EXAME FÍSICO GERAL

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GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - TURMA LII - UNIDADE CURRICULAR 3

Tutoria 02- EXAME FÍSICO GERAL Acadêmico: Gustavo Aguiar de Oliveira FM/UFMT - UC3 - Turma: LII

TÉCNICAS BÁSICAS DO EXAME FÍSICO  O exame físico compreende a inspeção, a palpação, a percussão, a ausculta, o olfato e o uso

de alguns instrumentos e aparelhos simples; INSPEÇÃO  É a exploração feita com o sentido da visão (e lupa), investigando-se a superfície corporal e as

partes mais acessíveis das cavidade em contato com o exterior, podendo ser de duas maneiras: 

Panorâmica: emprega-se uma inspeção do corpo inteiro;

Localizada: emprega-se a inspeção de segmentos corporais, fixando a atenção em áreas restritas;

 A semiotécnica utilizada na inspeção recomenda o seguimento das seguintes normas: 

A iluminação adequada;

Descobrir a região a ser inspecionada (se necessário, desnudar o paciente, respeitandoo);

Ter em mente as características normais da área em questão;

PALPAÇÃO

 Recolhe dados através do tato e da pressão. O tato fornece impressões sobre a parte mais

superficial, e a pressão, sobre as partes mais profundas;  Na palpação percebem-se modificações de textura, espessura, consistência, sensibilidade,

volume, dureza, além da percepção de frêmito, reconhecimento de flutuação, elasticidade, verificação da presença de edema, entre outros fenômenos;  A semiotécnica recomenda ao examinador aquecer suas mãos, antes do início da palpação, que

pode ser das seguintes maneiras: GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - TURMA LII - UNIDADE CURRICULAR 3


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Palpação com a mão espalmada: usando-se toda a palma de uma ou de ambas as mãos;

Palpação com uma das mãos superpondo-se à outra;

Palpação com a mão espalmada, usando-se apenas as polpas digitais e a parte ventral dos dedos;

Palpação com a borda da mão;

Palpação usando-se o polegar e o indicados formando uma "pinça";

Palpação com o dorso dos dedos ou das mãos: avalia-se a temperatura;

Digitopressão: consiste na compressão de uma área com a polpa do polegar ou do indicador, verifica-se a existência de dor, ou de um edema;

Puntipressão: consiste na compressão de um objeto pontiagudo em um ponto do corpo, avalia a sensibilidade dolorosa e analisa telangiectasias;

Vitopressão: uma lâmina de vidro é comprimida contra a pele, analisando-se a área pela própria lâmina; (ex: distingue eritema de púrpura);

Fricção com algodão: passasse o algodão levemente num segmento cutâneo, procurando ver como o paciente se sente;

Pesquisa de flutuação: coloca-se o dedo indicador da mão esquerda sobre um lado da tumefação, enquanto o da outra mão é colocado em lado oposto e exerce sucessivas compressões à superfície cutânea; (se houver líquido, o dedo da mão esquerda sentirá leve pressão;

Palpação bimanual combinada: é o exame que se faz para exame das glândulas salivares, em que se coloca o dedo indicador de uma mão na boca do paciente, e com a outra mão é realizada a palpação externa dessas glândulas;

PERCUSSÃO

 Consiste em golpear um ponto qualquer do corpo, originando vibrações que têm características

próprias quanto a intensidade, timbre e tonalidade, dependendo da estrutura percutida;  Na semiotécnica, pode-se percutir de duas maneiras principais: 

Percussão direta: realizada golpeando-se diretamente com as pontas dos dedos a regiãoalvo;

Percussão dígito-digital: golpeia-se a borda ungueal do dedo médio da mão direita a superfície dorsal da segunda falange do dedo médio ou do indicador da outra mão;

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GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - TURMA LII - UNIDADE CURRICULAR 3  É aconselhável a execução de dois golpes seguidos, secos e rápidos, tendo-se cuidado em

levantar o plexor (dedo que golpeia) imediatamente após o segundo golpe;  Tipos de sons obtidos na percussão: 

Som maciço: obtém-se ao percutir regiões desprovidas de ar. (ex: fígado, coração, baço);

Som submaciço: é uma variação do anterior, tendo uma quantidade de ar restrita;

Som timpânico: obtém-se ao percutir áreas que contenham ar e que são recobertas por uma membrana, e possuem certa elasticidade. (ex: intestinos, fundo do estômago);

Som claro pulmonar: é o som que se obtém quando se golpeia o tórax normal. depende da presença de ar nos alvéolos e demais estruturas pulmonares;

AUSCULTA

 Método que se utiliza do estetoscópio para escutar os sons cardíacos, bem como os pulmonares;

ECTOSCOPIA E SOMATOSCOPIA

 Denominação da análise geral do paciente; utilizando geralmente somente a visão;  O paciente deve ser examinado nas posições de decúbito, sentada, de pé e andando;

ESTADO GERAL  É a avaliação subjetiva que o profissional faz com base em sua experiência clínica,

classificando o paciente em três estados: Bom, Regular e Mau (ruim) estado geral;  É importante para se compreender até que ponto a doença atingiu o organismo visto como um

todo;  Engloba o estado de nutrição, higiênico, aparência de doença aguda ou crônica e o modo com

que se apresenta para o exame; (ex: deambulando, em cadeira de rodas, acamado, etc.)

ESTADO MENTAL OU DE CONSCIÊNCIA  Refere-se a percepção que o paciente tem do mundo exterior e sobre si mesmo; GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - TURMA LII - UNIDADE CURRICULAR 3


GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - TURMA LII - UNIDADE CURRICULAR 3  Os graus de consciência podem ser: lúcido, sonolento, torporoso (despertar é difícil logo

voltando a dormir), comatoso (impossível o despertar);  Devemos avaliar o paciente nas seguintes orientações: 

Temporal: pergunta-se do dia, mês, ano, estação do ano;

Espacial: pergunta-se sobre o local em que o paciente está, o bairro, a cidade, estado e país;

 Classifica-se também os graus de coma, a escala mais utilizada é a de Glasgow, que avalia três

características: a abertura dos olhos; a resposta verbal e a melhor resposta motora. O máximo são 15 pontos e o mínimo 3 pontos; 

Abertura Ocular: espontânea (4); ao chamado (3); à dor (2); nenhuma (1);

Melhor resposta verbal: orientado e conversa (5); desorientado e conversa (4); palavras inapropriadas (3); sons incompreensíveis (2); nenhuma (1);

Melhor resposta motora: obedece a comandos (6); localiza a dor (5); flexão-retirada (4); decorticação (3); descerebração (2); nenhuma (1);

 Deve-se estar atento aos quatro padrões de avaliação do nível de consciência: 

Perceptividade;

Reatividade;

Deglutição;

Reflexos;

FALA E LINGUAGEM  O examinador deve estar atento a linguagem falada do paciente, pois a fala depende de

mecanismos bastante complexos que compreendem o órgão fonador (laringe), os músculos da fonação e a elaboração cerebral;  Classifica-se alterações na fala em: 

Disfonia ou Afonia: alteração no timbre da voz causada por algum problema no órgão fonador;

Dislalia: alterações comuns em crianças, como a troca de letras;

Disartria: alterações nos músculos da fonação;

Disfasia: perturbação na elaboração cortical da fala;

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ESTADO DE HIDRATAÇÃO  Avalia-se tendo-se em conta os seguintes parâmetros: 

Alteração abrupta do peso;

Alterações da pele quanto à umidade, elasticidade e turgor;

Alterações das mucosas quanto à umidade;

Alterações nas fontanelas (crianças) e oculares;

Estado Geral;

ESTADO NUTRICIONAL  O paciente pode estar magro (deficiência de peso) ou obeso (excesso de peso);  A relação entre peso e altura, o Índice de Massa Corpórea (IMC) é utilizado para quantificar se

o paciente está magro ou obeso: peso/altura= peso/ (altura2) ; (kg/m2)  

Abaixo de 18 -abaixo do peso;

25-30 -sobrepeso;

18-25 -saudável;

30-35 -obesidade grau I;

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35-40 -obesidade grau II;

Maior que 40 -obesidade grau III

BIÓTIPO  É tipo constitucional, podendo ser classificado em: 

Brevilíneo: tipo curto, pícnico, hiperestênico. Apresenta membros curtos, tórax alargado, abdome globoso, pescoço curto e grosso, panículo adiposo desenvolvido e ângulo do Charpy maior que 90; (ictus cordis no 4º espaço intercostal)

Normolíneo: tipo intermediário, estênico. Apresenta equilíbrio entre os membros e tronco, desenvolvimento harmônico da musculatura e panículo adiposo e ângulo de Charpy igual 90; (ictus cordis no 5º espaço intercostal)

Longilíneo: tipo longo, hipoestênico, leptossômico. Apresenta predomínio dos membros sobre o tórax, o tórax afilado e chato, pescoço longo e delgado, musculatura e panículo adiposo escassos e ângulo de Charpy menor que 90; ; (ictus cordis no 6º espaço intercostal)

 O ângulo de Charpy é aquele formado pelas duas porções do gradil costal junto ao apêndice

xifóide;

MARCHA  Pede-se que o paciente caminhe por um curto trajeto em linha reta nos dois sentidos,

verificando se a marcha é atípica (normal) ou típica; 

Típicas: Ceifante, Anserina, Cerebelar, Vestibular, Claudicante, Tabética, Parkinsoniana, Pequenos Passos, Paraparética, Escarvante;

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FÁCIES  É a expressão facial do indivíduo e que por suas características pode lembrar ao médico de

determinadas doenças; são classificadas em: 

Fácies renal: há edema no rosto, que se apresenta inchado, com atenuação dos sulcos habituais, edema bipalpebral e bilateral;

Fácies cushingoide ou face em lua cheia: ocorre devido ao uso excessivo de corticóides, com o rosto avermelhado e arredondado;

Fácies hipertireoidianas:

Fácies acromegálica: ocorre devido à ação de excesso do hormônio de crescimento, produzido pela hipófise. Levam ao aumento do tamanho do nariz, dos lábios e dos tecidos moles da face. A língua e a mandíbula, apresentam-se com volume aumentado;

Fácies leonina: ocorre na moléstia de Hansen; situando uma alteração nas sobrancelhas, nariz e regiões genianas, também ocorre nas orelhas. Ocorre um lento processo de inflamação, referido há uma infiltração. Observa-se perda das sobrancelhas e posteriormente a pessoa passa a apresentar o espessamento, enrugamento e pregueamento da pele nessas regiões;

Fácies de paralisia facial: ocorre devido a lesões do neurônio motor superior (lesão contralateral, apresentando desvio para baixo do ângulo da boca e abaulamento da bochecha), ou lesões no núcleo do facial da ponte (lesão ipsilateral, apresentando paralisia dos músculos relacionados com a expressão facial);

ATITUDE E POSIÇÃO  Posição adotada pelo paciente do ponto de vista estático, é a postura, que pode ser atípica ou

indiferente, podendo ser classificada em: 

Atitude Ortopnéica: paciente fica deitado com os pés apoiados no chão ou em uma banqueta, aparece em doenças que causem a dispnéia (insuficiência cardíaca, asma brônquica, enfisema pulmonar, atelectasia);

Atitude Pseudo-ortopnéica: utilizada para aliviar determinados sintomas respiratórios (doenças como a tuberculose, bronquiectasias, todas que causam tosse)

Atitude Genupeitoral: posição de prece assumida pelo paciente em que ele fica de joelhos com o tronco fletido sobre as coxas e com o peito em contato com o solo ou

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colchão, comuns em derrames pericárdicos e alguns de abdome agudo ou pancreatite aguda) 

Atitude em cócoras: comumente vista em crianças e tendo como causa frequente as cardiopatias congênitas cianóticas (Tetralogia de Fallot); essa posição diminui o retorno venoso para o coração;

Atitude Antálgica: o paciente coloca a mão no local da dor;

Atitude de Blechmann: é o sinal do travesseiro. O paciente senta-se na cama, abraça um travesseiro e inclina-se para frente;

Atitude Meningítica: apresentam contratura da musculatura da nuca e do dorso resultando na cabeça voltada para trás e tronco ligeiramente arqueado, os MMII apresentam-se fletidos;

Atitude Ortótono: (orthos=reto, tonus=tensão) contratura generalizada em que o paciente fica rijo; todo o tronco e os membros estão rígidos;

Atitude do Esquiador: típica do paciente com escondilite anquilosante;

Atitude Miopática: os pacientes apresentam grande dificuldade para se por de pé e escalam o próprio corpo (lordose lombar, escápula alada) (manobra de Gawer);

Atitude Opistóstono: (opisthen= para trás) o paciente se apóia apenas nos calcanhares e região occipital com o dorso encurvado (em forma de um arco);

Atitude em Pleurostótono: (pleurothen= de lado) contratura de um lado só do corpo causando encurvamento lateral;

Atitude em Emprostótono:(emprosthen= para diante) o paciente se encurva para frente;

MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS OU HIPERCINESIAS  Pode ser observado na forma de crises ou de paroxismos (convulsão) ou se apresentam

permanentes;  Os principais são: tremores, movimentos coréicos, movimentos atetósticos, hemibalismo,

mioclonias, mioquinias, asterix, tiques, convulsões, tetania e fasciculações;

PELE  O paciente pode ser leucodermo (pele de coloração branca) ou melanodermo (pele de coloração

escura). Deve-se avaliar as seguintes características da pele: GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - TURMA LII - UNIDADE CURRICULAR 3


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Coloração: podem-se notar a presença de palidez, vermelhidão ou eritrose, cianose, icterícia, hipercarotenemia, albinismo, bronzeamento;

Umidade: deve-se passar as mãos- pode ser seca, normal ou apresentar umidade aumentada;

Textura: passar a ponta dos dedos- pode ser normal, áspera, enrugada ou fina;

Espessura: pinçar a pele do esterno, antebraço ou abdome- pode ser normal, atrófica, hipotrófica ou hipertrófica;

Temperatura: deve ser pesquisada com o dorso da mão, comparando simetricamente o seguimento analisado;

Elasticidade: pinçar a pele- pode ser normal, aumentada ou diminuída;

Turgor: soltar a pele pinçada e avaliar o retorno; avalia a hidratação da pele;

Edema: avaliar a localização, limitação, consistência, cacifo,intensidade e sensibilidade;

Verificar a presença de manchas, lesões, tubérculos e nódulos;

MUCOSAS  Podemos observar a olho nu normalmente a conjuntiva (olhos), labiobucal, lingual e gengival.

Em casos particulares, observamos as mucosas nasal, retal e vaginal. Avaliando a cor e a umidade;  A palidez pode ser observada em: anemia, vasoconstrição periférica;  A hipercoloração é observada em pacientes policitêmicos;  Quando a coloração está normal diz-se que o paciente está normocorado;  A coloração arroxeada é denominada de cianose: pode ser central (observada em lábios, língua,

ponta do nariz, lóbulo da orelha) com origem cardíaca ou pulmonar; ou periférica (observada em membros);  A coloração amarelada da conjuntiva é denominada de icterícia (pode ser notada em freio da

língua, pele e conjuntiva);  a cor alaranjada nas mãos, pode ser dada devido ao betacaroteno, a hipercarotemia pode ser

dada devido ao uso excessivo de cenoura, abóbora;  As mucosas normais são úmidas, especialmente a bucal e a lingual. O local ideal para se julgar

a hidratação é a mucosa jugal, na junção com a gengiva; GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - TURMA LII - UNIDADE CURRICULAR 3


GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - TURMA LII - UNIDADE CURRICULAR 3  Pacientes com desidratação podemos observar uma descamação pardadenta do epitélio das

mucosas da língua e dos lábios;

MUSCULATURA 

É importante a verificação dos músculos quanto a troficidade e à tonicidade;

Quanto a troficidade, verifica-se a musculatura normal, a musculatura hipertrófica e a musculatura hipotrófica; 

Quanto a tonicidade, verifica-se o tônus normal, a hipertonicidade, espasticidade, hipotonicidade ou flacidez; 

EXAME DOS LINFONODOS O sistema linfático consiste em ductos coletores da linfa, linfonodos, baço, timo, amígdalas palatinas e adenóides e placas de Peyer; 

O exame dos linfonodos se faz por meio da inspeção e da palpação, um método complementando o outro. A palpação é realizada com as polpas digitais e a face ventral dos dedos médio, indicador e anular; 

Essa investigação é importante para informar sobre a drenagem para os linfonodos e também sobre alguma inflamação que pode vir a acometê-los;;  

Verifica-se: tamanho, volume, consistência, mobilidade, sensibilidade e alterações da

pele;

SINAIS VITAIS  Compreende-se o exame do pulso, frequência cardíaca, pressão arterial sistêmica, frequência

respiratória e temperatura (axilar, retal e oral);

PULSO  Podem-se palpar diversos pulsos arteriais: a. temporal superficial, carotídeo, radial, ulnar,

braquial, femoral, poplíteo,tibial posterior e dorsal do pé; GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - TURMA LII - UNIDADE CURRICULAR 3


GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - TURMA LII - UNIDADE CURRICULAR 3  Devemos nos atentar as seguintes características do pulso: 

A parede arterial: se está mais endurecida, indicando arterioesclerose;

A frequência: se menor que 60, indica que o paciente é bradicárdico; >100= taquicárdico;

Ritmo: pode ser regular ou irregular;

Amplitude e magnitude: pode ser baixa (paciente com estenose aórtica e com baixo débito cardíaco), ou alta, pulso célere (insuficiência aórtica);

Comparar a pulsação com a artéria homóloga;

 Tipos especiais de pulso: 

Pulso em martelo de água (de Corrigan): a ascensão e descida são rápidas;

Pulso alternante: alterna pulsações de alta e pequena amplitude, no ritmo normal;

Pulso bigeminal: resulta de uma pulsação normal seguida de uma extrassístole, com pulsação menor do que a pulsação normal;

Pulso paradoxal: caracterizado pela diminuição exagerada na amplitude da pulsação na inspiração e aumento durante a expiração;

Pulso bisferiens: caracterizada por pulsação de dois picos, o primeiro denominado de onda de percussão e o segundo de pulso vital;

PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA  A medida da PAS, pode ser feita: 1) de forma direta (cateterização da artéria) ou indireta

(através do esfigmomanômetro) ; 2) por método palpatório (Riva-Gouche), auscultatório (sons de Korotkoff) ou oscilométrico (por aparelhos automáticos);  O método auscultatório deve ser feito da seguinte forma: 1. O paciente deverá estar confortável, em repouso por cerca de 5 minutos, e sem fumar há

30 minutos; 2. Localizar o pulso da artéria braquial; 3. Colocar o manguito justo, nem apertado, nem frouxo, sob a artéria braquial; 4. Palpar o pulso da artéria radial; GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - TURMA LII - UNIDADE CURRICULAR 3


GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - TURMA LII - UNIDADE CURRICULAR 3 5. Insuflar de 10-10mmHg até o pulso desaparecer; 6. Desinsuflar o manguito na velocidade de 2-4 mmHg/segundo até voltar a sentir o pulso

radial- esta é a pressão arterial sistólica mensurada pela palpação; 7. Aguardar um minuto; 8. Insuflar o manguito 20-30 mmHg acima da pressão verificada à palpação e colocar o

estetoscópio sobre a artéria braquial e auscultar os sons de Korotkoff, desinsuflando o manguito 2-4 mmHg/segundo; 9. O primeiro som audível será a pressão sistólica. O último marcará a pressão diastólica.

Deve-se auscultar até o zero.

FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA  Podemos observar dois tipos respiratórios: 

Toracoabdominal: é mais comum no sexo masculino;

Costal superior: é mais comum no sexo feminino;

 A FR normal nos adultos situa entre 12 e 20 incursões respiratórias por minuto (irpm);  É fundamental que o paciente não perceba a mensuração da frequência respiratória,

normalmente é medida enquanto estamos tomando o pulso do paciente;  A FR menor que 12 irpm diz-se bradipnéia, e a FR maior que 20 irpm diz-se taquipnéia;

TEMPERATURA GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - TURMA LII - UNIDADE CURRICULAR 3


GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - TURMA LII - UNIDADE CURRICULAR 3  É mensurada com termômetro clínico com bulbo de mercúrio, pode ser medida a temperatura

na axila, na boca ou no reto;  A temperatura normal oscila de 35,8 °C a 37°C na axila, até 37,4°C na boca e até 37,8°C no

reto;  O termômetro deve ficar pelo menos 3 minutos e não mais que 5 minutos para a adequada

mensuração da temperatura;  As temperaturas aferidas na segunda metade da noite e pela manhã, geralmente são mais baixas

do que durante a tarde e a primeira metade da noite;  O sinal de Lennander (dissociação axilo-retal) é a diferença entre as temperaturas axilar e retal

acima de 1°C, significando inflamação pélvica/intra-abdominal;  Na termometria clínica temos os seguintes padrões: 

Febre contínua: hipertermia com variação de até 1°C sem, contudo, voltar a níveis normais;

Febre Remitente: hipertermia com variação de mais de 1°C sem, contudo, apresentar períodos de apirexia (sem febre);

Febre Intermitente: hipertermia com variação de mais de 1°C com períodos de apirexia;

Febre de Paul-Ebstein: hipertermia periódica na qual o paciente apresenta períodos (dias) febris seguidos de períodos sem febre. ex:na Doença de Hodgkin;

 Hipertermia é apenas o aumento da temperatura, enquanto que febre é uma síndrome

caracterizada, além da hipertermia, por taquicardia, taquipnéia, sudorese, pilocreção, calafrios, mal-estar, mialgia;  Na escala febril a hipertermia é classificada em: 

Ligeira: temperatura axilar(Tax)= 37-38°C;

Moderada: Tax= 38-39°C;

Intensa: Tax > 39°C;

Hiperpirética: acima de 41°C;

 A hipotermia (temperatura abaixo de 35°C) só é encontrada em casos grave, seja por exposição

prolongada ao frio, ou por quadros de choque circulatório;

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ROTEIRO PRÁTICO: Paciente Sentado de frente para o examinador: 

Cabeça: verifica-se a presença de alterações no crânio, couro cabeludo, cabelo e face. Faz-se exame da boca, nariz e orelhas;

Pescoço: palpa-se a tireóide, pulsos carotídeos, gânglios cervicais superiores e posteriores, supraclaviculares e axilares;

Membros superiores: avalia-se a força muscular; inspeciona-se as mãos, dedos e unhas; palpase os pulsos braquiais, radiais e ulnares (se necessário);

Paciente Sentado de costas para o examinador:

Tórax: verifica-se a expansibilidade torácica através dos pulmões; percuti-se as regiões posterior e lateral do tórax; ausculta-se a voz o murmúrio vesicular de sons adventícios das regiões citadas;

Paciente Deitado em posição supina:

Pescoço: pesquisa-se o estase da jugular e de batimentos venosos;

Pulmões: percuti-se, ausculta da voz e do murmúrio vesicular na região anterior do tórax;

Coração: palpação de frêmitos e do ictus cordis;

Abdome: percussão e palpação do fígado e baço; palpação superficial e profunda de todo o abdome; percussão do abdome; ausculta de sons hidroaéreos; palpação de gânglios inguinais;

Membros inferiores: verifica-se a força muscular; pesquisa-se edemas e depressão da região pré-tibial à pressão digital; pulsos periféricos femorais, poplíteos, tibiais posteriores e pediosos; presença de varizes e examina-se as unhas, dedos e espaços interdigitais;

SINTOMA, SINAL E SÍNDROME  Sintoma: é uma sensação subjetiva anormal sentida pelo paciente e não visualizada pelo

examinador. Ex: dor, má digestão, tontura, náusea, dormência;

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GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA - FACULDADE DE MEDICINA UFMT - TURMA LII - UNIDADE CURRICULAR 3  Sinal: é um dado objetivo que pode ser notado pelo examinador pela inspeção, palpação,

percussão, ausculta ou evidenciado através de subsidiários. Ex: tosse, vômito, edema, cianose, presença de sangue na urina;  Síndrome: é o conjunto de sintomas e/ou sinais que ocorrem associadamente e que podem ser

determinados por diferentes causas;  Entidade Clínica: significa uma doença cuja história está reconhecida no todo ou em parte e

cujas características lhe dão individualidade nosológica;

Referências: →PORTO, C. C.Semiologia Médica. 6ª ed. Guanabara Koogan, 2009. →BATTES, B. Propedêutica médica. 8ª edição, Guanabara Koogan. 2005. →Rocco, J. Rodolfo.Semiologia Médica.Elsevier, 2011. →CAMPANA, Álvaro O. Exame clínico: sintomas e sinais em clínica médica. Guanabara Koogan. 2010. → BENSEÑOR, Isabela M. Semiologia Clínica. São Paulo. Sarvier, 2002.

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