GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - TURMA LII - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - UNIDADE CURRICULAR III
Tutoria 01- PUERICULTURA Acadêmico: Gustavo Aguiar de Oliveira FM/UFMT - UC3 - Turma: LII
ATENÇÃO A SAÚDE DA CRIANÇA O ser humano é um conjunto orgânico, mental e social. Esses fatores, por estarem intimamente
ligados, exercem influências entre si que, se desfavoráveis, podem prejudicar o equilíbrio do conjunto; Puericultura é, exatamente, procurar afastar todas essas influências desfavoráveis, mantendo a
criança saudável para garantir seu pleno desenvolvimento e, assim, chegar a adultícia também com saúde e sem problemas trazidos da infância; Os médicos práticos, incluindo os pediatras, sempre estiveram preocupados com as doenças.
Mas o progresso científico trouxe outra questão, a prevenção. A prevenção é ainda mais importante, pois evita o comprometimento à saúde e as possíveis complicações de uma doença; Com o tempo, pediatras adquiriram experiências atendendo a consultas durante o pré-natal com
intuito de enfocar a gestação do ponto de vista da saúde do nascituro e do papel da gestante: preparo do mamilo, alimentação adequada e condições de vida e preparo psicológico da futura mãe, tendo por alvo o binômio mãe-filho, dentro de seu real contexto de vida;
PUERICULTURA DEFINIÇÃO
O termo Puericultura, etimologicamente, quer dizer: Puer=criança e cultur/cultura= criação,
cuidados dispensados a alguém; Existem dois pilares magnos da Puericultura: a prevenção e a educação para a saúde em geral; Após o nascimento, o teste do pezinho, o controle periódico no crescimento e do
desenvolvimento neuropsicomotor, o aleitamento materno e a alimentação balanceada em quantidade e qualidade adequadas evitando-se a desnutrição e a obesidade, a importância das fibras, o controle do uso dos condimentos são condutas inerentes à puericultura. O pediatra deve orientar a mãe sobre a época de erupção dos dentes, sobre o calendário de
vacinas e sobre a prevenção de acidentes; Puericultura, com os papéis enunciados e tendo como linha-mestra a prevenção dos agravos e a
promoção da saúde da criança com o objetivo maior de propiciar condições do pleno GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA- TURMA LII - FACULDADE DE MEDICNA UFMT - UNIDADE CURRICULAR 3
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desenvolvimento de suas potencialidades genéticas, otimizando seu nível de saúde e qualidade de vida para sua realização e felicidade;
ATENDIMENTO À CRIANÇA
O atendimento ambulatorial à criança, pode ser feito segundo cinco tipos de consulta:
Caso Novo: é o primeiro atendimento da criança, deve acontecer durante seu primeiro mês de vida;
Retorno-Rotina: são consultas marcadas segundo a idade de cada criança, sendo mensais durante o primeiro semestre de vida, bimestrais no segundo semestre, trimestrais durante o segundo ano e semestrais dos três anos em diante;
Retorno-Médico: são realizadas a pedido do médico assistente;
Fora de Dia: são atendimentos ambulatoriais não agendados, realizados a pedido dos pais;
Triagem: é o atendimento médico ambulatorial de crianças que não estejam matriculadas no centro de atendimento, cujas famílias residam na área de atuação;
AS DIVERSAS FAIXAS ETÁRIAS
LACTENTE (29 dias a 2 anos)
ESCOLAR (7 a 10 anos)
o
Avaliar o crescimento e o desenvolvimento;
o
Avaliar o crescimento e desenvolvimento;
o
Estímulo, implantação e manutenção do aleitamento materno;
o
Analisar sua adaptação na família e na escola;
o
Cobertura vacinal ampla;
o
Avaliar seu rendimento escolar;
o
Avaliação do estado nutricional;
o
Conhecer seus hábitos alimentares;
o
Conhecer a incidência e prevalências das
o
Discutir e orientar sobre atividades físicas e
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doenças que mais acometem a população;
PRÉ-ESCOLAR (2 a 7 anos)
lazer; o
Orientar sobre prevenção de acidentes;
o
Estimular sua participação nos grupos de socialização;
ADOLESCENTE (10 a 20 anos)
o
Avaliar o crescimento e o desenvolvimento;
o
Avaliar o desenvolvimento puberal;
o
Avaliação do Estado Nutricional;
o
o
Caracterização da guarda da criança no domicílio, na creche ou no parque infantil;
Analisar sua adaptação na família e na escola;
o
Avaliar seu rendimento escolar;
o
Conhecer seus hábitos alimentares;
o
Discutir e orientar sobre atividades físicas e lazer;
o
Adaptação da criança na família e na préescola;
o
Cobertura vacinal ampla;
o
Prevenção de acidentes;
o
o
Conhecer a incidência e a prevalência das doenças que mais acometem a população;
Orientar sobre a prevenção do tabagismo, alcoolismo e drogas de abuso;
o
Estimular sua participação em grupos de socialização;
CRESCIMENTO FÍSICO
O crescimento deve ser entendido como um processo de caráter concreto, mensurável, que, em
última análise, caracteriza-se pela incorporação constante, ao organismo, dos nutrientes recebidos. Esse processo compreende a formação, o aumento da massa e a renovação dos tecidos; Fatores que interferem: •
Fatores genéticos: é através da herança genética que a criança carrega todas as informações necessárias para que ela possa iniciar, manter e concluir o processo de crescimento; (A melhorar maneira de avaliar esse fator reside na observação cuidadosa das características dos pais, irmãos e avós);
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Sexo: é um fator facilmente observável, principalmente no decorrer da puberdade, as meninas atingem a metade da estatura final com 1,7 ano de idade, mais cedo, portanto, que os meninos que o fazem, em média, aos dois anos. As meninas cessam seu crescimento antes, fazendo com que, ao final, os meninos sejam em média cerca de 13 cm maiores;
•
Saúde: é requisito básico para que o crescimento se processe adequadamente;
•
Fatores Hormonais: regulam grande parte das funções vitais, como a manutenção do meio interno, a maturação sexual, a regulação do metabolismo energético e o crescimento. O hormônio do crescimento é o grane responsável pelo processo, juntamente com outros hormônios : somatomedinas, hormônios tireoidianos, hormônios da adrenal, hormônios sexuais e hormônios pancreáticos;
•
Ambiente: merece destaque o ambiente familiar e a interação mãe-pai-filho que podem resultar em crescimento saudável e completo, quando adequados;
•
Alimentação: diretamente relacionada a este processo, a privação ou excesso de alimentos pode levar a dezenas de distúrbios, de maior ou menor gravidade;
FASES DO CRESCIMENTO: Período Neonatal ( 0 a 28 dias): Caracteriza-se pela perda de parte do peso pelo recém-nascido nos primeiros dias de vida. Essa perda, que pode chegar a 10%, ocorre em geral até o quinto dia, sendo que, por volta do décimo dia, a criança recupera o peso de nascimento. O crescimento nesse período é avaliado pelo ganho de peso, que deve ser em torno de 25 a 35g/dia. Pode-se observar um aumento do comprimento, que é variável, mas pode chegar a 3cm. O Perímetro cefálico também aumenta de 1 a 3 cm. Período do Lactente ( 29 a 2 anos): Até o terceiro mês de vida o ganho de peso se mantém à razão de 25 a 30g/dia e a altura, em 1 a 2 cm por mês. A partir do segundo trimestre, o ganho diário de peso tende a cair progressivamente, sendo de 20g/dia inicialmente, passando a 15g/dia no terceiro trimestre e chegando a 10g/dia nos últimos três meses do primeiro ano. o
Regra prática: a criança dobra seu peso de nascimento entre o quinto e o sexto mês e o triplica aos 12. Para a altura, deve-se esperar um aumento de 15 cm no primeiro semestre e mais 10 cm no segundo. Durante o segundo ano de vida, esse ganho deverá ser da mais de 10 cm.
Período Pré-escolar ( 2 a 6 anos): Ocorre certa desaceleração do crescimento, verificando ganho de peso de cerca de 2Kg/ano e de estatura de 6 a 8cm/ano. Acontece emagrecimento da criança , devido à redução dos GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA- TURMA LII - FACULDADE DE MEDICNA UFMT - UNIDADE CURRICULAR 3
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coxins d gordura e da protuberância abdominal, eventos perfeitamente fisiológicos. Se o crescimento está desacelerado, as necessidades alimentares, manifestadas pela fome, costumam estar reduzidas(normal). Período Escolar ( 7 anos até a Puberdade): Ocorre crescimento estável e termina com o estirão da puberdade. espera-se ganho de peso de 3 a 3,5kg/ano e de altura de 6cm/ano. O SNC está se completando e o tecido linfóide está no seu máximo de desenvolvimento, sendo comum a preocupação com os gânglios linfáticos que se tornam muitas vezes evidentes; Adolescência ( Puberdade até os 20 anos): essa fase vai até a parada do crescimento. Leva em conta a maturidade sexual. Pode-se definir três períodos de crescimento: o
Inicial: com crescimento estável, ganho de 4 a 6kg e de 10 a 12 cm. Começa por volta dos 10 anos nas meninas e dos 12 nos meninos;
o
Estirão da Puberdade: inicia com a maturação sexual;
o
Desaceleração: cessa o crescimento estatural;
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DESENVOLVIMENTO NEUROMOTOR
O desenvolvimento refere-se a incorporação de funções progressivamente mais complexas; GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA- TURMA LII - FACULDADE DE MEDICNA UFMT - UNIDADE CURRICULAR 3
GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - TURMA LII - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - UNIDADE CURRICULAR III Do ponto de vista biológico, o desenvolvimento neurológico inicia-se desde a concepção. As
interações do indivíduo com o seu meio ambiente modelam, ao longo de sua vida (incluindo a intra-uterina), tanto a estrutura como o funcionamento do seu sistema nervoso central (SNC) o qual, por sua vez, cresce e se desenvolve com grande velocidade, nos primeiros anos de vida. O cérebro humano é composto em média por 100 bilhões de neurônios que estão imaturos ao
nascimento. Dizemos que estão imaturos, pois possuem baixa mielinização que será adquirida de forma gradual com o passar do tempo. A maturação do sistema nervoso ocorre primeiramente no aspecto sensitivo para posteriormente alcançar o aspecto motor. Do ponto de vista clínico, qualquer evento ambiental nocivo, que ocorra na vida fetal (infecções
congênitas, fumo, drogas, etc.), durante o parto (anóxia, hemorragias maternas, etc.) e nos primeiros anos de vida (infecções, desnutrição, etc.), podem lesar o SNC. Mas é preciso lembrar que esse é um período de grande plasticidade cerebral, sendo o cérebro capaz de realizar novas funções, transformando de maneira duradoura e sob pressão do meio ambiente, seja os elementos que o compõem, seja a rede de conexões que os une. Quanto mais jovem o indivíduo, mais plástico é o seu cérebro, embora também se saiba que essa plasticidade se conserva em certo grau durante toda a vida, mesmo que na idade adulta seja menor do que na infância. Do ponto de vista da maturação, o desenvolvimento neurológico não acontece de maneira
arbitrária, mas de acordo com um plano contido no potencial genético, através de etapas previsíveis e pré- determinadas, no sentido céfalocaudal e do centro para a periferia.
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VACINAÇÃO
As vacinas são agentes imunizantes contendo bactérias ou vírus atenuados, vírus inativados,
bactérias mortas e componentes de agentes infecciosos purificados e/ou modificados química ou geneticamente. Tem por objetivo a proteção específica das pessoas para controlar, eliminar ou erradicar as
doenças imunoproveníveis, através de coberturas vacinais adequadas. As vacinas do calendário básico destinam-se prioritariamente a todas as crianças menores de 1
ano exceto aquelas que apresentarem imunodeficiência congênita ou adquirida e aquelas acometidas por neoplasia maligna que não devem receber vacinas de bactérias ou vírus vivos atenuados. A ocorrência de evento adverso à vacinação deve ser avaliada apropriadamente com a
finalidade de ofertar atendimento adequado à criança e planejar a continuidade da vacinação conforme o manual de normas do Programa Nacional de Imunizações – PNI. GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA- TURMA LII - FACULDADE DE MEDICNA UFMT - UNIDADE CURRICULAR 3
GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - TURMA LII - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - UNIDADE CURRICULAR III É importante estocar as vacinas apropriadamente, conforme Manual de Normas do PNI, para
assegurar a qualidade de seus componentes e a proteção esperada. A via de administração recomendada deve ser obedecida rigorosamente para que a proteção
imunológica seja garantida e a freqüência de eventos adversos seja reduzida. Os pais devem ser informados sobre o papel das vacinas na saúde de seus filhos. É importante
mostrar no Cartão da Criança as anotações feitas sobre as vacinas realizadas e o agendamento das próximas, que serão aplicadas na visita seguinte à Unidade de Saúde. O calendário de vacinação atual é o seguinte:
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SONO
As crianças que dormem menos tempo do que o aconselhado ou que apresentam distúrbios
decorrentes do sono podem ter problemas no desenvolvimento físico, no fortalecimento do sistema imunológico, na consolidação da memória e dificuldades no relaxamento muscular.
VITAMINAS
Vitamina A A vitamina A é indispensável para a boa formação da pele e das membranas mucosas da boca,
do nariz e dos intestinos, aumentando a resistência aos invasores que provocam infecções. Além disso, é importantíssima para os olhos. A retina tem dois tipos de células receptoras: os cones, especializados em receber a cor e transmiti-la pela visão em luz brilhante, e os bastonetes, especializados na acuidade visual quando há pouca luminosidade e no escuro (visão noturna). A vitamina A é indispensável para o bom funcionamento dos bastonetes. No nordeste brasileiro, GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA- TURMA LII - FACULDADE DE MEDICNA UFMT - UNIDADE CURRICULAR 3
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por exemplo, uma grande área de carência da vitamina A, é comum a cegueira noturna, o distúrbio funcional mais precoce da carência de vitamina A. Quem come fígado, leite integral, arroz integral, ameixa preta, ervilhas, brócolis, couve-de-
bruxelas, toma leite, come requeijão e manteiga, come ovos e legumes coloridos como abóbora, cenoura, tomate e folhas escuras como espinafre, couve e taioba, frutas amarelas como mamão, manga e caqui, não vai ficar carente de vitamina A, não vai ter falta de apetite, alergia, manchas na pele, cabelo seco, coceira e ardência nos olhos, cegueira noturna, perda de olfato, ressecamento da pele, sinusite, nem vai ser muito sujeito a infecções ou a ter o esmalte dos dentes fracos. O caroteno dos alimentos é absorvido e naturalmente transformado em vitamina A e não há
possibilidade de haver excesso de vitamina A através da alimentação. No entanto, é preciso cuidado com a vitamina medicamentosa, porque o organismo não tem como se defender um possível excesso, que pode provocar uma intoxicação grave e efeitos indesejáveis.
Complexo B As vitaminas do complexo B atuam no metabolismo das células e constituem sistemas
enzimáticos que atuam em série. Faltando uma das vitaminas do complexo B, o metabolismo celular vai ser interrompido em algum ponto porque as células não funcionam bem sem qualquer dessas vitaminas. Na prática, não costuma haver carências isoladas dessa ou daquela vitamina B e elas agem
sempre em sintonia umas com as outras, tendo o papel principal de fornecer energia às células. A energia dos cereais e outros alimentos só pode ser aproveitada com a ajuda e através das
vitaminas do complexo B. Evidentemente, os tecidos com maior necessidade energética, ou com maior necessidade de renovação são os mais afetados por sua carência: o sistema neuromuscular, a pele e as mucosas. Geralmente, a carência de uma das vitaminas do complexo B é acompanhada da carência de
outras. E os quadros de carência podem ser graves: neuropatias, psicoses, cardiopatias, alterações da pele, das mucosas, problemas gastrointestinais. As principais fontes das vitaminas do complexo B são as carnes (de vaca, de galinha ou de
peixe), vísceras (especialmente fígado e rins), leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, vagem, amendoim), folhas escuras e levedo. O arroz com feijão é nutricionalmente sábio e bastam 199 gramas de arroz com 25 de feijão por dia. As farinhas refinadas de arroz e de outros cereais perdem as vitaminas do complexo B. A vitamina B1 (tiamina) promove o crescimento, a boa digestão, o bom funcionamento do
tecido nervoso, o metabolismo dos carboidratos, e é a responsável pela normalização do apetite e do sistema nervoso. GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA- TURMA LII - FACULDADE DE MEDICNA UFMT - UNIDADE CURRICULAR 3
GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - TURMA LII - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - UNIDADE CURRICULAR III Quem come arroz integral, feijão, toma leite e come amendoim, fica mais protegido contra
problemas do sistema nervoso, falta de apetite, inchaços, espasmos musculares, distúrbios digestivos, fadiga, irritabilidade, nervosismo, dormência nos pés e nas mãos, fôlego curto, moral baixa, sensibilidade ao barulho e beribéri, exatamente por causa da vitamina B1. A vitamina B2 (ou riboflavina) ajuda a obter energia dos carboidratos e das proteínas, facilita a
formação dos anticorpos que protegem a criança dos invasores de seu corpo, a formação das células vermelhas e ainda atua no metabolismo. Se a criança come acelga, mostarda, brócolis, melão, cenoura crua, repolho, agrião, ovo, se
toma leite ou sorvete, não vai ter rachaduras e feridas nos lábios e no canto da boca, tonturas, coceira e ardência nos olhos, digestão difícil, língua irritada e vermelha, nem vai crescer devagar como as que são carentes dessa vitamina. A niacina é que mantém as células saudáveis, ajudando a manter os nervos e a ter boa digestão. Para a criança não ficar carente em niacina basta comer arroz integral, feijão azuki, lentilhas,
grão de bico, ervilha seca, amendoim, frango, ricota ou tomar leite. A ingestão diária desse nutriente evitará que a criança fique sujeita a mau hálito, feridas na boca, dor de cabeça, fraqueza muscular, diarréia, perda de apetite, fadiga, depressão, vertigens, erupções na pele, lesões gastrointestinais, irritação e outras coisas que acontecem quando há carência de niacina. A vitamina B12 ajuda na formação do sangue e na manutenção do sistema nervoso, facilita o
apetite, faz as células durarem mais tempo e funcionarem melhor, é bom para a medula óssea, para o sistema nervoso, para os intestinos, protege da anemia. Como a criança precisa de apenas duas microgramas por dia, basta comer um ovo, ou um atum
em lata, ou um pedacinho de bife de fígado ou um pedaço de queijo suíço. Quem mais sofre de carência da vitamina B12 é a criança obrigada pelos pais a seguir dietas
vegetarianas e macrobióticas. A propósito, essas crianças são carentes de quase todas as vitaminas. Os sintomas da carência de B12 são a anemia perniciosa, a fraqueza, o nervosismo, a
dificuldade para falar e andar, a palidez e, sobretudo, as desordens neurológicas.
Vitamina C O ácido ascórbico ou vitamina C está nas plantas, assim que elas começam a crescer, e as fontes
mais ricas são os vegetais de folhas verdes e algumas frutas como o melão, a laranja e a acerola. Meio melão médio ou três laranjas já são suficientes para fortalecer as paredes dos vasos sangüíneos, para produzir o material que mantém juntas as células do corpo, para ajudar a curar feridas e solidificar ossos quebrados, para dar bons ossos e bons dentes, para utilizar no corpo o ferro dos alimentos ingeridos, para prevenir hemorragias e das resistências contra as gripes e resfriados. GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA- TURMA LII - FACULDADE DE MEDICNA UFMT - UNIDADE CURRICULAR 3
GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - TURMA LII - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - UNIDADE CURRICULAR III As frutas maduras, no ponto, são as principais fontes de vitamina C. Todas são boas, mas as
particularmente ricas são o caju, a goiaba, acerola, mamão, laranja, tangerina, manga, limão, abacaxi, morango, kiwi e melão. O pimentão também é uma boa fonte de vitamina C. O calor destrói a vitamina C, assim como o armazenamento dos sucos. Por isso, as frutas devem
ser comidas frescas e cruas e os sucos feitos na hora. Comer frutas todos os dias é uma boa regra de alimentação. A salsa e o melão são os alimentos mais ricos em vitamina C que se conhece, mas também há
muita vitamina C no repolho e no brócolis, no pimentão verde, na mostarda, no agrião e nos morangos. Quem tem uma alimentação rica em vitamina C fica menos sujeito a contusões, sangramentos,
anemia, cáries, infecções, gripes, coriza, má digestão, irritabilidade e perda de peso. Muitos autores acreditavam em doses maciças de vitamina C para estimular o sistema
imunológico. Não há provas científicas desse efeito, mas alguns deles testemunham que não ficam doentes, atribuindo o fato às grandes quantidades de vitamina C que ingerem há anos. Linus Pauling, o prêmio Nobel, é um deles.
Vitamina D Vitamina D é calciferol, fabricado em nosso próprio organismo quando a gente toma sol e ele
age sobre algumas substâncias oleosas que nós temos na pele. Criança que nunca toma banho de sol fica carente, raquítica, não consegue dormir, fica nervosa, pode ficar míope, tem diarréia, tem ossos fracos, o metabolismo é deficiente para as outras vitaminas. Quando a criança, por algum motivo, precisa ficar um longo período longe do sol, então precisa
tomar óleo de fígado de bacalhau. A principal função da vitamina D é aumentar a absorção intestinal de cálcio e fósforo e facilitar
que eles sejam depositados nos ossos, fortalecendo o esqueleto. Falta de vitamina D provoca uma calcificação óssea deficiente que pode resultar, na criança, em
pernas arqueadas, esterno projetado para a frente, deformação dos ossos da bacia, porque o esqueleto, mal calcificado, não pode sustentar o peso do corpo: é o raquitismo. O excesso de vitamina D tem um efeito paradoxal que é a saída de cálcio dos ossos e a sua
eliminação pelos rins, podendo provocar a formação de cálculos renais. A contribuição dos alimentos enriquecidos industrialmente, para preencher as necessidades de
vitamina D, é pequena. Ovos e manteiga são bons alimentos, mas é sempre necessário expor as crianças ao sol da manhã, para garantir o fornecimento adequado dessa vitamina ao organismo. No Brasil, tão rico em luz solar, em condições normais não há necessidade de suplementos
medicamentosos ou de óleo de fígado de bacalhau. GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA- TURMA LII - FACULDADE DE MEDICNA UFMT - UNIDADE CURRICULAR 3
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Vitamina E As funções e necessidades da vitamina E e dos antioxidantes são ainda pouco e mal conhecidas.
Quem comer folhas verdes-escuras e legumes terá suficiente vitamina E. Nozes e óleos de várias sementes também são boas fontes. Mas o lobby da vitamina E é forte e informa que, entre outras funções, a vitamina E protege os
pulmões contra a poluição. Além disso, protegeria os vasos sangüíneos e o coração, os nervos, a glândula pituitária, a pele, funcionando como antioxidante (eliminando os radicais livres), protegendo as vitaminas A e C que estão no organismo e as membranas das células, diminuindo o mau colesterol , fortalecendo as paredes dos capilares e ajudando a manter os músculos e os nervos saudáveis. É o que diz quem lida com a chamada medicina ortomolecular, que informa ainda: a vitamina E está principalmente nos vegetais de folhas verdes, no óleo de girassol e no abacate. Dizem eles, ainda, que se a criança tem os cabelos secos, quebradiços, se eles estão caindo, e se
vive tendo problemas gastrointestinais, é quase certo que ele esteja carente de vitamina E. No entanto, faltam pesquisas que confirmem isso.
ALEITAMENTO MATERNO
O aleitamento materno é um processo que envolve três fatores: ambientais, fisiológicos e
emocionais. É muito importante ter o conhecimento de que a produção de leite é determinada pela ação hormonal na gestação e é aumentada quando ocorre o aleitamento materno de forma adequada e não de certas crenças populares que ouvimos no nosso dia-a-dia. Devemos deixar de acreditar nelas, pois para ter uma idéia, esta crença já são tão fortes que até mesmo profissionais da saúde já estão influenciados. Apesar de todas as campanhas que são mantidas anualmente, o desmame continua precoce em
nosso país, sendo que apenas 6% das crianças brasileiras são amamentadas exclusivamente até 2 meses de vida.
Mas quais são as vantagens para o bebê? Por quê deve-se amamentar até pelo menos 6 meses de
vida? • O aleitamento materno é completo porque contém vitaminas, minerais, gorduras,
açucares e proteínas. Todos apropriados para o organismo do bebê;
• Possui também, muitas substâncias nutritivas e de defesa, que não é encontrado no leite
de vaca;
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GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - TURMA LII - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - UNIDADE CURRICULAR III • É adequado, completo, equilibrado, suficiente para seu bebê. Não existe leite fraco; • É feito especialmente para o estômago da criança, por isso apresenta mais fácil digestão. • Além do mais o leite materno é limpo, não apanha sujeira como a mamadeira, está
pronto a qualquer hora e na temperatura certa, além de não ter nenhum custo financeiro. Sem falar que o aleitamento materno também beneficia a família da criança, aumentando os
laços entre a mãe e o bebê durante a amamentação, diminui o sangramento da mãe após o parto, faz o útero voltar mais rápido ao tamanho normal, diminui o risco de câncer de mama e ovários, é econômico e prático. Vamos entender melhor as etapas do leite materno: Nos primeiros dias após os parto, o leite secretado é denominado colostro, que corresponde a
um líquido amarelado e espesso, é essencial para a alimentação do recém-nascido. Possui anticorpos e leucócitos, além de contribuir no amadurecimento do aparelho gastrintestinal. Esta substância deve ser o primeiro tipo de alimento que a criança deve receber, pois a ingestão de outros tipos de leite podem acarretar em infecções e dificultar a digestão. Após duas semanas, o leite que sai é chamado de maduro, é mais ralo que o leite de vaca, porém
possui tudo o que o recém-nascido precisa. É dividido em leite do meio e fim. O primeiro apresenta cor acinzentado, é rico em proteínas, lactose, vitaminas, minerais e água, no início da mamada. O segundo, mais no final da mamada, possui cor mais branca, pois contém mais gorduras. Por isso para que nenhum dos dois leites sejam prejudicados, é importante que o tempo de mamada seja estipulado pelo bebê, ele deve parar de mamar quando quiser. Para concluir, o leite materno é o alimento natural da criança. Nos seus primeiros meses de
vida, é o leite que contém mais vantagens, além de passar afeto e amor a criança. A criança que está sendo amamentada no seio raramente adoece. É muito importante que o pai também se envolva com a criança, sendo igualmente orientado, motivado e estimulado, participando de outras tarefas com a criança.
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Referências: → MARCONDES, E.; VAZ, F. A. C.; OKAY, Y.; et al. Pediatria Básica: pediatria geral e neonatal. 9ª. Edição. Editora Savier, v. I, II e III 2003. → RICCO, R.G.; DEL CIAMPO, L. A.; ALMEIDA, C. A.N..Puericultura princípios e práticas. 2ª edição.Atheneu. 2008. →SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Campos Júnior, D. (Org.) Tratado de pediatria. 2ª edição.Manole. 2010.
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