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EXPEDIENTE
PublishEr Edmilson Jr. Caparelli - ecaparelli@grupomidia.com DIRETORA ADMINISTRATIVA Lúcia Rodrigues - lucia@grupomidia.com Diretor executivo Marcelo Caparelli - marcelocaparelli@grupomidia.com Diretor comercial Jailson Rainer - jailson@grupomidia.com Gerente COMERCIAL Giovana Teixeira - giovana@grupomidia.com DIRETORA DE MARKETING/ EVENTOS Erica Almeida Alves - erica.alves@grupomidia.com Gerente de recursos humanos Gislaine Almeida - gislaine@grupomidia.com CONSELHO EDITORIAL Edmilson Jr. Caparelli, Erica Alves, Jailson Rainer, Lúcia Rodrigues e Marcelo Caparelli
ASSINATURAS E CIRCULAÇÃO assinatura@grupomidia.com ATENDIMENTO AO LEITOR atendimento@grupomidia.com FOTOS Banco de imagens PROJETOS EDITORIAIS projetoseditoriais@grupomidia.com
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EDITORIAL
Os melhores
caminhos
Caro leitor, Aprender com os erros e melhorar os acertos. Para tanto, um olhar para trás é fundamental e extremamente construtivo para que as próximas tomadas de decisão sejam, ainda mais, certeiras. E é justamente pensando neste olhar que a nossa revista traz os grandes acontecimentos do setor da saúde em 2013. Um ano em que a inovação, a tecnologia, as grandes aquisições e diversas polêmicas marcaram o cenário no Brasil e no mundo. Mas não somente olhando para o que se passou, trouxemos também quais são as perspectivas de grandes líderes do setor para 2014. Um verdadeiro papo de líderes, que traz as grandes apostas para este ano, bem como as atenções que a gestão deverá ter, muito por causa da atribulada agenda brasileira para os próximos meses, como Copa do Mundo e Eleições. Mesmo com algumas dificuldades que poderão acontecer, os CEO´s não deixam de acreditar no Brasil e no crescimento do setor da saúde para 2014. Esta primeira edição de 2014 também traz o modelo de gestão de excelência de um dos maiores hospitais da América Latina: Hospital Sírio-Libanês. Explicando sobre como se manter líder em um mercado tão competitivo como é o da Saúde, Gonzalo Vecina Neto, Superintendente da instituição, fala sobre as diversas diretrizes de sua gestão e o grande investimento em um projeto de ampliação que totalizará mais de 700 leitos em todo o hospital. Yussif Ali Mere Jr., Presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de Ribeirão Preto e Região (SINDHORP), do SINDHOSP e da FEHOESP, também é um dos destaques desta edição. Neste espaço, Ali Mere Jr. explica o Projeto Bússsola e qual foi 8
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o balanço dessa iniciativa em 2013 e as expectativas do projeto para este ano. Também sobre gestão e a importância da imagem institucional perante o mercado, Niraj Dawar, Professor de Marketing da Ivey Business School, no Canadá, fala sobre o Marketing na Saúde. Para ele, esta ferramenta pode ajudar as instituições de saúde a atender melhor seus pacientes. Isso porque as mensagens sobre prevenção e tratamento também interferem, por exemplo, nos gastos em determinados procedimentos e na identificação de prestação de cuidados de saúde. Além disso, o leitor confere como é a parceria entre o MD Anderson Cancer Center e o Hospital Albert Einstein. A grande aposta está na medicina integrativa e personalizada do novo Centro de Oncologia e Hematologia Einstein Família Dayan – Daycoval. De acordo com Nelson Hamerschlak, coordenador do Centro, a parceria traz um método participativo, multiprofissional e multidisciplinar, de alta tecnologia agregando prevenção, assistência, reabilitação, pesquisa e ensino para a comunidade médica. Boa leitura!
Edmilson Jr. Caparelli Publisher
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NESTA EDIÇÃO
Janeiro - fevereiro 18
saúde
46 Constante crescimento
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A gestão pró-ativa e dinâmica do Hospital Otorrino, em Cuiabá
pontuando a gestão
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Gestão estratégica
Yussif Ali Mere Jr., Presidente do SINDHORP, do SINDHOSP e da FEHOESP, explica sobre o Projeto Bússola e quais as expectativas para 2014
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Medidas competitivas
foco na gestão
20 Organizações sociais Um instrumento para a eficiência e humanização no atendimento aos usuários do SUS
Quando o Planejamento Estratégico traz um perfeito alinhamento entre Direção e colaboradores Um Planejamento Estratégico que traduz a visão do negócio
sustentabilidade
54 Solidariedade intergeracional existe ? Márcia Mariani, especialista em gestão ambiental
health-it
26 A Integração de Prontuários Eletrônicos e sua importância para salvar vidas
Fernando Vogt é Diretor de Vendas para a área de saúde da InterSystems
56 Conscientização necessária Sustentabilidade: uma questão de sobrevivência em um mercado competitivo
capa
28 Práticas internacionais
60 Os pilares do sucesso
HIMSS Latin America no Brasil
30 TPE – Total Patient Experience Avi Zins, Sócio Diretor da CareI Strategic Consulting
O que faz o Hospital Sírio-Libanês estar entre os melhores da América Latina?
especial região sul
34 Posicionamento estratégico
Centro Brasileiro da Visão aposta no fortalecimento da imagem institucional perante os usuários
36 Sensibilizando servidores
As manobras de um hospital público de Brasília para vencer a cultura burocrática
40 A Qualidade na prática A segurança e a assistência de elevado padrão do Hospital Anchieta
44 Aprendendo com o passado Como a gestão do Hospital Santo Antônio reverteu um grande déficit da instituição
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especial
além dos negócios
64 Direito Regulatório da Saúde: A condenável voracidade financeira da Anvisa
Retrospectiva 2013
Evaristo Araujo, Diretor Administrativo da ABEC Saúde
66 O alvo certo
Quando o Marketing se torna a estratégia ideal para a instituição de saúde
espaço médico
104 Vamos falar de inovação Franco Pallamolla, Presidente da Abimo
106 Readequação do sistema Quais são as adaptações que uma gestão hospitalar deverá enfrentar no futuro?
escolha certa
110 UniHealth: tecnologia de ponta reduz custos de logística em até 30%
Mayuli Lurbe Fonseca, diretora de Novos Negócios da UniHealth
PONTO DE VISTA
112 Fortalecimento da Ética – Um caminho sem volta Artigo de Carlos Goulart, Presidente Executivo da Abimed
ALTA NOS NEGÓCIOS
114 Arab Health
Participação brasileira na Arab Health 2014 bate recordes de vendas em países do Oriente Médio, África e Ásia
Modelo de atendimento
116 Nova perspectiva para o tratamento do câncer no Brasil Parceria entre MD Anderson Cancer Center e Albert Einstein aposta em medicina integrativa e personalizada
120 PONTO FINAL Aposta no Brasil
70 Janeiro 72 Fevereiro 74 Março 76 Abril 78 Maio 81 Junho 83 Julho 84 Agosto 87 Setembro 88 Outubro 90 Novembro 93 Dezembro 96
Perspectiva 2014
Inovação e soluções para 2014
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Aquisição Edson Bueno adquire o controle da Dasa Em fevereiro, o empresário Edson Bueno, ex-dono da Amil, adquiriu o controle da Dasa, uma das maiores empresa de medicina diagnóstica do País, por R$ 1,8 bilhão. Bueno passou a ter cerca de 119 milhões de ações ordinárias da Dasa, ao preço de R$ 15 por papel. Bueno e sua ex-mulher Dulce Pugliese já possuíam 23,5% da Dasa por meio da empresa de investimentos Cromossomo Participações. Com a nova compra, o empresário passa a obter cerca de 62% das ações, assegurando o controle do laboratório. Toda a transação foi marcada por uma série de imprevistos, como a oposição de um grupo de minoritários (Petros, Tarpon e Oppenheimer), o cancelamento da oferta pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e as críticas à postura do conselho.
Visibilidade Maurício Rubinstein participa de congresso sobre Robótica no Havaí Maurício Rubinstein, urologista do Hospital Samaritano (RJ), participou do Congresso da Society of Laparoendoscopic Surgeons (SLS), no Havaí, para falar sobre cirurgia Robótica. Sua palestra apresentou resultados gerais com foco no tratamento de câncer de próstata realizado no hospital. Desde 2013, a instituição já realizou 100 procedimentos com o sistema robótico para casos urológicos e cerca de 250 cirurgias em outras especialidades. O robô proporciona ao cirurgião controle intuitivo, movimentos em escala e manipulação de tecidos delicados. A solução oferece visualização 3D dando características de cirurgia aberta e permitindo que o médico trabalhe através de pequenas incisões.
Inovação Philips lança versão do Tasy para iPad A Philips Healthcare disponibilizou o aplicativo de gestão hospitalar Tasy para tablets com sistema operacional iOS. O sistema da Apple foi escolhido como plataforma inicial devido à usabilidade e aproveitamento da interface, além de vantagens financeiras e de gerenciamento, e também por representar a maior fatia dos tablets no segmento de saúde no Brasil. O Tasy foi desenvolvido de acordo com as melhores práticas de ergonomia e usabilidade. Solange Plebani, Diretora de Clinical Informatics da Philips Healthcare para América Latina, diz que o lançamento vai permitir aos profissionais da saúde acesso às informações do paciente em qualquer lugar, com maior colaboração interdisciplinar e maior resposta aos eventos do paciente.
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Brasil Gestão HNSG conta com novo Diretor-Executivo O administrador hospitalar, Flaviano Feu Ventorim, passou a integrar o corpo diretivo do Hospital Nossa Senhora das Graças (PR). O novo Diretor-Executivo é formado pelo Centro Universitário São Camilo, pós-graduado em finanças pelo Instituto Paulista de Ensino e Pesquisa, além de possuir uma larga experiência na liderança de hospitais renomados em São Paulo e Curitiba. A diretoria ainda é composta pela Presidente do Conselho Administrativo, Ir. Lourdes Margarida Thomé; pela Diretoria-Geral, Ir. Maria de Fátima Sobral; pela Diretora-Estatuária- Tesoureira, Ir. Maria do Carmo Marques; pela Diretora de Ouvidoria, Ir. Mafalda Genoveva Narzetti; pelo Diretor-técnico-médico, Luiz Sallim Emed; e Diretora de Enfermagem, Luciane Zanetti.
Nova direção GE inicia 2014 sob novo comando no Brasil Gilberto Peralta, que atuava como Diretor regional da GE Capital Aviation Services para a América Latina, acumula suas funções à liderança da empresa como novo Presidente e CEO da GE do Brasil. Ele substitui Adriana Machado, que passa a ser Vice-Presidente de Assuntos Governamentais e Políticas Públicas da GE para a América Latina. Peralta está na empresa desde 1980, quando iniciou suas atividades na GE Celma, em Petrópolis (RJ), como Engenheiro de Desenvolvimento e Manutenção. Atuou em diversas posições na área de vendas de serviços para motores, chegando à vice-presidência para programas Airbus. Em 2006, ele se juntou ao time da GE Capital Aviation Services para exercer a função atual, que passou a acumular com a de CEO no Brasil.
Qualidade ONA registra crescimento de quase 35% em 2013 A ONA, Organização Nacional de Acreditação, encerrou 2013 com um total de 217 certificações concedidas, o que representa um crescimento de 34,8% em relação ao ano anterior. Quase 28,5%, ou 77 homologações, foram para serviços certificados pela primeira vez no ano passado, com os serviços hospitalares na liderança, tanto na procura pela certificação, com 105 instituições acreditadas, como entre os serviços que conquistaram a primeira certificação, como é o caso de 37 hospitais, entre os quais dois no Amazonas. Os serviços ambulatoriais ou de pronto atendimento vêm em seguida, com 35 certificações - 16 das quais foram obtidas pela primeira vez. De acordo com a organização, 86 do total das certificações concedidas no ano passado foram para o Estado de São Paulo (40%); 36 para Minas Gerais (17%); 20 para o Rio de Janeiro (9%); 12 para a Bahia (6%); 11 para Santa Catarina e Paraná, ambos com 5% do total.
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Pesquisa Obesidade quadruplica em países em desenvolvimento Um estudo realizado pela Overseas Development Institute, um dos principais centros de estudo sobre desenvolvimento internacional da Grã-Bretanha, indicou que o número de adultos acima do peso ideal ou obesos nos países em desenvolvimento quase quadruplicou desde 1980. Cerca de um bilhão dessas pessoas vivem na China, Índia, Indonésia, Egito e Brasil. A pesquisa ainda prevê um grande aumento de ataques cardíacos, derrames e diabetes à medida que os hábitos alimentares no mundo em desenvolvimento se aproximam dos padrões de países desenvolvidos, com mais consumo de açúcar, gordura animal e alimentos industrializados na dieta. A América do Norte ainda tem o maior percentual de adultos com excesso de peso, 70%, e regiões como a Austrália e sul da América Latina registraram 63%.
estudo Cola para coração poderá substituir suturas e grampos em cirurgias Uma supercola desenvolvida pela Faculdade de Medicina de Harvard traz o potencial de “remendar” problemas no coração durante uma cirurgia ou interromper hemorragias. A solução poderá substituir as suturas e grampos em cirurgias do coração, vasculares ou do sistema digestivo. A nova cola pode garantir o fechamento de feridas ou aberturas cirúrgicas à prova d’água em poucos segundos com um raio de luz UV. O novo produto poderá ser usado em procedimentos mais abertos e invasivos e selar tecidos dinâmicos, como vasos sanguíneos e o coração, além dos intestinos. A supercola poderá estar disponível para o uso em humanos dentro de dois ou três anos, depois de mais testes.
Parceria Personal Connected Health Alliance assinala parceria entre Continua e HIMSS Em fevereiro, a Continua Healthcare (organização que conta com mais de 240 empresas de tecnologia de saúde), HIMSS e o mHealth, um dos maiores eventos de tecnologia móvel do mundo, assinaram uma parceria visando conscientizar a importância das soluções interoperáveis personalizadas de saúde para os profissionais. A Personal Connected Health Alliance, como é denominada a aliança, promoverá, dentre tantas ações, a padronização de dispositivos de saúde pessoais e de sistemas para facilitar a adoção destas soluções através de padrões da indústria global de tecnologia. Cada organização da aliança traz uma perspectiva única para a mesa, conciliando o dinamismo e experiência da Continua Healthcare e a HIMSS com o grande público da mHealth e seus eventos globais.
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Mundo Regras FDA sugere novas regras para drogas sem prescrição A FDA, agência reguladora de medicamentos dos EUA, propôs novas mudanças na regulação de remédios vendidos sem prescrição médica, como os analgésicos. A medida visa elaborar um novo processo regulatório que facilite a reação do órgão a novos dados sobre os efeitos colaterais dos produtos. As regras foram elaboradas há cerca de 40 anos e não exigem que fabricantes peçam aprovação de uma nova droga, desde que a classe dela já tenha demonstrado eficiência e segurança. A FDA realizará audiência em março para colher sugestões.
testes Exame de sangue prevê Alzheimer em pessoas saudáveis Pesquisa realizada pela Universidade de Georgetown, nos EUA, descobriu um novo teste sanguíneo capaz de detectar com 90% de precisão se uma pessoa desenvolverá Alzheimer ou deficiências cognitivas leves em três anos. O estudo mostrou alterações no sangue que podem indicar que o paciente tem Alzheimer em estágio bem inicial. Os cientistas examinaram 525 pessoas saudáveis com mais de 70 anos durante cinco anos e identificaram dez fosfolípidos, um componente da membrana. As pessoas que tiveram Alzheimer ou deficiências cognitivas leves tinham níveis mais baixos desses elementos. Esta pesquisa é a primeira que aponta diferenças nos biomarcadores de sangue entre pessoas que terão a doença ou não nos próximos anos. Atualmente, 44 milhões de pessoas sofrem de Alzheimer e a expectativa é que este índice triplique até 2050.
Novas técnicas Reino Unido vota reprodução assistida com DNA de três pessoas Até o fim do ano, o Reino Unido deverá regulamentar uma nova técnica de reprodução assistida, permitindo, assim, que uma criança seja gerada com DNA de um homem e duas mulheres. A proposta é que a técnica seja testada apenas em mulheres que tenham grande probabilidade de transmitir aos filhos doenças mitocondriais que chegam a afetar um a cada grupo de 5.500 bebês e acarreta na incapacidade muscular, cegueira, insuficiência cardíaca e até a morte. O governo propõe ainda que a doadora mitocondrial não tenha direitos sobre a criança, uma vez que o DNA mitocondrial responde a apenas 0,1% do DNA total.
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Perspectivas da Agfa Healthcare para o Brasil
Grupo alemão HARTMANN compra Bace Healthcare
O Presidente da Agfa Healthcare, Luc Thjis, se reuniu com a imprensa no Brasil para mostrar as perspectivas e novas apostas da empresa para 2014. Thjis reconhece a liderança que o Brasil exerce perante outras nações e acredita que há um grande investimento para obter melhoria nos processos dos hospitais. Quanto ao balanço de 2013, o CEO afirma que foi possível estabelecer um crescimento, principalmente no setor de radiologia. “Também temos a sede em Recife (PE) e estamos acompanhando todo o processo que está sendo feito”, ressalta. Confira a entrevista na íntegra no Saúde Online.
O Grupo HARTMANN adquiriu a Bace Comércio Internacional Ltda., empresa de saúde brasileira, que comercializa, principalmente, produtos nas áreas de tratamento de feridas, incontinência e higiene de pacientes, bem como soluções para a gestão de riscos cirúrgicos, particularmente em hospitais. Para Andreas Joehle, CEO do Grupo, no que diz respeito a sua dimensão e às tendências das despesas de saúde, o Brasil é um mercado muito atraente, com grande potencial. “A aquisição de um parceiro local estabelecido, que também opera no nosso core business, permite-nos crescer mais rapidamente no futuro”. Confira a entrevista na íntegra no Saúde Online.
Confira a última edição da HealthARQ no Saúde Online
Agende-se!
A 10ª edição da revista HealthARQ traz como matéria de capa a história e o crescimento da Rede D’Or São Luiz, apontando o diferencial arquitetônico de cada um dos prédios das distintas instituições de saúde. Esta edição traz também detalhes sobre a ampliação pela qual o Hospital Mãe de Deus (RS) está passando em busca da modernização de suas instalações. O Ver Hospital Oftalmológico, também passou por reformas e se destaca pelo sucesso no processo de contenção e escavação. A nova edição traz também as novidades sobre o centro de P&D da Simens Brasil, que ficará no Rio de Janeiro. Redes Sociais
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O Saúde Online traz a agenda completa dos principais eventos que acontecem no setor da saúde. São encontros direcionados para todas as especialidades do setor como TI, Sustentabilidade, Hotelaria, Arquitetura Hospitalar, dentre outros quesitos que permeiam pontos fundamentais da gestão hospitalar. Você também confere a cobertura completa dos principais debates que acontecem no segmento e entrevistas exclusivas com gestores, CIOs, especialistas, dentre outros profissionais.
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saúde
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pontuando a gestão
gestão inovadora
C
om o objetivo de facilitar a obtenção da acreditação por parte das clínicas, o Projeto Bússola, iniciativa da FEHOESP (Federação dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do Estado de São Paulo) e do SINDHOSP (Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas da Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do Estado de São Paulo) vem difundindo os conceitos e benefícios da Gestão de Qualidade. Yussif Ali Mere Jr., Presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de Ribeirão Preto e Região (SINDHORP), do SINDHOSP e da FEHOESP, explica sobre a iniciativa inédita e quais as expectativas do projeto para 2014.
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Qual o maior objetivo do Projeto Bússola? A iniciativa visa encurtar os caminhos para o processo de certificação por meio da acreditação para as clínicas, oferecendo um serviço adequado e a custos menores. Atualmente, são quatro a cinco mil estabelecimentos com potencial para se elegerem ao projeto no Estado, e a parceria com a Organização Nacional de Acreditação (ONA) e com o Instituto Brasileiro para Excelência em Saúde (IBES) nos deu a credibilidade que procurávamos.
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Como a FEHOESP e o SINDHOSP auxiliam as clínicas a implantar essa gestão de qualidade? Estamos atuando como facilitadores e difusores da informação e propondo aos associados e/ou contribuintes uma oportunidade única. Além disso, estaremos envolvidos diretamente na fase de capacitação, por intermédio do IEPAS, que é o braço educacional da Federação e do Sindicato. 18
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Quais critérios devem ser obedecidos pelas clínicas que desejam participar? A clínica deverá ser sócia e/ ou contribuinte da FEHOESP e dos demais sindicatos; ser pessoa jurídica legalmente constituídas há mais de um ano, com CNPJ, CNES, alvará sanitário e licença de funcionamento; atuar nas especialidades de clínica médica geral, alergologia, angiologia, cardiologia, vascular, cirúrgica, dermatologia, endocrinologia, gastroenterologia, ginecologia, infectologia, oncologia, ortopedia, otorrinolaringologia, pediatria, pneumologia, urologia e vacinação; a estrutura da clínica não pode ser classificada como consultório; deve ter no máximo 50 funcionários; preencher e enviar o “Questionário Preliminar do Perfil da Clínica”, com a ficha de inscrição, fornecida nos seminários.
4 projeto
Por que houve a iniciativa de criar este projeto? Não existia, até hoje, nenhum específico para
acreditação de clínicas. E por meio do nosso Comitê de Clínicas do Estado de São Paulo, que reúne as demandas do segmento, detectamos essa necessidade. Sabíamos que muitas clínicas desejavam a certificação de qualidade, mas encontravam inúmeras dificuldades para obtê-la, seja de ordem financeira, ou até pela ausência de um manual de acreditação específico, já que a certificação e suas normas sempre foram muito voltadas aos hospitais. Quando uma clínica buscava se adequar, tinha que promover ajustes que transformavam o processo quase impossível e caro.
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Quais são os primeiros passos para que uma clínica implante uma Gestão da Qualidade? Nesta primeira fase, foram realizados seminários de sensibilização por todo o Estado de São Paulo, com o intuito de difundir os conceitos e os benefícios da Gestão da Qualidade. No total, foram dez seminários ministrados por consultores credenciados da ONA sobre as vantagens e as di-
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Yussif Ali Mere Jr.
ficuldades deste processo, dirigidos a sócios-proprietários e gestores das clínicas associadas e/ou contribuintes dos sindicatos que compõem a FEHOESP. Em paralelo, as clínicas interessadas e que se enquadram nos critérios da ONA estão passando pela fase 2, que é o Diagnóstico Organizacional. Esse trabalho está sendo feito pelo IBES e inclui a medição de indicadores definidos pelas entidades parceiras, com suporte técnico da ONA. O diagnóstico vai apontar para a clínica tudo que ela precisa mudar e melhorar. Enquanto ela se prepara para essas mudanças (seja na estrutura física, seja em processos), passa-se então para a fase 3, que é a capacitação, incluindo 112 horas de cursos.
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Quais as maiores dificuldades de implantar essa gestão nas clínicas? Nossa percepção enquanto Federação e Sindicato era a dificuldade de adequação dos manuais. Eles funcionam como guias no processo de acreditação, e o cumprimento de seus itens é extremamente rigoroso. Todos eles, no entanto, eram voltados aos hospitais, aos estabelecimentos de grande porte, com vasta estrutura. Além, é claro, dos altos valores financeiros para entidades de pequeno porte.
Como o sr. avalia o interesse das clínicas neste projeto? Acredito que as clínicas possuem grande interesse, até porque esperam um retorno positivo deste processo, uma vez que a acreditação promove muito mais controle sobre todos os setores de um estabelecimento de saúde. Fica mais fácil detectar erros, por exemplo, corrigi-los e evitá-los posteriormente. Ou identificar gastos desnecessários, promovendo mudanças para melhor. Até agora, com os seminários de sensibilização, temos tido retorno positivo.
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O sr. acredita que muito desse incentivo deve-se também ao fato de algumas operadoras exigirem uma acreditação? Por que? Hoje, a certificação de qualidade é uma demanda do próprio setor, pois a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determinou que a partir deste ano os planos de saúde usem a acreditação como um dos critérios de qualidade na divulgação da rede prestadora de serviços aos seus usuários. Independente do porte, será preciso que as empresas de saúde se qualifiquem. Caso contrário, perderão espaço no mercado.
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E a acreditação também tem sido avaliada pelos clientes? Os clientes de planos de saúde já contam com informações sobre os atributos dos serviços médicos em seus livretos da rede credenciada e certamente buscarão pelos mais qualificados. Entre os clientes particulares, esta é ainda uma tendência mais forte, já que o poder de escolha do cidadão que paga diretamente pelo serviço, sem intermediários, é maior.
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Qual a perspectiva do projeto para 2014? Já encerramos a fase de sensibilização, e as clínicas que já aderiram passam agora para a fase de diagnóstico. Em abril, planejamos dar início à capacitação, que será organizada pelo Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde (IEPAS), em parceria com a ONA. Ao mesmo tempo, há o monitoramento dos indicadores. A expectativa é que, ao longo de um ano, as clínicas estejam aptas para a quarta fase, que é a avaliação propriamente dita de que tudo foi cumprido. Desta avaliação dependerá a conquista HCM do selo. Participe! Escolha o próximo entrevistado do “Saúde 10”. É simples! Envie sua sugestão para o e-mail: redacao@grupomidia.com Sua indicação pode ser publicada na coluna!
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FOCO NA
GE STÃO Gestão
Organizações
sociais
Um instrumento para a eficiência e humanização no atendimento aos usuários do SUS
O
Sistema Único de Saúde – SUS é hoje um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. Uma de suas principais diretrizes é definir Saúde como um “direito de todos” e um “dever do Estado”. Com o SUS, toda a população brasileira passou
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a ter direito à saúde universal e totalmente gratuita. Por outro lado, a população entende que são seus próprios recursos, pagos por meio de inúmeros impostos, que são revertidos em saúde, e não quer somente um atendimento gra-
tuito, mas um atendimento de qualidade, com transparência na gestão financeira. Em um País com mais de 8 milhões de quilômetros quadrados e, aproximadamente, 196 milhões de habitantes, quinto maior do mundo em área e popula-
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Foto: Renata Missagia
Estratégias
Clínica da Família
ção, este é um enorme desafio e requer mais do que políticas estratégicas. Neste contexto, políticos e governantes responsáveis pela oferta de saúde à população entenderam que não seria possível atingir os objetivos - gerir adequada-
mente um grande volume de recursos financeiros, garantindo que médico e demais profissionais de saúde estejam disponíveis, inclusive em regiões de difícil acesso, e levar atendimento de qualidade à população sem agilidade e boas práti-
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cas de gestão. Foi buscando uma ferramenta capaz de dar conta desta questão que alguns governantes optaram pela gestão compartilhada com as Organizações Sociais de Saúde (OSS), instituições privadas sem fins lucrativos,
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contratadas por meio de processos licitatórios, que prestam conta de seu trabalho, em quantidade e qualidade, e que, como são empresas privadas, conseguem atender com maior rapidez as demandas da saúde. Resultados como os alcançados no Rio de Janeiro provam que a opção por OSS é válida. Com o apoio da OS Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (IABAS), a cobertura da atenção primária, em um bairro como Campo Grande, por exemplo, saltou de 42,6%, em 2010, para 66,1%, em 2012, um aumento de 23 pontos percentuais. Em Bangu, região ainda mais carente em termos de aces22
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so à saúde, a cobertura saltou de 22,51% para 56,2% neste mesmo período. O modelo também mostrou ser de grande abrangência e alta qualidade na percepção do cliente. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Administração Pública e Apoio Universitário do Rio de Janeiro (IBAP-RJ), o novo modelo de gestão implementado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS RJ), e executado pelo IABAS, realizou mais de quatro milhões de atendimentos, desde 2009. Outro levantamento, realizado com pacientes de Clínicas da Família da Zona Oeste do Rio de Janeiro, apontou que 90,8% elogia-
ram o atendimento. Os entrevistados citaram como vantagens o fato de terem seus problemas resolvidos na primeira consulta e a facilidade na hora de marcarem visitas médicas, apontado por 84,4% dos usuários. “Quantos hospitais privados têm esse índice de aprovação? Claro que ainda existem falhas, correções a serem feitas, mas o número e a presença de profissionais médicos, dentistas e enfermeiros em comunidades cariocas, distantes do centro, melhorou muito desde 2009. Atualmente, mais de três milhões de usuários já foram atendidos na Estratégia da Saúde da Família (ESF). O IABAS ob-
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Estratégias
teve excelentes resultados na Zona Oeste, mas cumpre ressaltar que outras OSS, como o Viva Comunidade, levou a ESF a 100% dos moradores da comunidade da Rocinha, onde a cobertura antes era zero. Ou seja, o modelo deu certo”, destaca o Presidente do IABAS, Eduardo Cruz. Segundo a pesquisa do IBAP-RJ, mais da metade das pessoas que buscam atendimento são jovens e adultos, entre 21 e 50 anos, que, em sua grande maioria, recebem apenas um salário mínimo. A principal necessidade das famílias, conforme a pesquisa, é alimentação, citada por 99,5% dos entrevistados, deixando
para trás itens igualmente importantes como remédios, trabalho, tratamento médico, escola, vestuário, casa própria e pagamento de contas de água, luz e telefone. Ou seja, saúde continua sendo muito relevante, mas já melhorou na percepção do usuário do SUS. “A pesquisa traçou um perfil dos usuários das Clínicas da Família, o que mostra quanto acertada foi a opção da SMS RJ pela ESF. Essa pesquisa ainda poderá contribuir para a Prefeitura formular novas políticas de saúde e assistência social”, ressalta a Superintendente do IABAS, Fabiana Serra. Outra vantagem deste modelo é a possibilidade de
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integração do sistema de saúde através da gestão de diferentes programas por uma mesma OS. No caso do IABAS, por exemplo, além das 64 unidades de atenção primárias (Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde), o Instituto também responde pela gestão de cinco Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), além do Programa de Atendimento Domiciliar ao Idoso (PADI) e do Programa de Saúde na Escola (PSE). Nas UPAs administradas pelo IABAS os resultados positivos se repetem. No período de quatro anos, já atenderam mais de 1 milhão de pessoas. Só a do Complexo do Alemão as-
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FOCO NA
G E STÃO Gestão
siste, em média, mais de 350 usuários por dia. “Gerir é estar permanentemente corrigindo falhas, melhorando a eficiência e administrando as novas necessidades e desafios. As Organizações Sociais têm, como qualquer empresa privada, a agilidade necessária para funcionarem como um dos instrumentos de apoio à gestão. O IABAS não formula a política de saúde, apenas a executa, sob criteriosa supervisão do gestor público, que cobra, analisa conta por conta, indicador por indicador. E quem sai ganhando é o usuário do Sistema Único de Saúde, que está mais atento e exigente. Por isso estamos continuamente empenhados em qualificar as equipes e proporcionar as melhores condições 24
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de trabalho a todos os profissionais que prestam atendimento à população”, finaliza Eduardo Cruz. Aprimoramento Flexibilidade e agilidade gerencial, autonomia financeira e administrativa e foco nos resultados. Contratadas através de processos de seleção pública, as Organizações Sociais (OSs) representam, hoje, uma alternativa legal para Estados e municípios gerenciarem suas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Graças ao novo modelo, no Rio de Janeiro, também o Governo do Estado tem ampliado a sua rede de assistência à saúde. Hospitais passaram a atender a demanda de diversas especialidades, como o São Fran-
cisco de Assis, do Centro Estadual de Transplantes; o Hospital da Mulher, de São João de Meriti; e o Hospital de Traumatologia e Ortopedia, em Paraíba do Sul. Em maio de 2013, foi inaugurado o Hospital do Cérebro, visando posicionar o Rio de Janeiro como centro de altíssima complexidade e eficiência em patologias de grande impacto na saúde pública e privada. “Boas práticas de gestão têm a capacidade de renovar a saúde pública no País, e as instituições privadas têm a agilidade necessária para implementar essas práticas nas esferas municipais, estaduais e federais, alcançando resultados de excelência com prioridade no atendimento ao paciente, sempre em consonância
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Estratégias
com os princípios e diretrizes do SUS”, ressalta o presidente do IABAS.
profissionais disponíveis no mercado. A demanda geral cresceu, e uma forma de lidar com isso é a valorização dos contratados. Um médico que, antes de 2009, recebia menos de R$ 3 mil por 24 horas de trabalho por semana, passou a ganhar mais de R$ 7 mil. A valorização profissional também atingiu enfermeiros, farmacêuticos, dentistas e todos aqueles que formam a rede de gestão e atenção”, explica a Superintendente do IABAS, Fabiana Serra. HCM
Foto: Renata Missagia
Fiscalização Metas e indicadores, bem como a utilização racional dos recursos, em quantidade e qualidade, são analisados nas Organizações Sociais. E, se os resultados não forem aprovados, elas podem ser punidas de acordo com cláusulas contratuais: da advertência ao desconto no repasse financeiro mensal, podendo culminar
com o rompimento do contrato ou até mesmo desqualificação como Organização Social no estado ou município. Além disso, as OSS são fiscalizadas e auditadas pelos contratantes e órgãos como a Controladoria Geral e o Tribunal de Contas. “É claro que ainda existem muitos obstáculos para a ampliação da oferta de saúde de qualidade. Às vezes, plantões não estão completos, faltam pediatras, e há o desafio contínuo de melhorar a qualificação dos
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HEALTH-IT
ARTIGO
A Integração de Prontuários Eletrônicos e sua importância para salvar vidas Por Fernando Vogt
Imagine que você teve um problema de saúde e chegou ao pronto-socorro de um hospital inconsciente. Numa corrida contra o tempo, a equipe médica fará o atendimento imediato para salvar sua vida, sem saber detalhes sobre seu histórico de saúde. Se você for diabético, hipertenso, ou alérgico a algum medicamento, a chance de sucesso no seu atendimento pode ficar comprometida. Agora imagine que dias antes deste problema você passou mal, foi a outro pronto-socorro e descobriu uma grave alergia a um medicamento que foi automaticamente registrada em seu Prontuário Eletrônico de Saúde. Por uma grande falta de sorte esse remédio poderia ter sido utilizado durante o atendimento enquanto você estava inconsciente, causando sérios problemas ou até mesmo sua morte. Se os dois prontos-socorros que o atenderam atuassem com Prontuários Eletrônicos integrados, os profissionais de 26
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saúde poderiam ter checado informações sobre seu histórico clínico, incluindo, além da alergia, detalhes importantes como exames e cirurgias realizadas, diminuindo as chances de erros no atendimento por falta de informação - o que contribuiria significativamente para reduzir o número de mortes e tratamentos inadequados. Felizmente, o mercado já vem percebendo o impacto que essa integração gera na qualidade do atendimento, por isso, plataformas de TI utiliza-
das para fazer a conexão entre diferentes sistemas de Prontuários estão ganhando mais força. Essas tecnologias são capazes de integrar dados do paciente armazenados em diferentes sistemas e organizações de saúde, sejam elas hospitais, laboratórios, centros de imagem, farmácias ou clínicas. A partir dessa conexão, os médicos terão acesso fácil e eletrônico a uma grande variedade de informações de forma organizada, segura e padronizada que ajudarão a produzir um contexto sobre a saúde do paciente, que servirá de apoio na tomada de decisão para traçar diagnósticos e identificar o melhor tipo de tratamento, orientando todo o processo. Não tenho dúvidas que as soluções para integração de Prontuários Eletrônicos têm um grande espaço para crescer no Brasil, tanto na área pública, quanto privada, fazendo a diferença para salvar vidas. HCM Fernando Vogt é Diretor de Vendas para a área de saúde da InterSystems.
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OPINIテグ
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HEALTH-IT
Inovação
Práticas
internacionais
HIMSS Latin America no Brasil
A
HIMSS (Healthcare Information and Management Systems Society), maior associação de informática em saúde do mundo, está lançando o primeiro evento anual HIMSS Latin America 2014. O encontro trará as inovações no setor da saúde, juntamente com as melhores práticas e padrões para transformar o
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atendimento ao paciente. O evento acontecerá em setembro deste ano, em São Paulo. “Estamos muito satisfeitos com a parceria ABCIS e HIMSS para trazer o II Fórum Anual Setorial de TI e, agora, com o HIMSS na América Latina. É a primeira vez que este evento acontecerá no Brasil e esta será uma grande oportu-
nidade para compartilharmos os melhores padrões e práticas internacionais para impulsionar a mudança em nossos sistemas de saúde no Brasil”, afirma David Oliveira, Presidente da Associação Brasileira CIO Saúde (ABCIS). Para o Presidente e CEO da HIMSS, Stephen Lieber, é notável o grande desenvolvimento no setor da
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tecnologia
saúde na América Latina, juntamente com o aumento da interoperabilidade. “Com mais de 15.000 hospitais da América Latina, a HIMSS não poderia ignorar o avanço do mercado e, por isso, a grande oportunidade de realizar o HIMSS Latin America.” Durante o HIMSS Latin America será apresentado o EMRAM (Eletronic Medical Record Adoption Model), modelo que tem orientado a adoção de tecnologia da informação em mais de 7 mil hospitais no mundo todo. O EMRAM fornece um roteiro para melhorar
os resultados clínicos e financeiros das instituições por meio de tecnologias para agilizar a entrega de saúde e melhorar os resultados dos pacientes. Além disso, pela primeira vez serão realizadas demonstrações de sistemas que trocam informações de saúde. Assim, os participantes poderão conferir toda a gama de informações para troca clínica baseada em perfis de interoperabilidade desenvolvidos pela Integrating the Healthcare Enterprise (IHE) e Continua Health Alliance. Também será abordado
o uso do Big Data para avaliar o progresso do paciente. Os sistemas analíticos podem aproveitar o banco de dados e compará-los com as pesquisas médicas, dando aos pacientes e profissionais ferramentas para acelerar a recuperação ou evitar as complicações antes que essas ocorram. Para tanto, grandes organizações de saúde irão demonstrar como o Big Data está sendo usado nas instituições e como esta ferramenta dá suporte para as grandes decisões e proporcionam melhores HCM resultados.
“Estamos muito satisfeitos com a parceria ABCIS e HIMSS para trazer o II Fórum Anual Setorial de TI e, agora, com o HIMSS na América Latina. É a primeira vez que este evento acontecerá no Brasil e esta será uma grande oportunidade para compartilharmos os melhores padrões e práticas internacionais para impulsionar a mudança em nossos sistemas de saúde no Brasil”, David Oliveira, Presidente da Associação Brasileira CIO Saúde (ABCIS)
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HEALTH-IT
artigo
Tpe – Total Patient Experience
Por Avi Zins
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oje em dia, temos várias maneiras de como o paciente é visto. Normalmente o vemos como peça interna do nosso processo de tratamento hospitalar e não com foco nele. O ponto fundamental é a experiência do paciente em um hospital. É por isso que várias instituições estão criando áreas específicas para o acompanhamento, medição e integração com os múltiplos departamentos do hospital, e com metas para a melhoria da experiência do paciente. Isso inclui: 1. O tratamento do paciente. 2. O relacionamento de negócios do paciente com o hospital. Se algum dos itens falhar, o resultado acaba sendo negativo para a instituição. Um exemplo simples é o paciente que recebe um tratamento excelente por parte da equipe médica, da enfermagem, nutrição, enfim, todos aqueles que interagem com o paciente no dia a dia de tratamento, mas, ao sair do hospital, recebe uma cobrança sem detalhes dos custos e os devidos relatórios médicos, tendo que lidar com uma empresa terceirizada de cobranças contratada pelo hospital. Ou seja, o processo tem que sempre ter o foco no paciente em todos os departamentos. A boa notícia é a criação de áreas com foco na experiência do paciente e uma nova função criada no mercado, o CXO (Chief Experience Officer) e também conhecida como Chief Patient Experience Officer. Esta função já é realidade em vários hospitais e tem metas claras de
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satisfação dos pacientes, diretamente atrelada aos objetivos do hospital e, consequentemente, uma função que reporta diretamente a presidência ou ao conselho do hospital, por força da necessidade de ações que exigem poder de decisão de forma multi-funcional e multi-departamental para que aconteçam de fato. Em geral, os problemas no atendimento ao paciente envolvem também, e sempre, a segurança do paciente, e já existe em alguns hospitais, a função de CPSO (Chief Patient Safety Officer) com este fim, e claramente a preocupação da satisfação do cliente tem que andar alinhada com todas as necessidades. Logo, um trabalho de comunicação constante com o paciente trazido por estas ações deve estar diretamente atrelado aos objetivos das funções. A pessoa responsável pelas funções deve ter uma grande capacidade de enxergar os processos como um todo. Aprendi há alguns anos, em
minha experiência profissional, o conceito do “customer fulfillment”, ou seja, todos os processos da empresa foram remodelados para que o foco fosse no cliente. Neste nosso caso estamos falando do “patient fulfillment” onde todo o foco dos processos passa a ser o paciente. Como mais um exemplo, temos as áreas de nutrição, cozinha e copas dos andares terem processos e comandos diferentes. Logo, opções diferentes das selecionadas pelo paciente, falta de produtos pedidos, ou pior, erros que afetam a segurança do paciente, podem ocorrer. Estes processos devem claramente ser um só, e não departamentalizados. Espera-se que este novo profissional tenha uma clara capacidade de avaliação consultiva dos processos hospitalares, uma forte visão do papel do paciente nos processos, habilidade no relacionamento com as diversas áreas e departamentos, conhecimentos no uso estratégico da tecnologia da informação e que esteja realmente no topo da hierarquia no hospital para garantir as ações a serem executadas. Este conceito é válido para toda a cadeia de valor de saúde, não somente o hospital ou provedores. Fica a reflexão, somente a junção do tratamento e relacionamento de negócios configura a experiência total HCM do paciente. Avi Zins, Sócio Diretor da CareI Strategic Consulting, colunista da revista HealthCare Management.
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Desafios na gestão Diretores de grandes hospitais da região Centro-Oeste compartilham estratégias que guiam a gestão nas instituições A região Centro-Oeste conta com uma população de mais de 11 milhões de pessoas. A economia também é bastante significativa, registrando um crescimento semelhante ao do País. Atualmente, a participação da região no PIB brasileiro gira em torno de 9%. Mesmo com este crescimento e com um expressivo mercado consumidor, o sistema de saúde dos Estados que compõem o Centro-Oeste, assim como no resto do Brasil, também passa por significativos avanços e difíceis desafios. E é sobre esses dilemas que gestores de grandes instituições de saúde comentam no Especial Centro-Oeste do Brasil. Para muitos, a maior tarefa é manter uma equipe de colaboradores engajada com a filosofia da organização. Outros indicam os obstáculos para obter a sustentabilidade financeira do hospital. Mesmo com tantos desafios muitos abraçam a Qualidade como missão em todos os procedimentos, visando oferecer para a população o melhor de todo o corpo clínico.HEALTHCARE Management 27 janeiro | fevereiro 2014 healthcaremanagement.com.br
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Especial
Centro-Oeste Gestão da Saúde no Brasil
Posicionamento
estratégico
Centro Brasileiro da Visão aposta no fortalecimento da imagem institucional perante os usuários
D
esde o início das atividades do Centro Brasileiro da Visão (DF), em 2004, toda a equipe de profissionais segue um conceito de atendimento padrão baseado na humanização e na qualidade do atendimento. A gestão, feita de forma sistêmica, contribui para esta missão, fomentando a comunicação de todas as áreas, interligando-as para obter o aprimoramento dos processos. Todo esse trabalho e esforço da equipe se justificam pela preocupação da organização em prestar um serviço de excelência. “O maior desafio é, justamente, envolver as pessoas para que todos entendam o verdadeiro sentido do trabalho em equipe, despertar nos profissionais a importância de todos estarem comprometidos com aquilo que, no final, gerará renda para a empresa e para todos”, afirma Marcos Ávila, Pre-
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sidente do CBV. Assim, todas as medidas do Planejamento Estratégico objetivam proporcionar benefícios aos clientes. Desta forma, a prática é norteada pela transparência do que é o negócio, posicionamento estratégico da organização e análise de cenários baseada nas perspectivas BSC. Quanto à Gestão de Qualidade, o hospital recorre a um software para tratamento de eventos sentinelas e adversos. A maior preocupação da equipe é identificar as principais causas e bloqueá-las para que esses episódios não ocorram. Em busca de novas ferramentas de controle e manutenção do Sistema de Gestão da Qualidade, o CBV investe maciçamente, desde 2009, em programas de auditorias externas. O resultado é a conquista de certificações de qualidade, como o Certificado de Acreditação
ONA nível II e o Selo de Qualidade ISO 9001:2008. Segundo Ávila, o trabalho desenvolvido para conquistar a acreditação é uma oportunidade de quebra de paradigma e mudança de cultura para toda a organização. “Assim é possível promover a melhoria contínua dos processos, redução do retrabalho, capacitação e aperfeiçoamento profissional, segurança e satisfação dos clientes. O mais importante para o CBV não é propriamente o certificado, mas, sim, o resultado final de todo esse processo.” Há também a Comissão de Gerenciamento de Riscos, que acompanha as áreas e as situações de perigo para garantir a segurança e integridade de todas as pessoas. “O mais importante é que todos os colaboradores têm um papel de vigilância em relação a prováveis riscos a fim de evitá-los”, ressalta.
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Exemplos de
Qualidade
Sustentabilidade Promover o desenvolvimento gerencial e a capacitação dos colaboradores, alinhar os processos, a cultura organizacional e as estratégias são alguns passos que o CBV trabalha para obter sustentabilidade na gestão. “Também é necessário fortalecer a imagem e o reconhecimento do cliente/ paciente e sociedade, atendendo, assim, às exigências
do mercado e respeitando as normas regulatórias.” E para a viabilidade econômica financeira, os investimentos em tecnologia, por exemplo, conciliam estudos e necessidades, visando sempre a atualização do parque tecnológico. “O mais importante é oferecer o que há de melhor em tecnologia de ponta e resolutividade”, ressalta Ávila. HCM
O maior desafio é, justamente, envolver as pessoas para que todos entendam o verdadeiro sentido do trabalho em equipe, despertar nos profissionais a importância de todos estarem comprometidos com aquilo que, no final, gerará renda para a empresa e para todos, Marcos Ávila, Presidente do CBV
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Especial
Centro-Oeste Gestão da Saúde no Brasil
Sensibilizando
servidores
As manobras de um hospital público de Brasília para vencer a cultura burocrática
A
gestão estratégica do Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) é participativa, diferentemente da situacional. Para tanto, pontos estratégicos são levantados, primeiramente, de baixo para cima, por meio de reuniões com diversos setores da instituição. Após esses debates alinham-se as questões debatidas com o planejamento estratégico da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. “Realizamos uma parceria com a equipe da Universidade de Brasília, que ofereceu oficinas sobre gestão e saúde para melhorar a qualidade da administração. Tudo isso alinhado aos pilares baseados nos indicadores pactuados nacionalmente”, explica Roselle Bugarin Steenhouwer,
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Exemplos de
Qualidade
Coordenadora Geral de Saúde da Asa Sul. HMIB conta ainda com o Núcleo de Educação Continuada e o Núcleo de Ensino e Pesquisa, braços da instituição para realizar cursos, simpósios, palestras, visando o aperfeiçoamento profissional de todo o corpo clínico. Mesmo com tais ações e a promoção de valorização do servidor, Roselle afirma que o maior desafio é motivar e valorizar os servidores. “Tentamos sempre vencer os entraves provocados por uma cultura burocrática que acaba tornando os processos mais lentos. Para atingirmos a nossa missão, que é salvar vidas, tentamos sensibilizar os servidores mostrando que eles são corresponsáveis pela qualidade da assistência. A autoridade está com o gestor, mas o verdadeiro poder da mudança da qualidade da saúde pública está nas mãos dos servidores que atendem à população.”
O
Gestão O Núcleo de Segurança do Paciente tem como objetivo implementar ações de segurança baseadas
Especial
Centro-Oeste Gestão da Saúde no Brasil em normas internacionais. São realizadas vistorias e reuniões semanais para discutir melhores estratégias de segurança e solucionar eventuais problemas específicos de cada unidade. “O Núcleo detecta sinais de alerta, mapeia processos e indica soluções. Tentamos quebrar o paradigma da culpabilização e as disfun-
cionalidades devem ser estudadas para que não se repitam.” Quanto aos investimentos, Roselle ressalta a importância de apostar na tecnologia. “Indiscutívelmente a saúde exige tecnologia. Fazemos o levantamento das necessidades da população e investimos nas áreas consideradas prioritárias.”
O HMIB, por exemplo, é o único hospital público que oferece serviços de reprodução humana. Para tanto, a instituição adquiriu máquinas de ecografia 4D. “Como somos referência na área de cirurgia pediátrica, também adquirimos máquinas de anestesia com tecnologia de ponta porque proporcionam suporte tecnológico
“O sucesso não vem do esforço individual e sim da eficiência da sua equipe. Por isso adotamos o lema “Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos”. Roselle Bugarin Steenhouwer, Coordenadora Geral de Saúde da Asa Sul 38
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Exemplos de
Qualidade
para o monitoramento de excelência da temperatura, das taxas de oxigênio, de gás carbônico e outros indicadores, o que propicia maior precisão na dosagem anestésica.” Os recursos também são destinados à melhoria de toda a estrutura. Atualmente, o hospital está passando por diversas reformas preventivas, corretivas e alteração de infraestrutura. “Estamos rompendo com a cultura brasileira que concentra esforços na construção ao invés da manutenção.”
O HMIB foi inaugurado em 1966 e já passou por cinco ampliações e várias manutenções. Em 1998, foi realizada a última ampliação com a inauguração do Bloco Materno Infantil. Com esta nova extensão, o hospital direcionou o enfoque clínico para o atendimento da saúde da mulher e da criança e buscou investir no parto normal ou parto sem intervenção cirúrgica. Em 2013, a prioridade foi adequar a estrutura à crescente demanda que o hospital recebe.
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A gestão também recorre aos serviços de apoio de determinadas atividades, como limpeza, segurança, alimentação e recepção. Desse modo, a gestão pode concentrar maior capital humano para aprimorar a missão da instituição. “A gestão pública sofre limitações da Lei de Responsabilidade Fiscal, o que acaba por restringir o número de contratações. Entretanto, é fato que a terceirização ajuda a concentrar os esforços à área fim, melhorando a assistência em saúde.” HCM
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Especial
Centro-Oeste Gestão da Saúde no Brasil
A Qualidade na
prática
A segurança e assistência de elevado padrão do Hospital Anchieta
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Exemplos de
Qualidade
O
Hospital Anchieta foi fundado em 1995, com a premissa de proporcionar um serviço de excelência na assistência à saúde. Para que essa visão fosse cumprida, firmou-se o compromisso com a Qualidade, adotando métodos para o cumprimento de normas que visam melhorias, resolutividade e satisfação dos usuários. Exemplo disso está a adoção de procedimentos da ISO 9001 e da acreditação ONA, através da instalação de um sistema gerenciador da qualidade
dos serviços, reconhecido em todo o mundo. “Somos uma empresa que, alinhada com seu tempo, reconhece na Qualidade o principal caminho para a consolidação e expansão de seus negócios e que vê, em cada funcionário, um imprescindível colaborador para a implementação desta filosofia, incorporando valores como visão holística, ética, comprometimento social, resolutividade, dentre outros fatores”, explica Maria Orlanda Pereira, Coordenadora da Qualidade e Marketing.
Ainda sobre acreditação, Maria ressalta que o selo confere diversos benefícios para a instituição, como o alinhamento dos profissionais, propiciando um atendimento uniforme, rastreabilidade das informações, ações preventivas constantes e previsibilidade do desempenho dos processos. “Também existem benefícios para quem trabalha na instituição, como o aprendizado, afinal qualidade se faz com gente competente e que se atualiza constantemente.
“Somos uma empresa que, alinhada com seu tempo, reconhece na Qualidade o principal caminho para a consolidação e expansão de seus negócios e que vê, em cada funcionário, um imprescindível colaborador para a implementação desta filosofia”, Maria Orlanda Pereira, Coordenadora da Qualidade e Marketing
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Especial
Centro-Oeste Gestão da Saúde no Brasil Além disso, todos têm a oportunidade de ajudar a construir um sistema com processos eficientes e assim ganham experiência e um aumento da visibilidade profissional.” No entanto, identificar e contratar profissionais com perfil alinhado à filosofia da instituição é um dos grandes desafios. Conforme ressalta Maria, a grande tarefa é potencializar as dimensões técnicas e comportamentais, integrando as equipes e fomentando a participação total nos processos da organização. “Procuramos valorizar a equipe e garantir sua qualidade, pela busca de meios para tornar a remuneração compatível com a função, o mercado de trabalho e o desempenho funcional.” Padrão de Qualidade Para obter mecanismos precisos para mensuração da qualidade dos serviços, o Hospital Anchieta define quais técnicas estatísticas são utilizadas para avaliar a capacidade dos processos críticos em atender aos requisitos especificados, incluindo o desempenho dos indicadores da qualidade. O sistema de informa42
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ção, baseado nos indicadores setoriais e globais de qualidade e produtividade, abrange mais de 150 padrões que já norteavam a conduta no Hospital Anchieta desde 2000. Recentemente, foram agregados mais 50 itens, aproximadamente, que agilizam e facilitam, ainda mais, o processo decisório. Com a definição dos padrões, ocorre a inspeção em todos os estágios do ciclo da qualidade de cada serviço desenvolvido ou bem produzido, ou seja, no início da produção, durante o processo e no término, junto ao produto final. Também durante a execução das atividades, as gerências criam mecanismos para que cada profissional verifique a qualidade do bem ou serviço que está produzindo, de modo que o desempenho seja registrado e evidencie o cumprimento ao estabelecido nos padrões da Qualidade. O hospital também estabelece o Programa de Auditoria Interna da Qualidade para verificar se as atividades realizadas e os resultados correlatos estão de acordo com o planejamento da qualidade (objetivos e padrões). Neste contexto, a tecno-
logia desempenha o papel de definir, desenvolver e analisar as soluções para implementar serviços e sistemas de informação necessários para toda a organização. Apoio O Hospital Anchieta tem como primeira e principal macroestratégia para o desenvolvimento a assistência integral e humanizada ao cliente. Para isso, várias são as políticas e diretrizes implantadas em todo o hospital e junto aos parceiros no sentido de que todos, em total consonância, possam ter suas ações focadas na total satisfação do cliente. Entre os serviços terceirizados pela instituição está a confecção de uniformes de funcionários e médicos, realizada pela Malharia Nove. Esta parceria já dura mais de dez anos e desde o começo a empresa preza pela compra de tecidos de primeira qualidade. “Firmamos nosso compromisso com a qualidade de nossos produtos e satisfação de nossos clientes, sempre oferecendo o melhor pós-venda”, afirma Maria Tereza Paranaiba Bernardes, HCM Diretora Geral.
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Exemplos de
Qualidade
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Especial
Centro-Oeste Gestão da Saúde no Brasil
Aprendendo com o
passado
Como a gestão do Hospital Santo Antônio reverteu um grande déficit da instituição
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á dez anos, o Hospital Santo Antônio (MT) vivia uma situação crítica, beirando a falência. Com uma gestão baseada em medidas estratégicas de planejamento, hoje a instituição continua vencendo desafios para se tornar referência no Centro-Oeste brasileiro.
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Isso porque as necessidades da região acabam por sobrepor ao planejamento, pois à medida que os nichos vão aparecendo, a instituição busca suprir lacunas e evitar que ocorra o que aconteceu no passado: um grande êxodo de pacientes e profissionais. “O maior desafio tal-
vez tenha sido organizar o passado da instituição pela falta de administração profissional, pois os atos e meios utilizados eram amadores, ocasionando prejuízos financeiros e de credibilidade à instituição. Outro fator é a baixa remuneração do SUS e dos planos de
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Exemplos de
Qualidade
“A sustentabilidade da gestão em unidades no interior somente é alcançada desde que haja uma sintonia entre a Direção e os colaboradores, principalmente a classe médica, pois é a partir destes que teremos incremento nos atendimentos e assim alcançar os objetivos traçados.” Wellington Randall Arantes, administrador do hospital
saúde, que acabam por limitar o crescimento”, explica Wellington Randall Arantes, administrador do hospital. Quanto aos serviços prestados para o SUS, Arantes afirma que a Gestão de Riscos para instituições filantrópicas é um debate diário, pois a política do sistema não tinha, até pouco tempo, nenhuma perspectiva de mudança. “Cabe à instituição procurar meios para facilitar a gestão da instituição, reduzindo custos e ampliando os atendimentos para alcançar os resultados financeiros para manutenção da instituição e, claro, mantendo uma política de boa vizinhança com os gestores do SUS para diminuir os possíveis impactos nas mudanças do sistema.” A gestão também guia-se nas ampliações de receita e serviços para viabilizar as construções e,
assim, proporcionar maior comodidade para pacientes e colaboradores. “Já estão sendo colocadas as portas de acesso eletrônico, fechamento das áreas externas e contratação de pessoal de segurança. São medidas que visam um maior conforto para todos os usuários. A questão da segurança, atualmente, tem sido bastante debatida dentro da instituição, estando dentro dos projetos de ampliação a sua implantação total, porém hoje fazemos de acordo com a necessidade que se mostra, até que estejam prontas as obras que contemplam o projeto total da instituição.” Outras obras previstas no Plano Diretor recentemente aprovado é a construção de 22.000 m², elevando dos atuais 141 leitos até 500 leitos, dividido em cinco anos. Também serão realizadas reformas das áreas existentes a fim de
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adequar às normas emanadas pela Anvisa. Corpo clínico Nos últimos anos, a instituição vem investindo no CEC – Centro de Educação Continuada. A medida visa responder ao crescimento de contratações e à necessária qualificação dos profissionais. As palestras também são ferramentas para melhorar os meios de comunicação entre o corpo clínico e, principalmente, prepará-los de forma a transformar os atos em maior comodidade aos pacientes. “A sustentabilidade da gestão em unidades no interior somente é alcançada desde que haja uma sintonia entre a Direção e os colaboradores, principalmente a classe médica, pois é a partir destes que teremos incremento nos atendimentos e assim alcançar os objeHCM tivos traçados.”
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Especial
Centro-Oeste Gestão da Saúde no Brasil
Constante
crescimento
A gestão pró-ativa e dinâmica do Hospital Otorrino, em Cuiabá
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modelo de gestão “portas abertas”, adotado pelo Hospital Otorrino, localizado em Cuiabá (MT), propõe a quebra de barreiras entre estrutura, tarefa e governança. O objetivo é incentivar a constante atualização do profissional a fim de manter qualidade e resolutividade como alicerce de todo o trabalho desempenhado. Assim, o Planejamento Estratégico, implantado desde 2007, analisa todo o complexo empresarial de for-
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ma pró-ativa e dinâmica, o que tem proporcionado um crescimento da estrutura de maneira madura e sustentável de acordo com quatro eixos. São eles: foco no referenciamento da Unidade Hospitalar e Ambulatorial; valorização do corpo clínico e colaboradores; excelência em gestão corporativa e operacional; transparência nas relações com clientes, colaboradores e sociedade. Visando melhorar os processos, o hospital está implan-
tando um Núcleo de Gestão de Riscos (NGR) com o objetivo de promover um estudo dos processos de trabalho e a contínua redução de danos e perdas. “Acreditamos que o maior desafio dos gestores é criar uma cultura comum de informações que permitam compreender de forma adequada o mapeamento da organização. Essa necessidade aumenta a medida que a organização cresce, por isso o desenho do modelo de gestão aliado ao mapeamento
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Exemplos de
Qualidade
dos processos e à tecnologia são fundamentais para o sucesso da organização”, afirma Marcelo Laabs, Administrador da instituição. O gestor também ressalta que todo o parque tecnológico está em constante crescimento e nos últimos seis meses foi realizada uma importante mudança estrutural. “Assumimos uma formatação de Núcleo de Tecnologia da Informação. Para tanto, nosso serviço dispõe de uma ferramenta inovadora de relacionamento com o corpo clínico (administração de agendas e disponibilidade virtual de relatórios) e colaboradores.” O aperfeiçoamento profissional é outra bandeira da instituição, seja no contexto
clínico, cirúrgico ou administrativo. Em relação à gestão, o complexo promove subsídios financeiros para aperfeiçoamento profissional, além de capacitar internamente seus líderes. O corpo clínico também dispõe de um núcleo, denominado NEPHO – Núcleo de Ensino e Pesquisa do Hospital Otorrino, com espaço próprio para estudo de casos e interatividade com outros. “Além disso, o hospital mantém parceria clínica e cirúrgica em alta complexidade na especialidade de otorrinolaringologia com a Universidade de São Paulo, atuando como serviço extensivo da referida instituição.” O hospital também aposta na melhoria de toda infraestrutura. No último ano reali-
zou-se a implantação de um novo ambulatório denominado centro médico I, o qual irá contemplar outras especialidades, além das clínicas já existentes. “A unidade principal está passando por uma obra de ampliação, de aproximadamente 3.000 m², que triplicará sua capacidade de atendimento, seja no contexto hospitalar quanto no ambulatorial”, ressalta. Ainda de acordo com Laabs, todo o material gráfico do complexo foi modificado e substituído por material reciclado. Ademais, os núcleos de diagnóstico estão passando por uma profunda reciclagem e os laudos e demais solicitações médicas serão disponibilizados de maneira HCM gradativa via web.
Marcelo Laabs, Administrador do Hospital Otorrino e Alonso Alves Filho
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Especial
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Gestão
estratégica
Quando o Planejamento Estratégico traz um perfeito alinhamento entre Direção e colaboradores
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Hospital Alvorada Taguatinga (DF) tem o foco na melhoria contínua dos seus processos e, para isso, possui um Departamento da Qualidade que mantém o seu Sistema de Gestão em constante aprimoramento. Para tanto, incentiva-se o envolvimento de todas as partes da instituição, além das capacitações permanentes dos profissionais. “A prática institucionalizada de avaliações de resultados, análises críticas de indicadores, auditorias internas e o uso de ferramentas direcionadas para o gerenciamento da Qualidade são fatores preponderantes para o sucesso da organização e para o alcance dos objetivos estratégicos almejados pela direção”, afirma Bruno Ganem Siqueira, Diretor Médico do hospital. Para responder a tais expectativas, o Planejamento Estratégico (PE) baseia-se em quatro pilares: Finanças, Processos In-
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ternos, Clientes e Mercado e Aprendizado e Crescimento. “O PE está em perfeito alinhamento com as diretrizes nacionais e internacionais do grupo e teve como objetivo inicial a mudança da cultura organizacional para o foco na Gestão Estratégica da Qualidade.” Atualmente, as ações estão sendo implementadas por todos os setores e áreas táticas e operacionais. O objetivo é mensurar, avaliar os resultados, adotar ações corretivas, replanejar e tomar decisões. A medida visa, dentre outros fatores, melhorar o processo de tomada de decisão, aumentar a comunicação e promover uma consciência coletiva. O PE alinha-se à definição do negócio, ao posicionamento estratégico e à elaboração do ideário corporativo, tudo isso visando resultados, qualidade, desenvolvimento, sustentabilidade e responsabilidade social.
Assim, foram definidos o Perfil, a Missão e Visão da instituição, além da declaração de valores que é a identificação das crenças e princípios que orientam o hospital e guiam suas atividades e operações. A análise dos cenários dos ambientes - externo (oportunidades e ameaças) e interno (forças e fraquezas) - reforça a visão sistêmica da organização e os novos desafios colocados para a gestão do hospital. Minimização de riscos A complexidade dos temas que envolvem a segurança no ambiente hospitalar exige um tratamento multiprofissional, tanto para a tomada de decisões técnicas, como para as administrativas, econômicas e operacionais. Isso não pode ser alcançado sem a administração efetiva de um programa de prevenção de acidentes que proporcione condições ambientais
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Exemplos de
Qualidade
seguras para o paciente e para os profissionais. Para tanto, o Hospital Alvorada Taguatinga traz uma série de ações quanto à segurança de todo o ambiente hospitalar, como o treinamento e reciclagem adequados para uso da tecnologia médica, atualização dos projetos de arquitetura e engenharia, etc. Há também o gerenciamento de risco, adotado com política de gestão de qualidade e que envolve o processo de identificação, análise, estratificação e tratamento. O conceito de “evento sentinela” também é utilizado na ocor-
rência de algum dano, servindo para o aprendizado institucional e desencadeando medidas com o objetivo de criar barreiras para evitar sua reincidência. “Dessa forma, visamos permitir a sustentabilidade da instituição com a participação de todos os segmentos, da administração ao corpo clínico, para que os resultados atinjam seus objetivos, agregando benefícios aos pacientes, colaboradores e corpo clínico, entre outros interessados na assistência à saúde” ressalta Siqueira. A tecnologia também
auxilia no resultado de maior qualidade e eficiência, por isso a gestão vem investindo muito em tecnologia de informação, e assim conhecer melhor os indicadores e permitir mais agilidade e assertividade na tomada de decisão. Por fim, Ganem salienta que os grandes desafios da gestão são manter mão de obra qualificada com alto turnover de colaboradores de cargos operacionais (técnicos de enfermagem e atendimento) do mercado e aliar qualidade e segurança de serviços médico hospitalares com eficiência operacional.HCM
Hospital alvorada Taguatinga Área: 5.856 m² (5 pavimentos) Leitos: 77 leitos (10 UTI adulto, 6 UTI neo, 31 apartamentos, 30 enfermarias, 5 salas de Centro Cirúrgico) Pronto-socorro: 8.700 atendimentos mês (clínica médica, ortopedia, ginecologia e obstetrícia, cirurgia geral). Pediatra é atendida em uma unidade dedicada a 1 km do hospital. Internações são transferidas para o hospital. Perfil atendimento: média e alta complexidade clínica + baixa e média complexidade cirúrgica.
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Especial
Centro-Oeste Gestão da Saúde no Brasil
Medidas
competitivas
Um Planejamento Estratégico que traduz a visão do negócio 50
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Exemplos de
Qualidade
É
sabida a complexidade que uma organização prestadora de serviço de saúde apresenta em seu sistema, onde as estruturas, os processos e os resultados estão interligados, o funcionamento de um componente interfere em todo o conjunto e no resultado final. Diante disso, o Hospital Santa Rosa, em Cuiabá (MT), aposta em uma Gestão por Processos, associados a padrões de segurança e de qualidade. Para tanto, o Planejamento Estratégico (PE) da instituição traz estratégias competitivas sustentáveis
por meio do monitoramento e análise do ambiente externo e interno. Tudo isso alinhado a medidas integradas e consistentes, que buscam um posicionamento único, visando a criação de valor para os stakeholders. O PE traz perspectivas Econômica e Financeira; Mercado e Imagem; Qualidade para o Cliente; Tecnologia e Processos e Patrimônio Humano. E os objetivos estratégicos são o crescimento e melhoria do resultado; expandir a atuação no mercado de Mato Grosso; gerencia-
mento de valor; garantia da excelência nos processos assistenciais e gerenciais; excelência operacional e assistencial dos parceiros; segurança institucional; eficiência operacional; atração e retenção de talentos e desenvolvimento de talentos. Segundo Mara Lilian Soares Nasrala – Diretora Assistencial do Hospital Santa Rosa, o Balance Scorecard (BSC) do Hospital Santa Rosa é mais do que um sistema de medidas, pois traduz a visão e a estratégia das unidades de negócios em objetivos e medidas
“O aperfeiçoamento profissional é a principal ponta para a garantia da segurança da assistência ao paciente e a melhoria contínua em todos os seus processos”, Mara Lilian Soares Nasrala Diretora Assistencial do Hospital Santa Rosa
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Especial
Centro-Oeste Gestão da Saúde no Brasil
tangíveis. “O BSC traduz o equilíbrio entre indicadores externos voltados para acionistas e clientes/ pacientes, e medidas internas dos processos críticos, de inovação, aprendizado e crescimento sustentável.” Diante de todas as estratégias traçadas, Mara Lilian afirma que um dos maiores desafio está na gestão de pessoas, para obter um corpo clínico capacitado e treinado de acordo com o perfil institucional. “Há ainda os avanços tecnológicos que devem ser prio52
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rizados para manter a qualidade assistencial. E por fim uma gestão focada em resultados e com projetos inovadores.” Quanto à tecnologia, a gestão realiza um acompanhamento das inovações do mercado. “Atualmente, informatizamos a dispensação dos medicamentos através da utilização de palms, controlando a validade dos medicamentos automaticamente. Estamos modernizando todo o parque de tecnologia com a troca do data center, atualizamos
a central telefônica por de ponta e a padronizamos infraestrutura de rede.” Segurança Em conformidade com a RDC 36/2013, o Hospital Santa Rosa criou o Núcleo da Gestão da Segurança do Paciente – NGSP, com o objetivo de gerenciar as estratégias para a prevenção e a mitigação de eventos adversos relacionados à assistência. A missão de garantir segurança nas atividades assistenciais prestadas ao
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Exemplos de
Qualidade
paciente também se faz por meio do Plano de Segurança do Paciente (PSP), em que são apontadas situações de risco, descrevendo as estratégias e ações definidas pela organização. “O aperfeiçoamento profissional é a principal ponta para a garantia da segurança da assistência ao paciente e a melhoria contínua em todos os seus processos”, ressalta Mara Lilian. Por isso, o hospital conta com um Núcleo de Educação Permanente Multiprofissional, em que o profissional começa seu
desenvolvimento desde o primeiro dia da sua contratação, passando por treinamentos teóricos e práticos. “Temos investido, principalmente, na capacitação dos principais gestores na formação de gestão em saúde. Desde 2012, temos parceria com a Fundação Dom Cabral e estamos inseridos no Programa PAEX.” Ampliação Atualmente, o hospital está ampliando o Pronto Atendimento com 12 leitos de observação adulto,
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nove leitos de infusão de medicação adulto e sete leitos de observação pediátrica. “Ainda antes da Copa passaremos por uma reforma no centro cirúrgico ampliando o nosso RPA. Faremos a readequação da nossa recepção central e todos os apartamentos estão passando por reformas”, salienta Mara Lilian. Para o segundo semestre de 2014 está prevista a ampliação dos leitos de Terapia Intensiva, inaugurando uma nova unidade com 11 leitos para tratamento Neurológico. HCM
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SUSTENTABILIDADE
Artigo
Solidariedade intergeracional existe? Por Márcia Mariani
A expressão solidariedade intergeracional, que consiste na preocupação com a condição de vida das futuras gerações, ganhou força com a elaboração do conceito de Desenvolvimento Sustentável, resultado de estudos realizados pela “Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento”, formada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, cujo tema escolhido na época para ser trabalhado foi “Uma agenda global para a mudança”. Os estudos sobre o assunto foram concluídos em 1987, quando a comissão presidida pela Primeira Ministra da Noruega, GRO Harlem Brundland, entregou o Relatório denominado de “Nosso Futuro Comum” ou também conhecido como “Relatório Brundland”. Este estudo define claramente que Desenvolvimento Sustentável é “aquele que atende às necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem as suas necessidades”. Este conceito foi amplamente aceito e divulgado em todas as mídias com a proposta de abordar o grande leque de temas ambientais. Podemos refletir que o bi54
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nômio Desenvolvimento e Sustentabilidade exigem de nós um grande esforço para entendermos a enorme dimensão da mudança proveniente da transição da lógica capitalista para uma lógica de um modelo econômico mais “verde”, que repeite os princípios ecológicos (as regras da nossa casa, do planeta terra) como: equilíbrio, ciclo de produção fechado sem resíduos (ou quase sem) e talvez o pilar mais difícil para nossa compreensão: a interdependência entre todos os seres. Estudos demonstram que o tempo necessário para esta urgente transição é muito moroso porque a mudança necessita de muitas gerações para se completar o perfeito entendimento do tema. Na verdade, não estamos acostumados, ou melhor nunca precisamos, racioci-
nar a respeito dos direitos das gerações futuras para tomarmos quaisquer decisões, sejam elas pessoais ou profissionais. As nossas crianças estão no início do processo de tornar este raciocínio rotineiro, mas ainda precisamos caminhar muito. Vou exemplificar com uma simples informação do livro Árvores, de autoria do Dr. Pierre Lieutaghi, em que ele afirma que em termos globais, a quantidade anual não reciclada de papel e madeira seria suficiente para aquecer 50 milhões de casas por aproximadamente 20 anos! Faz-se necessário que o gestor promova ações que propiciem a todos os seus públicos de interesse a reflexão de suas atitudes de hoje, de como não prejudicar as gerações futuras, onde estarão seus filhos, seus netos, além de muitos outros profissionais que acabaram de nascer e ainda não tem condições de nos dizer: por favor, eu também preciso das condições ofertadas pela natureza para viver neste mundo! HCM Márcia Cristina Mariani é formada em administração hospitalar pelo Centro Universitário São Camilo, mestre em Liderança pela Unisa, especialista em gestão ambiental e desenvolvimento sustentável pela FAAP, Gerente ambiental e de projetos do INDSHInstituto Nacional de Desenvolvimento Humano e Social e Membro do Projeto Nossa Terra (www.projetonossaterra.com.br)
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OPINIテグ
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SUSTENTABILIDADE
Responsabilidade ambiental
Conscientização
necessária
Sustentabilidade: uma questão de sobrevivência no mercado competitivo
Q
uando a gestão alcança um equilíbrio econômico, ambiental e social, o hospital consegue, assim, ter sustentabilidade em sua administração. Trata-se de uma tarefa muito difícil, mas que traz uma significativa redução dos custos operacionais e de manutenção. Seguindo este padrão, os edifícios sustentáveis proporcionam um menor consumo energético e hídrico, elementos que, normalmente, geram muitos gastos devido, principalmente, aos equipamentos de grande porte. Esta preocupação com a sustentabilidade vem crescendo no Brasil tanto pelo ganho que se obtém na gestão, como também com a preocupação do papel social da instituição na sociedade. “A importância de certificar um hospital é enorme, visto que além de existir uma tipologia de certificação somente para
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ambientes de saúde, este é um local que deve se preocupar em dobro com a saúde de seus ocupantes”, afirma Maria Carolina Fujihara, Arquiteta e Coordenadora Técnica do Green Building Council Brasil (GBC Brasil). E é com esse olhar que hoje muitas construções no setor da saúde trazem uma concepção e construção de menor impacto ambiental. “A saúde humana está diretamente ligada com a qualidade do ambiente que ela habita. Pense que passamos grande parte de nossas vidas em ambientes fechados e a influência destes espaços em nossa saúde é brutal, ainda mais quando se trata de pacientes com saúde frágil”, afirma. Os novos espaços planejados trazem o verde para dentro do edifício, utilizam materiais de baixa emissão nos acabamentos internos, ventilação natural, onde ao mesmo
tempo em que se garante renovação de ar interno, garante-se também sua qualidade e conforto térmico. A construção sustentável impõe exigências de desempenho ao longo do ciclo de vida das edificações de modo sistêmico, facilitando a gestão predial. “A sustentabilidade prioriza a qualidade de vida dentro das edificações, colocando o indivíduo no centro das questões. Trata-se de uma metodologia de avaliação que desde o início da concepção do empreendimento prioriza o indivíduo e é valiosa para todo o tipo de edificação, principalmente para hospitais. A certificação colabora não apenas em questões de economia de água e energia, como na qualidade de vida dos indivíduos”, ressalta Manuel Carlos Reis Martins, Coordenador Executivo do Processo Aqua-Diretoria de Certificação da Fundação
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Construção
Verde
Vanzolini. A construção do Hospital Unimed-Rio, por exemplo, seguiu os critérios de sustentabilidade com vistas à certificação LEED. As obras foram orientadas de forma a evitar grandes impactos e também foram priorizados materiais certificados, seguindo um projeto arquitetônico que considerou equipamentos com alta eficiência energética, a reutilização de água de chuva e o manejo sustentável dos resíduos da obra, entre outros aspectos. Outro fator que indica a preocupação com a sus-
tentabilidade da instituição é que as demais unidades próprias adotam o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde (PGRSS), com regras para manejo e destinação dos resíduos hospitalares de forma a evitar impactos na comunidade e na saúde dos coletores. A ampliação do Hospital Sírio-Libanês também está sendo feita visando à obtenção do LEED, na categoria Gold. Segundo o Superintendente do Hospital Sírio-Libanês, Gonzalo Vecina Neto, toda a iluminação é feita com
lâmpadas de LED, elaborou-se um completo sistema de recuperação de água cinza e de dutos para coleta de resíduos sólidos e roupa suja, sendo este método inédito na América Latina. Procura pela sustentabilidade De acordo com Maria Carolina, há uma crescente preocupação das instituições hospitalares em obter selos de certificação ambiental. Hoje são cinco projetos já certificados e 21 registrados, em busca de certificação LEED. Den-
“A sustentabilidade prioriza a qualidade de vida dentro das edificações, colocando o indivíduo no centro das questões. A certificação colabora não apenas em questões de economia de água e energia, como na qualidade de vida dos indivíduos”, Manuel Carlos Reis Martins, Coordenador Executivo do Processo Aqua
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SUSTENTABILIDADE
Responsabilidade ambiental tre eles estão hospitais, laboratórios de diversas redes e ambulatórios. “No ano passado foi lançado o LEED Healthcare, específico para edifícios hospitalares e, desde então, só é possível registrar nesta categoria esta tipologia construtiva. A grande diferença é que, além dessa ser focada no edifício hospitalar, ela visa saúde humana e a qualidade do ambiente interno e também o consumo de energia do edifício hospi-
talar, que deve funcionar 24 horas por dia, todos os dias da semana, e deve possuir eficiência em seu uso”, salienta Maria Carolina. Já a engenheira Juliane Ziviani, salienta que a procura de instituições hospitalares para a certificação AQUA, tanto para a construção de novos edifícios quanto para operação ainda é recente. “Tem-se observado o início desta preocupação por parte das instituições há aproxi-
madamente dois anos. Porém, as experiências com as quais estamos trabalhando demonstram que os resultados obtidos são bastante satisfatórios.” Mesmo com a procura pela acreditação, uma das principais dificuldades que as instituições encontram para obter o selo é a visão imediatista que muitos gestores ainda têm. Muitas vezes confunde-se o custo da edificação com o custo de construção. O primeiro tem que ser con-
Algumas exigências de uma construção sustentável: • A escolha de produtos adequados à durabilidade do edifício e à facilidade de limpeza dos materiais; • Equipamentos eficientes e partido arquitetônico para minimizar o consumo de energia; • Sistemas economizadores de água e monitoramento; • Disposições que garantam a separação dos resíduos durante o uso e operação, garantindo o conforto para os ocupantes do edifício; • Facilidade de acesso para a garantia de limpeza, conservação e manutenção bem feitas; • Conforto térmico, acústico, visual e olfativo.
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Construção
Verde
siderado conforme o ciclo de vida total do edifício. Analisando o custo de uma edificação com ciclo de vida médio de 50 anos, apenas 11% do seu custo é relacionado à construção, sendo que 75% de seu custo total é relacionado a operação. “Calculamos que, em média, o custo inicial adicional da construção certificada LEED pode variar de 1 a 7% do custo de construção total, ou seja, somente sobre o custo de 11%. Igualmente, existe uma redução de 9% do custo operacional, ou seja, uma redução sobre o custo de 75% do valor da edificação, o maior valor
de custo”, pontua Maria Carolina. Pode-se ainda somar os ganhos econômicos relacionados com a valorização do imóvel, aumento da velocidade de ocupação, aumento da retenção ocupacional, diminuição do risco do investimento, aumento de produtividade dos usuários, gastos e prazos diminuídos para reformas visando modernização, entre outros. “A obtenção do certificado exige a compreensão prévia dos impactos socioeconômicos e ambientais que a presença de um edifício hospitalar promove em seu entorno, um cuidado especial com
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o conforto dos usuários finais, a facilidade de manutenção e a análise do desempenho do edifício durante a sua vida útil”, afirma Juliane. Segundo Maria Carolina, a certificação LEED chegou ao Brasil em 2007 e tem como objetivo avaliar uso racional da água; eficiência energética; redução, reutilização e reciclagem de materiais e recursos; qualidade dos ambientes internos da edificação; espaço sustentável; inovação e tecnologia e atendimento a necessidades locais. Itens definidos pelos profissionais da Green Building Council (GBC) Brasil. HCM
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Capa
Pioneirismo
Os pilares do
sucesso
O que faz o Hospital Sírio-Libanês estar entre os melhores da América Latina? 60
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Excelência
Na gestão
M
anter-se na liderança durante tanto tempo não é missão fácil, muito menos uma tarefa corriqueira diante de um mercado tão competitivo como é o da saúde. Entretanto, quem vem conquistando essa posição de destaque é o Hospital Sírio-libanês (SP) que, segundo o Superintendente da instituição, Gonzalo Vecina Neto, este caminho de sucesso está apoiado em cinco valores fundamentais. O primeiro é o pioneirismo que, para Vecina, é um dos grandes responsáveis por manter a instituição na liderança não apenas no cenário nacional, como também no internacional. “A primeira UTI estruturada do País foi aqui, bem como o primeiro acelerador linear e robô cirúrgico. Temos uma tradição de incorporar novos processos e novas tecnologias e trabalhamos para que esta característica seja cada vez mais fomentada em nossa política”, ressalta. A excelência também é um dos pilares da gestão do hospital, o que significa realizar todos os procedimentos da melhor forma possível e, principalmente, manter essa dinâmica ao longo do tempo. O terceiro valor é a ação baseada no conhecimento. “Nada do que fazemos dentro do hospital pode deixar de ter base no conhecimento. Isso implica não apenas em ser um centro construtor de conhecimento, como também de difusor dessas novas práticas. Por isso buscamos sempre ser contemporâneo, up to date com o que acontece no mundo da assistência à saúde.” A filantropia também é outro elemento da gestão do hospital. Mesmo sendo uma instituição sem fins lucrativos, é uma organização que tem 100% dos resultados reaplicados na atividade do hospital e nas ações filantrópicas, que são sustentadas pela renúncia fiscal. “Os impostos que deixamos de recolher são integralmente devolvidos para a sociedade em forma de ensino, pesquisa e projetos assistenciais”, afirma. Por último, Vecina salienta o calor humano como valor presente na gestão. “É a forma de traduzimos para os nossos colaboradores a questão da solidariedade. Quem tem doença, está sofrendo, quer ter o apoio do próximo. Esse amor tem que ser tradu-
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Capa
Pioneirismo zido em atos.” Em todos os processos de capacitação da instituição estão presentes os cinco valores do Sírio-Libanês. De acordo com Vecina, trabalha-se uma média de 3,5 horas/mês com cada colaborador, sendo que todos os pilares da política do hospital são claramente expostos. Trata-se de um ciclo, em que tais valores acabam por atrair novos talentos, oferecendo para o usuário um corpo clínico de excelência que segue todos os parâmetros exigidos pela instituição. Sustentabilidade na gestão O desafio da sustentabilidade é continuamente posto em xeque na gestão da instituição. O hospital não tem finalidades lucrativas, mas tem que ter resultados para conseguir se manter e reproduzir. Para tanto, há a incorporação de novas tecnologias, colocar essas soluções em operação e manter os melhores processos. “O primeiro é a própria comunidade. Temos que agir respeitando a comunidade, realizando ações diretas para melhorar a vida”, afirma. Há também uma atenção maior com os colaboradores, visando uma boa 62
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relação e oferecer o melhor ambiente de trabalho. Quanto à sustentabilidade ambiental, Vecina afirma o compromisso da instituição de sempre minimizar a agressão ao meio ambiente. Para tanto, medidas como reciclagem, diminuição de desperdício, dar destino adequado aos resíduos sólidos e líquidos são algumas das ações desenvolvidas pelo hospital. Tecnologia Caminhando conforme os avanços, o Hospital Sírio-Libanês traz em seu parque tecnológico as últimas soluções em tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultrassom, dentre outras. “Também investimos muito em Radiologia intervencionista, na incorporação de novos fármacos, terapia celular e muitas outras pesquisas em desenvolvimento no hospital”, avalia Vecina. Ainda de acordo com o Superintendente, atualmente, o hospital tem três patentes, sendo de equipamentos voltados para endoscopia e outra de medicamento, esta última ainda se encontra em processo de pesquisa. Outra novidade quanto
à tecnologia Sírio-Libanês é o novo sistema automatizado de distribuição de dispensação de medicamentos que será implantado em abril. Trata-se de uma solução suíça que vai aumentar, em muito, a segurança e a eficiência da distribuição de medicamentos com a redução do custo envolvido. O investimento custou cerca de US$ 4,5 milhões. Projeto de expansão Com 90 mil m², o Hospital Sírio-Libanês deverá duplicar de tamanho após a expansão pela qual está passando. Atualmente, são três edificações, erguidas nas décadas de 40, 60 e 80. O plano de expansão prevê três novas torres. Os futuros prédios abrigarão unidades de tratamento, centro cirúrgico e alas especializadas. Além das novas áreas de internação, os prédios receberão restaurantes, capela, banco de sangue, centros cirúrgicos, consultórios, unidades de terapia intensiva, laboratórios e espaços técnicos e administrativos. A obra está sendo realizada com o hospital em funcionamento seguindo diretrizes preestabelecidas de responsabilidade ambiental e social. De
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Excelência
Na gestão
acordo com o Superintendente, o projeto já está 70% desenvolvido e, antes de colocá -lo em prática, realizou-se uma análise de mercado e entrevistas com stakeholder. “O estudo concluiu que era o momento de expandir e que tínhamos que aumentar a oferta de tecnologia, leitos e serviços para os nossos clientes e profissionais.” A nova instalação terá 85 mil m² dedicados totalmente ao atendimento ao paciente, diferentemente do atual prédio que conta com 90 mil m², sendo que 20 mil m² destes são destinados para o estacionamento. Desde 2008 até agora, entre substituição de tecnologia, preparação de projeto e implementação do novo prédio, foram investidos cerca de R$ 1 bilhão e 100 mil. A obra deverá terminar em outubro de 2014 e a ocupação dos novos leitos deve ser concluída em 2016. “É um projeto feito para ser certificado LEED Gold. Para tanto, toda iluminação é feita por lâmpadas de Led, temos um sistema de recuperação de água da chuva e água cinza e sistema de dutos para auxiliar na coleta de resíduos sólidos e roupa suja no edifício existente, entre outras alternativas verdes. Trata-se de um edifício que tem um investimento importante na sustentabilidade”. HCM
Nada do que fazemos dentro do hospital pode deixar de ter base no conhecimento. Isso implica não apenas em ser um centro construtor de conhecimento, como também de difusor dessas novas práticas. Por isso buscamos sempre ser contemporâneo, up to date com o que acontece no mundo da assistência à saúde Gonzalo Vecina Neto, Superintendente do Hospital Sírio-Libanês
ALÉM DOS
NEGÓCIOS Artigo
Direito Regulatório da Saúde A condenável voracidade financeira da Anvisa Por Evaristo Araujo
A Anvisa tem utilizado um procedimento informal e ilegal para a concessão do Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF) de produtos e equipamentos de saúde de alto risco no Brasil. Tratase de cobrança da taxa de inspeção para a concessão do CBPF sem que esta inspeção ocorra de fato. Para entender essa distorção é importante conhecer o processo de concessão do CBPF. Para obter o registro de um produto ou equipamento de saúde, as empresas precisam apresentar o CBPF. Emitido pela Anvisa, ele é a prova de que o produto foi fabricado dentro das normas de higiene e qualidade determinadas pela Agência. O certificado só é concedido mediante inspeção de agentes da Anvisa à fábrica onde é confeccionado o produto, incluindo as localizadas no exterior. A Anvisa exige que esta inspeção seja pedida por empresa brasileira que possua Autorização de Funcionamento de Estabelecimento (AFE), seja ela fabricante, distribuidora ou importadora. Para realizar a inspeção, recolhe-se uma taxa de R$ 37 mil, valor referente aos custos de logística para envio de técnicos ao exterior. Após pagar os R$ 37 mil, as empresas ainda aguardam de dois a três anos até que uma equipe da Anvisa seja enviada ao exterior para fazer a vistoria. Caso o processo de 64
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produção e de qualidade da fábrica cumpram as regras sanitárias da Anvisa, autoriza-se a utilização do CBPF para iniciar o processo de registro de produtos. Tal procedimento parece demonstrar a preocupação da autoridade sanitária com o risco e a qualidade de produtos comercializados no Brasil. Mas a motivação real não é esta. O processo é motivado apenas pela sanha arrecadatória. A voracidade financeira da Anvisa fica evidente ao se constatar que o órgão não reconhece como titular do CBPF a fábrica inspecionada, mas sim a empresa requerente que pretende firmar parceria com uma empresa estrangeira. A Anvisa comprova a qualidade e controle de produção de uma fábrica estrangeira, mas quem detém o certificado é a empresa solicitante do CBPF, empresa com sede no Brasil e que muitas vezes não possui nem fábrica. Esse esdrúxulo fato ocorre para que a Anvisa possa requerer um novo recolhimento
de taxa, no mesmo valor de R$ 37 mil, para uma terceira empresa ou incubadora de registros que queira utilizarse desta mesma certificação para o registro de um produto do mesmo fabricante estrangeiro. Neste caso, há a exigência da taxa, mas não é feita a viagem ao exterior. Criou-se a figura da “taxa” sem a contrapartida da atuação estatal, o que configura imposto ilegal e inconstitucional. Não há uma regra escrita que preveja esse descalabro jurídico. Tal fato tem sido noticiado por empresas que passaram por esta experiência e que tiveram o registro do seu produto negado por não terem pago a nova taxa. Uma norma da Anvisa que institucionalizasse tal “imposto” seria uma confissão de locupletamento e enriquecimento ilícito do erário, não podendo passar desapercebida pelo Ministério Público e Judiciário. É imprescindível que a Diretoria Colegiada da Anvisa, que tem demonstrado interesse em moralizar a atuação administrativa do órgão, crie regra para definir a titularidade do CBPF de fábrica estrangeira. Só assim ela acabaria com a cobrança indevida de taxa para utilização de CBPF de estabelecimento já inspecionado. HCM Evaristo Araujo, diretor administrativo da Associação Brasileira das Empresas Certificadas em Saúde (Abec Saúde) e sócio do escritório Araujo Advogados Associados
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Isonomia
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ALÉM DOS
NEGÓCIOS Comunicação direta
O alvo certo Quando o Marketing se torna a estratégia ideal para a instituição de saúde
“O
Marketing pode ajudar as instituições de saúde a atender melhor seus pacientes.” Essa é a ideia defendida por Niraj Dawar, Professor de Marketing da Ivey Business School, no Canadá, que aposta em uma comunicação institucional direta com o paciente. Isso porque, segundo o estudioso, as mensagens sobre prevenção e tratamento também interferem, por exemplo, nos gastos em determinados procedimentos e na identificação de prestação de cuidados de saúde. “O Marketing pode melhorar o acesso dos pacientes aos cuidados de saúde e expandir o alcance das medidas preventivas”, afirma. Esta comunicação é uma ferramenta para satisfazer as necessidades do paciente, atingindo diretamente o público-alvo. Entretanto, o Marketing é utilizado de diversas formas pelas instituições. No Canadá, por exemplo, o sistema de saúde é oferecido pelo
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Marketing
Na saúde
Estado e, por isso, o investimento nesta solução é mínimo. Já nos Estados Unidos, essa estratégia é muito mais forte. “Neste País vemos propagandas de produtos farmacêuticos à cirurgia anunciados na televisão.” Mesmo de diferentes maneiras, o Marketing desempenha um importante papel em um mercado competitivo como é a Saúde e o hospital que utiliza esta ferramenta obtém
maior sucesso perante os pacientes. E neste cenário as redes sociais vêm ganhando um importante papel na comunicação. Segundo Niraj Dawar, essas mídias estão sendo cada vez mais usados pelos profissionais. “É uma maneira de individualizar as comunicações do paciente através de lembretes e mensagens de prevenção. Essa ferramenta também pode ser utilizada com o objetivo de in-
centivar pacientes a falar uns com os outros sobre as opções de tratamento e cuidados de saúde.” Para o professor, com o Marketing é possível avaliar o mercado, bem como as tendências e a concorrência do setor. “Temos que conhecer os nossos clientes e o que os outros pacientes buscam em outra instituição que não a sua. Assim é possível captar mais usuários e desempenhar melhor os serviços.” HCM
“o marketing É uma maneira de individualizar as comunicações do paciente através de lembretes e mensagens de prevenção. Essa ferramenta também pode ser utilizada com o objetivo de incentivar pacientes a falar uns com os outros sobre as opções de tratamento e cuidados de saúde.” Niraj Dawar, Professor de Marketing na Ivey Business School, Canadá HEALTHCARE Management 27
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Retrospectiva 2013 - Janeiro
Hospital Adventista Silvestre começa a realizar transplante de fígado em crianças
Em 2013, o Hospital Adventista Silvestre, no Cosme Velho (RJ), começou a realizar transplantes de fígado em crianças. Essa demanda representa entre 10 a 15% do total de transplantes de fígado e tem muitas particularidades em relação ao adulto, necessitando de profissionais mais especializados. A cirurgia de transplante pode ser realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Hoje, mais da metade dos transplantes realizados são através do SUS. O Silvestre é habilitado pela Secretaria Estadual de Saúde a fazer transplantes de coração, fígado, rins, córnea. Ainda em 2013, o hospital recebeu o Certificado de Acreditação pela Organização Nacional de Acreditação (ONA).
Anahp amplia sua base de hospitais A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) trouxe a nova categoria de hospitaismembro. Além dos associados, a entidade conta também com os hospitais afiliados. Até o final de 2012, um dos critérios exigidos para ser membro da Anahp era que o hospital tivesse Acreditação da Organização Nacional de Acreditação (ONA III) ou uma Acreditação Internacional – Joint Commission International (JCI), Accreditation Canada ou National Integrated Accreditation for Healthcare Organizations (NIAHO). Agora, os hospitais afiliados também poderão participar das atividades da Associação. Os novos integrantes terão um prazo de quatro anos para concluir um dos processos de acreditação. Também 2013, a Anahp inaugurou uma sede em Brasília (DF). O escritório é um dos marcos estra-
tégicos da atual gestão e está associado ao desejo dos hospitais membros de ampliar a representatividade da Associação. “As discussões que envolvem a saúde têm ganhado cada vez mais espaço nos últimos tempos e a participação da Anahp nas decisões legais regulatórias se faz cada vez mais necessária”, explica Carlos Figueiredo, Diretor Executivo da Anahp. Para Francisco Balestrin, Presidente do Conselho de Administração da Associação, a sede de Brasília reflete o amadurecimento da Anahp como entidade representativa do segmento. “O Brasil vive um momento decisivo na saúde e a maior participação política da Associação é fundamental nesse momento. Esse novo núcleo certamente vai otimizar as discussões e a participação da Anahp em assuntos que impactam a sustentabilidade do setor”, comenta.
11 novos procedimentos cirúrgicos são incluídos no SUS Em janeiro, o Ministério da Saúde anunciou a inclusão de 11 procedimentos cirúrgicos oncológicos na tabela do SUS. Com a medida, o governo vai gastar 121% a mais do que foi gasto em 2011, totalizando R$ 380,3 milhões para essas cirurgias. De acordo com a nova medida, os procedimentos autorizados são linfadenectomia mediastinal, linfadenectomia seletiva guiada, reconstrução para fonação, traqueostomia transtumoral, ressecção de pavilhão auricular, ressecção de tumor glômico, ligadura de carótida, colecistectomia, ressecção ampliada de via biliar extrahepática, reconstrução com retalho osteomiocutâneo e timectomia. Os gastos do governo com assistência oncológica aumentaram 26% entre 2010 e 2012. Com isso, o montante que antes era de R$ 1,9 bilhão, passou a ser R$ 2,4 bilhões.
HC de Ribeirão Preto
implanta controle eletrônico de remédios Em janeiro, já estava em prática o projeto Beira de Leito, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto. A iniciativa, inédita em hospitais da rede pública de São Paulo, visa controlar, por computador, a aplicação e a administração de remédios aos pacientes internados. Com isso, intensifica-se a segurança do paciente, minimizando os erros na administração de medicamentos, além de melhorar diversos mecanismos da gestão hospitalar, como a redução de custos. A inovação atende a necessidade de juntar o sistema de prescrição eletrônica, que já era feito na unidade, com a rastreabilidade do medicamento, isso porque o novo sistema controla toda a administração do remédio até chegar ao paciente.
Início da produção de insulina em escala industrial no Brasil
A produção de insulina no Brasil já deu seus primeiros passos graças a um acordo entre governo e um laboratório ucraniano. Assim, o Laboratório Biomanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vai fabricar o medicamento. A estrutura de produção dos cristais, o princípio ativo da insulina, estará estruturada neste ano. E em 2015, serão realizados os testes, as qualificações e os ajustes técnicos para a validação das instalações produtivas. A transferência de tecnologia pelo laboratório Indar à Fiocruz para o início da produção em escala industrial será concluída em 2016. Apenas no ano seguinte, 2017, o País poderá fabricar o remédio em grande escala.
Retrospectiva 2013 - Fevereiro
Hospital São Camilo Santana
entrega novo Pronto-Socorro Adulto O Hospital São Camilo Santana inaugurou um novo Pronto-Socorro Adulto. O local, que antes contava com 662 m² de área para atendimento, após reformas duplicou sua área de atendimento, contando agora com mais de 1.550m². O novo setor disponibiliza 24 Postos de Medicação, com salas maiores, melhor distribuídas e com boxes individualizados, garantindo a privacidade durante o atendimento. A capacidade da Sala de Observação passou de 10 pacientes para 17 e o número de Consultórios aumentou de 9 para 14, divididos entre clínicas generalistas e especializadas. A equipe de plantonistas 24 horas é formada por especialistas em Neurologia, Ortopedia, Cirurgia e Clínica Geral. Além disso, conta com enfermagem especializada em suporte ao diagnóstico de imagem e laboratorial.
Hospital Pró-Cardíaco traz nova sala híbrida O Hospital Pró-Cardíaco inaugurou, em 2013, uma sala híbrida que permite combinar diferentes tecnologias na realização de procedimentos invasivos e cirúrgicos nas áreas de cardiologia e neurovascular. O espaço possui 77 m² e reúne o aparato de um centro cirúrgico ao uso de um equipamento de ponta. Na sala são realizados procedimentos mais complexos, como cardiologia intervencionista, medicina vascular, eletrofisiologia invasiva, neurointervenção, operações coronarianas e valvulares ou ablação da fibrilação atrial por cateter, entre outros. Há também uma mesa cirúrgica avançada que executa mais de 200 posições e os exames são feitos com imagens de alta resolução e em 3D que ajudam a planejar e executar cirurgias com um maior grau de dificuldade, facilitando o procedimento, minimizando riscos e otimizando o tempo cirúrgico. A sala também possui um sistema inteligente de gravação e aquisição de imagens, com melhor ergonomia para os cirurgiões com 10 monitores móveis, um fixo, e sistemas de suporte com fácil movimento.
Hospital Balbino
inaugura novo centro cirúrgico O Hospital Balbino (RJ) inaugurou um novo centro cirúrgico. Com investimentos de R$ 800 mil, o espaço será destinado a procedimentos de baixa complexidade e procedimentos de diagnóstico. Foram criadas três salas cirúrgicas, além de uma enfermaria de curta permanência,
com dez leitos. No atual centro cirúrgico são realizadas cerca de 400 cirurgias por mês, sendo 20% deles de baixa complexidade. A estimativa é de que sejam realizadas cerca de 250 cirurgias por mês no novo espaço, que ocupa um andar inteiro no hospital.
Hospital CEMA
reinaugura unidade de agendamento
no Tatuapé
O Hospital CEMA reinaugurou sua unidade de apoio localizada na estação de metrô, Tatuapé. Poderão ser agendados consultas e exames para os pacientes oriundos de convênios médicos, particulares e também para os que desejam atendimento por meio do SUS, no Instituto CEMA (braço social do Hospital CEMA). Em 2013, o hospital também inaugurou unidade no Shopping Metrô Tucuruvi. Com 700 m² de área total, a unidade é uma das 12 previstas para o projeto de ampliação. De acordo com o projeto de expansão da instituição, estão previstos para os próximos dois anos a abertura de mais duas unidades em shoppings: no Eldorado e Metrô Itaquera.
Retrospectiva 2013 - Março
Fanem fortalece sua presença no continente
africano
Com o objetivo de investir no fortalecimento de novas frentes comerciais no exterior, a Fanem apostou em 2013 no continente africano. Com isso, a região passou a ser o terceiro principal mercado da companhia. Este é o resultado da estratégia de internacionalização da empresa. A empresa passou a comercializar seus produtos para o leste e oeste africano, para países como Etiópia, Sudão, Quênia e Nigéria. Além de abrir um canal de distribuição no Quênia, a Fanem venceu uma acirrada licitação do Ministério da Saúde para a venda de 200 equipamentos neonatais.
Incor amplia estrutura
de Telemedicina e registra recorde de transplantes
O Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMSUP), ligado à Secretaria de Estado da Saúde, recebeu R$ 20,2 milhões para a ampliação de Serviço de Tele-emergência e Tele-UTI do hospital. A medida visa prestar consultoria técnica, online e em tempo real, a unidades de emergência e de UTI do SUS, no atendimento de infartos e de casos cardiológicos complexos. O ano de 2013 também marca por ser recorde de transplantes do instituto. Foram 72 transplantes, sendo o ponto mais relevante dessa marca o transplante cardíaco em adultos – especialidade em que foram feitas 31 cirurgias, quase o dobro do realizado em 2012. No transplante cardíaco infantil, que somou 15 operações, a mortalidade em fila de espera caiu para menos da metade: 17%. Para o transplante de pulmão, o total de cirurgias foi mantido no patamar máximo alcançado até agora: 26 intervenções.
Hospital Samaritano lança Centro de atenção e Reabilitação em Trauma Cranioencefálico Em março, o Hospital Samaritano de São Paulo lançou o Centro de Atenção e Reabilitação em Trauma Crânioencefálico. Reunindo alta tecnologia e uma equipe multiprofissional, o novo serviço, que faz parte do Núcleo de Neurologia do Hospital, oferece tratamento integral na recuperação cognitiva de pacientes com lesão cerebral causada por trauma. O novo centro é formado por uma equipe composta por neurologistas, neurocirurgiões, fisiatras, fisioterapeutas, neuropsicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e outros profissionais, que garantem um atendimento multidisciplinar ao paciente.
AstraZeneca tem novo VicePresidente de estratégia de produto Marc Dunoyer é eleito para assumir o recém-criado cargo de Vice-Presidente executivo de portfólio global e estratégia de produto na farmacêutica britânica AstraZeneca. Em nota, a companhia afirmou que ele será responsável por conduzir a estratégia de negócios, o que inclui desenvolvimento de negócio, fusões e aquisições, portfólio e estratégias de produtos. Dunoyer deixa a GlaxoSmithKline (GSK), onde era chefe global de doenças raras, para entrar na AstraZeneca. Ele era também Presidente do conselho da GSK Japão e na mesma companhia já ocupou o cargo de presidente para a região Ásia Pacífico e Japão. Na AstraZeneca, Dunoyer vai se reportar a Pascal Soriot, executivo-chefe da farmacêutica.
Saúde amplia em
R$ 111 mi recursos para hemodiálise
Em março, o Ministério da Saúde anunciou a liberação de R$ 11,6 milhões para a melhoria dos sistemas de hemodiálise do SUS. Segundo a pasta, 83,4 mil pacientes dependem de diálise na rede pública, sendo que 90% destes fazem hemodiálise.
Retrospectiva 2013 - Abril
XIII Jornada Paulista de Urologia atrai profissionais de todo o Brasil A acolhedora cidade de Campos de Jordão (SP) sediou, de 18 a 20 de abril, a XIII Jornada Paulista de Urologia, um evento promovido pela Sociedade Brasileira de Urologia São Paulo (SBU-SP). Durante os três dias, profissionais se reuniram para debater as novas tendências da medicina e conhecer novas tecnologias expostas por diversas empresas. A Jornada contou com a participação de convidados internacionais que compartilharam os avanços e estudos da urologia do mundo todo para o público presente. Segundo Rodolfo Borges dos Reis, Presidente da SBU-SP, o evento superou as expectativas da edição an-
terior. “A Jornada já faz parte do calendário da urologia brasileira. Reunimos nesta edição mais de mil inscritos. Além da importante presença da indústria, afinal permite um maior contato com os profissionais e a oportunidade de conhecer as novas tecnologias no mercado. Com isso nos atualizamos em fazer uma urologia prática, com sofisticação.” Para Agnaldo Nardi, Presidente da SBU nacional, o encontro é a oportunidade de trazer a produção científica internacional. “Os médicos aqui presentes terão uma visão atualizada de toda a urologia e isso reflete na qualidade do tratamento do paciente.”
B. Braun lança Pedra Fundamental de
seu mais novo parque fabril localizado no
Rio de Janeiro
O grupo alemão B. Braun, empresa da área médico-hospitalar, anunciou a construção de uma nova fábrica no Complexo Industrial e Empresarial de São Gonçalo (CIESG), no Rio de Janeiro. Este será o maior investimento da multinacional na América do Sul, com um montante de R$ 346 milhões. O projeto, assinado por Siegbert Zanettini, será executado em diferentes fases, constituído de um conjunto industrial, de 124 mil m², e administrativo, situado em outra área de 74 mil m². “Trata-se de um importante polo industrial no Brasil, compatível com a reconhecida excelência que a B. Braun goza em todo mundo”, afirma o arquiteto. O lançamento da Pedra Fundamental do novo empreendimento da B. Braun ocorreu em abril. A conclusão do parque fabril está previsto para 2017.
Heráclito Brito assume a Rede D’Or Heráclito Brito passou a ser o novo Presidente da Rede D’Or em abril de 2013, substituindo Jorge Moll, Fundador do grupo que continua como presidente do conselho da rede. Brito traz em sua trajetória profissional passagens pela Qualicorp, Bradesco Saúde, Golden Cross e Towers Watson.
Norma obriga planos de saúde a ter ouvidoria Publicada resolução normativa da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que obrigam as operadoras a criar ouvidorias próprias para receber as manifestações dos usuários, como elogios, sugestões, consultas e reclamações. De acordo com as exigências da agência, a empresa deverá dar uma resposta conclusiva para o cliente em até sete dias. Mesmo se o prazo for negociado com o usuário, o limite será de 30 dias úteis. Quanto às operadoras com até 20 mil usuários e aquelas exclusivamente odontológicas, que tenham entre 20 mil e 100 mil usuários, devem designar apenas um representante institucional para exercer as atribuições de ouvidor, ficando dispensadas de criar uma unidade organizacional específica de ouvidoria em seus quadros.
BNDES anuncia R$ 5 bi para renovação do Profarma O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) renovou o Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde (Profarma), com orçamento de R$ 5 bilhões. O novo prazo de vigência do Profarma é até 2017. Na sua terceira fase, o programa terá ênfase em desenvolvimento e produção de produtos biotecnológicos e apoio a planos estruturados de P&D e inovação na cadeia da saúde. O Programa BNDES Profarma conta com um estoque de 88 operações aprovadas/contratadas, com total de financiamento de cerca de R$ 1,9 bilhão. Deste total, 46% (R$ 856 milhões) são voltados para o financiamento à produção, 31% (R$ 582 milhões) à inovação, 18% (R$ 347 milhões) à reestruturação de empresas e 5% (R$ 100 milhões) à exportação.
Retrospectiva 2013 - Maio
43ª Jornada Paulista de Radiologia traz inovações tecnológicas para o setor
A 43ª Jornada Paulista de Radiologia (JPR) reuniu mais de 18 mil profissionais do setor que puderam conferir os últimos avanços tecnológicos expostos por mais de 100 empresas, além de congressos e palestras acerca do tema. O evento, considerado o maior em Radiologia na América Latina e o quarto maior do mundo, recebeu congressistas, expositores e visitantes durante quatro dias. O conteúdo científico foi dividido em dois programas distintos, ultrassom e demais modalidades. De acordo com Antônio Rocha, Presidente da Sociedade Paulista de Radiologia, o evento traz a oportunidade de reunir, em um mesmo local, profissionais e principais empresas, além de proporcionar um valioso conteúdo científico.
Também presente no evento, Carlos Goulart, Presidente da Abimed, reforçou a importância da Jornada e afirmou que este setor é o que mais cresce no País. “O setor de radiologia tem se destacado dentro do ramo hospitalar e na área de produtos para a saúde. Nós temos um crescimento médio de equipamentos de produtos para a saúde por volta de 10%. A Radiologia se destaca chegando a 20%”, afirma. Confira os vídeos com as entrevistas na íntegra no site saudeonline.net.br
Feira+Fórum Hospitalar reúne 90 mil visitantes A Feira+Fórum Hospitalar comemorou a sua 20ª edição com números significativos para a comunidade médica. Foram cerca de 90 mil visitantes, 1.250 empresas expositoras, além de congressos, seminários, dentre outros. A Rodada Internacional de Negócios, organizada pela Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios - Abimo, por meio de seu projeto Brazilian Health Devices, em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) constatou um aumento de 11,7% no número
de empresas participantes. O objetivo do evento foi promover as exportações da indústria brasileira da saúde por meio da aproximação entre empresas brasileiras e estrangeiras interessadas em adquirir produtos, artigos e equipamentos brasileiros. No total, foram realizadas 647 reuniões entre compradores de 18 países e 64 companhias brasileiras. Participaram representantes de Angola, Arábia Saudita, Chipre, Colômbia, Egito, Espanha, Iraque, México, Moçambique, Nicarágua, Panamá, Peru, Portugal, Romênia, Rússia, Turquia, Uganda e Uruguai.
Brasil e Alemanha assinam Termo de Confidencialidade Durante a 20ª Feira+Fórum Hospitalar 2013, foi assinado o “Termo de Confidencialidade” entre a Anvisa e o Instituto Federal para Medicamentos e Dispositivos Médicos (BfArM), agência do governo alemão. De acordo com o documento assinado, a troca de informações entre as autoridades reguladoras poderá “auxiliar as atividades de ambas as partes em relação aos dispositivos médicos ou à garantia de segurança, qualidade e eficácia dos medicamentos para uso humano que estejam sob investigação clínica, autorizados para comercialização, ou em análise para concessão de registro sanitário tanto na Alemanha como no Brasil”. Em entrevista exclusiva para a revista HealthCare Management, o Ministro da Saúde da Alemanha, Daniel Bahr, salientou que há muitas empresas alemãs que investem no mercado brasileiro, assim como há companhias brasileiras que almejam investir na Alemanha. “Os documentos dessas empresas são tratadas com confidencialidade para que, em um segundo passo, facilite o reconhecimento de documentos e certificados”, afirma. Acesse também o saudeonline.net.br e confira a entrevista exclusiva com o ministro Daniel Bahr.
Mais Influentes
Durante a 20ª Feira + Fórum HOSPITALAR, o Grupo Mídia recebeu em seu stand os “100 Mais Influentes da Saúde” de 2013. Trata-se de um especial inédito feito pela revista HealthCare Management que trouxe representantes de diversas categorias do setor da Saúde, como Consultoria, Engenharia Clínica, Gestão Hospitalar, Indústria Médica, Prestação de Serviços, Autoridades Públicas, OSS, entre outros. O projeto apresentou para o mercado quais foram os profissionais que se destacaram por seus trabalhos e iniciativas ligadas à saúde no Brasil. Para a escolha dos indicados, o Conselho Editorial do Grupo Mídia, formado por jornalistas, colunistas e publisher estudaram os nomes mais relevantes do setor. Os indicados receberam no stand do Grupo Mídia uma homenagem e também concederam entrevistas exclusivas para o portal Saúde Online.
1º Seminário Brasileiro de Engenharia Clínica
O 1º Seminário Brasileiro de Engenharia Clínica aconteceu simultaneamente à Feira + Fórum Hospitalar. O evento, promovido pela ABEClin (Associação Brasileira de Engenharia Clínica), teve o intuito de consolidar a Engenharia Clínica no Brasil. “Nós já realizávamos um evento nos anos anteriores da feira, porém tratava-se de um congresso. Este ano, depois de levantar as necessidades dos profissionais da área de Engenharia Clínica no País, decidimos criar o Seminário focado naquilo que esses profissionais queriam ouvir”, conta Rodolfo More, Presidente da ABEClin. Para fazer a abertura e apresentar dados atuais sobra a situação da saúde no País esteve presente o Diretor do Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde, Jorge Valadares de Oliveira.
Instituto Mário Penna Retrospectiva 2013 - Maio
inaugura mais um Acelerador Linear Nova unidade para casos O Hospital Luxemburgo inaugurou o segundo Acelerador Linear Elekta Compact, adquirido pelo Instituto Mário Penna (IMP) por R$ 3 milhões. O total do investimento foi de R$ 4 milhões, somando a reforma da sala para receber o aparelho. O equipamento pode ser utilizado em cerca de 80% dos casos de câncer, permitindo, assim, um acréscimo no atendimento de até dois mil pacientes por mês. Estiveram presentes na entrega oficial o Diretor Geral do INCA, Luiz Antônio Santini, o Chefe de Gabinete da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), Ricardo Guimarães, o Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Antônio Jorge, o Deputado Federal, Gabriel Guimarães, o Secretário Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Marcelo Teixeira, o Vereador Wellington Bessa e o Conselheiro Osmânio Pereira. Os Superintendes, Médicos e colaboradores do Instituto Mário Penna também compareceram. Os novos equipamentos entraram em funcionamento no mesmo mês de inauguração.
de baixa complexidade da
Unimed Vitória Em maio, a Unimed Vitória inaugurou a Unidade Ambulatorial do Hospital Unimed Vitória. Entre os serviços oferecidos estão exames de raios-X, coleta de exames de sangue, atendimento ambulatorial, teste ergonométrico, exame de endoscopia e pequenos procedimentos cirúrgicos, tanto adultos quanto pediátricos. O usuário poderá contar na unidade com atendimento de clínico geral, pediatra e ortopedista. A nova unidade de apoio ao Hospital Unimed é fruto dos crescentes investimentos da Unimed Vitória na ampliação de sua rede de atendimento. Um exemplo é a criação do Centro de Especialidades Unimed com capacidade para 19 consultórios e nove mil atendimentos por mês.
Beneficência Portuguesa de São Paulo inaugura o
Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes A Beneficência Portuguesa de São Paulo anunciou a criação do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes, um dos maiores e mais completos núcleos para tratamento do câncer no País. O Centro é resultado do compromisso social da instituição com a população e uma homenagem ao Dr. Antônio Ermírio de Moraes, Presidente de Honra do Hospital. Os pacien-
tes do SUS e de convênio serão atendidos pela nova instalação. O núcleo atende pacientes de média e alta complexidade e realiza estudos e pesquisas para o desenvolvimento da especialidade. O objetivo é tratar o paciente por inteiro com diagnósticos precisos e precoces que contribuam com a qualidade de vida e segurança de cada paciente.
Cláudia Cohn é reeleita presidente da Abramed Em eleições realizadas em junho, Cláudia Cohn foi reeleita Presidente da Abramed – Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica. O mandato é de dois anos, portanto, se estenderá até junho de 2015. Além de Cláudia Cohn, também foram eleitos para o Conselho Deliberativo Luis Roberto Natel de Almeida, Conrado Furtado de Albuquerque Cavalcanti, Fernando Lopes Alberti e Luís Vitor de Lima Salomão. Já Cristiane do Rocio Tissot de Souza, Lídia Freire Abdalla Nery e Delfin Gonzales Miranda compõem o Conselho Fiscal da entidade, que tem como suplentes, Roberto Santoro Meirelles, Boris Berenstein e Arilton José dos Santos Carvalhal.
Ary Ribeiro
assume superintendência
ambulatorial do HCor O médico Ary Ribeiro, ex-gerente médico de unidades do Hospital Albert Einstein, passou a ocupar, em maio deste ano, o cargo de Superintendente de Serviços Ambulatoriais do HCor. Ribeiro é PhD em Ciências Médicas pelo Instituto Karolinska, Estocolmo, Suécia; e foi Diretor médico da Clínica São Vicente (RJ), de 2000 a 2003; Diretor Técnico-Comercial do Hospital Pró Cardíaco (RJ), de 2003 a 2010; Gerente Médico das Unidades Perdizes-Higienópolis e Centro Médico Ambulatorial da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein de 2010 a 2013. Além disso, atuou como representante da Anahp no Grupo Técnico Modelos de Remuneração ANS de 2010 a 2012 e atualmente coordena do Grupo Técnico Anahp Relacionamento com Operadoras de Planos de Saúde.
Retrospectiva 2013 - Junho
CEO da Agfa HealthCare Group visita o Brasil O Presidente Mundial da Agfa, Christian Reinaudo, veio ao Brasil para falar sobre as novas estratégias da empresa, lançamentos e novidades para o mercado brasileiro. Em entrevista exclusiva para a revista HealthCare Management, Reinaudo disse que o Brasil é um País em evidente crescimento e, consequentemente, um campo muito forte para a atuação da empresa. “O sistema de saúde possui uma grande penetração de tecnologia e radiologia nos hospitais, o que é um forte atrativo para nossos negócios”, ressaltou. De acordo com o CEO, o Brasil corresponde de quatro a cinco por cento dos negócios globais da Agfa HealthCare. “Não podemos ignorar essa posição. Além disso, já somos reconhecidos no País há algum tempo e contamos com fortes distribuidores e vários parceiros leais, como também universidades e hospitais que nos ajudam a desenvolver novas soluções adaptadas que, posteriormente, poderão ser utilizadas em todo o mundo.”
Hospital Leforte tem nova diretoria A diretoria do Hospital Leforte, que pertence ao Grupo Saúde Bandeirantes, empossou novos diretores em 2013. A direção clínica fica sob coordenação do urologista, Flávio Haruyo Iizuka, que tem como Vice-Diretor clínico, o cirurgião otorrinolaringologista Jamal Azzam. A direção técnica do hospital é responsabilidade do Dr. Samir Lisak. “Estimular e valorizar os profissionais que pertencem ao corpo clínico
do Hospital Leforte é uma de nossas missões. Seguiremos as diretrizes da gestão anterior e investiremos ainda mais em novas tecnologias, em qualificação profissional e no atendimento humanizado. Oferecemos um atendimento de excelência a pacientes adultos e pediátricos e tenho certeza que teremos o comprometimento de todos os colaboradores nesta nova e promissora etapa”, revelou Haruyo Iizuka.
Marcelo Medeiros, Diretor de Relacionamento Institucional do Grupo Saúde Bandeirantes Jamal Azzam, Vice-Diretor clínico do Hospital Leforte Flávio Izuka - Diretor Clínico do Hospital Leforte Samir Lisak, Diretor Médico do Hospital Leforte Rogério Risso, Diretor Administrativo do Hospital Leforte Rodrigo Lopes, Diretor Executivo do Grupo Saúde Bandeirantes
Superintendente do Sepaco assume diretoria
técnica da UNIDAS
A Superintendente Operacional do Sepaco, Luci Meire P. Usberco, foi eleita diretora técnica da UNIDAS - União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde - São Paulo. “Sei que os desafios são muitos, pois estarei atuando na gestão técnica dos sistemas de autogestões de todo o Estado. Entretanto, tenho certeza de que poderei contribuir com a minha vivência para o crescimento”, afirma.
US$ 210 mil dólares em vendas durante Africa Health
Pela primeira vez, empresas associadas à Abimo e que fazem parte do projeto Brazilian Health Devices (BHD), executado pela entidade em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) participaram da Africa Health Exhibition & Congress 2013, que aconteceu em Johanesburgo, África do Sul. Durante os três dias de evento as empresas brasileiras fizeram 241 contatos com compradores de 23 países, com negócios efetivos com empresas da África do Sul, Namíbia, Nigéria, Moçambique, Arábia Saudita, alcançando a marca de US$ 210 mil dólares. A expectativa de negócios para os próximos doze meses é de mais de US$ 1, 5 milhão.
Hospital Alvorada conquista acreditação internacional O Hospital Alvorada conquistou a Acreditação da Joint Commission International (JCI) em 2013. “Estamos muito orgulhosos e contentes com esta acreditação, pois atesta a qualidade e a eficiência oferecidas no atendimento e na segurança aos nossos pacientes. Sem dúvidas este selo irá agregar ainda mais peso e responsabilidades ao nome do Hospital Alvorada. Temos certeza que estamos preparados para oferecer um atendimento único e diferenciado. Além disso, nos coloca no mes-
mo patamar de instituições que possuem um padrão internacional em saúde.”, afirmou Fernando José Pedro, Diretor Médico do Hospital Alvorada. O processo de certificação do Alvorada teve início há cerca de três anos, quando foi criado um projeto específico para esta iniciativa. O setor de Qualidade do hospital prestou um valioso auxílio no momento da implementação e padronização de protocolos, que passaram a ser utilizados por todos os profissionais da instituição.
Reajuste de bolsas de residência médica Hospitais universitários
ganham verba
Em julho começou a liberação dos recursos federais para o Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários (Rehuf). A primeira parcela de R$ 100 milhões foi liberada para 45 hospitais de 21 Estados. Até o final de 2013 foram investidos cerca de R$ 560 milhões investidos por meio do Rehuf, R$ 460 milhões destinados ao custeio de atividades assistenciais e de ensino e R$ 100 milhões para obras, reformas e a compra de equipamentos para melhorar a infraestrutura das instituições.
As bolsas pagas para os profissionais de residência médica e de outras áreas da saúde passaram por reajuste de 24,8%, ou seja, R$ 2.976,26 mensais. A medida beneficiará cerca de 23 mil profissionais de acordo com o Ministério da Saúde. O reajuste é parte de uma série de medidas para estimular a formação de especialista e aumentar o número de médicos.
Ministério da Saúde incorpora vacina contra HPV ao SUS Foi incorporada ao SUS a vacina contra o HPV. Assim, a partir deste ano, meninas de 10 e 11 anos receberão as três doses para a imunização. O governo investiu R$ 360,7 milhões na compra de 12 milhões de doses. Esta é a primeira vez que há o acesso gratuito a esta vacina no País. A meta é imunizar 80% do público-alvo que, atualmente, soma 3,3 milhões de pessoas. O HPV causa 95% dos casos de câncer de colo do útero.
Retrospectiva 2013 - Agosto
Hospital TotalCor é reacreditado pela JCI
InterSystems Symposium 2013 O InterSystems Symposium 2013 reuniu clientes e prospects a fim de mostrar as atualizações das ferramentas e as estratégias da empresa para a saúde. Uma das soluções discutidas foi a plataforma TrackCare, sistema unificado de saúde que cria uma visão completa do registro de cada paciente. Para Carlos Eduardo Noguei-
ra, Diretor da Intersystems da América Latina, há um amadurecimento do conceito de saúde conectada no País. “Há muito interesse em proporcionar esse tipo de saúde no Brasil, o que não vinha acontecendo desde o ano passado.” Acesse o site www.saudeonline.net.br e confira todas as entrevistas na íntegra realizadas durante o Symposium.
Amil compra Hospital Santa Marina (SP) por R$ 55 milhões
Por R$ 55 milhões, o Grupo Amil arrematou o Hospital Santa Marina em leilão realizado no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região (SP). A unidade está fechada desde 2011 e, segundo os planos da gestão Fernando Haddad (PT), será transformada em hospital público. O lance inicial para a venda era de R$ 45 milhões. Atualmente, tramitam no TRT cerca de dois mil processos contra o Hospital Santa Marina. O leilão foi realizado para quitar a dívida da instituição que chega ao montante de R$ 65 milhões. O hospital foi fundado em 1971 e contava com 265 leitos. Os colaboradores não recebiam por mais de seis meses e as alas da instituição começaram a ser desativadas, até que o hospital fechou suas portas por completo.
Em agosto, o Hospital TotalCor foi reacreditado pela Joint Commission International (JCI), atestanto, assim, a qualidade e segurança da instituição no atendimento aos pacientes. Segundo o Diretor Médico do TotalCor, Valter Furlan, a conquista “é motivo de muito orgulho. É a comprovação de que, além de mantermos nosso alto padrão de qualidade, ainda melhoramos e implementamos outros protocolos, no intuito de sempre inovar e disponibilizar aos nossos pacientes o que há de mais moderno e eficiente no tratamento cardíaco”. Um dos pontos de destaque entre os padrões estabelecidos pela JCI é a modernização dos serviços oferecidos pelos hospitais, principalmente os assistenciais. Aquisição de novos equipamentos, adoção de novas práticas e terapias, desenvolvimento constante de procedimentos inovadores e utilização de novos insumos hospitalares são alguns exemplos que são constantemente avaliados por comissões internas do TotalCor. Desde 2010, a adoção dos padrões da JCI trouxe inúmeros benefícios e avanços na realização de procedimentos de alta complexidade no TotalCor. Além disso, houve o cumprimento de um conjunto de práticas internacionais de qualidade no cuidado ao paciente, desde o momento da entrada no hospital até a sua saída.
ENIFarMed reúne setor de fármacos
e medicamentos para debates A 7ª edição do Encontro Nacional de Inovação em Fármacos e Medicamentos (ENIFarMed), realizado pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento em Fármacos e Medicamentos (IPD-Farma) em conjunto com a Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica (Protec), reuniu todos os agentes da cadeia produtiva de fármacos e medicamentos a fim de debater sobre “Rumos e desafios para a década” do setor. Para Carlos Gadelha, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde, como o setor da saúde é uma área de fronteira, com muito interesse empresarial, a questão está em resolver a entrada do País nesse mundo contemporâneo da saúde. “O instrumento para isso é utilizar nosso mercado para estimular as empresas públicas e privadas, nacionais e estrangeiras. Vale ressaltar que não há nada contrário a empresas estrangeiras, aliás, queremos oferecer o mercado brasileiro para que essas produzam e façam inovação aqui.” Dirceu Barbano, Diretor-Presidente da Anvisa, ressaltou que há um conjunto de esforços do governo, setor privado e vários segmentos para fortalecer a indústria
da saúde. “Temos um conjunto de empresas fazendo produtos inovadores, seja inovação radical, incremental, a fim de trazer novas alternativas para o mercado. Observa-se que o setor está construindo bases para um novo ciclo, como foi o caso dos genéricos há 13 anos”, ressalta. Acesse o site www.saudeonline.net.br e confira todas as entrevistas na íntegra.
Moinhos de Vento afilia-se à Johns Hopkins Medicine International O Hospital Moinhos de Vento assinou um acordo de afiliação com a Johns Hopkins Medicine International. O objetivo é promover o intercâmbio de melhores práticas de assistência, pesquisa, educação e gestão. “A busca de um parceiro internacional visa alavancar nossos projetos para expansão de infraestrutura e qualificação das nossas equipes”, afirma Luciano Hammes, Superintendente de Educação,
Pesquisa e Responsabilidade Social. O acordo, que inicialmente terá duração de 10 anos, permitirá a transferência de conhecimento e tecnologia entre as duas organizações. Isto será feito por meio de atividades como educação e treinamento de profissionais, desenvolvimento de especialidades de interesse, visitas técnicas e intercâmbios, coleta de dados clínicos e desenvolvimento de pesquisas.
Retrospectiva 2013 - Agosto
Excelência da Saúde 2013 A revista HealthCare Management trouxe, pela primeira vez, o especial “Excelência da Saúde no País”. Para este projeto, o conselho editorial da revista criou uma metodologia baseada na avaliação e somatória de todas as certificações que uma instituição possui. Ainda que para ser Excelência, a instituição eleita deve proporcionar um elevado nível de qualidade em
todos os seus procedimentos de gestão, os players foram elencados por categorias, a fim de explorar ainda mais as diversas vertentes e cases de administração do setor da saúde. O especial elencou 60 instituições de destaque no mercado brasileiro em 20 categorias, como Ambulatório, Biossegurança, Hotelaria, Ensino e Pesquisa, entre outras.
Hospital Mãe de Deus recebe certificação ONA O Hospital Mãe de Deus recebeu a recertificação Nível III, conferida pela Organização Nacional da Acreditação (ONA). O HMD é o único do Rio Grande do Sul e um dos cinco hospitais no Brasil a receber a certificação em nível máximo de excelência, juntamente com a certificação da JCI.
David Uip assume Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo O governador Geraldo Alckmin empossou no dia 5/9 o novo secretário estadual da Saúde, o médico infectologista David Everson Uip, que assume a pasta no lugar de Giovanni Guido Cerri. Graduado em medicina pela Fundação Universitária do ABC, Uip fez mestrado e doutorado em doenças infecciosas e parasitárias pela USP (Universidade de São Paulo).
É professor livre-docente pela Faculdade de Medicina da USP e professor titular da Faculdade de Medicina do ABC. O novo secretário também estava na direção do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e já foi diretor do InCor. Durante a cerimônia de posse, Alckmin agradeceu o ex-secretário Cerri pelo trabalho desempenhado e pelos projetos implantados em sua gestão.
Saúde oferece projeto-padrão de
UBS para acelerar obras
Nova medida do governo visa oferecer aos gestores projetos de arquitetura padronizados para a construção de Unidades Básicas de Saúde no País. O objetivo é dar mais agilidade para a conclusão das obras realizadas pelos municípios e garantir a melhoria do acolhimento aos usuários do SUS, bem como oferecer melhores condições de trabalho para os profissionais. Para tanto, serão disponibilizadas plantas completas para os quatro portes das UBS: Porte I (uma Equipe de Atenção Básica, no mínimo), Porte II (duas Equipes de Atenção Básica, no mínimo), Porte III (três Equipes de Atenção Básica, no mínimo) e Porte IV (quatro Equipes de Atenção Básica, no mínimo). Não é obrigatório os gestores utilizarem o projeto arquitetônico disponibilizado, entretanto, segundo Heider Pinto, Diretor do Departamento de Atenção Básica, a adoção do modelo proporciona agilidade e economia de tempo e de recursos referentes à contratação do projeto.
Novo presidente da Ahpaceg O médico Gustavo Gabriel Rassi tomou posse da presidência da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), substituindo Haikal Helou. O Ex-Presidente Haikal Helou, que ficou à frente da Ahpaceg por dois anos e meio, teve um importante papel nas negociações com os compradores de serviços, no fortalecimento da imagem, na atuação da Associação e na implantação da Classificação Hospitalar da Ahpaceg.
Cai 40% número de pacientes na fila por transplante
Em cinco anos, o número de pacientes a espera de um transplante de órgãos e tecidos caiu 40%. Os dados, apresentados pelo Ministério da Saúde, mostram que, em 2008, o número de pessoas na fila era de 64.774, em 2013 esse mesmo índice foi de 38.759. Em Pernambuco, no Paraná, no Rio Grande do Sul, em São Paulo e no Distrito Federal, não há mais fila de espera para o procedimento de córnea, de acordo com o ministério. Em sete Estados, o tempo na fila pelo mesmo transplante também foi reduzido. Os dados mostram também queda na quantidade de pessoas aguardando por transplantes, de 64.774, em 2008, para 38.759 em 2013. Contudo, o transplante de pulmão cresceu 113%, e o de medula óssea 13%. Já os órgãos sólidos (pulmão, coração, pâncreas, rim e fígado) apresentaram alta de 3,8%, no mesmo período de comparação.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Retrospectiva 2013 - Outubro
Dilma sanciona lei do Mais Médicos No dia 22 de outubro de 2013, a Presidente Dilma Roussef sancionou a Lei dos Mais Médicos, garantindo, assim, a contratação de profissionais brasileiros e estrangeiros para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS). A medida foi uma das respostas às manifestações que ocorreram em julho, quando milhares de brasileiros foram às ruas reivindicar uma série de melhorias. O programa visa, entre outros objetivos, diminuir a carência de mé-
dicos nas regiões prioritárias para o SUS, a fim de reduzir as desigualdades regionais na área da saúde, e fortalecer a prestação de serviços de atenção básica em saúde no País. Em todo o País, 6,6 mil profissionais atuaram pelo programa Mais Médicos e, segundo o governo, a meta é chegar a 13 mil em março de 2014, expandindo a assistência para 45,5 milhões de brasileiros. Os médicos participantes estão trabalhando na atenção básica de
2.177 municípios brasileiros e em 28 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). Entre as cidades atendidas, 69% (1.222) apresentam mais de 20% da população em situação de pobreza extrema e concentram quase metade dos profissionais do programa (2.916). Dentre várias polêmicas que o programa gerou consistia na falta de revalidação do diploma, o que foi muito criticado pela comunidade médica e parlamentares da oposição.
Hospital Samaritano (RJ) inaugura novo CTI O Hospital Samaritano, localizado em Botafogo (RJ), inaugurou um novo Centro de Terapia Intensiva (CTI) com nove leitos, sendo um deles equipado com isolamento para os que necessitam de tratamentos específicos. O investimento total realizado garantirá uma oferta de 19 leitos para atendimento crítico. O Centro de Terapia Intensiva possui quartos com monitores multicanais de última geração que se integram aos equipamentos conectados ao paciente e possibilitam a checagem precisa de todos os parâmetros neces-
sários. Para possibilitar uma troca de informações clara com estrangeiros internados, o CTI ganhou camas com sistema de comunicação em até 24 idiomas. O CTI do Samaritano também adota respiradores com engate rápido, que garantem ainda mais segurança de todos na unidade. Além disso, os novos quartos obedecem ao conceito de “sala limpa” ao contarem com réguas estativas – estruturas metálicas fixadas no teto onde estão conectados os respiradores, bombas de infusão e monitores.
Nova gerente de canais
no Grupo Santa Celina O Grupo Santa Celina tem um novo comando na gerência de canais de clientes. Margarida Manfredini, enfermeira com especialização em Administração Hospitalar pela USP e MBA em economia e gestão da saúde pela PUC/ SP, assumiu o cargo. Antes de ingressar no grupo, Margarida atuou por 22 anos no Hospital Samaritano (SP). “Nosso objetivo é interagir de forma personalizada com o cliente, surpreendendo-o com serviços diferenciados, agilizando ainda mais nosso posicionamento às suas demandas, utilizando este aprendizado para a melhoria contínua dos nossos processos”, ressaltou em nota.
União Internacional das Sociedades de Imunologia tem novo presidente O Diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil, tomou posse em Milão, da presidência da União Internacional das Sociedades de Imunologia. Com isso, Brasil tende a ganhar representatividade e visibilidade na área de imunologia nesta gestão. Uma das propostas de Kalil é fazer com que a imunologia chegue a locais de baixa renda e difícil acesso a informação, auxiliando esses lugares a buscar suas próprias soluções. O novo diretor também pretende trabalhar para influenciar decisões de grandes instituições mundiais que trabalham em áreas afins. Kalil era Vice-Presidente da entidade e substitui Stefan Kaufmann, Diretor do Max Planck Institute da Alemanha. É a primeira vez que um cientista de um País em desenvolvimento preside a entidade que reúne imunologistas de todos os continentes.
HIMSS pela 1ª vez no Brasil durante o II Fórum Setorial de TI
HIMSS no Brasil
Em outubro, a Associação Brasileira CIO Saúde (ABCIS) realizou o II Fórum Setorial de TI com o objetivo de reunir profissionais de tecnologia de informação e saúde. Diversos temas pautaram o encontro a fim de promover a troca de ideias e experiências que visam um melhor atendimento para o paciente. A HIMSS (Healthcare Information and Management Systems Society), maior associação de informática em saúde do mundo, esteve presente como “keynote speaker” do fórum, trazendo o programa EMRAM (Eletronic Medical Record Adoption Model). Esta metodologia permitirá aos hospitais brasileiros identificar o nível de maturidade na implementação do prontuário eletrônico através da avaliação de estágios. Segundo David Oliveira, Gerente de TI do Sepaco e Presidente da ABCIS, poder contar com a HMISS é um marco para a associação. “Ter esta presença já no segundo fórum confirma a importância e o crescimento da ABCIS no Brasil, o que vem a fortalecer, ainda mais, a área de TI no País. Trata-se de uma organização respeitada mundialmente e o estudo que eles trouxeram vem agregar muito.” Confira mais entrevistas com palestrantes e apoiadores que aconteceram durante o II Fórum Setorial de TI no site saudeonline.net.br.
Usuários terão 87 novos procedimentos cobertos por planos de saúde Os beneficiários de planos de saúde individuais e coletivos terão direito a mais 87 procedimentos, incluindo 37 medicamentos orais para o tratamento domiciliar de diferentes tipos de câncer e 50 novos exames, consultas e cirurgias. A medida foi resultado de uma consulta pública realizada pela ANS que beneficiará 42,5 milhões de consumidores com planos de saúde de assistência médica e outros 18,7 milhões consumidores com planos exclusivamente odontológicos. A revisão do rol de procedimentos e eventos em saúde foi realizada a partir de consulta pública realizada entre junho e agosto de 2013 e recebeu 7.340 contribuições. A Resolução Normativa foi publicada no dia 22/10/13, no Diário Oficial da União. A medida é válida para consumidores com planos de saúde de assistência médica contratados após 1º de janeiro de 1999 no País e também para os beneficiários de planos adaptados à Lei nº 9.656/98.
Retrospectiva 2013 - Novembro
Discussão acerca da profissionalização da administração hospitalar traz Michael Porter para o Brasil O seminário “A Profissionalização da Administração Hospitalar”, promovido pelo Valor Econômico e a Philips do Brasil, reuniu, em São Paulo, diversos profissionais com o objetivo de debater as tendências da gestão nas instituições. O evento contou com a participação do maior nome mundial em competitividade e economia, Michael Porter, Professor do Instituto de Estratégia e Competitividade da Harvard Business School. O especialista apresentou um panorama abordando o tema “Transformando a saúde na América Latina”. Em entrevista exclusiva à revista HealthCare Management, Porter comentou sobre a importância do valor do paciente e a preocupação que as instituições devem ter em entregar bons
resultados para o usuário. “Acredito que este evento trouxe a oportunidade de grandes gestores da saúde debater sobre as principais transformações do setor. A ideia principal que temos que ter é que o sucesso é inevitável quando o objetivo principal da gestão gira em torno do paciente.” O Vice-Presidente da Philips Healthcare na América Latina, Vitor Rocha, salientou que questões como custo e qualidade devem ser discutidas para melhorar a gestão dos hospitais. “A Philips está investindo em soluções integradas porque acreditamos que isso acarretará em uma maior eficiência e baixo custo na saúde.” Confira mais entrevistas e a cobertura completa deste evento no portal Saúde Online.
Ministério da Saúde anuncia compra de Benner recebe 80 aparelhos para tratamento do câncer O Ministério da Saúde anunciou a compra de 80 aceleradores lineares, que serão distribuídos em 63 municípios de 22 Estados e o Distrito Federal. Com isso, os equipamentos aumentarão em 25% a oferta de radioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS). Os aceleradores lineares são equipamentos de alta tecnologia usados para o
tratamento de pacientes com câncer da americana Varian Medical Systems. Em maior de 2013, a companhia revelou planos de implantar um complexo no País para atender tanto ao mercado local quanto ao externo, funcionando como uma plataforma de produção e distribuição de produtos de alta tecnologia para toda a América Latina.
certificação CMMI nível 3 A Benner Saúde acaba de elevar para nível 3 a certificação CMMI (Capability Maturity Model Integration), válida para o desenvolvimento de produtos de gestão de saúde suplementar. A unidade de desenvolvimento de software localizada em Maringá (PR) já era CMMI nível 2 desde janeiro de 2012. O CMMI é um modelo de qualidade mantido pelo SEI, que atesta o desenvolvimento de práticas necessárias para a maturidade do processo de desenvolvimento de software e manutenção, abrangendo todo o ciclo de vida do produto, desde sua concepção até a entrega e a manutenção.
Encontro reúne médicos e gestores para discutir acerca da Gestão Estratégica na Medicina
CFM reforça fiscalização de
unidades de saúde Resolução publicada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) pontua diversos procedimentos que deverão ser fiscalizados nas unidades de saúde do País. As unidades que não seguirem as especificações terão um prazo para atender às exigências. Se ainda assim os problemas persistirem, as irregularidades serão encaminhadas para o Ministério Público e Tribunais de Contas. Ademais, os médicos que atuarem no serviço em cargos de chefia poderão sofrer processos éticos. Entre as regras está a necessidade da constante presença de médicos nos estabelecimentos onde pacientes recebem medicação. Isso exigirá uma adaptação dos Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas.
Brasil começa a produzir remédios para artrite e câncer
Parceria entre a empresa Merck Serono e o Ministério da Saúde traz a produção de seis remédios biológicos utilizados no tratamento de câncer e artrite para o Brasil. Cabe a multinacional a transferência de tecnologia para a fabricação dos medicamentos no prazo de cinco anos. Além disso, a empresa se comprometeu a vender, já em 2014, os seis remédios para o governo com desconto de 5%. Os remédios serão feitos pela Bionovis, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Instituto Vital Brasil. O acordo firmado também prevê a construção de uma fábrica em 2014. Os produtos que serão fabricados são: etanercepte, rituximabe, bevacizumabe, cetuximabe, infliximabe e trastuzumabe.
A 1ª Conferência de Gestão Estratégica na Medicina - Medical Management Brazil 2013, reuniu profissionais da saúde a fim de discutir diversas questões que permeiam a gestão em instituições de saúde. Gestão de Negócios, Planejamento, Marketing Estratégico, Tendências e Oportunidades do Mercado da Saúde foram alguns dos temas abordados. Também foi realizado um panorama atual do segmento médico do Brasil, além de apontar as perspectivas do ramo. O objetivo do evento é proporcionar aos médicos, gestores de clínicas e proprietários de empreendimentos no setor da saúde as mais modernas técnicas e ferramentas de gestão. Para tanto, experts do mercado compartilharam experiências de sucesso com os participantes da conferência. Confira a cobertura completa no site Saúde Online.
Ministério da Saúde investe R$ 36 mi na rede de imunização
O Ministério da Saúde anunciou a aplicação de R$ 36 milhões para custear empreendimentos de edificação, aumento e reestruturação do parque tecnológico da Rede de Frio, processo de armazenamento, conservação, manipulação, distribuição e transporte dos imunobiológicos do Programa Nacional de Imunizações. O ato administrativo fixa os processos e princípios para a transferência de auxílio em dinheiro aos governos de Estados e prefeituras. O investimento possibilitará a construção ou ampliação de centrais, a compra de utensílios permanentes (compartimentos de temperatura mantida artificialmente baixa para armazenamento e conservação) e também a aquisição de veículo para o deslocamento de imunobiológicos.
Retrospectiva 2013 - Novembro
Indústria brasileira de equipamentos médicos consolida participação na Feira MEDICA 2013 A Feira MEDICA, que aconteceu em novembro, em Düsseldorf, na Alemanha, contou com a participação de 4.641 expositores de 66 países. Deste montante, mais de 50 empresas eram brasileiras, reforçando ainda mais a presença do País no evento. O evento recebeu cerca de 130 mil visitantes que conferiram de perto as últimas novidades de tecnologia da saúde, bem como lançamentos de produtos médicos. A participação brasileira na MEDICA bateu recorde em 2013. O pavilhão brasileiro de 612 m², organizado pelo Projeto Brazilian Health Devices (BHD), parceria da Abimo com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex -Brasil), contou com 52 empresas. “Devemos estar participando pela 12ª vez do evento. Aqui é um palco para os produtos brasileiros. Nosso País é considerado um ótimo produtor com um custo efetivo e eficiente que atende as restrições orçamentárias”, ressaltou Paulo Fraccaro, Presidente Executivo da Abimo- Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios.
“Nas últimas décadas nós tivemos uma grande participação do Brasil na MEDICA. Se tivéssemos mais espaços, com certeza teríamos mais empresas brasileiras” afirmou CEO da Messe Düssedorf, Joachim Schäfer, em entrevista exclusiva para o portal Saúde Online. A HOSPITALAR, maior evento das Américas do setor, participou da MEDICA com dois stands – um individual e outro no Pavilhão Brasileiro. “Quando a HOSPITALAR começou a participar das feiras internacionais, principalmente da Alemanha, nós começamos a dar visibilidade para a participação de brasileiros independentes na feira. Com isso nós reunimos esse grupo em um estande coletivo. Cinco anos depois essa atividade coube à Abimo e, com o posterior apoio da Apex, essa participação representa hoje um posto avançado da indústria brasileira”, afirma Dra. Waleska Santos, Presidente e Fundadora da HOSPITALAR Feira + Fórum. Jornalistas do portal Saúde Online estiveram presentes durante os quatro dias da Feira MEDICA, onde foram gravados cerca de 50 vídeos. Acesse o site www.saudeonline.net.br e confira todas as entrevistas na íntegra.
Renault apoia projeto de ampliação do
Remédio será rastreado
A Renault do Brasil, através do Instituto Renault, contribuiu com R$ 1 milhão para as obras de ampliação e modernização do principal centro de tratamento de câncer das regiões norte e oeste do Paraná, o Hospital do Câncer de Londrina (HCL). A participação da Renault, através da campanha “Adote um metro quadrado do HCL”, teve como objetivo apoiar a construção e um novo prédio de oito andares, com 7.500 m², anexo à estrutura atual, que soma 12 mil m². Esta área irá abrigar novos consultórios, um centro de diagnósticos, área para realização de ressonância magnética, assistência social e recepção. “A Renault é parte da sociedade paranaense e se orgulha em poder contribuir com o desenvolvimento
Novas regras foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quanto ao rastreamento de remédios no País. Em um prazo de três anos, o sistema, que permitirá acompanhar a trajetória do medicamento da produção até a venda, deverá estar em funcionamento. Com isso, os dados sobre compradores dos demais remédios passarão a ser incluídos no sistema em uma segunda etapa, com prazo ainda não definido. Todas as embalagens deverão apresentar sistema bidimensional, semelhante a um código de barras, que permitirá ao usuário saber se o produto é original. Trata-se de ferramenta essencial para evitar contrabando e falsificações, segundo a indústria.
Hospital do Câncer de Londrina
do estado. Temos 6.500 colaboradores diretos e geramos outros 25 mil empregos indiretos em todo o Paraná. Nosso objetivo é estar cada vez mais próximos das comunidades”, destaca Olivier Murguet, Presidente da Renault do Brasil.
Líderes da Saúde de 2013
A revista HealthCare Management trouxe, pela primeira vez, os “Líderes da Saúde”. Para tanto, um grupo de respeitáveis gestores de todo o Brasil responderam questões acerca do mercado da saúde e elegeram as empresas que se destacaram no País em 2013. A eleição das empresas foi efetuada por um júri oficial composto por diretores de importantes hospitais do Brasil, diretores de associações da indústria da saúde e pelo conselho editorial da revista. As empresas foram classificadas em 23 categorias, referentes aos serviços e produtos oferecidos para as instituições de saúde. Foram três classificadas em
desde a produção
cada categoria, sendo que as empresas eleitas não obedeceram a uma ordem de ranking. Todos os líderes eleitos ocuparam a mesma posição de destaque perante o júri, não sendo colocados como primeiro, segundo ou terceiro lugar. No entanto, seguindo a metodologia aplicada, a empresa que não respondeu dentro do prazo estabelecido foi automaticamente eliminada do “Líderes da Saúde”. Por isso o leitor poderá encontrar algumas categorias com dois líderes, e não três como o estudo propõe. A lista completa dos “Líderes da Saúde” pode ser conferida na 27ª edição da revista HealthCare Management.
Ministro da Saúde libera Retrospectiva 2013 - Dezembro
R$ 29,7 milhões para Santas Casas
SUS oferecerá teste rápido para
Aids por fluido oral
Publicada portaria que disponibiliza teste rápido de Aids por fluido oral no SUS. O resultado sai em até 30 minutos. O novo diagnóstico será ofertado para a população em todas as campanhas do Fique Sabendo, nos serviços do SUS que atendem as populações vulneráveis e nas farmácias da rede pública, a partir do segundo semestre de 2014. Testes com essa metodologia, que possuírem registro na Anvisa, também poderão ser vendidos em farmácias da rede privada. Inicialmente, o teste com fluido oral será utilizado por 40 ONG parceiras do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, que atuam em 21 Estados e no Distrito Federal. A prioridade é para as populações que apresentam maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV.
O Ministério da Saúde liberou R$ 29,7 milhões para 15 Santas Casas de Misericórdia e sociedades de filantropia de 11 cidades de São Paulo. O auxílio refere-se ao Incentivo de Adesão à Contratualização (IAC) de serviços de hospital. Isso significa um aumento de 26% para 50% quanto ao estímulo entregue pelos trabalhos dispensados para o SUS.
Gasto com pessoal chega a
90% em Saúde da Família
Pesquisa apresentada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que a remuneração dos médicos é o principal componente dos custos de uma unidade do Programa Saúde da Família. O gasto do pessoal de saúde representam entre 60% e 90% dos custos totais da atenção básica. Em média, a remuneração total dos médicos de uma equipe chega a R$ 18 mil por 40 horas semanais de trabalho, de acordo com levantamento do Ipea com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), levantamento feito pelo Ministério do Trabalho junto aos empregadores. Os valores, no entanto, variam de R$ 16,2 mil, na região Nordeste, a R$ 25,6 mil, no Centro-Oeste.
Investimentos estratégicos e alternativas inovadoras para driblar as oscilações do mercado. Somam-se a esses elementos grandes eventos que acontecerão neste ano, como a
Copa do Mundo e Eleições. O ano está, realmente, mais curto, mas isso não deve ser obstáculo. Essas são algumas perspectivas de renomados CEOs do setor da saúde para 2014.
“
Perspectiva 2014
O Brasil tem estado na dianteira de pesquisas importantes, como as que envolvem células-tronco embrionárias, a vacina da AIDS e novas terapias, técnicas cirúrgicas e medicamentos para o câncer. Em contrapartida, equilibrar os custos de uma medicina moderna e altamente especializada é um grande desafio. Estamos prontos para a continuidade da modernização da medicina, sem, contudo, desconsideramos os fatores preocupantes envolvidos nesse processo. Para isso, a cultura organizacional tem sofrido profundas modificações ao longo dos últimos seis anos. Os setores de Qualidade & Processos Institucionais, Viabilidade Técnica & Econômica e Planejamento Estratégico estão bem alinhados e são responsáveis pelo mapeamento das ações e condutas que permitem o melhor uso dos recursos disponíveis e das práticas que favorecem a utilização das inovações terapêuticas.
Valdir Pereira Ventura, CEO do Grupo São Cristóvão
“
As perspectivas são boas para 2014, pois já temos o dólar mais ajustado, em um novo patamar. Todos os nossos planos e budgets foram feitos em função do dólar e o mercado já assimilou essa alta da moeda, ou seja, o mercado brasileiro da área médica, que também é vinculado à importação e ao dólar, já está mais confortável em fazer novos investimentos. Então, todos aqueles investimentos que foram um pouco retardados devido à perspectiva da estabilização, agora começam a ocorrer em 2014. A Agfa Healthcare teve um começo de ano muito favorável. Entretanto, temos que lembrar que estamos em um ano especial, com Copa do Mundo e Eleições que vão fazer com que o ano seja um pouco mais curto. Por isso temos que correr atrás.
”
José Laska, CEO da Agfa Healthcare
”
“
O primeiro grande desafio do setor da Saúde é o foco em uma saúde com qualidade e de uma assistência médica priorizando a segurança assistencial. Porque se nós praticarmos uma assistência de saúde, sem qualidade e sem segurança estaremos promovendo um mal maior para o cidadão. Também deveremos ampliar os acessos às instituições, tanto no setor público quanto o privado. No público temos que pensar em um financiamento mais adequado e no privado tem fazer com que suas unidades prestadoras de serviço aumentem para suprir a demanda da medicina suplementar. É necessário que haja uma identificação dos programas estruturais para desenvolver saúde, ou seja, deve-se haver um investimento na prevenção de saúde, em programas contra obesidade, controle de doenças como diabetes e cuidados para pessoas idosas.
”
Foto: Guilherme Dias
Francisco Balestrin, Presidente da Anahp
“
Na saúde pública teremos avanços importantes nos Programas de Estratégia de Saúde da Família e na criação de Sistemas Regionais de Saúde que permitam que os diversos agentes - equipes de Estratégia de Saúde da Família, Unidades Básicas de Saúde, UPAs, Hospitais e outros acessem informações integradas e organizadas por região permitindo que o atendimento seja otimizado com os recursos existentes. Para o Moinhos de Vento, 2014 significa a continuidade dos investimentos na qualificação de serviços e equipes, focando na qualidade médico-assistencial, na segurança do paciente e na parceria internacional com a Jonhs Hopinks Medicine Internacional. Temos uma definição estratégica pela diferenciação baseada na qualidade. Igualmente daremos continuidade ao nosso plano de expansão que transformará nossa estrutura de 341 para 500 leitos ainda nesse ano.
”
Fernando Andreatta Torelly, Superintendente do Hospital Moinhos de Vento
“ Perspectiva 2014
Haverá desafios e necessidades de inovações na gestão, com a racionalização de custos e a busca constante pela excelência na prestação de serviços de saúde. A evolução do setor demanda a busca constante por mão de obra qualificada, tendo em vista o rápido envelhecimento da população, a judicialização da saúde e, cada vez mais, a dedicação dos dirigentes das empresas. O setor precisa de inovações, racionalização de custos, foco na qualidade e no compromisso de uma gestão cada vez mais profissional, conscientização de todos os envolvidos na saúde suplementar, investimentos na atenção primária e promoção da saúde e prevenção.
Valdmário Rodrigues Júnior, Diretor de Integração Cooperativista e Mercado da Unimed do Brasil
“
No setor público, vemos algumas instituições obtendo investimentos que visam melhorar os processos de gestão e, com isto, gerar controles e indicadores mais efetivos. No setor privado, estes investimentos vêm ocorrendo há mais tempo, mas ainda assim, quer seja para o setor público quanto para o setor privado, há muito a se fazer para o setor de saúde. Diante de tantos desafios, nossa expectativa é que cada vez mais o setor de saúde mantenha os investimentos necessários para cobrir estes “gaps” e que as diretrizes governamentais evoluam, evitando assim um colapso pela ausência de informações e controles. Também entendemos que a Tecnologia da Informação ganhará cada vez mais um espaço estratégico no apoio às tomadas de decisões do setor, fortalecendo a figura do CIO nas instituições de saúde.
”
Claudio Licursi, Diretor Executivo da Sphere IT Solutions
”
“
Nós traçamos um planejamento estratégico que leva em conta o fato de este ser o ano da Copa e um ano eleitoral. Com isso, temos uma perspectiva de menos dias úteis e, consequentemente, uma receita que deve sofrer tais consequências, embora as despesas fixas continuem sendo fixas. De qualquer forma, 2014 tem grandes desafios que estão ligados a estes eventos. Também vamos terminar nosso plano de expansão em outubro deste ano. A ocupação desses novos 350 leitos tem um cronograma que deve chegar a 2016, exceto se houver um aquecimento grande do mercado, o que então poderemos antecipar essa ocupação.
”
Gonzalo Vecina Neto, Superintendente do Hospital Sírio-Libanês
“
Acredito que teremos um primeiro semestre apertado, com demandas reprimidas até março e, principalmente, acumulando negócios para junho até agosto, tendo como expectativa a redução pelas verbas recebidas antes das eleições, em novembro. A solução é a busca de alternativas de mercado que não tenham tanta interferência dos fatores políticos/governamentais e, em especial, os mercados de exportação.
”
Djalma Luiz Rodrigues, Diretor Executivo da Fanem
“ Perspectiva 2014
Estamos bem confiantes a respeito do setor da saúde para 2014 no Brasil, apesar da economia não estar boa como gostaríamos, mas também acreditamos que o impacto da economia não seja tão grande nesse segmento. Para nos preparar melhor para esse cenário, estamos fazendo investimentos e estratégias para termos um bom posicionamento no mercado. Nossa expectativa de crescimento para este ano é de 45% em relação a 2013. O que eu acredito que vai alavancar esse crescimento é o fato de que o setor está buscando cada vez mais um aumento de produtividade e competitividade.
”
Roberto Ribeiro da Cruz, CEO da Pixeon
“
Em 2014, acredito que os gastos no setor público devem ficar relativamente estáveis, principalmente por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal, que tem ainda mais relevância em um ano eleitoral. No setor privado, a redução do ritmo da criação de novos empregos e a pressão da redução de custos não permitirão grandes avanços. Com uma perspectiva positiva de médio prazo, estamos investindo nas quatro Divisões B. Braun (Avitum, Hospital Care, OPM e Aesculap) e na expansão de nossas unidades no Brasil, aumentando e otimizando a produção de soluções parenterais de grande volume – SPGV, principalmente soros, e equipos.
”
Otto Philipp Braun, Diretor-Presidente da B. Braun Brasil
“
A necessidade de novos investimentos frente a maior demanda por hospitais privados é uma consequência do crescimento do nível de emprego no País, o que permite que mais brasileiros realizem o desejo de ter um plano de saúde. Por outro lado, o ano eleitoral deve favorecer os investimentos públicos em setores prioritários como saúde. Esse cenário traz uma perspectiva positiva para o setor e para a Bionexo que deve crescer até 30% em 2014 com a ampliação do portfólio de produtos, passando a atender também pequenos hospitais com o Bionexo Exacta.
Maurício Barbosa, CEO da Bionexo
“
Acredito que 2014 deva ser um ano no qual as discussões e reflexões sobre as alternativas ao modelo de atenção à saúde vigente sejam intensificadas, tanto em âmbito público como no privado. É preciso pensar e planejar como a estrutura de saúde comportará o expressivo aumento da população idosa e da demanda pelos serviços já existentes. Para nós, do setor da Atenção Domiciliar, é imprescindível ainda que questões como a falta de regulamentação e a escassez de profissionais qualificados tenham evoluções significativas.
”
Emilio De Fina Jr, Sócio-Diretor da Home Doctor
”
Perspectiva 2014
“
Vale citar que os serviços de home care deverão ser mais demandados, pois temos uma população acima de 60 anos que ultrapassa 20 milhões de pessoas e com perspectiva de chegar a 50 milhões em 20 anos. O setor privado busca oferecer serviços de qualidade de vida a pacientes, visitantes e corpo clínico, tendo em vista a alta concorrência do mercado. Sobre o setor público, acredito ainda que muitos governos estarão preocupados com a tendência de crescimento dos gastos em saúde e, provavelmente, tentarão cortar despesas relacionadas ao setor como forma de estabilizar suas economias. Esse processo tende a trazer uma possibilidade maior de crescimento da prestação de serviços em saúde para o setor privado.
”
Sandra Passos, Diretora Segmentos Saúde e Educação da Sodexo
“
Atualmente, existe uma clara intenção das autoridades de saúde do Brasil de prover os melhores serviços, com melhor qualidade e segurança aos usuários do SUS. Estas mesmas autoridades já entenderam que, para isso, a revisão das tabelas de procedimentos é fundamental. No entanto, no serviço público, os destinatários dos recursos, isto é, os gestores das unidades hospitalares possuem o desafio de mostrar que não apenas proveem serviços de qualidade, mas que compreendem e aplicam as melhores práticas de gestão.
”
Eduardo Cruz, Presidente do Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde
Espaço
MÉDICO Artigo
Vamos falar de inovação
Por Franco Pallamolla
E
stá cada vez mais claro que o setor da saúde brasileira espera, com ansiedade, por inovações que permitam melhorias nos sistemas e maior acesso à população. Mas por que essa inovação demora tanto a aparecer? São vários os pontos a serem debatidos e, para isso, é preciso abrir espaço para uma comunicação bastante ampla e eficiente com todos os envolvidos nos processos de inovação. Ou seja, precisamos ouvir as universidades, os empresários, os profissionais da saúde, os prestadores de serviço e o governo. Muitas vezes encontramos dificuldade de diálogo ou, ainda, uma dificuldade em saber o que os centros de pesquisa estão fazendo, o que está sendo desenvolvido pelas universidades, quais as necessidades e prioridades do sistema de saúde e, até mesmo, o que as empresas precisam. Os empecilhos para inovar não são exclusividade do setor da saúde, nem do Brasil. Outros segmentos e outras nações, desenvolvidas ou não, encontram problemas e batalham para contorná-los dia após dia.
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Mas, quando falamos em inovação na saúde, temos alguns pontos que merecem destaque, como mencionou recentemente Domingo Braile, Presidente do conselho da Braile Biomédica, referência da tecnologia médica no Brasil, dizendo que quando falamos na área da saúde estamos falando da máquina mais complexa que existe, que é o corpo humano. Esse é um campo de atuação que realmente precisa de cuidados especiais, afinal tudo precisa ser fundamentado no cuidado com a vida. Mas inovar não necessariamente representa criar algo nunca antes visto. Inovar pode ser reformular um processo para garantir mais agilidade ou encon-
trar soluções tecnológicas para aproximar médico do paciente, reduzindo o tempo de análise e o diagnóstico de casos específicos. A inovação deve ser um meio de fomento à indústria e à economia, como um todo. Países inovadores em diferentes segmentos se destacam na economia mundial e garantem melhor posição no mercado como um todo. E é justamente por isso que a inovação deve ser tratada como uma prioridade no âmbito da política econômica pública. Para que universidades e empresas se entendam no que diz respeito à inovação, há a necessidade de uma atuação forte e decisiva do governo sobre aspectos que fortaleçam o desenvolvimento e ofereçam oportunidades a ambos os lados. Enquanto o governo e suas entidades trabalham planos de incentivo, desoneração de impostos e menos entraves burocráticos, as empresas devem otimizar seus processos produtivos. Há, também, de se considerar o papel da Anvisa dentro dos projetos de inovação. A regulamentação da anuência de patentes enfrenta processos buro-
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Inovação
cráticos, nem sempre justificáveis do ponto de vista das responsabilidades da agência, que são empecilhos à inovação. A Anvisa tem de ser mais ágil. Não podemos ter processos tão morosos. Isto é uma das coisas que causa o déficit da balança comercial, pois se não competimos com os países inovadores, os importados entram e ganham dos nacionais. A Abimo destaca-se como uma indutora para a inovação dentro da indústria que representa. Além
da organização do Congresso de Inovação em Materiais e Equipamentos para Saúde, que reúne Governo, indústria e academia para debater os temas que compõem os desafios do setor, em prol da continuidade da política industrial de base tecnológica que tem gerado resultados positivos para indústria brasileira. Trabalhamos ativamente junto aos órgãos de governo para incluir o setor em suas políticas de fomento e também organizamos anualmente o Prêmio Inova Saúde, que
tem como propósito compartilhar com todo o setor as conquistas e os avanços da nossa indústria. O debate sobre inovação se estende, também, aos papéis da universidade e da indústria neste cenário. A parceria entre academia e indústria deve sim existir, ou, melhor dizendo, ambos os lados devem coexistir e trabalhar juntos HCM para inovar. Franco Pallamolla Presidente - Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratório (Abimo)
HCM
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Espaço
MÉDICO Tendências
Readequação do
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sistema
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Hospital
Do futuro
Quais são as adaptações que uma gestão hospitalar deverá enfrentar no futuro?
N
os últimos 50 anos, a população brasileira quase triplicou, passando de 70 milhões, em 1960, para mais de 190 milhões, em 2010. Junto com este crescimento está também o aumento de idosos. Se antes, em 1960, eles representavam 4,7% da população, na última década essa participação passou para 10,8%. Com essa rápida mudança veio também a readequação de todo o sistema de saúde. “Há alguns poucos anos os nossos clientes nos procuravam por problemas agudos relacionados a doenças infecto contagiosas e ao parto, hoje em dia a nossa clientela é predominantemente idosa com mais de 60 anos e com um conjunto de demandas de cuidados que precisamos atender com atenção e qualidade”,
explica o Superintendente Médico Assistencial do Sistema de Saúde Mãe de Deus, Fábio Leite Gastal. Esta mudança ainda está acontecendo no País e, consequentemente, os processos e o modelo de gestão vêm buscando respostas para as novas necessidades. Contudo, segundo Gastal, a mudança não pode depender apenas dos hospitais. “Há também a grande participação das fontes pagadoras e dos sistemas financiadores dos cuidados de saúde, tais como Governos e o poder público. A sociedade atual demanda maiores e melhores cuidados, mais complexos e sofisticados, portanto mais caros. E quem vai pagar por isso?” Além de questões financeiras, os desafios também abrangem o desenvolvi-
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mento de tecnologias assistenciais de alta qualidade e excelência sem demandar custo elevado. “A sociedade também precisa tomar consciência que saúde é um bem caro e complexo, que o cidadão precisa ser protagonista do seu cuidado e saber que tudo que se relacione ao hospital é caro.” Há outras adaptações que a gestão hospitalar deve estar preparada, além de oferecer um atendimento especializado para as novas demandas. As principais tecnologias, depois da tecnologia médica em si, estão relacionadas às tecnologias da informação e comunicação que tornam o processo e as organizações mais eficientes e eficazes. “Em suma, sem a moderna TI e as tecnologias de gestão tudo fica muito mais com-
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Espaço
MÉDICO Tendências
plicado”, ressalta. A redução do tempo de hospitalização também é outra questão presente na gestão de um hospital do futuro, uma vez que contribui para a segurança do paciente e aumento de capacidade assistencial das organizações. “As novas tecnologias médicas e de gestão estão permitindo um processo de redução progressivo do tempo
de permanência, exercendo um papel fundamental para a segurança e satisfação dos pacientes e familiares. Nada melhor do que depois de uma experiência difícil como a doença retornar para o lar com a satisfação do problema resolvido.” Ainda de acordo com Gastal, uma questão essencial para o hospital do futuro é o ensino e a pesquisa. O Su-
perintendente afirma que para ser uma instituição de excelência deve-se, obrigatoriamente, desenvolver com eficiência e eficácia um intenso programa de pesquisa e desenvolvimento associado ao processo educativo. “O desenvolvimento está associado ao conhecimento e a inovação. Para existir conhecimento e inovação deve existir ensino e pesquisa.”
As organizações de saúde só se justificam na medida em que realizam cotidianamente encontros humanos e acolhedores para todas as pessoas que por elas circulam, portanto os hospitais devem ser ambientes de carinho, hospitalidade e compaixão. Fábio Leite Gastal, do Sistema de Saúde Mãe de Deus 108
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Hospital
Do futuro
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Escolha
Certa Artigo
UniHealth: tecnologia de ponta reduz custos de logística em até 30% Por Mayuli Lurbe Fonseca
A gestão de materiais e medicamentos é um dos grandes desafios para os administradores de hospitais. Insumos são os principais responsáveis pelo gasto excessivo de recursos, sem considerar o risco de danos à imagem institucional quando há falta ou desperdício. Isso ocorre, sobretudo, pela falta de foco e escassez de recursos adequados direcionados pelas instituições de saúde para uma gestão logística eficiente, questão que exige conhecimentos específicos, softwares especializados e capacitação permanente. Para garantir que insumos estejam sempre disponíveis a tempo e no local certo a fim de garantir a segurança do paciente, e ao mesmo tempo minimizar o custo o máximo possível, é preciso articular recursos humanos, materiais e tecnologias, em um processo de gestão altamente especializado. Essa é a chamada logística hospitalar, que compreende a informação sobre o que comprar, o quanto comprar, quando comprar, e a metodologia de como estocar e como distribuir. Tais atividades, quando exercidas pela própria estrutura da unidade de saúde, representam desgaste para os gestores, uma vez que o processo consome tempo e esforço desmedidos e, ao final, 110
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causam desperdício quase inevitável, seja por mau uso de produtos e materiais ou perda por prazos de validade vencidos. Isso se dá, muitas vezes, pela ausência de expertise e de uma estrutura logística adequada aos imprevistos da rotina hospitalar. Para atender essa demanda do setor, fundamos a UniHealth, em 2005, herdeira de três décadas de experiência em logística farmacêutica. Nossa missão é garantir que, mediante uma gestão logística especializada, os medicamentos, insumos e materiais diversos estejam sempre disponíveis para profissionais e usuários, com a qualidade necessária, permitindo aos gestores de unidades de saúde a concentração em sua atividade-fim, liberados da rotina complexa da logística hospitalar. Em poucos anos, nossa equipe mostrou ser capaz de prestar serviços eficazes
com a mais alta tecnologia. Hoje, a empresa, pioneira na área, administra a logística de mais de 60 hospitais, nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, entre outras. Um exemplo da tecnologia de ponta que detemos é a rastreabilidade, o uso de códigos de barras únicos e bidimensionais nos remédios e insumos. Outra iniciativa inovadora é a utilização da robótica. No Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais possuímos equipamentos que sequer são vistos na rede privada. Um deles, chamado de Pharmapick, automatizou as prescrições médicas. A máquina confere o nome do paciente e separa a medicação receitada. Ou seja, uma forma de atestar que o que foi prescrito será corretamente administrado, sem erros. Os resultados têm sido excelentes. Em alguns casos, as reduções de custo chegaram a 30%. E os ganhos de qualidade são saudados pelos maiores interessados: gestores da saúde, médicos, enfermeiras, farmacêuticos, pacientes e usuários. Não é à toa que a UniHealth foi eleita líder em logística hospitalar. HCM Mayuli Lurbe Fonseca é Diretora de Novos Negócios da UniHealth Logística Hospitalar e de Sistemas de Saúde
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Construção
hospitalar
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PONTO
DE VISTA ARTIGO
Fortalecimento da Ética – Um caminho sem volta
Por Carlos Goulart
A área de Produtos para Saúde tem experimentado, nos últimos anos, uma movimentação crescente para o aprimoramento e consolidação de condutas éticas no seu mercado de atuação. Este movimento, nascido das aspirações das empresas e de várias entidades representativas da área da saúde, tem reverberado em todos os elos da cadeia. São várias as motivações que justificam este empenho e preocupação. Muito além da contribuição para uma conduta cidadã, estão em jogo as consequências de práticas escusas para os pacientes, além dos enormes aumentos de custos causados pela corrupção no âmbito da Saúde, onde sabidamente os recursos são limitados e, muitas vezes, escassos. Mais importante ainda, a prática já demonstrou que, ao longo do tempo, a corrupção corrói a competitividade das empresas e a confiança de clientes e colaboradores o que, em última instância, limitará as oportunidades de negócios. 112
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Muitos países já dispõem de leis rigorosas sobre ética de negócios, onde são exemplos notórios o FCPA – Foreign Corrupt Practices Act, dos Estados Unidos e o UK Bribery Act., do Reino Unido. O Brasil, signatário da Convenção Anticorrupção do OECD, também avançou nessa área e, entre outras medidas, promulgou em 01/08/13 a Lei 12.846, - conhecida como Lei Anticorrupção - que entrou em vigor no dia 29/01/14. No segmento de Produtos para a Saúde, é longa a tradição das grandes empresas e associações
de classe de disponibilizar códigos de ética e de conduta. A própria ABIMED foi pioneira ao lançar, em 2006, o primeiro Código de Ética brasileiro específico para o setor. Em 2011, um evento promovido em Kuala Lampur (Malásia) com expressiva participação do setor consolidou os “Princípios de Relacionamento da Indústria com os Profissionais de Saúde”, que têm sido uma referência importante para diversos códigos de ética. Atualmente, as associações de classe estão procurando alinhar seus procedimentos, levando em consideração eventuais especificidades e culturas. Já se tornou tradicional nas Américas um evento anual promovido pela indústria de produtos para a saúde, o “Latin America Compliance Conference” que, neste ano, foi realizado pela primeira vez no Brasil, em São Paulo, no início de fevereiro, com enorme sucesso. Esta conferência, que contou com a participação de mais de 180 pessoas, reuniu em suas
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NOVAS
TÉCNICAS
apresentações e painéis de debates os mais renomados representantes da indústria, associações de classes, hospitais, prestadores de serviços, operadoras, distribuidores, advogados, incluindo o Ministério Público e entidades de ética. O último dia foi inteiramente dedicado aos distribuidores de produtos para a saúde, outro elo importante da cadeia. Os debates foram fundamentais para alinhar prá-
ticas, fazer benchmarking, analisar as diferentes culturas, sempre com o objetivo de instruir e promover condutas éticas e mitigar riscos de práticas não aceitáveis. Vale destacar um ponto reforçado pela maioria dos palestrantes como fundamental para a efetiva absorção destas práticas: o tom e o exemplo devem vir de cima. O envolvimento efetivo dos CEOs e da alta direção das empresas é funda-
mental para a difusão e desdobramento da ética por toda a organização e, como consequência, por todos os elos da cadeia com a qual a indústria se relaciona. Como bem observou Paul Healy, da Harvard Business School, os CEOs que se calam devem se perguntar se não estarão envenenando o poço HCM do qual bebem. Carlos Goulart é Presidente Executivo da ABIMED – Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares.
ALTA NOS
NEGÓCIOS Negócios
Arab
Health
Participação brasileira na Arab Health 2014 bate recordes de vendas em países do Oriente Médio, África e Ásia 114
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Visibilidade
T
rinta e oito indústrias brasileiras associadas à Abimo (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios) e que fazem parte do Projeto Brazilian Health Devices, executado pela entidade em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) marcaram presença na Arab Health, em Dubai. O evento é o segundo maior na área da saúde do mundo e principal feira de equipamentos médios da região. A feira registra uma crescente importância para a indústria nacional e, atualmente, é passagem obrigatória para os fabricantes que atuam com exportação. Durante os quatro dias de evento, foram rea-
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lizadas 2.907 reuniões com potenciais clientes de mais de 80 países, consolidando cerca de US$ 1.200 milhão em negócios com Egito, Jordânia, Yemen, Emirados Árabes, Irã, Turquia, Sudão, Marrocos, Canadá, Qatar, Omã, Índia, Armênia, Tunísia e Arábia Saudita. A expectativa de negócios para os próximos doze meses da Arab Health é de mais de US$ 17 milhões. Segundo a coordenadora de Promoção Comercial da ABIMO, Clara Porto, o volume de vendas e de expectativa foi recorde de participação na Arab Health: “As empresas definiram esta como a melhor edição da feira em todos os anos”. Mais de 120 mil pessoas passaram pelo evento este ano. A edição 2015 da Arab Health acontecerá entre os dias 26 e 29 de janeiro. HCM
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MODELO
DE ATENDIMENTO Inovação
Nova perspectiva para o tratamento do
câncer no Brasil Parceria entre MD Anderson Cancer Center e Albert Einstein aposta em medicina integrativa e personalizada 116
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Novos
Conceitos
O HIAE realiza semanalmente reuniões abertas a todo o corpo clínico denominadas “Tumor Boards” em que são discutidos todos os casos novos de câncer por subespecialidades e atualizações científicas em diversas áreas. Algumas reuniões contam com integração por videoconferência com outros hospitais nacionais ou estrangeiros
O
grande diferencial do novo Centro de Oncologia e Hematologia Einstein Família Dayan – Daycoval pode ser resumido em três palavras: agilidade, precisão e humanização. O objetivo é proporcionar um avançado sistema em diagnóstico e tratamento de câncer da América Latina através da integração dos atendimentos em oncologia e hematologia. Para tanto, são utilizados recursos como protocolos clínicos, pesquisa, unificação da gestão e incentivos à colaboração multiprofissional. De acordo com Nelson Hamerschlak, Coordenador do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), o centro oferece à comunidade médica um HEALTHCARE Management 27
novo modelo com padrões usados pelo MD Anderson Cancer Center, um dos melhores hospitais da área nos Estados Unidos. “Trata-se de um método participativo, multiprofissional e multidisciplinar, de alta tecnologia agregando prevenção, assistência, reabilitação, pesquisa e ensino no qual a comunidade médica poderá participar de forma ativa e integrada.” A parceria com a instituição norte-americana foi firmada em 2012. Com isso, os padrões do MD Anderson seriam partilhados com o HIAE. Desta forma, um paciente no Brasil pode contar com métodos de prevenção, diagnóstico e tratamento nos mesmos moldes realizados por uma das melhores e maiores
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MODELO
DE ATENDIMENTO Inovação instituições do mundo e a melhor entre as americanas nas áreas de hematologia e oncologia. Em 2013, o contrato culminou com a inauguração do novo Centro de Oncologia e Hematologia Família Dayan-Daycoval do HIAE e com a aquisição de um hospital SUS para o exercício da oncologia. “Esta parceria é fundamental. Não existe reinventar a roda. O Einstein busca sempre aprimorar, adaptar ao modo brasileiro e melhorar iniciativas que já existem. Esta é mais uma delas. Com o MD Anderson estamos aprendendo muito
e proporcionando aos nossos pacientes uma maior segurança e oportunidades de cura”, explica. A colaboração contempla a troca de conhecimento entre especialistas do Einstein e os americanos. Por isso, constantemente, vários profissionais do Einstein visitam o MD Anderson, nos Estados Unidos, para conhecer o trabalho e estreitar o relacionamento entre os dois hospitais. O novo centro conta com duas sedes: uma em Perdizes, para pacientes ambulatoriais, e outra no Morumbi, para pacientes
ambulatoriais e internados com cerca de 50 leitos, 30 consultórios multiprofissionais e capacidade para atendimento em prevenção, cirurgia, quimioterapia, radioterapia e transplante de medula óssea. Tudo isso alinhado aos padrões internacionais atestados pela Joint Commission e pelo FACT (Foundation of Acreditation on Cell Therapy). Já o novo hospital voltado à população SUS está sendo equipado para atendimento ambulatorial, 60 leitos e transplante de medula óssea com o padrão Einstein -MD Anderson.
“Atualmente, atendemos mais de 80 pacientes ao ano com padrões de qualidade internacionais. Temos um banco de cordão umbilical com mais de 5000 unidades coletadas e prontas para uso, somos certificados pelo FACT e nossas iniciativas científicas em hematologia fazem parte da liderança na área. Tudo por um trabalho de dezenas de pessoas de várias especialidades que lutam para combater o câncer”, Nelson Hamerschlak, coordenador do Centro de Oncologia e Hematologia do HIAE
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Novos
Conceitos
São várias as inovações que o novo centro proporciona. Entre elas está o atendimento simultâneo com cirurgião, oncologista clínico, radio-oncologista, patologista e profissional da imagem em tempo real e em ambiente apropriado. Trata-se de uma medicina integrativa, com orientações sobre fitoterapia, nutrição e práticas complementares. “Isso acaba por conferir uma maior humanização no tratamento, uma vez que se utilizam plataformas de psicologia, nutrição, medicina complementar e práticas
de Yoga, meditação, toque e outras em um ambiente integrado e voltado para a evidência científica”, ressalta Hamerschlak. Também se pratica a medicina personalizada, ou seja, o tratamento certo para o paciente certo. Para tanto são realizados estudos de genômica e sensibilidade à quimioterapia. Há também a integração com orientações sobre fitoterapia, nutrição e práticas complementares. “Obtemos, assim, uma maior precisão pela possibilidade do paciente ser consultado
por uma equipe multidisciplinar. Com uma clínica integrada é possível ter uma melhor orientação para cada caso por diversos especialistas na área.” O centro conta com equipamentos de ponta e também são realizadas pesquisas clínicas a fim de descobrir novas possibilidades terapêuticas. “Com isso temos mais agilidade. Uma vez estabelecida a suspeita de câncer, o paciente conseguirá confirmar ou não o achado em poucas horas ou dias através da melhor tecnologia existente.” HCM
O Centro de Oncologia e Hematologia Einstein Família Dayan - Daycoval dispõe de: Programa de Prevenção e Diagnóstico Precoce de Câncer Clínicas Integradas (Atendimento multidisciplinar) Medicina Integrativa (Complementar) Cuidados Paliativos e Dor Oncogeriatria Odontologia Onco-oftalmologia Nutrologia Psicologia Reabilitação Núcleo de Oncologia Cutânea Medicina Personalizada e Genômica HEALTHCARE Management 27
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PONTO
FINAL
Inovação
Aposta no
Brasil
Inovação e soluções para 2014
M
esmo com os significativos avanços quanto à política industrial e de incentivos para o setor da saúde, alguns empecilhos ainda dificultam o desenvolvimento industrial de materiais e equipamentos para a saúde no Brasil. A dificuldade de diálogo entre indústria e academia, acompanhado da escassez de mão de obra especializada são alguns dos fatores que acabam por minimizar o grande potencial de inovação no País. Soma-se a este cenário a falta de uma forte atuação do Governo acerca de questões que fortaleçam o desenvolvimento tecnológico. Há um grande potencial para a inovação e um amplo mercado para estas novas soluções que podem oferecer inteligentes caminhos para a saúde brasileira. Contudo, é preciso, primeiramente, abrir espaço para uma comunicação ampla e eficiente, que envolva todas as partes no processo: Governo, indústria e academia. Ou seja, as universidades precisam ser tão ouvidas quanto os empresários e o
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governo. Através da comunicação é possível ouvir as necessidades de cada setor, saber como um lado pode ajudar o outro, ou ainda como fornecer aquilo que realmente precisa e saber o que já está em andamento de produção e pesquisa. Ademais, como ocupar um lugar de destaque no mercado sem a inovação? É preciso inovar em todas as frentes, seja em produtos, serviços, processos de produção, de logística e, inclusive, na própria gestão. As empresas devem, portanto, responder às necessidades dos clientes e nos processos de valor do negócio. Outro grande obstáculo que as empresas brasileiras enfrentam, além da falta de incentivo à inovação, é a desoneração tributária que somente se aplica para os produtos estrangeiros. Ou seja, em alguns casos, importar produtos para a saúde chega a ser mais barato do que comprar de nossas empresas. Não se pode investir apenas nas políticas nacionais que incentivam a parceria entre Brasil e outros países
em detrimento às medidas que beneficiam as empresas brasileiras. Afinal, são essas empresas que contribuem diretamente para o desenvolvimento do País. Assim, a isonomia tributária não pode ser vista como um tratamento desigual, mas sim um incentivo à exportação das empresas nacionais. Logo, a competitividade aumentará e, consequentemente, o desenvolvimento econômico do País avançará. E, mais uma vez, desponta aqui a inovação, uma vez que sem este elemento, nenhuma empresa consegue sobreviver em um mercado tão competitivo como é o da saúde. HCM
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