Health-IT 6ª Edição

Page 1

Capa com realidade aumentada






CARTA AO LEITOR

EXPEDIENTE Publisher: Edmilson Jr. Caparelli Diretora-administrativa: Lúcia Rodrigues Diretor-executivo: Marcelo Caparelli Diretor de Marketing: Jailson Rainer Diretora Comercial: Giovana Teixeira Diretora de Artes: Erica Almeida Alves Editora do Grupo Mídia: Carla de Paula Pinto Editor da Health-IT: Guilherme Batimarchi Redação: Maísa Oliveira e Fernanda Testa Estagiária: Juliana Ijanc’ e Kahel Ferreira Produtora de Arte: Valéria Vilas Bôas Assinaturas e Circulação: assinatura@grupomidia.com Atendimento ao Leitor: atendimento@grupomidia.com Projetos Customizados: projetoseditoriais@grupomidia.com Contatos: Matriz: (16) 3629-3010 | Filial: (11) 3014-2499 contato@grupomidia.com | redacao@grupomidia.com | comercial@grupomidia.com Matriz: Rua Aureliano Garcia de Oliveira, 256 - Ribeirão Preto-SP Filial: Av. Paulista, 1471 - 11º Andar - São Paulo - SP

A revista Health-IT é uma publicação trimestral do Grupo Mídia. Sua distribuição é controlada e ocorre em todo o território nacional. O conteúdo dos artigos é de responsabilidade dos autores, e não refletem, necessariamente, a opinião do Grupo Mídia. A reprodução das matérias e dos artigos somente será permitida se previamente autorizada por escrito pelo Grupo Mídia, com crédito da fonte. Atenção: pessoas não mencionadas em nosso expediente não têm autorização para fazer reportagens, vender anúncios ou, sequer, pronunciar-se em nome do Grupo Mídia.

A Health-IT é uma publicação do:

QUER FALAR COM O MERCADO DA SAÚDE? FALE COM A GENTE! Conheça outros produtos para o mercado de Saúde:

OPORTUNIDADES INFINITAS C

ada vez mais dependente da tecnologia, o setor de saúde vem se consolidando como um dos mais importantes segmentos da economia global e com grande potencial de mercado, não apenas para indústria de insumos e equipamentos, mas também para tecnologia. Diariamente, vemos os surgimento de novos sistemas, aplicativos e dispositivos médicos, desenvolvidos exclusivamente para o segmento ou incorporados de outros mercados. Independente da origem, essa tecnologia vem contribuindo de diferentes maneiras para o cuidado e monitoramento do paciente, bem como para um gestão mais eficiente e menos onerosa para os sistemas públicos e privados de saúde. A sexta edição da Health-IT traz uma série de matérias especialmente produzidas para mostrar aos nossos leitores as diversas oportunidades de negócios e mercados que vêm sendo explorados, e às instituições de saúde as diferentes tecnologias que podem ser aplicadas ao cotidiano administrativo e gerencial que poderão reduzir custos e aumentar a eficiência operacional. GUILHERME BATIMARCHI Editor da Revista Health-IT guilherme@grupomidia.com



INSIGHT

EDMILSON JR. CAPARELLI

CEO / Publisher do Grupo Mídia diretoria@grupomidia.com

A MISSÃO DE APOIAR E DESENVOLVER O SETOR DE SAÚDE Cada vez mais, instituições de saúde de todo o Brasil vêm investindo consideravelmente na aquisição de equipamentos e tecnologia da informação com o objetivo de melhorar seu desempenho assistencial, focado no suporte à decisão médica e tratamentos mais assertivos ao paciente. Além da área clínica, investimentos em Business Intelligence, Analytics, sistemas integrados e outras tecnologias também mostram a maturidade das instituições de saúde na adoção de tecnologias para melhor gerenciar suas operações, reduzindo custos, perdas e aumentando a eficiência administrativa. Mesmo com o avanço desse mercado e a quebra de alguns paradigmas relacionados à tecnologia, ainda há muito o que avançarmos. De acordo com o Future Health Index (FHI), estudo realizado pela Philips, os países emergentes lideram a adoção e integração de tecnologias conectadas no segmento da saúde. Porém o baixo preparo e qualificação dos profissionais da área posicionam o Brasil no penúltimo lugar entre os 13 países pesquisados.

De fato, ainda existem muitas barreiras para serem quebradas para que a TI se consolide como uma realidade nos hospitais de todo o Brasil. Algumas dessas barreiras, e talvez as principais, são o alto custo de implementação de sistemas administrativos e clínicos, qualificação das equipes de TI e a ruptura da cultura que ainda permeia os altos níveis de gestão das instituições de que Tecnologia da Informação não pode ser vista como custo, mas sim como um investimento, que trará redução de custos e a melhoria da gestão. Atento a essa realidade, e otimista com o setor, o Grupo Mídia, por meio da Health-IT, busca fomentar o desenvolvimento e o compartilhamento da informação e boas práticas, não apenas por meio de nossos veículos de comunicação, mas também reconhecendo o esforço de profissionais e instituições que, como nós, tem a missão de alavancar a saúde brasileira para um patamar de excelência, priorizando o paciente e a humanização e democratização dos sistemas de saúde público e privado.



Edição 6 | 2016

12

Health-IT Online Destaques do portal www.health-it.com.br

14

Wearable Devices Uma utopia que virou realidade

18

Realidade Virtual Uma realidade mais do que virtual

26

Fabrício Avini

De Faxinal do Soturno para o mundo

22

Google

Ele vai dominar o mundo

50

Big Data Segurança baseada em informação

56

CLOUD COMPUTING

Saúde em nuvem

10


Cases de Sucesso 34 35 36 -

Gestão Clínica Gestão Corporativa Tecnologias Emergentes

Instituições do ano 38 -

Inovação

40 -

Sustentabilidade

39 - Investimentos

Marcas mais lembradas 42 43 44 -

33

PRÊMIO HEALTH-IT

Hardware Software Telecom

Profissional em destaque 46 47 48 -

Consultores Indústria Instituição de Saúde

11


PORTAL

ONLINE

WWW.HEALTH-IT.COM.BR

4 DICAS PARA IMPEDIR O RANSOMWARE NOS HOSPITAIS Manter uma rotina de segurança e educar os colaboradores é fundamental para evitar ataques

U

m crime virtual cada vez mais popular entre os cibercriminosos é o ransomware, ou sequestro virtual de equipamento para extrair dinheiro de suas vítimas. Em geral, o golpe restringe o acesso ao sistema hackeado e cobra um valor de resgate para que o acesso possa ser reestabelecido pelo usuário. No setor de saúde essa prática pode ser um pouco mais perigosa, uma vez que os dados em jogo podem ser informações de pacientes, como prontuários, imagens diagnósticas e laudos médicos. O que poucos sabem é que as soluções de segurança empregadas atualmente não são 100% eficazes, uma vez que o phishing dos hackers envolve uma lógica social, como links corrompidos disfarçados como e-mails, por exemplo. Para evitar isso é necessário orientar toda a equipe assistencial e de suporte das instituições de saúde sobre como trabalhar pela rede é tão importante quanto realizar manutenções de TI. Uma publicação divulgada pela Applied Clinical Informatics apontou quatro sugestões que não devem ser ignoradas pelas intituições de saúde para defender os sistema de prontuário eletrônico de possíveis sequestros. 1 - Garanta que todos os programas estejam instalados corretamente e sejam originais. Isso pode parecer

12

simples e até mesmo “básico, mas, aparentemente, foi assim que se resultou no caso do ataque a Medstar, um servidor mal implantado que apresentou brechas para os hackers. Além disso, é importante aplicar controles técnicos como arranjos backups diários e testes regulares para garantir a funcionalidade da rede. Outra sugestão é manter uma lista de softwares que são seguros e links que podem ser perigosos. 2 - Proporcione simulações para as equipes. Nesse campo, o time de TI de uma organização pode enviar mensagens aos funcionários para mostrar e-mails legítimos e seguros e identificar os que não são, contribuindo para uma identificação mais precisa. 3 - Acompanhamento contínuo. Para garantir que as atividades estejam correndo conforme o planejado e ainda prever atividades suspeitas no sistema. É importante avaliar qualquer tipo de comportamento, estando a par do cenário de novos ataques e métodos de hackers e suas evoluções. 4 - Em caso de ataque, aja rapidamente. Convoque as autoridades competentes, polícia e equipes de TI do hospital para assumir uma rápida posição de defesa e redirecionamento a fim de garantir a segurança de novos ataques.


COLUNISTAS

EMPRESA TESTA DRONE PARA TRANSPORTE DE MEDICAMENTOS Iniciativa deverá oferecer suporte em causas humanitárias

ERROS MÉDICOS: SEGURANÇA AMPLIADA COM CONTEÚDO INTELIGENTE E TECNOLOGIA

de Mark Bonfiglio, da Wolters Kluwer Clinical Drug Information Se você possuísse a informação de que toda semana mais de duas mil pessoas morrem em acidentes aéreos, ainda assim você voaria? E se você descobrisse que estes foram os mesmos riscos enfrentados da última vez em que precisou de um hospital? Isso seria motivo para você pensar duas vezes antes de procurar novamente auxílio médico?

ACESSO À SAÚDE: UM DESAFIO DELICADO QUE VAI ALÉM DA MAIOR COMPETIÇÃO ESPORTIVA DO MUNDO de Daniel Mazon, da Philips

M

ais do que um brinquedo, ou um equipamento militar, os drones vêm sendo utilizados para outras funcionalidades, entre elas a entrega de medicamentos e insumos em áreas de difícil acesso. Na última semana, a startup norte-americana Vayu afirmou que seu veículo aéreo não tripulado realizou os primeiros voos de longa distância de forma independente e transportando sangue e amostras de laboratório de vilas isoladas de Madagascar, na África, até um laboratório. O drone da Vayu, proje-

tado especificamente para transportar suprimentos de saúde em países em desenvolvimento, é capaz de decolar e pousar verticalmente, como um helicóptero, sem usar pista, nem lançador, e de carregar dois quilos de materiais médicos por até 60 quilômetros. Esse tipo de tecnologia, mesmo não sendo recente, promete mudar completamente o rumo do transporte de insumos e medicamentos para locais de difícil acesso, com menor custo, sem risco para equipes assistenciais e de maneira autônoma.

Segundo uma publicação conjunta da Organização Pan-Americana da Saúde, Organização Mundial da Saúde e Banco Mundial, desde o início dos anos 2000, a América Latina e o Caribe vivenciaram progressos importantes em direção à abrangência universal da saúde, com mais de 46 milhões de pessoas em nove países obtendo minimamente garantias nominais de assistência médica acessível.

ANALYTICS: UM PODEROSO REMÉDIO PARA UMA GESTÃO SAUDÁVEL de Celso Poderoso, da MICROSTRATEGY

Não é novidade que o conceito de analytics é fundamental para uma gestão eficiente, independentemente do segmento. Sem informação, as decisões são baseadas apenas nos sentimentos ou percepções, o que, no mundo competitivo em que estamos inseridos, representa no mínimo um risco desnecessário.

13


MERC A D O

W E A R A B L E D E V I CE S

UMA UTOPIA QUE VIROU REALIDADE

Há alguns anos, os wearable devices eram apenas uma tendência para o setor de saúde. Hoje, aquisições e uma forte movimentação do mercado e da indústria mostram que o futuro chegou e o setor está aproveitando a oportunidade

C

om grande potencial de uso dentro do segmento de saúde, os wearables foram recebidos com pouca resistência ou ressalvas por médicos, pacientes ou profissionais de TI. Com o passar do tempo, a tecnologia, considerada por muitos promissora, ganhou espaço e dezenas de aplicações desenvolvidas por startups e instituições de saúde para a coleta e compartilhamento de informações do paciente. O objetivo, é claro, não é criar um “Big Brother” da saúde, mas sim monitorar grupos de pacientes e melhorar as práticas de prevenção. Com a expectativa de vida crescendo em todo o mundo, os custos com assistência vêm aumentando consideravelmente e tornando-se um problema latente aos sistemas de saúde. A preocupação global com o envelhecimento e a melhoria na qualidade de vida alavancaram o desenvolvimento dessa tecnologia e, automaticamente, o mercado de wearables. De acordo com um levantamento realizado pela MEF, instituição internacional que avalia o ecossistema do mercado de tecnologias mobile, o mercado global de aplicativos de saúde e fitness movimentou, em 2015, cerca de US$ 4 bilhões e a expectativa é atingir US$ 26 bilhões até 2017.

14


Para o Grupo Gartner, devem ser vendidos 274,6 milhões de wearables devices apenas em 2016, o que representa um aumento de 18,4% sobre os 232 milhões de 2015. As receitas devem atingir US$ 28,7 bilhões. Como se as cifras apresentadas pelo mercado não bastassem, gigantes da tecnologia, como a Apple, também estão de olho nos wearables voltados à saúde. No fim de agosto, a multinacional fundada por Steve Jobs anunciou a aquisição da startup Gliimpse, que fará companhia para outras organizações da mesma área – HealthKit , CareKit e ResearchKit – também adquiridas. O objetivo da Apple com as aquisições é reunir o máximo de soluções possíveis para avançar na oferta de ferramentas que serão embarcadas em seus wearables devices, considerados uma das maiores

tendências de consumo para os próximos anos. Para analistas de mercado, esse é o caminho mais seguro para a evolução desse tipo de dispositivo, principalmente para os smartwatchs e pulseiras inteligentes. A Gliimpse é uma startup que atua com big data e analytics. As ferramentas desenvolvidas por ela coletam e armazenam dados de saúde dos usuários, como registros médicos, para organizá-los em um pacote personalizado, seguro e compartilhável, disponibilizando essas informações catalogadas de uma forma inteligente e permitindo que o paciente possa enviá-las para médicos, enfermeiros, pesquisadores e outros profissionais de saúde. Além da indústria e pacientes, hospitais do mundo todo também estão de olho nessa tecnologia. Em Londres, o King’s College Hospital vem

15


MERC A D O

W E A R A B L E D E V I CE S

utilizando o Apple Watch desde 2015 para a gestão de medicamentos e adesão ao tratamento de pacientes em período de quimioterapia. O aplicativo utilizado, desenvolvido pela Medopad – empresa britânica de saúde que cria aplicativos para a prática clínica –, combina lembretes diários sobre a medicação prescrita com o monitoramento e compartilhamento de dados, envolvendo diretamente o cuidador ou paciente. As informações coletadas pelo dispositivo são envia-

A startup já levantou cerca de US$2,8 milhões desde sua fundação, em 2011, para o desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis. Entre seus investidores estão Bayer, Intel e Vodafone. Casos como o do King’s College Hospital vem se multiplicando em outros países, como nos Estados Unidos, onde o Ochsner Hospital, em Nova Orleans, criou um programa para monitorar a hipertensão dos seus pacientes por meio do relógio da Apple, seguindo os mesmos padrões do aplicativo usado pelo hospital britânico, onde os dados são coletados, e transmitidos, gerando indicadores que permitem aos profissionais de saúde acompanhar a evolução da saúde do paciente. Na Costa Oeste do país, médicos do Hospital da Universidade de Stanford, em Palo Alto, na Califórnia, estão trabalhando, em parceria com a “multinacional da maçã” para monitorar os níveis de açúcar em crianças com diabetes. A DexCom – indústria de equipamentos que monitoram o nível açúcar no sangue – está conversando com a Apple, Stanford e o FDA (Food and Drug Administration) para integrar seu dispositivo com o HealthKit, adquirido pela Apple. O dispositivo fabricado pela DexCom monitora os níveis de glicose por meio de um micro sensor inserido sob a pele do abdômen. As informações coletadas são transmitidas a cada cinco minutos para um receptor portátil, que encaminha os dados para um aplicativo instalado em um dispositivo móvel. A intenção é que esses dados sejam agora enviados ao smartwatch.

“Devem ser vendidos 274,6 milhões de wearables devices apenas em 2016, o que representa um aumento de 18,4% sobre os 232 milhões de 2015. As receitas devem atingir US$ 28,7 bilhões.” – Grupo Gartner das diretamente ao médico responsável, que pode acompanhar em tempo real os dados fornecidos e até mesmo alterar a dosagem da medicação em casos de reação. Atualmente, o King’s College oferece um baixo número de dispositivos aos pacientes devido ao alto custo do smartwatch da Apple, mas pretende ultrapassar a barreira das 100 unidades e ampliar o monitoramento e gestão dos pacientes em breve. O National Health Service (NHS), sistema de saúde britânico, e a Medopad pretendem disponibilizar o aplicativo para hospitais na Inglaterra e na China.

16


17


TEND ÊN C I A

18

R E A L I DA D E V I RT UA L


UMA REALIDADE MAIS DO QUE VIRTUAL Uso da realidade virtual por instituições de saúde vem ganhando espaço principalmente em programas de educação médica e bem-estar do paciente

N

os últimos anos, drones, impressoras 3D e até mesmo vídeogames começaram a ser utilizados pelo setor de saúde para auxiliar gestores e equipes assistenciais a otimizar as operações das instituições, reduzindo custos, aumentando a segurança e melhorando o bem-estar do paciente. Outra tecnologia adotada inicialmente por outros segmentos e que já vem ganhando espaço dentro da saúde é a realidade virtual, uma tecnologia de interface que conecta o usuário utilizando um sistema computacional induzindo efeitos visuais, sonoros e até táteis, permitindo a imersão completa em um ambiente simulado, com ou sem interação do usuário. Em agosto desse ano, a Universidade de Duke, nos Estados Unidos, publicou os resultados de um estudo demonstrando que interfaces virtuais podem ser utilizadas em terapias que visam restaurar a mobilidade em seres humanos. A pesquisa, que durou um ano, foi realizada com oito pacientes paraplégicos com lesões crônicas na medula espinhal que foram submetidos a cerca de 2 mil sessões de terapia utilizando o Oculus Rift e exoesqueletos.

19


TEND ÊN C I A

R E A L I DA D E V I RT UA L

Durante os testes conduzidos pelos cientistas, dispositivos com tecnologia VR simulavam o efeito de uma conexão neurológica com os membros inferiores dos pacientes. O sistema também era responsável por mover um exoesqueleto robótico para criar movimentos reais. Os resultados, considerados promissores pelos pesquisadores, apontaram que os pacientes, após as sessões de terapia utilizando a tecnologia, apresentaram um leve nível de recuperação em relação ao controle muscular e retorno da sensibilidade dos membros comprometidos. A utilização desse tipo de tecnologia não se restringe somente ao campo da ciência avançada. De acordo com o diretor de produtos da divisão de dispositivos móveis da Samsung Brasil, Ricardo Araújo,

virtual) pode ser utilizada para criar novas experiências que contribuirão com avanços em produtividade, colaboração e inovação no campo da saúde. Um exemplo dado pela multinacional é a parceria com a Western University, nos EUA, na qual estudantes de medicina podem usar imagens 3D por meio do Hololens, para explorar e examinar temas como anatomia humana sob diferentes ângulos. Ainda dentro do campo da educação médica, já está disponível nos EUA, para VR, o RCSI, um programa de treinamento que em realidade virtual permite aos estudantes de medicina acompanhar um atendimento de emergência em um pronto socorro, tendo a noção exata de espaço e disposição do ambiente hospitalar, além de imagens diagnósticas do paciente virtual e acompanhar o atendimento. Para o gerente sênior de produtos da divisão de dispositivos móveis da Samsung Brasil, Marcelo Daou, as aplicações da realidade virtual dentro da medicina são quase ilimitadas. “Dispositivos como o VR podem ser utilizados, por exemplo, para o planejamento de procedimentos cirúrgicos a partir de modelos em 3D capturados por dispositivos de diagnóstico por imagem, tornando as cirurgias mais seguras e permitindo que médicos planejem os procedimentos de maneira mais precisa.” Atualmente, existem uma série de aplicativos disponíveis para esses dispositivos, e não há barreiras para que conteúdos voltados à saúde também sejam desenvolvidos. A Samsung vê a realidade virtual no campo da medicina como parte do futuro. “Hoje, a Samsung investe pesado em realidade virtual. Nossos celulares, por exemplo, já possuem telas de alta resolução para que o usuário possa utilizar o Oculus VR e ter a melhor experiência possível. Além disso, temos o Gear VR, outro dispositivo que, além da realidade virtual, permite ao usuário uma melhor interação com o conteúdo disponibilizado e uma noção realística muito maior”, completa Daou.

“Dispositivos como o VR podem ser utilizados, por exemplo, para o planejamento de procedimentos cirúrgicos a partir de modelos em 3D capturados por dispositivos de diagnóstico por imagem” – Marcelo Daou, da Samsung já existem alguns aplicativos para VR voltados para o segmento de medicina e saúde. “Alguns desses apps estão voltados ao usuário final, e podem ser utilizados em hospitais.” O executivo dá o exemplo de aplicativos como o exVRience relaxation e Perfect Beach, voltados para meditação e relaxamento. Esses aplicativos, que já vem sendo utilizados por hospitais nos EUA, tiram o foco do paciente do procedimento, reduzindo a aplicação de sedativos ou calmantes durante procedimentos como o de hemodiálise. “Quando o paciente vai ao hospital para realizar um procedimento como esse, que geralmente dura algumas horas, a instituição pode utilizar o aplicativo de meditação com um Gear VR, tornando esse processo menos estressante.” A Microsoft acredita que a realidade mista (real/

20


21


TEND ÊN C I A

GOOGLE

ELE VAI DOMINAR O MUNDO

Após o Dr. Google, multinacional melhora serviço de buscas e investe em dispositivos e novas tecnologia para conquistar o setor de Saúde

A

o longo do tempo, gigantes da tecnologia vêm demonstrando interesse pelo segmento da saúde, seja por meio de aquisições ou pelo desenvolvimento de novos sistemas ou dispositivos. Talvez um dos maiores ícones desse interesse seja a gigante da internet Google, que recentemente, por meio da Verily – empresa que faz parte da Alphabet, holding do Google – adquiriu a GlaxoSmithKline (GSK), para desenvolver dispositivos bioeletrônicos injetáveis que poderão substituir medicamentos. Com a fusão das duas empresas, e investimentos de 540 milhões de libras que serão aplicados ao longo de sete anos, uma nova organização surge no mercado, a Galvani Bioeletronics. De acordo com o executivo da GSK, Moncef Slaoui, este acordo com a Verily sinaliza um passo fundamental na jornada bioeletrônica da organização, reunindo saúde e tecnologia para realizar uma visão compartilhada de dispositivos miniaturizados e terapias elétricas de precisão. Considerado um campo relativamente novo, a bioeletrônica utiliza dispositivos miniaturizados para alterar os sinais elétricos que passam ao longo das terminações nervosas do corpo, com a finalidade de estimular os neurônios

22


para controlar as funções de um órgão específico. “Ao estimular o nervo vago, por exemplo, o aparelho miniaturizado pode controlar o funcionamento do pâncreas e, consequentemente, tratar uma diabetes”, afirmou em comunicado a GSK. Atualmente, para regular o funcionamento de órgão a medicina utiliza medicamentos, que podem causar efeitos colaterais. Apesar de promissora, essa tecnologia ainda encontra barreiras científicas para a aplicação prática, uma vez que os sistemas elétricos do corpo humano ainda não foram completamente mapeados. Essa não foi a única iniciativa do Google nos últimos tempos dentro do segmento. Em 2015, a Verily em parceria com a Novartis, companhia farmacêutica, criou uma lente de contato capaz

de medir o índice glicêmico das pessoas. As investidas no setor de saúde não param por aí. Em março desse ano, a multinacional do alfabeto, disponibilizou no Brasil, uma nova ferramenta para consulta de informações sobre patologias com o objetivo de apresentar respostas mais adequadas aos usuários durante suas buscas relacionadas ao tema. O Brasil foi o segundo país do mundo a receber a nova plataforma, lançada inicialmente nos EUA em 2015. O novo sistema apresentará ao usuário um painel destacado ao lado da página de busca com características consideradas mais importantes sobre o tema relacionado à saúde pesquisado. Nesse painel, poderão ser encontradas informações como vetores de transmissão, sintomas comuns, dados

23


TEND ÊN C I A

GOOGLE

epidemiológicos e outras informações consideradas relevantes, com orientações médicas gerais. Essas informações são capturadas pelo próprio Google por meio de algoritmos. Posteriormente, elas são avaliadas e aprovadas por uma equipe de médicos por meio de uma parceria entre a organização e o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Esses “painéis” também poderão ser atualizados como alertas de saúde pública divulgados pelos próprios órgãos governamentais de saúde, como é o caso do vírus da Zika, por exemplo, que está ligado diretamente ao Ministério da Saúde para receber informações em tempo real sobre o surto da doença. Segundo o Google, cerca de 5% do total de buscas realizadas na web estão relacionadas com saúde. Porém, nem todos os resultados orgânicos (não patrocinados), ranqueados nas primeiras páginas, possuem informações precisas ou validadas por um profissional de saúde, gerando riscos à saúde pública e até mesmo a desinformação do usuário. De acordo com o Google, em 2013, empresa trabalhou com conjunto de buscas totalmente voltadas para saúde o qual os internautas não estavam satisfeitos com os resultados entregues. Segundo o levantamento feito, o problema com os resultados estava relacionado a três fatores: a complexidade de textos acadêmicos, geralmente médicos, que podem surgir entre os resultados; a credibilidade das páginas indicadas pela busca; a ausência de informações sobre doenças comuns e o excesso de dados sobre doenças raras. Em sua carta anual sobre a empresa, Larry Page, presidente do Google, falou pela primeira vez sobre as iniciativas da empresa no segmento de saúde. “Na saúde, temos a Calico – empresa de biotecnologia criada em 2013 e liderada pelo ex-presidente da Genentech, Art Levinson – com foco em saúde, bem-estar e longevidade; e a Iris, uma lente de contato inteligente desenvolvida para transformar as vidas das pessoas com diabetes”, finaliza Page.

24

A AppliedVR vem trabalhando em parceria com o Cedars-Sinai Medical Center, Hospital Infantil de Los Angeles (EUA), em uma série de estudos clínicos voltados para a redução da dor em pacientes hospitalizados. “Utilizando nossa suíte Pain RelieVR, geramos uma redução de 24% na dor auto-referida. Os resultados do estudo foram publicados na MIT Tech Review”, acrescenta o presidente da startup, Josh Sackman.


25


PER F I L

26

FA B R Í C I O AV I N I


DE FAXINAL DO SOTURNO

PARA O MUNDO

Do processamento de contas hospitalares ao desenvolvimento de plataformas que visam o desenvolvimento do setor de saúde brasileiro. Confira a entrevista exclusiva da Health-IT com o CEO da Salux, Fabrício Avini

“V

ocê pode me chamar de sonhador, mas eu não sou o único. Temos várias pessoas pensando as mesmas coisas, e precisaremos delas para mudar a realidade”, foi assim que o CEO da Salux, Fabrício Avini, encerrou sua entrevista para a revista Health-IT após quase uma hora de conversa. Segundo ele, as palavras eternizadas na música de John Lennon sempre o acompanharam, desde que as escreveu em seu All-Star amarelo, fiel companheiro em sua adolescência. Hoje CEO de uma das empresas de TI em saúde mais promissoras do segmento no Brasil, o executivo falou sobre o início de sua carreira, ainda em Faxinal do Soturno, uma pequena cidade com pouco mais de 6 mil habitantes, no interior do Rio Grande do Sul, quais foram os grandes desafios e lições aprendidas ao longo dos 20 anos em que atua na saúde e como enxerga o futuro.

27


PER F I L

FA B R Í C I O AV I N I

Health-IT - Quando começou sua atuação no segmento de saúde? Fabrício Avini: Tudo começou ainda na década de 90, em 1996, para ser mais exato. Na época, eu morava em Faxinal do Soturno, interior do Rio Grande do Sul, e estudava engenharia elétrica, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Santa Maria, e por motivos particulares tive que retornar à minha cidade e começar a trabalhar. Por coincidência, ou destino, acabei sendo contratado por um hospital. No início, não entendi muito bem o que levaria uma pessoa como eu, que atuava mais na área de tecnologia, a atuar em um hospital. Minha função, na época, era fazer o processamento das contas hospitalares. Para mim, aquela tarefa foi um verdadeiro desafio, uma vez que o profissional que eu substituí não teve tempo de me passar nenhuma informação ou explicar como tudo funcionava.

sistemas, e foi onde percebi que existiam outras necessidades, como apresentar relatórios de filantropia, estatísticas controle de estoque, entre outras. Comecei a ver que aquilo era um universo muito interessante e carente em relação à informatização. Com base nessa constatação, da deficiência de sistemas informatizados nas instituições, você enxergou uma oportunidade dentro do segmento de saúde. Um ano depois, em 1997, recebemos, no hospital, um DVD com a apresentação de uma empresa que atuava justamente nessa área. O material enviado por eles apresentava um ERP em saúde e aquilo me deixou fascinado. Realmente me mostrou que havia muito a ser feito dentro do segmento de TI voltado a saúde. Alguns anos depois, em 1999, me formei na universidade e me candidatei para uma vaga de emprego em uma empresa que atuava nesse segmento de saúde. Em 2000, fui selecionado e comecei a trabalhar na InfoSaúde, em Porto Alegre, curiosamente, essa era a mesma empresa que havia encaminhado o DVD ao hospital três anos antes, foi essa mesma empresa que me mostrou o potencial do mercado e que me mostrou o caminho que conciliava duas coisas pelas quais eu acabei me apaixonando, que é a questão da saúde e a da tecnologia, que há anos já estava envolvido. Nesse primeiro hospital em que trabalhei, que possui a mesma realidade de dezenas de outras instituições por todo o país, havia poucos recursos e eu pude vivenciar bem de perto essa carência. Isso me permitiu refletir sobre como a tecnologia poderia melhorar essa realidade.

O que fiz foi uma composição tentando trazer empresas com muitos clientes trocando pelos softwares que colocaríamos nessa base de clientes, tentando formar uma rede, um ecossistema com cerca de 1.100 hospitais clientes. Diante desse cenário, eu tive pouco tempo para aprender como tudo funcionava e, no final do meu primeiro mês, já estava fazendo todo o faturamento da instituição. Alguns meses depois, eu já estava fazendo o faturamento de outras três unidades e atuava na área de processamento de contas. Foi assim que nasceu minha relação com o setor de saúde. Em paralelo ao emprego, todas as noites eu ia para a universidade, na cidade vizinha (45 km) para cursar informática, me aprimorar e até mesmo desenvolver novas aplicações no setor onde eu estava atuando. Nesse primeiro hospital onde trabalhei, além do processamento de contas, também desenvolvi alguns

28

Como foi sua experiência na InfoSaúde? Meu primeiro projeto na empresa foi junto à Santa Casa de Porto Alegre, um hospital de 1.100 leitos


Fabrício Avini, CEO da Salux onde trabalhei justamente na área de processamento de contas, que era um sistema que a InfoSaúde não tinha operando ainda e eu ajudei a desenvolver. Alguns anos, e muito projetos depois, ainda pela InfoSaúde, acabei me mudando para Manaus por sete meses, onde pude encontrar uma realidade do setor de saúde completamente diferente do resto do Brasil. A precariedade da saúde em Manaus reforçou nossa percepção sobre como a tecnologia pode auxiliar o setor. Após retornar de Manaus, a InfoSaúde começou a passar por uma série de dificuldades e havia a previsão do encerramento das operações, e foi então que surgiu a oportunidade de assumir o legado que ajudei a criar. Foi nesse momento que o lado empreendedor, e um pouco ousado, falou mais alto e, em 2007, aquela empresa do DVD, agora dez anos depois, acabou

me apresentado este novo desafio. Respirei fundo, tomei coragem e assumi esse legado da Infosaúde. Eu não tinha muito preparo para questões empresariais, mas existia muita vontade, muita determinação, e eu sabia que aquela ideia era muito boa. Eu realmente acreditava que o nível dos produtos oferecidos poderiam ser melhores e a soluções atenderem completamente as demandas impostas pela saúde. Assumir uma empresa é sempre um desafio. Quais foram os seus? Em 2008, vi que o mercado de venda de software hospitalar necessitava não de ação comercial do tipo “porta-em-porta”, o que chamados de produtos de prateleira, padronizados. Nesses casos, a empresa desenvolvedora de sistemas é uma parceira do hospital. Essa instituição possui necessidades específicas, e um sistema estático não atenderia a essas demandas.

29


PER F I L

FA B R Í C I O AV I N I

Equipe Salux Foi quando percebi que essa relação é praticamente um casamento entre empresa e cliente, pois o hospital está deixando em nossas mãos toda sua vida clínica e administrativa. Eu vi que atuando com o modelo comercial não era a melhor alternativa para esse mercado, tanto que até hoje minha empresa não tem departamento comercial, e sim uma área de relacionamento com o cliente. Eu tento fazer bons projetos para que eles me indiquem outros bons projetos. Ainda dentro dessa visão, naquela época tínhamos cerca de cinco competidores, todos muitos próximos em questões de competitividade, sendo assim, o que realmente faria a diferença no mercado seria essa área de relacionamento com o cliente e serviço. Ainda dentro dessa perspectiva, pesquisei diversas empresas regionais e nacionais que possuíssem vários clientes na área de saúde e estivessem fazendo processamento de dados, sem a parte do ERP, mas que tivessem um bom relacionamento com seus clientes. Foi nesse ponto que tomei uma atitude um pouco ousada e que, até hoje, admito que um pouco maior que eu tinha condições de fazer, pois não tive sócios investidores em minha empresa. O que fiz foi uma composição tentando trazer empresas com muitos clientes trocando pelos softwares que colocaríamos nessa base de clientes, tentando formar uma rede, um ecossistema com cerca de 1.100 hospitais clientes.

30

Nossa visão era levar mais tecnologia para desenvolver o setor, pois, se você não possui o mínimo de informatização é impossível querer fazer inovação. Além do desenvolvimento de sistemas próprios, você buscou parcerias com outros desenvolvedores? Em 2012, na Inglaterra, fizemos uma parceria com uma empresa chamada IceNet, que desenvolveu um dos melhores softwares sobre infecção hospitalar do mundo. Eu entendo que conseguimos fazer bem feito o que podemos chamar de compliance, para que grandes empresas possam encontrar seus nichos aqui no Brasil também. Trouxemos a empresa para o Brasil e começamos a conversar com algumas instituições de saúde. No entanto, encontramos muita dificuldade para aplicação prática do sistema por motivos técnicos dos próprios hospitais, como a coleta de dados do paciente na beira do leito por meio de equipamentos multiparamétricos, que não são muito utilizados aqui ainda. Esse sem dúvida foi um grande aprendizado. Após essa jornada, como está a Salux hoje no mercado? Hoje temos mais de 150 clientes. Após toda essa jornada, e a evolução do setor, percebi que as necessidades de um hospital vão muito além do simples faturamento das contas. Esses hospitais precisam atender


legislações, normas, etc. Atualmente, muitos de nossos clientes são instituições acreditadas, e os sistemas nesses hospitais precisam atender as exigências dessas acreditações. Eu acredito muito que os softwares, quando bem estruturados, ajudarão as instituições a conquistarem cada vez mais acreditações. A evolução dos hospitais ao adotar sistemas, do faturamento até a área clínica, se deu graças ao amadurecimento do setor? Acredito que, como em muitas outras áreas, a dor comece pela questão financeira. Para vender um software, meus possíveis clientes querem ouvir sobre a porcentagem de redução de custos após a implementação ou até mesmo acréscimo de receitas. Na minha visão, esse ganho vai muito além, uma vez que estamos lidando com vidas. A Salux, quando nasceu, tinha uma missão muito complexa de se entender. Hoje, nossa missão é mais simples e consiste basicamente em: “Melhorar a Saúde através da Tecnologia”. Em nosso entendimento, temos dois eixos. O primeiro deles ajudará a organização a reduzir custos e racionalizar recursos, evitando a perda financeira no faturamento. O segundo eixo é o assistencial, é salvar vidas, gerenciar recursos para que a qualidade assistencial aumente e a gestão da saúde seja realizada da melhor maneira possível.

Olhando para a Salux hoje, como está a empresa em relação ao mercado? Depois de toda essa trajetória, a Salux se posiciona como uma das cinco maiores empresas do segmento. Nossos sistemas estão no mesmo nível de qualidade dos principais players do mercado nacional e temos uma visão muito clara de que existem softwares fora do Brasil com qualidade superior aos que são oferecidos aqui para os hospitais de ponta. O grande diferencial da Salux dentro desse mercado é poder alcançar diferentes perfis de hospitais em todo o Brasil. Não trabalhamos somente para hospitais de pequeno porte. Estamos trabalhando em alguns projetos para o setor. Um deles é sobre

Hoje temos mais de 150 clientes. Após toda essa jornada, e a evolução do setor, percebi que as necessidades de um hospital vão muito além do simples faturamento de contas

Você acredita que falta empreendedorismo por parte da indústria de softwares voltados para o desenvolvimento da Saúde? Acredito que pelo cenário de dificuldade da saúde muitas instituições acabam não priorizando questões como integração, desenvolvimento e inovação, e nós da indústria não estamos sendo suficientemente competentes para tangibilizar e demonstrar a importância disso. A integração entre diferentes sistemas, por exemplo, pode reduzir uma quantidade enorme de riscos ao paciente como erros de informação.

benchmarking hospitalar. Estamos desenvolvendo uma plataforma que oferecerá informações e indicadores sobre o desempenho das instituições seguindo a mesma metodologia que estão dentro de uma Joint Commission, acreditação Canadense ou qualquer outro tipo de conceito de qualidade e segurança do paciente. Nós brincamos que, no dia em que Faxinal do Soturno, que é minha cidade, tiver os mesmos indicadores para que ao menos possa se comparar ou saber o caminho que deve seguir para atingir um nível de excelência que um hospital de ponta o nosso sonho de aproximação dessas duas realidades estará bem encaminhado. Também estamos desenvolvendo outra plataforma de conexão de serviços médicos a partir de nosso software assistencial. Essa tecnologia será destinada principalmente para hospitais de pequeno porte que não possuem especialistas, mas que poderão se conectar com algum profissional em outra instituição, para consultas, emergências etc.

31


ESTRATÉGIA

32


prêmio

Reconhecimento merecido

Em sua primeira edição, o Prêmio Health-IT contempla 36 executivos, instituições e indústrias no setor de saúde em quatro categorias

A

Health-IT, publicação do Grupo Mídia, direcionada ao segmento de TI em Saúde, apresenta ao mercado, a primeira edição do Prêmio Health-IT, que busca reconhecer os esforços de profissionais, instituições e da indústria no desenvolvimento e implementação de tecnologias para melhorar a prática assistencial e a gestão de hospitais em todo o Brasil. Para identificar os destaques do mercado, foram elaboradas quatro categorias mestras, Marcas mais lembradas, Personalidades em destaque, Instituição do ano e Cases de Sucesso, que apresentam as especialidades de cada área. A categoria “marcas mais lembradas” apresenta os ganhadores da Indústria, prestadores de serviço e saúde suplementar. Em “personalidades do ano” estão os gestores da saúde, negócios e referência. Já na categoria “Instituições do ano” os destaques vão para saúde pública, hospitais privados e entidades setoriais. Fechando as categorias de destaque estão os “Cases de sucesso”, contemplando boas práticas em qualidade e segurança, sustentabilidade e Investimento. Ao todo, 36 organizações e executivos de TI foram reconhecidos na primeira ediçãoo do Prêmio Health-IT. A metodologia utilizada para eleger os ganhadores baseou-se em duas ações: a primeira foi uma votação pública e uma análise de mercado. Essa votação foi feita por meio do site www.healthcaremanagement.com.br e se durou dois meses. Concomitante, foi realizada uma pesquisa de mercado que levantou os principais destaques do País nos últimos 12 meses. Com os dados em mãos, o conselho editorial do Grupo Mídia, após diversos encontros, elegeu os destaques que serão conferidos nas próximas páginas.

Categorias Cases de Sucesso

Gestão Clínica Gestão Corporativa Tecnologias Emergentes

Instituições do ano Inovação Investimentos Sustentabilidade Marcas mais lembradas Hardware Software Telecom Profissional em destaque Consultores Indústria Instituição de Saúde

33


PERSPECTIVA

prêmio

Gestão Clínica

Cases de Sucesso

Cerner

Israel Armstrong, General Manager da Cerner Brazil

Entre os destaques da Cerner está o primeiro projeto UTI Virtual do Brasil, que além de trazer qualidade nos cuidados intensivos para pacientes em locais remotos, permite, em tempo real, monitorar indicadores preditivos de desfechos da UTI possibilitando intervenções adequadas no momento correto. Ressalta-se também a construção, instalação e testes do primeiro cliente da solução Millennium. “Ele fornece documentação clínica completa e otimizada para médicos, enfermeiros e outros profissionais, além da funcionalidade para gestão de medicamentos”, afirma Israel Armstrong, General Manager da Cerner Brasil.

GE Healthcare

Paulo Banevicius, diretor de Healthcare IT da GE para América Latina

Com o objetivo de transformar a indústria com máquinas baseadas em softwares e soluções conectadas que garantem previsibilidade e respostas rápidas, a GE Healthcare vem apresentando ao setor de saúde uma série de soluções conectadas que prometem auxiliar as instituições de saúde aumentarem seu desempenho. Umas dessas soluções é o Centricity Clinical Archive, um software desenvolvido para armazenar dados de diferentes extensões – DICOM e não DICOM, como arquivos em jpeg, pdf, e outras extensões – em uma mesma plataforma. Com essa solução, equipes de atendimento passam a ter acesso a todos os dados e exames do paciente.

Wolters Kluwer

Eleonora Sertorio, gerente de marketing América Latina da Wolters Kluwer para o UpToDate

34

Com o objetivo de ajudar cada vez mais os profissionais da saúde a encontrarem respostas para questões clínicas de forma rápida, a Wolters Kluwer procura sempre aprimorar e aprofundar o conteúdo clínicos nos quais os médicos baseiam-se para prover os melhores cuidados para seus pacientes. No último ano, duas novas especialidades médicas foram incluídas na ferramenta – Medicina Esportiva e Medicina do Sono – totalizando 24 áreas abrangidas pelo seu recurso de apoio à decisão clínica. Além disso, a empresa vem trabalhando constantemente para melhorar os aspectos tecnológicos da ferramenta UpToDate.


Gestão Corporativa Anahp

Jadson Costa, diretor de mercado da Anahp

Tecnologia é uma constante na área da saúde, seja do ponto de vista da gestão, processos, dispositivos ou da assistência. Esse tema vem chamando cada vez mais a atenção da Anahp, que criou um grupo de trabalho composto por hospitais para discutir o assunto. Em 2015, as diretrizes de Tecnologia da Informação para o setor hospitalar foi o principal tema trabalhado pela Anahp. Em 2016, a segurança da informação tem sido fortemente discutida entre os hospitais e, em novembro, durante o 4° Conahp, será lançada uma publicação com recomendações sobre o tema.

Oracle

Cyro Dhiel, presidente da Oracle Brasil

Buscando apoio da tecnologia para ganhar produtividade, e ao mesmo tempo, reduzir custos, a Empresa Pública de Direito Privado Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) passou a utilizar, em 2015, o Oracle Public Cloud Machine OPCM. Com a adoção da nova solução disponibilizada pela Oracle, o HCPA busca garantir a segurança, melhor experiência na nuvem, redução de custos e conectividade de alta velocidade. Atualmente, a produção assistencial do hospital contempla mais de 600 mil consultas, 34 mil internações e 3,4 milhões de exames por ano.

SAP

Margareth Amorim de Albuquerque Florêncio, Gerente de Desenvolvimento de Negócios para a Saúde da SAP

A SAP vem trabalhando junto com instituições de saúde renomadas no Brasil no desenvolvimento de soluções que trarão benefícios aos pacientes. Além disso, a multinacional trabalha na área de inovação junto às instituições reconhecidas como a ASCO, para ajudar no combate ao câncer. O objetivo da empresa é auxiliar as instituições de saúde a obterem uma melhor governança em seus processos administrativos e financeiros, por meio da automação, uso das melhores práticas e maior eficiência na execução, provendo informações críticas ao negócio em tempo real para melhor suportar a tomada de decisão dos gestores da Saúde.

35


PERSPECTIVA

prêmio

Tecnologias Emergentes Bioarquitects

Felipe Marques, CEO da BioArchitects

A BioArchitects firmou parceria com o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para o fornecimento de biomodelos voltados para planejamentos cirúrgicos em diversas especialidades, como neurologia, cardiologia, cirurgia vascular, traumatologia e buco-maxilo-facial. A empresa também obteve a homologação da agência americana, FDA, para o desenvolvimento de implantes de titânio customizados impressos em 3D. Esses implantes são placas projetadas para atenderem pacientes com falhas craniofaciais devido a traumatismos, doenças ou anomalias congênitas.

Memed

Ricardo Moraes, CEO e co-fundador da Memed

O grande objetivo da Memed, em curto prazo, é ampliar o número de usuários a partir do aprimoramento frequente de sua solução, gratuita para médicos, que compreende a geração de prescrição impressa e a busca pelos mais de 20 mil medicamentos credenciados pela Anvisa. Em 2016, a instituição conquistou mais de 30 mil médicos, em diferentes especialidades, que se cadastraram em sua plataforma. Segundo o CEO e co-fundador da Memed, Ricardo Moraes, vale lembrar que tal avanço vem desde 2015, quando o crescimento da empresa correspondeu a 750%, referentes à base de usuários.

Sensorweb

Douglas Pesavento, CEO da Sensorweb

36

Conquistar novos contratos e aumentar a carteira de clientes sem perder qualidade é um dos maiores desafios para qualquer empresa de TI no mercado. A Sensorweb, além de alcançar esse objetivo conquistou o contrato da Hemorrede do Paraná, que atenderá suas 21 unidades e 600 postos de monitoramento. Para o CEO da empresa, Douglas Pesavento, para uma startup de tecnologia receber um prêmio como o Health-IT é muito importante, pois aumenta credibilidade junto a um mercado muito tradicional, que é o da saúde e reforça seu comprometimento e desempenho junto ao setor.


37


PERSPECTIVA

prêmio

Inovação

Instituições do ano

Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Paulo Vasconcellos Bastian, Superintendente Executivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

O Hospital Alemão Oswaldo Cruz vem seguindo à risca seu planejamento estratégico traçado para os próximos cinco anos. Recentemente, a entidade fechou um contrato de locação com a Fundação Zerrenner para operação da estrutura onde funcionou o Hospital Santa Helena, localizado na região central de São Paulo. O projeto prevê investimentos de R$ 140 milhões nos próximos dois anos para reforma das instalações, aquisição de tecnologia e preparação do espaço para ser um hospital especializado em média e alta complexidade, e vem investindo cerca de R$ 5 milhões anualmente em TI desde 2013.

Hospital do Idoso Zilda Arns

Gustavo Justo Schulz, diretor geral da Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde

O Hospital do Idoso Zilda Arns, de Curitiba, vem trabalhando para desenvolver cada vez mais as tecnologias que dão suporte à sua operação. Entre as principais ações da instituição está utilização da TI como ferramenta estratégica na gestão institucional com o desenvolvimento do BI para auxiliar nas tomadas de decisões. Outro avanço está relacionado ao prontuário eletrônico e segurança do paciente, que possuem suporte à decisão clínica, checagem beira-leito, circuito fechado de medicação, integração dos resultados de exames laboratoriais e alerta para resultados alterados e integração das imagens diagnósticas.

Unimed Volta Redonda

Luiz Carlos Guimarães Jr., Superintendente de TI

38

O uso da tecnologia no engajamento de médicos e pacientes no cuidado da saúde, foi uma das conquistas da Unimed Volta Redonda, que conclui em 2016, o Projeto HealthShare, que é o registro clinico do paciente, que estará totalmente integrando ao prontuário eletrônico do hospital. Além da integração, o projeto também contempla BigData e Analytics, que disponibiliza ferramentas para análise de dados e o desenvolvimento de ações voltadas à medicina preventiva. A Unimed Volta Redonda, conquistou, em 2015, a certificação HIMSS Stage 6 e já se prepara para subir mais um degrau e atingir o Stage 7 já em 2017, alcançada por poucas instituições no mundo.


Investimentos Hapvida

Cândido Pinheiro Júnior, vice-presidente do Hapvida

A Hapvida possui a maior rede própria de saúde das regiões Norte e Nordeste. Com uma estrutura verticalizada, a entidade realiza investimentos constantes em tecnologia, que é considerado um dos pilares da organização. Em 2016, a operadora investirá, inicialmente, R$ 170 milhões em toda rede própria. Desse total, cerca de R$ 22 milhões, serão destinados exclusivamente para sua área de tecnologia. O recurso será em ações, projetos e na modernizações da área tecnológica que conta com importantes sistemas como Biometria, controle e qualidade, prontuário eletrônico e terminais de autoatendimento.

Hospital Marcelino Champagnat O Hospital Marcelino Champagnat vem realizando uma série de investimentos em tecnologia. A instituição foi a primeira no Paraná a realizar uma cirurgia 3D. Além dos investimentos em TI, o hospital busca a Acreditação Internacional JCI que, além de consolidar os processos assistenciais, irá inserir o Hospital Marcelino Champagnat no seleto grupo de hospitais de classe mundial. Em 2014 a instituição implementou a plataforma Tasy, sistema que unifica os processos de gestão e fluxo de informações, um dos mais completos softwares para gestão de saúde do mercado global. Hospital Marcelino Champagnat

Hospital Samaritando (SP)

Lilian Correa, gerente de TI do Samaritano (SP)

Manter o alinhamento estratégico da TI ao da Instituição e atender as demandas do negócio com a agilidade exigida foram os desafios do Hospital Samaritano neste último ano, segundo Lilian Correa, gerente de TI da instituição. “A equipe de TI do Hospital Samaritano de São Paulo vem em constante desenvolvimento para uma visão de atuação focada no negócio e processo, sendo apoiado pela tecnologia e não mais em uma visão exclusivamente técnica”, afirma. Sobre o prêmio, Lilian considera este reconhecimento de “suma importância, pois concretiza o trabalho planejado e executado pela equipe de TI”.

39


PERSPECTIVA

prêmio

Sustentabilidade Unimed Sorocaba

José Francisco Moron Morad, presidente da Unimed Sorocaba

“Ao inaugurarmos o Hospital Dr. Miguel Soeiro, em 1996, implantamos normas e condutas que nos permitiam ter processos operacionais sustentáveis.” As palavras de José Francisco Moron Morad, presidente da Unimed Sorocaba, refletem a missão da instituição quanto à sustentabilidade. Para tanto, a instituição implementou a certificação digital em seu hospital, substituindo o papel. O diferencial consiste na não utilização de dispositivos certificadores, uma vez que esses dados ficarão armazenados no próprio servidor, tornando o sistema de assinatura mais ágil e prático, sem violar protocolos.

Hospital São Rafael

Alfredo Martini, diretor geral Hospital São Rafael

Foto: Leandro Perez

Mater Dei Contorno

José Henrique Dias Salvador, diretor de operações do Mater Dei Contorno

40

No último ano, o Hospital São Rafael vem investindo em tecnologia de ponta para tornar sua operação mais dinâmica, eficiente e sustentável. Após a implementação de seu ERP, o hospital vem trabalhando com ferramentas voltadas ao BI para reforçar o suporte à decisão médica, além da aquisição de novos equipamentos de apoio ao diagnóstico, tratamento do câncer e medicina nuclear. Para o diretor do Hospital São Rafael, Alfredo Martini, é necessária criatividade empreendedora no segmento de saúde que seja capaz de produzir inovação geradora de sustentabilidade assistencial e econômico.

O Hospital Mater Dei Contorno, assim como o Mater Dei Santo Agostinho, que integram a Rede Mater Dei de Saúde, investem em pessoas, processos e tecnologia. Para melhor atender seus pacientes, a instituição, constantemente, atualiza e incorpora novas tecnologias Um marcos desse investimento são as instalações do hospital, que foram programadas para ser uma das mais modernas do Brasil. Totalmente automatizado, o prédio possui estrutura sustentável de reaproveitamento de recursos e componentes que proporcionam segurança física e estrutural.


41


PERSPECTIVA

prêmio

Hardware

Marcas mais lembradas

Dell

Raymundo Peixoto, vice presidente de Soluções Empresariais da Dell para América Latina

A Dell vem se fortalecendo cada vez mais como uma fornecedora de soluções de TI ponta-a-ponta por meio de um portfólio que inclui hardware, software e prestação serviços, voltados para usuários finais, micro, pequenas, médias e grandes empresas. Como reflexo, de acordo com o IDC, a Dell concentrou 32% de market share em unidades x86 vendidas durante 2015, consolidando liderança pelo 11º ano consecutivo e também liderou as vendas no mercado de storage até US$ 150 mil no Brasil. O bom resultado no mercado reflete a eficiência dos diferentes canais de vendas da companhia com a oferta de um portfólio completo de soluções de TI.

HP-Enterprise (HPE) Atualmente, o setor de saúde enfrenta uma série de desafios, redução de custos, aumento da eficiência operacional e a pressão de órgãos regulamentadores, e a de tecnologias como diferenciais competitivos. As soluções da Infraestrutura médica convergente da HPE, com produtos de armazenamento, oferecem recursos de desempenho e gerenciamento de dados que auxiliam as organizações do segmento de saúde a diferenciar seus serviços, aumentar a eficiência e reduzir os riscos de conformidade.

OKI Data

Luiz Humberto Carli, diretor geral da OKI Data

42

Apesar das dificuldades geradas pelo cenário macroeconômico ao longo do último ano, a OKI manteve seu bom desempenho de mercado e sua posição como uma das empresas em destaque no segmento de impressoras em formato A3. De acordo com a organização, este sucesso se deve principalmente às aplicações de impressão documental de exames de imagens. Mesmo diante de uma cenário incerto, a OKI renovou contratos e ampliou sua rede de clientes, tanto por meio da equipe de vendas diretas como também através de revendedores autorizados.


Software Cisco A Cisco esteve à frente de muitos processos inovadores como catalisadora da utilização de tecnologia para transformar os processos e a vertical de Saúde. Tais soluções estão desenhadas e foram aprimoradas por meio do Centro de Inovações da empresa situado no Rio de Janeiro, para auxiliar parceiros e clientes, aperfeiçoando, por exemplo, a segurança de equipes assistenciais e de pacientes, além de melhorar a experiência do paciente. José Paulo de Oliveira, Diretor da Cisco para o Setor Público e responsável pelas verticais Saúde e Educação

MV

Paulo Magnus, presidente da MV

Em um período de instabilidade política e econômica pelo qual passa o Brasil, a MV vem registrando crescimento de sua atuação no mercado externo, com a inserção de novas instituições em países como Peru e Uruguai em seu portfólio. Além dessa expansão, a MV vem lançando projetos que visam impulsionar o uso da TI na saúde e disseminar o status de Hospital Digital – para onde caminham clientes como a Rede São Camilo e o Hospital da Unimed Volta Redonda, que receberam o certificado Electronic Medical Record Adoption Model (EMRAM) nível 6, da HIMSS.

Philips

Evandro Garcia, diretor de vendas, marketing e serviços da Philips Latam

A Philips está passando por um momento de reestruturação com a consolidação do posicionamento em saúde e bem-estar. A multinacional holandesa está concentrando esforços em oportunidades na área de tecnologia em saúde, focando seus estudos em inovação para melhorar a vida das pessoas, por meio do cuidado contínuo com a saúde. “Globalmente, estamos implementando um novo modelo de atuação no mercado de Saúde e Bem-Estar, combinando suas expertises em B2B e B2C”, acrescenta o diretor de vendas, marketing e serviços da área de tecnologia da informação em saúde para a América Latina, Evandro Garcia.

43


PERSPECTIVA

prêmio

Telecom Avaya

Bruno Felthes, Arquiteto de Soluções Avançadas Avaya Brasil

A Avaya possui mais de 5.5 mil clientes no setor de saúde brasileiro e no mundo. Recentemente, a organização inovou o mercado com implementações na área de contact center das maiores operadoras de planos de saúde no Brasil, fornecendo soluções e prestando consultoria para otimização da experiência do cliente. Outra ação realizada pela Avaya foi a internalização da central de atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein. A empresa também oferece soluções de telemedicina (Scopia), que permite a equipes médicas que estejam remotas se comunicarem de forma eficiente e com imagem full HD.

Vivo A Vivo, vem desempenhando um papel fundamental no mercado promovendo infraestrutura de telecomunicações para saúde e outros segmentos da economia. Além do segmento de telefonia móvel pós-paga, também chamam a atenção os acessos em banda larga fixa, que totalizaram 7,2 milhões clientes ao final de junho de 2016, e o acesso via fibra ótica, que já atinge cerca de 4 milhões de usuários. Segundo a Vivo, a maior responsabilidade da empresa é manter e melhorar continuamente a experiência do cliente para ser merecedor do primeiro lugar nas próximas edições do Prêmio Health-IT.

Polycom

João Aguiar, Diretor de Engenharia de Sistemas para América Latina e Caribe da Polycom

44

Com as barreiras geográficas, reformas na área de saúde, aumento de custos e constantes melhorias no atendimento e na gestão das organizações, o setor de saúde exige que seus fornecedores se modernizem com meios de entrega mais rápidos e rentáveis e que assegurem o melhor atendimento possível ao paciente. A Polycom, foi considerada pelo Gartner e IDC uma das principais empresas do mercado no segmento de videoconferência. “Nossa responsabilidade é com os executivos do setor da Saúde que reconhecem a marca e as tecnologias colaborativas”, completa a diretora de marketing para América Latina e Caribe da Polycom, Mariane Takahashi.


45


PERSPECTIVA

prêmio

Consultores

No último ano, Claudio Giuliano vem trabalhando para desenvolver a maturidade em TI no setor de saúde e auxiliar instituições a atingir níveis de excelência em tecnologia. “Através do nosso apoio consultivo, seis hospitais alcançaram o estágio 6 da HIMSS no Brasil e um na Argentina. Na prática, são hospitais que avançaram na adoção da TI para melhorar a assistência e a segurança do paciente. Fico muito feliz de poder colaborar nessa jornada em busca do hospital digital”, completa o executivo. Claudio Giulliano Alves da Costa, Sócio-Diretor da FOLKS Consultoria

Eliane Kihara Foto: Édi Pereira / Hórus Photograph 2009

Profissional em destaque

Claudio Giulliano Alves da Costa

Eliane Kihara,líder de Healthcare da PwC Brasil

A TI possui um papel fundamental para apoiar as organizações de saúde na eficiência e inovação. A PwC acredita que existe um caminho a ser percorrido por todos os integrantes da cadeia para retomar o crescimento. Esse caminho passa por repensar estratégias buscando eficiência através de gestão, transparência e a adoção novos modelos de remuneração e cuidado integrado. “Como líder de Healthcare da PwC Brasil, tenho a honra e o dever de disseminar a importância da tecnologia na transformação do setor, que é tão necessária e urgente. Este prêmio é um reconhecimento de que estamos no caminho certo”, afirma Eliane Kihara, da PwC.

Enio Salú

Enio Salú, consultor e professor

46

Auxilia hospitais privados e públicos a preservar sua receita, reduzindo o subfaturamento e aumentando o ticket médio das suas contas, essa foi uma das grandes conquistas realizadas pelo professor e consultor, Enio Salú. Além do suporte às instituições, o executivo colaborou com o projeto S4SP que está informatizando mais de 40 hospitais da administração direta do Governo do Estado de São Paulo. Contemplado como profissional em destaque pelo Prêmio Health-IT, Salú brinca, “É como ganhar uma medalha de ouro nas olimpíadas – desconheço prêmio mais relevante que este relacionado à inovação em saúde.”


Indústria Carlos Eduardo Nogueira

Carlos Eduardo Nogueira, diretor geral para América Latina da InterSystems

“Foi motivo de grande orgulho participar desta iniciativa do Governo Uruguaio em reestruturar a saúde pública, para viabilizar um melhor atendimento aos cidadãos. Sem dúvidas, este foi o maior desafio que enfrentei nesse último ano”, afirma o diretor geral para América Latina da InterSystems, Carlos Eduardo Nogueira. A iniciativa envolve a implantação da plataforma para interoperabilidade, InterSystems Healthsare, que promove a padronização das informações clínicas para que elas possam ser compartilhadas entre diferentes instituições, formando um grande repositório de dados que servirá como base para uma melhor gestão da saúde.

Fabio Scopetta

Fabio Scopetta, líder da unidade IBM Watson Health no Brasil

“Meu objetivo é atuar ativamente na transformação da indústria de saúde no Brasil. Para mim, reinventar essa indústria significa prover uma visão completa da saúde de cada indivíduo, permitindo que este tome as melhores decisões para sua saúde, de forma rápida, efetiva e com melhor custo-benefício”, afirma o líder da unidade IBM Watson Health no Brasil, Fabio Scopetta. O executivo foi responsável por acelerar a disponibilização e adoção de soluções de inteligência artificial de grande impacto para pacientes com câncer no Brasil, como Watson Genomics e Watson Drugs Discovery.

Marcelo Souccar

Marcelo Souccar, head do segmento de Healthcare da TOTVS

Para Marcelo Souccar, head do segmento de Healthcare da TOTVS, o último ano foi repleto de conquistas para a TOTVS. A empresa se consolidou no mercado de soluções tecnológicas para cooperativas médicas, além de fortalecer sua presença no setor de clínicas médicas. “A responsabilidade em receber um prêmio como o Health-IT é enorme e me sinto honrado por participar desse seleto grupo. Minha trajetória profissional é marcada pelo compromisso com o desenvolvimento de soluções inovadoras que realmente façam a diferença nos negócios dos clientes e também na vida dos pacientes”, completa o executivo.

47


PERSPECTIVA

prêmio

Instituição de Saúde Grupo Sabin

Edgard Gonçalves Moreira, gerente de tecnologia do Sabin

O Grupo Sabin buscou as principais empresas de tecnologia para investir em soluções inovadoras, com o objetivo de garantir uma infraestrutura robusta para o sistema de informação laboratorial. Para isso, Foi criado um datacenter focado na melhoria da performance do sistema de informação laboratorial das 197 unidades de coleta em todo Brasil e que aparasse o crescimento do grupo Sabin por no mínimo 5 anos, ou seja, crescimento de 150% da empresa e escalabilidade para crescimentos futuros. “A criação destes prêmios para os setores de TI nos tira dos bastidores e mostra para as empresas a grande importância do setor de TI”, completa o gerente de TI do grupo, Edgard Moreira.

Klaiton Simão, diretor de TI da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo

Klaiton Simão, diretor de TI da rede São Camilo

“Consolidamos uma TI estratégica na organização, na medida em que temas como implantação do sistema de gestão, estabilização da infraestrutura ou alinhamento de processos, foram vencidos nos anos anteriores”, afirma o diretor de TI da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Klaiton Simão. De acordo com o executivo, a agenda para 2016 da rede de hospitais está voltada essencialmente para projetos estratégicos, abordando temas como analytics, mobilidade, BPM e certificação digital.

Lilian Hoffmann

Lilian Hoffmann, Superintendenteexecutiva de tecnologia da informação da Beneficência Portuguesa de SP

48

À frente da área de TI da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Lilian Hoffmann, coordenou os trabalhos de consolidação da implantação do Prontuário Eletrônico do Paciente em duas das unidades da instituição, também colaborou para a melhoria da segurança no atendimento dos pacientes entre outros projetos. Os processos foram desenhados permitindo que o sistema apoiasse as decisões dos médicos e equipes multiprofissionais envolvidas nos cuidados. “Além de uma grande honra, a responsabilidade de inspirar profissionais de TI na área de saúde, em direcionar seus projetos e investimentos para efetivamente melhorarmos a assistência prestada aos pacientes dentro de nossas instituições”, conclui Lilian.


JACSON BARROS O CIO de 2016

H

á 25 anos na área de Health IT, Jacson Barros está à frente da Diretoria Corporativa de Tecnologia da Informação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP desde 2011. “Trabalhar na área de Saúde é realmente gratificante e cheio de desafios, pois além das conquistas pessoais, sempre buscamos a excelência, pelo fato de que nossas ações estão diretamente ligadas à expectativa de alguém”, afirma o executivo. Nos últimos quatro anos, sua gestão vem investindo intensamente na informatização da instituição. “Criamos um programa chamado INFORMATIZA HC, que compreende a um conjunto de projetos no âmbito da Tecnologia da Informação focados não somente nas áreas assistenciais, mas em outras como suprimentos, recursos humanos, custos, etc. São setores que de alguma forma contribuem para dar todo o suporte que o corpo clínico precisa para realizar o seu trabalho”, explica. Barros considera que, além das questões tecnológicas, o relacionamento é peça fundamental para o sucesso dos projetos de TI. “Estamos aos poucos ganhando a confiança do corpo clínico, pois cada vez mais eles entendem como a TI pode auxiliá-los no seu dia a dia. Estreitamos a comunicação com a diretoria clínica e as estratégias são discutidas em conjunto.” Em 2016, Barros foi eleito pela revista Healthcare Management entre os “100 Mais Influentes da Saúde” na categoria Tecnologia. O executivo foi escolhido pelo editorial da Health-IT e do Grupo Mídia como o CIO do ano devido não apenas as suas recentes conquistas, como também por toda trajetória de sua carreira profissional.

49


ESTRATÉGIA

50

B I G DATA


SEGURANÇA BASEADA EM INFORMAÇÃO Mesmo que de alto custo, a utilização do Big data no setor de saúde pode gerar benefícios que atingem toda a cadeia, seja na gestão de insumos ou na segurança do paciente

A

incorporação de prontuários eletrônicos, wearable devices, smartphones, ERPs e equipamentos médicos vem gerando uma grande quantidade de informação que pode ser usada com aliada por médicos e hospitais na gestão de insumos e segurança do paciente. Um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) apontou que ao menos 50% das vacinas produzidas no mundo são desperdiçadas anualmente. Essa perda está relacionada a uma série de fatores, que vão desde a falta de controle de temperatura nos sistemas de armazenamento até o excesso de vacinas em determinados pontos gerando o desperdício. Uma possível solução para esse problema é a utilização de tecnologias capazes de coletar dados sobre demanda, epidemiologia, monitoramento remoto de lotes e dados sobre armazenagem. Com isso, seria possível realizar uma gestão eficiente, reduzindo perdas e direcionando vacinas e insumos de acordo com as demandas de saúde. Além da cadeia de abastecimento, o uso de informações pode contribuir consideravelmente na assistência, para a medicina preditiva, personalizada e, principalmente, segurança do paciente. A indústria de softwares vem acompanhando essa tendência e oferecendo aos hospitais cada vez mais ferramentas para auxiliar as equipes multidisciplinares. De acordo com a superintendente-executiva de tecnologia da informação da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Lilian Hoffmann, ferramentas que garantam a segurança no atendimento do paciente são um capítulo obrigatório nos planos de tecnologia da informação dos hospitais. “Sistemas de suporte à decisão apresentam informações úteis para que o profissional envolvido no cuidado tome a melhor decisão para um paciente específico, levando em conta suas peculiaridades, dentro de um fluxo de trabalho habitual.”

51


ESTRATÉGIA

B I G DATA

Ainda de acordo com a executiva, estas tecnologias se tornam importantes à medida que os profissionais precisam lidar com um enorme número de informações para a tomada de decisão, lembrando que, não somente os médicos são apoiados por estas tecnologias, mas toda a equipe multidisciplinar, como farmacêuticos, enfermeiros, nutricionistas e outros. Considerada uma das tendências para o segmento de saúde, o uso de Big Data traz a promessa de maior segurança e eficiência na assistência ao paciente. A análise preditiva, por exemplo, beneficiará muito as instituições e só pode ser realizada a partir do uso das informações, estruturadas ou não. “A anamnese, capturada em linguagem natural e decifrada em prováveis diagnósticos ou sugestões de condutas, também é uma prática possível com o uso dessa tecnologia. Os laudos de radiologia facilitados a partir de sugestões baseadas em imagens prévias”, acrescenta Lilian. Mesmo apresentando diversas aplicações e vantagens dentro da saúde, ainda existem alguns impedimentos que dificultam a implementação em larga escala pelas instituições. Para a executiva da Beneficência Portuguesa, a carência de profissionais que conheçam dados clínicos e possam trabalhar com ferramentas tecnológicas, como analytics, por exemplo, são os principais problemas enfrentados.

cuja dose tenha passado do limite preconizado em literatura, interações medicamentosas, produtos em duplicidade, entre outras observações. “Na hora da prescrição, o profissional médico deve justificar a real necessidade do produto após ser alertado, isto garante que foi realizada uma revisão, e o produto deve ser realmente administrado na dose, via ou condição específica”, afirma Lilian. Além do sistema de alertas dentro de seu prontuário eletrônico, a Beneficência Portuguesa vem investindo na implantação do circuito fechado de medicamentos, onde um determinado medicamento é rastreado desde o momento em que chega à instituição, é prescrito pelo médico, dispensado ao paciente, preparado e administrado. “Esse sistema de rastreamento é feito com tecnologia da leitura de código de barras à beira-leito, onde são garantidos cinco certos dos medicamentos – paciente certo, droga certa, horário certo, via certa e dose certa”, finaliza Lilian.

SEGURANÇA BASEADA EM DADOS A adoção do prontuário eletrônico do paciente é considerada por muitos especialistas como uma tecnologia imprescindível para mitigar riscos de prescrições incorretas, uma vez que contém informações relevantes que apoiam o processo de prescrição. Informações como alergias e medicamentos de uso contínuo são coletadas durante a admissão do paciente no hospital. Esses dados são adicionados no Histórico de Saúde do Paciente. Quando o médico executa a prescrição de um determinado produto, por exemplo, alguns alertas emitidos pelo sistema evidenciam prováveis alergias, medicamentos

52

Lilian Hoffmann Superintendente-executiva de tecnologia da informação da Beneficência Portuguesa de São Paulo.


53


Software validado no Hospital São Rafael propicia ganho de eficiência aos hospitais e melhoria na qualidade dos exames de medicina nuclear

Informe Publicitário

N

o Brasil, só em 2015, foram realizados cerca de dois milhões de exames em Medicina Nuclear, segundo o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). Os procedimentos dessa especialidade são apurados e detectam, de forma precoce, o câncer, doenças do coração e da tireoide. Para sua realização, é injetada uma substância radioativa no paciente, que ajuda a gerar as imagens do órgão doente por meio de técnicas conhecidas como PET-CT e SPECT. Para melhorar a qualidade dessas imagens, diminuir a exposição do paciente às substâncias radioativas e evitar desperdícios, está sendo implantado em clínicas e hospitais do país o Nuclearis – sistema que monitora em tempo real todas as etapas do procedimento e calcula com exatidão a quantidade da substância radioativa que deve ser injetada no paciente de acordo com sua altura, peso e outros indicadores. O desenvolvimento desse software foi realizado pela Radtec, empresa baiana de física médica, que recebeu investimento de um programa de fomento à inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia. Com a padronização e automatização dos processos, o Nuclearis permite aumentar o número de exames com segurança, além de reduzir custos e uniformizar a qualidade das imagens. “O Nuclearis fornece previsibilidade de problemas que podem ocorrer durante a rotina e ainda incorpora ferramentas que nos permitem gerar um laudo com poucos cliques. Desta forma, a equipe médica tem mais tempo para se dedicar ao que é mais importante: o pa-

ciente”. Explica Dr. Lucas Vieira, coordenador do Serviço de Medicina Nuclear do Hospital São Rafael (HSR). O sistema foi validado no HSR, instituição de saúde, em Salvador, com 356 leitos e um centro ambulatorial com 88 consultórios médicos e serviços em diversas especialidades, que prestam assistência integral a seus pacientes, seja por meio de operadoras de saúde privadas ou pelo SUS. Com forte atuação nas áreas de ensino e pesquisa, o HSR é um dos principais centros de referência em Medicina Nuclear no país, onde o uso da nova tecnologia, combinada com metodologias de gestão, como o Lean Six Sigma, proporcionou uma redução de 40% nos custos hospitalares e um aumento de 50% na capacidade de realização de alguns exames. “É gratificante verificar que o nosso serviço de Medicina Nuclear é um polo de excelência, seja na área assistencial quanto de pesquisa. A capilarização da cultura pela qualidade e segurança do paciente encontrou um terreno particularmente fértil na Medicina Nuclear, que deu ótimos resultados assistenciais e de gestão”, comemora Dra. Liliana Ronzoni, diretora médica da instituição.

www.hsr.com.br



PERSPECTIVA

56

INDÚSTRIA CLOUD COMPUTING


SAÚDE EM NUVEM

Considerada promissora, cloud computing ainda encontra barreiras como custo, infraestrutura e adaptação de sistemas para se consolidar no setor de saúde

A

computação em nuvem tornou-se uma ferramenta cotidiana na vida de usuários ou empresas, seja para fazer o back-up dos dados de um celular ou rodar aplicações e guardar grandes volumes de dados. No setor de saúde, antes conhecido por demorar para incorporar determinados tipos de tecnologia, também adotou a cloud computing com certa rapidez, no entanto, não em todos os seus segmentos. Operadoras de saúde foram algumas das primeiras áreas a incluir a nuvem em suas atividades e comunicação com clínicas, por exemplo, para distribuição de resultados de exames. Seja na área administrativa ou clínica, a utilização dessa tecnologia pode gerar uma série de benefícios para seus usuários, como a possibilidade de expandir a capacidade de processamento rapidamente, sem a necessidade de aquisição de ativos de TI (modularidade), a possibilidade de várias filiais poderem operar a partir de um único Datacenter, a terceirização de atividades não relacionadas ao core business das instituições de saúde e a mobilidade, que para aplicações web-based aumenta a possibilidade de utilizar sistemas em qualquer lugar, com qualquer dispositivo. Segundo estudo divulgado pela Transparency Market Research, até 2018, cerca de 80% dos dados gerados por instituições voltadas para saúde passarão pela nuvem, podendo deixar os processos mais dinâmicos e custos menores. A computação em nuvem é, atualmente, um mercado promissor dentro da saúde. De acordo com dados divulgados pelo instituto de pesquisas Marketsandmarkets, até 2017, o Cloud Computing na saúde deverá movimentar globalmente US$ 5,4 bilhões.

57


PERSPECTIVA

INDÚSTRIA CLOUD COMPUTING

Ainda é comum que profissionais dentro e fora do segmento de saúde confundam Cloud Computing com virtualização, hosting ou co-location. Entenda cada uma das tecnologias: Virtualização consiste em se criar vários servidores dentro de uma mesma máquina física, não importando onde esta máquina está instalada, se dentro ou fora da empresa. Cloud Computing consiste em um modelo de operação onde aplicações especificamente desenvolvidas para esta arquitetura estão instaladas em locais diferentes e não necessariamente do conhecimento do seu usuário, com vistas à otimização dos recursos do fornecedor do ambiente. Hosting é o modelo onde um fornecedor disponibiliza uma determinada quantidade de recursos computacionais ao cliente, sob demanda deste, e compartilha estes recursos computacionais com outros clientes, porém em um único local físico. Co-location é o modelo onde uma instalação física migra para um terceiro, que administra este ambiente em conjunto com o cliente, que é o proprietário dos ativos de TI.

Se para operadoras e clínicas a utilização da nuvem já é uma realidade, para os hospitais esta aplicação ainda é relativa. De acordo com o diretor de TI da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Klaiton Simão, um dos grandes obstáculos a serem enfrentados pelos hospitais, atualmente, refere-se às limitações das próprias ferramentas de gestão informatizada. “Os sistemas de gestão em saúde não estão totalmente preparados para uma operação na nuvem: há restrições quanto à arquitetura das aplicações, segurança de dados, performance, etc. As próprias aplicações não estão construídas em uma arquitetura web-based” A utilização da nuvem torna-se ainda mais inviável para hospitais se levadas em consideração as características atuais das soluções disponíveis para o mercado, levando a instituição a alocar uma quantidade considerável de investimentos em segurança da informação para proteger os dados tornando a utilização

58

das instalações internas mais seguras e baratas. “O problema está nos custos para uma migração segura para a nuvem, em se tratando de dados clínicos, essa situação é ainda mais delicada”, completa o executivo. Além da questão de confidencialidade, há a preocupação com a operação propriamente dita, por conta de questões relacionadas às telecomunicações e à administração do ambiente de maneira remota, que também elevam muito os custos desse tipo de operação. Como se não bastassem os entraves enfrentados dentro do hospital para a incorporação da computação em nuvem, a infraestrutura de telecomunicações oferecida pelo mercado é outro grande vilão. Problemas como a instabilidade nos links, custo, e desempenho da rede de dados podem colocar em risco a comunicação entre as instituições e os servidores. “Paradoxalmente, ainda é mais caro migrar para a nuvem do que manter uma estrutura interna, se considerados todos os custos diretos e indiretos dos dois modelos”, completa Simão.

Klaiton Simão Diretor de TI da Rede de Hospitais São Camilo


59



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.