Healthcare Management 45ª Edição

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EDITORIAL

Líderes para todos

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Edmilson Jr. Caparelli CEO e Publisher

Mais um ano chega ao seu final e com ele as tradicionais ponderações e ref lexões do que foi feito. Não raro, alguns apontarão a crise como a grande culpada de todos os fracassos deste ano. Realmente, não se trata de qualquer desculpa, visto que este ano vivemos um dos piores cenários econômicos e políticos que há muito não acontecia em nosso país. Contudo, também há aqueles que encaram a crise de frente, se reinventam e abrem caminhos para diversas oportunidades. Neste caso, a responsabilidade do risco se torna muito maior, é verdade, assim como os créditos para o sucesso, que se tornam memoráveis. E são os exemplos de sucesso que a nossa última edição de 2016 traz nas próximas páginas. Empresas, indústrias, operadoras e demais instituições de saúde que não desistiram de correr atrás da inovação e continuam a levar para a população uma saúde de qualidade, com maior segurança. Estes exemplos são os nossos Líderes da Saúde. Estes atores homenageados pela Healthcare Management são um grande exemplo para todos de nossa comunidade, tanto pelo seu potencial de inovação, como também pelos investimentos e crescimento que conseguiram obter em 2016. O Líderes da Saúde está em sua quarta edição e já é consagrado como o evento de encerramento do ano da nossa comunidade. É uma grande oportunidade de encontrar velhos amigos, fazer novos parceiros e, acima de tudo, aprender com estes players do mercado. Com eles aprendo que sempre é possível fazer mais e melhor, que a busca pela melhoria é uma constante e que, por pior que seja o cenário, sempre há uma oportunidade de se reinventar. A mudança está batendo em nossa porta e isso é inevitável. A Saúde precisa de exemplos como os pontuados nesta edição para que possa cumprir devidamente com o seu papel e responsabilidade perante o paciente. Que 2017 a Saúde ganhe novos fôlegos e que antigas reivindicações como alta carga tributária, subfinanciamento, entre outros tão conhecidos embates sejam ouvidos pelo governo e que possamos ter mais e mais Líderes da Saúde no país.

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NESTA EDIÇÃO

NOVEMBRO - DEZEMBRO A 45ª edição da Healthcare Management traz como destaque alguns dos eleitos Líderes da Saúde 2016. Em uma capa, colocamos Franco Pallamolla, da ABIMO; Waleska Santos, da Hospitalar; e Ronaldo de Souza Menezes, da PróSaúde. Em outra, Paulo Camara, da FBAH; Sandra Franco, da Sodexo; e Paulo Magnus, da MV.

Código de Cores A HealthCare Management organiza suas editorias pelo código de cores abaixo: Líderes e Práticas Sustentabilidade Health-IT Mercado Gente e Gestão Ideias e Tendências Estratégia Health Innovation

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2º Prêmio ABIMED de inovação transformacional Plataforma digital para fisioterapia à distância e equipamento de ventilação pulmonar são os vencedores da edição

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Todos querem segurança Na rota da digitalização, Americas Medical City investe em ferramenta MCG de medicina por evidência sem perder de vista o sigilo dos dados de pacientes

Articulistas:

92 Carlos Goulart

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Márcia Mariani

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Regulamentação sem arbitrariedade Melhorar a resolutividade de questões regulatórias sem impor regras e aumentar a participação da sociedade nas decisões. Assim tem sido o trabalho das agências, governo e setor privado a fim de criar um cenário de normas favorável e democrático

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TI confiável Unimed São Roque investe na reestruturação de seu data center e se beneficia de ambiente estável, com dados disponíveis e protegidos

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Homenagem à arquitetura e engenharia da Saúde II Fórum + Prêmio HealthARQ reúne arquitetos e engenheiros do setor de Saúde


38 Categorias Análises Clínicas Arquitetura e Engenharia Associação Consultoria Diagnóstico por Imagem Empreendedorismo Emergência e Resgates Entidades Setoriais Filantropia Higiene e Cuidados

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Indústria de Equipamentos

MEDICA 2016 Brazilian Health Devices comemora 15 anos de sucesso na Medica

Indústria de Materiais Indústria Farmacêutica

Crescimento a todo vapor Operadora de Saúde desponta como uma das grandes marcas do setor nas regiões Norte e Nordeste

Indústria Mobiliária

As relações éticas do setor Perda de recursos da saúde devido à corrupção pode chegar a 20% de acordo com estimativas da OMS

Negócios

Indústria Odontológica Mercados Internacionais Pesquisa e Desenvolvimento Provedor de Serviço Responsabilidade Socioambiental

Visão para o futuro Associado ao seleto grupo de hospitais membros da Anahp, o HSC Blumenau apresentou, em 2016, crescimento de mercado de aproximadamente 20% e espera ainda mais para o próximo ano

SAÚDE

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pontuando a gestão

Luiz Aramicy Bezerra Pinto, presidente da FBH, opina sobre futuro da entidade e os desafios da saúde.

Saúde Suplementar Suprimentos e Logística Tecnologia

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PERFIL

Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da ABIMO, fala sobre negócios, políticas e aviões

110 PONTO FINAL Atuação do governo federal na Saúde em 2016 divide opiniões e aponta desafios futuros


Online Jarbas Barbosa, presidente da Anvisa, fala sobre incentivo para exportação e regulamentação de novas tecnologias À frente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária desde julho de 2015, o médico sanitarista pernambucano Jarbas Barbosa defende uma gestão que beneficia o impacto econômico e tecnológico do setor de saúde no país, mas sem perder o foco na segurança do cidadão. Durante a Feira Medica 2016 em Düsseldorf, na Alemanha, a Healthcare Management entrevistou Jarbas Barbosa que, além de falar sobre a participação das empresas nacionais na principal feira de equipamentos médicos e hospitalares do mundo, abordou também temas como incentivo para exportação, importância de parcerias no setor e a relação da tecnologia com os novos tempos.

II Fórum+Prêmio HealthARQ homenageia Siegbert Zanettini O Grupo Mídia realizou a segunda edição do Prêmio HealthARQ, que homenageou cases de sucesso, instituições, marcas mais lembradas e personalidades que mais se destacaram no setor no último ano. O homenageado especial da cerimônia foi o arquiteto e urbanista Siegbert Zanettini, que durante seus mais de 50 anos de carreira já coordenou mais de 1,2 mil projetos, grande parte na área de Saúde. Sua esposa, Mônica Zanettini, recebeu o arquiteto no palco com flores e troféu de homenagem. Confira a entrevista com Zanettini no Prêmio HealthARQ.

Conselho Consultivo do Ética Saúde tem dois novos integrantes A Associação Médica Brasileira – AMB e a Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular – SBCCV aceitaram o convite para integrar o Conselho Consultivo do Instituto Ética Saúde. Agora, serão três as entidades médicas que participarão do grupo, a primeira a ingressar foi a Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista – SBHCI.“É com muito otimismo que recebemos a AMB e a SBCCV e vemos que a semente plantada no ano passado está germinando. O Ética Saúde tem se fortalecido ao longo de 2016 e está cada vez mais representativo com todos os segmentos da saúde. Somente dessa forma podemos criar um ambiente mais transparente e com melhor reputação”, comemora o presidente do Instituto Ética Saúde, Gláucio Pegurin Libório.

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Palavra da editora

LIDERANÇA QUE VENCEU A CRISE

Carla de Paula Pinto, Editora da Revista Healthcare Management

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Esta última Healthcare Management de 2016 traz o Líderes da Saúde, especial que entra para a sua quarta edição e elenca os principais players do setor, como indústria, empresas, operadoras, instituições, entidades setoriais, entre outros que se destacaram neste último ano. São 23 categorias que contemplam três indicados, não havendo ranking entre os ganhadores. Eleitos pelo Grupo Mídia, eles conseguiram inovar e vencer as adversidades deste ano, conquistando merecidamente o posto de Líder do setor. E por falar em ganhadores, o leitor também conhece os grandes vencedores do 2º Prêmio ABIMED de Inovação Transformacional. Foi eleito o projeto “Fisioterapia digital”, da Treinei,

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na categoria ampliação do acesso da população à saúde. Na categoria melhoria do padrão de cuidados médicos, o vencedor foi o projeto “PulmoVista 500: Tornando a ventilação pulmonar visível!”, da Dräger. Ainda sob o espectro da inovação, trazemos também a cobertura da Medica 2016. Mais uma vez, o Grupo Mídia esteve presente na maior feira do mundo e, desta vez, com stand. Por lá, tivemos a oportunidade de realizar entrevistas exclusivas com diversas autoridades e referências do setor. Conversamos também com as empresas brasileiras lá presentes e pudemos ver de perto como os equipamentos e tecnologias brasileiros não ficam devendo em nada para os importados. Luiz Aramicy Bezerra Pinto, presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH), está em Saúde 10. Na entrevista, Aramicy avalia sobre as mudanças socioeconômicas no Brasil, a importância do empreendedorismo na Saúde e o futuro da FBH. Em Perfil, trazemos Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da ABIMO. “Eu me transformei num engenheiro quase médico e me apaixonei pela área”, revela o executivo. A paixão pelo setor da saúde fez com que Fraccaro continuasse no corpo diretivo da ABIMO mesmo depois de aposentado. “Foi naquele momento de decisão por ficar na entidade que recebi carta branca para profissionalizar a Associação e tratá-la como uma entidade organizada. E é isso que eu faço até hoje.” E assim encerramos 2016, com exemplos de líderes que, mesmo em meio a um ano difícil, conseguiram virar o jogo. Que estes exemplos se multipliquem para os próximos anos.


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SAÚDE

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pontuando a gestão

Luiz Aramicy Bezerra Pinto Atuou como diretor e fundador do Hospital Infantil de Maranguape, diretor do Hospital Argentina Castelo Branco – Fortaleza, membro da Academia Cearense de Farmácia, membro do Conselho Estadual de Saúde - Fortaleza. Desde 2010 é o presidente da FBH.

50 anos de FBH

“São muitos os desafios enfrentados nesses 50 anos por nós e a luta pela redução da carga tributária é uma das maiores bandeiras da instituição”

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uiz Aramicy Bezerra Pinto é médico, empreendedor da saúde, fundador e diretor do Hospital Infantil de Maranguape Aracy Pinto em Maranguape (CE). Também dirige o Hospital Argentina Castelo Branco em Fortaleza (CE). Desde 2010 divide sua agenda focada na melhoria e excelência do sistema de saúde brasileiro e a presidência de uma das entidades mais representativas ao fomento e desenvolvimento das instituições de saúde, a Federação Brasileira de Hospitais (FBH). Aramicy marca sua atuação na FBH em um momento histórico: 50 anos da entidade, celebrado em grande estilo durante a solenidade de entrega aos jornalistas ganhadores do 4º Prêmio Synapsis, iniciativa da própria FBH em premiar profissionais de comunicação que através de seus trabalhos evidenciam a promoção e assistência na saúde para toda a população. O evento, ocorrido no dia 22 de novembro, no Unique Palace em Brasília (DF), reuniu a elite da saúde brasileira. Ministro da Saúde, Ricardo Barros; presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), José Carlos Abrahão; presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNS), Tércio Égon Paulo Kásten; ex-ministro da Previdência, Reinhold Stephanes; deputado Raimundo Gomes de Matos; presidente do conselho administrativo da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Francisco Balestrin; entre outros. Na ocasião, 11 personalidades nas quais colaboraram de forma efetiva ao longo destes anos com a FBH foram homenageadas, entre elas, a presidente e fundadora da Hospitalar Feira + Fórum, Waleska Santos. Nesta entrevista para o Saúde 10, Aramicy discorre sobre os maiores embates da FBH, o que se espera do setor e os planos para a instituição permanecer par a passo na evolução da saúde brasileira.

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A FBH comemora seu jubileu em 2016, ano que ficou marcado por várias mudanças socioeconômicas no Brasil e no mundo. Quais foram os desafios da instituição durante estes anos? A FBH sempre lutou por muitas bandeiras, porém uma grande indignação dos líderes do setor é a alta carga tributária em que estamos inseridos. A carga tributária na saúde no Brasil é a mais alta de todos os setores da economia, maior até que a do setor bancário. Vivemos um desequilíbrio enorme neste sentido. Estamos permanentemente engajados e pleiteando a possibilidade de uma desoneração, assim como outros setores já foram beneficiados. Já propomos desonerar impostos que incidem em cima de receita como a bitributação PIS/COFINS. Se você tem uma carga tributária alta, você tem dificuldades. Os profissionais querem uma boa remuneração, e se o hospital não tem fôlego financeiro pra implantar isto, você desqualifica o atendimento. E o que acontece na ponta? O usuário do sistema privado fica prejudicado. A FBH também vem acompanhando de perto todas essas mudanças, principalmente no que diz respeito ao movimento no executivo e no legislativo. Estamos também aguardando a aprovação das medidas de ordem econômica, que ainda estão por vir e certamente irão atingir todos os segmentos da sociedade. Continuamos acompanhando de perto o andamento dos projetos de lei na Frente Parlamentar de Saúde para que o setor hospitalar esteja atento e engajado em todas as discussões que envolvem diretamente o setor.

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SAÚDE

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pontuando a gestão

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Quais os planos da FBH para os próximos anos? A gestão é um dos gargalos da saúde no Brasil. Acredito que esta será uma das grandes prioridades para os próximos 10 anos, além da expansão e comprometimento com a qualidade, ética e excelência no âmbito hospitalar. Estes são os princípios que norteiam a FBH. Nossa preocupação é priorizar as ações de melhoria do setor permanentemente dentro do quadro geral da saúde. Também vamos continuar investindo em pesquisa, conhecimento, informação e capacitação para melhorar o sistema hospitalar.

Como a FBH avalia o setor da saúde no Brasil quanto ao trato humanizado? O setor da saúde no Brasil vem crescendo em várias linhas e setores. Precisamos tratar a humanização como um assunto de alta relevância. O paciente geralmente procura o hospital para aliviar sua dor, de modo que o aspecto da humanização num hospital é da mais alta importância. Nosso maior desafio é melhorar a qualificação. O Brasil é muito grande e temos muita dificuldade de conseguir implantar um serviço de humanização nos hospitais, em cidades menores, abaixo de 100 mil habitantes, embora haja exceções e geralmente partindo da iniciativa privada. 20

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Na visão da FBH, temos uma saúde universal? Eu diria que o SUS avançou em muitos aspectos e prestou bons serviços principalmente na área de transplantes, hemodiálise e cardiologia, mas deixa muito a desejar nos demais, daí o crescimento da saúde suplementar que chegou a ter 52 milhões de vidas com peso muito grande na assistência à saúde. A Constituição diz que o sistema é único e universal, porém o povo está sendo penalizado porque essa universalidade é parcial, não é total. Daí a necessidade de comprar um plano ou um seguro de saúde para dar mais segurança a si próprio e a sua família.

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Luiz Aramicy Pinto, presidente da FBH, e Waleska Santos, fundadora da Feira Hospitalar

Quais os principais embates, na visão da FBH, para as instituições de saúde chegarem em sua excelência na promoção e assistência à saúde? Um dos principais embates é o processo de qualidade, que é essencial para realização de qualquer serviço de saúde, visando o atendimento das necessidades, desejos e expectativa das pessoas. Qualidade é consequência de uma gerência integrada, sistêmica e coerente


que crie condições para que a ação assistencial se dê com excelência em todo o hospital e não apenas em algumas partes dele.

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Ultimamente, há uma certa entrada de jovens empreendedores na área da saúde. Esta mudança, ainda tímida, ocasionou-se muito devido ao número de start-ups. Como a FBH avalia esta transformação? A entrada dos jovens na área da saúde como empreendedores é o que a FBH mais tem incentivado. Eles têm determinação, se reúnem em grupos, colocam seus serviços nos hospitais e dali vão se expandindo, prestando assistência especializada e de alta qualidade.

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Muito tem-se discutido sobre inovação, melhores práticas e foco no paciente. O que falta para a saúde incorporar de fato a inovação, as melhores práticas em assistência e inserir o paciente como todo na cadeia. Acredita que há muito debate e pouca ação? Inovação, melhores práticas e foco no paciente. Esses são os desejos de todo o país para seu sistema de saúde. Aqui, no Brasil, lutamos muito para isso, porém temos um problema educacional, você não forma gestores e pessoas educadas no trato com os outros da noite para o dia. Nós temos no Brasil essa deficiência no ponto de vista da continuidade da gestão. Existe uma alternância muito grande, principalmente na área pública. As pessoas assumem cargos e, muitas vezes, não possuem conhecimento adequado e não sabem o que vão fazer naquela organização. Isso, de um modo geral, é muito ruim para a continuidade da gestão no país.

É preciso que o governo procure trabalhar mais no sentido de controlar os repasses que são feitos e que ele realmente tenha um valor médio para os procedimentos que são realizados, para não passar recursos sem saber como eles estão chegando ao cidadão.

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Qual sua opinião na formação dos médicos no Brasil? Temos avançado? Quanto a formação do médico no Brasil, nós temos hoje quase cerca de 200 cursos de Medicina formando médicos multiespecialistas e nós necessitamos muito de médicos generalistas. Com relação aos cursos, nós sabemos que existem cursos de excelência, medianos, mas também temos cursos fracos que não formam profissionais adequados. Precisamos estar muito firmes e continuar coibindo qualquer tipo de formação que não seja bem avaliada, pois com o registro em seus respectivos conselhos os profissionais estão aptos a lidar com a população. O governo tem que ser mais coercitivo nesse sentido. A FBH reúne associações de hospitais de 16 estados do Brasil, cada uma com suas peculiaridades e nós achamos que um hospital é um patrimônio de uma comunidade, ele tem que prestar um bom serviço e contar com profissionais competentes em várias áreas.

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SAÚDE

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9 pontuando a gestão

Qual é o maior gargalo da saúde? Fala-se muito do financiamento do setor da saúde, mas não se fala quanto é o valor, qual é o custo, quanto é que precisa para resolver o problema da saúde, qual é o orçamento adequado. Até agora nós estamos aí para aprovar um orçamento para 2017 de 115 bilhões de reais. Será que esse dinheiro é necessário? É muito ou é pouco? Nós não sabemos. É preciso que o governo procure trabalhar mais no sentido de controlar os repasses que são feitos e que ele realmente tenha um valor médio para os procedimentos que são realizados, para não passar recursos sem saber como eles estão chegando ao cidadão. Falo isso com relação à saúde pública. Já na saúde suplementar, as discussões e reuniões têm acontecido. Temos ainda alguns problemas com relação aos pagamentos que são realizados, as contas que são cobradas, mas muitos desses problemas deverão ser equalizados em virtude da própria ANS.

Ministro da Saúde Ricardo Barros e Luiz Aramicy Pinto

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Qual o diagnóstico da FBH em relação ao sistema de saúde brasileiro? O sistema de saúde brasileiro teoricamente é perfeito. Entretanto, estamos chegando aos 30 anos da Constituição, ocorrida em 1988, e que mudou toda a sistemática da saúde quando ela diz que a saúde é direito de todos e dever do Estado. Esta estatização da saúde foi um passo muito largo porque as pessoas que assim o fizeram, trabalharam ideologicamente. Então nós temos hoje um Sistema Único de Saúde com muitos problemas, um pouco desacreditado, os profissionais de saúde se negando a trabalhar para o mesmo. Precisamos de uma solução alternativa para que a população realmente passe a acreditar que terá uma assistência de melhor qualidade. Da maneira como está, corremos o risco de continuarem aprovando orçamentos que não se consegue executar porque existe um contingenciamento desses recursos. H

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Health Innovation

Plataforma digital para fisioterapia à distância e equipamento de ventilação pulmonar são os vencedores da edição

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econhecer projetos que promovam uma inovação transformadora e contribuam para melhorar a sustentabilidade do sistema de saúde no país. Este é o objetivo do 2º Prêmio ABIMED de Inovação Transformacional, que selecionou empresas que disponibilizaram no mercado brasileiro produtos e processos inovadores com resultados verificáveis, em duas categorias: ampliação do acesso da população à saúde e melhoria do padrão de cuidados médicos. “A ABIMED, com esta ação, identifica, estimula, dá visibilidade às iniciativas e acelera a inovação no país”, salienta Aurimar Pinto, diretor executivo de Relações Institucionais da

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Associação, sobre a importância da premiação. Para chegar aos vencedores, a ABIMED submeteu os 10 projetos inscritos à avaliação de uma banca formada por especialistas de reconhecida atuação na área da saúde. O grupo elegeu o projeto “Fisioterapia digital”, submetido por Marcelo José Alves Moraes, da Treinei, na categoria ampliação do acesso da população à saúde. Na categoria melhoria do padrão de cuidados médicos, o vencedor foi o projeto “PulmoVista 500: Tornando a ventilação pulmonar visível!”, submetido por Izabela Torres, da Dräger. Conheça, a seguir, os diferenciais das propostas consideradas as mais inovadoras:


Fisioterapia digital Com a finalidade de ampliar o acesso da população brasileira aos tratamentos fisioterápicos, a Treinei desenvolveu uma plataforma digital destinada a complementar o tratamento da fisioterapia presencial, com exercícios executados à distância pelo paciente por meio de vídeos e orientações personalizadas, acessados via aplicativo de celular. Conforme detalhado no projeto submetido à ABIMED, a plataforma é composta pelo sistema do fisoterapeuta, aplicativo do paciente e por um painel de acompanhamento. Desta forma, após uma quantidade de sessões presenciais, o fisioterapeuta prescreve exercícios para que o paciente faça em casa e lhe envia orientações por texto. Com o app, o paciente não só recebe as orientações e demais lembretes, como também assiste a vídeos que o conduzem na realização dos exercícios recomendados. Além disso, pode reportar o nível de dor após cada atividade. A experiência no aplicativo é gamificada, ou seja, apresenta desafios e recompensas para gerar maior engajamento dos usuários. Todo o tratamento pode ser acompanhado pelo fisioterapeuta através de um painel, por meio do qual ele recebe informações do paciente, como: frequência de atividades, nível de dor, satisfação e

percepção de melhoria. Desta forma, o profissional pode, se necessário, alterar o exercício ou solicitar o retorno do paciente ao consultório. Trata-se, portanto, de mais praticidade com menor probabilidade de desistências, menor tempo de recuperação e acompanhamento próximo do paciente pelo fisioterapeuta. Segundo o projeto submetido por Marcelo José Alves Moraes, o custo acessível permite massificar o acesso à fisioterapia em empresas, hospitais públicos e privados, elevando a qualidade de vida da população e reduzindo o custo com a saúde. O grau de inovação da plataforma está associado, além dos fatores já mencionados, à ausência de barreiras geográficas, por se tratar de uma solução mobile que possibilita a realização da fisioterapia à distância, alcançando um maior número de pessoas, inclusive aquelas que não poderiam fazer um tratamento tradicional. Além de melhorar o serviço para quem já faz fisioterapia, o aumento do alcance do serviço tem o potencial de reduzir problemas musculoesqueléticos que custam bilhões à sociedade. Pode, também, reduzir filas de espera e acelerar o tempo de recuperação em procedimentos pós-cirúrgicos em clínicas e hospitais, com benefícios para a sociedade como um todo. Considerando o custo-be-

nefício, o profissional enxerga como potenciais usuários da solução, além dos pacientes, os fisioterapeutas, empresas e as instituições de saúde. “A fisioterapia digital representa um melhor uso dos ativos da saúde, como espaço físico e tempo dos fisioterapeutas, pois parte do tratamento que será feito em casa. Dessa forma, o custo cai e a eficiência do sistema aumenta”, ressalta Moraes, lembrando que as empresas ganham com a redução de custos com absenteísmo, planos de saúde e seguro previdenciário. Os hospitais, por sua vez, beneficiam-se do menor uso de sua estrutura física e da redução

O projeto “Fisioterapia digital”, submetido por Marcelo José Alves Moraes, da Treinei, foi ganhador na categoria ampliação do acesso da população à saúde

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Health Innovation

no tempo de recuperação dos pacientes no período pós-cirúrgico. Consequentemente, o governo ganha com a redução de custos do sistema de saúde. A plataforma também possibilita a diminuição dos casos de abandono de tratamento. Além disso, potencializa a redução no tempo de recuperação, uma vez que as sessões em casa se somam às presenciais. Ao mesmo tempo, a solução possibilita uma comunicação próxima entre fisioterapeuta e paciente, trazendo-lhe segurança devido ao acompanhamento constante. O processo, segundo Moraes, também contribui para o empoderamento do paciente e disseminação da cultura de autogestão e conscientização na saúde. 26

PulmoVista 500: Tornando a ventilação pulmonar visível Otimizar e potencializar a avaliação da ventilação pulmonar à beira do leito, em pacientes com complicações pulmonares. Este é o objetivo da Dräger com o PulmoVista 500, um tomógrafo de bioimpedância elétrica pulmonar que traz imagens em tempo real, distinguindo-se significativamente do recurso disponível atualmente para monitorização, centrado no uso de dados numéricos e gráficos sobre os parâmetros pulmonares. As estratégias atuais de

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ventilação pulmonar protetora dependem, em grande parte, de parâmetros fisiológicos que apenas refletem a função pulmonar global. As conhecidas complicações, como as áreas de atelectasia e hiperdistensão, pedem um melhor entendimento sobre a distribuição da ventilação nas regiões ventral e dorsal dos pulmões, para que possam ser tomadas medidas para adequar individualmente os ajustes ventilatórios. Além disso, as tomografias e radiografias de tórax fornecem informações específicas das regiões, mas somente no momento do exame. De acordo com o trabalho submetido


por Izabela Torres, quando as intervenções terapêuticas são feitas à beira do leito, em pacientes com complicações pulmonares graves e com restrição de deslocamento, é difícil determinar a resposta nas diferentes regiões pulmonares e, consequentemente, se o resultado da terapia foi benéfico ou maléfico à condição clínica. Sobre as vantagens do PulmoVista 500 para os pacientes, Izabela explica: “Trata-se de um equipamento para uso à beira leito, que não exige o deslocamento para a sala de tomografia do hospital, reduzindo o risco de complicações”. Ela ainda lembra que a

precisão de monitorização e efetividade da terapia se convertem em ganhos também para os hospitais. O equipamento reduz a necessidade de parar uma tomografia para uma análise que não é um exame. Além disso, a evolução do paciente é mais rápida e há maior rotatividade de leitos. Com a otimização da ventilação, também conseguimos reduzir o tempo do paciente na UTI e, consequentemente, todo o gasto para o sistema de saúde. O PulmoVista 500 pode ser utilizado em pacientes adultos e pediátricos e caracteriza-se pela facilidade na instalação, na higienização e no manuseio. H

“PulmoVista 500: Tornando a ventilação pulmonar visível!”, vencedor na categoria melhoria do padrão de cuidados médicos, submetido por Izabela Torres, da Dräger

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Health-IT

Todos querem segurança Na rota da digitalização, Americas Medical City investe em ferramenta MCG de medicina por evidência sem perder de vista o sigilo dos dados de pacientes 28

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A prefeitura de São Paulo se viu envolvida, em julho deste ano, em uma polêmica decorrente da exposição, na internet, de dados pessoais de pacientes atendidos pelo SUS e servidores da Secretaria Municipal de Saúde. Planilhas para controle interno da Secretaria estavam disponíveis na rede, sem qualquer proteção, podendo ser acessadas por meio de buscas no Google, revelando nome completo, CPF, endereço e número de telefone de pacientes. Com dados de 2001 a 2007, as planilhas – já retiradas da internet – traziam informações de milhares de pessoas, a maioria mulheres gestantes. Era possível acessar, inclusive, detalhes sobre a gravidez (se era de risco e se ocorreu algum aborto) e sobre o parto (se foi prematuro) dessas mulheres. As implicações deste tipo de vazamento são múltiplas, pois as informações divulgadas não só expõem os pacientes, como podem servir de base de dados para que as seguradoras de saúde abordem as pessoas a partir de seu histórico médico. O exemplo é um alerta para o cuidado que se deve ter com o sigilo das informações dos pacientes, sobretudo diante da crescente necessidade de implantação de sistemas de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nos hospitais. Na percepção de Marcus Vinicius dos Santos, diretor executivo do Americas Medical City, maior complexo médico-hospitalar do Estado do Rio de Janeiro, essa questão do sigilo da informação faz com que a inserção das TIC nas instituições de saúde brasileiras aconteça em um ritmo mais lento. “O mercado de saúde brasileiro ainda está aprendendo a trabalhar melhor como esse tipo de inovação e a adequá-la mais rápido ao dia a dia”, salienta. Conforme ressalta Santos, o fator segurança tem ganhado a atenção das instituições de saúde, com foco tanto no sigilo das informações do paciente quanto na qualidade da assistência prestada. “Hoje, no Americas Medical, usamos uma ferramenta chamada MCG, que concentra os diagnósticos principais, protocolos internacionais, colocando o que é standard para o cuidado conforme o perfil de paciente, tempo de admissão, risco esperado de cada doente. Fazemos um report diário e avaliamos as condutas”, detalha. O diretor executivo ainda ressalta que ferramenta de medicina por evidência serve como um guia. “Ela diz se a gente está indo no caminho correto ou não, se tem um paciente que entra numa linha de cuidado diferente da linha de cuidado que temos que direcionar. Então, essa ferramenta tem sido bastante interessante de modo gerencial e no direcionamento do cuidado médico, garantindo toda uma linha com diferentes camadas de decisão que levam maior segurança para o doente”. HEALTHCARE Management | edição 45 | healthcaremanagement.com.br

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Health-IT

Desafios e perspectivas Considerando as dimensões do Americas Medical City – que incorpora o Hospital Samaritano e o Hospital Vitória, totalizando 494 leitos –, as tecnologias voltadas à segurança são fundamentais e foram implantadas já nos primeiros meses de operação do complexo. “Vai fazer dois anos da abertura do Americas Medical e introduzimos a ferramenta MCG no quarto mês de funcionamento”, conta Santos. A adesão do corpo clínico às ferramentas e tecnologias é sempre um desafio. No caso do Americas, que tem um corpo clínico mais jovem, o processo de disseminação da MCG seguiu duas linhas. “Procuramos, na instituição, pessoas que tinham mais facilidade ou gostavam de mexer com esse tipo de material e eles foram os replicadores da ideia. Outra linha era a de usuários do hospital. Utilizamos o mesmo replicador para ensiná-los a ter autonomia para uso da ferramenta. Já no caso dos médicos parceiros ou que tinham um doente eventual, colocamos alguém da nossa equipe para dar suporte a ele, garantindo a correta utilização da ferramenta”, afirma o diretor executivo. Dificuldades, no entanto, ainda existem. “A principal barreira é que não temos uma ferramenta única que seja capaz de fazer tudo e que atinja 100% do nosso corpo clínico. 30

Então, são várias ferramentas. A maioria delas se comunica, mas algumas ainda não. Se tudo estivesse integrado seria muito mais fácil trabalhar. A principal barreira é a falta de integração, a existência de múltiplas ferramentas para as diferentes áreas de gerenciamento”, diz Santos. Atualmente, o Americas Medical City trabalha quase integralmente de forma digital, apenas 20% de operações não diretas de atendimento ao paciente não são digitais. “Temos buscado novas ferramentas que possam ser incoporadas ao nosso dia a dia para chegar aos 100%. Nossa meta é que o trabalho seja feito em três anos. Temos um planejamento de desenvolvimento para acompanhar os gaps que existem no processo”, comenta Santos.

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Tecnologias nacionais Na percepção de Marcus Vinicius dos Santos, os investimentos em tecnologia são estratégias de negócio. “A tecnologia sempre nos provoca a buscar o novo, trazendo a oportunidade de abrir uma nova área de negócio”. Neste sentido, o diretor executivo ainda destaca que, no Brasil, há muitas startups desenvolvendo boas soluções e que é preciso valorizar e trazer isso mais rápido para dentro dos hospitais. “Acho que todos os gestores de hospitais, me incluindo, têm que abrir um pouco a cabeça e procurar mais esses pequenos grupos de desenvolvimento, para fazer melhorias rapidamente e implantar ferramentas dentro dos hospitais, pois quem ganha é o doente”. H

Marcus Vinicius dos Santos, diretor executivo do Americas Medical City


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Ideias e Tendências

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Regulamentação sem arbitrariedade Melhorar a resolutividade de questões regulatórias sem impor regras e aumentar a participação da sociedade nas decisões. Assim tem sido o trabalho das agências, governo e setor privado a fim de criar um cenário de normas favorável e democrático

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A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) e o Instituto Coalizão Saúde (ICOS) promoveram, em novembro, o 1º Congresso Internacional de Gestão em Saúde, em São Paulo. O encontro reuniu nomes como José Carlos Abrahão, presidente da Agência Nacional de Saúde (ANS);

Jarbas Barbosa, presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); Claudio Lottemberg, presidente do ICOS; Claudia Cohn, presidente da Abramed; e Francisco Balestrin, presidente da Associação

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Ideias e Tendências

Nacional de Hospitais Privados (Anahp). Entre os temas mais discutidos foi o papel das agências reguladoras nas relações entre os players do setor. De acordo com Lottenberg, a regulação é uma proposta de interação entre a estrutura de Estado e o mercado, e o equívoco nessa relação ocorre justamente quando o setor acredita que essas questões regulatórias limitam-se somente à esfera pública. “O governo não tem porque se envolver nessas questões, as agências não foram criadas para isso. Evidentemente as agências e o governo são atores cruciais que devem interagir, mas não impor seu pensamento para algo que envolva entendimento para o cidadão e o equilíbrio de mercado. Essas autarquias precisam ter autonomia. Quanto menos o governo se envolver, melhor será a dinâmica do setor.” Para Paulo Chapchap, CEO do Hospital Sírio-Libanês, o governo tem uma função fundamental na proteção dos direitos da sociedade e no equilíbrio dos direitos individuais e coletivos. Para exercer essa função é necessária a participação da sociedade e, para isso, é importante que existam canais 34

de comunicação francos, transparentes e sérios onde cada um possa expressar seu ponto de vista e os representantes possam debater o assunto à luz das considerações dos diversos atores do setor e só então concluir o que seria melhor para a sociedade. “As agências ligadas ao Ministério da Saúde vêm procurando insumos e informações nesse debate para poder exercer seu papel. Todo o setor público hoje vive um momento de dificuldade de financiamento, composição de quadros e atuação permanente”, acrescenta Chapchap. Ainda de acordo com o executivo, essas agências vêm trabalhando com muita dificuldade, tanto a Anvisa quanto a ANS, para exercer suas funções constitucionais. “Nós precisamos ser sensíveis para essas dificuldades e não exigirmos mais do que elas podem entregar. No entanto, as lideranças dessas organizações, atualmente, têm tido uma atuação muito eficaz no que se dispõe à proteção da sociedade”, conclui. Segundo o presidente da ANS, o que a agência tem buscado é dar mais transparência às ações do órgão regulador não só por meio das próprias reuniões colegiadas e abertas,

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mas também através de consultas públicas. “Essas discussões fazem com que se busque um equilíbrio nas tomadas de decisões. Outra medida é a implementação da análise do impacto regulatório, esse é um pleito que temos trabalhado muito em todas as agências reguladoras, pois na hora que se implementa essa análise é possível criar oportunidades de discussão que irão impactar aquela determinada norma ou resolução.” O objetivo da ANS é que as normas tenham, a cada dia, uma melhor resolutividade como ocorreu em 2015, quando o grau de resolução das notificações emitidas aos planos de saúde atingiu o índice de 90%. Isso ocasionou uma considerável redução na aplicação de multas e suspenção de planos de saúde, melhorando as relações entre operadoras, beneficiários e outros atores do segmento. “Nosso maior desafio é regular um setor de mutualismo altamente sensível às variações econômicas. Historicamente, nunca havia acontecido esse fenômeno de perda de usuários que gira em torno de 1,5 milhão de beneficiários devido ao aumento do fechamento de postos de trabalho”, completa Abrahão. H


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Health-IT

TI confiável Unimed São Roque investe na reestruturação de seu data center e se beneficia de ambiente estável, com dados disponíveis e protegidos 36

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Com uma unidade hospitalar de 60 leitos e uma equipe de cerca de 500 funcionários, a Unimed São Roque atende pacientes e beneficiários de seis cidades do interior do estado de São Paulo – São Roque, Mairinque, Ibiúna, Araçariguama, Alumínio e Vargem Grande Paulista. Para garantir excelência no atendimento administrativo, clínico e hospitalar de todo esse público, a instituição vem investindo na segurança de seu ambiente de TI. Conforme destaca Juliano Nicola, gerente de TI da Unimed São Roque, as operações da instituição precisavam contar com total disponibilidade das informações, incluindo prontuários, resultados de exames, dados financeiros, de pacientes e de beneficiários. “Nesse cenário, era de suma importância possuirmos um ambiente de Tecnologia estável, com dados disponíveis e protegidos”, diz. Para atingir esse objetivo, a unidade investiu na adoção do Linux para os servidores Oracle/Tasy usados na gestão hospitalar, o que garantiu maior confiabilidade para as operações da Unimed São Roque. “O ambiente Oracle/Tasy e Progress/TOTVS foi replicado e, a cada 15 minutos, os dados são atualizados e armazenados em um ambiente físico diferente, proporcionado infraestrutura segura, com um plano de contingência adequado e eficiente”, detalha Nicola. Segundo a S2It, empresa que coordenou o projeto de reestruturação do data center da Unimed São Roque, a redundância foi uma precaução para garantir a segurança do sistema. “Sabendo que o ambiente da Unimed São Roque era de operações críticas, definimos que deveria contar com uma réplica do banco de dados de Produção para que, em caso de eventual problema com o servidor original, outro equipamento com o banco de dados sincronizado estivesse à disposição, gerando um período mínimo de paralisação e o menor risco de perda de dados”, explica.

Reestruturação De acordo com Nicola, a gestão do projeto de reestruturação envolveu desde a análise do ambiente da Unimed e das possibilidades de melhorias até a avaliação minuciosa das soluções disponíveis no mercado para resolver os problemas apresentados. O primeiro ponto discutido foi a migração do sistema operacional, do Windows para o Linux, considerado melhor quanto aos níveis de desempenho e estabilidade. “Ao efetuar a migração do banco de dados para um ambiente Linux e adotar a replicação dos bancos de dados para outro servidor, garantimos uma implementação com as melhores práticas da Oracle para seu banco de dados, alto nível de disponibilidade e monitoração por meio do uso de ferramentas implementadas pela S2IT, que possuem várias métricas que nos alertam para que possamos agir antes que um problema ocorra”, segundo a S2IT O sucesso no processo de transição envolveu ainda o fator recursos humanos, como explica o gerente de TI da Unimed São Roque. “Profissionais de áreas estratégicas foram envolvidos para garantir a execução eficaz e a ampla aderência às boas práticas do setor de saúde”, enfatiza Nicola.

Benefícios Apesar dos desafios que se apresentam em projetos de reestruturação do ambiente de TI como o da Unimed São Roque, os resultados compensam o esforço, trazendo resultados positivos para a instituição e para os pacientes, como ressalta Juliano Nicola. “O projeto já representou uma mudança completa na visão de data center da instituição. O resultado foi um nível mais elevado de disponibilidade dos serviços para os usuários internos e externos, além de um ambiente tecnológico mais moderno, com tempo de respostas bem mais atrativo, sem falar na redução de custos com manutenção.” Nicola ainda acrescenta que a reestruturação ajudou a Unimed São Roque a tornar seus serviços mais eficientes e transparentes, contribuindo significativamente com a consolidação de uma gestão mais ágil e moderna. “Conseguimos estabelecer um alto padrão de organização, normatizações, confiabilidade, além de um ambiente de produção e contingência, com configurações corretas, algo que existia antes, porém não com esse grau de confiabilidade”. O projeto deu tão certo, segundo Nicola, que se tornou referência e deve ter sequência. “Hoje, somos reconhecidos pelas outras unidades como tendo uma das melhores estruturas de data center. Os avanços terão continuidade com mais atualizações no ambiente de TI da sede na instituição”, finaliza. H

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IV LÍDERES DA SAÚDE Em pleno ano de recessão econômica, com o país mergulhado em crise política, eles conseguiram se sobressair e se destacar no mercado de Saúde

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Categorias Análises Clínicas Arquitetura e Engenharia Associação Consultoria Diagnóstico por Imagem

rise. Provavelmente, esta foi a palavra mais falada em 2016. Seja ela na esfera econômica, política ou social, é fato que o Brasil viveu tempos escuros neste ano. Foi em meio a esta névoa que as empresas brasileiras e as multinacionais aqui instaladas tiveram que se reinventar frente às novas necessidades do mercado. Na Saúde isso não foi diferente. Toda a cadeia sentiu os efeitos da crise e os players se debruçaram em busca de novas alternativas para vencer tais desafios. E são justamente esses que venceram as adversidades do país os eleitos “Líderes da Saúde 2016”, especial que chega a sua quarta edição. Trata-se de uma homenagem a empresas, indústrias, operadoras, instituições de saúde, entre outros players que mais se destacaram neste último ano. Eles conseguiram não apenas vencer a crise como crescer com ela. Vislumbraram oportunidades em meio a este difícil contexto, propondo alternativas eficazes e de qualidade para o sistema de saúde como um todo, cada um dentro de sua expertise. Por isso eles são os eleitos pelo Grupo Mídia Líderes da Saúde. Para chegar a tais nomes, foi aberta uma votação no site healthcaremanagement.com.br para que a comunidade pudesse participar com o seu voto. Paralelo a isso, o setor de pesquisa se dedicou em pontuar os principais destaques que ocorreram neste ano. Com tais dados em mãos, o conselho do GM votou nos Líderes da Saúde. São 23 categorias com três homenageados em cada uma. Entre as categorias estão Saúde Suplementar, Arquitetura e Engenharia, Associação, indústria de Equipamentos, de Materiais, Farmacêutica, Tecnologia, entre outros. Nas páginas seguintes, confira a lista oficial com os eleitos Líderes da Saúde 2016.

Empreendedorismo Emergência e Resgates Entidades Setoriais Filantropia Higiene e Cuidados Indústria de Equipamentos Indústria de Materiais Indústria Farmacêutica Indústria Mobiliária Indústria Odontológica Mercados Internacionais Negócios Pesquisa e Desenvolvimento Provedor de Serviço Responsabilidade Socioambiental Saúde Suplementar Suprimentos e Logística Tecnologia

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2016 ANÁLISES CLÍNICAS DASA

E Emerson Gasparetto

m 2016, a Dasa apostou em sistemas de produção de radiologia e instalou, em sua unidade do CDPI no BarraShopping (RJ) uma ressonância magnética de 3 Tesla Prisma, que atinge até o dobro da capacidade dos aparelhos mais modernos de RM de uso rotineiro. Além disso, a Dasa está finalizando a instalação da maior esteira de alta performance do país, em Barueri (SP). “Estamos muito satisfeitos em receber este prêmio, pois ele é fruto de uma estratégia voltada para uma visão de longo prazo. Fomos a empresa de Medicina Diagnóstica que mais investiu nos últimos dois anos e vamos manter isso”, afirma Emerson Gasparetto, diretor médico nacional da DASA.

LABORATÓRIO SABIN

O Lídia Abdalla

Laboratório Sabin conquistou importantes reconhecimentos nacionais e internacionais em 2016. Entre essas conquistas está a medalha da NACB (National Academy of Clinical Chemistry), concedida à coordenação de Pesquisa do laboratório pelo desenvolvimento de exame para a detecção molecular dos vírus da dengue, zika e chikungunya em uma mesma reação. O grupo também expandiu a sua área de atuação, passando a operar nas cinco regiões do país. “Estar entre os Líderes da Saúde é um sinal de que estamos crescendo sem abrir mão da qualidade e excelência, seja em nossas pesquisas, processamento de exames ou no atendimento”, afirma Lídia Abdalla, presidente executiva do Laboratório Sabin.

Foto: Filico

RICHET MEDICINA & DIAGNÓSTICO

E Helio Magarinos Torres Filho

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ste foi mais um ano repleto de vitórias para a equipe do Richet Medicina & Diagnóstico. Em 2016, além de inaugurar uma nova unidade no Rio de Janeiro, o centro de análises e pesquisa também instaurou um novo núcleo técnico-operacional totalmente automatizado em um prédio de 4 mil m², passando a ampliar e modernizar o seu parque tecnológico. “Sinto-me extremamente honrado com este reconhecimento. Este tipo de iniciativa é muito importante para o setor e serve de grande estímulo a quem preza pela excelência.”, diz Helio Magarinos Torres Filho, diretor médico do centro.


ARQUITETURA E ENGENHARIA ATHIÉ WOHNRATH

C Sérgio Athié e Ivo Wohnrath

om escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro e mais de 860 colaboradores, a Athié Wohnrath se destaca como um dos maiores escritórios de arquitetura corporativa da América Latina. Com 26 anos, a empresa atua em diferentes unidades de negócio – Arquitetura, Construtora, Tecnologia e Turnkey – sempre com foco na satisfação do cliente. Até o momento, a empresa contabiliza 56 selos LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações e ambientes de trabalho.

FIORENTINI ARQUITETURA

A Paula Fiorentini

Fiorentini Arquitetura é uma das empresas de arquitetura que mais canalizou projetos e alavancou negócios no setor da saúde no último ano, sendo responsável pela elaboração de planejamentos e soluções em arquitetura estratégica e administração hospitalar. Em 2016, o escritório entregou projetos no segmento farmacêutico e hospitalar, como as obras no Hospital CEMA, 9 de Julho, Hospital San Paolo, em São Paulo, e o contrato com a Clínica MegaMed, que prevê a construção de cem unidades em um prazo de dois anos. “Esse prêmio é resultado de um trabalho de toda uma equipe formada por profissionais e técnicos responsáveis”, comenta Paula Fiorentini, proprietária da Fiorentini Arquitetura.

RAF ARQUITETURA

C Flávio Kelner

om forte atuação no setor da saúde em 2016, a RAF Arquitetura se destacou pelo trabalho realizado no Hospital Municipal de Parelheiros, em São Paulo, consagrado com o prêmio de Melhor Projeto da categoria Saúde pelo XII Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa. Além disto, neste ano, a empresa foi uma das ganhadoras do 2º Prêmio HealthArq na categoria Cases de Sucesso. “Acredito que esse reconhecimento é bom para a saúde como um todo, de valorização do profissional de arquitetura, do engenheiro, que tanto luta para que o edifício hospitalar seja funcional, perene e que dê vida para todo mundo”, comenta Flávio Kelner, sócio-diretor da RAF Arquitetura.

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2016

FRANCO PALLAMOLLA 42

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ASSOCIAÇÃO ABIMO

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ntre as importantes atuações da ABIMO - Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios - durante 2016 destaca-se a entrega ao Ministério da Saúde de uma proposta sobre a estruturação e criação de centralização de compras públicas das PDPs (Parcerias de Desenvolvimento Produtivo) e encomendas tecnológicas do setor de produtos para saúde. “Estamos diante de uma oportunidade única de dar sustentabilidade ao nosso SUS, uma vez que a ferramenta combina autonomia e aumento da densidade tecnológica e o fortalecimento do setor através do uso do poder de compras. Por outro lado, permite a redução de custos e a possibilidade de ampliação do sistema”, afirma Franco Pallamolla, presidente da ABIMO. Pallamolla ressalta ainda a importância da criação de ações conjuntas intersetoriais para atender as condições de mercado. “Temos discutido insistentemente a busca de modelos ideais para contribuirmos com a melhoria da saúde. Precisamos produzir mais, bem como diminuir entraves do setor na inovação em lançamentos de modelos criativos de apoio à inovação.” Para 2017, a ABIMO realizará mais uma edição do Prêmio Inova Saúde. Como novidade, o prêmio da área odontológica recebe o nome de Prêmio Knud Sorensen, uma homenagem a Knud Hove Sorensen, cirurgião-dentista e VP do setor odontológico da ABIMO, que faleceu em maio. O projeto setorial executado pela ABIMO, em parceria com a Apex-Brasil, o Brazilian Health Devices, continuará fomentando as exportações das indústrias de artigos e dispositivos da área da saúde e as representando internacionalmente.

Já são mais de 50 anos de história e, para os próximos 50 anos, o compromisso da ABIMO é continuar trabalhando para promover cada vez mais a integração do setor.”

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2016 ASSOCIAÇÃO

ABIMED

A Fabrício Campolina

ABIMED - Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde - vem desenvolvendo diversas iniciativas a fim de acelerar a inovação no Brasil e promover um ambiente de negócios ético e sustentável aos investimentos. Destacam-se o lançamento da Campanha Tecnologias que Transformam Vidas e a 2ª edição do Prêmio ABIMED de Inovação Transformacional. Ainda neste ano, a associação fortaleceu a Comissão de Ética da associação, que passou a ter autonomia em relação à direção da ABIMED. “Este prêmio é um grande estímulo para continuarmos nos dedicando a melhorar o sistema de saúde do nosso país”, comenta Fabrício Campolina, presidente do Conselho de Administração da ABIMED.

ABRAIDI

A Gláucio Pegurin Libório

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ABRAIDI - Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Implantes - comemorou, ao longo de 2016, a consolidação do Instituto Ética Saúde. No ano passado, houve o lançamento do Ética Saúde - Acordo Setorial e, em menos de um ano, o acordo ganhou notabilidade e importância singulares. Com isso, seu propósito de atuação foi ampliado para agregar demais atores do setor da saúde e ser disponibilizado como ferramenta para mobilização e transformação do mercado de dispositivos médicos. “Um segmento que passou por momentos difíceis, mas que agora renasce de cabeça erguida, empunhando a bandeira do Instituto Ética Saúde”, comenta Gláucio Pegurin Libório, presidente da ABRAIDI.


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2016 CONSULTORIA AXISMED

A Cesar Rodriguez Dominguez

pós aquisição da AxisMed pelo Grupo Telefônica, a empresa transformou seu modelo de negócio evoluindo para uma proposta baseada na geração de retorno do investimento em programas de saúde suplementar para as corporações, operadoras de saúde e setor farmacêutico. Hoje, a AxisMed tem a inteligência clínica e os algoritmos de Business Intelligence prontos para trabalhar com modelos preditivos na evolução do custo e no comportamento clínico da população com alta utilização de recursos de saúde. “Este prêmio mostra que conseguimos posicionar as nossas soluções de forma correta. Acreditamos no processo consultivo em construir a melhor solução junto ao cliente”, afirma Cesar Rodriguez Dominguez, CEO da AxisMed.

ERNST & YOUNG

P Leandro Sanches e Adriana Gasparian

ara auxiliar as instituições de saúde, a Ernst & Young fortaleceu sua equipe de consultoria e de tecnologia da informação, desenvolvendo projetos relacionados ao desenvolvimento de planejamento estratégico para hospitais de grande porte e de projetos de cyber security para ambientes corporativos e assistenciais. Além da implantação de processos de Strategic Sourcing e logística, a empresa aprimorou processos de inovação e de melhoria da jornada do paciente e do médico. “A responsabilidade da EY ser eleita é muito grande, pois estamos empenhados em continuar ajudando o setor de saúde na construção de um mundo melhor de negócios”, comenta Leandro Sanches, sócio da empresa.

PLANISA

C Afonso José de Matos

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om 28 anos de atuação em solução para as organizações de saúde, a Planisa vem conquistando expressivo sucesso e se destacando como referência em consultoria especializada para o segmento. Em 2016, a empresa inovou em uma solução denominada KPIH Key Performance Indicators for Health, que dispõe aos hospitais informações gerenciais de caráter estratégico, visando assegurar maior produtividade e segurança para investimentos e planejamento de operações. “Reconhecimento dessa magnitude compreende um relevante nutriente para prosseguirmos a trajetória de integridade, responsabilidade e sucesso”, comenta Afonso José de Matos, diretor presidente da Planisa.


DIAGNÓSTICO POR IMAGEM AGFA HEALTHCARE

N Paulo de Camargo

este último ano, a Agfa HealthCare deu início a um processo de reorganização e estruturação interna para ampliar sua atuação, passando a adicionar novos distribuidores específicos na área de TI em saúde e soluções para radiografia digital. Também em 2016 a empresa reposicionou a sua linha de negócio HealthCare Information Solution, direcionada para Soluções de Gestão Hospitalar e Clínica (HIS/CIS) e Gerenciamento de Conteúdo Corporativo (ECM). “Entrar no seleto grupo de Líderes da Saúde nos incentiva ainda mais a buscar a melhoria contínua”, afirma Paulo de Camargo, diretor-geral da Agfa HealthCare.

FUJIFILM

G Eduardo Tugas

erenciamentos digitais e soluções integradas para radiografia e mamografia foram algumas das ferramentas apresentadas pela Fujifilm no último ano. Além desses importantes instrumentos, a empresa apresentou o Synapse VNA (Vendor Neutral Archive), criado para facilitar o gerenciamento do fluxo de exames radiológicos dentro do ambiente hospitalar. Através deste mecanismo, os médicos conseguem acessar os resultados dos exames assim que são arquivados, agilizando o atendimento ao paciente. “Cada um de nossos colaboradores sabe o papel e a responsabilidade que tem em trabalhar em um segmento tão vital para todos nós: a saúde”, afirma Eduardo Tugas, Diretor da Divisão Médica da Fujifilm Brasil.

PHILIPS

E André Toledo

m 2016, a Philips concluiu a implementação de seu novo modelo de atuação global no mercado de Saúde e Bem-Estar, combinando suas expertises em B2B e B2C. Destaca-se também o estudo Future Health Index (FHI), que revelou como os países estão posicionados para atender a longo prazo os desafios da saúde mundial, por meio de integração e de tecnologias conectadas de saúde. Da América Latina, o Brasil foi o único participante. “O reconhecimento mostra que estamos no caminho certo para continuar contribuindo para melhorar a vida das pessoas por meio do cuidado contínuo com a saúde e inovação”, comenta André Toledo, Gerente de Marketing e Comunicação da Philips Brasil.

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2016 EMPREENDEDORISMO CLÍNICA FARES

O Adiel Fares

ano de 2016 foi um marco na história da Clínica Fares, que inaugurou um novo complexo médico em Osasco (SP). Com investimento de R$ 20 milhões, esta operação irá dobrar o número de atendimentos oferecidos pela instituição. Além disto, somente neste ano a empresa aumentou em 50% o número de colaboradores e médicos. “Ser eleito entre os Líderes da Saúde na categoria Empreendedorismo nos motiva, de maneira primordial, a continuar contribuindo com a revolução da saúde no Brasil por meio de novas oportunidades aos médicos, gestores e empreendedores da saúde”, afirma Adiel Fares, presidente da Clínica Fares.

CONSTRUTORA BAGGIO

V Blanca Baggio

iabilizando obras corporativas por meio de parcelamento direto, a Construtora Baggio apresentou, neste ano, opções para hospitais e clínicas interessadas em construir e ampliar sua estrutura. Em 2016, a construtora entregou o Hospital Ônix, em Curitiba, recentemente premiado como Instituição do Ano, categoria Inovação, no prêmio HealthArq. Também iniciou-se a reforma do Hospital Previna, na zona norte São Paulo, que aumentará sua capacidade em 400% em número de internamentos eletivos. “Temos orgulho em construir espaços voltados à saúde, pois acreditamos que a arquitetura e a tecnologia empregada podem ajudar muito na recuperação de pacientes”, diz Blanca Baggio, diretora comercial da empresa.

SALUX

M Fabrício Colvero Avini

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esmo em um cenário de crise, em 2016, a Salux investiu em melhorias e mostrou crescimento acima de 30%, acompanhando a tendência e a necessidade das instituições de saúde em fazer mais com menos recursos. “Acreditamos que a informatização e sistematização dos processos hospitalares e assistenciais são fundamentais para racionalização do uso destes recursos”, explica Fabrício Colvero Avini, CEO da empresa. “Orgulha-nos muito ser reconhecido novamente pelo trabalho que estamos desempenhando na área de TIC em saúde no Brasil. Isto nos motiva para que cada vez mais possamos alavancar a melhoria da saúde através da tecnologia, que é nossa missão.”


EMERGÊNCIA E RESGATES AMIL RESGATE SAÚDE

O Francisco Souto

contínuo aperfeiçoamento de processos e protocolos no atendimento a clientes e no transporte de pacientes críticos assegurou à Amil Resgate Saúde, em 2016, um crescimento de 10% no número de atendimentos realizados na unidade de Alphaville (SP) e de 22% no volume de transportes de pacientes. “É um trabalho que engloba investimentos em tecnologia de última geração, implantada nas unidades móveis (terrestres e aéreas), e também um amplo programa de capacitação das equipes de profissionais que atuam no serviço. A conquista do prêmio é motivo de orgulho e deixa clara a nossa responsabilidade de continuar prestando serviços de excelência”, diz Francisco Souto, diretor do Amil Resgate Saúde.

LÍDER AVIAÇÃO

C Eduardo Vaz

om mais de 20 anos de experiência em transporte aeromédico, a Líder Aviação é primeira empresa do Brasil a obter homologação da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) para realizar este tipo de traslado. Também conhecido como UTI aérea, este serviço consiste no transporte de pacientes por via aérea, seja no resgate inicial, no local do acidente ou de uma instituição médica para outra. O fretamento disponibiliza opções em jatos, turboélices e helicópteros, para os serviços de fretamento executivo e ambulância aérea.

MERCEDES-BENZ

O Werner Schaal

grande destaque da Mercedes-Benz neste último ano foi a transformação dos primeiros automóveis do modelo Vito em ambulâncias. Essa solução contribui para o auxílio da remoção dos pacientes de dentro van, principalmente em locais com altura limitada, como estacionamentos de prédios residenciais e saídas de hospitais com marquise baixa. “Tal premiação nos motiva em continuar nessa estratégia e sempre renovar nossas tecnologias para melhorar a segurança, performance e durabilidade de nossos produtos e serviços”, comenta Werner Schaal, gerente Sênior de Marketing & Vendas Vans da Mercedes-Benz do Brasil.

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PAULO CAMARA 50

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ENTIDADES SETORIAIS FBAH

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m 2016, a Federação Brasileira de Administradores Hospitalares (FBAH) realizou o 39º Congresso Brasileiro de Administração Hospitalar e Gestão em Saúde / IX Congresso Latino Americano de Administradores de Saúde, evento que trouxe um público de aproximadamente 1200 pessoas, com 90 horas de palestras, ministradas e moderadas por cerca de 170 profissionais renomados no mercado de saúde. A Federação implantou, ainda, o projeto piloto com as sucursais estaduais, nomeando 5 associados para representarem a região de domicílio, com o objetivo principal de aproximar a FBAH dos gestores e administradores hospitalares e levar o conhecimento por intermédio de eventos e apoio a entidades que propiciem a atualização curricular. Para 2017, o objetivo é ampliar a nomeação de representantes das sucursais do país e dar início a um novo momento, no qual a integração entre essas unidades e a sede da FBAH beneficie cada vez mais os associados. “Também firmamos, recentemente, uma parceria com o Grupo Mídia e, assim, apresentar um novo modelo de informação com a Revista do Administrador Hospitalar, com nova apresentação visual e de conteúdo”, explica Paulo Camara, vice-presidente da FBAH. Também para 2017 está prevista a 40ª edição do Congresso Brasileiro de Administração Hospitalar e Gestão em Saúde, que acontecerá de 15 a 19 de maio de 2017, em cooperação com a Hospitalar Feira + Fórum.

Pe. Cherubin, a FBAH dedica esse prêmio ao senhor, com gratidão pela responsabilidade que hoje levamos de liderar, estando lado a lado com instituições que possuem os mesmos princípios e valores que o sr. preconizou”

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2016 ENTIDADES SETORIAIS

FBH

E Luiz Aramicy Pinto

m 2016, as principais linhas de atuação da FBH – Federação Brasileira de Hospitais - foram as participações no fortalecimento do Coalizão Saúde, contribuindo com a sua representatividade em debates e construção de projetos para a melhoria do desempenho do setor de saúde no país. Ainda neste ano, a FBH participou e atuou ativamente nas comissões que envolveram as questões de regulação do setor na ANS. “Quando somos incluídos entre as lideranças do Brasil, isto desperta em nosso setor uma cobrança por parte dos demais líderes e temos que estar cientes de que nossa responsabilidade aumenta”, afirma Luiz Aramicy Pinto, presidente da FBH.

SINDHOSP

E Yussif Ali Mere Jr.

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m 2017, o SINDHOSP concluirá um processo iniciado em 2016: a governança corporativa. “Estamos transformando nossa organização internamente, com o estabelecimento de processos bem definidos e profissionalização da gestão. Queremos descentralizar as decisões, e torná-las cada vez mais colegiadas”, explica Yussif Ali Mere Jr., presidente do sindicato. “Ficamos muito honrados com o prêmio Líderes da Saúde e certos de que estamos desempenhando um trabalho importante, que tem feito a diferença no setor da saúde”, afirma.


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Foto: Igor Mota

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RONALDO DE SOUZA MENEZES 54

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FILANTROPIA PRÓ-SAÚDE

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á quase 50 anos sob uma conduta norteada pela humanização do atendimento ao paciente, a Pró-Saúde - Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar - implantou, neste ano, o programa “Mais Eficiente”, que visa modernizar e melhorar os processos gerenciais envolvendo todos os setores de suas unidades administradas. São, aproximadamente, 20 mil colaboradores, em 11 estados diferentes beneficiados por esta ação. Além disso, a instituição possui cinco unidades certificadas pela ONA, sendo três no Pará, uma em Goiás e outra em São Paulo. A Pró-Saúde dispõe também de três unidades signatárias do Pacto Global promovido pela ONU (Organização das Nações Unidas), estando elas no Pará, São Paulo e Espírito Santo. Para o próximo ano, a instituição continuará avançando neste seu projeto de aperfeiçoamento da gestão a partir de práticas sustentáveis, ampliando a quantidade de unidades com selo de qualidade e garantindo atendimento humanizado aos pacientes. Em 2017, a instituição comemorará 50 anos de trajetória. “Queremos resgatar toda nossa história, renovando o compromisso de todos os 20 mil colaboradores em seguir oferecendo um serviço de saúde humano e de qualidade para o paciente, que é o que mais importa”, afirma Cônego Ronaldo de Souza Menezes, presidente do Conselho de Administração da Pró-Saúde. Estar entre o Líderes da Saúde é resultado de um trabalho realizado com excelência. “A Pró-Saúde é uma entidade que foi construída e fundamentada na dedicação, no esforço e no empenho de muita gente. Fico muito feliz em fazer parte dessa história, assim como nossos profissionais que seguem dedicados, diariamente, ao bem-estar de outras pessoas”, afirma Menezes.

A Pró-Saúde é uma entidade que foi construída e fundamentada na dedicação, no esforço e no empenho de muita gente.”

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2016 FILANTROPIA

HOSPITAL AMARAL CARVALHO

O Antonio Luís Cesarino Navarro

Hospital Amaral Carvalho completou 20 anos em 2016 de serviço de transplantes de medula óssea, sendo a instituição que mais realiza TMO alogênico no país. Também neste ano, o hospital deu início ao processo de mudança de operação, visando aumento percentual de atendimento aos pacientes de convênios e particulares, sem alterar o número de atendimento ao SUS. “A responsabilidade deste reconhecimento traz à luz uma obrigação ainda maior, não só de se manter em sua importância no setor, mas de poder realizar transformações necessárias ao desenvolvimento”, afirma Antonio Luís Cesarino de Moraes Navarro, superintendente do Hospital Amaral Carvalho.

HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS

A Rogério Caiuby

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lém de receber Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social em Saúde, o Hospital Sírio-Libanês desenvolveu parcerias com Gestor Local de Brasília, onde possui três unidades, permitindo o atendimento de radioterapia aos pacientes do SUS em tratamento de câncer. Além disto, em 2016 o HSL se fez presente em pelo menos 372 regiões de saúde em todo o Brasil e realizou mais de 250 cirurgias em mulheres em tratamento de câncer de mama encaminhadas pelo município de São Paulo. “É sempre uma satisfação receber reconhecimento ao trabalho de responsabilidade social que a instituição exerce desde a sua fundação”, ressalta Rogério Caiuby, Diretor de Estratégia e Projetos do HSL.


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2016 HIGIENE E CUIDADOS MUCAMBO

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estaque na produção e comercialização de luvas cirúrgicas no Brasil, a Mucambo foi a primeira empresa brasileira de luvas a conquistar a certificação ISO 9000 para seu Sistema de Qualidade. São 60 anos levando segurança e proteção para o dia a dia dos profissionais da Saúde em todo o país. A empresa conta com 8 centros de produção de luvas, localizados na França, Malásia, México, Sri Lanka e Brasil, e três centros de pesquisa voltados para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de sua linha de produtos.

P&G

A Marjorie Teixeira

P&G chegou ao Brasil, em 1988, com a aquisição da Perfumarias Phebo S.A., tradicional indústria brasileira de sabonetes à base de glicerina. Durante a sua história, a empresa buscou, constantemente, melhores inovações, novos produtos e novas formas de processo. Em 2016, a fabricante se destacou pelo lançamento da nova tecnologia Extra Sec Pods, exclusiva do produto Pampers, que possui três canais ultra-absorventes, gerando maior absorção. “Esse reconhecimento nos orgulha muito, mostra que estamos no caminho certo”, comenta Marjorie Teixeira, Gerente de Comunicação Corporativa P&G Brasil.

MISSNER

C

om produtos como esparadrapos impermeáveis, esparadrapo isento de látex, fitas microporosas, esparadrapos hipoalérgicos – de sua linha farmacêutica e hospitalar – a Missner está presente em todo o território nacional. Segundo a companhia, a produção e lançamento constante de novos produtos é a estratégia para atender plenamente seus consumidores e grandes empresas, superando os desafios do mercado. O reconhecimento através de prêmios, na percepção da Missner, mostra que a companhia está no caminho certo e aumenta ainda mais o seu compromisso de atender seus usuários de forma prática, confortável e confiável.

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INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS GE HEALTHCARE

P Daurio Speranzini Jr.

ara melhorar a eficiência da gestão de dados no setor, a GE Healthcare vem investindo em soluções conectadas que utilizam o Big Data como base para otimizar o gerenciamento de informações dos pacientes. Um dos principais destaques deste trabalho foi o acordo com o Comitê Olímpico Internacional para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que envolveu o fornecimento de um software inovador de gestão da saúde. “Este reconhecimento reitera nosso compromisso em atuar como parceira e consultora de nossos clientes para aprimorar cada vez mais os serviços e sistemas de saúde no país”, comenta Daurio Speranzini Jr., presidente e CEO da GE Healthcare para a América Latina.

MEDTRONIC

2 Oscar Porto

016 foi o ano da consolidação para a Medtronic, integrando a empresa após a aquisição da Covidien em 2015. Segundo Oscar Porto, VP e diretor-geral da Medtronic Brasil, o país continua sendo prioridade para a empresa, mesmo com a atual crise. “Ainda que haja uma redução da verba pública, devido ao PIB, e redução de mais de 1.5 milhões de beneficiários na saúde suplementar no último ano, acreditamos em uma retomada no setor de saúde, uma vez que continua sendo uma prioridade para a agenda do país”, ressalta. “Como Líderes temos a responsabilidade de buscar soluções para a sustentabilidade do setor de saúde.”

SAMTRONIC

A Edgar Felix Muller

Samtronic realizou uma completa reformulação de todas as suas bombas de infusão, explicitada por um total rejuvenescimento no design e novas características técnicas, entre algumas delas inéditas. Também iniciou uma diversificação das vendas com o lançamento de uma família de 5 monitores multiparamétricos de altíssima resolução. Outro marco foi o seus lançamentos inéditos, como a bomba de seringa ST7000 TC, único equipamento desenvolvido e fabricado no Hemisfério Sul a apresentar protocolos únicos de uso anestésico. “Estar entre os Líderes da Saúde é uma grande honra e também uma grande responsabilidade”, conta Edgar Felix Muller , diretor-presidente da Samtronic.

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2016 INDÚSTRIA DE MATERIAIS B.BRAUN

A Carlos Maurício

justes em seu programa de investimentos e em suas estratégias de acesso ao mercado, revisão do portfólio de produtos e busca pela sinergia entre suas unidades de negócio. Estas foram algumas das ações que marcaram a atuação da B. Braun em 2016, visando ao crescimento futuro da companhia. “Investimos muitos recursos em programas de segurança do paciente, de prevenção de infecções, de cirurgia segura. O reconhecimento só aumenta a nossa responsabilidade e nos indica que estamos no caminho certo”, comenta Carlos Maurício, diretor executivo de Marketing e Vendas das divisões Aesculap, OPM (Out Patient Market) e Avitum da B. Braun.

CREMER

M André Augusto Spicciati Pacheco

esmo em meio às dificuldades econômicas e políticas do país, a Cremer continuou crescendo e consolidou ainda mais a sua marca. Em 2016, a fabricante lançou novos produtos e expandiu o seu relacionamento com os hospitais, passando a atender mais de 15 mil clientes em todo o território nacional. “A Cremer entende que tem um papel importante como líder no setor de saúde, tendo responsabilidade não só de atender seus clientes com qualidade, mas também de ajudar a construir uma saúde sustentável e eficiente no Brasil”, diz André Augusto Spicciati Pacheco, diretor de marketing e comercial da Cremer.

JOHNSON & JOHNSON MEDICAL DEVICES

A Márcio Coelho

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inovação é base de todos os produtos desenvolvidos pela Johnson & Johnson Medical Devices. Além de lançamentos de produtos e de novas tecnologias, em 2016, a fabricante buscou desenvolver soluções que mapeiam processos hospitalares a fim de desenvolver programas de melhores práticas, contribuindo para a otimização de resultados. “A liderança traz consigo a responsabilidade. Ser líder, seja uma pessoa ou uma corporação, é ser exemplo. E se queremos uma sociedade mais justa, ética e sustentável, temos que começar dentro de casa e dar o exemplo correto”, comenta Márcio Coelho, Presidente da Johnson & Johnson Medical Devices Brasil.


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2016 INDÚSTRIA FARMACÊUTICA BAYER

N Rubens Weg

o ano em que comemora 120 anos de atuação em solo brasileiro, a Bayer lançou medicamentos inovadores. A empresa trouxe para o país o Adempas, considerado a única terapia da sua categoria para o tratamento desse subtipo de hipertensão pulmonar, e também o Stivarga, aliado no combate do tumor estromal gastrointestinal (GIST). Em busca de inovação, a fabricante investiu €4.3 bilhões em Pesquisa & Desenvolvimento. Ainda em 2016, a Bayer lançou mais um projeto de incentivo à inovação, o PartnerYourAntibodies (PYA), que busca identificar novos anticorpos relacionados com as áreas de oncologia, cardiologia, hematologia, oftalmologia e ginecologia.

EMS

A Marcus Sanchez

EMS fechou o primeiro semestre de 2016 com crescimento de 10% em faturamento em relação ao mesmo período de 2015. A empresa espera encerrar este ano com o percentual de 20%. Além disso, a indústria exporta para mais de 40 países e possui mais de 80 patentes concedidas pelo mundo. A EMS está entre os maiores laboratórios em preferência prescritiva no Brasil e pretende, em 2017, chegar a capacidade produtiva de 1 bilhão de unidades. “A promoção da saúde está em nosso DNA. Acredito que essa conquista é resultado de uma nova perspectiva da EMS, que tem visto a saúde de uma forma ainda mais ampla”, afirma Marcus Sanchez, vice-presidente Institucional da EMS.

EUROFARMA

P Maria del Pilar Muñoz

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restes a completar 45 anos de história, a Eurofarma deu um grande salto em 2016 ao investir no aumento expressivo de sua Força Vendas, ampliando sua capacidade e capilaridade na visitação médica. Além disso, neste ano, a empresa avançou ao aderir ao Pacto Global e ao ampliar o escopo da área de Integridade Corporativa, que passou a se responsabilizar também pela segurança da informação. No ano passado, a indústria conquistou o registro do primeiro Biossimilar da América Latina, o Fiprima. “Para nós é motivo de muito orgulho participar da premiação e sermos reconhecidos por nosso trabalho”, comenta Maria del Pilar Muñoz, diretora executiva de Sustentabilidade e Novos Negócios da Eurofarma.


INDÚSTRIA MOBILIÁRIA LAFER

C Cícera Maria Neves Costa

om uma linha hospitalar que combina durabilidade, praticidade e um padrão elevado de conforto, a Lafer destacou-se, em 2016, pelo fornecimento de poltronas especiais para usos específicos em UTIs, ressonâncias magnéticas e setores destinados a hemodiálise. Quanto às expectativas para o próximo ano em termos de resultados, a companhia pretende manter os valores quantitativos apresentados em 2016, vislumbrando a possibilidade de crescimento. Sobre o estar entre os Líderes da Saúde, a empresa destaca a importância de manter sua conduta de sempre, pautada na preservação de seu nome e nas contribuições para valorizar a vida e o conforto dos pacientes.

MERCEDES IMEC

P Sammy Roger Ewald

ioneira no desenvolvimento e fabricação de mesas cirúrgicas no Brasil, a Mercedes Imec apresentou, em 2016, o primeiro protótipo brasileiro de uma mesa cirúrgica movida por comando de voz. A solução facilita a movimentação da mesa por parte do cirurgião e favorece a integrabilidade com outras tecnologias presentes na sala de cirurgia. Além das mesas, a empresa também tem em seu portfólio macas, camas e demais mobiliários hospitalares. O lugar de destaque no segmento médico-hospitalar está, segundo a companhia, associado ao fato de que seus produtos são certificados pelo Inmetro e CE, seu sistema de gestão é certificado pelas normas ISO-9001 e BPF e ao seu contínuo aprimoramento.

METAHOSPITALAR

E Kilder Vieira de Melo

m 2016, a Metahospitalar lançou diversas melhorias nos móveis que fabrica, dando destaque para a cama eletrônica MT 222 para UTI, que passou por revisão geral em seu projeto e atende hoje a 3ª Edição da Norma de Equipamentos Eletromédicos. Além disso, neste ano, a empresa aumentou seu parque fabril com investimentos em tecnologia industrial com novas e modernas máquinas. Outro destaque é o projeto da Cama para Pré-Parto, Parto e Pós-Parto. “Há quase 20 anos fabricamos leitos hospitalares e para nós estar entre os Líderes e, por consequência, entre os melhores, muito nos honra”, afirma Kilder Vieira de Melo, diretor da Metahospitalar.

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2016 INDÚSTRIA ODONTOLOGIA ALLIAGE

F

ruto da fusão das empresas Dabi Atlante e a Gnatus no ano passado, a recém-criada Alliage já é forte no setor de saúde em fabricação e vendas de equipamentos odontológicos. Para 2016, as vendas estimadas são de aproximadamente R$ 300 milhões com exportações para mais de 150 países. Neste último ano, a empresa apresentou ao mercado um aparelho para realização de exames de raio X digital, que utiliza o mesmo princípio dos aparelhos convencionais, mas, em vez de impressionar uma base de prata, a radiação incide sobre um filme fotoluminescente constituído por sais de terras-raras, entre outros materiais, excitando as cargas eletrônicas das moléculas das substâncias que o compõem.

ANGELUS

H

á 20 anos no mercado nacional, exportando para mais de 80 países, a Angelus é a primeira indústria de produtos odontológicos brasileira com registro de uma patente no mercado norte-americano. A fábrica possui certificações como NBR ISO 13.485:2004, CE e FDA. Em busca de inovações, a empresa lançou, em 2016, uma nova versão do reparador MTA Angelus. O produto foi introduzido ao mercado com um intuito de rever alguns casos clínicos, como as situações em que os dentes estão condenados à extração. Além disto, o reparador também possui um novo radiopacificador, Tungstato de Cálcio, o qual não causa o manchamento da raiz ou coroa dental.

NEODENT

A Matthias Schupp

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Neodent vendeu, ano passado, 1 milhão de implantes no Brasil. Em 2016, apesar das dificuldades econômicas do país, a empresa demonstrou crescimento contínuo, passando a aumentar e melhorar três filiais e abrirá mais uma filial no Chile. Além disso, fabricante realizou o Neodent Congress, um dos maiores congressos internacionais de implantodontia da América Latina, que contou com a presença de mais de 2 mil profissionais. “Entendo que esta premiação é um grande reconhecimento ao trabalho que estamos fazendo, mas, acima de tudo, um indicador de que temos que continuar investindo e entregando o melhor para os nossos clientes”, comenta Matthias Schupp, CEO da Neodent.


MERCADOS INTERNACIONAIS BAUMER

E Ruy Baumer

ste foi mais um ano de sucesso para a Baumer. Há mais de 60 anos responsável por incorporar novas tecnologias e produtos para o setor da saúde, a empresa está terminando o ano de 2016 com crescimento sustentável, apontando melhoria nos índices de produtividade e competitividade. Apesar da crise econômica, a fabricante conseguiu ajustar os seus processos e estruturá-los para os tempos atuais. “É sempre com orgulho que recebemos um reconhecimento do setor. Se de um lado nos anima cada vez mais atuar em prol da saúde, por outro aumenta nossa responsabilidade de fazê-lo com mais força, ânimo e ética”, comenta Ruy Baumer, presidente da Baumer.

Foto: Claudio Cammarota

MAGNAMED

A Wataru Ueda

Magnamed é uma empresa nacional focada em desenvolvimento de equipamentos de alto desempenho para o setor da saúde. O profundo conhecimento e a busca constante pela inovação permitem à empresa criar soluções que se destacam no mercado de ventilação pulmonar e anestesia. Em 2016, a fabricante cresceu cerca de 50% e pretende fechar o ano com aumento de 75%. Para 2017, a empresa anuncia lançamento de novos produtos com inovações inteligentes. “É muito importante para uma empresa, que ainda é considerada pequena, mas que concorre com grandes players do mercado, ser reconhecida por suas conquistas”, comenta Wataru Ueda, CEO da Magnamed.

OLSEN

H Cesar Augusto Olsen

á 38 anos consolidada no Brasil, a Olsen desbrava novos territórios e já está presente em mais de 100 países, oferecendo equipamentos modernos, inovadores, duráveis e de custo de manutenção muito baixo. Tais qualidades foram alcançadas através de uma equipe competente e dedicada disposta a levar aos clientes o melhor da capacidade criativa e tecnológica da empresa. A Olsen aposta na qualificação de seus equipamentos com base nas certificações que a marca conquistou, entre elas, a da Comunidade Européia (CE) e a certificação FDA dos Estados Unidos.

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2016

WALESKA SANTOS 66

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NEGÓCIOS HOSPITALAR FEIRA + FÓRUM

A

maior feira das Américas, a Hospitalar Feira + Fórum, atrai a atenção de empresários e profissionais dos cinco continentes. A cada ano, a feira se confirma como plataforma global para geração de negócios e networking no mercado de saúde brasileiro. Em 2016, a feira integrou profissionais da área médico-hospitalar, industriais, gestores do setor público e privado, pesquisadores e instituições de classe. Segundo Waleska Santos, fundadora da Hospitalar, o evento mantém a confiança do segmento e tem buscado inovar para atender às demandas do mercado que busca por novas soluções, conhecimento e alta tecnologia. “É um espaço que, além de trazer o futuro do mercado, consegue unir os principais players da cadeia”. Para o próximo ano, a Hospitalar, em parceria com a L+M, irá promover uma área exclusiva de facilities com serviços e produtos para construção, engenharia, arquitetura, entre outros. “A área será subdividida pelo espaço Facilities Innovation, que apresentará experiências e simulações realísticas para empresas de Facilities e da cadeia da saúde. E ainda o Facilities Education, com exposições e realizações de workshops, conectando empresas de facilities e o setor de saúde”, complementa. Para Waleska, estar entre o Líderes da Saúde é uma honra. “Agradeço a oportunidade e digo que continuarei impulsionando o desenvolvimento e melhorias para o nosso segmento à frente da Hospitalar. Além disso, vamos continuar promovendo a geração de negócios e networking no mercado de saúde brasileiro e sul-americano”.

Vamos continuar promovendo a geração de negócios e networking no mercado de saúde brasileiro e sul-americano, proporcionando maior visibilidade aos nossos expositores e parceiros.”

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2016 NEGÓCIOS

FANEM

O Djalma Luiz Rodrigues

crescimento da rede privada de hospitais no Brasil foi uma grande oportunidade para a Fanem em 2016, que atuou fortemente na comercialização de equipamentos. Segundo Djalma Luiz Rodrigues, diretor executivo da Fanem, neste ano, a companhia investiu no desenvolvimento das novas linhas de câmaras para imunológicos e de aspiradores da série Diapump Colibri e em conquistas como a certificação internacional da linha do Duetto, a incubadora híbrida com funções de berço aquecido. “Trabalho todos os dias com o mesmo entusiasmo por saber que nossos produtos ajudam a salvar vidas em vários continentes, em mais de 100 países”, afirma.

HAPVIDA

O Jorge Pinheiro

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destaque do Hapvida neste último ano foi a sua consolidação como maior operadora de saúde do Norte e Nordeste. Para tanto, neste ano, a operadora realizou investimento de R$ 170 milhões em toda a sua rede. Deste total, R$ 22 milhões foram direcionados, exclusivamente, para tecnologia. Ainda em 2016, o Hapvida deu início ao Hapvida +1K, assessoria de corrida e caminhada gratuita que, atualmente, beneficia quase 10 mil pessoas nos estados da Bahia, Pernambuco, Ceará, Belém e Maceió. “Nós agradecemos o reconhecimento. Devemos trabalhar mais, ampliar mais e construir mais em prol da saúde de todos os nossos beneficiários”, comenta Jorge Pinheiro, presidente do Hapvida Saúde.


PESQUISA E DESENVOLVIMENTO ACHÉ

E Paulo Nigro

m seu planejamento estratégico para 2030, definido no ano passado, o Aché colocou a inovação, o foco no cliente e a excelência operacional como norteadores para o crescimento sustentável. Desde então, a companhia inaugurou o Laboratório de Design e Síntese Molecular, o que a ajudou a entrar no Structural Genomics Consortium, parceria internacional entre universidades, governos e indústrias para acelerar o desenvolvimento de novos remédios no mundo. “Recentemente, fechamos um acordo de colaboração em P&D com a Ferring Pharmaceuticals, para desenvolver plataformas tecnológicas que visam melhorar a disponibilidade dos medicamentos no organismo”, conta Paulo Nigro, presidente do Aché.

DUPONT CORIAN

U Leandro Rosa

m dos grandes destaques da DuPont Corian em 2016 foi o lançamento da Corian Charging Surface, superfície que permite o carregamento sem fio de tablets e smartphones, trazendo comodidade aos pacientes e seus acompanhantes no período no hospital. Além disso, segundo Leandro Rosa, Business Manager DuPont Corian Latin America, as soluções Corian destacaram-se em instituições de saúde como o Hospital Copa Star, da Rede D’or. “Lá, o Corian está presente em todas as aplicações básicas conhecidas, como pias para quartos, banheiros, balcões dos postos de enfermagem e tanques de escovação”, afirma Rosa lembrando a importância dessas soluções adequadas às regulamentações da Avisa.

LABORATÓRIO CRISTÁLIA

N Ogari Pacheco

o primeiro semestre deste ano, o Laboratório Cristália comemorou a aprovação de seu IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) Colagenase – animal-free 100% nacional – pela Anvisa. “Isso oferece ao Brasil a possibilidade de exportar biotecnologia pela primeira vez na história”, diz Ogari Pacheco, presidente do Conselho Diretor da empresa, que investe na área há 15 anos e possui as duas primeiras plantas de biotecnologia privadas do Brasil. “É por meio do investimento constante em P&D que a indústria farmacêutica como um todo seguirá crescendo e, mais do que isso, apoiará o fortalecimento da economia brasileira”, comenta Pacheco sobre as perspectivas da empresa para 2017.

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2016

SANDRA PASSOS 70

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PROVEDOR DE SERVIÇO SODEXO

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a contramão da crise que o país vivencia, a Sodexo teve um ano de forte crescimento no segmento da Saúde, graças às constantes inovações nas ofertas e serviços que agregam valor ao consumidor final, conforme ressalta Sandra Passos, CEO do Segmento Saúde e Educação da companhia. “Conseguimos alavancar o crescimento no setor em 46%, sendo que 50% deste valor foi baseado no crescimento das vendas de outros serviços, com destaque para os serviços de higienização hospitalar e manutenção”, enfatiza Sandra. A executiva também celebra o fato de que uma das iniciativas da empresa – chamada Cozinha Inteligente – ganhou expressividade em 2016. “Isso se deve aos excelentes avanços nos indicadores de aumento de produtividade, padronização do produto final e redução de gasto de utilidades para nossos clientes”. A expectativa da empresa para 2017 é crescer ainda mais no segmento da Saúde, com soluções integradas de serviços e levar aos seus consumidores uma melhor Qualidade de Vida. “Entendemos que as instituições de Saúde estão cada vez mais preocupadas com a excelência de atendimento e consequente fidelização de seus clientes. Desta forma estarão cada vez mais buscando serviços e fornecedores que atendam estas expectativas. Para nós isto é uma grande oportunidade, pois nossa missão é entregar uma oferta de valor a toda a comunidade da saúde”, afirma Sandra. De acordo com a executiva, estar entre os “Líderes da Saúde 2016” é uma comprovação de que a empresa está no caminho certo. “A premiação é fruto do excelente trabalho desenvolvido por nossos colaboradores em parceria com os clientes. É, também, um estímulo para continuarmos investindo na inovação e na capacitação de nossos colaboradores buscando sempre sermos referência no mercado”.

Tenho a grande missão de continuar a transmitir a minha equipe a importância e o impacto de nosso trabalho para a evolução da Qualidade de Vida dos pacientes, acompanhantes, médicos e colaboradores, com atendimento de forma humanizada.” LÍDERES da SAÚDE 2016

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2016 PROVEDOR DE SERVIÇO

BRASANITAS HOSPITALAR

O Carlos Alberto Ferreira

engajamento e compromisso da Brasanitas Hospitalar com a qualidade dos serviços de higienização de hospitais, clínicas e laboratórios se traduziu na recertificação pela NBR ISO 9001:2008, obtida neste ano. “A Brasanitas continua sendo a primeira companhia e única a conquistar a Certificação por Distinção dos Serviços de Higiene Hospitalar, acreditada pelo Instituto Qualisa de Gestão e validada pela Sociedade Brasileira de Hotelaria Hospitalar”, salienta Carlos Alberto Ferreira, COO da empresa. Para o executivo, 2017 será promissor. “Nossa principal expectativa é o crescimento no segmento, tendo como base o investimento em tecnologia para agregar valor aos serviços de higiene hospitalar”.

INDIGO

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Indigo é líder mundial em operação e investimentos em estacionamentos. Atualmente, a empresa administra mais de 4000 estacionamentos em 17 países, sendo destes, quase 200 em 39 cidades em 15 estados do Brasil. No país, a Indigo administra aproximadamente 7 mil vagas em 30 hospitais, como o Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital São Camilo – Ipiranga, ambos em São Paulo, e Hospital Silvestre, no Rio de Janeiro. O segmento de hospitais representa 5% das vagas do portfólio da Indigo no Brasil e a meta é que este setor represente 10% até 2019.

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RESPONSABILIDADE SOCIOMBIENTAL BAXTER

E Piero Novello

m parceria com o Ministério da Saúde, a Baxter tem um programa de atenção ao paciente renal crônico que necessita de diálise. “Em 2016, após 13 anos, houve o reajuste do reembolso para a diálise peritoneal por parte do Ministério. Trata-se de um avanço e um trabalho de parceria com os órgãos competentes”, afirma Piero Novello, presidente da Baxter Brasil. Segundo ele, as parcerias com o setor público evidenciam a motivação da empresa de fazer prevalecer sua missão de salvar e prolongar vidas. O compromisso com a sociedade também se estende ao cuidado com o meio ambiente. “Adotamos em nossa unidade fabril iniciativas visando a redução do consumo de recursos naturais”, pontua.

Foto: Clovis Fabiano

INSTITUTO ETHOS

N Jorge Abrahão

o último ano, o Instituto Ethos se destacou no mercado da Saúde devido à sua iniciativa, junto com a ABRAIDI, na criação do Ética da Saúde, o que se tornou um marco no segmento. Além disso, o Instituto Ethos também realizou o programa Integridade e Transparência na Saúde com a ANAHP, que avalia as práticas de integridade dos hospitais privados brasileiros; e o programa de Promoção da Integridade nas Cooperativas UNIMED. “Para 2017, o instituto espera ampliar o Ética Saúde para outros segmentos do setor de saúde e mobilizar mais empresas para a agenda da sustentabilidade”, explica Jorge Abrahão, diretor-presidente do Instituto Ethos.

ROCHE DIAGNÓSTICA

A Christian Paetzke

atuação da Roche Diagnóstica em 2016 foi marcada por uma série de esforços destinados a ampliar o acesso aos testes de saúde da mulher, como o de HPV, à biópsia líquida para pacientes de câncer de pulmão e aos equipamentos Point of Care – sistemas para a realização de testes onde o paciente está – com foco em doenças cardiovasculares e diabetes. “Realizamos, também, uma doação de insumos e disponibilizamos equipamentos para auxiliar o governo do Rio de Janeiro a ampliar a detecção do vírus da zika durante os Jogos Olímpicos”, conta Christian Paetzke, presidente da Roche Diagnóstica Brasil.

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2016 SAÚDE SUPLEMENTAR BRADESCO SAÚDE

A Manoel Peres

Bradesco Saúde atingiu a colocação na faixa superior do Índice de Desempenho da Saúde Suplementar, do programa de Qualificação das Operadoras 2016 (ano base 2015), desenvolvido pela ANS. Após ultrapassar o significativo número de um milhão de segurados no segmento de pequenas e médias empresas no ano passado, a seguradora superou a marca de um milhão de segurados também em apólices administradas juntamente com a sua controlada Mediservice. “Este reconhecimento só aumenta a nossa responsabilidade de atender com excelência os mais de 4,2 milhões de segurados”, afirma Manoel Peres, diretor-geral da Bradesco Saúde e da Mediservice.

CENTRAL NACIONAL UNIMED

A Mohamad Akl

justes de processos, melhoria na gestão de contratos, investimentos em treinamento, qualificação e ampliação da equipe, e na estrutura de atendimento e mobilidade. Estas foram as ações da Central Nacional Unimed para driblar a crise e seus impactos na saúde suplementar em 2016. Como aponta o diretor-presidente da companhia, Mohamad Akl, as medidas foram bem-sucedidas. “A empresa deve fechar 2016 com mais de 1,6 milhão de clientes e faturamento de R$ 4,7 bilhões, 13,7% a mais sobre 2015”. Para 2017, Akl espera que ANS dialogue mais com as operadoras e que haja crescimento econômico e redução do desemprego, possibilitando maior acesso dos brasileiros aos planos de saúde.

SULAMÉRICA

A Raquel Giglio

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combinação de investimentos no relacionamento com parceiros médicos e hospitalares e na gestão equilibrada – com foco no crescimento sustentável da operação –, garantiu o desempenho positivo da SulAmérica em 2016, segundo Raquel Giglio, diretora técnica e de relacionamento com clientes da empresa. “No acumulado de janeiro a setembro, nossas receitas operacionais aumentaram 13,3%, para mais de R$ 9 bilhões em relação ao mesmo período do ano anterior, com destaque para a modalidade PME, com crescimento de 18,2%, e para os planos odontológicos, que cresceram 23,92%”, detalha Giglio, ressaltando que a companhia acumula, hoje, 2,9 milhões de beneficiários de seguro saúde e odontológico.


SUPRIMENTOS E LOGÍSTICA SWISSLOG

E Massimo Zagnoni

ntre os destaques da Swisslog está os resultados de seu primeiro projeto de automação de farmácia no Brasil, com a instalação de suas soluções no Hospital Sírio-Libanês. A empresa também está iniciando a montagem de seu segundo projeto de automação de farmácia no Hospital Albert Einstein, onde será instalado o PillPick® Automated Unit Dose Packaging e o Sistema de Distribuição BoxPicker™ Sistema Automatizado de Armazenamento. “Estamos construindo a base para expandir nossa presença não apenas nos setores filantrópico e privado, como no setor público”, afirma Massimo Zagnoni, VP Sales EMEA da Swisslog Healthcare.

UNIHEALTH LOGÍSTICA HOSPITALAR

A Domingos Fonseca

consolidação de seu desenvolvimento tecnológico e de sua aplicação em operações no Brasil e no mundo foi a maior conquista da UniHealth Logística Hospitalar em 2016, segundo o presidente da empresa, Domingos Fonseca. Experiente no oferecimento de uma solução completa de gestão de fluxo de materiais de hospitais e sistemas de saúde, – com rastreabilidade dos produtos desde o recebimento nos almoxarifados e centros de distribuição até o uso pelo paciente – a empresa está otimista com relação ao próximo ano. “Esperamos em 2017, mesmo com todas as dificuldades conjunturais, continuar crescendo de forma consistente dentro e fora do país, onde a cada dia ganhamos mais experiência”, diz Fonseca.

UPS BRASIL

A João Paulo Fonseca

tenta ao cumprimento das regulamentações que qualificam o operador para o transporte e armazenagem de medicamentos farmacêuticos, a UPS Brasil investiu em soluções inovadoras em 2016. “Os principais destaques são o UPS Temperature True, que oferece níveis de serviço e requisitos que garantem os cuidados necessários para proteger cargas sensíveis – como as vacinas –, entre eles o controle de temperatura e a velocidade de transporte aéreo, marítimo e rodoviário. E, também, o Pharma Port 360, container desenvolvido especialmente para a UPS, com um equipamento que mantém a temperatura em 5°C – exigência da indústria farmacêutica”, diz João Paulo Fonseca, gerente de logística da UPS Brasil.

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2016

PAULO MAGNUS 76

LÍDERES da SAÚDE 2016


Foto: Nando Chiappeta NC Fotografia

TECNOLOGIA MV

O

crescimento da atuação no mercado externo foi um dos marcos da MV em 2016, que inseriu em seu portfólio novos clientes do Peru e do Panamá. As conquistas no cenário internacional também se estenderam ao recebimento de um prêmio concedido pelo instituto norte-americano de pesquisa e insights KLAS, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Paulo Magnus, presidente da MV, considera que a companhia obteve o reconhecimento internacional por deter o melhor Prontuário Eletrônico do Paciente entre os principais players que atuam na América Latina e o maior market share da região. Para 2017, a expectativa é manter investimentos com foco na expansão para novos mercados e áreas. “Apesar da necessidade de ajustar os planos ao atual cenário econômico, continuaremos focando os investimentos na expansão internacional para a América Latina, na especialização da empresa também em serviços de Consultoria e na ampliação da atuação na área de saúde pública, medicina diagnóstica, operadora de planos de saúde e gestão estratégica”, pontua Magnus. O presidente também acrescenta que estar entre os “Líderes da Saúde 2016” impõe à companhia um maior compromisso não apenas com o segmento em que atua, mas também com a sociedade. “O fato de sermos apontados como exemplo em um segmento nos impulsiona a buscar melhorias, a inovar e lançar tendências. Isso reforça ainda mais a nossa missão de atentar para problemas e apresentar soluções adequadas”, finaliza Magnus.

É inspirador e gratificante sabermos que estamos no caminho certo na realização de um trabalho que contribui para tornar a gestão da saúde mais eficiente, humanizada e sustentável”

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2016 TECNOLOGIA

AVAYA

P Marcio Rodrigues

romover a transformação digital de empresas e instituições do segmento da Saúde. Com este propósito, a Avaya Brasil realizou vários projetos de destaque em 2016, sendo que um deles foi reconhecido como um dos Casos Globais de Sucesso no segmento de Healthcare da multinacional. “Nossa expectativa é continuar expandindo os negócios neste segmento e implementar as novidades do nosso portfólio no mercado brasileiro. O objetivo é, por meio de nossas soluções, enriquecer a jornada e a experiência do cliente”, salienta Marcio Rodrigues, presidente da Avaya Brasil, destacando o recente lançamento das soluções Breeze, Oceana & Equinox, que simplificam a interação entre empresas e usuários.

IBM

C Antonio Carlos Dias

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onsolidando o uso da inteligência artificial na área da Saúde no Brasil, a IBM anunciou dois casos emblemáticos de uso do sistema Watson no país em 2016. “O Fleury Medicina e Saúde está validando a solução Watson for Genomics como uma ferramenta para auxiliar a tomada de decisão médica na assistência personalizada. E na área farmacêutica, a TheraSkin está utilizando a solução Watson for Drugs Discovery na pesquisa e desenvolvimento de produtos e medicamentos dermatológicos”, conta Antonio Carlos Dias, executivo de Soluções para a Indústria da IBM Brasil. Ele também adianta que, em 2017, a companhia deve continuar investindo em projetos com computação cognitiva.


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Líderes e Práticas

Homenagem à arquitetura e engenharia da Saúde 80

healthcaremanagement.com.br | edição 45 | HEALTHCARE Management


II Fórum + Prêmio HealthARQ reúne arquitetos e engenheiros do setor de Saúde

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A segunda edição do Fórum + Prêmio HealthARQ, evento organizado pelo Grupo Mídia, em São Paulo (SP), reuniu mais de 200 arquitetos e engenheiros do setor de Saúde em uma tarde de debates e palestras. A primeira palestrante do evento foi Maíra Macedo, da Green Building, que abordou sobre a Sustentabilidade certificada nas edificações de Saúde. Logo em seguida, o debate sobre “O desperdício nas construções: é possível fazer mais com menos nas obras hospitalares?” contou com a participação de Marcos Casado, Diretor Técnico e Comercial da Sustentech; Renata Gomes, do escritório Levisky Arquitetos; Luiz Augusto Contier, da Contier Arquitetura; Vital Ribeiro, presidente do Projeto Hospitais Saudáveis; Salim Lamha, da MHA Engenharia; Enio Moro Junior, da Belas Artes. A mesa redonda sobre “Como aplicar a cultura da inovação nas edificações de saúde” teve a participação de Maurilio Chiaretti, presidente do Sindicato dos Arquitetos de São Paulo; Márcio Oliveira, presidente da ABDEH Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar; Giovani Guastelli, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Rafael Lazarrini, gestor da unidade de sustentabilidade do CTE – Centro de Tecnologia de Edificações. O fórum encerrou com a palestra de Robson Szigethy, Diretor de Projetos da Amil, sobre o futuro dos espaços da saúde. HEALTHCARE Management | edição 45 | healthcaremanagement.com.br

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Líderes e Práticas

II Prêmio HealthARQ Após o Fórum, o Grupo Mídia realizou a segunda edição do Prêmio HealthArq que homenageou cases de sucesso, instituições, marcas mais lembradas e personalidades que mais se destacaram no setor no último ano. “Além de debatermos pontos de extrema importância e interesse para a comunidade da arquitetura na Saúde, ficamos honrados em poder, através do Prêmio HealthARQ, prestar uma homenagem a todos os envolvidos que lutam pelo desenvolvimento e crescimento do setor no país. Com esta cerimônia, parabenizamos todos aqueles que fizeram diferença no setor”, afirma Edmilson Junior Caparelli, CEO do Grupo Mídia. O homenageado especial da cerimônia foi o arquiteto e urbanista Siegbert Zanettini, que durante seus mais de 50 anos de carreira já coordenou mais de 1,2 mil projetos, grande parte na área de Saúde. Sua esposa, Mônica Zanettini, recebeu o arquiteto no palco com flores e troféu de homenagem. Todos os ganhadores do prêmio estão na 21ª edição da HealthARQ. 82

O arquiteto Siegbert Zanettini recebendo a homenagem da HealthARQ de sua esposa Mônica Zanettini

Robson Szigethy, Diretor de Projetos da Amil

Confira como foi o evento

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ENTREVISTA

Lucas Zambon diretor científico do IBSP – Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente

EXCELÊNCIA EM SEGURANÇA DO PACIENTE COLABORA PARA REDUZIR EVENTOS ADVERSOS

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s hospitais brasileiros, assim como os internacionais, ainda estão longe de conquistar excelência na área de segurança do paciente. Isso porque estabelecer rotinas padronizadas, protocolos e checklists requer estrutura, engajamento da alta gestão e treinamento para aplicar cada uma dessas ferramentas. O médico Lucas Zambon, diretor científico do IBSP – Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente, discute este cenário atual.

principais eventos? Em média, um a cada dez pacientes internados em hospitais vai sofrer um evento adverso. Uma parte destes eventos vai resultar na morte de pacientes. E o que se estima hoje é que cerca de 70% destes eventos (e mortes, consequentemente) seriam evitáveis. Boa parte dessas mortes pode ser atribuível a problemas em cirurgias, infecções hospitalares e erros relacionados a medicamentos, que são os grupos de eventos adversos mais comuns.

Qual a taxa de morte por eventos adversos que poderiam ser evitados em hospitais no mundo? Quais são os

Como é esse quadro no Brasil? As estatísticas têm mudado ao longo dos anos? Uma estimativa aplicada

ao Brasil sugere que ocorram mais de 150 mil mortes decorrentes de eventos adversos evitáveis por ano nos hospitais do nosso país. Infelizmente, não temos dados consistentes sobre essas estatísticas ao longo dos anos para o Brasil. O que podemos inferir, com base em estudos nos EUA, é que os números têm piorado com o tempo. Parte disso é porque a detecção destes eventos adversos vem melhorando, mas parte é pelo aumento da complexidade da assistência em hospitais, que cada vez mais incorporam novas tecnologias e novos procedimentos para prestar assistência, criando também novos riscos.

EM MÉDIA, UM A CADA DEZ PACIENTES INTERNADOS EM HOSPITAIS VAI SOFRER UM EVENTO ADVERSO. UMA PARTE DESTES EVENTOS VAI RESULTAR NA MORTE DE PACIENTES.”

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TODO PACIENTE ESTÁ EM RISCO PARA EVENTOS ADVERSOS DENTRO DE UM HOSPITAL. OBVIAMENTE O RISCO É VARIÁVEL. POR EXEMPLO, UMA CIRURGIA PARA REALIZAR UM TRANSPLANTE É MUITO MAIS COMPLEXA E CHEIA DE RISCOS DO QUE UMA CIRURGIA PARA CORREÇÃO DE VARIZES. “ Há hospitais brasileiros com excelência em segurança do paciente? Hoje, dizer que um hospital tem excelência em segurança do paciente é muito difícil, e isso acontece em qualquer lugar do mundo. O que temos são hospitais que têm buscado melhorar suas práticas e promover uma assistência de mais qualidade e mais segura. Há uma estimativa de alteração no lucro de hospitais que adotam políticas de segurança do paciente? Muitos hospitais não entendem que melhorar a qualidade da assistência e promover a segurança do paciente é um investimento. Encara-se isso como despesa, como se garantir o melhor cuidado ao paciente não fosse o cerne do papel da instituição. E a verdade é que o investimento para muitas práticas de qualidade é muito baixo (por exemplo, adotar um checklist em um pedaço de papel para evitar esquecer etapas críticas em uma cirurgia). E o melhor exemplo de que políticas de segurança do paciente não prejudicam o lucro dos

hospitais vem dos maiores hospitais privados do país. Todos adotam políticas de segurança e não é por isso que suas finanças foram prejudicadas. Quais os principais fatores de risco dos pacientes para ocorrência de um evento adverso em um atendimento médico? Hoje, sabemos que a ocorrência de um evento adverso está diretamente relacionada a dois fatores. O primeiro é a complexidade do caso. Quanto mais doenças, ou mais grave é o caso, maior a chance de erros. O outro elemento é a “exposição” à assistência médica. Quanto mais tempo o paciente fica internado em um hospital, ou mais procedimentos o paciente fizer, também aumenta a chance de algo sair errado, com diversas consequências, incluindo a morte. Todos os pacientes são expostos a fatores de risco para eventos adversos ao entrar em um hospital? Por quê? Todo paciente está em risco para eventos adversos dentro de um hospital. Obviamente o risco é variável.

Por exemplo, uma cirurgia para realizar um transplante é muito mais complexa e cheia de riscos do que uma cirurgia para correção de varizes. Uma prescrição com dez itens para controlar mais de uma doença oferece mais riscos que uma prescrição de um simples analgésico. Ainda assim, o paciente com uma cirurgia ou uma prescrição mais simples está em risco para erros e eventos adversos. É só uma questão de probabilidades diferentes. Para os profissionais de saúde, quais as principais vantagens de ter um sistema estruturado para minimizar os riscos de eventos adversos? É algo essencial para minimizar erros e, consequentemente, eventos adversos. A base disso são rotinas padronizadas, protocolos e checklists, além de muito treinamento para aplicar cada uma dessas ferramentas. Temos essa percepção com base em outras áreas de atividade humana, como a indústria da aviação, onde checklists e protocolos evitam erros na decolagem e no pouso de aviões, minimizando eventos graves. H

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Mercado

MEDICA 2016 Brazilian Health Devices comemora 15 anos de sucesso na Medica

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Foi em 2002 que as empresas brasileiras marcaram presença pela primeira vez no pavilhão oficial do Brasil na Medica, maior feira de saúde do mundo realizada em Düsseldorf, na Alemanha. Naquele momento ainda não existia a marca Brazilian Health Devices, mas, mesmo assim, já despontava o começo de um projeto realizado entre ABI-

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MO - Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios - e Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimento). André Favero, diretor de Negócios da Apex, em entrevista ao Grupo Mídia durante a Medica 2016, lembra como foi o come-


ço desta ação. “Estamos presente na Medica desde 2002 quando começamos com oito empresas. Hoje, temos 50.” O diretor da Apex pontua a importância de incentivar a exportação, ainda que haja grandes desafios para as empresas. “No Brasil, como o mercado interno é gigantesco é mais difícil capacitar e preparar as empresas para este mercado externo, onde temos barreiras de entrada como forte regulação e concorrentes de altíssimo nível. Contudo, as empresas devem olhar para o mercado externo não apenas como oportunidade, mas necessidade.” “Há 15 anos levávamos pela primeira vez os associados para essa feira, o que com certeza foi um marco na trajetória de todas as empresas que foram conosco”, conta o presidente da ABIMO na época, Djalma Rodrigues, também à frente da Fanem. Waleska Santos, fundadora da Feira HOSPITALAR, maior evento de saúde da América Latina e terceiro do mundo, também recorda das primeiras participações do Brasil na Medica: “Antes mesmo da primeira edição da HOSPITALAR, em 1994, já iniciamos nossa participação naquela que viria a ser a maior e mais importante feira do setor médico-hospitalar do mundo.” Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da ABIMO, diz que esses 15 anos sinaliza todo o crescimento desta iniciativa, principalmente ao considerar as empresas agregadas ao longo deste ano. “Estamos felizes de estar comemorando 15 anos de Medica. Que venha as bodas de prata!” Malu Sevieri, diretora da empresa brasileira que representa a Messe Düsseldorf (empresa promotora da Medica), conta que a participação brasileira na Medica segue uma crescente. “Vimos toda a evolução da ABIMO e a cada ano conseguimos aumentar o número de empresas brasileiras na Medica. Conseguimos observar as empresas que vinham junto com a ABIMO e, hoje, tem stands próprios.”

Espaço gaúcho A AGDI - Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento – também esteve presente na Medica no pavilhão brasileiro. Segundo o órgão, as empresas participantes do estande gaúcho iniciaram 130 contatos e mais de US$ 800 mil em possíveis negócios. O espaço gaúcho – ocupado por BeeIT Sistemas de Saúde, BhioSupply e Toth Tecnologia – foi subsidiado pela Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), por meio do Programa de Apoio à Participação de Empresas Gaúchas em Feiras Internacionais. A missão, liderada pelo Cluster de Tecnologias para a Saúde, contou com a parceria da Federação das Indústrias do Estado do RS (Fiergs) e do Serviço Brasileiro

de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RS). Para Leonardo Neves, coordenador do Programa de Feiras da AGDI, o objetivo é desenvolver programas de cooperação com instituições como a ABIMO e, assim, ampliar a rede de relacionamentos e promover as empresas instaladas no Rio Grande do Sul e atrair novos empreendimentos para o Estado. Sobre o cluster da saúde, Neves explica o papel da AGDI para atrair empresas para a região de São Leopoldo. “Em parceria com outras entidades governamentais, BNDES, e a secretaria de desenvolvimento e tecnologia estão desenvolvendo em conjunto o trabalho de atração de empresas alemãs e o casamento de interesse entre elas e as empresas brasileiras. Estamos buscando parcerias tecnológicas para o cluster.”

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Mercado

Empresas brasileiras para o mundo Os números refletem o crescimento da presença das empresas brasileiras na Medica. Este ano, foram quase 2 mil contatos feitos em quatro dias de evento, que resultaram em US$ 348 mil em negócios imediatos, com projeção para os próximos 12 meses de US$ 12 milhões. A gerente de marketing e exportação da ABIMO, Clara Porto, atribui o bom resultado ao extenso trabalho de relações públicas e imagem, feitos desde o final da edição de 2015, ao longo do ano todo. “Trabalhamos incessantemente a imagem dos 15 anos do pavilhão brasileiro na Medica e isso nos ajudou muito na promoção comercial”, conta. No total, foram 50 empresas participantes do Brazilian Health Devices, sendo que 39 se localizaram no pavilhão principal; quatro no Hall 3, de laboratórios; e outras quatro no Hall 4, de fisioterapia e ortopedia. Outras três empresas participaram com estandes próprios. A Olidef, que marcou presença na Medica, atua no mercado há mais de 50 anos, sendo que há 25 anos exporta. Para Hakim Harabida, gerente de exportação para Oriente Médio e África da Olidef, a Medica é uma grande oportunidade de fazer contatos com diversos países. “Hoje, exportamos principalmente para a América Latina e nossa presença aqui na Medica é ampliar nossos contatos.” A Fanem mostrou ao público seus equipamentos já consolidados. “A Duetto está recertificada e todos os equipamentos estão com a terceira edição das certificações”, explica Karin Schmidt, sócia-diretora e presidente do conselho da Fanem. A executiva também ressaltou do mais recente investimento da Fanem: a abertura de uma fábrica em Guadalajara, México. “A estratégia principal desta ação é atender a demanda interna daquele país.” Este é a 13ª vez que a Olsen participa da Medica. “Trouxemos para este ano um conjunto odontológico completo e uma mesa para exame clínico. É muito importante participar desta fei88

ra que congrega importadores e exportadores do mundo todo”, afirma Luciano Rodrigues, do departamento de exportação da empresa. A Magnamed também marca presença na Medica há bastante tempo: 10 anos. “Estamos crescendo ano a ano no setor de ventilação pulmonar. O grande destaque é o ventilador de transporte Oxymag. A projeção é dobrar o faturamento deste ano apenas das exportações e temos metas muito agressivas para 2017”, explica Reginaldo Damião, executivo da empresa. José Carlos Lapenna, presidente da DK Diagnostics, afirma que a empresa intensificou seu foco para o exterior. “Isso é importante, pois nosso mercado interno sofre de alguns problemas cruciais, por isso estamos buscando no mercado exterior esse espaço. Estamos

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na Medica há cerca de 8 anos e trouxemos, neste ano, soluções para laboratórios e o GreenFix, único líquido fixativo no mundo e totalmente verde. É uma solução que visa não cuidar do ser humano, como também do meio ambiente.” A DFV trouxe um microscópio odontológicos que sofreu várias alterações e melhorias para atender o mercado europeu. “Visamos buscar novos distribuidores no Oriente Médio, Rússia e Europa”, explica Ezio Giuliani, gerente-geral da empresa. A Scitech levou para a Medica dois lançamentos. “Estamos com um novo stent recoberto e partículas para embolização de tumores. Esperamos um crescimento de 10 a 15% nas exportações e a Medica é um alvo muito importante para isso”, afirma Paulo Roberto Rosario, executivo da empresa.


Grupo Mídia na Medica Novamente, o Grupo Mídia esteve presente durante todos os dias da Medica e, desta vez, com stand próprio. Por lá, passaram autoridades do governo, bem como executivos da ABIMO, Hospitalar, Medica, entre outros empresários que concederam entrevistas exclusivas para o portal da Healthcare Management. “Como uma das principais mídias de saúde do Brasil nós não poderíamos ficar de fora desta que é a maior feira do mundo. Temos importantes parceiros aqui como a ABIMO e a Feira Hospitalar e não poderíamos deixar de prestigiar essas e tantas outras empresas brasileiras presente na Medica”, afirma Edmilson Jr. Caparelli, CEO e publisher do Grupo Mídia.

Grupo Mídia e ABIMO na Medica

Brazilian Happy Hour Desde 2011, quando teve sua primeira edição, o já tradicional Brazilian Happy Hour é uma das ações mais esperadas dentro do pavilhão Brasileiro na Medica. Neste ano, a já tradicional ação estratégica de negócios e relacionamento serviu de palco para a comemoração dos 15 anos do pavilhão brasileiro na feira. Mais de 500 pessoas, entre representantes de empresas, clientes, distribuidores e mídia internacional, participaram da festa, que teve comidas e bebidas típicas do Brasil e música brasileira ao vivo. HEALTHCARE Management | edição 45 | healthcaremanagement.com.br

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Mercado

A Apex-Brasil foi homenageada pela ABIMO pela contribuição e pelo incentivo ao Projeto Brazilian Health Devices. “Há 15 anos, a participação do Brazilian Health Devices na MEDICA foi o pontapé inicial em termos de ações concretas de promoção comercial internacional de uma longa parceria construída entre Apex-Brasil e ABIMO”, relembra o gestor do projeto dentro da Agência, Gabriel Isaacsson. Outro homenageado foi o diretor da MEDICA em 2002, Manfred Kotschedoff, pela iniciativa de ter lançado oficialmente o pavilhão brasileiro no evento daquele ano e por ter apoiado o BHD desde a primeira participação. Joachim Schäfer, atual presidente, também foi homenageado pelo apoio à participação de empresas brasileiras no evento. Parceria de sucesso A Feira+Fórum Hospitalar realizou na Medica um coquetel em homenagem à Messe Düsseldorf pelos 19 anos de trabalho em conjunto em prol da promoção dos expositores da Hospitalar na Medica e pela oportunidade oferecida de estreitar relações com o mercado internacional em todos os anos de participação. “Comemorar quase duas décadas do Acordo de Cooperação Estratégica da Hospitalar com a Medica, pautado por uma relação ética e de respeito profissional, en90

grandece nossas feiras e o setor de saúde mundial como um todo”, ressalta a fundadora e presidente da Hospitalar, Waleska Santos. Nossa história com a Medica é antiga e bem-sucedida. Um acordo de estratégia na área da saúde. Na década de 90 a medica nos procurou para que fazermos uma parceria

Monica Araújo, diretora da Hospitalar; Joachim Schäfer, presidente da Medica; e Waleska Santos, fundadora da Hospitalar

Confira a entrevista com Monica Araújo

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em troca de promove-los na América Latina. Joachim Schäfer também recebeu uma homenagem da Hospitalar. “Sinto honrado por esta homenagem. Eu tenho contato com a Hospitalar nos últimos oito anos, muito depois deles estarem presentes na Medica. Mesmo assim é um relacionamento que eu prezo muito.” H


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ARTIGO

Carlos Goulart

A ÉTICA E A SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA DO SISTEMA DE SAÚDE

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o momento em que a área da Saúde vive um aumento crescente de custos e o setor, assim como de resto todo o país, enfrenta a necessidade imperiosa de enxugar despesas, otimizar recursos e aumentar sua eficiência, intensificar o combate à corrupção passa a ser, além de um dever moral inquestionável, uma questão de cunho econômico. Garantir a sustentabilidade financeira do sistema de saúde é, atualmente, uma das grandes preocupações de gestores no mundo todo e o Brasil não foge à regra. Trafegamos sobre o tênue fio de ter que manter o equilíbrio das finanças públicas, oferecer assistência de qualidade e suprir uma demanda ainda não atendida na área da saúde no país. O envelhecimento da população e a mudança do perfil epidemiológico dele decorrente, com o aumento da incidência de doenças mais caras e complexas, introduzem novo ingrediente e uma pressão adicional a essa desafiadora equação. Muito pior quando os recursos, já insuficientes, escoam por meio de fraudes em licitações, desvios para enriquecimento individual, superfaturamentos, obras inacabadas, serviços não realizados, procedimentos realizados desnecessariamente e mais um sem número de ilícitos que emergem diariamente do noticiário nacional. Segundo estimativas da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) a corrupção subtrai ao país todos os anos uma quantia que oscila entre 1,38% a 2,3% do PIB brasileiro. Se consideramos que em 2015 o PIB ficou ao redor de R$ 5,5 bilhões, vemos que a

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corrupção nos custou R$ 119 bilhões no ano passado. Uma comparação simples nos dá a dimensão da tragédia que isso representa para o país e, em especial, para a área da saúde. No mesmo ano de 2015, o investimento federal na Saúde foi da ordem de R$ 100 bilhões. Ou seja, o valor desviado com corrupção no país foi maior do que todo o repasse do Governo Federal para a Saúde. Na avaliação de Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, se os custos econômicos diretos da corrupção são conhecidos, os custos indiretos podem ser até mais substanciais e debilitadores, levando a baixo crescimento e maior desigualdade de renda. Isso além de abalar a confiança no governo e corroer os padrões éticos dos cidadãos. Não podemos esquecer que a área da Saúde é um indutor de desenvolvimento econômico. O complexo produtivo da saúde e a inovação tecnológica que dele decorre geram oportunidades de investimento, trabalho, renda e inserem o Brasil nos mercados globais, além de produzir avanços na

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Presidente Executivo da ABIMED – Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde.

promoção da saúde e qualidade de vida da população. Não há dúvida de que as práticas ilícitas também abalam esse conjunto virtuoso. Quando falamos em saúde é inevitável nos determos ainda sobre outra forma de desvio de recursos: o desperdício. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS – 2010), 20% a 40% dos gastos com cuidados da saúde da população são desperdiçados por ineficiência e má gestão e pelo uso irracional da tecnologia, a prescrição excessiva e muitas vezes desnecessária de exames e procedimentos médicos. Temos oportunidade de fazer mais e melhor sem aumentar gastos, além de coibir fraudes. Mas isso só é possível com Ética e transparência, pilares de novos modelos de relacionamento que precisamos construir no setor. O desafio é grande e o caminho longo, mas os benefícios que tal prática pode proporcionar são ainda maiores, se estendendo a toda cadeia da saúde, principalmente para a população que utiliza seus serviços. H


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Estratégia

CRESCIMENTO A TODO VAPOR

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Operadora de Saúde desponta como uma das grandes marcas do setor nas regiões Norte e Nordeste

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Construir uma rede própria de Saúde do Norte e Nordeste. Assim conseguiu a Hapvida, uma das maiores operadoras de saúde na região. A estrutura de rede verticalizada e os investimentos constantes em tecnologia foram alguns dos pilares para este sucesso em 2016. Os números evidenciam tal feito. Em 2015, dos 150 milhões de reais previstos, o Hapvida terminou o ano com um investimento de 200 milhões de reais em toda a sua rede própria. Em 2016, a operadora investiu, inicialmente, 170 milhões de reais. Os recursos são utilizados em ações, projetos e modernizações na área tecnológica da empresa que, atualmente, conta com importantes sistemas que agilizam o atendimento dos pacientes nas unidades, como a Biometria, o Núcleo de Controle e Qualidade, o Prontuário Eletrônico e os Terminais de autoatendimento, entre outros. “Em paralelo aos investimentos na estrutura física, também temos a preocupação em contratar profissionais de ponta e, principalmente, atender bem

nosso cliente”, Jorge Pinheiro, presidente do Hapvida Saúde. Os índices também provam o porquê do Hapvida estar entre os maiores do país. São 3,3 milhões de beneficiários, 17 mil colaboradores diretos envolvidos na operação de 20 hospitais, 71 clínicas médicas, 17 pontos de atendimento, 61 centros de diagnósticos por imagem e 57 laboratórios com diversos postos de coleta distribuídos nos 11 estados onde a operadora atua com rede própria. Ainda em 2016, o Hapvida deu início ao Hapvida +1K, assessoria de corrida e caminhada gratuita que, atualmente, beneficia quase 10 mil pessoas nos estados da Bahia, Pernambuco, Ceará, Belém e Maceió. O Hapvida +1k é, hoje, a maior assessoria de corrida e caminhada gratuita do Brasil. “Acreditamos muito na capacidade de crescimento de todas as regiões onde atuamos, na capacidade produtiva e no futuro do Brasil. Esperamos continuar oferecendo saúde de qualidade para que o país possa crescer cada vez mais”, ressalta Pinheiro. H

Jorge Pinheiro, presidente do Hapvida Saúde

Reconhecimento Além de ter sido eleito Líderes da Saúde Norte e Nordeste e também Líderes da Saúde do Brasil, o Hapvida também foi homenageado pela revista Health-It, a única no país direcionada para tecnologia na saúde, como Instituição do Ano – Investimento no I Prêmio Health-IT.


Líderes e Práticas | Especial ANAHP

As relações éticas do setor Perda de recursos da saúde devido à corrupção pode chegar a 20% de acordo com estimativas da OMS 96

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Em uma busca constante pela sustentabilidade do setor de saúde e melhorias no relacionamento ético entre os players dessa cadeia, a Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) trouxe o tema “Ética: A sustentabilidade do setor de

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saúde no Brasil” como para o Congresso Nacional de Hospitais Privados (Conahp), ocorrido em novembro, em São Paulo. O encontro, que chegou a sua quarta edição em 2016, reuniu mais de 1300 pessoas, 74 palestrantes, moderado-


res e coordenadores dos debates apresentados. Durante os três dias de congresso, as discussões foram divididas em sessões plenárias, algumas delas simultâneas, e contaram com a participação de personalidades do setor como o ministro da saúde, Ricardo Barros; o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Davi Uip; Paulo Chapchap, CEO do Sírio Libanês, Claudio Lottenberg, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, entre outros. Ainda durante o primeiro dia de congresso, a Anahp lançou seu manual do pro-

grama de compliance, uma publicação voltada para a orientação e que apresenta elementos básicos para o estabelecimento de um programa de ética e compliance nas organizações. De acordo com a CEO da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Denise Santos, o lançamento do manual de complience é a “ponta do iceberg” para chamar a atenção dos hospitais para um tema muito relevante que são as atitudes éticas. “No fundo, o manual de compliance serve para as instituições começarem a caminhar nessa trilha. Minha contribuição como

membro do comitê de compliance da Anahp é aprender com esses hospitais e também aprender como melhor nos direcionarmos para um setor mais ético e sustentável.” A associação lançou ainda um livro “O Hospital – Memórias de um Brasil em transformação” que reúne a trajetória de importantes hospitais do país e traça um panorama da saúde nacional. Outras publicações também foram apresentadas durante o evento: “Organização Assistencial”, “Clima Organizacional/Setor Hospitalar Privado” e “Segurança da Informação para Hospitais”.

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“Precisamos colocar em pauta o fomento a programas de conduta ética e propor mudanças significativas a fim de construir um novo modelo de relacionamento para o mercado, com mais transparência e ética, em prol de um conjunto de ações que funcione melhor, onde todos ganharão. Afinal, o melhor cenário não é aquele que mais se pune, mas o que menos práticas antiéticas ocorrem”, afirma Ary Ribeiro, presidente do Comitê Científico do 4º Conahp. Segundo o ex-ministro da saúde e professor da Unifesp, Arthur Chioro, para que os conceitos de ética sejam adequadamente aplicados no setor por todos os players é necessário, antes de tudo, que exista uma sociedade mais vigilante e participativa. “Se uma sociedade não exige um novo padrão de comportamento de si mesma e do governo, dificilmente as coisas mudarão. Muitas vezes falamos sobre os escândalos de corrupção do governo, mas esquecemos do ente privado. É importante entendermos que na corrupção existem duas faces, a do corruptor e a do corrompido e ambas precisam ser combatidas.” Chioro ainda destacou a importância da ampliação na transparência entre os atores do setor, a implementação de ouvidorias, compliance, conselhos gestores e a responsabilização dos conselhos de administração de empresas públicas. 98

Ary Ribeiro, Presidente do Comitê Científico do 4º Conahp

Arthur Chioro

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Historiador Leandro Karnal

Francico Balestrin, presidente da ANAHP


Ética no setor

Gonzalo Vecina Neto

Ministro Ricardo Barros

Paulo Chapchap, CEO do Sírio-Libanês

Mesmo com iniciativas como a da Anahp e outras instituições, ainda é necessário a participação ativa do setor público, responsável por regular o segmento que fiscalize, junto com a sociedade civil as relações no setor de saúde. “Esse não é exatamente um entrave, mas ainda provoca grande dificuldade para avançarmos em questões éticas na saúde”, acrescenta o diretor executivo do Instituto Ethos, Caio Magri, que também participou do 4º Conahp. De acordo com o executivo, algumas barreiras ainda precisam ser superadas para que o relacionamento ético e transparente se torne uma realidade. “Talvez uma das maiores dificuldades esteja na falta de um posicionamento forte por parte da classe médica, que precisa rever as práticas relacionadas à transparência e fraudes envolvendo profissionais e conselhos.” Magri vê o congresso promovido pela Anahp como uma janela de oportunidade para articular uma grande coalizão envolvendo todos os players do setor para criar novas regras envolvendo transparência e ética. “Os dados que temos da OMS sobre desvios são vergonhosos e insustentáveis. Hoje, cerca de 20% dos recursos para saúde estão envolvidos em corrupção. Não adianta injetar mais recursos se a sangria da corrupção não for estancada. Se somarmos essa porcentagem relacionada aos desvios mais as perdas relacionadas à ineficiência do segmento, as perdas podem consumir até 50% dos recursos disponíveis, mostrando que a falta de financiamento não é o grande vilão do setor.” H

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Cuidar de Vidas

Prestes a completar 90 anos, Hospital Moinhos de Vento mantém sua tradição de oferecer atendimento médico-assistencial de excelência

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O Hospital Moinhos de Vento (RS) foi um dos protagonistas na constituição da ANAHP – Associação Nacional dos Hospitais Privados. Mohamed Parrini, superintendente executivo do hospital, pontua que a entidade cresceu e se tornou uma das principais vozes do segmento. “A Anahp é um importante elo entre os grandes stakeholders do mercado. Não consigo imaginar mais nosso segmento sem a existência e participação desta entidade.” Seguindo a linha de excelência e qualidade dos hospitais associados da Anahp, o Moinhos de Vento foi o segundo hospital do país a obter o selo internacional de acreditação JCI e o primeiro da região Sul. “Vamos completar 90 anos de história em 2017 e temos como missão Cuidar de Vidas. Nossa estratégia é seguir cumprindo essa tarefa, colocando o paciente no centro de tudo que planejamos, através da busca constante pelas melhores práticas, monitoramento de desfechos clínicos, ampliação da educação e pesquisa clínica e também no investimento contínuo em tecnologia de ponta.”

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Para manter-se referência, o hospital tem tradição na gestão profissionalizada para a construção dos ciclos estratégicos, com painéis de monitoramento de indicadores para cada unidade e com participação ativa dos executivos e das lideranças médicas e assistenciais. De acordo com Parrini, todos os executivos da instituição participam do programa de “assessment” desde sua contratação e a cada fase são avaliados para identificação da evolução de suas competências e principais oportunidades de enquadramento institucional. Além de referência em gestão e medicina de ponta, o hospital também desempenha um importante papel econômico na região. “Há seis anos criamos um ousado programa de expansão que hoje supera R$ 400 milhões em investimentos.” Em 2017, a instituição entregará um novo prédio de internação que ampliará a capacidade em 100 leitos. O investimento de aproximadamente R$ 100 milhões resultará na construção de oito andares, com área total de 9.300 m². H

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NÃO SERÁ UMA CRISE QUE VAI INIBIR NOSSOS PROJETOS E INVESTIMENTOS. ENQUANTO A POPULAÇÃO PRECISAR DE UM LOCAL DE EXCELÊNCIA PARA SEU CUIDADO ESTAREMOS AQUI, INVESTINDO E QUALIFICANDO NOSSOS PROFISSIONAIS.”

Mohamed Parrini, superintendente executivo do hospital


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Visão para o futuro Associado ao seleto grupo de hospitais membros da Anahp, o HSC Blumenau apresentou, em 2016, crescimento de mercado de aproximadamente 20% e espera ainda mais para o próximo ano 102

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Com 96 anos de história, o Hospital Santa Catarina de Blumenau dispõe de grandes investimentos em infraestrutura, além de tecnologia de ponta. A instituição está, há pouco mais de um ano, entre os 82 hospitais membros da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados), entidade que ocupa função estratégica no desdobramento de temas fundamentais à sustentabilidade do sistema. O hospital está localizado fora dos grandes centros, sendo assim, essa parceria com a associa-

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ção permite maior proximidade com as instituições de referências do Brasil, tornando maior a possibilidade de troca de experiências. Acreditado pela ONA (Organização Nacional de Acreditação), o hospital possui sua gestão baseada na valorização das pessoas. Através do foco em capacitação e do comprometimento das equipes com a melhoria contínua, a unidade busca o cuidado e a atenção ao paciente. Segundo Maciel Costa, diretor superintendente do HSC Blumenau, a insti-


tuição atua com transparência nas informações, colocando a experiência do paciente como principal aspecto de todo o processo de administração. “O gestor tem um papel importante, pois oferece condições para que sua equipe trabalhe em sintonia com esses pilares num ciclo contínuo da busca pela efetividade”, comenta Costa. Para manter a sustentabilidade na gestão, o hospital tem trabalhado no controle de gastos, buscando identificar oportunidades de redução de custos. Por meio de um planejamento estratégico estruturado, a unidade visa gerenciar e alinhar as necessidades do mercado, sem perder o foco na melhoria da segurança assistencial. “Cabe ressaltar ainda, que a incorporação de novos serviços e a negociação de novos modelos de remuneração com as operadoras de planos de saúde também são relevantes para a ampliação da receita”. Ao ser questionado sobre o papel dos colaboradores, Costa avalia que ter um grupo de colaboradores comprometidos é essencial para obter uma assistência de qualidade. Diante dessa premissa, o diretor superintendente afirma que o HSC Blumenau tem investido em treinamento de líderes e implantado o conceito de RH estratégico, visando à importância da gestão de pessoas na instituição. Além do investimento em Pessoal, o HSC Blumenau investiu muito em infraestrutura, como é o caso da nova ala de internação, composta por suítes e hotelaria diferenciadas. “Investimos ainda, de forma relevante, na área da tecnologia da informação com foco em disaster recovery, o que amplia a segurança e a disponibilidade na gestão dos dados da organização”, complementa Costa.

Perspectiva para 2017 Em fevereiro, o hospital irá disponibilizar um novo centro de oncologia, que incorporará novos serviços, como, o centro de infusões. De acordo com Costa, em 2016, o HSC Blumenau investiu em ampliação física, modernização do parque tecnológico, equipamentos e softwares. Ainda, para o próximo ano, a instituição espera o crescimento do mercado. Segundo Costa, neste ano, o hospital apresentou um crescimento de mercado de, aproximadamente, 20%, mostrando um resultado muito positivo quando comparado ao mercado de saúde. “Estamos seguindo firme com as metas estabelecidas em nosso planejamento estratégico e para 2017 a expectativa é ainda mais otimista”. Sobre as perspectivas da saúde no Brasil para 2017,

Costa acredita que o cenário será melhor do que o deste ano. “Sou bastante otimista e creio que a economia do país parou de piorar, portanto, em 2017, tenho a expectativa de retomarmos o crescimento”. Ainda sobre o assunto, Costa acredita que gradativamente voltaremos a patamares aceitáveis, embora ainda longe do ideal. “A saúde suplementar depende, consideravelmente, do índice de empregabilidade em função da correlação com os planos de saúde empresariais. Dessa forma, podemos entender que as perspectivas no Estado de Santa Catarina são boas, considerando que no exercício de 2016, os índices de empregabilidade se revelaram melhores que em 2015, denotando que para o exercício de 2017 esse cenário deve ser ainda mais otimista”. H

Maciel Costa, diretor superintendente do HSC Blumenau

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ARTIGO

Márcia Mariani

REVISITAR É PRECISO!

C

omo diria nosso bom amigo Lavosier, na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Será? Na natureza claro que é assim, mas sempre tem um porém que, neste caso, é o homem, que pensa ser dominante, racional. Tudo de bom que a natureza pode fazer transgrediu esta regra há muitos anos para comemorar uma linda época chamada Natal. Apenas para conhecimento, o Natal acontece desde o século IV. Sou colunista da Healthcare Management já algum tempo e, desde então, ganhei confiança para comentar ou abordar alguns temas polêmicos, como falar sobre as comemorações natalinas nas últimas décadas. Estou fazendo esta referência porque perguntando para meus amigos e familiares ouso dizer que cerca de 60% dessas pessoas consideram a época de natal muito estressante. Neste período, muitos profissionais são obrigados a sublimar vários fatores adversos e entrar no clima natalino com os colegas de trabalho, família, amigos, enfim com todo o ritual elaborado pela sociedade contemporânea para esta época. Natal deve ser tempo de renovação, de paz, de comunhão, de solidariedade e espiritualidade! Lindo, não acha leitor? Pena que em muitas ocasiões seja só nas palavras. Você já parou para pensar que nesta época ganhamos o que não necessitamos, o que muitas vezes não gostamos, o que frequentemente não nos tem utilidade e que teremos de guardar mesmo sem lugar para isto . Por que ? Para que? Precisamos presentear com os mesmos atributos acima citados, somando que em função disto nossas contas se dese104

quilibram até o próximo ano. Novamente, por que e para que? Sem falar na nossa insistência pueril de fazermos uma ceia que seria perfeita para o frio dos países nórdicos. No Brasil, e ainda por cima em dezembro, auge do calor estaremos com nossa árvore de natal linda cheia de neve. Pequeno detalhe que passa despercebido é o fato de estarmos em um país tropical e na época do verão. Sem falar que o estereótipo do papai Noel não é nada saudável. Natal, hoje, conflita em muito com o magnífico conceito de sustentabilidade. Neste período, além de cansados do trabalho de um ano todo, desejando repousar, para conseguir começar o próximo ano com total energia, mas, de novo o mas É a época que temos mais cansaço e menos tempo para

Administradora, pósgraduada em Meio Ambiente e Liderança. Diretora da SIAServiço de Inteligência Ambiental

descansar devido aos inúmeros compromissos. Pergunto então, não está na hora de resgatarmos o sentido da origem do Natal? Revisitar nossas atitudes, adotar novas posturas mais adequadas à nossa vida hoje! Um novo Natal com menos exageros alimentares e com mais amor a si mesmo e ao próximo. Com menos presentes materiais, com mais calor humano, com mais abraços fraternos. Um Natal em que a comemoração do nascimento de Jesus traga vida plena a todos os seres viventes. Um Natal com menos compromissos , com muito mais tempo para si mesmo, para a família, para os amigos e para a natureza. Um natal sem grandes gastos financeiros e sem a produção excessiva de resíduos. Um natal assim aqueceria os corações humano e seria verdadeiramente sustentável! H

UM NOVO NATAL COM MENOS EXAGEROS ALIMENTARES E COM MAIS AMOR A SI MESMO E AO PRÓXIMO. COM MENOS PRESENTES MATERIAIS, COM MAIS CALOR HUMANO, COM MAIS ABRAÇOS FRATERNOS. “

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PERFIL

“O bom líder é aquele que sabe ouvir” 106

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Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da ABIMO, fala sobre negócios, políticas e confessa seu hobby favorito: pilotagem

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uperintendente da ABIMO (Associação Brasileira das Indústrias Médico, Odontológicos, Hospitalares e de Equipamentos de Laboratório), Paulo Henrique Fraccaro caiu de paraquedas na área da saúde e não quis mais sair. Engenheiro mecânico por formação, o executivo falou à Healthcare Management diretamente da Feira Médica 2016, em Düsseldorf, na Alemanha. “Eu me transformei num engenheiro quase médico e me apaixonei pela área”, revela o executivo. A paixão pelo setor da saúde fez com que Fraccaro continuasse no corpo diretivo da ABIMO mesmo depois de aposentado. “Foi naquele momento de decisão por ficar na entidade que recebi carta branca para profissionalizar a Associação e tratá-la como uma entidade organizada. E é isso que eu faço até hoje”, salienta.

raciocínios fáceis de ser compreensíveis. Foi então que houve minha transferência para a área de marketing e vendas em São Paulo. Eu me transformei num engenheiro quase médico e daí eu nunca mais quis sair. Até que veio um grupo internacional que queria construir uma fábrica na área médica e precisava de um engenheiro que conhecesse a área de mercado para ajudar na construção e a introduzir os conceitos que essa empresa queria trazer para o Brasil, e o meu currículo caiu como uma luva.

Antes de ingressar na ABIMO, trabalhei... Como engenheiro mecânico nos primeiros anos da minha carreira em vários tipos de empresas, com diferentes produtos, como calçados e tubos para oleodutos, e quando fui trabalhar na Johnson & Johnson na Saúde, ainda na área de engenharia, as pessoas perceberam que, ao acompanhar o setor de marketing e vendas para demonstração de um produto, eu era muito comunicativo. Tendo essa percepção, o meu chefe me disse que eu estava na função errada, que deveria esquecer a engenharia e ir para a área de marketing e vendas. Com isso, acabei utilizando todo o raciocínio lógico que o engenheiro tem, normalmente cartesiano, dentro de uma estrutura que era formada por pessoas em administração e vendas, e essa junção da minha cabeça de engenheiro com essa facilidade da comunicação tornava meus

O diretor executivo ideal é aquele que... Já foi empresário, não basta ser só administrativo. Como presidente da Fresenius Hemocare e vice-presidente da ABIMO, quando me aposentei, pedi ao Franco Pallamolla para ficar uns dias a mais na Associação para entender que tipo de pessoa precisávamos ter na diretoria, e conclui que era preciso um empresário e não um profissional administrativo, porque os nossos associados querem conversar com pessoas que conheçam o dia a dia deles. A partir de então, fui convidado a ficar e assumir esse papel.

Toda entidade deveria ter planejamento estratégico porque... Funções bem definidas levam a melhores resultados. Eu quis profissionalizar a ABIMO em todos os segmentos e setores e tratá-la como uma entidade organizada com planejamento estratégico, orçamento e com gerentes e eu tive carta branca para isso. É o que eu tenho feito até hoje. O bom líder é aquele que sabe ouvir e, a partir daquilo que ouve, consegue fazer um planejamento ou dar uma resposta para aquelas perguntas que chegaram até ele muitas vezes não em forma de pergunta, mas em forma de uma frase afirmativa. É sabido que a área da saúde tem sentido os efeitos da crise econômica nos últimos anos, mas eu destacaria... A não regulamentação de uma lei de isonomia tributária, aprovada em dezembro de 2014. Quando comecei a trabalhar dentro da ABIMO, sabia que todo mundo questionava a parte tributária do produto brasileiro e, ao mesmo tempo, nossa equipe conseguiu entender cada vez mais os motivos pelos quais o produto importado chegava ao Brasil, quando adquirido

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PERFIL

pelos hospitais públicos e beneficentes, sem pagar nenhum tributo. Nós começamos a parar de escutar as lamúrias e fomos entender o que acontecia, e vimos que a Constituição brasileira deixava um “gap” tributário. Mexer na Constituição era muito difícil e fomos atrás do governo num trabalho de formiguinha, mostrando o caos que esse gap provocava. Foi então que tínhamos conseguido aprovar uma lei de isonomia tributária, ainda por causa da crise que o Brasil enfrentou e vem enfrentando, ela não foi regulamentada, mas estamos próximos. Ter um hobby também é essencial para a vida profissional por que... A pessoa tem que ter emoção de enfrentar uma segunda-feira com vontade, mas a emoção também de esperar a sexta-feira chegar para curtir aquilo que ela mais gosta. Quando eu estava na presidência da Fresenius, eu perguntava para os candidatos a uma vaga na empresa sobre dois hobbys que eles tinham na vida, caso respondessem trabalhar ou jogar futebol, eu já descartava. Todos precisam ter um momento mágico. Embora apaixonado pela saúde, meu lado engenheiro sempre... Esteve forte comigo. Eu sempre gostei de caminhões, tratores e, principalmente, trens.

Meu sonho é ainda ter um sítio em Jaú, interior de São Paulo, e comprar uma locomotiva abandonada para deixar implantada em meu refúgio, nem que eu tenha só 150 metros de trilhos para ir para frente e para trás. Mas como isso não aconteceu, tenho o hobby de miniaturas de trens, e é interessante, pois eu compro cada vez mais locomotivas menores. Como eu gosto de ver detalhes, preciso ter uma lupa cada vez maior e, às vezes, fico numa briga com as lentes para poder enxergar o por menor do trem. Caso eu não fosse engenheiro mecânico nem trabalhasse na saúde, eu seria... Piloto de avião. Tem gente que gosta de pescar, porque, naquele momento, não se lembra de ninguém da família, só da isca e do peixe, mas eu nunca tive paciência para pescar, embora meu pai fosse um bom pescador. Mas desde criança eu

Veja a entrevista com Paulo Fraccaro, superintendente da ABIMO, durante a Feira Medica em Düsseldorf, na Alemanha

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sou apaixonado pela aviação, eu queria ser piloto. Porém, eu tinha uma alta miopia e, naquela época, para ser piloto era preciso ter as vistas perfeitas, mas com o passar dos anos a legislação foi sendo modificada e o uso de lentes corretoras ou óculos passou a ser permitido para voar. Claro que eu, depois de certa idade, fui atrás desse sonho e comecei a frequentar escolas de pilotagem. Optei por aviões muito pequenos, sempre monomotores, porque eu queria ter o prazer de voar. Então, comecei a frequentar aulas e cursos de pilotagem. Nunca consegui terminar os cursos, por isso que até hoje, ao fazer minha pilotagem, procuro ter um copiloto com muito mais experiência do que eu, pois a pilotagem precisa ter constância e minha vida ainda é atribulada, mas é um momento que eu só olho para baixo e para frente, porque tenho que manter o nariz do avião prumado no horizonte. H


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PONTO

FINAL

Atuação do governo federal na Saúde em 2016 divide opiniões e aponta desafios futuros

É

Instabilidade foi a palavra mais usada para caracterizar a situação vivida pelo Brasil em 2016 e o setor da Saúde não esteve imune aos acontecimentos políticos e econômicos que marcaram o ano. Com a transição presidencial, vieram as mudanças de ministérios e de propostas de governo, acompanhadas de expectativas e incertezas. No dia 12 de maio, o engenheiro civil Ricardo Barros foi nomeado Ministro da Saúde, passando a integrar a equipe do então presidente interino Michel Temer. Com a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff pelo Senado em 31 de agosto, por 61 votos favoráveis e 20 contrários, a equipe nomeada por Temer se mantém na liderança da pasta com propostas que têm dividido a opinião de gestores da saúde em todo o país. Há mais de um semestre à frente do Ministério, Barros segue defendendo que a amplitude de cobertura do SUS precisa ser revista em função dos limites orçamentários do governo e trabalha na elaboração de uma proposta de “planos de saúde acessíveis”, voltados ao público de menor renda, com o objetivo de desafogar o SUS. Em oposição às propostas do ministro, entidades, associações e representantes da sociedade civil argumentam que o acesso ao sistema de saúde público é direito de todos os brasileiros e que os planos populares contrariam a tendência de aumento das exigências mínimas de tratamentos disponibilizados pelos planos, destinadas a melhorar a assistência. As discussões sobre os rumos da Saúde no país se intensificaram com a votação da PEC 241,

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emenda constitucional que limita o crescimento das despesas do governo federal por 20 anos. O texto, já aprovado pela Câmara dos Deputados, seguiu para análise do Senado, onde deve ser votado em dezembro. Os críticos argumentam que a PEC 241 tirará recursos da Saúde. Isto porque a emenda prevê um gasto mínimo da arrecadação do governo para o setor, repasse que será corrigido sempre com base na inflação do ano anterior. Hoje, o piso para despesas com saúde é vinculado à receita do governo. Então, se a arrecadação é maior, o investimento aumenta. O problema apontado é que, se o piso se limitar à inflação e o PIB voltar a crescer, os gastos com Saúde representarão um percentual cada vez menor do PIB. Em meio aos desafios políticos e econômicos, o ministro da Saúde ainda tem que lidar com uma questão considerada prioritária em sua gestão, o combate às epidemias de dengue, chikungunya e zika, que castigaram a população brasileira em 2016 e devem se manter como ameaça em 2017.

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Pesquisa realizada pelo governo federal e municípios, nomeada Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), aponta que 855 cidades brasileiras (37,4% dos municípios pesquisados) estão em situação de alerta ou risco para epidemias de dengue, chikungunya e zika neste verão, pois apresentam altos índices de criadouros do mosquito. Embora esse grupo de risco seja 18% menor que em 2015, o governo esperava uma redução bem maior, como desdobramento das campanhas e visitações realizadas ao longo de 2016 e das discussões em torno da microcefalia. Um novo ano se aproxima e o balanço dos acontecimentos políticos, econômicos e sociais que marcaram o setor da Saúde em 2016 mostra que 2017 será igualmente desafiador. Neste contexto, não há caminho fácil a ser percorrido. Contudo, entende-se que o diálogo e a busca de soluções conjuntas será determinante na qualidade da saúde que o país pretende oferecer aos brasileiros nas próximas décadas. H



HCM Eventos 2016

Janeiro Evento: Arab Health local: Dubai Data: 30/1 a 2/2 Informação: www.arabhealthonline.com

Março Evento: Inovação para Qualidade e Sustentabilidade na Saúde local: Centro de Convenções Rebouças - SP Data: 20, 21 e 22 de março de 2017 Informação: www.qualihosp.com.br Evento: XV Congresso de Radiologia e Diagnóstico por Imagem do Hospital das Clínicas (HC) da USP Local: Centro de Convenções Rebouças Data: 24 e 25 de março Infomração: www.eventos.usp.br

EXPEDIENTE CEO E Publisher: Edmilson Jr. Caparelli Diretora-administrativa: Lúcia Rodrigues Diretora-financeira: Janaiana Marques Diretora de Arte: Erica Almeida Alves Diretor de Marketing: Jailson Rainer Diretor Executivo: Marcelo Caparelli Diretora Comercial: Giovana Teixeira Diretor de Projetos Especiais e Customizados: Márcio Ribeiro Editora da Healthcare Management: Carla de Paula Pinto Redação: Guilherme Batimarchi Colaboração: Fernanda Testa, Thaia Duó e Maísa Oliveira Estagiários: Juliana Ijanc’ e Kahel Ferreira Produtora de Arte: Valéria Vilas Bôas Coordenação de Pesquisa: Janaína Novais Executivos de Contas: Rafaela Rizzuto e Maurício Fagundes

A revista HealthCare Management é uma publicação bimestral do Grupo Mídia. Sua distribuição é controlada e ocorre em todo o território nacional. O conteúdo dos artigos é de responsabilidade dos autores, e não refletem, necessariamente, a opinião do Grupo Mídia. A reprodução das matérias e dos artigos somente será permitida se previamente autorizada por escrito pelo Grupo Mídia, com crédito da fonte.

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