Full Energy - 27ª Edição

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Editorial

Contagem regressiva

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altam poucas semanas para que as maiores personalidades do setor energético brasileiro sejam premiadas na segunda edição do 100 Mais Influentes da Energia. O evento, que acontecerá na capital paulista no início de dezembro, reunirá os profissionais que mais se destacaram em 2017 em vinte diferentes categorias. Serão homenageados empresários, executivos, pesquisadores, autoridades públicas. Os grandes nomes do setor ocuparão o tapete vermelho do evento, que já se consolida como Oscar da Energia. E por falar nos melhores do setor energético brasileiro, esta edição da Revista Full Energy apresenta um panorama eólico no Rio Grande do Norte, estado que está disparado na liderança do ranking nacional de geração de energia a partir desta fonte, com 129 parques e produção superior a 3.545 MW, bem à frente da Bahia que vem em seguida, com 79 parques e produção de aproximadamente 2 mil MW. E tudo indica que os ventos continuarão levando bons negócios para os potiguares e para a matriz energética brasileira. O Brasil entra no último trimestre de 2017 na expectativa de uma retomada vigorosa da economia. E o setor de Energia do país tem feito a sua parte. Prova disso é a condução do Ministério de Minas e Energia, focada em uma gestão técnica e “sensata”. O sucesso dos leilões de Energia de quatro usinas hidrelétricas e de áreas de exploração de gás e petróleo é resultado desta mudança de foco. Aliás, esta edição traz uma matéria especial sobre a tradição e a vocação do país para a energia hidrelétrica – tanto para grandes UHEs, como para empreendimentos de pequeno e médio porte. No entanto, esta fonte tem desafios urgentes a superar, como o processo de “demonização” que sofreu nos últimos anos. Há grande expectativa de que este quadro mude a partir do novo modelo de gerir a política energética nacional. Não por acaso que os executivos do setor energético têm revelado otimismo em diferentes segmentos, como apresentaram na Fenasucro & Agrocana 2017 – maior feira sucroenergtética do mundo. O que não foi diferente nas duas maiores feiras de energia eólica e solar da América do Sul, respectivamente a Brazil Windpower e a Intersolar 2017. Estes eventos apresentaram o que

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há de mais avançado nos seus segmentos, discutiram as novas tendências destas fontes e comprovaram que o Brasil tem que aproveitar, cada vez mais, sua vocação para a energia limpa e renovável. Por outro lado, o otimismo também já pode ser percebido em um setor importante para a economia brasileira, o de óleo e gás. Um termômetro da virada será a OTC Brasil, no final de outubro, no Rio de Janeiro. Para o presidente-geral do evento, João Carlos de Luca, a OTC Brasil 2017 será marcada pelo otimismo das empresas que podem se beneficiar das mudanças positivas no ambiente regulatório do país. A expectativa é que esta nova visão sobre a gestão energética do país, com iniciativas concretas como os leilões, destravem os investimentos na indústria. Todas as fontes estão na mesma torcida.

Edmilson Jr. Caparelli

CEO | Publisher



NESTA EDIÇÃO

AGOSTO | SETEMBRO 2017

Código de Cores A Full Energy organiza suas editorias pelo código de cores abaixo: Líderes e Práticas Sustentabilidade Tecnologia e Inovação Mercado Gente e Gestão Ideias e Tendências Estratégia Bioenergia

Os maiores nomes da Energia em 2017 Conhecido como o Oscar da Energia, o 100 Mais Influentes da Energia 2017 premiará as personalidades que mais se destacaram ao longo do ano; evento ocorrerá em dezembro, na capital paulista

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Autossabotagem: Quando o nosso maior inimigo passa a ser nós mesmos “Ao processo de boicote no dia a dia, todos nós estamos sujeitos e devemos buscar entendê-lo sem medo”

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Eólica ultrapassa os 12 GW Maior feira de energia eólica da América Latina, a Brazil Windpower 2017 reuniu os maiores players e especialistas do setor no Brasil, além de inúmeros visitantes estrangeiros

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Espaço de convergência solar Feiras de energia solar no Brasil, como a Intersolar, crescem a cada ano em visitação, difusão de conteúdo e número de expositores, em sintonia com o desenvolvimento do mercado

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“A percepção da excelência é impagável” Empresa que tem seus processos, métodos e critérios periodicamente auditados por um organismo competente obtém credibilidade inquestionável, o que é um grande diferencial no segmento de ensaios de calibração

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Mercado Eventos

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Apostar na longevidade é garantir um negócio sustentável Investimento em soluções tecnológicas: crucial para se obter a máxima produtividade

Articulista:

26 Energia nuclear para projetos nacionais, por Olga Simbalista 6

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Projetos em Energia exigem expertise e transparência Entre as maiores companhias de construção do Brasil, o Grupo HTB tem tradição no setor de Energia, em que atua com excelência em termos de qualidade, sustentabilidade, segurança e pontualidade

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Uma revolução a caminho: é a vez do consumidor protagonista Entra em operação, no interior do Pará, a primeira cooperativa de energia renovável do Brasil; projeto solar fotovoltaico inaugura novo modelo de geração no país

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“A vocação do Brasil é hidro, que vem carregando o piano do setor” O presidente da Associação Brasileira de PCHs e CGHs fala da tradição hidrelétrica do país, da demonização que o setor sofreu nos últimos anos e dos desafios de uma cadeia ainda com grande potencial de crescimento

DOSSIÊ O

rei dos ventos

32 O rei dos ventos

36 Ventos que geram riqueza

42 O generoso sol do Rio Grande do Norte

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Perguntas para...

João Carlos Meirelles, secretário de Energia e Mineração do estado de São Paulo

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Perfil

Paulo Sivieri Arbex, presidente da ABRAPCH

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Ponto Final O poder da biomassa

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ALTA TENSÃO Leilões bem-sucedidos O governo está comemorando os resultados obtidos nos leilões de concessão à iniciativa privada de atividades no setor energético, que renderam R$ 16 bilhões. Esse valor é fruto da venda das quatro usinas hidrelétricas da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e resultado da 14º Rodada de licitações de petróleo e gás, ambas realizadas em 27 de setembro. Promovida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a 14º Rodada obteve R$ 3,84 bilhões com a concessão de 37 blocos marítimos e terrestres em várias regiões do país. Participaram 32 empresas nacionais e estrangeiras de 18 países. O ágio médio chegou a 1.556%, o maior já registrado nos leilões. Já com a licitação das usinas hidrelétricas de São Simão, Miranda, Jaguara e Volta Grande, o governo federal celebrou a arrecadação de R$ 12,1 bilhões. As empresas concessionárias vencedoras dispuseram-se a pagar ágio de 9,73% para obter o direito de explorar a produção de energia nessas quatro unidades. Ao todo, as quatro usinas representam 2.922,0 MW de capacidade instalada e 1.972,5 MW médios de garantia física. “O sucesso dos dois leilões confirma a renovada confiança de investidores nacionais e estrangeiros na economia e nas instituições brasileiras”, comemorou o Ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho.

Statoil no mercado de energia solar A gigante norueguesa do setor de petróleo vai investir em energia solar no Brasil. Ela e a Scatec Solar ASA (SSO), presidida pelo brasileiro Marcelo Taulois, entram em acordo para estabelecer uma Joint Venture 50/50 para construção e operação de plantas solares de grande escala no Brasil. Com o primeiro passo deste acordo, a Statoil assegura uma posição patrimonial de 40% no atual projeto Apodi de 162 MW da Scatec Solar. Este projeto foi assegurado no processo de leilão licitado pela Agência Nacional de Energia Elétrica em novembro de 2015. A nova empresa será responsável pela construção, operação e manutenção, assim como pela gestão de ativos da planta. O investimento total do projeto está estimado em R$677 milhões. Como parte da transação, a Statoil irá injetar em fundos de ações para a realização do projeto. ENERGIA EM NÚMEROS

11%

É o quanto a biomassa de cana já poupou de água nos reservatórios hidrelétricos do país.

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448%

Foi o crescimento da energia solar fotovoltaica nos últimos dois anos no Brasil. Atualmente, em apenas um ano, o setor cresceu quase 32%.


Etanol a partir da soja Referência mundial em biocombustíveis, o Brasil mais uma vez inovou nesta área. A Caramuru – companhia de processamento de grãos e fabricação de biodiesel - está desenvolvendo um projeto de produção de etanol hidratado a partir da soja e prevê investimentos de R$ 115 milhões. Os recursos serão destinados ao processamento de etanol e lecitina de melaço de soja em um complexo industrial em Sorriso, no Mato Grosso. A unidade terá capacidade anual de 6,8 milhões de litros de etanol hidratado e três mil toneladas de lecitina. O hidratado, além de ser usado em sua forma pura - como combustível para veículos -, serve de matéria-prima industrial para a fabricação de perfumes, materiais de limpeza, solventes e tintas. Já a lecitina de soja é aplicada em vários segmentos, como chocolates, margarinas, sorvetes, biscoitos, pães e massas, produtos instantâneos, doces e molhos, além de ser utilizada na fabricação de produtos dietéticos, farmacêuticos e em cosméticos.

Maiores parques solares da América do Sul O Grupo Enel iniciou a operação de dois novos parques solares: Ituverava e Nova Olinda. Juntas, as duas plantas são capazes de gerar por ano 1.150 GWh de energia limpa, o que faz dos novos projetos da Enel Green Power os maiores parques solares em operação na América do Sul. O Parque Ituverava está localizado no município de Tabocas do Brejo Velho, no nordeste da Bahia, e ocupa uma área de 579 hectares. Já os números de Nova Olinda são ainda mais impressionantes! No parque, localizado na cidade de Ribeira do Piauí, região do semiárido piauiense, 930 mil painéis solares estão distribuídos numa área de 690 hectares. A construção das duas usinas exigiu investimentos de aproximadamente US$700 milhões. A cada ano, os Parques de Ituverava e Nova Olinda vão evitar a emissão de aproximadamente 668 mil toneladas de CO2 na atmosfera.

0,0%

É o patamar de risco de déficit de energia em 2017 para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, considerando o sistema do PMO (Programa Mensal de Operação Energética) de outubro de 2017, segundo o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico.

R$ 3 bilhões

Estima-se que esta foi a cifra aproximada do granho extra do governo com os leilões de petróleo e energia.

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Perguntas para...

Diversificar a fonte de geração 10

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João Carlos Meirelles, secretário de Energia e Mineração do estado de São Paulo

“É

preciso que os estados gerem sua eletricidade nas regiões com alta demanda energética”, afirma João Carlos de Souza Meirelles, secretário de Energia e Mineração do estado de São Paulo. “São Paulo é o principal centro consumidor do país e é fundamental que a energia seja gerada próxima ao centro de carga”, destaca o secretário, ao falar sobre um dos pontos que norteiam a política energética paulista. Meirelles é um profissional muito respeitado no setor pelo domínio do tema e por sua longa experiência. Engenheiro civil, formado pela Universidade de São Paulo, preside o Fórum Nacional de Secretários de Estado de Minas e Energia, além de representar o Fórum no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Também possui experiência nos setores legislativo e executivo. Foi vereador de São Paulo - quando ocupou o posto de presidente da Câmara -, secretário estadual de Agricultura e Abastecimento (de 1998 a 2002) e de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo (entre 2003 e 2006), e Assessor Especial de Assuntos Estratégicos do governador do Estado de São Paulo em 2013. Além de trabalhar no campo energético e político, Meirelles também tem atuação no setor do agronegócio e no desenvolvimento de cidades no interior do Brasil. Foi presidente da Associação de Empresários da Amazônia (AEA), presidente do Conselho Nacional de Pecuária de Corte, coordenador do Fórum da Cadeia Produtiva de Pecuária Bovina do Mercosul, vice-presidente do Secretariado Mundial de Carnes (IMS) e diretor da Fronteira Norte Engenharia e Desenvolvimento. O secretário João Carlos de Souza Meirelles é o entrevistado da Editoria 10 Perguntas desta edição da Revista Full Energy, em que aborda as diferentes iniciativas do governo paulista para diversificar e ampliar a oferta energética, fala da aposta de SP nas energias renováveis e destaca a importância dos mecanismos de compliance na gestão dos negócios na área de Energia.

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São Paulo é o maior consumidor de energia do país. O que o Estado está fazendo para ampliar a oferta de energia elétrica? O Estado de São Paulo participa do Sistema Interligado Nacional (SIN), que tem tamanho e características que permitem considerá-lo um dos maiores em âmbito mundial. O sistema de produção e transmissão de energia elétrica no Brasil é hidrotérmico de grande porte, com forte predominância de usinas hidrelétricas. A eletricidade proveniente do SIN e que consumimos em qualquer lugar do Brasil pode estar sendo produzida em uma hidrelétrica no Norte do país ou em uma termoelétrica a carvão no Sul. Para que falhas do sistema de transmissão não impactem em interrupções de energia, é preciso que os estados gerem sua eletricidade nas regiões com alta demanda energética. São Paulo é o principal centro consumidor do país e é fundamental que a energia seja gerada próxima ao centro de carga. Todos os grandes potenciais hidrelétricos existentes em território paulista já foram utilizados, por isso precisamos diversificar as fontes de geração. As energias do futuro, nos próximos 25 anos, serão as renováveis. E nós estamos trabalhando para viabilizá-las com energia na base. E essa energia na base é o gás natural, que será o insumo de transição para esse novo modelo.

A energia solar é uma discussão muito nova no Brasil. Dez anos atrás era assunto romântico. Hoje temos uma indústria estabelecida no país, produzindo painéis, estruturas, conversores...

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Perguntas para...

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Como seria essa transição? Não temos mais disponibilidade de novas grandes fontes hídricas e, portanto, vamos precisar de uma energia que dê sustentação a essa transição para as energias renováveis. E essa energia de transição é o gás natural. Utilizar gás natural e termelétricas na base para dar viabilidade nesses próximos 20, 25 anos, é importante para introduzirmos definitivamente fontes como solar, eólica e biomassa. Para isso, precisamos ter a revisão da matriz energética como um todo.

Nesse novo modelo de ampliação do uso do gás natural como transição para as energias renováveis, quais são os principais projetos da Secretaria de Energia e Mineração? Estamos trabalhando para a construção de duas termelétricas a gás na sede da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), na capital paulista, para operar na base do sistema elétrico. A Emae assinou em março de 2016 memorando de entendimentos com as empresas AES Tietê e Siemens/Gasen para o desenvolvimento de projetos de construção, implantação e operação de usinas termoelétricas a gás natural. O futuro empreendimento terá até 1.500 MW de potência, investimento de R$ 6 bilhões e utilizará 6 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. A área de 120 mil metros quadrados da Emae é considerada estratégica em função de sua localização. Além de estar em um dos principais centros de carga do país, na Zona Sul da capital, os terrenos estão próximos aos pontos de conexão, com sistemas de transmissão elétrica em 88kV, 230kV e 345kV, e ao gasoduto, facilitando a distribuição da energia na rede e o acesso do gás natural para geração. A região também é estratégica devido à disponibilidade de fontes para captação de água (Canal Pinheiros e Reservatório Billings) para os sistemas de refrigeração, condensação, caldeira e serviços em geral, e pela presença de outra usina termelétrica, já em operação no local.

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Atualmente, 22% dos municípios paulistas contam com gás natural canalizado. Apesar de ser um setor concessionado à iniciativa privada, o que a Secretaria está fazendo para que o gás chegue às indústrias e residências dessas cidades? O Governo de São Paulo, em conjunto com as distribuidoras de gás natural, está fazendo um grande esforço para expandir a oferta de gás nos municípios que ainda não são atendidos. O Conselho Estadual de Política Energética (Cepe) já aprovou o plano estadual de expansão do gás, que prevê dobrar o número de municípios atendidos, passando dos atuais 143 para 285, o que compreenderia 44% das cidades paulistas, atendendo 5,2 milhões de clientes. É mais uma fonte de energia que chegará ao interior, dando segurança energética ao Estado de São Paulo

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O contrato de venda de gás natural da Bolívia se encerra em 2019 e é possível que o Brasil tenha que encontrar novas alternativas de suprimento. Como está a produção de gás natural no litoral paulista após a descoberta do pré-sal? O Estado de São Paulo atingiu, em julho de 2015, a autossuficiência em gás natural. Com a entrada em produção dos campos de petróleo e gás do pré-sal, passamos a produzir uma quantidade até maior do que a que consumimos, diminuindo no futuro a dependência do gás natural que vem da Bolívia. Para se ter uma ideia, nos últimos cinco anos houve um aumento de 1.300% na produção paulista de gás natural. Passam atualmente pelo Estado de São Paulo cerca de 52 milhões de metros cúbicos por dia desta fonte energética. Desse total, São Paulo consome 17 milhões e transporta outros 17 milhões de metros cúbicos para os estados do sul do país e Minas Gerais. Os 18 milhões de metros cúbicos restantes podem ser utilizados de diversas maneiras. O Estado de São Paulo está estudando junto ao Governo Federal algumas alternativas. Entre elas, o swap de gás, a sessão de capacidade dos dutos da Petrobras e o livre acesso aos dutos.


O Governo de São Paulo, em conjunto com as distribuidoras de gás natural, está fazendo um grande esforço para expandir a oferta de gás nos municípios que ainda não são atendidos. Plano estadual de expansão do gás prevê dobrar o número de municípios atendidos, passando dos atuais 143 para 285, o que compreenderia 44% das cidades paulistas, atendendo 5,2 milhões de clientes

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O Estado tem uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo e estamos acompanhando a instalação de projetos inovadores no setor de energia fotovoltaica. Como estão esses projetos e a expansão da energia solar no Estado? A primeira usina fotovoltaica do Brasil a utilizar a tecnologia de placas flexíveis e rígidas em sistema flutuante está próxima de completar um ano de operação na cidade de Rosana, na região de Presidente Prudente (SP). A instalação de usinas solares em meio aquático representa um grande potencial para o Brasil e também pode ajudar comunidades ribeirinhas e isoladas a terem acesso a energia elétrica. Nosso objetivo é testar essas tecnologias inovadoras para poder fornecer esse conhecimento para as empresas do setor instaladas no Estado e popularizar o uso das energias renováveis. No mesmo local, na usina hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, já estão em fase de testes os dois primeiros geradores de energia eólica do Estado. Cada aerogerador tem capacidade para gerar 100 quilowatts (kW) e as torres possuem 30 metros de altura e as pás, 10 metros de comprimento. Além das usinas solares e eólicas, estão em funcionamento uma estação solarimétrica e uma estação anemométrica, que completam o projeto de pesquisa e desenvolvimento.

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A energia solar pode ser uma fonte de geração de energia na casa das pessoas, o que ajuda a baratear a conta de luz. O que o Estado de São Paulo está fazendo para incentivar essa indústria e a chamada geração distribuída? O governo paulista tem atuado em diferimentos e isenções tributárias para sistemas fotovoltaicos e eólicos. O Estado concede isenção de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre a energia elétrica produzida por microgeradores e minigeradores na quantidade correspondente à energia elétrica injetada na rede de distribuição, o que veio para equacionar o conflito tributário e incentivar a geração própria no Estado. Essa iniciativa foi apresentada pelo Governo paulista ao Confaz, órgão que regulamenta essas questões. Depois de São Paulo, outros Estados também aderiram. Além dessa iniciativa, desde 1997 SP concede isenção e diferimentos de ICMS sobre a indústria de energias renováveis, contemplando, dentre outros benefícios, a aquisição de células fotovoltaicas, matérias-primas utilizadas no setor fotovoltaico, peças de aerogeradores de motores ou turbinas eólicas, e aquecedores solares de água. A lista completa está no site da Secretaria de Energia e Mineração [www.energia.sp.gov.br].

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O que falta para que a energia solar avance com maior consistência no país? A energia solar é uma discussão muito nova no Brasil. Dez anos atrás era um assunto romântico. Hoje temos uma indústria estabelecida, produzindo painéis, estruturas, conversores, exceto a célula. Por outro lado, temos a necessidade de introduzir energias no país nos próximos 25 anos. Por isso, temos que discutir a energia solar. Isso significa discutir sobre uma tecnologia que pode ser melhorada, com preços que estão caindo, a necessidade de interação com a rede de distribuição e a viabilidade de instalação de projetos, seja em residências ou consumidores de médio porte. O assunto exige uma discussão estruturada.

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Perguntas para...

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Com a mudança de governo, ocorrida no ano passado, como avalia as transformações na gestão do setor energético? Como representante dos secretários estaduais de energia e mineração de todo o Brasil no Conselho Nacional de Política Energética, tenho acompanhado de perto essas mudanças. O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, está fazendo um trabalho de reestruturação do setor, voltando a dar confiança às empresas com planejamento e previsibilidade. O Gás para Crescer e o RenovaBio são projetos estruturantes que, em um trabalho conjunto com o setor produtivo, darão um novo norte a estas áreas. No setor de petróleo teremos a 2ª e a 3ª Rodadas de Licitações de Partilha de Produção no final do ano e o planejamento, já aprovado, das rodadas de 2018 e 2019, além do novo código da mineração que voltou à pauta. Passo a passo, o Brasil volta a crescer e o setor energético é fundamental nesse sentido.

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Comparando com outros países, como está o nível de gestão e de compliance das empresas brasileiras da área energética? Quais os grandes gargalos desta área? Os mecanismos de governança e as boas práticas anticorrupção, como o compliance e os programas de integridade, já são adotados por algumas empresas privadas e públicas do setor energético no Brasil, mas precisam ser introduzidos definitivamente na cultura empresarial e institucional brasileira. Com o fortalecimento do compliance nas empresas, surge finalmente a oportunidade de se instalar um novo modelo de relacionamento entre público e privado - com integridade, ética e transparência. Esses conceitos precisam estar presentes em ambos os lados, ou seja, também devem ser adotados por órgãos e instituições públicas, afinal nenhuma empresa global vai investir em um país que não confira segurança jurídica ao investidor, com modelos institucionais consolidados de garantia recíproca e de previsibilidade. Outro ponto fundamental para que o modelo de contratação da parceria público-privada seja fortalecido é a adoção de mecanismos de seguro-garantia, como o performance bond, utilizado para assegurar a plena execução dos contratos. Em tempos de Lava-Jato, chegou o momento ideal para essa mudança de paradigma.

As energias do futuro, nos próximos 25 anos, serão as renováveis

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Líderes e Práticas

Os maiores nomes da Energia em 2017 Conhecido como o Oscar da Energia, o 100 Mais Influentes da Energia 2017 premiará as personalidades que mais se destacaram ao longo do ano; evento ocorrerá em dezembro, na capital paulista 16

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mpresários, executivos, engenheiros, gestores, pesquisadores, especialistas de mercado, consultores, autoridades públicas etc... Cem personalidades, em diferentes categorias, serão premiadas na segunda edição do 100 Mais Influentes da Energia 2017. A homenagem, que acontecerá em dezembro na capital paulista, é promovida pelo Grupo Mídia e pela Revista Full Energy. A lista final dos premiados deste ano será definida no início de outubro. As homenagens ocorrem em vinte diferentes categorias, com cinco premiados em cada uma delas. Para a escolha dos 100 Mais Influentes da Energia é utilizada uma metodologia bastante criteriosa, que se inicia com uma votação aberta feita pelo portal da Revista Full Energy. E um grande número de pessoas visitaram o site da revista para deixar seus votos nesta edição do prêmio. Posteriormente, é realizada uma pesquisa de mercado e, por fim, o conselho editorial da Full Energy se reúne para fechar a lista dos premiados.

O Prêmio O objetivo do 100 Mais Influentes da Energia é mostrar a importância e prestar um tributo às pessoas que se destacaram nas várias áreas do setor energético brasileiro no decorrer do último ano. “Em 2016, tivemos a honra de, no nosso primeiro evento dedicado exclusivamente para o setor de Energia, premiar grandes nomes da cadeia energética e autoridades. E a repercussão do evento comprovou que a nossa proposta foi bem aceita pela comunidade da Energia”, afirma Edmilson Jr. Caparelli, CEO do Grupo Mídia. Para a solenidade de premiação do prêmio, nesta segunda edição do evento, a expectativa é grande, uma vez que reunirá dezenas de profissionais de toda cadeia energética nacional, além de autoridades públicas, repetindo e até superando o sucesso da premiação de 2016. Um grande evento à altura dos nomes de maior destaque e com maior contribuição ao setor energético brasileiro. Será fechar 2017 com chave de ouro.

Alguns eleitos no 100 Mais Influentes da Energia 2016

Categorias do 100 Mais Influentes da Energia Entidades setoriais; Empresários; Pesquisa e Desenvolvimento; Gestão de pessoas; Indústria; Infraestrutura e engenharia; Governança; Inovação; Personalidade Pública; Provedor de Serviços; Qualidade e segurança; Referência; Negócios e Mercado; Suplementos e logística; Sustentabilidade; Tecnologia; Estratégia e Marketing; Eficiência Energética; Geração e produção; Consultoria.

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Gente e Gestão

Autossabotagem: Quando o nosso maior inimigo passa a ser nós mesmos 18

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“Ao processo de boicote no dia a dia, todos nós estamos sujeitos e devemos buscar entendê-lo sem medo”

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autossabotagem é entendida como a sabotagem de si mesmo. “São atitudes forjadas por uma parte de nós que não nos vê como merecedoras do sucesso.” Por mais difícil que possa ser o entendimento sobre isto, dizem os estudiosos da psique humana que o sentido da felicidade e do sucesso, o ser bem-sucedido e feliz, podem causar medo às pessoas. E aí, sem ter controle ou noção disto, estas passam a minar o seu avanço e a sua possibilidade através do autoboicote ou da autossabotagem. Atrás desse processo existe um sentimento de insegurança que sugere que nós não sejamos capazes ou bons o suficiente para sermos merecedores de tal sucesso, ou de tal nova possibilidade. De acordo com especialistas, a condição de ser uma pessoa bem-sucedida desperta emoções diversas, inclusive a de que o sucesso pode trazer consigo críticas e ameaças por parte do externo, gerando uma grande ansiedade nas pessoas que estão prestes a subir um degrau almejado por elas. O medo e o “fantasma” de lidar com esses aspectos, sem se ferir ou precisar enfrentar demais sentimentos que, por vezes, tenhamos dúvida se conseguiremos lidar, faz com que boicotemos a nossa oportunidade. Nesse contexto, o nosso maior inimigo passa a ser nós mesmos. A sabotagem ou o boicote emerge através de atitudes corriqueiras no dia a dia. Como exemplos disso têm-se: • sair da dieta ou de uma reeducação alimentar, quando estamos um propósito firme e com resultados avançados; • desistir de um encontro amoroso ou não mostrar o seu melhor, depois de ter “ensaiado” e se preparado para esse dia tão esperado; • tirar uma nota ruim ou ter “um branco” na prova, mesmo depois de ter estudado muito e ser um bom e dedicado aluno; • gastar um dinheiro ou ainda manter a mente

de escassez quando a vida começa a prosperar e o dinheiro vem por merecimento, mas a pessoa não se sente digna dele; • dar um jeito de algo ruim acontecer, mesmo que inconscientemente, impedindo de estar numa situação programada, algo que a pessoa trabalhou para a sua realização e que, com certeza, seria um grande sucesso. Nas empresas, temos situações como: profissionais prestes a ser promovidos, cometendo erros básicos que interferem em sua ascensão e ferindo a sua imagem; num processo seletivo importante e tão esperado, acontece algo que nos impede de comparecer ou fazer o nosso melhor naquele dia. E também casos como você entrar em uma empresa numa vaga tão almejada e, mesmo sabendo que existe uma complexidade a ser enfrentada, você é totalmente capaz dela, e ainda assim se perde no contexto e se mostra menos competente do que pareceu ser no momento da seleção. Temos muitos outros casos a contar, infelizmente. Casos que aconteceram comigo, com você, com todos nós, em algum momento de nossas vidas. Especialistas afirmam que as pessoas se autoboicotam sem saber, não percebendo esse ciclo de comportamento destrutivo. Esse padrão de compor-

tamento se torna repetitivo e aí os resultados passam a ser sempre os mesmos ao longo da vida. A chave para a mudança desse traço é a consciência desse processo dentro de nós e a busca de quebrar o padrão, muitas vezes se esforçando para desafiar e anular os pensamentos que vêm, nem sempre verdadeiros, aprendendo, passo a passo, novas atitudes e posturas diante desse cenário que sempre esteve presente em nós. Lendo sobre o assunto, achei uma linha de pensamento bem interessante: a autossabotagem não é uma “bruxa má”, como disse o autor do texto, mas “é uma tentativa da sua mente de manter o status quo e garantir que nenhuma grande mudança ocorra e abale a manutenção do equilíbrio aparente da sua vida. Ainda que o resultado final seja uma estranha sensação de que está tudo errado, o objetivo da autossabotagem é garantir seu bem-estar”. De qualquer forma, precisamos aprender a entender processos como esses que a nossa mente, de forma inconsciente, trabalha para que não atinjamos graus maiores de plenitude na nossa vida pessoal e profissional. É algo complexo? Sim, mas dentro daquele propósito que sempre precisamos

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Gente e Gestão

lembrar: buscar uma maior autopercepção ou autoconhecimento é um fator importante na nossa vida pessoal e profissional, e hoje se pode dizer ainda que é considerada uma importante ferramenta de carreira e evolução profissional. Temos a opção de nos colocar como os maiores responsáveis pelo nosso equilíbrio mental e emocional. Um aspecto da, hoje muito falada, inteligência emocional. Alguns comportamentos de autossabotagens citados pelos autores que estudam e tratam esse tema são: • Medo; • Ansiedade; • Procrastinação; • Prosperidade financeira escassa; • Vazio existencial; • Depressão; • Atitude perfeccionista; • Baixa autoestima; • Motivação baixa; • Infelicidade no amor; • Falta de perdão; • Falta de compaixão. Tendo consciência de que a sabotagem nos impede de alcançar algo que é de nosso merecimento, pois trabalhamos e nos esforçamos para tal, é preciso estar ciente e fazer uma imersão dentro de si, para que entendamos a forma que esta sabotagem está se expressando no nosso dia a dia e nos prejudicando em coisas até mesmo muito simples. Nada que diga respeito ao ser humano e sua complexa forma são fáceis de dizer, entender ou traduzir. Por isso mesmo ouvimos, no dia a dia, o quanto é difícil lidar com pessoas. Ouço muito isto das lideranças que tenho contato. Antes disto, antes de pensar dessa forma, precisamos lembrar o quanto é desafiador ser humano. O entendimento disto é uma busca contínua, e querer ou precisar ser um bom condutor de pessoas - com essa infinidade de aspectos que precisamos tratar - exige, portanto, que nos dediquemos primeiramente a entender a nós mesmos e é sobre isso que esse texto tratou. Não podemos trabalhar com pessoas e para pessoas se não construirmos primeiro a nossa base, aquela que nos fortalece para que possamos nos responsabilizar por missões maiores. Isso me lembra uma frase que gosto de usar: “não podemos ser melhores líderes do que a pessoa que somos”.

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Beatriz Resende Consultora, palestrante e Conselheira de Carreira da Dra. Empresa – Consultoria Empresarial

QUE NOS DEDIQUEMOS PRIMEIRAMENTE A ENTENDER A NÓS MESMOS. NÃO PODEMOS TRABALHAR COM PESSOAS E PARA PESSOAS SE NÃO CONSTRUIRMOS PRIMEIRO A NOSSA BASE, AQUELA QUE NOS FORTALECE PARA QUE POSSAMOS NOS RESPONSABILIZAR POR MISSÕES MAIORES”


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Mercado

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Eólica ultrapassa os 12 GW

Maior feira de energia eólica da América Latina, a Brazil Windpower 2017 reuniu os maiores players e especialistas do setor no Brasil, além de inúmeros visitantes estrangeiros

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Brazil Windpower 2017, que aconteceu no Rio de Janeiro no final de agosto, foi palco de comemorações. No evento, a Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica) celebrou seus quinze anos de história – com direito a bolo, brinde e convidados -, o Brasil atingiu a marca de 12 GW de capacidade instalada de geração eólica e os organizadores da feira perceberam otimismo de boa parte dos expositores e participantes com o futuro do setor. Especialmente por conta da confirmação dos leilões A-4 e A-6 para dezembro deste ano, que deverão dar um novo impulso à atividade. Para Sandro Yamamoto, diretor técnico da Associação, na edição deste ano da feira ficou evidente as boas expectativas do setor em relação aos leilões de dezembro. “Como não tivemos contratação de novos projetos em 2016 e existe a expectativa de o Brasil voltar a crescer - com a melhora do consumo de energia elétrica -, abre-se a perspectiva de contratação de novos projetos.” Inclusive, Yamamoto percebeu na feira grande movimentação de empreendedores que estavam cadastrando novos projetos tendo em vista os leilões.

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Mercado

Já do ponto de vista tecnológico, ele verificou, por exemplo, que os fabricantes de aerogeradores estão empenhados na evolução de seus equipamentos, buscando eficiência e maior adequação às características da rede brasileira. “Desde janeiro de 2017, a rede tem novos procedimentos técnicos para aerogeradores.” De acordo com ele, o Brasil tem os requisitos mais rígidos para este tipo de equipamento no mundo. Isso foi desenhado já pensando que a energia eólica vai crescer muito no país, requerendo equipamentos mais robustos “e que consigam se comportar melhor com variações de tensão e frequência”. Outra tecnologia discutida no evento foi a de armazenamento de energia. Um tema que ainda está em estágio inicial no Brasil e que precisa, segundo Yamamoto, ser objeto de novas regulamentações. “Tecnicamente, através de experiências internacionais, já vimos que os sistemas de armazenamento são bons, seguros e confiáveis. Porém, no Brasil ainda não temos um sistema regulatório de remuneração e de comercialização pronto. Mas vemos, por exemplo, experiências na Califórnia e no Chile, em que o sistema de armazenamento se mostra muito capaz”, analisa o diretor da Abeeólica, embora ele acredite que, em breve, o Brasil terá grandes novidades também nesta área. 24

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Sandro Yamamoto, diretor técnico da Abeeólica


Presente vigoroso, futuro promissor Élbia Gannoum, presidente da Abeeólica, concorda que há uma grande expectativa quanto aos leilões de dezembro de 2017. Ela está confiante, projetando bons ventos para o setor nos próximos anos. “O leilão, se era um obstáculo, tende a ser superado. Vamos ver qual montante será contratado. A partir desse patamar vamos saber o grau desse sinal de investimento tão necessário para o setor, que está louco para investir”, diz Élbia, apontando a retomada do crescimento econômico do país como um dos grandes desafios. A aposta no setor eólico no Brasil tem fundamentos consistentes. Prova disso é que a fonte continua mantendo participação ascendente na matriz energética nacional, conforme indicam os dados mais recentes divulgados pela Abeeólica (outubro de 2017). A partir dos dados atualizados, o Brasil já atingiu 12,3 GW de capacidade acumulada de energia eólica e mais de 490 parques eólicos. De janeiro a julho de 2017, a fonte gerou 19,9 TWh – patamar 24% superior em relação ao mesmo período de 2016. O montante representa, em média, 6% de toda geração injetada no sistema. Com o crescimento da energia eólica no país, 20 milhões de toneladas de emissões de CO2 foram evitadas nos últimos 12 meses E o futuro é auspicioso. Considerando os contratos já assinados, serão mais 230 novos parques eólicos até 2020, num total de mais 5 GW que estão em construção ou contratados.

ATRAVÉS DE EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS, JÁ VIMOS QUE OS SISTEMAS DE ARMAZENAMENTO SÃO BONS, SEGUROS E CONFIÁVEIS”

Sandro Yamamoto

Na Brazil Windpower 2017, a Abeeólica completou 15 anos de história e o Brasil atingiu 12 GW de capacidade acumulada

Élbia Gannoum, presidente da Abeeólica

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artigo

Energia nuclear para projetos nacionais É preciso discutir a energia nuclear como uma fonte que gera demanda industrial e empregos altamente qualificados, promove desenvolvimento social e econômico, e contribui para metas ambientais nos países e regiões onde opera

A retomada de Angra 3, com a possível participação de sócios estrangeiros, tem que estar na pauta de discussões do setor

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Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), fundada em 1982, é uma entidade técnico-científica que tem como objetivo divulgar a importância do uso da energia nuclear - com fins pacíficos - para o desenvolvimento soberano do Brasil, congregando técnicos e cientistas que atuam nas empresas, institutos de pesquisas, universidades e outras entidades ligadas, direta ou indiretamente, ao setor nuclear brasileiro. 26

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A Associação se empenha, principalmente, em assegurar à sociedade acesso a informações corretas e qualificadas sobre as diferentes utilizações da energia nuclear e da radioatividade nos se-

guintes setores: - reatores nucleares de potência, de pesquisas e de propulsão naval; - ciclo do combustível nuclear e suas produções industriais e em instituições de pesquisas, com foco em indústrias de setores como


eletroeletrônico, mecânica pesada e elétrico; - medicina nuclear; - agricultura; - irradiação de alimentos, de bens culturais e de gemas preciosas; - projetos ambientais; - inovação tecnológica; - serviços técnico-científicos; - ensino e pesquisa; - entidades reguladoras, normatizadoras e de controle da qualidade nuclear. Ainda no âmbito de suas atividades, a ABEN promove, a cada dois anos, a International Nuclear Atlantic Conference (INAC), considerado o maior evento do setor nuclear da América Latina. A conferência conta, em suas edições promovidas até hoje, com cerca de 1.200 inscrições e 3.000 participantes, do país e do exterior. Em 2017, a INAC será realizada no Centro de Convenções do Hotel Dayrell, em Belo Horizonte, no período de 22 a 27 de outubro. O tema do evento é “A Energia Nuclear para Projetos Nacionais” e tem o objetivo de discutir a energia nuclear como uma fonte que gera demanda industrial e empregos altamente qualificados, promove desenvolvimento social e econômico, e contribui para metas ambientais, nos países e regiões onde opera. A Conferência compreende três outros encontros técnicos, que são independentes, mas complementares: o XX Encontro de Física de Reatores e Termohidráulica (XX ENFIR), o XIII Encontro sobre Aplicações Nucleares (XIII ENAN) e o V Encontro da Indústria Nuclear (V ENIN). Em paralelo, será realizada a sétima edição da Seção Técnica de Posters Júnior, apresentando trabalhos técnicos de estudantes de várias universidades e colégios, de modo a apresentar os relevantes resultados obtidos em suas pesquisas, sob a supervisão de pesquisadores de instituições brasileiras. Complementando a programação, será realizada uma tradicional exibição técnica e comercial, a ExpoINAC, oferecendo a integração

entre os participantes, possibilitando a apresentação de novos produtos e serviços, e viabilizando oportunidades de novas parcerias e negócios. No contexto nacional, o momento não poderia ser mais oportuno para a conferência, uma vez que grandes eventos relativos ao setor estão em pauta, como: • a edição, em 22 de junho de 2017, de Decreto alterando o Decreto de 2 de julho de 2008, que cria o Comitê de Acompanhamento do Programa Nuclear Brasileiro e que passa a ser constituído pelos seguintes Ministros de Estado: Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, que o coordenará; Chefe da Casa Civil da Presidência da República; da Defesa; das Relações Exteriores; da Fazenda; da Saúde; da Indústria, de Comércio Exterior e Serviços; de Minas e Energia; de Planejamento, de Desenvolvimento e Gestão; de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações; e do Meio Ambiente; • a retomada de Angra 3, envolvendo a possível participação de sócios estrangeiros; • a votação de leis e de emendas constitucionais, versando sobre o monopólio da União em atividades do setor nuclear; • a implementação do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB); e • o conjunto de iniciativas que diversas organizações

Olga Simbalista,

presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear

americanas estão desenvolvendo, com o objetivo de alertar as autoridades daquele país quanto à importância para a segurança nacional, recomendando ação imediata do governo para suportar e encorajar projetos existentes e futuros. Um setor nuclear robusto é considerado chave para a segurança nacional, ajudando o setor militar a atingir prioridades da política de defesa e suportar a política americana de não proliferação. A marinha americana irá requerer urânio altamente enriquecido de origem americana por questões de segurança nacional e hoje o país não dispõe de tal capacidade. Adicionalmente, a Rússia passou a ocupar um espaço estratégico no mercado internacional de combustível nuclear e de venda de reatores, bem como na tecnologia de reatores avançados - inclusive de reatores para uso civil acoplados a embarcações, flutuantes ou submarinas. Como pode ser constatado, nunca um tema da INAC foi tão atual e desafiador: “Energia Nuclear para Projetos Nacionais”. Bem-vindos à INAC 2017. edição 27 | FULL ENERGY

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Mercado

Sauaia: “Cada vez mais vão surgir empresas prestadoras de serviços voltadas para à energia solar”

Espaço de convergência solar

Feiras de energia solar no Brasil, como a Intersolar, crescem a cada ano em visitação, difusão de conteúdo e número de expositores, em sintonia com o desenvolvimento do mercado 28

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om mais de 12.000 visitantes de 47 países, a quinta edição da Intersolar South America, em São Paulo (SP), mostrou porque é a principal plataforma de promoção das tecnologias solares na América do Sul. O evento, composto por feira e congresso, reuniu neste ano 220 expositores internacionais, que apresentaram as últimas novidades do setor a especialistas, investidores e empresários da cadeia. Para Rodrigo Sauaia, presidente-executivo da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), a edição da Intersolar deste ano marcou mais um importante avanço deste setor no Brasil. Mas esta tem sido uma tendência

de todos os eventos de energia solar fotovoltaica do país. “Comparando todos os eventos do setor que tivemos nesse ano com as edições passadas, percebemos que têm crescido muito, o que é positivo. Eles crescem junto com o mercado, que está em processo de expansão no país”, diz Sauaia. Estes eventos são espaços em que agentes e players do setor se reúnem para fechar negócios, partilhar experiências e

conhecimentos sobre as tecnologias e para debater questões estratégicas, obstáculos e oportunidades. “E num espaço como a feira, as empresas podem apresentar produtos, soluções e serviços ao setor. É onde novidades são lançadas”, frisa Sauaia. A Intersolar 2017 deixou claro que o Brasil se consolidou como um produtor de equipamentos fotovoltaicos. “Diria que talvez seja o primeiro

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Mercado

Mobilidade elétrica é um tema que tem muita sinergia com energia solar fotovoltaica

ano em que isso é consenso. Existem diferentes equipamentos – como módulos, inversores, estruturas, rastreadores, materiais elétricos – que são cadastrados junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Esses fabricantes estão aqui na feira expondo produtos que, embora tenham tecnologia originária de outros lugares do mundo, estão sendo fabricadas no país.” Esse processo, segundo ele, mostra que o Brasil está se inserindo na cadeia produtiva do setor solar fotovoltaico não só como consumidor de tecnologia, mas produzindo equipamento em território nacional. “E com o tempo poderemos adaptar esses equipamentos às características brasileiras.” Além disso, Sauaia lembra que feiras como a Intersolar proporcionam momentos únicos de encontro com diferentes atores. “Temos representantes de governos, municípios, empresas públicas que comparecem para conhecer a tecnologia. Também prestigiam o evento empresários de outros setores, como construção, agronegócio, arquitetura, que vão aprender o que é energia solar fotovoltaica. Isso é positivo e mostra que o segmento está gradualmente se integrando com outros setores da economia brasileira.” 30

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Mercado em movimento Segundo Sauaia, o Brasil tem cada vez mais sistemas sendo instalados em geração distribuída solar fotovoltaica. “Temos os projetos das usinas centralizadas entrando em operação nesse ano, com volumes importantes de investimentos sendo realizados ao redor do país”, sublinha. Com os grandes projetos entrando em operação, o setor entra numa nova fase de grande relevância: início de operação e manutenção de usinas. “Cada vez mais vão surgir empresas prestadoras de serviços voltados para essa área. Aptas a operar com eficiência uma usina fotovoltaica, monitorar o desempenho dessa usina e trabalhar para mantê-la de forma adequada com projetos e atividades de manutenção.”

Mas há outras tecnologias sinérgicas se aproximando cada vez mais da energia solar fotovoltaica. É o caso do armazenamento, de forma geral. “No Brasil este tema ainda enfrenta algumas dificuldades porque ainda não temos um marco regulatório ou legal adequado e que incentive o uso dessa tecnologia pela população e pelas empresas. E isso tem que mudar”, salienta Sauaia, acrescentando que a Absolar enxerga como importante o trabalho na área de armazenamento. “Vamos contribuir com esse processo. No entanto, já começamos a ver não só armazenamento, mas também mobilidade elétrica que é outro tema que tem muita sinergia com energia solar fotovoltaica.”


Chineses Ao visitar o pavilhão que abrigou a Intersolar 2017, uma constatação era inevitável. Boa parte das empresas expositoras era de outros países, especialmente da China. Segundo Sauaia, os eventos do setor solar fotovoltaico brasileiro são muito internacionais e isso é positivo. “Temos, cada vez mais, empresas europeias, americanas e asiáticas. E a Ásia tem presença forte no setor à medida que a fabricação dos equipamentos fotovoltaicos ocorre neste continente.” Em especial na China, mas também na Coreia do Sul, Japão, Vietnã e Taiwan. De maneira geral, para ele é positivo o Brasil despertar o interesse das maiores empresas de energia solar fotovoltaica do mundo - que são asiáticas, na maioria. “Elas reconhecem que o Brasil tem grande potencial de curto, médio e longo prazo e pode ser também um hub para o desenvolvimento de cadeia produtiva, atendendo o mercado da região – Américas do Sul e Central, e África”, diz o presidente da Absolar, que finaliza: “é oportunidade que temos de trabalhar esse desenvolvimento integrado da cadeia produtiva no Brasil, com apoio e participação de empresas internacionais”.

João Paulo Gualberto da Silva, diretor de novas energias na WEG

Aposta em energia solar “Essa foi a melhor Intersolar para nós”. Essa foi a opinião de João Paulo Gualberto da Silva, diretor de Novas Energias da WEG, ao final da edição deste ano da feira. “Fizemos inúmeros contatos, a feira foi muito proveitosa”, diz. A WEG investe há mais de duas décadas em energias renováveis, como nos setores hídrico e de biomassa. Mas nos últimos anos a aposta da companhia nos segmentos solar e eólico ganhou força. Resultado: hoje a empresa é uma das líderes de mercado “em distribuição de kits, em usinas solares e em geração distribuída”. A empresa tem

investido forte nos segmentos de energia solar distribuída e de usinas solares. “É um mercado importante para WEG e vamos continuar investindo muito na área.” A companhia tem uma gama grande de produtos para energia solar. “O que fazemos hoje é EPC chave-na-mão para usinas”, conta Silva. Para o segmento de geração distribuída, a empresa distribui kits, e tem certificação e treinamento de integradores.” De acordo com ele, a WEG tem uma rede forte de integradores. “E vamos continuar fazendo investimento nessa rede”, diz. edição 27 | FULL ENERGY

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O REI DOS VENTOS O Rio Grande do Norte é o maior produtor eólico do Brasil. No estado, a energia do vento gera 3.446 MW em 127 parques

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Foto: Elisa Elsie

s torres eólicas já fazem parte da paisagem do Rio Grande do Norte. Os ventos produzem energia no estado potiguar muito mais do que em qualquer outro canto do país. “A posição geográfica do estado gera os fatores que mais favorecem esse cenário: a constância e a velocidade dos ventos. São esses dois fatores que definem a rentabilidade de um parque eólico”, destaca o secretário de estado do Desenvolvimento Econômico do RN, Flávio Azevedo. Graças a esta aptidão natural, o Rio Grande do Norte é o maior produtor de energia eólica do Brasil. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), referentes a setembro de 2017, a produção de energia eólica no estado é de 3.446 Megawatts (MW) distribuídos entre 127 parques eólicos em operação. Considerando os parques já em operação, este tipo de energia no RN corresponde a 86,83% da matriz energética do estado, seguida pela energia térmica, com 521,5 MW (13,14%), e pela fotovoltaica, com 1 MW (0,03%). Além dos 127 já em operação, 25 parques eólicos se encontram em construção e outros 24 estão contratados no estado, mas ainda sem previsão de construção. Quando entrarem em operação irão gerar 613 MW e 574 MW, respectivamente. Os principais grupos investidores em usinas eólicas instaladas no Rio Grande do Norte são: Iberdrola, Gestamp, Wobben/Enercon, CPFL, COPEL, Serveng, Voltália, Enel, Furnas e Queiróz Galvão, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

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Ventos intensos e constantes As primeiras torres eólicas potiguares começaram a ser instaladas no estado a partir de 2006. O primeiro Parque Eólico foi o “RN-15 Rio do Fogo”, que entrou em operação em julho de 2006, gerando 49,3 MW, e pertence à Energias Renováveis do Brasil. Ao longo de pouco mais de dez anos, a produção eólica no estado explodiu. Segundo Azevedo, algumas características permitiram que esta fonte energética crescesse no RN. Um dos fatores é a localização do estado, no extremo do Nordeste do Brasil. “Ocupando uma área de 53.307 km², com um litoral de aproximadamente 400 km, recebe predominantemente ventos alísios, intensos e constantes. Há uma maior intensidade dos ventos nos meses do inverno e da primavera, tornando-se mais brandos no final do verão. Os ventos médios mais intensos no Estado sopram ao longo dos litorais Norte e Nordeste, nas áreas elevadas a Nordeste, e nos elevados das Serras Centrais”, conta Azevedo. Os parques eólicos potiguares estão distribuídos entre o litoral e o interior do Rio Grande do Norte, nos municípios de João Câmara, Guamaré, Macau, Rio do Fogo, Areia Branca, São Bento do Norte, São Miguel do Gostoso, Lagoa Nova, Touros, Ceará-Mirim, Serra do Mel, Parazinho, Galinhos, Bodó, Pedra Grande, Brejinho, Tenente Laurentino, Jandaíra e Santana do Matos. Destes, os municípios que possuem o maior número de parques instalados são João Câmara e Parazinho, com 27 e 22 parques, respectivamente. 34

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Foto: Moraes Neto

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Flávio Azevedo, secretário de estado do Desenvolvimento Econômico

Ebulição energética Atualmente o Rio Grande do Norte tem a seguinte condição energética (considerando por fonte de energia): * Em operação: o RN pode produzir 3.969,5 MW, sendo - Eólica – 3.446,86 MW; - Fotovoltaica – 1,1 MW; - Térmica – 521, 5 MW. * Ainda em construção: - Eólica – 25 parques, com produção estimada de 613,7 MW; - Solar – 4 usinas fotovoltaicas, com produção estimada em 116 MW. * Obras contratadas, porém não iniciadas: - Eólica – 24 parques, com 574,8 MW;


Foto: Assecom/RN

Além dos 127 já em operação, 25 parques eólicos se encontram em construção e outros 24 estão contratados no RN

- PCH (Pequenas Centrais Hidrelétricas) – 1 unidade, com 4,7 MW; - Fotovoltaica – 2 parques, com 66 MW estimados. Estes números farão com que o estado venha a gerar 5.344,7 MW no curto e médio prazo, ou 4.832,2 MW, desconsiderando-se as térmicas, segundo dados da ANEEL referentes a setembro deste ano. “O Rio Grande do Norte tem um imenso potencial de expansão de sua rede de energia eólica. Mas, provavelmente, o estado também irá crescer muito em energia fotovoltaica”, destacou o secretário do Desenvolvimento Econômico.

Potencial eólico Enquanto a média do fator de capacidade mundial é de 20-25%, no RN são registrados fatores superiores a 50%. A alta capacidade de produção coloca o estado em uma posição interessante: caso fosse um país, seria o 19º do mundo em capacidade eólica instalada e em operação comercial, à frente de países como Japão, Bélgica, Chile, Uruguai, África do Sul e Coreia do Sul. Com o mercado aquecido, a geração de emprego também acompanha os bons números, com 15 postos de trabalho por cada megawatt instalado. O potencial de energia eólica no Brasil é de 500 Gigawatts (GW).

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Parque Eólico Campo dos Ventos

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Foto: CPFL Renováveis

VENTOS QUE GERAM RIQUEZA Investidores têm sido atraídos para o RN por conta das políticas assertivas adotadas pelo estado, como a agilização das licenças ambientais edição 27 | FULL ENERGY

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volvimento de qualquer setor econômico. “Isso vale não só para a cadeia eólica, mas para todos os outros segmentos. Esta integração cria mecanismos que atraem o investidor. Precisamos promover este diálogo com o empresário, com o setor privado. Sempre dentro da legalidade, mas sem preconceitos, porque temos de focar no desenvolvimento.” Outra política adotada pelo Rio Grande do Norte é voltada à cadeia produtora de máquinas e equipamentos para

geração de energia eólica e fotovoltaica, que está apta a receber incentivos fiscais do governo estadual por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial do RN (PROADI), com a redução de até 99% do valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na parcela recolhida ao Estado. Os municípios em que as usinas se instalam também oferecem incentivos, com descontos de ISS e IPTU. Esta política adotada pelo estado tem sido eficiente. Em

Robinson Faria, governador do Rio Grande do Norte no Parque Eólico de Ceará-Mirim

Foto: Rayane Mainara

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lém de ser abençoado pela natureza, o Rio Grande do Norte oferece alguns benefícios importantes para os empreendedores da área de Energia, como dos setores eólico e solar. “Nenhum investidor sai hoje de seu país de origem e desembarca no Rio Grande do Norte se não perceber que no estado tem segurança jurídica”, sublinha o governador do RN, Robinson Faria. Isto comprova, segundo ele, que o sucesso do estado na geração eólica não veio por acaso. Uma preocupação do governo potiguar é com a agilização das emissões de licenças ambientais pelo Instituto de Desenvolvimento Ambiental do RN (Idema). De acordo com Faria, antigamente a licença ambiental para um projeto eólico demorava anos no RN. Hoje demora apenas alguns meses. “60% dos parques eólicos do estado tiveram a licença emitida na gestão atual, sob essa nova ótica”, destaca Faria, lembrando que essa velocidade é importante para o investidor. Do total de empreendimentos eólicos no estado, 72 começaram a operar por meio de licenças ambientais concedidas pela atual gestão. “O nosso governo tem se empenhado em conceder licenças ambientais de forma ágil, mas sempre seguindo as determinações ambientais, cumprindo etapas, respeitando a legislação, mas desburocratizando o sistema para permitir a geração de empregos. Foi o que nos permitiu emitir uma quantidade recorde de licenças desde 2015 e é o que tem ajudado a nos manter na liderança da produção nacional de energia limpa”, afirma o governador. “Não adianta termos o melhor vento do mundo se não tiver política pública. A natureza fez sua parte, mas o homem tem que fazer a dele também”, salienta Faria. Desde o início de sua gestão, em 2015, foram emitidas 667 licenças ambientais de empreendimentos de energia, entre parques eólicos (434), energia solar (31), subestações de energia elétrica (93), linhas de transmissão de energia elétrica (95) e sistemas de geração de energia elétrica (14), de acordo com o Idema. Para o governador, a parceria entre o público e o privado é importante para o desen-


“O nosso governo tem se empenhado em conceder licenças ambientais de forma ágil, mas sempre seguindo as determinações ambientais, cumprindo etapas, respeitando a legislação, mas desburocratizando o sistema para permitir a geração de empregos. Foi o que nos permitiu emitir uma quantidade recorde de licenças desde 2015” Robinson Faria

ripe, a Casa dos Ventos cadastrou 214 projetos eólicos para os Leilões de Energia Nova “A4” e “A-6” de 2017: são cerca de 6,2 GW em empreendimentos situados nos estados da Bahia, Piauí, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte, onde estão os recursos eólicos mais competitivos. “A companhia atuará como desenvolvedora por meio de parcerias com investidores para a maioria dos projetos cadastrados, bem como está analisando a sua participação isoladamente em um empreendimento.”

Foto: Zenaide Castro

março, a empresa dinamarquesa Vestas se instalou no Rio Grande do Norte, com a inauguração de um centro de serviços. A estrutura permitirá responder ao crescimento contínuo do setor eólico na região, atendendo com agilidade a montagem e a manutenção dos parques eólicos. Outra empresa, a CPFL Renováveis, tem 29 parques em operação no estado; já a SERVENG tem 10 parques em operação em terras potiguares. Outra empresa com grande tradição eólica no Nordeste do país, a Casa dos Ventos, tem alguns projetos no Rio Grande do Norte, mais precisamente em João Câmara, que atualmente estão detidos por terceiros. Segundo Lucas Araripe, diretor de Novos Negócios da companhia, “estudamos o Brasil de Norte a Sul e descobrimos no Rio Grande do Norte um vento que não para de soprar”. Para ele, a poesia da energia eólica no Brasil não está somente em gerar energia limpa, mas em contribuir para a melhoria da qualidade de vida de diversas outras comunidades no interior do país. “Há cerca de 8 anos redescobrimos o Rio Grande do Norte como uma grande oportunidade de investimento. Na corrida por encontrar as melhores áreas do país, víamos nossos concorrentes correrem para o litoral do Estado e nós virávamos para o interior.” De acordo com Lucas Ara-

As energias solar e eólica são vetores de desenvolvimento do Rio Grande do Norte

Brazil Windpower 2017 Durante o evento, o governador Robinson Faria anunciou a liberação do último trecho do linhão Esperanza (500 KV), que vai passar por 14 municípios e escoar toda a energia do RN para fora do Estado. Ao todo são 214 km, saindo de Ceará-Mirim, passando por João Câmara, e chegando a Assu. Com isso, passam a funcionar alguns parques do estado que estavam parados desde 2013 aguardando a energização da linha, e também à espera da subestação da Chesf. Com o linhão da Esperanza, a energia do RN será interligada ao sistema nacional.

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O Instituto de Desenvolvimento Ambiental do RN cadastrou 566 projetos para participação nos Leilões de Energia Nova que acontecerão em dezembro deste ano. Os leilões A-4 e A-6 serão promovidos pela Aneel e estão marcados para os dias 18 e 20 de dezembro. O primeiro é voltado para fontes renováveis de energia eólica, biomassa, solar e pequenas centrais hidrelétricas, enquanto o segundo abrange eólicas, hidrelétricas e termelétricas a gás, carvão e biomassa. O RN participará do primeiro leilão (A-4) com 237 empreendimentos eólicos e oferta de energia de 6.863 MW, e mais 89 projetos fotovoltaicos, com energia de 89 MW. Já para o Leilão A-6 serão 240 empreendimentos eólicos, com oferta de energia de 6.939 MW. Do total de projetos inscritos, 25% foram cadastrados pelo Idema nos últimos 3 meses. Para concorrer ao leilão, os empreendedores precisavam apresentar à Empresa de Pesquisa Energética (EPE), até o último dia 27 de setembro, as licenças prévias ou de instalação para os parques eólicos e fotovoltaicos. “Montamos uma equipe multidisciplinar para verificar os processos e com comprometimento de analisar a liberação das licenças ambientais necessárias para esses empreendimentos”, relata Andréa Mércia, Coordenadora do Núcleo de Licenciamento de Parques Eólicos. O governador do RN salienta que, quando o objetivo é trazer investimento e promover o desenvolvimento do estado, “é crucial ter criatividade, inovar e quebrar paradigmas, desafios que têm de ser enfrentados para se vencer a crise”. 40

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Areia Branca

Ventos com excelência A produção total de energia eólica produzida pelo Rio Grande do Norte tem participação importante da CPFL Renováveis, que produz no estado 761,5 MW de capacidade, em um total de 29 parques eólicos. Com entrada em operação dos complexos eólicos Campo dos Ventos e São Benedito, no ano passado, a companhia ultrapassou 2 GW de capacidade instalada no País. Apenas esses dois ativos somam 231,0 MW e possuem o maior fator de capacidade entre os parques eólicos da CPFL Renováveis: 58,5%. “Este percentual só é atingido no Nordeste brasileiro devido à excelência dos ventos na região que são unidirecionais, constantes e com baixas rajadas, além de manterem por 80% do tempo velocidades superiores a 8 metros por segundo, conforme estudo da EPE”, relata o diretor de Operação e Manutenção (O&M) da CPFL Renováveis, Adriano Vignoli. Além de ajudar a dinamizar a economia dos munícipios onde está instalada, a indústria eólica também amplia as oportunidades de geração de renda em munícipios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A CPFL Renováveis tem contribuído com o crescimento destas localidades por intermédio do Programa Raízes, sua iniciativa de investimento social privado. O Rio Grande do Norte concentra o maior número de projetos do Programa Raízes. “Para se ter uma ideia, dos 18 programas abrangidos pela iniciativa, 8 são no RN”, frisa Vignoli.

Foto: Divulgação Voltalia

Leilões


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Governo potiguar está adotando políticas de incentivo à energia solar fotovoltaica

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O GENEROSO SOL DO RIO GRANDE DO NORTE Segunda maior fabricante de placas fotovoltaicas do mundo, companhia chinesa vai investir em torno de R$ 110 milhões no RN, além de gerar mais de mil empregos edição 27 | FULL ENERGY

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Parte tecnológico

Foto: ASSECOM-RN

A Chint será instalada nas proximidades do Parque Tecnológico do RN, espaço que será construído pelo Governo do Estado para promover o desenvolvimento social, científico, econômico, com pesquisa e inovação tecnológica aplicadas às cadeias produtivas das energias renováveis, da mineração, da pesca oceânica e da aquicultura. Desenvolvido pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (SEDEC), o Parque

Tecnológico do RN deverá ser implantado até 2018. Segundo o secretário responsável pela pasta, Flávio Azevedo, a concepção do parque é de permitir ao estado trabalhar com vetores de desenvolvimento próprios, como as energias renováveis, especificamente a fotovoltaica e a eólica, além de atuar em outros setores estratégicos com o objetivo não só de gerar desenvolvimento econômico, mas também social e sustentável”, afirmou Azevedo.

O governador Robinson Faria e representantes da chinesa Chint visitaram no início de agosto o terreno onde será construída a sede da multinacional Lançamento do Parque Tecnológico do RN

Foto: Demis Roussos

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aior potência mundial na produção de energia solar fotovoltaica, a China também é um grande polo mundial na produção de equipamentos e tecnologias. De olho no mercado global, as companhias chinesas descobriram o potencial brasileiro de crescimento em geração fotovoltaica. Sinal do interesse dos asiáticos tem sido verificado nas feiras de energia solar realizadas no país, como Intersolar, Brasil Solar Power e Enersolar, por conta do grande número de expositores da China. Tanto que, em breve, a terra da energia que vem dos ventos, o Rio Grande do Norte, também poderá ser a terra da energia solar. Em sintonia com as políticas de estímulo do governo estadual ao desenvolvimento deste setor, o RN será sede da fábrica chinesa Chint Eletrics de painéis fotovoltaicos. A partir desta unidade a empresa abastecerá toda a América Latina. Para dar andamento ao processo de instalação da empresa, o governador Robinson Faria e representantes da Chint visitaram no início de agosto o terreno onde será construída a multinacional. Ao todo, a Chint ocupará um espaço de 25 hectares, às margens da BR-101, no município de Extremoz. Robinson Faria afirmou que a vinda da empresa chinesa representa crescimento para a economia do RN. “A segunda maior fabricante de placas fotovoltaicas do mundo vem para o estado potiguar e vai gerar mais de mil empregos, com investimentos em torno de R$ 112 milhões. O governo continuará nessa parceria para garantir mais oportunidades, renda e desenvolvimento para o Estado”, ressaltou o governador. O chefe do Executivo estadual ainda destacou que outras empresas podem chegar ao Rio Grande do Norte para fornecer produtos e peças à Chint. De acordo com um dos diretores da companhia chinesa, Jackie Xiang, a comitiva veio ao RN para conhecer o local e seguir com o planejamento da empresa. “Nossa equipe técnica virá ao estado para continuar com os estudos e planejamos iniciar a construção até o segundo semestre de 2018”, informou Xiang.


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Tecnologia e Inovação

Uma área em que as acreditações fazem grande diferença é a de laboratórios de ensaio e calibração

“A percepção da excelência é impagável” Empresa que tem seus processos, métodos e critérios periodicamente auditados por um organismo competente obtém credibilidade inquestionável, o que é um grande diferencial no segmento de ensaios de calibração 46

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implantação da NBR ISO 9001 em uma empresa, seja qual for o seu segmento de atuação, é a condição mínima necessária para demonstrar a busca por processos uniformes e confiáveis. “Uma empresa que tem seus processos, métodos e critérios periodicamente auditados por um organismo competente para esse fim obtém uma credibilidade inquestionável quanto à qualidade do serviço”, afirma o engenheiro e administrador

Silas Barroso Camilo. Um segmento em que a busca por certificações e acreditações não é apenas um diferencial competitivo, mas também crucial para assegurar qualidade e segurança às operações, é o setor elétrico. Neste segmento, as acreditações fazem grande diferença no que diz respeito a laboratórios de ensaio de calibração. Nesta área, a acreditação pela CGCRE/Inmetro, segundo a ABNT NBR ISO/IEC 17025, é necessária para se comprovar


as competências no atendimento aos requisitos gerais. “Essa é uma condição sine qua non para, por exemplo, prestar serviços para concessionárias de energia elétrica, as quais precisam demonstrar imparcialidade e confiança nos ensaios realizados nos equipamentos de medição instalados nos seus consumidores”, relata Silas, que é diretor-presidente da 3C Services, empresa especializada em prestar serviços na área de medição de energia elétrica. No segmento de Serviços Especializados, a 3C Services tem hoje, majoritariamente, clientes que trabalham com medição de energia elétrica. Por isso, a empresa buscou inicialmente a acreditação junto à CGCRE/Inmetro para seus laboratórios que prestam serviços de ensaios em medidores de energia, com a finalidade de atestar sua competência para o cumprimento dos requisitos necessários aos laboratórios que testam a calibração. “Não é barato implementar ou muito menos manter uma acreditação, ainda mais em vários sites, como é o caso da 3C Services. Porém, a percepção de excelência nos serviços que prestamos é impagável.”

Melhoria contínua

O ensaio elétrico de medidores visa averiguar possíveis irregularidades na medição realizada pelo equipamento. Por vezes, este ensaio pode encontrar irregularidades naturais, ou realizadas por terceiros.

são acreditados. “Dessa forma conseguimos averiguar como o fator humano pode afetar os testes. Com base nesses testes, reduzimos os erros humanos ao menor nível possível.” Segundo Silas, para garantir a excelência em todos os processos, a empresa adota sistemas de gestão da qualidade (SGQ). Pelo menos uma vez por ano, eles são auditados interna e externamente quanto à sua eficácia e analisados criticamente pela alta direção. Todo esse trabalho é “medido” por meio de pesquisa de satisfação, propiciando um feedback que assegura a melhoria contínua dos processos da empresa.

Silas Barroso Camilo, engenheiro e administrador

O ensaio elétrico de medidores visa averiguar possíveis irregularidades na medição realizada pelo equipamento. Por vezes, este trabalho pode encontrar irregularidades naturais ou provocadas por terceiros. “Esse tipo de serviço é um dos mais importantes em nosso portfólio, uma vez que evitamos grandes perdas monetárias às concessionárias de energia”, sublinha o presidente da 3C Services. Segundo ele, as perdas são prejudiciais a todos os usuários, pois encarecem o custo de manutenção da operação. “Com seu devido controle, é possível reduzir os custos operacionais como um todo. Já no caso de medidores novos, o objetivo do teste é corroborar com a inspeção que foi feita em fábrica e evitar que um medidor defeituoso seja instalado.” Na 3C Services, todos os ensaios metrológicos

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Mercado | Eventos

Em sua primeira edição, o Inovacana (Exposição de novidades tecnológicas para ganhos de produtividade e redução de custos) foi um verdadeiro showroom para os profissionais do setor sucroenergético, que puderam conhecer o que há de mais avançado no segmento canavieiro nas mais diversas áreas. O evento, realizado em Ribeirão Preto (SP), reuniu cerca de 350 pessoas, entre produtores de cana, profissionais de usinas, pesquisadores,

consultores e executivos de empresas ligadas ao segmento. A exposição tecnológica contou ainda com o Prêmio Inovacana, que visou incentivar o desenvolvimento de inovações para o segmento sucroenergético. O Prêmio contou com o apoio da AgTech Garage, SP Ventures e BASF e foi oportunidade para diversas startups apresentarem seus projetos para o público canavieiro. Foram premiadas as seguintes startups: Mvsia, PangeiaBiotech e Alluagro.

Foto: Micaela Marques

A inovação está no DNA

Segundo o diretor do Grupo IDEA, Dib Nunes Jr., o setor canavieiro nacional teve sua capacidade produtiva e seus investimentos drasticamente reduzidos em função da crise iniciada em 2008. “No entanto, podemos estar em crise, mas não perdemos nossa criatividade, pois muitas inovações surgiram no mercado ao longo dos últimos anos, visando reduzir custos e melhorar a competitividade.”

Mais otimismo no setor sucroenergético A 25ª Fenasucro & Agrocana superou as expectativas e confirmou o cenário de retomada do setor sucroenergético. Realizado de 22 a 25 de agosto, em Sertãozinho (SP), maior polo mundial da cadeia canavieira, o evento registrou números acima das estimativas. Foram 37 mil visitantes compradores, acima do esperado pela organização que estimava 35 mil visitantes e 12% maior em relação ao público da edição passada. Os negócios também irão superar os R$ 3,1 bilhões esperados pelos organizadores, até 48

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o final dos próximos 12 meses. Em relação às rodadas internacionais, promovidas pela APLA/Apex, foram 626 reuniões com a presença de 60 empresas nacionais e companhias de 45 países. Nos auditórios, onde foram realizados fóruns, encontros, palestras, conferências e seminários, passaram 5.133 congressistas durante os quatro dias de realização, com a presença de 270 palestrantes e personalidades do setor. “Os clientes vieram e fizemos ótimos contatos para o fechamento de negócios. Notamos também melhora

no otimismo em relação ao ano passado”, disse Adalberto Marchiori, coordenador de marketing da TGM. Para a Zanini Renk, a feira consolidou a recuperação do setor. “Tivemos a oportunidade ímpar de lançar nossa nova tecnologia e perceber que os clientes estão mais otimistas. Fechamos negócios e tivemos mais um ano com saldo positivo”, disse a gerente de Marketing, Cristiane Câmara.


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Bioenergia

Um dos desafios da agricultura brasileira é aumentar a produção de fontes renováveis de energia, como cana-de-açúcar, soja, milho, biomassa etc

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Foto: Divulgação Yara

Apostar na longevidade é garantir um negócio sustentável Investimento em soluções tecnológicas: crucial para se obter a máxima produtividade

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ale a pena investir na vocação do Brasil em produção de alimentos, fibras e agroenergia. Esta é a visão de várias empresas que, mesmo em tempos de turbulências e econômicas do país, não param de investir no segmento. Exemplo de aposta no potencial brasileiro é a Yara Brasil, que acredita na importância do país na produção de alimentos para atender a demanda mundial crescente. Com este foco, de acordo com Rejane Souza, gerente Agronômica e de Desenvolvimento de Mercado da Yara Brasil, a companhia trabalha para promover a agricultura sustentável, evitando que recursos essenciais, como solo, nutrientes e água, sejam consumidos de forma indiscriminada.

Como maior produtor mundial de nutrição de plantas, a Yara desenvolveu um extenso conhecimento agronômico que está na essência do seu negócio. “A empresa ajuda os produtores a obter o máximo de produtividade, contribuindo para a agricultura sustentável de diversas formas, trabalhando para que a cultura agrícola forneça retorno financeiro para os produtores e encorajando-os a continuar na atividade e a conservar o meio ambiente”, relata Rejane. Ela lembra que hoje o produtor sabe que investir em soluções tecnológicas, inclusive em fertilizantes, o ajuda a continuar colhendo mais numa mesma parcela de terra. Ainda mais em um país como o Brasil, que conta com disponibilidade de terras, água e tecnologia, garantindo ano após ano recordes na

produtividade das safras e lucros aos agricultores. Esse cenário se ref lete no mercado de fertilizantes, que continua em expansão. E os produtos da Yara estão em linha com o desafio brasileiro de aumentar a produção de fontes renováveis de energia, como cana-de-açúcar, soja, milho, biomassa etc. “Esse compromisso faz parte da nossa missão, visto que nossas soluções (que vão além de produtos, agregando conhecimento, serviços e tecnologia) buscam proporcionar a obtenção do máximo potencial produtivo”, sublinha Rejane. Ela lembra que, atualmente, ainda se pode notar um baixo nível de eficiência do uso de nutrientes no Brasil (muito em função das fontes tradicionalmente usadas, como ureia), mas um grande movimento por parte dos

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Bioenergia

agricultores vem mudando o formato do negócio, buscando parcerias estratégicas e não a orientação ao menor custo. “Por exemplo, temos cada vez mais evolução dos materiais genéticos (sementes, clones, mudas), que estão cada vez mais exigentes e responsivos à nutrição.” A Yara tem como prioridade, no mercado brasileiro, atender a todos os perfis de produtores e a todas as culturas existentes no País, oferecendo soluções que gerem maior produtividade e rentabilidade ao agricultor.

Cana-de-açúcar Uma das principais culturas agroenergéticas do país, a cana-de-açúcar é importante negócio para a Yara no Brasil. “Desenvolvemos no nosso centro de pesquisas, na Alemanha, e na rede de pesquisa local o conceito de nutrição Longevita, que busca proporcionar maior produção de cana/ha, com incremento de ATR resultante da nutrição equilibrada, com a oferta de fontes eficientes e manejo focado na cultura, proporcionando maior longevidade ao canavial”, explica Rejane. Essa é uma estratégia interessante ao setor canavieiro, uma vez que, em momentos de maior dificuldade de caixa por conta do movimento do preço do etanol e do açúcar, pode postergar a renovação sem sofrer quedas drásticas de produtividade. Apesar da representatividade do segmento de nutrição de plantas, além da participação cada vez maior na produção de fertilizantes, sobretudo após a aquisição de 60% da Galvani, em 2014, a Yara também atua no segmento de soluções industriais e ambientais. A companhia possui ainda no país uma divisão denominada “Industrial”, em que produz redutores de emissão de NOx e controladores/ tratamentos para água (redução de odores e melhoria da qualidade da água), como o Arla 32, por exemplo. 52

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Rio Grande Consolidation Em linha com a aposta da companhia no mercado brasileiro, a Yara está realizando obras de ampliação e modernização do complexo da empresa situado em Rio Grande (RS) e que entraram em novas fases de execução neste ano. Segundo Rejane Souza, o projeto, que possui investimento de R$ 1,3 bilhão até 2020, prevê a inauguração de novos armazéns, instalação de novas plantas de granulação, de acidulação e de

ensacados (50kg) e big bags (1 tonelada) totalmente automatizadas. “O aporte aumentará a produção anual de fertilizantes, indo de 750 mil toneladas para 1,3 milhão de toneladas anuais, além de aumentar também a capacidade de distribuição no complexo, de 1,5 milhão para 2,6 milhões de toneladas, transformando o espaço no maior e mais moderno parque de produção e de mistura da América Latina”, afirma.

Rejane Souza, gerente Agronômica e de Desenvolvimento de Mercado da Yara Brasil


Foto: Divulgação Yara Fotos: Divulgação Yara

Complexo da Yara em Rio Grande (RS)

Ela explica que o projeto é dividido em três fases e, ao fim da primeira fase, no segundo semestre 2018, além de linhas de mistura e granulação, o polo vai contar com novas linhas de ensaque 100% automatizadas, com novos armazéns de fertilizantes e matérias-primas e com uma área logística para carregamento e distribuição. A segunda fase do projeto será finalizada no segundo semestre de 2019, com a construção de mais um armazém, com as linhas misturadoras e de ensaque, além da unidade de acidulação. Já a terceira e última fase, com finalização em 2020, contemplará a automatização da unidade 3. O complexo também terá novos equipamentos utilitários para o processo industrial, nova área de descanso para os caminhoneiros, uma caldeira para produção de vapor e uma planta de tratamento de águas residuais. De acordo com Rejane, os aportes no complexo, que atende aos Estados do Rio Grande do Sul,

Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, além do Paraguai, possibilitarão que a empresa siga contribuindo para o desenvolvimento da agricultura nacional, trazendo soluções para aumentar a produtividade dos agricultores e preservar o meio ambiente. No Projeto Rio Grande Consolidation, Rejane relata que, no momento, estão sendo realizadas a especificação e a compra de equipamentos mecânicos e de automação industrial, a construção do canteiro de obras, a terraplanagem (em fase final) e iniciando a construção civil pelo estaqueamento.

Execução de obras civis Nas áreas de expansão do Completo Industrial da Yara, em Rio Grande - Projeto Rio Grande Consolidation (RGC) -, as empresas TEDESCO e HTB (do Grupo HTB) são responsáveis pela execução das obras civis, “incluindo fundações rasas e profundas, estruturas de concreto moldado in loco e pré-moldados, coberturas, redes elétricas e hidráulicas, arquitetura, underground e pavimentação”, relata Luiz Fernando Oliveira, gerente de negócio desta unidade. Segundo ele, o cronograma prevê a conclusão dos serviços

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Bioenergia

Luiz Fernando Oliveira

do projeto em 2019. “Este é o primeiro trabalho que executamos para a Yara e esperamos manter esta parceria em outras obras da companhia no Rio Grande do Sul e no Brasil”, frisa Oliveira. A principal característica do empreendimento é a interface entre as empresas envolvidas para as definições de engenharia, voltadas para a elaboração de soluções técnicas de baixo custo. Oliveira explica que o prazo da obra e a liberação de frentes de trabalho para outras disciplinas também são um grande desafio. Os principais desafios para a TEDESCO e HTB na obra são os seguintes: a) definições de engenharia; b) interface com a montadora eletromecânica; c) grande quantidade de obras em paralelo, para atendimento do cronograma contratual; d) logística de fabricação e montagem de estrutura pré-moldada. “Atuar em parceria com a Yara Brasil no principal projeto da companhia no país confirma a posição do Grupo HTB entre as principais construtoras do Brasil, com atuação em grandes projetos da infraestrutura nacional”, conclui Oliveira. 54

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Soluções para o agricultor Outra empresa que investe no segmento de nutrição de plantas no Brasil é a Adama, principalmente em fertilizantes foliares. Segundo Breno Siqueira, gerente de Marketing de Culturas da Adama, são os defensivos agrícolas o principal negócio da companhia no Brasil, já que a empresa tem o privilégio de contar com uma expertise química advinda de Israel, país que já ganhou quatro prêmios Nobel nesta área desde 2004. A Adama acredita muito no potencial do mercado brasileiro e na profissionalização dos setores de alimentos, fibras e energia. “Atuamos nestes mercados com equipes especializadas voltadas às necessidades de cada cliente. Por exemplo, temos uma equipe formada por 16 representantes técnicos de vendas que atua somente no mercado de cana, seja com suporte direto a usinas, a fornecedores e ao nosso sistema de distribuição.”

Breno Siqueira, gerente de Marketing de Culturas da Adama

Foto: Divulgação Adama

ATUAR EM PARCERIA COM A YARA BRASIL NO PRINCIPAL PROJETO DA COMPANHIA NO PAÍS CONFIRMA A POSIÇÃO DO GRUPO HTB ENTRE AS PRINCIPAIS CONSTRUTORAS DO BRASIL, COM ATUAÇÃO EM GRANDES PROJETOS DA INFRAESTRUTURA NACIONAL”


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Ideias e Tendências

UTE Termorio, em Duque de Caxias (RJ)

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Projetos em Energia exigem expertise e transparência Entre as maiores companhias de construção do Brasil, o Grupo HTB tem tradição no setor de Energia, em que atua com excelência em termos de qualidade, sustentabilidade, segurança e pontualidade

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ranking dos “500 Grandes da Construção 2017”, elaborado pela Revista O Empreiteiro, reúne as maiores companhias do setor de construção do país. Destaque para o top 10 da lista, que reúne a nata do segmento no país. Entre as primeiras colocadas está a HTB, que ocupa a oitava colocação. E dentre as empresas que atendem exclusivamente o mercado privado, a HTB é líder neste ranking. Para Maria Cristina Herkenhoff Ribas, superintendente comercial da área de Infraestrutura da HTB, estar entre as 10 maiores companhias do país é consequência do trabalho realizado há mais de 51 anos no mercado privado brasileiro, tendo como objetivo principal o foco do cliente; atendendo os compromissos assumidos com pontualidade e dentro de padrões de excelência em termos de qualidade, sustentabilidade, segurança e com custos eficientes. O fato de o Grupo HTB, composto pelas empresas HTB, TEDESCO, KERN, HTB Fit e HTA, estar entre as maiores empresas de Construção do país e com boas perspectivas de futuro reflete também a correta tomada de decisões estratégicas, como a diversificação de portfólio e a decisão de atuar em novos mercados, incluindo o aumento de participação no mercado de infraestrutura para clientes privados, em um momento em que o setor de construção enfrentava uma de suas mais duras crises de todos os tempos. edição 27 | FULL ENERGY

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Ideias e Tendências

Grupo HTB em Energia O setor de energia, tradicional área de atuação do Grupo HTB ao longo da história da empresa, ganha cada vez mais importância, pois, além de ser mercado essencial, tem expectativa de crescimento de demanda futura, dado o estágio de desenvolvimento do país. “Em paralelo, vemos uma tendência mundial de maior consciência em se gerar energia de forma sustentável. Juntando todos esses fatores, é claro que o setor tem um lugar todo especial na nossa estratégia de médio e longo prazo”, relata Cristina Ribas. O Grupo HTB tem um vasto portfólio de obras de geração de energia em todas as regiões do país, englobando desde projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas a Usinas Hidrelétricas, passando por projetos de geração termelétrica. “Incluem-se projetos de alta complexidade, de natureza multidisciplinar e com desafios logísticos, ambientais e de conhecimento técnico que requerem um time extremamente qualificado e experiente. Além disso, do ponto de vista social, são projetos de grande impacto para as comunidades vizinhas e para a população em geral, de forma que o atendimento aos requisitos estabelecidos e uma correta análise e mitigações de riscos são determinantes para o sucesso do empreendimento”. Prova do know-how da empresa nesta área vem de cases de sucesso, como a UHE Irapé, com uma barragem de terra de 208 metros de altura - a mais alta até então executada no país, no início dos anos 2000, e uma Unidade Termelétrica no Nordeste do país, atualmente em execução. “Estes são alguns exemplos de projetos da empresa nesta área, demonstrando a presença constante e a tradição da companhia em obras do setor”, frisa Cristina Ribas. 58

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Maria Cristina Herkenhoff Ribas, superintendente comercial da área de Infraestrutura da HTB

Expertise Para os empreendimentos de Energia, o Grupo HTB oferece serviços de engenharia, procurement e construção, tendo como diferenciais, além da vasta experiência em projetos do setor, o entendimento de todas as demandas do cliente durante o ciclo de vida do projeto, desde seu planejamento até a operação. Cristina Ribas explica que esta visão integrada do projeto, aliada à vivência na realização de “Engenharia de Valor” juntamente com o cliente e especialistas, tem de fato gerado valor ao cliente, repercutindo em projetos com maior

economicidade, redução de riscos e menores prazos de implementação. Devido à constante atuação da companhia no setor de Energia com foco em construções pesadas, a HTB já realizou diversos trabalhos em geração hidrelétrica (UHEs e PCHs), termelétrica (carvão e gás) e para empresas de fertilizantes (setor de agronegócio/ agroenergia). “Além desse histórico e, olhando para o futuro, alinhados com a tendência mundial de geração de energia de forma sustentável, não descartamos outros segmentos que possam


ter maior representatividade na nossa matriz energética, como projetos de grandes parques eólicos e de biocombustíveis, por exemplo,” salienta a superintendente comercial. Cristina cita alguns outros empreendimentos em Energia que foram concretizados pela HTB, como as PCHs Retiro, Palmeiras, Irara, Jataí, Retiro Velho, Santa Fé, Terra Santa e unidades termelétricas, como a Termorio Alstom.

Transparência Especificamente nos projetos de geração de energia, Cristina explica que, para garantir o abastecimento energético, o poder público pode gerar energia através de unidades próprias (e ele então desenvolverá seus projetos) ou recorrer a contratos de compra de energia, sendo de diferentes fontes, por meio de leilões para a iniciativa privada. “Nesse caso, em linhas gerais, as empresas inscrevem seus projetos e, uma vez habilitados, eles podem concorrer nos respectivos leilões.” Uma vez ganho um contrato em leilão, o projeto deverá ser implementado e a unidade de geração deve ser construída, de forma a garantir o abastecimento contratado no prazo estabelecido. “Esse é o mercado em que focamos: clientes privados, que têm interesse em gerar energia. Nesse sentido podemos aportar know-how em todas as etapas, desde o planejamento até a execução do projeto.” Cristina destaca ainda que os projetos desenvolvidos pela HTB seguem valores corporativos sólidos, baseados em integridade, transparência e confiabilidade, com o compromisso de conduzir os negócios de forma ética e em total respeito às leis. “A empresa adota um Código de Conduta Ética e possui uma Área de Compliance e Governança Corporativa. A área de Compliance do Grupo HTB conta com uma empresa especializada que disponibiliza, aos seus colaboradores, clientes e partes interessadas, o Canal de Ética para denunciar evidências de irregularidades ou descumprimentos da lei e dos princípios contidos no código de conduta da empresa e regras internas.”

PCH Palmeiras, entre os municípios de São Joaquim da Barra e Guará (SP)

PCH Retiro Velho, em Aporé (GO)

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Ideias e Tendências

PCH Santa Fé, em Três Rios (RJ)

Futuro promissor O Grupo HTB já realizou diversos contratos de médio e grande porte no setor energético e outros mais estão para ter início. Isso sinaliza que a carteira de projetos da construtora está ativa e se renovando. Indicador muito bom se comparado ao restante do setor de Construção. “No momento, dentre os diversos contratos em andamento, estamos executando a construção de uma Unidade Termelétrica no Nordeste do país”, relata Cristina. Desempenho este que está em sintonia com a musculatura que a companhia adquiriu. “Atualmente estamos entre as maiores empresas do país, depois de termos o melhor ano da nossa história em 2016.” Para 2017, o planejamento da empresa prevê um volume de vendas um pouco menor que 2016 e a realização de alguns investimentos para suportar o aumento de participação da companhia em alguns segmentos, entre eles o de Infraestrutura. “Tudo está correndo conforme o planejado, estamos em ritmo de atender ao orçado e a entrada de contratos do 2º semestre já sinaliza melhora. Acreditamos que 2018 será um importante ano para consolidar nossa posição entre as maiores do país. Com os investimentos anunciados em Infraestrutura, incluindo a área de Energia, acreditamos que em 2019 de fato teremos demanda mais efetiva de obras no Brasil”, conclui Cristina. 60

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PCH Irapé, entre Berilo e Grão Mogol (MG)

UTE Sergipe (SE)


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Sustentabilidade

Uma revolução a caminho: é a vez do consumidor protagonista 62

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Entra em operação, no interior do Pará, a primeira cooperativa de energia renovável do Brasil; projeto solar fotovoltaico inaugura novo modelo de geração no país

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Micro-usina solar criada por cooperativa: objetivo é estimular a geração de energia pelos próprios consumidores

primeira cooperativa de energia renovável do Brasil entrou em funcionamento, no município de Paragominas, no estado do Pará. A micro-usina de energia solar fotovoltaica da Cooperativa Brasileira de Energia Renovável (Coober) começou a operar com capacidade de 75 KWp, potência que deve ser ampliada em breve. Ao todo foram investidos R$ 600 mil na micro-usina solar. O recurso provém da contribuição dos 23 cooperados. A Coober foi criada em fevereiro deste ano, com base nas novas regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que entraram em vigor em dezembro de 2015, com o objetivo de estimular a geração de energia pelos próprios consumidores. O espaço físico da micro-usina reúne 288 placas fotovoltaicas que possuem capacidade de produção média de 11.550 KW/h por mês. Toda energia será injetada no sistema da rede Celpa. O resultado será rateado entre os cooperados e descontado diretamente na conta de energia. Estima-se que metade do quadro social da Coober tenha a conta completamente zerada, dependendo do nível de consumo individual. Para o superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB),​Renato Nobile​, ​em poucos anos o Brasil terá centenas de cooperativas de energia renovável espalhadas de Norte a Sul produzindo energia de forma compartilhada e distribuindo entre seus cooperados​. ​​“É um passo concreto em um caminho que não tem volta​. A matriz de produção mundial será renovável​, ​gastando muito menos em transmissão e afetando menos o ambiente com uma forma econômica mais viável e acessível”, afirma​ Nobile​. Segundo Marco Moratto de Oliveira, analista técnico-econômico da OCB, comparando com outros países, o Brasil é protagonista na discussão da garantia da universalização do acesso às energias renováveis. “E a Aneel está desenvolvendo um trabalho que tenta trazer a regulamentação do setor à

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Sustentabilidade

O espaço físico da micro-usina reúne 288 placas fotovoltaicas que possuem capacidade de produção média de 11.550 KW/h por mês

realidade, ou seja, busca acompanhar a inovação tecnológica que ocorre na área. Quando falamos em geração compartilhada baseada em energias renováveis, podemos dizer que nossa regulação é referência mundial. Temos muito a evoluir ainda, mas só por esse detalhe de buscar a universalização e o acesso, estamos à frente.” Quanto à constituição de cooperativas de energia renovável, Oliveira relata que existem países que estão mais avançados do que o Brasil, mas existem realidades diferentes. Na maioria dos lugares, segundo ele, a formação de cooperativas de energia ocorre baseada em subsídios a partir do propósito de limpar a matriz energética. “Já no Brasil é diferente, temos subsídio mínimo. O empreendimento é pautado na viabilidade econômica.” 64

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Potencial do cooperativismo O cooperativismo tem o potencial de permitir que as pessoas tenham condições de investir diretamente na produção da própria energia e de maneira renovável e sustentável. Este modelo de geração de energia é um tema novo, mas que passou a ser viabilizado com os avanços na legislação do país. Oliveira informa que o Brasil tem mais de 13 milhões de cooperados, em cooperativas

que geram cerca de 400 mil empregos diretos. Um dos objetivos da Organização é estimular estas pessoas a analisarem a possibilidade de participar de cooperativas de energias renováveis. “Todo esse público consome energia, inclusive as nossas cooperativas. O que esperamos com a linha de trabalho que temos feito na OCB é mostrar que o próprio cooperativismo pode ser protagonista no aproveitamento das energias renováveis, nas suas diferentes características.” Também


é objetivo ampliar a divulgação desta modalidade de cooperativismo junto ao público externo, afinal ele ressalta que todo consumidor de energia pode ser um cooperado desse modelo de cooperativa. Ele lembra que a OCB conta com cooperativas urbanas e rurais, sendo que cada uma delas possui características próprias que estimulam o cooperativismo na geração distribuída e renovável. “Na zona rural, por exemplo, temos produtores de suínos que estão estudando projetos de geração de biogás para energia térmica e elétrica. Também temos grandes produtores no campo que têm áreas disponíveis para a instalação de painéis fotovoltaicos”, sublinha Oliveira, que completa: “acreditamos que o cooperativismo pode e deve ser protagonista na geração de energias renováveis”. Marco histórico Segundo o advogado ambientalista Raphael Sampaio Vale, presidente da Coober, colocar a cooperativa em operação representa um marco na história do setor elétrico brasileiro. “Todos nós estamos na expectativa de começar a gerar a própria energia elétrica de fonte limpa, sem agredir a natureza e sem causar prejuízos às populações que normalmente são afetadas pelos grandes projetos”, afirmou Raphael Vale. Para a Coober, as vantagens de se produzir energia renovável (solar fotovoltaica) em cooperativa e não de maneira individualizada são várias. Entre elas: menor valor investido, já que os custos são divididos por 23; mobilidade na produção, já que os cooperados podem mudar de endereço sem se preocupar com os equipamentos; desenvolvimento de uma cultura de colaboração; melhor relação com a concessionária; e tratativas mais adequadas de benefícios e isenções fiscais. De acordo com Vale, a avaliação dos cooperados da Coober é positiva. “Na verdade, quando começamos a nos reunir não imaginávamos que seríamos os primeiros a se conectarem em gera-

“Temos no Brasil 83 milhões, aproximadamente, de relógios de baixa tensão. São residências e pequenos estabelecimentos que podem vir a gerar a própria energia, eliminando grandes extensões de linhas de transmissão no futuro.” Raphael Sampaio Vale, presidente da Coober

ção distribuída. Mesmo sendo pioneiros e quebrando paradigmas, não desistimos”, diz. E os resultados já são perceptíveis. “A iniciativa começou a compensar nas contas dos cooperados em outubro. Num tempo relativamente rápido, conseguimos obter retorno financeiro da energia injetada.” O que levou os cooperados a se reunirem em torno deste projeto não foi somente a questão econômica, mas também a sensação de ser protagonista no processo de produção da energia que consomem. “Temos uma sensação gratificante, que vem da consciência ambiental, da satisfação de influenciar outras pessoas.” Para Vale, é bom saber que ele e seus colegas de cooperativa fazem parte de um processo de quebra de paradigma. “Vivemos dois mundos que ainda são desconhecidos no Brasil: o cooperativismo, que é força gigante no país, e a geração solar fotovoltaica. E ainda temos a geração distribuída, que também é desconhecida. O encontro destes mundos vai trazer uma grande evolução ao país.” Esse é um contexto em que surge a figura do “prosumidor”, que é o produtor e consumidor de energia. “Temos no Brasil 83 milhões aproximadamente de relógios de baixa tensão. São residências e pequenos estabelecimentos que podem vir a gerar a própria energia, eliminando grandes extensões de linhas de transmissão no futuro.”

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Sustentabilidade

“Expectativa de começar a gerar a própria energia elétrica de fonte limpa, sem agredir a natureza e sem causar prejuízos às populações que normalmente são afetadas pelos grandes projetos”

Metas de ampliação Entre os cooperados da Coober há profissionais diversos, como médico, ortodontista, odontólogo, biólogo, economista, advogado, contador, empresário, produtor rural, engenheiro agrônomo, professor universitário. Um grupo heterogêneo, que aceitou montar a cooperativa e buscou viabilizar um local para instalar a micro-usina. “Mas antes visitamos usinas solares, uma no Ceará e outra em São Paulo.” De acordo com Vale, a Coober tem como base o mesmo espírito que leva as pessoas a consumirem alimentos orgânicos, por exemplo, em vez de produtos industrializados e pouco saudáveis. “Só que agora, em vez de consumir compulsoriamente uma energia elétrica gerada por uma usina que leva ao desaparecimento de uma parte da f loresta, que inunda reservas indígenas ou de uma térmi66

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Com um investimento de R$ 600 mil, 23 pessoas iniciam uma revolução na geração de energia limpa

Raphael Sampaio Vale, presidente da Coober

ca a óleo combustível que joga diariamente toneladas de veneno na atmosfera, os integrantes da cooperativa estão fazendo a opção para consumir uma energia limpa, produzida e distribuída por eles mesmos.” As metas da cooperativa visam ampliar a geração para um grupo maior de pessoas. O número de cooperados será ampliado para 300 ou até 600 a partir do segundo semestre de 2017, dependendo da expansão da capacidade de produção. Pela legislação, o teto que cada concessionária pode atingir é 5MW de potência. Hoje, a Coober produz 7,5% de 1MW.


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Estratégia

“A vocação do Brasil é hidro, que vem carregando o piano do setor” O presidente da Associação Brasileira de PCHs e CGHs fala da tradição hidrelétrica do país, da demonização que o setor sofreu nos últimos anos e dos desafios de uma cadeia ainda com grande potencial de crescimento

PCH Salto Góes

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F

oi Juscelino Kubitschek quem enxergou o potencial brasileiro para a geração hidrelétrica nos anos de 1950, apostando numa fonte que serviria como base para o processo de industrialização e desenvolvimento do país nas décadas seguintes. Mas a gestão do setor energético brasileiro remou no caminho contrário nos últimos quinze anos, sendo marcada por inúmeros equívocos. Esta é a opinião de Paulo Arbex, presidente da Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas (ABRAPCH). Depois de tantas políticas desastrosas adotadas nos últimos anos, segundo ele, houve uma enorme deterioração do setor elétrico brasileiro, inclusive com impactos ambientais sérios. “Neste período, a demonização das hidrelétricas e dos reservatórios foi enorme, trazendo grande retrocesso ao setor.” De acordo com Arbex, as consequências da menor participação das hidrelétricas na geração elétrica total do país (de 86% em 2000 para 66% em 2016) devem ser contabilizadas: - as tarifas para o consumidor subiram três vezes mais que a inflação (450% x 150%); - a energia elétrica do país, que era a mais barata do mundo, hoje é a 5ª mais cara do mundo, de acordo com a AIE (Agência Internacional de Energia); - as emissões de gases de efeito estufa do setor elétrico brasileiro explodiram (cresceram 700% em relação a 2000, quando deveriam ter caído em 35% sobre 2005, em linha com o compromisso assumido pelo Brasil na COP 21); - a confiabilidade do sistema piorou. “Estamos sempre flertando com o fantasma do desabastecimento e do apagão. Se não tivéssemos passado pela maior recessão da história brasileira desde o Império, estaria faltando energia.” “O segmento precisa passar por uma reestruturação muito grande. O maior pecado que o Brasil cometeu foi ignorar o seu potencial hidráulico remanescente. A maior vocação do Brasil é hidro. Não tem cabimento, por qualquer prisma que se olhe, negar que a hidrelétrica é es-

“O Brasil deve fazer as usinas de maior porte de forma seletiva. Não precisa fazer uma Belo Monte de 12 mil MW. O país está cheio de UHEs de até 1 mil, ou 2 mil MW, com impacto relativamente baixo, menos distantes do centro de carga e com relação ao impacto.”

sencial para o país. É a mais barata, a única renovável com capacidade de armazenagem e ainda é a única que reverte suas usinas para a sociedade brasileira no final da concessão, o que permitiu ao Brasil arrecadar mais de R$29 bilhões e salvar as contas públicas em 2015 e 2017”, explica Arbex. O presidente da ABRAPCH destaca que, quando se analisa todos os impactos e a reversibilidade destes impactos, esta é uma fonte energética diferenciada. Ele relata que as hidrelétricas (inclusive as de micro e pequeno porte), inexplicavelmente, sofreram com uma campanha agressiva de demonização. “As regras do setor foram alteradas, sempre transferindo para as hidrelétricas custos e riscos que não lhe diziam respeito e fazendo com que elas acabassem subsidiando outras fontes.” É o caso do PLD (Preço de Liquidação de Diferenças), que tem funcionado como mecanismo que faz com que, quando a hidrelétrica tem energia para vender, esta energia não valha nada e, quando não tem, custe uma “fortuna” e a hidrelétrica é forçada a comprar, as vezes ao triplo do preço que vendeu. A alocação desigual de riscos é outro critério a ser corrigido. Hoje, enquanto as hidrelétricas têm que entregar exatamente o volume que venderam todo mês, outras fontes têm que cumprir ape-

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Foto: Divulgação WEG

Estratégia

Equipamentos fornecidos pela WEG para PCH: Brasil dispõe de know-how completo para usinas hidrelétricas de diferentes portes

nas um determinado volume a cada 5 anos. “Há também o caso do ICB (Índice de Custo-Benefício), apelidado pelos associados da ABRAPCH como ‘Índice para Contratar o que Bem Entender’. O cálculo foi de menos de R$ 160/MWh para o ICB de usinas termoelétricas, que estão custando hoje mais de R$ 800/ MWh para o consumidor, entre outros exemplos.” Como resultado deste processo de demonização, hoje, está muito arraigada na opinião pública uma visão que não condiz com a realidade. “As hidrelétricas têm a menor emissão de carbono de todas as fontes, segundo o IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas]; especificamente as PCHs e CGHs valorizam o entorno das usinas e têm reservatório pequeno”, comenta. E pode-se citar alguns exemplos do quanto as informações completas não chegam à sociedade. Um dos metros quadrados mais valorizados do Brasil está no entorno de uma PCH: o Lago Sul e o Lago Norte de Brasília, um lugar em que todos na capital federal querem morar. Aquele lago nada mais é que o reservatório 70

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da PCH Paranoá. Outro exemplo vem de Minas Gerais, onde o lago de Furnas é um importante ponto turístico do estado, servindo de principal atrativo para hotéis, resorts, negócios de ecoturismo. “Mas será que alguém quer morar ao lado ou abrir um negócio perto de outros tipos de usinas?”, indaga Arbex. Segundo ele, diferente do que muitos dizem, os reservatórios não são os principais problemas dos rios, e sim: a falta de saneamento básico (o

Brasil despeja em seus rios 60% do esgoto produzido sem tratamento), as mudanças climáticas (causadas pelo aumento das emissões que a construção de mais hidrelétricas evitaria), os vazamentos de lixões e o desmatamento. No processo de licenciamento, as CGHs e PCHs assumem o compromisso de reflorestar grandes áreas, monitorar e melhorar a fauna e a flora, cuidar da natureza do entorno e do próprio rio. “O que muda um pouco é que o lago, por ter água com pouca velocidade, é mais propício para o peixe de couro, do que para peixes de corredeira (de escama)”, diz Arbex.


Gargalos As PCHs e CGHs participarão de um leilão no final de 2017. Na sua projeção, o setor não conseguirá emplacar um volume tão expressivo de projetos como gostaria, “tanto em função dos prazos curtos, como por conta da lentidão na obtenção dos licenciamentos ambientais”. Mas o foco da ABRAPCH é trabalhar frente aos desafios que surgem, no sentido de impulsionar o setor. Depois de tantos equívocos no segmento, Arbex acredita que as PCHs e CGHs têm grande potencial de crescimento sob a atual condução do Ministério de Minas e Energia, que se caracteriza por uma gestão mais técnica. Um cenário em que também as UHEs (Usinas Hidrelétricas) deverão se beneficiar. Mas esta guinada não acontecerá da noite para o dia. Para Arbex, o futuro do setor é auspicioso no Brasil. “Resolvendo os obstáculos que temos pela frente, tem tudo para evoluir muito e em dois ou três anos e chegar a contratar 1,2 mil MW/ano.” A ABRAPCH foi criada em 2013 com o propósito de fazer o segmento de PCHs e CGHs deslanchar no país. “Desde então identificamos que os problemas maiores não estavam da porta para dentro do setor, mas da porta para fora. Neste sentido, estamos trabalhando pesado.” Hoje, os grandes gargalos para o segmento são três, na opinião do presidente da ABRAPCH: * o licenciamento ambiental; * melhorar as condições de financiamento, inclusive a partir do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social); * a “demonização” que os projetos de hidroeletricidade têm sofrido no país, inclusive com uma série de embargos do Ministério Público (MP). “Acreditamos que o MP tem embargado essas obras de boa-fé, por não chegar aos membros do MP as informações dos inúmeros benefícios socioambientais e econômicos das CGHs e PCHs. Temos que fazer trabalho de comunicação forte para reverter isso”, afirma Arbex, que completa: “temos uma admiração enorme pelo trabalho que o MP vem desempenhando no país no que diz respeito ao combate à corrupção. Mas especificamente quanto ao setor de PCHs e CGHs, precisamos fazer chegar as informações corretas e mostrar que CGHs e PCHs são benéficas para a sociedade”.

“O maior pecado que o Brasil cometeu foi ignorar o seu potencial hidráulico remanescente. Não tem cabimento, por qualquer prisma que se olhe, negar que a hidrelétrica é essencial para o país. É a mais barata, a única renovável com capacidade de armazenagem e ainda é a única que reverte suas usinas para a sociedade brasileira no final da concessão”

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Estratégia

Competição Ética

Sensatez

Para PCHs e CGHs, as grandes usinas hidrelétricas são competidoras. “Como têm grande escala de produção, é difícil competir com elas.” Mas Arbex não se atreve a dizer que o Brasil deve deixar de fazer grandes hidrelétricas para construir apenas as pequenas centrais, mesmo considerando as críticas que as UHEs sofrem, como a grande área ocupada por seus reservatórios – com grande impacto ambiental – e a distância dos principais polos consumidores do país. “Defendemos o nosso setor de PCHS e CGHs, mas temos que colocar um limite moral e ético nessa defesa. Temos que lutar pelo que é melhor para o Brasil.” Arbex afirma que, apesar de não haver como PCHs e CGHs competirem em preço com as grandes hidrelétricas, “conseguimos competir em preço com qualquer outra fonte em igualdade de condições. Acredito que todas as fontes devem competir em igualdade, com a mesma taxação, cada uma assumindo os seus custos, diretos e indiretos. Todas assumindo os mesmos riscos. Defendemos que a fonte que tiver o custo global melhor para o país que seja a mais contratada, sem subsídio ou favorecimento.” Para ele, é um equívoco fontes do setor energético, com 20% a 30% de componentes importados, pagarem menos impostos do que setores que possuem uma cadeia de fornecedores 100% nacional, como é o caso do segmento de PCHs e CGHs. “Isso vai contra o interesse nacional.” Ele dispara contra outra injustiça cometida contra este mercado nos últimos anos: “somos obrigados a construir nossas próprias linhas, além de bancar a manutenção e a operação, enquanto outras fontes têm suas linhas construídas por empresas de transmissão e transferidas para o consumidor. Isso também é falta de isonomia.” Por isso, segundo Arbex, o princípio da isonomia que a gestão da área energética do atual governo está pregando é importante para que o país possa comprar realmente a energia mais barata, limpa e renovável.

Hoje o Brasil tem, em capacidade instalada, 5.500 MW de PCHs e CGHs em operação. Além disso, há potencial remanescente já identificado e com estudo de inventário aprovado na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de 18 mil MW fora do bioma amazônico. “Temos hoje, em projetos aprovados pela agência, um total de 7 mil MW de PCHs e CGHs, a maior parte ainda sem licença ambiental.” Via de regra, os empreendedores de PCHs e CGHs têm perfil de micro, pequeno e médio porte. “No setor existem grandes empresas, mas nosso DNA é do pequeno e médio empreendedor.”

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A ABRAPCH tem atuado para sensibilizar a Aneel, o Ministério de Minas e Energia e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) quanto às demandas do setor. “Apesar disso, no que diz respeito ao licenciamento ambiental, ainda temos muito a avançar. Conversamos com o Ministro Sarney Filho (do Meio Ambiente), que nos disse categoricamente que vê com bons olhos as PCHs e CGHs. Quer que o país tenha mais geradoras neste modelo. Se ele puder fazer pequenas centrais para evitar grandes usinas hidrelétricas na Amazônia ele prefere.” No entanto, Arbex faz questão de deixar claro que não é contrário às hidrelétricas de grande porte (UHEs). “Somos a favor. Só achamos que o Brasil deve fazer as usinas de maior porte de forma seletiva. Não precisa fazer uma Belo Monte de 12 mil MW. O país está cheio de UHEs de até 1 mil, ou 2 mil MW, com impacto relativamente baixo, menos distantes do centro de carga e com benefício em relação ao impacto. Além disso, esses empreendimentos permitem que grande parte dos impactos seja revertida.” Ele acentua que, se forem tomados todos os cuidados ambientais e cumpridas as exigências legais, tem hidrelétrica de grande porte no país que vale a pena ser erguida, assim como há outros projetos que não são viáveis. Um raciocínio – análise do custo-benefício – que deve valer, segundo ele, para os projetos de todas as fontes energéticas.


PCH Coronel Araújo

Tradição hidrelétrica Ao longo de mais de 60 anos, o Brasil solidificou uma expertise admirada mundialmente no setor hidrelétrico. Quando a China construiu a Usina Três Gargantas, hoje maior do mundo, veio buscar engenharia e equipamentos no território brasileiro. “Um know-how que não podemos perder.” Mas sem novos grandes projetos hidrelétricos no radar no Brasil, qual seria o futuro desta cadeia de equipamentos e tecnologia? De acordo com Arbex, as empresas e especialistas deste setor estão acompanhando com muito interesse o mercado de PCHs e CGHs, inclusive desenvolvendo produtos específicos para o segmento. Todavia, Arbex reconhece que esta cadeia de equipamentos, serviços e tecnologia para o setor hidrelétrico precisa de um fôlego ain-

da maior. Uma oportunidade pode ser o potencial de UHEs de pequeno porte, de até 200 ou 300 MWs, com condições de sair num curto prazo. “Esse parque nacional de equipamentos e serviços na área hidrelétrica não vai conseguir manter o mesmo nível de empregos só com PCHs e CGHs. O Brasil também precisa concretizar UHEs. Senão corremos o risco de perder décadas de tecnologia acumulada nesse setor e exportar empregos para EUA, Europa e Ásia, enquanto o Brasil está com 13 milhões de desempregados.”

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Perfil

Paulo Sivieri Arbex, presidente da ABRAPCH (Associação Brasileira de PCHs e CGHs)

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Hidrelétricas de pequeno porte: mais do que negócio, um ideal Depois de fazer carreira no mercado financeiro, Arbex se apaixonou pelo setor de Energia, especificamente pela área de PCHs e CGHs

N

ascido em São Paulo, capital, Paulo Sivieri Arbex vem de uma família classe média numerosa, de ascendências síria e italiana, em que o empreendedorismo sempre esteve presente. Seu pai, Mussi Arbex, teve uma DTVM (distribuidora de títulos e valores imobiliários), atuando por muitos anos no mercado financeiro - setor em que construiu seu patrimônio. Nos últimos anos de vida, dedicou-se à sua maior paixão, a natureza. Foi proprietário de um hotel de selva no Rio Teles Pires, na Floresta Amazônica, e de outro no Pantanal. “Meu pai foi o primeiro ambientalista que conheci. Defendia o meio ambiente e a ideia de desenvolvimento sustentável já nos idos de 1970. Levou-nos para a Amazônia e Pantanal ainda crianças, pois queria que conhecêssemos a região como ele havia conhecido, pois estava preocupado com a velocidade com que as florestas estavam sendo destruídas pelas queimadas e madeireiras ilegais.” Quando seu pai faleceu, precocemente em um acidente aéreo no ano de 1979, a família precisou vender os hotéis fazenda, mas ficou nos filhos o gosto pelo convívio com a natureza, pela defesa do meio ambiente e pelo desenvolvimento sustentado. Um legado indelével e que influenciou Paulo Arbex ao longo da vida. “Um dos motivos que me levou a focar, no futuro, em hidrelétricas de pequeno porte.”

Trajetória Paulo Arbex tem uma sólida formação acadêmica. É bacharel em Ciências Econômicas pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), com especialização em Investment Banking e Project Finance. Quando começou sua trajetória profissional, nem imaginava que um dia iria atuar no setor energético. Fez carreira no mercado financeiro, atuando em estruturação e levantamento de recursos para mais de 60 projetos através de transações de dívida sênior, dívida subordinada, equity e mezanino, principalmente nos setores de energia e infraestrutura. Iniciou sua carreira no BankBoston-Brazil em 1983, em que teve a oportunidade de trabalhar e morar nos Estados Unidos no ano de 1980. “Foi uma experiência muito importante para a minha formação. Aprendi técnicas, conceitos e matérias que

na época não existiam no Brasil, como Valuation, Mark-to-Market, Análise de Riscos etc.” Posteriormente, passou por instituições como Standard Bank, em que foi o diretor responsável por Project & Structured Finance para América Latina. Ocupou a mesma posição no Deutsche Bank. No Banco Société Générale-Brasil foi o responsável pelo Departamento de Investment Banking para os setores de energia, infraestrutura e óleo & gás. Foi sob o foco das finanças que conhecia o setor energético – usinas de biomassa, geotérmicas, termoelétricas a gás natural, PCHs e CGHs etc. Mas sua vida teve uma reviravolta quando foi convidado por um amigo para prestar assessoria financeira para uma empresa de Energia. Foi paixão à primeira vista. Em 2008 entrou como sócio de uma empresa voltada a consultoria e desenvolvimento de projetos, a Eninsa. “Levantamos financia-

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Perfil

sição para a mudança e para “mergulhar” em uma nova área foi fundamental para que hoje Paulo Arbex se tornasse referência nacional quanto a PCHs e CGHs. “Um aprendizado difícil, porque não está nos livros. A maior parte do que se aprende é só vivendo mesmo, passando pela experiência de se desenvolver um projeto e construir uma usina. Ninguém ensina na escola, por exemplo, como funciona um licenciamento ambiental”, pontua. “Todo dia há algo novo a se aprender. Ainda mais no setor elétrico brasileiro, em que as regras são tão complexas. Funcionários e conselheiros da ABRAPCH junto com participantes de evento de CGHs

mento para empreendedores e desenvolvemos nossos próprios negócios”, relata. “Analisei o custo/benefício de cada uma das fontes de energia para a sociedade brasileira, seus impactos ambientais e sua competitividade relativa. Conclui que as PCHs e CGHs são, de longe, a fonte que proporciona o melhor custo/benefício para a sociedade brasileira e que tinham a maior competitividade. Então concentrei meus esforços no desenvolvimento de projetos nesta área, acreditando que os governos brasileiros da época obviamente focariam nesta fonte.” Empreendedor de Energia A transição do setor financeiro para o segmento de PCHs e CGHs não foi simples para Paulo Arbex. Embora trouxesse grande conhecimento sobre as pequenas centrais hidrelétricas no aspecto financeiro e de gestão, teve que buscar novos conhecimentos na área. “Sou economista e não engenheiro. Se por um lado sabia estruturar os projetos, levantar financiamentos e fazer a gestão, tive que adquirir conhecimentos mais técnicos, como prospecção, desenvolvimento e construção dos empreendimentos.” Não lhe faltou disposição. Foi atrás de referências do setor, engenheiros, profissionais da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), do Ministério de Minas e Energia. Esforço que valeu a pena. Essa dispo76

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Um país melhor Nos esforços para empreender na área de Energia, Arbex se interessou em atuar na defesa do setor. Porém, percebeu que não bastava trabalhar da porta para dentro da empresa, era preciso lutar por mudanças no marco regulatório, ainda repleto de subsídios e favorecimentos desbalanceados que não estimulam a busca da eficiência. Este sentimento aflorou no segmento de CGHs e PCHs em 2013, quando o Brasil passou por um período de muitas manifestações pelo país afora por parte da sociedade civil organizada. “Inspirados por aquele processo, vários profissionais do setor elétrico abraçaram o sonho de lutar para construir um Brasil melhor e mais justo, participando de discussões e negociações do futuro do segmento”, relata Paulo Arbex. Ele fazia parte de um grupo de empreendedores do setor de PCHs e CGHs que se reuniu com o objetivo de desenvolver um trabalho voluntário voltado ao setor energético. Foi quando nasceu

Paulo Arbex está na presidência da ABRAPCH desde 2016


Arbex viaja uma vez por ano com a família para algum destino pitoresco ao redor do mundo

a ABRAPCH, em que todos os diretores e conselheiros, sem exceção, não recebem um centavo pelo trabalho desenvolvido. “Encaramos o nosso trabalho na ABRAPCH como nossa atividade social.” Na Associação, Paulo Arbex atuou por três anos na diretoria de CGHs e, em maio de 2016, assumiu a presidência. “Às vezes a gente fica cansado, se perguntando se este sonho não é ilusão da nossa parte. Mas quem não sonha, não realiza. Se a gente não acreditar e não lutar pelo que acreditamos, vamos deixar um Brasil medíocre para nossos filhos e netos ”, sublinha Arbex, destacando a importância de todo o time da Associação para o sucesso dos trabalhos desenvolvidos, entre diretores, associados e funcionários. Refúgio Assim como sabe “surfar” bem no mar revolto do mercado energético, sempre que pode pega sua prancha e vai encarar as ondas do litoral paulista ou de alguma praia distante. Sempre que encontra um tempo livre na agenda, Paulo Arbex gosta de praticar hobbies em contato com a natureza, como o surf, a pesca ou viajar para conhecer novas paisagens. Inclusive, religiosamente, viaja com a esposa e os filhos para algum lugar bacana, onde a natureza seja o destaque. O roteiro da última viagem foi pela África do Sul, com direito a safari, montaria em avestruz e nado com tubarão. A leitura faz parte da rotina, mas atualmente ele está mais focado em ler trabalhos voltados ao setor elétrico. “Um livro que indico para todos do setor é ‘Uma Demão de Verde’, da jornalista canadense Elaine Dewar, que analisa a área ambiental e sua interface com os interesses econômicos.” Para Paulo Arbex, a vida em família é seu refúgio. Não há momento mais precioso do que estar com a família inteira, seja em um paraíso natural ou em casa, quando se reúne em torno de uma mesa para jantar e beber um bom vinho, ou para curtir boa música e assistir filmes.

Água não apenas no reservatório das PCHs: o surf está entre as paixões de Arbex

Bate-papo com Paulo Arbex Cidade Natal: São Paulo, SP Formação: Ciências Econômicas pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), com especialização em Investment Banking e Project Finance Cargo: presidente da ABRAPCH Hobbies: surf, viagens com a família, jogar tênis e futebol, e tomar um bom vinho Livro: “Uma Demão de Verde”, da jornalista canadense Elaine Dewar

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Ponto Final

O poder da biomassa De janeiro a agosto deste ano, a biomassa canavieira gerou para o Sistema Interligado Nacional um total de 15.517 GWh, valor 7% superior ao mesmo período de 2016

A

relevância para o país da energia que vem da biomassa, especialmente da advinda da cana-de-açúcar, precisa ser valorizada. No período em que a bandeira tarifária passa para vermelha, no seu mais caro patamar, com a cobrança adicional nas contas de luz dos brasileiros, que pagarão mais R$ 3,50 a cada 100 kWh consumidos, a geração de energia pela biomassa sucroenergética continua contribuindo fortemente para que não haja um cenário ainda mais oneroso e preocupante para o consumidor. E os especialistas comprovam com argumentos sólidos a importância desta fonte energética. Cálculos do gerente em bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Zilmar de Souza, indicam que o volume de energia elétrica obtido da palha e do bagaço de cana foi equivalente a economizar quase 11% das águas nos reservatórios das hidrelétricas do submercado Sudeste/Centro-Oeste, o principal do País, responsável por 60% do consumo de eletricidade. Dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) mostram que, de janeiro a agosto deste ano, a biomassa canavieira gerou 78

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para o Sistema Interligado Nacional (SIN) um total de 15.517 GWh, valor 7% superior ao mesmo período de 2016. “Esses dados mostram a relevância desta fonte para a matriz energética do Brasil e o seu papel fundamental para suprir a demanda energética.

Esse cenário só foi possível por meio de desenvolvimento tecnológico e de constantes investimentos feitos no setor pelas empresas”, afirma o presidente-executivo da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (COGEN), Newton Duarte.

Participação da biomassa de cana na geração elétrica


Potencial de exportação da bioeletricidade de cana

Evolução dos fatores de exportação da bioeletricidade da cana

Ana Paula Malvestio, sócia e líder de Agribusiness da PwC, lembra que a biomassa da cana respondeu por parte significativa do consumo nacional de energia elétrica do Brasil em 2016, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). “Isso significa que aproveitamos menos de 20% do potencial da bioeletricidade de cana no período. Se aproveitarmos todo o potencial da bioeletricidade gerada pelo setor, somente esta fonte tem capacidade de representar 24% do consumo nacional na rede até 2024”, frisa Ana Paula. E os especialistas da EPE vão além. José Mauro Coelho, diretor de Estudos de Petróleo, Gás e

Biocombustíveis, Giovani Machado, superintendente de biocombustíveis, e Rafael Araújo, consultor técnico da Área de Biocombustíveis, observam que, em 1987, toda a eletricidade gerada pelas usinas foi destinada, exclusivamente, para o autoconsumo, não havendo exportação de energia para o SIN. Já em 2007, a quantidade de energia exportada alcançou 13 kWh por tonelada de cana

moída. Com a participação das usinas sucroenergéticas nos leilões de energia elétrica e a eficientização do setor, a geração de energia para exportação aumentou para 34 kWh em 2016, por cada tonelada de cana processada no país. Avaliando somente as usinas vencedoras dos leilões de energia elétrica, evidencia-se que a geração e, consequentemente, a exportação de energia pode ser muito maior. Para este grupo o fator médio de exportação ao SIN é de 72 kWh por tonelada de cana processada. No Brasil, a oferta de energia elétrica em 2016 foi de 620 TWh, sendo a bioeletricidade responsável por 50 TWh, 8% do total. De toda energia elétrica gerada com biomassa, a cana representou 89%. Estudos prospectivos da EPE apontam o processamento de 875 milhões de toneladas de cana em 2030, para o atendimento à produção de etanol e açúcar. Neste cenário, as estimativas de exportação de bioeletricidade a partir da cana, obtidas através de metodologias próprias, resultam em 4,8 GWméd em 2030, para a curva de conversão baseada no histórico. Já o potencial técnico alcança 7,2 GWméd neste mesmo horizonte, valor equivalente a aproximadamente 1,5 usinas Hidrelétricas de Belo Monte. As duas projeções mostram que há grande potencial para maior inserção da bioeletricidade da cana na matriz elétrica nacional.

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Eventos 2017 Outubro INAC 2017 (International Nuclear Atlantic Conference) Local: Belo Horizonte (MG) Data: 22 a 27 de outubro Informações: aben.com.br/

3º. Seminário Nacional (Energias Renováveis e o Futuro das PCHs e CGHs) Local: Brasília (DF) Data: 31 de outubro Informações: abrapch.com.br/

OTC Brasil 2017 Local: Rio de Janeiro (RJ) Data: 24 a 26 de outubro Informações: otcbrasil.org/

5ª Edição do Fórum de Gestão Operacional de Parques Eólicos Local: São Paulo (SP) Data: 30 e 31 de outubro Informações: fgpe.com.br/

Novembro VII Conferência Internacional sobre Açúcar e Etanol Local: São Paulo (SP) Data: 6 e 7 de novembro Informações: conferenciadatagro.com.br/

IX Encontro Anual do Mercado Livre Local: Salvador (BA) Data: 23 a 25 de novembro Informações: ctee.com.br/

EXPEDIENTE CEO E Publisher: Edmilson Jr. Caparelli Diretora-administrativa: Lúcia Rodrigues Financeiro: Rafaela Mofato e Júlia Novais Contabilidade: Viviane Ponce Diretor de Marketing: Jailson Rainer Diretora de Arte: Erica Almeida Alves Diretor Executivo: Marcelo Caparelli Gerente de Clientes: Giovana Teixeira Diretor de Projetos Especiais e Customizados: Márcio Ribeiro Diretora de Eventos: Rafaela Rizzuto Diretora Comercial da Filial São Paulo: Sandra Mletchol Executivo de contas: Mauricio Fagundes, Anderson Siqueira, Marlei Euripa e Carlos Ávila Editor da Full Energy: Clivonei Roberto Redação: Carla de Paula Pinto e Guilherme Batimarchi Colaboradores: Juliana Ijanc’, Kahel Ferreira e Thais Caparelli Produtora de Arte: Valéria Vilas Bôas Assistente comercial: Janaína Novais Tecnologia: Josaphat Campos e Rener Eduardo da Silva Relações Internacionais: Karina Yamamoto Gestora de Conteúdo: Kelly de Souza Assinaturas e Circulação: assinatura@grupomidia.com Atendimento ao Leitor: atendimento@grupomidia.com Projetos Editoriais: projetoseditoriais@grupomidia.com Contatos: Matriz: (16) 3629-3010 | Sucursal: (11) 3014-2499 contato@grupomidia.com | redacao@grupomidia.com | comercial@grupomidia.com Matriz: Rua Aureliano Garcia de Oliveira, 256 - Ribeirão Preto - SP Filial: Av. Paulista, 2.073 - Horsa I, conjuntos 304, 305 e 306 Bairro Cerqueira César, São Paulo

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