Escola Viva - Ed. 37

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ESCOLA VIVA

ESCOLA SECUNDÁRIA DR. MANUEL CANDEIAS GONÇALVES - ODEMIRA - ALENTEJO Director Dr. Jose Alexandre Seno Luís Editor Dr. José Coutinho Ano de Fundação: 1995

A política também é para nós?

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa nos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguer, do sapato e do remédio depende das decisões políticas. página 2

Técnicos de Turismo foram os primeiros a terminar a maratona de três anos

Ano XV Número 37 Dezembro de 2009 Jornal Escolar Gratuito

TERCEIRA VITÓRIA DO PROJECTO MONARCA

Estivemos em Paris a representar Portugal

Depois da Medalha de Bronze nos EUA e da vitória em Lisboa no XVII Concurso para Jovens Cientistas e Investigadores, alunos do BIGEO que têm vindo a trabalhar no Projecto Monarca foram a Paris representar Portugal no Página 3 O Curso Profissional de Técnico de European Union Contest for Young Scientists. O Senhor Presidente da República não ficou indiferente.

Turismo foi o primeiro profissional a ser criado na escola, no ano lectivo de 2006-2007. A turma arrancou com 23 alunos, tendo apenas “perdido” o Marco, porque foi viver para a Alemanha. página 5

Professor Fernando Almeida apresentou livro na Biblioteca “São histórias de enredos simples a deambular pela alma do povo mas que, quando calha, como na conversa à lareira que me propus escrever, acompanho de reflexões sobre o Homem e o Mundo.” página 7

Inês Silva e Samuel Costa foram os melhores finalistas de 2008/2009 Samuel Silva, que está actualmente a estudar Engenharia e Gestão Industrial, e Inês Costa, que se encontra a estudar para os exames nacionais do próximo ano, foram considerados os melhores alunos de entre todos os nossos finalistas do ano lectivo passado. página 10

Rádio Watts - Uma Rádio em construção radiowatts.blogspot.com participa, liga-te a ela, é a rádio da tua escola


[OPINIÃO, CRÍTICA]

ESCOLA VIVA DEZEMBRO 2009

EDITORIAL

Vamos crescer...

A POLÍTICA TAMBÉM É PARA NÓS?

Todos os dias, quando ligamos a televisão bombardeiam-nos com as mais variadas notícias acerca da vida política do nosso país. São, muitas vezes, promessas políticas que já nos saturam, uma vez que a maior parte delas não são cumpridas. E todos nós nos perguntamos: “Se fossemos políticos seríamos assim como eles todos?” A nossa resposta é bastante óbvia: “Eu faria muito melhor”. Infelizmente, a política é apenas para os mais maquiavélicos! É quase impossível um jovem interessar-se pela vida política e passar uma tarde a ver um debate na Assembleia da República. Eu admito que não tenho paciência. E porquê? Não é por achar tais debates desinteressantes, mas não consigo ver muita verdade nas frases de toda aquela gente. Podem até fazer um grande discurso, mas no final vemos que tudo o que foi dito é impossível de realizar. Sinto que todos os jovens também sentem o mesmo que eu. Se tudo continuar na mesma, quem irá governar o nosso país? Vão os que estão interessados no poder e no dinheiro, como já hoje se faz. Os jovens não sentem interesse pela vida política. Bem, já se podem interessar se isso significar poder e ascensão social. Mas, não é só nas classes etárias mais novas que este desinteresse se sente, pois nos adultos já começámos a notar alguma desmotivação pela vida política do país. Quando ligam a televisão e ouvem os políticos falar da crise pela milésima vez e nas medidas que têm para alterar o rumo económico do país, mudam de canal, pois estão fartos de incompetência e mentira. São poucas as pessoas que sentem que devem ir para a política para melhorar a vida da população a sério. Vemos poucos políticos nos telejornais com ideias verdadeiramente boas para mudar o rumo deste velho país. E eles próprios já se devem sentir cansados de lutar contra tanta mentira no mundo da política. É normal que com este cenário bastante negro ninguém deseje entrar neste mundo, pois será visto como mais um que estará a enganar o povo, mesmo que não seja essa a sua intenção. Digo isto porque ao ouvirmos uma conversa entre pessoas de mais idade ouvimos sempre o mesmo: “Eles são todos iguais!” Com este cenário negro, qual é o jovem que deseja entrar neste mundo? Para mim é óbvio: muito poucos, senão nenhuns. Poucos são aqueles que se conseguem motivar para passar uma vida a ouvir falar mal deles próprios. Por isso é caso para deixar aqui um conselho aos mais novos: “És maquiavélico e desejas ter uma vida sem problemas económicos e com prestígio social, então entra para a vida política, pois esta é a ocupação mais lucrativa que podes ter”. Tenho pena de ter esta perspectiva sobre a vida política, mas infelizmente os nossos políticos fazem por isso. Cláudio Guerreiro 12º D

Nas últimas décadas, a Escola Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves – Odemira tem feito um caminho ascendente, na criação e afirmação de uma imagem associada à qualidade, ao prestígio e ao reconhecimento público. Habituamo-nos a crescer, seja pela procura crescente dos alunos no concelho, seja pelas práticas e experiências inovadoras que desenvolvemos, seja pelos projectos que abraçamos e prémios que recebemos. Também poderíamos falar do contributo que demos aos jovens que ingressaram em instituições do ensino superior e nelas têm feito percursos felizes e acedido a oportunidades de trabalho que souberam conquistar. Acompanhando esta dinâmica, também os recursos humanos desta instituição souberam evoluir, estando sempre à altura dos desafios com que nos fomos deparando. Profissionalismo, desempenho, responsabilidade, cultura de escola poderão ser algumas das causas para a nossa performance. Ao longo destes 23 anos, alojados no actual edifício que testemunha o nosso desenvolvimento, fomos-lhe também conhecendo algumas mazelas, próprias da idade, do desgaste e do pulsar da vida que entre as suas paredes tem brotado. É para nós uma grande prenda de Natal o projecto de requalificação do nosso Estabelecimento de Ensino. O projecto é ambicioso, dadas as

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José Alexandre Seno Luís Director

profundas alterações no recinto físico da escola e as mais valias que trará em termos de ampliação e criação de novos espaços e consequente reequipamento dos mesmos. Apesar do transtorno que a sua realização provocará, a sentir a partir de meados do ano de 2010, valerá com certeza a pena o sacrifício. Noutra dimensão, a realização da Avaliação Externa da nossa Escola é, também ela, uma oportunidade de crescimento. Espera-se que ela contribua para um melhor conhecimento da nossa comunidade escolar enquanto serviço público de educação, promova a nossa autonomia e crie um momento formal de sistematização sobre a qualidade das práticas que desenvolvemos e dos resultados que alcançamos. Potencia-se, igualmente, a possibilidade de podermos confrontar uma visão exterior com as perspectivas que resultam dos nossos dispositivos de autoavaliação da escola. O Natal é também uma oportunidade de crescimento, enquanto pessoa. O realçar de valores como a família, a partilha, a união deverão estar bem patentes nesta quadra que se aproxima. Que todos saibam promover estes princípios e outros associados a esta época natalícia que se avizinha. Feliz Natal e um 2010 pleno de crescimentos …

A política também é para nós?

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pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa nos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguer, do sapato e do remédio depende das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.” Bertold Brecht O texto acima referido, apesar de ter sido escrito há mais de quarenta anos, expressa uma realidade no Portugal de hoje: a ignorância política dos portugueses e a ideia que eles têm sobre os políticos. Assiste-se a uma descrença constante nas instituições políticas e nos políticos, demonstrada pelas elevadas taxas de abstenção dos últimos actos eleitorais e explicada pelo facto das pessoas não concordarem com a

Ana Catarina, 12ºA

actuação dos políticos, designadamente o não cumprimento das suas promessas eleitorais. É importante analisar a crescente ausência dos jovens (e não só) na vida política do país. Hoje em dia, a maioria dos adolescentes não tem consciência dos seus direitos e deveres como cidadãos, e algumas vezes, quando aos 18 anos têm o direito de votar, não possuem um conhecimento sobre as instituições e as ideologias / programas dos diversos partidos políticos. Alguns deles (e não só) são da opinião de que não deverão votar, pois os políticos são uns corruptos. A não intervenção dos jovens na vida política, também é explicada pela actu-

ação dos políticos ao não solucionarem os problemas da sociedade. O exercício da cidadania nos jovens deve ser um valor a incutir nas escolas, potenciando atitudes críticas e reflexões para com a sociedade que os rodeia. Também é importante a alteração dos conteúdos programáticos de algumas disciplinas, no que se refere a aspectos políticos e históricos de Portugal, de modo a incutir nos jovens o gosto pela política. Deverá existir uma maior abertura dos órgãos políticos à sociedade, designadamente a nível local, por exemplo a Câmara Municipal e a Assembleia Municipal, de forma a conseguir-se um envolvimento dos jovens na vida política.

É importante salientar a realização de iniciativas, como a do Parlamento dos Jovens, que conta anualmente com a participação cívica de muitos adolescentes, que debatem de uma forma calorosa as suas ideias políticas. Esta iniciativa mostra-nos que a política, quando vai ao encontro dos jovens, leva-os a exercer a sua participação cívica, envolvendo-se na vida política. Na minha opinião, a política é um meio para que haja democracia e os políticos existem para servir os interesses dos cidadãos. Os jovens deverão ter um conhecimento da vida política do seu país e não devem ser da opinião que pertencer a um partido A ou B representa um “tacho”. Os jovens, desde cedo, deverão exercer os seus direitos e deveres como cidadãos, participando na vida política, pois no futuro, serão os cidadãos ou até, quem sabe, os políticos do seu país, contribuindo para a mudança do mesmo e da ideia do que é ser político em Portugal.


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[NOTÍCIA, REPORTAGEM, OPINIÃO]

ESCOLA VIVA DEZEMBRO 2009

SETEMBRO, 2009, EUR0PEAN UNION CONTEST FOR YOUNG SCIENTISTS, PARIS

Foi uma experiência única nas nossas vidas Francisco Silva Vanessa Reis, 12º A

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uando em Lisboa, no XVII Concurso Nacional para Jovens Cientistas e Investigadores chamaram o segundo classificado ao palco, nós perdemos toda a esperança que tínhamos de podermos levar algum prémio deste concurso. Mas, quando menos esperávamos, o nosso projecto foi chamado ao palco para receber o primeiro prémio. Fomos invadidos por uma mistura de sensações. No caminho para o palco, saúda-nos comovida a professora Paula Canha. Mal podíamos acreditar que tínhamos ganho, para além do prémio monetário, o privilégio de participar no EUCYS (European Union Contest for Young Scientists) em Paris. Passámos seis dias inesquecíveis. Conhecemos participantes de todas as nacionalidades: desde os vizinhos espanhóis até aos japoneses e aos chineses. Tivemos a oportunidade de conhecer os pontos mais emblemáticos de Paris: subimos à Torre Eiffel, passeámos pelos Champs Elysées, conhecemos Notre Dame, e Sacre Coeur. Ex-

A POLÍTICA TAMBÉM É PARA NÓS?

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ca”, encontramos, em primeiro lugar, que se trata da ciência

ou arte de governar. Se continuarmos a ver os diferentes significados da palavra, podemos, a certa altura, encontrar as palavras “astúcia” e “maquiavelismo”, portanto, a política é também a arte da persuasão. Mesmo que vista apenas neste ponto de vista, será que a política não é para nós? Eu digo que sim! Por vezes, à hora do jantar, passa na televisão alguma campaperimentámos ainda jantar nas alturas à la Tour Eiffel, regalia da qual não se pode desfrutar todos os dias. Apesar de todas estas novas experiências, a nossa estadia em Paris não se resumiu a passeios. Todos os dias tínhamos de estar prontos para ser confrontados pelos temidos júris que andavam de projecto em projecto a fazer perguntas. As suas fitas pretas com o cartão identificati-

vo ao pescoço distinguiam-nos dos visitantes da feira de ciência. Entre um e outro júri gozámos intervalos nos quais conhecemos os outros projectos, divertimo-nos com novos amigos, e, aproveitávamos ainda para retocar alguns pontos no nosso inglês para que, com o júri seguinte, a entrevista corresse melhor do que a anterior. Na cerimónia final de entrega

dos prémios, os nervos da ansiedade por ganhar algo foram substituídos por boa disposição. Um espírito memorável vivido por todos os participantes. Congratulámos os espanhóis e festejámos com eles pelos dois prémios que receberam como se tivéssemos sido nós a ganhálos. Foi uma experiência única nas nossas vidas que nunca esqueceremos.

de política, peço ao meu pai que me dê detalhes, ao que ele me responde que “ainda não tens de te preocupar com isso, ainda és muito nova”. Sei que ele não é o único a dizer isto, aliás, um dos problemas dos adultos é, em certas ocasiões, dependendo do que mais lhes convém, dizer-nos que somos demasiado jovens para algo. Mas estão errados, é bom que desde cedo vamos “recebendo” informação sobre política, para que nos seja possível construir ideias e defendê-las e para que possamos identificar o partido com ideais mais próximos dos nossos, e, deste modo, defendê-lo. A fim de promover a educação para a cidadania e o interesse República, em colaboração com outras entidades, organiza o Parlamento dos Jovens. A existência deste Parlamento é uma prova de que a política também é para nós, pois de contrário, não se organi-

Vanessa Viegas, ex-aluna

zaria tal evento tanto a nível de Escola Básica como de Escola Se-

Pela terceira vez consecutiva, alunos da nossa escola foram aos EUA participar numa feira de ciência e, tal como nos anos anteriores, voltaram com prémios. A Vanessa conta-nos a seguir como foi a participação da nossa escola na I-SWEEEP de 2009, em Houston, Texas. se dividiram em dois grupos: o nosso foi para a Rice University e o outro foi para um Museu. Na universidade, os professores mostraram um power point e falaram sobre os alunos e os estudos. Era um edifício enorme, com espaços verdes, esquilos à solta e tudo muito bonito. No final fomos apanhar o autocarro para o Hotel. O DIA MAIS NERVOSO No quarto dia foi a vez de o júri avaliar os nossos projectos. Talvez tenha sido o dia em que estivemos mais nervosos, pois queríamos apresentar o nosso projecto da melhor forma para impressionar o júri. Quando chegou o primeiro, o nervosismo ainda foi maior. O júri foi cumprimentar-nos, começámos a explicar o projecto e respondemos às perguntas que ele fez. À medida que o diálogo avançou, sentimo-nos mais à vontade e o nervosismo desapareceu. Ao longo do dia apareceram vários júris e com o tempo já nos sentíamos à vontade. De início tínhamos receio de serem pessoas muito sérias, sem grandes conversas. No entanto, verificou-se o contrário. Eram pessoas muito simpáticas e interessadas nos trabalhos. Disseram que tinham gostado muito

nha eleitoral de um partido conhecido, e eu, como pouco entendo

dos jovens pelo debate de temas da actualidade, a Assembleia da

Medalha de Bronze e Menção Honrosa nos EUA para a nossa Escola

Depois de várias horas de voo e de poucas horas de sono, finalmente chegámos a Houston, Texas (Estados Unidos). Apanhámos o Táxi e fomos a caminho do Hotel. Já neste curto espaço de tempo começávamos a ficar entusiasmados, pois era tudo um pouco diferente de Portugal. No Hotel arrumámos as coisas e fomos descansar. No dia seguinte, acordámos cedo para o pequeno-almoço e fomos logo para o pavilhão onde se iria realizar a feira de ciência, para montar o projecto no nosso stand. Ao mesmo tempo foi possível conhecer pessoas novas de praticamente todos os cantos do mundo e ajudarmo-nos uns aos outros. CERIMÓNIA DE ABERTURA Depois do almoço, estava na hora da cerimónia de abertura. Uma pessoa de cada país foi ao palco com uma bandeira, cantámos, dançámos e convivemos com todos. Na manhã do terceiro dia, foi a visita do público. As pessoas iam de stand em stand e faziam perguntas. De vez em quando, íamos ver os outros projectos (que eram bastante interessantes) e era mais uma oportunidade para comunicarmos com os outros. Depois do almoço, todos

o pegarmos num dicionário e procurarmos a palavra “políti-

cundária, no qual os Deputados, designadamente a Comissão e Ciência, participam. Para fazer política, temos de ter ideias, ideias estas que quando são confrontadas têm de ser definidas, e para as defender há que saber argumentar, e saber argumentar é algo de que não precisamos apenas quando somos adultos. Por vezes, para que os nossos pais nos autorizem a, por exemplo, a ir a algum sítio com dos nossos projectos, que eram trabalhos muito bons e para continuarmos a trabalhar. Até deram “dicas” para melhorarmos alguns aspectos. À noite, já no Hotel, participámos num evento social, ou seja, numa troca de ideias, palavras, contactos, lembranças, etc. com os outros estudantes. Também se fizeram jogos, cantou-se e dançaram-se músicas de outros países. No quinto dia, fizemos uma visita à NASA. Foi interessante ver as várias naves e instrumentos que se utilizam para ir à descoberta do espaço. Também vimos filmes informativos e no final tivemos tempo para comprarmos umas lembranças. OS PRÉMIOS À tarde, passámos novamente por um momento de nervosismo: a entrega de prémios. Naquela sala enorme estavam os estudantes todos na esperan-

ça de receberem algum prémio. Começaram por entregar os prémios aos juniores e só depois é que passaram para os seniores (a nossa categoria). Vimos os prémios a serem entregues e, quando menos esperávamos, chamaram os nossos nomes. Ficámos contentíssimos e fomos ao palco recebê-los. No sexto e, com muita pena nossa, último dia, desmontámos os projectos e ficámos com o resto do dia para conhecermos um pouco melhor Houston. Resumindo, podemos dizer que foi uma experiência maravilhosa. Para além de termos aprendido coisas novas, termos “crescido” mais, termos conhecido pessoas e culturas novas, ainda trouxemos uma medalha de bronze e uma menção honrosa para Portugal, o que nos deixou muito felizes.

os amigos é necessário que nós, jovens, argumentemos, pois, caso contrário a única resposta que recebemos é um «NÃO!». Sendo todos diferentes, com gostos diferentes, haverá os que gostam de política e os que não gostam, tal como eu, mas lá que a política também é para nós, lá isso é.

Patrícia Jacinto, 12ºC


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ESCOLA VIVA DEZEMBRO 2009

[PÁGINA DO CENTRO NOVAS OPORTUNIDADES]

“NOVAS OPORTUNIDADES” UMA OPORTUNIDADE ÚNICA PARA TODOS O Programa “Novas Oportunidades” é uma iniciativa que aposta na qualificação da população portuguesa, sendo considerado de importância extrema para o crescimento económico e para a promoção da coesão social. Esta iniciativa assenta num modelo em que o objectivo é a qualificação de jovens e adultos ao nível do ensino secundário (12º ano de escolaridade), preconizando esta iniciativa dois pilares fundamentais para a concretização dos objectivos: o ensino profissionalizante de nível secundário para combater os elevados níveis de insucesso e de abandono escolar existentes, sendo promovidos para tal cursos técnicos e profissionalizantes; a elevação da formação base dos activos a fim de dar uma nova oportunidade para recuperar, completar e progredir nos seus estudos, a todos aqueles que entraram na vida activa com baixos níveis de escolaridade.

cola Secundária Dr. Manuel Gonçalves Candeias, integrado numa turma de São Teotónio. Foi no fundo uma experiência gratificante e enriquecedora, que me permitiu a conclusão de algo que fui adiando durante largos anos devido a uma permanente falta de tempo e oportunidade. Trabalhar sobre um referencial bastante exigente e abrangente, que por vezes me confundiu, não foi uma tarefa fácil; compreender este referencial da forma como ele se apresentava, tornou-se no fundo em algo de substancialmente difícil tanto para os formandos como para os formadores. O facto de ter ocorrido uma mudança de formadores

estou inserido. Poderei afirmar que este processo despertou em mim um misto de conhecimentos e sentimentos, que são indissociáveis pelo facto de ter necessariamente sido obrigado a recordar e relembrar muitas situações que julgava esquecidas e apagadas da minha memória. Conforme já referi, este processo apresenta-se bastante exigente e bem estruturado, onde o processo de cada formando é diferente, reflectindo o percurso pessoal de cada um e permitindo que a abordagem das Competências-Chave, sejam de igual forma diferentes. Assisti ao longo do meu Processo de Reconhecimento e Validação de Competências, à desistência de um número substancial de colegas devido à falta de tempo e outros pelas dificuldades que julgaram in-

OLÁ A TODOS! Cá estamos para mais um ano lectivo, e isso também é válido para o Centro Novas Oportunidades (CNO) desta Escola. E ano novo significa caras novas! É verdade, apesar de alguns elementos se manterem a trabalhar no CNO, outros juntaram-se à equipa e estão já completamente integrados e prontos para todo o trabalho a desenvolver junto da população que pretende obter mais qualificação escolar e/ou profissional. Continuamos a percorrer o nosso bonito concelho, do interior ao litoral e de Norte a Sul, a fim de todos poderem ter as mesmas oportunidades. É claro que para tal, contamos, como sempre, com as Juntas de Freguesia, Associações e outras Escolas que nos têm ajudado no desenrolar de todas as etapas de intervenção do CNO. A todas elas um MUITO OBRIGADA! E a todos os que pretendem ser ajudados na obtenção de mais escolaridade, podem procurar-nos directamente na sede do CNO, sito na Escola, na nossa página de internet ou nas Juntas de Freguesia das localidades do concelho de Odemira e também em Cercal do Alentejo. A todos, desejo um bom ano de trabalho! Estela Baptista

FORMAÇÃO COMPLEMENTAR NA ZAMBUJEIRA DO MAR

Para medir e certificar as competências adquiridas em contextos não formais e informais, foi desenvolvido um profundo e consistente Sistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências. Ouvimos por vezes comentários sobre o Programa “Novas Oportunidades”, traduzindo-se os mesmos numa ideia errada de que o programa se limita a conceder certificados de forma facilitada. Essa mesma opinião muda facilmente quando esses mesmos críticos têm a oportunidade de aceder ao Referencial de Competências-Chave do mesmo. O Programa “Novas Oportunidades” é algo que engrandece e enriquece todos aqueles que a ele aderiram ou eventualmente venham a fazê-lo, reflectindose futuramente estes valores no país ao qual pertencemos. Vem no fundo dar uma última oportunidade a todos aqueles que pelos mais diversos motivos não conseguiram completar os seus estudos. Não poderão os candidatos esperar facilidades, nomeadamente a nível das exigências do referencial do ensino secundário, que não são barreiras intransponíveis, desde que haja atitude, muito trabalho e acima de tudo uma grande força de vontade. Tive a oportunidade, como activo, de concluir o ensino secundário, através do Centro Novas Oportunidades da Es-

a meio do processo, associado a fazer uma abordagem a uma língua estrangeira da qual não fiz uso corrente durante largos anos, também não se afigurou muito fácil. Independentemente do que atrás referi, foi para mim uma experiência única e inesquecível sobre as mais diversas vertentes e que por certo me marcará para o resto da minha vida. Ao longo de todo o processo, nomeadamente na construção do PRA (Portefólio Reflexivo de Aprendizagens), mais do que reflectir sobre mim e sobre a sociedade onde estou inserido, acabei por verificar que no fundo os conhecimentos que tinha eram bem mais importantes e valiosos do que eu imaginava; simultaneamente, foram bem vastos, os conhecimentos que fui adquirindo ao longo do processo. Ao percorrer durante o processo, todas as fases da minha existência, reflecti e aprendi com algumas experiências pelas quais passei e que na altura me pareceram sublimes; no fundo quando dei por mim, tive alguma dificuldade em conter o meu entusiasmo ao relembrar todas as situações em que me fui vendo envolvido ao longo da vida, quer no âmbito familiar, profissional, associativo e mais do que tudo isso associar todas essas experiências e situações à sociedade em que

transponíveis e assisti também ao esforço titânico de outros para quem a conclusão do ensino secundário se tornava imprescindível para a progressão na carreira profissional. Deixam-me triste, aqueles que desistiram, pois também eu tive que lutar de alguma forma com a falta de tempo e as demais dificuldades; fazendo sacrifícios da mais diversa natureza, que conduziram a que tenha obtido com essa atitude, o objectivo que desejava. Nenhum objectivo que tenhamos na vida está isento de dificuldades, temos sim que aproveitar as oportunidades e contornar de forma objectiva essas dificuldades, mesmo que tenhamos de fazer alguns sacrifícios. No fundo, “querer é poder”, como tal para todos os que pelos mais diversos motivos não puderam completar o ensino secundário, não deverão hesitar nem ter medo, aproveitando a oportunidade que lhes é oferecida pelo Programa Novas Oportunidades. José Gregório

Foi para mim uma experiência única e inesquecível sobre as mais diversas vertentes e que por certo me marcará para o resto da vida.

Um grupo de adultos da Zambujeira do Mar frequentou as sessões de formação complementar do nível básico, de 12 de Outubro a 6 de Novembro de 2009. O grupo de adultos participou em sessões de formação nas áreas de Linguagem e Comunicação e Matemática para a Vida que decorreram nas instalações da Junta de Freguesia daquela localidade, em horário pós-laboral, três dias por semana. A formação faz parte do processo de validação de competências do

OS ADULTOS RESOLVERAM! AGORA É A VOSSA VEZ... DESAFIO Três irmãs Alda, Berta e Carla fizeram-se à vida e arranjaram cada uma o seu trabalho: uma era Arquitecta, outra Bancária e a terceira Cozinheira. Depois casaram com o Sr. Abel, O Dr. Bastos e com o Carlos. Nenhuma das primeiras letras do seu nome ou apelido ou das profissões corresponde – portanto o Sr. Abel não está casado com a Alda e ela não é Arquitecta. Se a esposa do Carlos não é bancária quem casou com quem? Soluções na próxima edição

nível básico a que os adultos se propuseram, no âmbito das Novas Oportunidades. No concelho de Odemira um dos maiores de Portugal e da Europa, o nível de escolaridade de pessoas adultas é muito baixo. O aparecimento deste sistema de validação de competências dos Centros Novas Oportunidades, como o da Escola Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves, veio facilitar aos adultos a valorização das suas experiências de vida. Grupo NB de Zambujeira do Mar Matemática para a Vida Parece simples de fazer Explicada pela Professora Dina Com muita calma a rever É muito atenciosa Para a Matemática explicar É pena ser pouco tempo Estamos todos a gostar Um grupo que mostra interesse Até na Linguagem e Comunicação Também deu para aprender Explicado pela Professora São São duas Professoras Com calma e muita simplicidade É pena ser pouco tempo Não dá para aprender “de verdade” Gosto muito da escola Penso ainda continuar Aprender muito mais Para as crianças poder ajudar Maria da Graça Rebelo Silva Grupo NB – Zambujeira do Mar Sinceros agradecimentos das formadoras Dina Silva e Maria Encarnação Silva.


[NOTÍCIA, REPORTAGEM]

ESCOLA VIVA DEZEMBRO 2009

CURSOS PROFISSIONAIS

Técnicos de Turismo foram os primeiros a terminar a maratona de três anos O Curso Profissional de Técnico de Turismo foi o primeiro profissional a ser criado na escola, no ano lectivo de 2006-2007. A turma arrancou com 23 alunos, tendo apenas “perdido” o Marco, porque foi viver para a Alemanha. A primeira Directora do Curso, professora Natércia Rocha, criou as bases para o sucesso deste curso, e em conjugação de esforços com a Directora de Turma, professora Elvira Pereira, procurou criar um envolvimento empenhado dos professores do Conselho de Turma e implicar os alunos no seu próprio processo formativo, consciencializando-os para o exercício de uma profissão no sector do Turismo.

Embora as expectativas tenham, assim, sido legitimamente colocadas num nível elevado, a partir do segundo ano, em que assumi a Direcção do Curso, defrontámo-nos com um obstáculo que começou a dificultar o seu normal funcionamento – a colocação de docentes das disciplinas da formação técnica atempadamente não imputável á escola, porque dependia dos concursos autorizados pelo próprio Ministério da Educação. Por outro lado, algumas regras restritivas no lançamento dos horários destas disciplinas a concurso, aliadas à elevada carga horária das mesmas, dificul-

taram o cumprimento, em cada ano, do plano de leccionação dos módulos previstos. Com um elevado espírito de colaboração e sacrifício pessoal entre os professores que integraram as equipas de ambas as turmas do curso (em 2007-2008 iniciou-se uma segunda turma neste curso, cuja Direcção de Turma é assegurada pelo professor Fernando Almeida), foi sendo possível minorar este problema com recurso a trocas e permutas, que permitiram ir antecipando algumas aulas até à colocação dos colegas que iriam leccionar as disciplinas da formação técnica. Também da

parte dos alunos, foram dadas imensas provas de responsabilidade e maturidade, pois compreenderam o que estava em causa e, revelando disponibilidade para esses reajustamentos/ compensações, por diversas vezes se disponibilizaram a ficar até mais tarde ou ocupar algumas tardes livres. Tem sido portanto este conjugar de esforços e boas vontades que tem contribuído para que, este ano e certamente no próximo também, a formação destes alunos possa ser feita com sucesso. Este ano lectivo vai, portanto, concluir-se o primeiro ciclo de

Sob minha orientação, exaluna e actual Psicóloga da escola, o Gabinete de Psicologia e Orientação é um espaço aberto a toda a comunidade escolar (alunos, professores, auxiliares e encarregados de educação), que se encontra a funcionar na Sala B2, do Bloco B, Segunda e Terça Feira, durante todo o dia e Quarta-Feira na parte da manhã. Este espaço pretende essencialmente apoiar os

alunos pelos mais variados motivos: dificuldades na aprendizagem, falta de motivação para a escola e para o estudo, sentimentos negativos em relação a si próprio ou aos outros, confusão de pensamentos, indefinição de sentimentos, isolamento, stress, ansiedade, depressão, problemas familiares, medos, dificuldade em construir um projecto de vida, em definir o passo seguinte. No fundo, pretende-se en-

contrar respostas, esclarecer dúvidas e inquietações, em conjunto, analisando todos os intervenientes, interesses, caminhos possíveis, barreiras e optimizadores com vista à obtenção de um bem-estar interior. Para além do apoio individual, também encontrará neste Gabinete uma orientação vocacional e/ ou profissional que lhe permitirá esclarecer dúvidas relativamente ao seu perfil

Gabinete de Psicologia e Orientação está no Bloco B

estudos – triénio 2006/2007 a 2008/2009 – sendo que se antevê que a grande maioria destes alunos tenha concluído a totalidade dos módulos de formação nas diversas disciplinas e que, pelas óptimas informações de que dispomos, a sua Formação em Contexto de Trabalho (estágio profissional nas empresas) está a ser um motivo de orgulho para os próprios alunos, para os seus professores e para a própria escola, que assim cumpre uma das suas finalidades com estes cursos, que é a de formar quadros habilitados e com competências na área da actividade turística, e que realmente constituam uma mais valia para as unidades hoteleiras e turísticas da nossa região. A prova dessa satisfação pelo seu desempenho é que imensos convites lhes têm sido feitos no sentido de, após acabarem o seu estágio profissional, poderem ficar a trabalhar nessas mesmas empresas. Numa região como a nossa, com imensas potencialidades num turismo de qualidade e em clara expansão, a formação de técnicos especializados neste sector vai certamente contribuir para elevar ainda mais o prestígio deste destino turístico no nosso país e no mundo.

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TECHNICIEN DE TOURISME, DEUXIÈME ANNÉE

“On pense que le Cours de Technicien de Tourisme est un cours très positif”

Nous sommes deux élèves du « Cours Professionnel de Technicien de Tourisme » et nous avons décidé d’écrire un article en français pour le journal de l’école où nous irons parler de notre cours professionnel. Nous avons commencé en 2007/2008, c’est donc notre deuxième année et on va terminer en 2009/2010. Notre cours a douze matières et un stage : Portugais, Anglais/Français, Allemand, E. physique, TIC, Géographie, Histoire de l’art, Aire d’ Intégration, Techniques de Communication, Tourisme - Information et Animation Touristique, Operations Techniques dans les Entreprises Touristiques, Mathématique, Formation en Contexte de Travail. On pense que le Cours de Technicien de Tourisme est un cours très positif dont le bilan jusqu’á maintenant est aussi positif. Les expectatives des professeurs et des élèves sont aussi très bonnes, vu que dans cette zone de la côte « Vincentina » sont en train de se développer beaucoup de projets dans le secteur touristique, et ça c’est bon pour nous les élèves parce qu’on pourra trouver un stage plus facilement et c’est bon aussi pour trouver du travail car ces unités d’hôtellerie on besoin de gens pour travailler. En outre, on est dans une zone privilégiée, nous avons un vaste ensemble de choses, comme par exemple : la nature, les plages, le soleil, la gastronomie et la sympathie de la population. Tout se passe bien jusqu’á présent avec le cours, la troisième année est déjà en stage, et l’année scolaire est presque José Trindade, professor Director de Curso finie pour la deuxième année du cours. Les élèves se montrent intéressés et motivés, les uns plus que les autres, mais en général ils sont tous très engagés et satisfaits pour faire partie du Cours Professionnel de Tourisme. profissional, às áreas proFabiana Conceição, Fábio Quitério fissionais mais adequadas, C.P. Turismo à oferta formativa existente e condições de ingresso no ensino superior, isto para os alunos que pretendem prosseguir estudos. Para os alunos que pretendem ingressar no mundo do trabalho, também é realizado um trabalho de procura de emprego, com exploração e aplicação de técnicas de procura de emprego. Neste espaço também se poderá encontrar acesso a informação relativa às várias universidades e institutos de ensino superior do nosso país, que se poderá consultar livremente. Poderá entrar em contacto com a Psicóloga responsável através do e-mail do gabinete gpo.eso@gmail. com,através da plataforma moodle da escola ou simplesmente bater à porta, que estará sempre aberta para receber qualquer elemento da comunidade educativa! Sara Horta, Psicóloga


[PÁGINA DA BIBLIOTECA]

ESCOLA VIVA DEZEMBRO 2009

“No Egipto, as bibliotecas eram chamadas “Tesouro dos Remédios da Alma”. De facto é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.” Jacques Bossuet. A Biblioteca da nossa escola está integrada na Rede de Bibliotecas Escolares desde 2005. Este foi um momento determinante, pois ultrapassamos o mero estatuto de centro de recursos, passando a ser um pólo de conhecimento, fazendo jus às directrizes do Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares. Assim, a nossa biblioteca tem várias funções: informativa; educativa; cultural e recreativa. Para que tais funções possam ter ampla consecução, um dos objectivos é dispor de recursos diversificados e adequados a diferentes escalões etários. Para além disso, pretende-se criar um espaço acolhedor onde todos os membros da comunidade educativa (e não só) podem ter acesso a variadas fontes de informação e equipamentos.

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incentivado. A “alma mater” da BE é a sua equipa, constituída pelos seguintes elementos: Natércia Rocha (Prof. de Inglês/Alemão); Clara Almeida (Prof. de Português); Luísa Branquinho (Prof. de Economia e Contabilidade) ; Mário Louro (Prof. de Artes Visuais); Jorge Mendes (Prof. de Filosofia); Agostinho Coelho (Prof. de Matemática); Rosário Martins e Ana Teresinha (Assistentes Operacionais). Esta equipa coesa e diversificada é o rosto da nossa biblioteca, tendo como principais objectivos, optimizar e ampliar os recursos existentes, bem como transformar este local num espaço onde várias literacias se entrelaçam e desenvolvem.

Professora Natércia Rocha

Mas todos os espaços necessitam de “alma”, que é sempre conferida por todos aqueles que persistem em, diariamente, dar muito de si, proporcionando a todos os utilizadores, um ambiente facilitador de novas aprendizagens, onde o lúdico não é esquecido, mas

Mês Internacional das Bibliotecas Escolares Em Outubro, celebrou-se o “Mês Internacional das Bibliotecas Escolares”. À semelhança de anos anteriores, assinalamos o evento com várias iniciativas.

entusiástica, destacando-se individualmente a aluna Anusca Kirsch, do 11 º C, por ter participado em todos os passatempos, assim como a sua turma, pelo número de prémios conseguidos.

Ao longo do mês foram distribuídos marcadores personalizados a todos aqueles que requisitaram livros. Para além disso, realizaram-se ainda passatempos sobre temáticas variadas, tais como: “As Bibliotecas do Mundo”, “Autores Diversos”. A participação foi “A leitura é uma necessidade biológica da espécie. Nenhuma tela e nenhuma tecnologia conseguirão suprimir a necessidade de leitura tradicional.” Umberto Eco

“Amigos da Biblioteca”

És um leitor voraz (ou talvez não)? Gostarias de saber mais sobre o funcionamento da nossa biblioteca e participar nas actividades que promovemos? Junta-te aos “Amigos da Biblioteca”!

Esta iniciativa pretende reunir grupos de alunos com gostos diversificados e motivação para trabalhar em equipa, nos diversos eventos organizados ao longo do ano lectivo. Informa–te na biblioteca!

Eles Chegaram...

Após insistentes pedidos, sugestões e até exigências dos nossos dedicados leitores, adquirimos (finalmente), toda a “Saga da Luz e Escuridão”, de Stephenie Meyer. Esta saga é constituída por quatro livros: “Crepúsculo”; “Lua Nova”; “Eclipse” e “Amanhecer”. A história de amor entre um vampiro muito especial, Edward Cullen, e uma adolescente como muitas outras, Bella Swan, tem apaixonado multidões de ávidos leitores em todo o mundo. Se te quiseres juntar a esta legião de fãs, já podes requisitar os livros na nossa biblioteca. Entretanto, estreou a 26 de Novembro, o segundo capitulo da saga, intitulado “New Moon”, do qual te apresentamos o poster. Boas leituras...e bom filme!

A Sétima Arte

Em 24 de Junho de 1929, pela mão da professora Seomara da Costa Primo, teve a sua estreia em Portugal, no Liceu Maria Amália, o recurso ao cinema como veículo educativo. Não resistimos a reproduzir um excerto do artigo que a mesma professora publicou no suplemento “Cinéfilo” do jornal “O Século” e que reproduz a lição proferida em 24 de Junho precedendo a projecção. “E, se é hoje, um precioso instrumento de aquisição de conhecimentos o cinema aplicado às ciências, de que valor inestimável não será ele então, quando instalado num estabelecimento de ensino, vem, como elemento insubstituível e em momento oportuno, reforçar uma descrição geográfica, sintetisar um facto histórico, alargar conhecimentos artísticos firmando no espírito do aluno a impressão que o professor lá deixou? E é tam valiosa a sua acção como cúpula de todo este complicado e ingrato edifício educativo que, nos centros educativos mais cultos e mais avançados, lá está o cinema ajudando, concluindo e completando a acção do educador. Assim o compreendeu a Reitora que foi deste liceu –Srª D. Joselina Tocha – fazendo adquirir um aparelho de projecções que vários contratempos – com pena o digo – impediram de utilizar então, cabendo-me hoje a honra de o inaugurar.” Ontem, como hoje, o apelo à utilização dos audiovisuais no ensino, cinema incluído, tem vindo a inscrever-se de modo cada vez mais insistente na lista das inovações pedagógicas. Há, claro, um abismo entre o apelo à utilização desses meios, algo que não pode deixar de merecer a nossa concordância, e o seu uso efectivo na prática educativa. Não é apenas a dificuldade, muitas vezes sentida, em encontrar e saber para que servem os botões do “ON” do “OFF” e do “REPLAY”.

Há todo um mundo de implicações pedagógicas, didácticas, científicas,até ao nível da sua utilização como “complemento” do currículo, mas também um mundo menos óbvio ligado às “fábricas de sonhos” que exigiria “intérpretes” muito qualificados da linguagem dos filmes em toda a amplitude dos seus dialectos. Acontece que o trabalho que se tem vindo a desenvolver neste campo, na escola e também na Biblioteca escolar, não é feito por sólidos cineclubistas ou por analistas perspicazes dos géneros cinematográficos, conhecedores competentes da história, das técnicas, das teorias e das correntes estéticas, numa palavra peritos no estado da arte cinematográfica. É a consciência desta situação que nos anima a desenvolver na Biblioteca um trabalho que,partindo do reconhecimento do enorme potencial do cinema para a aprendizagem, procura criar as condições que permitam uma progressiva “alfabetização cinematográfica” (ou audiovisual, se preferirem) e um uso mais frequente de um recurso que é ainda em muitos casos subestimado ou apenas entendido como mero entretenimento. Intervimos, assim, a níveis muito diversos. Da definição de uma política de aquisições à pesquisa e divulgação de recursos associados aos filmes que constituem o já relativamente extenso catálogo à disposição da comunidade educativa, do tratamento e catalogação da “memória audiovisual” da escola à actualização de uma base de dados que permita a consulta on line do catálogo disponível. Concluímos com outro excerto da lição da professora Seomara da Costa Primo. “Que este filme, que inaugura hoje o nosso cinematógrafo, e a que as minhas palavras não conseguiram dar relevo nem sequer deixaram antever o interesse, não fique como único deste género de trabalhos educativos do liceu de Maria Amália Vaz de Carvalho. Antes, pouco a pouco, outros filmes se lhe juntem, apresentados por palavras mais autorizadas e convincentes do que as minhas, trazendo às nossas alunas as belas reconstituições históricas, as novelas salutares e as fábulas, a vida de outros povos e os costumes de outros animais, neutralizando assim beneficamente certo cinema que lá fora numa terra em que se não pensa nas crianças – lhes é fornecido, introduzindo-lhes no espírito ideias falsa, desmoralizadoras e prejudiciais, fruto apodrecido dessa grande escola social – o ambiente – hoje tão ingrato aos espíritos em formação.”

Professor Jorge Mendes


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[NOTÍCIA, REPORTAGEM, OPINIÃO]

ESCOLA VIVA DEZEMBRO 2009

Professor Fernando Almeida apresentou livro na Biblioteca

“São histórias de enredos simples a deambular pela alma do povo mas que, quando calha, como na conversa à lareira que me propus a escrever, acompanho de reflexões sobre o Homem e o Mundo. Mas a conversa é mesmo assim: perde-se ao sabor do momento em reviravoltas imprevisíveis, o mais das vezes inconsequentes, mas quase sempre apetitosas. […] Julgo que acompanham bem com o crepitar do lume num serão tranquilo e harmonioso.” É esta a breve introdução que o Professor Fernando Almeida faz ao o seu primeiro livrinho de histórias intitulado HISTÓRIAS AO SERÃO.

tadas histórias que passam de boca em boca, de geração em geração… histórias que retratam a alma da gente do Norte, da Beira Interior, e da gente Alentejana, do Alentejo Litoral. Cada história tem uma moral e dessa moral podemos retirar um lema de vida. Ao ler Histórias ao Serão maravilhei-me com a história do Zé Tolo. Zé Tolo, como era conhecido, era um simples ovelheiro que, devido aos seus erros, era Neste pequeno livro são con- humilhado por todos… Quan-

do alguém, finalmente, confiou nele, o Zé deixou de ser visto como um tolo. “Sabem, tolo é o que não vê o que todos vêem, mas que muitas vezes vê o que os outros não conseguem ver.” Esta compilação de histórias da alma da gente portuguesa é o culminar de um projecto antigo do Professor Fernando, que o acompanhava desde há muitos anos e que se encontrava guardado na gaveta. Julgo que estas histórias “acompanham bem com o crepitar do lume num serão tran-

quilo e harmonioso” de Inverno, mas também acompanham bem numa noite de Verão ao luar. Então, aqui deixo uma proposta de leitura para as próximas férias. Ah! Não se esqueçam: qualquer um de nós pode escrever um livro de histórias ou realizar um grande projecto. Mas, para que isso aconteça, o nosso projecto tem de ser como uma amante: vai connosco para a cama e não nos deixa dormir. É o conselho do professor Fernando. Isabel Rodrigues, 12º C

Livro de Daniel Sampaio e Margarida Gaspar de Matos foi apresentado na Biblioteca da nossa Escola

Helena Trindade, 12º A

No dia 21 de Outubro de 2009, foi apresentado na nossa escola, um livro da autoria de Daniel Sampaio e Margarida Gaspar de Matos, denominado “Jovens com Saúde – Diálogo com uma Geração”. A apresentação do mesmo esteve a cargo da Drª.Lúcia Canha que contribui para a elaboração do mesmo, num capítulo sobre jovens com deficiência. Estiveram ainda presentes, o director da nossa escola, Dr. José Seno Luís e as enfermeiras Conceição e Celestina. Este livro tem como objectivo o diálogo entre adultos, adolescentes e jovens, uma vez que aborda vários temas na área da saúde e bem-estar, permitin-

do assim responder a algumas questões que muitos jovens e adultos têm sobre temas como violência, Internet, grupo de amigos, sexualidade, família, escola,… Nesta apresentação houve ainda tempo para que de uma forma aberta e esclarecedora houvesse a partilha de ideias

sobre o tema dos jovens e da deficiência entre os intervenientes. Na audiência marcaram presença o Sr. Presidente da Câmara de Odemira, José Alberto Guerreiro, os alunos da APCO e alguns alunos da nossa escola.

TODOS NÓS TEMOS UM PROFESSOR QUE NOS MARCOU

Um menino de 12 anos, acabado de sair da telescola de Cortes Pereiras não é excepção. Ao entrar na Escola Secundária de Odemira (era este o nome na altura), poderia sentir-me deslocado, com dificuldades na aprendizagem, pois, em vez de 5 colegas tímidos e inocentes, passei a ter 30 com as mais variadas personalidades. Mas isso não aconteceu, dado que tive a felicidade de ter como professora de Português, do 7º ao 12º ano, a querida professora Emília Pina. Conseguiu tirar o máximo partido de cada um de nós, incluindo o interesse pela disciplina. Hoje, olhando para trás, posso dizer que foi a professora Mimi que me ensinou a ler. A gostar de ler! Numa altura em que ponderei enveredar por uma carreira militar, fez-me ver que não deveria ser esse o meu futuro. Tinha razão, acho que seria um oficial pouco duro. Fiz testes psicotécnicos e o resultado foi de 95% para a vertente artística. A professora Mimi contribuiu para que essa área abrisse na escola. Graças a isso, concluí uma Licenciatura em Design de Comunicação e hoje sou Director de uma conceituada empresa de Design no Algarve. É uma grande responsabilidade escrever sobre alguém que nos ensinou tanto! Mas, também é muto bom agradecer, não só o que nos ensinou, mas também e particularmente todo o apoio que sempre me deu. Foi a primeira pessoa adulta que me mostrou que eu era um bom ser humano, com potencial! Não esqueço isso e é nesse sentido que tento viver cada dia! OBRIGADO! Por isso, estou aqui! Por isso, aqui escrevo! Por isso, agradeço! Obrigado professora Mimi por todo o conhecimento que me transmitiu, por me ter ajudado a crescer e a ser o que sou hoje. Está de parabéns pelo seu percurso profissional! OBRIGADO!

José Miguel (Aluno de 1992-1998)


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[ENTREVISTA, CRÍTICA LITERÁRIA, OPINIÃO]

ESCOLA VIVA DEZEMBRO 2009

ENTREVISTA À CHEFE DOS SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS

AS PUPILAS (BRILHANDO NO “Nunca baixem os braços por mais árduo ESCURO) DA SENHORA que seja o caminho a percorrer” REITORA, QUE TAMBÉM ANDAVA DE BATA Nome: Fernanda Maria José Naturalidade: Odemira Anos de serviço: 27 anos Livro preferido: “Os filhos da Droga” O que vê na TV: documentários do National Geographic e “Anatomia de Grey” Banda favorita: Xutos e Pontapés, mas também gosta muito de fado. Prato preferida: um bom Cozido à Portuguesa Clube de Futebol: Sporting Momento marcante: Nascimento da filha

Fernanda Maria José é a nossa Chefe dos Serviços Administrativos, desde 9 de Fevereiro passado. O nosso jornalinho foi ao encontro dela para a dar a conhecer à escola. A senhora é Chefe dos Serviços Administrativos nesta escola. Quais são, especificamente, as suas funções? A minha função é essencialmente coordenar tudo o que está relacionado com os Serviços Administrativos da escola. É um trabalho um pouco difícil para mim, porque é a primeira vez que exerço esta função. Gosta do que faz? Sente-se realizada profissionalmente? Sim, gosto do meu trabalho apesar de por vezes ser um pouco complicado contornar determinadas situações. Também me sinto realizada profissionalmente. Tenho conhecimento de que, antes de vir para esta escola, trabalhava na Damião de Odemira. A mudança foi positiva para si? Foi uma mudança positiva porque, como vim para exercer esta função, subi de categoria. Subi mais um patamar na minha carreira. Encontra diferenças muito relevantes entre esta escola e a escola onde

trabalhava a nível do ambiente escolar e de trabalho? A nível do ambiente escolar encontrei diferenças mais relevantes porque os alunos são bastante diferentes. Na escola Damião os alunos são mais novos e precisam de mais atenção. Nesta escola os alunos já são maiores e não procuram tanta atenção. A nível do trabalho, como as funções são diferentes, não consigo comparar. Mas fui muito bem acolhida nesta escola, o que me tem ajudado a ultrapassar as dificuldades nesta nova fase da minha vida. Como sente a interacção entre alunos, professores e restante pessoal? Acho que todos se relacionam muito bem. Há uma boa interacção, no entanto ainda não tenho conhecimentos suficientes para avaliar com exactidão o que me estás a apresentar. Se pudesse alterar algo no funcionamento da escola o que mudaria? A escola funciona bem. Penso que

não alterava nada. Em relação aos Serviços Administrativos, talvez mudasse, mas em relação ao funcionamento da escola, não. Como encara o futuro? Encaro o futuro com alguma apreensão. Vivem-se tempos bastante conturbados devido a problemas económicos, problemas ambientais, entre outros e por essa razão estou um pouco apreensiva em relação ao futuro. Na sua opinião, o que há de melhor nesta escola? Os alunos, pois são eles que nos movem e é para eles que trabalhamos. Sem eles a escola não existia! Quer deixar alguma mensagem para os alunos? Quero deixar uma palavra de esperança para esta geração. Lutem sempre pelos vossos objectivos. Nunca baixem os braços por mais árduo que seja o caminho a percorrer e por mais difícil que seja a tarefa a cumprir. Lutem sempre porque só assim conseguem atingir os vossos objectivos. Entrevista e foto de Inês Marques, 12ºA

Nómada – um corpo, duas mentes… “Nómada” (“The Host” em inglês) é um romance da autora Stephenie Meyer, a criadora da famosa saga Luz e Escuridão. Foi publicado nos Estados Unidos da América no dia 6 de Maio de 2008 e em Portugal em Março de 2009 pelas Edições Gailivro, com um total de 840 páginas. A temática deste livro é diferente da que estamos habituados por parte da autora. Quando o lemos, estamos a entrar no mundo da ficção científica, mas não a clássica, ou seja, não aquela com naves espaciais, visitas a planetas desconhecidos, batalhas interestelares e fatos espaciais. Há extraterrestres, mas não são aqueles verdes e estranhos. Estes extraterrestres são na verdade almas. A história baseia-se na invasão da Terra pelos seres alienígenas, ou seja, pelas almas. Na minha opinião, este é um dos pontos fortes da obra, pois revela bastante originalidade. Os seres humanos são transformados em hospedeiros destes aliens. A alma humana é forçada a dar lugar à alma extraterrestre. Estes parasitas começam a dominar o nosso planeta, criando uma sociedade que é aparentemente perfeita. Quase não há doenças, não se utiliza dinheiro, não há ganância nem ódio e a criminalidade praticamente desapareceu. Praticamente porque existem grupos de resistentes humanos que vivem na clandestinidade, escondidos destes invasores. A protagonista desta história é Melanie Stryder. Ela é possuída por uma alma chamada Nómada, mas algo não corre como o previsto. Melanie consegue resistir, mantendo-se consciente dentro do seu corpo. Um verdadeiro caso de dupla personalidade. Ela acaba por se tornar na consciência da sua invasora, levando-a a questionar-se acerca da invasão da Terra pelos da sua espécie. Nómada foi avisada sobre o desafio que é viver no corpo de um humano. As emoções são muito fortes, há um excesso de sentidos e as recordações estão demasiado presentes. Ela esquadrinha os pensamentos de Melanie com a esperança de conseguir descobrir o paradeiro dos focos de resistência humana mas Melanie invade-lhe a mente com visões do homem pelo qual está apaixonada – Jared, um dos sobrevi-

ventes humanos. Incapaz de se libertar dos desejos do seu corpo, Nómada começa a sentir-se atraída por esse homem e sente-se obrigada a ir ao seu encontro. Nómada/Melanie vão então parar a uma comunidade que vive escondida numa região remota e que tenta recriar o modelo de sociedade existente antes da invasão, em pequena escala. Confesso que no início, a sinopse não me chamou a atenção, mas depois fiquei bastante surpreendida. É um romance fantástico, intenso e bastante profundo que nos mantém na expectativa e que nos faz querer ler mais e mais, até chegar ao fim. A autora conseguiu combinar ficção científica com aventura, acção, drama, suspense, um pouco de mistério e até amor e amizade, levando-nos a reflectir de forma intensa e inquietante sobre estes dois últimos temas. Faz-nos também perceber que nem tudo é o que parece e que não podemos criticar ninguém sem conhecer. O argumento está muito bem estruturado e a excelente ideia que está na origem da história encontra-se bem aproveitada. Além disso, também penso que se nota uma grande evolução na escrita da autora: muito mais madura e complexa. Recomendo a leitura de Nómada a todos aqueles que gostem de um bom livro. Meyer dá um brilhante significado à expressão “um ser de duas mentes”. Inês Marques, 12º A

Dizem os filósofos de café que a vida anda em círculos. De anos a anos, voltam-se a viver situações semelhantes às que já se tinham vivido. E é assim que, de repente, nos vemos regressados à figura do Director Escolar. Ao mesmo tempo, notícias segundo as quais há que ter um certo decoro a trajar na escola e em serviços públicos ( veja-se os relatos acerca da Maria Helena Fernandes, Professora escola da margem sul e de um centro de emprego de Faro ), põem na ordem do dia o (hipotético) regresso dos uniformes. Em 1967, recém-entrada no Liceu da Rainha D. Amélia, sito num palacete à Rua da Junqueira, em Lisboa, vivia, sem o saber, uma realidade tão cinzenta e compacta como aquele edifício. O ambiente cheirava a pó, a humidade e a refogado, aromas que ficaram na memória e que deixaram uma pungente saudade, quando muitos anos depois, a escola se fundiu com a vizinha Ferreira Borges e o palacete foi encerrado e entregue a uma humilhante degradação. Naquele tempo, porém, aceitávamos o cinzentismo como coisa normal. Cinzento era o país, naquele ano vítima de chuvas espessas e de cheias trágicas. A brincadeira ficara nos pátios claros da escola primária. O liceu, diziam-nos, era para se levar a sério. E havia pormenores subtis, a lembrar-nos constantemente, que assim devia ser. Tínhamos que usar uniforme. Aliás, uma bata. Feita de sarja azul-claro-acinzentado, o tecido era adquirido no próprio liceu. As mães levavam um modelo, policopiado a ‘stencil’ e elas próprias ou as costureiras não tinham mãos a medir, a partir de Agosto / Setembro ( o ano lectivo arrancava a sete de Outubro ). Aquela peça de roupa era imprescindível e para honrar ! O percurso casa-liceucasa era uma espécie de ‘passerelle’, na qual a bata era a peça principal. Nada de a despir ou de a modificar, pois constituía um distintivo do liceu e o orgulho em a usar devia ser proporcional ao orgulho de pertencer à instituição. Menina que a desrespeitasse ou tivesse, na rua, um comportamento indigno, era levada À REITORA ! Esta figura ( temida ! ) fazia-se anunciar logo no cartão de estudante, que nos era entregue com pompa e que, em conjunto com a bata e o emblema distintivo do ano que se estivesse a frequentar, era outro símbolo do estabelecimento de ensino. No do Rainha D. Amélia, a assinatura da Reitora intrigava-nos. Era um M, alto e arqueado, abreviado com um ponto. Seguia-se a enigmática sequência ‘dos Remédios’. Como é que se chamava a Reitora, afinal ? Maria ? Margarida? Nada disso ! Era Marieta dos Remédios ! Sempre que alguma ‘caloira’ ouvia o nome pela primeira vez, havia risos ( abafados ), pois nunca de tal nome se ouvira falar ! Em poucos dias, ficávamos a conhecer um bocadinho da Senhora Reitora ( era sempre referida assim às alunas, fosse por funcionárias, fosse por professoras ). Passava nos corredores, esguia e alta, sem nunca sorrir. Devíamos levantar-nos e calar-nos, sempre que ela aparecesse. De origem indiana, a escuridão da sua pele confundia-se com a escuridão dos corredores. Muitas vezes, apanhávamos sustos, perante as suas aparições inesperadas. Ser ‘levada Á SENHORA REITORA’ era sinal de falta grave. A REITORIA ( nome que tinha o gabinete da Reitora ) ficava ao lado do refeitório, tendo do outro lado, a VICE-REITORIA. Uma porta oculta por uma longa cortina espessa. Um dia, estando a porta inusitadamente aberta, atrevi-me a espreitar lá para dentro. Não vi nada. O ambiente era escuro. É que a janela estava coberta por outra longa e espessa cortina. Era-se levada À REITORA se se cometessem faltas graves, tais como ser-se mal-educada com professoras e / ou funcionárias. Ou ter as atitudes que atrás referi contra o bom nome do liceu e da bata. Ou arregaçar as mangas da bata ou assomar às janelas que davam para a rua. Com Abril de 74, os reitores foram-se tornando Presidentes, menos severos e trabalhando em gabinetes claros. Os uniformes e as batas restringiram-se aos colégios particulares e às escolinhas. A honra terá ficado para o traje unversitário. A escola ‘desceu à plebe’, que a ela subiu. Mas, eis que o director regressa. Tornar-se-à SENHOR DIRECTOR ou será simplesmente Senhor Director ? E que símbolos voltarão a ser usados para que a Escola readquira respeito e dê orgulho a frequentar ? Não sabemos, porém, levantamo-nos, respeitosamente, ‘a bem na Nação’. A REITORIA ( nome que tinha o gabinete da Reitora ) ficava ao lado do refeitório, tendo, do outro lado, a VICE-REITORIA. Uma porta oculta por uma longa cortina espessa. Um dia, estando a porta inusitadamente aberta, atrevi-me a espreitar lá para dentro. Não vi nada. O ambiente era escuro. É que a janela estava coberta por outra longa e espessa cortina.


[DESPORTO, NOTÍCIA, OPINIÃO]

TORNEIO DE FUTSAL FEMININO

SW Team, bicampeãs

ESCOLA VIVA DEZEMBRO 2009

Escola em movimento Já está calendarizado o programa dos torneios a realizar na nossa escola ao longo do presente ano lectivo. Estão previstas as seguintes actividades: 26 de Fevereiro de 2010 Badmington 03 de Maio de 2010 Voleibol (4x4) 21 de Maio de 2010 Prova de TRIATLO Começa já a pensar na tua equipa e inscreve-te juntos dos professores de Educação Física. Isabel Rodrigues, 12º C

Ano novo actividades novas

Como já é hábito, no passado dia 2 de Novembro, realizou-se mais uma edição do anual Torneio de Futsal Feminino. Ao contrário do que aconteceu em anos anteriores, é de destacar que este foi o primeiro torneio feminino disputado por equipas da Escola Secundária e da Escola Profissional de Odemira! As equipas nada tinham a ver com as que participaram em edições anteriores do torneio, mas, mesmo assim, assistiu-se a alguns jogos de grande qualidade e, mais uma vez, as alunas mostraram que

o futsal não é “um desporto só para homens”. A final do torneio, que foi considerada o melhor jogo de todo o torneio, foi disputada entre a “SW Team”, da nossa escola, e as “Estrelinhas”, da Escola Profissional. A equipa da nossa escola esteve a perder por duas bolas a zero, porém conseguiu dar a volta ao resultado, acabando por vencer o jogo por três bolas a duas. Com esta vitória, a “SW Team” tornou-se bicampeã do Torneio de Futsal Feminino. Isabel Rodrigues, 12º C

Depois dos tantos sucessos, a equipa de voleibol feminino chegou ao fim! Sim, este ano não iremos poder apoiar as “nossas meninas” na prática do voleibol. Como não poderia deixar de ser, as raparigas da nossa escola não querem baixar os braços! Então, em conjunto com a Professora Ana Rosa, as nascidas entre 1993 e 1994 irão formar uma equipa de Futsal Feminino! Mas as novidades não ficam por aqui! Este ano, também poderemos contar com multiactividades ao ar livre em que se pode realizar BTT, canoagem, orientação entre muitas outras actividades. Estas actividades ir-se-ão realizar às quartas-feiras à tarde sob a orientação da Professora Rosa Valdadas. Igualmente à quarta-feira à tarde, mas com a coordenação da Professora Ana Rosa, irão ocorrer actividades de Surf e Bodyboard sempre que as condições do mar o permitirem. Para participares nesta actividade tens de possuir o material necessário (fato e prancha) e alguma experiência neste tipo de actividades! Sempre que o teu horário permitir, contacta uma das professoras de Educação Física da nossa escola e passa uma tarde bem divertida! Isabel Rodrigues, 12º C

Dá gosto ver este Benfica jogar Cento e cinco anos nos separam de uma fundação histórica. No dia 28 de Fevereiro de 1904, era fundado em Belém o Grupo Sport Lisboa (designação inicial) por uns quantos entusiastas. Nunca poderiam prever a emoção e a glória que estariam para vir e que acabariam por marcar o clube com mais sócios no mundo (mais de 200 mil). Foi a partir dos anos 60 que o futebol benfiquista atingiu o auge, ao vencer a 1ª Taça dos Campeões. Nos anos 70, o Benfica era marcado por alguns dos nomes incontornáveis do futebol português como Bento, Veloso, Ângelo, Félix, Chalana e Eusébio. No entanto, desde perto da década de 90 que o Benfica entrou numa grave crise futebolística e financeira que durou, de certa forma, até aos dias de hoje… Ou melhor, até á entrada de Jorge Jesus ao serviço da equipa encarnada, pois desde que este “salvador” começou a treinar que temos visto melhorias significativas no futebol benfiquista. Não foi por acaso que as receitas aumentaram 30%, que este clube é o clube com mais golos marcados a nível nacional e europeu… Ou seja, os benfiquistas já conseguem dormir em paz! Pudera, com o plantel que o Benfica tem este ano, estão reunidas todas as condições para um espectáculo de boa

Mundial 2018 Certeza ou ilusão? Muito se tem falado da candidatura conjunta de Portugal e Espanha à organização do Mundial 2018 de futebol, havendo vantagens e desvantagens da sua realização em Portugal. Na minha opinião, esta será mais uma forma de rentabilizar as infra-estruturas que já temos, do que melhorar alguma coisa no país. Depois do Euro 2004 (e já com a Expo 98), Portugal foi visto como um país que, em termos de organização de eventos a nível internacional, não deve nada a ninguém. A nível futebolístico, é notória a paixão dos portugueses pelo desporto-rei. Tal viu-se com as bandeirinhas nas janelas a maravilharem todos os que por cá passaram no Verão de 2004. Em termos de grandes investimentos, Portugal teria de ampliar alguns estádios, o que significaria que tais obras iriam custar alguns milhões de euros. Não acredito que a nível económico o nosso país esteja preparado para receber este grande evento. O país vizinho teria muitos mais encargos com esta co-organização do que Portugal, mas mesmo assim tais encargos para o nosso país poderiam ser bastante elevados face à crise económica mundial actual. Muita gente pensa que as pequenas ampliações de estádios não custarão muito, mas a verdade não é essa! Caso o Mundial se realize cá, é necessário ter em conta a escolha dos estádios. Sendo certo que a Portugal não serão pedidos mais de cinco estádios, a verdade é que sendo a Luz e o Dragão indiscutíveis, a partir daí existe muita discussão. E em Alvalade? É em Lisboa e não existe a tradição de utilizar dois estádios da mesma cidade. E quais serão os outros três? Entende-se que o Estádio do Algarve seja visto como uma opção forte por razões turísticas, mas fará sentido ampliar um estádio onde por regra só se realizam dois ou três jogos por temporada? Pois, é no estádio do Algarve que se centra a maior das discussões. O Estádio Municipal de Braga e o de Guimarães também são algumas das hipóteses em cima da mesa. O Mundial de futebol é o espectáculo televisivo com maior audiência no planeta e constitui uma promoção fabulosa para os organizadores, a quem potencia enormes receitas turísticas. A grande

qualidade. Do plantel, destacam-se principalmente o Luisão, a “voz” suprema da defesa benfiquista; o David Luís que é um grande defesa central, para além de ser um jogador polivalente; o Di Maria que teve um “BOOM” este ano e que faz a diferença em campo; o Ramires que foi a contratação mais cara desta época e que se afirmou sem dificuldade pelo seu talento e pela garra que o caracteriza; o Cardozo que é o melhor marcador até agora; o Saviola que é um jogador que se entende bem com Aimar e que tem uma extraordinária visão de jogo; e, por fim, o Fábio Coentrão que foi uma aposta bem sucedida deste treinador e que se tem mostrado como uma mais-valia no futebol benfiquista. É claro que por trás de uma grande equipa está sempre um grande treina-

dor. É o caso de Jorge Jesus, o único treinador a conseguir manter uma qualidade de jogo elevada de jogo para jogo e com uma capacidade invulgar para conceber as estratégias que melhor se adaptam a cada jogo. No entanto, parece já estar convencido de que a vitória mesmo à partida já está garantida mostrando de vez em quando mais entusiasmo do que um treinador deveria, como foi o caso do Benfica vs Nacional da Madeira. Apesar disto, espero, como benfiquista, que o Benfica mantenha a performance que manteve até aqui de forma a ir o mais longe possível. Por isso, se hoje me perguntarem se “dá gosto ver o Benfica jogar”, eu respondo com um sorriso: - Dá, sim senhor! Ricardo Graça, 12º A

afluência turística só será visível durante a realização do certame, tal como aconteceu com o Euro 2004, por isso é necessário verificar se esta candidatura vai trazer alguns proveitos. Não é por um mês de bom negócio que os comerciantes portugueses vão deixar de ter problemas. Assim que este evento acabar, volta tudo ao mesmo. Como português que sou, gostava de ver o Mundial 2018 em Portugal, mas é preciso sermos racionais e pensarmos até que ponto temos condições económicas de o realizar. Não é pensar que se organiza um Mundial e está tudo feito! É necessário verificar os prós e os contras de tal organização. Seria muito bom a nível turístico, mas valerá a pena gastar mais milhões de euros para ver estádios com um número de espectadores que nem atingem ¼ da sua capacidade? É um caso para pensar daqui em diante. Cláudio Guerreiro 12ºD

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[ENTREVISTA, REPORTAGEM]

ESCOLA VIVA DEZEMBRO 2009

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ENTREGA DE DIPLOMAS AOS ALUNOS DO 12º ANO

Inês Silva e Samuel Costa foram os melhores finalistas do ano lectivo 2008/2009 Entrevista de Isabel Rodrigues, 12º C

Samuel Silva, que está actualmente a estudar Engenharia e Gestão Industrial, e Inês Costa, que se encontra a estudar para os exames nacionais do próximo ano, foram considerados os melhores alunos de entre todos os nossos finalistas do ano lectivo passado. Ele com média de 18.5 valores, nos Cursos Científico-Humanísticos, ela com 16,4 valores de média, nos Cursos Profissionais. O “Escola Viva” falou com os dois vencedores dos 500€, para ficarmos a saber algo mais sobre eles! Escola Viva – Lembram-se dos vossos primeiros dias de secundário? Como se sentiam? Samuel- Sim lembro-me bem dos primeiros dias de secundário... Por um lado, percebi que o nível de exigência estava a aumentar, por outro que a escola tinha um ambiente muito bom, que a ligação entre alunos, professores e funcionários era muito próxima. Depressa me comecei a sentir muito bem nesta escola. Inês: Lembro-me de chegar à escola e me sentir pequenina e perdida, como “um peixe fora de água”. Não sabia onde era o bloco B nem onde era a sala X... Lembro-me também de olhar para os alunos mais velhos e sentir, não medo, mas algum respeito. Coisa que não acontece hoje em dia! O último dia foi bastante nostálgico E. V.-E do último? Existiu aquela sensação de dever cumprido? Samuel: O último dia foi bastante nostálgico. Sempre quis sair de Odemira e ir para a Universidade, mas, quando me apercebi de que esse momento estava a chegar, pensei em todos os bons momentos que passei nesta escola, de como são importantes para mim muitas pessoas que aqui conheci. Estava a dar por terminada uma etapa de que gostei mesmo muito. Nesse momento, sim, tive sem duvida a sensação de "dever cumprido". É muito bom quando nos esforçamos, trabalhamos, damos o nosso melhor, e no fim vemos que tudo isso é reconhecido. Inês: Os últimos meses de curso foram um pouco confusos, porque estávamos a estagiar, a preparar a PAP e ao mesmo tempo tínhamos aulas. Então, existia mais do que uma sensação… Existia um sentimento de ob-

jectivos alcançados, pelo menos desta primeira etapa. E. V.-Qual foi a coisa mais importante que aprenderam na secundária? Samuel: Aprendi que não estarmos num grande centro urbano, próximo de todos os recursos, não impede de fazermos bons trabalhos e bons projectos. Com força de vontade essas limitações não existem. Essa aprendizagem devo em especial à professora Paula Canha. Inês: Entre muitas coisas importantes que aprendi, considero que aprender a dialogar com os outros, deixando-os exprimir as suas ideias e opiniões foi, sem dúvida, a mais importante. E. V. -Ingressaste num Curso Profissional de Técnica de Turismo. Optaste por este curso pela escassez de opções ou porque era o que realmente querias? Inês: Quando me inscrevi na Escolha Secundária, apercebi-me de que não me enquadrava em nenhuma das áreas científico-humanísticas existente, então optei por este Curso Profissional de Turismo. Mais tarde, percebi que o meu futuro passava pela área do Turismo. E. V.-Samuel, sabias desde o décimo ano o que querias tirar, ou foram os diversos temas abordados nas aulas, e que fazem parte do programa curricular de cada disciplina, que te ajudaram a escolher? Samuel: Foram muitas as hipóteses que fui colocando ao longo da minha passagem pelo secundário. Quando dava alguma matéria que mais me interessava pensava muitas vezes que era naquela área que queria trabalhar. Acabei por mudar de ideias várias vezes. Neste momento estou a estudar Engenharia e Gestão Industrial. Por um lado, recebemos uma formação na área das engenharias, que inclui a Física, a Química, a Matemática. Por outro lado, temos muitas disciplinas relacionadas com Economia, Gestão e estudo do mercado. E. V.-Existem momentos que nos marcam de uma forma positiva ou negativa, mas que nos fazem sempre aprender alguma coisa. Houve algum momento, durante estes três anos, que vos marcou de uma forma especial? Samuel: Foram mesmo muitos. Gostaria de destacar dois: a minha

participação no Parlamento Europeu em Estrasburgo e numa feira internacional de Ciência em Bruxelas. Em ambos conheci pessoas novas, de outras nacionalidades e visitei locais emblemáticos nos quais nunca tinha estado como o Museu do Louvre em Paris e a Grande Praça de Bruxelas. Inês: O momento que mais me marcou foi quando a nossa escola foi escolhida para representar o Baixo Alentejo numa feira de Cursos Profissionais, em Lisboa. Eu, a Ana Teresa Silva e o José Jesus fomos escolhidos pela nossa turma para representar o curso. Este momento foi muito gratificante porque pudemos ver o nosso trabalho reconhecido e conhecer o trabalho desenvolvido por outras escolas e alunos. Senti falta de uma componente mais prática E. V.-Inês, sei que estiveste a estagiar. Sentiste falta de mais competências práticas no curso, que te preparassem para o mercado de trabalho, ou sentiste-te apta para trabalhar? Inês: Senti falta de uma componente mais prática! Acho que ela faz muita falta porque nós chegamos ao estágio e não sabemos aplicar quase nada do que aprendemos na teoria... Embora já existam algumas alterações, penso que alguns arestas ainda têm de ser limados, relativamente às aprendizagens nos Cursos Profissionais. E. V.-Temos conhecimento de que obtiveste boas classificações em todas as áreas disciplinares desde o 10º ano. A média que obtiveste influenciou-te de algum modo na escolha do curso que estás a tirar? Samuel: Eu escolhi o meu curso independentemente da sua média de entrada. O facto de ter uma boa média permitiu-me ter um grande número de opções e escolher aquilo que realmente queria. E.V.-Pretendes candidatar-te à Universidade no próximo ano. Em que área universitária gostarias de ingressar? Achas que o que aprendeste na Secundária de Odemira te vai ser útil na Universidade? Inês: Gostaria de ingressar em Gestão Hoteleira. Tudo o que aprendi é importante, porque os programas das disciplinas específicas do curso, na sua maioria, na Universidade são aprofundados, ou seja, neste momento parto com alguma vantagem em rela-

ção aos alunos que no Secundário tenham terminado um Curso científicohumanísticas, pois já tenho as bases. E.V.-Consideras que tudo o que aprendeste no ensino secundário fez de ti “um homem” preparado para a Universidade? Samuel: Todo o conhecimento que adquirimos no ensino secundário é útil no ensino universitário. A ESO possibilitou-me que adquirisse conhecimento extra plano curricular, apoiando por exemplo o meu trabalho de AP na compra de um KIT de DNA Fingerprint. Para que eu pudesse desenvolver essa técnica tive de analisar protocolos em inglês e espanhol. A maioria dos meus colegas de curso nunca tinha analisado um protocolo experimental na vida. É claro que para mim foi mais fácil chegar a uma aula prática de Química na Faculdade e analisar sozinho aquilo que tinha de fazer... Foi a minha mãe que me representou na cerimónia E.V-Sei que não estiveste presente na cerimónia de entrega dos diplomas de mérito. Como soubeste que tinhas sido considerada a melhor aluna dos Cursos Profissionais? Inês: Soube pela minha mãe. Na escola sabiam que eu estava a trabalhar, então nessa manhã ligaram da Escola

Os Corpos de Bombeiros Voluntários estão espalhados por praticamente todas as sedes de município e por muitas outras povoações de Portugal, sendo responsáveis pela grande maioria das operações de socorro no país. Dependem de associações humanitárias de âmbito local, que são financiadas através dos seus sócios, de peditórios à população, de subsídios públicos e do desenvolvimento de actividades de cariz cultural e lúdico. No caso de Odemira, temos de alertar a população para a missão e a importância do trabalho desenvolvido por estes «soldados da paz» em prol da comunidade ao longo de mais de sete décadas. Fundada em 15 de Outubro de 1935, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Odemira conta actualmente com uma corporação com cerca de 100 elementos e

uma frota composta por 43 viaturas, entre as quais 11 são carros de combate a incêndios, 23 viaturas de saúde e 9 viaturas auxiliares. Num concelho tão vasto como o nosso, com 1720 km2, é árduo o trabalho dos Bombeiros de Odemira, pois inúmeras vezes colocam em risco as suas próprias vidas em favor do bem dos outros. É bom lembrar à sociedade, que os bombeiros também têm família, mulher, filhos, irmãos, etc., mas, mesmo assim, se um dia solicitarem a sua ajuda, estes homens e mulheres serão os primeiros a aparecer. Também são estes «soldados da paz» que deixam de lado a sua própria vida para estar no quartel, pois alguém pode precisar do seu socorro. Um Bombeiro é um profissional/ voluntário que possui treino e equipamento adequado para apagar ou minimizar incêndios, resgatar pessoas em

situação de perigo, salvaguardar bens materiais, fornecer assistência nos desastres naturais e nos causados pelo homem, encarregando-se também da maior parte de serviços de saúde e de transportes para todos os hospitais. Em geral, são profissionais que têm grande prestígio junto do público,

principalmente do infantil, pois são vistos como heróis. Os Bombeiros de Odemira precisam de verbas, de material novo, entre muitas outras coisas. Se puder, deixe o seu donativo no quartel ou torne-se sócio. Miguel Monteiro, 12º A

«Soldados da paz» são nossos vizinhos

à mãe a insistir para que ela fosse à cerimónia. Disseram que já que eu não podia estar presente, que fosse ela em meu lugar, pois era necessário um representante de cada aluno. Mas nunca lhe chegaram a dizer o porquê da insistência. Ela ligou-me a dizer que ia à Escola e que mais tarde me ligava. Por volta das 12H ela ligou-me e disse: “Inês recebeste o Prémio de Mérito dos Cursos Profissionais!” Durante 5 segundos fiquei sem reacção. Fui apanha desprevenida, não estava à espera. E depois foi a “explosão de alegria”, foi o orgulho em mim própria e o sentimento de orgulho das pessoas à minha volta. Posso dizer que esse dia para mim foi igual a tantos outros, mas com um significado especial. E.V.-Inês, foste considerada a melhor aluna dos Cursos Profissionais. Consideraste um exemplo para os mais novos? Inês: Esta é uma pergunta difícil... Não me considero alguém fora do que é dito “normal”, porque eu não fiz nada demais. Não fiz nada que qualquer outro aluno da escola não consiga fazer. Simplesmente esforcei-me e empenhei-me um pouco mais, e, consequentemente, tive melhores notas que os meus colegas de curso. Por isso acho que não sou exemplo. E.V.-Samuel, este ano já ouvi várias vezes aqui na escola que és tido como “um exemplo” para os mais novos. Consideraste um exemplo a seguir? Samuel: Sinceramente não tenho a noção dessa responsabilidade. Embora o caminho seja longo e difícil, não desistam E.V.-Querem deixar um recado final para os que cá ficaram por mais algum tempo (professores, funcionários, colegas…)? Samuel: Espero que consigam manter o mesmo bom ambiente que eu conheci e que continuem a ser premiados e distinguidos os bons trabalhos feitos nessa escola. A todos aqueles que me acompanharam o meu obrigado por tudo. Inês: Quero agradecer a todos os professores e funcionários que me acompanharam ao longo destes três anos. Aos alunos quero dizer que não desistam, embora o caminho seja longo e difícil vai valer a pena. Quando saírem da Escola, vão sentir que atingiram os vossos objectivos e sentirse-ão orgulhosos.


VIVA 11 ESCOLA DEZEMBRO 2009

Horóscopo do mês

CARNEIRO Amor: poderá sentir ciúmes em relação ao seu companheiro, contudo não há qualquer razão para isso. Realização Pessoal: será um mês agitado em que terá de fazer algumas cedências. Ponto Forte: o seu empenho e eficácia em resolver problemas do dia-a-dia. Ponto Fraco: Sentir-se-á um pouco nervoso. GÉMEOS Amor: mostre o quanto ama o seu companheiro e esse amor será retribuído. Realização pessoal: Sentir-se-á um pouco sózinho contudo conseguirá ultrapassar isso. Ponto Forte: a sua capacidade de resolução de problemas que possam surgir. Ponto Fraco: poderá sentir-se um pouco adoentado.

[PASSATEMPOS, MÚSICA, FILMES LIVROS] Catarina Lóios, 12º D

BALANÇA Amor: a sua cara-metade irá esforçar-se para lhe proporcionar momentos românticos. aproveite! Realização pessoal: período de reflexão e tendência a algum isolamento. Ponto forte: disponibilidade para os outros. Ponto fraco: poderá sentir-se um pouco stressado. CAPRICÓRNIO Amor: a sua capacidade de conquista está em alta. Aproveite! Realização pessoal: será convidado para inúmeros eventos e isso aumentará a sua auto-estima. Ponto forte: estará super sociável. Ponto fraco: um possível desgosto amoroso.

SAGITÁRIO Amor: deverá investir na sua actual relação. LEÃO Realização pessoal: sentirá uma forte vontade de fazer desporto. Amor: sentir-se-á atraído por alguém que até agora lhe tinha pare- Aproveite para melhorar a forma física! cido impensável. Ponto forte: espírito de aventura. Realização pessoal: Aproveite cada momento do seu dia pondo de Ponto fraco: irresponsabilidade. lado alguma melancolia que possa sentir. Ponto Forte: a sua paz interior. ESCORPIÃO Ponto Fraco: problemas económicos. Amor: uma nova paixão poderá surgir naturalmente. Realização pessoal: será um mês em que assumirá uma atitude TOURO optimista em relação a vida. Amor: deverá avaliar os prós e contras da sua actual relação. Ponto forte: bom humor. Realização pessoal: A nível profissional tudo correrá melhor e para Ponto fraco: algum nervosismo. se sentir em felicidade total dedique-se ao amor. Ponto forte: ascensão a nível económico. AQUÁRIO Ponto fraco: algum cansaço físico. Amor: É altura de investir numa relação séria e duradoura. Realização pessoal: sentir-se-á muito inspirado portanto a sua reCARANGUEJO alização pessoal passará por se dedicar a algo onde possa pôr a sua Amor: não será um mês com grandes desenvolvimentos nesta criatividade em prática. área. Ponto forte: equilíbrio emocional. Realização pessoal: será um mês complicado pois terá de tomar Ponto fraco: poderá sentir-se um pouco desinteressado a nível provárias decisões que poderão ser complicadas. fissional. Ponto forte: segurança. Ponto fraco: problemas financeiros. PEIXES Amor: Este mês não atribuirá uma importância significativa ao VIRGEM amor, sendo que não acontecerão desenvolvimentos neste campo. Amor: irá sentir uma grande cumplicidade com alguém especial. Realização pessoal: Sentir-se-á calmo e feliz, contudo a nível proRealização pessoal: terá disponibilidade para fazer o que mais gos- fissional poderão surgir alguns pequenos problemas. ta. Ponto Forte: a sua capacidade de resolução de problemas que posPonto forte: grande energia e actividade. sam surgir. Ponto fraco: dificuldade em aceitar diferentes pontos de vista. Ponto Fraco: poderá sentir-se um pouco adoentado.

Harry potter e o Príncipe Misterioso – À medida que o poder de Lord Voldemort aumenta, tanto no mundo dos Muggles como no dos feiticeiros, Hogwarts deixa de ser um local seguro. Harry suspeita que o perigo pode até estar no interior do castelo, mas Dumbledore está mais empenhado em prepará-lo para a derradeira batalha. Juntos, eles vão tentar encontrar a chave que lhes permitirá enfraquecer as defesas de Voldemort, e para este propósito Dumbledore recruta o seu velho amigo e colega, Horace Slughorn, que ele acredita possuir informações cruciais. No entanto, com toda esta acção o amor paira no ar. ABC da Sedução– Abby Richter (Katherine Heigl) é uma romântica produtora de um programa de televisão, cuja busca pelo homem perfeito a tem deixado solteira. No entanto, as audiências do programa estão a decrescer cada vez mais e o seu patrão contrata Mike Chadway (Gerard Butler), uma personalidade forte da TV. Ele promete mostrar de forma nua e crua como funcionam as relações entre os homens e as mulheres... Sacanas sem Lei – Shoshanna Dreyfus (Mélanie Laurent) assiste à execução da sua família, directamente pelas mãos do Coronel nazi Hans Landa (Christoph Waltz). No entanto, ela consegue fugir para Paris, onde se torna dona de um cinema e começa de novo, com uma identidade falsa. Entretanto, na Europa, o Tenente Aldo Raine (Brad Pitt) organiza um grupo de soldados judeus, orientado para atacar alvos localizados: os Bastardos. Juntamente com uma actriz alemã e agente infiltrada, de seu nome Bridget von Hammersmark (Diane Kruger), eles planeiam derrubar o Terceiro Reich. Os destinos convergem todos para o cinema onde Shoshanna planeia a sua própria vingança. Fama – Numa reinvenção do filme vencedor de Óscars da Academia, FAMA segue um grupo de talentosos dançarinos, cantores, actores e artistas, de todos os grupos sociais, durante quatro anos na escola New York City High School of Performing Arts. Desta forma todos pretendem alcançar a verdadeira e duradoura fama. Numa incrível atmosfera competitiva, vão ter de conjugar a paixão que sentem pelo mundo artístico com a vida vulgar de um estudante de secundário, atingindo desta forma o seu auto-conhecimento.À medida que cada aluno luta pelo seu momento de glória, eles irão descobrir quem, entre eles, tem talento inato e a disciplina necessária para ser bem sucedido. Com o amor e a ajuda dos amigos e colegas artistas, eles descobrirão quem alcançará a FAMA. Michael Jackson’s This is It irá oferecer aos fãs do cantor um olhar único sobre os bastidores dos ensaios para a tournée que iria ter lugar na O2 Arena, em Londres.Os espectadores irão ter oportunidade de ver e ouvir Jackson de uma forma privilegiada e privada, como nunca antes o puderam ver. Um filme a não perder por todos os fãs do Rei da Pop. Esta é a história verdadeira de Elena, uma criança com apenas 6 anos, da batalha que ela travou contra o cancro e da lição de vida que deixou a todos. A mensagem de Elena, escrito pelos próprios, conta-nos como um pai e uma mãe se esforçam para equilibrar os desejos contraditórios de lutarem implacavelmente contra o cancro da filha e aceitarem o fim inevitável que o destino lhe reserva. O diário é puro e sincero na sua abordagem a acontecimentos profundamente pessoais e trágicos, além de um apelo a todos os pais e filhos a aproveitarem cada dia juntos. Caim Se em O Evangelho Segundo Jesus Cristo José Saramago nos deu a sua visão do Novo Testamento, em Caim regressa aos primeiros livros da Bíblia. Filho primogénito de Adão e Eva, Caim sentiu ciúmes por Deus ter preferido as ofertas feitas pelo irmão mais novo, Abel, e matou-o, cometendo o primeiro homicídio na história da Humanidade. Num itinerário heterodoxo, percorre cidades decadentes e estábulos, palácios de tiranos e campos de batalha pela mão dos principais protagonistas do Antigo Testamento, imprimindo ao texto o humor refinado que caracteriza a sua obra. Um livro não só para os amantes de José Saramago mas para todos aqueles que possuem um apurado espírito critico. Em 1982, ao mesmo tempo que abandonava o lugar à frente do clube de jazz e que tomava a decisão de se dedicar à escrita, Haruki Murakami começava a correr. No ano seguinte, atreveu-se a percorrer sozinho o trajecto entre Atenas e Maratona. Depois de participar em dezenas de provas de longa distância e em triatlos, o romancista reflecte neste livro sobre o que significa para ele correr e como a corrida se reflectiu na sua maneira de escrever. Os treinos diários, a sua paixão pela música, a consciência da passagem do tempo, os lugares por onde viaja acompanham-no ao longo de um relato em que escrever e correr se traduzem numa forma de estar na vida. Catarina Lóios, 12º D Cláudio Guerreiro, 12º D

“Metallica” a marqué la période d’adolescence de bien des fans de heavy metal Nous voulons vous présenter un jeu pour ceux qui aiment la musique Rock. Cette version du jeu est accompagnée par les musiques de la bande Metallica, et vous pouvez incarner un des membres de la formation. Pour plus d’informations consulter le site http://metallica.guitarhero.com. Activision réalise un coup de maître en associant sa franchise Guitar Hero à l’un des plus grands groupes heavy metal de tous les temps. James, Kirk, Lars et Rob n’attendent que vous pour leur prochain concert. Il ne fait aucun doute que Metallica a marqué et marque encore la période d'adolescence de bien des fans de heavy metal. Il s'agit du groupe qui, sans avoir inventé le genre musical, lui a donné ses lettres de noblesse. Voici donc l'occasion de finalement pouvoir incarner un des membres de la formation.

Tous les albums de Metallica sont bien représentés ainsi que leurs plus grands succès. Un niveau de difficulté supplémentaire a été ajouté, il s'agit d'expert+ drum mode, pour les fous de Guitar Hero. Une deuxième pédale vient aussi s'ajouter à la batterie. Un mode en ligne est toujours offert et vous permet de vous mesurer aux autres joueurs de la planète. Ce titre offre également beaucoup de contenu supplémentaire. Des vidéos captées lors de la modélisation des membres du groupe, des vidéos lors de concerts, etc. Systèmes: Xbox 360, PS3, PS2, Wii Éditeur: Red Octane/Activision Développeur: Neversoft Site Web officiel: http://metallica. guitarhero.com Dário Silva e João Duarte, TGPSI

Sopa de letras, em memória de Fernando Pessoa Fernando Pessoa nasceu em Lisboa no dia 13 de Junho de 1888, filho de Maria Madalena Pinheiro Nogueira e de Joaquim de Seabra Pessoa. Foi educado na África do Sul, tendo frequentado o liceu de Durban. É considerado um dos maiores poetas de Portugal. Faleceu a 30 de Novembro de 1935 e no dia 2 de Dezembro foi sepultado no cemitério dos Prazeres. Em 1988, no centenário do seu nascimento, os seus restos mortais foram transladados para o Mosteiro dos Jerónimos. Para assinalar os 74 anos do seu falecimento (30 de Novembro de 2009) fizemos esta sopa de letras relativa a este grande poeta português. As palavras que tens de encontrar são as que devem estar no lugar das reticências e podem estar na horizontal, vertical ou diagonal. Inês Marques, 12º A A

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1.O seu nome completo é Fernando (…) Nogueira Pessoa . 2.(…) Caeiro, um dos heterónimos do poeta, considerado por todos os “sujeitos poéticos” pessoanos como “o Mestre”. 3.A arte poética pessoana baseia-se na teoria do (…). 4.Uma das temáticas da sua poesia é a fragmentação do (…). 5.Ricardo (…), heterónimo de Pessoa, médico, cujas constantes da sua poesia são o Fatalismo, o Epicurismo, o Estoicismo e o carpe diem de Horácio. 6.(…), cidade de África do Sul onde viveu a maior parte da sua juventude. 7.O poeta nasceu e faleceu em (…). 8.A revista (…) foi fundada por Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, Almada Negreiros, entre outros, que marcou a história da literatura portu-

guesa do século XX, sendo considerada como o marco inicial do modernismo em Portugal. 9.Álvaro de (…), outro heterónimo, Engenheiro naval, considerado o filho indisciplinado da sensação. 10.(…), mulher pela qual Fernando Pessoa teve uma grande paixão. 11.A (…) da infância perdida é uma das temáticas de Pessoa ortónimo. 12.Em 1921 funda a Editora (…), onde publica poemas em Inglês. 13.(…) foi a sua principal obra em nome próprio (ortónimo), na qual exprime a sua visão mítica e nacionalista de Portugal. 14.Os restos mortais do poeta encontram-se no (…) dos Jerónimos. 15.Outra das temáticas da poesia de Fernando Pessoa ortónimo é a dor de (…).


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ESCOLA VIVA DEZEMBRO 2009

Eleições Legislativas 09 Lisboa, 2 de Outubro, dia quente a convidar para um passeio pela cidade. Fábio Ramos (24 anos) passa perto de um outdoor político de José Sócrates, no qual se encontra escrito ‘Juntos conseguimos’. Fábio não crê que o PS tenha tido uma governação tão má quanto muitos querem fazer crer, sobretudo “atendendo à grave crise mundial que complicou a vida a Sócrates”, mas percebe a “insatisfação de alguns sectores como os professores ou os agricultores”. O PS venceu as eleições (36,56% dos votos), mas não conseguiu a tão ambicionada maioria absoluta. Fábio Ramos não vê surpresa na reeleição dos socialistas, considerando-a mesmo “previsível face à fraca oposição oferecida pelo principal rival”. O que o surpreendeu e certamente a muitos outros portugueses foi o resultado do CDS-PP. Os maus resultados do PSD não o surpreenderam, acreditando que o partido “nomeará certamente um novo líder após as autárquicas”. Professor do ensino secundário, Armando Alves Martins foi um dos milhares que fez questão de se manifestar e evidenciar o seu descontentamento com o sistema de avaliação dos professores, introduzido pelo governo de José Sócrates. Apesar dos vários atritos criados pelo governo socialista na última legislatura, Armando Alves crê que houve uma “vitória relativa” dos socialistas nestas eleições, em grande parte sustentada pelos maus resultados do grande derrotado, “o PSD, claramente…”. Estudante de Direito, Ana Escher discorda. Considera que estas eleições “marcaram um novo panorama político do país”, realçando o “enfraquecimento do bipartidarismo em Portugal” evidenciado pelo “crescimento dos ‘pequenos’ como o CDS, o BE e a CDU”. O PS, na sua opinião, saiu derrotado, sobretudo porque “foi o único partido que perdeu eleitores quando comparado com as ultimas legislativas”. Hermenegildo Ferreira Borges, igualmente professor mas do ensino superior, acredita que os resultados evidenciaram uma vitória do Partido Socialista e em particular de José Sócrates, sobretudo “tendo em conta o desgaste da governação em tempo de crise e a proximidade da vitória do PSD nas Europeias”. Hermenegildo Borges dá a receita para o sucesso da próxima legislatura socialista: “construir uma imagem de partido dialogante que não soube construir no exercício do mandato anterior”, até porque acredita que “o Partido Socialista arriscará governar sozinho, apesar de não ter maioria absoluta”. O Bloco de Esquerda (BE), por intermédio do seu secretário-geral Francisco Louçã, afirmou, após saber os resultados finais, que começara então um novo dia para a esquerda portuguesa. O resultado do BE não deixa de ser ambíguo: por um lado teve um acréscimo elevado no número de votos e consequente aumento do número de deputados, mas, por outro, deixou a sensação de que, dado o descontentamento face ao governo socialista, o Bloco poderia ter ‘crescido’ ainda mais. Armando Alves é desta opinião. Considera que o BE acabou por não conseguir “capitalizar todo o descontentamento em relação ao governo PS”, ficando “aquém do que se esperava”. Opinião diferente tem Ana Teresa Escher que vê os resultados do BE como uma resposta “aos críticos que o encostavam a um mero partido de pressão, um lobby, sem viabilidade para se tornar num verdadeiro partido - com credibilidade e aptidão para chegar ao governo”. Quem já previa este crescimento do BE era Hermenegildo Borges, impulsionado na sua opinião, pela campanha centrada nos “sectores profissionais da sociedade”, que haviam contribuído para a maioria absoluta do PS, mas que agora “sentiam a necessidade de expressar de forma clara o seu desencanto”. De resto, a quente e acesa campanha protagonizada pelo BE foi tema central nestas eleições, na qual Hermenegildo Borges viu uma “excessiva crispação no discurso e alguma falta de serenidade”. Intransigente. O BE não se poupou nas críticas aos socialistas, mostrando-se sempre contra uma possível coligação com o PS, que poderia dar origem a um governo vincadamente de esquerda. Foi precisamente esse vínculo com a esquerda que Louçã tantas vezes questionou no governo de Sócrates, chegando mesmo a afirmar que o BE é a verdadeira esquerda no país, num claro ataque aos socialistas, mas também ao PCP. Hermenegildo Borges defende que “essa intransigência foi benéfica para o BE, mas apenas no imediato”, com a “capitalização de um significativo aumento de votos”, mas que o caminho da intransigência e da crispação “não favorece no futuro próximo, a consolidação da imagem do Bloco de Esquerda como partido responsável e apto para assumir responsabilidades governativas”. Ana Escher concorda com as críticas que são apontadas ao BE e à sua posição de claro ataque face ao PS, considerando este “o ponto mais criticável de toda a campanha do BE”, que “fechou logo a porta a um possível compromisso”. A estudante toca mesmo numa ‘ferida aberta’ na política portuguesa, denunciando uma “aversão ao diálogo” que considera uma “psicopatologia típica da política portuguesa”.

JONI RR FRANCISCO Estudante de Comunicação Social Ex-aluno da escola

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ELEIÇÕES PARA A ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES

Lista “L” venceu à tangente

Desde há muito tempo que a Escola Secundária não assistia a uma corrida tão renhida pela Associação de Estudantes. Este ano, candidataram-se à Associação três listas: a lista B, presidida pelo Miguel Candeias do 12ºC, a lista E, encabeçada pela Cármen Turiel do 12ºD, e a lista L, liderada pela Gabriela Müller do 12ºE. Ao contrário do que aconteceu em anos anteriores, a campanha eleitoral foi muito animada… A lista B presenteou a comunidade escolar com pulseiras, com porta-chaves e até com escovas e pastas dentífricas! Durante dois dias, a música ouvida no Polivalente da nossa escola foi um pouco diferente da que a rádio “Onda Média” costuma passar, uma vez que contámos com a presença de três DJ’s – dois representantes da lista B e um da lista E – que animaram todos os alunos! A lista L quis ser original e “pôs as mãos obra”, criando a sua própria banda, para alegrar a escola! Duas semanas de campanha eleitoral muito animada Estas duas semanas de campanha eleitoral foram, sem dúvida, as semanas mais animadas de que a escola tem memória! Para tirar as dúvidas que ainda pudessem existir sobre em quem votar e para ver o que valia cada lista, no último dia de campanha realizou-se o, já famoso, debate! Neste debate, todas as listas apresentaram as suas propos-

tas, das quais algumas acabaram por ser ponto de discussão entre os candidatos à AE. Ao longo do debate, ouviramse algumas trocas de palavras mais acesas e mais individualizadas, nomeadamente entre os membros da lista B e da lista E. A lista L manteve-se pacífica, não gerando grande discussão com as suas intervenções no debate. Sexta-feira, dia 13, o dia mais esperado Foi então que chegou o tão esperado dia! Sexta-feira 13, do mês Novembro! Para alguns, esta data foi, com certeza, sinónimo de azar, mas para outros, muito pelo contrário, foi sinónimo de sorte! No dia decisivo, em que se confirmaria se todos os esforços e tempo gastos à volta da campanha tinham valido a pena, vivia-se um clima de ansiedade por toda a escola! Foi necessário esperar até às 17h30, hora em que foram encerradas as votações, para saber o que valeu ou não a pena na campanha eleitoral! A lista E foi a grande derrotada do dia, com apenas 58 votos! Entre a lista B e a lista L apenas existiram oito votos de diferença. Assim, as listas B e L ficaram apuradas para a segunda volta das eleições, porque nenhuma delas obteve mais de 50% dos votos: 122 a lista “B” e 114 a lista “L”. No dia da segunda volta das eleições, 17 de Novembro, o ambiente era um pouco diferente do sentido no dia 13! Estava por horas o conhecimento do resultado final e o ambiente estava tenso. Notava-se uma grande apreensão

e nervosismo por parte das listas em votação. Pouco depois do encerramento das urnas Pouco tempo depois do encerramento das urnas, conheceu-se o resultado que deu vitória à lista L com 147 votos, contra os 132 votos da lista B. Assim, iremos com contar uma presidente na A.E.: a Gabriela Müller! Em declarações ao “Escola Viva”, a Gabriela falou-nos sobre o momento em que a lista L soube da vitória: “Estávamos todos lá fora, expectantes, a tentar saber notícias através do Fábio Santos – era ele que estava a contar os votos. Estávamos pouco confiantes, mas

curiosos. Foi então que recebemos uma mensagem: "Ganhámos". Não queria acreditar e pensei: "ele está a brincar, calma". Mas afinal era verdade! Ficámos eufóricos. Ainda não estamos bem cientes do que ai vem, mas seja como for daremos o nosso melhor. Queremos mostrar do que somos capazes e dar mais vida a nossa escola.". A partir de agora, esperamos que a nova Associação “ponha mãos à obra” tendo em vista a realização das suas propostas eleitorais. Resta-nos desejar boa sorte à lista L nesta passagem pela Associação de Estudantes. Isabel Rodrigues, 12º C Cláudio Guerreiro, 12º D

Director: Dr. José Seno Luís; Editor: Dr. José Coutinho; Redactores:Catarina Lóios, Isabel Rodrigues, Helena Trindade, Inês Marques, Cláudio Guerreiro, Rita Rodrigues; Colaboradores:Vanessa Vegas, Patrícia Jacinto, José Gregório, Dra. Estela Baptista, Dr. José Trindade, Fabiana Conceição, Fábio Quitério, Dra. Sara Horta, Dra. Natércia Rocha, Dr. Jorge Mendes, Rosário Martins (AAE), José Miguel, Dra. Maria Helena Fernandes, Ricardo Graça, Miguel Monteiro, Dr. Mário Louro, Dra. Filipa Anico, Dário Silva, João Duarte, Joni Francisco; Paginação: Dr. José Coutinho; Revisão: Dra. Maria Emília Pina; Impressão: Gráfica Santiago Lda, Santiago do Cacém; Tiragem: 600 exemplares; Propriedade: Escola Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves - Odemira; E-mail: info@esec-odemira.rcts.pt


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