ARILDO BENNECH de OLIVEIRA, presidente da Superpan e vice-presidente da Fiergs
Divulgação/Câmara de Vereadores de Rio Pardo
microfone
A pandemia e a
retomada econômica
D
“Com a queda na taxa de juros Selic para o mais baixo patamar da história, a inflação controlada (mesmo que os índices não estejam uniformes), volta-se a criar um ambiente mais favorável e promissor para que se invista mais no Brasil.” 80
REVISTA AGAS
iversos setores estão se estruturando para a retomada da economia. O governo federal segue na tentativa de recuperar os prejuízos, agravados pelo desemprego. Na busca pelas tão necessárias reformas administrativa, trabalhista e fiscal, o ministro Paulo Guedes e sua equipe trabalham para desburocratizar a máquina estatal e atrair os corajosos empreendedores daqui e do exterior para que acreditem no país. Com a queda na taxa de juros Selic para o mais baixo patamar da história e a inflação controlada (mesmo que os índices não estejam uniformes), volta-se a criar um ambiente favorável e promissor para que se invista mais no Brasil, principalmente em obras de infraestrutura, infelizmente relegadas ao segundo plano pelos governos anteriores. Esse cenário compõe a energia propulsora para fazer a máquina econômica girar e trazer os necessários e urgentes empregos que uma grande parte da população anseia. O Brasil pode recuperar, em parte, décadas perdidas e colocar-se próximo às nações que souberam fazer essa importante lição de casa no passado. Vale lembrar que obras de infraestrutura trazem em si muita tecnologia embarcada. O setor de serviços como um todo também se beneficiará e expandirá, pois a manutenção e suporte a essas tecnologias provocará uma busca por profissionais do setor de exatas. Com um cenário interno mais transparente e maior disciplina nos gastos públicos
(severamente impactados pelos gastos emergenciais da Covid-19), devemos observar cada vez mais a chegada de empresas que não ousavam atracar por aqui. Sustentadas por um dólar ainda alto perante o real, verão no país um campo fértil para expandirem com escala seus negócios. Este quadro demandará a visão e conhecimento local de consultorias estratégicas, advogados e profissionais de marketing e vendas para apoiarem e suportarem os novos players nas suas estratégias. Destaco ainda o importante papel das empresas de Venture Capital, Private Equity e serviços financeiros. Estes setores farão o papel de Advisors, construindo a ponte com empresários locais e fomentando uma nova leva de parcerias, fusões e aquisições. Enquanto as reformas vão sendo encaminhadas pelo governo para o Congresso, minha recomendação às empresas é que busquem sempre atualizar-se perante às novas tendências e tecnologias existentes no mercado. Não poderia terminar esse artigo sem falar das indústrias gaúchas neste momento difícil. As cadeias ainda não acertaram o compasso em relação a insumos e mão de obra especializada. Há uma explosão de preços em vários insumos que afetam diretamente as empresas. Precisamos ter calma e sabedoria para que, quando for exigida produção a todo o vapor, tenhamos sofrido o menor impacto possível tendo a força necessária para retomá-la.
