Sobre a Cia
Criada em 1997, a cia desenvolve pesquisas e criações em dança, tendo em seu repertório 27 peças coreográficas. O percurso do Grupo é pautado por uma dança teatralizada, seus trabalhos criativos tem a intenção de gerar uma potência que possa provocar reflexão na plateia e não a deixar apenas na superfície do entretenimento. Os espetáculos do seu acervo discutem a urgente resistência à massificação dos indivíduos, se contrapondo à transformação da vida em mercado e do homem em mercadoria. Por conta disso, trafega na contramão do Shopping Center cultural, muito preocupado com cifras, público e pouco inquieto com as relações sócio-políticas. Para a Cia Carne Agonizante, a cena deve ser preponderantemente o lugar de uma poderosa manifestação poética de guerra com corpos bélicos sob seu comando. Sendo assim, de nada adiantará buscar novos sentidos e olhares para uma construção cênica coreográfica, sem que com eles não sejam produzidas metamorfoses capazes de ao menos impactar o público presente, convidando-o à emoção e à reflexão. Sob as energias apolíneas e dionisíacas, uma constante pulsão de vida e morte.
Inspirado em Joana D’Arc Uma Santa, uma Louca, uma Feiticeira? Joana D’Arc, morta há quase 600 anos, ainda move imaginários e provoca reflexões sobre gênero, fé e justiça. D’Arc foi capturada pelo exército inglês e condenada à fogueira em 1431 pela igreja católica, acusada pelo crime de heresia. Ironicamente, quase 500 anos depois de sua morte, foi canonizada pela própria instituição religiosa que a executou, tornando-se santa e padroeira do país. Por conta disso, Balada da Virgem – em nome de Deus, alimenta-se das contradições políticas e religiosas contidas na personalidade desta mulher. Suas dores, angústias e perturbações, movidas por uma convicção abalada de fé, foram transformadas em uma tensão corporal permanente, buscando um estado físico de dramaticidade cênica numa liturgia coreográfica. Dentre os tantos significados e subjetividades que a arte contemporânea permite em suas gestações, a criação converteu o palco em um cárcere privado, lugar de privações de todo tipo, onde o apego à vida foi se esvaindo por completo. A obra lança dúvidas do discurso devoto e subserviente a Deus da Joana histórica e impõe a ela a necessidade de revolta contra essa figura masculina e patriarcal de Deus, uma figura que violenta seu corpo em um martírio físico e psíquico. A ação coreográfica se dá nessa batalha de cosmovisões, um duelo simbólico entre os anjos e demônios que movem a mente e o corpo de Joana em seus momentos finais e a arrastam inconclusivamente para a morte na fogueira. O mito em suas últimas horas de vida. Rafael Carrion e Sandro Borelli
Ficha Técnica Concepção, Coreografia, Direção, Luz: Sandro Borelli Intérpretes: Renata Aspesi ou Yorrana Soares ou Alex Merino ou Rafael Carrion Assistência Coreográfica: Rafael Carrion Trilha Sonora: Gustavo Domingues* Luz: Sandro Borelli Figurino: Grupo Arte Gráfica: Gustavo Domingues Fotografia: Alex Merino e Rafael Carrion Assessoria de Imprensa: Vanessa Fontes Direção de Produção: Júnior Cecon * A trilha sonora contém trechos das obras de Olafur Arnalds e Levon Minassian & Armand Amar.
Programação Dias 9 e 10 de julho _ 20h Com Renata Aspesi
Dias 16 e 17 de julho _ 20h Com Rafael Carrion
Dias 23 e 24 de julho _ 20h Com Alex Merino
Dias 30 e 31 de julho _ 20h Com Yorrana Soares