HealthARQ 12ª Edição

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CARTA AO LEITOR

Fora do eixo Caro leitor, Apesar da grande infraestrutura e das constantes expansões e adequações que instituições de renome, localizadas em capitais brasileiras, têm feito, já é possível voltar à atenção para hospitais localizados no interior do País. Em busca de destaque no setor da Saúde, e de melhor atendimento à população regional, centros de saúde têm investido em alta tecnologia, humanização e sustentabilidade. A matéria de capa da 12ª edição da revista HealthARQ exemplifica esta tendência. O Genoveva Complexo Hospitalar passa a ser um dos mais modernos e seguros hospitais do interior do País após as obras de expansão que tiveram fim em maio deste ano. Foi construída uma nova torre de cinco andares e feitas adequações na edificação já existente. O investimento de R$ 12 milhões permitiu ao hospital, inclusive, a criação de uma sala híbrida. Apesar das obras realizadas nas instituições serem para, futuramente, melhor atender aos pacientes, o processo costuma gerar algumas alterações no dia a dia da instituição. Em busca de reduzir ao mínimo esses transtornos, as empresas de construção civil que atuam no setor da saúde têm buscado, cada vez mais, artifícios que permitam a execução das obras com pouca ou nenhuma interferência ao funcionamento do hospital. As reformas realizadas no GRAACC (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer) conseguiram este objetivo. As reformas do pavimento térreo acontecerem de modo que não atrapalhasse suas atividades. Enquanto alguns prédios passam por reforma, outros são construídos para ampliar a gama de atendimento. O Grupo Fleury acaba de inaugurar uma nova unidade em São Paulo. A clínica é a segunda a incorporar o novo conceito da marca que se traduz na humanização dos espaços para os clientes, de forma acolhedora, moderna e “clean”. Um grande complexo hospitalar também teve sua primeira fase entregue no Estado do Amazonas, neste pri-

meiro semestre, e com selo verde. O Hospital e Pronto-Socorro Delphina Rinaldi Abdel Aziz abriu as portas do novo pronto-socorro da Região Norte da cidade de Manaus com capacidade para realizar 1,4 mil atendimentos/ dia. O selo verde, ou reconhecimento LEED, tem se tornado cada vez mais comum nas construções. A sustentabilidade está em voga e vem ganhando cada vez mais espaço. A Rede D’Or trabalha constantemente com essa preocupação, aplicando seus conceitos inclusive nos detalhes, como projetos e sistemas de ar condicionado. A 12ª edição da revista HealthARQ traz ainda uma entrevista com o designer italiano Alex Terzariol para falar sobre a importância do design dentro das instituições de saúde e as diferenças entre as técnicas aplicadas no Brasil e na Europa. Por fim, não poderíamos deixa de homenagear o consagrado arquiteto Lelé Figueiras, que nos deixou no mês de maio. Uma reportagem mostra a história e as obras deste nome que deixou enorme legado aos profissionais que atuam no setor da Saúde. Que todos tenham uma excelente leitura!

Edmilson Jr. Caparelli Publisher



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CAPA

Investimento em qualidade O Santa Genoveva Complexo Hospitalar passou por uma notável expansão e inaugurou, recentemente, uma torre de cinco andares e as adequações do prédio atual. Buscando tornar-se referência no setor da Sáude, a instituição, que despendeu o investimento de R$ 12 milhões, apostou também em tecnologia, com a criação de uma Sala Inteligente e uma Sala Híbrida

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Detalhe Os pisos vinílicos são opção prática, bonita, versátil e ecologicamente correta para o acabamento em instituições de saúde

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Sustentabilidade Hospital Nossa Senhora de Lourdes, em São Paulo, passou por readequações. A obra visou uma futura certificação LEED das edificações implantando medidas de sustentabilidade


NESTA EDIÇÃO N.12 I junho | julho | agosto | 2014

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Construção Nova expansão do Hospital Alemão Oswaldo Cruz otimizou o espaço e proporcionou melhorias no atendimento

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humanização Clínica de Oncologia da Rede D’Or, no Rio de Janeiro, é pioneira no reposicionamento dos ambientes voltados para o tratamento de doenças oncológicas oferecendo acolhimento aos pacientes

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expansão Hospital no Distrito Federal passa por ampliações e ganha espaços modernos que oferecem conforto e bem-estar aos pacientes

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Arq Destaque A cidade de Manaus (AM) está recebendo um grande investimento em saúde: o Hospital e Pronto-Socorro Delphina Rinaldi Abdel Aziz. A primeira fase do projeto já foi entregue com a inauguração do prontosocorro que deve realizar 1,4 mil atendimentos/dia Health ARQ

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boletim ARQ

Fotos: Divulgação

Bienal Pavilhão Brasileiro tem modernidade como tema “Brasil 1914 – 2014: modernidade como tradição” foi o tema escolhido para o pavilhão brasileiro na Bienal de Arquitetura de Veneza deste ano. O evento, que acontece entre os dias 7 de junho e 23 de novembro, tem por objetivo abordar a modernidade na arquitetura, fator que teve o Brasil como um de seus protagonistas no século XX. O curador do local, André Aranha Corrêa do Lago, buscou traduzir a complexidade e a riqueza de como a arquitetura de nosso País se desenvolveu no período para o público estrangeiro. O arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, falecido em maio deste ano, será destaque como parte da expografia do Pavilhão do Brasil.

Inauguração Novo centro médico O Kaiser Medical Center inaugurou um novo centro médico, em Oakland, Califórnia (EUA). O novo prédio substitui o antigo, que ficava do outro lado da rua. A estrutura é formada por 12 andares, 349 leitos e salas privadas com serviço de quarto, Wi-Fi e sofá-cama para os hóspedes, entre outras novidades. O grupo deve inaugurar mais uma unidade, o Medical Center Redwood City em dezembro.

Acordo Parceria pelo crescimento O Saint Joseph Hospital, maior hospital de ensino privado sem fins lucrativos do Denver, assinou um acordo com o National Jewish Health. A ação busca criar uma nova entidade para prestar assistência aos pacientes durante internações e atendimentos ambulatoriais. O novo hospital Saint Joseph, que será aberto em dezembro, também irá fornecer cuidados agudos durante o regime de internação, entregue pela parceria com a National Jewish Health.

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Inovação Centro médico transfere serviços Buscando transferir serviços de saúde para fora do ambiente hospitalar, uma instituição canadense inaugurou um projeto piloto: o Centro de Parto Toronto. O local é voltado para atender grávidas de baixo risco que desejam ter um parto natural fora do hospital. A construção foi feita em sete meses para apoiar a realização de 450 partos por ano. Ao todo, são três salas de operações e uma de avaliação no piso térreo, onde estão localizadas todas as áreas públicas. Os tratamentos específicos são realizados no segundo andar da instituição.

Novo espaço Casa de Apoio à Gestante O Hospital César Leite, em Manhuaçu (MG), reformou um espaço e inaugurou a Casa de Apoio à Gestante e à Puérpera. O espaço conta com dez leitos para atendimento às gestantes de toda a região. Além dos quartos, o local dispõe de uma cozinha, ambiente de convivência, área de lazer, recepção, banheiros e sala com televisão. A estrutura conta com profissionais da área de saúde e todo o suporte do Hospital César Leite.

Ambulatório Tratamento infanto-juvenil O novo espaço de quimioterapia infanto-juvenil do Hospital Erasto Gaertner, localizado na cidade de Curitiba (PR), conta com uma área de 173 metros quadrados, com dez poltronas para quimioterapia curta e dois leitos de longa duração para o tratamento dos pacientes. Além disso, há consultórios, sala de lâminas, expurgo, para higiene de médicos e enfermeiros, dois banheiros infantis, dois adultos e posto de enfermagem. A arrecadação de recursos para a construção do ambulatório de quimioterapia veio por meio do McDia Feliz, coordenado no Brasil pelo Instituto Ronald McDonald. Ao todo, por meio de campanhas, além do McDia, foram destinados mais de R$ 681 milhões para conclusão do ambulatório, desde a construção e custeio de infraestrutura e salas até a compra de camas, poltronas e todo mobiliário do local. Health ARQ

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www.saudeonline.net.br

Grupo Mídia na Feira Hospitalar 2014 Entre os dias 20 e 23 de maio, o Grupo Mídia esteve presente na 21ª edição da Feira + Fórum Hospitalar. Com um espaço de mais de 70 m², que teve seu design trabalhado com as cores relacionadas a sua antiga logomarca: vermelho, preto e branco, a equipe do grupo de comunicação, que edita as revistas HealthARQ, Healthcare e Health-it, recebeu mais de 300 pessoas entre parceiros, autoridades e convidados para entrevistas e o happy hour, que aconteceu no período da noite durante os dias do evento, regado ao famoso chopp do Pinguim. Assista ao vídeo no Saúde Online: http://saudeonline.grupomidia.com/2014/07/grupo-midia-na-feira-hospitalar-2014/

Confira a 31ª edição da Revista Healthcare Trazendo na capa uma matéria sobre tecnologia e inovação, a 31ª edição da Revista Healthcare Management mostra a importância do sistema IT-Médico e como esta ferramenta auxilia na prevenção de riscos materiais e danos físicos aos pacientes. A publicação traz inúmeros cases que exemplificam a importância de pessoas na gestão. De nada adianta ter equipamentos de última geração se não há profissionais qualificados para operá-los. No “Papo de Líder”, apresenta um debate entre os conselheiros da Anahp, que falam sobre a importância da transparência, código de conduta e sustentabilidade na gestão. O leitor pode acompanhar também o começo da série “Especial OSS: o Brasil de ponta a ponta”, entre outras importantes reportagens. A revista está disponível através do portal www.saudeonline.net.br.

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Agende-se! O Saúde Online traz a agenda completa dos principais eventos que acontecem no setor da saúde. São encontros direcionados para todas as especialidades do setor como TI, Sustentabilidade, Hotelaria, Arquitetura Hospitalar, dentre outros quesitos que permeiam pontos fundamentais da gestão hospitalar. Você também confere a cobertura completa dos principais debates que acontecem no segmento e entrevistas exclusivas com gestores, CIOs, especialistas, dentre outros profissionais.

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Decoração de interiores

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s texturas e camadas das matérias-primas rústicas invadiram os ambientes com a macrotendência Next Nature, que agrega conceitos da natureza à decoração de interiores. Para compor um ambiente com elementos naturais, é necessário repensar toda a decoração. Entre os materiais de acabamento, o Next Nature vem se destacando com modelos produzidos em HD, que reproduzem as texturas, cores e tonalidades de elementos naturais.

Tubulações para gás

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hegando ao mercado por meio da marca Tigre, o novo sistema de tubulações, para gás chamado Alpex Gás promete aliar segurança, modernidade e flexibilidade em instalações residenciais e comerciais. O sistema permite uma instalação mais rápida e econômica (ponto a ponto) com maior segurança, devido às válvulas oferecidas. Flexiveis, as tubulações são capazes de mudar a direção, reduzindo o número de conexões utilizadas, o próprio instalador pode fazer curvaturas manualmente. O Alpex Gás foi desenvolvido para ser instalado em sistemas com máxima pressão de operação de (MOP) 1,5 Kgf/cm² ou 150 KPa e segue diversos regulamentos e normas técnicas.

Janelas para hospitais

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om diversas linhas de portas e de janelas em aço e alumínio no mercado, a Sasazaki possui produtos indicados para o uso em instituições de saúde. Para áreas comuns e sem necessidades específicas. Algumas opções são da linha Alumifort, que tem grande variedade em esquadrias de alumínio, com reforço de vedação e resistência mecânica. O destaque fica para a Janela Veneziana de Correr sem Grade. Outra opção é a Linha Prátika, que conta com a segurança do aço e a praticidade de esquadrias prontas para instalar, opção que garante economia de tempo e mão de obra. Uma das indicações da linha para projetos na área da saúde está a Janela Veneziana Multiflex com Grade Articulada. 14

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Palavra da Editora

Perda para arquitetura A arquitetura brasileira consagrou, ao longo dos anos, grandes nomes em sua história. Entre eles aquele que é referência a nossa nação em qualquer País onde seja mencionado: Oscar Niemeyer, consagrado pela construção de Brasília. Além dele, nomes que se tornaram referência em arquitetura hospitalar também já deixaram saudades. O arquiteto, professor e administrador hospitalar Jarbas Bela Karman, que projetou e reformulou centenas de instituições de saúde, entre elas o Hospital Albert Einstein e o Hospital de Câncer de Barretos, nos deixou em 2008. Mas a mais recente perda para a arquitetura brasileira e, especialmente para o setor da Saúde, é Lelé Figueiras.

Seu espírito humanístico e de inovação fizeram com que João Figueiras Lima, se tornasse referência não somente na arquitetura hospitalar, mas também para o uso de artifícios que deixariam a construção mais rápida e prática. Os pré-fabricados em concreto e argamassa armada, facilitando e agilizando as construções, surgiram a partir de suas obras. Os prêmios que coroaram a experiência, expertise e atitude de Lelé vieram ao longo dos anos, sendo um dos últimos ligado à literatura: o Prêmio Jabuti, com o livro “Arquitetura: Uma Experiência na Área da Saúde”. Obra essa, que transmite parte do conhecimento e do legado deixado pelo arquiteto para aqueles que ficaram. Lelé vai deixar saudades.

Patricia Bonelli, Editora da Revista HealthARQ 16

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Artigo

ARQ Coluna

Fábio Bitencourt Presidente da ABDEH - Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar, Arquiteto D Sc e Professor

Ordem e desordem na construção hospitalar: regulamentações, legislações e normas técnicas - Parte 1

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onhecer o impacto das interferências e contribuições que os diversos formatos da legislação acrescentam na elaboração do projeto arquitetônico para edifícios de saúde pode representar uma significativa contribuição aos profissionais que atuam neste segmento. Desta forma, e para estes profissionais, é recomendável existir o contínuo processo de retroalimentação de informações na definição das normas e regulamentos. Esse pode ser um caminho e oportunidade de participar do processo de ordem e qualificação dos edifícios para serviços de 18

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saúde. A complexidade operacional de uma instituição que coordene a diversidade de normas, legislações, recomendações técnicas e demais procedimentos formais voltados para o planejamento e construção de edifícios destinados aos serviços de saúde no Brasil, exige uma contínua convivência com os profissionais que atuam nesse segmento. Estas práticas, no entanto, não se conformam a partir de uma história recente, seja no Brasil ou mesmo em outros países. A Itália teve a sua primeira normativa publicada no século XIX, final

de 1890, conhecida como Legge Crispi – Normativa Del Settore Ospedaliero. Nesta norma não se definia fundamentalmente a atividade do hospital sob o ponto de vista funcional nem o melhoramento do serviço, mas tutelava a administração dos recursos ao benefício da prática de uma gestão de servidões. A oposição no ambiente eclesiástico, reinante à época, foi previsivelmente muito forte. Somente um acordo formalizado em 1926 “restabeleceria à igreja a posição de controle” sobre as questões da assistência hospitalar segundo o italiano arquiteto Guido Gigli (1994, p. 21).


Nos Estados Unidos da América, o primeiro Registro Federal sobre a questão hospitalar surgiu em 14 de fevereiro de 1947, como parte da implementação das regulamentações propostas pelo Hill-Burton Act e parte do programa de assistência aos que participaram da II Grande Guerra Mundial. Porém, somente em 1973 um documento específico e intitulado “Requerimentos Mínimos de Construção e Equipamentos para Gestão Hospitalar” foi publicado. Nele constavam

recomendações específicas sobre o planejamento, programação e apresentação de normas para hospitais. Antes de tudo isto e se for possível considerar que as reformas hospitalares produzidas pelo cirurgião francês Jaques René Tenon, após sua incursão pela Inglaterra em 1787, fossem resultantes das primeiras orientações para construção de hospitais elaboradas na França, teremos ali também, as primeiras orientações do mundo ocidental. Não se pode também

deixar registrado que as referidas Memórias escritas por Tenon são resultantes de visita realizada ao que havia sido produzido na Inglaterra do século XVIII, oriundo das pesquisas anteriormente realizadas por John Howard em diversos países da Europa para construção de prisões e lazaretos. A Inglaterra, que no período de 1736 a 1799 havia construído 37 hospitais, passou, por este motivo, a ser uma referencia no conhecimento da edificação daquelas edificações.

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ARQ Coluna

Artigo

A arquiteta Moema Loures e o engenheiro Fábio Cardoso, do escritório de arquitetura hospitalar IMAginal (www.imaginal. com.br), visitaram os principais hospitais na Holanda e contam um pouco desta experiência.

Arquitetura Hospitalar na Holanda

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ecentemente, eu e meu sócio, o engenheiro Fábio Cardoso, voltamos de uma viagem de estudo, em que passamos cerca de 40 dias visitando diversos hospitais referência em arquitetura na Europa. Foram 24 hospitais em mais de 20 cidades na Holanda, Inglaterra e França. Esta viagem foi fundamental para consolidar o foco do IMAginal em projetos de arquitetura na área de saúde e iniciar um intercâmbio com alguns dos principais escritórios de arquitetura focados na área da saúde. Com pouco menos de 17 milhões de habitantes distribuídos em cerca de 41 20

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mil km quadrados, a Holanda é um País que abriga pelo menos dez hospitais referência em arquitetura, destacando-se como polo inovador na Europa. A saúde muda aceleradamente e é impossível prever como serão os tratamentos daqui a 25 anos. Projetar uma construção, que pode ter outro uso além de hospital, é um grande desafio e, paradoxalmente, exige vasta experiência no campo de arquitetura hospitalar. “(...) a incerteza é a única certeza (...)”. Arnold Burger, Diretor do Dutch Hospital Design. Iniciamos nossa viagem por Groningen, Norte da

Holanda, onde visitamos o Martini Hospital. Junto com o arquiteto responsável pelo projeto, percorremos a instituição vivenciando os espaços que possuem grande aproveitamento da iluminação e transparências que permitem um rápido senso de orientação. O projeto daquele hospital baseia-se, principalmente, nas necessidades dos pacientes e funcionários, em um ambiente de cura. Além disso, o projeto dos blocos da construção possuem um layout bastante claro e sistema de parede modular especialmente desenvolvido para oferecer liberdade de design.


O Martini Hospital leva a fundo o conceito de construção flexível, adaptável e desmontável. Os elementos construtivos são pré-fabricados e modulares de fácil montagem. “Podemos modificar a edificação a qualquer momento”, afirma Arnold. “Como a arquitetura pode desvendar novos tipos de organizações espaciais?” - Holland Hospital Architects. Ainda em Groningen, estivemos reunidos com a equipe do escritório Bonnemado grupo Holland Hospital Architects, que projetou o hospital co-

nhecido como o “Hospital do Futuro”, Orbis Medisch Centrum. O Orbis está localizado em Sittard, no Sul da Holanda e tivemos a oportunidade de visitá-lo no fim da viagem. Os corredores entre os quartos não são apenas para circular, mas são espaços públicos para os visitantes e pacientes se encontrarem, como uma sala de estar, com sofá, cafeteira e televisão. Assim, o paciente deixa de vivenciar apenas a realidade de um quarto fechado, deslocando o seu foco da doença. As principais circulações recebem luz natural e são

locais de espera para o atendimento clínico. Há grandes mirantes onde os pacientes podem se distrair com o movimento das pessoas. As circulações são espaços públicos, não existem barreiras. “Respostas arquitetônicas para questões humanas”. Mario Hendrix, arquiteto sênior da EGM. Do norte da Holanda, fomos para Dordrecht, cidade holandesa onde está um dos maiores escritórios especializados em arquitetura hospitalar da Europa, o EGM Architecten. Entre os muitos hospitais projetados por eles, está o Den

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Artigo

ARQ Coluna Bosch Hospital, instituição com 1120 leitos, que tivemos a oportunidade de conhecer minuciosamente a instituição junto com o arquiteto Mario Hendrix, Diretor da EGM, com mais de 30 anos de experiência em arquitetura para saúde. Den Bosch é o maior hospital não universitário da Holanda e, apesar de todas suas complexidades de fluxos, todas as circulações possuem, como no Martini, iluminação natural e vistas para jardins externos. Inclusive o pavimento técnico, que na maioria dos hospitais são escuros, possui luz natural e foi projetado para garantir o bem-estar dos funcionários. O conceito norteador do projeto é a ideia de um grande boulevard. Um espaço de circulação e estar que conecta as construções e cria uma grande promenade. Este espaço possui um piso diferenciado e pode ser visto de diferentes lugares, garantindo o senso de orientação. Em Utrecht, visitamos o Hospital St. Antonius, outra referência em arquitetura hospitalar. E logo em seguida visitamos a outra unidade na cidade vizinha Nieuwegein. Acompanhados dos experientes arquitetos Roelof Gortemaker e Pieter Jan van Beelen, do escri22

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tório de Jong Gortemaker Algra, tivemos a oportunidade de conhecer a fundo o projeto da instituição. O hospital, com objetivo de fornecer a mais alta qualidade em medicina e cuidados aos pacientes, investiu em sua circulação interna para otimizar o tempo e o trabalho. A instituição, que existe há mais de dez anos, é pioneira no País em urologia e tratamento do câncer, coração, tratamento vascular. Além de possuir Unidade de Dor Torácica e trauma. Os hospitais na Holanda são projetados para o homem, seja ele paciente, funcionário ou médico. Assim como os grandes mestres da arquitetura holandesa nos ensinaram no passado, não existe diferença entre o que é urbano, arquitetura ou design. O grande desafio do projeto é dominar estas diferentes escalas. O hospital do futuro Com apenas duas semanas de viagem, já tínhamos visitado cerca de 15 hospitais, junto aos principais escritórios da Europa que hoje expandem seus projetos para os países asiáticos e Norte da Europa. Muitos questionamentos sobre arquitetura hospitalar vieram à tona e já começavam a influenciar

nossos projetos no Brasil. Como o envelhecimento da população impacta no espaço hospitalar? Paralelamente, como a telemedicina impacta na redução dos leitos hospitalares? Por que os corredores, muitas vezes estreitos e monótonos, não podem dar lugar a áreas comuns para visitantes e pacientes se encontrarem, como uma sala de estar? Como o conceito de iluminação natural, presente desde a antiguidade, pode conduzir o raciocínio projetual dentro de um hospital? O que seria projetar hoje um hospital pensando nas necessidades de amanhã? O que vimos são construções bem planejadas e projetadas, com custos semelhantes com a realidade do Brasil. Inviável, ainda, é a utilização de alguns materiais pré-moldados com alta tecnologia industrial e de montagem. No entanto, desta experiência ficam as ideias e as soluções arquitetônicas que podem ser potencializadas no Brasil, tornando nossos hospitais mais humanos e modernos. Mais informações sobre as visitas: http://imaginalcamp.tumblr.com.


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Detalhe

Tecnologia de Ponta Climatização

Projeto de climatização da UNACON (BA) conta com técnicas avançadas para oferecer segurança e higiene na climatização

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cidade de Juazeiro (BA) ganhará uma nova e importante instituição de saúde: a UNACON. Trata-se de um prédio multifuncional com área de medicina Nuclear (Acelerador Linear e Braquiterapia). O edifício tem o 2º pavimento com 400 metros quadrados com conceito de salas limpas classe ISO 6, com cascata de pressão e filtragem tipo HEPA. Os outros pavimentos do prédio contemplam áreas de consultórios, exames diversos, aplicação de quimioterápicos e setor administrativo. “Foi um projeto bastante desafiador e inovador para a FJS, pois nos levou a atender aos parâmetros da NBR-7256, bem como às diretrizes da ANVISA na RDC 50 e RDC 67, e a NBR-14644, salas limpas, uma vez que o próprio hospital manipula quimioterápicos e fraciona medicamentos in loco”, conta o engenheiro mecânico Francisco José do Espírito Santo, Diretor da FJS Projetos. Para o sistema de ar condicionado da instituição foi elaborado um projeto de HVAC, processo complexo que envolve, além dos projetos em si, diversas interfaces com outras especialidades técnicas. “Para a elaboração do projeto, fizemos um RSA (Relatório de solução a ser adotada), que é uma ferramenta de gestão de projeto que possibilita a análise quantitativa e qualitativa de custo x consumo do sistema de climatização a ser adotado”, revela o engenheiro. Após a análise do RSA os especialistas optaram por utilizar um sistema de climatização através de resfriadores de líquido (expansão indireta) e climatizadores de ar tipo Fan-coils padrão hospitalar. “Em função do controle de temperatura, umidade e pressão dos ambientes das salas limpas, optamos pela utilização da distribuição de ar e retorno através de caixas de VAV (volume de ar variável)”. O prazo de elaboração deste projeto foi de 150 dias e apresentou três etapas distintas. A primeira delas foi o estudo de implantação do empreendimento com intuito de obter informações preliminares e orientar o empreendedor quanto aos condicionantes locais que poderiam 24

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influenciar na concepção do produto com elaboração do RU (Requisito do Usuário), como análise das condições locais de atendimento pelos serviços públicos (água, esgoto, gás combustível e energia elétrica), bem como as condicionantes relacionados à topografia do terreno, incidência solar, edificações na vizinhança e influência das condições do meio externo. Em um segundo momento, ocorreu a análise preliminar entre os diversos tipos de sistemas viáveis a serem adotados (RSA) com apresentação do relatório contendo a descrição geral dos sistemas alternativos em estudo e indicação de dados estimados de investimento inicial, ponto de força e reserva de água. Na terceira etapa, houve a definição do projeto. “Demos início à coleta de dados necessários para cálculo de carga térmica, zoneamento dos ambientes, elaboração dos cálculos, análise dos resultados e determinação das dimensões dos equipamen-


tos a serem adotados e, por decorrência das áreas necessárias à implantação dos mesmos, bem como a definição dos espaços destinados ao encaminhamento das redes de dutos, de fluídos de resfriamento, parâmetros requeridos pelas utilidades (elétricas, hidráulica predial, etc.) e a acessibilidade dos equipamentos às casas de máquinas”, conta. Após estas atividades foram elaborados os desenhos esquemáticos com indicação dos espaços ocupados pelas redes de dutos e tubulações, visando fornecer dados para compatibilizar os espaços com as demais instalações.

De acordo com Francisco José, por se tratar de uma instalação hospitalar com áreas com classificação ISO 6 (Salas Limpas) houve uma atenção especial no que tange ao controle de temperatura, umidade, controle de pressão, particulados no ar e contaminação. “No Projeto do UNACON, além de atender as condições acima referenciadas, nos preocupamos em utilizar um sistema que apresentasse uma otimização energética e um alto grau de confiabilidade, uma vez que, por se tratar de uma instalação hospitalar que funciona 24 horas, não pode haver risco de interrupção por falha”, comenta

o Diretor da FJS. Nesta linha de raciocínio, foi utilizado um sistema de expansão indireta, com dois resfriadores de líquido capacidade unitária de 120 TR´s cada, condensação a ar com circuito hidráulico dividido em anel primário e secundário, e utilização de bombas centrífugas (bombas secundárias monitoradas por variadores de frequência). Na configuração dos ambientes críticos foi adotada a solução de climatizadores modulares fan-coil´s, padrão hospitalar, com a filtragem adotada de acordo com a NBR-7256 e distribuição de ar através de rede de dutos e VAV (volu-

“Foi um projeto bastante desafiador e inovador para a FJS, pois nos levou a atender aos parâmetros da NBR-7256, bem como às diretrizes da ANVISA na RDC 50 e RDC 67, e a NBR14644, salas limpas, uma vez que o próprio hospital manipula quimioterápicos e fraciona medicamentos in loco”, Francisco José do Espírito Santo, Engenheiro Mecânico e Diretor da FJS Projetos Health ARQ

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Climatização

Detalhe me de ar variável). O grande diferencial deste projeto é a utilização de uma lógica de controle e automação que irá monitorar e gerenciar todo o sistema de climatização do hospital, efetuando o schedule de funcionamento dos equipamentos bem como o controle de temperatura dos ambientes climatizados pelos climatizadores fan-coils, modular a vazão destes equipamentos, através de inversores de frequência instalados nos motores dos ventiladores (modulação de vazão através do índice de saturação dos filtros). O sistema de automação e controle, além de propiciar o rodizio de funcionamento das bombas primárias e secundárias, gerenciará a vazão do circuito secundário, através da modulação dos inversores de frequência destas bombas, em função da variação de pressão deste anel hidráulico. “Para os equipamentos resfriadores de líquido foi estabelecida uma programação de partida e controle de capacidade através da análise de demanda térmica do prédio, garantindo o melhor ponto de eficientização energética da instalação”, explica. Outro Grande diferencial foi a utilização de VAV (volume de ar variável), com monitoramento das vazões de ar, pressão do ambiente em função da atuação dos dampers das caixas de VAV dos dutos de retorno dos ambientes. “Neste Projeto específico utilizamos a Tecnologia BIM, o que nos ajudou substancialmente na compatibilização do nosso projeto, bem como na elaboração da composição do custo estimado de implantação do projeto de HVAC”, finaliza o engenheiro. 26

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Experiência que conta Com experiência de 20 anos, a FJS aplica tecnologia de ponta no desenvolvimento dos seus projetos. A empresa foi criada com o conceito de ser inovadora. Desde seu projeto inaugural, conta com diferenciais como equipe e estrutura próprias, sofisticados instrumentos para medição em campo e inúmeros recursos que lhe permitem flexibilidade de ação e agilidade no cumprimento dos prazos. Sua excelência técnica é atestada através de centenas de obras de diferentes portes. Os projetos da FJS viabilizam os menores custos de operação com o melhor aproveitamento possível de energia. “Eficiência e economia são nossos objetivos, sempre buscamos a melhor maneira de integrar nossos sistemas à arquitetura e as diversas disciplinas (instalações elétricas, hidro-sanitário, segurança, etc)”, diz o engenheiro mecânico Francisco José do Espírito Santo, Diretor da FJS Projetos. A metodologia de serviço da empresa é fundamentada na utilização de ferramentas de trabalho que proporcionem qualidade, rapidez e precisão na elaboração dos trabalhos através da utilização de softwares de computador para cálculo de carga térmica; cálculo de dutos pelos métodos Static Regain e Equal Friction; perda de carga em dutos de ar; seleção de diâmetros para tubulações hidráulicas; perda de carga em tubulações hidráulicas (tubulações e acessórios); psicrometria (carta psicrometrica) e dimensionamento e seleção de serpentinas de resfriamento e aquecimento para condicionadores tipo Fan-coil. Com respeito à elaboração de desenhos, a empresa também utiliza o computador como principal ferramenta de trabalho, sendo todos os desenhos confeccionados através deste e utilizando uma vasta biblioteca de símbolos, desenhos e detalhes, de desenvolvimento, elaboração e utilização própria, assegurando-se assim agilidade na elaboração, riqueza de detalhes e uma ótima qualidade gráfica, além de utilização da tecnologia Building Information Modeling (BIM Programs), que propicia uma maior confiabilidade nas compatibilizações e interfaces com as demais disciplinas de projeto. Os métodos de cálculo e os documentos são elaborados e apresentados ao cliente de forma uniforme e padronizada. “Outro grande diferencial da nossa empresa é apresentação para o cliente do orçamento estimativo de implantação dos projetos por nós elaborados, o que traz para o cliente uma “base line”, para comparar as propostas apresentadas pelos instaladores verificando se as mesmas se encontram dentro da realidade de mercado”, finaliza o Diretor.


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Otimizando processos e custos

Detalhe

Reforço na Economia Hospital Albert Einstein investe em automação e ganha em sustentabilidade

S

empre em busca das melhores soluções para auxiliar na gestão do hospital e otimizar os custos de operação e manutenção, o Hospital Israelita Albert Einstein conta com sistemas de automação em diversos pontos de suas unidades. Em uma de suas últimas interferências na área, a instituição integrou todos os sistemas de automação já existentes com novas alternativas, formando assim um único grande sistema de automação predial. A mudança foi aplicada por meio da tecnologia Schneider (Andover Continuum). Ainda na área de automação, o hospital também já investiu em projetos do Data Center, com a insta-

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lação de cabeamento de rede de dados e voz (fibra e UTP), layout e monitoramento audiovisual, entre outros. “Os sistemas de automação são pontos importantes na manutenção do Core Business dentro das instituições. A medicina moderna e a tecnologia são inseparáveis e, dificilmente, encontra-se no mercado um local com tanta tecnologia embarcada quanto nos hospitais. A tendência é que o volume de novas tecnologias na área só cresça. Estamos apenas em uma fase inicial de um processo irreversível”, diz Roberto Luigi Bettoni, Presidente da Bettoni Automação e Segurança. O especialista ainda afirma que os hospitais preci-

sam ter conhecimento de que é possível progressivamente implantar sistemas avançados, a partir dos equipamentos já existentes, mas que, para isso, também é necessário o envolvimento da equipe. “Pode haver resistência às mudanças, mesmo que elas busquem simplificar o trabalho. É preciso identificar os líderes de cada grupo, convencê-los das vantagens e torná-los multiplicadores para que o treinamento seja mais efetivo”, afirma. Entre as vantagens da instalação de sistemas de automação, Bettoni cita a queda nos custos com energia, planejamento e redução de gastos com manutenção, menores despesas operacionais,


disponibilidade de informações históricas, aumento da confiabilidade dos sistemas, maior agilidade operacional, aumento da segurança na instalação e disciplina superior na operação das instalações. Especialmente no Hospital Albert Einstein, a automação, unida a outros sistemas de iluminação e climatização, além do uso de lâmpadas e luminárias inteligentes, gerou a economia de 30% com o uso de água e 14% de energia em um de seus edifícios. A automação, de acordo com o especialista, também pode colaborar diretamente para o bem-estar do paciente, como, por exemplo, no uso do registro médico. Segundo ele, a instituição, o corpo

clínico e os pacientes têm muito a ganhar se o enfermeiro ou o auxiliar tiver acesso ao registro médico. “Eles devem ter informações sobre tarefas a realizar, medicamentos que devem ser ministrados e próximos passos do tratamento. Com a automação, é possível fazer essa consulta em terminais dos postos, à beira do leito ou em seu próprio dispositivo móvel”, afirma, lembrando que em nosso País, o registro médico eletrônico ainda é uma tecnologia pouco aplicada. “A área hospitalar cumpre um papel de vanguarda quando se fala em tecnologia nos mais diversos níveis, pois a medicina moderna e a tecnologia são inseparáveis.

Dificilmente se encontra no mercado um local com tanta tecnologia embarcada quanto nos hospitais”, garante Bettoni, ressaltando o pioneirismo e o papel de destaque do Hospital Israelita Albert Einstein também nesse campo. O consultor sinaliza que a tendência é crescer ainda mais o volume de novas tecnologias na área hospitalar: “Repito que estamos somente numa fase inicial de um processo irreversível. Há a telemedicina, a ressonância magnética, tomografia computadorizada, cirurgia robótica, PACS (Picture Archivingand Communication System), o ultrassom, e tudo isso em rede. É o hospital concretizando, de forma plena, a medicina conectada”. Health ARQ

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Pisos

Detalhe

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Prático e Versátil Piso vinílico é opção sustentável, flexível e econômica

P

rático, bonito, versátil e ecologicamente correto. Essas são as características principais do piso vinílico, pouco conhecido na área da construção doméstica, mas muito utilizado em ambientes corporativos e hospitalares devido a sua resistência ao tráfego intenso, fácil manutenção e assepsia do produto. Os pisos vinílicos são uma tendência em ascensão, a favor disso, questões como facilidade de limpeza e conforto térmico podem aproximar os vinílicos na hora de escolher o piso para dar acabamento às áreas novas ou restauradas em instituições de saúde. De acordo com Rafael Liz, Diretor da Pisotech, empresa especializada em pisos e revestimentos, a utilização deste tipo de revestimento permite também a flexibilidade de aplicação. “São produtos de limpeza fácil, não alérgicos e que proporcionam proteção contra o acúmulo de poeiras e ácaros sem precisar abrir mão da estética. Os pisos vinílicos possuem diversidade nos modos de apresentação, podem vir em formato de mantas, réguas e placas, o que garante ao usuário diversas possibilidades na composição arquitetônica do piso”, explica. Além disso, a fabricação de pisos vinílicos está alinhada aos conceitos atuais de sustentabilidade ambiental, tanto na produção, colocação e descarte. Os pisos são produzidos com um percentual de matéria-prima reciclada, a instalação é realizada com adesivos a base d’agua e, após o término da sua vida útil, também é reciclado. “A manutenção simples, rápida e a fácil limpeza na instalação são atributos importantes para Health ARQ

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Pisos

Detalhe

a utilização destes produtos, porém deve ser levado em conta também a questão de saúde e o conforto térmico proporcionado pelo produto”, afirma. Rafael orienta sobre alguns aspectos que devem ser considerados durante a escolha de um piso vinílico. O primeiro ponto é escolher o grau de abrasão correto entre M, P e T (T é o maior). Observar a capa de uso, camada de PVC puro que concede resistência ao produto, pois quanto maior a capa de PVC, mais resistente a abrasão será o piso. “O peso é outro fator importante, quanto mais leve for o produto, menos carga mineral ele possui e, consequentemente, tem mais PVC, ou seja, é mais resistente, com superfície mais lisa e com maior facilidade de limpeza”, explica o Diretor da Pisotech. Por fim, a manutenção deve ser levada em consideração. “É importante observar as recomendações do fabricante quanto à manutenção do produto durante sua vida útil. Alguns produtos requerem manutenção constante através da aplicação de cera, o que aumenta seu custo ao longo do tempo. Podem ser produtos um pouco mais baratos para aquisição, mas ao longo do tempo seu custo de manutenção aumenta significativamente”. Existe hoje no mercado produtos que não necessitam deste tratamento com cera e que possuem ainda a capacidade de restauração de superfície através de polimento a seco. 32

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Fabricação: Homogêneo e Heterogêneo O processo de fabricação no qual o piso é composto por diferentes camadas resulta em um piso vinílico heterogêneo. No caso dos pisos vinílicos heterogêneos o que determina seu uso em áreas de tráfego intenso é a sua capa de uso composta de PVC puro, devendo ser no mínimo de 0,55 mm para sua aplicação em áreas com tráfego muito pesado. Já os pisos vinílicos homogêneos, por serem produzidos a partir de uma massa única, toda a sua espessura tem a mesma aparência. Apesar deste tipo de revestimento possuir, em sua maioria, resistência a abrasão maior que os hetegêneos, além de terem uma longevidade maior pelo fato de ser uma massa única, ou seja, terá o mesmo desenho (padrão) mesmo que exista um desgaste significativo do material ao longo do tempo.

Por que escolher piso Vinílico. Conheça alguns benefícios que podem auxiliar esta decisão: O que você precisa avaliar Vinílico

Cerâmica

Ao pisar

Confortável

Duro

Sensação Térmica

Excelente

Frio

Danos causados por quedas

Mínimo

Alto

Manutenção

Baixa

Baixa

Higiene

Excelente

Acúmulo de sujeira em rejuntes

Durabilidade

Excelente

Excelente

Nível de ruído

Extremamente Baixo

Barulhento

Variedade de cores

Ampla

Limitada

Instalação

Rápida e Limpa

Lenta e Suja

Aparência e Acabamento

Excelente

Boa

Vinílico: 10 benefícios

Cerâmica: 3 benefícios

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Ar condicionado

Detalhe

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Projeção cuidadosa Projeto de climatização é feito sob orientação das normas brasileiras de ar condicionado para instituições de saúde

O

Hospital Santa Catarina, localizado na capital paulista, é uma das primeiras instituições de saúde particular do País. Fundado em 1906, tem como vocação o atendimento baseado na atenção e no carinho ao paciente e o compromisso em prestar uma assistência integral e segura, com profissionais qualificados e treinados constantemente. Com mais de 100 anos, a instituição é referência em qualidade na prestação de serviços de saúde no País, aliando segurança e credibilidade ao atendimento personalizado. Os processos são avaliados frequentemente, sempre pensando na melhoria da assistência prestada ao paciente. Em 2012, o hospital recebeu da Organização Nacional de Acreditação (ONA) a recertificação da Acreditação Hospitalar nível de excelência. O selo é o reconhecimento dado à instituição frente à busca constante pela melhoria contínua. Para manter o alto nível de seus serviços, o hospital investe na modernização e ampliação de sua infraestrutura, na aquisição de novos equipamentos e na capacitação de sua equipe multidisciplinar. O investimento em tecnologia e qualidade também se faz presente em pequenos detalhes de seus prédios, por exemplo, o sistema de ar condicionado. “Estamos sempre atendendo as normas brasileiras de ar condicionado hospitalar”, conta Duilio Terzi, engenheiro da Fundament-AR, empresa responsável pelos projetos de climatização do Hospital Santa Catarina nos últimos 15 anos. Segundo o engenheiro, um projeto em conformidade com as normas brasileiras

permite controle de qualidade interna do ar, controle de temperatura, controle de infecção das chamadas áreas limpas, e também das áreas cinzas, ou seja, dos centro cirúrgicos, das salas de recuperação pós cirurgia, dos apartamentos de isolamento e das áreas de imagem com intervenção micro cirúrgica. Além das áreas de medicina nuclear, de controle de material esterilizado, das ventilações da cozinha industrial do hospital e das garagens de veículos. “É de fundamental importância que todos os projetos, tenham integração entre si, e, para tanto, a fidelidade de um projetista junto ao seu cliente, permite que não ocorram, particularmente, curtos circuitos de ar contaminado X tomadas de ar externo. Permite, uma maior interação com o pessoal de manutenção, suas dificuldades e o equacionamento das condições de contorno estabelecidos pelo fabricante dos equipamentos”, diz o engenheiro. Para facilitar a assepsia do sistema de ar condicionado, os sistemas foram projetados levando em conta o nível de filtragem recomendado pela literatura, assim como a qualidade do ar interno, classificada como o controle da temperatura, da filtragem, da qualidade do ar propriamente dito, através da renovação permanente, das velocidades do ar na zona de ocupação e do nível de ruído. “Temos tido uma parceria e uma fidelidade um ao outro com o Hospital Santa Catarina, isso possibilita, que o sistema de ar condicionado desta unidade, a Av. Paulista, seja considerado de padrão internacional”, finaliza. Health ARQ

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Detalhe

Auxílio na climatização

Proteção da fachada Brises e termobrises contribuem com o conforto ambiental através do controle do calor e entrada de luz natural no ambiente

E

quipe multidisciplinar, atendimento humanizado e segurança do paciente. São essas as premissas dos hospitais da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. É com estas diretrizes que foi desenvolvido o Centro de Oncologia do Hospital São Camilo Santana. A instituição conta com leitos de internação, unidade ambulatorial para quimioterapia com espaços confortáveis e privativos, consultórios, farmácia de manipulação para medicamentos quimioterápicos e um espaço especialmente preparado para atendimento e orientação de pacientes e familiares. A instituição ainda oferece o serviço do Centro de Infusão de Medicamentos, o Ambulatório de Dor e um Grupo de Cuidados Paliativos para garantir um tratamento completo e seguro. Mas a preocupação dos gestores

da Rede São Camilo vai além da humanização, sustentabilidade e cuidados diretos com o paciente. Cada detalhe na construção, reforma ou ampliação de um novo prédio são levados em consideração. Sendo assim, questões como a utilização dos Brises e Termobrises nas fachadas são de grande importância. Na Unidade Santana, por exemplo, foram utilizados Brises Modelo: BSM-A300 de ângulo fixo em alumínio perfurado. “Através da utilização dos brises, a edificação receberá proteção da incidência solar, permitindo a ventilação, além de ótimo acabamento estético, valorizando e modernizando a fachada”, explica Luiz Ricardo, Gerente de Projetos da Cadri / Sul Metais. Os brises utilizados na fachada do hospital são todos metálicos (alumínio), garantindo durabilidade e resistência a intempéries,

evitando assim manutenções periódicas que causam incomodo aos pacientes. O uso das brises, através da perfuração das chapas, também contribui com a iluminação natural, pois permite a passagem controlada da iluminação solar. Isso gera, além de humanização do ambiente, economia de energia elétrica. Além disso, com a utilização dos brises, o uso do ar-condicionado é menor, proporcionando conforto térmico aos pacientes, evitando, principalmente, o risco de infecções através do sistema de climatização. “Este mercado está constantemente apesentando novidades. A Cadri / Sul Metais está desenvolvendo dois novos modelos de brises com previsão de lançamento para o mês de setembro, por exemplo”, reforça Luiz Ricardo.

“Através da utilização dos brises, a edificação receberá proteção da incidência solar, permitindo a ventilação, além de ótimo acabamento estético, valorizando e modernizando a fachada”, Luiz Ricardo, Gerente de Projetos da Cadri / Sul Metais 36

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Detalhe

Cuidado aos detalhes Eletricidade

Hospital no interior do Ceará investe em projeto de instalações elétricas para garantir a segurança dos pacientes

A

cidade de Quixeramobim, no Estado do Ceará, está ganhando uma nova instituição de saúde. O Hospital e Maternidade do Sertão Central, recebeu investimento de R$67.659.929,77 do Estado nas obras e será entregue por etapas. A instituição contará com 15 leitos na emergência infantil, 30 leitos na emergência adulto, 20 leitos de UTI e 16 leitos de terapia semi-intensiva. Além de 12 leitos de cirurgia, oito no setor de neonatalogia, 11 leitos neonatais e 140 leitos na enfermaria. Serão 11 salas de cirurgia, 15 consultórios e oito salas de

exames e tratamentos. Haverá ainda um Centro de Atenção à Saúde Sexual e Reprodutiva da Mulher para ampliar e qualificar a assistência às mulheres, reduzindo a mortalidade materna. A instituição pensou em todos os detalhes, e visando a seguranças do pacientes, cuidou para que houvesse uma boa estrutura elétrica. O projeto levou em consideração as necessidades operacionais, que garantirão o perfeito funcionamento do hospital, suprindo as demandas do equipamento médico-hospitalar, ar condicionado, elevadores, bombas, iluminação e tomadas. O

projeto elétrico contempla a implantação de seis grupos geradores que garantirão o suprimento de energia para todo o hospital caso haja uma falha no fornecimento da concessionária. “Do ponto de vista do projeto elétrico, o principal elemento que temos são os sinalizadores de defeito ‘sistema IT medico ou salva-vidas’, que são indispensáveis durante os procedimentos cirúrgicos, pois além de proteger os pacientes contra choques e queimaduras, eles sinalizam se há algum defeito no equipamento ou circuito elétrico”, conta Nilo de Vasconcelos, Diretor Executivo da Elétron

“Do ponto de vista do projeto elétrico, o principal elemento que temos são os sinalizadores de defeito ‘sistema IT medico ou salva-vidas’, que são indispensáveis durante os procedimentos cirúrgicos, pois além de proteger os pacientes contra choques e queimaduras, eles sinalizam se há algum defeito no equipamento ou circuito elétrico”, Nilo de Vasconcelos, Diretor Executivo da Elétron Engenharia

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Engenharia, responsável pelo projeto. As instalações elétricas foram pensadas também para proporcionar além de segurança economia de energia. Para isso, foi realizado o perfeito dimensionamento dos cabos elétricos. “Adotamos esta medida pois é muito comum perda de energia por ‘efeito joule’ - que é o aquecimento dos cabos, luminárias de alto rendimento, equipamentos elétricos eficientes, e do

grupo gerador - foram projetados sistemas para fazer cogeração de energia no horário de pico, isto é, entrada em rampa”. Por se tratar de uma obra no centro do Estado do Ceará, a aproximadamente 230km da capital Fortaleza, e longe dos grandes centros distribuidores, foi necessário realizar um planejamento eficiente e que tivesse antecedência nos processo de compra, fabricação e transporte para atender à demanda

de produção da obra. “É preciso lembrar que vivemos em um País de dimensões continentais”. Para mensurar a qualidade do processo, a empresa Eletron Engenharia Ltda, fez uso de um sistema de gestão. “Temos as O.S. (Ordem de Serviço) para todas as demandas das obras que startamos. Controlamos também a qualidade do material, a capacitação da mão-de-obra e os projetos que são enviados para campo”, releva.

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Detalhe

Cuidado completo Estrutura

Projeto de expansão considera os detalhes visando o sucesso da obra

O

Plano de Expansão do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, tornouse referência no setor da saúde por sua flexibilidade, qualidade e, principalmente, cuidado com cada etapa da obra a ser executada. Para comportar a duplicação do complexo e garantir que o mesmo funcione de uma forma única e fluida, foram desenvolvidos novos acessos e sua operação foi reavaliada. Para isso, destinaram-se novas áreas para atender a todo o complexo como usina, subestação, entre outras. “Ao longo do processo de concepção foi avaliada a flexibilidade de layout, na qual buscou-se soluções que atendessem da melhor forma às alterações, sem interferir no andamento e na rotina da instituição”, revela Ana Paula Dinardi Auad, Coordenadora de Con40

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tratos da L+M, escritório de arquitetura, responsável pela expansão. Para garantir o funcionamento do complexo hospitalar de maneira única, a engenharia do Hospital Sírio-Libanês, preocupa-se com cada detalhe da obra. As estruturas metálicas, por exemplo, presentes na estrutura da construção, e também nos acabamentos, foram escolhidas de modo a garantir segurança aos usuários da instituição e facilitar as obras. “Um sistema estrutural metálico cuja sua montagem seja aparafusada é ideal para instituições de saúde, pois proporciona montagem em curto espaço de tempo com grande precisão dimensional. Para revestimentos e acabamentos, são recomendados revestimentos em aço inox, devido ao baixo teor de contaminação”, explica Julio Sunto, Diretor da Sunto Estruturas Metálicas.

No Sírio-Libanês, foi utilizado o sistema estrutural metálico soldado, sistema estrutural aparafusado e acabamentos em aço inox, devido a grande proporção da obra. “A resistência mecânica do aço estrutural é maior que a do concreto armado. O aço trabalha muito bem à traça e compressão, enquanto o concreto armado trabalha apenas à compressão”, ressalta. De acordo com Sunto, um desafio desta obra foi o fato da ampliação estar acontecendo com a edificação antiga funcionando normalmente, e os andares estarem sendo liberados para utilização conforme ficam prontos na nova edificação. Por isso, foi necessário criar-se uma logística de obra, que consistiu na chegada do material e descarga através de grua que os deposita próximo

ao local de utilização. “As peças são içadas individualmente até o ponto de instalação, onde recebe o sistema de fixação previamente dimensionado”, conta.

Estruturas metálicas O sistema estrutural metálico está em fase de crescimento, se comparado com o sistema estrutural de concreto armado, o tempo curto para execução, precisão dimensional além de se tratar de matéria prima 100% reciclável, fazem com que o sistema seja viável na maioria das situações. “Outro fato relevante para escolha de tal processo estrutural, é o fato de que com uma estrutura mais leve, é possível suportar os mesmos esforços de uma estrutura pesada em concreto armado, ocasionando uma menor sobre carga no solo.


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Detalhe

Segurança Elétrica Engenharia e arquitetura são fundamentais na instalação de IT Médico

Estrutura

A

manutenção de todas as instalações, propiciando o perfeito funcionamento das estruturas de um hospital, não é uma responsabilidade apenas dos gestores das instituições. Garantir a distribuição precisa e eficiente da energia, recurso envolvido em praticamente todos os atendimentos em instituições de saúde, também depende do em-

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penho de arquitetos e trabalhadores da construção civil já no momento de sua edificação. Para que o objetivo seja alcançado, o empreendimento precisa estar dotado de um sistema que atenda suas demandas e que não comprometa o restante das operações, por meio de fontes de geração de energia seguras, com disponibilidade

operacional em casos de emergência. Para manter a efetividade da cadeia e evitar acidentes ou possíveis transtornos a pacientes e colaboradores, outras tecnologias para o gerenciamento elétrico também se fazem necessárias. Pensando em toda essa segurança disponível, diversas instituições de renome no Brasil têm ado-


tado os equipamentos de IT Médico como ponto estratégico a garantia elétrica, visando a preservação da vida humana, a conservação dos equipamentos eletromédicos e a disponibilidade integral dos ambientes equipados com esta tecnologia. “Importante observar as orientações normativas nacionais para os ambientes como salas cirúrgicas, UTI’s, salas de procedimentos invasivos entre outras que devem ter esquema de aterramento IT Médico. Cada conjunto de locais deve ser provido ao menos de um esquema IT Médico exclusivo, que seja capaz de poder monitorar isolamento, temperatura de transformador sepa-

rador e carga aplicada”, ressalta Sérgio Castellari, Diretor da RDI Bender, empresa especializada em IT-médico. De acordo com Castellari, o sistema IT Médico, hoje em dia, é implantado nos grandes hospitais brasileiros em atendimento as normas técnicas/leis nacionais e internacionais. “As normas/leis brasileiras são a portaria do ministério da Saúde 2662, RDC50 ANVISA e NBR13534”, diz. Este tipo de tecnologia pode evitar o desligamento de equipamentos eletromédicos de monitoramento e sustentação da vida, prevenindo choques e microchoques elétricos nos pacientes. “Estamos presentes em mais de 70

países implementando tecnologias avançadas visando a maior segurança elétrica aos pacientes. No Brasil, fornecemos os sistemas IT Médico desde o ano 1995, os principais hospitais adotaram os nossos produtos justamente por apresentarem tecnologias de ponta”, conta o engenheiro. A segurança da parte elétrica de um edifício hospitalar começa com a elaboração de planos que atendam normas nacionais e internacionais, como a perfeita instalação seguindo rigorosamente o projeto aprovado. “Em muitos casos, durante o andamento da obra, especificações do projeto são esquecidas e deixadas

de lado para a diminuição de custos da obra. Isso pode gerar grandes prejuízos ao hospital no futuro”, diz Ricardo Bender, Diretor da RDI Bender no Brasil. O especialista defende a importância do departamento de engenharia para desempenhar um papel extremamente relevante para o acompanhamento de obras e reformas, bem como do bom funcionamento dos equipamentos. “As instituições estão cientes de que não investir no setor de engenharia e manutenção gera riscos ao capital investido em tecnologias muito avançadas, podendo provocar problemas em equipamentos e em pacientes”, finaliza.

“Em muitos casos, durante o andamento da obra, especificações do projeto são esquecidas e deixadas de lado para a diminuição de custos da obra. Isso pode gerar grandes prejuízos ao hospital no futuro”, Ricardo Bender, Diretor da RDI Bender no Brasil

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Humanização

Aprimoramento

Recepção

Modernização e nova estrutura Hospital da Cruz Vermelha do Paraná passa por expansão

O

Hospital da Cruz Vermelha de Curitiba (PR) é voltado para atendimentos de alta complexidade e referência em procedimentos médicos e cirúrgicos nas áreas de Emergências Cardíacas, Transplante Renal, Ortopedia, Cirurgia Geral e Cirurgia para Obesidade. Seu prédio conta com instalações modernas e aconchegantes propor-

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cionando conforto e segurança aos pacientes. Além do Centro de Diagnóstico por Imagem, UTI moderna e humanizada e avançado Centro Cirúrgico, a instituição possui também consultórios médicos eletivos. Em busca de humanizar ainda mais suas dependências e oferecer um número maior de atendimentos, o hospital passou

por obras de expansão recentemente. O projeto, que se deparou com a impossibilidade de expansão no mesmo terreno, traçou suas diretrizes baseado nas áreas lindeiras, permitindo a construção sem grandes transtornos ao funcionamento da instituição. “Procuramos usar o mesmo conceito de circulação existente, praticamente estenden-

do os corredores para a nova área, mantendo assim a grande maioria dos procedimentos usuais”, conta Waldeny Fiuza, arquiteto da Doria Lopes Fiuza Arquitetos, responsável pelo projeto. O novo bloco está dividido em dois subsolos e quatro pavimentos e é conectado ao prédio já existente pelo 2º andar na ala de quartos. En-


tre o antigo e o novo está a circulação vertical (dois elevadores e escada). “Cada pavimento foi dividido em duas alas conectadas entre si por áreas de serviços, como posto de enfermagem, depósitos, atendimentos e a circulação vertical”, explica o arquiteto. Os dois subsolos foram destinados a estacionamento e contam com 154 vagas. Já no pavimento térreo foi instalada parte do setor de ensino com 13 ambulatórios, recepção e infraestrutura necessária. “Esse setor foi projetado para que os alunos e professores tenham as melhores condições de interagirem com os pacientes, sem cruzamento de fluxo”, revela Fiuza. O setor de consultórios também fica neste andar e conta com 16 unidades/ recepção. Entre os dois setores, há uma praça descoberta que promoverá encontro entre os usuários. Já as duas alas de internação ficaram no 2º pavimento. Uma com 17 quartos duplos e outra com 17 quartos de uma cama. Neste andar também encontram-se os dois postos de enfermagem. “Esse pavimento tem sua conexão com o hospital existente tanto pelo setor de internação, quanto diretamente ao centro cirúrgico”, explica o arquiteto. O 3º pavimento também foi destinado para enfermagem e interação. São 17 quartos de uma cama, posto de enfermagem e o setor de tratamento intensivo com 16 leitos. Já o 4º andar completa a estrutura de ensino do hospital com salas de aula, biblioteca, coordenação, administração, sala de professores, CPD e alojamento para plantonistas em uma de suas alas. Na outra ala há uma área de alimentação com lanchonetes e salão para 72 refeições simultâneas. “Esse salão tem vista e acesso para um grande terra-

Fachada

UTI

uti - Centralização

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Humanização

Aprimoramento

Restaurante

ço descoberto, que servirá como solário e ponto de encontro para toda a comunidade do hospital, médicos, professores, pacientes, alunos e funcionários”, revela Fiuza. Considerando a preocupação com a humanização, a ambientação dos quartos foi projetada para aproximar o ambiente ao máximo de um espaço residencial ou hoteleiro. Para tanto, alguns detalhes especiais foram desenvolvidos, como quadros que escondem os pontos de gazes quando não estão sendo usados, além de detalhes de teto, paredes e principalmente o mobiliário. “A cama hospitalar foi o maior desafio para não dar aparência de internação, incluindo um movimento de abaixar, que eliminou o uso de escada. O quarto conta ain46

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da com grandes janelas com venezianas externas e cortinas tipo ‘rolô’ internas”, conta o arquiteto. Já a UTI, apesar de considerar a humanização, levou em conta, principalmente, a funcionalidade. “Fizemos um estudo exaustivo junto ao corpo clínico e a enfermagem. Depois disso, quando perguntado sobre a melhor forma para a UTI, o diretor clínico nos disse com firmeza: ‘a circular’”. Segundo o arquiteto, os leitos foram dispostos em semicírculos, com a enfermagem centralizada maximizando o controle visual. Para que o paciente não perca a percepção de dia e noite criou-se “Sky Lights” com vidro incolor, que proporciona insolação durante todo o dia, e, ao mesmo tempo, contribuem para a assepsia do local.

Quarto

Considerações Iniciais O Projeto surgiu de um convênio da Cruz Vermelha Brasileira/Paraná com o Centro Universitário Positivo (UnicenP), para suprir a necessidade do curso de medicina UnicenP e de ampliação do número de leitos do Hospital Cruz Vermelha. O programa foi estabelecido em comum acordo entre a direção clínica e o corpo de professores do UnicenP, o que resultou em um setor especialmente projetado para o ensino.


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Novo Conceito

Humanização

Nova Unidade Grupo Fleury inaugura clínica com atual conceito da marca 48

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dade bem menor, mas a nova unidade conta com um mix completo de exames de análises clínicas e de imagem, tais como mamografia, ultrassonografia, densitometria óssea, colposcopia, Raios X, ressonância magnética, tomografia computadorizada, ecocardiograma, eletrocardiograma, mapa, holter, teste ergométrico, medicina fetal, cardiotocografia, provas funcionais, dentre outros”, con-

tam os arquitetos Antonio Carlos Rodrigues e Rafael Tozo, responsáveis pelo projeto e Sócios-Diretores da ACR Arquitetura e Planejamento. O novo conceito do Fleury se traduz na humanização dos espaços para os clientes, de forma acolhedora, moderna e “clean”, equipado com os mais modernos recursos tecnológicos. Para atender a esses critérios, o projeto desenvolvido pela

Foto: Vitor Barão

O

Grupo Fleury acaba de inaugurar uma nova unidade em São Paulo. Localizada na Avenida Brás Leme, Região Norte da capital paulista, a clínica é a segunda a incorporar o novo conceito da marca: “Fleury. Um centro de referência em você” e está situada no andar térreo de um edifício residencial de alto padrão, com mais de dois mil m². “O Grupo já tinha alí uma uni-

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Novo Conceito

Humanização

ACR teve a humanização como principal diretriz e utilizou materiais, como a madeira, com uma linguagem limpa, orgânica e acolhedora. “Os ambientes foram pensados para atender a todos os níveis de conforto, tanto térmico, quanto luminotécnico e acústico. Fizemos o uso de recursos de iluminação indireta organizando fluxos e criando ambientes aconchegantes”, contam os arquitetos. Já na utilização das cores, o magenta, cor essencial da nova marca Fleury, foi introduzida na arquitetura de forma sutil, sem impor 50

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a comunicação visual da empresa de forma óbvia. “Criamos elementos arquitetônicos que fazem parte do ambiente que se fundem a ele. A ‘identidade da marca’ é a nova ambientação”, explica Antonio Carlos Rodrigues. O espaço é amplo, com pé direito alto, com iluminação agradável, muito claro e com teto de madeira. “Neste projeto unimos o lobby de entrada ao ‘lounge’ que criamos no meio da unidade através de um longo corredor. Este é a conexão entre diversos setores, então valorizamos o cor-

redor fazendo de seu trajeto do lobby ao lounge uma espécie de passeio e no decorrer deste passeio locamos as entradas para cada setor, onde foi criada uma vitrine ou uma espécie de portal, fugindo da habitual porta”, relatam os arquitetos. Todo o projeto foi norteado pelos elevados padrões de sustentabilidade exigidos pelo LEED (Leadership in Energy & Environmental Design Liderança em Energia & Design para o Meio Ambiente), organização que estabelece normas para edificações sustentáveis.


Fotos: Vitor Barão

Núcleos Especiais Dentro do conceito que o projeto trabalha dois novos espaços foram desenvolvidos: o “Vila da Saúde” e o “Gestar Fleury”, ambos replicados nesta unidade. O “Vila da Saúde” conta com estrutura especial para o atendimento pediátrico, com prazo reduzido de entrega de resultados e assessoria médica especializada. “A ambientação com a turma da Vila Sésamo completa o conceito, tornando a realização dos exames uma experiência agradável e divertida”, explica.

Neste ambiente, foram aplicados pisos em manta vinílica com desenhos orgânicos e coloridos, reforçando o aspecto lúdico do ambiente. Já o Gestar Fleury concentra, no mesmo local, e de maneira integrada, todos os exames diagnósticos importantes para o acompanhamento pré-natal, onde as gestantes contam com uma agenda dedicada, ambientes planejados para provas funcionais e observação pós-procedimento. Nestes ambientes empregamos desenho e cores mais delicados.

A Marcenaria Um bom projeto de marcenaria é muito importante para ambientes de saúde, visto que é impossível encontrar todo o mobiliário necessário na indústria. “Muita coisa tem que ser desenhada e projetada especialmente para cada setor ou tipo de uso. Existem diferentes demandas, temos que satisfazer a médicos, enfermeiros e administradores, além dos clientes e a todas as normas do setor. Sem abrir mão de estética, ergometria, custo e manutenção”, comenta Health ARQ

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Novo Conceito

Humanização Fotos: Vitor Barão

Antonio Carlos Rodrigues. De acordo com o arquiteto, alguns lugares precisam de mais assepsia que outros. Existem ambientes expostos à radiação, a materiais voláteis, ao constante uso de água, sendo assim, a especificação correta dos acabamentos é muito importante. “Aproveitamos a necessidade de desenhar móveis sob medida para integrá-los à arquitetura e à imagem corporativa do cliente.” A ACR, além de assinar o projeto de arquitetura, projetou também toda a marcenaria e coordenou os projetos complementares. “Sempre fazemos maquetes eletrônicas em 3D, muita pesquisa e protótipos. Após desenvolvimento do branding novo da marca Fleury, foi necessário traduzir esta mesma linguagem para o mobiliário”, contam os arquitetos.

FICHA TÉCNICA Projeto de arquitetura e coordenação de projetos complementares: ACR ARQUITETURA E PLANEJAMENTO, arquitetos Antonio Carlos Rodrigues, Rafael Tozo, Maya Akeho, Mariana Franco, Maira Sivieri e Larissa Nakagawa Projeto de instalações: GRAU engenharia

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Eficiência, inovação e qualidade Antonio Carlos Rodrigues e Rafael Tozo, arquitetos e sócios do escritório ACR Arquitetura e Planejamento, dedicam-se a projetos na área de saúde desde 1995. Com cases de destaque em hospitais, centros diagnósticos e de reprodução humana, clínicas e consultórios médicos, a ACR foca na eficiência, agilidade, compromisso ambiental e inovação. O escritório possui um abrangente portfólio de serviços e clientes, acompanha cada projeto desde seu conceito até sua conclusão, sempre aliando alta tecnologia com os mais contemporâneos conceitos de humanização. Além disso, a ACR Arquitetura e Planejamento é desenvolvedora de metodologia própria e conta com ampla estrutura física e eficiente equipe de profissionais, sem deixar de lado as parcerias necessárias para cada projeto. Entre seus clientes, estão renomadas instituições na área da saúde, como o Grupo Fleury, Hospital das Clínicas, HCor, Hospital Sírio-Libanês, Clínica Huntington, Salomão e Zoppi Diagnósticos, Alliar Medicina Diagnóstica e outros. “Não atuamos somente no mercado ‘triplo A’, estamos atualmente desenvolvendo padrões de atendimento e arquitetura para outras marcas que buscam atender as classes B, C e D. Gostamos muito de inovar e de desafios. É muito gratificante projetar espaços públicos que ajudem pessoas que procuram por assistência médica de alguma forma”, diz Antonio Carlos Rodrigues.

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Humanização

Humanização e flexibilidade De olho no futuro

Projeto de Centro de Promoção da Saúde em Belo Horizonte foca o bem-estar dos pacientes e pensa no futuro

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cidade de Belo Horizonte (MG) vai ganhar um Centro de Promoção da Saúde (CPS). A Unidade Efigênia da Unimed-BH será implantada na Avenida Churchill, no bairro Santa Efigênia. O projeto consiste em um centro de consultas agendadas e tratamento. O espaço, com cerca de 100 consultórios médicos, abrigará ações integradas de assistência médica e prevenção

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de doenças, resultado de trabalho multidisciplinar envolvendo médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e outros profissionais. O projeto buscou evitar sensações de claustrofobia e alienação temporal. Para isso foi adotado em todos os ambientes a luz natural. “Consideramos a iluminação natural fundamental. É importante para o paciente que seja percebida a

Unimed CPS Unidade Santa Efigênia

variação da iluminação ao longo do dia”, conta o arquiteto Antônio Fialho, da Dávila Arquitetura. Na volumetria da edificação, a “transgressão” da superfície elíptica sobre a retícula ortogonal define espaços coletivos diferenciados e confere unidade ao volume. “Já o desnível da rua, de cerca de cinco metros, favoreceu o acesso direto à rua para dois pavimentos distintos sem que se perdesse a relação


com o meio externo que será ampliada pelo recuo verde”, conta Fialho. Já o grande saguão, com pé direito generoso, se apresenta como transição do espaço público necessário a uma atividade desta natureza. “Neste saguão podemos acessar através de rampa os pavimentos dos serviços e o pilotis. Uma das premissas deste projeto foi proporcionar acessibilidade a todos os clientes através do atendimento à norma NBR-9050”, explica Eduardo Mori, também arquiteto da Dávila. A arquitetura do CPS define um bloco de aspecto contemporâneo e ousado, totalmente voltado para a avenida e que bem reflete o nível tecnológico dos

serviços que a Unimed-BH propõe oferecer aos clientes. Compõe-se basicamente de um volume, cilíndrico e ovalado, vedado em vidro e pequenos brises, abraçado por uma caixa estrutural semi-vazada, cujo frame reticulado contrasta com a linearidade do movimento das linhas do cilindro. Este frame é caracterizado por uma leveza visual, acentuada pela sua relação com o solo, no qual se apoia perifericamente através de delgadas colunas cilíndricas. Conectando, enfim, o binário cilindro x caixa à rua, temos um embasamento marcado por planos horizontais que marcam o acesso ao empreendimento e arrematam o embasamento.

A entrada é marcada por um foyer grandioso, espaçoso e iluminado, cujo pé direito “quíntuplo” é capaz de transmitir uma sensação de fôlego e segurança, enquanto integra o ambiente urbano e público ao espaço interno e privado. Uma característica importante do projeto é que a organização dos ambientes internos e as diversas funções de seus espaços são percebidos na fachada através dos elementos arquitetônicos e diferentes fechamentos que definem a própria volumetria. Outra importante preocupação, tanto em termos de sustentabilidade quanto de conforto dos usuários, foi a de dotar todos os

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De olho no futuro

Humanização

Unimed CPS Unidade Santa Efigênia ambientes com iluminação natural, garantida através dos vazios internos e da fachada perimetral. “Na verdade, toda a envoltória do edifício foi definida não apenas para atender à estética e organização espacial desejada, mas para garantir conforto e boas condições de iluminação e salubridade, através do estudo da implantação, da utilização correta dos vidros, brises, jardineiras, beirais e demais elementos arquitetônicos”, comenta Mori. O acesso de pedestres e veículos ocorre precisamente a partir da Avenida Churchill, sendo a entrada de pedestres dividida 56

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em dois níveis - primeiro e segundo pavimentos. Atendendo a um dos condicionantes gerais deste projeto, que era o de acessibilidade universal, este acesso simultâneo a partir da rua, a dois diferentes pisos do edifício foi possibilitado pelo significativo desnível da rua sem qualquer prejuízo em relação ao CPS com o meio externo que, ao contrário, foi favorecida e ampliada pelo recuo verde. No total, o edifício possuirá 11 andares, sendo três subsolos de garagem e mais oito pavimentos corridos a partir do nível mais baixo da avenida, com aproximadamente

“Desta forma, concebemos o projeto de maneira a não inviabilizar ajustes futuros. Para as instalações criamos um rebaixo em torno do núcleo central que possibilita a distribuição dos ramais de instalações e facilita futuras adequações. Adotamos drywall nas vedações internas e posicionamos as prumadas de instalações em locais que não inviabilizam novas ocupações”, Antônio de Pádua Felga Fialho, Dávila Arquitetura


1.800 m² cada e que abrigarão atividades diversas. O empreendimento conta com acesso de veículo de carga e descarga, áreas de apoio técnico e serviços, área de tratamentos e terapias, jardins, terraços descobertos, varandas cobertas, recepção, instalações sanitárias e áreas administrativas. Destaca-se na parte externa da edificação a existência de jardineiras sobre laje que contribuem com o micro-clima local, além de terraços e áreas ajardinadas sobre terreno natural.

A tecnologia também está presente neste projeto através da utilização de pré-industrializados como light steel-framing, estrutura metálica e dry-wall. O edifício conta com sistema automatizado que controla o funcionamento de instalações. O ar-condicionado, por exemplo, apesar de possuir central de refrigeração, possibilita a climatização distinta nos diversos ambientes da edificação. Além disso, a planta também trabalhou a flexibilidade dos ambientes, uma vez que espaços assisten-

ciais de saúde devem se adequar às novas tecnologias e alternativas de atendimento ao público. “Desta forma, concebemos o projeto de forma a não inviabilizar ajustes futuros. Para as instalações criamos um rebaixo em torno do núcleo central que possibilita a distribuição dos ramais de instalações e facilita futuras adequações. Adotamos drywall nas vedações internas e posicionamos as prumadas de instalações em locais que não inviabilizam novas ocupações”, finaliza Antônio Fialho.

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Humanização

Acolhimento

Investimento em humanização Instituição investe em obras buscando o acolhimento aos pacientes

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A

Clínica de Oncologia de Porto Alegre, instituição dedicada à prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer na capital gaúcha, tem investido em adequações e reformas para garantir que o conceito de humanização seja constantemente atingido com o máximo de qualidade. Atualmente, a instituição recebe pacientes de diversos municípios do Rio Grande do Sul e de outros estados brasileiros por meio de atendimento privado, conveniado com mais de 100 operadoras de planos de saúde. O conceito seguido pela clínica busca a interação entre pacientes, familiares e profissionais, levando em conta as necessidades e desejos das pessoas envolvidas. Para que isso seja possível, o ambiente passa a ser o palco principal, já que o espaço arquitetônico é onde essas relações humanas ocorrem. A influência é comprovada cientificamente, pois pesquisas apontam que o cérebro e o sistema nervoso são diretamente influenciados pelos elementos sensoriais do ambiente, por isso a proposta de que eles sejam estimulantes e dinâmicos. De acordo com o arquiteto responsável pela reformulação da ala de quimioterapia da clínica, Jonas Badermann, da Health ARQ

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Acolhimento

Humanização

O conceito seguido pela clínica busca a interação entre Badermann Arquitetura, é preciso aptidão para oferecer espaços que estimulem momentos curativos, energéticos, de intuição e acolhimento. “As adequações foram pautadas nesses conceitos, abordando expectativas dos pacientes por meio da percepção dos colaboradores da instituição”, diz.

Atenção ao paciente

Buscando tornar todo o local atrativo aos pacientes, a clínica investiu em readequações, inclusive na escada da instituição, onde agora conta com fotografias de pessoas que frequentam o local. Entre as adequações desenvolvidas na insti60

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pacientes, familiares e profissionais, levando em conta as necessidades e desejos das pessoas envolvidas. Para que isso seja possível, o ambiente passa a ser o palco principal, já que o espaço arquitetônico é onde essas relações humanas ocorrem.


tuição, o arquiteto destaca a utilização de cores apropriadas, estímulos de visuais terapêuticos, colocação de painéis fotográficos, controle de ruídos por meio da escolha dos revestimentos e conforto térmico com

controle da temperatura ambiente. Além disso, também houve investimentos em disponibilidade de acesso a referências cotidianas utilizando jornais, revistas e boletins informativos, sinalização, ambientação e garantia

de acessibilidade. “As experiências demonstram que a aplicação desses conceitos traz uma série de benefícios para os pacientes como a recuperação mais rápida e uma elevação de sua autoestima”, finaliza.

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Cuidado

HUMANIZAÇÃO

Rede Dor | São Luiz - Fachada Proposta 62

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Conforto na dor Rede D’Or investe em humanização para acolher pacientes oncológicos

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ioneira no reposicionamento dos ambientes voltados para o tratamento de doenças oncológicas da Rede D’Or e com conceito de identidade visual inovador, que será replicado nas demais unidades da rede, as obras da Clínica de Oncologia do bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, foram projetadas para fornecer o máximo conforto a seus pacientes e familiares. O projeto contemplou a requalificação de uma edificação existente com quatro pavimentos. A obra de etapa única, teve o projeto pensado para oferecer acolhimento aos pacientes, utilizando conceitos de humanização. Um deles é o uso de materiais aconchegantes, como a madeira e a cor verde pastel, combinados com detalhes em tons quentes, que foram distribuídos na ambientação. “O desafio do

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Cuidado

Humanização

projeto é também tratar o tema oncologia sem o preconceito dos tempos passados, uma vez que as estatísticas apontam para a crescente expectativa de cura”, afirma a instituição. Todo o design do hospital foi projetado buscando o melhor fluxo para o paciente, com melhorias nas instalações físicas, locais específicos para consulta de enfermagem e atendimento multidisciplinar nas áreas de psicologia, nutrição e cuidados complementares, entre outras. Entre os investimentos destacados pela instituição na infraestrutura do local estão a instalação de ambientes individuais, onde haverá mais privacidade, e áreas coletivas para os pacientes que buscam uma maior interação no momento do tratamento. “Em ambos os espaços, teremos cadeiras extremamente confortáveis com monitores de TV individuais. Também estamos investindo fortemente na capacitação para um atendimento cada vez mais humanizado e de alta qualidade técnica”. 64

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Reder Dor | São Luiz 1º Pavimento - Acesso Principal

Reder Dor | São Luiz 2º Pavimento - Circulação / Café - Aplicação 01

Reder Dor | São Luiz 2º Pavimento - Posto Enfermagem / Circulação / Café - Aplicação 02


Iluminação e Acolhimento Com um projeto que prioriza a iluminação natural como forma de humanização, as obras da clínica de oncologia incluem a criação de um prisma para garantir a entrada da luz em dois pavimentos, que antes eram encostados nas divisas, o que não permitia o acesso da luz. De acordo com a arquiteta Elisabeth Hirth, responsável pelo projeto, no prisma será instalado um jardim vertical trazendo a natureza para as recepções do térreo e do segundo pavimento, onde está localizada a aplicação de quimioterapia. “Também inserimos uma cortina de água, em um ponto central no térreo, onde poderá ser ouvido um suave som, com a intenção de criar um ambiente agradável e tranquilo, neste momento de chegada, quando o paciente tem o maior nível de ansiedade”, diz. Já no terceiro andar, estão localizados os 12 consultórios para atendimentos de especialidades como oncologia, psicologia e nutrição, entre outras. As áreas de subsolo e quarto pavi-

Reder Dor | São Luiz 2º Pavimento - Posto Enfermagem / Atendimento - Aplicação 01

Reder Dor | São Luiz 3º Pavimento - Espera / Recepção 02

Reder Dor | São Luiz 3º Pavimento - Recepção 01 Health ARQ

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Cuidado

Humanização

mento são destinadas ao apoio de funcionários, com vestiário e estacionamento, copa e sanitários, respectivamente. Todo o desenho do mobiliário também focará o aconchego dentro dos espaços de tratamento. Os painéis onde estão localizados os apoios para café, água e lanche foram feitos de maneira criativa, buscando aguçar a percepção do paciente para os elementos da ambientação do espaço. “Detalhes florais e cores nas cadeiras das esperas buscam trazer para o ambiente hospitalar aspectos conhecidos da casa, do ambiente de estar do imaginário de cada um, com toques de cor, conforto e humanização”, finaliza. 66

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Reder Dor | São Luiz 3º Pavimento - Consultório

Reder Dor | São Luiz 3º Pavimento - Consultório


FICHA TÉCNICA Nome da Clínica: Oncologia Rede D’Or Endereço: Rua Sorocaba 654 – Botafogo - RJ Responsável: Leonardo Nunes Aspectos dos projeto: Nome da Obra: Centro Oncológico Setor da Obra: Clínica Oncológica Tipo da Obra: Reforma Data do Projeto: 11/11/2013 Área do terreno: (Beth) cerca de 450 m2 Área total construída: (Beth) 1200 m2 Nº pavimentos: 4 pavimentos incluindo subsolo Vagas estacionamentos: 11 vagas Gerente de obra: Engenheiro Rafael Villaça Responsável por execução: Engenheiro Alexandre Luiz Saboya Burnier Empresas sub-contratadas: Obra (empresas responsáveis) Arquitetura: Hirth Arquitetos Associados Construtora: Engenharia Rede D’or Interiores: Hirth Arquitetos Associados Coordenação: Engenharia Rede D’or Colaboradores: 23 Equipe de projeto: Elisabeth Hirth, Fabíola Sotoma, Sabryne Goya, Vera Rocha, Vinícius Barbosa, Laiza Veiga, Gisele Lisboa e Luiza Hansen Projetos (empresas responsáveis): Health ARQ

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Humanização

Ar-condicionado: Aspen HVACR Consultoria e Projeto LTDA Elétrico e hidráulico: Inficom Engenharia LTDA e Promont Montagem e Projetos LTDA Gases Medicinais: Biotech Tecnologia Biomédica S/C LTDA Estrutura de concreto: Abilitá Projetos Estruturais LTDA Luminotécnico: Hirth Arquitetos Associados Impermeabilização: Hirth Arquitetos Associados Prevenção e Combate a Incêndio: Center Hidro Instalações e Comércio LTDA Assessoria Legal: Hirth Arquitetos Associados Fornecedores de Material e Serviço: Ar-condicionado: Térmica Serviços Técnicos Eirele ME Transporte de cargas e materiais: Expresso Benfica LTDA

Cuidado

Detalhes da Obra: Drywall: Brasil Div Distribuidora de Revestimento Elevadores: Elevadores Atlas Schindler S/A Esquadria ferro: Pen Company e CommerceEireli ME Esquadrias madeira: Marcenaria Ipan LTDA Esquadrarias metálicas: Pen Company e CommerceEireli ME Estrutura metálica: ConstrumetEquipamentos e Serviços LTDA Ferragens de portas: Marcenaria Ipan LTDA Fios: Criba Engenharia e Participações LTDA Granito: Stargran Comércio de Mármores e Granitos Guarda Corpo: Pen Company e CommerceEireli ME Impermeabilização: IAP do Rio Sistemas de Impermeabilização Instalações Hidráulicas e Elétricas: Criba Engenharia e Participações LTDA Luminárias: Alfaluz Iluminação LTDA / Metalurgica Luma LTDA / Distribuidora Archote Material Paisagismo execução jardim permanente: Hannelore Serviços de Paisagismo e Decoração Paisagimo: plantas naturais Sheila Pinturas: Dimacril Pinturas e Reformas LTDA Piso elevado: Amides Comércio de Pisos Elevados LTDA Piso Vinílico: Fademac S/A(Material) e Renovart Tecnologia em Carpetes ME(Mão de Obra) Porta corta-fogo: Center Hidro Instalações e Comércio LTDA Revestimento Cerâmico: Portobello S.A(Material) e MC Rio Gerenciamento de Obras LTDA ME Porcelanato: Portobello S.A(Material) e MC Rio Gerenciamento de Obras LTDA ME Vidros: Vidraçaria e Papelaria Trielo LTDA Mão de Obra Civil: Engenharia Rede D’or Fornecedores de Equipamentos: Acabamentos de elétrica: Criba Engenharia e Participações Água fria, geradores, caldeiras: Criba Engenharia e Participações Combate a incêndio: Center Hidro Instalações e Comércio LTDA Detectores de fumaça: Center Hidro Instalações e Comércio LTDA Distribuição de água quente e fria: Criba Engenharia e Participações Escadas/exaustão mecânica: Criba Engenharia e Participações Geradores: Stemac AS Grupo Geradores Louças: Duratex SA(Material) e Criba Engenharia e Participações(Mão de Obra) Metais sanitários: Duratex SA(Material) e Criba Engenharia e Participações(Mão de Obra) Remoção de entulho: Arco da Aliança Comércios e Serviços LTDA Tubos e Tubulações: Criba Engenharia e Participações(Mão de Obra) Furação de laje: Eletricidade Guaíba LTDA Placas de Drywall: Brasil Div Distribuidora de Revestimento

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ARQ destaque

HOSPITALAR

Evento do setor

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Feira HOSPITALAR reúne profissionais de arquitetura, engenharia e construção em saúde

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urante a 21ª edição da Feira + Fórum HOSPITALAR, maior evento de saúde da América Latina, aconteceram, paralelamente, alguns fóruns, palestras, congressos e assembléias, inclusive ligados à Arquitetura da Saúde. Entre eles os eventos realizados pela L+M, como o debate sobre tecnologia, que discutiu a maneira como esta ferramenta auxilia para o bem-estar do paciente. “Este é um momento ímpar, onde nós temos a oportunidade de conhecer as novidades do mercado de saúde de um modo geral”, comentou João Sabino, Presidente Executivo do Hospital Edmundo Vasconcelos que esteve presente na “Manhã de Tecnologia”. Além disso, a empresa organizou um congresso que trouxe inclusive palestrantes internacioHealth ARQ

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HOSPITALAR

ARQ destaque

nais, como o designer italiano Alex Terzariol. As novidades do mercado voltadas à arquitetura e construção em saúde foram apresentadas no, já tradicional, “Hospital Contemporâneo”. “Nós temos uma aliança com a HOSPITALAR há 20 anos. Trazemos o Hospital Contemporâneo, que é o maior espaço da feira dedicado a todas as soluções de projeto, construção, implantação de tecnologias e manutenção, além de gestão”, 72

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disse Lauro Miquelin, Diretor Geral da L+M. A FBAH (Federação Brasileira de Administradores Hospitalares) realizou o Congresso de engenharia, arquitetura e logística, que focou os avanços tecnológicos. “Hoje em dia é difícil ter um novo empreendimento sem que a tecnologia de segurança esteja no DNA da obra. Segurança é cada vez mais importante. Hoje, a grande novidade é o fato de todos os siste-

mas de tecnologia estarem ligados a uma única rede”, declarou Roberto Luigi Bettoni, durante o evento. De acordo com Carlos Alberto Centurion, Diretor executivo da MHA Engenharia, que também participou do evento, o fórum formado por arquitetos, engenheiros e administradores hospitalares é um facilitador para quem trabalha com o uso de sistemas de tecnologia, uma vez que permite que mais gente


tenha conhecimento de seu funcionamento e necessidade. A HOSPITALAR sediou também a assembléia da ABDEH (Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar), na qual foi anunciado o nome do novo presidente da associação. “Desde a sua fundação, há 20 anos, a ABDEH, sempre trabalhou com um presidente atual e presidente futuro. O segredo disso é não haver uma perda e sim uma continuidade de gestão. O próximo presidente futuro será eleito no Congresso da ABDEH em Florianópolis”, explicou Salim Lamha Neto, Presidente da MHA En-

genharia. O arquiteto da RAF Arquitetura, Flávio Kelner, que também já presidiu a ABDEH, falou sobre a importância dos nomes indicados e a parceria entre os gestores. “Eu assumi a presidência há dez anos. Sabia que era um desafio muito grande, mas o Salim me deu uma segurança forte como presidente passado. Acho que assim como você tem que escolher bem seu presidente futuro, você tem que ter o apoio de seu presidente passado”, comenta. Presente na assembléia, o arquiteto Márcio Oliveira falou sobre o novo cargo. “É uma honra receber esta função. Estou

sucedendo profissionais extremamente competentes”. De acordo com, o arquiteto João Carlos Bross, a ABDEH tem como objetivo reunir pessoas que atuam através de seu conhecimento operacional e orientam seus engenheiros e arquitetos quanto à concepção do prédio. “Hoje, nós discutimos a questão da programação do projeto, as questões referentes aos resultados e promovemos e discutimos a qualidade do resultado que esses edifícios promovem para assistência à saúde no Brasil”, comentou Fábio Bittencourt, então Presidente da ABDEH.

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HOSPITALAR

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Os 100 Mais Influentes da Saúde No último dia da Feira Hospitalar 2014, 23 de maio, o Grupo Mídia realizou a cerimônia dos “100 Mais Influentes da Saúde”. O evento contou com a presença de grandes nomes do setor que foram homenageados pelas diversas ações realizadas no último ano. As categorias que homenagearam os profissionais ligados à arquitetura, engenharia e construção foram ‘Arquitetura’, com os nomes 74

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de Flávio Kelner, Arthur Brito, Lauro Miquelin e Siegbert Zanettini. Construção Civil, com Robson Szigethy, Lauro Fiuza Neto, Salim Lamha Neto e Cláudio Afonso. Outra categoria foi Engenharia Clínica, homenageando Guilherme Xavier, Victor Mendes, Zeev Katz e Rodolfo More. As placas de homenagem foram entregues pelo Presidente do Grupo Mídia, Edmilson Jr. Caparelli; e Marcelo Ca-

parelli, Diretor Executivo do Grupo Mídia; Paulo Câmara, da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares; David de Oliveira, Presidente da Associação Brasileira dos CIO da Saúde; Sérgio Durgante, Gerente Nacional de Vendas da Pisotech; Claudio Licursi, Diretor-Executivo da Sphere IT Solutions; e João Gregório Penido Filho, presidente do Comitê de Tecnologia e um dos sócios do Hospital e

Maternidade Dr. Christóvão da Gama. Estavam presentes no evento Dirceu Barbano, Presidente da Anvisa; Marcelo Lacerda, Presidente do Hospital Oswaldo Cruz; Margareth Ortiz, Gerente De Tecnologia do Hospital Sírio-Libanês; Henrique Salvador, gestor do Hospital Mater Dei (MG); Dra. Waleska Santos, Presidente e Fundadora da Feira Hospitalar, entre outros importantes nomes do setor.


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ARQ destaque

Novo Hospital

Destaque no Norte do País Modelo inovador na rede pública de saúde do Estado do Amazonas constrói hospital em regime de Parceria Público-Privada

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N

o mês de junho, o governo do Estado do Amazonas inaugurou a primeira etapa do Hospital e Pronto-Socorro Delphina Rinaldi Abdel Aziz. Nesta primeira fase, os investimentos foram de R$ 90 milhões. O novo pronto-socorro tem capacidade para realizar 1,4 mil atendimentos/dia e vai reforçar a rede de urgência e emergência de Manaus em 51 leitos com alas separadas para adultos e crianças.

Além disso, a edificação tem selo verde. O complexo hospitalar, quando estiver totalmente pronto, terá 300 leitos e será o maior do Estado. A instituição pertence ao programa de investimentos que o Governo do Estado vem realizando na área da saúde, com o objetivo de ampliar, modernizar e reorganizar a estrutura de atendimento de média e alta complexidade, inclusive com a

oferta de novos serviços na capital e no interior. A unidade contará também com tecnologia. O sistema de prontuário eletrônico será instalado, permitindo o acesso prático e rápido às informações. Além do pronto-socorro, foi entregue também uma Central de Utilidades. O espaço concentra todos os equipamentos principais de energia, sistema de refrigeração, gases medicinais e o fornecimento de água.

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Novo Hospital

ARQ destaque

O projeto O Governo do Estado do Amazonas contratou, através de licitação pública internacional, a Parceria Público-Privada para concessão administrativa, cujo objeto é a construção, fornecimento de equipamentos, manutenção e gestão de serviços não assistenciais por 20 anos do Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz, na cidade de Manaus (AM). O Consórcio Zona Norte, vencedor desta licitação, é formado pelas empresas SH Engenharia e Construções Ltda., 78

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Abengoa Concessões Brasil Holding S.A. e Magi Clean Administração de Serviços Ltda. O trabalho iniciado em maio de 2013 já foi capaz de inaugurar a primeira etapa da obra em junho deste ano, entregando à população da cidade de Manaus um moderno pronto-socorro. A instituição nasceu com o objetivo de atender a Região Norte de Manaus, área que passa pelo maior índice de crescimento urbano da cidade. Auxiliará outros dois prontos-socor-

ros do município, o HPS 28 de Agosto e o HPS João Lúcio, no atendimento e assistência da população manauara. Implantado na rodovia estadual em um terreno de 81 mil m², o hospital oferecerá serviços (adulto e infantil) de pronto-socorro, atendimento ambulatorial de especialidades médicas, internação (geral e em regime de tratamento intensivo), centro de diagnóstico (imagens e gráficos), centro de reabilitação e realização de procedimen-

tos cirúrgicos. Tem ainda o objetivo de formação de recursos humanos através de um centro de ensino no próprio hospital. Com mais de 30 mil m², a edificação principal foi locada de forma centralizada permitindo a distribuição de fluxos por todo o terreno. O zoneamento previsto considerou área de abastecimento e retirada de resíduos reservada, evitando cruzamentos inadequados. A implantação do prédio permitirá também acessos diferenciados para


os diversos usuários da edificação, evitando concentrações de demandas em uma única região. “A orientação leste/oeste do terreno, que tem geometria retangular (158x511m), e a implantação longitudinal do edifício, favoreceram a redução da extensão das fachadas voltadas para o nascente e o poente, reduzindo a insolação direta sobre as empenas da edificação e minimizando os famosos efeitos climáticos da região”, comenta Thomé Raposo, do escritório Projeto

H e um dos arquitetos responsáveis pelo projeto. Alinhado e paralelo ao edifício principal, está implantado o prédio da Central de Utilidades, responsável pelo fornecimento de energia, água potável, água gelada (ar-condicionado) e gases medicinais. “Na área posterior do terreno está implantada a Estação de Tratamento de Efluentes (sanitários) com capacidade para 400 m³ de tratamento por dia”, conta o arquiteto. A edificação principal, predominantemente hori-

zontal (dois pavimentos), é marcada pela existência da torre de hotelaria com cinco pavimentos. No pavimento térreo estão implantados os serviços médicos de maior demanda (pronto-socorro, ambulatório e diagnóstico) e a região industrial do hospital (produção de alimentos, medicamentos, armazenagem, manutenção, tratamento de resíduos sólidos, etc). Ainda no térreo, a instituição ofertará o serviço de reabilitação. No segundo pavimento, estarão alocados o Hospi-

“A orientação leste/oeste do terreno, que tem geometria retangular (158x511m), e a implantação longitudinal do edifício favoreceram a redução da extensão das fachadas voltadas para o nascente e o poente, reduzindo a insolação direta sobre as empenas da edificação e minimizando os famosos efeitos climáticos da região”, Thomé Raposo e Michelle Gavanski, Arquitetos do Escritório Projeto H Health ARQ

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Novo Hospital

ARQ destaque tal-Dia (salas de procedimentos e dez apartamentos), Centro Cirúrgico (11 salas de cirurgia), Centro de Terapia Intensiva com 50 leitos (infantil e adultos), laboratório de Patologia Clínica, serviço administrativo e de formação de recursos humanos. A partir do terceiro andar, a torre de hotelaria será responsável pela internação de 250 pacientes (adultos e crianças). Os apartamentos, em pares, com dois leitos cada, são servidos por sanitário e box de banho independen-

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tes, otimizando o uso dos equipamentos sanitários. Cada pavimento, com 58 leitos, contará ainda com dois apartamentos privativos do tipo isolamento e dois apartamentos adequados para portadores de necessidades especiais. “No topo da torre será instalado um heliponto que possibilitará o transporte aeromédico de pacientes em toda a região amazônica”, revela. Como uma obra atual, o hospital teve como fundamento os princípios da “humanização”, conceito que

entende que o ambiente físico tem o poder de auxiliar o processo de cura, estimulando sensações de acolhimento, bem-estar físico e psicológico em pacientes e equipes. Sendo um hospital público, no qual, na maioria das vezes, há limitações de recursos para investimentos (construção, reformas, ampliações e manutenção), o componente cor (de baixíssimo custo) terá papel de destaque para composição da ambiência. “No Hospital Delphina Aziz, a multiplicidade de cores, sempre em tons claros, dará uma

dinâmica imprevisível aos espaços, induzindo e estimulando seus usuários a sensações diferentes a cada novo ambiente”, comenta a arquiteta da Projeto H, Michelle Gavanski, também responsável pelo projeto. Todos os projetos (arquitetura e engenharia) foram desenvolvidos sob consultoria de empresa de certificação ambiental com objetivo de obtenção do selo AQUA e consideraram medidas para economia de recursos energéticos e preservação do meio ambiente.


Engenharia Como citado, o projeto do Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz foi dividido em duas etapas. Iniciando com pronto-socorro para atendimento a compromissos políticos no prazo de 120 intensos dias, e que corroborou a etapa subsequente, a finalização do hospital completo. “A principal dificuldade deste projeto, foi o prazo, que foi superado devido à utilização da ferramenta de compatibilização de projetos, ZIGGURAT SIYSTEMS, além da experiência e entrosamento da equipe do consórcio com os projetistas, garantindo que não fosse

comprometida, em nenhum momento, a qualidade dos projetos desenvolvidos, atendendo integralmente às especificações e normas reguladoras, e correspondendo às expectativas de forma satisfatória”, conta Cássia Lago, engenheira civil da MBM Engenharia, empresa responsável técnica pelos projetos das instalações elétricas, hidrossanitários, sistemas eletrônicos, instalações fluido mecânicas, prevenção e combate a incêndio, HVAC e compatibilização em BIM dos projetos desta obra. O foco de sustentabilidade é bastante relevante neste

projeto e a economia energetica foi um dos principais pontos trabalhados. “A parceria da MBM Engenharia com a empresa Israelense ZIGGURAT SYSTEMS, que oferece coordenação interdisciplinar, detectando as interferências e gerenciamento de espaço para os projetos de construção civil, alinhando assim os projetos de todas as especialidades tem comprovado o ganho na eficiencia e segurança na execução de obras de alta complexidade”, diz o engenheiro mecânico da MBM Engenharia Rafael Pinheiro Bousquet Muylaert.

Expertise Com mais de 25 anos no mercado, a MBM Engenharia desenvolve projetos de Instalações Elétricas, Hidráulicas, Ar-condicionado, Automação Predial e Especiais nas mais diversas áreas em construção de grande porte e alta complexidade em todo o Brasil e no exterior.

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Referência profissional

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Rede Sarah - Centro Brasília

Rede Sarah - Belo Horizonte

Vai deixar saudades Um dos precursores da arquitetura hospitalar no Brasil, Lelé Figueiras deixa legado aos profissionais do setor

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oão Figueiras Lima, mais conhecido como Lelé, nasceu no Rio de Janeiro em 10 de janeiro de 1932. Formado em arquitetura pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), consagrou-se, principalmente, pelos projetos desenvolvidos no setor da saúde junto à Rede Sarah de hospitais. Apesar de ter nascido e cres82

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cido na capital carioca, passou a maior parte da vida adulta em Brasília e em Salvador. O arquiteto projetou escolas, abrigos, passarelas e prédios administrativos. O Lelé iniciou a carreira ao lado de Oscar Niemeyer na construção de Brasília e consagrouse como um arquiteto de projetos modernistas, comprometido com inte-

gração com a paisagem e com o contexto cultural. Ao lado de Niemeyer e Darcy Ribeiro, atuou também na implantação da UnB (Universidade de Brasília). Além disso, Lelé esteve ligado a entidades de pesquisa e fabricação de produtos para construção civil. No desenvolvimento dos projetos arquitetônicos dos hospitais da Rede Sarah no


Rede Sarah - Belém

País, criou espaços que permitiram a implantação de uma cultura em medicina de reabilitação, beneficiando milhares de brasileiros. Além disso, projetou também o prédio da prefeitura de Salvador, o Centro Administrativo da Bahia (CAB), as passarelas do Tribunal de Contas da União, o Convento de Brotas, o Mercado Municipal de Paripe, a Igreja

dos Alagados, os antigos pontos de ônibus e a Estação da Lapa. Lelé atuou ainda como Diretor do Centro de Tecnologia da Rede Sarah (CTRS), desenvolvendo os projetos e a execução dos novos hospitais da Rede. Trabalhando para a CTRS, também desenvolveu projetos de mobiliário hospitalar, entre os quais destaca-se uma ca-

ma-maca móvel utilizada bastante pelos hospitais do grupo. “Em meados de 2002, em meio a viagens, cursos e congressos no trânsito entre Porto Alegre e São Paulo, tive o prazer te conhecer um arquiteto todo risonho, apelidado de Lelé, que trazia consigo uma alegria impar em viver da arquitetura. Momentos irrefutáveis Health ARQ

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Referência profissional

e únicos na vida de um estudante, que era eu na época. De igual ou comparável no momento, seria apenas um mero sobrenome – Lima, nada mais”, comenta o arquiteto Clóvis Lima. Sempre à frente de seu tempo, Figueiras chegou a propor métodos e processos de pré-fabricação de elementos construtivos inéditos no Brasil, sendo inclusive dono de uma fábrica de pré-fabricados. O arquiteto valorizava a tecnologia integrando-a ao projeto e visando a beleza funcional. O uso de pré-fabricados em concreto e argamassa armada, faLelé Figueiras Principais Projetos • 2009 - Memorial Darcy Ribeiro/Beijódromo da UnB • 1997 – Tribunal Regional Eleitoral da Bahia • 1997 – Sede do TCU de Sergipe, Minas Gerais, Alagoas, Piauí e Mato Grosso • 1996 – Hospital do Aparelho Locomotor Sarah Kubitschek de Natal (Rio Grande do Norte) • 1995 – Sede do Tribunal de Contas da União (TCU) da Bahia • 1995 – Hospital do Aparelho Locomotor Sarah Kubitschek de Recife (Pernambuco) • 1993 – Hospital do Aparelho Locomotor Sarah Kubitschek de Belo Horizonte (Minas Gerais) • 1991 – Hospital do Aparelho Locomotor Sarah Kubitschek de Fortaleza (Ceará) • 1988 – Recuperação do Centro Histórico de Salvador, Bahia • 1988 – Hospital do Aparelho Locomotor Sarah Kubitschek de Salvador, Curitiba e São Luís do Maranhão • 1986 – Mercado Municipal de Paripe, Bahia • 1986 – Palácio Tomé de Sousa, sede da Prefeitura de Salvador, Bahia • 1986 – Presídio de Segurança Máxima do Rio de Janeiro • 1984 – Hospital Regional de Ceilândia, Distrito Federal • 1982 - Estação da Lapa, Salvador, Bahia • 1980 – Hospital Sarah Kubitschek, Brasília • 1980 – Convento de Brotas, Bahia • 1979 – Igreja dos Alagados, Bahia • 1973 - Secretarias do Centro Administrativo da Bahia • 1975 - Igreja da Ascensão do Senhor (Centro Administrativo da Bahia) 84 •Health ARQ - Hospital Regional de Taguatinga, Distrito Federal 1968


cilitando e agilizando as construções, tornou-se marca de sua obra. As curvas eram outra característica de seus prédios, assim como as estruturas metálicas que, mesmo montadas a partir de peças distintas, dão sensação de movimento contínuo às obras. “Quando estudante eu pensava, como uma pessoa poderia criar aquelas linhas todas com prémoldado, dando-lhe forma e função. Como me era harmônico aos olhos aquelas cores e símbolos.

Lelé era uma pessoa especial com certeza, pois trazia beleza e carinho para dar amparo aos que sofriam em uma hora tão impar de suas vidas”, conta. Sua carreira foi marcada por alguns importantes prêmios. Em 1998 e 2002, recebeu o Prêmio da Bienal Ibero-Aamericana de Arquitetura e Engenharia. Em 2001, o Grande Prêmio Latino-Americano na 9ª Bienal Internacional de Arquitetura, seguido da Medalha de Ouro da Federação Pan-Ameri-

cana de Associações de Arquitetos (FPAA), em 2012, considerada a mais importante premiação de arquitetura das Américas. Mais tarde, em 2013, foi um dos vencedores do Prêmio Jabuti, com o livro “Arquitetura: Uma Experiência na Área da Saúde”. Lelé faleceu no dia 21 de maio, aos 82 anos, em um dos hospitais que projetou, Sarah Kubitschek, em Salvador, vítima de câncer de próstata, deixando três filhas e três netos.

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Unificação

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Desafios e Contribuições Diretoria de Projetos garante o bom planejamento de obras e instituições médicas

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esponsável por aliar as necessidades da empresa ao planejamento estratégico e buscar a padronização das construções para diminuir ao máximo as intercorrências durante a supervisão de obras, a Diretoria de Projetos é um setor de extrema importância na área da saúde. À frente do 86

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gerenciamento de 40 colaboradores diretos e 500 indiretos, entre arquitetos e engenheiros no Brasil e Portugal, Robson Szigethy, Diretor de Projetos da Amil (Assistência Médica Internacional S/A) fala sobre as dificuldades, mas principalmente sobre as contribuições de seu setor durante uma obra.

De acordo com Szigethy, a expertise no segmento de projetos e construções em ambientes médico-hospitalares, além do conhecimento das rotinas dos clientes possibilita a agilidade no desenvolvimento de projetos arquitetônicos. “O departamento sempre vai desenvolver as de-


mandas de acordo com as características e utilização de equipes médicas do grupo. Buscamos sempre utilizar materiais de alto desempenho para padronizar as construções e não sofrermos contratempos que podem atrasar nosso itinerário”, diz. Szigethy ainda afirma que outras preocupações constantes são a produção de planos que tornem as unidades médicas flexíveis e com fácil expansibilidade, permitindo

a incorporação de novas tecnologias de maneira sustentável. Para o diretor, também é necessário assegurar que as rotinas preventivas possam ser executadas facilmente. O profissional afirma que, para isso, o projeto deve oferecer acessibilidade. “Para que o processo seja possível, utilizamos patamares e paredes técnicas, shafts, lajes desobstruídas, forros removíveis, estruturas com modulações adequadas e ambientes

técnicos de acordo com as normas vigentes e características dos equipamentos”, diz. Entre os maiores desafios do setor, Szigethy destaca a dificuldade em encontrar profissionais qualificados no mercado de construção civil. “Temos obras em diversas capitais do Brasil e temos dificuldades para encontrar pessoas capazes de executar serviços específicos dentro de instituições de saúde”, afirma.

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Experiência Novidade na Gestão

Com mais de 500 obras hospitalares no currículo, Márcio Oliveira é o novo presidente da ABDEH

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om um currículo que conta com o gerenciamento e supervisão de mais de 500 obras hospitalares no Brasil e experiência como consultor do Ministério da Saúde, o arquiteto Márcio Oliveira é o novo Presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar. A Revista HealthARQ preparou um resumo sobre a trajetória que levou o profissional até o cargo máximo da associação. Oliveira conta que uma de suas atuações com o maior destaque foi a passagem pelo Ministério da Saúde entre os anos de 2000 e 2006, onde

atuou como consultor no Projeto Reforsus. No ano de 2005, o arquiteto foi o criador e coordenador do Somasus, projeto desenvolvido em parceria com a UFBA e UFSC e que atualmente é utilizado por mais de cinco mil técnicos, principalmente arquitetos e engenheiros em todo o Brasil. Ainda em instituições governamentais, o profissional atuou na Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), entre 2009 e 2011, onde seu trabalho ganhou proporções internacionais quando seus projetos de laboratórios foram adotados no País e também na África.

Márcio Oliveira, Presidente da ABDEH

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Atualmente, Oliveira é Diretor do curso de arquitetura da Universidade Católica de Brasília, onde coordena também um curso de pós-graduação em arquitetura hospitalar. Além disso, ele presta consultoria à Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, além de manter sua prática profissional desenvolvendo projetos de clínicas e pequenos hospitais. O arquiteto graduou-se na Universidade de Brasília em 1991 e concluiu o seu mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela instituição canadense Mcgill University.


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Particularidades do design Arquitetos falam sobre trabalhos e tendências no Brasil e Itália

Tendências

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ensar em maneiras de facilitar o fluxo, decidir quais as cores transmitirão humor e confiança diante um quadro de doença e buscar soluções simples, com alto conteúdo tecnológico e sustentabilidade, são preocupações constantes dos profissionais que atuam em obras no setor da Saúde. Com grande experiência neste ramo, a arquiteta Cristine Stuermer e o designer italiano Alex Terzariol, managers da MM Design no Brasil e Itália, respectivamente, se reuniram para um bate-papo sobre trabalhos realizados, além das principais tendências nos dois países. Confira a entrevista:

De que maneira o design é trabalhado em áreas externas? Alex: Um ponto importante de atenção projetual são os fluxos. As áreas externas, assim como as áreas internas, devem ser projetadas de modo a tornar fácil e intuitivo os fluxos para os pacientes internados, seus familiares ou demais frequentadores da estrutura. O uso correto dos espaços junto a um projeto de comunicação visual que contemple cores e uma gráfica facilmente legível ajuda muito às pessoas que não estão familiarizadas com os diversos setores de um hospital. Como móveis e tecidos contribuem para a composição do design dentro de um ambiente hospitalar? Alex: Uma vez desenvolvemos um projeto que pode demonstrar a eficácia das cores, da luz, dos acabamentos e dos materiais pensados para a ala pediátrica de um hospital. Todas as pessoas que vivenciaram a experiência dessa ala pediátrica

confirmaram que foram muito ajudadas pelos espaços criados, que conseguiram trabalhar psicologicamente nelas a confiança, o humor e o estado de espírito necessário para enfrentar situações nem sempre fáceis como a de uma doença. Como o design lida com as cores a seu favor e quais as mais indicadas para dento do ambiente hospitalar? Alex: As cores normalmente usadas nesses ambientes são os tons pastel para não criar muito “rumor cromático”. A cor influencia nossa percepção visual e o nosso humor. Dessa forma, se privilegiam nas áreas operativas cores mais frias, como azuis e verdes, e nas áreas de internação as cores mais quentes como avermelhados, alaranjados ou tons de amarelo. Qual a principal diferença entre o design trabalhado no Brasil e na Itália?

Alex Terzariol, Manager da MM Design na Itália 90

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Alex: O design é por sua definição projeto. Projetar significa, também conseguir transformar as boas ideias em produtos que sejam replicáveis e, portanto, vendáveis. Esse aspecto final é, em grande parte, definido pela qualidade. Existem realidades de excelência no Brasil onde se percebe a boa qualidade do produto, mas acreditamos que nos próximos anos muito se possa fazer a respeito. Para isso, é necessário porém, formar uma cultura que saiba valorizar o bom gosto e os projetos inovadores. A Itália, no momento, vive uma situação de expectativa, porque a crise está minando o entusiasmo necessário para se realizar uma verdadeira inovação. Como o design contribui para a humanização dentro dos ambientes de saúde? Alex: O Designer é um profissional que reúne as partes humanísticas e tecnológicas em seus projetos. O seu trabalho é encontrar soluções simples com alto conteúdo tecnológico, mas que não assustem quem utilize esses produtos. O verdadeiro segredo é exatamente fazer produtos simples e intuitivos de usar. Qual a principal inovação em design? Quais ainda não chegaram ao Brasil? Alex: O mundo, neste momento, oferece grandes possibilidades para se projetar como antes não se viam. Além dos sis-

temas CAD, cada vez mais evoluídos e complexos para realizar cálculos muito complicados, hoje podemos contar ainda com Augmented Reality e Virtual Reality. São oportunidades que permitem não só se desenhar produtos, mas, sobretudo de vivenciar uma experiência de design antes mesmo que o produto seja colocado em produção. Isto significa que se a experiência é negativa é possível interromper o projeto antes de se fazer investimentos importantes em moldes e equipamentos. Como arquitetos, designers e engenheiros podem se harmonizar em um projeto hospitalar? Cristine: No futuro, cada vez mais, as competências espaciais arquitetônicas deverão colaborar em estreito contato com as competências de design e, isto é, contribuindo para as experiências sensoriais de melhor viver os espaços e os produtos que ali habitam. Juntamente, é claro, com os engenheiros que colocam a disposição do projeto suas competências técnicas e conhecimentos industriais. Cada vez mais, no futuro, o projeto será um trabalho desenvolvido por uma equipe alargada entre arquitetos, engenheiros e designers que resolverão juntos problemas e encontrarão soluções para otimizar seja os espaços de trabalho, assim como os de internação dos hospitais. Isso já acontece normalmente nas empresas de produção, onde a conexão entre várias competências (marke-

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Tendências

ting, comercial, setor técnico de compras) é gerenciada por um diretor de arte, geralmente um designer com competências de Design Thinking e que coloca em dialogo as diversas experiências.

deslocamento de leitos em função do tamanho da criança, economizando assim tempo e espaço para armazenagem dos quartos que não estão sendo usados.

O que um bom designer precisa ter para conseguir sucesso? (especialmente no setor de saúde) Cristine: Acreditamos que uma das primeiras chaves para o sucesso seja ser muito sensível e saber escutar. Ao dar inicio a cada projeto, para nós é importante conversar seja com o pessoal de serviço, com os médicos e até mesmo os familiares que têm seus entes queridos em hospitais. Cada um deles tem exigências diferentes e o projeto deve tentar encontrar uma solução para satisfazer a todos.

Como o orçamento interfere nas possibilidades do designer? Cristine: É inerente da profissão do designer inovar o que significa, muitas vezes, investir. É necessário estar muito seguro do resultado final antes de fazer com que uma empresa invista somas consideráveis em moldes e equipamentos. Existem empresas que estão prontas a arriscar para poder colocar no mercado algo que seja realmente uma novidade e outras que, de frente a um belíssimo projeto, não ousam investir decretando assim, oficialmente, a morte do projeto.

Recorda-se de algum case em instituições de saúde em que o design modificou a “cara” da instituição? Cristine: Um case interessante que podemos relatar é o do projeto feito para a ala pediátrica de um hospital que foi pensada para as crianças, mas onde pais, médicos e operadores de saúde declararam encontrar-se em um espaço muito agradável e funcional. Neste projeto pensamos em todas as horas do dia e em como responder, ao longo desse período, as tantas exigências diferentes. Por exemplo, pensamos num leito extensível para que não fosse mais necessário o

Existem meios, materiais e peças sustentáveis sendo utilizadas atualmente? Cristine: Hoje, a pesquisa sobre materiais permite aos projetistas uma vasta escolha de materiais sustentáveis ou recicláveis. Porém, é necessário encontrar materiais que estejam em sintonia com o setor onde serão utilizados. Por exemplo, nos hospitais as severas normas de higiene não permitem o uso de certos materiais porque os testes realizados com os mesmos ainda não garantem adequadamente as características de higiene e esterilização necessárias.

Cristine Stuermer, Arquiteta 92

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Reestruturação

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Espírito Santo investe em reestruturação de instituições de saúde

Programa de Ampliação e Modernização do Sistema Hospitalar do Estado proporciona aprimoramento de três instituições

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contrato firmado entre o BNDES e o Estado do Espírito Santo beneficia a área da saúde pública com a modernização e ampliação do atendimento hospitalar no Espírito Santo, onde estão sendo investidos R$ 271 milhões, sendo R$ 160 milhões de financiamento e R$ 111 milhões de contrapartida do Governo Estadual. O Programa de Ampliação e modernização do Sistema Hospitalar do Estado do Espírito Santo engloba o Hospital Estadual Central, Hospital São Lucas e Hospital Dr. Jayme Santos Neves. “É importante destacar que as unidades Hospital Estadual Central e Dr. Jayme Santos Neves foram projetadas com área de estudos e eventos compostos por salas de aula, medioteca e auditório”, afirma José Marcos Calil Salim, Diretor Regional da Concremat Engenharia. “As três obras receberam como inovação, em termos de hospital público, a adoção de medidas necessárias referentes aos procedimentos de atendimento ao conceito ‘Salas limpas e ambientes controlados’, conforme previstos nas NBR 16401-3/2008 e NBR 7256/2005. A premissa para o atendimento foi dotar os ambientes de sistema de climatização com renovação de ar. Desta forma, foram instalados equipamentos exclusivos dotados de filtros de alta eficiência para a separação de partículas em suspensão, aerossóis, pó tóxico, bactérias, gérmens, etc”, explica. O sistema implantado nos hospitais estabelece condições adequadas de limpeza, manutenção, operação e controle. Houve também a utilização de antecâmaras fechadas na transição entre duas ou mais áreas de classes de limpeza distintas.

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Reestruturação

Hospital Estadual Central O Hospital Estadual Central é o resultado da reforma e ampliação do antigo Hospital São José. A obra foi marcada por adequações necessárias na arquitetura antiga do prédio, e mudanças funcionais de uso dos pavimentos, permitindo a inclusão de inovações tecnológicas ao hospital. A instituição conta com a seguinte estrutura: Centro Cirúrgico com cinco salas, 143 leitos de enfermarias, 18 leitos de UTI e 11 de cuidados intermediários. Além de atendimento cirúrgico em ortopedia especializada, cabeça e pescoço, buco maxilo facial, vascular, neuro, torácica, traumato ortopedia, angiologia, geral e abdominal. Além de atendimento em clínica médica e hebiatria. Possui também centro de diagnóstico com tomografia computadorizada, Raios X, endoscopia digestiva alta, broncoscopia, ultrassom, ecocardiograma e colonoscopia. O projeto de engenharia levou em consideração a necessidade de adequar os serviços exigidos para o funcionamento do hospital modernizado, numa 96

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edificação existente com dez pavimentos, minimizando ao máximo as interferências, de modo a zerar os impactos na vizinhança e no meio ambiente. A proposta do governo estadual era de um hospital humanizado cujos serviços de atendimento fossem pré-agendados. Visando o melhor andamento da obra, arquitetura e engenharia tiveram que andar lado a lado para adequar os espaços físicos para utilização de equipamentos modernos, que exigiram interferências tanto espaciais como de adequação de infraestrutura para seu correto funcionamento. “Para viabilizar as tomadas de decisão, durante toda a obra, esteve presente uma especialista na área hospitalar fazendo a gestão dos projetos, bem como adaptações e compatibilização de acordo com as atualizações necessárias em função da oferta de equipamentos e atualização de rotinas de serviço para hospitais”, conta. De acordo com o Diretor Regional da Concremat, um desafio para a

equipe de projeto esteve relacionado à construção existente, que está localizada em uma área confinada de densa ocupação que não permitia expansão horizontal, fazendo adotar soluções verticalizadas para abrigar uma nova subestação e maquinário do sistema de climatização. “Esta obra foi marcada pela sua interrupção por um período de três meses. Momento em que nós, a empresa gerenciadora, usamos toda nossa experiência e expertise para minimizar os impactos no prazo e custo provocados por esta paralisação, conseguindo um resultado final considerado excelente”. O hospital possui perfil diferenciado de atendimento e administração, com o objetivo de proporcionar maior eficiência na prestação do serviço aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A gestão administrativa é realizada por uma Organização Social, através de contrato com o Governo do Estado, o que faz com que as ações de operação, manutenção e conservação da instituição sejam mais efetivas.


Hospital São Lucas

Hospital São Lucas O Hospital São Lucas, localizado na região central do Município de Vitória (ES), é uma instituição pública estadual de assistência médica, hospital terciário, de alta complexidade, referência em emergência: trauma, com especialidade em neurocirurgia, ortopedia, cirurgia vascular, cirurgia bucomaxilofacial, cirurgia geral e urgência psiquiátrica. O Programa de Ampliação e Modernização da Rede Hospitalar do Estado para o Hospital São Lucas consta de cinco etapas de intervenção. Foram executadas na 1ª etapa a reforma

e ampliação do Bloco 2 e parte da reforma do prédio do antigo hospital - Bloco 1. Na 2ª etapa foi executada a construção do prédio Edifício Garagem da Av. Vitória (Bloco 3), seguida da conclusão da reforma do prédio do antigo hospital (Bloco 1) na 3ª etapa. A 4ª e 5ª etapas da obra serão iniciadas durante o ano de 2014, e respondem, sucessivamente, pela construção do prédio de assistência hospitalar, UTI e heliponto (Bloco 4); e pela construção do prédio garagem complementar (Bloco 5). “A proposta do governo do Estado era de criar um

hospital humanizado que pudesse atender a demanda de emergências registradas pela Secretaria de Saúde, com equipamentos de qualidade, sem desprezar a acessibilidade”, diz Salim. De acordo com o Diretor Regional, quando concluídas todas as etapas, o hospital passará a ter área aproximada de 26.280 m², com pronto atendimento servido por heliponto, 176 leitos (enfermaria, pronto atendimento e recuperação), 60 leitos de UTI geral, 55 leitos de UTI semi-intensiva, oito salas no centro cirúrgico, 270 vagas de garagem, além de atendi-

mentos especiais, como laboratórios, unidade transfusional, ultrassonografia, endoscopia, hemodinâmica, Raio X e tomografia. Semelhante ao Hospital Estadual Central, a equipe de engenharia teve que redobrar a preocupação com a dinâmica de realização das obras, visto que a unidade está em uma localidade vizinha a duas escolas, um posto de saúde municipal, uma central de ambulâncias, e uma Secretaria Estadual. Outro fator também considerado, e responsável por definir as etapas de intervenção, é de que Health ARQ

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Reestruturação

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Hospital São Lucas

o hospital referência em emergência não poderia paralisar o atendimento. Em edificações paralelas, Bloco 1 e Bloco 2, a construtora deu início a ampliação e reforma da unidade, porém, uma avaliação da Secretaria de Saúde estabeleceu a necessidade de deslocamento do atendimento para outro local. “Também ficou claro para a equipe de projeto as necessidades reais de intervenção no Bloco 1, que passaram a ser estudadas e redefinidas em projeto de acordo com a 98

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realidade da edificação e adequadas aos serviços a serem implementados dando origem a etapa 3”, explica do Diretor. A grande preocupação, antes do início dos trabalhos referentes à reforma da edificação existente, foi a emissão de um laudo técnico para subsidiar, com segurança, a definição de uso para cada pavimento. O laudo técnico autorizava o uso do prédio, mas mostrava a preocupação quanto à sobrecarga nos pavimentos. O projeto de arquitetura

dos blocos 1, 2 e 4, previu a criação de rampas e plataformas para interligação da edificação existente com a ampliação do hospital de forma a garantir um bom fluxo entre os setores. Em função das recomendações contidas no laudo técnico, foram adotadas soluções construtivas para diminuir os impactos sobre a edificação existente. Sendo assim, utilizou-se, ao máximo, paredes internas em gesso acartonado. “No último pavimento da área acrescida optouse pelo uso da telha de

alumínio tipo sanduíche com isolamento térmico ao invés de laje, a não ser a da casa de máquina e a existente. Estes cuidados devem ser observados no caso de novas intervenções na edificação”, alerta. De acordo com Salim, a proximidade do escritório de projetos com o local da obra proporcionou maior integração entre engenharia e arquitetura, o que, no decorrer da obra, foi determinante para a dinâmica de soluções e adequações necessárias para continuidade do processo.


Hospital Dr. Jayme Santos Neves A instituição é uma unidade hospitalar no município de Serra (ES) com os mais modernos recursos e instalações, que tornou-se referência estadual em urgência e emergência, politraumatismo, tratamento de queimados, maternidade de alto risco, tratamento DST-AIDS, além das especialidades de neurocirurgia, ortopedia, cirurgia vascular, cirurgia buço maxilo facial, cirurgia geral e clínica geral. O novo hospital, com área aproximada de 32 mil m², possui unidade de pronto atendimento servida por heliponto, 262 leitos de enfermaria, 14 leitos de berçário, 30 leitos em hospital dia e 10 leitos para tratamento de queimados. Além de 84 leitos de UTI, 24 unidades de UTI semi-intensiva, 480 vagas de estacionamento e atendimentos especiais, como laboratórios, cinésoterapia, balneoterapia, unidade transfusional, ultrassonografia, endoscopia, Raio X, ressonância magnética e tomografia. O processo licitatório desta obra foi definido como turn key ou chave na mão, sendo assim, a construtora entregou o hospital pronto para o funcionamento, atuando desde a construção civil até o fornecimento de mobiliário e enxoval. “Apesar de ser uma instituição pública, estabeleceu-se como resultado final um hospital bonito com amplas e modernas áreas, equipamentos de mais nova geração e com um sistema de gestão terceirizada, equiparando-se às instalações de uma instituição particular”, conta José Marcos Calil Salim, Diretor Regional da Concremat Engenharia. O projeto de engenharia considerou a necessidade de abrigar os serviços das diversas especialidades em um terreno plano, distribuindo em edificações distintas interligadas por circulações definidas de acordo com a dinâmica funcional do hospital. A premissa foi projetar um hospital humanizado, mas sem perder os outros pontos importantes que são a sustentabilidade, acessibilidade e flexibilidade. “Além disso, o projeto de engenharia exigiu cuida-

Hospital Jayme Santos Neves

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dos redobrados, visando maior flexibilidade e facilidade para manutenções no hospital. Para tanto, o projeto considera pavimento técnico sobre o centro cirúrgico, shafts inspecionáveis, instalações acessíveis e sistemas de automação, bem como complexos projetos de climatização, perfeitamente adequados às necessidades do empreendimento e compatíveis com a arquitetura proposta”, revela. O projeto de arquitetura exigiu muita atenção do projetista para que estivesse sempre atualizado em função da dinâmica da tecnologia de equipamentos, levando, consequentemente, a uma constante compatibilização entre os projetos de engenharia. “As mudanças e revisões necessárias em função da oferta de inovações de procedimentos constantes para a dinâmica hospitalar impactaram diretamente no cronograma de obras. Além disso, outra dificuldade enfrentada, para a entrega do hospital, foi a necessidade de contratação de serviços especializados que o mercado lo100

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cal não pode oferecer, seja pelo porte da construção ou mesmo pela não disponibilidade no mercado”. Fez parte da equipe da gerenciadora consultores especializados na área de engenharia clínica para o diligenciamento na compra, recebimento e testes de equipamentos. O fornecimento de energia elétrica do hospital foi executado em média tensão, sistema trifásico em 11,9 kV, 60 Hz, através de instalações subterrâneas com cabo 12/20 Kv que alimenta os cubículos do centro de medição. A partir da cabine de medição a energia foi redistribuída para três subestações distintas que alimentam os quadros de comando onde estão interligados os equipamentos. Para garantir funcionamento em horário de pico, ou na falta de energia da concessionária, foram instalados no Bloco A - utilidades, quatro grupos moto geradores a diesel de 450 kVA – 380/220V – 3F, devidamente interligado com o sistema de transferência automática no cubícu-

lo de média tensão. No centro cirúrgico foram instalados no-break para garantir o funcionamento dos equipamentos vitais. No que tange à sustentabilidade, o hospital segue na concepção de “Projeto Verde”, englobando ações de minimização e redução de impacto ambiental e de sustentabilidade. Entre os pontos aplicados para atender a este critério estão a utilização da energia solar para aquecimento de água, reuso e aproveitamento de águas pluviais para irrigação, bacias sanitárias e lavagem de pisos. Além da estação de tratamento de esgoto, metais sanitários economizadores e ar-condicionado com reduzida emissão de gases e economia de energia. Também luminárias com sistema de reatores e lâmpadas de alta eficiência e sistema energético misto com utilização de gás natural e energia elétrica com melhor eficiência e baixo custo. “Todo o sistema de condicionamento de ar do Hospital Jayme Santos Neves é controlado por automação”, revela Salim.


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Referência

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Expansão e Inovação Santa Genoveva Complexo Hospitalar passa a ser um dos mais modernos e seguros do interior do País

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onsolidado no mercado como um dos hospitais mais tradicionais da cidade de Uberlândia (MG), o Santa Genoveva Complexo Hospitalar inaugurou, em maio, as obras de expansão que englobaram a construção de uma torre de cinco andares com a reforma e adequação do atual prédio da administração, parte do centro cirúrgico e sala dos médicos.

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Com investimento de cerca de R$ 12 milhões, o novo prédio de 3.300 m² oferece: 11 leitos de UTI – Adulto (Geral); seis novas salas cirúrgicas, sendo uma sala Inteligente (preparada para cirurgias de vídeo e robótica) e uma Sala Híbrida, com a reforma e adequação de mais duas existentes; 11 leitos de UTI Cardíaca, área destinada a Oncologia e Hospital dia,

área administrativa e uma sala preparada para telemedicina, integrando o Santa Genoveva em tempo real com os maiores hospitais do Brasil e do mundo. O objetivo, de acordo com o Diretor Financeiro-administrativo do Hospital Santa Genoveva, Gilson Fayad, foi ampliar e modernizar toda a estrutura do complexo que completa 39 anos de fun-


dação. “Vamos promover a melhoria da qualidade no atendimento, não só com instalações novas, mas acima de tudo com o uso de novas tecnologias que irão conferir ao Complexo Hospitalar um avanço rumo ao que acontece nos maiores centros médicos do País e do mundo”, afirma. Hoje, a demanda cirúrgica do Santa Genoveva é de aproximadamente 600 intervenções ao mês, números que devem aumentar em 30%, segundo o gestor Ricardo Sá. “Investimos cerca de R$ 12 milhões em uma estrutura totalmente moderna, que consolida o Santa Genoveva como referência tecnológica na região. Vamos ampliar em 20% a nossa capacidade de atendimento e em 30% a capacidade cirúrgica, bem como garantir tecnologicamente o aumento da segurança, qualidade cirúrgica e de internação”, explica. O novo prédio é formado por uma torre de cinco andares, que totaliza 3.300m². O pavimento térreo abriga uma Unidade Coronariana (UTI), com 11 leitos de internação, sendo um leito de pós-operatório para cirurgia cardíaca. Já o primeiro andar é constituído por oito salas cirúrgicas, sendo duas delas especiais: uma Sala Inteligente (preparada para

cirurgias de vídeo e robótica) e outra Sala Híbrida, com equipamento de hemodinâmica para cirurgias cardíacas e neurocirurgias de alto risco. As outras seis são para cirurgias gerais, além do apoio de nove leitos de pós-operatório. Os segundo e terceiro pavimentos são compostos, respectivamente, por UTI Geral - Adulto, que conta com dez leitos de internação e um leito de isolamento e leitos de Hospital Dia, além de outra área destinada à instalação de tratamento Oncológico. O quarto andar será ocupado pela área administrativa, contando com salas para a diretoria, administração, sala de reuniões, um auditório para 60 pessoas com estrutura de apoio e conforto médico, café e jogos. Uma sala preparada para Telemedicina e estudos, integrando a instituição, em tempo real, com os maiores hospitais do Brasil e do mundo. Já o quinto pavimento é estritamente técnico e abrigará a casa de máquinas de dois elevadores (transporte vertical) e central de refrigeração e elétrica. De acordo com Clóvis Lima, arquiteto e urbanista responsável pela obra, o projeto arquitetônico foi executado seguindo a tendência da verticalização e flexibilidade da estrutura.

Por falta de espaço físico, existiu uma necessidade de verticalização total das estruturas que projetamos. Segundo o arquiteto, no que tange à flexibilidade, é preciso uma estrutura que permita passar por mudanças ao longo dos anos. “Já se foram nove anos de trabalho e muitos projetos. Contratado para criar um projeto de adequação da estrutura do hospital que possibilitasse uma ampliação futura criando um Plano Diretor de longo tempo foram vários os desafios. Quem lida com hospitais, sabe bem do quanto é complicado reformar e adequar com a estrutura em funcionamento”, diz Clóvis Lima. Primeiramente, foi necessário adequar vários setores, criando estruturas que ainda não existiam e retirando outras que não eram necessárias dentro do ambiente hospitalar, como a lavanderia. “Junto ao processo de adequação da estrutura o hospital também foi se adequando quanto aos processos, quanto à hotelaria e aos serviços médicos especializados. Sempre com o intuito de ser moderno e com vistas à alta complexidade, o grupo de diretores tomou como bandeira a modernização de todos os serviços e os investimentos necessários para tal”. Health 103 ARQ


Referência

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Segurança e prevenção A tecnologia aplicada na ampliação é totalmente inovadora na região, tanto nas salas cirúrgicas, quanto nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI’s). “Temos a primeira UTI da região com o sistema de condicionamento de ar limpo. Todo ar que circula nas UTI’s será filtrado 100% e, constantemente, sem troca com o meio exterior. Isso significa que ocorrerá a filtragem de todo e qualquer tipo de bactéria que circule no ar. Com isso, os índices de infecção hospitalar nas UTI’s serão minimizados, o que garante a segurança dos pacientes 104

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internados evitando qualquer tipo de contaminação”, explica o administrador, Ricardo Sá. Os leitos das unidades de tratamento intensivo são preparados para receber pacientes que necessitem de hemodiálise. Dos 11 leitos, sete são capacitados para esse tratamento, sendo todos com sistema de leito fechado, evitando o cruzamento de infecção entre um paciente e outro. A instituição também conta com leito específico para paciente pós-cirúrgico de alta complexidade que inspirem cuidados extraordinários, além do sistema de monitorização

de central de todos os pacientes junto à enfermagem, onde foram disponibilizados telões com os sinais vitais de todos os pacientes, 24h por dia, para visualização constante da equipe. Para a realização das cirurgias serão oferecidas no total: oito salas, sendo uma sala inteligente, uma sala híbrida e quatro salas convencionais; ainda foram preservadas mais duas salas destinadas especificamente para cirurgias íntimas da mulher, além de ginecologia e obstetrícia, fazendo o Centro da Mulher, com leitos destinados especialmente para elas.


Primeira Sala Híbrida de Minas Gerais Os pacientes do Santa Genoveva Complexo Hospital contam com a tecnologia de Sala Híbrida PHILIPS, recente conceito na área hospitalar, caracterizado pela união entre centro cirúrgico e sala com equipamentos robóticos de hemodinâmica, que possibilitam que o médico veja melhor o coração e os vasos sanguíneos do paciente. As imagens podem ser feitas antes, durante e após o procedimento cirúrgico e ajudam a guiar os especialistas, podendo ser transmitidas em

segundos para telas que ficam ao redor da mesa cirúrgica. A Sala Híbrida é um avanço tecnológico voltado especialmente para neurocirurgia, cirurgia cardíaca e de coluna, porém o modelo adquirido pelo Santa Genoveva permite a realização de todo e qualquer tipo de padrão cirúrgico. A sala conta também uma mesa cirúrgica avançada que executa mais de 100 posições, possibilitando procedimentos cirúrgicos mais complexos. Além disso, conta com

um sistema de Proteção Radiológica Eletrônica chamado, Allura Clarity – PHILIPS, que reduz em até 70% o índice de emissão de radiação durante os procedimentos. Esse tipo de sala já é comum nos hospitais dos EUA e na Europa e nasceu a partir da necessidade de tratar casos cada vez mais complexos e de forma menos invasiva. Em Minas Gerais, o Santa Genoveva Complexo Hospitalar se consolida como primeiro hospital do Estado a ter esta tecnologia instalada. Health 105 ARQ


CAPA

Referência

Sala Integrada Inteligente Com padrão de tecnologia alemã, a Sala Integrada Inteligente propicia hoje o que existe de mais moderno e qualidade em cirurgias. É destinada a cirurgias minimamente invasivas, onde a qualidade da imagem é superior, pois o equipamento oferece mais recursos que uma sala de vídeo convencional, permitindo a videoconferência em tempo real com outros centros médicos em qualquer lugar no mundo, possibilitando a cirurgia assistida, na qual especialistas de todo o mundo podem contribuir em tempo real com a cirurgia que está sendo realizada naquele momento. É uma sala totalmente automatizada, com mesa cirúrgica moderna que se adaptam às necessidades do paciente e do médico, facilitando assim, os procedimentos cirúrgicos e trazendo mais conforto e segurança para ambos. Um exemplo disso é o modelo de foco cirúrgico que muda de cor, conforme o conforto visual do médico, ou seja, o ambiente muda de cor,

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“Já se foram nove anos de trabalho e muitos projetos. Contratado para criar um projeto de adequação da estrutura do hospital que possibilitasse uma ampliação futura criando um Plano Diretor de longo tempo foram vários os desafios. Quem lida com hospitais, sabe bem do quanto é complicado reformar e adequar com a estrutura em funcionamento”, Clóvis Lima, Arquiteto da ARQ + SAÚDE


automaticamente, de acordo com a necessidade do médico. As salas cirúrgicas inteligentes representam um novo conceito de atendimento e modernização dos centros cirúrgicos, uma vez que é integrada aos demais setores do hospital. Da sala os médicos podem acessar, por exemplo, o prontuário eletrônico dentro do próprio centro cirúrgico. Além disso, os equipamentos suspensos em braços articulados fixados no teto facilitam o procedimento de higienização, tornando-os mais rápidos e eficientes. A Sala Inteligente oferece um maior conforto ergonômico para o cirurgião, com os vários monitores de alta definição, reduzindo o estresse cirúrgico, contribuindo para uma maior produtividade, maximizando o conforto e segurança do paciente. “A construção desse novo prédio coloca o hospital na vanguarda das estruturas modernas do nosso País, possibilitando o intercambio do complexo com o mundo via internet. Viabilizando a troca de informações, a melhoria no atendimento e a capacidade instalada de procedimentos de alta complexidade em convênio com grandes centros ao redor do mundo”, diz o arquiteto.

Próximos investimentos E o empreendedorismo não para por aí. Para garantir o máximo conforto e aumentar significativamente a capacidade de atendimento do Santa Genoveva, já está aprovado e programado o lançamento da pedra fundamental do início das obras, para o ano de 2015, da segunda etapa de expansão, que contempla um prédio de leitos e serviços com sete pavimentos, que devem gerar para o hospital 100 novos leitos de internação. Com está nova obra, o hospital terá 210 leitos totais. “É com imensa satisfação e orgulho que apresentamos mais este plano de expansão para o Hospital Santa Genoveva. Quando do término e conclusão dessa construção, ao final de 2016, a construção estará consolidando o Santa Genoveva como o maior, o mais completo hospital e de maior complexidade da macro região do Triangulo Mineiro”, diz Ricardo Sá.

De acordo com o arquiteto, o ‘novo’ prédio, que terá obras iniciadas em breve e contará com uma estrutura de apoio técnico, além de completa modernização da estrutura hoteleira do hospital, criando mais de 100 novos leitos, apartamentos com três categorias, enfermarias, um centro diferenciado da Mulher – com Centro Cirúrgico da Mulher, UTI Neo-natal e Pediátrica, lactário, farmácia completa e apoios. “Este investimento previsto para início de 2015 terá um valor estimado de 28 milhões com a criação também de uma base para heliporto”, conta o arquiteto. “E assim seguimos com o Plano Diretor onde já está prevista para meados de 2017, uma outra nova área que abrigara clínicas, consultórios, ampliação do laboratório e do setor de Imagens dentro do espaço do hospital, possibilitando resolver tudo dentro da instituição com conforto, segurança e qualidade”, finaliza Clóvis Lima.

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Engenharia

CONSTRUÇÃO

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Hospital Alemão Oswaldo Cruz amplia os serviços oferecidos Referência em serviços de qualidade a nova expansão do Hospital Alemão Oswaldo Cruz otimizou o espaço e garantiu melhorias no atendimento

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undado em 1897 por um grupo de imigrantes alemães, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz é referência em serviços de alta complexidade e reconhecido como um dos maiores centros hospitalares da América Latina. Há 17 anos, a instituição, que está localizada nas proximidades da Avenida Paulista, a mais famosa e movimentada da cidade de São Paulo, além de investir fortemente no desenvolvimento científico, por meio do ensino e da pesquisa, dispõe de instalações modernas e de um Corpo Clínico renomado, para que os pacientes tenham acesso aos mais altos padrões de qualidade e de segurança no atendimento, atestados pela certificação da Joint Comission International (JCI).

Em mais de 96 mil m² de área construída, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz acaba de passar por mais uma expansão. A fim de otimizar o atendimento e atingir a expectativa e excelência desejada, a construção de uma nova torre (Bloco E), seguindo a estratégia de crescimento sustentável do próprio hospital, foi concluída em dezembro de 2012. A ocupação do novo prédio foi realizada gradualmente durante todo o ano de 2013. “O projeto de expansão reflete o compromisso da instituição com a melhoria contínua, oferecendo aos pacientes atendimento de acordo com padrões internacionais de qualidade e segurança”, afirma o Superintendente Executivo do Hospital, Paulo Vasconcellos Bastian. O novo bloco dispõe de

25 pavimentos entre andares e subsolos. Dos 16 andares construídos, 11 são destinados às Unidades de Internação, que aumentou o número geral de leitos em todo o hospital de 255 para 371, sendo 327 de internação, 44 leitos na Unidade de Terapia Intensiva, 22 salas cirúrgicas e pronto atendimento 24 horas. No desafio de construir um novo prédio em harmonia com o antigo, o projeto arquitetônico contou com planejamento e adequações durante toda a sua realização. “A Afonso França Engenharia foi responsável por toda a revitalização externa e a mudança do fluxo de automóveis e pessoas no acesso ao hospital com novas marquises para recebimentos de carros e pacientes e barreira de vidro Health 111 ARQ


Engenharia

CONSTRUÇÃO

para que os pacientes não acessem o hospital sem serem identificados. “Com o funcionamento do hospital, tivemos que sinalizar e criar caminhos seguros tanto para os funcionários com o para os pacientes do hospital”, conta Ricardo Leite, Gerente de Contratos da empresa na Obra do Hospital Oswaldo Cruz. O projeto de engenharia considerou os requisitos necessários para a melhoria de fluxo e segurança do paciente e de todos os que circulavam pela área do hospital. “Com o andar da obra e conforme surgiam necessidades vol112

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tadas para os aspectos de arquitetura, tomávamos decisões em conjunto adequando o projeto quando necessário. Realizamos reuniões semanais de planejamento e produção sempre focados no atendimento das necessidades do cliente”, completa. Por se tratar de uma obra em um hospital e, devido à sua localização, o projeto foi estudado para que esses dois quesitos importantes não fossem prejudicados durante a obra, que foi executada em três etapas. “Movimentamos os equipamentos e as pessoas de forma que fosse

mantida uma distância segura dos pacientes e funcionários do hospital, com o intuito de evitar qualquer tipo de acidente. Elaboramos a identificação de um ‘caminho seguro’, uma área delimitada com tela de proteção especifica, com todo o percurso sinalizado com placas de segurança e placas de orientação geral, indicando os acessos e serviços do hospital. O acompanhamento integral de um colaborador da equipe cuidava da segurança dos pacientes, orientando e esclarecendo dúvidas quando necessário”, explicou o engenheiro Cássio Silva,


responsável pela Segurança do Trabalho na obra da Afonso França no Hospital Oswaldo Cruz. De acordo com Silva, agregar à construção antiga do Hospital Alemão Oswaldo Cruz um conceito moderno e funcional, melhorias nos jardins, no acesso do pronto atendimento, na recepção do estacionamento e nas marquises foram fundamentais para facilitar o acesso aos serviços da instituição. Seguindo a estratégia de crescimento sustentável do hospital, a nova torre

foi construída de acordo com os rigorosos critérios ambientais estabelecidos pela LEED™ (Leadership in Energy and Environmental Design). A sustentabilidade, tanto no projeto quanto no descarte dos resíduos da obra, foi questão primordial. Durante a execução da nova instalação cuidados com a água, a limpeza e os materiais utilizados na construção foram fiscalizados e o projeto está em processo de certificação pela LEED™. Somente em 2013, o Hospital Alemão Oswal-

do Cruz já realizou 22.233 procedimentos cirúrgicos, 18.687 internações, 67.992 consultas no Pronto Atendimento e 172.295 exames no Centro de Diagnóstico por Imagem. “A conclusão da obra já agrega bons resultados e melhoria nos indicadores de atendimento do hospital, embora o objetivo da instituição não sejam os números, mas sim as pessoas e a qualidade de cada atendimento realizado”, finaliza o Superintendente Executivo do Hospital, Paulo Vasconcellos Bastian.

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Detalhe

CONSTRUÇÃO

Energia solar como pilar da sustentabilidade e aliada à saúde O hospital é um dos poucos ambientes que funciona 24 horas por dia nos sete dias da semana. O consumo de água e, principalmente energia, são muito maiores que em qualquer outro estabelecimento. De acordo com um estudo publicado no site da Organização Mundial da Saúde (OMS), as instituições de saúde do Brasil respondem pelo consumo de 10,6% do total da energia comercial do País. Pensando nisso, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz procurou uma alternativa econômica e sustentável para diminuir esse índice de 114

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consumo: placas solares para aquecimento sustentável. Para isso, novas e antigas edificações da instituição foram estudadas com o objetivo de otimizar a distribuição de água quente pelo hospital, focando na redução do consumo de energia. As placas solares foram a solução encontrada e instaladas na última expansão realizada no Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Hoje em dia, o consumo de energia da instituição, segundo Ricardo Almeida, Diretor de engenharia da Agência Renova, empresa responsável pela instalação,

pode chegar a diminuir, dependendo da estação do ano, em até 44%. “No caso do hospital Oswaldo Cruz, as placas solares podem reduzir em até 44% das necessidades de energia para aquecer água. É interessante notar que é uma combinação de uma fonte de calor inesgotável e gratuita. A disponibilidade de água quente, à temperatura adequada, assegura conforto aos usuários dos hospitais nos banhos, desinfecção, lavagem de vasilhames e em tratamentos específicos, como em casos de queimaduras, por exemplo.” A utilização da energia


solar é um dos pilares do conceito de sustentabilidade. Energeticamente é uma fonte inesgotável, disponível, mais barata e com inúmeras aplicações passivas e ativas facilmente integradas às edificações e ao planejamento urbano. É uma solução que economiza dinheiro para outros recursos e, ao mesmo tempo, é a opção mais recomendada e que menos agride o meio ambiente. O desafio de manter essa meta de redução tanto de gastos como do compromisso com a atmosfera nos dias nublados e de menor incidência dos raios solares foi facilmente solucionado no Osval-

do Cruz, com um sistema de reutilização da energia dos ar-condicionados do hospital. “Esse calor produzido pelos equipamentos que seria ‘jogado fora’ foi recuperado e aproveitado para aumentar a eficiência do sistema de bombas de calor que aquecem a água do hospital quando o sol não brilha intensamente. O calor produzido é armazenado em quatro tanques de água quente com 4000 litros cada, totalizando uma reserva de 16.000 litros de água quente a 55ºC para atender ao hospital. Além do importante benefício econômico, a instituição vai reduzir anualmente

sua emissão em 20 toneladas de CO2 na atmosfera”, completa Ricardo. Com a redução dos custos operacionais, consequentemente, a receita financeira do hospital aumentou. Com a expansão do prédio e melhora no sistema de aquecimento a instituição agora dispõe de uma verba antes gasta de maneira imperceptível. Tudo isso, através de uma solução simples que utiliza um recurso gratuito e sustentável como a energia solar. “O sol nasce para todos, mas poucos sabem utilizá-lo com eficiência e à favor de si e do meio ambiente”. Health 115 ARQ


CONSTRUÇÃO

Detalhe

“Nosso objetivo nesta divisão era não impedir o funcionamento do setor e causar o menor transtorno possível a funcionários e pacientes da instituição”, Mauricio Valente da Silva, Sócio Diretor da Nexus Engenharia

Diagnóstico por imagem O Centro de Diagnóstico por imagem do Hospital Alemão Osvaldo Cruz também passou por uma reforma total. Com projetos de engenharia e arquitetura adaptados à necessidade de execução da obra sem influenciar no funcionamento do hospital. O processo foi dividido em seis etapas. “Nosso objetivo nesta divisão era não impedir o funcionamento do setor e causar o menor transtorno 116

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possível a funcionários e pacientes da instituição”, diz Mauricio Valente da Silva, Sócio Diretor, da Nexus Engenharia. De acordo com Mauricio Valente da Silva, trabalhar com o setor em funcionamento foi uma das maiores dificuldades da obra, pois era necessário o controle constante de fluxo de material e pessoal, barulho, controle de poluentes, além de trabalhar com sistemas que estavam em funcio-

namento, como os gases medicinais, ar condicionado e elétrica. “Conseguimos contornar essas dificuldades com um trabalho muito dedicado de planejamento e adequação do projeto a essa condição. Em muitas situações foi necessária a execução de instalações provisórias. A parceria com o setor de engenharia do hospital foi fundamental no planejamento dos trabalhos, para que pudéssemos manter o


setor em funcionamento”, comenta. As obras civis, elétrica, hidráulica, de gases medicinais, chamada de enfermagem, lógica, telefonia e cftv. Assim como o sistema de ar condicionado, foram executadas seguindo as especificações baseadas em analises de sustentabilidade. “Os entulhos, por exemplo, tiveram volumes e classificação de materiais controlados, sendo destinados, posteriormente, a aterros certificados. Já os materiais recicláveis foram destinos a locais de

processamento”, conta Mauricio Valente da Silva. Buscou-se também a utilização de materiais e processos executivos que causassem o menor impacto possível no funcionamento do hospital. Por exemplo, tintas e colas especiais sem cheiro, sistemas de interligação a redes em funcionamento, entre outros. Toda a instalação elétrica foi renovada na área de obra, sendo totalmente nova e atendendo as exigentes especificações do hospital. O sistema foi executado com todas as redes in-

dependentes, elétrica comum, elétrica estabilizada, elétrica no-break, lógica, telefonia, alarme, incêndio, cftv, chamada de enfermagem, de tal forma que todos pudessem ser controlados ou alterados sem interferência entre eles. “Todos os sistemas foram severamente testados e certificados antes de sua utilização. “Para favorecer a economia de energia, foram instalados sistemas de ar condicionado mais eficientes, luminárias com lâmpadas de baixo consumo, entre outros”, finaliza.

“O projeto de expansão reflete o compromisso do Hospital com a melhoria contínua, oferecendo aos pacientes atendimento de acordo com padrões internacionais de qualidade e segurança”, Superintendente Executivo do Hospital, Paulo Vasconcellos Bastian Health 117 ARQ


CONSTRUÇÃO

Nova edificação

Inovação e Segurança

Modernidade e segurança são destaques em projeto de hospital no interior de SP

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uscando sempre a inovação e a melhoria de sua estrutura física, o Unimed Hospital São Domingos, localizado em Catanduva, no interior de São Paulo, está com uma nova obra em fase de aprovação dos projetos. As adequações, dividi-

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das em duas etapas, que contemplam o subsolo, garagem, térreo e primeiro pavimento, em sua parte inicial, e execução de setores como Centro Cirúrgico, Central de Materiais Esterilizados, UTI e consultórios nos quatro pavimentos superiores em sua se-

gunda fase. As obras no pavimento térreo do edifício referem-se à instalação de uma ampla recepção, quatro elevadores, setor de coleta de exames, consultórios, uma praça de alimentação, lojas e conveniências. No primeiro andar, será loca-


lizado todo o setor de imagem, que é composto por Raio X, Mamografia, Tomografia, Ressonância Magnética, Ultrassom e Densitometria. Para viabilizar o objetivo e afinar os projetos de engenharia e arquitetura, houve uma integração de todos os setores envolvidos. Todas as resoluções foram tomadas após reuniões com a equipe médica do hospital, buscando atender às necessidades de cada setor. Para isso, foi necessário o envolvimento de engenheiros e arquitetos qualificados e com experiência em di-

ferentes especialidades para obter o melhor resultado possível. O novo prédio da instituição contará com uma área total construída de 10.063 m², com seis pavimentos e um subsolo, que será utilizado como garagem. De acordo com o engenheiro responsável pela obra, Glauco Spini Júnior, da Settimo Engenharia, as características principais do projeto são a sua modernidade, eficiência e viabilidade econômica. “Um ponto muito importante no desenvolvimento do projeto foi a

otimização dos espaços existentes dentro de um terreno de formato irregular”, diz. Totalmente enquadrada nas normas e leis que regem os hospitais brasileiros, a obra contará com poucos desafios para manter o funcionamento da instituição normal, pois o novo prédio será construído de maneira totalmente independente do hospital já existente. Mesmo assim, alguns serviços terão total ligação entre os dois imóveis, como o acesso de pacientes que estão no pronto atendi-

“Um ponto muito importante no desenvolvimento do projeto foi a otimização dos espaços existentes dentro de um terreno de formato irregular”, Glauco Spini Júnior, Settimo Engenharia Health 119 ARQ


Nova edificação

CONSTRUÇÃO mento para os serviços de imagens. O setor foi projetado para ficar no mesmo nível do prédio antigo, proporcionando uma integração entre os dois prédios. Entre os destaques tecnológicos que estarão presentes na obra, estão o sistema de energia fotovoltaica, por meio dos painéis fotovoltaicos. O investimento neste tipo de tecnologia reflete a preocupação do hospital em sustentabilidade, fator que também contará com outras contribuições durante as duas etapas da construção. “Desde os estudos preliminares para a elaboração do projeto, foi levado em consideração todas possíveis formas para economizar os recursos naturais”, afirma o engenheiro. Para contribuir com a economia de água, o projeto investiu no uso de estações de tratamento por ozônio das águas efluentes, vindas dos lavatórios e pias, reutilizando o recurso natural para descargas dos vasos sanitários e irrigação dos jardins. A preocupação com a sustentabilidade também se reflete no tratamento dos resíduos 120

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gerados, que serão encaminhados a centros de coletas autorizados. Buscando garantir a qualidade dos processos, o engenheiro afirma que sua mensuração será feita por meio de ensaios técnicos, cumprimento do cronograma físico-financeiro, uso de materiais de alto desempenho, entre outros.

Segurança Buscando oferecer a segurança dos pacientes e dos colaboradores do hospital, todas as instalações atendem às normas da Anvisa e Corpo de Bombeiros, além de seguir a recomendação das normas vigentes e adequadas a cada setor.

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CONSTRUÇÃO

Obras iniciadas

Novo hospital no interior do Paraná está em sua primeira fase

Início

A

cidade de Londrina (PR) vai ganhar uma nova instituição de saúde, o Hospital do Coração Materno Infantil. As obras já começaram e estão divididas em duas etapas. A primeira, que está em construção, se destina ao atendimento infantil, e compreende a construção de cinco mil m², com o aproveitamento de uma pequena parte já existente, que havia sido parcialmente construída, para outra finalidade e se encontrava paralisada. A segunda etapa, com outros aproximados cinco

mil m², consiste da expansão, com a finalidade de atendimento de especialidades da mulher. Para atender o cronograma, foi elaborado um projeto de canteiro de obra para otimização de todo o processo de construção. A localização do almoxarifado, entrada e saída de veículos e espaço comum para colaboradores foram setorizados próximos aos locais de produção, evitando desperdício de tempo e movimentação inadequada de materiais e pessoas. “Todos os materiais recebidos são dispostos

“No gerenciamento do empreendimento, que por si só constitui um grande desafio, centenas de itens, multiformes demandas, um complexo conjunto de projetos complementares que precisam ser regidos como uma verdadeira orquestra, para que, no final, tudo funcione com perfeição, especialmente por tratar-se de uma obra destinada a mais nobre das atividades, socorrer e cuidar de vidas”, Renato Alcântara Fogaça, Diretor da Metacon Engenharia

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em paletes de madeira dentro e fora do almoxarifado, assegurando melhor distribuição no canteiro de obra e controle de estoque”, conta Renato Alcântara Fogaça, Diretor da Metacon Engenharia, responsável pela Construção e Projeto Estrutural e Hidráulico da obra. A arquitetura foi concebida pelo escritório N&C Projetos e Design, de Londrina, tendo à frente a arquiteta Nélida Gouveia. A arquitetura e todos os demais projetos complementares envolvidos se alinharam, sob

constante supervisão da Gerência de Projetos da Metacon Engenharia, sob comando do Eng. Marcelo Galdino, através de processos gerenciais de desenvolvimento do produto, gestão de projetos e compatibilização. O projeto de engenharia levou em consideração as informações técnicas de normas brasileiras tais como ABNT Acessibilidade NBR9050, NBR 6116 (projeto de estrutura de concreto), ANVISA RDC 36/2013 , RDC nº 33/03, padrão de qualidade da mão de obra, prazos de entrega de suprimentos


e execução obra. Além do Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico (CBMPR), tipo de materiais aplicados especialmente para este empreendimento dinâmico e com grau de complexidade elevado. A sustentabilidade também está presente nos projetos e na obra da instituição. No que tange à questão social a construção tem os espaços e locais definidos para que os colaboradores tenham condições de repouso, higiene pessoal e alimentação. Em relação ao meio ambiente, algumas ações como coleta e separação de lixo em baias separadas e a aquisições de suprimentos que tenham o certificado de origem dos materiais. Além do uso de iluminação direta, sempre que possível, e a captação e reserva de águas pluviais para reuso em jardins. Durante a obra, a preocupação foi a destinação correta dos entulhos, para isso foi criado um Plano de Gerenciamento de Resíduos na Construção Civil. “Este Plano foi devidamente aprovado na Secretaria do Meio Ambiente, e nele consta a estimativa de todo resíduo a ser gerado, onde serão acomodados, quais serão reutilizados, e o que tiver que ser descartado para onde irá”, explica Fogaça. Além da sustentabilidade, a tecnologia também está presente em todo o processo da obra, desde o levantamento de dados para os projetos até a execução final da construção. Está sendo utilizado um software para produzir,

analisar e detalhar os projetos de instalações mecânicas, elétricas, estrutura entre outros. Além disso, materiais inovadores como argamassa industrializada para varias etapas da obra e argamassa auto adensável para regularização de piso também fazem parte do processo, assim como a aplicação de gesso como revestimento de paredes divisórias em gesso acartonado. Para garantir a qualidade dos serviços prestados, a empresa de engenharia contou com a assessoria diária de uma instituição especializada em Segurança e Higiene do Trabalho, que auxilia na orientação e conscientização dos colaboradores para um trabalho seguro. “No gerenciamento do empreendimento no qual estão presentes elementos como complexidade e tempo de execução, gerenciar com eficácia estes elementos representa oportunidade para aumentar o processo de qualidade da empresa e competitividade do setor”, garante. De acordo com Fogaça, levando em consideração a importância para o sucesso do empreendimento, exigência e desenvolvimento simultâneo dos processos de execução da obra e projetos. “A dificuldade em executar a obra está nas alterações constantes do projeto executivo para atender as necessidades do cliente, alteração do cronograma e, consequentemente, os processos e melhorias”.

Instalações Elétricas As instalações elétricas obedeceram a um projeto especifico com atendimento as normas vigentes. O sistema de distribuição de todos os sistemas elétricos, alarmes de incêndio e o cabeamento estruturado foi alocada abaixo da laje em calhas metálicas para facilitar o acesso para manutenção e possíveis reforma em função do aumento da demanda. Para garantir a segurança dos pacientes, as instalações elétricas seguiram alguns critérios como a contratação de uma empresa especializada, constante fiscalização na execução e dos materiais aplicados, aquisição de materiais com referência de marca e certificações. “Na concepção dos projetos elétrico e prevenção de incêndio houve a preocupação em propor a instalação de detectores de fumaça e, para garantir a privacidade, instalou–se um sistema interno de vídeo, CFTV”, conta Fogaça. Visando também a economia de energia elétrica, algumas medidas foram tomadas, como a contratação de uma empresa para executar o projeto Luminotécnico, que obedeceu às normas e aos requisitos técnicos, a instalação de sensor de presença em vários locais e iluminação demerizada que, basicamente, traz uma grande economia de energia por variação dos níveis de iluminação para cada ambiente. Health 123 ARQ


CONSTRUÇÃO

Estrutura para construção Fundação

Unimed Chapecó investe em novo hospital e já tem obras das estacas de cortina de contenção realizadas

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riorizando a segurança e a humanização, a Unimed Chapecó (SC) tem investido continuamente em infraestrutura, recursos humanos e pessoas. Com um hospital acreditado pela ONA (Organização Nacional de Acreditação), contando com 75 leitos para internação, especialmente projetados e decorados para oferecer condições de bem -estar, assistência, segurança e qualidade no atendimento, a cooperativa não parou seu crescimento. A Unimed Chapecó está ampliando suas possibilidades de atendimento, melhorando o fluxo e permitindo a implantação de novas tecnologias com a construção de um novo prédio hospitalar. A edificação ficará localizada no mesmo local onde funciona o atual Hospital da Unimed, na região central do município. O projeto prevê um prédio com oito mil m² e 2,6 mil m² de estacionamento dividido em dois pavimentos no subsolo. A nova edificação, com investimento de R$30,8 milhões, na primeira fase da obra, terá elementos que permitem o melhor aproveitamento energético como aberturas em caxilharia de vidro uniforme e aberturas para ventilação e iluminação natural. A climatização será feita por ar-condicionado central e o auxilio de brises nas áreas de espera. As obras já estão em andamento e um dos processos importantes para a estrutura do prédio, a fundação, já foi realizado. “Em virtude dos vários níveis do terreno, edificação antiga e a nova obra, o processo de execução das estacas raiz desenvolveu suas atividades juntamente com os trabalhos de escavação do terreno”, comenta Claiton Mesacasa, Diretor da C2 Engenharia.

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Devido ao terreno apresentar uma camada de solo argiloso variável e com a proximidade da rocha, foi adotado o sistema de estacas raiz para contenção dos subsolos e paredes laterais das divisas. “Tomamos também o cuidado de executar estacas de estabilização do solo próximo das fundações da obra existente, para não causar qualquer dano à construção já edificada no terreno. Foram executadas as fundações profundas tipo estaca raiz de contenção”, conta Mesacasa. O processo de fundação gerou alto volume

de ruídos para executar as estacas raiz, e, apesar de toda a obra ter sido isolada da edificação antiga para a execução dos serviços, para evitar transtornos ao funcionamento do prédio já existente, a comunicação entre canteiro de obras e instituição foi de grande importância. “Os profissionais da Unimed nos comunicavam quando iria ocorrer alguma cirurgia mais complexa, para que nossa empresa paralisasse todo e qualquer trabalho que interferisse em ruído ou trepidação. O bom convívio e tratamento humano entre

as empresas envolvidas e os colaboradores da Unimed foi um dos fatores gratificantes na atuação desta obra de alta complexidade”, revela. A construção seguiu todas as normas pertinentes ao assunto, como NBR 6122 e também as normas de segurança do trabalho na área da construção civil NR-18. E teve sua qualidade mensurada através do constante monitoramento e amostragem do solo e controle tecnológico da argamassa e injeção. A principal dificuldade encontrada na execução das estacas raiz de con-

tenção foi a mobilidade dos equipamentos de perfuração pelo fato do terreno ser pequeno e confinado, praticamente sem espaço de canteiro de obras. “Mas a expertise de nossos profissionais fez com que qualquer contratempo fosse contornado. A tecnologia também foi um importante auxiliar, estando presente, constantemente, na etapa das fundações e fazendo uso de complexos processos e soluções de dimensionamento e atualizados equipamentos na execução dos serviços”, finaliza Mesacasa.

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CONSTRUÇÃO

Espaço para os olhos

Clínica especializada em oftalmologia traz tecnologia e atendimento especial a clientes

Oftalmologia

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grupo Prevet Sênior inaugurou, recentemente, na Alameda Campinas, no bairro do Jardim Paulista em São Paulo, uma clínica totalmente voltada ao atendimento oftalmológico. O Núcleo de Oftalmologia Prevent Senior ofecere consultas, exames, com a mais avançada tecnologia, e atendimento de prontosocorro aos olhos. A obra de implantação da clínica foi realizada como um todo, de maneira a entregar o espaço ao cliente no menor prazo possível. “Foi justamente o prazo um de nossos maiores desafios. Eram 90 dias corridos. Não havendo projeto de instalações elétricas e TI pronto, foi necessário envolver o cliente e os projetistas, de maneira a elaborar o projeto técnico específico simultaneamente com o andamento da obra. A Prevent Senior ressaltou a necessidade de receber a obra na data espe-

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cificada, pois a ocupação deste prédio liberaria outra edificação que necessitava de reformas”, conta Caui Torres, Diretor Comercial da Easy Construtora. Para que esses projetos pudessem ser desenvolvidos e a obra tivesse o andamento adequado a interação entre a construtora e o setor de engenharia da Prevent Sênior foi fundamental. Além das conversas quase diárias, eram realizadas reuniões semanais de acompanhamento. “Neste espaço de interface, além do acompanhamento dos cronogramas, recebíamos um valioso input dos usuários finais. Como o projeto de instalações elétricas e TI foi sendo desenvolvido junto à obra, também foi fundamental este contato para evitar retrabalhos, desperdício de recursos e manter o prazo de entrega da obra”. A logística da construção utilizou um planeja-

mento semelhante a linha de montagem, com as equipes técnicas liberando as instalações aéreas (ar-condicionado, TI, elétrica e hidráulica) em uma sequência que vinha do último andar com sentido descendente. Já a instalação do porcelanato de piso seguiu o sentido contrário, do subsolo até a cobertura. “Criamos desta maneira frentes livres para que os profissionais trabalhassem com o mínimo de interferências no seu espaço”. A sustentabilidade se fez presente no processo de construção da clínica através de treinamentos internos, envolvendo os profissionais de campo, supervisores e gerenciadores, incluindo também os orçamentistas e compradores. “Cuidamos de repassar sempre os conceitos de responsabilidade ambiental, econômica e social. Já no lado econômico, destacamos a utilização correta dos materiais, atendendo às especificações técnicas necessárias

e evitando desperdícios”, explica Paulo Katz, Gerente de obras da Easy Construtora. No que tange as questões sociais, houve treinamentos aplicados que agregaram valor aos funcionários, gerando uma equipe mais capacitada e motivada. “O resultado é um impacto ambiental menor. Menos resíduos, menos desperdício, economia de recursos e um controle maior do processo de obra”. Os cuidados com o meio ambiente tiveram sequência com a destinação dos entulhos da obra. Todo o material de reciclagem direta: papeis e metais, foi recolhido por recicladores. “A construtora faz a doação deste material, impulsionando esta cadeia de reciclagem. Já o entulho de construção é separado por categoria, alvenaria, madeira, de maneira a ser destinado a aterros ambientalmente certificados”, revela. Assim como a sustenta-


bilidade, a tecnologia também se fez presente nesta obra. Foi utilizado um software de gestão que integra os diversos setores da empresa. “Nosso encarregado, utilizando um laptop, faz as solicitações de insumos e serviços diretamente da obra. Em tempo real, os compradores recebem o pedido e providenciam o envio à construção”, explica Katz. Essas solicitações são feitas tendo como base o planejamento realizado para obra e, no cronograma, sendo lançadas nas planilhas orçamentárias. Desta forma, os

diversos setores, gerencial e financeiro, podem acompanhar o status dos processos. “No site de obra, trabalhamos sempre com ferramentas elétricas/eletrônicas como extratoras, perfuratrizes, níveis a laser, etc”. Todo o processo teve sua qualidade mensurada, sob o ponto de vista construtivo, através do departamento de gerenciamento de obra da construtora, que segue uma linha do tempo que determina os momentos chave no qual as vistorias focadas devem acontecer. “Por exemplo, ao término da construção das

paredes em drywall é realizada uma checagem de alinhamentos, medidas, prumos e níveis, de maneira que qualquer correção seja executada antes da entrada da pintura”, explica. “Esse controle de qualidade também se apresentou nas instalações elétricas, para que não trouxessem riscos aos pacientes. Foram seguidas NBR e as instalações supervisionadas através de um rigoroso check list para liberação dos serviços. Além disso, os sistemas críticos e de segurança são abastecidos por no-break”, finaliza Katz.

Health 127 ARQ


ARQ gestão

Gestão em foco Processo

Conduzir uma obra requer conhecimentos técnicos e estratégia

T

ão importante quanto um bom projeto arquitetônico, a escolha de bons engenheiros e uma construtora comprometida com prazos, qualidade e sustentabilidade é a gestão de todo esse processo. O Engenheiro Civil Eduardo Henriques Rodrigues, Gerente de Obras da Emed Arquitetura e Planejamento falou à HealthARQ sobre o tema e considerou pontos importantes para a boa gestão da obra, como o cumprimento de prazos, a gestão de pessoas a interação com o projeto e as questões ambientais.

“Os cuidados com o atendimento às especificações dos inúmeros equipamentos envolvidos em um hospital, em muitos casos importados, exigem da gestão da obra atenção redobrada com as instalações elétricas, hidráulicas, climatização, gases medicinais, etc., que correspondem a uma parte muito significativa do orçamento da construção.” Eduardo Henriques Rodrigues, Gerente de Obras da Emed Arquitetura e Planejamento 128

Health ARQ


HealthARQ: Como a gestão da obra interfere diretamente no processo? Rodrigues: A Gestão ou Gerenciamento de Obras foca na perfeita sintonia do trinômio Custo-Qualidade-Prazo, buscando a correta avaliação das etapas construtivas. Iniciando-se com a compatibilização dos projetos, elaboração de cronogramas detalhados, gestão dos contratos, fiscalização e assessoria técnica das obras, controle de fluxo financeiro e elaboração de relatórios técnicos gerenciais. O impacto exercido em todo o processo de construção de um empreendimento é bastante relevante na otimização dos custos e prazos da obra, sempre observando a qualidade final. HealthARQ: Qual o melhor momento para o gestor da obra entrar no processo? Rodrigues: Quanto antes a equipe de gestão da obra entrar no processo, mais eficiente será sua atuação. A situação ideal é quando o gestor das obras participa já da concepção dos projetos, pois, o mesmo pode, com

sua experiência em enxergar o empreendimento como um todo, contribuir com a compatibilização das diversas modalidades de projetos, assim como, no planejamento de fases construtivas e/ou de operações, o que é muito comum em projetos hospitalares. HealthARQ: Quais as principais ferramentas para a gestão da obra? Rodrigues: Podemos considerar como principais ferramentas para a gestão de um empreendimento os seguintes itens: • Projetos completos e compatibilizados, em suas diversas especialidades, tanto de arquitetura quanto de engenharia; • Levantamento quantitativos dos serviços; • Orçamento da obra; • Softwares de orçamento e planejamento; • Conhecimento técnico; • Experiência profissional em gestão de pessoas e gestão financeira.

Health 129 ARQ


ARQ gestão

Processo

HealthARQ: Quais as parcerias necessárias para a Gestão de uma Obra? Rodrigues: A gestão de um empreendimento sempre envolve diversas equipes de diversas especialidades. Deste modo, as parcerias com profissionais especializados em setores diversos faz-se muito necessária, variandose as equipes com as diversas etapas de obra. Um bom trabalho de gestão é feito quando há a perfeita sincronia entre todos os profissionais que contribuem com o projeto o que, certamente, irá gerar o resultado desejado. HealthARQ: Como a qualidade deve ser trabalhada/considerada na gestão da obra? Rodrigues: A qualidade final de um empreendimento deve ser a principal meta a ser alcançada e nunca tirada de foco. Para tanto, a observância nos detalhes de projeto e a correta fiscalização dos serviços realizados são de grande relevância para o resultado final esperado. HealthARQ: A Emed trabalha com algum sistema específico para gestão de obras? Rodrigues: Trabalhamos com softwares de gestão de projetos e cronogramas, além de planilhas e relatórios próprios para o acompanhamento da evolução dos serviços e custos do empreendimento. HealthARQ: Especialmente em obras de ambiente hospitalar, quais os cuidados necessários? Rodrigues: Uma obra hospitalar envolve instalações complexas e específicas para este setor, além de estar submetida a normas próprias, o que as diferenciam de construções convencionais. Os cuidados com o atendimento às especificações dos inúmeros equipamentos envolvidos em um hospital, em muitos casos importados, exigem da gestão da obra atenção redobrada com as instalações elétricas, hidráulicas, climatização, gases medicinais, etc., que correspondem a uma parte muito significativa do orçamento da construção. HealthARQ: Como os recursos disponíveis interferem na gestão da obra? Rodrigues: A administração de pessoas e suprimentos pode interferir em grande escala no resultado final de uma construção. Deste modo, a correta escolha dos métodos construtivos e a maior utilização de processos 130

Health ARQ

industrializados ao invés dos métodos artesanais típicos da construção civil do País influenciam positivamente no empreendimento. HealthARQ: E as questões ambientais? Rodrigues: A consciência ambiental vem crescendo de forma bem significativa na concepção e construção de empreendimentos assistenciais de saúde e inúmeros itens de sustentabilidade e eficiência energética vêm sendo adotados nos novos projetos. Atualmente, itens como reaproveitamento da água de chuva, aquecimento solar, tratamento de esgoto, alta utilização de luz e ventilação natural, etc. A busca por técnicas construtivas mais avançadas colaboram muito com a redução dos resíduos gerados durante a construção, reduzindo o impacto da mesma no seu entorno e no meio ambiente em geral. HealthARQ: Quais são os principais inimigos do tempo em uma obra? Como lidar com a questão dos prazos? Rodrigues: Um dos grandes vilões, se podemos chamar assim, para a extensão dos prazos de uma obra é o elevado número de trabalhadores necessários em uma construção o que, com técnicas construtivas mais avançadas, conseguimos minimizar, com a redução das equipes e materiais manuseados in loco. Outro grande risco é a falta de planejamento na aquisição de materiais que, nem sempre tem prazos de entrega condizentes com o esperado na obra. HealthARQ: E com a gestão de riscos e pessoas, como lidar? Rodrigues: A grande expectativa para que os empreendimentos sejam entregues em determinado prazo e dentro de um orçamento especificado força o gestor a conviver constantemente com riscos tanto negativos quanto positivos. Deste modo, uma boa gestão de riscos, com ferramentas de planejamento, identificação, análise qualitativa e quantitativa, monitoramento e controle está diretamente associada ao sucesso ou fracasso de um projeto. O mesmo processo deve envolver a gestão de pessoas, pois, o envolvimento de equipes multidisciplinares requer especial cuidado com a sincronia das ações a serem tomadas pelas mesmas e os respectivos recursos necessários para sua efetivação.


Health 131 ARQ


Obras Públicas

ARQ gestão

Hospital Maternidade da Fundação Santa Casa de Misericórdia - PA

Olhar Crítico Participação de profissionais de Arquitetura e de Projetos Complementares em projetos e obras públicas na área de Saúde 132

Health ARQ


A

contratação de profissionais qualificados para execução de projetos de estabelecimentos de saúde é um desafio para os órgãos públicos, que buscam licitar e contratar obras de qualidade, evitando reformulações posteriores e minimizando os aditivos durante a execução destas obras. Para enfrentar o desafio, também é necessário atenção ao tipo de projeto utilizado durante o processo. “As licitações com Projetos Executivos diminuem muito a possibilidade de aditivos futuros, além de definir claramente o escopo dos serviços e obras que devem ser executadas pelas empreiteiras”, afirma o Diretor da DPJ Arquitetura e Engenharia, o arquiteto José Freire. Com 30 anos de experiência neste tipo de projeto e obras públicas nos estados do Pará, Amazonas e Amapá, Freire acredita que a falta de estabelecimentos de saúde e de recursos no setor público muitas vezes é desestimulante. “As vezes não vemos alguns projetos concluídos ou quando totalmente construídos são imediatamente ocupados e plenamente usados, comprovando a extrema escassez de obras do tipo na Amazônia”, diz. O arquiteto também ressalta a dificuldade para enfrentar os procedimentos

Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência - PA

Hospital Regional do Baixo Amazonas - Santarém - PA Clínica SESI

Health 133 ARQ


Obras Públicas

ARQ gestão

Hospital de Urgência e Emergência 2 e Maternidade da Zona Norte 2 - Amapá

burocráticos e a pouca disponibilidade de recursos públicos para projetos e obras de saúde. “Os recursos nem sempre são disponíveis ou suficientes em nossa região e a burocracia muitas vezes acaba por propiciar a perda dos recursos e esforços na elaboração dos projetos”, afirma. Ainda sobre os recursos

empregados durante os procedimentos licitatórios, o profissional afirma que estes, muitas vezes, não são suficientemente exigentes na garantia de contratação de profissionais qualificados para elaborar projetos de tamanha complexidade. “Projetos de qualidade discutível serão sempre mais demorados

“As licitações com Projetos Executivos diminuem muito a possibilidade de aditivos futuros, além de definir claramente o escopo dos serviços e obras que devem ser executadas pelas empreiteiras”, José Freire, Diretor da DPJ Arquitetura e Engenharia 134

Health ARQ

HEMOPA

para serem aprovados, pelas necessárias reformulações legalmente exigidas, e quando não o são, originam obras de baixa qualidade e hospitais com estrutura física comprometida desde a sua origem, prejudicando enormemente a atenção aos pacientes e até mesmo pondo os mesmos em risco a vida”, diz.


Projetos de Arquitetura e Complementares

Hospital de Laranjal do Jari - AP

Quanto à competência dos profissionais para a elaboração de Projetos de Arquitetura e Complementares de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, pode-se considerar que já existem no Brasil muitas equipes preparadas para isto, tanto pela qualificação acadêmica, quanto pela experiência em vários projetos desta natureza. Ocorre que estes profissionais estão, em sua maioria, em Centros Urbanos mais evoluídos, havendo carência em regiões e cidades menos desenvolvidas. Segundo Freire, mesmo havendo disponibilidade de profissionais mais qualificados, nem sempre o processo licitatório garante a contratação destes, visto que, muitas vezes, prevalece na licitação apenas o menor custo e não o melhor custo, quando contrabalançado este com a qualificação técnica da equipe”.

Health 135 ARQ


Acabamento

Investimento Revestimentos

Foto: Gustavo Scatenna

Grupo realiza reformas com o mínimo de incomodo aos pacientes

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Health ARQ

R

esponsável por cerca de três mil atendimentos anuais, o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC) tem investido em obras e reformas constantes para garantir a qualidade em seus serviços. A instituição sem fins lucrativos oferece consultas, sessões de quimioterapia, procedimentos ambulatoriais, cirurgias e transplantes de medula óssea a adolescentes e crianças com câncer desde 1991. Segundo Dr. Sérgio Petrilli, superintendente e um dos fundadores do GRAACC, atualmente, a instituição passa por reformas em seu pavimento térreo, para que sejam complementadas as áreas de pronto atendimento e quarto pavimento do edifício do Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP) para a disposição de um novo Centro Cirúrgico, constituído por duas salas de cirurgia, uma delas com a instalação de um equipamento de Ressonância Magnética Intra-Operatória. Ainda estão em obras o laboratório de hematologia do IOP e farmácia central. A Quimioteca e Anexo I também contaram com recentes mudanças em


Foto: Gustavo Scatenna

“Durante as interligações foram feitos isolamentos com tapumes e programamos serviços para horário de menor fluxo de pacientes” Dr. Sérgio Petrilli, Superintendente e um dos Fundadores do GRAACC

suas estruturas. Ainda de acordo com Petrilli, as obras realizadas na sede do grupo não seguem nenhuma tendência arquitetônica, mas sim necessidades de adequação dos setores para que funcionem de acordo com as normas técnicas ou para que sejam implantados novos equipamentos ou instalados novos setores de atendimento. Entre as principais dificuldades durante as reformas de suas edificações, o superintendente destaca a construção de um bunker para radioterapia, a concretagem das paredes e isolamento

contra radiação da laje de cobertura com chapas de aço. “Foi uma operação complexa, que envolveu o descarregamento, instalação e reforço da estrutura”, diz. Para manter o bom funcionamento de suas estruturas durante as obras, o grupo contou com algumas adequações. Após concluída, a reforma do chamado Anexo I, que teve pouca interferência nos atendimentos, realizaram-se as interligações nos pavimentos. Atualmente, as interligações do primeiro e segundo andares estão concluídas e a última, no

terceiro piso, ainda está em andamento. “Durante as interligações foram feitos isolamentos com tapumes e programamos serviços para o horário de menor fluxo de pacientes”, afirma. O superintendente ainda afirma que a parceria com construtoras e prestadoras de serviço precisam seguir alguns requisitos. “Por exemplo, entender o fluxo de caixa em relação à adequação das frentes de trabalho com os fornecedores, adequação de materiais que recebemos por meio de doação e trabalho com a menor margem de lucro”, finaliza. Health 137 ARQ


Acabamento

Ampliação

Buscando economia e a diminuição de inconvenientes como ruído, sujeira, dificuldades de assepsia e necessidade da troca do produto em um curto prazo de tempo, a instituição escolheu revestimentos vinílicos, que atendem a todas essas necessidades. Os produtos contam com categorias como compacto, acústico, antiderrapantes e condutivos, adequados à necessidade de cada construção. “A preocupação com a escolha do material é fundamental nas edificações da área de saúde, em especial as mantas. No caso do piso vinílico, outra conveniência é a soldagem a quente, que propicia uma superfície única, monolítica e impermeável. Essa funcionalidade permite a higienização adequada, deixando a superfície limpa e asséptica, evitando infecções hospitalares”, afirma a arquiteta e Gerente de Marketing da ACE Pisos e Revestimentos, Glênia Francisco. Para atender a necessidade da durabilidade dos pisos, Glênia afirma que os materiais devem ser escolhidos de forma personalizada, de acordo com a área de uso. A profissional cita o exemplo dos ambientes térreos, que não devem receber cores muito claras, pois demandam um programa de manutenção mais rigoroso. Buscando diminuir a proliferação de sujeira e desgaste dos pisos, a arquiteta afirma que a 138

Health ARQ

Foto: Thais Eigenmann

Investimento em materiais


instalação de uma barreira de contenção como os capachos contribuem de forma significativa. “Cerca de 80% da sujeira do ambiente é trazida de fora e 90% pode ser evitada com a utilização do capacho. A areia ou terra trazida pelos calçados também funcionam como uma lixa, causando uma abrasão excessiva no piso”, diz. Outra necessidade importante é a manutenção do material de acordo com as recomendações do fabricante. Com os avanços tecnológicos, muitos deles não precisam ser encerados, gerando economia

nas compras de materiais de limpeza, maior economia de água, produtos químicos e menos agressão ao meio ambiente. A profissional da empresa, que já prestou serviços para hospitais como Oswaldo Cruz, Sírio-Libanês, São Camilo, Sociedade Brasileira Alemã SP e Rede Amil, entre outros, afirma que as novidades no setor de revestimentos estão voltadas para a questão do conforto ambiental. “No caso das instituições de saúde, o piso acústico mais recomendado é o que possui base de espuma de alta densidade,

que proporciona grande desempenho de indentação/resiliência no deslizamento de cargas rolantes, carrinhos e macas, entre outros”, afirma. Para Glênia, nas instituições de saúde, também existe uma tendência a humanização por meio dos materiais usados em seus ambientes. “Ao contrário de 20 anos atrás, quando a maioria dos hospitais possuía piso semiflexível em placas cor cinza, atualmente os espaços estão mais alegres, com pisos desenhados e muitos coloridos, principalmente nas áreas de pediatria”, diz.

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Health 139 ARQ


Investimento em qualidade

Sustentabilidade

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Health ARQ

Sustentabilidade e Tecnologia


Hospital passa por readequações e oferece maior segurança, conforto e qualidade a pacientes

S

empre em busca de melhorias em sua estrutura e serviços, o Hospital Nossa Senhora de Lourdes, localizado em São Paulo, realizou uma recente reforma para garantir a segurança em sua edificação. Entre as ações realizadas estão o tratamento e reforço do edifício, com vigas metálicas, buscando diminuir o prazo de entrega da obra, além da execução de shafts de instalações para uma futura reforma nos sistemas dos andares superiores. Outra realização, foi a compatibilização dos projetos de instalações com arquitetura, como a melhora na altura do pé direito, posicionamento dos quadros elétricos e adequação das cotas de níveis dos pisos com poços de seis elevadores já existentes, entre outras. Todas as ações ocorreram de forma que não interferissem no fluxo dos pacientes e funcionários da instituição. A área, de 2.500 m², foi dividida em duas etapas, cada uma executada em 60 dias. Durante a primeira fase, as execuções aconteceram nas áreas de recepção, espera, 16 leitos, sendo dois de isolamento, 15 boxes de observação e um de sutura, arsenal, conforto médico, plantão, copa, vestiários, expurgo, roupa suja, resíduos, DML, rouparia, depósitos, área administrativa, faturamento e duas casas de

máquinas. Durante a segunda etapa, foram contempladas as áreas dos boxes de medição com 30 lugares, sala de tomografia, duas salas de Raio X, duas salas de ultrassom, laudos, digitação, vestiários para pacientes, espera da área de imagem, RPA, coleta, sala de gesso, duas salas de ortopedia, expurgo, além de quatro leitos de trauma. A normalidade no funcionamento da instituição, fundada 1958 e integrante da Rede D’Or São Luiz desde 2012, foi garantida com o isolamento da área de reformas, por meio de um estudo sobre a movimentação de entrada e saída de matérias e profissionais envolvidos. Outra ação que garantia a constância nos atendimentos do hospital foi a compatibilização dos sistemas para atender a interligação à segunda fase. Segundo o Diretor da empresa de engenharia responsável pela obra, Kegham H. Dadian, a integração entre os profissionais de seu empreendimento e o setor de engenharia da rede de hospitais foi fundamental para a aprovação de soluções com agilidade, para que não houvesse atrasos nos processos de execução e contratações. “Foi um trabalho em equipe, fazíamos a compatibilização dos projetos, desta forma ganhamos no prazo de execução com soluções Health 141 ARQ


Investimento em qualidade

Sustentabilidade definidas e aprovadas em conjunto”, diz. Visando uma futura certificação LEED das edificações, a obra contou com grande preocupação da utilização da iluminação natural, película de controle solar nos vidros externos, projeto luminotécnico com a utilização de lâmpadas Led e fluorescentes, controle do sistema de ar condicionado, além da padronização e especificação de produtos com certificação LEED. O uso das tecnologias durante as readequações começou já no início, durante a fase de demolição de estrutura, feita com um método mecanizado, por esmagamento rápido, silencioso e sem poeira. Também foram utilizadas ferramentas especiais de baixa emissão de ruídos para cortes e furação na execução das instalações. O uso de isolamento e vedação especiais entre as áreas em obras e em funcionamento também foram fundamentais para não gerar contaminação no ambiente hospitalar.

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Health ARQ

Tratamento de Entulho Ainda de acordo com o profissional de engenharia, todo o transporte do entulho dentro do hospital foi feito por meio de carros cubas com tampa para evitar qualquer tipo de suspensão de poeira no local. Todo o material foi separado durante a execução da obra. Depois desta etapa, o descarte é monitorado e controlado. Durante a coleta, somente empresas licenciadas, certificadas e com autorizações legais foram contratadas. Outras preocupações com a sustentabilidade foram empregadas por meio de ações como a utilização de pallets retornáveis para transportes de blocos, reduzindo a quebra no transporte

e blocos e manuseio e redução dos ruídos com a utilização de isolamento acústicos nas paredes e a compartimentação dos ambientes com construção das paredes até a laje. Outros empenhos neste sentido aconteceram nas instalações hidráulicas com a utilização de caixas de descargas com sistema Dual Flux, que garante a economia de até 40% de água, torneiras acionadas por toque, com fechamento automático, que representam 55% de economia, além da utilização dos restritores de vazão constante em chuveiros e torneiras. No primeiro aparelho, a economia do recurso natural pode chegar a 80% e no caso das torneiras até 60%.


Instalações Elétricas

Mensuração de Qualidade

Ponto fundamental para garantir a economia de energia e a segurança dos pacientes, as instalações elétricas foram instaladas utilizando cuidados como o uso de sistema para o controle e detecção de fumaça, banheiros para pessoas com necessidades especiais adequados e com chamada de enfermagem e controle de temperatura do ar-condicionado. Todas essas instalações utilizaram cabos de baixa emissão de fumaça e gases tóxicos, que evitam a propagação das chamas. As luminárias do local foram especificadas de acordo com o projeto luminotécnico, visando diminuir o consumo de energia.

Segundo Dadian, a mensuração da qualidade dentro dos processos seguiram procedimentos adotados para a execução de cada serviço, por meio de uma equipe de engenharia interna. Esses profissionais são responsáveis pelo controle e avaliação dos serviços, buscando identificar alguma inconformidade para buscar a ação corre-

tiva e revisão dos procedimentos. Dadian afirma que a qualificação dos profissionais também é um ponto importante para garantir a qualidade. “Os funcionários fazem cursos e recebem treinamentos. Em nossas obras, os retrabalhos dos serviços são quase nulos, por isso, ganhamos em prazo e qualidade”, afirma.

Health 143 ARQ


Sustentabilidade

Edificações conscientes

Ar- Condicionado

Rede de hospitais valoriza sustentabilidade até nos detalhes

P

resente nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal e Pernambuco, a Rede D’Or São Luiz é hoje a maior operadora independente de hospitais do Brasil. Ao todo, são 25 mil funcionários dedicados ao grupo que trabalham para a realização de cerca de cinco milhões de atendimentos por ano nos 24 hospitais da Rede, entre próprios ou em parcerias, além de um hospital sob gestão e quatro em fase de construção. Além dos centros hospitalares, a Rede D’Or São Luiz também conta com unidades que realizam tratamentos de alta complexidade. Como é o caso do Centro de Oncologia, localizado em prédio anexo ao Hospital Quinta D’Or, e o Centro de Miomas, que completou cinco anos em 2012 e foi pioneiro na América Latina ao disponibilizar o aparelho ExAblate, que trata os tumores uterinos sem cortes. No Rio de Janeiro, foram três novas unidades abertas entre os anos de 2009 e 2011: Hospital Rios D’Or, em Jacarepaguá; Norte D’Or, em Cascadura; Niterói D’Or, em Niterói e o Oeste D´Or, em Campo Grande. Estes se juntaram aos já existentes Copa D’Or, em Copacabana; Barra D’Or, na Barra da Tijuca; e Quinta D’Or, em São Cristóvão e o Caxias D’Or, que marcará a entrada da Rede D’Or na Baixada Fluminense. E em construção estão as unidades Copa Star, para atendimento Triple A no Rio de Janeiro. Já em São Paulo, serão construídas unidades nos municípios de São Caetano do Sul e Mauá. O Copa Star está localizado no bairro de Copacabana no Rio de Janeiro, e será voltado a um público exclusivo. “Os edifícios hospitalares devem ser projetados dentro de uma filosofia de garantir a maior flexibilidade e expansibilidade. Tanto do ponto de vista estrutural, quanto de sua infraestrutura para garantir as alterações ao longo dos anos em função das novas tecnologias”, diz Flávio Kelner da RAF Arquitetura, responsável pelo projeto. Uma característica comum entre as edificações da Rede D’Or é a preocupação com a sustentabilidade. As questões de sustentabilidade vêm sendo implantadas desde os primeiros prédios da Rede. Um bom exemplo está no projeto do Barra D’or, onde a fachada norte, que é a mais ensolarada, está totalmente protegida, com menos

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Health ARQ


vãos, e a fachada sul é mais envidraçada, controlando o calor. Além disso, este prédio possui prismas internos que permitem a entrada de luz natural em diversos ambientes do hospital. E a sustentabilidade não está presente apenas nos projetos das obras. Detalhes do hospital também acompanham as medidas, como os sistemas de ar condicionado. Os projetos sustentáveis utilizam a recuperação de calor nos chillers de forma a pré-aquecer água para o sistema de aquecimento de água central do prédio. Isso reduz o consumo de gás e as emissões de poluentes e gases derivados da queima de combustíveis fosseis. A simples aplicação de sistemas de água gelada, que por suas características permitem melhor gerenciamento do consumo de energia, contribui com

o meio-ambiente, pois reduz a demanda energética, além de reduzir ao máximo a utilização de gases refrigerantes. “Acabamos também de projetar o sistema de ar condicionado do Hospital Copa Star, que será o primeiro com certificado LEED da Rede D´Or. Neste projeto, além de recuperação de calor com o uso de bombas-de-calor água-água, foram utilizados diversas soluções visando alta eficiência energética. Entre elas foi adotado o uso de 100% de motores elétricos de alta eficiência, chillers com compressores parafuso com Inversores de Frequência, condicionadores de ar com filtros de baixa perda de carga e ventiladores com motores EC, além de várias soluções para redução do impacto sonoro sobre a vizinhança, muito próxima naquele caso”, conta Carlos

Fernando Correa da Silva, Proprietário e Diretor Técnico da ASPEN HVACR, autor dos projetos de climatização do Hospital Copa Star, do Caxias D´Or, do Oeste D´Or, além de outras unidades da Rede.

Ar-condicionado Assim como a sustentabilidade, o bem-estar dos pacientes é de primordial importância dentro de uma instituição de saúde. Peça chave neste processo é a climatização que, além de garantir o conforto térmico dos pacientes e staff, tem a incumbência de ajudar a reduzir a disseminação de doenças entre os ocupantes do hospital e, adicionalmente, minimizar o tempo de permanência dos pacientes em recuperação. “Um bom projeto de ar condicionado é funda-

mental, mas se você tiver um projeto arquitetônico que colabore com as necessidades dos sistemas de HVAC fica mais fácil atingir um bom resultado. Claro que é igualmente fundamental a qualidade do instalador a ser escolhido pelo proprietário”, diz. Além disso, diversos cuidados são necessários na execução de ar condicionado em uma Instituição de Saúde, sendo obrigatório garantir as corretas taxas de renovação e de movimentação de ar de forma a atender as exigências das normas técnicas. “A especificação construtiva correta dos condicionadores que precisam ter características especiais e adequadas, além dos cuidados com o controle-automação e respeito às necessidades de espaços para manutenção também merecem atenção”, ressalta Correa.

Health 145 ARQ


Acompanhando a evolução

ARQ reforma

Ampliação e capacitação Hospital de Olhos de Florianópolis investe em espaço físico e atendimento 24 horas

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Health ARQ


O

Hospital de Olhos de Florianópolis (HOF) é referência no setor oftalmológico do Sul do País. O que começou como apenas uma clínica, hoje conta com um complexo hospitalar que realiza consultas, exames de diagnóstico, adaptação de lentes de contato, procedimentos e cirurgias. A instituição utiliza técnicas e equipamentos de última geração que oferecem segurança total, prezando pela qualidade e satisfação dos pacientes atendidos. Desde a sua fundação, o hospital vem crescendo e ampliando as suas instalações para melhor atender as necessidades de clientes, colaboradores e oftalmologistas. Localizado no centro da cidade de Florianópolis (SC), a sede possui sete

pavimentos, cujo projeto arquitetônico foi planejado para assegurar conforto e beleza aliado à praticidade e eficiência. Com uma infraestrutura completa e profissionais atualizados, a instituição busca proporcionar o melhor e mais completo atendimento aos seus pacientes. A instituição conta ainda com uma filial localizada na cidade de Biguaçu (SC). O HOF vem passando por expansões e investimentos em sua área física, tanto na sede, quanto na unidade de Biguaçu, a fim de manter seu padrão de atendimento e ser referência no setor da oftalmologia no Estado e no País. O Hospital de Olhos de Florianópolis busca constantemente apropriar sua estrutura física para que comportem

todos os avanços na área da oftalmologia. Desde a implantação do hospital, foram realizados estudos e planejamento afim de possibilitar futuras melhorias e ampliações. “Durante o projeto foram alinhadas áreas para possíveis ampliações. Algumas já estão sendo executadas, como a ampliação do ático, no qual se encontra uma área de anfiteatro para eventos técnicos e educacionais, além da ampliação da Unidade de Diagnóstico”, relata Inara Rodrigues, arquiteta e Diretora da Salutare Arquitetura, empresa responsável pelos projetos das obras do hospital. No projeto de expansão da instituição, a empresa se atentou para as questões de sustentabilidade durante a execução da obra, Health 147 ARQ


Acompanhando a evolução

ARQ reforma como, por exemplo, a utilização da luz natural nos novos ambientes, no intuito de economizar energia e proporcionar aos pacientes uma iluminação que não agredisse aos olhos. Também foi trabalhada a humanização em todo o projeto arquitetônico, principalmente nas áreas de convívio, sendo esse um dos pontos primordiais. “As áreas de convívio foram trabalhadas priorizando o bem-estar. Foram acrescentados espaços com iluminação natural através de grandes janelas de vidro que possibilitaram vista para o exterior. A decoração também foi projetada

visando sofisticação e conforto”, completa Inara. O Hospital de Olhos de Florianópolis oferece atendimento 24 horas de qualidade, através da constante atualização da equipe e inovação tecnológica de seus equipamentos. Além disso, a instituição firmou um convênio com a prefeitura da cidade através de um projeto social com a comunidade local visando à melhoria da qualidade de vida dos moradores, oferecendo uma alternativa para amenizar a fila de espera na realização de cirurgias entre outros procedimentos que a prefeitura atualmente não disponibiliza.

“As áreas de convívio foram trabalhadas priorizando o bem-estar. Foram acrescentados espaços com iluminação natural através de grandes janelas de vidro que possibilitaram vista para o exterior. A decoração também foi projetada visando sofisticação e conforto” , Inara Rodrigues, Arquiteta e Diretora da Salutare Arquitetura 148

Health ARQ


Health 149 ARQ


Reformatação

ARQ reforma

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Health ARQ


Obras de modernização Hospital tradicional em São Paulo, reestrutura e moderniza suas edificações

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ocalizado ao lado do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos atua em mais de 50 especialidades e conta com cerca de 1.400 médicos. Realiza, aproximadamente, 12 mil procedimentos cirúrgicos, 13 mil internações, 230 mil consultas ambulatoriais, 145 mil atendimentos de pronto-socorro e 1,45 milhão de exames por ano. Após ampliações realizadas em 2009 e 2011, o Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos deu início, neste ano, ao projeto de modernização de seu Centro Médico de Especialidades, no qual investirá R$ 20 milhões para uma área construída de sete mil m². Além da expansão, a obra conta com um plano de reestruturação da área interna do hospital, construído em 1949 e assinado por Oscar Niemeyer. A reestruturação do complexo teve por objetivo melhorar o fluxo de circulação, ampliar e modernizar as instalações, a fim de otimizar o tempo e agilizar o serviço para a equipe do hospital. “As intervenções foram todas planejadas com o mesmo objetivo, a modernização das instalações, levando em consideração sua funcionalidade, fácil manutenção e atualização dos ambientes, e, principalmente, o rígido cumprimento dos prazos e controle dos custos envolviHealth 151 ARQ


ARQ reforma “As intervenções foram todas planejadas com o mesmo objetivo, a modernização das instalações, levando em consideração sua funcionalidade, fácil manutenção e atualização dos ambientes, com rígido

Reformatação

controle de prazos e custos envolvidos” Carlos Tadeu Steola Machado, Gerente de obras da Engebanc

dos”, afirma Carlos Tadeu Steola Machado, Gerente de obras da Engebanc, empresa responsável pelo gerenciamento das intervenções no Hospital Edmundo Vasconcelos. A modernização do local engloba ainda a revisão da comunicação interna do edifício, além da instalação de novos painéis e dispositivos eletrônicos. “Nos corredores e nas salas de espera, as pessoas terão mais itens contemplativos na decoração, proporcionando bem-estar aos usuários e acompanhantes”, relata Dario A. Ferreira Neto, Diretor administrativo do hospital. De uma maneira geral, as obras executadas contam com a modernização e atualização das instalações do 152

Health ARQ

prédio, postos de enfermagem, implantação de UTI Infantil, reforma dos elevadores, diretoria e centro de estudos. O processo de obras levou em consideração a manutenção dos ambientes com substituição dos acabamentos, instalações elétricas, sistema de detecção de incêndio, reforma dos sanitários e instalações hidráulicas, mantendo a disposição interna dos ambientes em geral. Além dos serviços nas áreas internas, as fachadas foram revestidas em ACM e receberam nova caixilharia e vidros insulados em uma das fachadas. Assim como a repaginação visual, pequenas expansões aconteceram durante a intervenção, como os cinco novos consultó-

rios, que passaram a integrar os 44 já existentes e a sala de quimioterapia, que, além da ambientação, será ampliada e contará com novos boxes individuais e iluminação personalizada, o que garante conforto e privacidade. Durante as obras, o funcionamento do hospital não sofreu muitas alterações, todas as equipes, desde a empresa de engenharia e o corpo clínico, trabalharam em perfeita coordenação. “A obra do Prédio de Internação foi executada em fases, contou com isolamento das áreas, criando acessos para a circulação de funcionários. Houve situações onde foram criados ambientes provisórios para atendimento”, relata Machado.


FICHA TÉCNICA Nome do empreendimento: Hospital de Olhos de Florianópolis Endereço: Servidão Missão Jovem, 38 – Centro/Florianópolis-SC Responsável: Ernani Luiz Garcia - Diretor Técnico Aspectos do Projeto: Nome da obra: Hospital de Olhos de Florianópolis Setor da obra: saúde Tipo da obra: construção Empresas sub-contratadas: Obra (empresas responsáveis) Arquitetura: Marquetti Bonetti Arquitetos e Referencial Arquitetura Construtora: HS Construtora Projetos (empresas responsáveis): Elétrico e hidráulico: Elétrico – Engenheiro Lincoln José Rebele, Hidráulico – Genus Engenharia Gases Medicinais: Oxigênio Florianópolis Ltda./ White Martins Projeto de fundações e contenções: Luminotécnico: Referencial Arquitetura e Consultoria Prevenção e Combate a Incêndio: Assessoria Legal: Goss & Oliveira Advogados Associados Fornecedores de Material e Serviço: Aço Inox: RST Inox Ar-condicionado: Midea/Eletriar Detalhes da obra: Elevadores: Thyssenkrupp Elevadores Luminárias: Estação da Luz Mobiliário de interiores: Arqmóveis

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ARQ reforma

Investindo em modernização Hospital Pró-Cardíaco passa por reformulação para garantir excelência no atendimento

Atualização

A

história do Hospital Pró-Cardíaco teve início muito antes de qualquer pretensão de construir uma instituição de suma importância como o Pró-Cardíaco é hoje. A trajetória da instituição teve início em 1959, quando o Dr. Onaldo Pereira iniciou os atendimentos domiciliares em uma ambulância alugada e com sede improvisada em uma sala do Hospital dos Radialistas, na Rua Humaitá, no Rio de Janeiro. Hoje, a instituição é referência mundial em residência, atendimento e em vários procedimentos cirúrgicos na área de cardiologia. Este ano, o Pró-Cardíaco realizou o primeiro implante de coração artificial o “Heart Mate II” no País. Nos 55 anos de atendimento cardíaco, a instituição já passou por diversas mudanças. Logo após sua aquisição pelo Grupo Amil, o hospital entrou em um processo de reformulação de seu espaço físico em todos os setores. “Este processo não se restringiu apenas as reformulações de acabamentos, mas também modificou e atualizou os espaços para introdução de novas necessidades, ou até mesmo de novas tecnologias”, relata José Carlos Tuton Pereira, arquiteto e Diretor da Projob Engenharia, empresa responsável pelas obras realizadas no hospital. O processo de reformulação consistiu em um sistema bastante inte154

Health ARQ

ressante. Segundo o arquiteto, para não interromper e atrapalhar o atendimento na instituição, uma nova unidade foi construída, para que assim, pudessem reformar um setor de cada vez, sem que isso atrapalhasse a rotina do hospital. “Com a nova unidade em funcionamento, começamos a desenvolver um “rodizio” nos setores de internação onde, a cada 60 dias, interditávamos e reformulávamos os próximos quartos e unidades do hospital. Estas diversas etapas aconteceram sem prejudicar ou mesmo interferir no perfeito fun-

“Com a nova unidade em funcionamento, começamos a desenvolver um ‘rodízio’ nos setores de internação, onde, a cada 60 dias, interditávamos e reformulávamos os próximos quartos e unidades do hospital. Estas diversas etapas aconteceram sem prejudicar ou mesmo interferir no perfeito funcionamento da instituição” José Carlos Tuton Pereira, arquiteto e Diretor da Projob Engenharia

cionamento da instituição”. Toda a obra realizada no Hospital Pró-Cardíaco seguiu alguns padrões na construção para que o ruído não fosse um empecilho. “Quando tínhamos que demolir ou retirar paredes em alvenaria ou pedaços de concreto, utilizávamos um equipamento hidráulico chamado Crusher, que ‘mastiga e separa’ a área a ser demolida, diminuindo, significantemente, o barulho”, relata o arquiteto. Quanto à sustentabilidade, que visou também à economia após o término da obra, foi incorporado ao sistema de energia elétrica do hospital uma pequena “usina fotovitálica” para transformação de energia solar em energia elétrica com a utilização de placas fotovitálicas. A iluminação foi toda planejada com lâmpadas de LED. Além disso, foram implantados também sistemas exclusivos para instalações médicas como o “IT Médico”, transformadores de corrente elétrica que garantem segurança aos pacientes quando há fugas na corrente elétrica. “Em resumo, diríamos que o projeto e o planejamento dos serviços em conjunto com a Diretoria de Projetos da Amil, proporcionaram a possibilidade de tamanha intervenção sem nenhum tipo de interferência ou prejuízo no funcionamento do hospital, o que torna toda esta reformulação e evolução possíveis”, finaliza o arquiteto.


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Expansão

Nova Ala Internação

Hospital A.C Camargo amplia serviço de internação e melhora atendimento

O

Hospital A.C. Camargo Cancer Center foi fundado em 1953, pioneiro no tratamento, ensino e pesquisa do câncer. Atualmente é um dos maiores centros oncológicos mundiais. A dedicação e interação de todos os profissionais em atividades interdisciplinares re-

sultam em um tratamento com índices de sucesso só encontrados nos maiores centros oncológicos internacionais. Após uma ampliação e novos leitos adquiridos no final de 2013, o hospital está novamente em obras para continuar atendendo os pacientes da oncologia com conforto e qualida-

“Trabalhamos em conjunto com uma equipe multidisciplinar de engenheiros, arquitetos, médicos e enfermeiros, cuja função, foi exatamente criar condições de trabalho alternando os horários ou até mesmo transferindo alguns pacientes para que fossem realizados trabalhos em determinados locais” Valdir Pereira de Oliveira, Coordenador de obras da Pacto Engenharia

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de. A ampliação nas alas de internação foram prioridades nesta construção. Por se tratar de um hospital que realiza mais de um milhão de procedimentos anuais incluindo consultas, exames laboratoriais e por imagem, internações, sessões de quimioterapia e radioterapia, a obra teve que ser


dividida em quatro etapas e com todo o cuidado no que se tratava de trânsito de materiais de construção pelos corredores do hospital. “Trabalhamos em conjunto com uma equipe multidisciplinar de engenheiros, arquitetos, médicos e enfermeiros, cuja função, foi exatamente criar condições de trabalho alternando os horários ou até mesmo transferindo alguns pacientes para que fossem realizados trabalhos em determinados locais”, conta o coordenador de obras da Pacto Engenharia, Valdir Pereira de Oliveira. O cuidado com as pessoas internadas e de passagem pelo hospital é uma preocupação da instituição, por tratar de pacientes oncológicos, muitas

vezes submetidos à tratamentos que enfraquecem o sistema imunológico. Todo cuidado com os resíduos durante a obra é extremamente importante. A logística foi definida a partir da dificuldade de se transitar com resíduos da obra pelos corredores do hospital. “Para isso, foram destinados locais para as caçambas de entulho, bem como, a liberação de elevadores de serviços em horários definidos.” Quanto aos ruídos oriundos da obra, a empresa contou com equipamentos de última geração. “A tecnologia é uma forte aliada para nós que trabalhamos dentro de um ambiente confinado e que precisa ser preservado. Para a realização da construção contamos

com equipamentos de demolições cujo os níveis de ruídos são praticamente inaudíveis”, conta o engenheiro. A preocupação com a sustentabilidade e o impacto ambiental também definiu algumas maneiras de trabalho da obra no Hospital A.C Camargo. As medidas tomadas foram em relação à reciclagem, através da coleta seletiva e economia de energia, com a instalação de aquecimento solar e o uso de equipamentos com selo de economia. “Outra medida muito simples e que fez uma pequena diferença foi a pintura das paredes com cores claras, as quais refletem melhor a luz, diminuindo a necessidade de luz artificial”, finaliza Oliveira.

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EXPANSÃO

Filantropia especializada Especialização

Hospital do Câncer de Barretos passa por ampliação e inaugura novas alas

O

Hospital do Câncer de Barretos, no interior de São Paulo, realiza cerca de 3.500 atendimentos, entre 25 e 30 cirurgias de grande porte, e, em torno de 40 pequenas cirurgias ao dia. “Possuímos uma estrutura de ponta e buscamos estar sempre à frente nos quesitos tec158

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nologia e humanização para favorecer o tratamento oncológico, tudo isso com atendimento 100% SUS”, ressalta Boian Petrov, Diretor Financeiro e engenheiro do Hospital do Câncer de Barretos. Com 52 anos de existência, a instituição possui seu prédio original localizado no centro da cida-

de de Barretos, hoje com 60 leitos de cuidados paliativos. “Mas lembramos que a maior demanda de atendimentos do hospital é ambulatorial”, afirma Boian. Sempre focada em crescer e aprimorar-se, a instituição começou em 1989 suas primeiras ampliações através da cons-


trução de novas alas ao lado do prédio já existente. Recentemente, foram inaugurados alguns prédios: um voltado à pesquisa e prevenção do câncer e o Centro de Treinamento de Videolabroscopia e Robótica em parceria com a Universidade de Freiburgo na Alemanha.

Além disso, foi inaugurada também uma edificação com oito mil m², voltada ao atendimento infantil. “Tiramos de dentro do hospital as crianças e as pessoas que estão em prevenção”. Após inaugurado o Hospital Infantil continuou em obras, e teve sua segunda etapa inaugura-

“Possuímos uma estrutura de ponta e buscamos estar sempre à frente nos quesitos tecnologia e humanização para favorecer o tratamento oncológico, tudo isso com atendimento 100% SUS”, Boian Petrov, Diretor Financeiro e engenheiro do Hospital do Câncer de Barretos

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Especialização

EXPANSÃO

da no primeiro semestre de 2014 com uma área de 4.511 m², trazendo uma sala cirúrgica acoplada a sala de ressonância magnética. Foram investidos sete milhões de reais nesta tecnologia, que permite a utilização de imagens realizadas pré, intra e pós operatório para orientar o neurocirurgião durante o procedimento cirúrgico. Além disso, o prédio conta com duas salas de cirurgia, 27 leitos para internação, sendo dez quartos duplos e sete individuais destinados a pacientes com cuidados paliativos, e UTI com seis leitos. Além de ambulatórios, salas de infusão separadas por faixa etária, centro de reabilitação, centro de quimioterapia, laboratório de emergência, recepção, administração, serviços de apoio e pronto atendimento 24 horas. O hospital conta com o apoio de outros setores como lavanderia, nutrição, radioterapia, radiologia, farmácia central, banco de sangue, laboratório, patologia, entre outros. “Um diferencial desta ala são os filtros para controlar infecção, evitando a contaminação no ambiente hospitalar, uma vez que os pacientes encontram-se com a resistência muito baixa, principalmente após submeterse à quimioterapia”, conta Boian. 160

Health ARQ


Health 161 ARQ


EXPANSÃO

Ampliação Reestruturação

Reestruturação do fluxo de pacientes e reorganização de espaço são desafios em obra de hospital em Bauru (SP)

M

udar um ambiente que cresceu de maneira desordenada após o agrupamento de edificações residenciais, que se transformou em ambulatório e depois em hospital e reestruturar o fluxo de pacientes e funcionários foram alguns dos desafios dos projetos realizados no Hospital São Lucas, unidade Bauru, no

interior de São Paulo. Entre as realizações feitas pela instituição está toda a reciclagem de um antigo hospital adquirido pelo grupo, para que nele fossem instalados um pronto atendimento, um setor de hemodinâmica e Centro de Diagnósticos. De acordo com o arquiteto responsável pelo projeto, Marcio Colim, da Colim

Arquitetura, o destaque da obra foi a adaptação de uma ala onde estava abrigada uma hemodinâmica para que ela se tornasse um serviço de ressonância magnética de forma que não interrompesse as atividades do hospital. O profissional também desenvolveu o projeto da UTI Adulta que ainda será construída.

região, além do manuseio e conhecimento da mão de obra local. “No processo de escolha também foi fundamental ter materiais de fácil limpeza e alta resistência no sentido de minimizar os custos de manutenção posterior no local”, diz. O arquiteto afirma que para atender as especificidades do projeto, a tecnologia BIM foi de grande importância. “Assim podemos prever com relativa facilidade interferências no projeto arquitetônico as quais eram quase impossíveis de serem identificadas na

obra. O processo de levantamentos e quantitativos das obras tornou-se muito mais rápido e prático”, diz. Buscando a sustentabilidade, o projeto empregou materiais frios e de baixa condutividade térmica para a redução da temperatura e uso racional do sistema de ar condicionado. Além disso, houve o reaproveitamento de materiais como batentes e janelas e todo o entulho gerado pela construção está sendo processado em uma usina de reciclagem de resíduos. O material

Detalhes da obra Com questões como sustentabilidade e humanização priorizadas no projeto, todo o mobiliário, revestimentos e iluminação foram escolhidos buscando atender a esses conceitos, além da funcionalidade e facilidade de limpeza. Entre as preocupações dos profissionais envolvidos nos projetos do hospital sempre estão rapidez das obras, com duração média de 120 dias, sem que os atendimentos parem, exigindo uma rápida adaptação da equipe e facilidades na aquisição de materiais na 162

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está servindo para aterros licenciados em Bauru, município com problemas de erosões no solo arenoso. Também nas obras da instituição, que fica em uma área de clima quente, a humanização foi trabalhada pensando no conforto térmico dos pacientes durante todo o ano. Para isso, materiais frios de revestimento foram priorizados. Outro ponto fundamental para garantir o conforto de pacientes e colaboradores do hospital foi a iluminação. “A escolha de lâmpa-

das que transmitem a luz neutra, mais natural possível, tornou-se fundamental para que se tenha um conforto visual satisfatório para o paciente e que facilite o trabalho da equipe medica durante seu trabalho”, afirma o profissional. Uma das soluções técnicas que contribuíram para alcançar os objetivos no local, além de irem ao encontro das constantes mudanças das legislações sanitárias do País, foi o uso de um significativo percentual de estruturas metálicas e Drywall.

Projeto futuro para a cidade A Colim Arquitetura está desenvolvendo, atualmente, um novo projeto de um centro medico para a cidade de Bauru (SP), que abrigará o Centro Comercial voltado para a área da saúde com centro cirúrgico ambulatorial, centro de diagnósticos, posto de coleta laboratorial, auditório e um moderno sistema construtivo de plantas livres para os profissionais desenvolverem o layout mais adequado a suas necessidades para construção de clinicas e consultórios, independente de prumadas hidráulicas e elétricas e de gases medicinais.

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EXPANSÃO

Mudanças na Estrutura Readequação

Instalação de Centro Clínico em antigo prédio comercial exige cuidados especiais de construtora

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Com um belo projeto arquitetônico fornecido pela Amil Assistência Médica Internacional SA, e projetos de interiores contratado junto à renomada empresa New Space Projetos, foi construído o Total Care Amil em Brasília. Um completo centro de diagnóstico e tratamento, que reúne em um só lugar toda a estrutura necessária para tratar de pacientes que precisam de cuidados especiais. O projeto arquitetônico para o antigo prédio comercial contemplou a inclusão de mais um pavimento ao local. Toda a mudança foi feita após a adequação da estrutura, com a demolição da laje e vigas de cobertura, que equilibravam o pórtico existente. Onde foi necessário o escoramento integral da estrutura existente e a implantação de reforço estrutural de toda a fundação e pilares.

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Readequação

EXPANSÃO

Para instalar as novidades, também foi preciso a criação de uma estrutura auxiliar em aço para sustentar os diversos detalhes da fachada em ACM combinada com o Structural Glazing. Paralelamente aos serviços, também foi realizada a compatibilização do layout de arquitetura para o desenvolvimento dos projetos de instalações hidro-sanitário, elétrica, de ar condicionado, renovação de ar e lógica, adequando-os às condições físicas da nova estrutura, que tem o pé direito restrito, seguindo as Normas e Gabaritos da Região, fator apontado como complicador pelo engenheiro civil Paulo Roberto de Morais Muniz, Diretor técnico da Conbral S A Construtora Brasília, construtora responsável pela obra. Ainda de acordo com o profissional, os destaques do projeto foram a aplicação de materiais de alto padrão e mão de obra própria altamente qualificada, usada quase que integralmente durante a obra. A construtora contou com o serviço de parceiros apenas em segmentos específicos, como protensão, sistema de ar condicionado e execução da fachada. Entre as características específicas da obra, que foi vencedora do “Prêmio Construir Brasília Qualidade na Construção - DF”, de 2011, estão um sistema de rede estruturada de alta tecnologia, a implantação do sistema de VRF para o arrefecimento de ar, aumento da carga elétrica instalada, implantação de um Grupo Moto Gerador e um no-break como proteção para a rede elétrica, dentro das exigências para a destinação da unidade médica. 166

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Sustentabilidade O projeto para a reforma da instituição também contou com diversas medidas buscando uma maior sustentabilidade no local. Além da utilização do sistema VRF, que contribui com o baixo consumo de energia, a construção também contou com a instalação de vidros de alta performance acústica e térmica na fachada e implantação de lâm-

padas de baixo consumo. A construtora, que possui certificação PBQP-H SIAC nível A e ISO 9001:2008, desde o ano de 2002, terceirizou o recolhimento e transportes dos resíduos sólidos da obra. A empresa especializada, que é certificada pelo GDF, levou todo esse material até a área determinada pelo órgão governamental.


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Reestruturação

EXPANSÃO

Referência no tratamento do câncer Com sete unidades espalhadas pelo Rio de Janeiro, Oncotech chega aos 18 anos

N

o ano de 1996, quatro jovens com o sonho de fundar uma clínica especializada no tratamento do câncer conseguiram concretizar seu ideal através da inauguração da Oncotech Oncologia, em Nova Iguaçu (RJ). Não demorou muito para que o trabalho e dedicação dos jovens recém-formados fossem notados. Em pouco tempo, a clínica foi reconhecida por pacientes e médicos especializados da área. Com o passar dos anos, a Oncotech tornou-se refe-

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rência no tratamento do câncer e logo abriu mais três unidades, na Tijuca, Duque de Caxias e Campo Grande. Hoje, a instituição dispõe de sete unidades espalhadas pelo estado do Rio de Janeiro e sua equipe médica é formada por profissionais que atuam nas mais diversas áreas de pesquisa e tratamento contra o câncer. Oncologistas, hematologistas e radioterapeutas com formação em centros de referência no tratamento do câncer no Brasil e no exterior formam a equipe

da instituição. A missão da Oncotech é promover um atendimento oncológico humano e personalizado através de uma equipe altamente diferenciada e de um espaço físico moderno e aconchegante. Para isso, novas expansões e adequações são feitas a todo o momento, visando sempre a qualidade de vida do paciente e seus familiares. As sete unidades da clínica já passaram por reformas e adequações durante estes 18 anos que se passaram desde


a fundação, mas, por se tratar de edificações já existentes, muitas adequações são necessárias para atender as exigências dos órgãos reguladores. Segundo Azeredo, porta-voz da Brasplan Engenharia e Construções, empresa responsável por cinco obras da Oncotech, a construção mais difícil de realizar foi a da unidade de Duque de Caxias, onde várias adequações foram necessárias para

o funcionamento da clinica. “A fundação foi de alto risco, pois, nas duas divisas das edificações foi necessário rebaixarmos o lençol freático para escavarmos o subsolo onde funciona a Radioterapia”, conta. A unidade de Duque de Caxias é a única que dispõe de uma sala exclusiva para a Radioterapia, as demais, inclusive a de Caxias, oferecem também o serviço de quimioterapia.

Durante as obras, os cuidados são muito importantes. Por se tratar de uma clínica que recebe pacientes, muitas vezes, em situação de risco, o local deve manter-se sempre limpo, organizado e livre de ruídos. “Algumas obras puderam ser realizadas antes do funcionamento do prédio, mas o maior desafio foi a realização das reformas com o local em funcionamento”, diz Azeredo.

Health 169 ARQ


Aprimoramento

EXPANSÃO

Evolução constante Hospital Anchieta do DF investe em ampliações e modernizações em busca de mais conforto e bem-estar aos pacientes

O

Complexo Hospitalar Anchieta, instalado na cidade do Taguatinga, no Distrito Federal, é um centro de referência em saúde no Centro-Oeste. Conta, atualmente, com cerca de 60 mil m² de área construída. Em 1992, foi concebido o projeto do Centro Médico Hospitalar Anchieta. Desde o início, a proposta foi constituir um complexo, cuja arquitetura despertasse um diferencial no sistema de saúde, que reunisse a universalidade do conhecimento médico e gerasse conforto e re-

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solutividade, permitindo aos profissionais de saúde o desempenho pleno das suas potencialidades. Uma equipe multiprofissional projetou, edificou e instalou a instituição em apenas três anos. A coordenação do projeto de arquitetura hospitalar ficou sob a responsabilidade da arquiteta Janete Freiberger, na época já com dez anos de experiência na área de arquitetura da saúde. Com perfil arrojado, o hospital conquistou espaço de destaque no Planalto Central, a partir da defini-

ção de que era imperativo adotar uma gestão profissional baseada na qualidade. Dentre muitos serviços de qualificação de pessoal, a instituição oferece, ao longo do ano, cursos de formação e aperfeiçoamento por meio do Instituto de Ensino e Pesquisa Anchieta (IAEP). Além de ser um hospital completo, o Anchieta conta com um condomínio ambulatorial com mais de 130 clínicas especializadas em diagnóstico e tratamento e é detentor dos títulos de qualificação e acreditação.

Em 2004, a instituição ampliou suas instalações, construindo uma nova edificação ao lado do prédio do Centro de Excelência Anchieta. Este edifício, conta com mais de 37 mil m² de área construída em 14 andares, infraestrutura própria, heliporto, auditórios, administração e serviços de conveniência. Trata-se de um ousado projeto arquitetônico construído para atender à demanda das clínicas autônomas, especializadas em diagnóstico e tratamento, e para expansão futura do hospital.


O plano diretor da instituição Anchieta previu a expansão das unidades de complexidade de tratamento em terapia intensiva e cirúrgica para o novo edifício, permitindo assim, a continuidade da operação dessas unidades nos atuais espaços até o completo remanejamento do serviço. A primeira unidade remanejada foi a UTI Adulto, para uma área de 2.500 m². Inaugurada em 2010, com projeto realizado pela arquiteta Mônica Araújo, a UTIA foi considerada uma das mais modernas do

País. Nesta, os leitos possuem área privativa de 15 m², uma sala para realização de procedimentos cirúrgicos, salas reservadas para que os familiares conversem com os médicos e ainda espaço de conforto para os acompanhantes dos pacientes. Em constante processo de melhoria em serviços e estrutura, o hospital, recentemente, inaugurou um espaço para reabilitação e fisioterapia de pacientes. Também implantou o processo de triagem no pronto-socorro (Protocolo de Manchester) e

realizou, com sua equipe de engenharia, uma reforma e expansão do local com o objetivo de melhorar a qualidade do atendimento e aumentar a resolutividade. Porém novas reestruturações já estão projetadas para o Hospital Anchieta: a expansão e modernização da instituição, por meio do remanejamento das unidades de maior complexidade de atendimento para o edifício mais novo, sem interferência nos serviços atuais em operação e sem conflito de obras com o

atendimento ao paciente. “Futuramente, as áreas remanescentes serão reformadas para dar lugar às Day Clinics e ao Centro Cirúrgico Ambulatorial”, diz a arquiteta hospitalar Janete Freiberger. Os novos projetos em andamento correspondem a setores completos que serão renovados e ampliados. Entre eles está o Setor Materno Infantil, pavimento dedicado à saúde da mãe e da criança com 2.600 m² de área hospitalar e mais 900 m² de solário. É composto por cinco unidades: UTI Health 171 ARQ


Aprimoramento

EXPANSÃO Neonatal, UTI Pediátrica; Banco de Leite; Centro Obstétrico e Internação de gestantes com intercorrência. Já o Setor de Tratamento Intensivo e Cirúrgico, os projetos do Centro Cirúrgico, da UTI Coronariana e da Central de Material Esterilizado, somam 2.000 m², e irão completar o setor iniciado com a moderna UTI Adulto já implantada. As novas passarelas de ligação conectando os andares das duas torres do Centro de Excelência Anchieta, encurtarão as distâncias entre as clíni-

cas parceiras e os serviços de apoio dos flats de internação, além de ampliarem o número de elevadores para melhoria dos acessos e fluxos. Atualização de projetos e complementação do detalhamento dos andares de Flats de Internação somam 5.120 m². “Neste projeto, dediquei-me, especialmente, à qualidade de vida dos usuários pacientes, dos familiares e dos profissionais de saúde. Como arquiteta da saúde privilegiei soluções que trazem saúde ao meio ambiente do edifício e ao seu usuá-

rio, como a luz e a ventilação natural. Além de uma arquitetura de materiais e linguagem durável, livre de modismos de época e que permanecem atuais pelo tempo que forem funcionais”, revela Janete. Segundo a arquiteta, neste projeto alguns pontos merecem destaque, entre eles os três andares de internação, onde o padrão tipo flat para os apartamentos, com 28 a 36 m² de área, oferecem total conforto para pacientes, acompanhantes e visitantes, com estar, copa e local para trabalho com internet. “Um ambiente

privativo e com uma bela vista panorâmica pelas amplas janelas”, conta. Outro ponto de destaque é o Centro Cirúrgico, concebido para ser de última geração e realizar cirurgias de alta complexidade, prevê oito amplas salas cirúrgicas, sendo duas com preparação para cirurgias telecomandadas. Assim como a CME, localizada abaixo do Centro Cirúrgico, com eficiente integração através de monta cargas para materiais esterilizados e elevadores exclusivos. O quarto ponto a ser destacado no projeto são

“Neste projeto, dediquei-me, especialmente, à qualidade de vida dos usuários pacientes, dos familiares e dos profissionais de saúde. Como arquiteta da saúde privilegiei soluções que trazem saúde ao meio ambiente do edifício e ao seu usuário, como a luz e a ventilação natural. Além de uma arquitetura de materiais e linguagem durável, livre de modismos de época e que permanecem atuais pelo tempo que forem funcionais”, Janete Freiberger, Arquiteta Hospitalar 172

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os leitos da maternidade, estrategicamente localizada ao lado do Centro Obstétrico e no mesmo andar da UTI Neonatal. Serão destinados às gestantes com intercorrências. “Destaque para as salas de parto natural, no próprio quarto, preparado dentro das normas técnicas, com todo o conforto e assistência para o pré-parto, o parto e pós -parto, onde familiares acompanhantes participam do momento natural e feliz de dar à luz a um filho. Haverá também um amplo terraço para solário das mães e uma sala de palestras e treinamento de mães e pais”, ressalta a arquiteta. Assim como nos leitos da maternidade, a humanização se faz presente em todo o projeto, através da luz natural, nas

vistas ao exterior, na integração dos ambientes de trabalho, nas cores, texturas e materiais visualmente “menos hospitalares” e mais aconchegantes, de atmosfera familiar e doméstica, e nos painéis e revestimentos com impressão fotográfica que remetem à natureza. ”Ao oferecer ambiente agradável e funcional aos profissionais de saúde, estes sentem-se valorizados e motivados e, consequentemente, dedicam maior atenção ao paciente”. A iluminação proposta é baseada em tecnologia LED, cujo investimento se reverte em custo-benefício de menor consumo de energia, menor geração de calor, reduzida manutenção, melhor qualidade da luz e reprodução de cores e sustentabilidade ecológica. “Outras medidas de

sustentabilidade são as torneiras e descargas economizadoras e o sistema de aquecimento de água já existente, que utiliza a troca de energia térmica com o sistema de ar condicionado”, revela a arquiteta. A escolha dos revestimentos foi feita levando em consideração materiais duráveis e de fácil assepsia. “Destacamos o uso de cerâmica retificada para as paredes das áreas molhadas, em peças de maior dimensão e juntas mínimas, vedadas com epóxi, e o revestimento mural vinílico ‘Vescon’, indicado para revestir as paredes, que, além de evitar as frequentes pinturas, atende às exigências estritas na área de higiene e segurança em saúde e é bactericida, lavável e resistente ao fogo. A proposta prevê esse revesti-

mento também na opção com impressão digital, colorindo e personalizando ambientes, a exemplo da renovação ambiental, criada no hall de elevadores da atual maternidade, com a imagem da ‘mamãe joaninha’”, conta Janete. Assim como a humanização, a tecnologia também faz parte das novas áreas do Hospital Anchieta através de estativas de teto para as instalações e equipamentos nos leitos das UTI’s e no Centro Cirúrgico, portas automáticas, controles de acesso digital, salas cirúrgicas integradas e para cirurgia robótica. Essas são algumas das tecnologias previstas. Todas as unidades receberão equipamentos de tecnologia de ponta, alinhados à estratégia de consolidação da alta complexidade. Health 173 ARQ


Aprimoramento

EXPANSÃO

Expansão de leitos do Hospital Anchieta Leitos atuais: 203 Leitos futuros: 305 • Internação: 126 leitos atuais - expansão: 84 leitos em Flats • UTI Adulto: 36 leitos atuais - nova UTI Coronariana: 8 leitos • UTI Neonatal: 14 leitos atuais - nova unidade: 20 leitos • UTI Pediátrica: 6 leitos atuais - nova unidade: 10 leitos • Pronto-Socorro: 21 leitos de observação • Novo Centro Cirúrgico: 8 salas de cirurgia • Novo Centro Obstétrico: 2 salas PPP e 3 salas parto cirúrgico

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Health 175 ARQ


HCM Eventos 2014 Setembro Evento: 8º Encontro Nacional de Inovação em Fármacos e Medicamentos - Enifarmed Local: Centro de Convenções Rebouças - SP

Evento: Himss Latin America Local: WTC - SP

Data: 18 a 19 de Setembro

Data: 8 e 9 de Setembro Evento: Hospital Minas

Local: Expominas - Belo Horizonte

Data: 16 a 18 de Setembro

Outubro Evento: Futurecom

Evento: Fórum HealthCare Business

Local: Transamerica Expo - São Paulo

Local: Espaço Apas – São Paulo

Data: 13 a 16 de outubro

Data: 21 e 22 de outubro

Evento: Hospital Dynamics

Evento: Prêmio Excelência da Saúde

Local: Maksoud Plaza Hotel – São Paulo

Data: 14 de outubro

Local: Espaço Apas – São Paulo

Data: 22 de outubro

EXPEDIENTE Publisher: Edmilson Jr. Caparelli Diretor-executivo: Marcelo Caparelli Diretora-administrativa: Lúcia Rodrigues Diretor de Marketing: Jailson Rainer Diretora de Eventos: Erica Almeida Alves Editora da HealthCare: Carla de Paula Pinto Editora da HealthARQ: Patricia Bonelli Editor do Saúde Online: Thiago Cruz Redação: Carolina Visotcky Redação Sucursal São Paulo: Thaia Duó Produtora de Arte: Valéria Vilas Bôas Diagramação: Erica Alves Diretora-comercial: Giovana Teixeira Gerente Comercial: Gislaine Almeida Projetos Editoriais: Ana Carolina Cesca e Ana Lúcia Camilo Dep. Pesquisa: Janaiana Marques, Fernanda Thiezerini e Janaína Novais Executivos de Conta: Renata Oliveira e Eliana Rodrigues

Assinaturas e Circulação: assinatura@grupomidia.com Atendimento ao Leitor: atendimento@grupomidia.com Projetos Editoriais: projetoseditoriais@grupomidia.com Contatos: Matriz: (16) 3629-3010 | Sucursal: (11) 3014-2499 contato@grupomidia.com | redacao@grupomidia.com | comercial@grupomidia.com Matriz: Rua Antônio Manoel Moquenco Pardal, 1027 - Ribeirão Preto - SP Sucursal: Av. Paulista, 1471 - 11º Andar - São Paulo - SP

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A revista HealthARQ é uma publicação bimestral do Grupo Mídia. Sua distribuição é controlada e ocorre em todo o território nacional. O conteúdo dos artigos é de responsabilidade dos autores, e não refletem, necessariamente, a opinião do Grupo Mídia. A reprodução das matérias e dos artigos somente será permitida se previamente autorizada por escrito pelo Grupo Mídia, com crédito da fonte. Atenção: pessoas não mencionadas em nosso expediente não têm autorização para fazer reportagens, vender anúncios ou, sequer, pronunciar-se em nome do Grupo Mídia. A HealthARQ é uma publicação do:

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