EDITORIAL
Sempre há lugar para a esperança
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esde o ano passado, conversando com gestores do nosso setor, muito se falou que 2015 seria um ano de reajuste, um período que deveríamos apertar os cintos e de, principalmente, planejar, planejar e planejar. Diante de uma série de medidas anunciadas pelo governo e de um cenário econômico turbulento que estamos vivendo, aquelas conversas voltaram à tona. Muito me questionei sobre o que será de 2015. E para a primeira edição do ano perguntamos exatamente isso para economistas, consultores, gestores e CEOs de toda a comunidade da saúde. Alguns acreditam que haverá a alta no desemprego, cortes de investimentos, redução de crédito, enfim, um ano de ajustes, cuja palavra de ordem será planejamento. Outros apostam que, mesmo diante de tantas dificuldades, o Brasil continua e continuará sendo um mercado promissor, com um grande potencial para ser explorado. Seja qual for o rumo que a nossa economia tomará, uma coisa é certa: a saúde precisa melhorar. E como bem ressaltou o Minis-
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tro da Saúde, Arthur Chioro, em entrevista exclusiva para a revista Healthcare Management, uma das premissas para que isso aconteça é modernizar e qualificar o processo de gestão. Este, aliás, é um dos pontos de sua agenda para os próximos anos, que também incluem a oferta de serviços especializados, estruturação do Mais Médicos, ampliação do complexo industrial brasileiro da saúde e uma maior atuação em ações preventivas. São muitos os desafios que hospitais, operadoras, setor público e privado têm pela frente. Mas, como também gosto de olhar para a metade cheia do copo, acredito que teremos, mais do que nunca, um terreno fértil para a criatividade. Afinal, se em tempos de crise é quando surgem as oportunidades, então está dada a largada para a nossa criação e inovação. Também será uma ótima oportunidade de encontrarmos soluções para problemas básicos de infraestrutura no setor. Talvez, esse seja o primeiro passo para transformar o Brasil, de fato, em um país competitivo e mais destemido perante a economia mundial.
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NESTA EDIÇÃO
Janeiro - fevereiro Código de Cores
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De que lado você está? Metade das instituições de saúde sofrerá ataques cibernéticos neste ano. A estratégia digital é o primeiro passo para prevenir este problema
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Qualidade O primeiro passo é a aproximação entre a liderança e os colaboradores
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Corrida contra o tempo Depois de anos fazendo a solicitação de transporte de pacientes por um único ramal telefônico, a equipe de enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein sentiu a necessidade de informatizar o sistema, que não agregava satisfação para o usuário tampouco para os profissionais da instituição
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Feixe de humanização Arquiteto italiano levanta benefícios e as mais modernas formas de implantação da luz natural nos ambientes de saúde
A HealthCare Management organiza suas editorias pelo código de cores abaixo:
Líderes e Práticas Sustentabilidade Health-IT Mercado Gente e Gestão Ideias e Tendências Estratégia
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Reconhecimento “Líderes da Saúde” celebram sucesso conquistado no último ano
Articulistas:
24 Franco Pallamolla 68 Márcia Mariani
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| 30
Avi Zins
| 56 | 86
72 Nubia Viana
Ko Chia Lin
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Carlos Goulart
Evaristo Araújo
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80 Klaiton Simão
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Conexão ativa Valorizar e buscar indivíduos mais integrados com a cultura e com os objetivos do negócio é o caminho trilhado pela Gestão de Pessoas do Hospital Santa Catarina, que tem conectado indicadores com a realidade de cada colaborador
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Gestão em tempos de crise Hospitais driblam a crise hídrica que se alastra por grandes cidades do país
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Arab Health Mais de 40 empresas brasileiras marcam presença no maior evento da Saúde no Oriente Médio
Dossiê A Saúde em 2015
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“Muito ainda precisa ser feito”
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Copo cheio. Copo vazio
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Saúde Pública
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Estrangeiros à vista
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Visão de Líder
Arthur Chioro, Ministro da Saúde
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saúde
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pontuando a gestão
Donizetti Louro, do Centro de Pesquisa em Bioengenharia do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, fala sobre Machine Learning e telemedicina
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Perfil
Henrique Salvador, Diretor do Hospital Mater Dei, fala sobre governança corporativa, a importância da gestão na formação do médico
87 PONTO FINAL Agora vai? Médicos, hospitais, empresas e a Máfia das próteses
DIAS PERDA
Morre Aloysio Campos, Fundador da Rede Sarah
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médico e fundador da Rede Sarah, Aloysio Campos da Paz Júnior, morreu no dia 26 de janeiro, aos 80 anos, de insuficiência respiratória. Sua história com a Rede começou em 1968, quando assumiu a direção do então Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek. Em 1976, Aloysio Campos conseguiu a aprovação pela Presidência de um projeto de hospital para prestar serviços à região Centro-Oeste, além de formar médicos e paramédicos e desenvolver tecnologia própria. Com isso, foi inaugurado, em 1980, o Hospital Sarah. Atualmente, a Rede é composta por nove unidades hospitalares (Brasília, Salvador, São Luís, Belo Horizonte, Fortaleza, Rio de Janeiro, Macapá e Belém); um centro de reabilitação, em Brasília; uma universidade de pós-graduação e um Centro de Tecnologia, em Salvador.
Fotos: Divulgação
Gestão
Unidade de Negócios de Oncologia da AstraZeneca sob nova direção
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biofarmacêutica AstraZeneca anunciou a criação de uma nova diretoria executiva da Unidade de Negócios de Oncologia com a contratação de Fernando Vaz Afonso. Anteriormente, a área de Oncologia estava ligada à Unidade de Cuidados Especiais. A nova estrutura permitirá maior foco no mercado brasileiro. Fernando tem uma carreira de 18 anos na Indústria Farmacêutica, que iniciou como representante na linha oftálmica da Novartis Portugal. Ocupou posições de Diretor Financeiro & Operações, Novas Tecnologias, até iniciar a sua experiência em Marketing como Gerente de Produto de Oftalmologia e posteriormente na Oncologia. Nos últimos dois anos, retornou à Oncologia, como líder da Franquia de Negócios de Oncologia e Doenças Raras. Fernando é graduado em Administração de Empresas e pós-graduado em Marketing e Comunicação.
Troca-troca
Martha Oliveira assume presidência da ANS
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Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) começou o ano com nova presidência. André Longo encerrou seu mandato de três anos como Diretor-presidente da ANS, passando o cargo para Martha Oliveira, que ocupava o cargo de Diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS. Martha é graduada pela Universidade Federal do Rio, e tem mestrado em Saúde Coletiva pela mesma instituição. Também é doutoranda na área de Envelhecimento Humano na Universidade do Estado do Rio. Sua história na ANS começou em 2004, quando ingressou na agência como médica consultora. Além de Martha, compõem a nova diretoria José Carlos Abrahão, Diretor de Normas e Habilitação de Produtos (DIPRO) e Diretor interino de Gestão (DIGES); Leandro Reis, Diretor de Normas e Habilitação de Operadoras (DIOPE); e Simone Freire, Diretora de Fiscalização.
Brasil Qualidade
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Santa Casa de Maceió revalidou a acreditação ONA Nível III. O grupo de avaliadores contou com a presença da superintendente da ONA, a médica Maria Carolina Moreno. “Comprovamos que a instituição utiliza, de fato, os princípios da qualidade na assistência aos pacientes e vem conseguindo envolver sua equipe multidisciplinar e colaboradores de diversas áreas na gestão da qualidade e na prestação da assistência segura ao paciente”, afirmou Carolina Moreno. Para o provedor da instituição, Humberto Gomes de Melo, o resultado foi “mais um reconhecimento de que estamos no caminho certo e de que cada profissional da Santa Casa de Maceió está empenhado em manter o Nível III da acreditação”.
Fotos: Divulgação
Santa Casa de Maceió mantém ONA III
Fusão
Dabi Atlante e Gnatus anunciam processo de fusão
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Dabi Atlante e a Gnatus, fabricantes de equipamentos odontológicos sediados em Ribeirão Preto (SP), anunciaram o processo de fusão, operação ainda pendente de aprovação pelo CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Com isso, as duas companhias contarão com 1.100 colaboradores, vendas estimadas em R$ 300 milhões em 2015 e exportações para cerca de 150 países nos cinco continentes. O objetivo é a criação de uma companhia mais forte e competitiva, com maior atuação global e com foco não só na área odontológica, mas também em outros segmentos da saúde. Após a aprovação do CADE, as duas empresas elegerão um Conselho de Administração único. A atual concorrência em algumas linhas de equipamentos odontológicos será mantida em vigor até para a manutenção de um mercado competitivo e ativo.
Nova direção
Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo com novo Diretor-Geral
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Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo anunciou a contratação do executivo Fabio Tadeo Teixeira para o cargo de Diretor-geral. Formado em Administração Hospitalar, com pós-graduação em Marketing e especialização em Gestão da Transformação Organizacional, Teixeira estará à frente das cinco diretorias (Administrativo-Financeira, Operações, Práticas Assistênciais, Relacionamento com o Mercado e Tecnologia da Informação) e responderá diretamente ao Superintendente, Antonio Mendes Freitas. Teixeira iniciou sua história profissional na Sociedade Beneficente São Camilo, passou pelo Bradesco Previdência Privada, Intermédica, Associação Congregação de Santa Catarina e Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, respondendo pelas áreas Administrativa, Operacional e Filantrópica das três unidades.
DIAS Investimento
Hospira na mira da Pfizer
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Tecnologia
Acessório de smartphone faz teste de HIV e Sífilis
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om uma simples picada no dedo, um acessório que se conecta ao smartphone é capaz de realizar o exame de HIV e Sífilis em apenas 15 minutos. O dispositivo foi criado por pesquisadores da Universidade de Columbia (EUA) e custará US$ 34. A ferramenta se conecta ao smartphone do mesmo modo que um fone de ouvido. O usuário pressiona uma área circular do dispositivo para que seja feita uma leve picada no dedo e recolher o sangue. Logo depois, uma caixa descartável fixada ao dispositivo fornece o resultado. O equipamento realiza um método conhecido como ensaio imunossorvente ligado por enzimas (Elisa), que permite a detecção de anticorpos específicos. No dispositivo desenvolvido, os anticorpos seriam anti-HIV e dois que combatem a evolução da Sífilis. O estudo foi publicado na “Science Translational Medicine”.
Crescimento
UnitedHealth registra lucro de US$ 1,51 bi
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UnitedHealth, um dos maiores grupos de saúde americano, registrou um aumento de 5,8% em seu lucro líquido do quarto trimestre em comparação aos mesmos meses de 2013. Mesmo diante de um cenário de controle de gastos, o resultado final foi de US$ 1,51 bilhão. A receita líquida da empresa cresceu 7,4% no período, chegando a US$ 33,43 bilhões. A soma de custos e despesas operacionais desacelerou, terminando em US$ 30,67 bilhões. O lucro antes de juros e impostos foi de US$ 2,76 bilhões, o que responde a uma alta de 12,8%. Para 2015, a UnitedHeatlh espera chegar a uma receita de US$ 140,5 bilhões para US$ 141,5 bilhões, o que representa uma alta de, no mínimo, 7,7%. Quanto ao lucro por ação é esperado uma média de US$ 6 a US$ 6,25, isto é, um aumento de 5,3%.
Fotos: Divulgação
Pfizer anunciou recentemente seu interesse em comprar a Hospira por US$ 15 bilhões. A compra visa justamente impulsionar o portfólio de drogas injetáveis genéricas e biossimilares. Conforme anunciado pela Pfizer, a empresa ofereceu 90 dólares por ação em dinheiro, um prêmio de 39% sobre o preço de fechamento da Hospira. Este é o maior negócio desde que a Pfizer tentou comprar a AstraZeneca, que rebateu a proposta de US$ 118 bilhões de dólares no ano passado, mas que permaneceu sujeita a uma especulação de compra. A expectativa é que o negócio adicione de 0,10 a 0,12 dólar por ação ao lucro da Pfizer no primeiro ano completo após a conclusão do acordo. A empresa espera ainda que a aquisição, que ainda deve passar pelas aprovações regulatórias e de acionistas, feche neste ano. Com isso, será possível reduzir custos anuais de US$ 800 milhões durante os próximos três anos.
Mundo Acidentes
Enfermeiros sofrem mais lesões no trabalho que trabalhadores de construção civil
Monitoramento
Hospitais americanos recorrem ao HealthKit, da Apple
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HealthKit da Apple está crescendo rapidamente entre os maiores hospitais dos Estados Unidos. A ferramenta vem sendo utilizada como uma alternativa para médicos monitorar pacientes remotamente e com baixo custo. Segundo a agência Reuters de notícia, 14 de 23 hospitais pesquisados já estão usando o Apple HealthKit que armazena informações de pacientes, como pressão arterial, peso e ritmo cardíaco. Com isso é possível monitorar pacientes com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. O sistema permite aos médicos verificar sinais antes que aconteça algum problema e, assim, tomar decisões mais rápidas, diminuindo o número de hospitalizações. As gigantes como Apple, Google e Samsung vêm tirando proveito do poder dos smartphones e de outras ferramentas. Segundo pesquisa da IDC Health Insights, 70% das organizações na saúde em todo o mundo investirão até 2018 em aplicativos, wearables, monitoramento remoto e cuidado virtual.
PERDA
Morre Carl Djerassi, um dos criadores da pílula anticoncepcional
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arl Djerassi, químico americano e um dos criadores da pílula anticoncepcional, morreu no dia 30 de janeiro de 2015, aos 91 anos. O pesquisador conseguiu sintetizar, em 1951, o hormônio que regula os ciclos menstruais. Com a descoberta, Djerassi desenvolveu o primeiro contraceptivo oral, projeto que contou com a colaboração dos farmacêuticos Gregory Pincus e John Rock. Outra importante conquista do químico americano foi criar em laboratórios a cortisona, utilizada em vários tratamentos médicos. Carl Djerassi nasceu em Viena, no dia 29 de outubro de 1923, filho de pai búlgaro e mãe austríaca. Foi perseguido pelos nazistas e buscou refúgio nos Estados Unidos.
Fotos: Divulgação
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esquisa realizada pelo Bureau of Labor Statistics (BLS), agência ligada ao Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, responsável por mensurar atividades e condições laborais, indicou que os enfermeiros sofrem mais lesões que outros profissionais, como agentes penitenciários, caminhoneiros, etc. Segundo o estudo, enfermeiros sofrem três vezes mais lesões musculares e esqueléticas se comparado aos trabalhadores da construção civil, por exemplo. O preço desses acidentes custou para o sistema de saúde americano cerca de US$ 3,1 bi em 2011. Uma das principais causas responsáveis pelos acidentes é o transporte manual dos pacientes. Segundo Carla Luggiero, da American Hospital Association, as instituições que usam máquinas especiais para o transporte de pacientes reduz em 80% os acidentes, mas ainda são poucos hospitais que possuem o recurso.
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Da tecnologia à atenção especial ao paciente no Biocor Instituto Com 30 anos de história, o Biocor Instituto mostra que além de inovações tecnológicas, também é excelência quando o assunto é gestão integrativa e educação continuada de seu corpo clínico. Tudo isso pode ser visto em um vídeo produzido pelo Saúde Online em que Mario Vrandecic, Fundador e Diretor do Biocor, também comenta sobre o crescimento da instituição e a atenção especial que o paciente recebe durante seu tratamento. “Todos os dias de cada paciente do Biocor começa com uma visita minha, pessoalmente, junto com representantes do corpo clínico e da Enfermagem. Essa atividade me faz sentir fiel aos meus princípios e valores éticos e profissionais.”
Confira a 2ª edição da Health-IT Margareth Ortiz de Camargo, Superintendente de Tecnologia da Informação do Hospital Sírio-Libanês, é capa da 2ª edição da Health-IT. Maggie fala sobre os projetos concluídos com sucesso em 2014 e também sobre os próximos desafios para este ano. O leitor também confere uma inovação que a Unimed-BH vem proporcionando aos seus usuários portadores de doenças crônicas. Trata-se de um pequeno dispositivo eletrônico que permite aos médicos saber como o paciente faz uso de medicação prescrita, além de possibilitar o acesso aos dados de sua pressão arterial, aferida por um aparelho que transfere a informação via bluetooth.
Foto: Divulgação
Agende-se! O Saúde Online traz a agenda completa dos principais eventos que acontecem no setor da saúde. São encontros direcionados para todas as especialidades do setor como TI, Sustentabilidade, Hotelaria, Arquitetura Hospitalar, dentre outros quesitos que permeiam pontos fundamentais da gestão hospitalar. Você também confere a cobertura completa dos principais debates que acontecem no segmento e entrevistas exclusivas com gestores, CIOs, especialistas, dentre outros profissionais.
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Palavra da editora
Carla de Paula Pinto, Editora da Revista HealthCare Management
Vamos vender lenços!
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ano de 2014 passou deixando muitas saudades. Durante uma noite especial em São Paulo, reunimos os “Líderes da Saúde” e prestigiamos empresas e entidades que comprovaram a liderança no mercado. Foi uma cerimônia de glória para todos nós e, junto com personalidades importantes, fechamos 2014 com chave de ouro. Ainda olhando para 2014, muito nos orgulha ver o sucesso que o “100 Mais Influentes” e o “Excelência da Saúde” conquistaram em 2014, logo no primeiro ano que saíram das folhas da Healthcare Management para se transformar em grandes eventos. Todo esse saudosismo só reforça, ainda mais, o compromisso que assumimos perante a comunidade da saúde, seja através de nossos conteúdos, como também em incentivar momentos para nos aproximarmos e encontrarmos soluções. E pensando justamente em alternativas, trazemos nesta primeira edição do ano quais são os possíveis caminhos que a Saúde percorrerá em 2015. Para tanto, ouvimos especialistas, economistas e CEOs do setor para saber o que eles mais esperam deste ano que promete ser, no mínimo, desafiador. Trazemos também a entrevista exclusiva com o Ministro da Saúde, Arthur Chioro, que fala sobre a importância de políticas de
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prevenção e como o seu mandato cuidará dessas estratégias. O dossiê “A Saúde em 2015” traz ainda a opinião de professores e consultores sobre quais rumos a saúde pública deverá tomar e como, de fato, podemos modernizar a máquina administrativa do SUS, outra árdua tarefa de Chioro para os próximos quatro anos. E diante da incerteza econômica que estamos vivemos, ouvimos gestores para saber como nosso setor será afetado, como ficará as indústrias e o investimento no Brasil. Ainda que alguns apostem no potencial do país, a maioria acredita que esse será o ano do planejamento e de muita cautela. Os desafios serão grandes. O ano por si só já seria de reajuste, mas aliado a isso também temos que encarar a crise hídrica que o país enfrenta, como afirma Carlos Goulart, Presidente-executivo da Abimed. Meu palpite é de que 2015 será o ano de colocarmos em prática o planejamento e a gestão modernizada, descobrir alternativas e deixar a inovação conquistar mais espaço. Afinal, quando todo mundo chora, é hora de vender lenços! Minha certeza é de que faremos o nosso melhor, que vamos dialogar, ainda mais, com todos de nossa comunidade e que 2015 deixará ainda mais saudade que 2014.
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saúde
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pontuando a gestão
Uma nova era na saúde
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magine uma ferramenta que, mais do que filtrar dados, pense como você, saiba de suas necessidades e ajude na tomada de decisões. Esta é a Machine Learning, uma grande inovação que faz com que o gestor não caia em uma grande armadilha: não ter informação. Esses computadores, treinados a aprender, analisar e agir sobre registros, já é realidade mundo a fora e em diversos segmentos, inclusive na saúde. Contudo, a Machine Learning ainda está distante de nosso cotidiano. Para explicar melhor sobre o tema, Donizetti Louro, Fundador e CEO da Lauris Tecnologia Preditiva e Telemedicina Móvel e membro do Centro de Pesquisa em Bioengenharia do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, fala sobre as vantagens dessa poderosa ferramenta e também sobre o ousado projeto piloto de Telessáude da Petrobras/Transpetro que está se dedicando.
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Muito se fala sobre a Análise Preditiva nos negócios e processos, entre outras aplicações dentro e fora das empresas públicas ou privadas. Como essa ferramenta poderá ser utilizada na saúde? Novas ou antigas, as ondas sobre tecnologias da informação e comunicação sempre nos apresentaram novidades para todas as áreas do conhecimento. Sobre análises preditivas é bom dizer que este tipo de aplicação já está há muito tempo sendo aplicada de maneira discreta e aumentando seu poder de processamento computacional baseado em máquinas que pensam (Machine Learning), modelos matemáticos complexos e algoritmos inteligentes. Nesta direção, temos que salientar que o maior ativo de uma empresa neste século será seus dados, quantidade, modelagem e qualidade, meios e comunicação entre estes.
mização combinatória, computação cognitiva, pesquisa, neuro informação, reforço de aprendizagem, teoria de controle, entre outros. Os métodos desenvolvidos vão desde a análise preditiva, visão de processamento de linguagem, reconhecimento de padrões, jogos, mineração de dados, sistemas especialistas, robótica, etc.
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Então, o que é Machine Learning, essa “máquina que aprende” e que promete maravilhas para a gestão da informação e tomada de decisão? Aprender, neste contexto, significa reconhecer padrões complexos e tomar decisões inteligentes baseadas em dados. Diante disso, somos obrigados a refletir sobre a dificuldade que está no conjunto de todas as decisões possíveis. A Machine Learning tem sua contribuição no desenvolvimento de algoritmos que descobrem o conhecimento a partir de dados específicos e de sua própria experiência de sistema, com base em modelos matemáticos e computacionais. Trata-se de um subcampo da Inteligência Artificial que integra abordagens como a teoria da probabilidade, álgebra, lógica, oti-
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Essa grande novidade também requer uma compreensão maior, até mesmo para que a mesma passe a ser utilizada por nossos CEOs. Como podemos começar esse aprendizado e por onde? Em todas as áreas de atividades dos CEOs as oportunidades de conhecimento e aplicação desta ferramenta já estão disponíveis no mercado. A aprendizagem destes conceitos inicia-se com participações em seminários, encontros e congressos da área com aplicação na área da saúde, especificamente. As oportunidades se iniciam com a necessidade de que as empresas sejam orientadas a tomar decisão com base em seus dados. E uma empresa assim orientada apresenta um desempenho melhor em todas as áreas. Analisar dados disponíveis na empresa e como eles se relacionam com as mais diversas variáveis dentro do sistema é a condição primeira para esta ferramenta iniciar sua produção de gráficos e interpretação. Importante salientar que para obtermos a sua eficácia faz-se necessário um projeto compartilhado entre os profissionais corporativos, pois não é um projeto para se delegar totalmente à equipe de TI, mas sim promover a sua democratização interna. Cada colaborador deve ter acesso aos dados dos demais, resguardando sempre os níveis hierárquicos.
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Muito se fala do BI e isso é até mesmo vendido como um serviço de inteligência artificial. Contudo, muitos acreditam que esse produto é apenas um software de mineração de dados, mas não uma completa Machine Learning. Como você analisa essa questão? Quando somos levados a discutir serviços oferecidos às empresas, de uma maneira geral, sempre orientamos para que se tenha um profissional interno com conhecimento do que está sendo adquirido, principalmente quando trabalhamos na saúde. É importante o discernimento destas ferramentas que são disponibilizadas no mercado de serviços de informática para os fins de tomada de decisão. Basicamente, podemos trabalhar em duas direções, a primeira apresenta a análise descritiva, e a segunda a análise preditiva.
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Você está realizando um trabalho de inovação em tecnologia aplicada à gestão da saúde e tem uma viagem marcada para a Amazônia justamente para se dedicar a este projeto de Telessáude, em tempo real, da Petrobras/Transpetro. Como está o andamento deste projeto? Estamos realizando o projeto piloto, uma consultoria especializada com o objetivo de melhorar os trabalhos dos profissionais na instituição, uma iniciativa interna de promover a inovação em gestão da saúde. A inovação, neste caso, diz respeito a uma intervenção médica baseada em evidências por diagnósticos a distância, em tempo real, por dispositivos móveis. Nossa especialidade é o sistema de inteligência e arquitetura de uma solução em telessaúde que alcança a geração de dados por dispositivos móveis coletados de colaboradores embarcados. Esta inteligência pode ser traduzida por um software que integra o dispositivo médico móvel com o sistema
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que roda em nuvem, apresentado como páginas da web de fácil usabilidade em tablets. Em qualquer local, o colaborador estará realizando exames e, simultaneamente, os médicos estarão acompanhando e realizando as respectivas anamneses de cada profissional. Parte do projeto é contemplada com o monitoramento biocomportamental de cada colaborador, entregando a todos um serviço médico rápido e eficiente, promovendo o bem-estar físico e mental de todos e controle da saúde dos profissionais em operação. E como será utilizada a Machine Learning neste projeto? Logo após essa grande massa de dados gerada por coletas com dispositivos médicos móveis, iniciaremos o trabalho de aplicação em Machine Learning, objetivando uma análise preditiva que dê sustentabilidade às ações de planejamento e operação em toda a instituição, otimizando processos em tempo real, e possibilitando estratégias de minimização de custos operacionais e maximização de resultados a curto prazo. Importante ressalvar que o CEO ou o Gestor da Saúde deve estar em consonância com os objetivos elencados no projeto, pois além da iniciativa de promover a inovação na saúde da empresa, seus colaboradores imediatos deverão perseguir criteriosamente as decisões do líder e compartilhar os dados estruturados para uma tomada de decisão. Neste caso da Petrobrás/ Transpetro o que favorece as iniciativas e referido projeto piloto é a ampla experiência de seu gestor e as contribuições de todas as áreas convergentes ao tráfego de embarcações e plataformas envolvidas. O engajamento e profissionalismo unem as expectativas de sucesso com todos os envolvidos diretamente, e as devolutivas imediatas desta natureza de aplicação é o suficiente para motivar, cada
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vez mais, os profissionais da saúde em buscar outros dispositivos médicos móveis no mercado nacional e internacional devidamente regularizado no Brasil, pois a inteligência em integração das tecnologias ocorrem com planejamento e aplicações de sustentabilidade.
entre outros, aliada à capacidade de processamento de máquinas computacionais, que fazem deste momento atual muito promissor. Aliás, sobre o futuro de qualquer área híbrida em saúde, tecnologia e inteligência nossas mentes mais brilhantes ainda não conseguem vislumbrar seu alcance, nem tampouco as possíveis integrações que serão realizadas pela própria inquietude e conhecimento contínuo do ser humano.
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Ainda sobre Telessaúde e Telemedicina, muito se confunde sobre esses termos no setor. Sobre essa diferença, o que, de fato, o país faz? Geralmente, alguns profissionais aplicam o termo telemedicina ou telessaúde a estruturas que não têm sua funcionalidade mantida em pleno processamento de dados e informação do sistema. Isto porque a arquitetura de integração deve levar em consideração também a arquitetura dos hardwares envolvidos e suas respectivas formas de comunicação com o menor ruído possível nesta troca e tráfego de dados até o prontuário exibido em tablets. Sem querer prolongar técnicas de integração, uma vez mais temos que perseguir os cuidados para a aquisição de serviços e processos desta natureza. Quaisquer que sejam os dispositivos médicos móveis que estarão efetivamente em operação na coleta de dados, o que vai diferenciar sua performance será, indubitavelmente, a inteligência dos envolvidos neste processo.
Grandes nomes afirmam que a Telemedicina é o futuro da medicina. Como você avalia a importância desse segmento na evolução da saúde? Meus mestres, há quinze anos, preconizavam várias situações que hoje estão presentes em nosso dia a dia. A telemedicina não é um conceito novo, porém estamos vivendo um cenário de aplicação de inteligência artificial em sistemas médicos, equipamentos,
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E como você avalia o potencial do Brasil para a Telemedicina? Não há dúvidas de quanto esta tecnologia está sendo absorvida de forma rápida no Brasil. Temos profissionais de altíssimo nível e toda tecnologia com inteligência embarcada necessita de pessoas preparadas para a operação e controle de processos. O Brasil oferece um potencial de utilização e domínio de tecnologias de alta complexidade que é comparado ao de qualquer outra nação desenvolvida, guardando-se as devidas proporções econômicas, disparidades e incentivos advindos de políticas mais equânimes e sustentáveis.
E por falar em política e economia, como será este ano para a inovação no Brasil diante de um cenário cheio de incertezas? Estamos preparados culturalmente para enfrentar picos e vales simultâneos neste país. Economicamente falando, isso já é uma herança de nossos antepassados. Os projetos de inovação já são afetados por outras forças antropológicas e, neste caso, como sempre, resistiremos e apresentaremos alternativas de desenvolvimento e progresso da ciência e tecnologia aplicadas à saúde, mesmo que de forma não massiva. H janeiro | fevereiro 2015 healthcaremanagement.com.br
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Líderes e Práticas
Reconhecimento “Líderes da Saúde” celebram sucesso conquistado no último ano
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Em sua última edição, a revista Healthcare Management trouxe o “Líderes da Saúde”, projeto especial que elege as empresas que mais se destacaram em 2014. Para homenagear os líderes, o Grupo Mídia, responsável pelas publicações Healthcare Management, HealthARQ e Health-IT, realizou uma cerimônia de premiação, em São Paulo, que contou com a presença de importantes nomes do setor. A eleição foi feita pelos conselhos editoriais das revistas e também contou com o voto de importantes gestores
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de instituições de saúde, completando, assim, o júri oficial. No total, foram premiadas 69 empresas, distribuídas em 23 categorias, não havendo um ranking entre elas. Além das empresas eleitas, o Grupo Mídia também prestou uma
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homenagem especial para a ABCIS – Associação Brasileira CIO da Saúde, por todo o trabalho que vem realizando no setor, fortalecendo o conceito estratégico da Tecnologia para o Negócio, ao invés de ser vista como um setor de custos.
Em seu discurso, André Almeida, Presidente da ABCIS e CIO da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, disse que a Associação vem buscando, cada vez mais, fortalecer sua atuação na Saúde. “Esta homenagem significa que estamos no caminho certo. Firmamos parcerias importantes, como aconteceu com o HIMSS, e para 2015 vamos investir em mais ações para integrar o CIO em toda a cadeia da Saúde.” De acordo com Edmilson Jr. Caparelli, Presidente do Grupo Mídia, o sucesso do evento refletiu o grande ano da emHEALTHCARE Management 34
presa. “Em 2014, realizamos a premiação dos ‘100 Mais Influentes da Saúde’ como um happy end da Feira HOSPITALAR. Este era só o começo do sucesso. Em setembro, tivemos o lançamento da Health-IT durante o HIMSS. E, em outubro, o
1º Fórum Healthcare Business e o prêmio ‘Excelência da Saúde’, que conseguiu reunir gestores de importantes instituições do País. Acredito que o sucesso do Líderes venha para selar este ano de conquistas do Grupo Mídia”, afirma. H
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ACR Arquitetura, Teresa Gouveia Arquiteutra e MW Arquitetura líderes na categoria Arquitetura de Interiores
ABIMO, ANAHP e ABIMED foram eleitas líderes na categoria Associação
Agfa Healthcare líder na categoria Diagnóstico por Imagem
Hill-Rom, Metahospitalar e Linet líderes na categoria Indústria Mobiliária
Fiorentini Arquitetura, L+M e RAF Arquitetura líderes na categoria Arquitetura
Fanem, Dräger e Covidien líderes na categoria Indústria de Equipamentos
Paulo Fraccaro e Franco Pallamolla, da ABIMO, e José Maria Lasry, da HOSPITALAR
Embratel, Telefônica e Algar Telecom líderes na categoria Telecomunicação
Mafra e Bace líderes na categoria Distribuidores
Instituto de Ensino Albert Einstein, Senac e FGV líderes na categoria Ensino e Pesquisa
Flavio Kelner (RAF Arquitetura); Edmilson Jr. Caparelli (Grupo Mídia) e Salim Lamha Neto (MHA Engenharia)
Benner, Philips e TOTVS líderes na categoria TI Software
Sebrae e HOSPITALAR eleitas na categoria Negócios
Biofast, Laboratório Sabin e Grupo Fleury líderes na categoria Análises Clínicas
HP e Kyocera líderes na categoria TI Hardware
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Um balanço positivo
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com muito orgulho que a ABIMO comemorou, em 2014, uma grande e importante vitória conquistada em prol da indústria de equipamentos médicos e odontológicos que, com certeza, marcará a história da nossa entidade. Após sete anos de luta, o Governo Federal reconheceu a necessidade e o direito das nossas indústrias competirem em igualdade de condições com as estrangeiras. Há mais de 10 anos o setor vem contribuindo decisivamente para a construção de uma política industrial, sendo que uma das questões mais complexas de serem resolvidas, mesmo que em todos os fóruns aos quais levamos esse debate nos fosse dada razão, era a isonomia tributária. A meu ver, era quase impossível edificar uma política industrial eficaz, produtiva e justa sem que houvesse isonomia entre fabricantes nacionais e estrangeiros. Discutia-se muito a necessidade de incentivar a inovação. Criaram-se mecanismos de fomento à inovação, de desenvolvimento tecnológico, editais da FINEP e do BNDES, mas nunca se chegava ao ponto nevrálgico: o desequilíbrio tributário. Após inúmeras reuniões e audiências com ministros, senadores, deputados e diversos representantes do poder executivo, em um trabalho árduo, passo a passo, demostramos que a saúde do Brasil dependia demais dos importados. Apesar de, obviamente, não os temos como inimigos, ganhamos, ante sua concorrência poderosa, ainda mais motivação para superar o subaproveitamento da indústria brasileira, conscientes do potencial e da qualidade do
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Franco Pallamolla Presidente da Abimo
nosso setor. Lutamos com afinco a favor desse ideal, acreditando em nosso país e na qualidade de nossa proposta, sempre embasada no equilibrado e ético “nacionalismo da indústria”, e não no radicalismo “da indústria do nacionalismo”. Com esse norte, alcançamos a mais importante vitória da nossa entidade em 2014: a MP 651, convertida na Lei 13.043/2014, que concede à indústria nacional a isenção de PIS e COFINS nas vendas às entidades assistenciais e aos entes públicos. Mantemos o nosso permanente acompanhamento e vigilância para que se concretize, ainda em 2014, o compromisso de a Receita Federal estender essa isenção ao IPI, pois o passo final dessa longa jornada se dará em 2015, quando perseguiremos a isenção do ICMS perante o CONFAZ. E temos ainda mais motivos para comemorar. Na contramão dos resultados obtidos pela balança comercial da saúde brasileira, as empresas associadas ao projeto Brazilian Health Devices vêm apresentando, oportunidade ante oportunidade, ótimos números nas vendas externas. Formada principalmente por pequenas e médias empresas, esse segmento das empresas associadas se destaca desenvolvendo produtos com boa relação custo-efetividade, o que lhes garante um bom potencial de exportação. Com certeza esse resultado é a prova de que o nosso projeto está no rumo certo. Seguimos confiantes na continuidade e resultados exitosos do nosso trabalho também em 2015. H
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De que lado você está? Metade das instituições de saúde sofrerá ataques cibernéticos neste ano. A estratégia digital é o primeiro passo para prevenir este problema.
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Não é preciso nenhuma bola de cristal para saber que em 2015 a Tecnologia exercerá um papel ainda mais estratégico para o Negócio, substituindo aquele velho olhar como sendo um setor de custos. O crescimento da dependência tecnológica e a necessidade de estar conectado é uma realidade que não tem volta. Aos poucos, a inovação passa a dar lugar para a consolidação e, quem sabe, neste ano, a Tecnologia possa alcançar mais pessoas na Saúde. E diante de tantos avanços há também a necessidade de muita precaução. Segundo a IDC Health Insights, divisão de Saúde da consultoria IDC, especializada no mercado de Tecnologia da Informação, metade das instituições de
saúde sofrerá entre 1 e 5 ataques cibernéticos neste ano. Para evitar interrupções nos sistemas, vazamentos de dados e suas consequências, como multas e outras punições regulatórias, a estratégia digital deve ter, mais do que nunca, a segurança como pilar norteador. “Os criminosos ci-
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bernéticos visualizam as organizações de saúde como um alvo mais fácil em relação às outras instituições, porque historicamente investimos menos em tecnologias de segurança do que os outros setores, como o financeiro, por exemplo”, avalia Mario Vrandecic, Fundador e Diretor do Biocor Instituto.
A participação decisiva da tecnologia no desenvolvimento das sociedades modernas é assunto inquestionável. E tudo isto tem ocorrido de uma forma muito rápida, nos deixando despreparados para os novos temas que surgem com todo este novo cenário. Temos o desafio de lidar com este ambiente complexo que envolve pessoas, políticas, tecnologias, contextos socioculturais e todas as suas interações. Tornar este ambiente complicado como algo simples nos exigirá muita criatividade.
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Mario Vrandecic, Fundador e Diretor do Biocor Instituto 26
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Políticas Além da conscientização, Valter Carillo, CIO do Hospital e Maternidade São Cristóvão, salienta outro importante fator para a segurança digital: Políticas. “A mobilidade vem facilitando os ataques cibernéticos e para garantir a segurança da informação é necessário que haja políticas bem definidas, boas ferramen-
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As possibilidades de ataques reforçam a importância de se ter uma constante análise de riscos para avaliar o impacto dessas invasões. “É preciso ampliar a conscientização dos empresários e gestores sobre a importância deste tema, buscando transformar os ‘gastos’ em ‘investimentos’ com segurança da informação”, explica o gestor. Para a advogada especialista em Direito Digital, Patricia Peck Pinheiro, a atuação preventiva de Segurança Digital envolve uma abordagem com três níveis de atuação. O primeiro deles é o tecnológico e está diretamente relacionado ao investimento no uso de ferramentas e recursos mais seguros, que amplie o monitoramento para além do muro físico, pois tem que alcançar aplicações na nuvem, dispositivos particulares e mídias sociais. O segundo é o de conformidade legal, com a necessidade de se atualizar e implementar política, normativos e novas cláusulas contratuais, que depende diretamente da clareza das regras para todos os tipos de usuários. Por último, está a questão comportamental, relacionada à Educação e Conscientização. “Tem que ter investimento em campanhas que apoiem na mudança de hábito e na criação de uma cultura de maior Segurança Digital. Esta pauta deve estar na integração de novos colaboradores, na formação de médicos e enfermeiros, de gestores, de líderes. É um assunto que precisa ser prioritário e deveria entrar, inclusive, na formação universitária como disciplina obrigatória”, ressalta.
O cenário que vivemos hoje é extremamente vulnerável, ainda mais com as pessoas baixando qualquer aplicativo gratuito. Os golpes mais recentes de engenharia social para invasão têm utilizado justamente esta abordagem. Logo, temos que usar a tecnologia certa que garanta a segurança da informação na medida necessária, pois usar qualquer uma, de qualquer jeito, é o que nos torna alvos fáceis. Patricia Peck Pinheiro, Especialista em Direito Digital
tas para proteção física dos datacenters e proteção dos dados da empresa.” Modernizar as leis para que os hospitais sejam mais bem amparados ainda é um caminho a ser desvendado. Contudo, é imprescindível reconhecer o valor das informações, consequentemente, toda nova tecnologia inserida na instituição deve ser analisada com os olhos e aval da segu-
rança da Informação. “Não podemos ficar vulneráveis sob pena de causarmos grande impacto em nossas operações administrativas e assistenciais”, salienta Carillo. Conforme explica Patricia, com a nova Lei do Marco Civil da Internet passou a ser fundamental ter termo de uso do Wi-Fi, bem como publicar Política de Privacidade no Portal, de modo a completar a
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blindagem. “O Brasil, com a Lei de Crimes Eletrônicos, chamada Carolina Dickmann, passou a ter o crime de invasão previsto no Código Penal (art. 154-A). Logo, no quesito jurídico, já há um tratamento específico no país, mas tem que investir na capacitação da equipe para saber investigar e fazer a coleta e a guarda adequada das provas eletrônicas, pois quando há um incidente deve-se identificar o infrator e punir para coibir reincidências”, ressalta a especialista. Estratégias Diante de um cenário com pouco respaldo e risco eminente, é urgente que a instituição trace iniciativas próprias para a sua segurança digital. Acrescentar nas análises descritivas (explicações para o ocorrido) e preditivas (previsão o futuro com base em dados do passado) uma análise prescritiva, utilizando modelos para especificar comportamentos e ações ideais, pode ser um primeiro passo. O Biocor Instituto adota essa estratégia buscando a adesão dos gestores da linha de frente para que eles usem, cada vez mais, os dados disponibilizados, aprimorando suas de-
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cisões com a minimização dos riscos e a possível redução dos custos. Nesse sentido, a conscientização e capacitação de colaboradores e corpo clínico tornam-se imprescindíveis. “Ao investir em especializações e no intercâmbio de experiências com profissionais de outras instituições, conseguimos alinhar os gestores às nossas diretrizes, não perdendo o foco ao se depararem com um volume muito grande de dados e informações. Nesse ponto, a contribuição da Teoria das Restrições torna-se importante catalisador para boas
Investimos em tecnologias e estratégias de segurança para proteção da informação e dos perímetros. Mas, além disso, a principal estratégia que qualquer instituição de Saúde deve instituir é a conscientização de seus colaboradores e do corpo clínico.
Valter Carillo, CIO do Hospital e Maternidade São Cristóvão
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práticas gerenciais, permitindo que decisões possam ser tomadas de forma descentralizada e cada vez mais assertivas”, diz Vrandecic. No São Cristóvão, toda nova tecnologia inserida é analisada sob os olhos e aval da segurança da Informação. “Vamos investir, cada vez mais, em tecnologias e estratégias de segurança para proteção da informação e dos perímetros. Realizaremos também uma reestruturação na infraestrutura de TI com foco na segurança física, de dados, sistemas e redes.” H
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Artigo | Avi
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Gestão de ativos hospitalares
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m contingente enorme de ativos faz parte de um ambiente hospitalar. Em média, no mundo, algo em torno de dois milhões de ativos, que estão em várias categorias, como as listadas a seguir: • Materiais Médicos • Medicamentos • Equipamentos Médicos • Órgãos Humanos • Sangue • Material de higiene e limpeza • Roupa de Cama e Banho • Edifício Hospitalar • Equipamentos do Edifício (elevadores, tubos de sucção, escadas rolantes, geração de energia elétrica, água e saneamento, ar condicionado, equipamentos de segurança - CFTV, etc) • Ambulâncias • Depósitos Sensíveis (descarte, banco de sangue, banco de órgãos) • TI • Telecomunicações • Leitos (macas e equipamentos de quartos e UTI) • Farmácia Como, então, controlá-los e geri-los para conseguir reduzir custos e melhorar, ao mesmo tempo, a eficiência no manuseio dos ativos? A primeira pergunta que nos ocorre é: temos que efetivamente controlar todos estes ativos? E a resposta vem em três partes: 1. Sim, se financeiramente a perda de um
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Avi Zins Head of Healthcare Segment da Neoris do Brasil, colunista Healthcare Management
determinado ativo custa mais caro do que o custo de controlá-lo (Governança Financeira). 2. Sim, mesmo que não seja financeiramente uma razão para controle, porém é fundamental controlar o ativo para garantir a acreditação hospitalar (Governança Estratégica). 3. Sim, se mesmo que não seja financeiramente uma razão para controle, porém é fundamental controlar o ativo para evitar erros hospitalares (Governança de Saúde). Entre os vários desafios que um hospital tem nos seus ativos podemos citar: • Controlar os custos de seus ativos. • Definir prioridades de controle de ativos, ou seja, onde vale a pena controlar os ativos conforme visto acima. • Monitorar o uso e descarte dos seus ativos de uma forma única, eficiente e sem erros. • Controlar em um ponto único todos os contratos de manutenção, peças de reposição, garantias. • Garantir a localização exata de ativos móveis no hospital. • Garantir a disponibilidade máxima e a otimização de uso dos ativos. • Modernizar os ativos com um processo de compras centralizado e controlado, melhorando as capacidades de negociação e reduzindo riscos. • Garantir que os materiais que necessitam de lavagem e higienização sejam controlados para este fim.
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Como vemos na figura abaixo, o trabalho começa com a criação do AIA – Asset Impact Analysis**, uma base de informações
de todos os ativos levantados como sendo necessários e importantes para que sejam controlados.
Feita esta consultoria no hospital, o resultado vem com uma base AIA e uma avaliação estimativa de ROI sobre o investimento necessário para este controle. Em seguida, inicia-se a escolha e imple-
mentação de um Software que permita não só alimentar com a base de ativos (AIA), como também seja o “cockpit” de comando e controle da atividade dos ativos, como se pode ver no exemplo mostrado abaixo:
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Artigo | Avi
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Podemos ver uma série de controles esperados no software, como a gestão de manutenção centralizada de todos os equipamentos hospitalares, garantindo o funcionamento full time do hospital, gestão de compras centralizada, e todas as gestões de ativos que se fazem necessárias no controle de um repositório de informações que mantém atualizado todo o trabalho nos ativos (como se fosse um prontuário dos ativos, alinhavando com nosso linguajar médico). Na outra ponta entra o que chamamos de RTLS (Real-Time-Location-Systems), que são os controles de localização em tempo real que se utilizam de várias formas de monitoração como o RFID, ultrassom, código de barras, GPS e muitas outras formas que hoje vem sendo cada vez mais integradas nos equipamentos e materiais, de maneira a controlá-los, localizá-los e ter a informação de sua utilização. Neste caso, é altamente recomendável que o software seja aberto e não proprietário, permitindo que ele controle diferentes aparatos e, mais que isso, não há um “elixir” milagroso, ou seja, todas as formas de controle serão importantes, em alguns casos será melhor usar o velho código de barras, em outros o ultrassom (Ex. Captação milimétrica de movimento), em outros o RFID ativo ou passivo, e assim por diante. Por fim, cito alguns dos benefícios deste trabalho: • Reduzir manutenções corretivas inesperadas. • Ter controle único dos equipamentos que hoje “pertencem” a diferentes departamentos do hospital, otimizando o seu uso, as manutenções preventivas consolidando em:
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- Otimização do uso dos equipamentos, portanto da disponibilidade dos mesmos. - Melhor capacidade de negociação de compras. - Melhor segurança ao paciente. - Controle de todos os serviços de manutenção contratados e otimização do uso das garantias. - Ter disponíveis todas as documentações necessárias nas acreditações hospitalares (CCHS, JCI, ONA). • Melhorar a qualidade de atendimento ao paciente (Governança de Saúde). • Reduzir custos em serviços (Manutenção, Operações dos Ativos e Administrativos). • Reduzir riscos de conformidade e custos inerentes. • Melhoria na estratégia de compras e fornecedores (melhor poder de compra e negociação). • Redução de custos na substituição e compra de ativos. • Redução nos custos de inventário de ativos e peças necessárias para a manutenção. • Redução do tempo parado de equipamentos (programação mais efetiva conectada ao agendamento hospitalar). • Uso efetivo das garantias (redução de custos de manutenção corretiva inadvertida). H
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Ideias e Tendências
Qualidade O primeiro passo é a aproximação entre a liderança e os colaboradores
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Qualidade é o fenômeno contínuo de aprimoramentos em que são estabelecidos padrões para diminuir riscos e integrar a equipe para um único propósito: a excelência nos procedimentos. Trata-se também de um processo cultural, que envolve motivação, engajamento e todo um trabalho em equipe. Dessa forma é possível diminuir o gap entre lideranças e colaboradores, incentivan-
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do a participação de todos. “O desdobramento do planejamento estratégico (obrigatório nos processos de acreditação) ajudam muito neste movimento”, ressalta Rubens Co-
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vello, CEO do IQG. É aqui que se destacam as lideranças poderosas, capazes de promover toda essa mudança de cultura organizacional em todos os níveis da instituição.
Além de dirigir toda a equipe para um único objetivo, o processo também encontra outros desafios durante a sua implantação. Isso porque esse procedimento se dá através de uma ação coordenada com foco na segurança do paciente. Contudo, o que mais vem sendo trabalhado e que também trará uma notável diferença na sustentabilidade das instituições é uma política de governança, através de instrumentos de transparência e qualificação da gestão de seus líderes. O simples cumprimento de
da instituição. “Cada vez mais temos que mostrar ao mercado e aos pacientes o que estamos fazendo, melhorando a qualidade de nossas instituições em todas as esferas. Vejo que quando estamos falando de acreditação, ainda temos muito o que caminhar. O Brasil tem 3% de seus hospitais acreditados, ao contrário do Canadá, que tem 99%, por exemplo.” H
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diretrizes, protocolos, leis não mais responde à realidade que o mercado impõe. A governança da saúde estabelece como os sistemas são administrados, como se distribui o poder e como é feito o processo decisório. Este é o novo cenário empresarial da saúde no Brasil, em que são exigidos da direção a implantação de rotinas de governança ético-legal em todos os níveis
Cada vez mais temos que mostrar ao mercado e aos pacientes o que estamos fazendo, melhorando a qualidade de nossas instituições em todas as esferas. Vejo que quando estamos falando de acreditação, ainda temos muito o que caminhar. Rubens Covello, CEO do IQG
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Corrida contra o tempo Depois de anos fazendo a solicitação de transporte de pacientes por um único ramal telefônico, a equipe de enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein sentiu a necessidade de informatizar o sistema, que não agregava satisfação para o usuário, tampouco para os profissionais da instituição
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“Passa tempo, tic-tac, tic-tac, passa hora. Chega logo, tic-tac, tic-tac, e vai embora. Passa tempo, bem depressa. Não atrasa, não demora”. O trecho da poesia Relógio, de Vinicius de Moraes, mostra a realidade da área de sistema de transporte de pacientes do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista. Com mais de 650 leitos e quatro blocos em uma única unidade o resultado não poderia ser diferente: cerca de 800 transportes diariamente. Esse foi o registro de 2014, que chegou a marca de aproximadamente 20 mil transportes/mês. São pacientes nas mais diversas condições que necessitam se deslocar de uma área a outra. E aqui o tempo é questão de qualidade. Depois de anos fazendo a solicitação de transportes por um único ramal telefônico, a equipe de enfermagem percebeu que o serviço não agregava satisfação para o usuário, tampouco para os profissionais do hospital. “É claro que nos anos 90 a instituição tinha uma demanda bem diferente de hoje. O Albert Einstein tem crescido ano a ano e ficou óbvia a necessidade de um sistema informatizado”, afirma o Coordenador da Central de Transportes, Daniel do Espírito Santo. Em meados de 2010, a disputa pela linha disponível no ramal telefônico, que atendia todas as áreas do hospital, estava prestes a acabar. A equipe de enfermagem não estaria mais presa a um caderno e uma planilha de chamados gerada no Excel. A ideia de um sistema informatizado na intranet e uma senha e login para cada enfermeiro fazer a solicitação de transporte entram em cena naquele mesmo ano. O plano estava desenhado: “Cada profissional entra na rede e descreve o local de retirada e destino do paciente e suas respectivas condições. As informações são processadas na central de transportes, onde quatro gestores, que se revezam entre eles, são responsáveis por fazer o gerenciamento da solicitação”, diz Santo. Após identificação das prioridades é criado uma fila de espera e sistematicamente as mesmas são trabalhadas versos os atendimentos. Tudo no papel. Era hora de colocar a primeira fase do projeto em andamento, e foi em junho de 2012 que os primeiros passos foram dados. Cerca de oito meses depois, a implantação ocorreu e nesta fase foi disponibilizado o sistema de solicitações de transporte de pacientes para toda a instituição fazer de forma automática, ou seja, de
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O antes e o depois
Antes do projeto, o acionamento da equipe de transportadores era realizado através de ligações telefônicas. Existiam ramais para receber as ligações e a equipe da central registrava as solicitações em planilhas excel, acionando os colaboradores de transporte para o atendimento e registrando na planilha as atualizações (em atendimento, concluído). Sempre que alguém ligava pedindo uma posição da solicitação esta equipe consultava a planilha para posicionar. Todo o controle era manual e dependia da mesma equipe que atendia as ligações de solicitações. Após a implantação do sistema, as solicitações passaram a ser de forma automática através de um formulário na intranet. A equipe da central recebe as solicitações online e realiza o controle e atribuição aos colaboradores disponíveis no momento. Toda atualização do andamento da solicitações pode ser acompanhada pelos solicitantes através do sistema, sem necessidade de acionamento da central de transporte. A lista de colaboradores disponíveis é atualizada automaticamente de acordo com a escala, jornada de trabalho e status das solicitações que estão em andamento. O sistema não permite que duas solicitações sejam atribuídas ao mesmo colaborador.
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qualquer computador o solicitante poderia acionar a equipe de transportes. Em julho de 2013 iniciou-se o estudo da segunda fase do projeto, onde foi introduzida a tecnologia de RFID para localização dos equipamentos necessários e das pessoas que realizam o atendimento mais próximo ao local da solicitação. De acordo com Santo, a implantação foi por setores. Inicialmente a central de transportes trabalhou com os dois processos de solicitação até a implantação total que ocorreu em 20 dias. “Fizemos piloto com o centro cirúrgico, tínhamos medo de um colapso, afinal não poderíamos colocar em risco os pacientes. É aquela atividade que não pode existir a falha. Então demos início em uma área específica e as demais ainda faziam solicitações por telefone, para que pudéssemos sentir como seria o volume. Primeiro pegamos o centro cirúrgico de menor volume e dois dias depois agregamos o segundo centro cirúrgico. Conseguindo agregar esse centro conseguiríamos os demais, já que esses são os maiores”, explica. Com cerca de 80 áreas no total, o Einstein tem o centro cirúrgico como o segundo de maior demanda, seguido do Pronto Atendimento. Setores de imagem (tomografia, ultrassonografia, raio-x, ressonância e hemodinâmica) são classificados como a terceira grande demanda da central de sistema de transporte de pacientes do hospital, que possui elevadores fretados exclusivamente para doentes, com foco em maior agilidade. O tempo não para Para a central de transporte de pacientes da instituição o tempo é precioso. E para quem está esperando para ser transportado também. São vários centros de solicitações dentre os 198.551 atendimentos/dia, e a demora não pode existir. A solução foi integrar a tecnologia de RFID,
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permitindo visualizar a posição física do colaborador e atribuir a pessoa mais próxima ao local da solicitação. “Neste momento as solicitações passaram a ser concluídas no sistema automaticamente quando o colaborador em atendimento aciona o botão da Tag, indicando a conclusão do transporte e o atendente retorna para a lista de colaboradores disponíveis”, conta Rogério Messias Costa, Gerente de Sistemas de Apoio. Para o Coordenador da Central, Daniel do Espírito Santo, as pessoas cada vez mais estão andando menos. “Quanto menos ele andar mais ele produz, e temos essa visualização através da radiofrequência, que é outro sistema que nos fornece essas informações. Nosso próximo passo é trabalhar com isso integrado, já que trabalhamos com duas telas.” O uso da tecnologia resultou em ganho de produtividade da equipe de colaboradores da central, que hoje conta com um quadro
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de 80 auxiliares de enfermagem e quatro profissionais administrativos que rodiziam em horário – um faz a gestão do sistema e o outro a comunicação com rádio. Atualmente, a central trabalha por nível de serviço. Cada área tem uma meta estipulada, e a mesma deve ser cumprida pelo responsável de transporte. “O PA tem um tempo estimado de 10 minutos, o raio-x tem que ser mais rápido por não ter sala de espera, então trabalha baseado na metade do tempo. Cada unidade está customizando e alinhando a expectativa com o paciente”, revela Santo. Resultado satisfatório Sistema informatizado de transporte de pacientes posto em prática e metas estipuladas por cada área fez com que o nível de atendimento melhorasse consideravelmente. Santo explica que assim como as áreas, a central também
trabalha com metas de tempo, sendo classificadas como: T1, acionamento do transporte; T2, quando alguém está disponível para atender o chamado; T3, momento que o transportador chega na unidade; T4, hora em que o paciente é deslocado; e T5, chegada no destino final. “Se eu fosse classificar nossos tempos eu faria a equação: T5 – T1 = o tempo de transporte. Só assim posso avaliar em nível de sistema. Com o projeto, o nosso T1 mudou muito, porque quando a solicitação era feita por ramal telefônico não existia linha ocupada, pois tinha a de espera. Então havia muitas reclamações de pacientes, pois eles não sabiam o quanto que o solicitante esperou para ser atendido, e agora recebemos a solicitação em tempo real”, diz o coordenador da central de sistemas de transporte de pacientes. Santo assume ter grandes oportunidades de melhoria de trabalho por uma central mais dependente do sistema e menos do administrativo. A comunicação com os deslocadores acontece por telefone ou rádio HT, similar ao usado por policiais e bombeiros, com um canal de frequência exclusivo da central, e a ideia futura é que seja utilizado um dispositivo móvel com um aplicativo especial para que o profissional possa receber a demanda por escrito. Em caso de problemas técnicos o Help Desk e a equipe de sustentação auxiliam através do ramal. Para dúvidas de preenchimento a central
de transportes auxilia. “Para dar autonomia à central de transportes foi desenvolvido um mecanismo que permite indisponibilizar e disponibilizar o sistema quando identificam um problema técnico que possa afetar a operação, por exemplo, paradas programadas para manutenção”, garante Rogério Messias Costa, Gerente de Sistemas de Apoio. Dificuldades superadas Assim como todo projeto, o de informatização da central de transporte de pacientes do Hospital Albert Einstein também teve as suas dificuldades. A principal delas foi a gestão da mudança. “Os solicitantes se sentiam mais confortáveis em falar com alguém da central
de transportes e no início mesmo realizando a solicitação no sistema ligavam para confirmar se a central havia recebido. Com o passar do tempo as pessoas passaram a confiar no sistema e deixaram de utilizar os ramais”, conta Costa. O gestor de sistemas de apoio revela que, de fato, o processo de gestão de mudanças foi difícil e que por mais que a central obrigava o registro pelo sistema eles continuavam ligando para se certificar que alguém já tinha visto. De acordo com ele, a central fez um trabalho intensivo de uso ao sistema a todos que ligavam solicitando transporte pelo telefone e com o tempo todos aceitaram e confiaram no sistema. H
Destaques
Do ponto de vista tecnológico, a central de transporte de pacientes do Hospital Israelita Albert Einstein destaca a integração do sistema Filenet, da IBM, com RFID, que embora a tecnologia já estivesse estabilizada para a localização de objetos foi necessário ajustar os tempos. As pessoas se locomovem com agilidade e o sucesso do projeto dependia da localização dos profissionais mais próximos, com o objetivo de reduzir o tempo de atendimento ao paciente.
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Estratégia | Dossiê A Saúde em 2015
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Economia e a Saúde no Brasil O ano de 2015 começou com uma série de pacotes econômicos anunciados pelo governo. Os impostos subiram e muitos acreditam que, se este ano não for de recessão, será de, no mínimo, muita cautela. E o que a saúde tem a ver com isso? Tudo. Afinal estamos diante de um setor que responde por quase 10% do PIB brasileiro. Apenas no ano passado, a verba do orçamento federal para o setor sofreu um aumento de mais de 95% e passou para R$ 91 bilhões. Diante de um cenário cheio de incertezas, há os cuidadosos, que acreditam que, em 2015, a regra do jogo será baseada no “apertem os cintos”. Outros ainda apostam no potencial do setor da saúde e consideram o Brasil um lugar estratégico para o investimento. Para saber quais são as possíveis regras do jogo, a revista Healthcare Management ouviu especialistas, economistas, gestores, CEOs e o Ministro da Saúde, Arthur Chioro, para saber o que podemos esperar de 2015.
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“Muito ainda precisa ser feito”
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Copo cheio. Copo vazio
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Saúde Pública
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Estrangeiros à vista
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Visão de Líder
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Estratégia | Dossiê A Saúde em 2015
“Muito ainda precisa ser feito” Ministro Arthur Chioro afirma que a Saúde precisa de um progressivo aumento de recursos e ressalta a importância da modernização da máquina administrativa Ajuste do Mais Médicos e do Mais Especialidades, investimento na prevenção e modernização da máquina administrativa são alguns dos desafios que nortearão os compromissos do Ministro da Saúde, Arthur Chioro, para os próximos quatro anos. Soma-se a essa agenda um turbulento cenário econômico com poucas perspectivas para novos recursos. É mais do que a hora de fazer as escolhas certas, do erro zero e tentar dar os primeiros passos pelo sinuoso caminho da sustentabilidade. Em entrevista exclusiva para a revista Healthcare Management, Arthur Chioro fala sobre como a economia poderá afetar a Saúde do país e suas prioridades para os próximos anos. E desabafa: “Eu preciso deixar de ser o ministro da doença para ser de fato o ministro da saúde”. 42
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Como o atual cenário econômico pode afetar a saúde do País? Entendo que a saúde precisa de um progressivo aumento de recursos e nós temos assegurado um investimento crescente, estável e contínuo. Na última década, o orçamento federal executado mais do que triplicou, passando de R$ 24,7 bilhões (2002) para R$ 83,1 bilhões (2013), exclusivamente, em ações e serviços públicos de saúde em todo o país. Em 2014, o orçamento executado chegou a R$ 91,9 bilhões e para 2015, a previsão é de R$ 99,5 bilhões. A regulamentação da Emenda Constitucional 29, publicada em 2012, estabeleceu fontes permanentes e estáveis de receita para o setor e define que a União deve aplicar na saúde o mesmo valor destinado ao orçamento no ano anterior mais a variação nominal do PIB. Quais serão as prioridades de seu próximo mandato? Uma agenda central para os próximos quatro anos é ampliar a oferta de serviços especializados, como, por exemplo, aos pacientes com transtornos mentais e dependentes químicos. Também está prevista a implantação de medidas estruturantes do Mais Médicos, no que se refere à formação e especialização na residência médica, avançando na regulação do trabalho do SUS e ajudando a resolver definitivamente a necessidade de mais médicos no país. Além disso, é fundamental a ampliação da produção de medicamentos e equipamentos através do fortalecimento do complexo industrial brasileiro. Por fim, saliento a importância de modernizar e qualificar o processo de gestão do SUS.
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E como poderemos, então, fortalecer o SUS? É preciso trabalhar a modernização da máquina administrativa. Entendo que nosso esforço deve ser contínuo, uma vez que muito ainda precisa ser feito. Precisamos avançar no fortalecimento do SUS garantindo um cuidado integral, equânime e humanizado. Vamos também lidar com Sistema Nacional de Saúde, cuidar da área pública, saúde suplementar, do que ocorre no sistema privado. É o caso, por exemplo, das medidas para frear o número de cesáreas. E investir pesadamente na prevenção, sobretudo diante do envelhecimento da população, do maior risco de doenças crônicas, o aumento da violência. Eu preciso deixar de ser o ministro da doença para ser de fato o ministro da saúde. E como a atenção primária e medicina preventiva serão trabalhadas em seu mandato? Quando bem estruturada, a atenção primária tem o potencial de resolver cerca de 80% dos problemas de saúde, sendo o serviço mais capilarizado e próximo dos usuários. Desse modo, o investimento na atenção primária e na medicina preventiva tem um impacto positivo no sistema de saúde ao reduzir a sobrecarga (e consequentemente as filas de espera) nos serviços de urgência e emergência (prontos-socorros e hospitais), diminuindo também os custos com hospitalizações e medicamentos, o que otimiza o funcionamento do sistema como um todo. A Política Nacional de Promoção da Saúde (Portaria 2.446, de 13 de novembro de 2014), que dialoga com toda a rede de atenção e também com outros setores, traz temas prioritários que têm na atenção primária um lócus estratégico de implementação, dentre eles, a promoção 44
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de práticas corporais, alimentação saudável, prevenção do uso do álcool e tabaco, e promoção da cultura da paz. Atualmente, recebem destaque na prevenção das doenças crônicas não transmissíveis e agravos as principais causas de mortalidade no país e responsáveis por sobrecarga significativa no sistema. Quanto à nova lei que autoriza a entrada de capital estrangeiro em hospitais, como essa mudança pode melhorar a saúde no Brasil? O investimento externo não é solução para todos os problemas da saúde suplementar, mas pode aumentar o investimento no setor, na oferta assistencial, absorção de tecnologias mais avançadas e melhores práticas de gestão. Aliás, o capital estrangeiro já integra a saúde suplementar, por meio das operadoras de planos de saúde. Por exemplo, a Amil, comprada pela UnitedHealth, tem a propriedade de diversos hospitais e clínicas. A possibilidade de ampliação de leitos é importante, pois o número de beneficiários de planos de saúde cresce a uma taxa maior do que o de hospitais privados. No entanto, para que haja impacto positivo na oferta assistencial, é crucial vincular a entrada de capital estrangeiro à ampliação dos serviços. Do contrário, seria apenas uma transferência de propriedade. Além disso, é preciso ficar atento para evitar a concentração de mercado e criar uma relação desigual entre grandes grupos em relação aos prestadores de serviços e consumidores. As PDPs seriam outra solução? Sim. Estamos investindo, cada vez mais, em parcerias para a produção de medica-
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mentos e vacinas, por exemplo. Atualmente, possuímos 98 parcerias de desenvolvimento de produtos (PDPs) envolvendo 19 laboratórios públicos e 55 privados. Esses acordos preveem o desenvolvimento de 91 itens, sendo 61 medicamentos, 19 produtos de saúde, cinco equipamentos e seis vacinas. Esses acordos devem gerar uma economia de R$ 4,1 bilhões por ano em compras públicas. Ainda há muito o que fazer, mas estamos buscando, cada vez mais, a autonomia na produção de medicamentos. Em se tratando de um país de dimensões continentais, seria a telemedicina uma aposta para levar saúde a todos? Nesse sentido, estamos desenvolvendo o Telessaúde Brasil Redes, que viabiliza a realização de teleconsultorias, telediagnósticos, teleducação e segundas opiniões formativas por meio de tecnologias da informação implantadas em serviços de saúde do SUS. Atualmente, são 45 núcleos implantados em 22 estados. Desde que foi criado, o Telessaúde Brasil Redes já realizou em torno de 239 mil teleconsultorias, 2,1 milhões de telediagnósticos (serviço de apoio diagnóstico, com laudo a distância) e mais de 1,5 milhões de participações em atividades de tele-educação. Esse programa evita o encaminhamento de pacientes para atendimento em outro serviço de saúde em 70% a 80% dos casos, e por isso tem um relevante impacto financeiro, além de ampliar o acesso e melhorar a resolubilidade da atenção à saúde prestada à população.
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Trajetória Arthur Chioro se formou pela Fundação Serra dos Órgãos e especializou-se em medicina preventiva e social pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). É doutor em saúde coletiva, professor universitário, pesquisador nas áreas de gestão e planejamento em saúde da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Participou da gestão do Ministério da Saúde entre 2003 e 2005 como Diretor do Departamento de Atenção Especializada, onde coordenou projetos como a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192); o processo de certificação e contratualização dos Hospitais de Ensino; a criação do projeto de contratualização dos Hospitais de Pequeno Porte e dos Hospitais Filantrópicos com o SUS; e a reorganização da rede de alta complexidade em saúde com a elaboração de políticas para Atenção ao Doente Renal, Doenças Cardiovasculares, Neurológicas. Participou ainda das discussões do programa de internação domiciliar no SUS. Foi conselheiro de renomadas instituições de saúde e consultor da ANS, contratado pelas OPAS. Foi Secretário de Saúde de São Vicente de 1989 a 1993 e, em 2009, assumiu a Secretaria de Saúde do Município de São Bernardo do Campo (SP).
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Copo cheio. Copo vazio Enquanto uns acreditam em um tímido crescimento da saúde, outros afirmam que só com muito planejamento é que iremos atravessar este ano com boas lembranças quando ele terminar. E você, de que lado está? Muita calma nessa hora. É o que recomenda Enio Jorge Salu, consultor em Gestão Empresarial, antes de opinar sobre como será 2015 para a saúde no país. “Alguns veículos dão notícias notadamente tendenciosas com interesse político, e outros mostram notícias ruins sobre tudo o tempo todo.” Mesmo com muita cautela, Salu acredita que um dos setores mais afetados será o da saúde. Isso porque o repasse dos im46
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postos para o setor no âmbito municipal e estadual é proporcional à receita arrecadada, ou seja, se a economia esfria a arrecadação cai e o dinheiro para a saúde também. Contudo, o consultor pondera também
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que se a saúde fosse “uma atividade econômica deficitária, como algumas pessoas dizem, as empresas estrangeiras não estariam explorando o mercado brasileiro há tanto tempo”. Para Carlos Gou-
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nho, tendo realizado muitos investimentos em 2014, o que deve continuar a ser feito em 2015. Nossa expectativa é de que cresçamos entre 7% a 8% em 2015.” Mas alguns acreditam que tempos difíceis virão, como o economista Gilson Schwartz. Isso porque estamos vivendo um cenário de perfil recessivo, com alta na taxa de juros, piora nas condições de investimento, emprego, renda e ainda um arrocho fiscal na medida em que a tabela do IR não é rea-
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justada. “O impacto de uma recessão com arrocho fiscal sobre o mercado de serviços de saúde será sentido, portanto, sobretudo nos indicadores de inadimplência e na dinâmica de expansão dos serviços”, afirma. Para o economista, a contenção de gastos públicos pode afetar a cadeia de fornecedores (de equipamentos e infraestrutura). Ou seja, o cenário é negativo tanto pelo enfraquecimento da demanda, quanto
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lart, Presidente-executivo da Abimed, estamos vivendo um momento especial, de reajustes, somado à crise elétrica que vem a potencializar os problemas. “Fatores econômicos levam a crer que não teremos crescimento, que haverá um aumento no desemprego e corte de investimentos. Porém, nos últimos anos, houve um descolamento entre o crescimento do nosso setor com a economia do país e acredito que isso pode acontecer novamente. Devemos lembrar que temos uma demanda reprimida, o que pode levar a Saúde a crescer de forma descolada da economia.” Paulo Fraccaro, Superintendente executivo da Abimo, também acredita que a saúde poderá contabilizar um crescimento maior que outros setores. “Estamos considerando que o Brasil poderá ter até um crescimento negativo nos outros setores, ou um crescimento próximo de zero. Mas a saúde, no mínimo, estará com 4% ou 5% de crescimento. Agora, é fundamental salientar que os fornecedores de serviços deverão administrar muito bem os recebimentos e seu fluxo de caixa, pois esse será o maior problema que iremos enfrentar em 2015.” Segundo José Laska, CEO da Agfa Healthcare, a estratégia é continuar crescendo e investindo no mercado brasileiro. “Temos que ajustar as nossas ações para este novo cenário econômico e vamos continuar nossa caminhada de manter sempre o foco no bom relacionamento com o mercado, melhorar nossa cobertura e capilaridade, no sentido de fazer sempre o melhor pelo mercado da saúde.” As perspectivas também são positivas para o CEO da GE Healthcare para a América Latina, Daurio Speranzini Jr. “É muito cedo para pensar em redução de investimento pelo governo. Além disso, a área privada tem demonstrado um bom desempe-
O investimento deve ser equalizado. Não adianta investir em atenção primária se não existe rede secundária e terciária suficiente para tratar a doença. É um grande erro multiplicar as unidades básicas de saúde, criando a demanda pelo atendimento de maior prioridade e não ter serviço de saúde nos níveis maiores de atenção para lidar com isso. Enio Jorge Salu, Consultor em Gestão Empresarial
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pela contenção do gasto público que limita a ampliação da oferta de serviços de saúde. “A conta do ajuste recai sobre a nova classe média, porém há um piso incontornável quando se fala de saúde pública. Uma estrada pode esperar, um hospital não.” Schwartz lembra que o ambiente recessivo e de desemprego é também um fator de deterioração das condições de vida. “A demanda por medicamentos e outros serviços é parcialmente sustentada pela piora nas condições sociais. Como em outros mercados, ocorre um afunilamento de oportunidades, mas não a pura e simples contração”, ressalta Schwartz. Com cenário de menor nível de empregos, menor será o número de pessoas com plano de saúde no país. Consequentemente, essa realidade afetará o crescimento no volume de atendimento hospitalar. Assim acredita Rodrigo Lopes, Diretor-executivo da Sociedade Assistencial do Hospital Bandeirantes, que salienta: “tentar não fechar o ano no prejuízo será o maior desafio. O foco em processos e otimização deve ser a pauta do gestor em 2015.” Para muitos, a luz que desponta no fim do túnel é de ajuste recessivo com alta da inflação em 2015 e início de recuperação em 2016. Já uma expectativa realista vislumbra dois anos de muita incerteza e redução de oportunidades. “O maior risco não é a recessão, mas acreditar que no período de contração é impossível crescer. Nas crises os grupos econômicos podem crescer e se associar para ganhar em eficiência, margens e boa gestão do fluxo de caixa. No setor de saúde, podem ocorrer fusões e aquisições, assim como associações com grupos internacionais que passam por processos semelhantes de enfrentamento da crise de 48
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O aumento nas taxas de desemprego é inevitável em uma fase de contenção de gasto público, arrocho tributário e redução de investimentos. A chamada nova classe média vai encolher e a distribuição de renda já perdeu força nos últimos dois anos. O momento é, portanto, de prioridade à gestão, mas, como acontece nas crises, os efeitos são desiguais. No setor de saúde, podem ocorrer fusões e aquisições, assim como associações com grupos internacionais que passam por processos semelhantes de enfrentamento da crise de crescimento. Gilson Schwartz, Economista
crescimento”, avalia Schwartz. Para os investidores privados, o governo dá sinais de que aposta em uma atuação mais agressiva. “Como vivemos em uma sociedade democrática, é mais provável garantir educação e saúde em meio à recessão do que jogar sobre a população o custo integral do ajuste. Mesmo porque muito do desequilíbrio gerado nos últimos anos foi resultado de operações de financiamento pelo Tesouro de uma política industrial que
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foi definitivamente abandonada. O principal desafio é desmontar essa máquina de subsídio ao consumo e à indústria, porém não é necessário desmontar o setor de saúde que, ao contrário, será mais pressionado e poderá contar com apoio do governo para atravessar os piores momentos da crise. Sou moderadamente otimista quanto ao futuro do setor de saúde no Brasil, apesar da recessão e dos ajustes fiscais em curso”, afirma Schwartz.
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Saúde pública
Falta dinheiro ou não sabemos administrar os recursos disponíveis?
“Reafirmo nosso compromisso de fortalecer o SUS”, essa foi uma das promessas que Dilma Rousseff fez em seu discurso de posse, no dia 1º de janeiro deste ano. O caminho é longo e desafiante, ainda mais perante o cenário econômico que estamos vivendo, mas sempre há tempo para o primeiro passo. Repensar o sistema seria um grande começo, segundo Gonzalo Vecina Neto, Superintendente do Hospital Sírio-Libanês. Isso significa repensar o SUS junto com o setor privado por um modelo de prestação de serviço, além de investir em um atendimento contínuo, ao invés do vertical. “Nosso sistema está voltado para o atendimento episódico e de emergência. Temos que conseguir dar conta de uma agenda de enfermidades crônicas, como cardiovascular e câncer. Repensar o modelo e torná-lo contínuo, como se trata o hipertenso ou o diabético é uma grande necessidade. Para tanto, precisamos de uma reestruturação, tanto público quanto privado, estimulada pelo Ministério da Saúde e assumida pelo Estado, Municípios e Operadoras.” Outro assunto que vem à tona quando se fala em saúde pública é a questão do financiamento. Falta dinheiro para custear as despesas e, por outro lado, não há planejamento para este
Foto: Flaviano Quaresma
Lígia Bahia, membro do Conselho Diretivo da Abrasco
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dinheiro que entra. Ou seja, não se promove a arrecadação e repasse necessários para garantir a universalidade e integralidade do sistema. Para Lígia Bahia, membro do Conselho Diretivo da Abrasco Associação Brasileira de Saúde Coletiva e professora na UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, esse é um problema típico do subdesenvolvimento em que a falta de recursos conjuga-se com a má qualidade de uso do dinheiro existente. “Temos que brigar contra a concepção errônea segundo a qual não é necessário prover mais recursos para a saúde. Ao mesmo tempo, temos que mudar práticas clientelistas de gestão, tais como fazer da saúde moeda de troca de articulações partidárias.” O consultor Enio Salu também defende que a saúde pública não deve ser tratada como um posiciona-
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mento político. “Tudo o que foi feito, como inaugurar centenas de novos serviços de saúde, não deu certo, e o governo continua prometendo inaugurar mais. Deveríamos parar com esta história de ampliar uma rede que não funciona e dar foco na eficiência do que existe. Veja o exemplo da Santa Casa de São Paulo. O que vai acontecer? Vão deixar fechar as portas e inaugurar um hospital novo para fazer o que ela está deixando de fazer?” Salu acredita ainda que fortalecer o SUS é, sem dúvida, uma ótima medida, contudo aumentar a rede de atendimento federal é dar um tiro no pé. Uma saída para esse problema é assistência operada pelo governo municipal, que está mais próxima e que conhece melhor a população que atende. “Os governos estaduais e federais deveriam estar longe
da assistência direta, trabalhando apenas em ações de prevenção, coordenação e auditoria. Mas como no Brasil as prefeituras, de modo geral, representam ausência do governo, e deixar a população à mercê do prefeito é uma temeridade, a assistência na saúde pública deve ser feita pelo governo estadual, e paramos por ai. O governo federal deve se afastar disso, se mantendo na coordenação e fiscalização, e na ação conjunta de programas assistenciais nacionais”, defende Salu. O consultor também acredita que não falta dinheiro para a saúde pública e que se o governo aplicasse conforme consta na Constituição, haveria mais dinheiro per capita para aqueles que dependem do SUS do que a saúde suplementar arrecada. “O problema é que os governos federal, estadual e municipal não aplicam na saúde o que deveriam e ninguém fiscaliza. Além disso, parte destinada à saúde acaba sendo aplicada em mordomias. Tem muita secretaria municipal de saúde que nunca comprou uma ambulância, mas sempre teve carro oficial com motorista para o secretário de saúde.” Já Gonzalo Vecina Neto, Superintendente do Hospital Sírio-Libanês, ressalta que há sim pouco dinheiro na saúde. “Gestão é fundamental, mas falta dinheiro. Nós investimos percentualmente menos do que todos os nossos vizinhos com nível de desenvolvimento semelhante ao nosso, como a Chile, Argentina e Uruguai. O desafio maior é aumentar a eficiência do setor saúde e aprender a fazer mais com menos.” Mesmo diante desse cenário econômico conturbado, Vecina afirma que não se pode deixar de trabalhar por uma melhora na balança de pagamentos e, com isso, desenvolver a capacidade local de produção atual e futura de equipamentos e medicamentos que o Brasil não produz. Mas isso vai muito além do que, simplesmente, reproduzir o que acontece lá fora. É preciso idenHEALTHCARE Management 34
tificar nichos estratégicos, aprender novas tecnologias e dar o passo seguinte, que é criar bases para o desenvolvimento. “Fazer uma indústria e produzir equipamentos que já são produzidos lá fora e que, provavelmente, nunca iremos dominar essa tecnologia é bobagem.” Diante dos problemas de investimentos e de gestão, a professora Lígia Bahia ressalta uma solução simples, mas não simplória: o exemplo. “As pessoas que foram eleitas pelo povo deveriam ser atendidas pelo SUS. Isso tem um enorme valor simbóli-
“Os governos estaduais e federais deveriam estar longe da assistência direta, trabalhando apenas em ações de prevenção, coordenação e auditoria.” Enio Salu, Consultor
co. O fato de políticos se tornarem usuários do SUS, e não apenas discursarem sobre a rede pública, estimularia restringir gastos públicos com serviços privados de saúde para parlamentares dos três níveis de governo, magistrados e funcionários do Poder Executivo.” O reajuste da tabela SUS também é outra alarmante questão levantada entre os especialistas. Diferentemente do que acontece no Brasil, sistemas modernos de saúde não utilizam tabelas para renumerar serviços, mas sim o pagamento baseado nos diagnósticos ou pelo pagamento por capitação (no qual estima-se um valor por cada habitante). “O Brasil parou no tempo. O que precisamos é de um padrão de remuneração que seja condizente com os custos e que não estimule que serviços de saúde se tornem vendedores de materiais e medicamentos, dando lugar às fraudes”, ressalta Lígia Bahia.
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Estrangeiros à vista Com a abertura do capital estrangeiro na saúde, setor se divide entre aqueles que apostam em uma melhoria, e outros que temem em tornar a Saúde um bem comerciável Desejada por uns, temida por outros, a Lei 13.097, promulgada no último dia 19 de janeiro, permite a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à saúde. Anteriormente, essa regra estava restrita aos planos de saúde, seguradoras e farmácias. Com a nova lei, empresas poderão instalar e operar hospitais e clínicas, além de executar ações e serviços de saúde. O debate já era antigo no setor, com diversas questões levantadas como a preservação do SUS, a relação público x privado e a fiscalização, entre outros pontos. Mas também desponta no horizonte uma oportunidade para a melhoria da gestão, podendo ser esta uma oportunidade de integrar particularidades, através de uma visão mais empresarial e, até mesmo, ser uma alternativa para o equilíbrio econômico-financeiro do mercado. De um lado estão as Entidades do Movimento da Reforma Sanitária, composta pela Associação Brasileira da Saúde Coletiva – ABRASCO; Associação Brasileira de Economia da Saúde – ABRES; Associação Paulista de Saúde Pública – APSP; Associação do Ministério Público para a Saúde – AMPASA; Associação Brasileira de Saúde Mental- ABRASME; Centro Brasileiro de Estudos 52
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da Saúde-CEBES; Instituto de Direito Sanitário Aplicado – IDISA. Elas consideram que o “domínio pelo capital estrangeiro na saúde brasileira inviabiliza o projeto de um Sistema Único de Saúde e, consequentemente, o direito à saúde, tornando-a um bem comerciável, ao qual somente quem tem dinheiro tem acesso. Com a possibilidade do capital estrangeiro ou empresas estrangeiras possuírem hospitais e clínicas – inclusive filantrópicas, podendo atuar de forma complementar no SUS – ocorrerá uma apropriação do fundo público brasileiro, representando mais um passo rumo à privatização e desmonte do SUS.”
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Não se trata de uma solução de curto prazo para a crise, nem de uma estratégia que dependa ou prospere com a recessão e o ajuste fiscal. Mesmo nos países europeus o que tem ocorrido é flexibilização, maior rigor no controle e gestão de serviços de saúde, não uma privatização irrefreada. Falar em desmonte do SUS é exagero. Gilson Schwarts, Economista
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O movimento salienta ainda que a lei “atende aos interesses do grande capital internacional, que voltou seus olhos à possibilidade de ampliar seus lucros inicialmente com a venda de planos e seguros baratos, mas com uma cobertura de serviços extremamente limitada, que não garante o direito à saúde e agora se aproveita para se apropriar de fundos públicos”. Por outro lado, muitos acreditam que falar em desmonte do SUS e privatização da saúde é um exagero e que a lei abre as portas para a modernidade, em que instituições de saúde ganharão com governança corporativa e outros conhecimentos. O economista Gilson Schwarts está neste time. Para ele, a internacionalização dos setores de serviços é uma política de longo prazo, que já vem de pelo menos duas décadas no Brasil. “Não se trata de uma solução de curto prazo para a crise, nem de uma estratégia que dependa ou prospere com a recessão e o ajuste fiscal. Mesmo nos países europeus o que tem ocorrido é flexibilização, maior rigor no controle e gestão de serviços de saúde, não uma privatização irrefreada. Falar em desmonte do SUS é exagero.” Para Gonzalo Vecina Neto, Superintendente do Hospital Sírio-Libanês, a lei coloca em igualdade a saúde em relação a todos os outros setores da economia. “Você pode ter um milhão de razões para ter medo de o capital estrangeiro entrar no Brasil, mas dizer que será privatizado é muito diferente. O que temos que melhorar é a capacidade do Estado de regular a prestação de serviço pelo setor privado. Isso sim é um desafio e que merece ser debatido.” Francisco Balestrin, Presidente da Anahp, também comemorou a nova lei. “A abertura para o investimento estrangeiro pode contribuir para a expansão da modernização da infraestrutura na saúde, refletindo positivamente no setor público, com novos modelos de gestão e mais qualidade ao setor. O que o Brasil precisa hoje é de novos leitos para atender a crescente demanda da saúde suplementar.”
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VISÃO DE LÍDER
Quais serão os rumos que a Saúde e suas vertentes tomarão em 2015? A revista Healthcare Management ouviu grandes nomes que contam quais são as expectativas para este novo ano que já chega com grandes desafios pela frente “Por si só seria um ano de ajuste, mas junto com isso também estamos vivendo uma crise elétrica que vem a potencializar os problemas. Contudo, o Brasil vai continuar sendo um país atrativo. Temos um potencial enorme, demanda reprimida e somos um dos maiores mercados de saúde. O que precisamos é resolver problemas básicos de infraestrutura, pois continuamos ter entraves logísticos e baixa produtividade. Se essas questões fossem resolvidas, naturalmente o país seria mais competitivo”. Carlos Goulart, Presidente-executivo da Abimed.
“Será essencial a inovação em estratégias comerciais e de marketing diante do cenário que estamos vivendo. Acredito que só através de um planejamento muito minucioso é que as empresas poderão atravessar este ano ainda com boas lembranças quando ele terminar. Muito planejamento e uma fiscalização de seus procedimentos day by day são palavras-chaves”. Paulo Fraccaro, Superintendente-executivo da Abimo
“Em 2015, acredito que viveremos um cenário atípico, com recessão ou crescimentos modestos no Brasil como um todo e, ao mesmo tempo, investidores externos entrando no país com capital para aquisições e expansão de hospitais. Além disso, os hospitais serão obrigados a otimizar ao máximos seus recursos operacionais para evitar margens negativas ou que não possibilitem investimentos, ou seja, muita gestão de processos. O foco em processos e otimização devem ser a pauta do gestor em 2015”. Rodrigo Lopes, Diretor-executivo da Sociedade Assistencial do Hospital Bandeirantes
“Apesar de toda crise que estamos vivendo temos que conseguir melhorar a balança de pagamentos, desenvolver a capacidade local de produção atual e futura de equipamentos e medicamentos que hoje o Brasil não produz. Não se trata de reproduzir o modelo nacional desenvolvimentista dos anos 50, tampouco dos anos 70, mas sim de identificar nichos e, de fato, criar desenvolvimento”. Gonzalo Vecina Neto, Superintendente do Hospital Sírio-Libanês 54
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“A saúde é um setor de grande importância econômica que potencializa o crescimento e a criação de empregos qualificados e, portanto, produz desenvolvimento para o país. As projeções pessimistas, observadas para 2015, serão refletidas em todos os setores da economia e devemos nos preparar para essa realidade, evitando endividamentos, analisando adequadamente os investimentos em expansão, entre outras medidas que proporcionem um olhar mais cauteloso para as decisões das instituições”. Francisco Balestrin, Presidente da Anahp
“O ambiente macroeconômico pode não ser propício para os negócios da maneira como estamos acostumados. O processo de consolidação do setor, tanto em hospitais como em clínicas, podem fazer com que o modelo de negócio deste segmento possa começar a sofrer uma transformação. Poucos e grandes grupos estão cada vez maiores e buscando melhorar sua gestão. Ganhar produtividade e melhorar qualidade fazem parte do processo. Neste momento os fabricantes de equipamentos devem se preocupar em como se manifestar/investir para esta nova demanda”. Daurio Speranzini Jr., CEO da GE Healthcare para a América Latina
“A indústria da saúde terá que se ajustar às novas regras, investindo em novas tecnologias e produtos/soluções, aumentando a produtividade e trabalhando para reduzir os custos, como já faz todos os anos. O ponto positivo deste novo cenário econômico é que continuamos com um índice de desemprego muito baixo, o que faz com que o sistema de saúde complementar continue com potencial de crescimento para 2015 e, acontecendo este crescimento, a indústria terá que acompanhar e entregar ao setor privado novas tecnologias. Do lado público da saúde, temos em andamento muitos processos de PPP’s, o que deve ser um alento para a indústria. Mas, não restam dúvidas que os desafios serão ainda maiores em 2015”. José Laska, CEO da Agfa Healthcare
“A possibilidade de investimento estrangeiro agora liberado pode trazer não só recursos para ampliações e reformas do edifício de saúde, bem como agregar outras visões de gestão dos hospitais. A rede pública vai demandar construções e a rede privada também manterá investimentos para não perder mercado. Claro que os valores a serem investidos serão decorrentes da situação econômica do país, porém acredito que a saúde deve ser uma prioridade do poder público diante da pressão por mais e melhores atendimentos”. Salim Lamha, Presidente da MHA Engenharia HEALTHCARE Management 34
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Artigo | Ko
Chia Lin
Planejamento estratégico como indutor da gestão por resultados
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ediado em Osasco, o Hospital e Maternidade SinoBrasileiro investe permanentemente em tecnologia e desenvolvimento humano. A melhoria contínua é outra característica da instituição, que deu seus primeiros passos como centro de diagnósticos e atua hoje, após 12 anos de existência, como um hospital vocacionado para alta complexidade em cardiologia, neurologia, ortopedia e outras especialidades médicas. O Hospital SinoBrasileiro é uma empresa na qual os sócios participam ativamente da operação da instituição. Até o ano de 2012, era comum que o planejamento estratégico da organização fosse desenvolvido pela diretoria e transmitido aos colaboradores por esta mesma diretoria. Esta é uma dinâmica tipicamente reconhecida como um processo “top down”, ou seja, de cima para baixo na hierarquia organizacional. Neste tipo de modelagem as discussões estratégicas perdem um pouco da consistência. Isto ocorre porque os principais representantes de áreas e departamentos distintos da empresa acabam por ter uma baixa interação com o processo como um todo. Os objetivos estratégicos, os indicadores de performance e as metas acabam por terem um conotação muito individual, ou mesmo departamental,
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Ko Chia Lin Médica e Superintendente do SinoBrasileiro Hospital e Maternidade
prejudicando a visão global do processo estratégico corporativo. A diretoria do Hospital SinoBrasileiro queria mudar a forma de desenvolver e implementar o Planejamento Estratégico. Assim, a primeira medida adotada foi a contratação de um consultor especializado no assunto. Foi contatado o professor Heráclito Miranda, da empresa Actus Consultoria. Profissional que desenvolveu e implementou Planejamentos Estratégicos em mais de 300 empresas, de âmbito nacional e internacional. Este projeto recebeu o nome de Programa de Implementação do Plano Estratégico Empresarial. O Programa tem como base a disseminação dos conceitos de estratégia, a formação de um time ou equipe de gestão estratégica e o conceito de Balanced ScoreCard (BSC) para avaliação e controle da implementação da estratégia. Decididos quais seriam os participantes da equipe de gestão estratégica, este grupo, de aproximadamente 20 pessoas, recebeu aulas/palestras de estratégia, nas quais os conceitos fundamentais do tema foram abordados. Isto se fez necessário em função da formação da equipe ser heterogênea e pouco orientada para o tema em questão. Além de promover o nivelamento daqueles profissionais sobre o tema Estratégia, as aulas/palestras serviam de fórum
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para o intercâmbio de informações dos vários departamentos do Hospital. Ao longo de alguns meses já se podia verificar a mudança conceitual, comportamental e o foco orientado para resultados e a visão estratégica que os profissionais desenvolveram. Estas aulas/palestras eram sempre acompanhadas de atividades e dinâmicas com o grupo de profissionais do Hospital. Nestes momentos, o Planejamento Estratégico era construído. Tudo em conjunto, com a equipe toda. Passando por todas as etapas: missão, visão, análise de cenários, mapa estratégico, mapa de indicadores, objetivos e planos de ação. Deste plano estratégico estabelecemos a visão de futuro do hospital. O SinoBrasileiro é referência na região Oeste de São Paulo. Mas queremos expandir gradativamente, nos tornar mais conhecidos e mais conceituados. Para atingir esses objetivos, focamos o mercado, verificamos as oportunidades e ameaças, avaliamos nossas forças e fraquezas, traçamos uma estratégia para os próximos anos. E, assim, decidimos juntos quais caminhos devíamos seguir. Pensar todos juntos é muito importante. A diversidade é também fundamental. Penso que todo mundo deve gostar de planejar, mas nem sempre se executa o que se planeja. Acredito que as pessoas deixam de executar alguma atividade porque ou não entendem o que se espera delas, ou porque não participaram de forma efetiva no planejamento. Desconhecimento e exclusão do processo são bons motivos para a pessoa não dar importância ao que foi planejado e deixar de executar as ações necessárias. Se o colaborador participa desde o início de todas as etapas do planejamento, as chances de sucesso da execução da estratégia é maior. Definimos, com a toda equipe, dois drivers HEALTHCARE Management 34
básicos como prioridades estratégicas: lucratividade e comunicação. Desenhamos os objetivos e os meios para atingi-los. Foi necessário desdobrar os temas para saber o que e como fazer para melhorar a lucratividade e alcançar uma comunicação eficiente e eficaz. Analisamos os quesitos financeiros, qualidade, mercado, processo e o RH. Desenhamos o mapa estratégico. Sobre ele vimos as competências exigidas para o crescimento e desenvolvimento da empresa. Definimos então os projetos internos de melhoria, executados pelos grupos de trabalho, e os indicadores de desempenho a serem monitorados. O mapa estratégico deu origem a nove projetos internos e cerca de 60 indicadores de performance (KPIs), tais como: número de atendimentos, quantidade de cirurgias, qualidade dos serviços, menor número de ocorrências de infecção hospitalar e de complicações cirúrgicas, menores taxas de reoperação e de reinternação, entre outros. A partir destes e outros KPIs, pudemos verificar se a estratégia está sendo implementada de maneira correta ou não. O processo de gestão profissional no SinoBrasileiro mostra a importância de cada colaborador no sucesso do programa. O consultor não tem uma fórmula pronta. O papel dele é guiar o grupo, mas quem conhece o negócio é quem deve pensar sobre ele. O professor provoca a discussão até o ponto em que todos entendem o que é preciso fazer. No nosso caso, o acompanhamento da consultoria deve ficar até 2015. Talvez, depois de quatro ou cinco anos, a metodologia retorne para uma revisão de aplicação ou reciclagem. Mas o planejamento, focado em busca de resultados, é um processo para toda a vida. H janeiro | fevereiro 2015 healthcaremanagement.com.br
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Ideias e Tendências | Conteúdo Exclusivo Revista HealthARQ
Feixe de humanização Arquiteto italiano levanta benefícios e as mais modernas formas de implantação da luz natural nos ambientes de saúde 58
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A humanização é um tema para o qual os profissionais de arquitetura têm voltado sua atenção, especialmente aqueles que trabalham com foco no setor da saúde. A aplicação deste conceito prevê a construção de espaços mais confortáveis e a luz natural pode ser uma grande aliada neste processo. “A luz mantém o nosso ritmo biológico e, mesmo com vários tipos de iluminação artificial disponíveis, nada consegue substituir a radiação solar”, acredita o arquiteto italiano Mattia Atzeni. Segundo Atzeni, na arquitetura a luz funciona em três níveis. No primeiro deles, o nível material, ela age em sua função principal: iluminar. Já no nível estético, ela é responsável por auxiliar na percepção das características do local, de acordo com a forma na qual incide, podendo transformar, inclusive, as cores do ambiente. E por fim, está o nível emocional, referente aos efeitos que a luz causa nos pacientes. Por esse largo leque de possibilidades que a luz oferece, alguns arquitetos têm dado mais espaço a soluções arquitetônicas construídas com luz natural. “A experiência prática e um olhar para a história da arquitetura nos fez compreender que a quantidade de luz e seu regulamento estão estreitamente relacionados com a concepção a que ela se destina”, garante o arquiteto. Segundo o italiano, a opção pela luz natural pode trazer inúmeras vantagens ao ambiente, como conforto visual e calor, além de deixar o ambiente mais receptivo e reduzir os custos com a energia elétrica. “A
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maior atenção deve ser dada aos espaços subterrâneos de estabelecimentos de saúde e espaços de convivência desenvolvidos apenas com luz artificial”. A solução para dar mais vida a esses espaços através da inserção da luz natural está em alguns subterfúgios fornecidos pelas novas tecnologias e técnicas arquitetônicas, entre elas o filme holográfico, heliostats, fibra óptica e tubos de luz. O filme holográfico é uma película de plástico, os heliostats são dispositivos capazes de seguir o caminho do sol com uma rotação em torno de um ou dois eixos, o seu movimento é acionado por processos automáticos. Já a fibra óptica, com seus elementos de vidro cilíndrico, conseguem transportar luz à dis-
tância, mesmo em locais de difícil acesso. Os tubos de luz são sistemas complexos, com base em várias reflexões especulares e na radiação solar difusa. “Para verificar quais dessas tecnologias implantadas à arquitetura seriam mais eficazes em sua real aplicação, desenvolvi um estudo baseado em suas aplicações em alguns hospitais espanhóis projetados pelo arquiteto Albert de Pineda”, conta Atzeni. As instituições analisadas pelo arquiteto italiano foram St. Catherine Hospital in Salt em Girona; Hospital Quiron, Hospital del Mar e Hospital Sant Joan Despi Doctor Moises Broggi, em Barcelona; Quiron Hospital, em Madrid, New Hospital in Denia, em Alicante.
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Ideias e Tendências | Conteúdo Exclusivo Revista HealthARQ
râneos de hospitais”, garante o italiano que encontrou único contratempo para essa implantação de luz natural em ambientes fechados: os custos de construção e operação, considerando-se a sua manutenção necessária. “A saída seria trabalharmos com composição de espaços
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e volumes, que nos permitem, com truques inteligentes, levar luz natural para os espaços subterrâneos, por exemplo, através do uso de pátios, claraboias e grandes janelas de porão, garantindo o bem-estar do homem nos espaços hospitais mais internos”, finaliza. H
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Segundo Atzeni, o estudo realizado mostrou que é possível permear de diferentes formas os espaços dos edifícios, que vivem normalmente apenas com luz artificial, com uma nova perspectiva, a luz natural. O melhor modo irá depender dos traços arquitetônicos de cada ambiente de saúde. “A luz fria deixa o ambiente frio, anônimo, cansativo, e reduz o nível de concentração de quem trabalha diariamente nesses espaços. Com a tecnologia podemos trazer luz natural em espaços subterrâneos através de sistemas informatizados que resolvem de maneira eficiente o problema da iluminação em espaços subter-
A luz mantém o nosso ritmo biológico e, mesmo com vários tipos de iluminação artificial disponíveis, nada consegue substituir a radiação solar. Mattia Atzeni, Arquiteto
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Artigo Evaristo
Araújo
Evaristo Araújo
Nova lei e os investimentos estrangeiros na saúde
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presidente Dilma Rousseff sancionou, por meio da Lei nº 13.097/15, no último dia 19 de janeiro, o artigo 143 da Medida Provisória 656/2014, que permite investimentos estrangeiros nos serviços de saúde, como clínicas e hospitais. A mudança tem potencial para provocar impacto significativo no cenário de saúde nacional. O entendimento acerca do benefício desta abertura ainda gera conflitos, não sendo muito claro como o mercado irá absorver o impacto a partir de agora. Associações ligadas à saúde coletiva ensaiam a possibilidade de ingressar com ação direta de inconstitucionalidade contra este dispositivo legal, sob o argumento de que há risco de uma pressão de grandes grupos econômicos na constituição de oligopólios com a aquisição de pequenos centros e unidades de saúde, gerando concentração e encarecendo o acesso da população, na medida que supostamente não atenderiam ao Sistema único de Saúde – SUS como hoje ocorre por meio de contratações diretas. De qualquer forma é claro que para o setor dos hospitais privados, esta medida é alentadora por permitir um alívio para o setor, com a perspectiva de entrada de recursos novos e aumento da capacidade de atendimento, visto que o mercado brasileiro, tem hoje defasagem de leitos disponíveis, o que torna o potencial investimento
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Diretor Administrativo da Abec Saúde (Associação Brasileira das Empresas Certificadas em Saúde) e sócio do escritório Araújo Advogados Associados.
muito atrativo para o capital internacional. Em nossa opinião a abertura do mercado é salutar. Quem trabalha no setor sabe que novos investimentos são necessários para a ampliação da rede de atendimento e modernização da estrutura existente, obviamente é necessário que as instituições do Estado como o CADE, por exemplo, fiscalizem e atuem de forma a evitar a concentração de grupos econômicos, da mesma forma como já atua em outros setores da nossa economia. Além disso, não podemos nos esquecer que já existe capital estrangeiro na saúde brasileira, pois empresas de Planos de Saúde negociadas com investidores internacionais possuem hospitais, o que decorre que serviços de saúde já estão sendo prestados com participação de capital estrangeiro. O Brasil, inserido em uma economia global, não pode se privar da possibilidade de interagir com investimentos estrangeiros. Se nos planos de saúde, na indústria farmacêutica e até mesmo agora nos profissionais da saúde – Programa Mais Médicos – há participação internacional, por que seria correto manter o impedimento de investimento no setor de serviços e assistência à saúde? Não bastassem essas claras contradições e a necessidade do setor de se modernizar e ampliar sua rede de atendimento, mais evidente fica a adequação desta abertura e a expectativa de implementação de benefícios para setor. H
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Gente e Gestão
Conexão ativa Valorizar e buscar indivíduos mais integrados com a cultura e com os objetivos do negócio é o caminho trilhado pela Gestão de Pessoas do Hospital Santa Catarina, que tem conectado indicadores com a realidade de cada colaborador 64
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Como construir a Gestão de Pessoas De acordo com Luiz Nogueira, da Falconi Consultoria, é preciso criar indicadores que estejam conectados com a realidade da atividade de cada colaborador. “Essa é a grande diferença e dificuldade que tem que transpor. Não adianta falar com pessoas da linha de frente sobre resultados financeiros, por exemplo. Elas vão ter conexão frágil. O que a gente costuma fazer é construir uma árvore de desdobramento desses indicadores até que eles cheguem às pessoas corretas.”
Não é de agora que a área de Recursos Humanos vem se destacando dentro das organizações. Além de selecionar, contratar e cuidar dos benefícios e qualificação dos funcionários, as instituições ampliaram a visão do RH no negócio e o planejamento estratégico passa a ter foco no crescimento e desenvolvimento do hospital. Para isso, aplicam conceitos de Gestão de Pessoas, a partir da participação, capacitação e envolvimento dos funcionários, administrando os comportamentos e potencializando o capital humano. Entender a importância dos colaboradores para a organização e como eles podem contribuir para o sucesso do negócio é uma etapa fundamental que deve ser cumprida para que a instituição de saúde seja bem sucedida. Um exemplo dessa prática é o Hospital Santa Catarina, que hoje tem os pilares da Gestão de Pessoas voltados para a Atração, Engajamento, Desempenho, Recompensa, Bem-estar, Desenvolvimento das Pessoas, Educação, Administração de Pessoal, Segurança e Medicina do Trabalho, cuja interação constitui a base da estratégia do hospital. Para conseguir mensurar o resultado dos funcionários em cada um dos pilares, a organização baseia-se em um processo de ajuizamento. “Temos um instrumento que é a avaliação de desempenho focada em competência. Este processo ajuda a mensurar,
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principalmente, qual é a contribuição do nosso colaborador na instituição, assim como a qualidade da execução das responsabilidades, destacando os pontos fortes e fracos e o potencial de cada pessoa”, explica Luciana Bozzi, Coordenadora de Recursos Humanos do Hospital Santa Catarina, e psicóloga com MBA em Gestão de Pessoas. “Além disso, temos a área de educação continuada que faz todo o acompanhamento do aprendizado técnico alinhado aos indicadores setoriais”, completa. Do outro lado da moeda, estão os profissionais, principalmente os mais talentosos, escolhendo as empresas onde que-
rem trabalhar. Essa é a realidade da área da saúde, que tem investido em Gestão de Pessoas, cultivando melhores ambientes de trabalho e preparando suas lideranças para lidar de forma saudável com seus funcionários. Segundo Luciana, é justamente isso que o HSC tem feito: valorizar e buscar indivíduos mais integrados com a cultura e com os objetivos do negócio. Dessa forma, o hospital utiliza a Gestão de Pessoas para se tornar atrativo e avaliar o desempenho e a competência dos colaboradores, resultando em aumentos salariais, promoções, transferências e, em alguns casos, demissões.
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Gente e Gestão
No caminho certo
O caminho seguido pela instituição vai ao encontro das ideias do consultor Luiz Nogueira, da Falconi Consultoria. Para ele, é preciso criar um ambiente estável de trabalho, e isso significa: remuneração adequada e aprendizado constante. “É isso que eu chamo de reter talentos”, declara. Nogueira acredita que ter um espaço de
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trabalho favorável no setor da saúde é um tanto quanto desafiador, porém possível de existir. “É uma área com um turnover alto, principalmente do pessoal operacional e tático. É preciso um trabalho de construção, pois ficam em saúde realmente aquelas pessoas que têm paixão pelo que fazem.” A meritocracia é um caminho a seguir dentro de Gestão de Pessoas, e a melhor maneira de fazer é conectar a recompensa de mérito aos indicadores corretos e, também, aos resultados da organização. “Não tem sentido eu fazer uma distribuição de resultados se
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“Temos o objetivo de acelerar o processo de desenvolvimento de liderança, ajudando-os a enxergar o seu papel como líder na condução de suas equipes. Para isso, em 2015, vamos implantar o Programa de Desenvolvimento de Liderança (PDL) para 70 gestores do HSC”, revela. De acordo com a executiva, o programa será dividido por módulos durante o ano. E, ainda, o hospital aposta na reformulação do programa de qualidade de vida e na implantação da trilha de carreira para ter uma atuação estratégica frente ao mercado. “O que nos deixa confiante em nosso quadro de funcionários é que não tivemos, até o momento, resistências por parte dos colaboradores na implantação de ações feitas pelo Santa Catarina”, diz.
Remuneração adequada e aprendizado constante. É isso que eu chamo de reter talentos. Luiz Nogueira, Falconi Consultoria
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o meu desempenho não foi bom. Cada pessoa precisa ter claro quais são os seus resultados para que ela possa receber uma participação ou mérito em relação a eles. O que não pode acontecer é julgar o colaborador por indicadores sobre os quais ele não tem autoridade. Isso é frustrante para o funcionário”, considera Nogueira. O consultor destaca que o exemplo vem da alta direção: “A diretoria é o exemplo base, a chave. Eu costumo dizer que o resultado vem de três pilares: técnico, conhecimento de gestão e liderança pelo exemplo”, conclui. H
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Artigo Márcia
Mariani Márcia Mariani
Ponto para o meio ambiente!
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conteceu aqui mesmo em nosso país, no final de 2014 um encontro que podemos classificar de um grande passo do homem rumo aos novos tempos. O encontro realizado foi um colóquio internacional, servindo de base para discussão do tema “O papel dos juízes na proteção do meio ambiente”. Houve a participação de vários países como Bélgica, Noruega, Estados Unidos, entre outros. Como dissemos, para nosso orgulho o Brasil sediou este importante evento idealizado pelo PNUMA/ONU que está trabalhando com o tema nos judiciários por todo o globo. O encontro destacou que os juízes devem promover as leis, assegurando o respeito e o cumprimento da legislação dando assim efeito ao direito ambiental. Os juízes, segundo o encontro, devem além de aplicar a lei, serem uma voz a ensinar sobre os direitos e deveres constitucionais. Devem proteger interesses difusos de minorias e também das futuras gerações. Para que isto ocorra é necessário promover conhecimento e treinamentos aos juízes sobre o vasto tema ambiental, como, por exemplo, aquecimento global, biodiversidade e impactos ambientais sistêmicos. Os juízes têm agora uma importante missão para a qual precisam urgentemente decifrar os enigmas da esfinge ambiental ou, então, as consequências serão sentidas por todo o planeta. Um dos grandes acontecimentos deste encontro é o reforço a um novo princípio legal que está surgindo para resolver grandes questões em que estejam de um lado o “homem”, e de outro lado a “natureza”. Este novo princípio reza que, em caso de dúvidas, deve-se beneficiar a natureza (ponto para o meio ambiente!). Com certeza este princípio é um grande alia-
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Gerente ambiental e de projetos do INDSH (Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano) e Membro do Projeto Nossa Terra (projetonossaterra.com.br)
do na resolução de questões que podem levar nossa civilização a um colapso. O leitor pode achar esta colocação um tanto quanto exagerada, mas infelizmente este pode ser o preço da falta de inter-relação entre a ciência, o direito e a conscientização que tem o poder de alterar comportamentos. Países como a Noruega possuem imposto sobre Carbono desde 1991, por lá tem sido muito caro emitir carbono (o vilão do aquecimento global). A Noruega também patrocina carros elétricos concedendo redução de impostos, estacionamento gratuito e o direito de usar as vias que são destinadas ao serviço público. O Brasil bem que poderia se espelhar neste exemplo! Em outubro do passado, a China aprovou algumas reformas em benefício do meio ambiente. O Brasil, segundo relatos do encontro, possui excelentes ferramentas como a adoção da responsabilidade objetiva (não importa de quem é a culpa, importa a reparação do dano) e do princípio precaução (quando não houver certeza científica sobre o fato, devemos escolher o caminho mais conservador que leve ao menor dano ambiental). O encontro concluiu que os juízes têm pela frente muitos desafios para vencer na questão de conhecimento ambiental e que será necessário apreender sobre como praticar a cooperação transversal. As divisões geográficas são de extrema importância para a política, mas não impedem que as catástrofes e outros problemas ambientais que acabarão com certeza nos tribunais, por exemplo, se alastrem pelo globo. Está na hora de aprendermos que no final das contas somos todos cidadãos planetários. H
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Sustentabilidade
Gestão em tempos de crise
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Hospitais driblam a crise hídrica que se alastra por grandes cidades do país
Alguns dizem que em tempos de crise surgem as oportunidades. A atual crise hídrica, que se alastrou nas principais cidades do país, mostra que, se as oportunidades ainda estão tímidas, no mínimo o país está, de fato, buscando alternativas para tentar corrigir o erro de décadas. Mas bem antes desta crise se alastrar, o Hospital Sírio-Libanês já se dedicava em um plano diretor voltado para a gestão hídrica da instituição. O primeiro passo, conforme explica Antônio Carlos Cascão, Superintendente de Engenharia do Sírio-Libanês, é a abordagem do ponto de vista da tecnologia, ou seja, priorizar o uso de aparelhos de baixo consumo, como torneiras, chuveiros, bacias sanitárias. “Isso representa uma redução de 60 a 70% de consumo. Uma válvula hídrica que antes consumia de 15 a 20 litros por acionamento foi substituída por uma que consome seis litros por acionamento”, explica. O hospital também investiu na medição de consumo de forma distribuída. Isso significa que o gestor sabe exatamente quanto é
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o consumo total da instituição e também de cada setor. Neste caso, foram distribuídos 60 hidrômetros por toda a instituição que fornecem informações em tempo real de cada setor. Por exemplo, se determinada área consumiu além do permitido é possível traçar ações imediatas para corrigir os erros e, assim, não desperdiçar água. Além disso, o Sírio-Libanês também investiu em uma estação de tratamento de água e de efluentes. Na primeira, realiza-se a captação e filtração da água das
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chuvas. Já na estação de efluentes, separa-se água negra (de bacias e de cozinha com gordura, por exemplo) da água cinza (chuveiro, lavatórios, pias, etc). A água é captada de forma separada, passa pela estação de tratamento e por um completo processo de filtragem. “Conseguimos uma reutilização da ordem de 100 a 120 m³ por dia de água de reuso. Esse volume é extremamente significativo, pois basicamente atende a necessidade das torres de resfriamento do sistema de ar condi-
cionado”, ressalta Cascão. Para essa estação de tratamento foram investidos cerca de R$ 1,2 milhão. Já a automação e a medição segmentada foi cerca de R$ 400 mil. “Isso não só garante a sustentabilidade ambiental, como também a econômica da instituição. É inquestionável que a água se tornará um recurso cada vez mais caro e restrito, por isso a urgência de usá-la com eficiência. O começo para solucionar o problema é medir de forma segregada e investir no reuso. Esse é o caminho que todos vão ter que passar”, salienta.
Planejamento
No caso do Hospital do Coração (HCor), quando termina o ano, todos os departamentos fazem um orçamento baseado no planejamento estratégico. Para a gestão hídrica, que compõe o custo institucional, são traçadas metas de consumo, baseadas no histórico e nos projetos de redução de consumo. “Mensalmente esses dados de consumo são monitorados em forma de indicadores a fim de verificar se o consumo realizado no período está em consonância com o consumo projetado. Com esses dados é feita a análise crítica para promover as correções necessárias, cumprindo a meta conforme o planejamento”, explica Gleiner F. Ambrosio, Gerente de Engenharia do HCor. Com esse objetivo, o hospital já investiu cerca de R$ 100 mil em diversos projetos nos últimos quatro anos. “A Superintendência de Operações incumbiu a engenharia de traçar vários planos a fim de utilizar o recurso hídrico com maior eficiência. Elaboramos projetos que, hoje, se revertem em economia e melhor gestão do recurso”, explica. Com esses sistemas inovadores, foi possível evitar o desperdício de 3.500 m³ por
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mês de água, o que representa uma economia anual de R$ 550.200,00. Entre os projetos estão o reaproveitamento da condensação gerada pelos equipamentos a vapor (lavanderia, autoclave, panelas a vapor) com a finalidade de reaproveitar a água que seria dispensada no sistema de captação. Houve também uma atualização tecnológica dos equipamentos a fim de diminuir o uso da água para o seu funcionamento, sendo instalados
redutores de vazão nas torneiras, chuveiros e bacias sanitárias, mantendo as vazões conforme norma preconizada e utilizando materiais certificados. Além de mudar equipamentos, o HCor reaproveita a condensação gerada pelos equipamentos de vapor, como as máquinas secadoras da lavanderia. O objetivo é reaproveitar a água que seria dispensada no sistema de captação, uma economia que representa 600 m³ por mês. H
“É inquestionável que a água se tornará um recurso cada vez mais caro e restrito, por isso a urgência de usá-la com eficiência”. Antônio Carlos Cascão, Superintendente de Engenharia do Sírio-Libanês
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Artigo | Nubia
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Tendências do ano 2015 P or que não começar o ano falando de tendências? O que as pesquisas falam? O que o mercado comenta?
1. Desempenho baseado na qualidade da assistência Adequação do modelo de remuneração baseado em métricas assistenciais, através do pagamento por desempenho ou resultados. É necessário que a discussão envolva pontos como: • Aspectos regulatórios: Como serão as regras para contratualização dos serviços seja na iniciativa privada ou pública? Definição das tabelas de remuneração? • Aspectos de gestão: Como serão definidas as métricas e respectivas metas? Definição de indicadores de resultados, de processo, de qualidade? Os mesmos terão o mesmo peso ou pesos diferentes devido à importância de cada dimensão? • Transparência da informação: Como as informações serão transmitidas? Qual a periodicidade para tal? Publicação ou não dos indicadores? Transparência da informação? • Aspectos éticos: Como garantir o engajamento dos profissionais neste novo modelo? Como rediscutir aspectos contidos no Código de Ética Médica (CEM), tais como o vínculo do desempenho com o resultado (CEM – Art, 62)1? • Aspectos tecnológicos: Como adequar as ferramentas diversas para coletar, armazenar e apurar os resultados, suportando as instituições envolvidas na tomada de decisão?
Nubia Viana Country Solution Manager para o segmento Enterprise IT da Agfa Heatlhcare
2. Envelhecimento da população mundial Como estamos nos preparando para este perfil crescente? Em termos organizacionais: nova arquitetura hospitalar para tal? Em termos de recursos humanos: perfis de profissionais preparados e treinados para tal? Em termos de tecnologia de informação: como desenvolver novas soluções para atendimento desse perfil de pacientes? Em termos de custo: como tornar o sistema mais eficiente e desta forma menos oneroso, uma vez que são inerentes a este perfil populacional custos mais elevados? Isto evidencia a importância de uma mudança na visão da assistência – saindo de uma visão hospitalocêntrica ou prestador-cêntrica (permita-me os usos de neologismo), para uma visão “centrada no paciente”, com evidências claras de práticas baseadas em protocolos preestabelecidos, envolvimento da família e visão multidisciplinar. Alia-se a este elemento assunto já tão amplamente discutido e presente em outras pautas de discussão e tendências – a conectividade e interoperabilidade dos dados. A visão “centrada no paciente” não acontecerá se estes dois elementos de fato não acontecerem concomitantemente. Alia-se a estes pontos mudança cultural e social, adoção de novos modelos de assistência, para melhor conter os custos: pacientes “frequentadores” de prontos atendimentos podem ser candidatos a algum programa de medicina preventiva (dentro do contexto do
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gerenciamento de casos); uso mais intensivo de telemedicina focando no aspecto de “monitoramento remoto”, o que no caso do Brasil, devido as dimensões geográficas, sem sombra de dúvida é um aspecto que necessita estar na pauta de discussão; programas assistenciais trabalhando em conjunto com programas sociais que provoquem mudanças de hábito. 3. Mudanças nos hábitos da população É importante salientar que a crescente modernização, melhoria nas condições socioeconômicas, maior abertura a mercados estrangeiros, aumento na expectativa de vida trouxeram benefícios. Mas também o famoso ditado “Quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza” bem se aplica aqui. Os avanços também trouxeram para a população problemas como aumento do sedentarismo, maior taxa de obesidade (principalmente na fase infantil), aumento do risco de doenças metabólicas, maior predisposição a condições de depressão ou outros transtornos psíquicos (que impacta no aumento do nível de absenteísmo ou mesmo do presenteísmo, elementos maléficos tanto para a saúde do profissional como do empregador). Dados confiáveis, boa informação: é fato que informação de qualidade facilita entendimento mais rápido e, por consequência, pode acelerar o processo decisório, mitigando riscos concomitantemente. É fato o processo evolutivo para o “big data”, quando se fala de volumes maiores de dados a serem analisados, ou mesmo o processo evolutivo do “data mining”, como ferramenta para previsibilidade de alguns eventos, correlacionando hábitos de vida, antecedentes familiares, dados demográficos, socioeconômicos e criando melhores estratégias a longo prazo de como melhor atendê-los. Apesar de este assunto surgir como tendência, possivelmente alavancado pela popularização do conceito do “big data”, é sabido de longa data que dados por si só não trazem valor no
processo decisório. Será este o elemento catalizador para de fato conseguirmos dados confiáveis e precisos, para gerar informação de qualidade? 4. Consumerismo Entendendo que o paciente passa a ser figura central do Sistema de Saúde, e cada vez mais consciente do seu envolvimento, consequentemente, participante ativo e importante key opinion leader (KOL). Nesse processo, surge o conceito do “consumerismo”, em contraponto ao conceito do consumismo. O consumerismo2, diferentemente do consumismo, se baseia em dois pilares importantes: • Racionalidade: o consumidor sabe o que procura e necessita; compara preços; é influenciado pela publicidade, mas tenta não se deixar ‘enganar’; • Responsável: o consumidor tem preocupações sobre o impacto do seu comportamento de consumo no ambiente ou na sociedade Levando em consideração os elementos de racionalidade e responsabilização, o paciente altera o comportamento na utilização e consumo dos serviços de saúde, corroborando a importância do seu papel no controle dos custos que envolvem o mercado de saúde. 5. MHealth Sim. É uma tendência que já surgiu no ano de 2014 e se mantém como tendência para o ano de 2015. Os desafios discutidos na indústria passam por questões de segurança que envolve a privacidade e acesso das informações. Este elemento, somado ao fenômeno do consumerismo, fortalece a adoção de portais em dispositivos desta natureza. A adoção de tecnologia móvel foi impactada (no sentido positivo) pela rápida expansão dos smartphones e, consequentemente, desenvolveram-se diversos “apps” para esta plataforma com custos acessíveis. Isto facilitou algumas funcionalidades que anteriormente os dispo-
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Artigo | Nubia
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sitivos médicos não conseguiam suprir, tais como monitoramento do nível de glicose em pacientes diabéticos, facilitando o seguimento a distância desses pacientes, com custos mais baixos. Isto nos leva a outro ponto que merece ser acrescentado a esta discussão: aspectos regulatórios. O desenvolvimento e oferta de diversos “apps” levam a necessidade de maior regulação deste setor, do ponto de vista do que é recomendado ou não, levando em consideração aspectos que envolvem integridade, métodos confiáveis, confidencialidade, privacidade – pontos sempre relevantes que impactam na relação profissional de saúde–paciente3. Sugiro a leitura do documento preparado pelo FDA – órgão regulatório americano, no que se refere a adoção de aplicativos médicos móveis4. 6. Privacidade das informações Tecnologias como a adoção de dispositivos móveis ou portais, onde diversas informações relativas ao registro de saúde ficariam disponibilizadas, ou mesmo a disponibilidade e avanço do “big data” podem e devem facilitar o processo da troca de informações entre os profissionais de saúde e paciente. Porém, ao mesmo tempo, é crescente a preocupação com ataques por parte de hackers, trazendo ameaça real na violação de dados considerados sigilosos. Exemplos atuais, tais como os que afetaram empresas de grande porte como a Apple e SONY, nos deixam claro que isto não é uma realidade distante e sim presente. Como a indústria de saúde está se preparando para isto? Quais investimentos estão sendo feitos ou serão? Estamos aprendendo com outras indústrias? Se há a preocupação de custos nesta indústria já é sabidamente uma conta que não fecha há algum tempo, estes novos entrantes só adicionam mais um fator a ser somado. Como considerar este elemento na equação? Seis tendências. Diversos questionamentos. Todas estas tendências têm em comum alguns
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pontos: • Modernização e definição de novos modelos de cuidados na prestação de serviços: todos os atores da cadeia que fazem parte do mercado de saúde necessitarão rever seu modo de atuar, pensar. Novos modelos de prestação surgirão o que impulsionará formas diferentes de se fazer negócios. • Renovação ou redefinição de estratégias: os planos estratégicos acordados a alguns anos atrás necessitarão passar uma revisão frente aos novos entrantes neste mercado. Decisões tais como “iremos aderir ou não”, “iremos criar novos produtos para suportar estas tendências ou não”, “iremos procurar parceiros ou iremos nos capacitar internamente” precisarão ser tomadas. • Processos centrados no paciente: como se organizar institucionalmente frente a maior participação do paciente no processo decisório da cadeia de saúde? Como se posicionar junto às exigências deste “novo consumidor” (novo agora, pois o mesmo irá focar não somente no acesso ao serviço, mas consumir este serviço de forma mais consciente e responsável) de forma transparente? Como repensar o paciente sobre esta nova perspectiva? • Novos entrantes: possivelmente frente aos novos modelos organizacionais, renovação ou redefinição dos planos estratégicos, novos entrantes devem surgir. Como lidar com eles? Quais serão suas novas competências? Qual será seu papel? Mais questionamentos. Desculpem-me se ainda não há respostas. Isto está implícito na discussão quando se fala de tendências. Nada ainda fechado. Porém, os pontos aqui levantados (e definitivamente não é a lista final) precisam e necessitam fazer parte da pauta de discussão, bem como muitos outros não listados aqui, mas que com certeza muito de vocês estão se perguntando. Fica a reflexão. H
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http://www.pwc.com/us/en/health-industries/top-health-industry-issues/mhealth.jhtml
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http://www.fda.gov/downloads/MedicalDevices/.../UCM263366.pdf
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Mercado
Arab Health Mais de 40 empresas brasileiras marcam presença no maior evento da Saúde no Oriente Médio
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Congressos para discutir desde o futuro do setor cirúrgico até problemas como hipertensão, mobilidade na saúde, além de debates sobre estratégias para obter um sistema de saúde sustentável. Esses foram alguns dos destaques do que aconteceu na Arab Health, em Dubai, entre os dias 26 e 29 de janeiro de 2015. Para este ano foi necessário ampliar o espaço físico da feira, que abrigou mais de 150 empresas somente neste pavilhão extra. No total foram cerca de quatro mil expositores, sendo que destas 200 companhias participaram pela primeira vez. Já o número de visitantes chegou a 120 mil pessoas de mais de 150 países. “Registramos anualmente um crescente número de visitantes, chegando a 10% ano a ano”, afirma Dave Panther, Diretor da Arab Health. Mas a maior feira da Saúde no Oriente Médio começou há 40 muito diferente do que é hoje. “Iniciamos como uma pequena feira, de baixo de lonas, em um pátio”, conta Panther. Desde então, o evento cresceu, atraindo empresas e importantes profissionais para debates e congressos, reflexo do crescimento da Saúde no Oriente Médio. Hoje, a Arab Health é data obrigatória na agenda da Saúde, proporcionando oportunidades de negócios com players mundiais, mostrando para o mercado as inovações da indústria e fomentando o relacionamento entre stakeholders do segmento.
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Mercado
O Brasil não ficou de fora desse evento. O pavilhão nacional foi organizado pela Abimo - Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios, em parceria com a Apex-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Essa participação gerou aproximadamente US$ 20 milhões para as companhias nacionais, segundo a Abimo. “É possível notar que os negócios realizados na feira Arab Health extrapolam a região do Oriente Médio, e a feira tem se tornado para os expositores brasileiros um dos pontos de encontro com distribuidores do mundo todo”, explica a coordenadora da Abimo, Clara Porto. As 42 empresas fizeram 2.983 contatos durante os quatro dias de feira, com compradores de diversos países, como: Emirados Árabes Unidos, Irã, Sudão, Egito, Indonésia, Arábia Saudita, Marrocos, Líbano, Omã, Jordânia, Nigéria, Paquistão, vendendo quase US$ 1 milhão em Dubai e trazendo para o Brasil uma expectativa de negócios de mais de US$ 21 milhões. Sudão, Irã, Egito e Marrocos foram os países que mais compraram. “A cooperação da Abimo e das empresas brasileiras é extremamente importante. Não podemos desconsiderar o papel estratégico que o Brasil exerce no mercado mundial. Esperamos que essa aliança continue para os próximos anos”, afirma Panther. H 78
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Negócios
As 42 empresas brasileiras fizeram 2.983 contatos durante os quatro dias de feira, com compradores dos Emirados Árabes Unidos, Irã, Sudão, Egito, Indonésia, Arábia Saudita, Marrocos, Líbano, Omã, Jordânia, Nigéria, Paquistão, vendendo quase US$ 1 milhão em Dubai e trazendo para o Brasil uma expectativa de negócios de mais de US$ 21 milhões. Sudão, Irã, Egito e Marrocos foram os países que mais compraram.
Verificamos, cada vez mais, o crescimento de visitantes do mundo todo na Arab Health, sendo este evento uma grande oportunidade para empresas, distribuidores, compradores, enfim, toda a cadeia da saúde. Registramos anualmente um crescente número de visitantes, chegando a 10% ano a ano. Dave Panther, Diretor da Arab Health
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Artigo | Klaiton
Simão
A pergunta certa
C
ontam os historiadores e estudiosos que Sócrates (469 a.C – 399 a.C), um dos pilares da filosofia ocidental, ao passar por um determinado comércio, exclamou: “Quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz!”. Nestes meus quase trinta anos de atuação na área de TI, tenho me feito esta afirmação Socrática de forma recorrente; talvez por isso tenha me tornado um gestor de negócios especializado em TICs, uma sútil diferença no direcionamento da carreira, alguns anos atrás. Parafraseando o princípio empresarial de Tostines, não sei se me tornei gestor por questionar o efetivo valor para o negócio de um determinado investimento, ou se foi o contrário: se foi por querer atuar como gestor que estes questionamentos sempre fizeram parte da minha abordagem profissional, mesmo atuando no âmbito técnico. Mas, deixando a filosofia de lado, o fato é que, no atual cenário de busca pela eficiência operacional, que significa na prática fazer mais e melhor com menos (cenário nem tão novo assim), vejo a maioria dos executivos lançando a seguinte pergunta nas organizações: “Do que a TI precisa para tornar-se um efetivo alicerce estratégico ao nosso negócio?”. Vou contar um segredo aos demais integrantes do C-Level: Nós, profissionais de TI, ao ouvirmos tal pergunta, fazemos uma confusão danada; entendemos isso como a oportunidade de conseguir mais dinheiro para fazer aquilo que acreditamos ser importante e relevante para a organização, na melhor das intenções. Ocorre que, observando os ciclos da TI nas organizações hospitalares ao longo do tempo, noto que há ainda uma enorme dificuldade em se encontrar uma TI que seja um “efetivo alicerce estratégico ao negócio”. De outro lado, no segmento hospitalar, o custo de operação da TI varia de 2% a 3% da receita (*), o que é um dinheiro razoável para um negócio cuja atividade principal é a atenção hospitalar ao paciente. Então, juntando-se os dois fatores acima, posso arriscar um palpite de que não falta dinheiro exatamente, o que falta é o direcionamento dos inves-
Klaiton Simão
CIO na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo
timentos e a gestão dos custos internos. Talvez eu tenha que passar a andar acompanhado por seguranças após a publicação deste artigo para não apanhar por aí, mas confesso que, em minha opinião, há uma significativa parcela de responsabilidade do CIO neste quadro de frustração da organização com a tão almejada “TI estratégica”. Digo isso porque, para se obter respostas que nos levem a ações e resultados efetivos, as perguntas são a chave. E a pergunta está errada, mas isso não é percebido pelos executivos clientes da TI. Porém, não se trata apenas de mudar a pergunta, há que mudar o interlocutor. Explico: O ideal seria, ao invés de termos áreas usuárias perguntando do que a TI precisa, precisaríamos ter uma TI perguntando do que a organização necessita. A resposta não é fácil, nem rápida, mas pode ser o primeiro passo para um Plano Diretor de TIC consistente, algo que venha a se transformar na bússola das expectativas lançadas à área de TI pelos próximos três ou cinco anos. E este Plano Diretor também pode, em alguns casos, vir a ser o primeiro passo para o Planejamento Estratégico da organização, em um virtuoso ciclo de perguntas adequadas e respostas consistentes. Seja lá qual for a realidade da sua instituição hospitalar, caro CIO ou futuro CIO, entenda estas linhas como o singelo compartilhar de algumas lições aprendidas através da observação daquilo que a empresa quer, e não daquilo que o profissional da TI entende como importante, e pasme: via de regra, não há comunicação clara o suficiente para que este alinhamento seja feito. De modo que, apesar da competência e das boas intenções de todas as partes, o resultado frequentemente não é atingido. Ouço queixas de alguns colegas gestores de TI, de que a TI não está no board da empresa, ou seja, não participa da gestão estratégica, sendo assim, como poderá a TI oferecer o importante e o correto, se apenas recebe “missões” e “encomendas”? Eles têm razão, mas convém lembrar que se fazer notar no board, através das perguntas certas, pode ser o caminho para esta mudança. H
(*) Dados da ANAHP (Associação Nacional dos Hospitais Privados).
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Perfil
Compromisso com a Saúde Henrique Salvador fala sobre governança corporativa, a importância da gestão na formação do médico e sua experiência fora do Brasil
N
este ano, um dos maiores hospitais de excelência do Brasil, o Hospital Mater Dei (MG), faz 35 anos de história. Henrique Salvador, Diretor da instituição, lembra no espaço Perfil que o primeiro plantão médico do hospital, dado por ele, aconteceu no dia 1º de junho de 1980, como estagiário de medicina. Entre outras lembranças, Salvador também conta como foi sua experiência na Inglaterra, onde morou por dois anos e fez um fellow no Guy’s Hospital, um dos maiores hospitais do país. Salvador também fala sobre a importância da gestão na formação do médico e afirma que “enquanto puder e tiver energia e força, pretendo continuar exercendo a medicina”.
É fundamental que o médico, em sua atuação profissional, tenha uma visão de gestão porque... Só assim ele terá uma visão do todo. O próprio nome já diz: gerir, administrar, alinhar estratégias e objetivos com foco definido. Aliar esta visão à prática faz com que o profissional desenvolva todas as suas potencialidades. Além disso, uma visão de gestão possibilita aliar raciocínio clínico e objetivo não só na medicina, como na sua vida pessoal. Acredito que para nós, médicos, vale a pena investirmos tempo, energia e recursos neste aprendizado. A abertura para o capital estrangeiro, neste momento, como fonte de financiamento para o sistema hospitalar vai permitir que... A médio e longo prazo, os hospitais tenham maior capacidade de competição neste mercado. Certamente, haverá uma aceleração do setor com a possibilidade de se ampliar a rede de atendimento. Uma possível consequência é a absorção de hospitais de menor porte, com pouca eficiência operacional, por instituições maiores. 82
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O Hospital Mater Dei, que completa 35 anos em 2015, tem como maior compromisso... Oferecer um atendimento médico-hospitalar seguro e que a assistência tenha uma qualidade muito clara percebida pelos clientes. Além disso, um pilar que perpassa toda a organização, seja na área administrativa ou assistencial, é o compromisso com a humanização do atendimento. A nossa filosofia é atender sempre de forma personalizada, diferenciada e humanizada. Também é uma característica do nosso modelo de gestão a capacidade de geração de conhecimento científico e técnico que possa fortalecer a Rede a médio e longo prazo. Incentivamos o saber e o compartilhar. Não há uma governança madura e gestão propriamente dita se não houver... Transparência em todos os processos que envolvem a administração. É preciso que se tenha um modelo claro de governança corporativa. As equipes devem conhecer as ferramentas de gestão e trabalharem integradas buscando uma só direção. Dessa forma os setores que compõem a organização sabem quais são os resultados esperados de cada área. No caso de hospitais, a excelência se traduz na assistência segura e na transparência de resultados para que os clientes tenham a confiança de que serão bem atendidos, com a melhor técnica e o melhor cuidado. A Saúde no Brasil precisa de... Gestão, tanto na esfera privada quanto na área pública. É por meio de um modelo de gestão com todas as suas características que se pode evoluir na atividade hospitalar, principalmente neste momento com o envelhecimento da população, que significa que os hospitais devem estar estruturados e aptos para este novo tipo de acesso, com suas especificidades. E isso não é um problema estritamente brasileiro. Hoje, nos
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países desenvolvidos ou em desenvolvimento, há mais doenças degenerativas do que infectocontagiosas e, consequentemente, deve haver um acompanhamento periódico e um incentivo mais sistemático à qualidade de vida e não apenas uma atenção terciária e quaternária. Cada vez mais a atividade na área da saúde vai ser científica e menos intuitiva. Além disso, o uso racional dos recursos – naturais, tecnológicos, humanos, financeiros e econômicos – deve fazer parte de qualquer sistema. Pretendo continuar exercendo a medicina até... Quando eu puder e tiver energia e força. No meu caso, como gestor hospitalar, a atuação próxima ao paciente me permite exercer a medicina plena, como sempre sonhei, auxiliando aqueles que buscam, no consultório, a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de determinada patologia. Além disso, na medida em que utilizo os serviços da instituição hospitalar a qual eu presido, tenho a possibilidade de averiguar, in loco, a qualidade do serviço prestado e se os princípios institucionais que norteiam a atuação do Mater Dei, com foco no cliente, estão sendo respeitados.
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Perfil
Um líder é... Em primeiro lugar, aquele que tem o conhecimento do que se faz para que se possa, inclusive, ensinar a quem está ao seu lado. Para isso é fundamental que ele tenha a capacidade de se comunicar e de transmitir conceitos e filosofias de atuação para que todos possam ir à mesma direção. Um líder que não tem a capacidade de ouvir e de gerir os recursos humanos da organização não é capaz de ser exemplo. Um líder também é um grande administrador de conflitos. Isso é inerente à atividade empresarial. Tem que entender claramente de onde a instituição veio, o que ela vive no presente, e para onde ela deve ir. Isso é importante porque o líder, além de tudo, tem que ter a sensibilidade para priorizar demandas e objetivos a serem perseguidos por todos e saber ter a “visão para fora”, ou seja, além de viver intensamente o negócio, é necessário que o líder tenha um farol voltado para o mercado, para o mundo. Meu maior exemplo, sem dúvida alguma é meu pai, Dr. José Salvador Silva, Fundador do Hospital Mater Dei, exemplo de um grande desenvolvedor de pessoas e um grande líder. O Hospital Mater Dei é... Fruto de um sonho do meu pai e que hoje é acalentado por todos nós. É o nosso sonho e o nosso desafio. Profissionalmente, eu nasci com o Mater Dei. No primeiro dia de funcionamento do hospital, em 1º de junho de 1980, o primeiro plantão médico do Mater Dei foi dado por mim, como estagiário de medicina. Eu vivi todas as fases do hospital. O hospital é a razão do meu desenvolvimento profissional e pessoal também. A nossa família se organiza em torno do projeto do Mater Dei, da maneira como a instituição pretende e procura atuar na comunidade. Uma viagem inesquecível é... A que fiz após a minha formatura em 1982 e residência em 1984, buscando a minha formação médica em instituições de referência mundiais. Passei pela Inglaterra, onde morei por dois anos, e fiz um fellow no Guy’s Hospital, um dos maiores hospitais do país. Fiz estágios também em hospitais da Alema84
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nha, França, Itália, EUA e Canadá. Foi um período muito rico na minha vida. Eu tinha vinte e poucos anos, período da vida em que estava abrindo minha cabeça para o mundo. Foi um período muito marcante para a minha formação médica e pessoal. Um livro de cabeceira... Tenho vários livros de cabeceira. Um deles é “JK – o artista do Impossível”, a biografia de Juscelino Kubitschek. O outro é a trilogia sobre a vida de Getúlio Vargas. Quem quer se dedicar intensamente à Medicina deve estar disposto a... Fazer alguns sacrifícios. Não no sentido ruim da palavra, porque quem vive a Saúde com intensidade está, na verdade, servindo ao próximo. O médico que é realmente comprometido com sua clientela, o líder que realmente é comprometido com a instituição que ele lidera muitas vezes viaja menos, priva-se de momentos sociais, já que é necessário ter energia e estar mais alerta e atento, deve ter uma vida mais regrada, estruturada, mais saudável, inclusive para poder exercer sua atividade de maneira mais eficiente. Mas, em contrapartida, quem escolhe esta área tem uma felicidade maior quando percebe o bem que está trazendo para um ser humano, para a sociedade. Uma paixão... Hospital Mater Dei e o Clube Atlético Mineiro. H
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Artigo Carlos
Goulart
O que esperar para 2015
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situação política brasileira está passando por um momento quase sem precedentes na sua história recente, que tem levantado dúvidas em todos os setores de negócios sobre os seus efeitos em um futuro próximo. Os impactos na economia já começam a aparecer, como a redução do PIB do último trimestre e outros indicadores negativos. O país todo vive a expectativa de como será o próximo ano, uma vez que as consequências dos distúrbios políticos e econômicos ainda não são previsíveis. O setor de produtos para saúde, que vem mantendo crescimento importante nos últimos anos, tem demonstrado significativo descolamento da economia como um todo. Em 2015, com previsão de crescimento do PIB nacional próximo de zero, o setor espera crescer 7%. Existem, no entanto, fatores preocupantes. Por um lado, a estagnação da economia leva a menor geração de empregos, quando não a uma diminuição - o que, no setor Saúde, se reflete em menor busca por planos de saúde. A redução da atividade economia, por sua vez, com consequente queda de arrecadação, pode provocar dificuldades de pagamentos no setor por parte do setor público e diminuição de sua capacidade de investimentos. Some-se a estes fatos a expectativa generalizada de valorização do dólar que, além de provocar elevação de custos, implicará uma diminuição de importações e da disponibilização no país de novas tecnologias médicas. Outro aspecto que poderá afetar os investimentos é a potencial elevação dos custos proporcionados pelo crescimento do acesso da população ao sistema público de saúde. Examinemos agora outros aspectos da questão. Pelo lado público, há um compromisso
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Carlos Goulart Presidente-executivo da ABIMED –Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde.
constitucional de gastos na Saúde que envolve as três esferas de governo. Um mínimo de 12% da receita no âmbito estadual deve ser reservado à Saúde. No âmbito municipal, este valor é de 15%. Já o volume dos gastos do Governo Federal deve acompanhar o crescimento de PIB, o que, em princípio, significará este ano um aporte de recursos equivalente ao de 2014. Há de se considerar também a contrapartida do que as novas tecnologias proporcionam. Se por um lado existe uma preocupação com um eventual aumento de custos, por outro, novas tecnologias estão cada vez mais focadas na eficiência, tanto de diagnósticos, como de desfechos clínicos, que proporcionam mais qualidade de vida, redução de eventos adversos e/ou complicações, diminuição do tempo de internação hospitalar e potencial redução de tratamentos futuros, considerando as ações de prevenção. Esses fatores proporcionam benefícios imensuráveis para pacientes, além de impactar diretamente a economia como um todo. É com base neste cenário que o setor de Produtos para Saúde realiza seu planejamento econômico e estratégico. Estudos recentes de mercado e pesquisas junto a empresários ainda mostram a permanência de um relativo otimismo. Acredita-se que nesta área prevalecerá um desempenho acima PIB e que o setor continuará registrando um crescimento importante. O setor tem também a convicção de que o crescimento se faz e não se espera. Por isso e por acreditar no potencial do país e na sua força, as empresas se mobilizam. As associações, por sua vez, fazem a sua parte na promoção e alinhamento com as políticas do setor, estimulando as empresas a se unirem em prol do objetivo maior, que é o bem-estar do paciente e da saúde de cada brasileiro. H
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PONTO
FINAL
Agora vai? Médicos, hospitais, empresas e a Máfia das Próteses
U
Um escândalo marcou o começo de 2015. Basta saber se desta vez algo será realmente feito, ou se os pacientes ainda terão suas dores negociadas. A Máfia das Próteses, que talvez não tenha sido uma grande novidade para alguns, estourou, em janeiro deste ano, depois da reportagem do Fantástico. Na matéria, fornecedores pagam propina, médicos marcam cirurgias desnecessárias e hospitais emitem notas superfaturadas. De empresas a hospitais, todos saem ganhando, menos o paciente. O Negócio Saúde caiu nas mãos da corrupção. Tudo o que manuais de código de ética pregam foram esquecidos. Justo essas condutas que estão sendo extremamente levantadas por diversas entidades do setor. E nesse balaio estão empresas, médicos, advogados entre outros profissionais que colocam o lucro acima do respeito ao ser humano. Empresas que deveriam proporcionar tecnologias inovadoras, médicos que deveriam prezar pela vida do paciente e advogados cuja missão, a priori, deveria ser a defesa do direito do cidadão estão andando por ai na contramão da ética e da moral. O esquema de superfaturamento denunciado chegava a 50% para indicar o uso de determinado tipo de prótese, além das cirurgias desnecessárias que também eram indicadas pelos médicos. Paralelo a isso, estavam as empresas e os advogados que estimulavam disputas judiciais, orientando pacientes a procurar a Justiça para fazer com que o SUS e plaHEALTHCARE Management 34
nos de saúde custeassem o produto. Os preços cobrados chegavam a 20 vezes acima do valor de mercado. Em 2013, o governo chegou a realizar auditorias em 20 hospitais que fazem cirurgias ortopédicas e cardiovasculares e identificou que metade dessas instituições apresentaram irregularidades. Na época, foram constatadas cobrança de próteses e outros materiais que não foram utilizados em cirurgias. O departamento de auditoria do SUS propôs que os hospitais envolvidos devolvessem R$ 520 milhões aos cofres públicos, fruto de cobranças irregulares. Após a auditoria, algumas portarias foram editadas visando combater tais irregularidades, o que, claramente, não foi o suficiente para inibir tais ações. Ou seja, as práticas criminosas já eram bem conhecidas. Quem sabe agora alguma providência pode ser, de fato, tomada. Uma rigorosa punição e julgamento de todos os envolvidos seria um bom começo. H
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HCM Eventos 2015 Março Evento: XXXII Congresso Pan-Americano de Mulheres Médicas
Local: Av. Brigadeiro Luis Antônio, 278 - Bela Vista São Paulo - SP
Data: 4 a 7 de Março de 2015 Informações: www.congressopanamericanoabmm.com.br Evento: XXIX Congresso do COSEMS/SP
Local: Av. Macedo Soares, 499 – Capivari Campos do Jordão - SP
Data: 18 e 20 de Março Informações: www.cosemssp.org.br
Evento: IV Fórum de Farmácia do Hospital Sírio-Libanês
Local: Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa - Rua Professor Daher Cutait, 69 – Bela Vista São Paulo
Data: 13 e 14 de Março Informações: www.hospitalsiriolibanes.org.br
Abril Evento: 45ª Jornada Paulista de Radiologia Local: Av Dr. Mario Villas Boas Rodrigues, 387, Santo Amaro, São Paulo
Data: 30 de Abril a 3 de Maio Informações: www.jpr2015.org.br Evento: Fórum ASAP
Local: Alameda Santos, 1437 – Cerqueira César, São Paulo – SP
Data: 9 de Abril Informações: www.asapsaude.org.br Evento: HIMSS Local: Chicago – Estados Unidos
Data: 12 a 16 de Abril Informações: www.himssconference.org EXPEDIENTE Publisher: Edmilson Jr. Caparelli Diretor-executivo: Marcelo Caparelli Diretora-administrativa: Lúcia Rodrigues Diretor de Marketing e Vendas: Jailson Rainer Diretora de Eventos: Erica Almeida Alves Editora da HealthCare: Carla de Paula Pinto Editora da HealthARQ: Patricia Bonelli Editor do Saúde Online: Thiago Cruz Editora Health-IT: Thaia Duó Produtora de Arte: Valéria Vilas Bôas Diagramação: Erica Alves Gerente de Cliente: Giovana Teixeira
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