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Editorial

O Oscar da Energia

“T

udo na vida são forças.” Essas são as palavras do empresário Roberto Justus quando questionado sobre o que devemos ter para alcançar o sucesso. Seguem algumas delas que gostaria de compartilhar. A força de vontade é fundamental para buscar o que tanto almejamos. Muito desta energia depende de nós mesmos, da nossa entrega e comprometimento com nossos objetivos. Para tanto, é preciso discernimento na tomada das decisões. Tão importante quanto uma lista de coisas para fazer, também é necessário uma lista do que não fazer. Destaca-se também a força da visão, ou seja, o poder de vislumbrar um horizonte diferente. Nada mais importante diante de um mundo cada vez mais competitivo do que sair da mesmice. A força do caráter é outro elemento importante, uma vez que aqui está a importância de como o líder conduz seu time. Afinal, ele pode construir ou destruir o caráter de sua empresa. O poder está em suas mãos. Já a coragem é aquela que leva o líder para além das fronteiras convencionais. A coragem para a mudança quebra paradigmas e

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FULL ENERGY | edição 21

Edmilson Jr. Caparelli

CEO | Publisher

traça novas tendências. Vontade, visão, caráter e coragem. Essas são algumas das forças reunidas nesta edição da Full Energy. Nas próximas páginas trazemos o “100 Mais Influentes da Energia 2016”, especial que comemora sua primeira edição e celebra a vitória de personalidades que contribuem para o desenvolvimento do setor de Energia no Brasil. São pessoas que, dentro de diversas atividades, nos influenciam por sua força de fazer mais pela matriz energética brasileira, mesmo diante de tantas dificuldades que estamos passando. O Oscar da Energia traz executivos, gestores, engenheiros, pesquisadores, enfim, uma vasta gama de profissionais que se dedicaram à inovação na Energia. Eles realizaram investimentos, trouxeram novas soluções de atendimento, fomentaram debates, superaram os desafios para se chegar a uma gestão sustentável e representaram o Brasil no exterior. E como tudo o que se planta, se colhe, vamos agora colher a justa homenagem a esses grandes líderes. Afinal, vontade, visão, caráter e coragem são sempre bons exemplos a serem seguidos.



NESTA EDIÇÃO

AGOSTO - SETEMBRO

Alguns dos eleitos dos 100 Mais Influentes da Energia são a nossa capa da 21ª Edição da Full Energy

Código de Cores A Full Energy organiza suas editorias pelo código de cores abaixo: Líderes e Práticas Sustentabilidade Tecnologia e Inovação Mercado Gente e Gestão Ideias e Tendências Estratégia

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Rumo aos 20 GW Brasil supera expectativa de capacidade instalada de energia eólica e projeta 20 GW até 2020

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O profissional em primeiro lugar Gestão direcionada à expertise da equipe é a receita do sucesso da KTY Engenharia, que completa 30 anos em 2016

Articulistas:

40 Antônio Teixeira 6

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Zilmar José de Souza

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Tecnologia a favor da gestão Software capaz de gerenciar informações sobre medidores reduz custos e garante maior eficiência para distribuidoras de energia elétrica

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R$ 2,9 bilhões para o setor sucroenergético Fenasucro supera expectativas e registra 3,5% de crescimento em volume de negócios, confirmando retomada do setor

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A energia que nasce na lavoura Sorgo desenvolvido pela NexSteppe garante alta produtividade de biogás ideal para produção e geração de energia

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112 Arnaldo Vieira de Carvalho


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Mais Influentes da Energia

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O Brasil, o Acordo de Paris e o setor elétrico Marcos Maciel Filho, CEO da Sunew, fala sobre a implantação de painéis solares orgânicos OPV no Brasil

A tecnologia do trator sustentável Movida a biometano, máquina tem economia de até 40% em relação ao diesel e emite 80% menos CO2 que aquelas alimentadas por combustíveis fósseis

Quando a energia vem do esgoto Sabesp transformará biogás em energia elétrica a partir de lodo produzido na ETE de Barueri (SP)

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Perguntas para...

Fernando Coelho Filho

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CONSULTORIA

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EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

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EMPRESÁRIOS

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ENTIDADES SETORIAIS

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ESTRATÉGIA E MARKETING

56

GENTE E GESTÃO

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INDÚSTRIA

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INFRAESTRUTURA E ENGENHARIA

66

INOVAÇÃO

68

INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

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LOGÍSTICA E TRANSPORTES

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MERCADO

74

NEGÓCIOS

76

PERSONALIDADE PÚBLICA

78

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

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PRODUÇÃO E GERAÇÃO

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PROVEDOR DE SERVIÇOS

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REFERÊNCIA

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SUSTENTABILIDADE

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TECNOLOGIA

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Perfil

A voz de Elbia Gannoum

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Ponto Final

A hora e a vez das renováveis

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Fotos: Divulgação

ALTA TENSÃO

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Nissan lança van movida por célula de bioetanol A Nissan lançou em agosto, no Rio de Janeiro (RJ), um protótipo de van elétrica movido por célula de bioetanol, tecnologia comparada a uma pilha e que dispensa a tomada para se recarregar. O dispositivo é comparável a uma pilha por usar reações eletroquímicas para gerar energia. O etanol, usado na reação, é misturado ao oxigênio no interior da célula de combustível. Diferentemente dos motores convencionais, a reação química não envolve combustão, mas sim a quebra de moléculas para gerar eletricidade. A promessa da montadora japonesa é de que o modelo use etanol puro ou misturado com água e até gás natural para produzir eletricidade de alta eficiência. Como não depende de tomadas ou centrais elétricas de recarga, o modelo tem baixos custos operacionais e permite autonomia de um veículo com motor a gasolina.

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Igreja no RJ é a primeira no Brasil a gerar a própria energia A Paróquia São José, localizada na zona sul do Rio de Janeiro (RJ), é a primeira do Brasil a gerar a própria energia. A instituição inaugurou em setembro um sistema de energia solar. O projeto, que contou com apoio técnico de Furnas, deve gerar uma economia de até R$ 20 mil ao ano. As placas fotovoltaicas foram instaladas no teto da igreja. Dom Orani Tempesta, cardeal e arcebispo do Rio de Janeiro, elogiou a iniciativa. “É uma opção de sustentabilidade e ao mesmo tempo de ver que é possível ter outras alternativas para que essa maneira de pensar e de ser nos ajude cada vez mais a encontrar energias alternativas para nossa sociedade”, afirmou.


UFSC vai gerar energia solar para mover ônibus elétrico Um ônibus 100% elétrico e movido a energia solar deve começar a circular na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), em Florianópolis (SC), a partir de dezembro. A energia será gerada pela própria universidade, no Centro de Pesquisa e Capacitação em Energia Solar Fotovoltaica. As recargas do veículo serrão feitas por meio da rede presente no campus e no parque. A estimativa é que o ônibus faça o trajeto do campus ao centro de pesquisa em 30 minutos, quatro vezes ao dia, o que totaliza 50 quilômetris diário com emissão zero de poluentes. O veículo contará ainda com tecnologia wi-fi e uma sala de reuniões. Segundo o coordenador do Centro de Pesquisa, Ricardo Rüther, o objetivo é replicar a iniciativa em outros centros urbanos, ressaltando a importância do uso de fontes de geração e consumo de energia limpa. A aquisição do ônibus foi financiada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Foto: Divulgação

Scania apresenta primeiro ônibus nacional movido a biometano/GNV Depois de realizar demonstrações com um modelo sueco abastecido por biometano e GNV, a Scania lançou, em setembro, um ônibus similar fabricado no Brasil. O primeiro destino do veículo foi a cidade de Sorocaba (SP). A empresa deve seguir com demonstrações do ônibus em todo o território nacional. Dentre as vantagens do veículo está a redução de custos operacionais por quilômetro quadrado e de emissões. Segundo a montadora, o ônibus emite 85% menos gases poluentes se abastecido com biometano, e 70% se estiver com GNV, levando-se em consideração a comparação com um veículo similar movido a diesel.

Banheiro público transforma xixi em energia elétrica Parece piada, mas não é. Pesquisadores do Centro de Bioenergia Bistrol, da Universidade do Oeste da Inglaterra, desenvolveram um banheiro público capaz de transformar urina em energia elétrica. Testado em junho deste ano durante o Glastonbury, festival de música da Inglaterra de alcance mundial, a tecnologia emanava micróbios que aceleravam a decomposição da urina. O sistema produz material suficiente para abastecer as lâmpadas de LED que iluminavam as proximidades do banheiro público. Os pesquisadores agora pretendem levar a novidade para a Índia e países da África onde o acesso ao saneamento básico e à energia elétrica são precários.

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Palavra da Editora

Exemplos de liderança

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hegamos à 21ª edição da revista Full Energy, e é com muita alegria que trazemos em nossas páginas exemplos de personalidades que refletem liderança, coragem, proatividade, empreendedorismo e excelência em gestão no setor de Energia. Realizamos pela primeira vez o prêmio 100 Mais Influentes da Energia como forma de homenagear estes personagens, tão importantes para o desenvolvimento e expansão da matriz energética brasileira. Além dos 100 eleitos pelo Grupo Mídia, esta edição conta ainda com a contribuição de artigos dos executivos Antônio Teixeira, presidente da Aben (Associação Brasileira de Energia Nuclear); Arnaldo Vieira de Carvalho, consultor para energia do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e Zilmar José de Souza, Gerente de bioeletricidade da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). Élbia Gannoum, presidente da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), conta em matéria perfil sua trajetória ao longo dos 16 anos de carreira no setor elétrico e os principais desafios de liderar a entidade do setor de energia que mais cresce no país. Também trazemos um especial de 10 perguntas para o Ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que fala sobre as principais ações do governo para o setor e os maiores desafios à frente da pasta. Um estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) sobre os desafios que o Brasil deve enfrentar para conseguir cumprir as metas firmadas no Acordo de Paris e o anúncio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) de novas condições de financiamento para o setor de energia elétrica também figuram nas Fernanda Testa, próximas páginas da Full Energy. Editora da Revista Full Energy

Boa leitura!

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Perguntas para...

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Fernando Coelho Filho Ministro de Minas e Energia fala sobre as principais iniciativas do governo para o setor

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dministrador de empresas e deputado pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro) desde 2007, Fernando Coelho Filho, de 32 anos, foi nomeado Ministro de Minas e Energia no dia 12 de maio, ainda no governo interino de Michel Temer. Com a consolidação do governo depois do impeachment de Dilma Rousseff, Coelho Filho assume a posição de ministro mais jovem no time de Temer. À Full Energy, o político fala sobre as principais iniciativas para o setor de Energia e os maiores desafios da pasta em relação à matriz energética brasileira.

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Diante da consolidação do governo Michel Temer, quais as principais iniciativas que o senhor pretende adotar à frente do Ministério? Nossa prioridade é retomar investimentos no setor, ao mesmo tempo em que reorganizamos alguns pontos do setor de energia, como, por exemplo, devolver a autonomia entre as instituições, aumentar a estabilidade regulatória e fortalecer o mercado. Conseguimos fazer isso mostrando claramente nossa visão sobre o que queremos fazer em cada área, reabrindo o diálogo com os diversos agentes do setor, ouvindo-os e considerando suas expectativas na formulação de medidas que estamos adotando.

Nossos próximos passos para a atração de investimento, gerando empregos no país, serão a venda das distribuidoras da Eletrobras e a realização das rodadas de licitações de petróleo e gás natural, além do novo contrato de concessão das usinas hidrelétricas que não foram renovadas na MP 579, iniciativas que estão dentro do PPI. Além disso, continuaremos trabalhando para expandir a geração de energia renovável no país, dentro dos compromissos firmados na COP 21, de termos 23% da produção de energia no país, em 2030, oriunda das fontes renováveis não hídricas. Devemos também criar um ambiente saudável para os investimentos em combustíveis, tanto em biocombustíveis, quanto em derivados de petróleo

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Quais os maiores desafios da pasta? Queremos que as ações estruturais para corrigir rumos e aprimorar as relações nos diversos segmentos sob responsabilidade do MME (Ministério de Minas e Energia) sejam feitas com redução da intervenção estatal, de forma transparente, buscando estabilidade e respeito aos contratos. Para isso, é fundamental construirmos propostas com a participação dos diversos agentes. Lançamos uma ferramenta de consulta pública no site do MME, para intensificar o debate com a sociedade e com as entidades, dando ainda mais transparência às ações da nossa gestão.

Empresários e entidades setoriais falam muito sobre a necessidade de reorganização do setor elétrico brasileiro. O que, na sua opinião, é determinante para tal reestruturação? Temos de pensar integradamente, sem que os ajustes de hoje se voltem contra nós amanhã, demandando outras medidas pontuais para corrigir o que estamos definindo agora. Chamei para compor nossa equipe grandes nomes do setor energético-mineral do país. Na Eletrobras, Wilson Ferreira Jr. está tendo apoio e liberdade para empreender uma gestão com eficiência. No MME, e a equipe do ministério e da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) tem trabalhado em

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Perguntas para...

pontos que acreditamos serem importantes para o setor, para reorganizá-lo. A começar pela Medida Provisória 735, que editamos ainda no primeiro mês de gestão e que define a redução dos subsídios contidos na CDE (Conta de Desenvolvimento Energético). Em petróleo e gás, estão previstas três rodadas de licitações e estamos reabrindo o setor de gás natural, em interlocução com o setor, na iniciativa Gás para Crescer. Estamos saindo da pauta de emergência do setor, com a retomada dos investimentos e recuperando a credibilidade do mercado. Também, quanto aos combustíveis derivados de petróleo e biocombustíveis, estamos conversando com representantes de toda a cadeia de abastecimento para identificar gargalos e propor soluções que nos permitirão alcançar um mercado de combustíveis sustentável, crescente, capaz de atender ao consumidor em condições adequadas de preço e qualidade, em um ambiente regulatório estável e favorável a novos investimentos e novos atores no setor de combustíveis no Brasil.

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Fala-se muito da possibilidade da redução da vazão do Rio São Francisco a partir de Sobradinho, o que é alvo de críticas por parte dos irrigantes daquela região. Qual a sua análise diante dessa situação? Na reunião de setembro, o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) apontou a necessidade de redução da vazão da UHE Sobradinho, o que foi autorizado pelo Ibama na última semana de setembro, ao patamar mínimo de 700 metros cúbicos por segundo (m³/s). Esse reservatório tem grande potencial de armazenamento e está em posição estratégica para usos múltiplos em todo o vale do São Francisco e para a geração de energia nas demais usinas instaladas a jusante, como as UHE Luiz Gonzaga, Complexo de Paulo Afonso e UHE Xingó. O país tem sua base de geração hidrotérmica, ou seja, com grande participação das usinas hidrelétricas e também das térmicas, o que garante a segurança no fornecimento elétrico para o país. Além disso, a energia eólica também tem tido papel importante na matriz elétrica, em especial no Nordeste. Com as eólicas e as térmicas, atuando complementarmente às hidrelétricas, podemos chegar

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ao final do ano com maior reservação em Sobradinho. O arquivamento de Tapajós abriu uma discussão sobre a necessidade de elaboração de um plano para geração de energia equivalente, já que a usina seria o maior projeto hidrelétrico previsto para o país nos próximos anos. Quais os planos do governo em relação a isso? O aproveitamento hidrelétrico do Rio Xingu, em especial a construção da UHE Tapajós, traria importante expansão da capacidade instalada no país. Porém, não podemos nos esquecer, ao debatermos o arquivamento dos estudos de impacto ambiental, que essa energia estaria disponível para o país somente na próxima década. Continuamos expandindo a matriz energética brasileira, de forma diversificada, e favorecendo as energias limpas e renováveis. Como exemplo, cito a energia térmica a biomassa, além da solar e da eólica.

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A energia eólica é a fonte que mais tem crescido no país, e atualmente representa quase 7% da matriz energética brasileira. No entanto, empresários do setor têm reclamado da falta/adiamento dos leilões. Como ficam os leilões, não só no setor de eólica, mas nos demais setores? Continuamos realizando leilões de energia nova e de reserva. Este ano, mesmo em um cenário confortável para as distribuidoras, realizaremos dois leilões. O 1º LER (Leilão de Energia de Reserva), realizado em 23 de setembro, resultou na contratação de 30 projetos de geração a partir de fonte hidrelétrica, com capacidade instalada total de 180,3 megawatts (MW) de potência. Outro leilão está marcado para 16 de dezembro. Ainda tivemos o leilão de transmissão, em 28 de outubro. O MME seguirá expandindo a capacidade instalada do país, promovendo leilões.

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Apesar de ainda representar uma pequena fatia da matriz energética nacional, a energia solar tem projeção de crescimento de 800% até o final deste


ano. Lideranças do setor, no entanto, afirmam que ainda faltam políticas de incentivo para que a energia solar possa consolidar sua participação. O governo tem projetos para o setor? A expansão das energias renováveis não hídricas, como a Solar e a Eólica, são fundamentais para que o Brasil atinja a meta firmada na COP 21, em Paris, de chegar a 23% da produção de energia elétrica em 2030 oriunda de renováveis não hídricas. Temos incentivado bastante a energia solar.

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Qual a posição do governo em relação aos incentivos da biomassa na matriz energética brasileira? Haverá leilões para o setor? A biomassa está em mesmo nível de importância no planejamento elétrico do que outras fontes renováveis e essa é uma visão de governo. Exemplo disso é que o BNDES anunciou, no início de outubro, que a fonte contará com participação de até 70% do banco nos projetos de biomassa, com juros a TJLP, mesmo percentual oferecido para a eólica, PCHs e Cogeração. Vemos grande potencial na biomassa e queremos fazer mais por essa fonte. Além disso, a bioeletricidade contribui para aumentar a competitividade do etanol e atrair novos investimentos na produção deste biocombustível.

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Quais as expectativas em relação ao fim da exclusividade da Petrobras na operação em campos do Pré-sal? As novas regras, que f lexibilizam a operação por parte da Petrobras, deverão melhorar o ambiente de negócios e atrair investimentos para a licitação das áreas unitizáveis do Pré-sal, prevista para meados de 2017, a ser realizada na modalidade de partilha de produção. Estamos ainda buscando renovar o Repetro, ajustar as regras da política de conteúdo local, onde se insere a iniciativa do PEDEFOR (Programa de Estímulo à Competitividade da Cadeia Produ-

Qual a opinião do senhor em relação ao projeto nuclear brasileiro? Há a estimativa de construção de oito novas usinas no país até 2050, mas muitos veem a energia nuclear com resistência. O que fazer em relação a isso? Não devemos ter preconceito sobre nenhuma fonte geradora, inclusive a nuclear, que já faz parte da nossa matriz. Atualmente, só 2% da nossa energia é nuclear, e acho inadequado que tenhamos concentrado todas as nossas plantas nucleares em um só lugar. O Brasil opera muito bem as usinas que tem, com fator de capacidade que chega a 92% em Angra. A expansão a essa fonte ainda é muito difícil, pois depende de recursos públicos para a construção. Se fosse levada a cabo a ideia de se permitir que a construção da usina fosse feita pela iniciativa privada, com operação pelo governo, poderíamos ter novas alternativas para a expansão dessa fonte, mas não há planos imediatos para isso. Precisamos primeiramente finalizar as análises sobre a construção de Angra 3, para definirmos o que será feito com a usina, e posteriormente com a energia nuclear no país.

Estamos saindo da

pauta de emergência do

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tiva, ao Desenvolvimento e ao Aprimoramento de Fornecedores do Setor de Petróleo e Gás Natural), e aprovar diretrizes para a unitização, dentre outras questões em análise.

setor, com a retomada

dos investimentos e recuperando a credibilidade do mercado.

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Mercado

Rumo aos 20 GW 16

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Brasil supera expectativa de capacidade instalada de energia eólica e projeta 20 GW até 2020

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esponsável por 7% da matriz elétrica brasileira, a energia eólica alcançou, em agosto deste ano, a marca de 10 GW de capacidade instalada. Os números vão além da expectativa inicial do setor, que projetava tal volume para 2019 –ano em que comemora-se 10 anos da implantação da fonte como geradora de energia no país. Em comemoração ao fato, a ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica) anunciou, na 7ª edição da Brazil Windpower (BWP) –maior evento de energia eólica da América Latina-, a nova meta do setor: atingir 20 GW de capacidade instalada até 2020. “Considerando o que já temos de contratos assinados, vamos chegar em 2020 com mais de 18 GW e temos potencial para crescer ainda muito mais. Para um país como o Brasil, com tantos recursos naturais abundantes e que tem um dos melhores ventos do mundo, considero ser um caminho não apenas natural, mas também estratégico, investir para ampliar a energia eólica”, afirma Elbia Gannoumm, presidente executiva da entidade. A feira, que tem a ABEEólica como uma das organizadoras, aconteceu no Rio de Janeiro (RJ) entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro, e contou com a participação de cerca de 2,8 mil visitantes, além de 110 expositores e mais de 1,5 mil empresas representadas. Mais de 600 pessoas participaram dos congressos e workshops do evento, onde foram anunciados outros números promissores para o setor, como investimentos de R$ 60 bilhões para os próximos quatro anos e cerca de 150 mil novos empregos diretos e indiretos gerados a partir destes projetos.

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mercado

Mercado em expansão Em plena expansão no Brasil, o mercado de energia eólica foi o que mais cresceu na matriz elétrica no ano passado, respondendo por 39,3% de tal ampliação. Ainda em 2015, a fonte eólica abasteceu mensalmente o equivalente à população de toda a região sul do Brasil, gerando 41 mil postos de trabalho no setor. E os números não param por aí. Mundialmente falando, o Brasil foi o 4º país que mais cresceu em capacidade instalada, ficando atrás somente da China, Estados Unidos e Alemanhã, segundo dados do GWEC (Global World Energy Council). Já em termos percentuais, o Brasil foi o que apresentou maior crescimento no setor de energia eólica. Segundo o “Boletim de Energia Eólica Brasil e Mundo – Base 2015”, divulgado pelo MME (Ministério de Minas e Energia) em agosto deste ano, o Brasil subiu sete posições na esca-

la mudial de geração, ocupando atualmente o 8º lugar, o que representa cerca de 3% de toda a produção eólica mundial. De acordo com o secretário geral da GWEC, Steve Sawyer, o futuro da energia eólica no Brasil, a médio e longo prazo, é promissor. “O Brasil tem um dos melhores recursos eólicos do mundo e conta com uma rede nacional que facilita a união de energias eólicas e solares com recursos hídricos. Acredito que o país vai ser um dos primeiros grandes países a tornar-se 100% renovável em termos de eletricidade”, observa.

“O Brasil faz um ótimo trabalho em atrair a maioria dos players de mercado para virem até o país e montarem suas fábricas” – Steve Sawyer, secretário-geral da GWEC

Evolução da capacidade instalada e previsão de instalações até 2020

Fonte: Abeeólica

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A energia eólica no brasil

Investimentos O cenário é promissor no que diz respeito a investimentos para o setor no Brasil, o que reflete nos atuais 400 parques eólicos e mais de 5,2 mil aerogeradores em operação no país. Nos últimos cinco anos, empresas construíram uma cadeia produtiva nacional para sustentar as instalações contratadas e desenvolver ainda mais o potencial de crescimento da fonte eólica. “O Brasil faz um ótimo trabalho em atrair a maioria dos players de mercado para virem até o país e montarem suas fábricas. Como o país tem um sistema nacional sofisticado e regulado, não só os brasileiros aprendem com outros países, mas outros países aprendem com o Brasil”, explica Sawyer. Uma das empresas que aposta no potencial do Brasil é a AG Solve, que em parceria com a inglesa FT Tech acaba de lançar no país uma nova linha de sensores ultrassônicos para controle de turbinas eólicas, capazes de mensurar até 75

m/s com precisão. Presente na BWP, o diretor técnico da empresa, Mauro Banderalli, falou sobre as perspectivas do mercado eólico no país. “Acreditamos muito no mercado brasileiro, por isso estamos trazendo inovações mundiais. A grande questão da BWP e do momento que estamos passando é acompanhar as mudanças. Acreditamos muito na feira. Estamos há mais de 30 anos no desenvolvimento de turbinas, há 15 anos temos esse mercado muito bem desenvolvido, e a ideia é nos aproximarmos mais dos operadores, para que consigamos adequar o melhor possível aos nossos sensores”, afirma.

• 7% da matriz elétrica vem dos ventos • 10 GW de capacidade instalada em 2016 • 400 parques eólicos • 5,2 mil aerogeradores em operação • 41 mil postos de trabalho gerados em 2015 • R$ 60 bilhões em investimentos até 2020 • 150 mil novos empregos diretos e indiretos nos próximos 4 anos

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mercado

Liderando o setor

Outros players

Apresentando duas novas modalidades de turbinas eólicas, a GE Wind comemorou, durante a BWP, a marca de mais de 2 mil turbinas em operação no país, o que coloca a empresa em posição de liderança no mercado brasileiro de energia eólica. “No ano passado, na feira, comemorávamos as primeiras 1 mil turbinas, e este ano estamos comemorando 2 mil em operação. É um marco histórico bem importante, porque estamos com 3,5 GW operando e gerando energia no Brasil. A GE é líder no mercado brasileiro. Contando a capacidade instalada no Brasil, com 10 GW, nós somos aproximadamente 37% do mercado de market share. Pretendemos cobrir toda a necessidade do Brasil em termos de vento”, diz Rosana Santos, diretora de produto e marketing da empresa.

Também presentes na BWP, empresas como ABB e Bonfiglioli ressaltaram a importância da realização de um evento deste porte no Brasil. “Nossas participações na feira nos últimos anos têm sido bastante proveitosas e positivas, uma vez que nela estão presentes os principais clientes do segmento

Um olhar para o futuro

“Estamos desenvolvendo uma certificação no mercado

Inovação em certificações Levando em consideração o crescimento do mercado eólico no Brasil, a Rudloff Wind, além de ser uma das únicas empresas brasileiras do setor que exporta peças metálicas para a China, inova ao ser pioneira no desenvolvimento de certificações para produtos eólicos. De acordo com o diretor da empresa, Paulo Branquinho, a certificação deve garantir que produtos brasileiros sejam validados mundialmente. “O mercado eólico trabalha com grandes empresas em nível mundial, e são exigidas certificações baseadas na certificação europeia. A Rudloff não só está certificando todos os seus produtos, mas também estamos desenvolvendo no mercado brasileiro uma certificação, para termos os nossos produtos validados em qualquer parte do mundo”, explica. 20

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de energia renovável”, afirma Ricardo Bau, diretor de Desenvolvimento de Negócios em Energias Renováveis da ABB. “Participamos da BWP há várias edições, e como membro tradicional da cadeia produtiva do setor eólico no Brasil, podemos dizer que a feira possibilitou que nossa marca ficasse bem posicionada no mercado”, diz Mateus Botelhos, Diretor Executivo da Bonfiglioli do Brasil.

brasileiro para termos os nossos produtos validados em qualquer parte do mundo” Paulo Branquinho, diretor da Rudloff Wind

A garantia do desenvolvimento da energia eólica também está nos leilões, responsáveis pela contratação dos serviços de geração e produção no país. Para Elbia Gannoum, o leilão de reserva marcada para dezembro deste ano deve ser determinante para o planejamento do setor elétrico, principalmente no que diz respeito à segurança do sistema. “Embora exista um entendimento superficial de que há sobra de energia no sistema, o que existe são sobras de contrato, e não de garantia física. E o que sobra de garantia física seria rapidamente utilizado na inevitável retomada do crescimento econômico brasileiro. Historicamente, o Brasil alterna períodos de risco de racionamento e de discussão sobre falta de energia. Os leilões de reserva são os instrumentos adequados para um melhor planejamento”, conclui a presidente da ABEEólica.


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Gente e Gestão

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O profissional em primeiro lugar Gestão direcionada à expertise da equipe é a receita do sucesso da KTY Engenharia, que completa 30 anos em 2016

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ngenharia é sinônimo de desenvolvimento. Em países emergentes, como o Brasil, é imprescindível para a expansão da infraestrutura, melhoria na qualidade dos serviços prestados à sociedade e resolução de problemas econômicos. Dessa forma, torna-se fundamental para o progresso de uma nação. A KTY Engenharia é um exemplo de companhia que contribui para o desenvolvimento do Brasil. Atuando no segmento há 30 anos, a empresa é responsável por participar dos principais empreendimentos industriais do país. “Completamos 30 anos em 2016, e assim como para o homem, grandes mudanças para o amadurecimento e crescimento acontecem quando chegamos a essa idade”, afirma Daniel Yamada, presidente da empresa.

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Gente e Gestão

Equipe como diferencial Atuando nas áreas de Petróleo e Gás, Energia, Indústria e Infraestrutura, a KTY está entre as mais tradicionais empresas de engenharia e gerenciamento do Brasil. Também presente no mercado internacional, a marca é reconhecida por seu credenciamento técnico, mas, segundo o presidente, seu grande diferencial está na expertise dos profissionais que integram a equipe. “As pessoas que integram nossa equipe são o diferencial para o sucesso de uma empresa de engenharia. Claro que os processos e a base tecnológica são fundamentais para nós, mas o real valor agregado ao projeto está na inteligência, na experiência, na atitude e na capacidade de se adaptar aos desafios que nossa equipe possui”, aponta o presidente. Além do corpo técnico, o presidente acredita que a gestão de informações, somada às habilidades e experiências da empresa, determina o sucesso de todo e qualquer empreendimento. Para tanto, a KTY possui uma metodologia sólida, capaz de simplificar estágios críticos na realização de um projeto. O sistema de gestão da empresa é baseado na abordagem de processos, que com seu gerenciamento consistente permite o acompanhamento e o controle contínuo sobre a ligação entre os processos individuais, suas combinações e interações (interfaces), proporcionando assim que os objetivos da empresa sejam atingidos de forma eficiente. “Um sistema de gestão sólido e integrado como o nosso, que monitora os processos de ponta a ponta, é ponto chave para o sucesso e crescimento”, acrescenta. 26

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Daniel Yamada, presidente da KTY Engenharia


Perspectivas de mercado Com atuação importante no setor de petróleo e gás, a KTY reconhece que o setor passa por um momento de ajustes e recuperação, que começa pela Petrobras –maior player do setor- e se estende por toda sua cadeia de fornecimento. “O mais importante, no entanto, é ressaltar que as ações necessárias estão sendo tomadas, como podemos ver na recente aprovação do Plano de Negócios e Gestão da Petrobras pelo seu Conselho de Administração”, aponta Yamada. Já em relação às energias

renováveis, o presidente da KTY enxerga um crescimento significativo, o que ocorre graças à expansão da capacidade eólica brasileira. No entanto, apesar deste cenário de mudança na matriz energética, a situação econômica ainda gera alguns impasses, que acabam adiando o desenvolvimento em maior escala. “A situação econômica afeta o financiamento de projetos e pode levar a atrasos em projetos já contratados, particularmente para energia solar, prejudicando o pipeline futuro”, observa.

A KTY COMPLETA 30

ANOS EM 2016, E ASSIM

COMO PARA O HOMEM,

GRANDES MUDANÇAS PARA O AMADURECIMENTO E

CRESCIMENTO ACONTECEM QUANDO CHEGAMOS A ESSA IDADE”, Daniel Yamada, presidente da KTY Engenharia

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Gente e Gestão

Três décadas assinando projetos de sucesso

Rumo ao destaque mundial Questionado sobre o que é imprescindível para uma gestão de sucesso em uma grande empresa, Yamada acredita que é primordial que missão e valores estejam sempre alinhados a um planejamento estratégico sólido. “Ao mesmo tempo em que reforçamos nossa marca, tradição e história, projetamos nosso futuro em um mundo cada vez mais dinâmico”, diz. Nestas três décadas de história, um dos maiores desafios da empresa, segundo o presidente, é fazer com que a KTY contribua para que a engenharia brasileira ocupe seu lugar de destaque no cenário mundial. “Trabalhamos muito para o cumprimento da nossa missão como empresa, que é promover o desenvolvimento socioeconômico, assim como a evolução da tecnologia e da engenharia. O balanço desses 30 anos é positivo, de grande satisfação, mas com a ciência de que muito precisa ser feito ainda”, conclui. 28

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A KTY já executou mais de 10 milhões de homens-hora em projetos de petróleo e gás, participando de empreendimentos de sucesso como: - Atualização tecnológica da Replan (Refinaria de Paulínia), Regap (Refinaria Gabriel Passos), RPBC (Refinaria Presidente Bernardes) e Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas), através da implantação e adaptação de unidades de processamento químico de acordo com as especificações da ANP (Agência Nacional do Petróleo) para qualidade do combustível em relação ao teor de enxofre; - Desenvolvimento do projeto inédito da Unidade U-2400 (HCC – Hidrocraqueamento catalítico) do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro); Além do setor de petróleo e gás, a empresa também é responsável pelo desenvolvimento de projetos em energia, como: - Fornecimento de serviços de engenharia do proprietário junto à CPFL Energias Renováveis para a implantação do complexo eólico de Pedra Cheirosa, em Itarema (CE), com capacidade de geração de 48,3 MW; - Fornecimento de serviços de engenharia para elaboração de detalhamento de engenharia e assistência técnica à obra para a Andrade Gutierrez Engenharia S/A e Eletrobras Amazonas Energia, para a construção da usina termelétrica Mauá 3 (a maior termelétrica movida a gás da região norte), em Manaus (AM), com capacidade instalada de 583 MW.


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Ideias e Tendências

Laboratório da 3C Services

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Tecnologia a favor da gestão

Software capaz de gerenciar informações sobre medidores reduz custos e garante maior eficiência para distribuidoras de energia elétrica

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advento da tecnologia tem possibilitado a empresas não só a otimização de tempo, bem como melhorias na gestão de atividades e negócios. A realidade não é diferente no setor de energia, onde companhias e indústrias buscam cada vez mais aumentar a perfomance e eficiência de seus projetos, muitas vezes amparados por aparatos tecnológicos. A fim de minimizar perdas comerciais, uma grande distribuidora de energia do Nordeste contratou os serviços da 3C Services –empresa brasileira de engenharia que fornece soluções para companhias do setor elétrico-, para o desenvolvimento de um software capaz de elaborar relatórios sobre medidores de energia que eram retirados de campo, e, assim, tornar a tomada de decisões mais rápida e eficaz. De acordo com Helena Magalhães, responsável pelos laboratórios metrológicos da 3C Services, o software –chamado de Relatório Manager Web- foi desenvolvido a partir de um sistema offline que já era oferecido pela empresa à distribuidora de energia. “A distribuidora nos solicitava constantemente informações que eram utilizadas no direcionamento de suas ações de combate as perdas comerciais. Essas informações eram atualizadas e enviadas em vários relatórios, gerados todas as vezes que a informação era solicitada. A frequência da necessidade e a diversidade das informações nos levou a buscar uma forma de disponibilizá-las online, propiciando ao cliente o acesso à informação atualizada sempre que necessário”, explica.

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Ideias e Tendências

Passo a passo Segundo a responsável pelos laboratórios, o programa extrai informações do sistema comercial da distribuidora sobre todos os medidores que foram retirados de campo. A partir daí, acrescenta os resultados dos ensaios destes equipamentos e organiza as informações, disponibilizando-as através de relatórios e gráficos. “Esses dados são então utilizados para tomadas de decisões relacionadas ao combate as perdas comerciais de energia”, afirma. Informação em tempo real Um dos principais benefícios do software é a disponibilidade de informação em tempo real –os relatórios são atualizados a cada cinco minutos-, bem como a segurança dos dados disponibilizados via web, que seguem parâmetros gráficos conforme a necessidade do cliente. “Isso propicia ao gestor de perdas da distribuidora condições de decidir mais rapidamente sobre as ações de combate às perdas. As distribuidoras que não utilizam esse recurso, por exemplo, podem vir a sofrer atrasos, que consequentemente levarão a resultados mais lentos e menos eficazes”, comenta Helena.

Software cirado pela empresa auxilia gestão de medidores de energia

“A ideia é aplicável para qualquer empresa que utilize equipamentos para

Redução de custos e gestão eficaz De acordo com Helena, os resultados observados pela distribuidora após a implantação do Relatório Manager Web geraram economia à distribuidora. “A partir da informação dos resultados dos ensaios dos medidores retirados pelas equipes de normalização, a distribuidora direcionou as inspeções nas regionais mais críticas e evitou que fossem retirados medidores em perfeito estado, bem como a realização de viagens improdutivas. A taxa de medidores normais retirados de campo caiu de 25%, em 2009, para atuais 7%”, diz. 32

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medir consumo de qualquer grandeza e queira manter sob controle suas perdas comerciais” – Helena Magalhães, responsável pelos laboratórios metrológicos da 3C Services

Multissetorial Outra vantagem do software, segundo Helena, é que a solução não é direcionada apenas a distribuidoras de energia. A plataforma do relatório permite que sejam coletados dados de qualquer tipo de equipamento utilizado para medição. “A ideia é aplicável para qualquer empresa que utilize equipamentos para medir consumo de qualquer grandeza e queira manter sob controle suas perdas comerciais”, conclui.


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Mercado

R$ 2,9 bilhões para o setor sucroenergético 34

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Fenasucro supera expectativas e registra 3,5% de crescimento em volume de negócios, confirmando retomada do setor

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s perspectivas de retomada do setor sucroenergético, através do aumento do consumo de açúcar, etanol e energia limpa, se confirmaram na 24ª edição da Fenasucro & Agrocana. Realizada entre os dias 23 e 26 de agosto em Sertãozinho (SP), a feira –considerada a maior do mundo voltada exclusivamente para o setor- superou as expectativas da organização e ultrapassou em 3,5% o volume de negócios alcançado em 2015, atingido a marca de R$ 2,9 bilhões. Com mais de mil marcas expostas e 35 mil visitantes, o evento apresentou alternativas, soluções e inovações tecnológicas, contando ainda com rodadas de negócios nacionais e internacionais que somam cerca de US$ 390 milhões e mais de US$ 130 milhões em prospecções. “Os números ref letem aquilo que vimos antes e durante os dias de Fenasucro. Muitas empresas apostaram e vieram pela primeira vez porque acreditaram que o evento seria o ponto de partida da retomada”, avalia o gerente geral da feira, Paulo Montabone.

Negócios em alta Para José Cristiano Daut, diretor da Antares Acoplamentos, a participação na feira foi determinante para estreitar o relacionamento com clientes e apresentar as novidades da empresa este ano. “Levamos nossa linha tradicional de acoplamentos e apresentandomos a linha da Ringspann, uma empresa alemã que estamos distribuindo no Brasil. É uma empresa de 40 anos, que tem uma tradição muito forte no mercado de transmissão de potência, com uma alternativa muito confiável para o mercado de segurança. Temos um relacionamento de longa data com o setor, e apesar da crise que o país tem enfrentado, os resultados da feira vão exceder as expectativas pessimistas que tínhamos nos últimos anos”, comenta. Apostando em tubulações e conexões de PRFV e RPVC, a Edra também esteve presente na feira com o intuito de fidelizar clientes antigos e atrair novos compradores. “A qualidade desse produto é superior à que existe no mercado, com uma durabilidade bem maior que outras linhas de materiais disponíveis. Acreditamos que o setor tem uma carência dessa linha de produtos. Então, nossa intenção foi expô-los, estreitar o relacionamento com nossos clientes e fazer novos negócios”, afirma Rubens Garcia, gerente de negócios da empresa. Celebrando 20 anos de existência e a parceria recém firmada com a Thyssenkrupp Mannex -maior trading distribuidora de aço do mundo-, a Krominox levou sua linha de tubos e conexões em aço inox para a 24ª Fenasucro e comemorou a receptividade dos clientes, além das prospecções de negócios pós-feira. “A feira é uma oportunidade de ter um pedacinho da minha casa no interior. Visitamos as empresas, entramos para conversar com interlocutores, compradores e gestores. Na feira, temos a oportunidade de abrir as portas para que eles estejam aqui”, avalia Cláudio Bomba, diretor comercial da empresa.

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mercado

Perspectivas otimistas Recém-adquirida por uma empresa francesa do mercado de lubrificantes, a Iorga também somou boas prospecções durante a Fenasucro 2016. “Terminamos a feira com alguns negócios fechados para a próxima safra e vendo que existe um horizonte muito grande de crescimento para nós em 2017”, afirma o vendedor técnico Flávio Godoy. A opinião é compartilhada por Alexandre dos Reis, diretor geral da SEW Eurodrive. “Enxergamos investimentos com um 2017 muito promissor. Com a retomada dos preços, do consumo, com certeza teremos muitos investimentos no setor sucroenegético”, afirma. Até os que não sentem a crise ressaltam a importância de estarem presentes na feira. “Não sentimos verdadeiramente a crise por trabalharmos com a fabricação de um produto inovador, que resolve um problema. Em épocas de crise, resolver um problema significa um lucro”, observa Attílio Turchetti, presidente da Mecat. “Consideramo-nos grandes parceiros do setor sucroalcooleiro paulista, desde a primeira cogeração de energia que instalamos, em 1988. Acreditamos no setor como solução bioenergética para São Paulo e para o país”, avalia Luis Ricardo Vargas, gestor de comercialização de energia da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz). “Estamos na Fenasucro desde a primeira edição. É uma oportunidade que temos de estar com nossos principais clientes desse segmento. Todo ano trazemos novidades para enriquecer nossa participação na feira”, diz Sênio Viana Goulart, gerente de desenvolvimento de mercado da Teadit. Conteúdo extra Outra iniciativa que chamou a atenção dos visitantes da 24ª Fenasucro foi a ampliação da grade de eventos de conteúdo da feira, que contou com mais de 200 horas de palestras, workshops, debates, encontros e seminários. Cerca de 5 mil pessoas participaram das atividades ao longo dos quatro dias de feira. 36

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“Nossos visitantes encontraram diversos conteúdos para enriquecer e se aprimorar profissionalmente. O setor está diante de um novo ciclo marcado por crescimento e, por isso, apostamos na qualificação para que os profissionais do setor estejam preparados para enfrentar os novos desafios que vêm por aí”, conclui Igor Tavares, Diretor do Portfólio de Energia da Reed Exhibitions Alcantara Machado. Data marcada A 25ª edição da Fenasucro & Agrocana está prevista para acontecer entre os dias 22 e 25 de agosto de 2017, no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho. A feira é realizada pelo CEISE Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis) e organizada pela Reed Exhibitions Alcantara Machado.

Números da 24ª Fenasucro & Agrocana Público: 35 mil visitantes/compradores Volume de negócios: R$ 2.9 bilhões Marcas: mais de 1 mil em exposição Países participantes: 46 Área de exposição: 70 mil m² Eventos de conteúdo: Mais de 200 horas Espaço de Conferências: 5 mil pessoas Rodadas Internacionais e Nacionais: geração de US$ 390 milhões Setores: Agrícola, Fornecedores Industriais, Processos Industriais, Transporte e Logística e Energia.

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Mercado

Inovação, o segredo do sucesso Diretor geral da SEW-EURODRIVE BRASIL, Alexandre dos Reis fala sobre a prospecção de novos mercados da empresa 38

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á 38 anos, o Brasil recebia a instalação de uma unidade do Grupo SEW-EURODRIVE, no município de Guarulhos, cidade da região metropolitana de São Paulo. O jovem casal Rainer e Ursula Blickle desembarcou no Brasil, em 1977, com o objetivo de instalar uma unidade da empresa fabricante de motoredutores. O local escolhido foi uma fazenda próxima

a São Paulo que pertencia ao Sr. Amâncio Gaiolli. Enfrentando todas as dificuldades da época e mesmo não dominando o idioma, o casal passou a acompanhar de perto a instalação da nova unidade. Durante os quase 10 anos em que permaneceu no Brasil, o casal construiu a empresa, tendo como base a importância da valorização do ser humano e a inovação tecnológica , o que se tornou uma filosofia de trabalho.


Certamente, essas características foram um dos principais fatores para o crescimento da SEW-EURODRIVE no Brasil. Este ano, a Full Energy esteve na 24ª edição de feira Fenasucro & Agrocana no estande da SEW-EURODRIVE Brasil, e conversou com o diretor geral da empresa, Alexandre dos Reis. A companhia, que já é parceira da feira há muitos anos, levou na edição deste ano diversas novidades para o setor sucroenergético. Uma delas é a já conhecida linha de redutores planetários. A segunda geração dos produtos oferece melhorias nas instrumentações de controle, bem como aumento na vida útil de seus componentes. O produto já foi exportado para diversos países, entre eles Estados Unidos, Alemanha, Coreia do Sul, Indonésia, Austrália e Canadá. “A SEW tem hoje como seu principal diferencial a prestação de serviços de engenharia e o SEW SERVICE . Hoje temos contratos de serviços em várias usinas, onde oferecemos o trabalho de boroscopia, análises de óleo, análise térmica, entre outros. Garantindo assim, que a safra aconteça sem paradas e com produtividade. Trouxemos toda a nossa linha de instrumentação para dar uma amostra ao público dos serviços que podemos prestar para este mercado, no qual acreditamos muito”, declara Reis. Durante o atual cenário econômico que o Brasil vem passando nos últimos anos, a SEW-EURODRIVE BRASIL conseguiu se manter forte, inclusive não tendo queda em seu faturamento. Isso, segundo o executivo, deve-se ao fato de que a empresa atua nos mais diversos segmentos de mercado e neste período investiu na conquista de novas oportunidades no Brasil e no Mercado Internacional . Além do setor sucroenergético, a empresa atua nos segmentos de automobilística, mineração, bebidas, eólico, entre outros. “Essa versatilidade nos ajuda muito, pois faz com que um mercado compense outro em momentos de baixa ou de dificuldade”, comenta Reis. “Enquanto todos estavam sofrendo com

A SEW TEM HOJE COMO SEU PRINCIPAL

DIFERENCIAL A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE ENGENHARIA E O SEW SERVICE . HOJE

TEMOS CONTRATOS DE SERVIÇOS EM VÁRIAS

USINAS, ONDE OFERECEMOS O TRABALHO DE BOROSCOPIA, ANÁLISES DE ÓLEO, ANÁLISE TÉRMICA, ENTRE OUTROS. GARANTINDO ASSIM, QUE A SAFRA ACONTEÇA SEM PARADAS E COM PRODUTIVIDADE. TROUXEMOS TODA A NOSSA LINHA DE INSTRUMENTAÇÃO PARA DAR UMA AMOSTRA AO PÚBLICO DOS SERVIÇOS QUE PODEMOS PRESTAR PARA ESTE MERCADO, NO QUAL ACREDITAMOS MUITOE”, Alexandre dos Reis, diretor geral da SEW-EURODRIVE Brasil o momento atual a SEW-EURODRIVE BRASIL investiu mais de um bilhão de reais no país nos últimos cinco anos, para aumentar a sua capacidade fabril e em desenvolvimento de novas tecnologias ”, continua. A respeito das expectativas para o mercado em 2017, a SEW mostra-se bastante otimista, rumo a um ano promissor. Reis alega que a retomada do consumo trará novos investimentos ao setor sucroenergético. Atualmente, a SEW-EURODRIVE BRASIL e a América Latina, presidida pelo Senhor Rainer Blickle, conta com um Complexo Industrial localizado na cidade de Indaiatuba

(SP) - duas montadoras no Brasil, sendo uma em Rio Claro (SP) e outra em Joinville (SC) - e montadoras na Argentina, Chile, Venezuela, Colômbia, Peru e Uruguai. A estrutura no Brasil ainda é composta por 16 filiais regionais de vendas, 16 centros de serviços e uma rede de atendimento que cobre todo o País. A empresa emprega, atualmente, cerca de 1.500 colaboradores em todo o território nacional. Alexandre confessa que o segredo deste crescimento é a INOVAÇÃO: “Com novos produtos e tecnologias a SEW consegue cada vez mais abrir novos mercados e oportunidades”, aponta.

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artigo

Brasil precisa trazer a energia nuclear de volta à pauta

O

momento atual no mundo é promissor para se discutir a questão da energia nuclear. Existe uma demanda por fontes de energia que não emitam gases de efeito estufa. Neste contexto, a energia nuclear é a melhor opção. Atualmente, há 60 usinas nucleares em construção no mundo, em 15 países. No Brasil, em decorrência de dificuldades econômicas e políticas, os investimentos na área nuclear estão momentaneamente suspensos, afetando tanto a construção de usinas de potência, como Angra 3, quanto o projeto de reatores produtores de radioisótopos para uso na medicina, na indústria e na agricultura, como o RMB (Reator Multipropósito Brasileiro). Falta ao Brasil uma política de Estado para a área nuclear. Sabemos que os investimentos em infraestrutura nuclear provocam uma cadeia de crescimento e desenvolvimento tecnológico na indústria nacional, seja pela geração de energia ou na produção de radioisótopos para uso na indústria, medicina e agricultura. Isso porque o domínio da tecnologia nuclear abrange diversas ramificações estratégicas da indústria (metalmecânica, eletro-eletrônica, química, ensaios não destrutivos, etc.) que exigem alto grau de desenvolvimento tecnológico e científico. O governo brasileiro está revisando o Plano Nacional de Energia 2050. A expectativa é de que o novo plano traga definições em relação à instalação de 12 novas usinas nucleares no país. A participação privada é hoje uma opção nesse cenário. Uma PPP (Parceria Público-Privada), mantendo o controle do Estado, seria a forma mais indicada para viabilizar a participação privada nos investimentos em infraestrutura da geração nuclear e fomentar a transferência de tecnologia durante o processo. Os investimentos são elevados, porém necessários, visto que é imprescindível acrescentar uma fonte de energia segura na matriz energética nacional, num

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cenário de demanda crescente. A dificuldade do governo é estruturar projetos para financiar esses investimentos de longo prazo, o que reforça a necessidade de uma política de Estado para o setor. Durante a última Conferência do Clima em Paris, a geração nuclear foi apontada como alternativa para mitigar a emissão de gases de efeito estufa. Comparativamente com outras fontes utilizadas para a geração de energia elétrica em larga escala, o investimento em energia nuclear se justifica do ponto de vista ambiental, pois essa fonte não é sazonal como as energias alternativas, não emite gases de efeito estufa, como as termoelétricas e o combustível fóssil, e não requer o alagamento de vastas áreas como as hidrelétricas. A aceitação pública é um desafio para o crescimento do setor. O acidente de Fukushima, em março de 2011, teve um forte impacto negativo na aceitação pública, o que colaborou para reverter uma tendência mundial de crescimento desta forma de energia. Países que utilizam a energia nuclear revisaram seus programas nucleares e políticas regulatórias para atender a novos aspectos de segurança e reforçar a confiança da opinião pública. A aceitação pública só pode ser obtida após uma ampla discussão de vantagens e desvantagens da adoção dessa fonte de energia

Antônio Teixeira, presidente da Aben (Associação Brasileira de Energia Nuclear)

com a sociedade. Para isso, é importante haver espaços para debater o assunto. O Rio de Janeiro recebeu em setembro o 7º SIEN (Seminário Internacional de Energia Nuclear 2016). O evento objetiva dinamizar o debate e apresentar soluções e novas tecnologias para o desenvolvimento nuclear, criando um espaço importante para a discussão, intercâmbio técnico-profissional e realização de negócios. O SIEN reúne empresas públicas, privadas, governo, fabricantes de equipamentos, suprimentos, tecnologia, empresas de engenharia e projetos, institutos de pesquisa, associações técnicas, profissionais, empresariais, nacionais e internacionais. Outro desafio é a mão de obra. Com muitos profissionais se aposentando ou buscando opções no exterior, é necessário encontrar forma de suprir o mercado e despertar o interesse dos jovens. É importante captar novos talentos para repor os quadros, treinamento específico na área nuclear (tanto de nível superior quanto de nível médio) e fixação do quadro de profissionais mediante um plano adequado de cargos e salários, além de projetos inovadores e de relevância nacional que não sofram descontinuidade. São muitos os desafios, mas é primordial que o assunto volte à pauta de discussões.


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Líderes e Práticas

A energia que nasce na lavoura 42

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Sorgo desenvolvido pela NexSteppe garante alta produtividade de biogás ideal para produção e geração de energia

A

necessidade de renovação da matriz energética é pauta exaustivamente discutida quando se fala em uso de fontes renováveis em prol de um ambiente sustentável. Com o crescimento global da geração de energia a partir do biogás, empresas têm investido em pesquisa e tecnologia para oferecer as melhores soluções que envolvam a produção do biogás em escala industrial, que pode ser utilizado na geração de energia elétrica 100% verde e na produção de biometano, bioderivado capaz de ser transportado através de gasodutos e utilizado como substituto de derivados de gás natural fóssil. Apesar do grande potencial de resíduos e matérias-primas, o Brasil ainda possui um mercado de biogás pouco explorado, levando-se em consideração outras países mais desenvolvidos. Pensando na expansão deste mercado, a NexSteppe acaba de lançar no país uma linha de sementes de sorgo biogás, com híbridos que entregam alta produção de biomassa no campo, baixas perdas durante a ensilagem e alta produtividade de biogás e metano no digestor, contando ainda com baixa demanda de água se comparado a outras matérias-primas. “No passado, e no Brasil ainda hoje, a escolha tradicional de matérias-primas para executar os digestores de biogás era animal ou através do desperdício de alimentos. Tais substratos vêm com risco, devido a baixos rendimentos, baixa capacidade de geração de metano e sua natureza variável e sazonal. Desta forma, culturas energéticas tornaram-se uma boa alternativa, pois podem ter sua disponibilidade garantida durante todo o ano e ainda temos o debate de se produzir energia utilizando uma fonte de alimento como combustível, como milho, por exemplo”, explica Sílvio Mesquita Carreira, diretor de assistência técnica da empresa.

Sorgo biogás é alternativa para geração de energia elétrica 100% verde

Características e potencial energético De acordo com Carreira, a linha de sorgo biogás possui híbridos com vários ciclos de maturação, o que permite atender a diferentes janelas de plantio e rotação de culturas. As plantas são selecionadas para a produção de biogás ideal – com maior proporção de metano-, através de abordagens que envolvem o melhoramento genético e a análise da composição química. Entre as principais caracte-

rísticas do produto estão o alto rendimento de matéria seca por hectare, porte de planta que permite alto rendimento de colheita, teor de matéria seca ideal para a produção de silagem, alta quantidade de amido e teor de açúcar livre para o arranque do processo de ensilagem e índice superior de carboidratos totais para sustentar a produção de biogás por longos tempos em fermentação de substrato misto.

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Líderes e Práticas

Esquema da produção de biogás

Mercados em expansão

fonte NNFCC UK

O biogás a partir do sorgo Mistura de metano, CO2 e outros gases residuais de contaminantes, o biogás é produzido através de digestão anaeróbia. “A biomassa de sorgo entra em um digestor com bactérias anaeróbias. Ali, a biomassa é digerida pelas bactérias existentes no interior do reator. O tanque digestor proporciona um bom ambiente para micróbios anaeróbicos ‘digerirem’ o sorgo, o que resulta em sólidos digeridos, líquidos, e biogás”, explica o diretor de assistência técnica da NexSteppe.

Os produtos da linha de híbridos de sorgo destinados à produção de biogás já são cultivados e utilizados para a geração comercial de biogás na Europa. De acordo com Carreira, a NexSteppe já desenvolve projetos no Brasil e tem biodigestores já instalados em algumas regiões do país.

O próximo passo, segundo o diretor de assistência técnica, é estabelecer atividades comerciais de biogás no país em breve. “Queremos encontrar o melhor posicionamento para a condução da lavoura e necessidade da biomassa junto ao biodigestor”, conclui.

Vantagens Carreira lista uma série de vantagens de utilização do sorgo para a geração de biogás. A primeira delas é ser uma cultura que tolera stress hídrico, o que requer menos uso de água nas plantações. Outra vantagem é o menor custo de implantação na lavoura em comparação a outras culturas ou matérias-primas, como o milho, por exemplo. Além disso, a escolha pelo sorgo biogás garante ao produtor menos gastos com fertilizantes, herbicidas e inseticidas, além de um rendimento de metano similar ao milho no reator de biogás, porém mais barato. “O sorgo é uma boa alternativa para atender a este segmento de mercado. A linha de híbridos para biogás da NexSteppe foi desenvolvida com programas de melhoramento genético e análise química em nosso laboratório especializado na Califórnia, nos Estados Unidos. Somos a única empresa que se dedica a desenvolver este tipo de matéria-prima”, explica. 44

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Silvio Carreira, diretor de assistência técnica da NexSteppe


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Mais Influentes da Energia E o Oscar vai para... A Matriz Energética Brasileira!

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ual foi a última vez que você influenciou pessoas? Você já mudou pensamentos, opiniões e inspirou alguém a seguir seus exemplos? Certamente, esta é uma das habilidades mais desejadas pela maioria dos profissionais. Afinal, para se destacar em um mercado tão competitivo é necessário inovar, ter ideias, ousar, arriscar. Enfim, tornar-se um exemplo.

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Assim é o poder de influenciar: desenvolver padrões que superem os modelos convencionais e que respondam às necessidades de um mundo em constante mudança. Contudo, nada disso é possível sem a confiança, característica genuína de um líder. E é pelo exemplo e pela confiança que temos a honra de promover pela primeira vez o prêmio 100 Mais Influentes da Energia. Este projeto, que resulta em uma lista de pessoas influentes, não se trata de uma pe-


quisa científica, portanto serve como um indicador que expressa a opinião dos integrantes do Conselho Editorial desta publicação. Para esta 1ª edição do especial, um projeto gráfico diferenciado foi estabelecido para apresentar os nomes mais lembrados de forma clara e objetiva, divididos em 20 categorias, sendo cinco eleitos por categoria. Um pequeno perfil traz um resumo das atividades de cada influente. Para tal escolha, foram considerados os seguintes pontos: - visibilidade da pessoa no mercado nos últimos anos; - grandes ações realizadas durante a gestão do indicado; - medidas de estratégia adotadas durante o período analisado O propósito deste especial não é trazer dados matemáticos. Afinal, a influência vai muito além de gráficos. A intenção não é mostrar e provar por regras matemáticas a influência de cada um, mas prestar uma homenagem a estes profissionais que tanto lutaram para o desenvolvimento e o crescimento do setor de Energia no país. A escolha dos 100 Mais Influentes da Energia de 2016 espelha o posicionamento editorial do Grupo. As 20 categorias abrangem toda a cadeia da Energia, como Mercado, Negócios, Sustentabilidade, Entidades Setoriais, Tecnologia, Indústria, entre outros. Cada categoria traz cinco homenageados, não havendo ranking entre eles. Em uma mesma categoria é possível ver executivos, empresários e gestores que, mesmo atuando nos mais diferentes braços da Energia, realizaram grandes feitos nos últimos anos. E é por essas ações que a revista Full Energy traz nas próximas páginas os profissionais que não se preocupam apenas com suas metas. Eles têm o poder de influenciar e conectar pessoas e mercados.

CATEGORIAS Consultoria Eficiência Energética Empresários Entidades Setoriais Estratégia e Marketing Gente e Gestão Indústria Infraestrutura e Engenharia Inovação Instituições Financeiras Logística e Transportes Mercado Negócios Personalidade Pública Pesquisa e Desenvolvimento Produção e Geração Provedor de Serviços Referência Sustentabilidade Tecnologia

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Mais Influentes da Energia

CONSULTORIA

Foto: Adam Tavares - Sindienergia

Adriano Pires

S Adriano Pires

ócio fundador da CBIE, Adriano Pires é referência em consultoria e informação especializada em serviços de Inteligência e Gestão de Negócios no setor de energia elétrica, petróleo e gás natural. Atuou pelo governo brasileiro na ANP (Agência Nacional de Petróleo) como Assessor do Diretor-Geral em 2001, Superintendente de Importação e Exportação de petróleo, seus derivados e gás natural em 1998 e Superintendente de Abastecimento de dezembro de 1998 a agosto de 1999. O economista foi professor do Programa de Planejamento Energético da COPPE/UFRJ, onde exerceu atividades de pesquisador e consultor junto a empresas e entidades internacionais (UNESCO, CEE, BIRD); Aneel; CNPq e Unicamp.

Foto: André Telles

Carlos Otavio de Vasconcellos Quintella

D Carlos Otavio de Vasconcellos Quintella

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iretor executivo da FGV Energia, ligado à Presidência da FGV, Carlos Otavio de Vasconcellos Quintella é doutorando em Pesquisa Operacional pela COPPE/UFRJ e Mestre em Gestão Empresarial, pela FGV/EBAPE. Tem pós-graduação em administração de empresas pela COPPEAD/UFRJ e é graduado em Engenharia Mecânica pela CEFET/RJ. Professor da FGV–RJ, foi por oito anos Coordenador da FGV Projetos em Tecnologia e Finanças / TI e Infraestrutura. Tem experiência em Gestão Executiva, Coordenação e Direção de empresas de grande e médio porte, com foco na sua integração com as mais diversas áreas de negócios e serviços. Consultoria especializada na implementação de planejamento estratégico e processos.


Carlos Alberto Schoeps

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ngenheiro Eletricista formado pela Escola de Engenharia Mauá, Carlos Alberto Schoeps é diretor e administrador da Replace Consultoria, empresa que atua desde 1987 no setor de energia. O executivo já exerceu os cargos de gerente de Desenvolvimento de Negócios de Geração da EMAE, gerente de Planejamento Energético da Eletropaulo S/A e gerente de Atendimento a Consumidores Industriais da Agência para Aplicação de Energia. É autor de manuais de Eficiência Energética para CNI (Confederação Nacional da Indústria), FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e Eletrobrás.

Carlos Alberto Schoeps

Odilon Camargo

E Mais Influentes da Energia

ngenheiro de Aeronáutica pelo ITA, Odilon Antonio Camargo do Amarante é sócio-diretor da Camargo Schubert Engenharia Eólica, empresa de consultoria que tem parceria tecnológica exclusiva para o Brasil com a principal empresa norte-americana do setor, a AWS Truewind, líder em modelos de escala para aplicação eólica. Ex-diretor industrial da Embraer, Camargo tem 30 anos de atividade profissional em energia eólica e é o principal autor do Atlas do Potencial Eólico Brasileiro para a Eletrobrás e Ministério de Minas e Energia.

Plínio Nastari

C Plínio Nastari

EO da Datagro Consultoria, uma das principais empresas de consultoria especializada em mercados agrícolas do mundo, Plínio Nastari é destaque em energia de biocombustíveis e energia de biomassa do Brasil. Atuou pelo governo brasileiro na ITC (International Trade Commission) e OMC (Organização Mundial do Comércio) como economista-chefe em disputas comerciais envolvendo a exportação de etanol para os Estados Unidos. É consultor no Conselho Mundial de Energia e detentor de prêmios como Presidente Ernesto Geisel, Canassauro Rex e Top Ethanol. “Ter cultivado uma equipe motivada e comprometida com o agronegócio e agricultura energética mundial é uma de minhas maiores vitórias”, diz.

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Mais Influentes da Energia

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA Carlos Figueiredo

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leito diretor-presidente da Renova Energia em junho deste ano, Carlos Figueiredo destaca como prioridades a gestão do equilíbrio do fluxo de caixa da empresa, o aprimoramento do modelo de gestão de pessoas e a entrega do complexo eólico Alto Sertão III, na Bahia, que deve operar com 26 parques e 400 MW de potência. Antes de assumir o cargo na Renova, o executivo foi diretor para América Latina da unidade de extrusão da Alcoa Alumínio e diretor-presidente da Solaris, responsável pela unidade de cargas da Gollog.

Carlos Figueiredo

Eduardo de Melo Pinto

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iretor Presidente da Santo Antônio Energia, concessionária responsável pela implantação e operação da Hidrelétrica Santo Antônio, Eduardo de Melo Pinto participou da construção da UHE Corumbá I, em Caldas Novas, e da UHE Cachoeira Dourada, em Itumbiara, ambas em Goiás. Sob sua gestão, a Hidrelétrica Santo Antônio, em 2016, colocou em operação a sua 44ª turbina – última do seu projeto original, primeiro grande programa de geração de energia na Amazônia concluído. Juntas, as 44 unidades geradoras têm capacidade de gerar 3.150,43 Megawatts, energia para mais de 40 milhões de brasileiros.

Eduardo de Melo Pinto

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Julio Barretto Cristófoli

S Julio Barretto Cristófoli

ócio-diretor e Coordenador de P&DI da CELF – Energias Renováveis e Bioenergias, Julio Barretto Cristófoli atua na produção de soluções tecnológicas renováveis em bioaditivos para combustão industrial e automotiva com baixa emissão de GEE. Responsável pelo desenvolvimento de sistemas integrados biotecnológicos de produção de microorganismos com alta concentração celular. Sob sua gestão, em 2016, a CELF realizou uma parceria de desenvolvimento com investidores australianos para a construção de um complexo tecnológico de sistemas integrados de produção de microorganismo. “Esse prêmio aponta o excelente trabalho desenvolvido pela CELF – Energias Renováveis e Bioenergia e CELF – Laboratório de Biotecnologia ao longo desses anos de muita dedicação e esforço”, diz.

Mozart de Siqueira Campos Araújo

M Mozart de Siqueira Campos Araújo

ozart de Siqueira Campos Araújo é engenheiro eletricista, formado pela Universidade Federal de Pernambuco, com doutorado em Eletrotécnica pelo Institut National Polytechnique de Grenoble. Atuou por mais de 20 anos na Eletrobras Chesf. Foi secretário da Fazenda do Estado de Pernambuco, vice-presidente do ICE (Instituto de Co-Responsabilidade pela Educação), primeiro secretário-executivo e membro do Conselho de Administração do MAE (Mercado Atacadista de Energia) e membro do Conselho de Administração da Celpe. Atualmente, trabalha no Grupo Brennand Energia/Brennand Investimentos, e é membro do Conselho de Administração da Abragel (Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa) e da Eletrobras.

Rui Chammas

D Rui Chammas

iretor Presidente da Biosev, empresa do setor sucroenergético, posicionada entre as líderes mundiais no processamento de cana-de-açúcar para a produção de etanol, açúcar e energia, entre outros, Rui Chammas ocupou várias posições executivas na Braskem desde 2002, incluindo as posições de Diretor Comercial, Diretor de Negócios, Vice-Presidente da unidade de Polímeros e Vice-Presidente da unidade de Petroquímicos Básicos. Antes de trabalhar na Braskem, Rui ocupou por 13 anos posições executivas na Rhodia, no Brasil e na França. Atualmente, é Conselheiro da ÚNICA (União da Indústria da Cana de Açúcar) e membro do Conselho do C.T.C (Centro de Tecnologia Canavieira).

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Mais Influentes da Energia

EMPRESÁRIOS Eduardo Sattamini

D Eduardo Sattamini

iretor Presidente da Engie Brasil Energia, maior geradora privada de energia elétrica do Brasil, Eduardo Sattamini também é Diretor Financeiro e de Relações com Investidores da companhia. O economista, mestre em Administração de empresas com especialização em Finanças, atuou como Diretor Financeiro da Energia Sustentável do Brasil S.A., Diretor Superintendente da Metalnave S.A. e Diretor Financeiro das Indústrias Verolme-Ishibras S.A. - IVI. Atualmente, é membro do Comitê de Gás da ABIDB. “Considero que esse é o reconhecimento de nossa atuação à frente da Engie Brasil Energia. “Se tenho a honra de ser apontado como uma das 100 pessoas mais influentes do setor elétrico é porque lidero um time de profissionais competentes, integrados e capazes”, diz.

Fabio Venturelli

P Fabio Venturelli

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residente do Grupo São Martinho, um dos maiores grupos sucroenergéticos do Brasil, Fabio Venturelli também é responsável pela presidência da Nova Fronteira Bioenergia S.A. O empresário atua nos Conselhos de Administração da SMA (parceria entre Grupo São Martinho e Amyris Biotech Inc.), da Vale do Mogi Empreendimentos Imobiliários S.A., da Nova Fronteira Bioenergia S.A. e do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira S.A.) Possui mais de 25 anos de experiência nas áreas de Gestão Corporativa, Gerenciamento de Negócios Globais e Gerenciamento Comercial. Sua carreira foi construída na Dow Chemical, no período de 1989 a 2007, onde ocupou cargos no Brasil e nos Estados Unidos, entre eles o de Diretor Global de Negócios e Diretor Corporativo de Desenvolvimento Estratégico.


Luciano Sanches Fernandes

P Luciano Sanches Fernandes

residente da CerradinhoBio, empresa que atua no setor de biocombustíveis e bioeletricidade em Chapadão do Céu (GO), Luciano Sanches Fernandes presidiu o Grupo Cerradinho por mais de uma década. No ano passado, o empresário profissionalizou a gestão da empresa e assumiu a presidência do Conselho de Administração da Cerradinho Bioenergia S.A. É integrante do Conselheiro Fiscal da UNICA (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) e foi por três mandatos presidente da Biocana (Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Energia), importante entidade setor sucroenergético, localizada em Catanduva (SP). “Iniciei com apenas 18 anos minha carreira profissional no negócio da família. Sinto-me gratificado pelo reconhecimento”, diz.

Paulo Godoy

G

raduado em administração de empresas pela Universidade Mackenzie, Paulo Godoy é presidente da Alupar Investimento S.A., holding brasileira que controla várias empresas que operam com contratos de concessão de longa duração nos segmentos de transmissão e geração de energia. De 2004 a 2014, o executivo foi Presidente da ABDIB (Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base), composta pelas maiores companhias/empresários na área de infraestrutura, com investimento em concessões públicas e licenças para energia elétrica, óleo e gás, logística, saneamento e sistemas de telecomunicações.

Paulo Godoy

Maurílio Biagi Filho

P Maurílio Biagi Filho

residente do Comitê de Agroenergia e de Biocombustíveis da Sociedade Rural Brasileira e da Agrishow, uma das principais feiras de tecnologia agrícola do mundo, Maurílio Biagi Filho acumula também as funções de Presidente do conselho da Usina Moema Açúcar e Álcool, CEO da Maubisa Consultoria e diretor da Usina Uroeste. Contribuiu para elaboração de políticas públicas de investimentos em energia através do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República (CDES). Como conselheiro, atua na ABDIB (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base), na AMCHAM (Câmara Americana de Comércio) e na UNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar).

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Mais Influentes da Energia

ENTIDADES SETORIAIS Carlos Evangelista

À Carlos Evangelista

frente do programa “Geração Distribuída para todos”, Carlos Evangelista, presidente da ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída), tem contribuído para a divulgação e nacionalização do setor de geração distribuída com fontes renováveis de energia. Há 15 anos no setor de energia, Evangelista ocupou cargos de direção em empresas como Ericsson, Emerson Energy e Avaya. O mérito de estar entre os 100 Mais Influentes da Energia, segundo ele, deve-se à mobilização das empresas brasileiras em prol do mercado brasileiro de geração distribuída. “O prêmio é uma oportunidade de envolver, estimular e inspirar outros profissionais para a difusão de conhecimento e oportunidades para a geração distribuída”.

Elbia Gannoum

H Elbia Gannoum

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á 16 anos no mercado de energia, Elbia Gannoum, presidente executiva da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica) acumulou experiências na carreira como membro da diretoria da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), economista-chefe do MME (Ministério de Minas e Energia), assessora da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), entre outros. À frente da ABEEólica, tem atuado para o fortalecimento e crescimento sustentável da energia eólica, que atuamente responde por cerca de 7% da matriz elétrica brasileira, cuja cadeia de produção corresponde a 10 GW instalados em 400 parques.


Magda Chambriard

E Magda Chambriard

m uma trajetória de 14 anos dentro da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Magda Chambriard encerrou, dia 6 de novembro deste ano, o seu mandato como diretora-geral da Agência. Funcionária aposentada da Petrobrás, com mais de 30 anos de experiência em petróleo, Magda é responsável pela intensificação das forças tarefas que fiscalizaram o abastecimento de combustíveis líquidos e de GPL. Desde 2013, sob sua gestão, a ANP realizou mais de 270 ações de fiscalização com, aproximadamente, 130 órgãos em todos os estados. “Sempre que o nosso trabalho é reconhecido a nossa responsabilidade aumenta. Acredito que o compromisso de quem trabalha com o objetivo de ajudar o Brasil a crescer é melhorar sempre. O prêmio é um estímulo a continuar evoluindo”, diz.

Rodrigo Lopes Sauaia

G

raduado em Química pela USP (Universidade de São Paulo), mestre em energias renováveis pela Northumbria University e Ph.D. em Engenharia de Materiais e Tecnologia pela PUC-RS (Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), Rodrigo Lopes Sauaia é presidente da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). É um dos principais representantes do setor solar fotovoltaico brasileiro junto a tomadores de decisão, membros do governo, companhias e sociedade civil. Também é membro do Global Solar Council.

Rodrigo Lopes Sauaia

Elizabeth Farina

P Elizabeth Farina

rofessora titular aposentada da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contábeis da Universidade de São Paulo), Elizabeth Farina é diretora-presidente da UNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar) desde novembro de 2012. É graduada em Economia pela USP e doutora em Economia e livre docência pela mesma universidade. Entre os anos de 2004 e 2008, a executiva foi presidente do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), no Ministério da Justiça e membro da diretoria da ICN (International Competition Network). Elizabeth ainda é membro do Conselho de Economia e Conselho do Agronegócio, ambos da FIESP, da Academia Nacional de Agricultura, da Comissão Externa de Avaliação do INSPER e do Conex.

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Mais Influentes da Energia

ESTRATÉGIA E MARKETING José Adalberto Ferrara

B

acharel em Ciências da Computação pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), pós graduado em Administração Financeira pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e em gestão pela Harvard Extension School, José Adalberto Ferrara ocupa o cargo de diretor-presidente da Tokio Marine desde 2013. Iniciou sua trajetória na companhia em 2009, na diretoria de operações e tecnologia. O executivo tem 35 anos de experiência na indústria de serviços financeiros e 16 anos no segmento de seguros.

José Adalberto Ferrara

Ralph Schweens

P Ralph Schweens

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residente da BASF para a América do Sul desde 2013, Ralph Schweens iniciou a sua carreira na empresa química em 1990 como consultor de marketing, na Alemanha. No último ano, sob sua gestão, a BASF deu início a sua produção de acrilato de 2-etil-hexila, uma importante matéria-prima para as indústrias de adesivos e tintas especiais, no Complexo Químico de Guaratinguetá da empresa, em São Paulo. Outra importante vitória em 2016 foi o sucesso do programa South America Excellence Program (SAEP), que visa transformar a química para um futuro sustentável por meio de importações e conexões. “Fico extremamente lisonjeado de ser eleito um dos 100 Mais Influentes da Energia de 2016 na categoria Estratégia e Marketing”, diz.


Suzana Pasternak

S Suzana Pasternak

uzana Pasternak, CEO da Iorga, empresa pioneira no desenvolvimento de fluidos de base sintética no Brasil, foi responsável pela fusão da empresa com a multinacional francesa Condat, em 2016. Com o propósito de unir mercado com infraestrutura, a “Iorga by Condat” surgiu pra atender o mercado com o mais alto nível de serviços e produtos do país. Responsável por uma função estratégica, Suzana exerce uma gestão focada na cidadania e na eficiência plena. “Me sinto ativamente responsável por fazer do Brasil um player importante no segmento energético mundial. Apesar de todas as diversidades aqui encontradas somos capazes de criar e superar as expectativas”, diz.

Márcio Valério Sant’Anna

G

raduado em Administração de Empresas e Pós-Graduado em Marketing, ambos pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), Márcio Valério Sant’Anna é presidente da Ecom Energia. Atuou como professor do Instituto Mackenzie no Curso de Comercialização de Energia Elétrica no Mercado Livre, e fundou a Ecom Energia em novembro de 2002, após ter atuado como executivo de áreas comerciais na AmBev, Unibanco e CPFL. Nesta última, foi responsável pelo desenvolvimento da área comercial da companhia e início das atividades de comercialização no mercado livre.

Márcio Valério Sant’Anna

Bernando Gradin

P

residente da GranBio, Bernardo Gradin é formado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da UFBA (Universidade Federal da Bahia), com MBA pela The Warton School of Business e mestrado em Política Internacional pela Universidade da Pensilvânia. Antes de fundar a GranBio, em 2011, fez carreira no Grupo Odebrecht, onde chegou à presidência da Braskem. É membro do conselho executivo da Abiquim, membro do conselho do CNPEM, líder da Comissão de Bioeconomia da CNI e líder da Comunidade de Químicos e Materiais Avançados do WEF (Fórum Econômico Mundial).

Bernardo Gradin

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Pedro Parente 58

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Foto: Francisco Dornelles

Mais Influentes da Energia

GENTE E GESTÃO

P

residente da Petrobras e membro do Conselho de Administração, Pedro Pullen Parente é graduado em engenharia pela UnB (Universidade de Brasília) e iniciou a carreira no serviço público no Banco do Brasil em 1971. Em 1973 foi transferido para o Banco Central. Foi consultor do FMI (Fundo Monetário Internacional) e de instituições públicas no país, incluindo Secretarias de Estado e a Assembleia Nacional Constituinte de 1988, tendo atuado em diversos cargos na área econômica do Governo . Durante o governo Collor, Parente participou da elaboração e execução do orçamento da União. Foi ministro três vezes no governo de Fernando Henrique Cardoso e comandou os ministérios de Planejamento, em 1999, Minas e Energia, em 2002, e a Casa Civil, de 1999 a 2003. Teve grande destaque como Presidente da Câmara de Gestão da Crise de Energia ao organizar as regras do racionamento de 2001. O executivo também foi o responsável pela coordenação da equipe de transição do Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso para o Presidente Lula. Parente já foi membro do Conselho de Administração da Petrobras e presidente deste Conselho. Atuou como Vice-Presidente Executivo (COO) do Grupo RBS e Presidente e CEO da Bunge Brasil. É presidente do Conselho de Administração da BM&FBOVESPA desde março de 2015.

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Mais Influentes da Energia

GENTE E GESTÃO

Abel Alves Rochinha

F Abel Alves Rochinha

ormado em engenharia mecânica pela PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), Abel Alves Rochinha é mestre em engenharia industrial, pós-graduado em administração financeira e em administração. Tem mais de 16 anos de experiência profissional na área financeira, tendo atuado durante nove anos como Diretor Financeiro em várias indústrias. Foi diretor administrativo-financeiro da Ampla Energia e Serviços S.A. no período de abril de 2004 até maio de 2007 e preside a Coelce, empresa responsável pela geração e distribuição de energia do estado do Ceará, desde 2007.

Andre Dorf

E Andre Dorf

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x-Diretor Presidente da CPFL Renováveis durante a gestão 2013-2016, Andre Dorf assumiu, em 2016, o cargo de Diretor Presidente da CPFL Energia. Iniciou a sua carreira em bancos de investimento, onde trabalhou de 1996 a 2003 em instituições financeiras como Banco Patrimônio de Investimento (joint venture com Salomon Brothers), Chase Manhattan Bank e JP Morgan, escritórios de São Paulo e Nova York. Entre 2003 e 2010, ocupou posições sêniores na Suzano Papel e Celulose, onde atuou como Presidente da Suzano Energia Renovável (2010 a 2013), Diretor Executivo de Estratégias, Novos Negócios e Relações com Investidores (2008 a 2010), Diretor Executivo da Unidade de Negócio Papel (2005 a 2008) e Diretor Executivo de Desenvolvimento, Novos Negócios e TI (2003 a 2005).


Li Yinsheng

Foto: Henrique Manreza

V Li Yinsheng

ice-presidente executivo da China Three Gorges International Corp e atual CEO da CTG Brasil, Li Yinsheng é membro dos conselhos de área de investimentos da CTG em Luxemburgo, Portugal e Brasil. Sob sua gestão, em 2016, a CTG Brasil assumiu as operações das usinas de Jupiá e Ilha Solteira, além de adquirir ativos da Duke Energy no Brasil, o que irá acelerar o desenvolvimento dos processos da organização, gerando 2,27 GW de energia limpa. “Estou muito grato pelo reconhecimento e, especialmente, por ter sido incluído nesta categoria, porque um dos alicerces da nossa estratégia no Brasil é justamente formar um time forte”, diz.

Pierre Santoul

G Pierre Santoul

raduado pela HEC Paris (Ecole des Hautes Etudes Commerciales), Pierre Santoul é diretor-presidente da Guarani Tereos Açúcar & Energia Brasil desde 2015. Entre os destaques de sua trajetória profissional, o executivo trabalhou como consultor na McKinsey & Company por seis anos. Juntou-se à Goodyear Dunlop como Diretor de Marketing na França em 2004, e foi então nomeado Diretor da Divisão de Pneus na França, antes de se tornar responsável pela Europa, Oriente Médio e África. Pierre Santoul entrou para o Grupo Tereos como Diretor de Excelência Operacional em junho de 2014, e foi nomeado diretor-presidente da companhia pelo Conselho de Administração da empresa no ano seguinte.

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Alexandre dos Reis 62

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Mais Influentes da Energia

INDÚSTRIA

M

anaging Director da SEW-EURODRIVE BRASIL, Alexandre dos Reis é graduado em engenharia elétrica pela Universidade de Barretos, mestre em Business Administration pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) e também membro do Conselho Superior da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas). À frente da SEW-EURODRIVE BRASIL, o executivo comemora a intensificação de exportações da empresa no último ano, com a inserção em novos mercados. “Conseguimos desbravar o segmento de equipamentos voltados para energia eólica, obtendo resultados de incremento no faturamento e de resultado operacional”, afirma. Para Reis, a o setor de energia é de grande importância, e será o fator preponderante para o sucesso das corporações e qualidade de vida das pessoas. “Um de nossos principias desafios será o de promover novas tecnologias para a obtenção cada vez maior de energias limpas e renováveis”, aponta. Estar entre os 100 Mais Influentes da Energia é, para o executivo, mais que uma responsabilidade. “O segmento de energia vive em constante mudança. A maior responsabilidade que vejo é a de ajudar na promoção de energias renováveis para que no futuro possamos inverter o ritmo da degradação climática”, conclui.

“Um de nossos principias desafios será o de promover novas tecnologias para a obtenção cada vez maior de energias limpas e renováveis”

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Mais Influentes da Energia

INDÚSTRIA Gilberto Peralta

D Gilberto Peralta

esde 2013, Gilberto Peralta exerce a função de Presidente & CEO da GE no Brasil, além de estar presente no time da GE Capital Aviation Services como Gerente Geral para América Latina e Caribe. Sob sua gestão, após investir em novos modelos de geração para o sistema energético brasileiro, a GE atingiu um importante marco em sua atuação como parceira estratégica do país. A companhia se tornou responsável pela geração de 33% de toda a energia produzida no Brasil. “Figurar entre os mais influentes da energia reforça a importância do papel da GE que, ao oferecer e desenvolver diferentes tipos de tecnologias e serviços para o setor energético, contribui para a melhoria da infraestrutura do setor”, conta.

Harry Schmelzer Jr.

D Harry Schmelzer Jr.

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esde 1980 na WEG, Harry Schmelzer Jr. iniciou sua carreira na área de engenharia, posteriormente vendas, ocupando vários cargos até chegar à diretoria comercial, aos 33 anos. Foi Diretor Superintendente da unidade Automação, depois da unidade Motores e, antes de assumir a função de Presidente Executivo do Grupo WEG, residiu em Portugal, onde atuou como Diretor Regional da Europa. Durante a sua gestão como CEO, a companhia passou a estar entre as 1000 empresas de capital aberto no mundo que mais investem em inovação. No mercado de capitais, Schmelzer conquistou o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), da BOVESPA e Dow Jones Sustainability Emerging Markets Index, do Dow Jones, além de ter as ações incluídas para compor o Ibovespa.


Osvaldo Hirama

E

ngenheiro mecânico pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e MBA em Gestão Comercial pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), Osvaldo Hirama é Gerente geral da Trelleborg Sealing Solutions do Brasil. O executivo atua há mais de 10 anos na empresa sueca, e atualmente lidera uma equipe de mais de 40 pessoas na filial brasileira. No setor de energia, a empresa tem grande atuação no setor hidrelétrico e de óleo e gás.

Osvaldo Hirama

Paulo Stark

À Paulo Stark

frente da presidência da Siemens do Brasil desde 2011, o engenheiro eletricista Paulo Ricardo Stark, de 47 anos, atua na empresa desde 1988 e já ocupou postos de liderança em países como México e Alemanha. Foi no país europeu que o executivo iniciou sua trajetória na área de transmissão de energia, onde atuou como gerente mundial da Unidade de Proteção e Controle. Em 2008, tornou-se CEO mundial da Unidade de Low Voltage, cargo que ocupou até o final de 2010, quando retornou ao Brasil. Além da atuação na Siemens, Stark também é vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.

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Mais Influentes da Energia

INFRAESTRUTURA E ENGENHARIA Daniel Yamada

E Daniel Yamada

ngenheiro químico graduado pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e administrador de empresas pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), Daniel Yamada é diretor-presidente da KTY Engenharia, companhia que completa 30 anos em 2016. Com atuação nacional e internacional, a empresa é referência em gerenciamento de implantação de empreendimentos e projetos de engenharia. “As maiores conquistas desse último ano foram a entrada definitiva da KTY em setores de energia renováveis, além da consolidação de nossa presença nos setores de energia convencional. Estar entre os mais influentes da Energia é uma posição de enorme responsabilidade, acima de tudo um compromisso com o desenvolvimento do país”, afirma.

Eduardo Barella

G Eduardo Barella

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raduado em administração pela Universidade Mackenzie, Eduardo Barella ingressou no Grupo Progen no ano de 1999, assumindo a posição de CEO 10 anos depois, em 2009. À frente do processo de diversificação setorial da companhia, o executivo é responsável por diversas aquisições para a Progen no setor de infraestrutura. Uma de suas maiores conquistas é a criação de uma sociedade com a finlandesa Valmet, líder mundial no fornecimento e desenvolvimento de tecnologia, automação e serviços para os segmentos de celulose, papel e energia. “É uma honra estar neste seleto grupo de empresários e executivos. Espero que nossa trajetória sirva de exemplo para muitos outros profissionais”, afirma.


Marcos Miranda

A Marcos Miranda

tuando há cerca de 20 anos no setor de Energia, Marcos Miranda é co-fundador e consultor da Inova Energy, empresa independente de consultoria e engenharia. Trabalhou com pesquisa, desenvolvimento e implantação de projetos que envolvem desde sistemas isolados de pequeno porte a estudos de integração de energia eólica ao sistema elétrico nacional. Além disso, Miranda tem sido co-responsável pelas certificações de produção de mais de 60% das centrais eólicas contratadas no Brasil. “Somos uma empresa nova e graças a uma equipe comprometida e à confiança dos nossos clientes conseguimos alcançar uma representativa participação no mercado eólico nacional. É sem dúvida uma grande responsabilidade, que cresce a cada dia”, diz.

Odilon Y. Mesquita

E

m 2016, Odilon Y. Mesquita passou ao cargo de Diretor Presidente da Tetra Tech no Brasil, empresa prestadora de serviços de consultoria, engenharia, gestão de programas, gerenciamento de construção e serviços técnicos. Atuou em empresas nacionais e multinacionais de grande porte, tais como Promon Engenharia, Jaakko Poyry Enga., Conestoga Rovers e Associados – CRA, Tetra Tech do Brasil Minérios e Metais. Possui experiência na condução e desenvolvimento de todos os tipos de projetos, desde estudos de viabilidade técnico/econômico, projetos básicos e detalhados, EPCMs, EPCs e Turn Key.

Odilon Y. Mesquita

Ricardo Cortez

S Mais Influentes da Energia

ócio-proprietário da Cortez Engenharia, Ricardo Cortez comanda a empresa que atua há 30 anos no mercado de construção civil e acumula experiência na área industrial e siderúrgica, energias renováveis, eólica e solar, aeroportuária, hoteleira, comercial, residencial, obras de infraestrutura em geral e projetos associados. Destacando-se no setor de energias alternativas, a empresa nas mãos do executivo soma mais de 3GW com a construção de mais de 70 parques eólicos com 1.616 fundações executadas e uma usina solar, o que a credencia como uma opção sólida e qualificada para grandes projetos no setor.

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Mais Influentes da Energia

INOVAÇÃO Charlez Lenzi

P Charles Lenzi

residente da AES Eletropaulo e COO da AES Brasil, o engenheiro eletricista Charles Lenzi está à frente de um plano de modernização e automação das empresas que permitirá uma gestão mais eficiente de ativos, bem como a melhoria na qualidade dos serviços prestados. O executivo já ocupou diversas posições de liderança no Grupo AES em países como Brasil, Índia e Venezuela. Lenzi acredita que a inovação é a chave para o sucesso das companhias. “O prêmio é muito importante e implica numa enorme responsabilidade. De acordo com nossa visão estratégica, a inovação é uma das atitudes que procuramos estimular em nossas pessoas para que possamos alcançar os nossos objetivos de longo prazo.”

Marcos Maciel

M Marcos Maciel

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arcos Maciel é engenheiro eletrônico pela UPE (Universidade de Pernambuco), com mestrado em Negócios pela Strathclyde University, Reino Unido, e Programa Executivo em Estratégia e Vendas pela Universidade de Harvard. Atual CEO da Sunew, o executivo comemora a entrada dos filmes OPV no mercado brasileiro. “A responsabilidade de contribuir com a inovação em um setor tão importante como o de Energia é muito gratificante. O setor de Energia é fundamental para o crescimento do país e fomentar a inovação na energia solar criando novos mercados de Energy Everywhere é o que nos motiva”, diz.


Silas Barroso Camilo

D

iretor Presidente da 3C Services, Silas Barroso Camilo participou, em novembro de 2015, do processo de aquisição da empresa CAM Brasil Multisserviços pelo Grupo 3C Services. Antes deste procedimento, atuou como Gerente Operacional, Gerente de Engenharia, Chefe de Departamento e Engenheiro de Projeto na empresa CAM Brasil. Especialista em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), sob sua gestão, a 3C Services desenvolveu um software capaz de gerenciar informações sobre medidores que reduz custos e garante maior eficiência para distribuidoras de energia elétrica.

Silas Barroso Camilo

Mário Araripe

Foto: Edu Moraes

G Mário Araripe

raduado em Engenharia Mecânica Aeronáutica pelo ITA, Mário Araripe é fundador e CEO da Casa dos Ventos, considerada uma das pioneiras e principais investidoras no mercado de energia eólica no Brasil. Além de investir cerca de R$ 4 bilhões na inauguração de 750 MW de parques eólicos no último ano, Araripe faz da Casa dos Ventos uma empresa que aposta na pequisa, firmando parcerias estratégicas com fornecedores de equipamentos, desenvolvedores de softwares para o setor eólico e certificadores independentes. “Sinto-me honrado em ter a oportunidade de contribuir com o caráter renovável da matriz energética brasileira, garantindo ao país um desenvolvimento sustentável e ambientalmente responsável”, afirma.

Mark Lyra

G Mark Lyra

raduado em administração de empresas pela Universidade de Miami e MBA pela HEC Paris, Mark Lyra é diretor-presidente da Cosan Biomassa, companhia que recentemente formou uma joint venture com a Sumitomo Corporation e tornou-se a primeira empresa no mundo a produzir e comercializar pellets de biomassa produzidos a partir de palha e bagaço de cana-de-açúcar. A inovação, segundo Lyra, é um dos pilares que fazem da empresa que ele está à frente um dos maiores conglomerados de energia e infraestrutura do mundo. “O mundo carece e demanda formas alternativas, renováveis e sustentáveis de produzir energia. Espero tornar nosso plano de expansão dessa matriz energética uma realidade”, diz o executivo.

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Mais Influentes da Energia

INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS Marco Aurélio Crocco Afonso

Foto:Túlio Pagnan

A Marco Aurélio Crocco Afonso

tual diretor presidente do BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais) e Vice-presidente da ABDE (Associação Brasileira de Desenvolvimento), Marco Aurélio Crocco Afonso foi, entre 2010 e 2014, Diretor Presidente da Fundep (Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa) da Universidade Federal de Minas Gerais. Desde o início de sua gestão, em 2015, o BDMG passou por um planejamento estratégico pautado em ser um banco sustentável, baseado na atuação por meio de programas transversais de diferentes áreas. “É realmente uma grande honra ver o nosso trabalho ser reconhecido dessa forma e compreender que estamos realmente fazendo diferença na economia do Estado e também do país”, diz.

Foto: Júlio Serra

Marcos Costa Holanda

P Marcos Costa Holanda

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residente do Banco do Nordeste do Brasil desde 2015, Marcos Costa Holanda foi fundador e primeiro diretor geral do Ipece (Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica). Sob sua gestão, o BNB realizou, no último ano, o lançamento da FNE Sol, linha de crédito voltada para o segmento de energia renovável que financia a micro e minigeração distribuída de energia elétrica. Outro produto lançado em 2016 foi o Cartão BNB, uma forma desburocratizada de acesso ao crédito do FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste). “Ser eleito entre os “100 Mais Influentes da Energia” fortalece o compromisso com a nossa missão de atuar como banco de desenvolvimento da região Nordeste, isso é o que nos diferencia das demais instituições financeiras do país”, diz.


Maria Silvia Bastos Marques

E Maria Silvia Bastos Marques

scolhida por Henrique Meirelles, atual Ministro da Fazenda, Maria Silvia Bastos Marques assumiu, em maio de 2016, a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Mestre e doutora em economia, foi coordenadora da Área Externa da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia, Fazenda e do Planejamento, assessora especial para Assuntos de Desestatização do BNDES e diretora das áreas Financeira e Internacional e de Planejamento do BNDES. Ainda no setor público, foi secretária Municipal de Fazenda do Rio de Janeiro. Foi presidente da Empresa Olímpica Municipal desde sua criação, em 2011, até 2014, permanecendo como assessora especial do Prefeito para as Olímpíadas até abril de 2016.

Sérgio Rial

S Sérgio Rial

érgio Rial ocupa, desde janeiro de 2016, a posição de Presidente Executivo do Santander Brasil, após um ano como Presidente do Conselho de Administração. Antes de chegar ao Santander, atuou como CEO da Marfrig Global Foods e CFO da Cargill Inc. Foi chefe da área de Banco de Investimentos da Bear Stearns, em Nova York, e também atuou no ABN AMRO por 18 anos, onde ocupou posições em mais de seis países. Foi membro do Conselho da Mosaic Fertilizers e do Conselho de Administração da Cyrela Brazil Realty. Em 2014, juntou-se ao Conselho da The Nature Conservancy para a América Latina. “O fato de sermos reconhecidos pela influência sobre o setor nos mostra que estamos no caminho certo”, diz.

Jean Rodrigues Benevides

J

ean Rodrigues Benevides é pós-graduado em Educação Ambiental, especialista em Gestão Social, Desenvolvimento Local e em Gestão Estratégica em Sustentabilidade. Conselheiro do Planeta Sustentável, projeto editado pela Editora Abril, membro do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável e representante da Caixa na Comissão de Responsabilidade Social e Sustentabilidade da Febraban. Além disso, Benevides gerencia o Fundo Socioambiental da instituição financeira e o Fundo socioambiental da Caixa.

Jean Rodrigues Benevides

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Mais Influentes da Energia

LOGÍSTICA E TRANSPORTES Fernando Simões

F Fernando Simões

ilho do caminhoneiro português Júlio Simões, Fernando Simões ocupa o cargo de diretor presidente da JSL (Júlio Simões Logística), empresa criada por seu pai na década de 50 que hoje é líder nacional em serviços de logística integrada. O executivo comemora os 60 anos de história da JSL com bons números: no primeiro semestre de 2015, a empresa cresceu 12% em serviços e mais de 60% na venda de ativos. “Receber esse reconhecimento [prêmio] aumenta ainda mais a confiança e a tranquilidade dos clientes e do mercado em geral em nossa capacidade, além de endossar a qualidade técnica do nosso serviço e a transparência de nossas ações”, diz.

José Magela Bernardes

J José Magela Bernardes

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osé Magela Bernardes é Engenheiro Elétrico, formado pela Escola Federal de Engenharia de Itajubá, em Minas Gerais. Assumiu a posição de presidente da Prumo Logística em dezembro de 2015, após ser vice-presidente sênior do Grupo EIG no Brasil e outros países sul-americanos. Antes disso, Magela foi vice-presidente das áreas técnicas da BG Brasil, presidente da BG Bolívia e Presidente da Câmara de Hidrocarbonetos e Energia da Bolívia. O executivo iniciou sua carreira na Schlumberger, onde atuou por 21 anos em diversas posições, como presidente para a África Ocidental, presidente para o México e América Central, diretor de Recursos Humanos para US Gulf Coast e presidente para Oeste Venezuela.


Julio Fotana Neto

D Julio Fontana Neto

iretor-presidente da Rumo, Julio Fontana Neto tem mais de 25 anos de experiência em posições de liderança e como principal executivo em empresas nacionais e multinacionais de médio e grande portes dos segmentos metalúrgico, siderúrgico, infraestrutura e logística. Ainda acumula em sua carreira profissional a presidência por duas gestões da Associação dos Transportadores Ferroviários e por três anos do Sindicato Nacional dos Transportadores Ferroviários. Está na Cosan desde 2009, quando foi convidado a assumir a presidência da Rumo. Desde 2005, é membro do Conselho Superior de Infraestrutura (Coinfra) da Fiesp.

Marcelo Spinelli

D Marcelo Spinelli

iretor-presidente da VLI desde a criação da empresa, em 2010, Marcelo Spinelli começou a sua carreira na Ambev como trainee. Em 2002, ingressou na Vale, tendo atuado em diversos departamentos, como comercial, portos, ferrovias e logística de carga geral, até assumir o comando da VLI, passando a oferecer soluções logísticas para grandes players do mercado de energia. No último ano, sob sua gestão, a empresa consolidou diversos investimentos, como a efetivação de novos ativos, locomotivas e vagões em operação. “Receber um reconhecimento como esse é um indicativo de que estamos no caminho certo com o que nos propusemos a fazer”, diz.

Sandro Gonzalez

G

raduado em administração de empresas pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) Sandro Gonzalez ocupa há 28 anos o cargo de presidente da Transpes, um dos maiores operadores logísticos do país. A companhia mineira presidida pelo executivo é considerada uma das maiores transportadoras da América Latina, atuando no transporte de cargas especiais para os setores de mineração, infraestrutura, eólico, siderúrgico e metal no Brasil e Mercosul. A empresa já foi agraciada com o prêmio nacional de conservação e uso racional do combustível pela Petrobras.

Sandro Gonzalez

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Mais Influentes da Energia

MERCADO Ignacio Martín

E

ngenheiro elétrico graduado pela Universidade de Navarra, Ignacio Martín é presidente da Gamesa, uma das principais fabricantes de turbinas eólicas do mundo. Ao longo de sua carreira profissional, desempenhou diversos cargos em empresas como GKN Automotive International, onde foi CEO nos Estados Unidos e diretor geral do Grupo na América. Também foi diretor geral adjunto ao presidente da Alcatel Espanha, diretor geral de operações na Europa da GKN Automotive Internacional e vice presidente da CIE Automotive.

Ignacio Martín

João Procópio Campos Loures Vale

C João Procópio Campos Loures Vale

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onselheiro Suplente da Taesa (Transmissora Aliança de Energia Elétrica) desde 2011 e membro do Comitê de Finanças da Empresa, João Procópio Campos Loures Vale é, também, Conselheiro Suplente da Ativa desde 2011, empresa do setor de Datacenter. Trabalhou nas áreas de Geração de Energia, Transmissão, Operação do Sistema Elétrico, Tecnologia da Informação, Financeira, Planejamento Estratégico, Aquisições e Gestão de Participações. Foi Conselheiro Suplente da Light S.A. de 2009 a 2011, atuando como coordenador do Comitê de Auditoria e participou, também, dos Comitês de Finanças e de Recursos Humanos. Foi membro suplente do Conselho Fiscal da Light S.A. de 2006 a 2010 e membro do Conselho de Administração da Axxiom Soluções Tecnológicas S.A. de 2007 a 2010.


Pål Eitrheim

M

estre em Política Comparativa pelas universidades de Bergen e Dublin, Pål Eitrheim preside a Statoil Brasil desde 2014. Três anos antes, foi vice-presidente de Estratégia Corporativa e Análises do Grupo. Na companhia norueguesa de Energia desde 1998, Eitrheim começou na divisão de assuntos para a Rússia e região do Cáspio, tendo atuado ainda em países como o Azerbaijão e Estados Unidos. A companhia presidida pelo executivo completa 15 anos de atividades no Brasil em 2016 com a ampliação de parcerias estratégicas com a Petrobras e o anúncio de novos investimentos no país.

Pål Eitrheim

Pablo Pulpeiro

G

raduado em administração de empresas pela Universidade de Oviedo e pós graduado em gestão empresarial pela Harvard Business School, Pablo Pulpeiro é presidente da Nordex Brasil, fabricante alemã de geradores eólicos que adquiriu a espanhola Acciona Windpower no final do ano passado. Antes de assumir a presidência da Nordex Brasil, o executivo ocupou cargos de liderança em diversas outras companhias, como a própria Acciona Windpower, Gamesa e Telefônica. No Brasil, a Nordex possui três fábricas e um escritório, e planeja novos investimentos para projetos de fontes eólicas e solares.

Pablo Pulpeiro

Walter Fernando Piazza Júnior

E Walter Fernando Piazza Júnior

ngenheiro civil graduado pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e mestre em administração de negócios pela Michigan State University, Walter Fernando Piazza Júnior é atualmente o diretor presidente da Gasbrasiliano. Especialista em engenharia de petróleo e em qualidade e produtividade, Piazza Júnior também ocupa cadeira na IGU (International Gas Union) e no Conselho Estadual de Política Energética do Estado de São Paulo. Foi durante a gestão de Piazza Junior que a Gasbrasiliano lançou o conceito de usina híbrida, que envolve a expansão da geração de energia com bagaço de cana e o uso do gás natural como alternativa para novas configurações e maximização de ganhos no setor sucroenergético.

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Mais Influentes da Energia

NEGÓCIOS Cai Hongxian

C Cai Hongxian

om mais de 25 anos de experiência no setor elétrico, Cai Hongxian é presidente e CEO na State Grid Brazil Holding, terceira maior transmissora de energia elétrica no Brasil, há seis anos. Sob sua gestão, em 2015, a SGBH venceu o leilão para contratação do segundo sistema de transmissão da energia a ser gerada pela hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A empresa possui 7.663 km de linhas de transmissão em operação, 9.844 km de linhas em construção, R $ 8.532 bilhões de ativos em operação, e cerca de R $ 170,79 bilhões investidos em projetos em construção, com 547 funcionários. “Vamos dar continuidade aos investimentos greenfield e manteremos nossa estratégia no país, cumprindo todas as responsabilidades sociais e ambientais locais”, diz.

Clovis Torres

A Clovis Torres

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tual presidente do Conselho de Administração da Aliança e diretor-executivo de RH, Sustentabilidade, Integridade Corporativa e Consultoria Geral da Vale, Clovis Torres exerceu também o cargo de Consultor-Geral e Diretor de Integridade Corporativa de julho de 2011 a julho de 2016. De maio de 2015 a novembro de 2015, presidiu o Conselho de Administração da Petrobras Distribuidora S.A. e foi membro do Conselho de Administração da Petrobras S.A. Foi Vice-Presidente-Executivo da Bahia Mineração Ltda. de setembro de 2007 a julho de 2011, quando dirigiu a implantação do Projeto Pedra de Ferro, um complexo destinado à produção de 25 milhões de toneladas de minério de ferro.


Gustavo Sousa

D Mais Influentes da Energia

iretor Financeiro e de Relações com Investidores e Diretor Presidente interino na CPFL Renováveis, Gustavo Sousa atuou por 14 anos no Banco do Brasil, tendo exercido, entre outras funções, a de Diretor do Banco do Brasil Securities em Nova York, Gerente Geral de Relações com Investidores e Diretor de Controladoria. De maio de 2014 a março de 2016, ocupou o cargo de Diretor Executivo na CSN, sendo responsável pelas áreas de controladoria, tesouraria, relações com investidores, M&A e tributário. “Estou muito satisfeito em poder contribuir com o setor de energia, especificamente o segmento de renovável. Nós acreditamos que energia limpa é vital para as próximas gerações e nos sentimos honrados em contribuir para o desenvolvimento do segmento no país”, diz.

Rogério Sekeff Zampronha

F Rogério Sekeff Zampronha

undador das empresas Resid e SoftBrasil, Rogério Sekeff Zampronha assumiu, em 2015, a presidência da Vestas no Brasil, sendo responsável por executar o planejamento estratégico da fabricante dinamarquesa no país. Sob sua gestão, neste último ano, a Vestas inaugurou a sua primeira fábrica no país, em Aquiraz, no Ceará, passando a gerar 600 empregos. Além disso, Zampronha também é membro do conselho da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica) e do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável). “Ser eleito um dos 100 Mais Influentes da Energia é uma honra e uma grande responsabilidade”, diz.

Carlos Dinucci

P Carlos Dinucci

residente da São Manoel, Carlos Dinucci é responsável por colocar a usina açucareira em destaque no quesito desempenho do setor de açúcar e álcool. Sob sua gestão, a fábrica, associada à UNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar), foi apontada como empresa modelo no Manual de Incorporação dos Critérios Essenciais de Responsabilidade Social Empresarial do Instituto Ethos. Além disso, Dinucci é responsável pela companhia ter registrado aumento considerável do lucro na última safra (2015/2016), 22% maior do que o da safra anterior (2014/2015). O bom resultado é atribuído à valorização de ativos e aos aumentos na produção e nas vendas.

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Fernando Coelho Filho 78

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Mais Influentes da Energia

PERSONALIDADE PÚBLICA

F

ernando Coelho Filho nasceu em 28 de fevereiro de 1984, em Recife (PE). Graduou-se em Administração de Empresas pela FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado). Aos 22 anos, assumiu sua primeira legislatura como deputado federal, em 2007, sendo em seguida reeleito por mais dois mandatos. O político é filho do senador Fernando Bezerra Coelho, que exerceu o cargo de ministro da Integração Nacional no governo Dilma. Coelho Filho é filiado ao PSB (Partido Socialista Brasileiro), partido que liderou de 1º de fevereiro de 2015 até ser nomeado ministro de Minas e Energia pelo presidente Michel Temer. Assumiu o Ministério em 12 de maio de 2016, ainda no governo interino. Com a consolidação do governo Temer após o impeachment de Dilma Roussef, Coelho Filho pretende retomar investimentos e reorganizar o setor de energia. “Quando assumi o ministério, em 12 de maio, comentei que nossa disposição era de reanimar o setor de energia e mineração, e temos conseguido fazer isso. Nos 100 primeiros dias de gestão, o índice de energia elétrica da Bovespa teve valorização de 27% e as empresas recuperaram dezenas de bilhões em valor de mercado”, afirma.

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Mais Influentes da Energia

PERSONALIDADE PÚBLICA André Luiz Baptista Lins Rocha

Foto: Jeronimo Castro

P André Luiz Baptista Lins Rocha

residente do Fórum Nacional Sucroenergético, entidade nacional do setor composta por 16 entidades de 15 Estados, André Luiz Baptista Lins Rocha é Presidente Executivo do SIFAEG e do SIFAÇÚCAR desde agosto de 2007, Presidente do LIDE, Grupo de Líderes Empresariais de Goiás, Diretor Financeiro da Federação das Indústrias do Estado de Goiás e Vice-Presidente da ADIAL em Goiás. Fundador e primeiro presidente da ENGECRED/GO, segunda maior cooperativa de crédito de Goiás, sendo Conselheiro da mesma atualmente. É membro do Fórum Nacional da Indústria, do COSIN e COAGRO da CNI e do COSAG (Conselho Superior do Agronegócio) da FIESP. Foi Presidente da AGE (Associação Goiana das Empresas de Engenharia) e da CELG (Companhia Energética de Goiás).

Jorge Camargo

E

x-presidente da Statoil no Brasil, Jorge Camargo preside o IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo) desde março de 2015. Com formação em Geologia pela UNB (Universidade de Brasília), e com mestrado em Geofísica pela University of Texas, o executivo tem mais de 39 anos de carreira, entre os quais mais de 25 anos dedicados à Petrobras. Desde janeiro, também ocupa a cadeira de conselheiro do CDES (Conselho do Desenvolvimento Econômico e Social).

Jorge Camargo

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José Goldemberg

P

residente da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo), José Goldemberg é também Presidente do Conselho de Sustentabilidade da Fecomércio. Membro da Academia Brasileira de Ciências, ex-reitor da USP e ex-presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). Em 2013, foi eleito membro da Academia Paulista de Letras para ocupar a cadeira 25 e no ano seguinte recebeu o prêmio Fundação Conrado Wessel de Ciência. Além disso, Goldemberg exerceu os cargos de Ministro da Educação, Secretário de Ciência e Tecnologia e Secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

José Goldemberg

Luiz Augusto Barroso

P

residente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), desde julho de 2016, Luiz Augusto Barroso foi diretor técnico da Consultoria PSR, onde trabalhou por 18 anos, coordenando estudos em mais de 30 países nas Américas, Europa e Ásia. Desde 2013 é também Pesquisador Associado do Instituto de Investigación Tecnológica (IIT) da Universidad Pontificia Comillas em Madri, na Espanha. Desde 2010 ministra aulas na Summer School of Regulation of Energy Utilities da Florence School of Regulation (FSR), em Florença, Itália. É também Senior Member Na IEEE Power and Energy (PES) Society.

Luiz Augusto Barroso

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Mais Influentes da Energia

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO Adão Muniz

S Mais Influentes da Energia

ócio-fundador e atual conselheiro da Energo, Adão Muniz tem mais de 30 anos no segmento de energias. Foi o primeiro presidente da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica) e principal interlocutor na Seinfra/CE (Secretaria de Infra-Estrutura do Estado do Ceará), onde à frente da Diretoria de Energia e Comunicações coordenou e planejou o projeto que levou o Ceará a ser o estado pioneiro na geração de energia eólica. Também realizou trabalhos na Eletrobrás Termonuclear, incluindo a participação em projetos de cooperação internacional Brasil/Alemanha.

Colombo Celso Gaeta Tassinari

P Colombo Celso Gaeta Tassinari

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rofessor titular da USP (Universidade de São Paulo) e Diretor do Instituto de Energia e Ambiente da universidade, Colombo Celso Gaeta Tassinari é graduado em Geologia pela USP, mestre em Geociências e doutor em Geoquimica e Geotectônica pela mesma universidade. Tem experiência na área de Geociências, atuando em Geoquimica Isotópica aplicada a Exploração de Petróleo, Metalogenese e Tectonica. Pertence à Academia Brasileira de Ciências e Academia Paulista de Ciências, como membro titular, e a Academia de Ciências de Lisboa, como membro correspondente estrangeiro. Coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Técnicas Analíticas Aplicadas a Exploração de Petróleo e Gas.


José Gustavo Teixeira Leite

P José Gustavo Leite

residente executivo do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), o engenheiro mecânico José Gustavo Teixeira Leite é referência no que diz respeito a pesquisas sobre cana-de-açúcar no Brasil, coordenando frentes como a de produção de etanol de segunda geração, o aumento de produtividade nas lavouras e variedades transgênicas de cana-de-açúcar, além de ferramentas de precisão, máquinas e insumos. É membro do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial e já foi presidente de empresas como Monsanto, Philip Morris, Avanti Gestão de Recursos Financeiros e Michelin.

Foto: João Borges

Nathan Mendes

D Nathan Mendes

outor em engenharia mecânica pela UFSC em colaboração com o Lawrence Berkeley National Laboratory, Nathan Mendes é professor titular e pesquisador na PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná). Possui patentes e registro de software e é idealizador e coordenador do projeto que deu origem ao software Domus-Procel Edifica, programa que simula a eficiência energética em edificações. A Eletrobras investiu R$ 1,75 milhão no software, que já possui reconhecimento internacional é utilizado em todo o Brasil. “A grande responsabilidade é ser internacionalmente competitivo em termos de P&D e conseguir, ao mesmo tempo, beneficiar e transformar a sociedade brasileira”, afirma.

Ricardo Rüther

P Ricardo Rüther

rofessor Titular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ricardo Rüther é coordenador do Laboratório FOTOVOLTAICA/UFSC (Grupo de Pesquisa Estratégica em Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina, cadastrado no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq). Rüther também é diretor Técnico do Instituto para o Desenvolvimento das Energias Alternativas na América Latina (IDEAL). Além disso, foi fundador e primeiro presidente da ISES do Brasil (Seção Brasileira da International Solar Energy Society). Atualmente, faz parte do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Energias Renováveis e Eficiência Energética na Amazônia (INCT-EREEA).

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Mais Influentes da Energia

PRODUÇÃO E GERAÇÃO Ana Marta Horta Veloso

P Ana Marta Horta Veloso

residente da Light desde dezembro de 2015, Ana Marta Horta Veloso integrou o Conselho de Administração da empresa e atuou como diretora estatutária na Equatorial Energia S.A. Em sua carreira, ocupou cargos executivos no BNDES, onde atuou focada em mercado de capitais, integrou uma série de conselhos como, por exemplo, a Vale Equatorial Energia S.A., Rio Minas Energia S.A, Light S.A, Light Sesa S.A, Geradora de Energia do Maranhão S.A e Celpa S. A. Também atuou como executiva nos bancos Pactual e UBS Pactual e, nos últimos sete anos, exerceu a função de diretora estatutária na Equatorial Energia. “Este reconhecimento traz um incentivo a mais em saber que estamos no caminho certo para o desenvolvimento da Light e do setor elétrico brasileiro”, diz.

Foto: Regina Santos

Duilio Diniz de Figueiredo

D Duilio Diniz de Figueiredo

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iretor Presidente na Norte Energia S.A., responsável pela construção de Belo Monte, Duilio Diniz de Figueiredo é autor da obtenção da Licença de Operação do empreendimento Belo Monte de 11.251,1 MW, o que permitiu o enchimento do reservatório. Sob sua gestão, a empresa consolidou o empreendimento da Belo Monte com mais de 94% das obras civis concluídas, perfazendo um total de 1.380 MW de energia disponibilizada ao sistema e mais quatro unidades geradoras a entrar em operação até o final do ano, agregando mais 1.300 MW ao sistema elétrico brasileiro. “Orgulhoso de ter sido selecionado a fazer parte desta constelação, que é um prêmio à minha trajetória profissional de ter contribuído na construção de quase 15.000 MW para desenvolvimento do nosso país”, diz.


Max Xavier Lins

A

tual presidente da Queiroz Galvão Energia, Max Xavier Lins tem experiência no setor elétrico brasileiro, tendo atuado na Themag Engenharia, Celp, NC Energia (Comercializadora do Grupo Neo Energia), AES Eletropaulo Elektro. Sob sua gestão, o grupo Queiroz Galvão, que atua nos setores de engenharia, petróleo e gás, concessões de rodovias e siderurgia, inaugurou, em 2015, seu quarto complexo no país, o complexo Eólico de Riachão, no município de Ceará-Mirim, no Rio Grande do Norte, que conta com 54 aerogeradores e 150 MW de capacidade instalada, volume capaz de atender 377 mil residências.

Max Xavier Lins

José Aurélio Drummond Junior

D

iretor-presidente da Eneva, José Aurélio Drummond Jr. acumula larga experiência na gestão de negócios em empresas de diversos setores da economia, no Brasil e no exterior. O executivo já foi presidente da Alcoa na América Latina e ocupou também posições de liderança global na Whirlpool durante 14 anos, sendo presidente da companhia na América Latina e, posteriormente, presidente regional de Europa, Oriente Médio e África. Drummond é engenheiro metalurgista formado pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), em São Paulo, com especialização pela Wharton Business School, nos Estados Unidos.

José Aurélio Drummond Junior

José Carlos de Miranda

G José Carlos de Miranda

raduado em Engenharia Elétrica pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco ), com Pós-Graduação em Planejamento Energético pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ) e MBA em Gestão Empresarial pela FGV (Fundação Getúlio Vergas), José Carlos de Miranda é diretor presidente da Chesf desde junho de 2015. O executivo, no entanto, ingressou na companhia no ano de 1976, e ocupou inúmeros cargos gerenciais na empresa. Também foi Diretor de Estudos da Energia Elétrica da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) por 10 anos. Foi membro do Grupo Técnico de Reestruturação do Setor Elétrico do Ministério de Minas e Energia e do Conselho Estadual de Meio Ambiente do Estado de Pernambuco.

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Mais Influentes da Energia

PROVEDOR DE SERVIÇOS Jean-Paul Prates

C Jean-Paul Prates

om mais de 25 anos de experiência na concepção e execução de centenas de projetos nas áreas de petróleo, gás natural, biocombustíveis e energia renovável, Jean-Paul Prates participou da elaboração do marco regulatório da atual indústria do petróleo do Brasil. Atualmente, dirige as consultorias Expetro (Rio de Janeiro) e CRN-Bio (Natal), especializadas em energia, petróleo, recursos naturais e meio ambiente. Também preside o SEERN (Sindicato das Empresas do Setor Energético do Rio Grande do Norte) e o CERNE (Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia). Foi Secretário de Estado de Energia do Rio Grande do Norte, onde fixou residência desde 2005, e levou o estado à auto-suficiência energética, viabilizando mais de 2GW em geração eólica.

Erineo José Hennemann

P

residente da Certel, Erineo José Hennemann é responsável pelo Projeto Energia Verde em Harmonia Ambiental, que tem como objetivo promover a neutralização das emissões de gases de efeito estufa de entidades privadas e públicas associadas à cooperativa. A Cartel recebeu o Prêmio Cooperativa do Ano de 2010, concedido pelo Sistema OCB, um importante reconhecimento de âmbito nacional.

Erineo José Hennemann

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Foto: Divulgação Elektro

Márcio Henrique Fernandes

P Márcio Henrique Fernandes

residente da Elektro desde 2011, Márcio Henrique Fernandes é Administrador de Empresas, formado pela PUC-Campinas, com Pós-Graduação em Administração Financeira pelo INPG e MBA em Controladoria pela FEA/USP. Sua formação em gestão inclui ainda Gestão Empresarial Avançada na Euromed Marseille École de Management, França, Stanford University na California-USA, PGA pelo INSEAD e formação para Conselheiro Independente pelo IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa). Ingressou na Elektro em 2004 como Gerente de Controladoria e Finanças, após ter atuado por 14 anos em áreas Financeiras em empresas multinacionais, tais como: Banco Real - ABN Amro Bank, Magneti Marelli do Brasil – Grupo FIAT, e Solectron do Brasil – Flextronics.

Mauro Borges Lemos

D Mauro Borges Lemos

outor em Economia pela Universidade de Londres, Inglaterra, com pós-doutorado na Universidade de Illinois, Estados Unidos, e na Universidade de Paris, França, Mauro Borges Lemos é diretor-presidente da Cemig. Sua trajetória profissional inclui a presidência da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e atuação como membro dos Conselhos de Administração do BNDES e do BNDES PAR. Exerceu vários cargos de direção na UFMG, dentre os quais chefe do Departamento de Ciências Econômicas, coordenador do Programa de Pós-Graduação de Economia e diretor do Cedeplar (Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional). De fevereiro a dezembro de 2014, foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Rui Altieri

C Rui Altieri

om formação em engenharia elétrica e experiência de mais de 22 anos no setor elétrico, Rui Altieri é presidente do Conselho de Administração da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica). Antes de assumir o cargo na instituição, atuou na Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) como superintendente de Regulação Econômica e Estudos do Mercado e superintendente de Regulação dos Serviços de Geração. Altieri também desempenhou diversos cargos de gestão por mais de 20 anos na Celpa, estando à frente da regional de Tucuruí e do departamento de Operação do Sistema Elétrico. “Sinto-me muito grato e felicitado com esta indicação, pois estar à frente da operadora do mercado brasileiro de energia elétrica é uma grande responsabilidade”, diz.

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Mais Influentes da Energia

REFERÊNCIA Antonio Delfim Netto

E Antonio Delfim Netto

conomista pela FEA/USP (Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo), Antonio Delfim Netto é ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e ex-Ministro Chefe da Secretaria de Planejamento da Presidência da República. No início de sua carreira pública, foi membro do Grupo de Planejamento do governo do Estado de São Paulo e da Comissão Interestadual da Bacia Paraná-Uruguai e conselheiro do Conselho Nacional de Economia. É professor emérito da FEA/USP e tem vários livros publicados sobre os problemas da economia brasileira. Escreve semanalmente nos jornais Folha de S. Paulo e Valor Econômico, bem como na revista Carta Capital.

Bento Massahiko Koike

A Bento Massahiko Koike

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o longo dos últimos 35 anos, Bento Koike adquiriu um amplo domínio em tecnologia, inovação e sustentabilidade no setor de energia eólica. Fundador da Tecsis, construiu uma lista impressionante de realizações, que inclui a liderança da empresa no mercado mundial de fabricação de pás customizadas para turbinas eólicas. Trabalhando com um produto de grande conteúdo tecnológico, Koike reinventou muitas vezes o negócio que fundou para atender às necessidades dos clientes. A capacidade de inovação de Koike foi destacada em reportagens da The Economist, Harvard Business Review, entre outras renomadas publicações internacionais. A trajetória da Tecsis virou case na Harvard Business School e Koike veio a ganhar o prêmio de Empreendedor do Ano 2013 da Endeavor Global.


Roberto Jaguaribe

D Roberto Jaguaribe

iplomata e Engenheiro de Sistemas graduado pela PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), Roberto Jaguaribe foi nomeado este ano presidente da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Anteriormente exerceu o cargo de Embaixador do Brasil na China e Mongólia. Já ocupou posições de destaque no Ministério das Relações Exteriores e foi Ministro-conselheiro da embaixada do Brasil em Washington. Foi também presidente do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), Secretário de Tecnologia Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento e Orçamento.

Roberto Rodrigues

C Roberto Rodrigues

oordenador do Centro de Agronegócio da FGV e Embaixador Especial da FAO para as Cooperativas e Presidente do LIDE Agronegócios, Roberto Rodrigues participa de inúmeros conselhos empresariais, institucionais e acadêmicos. Foi presidente do COSAG (Conselho Superior do Agronegócio da FIESP) da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), da SRB (Sociedade Rural Brasileira), da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), da Academia Nacional de Agricultura (SNA) e da ACI (Aliança Cooperativa Internacional). Foi Secretário de Agricultura do Estado de São Paulo e Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “Há mais de 40 anos venho defendendo a maior participação da agroenergia na matriz energética brasileira. Acredito que essa honrosa eleição se deve a esta luta permanente, o que me enche de orgulho”, diz.

Rubens Ometto Silveira Mello

D

iretor geral do Grupo Cosan e sócio da Raízen, Rubens Ometto Silveira Mello é considerado o maior usineiro de açúcar e álcool do mundo. Graduado em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), o executivo tem mais de 40 anos de experiência na gestão dos setores agrícolas, de energia, logística e infraestrutura. Também foi um dos fundadores da UNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar). Antes de ingressar na Cosan, Mello atuou como executivo corporativo no Unibanco. Também ocupou o cargo de diretor financeiro do Grupo Votorantim.

Rubens Ometto Silveira Mello

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Mais Influentes da Energia

SUSTENTABILIDADE Aurélio Souza

S Aurélio Souza

ócio-fundador da USINAZUL, empresa de engenharia e consultoria no setor de energia sustentável e serviços ambientais, Aurélio Souza é Membro do Grupo Consultivo para o Setor Privado (PSAG) do Fundo Climático Global (GCF) das Nações Unidas (UNFCCC). Por quase duas décadas, desenvolveu ampla experiência com atividades técnicas, de pesquisa e empreendedorismo, atuando como gerente de projetos, pesquisador e consultor internacional voltado para a área de energia sustentável e meio ambiente. Atualmente, Souza é pesquisador no Laboratório de Sistemas Fotovoltaicos (LSF) do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP).

Lourival Vieira Junior

L

ourival Vieira Junior é presidente da CS Bioenergia, prestadora de serviços e geradora de energia a partir da biodigestão do lodo. Recentemente, a empresa anunciou que construirá um complexo industrial para tratamento de resíduos no município de São José dos Pinhais, no estado do Paraná, em uma área de 27.984 metros quadrados.

Mais Influentes da Energia

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Mauricio Garcia

M Mauricio Garcia

aurício Augusto Garcia, engenheiro eletricista, pós-graduado em Marketing e Administração, iniciou suas atividades na área de energia em 1992 como estagiário na Sotreq. Ao longo desses anos, passou por diversas áreas da empresa até chegar ao cargo de diretor da Unidade de Energia. Teve a oportunidade de participar do primeiro projeto de geração de energia em aterros sanitários do Brasil como gerente de engenharia da Sotreq e de diversos outros projetos de grande porte, que vão desde termelétricas aos mais importantes empreendimentos de missão crítica, tanto em hospitais como em datacenters.Atualmente, vislumbra o crescimento do setor de energias renováveis, planejando a introdução dos sistemas fotovoltaicos da Caterpillar no Brasil.

Nivaldo Rodrigues

E Nivaldo Rodrigues

ngenheiro civil graduado pela Universidade Mackenzie e especialista em saneamento básico pela USP, Nivaldo Rodrigues da Costa Jr. está à frente da superintendência da Unidade de Negócio de Tratamento de Esgotos da diretoria metropolitana da Sabesp. Na ETE de Barueri, Nivaldo é um dos responsáveis pelo projeto Waste to Energy Barueri, que tem como objetivo transformar o lodo e o biogás inerentes ao processo de tratamento de esgotos como matéria-prima para a produção de energia elétrica. “Nosso objetivo é buscar soluções sustentáveis trazendo ganhos econômicos, ao meio ambiente e à sociedade de uma forma geral. Acredito nosso projeto poderá ser replicado em outras empresas do setor”, afirma.

Wilson Ferreira Junior

F Wilson Ferreira Junior

ormado em Engenharia Elétrica pela Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie, em Administração de Empresas pela mesma universidade e mestre em Energia pela USP (Universidade de São Paulo), Wilson Ferreira Junior é o atual presidente da Eletrobrás. Na Cesp (Companhia Energética de São Paulo) exerceu diversos cargos, incluindo o de diretor de Distribuição. Também foi presidente da RGE, presidente do Conselho de Administração da Bandeirante Energia S.A. e presidente da CPFL. Em 2002, tornou-se presidente da CPFL Energia, cargo que ocupou até 2016. Presidiu também a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) entre os anos de 2009 e 2010.

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Rafael Paniagua 92

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Mais Influentes da Energia

TECNOLOGIA

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residente da ABB no Brasil desde junho de 2013, Rafael Paniagua iniciou sua carreira na companhia em 1994, onde ocupou diversas posições estratégicas em países como Espanha e Estados Unidos. Com experiência no mercado de energia e automação, o executivo tem mestrado em Engenharia Industrial pela Universidade de Sevilha e MBA em Marketing pela Universidade de Sheffield, Inglaterra. À frente da ABB, lidera projetos de inovação e tecnologia em diversos mercados, entre eles o de energias renováveis. Paniagua elege como um dos destaques no último ano o posicionamento da ABB como empresa inovadora no mercado nacional e líder de inovação e tecnologia nos mercados em que atua. “Soma-se a isso engajar nossos colaboradores a atuar no cenário desafiador que o país tem enfrentado, com a expectativa de retomada do crescimento, baseado no potencial que diversos setores da economia apresentam, principalmente, em renováveis”, afirma. Para o executivo, a premiação no 100 Mais Influentes da Energia vai de encontro aos objetivos da empresa no que diz respeito à liderança em tecnologia de energia. “Estar entre os mais influentes da Energia se traduz na posição estratégica que a ABB ocupa no mercado nacional, como empresa inovadora e líder de inovação e tecnologia nos mercados em que atua. Trata-se de uma responsabilidade inerente à liderança em tecnologia de energia. Assim como a ABB, ser uma referência em energia implica em assumir o protagonismo desse mercado e liderar as tendências necessárias à transformação pela qual o mercado vem passando nos últimos anos.”, diz.

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Mais Influentes da Energia

TECNOLOGIA Anna Rath

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ioneira no desenvolvimento de culturas energéticas dedicadas, Anna Rath, CEO da NexSteppe, fundou a empresa em 2010, e desde então desenvolve e comercializa culturas otimizadas para biocombustíveis, bioenergia e outros bioprodutos. A liderança em biotecnologia industrial recentemente garantiu à Anna o prêmio BIO’s Rosalind Franklin, e, agora, o prêmio 100 Mais Influentes da Energia. “É uma grande oportunidade de reconhecimento do trabalho que todo o time da NexSteppe tem feito para desenvolver nossos negócios e reputação no Brasil”, afirma.

Anna Rath

Maxime Rabilloud

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iretor-geral da Total E&P do Brasil, subsidiária do Grupo Total que atua no setor de óleo e gás brasileiro, Maxime Rabilloud ocupa o cargo na empresa desde março de 2015. O executivo ingressou no Grupo Total em 1999, onde já ocupou diversos cargos estratégicos em países como México, Bolívia e Angola. Rabilloud também liderou projetos no Oriente Médio e nos Estados Unidos. O executivo participou das recentes aquisições de blocos de exploração pela Total no Brasil, durante a 11ª rodada e o leilão de Libra, como representante da área de Novos Negócios de E&P do Grupo.

Maxime Rabilloud Anna Rath

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Rafael Eira

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afael Eira é, desde 2011, o diretor da TOTVS Consulting responsável pela operação de Energia com foco nas ofertas relacionadas ao setor de óleo, gás natural e energias renováveis. É formado em Administração na PUC-RJ (Pontíficia Universidade Católica do Rio de Janeiro), possui MBA em petróleo e energia elétrica pela ESAD, UFF-RJ e INSPER e Mestrado pela UFF-RJ. No campo acadêmico, ministrou aulas na FGV e no IBMEC. O executivo conta com passagens por empresas como Apuama, Accenture, Ministério de Minas e Energia e TBG em mais de 15 anos de experiência no mercado de consultoria e energia.

Rafael Eira

Solange da Silva Guedes

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olange da Silva Guedes é diretora executiva de Exploração e Produção na Petrobras. Ingressou na empresa em 1985, na antiga Região de Produção do Sudeste (RPSE). Ocupou diversas funções gerenciais na área de Exploração e Produção. Em 2003, assumiu a Gerência Executiva do E&P Norte-Nordeste (E&P-NNE), onde permaneceu até 2008, quando foi nomeada gerente executiva de Engenharia de Produção (E&P-ENGP). Em 2013, foi designada gerente executiva do E&P-CORP, respondendo pelas atividades das duas gerências.

Solange da Silva Guedes

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Estratégia

O Brasil, o Acordo de Paris e o setor elétrico

Os desafios que o país deve enfrentar e as estratégias para atingir todas as metas assumidas na COP 21

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FGV Energia publicou, em agosto, um artigo intitulado “Será factível para o Brasil atingir as metas assumidas no Acordo de Paris para o setor elétrico?”. Fruto de pesquisa dos profissionais Bruno Moreno Rodrigo de Freitas, Larissa de Oliveira Resende, Mariana Weiss de Abreu, Renata Hamilton de Ruiz, Tatiana de Fátima Bruce da Silva e Vinícius Neves Motta, o texto traz um panorama dos principais desafios que o país deve enfrentar,

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no setor elétrico, para atingir as metas assumidas com a ratificação do Acordo de Paris, desde a redução de emissão de gases do efeito estufa à expansão do uso doméstico de fontes de energia não fóssil. A Full Energy traz, na íntegra, o conteúdo abordado nas páginas a seguir. Em junho passado, a Em-

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Brasil deverá atingir meta de redução de gases do efeito estufa na atmosfera

presa de Pesquisa Energética (EPE) publicou o documento “O Compromisso do Brasil no Combate às Mudanças Climáticas: Produção e Uso de Energia”, com o objetivo de descrever a “memória de cálculo que subsidiou as contribuições das atividades relacionadas à produção e uso da energia para a redução de emissões de GEE


empenhando em limitar esse aumento a 1,5ºC. O Acordo de Paris adotou uma nova abordagem em relação a como esse objetivo será atingido: cada país estabelecerá seus próprios compromissos de adaptação e mitigação às mudanças climáticas, tendo responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Até a presente data, 180 países assinaram o Acordo, que já foi ratificado por 22 nações. O prazo para assinatura é 22 de abril de 2017, com o Acordo entrando em vigor quando 55 países, que juntos representarem 55% das emissões mundiais, o ratificarem. O Brasil, no dia 22 de abril desse ano, assinou o Acordo, que já foi ratificado pelo Con-

gresso Nacional e segue para promulgação da Presidência da República. O próximo passo será implementar ações para atingir os compromissos assumidos na iNDC brasileira. O país se comprometeu a reduzir suas emissões de GEE de forma que, em 2025, sejam 37% inferiores em relação ao ano-base de 2005 e que, em 2030, sejam 43% inferiores em relação ao mesmo ano-base. Esse esforço será empreendido em todos os setores da economia: energia, agricultura, florestal, resíduos e processos industriais. As emissões de GEE brasileiras em 2012 são ilustradas no gráfico 1, juntamente com as emissões mundiais, para fins de comparação.

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Foto: Kelsen Fernandes

(gases do efeito estufa) apresentadas na Intended National Determined Contribution (iNDC)”. Esse documento foi produzido, contudo, considerando o uso da energia em atividades que não se encontram mais no mesmo nível de dinamismo desde então. Por conseguinte, dada a conjuntura econômica atual, será factível para o país atingir os compromissos assumidos na sua iNDC? A iNDC é o documento em que cada país estabelece suas metas individuais para reduzir a emissão de gases do efeito estufa, que causam as mudanças climáticas. Esses documentos foram apresentados por cada país na 21ª Conferência das Partes (COP 21) da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Ao fim da Conferência, em 12 dezembro de 2015, o Acordo de Paris foi aprovado pelos 195 países participantes. Esses países se comprometeram a realizar as metas nas suas iNDCs, de forma a limitar o aumento de temperatura no século XXI a níveis inferiores a 2ºC em relação a níveis pré-industriais, se


Estratégia

Emissões de GEE por setor – Mundo e Brasil Mundo: 49 Gigaton de CO2 equivalente por ano

Brasil: 1,8 Gigaton de CO2 equivalente por ano

Fonte: World Resources Institute (WRI). CAIT Climate Data Explorer: Historical Emissions, 2012. 98

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Foto: Ichiro Guerra

Dilma Rousseff assina Acordo de Paris na sede da ONU

Enquanto grande parte das emissões de GEE mundiais são concentradas no setor energético – majoritariamente em eletricidade/calefação –, o setor que mais emite GEE no Brasil é o de uso da terra/florestal. O setor elétrico no Brasil é responsável por apenas 4% das emissões totais de GEE nacionais, o que pode ser explicado pelas características da matriz elétrica brasileira, que é majoritariamente formada por fontes renováveis de geração de eletricidade (Gráfico 2). A forte dependência da geração de eletricidade na fonte hídrica, contudo, coloca o país em uma situação instável em relação a sua segurança energética. Em anos de crise hídrica, como recentemente experimentado, a necessidade de despacho das usinas termelétricas, que emitem mais poluentes, se torna cada vez mais crescente. Dessa forma, a não ser que a matriz elétrica seja diversificada com fontes renováveis além da hídrica, é possível que o setor elétrico contribua para uma maior emissão de GEE em um futuro próximo – principalmente quando a economia brasileira se recuperar da recessão atual e voltar a crescer. Daí a importância de investir cada vez mais em fontes renováveis que não seja a hídrica,

as chamadas renováveis complementares (eólica, biomassa e solar). As renováveis complementares são mencionadas na iNDC brasileira, cujas metas para o setor elétrico são: • Obter ao menos 66% de participação da fonte hídrica na geração de eletricidade, em 2030, não considerando a autoproduzida; • Expandir o uso doméstico de fontes de energia não fóssil, aumentando a parcela de energias renováveis (além da energia hídrica) no fornecimento de energia elétrica para ao menos 23% até 2030, inclusive pelo aumento da participação de eólica, biomassa e solar; • Alcançar 10% de ganhos de eficiência no setor elétrico até 2030. A expansão das renováveis complementares, como

uma meta da iNDC, está alinhada às necessidades de segurança energética do setor elétrico brasileiro. Essas metas, contudo, foram estipuladas em um cenário no qual a economia brasileira não se encontrava em recessão – a taxa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, que é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país, retraiu -3,8% em 2015 e está prevista em -3,2% em 2016. A atividade industrial, por sua vez, teve uma retração de -6,2% em 2015. Como consequência, o consumo de eletricidade no país caiu -2,1% em 2015, resultando em sobra da energia elétrica que já foi contratada em leilões de anos anteriores, quando se esperava que a demanda futura por eletricidade fosse maior.

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Foto: Beto Barata

Estratégia

Michel Temer assina ratificacao do Acordo de Paris

A retração da economia, principalmente da atividade industrial, implica em menor emissão de GEE, o que facilitaria o atendimento da meta de emissões brasileiras na iNDC. A recessão, contudo, não durará para sempre: com a economia voltando a crescer, não apenas a atividade industrial será retomada, como também os consumidores atenderão a sua demanda reprimida, voltando a consumir eletrodomésticos e outros bens que demandam energia elétrica. Dessa forma, agora é o momento para investir em energia renovável para que, quando a recuperação econômica acontecer, ela ocorra com o emprego de energia limpa. Essa estratégia possibilitará o alcance das metas de emissões e de investimentos em renováveis da iNDC. Além disso, investir em eficiência energética é a maneira mais limpa e econômica de evitar emissões de GEE. Como dizem Faruqui & Faruqui: “O quilowatt-hora mais limpo é aquele não consumido. O próximo quilowatt-hora mais limpo

é aquele produzido a partir de uma fonte renovável”. A meta de eficiência energética para o setor elétrico na iNDC é de 10%, mas investir ainda mais nessa área pode trazer vários benefícios para a sociedade. A geração distribuída por fontes renováveis também é outra área que pode contribuir para o alcance das metas da iNDC. Atingir as metas de redução de emissões de GEE estipuladas na iNDC brasileira é uma tarefa factível. Cabe considerar, contudo, que quando o documento foi criado, o país se encontrava em um momento econômico diferente do atual. É necessário, dessa forma, rever se essas metas ainda se

Potência instalada no Brasil por fonte – 2016

Fonte: Banco de Informações de Geração (BIG) – ANEEL. Acessado em 19/08/2016 100 FULL ENERGY

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aplicam, principalmente no que se refere a investimentos em novas fontes de energia renovável em um cenário de sobrecontratação de energia. Além disso, pode ser mais vantajoso, especialmente em um momento de recessão, no qual não há grande disponibilidade de recursos para investir em infraestrutura, aumentar a meta de eficiência energética. Investimentos nessa área tendem a ser menos dispendiosos - principalmente considerando que os retornos podem advir da expansão de programas já existentes. Cabe ao planejador, portanto, considerar esses fatores em uma futura revisão das metas para o cumprimento do Acordo de Paris.


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Inovação e Tecnologia

A tecnologia do trator sustentável

Tenda

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Movida a biometano, máquina tem economia de até 40% em relação ao diesel e emite 80% menos CO2 que aquelas alimentadas por combustíveis fósseis

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os últimos anos, a preocupação com o meio ambiente vem ganhando cada vez mais espaço. Em setembro de 2015, a ex-presidente Dilma Rousseff afirmou, durante a Cúpula da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, que o Brasil tem a meta de reduzir em 43% a emissão de gases do efeito estufa até 2030. Em meio a este cenário, muitas empresas estão investindo e apostando em práticas e produtos que contribuam com a redução da emissão de CO2. No setor do agronegócio, essa realidade não é diferente. Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), de todas as atividades econômicas, a agricultura é, naturalmente, a mais dependente do clima. Além de serem afetadas negativamente pelo efeito estufa, a agricultura e a pecuária são atividades que também geram emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa) para a atmosfera, principalmente gás carbônico e nitrogênio. Uma das alternativas para esse problema está na utilização de energia limpa, como por exemplo, o biometano (CH4). Os produtores, que buscam reduzir custos com combustíveis sem perder o desempenho operacional, podem optar por máquinas que utilizam esse f luido como combustível. O trator T6.140, apresentado ao mercado em agosto deste ano, é um exemplo de máquina movida a biometano que garante até 40% de economia de combustível em relação aos modelos que utilizam diesel. Além disso, o protótipo emite 80% menos CO2 do que aqueles alimentados por combustível fóssil. A utilização de biometano no motor possui impacto virtual praticamente zero em relação

à emissão de CO2, e apresenta ainda menores níveis de vibrações e ruídos. “Trouxemos uma revolução na forma de produzir no campo, respeitando o meio ambiente, reduzindo custos e sem mudança operacional para o produtor”, afirma o vice-presidente da New Holland para a América Latina, fabricante do modelo, Alessandro Maritano. Os primeiros testes do trator serão feitos em parceria com a Itaipu Binacional, em propriedades na região de Foz do Iguaçu (PR). A empresa, inclusive, já instaçolou biodigestores nessas áreas para a realização dos testes com biogás. De acordo com o superintendente de Energias Renováveis da Itaipu Binacional, Herlon Goelzer de Almeida, o trator movido a biometano é mais um importante passo na busca por competitividade no agronegócio brasileiro. “Com a produção do biogás, o produtor terá capacidade de se tornar mais independente na geração das energias necessárias no seu processo produtivo, em especial veicular, neste caso alimentando o seu trator, tornando-se autossuficiente e barateando seu custo produtivo”. edição 21 | FULL ENERGY103


Inovação e Tecnologia

Biometano O Biometano é gerado a partir da decomposição de resíduos orgânicos, sendo 100% renovável e com características químicas semelhantes ao GNV (Gás Natural Veicular). A regulamentação era aguardada desde 2011, ano em que se iniciaram testes com veículos movidos a biometano no país. Em fevereiro de 2015, a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) regulamentou o uso do combustível em veículos no Brasil.

Motor A nova tecnologia do motor conceito a biometano foi desenvolvida pela engenharia da FPT Industrial, na Itália. O motor de três litros possui quatro cilindros em linha, injeção multipoint, turbocompressor com válvula wastegate e intercooler. O propulsor desenvolve 100 kW (136 cv) de potência e 350 Nm de torque. Além disso, apresenta catalisador de três vias, que promove a redução de poluentes como NOx (Óxidos de Nitrogênio), Monóxido de Carbono e Hidrocarbonetos não queimados, atendendo os limites mais restritos e superando os limites atuais estabelecidos pelo PROCONVE MAR-I – programa de controle de emissão de poluentes que entrou em vigor em janeiro de 2015. Já os reservatórios de gás possuem capacidade total de 300 litros (50 kg) de metano comprimido, o que garante ao trator a autonomia aproximada de seis horas de trabalho. 104 FULL ENERGY

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Helena Magalhães, responsável pelos laboratórios metrológicos da 3C Services

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A bioeletricidade e o Acordo de Paris: oportunidade e ponto de atenção

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m setembro deste ano, o governo brasileiro ratificou o Acordo de Paris, documento aprovado, no ano passado por 197 países que participaram da Conferência do Clima de Paris (COP21). O Acordo de Paris versa sobre a mudança do clima e estabelece compromissos pelos países com o objetivo de frear o aumento da temperatura no mundo. Para entrar em vigor, o Acordo de Paris necessita ser ratificado por pelo menos 55 países responsáveis por 55% das emissões de carbono. Cada país adotará metas próprias para atingir seus compromissos assumidos. Na matriz de geração elétrica brasileira, uma das metas assumidas pelo governo brasileiro foi aumentar o uso sustentável de energias renováveis, excluindo energia hidrelétrica (i.e. solar, eólica e biomassa), para ao menos 23% da geração de eletricidade do Brasil. Em 2015, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o total de geração de energia no país pelas fontes biomassa, eólica e solar foi de 71 TWh, representando 11,5% do total da Oferta Interna de Energia Elétrica (OIEE). A biomassa foi a principal fonte responsável por aquele percentual, com 49,2 TWh (representa sozinha 8%); a eólica com 21,6 TWh (3,5%); e a fonte solar com 62 TWh (0,01%). Os dados incluem a autoprodução e a fonte biomassa é composta por bagaço e palha da cana, lenha e demais biomassas. Com base no Boletim Mensal de Energia de agosto publicado pelo Ministério de Minas e Energia, pode-se estimar que a trinca “biomassa, eólica e solar”, que chamaremos “BES”, poderá chegar a representar 13,1% da OIEE até o fim deste ano. Segundo o ministério, a biomassa continuará sendo a principal fonte, responsável por 8,6% da OIEE; eólica com 4,5% e,

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como não consta a fonte solar do referido Boletim, mantivemos a fonte solar participando com 0,01% da OIEE. Desta forma, partindo-se de uma base estimada em 13,1%, pode-se considerar uma meta ambiciosa aumentar a geração de energia pelas fontes “BES” para ao menos 23% da geração de eletricidade no país. Até 2030 restariam 14 anos para aumentarmos em 10 pontos percentuais a participação das fontes “BES” na Oferta Interna de Energia Elétrica. Em junho de 2016, a EPE divulgou o documento “O Compromisso do Brasil no Combate às Mudanças Climáticas: Produção e Uso de Energia”, no qual é apresentado um desdobramento das metas previstas de geração até 2030 para as fontes “BES”. Mesmo prevendo um crescimento econômico de 3,5% ao ano em média entre 2014 a 2030, fazendo a OIEE aumentar em quase 60% (o que pode não acontecer), o documento dá uma dimensão da esperada expansão na produção de energia pelas fontes biomassa, eólica e solar até 2030, objetivando cumprir o Acordo de Paris. De 2014 até 2030, a EPE estima que as fontes “BES” superarão a meta de 23% de

Zilmar José de Souza,

Foto: Cortesia UNICA - Foto Niels Andreas

artigo

Gerente de bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA)

participação na geração de eletricidade do Brasil, chegando a 23,8% da OIEE. A fonte biomassa deverá crescer 227%, incluindo tanto a autoprodução quanto a exportação para o Sistema Interligado Nacional (SIN). A fonte eólica crescerá em 775% e a solar sairá de 62 GWh para 35 TWh. Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, especificamente para a bioeletricidade ofertada para o SIN (ou seja, excluindo-se a autoprodução), até agosto deste ano, a geração pela biomassa foi de 14,4 TWh. Pode-se estimar que a fonte biomassa alcance algo como 24 TWh até o fim deste ano, representando um crescimento de 6% em relação a 2015. Se considerarmos essa base estimada de 24 TWh em 2016, a fonte biomassa crescerá 217% até 2030, somando 52 TWh, devendo atingir 76 TWh de oferta para o SIN. Observando o atual ambiente institucional, ter um desempenho desse nível para a bioeletricidade representa oportunidade para o setor sucroenergético, porém também revela um ponto de atenção para agentes públicos e privados.


Acrescentar 52 TWh até 2030 é uma grande oportunidade para a bioeletricidade. Apenas para dar a dimensão do desafio: de junho a julho de 2015, o Estado de São Paulo produziu 49 TWh, ou seja, a bioeletricidade acrescentará “um Estado de São Paulo” em geração. Por outro lado, também representa um ponto de atenção porque acrescentar um “Estado de São Paulo” na oferta de bioeletricidade para o SIN em apenas 14 anos requer um ambiente institucional que garanta a previsibilidade nas regras, o resgate da racionalidade econômica, e seja alicerçado cada vez mais em critérios de sustentabilidade econômica e ambiental. Nesta linha, é necessário procurar prover uma contratação regular de novos projetos para a bioeletricidade, com preços adequados nos leilões regulados. Em 2016, por exemplo, a fonte biomassa pode participar apenas do chamado Leilão A-5/2016, ocorrido em 29 de abril, que contratou energia de novos projetos para entrega a partir de 2021. A biomassa concorreu diretamente com térmicas a carvão e o preço-teto para a bioeletricidade foi de R$ 251/MWh, representando uma queda de 11% no preço-teto em relação ao A-5/2015. Não houve nenhuma diferenciação no preço-teto estabelecido para o

Leilão entre biomassa e carvão quanto ao requisito ambiental, por exemplo. A fonte biomassa havia cadastrado um total de 64 projetos para o Leilão A-5/2016, quase três vezes o volume de projetos em comparação ao Leilão A-/2015. Contudo, a fonte biomassa conseguiu comercializar apenas sete projetos no Leilão A-5/2016, sendo cinco originários do setor sucroenergético. Considerando que, neste ano, a biomassa não participará de outro leilão regulado, o ano de 2016 terá sido o 3º pior em volume de contratação nos leilões de energia nova no ambiente regulado desde que o modelo de contratação foi implementado em 2004. Por isto, a importância de se estabelecer, o mais breve possível, um conjunto de diretrizes claras, previsíveis e

estimulantes para a bioeletricidade, passando necessariamente por revitalizar a contratação desta fonte no ambiente regulado, com preços que incorporem as externalidades da bioeletricidade, paralelamente ao fortalecimento do mercado livre como ambiente de comercialização. Em síntese, há uma oportunidade significativa para uma colaboração mais firme da bioeletricidade sucroenergética no compromisso firmado pelo Brasil no Acordo de Paris. Contudo, somente se poderá alcançar esse objetivo com uma política setorial adequada à bioeletricidade, aliada à adoção de instrumentos de planejamento setorial com uma visão estruturante para os produtos sinérgicos etanol e bioeletricidade na matriz de energia do país.

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Sustentabilidade

Quando a energia vem do esgoto Sabesp transformará biogás em energia elétrica a partir de lodo produzido na ETE de Barueri (SP) 108 FULL ENERGY

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roduzir energia elétrica a partir do esgoto. Esta é a solução apresentada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) para tentar amenizar um problema ambiental histórico na grande São Paulo. Através da utilização do biogás naturalmente produzido no processo de tratamento de esgoto, a companhia passará a gerar energia elétrica e, assim, deve eliminar o descarte de cerca de 500 toneladas de lodo por dia.

A iniciativa será implantada na ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) de Barueri (SP), responsável por 55% do esgoto tratado na Região Metropolitana de São Paulo. São 10 mil litros de esgoto tratados por segundo, alcançando cerca de 4,4 milhões de habitantes da região. De acordo com Nilvaldo


biogás é gerado. No entanto, o potencial energético do material é descartado, uma vez que o biogás é queimado na própria estação e lançado na atmosfera. Já o lodo seco, proveniente do tratamento de esgoto, é transportado até o aterro de Caieiras (SP), onde sofre decomposição. O que muda?

Rodrigues, superintendente do Departamento de Tratamento de Esgoto da Sabesp Metropolitana, a empreitada se dará através de contrato de concessão de 30 anos com a iniciativa privada. O edital foi lançado em julho deste ano, e a previsão é de que a estação de beneficiamento de lodo e biogás para geração de energia elétrica entre em operação em 2019. “A Sabesp vai disponibilizar a área para a instalação da estação de processamento, além do lodo e do biogás. A empresa contratada após processo licitatório será responsável pela escolha da tecnologia e implantação dos equipamentos em um prazo máximo de dois anos e meio. Caberá à empresa também a destinação final ambientalmente adequada do lodo seco e o licenciamento de todo o processo junto aos órgãos competentes”, explica. Como funciona hoje Segundo Rodrigues, o tratamento de esgoto adotado na ETE Barueri é o lodo ativado convencional, e constitui duas fases: líquida e sólida. A fase sólida, composta por adensadores, centrífugas e biodigestores constitui o processo no qual o

“Além do reaproveitamento de um resíduo com potencial energético, reduziremos a utilização de recursos para dar ganhos a todos os envolvidos”, Nivaldo Rodrigues, superintendente do Departamento de Tratamento de Esgoto da Sabesp

A partir do contrato de concessão, o biogás deixará de ser lançado na atmosfera e será transportado até uma estação que será construída na ETE, onde será transformado em energia elétrica. “O processo de tratamento de esgotos permanecerá o mesmo. Estão previstas somente intervenções na infraestrutura de transporte de biogás, com a troca de tubulações, válvulas e instrumentos, além de melhorias na automação do sistema”, aponta Rodrigues. A energia produzida deve ser utilizada para abastecer parte da ETE. De acordo com o superintendente, o volume gerado tem potencial para atender a demanda de 50% a 75% da energia elétrica consumida na estação. “Nos primeiros cinco anos de operação, a estação deverá fornecer uma potência de 5 MW e, a partir do sexto ano, com a ampliação da capacidade de tratamento da ETE Barueri, a potência chegará a 10 MW”, diz. edição 21 | FULL ENERGY109


Sustentabilidade

Solução sustentável A grande vantagem do projeto, de acordo com Rodrigues, é a minimização de custos e impactos ambientais, já que a produção de lodo cresce de forma intensa com a universalização do tratamento dos esgotos. “Pesquisamos tecnologias e formas de utilização tanto do lodo quanto do biogás gerado no tratamento de esgotos, analisamos a viabilidade técnica e econômica de cada alternativa e decidimos pela utilização do biogás para a geração de energia elétrica”, explica. Com a secagem e aproveita-

mento energético do lodo seco produzido na ETE de Barueri, será possível eliminar o descarte de aproximadamente 500 toneladas do material por dia, já que o lodo não poderá mais ser dispoto em aterro, como é feito atualmente. “Seguirão para aterro apenas os rejeitos dos processos, secagem e cogeração. É um projeto muito importante, pois além do reaproveitamento de um resíduo com potencial energético, reduziremos a utilização de recursos para dar ganhos a todos os envolvidos”, conclui.

Estação de tratamento de esgoto de Barueri • Responsável por 55% do esgoto tratado na Região Metropolitana de São Paulo • 10 mil litros de esgoto por segundo tratados na estação • 4,4 milhões de pessoas atingidas • 500 toneladas de lodo produzidas por dia

Entenda como se dará o processo de geração de energia elétrica a partir do biogás Como funciona hoje

1

2

O esgoto chega pela rede até a ETE, onde é tratado.

O lodo resultante do tratamento passa por um processo de secagem, gerando biogás.

Esgoto Bruto

3

O gás é queimado e lançado na atmosfera.

4

O lodo é transportado para o aterro sanitário. O processo de decomposição libera gases de efeito estufa.

Gases

Lodo Prensado

Estação de Tratamento

Aterro

Biodigestor

Como será Lodo

Resíduo rico em matéria orgânica gerado durante o processo de tratamento de esgotos.

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Biogás

Combustível gerado no processo de biodigestão do lodo e possui alto poder calorífico

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A energia gerada a partir do biogás poderá suprir até 75% da energia consumida na ETE

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Após o processo de biodigestão, o biogás será transportado por tubos até a estação de geração de energia elétrica

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O lodo seco não será mais despejado em aterros sanitários

Estação de Processamento de Biogás e lodo


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artigo

O Brasil e a América Latina estão liderando o aumento da participação de energia renovável no mundo

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abe-se comumente que a matriz energética da América Latina é a mais limpa entre as várias regiões do mundo, graças a enorme relevância da hidroeletricidade e biocombustíveis no Brasil. De fato, a contribuição da energia renovável na matriz energética do Brasil e da América Latina é muito superior ao resto do mundo: usamos proporcionalmente cerca de três vezes mais energia renovável que o resto do mundo, tanto para geração elétrica como para energia em geral. Mas a novidade é que não é somente em hidroeletricidade e biocombustíveis que o Brasil e a América Latina vêm tendo destaque a nível mundial. E não somente o Brasil tem se destacado na América Latina. O Brasil foi efetivamente o terceiro no mundo1 em volume de geração de eletricidade a partir de energia renovável em 2015, depois da China e dos Estados Unidos, mas a Costa Rica gerou 99% de sua eletricidade com recursos renováveis em média e o Uruguai 92,8% no mesmo ano, sendo que neste caso 15,5% foi proveniente de energia eólica. Por outro lado, a Nicarágua atendeu 21%2 de suas necessidades de geração de eletricidade

Arnaldo Vieira de Carvalho,

consultor para energia do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Washington, DC, EUA

com energia eólica, tanto em 2015 como em 2014. Somente a Dinamarca, país historicamente líder no setor tem tido maior participação de energia eólica – médias anuais acima de 30% há vários anos. O Brasil foi o segundo país no mundo1 em termos de capacidade hidroelétrica adicional instalada em 2015 (após a China, a qual tem sido seguidamente responsável pela instalação de metade de toda a capacidade hidroelétrica adicionada anualmente no mundo), mas também foi o quarto na instalação de plantas de energia eólica no ano passado. Nove países da América Latina adicionaram 4,4 GW de energia eólica, alcançando um total de 15,3 GW instalados acumulados em 2015. O Brasil (com 2,8 GW) foi responsável por 57% do mercado eólico da

Fonte: Relatório REN21 sobre a Situação Global de Energia Renovável 2016 - documento mais frequentemente citado sobre o mercado, a indústria e as politicas globais de energia renovável. É publicado anualmente pelo Secretariado da REN21 desde 2005, o qual conta com uma rede de 700 especialistas em energia renovável, acesso a energia e eficiência energética que compartem sua visão e conhecimento através de REN21. Os relatórios REN21 podem ser baixados de: http://www.ren21. net/status-of-renewables/global-status-report/ e estão disponíveis em vários idiomas. Veja também o blog: http://blogs.iadb.org/energia_es/2016/07/07/america-latina-y-el-caribe-son-lideres-en-energia-renovable/

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Fonte: Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL)- sede sub-regional do México; Estatísticas de produção de eletricidade dos países do Sistema de Integração Centro-americana (SICA) - Dados preliminares para 2015

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região, e terminou o ano com 8,7 GW de plantas eólicas. O Brasil foi seguido pelo México (que adicionou 0,7 GW e superou os 3 GW instalados), o Uruguai (adicionou 0,3 GW) e o Panamá (adicionou 0,2 GW). O México ficou em terceiro no mundo entre os países que mais instalaram energia geotérmica em 2015 (representando 17% de toda a capacidade geotérmica mundial instalada no ano, logo após a Turquia e os Estados Unidos) e quarto em capacidade geotérmica instalada acumulada. El Salvador contou com energia geotérmica para atender 26%2 de suas necessidades de geração de eletricidade em 2015, sendo um dos países lideres mundiais neste quesito. O Brasil foi terceiro no mundo1 em instalação de novos painéis de energia solar para aquecimento de água em 2015 e quinto em painéis deste tipo instalados acumuladamente. Barbados foi quarto em área acumulada de painéis de energia solar para aquecimento de agua per capita. Honduras contou com energia solar fotovoltaica para atender 5%2 de suas necessidades de geração de eletricidade em 2015, líder isolado da América Latina em termos de participação de energia solar fotovoltaica na matriz de geração elétrica nacional. O Brasil, como segundo maior produtor de biocombustíveis do mundo, aumentou mais ainda sua produção tanto de etanol como de biodiesel em 2015. O Brasil foi o quarto no mundo1 em geração elétrica com biomassa. Argentina ficou em quarto lugar no mundo em produção de biodiesel. Para alcançar estes números, os investimentos têm sido também relevantes: Honduras, Uruguai e Jamaica ficaram em segundo, terceiro e quinto lugares no mundo em volume de investimentos em geração elétrica com renováveis, proporcionalmente aos volumes de seus respectivos Produtos Internos Brutos (PIB).

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Já com relação ao volume absoluto de investimentos realizados anualmente em renováveis na América Latina, o Brasil tem sido responsável por mais da metade3 de todos os recursos destinados a renováveis nos últimos seis anos seguidos, acompanhado de longe pelo México e Chile. O volume de investimentos em renováveis na América Latina tem sido entre 15 e 23 bilhões de dólares ao ano, sem incluir os investimentos em grandes hidroelétricas. A América Latina permanece à frente a nível mundial na utilização de processos competitivos para selecionar quais projetos de energia renovável devem ser instalados, com licitações e leilões muito bem sucedidos atraindo recordes de participação. Vários países – incluindo o Brasil, Chile, México e Peru – tiveram muito êxito em seus processos licitatórios em 2015 e inicio de 2016, resultando nos preços mais baixos a nível mundial para a energia contratada, devido em parte aos vastos recursos de energia renovável que a região dispõe. Este desenvolvimento observado em energia renovável é somente uma pequena amostra do que pode ser feito no futuro na América Latina e no Brasil. O potencial de energia renovável na América Latina é imenso e muitos países estão apenas começando sua transição à energia renovável.

Fonte: Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Climascópio 2015 (pode ser obtido em: http://global-climatescope.org/en/download/ )

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Perfil

A voz de Elbia Gannoum Presidente da ABEEólica fala da trajetória de 16 anos de carreira no setor elétrico e dos principais desafios de liderar a entidade do setor de energia que mais cresce no país

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oragem. Essa é a palavra que define Elbia Gannoum, de 44 anos, presidente executiva da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica). A mineira de Ituiutaba, que é graduada em economia e doutora em engenharia de produção, coleciona no cúrriculo posições de liderança em órgãos como Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), MME (Ministério de Minas e Energia), Ministério da Fazenda e CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica). No entanto, foi à frente da ABEEólica que Elbia afirma ter encarado um de seus maiores desafios, ao mesmo em tempo em que percebeu uma de suas maiores habilidades: negociar e construir relacionamentos. “A associação é algo bem distinto daquilo que já estava acostumada a fazer. Sempre tive um perfil muito técnico. E a associação exige uma habilidade institucional, de relações. Acho que isso seja talvez o principal desafio de um presidente de associação: a capacidade de articulação. A capacidade de negociação, a sensibilidade de equilibrar os chamados interesses difusos. É preciso uma expertise muito grande nesse aspecto, e também uma capacidade de falar em público, se fazer presente nos lugares. Foi uma habilidade que precisei utilizar e nem sabia que tinha”, conta.

Cheia de energia O interesse de Elbia pelo setor energético vem desde o mestrado em Economia, em 1997, ano em que o setor elétrico passava por sua primeira grande reforma. “Decidi estudar estudar o setor de energia, embora fosse algo muito desafiador, já que é uma área mais voltada para engenheiros. No entanto, fiz uma análise mais econômica e fui uma das primeiras economistas a escrever sobre o setor elétrico no Brasil”, recorda. Foi durante o doutorado em Engenharia de Produção, como integrante de um grupo de pesquisa em energia, que Elbia iniciou a carreira no setor. “Fui a Brasília fazer a apresentação de um trabalho e recebi um convite para trabalhar na Aneel, justamente para esse perfil de economia, regulação e modelos de mercado. Comecei minha carreira em 2000 e completo hoje 16 anos no setor elétrico.” A economista foi uma das peças-chave no gerenciamento da crise de energia em 2001. No período do racionamento, Elbia assumiu a cadeira de assessora econômica do MME, na época coordenado por Pedro Parente, atual presidente da Petrobras. Do MME, Elbia passou ainda pelo Ministério da Fazenda até o final do governo Fernando Henrique Cardoso. “Fui uma das poucas pessoas que trabalharam o período todo da crise de

energia, na chamada Câmara de Gestão da Crise”, afirma. Já no governo Lula, em 2003, ela foi convidada pela então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, para exercer o cargo de economista-chefe da pasta. Naquele período, integrou projetos como a reforma do setor elétrico e a criação do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica). Em 2006, comandou a diretoria da CCEE, ocupando o cargo até 2011, quando assumiu a ABEEólica. Bons ventos? A energia eólica tem se mostrado uma fonte promissora no país, com índices de crescimento favoráveis nos últimos anos e uma participação importante na matriz elétrica brasileira. Em 2015, o Brasil foi o 4º país que mais investiu em fontes eólicas e o que mais cresceu em termos percentuais, ficando ainda em 2º lugar como o país mais atrativo para investimento no setor. Os ventos são hoje responsáveis por 7% da energia do país. Este ano, a energia eólica atingiu os primeiros 10 GW de capacidade instalada no Brasil, e a previsão da ABEEólica é de que este volume chegue a 20 GW até 2020. Apesar dos índices positivos, 2016 não tem sido um bom ano para o setor. De acordo com Elbia, o cenário político e econômico influencia diretamente no ritmo de contratações de serviços, dependente de leilões. “A fonte eólica acabou não sentindo muito os efeitos da crise porque as decisões do setor de infraestrutura são tomadas com antecedência. Hoje estamos colhendo frutos de decisões tomadas em 2013. Mas no ano passado e neste ano já sentimos um pouco o efeito da crise, principalmente no que se refere à demanda por leilões. Temos uma média de contratação de 2 GW anuais, e este ano está bastante desafiador. Já conversamos com o governo, haverá um único leilão este ano. Em edição 21 | FULL ENERGY115


Perfil

geral a gente tem três. Nosso grande desafio é ter uma boa contratação nesse leilão, a despeito do cenário econômico”, explica. Enquanto presidente da ABEEólica, Elbia acredita que o aparato regulatório brasileiro para a fonte eólica não prejudica o setor. Na opinião da executiva, no entanto, o Brasil precisa de uma reestruturação do setor elétrico. “O setor elétrico do Brasil foi reestruturado em 2004, e precisa ser revisitado. O Brasil precisa revisitar este modelo para torná-lo mais eficiente, mais efetivo. A eólica fica muito mais na dependência da mudança do setor como um todo”, afirma.

Transparência, peça-chave Ao fazer um balanço da carreira e da posição que ocupa atualmente, Elbia acredita que o sucesso e o reconhecimento enquanto executiva tem tudo a ver com compliance e transparência na gestão. “A cadeira que ocupo atualmente exige muita conversa,

relacionamento e negociação. É preciso ter muito cuidado com os termos da negociação. Tem que ser muito cuidadoso. Para ocupar uma cadeira como esta, a pessoa tem que ser realmente muito correta e ter um objetivo muito claro. Assim se faz um bom trabalho”, conclui.

Mulher, mãe, líder Ao longo dos 16 anos de carreira no setor elétrico, Elbia sempre ocupou cargos de responsabilidade e liderança –isso em uma área composta, em sua maioria, por homens. A questão da discussão de gênero, no entanto, passa longe da vivência profissional da presidente da ABEEólica. “Claro que, ainda, em termos de participação, o número de mulheres em cargos de direção -isso em qualquer setor da economia e também no setor de energia- é ainda baixo. Mas nunca percebi, ao longo da minha carreira, problemas ou dificuldades associadas a gênero. O que sempre vi, no setor, é a questão da competência. Se você tem formação e competência, você vai longe, independente de gênero”, diz. Grávida do segundo filho, Elbia afirma que consegue separar tranquilamente a vida pessoal da profissional. Para a presidente da ABEEólica, tudo é questão do planejamento. “Sou extremamente organizada. Lembro, ainda quando estava na graduação, da frase de um professor que nunca esqueci: Tempo é uma questão de método. É saber se organizar. Meu perfil, desde criança, é de uma pessoa organizada. Consigo fazer tudo. Acordar às 6h da manhã para fazer exercício, às 8h já estar pronta para o trabalho. É tudo metodologia”, diverte-se. 116 FULL ENERGY

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Bate-pronto com Elbia Gannoum

Um livro de cabeceira: A Vida na Sarjeta – O círculo vicioso da Miséria Moral / Autor: Theodore Dalrymple “É um livro fantástico de psicologia, sociologia e economia explicando a desigualdade social, a causa da pobreza no mundo.” Um filme predileto: Relatos Selvagens /Direção: Damián Szifron “O filme é argentino, e fala de pessoas que vão até seu limite, mostrando o quanto não é recomendável passar do limite da paciência, da compreensão. É um filme muito radical, que mostra que quando se perde a paciência, pode-se causar danos terríveis, principalmente para quem está a nosso redor.” Uma palavra que a define: “Coragem”.


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Ponto Final

A hora e a vez das renováveis BNDES divulga novas condições de financiamento para o setor de energia elétrica e dá prioridade às fontes alternativas

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o último dia 3 de outubro, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou as novas condições de financiamento para o setor de energia elétrica. As alterações foram feitas em cooperação com o MME (Ministério de Minas e Energia) e ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) e prioriza a ampliação de fontes de energias alternativas na matriz elétrica brasileira, além de direcionar investimentos em TJLP para projetos com alto retorno social e ambiental. A grande contemplada é a fonte solar, onde o banco aumentou sua participação nos financiamentos (de até 70% para até 80% em TJLP), manteve em até 80% sua participação em projetos de eficiência energética e definiu o mesmo nível de participação para projetos de iluminação pública eficiente. Por outro lado, o banco extinguiu o apoio a térmicas a carvão e óleo, usinas com maior emissão de poluentes. O BNDES também manteve elevada a participação nas demais energias renováveis: eólica, PCHs, biomassa e cogeração terão financiamento de até 70% em TJLP. Para estimular alternativas de financiamento

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privado na composição dos novos financiamentos, o Banco reduziu sua participação para até 50%, em TJLP, em investimentos em grandes hidrelétricas (era até 70%). As condições gerais servem para todos os segmentos do setor de energia, incluem a possibilidade de o BNDES subscrever até 50% do valor das debêntures a serem emitidas pela empresa tomadora do crédito; Índice de Cobertura do Serviço da Dívida (ICSD) mínimo de 1,3 para geração de energia e 1,5 para transmissão; e a exigência de participação mínima de 20% de recursos próprios do investidor. O valor total do apoio do BNDES, incluindo o financiamento e as debêntures, não poderá ser superior a 80% do valor total dos itens financi-

áveis. O spread será de 1,5% para todos os segmentos e não haverá a concessão de empréstimos-ponte. Em relação à linha de eficiência energética, que abrange investimentos em modernização de equipamentos, instalações e processos industriais, a prioridade dada pelo Banco decorre da necessidade de aumentar a economia de energia no país, aliada à melhora dos serviços oferecidos e a maior proteção ao meio ambiente. As mudanças nas condições de apoio à transmissão e distribuição têm, como pano de fundo, a premissa de que é papel do regulador garantir retorno que remunere os investidores pelo risco dos projetos e, ao mesmo tempo, garantir preços adequados ao consumidor.


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Eventos 2016 Novembro IV Fórum Nacional sobre Carvão Vegetal Local: CREA MG (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais) - Belo Horizonte (MG) Data: 8 e 9 de novembro Informações: http://www.sif.org.br/@carvao2016/index.html Smart Energy 2016 – Conferência Internacional de Energias Inteligentes Local: Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) – Curitiba (PR) Data: 16 a 18 de novembro Informações: http://www.smartenergy.org.br/ Unica Fórum Local: World Trade Center – São Paulo (SP) Data: 28 de novembro Informações: http://www.unica.com.br/

Dezembro XII Encontro Nacional de Engenharia de Sedimentos Local: Faculdade de Rondônia – Porto Velho (RO) Data: 28 de novembro a 2 de dezembro Informações: http://www.abrh.org.br/xiienes/ FITIC – Feira Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação Local: Centro de Exposições São Paulo Expo – São Paulo (SP) Data: 15 a 18 de dezembro Informações: http://fitic.com.br/

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