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FICHA TÉCNICA Hospital Metropolitano Unimed Vale do Aço Endereço: Av. Rubens Siqueira Maia, 2030, Bairro Santa Terezinha - Cel. Fabriciano Data do Projeto: Março de 2008 Obra: Março de 2008 Área do terreno: 40.150 m² Área total construída: 20 mil m² Nº pavimentos: 2 pavimentos na área administrativa e 1 pavimento Vagas estacionamentos: 160 Pronto-atendimento: Sim Serviços Diagnósticos: laboratório de análises clínicas e um centro de diagnóstico por imagem composto de equipamentos para hemodinâmica, mamografia, ultra-som, endoscopia, raio-x, tomografia e Fisioterapia. Nº consultórios: 7 consultórios de especialidades Adicional: confortável recepção, auditório com capacidade para 200 pessoas. Empresas sub-contratadas: Arquitetura: Fiorentini Arquitetura Projetos: Ar-condicionado: Arcon Fornecedores de Material e Serviço: Ar-condicionado: Arcon Concreto: Valemix Esquadrarias metálicas : ABA Esquadrias

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climatização

Excelência técnica Eficiência e economia conduzem o projeto de condicionamento de ar do Hospital Prado Valadares, na Bahia 200

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linhando-se aos parâmetros da NBR7256 e também às diretrizes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), RDC 50 e RDC 67, o projeto de condicionamento de ar do Hospital Geral Prado Valadares, em Jequié (BA), se concretizou. Com a integração entre arquitetura e engenharia foi possível plena montagem e operação do sistema. A elaboração de um projeto de Heating, Ventilation and Air Conditioning (HVAC), ou seja, aquecimento, ventilação e ar condicionado, possui etapas complexas que envolvem diversas interfaces com outras especialidades técnicas. “Dessa forma, a contratação e a coordenação racional devem considerar a necessidade de aliar equipes, conhecimentos e experiências”, explica Francisco José do Espírito Santo, engenheiro mecânico diretor da FJS Consultoria e Projetos. Para a concepção foi feito um relatório de solução a ser adotada (RSA), ferramenta de gestão de projetos que permite analisar quantitativa e qualitativamente o custo e o consumo do sistema a ser aplicado. “Após essa análise, optamos por uma climatização através de resfriadores de líquido (expansão indireta)

e climatizadores de ar tipo fan-coils, padrão hospitalar.” Após esse primeiro estudo o projeto foi desenvolvido em três etapas. Inicialmente, o hospital foi orientado quanto às condicionantes locais que poderiam influenciar no sistema. Em seguida, foram analisados os diversos sistemas viáveis a serem aplicados, relevando pontos como investimentos, força e reserva de água e espaços ocupados. Por fim, a equipe da FJS começou efetivamente a definir o projeto através de zoneamento de ambientes, elaboração de cálculos, determinação das dimensões dos equipamentos e, consequentemente, das áreas necessárias para a implantação. O projeto de condicionamento de ar do Hospital Prado Valadares proporciona elevada otimização energética e alto grau de confiabilidade, uma vez que tal instalação deve funcionar 24h por dia, durante todo o ano. Para isso, recorreu-se a um sistema de expansão indireta, com dois resfriadores de líquido com capacidade unitária de 100 TR´s cada. A condensação é a ar, com circuito hidráulico divido em anéis primário e secundário, e a utilização de bombas centrífugas monitoradas por Health 201 ARQ


climatização variadores de frequência. “Na configuração dos ambientes críticos foi adotada a solução de climatizadores modulares fan-coil´s, padrão hospitalar, com a filtragem de acordo com a NBR-7256 e distribuição de ar através de rede de dutos”, explica o engenheiro. O sistema carrega uma lógica de controle e automação que monitora e gerencia toda a climatização do hospital através de schedule (agendamento) do funcionamento dos aparelhos. Esse modo também controla a temperatura dos ambientes supridos pelos climatizadores fan-coils e modula a vazão destes

equipamentos através de inversores de frequência instalados nos motores dos ventiladores (modulação de vazão através do índice de saturação dos filtros). De acordo com Francisco José, tal sistema proporciona o rodízio de funcionamento das bombas primárias e secundárias, bem como a possibilidade de gerenciar a vazão do circuito secundário através da modulação dos inversores de frequência destas bombas em função da variação de pressão deste anel hidráulico. “Para os equipamentos resfriadores de líquido foi estabelecida uma programação de partida e controle

de capacidade através da análise de demanda térmica do prédio, garantindo o melhor ponto de eficiência energética da instalação.” Para o engenheiro, eficiência e economia são os principais objetivos do sistema a fim de obter a melhor integração à arquitetura e às diversas disciplinas como instalações elétricas e hidro-sanitárias, segurança, combate a incêndio, dentre outros. “Investimos também na tecnologia Building Information Modeling (BIM Programs) para propiciar uma maior confiabilidade nas compatibilizações e interfaces com as demais normas de projeto.”

“A contratação e a coordenação racional devem considerar a necessidade de aliar equipes, conhecimentos e experiências”, Francisco José do Espírito Santo, engenheiro mecânico diretor da FJS Consultoria e Projetos. 202

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EXPANSテグ

O perfeito equilテュbrio entre beleza e funcionalidade Hospital de Olhos Santa Luzia amplia sua テ。rea em mais de 2 mil mツイ proporcionando amplas salas de espera e ambiente aconchegante a seus pacientes

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elaboração de um projeto arquitetônico de hospitais é um complexo processo em que englobam inúmeros fatores. Deve-se pontuar desde as condições climáticas regionais, por exemplo, até a correta comunicação dos diversos setores hospitalares, afinal, trata-se de um ambiente multifacetado. Esta razão justifica a importância de se ter uma perfeita compatibilidade físico-funcional no ambiente. Todo esse minucioso trabalho visa, especificamente, levar conforto a seus usuários. Foi com essa missão, de conjugar bem estar e melhoria da saúde do paciente, que a equipe do

escritório Russo Ventura Arquitetura dedicou-se à ampliação do Hospital de Olhos Santa Luzia, localizado na Zona Norte de Recife (PE). Essa parceria começou com pequenas reformas até firmar na ampliação de 2.460m², projeto este que durou dois anos, considerando o período de concepção e a devida aprovação nos órgãos. São cinco novos pavimentos que serão ocupados por etapas e de acordo com as necessidades. Além disso, há dois pavimentos que se encontram em estágios iniciais de construção. Trata-se de uma expansão gradativa, planejada entre cinco a dez anos, uma vez que o

hospital possui uma área de 1 mil m² que ainda pode ser utilizada. Na ampliação do Hospital de Olhos Santa Luzia foram relevados importantes pontos projetuais para a sua harmônica concretização. Um deles se refere ao quesito expansibilidade, pois, o avanço tecnológico dos equipamentos acarreta, muitas vezes, na necessidade de redimensionar o espaço. Com o intuito de tornar a ampliação um projeto expansível, foram estudados os materiais, os sistemas construtivos e as escolha e localização das unidades funcionais visando uma adaptação mais econômica e menos dolorosa para a instituição.

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EXPANSÃO A reforma trouxe para as novas instalações grandes vãos estruturais, tornando o local flexível para qualquer tipo de espaço, instalação, tecnologia e, principalmente, para a acessibilidade do paciente. Para isso, foram utilizadas lâminas de 500m² sem vigas e pilares, todas locadas na periferia. O sistema construtivo foi de pilares, vigas e lajes pré-moldados, fatores que agilizam a obra. De acordo com Mariana Russo e Fernanda Ventura, sócias do escritório Russo Ventura Arquitetura, o projeto é flexível

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desde a sua raiz. “Concentramos no centro da planta baixa todos os serviços de banheiros públicos, de depósito de material de limpeza e de circulações verticais que deixam livres para a implantação de qualquer serviço no restante da lâmina. E isso se repete em todos os pavimentos, agregando uma legibilidade de planta de fácil acesso para os usuários e visitantes”, explicam. Outra questão fundamental que pontuou o projeto foi a busca pela excelência no atendimento e conforto do paciente.

Com esse objetivo, as novas instalações oferecem amplas salas de espera em ambientes claros e aconchegantes com vista para o exterior, afinal a beleza do local não poderia ser descartada, uma vez que a região é o bairro mais verde da cidade. É importante ressaltar que o projeto também foi pensado para aqueles que trabalham no hospital, proporcionando uma perfeita interação entre os ambientes. A sustentabilidade também é um dos pilares da ampliação, afinal, por ser um local onde há atendimento durante as 24h

do dia, faz-se necessário a adoção de medidas para evitar o desperdício. Pensando nisso, adotou-se um diferenciado sistema de ar condicionado, à base de água, o qual possui uma maior eficiência energética. As locações das janelas também foram estrategicamente estudadas a fim de diminuir a incidência solar em áreas de poente, garantindo uma insolação menor nos horários mais quentes. Além disso, todo o projeto se preocupou quanto à manutenção e segurança preditiva, visando garantir maior controle da vida útil


dos equipamentos. Ou seja, a ampliação considerou a demanda das atuais tecnologias o que, consequentemente, acarreta também na qualidade da segurança do edifício em relação à prevenção de infecções. Por isso o projeto traça desde a sua planta uma clareza a fim de evitar futuras manutenções corretivas. As novas instalações do Hospital Santa Luzia desenham um estilo contemporâneo de linhas retas e arquitetura limpa, com o toque da modernidade de paredes envidraçadas. “Mas na medida certa ao nosso clima quente, pois não poderíamos criar um edifício estufa. Criamos um edifício funcional acima de tudo”, explicam. As arquitetas consideram como grande diferencial do projeto a preocupação de agregar modernidade e tecnologia à nova estrutura. “Unir o antigo e o novo de forma a ser um só edifício, tanto esteticamente, quanto funcionalmente”, comentam. Ainda sobre a ampliação, elas lembram que o maior desafio foi realizar a construção durante o hospital em funcionamento, afetando o mínimo da área antiga e modernizando tais áreas após a ocupação do novo local.

FICHA TÉCNICA Ampliação do Hospital de Olhos Santa Luzia Endereço: Estrada do encanamento, 909 Casa Forte. Recife - PE Data do Projeto: 2007/2008 Obra: 2010 Área do terreno: 948m² Área total construída: 2.460m² (área da ampliação) o hospital possui aproximadamente 5 mil m² Nº pavimentos: 5 pavimentos Vagas estacionamentos: 150 vagas Pronto-atendimento: sim Serviços Diagnósticos: sim Fisioterapia: não Nº consultórios: 20 consultórios atuais e possibilidade de mais 15 na expansão futura Adicional (áreas de apoio, salas de treinamento, dentre outros) Possui lanchonete , área de exames e um bloco cirúrgico de 5 salas de cirurgia Empresas sub-contratadas: Estruturas pré moldadas: T&A Esquadrias: Squadra Instaladora de ar condicionado: Soclima Projeto Luminotécnico fachada e exterior: Via iluminação Nomes dos arquitetos ou empresas: Arquitetura: RussoVentura arquitetura Interiores: RussoVentura arquitetura Coordenação: RussoVentura arquitetura Projetos: Ar-condicionado: Interplan Gases Medicinais: Linde Gases Luminotécnico: Via Arquitetura (externa e fachada) Impermeabilização: Casimper Assessoria Legal: Russo Ventura aquitetura

Elétrico e hidráulico: Schvartz engenharia Projeto de fundações: Geobeton Estrutura de concreto: T&A pré moldados Prevenção e Combate a Incêndio: Andesus

Fornecedores de Material e Serviço: Aço Inox: Metalmad Ar-condicionado: Soclima Detalhes da Obra: Drywal: Albino Silva Elevadores: Thyssenkrupp Esquadrarias metálicas: Squadra (alumínio) Granito: Marmopedras Guarda Corpo: Squadra Impermeabilização: Casimper Luminárias: Lumini Revestimento vinilico de parede: Fademac Piso Vinílico: Fademac Piso premoldado: Terragran Revestimento Cerâmico: Pamesa Revestimento Fachada: Pastilha Jatobá Mão de Obra Civil: Schvartz Engenharia Fornecedores de Equipamentos: Acabamentos de elétrica: Schineider Combate a incêndio: Andesus Geradores: Cummis Louças: Celite Metais sanitários: Docol Health 207 ARQ


EXPANSÃO

Edificação do futuro Novo Centro Integrado de Oncologia e Hematologia do Hospital Albert Einstein tem como missão oferecer modelo inovador de assistência

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magine um núcleo médico com espaços aconchegantes, a exemplo da recepção composta por móveis sofisticados, iluminação diferenciada e paredes de tons amadeirados. Dentro de cada ala, painéis

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com imagens de pontos turísticos e florais reforçam a humanização dos ambientes. Além disso, o paisagismo complementa a sensação de conforto e tranquilidade. Todos esses atributos compõem o projeto de arquitetura

do novo Centro Integrado de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), em São Paulo (SP). O local tem como premissa a integração das atividades de prevenção, diagnóstico e tratamen-


to. Desta forma, o usuário terá um acolhimento privativo, completo e separado das demais áreas. A unidade também irá estimular a prática multiprofissional, em que o paciente receberá assistência de especialistas de vários setores. Alguns detalhes deste ambiente foram desenvolvidos para suprir às demandas clínicas oncológicas. Prova disso, são as instalações que incluem acolhimento social, espiritual e emocional do usuário, com áreas de atividades para familiares, biblioteca, áreas para terapias integradas, apartamentos individuais de sessão infusional com vistas externas, entre outros. O projeto de arquitetura é do escritório internacional Albert Kahn, detalhado por seu escritório no Brasil, Kahn São Paulo. A obra é de responsabilidade da construtora Afonso França Engenharia. A linguagem arquitetônica prioriza aspectos técnicos e funcionais sem menosprezar formas estéticas e o conforto dos usuários. Os ambientes possuem um estilo mais contemporâneo, já que os interiores privilegiam a aparência clean, sem adornos desnecessários que afetariam a manutenção e a limpeza.

Eleonora Zioni, diretora de desenvolvimento de negócios da Kahn, considera inovadora a abrangência de vários detalhes como às janelas maiores para contato com o ambiente externo. Outro ponto são os quartos, espaços de quimioterapia e consultórios integrados as salas de exames, que permitem maior proximidade do médico com a família do usuário. “O local conta ainda com uma área exclusiva para pacientes pediátricos, com interiores diferenciados, projetados especialmente para as crianças”, afirma. A obra apresenta um relativo grau de complexidade por se tratar de reformulação interna de uma área hospitalar em funcionamento. Todavia, a experiência da Afonso França Engenharia em projetos similares, várias destes realizados para o próprio Albert Einstein possibilita uma racionalização dos trabalhos e uma maior eficiência operacional, minimizando os transtornos causados à operação do hospital e possibilitando uma rigorosa evolução dentro do cronograma previsto. Na opinião de Eleonora, entre as vantagens do centro estão os conceitos do Planetree e as terapias alternativas que comproHealth 209 ARQ


EXPANSÃO

Espaço Quimioterapia - Centro de Oncologia - Hospital Albert Einstein

vadamente auxiliam o processo de recuperação, integradas ao tratamento médico e diagnóstico. Ela afirma que conveniências como lojas de acessórios, salas de meditação e massagem, espaço ecumênico, salas de entrevistas, bibliotecas e locais de informação estão presentes no projeto. “Teremos ainda, uma entrada exclusiva, preservando o paciente em momentos

mais delicados”, acrescenta. Após ser pioneiro na construção hospitalar sustentável, com a certificação LEED Gold do Pavilhão Vicky e Joseph Safra, o Albert Einstein passou a aplicar conceitos de sustentabilidade em todas as suas obras. Nesta, por exemplo, é feito o uso de louças e metais economizadores de água, uso de iluminação com baixo

Biblioteca - Centro de Oncologia

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consumo de energia, uso de tintas que não emitem compostos voláteis, entre outros componentes. O centro tem grande intervenção em quatro andares distintos, com áreas ocupadas e sendo liberadas para execução dos serviços de forma parcial. Atualmente a construtora trabalha em cerca de 50% da área total, e à medida que são concluídas as etapas, novos espaços se-


rão liberados, até a entrega total em 2013. As áreas em obra são totalmente isoladas dos demais ambientes com tapumes especiais, e ocorre mudança total do layout, com demolição do existente. Ainda, serão feitas novas divisões de ambientes, instalações completas de elétrica, hidráulica, ar condicionado e gases medicinais, substituição de revestimento de pisos, forros, paredes e esquadrias. A equipe deste projeto também é composta pelos engenheiros Oscar Favero Jr (diretor de obras da Afonso França), Patrícia Chiaradia (gerente do contrato) e José Luiz Barros Fontes (engenheiro de produção) e pela arquiteta Fernanda Tenório.

Recepção - Centro de Oncologia

Exame - Centro de Oncologia

SAIBA MAIS Curiosidades do Planetree O Planetree é a certificação para humanização e o Hospital Israelita Albert Einstein é o primeiro a ser certificado na América Latina. Com a humanização, a atenção é centrada na pessoa e a interação entre o paciente, acompanhantes e a equipe multi-profissional de saúde são essenciais para o atendimento, pois a necessidade do suporte emocional da família e amigos é compreendida, e o contato humano é valorizado. O acesso à informação como o conhecimento do prontuário com explicação e conscientização sobre o diagnóstico, prognóstico, terapia, prevenção e reabilitação é incentivado. A inserção de terapias alternativas e complementares como comentado também é parte da humanização. A compreensão de todos os sentidos do ser humano, a sinestesia, abrange a importância da nutrição e a boa alimentação. O papel da espiritualidade na vida de cada um, sem preconceitos de religião, mas como uma compreensão da existência e seu propósito. A inserção da arte e da beleza inclusive nos espaços planejados com arquitetura especializada analisando a cor, luz, forma e função, dentre vários fatores favorece a integração com as comunidades saudáveis. Health 211 ARQ


EXPANSÃO

FICHA TÉCNICA Centro Integrado de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein Endereço: Avenida Albert Einstein, 627- Morumbi- São Paulo Data do Projeto: abril/2012 Obra: iniciada Área total construída: reforma de 5.000 m2 Nº pavimentos: 4 Nº consultórios: Adicional (áreas de apoio, salas de treinamento, dentre outros): Consultórios, Salas de cirurgia, Internação, Quimoterapia, Radioterapia, Diagnósticos completos com 3 aceleradores lineares, Terapias complementares. Empresas sub-contratadas: Construtora Afonso França. Nomes dos arquitetos ou empresas Arquitetura: Kahn do Brasil Ltda. Interiores: Kahn do Brasil Ltda. Coordenação: Kahn do Brasil Ltda Colaboradores: vide www.albertkahn.com Projetos: Ar-condicionado: Climaclean Consultoria de caixilhos: QMD Elétrico e hidráulico: Politécnica Luminotécnico: Esther Stiller Impermeabilização: Proassp Prevenção e Combate a Incêndio: Engepoint Assessoria Legal: PAN Obra: Construção: Afonso França Detalhes da Obra: Esquadrarias metálicas: ABA Esquadrias

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formação

Qualificação para novas obras

Brasil tem cerca de 400 universidades com o curso de Engenharia Civil. A graduação tem sido uma das mais procuradas devido à demanda do setor

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salto positivo no cenário da construção de novos prédios no Brasil, nos últimos dez anos, é algo bastante perceptível. A busca pelo desenvolvimento tem sido o fator principal para a contribuição dessa nova vertente do espaço

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urbano. As exigências de acreditações como as existentes no setor da saúde e regulamentos de importantes eventos esportivos como a Copa do Mundo são grandes fatores para esse avanço nas edificações. Diante dessa demanda, a

necessidade da contratação de profissionais qualificados aumenta de forma significativa. Para suprir a falta desses trabalhadores no mercado, muitas faculdades de engenharia civil surgem nas instituições brasileiras. A maioria desses cursos proporciona a


estrutura ideal, ao ponto de se consagrarem como referência nacional. Hoje existem cerca de 430 faculdades de engenharia em todo o Brasil. Embora o número seja aparentemente considerável, ainda existe carência de engenheiros civis no mercado. Nesse conceito, algo importante ao escolher um escritório de engenharia para elaborar projetos de obras é conhecer o nível de ensino da instituição que os engenheiros e arquitetos cursaram. Esse dado faz a diferença, pois, com base na infraestrutura da universidade, pode-se ter ideia da capacitação do profissional. No Ceará, a Universidade de Fortaleza (Unifor) possui ex-alunos do curso de Engenharia Civil contra-

tados para projetar obras em hospitais e clínicas. Entre as de destaque estão a reforma dos prédios da Maternidade Escola Assis Chateaubriand da Universidade Federal do Estado e a construção do edifício do Hospital Unimed da capital cearense. A Unifor oferta dois cursos presenciais na área de Engenharia Civil. O de bacharelado, com duração de cinco anos, e o de graduação tecnológica em Construção de Edifícios, tendo duração de três anos. Segundo o professor Almeida Júnior, diretor do Centro de Ciências Tecnológicas (CCT) da Instituição, as disciplinas obrigatórias do curso são na modalidade presencial, porém algumas como a de Produção de Texto Técnico podem Health 215 ARQ


formação ser a distância. Já matérias optativas como Educação Ambiental são somente em ambiente virtual. Com um corpo docente qualificado, formado em sua totalidade por mestres ou doutores, além de serem profissionais de mercado, a Unifor possui uma estrutura de laboratórios renovados periodicamente, com reconhecimento de entidades de classe. A Universidade promove o programa trainee em parceria com conceituadas construtoras. A iniciativa prepara os futuros profissionais com prá-

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ticas de gestão, tecnologia e de negócios, para serem aplicadas no mercado de trabalho. Em cada semestre, são abertas 200 vagas para o bacharelado em Engenharia Civil, sendo 100 vagas no período diurno e 100 vagas no noturno. Para o curso de graduação tecnológica em Construção de Edifícios, são abertas 50 vagas no período noturno. Outro benefício é o programa de iniciação científica e intercâmbio internacional. Conforme o professor Almeida Júnior, nos últimos

anos a expansão do crédito e os investimentos em infraestrutura, devido à Copa do Mundo da FIFA, têm impulsionado o mercado da construção civil, cujo crescimento gerou dificuldades até no abastecimento de materiais e mão de obra qualificada nos diversos patamares. “Esta ‘explosão da construção civil’ atraiu a atenção não somente de estudantes do ensino médio, mas também de profissionais já graduados e estudantes de outras especialidades”, completa.


Arquitetura Ainda no setor de construções, a Unifor oferece o curso de Arquitetura e Urbanismo. Com uma matriz curricular distribuída por dez semestres, possui um currículo flexível e atual às exigências do mercado, contemplando também vários diferenciais no sentido de contribuir proativamente com a formação dos seus alunos. Neste sentido, o curso atua por meio de metodologias educacionais ativas e da inter e transdisciplinalidade, ao investir em atividades extracurriculares como visitas técnicas nacionais e internacionais, assim como em ações de intercâmbio em parcerias com diversas universidades de outros países. Com uma formação generalista, o aluno graduado em Arquitetura e Urbanismo possuirá habilitação para conceber, planejar e desenvolver projetos nas áreas de planejamento urbano, arquitetura, paisagismo, comunicação visual, entre outras. Além de estar apto a elaborar orçamentos, executar e fiscalizar obras e serviços. Atualmente, a Unifor contabiliza 5.340 alunos matriculados no CCT, onde 45% desse efetivo compõem os cursos de Engenharia Civil e de Arquitetura e Urbanismo.

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