BIGEO
ESCOLA SECUNDÁRIA DR. MANUEL CANDEIAS GONÇALVES - ODEMIRA - ALENTEJO
SUPLEMENTO DE CIÊNCIAS
Director Dr. Jorge Mendes Editor Dr. José Coutinho Ano de Fundação: 1995
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alvinia molesta é uma espécie aquática invasora nativa do Brasil com um longo historial de danos económicos e ambientais um pouco por todo o mundo. Boas fatias do erário público são gastas anualmente para controlar esta infestante, por exemplo na Austrália, EUA ou Índia. Este feto forma um denso cobertor na superfície de barragens, canais de rega e cursos de água de caudal lento. Causa prejuízos a vários níveis: ecológico, ambiental, económico, segurança e saúde públicas. Tem um poder de multiplicação tão grande que em poucos dias pode cobrir uma barragem inteira. Impede a troca de gases entre a água e a atmosfera e a entrada de luz na massa de água. Causa assim a morte de animais e plantas com perdas significativas na biodiversidade. A qualidade da água piora consideravelmente com os seres mortos em decomposição. Torna-se impossível utilizar a água para qualquer fim: agricultura, recreio, navegação, consumo público ou outros. Um elemento do nosso grupo detectou a primeira ocorrência de Salvinia molesta em meio natural em Portugal, numa barragem do nosso Concelho. Este problema foi discutido numa aula de Área de Projecto e decidimos que os objectivos da nossa investigação, neste ano, seriam impedir que esta ocorrência se transformasse numa catástrofe ecológica e prevenir novos casos no futuro.
Coordenadora: Dra. Paula Canha
Salvinia molesta, uma praga nativa do Brasil, “instalou-se” em Odemira
De facto, a prevenção é a melhor opção quando se trata de infestantes, porque normalmente uma planta dessas, uma vez naturalizada, é um problema instalado para sempre. Claro que várias entidades científicas e não científicas foram contactadas por nós para nos ajudarem a cumprir estes objectivos. Os contributos mais importantes vieram do Dr. Francisco Carrapiço, da Faculdade de Ciências de Lisboa, que nos deu todo o suporte científico, da Câmara Municipal de Odemira, que assumiu inteiramente os trabalhos de remoção e da Associação de Beneficiários do Mira que está a colaborar
nas operações de vigilância. Estamos a monitorizar a situação para prevenir novas ocorrências e a fazer uma ampla campanha de sensibilização por todo o Concelho de Odemira. Para esta campanha contamos com o suporte da Fundação Calouste Gulbenkian – Programa Agir Ambiente. A campanha desenvolve-se em todas as escolas do Concelho, mas também em todas as lojas de plantas e animais. De facto, esta planta está à venda para decorar lagos de jardins e aquários, apesar da sua perigosidade. Estamos a ter uma boa receptividade por parte das escolas e das lojas, que reco-
Anfíbios e répteis precisam da nossa ajuda
Francisco e Liza, 11º A, B
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projecto mais recente do clube Bigeo da nossa escola engloba os animais que mais postos à parte são pela sociedade: os anfíbios e os répteis. Resolveu criar-se este projecto para se desmistificar muitos mitos e crenças acerca deles, mostrar que não são assim tão maus como parecem, e que, ao contrário do que muita gente pensa, ajudam o Homem ao comerem os insectos nas hortas, ou os ratos nos armazéns. Outro grande objectivo do projecto é conhecermos melhor as nossas espécies, com o objectivo de as podermos
proteger da extinção, dado que, pelo menos os anfíbios, são os animais que correm o maior perigo de extinção do planeta. O projecto começou da melhor maneira: numa saída de campo, descobrimos um canal de rega, que neste momento não se encontra em funcionamento, junto ao rio Mira no qual encontrámos inúmeros sapos-comuns em pleno amplexo, assim como cordões de ovos deste mesmo sapo (estes sapos dispõem os seus ovos nuns compridos “cordões” gelationosos), duas salamandras e muitas rãs-verdes. Já no
fim do canal encontrou-se uma cobra-lisa-meridional . Como o canal se encontra a secar, os anfíbios que lá habitam vão acabar por morrer, pois necessitam de água para sobreviver e não conseguem abandonar o canal devido à sua profundidade e paredes lisas. Os répteis que lá vão parar não conseguem sair pelas mesmas razões. A nossa primeira missão é então óbvia: salvar os anfíbios e répteis que ficam presos em mais uma das inúmeras armadilhas humanas! Dois dias depois da primeira ida ao canal, encontrámos para além dos sapos
nhecem o perigo da planta e se comprometem a fazer tudo para impedir novos casos da sua ocorrência na natureza. Também contribuímos com casoas informações sobre este para a revisão da legislação sobre espécies invasoras que está a decorrer com a coordenação do ICNB. Por fim, devemos salvaguardar que a Salvínia também tem aspectos muito positivos: pode ser usada com sucesso no tratamento de águas residuais, por exemplo. Ela não é um monstro; apenas se pode tornar perigosa se surgir onde não deve. Vanessa, Susana e Ângela, 12ºA
Ano XV Número 36
SUPLEMENTO DE CIÊNCIAS
Abril de 2009 Jornal Escolar Gratuito
OUTRA VEZ NOS EUA A nossa escola recebeu um convite para representar Portugal na Feira Juvenil de Energia, Engenharia e Ambiente I-SWEEEP 2009 que se realiza de 15 a 20 de Abril, em Houston, nos Estados Unidos da América. Esta é a mesma feira que no ano passado deu a Portugal uma medalha de prata com o Projecto “Micropropagação de Plantago almogravensis”. O objectivo desta feira é suscitar nos jovens cientistas o interesse pelos problemas do desenvolvimento sustentável. São aceites trabalhos que apresentem soluções práticas para um mundo mais respeitador do ambiente, ou que contribuam para assegurar, para as gerações futuras, os recursos a que nós hoje temos acesso. Foram seleccionados os seguintes alunos e projectos: Susana Caetano e Vanessa Viegas (Salvinia molesta: uma ameaça global) e Ruben Campos e Cláudia Viana (Borboleta Monarca em Portugal). Estes alunos terão de preparar uma apresentação do trabalho em inglês e um stand para a feira de ciência. Terão ainda de defender o seu projecto perante um júri constituído por professores universitários e investigadores. Apesar deste trabalho todo, sabemos que esta vai ser uma experiência inesquecível para todos eles, tal como tem acontecido com os seus colegas em anos anteriores. Quanto a prémios: à imagem dos jogadores e treinadores de futebol, não se promete nada a não ser dar o nosso melhor! Paula Canha, professora
e das rãs, outra salamandra encontrámos ainda um la- que há muitos anos que não e uma cobra-de-ferradura e garto-de-água cuja presença há um único registo desta espassados mais alguns dias nesta zona era duvidosa por- pécie na nossa região.
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[INVESTIGAÇÃO]
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Estudar e conservar alguns charcos temporários
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o âmbito do Bigeo, eu e os meus colegas Sérgio Ribeiro e Madalena Guerreiro aceitamos a proposta da nossa professora Paula Canha para “pegar” no projecto já antes planeado pelos nossos colegas do 12º ano. Que projecto é esse? O que andamos a fazer é estudar e tentar conservar alguns charcos temporários, nome dado a zonas que durante um Inverno apresentam água, secando durante o Verão. Apresentam características específicas. Para reconhecermos um charco temporário temos a ajuda de bio- indicadores como os Isoetes, planta parecida com a rama do cebolinhos, determinados juncos anões e Eryngium corniculatum, um cardo azul, entre outros. E para quê todo este esforço? Este tipo de habitat está em risco no sudoeste alentejano, pois normalmente está situado em zona de agricultura onde, ao lavrarse o terreno com alguma profundidade, se causam danos irreversíveis na estrutura do solo, deixando o mesmo de ter condições para a vida dos minúsculos seres que o povoam. O risco também se deve à agricultura intensiva, que
drena completamente essas zonas e ao seu completo abandono, quando as propriedades deixam de ser cultivadas – nesse caso arbustos e árvores invadem a área deixando esta de ser um charco. Sendo assim, as pessoas que ainda possuem este tipo de habitat no seu terreno só têm de continuar a fazer o que faziam até agora, uma vez que a prática agrícola tradicional é importante para preservar os charcos, mas sem lavrar intensamente essa zona. Todo o ecossistema existente já está adaptado à presença e acção do Homem desde a época dos romanos e sem essa presença modificase – assim se perderiam muitos dos nossos mais valiosos habitats. O nosso projecto iniciouse por uma selecção dos charcos que iríamos tentar conservar e seguidamente estudar, pois infelizmente não podemos preservar todos os existentes. Para esta selecção visitámos alguns locais, pré-seleccionados por entidades que nos estão a ajudar, e falámos com os seus donos, pois, como é óbvio não poderíamos fazer nada sem a sua autorização e colaboração. A nossa conversa consistiu em explicar
o que pretendíamos fazer e qual a importância dos charcos. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, este habitat tem muitas utilizações para a população, como por exemplo a presença de Hirundo medicinalis, utilizada na medicina. Outros animais e plantas lá existentes não podem encontrar-se em mais lugar nenhum, só ali. Se acabarem os charcos, acabam essas espécies e todo o património genético que elas guardam. Depois de visitadas as la-
goas, fizemos uma espécie de cotação para todos os aspectos relevantes e vimos quais as que apresentavam maior cotação, sendo essas as felizardas seleccionadas para a conservação. Essa técnica de selecção chamase Metodologia Multicritério. Permite combinar dados biológicos, sociais, económicos e outros. Agora, com as lagoas seleccionadas, iremos estudar os seres vivos que nelas habitam e a sua evolução a partir daqui. Como todos sabemos,
Este trabalho tem como objectivo abordar uma das “doenças” que mais afecta os adolescentes de hoje em dia: o sedentarismo, ou seja, a falta de prática de exercício físico. O tipo de actividades que os jovens praticam e os hábitos de consumo como o tabagismo e o alcoolismo podem levar a problemas cardiovasculares e de obesidade. Para abordarmos este assunto, escolhemos recolher dados antropométricos dos alunos da nossa escola com idades entre os 14 e os 17 anos para compararmos com inquéritos que fizemos aos mesmos alunos. Poderemos assim relacionar os hábitos de actividade física com os dados antropómetricos e de forma física recolhidos nas aulas de Educação Física de modo a perceber se há alguma relação causa-efeito entre eles. A elaboração deste trabalho está a ser uma verdadeira aventura. Primeiro o nosso grupo é composto por quatro rapazes pouco organizados e responsáveis que têm de lidar com uma grande quantidade de dados. Depois, alguns colegas nossos recusaramse a fazer o teste do adipómetro e, para além disso, estamos com um problema com a entrega de dados antropómetricos de um professor… mas tudo se irá resolver. Se a união fizer a força, seremos capazes!
num projecto do Bigeo o trabalho não é apenas árduo! Trabalha-se de uma forma saudável que aguça a vontade de continuar e a curiosidade. Neste tipo de trabalho, temos momentos de diversão como, por exemplo, quando ocorre um canho-tsunami que encharca as suas pobres Fernando Celso, 12º B vítimas, ou momentos periCOMO MARCAR gosos como a mordidela de um cão na professora PiedaPENALTIS de que só estava a tentar ser No âmbito da disciplina de A.P, amável para com o animal. Vá lá que foi de raspão…. estamos a desenvolver um projecto científico que tem o objectivo menos mal!! de melhorar a marcação de gran-
des penalidades através da captura, tratamento e observação de imagens. Tivemos de desenvolver Mariana, Solange, um projecto que de certa forma Samuel, 12º A estivesse ligado com o nosso futuro escolar. O escolhido foi este porque engloba a área de desporto e a área da informática. Para o desenvolvimento do trabalho, necessitámos de dois colaboradores que estivessem aptos para o desenvolvimento deste gesto técnico. O projecto é constituído por duas fases: - Numa 1ª fase, os nossos atletas irão marcar 20 penaltis, 5 para cada canto da baliza; enquanto isto decorre, o gesto técnico será filmado quer lateralmente quer posteriormente em relação ao atleta; serão registados os resultados (quantos penaltis falhados e marcados para cada zona); - Numa 2ª fase, após as imagens estarem analisadas e os nossos atletas terem sido sujeitos a um treino com base no que foi observado, eles voltarão a marcar as 20 grandes penalidades, e esperase que haja um melhoramento em relação à sua pontaria. Este artigo mostra muito resumidamente no que consiste o nosso projecto. É claro que, para professora Paula Canha foi Fingerprint. so, será feita uma primeira o desenvolvimento do mesmo, muito importante para conSeguiu-se um período de aplicação com um grupo de foi necessário um procedimento elaborado, com todos os passos seguirmos ultrapassar estas trabalho no qual angariámos voluntários, com o objectivo necessários para uma boa concludificuldades e encontrarmos voluntários, o material ne- de aperfeiçoar o nosso pro- são da nossa experiência. O nosalternativas. cessário para os cenários e duto final. so projecto vai neste momento a Assim, em laboratório se- caracterização e praticámos Por fim, é importante dei- meio do seu desenvolvimento, ou rão utilizadas técnicas como os procedimentos necessá- xar o nosso agradecimento seja, concluímos a 1ª fase. EstapH, reacção com ácido clo- rios para a execução da ac- à Comissão Executiva Pro- mos a tratar as imagens capturadas para que possamos começar a rídrico e reacção com água tividade que será realizada visória e ao nosso tutor, Sr. 2ª fase rapidamente. para distinguir cal de gesso com alunos da Escola Bási- Mário Ferreira do VisionaPedro e Bruno, 12º A Debora Nascimento, 11ºA
Laboratório criminal para jovens
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o âmbito da disciplina de Área de Projecto, pretendemos desenvolver um projecto relacionado com Ciências Criminais e Forenses. A finalidade do nosso trabalho é a realização de uma actividade na qual encenaremos um crime por nós previamente preparado, para alunos do 3º ciclo resolverem, utilizando raciocínio lógico e metodologias científicas. Nessa encenação nós seremos “membros de uma polícia especializada em criminologia” e os alunos do ensino básico “estagiários”. Em conjunto com eles procederemos à resolução de um caso previamente preparado por nós. Após a actividade publicaremos o nosso protocolo experimental com todas as técnicas laboratoriais e de investigação utilizadas, de forma a poder ser multiplicado nas escolas pelos professores. Deste modo pretendemos proporcionar aos alunos do 3º ciclo um maior contacto com técnicas de investigação científica, incutindo-lhes, de um modo lúdico, o gosto pelas ciências. Além disso, a realização
desta actividade permitirá conhecer técnicas relacionadas com a investigação criminal essencialmente em três domínios: laboratório, cujo responsável é o Samuel, procura e recolha de provas que estará a cargo da Solange e interrogatórios que serão da responsabilidade da Mariana. Depois da análise da informação encontrada sobre o tema, de esboçada a nossa história e o nosso guia da actividade, foi necessário colocar em prática todo o conhecimento teórico adquirido. Foi essencialmente nesta fase que encontramos grandes dificuldades. Algumas das análises laboratoriais que tínhamos pensado realizar inicialmente acabaram por não resultar (distinguir cimento de argila através do teste da chama e pH, por exemplo) ou então por não se enquadrarem na nossa actividade devido à morosidade com que seriam obtidos os resultados (oxidação do ferro em solução). Devido a estes factores tivemos de alterar constantemente tanto o nosso guia como a nossa história. A ajuda dada pela professora Fernanda Almeida e pela
SEDENTARISMO ADOLESCENTE
e argila, analise à Lupa Binocular de areias, análise ao Microscópio de cabelos e fibras e a técnica de DNA
ca a 22 de Abril e com alunos do Secundário durante o Fim-de-semana Científico em Odemira. Antes dis-
rium, especialista em organização de actividades deste género, que nos tem cedido muita informação.
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Saídas de campo com os mais pequenos
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o âmbito da disciplina de Área de Projecto, pretendemos desenvolver um projecto vocacionado para a educação, que tem como objectivo a disseminação do conhecimento sobre o ambiente, a fim de ajudar à sua preservação e utilização sustentável dos seus recursos. A finalidade do nosso trabalho é a realização de três actividades: uma com a Escola Primária de Vila Nova de Milfontes na Rocha d’Água d´Alto, outra com o Infantário Nossa Senhora de Piedade de Odemira, que engloba a realização de uma série de jogos pedagógicos na Escola Secundária de Odemira, e, por fim, outra com a Escola E.B.1 de S.Teotónio em Santo André. Estas saídas têm como objectivo mostrar aos alunos as relações que o homem estabelece com a natureza, as vantagens mas também os problemas derivados dessa relação e causas profundas. No passado dia 27 de Fevereiro, foi realizada a primeira saída com os alunos
Saída de campo à Rocha d’Água d’Alto com as crianças da Escola Primária de Milfontes
do 4º ano de Vila Nova de Milfontes. Os alunos criaram um maior contacto com a natureza e aumentaram o seu conhecimento na área da Biologia. Das saídas que ainda faltam realizar temos a actividade na escola, que tem como objectivo a realização de jogos e actividades educativas, nas quais as crianças
podem perceber conteúdos a nível da fauna e flora. A saída a Santo André com os miúdos de 4º ano tem como finalidade sensibilizá-los para a preservação da fauna, mostrando o Centro de Recuperação de Santo André. Para além disso, ainda vão assistir a uma sessão de anilhagem, que tem como finalidade mostrar as técnicas que
se utilizam para a realização da mesma, mas também darlhes um maior contacto com as aves. Este projecto tem a responsabilidade de Ana Pacheco e Joana Anacleto, com a ajuda de vários colaboradores. Ana Pacheco Joana Anacleto, 12º A
Impacto do uso doméstico dos anti-sépticos
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nicialmente escolhemos um projecto intitulado “Medicamentos: salvam ou matam?”. Tinha como objectivo provar experimentalmente que os medicamentos podem ser prejudiciais à saúde, se tomados sem critérios médicos. Para a realização deste projecto acondicionaríamos animais vertebrados (ex. ratos) em laboratório aos quais administraríamos medicamentos. Posteriormente faríamos análises morfológicas e fisiológicas a esses animais, para verificar os malefícios dos medicamentos. Tudo isto é eticamente inaceitável pois não é permitido usar, nas escolas secundárias, animais vertebrados para estes fins. Assim, tivemos de optar por outro projecto intitulado “Impacto do uso doméstico de antisépticos”, que tem como objectivo provar que o uso sistemático de desinfectantes com anti-sépticos leva ao aparecimento de estirpes resistentes de bactérias a esses produtos químicos. Escolhemos este projecto pelo facto de cada vez mais as pessoas aplicarem nas limpezas das casas produtos com desinfectantes, o que nos parece prejudicial: para o ambiente, ao qual adicionamos mais produtos químicos poluentes desnecessariamente; para a saúde infantil, porque as crianças vivendo em ambientes constantemente desinfectados, são
preservadas do contacto com os microorganismos, não desenvolvendo assim o seu sistema imunitário de forma eficaz; para a saúde pública, porque cada vez é mais difícil manter assépticos em alguns ambientes como o meio hospitalar, devido ao constante desenvolvimento de estirpes resistentes. Para a realização deste projecto, estamos a utilizar a bactéria Escherichia coli para testar a sua resistência ao desinfectante, neste caso o Dettol (que elimina, segundo anuncia o fabricante, 99,9% das bactérias). Para tal, inoculámos uma gota de cultura pura de bactéria em meios com diferentes concentrações de desinfectante para determinar qual a concentração máxima que permite o desenvolvimento desta. Depois, a partir dessa concentração, de 24 em 24 horas, inoculámos uma gota dessa bactéria em caldo nutritivo com a concentração máxima inicialmente encontrada e uma placa de Petri com a bactéria e agar nutritivo onde se fazem duas cavidades que são cheias de desinfectante; posteriormente, vamos medir o halo de inibição ( local onde não ocorre o crescimento das bactérias). Depois de encontradas as medidas de diferentes halos, vamos verificar a evolução da resistência ao desinfectante, pela aproximação da bactéria à cavidade onde se
Cada vez mais se aplicam produtos com desinfectantes na limpeza das casas, o que nos parece prejudicial ao ambiente e à saúde pública e infantil.
Chegada ao local combinado às 10.30H do passado dia 27 de Fevereiro. Começou-se por dividir os 22 miúdos em dois grupos de onze, deu-se a cada grupo um guião do percurso e uma breve explicação de cada tema e perguntas a que tinham de responder no fim de cada ponto de paragem. A actividade começou às onze da manhã e teve início no montado onde foram abordados os aspectos como o lixo, o pinheiro manso e o bravo, a importância de preservar a natureza, a diferença de um montado e de um eucaliptal, as construções de taipa e as suas vantagens, alguns aspectos da biodiversidade (fauna e flora). Ao meio da manhã, fez-se uma paragem para lanchar. Sentamo-nos junto ao eucaliptal onde, no chão, colocámos as mochilas e ali ficámos durante uns vinte minutos. Os miúdos estavam a adorar, começaram a ficar muito irrequietos porque queriam chegar rapidamente à rocha. Ao longo da caminhada demos a conhecer algumas plantas tais como: o rosmaninho, a esteva, o alecrim, a murta. Antes de chegar à rocha tivemos de atravessar uma ribeira que por sua vez tinha uma ponte de madeira já um pouco degradada. Alguns mais corajosos outros menos, mas lá se passou a dita ponte, e fomos todos a caminho do nosso destino. Encontrámos uma cobra d’água que estava morta, mas mesmo assim todos estiveram a olhar para ela com muita atenção. No mesmo local apanhámos um tritão de ventre laranja pequeno que os miúdos nunca tinham visto. Chegada a hora de almoço, foi o tempo onde cada um fez o que lhe apeteceu. Depois de muita brincadeira e muita diversão, falámos um pouco com eles sobre a Rocha d´Água d´Alto, e o seu possível tamanho. No final, para recompensar, foram oferecidas guloseimas, deixando os miúdos deliciados. Resumindo, foi um dia em cheio, tanto para eles como para nós.O nosso muito obrigada ao Samuel Silva e Susana Caetano, alunos da nossa turma e à nossa tutora Cláudia Matos. Obrigada também à professora Ana Inácio e aos nossos pequenos cientistas. Ana Pacheco Joana Anacleto, 12º A
Radiografia do Projecto Científico Este é o título do meu projecto que, como o nome indica, tem por objectivo mostrar o que não se vê a olho nu na realização de um projecto: processos, dificuldades e formas de ultrapassá-las, objectivos, basicamente todos os passos necessários para a realização de um projecto científico desde o seu início até à sua apresentação final e definitiva. Depois há um acompanhamento específico de um trabalho, que é o “Impacto do uso doméstico de detergentes com anti-sépticos”. São filmados todos os passos deste grupo na realização do seu projecto. Feita toda a recolha de filmagens e fotografias, o meu projecto final será a realização de um filme onde o produto final pretende ser a radiografia do projecto deste grupo. David Viana encontra. Durante a fase experimental, que tem decorrido durante este período, deparámo-nos com inúmeros problemas dos quais podemos citar alguns: o variável crescimento da bactéria em diferentes concentrações de desinfectante; a provável infecção da cultura pura da bactéria por outro microorganismo. Perante estas adversidades, tivemos de iniciar novamente todo o nosso
projecto no passado dia 5 de Março. Para que este se possa realizar temos de nos deslocar à escola todos os fins-de-semana e interrupções das actividades lectivas, o que nos tem deixado absolutamente cansados e desesperados, pois os resultados obtidos nem sempre são os esperados. Mas não desistimos! Nadine, Filipa, Fernando e Inês, 12º B
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Interagir com a diferença, projecto com a Associação de Paralisia Cerebral de Odemira
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nserido na área da saúde (área de interesse de todos os elementos) o nosso projecto tem como finalidade interagir com pessoas com deficiência mental e motora, permitindo a aprendizagem de algumas técnicas de intervenção, criar e aplicar um programa de promoção de saúde e avaliar o impacto antes e depois da aplicação do programa. Numa primeira fase, fizemos uma investigação sobre os tipos de deficiências dos utentes da APCO. A partir dessa investigação construímos um questionário sobre comportamentos e saúde – alimentação, hábitos de higiene, percepções de bemestar e consumos – e aplicámo-lo a um grupo de jovens com e sem deficiência. Depois de analisados os questionários tivemos formação na área da intervenção da promoção de saúde em populações com deficiência mental e/ou física com
a Dr. Lúcia Canha (directora técnica da APCO). Com base no tratamento dos resultados dos questionários, na investigação teórica e nos conhecimentos e competências adquiridos na formação construímos um programa de intervenção promotor de competências de saúde. Actualmente encontramonos numa fase prática do trabalho, que consiste na aplicação do programa a um grupo de 4 utentes da APCO. Depois de concluída a aplicação do programa precederemos à avaliação dos progressos dos utentes aplicando novamente o questionário. Agradecemos à APCO, em especial à Dra. Lúcia, todo o apoio que nos tem dado!
O nosso projecto tem como finalidade interagir com pessoas com deficiência mental e motora, permitindo a aprendizagem de algumas técnicas de intervenção, criar e aplicar um programa de promoção de saúde e avaliar o impacto antes e depois da aplicação do programa.
Alexandra Ramos Ana Colaço Ângela Martins Diogo Inácio 12º A
Micropropagação de uma espécie em perigo – Plantago almogravensis
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ctualmente, estima-se que, por ano, se extinguem cerca de mil espécies, uma situação grave que é muito importante tentar contrariar. Por isso, na disciplina de Área de Projecto decidimos trabalhar com a espécie vegetal Plantago almogravensis ,uma pequena planta de formato almofadado da qual pouco se sabe, e que só existe numa pequena área de cerca de 7 ha, no sudoeste alentejano, onde se podem contabilizar entre 3000 e 4000 indivíduos, o que significa que se extinguir nesta zona, corresponderá a mais uma extinção a nível global. Com este projecto, temos como objectivo genérico tentar, com a utilização de técnicas de Micropropagação in vitro, aumentar o número de indivíduos desta espécie, a partir de um reduzido número de sementes. Esta técnica desenvolve-se em quatro fases: germinação in vitro (as sementes, recolhidas do habitat natural, são desinfectadas e postas a germinar em meio de cultura ¼ MS); multiplicação in vitro (as plantas obtidas são transferidas para um meio de cultura com factores de crescimento, do grupo das citocianinas, que favorecem o crescimento da parte aérea da planta, ou seja, cada planta pode desenvolver vários rebentos, clones); enraizamento in vitro (as plantas micropropagadas são trans-
feridas para meios de cultura enriquecidos com factores de crescimento do grupo das auxinas, que promovem o crescimento de raízes); aclimatização (as plântulas enraizadas in vitro são transferidas para vasos com solo, e aclimatizadas, muito gradualmente, às condições externas). Por fim, com as plantas obtidas iremos tentar repovoar regiões onde, no passado, esta espécie existiu. Neste momento já concluímos a fase de germinação e estamos na fase de multiplicação e enraizamento, simultaneamente. Em breve iniciaremos a aclimatização. Em relação à germinação obtivemos os seguintes resultados: as sementes utilizadas foram divididas em dois lotes, A e B. Do lote A, constituído por 12 sementes, germinaram 5, às restantes foi retirado o tegumento, das quais germinaram 3; do lote B, constituído por 30 sementes, apenas germinaram 2,
às restantes 28 foi retirado o tegumento, tendo germinado 21 sementes. No entanto, todas as sementes às quais foi retirado o tegumento, a germinação não decorreu de forma normal, tornando-as inviáveis. Iniciámos a fase de multiplicação com apenas 7 plantas. A fase de multiplicação foi-nos muito facilitada, pois já tinha sido estudada o ano passado, por isso aproveitámos as conclusões a que tínhamos chegado, ou seja, escolhemos o citocianina BA, com uma concentração de 0,25mg/l, como a mais eficaz nesta fase. Por fim, em relação à fase de enraizamento ainda não podemos tirar quaisquer conclusões pois para além de ainda estar a decorrer, ainda só estudámos uma das auxinas, IBA. Ana Vilhena 12º B Nicole Rodrigues 12º A Catarina Almeida 12ºB
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urante o dia 1, 2 e 3 de Maio irá realizar-se na nossa escola um fim-de-semana científico, uma actividade da Associação Juvenil de Ciência (AJC), realizada por jovens e para jovens do ensino secundário. Insere-se no Núcleo de Odemira da Associação e no trabalho de Área Projecto de 12º ano. Esta actividade vai acontecer com o apoio de várias entidades como a AJC e o seu núcleo, com material, organização e divulgação. Outro parceiro importante é a nossa escola, que providencia os espaços para a realização das actividades, o bar e a cantina para a maior parte das refeições, e as próprias dormidas serão também aqui em regime de acantonamento. Por fim, mas não menos importante, a Câmara Municipal de Odemira com apoio monetário, transportes e cedendo o Pavilhão Municipal para os banhos. E para
Em Maio, fim-de-semana científico em Odemira suportar um evento destes é preciso quem ajude, por isso vamos ter voluntários que serão do clube Bigeo da nossa escola. O encontro começará no dia 1 de Maio, as actividades começarão à tarde, depois da abertura oficial. Haverá workshops com orientação de várias entidades. Algumas serão orientadas por investigadores de universidades que assim mostrarão o que se faz nalguns cursos superiores, permitindo aos participantes ter uma ideia das alternativas académicas para o seu futuro. Também teremos as actividades do Grupo de Técnicas Aeroespaciais (GTA) e do Grupo de Iniciação à Fotografia (GIF) da AJC, haverão saídas de campo e por último a actividade de outro grupo de Área de Projecto, o Laboratório
Criminal para Jovens. No final do dia vai ter lugar uma palestra intitulada "Vida no universo: uma inevitabilidade cósmica?". No dia 2, haverá uma visita à TAMERA, perto de Colos. Aqui pode-se aprender como construir um futuro sustentável com a ajuda da tecnologia, esta visita ocupará toda a manhã e parte da tarde. No resto da tarde continuarão os workshops e no final do haverá mais uma vez uma palestra: “Aplicações práticas da Ciência”, pela Dra. Teresa Saraiva e Dr. Carlos Vila-Viçosa. No último dia vai ocorrer um peddy-papper pela vila de Odemira e no final do evento terá lugar a cerimónia de fecho. Madalena, Pedro Loução, 12º A