CARTA AO LEITOR
Missão cumprida
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stamos indo para o final de mais um ano e E dessa forma cumprimos, mais uma vez, a nosnovamente, em 2016, a revista HealthARQ sa missão. Afinal, no ano que vem, comemorarelevou para o leitor informações sobre as mos 10 anos de Grupo Mídia, sendo seis anos de principais obras e construções que estão aconteHealthARQ. Ser a única revista de arquitetura e cendo no setor da Saúde. Trouxemos entrevistas engenharia na Saúde no país é motivo que não exclusivas com grandes personalidades que foapenas nos enche de orgulho, mas, principalmenmentam este segmento com novas ideias, projete, de muita responsabilidade. tos e estratégias. Desejo a você uma excelente leitura! Fazendo uma breve retrospectiva, nossa primeira edição deste ano trouxe uma entrevista exclusiva com Lauro Miquelin, CEO da L+M, que meses depois, durante a HospitalMed, em Recife, anunciou, em primeira mão para o Grupo Mídia, a nova estratégia da empresa frente às mudanças de mercado. Depois, foi a vez de destacar o projeto do Hospital Unimed Litoral, realizado pela Idein Arquitetura. Fruto de um investimento de cerca de R$ 27 milhões, o hospital dobrou a sua capacidade, passando a ter 22 mil m² de área construída. Na última edição, o destaque ficou para Antônio Carlos Cascão, diretor de infraestrutura de um dos maiores hospitais da América Latina, o Hospital Sírio-Libanês. Nesta entrevista, Cascão destaca a sustentabilidade como o norteador da recente construção concluída na instituição. E para encerrar este ano, nossa última edição de 2016 traz o II Prêmio HealthARQ. Neste especial, o leitor confere quais são as instituições de saúde, as marcas mais lembradas, os cases de sucesso e os profissionais que mais se destacaram neste último ano segundo nosso Conselho Editorial. Os votos se basearam em votação aberta pelo site da HealthARQ e também pelas pesquisas de mercado. Esta é a nossa homenagem a todos que conseguiram inovar e crescer em um ano tão turEdmilson Jr. Caparelli bulento como foi 2016.
CEO e Publisher
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Capa da Edição Diante de tantos projetos e trabalhos louváveis, a HealthARQ traz nesta edição o II Prêmio HealthARQ. Trata-se de uma homenagem às instituições de saúde, cases de sucesso, marcas mais lembradas e profissionais que mais se destacaram no último ano e que dão ao setor um novo fôlego, sendo exemplos de que é possível brilhar em tempos difíceis.
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RENOVAÇÃO A Unimed-BH realizou obras de expansão no Centro de Promoção à Saúde (CPS) Churchill – Unimed. A nova unidade conta com o atendimento em 37 especialidades médicas distribuídas em 11 andares, sendo três subsolos de garagem e oito pavimentos, totalizando uma área de 22.438,75 m².
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CONSTRUÇÃO O complexo hospitalar Sírio-Libanês passou por um projeto de expansão e modernização, ampliando seu número de leitos de 352 para 650. As obras aumentaram mais de 70 mil m² da área construída do hospital e possibilitaram a inauguração de três novas torres em 2015, as quais estão sendo ocupadas gradativamente.
NESTA EDIÇÃO N.21 - SETEMBRO | OUTUBRO | NOVEMBRO | 2016
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HUMANIZAÇÃO O Hospital Copa Star, nova unidade da Rede D’Or São Luiz no Rio de Janeiro, otimiza a luminosidade natural e a integra com a artificial em pontos estratégicos a partir de um projeto centrado da luminotécnica.
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CONSTRUÇÃO O Hospital Alvorada de Brasília passou por uma reforma total do Centro Cirúrgico, Unidade de Terapia Intensiva de Adultos e da cobertura. A obra, divida em dez etapas, ainda não foi concluída. No momento, está sendo realizada a ampliação de potência da subestação de energia do hospital.
A Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais, integrou-se ao Programa Mais Médicos para o Brasil e criou o curso de Medicina. Com isso, a instituição anunciou a implantação de um hospital escola em um sítio com paisagens naturais. O projeto arquitetônico explora essas características do entorno e investe na sustentabilidade.
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INSTALAÇÕES
Maior complexo hospitalar do Estado do Rio de Janeiro, o Americas Medical City investe em moderna rede externa de infraestrutura e cabeamento elétrico, tubulações hidráulicas, rede de incêndio, tubulação de gás e iluminação paisagística. O processo de instalação nos blocos A, B e C foi concluído em 2015 e 7 Health ARQ encontra-se em execução nos blocos D e E.
boletim ARQ
NOVA UNIDADE Governo da Bahia inaugura hospital com 161 leitos A segunda unidade do Hospital Geral da Bahia já começou a funcionar. Localizado no bairro de Brotas, em Salvador, o Hospital Geral Estadual (HGE) 2 fica ao lado do HGE 1. A nova estrutura conta com uma sala para transplantes e Centro de Queimados, que foi transferido do HGE 1 para o novo prédio. A expectativa é que, com o HGE 2, diminua-se o tempo de espera no atendimento de vítimas de traumas como acidentes de carro, perfuro cortantes e emergências cirúrgicas. “São equipamentos de última geração, da mesma marca dos melhores hospitais do Brasil, inclusive particulares”, ressaltou o governador Rui Costa, assinalando que a ala de queimados é uma das mais modernas.
CAPACIDADE AMPLIADA Hospital de Câncer inaugura 20 leitos de UTI e deve dobrar atendimento A capacidade de atendimento do Hospital de Câncer Alfredo Abrão dobrou de tamanho com a inauguração de dois de nove andares do novo prédio da instituição, localizado em Campo Grande (MS). Nas duas novas alas do novo prédio, de acordo com o diretor-presidente do hospital, Carlos Coimbra, estão disponíveis mais 20 leitos de UTI. Também foram criados mais dez consultórios, salas de exames de raio-X, mamografia, ultrassonografia e tomografia, além da recepção e salas administrativas. Ainda de acordo com Coimbra, o restante do prédio será concluído entre o fim de 2017 e começo de 2018.
Fotos: Divulgação
BEM - ESTAR DOS PACIENTES Hospital Mater Dei inaugura boxes para hemodiálise com mais comodidade Pacientes que passam por hemodiálise terão mais conforto e comodidade no Hospital Mater Dei, com o serviço ampliado, inaugurado na unidade da Avenida do Contorno, em Belo Horizonte (MG). Foram instalados 12 boxes que contam com ar-condicionado, televisão, camas ou poltronas reclináveis. Inspiradas em projetos de unidades norte-americanas, as novas instalações contam com boxes mais amplos, individualizados e climatizados. O objetivo é proporcionar mais conforto, privacidade e segurança aos pacientes. O Serviço de Hemodiálise terá suporte 24 horas para pacientes do CTI e atendimento de segunda-feira a sábado para os pacientes ambulatoriais e das unidades de internação. 8
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QUASE CENTENÁRIO Hospital Varela Santiago comemora 99 anos com inauguração de centro administrativo O Hospital Infantil Varela Santiago, de Natal (RN), completou 99 anos de existência. Em comemoração, a direção do hospital apresentou o Núcleo Administrativo Maria Lourdes Lamartine Varela. O núcleo irá concentrar sete setores do hospital (arquivo, costuraria, engenharia, manutenção, mecanografia, patrimônio e pesquisa de satisfação), além de fornecer uma sala de convivência para funcionários e uma área para treinamento. De acordo com o diretor do Varela Santiago, Paulo Xavier, foram investidos R$ 310 mil na reforma do prédio ao lado do hospital. Foram R$ 100 mil vindos de emendas e outros R$ 210 mil de doações.
CUIDADOS Hospital Daher inaugura Serviço de Hemodinâmica O Hospital Daher Lago Sul, de Brasília (DF), inaugurou o Serviço de Hemodinâmica. Trata-se de uma unidade específica e diferenciada, voltada ao diagnóstico e tratamento de doenças cardíacas, vasculares e neurológicas, de forma a tornar esses procedimentos menos invasivos. A hemodinâmica trouxe mudanças que alteram o cenário de 25 anos atrás, quando as cirurgias vasculares eram longas e exigiam a abertura completa do abdômen ou das pernas. “A inovação exige dos profissionais não só preparo para lidar com a evolução, mas também a constante atualização no sentido de garantir segurança ao paciente”, ressalta Monica Pante, cirurgiã vascular do Hospital Daher.
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Fotos: Divulgação
ATENDIMENTO DE PONTA Beneficência Portuguesa de São Paulo inaugura centro de trauma com UTI exclusiva A Beneficência Portuguesa de São Paulo, um dos maiores hospitais privados da América Latina, acaba de inaugurar um centro de trauma com médicos especialistas e equipe multiprofissional disponível 24 horas por dia. O centro conta com o diferencial de uma UTI exclusiva dedicada ao atendimento emergencial. O centro conta com infraestrutura moderna, aparelhos sofisticados como tomógrafos de última geração, além de centro de diagnósticos de ponta. O centro de trauma já está em funcionamento, atuando em parceria com o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, Polícia Militar e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
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Palavra da Editora
É possível brilhar em tempos difíceis
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econhecimento é um caminho para mostrar que os esforços valem a pena. E em um ano de adversidades como 2016, que exigiu esforços redobrados dos profissionais, empresas e instituições do segmento de arquitetura e engenharia da Saúde, aqueles que conseguiram se reinventar, buscar novos conhecimentos e estratégias e seguir se destacando merecem ser reconhecidos. Por isso, nesta edição, homenageamos os vencedores do II Prêmio HealthARQ por terem feito a diferença neste último ano. Trazemos, ainda, uma matéria sobre o Hospital Copa Star, mais nova unidade da Rede D’Or no Rio de Janeiro. Abordamos o projeto de iluminação da unidade, que foi desenvolvido pela Senzi Lighting a partir de um estudo luminotécnico e considerou a influência da intensidade, das cores e da quantidade de luminosidade no bem-estar do paciente e as iluminâncias adequadas para as tarefas da equipe médica e de enfermagem. Nas próximas páginas, também apresentamos os planos de expansão da Clínica MegaMed, que até o final de 2018 pretende passar de uma para aproximadamente cem unidades em todo o Brasil. A execução dos projetos das novas clínicas está sob responsabilidade da Fiorentini Arquitetura Hospitalar, sendo que a primeira delas deve ser entregue até fevereiro de 2017. A inauguração do Hospital Copa Star e o projeto de expansão da MegaMed são exemplos do potencial de crescimento das instituições de saúde no Brasil. Eles mostram que, apesar dos desafios que se apresentaram ao longo do último ano, existe uma demanda crescente no país por ambientes de saúde que se caracterizam pela qualidade, segurança e humanização. Esperamos, portanto, que 2017 seja um ano de excelentes projetos para todos os profissionais, empresas e instituições do segmento de arquitetura e engenharia da Saúde. Excelente leitura e até o ano que vem!
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Carla de Paula Pinto, Editora da Revista HealthARQ
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Construção
Engenharia da construção viabilizando a Saúde Thá Engenharia se estabelece na construção de edifícios hospitalares e consolida seu espaço enfrentando desafios
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Brasil passa por uma crise que tem atingido a grande maioria dos setores da economia. A situação impõe grandes desafios na busca por soluções a fim de satisfazer as necessidades de clientes e, assim, viabilizar negócios e investimentos. Atenta a esses desafios que se apresentam ao setor da construção civil, a Thá Engenharia vem aperfeiçoando seus processos administrativos e aprimorando o planejamento estratégico. O objetivo é preparar-se para o crescimento sustentável nos próximos anos e, com isso, garantir a fidelização dos clientes. Com a aquisição de experiência em construções hospitalares nos últimos anos e
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aumento do seu know-how de obras, a Thá Engenharia possui, hoje, três hospitais em execução, cada um com suas peculiaridades e exigências. Um dos destaques da empresa é a construção do Hospital Unimed Campo Grande, com 22.819,76 m2, que desde o início deste ano vem se mostrando como um desafio motivador a ser vencido. “A construção do Hospital Unimed Campo Grande foi desafiadora e, agora, entramos na fase de acabamento de piso, parede, forro, entre outros. Estamos também no planejamento para que a mudança das atividades do hospital existente seja feita com muita tranquilidade para o novo prédio hospitalar, de forma faseada e com nosso total acompanha-
mento”, declara o engenheiro de Instalações da Thá Engenharia, Lucas Miara. Durante todo o processo de construção, cada andar e sala foram tratados como uma obra isolada e com características próprias por serem ambientes de especialidades diversas que precisam de muita atenção. Um dos pontos importantes na construção do hospital são as instalações. Para tanto, foram buscados fornecedores de material e mão de obra especializada. “A construção da UTI, por exemplo, demandou uma série de cuidados especiais tais como um sistema de ar condicionado com filtragem, de gases medicinais, de fornecimento de energia de emergência, sistemas de pro-
teção diversos, entre outros”, comenta Lucas. “Todos os ambientes são sofisticados, buscando o melhor conforto e tratamento dos pacientes, e a Thá tem como meta, em suas obras, atender todas as necessidades do cliente”. Com aproximadamente 80% da primeira fase concluída, o projeto prevê a construção em três fases. O engenheiro civil Bruno Luiz Amadori está otimista e satisfeito com o andamento da construção: “Já passamos por diversos desafios que o projeto nos proporcionou e ainda deverá nos proporcionar. Contudo, estamos preparados para enfrentá-los. Acreditamos garantir, dessa forma, a satisfação e a geração de valor ao cliente, que é a principal
missão da empresa”, declara. Hoje, o projeto está em seu pico, com mais de 250 funcionários trabalhado simultaneamente. A estratégia para a logística de materiais é ajustada diariamente. “Por estarmos na fase final da primeira etapa, o acesso de materiais está restrito, e o manejo dos mesmos deve ser programado com todas as equipes de produção. Assim, conseguimos minimizar os transtornos e atingir as datas de cronograma”, aponta Bruno. Além da unidade da Unimed Campo Grande, a empresa está construindo o Hospital Unimed Rondonópolis, com 10.777,02 m² e cuidando da conclusão da Santa Casa de Londrina, com
19.552,82 m², ambos a serem entregues em 2017. Conforme destaca o diretor de planejamento e controle da produção da construtora, Gilberto Kaminski, o crescimento no setor hospitalar foi viabilizado pela qualidade do corpo técnico e dos procedimentos construtivos, de planejamento e controle de obras da companhia. “Nosso core business é oferecer aos nossos clientes a tranquilidade de uma empresa que garante os prazos e a qualidade da execução da obra completa, eliminando a necessidade de fazerem a gestão de diversos subcontratados e a administração dos conflitos entre eles”, afirma.
Gilberto Kaminski, diretor de planejamento e controle da produção da Thá Engenharia
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ARQ Coluna
Fábio Bitencourt Arquiteto D Sc e Professor
Ergonomia em ambientes de saúde: Conforto humano, desconforto e qualidade de vida
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m agosto de 2014, durante o VI Congresso Brasileiro para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar, realizado em Florianópolis, Santa Catarina, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária publicou o Manual de Conforto Ambiental em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. Este trabalho foi realizado ao longo de mais de dois anos de pesquisa e de muitos encontros, discussões técnicas e larga pesquisa sobre os temas que compõem a complexa rede de abordagens que envolve o conceito de conforto e suas respectivas percepções humanas. Este Manual encontra-se disponível na página eletrônica da Anvisa1. Dentre as diversas abordagens apresentadas como fator de promoção do conforto humano em edificações hospita-
lares, a Ergonomia destaca-se pela sua amplitude de interferências na saúde das pessoas. Cada vez mais, somos dependentes das tecnologias da informação (TI) e estas trazem os impactos e desconfortos, algumas vezes até lesões ou mesmo doenças. Contribuir para a melhor qualidade de vida das pessoas é, portanto, uma das funções implícitas na função social que a ciência da Ergonomia tem como responsabilidade. A própria origem da Ergonomia reflete necessidades fundamentais voltadas para a realização de cada atividade humana, destacando que a realização da atividade deve estar adequada a cada indivíduo, ao mesmo tempo em que a compreensão das exigências e limitações humanas devem estar evidentes.
Transporte por trilhos
Campos visuais
Pode ser acessado via: http://conforlab.com.br/legislacao/manual_conforto_ambiental.pdf.
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De acordo com o professor e pesquisador francês Etienne Grandjean, o papel da ergonomia é adequar o trabalho ao homem, aliás, título do seu mais conhecido livro, Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao homem (Ed. Artes Médicas Sul,1999). Conceito estabelecido nos objetivos da Sociedade de Pesquisa em Ergonomia (ERS - Ergonomics Research Society). Entidade criada em 12 de julho de 1949, durante encontro de pesquisadores interessados em oferecer melhores condições à realização das atividades humanas. Mais recentemente, a Associação Internacional de Ergonomia (IEA) atualizou o seu conceito: “A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina
científica relacionada à compreensão das interações entre seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema. Os ergonomistas contribuem para o planejamento, projeto e a avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas” (IEA, 2000). Reconhecendo isso, muitos países já obrigam os serviços de saúde a empregar ergonomistas. No Brasil, diversas empresas, hospitais e demais estabelecimentos assistenciais de saúde re-
Obstáculos dificultam a acessibilidade
correm aos profissionais de ergonomia com frequência, seja para o estabelecimento de correções operacionais de práticas existentes ou para a introdução de novas metodologias de trabalho. A Ergonomia pode contribuir fundamentalmente para a prevenção de erros, melhorando o desempenho. No projeto de sistemas mais complexos, como um centro de controle operacional de uma ressonância magnética, equipamentos de hemodinâmica, postos de enfermagem, a Ergonomia surge como um dos fatores mais importantes na redução dos erros em atividades humanas e, por consequência, redução dos acidentes. O erro humano é um tema de pesquisa próprio da psicologia e da ergonomia cognitiva e constitui-se em tema central das mais recentes experimentações ergonômicas. O erro humano também tem produzido relevantes trabalhos e pesquisas em Ergonomia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), além de profissionais e pesquisadores de todo o mundo. Com o propósito de formalizar e normatizar as ações ergonômicas para reduzir erros e acidentes, foram desenvolvidos regulamentos, leis e normas oficiais com o objetivo de estimular a sua aplicação por meio da ISO (International
Standardization Organization), das normas europeias da CEN (Comité Européan de Normalisation), bem como das normas ANSI (Estados Unidos) e BSI (Inglaterra). Além disso, há normas específicas de Ergonomia que já são aplicadas em certas empresas e setores industriais. Ao mesmo tempo em que a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO) é uma instituição criada em 2004 e “cujo o objetivo é o estudo, a prática e a divulgação das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, considerando as suas necessidades, habilidades e limitações”. No Brasil, a Norma Regulamentadora NR 17 - Ergonomia, Portaria n° 3.214, de 8 de junho de 1978 do Ministério do Trabalho, modificada pela Portaria n° 3.751 de 23 de novembro de 1990 do Ministério do Trabalho2 e Emprego (MTE), ainda é a mais importante documentação oficial sobre o assunto. Ao mesmo tempo, devem ser consideradas as recomendações constantes na Norma Regulamentadora NR 32 Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde, Portaria N.°485, de 11 de novembro de 2005, que tem por finalidade “estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos Health ARQ
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serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral”. No item 32.1.2 desta referida Norma, é feito o esclarecimento “para fins de aplicação desta NR entende-se por serviços de saúde qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade” (BRASIL, 2005, p. 1). As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à se-
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gurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelos hospitais e empresas privadas e públicas, pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), conforme recomendação do próprio Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Ergonomistas que atuam em empresas e hospitais trabalham na interface dos problemas e situações; de
Acesso na página do Ministério do Trabalho: http://www.mte.gov.br
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um lado, com os projetistas e, de outro, com os operadores ou usuários dos sistemas de produção. Nesta função, procuram orientar os projetistas, gestores e trabalhadores sobre as questões ergonômicas, adaptando as respectivas atividades às características e limitações humanas. Além dos ergonomistas, existem outros profissionais que aplicam os conhecimentos e recomendações da Ergonomia. Nestes se incluem os médicos do trabalho, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos industriais, arquitetos, en-
genheiros, designers de interiores, desenhistas industriais etc. A Ergonomia - conceitos teóricos e recomendações práticas - está muito mais próxima do indivíduo e pode atuar diretamente na possibilidade de obter conforto, segurança, bem estar e saúde. Portanto, conhecer as interfaces ergonômicas pode contribuir para uma nova forma de pensar e agir na elaboração do projeto, oferecendo as condições mais adequadas a cada pessoa. Aliás, princípio fundamental da Ergonomia é
adaptar a atividade do trabalho à capacidade humana de realizá-lo. Ainda esse ano, será lançado a segunda edição do livro Ergonomia e Conforto Humano (Editora Rio Books, 2016), no qual estão organizados capítulos elaborados por diversos especialistas e estudiosos do assunto com seus respectivos temas. Na Apresentação do livro comento sobre os demais autores: “...Nesta edição ampliamos o conteúdo e acrescentamos contribuições relevantes sobre as abordagens ergonômicas apresentadas anteriormente por
Kátia Butter, Irai Borges, Manuela Quaresma, Sandra Novellino e Viviane Mendonça. O arquiteto professor Ubiratan de Souza apresenta um novo capítulo direcionado aos ‘potenciais beneficiários da Ergonomia - os seres humanos -, tendo como pressuposto que todas as pessoas são usuárias diretas ou indiretas dos estudos, das pesquisas e das ações ergonômicas’. Em outro novo capítulo os professores arquitetos Luís Otávio Pessôa e Ivan G. Ferreira, apresentam o conforto visual no universo abrangente da Sinalização Gráfica
Ambiental. Uma percepção de como a Sinalização Gráfica Ambiental pode ser ‘um importante meio de comunicação para orientar as pessoas, independentemente do nível social ou cultural, na procura de seus caminhos nos mais diversos espaços, sejam externos ou internos, públicos ou privados’”. Que o livro seja também uma contribuição aplicável a todo ambiente onde haja a presença do indivíduo e a necessidade de conforto, segurança e saúde. Independente de ser ou não um estabelecimento assistencial para serviços de saúde.
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Sustentabilidade
Eficiência arquitetônica A sustentabilidade e a inteligência dos fluxos do novo Hospital Escola da Universidade Federal de Lavras
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Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais, atenta ao processo contínuo de mudanças que ocorrem na sociedade e consciente do seu papel institucional na formação do cidadão, integrou-se ao Programa Mais Médicos para o Brasil e criou o curso de Medicina, o qual foi iniciado no primeiro semestre de 2015. Com isso, a UFLA anunciou a implantação de um hospital escola. O projeto arquitetônico, assinado pela Badermann Arquitetos Associados, corresponde a um hospital geral de alta complexidade de ensino cujo programa e zoneamento foi proposto no seu Plano Diretor. Desenvolve-se apresentando uma setorização sistêmica com os serviços assistenciais para pacientes ambulatoriais locados em áreas que possibilitam seus acessos facilmente. Para o hospital, estão previstos 148 leitos, sendo 50 leitos de UTI, somando uma área de 28.800,00 m².
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Sustentabilidade Os principais desafios do projeto foram desenvolver um partido arquitetônico em que as diversas unidades, os fluxos intersetoriais e intrassetoriais fossem adequadamente posicionados, em que os pacientes pudessem usufruir da paisagem do entorno e, além disso, que correspondesse a conceitos de eficiência energética. Assim, o hospital foi zoneado em três áreas distintas: a pública, a técnica/assistencial e a de serviços de apoio. Os pacientes externos, acompanhantes e visitantes acessam pela área pública em direção à técnica/assistencial. E os profissionais, como também 20
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o abastecimento, pela circulação de serviços de apoio. Dessa maneira, organizaram-se os fluxos e foram evitados cruzamentos, muitas vezes indesejáveis em uma organização de saúde. O hospital será implantado em um sítio com paisagens que devem ser exploradas, contribuindo com os conceitos de humanização praticados no projeto. Jardins terapêuticos foram propostos enfatizando esse conceito. “Os jardins vêm merecendo atenção especial em ambientes de saúde e sua prática tem sido uma eficiente ferramenta terapêutica, pois reduzem o estresse e a de-
pressão, humanizando os ambientes que são culturalmente associados à frieza, esterilidade e hostilidade em relação ao paciente”, explica a arquiteta Bibiana Neubarth, do escritório Badermann Arquitetos. Os aspectos referentes à eficiência energética estão contemplados no projeto com soluções que minimizam o consumo de energia como, por exemplo, a entrada de luz por pátios internos nos diversos volumes e possibilidade de ventilação cruzada. Além disso, foram propostas coberturas verdes que reduzem a carga térmica e qualificam o visual desde os
quartos das unidades de internação. Essas estratégias permitem aumentar a produtividade dos colaboradores, contribuem para a recuperação dos pacientes de forma mais rápida, além de diminuirem custos no consumo de água e energia. “A sustentabilidade é mais que simplesmente ser verde, é buscar prédios saudáveis, com design flexível, permitindo a redução de custos operacionais, preservando os recursos naturais, elementos que foram os aspectos norteadores para o desenvolvimento deste projeto”, pontua o arquiteto Jonas Badermann.
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Construção
Comunicação alinhada
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A ampliação do Hospital Alvorada de Brasília sob a premissa de uma gestão eficiente e de sustentabilidade
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ob a responsabilidade da Empa-Grupo Teixeira Duarte, o Hospital Alvorada de Brasília já passou por uma reforma total do Centro Cirúrgico, Unidade de Terapia Intensiva de Adultos e cobertura. Em um segundo contrato, ainda em execução, a empresa vem atuando na ampliação de potência da subestação de energia da instituição. Segundo Fernando Martins, engenheiro civil e diretor da Empa, a obra foi dividida em dez etapas devido à necessidade de manter os serviços do hospital em funcionamento, com a diminuição mínima de serviços. “A maior dificuldade foi o hospital estar em pleno funcionamento, com áreas de obra
adjacentes a salas de cirurgia, UTI, consultórios, circulações de pacientes, médicos e visitas, aliada ao fato de ter alterado totalmente a cobertura do hospital, em plena época de chuvas”, explica. Ainda de acordo com Martins, o entrosamento e a comunicação das diversas equipes (hospital/projeto/ construtora) com vista a um objetivo comum (equilíbrio entre terminar a obra no menor prazo possível versus causar o menor impacto na operação do hospital) foi imprescindível neste trabalho. “O planejamento detalhado de todas as atividades foi fundamental para se atingir os objetivos propostos para cada uma das etapas da obra”, explica. Health ARQ
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Atenção à sustentabilidade Para minimizar impactos na operação do hospital, foram tomados os devidos cuidados na execução dos diversos serviços, com um planejamento minucioso e alinhado com o hospital. Nesse sentido, foram utilizados tapumes vedados à circulação de impurezas, exaustores para captação de odores provenientes de produtos químicos (tais como cola, verniz, tinta, etc.), limpeza constante das áreas de circulação dos operários, sinalização dos ambientes afetados pela obra, horários de determinados serviços mais críticos concertados com as atividades do hospital e a execução de uma cobertura provisória na totalidade da área do hospital. “Na fase executiva da obra, a atenção volta-se para a escolha dos fornecedores e materiais, uma vez que, por se tratar de ambiente hospitalar, muitos dos materiais a serem empregados devem possuir propriedades específicas, tais como caraterísticas bactericidas, resistência ao alto tráfego, resistência a produtos químicos, resistência ao fogo e facilidade de higienização”, afirma o engenheiro. Além disso, Martins explica também que, como a obra tinha muitos serviços 24
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Sala cirurgica de demolição, sempre que foi possível a empresa optou por reutilizar materiais. Exemplo disso são as luminárias, grelhas, difusores, portas e outros equipamentos (UTAs, Splits, grupo gerador, quadros elétricos, etc.), que foram desmontados e entregues à manutenção do hospital para sua reutilização. “As madeiras retiradas da cobertura existente foram utilizadas na execução de estruturas provisórias de obra, os tapumes de vedação das várias etapas executadas foram sendo reutilizados sempre que possível.” Quanto aos entulhos gerados pela obra, todos foram tratados conforme o
A obra do Hospital Alvorada de Brasília foi dividida em dez etapas: •Etapa 1: Estar e vestiários do Centro Cirúrgico (2º andar) •Etapa 2: 1 sala de cirurgia e cobertura •Etapa 3: 1ª metade da UTI de adultos •Etapa 4: RPA, 2 salas de cirurgia, estar e vestiários da UTI de adultos •Etapa 5: 2ª metade da UTI de adultos •Etapa 6: 2 salas de cirurgia •Etapa 7: Circulação do Centro Cirúrgico •Etapa 8: Hall e circulação do 3º andar •Etapa 9: Hall e circulação do 2º andar •Etapa 10: Subestação
PGRCC (Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil). Estes são previamente separados por tipo e enviados para aterros especialmente projetados para o seu recebimento. Já as embalagens de origem química são enviadas para locais específicos de reciclagem, visando o reaproveitamento. Os produtos metálicos, tais como aço para construção civil, são frequentemente descartados para reciclagem. “O lixo orgânico gerado pela obra é separado dos demais e enviado para estação de tratamento de resíduo or-
gânico, da mesma forma que resíduos de coleta seletiva, e ambos são recolhidos pela empresa de recolhimento”, ressalta Martins. Lâmpadas, pilhas e baterias são destinadas separadamente, através da gestão de resíduos do próprio hospital. Vale ressaltar que os descartes de todos os resíduos são feitos com acompanhamento dos CTR’s (Cadastros de Transporte de Resíduos), emitidos pelos transportadores e pelos destinatários finais, para acompanhamento, verificação e validação do local de descarte por parte da Empa.
Cobertura
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Instalações
Energia de sobra Unidade Morumbi do complexo hospitalar da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein conta com 16 grupos de geradores que produzem 16.1 MW de capacidade instalada de energia
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complexo hospitalar da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein viveu um gigantesco plano de expansão em sua unidade Morumbi, em São Paulo. Diante dessa ampliação, o número de leitos, salas cirúrgicas e consultórios dobrou, assim como a demanda de energia. Por se tratar de uma instituição de saúde, a falta de energia elétrica é um risco inconcebível. Para tanto, é imprescindível a autonomia do fornecimento de energia. Para ter mais segurança neste quesito, o hospital, através da utilização de geradores Caterpillar, tornou-se autossuficiente em eletricidade. A solução veio da Sotreq, cuja parceria com o Albert Einstein começou há quase 20 anos, desde a implantação dos primeiros geradores de emergência no hospital. A cada projeto de ampliação, a empresa era chamada para contribuir com tecnologia e suporte técnico. 26
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De acordo com a empresa, somente na unidade Morumbi, foram implantados novos sistemas de geração de energia atualmente somando 16 grupos geradores que representam 16.1 MW de capacidade instalada.. “Todo o parque de geração conta com grupos de geradores Caterpillar que garantem a continuidade do fornecimento de energia elétrica para as atividades do hospital”, explica a empresa. A solução técnica introduzida pela empresa permite que a transferência de energia da concessionária para os grupos geradores, assim como o seu retorno, ocorra de maneira eficiente, sem qualquer queda. Isso garante segurança e continuidade no funcionamento dos equipamentos hospitalares, desde uma simples lâmpada aos sofisticados aparelhos das salas cirúrgicas e unidades de terapia intensiva. Segundo a empresa, os
geradores podem assumir o fornecimento de energia do hospital de forma preventiva em cenários de interrupção do fornecimento de energia pela concessionária. “Um exemplo é a formação de tempestades. Neste caso , os geradores garantem a segurança do sistema elétrico, evitando grandes variações que, normalmente, acontecem nas redes de distribuição de energia da concessionária”, esclarece. Além de medida preventiva, os sistemas independentes de energia também podem favorecer a economia financeira. Atualmente, muitas empresas estão trocando o contrato de fornecimento de energia elétrica junto à concessionária de energia por grupos geradores que suprem a eletricidade durante os períodos em que a energia é mais cara – horário de pico ou ponta –, reduzindo seus custos com o consumo de energia elétrica.
Fonte energética para a saúde Devido à alta criticidade e complexidade da implantação dos sistemas elétricos em unidades de saúde, a Sotreq desenvolve estratégias que garantem a confiabilidade do hospital, mantendo os sistemas operacionais em funcionamento em tempo integral. Para isso, a empresa possui uma estrutura diferenciada de atendimento, contanto com técnicos residentes devidamente treinados e equipados, de forma a garantir total disponibilidade de energia ao cliente. A empresa oferece também toda a solução para
seus clientes, como a elaboração dos projetos elétricos, instalação, contínua inspeção dos sistemas de geração de energia e a realização das devidas manutenções preventivas e corretivas. “A Sotreq tem um grande compromisso com a disponibilidade e a qualidade do fornecimento de energia em seus clientes, sendo reconhecidamente líder no segmento de missão critica, , comenta a empresa. Além do HIEA, a Sotreq possui sistemas de geração de energia implantados nos principais hospitais do país.
Território Nacional Fundada em 1941, a Sotreq S.A. está presente hoje em aproximadamente 75% do território nacional, Revendedora exclusiva da Caterpillar nas regiões Sudeste, Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a empresa possui cerca 2.700 colaboradores diretos e está entre as 200 maiores companhias do país.
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Fotos: Leonardo Martins
Humanização
Conforto através dos sentidos Hospital Copa Star faz uso do estudo da luminotécnica e da arte para oferecer bem-estar aos pacientes e médicos 28
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Fotos: Leonardo Martins
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Hospital Copa Star, referência em tecnologia de ponta e humanização em um empreendimento de alto padrão, é a nova unidade da Rede D’Or São Luiz. Localizado no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, o prédio conta com cinco andares, 180 leitos, e atende o público classe A. A proposta da instituição é oferecer o que há de mais moderno em termos de equipamentos médicos, com salas cirúrgicas inteligentes, híbridas, neurocirurgias com equipamento de ressonância magnética integrada, medicina robótica e telemedicina. “Com uma área construída de 21 mil m², sete andares dedicados à assistência e espaços exclusivos como o ‘Estar de Acompanhantes’, o hospital conta com estrutura de hotelaria de alto nível e equipamentos de última geração, e tem como missão oferecer serviços exclusivos e personalizados para pacientes e médicos”, afirma o diretor técnico do Copa Star, Paulo Tinoco. A atenção quanto ao conforto e ao bem-estar do paciente também é um elemento importante na arquitetura do hospital. Neste contexto, destaca-se o projeto luminotécnico, uma vez que a intensidade, as cores e a quantidade de luminosidade de um ambiente interferem diretamente nas sensações do paciente. Dentro de hospitais, lugar geralmente associado a uma situação de risco, controlar a luz para oferecer estímulos tranquilizadores e acolhedores é fundamental. Uma luminosidade abaixo ou acima do exigido pode comprometer o usuário e provocar cansaço visual ou ofuscamento indesejado. Por isso a luminotécnica, estudo da aplicação da iluminação artificial em áreas internas e externas, é um aspecto cada vez mais importante dentro dos projetos arquitetônicos de edifícios da saúde. O projeto de iluminação de todo o hospital, assinado pela Senzi Lighting, fez uso desse estudo e considera toda essa premissa da qualidade de luz em relação ao bem-estar do paciente, ao mesmo tempo em que usa iluminâncias adequadas para as tarefas da equipe médica e enfermagem, atendendo aos níveis necessários e exigidos por normas técnicas.
Natural x artificial O projeto otimiza a luminosidade natural e a integra com a artificial em pontos estratégicos, abrangendo o cuidado com a distribuição a fim de atender as necessidades técnicas da assistência e humanas de bem-estar e conforto. Tinoco ainda diz que esse cuidado na distribuição da luz foi muito bem pensado e estudado: “com o objetivo de máximo aproveitamento dos recursos naturais, amplas janelas compõem a arquitetura dos quatros de internação, incluindo as unidades de te-
rapia intensiva, permitindo aos pacientes a visibilidade do dia e da noite, minimizando a sensação de reclusão típica da estadia hospitalar”. O uso de recursos tradicionais como lâmpadas e luminárias foi o diferencial do projeto. Ao ser dada uma nova roupagem, gerou um recurso visual e estético ao ambiente, sem desmerecer a condição técnica e necessidades funcionais para operação, facilitando a avaliação médica com os níveis corretos de iluminação. Health ARQ
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Sustentabilidade
Fotos: Leonardo Martins
Sustentabilidade e economia A sustentabilidade está presente na parte técnica do hospital como, por exemplo, na opção pelo uso de metais e louças sanitárias com baixo consumo de água. Outras preocupações do projeto luminotécnico foram sua manutenção e consumo energético. Foi preciso trabalhar com lâmpadas de longa vida útil, baixa potência e fácil reposição e manutenção. O LED foi usado em abundância, pois além de facilitar a operação com maior vida útil, também equaciona os custos de energia mensal reduzindo potencialmente os valores de energia. Outro destaque pode ser observado com a confecção de um paredão verde, composto com diferentes espécies de plantas dispostas em uma estrutura de madeira e materiais certificados.
Olfato “O conceito do Copa Star compreende, inclusive, um perfume próprio”, segundo Tinoco. O aroma do ambiente potencializa o bem-estar e prazer. A fragrância Copa Star, desenvolvida exclusivamente para o hospital, é composta por um buquê de fragrâncias: amadeirada, almiscada e cítrica. Esta harmonização remete a requinte, sofisticação e elegância.
Paladar O Copa Star ainda oferece um serviço de alta culinária, com um restaurante – também aberto ao público externo – sob o comando do Chef suíço Steve Moreillon. O cardápio é elaborado dentro de alto padrão culinário, harmonizado com os requisitos de uma gastronomia saudável e de qualidade.
Visão As obras de arte também têm papel fundamental na leveza do ambiente, compondo um ambiente luxuoso e agradável. Peças exclusivas podem ser apreciadas nas áreas comuns, assim como nas unidades de internação e setores administrativos. A decoração de interiores, composta por mais de 230 peças do escultor e pintor Yutaka Toyota, remete às infinitas possibilidades de superação, pela integração da tecnologia com a força humana. As obras foram produzidas exclusivamente para o Copa Star. O Centro Cirúrgico também é contemplado neste conceito. As salas cirúrgicas, nomeadas com bairros da zona sul carioca, são decoradas com fotos dos principais pontos turísticos e paisagens, a fim de proporcionar tranquilidade e bem-estar ao paciente. 30
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Tecnologia e design
O design moderno do Copa Star influencia diretamente em seu clima acolhedor. “Todo o mobiliário e demais objetos foram escolhidos e fundamentados em uma paleta de cores harmônicas e aconchegantes, potencializando o equilíbrio entre a tecnologia e humanização, o que favorece para que o paciente não sinta a ruptura do conforto de sua residência para o ambiente hospitalar”, comenta Tinoco. Segundo Neide Senzi, da Senzi Consultoria Luminotécnica, a luz é um importante elemento que proporciona ao paciente a sensação de estar em um ambiente que não seja aquele tradicional hospital. “A ideia é que ao entrar no ambiente o paciente não saiba se é um hospital, um edifício comercial ou um hotel. A imagem desassociada de um hospital é grande norte do nosso trabalho”.
Nas suítes de acomodação dos pacientes, através de um tablet com comandos de um dispositivo exclusivo do Copa Star – o Smart Hospitality, é possível ter o controle total da iluminação do ambiente. O lobby do hospital foi projetado com o mesmo conceito de um empreendimento hoteleiro, com luminárias pendentes em formatos curvos, com o intuito de lembrar ondas do mar carioca. O conceito de linhas de luz instaladas nas paredes da circulação gerou um resultado inusitado de grande efeito visual. As inovações tecnológicas só têm auxiliado para a melhoria do design e otimização da iluminação. Os sistemas cada vez mais modernos de automação que proporcionam melhor racionalização da energia, conforto e versatilidade à iluminação resultam em ambientes não só esteticamente mais bonitos, como psicologicamente mais humanos e, sobretudo, econômicos operacionalmente.
Fotos: Leonardo Martins
Sentindo-se em casa
“Um dos focos estratégicos do Copa Star é oferecer uma experiência diferenciada no período de internação e permanência em uma unidade hospitalar”, Paulo Tinoco, diretor técnico do Copa Star.
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Renovação
Profissionais se reúnem durante o VII CBDEH para debater sobre os desafios e rumos da arquitetura de saúde O VII Congresso para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (CBDEH), que aconteceu em Salvador (BA), contou com a presença de autoridades baianas e importantes nomes o setor de arquitetura e engenharia. 32
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Secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, ressaltou os investimentos feitos no setor dentro do Estado. “A saúde depende de diversos componentes, o sistema precisa ser abraçado por todos eles para se tornar sustentável, pois sem financiamento nós não temos construções, inovações ou melhorias na capacidade e na qualidade assistencial da saúde, seja ela pública ou privada, afetando milhares de usuários e não permitindo que sejam colocados em prática os projetos desenvolvidos”. Já o presidente da ABDEH, Márcio Oliveira, aproveitou sua saudação para falar sobre o trabalho de Jarbas Karman, arquiteto homenageado nesta edição do Congresso. Após a exibição de um vídeo com a história profissional de Karman, o filho do arquiteto, Roberto Nogueira de Moraes Karman, foi chamado para receber das mãos de Oliveira uma placa de homenagem ao pai. “O meu pai dedicou toda vida à arquitetura hospitalar, inclusive deixando marcas como a enfermeira pedindo silêncio, nos anos 50. E ver neste congresso as pessoas falando sobre temas que ele sempre se preocupou é muito gratificante“, disse o filho do homenageado em seu agradecimento. “Foi uma alegria muito grande receber esses mais de 400 inscritos que se dedicam à arquitetura hospitalar. É através do conhecimento compartilhado que conseguimos construir bases sólidas para criar um edifício hospitalar de melhor qualidade, mais humanizado, sustentável e integrado ao paciente”, afirma Doris Vilas-Boas, diretora da regional Bahia da ABDEH. Após a solenidade, Haroldo Pinheiro apresentou a primeira conferência do CBDEH, que teve como assunto o tema central do congresso “Ambientes de saúde: caminhos para a criatividade e inovação”. O Presidente do CAU abordou a criatividade nos projetos de saúde tomando como exemplos obras do consagrado Lelé Figueiras. “São hospitais que foram construídos em situações diferentes e que mostram bem as características do Lelé na realização de projetos e nas pesquisas que apresentou ao longo da sua carreira”. O segundo dia de congresso contou com a apresentação de trabalhos científicos, painéis, mesas redondas e conferências que abordaram temas como as “Novas Ferramentas para Coordenação de Projetos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde”, “Tendências em Arquitetura para a Saúde – Experiência Locais e Internacionais”, “Hospital Virtual e Tendências Tecnológicas na Saúde”, “Panorama de Novas Normas para Estabelecimentos de Saúde”.
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Composição Renovação O engenheiro holandês Douwe Kiestra falou sobre as “Tendências e Experiências Europeias”. Kiestra abordou os custos, investimentos no setor de saúde, que vêm diminuindo na Europa, explicou também o sistema de saúde holandês e o que esperar para novos tempos. “A tendência é que as pessoas aos 80 anos possam fazer o que faziam aos 40, mas para as coisas mudarem, nós precisamos fazer muito mais. Claro que estamos felizes de sermos mais saudáveis, mas isso criou um problema para o Sistema de Saúde”, comentou durante a palestra. 34
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O evento também contou com a participação do arquiteto norte-americano David Allison, que trouxe para os congressistas o tema “Projetando Hospitais e Centros Médicos com modelos de planejamento e design saudável para a comunidade”. Durante sua apresentação, o americano destacou o foco aos cuidados de saúde e seu impacto sobre o desenho da arquitetura de saúde, tanto em termos de forças no trabalho nos Estados Unidos, quanto aqueles que são relevantes mundialmente. “É preciso ir além de tratar a doença, é preciso promover a saúde
dentro das instituições de maneira que minimize o impacto ambiental e otimize a sustentabilidade.” Já o último período do VII Congresso Brasileiro para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (CBDEH) reuniu apresentação de trabalhos científicos, simpósio satélite, além de palestras e debates sobre temas como sustentabilidade, criatividade e inovação. O simpósio satélite teve como tema “Hospitais: como revestir com segurança, economia e qualidade”. O painel debateu a “Sustentabilidade na Arquitetura Hospitalar”, ressaltando que a sustenta-
bilidade está muito relacionada ao que as instituições de saúde buscam: a “saudabilidade” do ser humano, assim como o impacto do ambiente na cura. O arquiteto italiano Romano Del Nord falou sobre um programa desenvolvido pela Federação Internacional de Hospitais, em parceria com o Grupo de Saúde Pública da União Internacional de Arquitetos – PHG/UIA, que visa definir recomendações, orientações e boas práticas para a contenção dos custos no ciclo de vida do hospital pelo design. “O resultado prático do programa será a geração
de uma ‘base de dados aberta’, de livre acesso aos gestores e profissionais de design envolvidos na construção de instituições de saúde em todo o mundo”, explica. Para encerrar o VII CBDEH, Del Nord, Salim Lamha Neto, Márcio Nascimento de Oliveira, Emerson Silva e Fábio Bitencourt debateram sobre os “Caminhos para criatividade e inovação em ambientes de saúde”. “Os congressos realizados pela ABDEH a cada dois anos são uma oportunidade de reunir conhecimento, networking e rever amigos, por isso, momentos sempre marcantes. Esta edição em Salvador foi um grande sucesso, que com certeza aumentará a visibilidade da associação e abrirá novas portas”, comentou Márcio Oliveira.
A HealthARQ acompanhou a visita ao Hospital Aristides Maltez. Segundo Leila Uzêda, arquiteta responsável pelo hospital, a instituição tem 232 leitos, sendo dez de UTI pediátricos. Além de municípios da Bahia, o hospital atende também os Estados de Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Maranhão e Espírito Santo. São realizados cerca de três mil atendimentos por dia.
Agenda Durante o VII Congresso para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (CBDEH), foi ressaltado pelos diretores o IFHE (International Federation of Hospital Engineering), evento que acontecerá de 27 de agosto a 1 de setembro de 2017, com capacidade para a participação de 450 pessoas.
CBDEH 2017 Durante o VII CBDEH, Adriana Sarnelli, atual Diretora da Regional Paraná da ABDEH, passou a acumular oficialmente a função de Presidente do VIII Congresso Brasileiro para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar, que acontecerá em Curitiba em 2017.
Visitas técnicas Também durante o VII CBDEH, grupos de profissionais de arquitetura e engenharia realizaram visitas técnicas a alguns hospitais de Salvador: Hospital do Subúrbio, Hospital Português – Maternidade, Maternidade Nossa Senhora do Bom Parto, Hospital Aristides Maltez, Itaigara Memorial, Hospital São Rafael.
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Construção
Expertise em ampliar e interligar Obras de expansão do Hospital Sírio-Libanês apresentam processos de adequações baseados em princípios de compatibilidade
O
complexo hospitalar Sírio-Libanês, em São Paulo, é referência em especialidades e procedimentos médicos de alta complexidade. Em abril de 2015, o hospital passou por um programa de 36
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expansão e modernização a fim de melhorar a sua capacidade de atendimento, ampliando de 352 para 650 leitos, todos de alto padrão. Sem interromper os atendimentos, as obras aumentaram em mais de 70 mil m² a
área construída do hospital. Com o empreendimento, o hospital passou por transformações que atendem as demandas por serviços de alta qualidade, como ambientes mais amplos, hotelaria com infraestrutura
sofisticada e quartos confortáveis e humanizados. A ampliação contemplou a inauguração de três novas torres, os blocos E, F e G. São duas torres, uma com 20 pavimentos e outra com 14 pavimentos. Já a terceira torre,
com 16 pavimentos, foi instaurada em terreno ao lado do prédio. Além disso, as obras possibilitaram diversas interligações, que unificam e consolidam todo o complexo. Segundo Emilio Medauar, sócio da Certek Construtora, empresa responsável pelas atividades civis na obra de interligação do bloco C com a nova torre do bloco G, o processo de adequação foi baseado no princípio de compatibilidade, adequando os dois setores simultaneamente. Para que o hospital continuasse funcionando normalmente, o processo de interligação dos blocos contou com equipe especializada, equipamentos de ponta e isolamentos específicos, a fim de produzir o menor nível de ruído possível. “O nosso objetivo foi nos tornarmos ‘invisíveis’ durante todo o procedimento”, acrescenta. A ampliação do complexo contou com a participação de parceiros que prestavam serviços simultâneos, focados em apresentar ótimos resultados dentro do prazo. De acordo com Medauar, o maior desafio dessa obra foi trabalhar em sincronia com todas as empresas, principalmente nos quesitos logística e relações interpessoais. “A nossa estratégia foi trabalhar sempre em conjunto com a engenharia do hospital e suas equipes operacionais, adotando uma logística
customizada, adequando e aplicando os isolamentos necessários, mantendo sempre a limpeza das áreas de trabalho impecável, possibilitando que o fluxo operacional do hospital continuasse funcionando com o mínimo de obstruções e intervenções”, comenta. Com a intenção de garantir o nível máximo de proteção para os colaboradores e pacientes, a Certek disponibilizou, durante a obra, uma equipe completa de engenheiros e técnicos de segurança. Para manter-se atualizado, o grupo realizava treinamentos e reuniões diárias. A construtora vem atuando no mercado da saúde tanto em hospitais como em centros de diagnóstico, laboratórios, indústrias farmacêuticas e de produtos de higiene. Além do Sírio-Libanês, a empresa também atuou no A.C Camargo, CDB (Centro Diagnósticos Brasil), Laboratórios DASA, Delboni, SalomãoZoppi Diagnósticos, Eurofarma e SCA Hygiene Products.
Leed Gold O projeto de expansão dos blocos está em processo de certificação Leed Gold, que inclui uma série de itens de sustentabilidade. Segundo Cascão, as obras atenderam todos os requisitos da certificação. “Temos o tempo necessário de operação do edifício para comprovar que, efetivamente, o que desenhamos e projetamos atendeu os requisitos e estava com a performance esperada. Isto foi feito e, agora, estamos na fase final, aguardando o recebimento da certificação”.
Sustentabilidade Segundo Antônio Carlos Cascão, diretor de infraestrutura do Sírio-Libanês, o projeto de expansão do hospital contou com a realização de uma pesquisa de mercado sobre como as tecnológicas estão avançando, quais produtos são mais eficientes e mais
adequados para a aplicação em um hospital. Além disso, foi trabalhado um plano de sustentabilidade focado no uso racional de recursos naturais. “Qualquer projeto que venha a ocorrer aqui dentro deve ter a premissa extremamente clara e
parametrizada de consumo de energia com iluminação ou com ar condicionado, por exemplo, ou de água nas torneiras e chuveiros. Tudo isso é parametrizado e é parte do plano que nos leva a estar em um estágio cada vez melhor”, explica. Health ARQ
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Sustentabilidade UTI do Sírio-Libanês 38
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Hospital em sinergia com o meio ambiente As exigências e o planejamento estratégico para dobrar a capacidade do Sírio-Libanês norteados pela sustentabilidade
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Método Engenharia foi responsável pela execução da obra de ampliação do Hospital Sírio-Libanês, uma expansão que dobrou a capacidade do hospital através da construção de três novas torres que somaram mais de 72.000 m² de construção. Ao todo foram entregues mais 355 leitos, todos individuais, 17 salas cirúrgicas, dois restaurantes, novas áreas técnicas e entrada social, salas de apoio, entre outros. Segundo Gustavo Aguiar, superintendente técnico da Método, apesar de a obra ter sido executada em uma única fase, foi possível realizar entregas parciais de leitos a fim de suprir a demanda do hospital. A primeira entrega realizada contemplou dois andares de internação, no 5º e 6º pavimentos das duas torres principais (a maior com 20 pavimentos) e os pavimentos técnicos no subsolo da terceira torre. Ou seja, mais de um ano antes da entrega da obra já havia operação do hospital em áreas entregues no meio do prédio em obras. A partir daí, outros lotes foram sendo entregues (mais pavimentos de internação, centro cirúrgico, etc.) até a entrega completa da obra. “A obra por si só já era um grande desafio pelo grau de complexidade dos sistemas inovadores necessários para atender às mais altas exigências de um hospital referência Health ARQ
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Sustentabilidade e com alto padrão de acabamentos. O principal desafio foi a dificuldade logística de construir um novo hospital sobre o hospital existente, em um centro urbano extremamente adensado como é a região da Bela Vista em São Paulo”, pontua Aguiar. Ainda de acordo com o superintendente, a obra chegou a ter um efetivo de mais de 1.000 pessoas e todo esse fluxo de mão de obra e materiais precisou ser extremamente bem coordenado para manter produtividade nas frentes de serviço. “Conseguimos obter um resultado de alta qualidade e garantir a perfeita operação do hospital, que manteve suas atividades normais.” 40
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Sustentabilidade na obra A Método Engenharia contribuiu com o processo de coordenação, análise crítica e desenvolvimento do projeto. Além disso, a empresa também realizou todos os processos para execução da obra, incluindo planejamento, análise de riscos, gestão de suprimentos, gestão de saúde e segurança do trabalho, gestão da produção, controle da qualidade e entregas. “Executar um empreendimento deste porte e com este padrão é um processo extremamente complexo. O desenvolvimento do projeto envolveu uma equipe multidisciplinar que teve como grande foco a seleção de materiais, equipamentos e sistemas. Beleza e custo, evidentemente, foram critérios considerados,
Estratégias para um bom funcionamento Um dos grandes desafios da ampliação do Hospital Sírio-Libanês foi realizar a expansão em um hospital em pleno funcionamento. Isso demandou uma série de estratégias, como o planejamento minucioso das frentes de trabalho, definindo rotas de materiais e pessoas, soluções de isolamento, horários de trabalho, permissões de acesso, entre outros. Para o início da operação dos primeiros leitos, por exemplo, foram destacados elevadores para atendimento exclusivo de pacientes e corpo médico. Também foram executadas rotas de fuga (corredores corta-fogo) temporárias no térreo, promovendo um ambiente seguro mesmo em casos de emergência. “O trabalho entre a equipe de obra e a equipe de engenharia do Hospital ocorreu com muita sinergia, o que foi fator crucial de sucesso”, explica Gustavo Aguiar, superintendente técnico da Método Engenharia.
mas vale destacar a preocupação do corpo técnico em avaliar o desempenho das alternativas e o atendimento aos requisitos ambientais, para obtenção da certificação LEED Gold”, explica Aguiar. A sustentabilidade foi um elemento de grande importância durante toda a obra. Toda concepção do projeto e execução da obra foram feitos com o objetivo de atender aos requisitos legais e reduzir impactos ambientais, tanto para a comunidade como para os usuários. Assim, o projeto contou com uma equipe dedicada para acompanhar os processos de aquisições e de execução, ga-
rantindo os produtos corretos e a mais adequada forma de instalação. “Todo e qualquer material precisava ser previamente avaliado e liberado pela equipe de meio ambiente da obra, que formalizava esta aprovação por uma etiqueta, lata por lata, por exemplo.” Neste contexto, a gestão de resíduos da obra contou com a segregação dos materiais e a adequada destinação dos mesmos, seja para reciclagem ou para aterros certificados. Vale ressaltar que o foco do trabalho era justamente na redução dos entulhos, atuando, por exemplo, na eficiência logística e dos processos produtivos.
Recepção do Sírio-Libanês
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Décadas de dedicação A MHA Engenharia trabalha interruptamente há mais de 30 anos com o Hospital Sírio-Libanês, proporcionando novas tecnologias e equipamentos que resultam em uma instituição sustentável
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ascido no Rio de Janeiro, o engenheiro Salim Lamha Neto, fundador e diretor da MHA Engenharia, se orgulha ao falar dos mais de 30 anos de trabalho dentro do Hospital Sírio-Libanês. Não poderia ser diferente, a MHA conquistou em 1980 o projeto de instalações elétricas, hidráulicas e ar condicionado e com projeto de arquitetura de Emílio Guedes Pinto do bloco novo, assim chamado na epóca. Por questões internas foi decidido que Eduardo de Brito Neves, também sócio e fundador da empresa de engenharia, estivesse à frente da empreitada. Naquela época, a atuação da MHA já era voltada para evolução tecnológica e sustentabilidade. Não à toa, a empresa adequou o desenho proposto ao Sírio-Libanês ao longo dos anos, sempre focado em novas tecnologias e equipamentos. “Devido à grande dimensão da obra e ao montante de recursos necessários, o empreendimento foi executado ao longo de dez anos e durante esse período, a partir do projeto original, fomos desenvolvendo passo a passo cada unidade nova que se implantava. Obviamente, ao longo dos anos muita coisa foi sendo alterada em questão de tecnologia e novos equipamentos”, conta Neves. A partir de então, estreitou-se a relação entre a diretoria do hospital e a MHA. “O Sírio-Libanês primava por uma qualidade muito grande e, em meio a desafios, liberou um alto investimento para implantar a instalação desejada e adequada.” Health ARQ
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Renovação
De acordo com Eduardo Neves, ao longo do projeto foi percebido um investimento bastante assertivo no sentido de que não foi necessário fazer muitas modificações futuras para atender a uma demanda por equipamentos e soluções sempre em evolução. A MHA foi contratada para desenvolver as mudanças que foram ocorrendo, foram adaptadas, sem alterações significativas na infraestrutura de instalações. O edifício onde seria criado o instituto de pesquisa e ensino da instituição, projeto do arquiteto Emílio Guedes Pinto, ficou concluso até o nível térreo por ser muito grande e, segundo o executivo, não havia necessidade nem recurso para dar continuidade. “Agora, mais recentemente, a nova diretoria do Sírio-Libanês fez um estudo com vários arquitetos para dar sequência ao projeto, e escolheu a L+M, com o intuito de desenvolver a etapa final do processo”. A partir daí, desenvolveu-se a torre principal e mais duas correlacionadas para concluir esse grande projeto. “Nessa última torre, além do projeto de instalações, a MHA também foi contratada para fazer todo o gerenciamento da obra, que durou cerca de quatro anos e resultou nesse magnífico hospital”, diz Neves. 44
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Jardim vertical do Sírio-Libanês, um dos maiores do Brasil
Diferencial O projeto de 1980 saiu do papel e fez do Hospital Sírio-Libanês uma instituição referência em sustentabilidade. Agora, com os novos blocos e em fase final de certificação sustentável, os novos prédios foram todos projetados com fatores preponderantes de tecnologia, principalmente voltados a conceitos de consumo e sustentabilidade. Priorizam equipamentos eficazes e redução contínua de consumo. O maior desafio, de acordo com Salim Lamha Neto, é fazer com que o consumo das energias seja equivalente ao hospital anterior. “Dobramos de tamanho e mantivemos os consumos do prédio antigo. O hospital passa a ter uma usina de produção de ener-
gia: em caso de ausência total de eletricidade a instituição continua funcionando na sua totalidade. E, ainda, se houver algum problema nessa usina, o prédio estará protegido por meio de geradores que mantêm o funcionamento de áreas críticas. “A preocupação do Sírio-Libanês com a infraestrutura sempre foi muito grande e permitiu que a gente pudesse estudar e implantar a melhor tecnologia, provendo segurança de continuidade de fornecimento, seja da energia ou da água”, relata Lamha Neto. Tecnologias foram implantadas para conquistar esse diferencial. A primeira delas está relacionada ao grande vilão da energia elétrica dentro de uma unidade hos-
pitalar: o ar-condicionado. Buscar os equipamentos de melhores rendimentos e menor consumo de energia é a tarefa da MHA. “Existem equipamentos muito mais eficientes, mas principalmente a dinâmica de distribuição desse ar ao longo do edifício com melhores controles, processos de automação e de cuidados na especificação de filtros adequados. O reaproveitamento de água é uma obrigatoriedade nos dias de hoje, por exemplo.” Mas dificuldades ainda existem: dimensionamento de cabos elétricos adequados para que haja menor perda; levar as unidades de transformação para as áreas mais centrais do prédio; e distribuição de gases medi-
cinais, água e outros sempre em processo de anel. “Caso seja necessário interromper um quarto de internação, eu não preciso parar o andar inteiro, com manobras de registro, determinado trecho do andar pode ser fechado sem prejudicar os demais ambientes”, explica. Fazer medições localizadas é um diferencial. Saber a quantidade que determinada área consome de água, por exemplo, oferece ao gestor uma possibilidade de controle. Para Lamha Neto, setorizar as várias áreas e dar responsabilidade de controle para os respectivos
gestores faz com que seja possível acompanhar melhor cada um dos consumos. “Hospital é uma obra inacabada. Ao longo da vida, novas tecnologias surgem e geram contínuas modificações.”
Coleta inovadora O hospital já em funcionamento fará testes do novo sistema de coleta de lixo e roupas sujas por sistemas de dutos, que enviarão todo material recolhido para uma central. Já pronta e em processo de regulagem e treinamento de uso, a novidade deve entrar em funcionamento em 2017.
“Hospital é uma obra inacabada. Ao longo da vida, novas tecnologias surgem e geram contínuas modificações.” Salim Lamha Neto, da MHA
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Renovação 46
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Apropriado para receber Palco de discussões sobre a Saúde no Brasil e no Estado de São Paulo, Sindhosp tem seu auditório e área de escritório reformados
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om o objetivo de discutir interesses do setor empresarial privado, a sede do Sindhosp (Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo) é ponto de encontro entre representantes de órgãos sindicais, governamentais e da sociedade. Frente ao cenário econômico mundial, com impactos diretos no setor da Saúde, esses espaços de debate estão sendo cada vez mais valorizados, conforme ressalta Yussif Ali Mere Júnior, presidente do Sindhosp. “Os recursos para a Saúde estão cada vez mais escassos e o custo cada vez maior. Esse problema de financiamento é um problema mundial. Evidentemente que aqui no Brasil, como somos um país de recursos escassos, o problema se torna ainda maior e aí cresce a importância de discutirmos o que podemos fazer com o que temos”, salienta Ali Mere Júnior. Health ARQ
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Foto: Leandro Godoi
Renovação Novas instalações do Auditório 48
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Para sediar encontros e debates frutíferos para o setor da Saúde, o ambiente também é um fator determinante. Por isso, o Sindhosp reformulou seu auditório e os espaços do escritório, a fim de receber seus visitantes com conforto e estilo. Concluídas em maio deste ano, as obras foram realizadas por etapas, sendo que a primeira delas incluiu a aplicação do contrapiso, instalações e forro de gesso. Posteriormente, foram realizados os acabamentos, marcenaria e pintura. Com um prazo de entrega reduzido – apenas 120 dias – foi necessário realizar, simultaneamente, as atividades no escritório e auditório. Segundo o engenheiro Rafael Pinto, sócio-diretor técnico da Base Engenharia, – empresa responsável pela execução, gerenciamento e fiscalização da reforma – o prazo curto e a realização da obra com os demais andares do prédio em funcionamento foram os principais desafios. “Para cumprirmos o cronograma, dividimos a equipe em dois turnos. E como os demais andares estavam ocupados, pela manhã eram administrados os serviços com pouco ruído. As demolições e demais serviços de remoção vertical, que exigem disponibilidade contínua de acesso aos elevadores, foram realizados no período noturno”, explica o engenheiro.
Atenção aos detalhes As maiores inovações foram realizadas no conjunto do auditório do Sindhosp, como detalha Rafael Pinto. “Adotamos iluminação em LED, revestimentos acústicos nas paredes, teto e portas, além da aplicação do piso vinílico Bolon, que deu um toque especial ao ambiente”. Praticidade, durabilidade e tendências de mercado foram levadas em consideração na definição do material de acabamento, selecionado pelo escritório de arquitetura parceiro. Conforme destaca Rafael Pinto, além das lâmpadas LED, que reduzem o consumo de energia, a sustentabilidade na obra foi trabalhada desde a compra dos insumos até o não desperdício de material.
“Optamos por marcas que já utilizam, em seu processo de fabricação, aditivos provenientes de descarte de outras obras. Além disso, reduzimos o desperdício de material durante a execução da obra com um controle mais detalhado no processo de compras”, salienta. Além do Sindhosp, a construtora é responsável pela execução de outros empreendimentos na área da Saúde. Segundo o sócio-diretor técnico da empresa, estão sendo desenvolvidos planejamentos de retrofit de leitos de UTI na Unidade Morumbi do Hospital Israelita Albert Einstein, que também está com projetos de pavimentação externa – assentamento de bloquetes, reforma de calçada e grandil – na Unidade Jardins.
Gestão participativa Segundo o presidente do Sindhosp, a atenção não se limita à infraestrutura do Sindicato. “Além da necessidade da reforma física, seguimos o conceito de integração que permeia o planejamento estratégico das entidades”, comenta, lembrando que a atual diretoria tem investido na gestão participativa e criado diversas comissões formadas por líderes dos departamentos, a fim de auxiliar na tomada de decisões. “Seja qual for assunto, sempre queremos ouvir o que pensam e quais as necessidades dos colaboradores, afinal são eles que estão na ponta do atendimento, no dia a dia e no contato direto com os associados. E estamos todos muito satisfeitos com o resultado”, salienta Yussif Ali Mere Júnior. “Graças ao esforço de todo mundo, hoje nós podemos dizer que realmente trabalhamos juntos e que somos uma equipe que transcende a este grupo que está aqui, porque atuamos em todo o Estado”, finaliza.
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Fotos: Laura Brand
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Execução eficiente de projeto garante ampliação de rede assistencial Unidade de saúde possui mais de 22 mil m² e atende 37 especialidades
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xpandir a rede assistencial e melhorar o acesso dos beneficiários à saúde foram alguns dos princípios que motivaram a Unimed-BH a escolher a M.Roscoe para realizar as obras do Centro de Promoção à Saúde (CPS) Churchill – Unimed no segundo semestre de 2014. 50
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A nova unidade conta com o atendimento em 37 especialidades médicas distribuídas em 11 andares, sendo três subsolos de garagem e oito pavimentos totalizando uma área de 22.438,75 m². De acordo com o diretor de contratos da empresa de cons-
Fotos: Laura Brand
trução civil, Luiz Eduardo Andrade Araújo, a M.Roscoe foi responsável por planejar, orçar, contratar e gerenciar cada uma das etapas da obra, apresentando à Unimed-BH a melhor solução custo-benefício nas diversas disciplinas da obra. “Para isso, contratamos fornecedores especializados nas áreas de acabamento, instalação elétrica, hidrossanitária, automação e instalação de ar-condicionados. E, como em todo projeto, o sistema
“Junto ao nosso cliente, Unimed-BH, procuramos escolher materiais que atendessem aos requisitos hospitalares, conciliando estética, custo-benefício e responsabilidade ambiental”, Luiz Eduardo Andrade Araújo
integrado de saúde, segurança, meio ambiente e qualidade foi implantado pelo nosso corpo gerencial. Houve atenção redobrada para assegurar que todos os cuidados da área de saúde fossem atendidos.” O executivo conta que, para a execução do projeto, a obra foi dividida em quatro etapas: acabamento, instalações (elétricas, hidrossanitárias, combate a incêndio e ar-condicionado), Health ARQ
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Fotos: Laura Brand
Renovação
automação e paisagismo. Dentre essas etapas foram realizados o fechamento de estrutura em steel framing, divisórias em drywall, revestimento de paredes e pisos em cerâmica e porcelanato, além do revestimento da fachada em ACM e esquadrias de alumínio. A M.Roscoe encontrou alguns desafios que precisaram ser gerenciados para que os prazos de entrega não fossem comprometidos. “Na época em que fomos montar a fachada da unidade de saúde, o mercado estava superaquecido e a demanda pelos materiais utilizados estava alta. Foi necessário planejar a logística de fabricação, entrega, montagem e monitoramento rigoroso para atender ao cronograma da obra, uma característica que a M.Roscoe aprimorou em seus 60 anos. Além disso, como pode ser notado hoje, a arquitetura da fachada é o cartão de visita do Centro de Promoção da Saúde Unimed”, conta Araújo. “Junto ao nosso cliente, Unimed-BH, procuramos escolher materiais que atendessem aos requisitos hospitalares, conciliando estética, custo-benefício e responsabilidade ambiental”, acrescenta. Quanto a essa responsabilidade ambiental, o projeto foi elaborado visando menor aquecimento das áreas internas, economia em energia e maior conforto aos pacientes e funcionários. O CPS - Unimed-BH possui áreas permeáveis como jardins suspensos e térreos, além de vidros refletivos na fachada. Possui também sistema de aproveitamento de água do lençol freático para irrigação de plantas e lavagem de pisos externos e garagem. Além disso, todo entulho gerado pela construção foi selecionado e gerenciado por uma empresa especializada e qualificada em gestão ambiental. “Resíduos de material de drywall, material metálico, produto químico e outros foram separados em caçambas diferentes para destinos diferentes, fossem eles reciclagem ou descarte adequado”, explica Araújo. Quanto ao projeto em geral, o executivo destaca a interação entre os engenheiros da M.Roscoe, a equipe técnica de implantação e os médicos da Unimed-BH para a eficácia da obra. 52
Health ARQ
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II Prêmio HealthARQ 54
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A homenagem aos projetos e profissionais da Arquitetura e Engenharia da Saúde que inovaram em 2016
A
crise de 2016 não deixou de fora o setor de construção na Saúde. Com a queda dos investimentos, o desafio dos escritórios de arquitetura e construtoras foi trazer inovações para o mercado e levar para a prática o ditado popular de “fazer mais com menos”. Mesmo diante de tantos desafios, é possível pontuar muitas empresas que se destacaram no setor, que enxergaram oportunidades e novos clientes devido às lacunas deixadas por aquelas empresas envolvidas em escândalos e corrupção. Também é possível elencar projetos que conciliaram a beleza estética com a sustentabilidade, repensando, desta forma, o papel do hospital ou clínica no meio ambiente que atua. Há também aquelas instituições de saúde que, na contramão do setor, investiram intensamente em seu crescimento, erguendo prédios a fim de atender a demanda crescente e levar para o paciente o melhor da arquitetura da Saúde, com todo o conforto e bem-estar. Diante de tantos projetos e trabalhos louváveis, a HealthARQ traz, pela segunda vez, a premiação HealthARQ. Trata-se de uma homenagem às instituições de saúde, cases de sucesso, marcas mais lembradas e profissionais que mais se destacaram no último ano e que dão ao setor um novo fôlego e são exemplos de que é possível brilhar em tempos difíceis. Os eleitos para o II Prêmio HealthARQ foram escolhidos pelo Conselho Editorial do Grupo Mídia que se baseou em dois pilares: votação do público pelo site da HealthARQ e análise de mercado.
Categorias - CASES DE SUCESSO
• Ampliação • Engenharia e Construção • Projetos
- INSTITUIÇÃO DO ANO
• Sustentabilidade • Inovação • Humanização
- MARCAS MAIS LEMBRADAS
• Acabamento • Interiores • Infraestrutura
- PROFISSIONAL EM DESTAQUE
A seguir, confira quem são os ganhadores do II Prêmio HealthARQ.
• Aquitetura • Engenharia e Construção • Infraestrutura Health ARQ
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Pedro Tedesco Silber 56
CASES DE SUCESSO Ampliação Tedesco
C
om um investimento de aproximadamente R$ 100 milhões, o Hospital Moinhos de Vento vem expandindo sua infraestrutura. O novo prédio que está sendo construído, o Bloco 16, ampliará a capacidade em 100 leitos de internação. Serão leitos divididos em Unidades de Internação, Centro de Terapia Intensiva Adulta e Centro de Terapia Hematológica (especializado no tratamento de doenças oncohematológicas). A edificação de oito andares e com área total construída de 9.300 m² deverá beneficiar três mil pacientes por ano. Este é o grande destaque da Tedesco em 2016, contratada para atuar no projeto de expansão da instituição. A construtora é responsável pela execução das obras civis, incluindo fundações, estrutura, acabamentos e instalações. “O Bloco 16, que é objeto do nosso contrato, está localizado independente do corpo do hospital, ainda que contíguo ao mesmo. Desta forma, temos uma restrição de horário de jornada de trabalho, bem como a execução de obras praticamente justapostas à estrutura existente e em pleno funcionamento”, explica Pedro Tedesco Silber, diretor-presidente da construtora. O grande desafio é a logística de acesso e abastecimento em função da obra estar localizada em uma rua muito íngreme, sem área para canteiro de obras, bem como dos diversos serviços de apoio. Para tanto, a Tedesco, como empresa do Grupo HTB, está adotando o processo PHEO (Programa HOCHTIEF de Excelência Operacional) na obra, com um sistema de planejamento e estabelecimento de rotinas, tarefas e restrições.
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Como uma empresa com mais de 60 anos de tradição, temos sempre como desafio superar a expectativa dos clientes, ainda mais em um momento como o atual, no qual algumas empresas passam por dificuldades, sendo necessário um maior cuidado na seleção de parceiros e fornecedores.
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CASES DE SUCESSO
Ampliação
Racional Engenharia
U Newton Simões
m dos destaques da Racional Engenharia foi a construção do novo edifício dentro do Hospital Alemão Osvaldo Cruz e o planejamento logístico da obra. Desde a concepção e operação do exíguo canteiro de obras, o estudo de movimentação horizontal e vertical de materiais, o fluxo de entrada e saída de pessoas, até o controle de ruídos e geração de poeira, uma vez que a obra foi construída dentro do complexo em funcionamento. “Destaca-se também o cumprimento dos prazos da obra, dado que os equipamentos médicos e o FFE tinham datas certas para entrega”, explica Newton Simões, presidente da Racional.
Planservice
I Carlos Miller Neto
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naugurado no ano passado, o Americas Medical City é o maior complexo médico-hospitalar do Estado do Rio. Ele incorpora o Hospital Samaritano e o Hospital Vitória, totalizando 494 leitos e 16 salas cirúrgicas. Com essas dimensões, foi uma obra desafiadora. “A construção do Américas exigiu uma interação muito grande entre a diretoria de projetos da Amil e as empresas contratadas para execução do empreendimento e coube à Planservice gerenciar a troca de informações com agilidade para que os processos não sofressem impactos de prazo, custo e qualidade”, destaca o engenheiro Carlos Miller Neto, sócio-diretor da companhia.
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Nalmir Fontana 60
CASES DE SUCESSO Engenharia e Construção
Endeal Engenharia
A
s obras do Hospital Regional de Guarapuava (PR) tiveram início em agosto de 2015 em terreno com área total de 50.000 m² e obra com área construída de 17.000 m², além de ruas de acesso. A Endeal Engenharia vem se destacando neste trabalho com o grande desafio de compatibilidade entre os projetos arquitetônicos e todos os demais projetos complementares. Para tanto, a Endeal conta com uma equipe multidisciplinar, o que gera um diferencial na execução das instalações de gases medicinais, elevadores, ar condicionado, transformadores, cabines de alta tensão, geradores etc. Dessa forma, a diretoria, composta por engenheiro civil, engenheiro mecânico, engenheiro eletricista e engenheiro ambiental, engenheiro de segurança do trabalho, trabalha sempre junto em busca da maximização da qualidade e sustentabilidade de suas obras. Antes do início da obra, é elaborado o Programa de Gerenciamento de Resíduos específico para o hospital. “Toda a execução é pensando sempre na melhor disposição para respeitar o meio ambiente e manter os aspectos sustentáveis da obra. Acompanhamos a geração desses resíduos, o consumo de água e energia elétrica através de indicadores que nos permitem avaliar e desenvolver metas para melhorar e diminuir tais índices”, explica Nalmir Fontana Feder, diretor técnico da Endeal. Vale destacar que a Endeal vem investindo, desde o início de 2016, na implantação do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) de nível A em suas obras, com o intuito de garantir qualidade, excelência e unificação dos procedimentos da empresa.
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A eficiência operacional da obra consiste numa gestão inteligente da sua execução, gerando grande economia na utilização dos insumos e a menor quantidades de resíduos possível.
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CASES DE SUCESSO
Engenharia e Construção
Thá Engenharia
A Gilberto Kaminski
ampliação do Hospital Unimed de Campo Grande compreende nove pavimentos, aumentando a estrutura de 3 para 23 mil m². Este foi o grande destaque da Thá Engenharia, que encontrou diversos desafios neste trabalho, como as restrições logísticas e a necessidade de construir um novo hospital em um complexo existente e em funcionamento. Isso exigiu capacidade técnica e atualização tecnológica para que cada etapa de construção tivesse o menor impacto possível. “Toda a obra foi construída visando a minimização no impacto ambiental, com baixos índices de desperdícios de material e geração de resíduos da construção civil”, conta Gilberto Kaminski, diretor de Planejamento e Controle da Produção da Thá Engenharia.
Settimo BR - Construção Civil
U
Glauco Spini Júnior
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tilizando eficientes técnicas de gerenciamento de projetos, a Settimo BR – Construção Civil conseguiu obter na obra da Unimed de São José do Rio Preto o planejamento e a execução adequados integrando todos os elementos importantes, como escopo de atividades e interdependência das mesmas, prazo de execução, custo da obra, seleção das equipes especialistas, riscos envolvidos, comunicação entre as partes atuantes, aquisições de materiais e serviços e integração em todos os níveis. “Isso nos possibilitou realizar este grandioso projeto, um hospital ultramoderno de pronto atendimento adulto e infantil, que se tornou um marco em nossa cidade”, afirma Glauco Spini Júnior, diretor-presidente da Settimo.
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Flรกvio Kelner 64
CASES DE SUCESSO Projetos RAF ARQUITETURA
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RAF Arquitetura atuou fortemente na Saúde em 2016. Entre os destaques está o trabalho realizado no Hospital Municipal de Parelheiros, em São Paulo, que já foi consagrado com o prêmio de Melhor Projeto da categoria Saúde pelo XII Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa. O Hospital de Parelheiros é resultado de um investimento de R$ 148,3 milhões, contará com 255 leitos e será o primeiro da Prefeitura na região, beneficiando mais de 200 mil pessoas. “Segundo a concepção dos projetos arquitetônicos desenvolvidos pela RAF, entendemos que os projetos nascem das restrições e contextos. Com o Hospital de Parelheiros não foi diferente”, explica Flávio Kelner, sócio-diretor do escritório. Ainda de acordo com Kelner, diante da topografia acentuada em aclive, sua equipe optou por um partido arquitetônico pavilhonar, onde foram implantados os blocos em níveis diferentes e assentados no terreno, separando os acessos e fluxos através desses desníveis. O hospital será constituído, no total, por seis blocos, ligados por amplas passarelas cobertas, que formarão os corredores de interligação. Contará também com estacionamento, portaria e paisagismo. Para Kelner, o grande desafio de 2016 foi manter o equilíbrio financeiro da empresa sem grandes desmobilizações. “Na crise é que surgem as oportunidades, e isso não foi diferente conosco. Buscamos novos mercados e novas técnicas de gestão para sermos mais ágeis e com qualidade”, finaliza.
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Entendemos que os projetos nascem das restrições e contextos. Com o Hospital de Parelheiros não foi diferente.
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CASES DE SUCESSO
Projetos
ACR Arquitetura
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Antonio Carlos Rodrigues
frente dos projetos de expansão da rede Dr. Consulta, a ACR Arquitetura vem apostando em soluções criativas e eficazes para as novas unidades. “É um verdadeiro quebra-cabeça viabilizar um negócio popular, com preço acessível, que atenda as normas na área de saúde e, ao mesmo tempo, seja adequado a este público. Estamos sempre pesquisando produtos melhores e mais econômicos, apesar de conceito e padrão definidos, e as melhores soluções, o que tem contribuído para a velocidade na expansão da rede”, afirma Antonio Carlos Rodrigues, sócio-diretor da ACR.
Informov Engenharia + Arquitetura
A Murilo Laerte Toporcov
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Informov Engenharia + Arquitetura foi responsável pelo projeto de arquitetura e construção turnkey dos escritórios do Hospital Israelita Albert Einstein, além de outros projetos dentro da sede no Morumbi. “Conseguimos criar um novo espaço de trabalho moderno, que proporcionasse aos colaboradores maior integração, sinergia, dinamismo e bem-estar”, explica Murilo Laerte Toporcov, diretor-comercial da Informov. Turnkey é uma metodologia que otimiza o processo de criação e implantação de projetos corporativos, concentrando em um único contrato as fases necessárias para atingir os objetivos em custo, prazo e qualidade.
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Mirian Pinheiro 68
INSTITUIÇÃO DO ANO Sustentabilidade Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem
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isando melhorar a qualidade e sua capacidade de atendimento, o Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem (SC) construiu uma nova sede em uma área de mais de 10 mil m². Conforto e sustentabilidade são elementos marcantes da nova edificação. A utilização da iluminação natural, priorizando o aproveitamento da luz solar, é um exemplo disso. Para superar as expectativas do paciente e seu acompanhante, o hospital traz em suas instalações um conceito moderno de hospitalidade. “A reação do paciente ao adentrar em nosso hospital é muito positiva, pois encontra um ambiente sofisticado e ao mesmo tempo acolhedor”, pontua Mirian Pinheiro, gerente administrativa da instituição. Todas as ampliações e melhorias na estrutura do Sadalla Amin estão alinhadas com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e Segurança do Trabalho para garantir segurança a todos os que frequentam o hospital. Com a adoção da Política Ambiental na instituição, foram estabelecidos critérios de utilização dos recursos naturais de forma equilibrada, com controle dos impactos ambientais gerados, evitando, reduzindo e controlando a geração de resíduos, no atendimento da legislação pertinente. “Tudo isto alinhado ao nosso comprometimento com a prevenção da poluição e conscientização de todos os colaboradores sobre as atividades e práticas relacionadas ao meio ambiente”, ressalta. Outro destaque é a instalação do Centro Integrado da Saúde, que resulta de uma parceria entre o hospital e outras clínicas privadas e reúne diversas especialidades a fim de oferecer maior comodidade aos pacientes cirúrgicos.
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Nossos pacientes têm a percepção de todo cuidado que tivemos na hora de projetar cada espaço, desde a decoração, cores e mobília funcional.
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INSTITUIÇÃO DO ANO
Sustentabilidade
Grupo COI
E Chrystina Barros
m 2015, o Grupo COI inaugurou duas unidades no Rio de Janeiro. A sustentabilidade foi uma das prioridades dessas construções. “Optamos por um projeto arquitetônico que explorou ao máximo a luminosidade natural, por meio do uso de vidros e janelas com tecnologia de bloqueio de raios que elevam o calor e de tintas que refletem mais luz”, explica Chrystina Barros, diretora de Operações do Grupo. Na parte elétrica, o uso de leds e a automação em várias instalações, como ar-condicionado, iluminação e elevadores, ocasionaram uma redução significativa no consumo de energia. A forma de despacho de lixo quimioterápico também evoluiu. No lugar de bombonas genéricas, o COI adota bombonas fabricadas sob medida.
Hospital Alemão Oswaldo Cruz
O Giovani Felipe Guastelli
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Hospital Alemão Oswaldo Cruz está passando por um período de expansão que teve início com a construção da Torre E, projetada e construída conforme as regras LEED, da Green Building - USGC e certificada com o selo GOLD. “Desde então, os projetos que realizamos são orientados pela sustentabilidade, em especial no âmbito da eficiência energética e no uso de materiais”, ressalta Giovani Felipe Guastelli, supervisor de Estrutura Hospitalar. O complexo hospitalar ainda conta com diversas áreas verdes e arborizadas, como o Bosque Bem-Estar, uma área de cerca de 1.600 m², localizada na frente do edifício mais antigo do complexo, totalmente arborizada e mantida com água de reuso produzida na Torre E.
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Gilton Guilgen e Cadri Massuda 72
INSTITUIÇÃO DO ANO Inovação Hospital Ônix
I
naugurado em Curitiba em junho, com 7.000 m², o Hospital Ônix – do Grupo Clinipam – é composto por dois prédios, com cinco andares cada, reunindo: pronto-atendimento adulto, 90 leitos, cinco salas de centro cirúrgico e centro de diagnóstico completo. Segundo o diretor executivo da instituição, Cadri Massuda, o projeto arquitetônico integra uma edificação antiga a uma nova com sofisticação. “Na parte nova, foram feitos vãos livres onde foram utilizados tirantes de aço nas lajes, diminuindo a quantidade de pilares necessários para sua sustentação. Esta técnica tornou os ambientes amplos e livres, mudando a sensação e a estética de um hospital”, detalha Massuda. As linhas contemporâneas e a distribuição de obras de arte pelos corredores e quartos também são apostas para acolher de forma humanizada. Além disso, a inovação do projeto está na integração dos ambientes. “Através de um trajeto circular, o pronto socorro, serviços de hemodinâmica, centro de imagem, centro cirúrgico e enfermarias são interligados por uma estrutura metálica de rampas que dá o aspecto de se estar em um hotel ou até mesmo em um shopping”, diz Massuda. A construção não só ampliou a oferta de atendimento médico à população, como trouxe uma mudança de perfil para a região. “O Hospital Ônix virou um ponto de referência, fazendo com que se formasse, nas redondezas, uma rede de serviços complementares e de apoio, com a abertura de restaurantes, estacionamentos e clínicas médicas”, conta Gilton Guilgen, diretor de negócios e finanças da instituição.
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Na parte nova, foram feitos vãos livres onde foram utilizados tirantes de aço nas lajes, diminuindo a quantidade de pilares necessários para sua sustentação. Esta técnica tornou os ambientes amplos e livres, mudando a sensação e a estética de um hospital.
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Inovação
INSTITUIÇÃO DO ANO
Inovação
Hospital São José – BPSP
O Ricardo Hutter
Hospital São José, da Beneficência Portuguesa de São Paulo (BPSP), inaugurou neste ano uma nova torre, com a proposta de oferecer a vanguarda da medicina com o máximo de conforto e segurança. São instalações físicas diferenciadas em relação ao que o mercado oferece, desde o sistema de ar-condicionado até o projeto de arquitetura como um todo. O investimento para a construção da nova torre foi de R$ 140 milhões. “A nova torre possui um andar inteiro dedicado ao transplante de medula óssea, com todos os recursos que um paciente com a imunidade debilitada necessita”, diz Ricardo Hutter, superintendente-executivo do hospital.
Unimed Ribeirão Preto
E Álvaro Afonso Truite
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m 2016, a Unimed Ribeirão Preto inaugurou seu hospital numa área com mais de 19 mil m², 120 leitos clínico/cirúrgicos e mais 20 leitos para Unidade de Terapia Intensiva. O investimento foi de R$ 70 milhões. “No prédio, a inovação está presente em todas as áreas, incluindo o sistema de estrutura metálica com fechamento unitizado, o sistema de captação de água de chuva, o uso de energia natural, os sistemas de climatização e aproveitamento de energia, tudo moderno e alinhado aos mais exigentes padrões ambientais”, explica Álvaro Afonso Truite, presidente do Conselho de Administração.
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INSTITUIÇÃO DO ANO
Humanização Global Care
A Euro Bruno Palomba
concepção do novo prédio da Global Care como um todo foi detalhadamente pensada para receber pacientes portadores de doenças progressivas sem possibilidades de cura e seus familiares. O local, apesar de ser um ambiente hospitalar, propõe uma arquitetura com conforto estético e visual para amenizar o difícil período, de grande impacto emocional tanto para os pacientes quanto para seus familiares. “Após 15 anos atuando na área da assistência domiciliar, expandimos nossos serviços na otimização de uma Unidade Hospitalar para atender uma demanda de pacientes reprimida atualmente”, explica Euro Bruno Palomba, CEO da Global Care.
Unimed Litoral
T Mário Silva
odo o projeto do Hospital da Unimed Litoral foi pensado para melhor atender médicos e pacientes. Nesse sentido, a humanização está presente na elaboração de fluxos, processos e ambientes. “Estruturamos tanto a arquitetura quanto a operação para melhor atender com qualidade e humanização, com ambientes decorados, tirando a característica padrão de hospital, bem como investimentos fortemente na hotelaria para que os pacientes e seus acompanhantes sintam-se verdadeiramente bem nos momentos de fragilidade”, afirma Mário Silva, diretor de serviços próprios da Unimed Litoral.
Hospital Bandeirantes
O Rodrigo Lopes
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Hospital Bandeirantes vem investindo intensamente em projetos que, integrados a diversas ações, humanizam o ambiente hospitalar e as relações entre corpo clínico, corpo funcional e pacientes. “Ampliamos o Pronto Socorro, revitalizamos a fachada, colocamos cores mais aconchegantes e evoluímos nas condições de acessibilidade. Estamos repensando constantemente a arquitetura hospitalar no sentido de atender às necessidades de cada especialidade médica. Na Oncologia, por exemplo, trabalhamos com cores leves, além de imagens e textos com mensagens positivas”, salienta Rodrigo Lopes, CEO do hospital.
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Rodrigo Galdino 78
MARCAS MAIS LEMBRADAS Acabamentos
Cosentino
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edicação e dinamismo foram palavras de ordem para a Cosentino em 2016, as quais se traduziram na superação de adversidades como o cenário de alta do câmbio no primeiro semestre deste ano e o de crise econômica. Neste contexto, a empresa não mediu esforços para aumentar suas parcerias comerciais, o que assegurou o sucesso na divulgação e lançamento de novas linhas de produtos, como a Dekton XGloss. “Trata-se de uma linha de superfícies ultracompactas e inovadoras que, agora, também oferecemos no acabamento polido”, explica o diretor comercial da Cosentino no Brasil, Rodrigo Galdino, sobre a nova série de Dekton, caracterizada pelos elevados níveis de dureza e resistência. Segundo Galdino, as perspectivas da empresa para 2017 são bastante positivas. “Queremos seguir crescendo, sempre apostando em ações que fazem da Cosentino uma líder de mercado no segmento. Não é à toa que proporcionamos 25 anos de garantias em uma de nossas principais marcas, o Silestone”, comenta sobre a superfície em quartzo que se destaca no setor da Saúde por sua proteção bacteriostática. Seguir atendendo esse setor com qualidade e segurança é, aliás, uma das metas da companhia, que prevê novidades para o próximo ano. “Teremos novas soluções para o mercado da saúde, que com certeza irão sacudir tanto os nossos consumidores quanto o nosso setor, apresentado características diferenciadas e inovadoras”, adianta Galdino.
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Queremos seguir crescendo, sempre apostando em ações que fazem da Cosentino uma líder de mercado no segmento.
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MARCAS MAIS LEMBRADAS
Acabamentos
AGC Vidros do Brasil
S
oluções como o vidro bacteriano levam mais segurança para os ambientes hospitalares e representam uma das prioridades da AGC Vidros do Brasil para o mercado nacional. Apesar dos desafios impostos pela crise em 2016, com retração de demandas de forma generalizada, a empresa tem grandes planos para os próximos anos. “Anunciamos o investimento na construção do nosso segundo forno, com capacidade de produção de 850 toneladas de vidro plano por dia. A expectativa é que tudo esteja pronto para começarmos a produção no final de 2018”, adianta Franco Faldini, gerente executivo de vendas e marketing da empresa.
Tintas Sherwin-Williams
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último ano tem sido de muitas mudanças para a Tintas Sherwin-Willia-
Daniel Blumen
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ms, principalmente no ramo hospitalar. “Reconhecemos o desafio dos responsáveis pelo setor. Com isso, estudamos muito a rotina hospitalar para identificar uma solução dentro do nosso know how. O objetivo é poder contribuir com os nossos produtos que foram desenvolvidos para resistir aos agressivos processos de lavagens, assepsias diárias, entre outras necessidades do setor”, explica Daniel Blumen, diretor de Marketing da empresa.
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Ana Carolina M. de Campos e Ana Paula Naffah Perez 82
MARCAS MAIS LEMBRADAS Interiores C+A Arquitetura
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undada em 1998, a C+A Arquitetura foi criada com o objetivo de ser uma empresa especializada em execução de empreendimentos na Saúde. Durante essas quase duas décadas de atuação, sua missão é gerar produtos sustentáveis e com qualidade tanto na técnica, quanto no design, e que apresentem viabilidade econômica adequada à disponibilidade de recursos de cada cliente. Sua história já contabiliza números expressivos. São mais de 500.000,00 metros quadrados de área de projeto; 226 projetos na área de saúde; 136 Centros Clínicos e de Diagnósticos; e 72 hospitais. “Procuramos ter um elenco de profissionais capacitados e especializados e contamos com parceiros com expertise em saúde para o desenvolvimento dos projetos de engenharias, construção civil, gerenciamento e consultoria, o que gera produtos com maior qualidade”, explica Ana Paula Naffah Perez, diretora comercial e de novos negócios da C+A Arquitetura. Ana Paula afirma, ainda, que no início de cada projeto, a empresa busca no mercado internacional e nacional experiências que possam contribuir com novos conceitos. “Buscamos sempre beneficiar o nosso cliente com soluções únicas e exclusivas, utilizando as melhores práticas do mercado no tocante à sustentabilidade, inovação, tecnologia e eficiência energética, somando a expertise do grupo envolvido nos projetos.” Atualmente, a C+A está desenvolvendo projetos com o Grupo Fleury e Rede D´Or São Luiz nos estados do Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
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Buscamos constantemente a inovação e a qualidade dos nossos produtos. Acreditamos que esses valores nos proporcionaram este reconhecimento do mercado.
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MARCAS MAIS LEMBRADAS
Interiores
Betty Birger Arquitetura & Design
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escritório Betty Birger Arquitetura & Design tem em seu portfólio mais de 600 projetos realizados em diversos estados do país e também no exterior. Segundo a diretora Betty Birger, o escritório vem se dedicando cada vez mais à área de saúde. “Hoje, 75% dos nossos projetos têm como clientes médicos, dentistas e hospitais”, salienta, acrescentando que, em 2016, o escritório foi responsável pelo projeto de ampliação e retrofit da Unidade Jardins do Hospital Israelita Albert Einstein e, também, pelo projeto da Clínica Zena Saúde da Mulher.
Betty Birger
MW Arquitetura
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o último ano, a MW Arquitetura conseguiu expandir significativamente seus trabalho em projetos na área da saúde. “O nosso escritório possui diversos segmentos e o da saúde foi muito trabalhado no último ano. Fechamos projetos interessantes e em breve traremos muitas novidades com ideias inovadoras para apresentar a todos na área hospitalar”, afirma Moema Wertheimer, diretora do escritório. Entre os projetos de destaque da MW estão trabalhos desenvolvidos no Hospital Beneficência Portuguesa, Incor – Conforto Médico, Hospital Samaritano e Hospital São Luiz.
Moema Wertheimer
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Fernando Martins 86
MARCAS MAIS LEMBRADAS
Infraestrutrtura Empa – Grupo Teixeira Duarte
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randes obras de reforma e ampliação de hospitais marcaram a atuação da Empa em 2016. Em junho, a empresa do Grupo Teixeira Duarte concluiu o novo prédio do Hospital Carlos Chagas, em Guarulhos (SP). Com investimentos de R$ 44 milhões, o edifício de oito andares ampliou a capacidade de atendimento da instituição, inicialmente, em 20%. Atualmente, a construtora trabalha na ampliação de potência da subestação de energia do Hospital Alvorada de Brasília, a décima etapa de uma obra que incluiu uma reforma completa do Centro Cirúrgico da instituição, da Unidade de Terapia Intensiva de Adultos, cobertura, vestiários e áreas de hall e circulação. “Todo o trabalho executado é fiscalizado por profissionais experientes e altamente qualificados na execução de obras deste e de outros segmentos”, salienta o engenheiro Fernando Martins, diretor da empresa. Ainda no que diz respeito à mão de obra, a companhia tem como princípio priorizar a contratação de profissionais e fornecedores locais, com o objetivo de gerar renda às comunidades onde está inserida. Segundo Martins, há muitas perspectivas de parcerias e projetos futuros. “Temos firmado trabalhos com a rede Amil de Saúde em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Esta parceria formou-se há alguns anos e já vínhamos trabalhando em conjunto em vários hospitais. No momento, também estamos em negociação com outras redes de Saúde, na finalidade de alcançarmos mais clientes deste mercado promissor”, afirma.
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Todo o trabalho executado é fiscalizado por profissionais experientes e altamente qualificados na execução de obras deste e de outros segmentos.
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MARCAS MAIS LEMBRADAS
Infraestrutura
Lock Engenharia
E Daniel Gispert
xperiente nas construções de alta complexidade, a Lock Engenharia tem desenvolvido sólido trabalho para o segmento de Saúde. “Desenvolvemos o Centro de Oncologia no Rio de Janeiro, construímos um centro de ensino para o Albert Einstein em Minas Gerais”, exemplifica o co-CEO da Lock, Daniel Gispert, acrescentando que, no último ano, a companhia voltou sua expertise para o atendimento de grandes empresas do setor, como Thermo Fischer e Novo Nordisk. “Tratamos cada projeto como uma obra de arte. Propomos o que de fato é adequado e funcional, sem medir esforços para encontrar a excelência”, frisa Gispert.
Athié Wohnrath
H
á mais de 20 anos no mercado, a Athié Wohnrath é referência em evolução da arquitetura corporativa na América Latina. Com uma equipe composta por mais de 500 especialistas, a empresa atua nas áreas de arquitetura, construção e tecnologia. Trabalha com as maiores empresas do mundo, entregando projetos que geram valor aos negócios e traduzem um caráter inovador e dinâmico. Com escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro e alianças internacionais, utiliza a tecnologia como ferramenta de auxílio ao cliente em projetos e também na implementação de sistemas de missão crítica e instalações.
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Paula Fiorentini 90
PROFISSIONAL EM DESTAQUE Arquitetura Paula Fiorentini
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ob a direção de Paula Fiorentini, a empresa de arquitetura que leva o mesmo nome vem se consolidando ao longo dos anos no mercado e abrangendo significativamente suas atividades na área da Saúde. O escritório atua em diferentes segmentos e o da Saúde foi um dos que mais canalizaram projetos e alavancaram os negócios no último ano. Diante de um cenário econômico instável, a executiva ressalta que o principal desafio enfrentado no último ano foi manter o bom desempenho da organização. “O segredo não é vender projetos. A grande questão é viabilizar bons projetos e negócios para nossos clientes, encontrando bons parceiros e maneiras de possibilitar investimentos para a execução das obras”. Em 2016, a empresa entregou projetos no segmento farmacêutico e hospitalar, como as obras no Hospital CEMA, 9 de julho, Hospital San Paolo, em São Paulo, e o contrato da Clínica MegaMed, que prevê a construção de cem unidades em um prazo de dois anos. Segundo Paula, ser eleita como uma das pessoas influenciadoras, independente do segmento, é sempre uma grande responsabilidade e satisfação pelo o trabalho valorizado. “Esse reconhecimento me deixa muito lisonjeada e me mostra que estou no caminho certo em busca do desenvolvimento do meu trabalho na área da saúde”.
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O segredo não é vender projetos. A grande questão é viabilizar bons projetos e negócios para nossos clientes, encontrando bons parceiros e maneiras de possibilitar investimentos para a execução das obras.
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PROFISSIONAL EM DESTAQUE
Arquitetura
Cibeli Bagnato
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m 2016, Cibeli Bagnato e sua equipe da Verzino Arquitetura atuaram em importantes projetos do setor, entre eles a Clínica da Mulher, localizada no Shopping Plaza Mooca. Um projeto bastante inovador, com áreas de exames de prevenção à saúde da mulher, atendimento ambulatorial e vacinação para o Hospital São Cristóvão. “Este projeto teve como base a arquitetura da Clínica especializada em Pré-Natal, inaugurada no ano de 2014, no mesmo local. Seguimos a mesma identidade. Com esta ideia adequamos o projeto com suas complexidade e diversidade”, ressalta a arquiteta.
Cibeli Bagnato
Lauro Miquelin
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L+M pontuou uma nova fase estratégica neste ano, focada nos pilares: inovação, ampliação de mercado e perenidade da marca. Para isso, foi reorganizada toda a estrutura da empresa, com transformações profissionais e nos processos. Além disso, a L+M também se organizou para ampliar sua oferta no mercado da saúde e trabalhar em locais estratégicos, segundo Lauro Miquelin, CEO da empresa. “Em 2017 comemoraremos 30 anos. Vamos focar no crescimento em regiões estratégicas do Brasil e América Latina e ampliar nosso portfólio de serviços acompanhando o dinamismo e demandas do setor.”
Lauro Miquelin
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Paulo Roberto Muniz 94
PROFISSIONAL EM DESTAQUE Engenharia e Construção Paulo Roberto de Morais Muniz
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iretor-superintendente e sócio da Conbral S/A Construtora Brasília, Paulo Roberto de Morais Muniz traz importantes atuações no setor da Saúde no Brasil. Destaca-se, neste último ano, a conclusão da nova sede nacional do Laboratório Sabin em Brasília. Para tanto, foram construídos o núcleo técnico, operacional e administrativo com mais de 14 mil m2 de área construída, aplicando materiais e equipamentos da mais atualizada tecnologia disponível no mercado. A ampliação do laboratório foi norteada com mérito para o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), sistema de certificação e orientação ambiental de edificações criado pelo U.S. Green Building Council. “O Laboratório Sabin irá aumentar em cinco vezes sua capacidade de atendimento nos próximos anos. A expectativa é de realizar quatro milhões de exames por mês, com os equipamentos de última geração instalados”, explica Muniz. Para 2017, o engenheiro e sua equipe já têm importantes planos para o setor da Saúde. “Vamos das continuidade às obras de retrofit do Hospital Brasília, no Lago Sul, e da Maternidade Brasília, no Setor Sudoeste. Além disso, vamos desenvolver um empreendimento imobiliário de nossa propriedade na 616 SUL, em Brasília também, e buscar novos parceiros na área de saúde”, explica. Engenheiro civil, pós-graduado em negócios pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Muniz é acionista da Conbral desde 1977, quando a construtora se tornou uma S.A. Atualmente, acumula os cargos de diretor técnico e superintendente e também é presidente reeleito da ADEMI/DF – Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal.
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O Laboratório Sabin irá dobrar em cinco vezes sua capacidade de atendimento. A expectativa é de realizar quatro milhões de exames por mês com os equipamentos de última geração instalados.
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PROFISSIONAL EM DESTAQUE
Engenharia e Construção
Robson Szigethy
D Robson Szigethy
iretor de Projetos e Construções da Amil, Robson Szigethy dedicou-se este ano ao aprimoramento no planejamento das demandas de engenharia para os hospitais do grupo. “Atuamos em diversos processos de ampliação e de retrofit de unidades médicas em diversas capitais brasileiras e na evolução dos controles de gestão de projetos e construções.” Sua equipe criou um mecanismo de gerenciamento ainda mais eficiente para o desenvolvimento dos projetos e construções em andamento para as novas demandas das unidades do nordeste, a fim de manter o padrão de controle e qualidade existentes na empresa.
Antônio Carlos Cascão
D Antônio Carlos Cascão
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iretor de infraestrutura do Hospital Sírio-Libanês, Antônio Carlos Cascão esteve à frente da maior expansão da história da instituição. No ano passado, o hospital inaugurou três torres, passando de 352 para 650 leitos, em uma área construída de aproximadamente 166 mil m². Segundo Cascão, agora, o Sírio estuda a implantação de um hospital no Rio de Janeiro e a expansão das unidades satélites em São Paulo. “Atuamos na definição de premissas e requisitos, a fim de parametrizar os projetos. Além disso, buscamos tecnologias que podem ser aplicadas ao nosso caso e que têm o melhor rendimento”, salienta.
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Salim Lamha Neto 98
PROFISSIONAL EM DESTAQUE Infraestrutura Salim Lamha Neto
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á mais de quatro décadas na liderança da MHA, Salim Lamha, um dos sócios-fundadores da empresa, ressalta que a formação de uma equipe multidisciplinar tem sido uma premissa para a conclusão de projetos robustos ao longo dos anos. E em 2016, mesmo frente a um cenário de instabilidade econômica, não perdeu de vista a importância de buscar a formação continuada dos profissionais que atuam na companhia. “Lidamos com o desafio de não perder nossa sequência de treinamentos internos e externos, de não perder a essência da estrutura profissional criada e desenvolvida ao longo de muitos anos, mantendo a atualização do grupo, trazendo novos membros e nos adequando a um novo volume de demandas”, conta Lamha. Com tal posicionamento, Lamha e a MHA concluíram projetos de referência na área da Saúde ao longo do último ano, como a ampliação do Hospital Sírio-Libanês – que resultou em um salto do número de leitos, de 352 para 650 – e a finalização do mais moderno bloco do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Já no atendimento ao setor público, destacam-se os projetos do Hospital de Parelheiros (SP), que terá 255 leitos, e do Hospital de Brasilândia (SP), que está em fase de construção e receberá investimentos de R$ 244 milhões. Para 2017, Lamha adianta que ele e a MHA terão muito trabalho. “Cuidaremos da reforma de um empreendimento do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, da nova faculdade de Medicina do Hospital Israelita Albert Einstein, do projeto de um novo hospital da Rede D’Or na região de Campinas e da construção e reforma de instituições de saúde públicas em Salvador”.
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Estamos trabalhando no projeto de um laboratório de pesquisa da Fiocruz em Belo Horizonte, todo feito na tecnologia BIN, que nos dá elementos mais claros de visualização e de soluções de interferência, orçamentação e planejamento de obra.
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PROFISSIONAL EM DESTAQUE
Infraestrutura
Hugo Marques Vinícius Rosa
P Hugo Marques Vinícius Rosa
residente da Método Engenharia, Hugo Marques Vinícius Rosa conseguiu redimensionar a empresa para a realidade do mercado e prepará-la para a retomada da economia a partir de 2017. Na Saúde, a Método vem aperfeiçoando seus processos de gestão para agregar valor nas construções hospitalares, desde a concepção do projeto até o pós-obra. Dentro deste contexto, pode-se citar o BIM 6D, a Engenharia de Valor e a Inovação de modo geral. Em 2016, a Método foi agraciada com o prêmio Ética nos Negócios. “Há uma significativa brecha de oportunidades deixada pelas empresas envolvidas nos atuais escândalos”, acredita Marques.
Marco Alberto da Silva
P Marco Alberto da Silva
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residente da Engemon, Marco Alberto da Silva liderou sua equipe neste momento de crise de 2016 sem perder talentos. “Redimensionamos a empresa, reestruturando, retendo talentos e controlando custos.” Marco está na presidência da Engemon há 25 anos, empresa que conta com mais de 1 mil colaboradores em todo território nacional. “Mantemos nosso foco no mercado privado, sobretudo nos segmentos hospitalar e ambientes corporativos de missão crítica. A despeito da crise político-econômica que assola o país, a Engemon navega na contramão e vislumbra no curto e médio prazo um crescimento exponencial.”
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Renovação Nova sede do Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem
Olhar para o futuro
Instalações modernas e tecnologia de ponta são investimentos do Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem para continuar crescendo com qualidade e sustentabilidade
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om mais de 10 mil m², distribuídos em uma edificação de quatro andares, o Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem (SC), dispõe de 47 consultórios, dois centros de exames e diagnósticos e seis salas cirúrgicas, onde são realizados mais de 1.200 procedimentos por mês. A obra
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que deu origem à moderna estrutura situada no bairro Glória, em Joinville, foi concluída em 2013. Naquele ano, o Hospital foi transferido do endereço onde funcionou por mais de sete décadas, um casarão no Centro da cidade. Para que a mudança se concretizasse, o terreno foi
escolhido com a máxima atenção ao futuro uso e suas implicações, como lembra Luis Eduardo Ribeiro Thiago, sócio-proprietário da Metroquadrado Arquitetura, empresa responsável pelo projeto da nova sede do Sadalla. “Estudamos a ventilação, a insolação e a topografia do terreno. A verdadeira sus-
tentabilidade está na concepção inicial, na correta escolha do terreno e na correta implantação do projeto”. Segundo a gerente administrativa da instituição, Mirian Pinheiro, o cuidado com pacientes e acompanhantes pode ser observado em cada detalhe da arquitetura e design do hospital –
Casarão onde o Hospital funcionou até 2013 na decoração, nas cores das paredes, na mobília funcional e na definição dos fluxos internos. Mirian também ressalta que a segurança é uma premissa em todos os aprimoramentos na estrutura, sempre alinhados com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e Segurança do Trabalho. Atento ao dinamismo do mercado de Oftalmologia, o hospital realizou investimentos expressivos em tecnologia no último ano, conforme destaca a gerente administrativa da instituição. “Investimos em equipamentos de
ponta – softwares, hardwares e soluções digitais –, visando melhorar a gestão e oferecer um serviço de diagnóstico e tratamento completo ao nosso paciente”. De acordo com Mirian, a atenção à infraestrutura é uma premissa da instituição. “Desde a mudança para a nova sede, não poupamos esforços e investimentos em instalações modernas e adequadas, tecnologia de ponta e capacitação da gestão, para que possamos superar o desafio de continuar crescendo com qualidade e sustentabilidade”, finaliza.
“Investimos em equipamentos de ponta – softwares, hardwares e soluções digitais –, visando melhorar a gestão e oferecer um serviço de diagnóstico e tratamento completo ao nosso paciente”, Mirian Pinheiro, gerente administrativa do Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem
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Foto: Edgar Cesar
Crescimento com identidade Hospital do Coração de Goiânia investe em reforma e ampliação sem perder de vista o tradicionalismo e pioneirismo que marcam a história da instituição
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Hospital do Coração de Goiânia é a maior estrutura em Goiás no que se refere ao atendimento na área de cardiologia. Já tradicional não só na capital, mas em todo o estado, o centro hospitalar foi inaugurado em 1982 com foco em atendimento humanizado, dispondo da primeira unidade coronariana do país que permitia a presença de acompanhantes junto aos pacientes. A estrutura inicial era pequena, com apenas cinco leitos de unidade coronária, quatro leitos de pronto-socorro e consultórios. As instalações começaram a se expandir na medida em que a demanda foi aumentando, não comportando mais as necessidades exigidas pela unidade de saúde. Diante deste cenário, a construção de um novo prédio tornou-se inevitável. Para tanto, foi realizada uma ampliação de mais de 7 mil m² de área construída, com dois subsolos e mais cinco andares. Houve também a expansão do setor de diagnósticos, sala de espera e número de consultórios. Trata-se de um hospital completo, com atendimento não só em cardiologia, mas em todas as áreas médicas, desde o diagnóstico ao tratamento. O novo prédio do Hospital contou com um projeHealth 105 ARQ
Renovação
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Fotos: Edgar Cesar
to de ampliação que prezou pelo cuidado nos detalhes e nos aspectos macro. Hoje, a unidade apresenta uma edificação que conta com 20 leitos de UTI, oito leitos de emergência, dez leitos de enfermaria, 32 apartamentos, seis salas cirúrgicas e duas salas hemodinâmicas. De acordo com Eneida Silva, sócia-proprietária da Frater Arquitetura, escritório responsável pela expansão, o projeto foi planejado em duas etapas, sendo a primeira de construção e ocupação do novo prédio. Já a segunda, ainda não concluída, prevê a completa reforma do edifício antigo, transformando-o em um moderno centro clínico com mais de 30 consultórios. Segundo Eneida, para facilitar a flexibilidade das instalações, foi realizada uma modulação na estrutura, utilizando-se dos apartamentos da internação e das lajes planas. “Nas áreas de exames, foi utilizado drywall nas divisões internas para que se tenha uma melhor flexibilidade para possíveis alterações no setor e trocas de equipamentos”, complementa. Para otimizar a circulação de pacientes e colaboradores, foram criados acessos bem definidos e sinalizados nas áreas de internação, pronto-socorro, serviços e veículos, respeitando as particularidades e restrições em cada área.
“A otimização da circulação e do controle de acessos é essencial. Para que fosse possível uma boa organização nos fluxos, foi necessária a adoção de um sistema eficaz de controle de acessos e gerenciamento, que se deu através de catracas informatizadas e elevadores com controle de acesso individualizado por meio de identificação do usuário e destino”, explica Ronaldo Silva, sócio-proprietário da Frater Arquitetura.
Desafios
Pelo Hospital estar localizado em uma região central da cidade, a disponibilidade de terrenos livres para a construção de um novo prédio foi dificultada. Para tanto, visando uma solução apropriada, foi adquirido um terreno em frente ao antigo prédio. Segundo Eneida, um dos desafios da obra foi construir uma edificação com um amplo programa de necessidades em um terreno pequeno e com di-
versas condicionantes, típicas de um bairro essencialmente residencial e com alto fluxo de veículos e pessoas. O desafio encontrado, de acordo com Ronaldo, foi o planejamento de um novo prédio que traduzisse todo o tradicionalismo e pioneirismo do Hospital do Coração de Goiânia. Foi elaborado um projeto de ampliação que visasse as particularidades e a identidade da unidade.
Foto: Edgar Cesar
Acessibilidade
Por se tratar de um lote pequeno e localizado na extremidade da quadra, os acessos foram definidos de maneira fácil, proporcionando passagem para cada área do complexo hospitalar sem a existência de conflitos. Para tanto, foram posicionadas vagas de estacionamento no térreo, próximas ao pronto atendimento, que facilitam o acesso ao setor de emergência e áreas de embarque e desembarque de pacientes no acesso principal – destinado ao setor de internação e diagnóstico. “A acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida foi garantida em toda edificação, por meio de rampas e elevadores facilmente acessíveis, que ligam o térreo a todos os pavimentos superiores”, explica Eneida Silva. Visando melhorar a agilidade dos atendimentos, além dos acessos de veículos e pedestres pelo térreo, foi planejado também acesso aéreo por meio de heliponto. Health 107 ARQ
Foto: Edgar Cesar
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Health ARQ
Sustentabilidade Atualmente, é impossível pensar em inovação e modernização sem levar em conta a sustentabilidade. A redução do consumo energético é essencial na aplicação de medidas sustentáveis satisfatórias. Foi pensando nisso que o escritório de arquitetura elaborou um projeto que aproveitasse ao máximo a iluminação e a ventilação natural, visando não só a economia de energia, mas também o bem-estar dos pacientes. Segundo Eneida, em todos os apartamentos foram adotadas esquadrias de vidro duplo, objetivando conforto termoacústico e interação do paciente com o exterior do prédio. Nas áreas externas, foram utilizados pisos drenantes e implantados jardins, criando assim uma absorção mais eficaz da água pluvial captada na projeção do terreno, contribuindo não só para o abastecimento do lençol freático, mas também ajudando o sistema de captação de água pluvial da cidade. Além disso, foi utilizada iluminação natural em circulações, ambientes de serviços e, principalmente, em locais de uso de pacientes. “É muito importante a utilização da iluminação natural em ambientes de permanência prolongada, trazendo conforto e humanização, impactando na qualidade do serviço oferecido e na recuperação das pessoas em tratamento”.
Foi adotado no Hospital do Coração de Goiânia o conceito de hotelaria hospitalar, que possibilita ambientes mais acolhedores através da utilização de cores, diferentes materiais, decoração, iluminação confortável e sistema de atendimento diferenciado –detalhes que são benéficos aos pacientes e aos funcionários, minimizando a sensação negativa com relação ao ambiente hospitalar. Partindo deste princípio, em sua decoração, o Hospital utiliza tons amadeirados e manta vinílica nos pisos, trazendo conforto visual e proporcionando melhores condições de higiene.
Foto: Edgar Cesar
Humanização
“A acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida foi garantida em toda edificação, por meio de rampas e elevadores facilmente acessíveis que ligam o térreo a todos os pavimentos superiores”, Ronaldo e Eneida Silva
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Sustentabilidade UTI do Hospital Santa Helena, em Camaçari
Benefícios incontáveis As estratégias e soluções que fazem da arquitetura hospitalar a chave para a gestão eficiente das instituições de saúde 110
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Foto: Xico Diniz
Fotos: Xico Diniz
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globalização está transformando, constantemente, a forma como o mundo se comporta. Os consumidores, por exemplo, estão cada vez mais exigentes e envolvidos com as novidades do mercado. Acontecem, diariamente, diversas evoluções tecnológicas em todas as áreas, levando as empresas a se adequarem aos desejos e necessidades dos clientes. Essa realidade também está presente no setor de saúde. O gestor hospitalar tem a responsabilidade de planejar estratégias capazes de alcançar os resultados esperados pela instituição, além de obter, simultaneamente, a satisfação dos pacientes. A elaboração de projetos arquitetônicos é uma forma inteligente para alcançar esses objetivos. A arquitetura hospitalar é uma das peças fundamentais para uma boa gestão, uma vez que ela pode auxiliar na prevenção de riscos de infecções hospitalares e na agilidade de processos, além de propiciar inovação e conforto ao ambiente. Uma construção bem planejada pode também se tornar um diferencial para a organização. Segundo Cristiane Pepe, especialista na área de arquitetura hospitalar, para melhor viver com a sociedade, um hospital não deve proporcionar referências ruins à comunidade. “Uma instituição de saúde não pode transmitir a ideia de doença, mas, assim como áreas de lazer,
Consultório em Clínica de Cardiologia em Salvador
Recepção da Clínica de Nefrologia em Salvador
Recepção da Clínica Delfin, em Lauro de Freitas Health 111 ARQ
Sustentabilidade
deve passar a sensação de uma área amigável e em harmonia com o meio ambiente”, complementa. Uma boa estratégia de planejamento arquitetônico, de acordo com a profissional, é a utilização de ambientes como parques, áreas verdes e espaços terapêuticos dentro das instituições. Além disso, o uso de telhados verdes, paredes verdes e vidros para interligar o paciente ao mundo exterior também é sempre muito bem-vindo. Outro segredo está no conforto luminotécnico. Através da utilização da luz natural nas circulações e em todas as áreas da estrutura, visando à privacidade, é possível proporcionar ao hospitalizado um contato visual com o mundo exterior. Para minimizar o aquecimento dentro dos edifícios, é interessante a elaboração de prédios perfurados e articulados para a ventilação. Diminuir as áreas de estacionamentos externos também pode auxiliar na diminuição do acaloramento no local. “O ideal seria projetar o estacionamento sob parques verdes ou sob o próprio edifício”, salienta Cristiane. A arquiteta defende que em um projeto hospitalar é indispensável a elaboração de um estudo sobre a cultura e regras locais. Além disso, é necessário entender o terreno, analisar a possibilidade de expansão e integração com áreas verdes. 112
Health ARQ
Maquete - Complexo Médico CIS - Fachada -Bahia
Maquete - Recepção CIS VIVER BIOS - Salvador
Maquete - Bio Images RA Barreiras
Fotos: Xico Diniz
Tecnologia De acordo com Cristiane Pepe, atualmente, a tecnologia na arquitetura hospitalar está auxiliando na eliminação de áreas antes obrigatórias e hoje desnecessárias, além de trazer equipamentos cada vez mais eficientes e de menor porte. Já na área médica, segundo a arquiteta, a telemedicina e os equipamentos robotizados são tendências. “Eles reduzem o tempo de processo e de limpeza, auxiliam na diminuição das infecções hospitalares e aumentam a eficiência. A engenharia clínica aliada à arquitetura hospitalar acrescenta eficiência ao projeto”, analisa.
Expertise na saúde
O escritório Cristiane Pepe Arquitetura e Design atua há 26 anos no mercado de arquitetura hospitalar. Na área de saúde, possui a destreza de misturar materiais e cores harmoniosamente. Atuou em instituições como Hospital de Ilhéus, Hospital Arthur Ramos e Complexo Médico Cis Viver, elaborando projetos na área de medicina nuclear e radioterapia. Há 17 anos a empresa realiza parceria com o Grupo Delfin, referência em Bio-Imagem na Bahia, onde projetou a Unidade Itaigara, obra dividida em três blocos, além do Hospital São Rafael, Hospital Português, Hospital da Bahia, Clínica Villas do Atlântico e o Complexo Médico de Lauro de Freitas, unidade de radioterapia. O escritório também atuou na UTI neurológica do Hospital Arthur Ramos, onde produziu um trabalho moderno no que diz respeito ao uso de cores e materiais. Nesta obra, especificamente, a empresa elaborou um projeto que priorizou a utilização da luz natural integrada à recepção, aplicação de piso desenhado em manta vinílica, balcão e cubas de apoio ergonômicas em corian branco conjugado ao uso de iluminação em fita LED embutida no bate maca de PVC.
Detalhe da recepção da Clínica Delfin, em Lauro de Freitas
Espera familiar no Hospital Arthur Ramos, em Maceió Health 113 ARQ
Instalações 114
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Sistemas eficazes Além de promover segurança e qualidade, os projetos de instalações evitam desperdícios e problemas futuros
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ma cidade médica cautelosamente planejada e projetada para atender todas as necessidades médicas e de pacientes em um só lugar. É através desse princípio que o Americas Medical City se define. Com uma área de 72 mil m², o complexo apresenta um modelo de solução integrada para saúde, abrangendo todas as demandas em prevenção, diagnóstico, tratamento clínico ou cirúrgico e reabilitação. O projeto de uma obra precisa, indispensavelmente, apresentar um planejamento de instalações adequado a fim de evitar problemas futuros, como, por exemplo, o desperdício de água e energia. Dentro dessa realidade, a primeira cidade médica da América Latina buscou, em seus processos de instalações, priorizar mecanismos que
promovessem a qualidade, a segurança e o conforto aos seus usuários. Devido às atividades altamente complexas, o Americas Medical Center apresentou um projeto de instalações desafiador em todas as suas etapas. Para desenvolver esse planejamento, o complexo contou com a parceria da empresa Vertical Technology, que executou as instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, automação, além de sistemas especiais, de áudio e vídeo, e combate a incêndio – desde a infraestrutura básica ao detalhamento da subestação, gerenciamento de automação, sistemas de tratamento de água, casa de máquina de incêndio e rack de telecom. Segundo Rogerio Travassos, Gerente de Contratos da empresa, o processo de instalações foi dividido em duas
etapas; a primeira, entregue em 2015, contemplou a realização de toda a rede externa de infraestrutura e cabeamento elétrico, tubulações hidráulicas, rede de incêndio, tubulação de gás e iluminação paisagística, referentes aos blocos A, B e C. Já segunda etapa, ainda em execução, também contempla todas as instalações realizadas na fase anterior, porém, desta vez, referentes às áreas internas e externas dos blocos D e E. Além disso, esses blocos contarão com uma rede de automação interligada com as redes dos outros blocos na sala do gerenciamento de manutenção do hospital. “Essa supervisão remota dos sistemas instalados faz com que a identificação e o reparo de alguma anomalia sejam solucionados mais rápido”, explica Travassos. Health 115 ARQ
Instalações
Instalações e automação Emendas mal feitas, materiais de baixa qualidade e não apropriados são, constantemente, grandes responsáveis por desperdício de água e energia nas construções. Um fio elétrico de tamanho não adequado, por exemplo, pode esquentar mais do que o devido, provocando perda de energia. Para impedir situações como essa, as instalações elétricas aplicadas no Americas Medical visam um grau de proteção especial, que traz segurança aos indivíduos presentes no ambiente hospitalar. Para tanto, segundo o gerente de contratos, são utilizados geradores e Sistema IT Médico – que utiliza um dispositivo de supervisão de isolamento, diminuindo, consideravelmente, o risco de choques elétricos – nas salas de cirurgia, por exemplo. Já em relação à automação, a rede de combate a incêndio empregada no complexo é oriunda dos tradicionais pontos de hidrante e, em alguns setores, de rede de sprinkler, que age rapidamente em caso de acidente. “Todos os prédios possuem um eficaz sistema de alarme e monitoramento de incêndio”, acrescenta Travassos. Outro detalhe de automação é a rede de áudio e vídeo que será aplicada no bloco E. Essa rede será dimensionada para a transmissão direta das salas cirúrgicas, em tempo real, permitindo a visualização nas salas de treinamento em outras áreas fora do Americas Medical Center. Segundo o gerente de contratos, esse sistema possibiliza a expansão do acesso de profissionais para a formação de médicos e especialistas da área. 116
Health ARQ
Desafio Um dos grandes desafios do projeto foi a complexidade e a inovação tecnológica do Centro de Treinamento em Cirurgia Minimamente Invasiva do complexo. “O desafio foi executar um projeto onde não existe a possibilidade de um plano b. Neste caso, a eficiência e eficácia são tudo, uma vez que os destinos práticos envolvem vidas humanas”, analisa Daniel Ribeiro, engenheiro de instalações da Vertical Technology.
“Todos os prédios possuem um eficaz sistema de alarme e monitoramento de incêndio”, Rogerio Travassos, Gerente de Contratos da Vertical Technology
“O desafio foi executar um projeto onde não existe a possibilidade de um plano b. Neste caso, a eficiência e eficácia são tudo, uma vez que os destinos práticos envolvem vidas humanas”, Daniel Ribeiro, engenheiro de instalações da Vertical Technology
Health 117 ARQ
Construção Recepção da Clínica MegaMed
Muito trabalho no canteiro de obras Clínica de consultas e medicina diagnóstica inicia expansão que elevará o número de unidades de saúde de uma para aproximadamente cem em todo o Brasil até 2018
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undada em 2013 e com mais de 39 mil atendimentos realizados, a Clínica MegaMed, voltada para consultas e medicina diagnóstica, vive uma fase de expansão agressiva. Até o final de 2018, a organização passará de uma unidade de saúde para aproximadamente cem em todo o Brasil. Entre os objetivos da expansão está o cumprimento da missão da MegaMed de proporcionar acesso e qualidade assistencial para seus clientes e, para isso, contará com a parceria da Fiorentini para executar cada um dos projetos das novas clínicas, já com prazo de entrega da primeira unidade em fevereiro de 2017. Essas clínicas, voltadas para um segmento de baixa renda da sociedade, visam ampliar o acesso às consultas e medicina diagnóstica. Segundo a diretora da Fiorentini Arquitetura Hospitalar, arquiteta Paula Fiorentini, além da coordenação do grande volume de obras, o desafio da empresa foi desenvolver projetos que priorizassem a eficiência operacional das unidades e a redução de custo operacional, uma vez que o ticket médio é baixo e os investidores precisam de uma margem aceitável para continuar investindo nas unidades. “Esse projeto arquitetônico precisa ter excelência em termos de capacidade instalada, redução de custos operacionais, tendo em vista a visão de negócio da clínica”, acrescenta Paula. Toda coordenação e organização dos projetos complementares também está sob responsabilidade da empresa de arquitetura. Para a executiva, é necessário ter grande agilidade, pois a execução da segunda clínica, primeira da expansão, possui certa urgência, uma vez que a previsão de inauguração é fevereiro de 2017. Health 119 ARQ
Construção Sala de espera da Clínica MegaMed
As novas unidades abrangerão um nicho muito importante de pacientes, uma vez que o SUS (Sistema Único de Saúde) deixa uma lacuna muito grande relacionada a consultas e medicina diagnóstica. A rede de clínicas pretende oferecer serviços visando eficiência, rapidez e, principalmente, qualidade para o paciente que não possui condições de pagar por um plano de saúde e que também não é bem 120
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atendido pelo SUS. Para alcançar os objetivos desejados, foi necessário desenvolver um projeto arquitetônico inteligente e que otimizasse os processos. “Todos os fluxos foram pensados e desenhados otimizando esses processos assistenciais, o custo operacional reduzido. Esse é um projeto que busca inteligência financeira para a instituição, mas também um custo operacional reduzido e principalmen-
te qualidade assistencial”, completa Paula. De acordo com a executiva, as perspectivas da Fiorentini para 2017 são extremamente positivas. “Iniciaremos o ano fazendo o projeto do novo Hospital Pérola Byton, em São Paulo, que terá cerca de 50 mil m² de área, sendo uma parceria público-privada com a Construcap”. Além disso, a empresa realizará projetos para clínicas e hospitais de retaguarda.
Health 121 ARQ
Renovação
III Fórum Healthcare Business e Prêmio Excelência da Saúde 2016 Grupo Mídia promove evento para mais de 150 executivos do setor da Saúde no Sofitel Jequitimar 122
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tica, compliance, transparência e excelência na gestão. Esses foram os temas debatidos durante o III Fórum Healthcare Business, realizado pelo Grupo Mídia, no Sofitel Jequitimar, em Guarujá, no mês de outubro. O evento reuniu mais de 150 gestores convida-
dos e seus acompanhantes. O professor Doutor na Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, Leandro Karnal, abordou a Ética na Saúde. O historiador explorou a transparência tanto na gestão como na vida pessoal. “A vida ética é a que dá menos trabalho, que permite uma vida bem-
-sucedida. A vida ética é o melhor caminho tanto para a vida pessoal como para a profissional.” Alexandre Slivnik, autor do best seller “O Poder da Atitude”, um dos maiores especialistas em excelência na gestão Disney e engajamento de equipe, também palestrou para os gestores. Health 123 ARQ
Renovação
Slivnik falou sobre a importância da humanização do atendimento e o papel da liderança neste quesito. “O papel do líder é fundamental para que a missão da empresa seja colocada em prática com excelência.” O tema central das mesas redondas foi Compliance e Ética na gestão. “Diante do atual cenário político que o país atravessa, com escândalos de corrupção sendo deflagrados todos os dias, pensamos em proporcionar para os gestores debates acerca da importância da ética e transparência na administração”, explica Edmilson Jr. Caparelli, CEO do Grupo Mídia. A primeira mesa do dia trouxe o tema “O compliance e seu impacto financeiro na gestão” e contou com a participação de Sandra Franco, presidente da comissão de Direito da Saúde e Responsabilidade Civil Médico-Hospitalar da OAB de São José dos Campos; Vivian Nicele Andrade, da coordenação de compliance da Unimed-BH; Adriano Flávio de Lima, diretor de operações do Instituto Nacional do Desenvolvimento Social e Humano; Francisco Balestrin, presidente da Associação Nacional dos Hospitais Privados; e Eduardo de Oliveira, vice-presidente da FBH. O debate foi mediado por Lauro Miquelin, CEO da L+M. No período da tarde, a discussão abordou “Perspectivas e Tendências do Compliance na Saúde”. Participaram do debate Felipe Kietzmann, diretor do Grupo de Compliance da ABIMED; Claudia Scarpim, diretora Executiva na ABRAIDI e do Instituto Ética Saúde; Matheus Sabbag, responsável pela gestão das áreas de Riscos e Compliance do Grupo Fleury; José Roberto Ferro, presidente do Lean Institute; Juliana Oliveira Nascimento, advogada e consultora da Unimed Curitiba. O debate foi mediado pela editora do Grupo Mídia, Carla de Paula Pinto. O diretor executivo da Fundação São Francisco Xavier, Luiz Márcio Araújo, também concedeu uma palestra aos convidados sobre compliance na relação entres hospitais e operadoras de saúde. Por fim, David Oliveira, da Decida Consultoria, encerrou o evento com a palestra “Rumo ao hospital digital”. 124
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Excelência da Saúde 2016 Além das palestras e debates, o Grupo Mídia também realizou no mesmo local a premiação “Excelência da Saúde 2016”, na qual foram homenageadas instituições de saúde que mais se destacaram no setor no último ano. No total, foram 13 categorias com três homenageados em cada, em diversas vertentes da gestão como: Governança Corporativa, Gente e Gestão, Responsabilidade Socioambiental, Tecnologia, entre outras. A homenageada da noi-
te pelo Grupo Mídia foi a Federação Brasileira dos Administradores Hospitalares (FBAH). Na ocasião, Paulo Camara, presidente da FBAH, falou sobre a parceria entre a entidade e o Grupo Mídia. “É com muita felicidade que anuncio que, a partir de agora, o Grupo Mídia será responsável pela publicação da revista Administradores Hospitalares, bem como o organizador dos fóruns e congressos que vamos realizar na Hospitalar 2017.”
“Diante do atual cenário político que o país atravessa, com escândalos de corrupção sendo deflagrados todos os dias, pensamos em proporcionar para os gestores debates acerca da importância da ética e transparência na administração”, Edmilson Jr. Caparelli, EO do Grupo Mídia Health 125 ARQ
Vencedores em Arquitetura e Engenharia Entre as categorias homenageadas no Excelência da Saúde 2016 estão os destaques em Arquitetura e Engenharia. Confira abaixo os eleitos:
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Unimed Governador Valadares
Anderson Pereira do Santos
A maior realização de 2016 da Unimed Governador Valadares é a construção de seu hospital que atenderá casos de média e alta complexidade. Todo o projeto do hospital, com área total construída de mais de 28.000 m², tem referência verticalizada para atender os conceitos de inovação, versatilidade e logística. “As principais características do hospital Unimed são a qualidade e a humanização do atendimento aos beneficiários, agilidade nos serviços e estabelecimento de eficientes métodos de controle. Ao todo são nove pavimentos e 136 leitos que compreendem: internação clínica, cirúrgica, geral, intensiva, adulta e pediátrica, maternidade e UTI’s”, explica Anderson Pereira dos Santos, diretor presidente da UGV.
Hospital São Camilo – Unidade Pompeia A criação de vários centros de referência foi uma das principais conquistas do Hospital São Camilo – Unidade Pompeia em 2015. De acordo com Halysson Nario, diretor de Operações da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, no último ano, a instituição inaugurou seu Centro de Tratamentos de Feridas e Cuidados da Pele, Centro de Saúde da Mulher e o Serviço de Radiologia Intervencionista, que oferece maior precisão no diagnóstico e permite a realização de diversos exames e tratamentos minimante invasivos. “Manter o equilíbrio na expansão da organização, de maneira sólida e sustentável, é nosso objetivo para o próximo ano”, adianta Nario.
Hospital São José
Ricardo Hutter
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A inauguração da nova torre do Hospital São José, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, foi uma grande conquista para a instituição neste ano. O projeto oferece a vanguarda da medicina com o máximo de conforto e segurança, com instalações físicas diferenciadas em relação ao que o mercado oferece, desde o sistema de ar-condicionado até o projeto de arquitetura como um todo. “Outro destaque é o conceito de alta resolutividade, um modelo construído com o paciente no centro das necessidades, o que permite mais agilidade no atendimento e mais conforto para o paciente e acompanhantes”, explica Ricardo Hutter, superintendente-executivo da instituição. Foram investidos R$ 140 milhões para a nova torre.
Acabamento
Atraente sob diversas perspectivas
Além de propiciar maior controle solar, ventilação, isolamento acústico e térmico, as fachadas de vidro conferem visual limpo e moderno aos hospitais
A
arquitetura hospitalar tem ganhado nova forma. Os novos projetos idealizam, cada vez mais, espaços que, além de funcionais, também contribuem para o conforto e a recuperação dos pacientes. Ambientes clínicos e assépticos garantem um ar mais acolhedor, com materiais, acabamentos, mobiliários e cores que fogem dos padrões tracionais das instalações hospitalares. O uso de fechadas de vidro integral é um exemplo de tendência que tem ganhado força em projetos na área da saúde. Com apelo visual atraente e moderno, elas possibilitam o controle solar, térmico e acústico dos ambientes. Outra aplicação é a ‘segunda pele’ ou fachada dupla. Neste caso, a fachada apresenta a finalidade de sombrear a edificação como se fosse um brise, porém, reduz a interferência na visão do ocupante e no visual do prédio. Além disso, ela permite
também a existência de um sistema de conexão de ar que auxilia na ventilação da fachada primária, permitindo a passagem de ar entre ambas.
Aplicação Para projetar uma fachada de vidro, primeiramente, é preciso analisar as diversas possibilidades, limitações e particularidades de cada sistema estrutural. A escolha dos terrenos também é de suma importância, visto que o projeto precisa considerar as influências do entorno e também trazer contribuições para o local onde será implantado. A montagem das fachadas é realizada em partes. Primeiro, é preparada a estrutura portante, podendo ser metálica, de vidros ou com cabos de aço. Depois, são instaladas as peças de fixação dos vidros. Em seguida, as vidraças de fechamento, a fachada em si e, por fim, é feita a vedação entre os vidros, quando necessário.
Isolamento A fachada de vidro integral possibilita a utilização de diversas opções de vidros, que atendem até mesmo os maiores níveis de exigência de controle solar, térmico e acústico. Entre essas possibilidades, está o vidro de controle solar low-e, o duplo insulado, o serigrafado, e materiais e peças de conexão com ruptura térmica. Essas aplicações estão sendo utilizadas em hospitais do mundo todo, com a finalidade de proporcionar humanização e sustentabilidade aos ambientes.
Vantagens Além de proporcionarem eficiência energética para o interior das edificações, apresentarem fácil manutenção e elevada durabilidade, as fachadas em vidro encantam pelo estilo moderno. Contudo, trata-se de um sistema mais caro, que requer maior grau de engenharia, materiais nobres e mão de obra especializada na instalação. Health 127 ARQ
Eventos 2016 / 2017 Dezembro Evento: Líderes da Saúde Local: Espaço Apas – São Paulo Data: 6 de dezembro de 2016 Informações: ideresdasaude.com.br
Janeiro Evento: BAU 2017 – Feira Líder Mundial de Arquitetura, Materiais e Sistemas Local: Munique – Alemanha Data: 16 a 21 de janeiro de 2017 Mais informações: bau-muenchen.com/index-2.html
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