HealthARQ 23ª Edição

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CARTA AO LEITOR

Acreditar, praticar, melhorar e compartilhar Recentemente, tive a oportunidade de assistir a uma palestra do CEO da Elektro, Marcio Fernandes, na qual ele trazia a visão da indústria para a gestão de hospitais. Eleito o líder mais admirado do país pela revista Você S/A, Fernandes defende uma filosofia inovadora de gestão, que tem como base: acreditar, praticar, melhorar e compartilhar. Para o executivo, esse é o caminho para tornar os negócios mais sustentáveis. O argumento de Fernandes me chamou a atenção, principalmente, porque acredito que se aplique à gestão de empreendimentos em diferentes setores, às atividades profissionais cotidianas e até mesmo à forma como administramos nossa vida pessoal. Trazendo a filosofia do “acreditar, praticar, melhorar e compartilhar” para o universo da arquitetura e engenharia de edifícios de saúde, chamo a atenção para a possibilidade de superação contínua, a partir da crença de que sempre é possível criar e executar projetos inovadores, focados no bem-estar e na cura dos pacientes. A exemplo disso, compartilhamos, na matéria de capa desta edição, os aspectos que tornam o Hospital Psiquiátrico de Slagelse, na Dinamarca, uma construção única, que cumpre com maestria o papel de aproximar pessoas, em um ambiente aberto, caloroso e favorável à cura. O contato com experiências internacionais inovadoras, como a do hospital dinamarquês, não só é positivo – porque permite aos profissionais identificar tendências e aprimorar práticas – como é essencial para a vitalidade das empresas em um mercado cada vez mais competitivo. Neste sentido, espero que essa reflexão possibilite a superação do prazeroso desafio de projetar e executar construções de saúde que traduzam uma preocupação genuína com a qualidade da saúde dos brasileiros. E que, assim, entremos em um ciclo

virtuoso, de projetos de arquitetura e engenharia de vanguarda, que posicionem o Brasil entre as lideranças mundiais inspiradoras no setor de construções hospitalares. Ótima leitura!

Edmilson Jr. Caparelli CEO e Publisher



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CAPA DA EDIÇÃO Concebido como um espaço aberto, informal e acolhedor, no qual a transparência é aplicada como recurso para promover a aproximação entre as pessoas, o Hospital Psiquiátrico de Slagelse é o vencedor do Prêmio Internacional MIPIM 2017. Conheça as características que fizeram do edifício o melhor projeto de desenvolvimento em saúde.

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HUMANIZAÇÃO Projeto arquitetônico que visa a privacidade dos pacientes e a agilidade dos atendimentos norteia obra da nova torre do Hospital Niterói D’Or, que tem conclusão prevista para 2019. Com a ampliação, a Rede D’Or planeja implantar o sistema de triagem Smart Track no Pronto Atendimento do Hospital. 10

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CONSTRUÇÃO Obra da nova torre do Hospital Moinhos de Vento (RS) está em estágio final e deve ser concluída no segundo semestre deste ano. A inauguração do prédio, cujo projeto de ambientação segue a tendência homelike, ampliará a capacidade da instituição em 100 leitos e beneficiará 3 mil pacientes por ano.


NESTA EDIÇÃO N.23 - MARÇO | ABRIL | MAIO | 2017

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INSTALAÇÕES Em Ribeirão Preto (SP), está em construção um moderno Centro Médico com 32 clínicas e um Hospital Dia no RibeirãoShopping. Para evitar transtornos aos lojistas e consumidores, o projeto hidráulico do Centro especifica bombas e trituradores sanitários eficientes, que não exigem a quebra de pisos para a instalação das tubulações.

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SUSTENTABILIDADE Com investimento de R$ 50 milhões, o Sabin Medicina Diagnóstica tem uma nova sede em Brasília (DF). A edificação possui área total construída de 14 mil m² e foi projetada e executada segundo padrões internacionais de sustentabilidade, em busca da certificação LEED Gold.

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RENOVAÇÃO Após várias obras de reforma e expansão, Hospital São Lucas, em Copacabana, inaugura a maior Emergência da zona Sul do Rio de Janeiro, com infraestrutura moderna e um fluxo de atendimento planejado para dar mais agilidade à assistência médica do Hospital.

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HUMANIZAÇÃO O Sistema de Saúde Mãe de Deus terá uma unidade especializada em oncologia integrada à atual estrutura do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre (RS). Executado em três etapas, o projeto do Hospital do Câncer Mãe de Deus resultará em uma unidade com 50 leitos, 16 salas cirúrgicas e 2 salas híbridas. Health ARQ

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NOVAS INSTALAÇÕES Hospital Márcio Cunha inaugura primeira unidade de Oncologia Pediátrica do Leste de Minas A Fundação São Francisco Xavier (FSFX) e a Usiminas inauguraram, no início de maio, novas instalações do Hospital Márcio Cunha (HMC). Foram investidos R$ 25 milhões na estruturação da primeira unidade de Oncologia Pediátrica do Leste de Minas, na ampliação e modernização da Unidade de Oncologia e do Centro de Terapia Renal Substitutiva, e na criação do Centro de Reabilitação e da Casa das Mães. Os novos setores foram viabilizados com recursos da própria instituição, dos governos federal e estadual e de 23 empresas parceiras, por meio do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica e do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde dos Pacientes com Deficiência.

EMERGÊNCIA REFERENCIADA Nova área de pronto-socorro do Incor é inaugurada Com investimentos de R$ 15,6 milhões, a nova área de pronto-socorro do Instituto do Coração (Incor), unidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), foi inaugurada em abril, a fim de proporcionar ainda mais eficiência ao atendimento de emergências cardiológicas e pneumológicas graves e gravíssimas. A reforma e ampliação do espaço, que tem 1.600 m², mantém a capacidade atual de 900 atendimentos/mês, porém com mais conforto para os pacientes e melhores condições de trabalho para as equipes médicas. A inauguração faz parte das obras em andamento do Bloco III do Incor.

Fotos: Divulgação

INICIATIVA PIONEIRA Hospital no ABC paulista ganha leitos de UTI e Ambulatório de Viajantes A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo investiu R$ 3,3 milhões na ampliação do setor de emergência do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André (SP), – que ganhou dez novos leitos de UTI – e na criação do Ambulatório de Viajantes do ABC, entregues em abril. Considerado pioneiro na região, o Ambulatório de Viajantes é uma iniciativa da Faculdade de Medicina do ABC para orientar pessoas que vão viajar para outras localidades do Brasil ou do exterior sobre os cuidados quanto à prevenção de doenças infectocontagiosas nos locais aos quais se destinam. Além disso, oferece atendimento às pessoas que retornam de viagens com sintomas de doenças que possam ter sido contraídas fora.

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Baixe o aplicativo Zappar e confira a visita da Mobiliare Marcenaria Hospitalar ao Grupo Mídia

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MATERNO INFANTIL Real D’Or é o novo hospital da Rede D’Or São Luiz Gestantes da Região Oeste à Norte do Rio de Janeiro podem usufruir, dos serviços do novo hospital da Rede D’Or São Luiz – o Real D’Or. A unidade conta com serviço de emergência obstétrica, atendimento a gestantes em caso de urgência, assim como eletivo, e dispõe de 12 leitos da UTI Neonatal e 8 leitos de UTI Pediátrica. O hospital trabalha com o modelo de alojamento conjunto, possibilitando que mãe e bebê estreitem os laços após o nascimento. O investimento de R$ 20 milhões na unidade contemplou a adequação da estrutura predial, aquisição de equipamentos de alta tecnologia e ambientação humanizada.

RELACIONAMENTO Grupo Mídia recebe a visita de Hermes Pereira, da Mobiliare Marcenaria Hospitalar O empresário Hermes Lúcio Pereira, sócio-proprietário da Mobiliare Marcenaria Hospitalar, visitou a sede do Grupo Mídia, em Ribeirão Preto. Na ocasião, Pereira contou sobre a atuação da empresa e as novidades

REFERÊNCIA EM ONCOLOGIA Hospital de Câncer de Barretos inaugura Centro de Pesquisa Molecular O Hospital de Câncer de Barretos comemora 55 anos com a inauguração do Centro de Pesquisa Molecular em Prevenção de Câncer, situado em um prédio de três andares onde são encontrados equipamentos modernos e tecnologia avançada para a realização de pesquisas em diferentes campos da oncologia molecular, como a genômica, que analisa o DNA do tumor dos pacientes, e estudos de funcionamento anormal e agressivo das células tumorais. O Centro também abrigará uma extensão do maior banco de amostras de tumores da América Latina, que reúne, hoje, cerca de 180 mil amostras, e terá capacidade para duplicar o seu acervo.

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Fotos: Divulgação

para 2017, como os caminhões SOS Marcenaria Hospitalar. “O objetivo é prestar pronto-atendimento aos clientes da empresa. O caminhão é equipado com máquina central de corte, gerador central e todos os materiais específicos que o hospital utiliza, obedecendo a identidade da instituição.” Confira a entrevista na íntegra no portal da HealthARQ.


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Palavra da Editora

Criações fascinantes

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Prêmio MIPIM, competição internacional que seleciona os projetos mais notáveis já construídos ou em fase de construção do mundo, elegeu o Hospital Psiquiátrico de Slagelse, na Dinamarca, como o grande vencedor entre as edificações de saúde. Esta instituição inovadora e inspiradora é o grande destaque desta edição da HealthARQ. Desenvolvido a partir de um ambicioso projeto, o edifício é constituído por enfermarias gerais psiquiátricas e de alta segurança, clínica ambulatorial, recepção de emergência, instalações de treinamento, piscina e um centro de pesquisa e educação. A identidade do projeto insere na arquitetura os princípios da recuperação, apostando na transparência e na proximidade entre as pessoas, e na flexibilidade de espaços. Os conceitos de uma moderna psiquiatria foram traduzidos com sucesso em uma arquitetura que é favorável, calorosa e acolhedora, focando no cuidado de cada paciente. Também trazemos inspirações aqui do Brasil. Exemplo disso é o Hospital São Lucas, em Copacabana, que inaugurou, no começo deste ano, uma Emergência com infraestrutura moderna e fluxo de atendimento planejado para dar mais agilidade à assistência médica. O engenheiro Fernando Martins, diretor da Empa, explica sobre o trabalho e os principais desafios da obra, como a gestão de entulhos e o transporte de materiais. Na reportagem sobre a nova torre do Hospital Moinhos de Vento, que tem conclusão prevista para o segundo semestre deste ano, Pedro Tedesco Silber, diretor-presidente da Construtora Tedesco, eleito entre os 100 Mais Influentes da Saúde de 2017 na categoria Infraestrutura, explica como está a obra e cita algumas soluções pré-fabricadas que estão sendo implantadas, como a substituição da estrutura de concreto tradicional pela estrutura metálica. E lembrando dos 100 Mais Influentes da Saúde, aproveito para parabenizar alguns arquitetos e engenheiros que 16

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estão na lista de 2017, como Paula Fiorentini, da Fiorentini Arquitetura; André Abucham, da Engeform; Robson Szigethy, do UnitedHealth Group Brasil; e Siegbert Zanettini, da Zanettini Arquitetura.

Carla de Paula Pinto, Editora da Revista HealthARQ


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Humanização

Bem-estar que se projeta Com conclusão prevista para 2019, obra da nova torre do Hospital Niterói D’Or parte de projeto arquitetônico que visa o conforto dos pacientes e a agilidade dos atendimentos

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ara oferecer à população de Niterói atendimento especializado e de alta complexidade em estrutura física compatível com a dos maiores hospitais da cidade do Rio de Janeiro, a Rede D’Or São Luiz está ampliando o Hospital Niterói D’Or. Desde novembro do ano passado, a instituição passa por obras para a construção de um novo bloco com 16 andares na torre principal e 14 andares na torre secundária, além de dois subsolos, em um terreno anexo ao hospital existente. 18

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Com investimento de aproximadamente R$ 200 milhões, a obra, que tem conclusão prevista para 2019, ampliará a capacidade do Hospital dos atuais 60 leitos para 311, o que permitirá aumentar a média de atendimentos mensais na Emergência – de 2,5 mil para 12 mil. Ao final da obra, a área total construída da instituição será de 42 mil m². “Nossa intenção é oferecer à população de Niterói um hospital com a estrutura física, parque tecnológico e

serviços que caracterizam os hospitais da Rede D’Or São Luiz e que seja 100% preparado para atender pacientes de alta complexidade”, afirma Ricardo Reis, diretor-geral do Hospital Niterói D’Or, que atende usuários da saúde suplementar. Segundo Ana Carolina Machado de Campos, diretora executiva da C+A Arquitetura, que assina o projeto da ampliação, o trabalho teve início com um estudo do conceito de acordo com o perfil definido pela Rede D’Or São Luiz,


de hospital geral adulto. Na sequência, foi desenvolvido o estudo preliminar, os projetos legais para aprovação nos órgãos competentes, projetos básico e executivo e de ambientação. “O grande desafio foi implantar um hospital de alta complexidade em um terreno com pouca frente para a rua, e a solução proposta foi levar a recepção principal para a esquina, valorizando a entrada social, e localizar as rampas para os subsolos nos dois extremos, a de acesso aos estacionamentos pela Avenida Santa Rosa e a de acesso ao pátio de carga e descarga pela Rua Mariz e Barros, deixando os fluxos separados e organizados”, salienta. As soluções foram surgindo do trabalho multidisciplinar. “Uma obra desse porte exige muitas parcerias”, afirma Ana Carolina, lembrando que a C+A Arquitetura tem uma equipe dedicada aos projetos dos hospitais da Rede D’Or São Luiz, liderada por ela e sua sócia Francine Xavier, diretora de projetos do escritório. Conforme destaca Ricardo Reis, a nova estrutura partiu do “zero” e está sendo construída seguindo a linha dos grandes hospitais da Rede D’Or São Luiz. “O novo bloco terá identidade própria, que depois será aplicada ao edifício existente”, complementa Ana Carolina. Health ARQ

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Humanização

Smart Track

Acolhimento

Com a ampliação, a Rede D’Or São Luiz planeja implantar o sistema Smart Track no Pronto Atendimento do Hospital Niterói, que tem um fluxo contínuo de atendimento, reduzindo o tempo de espera. O prédio atual, que era uma clínica de cirurgia plástica antes de ser adquirido pela companhia, atualmente não comporta este tipo de atendimento. “Uma Emergência Smart Track implica no fim da triagem médica tradicional. O modelo torna necessária, por exemplo, a existência de boxes de atendimento individuais em número suficiente para atender uma quantidade maior de pacientes de forma simultânea, evitando grandes períodos de espera”, explica o diretor-geral do Hospital. De acordo com Ricardo Reis, o novo prédio terá 10 boxes de Smart Track para esse atendimento simultâneo. “A intenção é que o médico faça o atendimento inicial em, no máximo, 20 minutos, mesmo no paciente supostamente sem gravidade”. Entre os destaques da nova torre também está a instalação de um heliponto na cobertura. “Esse heliponto permitirá o rápido acesso de pacientes graves a uma infraestrutura de ponta e um ambiente acolhedor. O Hospital Niterói D’Or se assemelha a um hotel, projetado para proporcionar conforto e segurança aos pacientes e familiares. Sem dúvida, um novo conceito na região”, frisa Ana Carolina.

No projeto, segundo a diretora executiva, foram aplicados conceitos de Arquitetura baseada em Evidências, que tem comprovação científica da influência positiva do espaço humanizado na recuperação do paciente, o que contribui para a redução do tempo de internação, de custos com RH e do uso de medicamentos. “Queremos minimizar sensações geralmente desagradáveis que são intrínsecas às unidades assistenciais combinando elementos que traduzam a percepção de acolhimento aos pacientes”, ressalta o diretor-geral do Hospital Niterói D’Or. Em consonância, Ana Carolina enfatiza que o projeto prevê ambientação e decoração elegantes, com uso de cores neutras e texturas naturais. “Teremos paletas de cores diferenciadas por segmentos. Os tons terrosos e alaranjados serão usados nos ambientes de staff, azuis nas áreas de Smart Track e pacientes eletivos, e verdes nos setores de internação e UTIs”. Janelas panorâmicas nas esperas de todos os andares de internação e na UTI, por exemplo, permitirão o contato com a natureza. Distrações positivas, como esculturas e painéis coloridos, irão compor a ambientação dos espaços. Ainda no que diz respeito ao bem-estar dos ocupantes da edificação, Ana Carolina explica que serão usados materiais que proporcionam maior conforto acústico, evitando que o barulho seja um fator de estresse. Além disso, os colaboradores do Hospital terão um terraço à sua disposição. Já a iluminação terá cor e intensidade compatível com a atividade de cada ambiente e com a sensação de claridade natural. Como relata a diretora executiva, a privacidade e autonomia dos pacientes também são premissas do projeto. “Serão criados boxes individuais nas UTIs e repousos, e divisórias nas salas de medicação. Além disso, o paciente terá controle de grande parte das facilidades, como ar-condicionado e televisão”. Na parte externa, de acordo com Ana Carolina, a ideia foi criar uma fachada contemporânea. “Utilizamos materiais modernos e tecnológicos com elementos arquitetônicos funcionais, como brises metálicos com acabamento amadeirado, grandes panos de vidro integrados às estruturas metálicas das marquises e pergolados que trazem leveza à edificação”.

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Racionalidade

Para assegurar a sustentabilidade e a eficiência energética da edificação, o projeto traz a especificação de vidros de alta performance nos grandes painéis e fachadas ensolaradas, além de brises para diminuir a incidência direta da luz solar. “São materiais que contribuem para a melhoria energética dos sistemas de condicionamento de ar”, diz o diretor-geral do Hospital Niterói D’Or. Complementarmente, Ana Carolina frisa que foram especificados materiais para a racionalização do uso de água, como válvulas e bacias sanitárias que economizam água, metais com redutores de vazão e sistema de captação de água da chuva, além da especificação de materiais de construção a seco, como drywall. “Aproveitamos essa água na irrigação dos jardins e lavagem de pátios e calçadas. Além disso, adotamos sistemas que usam o calor gerado pelos equipamentos de ar condicionado para o aquecimento de água”, conta Ricardo Reis.

Expansão inteligente

Considerando as novas tecnologias que virão e as futuras adaptações da instituição, o projeto investe na flexibilidade. Segundo Ana Carolina, a modulação estrutural foi pensada para isso, assim como o posicionamento das circulações verticais, o sistema construtivo adotado, as premissas dos sistemas de ar condicionado e energia elétrica. “Tudo foi planejado em função da flexibilidade para futuras alterações em prol da continuidade da qualidade na prestação dos serviços de saúde com a consequente qualificação dos espaços”, finaliza a diretora executiva do escritório de arquitetura. Health ARQ

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Renovação

Modernizar e expandir preservando uma história

Fachada do Hospital Santa Izabel 22

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Um dos desafios do Plano Diretor do Hospital Santa Izabel é adequar uma unidade hospitalar de 128 anos às exigências de tecnologia e de qualidade de atendimento ao público

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ara o crescimento e a evolução sustentável de uma organização, a adoção de um Plano Diretor (PD) faz muita diferença. Importância que ganha relevo ainda maior em uma instituição de saúde centenária, como é o caso do Hospital Santa Izabel, administrado pela Santa Casa da Bahia. Fundada em 1893, em Salvador, a instituição não apenas é referência no atendimento médico-hospitalar no estado, como tem grande valor histórico, tanto que suas edificações foram tombadas pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC). Segundo o gerente de Engenharia da Santa Casa da Bahia, Eduardo Araújo Neto, um dos desafios do Hospital é adequar uma unidade hospitalar de 128 anos às exigências de tecnologia e de qualificação. “A engenharia busca sempre modernizar as instalações, dentro das limitações que existem. O Hospital tem

prédios antigos, tombados, com limitações de gabarito construtivo e de expansão”, afirma Araújo Neto. Neste sentido, o Plano Diretor do Santa Izabel apresenta diretrizes para a manutenção e preservação histórica de seu patrimônio arquitetônico, artístico e cultural. As obras no prédio tiveram que ser minuciosamente “negociadas” com o IPAC para que fossem aprovadas, de modo a garantir tanto a preservação histórica, como a melhoria do atendimento ao público. “Conversamos muito para aprovar o projeto e conseguimos vários avanços. Na fachada, por exemplo, não foi possível fazer nenhuma alteração. Apesar da importância histórica do prédio impor algumas limitações, por outro lado, valoriza e muito o Hospital. É importante manter a unidade de saúde dentro do prédio, porque, enquanto isso acontecer, a edificação será mantida”, frisa Araújo Neto. Health ARQ

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Renovação

Crescimento ordenado

“Atualmente, estamos na segunda etapa dentro do Plano e acreditamos que, neste ano, começaremos a construir e reformar efetivamente algumas unidades, conforme foi delineado.”

Eduardo Araújo Neto

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Para a concretização do Plano Diretor, a Instituição buscou a expertise da Pró-Saúde Profissionais Associados, com a coordenação da arquiteta Mariluz Esteves e a colaboração dos arquitetos Eduardo Nishitani e Francine Soares. “Com eles, construímos um plano de obras e investimentos de modernização que vai direcionar o crescimento do Hospital”, enfatiza o gerente de Engenharia da Santa Casa da Bahia. Ele também destaca que o plano é um instrumento para a gestão dos recursos físicos e tecnológicos do Santa Izabel, perfeitamente integrado às políticas administrativas e de assistência à saúde que determinam seu funcionamento, e às necessidades de modernização e de expansão da área física da instituição. A administração do Hospital, juntamente com setor de Engenharia, desenvolve o Plano Diretor de Projetos e Obras desde 2013. “O PD nasceu diante da necessidade de ordenar o crescimento do Hospital”, salienta Araújo Neto. É que com a evolução contínua desde sua abertura, outras edificações foram incorporadas no entorno do prédio original do Santa Izabel, formando um conjunto predominantemente horizontal, que totaliza, hoje, 52 mil m² de área construída. Com o Plano Diretor, todos os processos das obras são conduzidos sob um controle rigoroso e abrangem várias etapas. “Atualmente, estamos na segunda etapa dentro do Plano e acreditamos que, neste ano, começaremos a construir e reformar efetivamente algumas unidades, conforme foi delineado”, diz o gerente de Engenharia da Santa Casa da Bahia. Essa fase vai começar pelo Pronto Atendimento Adulto, que é a Emergência do Hospital. Serão três áreas de assistência: Pronto-Socorro, Pronto Atendimento de Otorrinolaringologia e Pronto Atendimento de Ortopedia. Além disso, a etapa inclui a reestruturação de toda a parte elétrica do Hospital. Com as obras, o Pronto Atendimento Adulto vai ganhar cerca de dez novos leitos. Na execução do Plano Diretor, a previsão é de que sejam investidos em torno de R$ 43 milhões nos próximos três anos.


Projetos sustentáveis

O Plano Diretor, ao criar condições de modernização e expansão do Hospital Santa Izabel, inclui a implementação de diferentes projetos de sustentabilidade, a começar por ações nas áreas de eficiência energética e redução no consumo de água. A primeira etapa é a iluminação, com a substituição de todas as lâmpadas convencionais por lâmpadas em LED. “Essas ações de eficiência energética envolvem a instalação de iluminação em LED - fomos contemplados por um programa da distribuidora local de energia -, o gerenciamento da central de ar-condicionado, a instalação de minigeração fotovoltaica e de sistema de aquecimento solar de água, e a implementação de gerenciamento energético”, lista Araújo Neto. De acordo com o gerente de Engenharia do Hospital, os planos de redução de consumo de água envolvem gerenciamento e monitoramento através de medições setorizadas, detecção de vazamentos, utilização de produtos e tecnologias mais eficientes, além de plano de manutenção. “Nossa proposta prevê o gerenciamento e o monitoramento rigorosos da água, que inclui controle de vazamento, inclusive com equipe para pronto atendimento nessa área”, diz Araújo Neto. O projeto também contempla a instalação de equipamentos que economizam água e a troca de utensílios antieconômicos. “Para isso, firmamos parceria com a empresa Deca, que tem um programa chamado Pró-Água, que realizou um amplo levantamento nas áreas do Hospital, indicando a necessidade de troca de equipamentos, como vasos, torneiras, lavatórios, chuveiros, por outros mais modernos e econômicos”, relata. Este projeto já está pronto e deverá ser executado a partir do segundo semestre de 2017, embora todas as novas construções do Hospital já sejam executadas com equipamentos que proporcionam economia de água.

“O Plano Diretor de Projetos e Obras é contínuo porque as necessidades de evolução de um hospital são constantes. Agora, estamos atendendo a essas necessidades com planejamento e buscando o equilíbrio e a eficiência da infraestrutura hospitalar” Roberto Sá Menezes

Ambulatório Silva Lima Health ARQ

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Renovação

Futuro

A humanização também é uma prioridade das obras do Hospital Santa Izabel, visando melhorar os ambientes de atendimento. “Todos os novos projetos da área de pediatria têm brinquedos e adesivos com ícones que motivam as crianças e relaxam”. Além disso, a iluminação também tem sido trabalhada – tanto natural, como artificial – para melhorar os espaços. “A arquitetura e a engenharia têm que estar sempre atentas às necessidades dos clientes do Hospital e do mercado”, sublinha Araújo Neto. O processo de reestruturação e crescimento do Hospital é contínuo. “Futuramente, vamos realizar demolições de edificações existentes, precárias e com arquitetura inadequada ao ambiente hospitalar. Também vamos estabelecer limites de capacidade assistencial no contexto do endereço do Hospital Santa Izabel”, planeja Roberto Sá Menezes, provedor da Santa Casa da Bahia. As demolições previstas permitirão a construção de um bloco específico para as áreas de apoio e também de um edifício-garagem que dará ao Santa Izabel pelo menos mais 300 vagas de estacionamento. “O Plano Diretor de Projetos e Obras é contínuo porque as necessidades de evolução de um hospital são constantes. Agora, estamos atendendo a essas necessidades com planejamento e buscando o equilíbrio e a eficiência da infraestrutura hospitalar”, conclui Menezes. “O mercado e nossos pacientes pedem uma instituição moderna, com design moderno, mas temos que conciliar com o desafio de preservar o prédio, que é tombado”, pontua Araújo Neto.

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Ambientes mais confortáveis, modernos e eficientes

Para elaborar seu Plano Diretor, primeiramente, a instituição fez um diagnóstico que permitiu a observância de um desequilíbrio entre a capacidade assistencial do Hospital e a capacidade de suas unidades de apoio frente à demanda. “Ao mesmo tempo, identificamos a compressão das unidades assistenciais. E, depois de uma análise de condicionantes construtivos, chegamos à conclusão de que o terreno não comportava o crescimento necessário para equilibrar as duas áreas preservando o patrimônio tombado”, conta Araújo Neto. De acordo com o provedor da Santa Casa da Bahia, essa constatação motivou a compra de alguns terrenos ao redor do Hospital Santa Izabel e a retomada de uma área inutilizada, anteriormente cedida à Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. “A recuperação da área que havíamos cedido à Escola Bahiana de Medicina abriu uma série de soluções imediatas para começarmos a resolver os problemas apontados no diagnóstico”, lembra Araújo Neto. Inclusive, o Hospital conseguiu transferir seu Ambulatório destinado a pacientes do SUS – o Silva Lima – para o local, com infraestrutura mais ampla, moderna e completa. Para tanto, segundo Araújo Neto, foram investidos R$ 1,9 milhão na obra. Desta forma, o Ambulatório agora dispõe de 24 consultórios, sendo três destinados a atendimento pediátrico e outros três com banheiro para atendimentos em Urologia, Proctologia e Ginecologia. As obras não se restringiram ao Ambulatório. “Também reformulamos e transferimos o setor de Faturamento, com investimento de R$ 800 mil, o laboratório de Anatomia Patológica, por R$ 95 mil, e lançamos, em caráter inédito na Bahia, a Unidade de Transição de Pacientes (UTP), com investimento de R$ 1,35 milhão”, ressalta Menezes. Conforme salienta o provedor da Santa Casa da Bahia, as reestruturações promovidas pelo Plano Diretor têm o objetivo de resultar em ambientes mais confortáveis, modernos e eficientes para pacientes e colaboradores.


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Sustentabilidade

Na rota da alta performance Nova sede do Sabin é inaugurada em Brasília com estrutura que se caracteriza por seguir padrões internacionais de edifícios sustentáveis

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om investimento de R$ 50 milhões, o Sabin Medicina Diagnóstica tem uma nova sede em Brasília (DF). Inaugurada em março deste ano, a edificação tem área total construída de 14 mil m², destaca-se por seguir padrões internacionais de sustentabilidade e abriga áreas administrativas e um moderno Núcleo Técnico Operacional (NTO). “Para a construção da nova sede do Sabin, investimos em equipamentos e tecnologia de ponta. Alinhadas aos valores da empresa, as instalações foram cuidadosamente pensadas para favorecer a humanização dos espaços e a convivência entre os colaboradores”, salienta a presidente executiva do Sabin, Lídia Abdalla, acrescentando que 750 profissionais trabalham no local. Situado no Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN), próximo ao Parque Nacional de Brasília, o empreendi28

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Fachada da nova sede do Sabin mento foi executado pela Conbral – responsável por todos os processos da obra – desde a compatibilização dos projetos, orçamento, planejamento, cotação e compra de materiais, execução dos serviços até a entrega final. Com a nova sede, o Sabin amplia e moderniza seu Parque Tecnológico em Brasília. O NTO da unidade-sede, na capital federal, presta apoio a todas as 225 unidades de atendimento da empresa. “A nova sede é um projeto flexível, que permite adaptarmos o NTO às novas tecnologias que estão emergindo, possibilitando constante evolução. Realizamos, atualmente, no Núcleo Técnico Operacional do DF e entorno, o processamento de 30 milhões de exames. As novas instalações permitem que ampliemos nossa capacidade de processamento de exames em cinco vezes”, afirma Lídia.


Racionalidade Projetada e executada para obter a certificação LEED Gold, do Green Building Council, a nova sede começou a ser idealizada no planejamento estratégico do Sabin de 2010. Em meados de 2013, a obra teve início e foi concluída em dezembro de 2016, sendo realizada em três etapas. “Em conjunto com a Norte Engenharia, empresa gerenciadora do empreendimento, e da AA Arquitetura, que elaborou o projeto arquitetônico, buscamos um projeto objetivo, sustentável, consciente dentro da logística de funcionamento do laboratório”, relata o engenheiro civil Luiz Cláudio Moraes, gerente de produção da Conbral.

Conforme lembra Moraes, a primeira fase da obra foi destinada à execução da estrutura mista, com a utilização de elementos metálicos na área do NTO, buscando vencer um grande vão sem pilar, e concreto armado nas demais áreas, a fim de obter uma sobrecarga significativa para os demais pavimentos. Em um segundo momento, foram executadas as paredes de vedações, divisórias e esquadrias internas, instalações elementares, forro acústico e acabamentos de alto padrão e especificidades em conformidade com as regulamentações de órgãos da saúde e com as exigências para obter a cer-

tificação LEED. Na terceira fase, intercalada com a segunda, foram feitas todas as instalações elétricas, hidrossanitárias, de ar-condicionado, incêndio, sistemas de automação, Data Center e acabamento da fachada. Durante todo o processo construtivo, segundo Moraes, foram adotados cuidados ambientais, como a prevenção e controle da poluição gerada pelas atividades da obra, utilização de materiais com baixo índice de compos-

tos orgânicos voláteis, descarte adequado de resíduos sólidos e compra de materiais de fornecedores regionais. “A preocupação se iniciava na especificação do material, passando pela compra do mesmo, com a escolha de produtos compatíveis e fornecedores que ofereciam a logística reversa, e contemplava o apoio de cooperativas de reciclagem, requisitos que foram determinantes para o processo”, frisa o engenheiro civil. Health ARQ

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Sustentabilidade

Área técnica da nova sede do Sabin

Instalações inteligentes A nova estrutura foi inteiramente construída atendendo a critérios de racionalização de recursos. “Encontrar tecnologias e soluções adaptadas ao nosso negócio e que conseguissem aumentar a eficiência no uso de recursos naturais, visando o melhor custo-benefício, foi o maior desafio na busca pela certificação LEED”, revela a presidente executiva do Sabin. Entre as soluções de destaque está, por exemplo, a tecnologia de automação com monitoramento por computador, que viabiliza o uso eficiente dos sistemas de elevadores, iluminação e ar condicionado. Nos locais onde foi possível, foram exploradas iluminação e ventilação natural e aquecimento solar, equilibrando a racionalização dos recursos e o conforto de colaboradores, clientes e visitantes. “Buscamos o conforto térmico e acústico nos ambientes por meio da escolha do vidro de alto desempenho da envoltória, especificação do forro em áreas de trabalho, posicionamento dos brises da 30

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fachada, explorando sempre a iluminação e suprimindo a insolação”, diz Moraes. Ainda segundo o engenheiro, foram usadas telhas termoacústicas de alto índice de refletância e construídas aréas do telhado do NTO com iluminação natural em sheeds, “totalmente estanques a qualquer tipo de contaminação do ambiente”, comenta Moraes. Nas áreas onde não foi possível explorar os recursos naturais, foram empregadas lâmpadas em LED ou tubular de alta eficiência. Além disso, foi utilizado um sistema de automação da iluminação que faz a dimerização das luminárias dos ambientes de acordo com a intensidade da iluminação externa. “Todos os recursos implantados na construção, aliados ao correto uso, proporcionam uma economia de energia elétrica média acima de 15%”, enfatiza Lídia Abdalla. Vale ressaltar, ainda, que para amenizar a absorção de calor e aumentar a umidade relativa do ar, foi utilizado um telhado verde na cobertura do prédio, com paisagismo adequado.

Lídia Abdalla, presidente executiva do Sabin

Eficiência hídrica A nova sede também conta com modernos sistemas de captação pluvial e tratamento de água, além de sistema de aquecimento solar. Segundo Moraes, o sistema para o escoamento de águas pluviais do telhado do Núcleo Técnico Operacional permite a captação e o escoamento da água pluvial com a tubulação horizontal, ou seja, sem a necessidade de nenhum caimento. Já a central de tratamento químico dos efluentes gerados pela área laboratorial neutraliza qualquer tipo de resíduo químico que possa

ter sido eliminado, tornando-o inerte para lançamento na rede da concessionária. “Como a nova sede está situada ao lado do Parque Nacional de Brasília, era nosso compromisso devolver ao meio ambiente a água com a mesma qualidade com que a recebemos”, salienta a presidente executiva do Sabin. O engenheiro civil acrescenta que foi instalado na nova sede um sistema de reuso de efluentes, por meio do qual as águas cinzas são tratadas para reaproveitamento nos vasos sanitários.


Inovações Ao mesmo tempo em que se destaca por seguir padrões internacionais de edifícios sustentáveis, a nova estrutura apresenta modernas tecnologias que permitem ao Sabin internalizar novos tipos de análise – como anatomia patológica, toxicologia, genética e citogenética –, e implementar a automação de linhas. Entre essas tecnologias está a esteira Cobas Connection Modules (CCM), instalada no Núcleo Técnico Operacional, que possibilita a automação total das linhas de imunologia e hematologia, além de oferecer eficiência operacional com uma velocidade de até 2 mil tubos por hora. A sede do Sabin também dispõe da Aptio Automation, solução que integra mais de 20 equipamentos que fazem análise bioquímica, sorológica, hormonal e de coagulação. Além disso, conta com

o sistema Flow, que permite automatizar todas as etapas dos exames em biologia molecular e foi o primeiro do seu tipo implantado no Brasil. “As automações permitiram a realocação de profissionais que estavam dedicados à manipulação de amostras e ainda trouxeram mais segurança, qualidade e eficiência ao processo”, afirma Lídia Abdalla. Em função da demanda energética dos equipamentos instalados – de tecnologia de ponta e origem estrangeira – foi necessário, segundo Moraes, adaptar as fontes de alimentação de energia para os parâmetros praticados no Brasil. “Temos um conjunto de três grupos motogeradores, que geram um total de 2,25 MVa, carga que atende a demanda total instalada do prédio. Temos, ainda, dois nobreaks que totalizam 650

Luiz Cláudio Moraes, gerente de produção da Conbral KVa para atendimento ao NTO e às áreas administrativas do empreendimento e um nobreak de 160 KVa exclusivo para o Data Center”, esclarece o engenheiro. Os quadros elétricos, ali-

mentadores e circuitos foram planejados e projetados, conforme pontua Moraes, com uma eficiência de perda de tensão máxima de 5%, gerenciados por multimedidores em todos os quadros.

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Sustentabilidade

Eficiência como premissa Ao definir suas instalações elétricas e hidráulicas, instituições de saúde priorizam sistemas mistos e soluções que possibilitam o aproveitamento de recursos 32

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E

m tempos de crise, dispor de instalações que conciliem economia de recursos e segurança é vital para as instituições de saúde. Neste contexto, a tendência é investir em sistemas mistos de energia renovável e em soluções que permitam o reaproveitamento de recursos, como relata Gabriel Treger, vice-presidente da Temon, empresa que atua no segmento de montagens e instalações elétricas e hidráulicas. “O estudo de fontes alternativas de energia – como as células fotovoltaicas combinadas ao sistema tradicional –, e a redundância nos circuitos alimentadores garantem a qualidade e segurança das instalações, de modo que não haja falha no sistema de energia das instituições de saúde”, explica Treger. Nas subestações, é comum a adoção de sistemas de produção de energia a partir de geradores a diesel e a gás, que funcionam em paralelo com a concessionária de energia elétrica. Além disso, são instalados sistemas de alimentação com redundância, para a manutenção preventiva. Já na parte hidráulica, de acordo com Denis Segura, diretor operacional da Temon, a eficiência é garantida por meio de estratégias como a instalação de sistemas de reaproveitamento de água nas bacias sanitárias e para irrigação, placas fotovoltaicas para a geração de energia solar e Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs). “Nestas Estações, são utilizados sistemas químicos ao invés de biológicos, os quais têm maior precisão, são inteligentes e totalmente monitorados por BMS (Building Management System)”, pontua. BP: a Beneficência Portuguesa de São Paulo

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Sustentabilidade

Hospital Sírio-Libanês

Desafios e perspectivas

Instalações na BP 34

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Entre os serviços da Temon mais buscados pelas instituições de saúde, além da instalação ou substituição dos sistemas de energia, estão a expansão de leitos em hospitais e o retrofit das instalações. “O principal desafio nestas atividades é o planejamento estratégico em conjunto com o cliente, para que as obras sejam executadas sem interromper atendimentos, sem causar desconfortos, barulhos, ou qualquer tipo de falta de energia, de água, ou de voz/dados. Além disso, é necessário realizar um trabalho conjunto de análise dos riscos e interferências eletromagnéticas que podem afetar os equipamentos de ressonância magnética e aceleradores lineares, por exemplo”, afirma Segura. No ano passado, segundo Gabriel Treger, as instituições de saúde representaram 15% do portfólio de clientes da Temon. Em 2017, dependendo de um comportamento favorável do mercado, a empresa tem perspectiva de aumentar para 20% o percentual das instituições de saúde em seu portfólio.


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Instalações Clínica pediátrica com divisórias de fácil limpeza e higienização 36

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Espaços divididos com sofisticação Hospital Israelita Albert Einstein é uma das instituições de saúde que apostaram na Divisória Móvel Hospitalar, produto inovador e de fácil limpeza, que deixa o ambiente mais sofisticado e arejado

S

eja em casa ou no trabalho, transformar o ambiente em um espaço agradável deve ser prioridade. Afinal, isso aumenta a produtividade e a qualidade de vida. Esse é um desafio maior ainda nas dependências de um hospital, onde é crucial garantir o bem-estar e a melhor funcionalidade possível ao ambiente. Esta tarefa exige planejamento e bom gosto, o que é facilitado quando se utiliza soluções e tecnologias modernas, como as divisórias hospitalares em PVC. O Hospital Israelita Albert Einstein é um exemplo de instituição que instalou divisórias móveis hospitalares, da BCF Plásticos, em salas de observação. “Foram fornecidas seis divisórias nas versões duas bases, na cor branca. Este modelo não precisa ser fixado à parede, permitindo deslocamento ou remoção do conjunto com agilidade”, diz Marco Antonio Capozzielli, di-

retor executivo da companhia. Fabricada em material rígido e totalmente atóxico, a divisória móvel hospitalar tem um sistema de montagem e uma estrutura autotransportável e retrátil que dispensa a instalação de trilhos e cortinados, tornando o ambiente esteticamente mais sofisticado e arejado, além de melhorar a circulação, otimizar os espaços e ampliar o campo de visão sobre pacientes e aparelhos de monitoramento clínico. Retráteis e extensíveis, as divisórias podem permanecer fechadas, parcialmente ou totalmente abertas, ou inteiramente recolhidas, de acordo com a necessidade ou a decisão do profissional responsável por cada ambiente, dependendo da situação apresentada. Entre as vantagens das divisórias móveis hospitalares, Capozzielli também destaca o fato de serem resistentes a agentes microbianos e aos

desinfetantes comumente utilizados na higienização de pisos e paredes de ambientes hospitalares. “Sua superfície rígida, lisa e ampla evita a concentração de bactérias e permite a identificação imediata de manchas e sujeiras, facilitando a limpeza e aumentando mais ainda a assepsia”, pontua. Conforme explica Capozzielli, a solução é indicada para a separação de leitos de UTI, enfermarias, consultórios, laboratórios, berçários, prontos-socorros, entre outros ambientes hospitalares que requerem constantes mudanças. O processo de instalação é bastante simples, levando cerca de 15 minutos. Para auxiliar as instituições de saúde, segundo Capozzielli, a BCF oferece montagem técnica no local – de acordo com a região –, além de suporte telefônico, com contato direto ao departamento industrial da empresa, e vídeos com orientações.

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Sustentabilidade

Instalação

O polímero rígido de alto impacto e elevada absorção contra choques é a principal matéria-prima das divisórias, solução que contribui para a preservação do meio ambiente já que somente 43% de sua composição tem origem em fontes não renováveis, é totalmente reciclável e não propaga fogo. Além disso, 57% da composição do PVC provém do cloro (sal marinho).

Excelência Clínica dermatológica

UTI do Hospital Israelita Albert Einstein 38

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Qualidade, durabilidade e garantia são, para o diretor executivo, critérios essenciais na escolha de portas, divisórias, persianas e boxes. “Nossas soluções passam por um rigoroso sistema de qualidade, além de termos certificados, como a ISO-9001, que comprovam o comprometimento com os consumidores”, ressalta. Responsável pelo lançamento da primeira porta sanfonada em PVC do Brasil – a Plast Porta, em 1988 –, a BCF Plásticos tem 60% de sua carteira de clientes composta por instituições de saúde e a expectativa da companhia é seguir crescendo. “Neste ano, além de consolidar ainda mais o nosso produto no segmento de Saúde, trazemos novidades e inovações em acessórios e acabamentos para a divisória”, finaliza Capozzielli.


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Instalação

Modernização com segurança Para comportar crescimento, instituições de saúde como o Hospital Alvorada adequam suas instalações e sistemas de utilidades a partir de rigorosos projetos de Engenharia Térmica

N

os projetos de construção ou ampliação de edifícios hospitalares, a flexibilidade para futuras expansões é uma premissa indispensável. Afinal, nas últimas décadas, com o desenvolvimento acelerado de tecnologias da área de exames por imagem, por exemplo, as mudanças internas são uma constante. Essas modificações implicam em reorganização do espaço e passagem de utilidades, tais como os sistemas de ar condicionado e ventilação. “E as mudanças não exigem 40

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somente espaço e altura para as utilidades. Existem, também, as alterações decorrentes do aprimoramento da legislação, cada vez mais rigorosa e exigente no que diz respeito à assepsia interna do ambiente de saúde”, salienta o engenheiro Duilio Terzi, da Fundament-AR, empresa que atua na área de Engenharia Térmica no segmento de Projetos e Engenharia Consultiva. O Hospital Alvorada, em São Paulo (SP), é um exemplo de instituição que cresceu, se modernizou e, por isso, implementou uma série de projetos de utilidades.

“Ao longo dos anos, em parceria com a arquiteta Elizabeth Leitner, desenvolvemos diversos projetos no edifício do Hospital, mais precisamente 13 projetos gerais e com muita especificidade, atendendo áreas críticas, onde a preocupação era seguir a legislação pertinente, seja da Anvisa, seja da ABNT”, conta Terzi. O engenheiro também especifica que os projetos visavam atender às novas legislações com equipamentos de ar condicionado com maior capacidade e filtros mais finos. Em decorrência do tamanho dos

equipamentos, foi necessário, ainda, buscar mais espaço, sobretudo porque o edifício não havia sido projetado para comportar equipamentos com tais dimensões. As adaptações para viabilizar a modernização do Hospital Alvorada ao longo dos anos se deram a partir de um trabalho multidisciplinar, que reuniu arquitetos e profissionais especializados em instalações elétricas, hidráulicas e de ar-condicionado e ventilação. “Áreas que eram relativamente simples no passado, transformaram-se em áreas


sensíveis e de extremo cuidado, com uma carga bastante grande de regras na área de Engenharia Mecânica, tais como centros cirúrgicos, cozinha, UTI e UTI Pós-Operatória, Unidades Coronarianas, Pronto-Socorro, Pediatria e áreas de farmácias, para citar alguns ambientes onde fomos convidados a projetar e que demandaram um perfeito entrosamento entre os diversos players do projeto”, pontua Terzi.

Cuidados essenciais

Ao executar projetos em instituições de saúde, conforme ressalta Terzi, é essencial ater-se aos níveis de ruído das instalações, ainda que esse crité-

rio não esteja contemplado na norma vigente, nem na atual revisão da norma NBR 7.256. “Esse cuidado é necessário particularmente em um local onde o silêncio é de fundamental importância, seja para a concentração dos profissionais da saúde, seja para os pacientes, que, muitas vezes, têm dificuldade de expressar-se em voz alta”, comenta. Neste contexto, como frisa o engenheiro, a empresa tem como premissa a seleção de equipamentos, ventiladores, fan coils, Centrais de Água Gelada e bombas que tenham baixo nível de ruído e operem no ponto ótimo de rendimento. De acordo com Terzi, as ins-

tituições de saúde devem estar atentas e evitar economias desnecessárias na escolha dos equipamentos de ar condicionado, as quais podem trazer transtornos futuros. “O sistema de ar condicionado da área de saúde representa uma parcela mínima em relação ao investimento total de um Hospital e se esta parcela estiver mal dimensionada ou não atender aos critérios da legislação da Anvisa e da ABNT ou do Corpo de Bombeiros, corre-se o risco de dificilmente haver conserto futuro”, pondera o engenheiro. Ele ainda afirma que falhas de cálculo ou incorreta seleção de ventiladores ou exaus-

tores – quanto ao respeito às pressões diferenciais do ar entre ambientes – podem trazer consequências perigosas para as instituições de saúde, como risco de infecções cruzadas ou decorrentes de uso de material poroso e até mesmo risco de incêndio. Considerando todos esses cuidados associados aos projetos de Engenharia Térmica, Terzi frisa que o trabalho consultivo é importante porque garante que os projetos sejam revestidos de detalhes e especificações, de modo que o instalador do sistema não tenha dúvidas na fase de compra de equipamentos, instalação, balanceamento e entrega do sistema.

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Renovação 42

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Projetos que mantêm viva uma história secular Modernizações e ampliações da Santa Casa de Curitiba e do Hospital Psiquiátrico partem de soluções de arquitetura e engenharia que aliam a preservação do patrimônio histórico à infraestrutura para a excelência assistencial e educacional

A

fachada, em estilo manuelino, remonta ao período do Brasil imperial e revela um pouco da história da Santa Casa de Curitiba, instituição inaugurada por Dom Pedro II em 1880 e que, ao longo dos anos, tem investido na modernização de sua infraestrutura sem perder de vista a conservação da identidade que a caracteriza como patrimônio histórico da capital paranaense. Referência em medicina de média e alta complexidade, a Santa Casa atende mais de 160 mil pessoas por ano, principalmente pacientes do SUS, em seus 217 leitos – 179 de unidades de internação e

38 de UTI. Com 17,5 mil m², é o mais antigo hospital do Paraná em funcionamento. Juntamente com o Hospital Psiquiátrico Nossa Senhora da Luz, a instituição integra a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba (ISCMC), gerida pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) desde 2000, após ser firmada a aliança PUC-Santa Casa, hoje Grupo Marista. “Rica em detalhes, a Santa Casa é o terceiro imóvel mais antigo com utilização pública na cidade e um dos mais representativos do município. É difícil dimensionar o que a instituição representa para a história de tantas pessoas que têm ligações Health ARQ

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Renovação

profissionais, familiares e pessoais com este espaço”, salienta a engenheira civil Jussara Ruggeri, pós-graduada em arquitetura hospitalar e administração hospitalar, que atua nos projetos de infraestrutura da ISCMC há mais de 20 anos. Conforme ressalta o diretor-geral da Santa Casa, June Alisson Cruz, a conservação desse patrimônio histórico e o foco em áreas de excelência assistencial e educacional são as duas principais variáveis contempladas no Plano Diretor da instituição, que é um desdobramento do Planejamento Estratégico do Hospital. “Jamais nos descuidamos da identidade deste patrimônio cultural tão rico em histórias, detalhes e referências. Seguimos cuidados específicos previamente avaliados pelos órgãos públicos competentes, novas tecnologias, novos centros de especialidades e diagnósticos. Adotamos uma engenharia a favor da preservação e da valorização do lado romântico desta bela construção”, frisa Jussara Ruggeri. Em conformidade com os parâmetros de certificações na área de projetos de arquitetura e engenharia, segundo a profissional, são desenvolvidos os registros e arquivamentos necessários ao progresso e à evolução das tratativas e controles perante os parceiros – médicos, administradores, equipes multiprofissionais e engenharias complementares. 44

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Metamorfose A experiência aliada à sensibilidade é a base para as expansões e modernizações pelas quais a Santa Casa e o antigo Hospital Psiquiátrico têm passado ao longo dos anos. Desde a última gestão do engenheiro Ivo Arzua Pereira, ex-prefeito de Curitiba e ex-provedor da ISCMC, conhecido como o “Grande Provedor da Reconstrução”, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba passa por grandes transformações realizadas a partir do projeto “Santa Casa II Século”. A iniciativa viabilizou “alterações em termos de primeiro mundo, que resultaram em novos serviços médicos, novas tecnologias e modernos centros de especialidades”, salienta Jussara, responsável por projetos arquitetônicos de grande efeito como Ambulatórios e diversos Centros de Terapia e Diagnósticos da Santa Casa, como o de Terapia Intensiva, de Coluna Vertebral, de Quimioterapia e Nutrição Enteral e Parenteral, Unidade Coronariana, Neurocirurgia, Emergências Clínicas 24h, Diagnósticos por Imagem, Clínica Cirúrgica e Endoscopia Digestiva. “Nas salas cirúrgicas do CCCV (Centro Cirúrgico Cardiovascular), implementando tecnologia de ponta e inovação, instalamos colunas retráteis contendo tomadas elétricas, gases medicinais e

pontos de lógica. Instalamos fluxos laminares acima de cada leito cirúrgico, construímos um pavimento técnico contendo central de ar-condicionado, caixas d’água, quadros elétricos, transformadores e demais equipamentos, todos isolados da área operacional do Centro Cirúrgico, o que, à época, era inovador e raro em hospitais do Sul do Brasil”, detalha Jussara. No período, segundo a engenheira, também foram criadas as UTIs Cardiovascular I e II, diretamente interligadas ao Centro Cirúrgico Cardiovascular. “Desta forma, após a recuperação pós-anestésica, o paciente pode ser conduzido diretamente ao leito de UTI sem circular pelos corredores do Hospital”, afirma. Posteriormente, já na gestão da Aliança PUC-Santa Casa, muitos projetos foram executados para a reorganização e reocupação das Uni-

dades no Hospital de Caridade e no Hospital Psiquiátrico, então Campus da Saúde. A PUC-PR intensificou seus esforços na continuidade deste trabalho assistencial e institucional, no fortalecimento das funções educativas, no melhor padrão de ensino, pesquisa e assistência simultaneamente e na manutenção do patrimônio. E com as obras de engenharia, na reconfiguração de unidades de internação, tornando-as unidades de referência, e na criação de novos espaços acadêmicos. Foram as primeiras movimentações rumo à excelência. Como relata Jussara, muitas obras foram realizadas no Campus da Saúde – como a ampliação do Ambulatório da Santa Casa para a instalação do Ambulatório de Educação, o Centro de Simulação Clínica da Escola de Medicina da PUC-PR em uma área de 1200m², que conta com


manequins de última geração que podem simular situações reais, os Ambulatórios Acadêmicos, Farmácia Universitária, lavanderia, cozinha, marcenaria e manutenção predial centralizadas no Polo Industrial, projetos de arruamento, estacionamentos, fluxos e sinalizações e demais importantes alterações rumo à excelência. Sobre os fluxos externos e internos, a engenheira explica que foram avaliados a partir de setorizações existentes e novas necessidades, a fim de facilitar acessos e circulações e reduzir tempos, “sempre em busca das melhores soluções, dentro das legislações vigentes, considerando a acessibilidade, eficiência, funcionalidade e principalmente a proteção ao paciente”.

Integração Mais recentemente, os projetos arquitetônicos, executivos e legais contemplaram melhorias nos serviços de apoio, infraestrutura e Plano de Ocupação. “Desenvolvemos projetos para uma maior integração com a área acadêmica e científica da PUC, que muito enriquece e moderniza a Medicina local. Entre eles novas unidades, biblioteca acadêmica, pesquisa clínica, CME (Central de Materiais Esterilizados), ampliação de leitos, elaboração de novos espaços acadêmicos e o projeto da grande reforma

e ampliação do Centro Cirúrgico Geral da Santa Casa”, salienta a engenheira. “No caso do projeto legal e executivo deste Centro Cirúrgico (2012/2014), com inovação e tecnologia, propusemos a instalação de estativas de teto em todas as salas cirúrgicas, instalação de pisos semicondutivos, equipamentos para videoconferências, microcâmeras de monitoramento, acesso com barreira e individualizado para pacientes ambulatoriais e demais itens de tecnologia, modernização e controles inerentes à área”, comenta Jussara Ruggeri. Os projetos se estenderam, também, às áreas de alimentação nos hospitais, as quais foram terceirizadas em 2014. “Com a inauguração do Bistrô Marista, inicialmente no Campus da PUC, logo houve a expansão para a Santa Casa”, recorda Jussara. Atualmente, a PROJETHOS, empresa da qual Jussara é sócia-proprietária, prepara-se para o desenvolvimento do projeto executivo das UTIs Cardiológicas da Santa Casa, que segue a entrega do projeto legal já aprovado. Na sequência, o escritório trabalhará no desenvolvimento do Projevisa da área de Oncologia e, posteriormente, nos processos legais e executivos para a Central de Materiais Esterilizados e Métodos Gráficos, todos preliminarmente

avaliados pelo Serviço de Vigilância Sanitária, em 2016. No Campus da Saúde, há, ainda, um anteprojeto para o Ambulatório da Santa Casa,

que deverá substituir as atuais instalações, ampliando serviços e agregando novos equipamentos de diagnósticos e demais tecnologias médicas.

Em cada canto, uma surpresa Edificação secular, a Santa Casa guarda muitas histórias e registros memoráveis. Na reforma da Central de Materiais Esterilizados (CME), por exemplo, durante as escavações que precederam as obras de fundação, foram encontrados tijolos diferentes dos que se têm hoje, com cinco facetas e um buraco central em forma de flor.

“Também encontramos vigas em madeira, em perfeito estado de conservação, tanto que optamos pelo reuso das mesmas”, recorda Jussara. Já na área onde foram criadas as suítes da “Ala Princesa Isabel”, na qual foi instalado um grande vitral de São Lucas – de autoria do reconhecido artista plástico paranaense Poty Lazzarotto –, as obras revelaram matacões de pedra nas paredes das antigas enfermarias. “Isso nos levou a alterar alguns pontos do projeto, a fim de facilitar e reduzir os custos desta etapa”, afirma Jussara, responsável por este projeto arrojado para a época. O cuidado com o patrimônio da instituição não se limita à conservação de sua estrutura física, estende-se à preservação de sua história. “Em 1994, realizamos uma grande reforma no salão nobre ‘Dom Pedro II’, com a inauguração da galeria dos ex-provedores”. Na ocasião, muitos familiares destes ex-provedores reviveram especiais momentos da instituição. “Fizemos na Santa Casa o que é uma prática mundial, preservar sempre, mas sem deixar de dar vida e utilidade a estas construções seculares, ricas em histórias, em referências, em interesses múltiplos a favor da humanidade, a favor da evolução”, salienta a engenheira Jussara Ruggeri.

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Renovação

Timeline dos principais projetos realizados a partir de 2000

2005

•CACON – Centro de Alta Complexidade em Oncologia •Caderno de Mobiliário Padrão •Plano de Ocupação 2005-2008

2007

2001

•Anteprojeto do Bloco Hospitalar– 33 mil m² •Plano de Ocupação 2001-2004 •Reforma no Centro de Diagnósticos

•Projeto de Arruamento, Fluxos, Sinalizações e Estacionamentos no Campus da Saúde •Reestruturação do Banco de Sangue •Retrofit nas Unidades de Terapia Intensiva Cardiovasculares

2003

•Alas de Internação – Clínica Médica e Neurologia •Laboratório de Análises Clínicas •Unidade de Transplantes •Espaços Acadêmicos

2000

2004

•Novo Ambulatório da Santa Casa no Campus da Saúde •UTI Geral •Central de Materiais Esterilizados

2002 •Centro de Emergências Clínicas 24h •Unidade Coronariana •Centro Cirúrgico Geral

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2008

•Novas Portarias no Campus da Saúde •Unidade para o Plano de Saúde Mental •Ambulatório Psiquiátrico •Central de Abastecimento e Processamento de Produtos Farmacêuticos

•Unidade Semi-Intensiva •Unidade Bariátrica •Centro Médico •Unidades de Neurologia, Neurociência e Clínica Médica •Pesquisa Clínica •UNIICA – Unidade de Crise e Apoio à Vida

2006 •Pronto Atendimento 24h e Unidade de Dor Torácica •Novo Espaço para o Laboratório de Análises Clínicas


2009

2013

•CAM – Centro de Atenção ao Médico •CAF – Central de Abastecimento Farmacêutico – reforma para implantação do código de barras •Banco de Homoenxertos •Plano de Ocupação 2009-2012

•CAF – Central de Abastecimento Farmacêutico e Farmácias Satélites •Cozinha e Refeitório •Retrofit nas Unidades de Internação/ Enfermarias e na Ala das Suítes •Edifício de Especialidades no Campus da Saúde

2015

2011

•Nova Central de Resíduos •Polo Industrial - Cozinha Central e Lavanderia Central •Ampliação do Ambulatório Geral da Santa Casa e do Ambulatório de Psiquiatria •Centro de Simulação Clínica 2011-2012

•Métodos Gráficos •Broncoscopia •Desinfecção Química •Urologia •Nova Área para Ambulatório Santa Casa •CME – Central de Materiais Esterilizados •Repaginação Refeitórios da Santa Casa e do Campus da Saúde

2014

2010 •Reforma e Reestruturação da Unidade de Dor Torácica •Novos Espaços Acadêmicos •Caderno de Padronização de Materiais •Nova Unidade de Transplantes •Ambulatórios Acadêmicos •Farmácia Universitária

•Serviço de Hemodiálise •Retrofit nos Refeitórios •Retrofit na UNIICA – Unidade de Crise e Apoio à Vida •Banco Multitecidual 2014-2016

2012

•Ambulatórios Acadêmicos no Campus da Saúde •Projeto de Reforma e Ampliação do Centro Cirúrgico Geral 2012-2014 •Ala Psiquiátrica no Hospital Geral •Plano de Ocupação 2013-2017

2016 •Projetos de Regularização Legal e Estrutural 2016-2017 •Serviço de Terapia Antineoplásica 2016-2017

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Renovação

Alto padrão

Príncipe D. Bertrand de Orleans e Bragança, príncipe imperial do Brasil, trineto do imperador Dom Pedro II, e Jussara Ruggeri na cerimônia de inauguração das suítes da Ala Princesa Isabel, o Salão Nobre e do Centro Paranaense de Diagnósticos por Imagem.

Vanguarda Expoente em pesquisas na área da Saúde, por alguns anos, a Santa Casa abrigou o único banco de válvulas cardíacas para transplantes no país. No segundo semestre do ano passado, a PUC-PR, em parceria com a Secretaria de Saúde e Irmandade da Santa Casa de Curitiba, inaugurou o primeiro Banco Multitecidual do Brasil (BTH), projetado por Jussara Ruggeri. “Localizado no Campus da PUC-PR, , o BTH conta com infraestrutura e equipamentos de alta tecnologia para melhor atender os pacientes que necessitam de transplantes de tecidos cardiovascular, ocular e músculo esquelético”, detalha a profissional. Ainda falando em transplantes, foram projetadas suítes com arquitetura e detalhes inovadores que, para a época, 1994, superaram todas as expectativas. Atualmente, parte desta ala das suítes, Ala Princesa Isabel, é destinada, sem contrapontos, aos pacientes do serviço de transplantes que exigem cuidados e instalações específicas. “Isto é gratificante para nós profissionais da área de arquitetura e engenharia da saúde, principalmente pela rápida evolução científica e tecnológica”, conta Jussara, que descerrou a fita na cerimônia de inauguração das suítes, do Salão Nobre e do Centro Paranaense de Diagnósticos por Imagem, juntamente com o Príncipe D. Bertrand de Orleans e Bragança, príncipe imperial do Brasil, trineto do imperador Dom Pedro II. 48

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Para assegurar a padronização dos projetos executivos e de design de interiores das instituições, foram criados o Caderno de Mobiliário Padrão para as Unidades Hospitalares, entre 2005 e 2007, e o Caderno de Padronização de Materiais para as Unidades Hospitalares em 2010. Ambos em processo constante de atualizações e propostas revolucionárias. “Nos mobiliários, priorizamos sempre materiais que trazem leveza, elegância e funcionalidade, de fácil higienização e movimentação, além de elevada resistência ao uso contínuo”, afirma Jussara. A escolha das cores de paredes, revestimentos, mobílias e acessórios também é cuidadosamente realizada, “tanto que elas foram motivo de elogios por parte dos usuários, equipes profissionais e até mesmo pelo Ministério da Educação, em uma visita de avaliação dos espaços”, pontua Jussara Ruggeri. “Trabalhamos a humanização no conforto ambiental, nas condições físicas adequadas ao acolhimento, harmonização e segurança do paciente e de todos que circulam pelo Hospital. Concentramos nossos cuidados nas cores, nos vitrais, na iluminação natural, sinalização e no conforto térmico e acústico. O trabalho das equipes de arquitetura e engenharia visa proporcionar, nos mínimos cuidados, segurança e integração na definição de fluxos adequados com foco na prevenção de riscos de infecções”, esclarece a engenheira.

Racionalidade necessária O mais importante foi a adoção de práticas ambientalmente sustentáveis como um compromisso de todos os envolvidos. Tendo em vista a sustentabilidade das instalações, segundo Jussara, nos projetos da Santa Casa e do Campus da Saúde, são especificados pisos recicláveis, resistentes e de fácil limpeza-sem a necessidade de produtos químicos-, torneiras com acionamento automático, ambientes que exploram a iluminação natural, além de luminárias e lâmpadas mais econômicas e mobiliários em MDF, produzidos a partir de madeira reflorestada. Aliados aos treinamentos e capacitações, a segregação racional dos resíduos através de um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde e as Centrais de Resíduos adequadas à legislação são itens exemplares nas unidades da instituição.


Hospitais vivos O sucesso nos projetos e intervenções realizados na Santa Casa de Curitiba e no antigo Hospital Psiquiátrico, hoje Campus da Saúde, é atribuído, na percepção de Jussara, à visão das necessidades aliada à experiência e às parcerias. “Conseguimos projetar e executar alterações próprias de uma arquitetura de saúde, de humanização e modernização tecnológica, com todos os cuidados necessários à preservação de uma linda história. Foram muitos momentos, etapas diversas e a maior motivação sempre foi manter os hospitais vivos, operantes, modernos, educadores e exemplo para todas as gerações de profissionais da área da Saúde”, afirma. Para a engenheira, adaptar os hospitais aos novos paradigmas de uma moderna gestão hospitalar – com visão estratégica, flexibilidade estrutural, qualidade, humanização, tecnologia e padronizações peculiares – é uma questão de sobrevivência. “Serviços de engenharia, hotelaria, alimentação, higienização e logística convivem com os complexos cuidados da área da saúde, interagindo com eles a fim de dar condições de recuperação aos pacientes. Neste contexto, contiguidade, eficiência e racionalização são fundamentais. E na Irmandade da Santa Casa de Curitiba este trabalho vem progredindo há décadas com superação”, finaliza Jussara Ruggeri.

Jussara Ruggeri, engenheira civil e sócia-proprietária da PROJETHOS

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Humanização

Transformações assertivas Referência no Brasil e na América Latina, Hospital Israelita Albert Einstein adota técnicas que asseguram ambientes mais humanizados e funcionais em suas reformas e inaugurações 50

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Foto: Jorge Hirata

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Hospital Israelita Albert Einstein

ma das instituições de saúde mais renomadas do país, o Hospital Israelita Albert Einstein adota uma política bem definida para reformas e inaugurações de novas áreas, sempre com a preocupação de assegurar ambientes mais humanizados. Segundo Junia Gontijo, diretora de Engenharia e Manutenção do Hospital, o foco dos novos projetos está em contribuir com a melhoria do bem-estar do paciente, integrando o espaço físico com o fluxo de atendimento e facilitando o dia a dia do corpo clínico na realização de suas atividades. Para isso, utiliza como pilares as experiências do paciente e do colaborador. “Analisamos tecnicamente o ambiente, de modo a verificar o tipo e a complexidade do serviço a ser prestado na área de intervenção. Entendemos que atingimos o conceito de humanização por meio da integração de arquitetura, de atendimento assistencial e de novas tecnologias.” Em todos os projetos são realizados levantamentos cadastrais das áreas, identificando todos os possíveis pontos

de impacto. Os fluxos são analisados em conjunto com a área assistencial, levando-se em consideração o período de execução da obra e o novo fluxo pós-entrega. Neste trabalho, são identificadas todas as demais áreas no entorno que serão impactadas durante a intervenção. “Nosso objetivo é que as obras interfiram o mínimo possível no funcionamento geral do Hospital. Para que tenhamos ambientes integrados e com a mesma identidade visual, temos um caderno de padronização que é utilizado no desenvolvimento de todos os projetos”, diz Junia. Atualmente, o Hospital Albert Einstein tem várias obras sendo executadas, particularmente no Complexo Morumbi. Com base no histórico, a instituição realiza durante o ano, em média, 60 obras. “Hoje, temos aproximadamente 95 projetos em desenvolvimento, que variam entre baixa, média e alta complexidade, além das obras em andamento.” As unidades do Einstein têm, ao todo, 350 mil m² de área construída, sendo 221 mil m² apenas na Unidade Morumbi. Health ARQ

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Humanização Retrofit da área de Ressonância Magnética

Projetos No desenvolvimento dos projetos de arquitetura do Hospital Israelita Albert Einstein, um importante parceiro tem sido a Pua Arquitetura. O escritório tem realizado uma série de projetos para a instituição ao longo dos últimos quatro anos, tanto na Unidade Morumbi (sede da instituição), como nas outras unidades. Segundo o arquiteto Umoatã Almeida, sócio-diretor da Pua 52

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Arquitetura, a parceria com o Einstein se iniciou no segundo semestre de 2013 e vem se fortalecendo cada vez mais, com novos trabalhos em andamento. “Iniciamos nossa parceria com a engenharia do Hospital a partir de projetos para as áreas técnicas de Laboratórios do CETEC (Centro de Experimentação e Treinamento em Cirurgia) e do desenvolvimento e consultoria para Projetos Aprovativos de Vigilância Sanitária.”

Dentre inúmeros projetos, destacam-se os seguintes: •Retrofit da área de Ressonância Magnética; •Retrofit do Pronto Atendimento Adulto; •Nova Unidade Ambulatorial Giovanni Gronchi; •Retrofit da Unidade Jardins (Casa 01); •Nova Unidade de Ensino Paulista; •Implantação do setor de “Parto Adequado”; •Retrofit do Acesso Principal da Unidade Morumbi (Atrium A).


“Parto adequado”

Os projetos na área de Saúde, principalmente os que envolvem a instalação de equipamentos especiais – como os de imagem e de áreas específicas, como o centro cirúrgico –, requerem atenção redobrada em relação às integrações dos sistemas, às instalações novas e às redes existentes que não podem ser interrompidas. No caso do retrofit da Ressonância Magnética, realizado pela Pua no Hospital Albert Einstein, foi necessário ater-se “às adequações no que tange às exigências normativas e também considerar que este setor não poderia ser interditado totalmente para o desenvolvimento das obras”, explica Umoatã. Quanto à implantação do programa “Parto Adequado”, a atenção especial foi relacionada às práticas, rotinas e necessidades exigidas por este tipo de projeto, que requer uso específico a ser implantado na área. “Por isso, os espaços foram pensados contemplando a lógica deste trabalho, realizado por equipes multidisciplinares no atendimento e na assistência às parturientes e aos familiares.” Os leitos foram concebidos com espaços amplos, que oferecem às gestantes privacidade e máximo conforto possível, aliados a uma ampla gama de recursos disponíveis, tanto para momentos das terapias (com banheira integrada ao leito), como para procedimentos que requerem maior atenção da equipe assistencial e médica, evitando deslocamentos em função de eventuais intervenções necessárias. O “Parto Adequado” é um projeto desenvolvido para o atendimento da demanda que surgiu de um convênio pioneiro firmado entre o Einstein e a Agência Nacional de Saúde (ANS), o Institute for Healthcare Improvement (IHI) e o Ministério da Saúde. Este convênio foca na identificação de modelos inovadores e viáveis de atenção ao parto e nascimento de forma humanizada, valorizando o parto normal e reduzindo o percentual de cesarianas desnecessárias na saúde suplementar.

Leito no Einstein destinado ao parto adequado Health ARQ

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Humanização

Desafios

Para a realização dos projetos no Einstein, segundo Umoatã, os maiores desafios estão sempre relacionados à complexidade e à diversidade dos usos e fluxos do ambiente hospitalar, característica das grandes estruturas, como é o caso desta instituição. “Nos projetos de reforma e retrofit de áreas existentes, que são grande parte dos trabalhos que desenvolvemos, somos constantemente desafiados a analisar e compreender os espaços existentes e suas interações com as áreas e setores do entorno e, em alguns casos, de todo o complexo”, relata o arquiteto. Neste sentido, Umoatã completa: “nesses projetos, temos que ‘ampliar’ o raio de atuação, englobando áreas maiores do que somente as do projeto em si e temos que antever as programações dos serviços de obra para a determinação das etapas de ‘faseamento’”. É importante considerar que, na área da Saúde, novas tecnologias e materiais são apresentados o tempo todo. “Por isso, temos que nos manter constantemente atualizados às tendências do mercado, o que exige que estejamos nos reciclando e nos especializando com frequência para acompanhar as necessidades do cliente”, ressalta. Em reformas e retrofits, uma preocupação importante é minimizar as interferências na rotina do hospital durante a realização das obras. Por isso, na fase inicial de projeto, com o apoio da equipe técnica da engenharia do Hospital e com a participação dos gestores das áreas envolvidas no trabalho, realiza-se um estudo das rotinas e práticas realizadas no setor e nas demais áreas relacionadas a elas, com o objetivo de verificar possíveis impactos e interferências. O próximo passo é o estudo das adaptações necessárias no projeto e das eventuais divisões (em etapas) que determinarão a programação dos serviços de obra. “É sempre muito importante considerar que esta é uma área com muitas peculiaridades, em que constantemente se lida com processos que envolvem grande tecnologia aplicada, altos investimentos e, principalmente, práticas de assistência e suporte à vida”, destaca Umoatã.

Sensação de acolhimento e atenção Segundo Umoatã, é importante para as instituições de Saúde se renovarem com frequência, a fim de atenderem às constantes inovações e tendências tecnológicas e de mercado. Afinal, como ele acentua, o objetivo deve ser a busca pela excelência nos serviços e instalações. Para o projeto arquitetônico e de design de interiores, a prioridade é sempre favorecer a qualidade do atendimento. “A disposição dos ambientes e fluxos é pensada sempre priorizando os usuários, pacientes e seus acompanhantes e a integração dos mesmos com as equipes assistenciais, favorecendo as suas roti54

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Umoatã Almeida, sócio-diretor da Pua Arquitetura nas de trabalho e possibilitando a integração máxima entre as partes, buscando maior humanização do atendimento e do próprio ambiente de trabalho para as equipes”. Os fluxos operacionais que levam à formatação das áreas, nos diferentes projetos, são sempre determinados de acordo com a interoperacionalidade e a integração dos setores envolvidos, suas áreas técnicas, de apoio e da equipe operacional/ assistencial. São considerados, também, os fluxos dos usuários, pacientes e seus acompanhantes, de modo que eles sejam levados a efetuar e menor número possível de deslocamentos e que sejam atendidos com segurança e acolhimento. Para transmitir essa sensação de bem-estar, como ressalta Umoatã, são especificados materiais mais ‘quentes’ e acolhedores. A concepção das marcenarias também é importante. “Por isso, optamos por priorizar peças baixas, para que o paciente possa ser atendido de forma direta, sem a sensação indireta de ‘barreira’ ou ‘distanciamento’ entre as partes.” No desenvolvimento de cada projeto, o escritório de arquitetura foca nas necessidades específicas do programa a ser atendido, o que traz um “norte” para as definições e escolhas das peças e acabamentos que serão utilizados nas áreas.


Parceria

Independente do projeto e da área em que está inserido, a Pua verifica o “macro” de sua implantação, tendo especial atenção às áreas que são lindeiras a ele, mesmo que sejam antigas, pois não se pode inserir intervenções sem considerar o meio em que estarão ambientadas. “Não queremos que os projetos se tornem um apanhado de pequenos retalhos, compondo remendos em uma manta existente. Temos que atuar para que os projetos se insiram de forma harmônica e consonante com os espaços já consolidados”, salienta Umoatã. A exemplo dos trabalhos realizados no Hospital Albert Einstein, o foco do escritório de arquitetura é homogeneizar as definições de acabamentos, revestimentos, lu-

minárias e mobiliários. Tarefa desenvolvida em fina sintonia com a equipe da engenharia do Hospital, que, no caso desta instituição, é extremamente atenta e criteriosa em relação a estes aspectos e mantém seus Cadernos Padrão em constante atualização. A parceria com o Einstein é motivo de grande orgulho para a empresa de arquitetura. “Estamos felizes em desenvolver projetos no Hospital e por fazermos parte das mudanças e atualizações que ocorrem na instituição, sempre fortalecendo nossa parceria com a equipe técnica”, afirma Umoatã, que conclui: “nesse período de trabalho junto ao Einstein, temos aprimorado muito nossos conhecimentos técnicos e nossas práticas de projeto”.

Equipe do Projeto: Cintia Tengan, Paulo Burckas, Kelly Sousa, Umoatã M. Almeida e Ricardo Ferraz Braga

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Renovação 56

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Perfeita composição Cobertura metálica em vidro projetada para a Unidade Jardins do Hospital Israelita Albert Einstein integra construções tombadas e cria sofisticado espaço de convivência

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Hospital Albert Einstein, Unidade Jardins

ara integrar duas casas tombadas pelo patrimônio histórico que fazem parte do complexo da Unidade Jardins do Hospital Israelita Albert Einstein, na Avenida Brasil, na capital São Paulo, o escritório Betty Birger Arquitetura & Design projetou uma estrutura metálica com cobertura de vidro que deu origem a um espaço de distribuição e convivência. “O acesso aos edifícios onde se realizam os exames diagnósticos agora se dá pela marquise envidraçada, que, como toda a cobertura, recebeu vidros refletivos de alta performance para garantir o conforto dos usuários. No ambiente com abundante iluminação natural, no meio de árvores que rasgam a estrutura metálica, alocamos o agradável espaço do café”, conta a arquiteta Betty Birger, que assina o projeto.

Experiência de longa de data Fundado no início dos anos 1990, o escritório Betty Birger Arquitetura & Design tem à sua frente a arquiteta Betty Birger e em seu portfólio inúmeros projetos realizados em diversos Estados do país e também no exterior. Voltado à criação de sedes corporativas, hospitais e clínicas, bem como espaços comerciais e de convívio, tem como filosofia de trabalho o perfil inovador e o constante reinventar-se, aliados ao desenvolvimento de projetos únicos e personalizados. Hoje, cerca de 85% do portfólio da empresa é composto por projetos de hospitais e clínicas médicas. Health ARQ

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Renovação

Ambientes atemporais e convidativos Nos projetos de hospitais e clínicas, conforme ressalta Betty, o escritório exerce com desenvoltura a tarefa de interpretar anseios, referências, enfim, a personalidade das instituições de saúde, de modo a adotar uma postura flexível na condução da arquitetura. Ainda segundo a profissional, são especificados materiais inovadores e a infraestrutura médica é ordenada de modo a proporcionar o livre acesso e a mínima exposição nos ambientes coletivos, fazendo com que a ambiência resultante seja

relaxante, atemporal e convidativa à longa permanência. “Nossa arquitetura funciona como um sistema coeso e equilibrado, em que a eficiência assume aspecto híbrido: técnico, funcional e estético. Assim, os projetos traduzem a busca constante pela modernidade, por tecnologias e materiais inovadores, pela otimização dos espaços combinada à elevada praticidade e durabilidade arquitetônica, além da visualidade eficiente, sintética e precisa de conceitos-chave da arquitetura”, frisa Betty.

Clínica Aille – Dr. Murillo Fraga e Dra. Alessandra Fraga 58

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Clínica Dra. Alessandra Haddad


Universo de possibilidades Uma vez que a medicina e a tecnologia estão em constante evolução, os espaços de saúde precisam ser mutáveis para que possam se adequar a novos equipamentos e procedimentos. De acordo com a arquiteta Betty Birger, hoje, a tendência nos projetos arquitetônicos e de interiores para instituições de saúde é que os espaços, além de serem cada vez mais flexíveis, sejam mais sustentáveis e comuniquem a imagem corporativa da instituição e de seus colaboradores. “O espaço de saúde é um emissor de mensagem, ele ajuda a fortalecer a imagem da instituição e do profissional ao imprimir uma linguagem que tem a ver com sua forma de trabalhar e que demonstra coerência com sua missão”, afirma.

“O espaço de saúde é um emissor de mensagem, ele ajuda a fortalecer a imagem da instituição e do profissional ao imprimir uma linguagem que tem a ver com sua forma de trabalhar e que demonstra coerência com sua missão.”

Clínica Dr. Marcelo Filardi no H.I.A.E

Betty Birger, da Betty Birger Arquitetura & Design

Clínica Dr. Rodrigo Fuzaro e Dra. Melissa Fuzaro Health ARQ

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Renovação Clínica de cirurgia plástica Dra. Debora Galvão

“É muito importante que o resultado estético vá ao encontro do desejo da instituição, do médico e de nossa ideia do projeto perfeito para aquela especialidade, sempre considerando o bem-estar dos pacientes.” Betty Birger

Clínica de cirurgia plástica Dr. Leandro Pelarin 60

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Instituto Oftalmológico Paulista

Clínica Dr. Fernando Gomes Pinto

Equilíbrio Tendo em vista que nem sempre a visita ao médico é uma experiência agradável a priori, pois envolve a vulnerabilidade de cada um, conforme frisa Betty, as instituições de saúde recorrem ao escritório de arquitetura e design em busca da criação de ambientes agradáveis e seguros para seus pacientes e colaboradores. “É muito importante que o resultado estético vá ao encontro do desejo da instituição, do médico e de nossa ideia do projeto perfeito para aquela especialidade, sempre considerando o bem-estar dos pacientes”, pontua. Experiente no atendimento às instituições de saúde, para este ano, o escritório tem como objetivo desenvolver projetos cada vez mais inovadores, personalizados e sustentáveis para o segmento. “Estamos em vias de lançar um novo livro dedicado ao tema e estamos bem animados com o projeto!”, adianta Betty Birger.

Clínica de otorrinolaringologia Dr. Maurício Kurc

Clínica Dr. Sidney Klajner no H.I.A.E

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Destaque

Por dentro do Hospital Psiquiátrico de Slagelse, uma das edificações de saúde mais fascinantes do planeta

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Um dos responsáveis pelo projeto, Christian Karlsson mostra como a arquitetura pode ser uma ferramenta no processo de recuperação a partir do reconhecimento de qualidades básicas no espaço, luz e textura

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m meio à paisagem suavemente montanhosa do interior da Dinamarca, composta por grama selvagem e grupos de carvalhos, destaca-se um moderno edifício hospitalar. Concebido como um espaço aberto, informal e acolhedor, no qual a transparência é aplicada como recurso para promover a aproximação entre as pessoas, o Hospital Psiquiátrico de Slagelse é o vencedor do Prêmio Internacional MIPIM 2017 – uma das mais importantes láureas do meio imobiliário – na categoria “melhor projeto de desenvolvimento em saúde”.

Concorreram ao Prêmio, na mesma categoria, o Alder Hey Children’s Health Park Hospital, da Inglaterra; RPC Trelleborg, da Suécia; e University Medical Center, dos Estados Unidos. Desenvolvido em parceria pelos escritórios Karlsson Architects e Vilhelm Lauritzen Architects, o projeto arquitetônico e de interiores do Hospital Psiquiátrico de Slagelse foi anunciado como um dos vencedores do MIPIM 2017 – que tem ainda outras 11 categorias em março, durante cerimônia realizada em Cannes, na França.


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Foto: Divulgação

Reconhecimento para o Brasil Entre os ganhadores do MIPIM 2017 figura uma instituição brasileira: o Museu do Amanhã, situado na cidade do Rio de Janeiro, vencedor da categoria “construção verde mais inovadora”. Entre as características que o levaram à vitória estão a tecnologia empregada para a captação de energia solar e o uso das águas geladas da Baía de Guanabara no sistema de ar-condicionado. Trata-se do primeiro museu do país a receber o Prêmio. Health ARQ

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Foto: Jens Lindhe Foto: Jesper Ray Manley

Destaque

Com 44 mil m² de área construída, o Hospital conta com enfermarias gerais psiquiátricas, forenses e de alta segurança, instalações de treinamento para pacientes, ambulatório e um centro de pesquisa e educação. Inaugurado em agosto de 2015, o prédio tem capacidade para acomodar 194 pacientes internados em quartos individuais e realizar de 200 a 300 consultas diárias no ambulatório. Além disso, dispõe de instalações que comportam 650 colaboradores. Para Christian Karlsson, proprietário e parceiro da Karlsson Architects, – que falou com exclusividade à HealthARQ sobre o Hospital Psiquiátrico de Slagelse –, o reconhecimento do projeto no MIPIM 2017 e em outras premiações, como o Architectual Review Award 2016, deve-se ao desenvolvimento de um novo tipo de arquitetura, que traz o paciente para o centro e é focada na cura, conceitos por muito tempo subestimados. “A arquitetura pode ser uma ferramenta no processo de recuperação ao reconhecer qualidades básicas no espaço, luz e textura. Pessoas com diagnósticos psiquiátricos são, em geral, mais dependentes dessa moldura de arquitetura e design, mas as necessidades específicas mudam muito no processo de recuperação. Tentamos criar uma diversidade, tanto no espaço quanto nos detalhes, para atender a isso”, explica Karlsson. Noções de como a natureza funciona – sobre perto e longe; dia e noite; quente e frio; luz, sombra e reflexo –, por exemplo, foram bastante exploradas no projeto arquitetônico e de interiores do Hospital Psiquiátrico de Slagelse. Isso porque, como pontua Karlsson, na cultura nórdica, as relações entre indoor, outdoor e a luz do dia são muito importantes, em virtude dos longos invernos. “Trabalhamos com a qualidade da luz do dia por meio de fachadas e claraboias, e com os reflexos dessa luz através de materiais e cores cuidadosamente escolhidos para tornar o ambiente aconchegante até mesmo nos dias cinzentos”, relata Karlsson.


Com base na “arquitetura da cura”, a transparência entre pessoas e funções foi uma estratégia principal no desenvolvimento do projeto do Hospital. Assim, a fachada é composta por uma combinação de vidros e tijolos artesanais amarelos. Já o interior do edifício apresenta paredes de vidro separando espaços de trabalho, salas de reunião e instalações para atividades. Como detalha Karlsson, a área de trabalho para os colaboradores de cada área, por exemplo, foi projetada de forma transparente, dando ao pessoal a possibilidade de ver a enfermaria e as áreas comuns. Para o arquiteto, essas características dão ao edifício uma atmosfera mais humana e animada e resultam em uma proximidade maior entre as pessoas, de modo que o acesso dos pacientes aos colaboradores do Hospital é facilitado e vice-versa, viabilizando uma estratégia de segurança dinâmica.

Foto: Karlsson Architects e Vilhelm Lauritzen Architects

Transparência

Foto: Jens Lindhe

As paredes de vidro, além de dividirem espaços no Hospital Psiquiátrico, são utilizadas como estratégia para atrair. Elas apresentam mais de 200 textos poéticos específicos, gerados pela escritora dinamarquesa Ursula Andkjær Olsen a partir da interação com o time de arquitetos e, parcialmente, em conjunto com colaboradores e grupos de pacientes. “Em Psiquiatria, a linguagem é uma ferramenta que define e descreve o paciente através de um diagnóstico. Eu queria desafiar isso. Às vezes, a poesia pode descrever emoções de uma forma muito melhor e mais precisa. Por isso, tive a ideia de usar a linguagem como parte da decoração”, salienta Karlsson. A paleta de cores para as comunicações visuais nas paredes de vidros e demais superfícies do edifício foi definida em parceria com a renomada pintora dinamarquesa Malene Landgreen. “O projeto de cores criou uma diversidade desafiadora para o prédio e adicionou uma riqueza específica a cada espaço”, destaca o arquiteto, acrescentando que cada área ganhou identidade e atmosfera específicas para apoiar o processo de cura e que as diferentes cores agem como um caminho facilmente compreensível dentro da instituição.

Foto: Jens Lindhe

Cores e poesia

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Em função do conjunto de medidas de sustentabilidade adotadas, o projeto recebeu a Gold Medal do DNGB (em português, Conselho de Edificações Verdes na Dinamarca). “Desenvolvemos, por exemplo, uma nova tecnologia de vidro, capaz de alcançar a transparência que nós queríamos entre o interior e o exterior. Fizemos isso em parceria com a ARUP, de Londres”, revela Karlsson. Ele ainda acrescenta que o sistema de ventilação da edificação se baseia nos princípios de ventilação natural ao invés da mecânica, a partir de uma circulação geral entre os volumes dos prédios.

Iluminação A precisão estendeu-se, também, ao projeto de iluminação. Desenvolvido em cooperação entre os arquitetos e o escritório Bartenbach Austria, referência em engenharia de iluminação, o projeto contemplou a otimização da luz do dia e trabalhou com iluminação em LED inovadora. “Desenvolvemos todo um design da luz artificial baseado em um ritmo circadiano dinâmico. As luzes variam em cor, intensidade e composição, dependendo da hora do dia, mais frias pela manhã e mais quentes à noite. Isso estimula um bom ritmo de sono, o que geralmente é um grande problema para pacientes psiquiátricos e para a equipe que trabalha no período noturno”, afirma Karlsson. Neste contexto, o arquiteto lembra que uma série de estudos provou que esse tipo de iluminação favorece a recuperação dos pacientes e limita os níveis de estresse dos colaboradores que traballham em turnos noturnos.

Espaços de socialização Considerando o paciente como centro da arquitetura e do design do Hospital, e tendo em vista a importância dos espaços de socialização no tratamento psiquiátrico, foram projetados dois salões de esportes, piscina e áreas de treinamento ao ar livre. Os mais de 40 pátios e jardins do Hospital variam em tamanho e caráter, daqueles que funcionam como áreas de convivência aos que se destinam a atividades como jardinagem. Conforme ressalta Karlsson, os jardins e a composição do ambiente permitem que os pacientes desfrutem de uma área de estar “que tem o céu como telhado”. Desta forma, eles podem observar o clima, os pássaros, e ter a noção da mudança de estações, por exemplo. 68

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Foto: Karlsson Architects e Vilhelm Lauritzen Architects

Destaque

Edificação sustentável


Foto: Jens Lindhe

Referência internacional

Inspirações e desafios Executado ao longo de sete anos, o projeto do Hospital de Slagelse começou a ser elaborado em 2009. De acordo com Karlsson, à época, não foi possível encontrar muitos projetos para cuidados em psiquiatria que lidavam com “arquitetura da cura”. Neste contexto, as referências e inspirações foram buscadas em lugares públicos como restaurantes, hoteis e escritórios. Conhecer e imaginar o que realmente significa lidar com o diagnóstico psiquiátrico foi, segundo o arquiteto, o maior desafio no projeto, superado por meio da interação entre as equipes. “Escolhemos trabalhar de maneira bastante próxima da administração e do staff do Hospital, e também dos pacientes, durante todo o processo de design. Isso nos deu a possibilidade de discutir e testar ideias e soluções através de animações em 3D e maquetes em tamanho real, o que foi importante para o nosso resultado”, relata Karlsson.

Para o profissional, estar entre os vencedores do MIPIM 2017 é motivo de muito orgulho. “O cliente queria ‘um farol de padrão internacional’ e ganhar o Prêmio prova que esse padrão foi alcançado”. Em consonância, Thomas West Jensen, um dos arquitetos da Vilhelm Lauritzen Architects envolvidos no projeto, afirma estar incrivelmente feliz pelo reconhecimento. “Existe um foco contínuo nas construções de saúde e na ‘arquitetura da cura’, no qual, cada vez mais, o paciente é colocado na vanguarda ao invés de exclusivamente a instituição. Em outras palavras, as edificações de saúde são consideradas em uma escala humana, que se traduz em belas e sedutoras construções. Esses valores se manifestam no Hospital Psiquiátrico e isso é fortemente enfatizado pelo Prêmio MIPIM”, ressalta Jensen. Embora ainda não tenha sido realizada nenhuma pesquisa, segundo Karlsson, a instituição observou uma enorme redução dos incidentes de violência no novo prédio. “Acredito que a arquitetura e o design são reconhecidos pelos pacientes. Apenas alguns dias após a inauguração, recebemos um e-mail da gestora da enfermaria de alta segurança dizendo que pacientes que não tomavam banho há 10, 15 anos estavam no chuveiro naquela manhã”, recorda. Health ARQ

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Com grandes investimentos em Saúde, a Dinamarca tem assumido um papel de liderança global na missão de repensar a arquitetura das edificações do setor. “Houve muito interesse pelo projeto do Hospital Psiquiátrico, de todo mundo, tanto de desenvolvedores quanto de gestores de saúde, estudantes, pesquisadores e arquitetos”, comemora Karlsson. De acordo com o profissional, de 20 a 30 novos hospitais – tanto somáticos como psiquiátricos – estão em fase de finalização, preparação ou construção na Dinamarca. Karlsson considera que o investimento na “arquitetura da cura” já é uma tendência internacional e lembra que muitos projetos interessantes podem ser vistos pela Europa. Questionado sobre o que se pode aprender com as experiências dinamarquesas, frisa que os arquitetos do mundo todo têm trabalhado com os aspectos relevantes da arquitetura na atualidade e que é importante que os futuros clientes também aprendam muito, de modo que saibam fazer as perguntas certas. 70

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Fotos: Jesper Ray Manley

Destaque

Posicionamento dinamarquês


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Humanização

Hospital Mãe de Deus inova e lidera mudanças na gestão hospitalar Por meio da metodologia Planetree, o programa de humanização implantado cria um diferencial competitivo na forma como o hospital se relaciona com as pessoas

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ção de Soluções. Trata-se do canal pelo qual os funcionários inscrevem soluções de melhorias que eles mesmos terão de implantar junto com a área e a sua liderança. Em 2016, o programa recebeu uma série de ideias de melhorias dos próprios funcionários. As iniciativas que já foram implantadas geraram uma renda de R$ 1,3 milhão/ ano, considerando redução de custos e aumento de receitas. Por meio da metodologia Planetree, o conceito de empoderamento permeia o programa de humanização das relações implantado sob a gestão do Dr. Alceu e que cria um diferencial competitivo na forma como o hospital se relaciona com as pessoas, sejam elas clientes, familiares ou funcionários. No caso dos pacientes, entre outras ações, eles são convidados a manifestar as suas preferências e são incentivados a participar do planejamento do seu tratamento a partir, por exemplo, do estímulo ao acesso ao seu prontuário. Outra forma de participação ativa dos pacientes, familiares e comunidade do entorno do hospital foi a criação de Conselhos Consultivos, que oportunizam a coparticipação de decisões importantes e possibilitam sugerir melhorias em reuniões frequentes com a diretoria do Hospital.

Alceu Alves da Silva, superintendente do Hospital Mãe de Deus O superintendente executivo explica que o Planetree orienta as ações do dia a dia da instituição em busca de um ambiente ainda mais humano e comprometido com a saúde dos pacientes. “O conceito é cuidar das pessoas em todos os níveis: físico, mental, emocional, social e espiritual, atendendo suas reais necessidades e que vão além da assistência. Planetree é uma metodologia que contraria a forma arbitrária com a qual as instituições hospitalares se relacionam com os seus pacientes dando mais voz a eles”, resume Dr. Alceu, eleito um dos 100 Mais Influentes da Saúde em 2016 e 2017. Com suas iniciativas inovadoras, o novo modelo adota uma gestão hospitalar diferenciada sem descuidar da sustentabilidade. Isso é pos-

sível porque também tem um olhar para o futuro, antecipando-se às demandas de saúde da população. Um exemplo dessa postura é que entre os destaques está o lançamento do Hospital do Câncer Mãe de Deus. Com investimento de R$ 70 milhões, será um dos mais modernos centros da América Latina, desenvolvendo programas de prevenção, aconselhamento genético, diagnóstico, tratamento, e uma unidade de tratamento de leucemias e transplante de medula óssea. O Hospital também investiu, no ano passado, na aquisição do PET-CT denominado Discovery IQ. E, novamente, está na vanguarda, tornando-se o primeiro hospital da América Latina a dispor desse equipamento em sua configuração mais avançada. Health ARQ

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Publieditorial

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om planejamento estratégico e ações inovadoras, o Hospital Mãe de Deus, de Porto Alegre, tem se destacado no crescimento da aprovação dos seus serviços. Nos últimos anos, o grau de satisfação do paciente saltou de 74% para 91%. E o índice de rejeição baixou de 5% para 1%. Essa performance já reflete as ações e diretrizes propostas pelo superintendente do Hospital Mãe de Deus, Alceu Alves da Silva. Especialista em Administração Hospitalar e um dos 60 associados plenos (fellow) do Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde, Dr. Alceu instaurou um novo modelo de gestão hospitalar focado no empoderamento, que prioriza a participação dos funcionários, considerando suas aptidões e comprometimento, valoriza ainda mais o papel do médico como parceiro e, principalmente, dá voz aos pacientes. “Esse modelo também estimula a maior autonomia das pessoas para que possam fazer as coisas acontecerem com mais agilidade. A iniciativa de valorizar as ideias das pessoas eleva a sensação de pertencimento à instituição”, diz. Entre as iniciativas da nova gestão com foco no empoderamento dos colaboradores, está o Programa Gera-


Renovação

Futuro que se concretiza Com projeto de reforma executado por etapas, unidade oncológica do Sistema de Saúde Mãe de Deus terá 50 leitos e será totalmente integrada à estrutura do Hospital Mãe de Deus 74

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onsiderando informações epidemiológicas que indicam um significativo aumento na incidência de câncer no Rio Grande do Sul, o Sistema de Saúde Mãe de Deus está investindo R$ 70 milhões em uma unidade especializada em oncologia, integrada à atual estrutura do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre. Lançado pela instituição em março do ano passado, o projeto do Hospital do Câncer Mãe de Deus será executado em três etapas e resultará em uma unidade com 50 leitos, 16 salas cirúrgicas e 2 salas híbridas para a especialidade de oncologia. “O Hospital do Câncer nasce totalmente integrado à cultura e à estrutura do Hospital Mãe de Deus, pois surge da ampliação das atividades de mais de 16 anos da especialidade de oncologia, que estabeleceu-se como referência na região Sul”, afirma o superintendente de Infraestrutura e Gestão do Sistema de Saúde Mãe de Deus,

Marcelo Jorge Sonneborn. A primeira fase da obra consistiu na implantação da emergência oncológica, na ampliação da unidade de tratamento de quimioterapia e na aquisição de um novo PET-CT. Segundo Sonneborn, foram investidos R$ 12 milhões nessa etapa inicial, já concluída. Para a segunda fase, conforme destaca o superintendente, está prevista a designação e adequação de áreas internas do Hospital – unidades de internação, CTI e bloco cirúrgico –, que serão dedicadas ao tratamento do paciente oncológico, à criação da unidade de Transplante de Medula Óssea e à aquisição de um equipamento de radioterapia intraoperatória. A terceira e última etapa, que deve ocorrer a partir de 2019, prevê a construção de um novo prédio para abrigar a expansão do Hospital Mãe de Deus, com infraestrutura adequada para a instalação de dois equipamentos de radioterapia. “O principal desafio é a condução de uma obra de reforma Health ARQ

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Renovação

em um prédio existente, com limitações e que permanece em funcionamento. Assim, é muito importante a integração com a equipe que atua no Hospital do Câncer, a qual tem colaborado bastante”, destaca o arquiteto Fábio Marconi, da Marconi Souto Arquitetura Hospitalar, empresa que assina o projeto e faz o gerenciamento da obra da ampliação da unidade de tratamento de quimioterapia. Segundo Marconi, a reforma da unidade de tratamento de quimioterapia agrega mais quatro pavimentos à área de atendimento, que estava concentrada em dois pavimentos originalmente. “O projeto amplia a área da quimioterapia, possibilita salas de atendimento individual mais amplas para as aplicações de longa duração e traz mais conforto para as aplicações de curta duração”, afirma. O arquiteto também lembra que o projeto tem o posto de enfermagem centralizado, possibilitando a visão de todas as salas. Além disso, amplia consideravelmente a área da farmácia de manipulação de quimioterápicos, que funcionava no mesmo andar que a área de aplicação. O projeto prevê, ainda, uma área de atendimento multidisciplinar. “O paciente ficará na sala de exames clínicos e terá seu caso avaliado e discutido por múltiplos profissionais que terão uma maior interação”, detalha Marconi. 76

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Olhar mais humano Desde a concepção do projeto, houve a preocupação de que a nova área tivesse uma linguagem que não destoasse do conjunto existente e, ao mesmo tempo, traduzisse os princípios que norteiam o atendimento do Hospital do Câncer. “Ao receber um diagnóstico tão complexo, sem dúvida, algumas pessoas buscam o tratamento qualificado. Mas existem aspectos intangíveis, como o acolhimento e a receptividade própria da equipe, que precisam ser traduzidos pelo ambiente”, comenta Marconi. Conforme relata Sonne-

born, o Hospital Mãe de Deus segue a filosofia de humanização no atendimento do Planetree desde 2013, que tem como um dos pilares a participação de pacientes e familiares na construção dos projetos assistenciais da instituição. Neste contexto, foi criado o Conselho Consultivo dos Pacientes Oncológicos, constituído por pacientes e familiares que utilizam os serviços de oncologia do Hospital. “O projeto do Hospital do Câncer Mãe de Deus foi apresentado e debatido em todos seus detalhes com os integrantes do Conselho, em

um processo de co-criação. Várias sugestões dos pacientes e familiares foram incorporadas ao projeto, garantindo assim um olhar mais humano”, enfatiza o superintendente de Infraestrutura e Gestão do Sistema de Saúde Mãe de Deus. Na tentativa de criar uma atmosfera agradável, optou-se, por exemplo, pela especificação de cores que transmitem tranquilidade. Como lembra Marconi, nas salas de aplicação de quimioterápicos, a equipe participou da escolha da nomenclatura dos boxes e optou por nomes de co-

res, as quais foram utilizadas nos detalhes dos ambientes. “Essas cores não só diferenciam os ambientes como são usadas para trazer elementos da natureza, tais como flores, pássaros e borboletas, de modo que o impacto da permanência nestes locais, ao longo do tratamento, seja amenizado”, esclarece o arquiteto. Ele ainda acrescenta que a organização do espaço, além de contribuir para o fluxo interno adequado, permite que o paciente tenha uma percepção do todo e sinta-se orientado e seguro. Health ARQ

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Renovação

Arquiteto Fábio Marconi e equipe

“O projeto amplia a área da quimioterapia, possibilita salas de atendimento individual mais amplas para as aplicações de longa duração e traz mais conforto para as aplicações de curta duração” Fábio Marconi

Edificação inteligente A sustentabilidade também foi contemplada no projeto do Hospital do Câncer. De acordo com Sonneborn, na terceira fase da obra, que prevê a construção de um novo prédio, será implantada infraestrutura apropriada para o reaproveitamento da água da chuva, sistema de refrigeração de ar com gás natural e telhado verde. “O Hospital Mãe de Deus utiliza, desde 2016, energia do Mercado Livre de Energia Elétrica, gerada através de fontes renováveis, ação que já impacta diretamente nas fases atuais do Hospital do Câncer”, completa o superintendente de Infraestrutura e Gestão do Mãe de Deus. 78

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Cooperação O trabalho colaborativo, na visão de Marconi, é uma premissa para o sucesso nas obras hospitalares. “Temos como princípio que cada instituição é única, tem suas próprias características de atendimento, recursos disponíveis, público atendido. Por isso, embora existam normas para balizar os projetos nesta área, o profissional precisa ouvir as equipes e traduzir os anseios das mesmas no projeto”. O arquiteto também ressalta que é necessário entender que um projeto vai muito além de sua concepção. “Existe um longo caminho a ser percorrido até que a edificação seja concluída. Desta forma, é preciso ter disponibilidade para acompanhar a execução e resolver questões que porventura surjam”. Paralelemente aos investimentos na área física e em tecnologias, para Sonneborn, é fundamental investir na incorporação de recursos humanos qualificados. “O Hospital do Câncer Mãe de Deus vai oferecer atendimento integral, contínuo e de excelência técnica e humana aos gaúchos, equiparados aos mais modernos centros da América Latina. São estas as condições que permitirão que os pacientes tenham suas esperanças reestabelecidas e suas possibilidades de recuperação ampliadas”, finaliza.


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Instalações Sanicubic 2 Classic WP 80 Health ARQ


Banheiros com praticidade e economia Projeto hidráulico do Centro Médico do RibeirãoShopping incorpora bombas e trituradores sanitários eficientes e de instalação simplificada

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ocalizada no interior do Estado de São Paulo, Ribeirão Preto (SP) é um polo regional de compras e de saúde. Em breve, os moradores e visitantes da cidade poderão tanto fazer compras como buscar serviços médicos no mesmo espaço. O maior shopping do município, o RibeirãoShopping,

está construindo um Centro Médico com 32 clínicas e um Hospital Dia. A obra, que está em etapa de execução, é a 9ª expansão do shopping e deverá ser inaugurada ainda neste ano. Quando ficar completamente pronto, o Centro Médico terá quase 12 mil m² de área construída. O complexo está sendo er-

guido em uma área que era ocupada por um estacionamento, acima da 8ª expansão. A Multiplan – empresa que gerencia o RibeirãoShopping – está investindo no projeto cerca de R$ 30 milhões, mas o valor total do investimento, incluindo o aporte das clínicas nas obras e nos equipamentos, deverá se aproximar dos R$ 80 milhões. Health ARQ

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Instalações

Sanicubic 2 WP

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A obra

Na execução do projeto de instalação do Centro Médico, a Multiplan adotou uma tecnologia moderna para superar alguns desafios impostos pelas características da obra. Como o novo prédio está sendo construído sobre um estacionamento, existem dificuldades na instalação de banheiros e lavatórios, uma vez que o sistema convencional exige que o piso seja quebrado para a colocação das tubulações hidráulicas. A intervenção traria transtorno às lojas situadas abaixo da construção, uma vez que o forro do teto de seus estabelecimentos teria de ser aberto para a instalação de tubulações, acarretando o vai e vem de trabalhadores – mesmo que no período noturno – e gerando muita sujeira, entre outros incômodos. Para superar estes problemas, os projetistas da Soeng Projetos – empresa responsável pelo projeto hidráulico – e os arquitetos da RAF Arquitetura apresentaram para a Multiplan uma solução eficiente e que ganha cada vez mais espaço no Brasil: as bombas e os trituradores sanitários da Sanitrit. “Esta é uma solução que permite instalar vaso sanitário, banheiro ou cozinha onde for necessário, e sem grandes obras”, relata Xavier Desrousseaux, diretor da SFA Sanitrit Brasil. 82

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Inovação Segundo o executivo, os produtos Sanitrit implantados na obra do Centro Médico do RibeirãoShopping podem ser aplicados a diferentes situações, como na criação de uma suíte em um dormitório; na instalação de uma copa em um escritório; ou na transformação de um closet em um lavabo. “São soluções inovadoras, simples e econômicas, que permitem a instalação de equipamentos sanitários e de pias onde se pretende, mesmo em ambientes sem condições de evacuação por escoamento gravitacional”, afirma. Para instalar a solução no banheiro, é necessário colocar um vaso sanitário com saída horizontal. Ao implantar a Sanitrit, instala-se um triturador por trás do vaso, que automaticamente tritura os dejetos, incluindo papel higiênico. “O equipamento recebe as águas residuais e, como é dotado de uma bomba trituradora com lâminas, tritura os dejetos que eventualmente são escoados, reduzindo-os praticamente ao estágio líquido. Desta forma, tudo o que é evacuado tem

condições de ser encaminhado, sem problemas, até o esgoto, passando por um tubo de 32 mm”, explica Desrousseaux. No entanto, para que este líquido chegue a um ponto de esgoto distante, ele é bombeado por estações elevatórias que têm condições de elevá-lo a uma altura de até 6 m, percorrendo depois, na horizontal, uma distância de até 50 m. “Assim, conseguimos viabilizar banheiros e pias sem fazer escavação no piso e instalando uma tubulação aérea para transportar o esgoto. E é um sistema compacto e fácil de ser embutido dentro de paredes de drywall ou dentro de gabinetes, preservando a estética dos projetos arquitetônicos. A estrutura é eficiente e fica bem escondida”, salienta Desrousseaux. Especificamente no Centro Médico do RibeirãoShopping, todas as 32 salas vão utilizar dos aparelhos da Sanitrit, instalados em banheiros e lavatórios. A Multiplan também instalou 4 estações elevatórias da empresa (a Sanicubic 2 Classic), criando 4 conjuntos de 8 banheiros públicos. Health ARQ

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Instalações

Projeto hidráulico

Na execução do Centro Médico, a Engemec – responsável pelo gerenciamento da obra -, envia para a Sanitrit o projeto de cada sala. “Desta forma, avaliamos o projeto hidráulico e verificamos se foi bem projetado, de acordo com as regras de instalação dos nossos aparelhos.” A SFA Sanitrit faz o fornecimento dos equipamentos de acordo com o projeto hidráulico de cada sala. “Não fazemos a instalação, quem faz é a construtora, mas passamos todas as orientações aos encanadores que farão este trabalho”, diz Desrousseaux. Conforme destaca o executivo, a proposta da Sanitrit é sustentável, uma vez que não gera resíduo, evita o desperdício de material e não requer o quebra-quebra comum das obras no Brasil. Outro benefício é que a solução dispensa manutenção. “Apenas requer providência quando algum usuário joga um corpo estranho no vaso, como pedaço de madeira, fio dental etc. Neste caso, basta entrar em contato com a assistência técnica da nossa empresa para que façamos a retirada do corpo estranho.”

Menor incômodo

De acordo com Desrousseaux, este é um método novo no Brasil. “No país, o normal ao se fazer uma instalação hidráulica é quebrar o piso e escavar. O resultado são vários transtornos. Por isso, a Multiplan decidiu utilizar o sistema da Sanitrit quando soube de suas vantagens.” Como o sistema permite montar um banheiro, um lavatório ou uma cozinha, de forma prática, rápida e sem precisar mexer na estrutura, evita fazer barulho e sujeira. “Para hospitais, isso é interessante, porque uma obra neste tipo de espaço não pode comprometer a rotina da instituição”, afirma Desrousseaux. Segundo ele, atualmente, cerca de 15% das instalações da empresa são na área de Saúde. “Nosso foco é crescer mais neste segmento”, acrescenta. Os aparelhos da Sanitrit já foram instalados em vários hospitais, como o Aliança, na Bahia; o Hospital das Américas, no Rio de Janeiro; e o Hospital Vila Lobos, em São Paulo. Atualmente, a solução está sendo empregada em um projeto no Sírio-Libanês. Independente do segmento, as soluções da empresa se encaixam bem em projetos de ampliação, de reforma e de mudança de layout. A SFA Sanitrit Brasil é filial de uma empresa francesa que é líder mundial neste tipo de tecnologia. “Inventamos este sistema há mais de 60 anos e, hoje, temos pelo mundo um total de 25 filiais, com presença no Brasil há dois anos e meio.” As perspectivas da empresa para a atuação no Brasil em 2017 são positivas. “Estimamos dobrar os nossos negócios neste ano”, finaliza Desrousseaux. 84

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“Conseguimos viabilizar banheiros e pias sem fazer escavação no piso e instalando uma tubulação aérea para transportar o esgoto. E é um sistema compacto e fácil de ser embutido dentro de paredes de drywall ou dentro de gabinetes, preservando a estética dos projetos arquitetônicos. A estrutura é eficiente e fica bem escondida” Xavier Desrousseaux


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Renovação 86

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Alto patamar Após diversas obras de reforma e expansão, Hospital São Lucas, em Copacabana, inaugura a maior Emergência da zona Sul do Rio de Janeiro

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om 900 m² e investimento de mais de R$ 10 milhões, a nova Emergência do Hospital São Lucas, em Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), foi inaugurada no começo deste ano, com infraestrutura moderna e um fluxo de atendimento planejado para dar mais agilidade à assistência médica do Hospital. A Emergência possui 2 salas de triagem para classificação, 8 consultórios médicos, 14 boxes de repouso com estrutura individualizada para pacientes com quadros infectocontagiosos, além de um dos centros cirúrgicos mais modernos da região. Para o diretor-geral da instituição, Lincoln Bittencourt, a inauguração beneficia diretamente a população local,

pois oferece uma Emergência “altamente qualificada, com capacidade instalada adequada à demanda de todo o público da Zona Sul do Rio de Janeiro”. Soma-se à obra da nova Emergência uma série de outros projetos que têm sido realizados no Hospital. Segundo o engenheiro Fernando Martins, diretor da Empa, empresa responsável pelas reformas e expansões pelas quais a instituição passou nos últimos anos, as obras se iniciaram em abril de 2014. O trabalho começou com a reforma da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), localizada no quarto pavimento, e com a elaboração do novo centro cirúrgico, no terceiro pavimento, que dispõe de 12 modernas salas cirúrgicas. Health ARQ

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Renovação

“Procuramos sempre recorrer aos equipamentos mais eficazes para a execução das atividades. Debatemos junto à equipe do Hospital as melhores soluções a serem aplicadas.” Fernando Martins

“Após esses serviços, demos continuidade às outras etapas, com ênfase na nova Emergência, que teve início em julho de 2016 e término em setembro daquele ano”, explica o engenheiro sobre as etapas da obra. Martins também conta que, durante essa fase, o oitavo e o nono pavimentos foram reformados. “No nono pavimento, que estava devoluto, foram criados 32 leitos com acabamentos diferenciados, incluindo dois quartos VIPs”. Bittencourt acrescenta que o objetivo dessas reformas foi melhorar as instalações do Hospital, aprimorando os leitos de terapia intensiva, de unidade intermediária, internação e hotelaria. “Hoje, os dois andares de hotelaria dispõem de mais conforto e possuem padrão de decoração superior ao que já tínhamos”. Paralelamente a esta etapa, Martins conta que também 88

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foram executadas diversas intervenções menos expressivas, porém de grande importância para o Hospital, como a elaboração da nova sala de plantonistas, construção de uma nova casa para o chiller, espaço do colaborador e reforma de toda a cobertura da instituição. “Nossa intervenção se estendeu a toda instituição, promovendo a transformação integral do Hospital São Lucas, criando uma unidade completamente nova, com acabamentos e instalações de elevada qualidade, aumentando o conforto das diversas áreas”, comenta o engenheiro. Segundo o diretor-geral do Hospital, a motivação da instituição para todas essas obras de reforma e ampliação está na carência da população por hospitais de alto nível de serviços de alta tecnologia. “É uma carência que acreditamos que ainda exista na região da zona Sul do Rio de Janeiro”.


Tecnologia de ponta

Desafios Manter a unidade de saúde em funcionamento sem interferir diretamente nos processos durante as obras. Este foi, de acordo com o engenheiro Fernando Martins, o maior desafio das reformas executadas no Hospital São Lucas. Para superá-lo, Martins explica que as atividades que causam desconforto acústico foram realizadas em horários específicos, previamente decididos com a direção do Hospital, sendo muitas vezes interrompidas em função do trabalho no centro cirúrgico, por exemplo. Outra dificuldade relevante foi a retirada dos entulhos provenientes das demolições, bem como o transporte dos materiais para o local de execução dos serviços. Martins revela que essas atividades também foram realizadas em horários específicos, evitando o contato com pacientes e acompanhantes. A obra também foi desafiadora em termos de logística e acesso. “Conforme os serviços foram sendo realizados nos pisos mais elevados e com os pisos inferiores já concluídos e reformados, maior

Com a inauguração do novo centro cirúrgico, o Hospital São Lucas investiu em uma das versões do robô Da Vinci, utilizado para cirurgias bariátricas, urológicas e ginecológicas. Algumas características permitem que o equipamento atue de forma minimamente invasiva, como a pinça selante e o sistema de software FireFly Fluorescence Imaging – exclusivos do Hospital.

a dificuldade de acesso e logística pelo interior do Hospital”. A solução, como explica o engenheiro, foi instalar um elevador cremalheira pelo exterior do edifício, que serviu como apoio para todas as intervenções realizadas no oitavo e nono pavimentos e na cobertura. “Este equipamento permitiu o transporte de todos os materiais e a retirada de entulhos sem interferir no fluxo interno da unidade”. Nas obras da nova Emergência, especificamente, os trabalhos foram executados por etapas. “Primeiramente, o Hospital interrompeu parcialmente o setor da Emergência antigo. Assim que a primeira parte da nova Emergência foi inaugurada, fechamos a parte antiga para reforma”, comenta o diretor-geral do Hospital. Health ARQ

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Sustentabilidade

Renovação

Na execução da obra, foram implantados sistemas de qualidade que respeitam a ISO 9001 e a ISO 14001, com foco na padronização, qualidade e sustentabilidade da edificação. “Realizamos treinamentos com as equipes de campo com base nas Instruções de Trabalho e também sobre os aspectos que envolvem ações para minimizar o uso de água e energia”, revela Martins. Os trabalhadores foram incentivados a utilizar ferramentas corretas para evitar desperdícios de materiais. Além disso, foi realizada a coleta seletiva dos resíduos. Martins enfatiza, ainda, que foram utilizados equipamentos novos, enquadrados nas novas regras de consumo normatizadas no Brasil, e priorizados equipamentos de baixo consumo energético e lâmpadas em LED.

Materiais

Áreas hospitalares exigem revestimentos de fácil limpeza e com poucas juntas, para evitar o acúmulo e a proliferação de microrganismos. Pensando nisso, nas obras do Hospital São Lucas, foram utilizados revestimentos constituídos por fórmica e papel de parede vinílico, mais resistentes e de fácil limpeza. Os pisos usados na pavimentação, segundo Martins, 90

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também são vinílicos, o que permite a instalação contígua ao rodapé, evitando o acúmulo de sujeira. Já as bancadas de pia e interior dos quartos são de Corian. “Outro ponto a ser destacado é a utilização de paredes em drywall, que podem facilitar futuras mudanças de layout, em caso de necessidade do Hospital”, acrescenta Martins.

“Sempre colocamos o ser humano em primeiro lugar. A excelência do atendimento e a segurança são os pilares da nova Emergência.” Lincoln Bittencourt


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Construção

Marco do crescimento Com obra em estágio final, nova torre do Hospital Moinhos de Vento (RS) deve ser concluída no segundo semestre de 2017, beneficiando 3 mil pacientes por ano

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Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre (RS), comemora 90 anos em 2017, em plena expansão. No segundo semestre deste ano, a instituição concluirá sua nova torre, que teve investimentos da ordem de R$ 100 milhões e ampliará a capacidade da unidade em 100 leitos. Com oito andares e área total construída de 9.300 m², a obra se encontra em estágio final. “Neste momento, as principais atividades se concentram em acabamentos como forro de gesso, pintura, instalação de piso e testes de redes de instalações”, conta Pedro Tedesco Silber, diretor-presidente da Construtora TEDESCO, responsável pela obra. Os leitos do novo prédio serão divididos em Unidades de Internação, Centro de Terapia Intensiva Adulta e Centro de Terapia Hematológica, especializado no tratamento de doenças oncohematológicas. “A construção deverá gerar 500 novos empregos e beneficiar 3 mil pacientes por ano”, afirma Carlos Marczyk, gerente de infraestrutura do Hospital. A edificação incorpora diversos conceitos de um prédio de alto desempenho e de qualidade técnica supeHospital Moinhos de Vento

rior, conforme pontua Silber. “A fachada ventilada com uso de placas cerâmicas e de fibrocimento, por exemplo, garante uma redução do dimensionamento do sistema de climatização e, como consequência, reduz o investimento inicial em equipamentos e o custo recorrente do sistema de ar condicionado”, comenta. Já o projeto luminotécnico, segundo Silber, foi pensado para trazer conforto visual e maior eficiência ao trabalho de médicos e enfermeiros. Além disso, foram instalados balizadores e luminárias lineares nas circulações, eliminando áreas de sombra e aumentando a segurança dos espaços. O diretor-presidente da Construtora ainda lembra que foram empregadas no prédio esquadrias acústicas que garantem maior vedação, o que contribui para o bem-estar de pacientes e colaboradores da instituição. “Em tempos em que muitas instituições de saúde têm fechado seus leitos, o Hospital Moinhos de Vento está indo na contramão da crise e oferecendo ainda mais leitos, que vão contribuir para a saúde da população. Esta obra demonstra o nosso compromisso em cuidar de vidas”, ressalta o gerente de infraestrutura do Hospital. Health ARQ

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Construção

Novos processos Para assegurar a eficiência na obra do Moinhos de Vento, em sua execução, foi implementado o Sistema HTB de Gestão de Obra, que faz parte do Programa de Excelência Operacional da HTB, Grupo do qual a TEDESCO faz parte. Além disso, de acordo com Silber, foram empregados novos processos, materiais e tecnologias. “Buscamos renovar os processos tradicionais, agregando valor antes mesmo da entrada no canteiro de obras, com o objetivo de reduzir o prazo de execução. Também temos implantado soluções pré-fabricadas, como a substituição da estrutura de concreto tradicional pela estrutura metálica. Na área de máquinas e climatização, a construtora vem tornando o processo construtivo mais industrializado”, enfatiza. Na visão de Silber, cada detalhe é importante para evitar reformas desnecessárias e intervenções futuras. “Os cuidados devem começar já na fundação e execução da supraestrutura e seguir até a fase de acabamento, sempre associando boas práticas de engenharia à escolha de bons fornecedores e materiais de elevada durabilidade, compatíveis com o projeto e com o uso a que se destinam”. Atualmente, além da obra no Hospital Moinhos de Vento, a Construtora tem em seu portfólio outros projetos na área da saúde, inclusive fora do Rio Grande do Sul. As instituições de saúde representam 30% da carteira de clientes da TEDESCO. Na previsão do diretor-presidente da empresa, “2017 será um ano de estabilidade em termos de crescimento”. 94

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“Neste momento, as principais atividades se concentram em acabamentos como forro de gesso, pintura, instalação de piso e testes de redes de instalações.”

Pedro Tedesco Silber, diretor-presidente da Construtora TEDESCO

“A construção deverá gerar 500 novos empregos e beneficiar 3 mil pacientes por ano.” Carlos Marczyk, gerente de infraestrutura do Hospital Moinhos de Vento


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Humanização Recepção do Hospital Moinhos de Vento

Poder interior Projeto de ambientação da nova torre do Hospital Moinhos de Vento se destaca pela criação de espaços personalizáveis e segue a tendência homelike 96

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uscando um projeto de ambientação de interiores inovador para sua nova torre – que resultasse em espaços mais acolhedores, humanizados e adequados para um atendimento personalizado –, o

Hospital Moinhos de Vento recorreu ao escritório Moema Wertheimer Arquitetura para projetar a ambientação do hall social de todos os oito pavimentos, das áreas sociais do prédio e do andar Unique. “O Hospital desejava um


projeto inovador, diferente do que já tinha até o momento. Não houve a preocupação de se manter uma mesma identidade, mas sim de desenvolver um projeto moderno, com um novo padrão de decoração aliado à tradição do Moinhos de Vento”, conta a arquiteta Moema Wertheimer, que coordenou o projeto. Com 15 apartamentos, o andar Unique – como o pró-

prio nome já diz – teve como conceito ser um ambiente de atendimento único e diferenciado, no padrão VIP. No projeto de interiores desses apartamentos, segundo Moema, como eles tinham medidas diferentes, o maior desafio foi criar um mobiliário único, que se adaptasse aos diferentes layouts. “Como solução foram criados módulos que, além de serem aplicados em qualquer

layout, facilitariam a execução da obra e sua manutenção”, relata a arquiteta. E para tornar o ambiente dos apartamentos mais personalizável, como salienta Moema, foram desenvolvidos painéis de vidro para recados, “onde os acompanhantes podem deixar mensagens para os pacientes e os médicos orientações clínicas”. Para Carlos Marczyk, trata-se de uma unidade de

internação diferenciada, com suítes exclusivas, que integram um projeto arquitetônico de linguagem contemporânea. Complementarmente, Moema enfatiza que o projeto de ambientação de interiores teve como premissa a humanização, “trabalhada a partir da criação de um ambiente homelike, que caracteriza-se por trazer a todos a sensação de estar em casa”, explica. Health ARQ

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Humanização Corredor do Hospital Moinhos de Vento

Materiais O bem-estar de pacientes, acompanhantes, médicos e colaboradores esteve no centro do projeto, mas sem perder de vista a racionalidade na escolha de formas e materiais. Conforme pontua Moema, a especificação dos mesmos foi pautada por critérios como resistência, durabilidade, facilidade de higienização, além de agilidade de manutenção, segurança e sustentabilidade. “Optamos pela escolha de materiais não-poluentes, atóxicos, benéficos ao meio ambiente, que se caracterizam pelo uso de matérias-primas que apresentam ecoeficiência no processo de fabricação e descarte”, finaliza a arquiteta. 98

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“O Hospital desejava um projeto inovador, diferente do que já tinha até o momento. Não houve a preocupação de se manter uma mesma identidade, mas sim de desenvolver um projeto moderno, com um novo padrão de decoração aliado à tradição do Moinhos de Vento” Moema Wertheimer, da Moema Wertheimer Arquitetura


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Instalações Publieditorial

Como crescer em meio à crise Empreendimentos de saúde recorrem ao serviço integrado, desde a consultoria à criação e instalação de mobiliários, na busca por ambientes agradáveis, seguros e eficientes 100

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Grupo Buzatto’s, com mais de 23 anos de história e dedicação, tornou-se referência no segmento da Saúde. Detentor do maior parque tecnológico da América Latina, com maquinários modernos e profissionais especializados no segmento, almeja atender cada vez mais às expectativas de seus clientes. A Buzatto’s extrapola os limites de uma indústria moveleira e tecnológica, oferecendo produtos e serviços diferenciados e de alta qualidade como suas cabines de gases, de segurança biológica e exaustão. É referência no mercado pelo compromisso, seriedade e entrega de equipamentos que geram maior

segurança e acabamento impecável. Nesse contexto, constata-se que é cada vez maior o número de farmácias de manipulação, drogarias, clínicas, laboratórios, hospitais, áreas acadêmicas, e de controle de qualidade em indústrias que recorrem a empresas especializadas na criação e instalação de mobiliários. Nos trabalhos desenvolvidos pela Buzatto’s, a empresa cuida de todo o processo, desde a consultoria, passando pelo desenvolvimento do projeto até a produção e instalação de mobiliários e equipamentos. A Buzatto’s tem sede em Contagem (MG) e atua em todo o território nacional.


De acordo com Renato Diniz, diretor comercial da Buzatto’s, entre a escolha do mobiliário e a sua efetiva instalação, há uma série de etapas. O trabalho tem início com o levantamento arquitetônico do espaço disponível, seguido pela análise espacial, para verificar se a área é adequada para o fim a que se destina. “Após a análise da viabilidade, sempre pautada na normatização que rege o setor, elabora-se o layout mais adequado, tendo em vista todos os condicionantes técnicos e estruturais da edificação. Tudo isso é realizado pelo setor de projetos em conjunto com os consultores comerciais, e em conso-

nância com as necessidades do empresário e das demais pessoas que irão trabalhar no local”, explica Diniz. No projeto para uma drogaria, por exemplo, o maior desafio no processo, segundo o executivo, é equilibrar todos os fatores condicionantes para criar ambientes mais agradáveis e, ao mesmo tempo, alcançar resultados que aumentem a lucratividade do empreendimento, aplicando modernos conceitos para proporcionar a melhor experiência do consumidor, mas sem inviabilizar o investimento. Isso exige um estudo do comportamento humano relacionado ao consumo na re-

gião – referente à proporção de vendas de medicamentos, itens de higiene, perfumaria e cosméticos – e do varejo no estabelecimento. “Desta forma, conseguimos pontuar as lacunas existentes e propor a macro e a micro setorização de tudo o que será exposto no local, gôndola a gôndola, prateleira por prateleira. Além disso, é realizado um estudo para que o local se torne mais ‘buticalizado’, ou seja, tenha um aspecto de boutique que chama mais atenção, tornando-se mais agradável, o que faz com que o cliente fique mais tempo no estabelecimento e o incentiva à compra por impulso”. Health 101 ARQ


Instalações

Farmácia do Norte de Minas Gerais

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Segundo a consultora e farmacêutica Marilia Mol, “em farmácias hospitalares, as soluções são projetadas a partir do cuidado com o fluxo de trabalho e de acordo com as necessidades de cada instituição, que não pode ser prejudicada. Ao desenvolver o layout para o mobiliário de uma farmácia central ¹, das farmácias satélites² e postos de enfermagem, busca-se tornar o ambiente eficiente,

ergonomicamente correto e seguro para os colaboradores, atendendo às legislações específicas da área.” Os ambientes hospitalares são como organismos em constante expansão, entretanto, mudanças não podem causar grandes impactos na rotina e, por isso, a preocupação da Buzatto’s em realizar as instalações do mobiliário respeitando as necessidades de cada instituição, propor-

cionando rapidez e eficiência. Ela também lembra que, com o devido estudo de fluxos do ambiente e com todos os itens criteriosamente armazenados, as necessidades de cada paciente são atendidas com maior agilidade, pois ocorre a redução do tempo de espera para a ministração da medicação, diminuindo o tempo médio de permanência de cada paciente nos leitos.

¹ Que é a principal responsável pelo abastecimento do hospital. ²Alocada estrategicamente para atender um setor específico, como o bloco cirúrgico, por exemplo.

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Os projetos arquitetônicos para criação, adequação ou redimensionamento de espaços também asseguram que os empreendimentos de saúde atuem em conformidade com a legislação que rege o setor, atendendo a todas as normas de segurança e ergonomia. “Temos uma equipe multidisciplinar composta por arquitetos, farmacêuticos e consultores especializados em farmácias, drogarias, laboratórios, indústrias, clínicas e hospitais”, salienta Renato Diniz.


Complementarmente, ele ressalta que a Buzatto’s investe na capacitação contínua de seus colaboradores através de cursos, treinamentos e participação ativa nas maiores e mais representativas feiras dos diversos setores. Investe, ainda, em maquinário de última geração e na utilização de materiais de alto padrão. “Sempre aprimoramos técnicas, participamos de feiras e congressos nacionais, e visitamos parques tecnológicos no exterior. Nossa indústria é composta por maquinários de última geração, importados da Itália. Além disso, alguns itens de nosso portfólio são importados da Alemanha, como o Gaveteiro FAMA. Buscamos o que há de mais atual no mercado”, afirma. Realizando projetos para diferentes empreendimentos de saúde, a empresa conseguiu driblar a crise e avalia que este nicho de mercado tem um potencial crescente no país, sobretudo porque a população brasileira está envelhecendo, o que torna os investimentos no setor cada vez mais primordiais.

Gaveteiro FAMA importado da Alemanha

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Eventos 2017 Agosto

Evento: Prêmio Líderes da Saúde Norte e Nordeste Local: Centro de Convenções de Pernambuco - Recife - PE na Feira HOSPITALMED Data: 17 de Agosto Mais informações: www.eventos.grupomidia.com/regionais-mundiais/lideres-norte-nordeste

Agosto e setembro Evento: IFHE Rio 2017 International Seminar Local: Rio Othon Palace – Rio de Janeiro (RJ) Data: 27 de agosto a 1 de setembro Mais informações: www.ifherio2017.com

Setembro Evento: UIA 2017 Seoul World Architects Congress Local: COEX Convention Center e Dongdaemun Design Plaza (DDP) – Seul (Coreia do Sul) Data: 3 a 10 de setembro Mais informações: www.uia2017seoul.org

EXPEDIENTE CEO | Publisher: Edmilson Jr. Caparelli Diretora-administrativa: Lúcia Rodrigues Diretora-financeira: Rafaela Mofato Diretor-executivo: Marcelo Caparelli Diretor de Marketing: Jailson Rainer Diretora de Artes: Erica Almeida Alves Diretora de Eventos: Rafaella Rizzuto Diretora Comercial: Giovana Teixeira Diretora Editorial do GM: Carla de Paula Pinto Gerente Comercial: Ricardo Ribas Gerente Comercial da Filial São Paulo: Anderson Cardoso Editor da Revista Health-IT: Guilherme Batimarchi Secretária da Presidência: Fernanda Thiezerini Redação: Clivonei Roberto e Carla Nogueira Relações Internacionais: Flavia Farha Gerente de TI: Lucas Monteiro Produtora de Arte: Valéria Vilas Bôas Assistente Administrativo: Thais Caparelli Estagiários: Juliana Ijanc’ e Kahel Ferreira Coordenação de Pesquisa: Janaína Novais Assitente Comercial: Stefânia Mazoni Gerente de Clientes: Anderson Siqueira, Maurício Fagundes e Rogério Almeida Assinaturas e Circulação: assinatura@grupomidia.com Atendimento ao Leitor: atendimento@grupomidia.com Projetos Editoriais: projetoseditoriais@grupomidia.com Contatos: Matriz: (16) 3629-3010 | Sucursal: (11) 3014-2499 contato@grupomidia.com | redacao@grupomidia.com | comercial@grupomidia.com Matriz: Rua Aureliano Garcia de Oliveira, 256 - Ribeirão Preto - SP Filial: Av. Paulista, 2.202- 6º, 10º e 16º Andar - Bela Vista - São Paulo - SP

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