Cartilha de Intervenções da Unidade de Paisagem 4

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Cartilha de Intervenções da Unidade de Paisagem 04. Dist. Industrial; Jd. Cruzeiro; St. Angelina; Jd. Márcia I; Jd. Márcia II; Pq. Esmeralda; Vl. Honorina; Jd. Sto. Antônio; Vl. Malvina

Agudos. REVISÃO DO PLANO DIRETOR

UdP

4 N

PREFEITURA

UNESP

GRUPO SITU


_SITU

O Grupo de Pesquisas em Sistemas

Integrados Territoriais e Urbanos (SITU), é formado por docentes e alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unesp – Bauru, e colaboradores do Brasil e do Exterior.

O SITU está cadastrado no Diretório

dos Grupos de Pesquisa no Brasil desde 2003, e desenvolve sua investigação na linha de pesquisa “Conhecimento Histórico Ambiental Integrado na Planificação Territorial e Urbana” alimentado por duas sub-linhas: História da Cidade e do Território e Planejamento e Projeto da Cidade, do Território e da Paisagem.

Na sub-linha de pesquisa de História da

Cidade e do Território: o SITU participou do Projeto Temático Fapesp (2006-2011) “Saberes Eruditos e Técnicos na configuração e reconfiguração do Espaço Urbano: séculos XIX e XX”.

Na sub-linha de pesquisa de Planejamento

e Projeto da Cidade, do Território e da Paisagem: elaborou o Plano Diretor Participativo do Município de Agudos –SP (2004-2006), e a Revisão do Plano Diretor do Município de Jahu (2010-2011).

Apesar dos trabalhos do SITU abordarem

escalas relativas à cidade, ao território e à paisagem, propõe-se por em evidência uma extensa articulação de

referências

disciplinares

como

forma

de

abandonar a idéia de um método à várias escalas, típica do método racionalista. Ao contrário, partese de métodos diversos para o design, arquitetura, para o town design e para urbanismo: por escala operacional, tipo de abordagem (projetual, analítico, histórico-crítico, gestão), e por categorizações e conceitualizações dos fenômenos que se referem ao espaço urbano e territorial (da forma da cidade, dos processos de articulação e difusão, da paisagem, da história, do ambiente e/ou da ecologia, etc).

GRUPO_

Equipe da Revisão do PDP de Agudos Coordenação e Revisão: Prof. Dr. Adalberto da Silva Retto Jr – Unesp Bauru; Prof. Dra. Marta Enokibara Arquiteta e Urbanista: Aline Akemi Taba Kanashiro Estudantes colaboradores de Arquitetura e Urbanismo da UNESP - Bauru: André de Paula Andreis, Caio Schleich, Danilo Baptista Arruda, Danilo Vinhote, Guilherme Uyekita, Júlia Lobo, Juliana Cestaro Garcia, Lauro Eduardo Franzé Filho, Otávio Rodrigues de Lara,Thaís Fuchs. Editoração: Marília Hildebrand


REVISテグ DO PLANO DIRETOR

UNIDADE DE PAISAGEM 4 UdP4

a construテァテ」o de uma rede de paisagens

AGOSTO 2013


APRESENTAÇÃO DA CARTILHA


A equipe de professores do Grupo SITU, vinculados à Unesp-Bauru, vem

desenvolvendo estudos em nossa cidade desde o ano de 2004. Estes estudos, somados aos eventos realizados, contribuíram para a elaboração, pelo Grupo SITU, do Plano Diretor Participativo do Município de Agudos, que foi entregue no ano de 2006, conforme exigência do Ministério das Cidades.

Todos os eventos realizados sempre tiveram o apoio da Prefeitura Municipal

de Agudos pois trouxeram importantes pesquisadores de grande relevância no cenário nacional e internacional, colocando Agudos nas discussões urbanísticas contemporâneas. Foram realizados: o I Workshop Internacional “Conhecimento Histórico Ambiental Integrado na Planificação Territorial e Urbana: um contributo de Bernardo Secchi”; a exposição New Territories, coordenada pelo urbanista italiano Bernardo Secchi e exposta pela primeira vez no Brasil e o I Congresso Internacional de História Urbana. O urbanista italiano Bernardo Secchi e sua equipe esteve, inclusive, por duas vezes em nossa cidade, elaborando as estratégias para conduzir os estudos acerca da elaboração do Plano Diretor Participativo de Agudos juntamente com a equipe de professores da Unesp-Bauru.

Agora, nada mais natural que ter novamente o retorno da equipe de professores

para a elaboração da Revisão do Plano Diretor Participativo do Município de Agudos. Tarefa esta que teve início em 2012 com previsão de término no ano de 2013, dando continuidade às diretrizes já esboçadas no Plano Diretor Participativo de 2006.

Neste sentido, a Prefeitura Municipal de Agudos, manifestou todo seu apoio para a

publicação deste livro.

Everton Octaviani

Prefeito do Município de Agudos


03 LABORATÓRIO DE AGUDOS

05 - 06 REVISÃO DO PLANO DIRETOR O Plano Estrutural de Agudos e a Construção de uma Rede de Paisagens As Unidades Ambientais, Unidades de Paisagem e Estruturas Urbanísticas Mínimas

07 - 08 UdP 4 Indicação da Unidade de Paisagem e bairros que a compõem.

11 PÓRTICO/PASSARELA A entrada da cidade como observatório do território.


ÍNDICE

09 PROJETO GERAL

17 - 20 NICHOS URBANOS

21 - 24

31

PARQUE PAISAGEM

UNIDADE URBANÍSTICA MÍNIMA

25 - 30

A construção de uma geometria social.

PAISAGENS LÍQUIDAS E EFÊMERAS

39 PARQUE DE BORDA Uma estratégia de ocupação de fundo de vale.


03-04

Equipe do PDP de Agudos: Adalberto da Silva Retto Jr – Unesp Bauru – Coordenador Técnico-científico do PDPA, Carlos Roberto de Paula Lima – Coordenador Político do PDPA. Equipe Técnica da Unesp Bauru: Norma Regina Constantino, Marta Enokibara, Kelly Magalhães; Unesp Botucatu : Célia Zimback. Christian Traficante. IUAV de Veneza: Doutorado de Urbanismo: Bernardo Secchi, Paola Viganò, Paola Pellegrini, Emanuel Gianotti. Estagiários: Adriana V.C. Junqueira, Adriana Trivellato, Ana Paula Morais, André Luiz Acosta, Ana Paula Alarcon Mattos, Aline Silva Santos, Camila Nicolielo, Camila Rosa, Catarina Klein, Douglas Bezerra da Silva, Fernanda Turini, Fernando Rafael Dainese, Eve Cristina Valário, Élder Capello, Gleice da Conceição Sales Ferreira, Hugo do Nascimento Serra, Juliana Le Grazie, Lígia Arriaga Perassolli, Leila Anselmo, Luciana Luri Higashi, Luciana Maria Teixeira, Maria Fernanda, Mariana Greco Távora, Mariela Prudente Correa Berardo Toscano, Marília Carolina Faria Caetano, Maurício Sakamoto Yanata, Mônica Harumi, Rogério S. Machado, Rulian Nociti de Mendonça, Rachel Trevisan Savieto, Simara Regina Roma, Sheila Cristina Kajiwara, Tatiana Gerbelli, Thiago Fuschini Bicas. Colaboradores: Jandira Biscalchini, Eduardo Luiz de Oliveira, Bruno Furquim de Campos, Carolina Zequim, Giovanna Carraro Maia, Lais Araújo Manaresi, Rafaela de Almeida, Silvia Mori. Equipe da Prefeitura Municipal de Agudos: Gervásio Cavini, Luiz Aleixo Cezarotti, Evandro José de Oliveira, Elisabete Lucas de Paula Souza, Flaviano José Garcia, Aurora Alexandre, Leliane Vidotti.


LABORATÓRIO DE AGUDOS

Em 09 de outubro de 2006, a Câmara Municipal de Agudos – SP, em seção pública,

aprovou o Plano Diretor Participativo do Município (Lei nº57/2006), referendado um dia antes pela população. Além de ser o primeiro Plano Diretor na história da cidade, a promulgação da lei o torna um dos primeiros municípios de pequeno porte do interior de São Paulo a ter um Plano Diretor com financiamento do Ministério das Cidades e nos moldes do Estatuto da Cidade.

A elaboração do Plano Diretor Participativo de Agudos (2004-2006), faz parte de uma

investigação pensada como um itinerário de pesquisa no campo da projetação urbanísticaarquitetônica e paisagística, desenvolvida pelo Grupo de Pesquisas SITU (Pesquisas em Sistema Integrais Territoriais e Urbanos), com consultoria da equipe italiana do Prof. Dr. Bernardo Secchi (IUAV de Veneza), que objetiva indagar sobre as transformações que vem acontecendo nos últimos decênios na área do denominado Oeste Paulista.

O processo de elaboração do Plano foi dividido em 4 etapas: a primeira tratou

da discussão metodológica, ou seja, das estratégias operativas visando trabalhar com indicadores capazes de representar com clareza e simplicidade o andamento dos processos ambientais e econômico-sociais, de maior relevo, para o modelo de desenvolvimento do município e do território.

O quadro cognitivo, que é a segunda etapa de elaboração do plano, e intitulada “A

cidade que temos: Leitura da Realidade do Município”, foi dividido em 3 níveis de leituras em paralelo e com diferentes formas de participações e abrangências:

1º: escutar (os cidadãos e grupos sociais e políticos);

2º: revelar (absorver a dinâmica cotidiana através de levantamentos específicos

feitos pela equipe de pesquisa: escalas 1:500; 1:2.000, 1:5.000)

3º: análise tecnicamente pertinente.

As reuniões participativas neste nível dividiram-se em:

reuniões de capacitação;

reuniões de discussão;

reuniões de pactuação.

A terceira Etapa, “A cidade que queremos”, tratou da elaboração e apresentação

do cenário zero, ou seja, a Estrutura Conceitual do Plano e o Plano Estrutural, baseado nos cruzamentos dos diversos níveis de levantamentos e pesquisas realizadas.

Na quarta Etapa, “A cidade possível”, partiu-se da seleção e pactuação de temas

prioritários; elaboração de propostas e estratégias de ação; definição dos instrumentos de política urbana e definição dos projetos prioritários para a viabilização do Plano Diretor Participativo.


A REVISÃO DO PLANO DIRETOR O Plano Estrutural de Agudos e a Construção de uma rede de paisagens

No Plano Diretor Participativo de Agudos (2006) foi previsto o desenvolvimento de

um Plano Estrutural e uma Carta de Intervenções Urbanísticas, com a intenção de diminuir a distância abismal construída entre Planejamento e Projeto Urbano nas últimas décadas no Brasil.

Uma nova atenção às questões da forma urbana coloca-se em pauta, como

complemento necessário à parte normativa do Plano, inserindo o desenho do conjunto (Plano Estrutural) como estrutura funcional e estratégica na consolidação de uma cidade compacta e na condução da gestão urbana.

Ao introduzir a dimensão do projeto e, portanto, de hipóteses de transformação,

emergem locais estratégicos definidos muitas vezes por leituras técnicas ou da população, para o desenvolvimento de hipóteses de paisagens, voltados para afirmar a identidade e as características morfológicas do tecido urbano e da paisagem.

Nesse sentido, a Revisão do Plano prevista para 2012, optou por desenvolver duas

linhas de ação em momentos diferentes:

1-

No primeiro momento, o detalhamento do Plano Estrutural e elaboração

da Carta de Intervenções Urbanísticas por cada Unidade de Paisagem;

2-

amplas, que emergiram e /ou ganharam relevo durante esses anos

após a elaboração do Plano Diretor principalmente no que tange aos eixos

territoriais de desenvolvimentos do Município.

No Segundo momento, um balanço de ordem maior das questões mais

As Unidades Ambientais, Unidades de Paisagem e Estruturas Urbanísticas Mínimas

A nova divisão espacial proposta

mais ampla, a cidade dispersa, e diretrizes

para o Município baseou-se em três

de

formulações com escalas diversas e

de eixos territoriais. Para a primeira e

complementares:

segunda formulação trabalhou-se a idéia

1- As Unidades de Paisagens (UdP) e as Estruturas Urbanísticas Mínimas (EUM) visando a compactação da cidade e qualificação do tecido, que ao longo dos anos estruturou-se de forma fragmentária; e as Unidades Ambientais, pensando a área

desenvolvimento

e

crescimento

de reconexão urbana e, para a terceira, a reconexão ambiental. Tais formulações têm por objetivo encontrar uma estratégia permanente de guiar o processo de transformação, fixando condições para permitir à cidade a manutenção e criação


05-06

de áreas de identidade na estrutura urbana.

As UdP’s constituem-se em áreas

relativamente homogêneas (ou passíveis de), que denotam estreita relação entre as características ecológicas de um território e as atividades ali realizadas. A UdP é, por um lado, uma unidade de representação básica para estudos das potencialidades do desenvolvimento do ecoturismo.

Os elementos que compõem cada

unidade são: I – reserva de ambiente natural associada a um programa de atividades sugerido pela população; II – conjunto de equipamentos e serviços essenciais, articulados por uma estrutura urbana mínima, formada por ruas projetadas ou

redesenhadas,

com

acessibilidade

universal e conectada ao sistema de espaços livres; III – os equipamentos públicos destinados ao atendimento da saúde, educação, cultura e lazer, segurança e integração social (centro comunitário).

Ao mesmo tempo em que a EUM

aciona a noção de “reenervamento” do espaço público, ou ainda da construção da geometria social na cidade, também incentiva a geração da “mixitè” (mistura de usos) das funções.

Logo, a periferia que sempre foi

negligenciada como alvo de projeto e, principalmente, nunca entendida como lugar de produção da cidade, com o plano estrutural transforma-se no centro por excelência da emergência da “qualidade de vida” e assim da “qualidade urbana”.


07-08

Av. Prof. Carvalho Pinto Rua Celso Morato Leite Rua Lindolpho Leite de Mattos Av. Msn. José da Silva Paes Av. Pref. José Nogueira de Abreu Av. Álvaro Paixão

N

Udp_4

Udp_1

Udp_3

Udp_2


A Carta de Intervenções Urbanísticas da UdP04 foi concebida a partir das reuniões participativas feitas junto à população por ocasião da elaboração do Plano Diretor Participativo (2004-2006). Como os bairros que compõem esta UdP são relativamente homogêneos, resolveu-se do ponto de vista projetual enfatizar a possibilidade de integração explorando as características ecológicas do território mais vasto e a concepção de uma entrada para a cidade.

A REVISÃO DO PLANO DIRETOR 2012/13 O Plano Estrutural de Agudos e a Construção de uma rede de paisagens.

BAIRROS

que compõe a UdP_4

1. Distrito Industrial 2. Jardim Cruzeiro 3. Santa Agelina 4 .Jardim Márcia II 5. Jardim Márcia I

6. Parque Esmeralda 7. Vila Honorina 8. Jardim Sto. Antônio 9. Vila Malvina

N

1

2

3 4 6

5 7

8

9


09-10


A estrutura espacial delineada integra a entrada da cidade à estrutura da UdP04, a partir dos desenhos de elementos de transição que incorporaram a via marginal ao Parque Paisagem e, por contiguidade, criou a articulação com a rua mais importante da área que liga até o Parque de Borda. A nova paisagem contém a síntese da relação do meio antrópico e natural, permitindo a integração entre eles como um sistema. Logo, na nova estrutura prioriza-se três elementos principais: A estrutura funcional: mixité functional, grau de integração funcional, tipologias e relações funcionais com o conceito como valorização

das especificidades locais; O sistema das relações: nível de interconexão aos nós rodoviários e locais, aos veios fluviais, aos polos de serviços na escala do bairro; A estrutura física: integração com os tecidos urbanos circundantes, configuração do espaço urbano (relação entre traçado urbano, percursos, eixos, praças e espaços públicos), configurações dos espaços abertos e do verde (elementos de naturalidade, parques urbanos, jardins, percursos de pedestres e ciclovias).


11-12

ENTRADA DA CIDADE,

PÓRTICO/ PASSARELA


ESTADO ATUAL


13

Ao introduzir a dimensão do projeto e, portanto, de hipóteses de transformação espaciais, emergem locais estratégicos para o desenvolvimento de hipóteses de paisagens, voltados para afirmar a identidade e as características morfológicas do tecido urbano e do território, A Avenida Prof. Carvalho Pinto (entrada principal da cidade), neste sentido, foi estruturada com um eixo urbano e territorial resolvido em várias escalas. A entrada da cidade foi concebida como uma nova topografia para observar o território. O portalobservatório (passarela) e nó de transposição, localizado em um nível topográfico intermediário, desvenda a inserção geográfica que conferiu o nome da própria cidade: à distância, o Morro dos Agudos, e em um nível topográfico mais baixo, a cidade histórica e suas duas Estações Ferroviárias (Paulista e Sorocabana).


14



A passarela/observatório faz parte do plano de mobilidade integrado, e permite a transposição do fluxo de pedestres e de ciclistas entre os dois lados da Avenida.


17-18

NICHOS URBANOS



19-20

ESTADO ATUAL


Nichos Urbanos: uma estratégia de ocupação linear de lugares de sociabilidade Através da transformação dos canteiros já existentes na Avenida Carvalho Pinto em barreiras físicas, operou-se a segregação do fluxo territorial e do fluxo urbano, e uma redução escalar do ponto de vista morfológico. Para redimensionar esta questão, entre a Avenida e os bairros, foram criados “nichos urbanos” concebidos como peças de transição entre o fluxo territorial e o interior do bairro. Ao assumirem a linearidade da avenida, os nichos conformamse em pontuações ritmadas ou “pausas urbanas”, resolvidas na escala do bairro. Do ponto de vista programático, são lugares de sociabilidade onde são abrigados equipamentos de esportes, lazer, entretenimento; mas também, funcionam como peças importantes de infraestrutura da mobilidade urbana, onde são locados estacionamentos e paradas de bicicletas e de ônibus.


21-22

PARQUE PAISAGEM


BORDAS


23-24


BORDAS

A criação de um percurso paralelo à Avenida Prof. Carvalho Pinto visou interiorizar a rua marginal em um parque-paisagem concebido como uma estrutura linear formada por elementos de composição urbana: de um lado uma paisagem artificial criada como espaços abertos ao movimento e seguindo a lógica da avenida; de outro, os nichos concebidos como pausas urbanas, como forma de dar densidade ao percurso conformando uma urbanidade local.

A interiorização da via no parquepaisagem deu-se a partir de inflexões operadas dentro do gabarito existente proporcionando dilatações e contrações da superfície no redesenho do percurso. Cada travessia foi pensada como um elemento único, mas sempre construídos como continuidade do urbano e da paisagem. Os habitantes das habitações lindeiras, assim como

aqueles do interior dos bairros que conformam a UdP04, terão o parquepaisagem como prolongamento dos espaços de suas casas. A continuidade entre o parquepaisagem e a trama urbana, deu-se pela hierarquização de vias.


PAISAGENS LÍQUIDAS E EFÊMERAS


25-26

BORDAS ESTADO ATUAL

PRAÇA DAS ÁGUAS ESTADO ATUAL

AUDITÓRIO ESTADO ATUAL

BORDAS ESTADO ATUAL

BORDAS ESTADO ATUAL


PRAÇA DAS ÁGUAS PRAÇA DAS PALMEIRAS

Se de um lado, o “portalobservatório” estabelece um nó urbano na Avenida Prof. Carvalho Pinto, de outro, pensou-se na integração das pequenas ilhas resultantes do traçado rodoviário, conformando um desenho único. A “Praça das águas”, configurou-se em elemento intermediário concebido como uma verticalidade mutante.


PAISAGENS LÍQUIDAS E EFÊMERAS AUDITÓRIO


PAISAGENS LÍQUIDAS E EFÊMERAS

Acima, a efemeridade da paisagem em acordo com as estações do ano. De cima para baixo, a “Praça das dunas” representada na primavera, verão, outono e inverno, respectivamente.


AUDITÓRIO As rotatórias ao longo da Avenida Carvalho Pinto assumiram na nova conformação espacial da Avenida, o papel de um arquipélago de ilhas, unificados a partir de cores associadas às estações do ano conformando uma paisagem efêmera. Os canteiros, que serão replantados a cada estação seguindo as florações da região, funcionam também como anfiteatros ao ar livre, associados aos eventos que fazem parte do calendário cultural da cidade. Em um corte longitudinal, o projeto funciona como topografias artificiais concebidas como curvas de nível, que possilitam várias visões da cidade e do território.


31-32

UNIDADE URBANÍSTICA MÍNIMA



A idéia de estrutura urbanística mínima (EUM) é de criar uma hierarquia viária trabalhando a noção de continuidade, a partir da construção de uma geometria social em cada unidade de paisagem (UdP). As EUM’s, dessa forma, articulam o conjunto de equipamentos e serviços essenciais, muitas vezes já existentes, que foram redesenhados com acessibilidade universal e conectados ao sistema de espaços livres. A primeira EUM, pensada como eixo central, assumiu um caráter fundamental na consolidação de um programa misto, onde já existe um comércio local.

ESTADO ATUAL

Entretanto, no caso específico da UdP04, a conformação da rua assume particularidades: 1- uma rua muito íngreme; 2- possibilidade de articular o Parque Paisagem (na entrada da cidade) ao Parque de Borda (limite do bairro e contíguo ao córrego); 3- o grande recuo das residências.


E. E. PROFº FARID FAYAD

TRAMA MÍNIMA

POSTO DE SAÚDE “VEREADOR MICHEL AYUB”

EMEI | CRECHE “PROFª Mª LETÍCIA SORMANI COGO”

UNIDADE URBANÍSTICA MÍNIMA


35-36

Assim, a avenida-parque (o ParquePaisagem) além de articular os serviços essenciais, liga dois pontos importantes de lazer da UdP04. O projeto parte de uma estratificação da superfície das calçadas e alargamento do canteiro central.



Nesse sentido, a partir dessa rua específica os equipamentos públicos destinados ao atendimento da saúde, educação, cultura e lazer, segurança e integração social (centro comunitário) são articulados.


37-38



39-40

PARQUE DE BORDA


41-42

O PARQUE DE BORDA

como estratégia de ocupação do fundo de vale

A UdP04 que é a aglomeração de vários bairros localizados no lado direito da Avenida Prof. Carvalho Pinto. Possui uma topografia muito íngreme gerando nas suas bordas uma urbanização incompleta: os fundos das casas dão para um fundo de vale com problemas sérios de erosão. A solução do ponto de vista ambiental é a recuperação da mata ciliar a partir de uma recomposição vegetal. Entretanto, criou-se um Parque de Borda como complementação morfológica da UdP04 e como estratégia de

ocupação do fundo de vale. A estrutura suspensa, pensada em treliças para possibilitar a visibilidade e iluminação do vale, foi desenhada como espaço público que absorve vários fluxos e equipamentos. A estrutura afasta-se do tecido lindeiro e é concebida como uma varanda urbana aberta ao território. Sua forma é concebida como a acentuação plástica dos meandros do rio atualmente invisível. De um lado, funciona como medida à extensão da UdP; de outro, como borda de um parque contemplativo. Porém,

a borda ao invés de conceber um limite, coloca-se como uma superfície aberta à observação da paisagem à distância - as fazendas de Agudos.



PARQUE DE BORDA ESTADO ATUAL

ÁREA DO PARQUE FLUXO ESPORTIVO FLUXO DE PASSEIO


43-44


45-46

O programa do Parque de Borda foi distribuído linearmente ao longo de sua superfície. Há três grandes quadras poliesportivas locadas na descida do vale e funcionam como verdadeiras âncoras do ponto de vista estrutural. Durante à noite funcionarão como faróis iluminando o vale. A grande superfície foi pensada como área de movimentos explorando o passeio entre o vale e o tecido urbano: a pista de skate e a ciclovia, são elementos integrantes dos vários percursos absorvidos nesta grande superfície elevada, que por sua dimensão permite hospedar

também um afluxo intenso de pessoas sem um limite de função. O Parque de Borda, do ponto de vista formal, é o ultimo elemento que conforma a estrutura da UdP04. Os projetos na sua totalidade irão dar unidade aos bairros da UdP04.







EDITORAÇÃO: Marília Hildebrand


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