Subprodutos na nutrição de bovinos de corte confinados

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SUBPRODUTOS NA NUTRIÇÃO DE BOVINOS DE CORTE CONFINADOS

Ramon Argentini Rizzieri Agronomia FCA Unesp


Imagem:


SUBPRODUTOS Resíduos de um processamento industrial, cujo produto final era outro de maior valor agregado, produto nobre. No ponto de ruminantes:

vista

da

nutrição

de

 Alimentos de alta qualidade (farelo de soja, caroço de algodão, polpa cítrica).  Alimentos de baixa qualidade (bagaço de cana, cepilho).


Estimativa da Produção Agrícola do Brasil para 2015 • Algodão: 3,8mi ton.

• Laranja: 13,7mi ton.

• Amendoim: 321mil ton.

• Mandioca: 24,3mi ton.

• Aveia: 456mil ton.

• Milho 1ª safra: 30,9mi ton.

• Arroz: 12,3mi ton. • Café: 42,5mi sacas/60Kg. • Cana de Açúcar: 673mi ton.

• Milho 2ª safra: 44,9mi ton. • Soja: 94,8mi ton. • Sorgo: 1,9mi ton.

• Cevada: 314mil ton. Fonte: IBGE 2015

• Trigo: 7,7mi ton.


Elevado volume de subprodutos agroindustriais por conta de uma elevada produção agrícola de muitas culturas. Foto: Expedição NUTRIR 2013, MS.

 Regionais.  Em todo país. Casquinha de Soja

Caroço de Algodão


Balanรงo da Pecuรกria Nacional 2014

Fonte: ABIEC


Gado confinado 10%

Produtividade, > demanda global e competitividade com Austrália e EUA.

20% em 2023.

Áreas de pastagem devido a rentabilidade da agricultura.

INTENSIFICAÇÃO!

Restrições ambientais.


Composição dos custos de produção do confinamento.

Alimentação = 78,1% Fonte: Coan Consultoria


Portanto...


Principais componentes do CUSTO à considerar.

 Logística.  Perdas com armazenamento.  Fluxo de caixa da propriedade.  Composição nutricional.

Fonte: Agri Point


Vantagens dos Subprodutos  Maior flexibilidade de formulação das dietas , pela disponibilidade de maior diversidade de alimentos.  Possibilidade de “ajuste fino” das dietas; Ex: Polpa Cítrica e Casca de Soja tem fibra de alta digestibilidade tendo efeito positivo quando em substituição a parte do milho  Saúde e Produtividade Animal. Fonte: Agri Point


Desvantagens dos Subprodutos  Formulação de toda a dieta na fazenda  Assistência técnica. (Desvantagem?)  Grandes volumes de aquisição.

 Controle de qualidade crítico  Variação da composição nutricional.

Fonte: Agri Point


Desvantagens dos Subprodutos  Planejamento.  Armazenamento.  Manutenção da qualidade  Alimentos úmidos.

 Sazonalidade de produção. Fonte: Agri Point


Subprodutos Abordados  Bagaço de cana-de-açúcar “in natura”.

 Caroço de Algodão.  Farelo e Casquinha de Soja.  Farelo de Amendoim.  Polpa Cítrica.


Bagaço de Cana “in natura”

Fonte: Agricultural Waste


Bagaço de Cana “in natura”  Resíduo da extração do caldo nas moendas.  Maior resíduo na agroindústria nacional, 1ton de cana = 300Kg de bagaço.

valor nutritivo.

 Fonte de fibra  Motilidade e tamponamento ruminal.


Bagaço de Cana “in natura”  17% na MS da dieta ganho máximo. (Valadares Filho et. al. 2008)

 Limitação de consumo.  Utilização como fonte de energia, > CUSTO do subproduto.

 Custo aproximado R$180,00/ton.


Composição

Concentração (%)

Referência

MS MO PB FDN FDA Lignina EE Ca P NDT

51,71 94,83 2,03 85,66 59,01 12,62 1,03 0,09 0,05 42,89

CQBAL 3.0


Caroรงo de Algodรฃo


Caroço de Algodão  Resíduo da extração de fibra do algodão.

 100Kg de algodão = 61Kg de caroço.  Fornecimento de Energia, Proteína e Fibra em altas concentrações.  Não ultrapassar 15% da MS da dieta  Elevado teor de óleo e presença de gossipol.


Caroço de Algodão GOSSIPOL, um problema?

 Composto fenólico.  Reduz o transporte de O2 no sangue, respiração mais curta e edema dos pulmões.  Infertilidade em machos.  “Ligado” não oferece risco aos ruminantes.


Caroço de Algodão Armazenamento:  Baixa densidade e safra curta.  Grandes armazéns: compra em grande quantidade.  Demanda de grande movimentação de capital.

 Custo aproximado R$550,00/ton.


Composição

Concentração (%)

MS

90,76

MO

95,78

PB

22,99

FDN

45,84

FDA

35,24

Lignina

7,39

EE

19,32

Ca

0,29

P

0,74

NDT

79,74

Referência

CQBAL 3.0


Farelo de Soja

Fonte: Bianchini S.A.


Farelo de Soja  Resíduo da indústria de extração de óleo.  100Kg de soja em grão = 79Kg de farelo.  Fonte proteica mais utilizada na alimentação animal.


Farelo de Soja  98% da PNDR é digestível no ID.  PB 44% a 48%  Pode ser fonte única de proteína em rações.

 Custo aproximado R$1.600,00/ton.


Composição

Concentração (%)

MS

88,57

MO

92,89

PB

48,71

FDN

15,85

FDA

9,47

Lignina

1,62

EE

1,85

Ca

0,33

P

0,57

NDT

80,48

Referência

CQBAL 3.0


Casquinha de Soja

Fonte: Bianchini S.A.

Fonte: Farm Point.


Casquinha de Soja  Produzida antes da extração do óleo.  Moída ou peletizada.  FDN = 69,2%, próximo ao das forragens, porém fibra de alta digestibilidade ~ 95%. (Zambom et. al. 2001).

 NDT = 78% e PB = 12%.


Casquinha de Soja  Concentrado energético X Volumoso.  80% do valor energético do milho.  Baixa lignina e elevada pectina.

 Inclusão de até 20 a 30% da MS da dieta  Diminuição do teor de energia (concentrado) e < estimulo a ruminação e salivação (volumoso).  Custo aproximado R$350,00/ton.


Casquinha de Soja Substituição ao milho: 21 novilhos Nelore, ~ 25 meses PVi 343 kg. Concentrados energéticos casca de soja e farelo de gérmen de milho peletizados em substituição (70%) ao milho moído e, como fontes nitrogenadas, farelo de girassol peletizado e ureia pecuária. Como volumoso, utilizou-se silagem de milho. R. Bras. Zootec., v.35, n.2, p.569-575, 2006 (Ezequiel, J. M. B. et, al).


Casquinha de Soja

R. Bras. Zootec., v.35, n.2, p.569-575, 2006 (Ezequiel, J. M. B. et, al).


Casquinha de Soja

R. Bras. Zootec., v.35, n.2, p.569-575, 2006 (Ezequiel, J. M. B. et, al).


Casquinha de Soja

R. Bras. Zootec., v.35, n.2, p.569-575, 2006 (Ezequiel, J. M. B. et, al).


Casquinha de Soja Substituição ao milho: Não afetou o CMS, GP, CA, EA e RC. Inclusão em até 70%. A escolha entre esses ingredientes deve ser feita com base na análise econômica, considerando a disponibilidade na região. R. Bras. Zootec., v.35, n.2, p.569-575, 2006 (Ezequiel, J. M. B. et, al).


Composição

Concentração (%)

MS

90,30

MO

94,18

PB

12,48

FDN

66,56

FDA

49,10

Lignina

3,64

EE

2,20

Ca

0,54

P

0,16

NDT

68,85

Referência

CQBAL 3.0


Farelo de Amendoim

Fonte: Felipe Ribeiro


Farelo de Amendoim  Resíduo da indústria de extração de óleo.  100kg de amendoim = 70Kg de farelo.  PB = 45% a 53%.

 Alta PDR.  Níveis inferiores de a.a. ao farelo de soja.  Custo Aproximado R$1050,00/ton.


Farelo de Amendoim PROBLEMAS  Pós colheita  Aspergillus flavus.  Aflatoxina B1.  Permitido 20µg/Kg.  Necessidade de bom armazenamento.


Composição

Concentração (%)

MS

89,23

MO

94,18

PB

58,38

FDN

13,87

FDA

10,96

Lignina

2,22

EE

0,40

Ca

0,14

P

0,71

NDT

-

Referência

CQBAL 3.0


Polpa Cítrica


Polpa Cítrica  Subproduto da indústria cítrica (úmida ou peletizada).  Constituída de polpa, casca e semente.  100Kg de laranja = 7kg de polpa peletizada.  Concentrado energético X Volumoso.  Fibra de alta digestibilidade  Baixa lignina.


Polpa Cítrica  Alto teor de Ca.  Alto teor de carboidratos solúveis (25% MS) e pectina.  Manutenção das propriedades nutricionais em relação a efetividade de fibra.  Inclusão até 30% da Substituição ao milho

MS

da

 Custo Aproximado R$380,00/ton.

dieta


Polpa Cítrica PECTINA:  Não abaixa o pH.  Tamponamento do rúmen.  Elevada relação acetato:propionato.


Polpa Cítrica Substituição ao milho: Substituição do milho moído fino por polpa cítrica na dieta de tourinhos Canchim na fase de crescimento e terminação. Dietas na base seca, 30% de silagem de cana aditivada e 70% de concentrado. Relação Milho:Polpa = 100:0; 50:50; 25:75; 0:100 R. Bras. Zootec. vol.36 no.1 Viçosa Jan./Feb. 2007. (Pereira, E. M. et, al).


Polpa Cítrica


Polpa Cítrica Substituição ao milho: A polpa cítrica tem valor energético superior ao milho moído quando substitui 50% e similar quando substitui 75 ou 100%. Quanto maior o nível de inclusão de PC (acima de 50%), menor foi o CMS e mais baixo o GPD (sem alteração na eficiência alimentar). As características de carcaça não foram alteradas. Bom desempenho quando alimentados com rações com teores mínimos amido quando outros carboidratos de alta degradabilidade ruminal são fornecidos. R. Bras. Zootec. vol.36 no.1 Viçosa Jan./Feb. 2007. (Pereira, E. M. et, al).


Polpa Cítrica PROBLEMAS  Alta higroscopicidade.  Contaminação por fungos  Penicillium citrinum  Micotoxinas.

 Necessidade de bom armazenamento.


Composição

Concentração (%)

MS

89,20

MO

92,08

PB

7,05

FDN

26,03

FDA

20,19

Lignina

1,51

EE

2,36

Ca

1,84

P

0,10

NDT

73,46

Referência

CQBAL 3.0


Considerações Finais ECONOMICIDADE DO SISTEMA?  Viabilidade econômica do insumo.

 Disponibilidade.  Valor nutricional.  Nível de inclusão na dieta.  Adaptação da inclusão na dieta.


Considerações Finais ECONOMICIDADE DO SISTEMA?  Mistura homogênea da dieta.  Associação com outros ingredientes da dieta.

 Realização de análises anterior a inclusão.  Armazenamento adequado.


Site: www.gruponutrir.com.br Contato: contato@gruponutrir.com.br diretorianutrir@gmail.com Fone: (14) 3880-2979


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