Healthcare Management 46ª Edição

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EDITORIAL

Hoje melhor que ontem, amanhã melhor que hoje

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Há 10 anos, o Grupo Mídia nascia com o propósito de fomentar o mercado editorial através de publicações especializadas para diversos setores. De lá pra cá, já contabilizamos mais de 10 publicações em nosso portfólio e também expandimos nossa atuação para além das páginas de revista. Para a Saúde, revistas como Healthcare Management, HealthARQ e Health-IT, e seus respectivos portais e redes sociais, vêm cumprindo a missão de informar, ganhando cada vez mais espaço entre seu público de alto nível. Mas neste mutante mercado editorial, seria imperdoável continuarmos os mesmos como há 10 anos. Vimos a necessidade de ir além das páginas de papel e, então, passamos a sonhar com a organização de eventos. Mas qual seria o pontapé inicial? Foi quando criamos o prêmio 100 Mais Influentes da Saúde. Mais que um evento, a proposta é homenagear aqueles que tanto fazem pelo nosso setor. Era uma iniciativa pioneira na Saúde, nada igual havia sido feito na comunidade até então. Ouvimos críticas e descrenças antes de colocar este projeto em prática, mas o nosso sonho foi maior e apostamos mesmo assim. Lembro-me da primeira edição do 100 Mais Influentes da Saúde que, timidamente, começou em nosso stand na Hospitalar 2013 e, no ano seguinte, já passou a ser considerado o evento de encerramento da feira. Naquela edição, reunimos 400 executivos. O evento cresceu tanto que, em 2016, estiveram presentes mais de 1.000 personalidades. De lá pra cá, nosso setor de eventos cresceu e hoje somos responsáveis por prêmios como Excelência da Saúde, Líderes da Saúde, além de encontros para fomentar conhecimento, como o Fórum Healthcare Business, que no ano passado reuniu mais de 100 gestores convidados para um final de semana no Sofitel Jequitimar, no Guarujá. Sabemos que ainda estamos no começo de uma longa trajetória. Apesar de reconhecer o quanto conquistamos durante este curto intervalo de tempo, nós sonhamos alto e temos consciência de que ainda há muito a ser feito. Digo nós porque tudo o que conquistamos até então é fruto não apenas de uma pessoa, mas de uma equipe na qual confio muito e que, assim como eu, confia no Grupo Mídia. “Hoje melhor que ontem, amanhã melhor que hoje.” É assim que vivemos esses 10 anos e este é o pensamento que nos guiará para as próximas décadas. E vamos trilhar esta história com muito trabalho e dedicação. Só assim teremos sorte na vida.

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Edmilson Jr. Caparelli CEO e Publisher


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NESTA EDIÇÃO

JANEIRO | FEVEREIRO 2017 46

Código de Cores A HealthCare Management organiza suas editorias pelo código de cores abaixo: Líderes e Práticas Sustentabilidade Health-IT Mercado Gente e Gestão Ideias e Tendências Estratégia Health Innovation

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Ética sem exceção Brasil se une a outras nove nações em Coalizão para o fortalecimento de uma cultura de boas práticas nos negócios no setor de tecnologia médica Ética não se negocia O que a Saúde pode aprender com a indústria quando o assunto é Compliance

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A máfia de branco Livro de Pedro Ramos denúncia indústrias, hospitais e médicos envolvidos em esquema de corrupção

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Automação dos processos Com a implantação da ferramenta BPMS, Unimed Curitiba obtém significativa redução de gastos administrativos e melhor rastreabilidade e gerenciamento de seus processos

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Grupo CPFL Energia e Centro Infantil Boldrini juntos em prol do meio ambiente CPFL Paulista investe R$ 491 mil no hospital filantrópico em projeto de geração solar fotovoltaica. Iniciativa proporcionará economia estimada de 10% na conta de luz

Articulistas:

34 Carlos Goulart

148 Márcia Mariani

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Investir para obter melhores resultados O investimento da Unimed Itumbiara no planejamento do projeto de gestão de custos

Pioneirismo no Amazonas Gestão compartilhada e envolvimento dos colaboradores levam Hospital Adventista de Manaus a se tornar o primeiro do Amazonas acreditado em nível máximo pela ONA

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Melhoria em foco Hospital Unimed Maceió conquista selo ONA de Acreditação; cultura de aperfeiçoamento contínuo é reflexo do processo de aquisição do selo

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Sistema consistente Certificações e acreditações do Biocor Instituto reconhecem seu Sistema de Gestão para o melhor resultado

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O selo de uma conquista Primeira instituição do Oeste paulista a conquistar o selo de acreditação, Hospital Iamada mostra que todo reconhecimento é merecido

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Aprimoramento constante Hospital Nipo-Brasileiro alcança recertificação ONA Nível III e se beneficia de novos protocolos incorporados à sua rotina operacional e administrativa

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Evolução contínua Hospital do Coração de Mato Grosso do Sul é o primeiro a ser acreditado no Estado, com selo Nível II da ONA

Felipe Kietzmann e Marcio Kumada

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72 Evaristo Araujo

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136 José Branco


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Recursos utilizados x Qualidade entregue Os desafios para a implantação do DRG nas instituições brasileiras

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Controle da mente A contribuição da Neurociência para uma gestão de pessoas mais eficiente

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Líderes da Saúde Premiação organizada pelo Grupo Mídia reúne os maiores players do setor em uma noite repleta de homenagens

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Dossiê

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10 anos de Comunicação Com mais de 10 marcas em seu portfólio, Grupo Mídia chega à sua primeira década ampliando sua atuação em publicações e eventos empresariais

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ABRAIDI sob nova direção Bruno Bezerra, novo diretor-executivo da entidade, traz como missão de sua gestão estreitar o diálogo com todo o setor

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2017

Velhos desafios para 2017

PEC 55: uma necessidade para o país Setor à prova de crise? Eficiência sem perder o foco

Superando e acreditando Supera Parque recebe acreditação pelo INMETRO em seu Centro de Tecnologia e laboratórios

SAÚDE

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pontuando a gestão

Sidney Klajner, novo presidente do Albert Eisntein, fala sobre sua história na instituição

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Mantendo o crescimento Austeridade suplementar

PERFIL

Gerindo a crise de forma coerente

154 PONTO FINAL No Brasil, a imprudência causa febre


Confira mais vídeos no HCM TV http://goo.gl/j3zuWh

Online Hospital Moinhos de Vento tem nova diretoria clínica Foi empossada a nova diretoria clínica do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS). Os médicos Mauro Weiss (diretor clínico) e Alexandre Schmaedecke (vice-diretor) farão a gestão no biênio 2017-2018, substituindo os médicos Leandro Armani Scaffaro e Carlos Delmar do Amaral Ferreira. A escolha ocorreu por meio de votação do corpo clínico, na qual Weiss e Schmaedecke receberam mais de 90% das indicações. A cerimônia de posse contou com a presença de superintendentes, membros do Conselho de Administração, gerentes, colaboradores e convidados.

SUS passa a oferecer técnicas modernas para cirurgia bariátrica e tratamento de varizes O Sistema Único de Saúde (SUS) passa a oferecer técnicas menos invasivas e mais modernas para o tratamento de varizes e cirurgia bariátrica. Para o tratamento de varizes, os pacientes têm à sua disposição a escleroterapia ecoguiada com espuma e aplicação de Poidocanol diretamente nas varizes até que estas desapareçam. Já as pessoas com obesidade mórbida contam com a técnica gastroplastia videolaparoscópica, opção mais utilizada no mundo para a realização da cirurgia bariátrica, que promove a perda de peso.

Contagem regressiva para o Oscar da Saúde A próxima edição da Healthcare Management trará a lista oficial dos 100 Mais Influentes da Saúde. O especial, que chega à sua quinta edição, trará os nomes mais importantes de todo o setor que se destacaram em Indústria, Entidades Setoriais, Ensino e Pesquisa, Negócios, Personalidade Pública, Sustentabilidade, Tecnologia, entre outras categorias. A escolha dos eleitos é feita pelo Conselho Editorial por meio de duas fontes de pesquisa: votação aberta ao público pelo site e análise de mercado. A premiação acontecerá na noite de 18 de maio, a partir das 19h, no Salão Nobre - Esporte Clube Sírio, em São Paulo (SP). Para adquirir seu convite entre em contato pelo e-mail convites@grupomidia.com ou pelos telefones (11) 3014-2499/ (16) 3629-3010.

SIGA, CURTA E COMENTE

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Palavra da editora

QUE VENHAM MAIS 10, 20, 30 ANOS....

Carla de Paula Pinto, Editora da Revista Healthcare Management

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2017 chega ao Grupo Mídia com muita festa. Estamos comemorando 10 anos de atuação no mercado editorial brasileiro e, para esta data não passar em branco, convidamos empresários, representantes de entidades, gestores e diretores a fim de compartilharem momentos em que suas histórias se cruzaram com a nossa. Nas recordações, viajamos no túnel do tempo e lembramos nossas primeiras edições até chegar à nossa atuação na Saúde, com a Healthcare Management, HealthARQ e Health-IT. Não poderíamos deixar de recordar, também, os nossos primeiros eventos e ver como eles foram bem aceitos na comunidade. Como é bom saber que crescemos junto com o setor!

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A edição comemorativa de 10 anos do GM traz também o Dossiê Horizontes 2017. Nesta grande reportagem, ouvimos indústrias, operadoras de saúde, hospitais da rede pública e privada entre outros agentes que falam sobre o que esperam para este ano e os grandes desafios frente à instabilidade econômica. Em Saúde 10, entrevistamos com exclusividade o novo presidente do Albert Einstein, Sidney Klajner, que tomou posse no final do ano passado depois da saída de Claudio Lottenberg, novo presidente da norte-americana UnitedHealth por meio da subsidiária no país. Na entrevista, Klajner lembra do começo de sua história na instituição, fala sobre o legado deixado por seu antecessor e sobre sua rotina para conciliar a profissão de médico e gestor. O Especial Acreditação traz instituições de todos os cantos do país que investem na qualidade e segurança do paciente, como Biocor Instituto (MG), Hospital do Coração de Mato Grosso do Sul; Unimed Maceió, Hospital Nipo-Brasileiro, entre outros. Trazemos, também, o assunto Compliance na Saúde. O tema é discutido na reportagem “Ética não se negocia” que aborda o caso da Siemens e o escândalo do Metrô, em São Paulo. O artigo “Os bons profissionais de Compliance nascem ou são criados?” de Felipe Kietzmann, diretor regional de Compliance e presidente da Comissão de Ética da ABIMED, e Marcio Kumada, co-autor do artigo, complementa o assunto. E como estamos em clima de aniversário, muita Saúde para todos nós!


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SAÚDE

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pontuando a gestão

“Não há dúvidas de que, em Saúde, o melhor gestor é o médico e aquele que atua como tal” Sidney Klajner, novo presidente do Albert Eisntein, fala sobre sua história na instituição e seus novos desafios à frente de um dos maiores hospitais da América Latina

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A

tuando como cirurgião do aparelho digestivo e coloproctologista há 20 anos, Sidney Klajner iniciou, em 2009, o tratamento de hemorroidas através da técnica pioneira “Desarterialização Hemorroidária Transanal” no Brasil. Com isso, foi possível a difusão do tratamento por todo o país, ensinado a um grande número de cirurgiões em diversas cidades. Coautor de cinco livros, Klajner era vice-presidente do Hospital Israelita Albert Einstein desde 2010. Com a saída de Claudio Lottenberg da presidência do Hospital, no final do ano passado, Klajner foi eleito presidente da instituição. À Healthcare Management, Sidney Klajner lembra o início de sua história no Einstein, o legado deixado por seu antecessor e conta como concilia a vida de médico e gestor.

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Quando começou a sua história no Hospital Israelita Albert Einstein ? O início de minha atividade no Einstein ocorreu ao final de 1992, como médico, cirurgião do aparelho digestivo, participando como auxiliar em cirurgias e em visitas de algumas equipes cirúrgicas do Hospital. Em 1998, participando de concurso para cirurgião plantonista da Unidade de Primeiro Atendimento, fui contratado no Pronto Atendimento da recém-inaugurada Unidade Alphaville, a primeira das unidades externas, e do Morumbi. Neste momento, como cirurgião do corpo clínico aberto, trazendo meus pacientes para procedimentos no Hospital, e como médico contratado das unidades, passei a frequentar um número crescente de Comissões Voluntárias do Hospital (Comissão de Prontuários, Comissão de Ética Médica, Comissão de Novos Procedimentos, Reuniões de Tecnologia, Fórum de Gastroenterologia etc). Ao trabalhar em duas unidades diferentes, tive a oportunidade da padronização, da busca de melhoria de qualidade em ambas. Em meados de 2005, em conversas com o presidente Lottenberg, a quem conhecia desde minha adolescência, frequentando o Clube A Hebraica, do qual

Claudio já era um diretor, surgiu a oportunidade de fazer mais pelo Hospital tanto na prática médica, como no âmbito comunitário. O convite surgiu ao final de 2007, pelo próprio Claudio, para início do mandato 2007-2010, para fazer parte do quadro de Diretores Vogais e, a partir de então, atuei como membro do Comitê de Qualidade e Assistência. Já no mandato de 2010-2016, passei a ocupar o posto de vice-presidente, como chairman do Comitê de Qualidade e Assistência e Prática Médica, além de fazer parte de outros comitês da Diretoria.

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Você almejava ocupar o cargo atual? Sempre almejei, de alguma forma, contribuir para o crescimento e posição de liderança do Einstein, quer por sua representatividade comunitária, como membro da comunidade judaica; quer pela minha atuação como médico, com objetivo de trabalhar nas melhores instituições do país, por isso, minha dedicação e participação de forma voluntária há quase 20 anos. O fato de assumir, ao longo do tempo, papéis cada vez mais estratégicos na governança do Einstein me despertou a vontade de ocupar o atual cargo. Para isso, me dediquei a um verdadeiro processo de preparação, aumentando minha participação nos diversos comitês, frequentando cursos de assuntos não relacionados somente à saúde e liderança, mas também passei a andar muito próximo ao Lottenberg, que muito me incentivou.

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Na sua opinião, qual o maior exemplo de seu antecessor quando se trata de liderança e gestão? O Claudio tem o grande mérito de ter criado o nosso Sistema de Governança, profissionalizado, sem perder a liderança médica, da forma

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SAÚDE

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como ele é hoje. Mas os grandes exemplos que recebi são vários e, portanto, difícil de eleger o maior. Entre eles, como o grande líder que é, Claudio sempre colocou em primeiro lugar os valores institucionais. Formado por preceitos judaicos desde a sua fundação, preceitos de filantropia, justiça social, excelência de assistência médica e geração do conhecimento. São estes os valores pétreos que fizeram com que chegássemos onde estamos. Ainda no papel de líder, Claudio acredita que é possível os sonhos que poucos acreditam e isso contagia a todos. Por isso, projetos arrojados foram desenvolvidos e tiveram resultados que nos orgulham e, ao mesmo tempo, nos ensinam. Como gestor, Claudio sempre motiva demais quem está ao seu redor, com estímulo e cobrança. O conjunto de atributos fez com que liderasse o Einstein de forma impecável nos últimos 15 anos.

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Como conciliar a vida de médico e gestor? Nossos cargos na diretoria do Hospital, tanto de presidentes e vice-presidentes, são voluntários, não remunerados. Para que consiga exercer as duas atividades, acordo muito cedo e inicio minhas cirurgias às 6h em ponto, todos os dias. Para isso, conto com o auxílio de uma equipe de quatro cirurgiões, além de um grupo de anestesistas. Permaneço na Presidência todos os dias entre 8h30 e 14h30 e, então, faço minha tarde de consultório até as 20h. Geralmente, após o consultório, acabam restando alguns e-mails para responder, eventos a comparecer etc. Nos finais de semana, aproveito para resolver aquilo que a semana não permitiu, bem como me encontrar com alguns gestores e colegas da diretoria.

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De que forma a sua formação na Medicina colabora para a gestão da instituição? Em primeiro lugar, acredito que o conhecimento como gestor somente contribui para a nossa prática como médicos. Inclusive, neste sentido, nossa Faculdade de Medicina tem como parte do modelo pedagógico o ensino de gestão. Por outro lado, não há dúvidas de que em saúde, o melhor gestor é o médico e aquele que atua como tal. Mas, conciliar, de fato, não é tão fácil, mas obrigatório. O fato de viver o Hospital no seu dia a dia, estar com pacientes das mais variadas patologias, atuar em centro cirúrgico e encontrar colegas me permite uma melhor compreensão daquilo que representa qualidade, anseios por parte dos pacientes, queixas, prática de enfermagem, ambientação, estrutura e serviços em geral. Uma formação médica, somada ao conhecimento de gestão, permite diagnosticar e direcionar melhor o planejamento estratégico de uma instituição que é, antes de tudo, de saúde.

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Em sua avaliação, quais são os fatores que identificam o Albert Einstein como uma organização com liderança setorial? O Hospital constrói liderança na medida em que atua de forma transparente, buscando sempre oportunidades de melhoria de seu atendimento, dos desfechos de tratamento de seus pacientes, na inovação de processos, na aquisição tecnológica de forma equilibrada, levando-se em conta aquilo que agrega valor. Existe, culturalmente, uma inquietação constante de toda a diretoria em achar que nunca está bom o suficiente, nos motivando a buscar sempre algo melhor. Ao mesmo tempo, possuímos em nosso quadro de colaboradores e corpo clínico os melhores profissionais do mercado, com padrões éticos e com valores alinhados aos da ins-


tituição. Além disso, temos a preocupação da formação de capital humano, através de grandes investimentos em Ensino, que hoje conta com mais de 20 mil alunos, em cinco unidades apenas em São Paulo, além de eventos científicos que reúnem grandes profissionais do Brasil e do exterior.

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Quais as principais habilidades que o Hospital exige de seus líderes? Muito mais que habilidades, o Einstein exige de seus líderes, e de certa forma de todos os nossos colaboradores, o respeito e a identificação com nossos valores. Por maior que seja o currículo, extensão da formação e habilidades, nunca está completo sem que esteja presente em toda a atividade o respeito e a própria disseminação entre os liderados dos preceitos e valores herdados de nossos fundadores.

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Quais serão seus principais desafios à frente do Albert Einstein? Devemos ampliar a utilização da Telemedicina, para que possa ser utilizada não como fim, mas como processo facilitador de rompimento da barreira logística entre o Einstein e seus pacientes, clientes internos e externos, bem como profissionais de saúde de todo o país. Temos também o desafio relacionado ao corpo clínico, que é fundamental para conseguirmos o sucesso almejado relacionado à perenidade, eficiência, qualidade e segurança. Para isso, temos já em andamento o programa dos Grupos Médicos Assistenciais, os GMAs, que passam a ter o poder da liderança da prática assistencial exercida por grupos multidisciplinares, formados por médicos de diferentes especialidades e equipe multiprofissional, reunidos com base em doenças ou condições de saúde (Síndrome Metabólica, Cuidados Perioperatórios, Doenças do Sono etc). A organização em torno dos GMAs tem permitido maior engajamento dos colegas, proposição de linhas de serviço, padronização de condutas, criação de

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SAÚDE

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eventos científicos, entre outras ações. Também será importante a ampliação do formato e o engajamento de novos médicos, além da criação de novos grupos. A expansão das atividades de ensino já acontece com a criação da Faculdade de Medicina que, somada à de Enfermagem, já existente há 20 anos, à Residência Médica, aos cursos de pós-graduação latu sensu e stricto sensu, e cursos técnicos, permite a formação de nossos profissionais em um molde bem mais amplo que a formação técnica, incluindo perfis de liderança para mudanças, mentalidades criativas, capacidade de trabalho em equipe e amplo conhecimento acerca das questões que envolvem a saúde como um todo, e não apenas daquilo que envolve a relação de um profissional com seu paciente.

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Quais serão suas ações a fim de manter a sustentabilidade da instituição? A constante busca pela melhoria da eficiência, a eliminação do desperdício e dos incentivos inadequados. A criação da Diretoria de Auditoria e Compliance foi importante no sentido de estabelecer a transparência 22

da atividade profissional, contribuindo para este fim. A transparência permitirá uma relação melhor com as operadoras de saúde, evidenciando desfechos, taxas de complicação, eficiência, enfim, aquilo que traz valor à assistência de cada paciente.

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Quais serão os avanços que a filantropia ganhará em sua gestão? Daremos continuidade a um plano robusto vindo de gestões anteriores, amadurecido ao longo do tempo, graças à atividade de todos aqueles que me antecederam, contemplando de forma inequívoca aquilo que sempre esteve em nossa missão, desde a fundação. Vale ressaltar que nossa atividade filantrópica oferece assistência a mais de 1 milhão de pessoas somente na cidade de São Paulo, o que nos permite ocupar posição de liderança, inclusive participando de programas de melhoria da saúde populacional, como o Programa de Segurança do Paciente e o Projeto do Parto Adequado, ambos em conjunto com o Ministério da Saúde e, o último, juntamente com a ANS e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), dos Estados Unidos. H


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Health Innovation

Ética sem exceção Brasil se une a outras nove nações em Coalizão para o fortalecimento de uma cultura de boas práticas nos negócios no setor de tecnologia médica 24

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Fronteiras nacionais e culturais tornam-se cada vez mais difusas quando se fala em inovação no setor de tecnologia médica. Em um cenário de globalização crescente, marcado pela intensificação das trocas comerciais entre as nações, entidades do segmento reconhecem a necessidade de estabelecer princípios éticos comuns para nortear os negócios.

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Neste sentido, o continente americano deu um passo importante em fevereiro, quando associações de 10 países – Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, México, Peru e Venezuela – assinaram acordo para formar a Coalizão Interamericana de Ética nos Negócios no Setor de Tecnologia Médica, durante o Congresso Latino


Americano de Compliance 2017, em Bogotá, na Colômbia. “A Coalizão é o agente que vai buscar as melhores práticas, consolidando-as em um documento, que servirá de guia para que as associações signatárias, quando forem atualizar seus códigos de conduta, tenham uma base comum, com o que há de mais relevante no mundo”, destaca Carlos Goulart, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (ABIMED), uma das criadoras da Coalizão e signatárias do acordo. Firmada a aliança, as entidades têm, agora, a missão de criar conjuntamente e validar os “Princípios de Bogotá”, diretrizes éticas que irão orientar o relacionamento entre indústrias, distribuidores, profissionais da saúde e outros stakeholders. “Nosso próximo passo é começar a definir o modelo de governança e estabelecer o cronograma de trabalho”, relata Goulart, lembrando que a interação com outras associações do setor, em nível internacional, é uma via para fortalecer uma cultura de boas práticas no Brasil. Em consonância, Denis Jacob, Global Commercial Compliance Director da BD, empresa associada à ABIMED, destaca que é possível aprender com as experiências de países como os Estados Unidos e as nações da Europa Ocidental, que têm programas mais desenvolvidos, os quais já saíram do código para

a prática, cuja evolução já está sendo trabalhada. “O primeiro ponto que vi em outros países e que está começando só agora no Brasil é o entendimento de que, de fato, existe um problema e ele precisa ser solucionado, de que o setor da saúde precisa ser melhorado”. O segundo ponto, para Jacob, trata-se da busca conjunta pela solução. “Não somente empresas e fabricantes, mas todos os membros da cadeia precisam se envolver. Não dá para esperar que alguém venha resolver o problema. Todos os membros têm que sentar e se propor a fazer isso”.

Conforme ressalta Goulart, também é preciso ter em mente que as questões éticas evoluem. “Devemos ter no radar o acompanhamento desta evolução. A adoção de novas postura no mercado deve ser divulgada previamente contribuindo assim para que seja assimilada e incorporada no dia a dia. A ética evolui no mundo, o que é muito bom, porque as mudanças implicam novas atitudes e formas de relacionamento. São aperfeiçoamentos constantes”. No caso da indústria de dispositivos médicos, a trajetória rumo às melhores condutas requer a superação de uma série de desafios, como lidar

Carlos Goulart, presidente executivo da ABIMED

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com a diversidade de e produtos– que vão desde os consumíveis até equipamentos de grande porte e materiais especiais. Além disso, depende da conscientização dos diferentes players e da operacionalização da mudança. Neste sentido, algumas ações da ABIMED têm se destacado, dentre as quais a criação e o trabalho de seu Comitê de Ética, que é independente da diretoria da entidade, a elaboração e atualização contínua do Código de Conduta da Associação, treinamento das associadas, e atividades de conscientização. Além disso, a ABIMED integra o Conselho de Ética do Instituto Ética Saúde, é membro do Instituto Coalizão Saúde e faz parte do Conselho de Administração da recém-criada Coalizão Interamericana de Ética nos Negócios no Setor de Tecnologia Médica. Regras de conduta Para Felipe Kietzmann, diretor regional de Compliance da Alcon para a América Latina e Caribe e presidente do Comitê de Ética da ABIMED, ainda há certa disparidade entre as empresas do setor no que se refere às suas práticas corporativas e comerciais, sendo necessário consolidar diretrizes éticas. “O Comitê tem sido fundamental para uniformizar o entendimento do setor de dispositivos médicos sobre as boas práticas na condu26

ção das suas atividades, bem como para dividir esse conhecimento com todas as empresas associadas, nacionais e multinacionais, de todos os portes”, enfatiza Kietzmann. Em busca dos melhores resultados, o trabalho do Comitê de Ética junto às associadas tem suporte do Grupo de Estudos de Compliance da ABIMED “Temos acesso à experiência de diversos profissionais especialistas em Compliance e da avaliação de boas práticas de várias empresas do setor. Assim, o Comitê tem uma visão privilegiada para defi-

Felipe Kietzmann, diretor regional de Compliance da Alcon para a América Latina e Caribe e presidente do Comitê de Ética da ABIMED

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nir regras de conduta essenciais para o setor de produtos para saúde, as quais todas as associadas devem cumprir”. Essas diretrizes são apresentadas às empresas a partir do Código de Conduta da ABIMED, que, segundo Kietzmann, tem contribuído para que elas estipulem e apliquem regras claras em suas políticas internas. “Estabelecemos as bases sobre questões importantes para o setor, como delimitar as interações da indústria com profissionais da saúde que possam afetar sua independência ao tratar dos pacientes”, afirma.


Mudanças necessárias Disseminar conhecimentos que auxiliem as associadas a prevenir a corrupção e quaisquer práticas indevidas no âmbito das empresas é fundamental, segundo Kietzmann, especialmente nesse momento histórico que o Brasil vive, em que a ética está em primeiro plano nas discussões políticas e empresariais. “A sociedade está atenta às transformações e cada vez mais crítica ao que acontece no país e ao redor do mundo, exercendo, de certa maneira, o controle social sobre a conduta e as ações das organizações públicas, das corporações, de entidades setoriais e de representação, das associações e dos organismos multilaterais”, frisa Maria José Fagundes, diretora da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). Ela também lembra que as respostas para a legítima pressão exercida pela sociedade precisam estar à altura desta nova ordem nacional e mundial, que desafia governos, autoridades e especialistas. “Neste sentido, é importante que todos passem a seguir princípios inegociáveis no que se refere a regras cada vez mais rígidas para o comportamento ético, social e empresarial”. O caminho para que isso aconteça, na percepção de Maria José, passa pelo fortalecimento de preceitos éticos por meio de alianças permanentes e sustentáveis que valorizem e

Maria José Fagundes, diretora da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma)

preservem o respeito ao próximo, a confiança, a transparência e a integridade dessas relações, as quais podem se materializar por meio dos programas de compliance. Exemplo disso, o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) assinam posicionamento com a Interfarma, a fim de ampliar as boas práticas no relacionamento entre a classe médica e as indústrias associadas. A Associação da Indústria Farmacêutica possui, inclusive, seu próprio Código de Conduta. Além disso, tem um Conselho de Ética independente e conta com a Corregedoria, órgão de controle interno que zela pelo cumprimento do Código, e com uma Esfera de Conciliação.

Rigor disciplinar Tendo em vista que nem sempre é possível evitar os desvios, as entidades também dispõem de mecanismos para lidar com a má conduta já praticada. No caso da Interfarma, as penalidades aplicadas se dão, inclusive, por meio de multas, que tiveram valor médio de R$ 80 mil em 2014 e 2015 e de R$ 900 mil em 2016. Além disso, a Associação publica em seu site, periodicamente, os casos julgados. Da mesma forma, o CFM impõe punições aos profissionais com má conduta comprovada. Para se ter uma ideia, entre 2005 e 2015, o Conselho cassou o direito de 28 médicos de exercer a profissão, “por condutas contrárias aos preceitos éticos que disciplinam as relações dos médicos com a indústria, laboratórios e a farmácia”, relata o presidente do CFM, Carlos Lima.

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Benefícios multiplicados Agir com integridade propicia, segundo Maria José, vantagem competitiva frente aos concorrentes na realização de negócios e assegura a perpetuidade, estabilidade e sustentabilidade das ações das companhias, evitando perdas reputacionais e financeiras. “O alinhamento preparatório para implementação do programa de compliance, a elaboração de Código de Conduta Ética e de políticas específicas e os processos de Due Diligence e treinamentos, com certeza impactam a atividade corporativa, trazendo vantagens reais para o negócio”, frisa Maria José. As condutas éticas no setor de tecnologia médica, como salienta Carlos Goulart, beneficiam a toda a sociedade. “A indústria tem um pa28

Coalizão Interamericana de Ética nos Negócios no Setor de Tecnologia Médica é formada por associações de 10 países, como Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, México, Peru e Venezuela.

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pel fundamental para que se assegure o acesso às inovações médicas e às tecnologias mais adequadas ao seu tratamento, evitando desperdícios e procedimentos desnecessários, em benefício do próprio paciente e da sustentabilidade do sistema de saúde. Para que isso seja possível, é essencial que a independência do profissional da saúde seja preservada, assim como a competição justa entre as empresas”. Em consonância, Maria José lembra que os valores de ética, integridade e transparência são conceitos já disseminados no setor da saúde, mas que “devem sempre ser fortalecidos como atributos que não se limitam a ações pontuais, mas a um movimento conjunto de atos permanentes”. H


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Ética não se negocia O que a Saúde pode aprender com a indústria quando o assunto é Compliance

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A multinacional Siemens procurou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), autarquia vinculada ao Ministério da Justiça, para denunciar a existência de um cartel envolvendo grandes companhias do qual a própria empresa fazia parte. A delação, que ocorreu em 2013, revelou contratos supostamente fraudulentos em licitações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos de São Paulo, assinados entre 1998 e 2008. Em entrevista à Healthcare Management, André Luiz Rocha de Figueiredo, que é Compliance Officer da área de Compliance da Siemens Healthineers no Brasil, afirma que não houve acusação contra a Siemens neste processo. Ao contrário, “partiu da própria companhia a iniciativa de compartilhar com as autoridades elementos que deram origem às investigações correntes”. Segundo ele, após averiguações internas, a empresa encontrou elementos que foram levados ao órgão antitruste brasileiro, o Cade. “Coube ao órgão analisar se essas suspeitas tinham fundamento e então ratificar o acordo de leniência”, diz Figueiredo. Todo o histórico do caso vem de informações públicas e do fato de ter se originado na área de Compliance da companhia.

Aprender com os erros Na análise de Figueiredo, é difícil um caso como este não acarretar algum impacto, mas, ainda assim, o fato não prejudicou os negócios. “A companhia foi uma empresa pioneira na adesão do acordo no Brasil, dentro deste caso, e fizemos o que se espera de uma empresa comprometida com compliance, ou seja, reportamos algo irregular que encontramos.” Apesar da incompreensão inicial, a Siemens tomou os procedimentos cabíveis numa situação como essa. De acordo com ele, a companhia sabia que tinha o dever de levar o fato para o Cade. “Pagamos o preço por sermos pioneiros neste tipo de atitude, mas tínhamos a total convicção de que, num futuro próximo, sairíamos mais fortes deste episódio.” Hoje, ao se avaliar o caso, é nítido que a empresa adotou práticas que podem servir de inspiração para gestores de diferentes

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Estratégia

segmentos. Com um sistema de compliance bem consolidado, foi possível ajudar as investigações sobre o cartel e reconstruir a imagem da empresa. Figueiredo destaca que fazer o que é correto nem sempre é fácil, mas é “a única opção”. Este é um valor inegociável. Quando se tem certeza de que se está fazendo algo alinhado com os princípios e valores da empresa, as dificuldades ficam menores, “pois fortalece a percepção do senso comum dos nossos colaboradores com relação a ética e integridade”. O caso teve grande repercussão na mídia. Depois do episódio, o resgate da imagem da Siemens veio no dia a dia das atividades da companhia. De qualquer forma, houve preocupação em manter a transparência ao lidar com o assunto, principalmente junto aos próprios colaboradores. A empresa não mediu esforços para mantê-los informados sobre tudo o que saía na mídia a respeito do tema em questão. “Semanalmente, era enviado para todos os colaboradores um resumo das notícias e andamento do caso na mídia, visando dar-lhes subsídio para explicarem aos seus familiares e amigos, caso questionados”, explica Figueiredo. Num primeiro momento, pode-se dizer que a situação atingiu os funcionários. Porém, a cultura de compliance existe na Siemens há bastante tempo e, desde 2008, foi intensificada por meio de treinamentos, workshops etc. 32

André Luiz Rocha de Figueiredo, Compliance Officer da Siemens Healthineers no Brasil

Portanto, todos tinham consciência de que ser compliant não significa ser infalível. A Siemens não precisou modificar sua política interna, nem mesmo suas práticas de compliance. Por definição, ser compliant significa prevenir, detectar e agir. E a Siemens agiu diante do

caso. “Nosso pessoal já possuía um engajamento muito grande nas atividades da área de compliance, ou seja, este já era um tema presente na vida de todos. Sendo assim, não houve nenhuma ação adicional para os funcionários além das ações sistematicamente realizadas na área.” H

Pilares O executivo explica que o sistema de compliance é baseado em três pilares: prevenir, detectar e responder. O primeiro pilar (prevenir) compreende as políticas e procedimentos, incluindo as áreas de comunicação, treinamento, suporte, orientação e ações coletivas. O segundo pilar (detectar) diz respeito às medidas de controles, as auditorias e as investigações de compliance, incluindo a criação de um canal de denúncias (Tell Us). O terceiro pilar (responder) compreende as consequências decorrentes das condutas não éticas, os processos de remediação e o monitoramento. Neste pilar, o mais importante é o que se conhece como tone from the top, ou seja, o exemplo da alta direção com o apoio total e irrestrito do CEO da empresa. “Esse princípio vale também para a Siemens Healthineers, que desde abril de 2016 é uma empresa independente dentro do Grupo Siemens.”

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ARTIGO

Carlos Goulart

O PAPEL DA INDÚSTRIA DE SAÚDE NO COMBATE À CORRUPÇÃO

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ão é de hoje que o mundo corporativo tem criado estruturas e normas cada vez mais estritas para combater desvios e promover um ambiente de negócios ético no país. Assim como também são contínuas suas iniciativas para aperfeiçoá-las, acompanhando a própria evolução dos valores e princípios praticados ao redor do mundo. Na última década, inúmeras associações e entidades representativas da área da Saúde implementaram Códigos de Conduta para nortear as atividades e o comportamento de seus associados, em um esforço cada vez maior para reduzir desvios éticos e práticas inadequadas. As empresas também adotaram seus próprios Códigos de Ética e muitas contam, inclusive, com áreas muito bem estruturadas de compliance. E nem poderia ser diferente. Diante das dimensões e capilaridade de um país como o Brasil, a gestão de risco, mais do que importante, é uma questão de sobrevivência para elas. 34

Due diligences (o processo de investigação realizado para avaliação dos riscos de uma transação comercial) de fornecedores e distribuidores, por exemplo, foram incorporados à rotina de muitas empresas, motivando uma periódica atualização de comportamentos e contratos. Além de dar origem a treinamentos permanentes, os códigos implementados por associações e empresas têm sido submetidos a uma série de revisões, para incorporar práticas éticas mais modernas e eficazes, com o intuito de reduzir o risco de corrupção e a vulnerabilidade das relações com os diversos públicos. Para nos basearmos também em algumas boas práticas adotadas em outros países, não foi por acaso que leis como o Foreign Corrupt Practices Act (FCPA), criada em 1977 nos Estados Unidos, e o UK Bribery Act, do Reino Unido, tornaram-se marcos mundiais importantes no combate à corrupção. Como ocorre no terreno da Ética, elas surgiram em resposta a uma necessidade da própria

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Presidente Executivo da ABIMED – Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde.

sociedade da qual emergiram e como reflexo do avanço e da maturidade que alcançaram. Assim como não foi por acaso também que o Brasil regulamentou em 2015 a Lei Anticorrupção, que representou um grande avanço ao prever a responsabilização civil e administrativa de empresas que praticam atos lesivos, além de atender a compromissos internacionais assumidos pelo país. O Brasil vive um processo único de amadurecimento ético. Nunca o momento foi tão oportuno para a revisão de conceitos, valores e comportamentos. A Operação Lava-Jato e a chamada “Máfia das Próteses”, que causaram perplexidade e uma justa indignação ao país, expuseram as entranhas de práticas que a sociedade não tolera mais e prestaram – e ainda prestam - um inestimável serviço a todos. Sem a movimentação da sociedade, que foi às ruas protestar contra um modelo viciado de se fazer negócios, trazendo à tona a necessidade premente de uma mudança de comportamento e de cultura, nada


disso teria acontecido ou, na melhor das hipóteses, ocorreria muito mais lentamente. O debate sobre ética e corrupção, que ganhou as ruas e se tornou muito mais presente no meio empresarial, no mundo político e na sociedade, também se intensificou na área da saúde. Se no âmbito interno as empresas buscam aperfeiçoar seus mecanismos de gestão de risco, no âmbito externo é grande a movimentação do setor, que já debate a adoção de práticas conjuntas de combate à corrupção. Assim como o papel e com-

prometimento da alta direção das empresas é fundamental para que uma mudança de cultura ocorra de fato em cada uma delas, o papel e comprometimento de todos os agentes da cadeia de saúde é primordial para que ocorra uma mudança de fato nas relações comerciais do setor. Sem o envolvimento e a contribuição de todos os seus elos, - fornecedores, prestadores de serviço e operadoras – ficaremos apenas no terreno das ideias e das boas intenções. Sabe-se hoje, e não faltam exemplos nos noticiários na-

cionais e internacionais, que o preço a pagar por condutas antiéticas é muito alto, podendo custar a reputação e, muitas vezes, a própria sobrevivência das empresas. Vivemos atualmente no país um cenário de transição e promissor. Nunca foi tão grande a oportunidade de melhorarmos não apenas as relações entre os agentes da cadeia da saúde, como sobretudo a eficiência e sustentabilidade do sistema de saúde, nos aproximando um pouco mais do modelo justo e inclusivo de assistência que desejamos para o país. H

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Estratégia

A máfia de branco Livro de Pedro Ramos denúncia indústrias, hospitais e médicos envolvidos em esquema de corrupção 36

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Em 2015, a Saúde brasileira viveu o escândalo da Máfia das Órteses e Próteses, denunciado pelo programa Fantástico. Estudioso deste caso, Pedro Ramos, diretor da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), lançou neste ano “A Máfia das Próteses – Uma Ameaça à Saúde”. A obra detalha as investigações a respeito

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de fraudes envolvendo médicos, empresários, diretores de hospitais e fabricantes de produtos médicos. O trabalho denuncia esquemas de corrupção que superfaturam estes produtos e, por meio de propinas, influenciam alguns médicos a usá-los em diversas cirurgias desnecessárias.


A situação no Brasil Pedro Ramos afirma que essa história vem de muitos anos e essa máfia só existe porque há a participação não apenas de médicos, mas também de advogados e juízes. “A maneira de marketing que as indústrias encontraram é o pagamento de propina. Tudo começa com aquele convite ao médico para fazer um curso na Europa, o curso dura 2 horas e ele fica uma semana tomando vinho num chateaux completo. Essa é a maneira de ‘recrutar’ os médicos. O livro trata muito especificamente deste assunto. Ele visa principalmente mostrar e retratar como as pessoas estão sofrendo nas mãos destes maus profissionais.” Segundo Ramos, essa máfia movimenta, hoje, cerca de R$ 9 bilhões por ano. “Não é uma máfia estruturada como a da Lava-jato, ela é difusa e está espalhada por todo o país, o que torna o combate mais difícil. É preciso um comprometimento maior da indústria em sua transparência, caso contrário iremos continuar com nossas investigações e denúncias”. O lado do paciente O livro denuncia casos como o de uma senhora, Vilma, que, durante três anos sofrendo de um problema de coluna, passou por cinco cirurgias indicadas pelo seu médico terminando o terceiro ano com cerca de 20 parafusos na coluna. Um dos parafusos perfurou o esôfago

Pedro Ramos, diretor da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge)

e causou uma infecção generalizada. Após exames, Vilma precisou fazer uma cirurgia que retirou 16 parafusos de seu corpo. “Um parafuso dá de propina ao médico cerca de R$ 4 mil. É um grande abuso e os conselhos regionais de medicina não tomam nenhuma providência, apenas divulgam poucos nomes de médicos que foram punidos. Desafio os conselhos com a seguinte pergunta: quantos processos estão arquivados?”. Compliance Após o escândalo, muitas instituições passaram a se preocupar com seus códigos de conduta e compliance. A opinião de Ramos a respeito é direta: “Eu digo a todas as instituições envolvidas para que parem de fazer compliance de mentira. Não adianta nada fazer um livrinho de regras para depois envolver com um esquema de corrupção que arruína milhares de vida.”

Problema universal De acordo com o livro, este tipo de corrupção na Saúde é um fenômeno global. Notoriamente, o Brasil foi um dos poucos países que se organizou para combater essa prática. “Nós temos uma estrutura de combate e queremos resolver o problema. Então, nós ingressamos com 11 ações nos EUA contra empresas dessa área no mercado americano para resolver o problema”, diz Ramos. Soluções simples Uma cirurgia já é uma situação de risco na vida de qualquer pessoa, por isso, Ramos encoraja os pacientes a sempre procurar uma segunda opinião ou tratamentos alternativos. “A exigência da segunda opinião médica é um projeto de lei que vem circulando em uma das CPI’s que houve na câmara dos deputados.” H

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ARTIGO

OS BONS PROFISSIONAIS DE COMPLIANCE NASCEM OU SÃO CRIADOS?

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Brasil já abriu os olhos para a importância da área de Compliance, que auxilia as organizações a estruturar regras de conduta, treinamentos, controles e processos internos, dentre outras medidas, tudo para assegurar um comportamento íntegro por parte dos seus colaboradores. Também evoluiu a visão das empresas sobre o chamado Programa de Compliance: se no passado bastava que as organizações reprimissem condutas ilegais, hoje se entende que tais programas devem ir além das leis e regulações aplicáveis, considerando também os riscos e

desafios éticos inerentes às atividades da empresa e até mesmo sua função social e interesses legítimos da sociedade. Isso explica a denominação de programas de Ética ou Integridade – e não apenas de Compliance (literalmente, “conformidade”). Os desafios das organizações em relação a Compliance, portanto, são cada vez maiores. Igualmente, ganha relevância a função de um profissional de Compliance (muitas vezes denominado Compliance Officer), que é contratado pelas empresas para atuar como principal facilitador do tema – sendo certo que Compliance no

Felipe Kietzmann Advogado, especialista em Compliance, Direito Empresarial e Governança Corporativa. Atualmente, é diretor regional de Compliance e presidente da Comissão de Ética da ABIMED

âmbito corporativo é uma obrigação de todos os colaboradores, diretos e indiretos, e em especial da alta administração. Assim, desviando por um momento o foco dos Programas de Compliance e analisando os profissionais que atuam essencialmente para garantir sua efetividade, propusemos o questionamento do título: afinal, os bons profissionais de Compliance nascem ou são formados? Para responder a essa pergunta, é necessário determinar quais as competências e comportamentos que embasam tal juízo de valor acerca de um profissional de Compliance.

Os desafios das organizações em relação a Compliance, portanto, são cada vez maiores. Igualmente, ganha relevância a função de um profissional de Compliance (muitas vezes denominado Compliance Officer), que é contratado pelas empresas para atuar como principal facilitador do tema – sendo certo que Compliance no âmbito corporativo é uma obrigação de todos os colaboradores, diretos e indiretos, e em especial da alta administração.”

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Marcio Kumada Empresário, mentor, treinador e palestrante nas áreas de desenvolvimento pessoal e liderança. Anteriormente, atuou nas áreas de Engenharia, Qualidade e Recursos Humanos

No que se refere às competências, é fundamental que um Compliance Officer seja capacitado, no mínimo, em relação a projetos, controles e processos internos; finanças corporativas e contabilidade; legislação empresarial e governança corporativa; gerenciamento de riscos, auditoria e monitoramento; bem como gestão de recursos humanos, políticas de incentivos e penalidades. O conhecimento profundo de temas comuns a todos os Programas de Conformidade, sobretudo leis e práticas de combate à corrupção, além de outros relacionados a cada setor, completam o perfil. O aspecto comportamental, por sua vez, é ainda mais relevante – e, paradoxalmente, negligenciado pela maior parte das organizações. Da literatura especializada, aprendemos que determinadas habilidades são essenciais para um Profissional de Compliance, tais como a capacidade analítica, para interpretar regras e cenários

O Profissional de Compliance não apenas nasce, mas pode ser desenvolvido – tanto em competências, quanto em fatores comportamentais. complexos; a autonomia, para atuar em mercados dinâmicos e identificar riscos e tendências; a comunicação, para obter e transmitir conhecimento a diversos níveis; a liderança, para influnciar indivíduos e organizações etc. O rol acima pode ser uma referência útil, mas não é suficiente para compreender a real dimensão desses profissionais. Aliás, é surpreendente que muitas das fontes consultadas sequer reconheçam a importância dos valores éticos intrínsecos a essa atividade. Pela nossa experiência, consideramos que os melhores Profissionais de Compliance operam por um modelo mental singular, capaz de conciliar as demandas da organização e os seus próprios valores éticos.

São dois, portanto, os alicerces desse modelo: a visão dos negócios que têm em comum e permitem atuar empaticamente junto aos demais executivos, bem como um conjunto de crenças e princípios éticos, tão intrinsicamente arraigado que pouco cede a influências externas. Concluímos, assim, que o Profissional de Compliance não apenas nasce, mas pode ser desenvolvido – tanto em competências, quanto em fatores comportamentais. Por outro lado, as organizações também devem levar em consideração o aspecto vocacional, selecionando, retendo e potencializando agentes verdadeiramente éticos, espontaneamente orientados a imbuir o Compliance na cultura corporativa. H

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Health-IT

Automação dos processos

Com a implantação da ferramenta BPMS, Unimed Curitiba obtém significativa redução de gastos administrativos e melhor rastreabilidade e gerenciamento de seus processos 40

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A atuação da Lecom na Unimed Curitiba rendeu à empresa, em 2016, o Global Awards for Excellence in BPM and Workflow, prêmio realizado pela organização WfMC (Workflow Management Coalition). O case foi vencedor do prêmio e evidencia a transformação digital que a plataforma BPMS implantada trouxe à instituição. A escolha da ferramenta considerou fatores como aderência aos requisitos básicos de uma ferramenta de BPMS, Software as a Service com SLA arrojado de disponibilidade, desempenho e utilização em nuvem, licenciamento por volume, não limitado a números de usuários. Também foram consideradas a integração via WebServices com sistemas on premisse e nuvem, acessibilidade por dispositivos móveis, interface rica e SLA agressivo. A atuação da Lecom se deu na instalação do ambiente de desenvolvimento, homologação e produção, treinamento, consultoria de implantação e alocação de analistas para o desenvolvimento de dois projetos pilotos. As principais peculiaridades deste trabalho, segundo informado pela empresa, estão na implantação em paralelo do escritório de projetos, escritório de processos e ferramenta de BPMS. “Este movimento criou uma sinergia interessante para a abordagem de processos na Unimed Curitiba, com formação de líderes de processos nas áreas de negócio em metodologia e ferramentas.” Destaca-se também neste

case a utilização de metodologia ágil para prototipação, desenvolvimento, homologação e implantação. “Vale ressaltar, ainda, a medição sistemática de cada processo automatizado na ferramenta no AS-IS e no TO-BE de forma a mensurar os resultados esperados para cada processo automatizado.” Foram vários os benefícios derivados da implantação do BPMS na Unimed Curitiba. Exemplos disso são: a automatização em menos de dois anos de 40 processos de negócios; aumento significativo na velocidade de execução dos processos automatizados; melhora na rastreabilidade e gerenciamento do andamento de cada processo e a redução de gastos administrativos, alcançando o ROI (Return on Investment) do projeto em um ano. Para tanto, alguns desafios marcaram este case. Segundo

a Lecom, mobilizar a organização para a formação de líderes de projetos e de processos foi uma tarefa importante. No total, foram 60 líderes capacitados em toda a corporação e uma intensa parceria com os líderes de processos de negócios. Houve, também, a necessidade de eliminar processos desnecessários a fim de simplificá-los e integrá-los para só depois realizar a automatização. “Priorizamos os processos que seriam automatizados considerando o equilíbrio entre processos finalísticos, que agregam valor direto aos participantes da cadeia de valor do negócio, e os processos de suporte, que agregam valor indireto. Para isso, é necessário resistir à tentação de automatizar processos que são mais adequados aos sistemas corporativos e não no BPMS.” H

Gilmar Ragonetti, Gerência da Assessoria de Tecnologia da Informação da Unimed Curitiba

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Sustentabilidade

Grupo CPFL Energia e Centro Infantil Boldrini juntos em prol do meio ambiente CPFL Paulista investe R$ 491 mil no hospital filantrópico em projeto de geração solar fotovoltaica. Iniciativa proporcionará economia estimada de 10% na conta de luz

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Com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável, os hospitais estão buscando melhorar a eficiência e a qualidade das unidades através de iniciativas como a redução do consumo de eletricidade. Neste cenário, o uso de energia solar fotovoltaica tem se destacado como uma importante alternativa de energia, principalmente por se tratar de uma fonte limpa. A CPFL Paulista, distribuidora do Grupo CPFL Energia, por exemplo, tem desenvolvido alternativas para redução dos custos do sistema elétrico. A substituição

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de todas as lâmpadas para a tecnologia LED no Centro Infantil Boldrini é um exemplo disso. Ao todo, foram instaladas 6.200 lâmpadas LED, com um investimento de R$ 530 mil, e uma economia de 969 MWh/ano. Em meados de janeiro deste ano, a distribuidora fez um investimento ainda mais arrojado no hospital filantrópico: implantou uma usina de geração de energia solar fotovoltaica, com investimento de R$ 491 mil. No projeto, foram instalados 276 painéis solares para gerar energia limpa, que será consumida pela instituição.


A geração solar fotovoltaica do Centro Infantil Boldrini contempla um sistema de painéis solares com uma capacidade instalada de 70 kWp, gerando em torno de 108 MWh/ano. Essa energia é suficiente, por exemplo, para abastecer por um ano 44 residências, com consumo mensal de 200 KWh. A iniciativa deve reduzir em aproximadamente 10% o valor da conta de energia do hospital. A energia gerada pela usina contribuirá para evitar a emissão de 135 toneladas de gás carbônico (CO2), um dos principais agentes causado-

res das mudanças do clima. Para efeito de comparação, essa quantidade de CO2 que não é lançada na atmosfera representa para a natureza o mesmo que o plantio de 810 novas árvores. “Ao patrocinar projetos como esse, do Centro Infantil Boldrini, estamos contribuindo para o desenvolvimento das fontes renováveis de energia e para a expansão da geração distribuída solar do país, que tem grande potencial de expansão na área de concessão da CPFL Paulista”, diz o gerente de Eficiência Energética da CPFL Energia, Luiz Carlos Lopes Júnior.

RAIO-X: Centro Infantil Boldrini O Centro Infantil Boldrini é um hospital filantrópico especializado em oncologia e hematologia pediátrica. Instalado em uma área de 100 mil m², o complexo contempla o hospital, o prédio da radioterapia, medicina nuclear e imagem, o Centro de Reabilitação Lucy Montoro, o Instituto de Pediatria Ronald McDonald, a Central de Captação de Recursos e o serviço de apoio social à Casa da Criança e da Família, com 30 chalés, criado em parceria com o Instituto Ingo Hoffmann, totalizando 30 mil m² de área construída.

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Sustentabilidade

Entrega das obras de energia solar na entidade

Economia De acordo com Alexandre Moreira Pinto, analista de Eficiência Energética do Grupo, o investimento em energia fotovoltaica no Centro Boldrini não foi apenas uma iniciativa da CPFL na área de eficiência energética da companhia ou voltada ao desenvolvimento de tecnologias em energia solar. “Vimos na substituição das lâmpadas comuns por LED e na geração solar fotovoltaica possibilidades de proporcionar economia financeira a um hospital que tem um histórico de grande relevância para a nossa comunidade.” Para Waldir Vilalva Dezan, arquiteto urbanista e vice-presidente da diretoria do Centro, foi muito importante para o Boldrini participar deste projeto. Os painéis solares foram instalados no telhado do prédio da radioterapia e da reabilitação, duas alas que consomem muita energia por conta das características dos equipamentos. “A economia energética que teremos será muito significativa, o que fará diferença nas nossas finanças, até porque o Centro vive de arrecadação”, sublinha Dezan. Ele reconhece que, ao participar deste projeto, o Boldrini está contribuindo com o aprimoramento de novas tecnologias e com o desenvolvimento de uma energia limpa. “Mais do que pela questão social, participar de um projeto como este traz retorno para a sociedade. É gratificante saber que o Boldrini está ajudando com pesquisas que vão culminar na consolidação da energia solar no país.” H 44

A favor do sol e do meio ambiente Desde 1998, a CPFL Energia desenvolve o Programa de Eficiência Energética (PEE), que tem por objetivos a preservação dos recursos naturais e a promoção da educação para o uso racional de energia elétrica, evitando o desperdício. Os recursos do programa provêm do valor arrecadado nas contas de luz. Essa verba volta para a sociedade por meio de projetos que buscam tornar mais consciente a relação das pessoas com a energia elétrica, fazendo com que esta seja utilizada com responsabilidade. Além dos investimentos do Programa de Eficiência Energética, o Grupo CPFL Energia vem desenvolvendo iniciativas paralelas para fomentar a geração distribuída solar. Por meio do projeto de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) Telhados Solares, o Grupo está promovendo a instalação de painéis solares em residências de 230 consumidores na região de Barão Geraldo, em Campinas, ao custo de R$ 14,8 milhões. Além disso, por meio da controlada CPFL Eficiência, também desenvolve projetos de geração solar para indústrias e comércios.

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Estratégia

Investir para obter melhores resultados O investimento da Unimed Itumbiara no planejamento do projeto de gestão de custos

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Não há mais espaço para a tomada de decisão sem informações confiáveis e dinâmicas, pois não se gerencia o que não se mede. Uma máxima que se aplica na vida e, cada vez mais, nas atividades empresariais, incluindo o setor da Saúde. Atento a esta necessidade, o Hospital Unimed Itumbiara (GO) implantou um projeto de gestão de custos na unidade. “Esta sempre foi uma grande dificuldade: apurar corretamente as despesas e identificar os custos, o que é fundamental para que a gestão conheça os gargalos e os processos mais ou menos rentáveis, apontando uma direção para especialidades e serviços nos quais o Hospital necessita investir para obter melhores resultados”, relata Ricardo Batista, superintendente hospitalar da unidade. Para resolver este desafio, a instituição utilizou-se da metodologia aplicada pela XHL no 46

que diz respeito ao processo de gestão de custos. “Esta adoção foi muito importante para avançarmos na apuração dos custos por unidade de medida e por procedimento”, afirma Batista. O início do processo não foi fácil. Nem todos entendiam o propósito da consultoria. Mas as dúvidas, em pouco tempo, foram superadas e o projeto se desenvolveu satisfatoriamente. “O importante é que conseguimos entregar no prazo combinado. O projeto foi um sucesso, tanto que hoje estamos negociando para evoluir-

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mos com a gestão orçamentária na instituição”, informa Eduardo Regonha, diretor-executivo da XHL. De acordo com ele, o trabalho desenvolvido pela empresa na Unimed Itumbiara foi gratificante. “É resultado da união de forças com outras empresas, como a Vivere e a Philips-Tasy, além do próprio Hospital Unimed Itumbiara.” Para Batista, hoje, a consultoria é referência no sistema Unimed, sendo recomendada pelo Departamento de Serviços e Recursos Próprios da Unimed do Brasil.


Apuração de Custos A Unidade de Itumbiara teve o primeiro contato com a consultoria em 2012. A partir de então, iniciou-se o planejamento do projeto de implantação de custos na instituição. “Os diretores da nossa singular apoiaram e aprovaram o investimento, em que tivemos a participação da nossa parceira Vivere, representante do software de gestão Tasy.” A consultoria oferecida pela XHL contribuiu para as parametrizações e os critérios de rateio para apuração de custos. Processo que foi iniciado em janeiro de 2013 e concluído em 2014. “Atualmente, todos os gestores do Hospital recebem mensalmente as informações dos seus centros de custos, possuem indicadores de custos, realizam análise crítica e elaboram planos de ação baseados nas informações destes relatórios”, explica o superintendente hospitalar. A instituição retomou outro projeto em sua segunda etapa com a consultoria, em 2014, com o objetivo de avançar na análise de custos. Trabalho que terminou em julho de 2015. “Precisamos sempre reavaliar os critérios adotados, com a possibilidade de serem aprimorados.” A alta direção do Hospital recebe mensalmente as informações dos resultados dos principais centros de custos que fazem parte do BSC (Balanced Scorecard) da instituição, o que permite analisar a evolução e tomar decisões a partir de resultados. Atualmente, estão sendo apri-

moradas as informações de custos por procedimento, as quais são utilizadas posteriormente para analisar os resultados por procedimento cirúrgico. “Temos como objetivo utilizar esta informação para elaborar pacotes de procedimentos cirúrgicos e negociar com convênios de autogestão e com parcerias público-privadas”, diz Batista.

O Projeto Regonha explica que a implantação da metodologia de apuração de custos na área de serviços de saúde normalmente requer, pelo menos, 12 meses de atividade. Especificamente no Hospital Unimed Itumbiara, o trabalho exigiu dois meses a mais para consolidar as informações de custos de diárias, taxas, exames e consultas. É que, com a implantação do módulo de custos do sistema usado pelo Hospital de forma integrada, muitos ajustes foram necessários. “Inclusive, sugerimos o desenvolvimento de relatórios com visões importantes, que foram acatadas pela direção do Hospital e desenvolvidas pela empresa representante da Philips-Tasy na região.” Na implantação da gestão de custos, o sistema é a parte fácil. O processo mais complicado concentra-se no aculturamento da equipe, ou seja, incutir em todos os profissionais da instituição a cultura de analisar, gerenciar e enten-

Ricardo Maniezzo Batista, Superintendente Hospitalar

der a importância do controle dos custos de sua responsabilidade. Para superar esses desafios, foi necessário, segundo Regonha, demonstrar para o profissional que não basta desenvolver a sua atividade de forma exemplar, de modo que todos elogiem, é essencial também a preocupação com os custos incorridos. Mostrar, por exemplo, que não adianta a cozinha do hospital elaborar uma refeição deliciosa, elogiada por todos os pacientes, funcionários e médicos, mas a um custo superior a qualquer hospital semelhante. É fundamental conciliar sempre custos e benefícios gerados e mostrar aos gestores que é preciso ter foco na produtividade, fazendo mais com os mesmos recursos ou até com menos. “Outro ponto em que tivemos uma dificuldade inicial que depois foi superada foi em relação à geração de novos relatórios, o que atualmente serve de exemplo para outras instituições em que implantamos custos no módulo Philips-Tasy”, diz Regonha.

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Estratégia

Retomada Depois da implantação do sistema de custos para hospitais e recursos próprios em geral nas unidades da Unimed, a consultoria participa, 48

Eduardo Regonha, diretorexecutivo da XHL

Foto: Juan Cogo

Ao analisar as áreas de apuração, gerenciamento e controle de custos de instituições de Saúde, de modo geral, Regonha reconhece: não basta implantar softwares, é necessário o envolvimento de todos os gestores da organização, desde o responsável pela limpeza até a direção executiva e clínica do hospital. Para a implantação bem-sucedida de um sistema de apuração de custos, muitos processos tiveram que ser alterados. “Às vezes, criados no intuito de alimentar o sistema de forma qualificada, mas posteriormente todos têm que estar envolvidos na análise e na validação das informações.” A falta de envolvimento com a implantação do sistema pode tornar-se um gargalo. Mas, ao contrário, é superada quando a instituição necessita de apoio profissional para a implantação eficiente e eficaz do sistema, em condições de proporcionar resultados em curto espaço de tempo. “Desta forma, todo investimento é recompensado, pois regularmente o trabalho acaba reduzindo custos e melhorando a receita da empresa por conta de melhores negociações, que só são possíveis porque se tem em mãos informações amplas e completas sobre o gerenciamento de custos”, diz Regonha.

normalmente, de uma segunda fase, que diz respeito à adoção de metodologia de apuração de custos da operadora e à implantação da gestão orçamentária. “Defendo muito que as empresas, inclusive os hospitais, precisam ter uma apuração de custos confiável e incutida na instituição, para que depois possam avançar para um bom projeto de orçamento”, pontua Regonha. Para 2017, as perspectivas da empresa são positivas. Na opinião do diretor-executivo da companhia, a atividade econômica brasileira está em um ano de recuperação. “O pior momento da crise já passou e vemos que as instituições começam (com maior ênfase após a crise) a perceber, de forma objetiva, que as informações são muito necessárias para a tomada de decisão e para o gerenciamento e o controle da organização”.

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Ele relata que as operadoras perderam mais de 2 milhões de beneficiários nos últimos anos. Por isso, a pressão é cada vez maior por recuperação de resultados. “Estamos iniciando com boas perspectivas, com novos projetos e com muito otimismo para os próximos meses”, comemora Regonha. Neste momento de retomada, a consultoria tem vários projetos interessantes no radar. Está apoiando instituições a avaliarem novos modelos de remuneração e também no desenvolvimento de negociações com base em custos reais. “Estes são passos que consideramos importantes e que podem gerar grande repercussão na forma de negociação entre operadoras e prestadores de serviço. Aspecto que vem sendo discutido há anos, mas com poucos avanços”, conclui. H


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Líderes e Práticas | Especial Acreditação

Pioneirismo no Amazonas Gestão compartilhada e envolvimento dos colaboradores levam Hospital Adventista de Manaus a se tornar o primeiro do Amazonas acreditado em nível máximo pela ONA 50

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A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou, em março de 2016, uma lista com 131 hospitais particulares e públicos do país acreditados em nível máximo por institutos que medem a qualidade do atendimento de saúde. Do total, 45% estão localizados no Estado de São Paulo, entre eles o Hospital Israelita Albert Einstein, o Sírio-Libanês e o Samaritano. Dos públicos, aparece o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. Em 2011, fora do eixo Rio-São Paulo, uma instituição se destacava na região Norte do Brasil. O Hospital Adventista de Manaus conquistou o selo Acreditado com Excelência (Nível III), concedido pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Segundo informações do portal do Instituto Qualisa de Gestão (IQG), o Hospital é a única instituição de saúde acreditada em nível máximo no Estado do Amazonas. De acordo com Gideon Basílio, diretor-geral do Hospital Adventista de Manaus, o processo de acreditação foi desafiador para a instituição, visto que a maioria das ações exige equipes envolvidas, revisão de conceitos e quebras de paradigma. Para alcançar o resultado esperado, o gestor comenta que foi necessário compreender a importância e o papel de toda a equipe na modelação do cuidado seguro e centrado no paciente – o que colaborou significativamente para o amadurecimento da cultura organizacional e para a segurança do paciente. “Desenvolver pessoas, estruturar processos, consolidar equipes comprometidas com a qualidade, segurança e excelência na prestação do cuidado foi um grande desafio”, ressalta Basílio. Sobre a importância da acreditação para a instituição, o diretor enfatiza que o selo é o reconhecimento público de que o Hospital atende aos critérios e requisitos especificados pelas credenciadoras. “Continuar zelando pela qualidade e segurança e cada vez mais comprometidos com a busca da excelência no atendimento prestado: esse é o foco da nossa missão.”

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CONTINUAR ZELANDO PELA QUALIDADE E SEGURANÇA E CADA VEZ MAIS COMPROMETIDOS COM A BUSCA DA EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO PRESTADO: ESSE É FOCO DA NOSSA MISSÃO” Gideon Basílio

Gestão compartilhada “A equipe precisou entender que qualidade e segurança do paciente impactam diretamente na sustentabilidade da instituição”, afirma Basílio sobre os principais desafios e impactos que a acreditação trouxe para o Hospital Adventista de Manaus. Para melhor lidar com as exigências da acreditação, o diretor explica que, atualmente, o Hospital tem trabalhado as questões financeiras – custo, receita e orçamento – em um modelo de gestão compartilhada, no qual a alta administração divide com o gestor os indicadores financeiros para o controle adequado do planejamento estratégico. “Além disso, a cada bimestre, a alta administração realiza reuniões com foco nos indicadores estratégicos. Essas atividades de reuniões de negócios possibilitam crescimento ao gestor e à instituição, permitindo um atendimento ao cliente com excelência”, diz. 52

Gideon Basílio, diretorgeral do Hospital Adventista de Manaus

Norte Para o diretor do Hospital, o modelo de gestão proposto pela acreditação tem se mostrado uma ferramenta eficaz ao nortear as ações necessárias para o aperfeiçoamento da qualidade na assistência médica. Com isso, diversos ajustes foram necessários para a modelação e padronização dos processos, desde investimentos em recursos humanos e tecnológicos até a profissionalização da gestão. Basílio explica que muitas ações foram necessárias para o fortalecimento da segurança na comunicação vertical e horizontal, o que está colaborando significativamente para os resultados desejados. “Atualmente, com o entendimento adquirido pelo modelo de gestão proposto, a

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estruturação do planejamento estratégico, o desdobramento das diversas ações de fortalecimento da linha estratégica eleita, as ações realizadas para busca da melhoria contínua da segurança, da qualidade e da sustentabilidade, devem ser baseados em evidências e indicadores que, ao serem analisados criticamente, apoiam-nos para uma tomada de decisão cada vez mais assertiva”, revela o gestor. Outro ponto positivo destacado por Basílio foi o envolvimento dos colaboradores com o processo de acreditação. Segundo o executivo, a equipe, ao se sentir valorizada, reconhecida e respeitada pela instituição, mostrou maior engajamento na superação dos resultados alcançados. H


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Melhoria em foco Hospital Unimed Maceió conquista selo ONA de Acreditação; cultura de aperfeiçoamento contínuo é reflexo do processo de aquisição do selo

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Os hospitais estão buscando cada vez mais oferecer um serviço com qualidade e segurança aos seus pacientes. No final de 2016, a Unimed Maceió conquistou o Selo de Acreditação – Nível I da Organização Nacional de Acreditação (ONA), o que colocou o Hospital Unimed da capital alagoana em um grupo seleto de instituições brasileiras de saúde. Para Viviane Vieira Malta, presidente da Unimed Maceió, a aquisição do selo foi um reconhecimento ao trabalho sistêmico em equipe. “É uma forma de se destacar na qualidade da prestação de serviços aos pacientes e no trabalho do médico assistente.” Em 2015, a gestão da Unimed Maceió lançou o Programa de Acreditação do Hospital Unimed. Para iniciar o processo, a instituição contatou o Instituto Brasileiro para Excelência em Saúde (IBES), que avaliou a conformidade dos processos do Hospital com o Manual Brasileiro de Acreditação. Viviane explica que, após a avaliação dos setores e serviços, o IBES elaborou um relatório a partir dos planos produzidos para as ações em todos os níveis da instituição, que foram feitos com base em prioridades, criticidade de processo e grau de comprometimento na segurança do paciente. “Os planos de ações tiveram um acompanhamento sistemático pelos líderes. Com esse processo, o IBES recomendou a acreditação, que foi homologada pela ONA”, comenta. Os colaboradores da instituição se envolveram com o processo de acreditação a partir de ações de sensibilização, que ressaltaram a importância do procedimento para colaboradores, médicos assistentes e pacientes. De acordo com a presidente da Unimed Maceió, foram apresentados dados nacionais e mundiais relacionados a eventos no sistema de saúde. “Foram definidos times de trabalho multidisciplinares com o envolvimento de todos os setores da Instituição, tendo os líderes como protagonistas, oferecendo condições de trabalho e cobrando resultados a partir de metas previamente definidas.” Para a conquista do selo, o grande desafio da Unimed Maceió foi a mudança cultural da instituição, como o trabalho com protocolos e o gerenciamento de riscos. Entre os impactos causados pela acreditação, Viviane ressalta a quebra de paradigmas ao envolver no processo as lideranças do Hospital e os médicos assistentes. Além da Acreditação – Nível I da ONA, o Hospital Unimed é credenciado à Rede Sentinela da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e possui Certificação Diamante em Fixação Segura de Catéteres da 3M, Controle Externo de Qualidade pela SBPC/Medicina Laboratorial e ControlLab e Certificado de Responsabilidade Social Unimed, conferido pela Unimed do Brasil.

Viviane Vieira Malta, presidente da Unimed Maceió

Melhorias Entre os avanços obtidos com a acreditação, Viviane destaca a implantação de uma cultura de melhoria contínua com foco na segurança dos pacientes. Para tanto, os processos foram mapeados, os riscos identificados e gerenciados, as comissões foram implementadas e protocolos clínicos e de prevenção foram estabelecidos. Além disso, houve melhorias no sistema de notificação de eventos, implantação de um plano terapêutico e sinais de detecção precoce de degradação clínica. “Aproximamos a área administrativa da área assistencial e essa integração tornou os processos mais eficientes e alinhados à segurança do paciente. Também efetivamos os controles internos de suprimentos, equipamentos, obras e reformas, garantindo a otimização dos custos”, explica. H

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Sistema consistente

Certificações e acreditações do Biocor Instituto reconhecem seu Sistema de Gestão para o melhor resultado

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Inaugurado em 1985, o Biocor Instituto é fruto do sonho de seu fundador, Mario Vrandecic, de colocar em prática tudo aquilo que aprendeu em sua residência nos EUA. “Retornei ao Brasil da minha formação profissional nos Estados Unidos decidido a iniciar esse projeto. Comecei como professor na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e como cirurgião cardiovascular, contudo focado em realizar o sonho de criar o Biocor.” Para erguer o Biocor Instituto, Vrandecic utilizou toda a sua experiência e formação como pesquisador adquiridas nos 12 anos nos Estados Unidos, merecendo destaque o desenvolvimento da bioprótese cardíaca, entre outras 13 patentes que são fruto das suas pesquisas científicas. Segundo Vrandecic, “todo o início do hospital foi viabilizado com o resultado da transferência das próteses desenvolvidas nas minhas pesquisas a uma grande indústria norte-americana que instalou uma unidade de produção aqui na Região Metropolitana de Belo Horizonte/MG, onde passou a fabricar as biopróteses cardíacas, entre outras”.

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Baixe o aplicativo Zappar e assista o vídeo da visita da HCM ao Biocor Instituto e confira de perto a gestão de Qualidade e Segurança da instituição. (saiba mais na página 11)

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Erika Vrandecic, diretora-médica do Instituto, participou desta história desde o início e lembra quando a Instituição começou, com cerca de 20 leitos. “Em reconhecimento aos bons resultados obtidos, a sociedade e a comunidade científica foram demandando cada vez mais os nossos serviços e o Biocor foi respondendo com ampliações e expansões até se tornar um hospital geral de alta complexidade, com foco não só na cirurgia cardíaca adulta e infantil, mas também na neurocirurgia, na urologia, na ortopedia e na cirurgia geral.” Hoje, o Biocor Instituto reúne profissionais experientes em um corpo clínico autônomo habilitado nas mais de 40 especialidades da alta complexidade. Possui 320 leitos, somando-se às 12 salas de cirurgia, CTI (adulto e infantil), PA, hemodinâmica, medicina nuclear, banco de sangue, laboratórios próprios, completo e moderno setor de imagenologia e exames complementares, heliponto, apenas para citar alguns itens da estrutura física da instituição. São mais de 32.000 m2 de área construída. Nestes 32 anos, o crescimento da Instituição sempre foi e continua sendo algo muito bem planejado pela direção e implantado de forma segura. “Todos os resultados estão dentro do previsto para a média internacional. Em comparação com os dados fornecidos pela Associação Nacional de 58

Hospitais Privados (Anahp), o Biocor tem uma economia em tratamento de dois dias dos pacientes internados e com resultados de eficiência”, comenta Jéssica Rocha, enfermeira DRG do Instituto. “Trabalhamos com a ferramenta DRG há alguns anos para avaliar a nossa qualidade. Nós fazemos a análise crítica do paciente desde a internação até a alta hospitalar e, com isso, conseguimos indicadores que demonstram a excelência do Biocor.” Os desafios do Biocor Instituto são de várias ordens e acontecem diariamente. Segundo Maurício Barbosa, médico especialista em Cardiologia

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Intervencionista que atua nas dependências do Hospital, há o relacionamento com as Operadoras, a gestão de pessoas a fim de evitar riscos para o colaborador e a relação com os pacientes, que exige um diálogo franco e transparente. “Hoje, todos têm a informação muito bem difundida e sabem quais são os resultados da medicina. Todos os nossos profissionais médicos, de enfermagem e de administração trabalham para um procedimento cada vez mais eficiente, utilizando os recursos da maneira mais adequada e, com isso, temos a credibilidade e a confiança dos pacientes e da sociedade”, comenta.


Qualidade aprovada Foi superando os desafios que o Biocor Instituto foi pioneiro na implantação da ISO 9002, certificado em 1997 em todos os setores, sendo a primeira instituição hospitalar da América Latina. Ao longo dos anos, a Instituição ganhou outras certificações, entre elas: a ISO 9001; ISO 14001 (Meio Ambiente); a OHSAS 18001 (Saúde e Segurança Ocupacional); estar em conformidade com os requisitos da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ); a acreditação americana National Integrated Accre-

“Nós fomos pioneiros na implantação da ISO 9002. Temos uma cultura de excelência em contínua melhoria e acreditamos muito nos processos, nos indicadores, no monitoramento dos resultados, na pesquisa científica e na educação continuada” Erika Vrandecic

ditation for Healthcare Organizations (NIAHOSM); bem como a Certificação QSP 31.000:2010, baseada na norma internacional ISO 31000:2009. Também estão entre os selos do hospital a ISO 27001 (Segurança da Informação). “Nós fomos pioneiros na implantação da ISO 9002. Temos uma cultura de excelência em contínua melhoria e acreditamos muito nos processos, nos indicadores, no monitoramento dos resultados, na pesquisa científica e na educação continuada”, comenta Erika Vrandecic.

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O Biocor também mantém a acreditação plena com Excelência desde 2005 pela ONA. Os auditores destacam, entre outros fatores, a implementação eficaz da gestão integrada com foco em riscos, atendendo aos requisitos de níveis I, II e III. Foram evidenciados, ainda, os ciclos de melhoria contínua através do processo de análise crítica e tendências favoráveis nos indicadores de desempenho. De acordo com Joel Teles, coordenador do CTI, esses resultados adquiridos ao longo do tempo existem por conta de um treinamento intenso, através de uma integração entre a equipe multiprofissional e bem treinada. “Damos ênfase muito grande na 60

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recionar o seu sistema de gestão de modo que o resultado pretendido possa ser feito da melhor maneira possível. Estes selos se complementam e tornam o sistema consistente de modo a conseguir os melhores resultados com os nossos pacientes”, declara Marco Túlio do Amaral, coordenador de Qualidade. “A manutenção dessas certificações permeia todo o envolvimento das pessoas, desde a alta direção até os funcionários, de maneira que no dia a dia esses conceitos e diretrizes possam ser executados e transformados em ações que levam ao principal objetivo: atendimento com excelência.” H Foto: Edy Fernandes

Erika Vrandecic, diretoramédica do Biocor Instituto

humanização do tratamento com os pacientes e no contato com os familiares, através de reuniões feitas diariamente entre a coordenação do CTI, os familiares e os pacientes na beira do leito. Isso traz conforto e segurança a todos”. Esses resultados beneficiam não só os pacientes, como também a equipe multidisciplinar e demonstram a coerência do Instituto com as suas diretrizes, valores e boas práticas. “O Biocor preza por ser uma organização pioneira nas boas práticas de gestão, com foco na prevenção dos riscos. Todos esses certificados e acreditações ajudam a Instituição a formalizar e di-

Mario Vrandecic, fundador do Biocor Instituto


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O selo de uma conquista Primeira instituição do Oeste paulista a conquistar o selo de acreditação, Hospital Iamada mostra que todo reconhecimento é merecido

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Fundado em 1971, o Hospital Iamada de Presidente Prudente dedicava-se exclusivamente à Ginecologia e Obstetrícia. A partir de 1984, passou a ser um hospital geral, com recursos humanos e tecnologias aliados à sua infraestrutura, que garantem excelência no atendimento. Em 2010, o hospital recebeu uma comissão avaliadora que visitou todos os setores da instituição, entrevistando funcionários e fiscalizando as instalações. Na avaliação, foi verificada a conformidade da estrutura, dos processos e dos resultados obtidos pelo hospital, comparados com padrões preestabelecidos. O Hospital Iamada foi certificado com o selo de acreditação nível I, em 2011. Este selo tem como prioridade a segurança em todos os aspectos organizacionais como: pacientes, materiais, equipamentos, políticas e estruturas físicas. 62

Reconhecimento merecido

A ONA vem para ajudar

O Iamada é o primeiro hospital do Oeste paulista a conquistar o selo, fazendo com que sua excelência seja nacionalmente reconhecida. “Foi um processo tranquilo, porém, exigiu muito empenho e dedicação de todos. É uma conquista fruto de trabalho e melhoria contínua”, comenta Neiw Oliveira Iamada, diretor presidente do Hospital Iamada. Neiw avalia a importância do selo como um compromisso constante com a vida do paciente, o que, para um hospital, é o mais importante. “O nosso maior desafio foi engajar toda a equipe e médicos nos processos de melhoria, isso porque envolve uma adaptação muito grande de cultura.”

Neiw declara que, para o Hospital Iamada, a ONA não é só uma organização avaliadora, mas sim uma auxiliadora no desenvolvimento que permite à instituição crescer diariamente, apontando onde estão as falhas e possibilitando a melhoria. “Todo o processo é de grande valia. Nossos colaboradores apresentam alto grau de envolvimento, principalmente os cargos de coordenação. Porém, a maior resistência advém da parte médica em aderir aos novos protocolos. Mas isto é um trabalho progressivo que envolve mudanças de cultura organizacional, o que também demanda tempo.”

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Os impactos de uma conquista Desde o selo de acreditação, o Hospital Iamada obteve impactos desde melhorias básicas, até administrativas e assistenciais, como, por exemplo, conhecimento da vocação do hospital, integração de equipes e serviços, processos assistenciais em todas as áreas, fluxo de pacientes etc. Neiw explica que, quanto a questões financeiras, não há como ser mensurada de forma direta, pois o resultado se percebe na assistência prestada ao cliente, o que, para ele, é o mais importante.

Neiw Oliveira Iamada, diretor presidente do Hospital Iamada

NÓS PRECISAMOS

MANTER AS EQUIPES SEMPRE ENGAJADAS E MOTIVADAS. PARA ISSO, POSSUÍMOS UM NÚCLEO DE QUALIDADE, UMA EQUIPE DE CCIH (CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR), DE SEGURANÇA, DE ENFERMAGEM E ADMINISTRATIVA. PROFISSIONAIS SEMPRE FOCADOS E ORIENTADOS NAS IMPLEMENTAÇÕES DA AGÊNCIA DE AVALIAÇÃO” Neiw Oliveira Iamada

Mantendo-se acreditado Quando se obtém uma acreditação, um dos maiores desafios é manter as melhorias apresentadas. “Nós precisamos manter as equipes sempre engajadas e motivadas. Para isso, possuímos um núcleo de qualidade, uma equipe de CCIH (Controle de Infecção Hospitalar), de segurança, de enfermagem e administrativa. Profissionais sempre focados e orientados nas implementações da agência de avaliação.”

É importante destacar que em todo processo de conquista e manutenção do selo deve haver envolvimento e presença da diretoria e de todos os setores da instituição, mesmo aqueles que em primeiro momento não pareçam estar relacionados diretamente à assistência ao paciente. “É preciso ter o entendimento e a sabedoria de que todos buscam um único objetivo comum que é garantir excelência no atendimento ao cliente.” H

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Aprimoramento constante Hospital Nipo-Brasileiro alcança recertificação ONA Nível III e se beneficia de novos protocolos incorporados à sua rotina operacional e administrativa

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A busca constante por processos de assistência mais eficientes e seguros vem motivando o Hospital Nipo-Brasileiro (HNB), em São Paulo, a melhorar cada vez mais sua operação. A instituição conquistou, em 2005, sua primeira acreditação pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Com renovações ano após ano, em 2016 o Nipo-Brasileiro foi recertificado com o mais alto selo de qualidade emitido pela ONA, o Nível III de acreditação. Para atingir a certificação, segundo a coordenadora de qualidade do HNB, Tatiana Lima, o Hospital passou por uma avaliação externa, realizada por uma equipe multiprofissional do Instituto Qualisa de Gestão (IQG) e por um observador da própria ONA, que avaliou os fundamentos de gestão em saúde na organização, abordando pontos como: liderança, gestão de processos, interação dos processos, visão sistêmica, desenvolvimento de pessoas, qualidade e segurança do paciente. “A recertificação ONA III reconhece e expressa que todos os processos estão alinhados e correlacionados às estratégias do HNB, evidenciando indicadores que asseguram o comprometimento com a excelência, o que representa a garantia de segurança assistencial e a tranquilidade dos clientes e colaboradores no atendimento oferecido”, afirma Tatiana. As principais vantagens da acreditação podem ser identificadas por meio de uma série de novos protocolos incorporados à rotina operacional e administrativa, principalmente na área de segurança do paciente e dos colaboradores.

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No entanto, para desfrutar dessas vantagens, é necessário que a instituição mantenha um constante trabalho de treinamento das equipes assistenciais e administrativas, desde a alta gestão até os times de colaboradores, além de garantir o envolvimento de todos no constante processo de melhoria, envolven-

do também prestadores de serviço e fornecedores. O HNB desenvolve continuamente ações de sensibilização, motivação e envolvimento de todo seu quadro de colaboradores, através de campanhas internas, palestras, workshops, seminários e treinamentos. “Podemos citar como últimas

ações o V Simpósio de Segurança do Paciente e a pesquisa de cultura de segurança do paciente, realizados no segundo semestre do ano passado”, completa Tatiana. Para atingir o grau máximo de excelência em qualidade concedido pela ONA, o HNB precisou superar alguns desafios, como a

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mudança nos aspectos operacional, cultural e comportamental que, como em todo processo, demanda esforços contínuos e permanentes para a consolidação. Ações realizadas na área da qualidade, sejam elas preventivas ou corretivas, envolvem investimentos e, para conseguir as cifras necessárias, foi preciso mostrar aos executivos do Hospital o rol dos programas de qualidade e das acreditações. “É fundamental, para o sucesso de qualquer programa de qualidade ou acreditação, a direta participação e apoio da mais alta gestão do hospital neste trabalho”, finaliza Tatiana.

Mais conquistas Além da certificação ONA Nível III, o Hospital Nipo-Brasileiro exibe com orgulho outros certificados e programas de qualidade. Obtém anualmente o selo SINASC, que certifica a qualidade das informações emitidas sobre nascidos vivos. O Hospital também participa do programa de prevenção de Sepse do Instituto Latino-Americano de Sepse (ILA´S) e é multiplicador do Programa Brasileiro de Segurança do Paciente do Institute For Health Improvement (IHI). O Hospital ainda faz parte do grupo EPIMED, realizando a Gestão de Informações Clínicas, e do Programa Parto Adequado, criado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). H 66

É FUNDAMENTAL,

PARA O SUCESSO DE QUALQUER PROGRAMA DE QUALIDADE OU ACREDITAÇÃO, A DIRETA PARTICIPAÇÃO E APOIO DA MAIS ALTA GESTÃO DO HOSPITAL NESTE TRABALHO” Tatiana Lima

Benefícios implantados após a Acreditação no Nipo-Brasileiro - Política de Identificação Segura; - Protocolos de Sepse Adulto, Pediátrico e Neonatal; - Protocolo de Pneumonia Comunitária Adulto e Pediátrico; - Protocolo de Dor Torácica seguido de IAM com supra e sem supra; - Protocolos de Prevenção de Infecção aperfeiçoados e de acordo com as diretrizes do Programa Brasileiro de Segurança do Paciente; - Protocolos de Prevenção e Tratamento de Flebite, Queda, Úlcera, Lesão de pele e Broncoaspiração; - Sistema de Notificações e tratamento dos Eventos Adversos, Quase erro e Não-conformidades.

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Evolução contínua Hospital do Coração de Mato Grosso do Sul é o primeiro a ser acreditado no Estado com selo Nível II da ONA

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Por possuir estrutura completa e seguir as normas do sistema brasileiro de qualidade em saúde, o Hospital do Coração de Mato Grosso do Sul recebeu o selo Acreditado Pleno pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), tornando-se o primeiro hospital do Estado a alcançar tal reconhecimento. Para atender as demandas da ONA, além de atender aos crité68

rios de segurança, a instituição precisou apresentar gestão integrada, com processos ocorrendo de maneira fluida e plena comunicação entre as atividades. De acordo com Mauro Cosme Gomes de Andrade, diretor do Hospital do Coração de Mato Grosso do Sul, foram dois anos de preparativos para alcançar o novo selo. “Hoje conseguimos visualizar o impacto que a acredi-

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tação tem em nossos processos.” A acreditação é um processo contínuo e crescente para a qualidade institucional, que proporciona à instituição o conhecimento de seus indicadores, estabelecendo níveis de qualidade. A implantação do controle de indicadores está entre as melhorias dos serviços conquistadas pelo processo de acreditação.


Neste contexto, a liderança exerce um papel fundamental para a obtenção e manutenção do selo. Sobre os principais desafios e impactos que esse procedimento trouxe para o Hospital, Andrade destaca dois: índices de custo-eficácia e envolvimento dos diversos players. “Apesar de o custo aparecer primeiro, com o tempo a eficácia começa a surgir. Temos que administrar o fluxo de investimento e manter todo o processo, mesmo que o reconhecimento não venha imediatamente, seguido pela valorização melhor dos serviços pelas fontes pagadoras.”

Requisitos Segundo o Manual Brasileiro de Acreditação, por ter alcançado o selo Nível II da ONA, o Hospital do Coração de Mato Grosso do Sul, necessariamente, atende requisitos como: liderança promovida por um modelo de gestão de organização, estabelecendo as responsabilidades e os critérios para a tomada de decisão; planejamento dos serviços prestados alinhados às necessidades do cliente; gestão de pessoas, com atividades relacionadas à organização e à coordenação das ações relativas ao planejamento de recursos humanos, e às condições de trabalho, de saúde, de segurança e de desenvolvimento de pessoas; mecanismos que proporcionam a continuidade da assistência, a segurança do paciente e a monitoria de desempenho.

Upgrade da equipe A evolução do Hospital do Coração de Mato Grosso do Sul é constante. A equipe da unidade não parou de crescer, iniciando um processo continuado de modernização das áreas de atuação. Atualmente, o Hospital é classificado como de médio porte, sendo responsável por 64 leitos com corpo clínico com mais de 65 espe-

cialistas, entre cardiologistas, neurologistas e cirurgiões. Sobre a equipe, o diretor evidencia a importância do envolvimento dos colaboradores no processo de conquista do selo. “Se não houver envolvimento de todos os participantes, deixamos de usufruir de todos os benefícios que a acreditação traz.” H

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ARTIGO

Evaristo Araujo Diretor-administrativo da Abec Saúde (Associação Brasileira das Empresas Certificadas em Saúde)

Leis 13.410 e 13.411 de 2016 e as alterações no Sistema de Vigilância Sanitária

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Presidente da República sancionou recentemente duas leis referentes ao controle e registro de medicamentos no país. As novas normas foram publicadas no Diário Oficial da União no dia 29 de dezembro e entram em vigor após 90 dias de sua publicação oficial. A Lei 13.411/16 altera dispositivos das Leis 6.360/76 e 9.782/99 - que regulam a Vigilância Sanitária no Brasil-, e prevê agilizar e tornar mais transparentes os processos de registro de medicamen-

tos, mantendo os atuais 90 dias de prazo para remédios considerados urgentes, 120 dias para os classificados como “prioritários” e para os demais casos, 365 dias. A norma manteve o prazo de 90 dias para registro dos demais produtos sujeitos ao controle sanitário. No caso, produtos para a saúde, cosméticos, alimentos e saneantes. Tal fato reforça a tese adotada por empresas do setor que sofrem com a lentidão da análise dos requerimentos por parte da Agência. Um dos argumentos utilizados pela Anvisa para contrapor às

pretensões de celeridade nas ações judiciais era justamente que a lei era ultrapassada e que não refletia a complexidade dos novos produtos e equipamentos, não podendo, por isso, ser aplicada. Com a publicação da Lei 411/16, este argumento cai por terra, visto que o legislador, ao enfrentar a matéria quarenta anos depois, reconhece que o prazo de 90 dias é plenamente suficiente para a realização da análise e do registro dos processos relativos a produtos para saúde (correlatos), cosméticos, saneantes e alimentos.

A Lei 13.411/16 altera dispositivos das Leis 6.360/76 e 9.782/99 - que regulam a Vigilância Sanitária no Brasil -, e prevê agilizar e tornar mais transparentes os processos de registro de medicamentos, mantendo os atuais 90 dias de prazo para remédios considerados urgentes, 120 dias para os classificados como ‘prioritários’ e para os demais casos, 365 dias.”

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A Anvisa terá até quatro meses para concluir as normas de regulamentação do sistema e, após concluído este processo, a indústria, importadores e representantes da distribuição e do varejo escolhidos pela Anvisa terão até um ano para receber e transmitir dados referentes a, no mínimo, três lotes de medicamentos.”

As exceções criadas dizem respeito a medicamentos e deverão seguir as escalas de prioridade estabelecidas pelo novo dispositivo legal. Outro avanço trazido pelo texto legal é a regulamentação de penalidades para casos de atrasos injustificáveis na atuação da autoridade sanitária. Outros dois pontos também merecem destaque: a definição de prazo (90 dias) para a análise de recursos administrativos interpostos pelas empresas reguladas, podendo ser prorrogado por igual período, em caso de decisão justificada por parte da Anvisa; e o fortalecimento do controle do Contrato de Gestão da Agência com o Ministério da Saúde. Os servidores públicos que atrasarem injustificadamente os processos de autorização sob responsabilidade da Anvisa sofrerão processos disciplinares e, em caso de descumprimento injustificado das metas e obrigações estabelecidas pela Anvisa, por dois anos consecutivos, os membros da diretoria colegiada serão exonerados. O texto atual da lei (Lei 8.112/90) prevê a exoneração apenas do

diretor-presidente da Anvisa. A ausência de sanção específica favorecia a morosidade, uma vez que a dificuldade de enquadramento dos servidores permitia a recorrência de situações de atrasos injustificados em processos que se alongavam por anos e anos, sem definição. A Lei 13.410/16 altera a Lei 11.903/09 e cria o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos, que prevê controlar a produção, distribuição e comercialização dos medicamentos. Tal normativa vem na esteira do debate acerca da judicialização da Saúde e pretende criar racionalidade no controle e acesso a novos medicamentos pela população brasileira. O novo mecanismo irá permitir, através da formação de um banco de dados centralizado pelo governo federal, o rastreamento do medicamento, desde a indústria farmacêutica até o consumidor final. Fabricantes, varejistas e distribuidores serão responsáveis pelos registros da circulação dos medicamentos. A Anvisa terá até quatro meses para concluir as nor-

mas de regulamentação do sistema e, após concluída a regulamentação, a indústria, importadores e representantes da distribuição e do varejo escolhidos pela Anvisa terão até um ano para receber e transmitir dados referentes a, no mínimo, três lotes de medicamentos. O que se observa é que o tão decantado “envelhecimento” da Lei 6.360/76 não era de fato verdadeiro. As mudanças e alterações verificadas demonstram mais o intuito do legislador de aumentar o controle nos processos de gestão da Anvisa do que de adaptar os dispositivos da legislação sanitária. Por fim, cabe observar se essas novas leis, assim como a Lei 6.360/76, não sofrerão o processo de desmoralização, conforme entendimento do Senador José Serra, relator do projeto, motivo pelo qual será importante a fiscalização e o acompanhamento por parte da área regulada, bem como o controle efetivo do Poder Judiciário, que não mais poderá seguir o entendimento torpe relativo à necessidade de atualização da norma. H

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Estratégia

Recursos utilizados x Qualidade entregue

Os desafios para a implantação do DRG nas instituições brasileiras 74

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O gasto per capita em Saúde nos Estados Unidos foi de mais de US$ 9 mil em 2015 (17% do PIB), enquanto que o do Brasil, apesar do crescimento contínuo entre 2005 e 2015, foi de apenas US$ 0,8 mil (10% do PIB), segundo relatório da Bain & Company de 2016. Os gastos tímidos são um indicativo de que o Brasil não só precisa investir mais em saúde, mas fazer isso buscando eficiência na gestão de custos e qualidade assistencial, fatores elementares para a sustentabilidade das instituições. Conforme salienta Luciano de Oliveira, gestor executivo de Saúde da TOTVS, o modelo atual de remuneração Fee-for-Service (Pagamento por Serviço) apresenta uma série de problemas. “Tal modelo incentiva a produção de exames, procedimentos e medicamentos e faz com que as instituições tenham um foco maior no aspecto econômico/financeiro do que no atendimento ao paciente, colocando em xeque a sustentabilidade do setor, com aumentos constantes de custos.” Já metodologias como o DRG (Diagnosis Related Groups) – concebida na Universidade de Yale, nos EUA – têm se destacado porque, como explica Oliveira, o DRG “tem o propósito de ser um sistema de classificação de pacientes internados que evidencia os recursos hospitalares necessários para prestar cuidados assistenciais.” O sistema possibilita, portanto, identificar um padrão de recursos utilizados no tratamento e, a partir daí, elaborar pacotes clínicos e cirúrgicos para a comercialização de serviços hospitalares. Segundo Oliveira, ao levar em conta a qualidade da assistência realizada, o DRG contribui para melhorar a eficiência no atendimento, mudar o comportamento médico – aumentando a transparência na relação pagador, instituição e paciente – e auxiliar na mudança do modelo Fee-for-Service para o modelo de pagamento por cuidado. O gestor executivo também lembra que o DRG favorece uma gestão de riscos mais estruturada. “O uso da inteligência artificial aplicada ao gerenciamento de risco mostra que a tecnologia pode auxiliar as instituições de Saúde a melhorar sua

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Estratégia

gestão, o que permitirá uma precificação mais eficiente, dando mais equilíbrio financeiro às empresas”. Ao mesmo tempo em que soluciona um problema econômico, o DRG busca melhorar a performance assistencial das instituições de saúde, processo que é facilitado pelo uso do prontuário eletrônico, como esclarece Oliveira. “É necessário um Conjunto Mínimo de Dados (CMD) padronizado auxiliando na organização das informações, mas, principalmente, auxiliando o correto diagnóstico, execução dos protocolos clínicos e cuidados necessários ao paciente. Portanto, a adoção de sistemas de informações hospitalares e prontuários eletrônicos pode ser considerada fator decisivo para o sucesso na implantação do DRG”.

Processo e benefícios No Grupo São Francisco, por exemplo, a implantação do DRG está em curso desde meados de 2016 e, segundo José Miranda, superintendente de Hospitais do Grupo, deve ser concluída até o início de abril. Para que o processo de implantação do sistema fosse bem-sucedido, o Grupo buscou, primeiramente, entender não apenas como o DRG poderia servir a seus hospitais, mas também à sua operadora de saúde. “A preocupação era a geração 76

do maior número de avaliações possíveis dentro do DRG, de forma a permitir visualizar como os hospitais próprios estão evoluindo assistencialmente ao longo do tempo e, também, permitir a comparação dos resultados entre os vários hospitais que prestam assistência aos nossos beneficiários”, conta Miranda. O segundo passo foi a avaliação de parceiros que pudessem auxiliar o São Francisco na implantação do sistema, incluindo a realização de benchmarking e a visitação a outras instituições que já tinham o processo em curso. “Eleito o parceiro, iniciamos o trabalho de avaliação de requerimentos tecnológicos – principalmente associados à tecnologia de informação – e requerimentos técnicos, como os de documentação mínima necessária nos prontuários para conversão das informações”, relata Miranda. Agora, o Grupo está na última fase de implantação, que envolve a instalação dos recursos e capacitação da equipe. Para o superintendente, o novo sistema beneficiará, primeiramente, os clientes – agentes pagadores –, que contarão com uma precificação previamente definida. Miranda também acredita que o DRG trará impactos positivos para o Grupo, uma vez que permitirá a comparação mais efetiva entre os resultados assistenciais do São Francisco

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e os de outras instituições de saúde, inclusive, no exterior. “Índices de óbito, infecção, tempo de permanência nos hospitais, entre outros, nos ajudarão a identificar pontos de vulnerabilidade em nossos hospitais e a deflagrar programas de melhoria, visando sempre o mais alto padrão assistencial e beneficiando diretamente o paciente”, frisa. O superintendente lembra, ainda, que o DRG permitirá a comparação dos resultados econômicos advindos de cada equipe médica para procedimentos específicos, visto que um dos principais benefícios do sistema é reduzir o desvio padrão dentro de um mesmo procedimento. “Com isso, devemos fomentar ainda mais a troca de informações entre equipes, municiados de dados, tornando a discussão mais objetiva e o trabalho de melhoria mais focado nos pontos de vulnerabilidade”. “A TI, quando usada de forma estratégica, traz ganhos significativos para operadores, prestadores, suporte médico e, principalmente, auxilia as instituições e coloca o paciente no centro de tudo, melhorando a qualidade e agilidade da atenção à saúde. Tudo isso deixa as instituições mais aptas, sob a perspectiva operacional, a focar em ações que tragam a promoção à saúde e não somente o cuidado da doença em si”, conclui Luciano de Oliveira. H


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Ideias e Tendências

10 anos de Comunicação Com mais de 10 marcas em seu portfólio, Grupo Mídia chega à sua primeira década ampliando sua atuação em publicações e eventos empresariais 78

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Baixe o aplicativo Zappar e assista aos vídeos do Grupo Mídia (saiba mais na página 11)

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Fundado há exatamente 10 anos, em Ribeirão Preto, o Grupo Mídia chega à sua primeira década com muita história para contar. O GM nasceu do sonho de atuar no mercado editorial com publicações especializadas. Uma das primeiras investidas do GM foi a Fornecedores Municipais, publicação direcionada para prefeitos. A revista permaneceu no mercado por cinco anos e foi com essa expertise que o GM começou a ganhar novos mercados. Entre tais nichos está a comunidade da Saúde, com a revista Guia Hospitalar. O objetivo era trazer uma completa lista para médicos e gestores de produtos, equipamentos e soluções disponíveis no mercado. A publicação cresceu e com ela a importância de reformular a revista que passaria a ser mais que um catálogo. Guia Hospitalar passou a ser Healthcare Brazil, publicação com conteúdo sobre negócios e gestão hospitalar. As mudanças não pararam por aí. Com a necessidade de dialogar com todos os agentes da saúde, e não apenas com os hospitais, a revista ampliou seu público leitor. Com a proposta de conversar com todos do segmento, a Healthcare Brazil, a partir de 2010, passou a ser Healthcare Management, publicação que envolve conteúdos não somente para gestores hospitalares, como também para operadoras e planos de saúde, indústria, empresas e demais inf luenciadores do mercado. “A nossa responsabilidade é conversar com todos do segmento, saber quais são as tendências do mundo, ouvir as carências do setor e ser uma ponte de diálogo entre os vários players desta grande comunidade que é a Saúde”, explica Carla de Paula Pinto, editora do Grupo Mídia. Para atender segmentos específicos dentro da Saúde, foram criadas as revistas HealthARQ, sobre arquitetura e engenharia na Saúde; e Health-IT, que traz notícias sobre tecnologia neste setor; ambas são as únicas do Brasil com este conteúdo especializado.

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100 Mais Influentes da Saúde Um marco para a história do Grupo Mídia, um marco para a história da Saúde

100 Mais Influentes da Saúde 2016

100 Mais Influentes da Saúde 2015

100 Mais Influentes da Saúde 2014

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Por que não homenagear as pessoas que, de fato, fazem a Saúde acontecer no país? Por que não homenagear aqueles que, mesmo diante de tantas adversidades do setor, continuam investindo na Saúde para levar uma assistência de qualidade a todos os brasileiros? Foi assim que nasceu o 100 Mais Inf luentes da Saúde, uma homenagem a gestores, executivos, pesquisadores e empresários do setor. A primeira edição aconteceu em 2013, no próprio stand do Grupo Mídia na Feira Hospitalar. “A aceitação do público foi muito grande logo na primeira edição. Entregamos os prêmios e entrevistamos os ganhadores ali mesmo, em nosso stand. Muitos deles aproveitavam o momento para networking e tomar o chopp do Pinguim conosco. Até mesmo o ministro da Alemanha na época, Daniel Bahr, visitou nosso stand. Foi muito gratificante”, lembra Edmilson Jr. Caparelli, CEO e publisher do Grupo Mídia. Para Marcelo Caparelli, diretor-executivo do GM, a primeira edição do 100 Mais foi uma aposta certa do Grupo. “Até então, não tinha nada igual no setor e claro que isso dá um frio na barriga. Mas quando vimos todos aqueles


gestores em nosso stand e felizes com o reconhecimento, soubemos que o prêmio ganharia proporções maiores nas próximas edições.” E foi exatamente o que aconteceu. Nos anos seguintes, o 100 Mais Influentes da Saúde passou a ser realizado no auditório principal da Feira Hospitalar, no último dia da feira. “Já participei de muitas feiras mundo a fora e, em todas, o último dia é sempre vazio. Mas o 100 Mais é exceção. Estou admirada com o público presente nesta noite. O 100 Mais é o happy ending da feira”, disse Dra. Waleska Santos, presidente da Hospitalar, durante seu discurso de encerramento na primeira edição do evento, que na época contou com a presença de 400 empresários. Em 2016, o “Oscar da Saúde”, como ficou conhecido o prêmio, contou com a presença de 1 mil executivos. Também em toda cerimônia dos 100 Mais, o Grupo Mídia encerra o evento com uma homenagem póstuma. Entre as personalidades lembradas estão Marlene Schmidt, diretora executiva da Fanem; Américo Ventura, ex-presidente da diretoria da Associação de Beneficência e Filantropia São Cristóvão; e o arquiteto Domingos Fiorentini.

Marcelo Caparelli, Diretor Executivo do Grupo Mídia, entregando a placa do 100 Mais Influentes da Saúde 2013 para José Laska, da Agfa Healthcare

Edmilson Jr. Caparelli, CEO do Grupo Mídia, e Daniel Bahr, Ministro da Alemanha, no stand do Grupo Mídia na Feira Hospitalar 2013

Waleska Santos, presidente da Feira + Fórum Hospitalar, no stand do Grupo Mídia em 2013

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Estreitar relacionamentos

1º Fórum + Prêmio HealthARQ, realizado em 2015

2º Fórum + Prêmio HealthARQ, promovido em 2016

2º Fórum + Prêmio Health-IT, realizado em 2016

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O “Oscar da Saúde” foi o pontapé para a atuação do GM na área de eventos. Tanto que o Grupo realizou três eventos para a Saúde em 2014: Fórum + Prêmio HealthARQ e Fórum Healthcare Business e Excelência da Saúde, que além de palestras e debates específicos, também homenagearam cases de sucesso e personalidades do setor, cada um conforme sua especialidade. “Nosso trabalho é conectar pessoas. Nesta primeira década, investimos em transformar a maneira como o setor da Saúde é reconhecido perante a sociedade. Criamos revistas especializadas, eventos de conteúdo, relacionamento e firmamos diversas parcerias inéditas”, afirma Jailson Rainer, diretor de Marketing do GM. Em 2015, outro evento passou a fazer parte da agenda do GM: Fórum + Prêmio Health-IT. Realizado em São Paulo, o fórum reuniu diretores e gestores de tecnologia da Saúde para debater tendências, gargalos e perspectivas. Também nesta primeira edição foi realizado o Prêmio Health-IT, homenagem aos cases de sucesso, marcas mais lembradas, instituições e personalidades do ano, seguindo os moldes do Prêmio HealthARQ. “Com um setor cada vez mais baseado em Tecnologia da Informação, a publicação Health-IT vem ao encontro dos interesses de executivos, gestores e empresários que visam inovar e desenvolver ainda mais a Saúde no país. Poder fazer parte deste fomento por meio de informação é um grande orgulho”, diz Guilherme Batimarchi, editor da revista Health-IT.


Prêmio Líderes da Saúde 2015

1º Prêmio de Inovação Transformacional da ABIMED, que aconteceu durante o Prêmio Líderes da Saúde 2015

Uma homenagem às indústrias e empresas da Saúde Em 2014, o Grupo Mídia realizou, pela primeira vez, um prêmio voltado exclusivamente às empresas e indústrias do setor: o Líderes da Saúde. Logo na primeira edição, o prêmio reuniu, em São Paulo, mais de 400 executivos. No ano seguinte, a Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed) realizou o Prêmio Abimed de Inovação Transformacional

dentro do Líderes da Saúde. A parceria com a entidade também resultou em um livro comemorativo dos 20 anos da Associação. A obra “Abimed 20 anos: Tecnologia a favor da produtividade e sustentabilidade da Saúde” foi lançada em 2016, durante o evento anual da Associação, ocasião em que também foram divulgados o balanço de desempenho do setor de produtos para saúde. HEALTHCARE Management | edição 46 | healthcaremanagement.com.br

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Desbravando fronteiras Também em 2015, o GM organizou, pela primeira vez, o Líderes da Saúde Norte e Nordeste. O prêmio aconteceu durante a HospitalMed, a maior feira do setor do Nordeste e foi muito bem aceito pela comunidade regional. Em seu discurso de abertura, o CEO do GM falou sobre a iniciativa do prêmio. “Decidimos homenagear esta região justamente para provar o quanto temos de empreendedorismo e inovação em nosso setor. O Brasil é muito maior do que o eixo Rio–São Paulo e ainda temos muito o que aprender com o Norte e o Nordeste.” Outra atuação marcante do GM é durante a Feira Medica, o maior evento do setor, que acontece em Düsseldorf, na Alemanha. As primeiras visitas do GM à feira aconteceram em 2012 e 2013, porém foi em 2016 que sua presença se consolidou. Neste ano, o GM contou com stand próprio e por lá recebeu diversas autoridades públicas brasileiras e estrangeiras para entrevistas exclusivas, assim como empresários e gestores. Também em 2016, foi lançada a revista Healthcare Management International, distribuída durante a feira com conteúdo também voltado para gestão e negócios do setor e em inglês. 84

1º Prêmio Líderes da Saúde Norte e Nordeste realizado em 2016

Paulo Magnus no 1º Prêmio Líderes da Saúde Norte e Nordeste

Grupo Mídia e ABIMO na Feira Medica 2016

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Healthcare Business no Guarujá As duas primeiras edições do Healthcare Business + Excelência da Saúde foram realizadas em São Paulo. O evento passou por uma reformulação em seu modelo, de um dia para três. O local também mudou, da capital paulista para o Sofitel Jequitimar, hotel localizado no Guarujá. Foi um final de semana com mais de 100 gestores convida-

dos, que puderam desfrutar de debates, palestras, jantares e a premiação Excelência da Saúde, além, claro, de momentos de descanso que o próprio local oferece. No ano passado, o historiador Leandro Karnal e o autor do best-seller “O Poder da Atitude”, Alexandre Slivnik, foram alguns dos palestrantes do evento.

Prêmio Excelência da Saúde 2016

Leandro Karnal no Fórum Healthcare Business 2016

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Ideias e Tendências

Grupo Mídia em outros mercados O GM começou a investir em outros setores a fim de expandir sua atuação. Exemplo disso é a nova unidade de negócios: Energia. O carro-chefe é a revista Full Energy, especializada em gestão no setor. E assim como aconteceu na Saúde, a unidade de Energia também investiu em eventos, realizando, em 2016, o 1º Fórum Full Energy e o prêmio 100 Mais Influentes da Energia. O evento, em São Paulo, reuniu nomes importantes como Mark Lira, presidente da Cosan Biomassa; Marcos Meireles, CEO da Rio Energy; Rodrigo Lopes Sauaia, presidente executivo da ABSOLAR; Alexandre Reis, diretor da SEW Eurodrive Brasil; entre outros. “O GM foi arrojado ao incluir no seu plano estratégico o setor de energia. A empresa criou a revista Full Energy, levando informação atualizada e de qualidade sobre todas as fontes energéticas do país. Uma revista que inova ao levar não apenas informações e análises sobre este segmento, que é estra-

tégico para o país, mas também oferecer ao leitor um conteúdo voltado a gestão e negócios em energia”, salienta Clivonei Roberto, editor da Full Energy. Em outros segmentos, o GM já assinou publicações como o jornal Agora e o jornal e portal Radar News. Todos reuniam as principais notícias da semana e tinham distribuição gratuita. Atualmente, o principal veículo do GM em Ribeirão é a revista Realiza Premium, que passou por mudanças desde a sua aquisição, em 2016. Na época, a revista, que já tinha sete anos de atuação, sob a assinatura do GM passou por reformulações editoriais e visuais, com uma distribuição mais dirigida para o seleto público da região. No final do ano passado, a Realiza passou a se chamar Realiza Premium com a proposta de ser uma publicação temática, com um assunto específico para cada edição, sempre voltado para um público exigente e premium.

Novidades para 2017

1º Prêmio 100 Mais Influentes da Energia, em 2016

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Para este ano, o GM está com novos projetos à vista. Entre eles está a volta da Fornecedores Municipais. Contudo, a antiga publicação passará a ser um encarte dentro da nova revista Municípios do Brasil, voltada para a gestão pública do país. Além disso, a unidade de projetos customizados do Grupo Mídia produzirá a próxima edição da revista Administrador Hospitalar, publicação da Federação Brasileira dos Administradores Hospitalares (FBAH) direcionada para profissionais do setor.


Confira a seguir depoimentos de personalidades da Saúde que compartilham opiniões e momentos marcantes com o Grupo Mídia

AS REPORTAGENS E PREMIAÇÕES SÃO DE EXTREMA IMPORTÂNCIA PARA A DIVULGAÇÃO E REPUTAÇÃO DA EMPRESA, POIS IDENTIFICAM OS FORNECEDORES MAIS CAPACITADOS E EFICIENTES DO MERCADO.”

Contar com veículos especializados é imprescindível para a disseminação das melhores formas de gestão e negócios para toda a comunidade da Saúde na percepção da CEO Sodexo Healthcare,Sandra Passos. “As reportagens e premiações são de extrema importância para a divulgação e reputação da empresa, pois identificam os fornecedores mais capacitados e eficientes do mercado. Por isso, é um grande prazer para nós da Sodexo estar sempre entre os premiados”, enfatiza Sandra sobre as homenagens que a empresa já recebeu do Grupo Mídia. “Estes reconhecimentos aumentam nossa responsabilidade em prover serviços que agreguem qualidade de vida aos nossos consumidores e comprovam que estamos no caminho correto”, afirma a CEO da Sodexo, lembrando que estar entre os 100 Mais Influentes da Saúde foi um momento marcante. Nos últimos 10 anos, assim como o Grupo Mídia, a Sodexo teve muitas razões para comemorar. “Estabelecemos novas parcerias e aprimoramos nosso portfólio de serviços a fim de atender às demandas de diversos setores do mercado. Atualmente, contamos com 35 mil colaboradores, cerca de 2 mil unidades operacionais, servindo 1,5 milhão de consumidores diariamente”. E a Saúde teve papel importante nessa história. “O segmento representa 15% do total do faturamento da empresa no Brasil e 19,2% do faturamento do Grupo. Nos últimos três anos, tivemos um crescimento médio anual de 46% no Brasil, sendo metade desse crescimento baseado em outros serviços, com destaque para os de higienização hospitalar e manutenção”. Para os próximos 10 anos, a expectativa é seguir crescendo. “Os hospitais têm buscado, cada vez mais, parceiros estratégicos que garantam excelência nos serviços, visão sistêmica, processos de qualidade seguros, certificados e padronizados, investimento em tecnologia e equipes de alta performance”. Neste contexto, Sandra destaca que a Saúde tem grande importância para a empresa. “Nosso objetivo é levar qualidade de vida às pessoas”, frisa.

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“Ao longo destes 10 anos, vimos como o Grupo Mídia cresceu e apoiou as empresas do setor. As publicações são grandes ferramentas de divulgação de novidades.” A declaração é de Wataru Ueda, CEO da Magnamed, que também lembra de momentos importantes, como a conquista do prêmio Líderes da Saúde. “É o reconhecimento do nosso trabalho feito por especialistas da área. Este tipo de premiação é muito importante, pois reúne toda a cadeia. Nós conseguimos conhecer o trabalho de empresas que, muitas vezes, poderiam passar despercebidas e têm grandes exemplos para mostrar.” Recordando os últimos anos da Magnamed, Ueda destaca os elevados investimentos no trabalho de exportação. “Hoje, já contamos com equipamentos em mais de 50 países. Temos um trabalho contínuo e os resultados de crescimento anuais comprovam que estamos no caminho certo.”

AO LONGO DESTES 10 ANOS, VIMOS COMO O GRUPO MÍDIA CRESCEU E APOIOU AS EMPRESAS DO SEGMENTO DE SAÚDE.”

Fabrício Colvero Avini, CEO da Salux, já foi destaque na revista Health-IT e diz ser este um dos momentos mais marcantes de sua história com o Grupo. “Já tive a oportunidade de algumas interações com as mídias e eventos do GM, mas os momentos que mais marcaram foram o Fórum+Prêmio Health-IT e a matéria que fizemos na revista.” Para o executivo, as premiações do Grupo têm se destacado no mercado. “Hoje, certamente, todos os stakeholders da saúde almejam estes reconhecimentos e isso serve de incentivo para continuar a busca pela excelência.” A Salux também vem ganhando destaque no cenário nacional, sendo selecionada por importantes instituições como parceira para solução de sistema hospitalar. “Assim como o GM, somos apaixonados pelo que fazemos e queremos cada vez mais ser um agente de mudança no setor.”

NOSSO SETOR TEM SIDO MAIS VALORIZADO NOS ÚLTIMOS ANOS E, CERTAMENTE, PUBLICAÇÕES COMO AS DO GM TÊM PAPEL MUITO RELEVANTE NESTA EVOLUÇÃO.”

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Em uma trajetória marcada por grandes momentos, Henrique Moraes Salvador Silva, presidente da Rede Mater Dei de Saúde, lembra os que considera mais memoráveis com o GM. “Tivemos a oportunidade de ser premiados no 100 Mais Influentes da Saúde, no Prêmio Health-IT com o Mater Dei Contorno, na categoria Sustentabilidade, e no Prêmio Excelência da Saúde com o Mater Dei Santo Agostinho, na categoria Qualidade e Segurança do Paciente. O reconhecimento é importantíssimo. É uma oportunidade de compartilhar as boas práticas no setor.” Ambas as instituições cresceram durante a última década. Salvador conta que, em 2014, além do Mater Dei Contorno, a Rede inaugurou o Centro de Reprodução Humana no Marter Dei Santo Agostinho e, em 2015, implantou o Mais Saúde Mater Dei. “Estamos crescendo com raízes fortes”, comenta.

O GRUPO MÍDIA, COM AS SUAS PUBLICAÇÕES, ALÉM DE INFORMAR, VAI UM POUCO ALÉM, INCENTIVA O DEBATE TENDO COMO FONTES AS MAIS VARIADAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE DO BRASIL.”

Roberto Cruz, CEO da Pixeon, compartilha alguns momentos marcantes durante os 10 anos do Grupo Mídia. “O reconhecimento como Líderes da Saúde em 2015, Líderes da Saúde Norte e Nordeste em 2016, e estar entre os 100 Mais Influentes da Saúde por dois anos foi muito marcante para nós.” O executivo acredita que as premiações são importantes, uma vez que geram visibilidade e reconhecimento para as instituições. “É importante acompanhar aqueles que se destacaram. Para os homenageados, é sempre uma honra ter seu trabalho reconhecido.” Nestes últimos 10 anos, a Pixeon também vem se destacando no mercado. Em 2012, a empresa adquiriu a LabLink, MedicWare e a Digitalmed, tornando-se a empresa com maior base instalada de softwares em prestadores de saúde da América Latina.

É INDISPENSÁVEL TER VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO TRAZENDO INFORMAÇÕES, ARTIGOS OPINATIVOS E OS PRINCIPAIS DADOS DO MERCADO. PRECISAMOS ESTAR ATENTOS AOS MOVIMENTOS DO MERCADO, E A MÍDIA ESPECIALIZADA CENTRALIZA TODAS ESSAS INFORMAÇÕES DE FORMA EFICIENTE.” HEALTHCARE Management | edição 46 | healthcaremanagement.com.br

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É MUITO GRATIFICANTE SABER QUE NOSSO TRABALHO E ESFORÇO NA BUSCA CONSTANTE DE UMA ASSISTÊNCIA HUMANIZADA E DE EXCELÊNCIA EM QUALIDADE TÊM RECONHECIMENTO POR GRANDES EXPOENTES DO JORNALISMO ESPECIALIZADO NO SETOR DA SAÚDE.”

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“Momentos memoráveis”, assim o CEO do Grupo São Cristóvão, Valdir Ventura, define os reconhecimentos que já recebeu do Grupo Mídia. Em 2016, além de ser eleito um dos 100 Mais Influentes da Saúde, Ventura viu o São Cristóvão ser homenageado no prêmio “Excelência na Saúde”, na categoria Engenharia Clínica. “É muito gratificante saber que nosso trabalho e esforço na busca constante de uma assistência humanizada e de excelência em qualidade têm reconhecimento por grandes expoentes do jornalismo especializado no setor da Saúde”, salienta sobre as láureas recebidas do Grupo Mídia. Tão importante quanto as premiações, segundo Ventura, são as publicações especializadas. “Uma sociedade bem informada é consciente, prevenida e preparada para discutir diversas questões no âmbito da saúde, no sentido de buscar novos caminhos e provocar reações positivas para uma vida mais saudável”. Entre as principais mudanças vivenciadas pelo São Cristóvão ao longo da última década, Ventura destaca a ampliação do conceito de serviços assistenciais como locais exclusivos de cura e prevenção de doenças. “Têm sido fundamentais as mudanças na transformação da cultura organizacional, a expansão das instalações institucionais, o investimento e uso da tecnologia de informação, a aquisição de equipamentos de última geração para procedimentos médicos e a profissionalização de todos os colaboradores”, pontua. Na visão de Ventura, o caminho para a próxima década é seguir com esses investimentos, pois a inovação tecnológica deve ser um compromisso de todos os players do mercado, tendo em vista a qualidade do resultado final dos procedimentos realizados, além do conforto e resolutividade para o paciente. “Para que esse objetivo seja alcançado, é preciso comunicar bem e ajudar a população a se informar cada vez mais. O mercado editorial do setor da Saúde deve reagir de forma positiva, informando, conscientizando, esclarecendo dúvidas e trazendo novas perspectivas para uma vida longeva e cada vez mais saudável”.


Foto: Elvira Nascimento

O Hospital Márcio Cunha também compartilha importantes momentos com o Grupo Mídia. A instituição foi eleita em 2016 entre os “Excelência da Saúde” e o diretor executivo da Fundação São Francisco Xavier, mantenedora do hospital, Luís Márcio Araújo Ramos, eleito entre os 100 Mais Influentes da Saúde 2015. “Tive o prazer de subir ao palco ao lado de competentes profissionais, o que é motivo enorme de orgulho. Outro momento de suma relevância para nós foi ter a grata surpresa de receber a equipe do GM em nossas inaugurações do Usifamília, a unidade de atenção primária da Usisaúde, e em uma visita às obras de ampliação e expansão do Hospital.” O HMC também vem registrando crescimento nesses últimos anos de forma sustentável. A instituição saltou de 416 para 533 leitos em suas duas unidades de internação, além de incorporar ao hospital uma Unidade de Oncologia referência em todo o Leste de Minas.

O GM CERTAMENTE FOMENTA O CONHECIMENTO QUE CONTRIBUI PARA A TOMADA DE DECISÕES CAPAZES DE RESPONDER À CRISE ECONÔMICA E ÀS DIFICULDADES ESTRUTURAIS DO SETOR.”

“As premiações recebidas pela Fenaess foram muito marcantes. O reconhecimento mostra que estamos no caminho certo e nos incentiva ainda mais”, afirma Breno de Figueiredo Monteiro, presidente da Federação Nacional dos Estabelecimentos dos Serviços de Saúde (Fenaess), sobre as homenagens concebidas pelo Grupo Mídia nos anos de 2014 e 2015. “Receber homenagens promovidas por instituições importantes, como as que o Grupo Mídia vem realizando, tem um grande peso para quem as conquista.” Durante esta última década, completando 34 anos de trajetória, a Fenaess também cresceu expressivamente. “Nos últimos anos, tivemos um importante papel para a formação dos profissionais, foram firmadas parcerias e proporcionados diversos cursos e palestras realizados e avaliados com muito sucesso.”

TER UMA MÍDIA ESPECIALIZADA NO SETOR DA SAÚDE TRAZ CONTRIBUIÇÕES TANTO PARA AS INSTITUIÇÕES E EMPRESAS DO SETOR COMO TAMBÉM PARA O PÚBLICO EXTERNO.”

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RECONHECER OS PROFISSIONAIS E EMPRESAS QUE SE DESTACARAM É MOSTRAR, COMO EXEMPLO E INSPIRAÇÃO, QUE PODEMOS CRESCER E EVOLUIR SEMPRE. É UMA FORMA TAMBÉM DE VALORIZAR QUEM CRIA NOVAS E IMPORTANTES CONDUTAS PARA O MERCADO.”

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“Que venham mais 10, 20, 30... 100 anos!”, diz Roberto Sá Menezes, provedor da Santa Casa da Bahia sobre o aniversário de 1 década do Grupo Mídia. O provedor considera também não só a importância dos veículos assinados pelo GM, como também de seus eventos. Sá Menezes lembra de alguns momentos importantes em que sua história cruzaram com a do Grupo. “Todas as vezes que eu, ou algum profissional que representa nossa instituição, sobe ao palco para uma homenagem, é uma emoção muito grande. Passa uma história na cabeça, todos os desafios e situações enfrentadas para chegar até ali. É sempre um momento único!” Entre os reconhecimentos que a Santa Casa da Bahia já conquistou pelas revistas assinadas pelo GM está o prêmio Excelência da Saúde 2016 e os 100 Mais Inf luentes da Saúde 2016, o qual Roberto Sá Menezes foi eleito na categoria Filantropia. Nestes dez anos, a Santa Casa da Bahia também passou por um expressivo crescimento. Muito se investiu em tecnologia e na gestão da instituição. “Novos equipamentos, mídias e ferramentas auxiliaram as empresas, sobretudo da área de saúde, a crescer e se desenvolver. Os processos tornam-se menos burocráticos e o serviço oferecido à população melhorou de forma significativa. Evoluímos também na forma de gerenciamento. A valorização e contribuição para a formação do colaborador é algo que tem sido cada vez mais discutido e ampliado nas instituições.”


“O grande mérito das premiações do GM é que elas decorrem da própria comunidade. Esses eventos e homenagens mobilizam gestores e profissionais do segmento, são feitos por eles e para eles”, ressalta Sidney Cunha, diretor-geral do Departamento Nacional do Senac. Cunha também destaca a relevância da mídia especializada. “Ela exerce papel fundamental na identificação de tendência, na reflexão sobre as práticas e as tecnologias disponíveis.” O crescimento e a importância do Senac nesses últimos anos vem contribuindo para a sólida modernização das atividades econômicas vinculadas à saúde. “Periodicamente, revisamos nossos planos de cursos, de modo a atender aos perfis profissionais que o mercado precisa. Precisamos estar par a par com as tendências e necessidades profissionais e fazemos isso com muita dedicação.”

A IMPRENSA TEM UM PAPEL IMPORTANTE NA EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS, NA VALORIZAÇÃO DAS MELHORES PRÁTICAS E NA DIFUSÃO DE INFORMAÇÕES QUE POTENCIALIZAM O CRESCIMENTO DO MERCADO.”

Em comemoração aos 10 anos do Grupo Mídia, Roberto Magalhães, diretor do Convergence Consulting Group, avalia como fundamental a importância da mídia especializa no setor da Saúde. “Muito útil para desenvolver o setor. Sem a mídia, o conhecimento do que acontece nas instituições seria muito mais limitado”. Sobre a relevância de eventos de premiação, o diretor questiona. “Não considero tão importante. Seriam mais úteis eventos relacionados a conteúdo. A Saúde é muito carente de eventos especializados.” Magalhães destaca o profissionalismo de Marcelo Caparelli, diretor executivo do Grupo, e Valéria Vilas Bôas, produtora de arte do GM. “O Marcelo sempre tenta nos ajudar a viabilizar a parceria, e a Valéria, sempre disponível e prestativa”.

SEM A MÍDIA O CONHECIMENTO DO QUE ACONTECE NAS INSTITUIÇÕES SERIA MUITO MAIS LIMITADO.”

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Ideias e Tendências

PARABENIZAMOS O GM PELOS SEUS 10 ANOS DE INTENSO TRABALHO E DESEJAMOS QUE OS PRÓXIMOS ANOS SEJAM PRÓSPEROS E AINDA MAIS PRODUTIVOS, COM GRANDES REALIZAÇÕES E CONQUISTAS!”

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Durante os 10 anos de trabalho, as ações do GM conectaram diferentes players do setor para a troca de conhecimentos e homenagens. Para Paulo Fraccaro, superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (Abimo), um desses momentos marcantes foi a premiação dos 100 Mais Influentes da Saúde no ano passado. “Na ocasião, três integrantes da diretoria da Abimo foram agraciados com o prêmio, mostrando que o crescimento e o desenvolvimento da entidade foram reconhecidos pela comunidade empresarial.” O gestor acredita que essas iniciativas são combustíveis que impulsionam o desenvolvimento da inovação e de melhores projetos de gestão, assim como de profissionais mais envolvidos com as instituições que representam. “Nós também buscamos investir em iniciativas que visam estimular atividades inovadoras nas empresas, como o Prêmio Inova Saúde, ação que destaca produtos ou serviços que figurem como inovação na cadeia produtiva nacional, e o CIMES (Congresso de Inovação em Materiais e Equipamentos para a Saúde), evento que tem o intuito de promover o encontro entre indústria, academia e governo para discutir políticas de inovação na cadeia produtiva da Saúde.” Outra importante ação da Abimo é o Projeto Brazilian Health Devices, executado pela associação em estreita parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), a fim de apoiar empresas brasileiras no seu esforço exportador. São 15 anos de ações coordenadas para o suporte às exportações das indústrias de artigos e dispositivos da área da Saúde.


“Os veículos do Grupo Mídia têm contribuído bastante ao levar informações e reportagens para os profissionais de saúde e gestão, retratando os avanços e desafios do setor nas áreas de tecnologia, infraestrutura e qualidade nos hospitais”, afirma Francisco Balestrin, presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anaph). Balestrin acredita que os eventos são uma ótima oportunidade de encontro e relacionamento. “As premiações são uma forma de reconhecimento aos notáveis líderes e empresas do setor de Saúde”. A Anahp também comemorou, recentemente, uma data muito importante. “Completamos 15 anos em 2016 e, inclusive, comemoramos esse marco com o livro ‘O Hospital- Memórias de um Brasil em transformação’, que traz um retrato da história da assistência à saúde no Brasil.”

POR SE TRATAR DE UMA COBERTURA SETORIAL, A MÍDIA SEGMENTADA CONSEGUE TRAZER PARA O DEBATE, COM MAIS FREQUÊNCIA E MUITAS VEZES DE FORMA MAIS APROFUNDADA, OS GRANDES DILEMAS DA SAÚDE BRASILEIRA.”

Nesta última década, a Pró-Saúde - Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar - conquistou diversos prêmios de excelência para as unidades que administra. Entre os momentos mais marcantes dessa trajetória, segundo Danilo Oliveira da Silva, diretor de Desenvolvimento da Associação, está a conquista do Prêmio Líderes da Saúde, na categoria Filantropia, em 2015 e 2016. “Outro importante reconhecimento foi quando o Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer recebeu o prêmio Excelência da Saúde 2016, na categoria Atenção ao Paciente”, revela o diretor. Em comemoração aos 10 anos do GM, Silva destaca que “o Grupo está dando uma aula de boa gestão, sobrevivendo com maestria ao período de crise e publicando a HealthCare Management, importante revista do setor de saúde, além da organização de importantes eventos”.

OS PRÊMIOS CRIADOS PELO GM RECONHECEM OS PROFISSIONAIS DA SAÚDE E SERVEM DE ESTÍMULO PARA QUE ELES SIGAM EM FRENTE, CONSTRUINDO NOVOS CAMINHOS PARA O SETOR.”

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Ideias e Tendências

Sobre as homenagens e premiações para o setor de Saúde, Gustavo Sergio Carvalho, diretor presidente do Hospital Vera Cruz, acredita que “ser reconhecido por grupos especializados como o Grupo Mídia tem um significado especial, pela seriedade e confiabilidade”. Para Carvalho, as publicações especializadas como as do GM são de grande importância, visto que a troca de informações possibilita também a troca de experiências. Quanto ao crescimento do Hospital, Carvalho salienta que o foco vem sendo melhorias tecnológicas e de infraestrutura. “Depois de um longo processo de negociação, estamos perto de finalizar uma parceira com um grupo de investimento para uma grande expansão física e de participação na região metropolitana de Campinas. Assim, estaremos mais preparados para os desafios dos próximos 10 anos.”

RECONHECIMENTO É SEMPRE MUITO IMPORTANTE PARA DAR CONTINUIDADE NOS ESFORÇOS DE SEMPRE PROCURAR MELHORAR E EVOLUIR.”

As histórias da BD e do Grupo Mídia também já se cruzaram nesta última década. Entre tais momentos, Walban Damasceno, diretor de Assuntos Corporativos da empresa, lembra da cobertura feita pelo GM na festa de 60 anos da BD no Brasil. “Foram entrevistados vários profissionais, o vídeo viralizou na internet. Outro ponto que destaco é o reconhecimento de alguns dos executivos da BD entre os 100 Mais Influentes da Saúde”. O executivo considera a importância de publicações especializadas para os negócios na Saúde, como a Healthcare Management. “Nosso segmento, às vezes, acaba sendo esquecido pela grande imprensa, sendo que se trata de um setor essencial não só para a economia, mas para a sociedade no geral.” Quanto ao crescimento da BD nestes últimos anos, destaca-se o investimento da empresa em uma nova fábrica em Curitiba (PR) e a ampliação do Cento de Distribuição em Itajaí (SC).

ACREDITO QUE AS PREMIAÇÕES DO GM DÃO UM IMPORTANTE APOIO PARA TODOS AQUELES EXECUTIVOS QUE SE ESFORÇAM EM CONTRIBUIR PARA OS AVANÇOS DO SISTEMA DE SAÚDE.”

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A EXISTÊNCIA DE MÍDIA ESPECIALIZADA EM UM SETOR TÃO IMPORTANTE E SENSÍVEL QUANTO O DA SAÚDE, É DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA.”

Nesta última década, o Grupo Mídia compartilhou momentos marcantes com o Hospital São Rafael (HSR). Alfredo Martini, diretor geral da instituição, destaca episódios que entraram para a história do Hospital. Entre eles, a eleição como Instituição do Ano na categoria Hospitais Privados no Líderes da Saúde Norte e Nordeste 2016. “Foi uma excelente oportunidade de congraçamento com nossos pares no Nordeste.” Em 2016, o HSR ganhou o Prêmio Health-IT, na categoria Sustentabilidade, pelo software Nuclearis. “As duas premiações são importantes reconhecimentos ao nosso esforço na busca constante pela inovação.” Martini ressalta que esse reconhecimento serve de combustível para todo o setor. “Não apenas pela valorização a instituições e iniciativas exitosas, como também pelo efeito multiplicador que esses exemplos desencadeiam no mercado, por meio do compartilhamento de experiências.” A comemoração do aniversário do Grupo Mídia se confunde com importantes conquistas do Hospital. “No ano em que o GM nascia, celebrávamos a instalação no HSR do primeiro aparelho de PET-CT do Norte e Nordeste.” E o avanço do Hospital não parou por aí. Ao longo da última década, o São Rafael inaugurou o Centro de Biotecnologia e Terapia Celular (CBTC), uma nova pediatria, obteve a certificação ONA nível II e, posteriormente, o nível III. “Nesse intervalo de 10 anos, continuamos a perseguir nossa trajetória de conquistas e inovações, expandindo unidades de atendimento, renovando nossa estrutura e iniciando a expansão de nossa unidade principal.” Atualmente, o HSR passa por um projeto de expansão, que deverá somar 100 novos leitos. “Em janeiro, iniciamos a reforma da Unidade de Emergência Adulto, que será totalmente reestruturada, com novos equipamentos e novos serviços, em ambientes mais amplos, confortáveis e funcionais, não apenas para o paciente, mas também para os acompanhantes e os profissionais.”

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Ideias e Tendências

UMA MÍDIA ESPECIALIZADA, COM CREDIBILIDADE, É UM IMPORTANTÍSSIMO INSTRUMENTO PARA EXPOSIÇÃO DE QUESTÕES DO SETOR, SENDO ALAVANCADORA DE DEBATES E DISCUSSÕES QUE VISAM O APRIMORAMENTO DOS TEMAS EM QUESTÃO.”

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Um instrumento para expor questões do setor da Saúde e alavancar debates e discussões com credibilidade. É assim que Carlos Goulart, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed), considera o trabalho do Grupo Mídia. Entre os feitos alcançados ao longo da última década, para Goulart, a premiação 100 Mais Influentes da Saúde é um marco. “Sua repercussão tem sido muito benéfica para o setor”, frisa. Neste sentido, o presidente da Abimed também salienta que esse tipo de premiação e homenagem é um instrumento de fomento e de justo reconhecimento àqueles que têm se destacado, o que incentiva as boas práticas e a busca dos demais profissionais pela excelência. Perseguir o alto padrão tem sido, inclusive, uma prioridade para a Abimed, como enfatiza Goulart. “A questão da sustentabilidade da assistência à Saúde nas próximas décadas tem sido um enorme desafio para todos os países e, em especial, para o Brasil. A Abimed vem se posicionando e correspondendo aos desafios e demandas do setor, procurando ser um agente fomentador dentro de sua área de especialização, que é tecnologia e inovação. O crescimento é uma necessidade”. Para os próximos 10 anos, Goulart prevê profundas modificações em todo o sistema de atendimento à Saúde, o que implica na busca por novas formas de pensar e planejar, totalmente distintas das utilizadas até agora. “Basta lembrar que o aumento da demanda por qualidade de vida e Saúde está associado às inovações disruptivas que vamos experimentar, como o big data, os aplicativos, a nanotecnologia, a impressão 3D, do ponto de vista tecnológico, e do ponto de vista da assistência, a mudança cultural que levará à revisão do conceito hoje conhecido e dará ao paciente maior poder de decisão e de participação no seu próprio tratamento”.


José Carlos Rizoli, presidente do Instituto Nacional do Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), considera importante a busca por soluções para o setor, independentemente de ações públicas e, segundo o executivo, o “Grupo Mídia é um canal imprescindível para esse objetivo”. Quanto às premiações, Rizoli ressalta que a Saúde precisa criar interlocutores e lideranças que tenham o respeito de todo o setor. “O fato de essas homenagens serem propostas pelos próprios profissionais da área cria essa credibilidade.” Sobre o crescimento das OSS nos últimos anos, como é o caso do INDSH, Rizoli afirma que o mesmo tem ocorrido com transparência. “Crescer nesse cenário exige rígidos controles de conduta ética, qualidade real dos serviços e um discurso aberto com o verdadeiro interessado, que é o paciente a ser atendido.”

TIVE A HONRA DE ESTAR ENTRE AS 100 PRINCIPAIS LIDERANÇAS DA SAÚDE E A OPORTUNIDADE DE, DURANTE O EVENTO DO GRUPO MÍDIA NA FEIRA HOSPITALAR, SER ESCOLHIDO PARA ABRIR AS HOMENAGENS.”

A Feira + Fórum Hospitalar vem investindo, durante os últimos anos, em alianças e tendências que contribuem para toda a cadeia do setor da Saúde. Dentre todas as parcerias, Mônica Araújo, diretora da Feira, destaca a estabelecida com o Grupo Mídia, que já existe há muitos anos. “Contamos com o apoio dos profissionais do Grupo em todas as atividades que a Hospitalar realiza durante todo o ano. Essa parceria contribui para a formulação de alternativas para o melhor atendimento de saúde, e para a implantação da cultura de prevenção e bem-estar, sem perder de vista os desafios de uma nova longevidade ativa e participativa”, revela Mônica. A diretora considera, ainda, “extremamente importante para o setor a existência de um grupo de comunicação focado no fomento, na repercussão de projetos, em novidades e dificuldades que o segmento vivencia”.

O GRUPO MÍDIA É UM DIFERENCIAL NO MERCADO POR CONTRIBUIR PARA O APRIMORAMENTO DE NOSSOS PROFISSIONAIS POR MEIO DE INFORMAÇÕES E CONHECIMENTOS ESSENCIAIS AOS NEGÓCIOS.”

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A Saúde como um dos pilares de atuação é o conceito-chave que liga o Grupo Mídia ao Sesc, entidade que tem desenvolvido um trabalho de saúde integral alinhado às tendências mais modernas em gestão no setor. Entre os pontos mais relevantes desta parceria, Carlos Artexes Simões, diretor-geral do Departamento Nacional do Sesc, evidencia a “importância da publicação da HealthCare Management, que traz temas relevantes, especialmente para gestores de saúde, atualizando discussões e colocando em pauta os desafios do setor”. O diretor destaca, ainda, os eventos e premiações promovidos pelo Grupo. “Ao proporcionar essa visibilidade através de um justo reconhecimento, o GM colabora para a abertura de novos caminhos e perspectivas no setor.”

Foto: Jackeline Nigri

Ideias e Tendências

A MÍDIA ESPECIALIZADA PERMITE NÃO SÓ A DIFUSÃO DE UMA SÉRIE DE INFORMAÇÕES PROVENIENTES DE PESQUISAS E ESTUDOS, COMO TAMBÉM A TROCA E DEBATE TÃO NECESSÁRIOS NESTE SETOR QUE ESTÁ CONSTANTEMENTE EM EVOLUÇÃO.”

Gonzalo Vecina Neto é referência quando o assunto é gestão em Saúde. Professor universitário, Vecina acredita que o Grupo Mídia apresenta atribuição indispensável como mídia, com veículos dotados de fontes confiáveis de informação. “O Grupo Mídia tem um papel importante dentro desse espaço e o tem ocupado com muita competência.” Além das premiações, que Vecina pontua como importantes – visto que reconhecem os esforços do setor –, o professor destaca a promoção de fóruns e debates como essenciais. “É fundamental difundir e discutir ideias neste caos informacional que vivemos. A mídia escrita é importante, mas certos temas têm que ter a dinâmica de seminários, espaços de encontro e construção de conhecimento.”

É DIFÍCIL DESTACAR UM MOMENTO IMPORTANTE COM O GM, POIS FORAM MUITOS, MAS EU GOSTO MUITO DOS ENCONTROS QUE JUNTAM MÚLTIPLOS PÚBLICOS E INTERESSES E CONSEGUEM CONTRIBUIR , DE FORMA INOVADORA, PARA O DEBATE.”

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Ideias e Tendências

O GRUPO MÍDIA TEM COMO UM DE SEUS MUITOS DIFERENCIAIS A OBTENÇÃO IN LOCU DAS INFORMAÇÕES PARA AS SUAS MATÉRIAS E OS REGISTROS EM VÍDEO E ÁUDIO O QUE AUMENTA E RESSALTA A SUA CREDIBILIDADE.”

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Há cerca de quatros anos, o Grupo Mídia faz uma visita de fim de ano ao Biocor Instituto, localizado em Nova Lima (MG). Essas visitas já renderam quatro documentários com filmagem e edição pelo GM. Nessas oportunidades é possível acompanhar de perto o avanço da instituição ano a ano, com novos investimentos em arquitetura, equipamentos e tecnologia. Alguns desses projetos em andamento desde o ano passado estão o desenvolvimento de governança corporativa, a manutenção da projeção dos resultados financeiros dentro das expectativas orçamentárias; entre outros. Diante desta notável excelência e destaque na Saúde, o Biocor Instituto já ganhou diversos prêmios do Grupo Mídia. “Todos os momentos são muito importantes, por isso destaco o último Prêmio Excelência da Saúde 2016, recebido com muito carinho, pois refletiu não apenas a minha atuação, mas sim os resultados e a boa gestão”, lembra explica Mario Vrandecic, presidente e fundador da instituição. Vrandecic também já foi eleito pelo Grupo Mídia entre os 100 Mais Influentes da Saúde. “É uma grande alegria ser reconhecido e, principalmente, merecer a confiança de tantos amigos, colegas e pacientes, pois sem gerar confiança não conseguimos estabelecer um trabalho consistente em benefício do próximo.” Ao longo destes 10 anos, a instituição, além de manter a acreditação plena com Excelência pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) desde 2005, ganhou outras certificações, como a ISO 9001, ISO 14001 (Meio Ambiente), OHSAS 18001 (Saúde e Segurança Ocupacional) e a acreditação americana National Integrated Accreditation for Healthcare Organizations (NIAHOSM). “Temos uma cultura de excelência em contínua melhoria e acreditamos muito nos processos, nos indicadores, no monitoramento dos resultados, na pesquisa científica e na educação continuada.”


Foto: Jackeline Nigri

“Os 10 anos do Grupo Mídia devem ser recebidos com euforia pelos que trabalham na área da Saúde.” Esta é a opinião de Luiz Aramicy Pinto, presidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH). “Comemorar uma década significa ter excelência no que faz e ser reconhecido por grandes conquistas.” Um dos momentos marcantes para Aramicy com o GM foi quando a FBH recebeu o prêmio Líderes da Saúde 2016. “Fiquei muito orgulhoso em ter recebido, ainda mais pelo fato de ter encontrado naquela solenidade pessoas que militam na área da Saúde há mais de 20 anos.” Sobre a FBH, Aramicy afirma que a missão é continuar o trabalho com excelência na representatividade hospitalar. “Estamos conseguindo atuar fortemente no setor político para discutir assuntos que estimulem a evolução dos hospitais.”

Foto: Osmar Bustos

A FBH CELEBRA COM MUITO RESPEITO E ADMIRAÇÃO TODA A PERSISTÊNCIA E TRABALHO REALIZADO PELO GRUPO MÍDIA. DESEJAMOS QUE ESSES 10 ANOS SEJAM COMEMORADOS POR TODO O SETOR DE SAÚDE, QUE CONFIA NO TRABALHO CONSTRUÍDO.”

Independente do setor, a mídia especializada é importante para a difusão de informações e conhecimentos. “Trata-se de um espaço para que possamos abrir um diálogo mais aprofundado sobre os nossos interesses, desafios e conquistas”, acredita Edevard José de Araújo, diretor de Marketing e Desenvolvimento da Unimed do Brasil. Esta constatação, segundo ele, se aplica à área de Saúde, na qual “precisamos alcançar diferentes públicos, sejam eles gestores de operadoras, órgãos representativos ou redes prestadoras”. Nestes 10 anos de Grupo Mídia, uma lembrança marcante para a instituição foi a escolha por dois anos consecutivos do presidente da Unimed do Brasil, Eudes de Freitas Aquino, como um dos 100 Mais Inf luentes da Saúde na categoria Saúde Suplementar.

AS PREMIAÇÕES [DO GRUPO MÍDIA] CONSTITUEM UMA MANEIRA DE FOMENTAR E RECONHECER NOVAS INICIATIVAS NO MERCADO.”

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Ideias e Tendências

Organizar as informações em um espaço editorial próprio facilita a leitura de notícias e otimiza o tempo do executivo. Sidney Oliveira, presidente e fundador da Ultrafarma, considera importante valorizar as pessoas e instituições que buscam avanços na Saúde. “Por isso, agradeço ao espaço e parabenizo a iniciativa do Grupo Mídia em todos os aspectos, tanto editorial quanto pelos eventos.” Não raramente, Oliveira recebe destaques na mídia em outros segmentos. “Mas se esquecem dos avanços e das pessoas que fazem a diferença no mercado de Saúde - acadêmico, empresarial e médico. Por isso, o trabalho do Grupo Mídia é tão relevante.” Em 2016, no prêmio 100 Mais Influentes da Saúde, Oliveira foi homenageado. “Confesso que fiquei surpreso e feliz pelo retorno. Recebi mensagens de vários lugares do Brasil e pelas redes sociais. Foi positivo saber que se lembram e valorizam a minha trajetória.”

É IMPORTANTE VALORIZAR AS PESSOAS E INSTITUIÇÕES QUE BUSCAM AVANÇOS NA ÁREA DE SAÚDE. POR ISSO, GOSTARIA DE AGRADECER O ESPAÇO E PARABENIZAR A INICIATIVA DO GRUPO MÍDIA EM TODOS OS ASPECTOS, TANTO EDITORIAL QUANTO PELA ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS.”

O setor de saúde está a em constante evidência, por isso, Waldomiro Monforte Pazin, presidente da Federação Brasileira de Administradores Hospitalares (FBAH), avalia que ter uma empresa especializada no segmento é extremamente importante. “Considero que o GM é uma empresa de boas práticas, pois, em todas as oportunidades, busca a veracidade dos fatos antes de retratá-los publicamente.” Sobre os eventos, Pazin vê como uma importante oportunidade para “encontrar e reencontrar pessoas que fazem parte da nossa história”. “Para a FBAH, ter sido premiada por quatro oportunidades, é uma alegria imensa! Mas o primeiro prêmio é sempre inesquecível, pois dentre tantas outras entidades no setor, ser a escolhida, a mais votada, é motivo de muito orgulho para o dirigente”, diz Pazin sobre o recebimento do prêmio Líderes da Saúde pela entidade em anos anteriores.

O GM É OUSADO! ISSO AGRADOU O MERCADO. ESSA ‘CARA NOVA’ VEIO QUEBRAR, DE MODO SUTIL, OS PARADIGMAS DO SETOR DE SAÚDE.”

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DOSSIÊ

2017 Subfinanciamento, crise econômica, PEC 55, investimento estrangeiro, febre amarela, queda nos planos de saúde etc. Alguns problemas já são muito conhecidos pelo setor, outros são frutos de uma instabilidade econômica-política que há muito tempo o país não vivia. Seja como for, 2017 está aí para testar como a Saúde irá lidar esses desafios nos próximos meses. Alguns são otimistas em afirmar que há, sim, luz no fim do túnel. Outros, e a grande maioria, são categóricos em dizer que este ano será difícil sobreviver. Nas próximas páginas, a Healthcare Management traz o dossiê Horizontes 2017, com opiniões de diversos agentes da comunidade, cada um apostando suas fichas para 2017, mas com muita cautela.

Velhos desafios para 2017

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Eficiencia sem perder o foco

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PEC 55: uma necessidade para o país

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Mantendo o crescimento

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Setor108 à prova de crise? Austeridade suplementar 116 healthcaremanagement.com.br | edição 46 | HEALTHCARE Management

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PARA 2017

Antigos problemas de gestão, financiamento e surtos de doença, que há muito estavam esquecidas em nossa história, são as muralhas para a Saúde brasileira

A doença surgiu no país em 1685, em Recife. Acredita-se que o vírus veio de um navio vindo da África que fez escala nas Antilhas durante uma epidemia.

egundo pesquisa realiza pelo Datafolha em dezembro de 2016, a Saúde voltou a ser o principal problema do país para a população, isso depois de um ano em que a corrupção liderava o ranking. Cerca de 33% consideram a assistência médica grande falha do país. São vários motivos que explicam tamanha importância e preocupação com a Saúde, entre eles o surto da febre amarela. A doença dizimou milhares de pessoas durante o Brasil imperial, com cerca de 9.600 pessoas infectadas e mais de 4 mil mortes apenas no Rio de Janeiro. O desenvolvimento de uma vacina, em 1937, e uma campanha agressiva para erradicar o vírus à base de um pesticida poderoso, o DDT, hoje proibido, afastaram a ameaça da cidade e a confinaram às áreas de mata. Desde 1942, quando os três últimos casos de febre amarela transmitida por Aedes

aegypt foram confirmados em Sena Madureira, no Acre, não há registro em áreas urbanas do Brasil. Ano a ano, o país registra casos de pessoas que contraem febre amarela nas zonas rurais. Contudo, o país viu de perto o risco de viver o maior surto da doença em décadas. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde no dia 1 de fevereiro, foram notificados 857 casos suspeitos da doença, com 135 óbitos notificados. Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, São Paulo e Tocantins continuam com casos investigados e/ou confirmados.

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DOSSIÊ

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que o atual surto de febre amarela deverá chegar a outros Estados do país. “Espera-se que casos adicionais sejam detectados em outros Estados do Brasil devido ao movimento interno de pessoas e de macacos infectados, além do baixo nível de cobertura vacinal em áreas que antes não estavam em risco de transmissão de febre amarela”, disse o boletim. A aposta está no avanço da imunização nas áreas de maior risco e, assim, a diminuição dos casos. Até o momento, descarta-se a possibilidade de casos de transmissão urbana da doença. PEC 55 Uma das grandes polêmicas envolvendo o governo no setor da Saúde foi a aprovação da PEC 55, antiga PEC 241. Por 53 votos a favor e 16 contrários, a Proposta de Emenda à Constituição 55/2016 foi aprovada em segundo turno no Plenário do Senado no dia 13 de dezembro de 2016. O objetivo da medida é criar um teto de gastos públicos para evitar que a despesa cresça mais do que a inflação, bloqueando, assim, um possível período de falência do Estado. A ideia da PEC 55 é congelar os gastos públicos durante os próximos dez anos – prorrogáveis por mais dez –, ajustando-os apenas pela inflação. De acordo com Marcelo Caldeira Pedroso, professor associado do Depar110

Marcelo Caldeira Pedroso, professor associado do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo

tamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo, o objetivo da medida é disciplinar as despesas do governo e agir como um mecanismo regulador dos gastos públicos. “Grande parte dos problemas enfrentados hoje na economia em geral, e também no setor de Saúde, diz respeito à indisciplina no uso e locação dos gastos públicos, particularmente quando se fala em relação à saúde pública. Acredito que a PEC 55 tem o objetivo coerente em relação a esse aspecto regulador.” Segundo estudo produzido

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pela mestra em Saúde Coletiva Grazielle David, representante da Comissão de Orçamento e Financiamento do Conselho Nacional de Saúde (COFIN/ CNS) e do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES), e publicado no portal da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), por emenda à PEC 55, a Saúde e a Educação terão um piso, um valor mínimo obrigatório a ser aplicado – o que não ocorrerá com outras áreas. Assim, para que mais recursos sejam nessas áreas, já que existe o teto global, outras políticas públicas e investimentos deverão ser cortados.


O estudo mostra que em 2017 o valor aplicado em saúde será maior do que o valor anteriormente previsto de forma escalonada pela PEC 86/2015. Porém, como a Receita Corrente Líquida (RCL) em 2017 ainda estará baixa, o congelamento da PEC 55 será feito sobre um dos valores mais baixos aplicados em saúde nos últimos anos, o que representa uma imensa perda para o sistema. “Com o limite (teto) dos gastos com despesas primárias cada vez mais baixo ao longo dos anos em % do PIB, ocorrerá uma inviabilização, mesmo que haja interesse de aumentar os recursos financeiros para Saúde e Educação. Não haverá disponibilidade e espaço para isso”, segundo informa a publicação. Grazielle entende e valoriza grande parte das críticas à PEC, principalmen-

A ideia da PEC 55 é congelar os gastos públicos durante os próximos dez anos – prorrogáveis por mais dez –, ajustandoos apenas pela inflação

te aquelas associadas a áreas sociais, como saúde e educação. Porém, é importante analisar o que está por traz da lei. “Quanto à saúde e educação, a PEC definiu é que a partir de 2018 os gastos para essas áreas serão mínimos, o que, inclusive, é condizente à Constituição de 88, que define também a locação mínima de recursos financeiros para esses setores. Acho que existe uma boa intenção em relação à PEC e certamente haverá, ao longo dos próximos anos, uma importante adaptação dela às condições de execução na locação destes gastos públicos.”

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DOSSIÊ

: UMA NECESSIDADE PARA O PAÍS Proposta de Emenda Constitucional 55, também conhecida como a PEC do Teto de Gastos, foi aprovada em dezembro do ano passado. Portanto, foi estabelecido um limite para conter o crescimento das despesas do governo federal durante 20 anos (na verdade, ela vale por 10 anos e poderá ser renovada por mais 10, se necessário), ou seja, os gastos não poderão aumentar além da inflação calculada nos 12 meses anteriores - tendo como base o mês de junho. A área da saúde também foi compreendida nesta proposta. Atualmente, o financiamento do SUS é de responsabilidade da União, dos Estados e dos municípios. Desta forma, o valor recebido pelos hospitais é uma porcentagem crescente da arrecadação de impostos do governo. Com a PEC 55 esta porcentagem seria de 15% para os próximos vinte anos. Esta medida foi criticada por muitos brasileiros, o que é bastante aceitável quando se observa o ano de 2016 que foi bastante turbulento. Nós passamos por uma das piores crises econômicas, tivemos uma presidente deposta, mudanças nos ministérios e um aumento no número de pacientes que passaram a utilizar o SUS. Como consequência, as dívidas das entidades filantrópicas cresceram e ultrapassaram os R$ 22 bilhões. Por estes motivos, em uma primeira análise, é comum se mostrar contrário a uma ação que congela os investimentos em setores importantes para a população, como educação 112

e saúde. Entretanto, é preciso refletir sobre o texto proposto, avaliar com maior profundidade e entender o cenário que o país vive hoje, que é de completo colapso econômico. Os gastos públicos precisam ser freados para que haja sustentabilidade financeira no país. É óbvio que o setor filantrópico precisa de recursos. Os hospitais beneficentes e Santas Casas já não recebem o suficiente para cobrir os gastos atuais. Por isso, vejo a contenção dos gastos públicos como o primeiro passo. Além disso, temos que avaliar que para a Saúde, neste momento, a PEC 55 é a melhor solução. Embora a medida estabeleça um limite total de gastos, ela não fixa limites para áreas específicas, como a da Saúde. Por isso, se houver recursos, o governo poderá destinar mais verba para áreas consideradas essenciais. Com o alto índice de desemprego registrado no ano passado, houve menor arrecadação de impostos. Portanto, pelas regras antigas o setor iria receber apenas 13,2% da Receita

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Edson Rogatti diretor-presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp) e presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB)

Líquida, com a PEC 55 o setor irá receber 15%. A regra antiga é a Emenda Constitucional 86, que estabelecia que entre 2016 e 2020, parcela crescente da Receita Líquida deveria ser destinada à Saúde desta forma: 13,2% em 2016 e 13,7% em 2017 – até chegar a 15% em 2020. É importante refletir também sobre o nosso papel diante desta situação. Nós temos que lutar sim pela valorização do nosso setor e por mais investimentos, mas enquanto o país não se reergue economicamente, temos que continuar buscando soluções alternativas, como sempre fizemos, ou seja, criando projetos de captação de recursos e desenvolvendo uma gestão de recursos ainda mais estratégica. Nós sempre conseguimos cumprir nossa missão, de oferecer um atendimento digno às pessoas e vamos continuar trabalhando para isso. O setor da Saúde não está desamparado e, se por um momento, o governo federal criar alguma medida que atinja nossas entidades, com certeza, como presidente da Fehosp, serei o primeiro a intervir e lutar pela saúde filantrópica. H


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DOSSIÊ

Investimentos

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Em dezembro de 2016, o governo federal anunciou algumas medidas para a Saúde em 2017. Entre elas está a distribuição das 146 ambulâncias adquiridas para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. As unidades serão remanejadas para a renovação da frota do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de todo o país. O governo também anunciou esforços para ampliar a participação de profissionais brasileiros no Programa Mais Médicos, com a meta de chegar a quatro mil substituições de médicos cooperados cubanos por brasileiros em três anos. A luta contra o Aedes aegypti também esteve em pauta, bem antes do surto de Febre Amarela que o país está enfrentando. Na época, a pasta anunciou a distribuição de repelentes às 484 mil gestantes do Bolsa Família. O ministro Ricardo Barros também propôs, no começo deste ano, a alteração no modelo de repasse de verbas federais para o SUS. A ideia é permitir que esses recursos, que atualmente são destinados para o uso específico em determinadas atividades, possam ser usados em outras áreas do setor. Caberia ao gestor municipal ou estadual o destino desse montante. Alguns defendem que a medida desburocratizará o orçamento do SUS, mas outros temem que gestores tirem recursos de áreas menos visíveis, mas muito importantes como vigilância. Ricardo Barros, Ministro da Saúde

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Foto: Agência Brasil

Outro assunto que entra em pauta é o potencial do investimento estrangeiro na Saúde do Brasil em 2017. O governo alegou, diversas vezes, que o congelamento de gastos deverá aumentar a confiança de investidores privados para os próximos anos. No entanto, se a economia voltar mesmo a crescer, e o teto seguir corrigido apenas de acordo com a inf lação, como prevê a PEC, a aplicação nessas áreas será menor em termos de porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB). Antes da aprovação da emenda, a lei exigia que o governo utilizasse pelo menos 18% da sua receita em Educação e 15% em Saúde. Com a PEC 55, esses valores passaram a ser reajustados de acordo com a variação da inflação do ano anterior e não mais conforme o crescimento da arrecadação. Ou seja, se daqui a 10 anos a arrecadação tiver aumentado, a Saúde e a Educação acabam com valores menores do que a Constituição previa anteriormente. Ainda sobre o tema, Pedroso declara que, no Brasil, existe um subfinanciamento no setor público e, tradicionalmente, isso deve ser mantido pela PEC, pelo menos a curto e médio prazo. Isso pode tornar a situação menos atrativa aos investidores estrangeiros em organizações que atuam no setor público, ao contrário do investimento de organizações que atuam no setor privado, que ganha um espaço de crescimento. “Uma expectativa de retomada da economia significa maior nível de emprego e, portanto, um crescimento do número de beneficiários na saúde privada”, explica.

MEDIDAS PARA


Caminhos a serem tomados O principal desafio para o setor da saúde, hoje em dia, é a busca da eficiência operacional que, para Pedroso, se tornou uma questão mandatória. O professor defende que, em função da recessão, os recursos não vão aumentar a curto prazo para a Saúde, tanto na pública quando na privada. “É uma situação complexa do ponto de vista de receita. Se as entradas vão ser mantidas, creio que devemos tentar as melhores saídas. E isso deve ter sido feito com mais eficiência nas entregas do setor”, acrescenta. Na visão de Pedroso, melhorar a

“É uma situação complexa do ponto de vista de receita. Se as entradas vão ser mantidas, creio que devemos tentar as melhores saídas.” Marcelo Pedroso

eficiência operacional é um estímulo positivo para as empresas de saúde que estão consideradas, por números, como um setor de baixa utilidade no uso de seus reclusos. “Um dos exemplos de aumento de eficiência é quando você busca a economia de escala. Então, algumas consolidações que vêm acontecendo, particularmente na área hospitalar e diagnóstica, são recorrentes desta busca de maior eficiência por ganhos de economia de escala.” H

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SETOR À PROVA

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O impacto que as indústrias da cadeia de saúde vêm sofrendo com a recessão e os cortes nos investimentos nas áreas pública e privada

tão esperada retomada da economia está tardando mais do que o previsto.” As palavras de Carlos Goulart, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed), espelha a instabilidade política e econômica do país que postergou o crescimento para o segundo semestre deste ano “na melhor das hipóteses”, segundo o executivo. “Ainda assim, o setor está otimista e aposta na retomada gradativa da economia, decorrente de uma maior estabilização do mercado.” Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (Abimo), também acredita que 2017 ainda terá muitos desafios e defende mudanças para que 2018 seja melhor. “Projetos como reforma da previdência, tributária e administrativa deverão ser executados para que o pouco otimismo de 2018 possa se concretizar.” Fraccaro considera que a aprovação da PEC dos gastos públicos é uma sinalização do governo quanto ao controle orçamentário, que será extremamente rígido. “No curto prazo, ninguém aponta aumentar significativamente o orçamento de 2017 para deixar os empresários otimistas em relação aos investimentos. Vamos ter, sim, orçamentos reduzidos que podem dificultar bastante o desenvolvimento do setor também na saúde privada, pois todos estão controlando

gastos para manter o funcionamento mínimo.” Mesmo com as dificuldades, Goulart afirma que o Brasil continua com um grande potencial de mercado, com demanda crescente não atendida totalmente. À medida que a economia se recupere, os investimentos tendem a aumentar, sobretudo em decorrência da confiança do setor e do país como um todo nas medidas econômicas que estão sendo implementadas. Quanto à geração de emprego, Goulart explica que o setor de produtos para saúde se caracteriza por pequena variação no seu estoque de mão de obra. “No ano passado, por exemplo, enquanto o país registrou altas taxas de desemprego, a queda de postos de trabalho no setor ficou ao redor de 1%. Concorreram para isso a demanda crescente na área da Saúde e a especialização necessária que caracteriza o setor.”

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Agenda 2017 Para este ano, a Abimed investirá esforços para mostrar ao governo e demais públicos o valor da tecnologia para a sustentabilidade econômica na Saúde, além de ações para aumentar a transparência de serviços e valores praticados nas cadeias de fornecimento de produtos para saúde por todos os seus agentes: indústria, distribuidores, hospitais, planos de saúde e pacientes. “Entendemos que esse é o caminho para melhorar a sustentabilidade econômica, combater fraudes e ampliar o acesso”, diz Goulart. A Abimo manterá forte pressão junto ao governo federal para a regulamentação da Lei de Isonomia Tributária, que reduzirá um pouco a

AS EMPRESAS QUE SE ADEQUARAM PARA ENFRENTAR 2016 E 2017, UMA VEZ QUE A SITUAÇÃO DE CRISE AINDA CONTINUARÁ ESTE ANO, PODERÃO COMEÇAR A COLHER ALGUNS FRUTOS EM 2018, QUANDO TEREMOS A POSSÍVEL VOLTA DA NORMALIDADE ECONÔMICA E INDUSTRIAL” Paulo Henrique Fraccaro

discrepância tributária entre os produtos nacionais e importados, quando adquiridos por órgão públicos e hospitais beneficentes. “Também trabalharemos pela renovação do Convênio ICMS 01/99, que permite a isenção desse imposto para uma grande série de produtos para a saúde. Além disso, os assuntos de ca-

Da esquerda para a direita, Carlos Goulart, presidenteexecutivo da Abimed, e Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da Abimo

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ráter regulatório continuarão a contar com nosso rigoroso acompanhamento, o que nos tem proporcionado orientar com precisão e qualidade as empresas associadas. Neste tema, não deixaremos de pressionar a Anvisa para uma performance melhor de seu trabalho em portos e aeroportos”, ressalta Fraccaro. H


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SEM PERDER O FOCO Mesmo diante do cenário desfavorável, hospitais públicos, privados e filantrópicos não deixam de investir em eficiência e gestão para manter ou ampliar suas receitas e melhorar a assistência

rodutividade. Este lema, que há muito já conduz a gestão de hospitais, cai como uma luva para 2017. “Pensar no teto dos gastos públicos (PEC 55) para os próximos 20 anos não significa que tudo será absolutamente fixo. Os ingredientes podem e devem mudar na composição do bolo. Um dos caminhos para isso é a produtividade, ou seja gastar melhor”, afirma José Álvaro Carneiro, diretor-corporativo do Complexo Pequeno Príncipe. O executivo defende que é necessário pensar no teto de gastos como uma necessidade de busca de economicidade, para fazer mais com o mesmo volume de recurso. “Novas tecnologias, como a telemedicina, deverão ter importante papel neste contexto”, afirma. Por outro lado, só é possível fazer mais e melhor com menos recursos quando se busca a produtividade, o que acon-

José Álvaro Carneiro, diretorcorporativo do Complexo Pequeno Príncipe

tece, por sua vez, com muita dedicação, inovações, trabalho focado e tempo. “É muito importante lembrar que há uma contradição na saúde do Brasil que é difícil de enfrentar. Há uma expectativa generalizada quanto à melhor saúde possível, mas ninguém quer pagar por isso, o que transforma a

contradição em impossibilidade”, diz Carneiro. A conta não fecha há muito tempo. “Na prática, o SUS está semicongelado desde a sua plena funcionalidade econômica e financeira, em 1994. De lá para cá, na média, o SUS corrigiu suas tabelas em 96%. Só a energia elétrica teve um

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aumento superior a 1000%. Aqui no Complexo Pequeno Príncipe a correção de salários foi maior que 500%. A conta absolutamente não fecha e isto inviabiliza a oferta de qualidade crescente.” Ricardo Englert, diretor-financeiro da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, acredita que limitar o gasto ao crescimento da receita faz sentido ao longo do tempo, pois isso permite que se coloque as contas em dia. “O Brasil não tem mais espaço para aumento da carga tributária, e, se a União está gastando mais do que arrecada, deve se limitar para atingir o equilíbrio. Tendo equilíbrio no orçamento, o país tende a crescer mais, gerando mais receita. Mas, em linhas gerais, isto preocupa o segmento filantrópico.” A Santa Casa de Porto Alegre, por exemplo, por ser um hospital filantrópico, enfrenta diariamente uma dupla realidade: atendimento via SUS (55%) e por convênios (48%). Para este ano, a Instituição prevê dificuldade em ambos os setores. “Na área que atende pacientes de convênios e particulares, prevemos a continuidade da crise que se instaurou no país há cerca de dois anos, embora com alguns sinais de melhoria para este ano. Isso afeta diretamente o atendimento pelo SUS, que passou a receber esta parcela da população em seu sistema. Além disso, no segmento privado temos alguns desafios no que diz respeito à negociação de tabela de preços com as operadoras, o que torna esta tarefa bastante impactante em nossa sustentabilidade”, explica Englert.

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Opções para geração de caixa

“Temos juros altíssimos e desproporcionais às demandas básicas do país. Parte do dinheiro que deveria ir para a saúde, alimenta o sistema financeiro. Este passivo e seu círculo vicioso, antigo e perverso, só se resolverá com uma grande revisão na estrutura da remuneração, o que se dará se tivermos boa política.” José Álvaro Carneiro, diretor-corporativo do Complexo Pequeno Príncipe

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As decisões tomadas pelo Pequeno Príncipe e que estão surtindo efeito positivo foram pensadas para a captação de recursos junto à comunidade e outras opções para a geração de caixa, como o ensino. “Para captar recursos, viramos uma ‘usina de projetos’ e nos estruturamos. Com os resultados, superamos o déficit gerado pelo SUS e bancamos as pesquisas. Depois, os investimentos foram coerentes com nossa cultura interna e promoveram plena convergência estratégica.” A Instituição também aposta em importantes parcerias. Exemplo disso é com o Children’s Hospital, de Pittsburgh, EUA, sobre o programa de Telemedicina inter UTI’s com robô de telepresença em beira de leito. A Instituição também está se preparando para o início de uma nova caminhada: a medicina personalizada. O pontapé inicial será a inauguração, ainda neste primeiro semestre, do Laboratório Genômico que permitirá grandes avanços no diagnóstico precoce. “A gestão da informação via aplicativos e o acesso facilitado à opinião médica, portanto, o empoderamento do paciente, deverão se expandir excepcionalmente. Apostamos neste caminho há 10 anos em nosso Instituto de Pesquisas e estamos em sintonia com a oportunidade para poder usufruí-la”, afirma Carneiro.


Revisar e definir protocolos médicos para obter um desfecho econômico e assistencial melhor é o principal trabalho da Santa Casa de Porto Alegre. O objetivo é deixar o paciente menos tempo hospitalizado e, consequentemente, diminuir os custos. “Isto representa a nossa sobrevivência e custamos menos para o SUS, que, mesmo com todos esses cuidados, a cada R$ 100 que a Santa Casa gasta neste sistema, ela recebe apenas R$ 65”, salienta Englert. Ainda de acordo com o diretor-financeiro, nos últimos três anos a Santa Casa de Porto Alegre foi obrigada a diminuir a assistência aos pacientes pelo SUS. “Deixamos de receber um suplemento do governo do Estado do Rio Grande do Sul no valor de R$ 15 milhões anuais e esta quantia minimizava os prejuízos referentes à defasagem da tabela do SUS.” Por pouco mais de dois anos, a Santa Casa manteve a mesma produção e número de leitos, recebendo R$ 15 milhões a menos até que, em 2015, viu-se obrigada a fechar 113 leitos do SUS por não conseguir alcançar o resultado esperado. “A nossa estratégia para esse ano é, a partir do aperfeiçoamento de processos, manter o nível de prejuízo na área do SUS

NÃO TEMOS NENHUMA PERSPECTIVA DE MELHORIA DE REMUNERAÇÃO NO SEGMENTO SUS EM FUNÇÃO DA FALÊNCIA DAS INSTÂNCIAS FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL. ESTE SERÁ UM ANODIFÍCIL E TEREMOS QUE TRABALHAR TRABALHAR AINDA MAIS NA NOSSA EFICIÊNCIA, PRODUTIVIDADE E CUSTOS.” Ricardo Englert

em um valor semelhante ao do ano passado mesmo não tendo reajuste de receita.” A instituição prevê um prejuízo de R$ 120 milhões no atendimento SUS em 2017 e, por isso, sua estratégia é ganhar R$ 120 milhões de resultados nos serviços acessórios e não SUS. O diretor-financeiro da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre salienta ainda que a instituição é pressionada fortemente pelo segmento SUS por internação. “Prevemos continuar com os problemas de superlotação

de nossas emergências e não tendo como aumentar o volume assistencial por não existir recursos. Ou seja, estamos limitados e a nossa diretriz para enfrentar estes desafios é seguir rigorosamente o nosso plano operativo. Desta maneira, sem orçamento, terá gente desassistida não só no nosso hospital, como na sociedade como um todo. A falta de oferta de leitos no segmento SUS será um grande desafio deste ano. Uma das estratégias para lidar com estas dificuldades é a criação dos pacotes diferenciados.” Foto: Alexandre Fritsch - Santa Casa

Seguindo rigorosamente o plano operativo

Ricardo Englert, diretorfinanceiro da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre

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José Carlos Villela, superintendente da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e do Hospital Santa Isabel

O otimismo da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Ainda que 2017 prometa ser difícil para todos os setores da Saúde, José Carlos Villela, superintendente da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e do Hospital Santa Isabel, está otimista. O motivo é o programa de recuperação financeira e operacional adotado pela Instituição no final de 2016. Por meio da linha de crédito Caixa Hospitais, a Instituição recebeu um empréstimo de R$ 360 milhões da Caixa Econômica Federal. O objetivo é reorganizar a instituição financeiramente e reestruturar o endividamento bancário e com fornecedores para garantir a sustentabilidade da Santa Casa. O prazo para pagamento previsto no contrato é de dez anos, e a liberação dos recursos deve ocorrer em até um mês, de acordo com informações da Caixa. Na época, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que fortalecer as Santas Casas é uma das principais prioridades de sua gestão. “O contrato do SUS, que é consignado, serve como garantia desses empréstimos e garante a adimplência com os nossos bancos parceiros: Caixa, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), nos ajudando a dar um fôlego financeiro para essas instituições, que respondem por 53% de todos os atendimentos do SUS.” “Com o empréstimo concedido pela Caixa Econômica Federal, quitaremos nossas dívidas com 124

A Santa Casa de São Paulo é considerada o maior complexo de assistência à saúde pública da América Latina, com capacidade para atender até 5 mil pessoas por dia. É reconhecida nacionalmente por pesquisas técnicocientíficas e tem o maior cadastro de doadores de medula óssea do Brasil. No ano passado, foram registrados 120 doadores de órgãos na instituição, resultando em 283 transplantes. No primeiro semestre deste ano, o número de doadores ficou em 50, com um total de 134 transplantes.

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fornecedores, o que nos permitirá manter os nossos hospitais abastecidos de forma adequada e atender plenamente os contratos com o poder público para 2017 e crescer nossa operação privada no Hospital Santa Isabel, completando os recursos necessários para atingirmos a sustentabilidade”, afirma o superintendente da Santa Casa. Até o final do primeiro trimestre, a Instituição pretende, de forma gradual, retomar as cirurgias eletivas. Os atendimentos ambulatoriais e de exames laboratoriais e de imagens seguem normalizados, assim como o Pronto-Socorro. Também para 2017, a Santa Casa reforçará o setor de Captação de Recursos, retomando atividades de aproximação com a sociedade para sua participação nesta causa. H


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MANTENDO O O que setores como medicina diagnóstica e farmacêutica esperam para 2017

setor de diagnóstico continua crescendo e atraindo investimentos internos e externos no país”, diz Lídia Abdalla, presidente-executiva do Laboratório Sabin, sobre as perspectivas deste nicho para 2017. Fusões e aquisições devem continuar ocorrendo, segundo a executiva. O Sabin, por exemplo, tem a expectativa de manter o patamar de crescimento dos últimos anos entre 25 e 30% ao ano, pautado em qualificação do serviço prestado, negociações com o mercado, crescimento orgânico e inorgânico e novos segmentos de medicina diagnóstica. O ref lexo da crise na Rede se deu de forma desigual, conforme a condição de cada região no país. Contudo, o maior impacto se deu em áreas onde se concentram

indústrias, devido ao elevado índice de desemprego. “Atuamos fortemente nas negociações com o mercado, gestão de custos e uso racional de recursos, permitindo até realizar investimentos com aquisição de novas unidades em que atuamos em análises clínicas e imagem, proporcionando o aumento do faturamento da empresa e viabilizando a entrada em outros Estados.” A preocupação se volta, segundo a executiva, para a saúde financeira das operadoras, que vêm se queixando da alta sinistralidade de suas carteiras há tempos. “Sabemos que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) tem ciência desta situação e está se mobilizando. O atual modelo de remuneração (fee-for-service) vem sendo discutido por Grupo Técnico específico na ANS, e pode-

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mos esperar por mudanças em 2017. Paralelo a isso, a Agência montou uma agenda de trabalho com foco em um projeto de auxílio aos usuários do sistema de saúde, para que estejam melhor preparados em relação à assistência médica a que estarão sujeitos, na tentativa de reduzir desperdícios, ou mesmo condutas desnecessárias. É mais uma tentativa de coibir eventuais abusos e reduzir os custos do setor.” Ivana Marques, diretora de Marketing do laboratório farmacêutico Natulab, também compartilha da mesma visão de Lídia Abdalla. “Apesar do cenário econômico difícil, não podemos considerar que o mercado está ruim.” A Natulab, que atua na produção e venda de medicamentos fitoterápicos no Brasil, mantém o crescimento na produção e venda de medicamentos fitoterápicos- segmento que tem 13% de participação. Em 2017, a empresa prevê um crescimento de dois dígitos acima da média do ano passado. “Estamos investindo também na ampliação da nossa capacidade produtiva com três novas fábricas em nosso complexo industrial. Nesse projeto já foram investidos cerca de R$ 70 milhões e mais R$ 50 milhões estão previstos para esse ano.” As novas unidades ficam prontas no primeiro semestre do ano que vem. 128

Lídia Abdalla, presidenteexecutiva do Laboratório Sabin

Movimento no mercado O ano de 2017 já começou com grandes anúncios de aquisições. A Diagnóstico da América (Dasa) comprou os laboratórios SalomãoZoppi por R$ 600 milhões. A operação depende do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Atualmente, o Salomão Zoppi têm 11 unidades em São Paulo e Osasco. A

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Dasa foi criada em 1961 como MAP (Médicos Associados em Patologia Clínica) por dois professores da Escola Paulista de Medicina - Humberto Delboni Filho e Raul Dias dos Santos. Desde 2014 a empresa é controlada por Edson Bueno e sua ex-mulher, Dulce Pugliese de Godoy, antigos controladores da Amil. H


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AUSTERIDADE Com a crescente queda do número de operadoras no país e a evasão de 1,5 milhão de beneficiários devido à crise, operadoras e empresas de autogestões apertam os cintos e estudam novos modelos para se manter no mercado

ltimos dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostram que em todo país houve uma perda de 1,4 milhão de beneficiários de planos de assistência médica, com retração de 2,8%, entre dezembro de 2015 e dezembro de 2016. Nesse período foram fechados cerca de 1,4 milhão de postos de trabalho, com declínio de 3,3%, na mesma base de comparação, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O Sudeste foi responsável pela perda de mais de um milhão de beneficiários (-1,1 milhão) de planos de saúde em 2016. Só o Estado de São Paulo registrou a extinção de 630 mil vínculos nos planos de assistência médica, seguido do Rio de Janeiro, com 264 mil. “A expectativa é que 2017 seja o período de estabilização e retorno das atividades, com sinalização de crescimento. No setor de Saúde Suplementar, estamos com a perspectiva de que o número de beneficiários deve se manter no mesmo patamar do final de 2016, sem grandes variações no decorrer dos próximos 12 meses. No entanto, estamos otimistas em

relação a 2018”, esclarece a presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Solange Beatriz Palheiro Mendes. “Há uma clara relação entre a dinâmica do mercado de trabalho formal e o desenvolvimento do mercado de saúde suplementar. Com a retração das atividades econômicas, houve a queda do número de beneficiários. Os planos coletivos empresariais são responsáveis por mais de 66,4% dos vínculos”, analisa Solange Beatriz. Na visão de Cesar Rodriguez Dominguez, CEO da AxisMed, o Brasil precisa colocar em pauta discussões que permitam ampliar o uso das soluções tecnológicas para otimizar os serviços de telemedicina e do compartilhamento de médicos. “Para

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as empresas, os programas são definidos a quatro mãos com os clientes, assegurando um ROI (Retorno sobre Investimento) baseado em cada business case, obtido através da estabilização da saúde e melhora da qualidade de vida de seus colaboradores e dependentes.” Apesar de manter a trajetória de desaceleração em sintonia com a recessão econômica, o segmento de planos de saúde mostra resiliência, já que a redução do número de beneficiários foi bem menor que a queda do emprego e do PIB, nos últimos doze meses terminados em dezembro de 2016. Enquanto os planos de saúde registraram queda de 2,8%, o PIB deve sofrer uma retração de 3,5% (Focus) e o estoque de empregos, 3,3%. Mohamad Akl, presidente da Central Nacional Unimed, acredita que com a inflação sob controle, abre-se espaço para a redução mais rápida e consistente das taxas de juros. “Esperamos que, com isso, a economia reaja mais fortemente no segundo semestre do ano. É provável, portanto, que o mercado de saúde suplementar se estabilize. Mas as operadoras só devem voltar a crescer em 2018.” Para vencer esses desafios, o executivo pauta austeridade nos gastos, avaliação criteriosa

de investimentos e renegociação de contratos como importantes estratégias. “Em casos extremos, abrimos mão de contratos que dão prejuízo.” Há também o importante trabalho de esclarecer o cliente sobre as normas contratuais, uma vez que, segundo Akl, o desconhecimento acaba sendo a principal causa da judicialização da Saúde. “Outra prioridade é estimular os beneficiários a fazer a sua parte pela saúde: alimentação saudável, prática de exercícios físicos, ida regular ao médico e realização dos exames recomendados. Vale ressaltar que as operadoras de planos de saúde atendem 48 milhões de brasileiros. Casos excepcionais de insatisfação dos clientes ganham grande repercussão na mídia e inflam uma visão negativa sobre as operadoras. Mas ter um pla-

Da esquerda para a direita, Solange Beatriz Palheiro Mendes, presidente da FenaSaúde; Cesar Rodriguez Dominguez, CEO da AxisMed; e Mohamad Akl, presidente da Central Nacional Unimed

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no de saúde ainda é um dos maiores objetos de desejo dos brasileiros. E quem desejaria um serviço ruim? Ninguém. As operadoras precisam trabalhar para minimizar essa imagem, esclarecendo dúvidas e incentivando o diálogo com seus públicos.” Já sobre a relação das operadoras com o público da Saúde Suplementar, o CEO da AxisMed acredita que o contexto atual da saúde brasileira exige uma ampla e constante reformulação nas atribuições dos diferentes players envolvidos neste mercado. “Os planos de saúde necessitam assumir novas atribuições para exercer sua função de coordenadores de gestão de rede, com o propósito de gerenciar seu desempenho; de acesso, para regular seu uso correto; e do risco de saúde populacional.” H


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Líderes e Práticas

ABRAIDI sob nova direção Bruno Bezerra, novo diretorexecutivo da entidade, traz como missão de sua gestão estreitar o diálogo com todo o setor

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A Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Implantes – ABRAIDI – está com um novo diretor-executivo. Bruno Boldrin Bezerra é formado em Relações Internacionais e pós-graduado em Gestão Pública, Política e Governo e vai ocupar o cargo de Claudia Scarpim, que se dedica agora integralmente ao Instituto Ética Saúde. O executivo afirma que o diálogo será uma de suas principais metas. “Para aproximar todos (Conselho de Administração, Associados, Entidades da saúde, Parceiros, entre outros) será necessário melhorar a comunicação interna e externa, de modo que o trabalho e as mensagens que a ABRAIDI quer passar aos associados e ao setor de saúde como um todo sejam compreendidos. Vamos agir de forma colaborativa com o Poder Público na discussão de políticas públicas que nos afetem, positiva ou negativamente. Em paralelo, queremos uma maior estruturação administrativa e associativa, com uma revisão de processos e po-

líticas internas, além de uma avaliação dos produtos e serviços oferecidos pela ABRAIDI a seus associados”, afirma. Na perspectiva de Bezerra, hoje, o setor de importação e distribuição de produtos para a saúde no Brasil enfrenta um cenário bastante difícil e desafiador para os próximos meses. “Há uma percepção errônea da sociedade de que todo o setor de distribuição e importação de produtos para a saúde no Brasil são os vilões da saúde, fazendo seus negócios de forma predatória para o sistema, o que não é correto e precisa ser esclarecido.” Dentro deste cenário difícil, há barreiras e gargalos

regulatórios, como problemas logísticos na fiscalização e liberação de produtos para saúde em Portos, Aeroportos e Fronteiras; inadimplência por parte do setor público e grande demora de faturamento por parte do sistema privado; custos e gargalos de natureza tributária e trabalhista em geral (Custo Brasil), entre outros. “Grande parte destes gargalos são comuns também a outros players da cadeia de saúde. Por isso, é necessário um diálogo constante entre toda a cadeia de saúde e governo para que se possa debater soluções que evitem piorar ainda mais uma situação que já é caótica na saúde brasileira.” H

Quem é: Bruno Bezerra iniciou a carreira na Câmara Americana de Comércio – Amcham Brasil, na área de relações governamentais, onde ficou por cinco anos, atuando nas áreas de regulatório, inovação, propriedade intelectual, trabalhista e, agenda bilateral Brasil-EUA. Em 2015, assumiu a coordenação da área de relações governamentais do escritório Correia da Silva Advogados. “Nessas duas passagens tive atuação na área da saúde, o que me permite já conhecer algumas entidades, players e forças deste setor, tanto no privado quanto no governo, com as quais certamente a ABRAIDI terá que dialogar e aprofundar ainda mais seu relacionamento.”

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ARTIGO

EVENTOS ADVERSOS E A INDOMÁVEL CONSEQUÊNCIA SOCIOECONÔMICA

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ecentes trabalhos mostram que 35% dos gastos no sistema de saúde são desperdícios, ou seja, equivale a um terço ou mais dos gastos em saúde nos EUA. Os desafios dos stakeholders do sistema de saúde é eliminar o desperdício sem causar prejuízo ao consumidor ou reduzir a qualidade dos cuidados prestados. O desperdício inclui custos cobertos ou pagos para tratar danos evitáveis, como: 1. As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS); 2. Uso excessivo de procedimentos ou tratamentos ineficientes que podem causar incidentes. O custo do desperdício nos Estados Unidos em comparação com outros países desenvolvidos era próximo de US$ 650 bilhões. E esta diferença não era atribuída ao fato de a população americana estar mais doente. Outros U$ 91 bilhões eram devidos às práticas administrativas ineficientes e redundantes, segundo o estudo do McKinsey Global Institute, realizado em 2006. Quando Donald Berwick era administrador do Center for 136

Medicare and Medicaid Services (CMS) em conjunto com a RAND Corporation Analyst Andrew D. Hackbarth, ambos realizaram um estudo que identificou cinco categorias de desperdícios, que consumiram U$ 476 bilhões a U$ 992 bilhões, isto é, de 18% a 37% aproxidamente dos U$ 2,6 trilhões de gastos em 2011. Os programas do Medicare e Medicaid contribuíram com cerca de um terço desse desperdício de gastos, ou seja, U$ 166 bilhões a 304 bilhões. Do mesmo modo, o painel do Institute of Medicine estimou no relatório em setembro de 2012 que o desperdício era de U$ 690 bilhões, e não incluía fraudes. Uma das categorias de desperdício são as falhas na prestação do cuidado que incluem práticas não seguras, além de não seguir as evidências científicas e medidas preventivas para segurança do paciente. Como consequências, podem ocorrer incidentes com dano temporário, como vômitos e hipoglicemia, ou dano grave, como insuficiência renal motivado por um erro de medicação

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José Branco Diretor-executivo do IBSP, médico infectologista e diretor clínico do Hospital São Camilo Santana, em São Paulo, MBA em Gestão em Saúde pela FGV e especialista em Segurança do Paciente pelo IHI

com grande impacto econômico, pelo aumento no tempo de internação na unidade de terapia intensiva, procedimentos como hemodiálise e todo o processo de reabilitação com possível impacto social para as famílias envolvidas. Em geral, 44% desde tipos de eventos adversos são preveníveis. Outra categoria de desperdício são as falhas na coordenação do cuidado, que ocorrem quando os pacientes experimentam uma assistência fragmentada e desarticulada, por exemplo, na transição do cuidado do hospital para atendimento primário. Como consequência, temos reinternações hospitalares desnecessárias e complicações evitáveis, além de declínios do estado funcional, especialmente dos pacientes crônicos. A melhora na segurança do paciente, assim como a redução do desperdício no sistema de saúde, passa por uma mudança radical no incentivo econômico. Inúmeras iniciativas têm sido introduzidas no sistema para deslocar do tradicional mecanismo de remuneração por ser-


viços, que paga com base no volume de serviços prestados, para aqueles que pagam com base no valor e nos resultados. Há várias recomendações para criação de um sistema de saúde diferente, no qual novos incentivos - como parcerias dos provedores e pacientes e uma cultura que apoie o aprendizado e o desenvolvimento contínuos - possam levar à melhoria na eficiência e eficácia dos cuidados de saúde com redução dos eventos adversos graves. Conhecendo as consequências dos eventos adversos, são fundamentais sete medidas descritas abaixo:

1. Melhorar a capacidade do sistema de saúde de coletar e usar os dados digitais para avançar na melhoria dos processos assistenciais; 2. Envolver pacientes e familiares na tomada de decisão sobre seus cuidados; 3. Usar os guidelines e as ferramentas de suporte de decisão; 4. Promover parcerias e coordenações entre os provedores e a comunidade para melhorar a transição do cuidado; 5. Realinhar incentivos financeiros para promover o aprendizado contínuo e a prestação de cuidados de alta qualidade e de baixo custo;

6. Buscar novos modelos de pagamentos como pagamento por pacote (bundle), pagamento por grupo de doenças (DRG) ou capitation, no qual os fornecedores recebem um pagamento fixo per capital; 7. Melhorar a transparência no desempenho dos prestadores, incluindo informações de qualidade, preço, custo e resultados. Não temos evidências claras de amplas mudanças ou de melhorias generalizadas na segurança do paciente, mas temos que entender e reconhecer o impacto econômico e social dos eventos adversos para, então, buscarmos soluções inovadoras e criativas. H

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Mercado

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Baixe o aplicativo Zappar e assista a entrevista com parte da equipe do Supera Parque (saiba mais na página 11)

Superando e acreditando Supera Parque recebe acreditação pelo INMETRO em seu Centro de Tecnologia e laboratórios

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Resultado de uma parceria entre a Fipase, a Universidade de São Paulo (USP), a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e a Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, o Supera Parque integra institutos de pesquisa, startups e grandes empresas através da troca de conhecimento e tecnologias. Dentro do parque tecnológico estão a Supera Incubadora e o Centro de Tecnologia com seus laboratórios de Certificação de P&D, que ajudam empresas a se posicionar no mercado de forma inovadora. Ao todo, são 59 empresas instaladas no Parque. Todo o esforço do Supera rendeu ao seu Centro de Tecnologia (CT) uma acreditação dos laboratórios para ensaios em equipamentos médicos, concedida pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) A acreditação é o reconhecimento do Instituto de que o Centro de Tecnologia está apto a realizar ensaios em equipamentos médicos com segurança e que os laudos emitidos por ele podem ser utilizados pelas empresas para registro e cadastro de seus produtos juntos a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) .

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Mercado

Normas atendidas A acreditação inicial concedida pelo INMETRO contempla ensaios da norma geral de equipamentos eletromédicos: ABNT NBR IEC 60601-1 Equipamento Eletromédico Parte 1: Requisitos gerais para segurança básica e desempenho essencial e para a norma particular de bisturi eletrônico; e, ABNT NBR IEC 60601-2-2 Equipamento eletromédico Parte 2-2: Requisitos particulares para a segurança básica e desempenho essencial de equipamentos cirúrgicos de alta frequência e acessórios cirúrgicos de alta frequência. Os laboratórios já estão em funcionamento e a previsão é que 2017 seja solicitado ampliação do escopo de acreditação para incluir normas de equipamentos de raios X, normas de compatibilidade eletromagnética, equipamentos de ultrassom, equipamentos que utilizam laser e normas ambientais para equipamentos, produtos e materiais.

Redução de custos O processo de acreditação do Supera levou aproximadamente dois anos e passou por uma série de auditorias realizadas por especialistas do Instituto a fim de comprovar a capacitação dos laboratórios. Érico Moreli, coordenador do CT, explica que, na prática, o INMETRO 140

Parte da equipe do Supera Parque

credencia os laboratórios como seus representantes e os autoriza a prestarem serviços de avaliação da conformidade perante o setor produtivo e agências regulatórias nacionais e internacionais. “Quem mais se beneficiará com os laboratórios são as empresas da região de Ribeirão Preto, que terão significativa redução nos custos no processo de certificação com a redução nos custos de logística, além de acesso rápido a profissionais qualificados para certificação de equipamentos médicos”, enfatiza Moreli. Atualmente, o custo de certificação é um dos gargalos para o desenvolvimento tecnológico de empresas da área da saúde. A estimativa é que os custos para as empresas da região sejam reduzidos em

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até 20%. A região de Ribeirão Preto possui aproximadamente 70 empresas fabricantes de equipamentos médicos que poderão se beneficiar dos serviços prestados pelo CT. Além dos altos custos, a demora para a certificação dos equipamentos médicos é outro entrave enfrentado pela indústria. “Os longos prazos para as certificações dificultam as empresas a terem retorno sobre os seus investimentos em inovação. Os laboratórios do Centro de Tecnologia buscam reduzir também os prazos para as empresas, se tornando forte indutor no processo de inovação, proporcionando para a população equipamentos seguros com elevado nível de qualidade e confiabilidade”, revela.


AS NORMAS UTILIZADAS NO BRASIL SÃO AS MESMAS UTILIZADAS NO RESTANTE DO MUNDO. COMO O INMETRO POSSUI ACORDO DE RECONHECIMENTO MÚTUO COM VÁRIOS PAÍSES E BLOCOS ECONÔMICOS, NOSSOS ENSAIOS PODEM SER ACEITOS EM TODO O MUNDO” Érico Moreli

Ampliando os horizontes O coordenador ressalta ainda que, embora a logística facilite a prestação de serviços de ensaios para empresas da região de Ribeirão Preto, o CT pode realizar ensaios para os mercados mais exigentes como os da Europa, Estados Unidos, Japão e China. “As normas utilizadas no Brasil são as mesmas utilizadas no restante do mundo. Como o INMETRO possui acordo de reconhecimento mútuo com vários países e blocos econômicos, nossos ensaios podem ser aceitos em todo o mundo”, diz. Moreli explica que a acreditação dos laboratórios do Supera Parque de Inovação deve-se aos esforços de toda a equipe de profissionais formados em engenharia elétrica e física, com títulos de mestrado, doutorado e pós-doutorado. “A equipe do Supera Centro de Tecnologia conhece a fundo as normas exigidas pelo INMETRO para a certificação dos produtos e está apta a auxiliar as empresas na compreensão das não conformidades”, finaliza. H


Gente e Gestão

Controle da mente A contribuição da Neurociência para uma gestão de pessoas mais eficiente

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Normalmente, a gestão de pessoas e o desenvolvimento humano das instituições estão pautados na análise das competências técnicas e comportamentais dos colaboradores. No entanto, os mecanismos neurais que estão ocultos nas manifestações comportamentais às vezes são deixados de lado. De acordo com Carla Tieppo,

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coordenadora dos cursos de pós-graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo em “Neurociência e o Futuro Sustentado de Pessoas e Organizações” e “Neurociência aplicado à Educação”, quando analisamos o perfil comportamental de um indivíduo, por melhor que seja a ferramenta utilizada, não buscamos encontrar as


relações funcionais que originaram determinadas manifestações comportamentais. Na gestão, é comum a utilização de medidas motivacionais para o alcance de metas da instituição, como premiações ou promoções. Segundo Carla, alguns estudos da neurociência trazem uma perspectiva cientificamente comprovada de que o desejo raramente é alcançado através desta técnica. “Nesse caso específico, sabemos que o reconhecimento posterior ao esforço, sem que tenham sido feitas promessas anteriormente, gera uma expectativa muito mais positiva e trazem melhores resultados”, explica a coordenadora. Na Saúde, por exemplo, é importante a construção do sentimento de empatia e compaixão. No entanto, a profissional ressalta que para muitos, sentir o que o paciente sente pode ser extremamente complicado e produzir respostas de estresse significativas.

“A neurociência é uma ciência jovem que tem comprovado que toda a vida emocional, afetiva, cognitiva e executiva de um indivíduo está relacionada a um funcionamento cerebral. Como ciência, “ela é um conjunto de pressupostos teóricos fundamentada na investigação

Eficácia Para elaborar uma abordagem mais estratégica, tanto no processo de recrutamento quando na adequação da equipe, é fundamental conhecer os elementos que estão na gênese do comportamento dos indivíduos. Se o gestor conhecer quais são as áreas cerebrais que estão envolvidas com cada um

científica que promovem uma visão mais ampla e contextualizada sobre o comportamento humano” Carla Tieppo

desses tipos de empatias – já que cada uma delas está diretamente relacionada a uma área diferente do cérebro – é possível desenvolver um trabalho adequado para a evolução de uma empatia mais cognitiva do que afetiva. “Ao detalhar como cada uma dessas áreas é desenvolvida em especial, o gestor pode trabalhar mais diretamente e de forma mais eficiente para desenvolver essas competências socioemocionais”, acrescenta. A eficácia dos processos é a grande vantagem da aplicação da neurociência na gestão. Carla explica que os resultados serão mais efetivos se apoiarmos a tomada de decisão e a construção de metas nessa ciência, além de aliá-las a uma comunicação mais eficiente. “Alguns problemas que parecem ser impossíveis de serem acessados passam a ter um tratamento teórico novo e diferenciado que tem trazido melhores resultados.” Segundo a coordenadora, ao incorporar uma visão neurocientífica, o gestor irá se dispor de elementos fundamentais para a compreensão de demandas não antes consideradas. “É necessário ampliar a visão do gestor para que as inter-relações entre as diferentes facetas do ser humano sejam melhor compreendidas e permitam uma gestão mais eficiente.” H

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Líderes e Práticas

Líderes da Saúde Premiação organizada pelo Grupo Mídia reúne os maiores players do setor em uma noite repleta de homenagens

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O Grupo Mídia promoveu, em São Paulo, a premiação “Líderes da Saúde 2016”, homenagem aos players que mais se destacaram no último ano. Mais de 400 executivos marcaram presença no evento, que contou com grandes nomes de diversos setores da saúde no Brasil. A abertura da cerimônia ficou por conta da Abimed, que realizou seu II Prêmio Abimed de Inovação Transformacional. Os projetos agraciados foram “Fisioterapia digital”, submetido por Marcelo José Alves Moraes, da Treinei, na categoria Ampliação do acesso da população à saúde. Já em Melhoria do padrão de cuidados médicos, o vencedor foi o projeto “PulmoVista 500: Tornando a ventilação pulmonar visível! ”, submetido por Izabela Torres, da Dräger. 144

Fabrício Campolina e Carlos Goulart, da Abimed, entregam o prêmio a Marcelo josé Alves Moraes, da Treinei

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O “Líderes da Saúde” começou logo em seguida e premiou 69 organizações, entre entidades setoriais, empresas, indústrias etc. Foram 23 categorias com três homenageados em cada, escolhidos pelo conselho editorial do Grupo Mídia. “Parabenizo a todos os eleitos e que estes sejam exemplos de vitória, coragem e dedicação para todo o setor. O que vocês fizeram neste ano chega a ser quase milagroso, e fizeram com liderança”, ressaltou Edmilson Jr. Caparelli, CEO e publisher do GM, em seu discurso. A Fanem, ganhadora do prêmio na categoria Negócios, se destacou pela ampliação de sua atuação no mercado mundial, com a abertura de nova fábrica em Guadalajara, no México, além do investimento em novas linhas de equipamentos. “Trabalho todos os dias com o mesmo entusiasmo por saber que nossos produtos ajudam a

Edmilson Jr. Caparelli , presidente do Grupo Mídia

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Líderes e Práticas

salvar vidas em vários continentes, em mais de 100 países”, salientou Djalma Luiz Rodrigues, diretor-executivo da Fanem, durante o evento. Paulo Camara, presidente da Federação Brasileira dos Administradores Hospitalares (FBAH), ganhadora do prêmio na categoria Entidades Setoriais, diz que a homenagem é de muita importância para a federação, que vem lutando pela profissionalização do país. “O Grupo Mídia é o incentivador de todas as pessoas e entidades que trabalham com a saúde. Queremos sempre estar juntos e contribuindo para a união do setor.” Também estavam presentes a equipe da Fiorentini Arquitetura, ganhadora do prêmio na categoria Arquitetura e Engenharia. “A verdadeira luta não é alcançar o sucesso, mas sim mantê-lo. Somos muito agradecidos pelo prêmio e por todo o reconhecimento”, diz a arquiteta Paula Fiorentini. A Sodexo, que recebeu o prêmio na categoria Provedor de Serviço, também marcou presença. “É um orgulho receber esta homenagem. Para nós, é o fruto de um trabalho incansável de uma equipe totalmente motivada”, declara Sandra Passos, CEO do segmento Saúde e Educação da Sodexo. Ao final da cerimônia, todos os presentes participaram do coquetel de encerramento, também promovido pelo GM. 146

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Homenageado especial Assim como acontece em todos os eventos do Grupo Mídia, ao final de cerimônia são prestadas homenagens a uma entidade ou personalidade que marcaram o setor. Para esta edição, o escolhido pelo GM foi a Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), devido a sua importante atuação na comunidade da Saúde. Desde a sua criação, em 2001, a Anahp se destaca por sua vocação do debate construtivo, com fundamentação técnica e interesse voltados para a melhoria da qualidade da assistência médico-hospitalar brasileira. Atualmente, a entidade ocupa uma função estratégica no desdo-

bramento de temas fundamentais à sustentabilidade do sistema. Representante de hospitais reconhecidos pela certificação de qualidade e segurança no atendimento hospitalar, além de promover ações que transcendem os interesses dos Hospitais Membros. “Para a Anahp é muito gratificante receber um prêmio como este e perceber que todo trabalho que estamos desenvolvendo tem sido reconhecido pelo mercado”, disse Evelyn Tiburzio, diretora de Comunicação e Marketing da Anahp, representante da entidade durante o evento. H

Evelyn Tiburzio, diretora de Comunicação e Marketing da Anahp e Edmilson Jr. Caparelli, Presidente do Grupo Mídia

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ARTIGO

Márcia Mariani

ZONA DE CONFORTO GERENCIAL

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odos nós temos habilidades impressionantes e coisas em que somos os verdadeiros desastres. Sempre temos algo que para nós é muito fácil, enquanto que para os outros a mesma tarefa seria um grande obstáculo e, claro, vice-versa também. Este fenômeno é conhecido por como zona de conforto. Dentro desta zona está tudo que nos torna o máximo, mas o grande desafio de todos, acredite, até do Donald Trump, é expandir a zona de conforto. É uma árdua batalha intrapessoal, entre nós e nós mesmos! Lembro de que quando comecei a estudar meio ambiente, era tudo tão novo, tão inusitado, que os professores ministravam com esmero suas aulas e eu nem conseguia formular uma única pergunta. Sentia um extraterreste tentando aprender o que era esse Aquecimento Global e porque este tal de carbono era um dos principais vilões. Lembro que tive a honra de ter aula com o professor Luiz Gylvan Meira Filho, que foi um dos representantes do Brasil na negociação do Protocolo de Kyoto. Este senhor, entre muitos outros créditos, é Doutor em Astrogeofísica pela Universidade do Colorado. Bem, caro leitor, para você sentir melhor o que é estar fora da zona de conforto, “dê um google” no nome dele . Simplesmente uma sumidade. Muitas coisas que ele disse eu comecei a entender muitos anos depois. O professor Gylvan fizeram parte dos profissionais que me ampliaram a zona de conforto sobre o que era o aquecimento global. 148

Passado anos de leituras, palestras, duas pós-graduações a respeito e muita meditação, posso dizer que hoje este assunto faz parte da minha zona de conforto. Hoje, entendo a gravidade do problema e me junto a outros profissionais que se dedicam a ampliar a zona de conforto dos gestores no quesito aquecimento global, gestão de carbono e a urgência da transição para uma economia de baixo carbono. Os gestores hospitalares, por vezes, não identificam onde sua instituição contribui para o aquecimento e quais consequências advêm desta atitude, mas é preciso reforçar que a área de saúde já é uma das mais afetadas. Primeiro porque o aumento de temperatura favorece o crescimento desordenado de vetores de doenças, inclusive algumas já erradicadas. Outra consequência é a desregulação do regime de chuvas que irá provocar catástrofes por enchentes em algumas regiões e por seca extrema em outras. Estes fatos irão propiciar o aumento de pacientes e de tratamentos ao sistema de saúde. Uma importante ferramenta

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Administradora, pósgraduada em Meio Ambiente e Liderança. Diretora da SIAServiço de Inteligência Ambiental

para uso dos gestores é o inventário de gases de efeito estufa. Através disso podemos quantificar as emissões dos gases que contribuem para este fenômeno ambiental. Estes gases são: 1. Dióxido de Carbono 2. Metano 3. Óxido Nitroso 4. Hexafluoreto de enxofre 5. Hidrofluorcarbonos 6. Perfurocarbonos Para simplificar, estes gases estão todos ligados à produção, então podemos dizer que reduzi-los é reduzir despesas, aplicando-se aqui o conceito da racionalidade. Um grande benefício de utilizar esta ferramenta é que o gestor passa a controlar despesas que usualmente não se controla, porque estes itens não estão inseridos na zona de conforto gerencial dos itens usualmente controlados. Expandir a zona de conforto é sofrido, principalmente pelo cenário político-econômico-social que vivemos, mas vale a pena investir um pouco de tempo para aprender sobre estas novas métricas e obter resultados financeiros, sociais e ambientais. Nós e as gerações futuras agradeceremos muito. H


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PERFIL

Gerando a crise de forma coerente Valdir Ventura, CEO do Grupo São Cristóvão Saúde, fala sobre a gestão na Saúde em tempos de crise e os resultados que sua experiência no setor automobilístico trouxe para a instituição

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mpreendedor. É assim que Valdir Ventura define seu modelo de gestão. Antes de ocupar seu atual cargo, o CEO do Grupo São Cristóvão traz uma sólida experiência no setor automobilístico, ocupando cargos importantes na Ford. Mesmo atuando na Engenharia da multinacional, Ventura diz que sua história com o Grupo o acompanhou a vida toda: “É um envolvimento pessoal. Desde a minha infância vivida nos arredores do hospital até o convívio com meu saudoso pai, precursor e grande inspiração em minha vida.” No Perfil desta edição, Ventura também fala sobre o olhar no futuro, o momento delicado que o país atravessa, a importância de reconhecer as dificuldades para projetar soluções reais e alerta: “é preciso não se precipitar”. O avanço da medicina brasileira nos últimos anos... Nos deixa muito orgulhosos. O Brasil está na dianteira de várias pesquisas importantes, e nossos médicos e pesquisadores têm tido destaque expressivo. Em contrapartida, equilibrar os custos de uma medicina moderna e altamente especializada ainda é um grande desafio. Nosso Grupo tem o olhar no futuro e por isso... Estamos prontos para a continuidade da modernização da medicina, sem, contudo,

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desconsideramos os fatores preocupantes envolvidos nesse processo. Não temos dúvida de que a crise política e financeira atual está afetando a economia de todo o país. Mas para o Grupo São Cristóvão, cujo objetivo é prevenir e cuidar da saúde de nossos pacientes, trabalhamos duro para não deixar que nossos serviços sejam afetados. Por isso, buscamos continuamente novas ações e processos para minimizar esse impacto. Atualmente, o Brasil vive um período delicado, tanto na política como na economia... E isso pode ser visto pelos números. São 12 milhões de desempregados e uma desaceleração do crescimento do país como um todo. Todo cuidado no tocante a implementação das ações é pouco e é preciso não se precipitar. É importante observar o mercado e planejar bem a estratégia para gerir a crise de forma

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coerente, sem perder a esperança de dias melhores. Mesmo diante da crise, é possível... Reconhecer as dificuldades que o dia a dia nos apresenta e, assim, projetar soluções reais e viáveis para a nossa permanência nesse acirrado mercado. Os custos assistenciais estão cada vez mais elevados, e o uso da alta tecnologia, do emprego de medicamentos de última geração e das inúmeras exigências da ANS influenciam enormemente na tomada de decisões e definição de estratégia da instituição. Por isso, buscamos continuamente novas ações e processos para minimizar esse impacto. As ferramentas de estratégia e gestão tão usuais no setor automobilístico podem... Ser muito valiosas para o setor da saúde, guardando as devidas proporções e peculiaridades. Nosso Grupo abraçou esta verdadeira e


É IMPORTANTE OBSERVAR O MERCADO E PLANEJAR BEM A ESTRATÉGIA PARA GERIR A CRISE DE FORMA COERENTE.” Valdir Ventura

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PERFIL

irreversível mudança organizacional, e o resultado nos surpreende a cada dia. Conquistamos inúmeras Certificações de Qualidade e prêmios de reconhecimento nacional e internacional. Hoje estamos a caminho da Certificação Internacional Canadense, a Qmentum. Considero meu modelo de gestão como... Empreendedor. Busco junto a toda equipe e setores diversos que compõem o São Cristóvão Saúde conseguir novas formas de melhoria institucional, por meio de reuniões periódicas com gestores clínicos e administrativos, que focam no grau de produtividade das áreas, no comprometimento dos colaboradores, na redução de desperdícios, nas melhorias contínuas, na adequação de nossos processos, em projetos futuros e metas institucionais, tudo sem perder a qualidade da assistência prestada aos nossos beneficiários. Mais do que gestor, tenho com o Grupo São Cristóvão... Um envolvimento pessoal. Desde a minha infância vivida nos arredores do hospital até o convívio com meu saudoso pai, precursor e grande inspiração em minha vida. Aliás, juntamente com a minha mãe, eles me passaram muitos exemplos de generosidade, visão ampliada do mundo e consciência cidadã.

Bate-pronto com Valdir Ventura Livro de cabeceira: Ave Luz, de João Nunes Maia. O livro nos deixa a sensação de que nos reunimos e conversamos com Jesus sobre os temas de nosso cotidiano. Todas as vezes que leio tenho um encontro diferente com Deus e com a minha espiritualidade. Filme favorito: “Um domingo qualquer”, com Al Pacino. O filme fala sobre paixão, razão e superação, e dá lições que podem ser ampliadas para outras áreas da vida, como lidar com a vitória e aprender a perder. Sem dúvidas, um grande filme! Uma viagem inesquecível: Deixo registrada a viagem com toda a família reunida à Disney, em Orlando (EUA), em 2015. Compartilhar a magia daquele lugar com minha esposa, companheira de toda uma vida, filhas, genros e agora netos foi simplesmente incrível! Hobby favorito: Meus momentos de lazer são dedicados à família. Viagens à praia ou ao campo e almoços com todos reunidos à mesa fazem meus momentos de lazer valer a pena.

Meu pai (Américo Ventura) foi um homem... Visionário e idealista que construiu e solidificou a instituição que, hoje, dirijo. Os valores deixados por seu legado norteiam a postura e a identidade da instituição. Meu maior exemplo de liderança é... Meu ex-chefe: Henry Ford. Com o exemplo dele procuro liderar com autoridade e compaixão, força e suavidade e senso de recompensa. Estar entre os “100 Mais Influentes da Saúde” foi... Um privilégio. Quero poder ter sempre a disposição de mudar se for preciso, mover-me para frente e para o alto, superando meus limites. Dar um passo adiante e crescer com a minha equipe. H 152

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PONTO

FINAL

NO BRASIL, a imprudência causa febre

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No início de 2017, uma cena tem sido comum nos postos de saúde do Brasil: grandes filas de pessoas procurando a vacina contra a febre amarela, que começa a faltar até onde ninguém ficou doente. Até a primeira semana de fevereiro, foram confirmados 180 casos de pessoas atingidas pela doença, com 65 mortes e centenas de notificações, segundo o governo. Se hoje a corrida é pela imunização contra a febre amarela, no passado não existia essa opção. As pessoas corriam literalmente da doença. De acordo com registros históricos do epidemiologista Adolfo Lutz, no verão de 1889, uma grande epidemia da doença matou mais de 3% da população de Campinas, no interior de São Paulo, o que provocou a fuga de cerca de três quartos dos moradores da cidade para outras localidades. Apenas um exemplo do caos que a doença provocava. Em 1927, o vírus da febre amarela foi o primeiro vírus humano a ser isolado e, na década de 1950, a doença chegou a ser considerada erradicada do Brasil. Mas a febre, que matou milhares de brasileiros até o início do século passado, está de volta.

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Não adianta jogar a culpa nos macacos – vários foram encontrados mortos desde o início do ano infectados pela doença – ou nos mosquitos transmissores da doença. Um deles, inclusive, já é um velho conhecido dos noticiários: o Aedes aegypt. Não é de hoje que o Poder Público perde a batalha contra esse mosquito. Desde setembro do ano passado, com as chuvas frequentes, estão dadas as condições propícias para a sua proliferação. No atual surto, os moradores rurais têm sido as principais vítimas da febre amarela, mas o avanço sobre as áreas urbanas não é descartado, principalmente por conta da alta incidência do aedes. Atento à incidência da doença nas áreas agrícolas, um

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grupo de especialistas de diferentes Estados do Brasil está se articulando para investigar a possível relação entre o surto de febre amarela e a degradação do meio ambiente. Acredita-se que a propagação repentina do vírus, de tempos em tempos, poderia ser prevenida. Também há quem especule que o desequilíbrio ambiental causado pelo desastre de Mariana tenha ajudado na propagação da doença em MG. Diferente de cem anos atrás, hoje existe vacina segura e eficaz contra a febre amarela. Mas especialistas apontam o descuido com a vacinação como possível causa do surto da doença. A febre amarela precisa de ações rápidas e eficientes, porque este é um passado que o Brasil não quer rememorar. H



HCM Eventos 2017 ABRIL Evento: Next Frontiers to Cure Cancer local: Hotel Renaissance - São Paulo/SP Data: 20 e 22 de abril Informação: accamargo.org.br Evento: II Simpósio Internacional de Qualidade e Segurança do Paciente Local: Centro de Convenções Rebouças - São Paulo/SP Data: 26 a 28 de Abril Informação: segurancadopaciente.com.br Evento: International Forum on Quality and Safety in Healthcare: Londres Local: ExCel London - Londres Data: 26 a 28 de Abril Informação: internationalforum.bmj.com

MAIO Evento: Feira + Fórum Hospitalar Local: Expo Center Norte - São Paulo - SP Data: 16 a 19 de Maio Informação: hospitalar.com

EXPEDIENTE CEO E Publisher: Edmilson Jr. Caparelli Diretora-administrativa: Lúcia Rodrigues Diretora-financeira: Janaiana Marques Diretora de Arte: Erica Almeida Alves Diretor de Marketing: Jailson Rainer Diretor Executivo: Marcelo Caparelli Diretora Comercial: Giovana Teixeira Diretor de Projetos Especiais e Customizados: Márcio Ribeiro Diretora de Eventos: Rafaela Rizzuto Editora da Healthcare Management: Carla de Paula Pinto Redação: Clivonei Roberto e Guilherme Batimarchi Colaboração: Maísa Oliveira Estagiários: Juliana Ijanc’ e Kahel Ferreira Produtora de Arte: Valéria Vilas Bôas Coordenação de Pesquisa: Janaína Novais Executivos de Contas: Danilo Prociuk e Maurício Fagundes

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