GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - TURMA LII - UNIDADE CURRICULAR 3
Facilitador: REGULAÇÃO ENDÓCRINA DA CALCEMIA Acadêmico: Gustavo Aguiar de Oliveira FM/UFMT - Monitor UC 1
PARATORMÔNIO Principal regulador sistêmico das concentrações de cálcio, fosfato e metabolitos ativos da vitamina D no sangue, e da atividade celular dos ossos; O gene do PTH, localizado no cromossomo 11, codifica uma molécula precursora do hormônio chamada pré-pró-PTH; A molécula precursora é formada por duas extensões na região aminoterminal, que serão processadas por reações enzimáticas: A primeira delas é rica em aminoácidos hidrofóbicos, conhecida como sequência sinal, e é reconhecida pela partícula de reconhecimento do sinal; O primeiro processo de clivagem ocorre quando o peptídeo nascente ainda está complexado ao ribossomo, então há a tradução do pré-pró-PTH, havendo liberação do pró-hormônio do lúmen do RE; Por fim, há nova clivagem e o hormônio final (PTH) é empacotado em vesículas no complexo de Golgi. O principal estímulo para a secreção de PTH é a redução da concentração plasmática dde Ca²+; tal estimulação se dá pela ativação de um receptor sensível ao cálcio extracelular ( CaSR) presente nas células paratireoideanas; A ligação do Ca²+ ao receptor promove a ativação da fosfolipase C e a inibição da adenilatociclase, havendo diminuição da síntese de AMPc (segundo mensageiro) e consequente inibição da secreção de PTH; Os efeitos biológicos mais importantes do PTH são aumentar a concentração plasmática de Ca²+ por meio de: Aumento da reabsorção tubular de íons cálcio e consequente perda destes na urina; Aumento na taxa de reabsorção e remodelamento ósseos; Aumento da osteólise e do número de osteoclastos na superfície óssea; Aumento na taxa de produção de calcitriol pelo aumento na síntese da 1-alfa-hidroxilase renal (aumentado indiretamente a absorção intestinal de cálcio). Resposta bifásica nos ossos: Efeito imediato é resultado da ativação de células existentes na superfície óssea que, quando estimuladas, aumentam o fluxo de íons cálcio das regiões mais internas para a superfície; O efeito tardio (dependente da estimulação prolongada por PTH) causa a ativação das células osteoprogenitoras e consequente aumento da população de osteoclastos; ocorrem modificações na região da membrana plasmática dos osteoclastos que estão em contato com a superfície óssea, formando uma borda ondulada, área isolada do fluido extracelular por zonas que sela a região onde se localizam as enzimas lisossomais e o ambiente propício para dissolução óssea; os componentes fagocitados pelos osteoclastos são depositados em vesículas e liberados no fluido extracelular; Receptores de PTH ativos estão nos osteoblastos, que têm sua estrutura conformacional alterada para a exposição da camada mineral para aos osteoclastos; o aumento da concentração intracelular de íons cálcio promove alterações na estrutura de microtúbulos e microfilamentos. GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - TURMA LII - UNIDADE CURRICULAR 3
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VITAMINA D Forma de ocorrência natural em humanos e outros animais tem estrutura da cadeia lateral idêntica à do colesterol, conhecida como vitamina D3 ou colecalciferol; e vitamina D2 ou ergocalciferol, com cadeia lateral do ergosterol; A luz ultravioleta solar converte 7-desidrocolesterol em pré-vitamina D3, em células especializadas da epiderme denominadas queratinócitos, que se isomeriza espontaneamente em vitamina D3; A irradiação com luz UV também converte a pré-vitamina D3 em lumisterol e taquisterol (inativos), evitando o acumulo de vitamina D3, que é tóxica; A primeira hidroxilação da vitamina D acontece no fígado e é catalisada pela enzima 25hidroxilase, formando 25-hidroxi-vitamina D (principal forma circulante da vitamina D); A segunda hidroxilação da vitamina D acontece nos rins e é catalisada pela enzima 1-alfahidroxilase, formando 1,25-diidroxi-vitamina D, cuja formação é induzida pelo PTH e inibida por cálcio, fosfato e por si própria; No intestino aumenta a absorção de íons cálcio e fostato (aumenta o transporte ativo na região proximal); nos rins aumenta a reabsorção de íons cálcio; nos ossos aumenta a reabsorção (na presença de hormônio PTH) e a formação ósseas; nas glândulas paratireoides diminui a expressão de PTH; A maior parte da sinalização intracelular da 1,25-diidroxi-vitamina D ocorre por meio do receptor nuclear de vitamina D (VDR), que é um regulador direto da transcrição gênica.
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CALCITONINA Hormônio sintetizado e secretado pelas células parafoliculares ou células C da glândula tireoide; Formada por uma cadeia peptídica linear de 32 aminoácidos que é sintetizada inicialmente de modo semelhante ao paratormônio no retículo endoplasmático rugoso (pré-pró-hormônio); O principal estimulo fisiológico para secreção de calcitonina é o aumento da concentração extracelular de cálcio; As células C expressam o mesmo receptor de cálcio encontrado nas células principais da paratireoide; uma vez ativados, estes receptores promovem o aumento na síntese de AMPc, que desencadeia a exocitose dos grânulos de calcitonina; Atua como antagonista fisiológico das ações do PTH sobre o metabolismo de cálcio, ou seja, tem efeito geral de diminuir a concentração plasmática de cálcio: A ação inibitória da calcitonina sobre a reabsorção óssea se dá pelo bloqueio da osteóliseosteoclástica, para isto, a calcitonina produz várias alterações estruturais nos osteoclastos (na presença de calcitonina ocorre a atrofia das bordas onduladas, rearranjo do citoesqueleto, diminuição da motilidade e da atividade dos osteoclastos); assim, há perda do contato e a remoção dos osteoclastos da superfície reabsortiva, ocorrendo inibição da reabsorção óssea; Diminui a ativação de células osteoprogenitoras a pré-osteoclastos e osteoclastos, ocorrendo o bloqueio da reabsorção; Calcitonina e PTH diminuem a reabsorção tubular renal de fosfato, causando fosfatúria; Protege o organismo contra a hipercalcemia.
ESTRADIOL-17beta O estradiol-17beta possui efeitos anabólicos e calciotrópicos sobre os ossos e estimula a absorção intestinal de íons cálcio; É também um dos reguladores mais potentes das funções osteoblásticas e osteoclásticas; O estrógeno promove a sobrevida dos osteoblastos e a apoptose dos osteoclastos, favorecendo desse modo a formação óssea em detrimento da reabsorção; Em mulheres na pós-menopausa, a deficiência de estrógeno leva a uma fase inicial de perda óssea rápida que dura cerca de 5 anos, seguida por uma segunda fase de perda óssea mais lenta que provoca hipocalcemia em razão da absorção ineficiente de íons cálcio e da perna renal desse íon; Os andrógenos também têm efeitos anabólicos e calciotrópicos ósseos, embora alguns desses efeitos sejam resultantes da conversão periférica da testosterona a estradiol-17beta.
Referências: →BERNE, R. M. & LEVY, M. N. Fisiologia. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. → GUYTON, A.C. & HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 12 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. → AIRES, M. M. Fisiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. → SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana - Uma Abordagem Integrada. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - TURMA LII - UNIDADE CURRICULAR 3