CARTA AO LEITOR EXPEDIENTE CEO | Publisher: Edmilson Jr. Caparelli Diretora-administrativa: Lúcia Rodrigues Diretora-financeira: Rafaela Mofato Diretor-executivo: Marcelo Caparelli Diretor de Marketing: Jailson Rainer Diretora de Artes: Erica Almeida Alves Diretora de Eventos: Rafaella Rizzuto Diretora Comercial: Giovana Teixeira Diretora Editorial do GM: Carla de Paula Pinto Editor da Revista Health-IT: Guilherme Batimarchi Secretária da Presidência: Fernanda Thiezerini Redação: Clivonei Roberto e Carla Nogueira Relações Internacionais: Flavia Farha Gerente de TI: Lucas Monteiro Produtora de Arte: Valéria Vilas Bôas Assistente Administrativo: Thais Caparelli Estagiários: Juliana Ijanc’ e Kahel Ferreira Coordenação de Pesquisa: Janaína Novais Assitente Comercial: Stefânia Mazoni Gerente de Clientes: Anderson Siqueira, Maurício Fagundes e Rogério Almeida Assinaturas e Circulação: assinatura@grupomidia.com Atendimento ao Leitor: atendimento@grupomidia.com Projetos Customizados: projetoseditoriais@grupomidia.com Contatos: Matriz: (16) 3629-3010 | Filial: (11) 3014-2499 contato@grupomidia.com | redacao@grupomidia.com | comercial@grupomidia.com Matriz: Rua Aureliano Garcia de Oliveira, 256 - Ribeirão Preto-SP Filial: Av. Paulista, 1471 - 11º Andar - São Paulo - SP A revista Health-IT é uma publicação trimestral do Grupo Mídia. Sua distribuição é controlada e ocorre em todo o território nacional. O conteúdo dos artigos é de responsabilidade dos autores, e não refletem, necessariamente, a opinião do Grupo Mídia. A reprodução das matérias e dos artigos somente será permitida se previamente autorizada por escrito pelo Grupo Mídia, com crédito da fonte. Atenção: pessoas não mencionadas em nosso expediente não têm autorização para fazer reportagens, vender anúncios ou, sequer, pronunciar-se em nome do Grupo Mídia.
A Health-IT é uma publicação do:
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SAÚDE DIGITAL N
os últimos meses, uma série de anúncios mostraram como a tecnologia da informação vem colaborando para melhorar a gestão clínica e administrativa das instituições de Saúde. Os avanços nessa área são muitos, e as conquistas podem ser mensuradas em relatórios que mostram a queda nos índices de mortalidade, eficiência operacional e na gestão de custos. É evidente que muitas barreiras ainda precisam ser quebradas, como o custo de aquisição de sistemas ou equipamentos, por exemplo. No entanto, esse alto custo também vem estimulando o desenvolvimento de ferramentas e aplicações pelos próprios hospitais, fazendo com que a indústria de TI reveja alguns modelos de negócio e até mesmo firme parcerias para melhorar o acesso às tecnologias, antes adquiridas somente por entidades que possuíam grande capital. Entre os temas abordados nessa edição, veremos como a indústria e o setor de Saúde vêm implementando sistemas de inteligência artificial para melhorar o processo assistencial, tornando hospitais e outros centros de cuidado mais seguros, não apenas para o paciente, mas também para os profissionais de saúde. Abordaremos também o tema inteligência artificial, que imediatamente nos remete a ícones como HAL-9000, de “2001- Uma Odisséia no Espaço” ou “J.A.R.V.I.S”, “assessor digital pessoal” do gênio, bilionário, playboy e filantropo, Tonny Stark, personagem da Marvel. No entanto, mesmo distante dessa interessante visão apresentada pelo universo da ficção, a interação entre homem e máquina já é uma realidade dentro da saúde, em que aplicações de IoT, Big Data e Cloud vêm auxiliando médicos no suporte à decisão clínica, evitando erros de interação medicamentosa e até mesmo realizando análises preditivas de epidemias, entre outras demandas de saúde. Boa Leitura!
GUILHERME BATIMARCHI Editor da Revista Health-IT guilherme@grupomidia.com
INSIGHT
DEZ ANOS DE HISTÓRIA E CONTRIBUIÇÃO E
m 2017, o Grupo Mídia completa 10 anos atuando no mercado de Saúde. Durante esse período, testemunhamos inúmeras conquistas do setor e também lutas que vêm ocorrendo bem antes de iniciarmos nossas atividades e que ainda estão longe de acabar. Ao longo desses dez anos, procuramos contribuir para o desenvolvimento do setor de Saúde, seja por meio de reportagens, congressos ou troféus entregues com o objetivo de reconhecer a atuação dos melhores profissionais da área e mostrar como suas iniciativas colaboraram para uma melhor gestão clínica e administrativa. Importantes barreiras também foram quebradas, como o reconhecimento do papel estratégico da TI dentro das instituições, bem como reunir informações organizadas para uma melhor gestão de insumos e qualidade, impactando positivamente a gestão de custos e a segurança do paciente. Hoje, vivemos mais uma revolução dentro desse segmento, conhecida como Saúde 4.0. Essa “terceira onda da segurança do paciente” vem contribuindo significativamente para a eficiência assistencial e também salvando vidas. Para isso, ferramentas importantes, como computação em nuvem, IoT, Big Data, sistemas de suporte à decisão clínica, wearable devices e aplicativos, são utilizados para contribuir com os avanços que tanto divulgamos em eventos e publicamos em nossos veículos. Como CEO do Grupo Mídia, é motivo de orgulho poder contribuir e também aprender com um setor tão importante para a sociedade. Todo o trabalho realizado só foi possível graças aos
nossos parceiros e leitores, que acreditaram em nosso trabalho e nos acolheram. Espero, daqui a dez anos, poder escrever uma nova carta agradecendo pelas duas décadas de parceria, contribuição e muito trabalho nesse setor.
EDMILSON JR. CAPARELLI
CEO / Publisher do Grupo Mídia diretoria@grupomidia.com
RA
Edição 8 | 2016
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Health-IT Online Destaques do portal www.health-it.com.br
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Certificação Qualidade certificada
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Evento eHealth é tema do principal congresso de tecnologia na Hospitalar 2017
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Sistemas de Gestão Qualidade nas linhas de programação
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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Hello Dave...
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Segurança Segurança e eficiência em prol da saúde
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Holanda
Tecnologia para o desenvolvimento e promoção da saúde
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Segurança Sepse vs. Tecnologia
Artigos 50
7 Tendências de saúde no Brasil para 2017, por Paulo Magnus
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Agregando inteligência ao prontuário eletrônico do paciente, por Renato M.E. Sabbatini
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PORTAL
WWW.HEALTH-IT.COM.BR
FERRAMENTA DO GOOGLE JÁ IDENTIFICA CÂNCER MELHOR QUE MÉDICOS Sistema é capaz de capturar imagens diagnósticas em alta definição e fazer uma busca por focos da doença
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ada vez mais o Google vem trabalhando em tecnologias capazes de auxiliar médicos a diagnosticarem doenças em seus pacientes. A última novidade lançada pela multinacional do alfabeto é um sistema que promete detectar tumores cancerígenos de maneira mais rápida e eficaz do que os próprios profissionais de saúde. O anúncio foi feito por meio de um artigo científico publicado pelo Google explicando os métodos utilizados. No material publicado, a multinacional explica que a tecnologia de reconhecimento de imagens utilizada é similar à que vai embarcada em seus carros autônomos, sofrendo apenas algumas modificações.
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O sistema é capaz de capturar imagens diagnósticas em alta definição e fazer uma busca por focos da doença em cada pixel da imagem. Os resultados mais recentes indicaram que o método desenvolvido pela multinacional teve 89% de taxa de acerto, contra 73% dos médicos. No entanto, a tecnologia não substituirá os médicos, mas sim auxiliará o corpo clínico a aumentar a velocidade e a precisão dos diagnósticos. O software do Google realizará uma análise para identificar em quais locais o paciente pode estar desenvolvendo células cancerígenas e, posteriormente, o médico validará as informações e tomará a melhor decisão para iniciar o tratamento.
Baixe o aplicativo Zappar e leia mais sobre os artigos.(saiba mais na página 13)
MINISTÉRIO DA SAÚDE REFORÇA POLÍTICA DE PROTEÇÃO DE DADOS Texto estabelece diretrizes sobre proteção de dados e informações
A
nova Política de Segurança da Informação e Comunicações (Posic) foi publicada em fevereiro pelo Ministério da Saúde. O objetivo é promover maior segurança no processamento, armazenamento e comunicação de dados nos sistemas informatizados do Sistema Único de Saúde (SUS) e na rede da pasta. O texto estabelece uma série de diretrizes a serem seguidas para a proteção de dados e informações, com destaque para responsabilidades e deveres dos agentes públicos. A política substitui um documento de 2010, e está em concordância com a legislação vigente, normas internacionais e exigências de órgãos de controle. O Coordenador-Geral de Gestão de Projetos (CGGP) do Departamento de Informática do SUS (DataSUS), Paulo César Kluge, considera que o texto é essencial para elevar o nível de segurança institucional. “Como o Ministério da Saúde trabalha com muitos dados sensíveis, é imprescindível ter normas de segurança regulamentadas. A existência de uma política de segurança é uma exigência do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, e sua efetividade figura nas recomendações do Tribunal de Contas da União. Na elaboração da nova Posic buscamos nos adequar, procurando o alinhamento com normas e com as melhores práticas internacionais na gestão da segurança da informação”, esclarece. Novas ações A Posic estabelece diretrizes gerais que serão
desdobradas em normas específicas, servindo como base para diversas ações concretas voltadas para a segurança da informação. Algumas atividades estão em planejamento ou já sendo realizadas, como, por exemplo, a Campanha de Conscientização em Segurança da Informação e Comunicação, o Programa de Continuidade de Negócio e a instituição da Equipe de Tratamento de Incidentes na Rede (Etir). A campanha visa conscientizar os usuários da rede do Ministério da Saúde a respeito das ameaças a que estão expostos no meio digital, e deve ser periódica, a fim de sempre manter os usuários alertas. A campanha de 2017 já está em fase de concepção. Além disso, ações como o Curso de Conscientização de Segurança da Informação estão sendo normatizadas e promovidas, e outros tipos de atividades poderão ser realizados junto aos usuários. Outra medida importante em planejamento é o Programa de Continuidade de Negócios nos sistemas críticos do Ministério da Saúde, que visa garantir a disponibilidade ininterrupta de sistemas chaves do SUS. “Esses mecanismos de segurança já foram aplicados no Sistema Nacional de Transplantes (STN). Evitar que ele ‘caia’ requer um bom planejamento, um desenho de processo e cooperação de diversas áreas do Ministério da Saúde”, esclarece Kluge. Também está sendo planejada a implantação nos demais sistemas considerados críticos para a Saúde. Fonte: Portal Brasil
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COLUNISTAS
PORTAL
HC DE PORTO ALEGRE OTIMIZA ATENDIMENTO AOS PACIENTES DE TRANSPLANTE
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empre mantendo o foco no paciente, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e a Capgemini, empresa de consultoria, tecnologia e serviços de terceirização, desenvolveram um sistema para gerenciamento de transplantes, de interface amigável, que oferece interação em todos os níveis, beneficiando equipe médica, enfermeiros e pacientes. O objetivo da parceria e desenvolvimento do sistema é compartilhar informações mais detalhadas e em tempo real, entre todos os setores envolvidos no processo de transplante, evitando atrasos, minimizando erros em diagnósticos e na administração de medicamentos, mantendo o controle das operações do hospital. O objetivo principal desse desenvolvimento, que integra o sistema AGHUse (Aplicativos para Gestão Hospitalar) do HCPA, é gerenciar a lista de pacientes atendidos pelos programas de transplante, seguido da eliminação de informações fragmentadas ou inexistentes para informações estruturadas disponíveis no prontuário eletrônico do paciente, além da otimização das atividades com redução
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do retrabalho e melhoria dos processos. Os benefícios esperados com a implantação do sistema vão desde prolongar e melhorar a qualidade de vida de pacientes transplantados, transparência na gestão da lista de pacientes candidatos, registros de transplantes no prontuário eletrônico para acesso dos demais profissionais envolvidos no tratamento, maior dedicação à assistência aos pacientes com a eliminação de registros pessoais, maior agilidade na obtenção de indicadores assistenciais e gerenciais para acompanhamento dos programas e encaminhamento para os órgãos reguladores, até o aumento no número de pacientes de transplantes atendidos pelo hospital. A parceria do HCPA com a desenvolvedora do sistema foi iniciada em junho de 2014. Após o término de implantação, o novo sistema de transplantes estará acessível aos mais de 800 leitos da instituição, beneficiando mais de 6 mil funcionários, além das cerca de 20 mil pessoas que passam todos os dias pelo hospital, trazendo mais informatização e controle dos dados relacionados aos pacientes e profissionais envolvidos na assistência direta.
7 TENDÊNCIAS DE SAÚDE NO BRASIL PARA 2017 por Paulo Magnus, da MV Boa parte das tendências globais para a Saúde em 2017 envolve avanços tecnológicos. Uma reportagem do The Wall Street Journal, por exemplo, aponta que “talvez o maior mercado a seguir na indústria de Saúde seja a tecnologia”, graças ao número baixo de profissionais de Saúde e ao alto índice de envelhecimento da população. Nesse caso, continua o texto, a telemedicina é vista como centro da transformação, que poderá ser adotada em três frentes: em qualquer lugar, no consultório do médico e no hospital.
COMO O BI ATUA NA GESTÃO HOSPITALAR? por Salomão Fridman, Inteligência de Negócios Com a irreversível digitalização e o conceito de analytics nos negócios, os processos nas empresas estão ganhando cada vez maior agilidade. E se engana quem pensa que essa tendência está presente apenas no mercado de tecnologia.
PEP CERTIFICADO, SEGURO E COM VALOR ACESSÍVEL A utilização do papel para o registro dos pacientes está com os dias contados nos consultórios e clínicas médicas do Brasil. Se antes a utilização de prontuários eletrônicos era item restrito a grandes hospitais, hoje é uma ferramenta imprescindível para otimizar a gestão e melhorar a qualidade no atendimento aos pacientes.
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MERC A D O
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QUALIDADE
CERTIFICADA
Considerada “requisito básico” para a indústria de TI em Saúde, a certificação Sbis-CFM ajuda a melhorar a maturidade das empresas e aumenta a segurança do paciente
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qualidade é uma característica básica para que sistemas e empresas tornem-se competitivas no segmento de saúde. No entanto, não basta investir em sistemas com interfaces amigáveis, ferramentas web e aplicações flexíveis para a demanda de cada cliente. É necessário, também, mostrar que estes sistemas atendem a uma série de protocolos que garantem tanto a segurança da informação quanto a segurança do paciente e de todos os processos clínicos envolvidos no cuidado. Uma ferramenta muito comum para demonstrar ao mercado que esses sistemas atendem aos protocolos de uma determinada área são as certificações emitidas por entidades como a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde, com a certificação Sbis-CFM, por exemplo. Sistemas de Registro Eletrônico de Saúde (S-RES), como o Tasy da Philips, o WPD da Agfa, o MV PEP da MV, o TrakCare da Intersystems, o BHOSP da Benner, e o TOTVS Hospitalar são alguns dos 46 sistemas atualmente certificados pela Sbis no Brasil com a certificação Sbis-CFM.
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MERC A D O
O processo de certificação Sbis-CFM avalia o conjunto completo de subsistemas e componentes que fazem parte do S-RES, que devem ser configurados para atender aos requisitos especificados no manual de certificação para sistemas de registro eletrônico em saúde. O S-RES
nível somente para algumas categorias S-RES, consideradas mais genéricas ou básicas. Em um futuro próximo, ainda segundo a entidade, e considerando a demanda, essas categorias poderão ser ampliadas e, em alguns casos, até segmentadas ou especializadas. A adoção por parte da indústria de TI em saúde pela certificação Sbis-CFM não é obrigatória. Nenhuma das duas entidades exigem que qualquer sistema seja certificado, tornando o processo totalmente voluntário por parte do mercado. Atualmente, podem ser submetidos à certificação sistemas enquadrados em duas categorias: assistencial e básica. Na primeira, enquadram-se softwares voltados à assistência à saúde para pacientes, utilizados em consultórios, clínicas, hospitais, pronto-atendimento e unidades básicas de saúde. Também estão submetidos a essa categoria de sistemas integra-
É importante que essa iniciativa entre na cultura da empresa, pois irá mudar processos, atingindo todas as camadas de gestão, do CEO ao desenvolvedor”, Eduardo Almeida é caracterizado como um sistema que captura, armazena, apresenta, transmite ou imprime informação identificada em saúde. De acordo com dados da Sbis, inicialmente, o processo de certificação Sbis-CFM está dispo-
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dos de informação em saúde, sendo que o escopo da avaliação será limitado ao processo assistencial. Já a categoria básica é destinada para ferramentas voltadas a determinados segmentos ou partes do processo de atenção à saúde - não caracterizados como processos ambulatoriais ou hospitalares completos – como, por exemplo, sistemas específicos voltados à prescrição eletrônica, imunização, atenção homecare, serviços de SADT (diagnóstico e terapias), telemedicina, saúde ocupacional e repositórios de dados demográficos e clínicos. De acordo com o professor adjunto da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e membro da Sociedade Brasileira de Computação (SBC), Eduardo Almeida, a certificação é uma forma de atestar a maturidade da empresa que desenvolveu o software. “Quando há licitação de uma empresa, por exemplo, certamente quem for certificado levará vantagem. Isso atesta que a empresa atende determinadas práticas de engenharia de software, protocolos de segurança etc.” O professor também defende que a certificação de sistemas pode ser considerada um diferencial estratégico no mercado que beneficia não apenas a organização, mas, no caso da saúde, toda a sociedade. “É importante que essa iniciativa entre na cultura da empresa, pois irá mudar processos e cultura, atingido todas as camadas da gestão, do CEO ao desenvolvedor.” Para o CEO da Folks, empresa de consultoria, e membro da Sbis, Claudio Giuliano, a demanda por sistemas certificados que aderem às regras vem crescendo. O custo da certificação, por exemplo, não é considerado uma barreira. O fato de ser auditado também não é uma limitação. O custo está na dedicação de tempo para adequar o sistema às exigências da certificação. Empresas de menor porte podem ter dificuldades em evoluir os softwares, mas certamente amadurecerão e se diferenciarão das demais. Ainda de acordo com Giuliano, ao realizar esse processo, o mercado é contemplado com um software mais seguro, protegendo melhor a informação. “Esse sempre foi o grande objetivo da Sbis, e
os hospitais vêm aderindo a isso. Outro ponto é a adoção de um grupo de funcionalidades exigido, privilegiando também a segurança do paciente, dentro do caráter assistencial. A norma da HIMSS foca muito na segurança do paciente e na qualidade assistencial. Ela aprofunda-se nesse ponto, mas na verdade o sistema que se aprofundar muito nesses conceitos certamente irá ganhar mercado.” As normas consideradas pela certificação da Sbis estão em constante evolução e ainda podem avançar em outros campos, como na emissão de receituários médicos, garantindo melhores prescrições e reduzindo eventos adversos decorrentes de erros de interação medicamentosa, por exemplo.
Claudio Giuliano CEO da Folks
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MERC A D O
NA PRÁTICA Fabrício Avini, CEO da Salux, empresa brasileira de softwares para o setor de Saúde e que possui a certificação Sbis-CFM, avalia que, atualmente, esse mercado de TI em Saúde pode ser dividido em duas partes: empresas que possuem sistemas certificados, rigorosamente testados e com segurança comprovada, e as organizações que não possuem, com sistemas sujeitos a falhas, ataques e fraudes, sem assinaturas digitais, por exemplo, que garantem a integridade das informações. “O processo de certificação é extremamente rigoroso. Ele impede que o desenvolvimento de sistemas vulneráveis comprometam a integridade das informações, melhorando a segurança dos pacientes. A exigência de certificação digital, criptografia de dados e controle de Log, por exemplo, são pontos fortes defendidos para a segurança de dados e exigidos pela certificação”, completa o executivo da Salux. Avini conta que, por ser um processo rigoroso, a Salux contou com a ajuda de uma consultoria para identificar e atualizar seu sistema de acordo com as exigências da certificação, além da assessoria de profissionais médicos para tratar sobre questões voltadas à segurança do paciente. “Nos preocupamos muito em tornar o sistema seguro em relação à tecnologia, mas também amigável e intuitivo para o profissional de saúde. Para isso, seguimos o raciocínio médico na hora de programar. Mesmo não sendo um dos requisitos exigidos, nos preocupamos em desenvolver um fluxo claro entre os processos administrativos e clínicos para simplificar a comunicação entre os dois setores.” Todo esse processo exigiu da Salux um investimento considerável. Além da adequação aos termos de compliance e aderência às exigências da Sbis, a empresa aproveitou o momento para transformar seu sistemas – antes com boa parte voltada à área administrativa - em um S-RES, que tornou a ferramenta em um dos sistemas de maior adesão por parte do corpo
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clínico entre seus clientes, por possuir uma interface mais amigável e priorizar aspectos voltados à segurança do paciente. Em constante atualização, a Salux vem realizando intercâmbios em busca de soluções e de tecnologias que possam melhorar o desempenho de seu sistema, conta Avini. “Todos os anos vamos à HIMSS para conhecer o que há de novo nesse mercado. Atualmente, temos em andamento um processo de certificação nível 6 da HIMSS em um de nossos hospitais parceiros.”
Fabrício Avini CEO da Salux
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MERC A D O
eHEALTH É TEMA
DO PRINCIPAL CONGRESSO DE TECNOLOGIA NA HOSPITALAR 2017 Hospitalar e HIMSS firmam acordo de colaboração para entregar conteúdo altamente qualificado para CIOs e profissionais de saúde
A
UBM Brazil e a HIMSS firmaram uma parceria inédita para a realização do summit HIMSS@Hospitalar, que ocorre durante a Hospitalar Feira+Fórum, no mês de maio, em São Paulo. Essa cooperação prevê o fornecimento de conteúdo especializado em tecnologias avançadas aplicadas ao setor de Saúde, tema que vem sendo cada vez mais discutido nas rotinas dos hospitais e prestadoras de serviços médicos, laboratoriais e de diagnóstico, assim como nas relações entre paciente e seus médicos, determinando mudanças significativas em toda a cadeia de serviços de saúde. Esse acordo de cooperação visa somar às iniciativas já existentes na feira. “Estamos sempre buscando ampliar as oportunidades de relacionamento e de negócios do setor de tecnologia com tomadores de decisão da Saúde. Prova disso foi o lançamento, no ano passado, do nosso Fórum Internacional Digital Healthcare”, destaca a diretora da Feira Hospitalar, Mônica Araújo. O eHealth é um dos setores nos quais a Hospitalar pretende continuar investindo. De acordo com a executiva, a tecnologia em saúde está mudando, e
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vai mudar ainda mais a relação do paciente com o médico, e deste com todo o setor, possibilitando melhorias na qualidade assistencial e redução de custos para os players da cadeia. O conteúdo e a expertise global do HIMSS vão atingir uma ampla audiência por meio da parceria com a Hospitalar, que trará para o Brasil e para a América Latina um programa de conteúdo exclusivo como o HIMSS ERAM (Electronic Medical Records Adoption Model), o
Treinamento em Liderança na Saúde e o Programa de Saúde Pessoal Conectada. “Os visitantes terão acesso a cases e tendências inovadoras no summit HIMSS@ Hospitalar”, acrescenta o vice-presidente executivo do HIMSS International, Jeremy Bonfini. A programação do fórum está dividida em oito verticais temáticas, agrupando uma série de vetores tecnológicos. Ao todo, serão mais de 60 conferências e oito debates realizados nos quatro dias da Feira Hospitalar:
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MERC A D O
• Innovation Solutions for Hospital Chain: o universo de soluções tecnológicas para Hospitais e demais players que gravitam em torno da cadeia hospitalar está cada vez mais dinâmico, inovador e integrado; • Venture Capital Supporting eHealth Revolution: poucas são as inovações emergentes em Digital Healthcare que não estão lastreadas por fundos de venture capital (VC), derivados de uma sólida cadeia que vai do Estado (fundos públicos), passando pelo setor bancário e entrando pela malha dos fundos privados de investimentos (angels, incubadoras, aceleradoras, private equity, gestoras de capital etc); • TeleHealth, MedDevices and mHealth: a remonetização está revolucionando as relações entre os
• Health Interoperability Challengers: o intercâmbio de informações clínicas é um dos grandes desafios do século XXI. A falta de interoperabilidade entre aplicações médicas ainda é uma das causas que geram mais problemas de eficiência e custeio nos sistemas de Saúde; • EHR – New Generation & Best Implementations: mesmo no Brasil, existe pouca dúvida sobre a importância dos registros eletrônicos de saúde para a efetividade e a sustentabilidade dos sistemas de Saúde (públicos e privados); • Pharma Demand-driven: a vertical de ePharma foi dividida em dois eixos de abordagem no congresso. O primeiro deles é: pharma demand-driven Systems, que objetiva expor os problemas e as soluções de eHealth para o gerenciamento da demanda dentro da cadeia de Saúde. Já o segundo, levanta o tema Drug Delivery, referindo-se aos tratamentos e procedimentos que permitem com que uma droga “seja liberada” dentro do corpo humano o mais próximo possível do local em que a enfermidade está concentrada.
O Programa do Digital Healthcare Forum 2017 envolve a exposição de cases, debates temáticos e a contextualização das tecnologias de Informação e comunicação em saúde (eHealth) dentro das oito verticais anunciadas. pacientes/consumidores e a cadeia de saúde. Poucas verticais crescem de maneira tão acelerada em Digital Healthcare quanto o segmento de TeleHealth, ampliando sobremaneira as formas, processos e modelos de atendimento remoto; • Consumerization of Healthcare: a vertical de consumerização continua a mostrar enorme expansão. O engajamento do paciente tem produzido grandes avanços tecnológicos, aumentando dia a dia as ofertas de produtos e serviços voltados ao seu autocuidado e bem-estar; • Healthcare Privacy & Security: com a crescente demanda por tecnologias voltadas à Saúde, cresce também a importânca da segurança dos dados e da proteção à privacidade dos pacientes;
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O summit HIMSS@Hospitalar contará com a participação de 35 painelistas internacionais que apresentarão um conteúdo alinhado com as melhores práticas, produtos e serviços de digital healthcare no mundo. Uma novidade apresentada nessa edição da feira será a transmissão, via streaming, de todo o conteúdo compartilhado, para que os mais de 90 mil visitantes esperados para essa edição da feira possam acompanhar as discussões. O Programa do Digital Healthcare Forum 2017 envolve a exposição de cases, debates temáticos e a contextualização das tecnologias de Informação e comunicação em saúde (eHealth) dentro das oito verticais anunciadas.
Convergence
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QUALIDADE NAS
LINHAS DE PROGRAMAÇÃO
Setor deve entender que ferramentas, como PEP, são muito mais do que um simples registro de informações do paciente
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os últimos anos, o setor de Saúde deu um salto significativo na utilização da Tecnologia da Informação em sua operação. A adoção de sistemas de gestão clínicos e administrativos influenciou positivamente não apenas as atividades dos hospitais, mas também a assistência oferecida, tornando processos mais eficientes e seguros para médicos e pacientes. Esse crescente movimento fez com que a indústria de TI em Saúde buscasse uma aproximação maior com as instituições para entender melhor suas demandas. Outro movimento por parte das desenvolvedoras foi buscar a certificação de seus sistemas, com o objetivo de melhorar processos internos e oferecer as melhores soluções ao corpo clínico. A Benner, indústria de softwares de gestão empresarial, presente no Brasil desde 1997, vem acompanhando essa movimentação e dando prioridade para questões como atualização de seus softwares e certificação de sistemas. “Tínhamos o entendimento de que somente o processo de certificação não bastava mais. Nos últimos anos, viemos investindo na reformulação de nossa ferramenta de PEP sobre conceitos modernos”, explica o diretor da área de Saúde da Benner, Ernani Almada. Sendo uma das primeiras empresas do País a participar do processo de certificação Sbis-CFM, a equipe da Benner vem trabalhando três conceitos em seu PEP. O primeiro deles é desenvolver cada vez mais funcionalidades para a plataforma, que é 100% web. O segundo conceito está em tornar a ferramenta totalmente touchscreen, já que o PEP pode ser acessado por meio de dispositivos móveis, como smartphones, tablets ou mesmo computadores que possuam essa tecnologia. Já o terceiro e último conceito está diretamente relacionado à cultura da empresa, que vem dedicando cada vez mais esforços para o desenvolvimento de ferramentas que atendam protocolos de procedimentos, oferecendo flexibilidade para a solução personalizada, de acordo com a demanda das instituições, como, por exemplo, um sistema de suporte à decisão clínica. “O PEP não é uma ferramenta somente para o registro de informações clínicas, mas também de suporte ao médico”, completa o executivo. Ainda de acordo com o Almada, o mercado de Saúde atingiu um nível de maturidade em TI em que não é possível imaginar um sistema de gestão hospitalar que não esteja focado em gestão clínica e, consequentemente, certificado. “O conceito do hospital digital já é uma realidade e, para isso, são necessários sistemas comprovadamente confiáveis.”
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Conhecido por ter um processo rigoroso de auditoria, a certificação da Sbis-CFM é considerada por muitas empresas da indústria de TI em Saúde como uma grande escola e um marco para a mudança cultural nas equipes de desenvolvimento, antes muito focadas em programação e que, após a certificação e todo seu processo, passam a ter uma visão 360º da solução, contemplando não apenas a utilização do sistema e seus códigos, mas também a segurança do paciente e as demandas dos profissionais clínicos. Almada explica que, durante três dias, toda a equipe de desenvolvimento da Benner ficou imersa no processo de certificação, fazendo com que a experiência adquirida fosse compartilhada com outras áreas da empresa, elevando os padrões de produção e os resultados das equipes. “Uma preocupação muito grande que temos na Benner é oferecer ao mercado soluções sólidas, com base técnica, e que contribuam com o setor. Em nossa equipe temos médicos e enfermeiros que
são grandes aliados para esse desenvolvimento. Esse processo da Sbis coroou toda essa dinâmica de trabalho que tem sido realizado para construir uma ferramenta que atenda aos mais rigorosos protocolos de segurança, seja da informação ou do paciente”, completa o executivo.
QUALIDADE SEMPRE
Independente do tipo de sistema ou funcionalidade, o executivo da Benner defende que é fundamental que as empresas do setor tenham em mente que o compromisso está diretamente relacionado com o paciente, seja no cuidado ou em formas de melhorar a atenção e prevenção.”Essa é uma das premissas que norteiam as equipes de desenvolvimento da Benner. Ter uma certificação hoje é praticamente obrigatório caso a empresa queira disputar o mercado. O que vai fazer o diferencial do mercado é o que essa empresa agregará à solução para melhorar a prestação de serviço à saúde”, finaliza Almada.
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MERC A D O
SEGURANÇA E EFICIÊNCIA
EM PROL DA SAÚDE
Focada em eficiência e segurança do paciente e do médico, Medicina Direta conquista certificação SBIS-CFM e amplia participação no mercado
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uando um hospital recebe uma certificação de qualidade, seja ela nacional ou internacional, significa que seus processos assistenciais são seguros e atendem a uma série de exigências que garantem ao paciente atendimento eficiente e de primeira linha. Da mesma maneira que o paciente está cada vez mais atento a essas certificações, as instituições de saúde, sejam elas hospitais, laboratórios, clínicas ou consultórios, também vêm exigindo de seus fornecedores selos e certificações de qualidade e segurança, principalmente na área de TI, o que é vital para a operação de grande parte dessas organizações. Atenta às exigências do mercado, a Medicina Direta – empresa brasileira que oferece infraestrutura digital, sistemas de informação e acesso mobile para clínicas e consultórios - iniciou em 2014 o processo de certificação SBIS-CFM da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (Sbis), e o concluiu, com sucesso, em julho de 2016. De acordo com o sócio-fundador da Medicina Direta, Tiago Delgado, a organização nasceu para atender a demanda de um nicho de mercado carente de tecnologia voltada à operação, que corresponde às clínicas e consultórios que não possuem leitos, mas precisam de uma infraestrutura de tecnologia confiável e segura como qualquer outra instituição de saúde. O processo de certificação do sistema levou cerca de dois anos para ser concluído. Para isso, foi alterada a estrutura de armazenamento de dados em nuvem e de servidores. “Alteramos também a ficha do paciente para que todos os campos dos formulários fossem compatíveis com os sistemas do SUS. A parte de atendimento clínico foi revista e os protocolos de atendimento foram adaptados de acordo com as exigências do CFM”, acrescenta o sócio-fundador, que também ressaltou que 90% do trabalho da equipe de desenvolvimento da Medicina Direta está voltado à segurança do paciente e do profissional de saúde, que são os pontos em que o CFM é mais rigoroso.
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Esse último ponto, segundo o executivo, gerou uma grande transformação no sistema e também na cultura da empresa, aumentando o foco da Medicina Direta na segurança do paciente e do profissional. “Ter um sistema certificado e que oferece possibilidade de assinatura digital gerou um pouco de receio porque este nível de tecnologia era somente disponível para grandes hospitais, mas ocorreu o contrário. Ao ver o sistema certificado, o engajamento do corpo clínico cresceu e a certificação digital fez com que a procura pelo sistema aumentasse”, acrescenta.
RECONHECIMENTO E EXPANSÃO Atualmente, a Medicina Direta conta com mais de 2 mil unidades de saúde, em sua carteira de clientes de todo o país. O executivo da empresa explica que o fomento do CFM junto aos profissionais de saúde e às resoluções do Ministério da Saúde, que exigem a implementação de prontuário eletrônico, foram dois grandes catalisadores para ampliar a presença da Medicina Direta no mercado.
MAIS BENEFÍCIOS Hoje, a interoperabilidade é considerada um dos maiores problemas do mercado de TI em Saúde. A Medicina Direta vem realizando investimentos consideráveis para que seus sistemas atendam aos protocolos de HL7. A versão 4.0 do PEP da Medicina Direta já atenderá essas diretrizes. “Ainda em 2017, esperamos que os médicos possam solicitar os exames e receber os resultados diretamente no prontuário do paciente, além de facilitar o intercâmbio de informações clínicas sem a necessidade de exportação de dados”, afirma Delgado, referindo-se a uma das melhorias realizadas na nova versão do sistema. O executivo conta também que todo o processo de certificação trouxe para a equipe da empresa uma nova forma de enxergar o sistema. “Antes da certificação focávamos mais em acessibilidade e facilidade de uso. A certificação adicionou uma camada em nossa ferramenta voltada à segurança do paciente e do profissional”, finaliza.
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TEND ÊN C I A
HELLO, DAVE... Considerada a nova fase da tecnologia, a Inteligência Artificial é a menina dos olhos para todos os setores e atrai cada vez mais investimentos. Mas como a Saúde vai lidar com mais essa “ferramenta”?
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hegará o dia em que homem e máquina trabalharão lado a lado, dividindo funções, opiniões e estratégias para determinar a forma de tratamento mais eficiente para curar um paciente. A evolução da Inteligência Artificial (AI) atingirá um patamar tão avançado que os contos de Isaac Asimov, em “Eu Robô”, ou o antagônico HAL 9000, computador de “2001- Uma Odisséia no Espaço”, de Arthur C. Clarke, não serão mais obras de ficção científica, mas sim uma realidade. Essa evolução não se trata de desenvolver sistemas capazes de amar ou qualquer outro sentimento, como as obras de ficção citadas relatam, mas sim AIs capazes de emitir, de maneira autônoma, opiniões e até mesmo planos de ação baseados em lógica e conhecimento científico. Deixando a ficção de lado, vemos hoje um grande movimento por parte da indústria de tecnologia no desenvolvimento de computação cognitiva, machine learning e deep learning. De acordo com um relatório divulgado em abril pelo IDC, consultoria especializada nos mercados de TI e Telecom, a despesa global com sistemas cognitivos e inteligência artificial atingirá a marca de US$ 12,5 bilhões em 2017, representando um aumento de 59,3% em relação ao valor investido no ano anterior. Ainda segundo o relatório, essas duas áreas continuarão recebendo investimentos corporativos em massa nos próximos anos, alcançando um crescimento anual médio de 54,4% até 2020, quando as receitas serão superiores a US$ 46 bilhões. Desse volume, os Estados Unidos lideram o ranking com US$ 9,7 bilhões do total investido nessas tecnologias em 2017.
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Para o diretor de pesquisas do IDC, David Schubmehl, as aplicações inteligentes baseadas em computação cognitiva, inteligência artificial e deep learning fazem parte da próxima onda de tecnologia que transformará a maneira como
que Ontário promova a inovação. É mais importante do que nunca que tomemos medidas para ficarmos na vanguarda quando se trata de Pesquisa, Desenvolvimento e comercialização em uma economia altamente competitiva, baseada no conhecimento”, explica Brad Duguid, Ministro do Crescimento e Desenvolvimento Econômico da região. No entanto, os investimentos nesse tipo de tecnologia não são novidade. A melhoria dos sistemas de inteligência artificial capazes de minerar dados ficou explícita em 2011, quando o famoso computador Watson, da IBM, venceu um grupo de pessoas em um jogo de perguntas livres ao ser capaz de ler meio bilhão de páginas de informações em três segundos. Diante desse cenário, com sistemas capazes de ler e interpretar centenas de milhares de informações em poucos segundos e cruzá-las,
“O setor de Saúde é tradicionalmente uma área que demora para adotar essas tecnologias, seja por um perfil conservador ou por questões regulatórias. Mas esse é um caminho sem volta” Vicente Goetten consumidores e empresas trabalham, aprendem e atuam no mercado e na sociedade. “Estas aplicações vêm sendo desenvolvidas e implementadas em plataformas de software cognitivos/AI que oferecem ferramentas e capacidades para fornecer previsões, recomendações e assistência inteligente por meio do uso de sistemas cognitivos, machine learning e inteligência artificial. É uma parte fundamental da infraestrutura de TI, e todas as empresas precisam entender e planejar a adoção e o uso dessas tecnologias em suas organizações.” Outro exemplo sobre como o mercado vem apostando nessa nova onda tecnológica foi o investimento de US$ 50 milhões no Vector Institute, realizado pela província de Ontário, no Canadá. O Vector Institute é um novo centro de pesquisa voltado para desenvolvimento e pesquisas na área de Inteligência Artificial com foco em aprendizagem de máquina, deep learning e tecnologias que utilizam softwares e algoritmos para simular os circuitos neurais do cérebro humano para calcular quantidades enormes de dados. O instituto espera receber também outros US$ 80 milhões de mais de 30 empresas dos setores de saúde, financeiro, seguros, varejo, telecomunicações, manufatura, tecnologia, transporte, mineração, construção e logística, que poderão se beneficiar das tecnologias que serão desenvolvidas. “O Vector Institute é um ótimo exemplo de como estamos firmando parcerias com o setor privado e instituições acadêmicas para garantir
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Vicente Goetten, TOTVS Labs
chegando em uma série de probabilidades profissionais de saúde, dependerão menos de sua experiência e do que se lembram a respeito de um determinado paciente. Em vez disso, terão diagnósticos automáticos produzidos a partir de informações coletadas por sensores, bases de dados com milhões de casos clínicos semelhantes, ampla disponibilidade de acesso por meio de nuvens computacionais e inteligência computacional proveniente do aprendizado de máquina. “Os grandes desafios desta perspectiva são a integração de múltiplos sistemas hospitalares
MACHINE LEARNING Para o diretor da TOTVS Labs, laboratório de inovação da empresa no Vale do Silício, Vicente Goetten, o aprimoramento de tecnologias como Machine Learning irá aumentar a capacidade dos profissionais em fazer saúde. Como exemplo, o executivo menciona a aprovação, feita pelo FDA em janeiro desse ano, da plataforma de imagem da Arterys. Essa plataforma é a primeira ferramenta baseada em machine learning a ser aprovada pelo órgão regulador norte-americano e auxiliará médicos a diagnosticar problemas cardíacos em pacientes. A ferramenta utiliza uma rede neural artificial e auto-didata que, até o momento, analisou e aprendeu sobre mil casos relacionados a problemas cardíacos. A primeira aprovação do FDA para um aplicativo de aprendizagem de máquina para ser usado em um ambiente clínico é um grande passo para a inteligência artificial e avanço nesta área para o setor de Saúde e a indústria como um todo. “Imagine ouvir os batimentos cardíacos de um paciente e que essa máquina já faça o diagnóstico. A intel comprou uma empresa, em 2016, que realiza exatamente esse tipo de procedimento. Acho que este é o primeiro benefício que podemos usar como exemplo: médicos e enfermeiros terão sua
“A responsabilidade da indústria é justamente honrar esse compromisso de confiança entre homem e máquina”, Daniel Hoe heterogêneos existentes, a necessidade de adequação de protocolos médicos já consolidados e a padronização dos dados clínicos para um formato estruturado. Tudo isso exigirá reuniões, negociações, definições de padrões etc. Com certeza não será fácil, mas as vantagens são tantas que a opção parece irresistível”, garante o professor Osvaldo Novais Júnior, da Universidade de São Paulo (USP).
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capacidade de análise aumentada e com diagnósticos mais precisos”, acrescenta Goetten. O uso da tecnologia em nuvem e Big Data também são aliados para alavancar o desenvolvimento dessa tecnologia, uma vez que, quanto mais dados houver disponíveis para análise, melhor. Segundo o executivo da TOTVS Labs, as pessoas estão cada vez mais se monitorando por meio de wearable devices, o que é considerada mais uma fonte de dados, e o desafio agora é organizar essas informações. “O setor de Saúde é tradicionalmente uma área que demora para adotar essas tecnologias, seja por um perfil conservador ou por questões regulatórias. Mas esse é um caminho sem volta. A AI transformará todos os setores da economia, principalmente a Saúde, não teremos nenhuma aplicação no futuro que não utilize esse tipo de tecnologia”, avalia Goetten. Um grande volume de dados organizados aliado a informações genéticas, por exemplo, poderá tornar tratamentos mais eficientes e impulsionar a medicina personalizada, melhorando a eficiência terapêutica, reduzindo custos, tempo de internação e até realizando análises preditivas de epidemias. O grande desafio relacionado ao grande volume de dados disponibilizado está em como as organizações preservarão as informações do paciente, efetuarão a segurança e manterão o sigilo. Para o diretor de Marketing da Salesforce para a América Latina, Daniel Hoe, a utilização dessa tecnologia é uma das bases para o avanço da AI e o machine leraning pode seguir por diversos caminhos dentro do setor de Saúde. “Um dos caminhos, talvez o mais crítico, é o machine learning auxiliando no laudo de doenças, como oncologia, por exemplo, no reconhecimento de imagens”. Já um segundo caminho apontado pelo executivo da Salesforce, e que vai além das intervenções terapêuticas e diagnósticos, é o relacionamento, utilizando essa tecnologia para auxiliar o atendimento do paciente. “Hoje, o relacionamento com o cliente é um dos grandes diferenciais para o negócio das empresas, como fazem AirBnB e Amazon, oferecendo uma experiência excepcional no atendimento ao cliente, por exemplo”, ressalta Hoe. As empresas de Saúde já sabem que terão de usar esse tipo de tecnologia para oferecer um me-
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lhor suporte ao cliente-paciente, utilizando informações básicas de cadastro, como alergias. Sobre o risco da singularidade tornar-se um problema real, o executivo da Salesforce diz que seria muito “interessante” poder trabalhar com inteligências artificiais como os icônicos C3PO e R2D2, de “Guerra nas Estrelas” ou até mesmo o T800, de “O Exterminador do Futuro” ou HAL 9000. Mencionando a primeira Lei da Robótica, criada pelo escritor russo, Isaac Asimov, “um robô não pode ferir um humano ou permitir que um humano sofra algum mal.” “É importante levarmos em consideração que a tecnologia é uma assistente da humanidade. Nossa visão é da tecnologia como aliada do ser humano e não uma substituta. Acreditamos que a base do sucesso dessa tecnologia será a confiança nesses sistemas. A responsabilidade da indústria é justamente honrar esse compromisso de confiança entre homem e máquina”, conclui Hoe.
Daniel Hoe, Salesforce
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TECNOLOGIA PARA
DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO DA SAÚDE
Fazendo da tecnologia e do P&D seus aliados, governo holandês atinge excelência e supera desafios em seu sistema de Saúde
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m 2016, a Holanda foi eleita pela sexta vez o país com o melhor sistema de Saúde da Europa, de acordo com o Euro Health Consumer Index, que elaborou um ranking sobre os sistemas de Saúde de 35 países no continente. Segundo o levantamento, alguns dos indicadores nos quais a Holanda se destacou foram direitos dos pacientes e acesso à informação, acesso ao cuidado, pacote básico de seguradoras, listas de espera, resultados e prevenção. O sistema de Saúde holandês garante acesso à saúde para toda a população ancorado no principio da solidariedade por meio dos seguros médicos. No entanto, essa realidade era muito diferente há 11 anos, quando o sistema de Saúde passou por uma grande reformulação. De acordo com o cônsul de Inovação, Tecnologia & Ciência da Holanda para o Brasil, Nico Schiettekatte, o atual sistema de Saúde é designado como um sistema de competição gerenciada. “É uma mistura de incentivos do mercado com garantias públicas. Isso significa que os clientes têm o poder de escolher a cada ano outra seguradora de saúde. Eles também são livres para escolher qualquer fornecedor de saúde, desde que esse fornecedor tenha um contrato com a empresa de seguro.” Ainda de acordo com o cônsul, as seguradoras são incentivadas a competir e obter mais clientes. Elas podem fazer isso negociando preços menores e maior qualidade por parte de seus fornecedores, que são responsáveis pelo desempenho dos serviços contratados pelas empresas de seguros. Eles também podem perder seus contratos se não oferecerem os cuidados com uma boa qualidade e preço baixo. Dentro desse sistema, o papel do governo é ser responsável pelas políticas de prevenção e atuar como regulador para acessibilidade, qualidade e supervisão do mercado de Saúde e o conteúdo do pacote básico, considerado relativamente amplo no país europeu.
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TECNOLOGIA COMO PAPEL TRANSFORMADOR Considerados um dos principais alicerces para o desenvolvimento da saúde, as áreas de ensino e pesquisa desempenharam um papel fundamental para as mudanças que levaram o sistema ao topo do ranking da Euro Health Consumer Index. Para conseguir a mudança de paradigma e a transformação almejadas pelo governo, a tecnologia também teve um papel. Um dos instrumentos desenvolvidos para isso foram os chamados “Health Deals”, ou Acordos de Saúde. “São parcerias público-privadas (PPs) para estimular inovações de tecnologia médica. O objetivo é renovar certos aspectos do setor de Saúde para que continue economicamente sustentável e para estimular empregos no setor”, completa Schiettekatte. Essa abordagem, trabalhada há anos pelo governo, já está no DNA do sistema. Acordos para
de Saúde. Dois outros aspectos importantes são a medicina personalizada e a pesquisa translacional, para que a inovação chegue do laboratório ao paciente em menor tempo. “Na Holanda, acreditamos que a inovação tecnológica médica é indispensável para manter a saúde acessível para todos e para obter uma economia de custos.” Além disso, não é por acaso que a Holanda é considerada o terceiro maior exportador mundial de produtos de tecnologia médico-hospitalar. “Mas também investimos muito em soluções técnicas de menor complexidade. Tanto a tecnologia de alta quanto a de baixa complexidade podem melhorar a qualidade de vida e assegurar o mesmo impacto”, afirma Schiettekatte. Para estimular que o e-Health comece a fazer, cada vez mais, parte da realidade dos holandeses, o Ministério de Saúde, Bem-Estar e Esporte estabeleceu metas em 2014 para serem cumpridas em um período de cinco anos. Essas metas têm como alvo principal a população idosa e pacientes com doenças crônicas home care. No final de 2015, por exemplo, cerca de 45% dos idosos vulneráveis e pacientes com doenças crônicas faziam suas próprias medições (peso, pressão e glicemia). A meta do Ministério é atingir 75% dessa população até 2019. Para estimular e promover o desenvolvimento do e-Health, o Ministério de Saúde, Bem-Estar e Esporte da Holanda, junto com organizações relacionadas, por exemplo, a idosos, organizou no fim de janeiro dese ano o e-Health Week 2017. A proposta da ação foi compartilhar e mostrar exemplos de e-health no país inteiro para que empreendedores, pesquisadores e cidadãos comuns pudessem interagir com produtos de e-health com a finalidade de gerar mais conhecimento sobre o tema, além de workshops que ensinassem como administrar e analisar dados médicos por meio de aplicativos. Outra ação ocorrida durante a Health Week 2017 foi a oferta de atendimentos por teleconferência sobre saúde primária, promovida por Centros Médicos Universitários.
“Na Holanda, acreditamos que a inovação tecnológica médica é indispensável para manter a saúde acessível para todos e para obter uma economia de custos”, Nico Schiettekatte desenvolver novas tecnologias e conter o orçamento envolvem todos os stakeholders da Saúde como, associações de hospitais, especialistas médicos, clínicos gerais, seguradoras, organizações de pacientes, fornecedores de cuidados de longo prazo, fornecedores de cuidados com a saúde mental e, claro, o próprio governo, todos trabalhando sob uma perspectiva compartilhada. Considerados um dos principais alicerces para o desenvolvimento da Saúde, as áreas de ensino e pesquisa desempenharam um papel fundamental para as mudanças que levaram o sistema ao topo do ranking da Euro Health Consumer Index. O foco da Holanda não está somente voltado para tecnologia de ponta, como impressões 3D de órgãos ou nanotecnologia, mas também em tecnologias de menor complexidade, como e-health, sensores e aplicativos, que contribuem com a qualidade de vida e a eficiência do setor
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OS DESAFIOS DO SISTEMA Embora a Holanda ocupe o topo do ranking dos melhores sistemas de Saúde da Europa, ela ainda encara os mesmos desafios da maioria dos países no mundo: o crescimento do número de doenças crônicas e o envelhecimento populacional em ritmo acelerado. Além disso, os próprios pacientes estão cada vez mais exigentes devido ao acesso à informações de saúde, o que é considerado positivo. Mas o maior desafio - e velho conhecido de sistemas de saúde como o SUS, por exemplo - é como oferecer serviços de saúde de alta qualidade para todos por um preço justo. Estes desafios foram também o motivo pelo qual o governo holandês, há dois anos, desenvolveu o “Programa Nacional de Prevenção”, que permeia diversos ministérios e foca em leis e regras, programas que estimulam políticas de saúde e promovem movimentos sociais, exercícios físicos etc. “Um bom exemplo desta última parte é o programa “Tudo é Saúde”. Este programa promove a conscientização das pessoas em todo lugar, e a todo momento. Elas têm que pensar na saúde quando estão, no trabalho, na escola, em casa e no próprio bairro. Por isso, a saúde é abordada cada vez mais em termos de funcionamento e participação na sociedade e não só no sentido somático ou psicológico”, acrescenta o cônsul.
Este consórcio, fomentado pelo governo, inicia e estimula parcerias público-privadas (PPPs) multidisciplinares para gerar inovação. Em 2015 várias organizações se comprometeram a investir € 556 milhões em PPPs na Saúde para os anos de 2016 e 2017. Os fundos de saúde, que são de responsabilidade do Ministério de Saúde, Bem-Estar e Esporte, pretendem investir € 80 milhões em 2017 especificamente nessas PPPs, valor superior aos investimentos das empresas, institutos de pesquisa, fundações e demais atores individualmente.
INCENTIVANDO A PESQUISA E A INOVAÇÃO Em 2011, o governo holandês apontou nove setores de maior relevância para a economia e a sociedade, batizados como “Topsectors”, entre os quais estão as Ciências da Vida e a Saúde. Em cada Topsector, governo, iniciativa privada, universidades, institutos de pesquisa e terceiro setor trabalham juntos em pesquisa e desenvolvimento para desenvolver inovações e colocá-las no mercado, beneficiando também o setor internacionalmente.
Nico Schiettekatte, cônsul de Inovação, Tecnologia & Ciência da Holanda para o Brasil
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Além dos Topsectors, outra inciativa para estimular tecnologia é a Organização Holandesa para Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde (ZonMw). Esta organização financia pesquisas em saúde e estimula o uso do conhecimento produzido. Os dois financiadores da organização são o Ministério de Saúde, Bem-Estar e Esporte e a Organização Holandesa para Pesquisa Científica (NWO). “Por exemplo, a ZonMW investiu € 89 milhões em um programa nacional de cuidado com os
idosos. Esta mesma organização foi também fundamental na criação da Iniciativa Holandesa de Dispositivos Médicos Inovadores (IMDI.nl), que pretende contribuir com a saúde nacional, economia e ciência. Eles trabalham junto com diversos parceiros no desenvolvimento de novos dispositivos médicos. Seu orçamento é de € 14,4 milhões. E, existem vários outros exemplos de apoio e investimento na área da Saúde”, explica Schiettekatte.
TECNOLOGIA, ENSINO E PESQUISA AO LONGO DA HISTÓRIA O ensino e a pesquisa são a base de muitos avanços na área de Saúde na Holanda. Este conceito está gravado no DNA holandês, e pode ser notado ao longo da história como, por exemplo, na famosa obra de Rembrandt, “Lição de Anatomia do Doutor Nicolaes Tulp”, de 1632, na qual o pintor ilustra bem este vínculo histórico que a Holanda possui com a Saúde. Além dos relatos por meio de obras de arte, a academia holandesa também coleciona conquistas por meio de grandes personalidaes, como Antonie van Leeuwenhoek, inventor do microscópio, Herman Boerhaave, considerado o fundador do ensino clínico e do hospital acadêmico moderno, Van ‘t Hoff (Nobel em 1901), Willem Enthoven (Nobel em 1924), Christiaan Eijkman (Nobel em 1929) e Willem Kolff, inventor do aparelho de hemodiálise. Um exemplo mais recente que pode ser dado é o Prof. Dr. Ben Feringa, da Universidade de Groningen que, em 2016, foi contemplado com o prêmio Nobel de Química ao produzir máquinas moleculares, consideradas o fundamento para a criação de nano-robôs que possam ser usados para detectar células defeituosas em pessoas.
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Giuler Alberto, Moisés Nogueira de Faria e Marcos Madureira da Medware
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QUEM GARANTE QUE EU DIGITEI ESSE PRONTUÁRIO? Como proteger legalmente meus prontuários? Se as informações digitadas no histórico do paciente forem alteradas erroneamente após um atendimento, como saber o que constava antes da alteração? Quem garante que fui eu quem digitou essa ficha? Como posso enviar um prontuário pela internet e garantir o sigilo e a autenticidade? Foi com essas inquietações que a Medware, empresa especializada em desenvolvimento de software de gestão, laudo e prontuário, teve que conviver durantes anos. Sistemas de prontuários existem às centenas, mas voltados para a segurança da informação, nem tantos. Homologados e certificados, alguns poucos. A Medware sempre procurou evoluir o seu produto para proporcionar o máximo de confiança, além de poder ter respostas às indagações dos seus clientes. Após uma longa pesquisa, encontrou na homologação da Sbis/CFM uma proposta completa para trazer mais segurança ao seu sistema. “A certificação Sbis/CFM continha os requisitos de segurança que estávamos procurando e muitos outros que ainda não tínhamos pensado”, disse Giuler Alberto Cruz Silva, CFO da Medware. O manual de ensaio da homologação contém dezenas de itens para monitorar a segurança do dia a dia clínico. Não bastava codificar os dados, era necessário utilizar uma chave de segurança reconhecida nacionalmente para que os profissionais de saúde pudessem assinar, no próprio computador, a anamnese, e garantir a sua legalidade, eliminando a necessidade de impressão. “Uma grande quantidade de clínicas usa prontuários eletrônicos, mas a maioria não contém uma assinatura digital validando quem realmente escreveu aquelas informações. Caso tenha algum problema, o profissional irá imprimir e assinar, mas nada garantirá a originalidade das informações”, disse Moisés No-
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gueira de Faria, CEO da Medware. Com o certificado digital, o médico assina digitalmente e armazena suas fichas em sua base de dados. Quando acessar o prontuário novamente, a assinatura comprovará que ele contém a informação original digitada no dia do atendimento. Parece pouco, mas esse processo pode eliminar vários pequenos problemas do dia a dia, desde o “será que mexeram no prontuário do João?”, até “preciso complementar a ficha do José com essa informação, mas como fazer isso e ainda manter o original salvo?”. Também evita-se ser surpreendido pelo paciente na recepção desejando ter as informações do seu prontuário e o médico estar ausente para assiná-lo. As piores situações são as que terminam no tribunal. Uma vez que o documento esteja assinado digitalmente, todas as edições realizadas serão guardadas em novas versões do mesmo atendimento, sendo possível rever cada alteração, com a preservação do texto original, ao mesmo tempo que acontece o registro das correções. Maior segurança para o médico, menos problemas para a empresa. Foi um desafio para a equipe de desenvolvimento se adequar aos requisitos e cumpri-los corretamente. Apesar de o certificado contemplar as necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS), os públicos-alvo da Medware são clínicas e consultórios de pequeno e médio porte. Foi necessário, então, viabilizar o sistema para que não ficasse carregado de informações, nem que ele fosse excessivo ou desnecessariamente complexo. Após um ano em desenvolvimento e centenas de testes, finalmente o sistema foi homologado, permitindo à Medware uma mudança de paradigmas. Agora, é possível afirmar com todas as letras: “nós sabemos quem digitou esse prontuário, podemos garantir que não foi nenhuma outra pessoa a não ser o médico”.
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7 TENDÊNCIAS DE SAÚDE NO BRASIL PARA 2017 B oa parte das tendências globais para a Saúde em 2017 envolve avanços tecnológicos. Uma reportagem do The Wall Street Journal, por exemplo, aponta que “talvez o maior mercado a seguir na indústria de Saúde seja a tecnologia”, graças ao número baixo de profissionais de Saúde e o alto índice de envelhecimento da população. Nesse caso, continua o texto, a telemedicina é vista como centro da transformação, que poderá ser adotada em três frentes: em qualquer lugar, no consultório do médico e no hospital. No primeiro caso, temos dispositivos, sejam wearable devices ou não, que ajudam no monitoramento, especialmente de pacientes crônicos. Entre os exemplos estão tênis, termômetros, relógios e balanças, todos inteligentes. Nesse ponto, o paciente entra como peça central no fornecimento de informações sobre seu estado clínico e permite o tão falado cuidado remoto, com destaque para casos de emergência. Já no segundo ponto, quando abordamos o consultório médico, as tecnologias visam o conforto do usuário. Como resultado, dispositivos de diagnóstico precoce, de monitoramento em tempo real e registros eletrônicos de saúde - itens que, antes inacessíveis para os pequenos consultórios - estão disponíveis a custos acessíveis a esse público. Por fim, no terceiro âmbito, o hospital foca em eficiência de custo e precisão/performance, com ajuda de tecnologias que facilitem a gestão e o atendimento ao paciente. Obviamente, a reportagem traça perspectivas para o mercado norte-americano. Quando o Brasil é analisado, com suas especificidades e momento de adoção tecnológica, chego às seguintes conclusões:
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Saúde Pública: Quando avaliada a Saúde Pública, impossível não falar da PEC 241, ou PEC 55, nomenclatura recebida agora que foi para o Senado. O mercado fala sobre perspectiva de redução de investimentos públicos, mas o fato é que a forma como esses recursos são investidos é que deve ser revista. Pode soar parcial, mas é um fato: o setor passa por uma evolução tecnológica
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e muitos dos gargalos financeiros e de tempo poderiam ser facilmente resolvidos com automação. Além disso, a análise dos dados permitiria melhor geração de insights e otimização de recursos.
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Hospitais: Essa melhoria de eficiência não é demandada somente por entidades públicas, encurraladas pela PEC. Hospitais, em geral, precisam mudar sua rentabilidade. Não há mais lugar para ineficiência. Na verdade, nunca teve, mas viemos num processo de endividamento permitido graças ao aumento de clientes ocasionados pelo aquecimento da economia. Contudo, na primeira chuva, as coisas mudaram. Como reflexo do desemprego - entre agosto e outubro, a população desocupada somou 12 milhões de pessoas, um aumento de 3,8% sobre o trimestre de abril a junho de 2016 e de 33,9% frente ao mesmo trimestre de 2015 -, em torno de 1,5 milhão de pessoas perderam seus planos de saúde. Os hospitais foram impactados quase que instantaneamente.
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Medicina Diagnóstica: o mercado está no momento de investir para qualificar e integrar tecnologias. Sistemas de Comunicação e Arquivamento de Imagens (Picture Archiving and Communication System, PACS) são apenas o primeiro passo do processo de eletronização das informações sobre os usuários. Operadoras: operadoras caminham para ter maior relação com o paciente e não serem consideradas como meras pagadoras de procedimentos. A ideia é fornecer relatórios de atendimento e, até, de medicina preditiva, com base nos resultados dos últimos exames. O mercado se prepara para ajudar nesse objetivo com soluções cada vez mais simplificadas, no estilo “plug and play”. Esse movimento começa a tomar força e, embora não deva haver uma adoção massiva dessas abordagens mais consultivas pelas operadoras, já deve começar um movimento de evolução na relação com o paciente. Big Data/Analytics: fala-se muito sobre o movi-
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mento de análise de grandes dados no setor, mas, antes disso, é preciso uma outra evolução: o registro e a informatização das informações. Hoje, os dados gerados pela área clínica estão, praticamente, totalmente desestruturados; acredito que cerca de cem hospitais, no Brasil, tenham hoje um Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), por exemplo. O PEP ainda é uma pauta que deve ser trabalhada no país, antes de adoção mais ampla de tecnologias que permitam a evolução para o estado-da-arte de Big Data/Analytics. Cloud computing: vejo também uma maior adoção de projetos baseados em cloud computing pelas empresas de Saúde. Antes havia temores sobre a garantia da integridade e segurança dos dados, mas, hoje, com o conceito tendo sido testado e aprovado por outros setores da economia, a adesão já se fortalece. A ausência de investimento inicial e o custo reduzido de manutenção de tecnologias baseadas em nuvem, associadas ao custo cada vez menor dos links de internet, estimulam
Paulo Magnus, presidente da MV
a digitalização de hospitais e outras entidades do setor, promovendo uma maturidade de TI mais adequada às necessidades atuais.
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Empoderamento do paciente: as pessoas estão chegando ao centro das estratégias de Saúde. Com cada vez mais acesso às informações e com a tecnologia permitindo não só a geração dos dados individuais, mas, também, o armazenamento dessas informações. O paciente ganha maior poder de barganha e sente, diretamente, a diferença entre as redes: aquelas de atendimento rápido e que dispensam retrabalho de cessão de informações, graças à saúde digital; e outras com processos mais morosos e menos personalizados do modelo convencional analógico. Todas essas tendências representam uma era sem volta para a Saúde. É só ver o que acontece, em massa, fora do Brasil, e o que já começa a se formar por aqui, com alguns casos ainda isolados. São tempos de mudança.
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SEPSE VS.
TECNOLOGIA
Com apoio da área de TI, Hospital Sepaco desenvolve protocolos de segurança e reduz índices de sepse na UTI
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sepse é considerada a doença que mais mata dentro das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em todo o mundo, superando o câncer e o infarto agudo do miocárdio. No Brasil, estima-se que a taxa de mortalidade em decorrência dessa patologia chegue a 65% dentro das UTIs, enquanto a média global varia entre 30% e 40%. Esses números vêm aumentando consideravelmente, e o impacto não se resume somente à qualidade assistencial ou à segurança do paciente, mas também inclui os custos de operação dessas unidades. De acordo com levantamento realizado pelo Instituto Latino-Americano para Estudos de Sepse (ILAS) de 2015 - “Sepse, um Problema de Saúde Pública”-, a projeção destes números sugere que pacientes com infecção generalizada sejam responsáveis por cerca de 40% do custo total das UTIs. Ainda segundo o estudo, estima-se que todos os anos cerca de 600 mil novos casos da doença ocorram no sistema de saúde brasileiro, ocasionando cerca de 250 mil mortes. No Brasil, o gasto dos hospitais com cuidados a esses pacientes foi de US$10.595, com um custo diário médio de US$1.028. No mundo, estima-se que os valores com esses pacientes atinjam a marca de US$1,3 trilhão todos os anos.
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Diante desse desafio, o coordenador da UTI adulta do Hospital Sepaco, na capital paulista, Eduardo Pacheco, decidiu trazer a TI para o seu lado com o objetivo de reduzir os índices de sepse e melhorar a eficiência assistencial na Unidade de Terapia Intensiva da instituição. O case foi apresentado durante a primeira edição do Connected Hospital, promovido pela South America Health Exhibition (SAHE), em março deste ano, em São Paulo. Pacheco conta que foram criadas aplicações dentro dos sistemas de informação do hospital que alertavam as equipes do corpo clínico para possíveis alterações no quadro do paciente ao ser monitorado, indicando possível quadro de sepse. “Outra medida foi a implantação de uma mensagem dentro dos sistemas de gestão clínica alertando médicos e enfermeiros quando há um quadro de sepse. Essa notificação é enviada aos responsáveis pela assistência para o protocolo de sepse.” Além das aplicações desenvolvidas internamente pela equipe de TI, um roteiro de tratamento implementado também auxiliou as equipes a proporcionar um melhor atendimento ao paciente. Outro protocolo atribuído ao Tasy, sistema utilizado pela entidade e desenvolvido pela Philips, foi uma “prescrição/protocolo” que recebe um fluxo totalmente diferenciado, priorizando o paciente com sepse para a realização de exames e procedimentos. Na área da farmácia, foi desenvolvida uma tela específica para o protocolo para que o setor saiba que um determinado tipo de antibiótico pode ser dispensado com urgência para o tratamento. “Mesmo com essas aplicações rodando no sistema, nada disso seria eficaz se as pessoas não fossem adequadamente gerenciadas e qualificadas para lidar com o protocolo. Para isso, a TI desenvolveu mais uma aplicação que, dessa vez, gera relatórios de desempenho clínico dos pacientes, oferecendo uma melhor gestão clínica”, conta o coordenador. No primeiro mês de implementação, em 2013, o hospital registrou 13 casos de sepse. Um ano de-
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pois, esse número subiu para 150 fichas de sepse, mostrando o engajamento da equipe em registrar os casos e mapear as melhores estratégias para o combate da infecção. “Após a implementação dos protocolos e aplicações ao sistema, os programas de educação e o monitoramento adequado para o número de fichas que deveriam ser abertas e não foram começaram a cair significativamente, chegando para uma média de uma ficha por mês”, acrescenta Pacheco. O auxílio estratégico da TI na gestão de sepse impactou significativamente o desempenho do Sepaco, melhorando a taxa de mortalidade (que caiu para 20%) e o desfecho dos pacientes. “Nossa meta é de atingir a casa dos 15%, número já alcançado por alguns países europeus, pela Austrália e pela Nova Zelândia, pois é possível chegar a esse número”, conclui o coordenador.
Eduardo Pacheco coordenador da UTI adulta do Hospital Sepaco
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A RT I G O
Renato M.E. Sabbatini, PhD - Instituto Edumed e Instituto HL7 Brasil
AGREGANDO INTELIGÊNCIA AO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO PACIENTE O
Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) é um sistema de informações em saúde que tem sido cada vez mais utilizado devido às inúmeras vantagens que oferece ao paciente, aos profissionais e às instituições de saúde. Entretanto, há alguns problemas: a maioria dos PEPs é apenas um sistema passivo e burocrático de registro de informações (“escreve-e-lê”), que contribui pouco ao processo médico de diagnóstico, conduta e acompanhamento, pois muitas vezes o seu foco é mais administrativo e financeiro do que clínico. Os médicos e enfermeiros se queixam, com razão, que a utilização do PEP apresenta uma usabilidade deficiente, muito complexa e demorada, que impacta negativamente a produtividade do profissional no seu dia a dia, e que desvia a sua atenção ao paciente. A consequência principal? A implantação e o uso do PEP, na maioria das vezes, encontra uma alta rejeição por parte dos profissionais clínicos. No entanto, a situação pode ser corrigida e a adoção grandemente aumentada se as empresas desenvolvedoras passarem a incorporar várias funcionalidades e conteúdos de apoio à prática clínica que levem a um PEP mais poderoso e mais inteligente, e que realmente ajude o clínico. Elas podem ser, por exemplo, funcionalidades e ferramentas que tornem o PEP mais ágil e produtivo e que ajudem nas decisões; que proporcionem o acesso imediato, durante a atenção ao paciente, a conteúdos de informação científica e clínica úteis, bem como a utilização mais extensa de padrões de usabilidade e ergonomia que simplifiquem seu uso e escondam a complexidade. Essas novas funcionalidades, denominadas coletivamente de SADC (Sistemas de Apoio à Decisão Clínica), devem ser integradas aos diversos módulos do PEP, para uso no ponto de assistência, para que o profissional as utilize sem ter que deixá-lo e ser obrigado a mudar para outro software. Uma das áreas de agregação de inteligência aos PEPs, que se tem destacado como uma inovação importante nesse aspecto, e é muito apreciada pelos médicos e outros profissionais, é o acesso a informações científicas e clínicas a partir do próprio prontuário. Como funciona?
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Muitas vezes, o profissional clínico tem dúvidas a respeito de alguma informação que precisa registrar, como o preparo necessário para um determinado exame, um medicamento ou procedimento novo ou pouco frequente, um resumo de artigo científico, capítulo de livro ou uma diretriz ou consenso médico que embase uma decisão, um atlas de referências de imagens de radiologia ou patologia, protocolos de diagnóstico e conduta, e muito mais. A média mundial é de quatro perguntas por consulta ou visita hospitalar, sendo que, por deficiência dos PEPs, a maioria fica sem resposta imediatamente, ou há uma demora e ineficiência se o profissional tiver que sair do PEP e usar outro programa de busca, Assim, seria muito útil se o PEP pudesse incorporar o que chamamos de “acesso à informação dependente do contexto”. Ele pode ter “links” para essas informações adicionais, que são chamados de “InfoButtons” (botões de informação). Por exemplo, o nome de um medicamento receitado para o paciente é grifado em azul, e ao clicar nele, o médico tem acesso imediatamente a um resumo contendo a bula do medicamento, indicações, efeitos adversos, precauções especiais, interações com outros medicamentos, e alguns artigos científicos ou páginas de informação constantes de um banco de conhecimentos confiável e de alta qualidade; os quais, por sua vez, também são linkados ao texto completo on-line. Atualmente existem vários provedores de informação pesquisáveis diretamente pelos InfoButtons, como, por exemplo, o Elsevier Clinical Key, o PubMed (para pesquisa bibliográfica de artigos científicos), e vários outros. Diversas pesquisas demonstraram a enorme utilidade dos InfoButtons no PEP: os médicos obtiveram resposta para 85% das perguntas, levando a uma melhora da decisão ou aprendizado em mais de 62% dos acessos, e em apenas 35 segundos, em média. A implementação dos InfoButtons em qualquer PEP é muito simples, e bastante facilitada pela existência de um padrão de interoperabilidade, desenvolvido pela Health Level Seven (HL&), a maior entidade desenvolvedora de padrões do mundo. O HL7 Brasil já está trazendo e ensinando as empresas desenvolvedoras e usuários a utilizarem esse padrão.
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