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EXPEDIENTE
PRESIDENTE Edmilson Jr. Caparelli ecaparelli@grupomidia.com
DIRETORA ADMINISTRATIVA Lúcia Rodrigues lucia@grupomidia.com
RELAÇÕES INTERNACIONAIS Jailson Rainer jailson@grupomidia.com
CONSELHO EDITORIAL Edmilson Jr. Caparelli, Erica Alves, Jailson Rainer, Lúcia Rodrigues e Priscila Soares Prado
diretora editorial Priscila Soares Prado priscila@grupomidia.com
diretor comercial Marcelo Caparelli marcelocaparelli@grupomidia.com
DIRETORA DE MARKETING/ EVENTOS Erica Almeida Alves erica.alves@grupomidia.com
editorial PUBLISHER Edmilson Jr. Caparelli
COMERCIAL Alessandra Tomaz alessandra@grupomidia.com Giovana Teixeira giovana@grupomidia.com
REDAÇÃO Priscila Soares Prado priscila@grupomidia.com Carla de Paula Pinto carla@grupomidia.com Thiago Cruz thiagocruz@grupomidia.com Patricia Bonelli patricia@grupomidia.com
COMERCIAL WEB Caroline Caparelli carolcaparelli@grupomidia.com
DEPARTAMENTO DE Marketing Erica Almeida Alves ASSINATURAS E CIRCULAÇÃO assinatura@grupomidia.com ATENDIMENTO AO LEITOR atendimento@grupomidia.com FOTOS Banco de imagens Priscila Soares Prado PROJETOS EDITORIAIS projetoseditoriais@grupomidia.com
Assistente Comercial Janaiana Marques jana.marques@grupomidia.com
A revista HealthCare Management é uma publicação bimestral do Grupo Mídia. Sua distribuição é controlada e ocorre em todo o território nacional. O conteúdo dos artigos é de responsabilidade dos autores, e não refletem, necessariamente, a opinião do Grupo Mídia. A reprodução das matérias e dos artigos somente será permitida se previamente autorizada por escrito pelo Grupo Mídia, com crédito da fonte. Conheça OS OUTROS PRODUTOS para o mercado de saúde:
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EDITORIAL
Todos pela
qualidade
Caro leitor, A busca pela alta qualidade nos serviços de saúde é algo imprescindível em qualquer administração. Seja em uma instituição pública ou privada, ter um elevadíssimo padrão de governança e atendimento sempre faz a diferença. A condição de primar pelo trabalho de excelência tem estimulado tanto organizações como o Ministério da Saúde em criar um levantamento estatístico, ao exemplo do Índice de Desempenho do SUS (IDSUS), para medir diversos fatores como efetividade da atenção básica/ambulatorial e de urgências/emergências. Tal iniciativa, criada no ano passado, avalia municípios, regiões e Estados do Brasil com base em informações de acesso, que mostram como está a oferta de ações e serviços. Além da efetividade, esta análise confere se as práticas de saúde estão atingindo os resultados esperados. E nesse contexto, não deixamos de mencionar a nossa reportagem de capa, que cita o pioneiro trabalho desempenhado pelo Grupo de Saúde São Cristóvão, em São Paulo (SP). A instituição, ao longo dos anos, tem conquistado vários reconhecimentos, como as certificações ISO 9001:2008 e ONA nível II. Ainda nesta edição, apresentamos o Especial Feira Hospitalar, com a proposta de destacar os principais eventos, lançamentos e tendências deste consagrado evento do setor. Também contamos com uma matéria sobre os preparativos da Reabilitação Feira + Fórum, encontro profissional que cria novas oportunidades de negócios e intercâmbio de experiências. E para falar sobre o Termo de Confidencialidade assinado entre a ANVISA/Minis8
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tério da Saúde e o Instituto Federal para Medicamentos e Dispositivos Médicos da Alemanha, trazemos uma entrevista exclusiva com o Ministro da Saúde da Alemanha, Daniel Bahr. A autoridade do País europeu esteve presente no estande do Grupo Mídia durante a HOSPITALAR. Na editoria Health-IT, trazemos uma matéria com o Presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), fazendo uma avaliação do mercado de soluções digitais para o segmento médico. Ainda, a seção traz uma reportagem sobre soluções em TI que apresenta cases de conceituados hospitais, como o Albert Einstein (SP). E nesta missão de proporcionar serviços de alto nível, contamos com uma reportagem sobre instituições referências no tratamento de câncer, como o Hospital de Câncer de Barretos (SP). Ainda, trazemos uma entrevista exclusiva com Dr. Raul Ribeiro, brasileiro que há vários anos atua no St. Jude Children´s Research Hospital nos Estados Unidos.
Boa leitura!
Edmilson Jr. Caparelli Publisher
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NESTA EDIÇÃO
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saúde
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CAPA
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pontuando a gestão
Gonzalo Vecina Neto, Superintendente do Hospital Sírio-Libanês, aborda a burocracia e falta de recursos, integração entre setor privado e público e o grande desafio de se pensar saúde coletiva no País
Tradição, qualidade e tecnologia Grupo de saúde com 101 anos investe em tecnologia e ganha excelência no mercado
foco na gestão
20 Diagnóstico avançado Medicia Diagnóstica cresce no Brasil avançando em tecnologia e garantindo a regulamentação e qualidade dos serviços prestados
health-it
50 Cloud Computing: um caminho sem volta para a área de saúde
Artigo de Fernando Vogt, Diretor de Vendas para a área de saúde da InterSystems
54 Fórmula da evolução
Conheça cases de hospitais que aceleraram o processo de segurança com soluções tecnológicas como e-learning, PEP Móvel e RFID/Robótica
58 Na busca de um novo rumo Evento no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) recebe consultora de Portugal e debate a transferência de tecnologia na área da saúde
62 Biometria segura
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66 Cenário digital
96 Um passo para nova vida
Software para atestados médicos com certificação digital contribui na redução de práticas fraudulentas como adulteração de dados médicos
Presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) analisa o atual mercado de soluções tecnológicas para o setor da saúde
68 A importância do papel do CIO em saúde
Artigo de Avi Zins, consultor especialista no setor da saúde
sustentabilidade
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além dos negócios
Problemas motores podem ser tratados em centros especializados e detentores das mais avançadas técnicas
102 Encontro inovador
Feira voltada exclusivamente para reabilitação reúne empresas e médicos do segmento para fóruns e apresentação de equipamentos
104 Fortalecendo laços
Avaliação do ciclo de vida Artigo de Márcia Mariani, especialista em gestão ambiental
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O poder de inovar Prêmio Inova Saúde traz o devido reconhecimento as importantes contribuições tecnológicas para a saúde humana no Brasil
Brasil e Alemanha assinam Termo de Confidencialidade durante a Feira+Fórum Hospitalar 2013
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24 ESPECIAL A Feira+Fórum Hospitalar comemorou a sua 20ª edição no último mês de maio e a revista HealthCare Management traz, nesta edição, a cobertura completa do maior evento do setor da saúde na América Latina
24 O grande encontro da comunidade 27 Em alta no mercado 28 Balanço 2012 30 Mudança de patamar 34 ABEClin realiza 1º Seminário 37 PPP na Bahia 39 Articulações decisivas 42 Fronteira do conhecimento 44 Homenagem de Sucesso
médica
106 Saúde integrada Shoppings abrem espaço a Centros Médicos para proporcionar comodidade aos clientes
PONTO DE VISTA
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As muitas facetas da inovação Artigo de Carlos Goulart, Presidente-Executivo da ABIMED
espaço médico
ALTA NOS NEGÓCIOS
108 Antes dele chegar Teste aplicado pelo Hospital de Câncer de Barretos aponta probabilidade de desenvolver tumores antes que eles apareçam no organismo humano
113 Tecnologia de ponta Equipamentos para o setor de Radiologia conferem alto desempenho e preço diferenciado para as instituições
Empresa anuncia estratégias inéditas para o mercado brasileiro
modelo de atendimento
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Atenção especial
Protocolos e atendimentos específicos para o idoso devem estar na planilha administrativa das instituições hospitalares
128 PONTO FINAL
escolha certa
116 Rapidez e segurança
120 Novos caminhos
Importação na Saúde
Ambulâncias aéreas permitem o transporte rápido e seguro de pacientes em longas distâncias
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Entidades criticam atuação de médicos estrangeiros no País
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pesquisa Planos de saúde aumentaram até 538% entre 2005 e 2013 Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) identificou que, entre 2005 e 2013, houve reajustes de até 538,27% nos planos de saúde coletivos. O estudo analisou o reajuste anual e o por sinistralidade, desconsiderando aqueles por mudança de faixa etária, pois esses valores já são limitados pela regulação da ANS. Foram coletadas 118 decisões judiciais referentes a ações propostas por consumidores de planos coletivos que questionavam o índice de reajuste aplicado. Em 97 ações (82%), os magistrados decidiram pelo “afastamento” do reajuste, pois julgaram que o valor imposto pelo plano de saúde era abusivo. Além disso, identificou-se um aumento médio de 82,21% nos contratos de planos coletivos analisados, enquanto isso, o teto para reajuste autorizado pela ANS para planos individuais em 2012 foi de 7,93%.
Diretoria Leandro Reis Tavares é reconduzido à diretoria da ANS O médico cardiologista Leandro Reis Tavares tomou posse como diretor da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Tavares foi reconduzido à Diretoria Colegiada da Agência para exercer mandato de três anos, por meio de decreto assinado pela Presidente da República, Dilma Roussef, publicado no Diário Oficial da União em 21/06/2013. Em 22/05/2013, sua indicação foi aprovada na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado e em 5/06/2013 aprovada também no Plenário do Senado.
Gestão Ary Ribeiro assume superintendência ambulatorial do HCor O médico Ary Ribeiro, ex-gerente médico de unidades do Hospital Albert Einstein, passou a ocupar, em maio deste ano, o cargo de superintendente de serviços ambulatoriais do HCor. Ribeiro é PhD em Ciências Médicas pelo Instituto Karolinska, Estocolmo, Suécia; e foi Diretor médico da Clinica São Vicente (RJ), de 2000 a 2003; Diretor Técnico-Comercial do Hospital Pró Cardíaco (RJ), de 2003 a 2010; Gerente Médico das Unidades Perdizes-Higienópolis e Centro Médico Ambulatorial da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein de 2010 a 2013. Além disso, atuou como representante da ANAHP no Grupo Técnico Modelos de Remuneração ANS de 2010 a 2012 e atualmente coordena do Grupo Técnico ANAHP Relacionamento com Operadoras de Planos de Saúde.
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Fotos: Divulgação
DIAS
DESTAQUES
DO SETOR Aquisição Rede D’Or recebe aprovação do Cade para aquisição da Acreditar Oncologia O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou com restrições, a aquisição pela Rede D’Or São Luiz de 50% do capital social do grupo Acreditar Oncologia, que possui clínicas de oncologia no Distrito Federal. Ao final da operação, a Acreditar passa a ser uma sociedade anônima de controle compartilhado entre os atuais sócios e a Rede D’Or. De acordo com o conselheiro relator, Eduardo Pontual Ribeiro, a operação resulta na integração entre os serviços de oncologia ambulatorial oferecidos pela Acreditar e os de infraestrutura para oncologia hospitalar ofertados pela Rede D’Or no DF, por meio do Hospital Santa Luzia. Entre as condições impostas está a garantia de opção de escolha do tratamento oncológico pelo paciente, que frequentemente recebe orientações do próprio profissional de saúde. Além disso, deverão ser informados ao Cade os novos contratos de exploração de setores de oncologia de hospitais em cidades onde a Acreditar estiver presente.
Movimento pede veto total de Dilma ao Projeto do Ato Médico O movimento “Não ao Ato Médico”, que mobiliza profissionais e estudantes de 14 setores da área de saúde que se sentem prejudicados com a aprovação do Projeto de Lei 268/02, decidiu encaminhar a presidente Dilma Rousseff pedido de veto integral ao texto aprovado pelo Senado e pela Câmara dos Deputados. O projeto desagrada a várias categorias profissionais, porque estabelece o que denominaram de reserva de mercado para os médicos, impedindo a prática de atos praticados normalmente pelas diversas profissões que atuam na área de saúde sem a interferência deles. A principal queixa está no Inciso I do Artigo 4º, segundo o qual entre as atividades privativas do médico, está a formulação do diagnóstico nosológico e respectiva prescrição terapêutica. As profissões que foram representadas no movimento são fisioterapia, enfermagem, psicologia, terapia ocupacional, biomedicina, farmácia, educação física, nutrição, odontologia, fonoaudiologia, veterinária, optometria e acupuntura.
Fotos: José Cruz
Mobilização
Econômia Governo anuncia medidas para recuperação de Santas Casas O Ministério da Saúde anunciou um conjunto de medidas para recuperação econômica dos hospitais filantrópicos e das Santas Casas do País. Com a medida, em um prazo máximo de 15 anos, os débitos das instituições que aderirem ao programa serão quitados. Em contrapartida, os hospitais devem ampliar o atendimento de exames, cirurgias e atendimentos aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, o valor repassado pelo Ministério da Saúde de incentivo à contratualização irá dobrar, com um adicional de R$ 2 bilhões em 2014. Por meio do PROSUS, programa de fortalecimento das Santas Casas, as entidades terão o apoio do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para manter em dia o pagamento de débitos correntes, evitando, assim, o aumento da dívida e quitando gradativamente o valor total. Todo mês o FNS vai reter dos recursos destinados ao custeio o valor equivalente à dívida corrente das unidades que aderirem ao programa, garantindo o seu pagamento.
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ABIMED debate modelos de desenvolvimento para a Saúde A Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Equipamentos – Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares (ABIMED) reuniu diversos profissionais durante a Feira + Fórum Hospitalar 2013 para debater exportações e competitividade na saúde. O evento contou com a participação de Eduardo Jorge Valadares Oliveira, Diretor do Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde do Ministério da Saúde; do economista Antonio Corrêa de Lacerda, coordenador do Grupo de Pesquisas sobre Desenvolvimento e Política Econômica da PUC/SP; e do executivo, Aurimar José Pinto. Para Carlos Goulart, Presidente da ABIMED, o País tem potencial para ser uma plataforma de exportação regional e um centro de competência mundial para determinados produtos.
Confira vídeos exclusivos no Saúde Online Durante a 20ª Feira+Fórum Hospitalar 2013, o Grupo Mídia recebeu em seu estande a presença dos “100 Mais Influentes da Saúde no País”, projeto editorial especial da última edição da revista HealthCare Management. Todos os presentes concederam entrevistas exclusivas ao Saúde Online que podem ser vistas no site saudeonline.net.br ou no canal www.youtube.com.br/grupomidia. Além disso, também foram gravadas coberturas dos principais debates e fóruns que marcaram o evento como o Fórum da Abeclin, 3ª Jornada de Medicina Esportiva Contemporânea, 1º Seminário Brasileiro de Engenharia Clínica, Sessão Pública sobre PPP no Estado da Bahia, Seminário da ABCIS, entre outros. Redes Sociais
Grupo São Cristóvão é destaque também no Saúde Online O CEO do Grupo São Cristóvão, Valdir Pereira Ventura, recebeu a nossa equipe de redação em sua sala no Hospital e Maternidade São Cristóvão, em São Paulo. Além da entrevista exclusiva, que você confere nesta edição, o Presidente do Grupo também conversou com o portal Saúde Online. Nesta entrevista, Valdir Ventura fala sobre como recebeu a indicação de estar entre os “100 Mais Influentes da Saúde no País”, quais são as perspectivas e o crescimento do Grupo durante a sua gestão. Confira a entrevista na íntegra em nosso site.
CELULAR E TABLET
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A saúde em xeque
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urocracia e falta de recursos, integração entre setor privado e público e o grande desafio de se pensar saúde coletiva no País são algumas das questões que o Superintendente do Hospital Sírio-Libanês, Gonzalo Vecina Neto, uma das maiores referências em saúde pública no País, aborda em entrevista exclusiva à revista HealthCare Management. Outra questão abordada foi a polêmica medida de importação de médicos estrangeiros que para, Vecina Neto trata-se de uma alternativa “rude, dolorosa, que agride o sentimento nativista do País”.
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Qual é o grande desafio de se pensar em saúde coletiva no Brasil? Temos que analisar as necessidades da saúde da população. A demanda é o que as pessoas querem e nós temos que pensar nas necessidades, portanto conhecê-las é o primeiro desafio. No Brasil, o instrumento mais utilizado para este conhecimento é o índice de mortalidade, só que isso reflete apenas uma parte da necessidade. Outras ferramentas são a morbidade, ou seja, os diagnósticos que se fazem na porta dos serviços de saúde. Na rede pública, esses dados podem ser acessados através da autorização de internação hospitalar. Mas na rede privada há dificuldades para este acesso, sendo que a rede particular atende 24% do total da população. O Ministério da Saúde está preparando para este ano uma investigação nacional de saúde que visitará 16 mil brasileiros em 4.200 municípios. Será analisada a saúde do indivíduo sorteado, medindo seu peso, altura, pressão arterial e outros exames. Com isso, teremos o primeiro quadro sobre a nossa saúde, método este já realizado em países como Canadá e na Europa. Saber o que a população tem é fundamental para montar 16
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programas de saúde pública voltados para a melhoria de tratamento e enfermidades da população.
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Com a sua vasta experiência de atuação no setor privado e público na saúde, como o Sr. analisa essas duas realidades opostas? Há a necessidade de integração entre tais sistemas? Não existe nenhuma justificativa para ter os dois sistemas isolados. No Brasil, quem tem assistência médica privada tem direito à pública, e quem tem a pública não tem direito à privada. Em países desenvolvidos há sistemas de saúde privado que também não são integrados ao setor público, entretanto a diferença é que eles são muito menos significativos, representando 10 % da população. São pessoas que buscam o plano de saúde para fugir de filas ou buscar sofisticação. Mas você não busca sofisticação, nem foge de fila quando se trata de alta complexidade, como transplantes, cirurgias cardíacas e ortopédicas. Nesses países, quando o paciente precisa destes procedimentos recorre ao setor público. Ou seja, a alta complexidade nestes países está no
setor público e aí não há saída, você se submete às condições públicas que o setor oferece. Falta de recursos e burocracia são obstáculos para a melhoria do sistema de saúde público. Como solucionar esta questão? Falta de recursos é claramente demonstrado. Hoje, o Brasil aplica em assistência médica privada, em termos per capita, o dobro na rede médica do SUS. São R$ 1.600 no setor particular per capita ano, e R$ 800 no SUS. Uma parte da população não gosta do sistema privado porque acha que tem problemas. Imagine no SUS com metade de financiamento. Dinheiro falta e não adianta dizer nada. A burocracia é o reflexo da falta de eficiência da gestão, que temos que melhorar tanto do público, quanto do privado.
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Como o Sr. avalia as PPPs? Seria esta uma alternativa para melhorar o sistema? As PPPs devem ser avaliadas em duas maneiras. A primeira é a gestão pelo setor privado em organizações do setor público. Hoje, cerca de 95% da saúde da
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Gonzalo Vecina Neto
família do Brasil é feita pela iniciativa privada e é um sucesso. Além disso, 60% da população tem cobertura de estratégias da saúde da família e é o setor privado o contratado em questão, seguindo regras ditadas pelo setor público. Não podemos ignorar também que quase 70% da rede hospitalar brasileira é privada e significativa parcela, entre 40 e 45%, além dos filantrópicos, atendem pacientes do SUS. Não temos que discutir se a medicina é estatal ou não. A saúde não é estatal. O fato de ter instituições privadas lucrativas atendendo no setor da saúde não torna nem melhor, nem pior o contexto. O que é extremamente importante é a capacidade do Estado em medir transparentemente a relação com setor privado. A outra parceria é, por exemplo, em uma região onde há um hospital público que faz excelentes cirurgias cardíacas que não é realizada por nenhum plano de saúde. Nesse caso, o plano poderia comprar do setor público esse serviço, desde que isso fosse rigorosamente controlado.
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Mas isso não poderia alterar as filas do sistema de saúde daquela região? Não se pode mexer na fila, para isso temos que fazer a sua gestão e isso nós sabemos fazer. A fila dos transplantes, por exemplo, demonstram isso cabalmente.
Muitos brasileiros não têm confiança na organização das filas de diversos órgãos. Trata-se de um modelo absolutamente respeitado e conhecido.
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A população do Brasil segue uma tendência de envelhecimento. Como os hospitais devem se preparar para atender ao aumento desta demanda? Quais são os maiores desafios? Primeiramente, é preciso ter mais centros. Além disso, há uma tendência em atender patologias mais graves. O tratamento de uma pneumonia em um jovem, por exemplo, não precisa de quase nada, nem de uma UTI, já para atender um problema cardíaco ou um câncer em uma pessoa de 60, 70 anos requer UTI, tomografia, ressonância e muitas outras especialidades médicas. Por isso, nós precisamos de hospitais mais complexos, mais caros e que atendam a esta demanda, que consomem seis vezes mais internações do que os jovens. Os hospitais também precisam ser diferentes. Os idosos têm dificuldade de locomoção, portanto precisam de cadeira de rodas, logo as portas precisam ser amplas, não pode haver degraus, para evitar o risco de queda. Isso implica em uma estrutura diferente e mais profissionais para “tomar conta” desses pacientes que são mais dependentes do que os outros. Também é fundamental um acompanhante,
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ou seja, é preciso que haja um espaço para essa pessoa e que ela não seja passiva ao processo de atenção e sim que participe do processo médico assistencial dentro do estabelecimento. Muito se fala a respeito da importação dos médicos. O que o Sr. tem a dizer acerca desta medida do Governo? Que falta médico todo mundo já sabe. Não temos médicos na periferia não apenas porque o médico não gosta de ir para um lugar onde não há atrativos sociais, é porque faltam médicos. Nós deveríamos ter um médico para cada 300 habitantes, mas temos um profissional para cada 600, em média. Nesse ritmo vamos demorar muito tempo para suprir as necessidades. Então, quais são as soluções para resolver o problema da falta de médicos? Uma solução poderia ser que criássemos mais escolas, que é possível e precisa ser adotado, mas é uma medida a longo prazo, pois uma turma de medicina leva seis anos para se formar. Além disso, é preciso que haja hospital escola, projeto pedagógico bom e outros fatores. Outra solução é oferecer a possibilidade para enfermeiros de participar mais ativamente do processo de atenção à saúde. Existe uma série de procedimento simples no qual o enfermeiro poderia fazer o diagnóstico de exame e realizar o tratamento
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A saúde em xeque de acordo com o protocolo escrito. O protocolo descreve as profissões, como devem ser olhados, e se não der certo deve ser procurado o médico. Porém, a Lei do Ato Médico não permite que outros profissionais de saúde façam esta colaboração. Neste sentido, a lei é, hoje, um tiro no pé da sociedade brasileira, pois os enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos, psicólogos e as outras 14 profissões na área da saúde têm competências que poderiam ser melhores exploradas se nós não fôssemos tão corporativistas com os médicos. Mas a sociedade, o Congresso e agora a Presidente não pensam assim, então piora a questão da falta de médicos. A questão da importação de médicos é uma alternativa rude, dolorosa, que agride o sentimento nativista do País, mas é uma alternativa, afinal eles têm que passar por uma avaliação, saber falar minimamente a língua e trabalhar por protocolos.
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Como o Sr. analisa o valor de uma instituição que tem acreditação internacional e qual a importância? Primeiramente, a acreditação não precisa ser internacional. Nós temos no Brasil a ONA (Organização Nacional de Acreditação), que é excepcional. Isto é, qualquer instituição brasileira que alcançar o nível de acreditação plena pela ONA estará ao nível das mesmas certificações internacionais que 18
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hoje estão sendo oferecidas no Brasil. É obvio que uma certificação internacional tem uma grife a mais. A Joint Commission, por exemplo, carrega uma marca a mais e um hospital do porte do Sírio-Libanês, por questões de mercado, precisa buscar ter, por isso não fomos atrás da ONA. Porém, qualquer uma das instituições certificadoras faz o essencial, que é ter uma visão externa sobre o seu processo de atendimento à saúde e verificar se o processo oferece os níveis de segurança que deveriam ser oferecidos aos usuários.
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Sobre a integração dos novos prédios do Sírio-Libanês e o desafio de acomodar as novas tecnologias, como o senhor analisa essa expansão? Nós temos, hoje, um total de quase 80 mil m² construídos e estamos fazendo outros 80 mil m². No espaço já construído nós temos três edificações, uma da década de 40, a segunda da década de 60 e a terceira da década
de 80 que estão relativamente integradas. Nós estamos aproveitando a construção de um novo edifício para centralizar e modernizar tudo o que diz respeito aos facilities, a fim de que exista 100% de segurança para os nossos clientes. Triplicamos o cuidado, como é o caso da energia elétrica, na qual temos no-breaks, eletricidade da fornecedora e uma usina própria. Além disso, há também a preocupação de um consumo menor de energia, tudo isso com um selo verde de construção, pois estamos visando a certificação Green Building Gold. Qual será a capacidade de atendimento do hospital com essa expansão? Nós vamos de 350 pacientes internados para 700. Na área de diagnóstico e pronto-socorro também estamos ampliando, quase dobrando a capacidade de atendimento. Com isso, vamos tornar mais acessível, confortável e rápido o atendimento a nossos clientes.
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pontuando a gestão Participe! Escolha o próximo entrevistado do “Saúde 10”. É simples! Envie sua sugestão para o e-mail: redacao@grupomidia.com Sua indicação pode ser publicada na coluna!
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Diagnóstico avançado
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MAIO | JUNHO MARÇO | ABRIL2013 2013 healthcaremanagement.com.br healthcaremanagement.com.br
Medicina
diagnóstica
“Cada vez mais, o atendimento ao paciente deve ser rápido e minucioso. A informatização permite esta destreza, além da liberação rápida dos laudos e relatórios e a eficiência no armazenamento do histórico do paciente” Comissão Técnica da Abramed
O
agrupamento de atividades, conhecido anteriormente por Serviço de Apoio Diagnóstico (SAD), e chamado atualmente de Medicina Diagnóstica, define, hoje, cerca de 70% das decisões médicas no País. Isso porque a Medicina Diagnóstica pode atuar de maneira efetiva para apontar todas as enfermidades. “Todas as doenças contam com um conjunto de evidências e uma série de características que, por meio das alterações nos testes e exames, pode definir um diagnóstico e estes são direcionados de acordo com as particularidades de cada suspeita clínica e de cada enfermidade”, explica a Comissão Técnica da Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica). Hoje, a Medicina Diagnóstica conta com o mais avançado cabedal de tecnologia em diagnósticos por imagem, ressonâncias magnéticas, equipamentos para análise de doenças cardíacas, dentre outros. São inúmeros os métodos
recentes de diversas áreas do laboratório, inclusive a de biologia molecular, com resultados precisos e eficientes. E a tecnologia é grande aliada deste crescimento. O Brasil tem a tradição do desenvolvimento de softwares especificamente para cada instituição. E os mais recentes obedecem à plataforma Oracle, com armazenamento em nuvem, acesso à distância e criptografados, o que permite uma maior segurança dos dados e informações. “Com o avanço da medicina diagnóstica, a informatização do sistema é absolutamente fundamental e indispensável. Cada vez mais, o atendimento ao paciente deve ser rápido e minucioso. A informatização permite esta destreza no atendimento, além da liberação rápida dos laudos e relatórios e a eficiência no armazenamento do histórico do paciente”, diz a comissão. Mas não são apenas os softwares que têm avançado nesta área. Os equipa-
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mentos também têm trazido novidades frequentemente, e, de acordo com a Abramed, a área de imagem é a que mais cresce, haja vista que substituiu os métodos invasivos. Há também um crescente avanço na área laboratorial devido ao progresso do genoma e proteoma, gerando centenas de novos métodos avançados no diagnóstico de doenças. Como o investimento nessas tecnologias não é baixo, há uma constante preocupação dos gestores quanto a duração destes equipamentos. Porém, isso é variável, depende do preparo dos profissionais que lidam com os aparelhos e também do tipo de equipamento. Um aparelho de Raio-X, por exemplo, pode durar até 30 anos, já uma tomografia dura no máximo cinco anos e um aparelho de ultrassom está superado em três anos, devido ao avanço da tecnologia criando produtos mais sensíveis. Os equipamentos laboratoriais tendem a ser mais permanentes.
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G ESTÃO avanço Regulamentação Para garantir a qualidade do diagnóstico todo e qualquer equipamento de análise clínica deve ser registrado na ANVISA e passar por todas as etapas burocráticas de validação. No caso de aparelhos importados, é preciso também que haja o registro do país de origem. Para fiscalizar os aparelhos e os procedimentos de Medicina Diagnóstica alguns órgãos colocam-se a serviço da saúde. É o caso da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), legítima representante do setor de diagnóstico in vitro, que há vários anos tem trabalhado com a ANVISA, Ministério da Saúde e até mesmo o Ministério da Agricultura, em todos os temas que se
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relacionam com o setor. “Este trabalho, sempre feito a partir da participação ativa do Grupo Técnico da CBDL e tem sido fundamental para garantir uma adequação da nossa legislação às demandas de um mercado cada vez mais dinâmico e com ciclos de vida cada vez menores. A importância do diagnóstico precoce para a adoção da terapia correta é cada vez mais clara para a sociedade, mas sem uma regulamentação adequada, o acesso a estas soluções em termos de diagnósticos inovadores fica cada vez mais difícil”, comenta Carlos Eduardo Gouvêa, Secretário Executivo da CBDL. A parceria de
instituições como esta com a ANVISA tem sido fundamental para garantir o avanço da área de diagnóstico dentro do setor de saúde, tanto em termos de reconhecimento de sua importância, para garantir uma terapia eficaz, quanto do seu papel para o sistema de saúde, permitindo menores custos para todo o sistema, mediante a sua incorporação de forma inteligente e no momento adequado. “Além disso, para os laboratórios, é a garantia de acesso a produtos seguros, eficazes e com qualidade assegurada”, finaliza o secretário.
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Passos da
excelĂŞncia
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ESPECIAL
20 Anos de Sucesso
O grande encontro da comunidade médica Maior evento da América Latina reúne cerca de 90 mil visitantes e 1.250 expositores nacionais e internacionais
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Feira+Fórum Hospitalar comemorou a sua 20ª edição com números significativos para a comunidade médica. Foram
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cerca de 90 mil visitantes, 1.250 empresas expositoras, além de congressos, seminários, dentre outros. A Rodada Internacional
de Negócios, organizada pela Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospita-
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Hospitalar
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lares e de Laboratórios ABIMO, por meio de seu projeto Brazilian Health Devices, em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) constatou um aumento de 11,7% no número de empresas participantes. O objetivo do evento foi promover as exportações da indústria brasileira da saúde por meio da aproximação entre empresas brasileiras e estrangeiras interessadas em adquirir produtos, artigos e equipamentos brasileiros. Durante três dias, foram
realizadas 647 reuniões entre compradores de 18 países e 64 companhias brasileiras. Participaram representantes de Angola, Arábia Saudita, Chipre, Colômbia, Egito, Espanha, Iraque, México, Moçambique, Nicarágua, Panamá, Peru, Portugal, Romênia, Rússia, Turquia, Uganda e Uruguai. Comparada com o ano passado, a Rodada aumentou em onze vezes o número de negócios realizados durante o evento, somando um montante de US$ 23 milhões de contatos realizados pelas empresas encaminhados para
os próximos doze meses. Durante a abertura, Carlos Goulart, Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares - ABIMED, ressaltou que a Feira se tornou referência internacional, sendo um ponto de encontro para discussões, resoluções de problemas na área de saúde, além de ser um ponto de encontro para firmar negócios. Para Franco Pallamolla, Presidente da ABIMO, a Hospitalar tornou-se, ao longo dos 20 anos, uma
“Temos 36 países que vieram expor para fazer negócios com o Brasil e com outras nações visitantes. A presença de Ministros de Estado também qualifica muito a visitação que, hoje, é ponto ecumênico na saúde” Dra. Waleska Santos, Presidente da Feira+Fórum Hospitalar
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ESPECIAL
20 Anos de Sucesso ferramenta de alta repercussão e impacto do setor da saúde como um todo. Francisco Balestrini, Presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados - ANAHP, salientou os 20 anos que a Hospitalar vem proporcionando de relacionamento entre as principais entidades. “Pessoas ligadas a todos os setores da saúde se encontram aqui para trocar ideias e opiniões e de
alguma forma contribuir para um discurso em prol da saúde do brasileiro.” O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também esteve presente no evento que afirmou ser uma ótima oportunidade para realizar investimentos, incentivando a produção de medicamentos, equipamentos, insumos e, assim, gerar mais emprego, renda e inovação tecnológica no País.
Para Dra. Waleska Santos, Presidente da Feira+Fórum Hospitalar, tamanho sucesso também deve-se a parcerias que ajudaram a fortalecer, durante esses 20 anos, o evento. “Temos 36 países que vieram expor para fazer negócios com o Brasil e com outros países visitantes. A presença de Ministros de Estado também qualifica muito a visitação que, hoje, é ponto ecumênico na saúde.” HCM
“É uma ótima oportunidade para realizar investimentos, incentivando a produção de medicamentos, equipamentos, insumos e, assim, gerar mais emprego, renda e inovação tecnológica no País” Alexandre Padilha, Ministro da saúde 26
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Medicina
Esportiva
Em alta no mercado
Jornada de Medicina Esportiva apresenta novas técnicas para o País da Copa
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imultaneamente a 20ª edição da Feira+Fórum Hospitalar aconteceu a 3ª Jornada de Medicina Esportiva Contemporânea. Durante o evento, palestrantes como Dr. Moisés Cohen e Dr. Benno Ejnisman falaram sobre a importância desta vertente da medicina, sua aplicação e novidades dentro de diversos setores da especialidade. O evento reuniu uma equipe multidisciplinar, composta por fisioterapeutas, médicos e nutricionistas do esporte, assim c o m o
educadores físicos. Além disso, a Jornada trouxe também alguns pesquisadores, tanto na área médica, como de educação física, entre eles o professor Irineu Loturco, responsável pelo Núcleo de Auto Atendimento do Pão de Açúcar, que toma conta da maioria das equipes de seleção Brasileira. Houve também a apresentação de vários softwares de avaliação de força, de potência e de resistência muscular. O tema, Medicina Esportiva, nunca esteve tão em evidência, visto que a prática da atividade física está em expansão com o advento da Copa do Mundo e das Olimpíadas. “Isso faz com que nós, cidadãos comuns, acabemos praticando mais atividades físicas e com o aumento da prática cresce também o número de lesões, pois há muitas pessoas que insistem em realizar esportes sem o acompanhamento de um educador físico e sem a pré-avaliação médica”, diz
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o fisioterapeuta especialista em medicina esportiva e um dos organizadores do evento, David Homsi. De acordo com Homsi o profissional de medicina esportiva é aquele formado em medicina e que lida exclusivamente com atletas ou com esporte em geral já o fisioterapeuta esportivo, precisa ter se especializado nesta área academicamente. “Há inclusive uma “Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva”, que avalia os profissionais antes de denotar-lhes este título. Além disso há os cursos de especialização como mestrados, doutorados e MBAs”, explica. A fisioterapia esportiva lida sempre com a prevenção da lesão, através de exercícios que proporcionem à musculatura maior conforto e resistência ao praticar exercícios. “Claro, é difícil falarmos sobre prevenção de lesão, pois muitas vezes, um atleta de futebol, por exemplo, pode ter o contato com outro atleta e se lesionar”, finaliza o fisioterapeuta. HCM
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20 Anos de Sucesso
Balanço 2012
Novos números e tendências são lançados pelo novo Observatório da ANAHP
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urante a 20ª Feira+Fórum Hospitalar foi lançado o “Observatório da ANAHP”, publicação anual em que são apresentadas informações econômico-financeiras, relação de pessoas, produção e estatísticas focadas na qualidade assistencial. De acordo com Francisco Balestrini, Presidente da ANAHP, a publicação traz importantes números e tendências do sistema de saúde. “Apesar da exuberância, nós tivemos um aumento menor do que era esperado. Além disso, o Observatório traz artigos conceituais a respeito do desenvolvimento e do empoderamento de
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profissionais na área da saúde, não médicos, dentro de nossas instituições.” Conforme o Observatório, em 2012, a receita dos hospitais da ANAHP alcançou a marca de R$ 11,4 bilhões, o que em termos gerais, representa um crescimento de pouco mais de 21% em relação ao volume de 2011. Parte desse aumento aconteceu por conta da ampliação do número de hospitais informantes da pesquisa do Sistema Integrado de Indicadores Hospitalares ANAHP (SINHA), que saltou de 30 para 35. Assim, o crescimento da receita média por hospital foi de 4% no período, passando de
R$ 314,5 milhões para R$ 326,8 milhões. Outra análise traz a tendência de pacientes que, ao invés de ir aos seus médicos, preferem dirigir-se a prontos atendimentos e prontos-socorros. “Este fenômeno se relaciona com o fator das grandes cidades e com a vontade de resolver rápido as questões”, afirma Balestrini. Quanto à Gestão de Pessoas, em 2012, o quadro de pessoal dos 46 hospitais da ANAHP somava 80.605 colaboradores. Esse volume é 8,1% maior do que o verificado em 2011. A maioria dos colaboradores (64,1%) possui o ensino médio completo, enquanto 22,1% já com-
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Observatório
anahp
pletaram o ensino superior; 6,3% têm pós-graduação e o restante estudou até o ensino fundamental (7,5%). As 32 instituições que responderam à pesquisa representam 73,3% do total de colaboradores dos hospitais da Associação. Esses hospitais aumentaram o quadro de pessoal em 8,1% em 2012, percentual bastante superior ao da criação de empregos total no Brasil no mesmo período que foi de 2,9%. Quanto ao número total de leitos nos hospitais membros da Associação, verificou-se um crescimento de 1,4% em 2012, em relação a 2011, passando de 9.071 para 9.200 leitos operacionais. Desse total, 1.383 são leitos de UTI adulto,
442 de UTI neonatal e 321 são semi-intensivos. Alertando sobre a importância da acreditação hospitalar para a qualidade assistencial e segurança do paciente, o Observatório também faz referência ao Programa de Incentivo à Qualificação lançado pela ANAHP neste ano. Trata-se de uma nova categoria de hospitais membros: os afiliados. Assim, hospitais que ainda não possuem acreditação serão aceitos como afiliados, sendo necessário que os novos parceiros tenham potencial para conquistar alguns dos selos de instituições que atestam o padrão de qualidade. A iniciativa visa promover a melhoria
contínua da qualidade dos serviços, criando condições para sua certificação, além de agregar à cultura brasileira, o conceito de saúde como um valor maior. Para 2013, a ANAHP dedicará na elaboração do “documento branco”, ou “white paper”, já feito por diversas instituições de outros países. “Durante um ano vamos estudar, de forma muito afincada e aplicada, o sistema de saúde. Para isso, ouviremos autoridades dos mais variados setores para que no início do ano que vem nós tenhamos uma proposta de sustentabilidade do sistema para ser entregue aos candidatos à presidência de nosso País”, HCM finaliza Balestrini.
“Apesar da exuberância, nós tivemos um aumento menor do que era esperado. Além disso, o Observatório traz artigos conceituais a respeito do desenvolvimento e do empoderamento de profissionais na área da saúde, não médicos, dentro de nossas instituições” Francisco Balestrini, Presidente da ANAHP HEALTHCARE Management 24
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Mudança de patamar 1º Seminário de Integração de TI em Saúde debate a tecnologia como ferramenta estratégica para melhoria da qualidade da saúde no Brasil 30
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Atalho para
melhoria
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ssuntos de grande relevância, que impactam diretamente na qualidade da saúde da população brasileira foram discutidos no 1º Seminário de Integração de TI em Saúde, evento organizado pela ABCIS (Associação Brasileira CIO Saúde), durante a Hospitalar 2013, no ExpoCenter Norte em São Paulo (SP). A pauta do encontro, que reuniu os executivos de tecnologia que atuam sobretudo em hospitais de todo o País, tratou de matérias centrais consideradas decisivas para a elevação do atual estágio da saúde no Brasil, como a criação do prontuário eletrônico único, a disseminação da telemedicina e os recursos de saúde móvel. Além da integração da área de enfermagem com a tecnologia da informação nos hospitais. O Presidente da ABCIS, David Oliveira comentou que o evento é de grande importância para a comunidade médica. “Apresentamos de forma clara os avanços da tecnologia na área da saúde. Além disso, várias inovações foram mencionadas no seminário por meio de cases.” David Basbaum, Conselheiro da ABCIS, afirmou que a telemedicina é es-
sencial para difundir uma linha assistencial. Entre os benefícios da prática tecnológica ele apontou a mudança entre a relação médico e paciente. No entanto, o profissional elencou algumas dificuldades, tais como a falta de infraestrutura de telecomunicações. “Na maioria das vezes temos que quebrar barreiras.” Basbaum declarou que implantar a telemedicina é um desafio, pois existe uma ação de vencer barreiras culturais e estruturais. “Essa prática tecnológica ainda é vista como uma possibilidade e não como uma realidade. O Brasil será com certeza um grande mercado no próximo ano para o desenvol-
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vimento desta tecnologia, mas para isso, temos que estar bem estruturados.” Para Roberto do Val, Gerente de TI, é muito importante implantar a telemedicina dentro das instituições, pois o corpo médico no Brasil é reduzido, por isso há uma necessidade de multiplicar um médico para diversos pacientes. “Hoje temos que otimizar um recurso que é escasso”, destacou. Quanto ao futuro, Val fez um comparativo entre o comércio eletrônico e a telemedicina. “Essa medida comercial, até deslanchar no mundo e no Brasil, necessita de algumas regras de segurança como meios de pagamento eletrônico,
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ESPECIAL
20 Anos de Sucesso entre outros similares.” O gerente disse que no caso médico, é preciso garantir o sigilo da informação e a integridade, entre os diversos sistemas, tanto na parte hospitalar, quanto na parte laboratorial. “Essa barreira uma vez quebrada, rapidamente tal adoção será maciça, pois a população irá se beneficiar muito com isso e as entidades também”, ressaltou. Já Heitor Gottberg, Gerente Executivo de Negócios, salientou que a área da saúde é uma oportunidade para a transformação do setor da TI. Gottberg reforçou aos presentes as dimensões da telemedi-
cina. “Cada especialidade necessita de um procedimento diferenciado.” Durante o painel “A integração entre a área de enfermagem e a TI nos hospitais” o debate levantou questões pertinentes ao dia a dia, como a disseminação do uso de ferramentas móveis pelos enfermeiros para otimizar e melhorar o atendimento hospitalar. Sueli de Fátima Luz, enfermeira com especialização em informática destacou “a fundamental importância dos recursos tecnológicos como suporte e integração do conhecimento para o efetivo cuidado ao paciente”.
Sueli enfatizou que a área de TI dos hospitais precisam entender melhor os processos de enfermagem para de fato atender às necessidades. “Hoje não há integração entre a área de assistência e o sistema de gestão dos hospitais, sempre mais voltados aos controles financeiros”. De acordo com a enfermeira, “a tecnologia pode fazer a diferença se for unida à enfermagem, na direção do hospital do futuro”. Donato José Medeiros, representante do COREN–SP, reiterou os pontos abordados por Sueli, reafirmando o valor da integração da TI com a assistência para melhoria da qualidade da saúde. HCM
“Apresentamos de forma clara os avanços da tecnologia na área da saúde. Além disso, várias inovações foram mencionadas no seminário por meio de cases” David Oliveira, Presidente da ABCIS
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ESPECIAL
20 Anos de Sucesso
ABEClin realiza
1 seminário o
Durante a 20ª Feira+Fórum Hospitalar a Associação Brasileira de Engenharia Clínica promoveu evento voltado a profissionais da área
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Engenharia
clínica
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ntre os dias 22 e 24 de maio, simultaneamente à Feira + Fórum Hospitalar, aconteceu o 1º Seminário Brasileiro de Engenharia Clínica. O evento foi promovido pela ABEClin (Associação Brasileira de Engenharia Clínica) com o intuito de consolidar a especialidade no Brasil. “Nós já realizávamos um evento nos anos anteriores de feira, porém tratava-se de um congresso. Este ano, depois de levantarmos as necessidades dos profissionais da área, decidimos criar o Seminário focado naquilo que esses engenheiros queriam ouvir”, conta Rodolfo More, Presidente da ABEClin. O objetivo do evento, dividido em seis eixos temáticos, era, além de atender às
pessoas que trabalham com Engenharia Clínica, também proporcionar a capacitação profissional. “Por isso trouxemos temas como a forma que a Engenharia Clínica interage com o hospital, gestão em Engenharia Clínica, inovação em tecnologia, e as novas oportunidades do setor, como por exemplo, seus novos papéis, inclusive dentro das PPS’s, que estão cada vez crescendo mais no País”, contou More. Para fazer a abertura e apresentar dados atuais sobra a situação da saúde no Brasil esteve presente o Diretor do Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde, Jorge Valadares de Oliveira. Números apresentados (que têm como fonte o IBGE)
mostram que 9% do PIB do País são movimentados pelo setor da saúde. Além de Oliveira, o Presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, Dr. José Tadeu, também esteve presente para falar sobre a área. A Engenharia Clínica busca maior segurança para os pacientes, e está no mercado para unir três vertentes: saúde, indústria e regulação. Por isso, as parcerias são de extrema importância nesta atuação. O engenheiro precisa entender desde o que o médico quer, até qual a necessidade do setor de TI dentro da instituição. “O papel do Engenheiro Clínico é compatibilizar essas esferas”, reforçou Valadares durante sua apresentação.
“Nós já realizávamos um evento nos anos anteriores de feira, porém tratava-se de um congresso. Este ano, depois de levantarmos as necessidades dos profissionais da área, decidimos criar o Seminário focado naquilo que esses engenheiros queriam ouvir” Rodolfo More, Presidente da ABEClin
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ESPECIAL
20 Anos de Sucesso Importância desta vertente Os avanços tecnológicos desenham, cada vez mais, o futuro dos ambientes hospitalares exigindo, consequentemente, um corpo clínico altamente capacitado para se adaptar à nova realidade, onde mais equipamentos são operados à distância e softwares com alto grau de complexidade. Neste contexto, o engenheiro clínico exerce papel fundamental na interlocução entre o corpo clínico, gestores e profissionais responsáveis pelo planejamento do edifício. Trata-se de um mercado em plena expansão, uma vez que as instituições procuram a excelência como seu pilar na gestão. Os conhecimentos intimamente ligados aos fluxos, processos e operabilidade dos equipamentos de saúde tornam-se cada vez mais essencial para que haja um diálogo efetivo, dirimindo os riscos de falsos entendimentos, pois, além do conhecimento técnico, alia-se também a visão gerencial dos processos.
De acordo com Rodolfo More, Presidente da ABEClin, a Engenharia Clinica é uma realidade nas instituições hospitalares. “Tais expertises são convergentes à complexidade da inteligência nas tomadas de decisão em diversas instâncias da gestão, além de realizar tarefas complementares tais como: certificações, calibrações, planejamento de parques tecnológicos atualizados dentro dos hospitais e análise sistêmica de processos.” É este trabalho a base para que sejam realizadas as atividades de manutenção, tanto de equipamentos como de toda a infraestrutura. Com isso, garante-se o bom estado de conservação dos produtos em um local funcional de qualidade, afinal de nada adianta ter aparelhos de saúde em bom estado de conservação e calibrados sem ter um edifício saudável. “As tecnologias precisam da infraestrutura para que possam funcionar.”
O conhecimento do profissional de engenharia clínica aliado ao conhecimento dos demais profissionais ligados a elaboração de um projeto físico-funcional com certeza trará benefícios a instituição, seja no melhor planejamento dos espaços físicos quanto na possibilidade de retrabalhos, assim diminuindo os custos associados a deficiências e/ou falhas em projetos. Visando fomentar ainda mais a excelência dos serviços, a ABEClin propõe um canal direto de formação continuada a distância para todos os associados, fóruns de discussão e regularização da profissão junto ao Conselho Federal de Engenharia – CONFE. “Também trabalhamos com o objetivo de promover encontros regionais em todo o País a fim de aproximar as discussões dos associados e atualizar os acontecimentos acadêmicos, os lançamento de produtos e equipamentos eletroeletrônicos no mercado”. HCM
“Tais expertises são convergentes à complexidade da inteligência nas tomadas de decisão em diversas instâncias da gestão, além de realizar tarefas complementares tais como: certificações, calibrações, planejamento de parques tecnológicos atualizados dentro dos hospitais e análise sistêmica de processos” Rodolfo More, Presidente da ABEClin 36
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Novas
fronteiras
PPP na Bahia
Secretaria da Saúde do Estado da Bahia promoveu durante a Feira Hospitalar sessão pública sobre PPP e licitação de equipamentos
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Parceria Público Privada (PPP) na área de saúde também foi assunto da Feira Hospitalar 2013. Um projeto do Estado da Bahia foi o tema de uma sessão pública re-
alizada pela Secretaria da Saúde da Bahia (SESAB). No encontro, o Secretário da Saúde do Estado da Bahia, Jorge Solla, fez a apresentação da modelagem de concessão admi-
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nistrativa para a gestão e operação de Serviços de Apoio ao Diagnóstico por Imagem em unidades estaduais da rede pública de saúde. Na oportunidade, também foram feitas su-
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ESPECIAL
20 Anos de Sucesso gestões e críticas acerca da iniciativa. O projeto prevê a prestação dos serviços em uma Central de Imagem, a ser construída por um parceiro privado e em 12 unidades hospitalares, de sete municípios, integrantes da rede própria da SESAB. Essa proposta pioneira no País, tem como meta aprimorar os níveis de qualidade no atendimento dos pacientes em unidades hospitalares da rede própria da SESAB. Além disso, visa melhorar o acesso aos exames de apoio ao diagnóstico por imagem; aumentar a disponibilidade de serviços e garantir elevados níveis de qualidade na prestação dos serviços, proporcionando a redução
do tempo de espera por exames de telemedicina diagnóstica e por seus respectivos laudos. Dentre os diagnósticos disponibilizados estarão Radiologia Convencional; Mamografia; Tomografia Computadorizada Ressonância Magnética, Densitometria Óssea e PET/CT. Solla disse que é bastante positiva essa PPP, inclusive por já ter candidatos para entrar nesta nova parceria. “Tivemos um projeto muito bem sucedido no Hospital do Subúrbio (BA). Agora esperamos ter um bom resultado nesta obra. O secretário afirmou que uma outra sessão pública ainda será realizada em Salvador. “Vamos encerrar a consulta pública ainda
no mês de junho.” Ao relatar de um dos motivos da criação da PPP, Mara Souza, Assessora da Secretaria da Fazenda da Bahia, afirma que o Estado havia uma grande demanda na área de imagem e também dificuldades de alocação de médicos e radiologistas nas unidades de saúde. Mara conta que as unidades terão uma verba da ordem de R$ 100 milhões para a troca de equipamentos. Além de investimentos em infraestrutura, garantia de operabilidade e conectividade. “É um projeto arrojado. Considero uma iniciativa pioneira nesta área. O Brasil não tem nenhum outro, a Bahia mais uma vez inova”, salienta. HCM
Licitação de equipamentos A SESAB realizou na Hospitalar licitações para compra direta de tomógrafos e três aparelhos de cintilografia e processos licitatórios para inclusão no Sistema de Registro de Preços de 120 aparelhos de raio X. Os equipamentos ampliarão a capacidade de realização de exames em unidades da SESAB. Para Eduardo Martinho, Consultor da Pró-Saúde, realmente é muito importante essa parceria, porque tende a acelerar todo o processo. “Vejo a PPP como um modelo ideal, para cobrir esse sério problema na área da saúde, em que falta equipamentos, principalmente nas áreas mais distantes do País.”, afirma.
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Futuro da
saúde
Articulações decisivas Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anuncia investimentos e fala da preparação do Brasil para grandes eventos
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om elevados custos nas obras de estádios e espaços para treinamentos, o Brasil receberá importantes competições esportivas nos próximos anos. No meio desse turbilhão de investimentos, é válido saber como o País tem se preparado, na
saúde, para sediar estes eventos. Para esclarecer o assunto, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve na Feira + Fórum Hospitalar 2013, participando da conferência do Congresso Internacional de Serviços de Saúde (CISS) com o tema “Copa do Mun-
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do 2014 e Olimpíadas 2016, grandes eventos, grandes catástrofes. O Sistema de Saúde e os Serviços estão preparados?”. Em pronunciamento, Padilha disse que, desde 2011, o Governo Federal vem desenvolvendo um conjunto de medidas para essa série
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20 Anos de Sucesso de encontros de massa, que serão realizados no território brasileiro. “Elaboramos diversas estratégias para promover estes importantes eventos”. De acordo com o Ministro, nenhum turista quer ser contrariado, ao ponto de mudar o roteiro de lazer devido a problemas de saúde pública. “Por isso, é necessário pensar em um conjunto de prevenções e planos. Temos que trabalhar fortemente para evitar fatores de riscos. Uma das prioridades é a atenção a possíveis surtos de qualquer doença”, acrescenta. Padilha ainda comentou sobre o Plano de Prepara-
ção do Ministério da Saúde e mencionou o Plano Nacional para Emergências e Desastres. Ainda, salientou a parceria feita com o Governo da Bahia para realizar simulações de possíveis desastres. “Durante o Carnaval de Salvador, preparamos uma estrutura para atender uma demanda de foliões e possíveis imprevistos.” Foi apresentado que o Governo Federal possui um conjunto de ações para antes, durante e pós-evento. O objetivo é mapear os riscos, efetuar um planejamento de resposta e ações primitivas. Padilha ainda comentou dos planos de prevenção, que
visam garantir o atendimento bilíngue a qualquer paciente. Tal medida segue as exigências da Federação Internacional de Futebol (FIFA). “Vamos receber vários turistas de outros países, por isso é preciso capacitar nossos profissionais. Também é importante a participação dos hospitais privados nessa demanda.” Após apresentar o plano de ação para atuação em eventos de massa, Padilha falou de algumas estratégias de atendimento. “Já selecionamos os hospitais referências para a Copa do Mundo de 2014. “Nossa meta é qualificar a gestão,
Alexandre Padilha, Ministro da Saúde e Dra. Waleska Santos, Presidente da Feira+Fórum Hospitalar 40
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Futuro da
saúde
“Vamos receber vários turistas de outros países, por isso é preciso capacitar nossos profissionais. Também é importante a participação dos hospitais privados nessa demanda” Alexandre padilha, Ministro da Saúde
ampliar o acesso dos usuários em situações de urgência e garantir atendimento ágil, humanizado e com acolhimento em 40 novos prontos-socorros”, declarou. O Ministro contou que para a Copa de 2014 foi necessário desenvolver grandes eixos de preparação. Um deles é o de atendimento à saúde ao longo da competição, por meio de UPAs 24 horas, que resolvem cerca de 97% dos casos atendidos sem que seja necessário a internação, reduzindo a lotação desnecessária nos hospitais públicos. Desde 2011, o Governo Federal se reúne com autoridades das cidades sedes da Copa. Conforme explicado pelo Ministro, foi investido cerca de R$ 2 bilhões em equipamentos médicos para atender toda a demanda das instituições públicas das cidades que sediarão grandes encontros. Entre os eventos de destaque estão a Jornada Mundial da Juventude e Olimpíadas de 2016, ambos no Rio de Janeiro. A autoridade também
descreveu a importância do trabalho da Força Nacional do SUS como apoio de eventos com grande público. “Criada em 2011, para atender ao Rio+20, atualmente este grupo conta com 12.869 profissionais, sendo médicos, enfermeiros, sanitaristas, epidemiologistas, assistentes sociais, entre outros.” Padilha relembrou das missões que foram realizadas em 2012 pelo Ministério da Saúde e citou a mobilização do Governo para socorrer as vítimas do incêndio que ocorreu na Boate Kiss em Santa Maria (RS). “Se não tivéssemos o SAMU neste município, a tragédia seria maior”, enfatizou. A Presidente e Fundadora da Hospitalar, Waleska Santos, agradeceu Alexandre Padilha pelo forte apoio recebido. “É muito satisfatório ter em nossa feira a participação do Ministro da Saúde. A presença de autoridades fortalece bastante o evento.” Melhorias Padilha divulgou investimentos em equipamen-
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tos, unidades e serviços de saúde até 2014. As aquisições anunciadas visam qualificação de unidades básicas, intermediárias e de alta complexidade para ampliar o acesso da população às Unidades de Pronto Atendimento 24 Horas (UPAs), veículos e centrais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), oficinas ortopédicas, Unidades Odontológicas Móveis (UOM), serviços de oncologia e a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS). Para as UBS, serão adquiridos 1,2 mil respiradores mecânicos e 1.010 eletrocardiógrafos. Para as UPAs serão 69.038 equipamentos (entre eles, 1.096 ventiladores pulmonares e 392 aparelhos de raio X). Já as Unidades Odontológicas Móveis deverão receber 1 mil veículos com consultórios montados. Para o SAMU serão 2.180 veículos. São previstos, ainda, 80 aceleradores lineares, 25 oficinas ortopédicas e seis tendas para a Força Nacional do SUS. HCM
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ESPECIAL
20 Anos de Sucesso
Fronteira do
conhecimento
1º Fórum Internacional de Regulamentação para Tecnologia Biomédica destaca estratégias para integrar diferentes áreas em prol da saúde
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evolução do mercado de saúde, principalmente no segmento de equipamentos e suprimentos médicos, cresceu no Brasil 4,2% entre 2011 e 2012, contra expansão de praticamente zero em países desenvolvidos. A participação de 0,6% no PIB tem
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impulsionado cada vez mais ações para a regulamentação e adequação do setor. Nesse contexto, de suprir a necessidade de integrar todas as áreas pares da Engenharia Biomédica: tecnológica, médica, administrativa, econômica e ju-
rídica, entre outras, a Pontífice Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e a Northwestern University (EUA) realizou na Feira Hospitalar 2013, o 1º Fórum Internacional de Regulamentação para Tecnologia Biomédica.
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Eixos
temáticos
O evento reuniu consagrados especialistas do segmento que tiveram a oportunidade de compartilhar conhecimento e experiências visando atender à crescente demanda existente no Brasil. Também foram abertos debates entre amplos interlocutores, sendo professores, profissionais da indústria, autoridades dos Governos Estadual e Federal, e ainda representantes do setor de hospitais públicos e privados. Entre os temas abordados durante o fórum, se destacaram a Avaliação Econômica na Saúde, Manutenção da Tecnologia Médica, Pesquisa Clínica e Gestão Eficiente de Boas Práticas. Os participantes tiveram acesso aos temas pertinentes à certificação do INMETRO e uma sessão acadêmica contendo a experiência internacional como modelo para os novos profissionais brasileiros. Na avaliação de Luciano Oliveira Ferreira, Coordenador do Curso de Assuntos Regulatórios da PUC-SP, a discussão sobre esse modelo de certificação do INMETRO, direcionada aos equipamentos eletromédicos, é muito importante para a cadeia médica. “O encontro buscou debater a essas necessidades que temos nos
serviços de saúde. Nossa meta é que os produtos sejam seguros. A certificação é uma das fórmulas de garantir isso”, acrescenta. De acordo com Ferreira, o INMETRO estabelece um procedimento para que as indústrias fabricantes desenvolvam determinado produto. “Tal certificação segue as normas internacionais, e é nesse aspecto que o Brasil está inserido, conforme outros países do mundo.” ANÁLISE O professor da PUC-SP Donizetti Louro, afirma que a universidade, sempre procura analisar as condições com as quais se trabalham para a sociedade em termos sistêmicos. “Os equipamentos e aparelhos de uma maneira geral ou serviços, estão chegando à sociedade. Para isso, você não tem como negligenciar a condição de certificação ou de permissão desses itens”, destacou. Segundo o professor, no curso de Engenharia Biomédica da PUC-SP, a questão de metodologia na aprendizagem baseada em projetos é muito discutida, principalmente com a finalidade de planejar o desenvolvimento de um equipamento. “Debatemos a necessidade de desenvolver um software para embarcar no equipa-
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mento e também o que o profissional deve priorizar na Engenharia de Software. Tudo isso, para trabalhar em conjunto com o equipamento médico”, completa. Segundo Louro, o tema regulação é muito amplo, porque passa por condições ainda desconhecidas. “Por exemplo, quando temos um problema em um equipamento, em qualquer área do hospital, o médico geralmente recorre a um profissional de TI, ou de Engenharia Clínica”, afirma, ao citar sobre a complexidade na maioria dos casos. O ideal é que antes que ocorra qualquer problema nos equipamentos, os gestores e médicos devem ter em mãos a regulamentação. “Porque a questão da normativa orienta os princípios que proporciona a habilidade do aparelho e aplicação específica. Dessa forma, faz com que todos os profissionais, tenham muito mais ergonomia cognitiva, para se ter um bom resultado”, completa. O professor comentou que a instituição promoveu o evento para proporcionar uma discussão, ou, reflexão, para que os profissionais do setor encontrassem o verdadeiro caminho de inovação, em termos de processo para toda a sociedade. HCM
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especial
cobertura
Homenagem de Sucesso Os nomes mais influentes da área da saúde no Brasil prestigiaram o estande do Grupo Mídia durante a Feira Hospitalar 2013 44
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100 Mais
influentes
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homenagem aos “100 Mais Influentes da Saúde”, prestada pela revista HealthCare Management, em sua edição anterior, teve grande repercussão. A começar pela entrega das placas de homenagem e lançamento da publicação feitos durante a 20ª Feira+Fórum Hospitalar.
Durante os quatro dias de evento o estande do Grupo Mídia manteve-se movimentado com a presença dos homenageados que chegavam para receber a placa e conceder entrevista sobre seu destaque no segmento para o portal Saúde Online. “Há algum tempo nós acreditávamos que era ne-
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cessário levantar os nomes em destaque neste segmento e prestar-lhes uma homenagem, afinal, muito contribuem para o crescimento e desenvolvimento da saúde no País. Imagino que a boa receptividade da homenagem e a repercussão dos “100 mais influentes da Saúde no Brasil” reflita que nosso conselho editorial fez
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especial
cobertura a escolha certa”, comenta Edmilson Jr. Caparelli, Publisher da revista HealthCare Management. Entre os presentes estiveram Carlos Goulart, Presidente Executivo da ABIMED, Franco Pallamolla, Presidente da ABIMO, os renomados arquitetos Sérgio Reis e Siegbert Zanettini. Também o Diretor de Inovação e Tecnologia da ABEClin, Donizetti Louro, e o Presidente da mesma associação, Rodolfo More, Otto Braun, Diretor do Grupo B. Braun, Henrique Salvador, Gestor do Hospital Mater Dei e o Presidente da ANAHP, Francisco Balestrin. A Presidente da
Feira, Dra. Waleska Santos e o Superintendente Coorporativo do Hospital Sírio Libanês, Gonzalo Vecina Neto, também prestigiaram o estande do Grupo Mídia para receber a homenagem, entre outros. “Muito me honra receber a indicação entre os mais influentes, principalmente na categoria de Organização Social da Saúde (OSS). Acho que essas entidades vêm prestando um grande serviço aos Estados e aos municípios, de uma forma geral, para saúde no País. É um modelo novo em grande desenvolvimento no Brasil, que pode ser uma forma concreta de melho-
rar a saúde no País”, disse Paulo Camara, Superintendente da Pró-Saúde, e um dos homenageados entre os 100 Mais Influentes da Saúde no Brasil. Quem também se sentiu honrado em receber a homenagem prestada pela revista HealthCare Management foi Marcelo Soares de Camargo, Presidente FEOESP, homenageado na categoria Associação / Federação. “Receber uma indicação como esta é sinal de que o trabalho feito pela Federação, maior entidade representativa na área da saúde no Estado de São Paulo, tem tido resultado a ponto de ter este reconhecimento”.
“Há algum tempo nós acreditávamos que era necessário levantar os nomes em destaque neste segmento e prestar-lhes uma homenagem, afinal, muito contribuem para o crescimento e desenvolvimento da saúde no País” Edmilson jr. Caparelli, Publisher da revista HealthCare Management
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01- Alexandre Dias Freitas de Jesusas, Hospital Santa Paula 02- Alexandre Padilha, Ministro da Saúde 03- Antônio Jorge Kropd, Amil 04 - Augusto Guelli, Bross Arquitetura 05- Balestrin, Anahp 06- Carlos Goulart, Abimed 07- Carlos Yamashita, Hospital 9 de Julho 08- Cláudia Garcia de Barros, Hospital Albert Einstein 09- Cláudio de Souza Afonso e Estevam França, Afonso França 10- Cláudio Lottenberg, Hospital Albert Einstein 67 11- Cláudio Seferin, Hospital Mãe de Deus 12- Daniel Bahr, Ministro da Saúde da Alemanha 13- Donizetti Louro, Abeclin 14- Eduardo Cruz, IABAS 15- Elaine Balazs, Tejofran 16- Fabia Barbieri, Laboratório Sabin 17- Fernando Almeida, GE 18- Fernando Castro Marques, GRAAC 19- Fernando Torelly, HMV 20- Fernando Vogt, Intersystems 21- Francisco Neto, Gnatus 22- Franco Pallamolla, ABIMO 23- Gilberto Melo Moreira, Bradesco Saúde 68 24- Giovanna Araújo, Brasanitas 25- Gonzalo Vecina, Hospital Sírio-Libanês 26- Guilherme Marques, Siemens 27- Guilherme Xavier, Equipacare 28- Henrique Salvador, Hospital Mater Dei 29- Humberto Izidoto, Steris 30- Jacinto Correa, Senac 31- João Antônio Aidar Coelho, Hospital Bandeirantes 32- José Carlos Rizoli, INDSH 33- José Eduardo Ramão, Home Doctor 34- José Laska, AGFA 35- José Mariano Soares de Moraes, Hospital Monte Sinai 69 36- José Ricardo de Mello, Hospital Santa Rosa 37- Karin Schmidt, Fanem 38- Ko Chia Lin, Hospital Sino Brasileiro 39- Lauro Melo, Olsen 40- Luis Antonio Bueno, Cristófoli 41- Luiz Salomão, SalomãoZoppi 42- Luiza Watanabe, Dalben 43- Marcelo Moyses, Obra Gerenciada 44- Marcelo Soares de Camargo, Fehoesp 45- Márcio Fontoura Granato, MaxLav 46- Marcos Cunha, Philips 47- Marcos Vinicius Tanure, Vitória ApartHospital 70 48- Margareth Ortiz de Camargo, Hospital Sírio-Libanês 49- Mario Lonczynski, SPData 50- Maurício de Lazzari Barbosa, Bionexo 51- Norman Guther, Grupo Getting 52- Otto Philipp Braun, BBraun 53- Paulo Camara, PróSaúde 54- Paulo Magnus, MV 55- Padre Christian, São Camilo 56- Pedro Paulo de Souza, Geriatrics 57- Regina Navarro, Johnson & Johnson 58- Renata Vilhena, Vilhena Silva Advogados 59- Reynaldo Tilelli, Tilelli Advogados 71 60- Roberto Ribeiro da Cruz, Pixeon 61- Rodolfo More, Abeclin Confira os vídeos com as 62- Salim Lamha Neto, MHA entrevistas em youtube.com/grupomidia 63- Sandra Crsitina da Silva, Hospital Sírio-Libanês 64-Severino Benner, Benner 65- Silvia Brandalise, Instituto Boldrini 66- Tarso Gouveia, Strategy Consultoria 67- Valdemir Marques, SAP 68- Valdir Ventura, Hospital São Cristóvão 64- Victor Mendes, Formedical HEALTHCARE Management 24 MAIO | JUNHO 2013 healthcaremanagement.com.br 49 70- Waleska Santos, HOSPITALAR 71- Siegbert Zanettini, Zanettini Arquitetura
HEALTH-IT
ARTIGO
Cloud Computing: um caminho sem volta para a área de saúde Por Fernando Vogt
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efinitivamente, o Cloud Computing veio para ficar. Segundo dados da consultoria IDC, 2013 será o ano da computação em nuvem no Brasil. O modelo em que os usuários podem obter acesso aos seus aplicativos de qualquer lugar através de dispositivos, está em alta desde 2010. Nos últimos dois anos, sua adoção avançou 68,4% e a estimativa é de crescimento anual de 74,3% até 2015, conforme previsões do IDC. Representando também um caminho sem volta para a área de TI em saúde, essa plataforma vem despertando cada vez mais atenção em função dos seus benefícios, pois elimina a necessidade de servidores in-house, reduzindo custos e facilitando o armazenamento e o gerenciamento das informações clínicas. O modelo tem se mostrado muito mais vantajoso do que os padrões atuais de armazenamento que estão centrados na utilização de servidores locais - neste caso, as informações só podem ser acessadas internamente. Já na nuvem, o paciente tem acesso às suas informações clínicas registradas no Prontuário Eletrônico, podendo
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consultá-las remotamente, além de compartilhá-las entre os seus médicos de preferência, viabilizando ainda uma forma mais rápida e eficiente de armazenar e distribuir imagens de exames clínicos. Ou seja, se antes as informações do Prontuário Eletrônico só podiam ser acessadas de dentro das organizações de saúde, com a tecnologia de Cloud Computing elas passam a ficar armazenadas em um servidor remoto, trazendo mobilidade para a equipe médica que pode, via dispositivos móveis, checar como está o quadro clínico do paciente de onde estiver. O paciente também conta com benefícios, pois tem a liberdade para consultar seu histórico de saúde, como exames realizados, de onde estiver, basta ter acesso à Internet. Mas apesar das vantagens
claras, o mercado de saúde ainda se mostra tímido em relação à nuvem. De acordo com um estudo recente do instituto de pesquisa KLAS, chamado “Path to Cloud Computing Foggy: Perception Study” que entrevistou 97 profissionais, entre CIOs e gestores da área, as organizações de saúde se mostram preocupadas com questões como privacidade e segurança, quando o assunto é nuvem. Enquanto 58% dos entrevistados estão considerando o uso de cloud computing, apenas 35% manifestaram planos concretos para implementá-la. Estes fatores não deveriam inibir a adoção dos gestores de saúde pelo Cloud Computing. O que tem que prevalecer é a ideia de que além de poder realizar grandes implementações de sistemas de TI sem altos investimentos em infraestrutura, customizações e manutenção, essa tecnologia possibilita uma verdadeira revolução tanto no trabalho dos profissionais da área, quanto para os pacientes, contribuindo para estabelecer um novo paradigma na saúde brasileira e mundial. HCM Fernando Vogt é Diretor de Vendas para a área de saúde da InterSystems.
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OPINIテグ
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soluções
Fórmula da
evolução
Conheça cases de hospitais que aceleraram o processo de segurança com soluções tecnológicas como e-learning, PEP Móvel e RFID/Robótica 54
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Nuvens
seguras
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ma das grandes metas das instituições de saúde do Brasil é proporcionar um serviço de TI com total segurança. Os hospitais brasileiros estão entre os segmentos, no País, que mais devem investir nos próximos anos em tecnologia para acelerar a informatização dos processos internos e melhorar o atendimento à população. Nessa vertente, de oferecer serviços informatizados com qualidade, dezenas de hospitais do Brasil já possuem soluções em cloud, em smart grid e projetos com RFID/Robótica. Uma das instituições pioneiras no Brasil no quesito soluções é o Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), em São Paulo (SP). O Diretor de TI do HIAE,
Ricardo Santoro, afirma que a instituição utiliza o RFID (Radio Frequency Identification) para encontrar os ativos usados na assistência. “O uso desta tecnologia facilita detectar os dados, agilizando o processo de fluxo do paciente. E ainda, dentro do mesmo processo usamos o RFID para localização da equipe de transporte de pacientes, assim conseguimos designar o profissional que estiver mais próximo da atividade requerida”, destaca. Santoro também afirma que o hospital usa a tecnologia para controlar a temperatura de refrigeradores, onde ficam estocados produtos que não podem sofrer variações bruscas de temperatura. “Os próximos projetos com RFID serão feitos na ma-
ternidade e no Pronto Atendimento, com o objetivo de aprimorar nosso processo de atendimento e prestação do serviço”, revela. Ao avaliar as principais evoluções após a implantação desta tecnologia, Santoro diz que a RFID permite gerar indicadores de vários processos. “Desta maneira é possível identificar gargalos, pois as áreas que estão usando esta tecnologia estão melhorando seus processos internos”, salienta. O executivo esclarece que o Albert Einstein também possui algumas soluções em nuvem, sendo a de maior destaque a e-learning (treinamento à distância). “Temos centenas de funcionários no Einstein, o uso desta tecnologia é uma estratégia de forte ca-
“Os próximos projetos com RFID serão feitos na maternidade e no Pronto Atendimento, com o objetivo de aprimorar nosso processo de prestação do serviço” Ricardo Santoro, Diretor de TI do Hospital Israelita Albert Einstein
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soluções pacitação. A adoção desta ferramenta tem sido muito importante para atingirmos nossos objetivos.” Santoro diz que existe um comitê de TI no Hospital Israelita Albert Einstein que avalia as demandas internas de projetos. “Os usuários estão aceitando bem, os requerimentos funcionais estão sendo atendidos.” NO SUL Outra instituição que tem investido também em soluções tecnológicas é o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). O local tem sido inovador no uso de novos conceitos, a exemplo da adoção do conceito de “consumerização” ou “BYOD”. Desde 2006, a iniciativa já
é praticada no HCPA, com a utilização do prontuário eletrônico móvel em dispositivos pessoais. A meta é disponibilizar aos profissionais de saúde, acesso aos dados de seus pacientes, de forma imediata e na “ponta dos dedos”. Esta solução tem incrementado significativamente a agilidade na tomada de decisões assistenciais, revertendo em benefício direto e imediato aos pacientes do hospital. O projeto PEP Móvel, implantado em 2012, consolidou estas iniciativas, permitindo o acesso ao sistema, tecnologicamente renovado, na nuvem interna do hospital gaúcho. Maria Luiza Falsarella Malvezzi, Coordenadora
de Gestão da Tecnologia da Informação (CGTI) do HCPA, afirma que o Prontuário Eletrônico com assinatura digital também é um dos destaques da instituição. “Fomos pioneiros na adoção da certificação digital, sem necessidade da guarda de documentos em papel. Ainda hoje, a maioria dos hospitais, mesmo possuindo prontuários eletrônicos, ainda imprimem e armazenam documentos em papel, para fins legais. Isto já não ocorre há muito tempo no HCPA, sem nenhum prejuízo à validade jurídica dos documentos eletrônicos”, afirma. Ao falar da solução interna da instituição, Maria Luiza diz que a tecnologia ERP
“A aceitação dos usuários e profissionais com a implantação desta solução tecnológica foi significativa. Em pouco tempo, a partir da divulgação, já foi possível contabilizar grande quantidade de profissionais baixando da nuvem e utilizando a aplicação” Maria Luiza Falsarella Malvezzi, Coordenadora da CGTI do Hospital de Clínicas de Porto Alegre 56
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Nuvens
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para Saúde, desenvolvida internamente no HCPA ao longo dos anos, traz inúmeros benefícios. Dentre as vantagens está a independência total de soluções proprietárias e autonomia para implementação de novas funcionalidades que atendam plenamente às necessidades do negócio. Este modelo de gestão operacionalizado no HCPA foi escolhido pelo Ministério da Educação para implantação em todos os Hospitais Universitários Federais do Brasil, proje-
to este que está em pleno andamento, denominado Aplicativos para Gestão dos Hospitais Universitários (AGHU). O PEP Móvel faz parte da solução AGHU. Como se trata de uma solução de software público, trará benefício imediato não só a todos os hospitais que estão recebendo o sistema, mas também a todos os novos parceiros que se engajarem no projeto. Maria Luiza afirma que para o sucesso desta solução foi necessária aten-
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ção especial às questões de segurança dos dados bem como da nuvem WI-FI do Hospital, tendo em vista que as informações relativas aos pacientes são cobertas por restrições severas de confidencialidade. “A aceitação dos usuários e profissionais com a implantação desta solução tecnológica foi significativa. Em pouco tempo, a partir da divulgação, já foi possível contabilizar grande quantidade de profissionais baixando da nuvem e utilizando a aplicação.” HCM
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Pesquisas
Na busca de um novo
rumo
Evento no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP) recebe consultora de Portugal e debate a transferência de tecnologia na área da saúde
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iversos profissionais da saúde participaram, no mês de junho, do evento “Transformação de pesquisas em produtos na área da saúde: transferência de tecnologia a partir das universidades”. O encontro ocorreu no Anfiteatro do Centro de Educação e Aperfeiçoamento Profissional do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP-USP) e contou com a participação
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da consultora portuguesa Dra. Ana Filipa Bernardo, Líder de Pesquisa & Desenvolvimento e Inovação da Eurotrails. O evento foi composto por duas palestras com especialistas no tema e comentários do Diretor Presidente da Fundação Hemocentro, Dimas Tadeu Covas. O principal objetivo foi apresentar os caminhos para o lançamento de produtos originários de
pesquisas em saúde. Covas destacou que as universidades e o nascimento de um produto de pesquisa é uma regra. Para ele, o caderno de estudo, do acadêmico é o ponto para novas descobertas. “Todas as universidades têm agências de inovação. No entanto, nem sempre os projetos são valorizados.” A professora Marisa Marcia Mussi Pinhata, Vi-
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Descobertas
inteligentes
ce-Coordenadora da Unidade de Pesquisa Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC/ FMRP), afirmou que o Brasil vem desenvolvendo pesquisas com o uso de ferramentas tecnológicas, porém necessita de mais apoio. “Os incentivos das universidades ajudam bastante a criação de novas vertentes”, destacou. Marisa disse que o Brasil tem dado estímulos para a pesquisa básica, principalmente para o desenvolvimento de novos fármacos, para combater o câncer e outras doenças.
“Existe nas universidades brasileiras um corpo de pesquisadores capazes de desenvolver esses estudos, mas infelizmente o Brasil tem alguns gargalos para que os pesquisadores deslanchem, nos testes de novas drogas. Eu diria que o principal deles é a questão regulatória, principalmente ligada ao Comitê Nacional de Ética (COMEP) e a ANVISA. Eles têm atuado de uma maneira muito morosa.”, enfatizou. Marisa conta que desde 2006, por intermédios do Ministério da Saúde, a instituição tem desempenhado várias atividades de
pesquisa clínica. “Temos uma infraestrutura necessária para este modelo de trabalho e desenvolvemos ensaios clínicos, que são estudos, com humanos. Geralmente, tais análises são relacionadas às novas drogas, que são originárias, tanto da indústria farmacêutica internacional, quanto nacional.” OUTROS HORIZONTES Já a Dra. Ana Filipa, fez um comparativo entre o Brasil e Portugal, quanto ao andamento de pesquisas com aplicações tecnológicas para o desenvolvimento de novos fármacos.
“Todas as universidades têm agências de inovação. No entanto, nem sempre os projetos são valorizados.” Dimas Tadeu Covas, Diretor Presidente da Fundação Hemocentro
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Pesquisas
“A biotecnologia tem ganhado muita força no Brasil nos últimos anos” Dra. Ana Filipa Bernardo, Líder de Pesquisa & Desenvolvimento e Inovação da Eurotrails
Para ela, o que existe no território brasileiro quanto ao potencial da aplicabilidade, de biodiversidade, para a cura das doenças é muito maior. “Em Portugal são mais limitados as indústrias que trabalham na área de biotecnologia”, comparou. 60
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Sobre o futuro, a consultora disse que em termos de tecnologia, esta é uma área muito importante e que é válido debater o tema. “A biotecnologia tem ganhado muita força no Brasil nos últimos anos.” Durante o evento, a Dra. Ana Filipa apresentou a cadeia padrão de um estudo envolvendo tecnologia, destacou as etapas de pesquisa com foco tecnológico, e, em seguida, a pré-clinica e ensaios clínicos, até chegar à conclusão. “O custo com este modelo de pesquisa, tende a aumentar gradualmente.” O encontro abordou ainda as novas necessidades de colaboração entre os diferentes projetos de pesquisa. Benefícios de projetos de inovação tecnológica em produtos e processos (TPP) também foram citados como a busca pela maior compreensão e orientação de sua descoberta; a ferramenta de comunicação para os investidores e as empresas interessadas; a capacidade para expansão; valor clínico/financeiro e o aumento do potencial para o avanço de descobertas. O evento foi realizado pelo Mestrado Profissio-
nal em Gestão de Organizações de Saúde, da Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace) e do Centro de Pesquisas em Economia Regional HCM (CEPER).
“Os incentivos das universidades ajudam bastante a criação de novas vertentes” professora Marisa Marcia Mussi Pinhata, Vice-Coordenadora da Unidade de Pesquisa Clínica do HC/FMRP
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certificação
Biometria
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Software para atestados médicos com certificação digital contribui na redução de práticas fraudulentas como adulteração de dados médicos
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os últimos anos, os softwares no Brasil têm migrado da área privada para a pública e vice-versa. A lógica é que cada vez mais esse processo se fortaleça, principalmente quanto ao uso da biometria, em função do
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ganho com a rastreabilidade. Essa metodologia é fundamental nos departamentos de farmácia e almoxarifado, que são os insumos estratégicos do hospital e fazem parte de um percentual importante na despesa
total do hospital. A identificação tanto dos métodos de trabalho, quanto das pessoas e atividades permite a melhoria de controle da frequência e auditoria. Além da questão da sustentabilidade, no qual a di-
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Digitalização nos
certificados
minuição do papel é uma ação vital, a tecnologia biométrica possibilita criar uma memória institucional, em que toda a informação fique organizada para gerar indicadores através de processos estatísticos. Tal medida é ideal para identificar qual profissional está emitindo mais ou menos atestados. Ao analisar se os hospitais brasileiros estão preparados para receber a tecnologia de certificados digitais, Adilson de Paiva Ferreira, Diretor da SissOnline (Sistema Inteligente de Serviços da Saúde), empresa pertencente ao grupo Eicon Controles Inteligentes de Negócios, diz que no
primeiro momento há diferenças entre as instituições públicas e privadas. “Hoje, os particulares têm efetivamente um maior nível de preparação, mas já existe uma preocupação por parte dos públicos de seguirem a mesma linha, até porque os profissionais que trabalham nestas instituições também atuam no privado”, afirma. Ferreira comenta que existe ainda uma preocupação por parte do Governo Federal em função da ocorrência do alto índice de fraudes. Por isso, a biometria é uma medida mais segura, pois possibilita uma avaliação e, consequentemente, facilita o processo de audi-
toria. “O Brasil caminha em uma linha muito forte, para tornar essa prática uma realidade”, salienta. A CodeCiphers, empresa também do grupo Eicon, oferece a biometria em diversas soluções, como sistema de educação, acesso físico e lógico, cadastro de RH, geração de documentos, ID para cidade digital, além do sistema de saúde. Eduardo Moreno, Diretor Executivo da CodeCiphers, diz que entre os principais desafios para inserir este modelo de tecnologia em uma instituição de saúde está o alto preço do certificado digital. Ferreira também considera que os desafios para
“Quando é disponibilizado no almoxarifado um processo para dentro do hospital com o atestado digital é possível sanar a dúvida, se é necessário auditar ou certificar” Adilson de Paiva Ferreira, Diretor da SissOnline
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certificação implantação são muito grandes e qualquer mudança gera conflito, principalmente com a questão da tecnologia. “Sabemos que o Brasil está com 30 anos de atraso no processo de inclusão digital e quando se trata de fazer treinamento com pessoas, temos que nos preocupar com alguns requisitos básicos”, destaca. Entre essas condições de melhoria está a questão da decisão política e o endomarketing, que precisa ser feito com os funcionários a respeito do projeto de implantação. Também é ideal que dentro do planejamento haja uma sensibilização do corpo clínico para a tomada de decisões políticas. Ferreira declara que as sanções administrativas ge-
radas na implantação desta tecnologia acarretam, automaticamente, não apenas na rastreabilidade de método ou indivíduo, mas em qualquer função de papel limite ou responsabilidade. “Quem utiliza a biometria no processo de autentificação e certificação, em qualquer área da instituição hospitalar, tem um ganho na gestão de pessoas”, completa Ferreira. Nesse contexto, é válido citar que o principal diferencial do certificado digital da CodeCiphers é a utilização da plataforma de serviços. Tal fator garante a unicidade biométrica de forma online através do uso de padrões internacionais. Além disso, permite que seja integrada facilmente a diversas apli-
cações, e ainda está conectada à certificação digital. “Isso permite fortalecer o uso da certificação e gerar informações confiáveis sobre todas as operações no sistema”, relata Moreno. Na opinião de Ferreira, a solução precisa ser pensada de forma pró-ativa. “Quando falamos de atestado médico, apesar de ser uma prática constante na rotina médica, ainda é pouco usada em seu modelo digital.” Segundo o diretor, a demanda por essa solução tem aumentado por meio de novas solicitações de hospitais públicos. A utilização, na maioria das vezes, ocorre após o administrador se informar de irregularidades divulgadas na mídia. “Temos que ven-
“Entre os principais desafios para inserir este modelo de tecnologia em uma instituição de saúde está o alto preço do certificado digital” Eduardo Moreno, Diretor Executivo da CodeCiphers
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Digitalização nos
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cer esta barreira, usando essa ferramenta para agregar valor. A partir disso é possível ter uma gestão de frequência, mas principalmente pelo controle dos processos administrativos financeiros e até assistenciais”, destaca. Implantação No momento em que um hospital estabelece o serviço biométrico, a instituição deve buscar dentro do setor de TI um software adequado e adquirir ou desen-
volver um sistema próprio. Seja no SUS ou no modo privado, a tecnologia é realizada através de uma equipe multidisciplinar. “Todas as especialidades da saúde que efetivamente nossa empresa consiga trazer para o processo de certificado digital, estão associadas à Sociedade Brasileira de Informática e Saúde.” Ferreira conclui que este modelo de iniciativa não precisa apenas estar na área da saúde, mas também em outras áreas atuantes do Es-
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tado. “Esperamos que todas as instituições do Brasil busquem cada vez mais a utilização da biometria e da certificação digital”, enfatiza. Valor O custo para a implantação deste modelo de atestado é muito relativo porque não se vende o certificado sozinho. Tal comprovação, faz parte de um sistema de gestão integrado, que compõe outros modos. Neste caso, o valor está ligado à complexidade HCM administrativa.
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Avaliação
Cenário
digital
Presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) analisa o atual mercado de soluções tecnológicas para o setor da saúde
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om o crescente desenvolvimento de tecnologias de informação para saúde, novas ideias são necessárias para atender à população. Nessa premissa, centenas de hospitais brasileiros já utilizam, seja do simples ao mais avançado, sistema de tecnologia de
comunicação e informação. O conceito de eHealth cresce a passos largos em todos os cantos do mundo. E dentro desse modelo encontra-se um conjunto de ferramentas e serviços capazes de sustentar o atendimento de forma integrada e através
de mecanismos da web. Para comentar esse crescimento de demanda no setor, a revista HealthCare Management entrevistou Jorge Sukarie, Presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), uma das entidades com grande representatividade
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Saúde
eletrônica
do setor de TI no Brasil. principalmente os progra- de computador e o trabaQuestionado sobre a mas de computador, de- lho dos profissionais de participação das empre- verão ter uma importân- saúde tornam-se amplasas associadas que desen- cia crescente. “Na área mente facilitados. “Além volvem soluções tecnoló- de saúde, que envolve o disso, tais inovações pergicas focadas na saúde, atendimento direto a pes- mitem características de Sukarie afirma que os da- soas, a tecnologia deverá rapidez, precisão e segudos cadastrais da entidade ter um impacto muito re- rança que favorecem as indicam que aproximada- levante”, declara. atividades das instituimente 5% das empresas Para o profissional, a ções”, descreve. inscritas atuam no setor. busca pela informatização Na avaliação de Sukarie, Sukarie considera que dentro das instituições de existem diversas empreos modelos de softwa- saúde, através dos pron- sas desenvolvedoras de res para o setor da saú- tuários eletrônicos, é uma softwares para a área méde disponíveis no Brasil, tendência de praticamente dica que atuam em vários possuem soluções mui- todos os setores da socie- ramos desse setor e é difíto variadas. cil apontar algu“Vão desde “Cadastrar e manter atualizadas as ma em especial. o simples ca- informações sobre os pacientes é uma No entanto ele d a s t r a m e n t o necessidade para que o serviço prestado destaca que “no de pacientes a seja de alta qualidade” Brasil existem bancos de davários profissioJorge Sukarie, dos com hisPresidente da ABES nais com projetórico médico, tos inovadores, passando por software dade e não poderia ser di- mas que ainda precisam de aplicado a equipamen- ferente na área de saúde. incentivo financeiro e fiscal tos de exames, imagens “Cadastrar e manter atu- do governo para que pose chegando até ao con- alizadas as informações sam se desenvolver com trole administrativo de sobre os pacientes é uma qualidade e se destacar no unidades hospitalares e necessidade para que o mercado nacional”, declara. clínicas”, completa ao fa- serviço prestado seja de Atualmente, a maioria dos lar que em todos esses ra- alta qualidade”, afirma. associados da ABES partimos, há empresas dedicaAo falar sobre as prin- cipa de algum grupo de tradas ao desenvolvimento e cipais vantagens do uso balho para articular ações produção de soluções de de softwares dentro das em defesa dos interesses tecnologia e software. instituições hospitalares, do setor. As 1.500 empreAo avaliar o setor da Sukarie considera que sas associadas são ressaúde (hospitais/clínicas), com o adequado uso das ponsáveis pela geração de nos próximos anos, quan- soluções, o atendimento mais de 100 mil empregos to à parte de softwares, ao paciente com o manu- diretos e um faturamento o presidente diz que em seio de tecnologias da in- anual da ordem de US$ 14 todos os setores da socie- formação, especialmente bilhões do mercado brasidade, as soluções de TI, os sistemas e programas leiro de software. HCM HEALTHCARE Management 24
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artigo
A importância do papel do CIO em saúde
Por Avi Zins
Até recentemente e em muitos lugares ainda, o papel do CIO não era levado aos níveis executivos que deveria ter, ou seja, participação ativa das decisões da empresa junto aos CFOs, CMOs, COOs, CEOs, ficando muitas vezes abaixo destas posições. Parte porque estes outros executivos não viam a participação da informação como base para muitas de suas estratégias de negócios e parte porque muitos dos CIOs ficavam focados na parte da tecnologia da informação e se colocavam como profissionais especialistas e não aqueles que com sua liderança e conhecimento poderiam fazer a diferença no nível da estratégia da empresa. Há um crescimento claro de aplicações da informação na área de saúde, como o crescimento e multiplicação de soluções de telemedicina que ao mesmo tempo que facilitam o acesso entre médicos e pacientes, fragmenta ainda mais as informações, e portanto os cuidados para garantir o prontuário único para o paciente passa a ser de maior responsabilidade, a própria mudança de paradigma de serviços cada vez mais focados no paciente tendo 68
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como centro de atuação o paciente e seu atendimento mais próximo, faz com que o uso da informação seja cada vez mais necessário para que hospitais, operadoras de saúde, órgãos governamentais e empresas de medicina diagnóstica tenham que, em muitos casos, alterar de forma dramática suas estratégias. O que se espera então do papel do CIO ? Claramente podemos dizer que o papel do CIO deve cumprir: 1-Foco na integração da informação – cada vez mais fragmentada no mercado e cada vez mais vital na eficiência e estratégia das organizações de saúde; 2-Trazer as capacidades de TI para o negócio, fazendo que as organizações apro-
veitem ao máximo em suas operações o uso destas tecnologias a favor do negócio e da eficiência dos mesmos; 3-Ser um dos líderes da organização em conjunto com os outros CXOs participando ativamente das definições e estratégias, tendo pensamento estratégico e capacidades de liderança equivalentes; 4-Ser o agente ativo de integração entre os profissionais do segmento, ou seja a integração absolutamente necessária e cada vez mais útil entre a TI e seus usuários diretos como Engenheiros Clínicos, Médicos, Enfermagem, Qualidade, RH e muitos outros; 5-Estar em constante aprendizado em soluções de sucesso que foram adotadas em empresas congêneres e trazê-las para a realidade da empresa; 6-Liderar o time de TI e focar cada vez mais assertivamente em desenvolvimento de atividades que melhorem a eficiência do trabalho e que sejam atividades que tragam retorno aos negócios da empresa; 7-Estar por dentro de todas as novidades e inovações da área que incluem, no caso de saúde, outras tecnologias médicas que se
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SISTEMA
unem a TI, como é o caso da nanomedicina e da telemedicina especializada; 8-Ampliar e evoluir seus conhecimentos sobre as operações e os negócios de sua empresa e do mercado. Sem dúvida este é um dos caminhos de crescimento da função e do papel do CIO neste mercado, porém, há um outro caminho que deve ser também tomado, ou seja, se não for aberto o caminho do lado das lideranças para que o CIO efetivamente traga sua contribuição na liderança e nos rumos estratégicos da empresa, ou seja, para que
ele esteja em igual condição que os outros CXOs, serão perdidas todas as oportunidades de fazer com que a informação realmente esteja sendo utilizada mais efetivamente pelas empresas, e o que é pior, fazendo com que esta empresa se distancie negativamente de seus competidores, ou de sua missão mais importante que é a de dar o tratamento de saúde aos pacientes. A se pensar também, o fato de que a média de gastos de TI baseados em faturamento de empresas do segmento de saúde no mundo é de 3% a 4%, muito menor na maio-
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ria esmagadora das empresas do setor no Brasil, explicadas claramente porque o mercado de saúde é altamente usuário de informações (hospitais, por exemplo, são os maiores usuários de papel do mundo). Há de se louvar com isso a iniciatva da criação da ABCIS (Associação Brasileira CIO Saúde) que exerce um papel importante hoje nesta direção trabalhando vários dos conceitos acima levantados e ajudando os CIOs de saúde no Brasil. HCM Avi Zins, Sócio Diretor da CareI Strategic Consulting, colunista da revista HealthCare Management.
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SUSTENTABILIDADE
artigo
Avaliação do ciclo de vida
Por Márcia Mariani
Podemos afirmar que uma das maiores contribuições que vieram junto com a preocupação do desenvolvimento sustentável é, com certeza, a visão sistêmica . Até o presente momento, todas as nossas análises eram feitas de modo cartesiano, ou seja, separávamos um pedaço do todo para estudar , concluindo que estávamos assim, apenas utilizando uma estratégia muito bem pensada e definida. Hoje, porém, estamos descobrimos que esta estratégia precisa ser remodelada. Para obtermos uma análise eficaz se faz necessário uma avaliação
sistêmica, onde sejam consideradas o maior número de variáveis econômicas, sociais e ambientais possíveis e referentes à questão. Na prática da atualmente tão almejada gestão sistêmica, o conhecimento do ciclo de vida de um produto ou serviço é o primeiro passo na busca para o desenvolvimento sustentável de fato. Conceitualmente podemos dizer que o estudo do ciclo de vida inicia-se da origem da remoção na natureza dos recursos necessários (berço), finalizando-se quando o mesmo material retorna para à terra (túmulo). A preocupação ambiental
requer o conhecimento do ciclo completo e fechado , iniciando–se a partir da natureza e caminhando até o mesmo ser “devolvido“ à ela, o que geralmente denominamos de resíduos. A avaliação do ciclo de vida é uma poderosa ferramenta que possiblita a visibilização de toda a cadeia de produção e os seus respectivos impactos ambientais, sociais e econômicos. Permite-nos quantificar e posteriormente gerenciar a quantidade de recursos naturais envolvidos na produção como água , energia , matéria-prima e até os esforços de mão de obra utilizados.
Recursos naturais/energia; água/ outros insumos
Fabricação / Distribuição
Disposição Final
Resíduos / Emissões
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Consumo
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OPINIÃO
Após o conhecimento do ciclo de vida, faz-se preemente a avaliação e mensuração dos impactos provenientes do processo, o que nos propicia o conhecimento da extenção e intensidade das alterações provocadas no entorno ao longo do caminho. Segundo a Norma ABNT NBR 14.040 a avaliação do impacto inclui três fases, a saber: classificação, caracterização e ponderação.
As fases de classificação e caracterização são fatos, evidências científicas ou técnicas enquanto que a ponderação sofrerá julgamentos subjetivos políticos ou normativos. No conhecimento e avaliação de todos os processos envolvidos no ciclo de vida, reside a grande oportunidade de eficiência e redução de recursos econômicos, sociais e HCM ambientais.
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Márcia Cristina Mariani é formada em administração hospitalar pelo Centro Universitário São Camilo, mestre em Liderança pela Unisa, especialista em gestão ambiental e desenvolvimento sustentável pela FAAP, Gerente ambiental e de projetos do INDSHInstituto Nacional de Desenvolvimento Humano e Social e Membro do Projeto Nossa Terra (www.projetonossaterra.com.br)
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CAPA
Centenário de sucesso
Tradição, qualidade e tecnologia Grupo de saúde com 101 anos investe em tecnologia e ganha excelência no mercado
U
m grupo centenário, em prol do aprimoramento profissional, da otimização dos atendimentos médicos e da qualidade dos serviços prestados ao cliente e marcados por grandes feitos históricos. Assim é o Grupo São Cristóvão Saú-
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de, instituição que nasceu em 1911, como Sociedade Internacional Beneficente dos Chauffeurs do Estado de São Paulo. Na época, era voltado para a proteção dos direitos dos motoristas. Com o passar dos anos, a entidade ampliou
seu foco e passou a garantir serviços médicos a seus associados e, posteriormente, a toda comunidade. Durante a transformação do bairro da Mooca, na década de 50, a então Sociedade Beneficente dos Chauffeurs decidiu cons-
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Tradição em
saúde
truir um hospital e maternidade que, além de prestar os atendimentos médicos, também se tornaria sua sede. Em 1959, foi dado início à ação empreendedora, tendo o projeto concretizado em 12 de dezembro de 1965. “A ideia de criar um hospital foi amadurecendo devido às despesas crescentes dos associados com o atendimento à saúde e as dificuldades operacionais em que se encontrava a sede da Rua do Carmo. A saúde como missão foi o
que originou o Grupo São Cristóvão”, conta Valdir Ventura, CEO do Grupo. Em 1985 foi construído o Hotel Recanto São Cristóvão, como extensão das dependências do Sanatório São Cristóvão, abrigando 50 apartamentos com toda infraestrutura de lazer para uso dos associados, médicos e população em geral. Porém, com o investimento de outras instituições de saúde na Zona Leste da cidade de São Paulo, o São Cristóvão Saúde passou
por algumas dificuldades, entrando em uma situação de déficit em 2007. É neste painel que chega o atual CEO da instituição, Valdir Pereira Ventura, implantando o Planejamento Estratégico, com o qual a Associação passou de um saldo negativo para um resultado operacional extremamente positivo, atingido uma melhora de 260%. No início de 2008, o São Cristóvão possuía 45 mil beneficiários na carteira. Desse período até junho de 2013, o
Membros da Sociedade em seus primeiros anos
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Centenário de sucesso
rua terenas
sanatório são cristóvão
número passou de 45 para mais de 88 mil beneficiários. Hoje, o Grupo é composto por três Unidades: Hospital e Maternidade São Cristóvão, Plano de Saúde São Cristóvão e Hotel Recanto São Cristóvão, em Campos do Jordão. O Hospital e Maternidade possui 225 leitos, dois Centros Ambulatoriais, ambos com equipamentos modernos e de última geração, equipe especializada, além de diversos parceiros terceirizados. Há também o Pronto-Socorro Adulto e Infantil com tecnologia de ponta. Enquanto que o Plano de Saúde São Cristóvão possui uma ampla rede credenciada com mais de 800 pontos de atendimento, entre eles: hospitais, laboratórios, centros de diagnósticos, clínicas e consultórios. Já o Hotel Recanto São Cristóvão foi construído em uma área de mais de 11 76
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alqueires, em Campos do Jordão, com uma estrutura de 50 apartamentos, salas de estar e refeições, solário, piscinas, quadra poliesportiva, sala de jogos, além de diversas trilhas, lago e bosques. Uma completa infraestrutura de lazer para o uso dos beneficiários, médicos e público em geral. De um modo geral o Grupo conta com mais de 1.400 colaboradores e mil médicos credenciados além de tecnologia de ponta, atendimento diferenciado, corpo clínico de primeira linha e diversas certificações na área de Gestão de Qualidade. “Nossa missão é oferecer assistência à saúde de forma humanizada, com profissionais qualificados, a custos acessíveis. Nossa excelência está em priorizar a qualidade de nossos serviços, ampliando nossa capacidade de atendimento
tornando-se referência no mercado”, garante Ventura. Em 2011, quando o Grupo completou seu centenário, novos investimentos ganharam corpo como a inauguração do Pronto-Socorro Adulto, da nova fachada do Complexo Hospitalar, da nova recepção, do lactário, do centro ecumênico e do memorial São Cristóvão. Também foram construídos novos apartamentos, enfermarias e postos de enfermagem. “Este ano, também tivemos uma grande realização importante: a inauguração do Centro Ambulatorial - CAAV II localizado na Av. Paes de Barros, 635. A nova edificação tem dois pavimentos contendo 13 consultórios voltados às especialidades de Cardiologia, Dermatologia e Pediatria”, conta o CEO do Grupo.
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Tradição em
saúde
Para proporcionar um atendimento diferenciado às crianças, nas novas instalações, o ambiente conta com uma brinquedoteca interativa, sala de vacinação especial, sala de inalação pediátrica e ampla sala de espera integrada com a área externa. O novo Centro Ambulatorial iniciou o atendimento ao beneficiário no dia 27 de maio e estima realizar cerca de seis mil atendimentos/mês. Como forma de reconhecimento de toda a dedicação e investimentos feitos na instituição nos últimos anos, o Grupo São Cristóvão alcançou oito certificações de qualidade, devido a excelência do trabalho.
Entre as diversas certificações conquistados estão a ONA Nível III - Selo de Acreditado com Excelência; o SINASC - SELO OURO, conferido pela Secretaria Municipal da Saúde aos hospitais que se empenham na qualidade da coleta, preenchimento e digitação das informações sobre nascidos vivos; a ISO 9001:2008 e o selo CQH de compromisso com a qualidade hospitalar. Entre os prêmios estão o Prêmio Governança Corporativa, Prêmio COREN, por gestão com qualidade, Prêmio Latin American Quality Awards e Prêmio Socioambiental Chico Mendes. “A Manutenção de nossas
Certificações e Premiações são de extrema importância para nossa instituição. Realizamos a prática de melhoria contínua através da constante adequação e interação dos processos administrativos e assistenciais, bem como promover auditorias internas do Sistema de Gestão da Qualidade com o objetivo de identificar oportunidades de melhoria e evidências das práticas seguras adotadas. Outra estratégia seguida pela A.B.F.S.C. é o acompanhamento da performance dos processos através de um sistema de medição de indicadores monitorado periodicamente”, conta o CEO.
caav ii HEALTHCARE Management 24
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Centenário de sucesso
apartamento andares
Investindo em tecnologia Durante seu crescimento o São Cristóvão passou por alguns avanços tecnológicos que contribuíram muito para sua expansão e excelência. Entre os projetos implementados estão o upgrade do Data Center, a criação de um Site Backup, ou seja, uma
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cópia exata do Data Center e os totens de Autoatendimento, nos quais os beneficiários podem emitir segunda via de boletos, confirmar e pré-agendar consultas e exames, consultar a rede credenciada, além de muitos outros serviços. Os Planos Tera-
pêuticos, realizados a partir de roteiros pré-estabelecidos para o tratamento do paciente, têm um software que passa a monitorar as ações realizadas pela equipe assistencial e a alertá-la quando uma ou mais ações deixam de ser realizadas nas datas/horá-
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Tradição em
saúde
rios previstos. Já a Gestão de Leitos conta com painéis instalados em todos os Postos de Enfermagem que monitoram, em tempo real, o status de cada um dos pacientes internados. Outras novidades implantadas foram o uso de Palm Top nas Farmácias para agilizar a distribuição de materiais e a segurança do paciente, o serviço de envio de SMS para confirmação de consultas no ambulatório do hospital e o Cyber-Café, localizado na lanchonete da Maternidade.
Outra inovação do São Cristóvão é o Portal Transparência, principal ferramenta de gestão da Alta Direção, disponibilizando os principais indicadores de cada uma das áreas do Hospital e da operadora de Planos de Saúde. Trata-se de um televisor instalado na sala do CEO do Grupo São Cristóvão, onde são disponibilizados, em tempo real, os principais indicadores de cada uma das áreas do Grupo. Quando estes indicadores ficam abaixo das metas estabelecidas são
emitidos alertas visuais no televisor. Os gestores acompanham os indicadores de suas áreas através de seus computadores. Ainda investindo em tecnologia a instituição fez a aquisição de cinco novos equipamentos para a Assistência Hospitalar. Três Ventiladores/Respirado res para as UTIs e dois Equipamentos de Inalação Anestésica/Estação de Anestesia para o Centro Cirúrgico. Também um Respirador Evita XL com o opcional Neo Flow, para ventilação em recém-nas-
apartamento maternidade
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Centenário de sucesso cidos a partir de 500g, e um Respirador da nova geração da Dräger de excelência em ventilação no mercado. Além de dois Respiradores Savina 300, que possuem tecnologia de ponta com um conceito operacional inovador. “O Hospital e Maternidade São Cristóvão é um dos primeiros a ter o equipamento de Inalação Anestésica/ Estação de Anestesia modelo PRIMUS, com Vaporizador, Monitor Delta e SCIO (Analisador de Gases). Trata-se de um aparelho com tecnologia de ponta, projetado para responder às exigências de uma solução de anestesia moderna em ambientes de saúde complexos. Além de um equipamento de Inalação Anestésica/ Estação de Anestesia modelo FABIUS PLUS, com Vaporizador, Monitor Vista XL e VAMOS (Analisador de Gases e Agentes Anestésicos). Este equipamento redefine o valor da anestesia ao estabelecer o padrão na economia modular, na eficiência e no desempenho. Abrange desde a monitoração ventilatória do paciente até uma completa gama de modos ventilatórios”, salienta Ventura. 80
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Mais tecnologia para o futuro Alguns projetos já estão em andamento para implantar mais tecnologia ao Grupo São Cristóvão. São eles: • Assinatura Digital nos prontuários médicos e de enfermagem, que visa aumentar a segurança dos dados do paciente; • O uso de Tablets, que permite aos profissionais acessarem o prontuário eletrônico e os resultados dos exames dos pacientes à beira do leito; • O SACR (Sistema de Acolhimento do Paciente no Pronto-Socorro): ferramenta de apoio na classificação de risco dos pacientes; • PACS (Picture Archiving and Communication System - Sistema de Comunicação e Arquivamento de Imagens), processo de digitalização, pós-processamento, distribuição e armazenamento de imagens como ultrassonografia, ressonância magnética, tomografia computadorizada, endoscopia, mamografia e radiografia; • Autorizador Eletrônico de Guias para os beneficiários do Plano de Saúde; • Seleção de aplicativo de mercado para gestão da operadora de planos de saúde.
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Novos
áres
memorial são cristóvão
Estrutura renovada Todos os avanços do Hospital e Maternidade São Cristóvão estão refletidos também em sua arquitetura e área física, que passou por várias mudanças no últimos anos. Um dos maiores projetos realizados recentemente, nesta vertente, dentro do hospital, é o da reforma da fachada e da entrada principal da instituição. Desenvolvido pela DK9 Arquitetura, parceira do São Cristóvão desde 2004, o projeto conta com Daniela Falceta Cavalcanti como autora do projeto, Karla Di Schiavi, como Designer de Interiores, Wagner Montagnana e Divo Montagnana cuidando da realização e administração da obra e contando também com a colaboração
dos arquitetos Vinicius Delgado, Rodrigo Rocha Nunes e Lorena Cintra e a da Ponto 10 RMC Mídia, a nova fachada recebeu um conceito moderno e contemporâneo. “Traduzimos este partido através das linhas retas e dos materiais escolhidos. A primeira ação foi libertar a entrada principal do hospital, confinada por muros e portões, criando uma quadra permeável para usuários e pedestres”, conta Daniela Falceta Cavalcanti. A entrada do edifício ganhou um grande pórtico de mármore branco carrara e um aquário de vidro ligando os acessos de ruas com o desembarque de carros à entrada do hospital. Dentro
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da construção transparente foram utilizados no acabamento materiais nobres como o mármore imperial, carrara e crema marfil, além dos vidros e estrutura metálica, para noite foi utilizada a luminotécnica, com destaque para o grande lustre de cristais sobre o tapete de piso que demarca a entrada principal. “Um fator que merece destaque é que a obra foi realizada com agilidade, no prazo recorde de seis meses, pois tínhamos como objetivo inaugurá-la no aniversário centenário do hospital. Felizmente conseguimos o sucesso desta empreitada”, relata a arquiteta. Outra obra que chamou a
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Centenário de sucesso atenção foi a construção do Memorial São Cristóvão, que deu suma importância ao estudo luminotécnico para evidenciar o material exposto, sem danificá-lo ao longo do tempo. Além disso, definiu o mobiliário visando a estética, a funcionalidade e a praticidade da manutenção, mas sem deixar de lado a ergonomia. “Para tal, nos dedicamos ao design de peças especiais. Destaco a importância da comunicação visual, sendo eficaz e indispensável para o sucesso deste projeto.” Outras melhorias também acabaram de ser entregues, como o luminoso de topo do prédio do hospital, que tem por objetivo destacar sua marca, a nova entrada do pronto-socorro adulto e a fachada do novo Centro Ambulatorial. E há, ainda, em andamento para melho-
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rar cada vez mais o atendimento e a estrutura oferecidos aos usuários. São elas: a obra do elevador de serviço e o Instituto Dona Cica. Nova Unidade Além do que já foi feito nos prédios já existentes o Grupo investe também em uma nova edificação, o Complexo Hospitalar São Cristóvão – Unidade Água Rasa. O edifício será destinado ao centro de diagnóstico, ambulatório e internação pediátrica. Tudo dividido em dez andares e quatro subsolos, totalizando uma área edificada de aproximadamente 15.887 m² construídos. A identidade do novo hospital carrega traços da arquitetura contemporânea, através de um mix de linhas retas e sinuosas aliando conceitos como funciona-
lidade, estética e medidas sustentáveis.“Nos preocupamos em economizar recursos, sem deixar de utilizar materiais atuais e modernos. Essa é a tendência atual e mundial de sustentabilidade e construção green. Propusemos, por exemplo, uma volumetria que visa a transparência e a permeabilidade dos espaços através das claraboias de iluminação natural sobre todo o prédio, trazendo economia dos recursos elétricos” relata Daniela. O projeto encontra-se na fase do executivo e na elaboração dos esboços complementares. O início das obras está previsto ainda para 2013. A estimativa é que a primeira etapa da construção civil dure dois anos e a segunda fase, de decoração e implantação dos equipamentos, previsto para o semestre seguinte.
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Plano
completo
Saúde bucal Para atender de maneira plena a seus associados o Grupo São Cristovão Saúde implantou, em 2010, parceria coma Dental Mind, clínica voltada para tratamentos odontológicos especializados. A partir de então, uma unidade passou a estar instalada dentro do hospital, onde os associados do São Cristovão Saúde têm descontos nos tratamentos. O grupo já possuía um plano odontológico, porém seus serviços não se estendiam aos tratamentos especializados. “Nossa parceria começou a convite do Sr. Valdir Ventura, que nos deu a oportunidade e abriu as portas para realizarmos atendimentos junto aos associados. Fazemos isso com a mesma qualidade que já oferecíamos aos nossos pacientes particulares”, conta Dr. Marcelo Gava, Técnico responsável da Dental Mind. Entre os serviços oferecidos pela Dental Mind estão a reabilitação oral, ortodontia, implantes, estética dental, endodontia, próteses, cirurgias, clareamento, disfusão de ATM, profilaxia, laserterapia e ortopedia funcional dos maxilares. O diferencial
da empresa escolhida está no fato de trabalhar com o que há de mais atual no mercado de odontologia, com técnicas inovadoras e profissionais qualificados, com especialização em diferentes áreas. “A odontologia moderna consegue melhorar a qualidade de vida de um paciente devolvendo um sorriso mais harmônico e o prazer de viver”, afirma Gava. De acordo com o dentista, “a saúde começa pela boca”, pois se o individuo não possui uma higienização rigorosa, pode complicar a sua saúde geral. “Destacamos que pacientes cardíacos, diabéticos, entre outros,devem comparecer ao consultório dentro de um período de seis meses a um ano para avaliação clínica da boca”, orienta. Com a correria dos dias atuais, na qual as pessoas têm cada vez menos tempo, esta integração entre as áreas de saúde é um fator facilitador. “Há também o fato de os pacientes se sentirem mais seguros por estarem tratando dentro de um ambiente hospitalar”, con-
ta Gava. A parceria entre as especialidades médicas também é importante para a estabilização completa do quadro deum paciente. “Muitas das infecções podem estar associadas à cavidade oral, dificultando a estabilização do quadro do paciente. Como exemplo, a diabetes, cujo paciente portador dessa doença não consegue ter o efetivo controle se apresentar algum tipo de infecção bucal”, explica. A empresa está no mercado desde 1988 e desde 2004 ampliou seu campo de atuação dentro do setor da saúde.Alémdos seus já tradicionais serviços odontológicos, oferece também, em sua clínica atendimento psiquiátrico.
CAPA
Centenário de sucesso
enfermaria
Higienização do Enxoval Hospitalar A qualidade do enxoval e principalmente sua higienização são de extrema importância para trazer segurança a uma instituição hospitalar e também conforto aos pacientes. A ação de outsourcing de lavanderia industrial hospitalar já vem sendo praticada há muito tempo, mas adquiriu maior ênfase a partir de 1997, sendo que a opção por este tipo de terceirização fez com que os hospitais aumentassem ainda mais o foco na sua atividade-fim, que é assistência à saúde dos pacientes e 84
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seus familiares. O Hospital São Cristovão também já adotou esse processo de outsourcing e há 18 meses vem mantendo parceria com a Lavebras, empresa responsável pela higienização de cada tipo de peça de roupa da instituição. O processo de higienização têxtil exige que uma série de ações operacionais aconteça de forma simultânea e equilibrada, a fim de conseguir eficácia no resultado. Assim, podemos destacar: A divisão da lavanderia em duas áreas: Área Suja (ou úmida), local que rece-
be a roupa que já foi utilizada pelo hospital, onde se faz a segregação da peça de roupa de acordo com o tipo e sujidade, fator essencial para garantir eficiência no processo de limpeza e onde se dá o início do processo de higienização. Na Área Limpa, local que recebe as peças de roupas já devidamente higienizadas, inicia-se o processo de acabamento, como secagem, passadoria, alisamento, dobragem e preparação para expedição. Não existem qualquer tipo de intercâmbio entre os funcionários
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Conforto e
segurança
“Prestar serviços de higienização de enxoval ao Hospital São Cristóvão é um motivo de grande satisfação para Lavebras, porque esta Instituição tem grande destaque em excelência de prestação de serviços na área da Saúde. Nos sentimos honrados em poder participar do processo produtivo de uma Instituição de Saúde de vanguarda” João Baptista Ricciardi Junior, Gerente de Negócios na Divisão Hospitalar da Lavebras
que trabalham nestes dois setores, inclusive cada área tem seus paramentos necessários e vestiários específicos. Essa divisão é feita através da barreira física de contaminação. Outro ponto a ressaltar são os quatro fatores essenciais que incidem no processo de higienização: 1. Tempo: responsável por cada ciclo no processo de higienização, este fator tem que ser exato na passagem de uma etapa para outra, pois sua variação prejudicará a eficiência do processo. 2. Temperatura: agente facilitador da remoção da sujidade, e portanto deve estar presente no ciclo certo e no grau determinado, pois senão prejudicará a qualidade da higienização. 3. Ação Química: agente removedor da sujidade. Cada produto químico incidente no processo tem sua quantidade específica e portanto, qualquer desequilíbrio na incidência do produto químico no processo preju-
dicará sua ação de remoção da sujidade da peça de roupa. A emulsão automática de produtos químicos é fator fundamental para êxito no processo de higienização. 4. Ação Mecânica: responsável por distribuir e dirigir a solução de cada produto químico durante o processo de higienização. Uma ação mecânica desregulada, faz com que todos os três fatores acima percam eficiência em todo o processo. Daí a necessidade de uma empresa de lavanderia industrial hospitalar buscar a utilização de novas tecnologias, manter ação contínua da manutenção preventiva dos equipamentos, utilizar produtos químicos de empresas renomadas no mercado nacional e internacional, fazer o tratamento específico da água antes de ser utilizada no processo de higienização para abrandamento e eliminação de metais, e também manter processo contínuo de capacitação profissional.
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Tão importante quanto ao que foi acima mencionado, a lavanderia industrial hospitalar também mostra sua consistência e capacidade de oferecer segurança a instituição de saúde desenvolvendo o programa de vacinação aos funcionários, obtendo os documentos e licenças de operação exigidas pelos órgãos fiscalizadores, desenvolvendo seu próprio Manual de Procedimento Operacional Padrão, realizando as análises microbiológicas e controle de pragas e ter uma estação de tratamento de efluente eficaz, para contribuição da preservação do meio ambiente. Tudo que foi acima mencionado é praticado na íntegra pela Lavebras e devido a esses fatores que vem conquistando posição de vanguarda no mercado, pois é desta forma, oferecendo roupa devidamente higienizada e bem acabada, que a Lavebras contribui com o Hospital São Cristóvão a abraçar o paciente no leito.
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Centenário de sucesso Medicina Diagnóstica de ponta Outra parceria realizada pelo Grupo São Cristóvão refere-se ao campo da Medicina Diagnóstica. O Biofast presta, neste setor, serviços em duas frentes: ambulatorial e a urgência e emergência no hospital. Para estas atividades há um laboratório de emergência instalado dentro da instituição, onde ocorre o processamento e a liberação dos resultados de exames dos pacientes internados. Este mesmo local também executa emergências ambulatoriais quando necessário. Os demais materiais biológicos são transportados para a Unidade Central de Produção, onde os exames são realizados em rotinas diárias. De acordo com Rogério Saladino, Presidente do Grupo Biofast, são realizados 60 mil exames por mês. “Executamos um atendimento customizado, humanizado, dentro das mais modernas tendências de prestação em saúde, priorizando o cliente, com informação, velocidade e tecnologias analíticas de ponta”, ressalta. Para tanto, são utilizados equipamentos e tecnologias ultramodernas, totalmente automatizadas. Os resultados são liberados 86
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somente após análises apuradas e de consistência. Conforme explica Maurício Viecili, Diretor de Operações do Grupo Biofast, os aparelhos são todos de última geração, com protocolos de operação e manutenção referendados, e todos em duplicidade, garantindo a operação ininterrupta do serviço laboratorial. “A grande maioria dos equipamentos processa os exames sem nenhum contato manual, reconhecendo cada amostra pela identificação única com códigos de barras, de forma randômica, e a liberação obedece a protocolos definidos pela Sociedade de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial-SBPC/ML”, afirma. O Sistema de Informação Laboratorial (LIS) é integrado ao do Hospital, e os resultados são emitidos à luz do histórico clínico e laboratorial de cada paciente. Também há a integração diária e ininterrupta das equipes clínicas com a área médica do Biofast, para a correta análise de cada resultado. “Além disso, temos a acreditação ONA, nível II, atendendo a todos os protocolos de segurança definidos para o atendimento seguro, e o Programa de
Acreditação de Laboratórios Clínicos da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica”, comenta Viecili. Na versão de Motion LIS foi incluído o módulo de cadastro comercial e faturamento, além da funcionalidade de abertura de ficha, ou seja, há a atuação de ponta a ponta no processo da produção de exames, com total segurança e transparência, permitindo aos pacientes e médicos o pleno acesso aos laudos via internet. Além dos recursos tecnológicos e a preocupação com a segurança, Saladino destaca também a capacitação dos profissionais. “Nossos colaboradores são periodicamente treinados e incentivamos a prestarem um serviço humanizado aos pacientes. Respeitar e oferecer um atendimento com calor humano faz parte de nosso dia a dia, desde o primeiro bom dia, até a entrega do resultado.” Desde setembro de 2008 o Biofast mantém parceria com o Grupo São Cristóvão, entretanto, possui vínculos com governos e prefeituras através de projetos de atendimento diferenciado aos usuários do Sistema Único de Saúde.
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Tradição em
saúde
Infraestrutura para a saúde Nem todos os resultados de diagnósticos são virtuais e, até para melhor avaliação médica, ou arquivamento dos pacientes, os exames feitos em instituições de saúdeprecisam ser impressos. Um equipamento pouco lembrado, quando se fala sobre essas impressões, porém não menos importante, são as impressoras. Sempre preocupado em manter a qualidade em tudo aquilo que faz, o Hospital e Maternidade São Cristóvão buscou para este fim impressoras da marca Oki Data. “Nossa parceria com o São Cristóvão existe há mais de sete anos. Fornecemos e cuidamos da
manutenção de diversos modelos de impressora Oki Data da instituição, cada uma adequada às necessidades departamentais do Grupo”, conta Elias Souza, Gerente Comercial da Kitani Locação e Comércio de Equipamentos, empresa especializada nos sistemas de gestão e impressão de documentos. De acordo com Elias Souza, ao escolher este tipo de equipamento para o hospital, o gestor, para evitar problemas futuros, precisa avaliar a qualidade de impressão e a robustez dos equipamentos. “As impressoras de exames, por exemplo, além da alta qualidade de impressão precisam ter
a possibilidade de trabalhar diferentes gramaturas de papel”, ressalta Elias Souza. A Kitani está consolidada no mercado há mais de 30 anos, iniciando suas atividades no segmento de locação de equipamentos para escritório, e, há dez anos,incluiu em seu portfólio a gestão e impressão de documentos, inclusive no ambiente hospitalar. “Dispomos de corpo técnico capacitado, e estoque de suprimentos e peças. Tudo isso para agilizar possíveis intervenções que os equipamentos necessitem e não tumultuar o trabalho da instituição e dos médicos”, finaliza.
“Nossa parceria com o São Cristóvão existe há mais de sete anos. Fornecemos e cuidamos da manutenção de diversos modelos de impressora Oki Data da instituição, cada uma adequada às necessidades departamentais do Grupo” Elias Souza, Gerente Comercial da Kitani
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Centenário de sucesso
HealthCare Management entrevista CEO do Grupo São Cristóvão Saúde
D
e sua sala, o CEO do Grupo São Cristóvão, Valdir Pereira Ventura, acompanha tudo o que se pas-
sa na instituição por uma tela de LCD. Lá estão todos os dados necessários para que o administrador solucione os problemas imediatamente, plataforma esta desenvolvida por sua própria equipe de TI. De lá também é possível visualizar o futuro Instituto de Ensino e Pesquisa, em fase de construção. Valdir Ventura traz para a sua gestão hospitalar uma experiência de 32 anos em uma das maiores automobilísticas do mundo, a Ford. A princípio, muitos questionaram as diretrizes do CEO, mas hoje elas provam que o caminho escolhido foi cer-
to. Basta analisar os números e as acreditações que o hospital conquistou durante a sua liderança. Casado, pai de uma médica mastologista, ginecologista e obstreta, uma psicóloga e uma estudante de medicina, o engenheiro e administrador traz com sucesso toda a sua experiência em gestão, planejamento, organização e metas na saúde. Em entrevista exclusiva à revista Healthcare Management, Valdir Ventura conta sobre as mudanças que ocorrem no Grupo desde o início de sua gestão, as perspectivas e sua visão sobre o segmento.
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Tradição em
saúde
processos. O outro de-
nós subsidiamos em 70%
administrativas do Grupo
partamento
do valor para 40 de nossos
São Cristóvão hoje?
foi a área de Qualidade e
Quais são as diretrizes
Valdir Ventura: É cada
implantado
funcionários.
Processos, que nos ajuda Como o senhor avalia o
profissionalizar
pensar institucionalmente,
colaboradores.
de maneira integrada. Isso
Observamos que duas de
nos traz uma mudança de
Valdir Ventura: Há um
nossas ações voltadas para
qualidade que reflete na
crescimento evidente nos
esta
instituição como um todo.
últimos anos. No início de
vez
mais
nossos
finalidade
ajudaram
crescimento do Grupo?
2008, o São Cristovão pos-
bastante. Uma delas é o fato de darmos prioridade
Como o hospital lida com
suía 41 mil beneficiários na
aos nossos colaboradores
as questões ligadas a estu-
carteira, hoje são mais de 88
para novas vagas dentro da
dos, ensino e pesquisas?
mil beneficiários. Acredito
instituição. Com isso, eles
Valdir Ventura: No mo-
que nós melhoramos muito
se motivam a estudar para
mento, estamos construin-
na tomada de decisão, mas
atingir o nível de qualifica-
do o Instituto de Ensino e
a implementação ainda está
ção solicitado para as vagas.
Pesquisa. No ano passado,
aquém do que eu gostaria
Em um ano e meio, promo-
realizamos cerca de 700
de ter, pois, hoje, a compe-
vemos mais de 180 pessoas
apresentações e palestras
tição é muito grande.
dentro da instituição.
sobre diferentes especia-
Outra ação importante
lidades. Além disso, em
Qual é o segredo do su-
que tem nos ajudado é a
2012, iniciamos duas gran-
cesso para liderar um Gru-
implementação de novos
des parcerias, uma com o
po da importância e di-
departamentos: o Planeja-
Instituto Israelita de Ensino
mensão do São Cristóvão?
mento Estratégico e a Via-
e Pesquisa Albert Einstein
Valdir Ventura: Nós não
bilidade Técnica e Econô-
sobre o curso de aprimo-
podemos impor nada, é
mica, que estudam a fundo,
ramento em Enfermagem.
preciso convencer de que
de forma profissional, cada
Uma equipe daquela ins-
a instituição tem um cami-
ideia, nos dando todas as
tituição veio dar um curso
nho a seguir, de modo bem
informações
necessárias
In loco para os nossos pro-
aberto e transparente com
para tomar uma decisão
fissionais. A outra parceria
os colaboradores, para que
mais assertiva, isso exige
foi com a Fundação Getulio
se faça um trabalho em
dos gestores uma profis-
Vargas (FGV), que minis-
conjunto.
sionalização
para
tra MBA sobre Gestão na
que haja transparência em
que possam entender os
Saúde, curso para o qual
todas as ações. A comu-
maior
HEALTHCARE Management 24
É
fundamental
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CAPA
entrevista nicação é um problema ge-
res de cada área. Desenvol-
falta de especialistas aca-
ral nas empresas, por isso
vemos também uma ferra-
ba acarretando a um maior
é preciso trabalhá-la muito
menta, onde são colocadas
gasto para o hospital, pois
para que não haja nenhuma
todas as ideias para que
são solicitados mais exa-
distorção na tomada de deci-
depois sejam buscadas as
mes e também há um tem-
são. No Planejamento Estra-
alternativas. Durante minha
po maior de permanência
tégico nós temos um time e
gestão, aplicando essas prá-
do paciente. Acredito que
para que funcione é preciso
ticas conseguimos reduzir
o ensino médico deveria ter
trabalhar de modo transpa-
bastante o desperdício. No
uma orientação sobre busi-
rente e de mãos dadas.
primeiro ano, conseguimos
ness, porque quando você
uma redução de R$ 5.8 mi-
conversa com os médicos e
Quais são as boas práti-
lhões, no segundo ano de R$
pede para que não se peça
cas da governança corpo-
3.7 milhões, depois fomos
nenhum exame a mais e
rativa, aplicadas ao Grupo,
para R$ 5 milhões e este ano
nenhum a menos há uma
que o senhor destacaria?
esperamos uma economia
dificuldade de entender o
de R$ 3,5 milhões.
que é um hospital de fatu-
Valdir Ventura: Um pon-
ramento e o que é um hos-
to importante que temos trabalhado cada vez mais
Como o Sr. analisa a
nesta vertente e para o qual
importância do profissio-
devem enveredar nossos
nal da saúde no mercado
próximos passos é a aplica-
brasileiro?
Como a legislação brasileira interfere no bom fun-
Esses
cionamento da instituição?
da instituição, além de ad-
profissionais são, sem dú-
Valdir Ventura: Em algu-
quirir novos equipamentos.
vida, de extrema impor-
mas situações há burocra-
tância,
cia demasiada, isso dificulta
ção de mais hotelaria dentro
Valdir
Ventura:
inclusive
aqueles em
os processos. Por exemplo,
a gestão toma para evitar
uma determinada área. Eu
quando nós precisamos im-
prejuízos e desperdícios?
observo que há uma defa-
portar equipamentos sen-
faz
sagem de médicos espe-
timos
quatro anos que nós temos
cialistas para atuarem em
Acho que há espaço para
um departamento específi-
Pronto
Há
melhorias neste sentido, a
co de Viabilidade Técnica e
uma certa dificuldade em
burocracia poderia ser re-
Econômica, que coordena
conseguir médicos gaba-
pensada em alguns casos.
o Programa de Redução de
ritados, para trabalharem
Porém não há apenas falhas
Desperdício junto aos gesto-
no Pronto-Socorro e esta
no que tange as leis ligadas
Quais são as medidas que
Valdir
90
pital de custos.
Ventura:
Já
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com
especialização
Atendimento.
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muita
dificuldade.
Tradição em
saúde
à saúde, enquanto que por
dentro dos hospitais tende
é de cinco dias, no passa-
um lado encontramos muita
a crescer ainda mais. Para
do, este período era de nove
burocracia. Por outro, en-
isso é preciso que esses pro-
dias. Além disso, criamos
xergamos a ANS no cami-
fissionais trabalhem sempre
um Home Care, para quando
nho certo, regulamentando
com carinho, amor pelo que
for necessário e o gerencia-
as Operadoras de Planos
faz e que tenham compro-
mento de leitos, para melho-
de Saúde. Seu trabalho é
misso com seu trabalho.
rar a gestão hospitalar.
importante, visa a disciplina e o bem-estar do beneficiá-
Como o senhor analisa
rio, mas acredito que, ainda
o fato da desospitalização
assim, poderia estar mais
na saúde? E como a gestão
envolvida nas decisões com
lida com isso?
Quais são as perspectivas do grupo no futuro? Valdir Ventura: Quando cheguei aqui tínhamos um
as Operadoras, ampliando o
Valdir Ventura: É preciso
estoque de farmácia e de
diálogo com as instituições
criar alternativas para dimi-
almoxarifado com cerca de
de médio porte.
nuir o número e o tempo de
R$ 3 milhões em cada área
internações. Nós investimos
e 75 dias de estoque. Hoje,
Como o Sr. visualiza o
dentro do Pronto-Socorro,
nós temos estoque para 12
hospital do futuro e como
através de chefes de Plantão
dias com média de R$ 300
seus funcionários terão que
(CLT’s), Unidade de Apoio
mil em cada setor, a descen-
trabalhar neste hospital?
ao Pronto-Socorro (UAPS),
tralização também é uma
Valdir Ventura: No futu-
Médico Hospitalista, entre
medida que vem sendo to-
ro a atualização profissional
outros, permitindo um bom
mada e há perspectivas de
vai ser muito exigida, pois
atendimento
expansão dentro desta ver-
a velocidade de mudanças
tempo de internação médio
Hoje,
nosso
tente para o futuro.
HCM
“A comunicação é um problema geral em todas as empresas, por isso é preciso trabalhá-la muito para que não haja nenhuma distorção na tomada de decisão” Valdir Ventura , CEO do Grupo São Cristóvão
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ALÉM DOS
NEGÓCIOS Originalidade
O poder de
inovar
Prêmio Inova Saúde traz o devido reconhecimento as importantes contribuições tecnológicas para a saúde humana no Brasil 92
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Inovação
na saúde
A
inovação é essencial para superar qualquer dificuldade e encontrar alternativas que respondam aos problemas atuais e daqueles que, porventura, virão. Afinal, trata-se de uma visão estratégica e ousada a fim de buscar soluções práticas e econômicas. No segmento da saúde não é diferente. Aliás, esse mercado sempre é fomentado com ideias revolucionárias que otimizam o trabalho dos profissionais e, ao mesmo tempo, proporcionam um tratamento mais humanizado aos pacientes. Desde 2010, o Prêmio Inova Saúde, criado pela Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odon-
tológicos, Hospitalares e de Laboratórios (ABIMO), visa, exatamente, reconhecer a importância de proporcionar novas alternativas para o setor. O objetivo é estimular a pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias no País, aumentando, consequentemente, o patamar tecnológico da indústria brasileira em prol da saúde. “A ABIMO acredita que o País é diretamente favorecido quando se incentiva a inovação, independente do porte ou área de atuação da empresa. O Prêmio Inova Saúde também tem o propósito de incentivar e inspirar investimentos em novas tecnologias por meio do compartilhamento com todo o setor da saúde, das
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conquistas e dos progressos da nossa indústria”, afirma Dr. Luiz Calistro Balestrassi, Diretor Presidente da Neurotec e Diretor Conselheiro Titular da Associação. Ainda de acordo com Dr. Calistro, os produtos inscritos em todas as edições deste ano foram de altíssima qualidade, o que, de forma positiva, dificultou, ainda mais, o trabalho da comissão julgadora. “Alguns diretores de empresas já nos abordaram para elogiar a iniciativa e afirmar que seu crescimento teve um aumento significativo após a participação e divulgação do referido prêmio.” Dr. Calistro explica também que “os critérios de avaliação são, dentre outros
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ALÉM DOS
NEGÓCIOS Originalidade fatores, o aumento da competitividade decorrente da inovação, o potencial de inserção no mercado nacional e internacional, os mecanismos de sistematização da ação inovadora, a geração de empregos, a relevância e o alcance para saúde”. “Apesar do início tímido dos investimentos, o Brasil tem evoluído bastante na criação de condições para inovação, seja por meio de políticas industriais ou por investimento próprio das empresas”, salienta o diretor. O reconhecimento da primeira edição do prêmio foi dado às empresas: Neurotec e Angelus. Nesta edição, a seleção das empresas foi realizada pela própria diretoria da ABIMO, consideran-
do o desempenho daquelas associadas e o reconhecimento do mercado e de outras instituições. O produto apresentado foi o Neuromap, equipamento que realiza o registro da atividade elétrica cerebral e permite a análise do diagnóstico em várias patologias no campo da neurologia, neurofisiologia, neuropsiquiatria, psicofarmacologia, farmacocinética, farmacodinâmica, pré e pós-operatório, bem como a monitoração em CTI’s e neurointensivismo, polissonografia e poligrafia neonatal. A tecnologia digital permite ver, simultaneamente, o eletroencefalograma convencional de forma mais precisa e com outros
recursos, como análise de frequências, diagnósticos de tendências e índices de simetria da atividade elétrica cerebral, tudo na mesma tela. Ainda pode-se agregar o vídeo do paciente, avaliações do ritmo cardíaco e índice de saturação de oxigênio do sangue o que, em casos de terapia intensiva, são de extrema importância. Vale ressaltar que o uso do módulo isolador (spliter), elimina grande parte dos artefatos (atividade não cerebral), facilitando e incluindo, de forma definitiva, a eletroencefalografia em UTIs. “A inovação é gradativa, porém, constante. Nossa missão é fazer tecnologia em benefício da saúde humana”, finaliza Dr. Calistro. HCM
“A inovação é gradativa, porém, constante. Nossa missão é fazer tecnologia em benefício da saúde humana” dr. Luiz Calistro Balestrassi, Diretor Presidente da Neurotec e Diretor Conselheiro Titular da ABIMO 94
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Inovação
na saúde
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ALÉM DOS
NEGÓCIOS reabilitação
Um passo para nova
vida
Problemas motores podem ser tratados em centros especializados e detentores das mais avançadas técnicas
S
eja causada por um acidente, seja por um derrame ou mesmo por problemas na gestação, as deficiências motoras acometem 13,3 milhões de
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pessoas no Brasil, o que representa 7% da população brasileira, de acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) refe-
rentes ao Censo Demográfico de 2010. A deficiência severa, ou seja, pessoas com dificuldades ou incapazes de se locomover representam 4,4 milhões de
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Dificuldades
motoras
pessoas. Para este público a porta para melhorar sua qualidade de vida, restabelecer ou construir um cotidiano é a reabilitação. O processo, destinado a restabelecer as funções do paciente, confere mais equilíbrio e autonomia às pessoas com problemas ortopédicos. E para o bom resultado, é importante que os trabalhos sejam realizados em conjunto por uma equipe multidisciplinar formada por fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo, nutricionista e enfermeiro de reabilitação, entre outros profissionais. Além disso, a utilização de alguns equipamentos também auxilia no processo. Os mais conhecidos, são os
aparelhos de eletroestimulação, eletroanalgesia e a prancha ortostática. O ideal é que os processos de reabilitação aconteçam dentro de instituições de saúde, ou em centros voltados especialmente para este fim, como é o caso da AACD (Associação de Assistência à Criança com Deficiência), que trabalha há mais de 60 anos na reabilitação de pessoas com deficiência física. “A entidade surgiu em 1950, a partir do trabalho e da vontade do médico Renato da Costa Bomfim em criar no Brasil um centro de reabilitação com a mesma qualidade dos centros que conhecia no exterior. Atualmente são 14 unidades com mais duas em construção, que serão inaugu-
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radas até o fim desse ano. Uma em Vitória, no Espírito Santo, e outra em Campina Grande, na Paraíba”, conta Dr. Morton, responsável pelo Setor de Pesquisa Clínica da instituição. Hoje, a AACD atende cerca de 6,4 mil pessoas por dia em todas as suas unidades. O maior número de atendimentos é realizado em adultos, que atualmente representam 60% e dentre eles, o maior número está ligado a acidentes de trânsito, ou seja, lesões adquiridas. Os tratamentos são realizados através da Arte-reabilitação, Fisioterapia, Fisioterapia Aquática, Fonoaudiologia, Musicoterapia, Pedagogia, Psicologia, Reabilitação Desportiva, Reabilitação Virtual e Terapia Ocupacional.
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ALÉM DOS
NEGÓCIOS reabilitação
Tratamento pelo SUS Outra instituição que também realiza os tratamentos para reabilitação é o INTO (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia), localizado na cidade do Rio de Janeiro (RJ), atende hoje cerca de 800 cirurgias por mês. Só em 2012, foram mais de sete mil intervenções cirúrgicas e em média 170 mil consultas ambulatoriais. Neste processo, estão envolvidos 2.443 profissionais, sendo 565 médicos e 1.152 enfermeiros. O hospital, que ocupa uma área de 70 mil m², teve início com o nome de Hospital Central de Acidentados, inaugurado com a finalidade de atender aos funcionários e segurados da companhia de navegação LLOYD BRASILEIRO. 98
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Em 1973 foi comprado pelo INPS (Instituto Nacional de Previdência Social), e logo ganhou excelência de seu atendimento e pelas técnicas inovadoras. Em 1994, foi nomeado pelo Ministério da Saúde como órgão normatizador de procedimentos de ortopedia no País, ganhou o status e o nome de Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia. O INTO não presta serviços de emergência, atende exclusivamente a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). “O Into é um dos principais centros de referência médica do Brasil e da América Latina na área de ortopedia e traumatologia. Neste ano de 2013 completa 40 anos de muitas cirurgias e atendimen-
tos ambulatoriais tendo beneficiado milhares de brasileiras e brasileiros que necessitam de procedimentos cirúrgicos de média e, principalmente, de alta complexidade”, comenta Marcos Musafir, Diretor do INTO. Além dos atendimentos, o INTO possui também laboratórios de Pesquisa Neuromuscular (PNEURO) e de Fisiologia do Esforço (LAFES) que impulsionaram ainda mais o desenvolvimento de estudos em Fisiologia do Exercício e Medicina do Esporte. Pela primeira vez, um núcleo de pesquisas desse tipo em ortopedia é instalado dentro de uma unidade hospitalar pública brasileira. Em 2009, o INTO passou a fazer parte da Rede Nacional de
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Dificuldades
motoras
Pesquisa Clinica – RNPC, condições, com noções de com equipamentos de compondo uma de suas caráter preventivo. transmissão ao vivo via unidades com o Centro de O complexo abriga ainda satélite. Essa tecnologia é Pesquisa Clínica (CPC). o Hospital Dia, sistema uti- utilizada no treinamento e A área ambulatorial da lizado para pacientes que educação continuada para instituição conta com 60 são submetidos a proce- profissionais da saúde, insalas de atendimentos dimentos rápidos, libera- clusive, por meio de enpara todas as especialida- dos no mesmo dia. As ci- sino à distância. São 255 des ortopédicas. As salas rurgias são realizadas em leitos de internação e 48 contam com infraestrutu- salas com estrutura mo- leitos de terapia intensiva ra e equipamentos avan- derna e confortável, sob a e pós-operatório. çados para o diagnóstico supervisão de uma equipe Além disso, a instituição específico das doenças de multidisciplinar. São três tem também a acreditação cada grupo. A área de es- salas de cirurgia e 18 leitos Joint Commission Internapera é um ambiente aco- de pós-operatório destina- tional, renovada em 2012, lhedor, clium Banco matizado, “O processo, destinado a restabelecer as funções de Tecido espaçoso do paciente, confere mais equilíbrio e autonomia Músculoese infor- às pessoas com problemas ortopédicos. E para o q u e l é t i c o s matizado, bom resultado, é importante que os trabalhos Transplantes c r i a d o sejam realizados em conjunto por uma equipe ósseos e um formada por fisioterapeuta, Centro para ga- multidisciplinar de terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo, Pesquisa em rantir conforto para nutricionista e enfermeiro de reabilitação, entre Terapia Ceusuários e outros profissionais” lular. Outra acompanhantes. dos a este tipo de modali- serviço oferecido pelo hosA unidade de reabilitação dade. O Atendimento Mul- pital é o Atendimento Domiconta com uma área de tidisciplinar nos 15 Centros ciliar, com o objetivo comdois mil metros quadra- de Atendimento Especiali- plementar ao tratamento dos, que inclui piscina para zados é destaque. Ou seja, ortopédico iniciado na uniatendimentos hidroterápi- o paciente passa por um dade hospitalar, oferecendo cos. A equipe conta com fi- ortopedista, pela equipe de assistência especializada siatras, fisioterapeutas, fo- enfermagem, por um pro- na casa daqueles que sonoaudiólogos, terapeutas fissional de reabilitação, um frem, principalmente, com ocupacionais, psicólogos, assistente social, um psicó- problemas de locomoção. assistentes sociais. Entre logo, um nutricionista. Esse “Nosso banco de tecidos as propostas de atendi- conceito de atendimento é totalmente público e não mento da unidade está o garante agilidade na fila de só de ossos, ligamentos e tratamento, inclusive, du- cirurgia do Instituto. tendões, mas também para rante o período pré-opeO INTO conta também o armazenando de válvulas ratório. O objetivo é fazer com 21 salas cirúrgicas - cardíacas e de córneas, para com que o paciente chegue entre as quais, uma sala atender à população”, finalina sala de cirurgia em boas para emergências, e duas za Musafir. HEALTHCARE Management 24
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ALÉM DOS
NEGÓCIOS reabilitação
Pela inclusão Como para qualquer outro cidadão, a independência e a autonomia das pessoas com dificuldades e limitações motoras são um direito garantido em Constituição. Além disso, quanto mais autonomia estas pessoas têm melhor é sua condição de vida permitindo que possam estudar, f o r -
mar-se, capacitar-se e trabalhar, produzindo e contribuindo para o desenvolvimento do País. Para auxiliar nesta conquista a Tecnologia Assistiva tem sido grande aliada, pois através dela são desenvolvidos e fabricados produtos, serviços e soluções para os distintos tipos de deficiência, a fim de proporcionar estas conquistas e disponibilizar recursos. Em busca de ampliar a atuação da Tecnologia Assistiva, há quatro anos existe a ABTECA (Associação Brasileira de Tecnologia Assistiva). “Nosso propósito é, juntamente com outras associações, e órgãos públicos, estaduais
e federais tornar cada vez mais claro e tecnicamente corretas as especificações e orientações pensando em criar padrões de qualidade”, diz Waldemir Carvalo, Vice-Presidente da Associação. Os associados da ABTECA são desenvolvedores, fabricantes, importadores e profissionais que atuam nesta área. Entre os equipamentos desenvolvidos por seus parceiros está o guincho de transferência, que auxilia pessoas com deficiências de mobilidade a entrar e sair em uma piscina, tanto para algum tipo de exercício de reabilitação/fisioterapia até para divertir-se em um clube ou em casa. HCM
“Nosso propósito é, juntamente com outras associações, e órgãos públicos, estaduais e federais tornar cada vez mais claro e tecnicamente corretas as especificações e orientações pensando em criar padrões de qualidade” diz Waldemir Carvalo, Vice-Presidente da ABTECA 100
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Dificuldades
motoras
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ALÉM DOS
NEGÓCIOS reabilitação
Encontro
inovador
E
ntre os dias 31 de julho e 2 de agosto de 2013, acontecerá no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, a Reabilitação Feira+Fórum. O evento, que antes integrava a Feira+Fórum Hospitalar, maior realização do setor na América Latina, há dois anos, devido ao amadurecimento do próprio setor no Brasil, passou a acontecer de maneira independente. Desde seu surgimento até sua 20ª edição, a HOSPITALAR fez um trabalho de segmentação dando muito destaque para os produtos, serviços e equipamentos para o setor de reabilitação, criando mesmo uma feira com nove edições realizadas, inserida em seu contexto. “Nosso trabalho com a Reabilitação rompe as fronteiras do limite comercial e se expande para atuar na construção de um novo conceito para toda a cadeia produtiva do setor. Ao reunir todas as experiências, cases de sucesso, líderes setoriais, profissionais e instituições engajadas na causa da defesa dos direitos das pessoas com deficiência, assumimos
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um compromisso público de contribuir com nossa expertise profissional para avançar em inúmeras frentes e dar maior destaque e visibilidade ao setor”, diz a Presidente e Fundadora da Reabilitação Feira + Fórum, Dra. Waleska Santos. A feira é um evento único em seu formato, durante três dias reúne em uma grande convenção os principais responsáveis no atendimento das pessoas com deficiência: empresas fornecedoras de produtos, equipamentos e serviços, profissionais liberais da área médica e da saúde em geral, como médicos, enfermeiros, cuidadores, fisioterapeutas, psicólogos, parlamentares, ONGs e instituições públicas e privadas que discutirão melho-
rias e avanços no setor. Na edição de 2012, reuniu cerca de cinco mil visitantes, profissionais e empresários da área da saúde. Em 2013, a expectativa da organização é que ultrapasse este número de participantes. Por ser focado especificamente no setor de reabilitação, o evento tem a oportunidade de trazer à tona informações fundamentais para sensibilizar inclusive a indústria a dedicar-se mais à pesquisa e expansão de seus negócios, pois consegue mostrar que existe um público consumidor de 45 milhões de pessoas com alguma deficiência no País e nove milhões só no Estado de São Paulo. “O resultado disso será uma maior oferta de produtos e serviços em geral, além de um maior número de fornecedores concorrendo entre si, oferecendo melhores preços, qualidade e serviço. Desta forma beneficia-se a pessoa com deficiência”, comenta Dra. Waleska. Este ano a feira contará com mais de 100 empresas do setor, que atuam exclusivamente com produtos para
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evento
“Nosso trabalho com a Reabilitação rompe as fronteiras do limite comercial e se expande para atuar na construção de um novo conceito para toda a cadeia produtiva do setor” Dra. Waleska Santos, presidente e fundadora da Reabilitação Feira + Fórum
pessoas com deficiência, mobilidade reduzida ou ainda que tem neste nicho um de seus braços de atuação. A parte científica da feira congrega, assim como na Hospitalar, uma elite de pensadores, médicos, fisioterapeutas e gestores que discutem novas políticas,
tecnologias e avanços para a área de reabilitação. Cada uma das instituições organizadoras levará suas experiências para o Fórum da Reabilitação. Serão debatidas as prioridades, propostas e os avanços para o setor. Em 2013, acontecem quatro eventos simultâneos: o
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VII Encontro Nacional de Médicos Fisiatras, 5º Encontro Internacional de Tecnologia e Inovação para pessoas com deficiência, I Congresso Multidisciplinar CEFAI de Fisioterapia e o I Congresso ABOTEC e ISPO-Brasil de Órteses Próteses e Reabilitação. HCM
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ALÉM DOS
NEGÓCIOS intercâmbio
Fortalecendo
laços
Brasil e Alemanha assinam Termo de Confidencialidade durante a Feira+Fórum Hospitalar 2013
D
urante a Feira+Fórum Hospitalar 2013, foi assinado o “Termo de Confidencialidade” entre a ANVISA e o Instituto Federal para Medicamentos e Dispositivos Médicos (BfArM), agência do governo alemão. De acordo com o documento assinado, a troca de informações entre as autoridades reguladoras poderá “auxiliar as atividades de ambas as partes em relação aos dispositivos médicos ou à garantia de segurança, qualidade e eficácia
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dos medicamentos para uso humano que estejam sob investigação clínica, autorizados para comercialização, ou em análise para concessão de registro sanitário tanto na Alemanha como no Brasil”. Em entrevista exclusiva para a revista HealthCare Management, o Ministro da Saúde da Alemanha, Daniel Bahr, salientou que há muitas empresas alemãs que investem no mercado brasileiro, assim como há companhias brasileiras que
almejam investir na Alemanha. “Os documentos dessas empresas são tratadas com confidencialidade para que, em um segundo passo, facilite o reconhecimento de documentos e certificados”, afirma. Ainda sobre o mercado brasileiro, Bahr salienta a importância do País como quinta maior economia do mundo e em evidente crescimento. “Nós acreditamos que o Brasil investirá muito na saúde, principalmente por causa do de-
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Informações
compartilhadas
senvolvimento demográfico. Além disso, doenças como obesidade, diabetes, cardiovasculares vão ficar cada vez mais importantes e acredito que o Brasil vai ter uma liderança nesta área. A Alemanha, por sua vez, é muito forte em tecnologias biomédicas, farmacêuticas, sendo uma boa base para a cooperação entre esses países.” Segundo o termo, as informações que podem ser compartilhadas são dados
sobre desvio de qualidade ou recolhimento de produtos por uma das partes em relação aos medicamentos e aos dispositivos médicos que são distribuídos ou que tenham sido fabricados no território da outra parte; relatórios feitos de interesse para a saúde pública; elementos sobre a distribuição de um produto por uma parte que guarda reservas sobre a segurança desse produto fabricado ou distribuído no território da ou-
tra autoridade reguladora, dentre outros. O acordo também prevê que algumas informações disponibilizadas mutuamente possam incluir dados isentos de divulgação pública como informações confidenciais, segredos comerciais, sendo, assim, fundamental a confidencialidade das informações. Acesse também o saudeonline.net.br e confira a entrevista exclusiva com o ministro Daniel Bahr.
“Nós acreditamos que o Brasil investirá muito na saúde, principalmente por causa do desenvolvimento demográfico. Além disso, doenças como obesidade, diabetes, cardiovasculares vão ficar cada vez mais importantes e acredito que o Brasil vai ter uma liderança nesta área. A Alemanha, por sua vez, é muito forte em tecnologias biomédicas, farmacêuticas, sendo uma boa base para a cooperação entre esses países” Daniel Bahr, Ministro da Saúde da Alemanha
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ALÉM DOS
NEGÓCIOS Comodidade
Saúde
integrada
Shoppings abrem espaço a Centros Médicos para proporcionar comodidade aos clientes
C
om a correria do dia a dia, o número de tarefas cada vez maior e o tempo para executá-las sempre curto, muitas pessoas têm buscado por opções que proporcione comodidade ao cotidiano. E
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quando se trata de assuntos ligados à saúde, o quadro não é diferente. É neste ensejo que os Centros Médicos instalados em Shopping Center tem ganhado cada vez mais espaço e a preferência
dos pacientes. Um shopping no Rio de Janeiro (RJ) percebeu esta tendência há algum tempo. Desde 1994 seu piso superior é ocupado por um Centro Médico, que reúne em dez
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Centro
médico
mil m², um total de 28 clínicas especializadas, entre as quais estão laboratório, centro de diagnóstico de alta precisão, clínica odontológica, pediátrica e ainda um Day Hospital em regime de 24 horas de funcionamento. “Tomamos esta iniciativa para proporcionar conveniência e comodidade, através de nossas lojas e serviços ao pacientes e clientes. Hoje, além do nosso fluxo normal circulam no shopping três mil pessoas por dia em virtude do Centro Médico”, conta Jussara Nova Raris, Superintendente do centro de compras. Outras regiões do País também já aderiram ao modelo, no Sul, por exemplo, o Hospital Moinhos de Vento mantém, desde 2004, uma de suas unidades, no 3° piso do Shopping Iguatemi em Porto Alegre (RS). O espaço utiliza todo um andar do
Shopping Iguatemi com um time de especialistas em diferentes áreas médicas. São mais de 80 profissionais da saúde que atuam em conjunto, oferecendo assistência integral® em especialidades médicas, diagnóstico por imagem, odontologia, vacinas, análises clínicas e Núcleo de Infusões. “A Unidade do Hospital Moinhos de Vento Iguatemi é um novo conceito em saúde e qualidade de vida. Reúne a já consagrada excelência da instituição com a praticidade, a segurança e a comodidade do shopping. Acreditamos que as pessoas busquem esse atendimento em função da conveniência e segurança”, declara Sandra de Mattos, Gerente da Unidade. De acordo com Sandra o espaço foi concebido para atender clientes que buscam dar uma atenção especial à
saúde, fazendo acompanhamento preventivo, de forma mais prática, segura e confortável, com flexibilidade de horários, fora de um ambiente hospitalar. Além disso, com a conveniência de estar no shopping, um atrativo para quem precisa de soluções rápidas, reunidas em um só lugar. “Hoje, além de atender a toda essa nova demanda, o Hospital Moinhos de Vento Iguatemi também é visto como a porta de entrada da instituição no segmento corporate, ou seja, no atendimento direto às empresas. As grandes corporações investem, cada vez mais, na qualidade de vida de seus funcionários e estão conscientes de que a longevidade, a disposição, a agilidade, o bem-estar físico e mental são grandes aliados da produtividade”, finaliza Sandra.
“Hoje, além de atender a toda essa nova demanda, o Hospital Moinhos de Vento Iguatemi também é visto como a porta de entrada da Instituição no segmento corporate, ou seja, no atendimento direto às empresas” Sandra de Mattos, gerente da Unidade iguatemi do Hospital Moinhos de Vento HEALTHCARE Management 24
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Espaço
MÉDICO inovação
Antes dele
chegar
Teste aplicado pelo Hospital de Câncer de Barretos aponta probabilidade de desenvolver tumores antes que eles apareçam no organismo humano
O
câncer, doença que apavora muitas pessoas, pode ter prevenção. A probabilidade de desenvolver alguns tipos da doença pode ser diagnosticada precocemente por meio do rastreamento genético. A técnica, que já está disponível no Brasil, é utilizada pelo Hospital de Câncer de Barretos, no Estado de São Paulo, por meio de um teste realizado sob a responsabilidade dos médicos do Departamento de Oncogenética da instituição. “Outros hospitais oferecem prevenção, mas nós somos pioneiros ao disponibilizar o teste genético gratuitamente aos nossos pacientes. Também faz parte da rotina oferecer exames e cirurgias caso o resultado dê positivo. O paciente ainda é estimulado a trazer todos os seus familiares que estejam em risco de ter a mesma mutação. Dessa forma, o hospital acolhe a família toda quando um caso hereditário é diagnosticado”, conta o médico Danilo Vilela Viana, geneticista do Departamento de Oncogenética do Hospital de Câncer de Barretos.
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Contra o
câncer
O exame tem sido feito quando o médico que acompanha o paciente em alguma das especialidades clínicas do hospital nota alguma característica que sugira uma predisposição hereditária ao câncer. Então, ele encaminha o assistido ao Departamento de Oncogenética para avaliação. Uma vez neste setor é realizada, inicialmente, uma avaliação clínica, na qual são obtidas informações a respeito do histórico de câncer dessa pessoa e informações a respeito de casos da doença nas famílias materna e paterna. “É importante saber em que órgão ocorreu a doença e a idade em que foi diagnosticado”, explica o médico. No caso de uma mulher com câncer de mama, por exemplo, a partir desses dados é que o médico pode calcular a probabilidade da paciente possuir uma mu-
tação em um dos dois genes de câncer de mama (BRCA1/BRCA2), ou até mesmo sugerir a realização de teste genético para diagnosticar alguma outra síndrome hereditária que também cause doença. O INCA também oferece exames dentro deste contexto. No caso de pacientes com mutações detectadas em BRCA1 ou BRCA2, o teste é oferecido aos familiares, sempre com atendimento ambulatorial de Aconselhamento Genético por Médicos Geneticistas Clínicos. Para que outras instituições voltadas ao tratamento do Câncer implantem o exame há duas maneiras, uma investindo no setor de genética do hospital e outra pelo SUS. “A Genética Médica é uma especialidade que existe há muitos anos e que nunca foi incorporada no SUS. Não apenas os pacientes com câncer so-
frem por essa carência no SUS, mas também aqueles com outras formas de doenças hereditárias”, diz Viana. O risco para o desenvolvimento de câncer em diversos órgãos foi obtido através de estudos, nos quais se acompanhou famílias com câncer hereditário por muitos anos e, assim, foi possível observar quais tumores aconteciam e com que frequência “Se de cada 100 pessoas com mutação, 50 desenvolveram câncer de ovário, por exemplo, esse risco é de 50%, e assim por diante, com a ressalva de que isso também depende da idade”, explica. O teste genético, é preditivo e não serve para diagnosticar a presença de um câncer. Ele não diz quem está com a doença, mas prediz a chance de uma pessoa vir a tê-la, ou seja, consegue separar as pessoas que possuem um risco alto
Faz parte da rotina do hospital oferecer exames e cirurgias, caso o teste da probabilidade de câncer dê positivo. O paciente ainda é estimulado a trazer todos os seus familiares que estejam em risco de ter a mesma mutação” Danilo Vilela Viana, geneticista do Departamento de Oncogenética do Hospital de Câncer de Barretos
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Espaço
MÉDICO inovação das pessoas que têm uma constatação semelhante ao da população geral. Clarice de Barros Armelin, 55 anos, da cidade de Guararapes (SP), foi uma das pessoas que passou pelo exame. Ela, que já havia sofrido com tumores no ovário, fígado e pâncreas manteve seu tratamento no Hospital do Câncer e passou pelos exames para detectar a probabilidade de novos tumores. O resultado foi positivo, um câncer futuro poderia acometê-la na mama. Para evitar, a dona de casa vem fazendo acompanhamento, participando de reuniões e tomando o medicamento indicado pela equipe médica da instituição. Os tipos de câncer que possuem risco aumentado variam de acordo com cada síndrome e de acordo com o gene onde está a mutação. No caso do BRCA1/BRCA2 os dois maiores riscos são para mama e ovário, mas outros tumores também podem ocorrer. Apesar dos dois conferirem um alto risco, existem diferenças de valores de risco de câncer entre esses dois genes, por isso não é possível generalizar. Importante é salientar que o teste genético não detecta câncer, ele apenas responde qual o seu risco para desenvolver um deter110
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minado tumor. Quando detectada uma probabilidade alta de se desenvolver a doença o paciente tem duas alternativas para evitá-la: a cirurgia preventiva ou tratamentos alternativos. No caso de câncer de mama este tipo de tratamento invasivo reduz o risco da doença em até 90%. Quando o problema é no ovário a redução do risco de câncer é de até 96%. “Alguns fatores influem na decisão de qual cirurgia está indicada, e isso depende muito da própria mulher, do momento de vida dela, da idade, se já teve todos os filhos, ou se pretende ter. O conjunto deve ser observado, e discutido entre a paciente e a equipe cirúrgica”, orienta Viana. Já os tratamentos alternativos, como o uso de medicamentos na prevenção, são chamados de quimioprevenção. No caso do câncer de mama hereditário, existe uma medicação que pode ser usada como alternativa à cirurgia, mas que não está disponível para essa indicação de utilização no SUS. É importante lembrar que a Radioterapia não é indicada na prevenção, pois até o presente momento, a técnica não consegue atingir apenas a célula doente, ou
seja, pode prejudicar outras células ao redor. “Por isso, quando utilizada para o tratamento de tumores já existentes as equipes devem utilizar equipamentos e técnicas sofisticadas de tratamento (Radioterapia de Intensidade Modulada, dentre outros) para minimizar os efeitos da radiação nos tecidos normais adjacentes ao tumor”, explica o Chefe da Radioterapia do Ghelfond Diagnósticos, Alessandro Mafra. Mafra ressalta que para tratar a doença já diagnosticada a Radioterapia é complementar a Quimioterapia, pois enquanto a Radio atua localmente, a Quimio atua sistemicamente, ou seja, em todo o corpo. “Assim, em geral, o objetivo da Quimio é evitar com que a doença retorne em órgãos distantes enquanto a Radioterapia pretende proteger o órgão inicialmente acometido e seus arredores”, finaliza. O objetivo do teste não é diminuir os gastos da instituição com tratamento e sim oferecer uma forma de prevenção às pessoas em risco. Entretanto a opção por estratégias de diminuição de risco, como a cirurgia preventiva, pode evitar Quimioterapia, Radioterapia, internações, diminuindo o custo.
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Contra o
câncer
Inovação para todas as fronteiras
A
inda quanto a instituições referências no tratamento de câncer, o St. Jude Children´s Research Hospital, nos Estados Unidos, se destaca mundialmente por suas pesquisas e inovação no modelo de atendimento. Em entrevista exclusiva para a revista HealthCare Management, o médico Raul Ribeiro, brasileiro que desde 1997 dirige o International Outreach Program, explica a iniciativa do programa de aumentar as taxas de cura do câncer infantil. Segundo Ribeiro, a instituição adota medidas inovadoras em sua gestão. “Investimos alto em pesquisa no câncer pediátrico e atendimento aos pacientes. O hospital é 80% dedicado ao tratamento e investigação do câncer infantil, por isso temos maior
produtividade nessa área.” O objetivo principal é melhorar as condições de tratamento de crianças com câncer em países com recursos limitados. “A inovação desse programa é que envolve a comunidade local para advocacia e levantamento de fundos para o tratamento de crianças. Também treinamos médicos locais, enfermeiras e outros profissionais da saúde para trabalhar nesta área. Isso cria capacidade local e sustento próprio dos projetos.” Assim, incentiva-se a capacidade técnica para que crianças recebam o devido tratamento no hospital de origem. Contudo, para qualquer família que procure o St. Jude Hospital para tratamento, a instituição tem um protocolo de investigação e pesquisa para que possa receber o
paciente. “Já aqueles que foram previamente tratados ou com um tipo de câncer para o qual não temos protocolo de investigação para o tratamento, não podemos, então, aceitar.” Durante os 50 anos de trajetória do hospital, cerca de 50 países enviaram pacientes para serem tratados na instituição. Para levar conhecimento e técnica aos países assistidos, Ribeiro ressalta que os maiores desafios são a pobreza da população, a falta de recursos governamentais e infraestrutura do local a ser assistido. “Existe uma correlação muito forte entre o que o governo gasta em saúde e sobrevida das crianças com câncer”, salienta. Tais parcerias focam no treinamento e educação e, muitas vezes, suporte aos profissionais para
“Investimos alto em pesquisa no câncer pediátrico e atendimento aos pacientes. O hospital é 80% dedicado ao tratamento e investigação do câncer infantil” Raul Ribeiro, Diretor do International Outreach Program, do St. Jude Children´s Research Hospital (EUA)
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Espaço
MÉDICO inovação
trabalhar exclusivamente nos programas de atenção infantil. “A nossa missão é que ‘nenhuma criança morra no amanhecer da vida’. Esse é o lema da nossa instituição e buscamos essa visão através de investigação/pesquisas e atendimento em Memphis (EUA) por meio de educação e treino para países com recursos limitados.” Atualmente, 20 instituições de 15 países são vinculadas ao St. Jude Hospital. No Brasil, o Hospital de Recife (Instituto Mater112
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no-Infantil de Pernambuco) e o Hospital de Câncer de Barretos (SP) possuem parceria com a instituição. Outra atuação no Brasil do hospital resultou na análise de 170.000 (mil) recém-nascidos, no Paraná, para verificar uma mutação que aumenta a predisposição ao câncer. Para expandir todo este atendimento, o hospital conta com financiamentos e doações da população. “A flexibilidade de financiamento privado permite uma agilidade muito grande. Por exem-
plo, o St. Jude terminou de completar o estudo de identificação genômica completa de 700 casos de tumores pediátricos. Isso não seria possível em qualquer outra instituição no mundo porque o custo é proibitivo.” A instituição traz também acreditações como a Joint Commission, além de ser a única dos Estados Unidos com programa compreensivo exclusivo de atendimento ao câncer infantil (National Cancer Institute: Comprehensive HCM Cancer Center).
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Custo x
qualidade
Tecnologia de
ponta
Equipamentos para o setor de Radiologia conferem alto desempenho e preço diferenciado para as instituições
C
onhecer exatamente a realidade de clínicas e hospitais brasileiros é o principal vetor para que uma empresa corresponda às necessidades emergentes do setor. Só assim o mercado poderá ser
fomentado com soluções tecnológicas que atendam às carências do sistema de saúde. Assim acontece no setor de Radiologia e neste segmento a Sawae traz a associação de excelência de
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qualidade e padrão-ouro na assistência técnica, pioneira no desenvolvimento de geradores de raios X em alta frequência. “Somos a primeira empresa brasileira a ofertar esse produto, alterando o conceito exis-
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MÉDICO soluções tente de qualidade, marcado pela ineficiência e conformismo com baixo padrão, até então presente no mercado”, comenta José Alexandre Leão, Diretor Geral da empresa. Durante os 20 anos de atuação, a empresa sempre buscou o desenvolvimento, aprimoramento e ampliação da linha de produtos. Trata-se de soluções que conferem alto desempenho e rentabilidade à instituição, por necessitar de baixa assistência técnica. Na linha de Radiologia, o destaque é para o equipamento ALTUS, com gerador de alta frequência e potência de 54KW. “É um excelente equipamento, com alto desempenho, muito estável e seguro na operação.” Há também a linha de endoscópios rígidos, que traz
as óticas para artroscopia e urologia, com projeto ótico desenvolvido pela Sawae e fornecedores exclusivos, garantindo padrão de qualidade na imagem. Ainda de acordo com os produtos, Alexandre Leão ressalta o alto desempenho aliado ao preço diferenciado. “As vantagens estão no baixo nível de uso da equipe de assistência técnica. E, no caso de necessitar de serviço, oferecemos uma grande equipe de profissionais treinados em todas as regiões brasileiras.” Além disso, os equipamentos não precisam de uma sala grande, uma vez que toda parte eletrônica fica alojada embaixo da mesa de exames. A instalação e treinamento são realizados em apenas dois dias.
Vale ressaltar que todos os equipamentos possuem registro na ANVISA e que também a empresa possui ISO 9001 e ISO 13485. “É a garantia de seriedade e compromisso para com o mercado. Podemos dividir o mercado de fornecedores de Raios X como antes e depois da ANVISA, sendo a atuação da Agência fundamental para qualificar os fabricantes”, considera Alexandre Leão. Acerca dos avanços tecnológicos neste setor, o diretor ressalta que a política da empresa é, ao lançar um produto, já iniciar trabalhos para o desenvolvimento de seu sucessor. “Isso garante ao gestor a segurança da utilização do que existe de melhor na eletrônica.” HCM
“Podemos dividir o mercado de fornecedores de Raios X como antes e depois da ANVISA, sendo a atuação da Agência fundamental para qualificar os fabricantes” José Alexandre Leão, Diretor Geral da Sawae
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ESCOLHA
CERTA alternativa
Rapidez e
segurança
Ambulâncias aéreas permitem o transporte rápido e seguro de pacientes em longas distâncias 116
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Transporte
aéreo
“Nossos profissionais, além de sua formação nas mais diversas áreas, são capacitados em fisiologia de voo para prestar o melhor atendimento ao paciente. Além disso, como sabemos que a urgência pela remoção não tem hora marcada, nosso atendimento é 24 horas por dia” Maurício Alberto Goldbaum, Diretor Presidente da Uniair
O
transporte aéreo de pacientes é uma vertente da saúde que tem crescido a cada dia. A possibilidade de levar o enfermo de um lugar a outro com rapidez, comodidade e segurança tem aumentado o número de empresas de transporte aéreo e também de pacientes que optam por esse serviço. A Uniair, que está no mercado há 15 anos, por exemplo, apresentou, nos primeiros três meses de 2013, um crescimento de 1.690.000 clientes em 2012 para 1.725.000 no mesmo período deste ano. A empresa transporta, hoje, em média, 25 pacientes ao mês. “É importante assinalar que em 2007 este número não chegava aos 700 mil usuários, restringindo-se apenas aos detentores de planos do Sistema Unimed do Rio Grande do Sul, cuja Federação é a sócia majoritária da empresa”, conta Maurício Alberto Goldbaum, Diretor Presidente da Uniair. Entre as patologias que levam a requisição destes serviços com mais frequência
estão as doenças cardiológicas e traumatológicas, além do transporte de recém-nascidos. “Também transportamos pacientes para tratamentos que precisam ser realizados em longa distância. Já foram feitos vários voos para o Hospital de Câncer de Barretos, Sírio-Libanês e Albert Einstein em São Paulo, dentre muitos outros”. Para que a saúde e a segurança dos pacientes estejam garantidas é necessário o pleno cumprimento de todas as exigências legais e administrativas ligadas ao transporte aéreo. Além disso, o treinamento permanente da equipe médica que acompanha as aeronaves, assim como da tripulação, também são extremamente importantes. “Visamos à segurança e agilidade para os clientes e usuários. Por isso, nossos profissionais, além de sua formação nas mais diversas áreas, são capacitados em fisiologia de voo para prestar o melhor atendimento ao paciente. Também, como sabemos que a
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urgência pela remoção não tem hora marcada, nosso atendimento é 24 horas por dia”, conta Goldbaum. Os 73 funcionários da empresa, entre eles, 22 médicos e 12 enfermeiros, se dividem entre o atendimento no helicóptero, utilizado para curtas distâncias, e nas aeronaves que permitem até cinco horas e meia de voo contínuo. “A definição do médico que acompanhará o chamado começa na identificação do paciente. Temos profissionais especializados com titulação de Cardiologistas, Intensivistas, Emergencistas, Pediatras e Neonatologistas”, explica. Porém, mesmo havendo o acompanhamento do médico da Uniair durante o trajeto, o procedimento só é executado após a regulação médica realizada entre o profissional da empresa e o que acompanha o paciente no hospital, pois nesta troca de informações é verificada a condição clínica do usuário e a possibilidade de realizar o transporte sem riscos. HCM
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PONTO
DE VISTA ARTIGO
As muitas facetas da inovação Por Carlos Goulart
M
uito tem se falado e escrito sobre a importância da inovação e da tecnologia no desenvolvimento e melhoria da condição socioeconômica do País. Sem dúvida, estes são fatores essenciais para o aumento da produtividade e competitividade, para a garantia de um crescimento sustentável, que reverberará também na redução do déficit da balança comercial e na própria sobrevivência das empresas. O segmento da Saúde, com potencial de se tornar o maior PIB dos países, deve ser particularmente focado. Ciente desta importância, o Governo conta com um grupo exclusivo, voltado ao Complexo Industrial da área da Saúde, no Plano Brasil Maior. Quando se trata de inovação, Governo, empresários e academia devem envidar todos os esforços nesta busca, de preferência com interação entre as partes. No Brasil, percebe-se que há ainda um grande vácuo entre as universidades inovadoras e as indústrias, que são, em última instância, as
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que transformam ideias e conhecimento em negócios e produtos viáveis para o mercado. Empresas que inovam faturam mais, crescem de maneira sustentável, exportam mais e pagam melhores salários. No caso do Brasil, há ainda que ressaltar as tradicionais amarras que dificultam a inovação, como a falta de qualificação de pessoal, o tão cantado e decantado custo Brasil (alta carga tributária, burocracia, deficiência de infraestrutura) e a falta de instrumentos adequados de financiamento, embo-
ra haja recursos públicos disponíveis. Acresça-se a estes fatores a baixa tradição do empresariado brasileiro de investir em P&D e a cultura de pouco apetite a risco. A Ásia é o exemplo recente mais bem acabado de continente que soube vencer estas amarras triplicando sua produtividade nas últimas três décadas. Importante citar que, assim como aqueles países, o Brasil tem modelos exemplares de inovação, caso da Embrapa, Embraer, Petrobrás e outras empresas privadas. Este ano, o Governo Federal lançou o Plano Inova Empresa aumentando substancialmente o patamar da disponibilidade de recursos públicos para investimento em inovação, no qual o setor Saúde também está contemplado. O Brasil tem pressa e deve colocar na ordem do dia debates sobre como aumentar sua produtividade por meio da inovação para recuperar o tempo perdido. A inovação deve, entretanto, ser vista e compreendida no seu sentido mais amplo e se
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NOVAS
TÉCNICAS
inserir na cadeia global de tecnologia e processos. Entre outros, devem ser explorados novos modelos de negócios, revisão das cadeias produtivas, reavaliação das formas de educar e gerir pessoas, questionamento das estruturas de ganhos e custos e novos modelos financeiros. Toda e qualquer ideia que possa ser implantada com sucesso e que gere valor para a sociedade deve ser encarada como inovação. Neste contexto, vale também salientar que reinventar a roda não é o caminho a ser seguido. Ao invés de priorizar o desenvolvimento local do que já está pronto no mundo, deve-se investir em políticas claras e atrativas para estimular a criação de centros de pesquisa e desenvolvimento integrados com outros países. Assim, se provocará a chamada inovação reversa, como algumas multinacionais têm feito no Brasil, que consiste em inverter o fluxo de inovação dos países em desenvolvimento para os desenvolvidos. Por último, deve-se lembrar que a nova ordem da economia passa pela revisão de modelos de desenvolvimento que considerem a finitude dos recursos naturais, onde é imperativa a sustentabilidade para que consolide tanto o consumo responsável como a oferta responsável no crescimenHCM to do País. Carlos Goulart é Presidente Executivo da ABIMED – Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares.
ALTA NOS
NEGÓCIOS soluções
Novos
caminhos
Empresa anuncia estratégias inéditas para o mercado brasileiro 120
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Novas
perspectivas
Clientes da Agfa HealthCare se reuniram com o CEO da Agfa Gevaert Group, Christian Reinaudo, que está na companhia desde 2008, para saber das novas estratégias da empresa, lançamentos e novidades para o mercado brasileiro. Em entrevista exclusiva para a revista HealthCare Management, Reinaudo disse que o Brasil é um País em evidente crescimento e, consequentemente, um campo muito forte para a atuação da empresa “O sistema de saúde possui uma grande penetração de tecnologia e radiologia nos hospitais, o que é um forte atrativo para nossos negócios”, ressaltou. De acordo com o CEO, o Brasil corresponde de 4% e 5% dos negócios globais da Agfa HealthCare. “Não podemos ignorar essa posição. Além disso, já somos reconhecidos no País há algum tempo e contamos com fortes distribuidores e vários parceiros leais, como também universidades e hospitais que nos ajudam a desenvolver novas soluções adaptadas que, posteriormente, poderão ser utilizadas em todo o mundo.” Recentemente, a Agfa adquiriu uma pequena companhia em Recife (PE) que será o principal centro de desenvolvimento tecnológico da empresa no País, além de possibilitar uma maior aproximação com técnicas e conhecimentos europeus. “O mercado de TI brasileiro está em expansão e vamos aproveitar este momento. Começamos, há pouco tempo, com uma pequena sede e hoje muitos consumidores acabaram por adotar nossas soluções.”
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ALTA NOS
NEGÓCIOS soluções Outra novidade para este ano é o novo DR, estratégica global da Agfa para radiografia digital. Trata-se de novos dispositivos que permitem obter instantaneamente a imagem em plataforma digital. “Essa solução irá ajudar a acelerar e melhorar o departamento de radiologia dos hospitais. Ainda precisamos da certificação deste produto pelas autoridades que está previsto para setembro. A partir disso vamos começar a vender”, finaliza.
Segundo José Laska, Diretor da Agfa HealthCare no Brasil, o encontro é uma grande possibilidade de conhecer as novidades da empresa para este ano. “Conferimos aqui uma nova solução de integrar todas as áreas de um hospital, não só de radiologia, mas uma integração longitudinal, ou seja, quando o médico precisa ter acesso ao prontuário eletrônico do paciente, ele poderá ter em todas as áreas do hospital aquelas informações pertinentes”, salienta.
“Conferimos
aqui
uma
nova solução de integrar todas as áreas de um hospital” José Laska, Diretor da Agfa HealthCare no Brasil
“O sistema de saúde possui uma grande penetração de tecnologia e radiologia nos hospitais, o que é um forte atrativo para nossos negócios” Christian Reinaudo CEO da Agfa Gevaert Group
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AlĂŠm da
medicina
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MODELO
DE ATENDIMENTO Tendências
Atenção
especial
Protocolos e atendimentos específicos para o idoso devem estar na planilha administrativa das instituições hospitalares 124
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Saúde do
idoso
O
envelhecimento da população já é um fenômeno presente em diversos países do mundo. Há duas maneiras para este processo: a saudável e a patológica. A primeira é quando as pessoas sofrem poucas doenças e, acima e tudo, são independentes. A última gera múltiplos casos de internação e dependência ou algum tipo de incapacidade funcional. O último processo é o quadro atual da população brasileira. De acordo com o último estudo realizado pelo IBGE, em 2012, “Síntese de Indicadores Sociais – Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira”, o crescimento do número de idosos de 60 anos ou mais, passou de 15,5 para 23,5 milhões de pessoas, de 2001 a 2011. Este processo, que ocorre de forma acelerada no
País, faz com que se evidenciem problemas do sistema de saúde. De acordo com a médica geriatra Valéria Lino, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, observa-se uma lenta modificação dos serviços para atender às necessidades dos idosos. “O centro de saúde da Fiocruz passou por processo de acreditação recentemente e um dos indicadores de qualidade foi o uso de um sistema de identificação de risco de quedas para idosos. Nos hospitais, eles também recebem pulseiras ou há a observação nos prontuários e quartos.” Valéria enfatiza os benefícios que tais medidas trazem para o atendimento do idoso e, consequentemente, para a gestão, entretanto ainda há muito para se avançar. “Precisamos atender, adequadamente, os idosos
dementes e aqueles que apresentam fragilidade e, assim, evitar ou postergar as limitações na capacidade funcional, principal indicador de saúde dos idosos e que reflete na capacidade de cuidar de si mesmo e de gerir a própria vida”, afirma. Para isso, a professora ressalta a necessidade de utilizar instrumentos de triagem que auxiliem na rápida identificação daqueles que têm limitações na mobilidade, visão, capacidade de controlar a micção, audição, força, problemas de humor e cognitivos. “Isso já é feito em outros países e nós dispomos de instrumentos para esta abordagem em nosso meio. Só fazendo rastreamento de risco de declínio funcional é que os hospitais e clínicas poderão dar atendimento de qualidade aos idosos.”
“Alguns hospitais até possuem estas regras, mas elas não são seguidas. É como ler o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003) que nos traz uma leitura do ideal, mas totalmente diferente da realidade” Salo Buksman, Presidente da Comissão de Comunicação da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
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MODELO
DE ATENDIMENTO Tendências A formação do profissional para atender este público também é bastante discutida. Segundo Salo Buksman, Presidente da Comissão de Comunicação da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), há uma escassez na oferta deste especialista no Brasil. “Primeiramente, são poucas vagas de residência para este ramo. Na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, ao todo são 15 vagas, ou seja, não tem como atender a demanda.” Somado a este fator, Buksman ressalta ainda que muitos médicos se formam, mas sem o devido conhecimento para este público. “O profissional e o gestor devem compreender que o idoso requer atendimento e necessidades especiais, isto é, a abordagem das doenças deve ser feita de maneira diferente. Vale ressaltar que quando não se aplica uma boa prática médica, consequentemente, teremos um alto custo em todo o sistema.” A SBGG defende ainda a importância de as instituições hospitalares terem um protocolo e rotina específica para o atendimento dos idosos, desde a atenção primária até a 126
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terciária. “Alguns hospitais até possuem estas regras, mas elas não são seguidas. É como ler o Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003), que nos traz uma leitura do ideal, mas totalmente diferente da realidade”, ressalta. Para reverter este quadro faz-se necessário uma maior atenção a determinantes sociais, ambientais, econômicos, comportamentais (atividade física, hábitos alimentares, consumo de álcool e tabaco), além daqueles relacionados à saúde. “É preciso assegurar a prevenção das deficiências, a manutenção da qualidade de vida e a reabilitação para esse grupo. Quando se promove o envelhecimento ativo, é possível observar a compressão da morbidade, relacionada ao encurtamento do período de incapacidade, que se aproxima do momento da morte. É isto o que desejamos. Já que não conseguimos evitar sempre a incapacidade, que ela seja postergada ao máximo. Para isso, as equipes gerontológicas multidisciplinares são capazes de promover ações integradas e obter tais resultados”, avalia Valéria.
De acordo com o último Observatório ANAHP, o grupo etário que mais cresceu foi o formado por pacientes com idade acima de 90 anos, ainda que representem apenas 1,5% das saídas. O volume dos pacientes com mais de 60 anos aumentou 2% em 2012, em comparação com 2011. Entre 2009 e 2012, a estrutura etária da população atendida nos hospitais sofreu modificações nos grupos acima de 60 anos que ganharam importância, correspondendo a 26% do volume de saídas hospitalares em 2012. Conforme o levantamento da ANAHP, o envelhecimento da demanda, associada a dificuldades culturais e sociais de acolhimento dos pacientes idosos fora do hospital são grandes desafios na gestão assistencial que precisam de enfrentamento contínuo.
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SaĂşde do
idoso
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PONTO
FINAL
Importação na
Saúde
Entidades criticam atuação de médicos estrangeiros no País O brasileiro foi às ruas para reivindicar as melhorias das inúmeras deficiências de serviços públicos do País. A questão que, a princípio, norteou todas as manifestações era o transporte público. Pouco depois, outras exigências também entraram na pauta e, claro, a saúde foi uma das bandeiras levantadas pela população. Diante de tamanha mobilização, que contou com cerca de um milhão de pessoas que saíram para as ruas apenas no dia 20/6, a Presidente Dilma Rousseff anunciou um plebiscito que autoriza uma Constituinte para fazer a reforma política. No campo da saúde, a “importação dos médicos” para trabalhar no interior do País e mais vagas para estudantes de medicina ganharam destaque. Em pronunciamento, a presidente salientou que as vagas para serem preenchidas são oferecidas, 128
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prioritariamente, aos médicos brasileiros. Além disso, citou o exemplo do que acontece na Inglaterra, onde 37% dos médicos que lá trabalham se graduaram no exterior e que no Brasil este percentual é de 1,79%. Este intercâmbio também acontece com outros países da União Europeia e entre Canadá e Estados Unidos. A iniciativa é umas das soluções do governo para enfrentar o déficit de médicos no Brasil e, assim, atender as regiões mais carentes. Mesmo com casos de sucesso do que acontece em outros países, aqui no Brasil a medida encontrou críticas severas de entidades ligadas à categoria. Diante disso, entidades do setor como a Associação Médica Brasileira (AMB), a Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Na-
cional dos Médicos (FENAM) manifestaram-se, em carta aberta para a população, a preocupação com tal medida e ameaçam ir à Justiça para evitar a entrada de médicos estrangeiros no País. De acordo com o documento, a decisão de importar médicos expõe a população, sobretudo a parcela mais vulnerável e carente, “à ação de pessoas cujos conhecimentos e competências não foram devidamente comprovados”. A carta ainda ressalta que a proposta “tem valor inócuo, paliativo, populista e esconde os reais problemas que afetam o SUS”. “Será que os ‘médicos importados’ compensarão a falta de leitos, de medicamentos, as ambulâncias paradas por falta de combustível, as infiltrações nas paredes e as goteiras nos hospitais?”, questionam as entidades. E, provavelmente, todos os brasileiros. HCM
MAIO | JUNHO 2013 healthcaremanagement.com.br
Foto: José Cruz
Médicos estrangeiros
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