A Revelação e Percepção de Uma Paisagem - Carla Roberta

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A REVELAÇÃO E PERCEPÇÃO DE UMA NOVA PAISAGEM QUALIDADE X USO



REURBANIZAÇÃO DO ENTORNO DA REPRESA TAIAÇUPEBA SUZANO_SP

Universidade Braz Cubas Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - FAU UBC Trabalho Final de Graduação Carla Roberta da Silva Rego RGM 250113 Professores Orientadores: Ms. José Francisco Xavier Magalhães Ms. Elvis José Vieira Prof. Ricardo Hatiw Lu Mogi das Cruzes | Dezembro de 2013


Projeto Grรกfico: Guto Bernardo cargocollective.com/gutobernardo


Agradecimentos, Aos meus pais, Maria Rosangela e Luiz Paulo, pelo esforço e dedicação em concretizar um sonho. Agradeço aos amigos, em especial à Letícia Helena, Julia Lima e Fernanda Soller; Aos professores orientadores, que fizeram valioso o Processo de Graduação. A toda equipe da Formatto Arquitetura e Construção, pela experiência indispensável para minha formação profissional. E minha gratidão a Yuri Gomes pelo amor, compreensão e apoio em todo desenvolvimento deste trabalho. Agradeço também a todas as pessoas que indiretamente também fizeram parte deste percurso



Sumário

01 02 03

LINHAS DE CONEXÃO 11

A CIDADE DE SUZANO | LEVANTAMENTOS 15 3.1 EVOLUÇÃO URBANA 18 3.2 MOBILIDADE MUNICIPAL 22 3.3 POTENCIAISE RECURSOS DO MUNICÍPIO 24 3.4 DISTRITOS SUZANENSES 26

04 05 06

08 MARGENS REPLICÁVEIS 09 CONSIDERAÇÕES FINAIS 10 REFERÊNCIAS

BACIAS HIDROGRÁFICAS 35 4.1 O HIDROANEL 40

QUALIDADE X USO 43 5.1 CANTINHO DO CÉU 49 5.2 CENÁRIOS DE OCUPAÇÃO DESCONTROLADA 51

APRESENTAÇÃO E LEVANTAMENTOS DA ÁREA DE INTERVENÇÃO 54 6.1 ZONEAMENTO 57 6.2 MOBILIDADE DO LOCAL 58 6.3 MAPA CHEIOS E VAZIOS 61 6.4 LOTEAMENTOS CONSOLIDADOS 62 6.5 USOS DO SOLO 63 6.6 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO 64

07

7.14 CALENDÁRIO INTEGRADO | PARQUE + CIDADE 106 7.15 COMPREENSÃO FINAL DA IMPLANTAÇÃO 108

INTRODUÇÃO 7

PROJETO 71 7.1 CONCEITO 75 7.2 JUSTIFICATIVAS E ESTRATÉGIAS DE PROJETO 78 7.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES 80 7.4 POR QUE E PARA QUEM É? 81 7.5 PROCESSOS DE CRIAÇÃO 82 7.6 DIAGRAMAS DE COMPREENSÃO 84 7.7 SISTEMA VIÁRIO 88 7.8 QUADRAS E SETORES 90 7.9 INSERÇAO DO ELEMENTO ÁGUA 96 7.10 O PARQUE LINEAR 98 7.11 ELEMENTO MOLDURA 99 7.12 PRAÇAS LIVRES 104 7.13 ÁREAS DE CONTEMPLAÇÃO DA REPRESA 105

111 115

119 10.1 CONCURSO DE IDEIAS | PARQUE METROPOLITANO LA CARLOTA 120 10.2 COLEMAN OVAL SKATE PARK 1210 10.3 ILHA ZIRA 122

BIBLIOGRAFIA 125



1

9

INTRODUÇÃO



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vital importância para o abastecimento de água para a Região Metropolitana de São Paulo. Mais precisamente, a represa representa o fornecimento do recurso para a região do Alto Tietê. Tal função acarretará nos próximos anos, a necessidade de ampliação da sua capacidade de armazenamento e tratamento, que resultará em breve, no alagamento de uma área adicional de aproximadamente 850.000,00 m2, resultando em uma área total de superfície de Temos de positivo, a possibilidade de água de mais de 1.300.000,00 m2. desenvolvimento dos municípios envolvidos. Por outro Com o redesenho obrigatório dos bairros lado, em face do dinamismo do processo, evidencia- se a ausência de um planejamento que os prepare envolvidos, esta significativa alteração geográfica para se beneficiar positivamente de tal procedimento. nos convida a avaliar o impacto decorrente, impondo ainda o devido planejamento que o traduza em uma A represa de Taiaçupeba, localizada no situação benéfica para o município de Suzano. município de Suzano- SP, apresenta-se como de Em face do seu adensamento, a Grande São Paulo avança em um processo irreversível de conurbação. A região do Alto Tiete apresenta-se como uma alternativa natural para o crescimento da Grande São Paulo. A sua localização privilegiada a torna atraente para sediar empreendimentos comerciais e industriais que, consequentemente, trarão também um crescimento no número de habitantes.

“A

Cidade tem que ser construída e não só habitada.” HENRI LEFEBVRE



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LINHA DE CONEXテグ


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As Regi천es Metropolitanas do mundo S찾o Paulo - Suzano

Nova York 19.750.000 hab. EUA

S찾o Paulo 19.889.559 hab. BRASIL

Londres 12.875.000 hab. INGLATERRA

Cairo 14.450.000 hab. EGITO

Tokio 32.450.000 hab. EGITO


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Localização Área de Intervenção

Localização: RMSP | Suzano | Represa de Taiaçupeba | Local de Intervenção



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A CIDADE DE SUZANO LEVANTAMENTOS


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Situado a leste de São Paulo, a 45 km da Capital, Suzano é um dos 39 municípios que compõem a Região Metropolitana de São Paulo. Sua população representa cerca de 14% da população total da RMSP e constitui-se como um dos principais polos de desenvolvimento do Estado, correspondendo a 5,27% do PIB estadual. A região está compreendia no Alto Tietê Cabeceiras que abrange todo o território dos municípios de Arujá, Biritiba- Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, São Paulo e Suzano. A Cidade faz divisa com Itaquaquecetuba ao norte, Santo André ao sul, Mogi das Cruzes a leste, Mauá e Ferraz de Vasconcelos a oeste, Poá a noroeste, além de Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires a sudoeste. Os primeiros registros sobre as terras que hoje constituem Suzano datam 1874 – 1875, como a primeira implantação dos trilhos da Estrada de Ferro São Paulo- Rio de Janeiro. Tal estrada, que cortava os Campos da Mirambava trouxe os primeiros indícios de urbanização à região. Em 1890 foi solicitada a elaboração da planta da cidade, executada pelo Conde de Romariz. A vila passou a ser chamada então por “São Sebastião Guaió”. A Estrada de Ferro Central do Brasil, inaugurada em 1875, ligava a cidade de São Paulo à Mogi das Cruzes e possuía somente a Estação Lajeado, atual

Guaianases e a Parada Piedade com características de reabastecimento de combustível dos trens. O Surgimento de tal parada aumentou o fluxo de pessoas ao redor da Rodovia, surgindo os novos bairros do Rio Abaixo e Palmeiras, além dos já existentes Baruel e Guaió. Na década de 1890 a estação de Abastecimento Parada Piedade, foi transformada em estação para embarque e desembarque de passageiros, e em 1907, passou a se chamar definitivamente Estação Suzano, em homenagem a seu idealizador Joaquim Augusto Suzano Brandão, que posteriormente emprestou seu nome também à Cidade. Diante das constantes experiências de desenvolvimento e crescimento significativo da população, a Vila recebe em 27 de Dezembro de 1919 a elevação de sua categoria à Distrito anexo ao Município de Mogi das Cruzes. Posteriormente em 08 de Dezembro de 1948, foi promulgada a Lei 233, pelo então Governador do Estado Dr. Adhemar Pereira de Barros, a condição de Suzano ser um Município autônomo, com direito de dirigir a sua própria política, lei esta que entrou em vigor em 01 de janeiro de 1949. A cidade contava com aproximadamente 13.179 habitantes.


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Capela Baruel Foto:Livro Memórias de Suzano

Estação Parada Piedade Foto:Livro Memórias de Suzano

Suzano em 1935 Foto:Livro Memórias de Suzano

Capela Baruel depois da Urbanização Foto: Livro Memórias de Suzano

Suzano Emancipada | 1952 Foto:Livro Memórias de Suzano


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3.1 Evolução Urbana

Suzano, diante de suas características de desenvolvimento, define-se como um distrito originado pela conurbação da cidade de Mogi das Cruzes, o que nos reflete uma falta de planejamento de solo efetivamente organizado para a criação de uma cidade projetada. O crescimento necessário, mas nem sempre positivo, é inevitável, e dessa forma

Suzano diante da análise do seu desenho de solo, centralidades e polos de desenvolvimento, cresceu, e hoje apresenta-se como um tecido urbano um tanto quanto desorganizado, sem desenho ou diretrizes consideráveis pra um desenvolvimento controlado e eficaz aos moradores.

Ano | Até 1955 Ano | 1956 até 1960 Ano | 1961 até 1965 Ano | 1966 até 1970 Desenho do Solo Limite APA Limite APM Viário Principal Ferrovia Eixo Rodoanel Divisão de Distritos Hidrografia Existente Altreamento Represa

Ano | 1971 até 1975 Ano | 1996 até 1980 Ano | 1981 até 1985 Ano | 1986 até 1990 Ano | 1991 até 1995 Ano | 1996 até 2000 Ano | 2001 até 2005 Ano Indefinido


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ESCALA GRテ:ICA: 0

0,5 1

2

4 (km)



23 Seu natural potencial de crescimento exige um olhar crítico aos espaços já consolidados e principalmente a cada espaço novo criado. É importante que a cidade, diante do crescimento dos próximos anos, esteja apta a receber toda a infraestrutura indispensável e necessária, sem deixar de lado o bem estar de sua população e das pessoas que usufruem do município, garantindo a qualidade de seus recursos.

ANO SUZANO SÃO PAULO

BRASIL

1991 158.839 31.588.925

146.825.475

1996 180.128 33.844.339 156.032.944

280.000

2000 228.690 37.032.403

169.799.170

2007 268.777 39.817.570

183.987.291

2010 262.480 41.262.199

190.755.799

50.000.000

37.500.000

25.000.000

210.000

12.500.000

0

1992

1996

2000

2004 2008

1992

1996

2000 2004 2008

140.000 200.000.000

150.000.000

70.000

100.000.000

50.000.000

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1992

1996

2000

2004

2008


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3.2 Mobilidade Municipal

As principais vias de ligação da cidade são as da região central de Suzano e se apresenta como o Rodovias Ayrton Senna da Silva, Índio Tibiriçá e Enrique principal acesso à cidade de Mogi das Cruzes. Eroles (SP66), além das ferrovias para transporte de Através do trem Metropolitano CPTM, o cargas e passageiros. município é atendido pela Linha E- Luz Estudantes, Pela rodovia Ayrton Senna, o acesso por que parte da Estação da Luz, no centro de São Paulo, Suzano se dá a partir da entrada de Itaquaquecetuba, e segue até a Estação Estudantes, no município de no distrito de Boa Vista. Mogi das Cruzes. A Rodovia Índio Tibiriçá (SP31) segue ao sul da cidade e cruza a área de mananciais, atendendo a Área Central, o Distrito de Palmeiras até o município de Ribeirão Pires.

O transporte de cargas é feito tanto pela concessionária MRS, com destaque para o porto seco de Suzano, administrado pela empresa CRAGEA (Companhia Regional de Armazéns Gerais e Entrepostos Aduaneiros), quanto pelas rodovias acima A Rodovia Enrique Eroles (SP66), denominada citadas. Rua Major Pinheiro Fróes, cruza a extremidade norte


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Limite APA Limite APM Viรกrio Principal Porto Seco (Cragea) Ferrovia Eixo Rodoanel Hidrografia Existente


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3.3 Potenciais e Recursos do Município Destacando-se com 73% de seu solo ordenado como Área de Proteção aos Mananciais (APM) e 7% inserido na Área de Proteção Ambiental (APA) da Várzea do Rio Tietê, conforme a Lei Estadual 5598/87, a Cidade possui fortes características que salientam a 01 riqueza do município. Em relação aos seus recursos naturais e potencialidades turísticas, um dos maiores desafios regionais. Está justamente em conciliar o desenvolvimento urbano e econômico da região, com sua característica ambiental primordial para o Estado de São Paulo e principalmente para a RMSP. Diretriz essa que deve ser respeitada e preservada 02 acima de todo e qualquer processo de desenvolvimento.

05

06

01 Parque Max Feffer 02 Recanto Verde 03 Pedra do Estudante

03

07

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04 Templo Nambei 05 Tribo Lobo Velho 06 Sítio do Cristo 07 Represa de Taiaçupeba 08 Curvas do Tietê

Fotos: Prefeitura Municipal de Suzano


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Limite Municipal Limite APA Limite APM Viário Principal Ferrovia Eixo Rodoanel Divisão de Distritos Hidrografia Existente

01 - Curvas do Tietê/ Ruínas da Caixa D’agua 02 - Mirante do Tietê 03 - Estação CPTM 04 - Memorial do Alto Tietê 05 - Parque Max Feffer 06 - Centro Cultural Profª Maria Eliza De Azevedo Cintra 07 - Matriz São Sebastião 08 - Passo Municipal/

Praça das Flores 09 - Templo Budista Nambei 10 - Clube Aceas 11 - Pedra do Estudante 12 - Represa de Taiaçupeba 13 - Vale Verde 14 - Recanto Verde 15 - Sítio do Cristo 16 - Aldeia Indígena Lobo Velho

17 - Campo de Baseball e Softball 18 - Hípica Suzano 19 - Pesqueiro Peixe Grande 20 - Clube Magic City 21 - Auditório Municipal Dr. Armando de Ré


3.4 Distritos Suzanenses

Atualmente com cerca de 262. 480 habitantes em uma área de 206, 201 km², segundo dados apresentados pelo Censo/ 2010, a cidade apresenta uma densidade demográfica de 1.272,93 hab/km². Divide-se em três distritos, Boa Vista e Centro, onde encontra-se a maior densidade populacional da cidade; e Palmeiras com população mais dispersa e inserida na vegetação existente.

Limite APA Limite APM Viário Principal Divisão de Distritos Ferrovia Eixo Rodoanel Hidrografia Existente


29 Itaquaquecetuba

Distrito Boa Vista São Paulo

Poá

Ferraz de Vasconcelos

Mogi das Cruzes

Distrito Central São Paulo

Mauá

Ribeirão Pires

Distrito de Palmeiras

Rio Grande da Serra

ESCALA GRÁFICA: Santo André

0

0,5 1

2

4

(km)



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3.4.1 Distrito de Boa Vista Ao norte, no distrito de Boa Vista, localiza-se a área mais populosa do território, a qual conta com uma população de 82.811 habitantes, distribuída por 23,94 km², composto pelos loteamentos do SESC, Itapeti, Planalto, Miguel Badra, Jardim Revista, entre outros, tendo como delimitação geográfica os municípios de Poá, Itaquaquecetuba e Mogi das Cruzes. Tal distrito, em determinados pontos, não conta com grande qualidade urbanística, por não possuir espaços livres tratados, calçadas construídas, iluminação e saneamento ambiental suficientes, embora contemplado com aproximadamente 350.000 m² , fazendo fronteira com a APA (Área de Proteção Ambiental) do Rio Tietê e inseridos no Parque Mirante do Tietê, equipamento de ponte regional idealizado pelo arquiteto Ruy Otake, desde o Município de Salesópolis, até a Barragem da Penha com extensão de 50 km. Envolvendo 10 municípios no total, a fim de preservar as várzeas do Rio, surgindo como elemento organizador da paisagem e do crescimento urbano.

01

02

Outra característica importante do distrito é que dentro dele está localizada uma das unidades da maior empresa do município a Suzano Papel e Celulose. 03

04

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32 Itaquaquecetuba

Distrito Boa Vista São Paulo

Poá

Ferraz de Vasconcelos

Mogi das Cruzes

Distrito Central São Paulo

Mauá

Ribeirão Pires

01 Distrito Boa Vista Foto: Prefeitura Municipal de Suzano (2008) 02 Distrito Boa Vista Foto: Prefeitura Municipal de Suzano (2008)

Distrito de Palmeiras

03 Distrito Boa Vista/Jd. Revista Foto: Prefeitura Municipal de Suzano (2008) 04 Distrito Boa Vista/Miguel Badra Foto: Prefeitura Municipal de Suzano (2008) 05 Várzea do Rio Tietê Foto: http://potynet.blogspot.com.br

Rio Grande da Serra

ESCALA GRÁFICA: Santo André

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0,5 1

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4

(km)


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3.4.2 Distrito Central

O Distrito Central possui a segunda área mais populosa do território, 155.804 habitantes, distribuídos por 107,84 km². Tendo como delimitação geográfica os municípios de Poá, Ferraz de Vasconcelos, Mauá, Ribeirão Pires e Mogi das Cruzes. Ao norte é delimitado pelo Rio Tietê, e ao Sul pela Represa de Taiaçupeba e a Linha Férrea da cidade que interliga Suzano à Região Metropolitana. Tal distrito é parcialmente delimitado pela Área de Proteção aos Mananciais e caracteriza-se como a área melhor urbanizada do município, com boa infraestrutura de água e esgoto, porém com deficiência nos aspectos de drenagem de águas pluviais e ausência de áreas permeáveis, o que implica em um problema relacionado às enchentes que acontecem nas épocas de chuva. O Distrito conta ainda com os setores comerciais e industriais, bem como moradias de média e alta renda. O parcelamento do solo é favorável tanto para a inserção de zonas residenciais uni, ou multifamiliares, quanto para o comercio e serviços, o que favorece a especulação do mercado imobiliário e proporciona maiores processos de transformação para a Cidade.

01

02

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34 Itaquaquecetuba

Distrito Boa Vista São Paulo

Poá

Ferraz de Vasconcelos

Mogi das Cruzes

Distrito Central São Paulo

Mauá

Ribeirão Pires

01 Distrito Central/Vl. Amorim Foto: Prefeitura Municipal de Suzano (2008)

Distrito de Palmeiras

02 Distrito Central Foto: Prefeitura Municipal de Suzano (2013) 03 Distrito Central Foto: Prefeitura Municipal de Suzano (2008) 04 Distrito Central Foto: Prefeitura Municipal de Suzano (2013)

Rio Grande da Serra

ESCALA GRÁFICA: Santo André

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0,5 1

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(km)


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3.4.3 Distrito de Palmeiras

É o menos populoso dos três distritos suzanenses, com uma população de 23.865 habitantes, distribuídos por 85,78km². Composto pelos loteamentos do Recanto Feliz, Vila Real Santista, Jardim Amazonas, Parque Palmeiras, entre outros, os quais se instalaram precariamente próximos ao Porto Seco (CRAGEA- Companhia Regional de Armazéns Gerais e Entrepostos Aduaneiros). Tem como delimitação geográfica os municípios de Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André e Mogi das Cruzes.

principalmente pelos campos de agricultura, chácaras de veraneio e ocupações esparsas encravadas na vegetação nativa.

Embora com boas características naturais e grande parte da área de vegetação nativa ainda preservada, em certos pontos do local já encontramos áreas de ocupação indevida e reais loteamentos caracterizados pela invasão de moradores irregulares. Somada a esses aspectos, a instalação do grande setor industrial da cidade nos preocupa no que se diz respeito à preservação de tal vegetação nativa e do Sua delimitação é feita ao norte pela Represa recurso natural que a Represa de Taiaçupeba oferece de Taiaçupeba e também pela Linha Férrea. O ao município de Suzano e à Região Metropolitana de Distrito é totalmente inserido na Área de Proteção São Paulo. aos Mananciais, seu ordenamento é caracterizado

Quando observamos as transformações executadas nos espaços do distrito de Palmeiras, verificamos que há diferenças siginificativas entre eles, pois ao mesmo tempo que se evidenciam os processos dramáticos que os loteamentos populares desenvolvem, por outro lado há aqueles que incorporam os recursos existentes, como águas e pequenos bosques, os quais são muitas vezes conservados e utilizados como componentes do cenário em construção” como se verifica nas chácaras de recreio e pesqueiros¹.

” ¹MACEDO, S. S. Paisagem, urbanização e litoral do éden à cidade. Tese (Livre-Docência) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993. p.


36 Itaquaquecetuba

Distrito Boa Vista São Paulo

Poá

Ferraz de Vasconcelos

01 Mogi das Cruzes

Distrito Central São Paulo

Mauá

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Ribeirão Pires

Distrito de Palmeiras

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Rio Grande da Serra

ESCALA GRÁFICA: Santo André

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0,5 1

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(km)

01 Distrito Palmeiras/Vegetação Nativa Foto: Prefeitura Municipal de Suzano (2008)

03 Distrito Palmeiras/Índio Tibiriçá Foto: Prefeitura Municipal de Suzano (2008)

02 Distrito Palmeiras/Chácaras de Veraneio Foto: Prefeitura Municipal de Suzano (2008)

04 Distrito Palmeiras/Núcleo Baruel Foto: Prefeitura Municipal de Suzano (2008)


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BACIAS HIDROGRテ:ICAS


O território geral da RMSP está subdividido em cinco bacias, o Tietê Cabeceiras, BillingsTamanduatei, Juqueri Cantareira; Cotia Guarapiranga e Pinheiros Pirapora. O conjunto de tais bacias, abrange 34 dos 39 municípios que compoem a Região Metropolitana de São Paulo. A Sub-Bacia Hidrográfica do Alto Tietê Cabeceiras está sob a a gestão do Subcomitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê Cabeceiras (SPAT), que abrange os municipios de Salesópolis, Biritiba Mirim, Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Arujá, Guarulhos e São Paulo. O SPAT é composto pelas represas Ponte Nova, Jundiaí, Taiaçupeba, Biritiba-Mirim e Paraitinga. Os cinco reservatórios são interconectados por túneis,

canais e sistemas de bombeamento. Tais represas formam, então, as sub- bacias do Taiaçupeba, Guaió, e Tietê Leste. Juntos, os 11 municípios inseridos nestas bacias, compõem uma extensão territorial de 296,60 hectares. A região do Alto Tietê Cabeceiras possui importantes reservatórios de água, colaborando no abastecimento da região Metropolitana de São Paulo, em função da sua alta produção com relação ao recursos hídricos. A Represa de Taiaçupeba, criada na década de 70, interligada às outras represas do sistema cumpre com o papel do abastecimento à região, tornando-se hoje a principal fonte de fornecimento de àgua para toda a Região do Alto Tietê.


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01 20

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01- Santa Isabel 02- Guararema 03- Mogi das Cruzes 04- Biritiba Mirim 05- Salesópolis 06- Arujá 07- Itaquaquecetuba 08- Suzano 09- Poá 10- Ferraz de vasconcelos 11- Mauá 12- Ribeirão Pires 13- Rio Grande da Serra 14- Santo André 15- São Bernardo do Campo 16- Diadema 17- São Caetano do Sul 18- São Paulo 19- Guarulhos 20- Mairiporã

21- Francisco Morato 22- Francisco da Rocha 23- Caieiras 24- Cajamar 25- Pirapora do Bom Jesus 26- Santana de Parnaíba 27- Baruerí 28- Osasco 29- Carapicuíba 30- Jandira 31- itapeví 32- Vargem Grande Paulista 33- Cotia 34- Embu 35- Taboão da Serra 36- Itapecerica da Serra 37- São Lourenço da Serra 38- Embu- Guacú 39- Juquitiba

Limite de município Limite RMSP (Região Metropolitana de São Paulo Bacia Tietê Cabeceiras ( 1.694 Km²) Bacia Penha Pinheiros (1.019 km²) Bacia Juqueri Cantareira (713 km²) Bacia Pinheiros Pirapora (569 km²) Bacia Cotia Guarapiranga (965 km²) Bacia Billings Tamanduateí (1.025 km²) Hidrografia Existente Município de Suzano Limite de Bacias Hidrográficas da RMSP


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4.1 O Hidroanel

Perante a importância de conservação e preservação dos recursos hídricos, o Governo do Estado de São Paulo licitou em 2009 o Estudo de Pré-Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental do Hidroanel Metropolitano de São Paulo e então a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, através do Grupo Metrópole Fluvial, realizou em 2011 a articulação arquitetônica e urbanística deste Estudo. O Hidroanel Metropolitano de São Paulo é uma rede de vias navegáveis composta pelos rios Tietê e Pinheiros, represas Billings e Taiaçupeba, além de um canal artificial ligando essas represas, totalizando 170 km de hidrovias urbanas. O projeto baseia-se no conceito de uso múltiplo das águas, que as considera um bem público e um recurso natural limitado, cujo uso deve ser racionalizado e diversificado de maneira a permitir seu acesso a

todos. Esta Política prevê o transporte hidroviário na utilização integrada dos recursos hídricos, visando um desenvolvimento urbano sustentável. Ao transformar os principais rios da cidade em hidrovias, e considerando também suas margens como espaço público principal da metrópole, o caráter público das águas de São Paulo é reforçado. Dessa forma, os rios urbanos se colocam como vias para transporte de cargas e passageiros, uso turístico e de lazer, além de contribuir para a regularização da macro drenagem urbana. Criam-se, assim, áreas funcionais e lúdicas para a população.


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QUALIDADE X USO


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Tratando-se pontualmente das áreas de Proteção aos Mananciais de Suzano, um dos empreendimentos que incentivou as ocupações ao longo da Área de Proteção dos Mananciais, o qual está inserido no distrito de Palmeiras foi o Porto Seco instalado em 1973, ou seja, antes da legislação vinculada à proteção dos mananciais em 1975. Este porto, que está situado às margens da rodovia Índio Tibiriça, trata-se de um recinto alfandegado de uso público, em que são executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle fiscal. A linha férrea administrada pela Companhia MRS - Logística, que abastece este porto, atravessa o território longitudinalmente ligando a região de Resende e Volta Redonda ao porto de Santos. Este é administrado pela empresa pública Cragea (Cia. Regional de Armazéns e Entrepostos Aduaneiros). No entanto, apesar dos investimentos econômicos feitos, entende-se que a presença do equipamento gerou ocupações extremamente conflitantes em relação aos aspectos urbanísticos, de infraestrutura e ambientais devido, em especial, aos diversos loteamentos que o circundam. Ou seja, ao observarmos a relação existente entre o Porto Seco e a região em que se instalou, verificamos que ao longo de anos esta cresceu, no que se refere aos aspectos urbanísticos, quantitativamente

com o aumento dos loteamentos. No entanto, como as áreas ocupadas são espaços ambientalmente frágeis, acabaram impedidas pela lei de receber infraestrutura, não permitindo que o território se desenvolvesse urbanisticamente em conformidade tanto com relação às necessidades da população, bem como com o meio ambiente. Considera-se, pela Lei n. 9.866/97, a qual dispõe sobre diretrizes e normas para a proteção e recuperação das bacias hidrográficas dos mananciais de interesse regional do Estado de São Paulo, que mananciais de interesse regional são as águas interiores subterrâneas, superficiais, fluentes, emergentes ou em depósito, efetiva ou potencialmente utilizáveis para o abastecimento público. As áreas de mananciais compreendem os espaços do território, percorridas e drenadas pelos cursos d’ água desde as nascentes até os rios e as represas. Estas áreas se encontram protegidas por três leis e um decreto. A primeira trata-se da Lei Estadual n. 898/75, que disciplina o uso do solo para a proteção dos mananciais, cursos e reservatórios de água e demais recursos hídricos de interesse da Região Metropolitana de São Paulo. Esta estabelece para o município de Suzano duas importantes prescrições, que se dão nos Artigos 2º e 10º.


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O Artigo 2º define as áreas de proteção de Sociais, dado ao fato da ausência de água mananciais na Região Metropolitana da Grande São tratada prejudicar a saúde da população e ambientais Paulo em dois incisos: na medida em que a não existência da coleta e tratamento de esgoto induz a população a lançar o · Inciso IX, discorre que o rio Guaió, até o esgoto “in natura” nos corpos d’água, provocando a cruzamento com a Rodovia São Paulo – Mogi das sua contaminação, os quais são encaminhandos em Cruzes, na divisa dos municípios de Poá e Suzano, é parte para a represa de Taiaçupeba. declarado como área de proteção; · Inciso XIV, estabelece que o rio Taiaçupeba, até A terceira lei discorre sobre a Lei Estadual n. a confluência com o Taiaçupeba Mirim, inclusive, na 9.866/97, quedispõe sobre diretrizes e normas para a divisa dos municípios de Suzano e Mogi das Cruzes, é proteção e recuperação das bacias hidrográficas dos considerado como área de proteção. mananciais de interesse regional do Estado de São Paulo e dá outras providências, estabelecendo assim A segunda prescrição, do Artigo 10º, se refere novos critérios e procedimentos para a proteção dos às urbanizações e atividades existentes ou exercidas mananciais do Estado de São Paulo. anteriormente a esta lei, colocando que estas gozarão O que esta Lei Estadual propõe de inovação, de prazo adequado para se adaptarem às suas exigências ou procederem à sua transferência para com relação à legislação anterior a 1970, é o fato de outr local e, na impossibilidade de o fazerem poderão ela possuir abrangência em todo o Estado de São Paulo e não apenas na região metropolitana, além ser submetidas a indenização ou desapropriação. disso, propõe a confecção de Leis Específicas, Planos A segunda refere-se à Lei Estadual n. 1.172/76, de Desenvolvimentos (PDPA) e Planos Emergenciais que delimita as áreas de proteção relativas aos para as sub-bacias da Região Metropolitana de São mananciais, cursos e reservatórios de água, segundo Paulo, o que representa, sem dúvida, um avanço para o Artigo 2º da Lei n. 898/75. a política de mananciais, com relação à gestão dos recursos hídricos no Estado. No entanto, observa-se que embora o objetivo desta legislação tenha sido o de proteger os Com relação aos seus Capítulos, destacamos o mananciais, tanto para o município de Suzano, quanto I, IV e VI: para os outros que ela atinge, sua aplicação acabou O Capítulo I, que trata dos “Objetivos e por gerar descompassos, pois diversas atividades e loteamentos continuaram se instalando após a data Abrangências”, em seu Artigo 2º, no inciso II, coloca-se de 1975, e sendo eles considerados como irregulares, a necessidade quanto à compatibilização das ações consequentemente, foram impedidos por lei, de de preservação dos mananciais de abastecimento e receberem investimentos como o saneamento as de proteção ao meio ambiente, com básico, voltado ao abastecimento de água e ao o uso e ocupação do solo e o desenvolvimento esgotamento sanitário, o que acabou e acaba por socioeconômico. acarretar problemas sociais e ambientais.


48

O Artigo 2º define as áreas de proteção de mana Ou seja, o intuito deste inciso é garantir um zoneamento, que seja capaz de preservar os mananciais e, consequentemente, a produção de água, a qual contribui para o abastecimento. Como exemplo Suzano pode ser citada, pois neste momento, dentro da Lei Específica que está em elaboração, para o zoneamento junto a bacia do Taiaçupeba, há a previsão de serem mantidas zonas de baixa densidade populacional, além de ações vinculadas à recuperação de áreas degradadas, através da recuperação florestal a serem propostas no Plano de Desenvolvimento de Proteção Ambiental, com previsão de ser executado após o término da Lei Específica.

abastecimento das populações atuais e futuras. Nesse sentido, a interpretação da Lei demonstra que diversas áreas, que hoje são consideradas irregulares, podem através das Leis Específicas estarem apontadas como Áreas de Ocupação Dirigida, tendo, portanto, a possibilidade de serem passíveis de regularização e, assim, receberem infraestrutura voltada à urbanização. Para tanto, a minuta da Lei Específica da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê Cabeceiras está, em 2012, sendo desenvolvida, inicialmente através de levantamentos de dados vinculados às características físicas e aos planos diretores dos municípios pela Câmara Técnica de Planejamento, que compõe, conjuntamente com a Câmara Técnica de Educação Ambiental e o Grupo Técnico de Monitoramento Hidrológico, a equipe de trabalho que estuda e formula pareceres sobre assuntos de relevância técnica do Sub-Comitê da Bacia do Alto Tietê Cabeceiras a serem deliberados pela plenária do Subcomitê desta Bacia.

No que se refere ao Capítulo IV, o qual trata do “Disciplinamento da Qualidade Ambiental”, este coloca em seu Artigo12, que nas APRMs, para a aplicação de dispositivos normativos de proteção, recuperação e preservação dos mananciais e para a implementação de políticas públicas, serão criadas as áreas de intervenção vinculadas à Restrição à Esta Lei, por consequência, apoiará a cobrança Ocupação, à Ocupação Dirigida e a de Recuperação Ambiental, as quais se encontram descritas no Artigo pelo uso da água no Alto Tietê Cabeceiras, posto que uma de suas funções é a de apontar onde os recursos 14. advindos da cobrança deverão ser aplicados, sendo Para Suzano, assim como para os demais que uma das possibilidades é financiar a elaboração municípios que compõem as APRMs, o Artigo 14 do Plano de Desenvolvimento de Proteção Ambiental é de extrema relevância, pois define que Áreas de (PDPA). A cobrança pelo uso da água está prevista na Ocupação Dirigida são aquelas de interesse para a Lei n.12.183/05, a qual dispõe sobre a cobrança pela consolidação ou implantação de usos rurais e urbanos, utilização dos recursos hídricos do domínio do Estado desde que atendidos os requisitos que garantam a de São Paulo, os procedimentos para fixação dos seus manutenção das condições ambientais necessárias à limites, condicionantes e valores. produção de água em qualidade e quantidade para o


49 Assim, o Artigo 1º, desta Lei, coloca que a cobrança pela utilização dos recursos hídricos objetiva reconhecer a água como bem público de valor econômico e dar ao usuário uma indicação do seu valor. Uma questão importante, colocada pelo Artigo 2º, é que a cobrança pela utilização dos recursos hídricos será vinculada à implementação de programas, projetos, serviços e obras, de interesse público, da iniciativa pública ou privada, definidos nos Planos de Recursos Hídricos, aprovados previamente pelos respectivos Comitês de Bacia e pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos. O Artigo 3º trata de outro aspecto fundamental, indicando que o Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê deverá destinar, pelo período de 10 (dez) anos, no mínimo 50% (cinquenta por cento) dos recursos de investimento oriundos da cobrança para conservação, proteção e recuperação das áreas de mananciais que atendam a sua área de atuação. Com isto, a cobrança pelo uso da água passa a ser uma grande oportunidade para a recuperação das áreas junto aos mananciais, que foram degradadas por tantos anos. Com relação ao Capítulo VI, que trata do “Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental”, especificamente no Artigo 31, coloca que para cada Área de Proteção dos Mananciais - APRM, será elaborado um Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental – PDPA.

médio e longo prazo, para a obtenção de padrões de qualidade ambiental, entre outras propostas e programas. No entanto, na prática, observa-se que as leis comentadas não foram eficazes para diversos territórios, incluindo o de Suzano, pois somente a partir do Decreto Estadual n. 43.022/98, o qual regulamentou dispositivos relativos ao Plano Emergencial de Recuperação dos Mananciais da Região Metropolitana da Grande São Paulo, de que trata a Lei n. 9.866/97, que neste município, cerca de 25 loteamentos inseridos em APM passaram a receber obras de urbanismo e infraestrutura, enquanto 65 loteamentos continuam, neste momento (2012), impedidos pela lei de receber tais benefícios. Dessa forma, o Plano Emergencial, em seu Artigo 1º e § 2º, autorizou os municípios e as concessionárias a realizarem intervenções como: abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem de águas pluviais, contenção de erosão, prevenção e controle de poluição das águas, estabilização de taludes, forne cimento de energia elétrica e revegetação, objetivando diminuir os impactos ambientais causados pelo lançamento do esgoto “in natura” nos corpos d’água, assoreamento dos rios, bem como pela falta de drenagem adequada, entre outros. Assim, observa-se que embora todas as leis comentadas tenham sido feitas visando a proteção dos mananciais, diversos locais foram ocupados, irregularmente, por loteamentos como o Parque Residencial Casa Branca, Jardim Ikeda e o Jardim Brasil. Dessa forma, objetivando implantar a política municipal de habitação, bem como a valorização dos recursos naturais, as famílias, que se encontravam nestes locais, foram retiradas em 2009, através de ações executadas pela Prefeitura Municipal de Suzano.

Entre as diversas questões apontadas, o Artigo 31 discorre sobre a necessidade de serem desenvolvidas, dentro do PDPA, diretrizes para o estabelecimento de políticas setoriais relativas à habitação, transporte, manejo de recursos naturais, saneamento ambiental e infraestrutura que interfiram na qualidade dos mananciais, além de metas de curto,


50 Com isto, resta saber se as diretrizes estabelecidas pelas Leis Específicas e pelos Planos de Desenvolvimento de Proteção Ambiental, assim como os recursos advindos da Cobrança pelo Uso da Água serão suficientes para superar minimamente os grandes descompassos existentes nas Áreas de Proteção de Mananciais, gerados em parte por gestões criminosas e ineficientes do Poder Público vinculado à metrópole paulistana ¹.

¹VIEIRA, M. S. Entre as Serras: Sistemas de espaços livres públicos, uma reflexão para Suzano Dissertação (Pós Graduação) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Cidade de São Paulo São Paulo, 2012.


51

5.1 Cantinho do Céu A Represa Billings, parte do sistema integrante das Bacias Hidrográficas da RMSP, que abastece parte da capital paulista e cidades do ABC, sofreu efetivamente os danos causados por essa “deficiência” na Lei de Proteção aos Mananciais. O território que pela sua importância e meios de preservação teóricos, deveria estar totalmente com sua qualidade assegurada, era totalmente preenchido pela ocupação irregular de moradias precárias que despejavam o esgoto doméstico in natura no reservatório. Dessa forma, o Programa de Mananciais mantido pela Secretaria Municipal de Habitação (SEHAB), em 2005, passou a abranger a Represa Billings, juntamente com a Represa do Guarapiranga, nas iniciativas que contaram com a colaboração do Governo do Estado de São Paulo para o desenvolvimento de programas de reurbanização e implantação de redes de saneamento básico, eliminação de áreas de riscos, drenagem de águas pluviais, coleta de lixo para as comunidades, entre outras medidas a fim de transformar os locais degradados em bairros estruturados e garantir dessa forma a requalificação das águas e dos recursos oferecidos pelas Represas. O Projeto Cantinho do Céu, desenvolvido pelos Arquitetos Marcos Boldarini e Melissa Matsunaga, teve como premissa básica recuperar e conservar a qualidade do reservatório, além de melhorar as condições de vida da comunidade local, com elementos incentivadores do uso do parque que permitiram a valorização da paisagem e a revelação da natureza presente.

Cantinho do Céu Foto: Elizabeth França (2013)

Cantinho do Céu Foto: Elizabeth França (2013)


52


53

5.2 Cenários de Ocupação Descontrolada As situações apresentadas nos fazem refletir sobre alguns cenários de ocupação indesejada às margens das represas paulistas, caso não haja um ordenamento com regras urbanísticas eficazes, que assegurem a qualidade do solo, através de seu uso.

Represa de Guarapiranga em 1972

Metragem quadrada por família

Represa de Guarapiranga em 2010

O QUE NÃO USA... REOCUPA!

Metragem quadrada por família


54

Metragem quadrada por família

Represa de Taiaçupeba | Cenário atual - 2013 Fonte: Google Maps

ESSE É O CENÁRIO QUE QUEREMOS EM 2051???

Metragem quadrada por família

Represa de Taiaçupeba | Futura (Simulação do autor)

Ocupação Descontrolada


6

55

APRESENTAÇÃO E LEVANTAMENTOS DA ÁREA DE INTERVENÇÃO


56

Local de Intervenção: Distrito de Palmeiras | Represa de Taiaçupeba Situação Atual do Limite da Represa


57

Situação Futura da Represa | Nova cota de Alagamento

(Simulação do autor)


58

Principais bairros envolvidos:

Vl. Ipelândia | Jd. Mimosa | Jd. Lígia | Chácara Duchen

O Local conta ainda com grande parte da vegetação e ecossistemas bem preservados, suas terras são cobertas por áreas da mata atlântica, capoeira, campos, vegetação de várzea e reflorestamento. Situação que nos faz refletir sobre a preservação de tais elementos, que por tão pouco se perdem pela falta do olhar com planejamento específico para tal situação. Os campos agrícolas são a principal atividade econômica do bairro, trazendo para os habitantes a característica preexistente do local.


59

6.1 Zoneamento

Contido nas áreas de Zoneamento Z9 e Z10 a área conta com as restrições da Legislação de Proteção aos Mananciais + Incra+Mirad, que além de garantirem o uso controlado do solo, favorecem a utilização do mesmo para a produção agrícola. De uma forma sintetizada, o zoneamento da área se aplica da seguinte forma: · · · · ·

Dimensão mínima dos Lotes = 1.000 mt² Porcentagem de áreas permeáveis = 80% Taxa de Ocupação = 50% Índice de Elevação = 2 Índice de aproveitamento = 1

z9 z10


6.2 Mobilidade do local

A Mobilidade da região se faz principalmente pela Rodovia Índio Tibiriçá que interliga o local à área central da cidade e também ao município de Ribeirão Pires. Além desta, a Estrada das Varinhas faz relação direta à cidade de Mogi das Cruzes. O viário secundário da área de intervenção é ordenado pelas estradas Keida Harada, Estrada Do Oura ou Paiol Velho, Estrada Olídio Cardoso e do Koyama.


Mobilidade Macro

Poá

Mogi das Cruzes

Ferraz de Vasconcelos São Paulo

Mauá

Ribeirão Pires

Limite APA

Estrada Olído Cardoso

ESCALA GRÁFICA:

Limite APM

Estrada do Koyama

0

Viário Principal Rodovia Ìndio Tibiriçá

Ferrovia

Estrada Variante da SP. 031

Eixo Rodoanel

Estrada Keida Harada

Hidrografia Existente

Estrada das Varinhas

Alteamento Represa de Taiaçupeba

Estrada do Oura/ Paiol Velho

Delimitação Área de Intervenção

0,5

1

2

4 (km)

61


Mobilidade Micro

SENTIDO CENTRO

SENTIDO MOGI DAS CRUZES

SENTIDO RIBEIRÃO PIRES

SENTIDO LOCAL

SENTIDO LOCAL

SENTIDO LOCAL

ESCALA GRÁFICA:

0

0,5

Viário Principal Rodovia Ìndio Tibiriçá Estrada Variante da SP. 031 Estrada Keida Harada Estrada das Varinhas Estrada do Oura/ Paiol Velho Limite APM Ferrovia Hidrografia Existente Alteamento Represa de Taiaçupeba Delimitação Área de Intervenção

1

2

4 (km)


63

6.3 Mapa Cheios e Vazios

Áreas Edificadas

ESCALA GRÁFICA:

0

0,5

1

2

4 (km)


64

6.4 Loteamentos Consolidados

Número reduzido de bairros regulares, próximos à represa, os loteamentos mais estruturados, orientam-se ao longo do viário principal.


65

6.5 Usos do solo

ESCALA GRÁFICA:

0

0,5

1

4 (km)

2

Uso Residencial Uso Comercial

Terrenos Vazios

Uso de Serviços

Sem Levantamento

Uso Misto

Limite APM

Uso Institucional

Ferrovia

Uso Industrial

Hidrografia Existente

Chácaras de Veraneio

Alteamento Represa de Taiaçupeba

Produção Agrícola

Delimitação Área de Intervenção


66

6.6 Levantamento Fotogrテ。fico FOTO 02

FOTO 01

FOTO 03

FOTO 04

FOTO 05

ESCALA GRテ:ICA:

0

0,5

1

2

4 (km)


01

67 02

03

04

05 Fotos: Acervo pessoal


68

FOTO 09 FOTO 08

FOTO 07 FOTO 10 FOTO 06

ESCALA GRテ:ICA:

0

0,5

1

2

4 (km)


06

69 07

08

09

10 Fotos: Acervo pessoal


70

FOTO 12

FOTO 11

FOTO 16

FOTO 13

FOTO 14

FOTO 15

ESCALA GRテ:ICA:

0

0,5

1

2

4 (km)


11

71 12

13

14

15

16

Fotos: Acervo pessoal



7

PROJETO

73



75



77

7.1 Conceito

Diante das problemáticas apresentadas, o objeto de trabalho deste TFG, apresenta-se como garantia da Qualidade das águas e dos recursos naturais oferecidos pela região através de um desenho de solo organizado e devidamente planejado, nos novos espaços criados pelo alteamento da Represa de Taiaçupeba. O trabalho trata de uma análise reflexiva sobre a paisagem natural existente, poucas vezes observada pelo usuário da cidade.

Na sua implantação são criados núcleos de habitação e serviços, que correspondem às necessidades existentes e consolidam a identidade/ funcionamento do bairro, bem como sistemas de espaços livres públicos com o parque ecológico linear que visa à preservação e recuperação das margens da Represa, buscando a valorização de suas paisagens, assim como do recurso água naturalmente oferecido.

RECURSO ÁGUA + PRESERVAÇÃO AMBIENTAL + LAZER + HABITAÇÃO = PARQUE TAIAÇUPEBA


78


79


80

7.2 Justificativas e Estratégias de projeto

NÚMEROS FIXOS

NÚMEROS LEGISLATIVOS Lei de Uso e Ordenamento do Solo 6766/79.

NÚMEROS DO PROJETO

ÁREA TOTAL DE INTERVENÇÃO Área de Preservação Aos Mananciais _ Máximos de 20% Construção Impermeável

1.845.547,00 m² 369.109,00 m²

ÁREA TOTAL PASSIVEL DE URBANIZAÇÃO = 369.109,00 m² Mínimo de 35% da área total, 129.188,15 m² destinadas ao Uso Público Obrigatório. Mínimo de 10% da área total 12.918,81 m² destinados às Áreas Verdes Públicas. Mínimo de 5% da área total destinadas 6.409,40 m² às Áreas Institucionais.

ÁREA TOTAL PASSIVEL DE URBANIZAÇÃO = 369.109,00 m² 40% da Área destinadas ao Uso Público 174.643,60 m² Obrigatório. 87% Destinados ao viário estrutural 127.904,72 m² 13% Destinados às Áreas Institucionais 47.984,17 m²

7,75% de Projeção, destinados às 28.600 m² Habitações. 39% Destinados aos Núcleos de 147.440,45 m² Serviços 57% DA ÁREA TOTAL DA IMPLANTAÇÃO É DESTINADA ÀS ÁREAS VERDES PÚBLICAS = 1.008,474 M²


ANEL HIDROVIÁRIO HIDROANEL

RIO TIETÊ

81 ÁREAS VERDES POR HABITANTE:

SUZANO

2,52 KM² ÁREAS VERDES PÚBLICAS (EQUIPAMENTOS URBANOS) 206,201 KM² DE ÁREA TOTAL 262.480 HABITANTES DENSIDADE DEMOGRAFICA = 1.272,93 hab/km² ÁREAS VERDES POR HABITANTE = 9,60 m²

+ PARQUE TAIAÇUPEBA 1.008,474 M² ÁREAS VERDES PÚBLICAS (EQUIPAMENTOS URBANOS) 1.845.547 M² DE ÁREA TOTAL 5.000 HABITANTES DENSIDADE DEMOGRÁFICA = 0,002 hab/mt² ÁREAS VERDES POR HABITANTE = 201.69 m²

TOTAL DE ÁREAS VERDES PARA O MUNICÍPIO 3.528,474 MT² ÁREAS VERDES POR HABITANTE = 13,44M² RECOMENDADOS PELA OMS = 12 M²/ HABITANTE

VEGETAÇÃO NATIVA PREDOMINANTE SUZANENSE

29m²/ Hab. Nova York

Km²

MATA 35,17

CAPOEIRA 23,47

%

17,13%

11,43%

CAMPO VEGETAÇÃO DE VÁRZEA 12,87 24,52

27m²/ Hab. 19,4m²/ Hab. 19,2m²/ Hab. 13,7m²/ Hab. 12,7m²/ Hab. 12,7m²/ Hab. 8,9m²/ Hab. 7,9m²/ Hab. 6,6m²/ Hab. 6,4m²/ Hab. Londres Washington Madrid Paris Filadelfia Rosário Córdoba Santander Barcelona Buenos Aires

ONU OMS

OMS

6,27%

11,95%

6,2m²/ Hab. Sevilha

6m²/ Hab. 5,7m²/ Hab. 5,3m²/ Hab. Miami Santiago do Chile Cidade do México

4,2m²/ Hab. Bogotá


82

7.3 Programa de necessidades O projeto conta com a implementação de equipamentos que justificam o funcionamento da proposta. São eles:

1.430 54.000 m² 47. 984 m² 1 2 1 2 1 1 2 1 3 1 1 1

UNIDADES HABITACIONAIS HORTA COMUNITÁRIA CONCEITO ÁREA INSTITUCIONAL PONTO DE RECICLAGEM E COMPOSTAGEM DO LIXO NÚCLEOS DE SERVIÇOS REDÁRIO DECKS DE CONTEMPLAÇÃO PRAÇA DE ESPORTES PRAÇA LIVRE PRAÇAS DE EVENTOS ESTACIONAMENTO A MEIO NÍVEL BOLSÕES DE ESTACIONAMENTOS ABERTOS MIRANTE DE OBSERVAÇÃO LAGO RECREATIVO PRAIA URBANA DOCE


83

7.4 Por que e para quem é? Comparativo Suzano x São Paulo: São Paulo: 90 Parques Municipais + 10 em Contrução Suzano: 1 Parque Muncipal

ÔNIBUS COMO MEIO DE TRANSPORTE: Utilização do Veículo:

21% Todos os Dias

13% Quase todos os Dias

54% De vez em quando

12% Nunca faz uso do Veículo

33% Diminuição no tempo de Espera

28% Mais Conforto

4% Se não tivesse carro

ATIVIDADES RECREATIVAS NO ESTADO Não utilizam porque?

23% Outras Capitais e Regiões Metropolitanas do País

30% Frequentam parques da Cidade de SP.

57% Utilizam outro tipo de Recreação

47% Homens

37% Mais Linhas e Mais Percursos

57% Mulheres

Perfil do Usuário

USO DO AUTOMÓVEL: 59% Classe A/B

38% Classe C

3% Classe D/E

3% Idosos 30% Adultos 25-34

Utilização do Veículo:

65-75

14% Todos os Dias

8% Quase todos os Dias

27% De vez em quando

32% Classe A/B

52% Classe C

16% Classe D/E

20% Zona Norte

26% Zona Leste

23% Raramente

27% Não Utiliza

42%

BICICLETAS COMO MEIO DE TRANSPORTE: Utilização do Equipamento:

58%

Tem Automóvel

Não tem Automóvel

Utilização do Veículo por Região: 5% Quase todos os Dias

25% De vez em Quando

68% Nunca fez uso do Veículo

13% Centro

21% Zona Sul

32% Zona Oeste

Não utilizam porque?

DEIXARIA DE USAR O CARRO, CASO HOUVESSE UMA BOA ALTERNATIVA DE TRANSPORTE: 17% Mais Sinalização nas Ruas

27% Construção de Novas Ciclovias

34% Mais Segurança para Ciclistas 47% Com Certeza Deixaria

33% Não tem

67% Tem disposição para usufruir de Ciclofaixas de Parques Urbanos.

23% Provavelmente Deixaria

70% _ 1,2 Milhões Aprox. 15% dos Paulistanos

4% Dificilmente Deixaria

25% Não Deixaria de Usar

2% NS/ NR

POTENCIAL DE MUDANÇA!!!


84

7.5 Processos de criação Margem Esquerda Suzano | Bairros

Margem Direita Mogiana Margem Mais Alagada

Novo Alagamento: Incentivo ao Uso Aquático

Espaço Contemplação da Paisagem

Área de Preservação Área de Preservação + Acesso Aquático

Decks Contemplação| Local mais Fundo

Núcleos de Serviços Restaurantes Próximos à Represa| Vista + Utilização

Recreação voltada à Represa Lazer Comum Centralizado

Área de Lazer Próxima às Habitações Setor Habitacional Próximo à via Principal| Fácil Acesso

Praia Doce| Utilização da Margem

Área de Preservação

Parque Linear

1ª Etapa: Estudos de Setorização

Principal Via de Acesso Estrada das Varinhas


85 Mirante

Roda Gigante Pier | Acesso Aquático

Praia Doce| Utilização da Margem

Decks | Restaurantes Gramados| Quiosques

Deck

Núcleo de Serviços

Piscinas Flutuantes Delimitação Segura

Praça Livre

Praia Doce| Utilização da Margem

Piers

Habitações

Horta Comunitária Área de Apoio às Unidades

2ª Etapa: Criação dos Elementos | Organização pela Setorização

3ª Etapa: Refinamento das Formas | Desenho Geral


86

7.6 Diagramas de compreensão Situação Atual


87


88

Situação Proposta


89


90

7.7 Sistema Viário

Uma linha de ônibus circular interna ao bairro, garante mobilidade pública a todos os pontos do Parque.

Pavimentação adequada ao caminhar

Pavimentação Rígida | Deck Elevado

Pavimentação Rígida | Ciclovias e Caminhos

Pavimentação Vegetal


NOVO LEITO CARROÇÁVEL

NOVO LEITO CARROÇÁVEL

CONDIÇÃO EXISTENTE VIÁRIO GERAL

91

NOVO DESENHO DO SISTEMA VIÁRIO Iluminação Voltada à Altura do Pedestre

1,50

6,00

1,50

9,00

SOLUÇÃO PROPOSTA

0,50

6,10

1,50

6,00

2,50

2,30

0,80

2,30

6,00 0,80

13,50

3,10

1,50 0,50

2,50

CICLOVIA

6,00 0,80 1,50

CANTEIRO CENTRAL

1,50

22,70

6,00

0,80

EQUIPAMENTOS URBANOS

0,80

Os estacionamentos a meio nível garantem vagas para os visitantes do parque de maneira inteligente. Sua concepção soma à sua função de estacionamento, a elevação da topografia em um ponto estratégico da implantação, proporcionando ao usuário um mirante de observação e contemplação da Represa. Além dos elementos citados, o sistema estrutural dos estacionamentos é previamente aliviado, tendo em vista que, por um conjunto de estacas, enterramos somente metade do pé direito em um solo silte-arenoso.

0,80

22,70

Estacionamentos à Meio Nível

PERFIL NATURAL DO TERRENO


92

7.8 Quadras de setores


93

7.8.1 Quadras Habitacionais Cada quadra habitacional é organizada com 3 lâminas de edifícios. Sendo elas, Térreo + 3 Pavimentos. A principal diretriz de tal organização orientouse em liberar todo o pavimento térreo de edificações sólidas, permitindo fluxo e visão permeável para a compreensão de todo espaço oferecido. Desta forma, temos a garantia do solo de toda implantação, de maneira geral, oferecido à apropriação pública.

Planta Desenho das Quadras Habitacionais Esquema de Organização Unidades Habitacionais em Lâminas


94

7.8.1.1 Conceito das Habitações As características e preexistências sócio culturais do local, assim como a conformidade ambiental, formam o conceito principal do projeto, orientando assim as diretrizes básicas das habitações e de todos os demais elementos do parque, tais, organizam-se da seguinte forma:

5.000 HABITANTES ÷ 3,5 PESSOAS POR UNIDADE = 1.429 UNIDADES HABITACIONAIS. 60 M² POR HABITAÇÃO x 1.429 UNIDADES = 85.740 M², DIVIDIDOS EM 3 PAVIMENTOS = 28.580 M² DE PROJEÇÃO. RESUMO 1.430 UNIDADES HABITACIONAIS DIVIDIDAS EM 12 TORRES DE 3 PAVIMENTOS. TOTAL = 5.008 MORADORES.


95

O projeto modelo deste trabalho, busca de forma mínima, diminuir os impactos ambientais causados por tal implementação. Portanto, sugere algumas diretrizes básicas para o desenvolvimento das edificações propostas.


96 L창minas

Habitacionais e Horta Coletiva


97


98

7.9 Inserção do Elemento Água Integração do interior do projeto com a Represa


99


100

7.10 O Parque Linear Elemento revelador da Paisagem

A Arborização é da mais lata importância para a qualidade de vida humana. Ela age simultaneamente sobre o lado físico e mental do homem, absorvendo ruídos, atenuando o calor do sol; no plano psicológico, atenua o sentimento de opressão do homem com relação às grandes edificações; constitui-se em eficaz filtro das partículas sólidas em suspensão no ar, contribui para a formação e o aprimoramento do senso estético.¹

¹CESP. Companhia Energética de São Paulo Guia de Arborização. 3ed. São Paulo 1988.


7.11 Elemento Moldura Os Elementos Moldura revelam e emolduram pontos importantes da paisagem oferecida. Distribuídas em diversos locais do parque, as Molduras fazem captação de energia solar durante o dia, para funcionar como ponto de apoio para informações, além de possibilitar a carga de equipamentos eletrônicos. Além disso, a mesma é Auto Iluminante durante a noite, proporcionando iluminação segura ao parque 24 horas por dia.


102

7.12 Estares e Circulações Áreas de Replantio e Compensação Ambiental


103


Estar | Redรกrio



7.12 Praças livres Locais Públicos para Apropriação Urbana

Praças Livres | Arenas Múltiplas

Praças de Esportes | Half Pipe | inserção de Esportes e Práticas Urbanas


107

7.13 Áreas de Contemplação da Represa Piscinas Flutuantes Delimitação de uma área segura para banhistas

Mirante Observação sobre a paisagem

Praia Doce Incentivo à prática de Esportes Aquáticos


Reveillon

de São Sebastião

Prefeitura Municipal de Suzano

Arraiá Solidário

30 Fundo Social de Solidariedadel

01 Paróquia de São Sebastiãol

abril

Festa do Divino Espírito

Ponto Facultativo Nacional

Corpus Christi

29 Feriado Nacional

Dia Mundial do trabalho

22 Prefeitura Municipal de Suzano Comunidade São José Operário

março

Festa de São José Operário

Feriado Nacional

02

Tiradentes

Confraternização Nacional

29 Descobrimento do Brasil

Prefeitura Municipal de Suzano

10 Festival de Teatro da Cidade

fevereiro

Aniversário da Cidade

Feriado Nacional

13 Paixão de Cristo

Associação Cultural Chinesa de Suzano

01 11-12

Festa Dália

Ponto Facultativo Nacional

janeiro

Quarta- Feira de Cinzas

Prefeitura Municipal de Suzano

20 Carnaval

Associação Cultural Chinesa de Suzano

01 Ano Novo Chinês

Paróquia

Festa de São Sebastião

Confraternização Universal

7.14 Calendário Integrado Parque + Cidade

maio jun

09 1


Feriado Nacional

Ponto Facultativo Nacional

20 Feriado Nacional

novembro

Natal

Prefeitura Municipal de Suzano

Início Natal das Luzes

15 Associação Afro/ Prefeitura Municipal de Suzano

02 Semana Zumbi dos Palmares

outubro

Consciência Negra

Feriado Nacional

12 Proclamação da República

31

Feriado Nacional

setembro

Finados

Prefeitura Municipal de Suzano

31

Semana das Crianças

25

Dia de Nossa Senhora Aparecida

Rotary Clube de Suzano/ Asfar-Su

22

Festa das Nações

Prefeitura Municipal de Suzano

07

Festa do Baruel

20 Festa da Primavera

30

Associação Nipo- Brasileira de São Paulo

agosto

Feriado Nacional

julho

Independência do Brasil

ACEAS e CENIBRAS

Bunka Matsuri e Feira do Livro

14

Associação Fukuhaku

09

Festa do Sukiyaki

Comunidade Ítalo- Brasileira de Suzano

Festa Di San Francesco

06

Feriado Estadual

Revolução Constitucionalista

15 Bunkyo Suzano

Festa das Cerejeiras

nho dezembro

02 25


7.15 Compreensão Final da Implantação

Ao constatar que o ambiente público fica melhor, mais bem tratado, recuperado, garantindo o convívio e a interação... A população também se anima a investir em suas moradias, em seus negócios, em seu lazer... ¹.

¹SECRETARIA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO (SEHAB) DE SÃO PAULO. Operações táticas na Cidade Informal. 1ed. São Paulo. 2009


111



8

113

MARGENS REPLICÁVEIS



O projeto apresentado neste trabalho de TFG segue como diretriz de replicação de desenvolvimento urbano. Tais diretrizes servem como elementos geradores e multiplicadores da implantação nas demais margens da represa.

Poá

Mogi das Cruzes

Ferraz de Vasconcelos São Paulo

Mauá

Ribeirão Pires

ESCALA GRÁFICA:

0

0,5

1

2

4 (km)

115



9

117

CONSIDERAÇÕES FINAIS



119

É importante concluir que o projeto apresentado reflete sobre o uso controlado do solo localizado entre

dois novos braços de água gerados pela ampliação da capacidade de represamento da Represa de Taiaçupeba. Desta forma, a proposta baseia-se em princípios e diretrizes adequadas de modo que a reurbanização se traduza de uma forma eficaz à preservação dos recursos hídricos da região.



10

121

REFERÊNCIAS


122

10.1 CONCURSO DE IDEIAS PARQUE METROPOLITANO LA CARLOTA Caracas | Venezuela - 2012

O concurso para o novo Parque Metropolitano La Carlota em Caracas pretende transformar o aeroporto La Carlota, em um parque verde metropolitano e promover novos espaços verdes públicos à cidade.

01 Recinto da Água

01

02 Vista aérea do Parque 03 Vista sobre o rio Fotos: Plataforma Arquitetura

03

02


123

10.2 COLEMAN OVAL SKATE PARK Nova York | EUA

Projeto do escritório Holm Architecture Office, busca o redesenho do Parque situado em cima da Ponte de Manhattan, que sofreu muito tempo com a falta de exposição, pouca manutenção do local. A nova proposta conta hoje com um parque público contemplado com Playground, Pistas de Skate, Palco de eventos, Local para cachorros, Campos Base Ball e esportes.

01 Palco de Eventos 02 Pista de Skate

01

03 Ciclovia Fotos: ArchDaily

03

02


124

10.3 ILHA ZIRA | Escritório BIG Baku | Azerbaijão

Projeto de um resort de Energia Zero e entretenimento na ilha de Zira. Os Sete Picos do Azerbaijão propõem uma paisagem arquitetônica derivada de sua paisagem natural. As montanhas preservam todo seu ecossistema, e o projeto segue como modelo para o futuro desenvolvimento urbano sustentável.

01 Convivência 02 Núcleos

01

03 Compreensão Geral Fotos: BIG

03

02


125



Bibliografia CESP. COMPANHIA ENERGÉTICA DE SÃO PAULO. Guia de arborização. 3ed. São Paulo: Gráfica CESP, 1988. MARCOS CARRILHO ARQUITETOS S/C LTDA. Guarapiranga, Recuperação Urbana e Ambiental no município de São Paulo. São Paulo: Publicação Marcos Carrilho Arquitetos. 1ed, 2000. FRANÇA, Elizabeth. BARDA, Marisa. Entre o Céu e a Água Cantinho do Céu. 1ed. São Paulo, 2012. SECRETARIA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO (SEHAB) DE SÃO APULO. Operações Táticas na Cidade Informal. 1ed. São Paulo: Gráfica: Brasil, 2009. SECRETARIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Memória Urbana A grande São Paulo até 1940. 1ed. São Paulo: Publicação: São Paulo/ Emplasa, 2001. GAUSA, Manuel. SALAZAR, Jaime. Housing + Singular Housing. 1ed. Barcelona: Editora Actar. VIEIRA, Michele Silva. Entre as Serras: Sistemas de espaços livres públicos, uma reflexão para Suzano. Dissertação Pós Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Cidade de São Paulo. São Paulo, 2012. DIÁRIO DO ALTO TIETÊ. Memórias de Suzano Histórias e fotos de todos os tempos, do vilarejo à cidade grande. 1ed. Suzano: Editora Dat, 2009. FRANÇA, Elizabeth. Habitações e Cidade, a experiência de São Paulo 2005-2012. Apresentação a Cidade em Movimento Universidade Braz Cubas. São Paulo, 2013. PREFEITURA MUNICIPAL DE SUZANO. SECRETARIA DE POLÍTICA URBANA. Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006-2016. Vol. 1.Suzano. 2007. SÃO PAULO. Lei do parcelamento do solo urbano. Lei nº. 6.766, de 19 de Dezembro de 1979. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE. Política de Preservação e Recuperação aos Mananciais. Lei 9.866/97. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE. Leis específicas das Aprms Guarapiranga e Billings. Lei estadual 9.866/97 VENEZUELA. Concurso de Ideias Parque Metropolitano La Carlota. Caracas. Disponível em : <http://www. concursolacarlota.com/>. Acesso em 06/06/2013. HISPANOAMÉRICA. La Carlota Mención Segunda Etapa

127 Parque Metropolitano La Carlota / Colectivo1061. Disponível em: http://www.plataformaarquitectura.cl/2013/01/27/ mencion-segunda-etapa-parque-metropolitano-la-carlotacolectivo1061/. Acesso em: 06/06/2013. EUA. Prosolve370e Elegant Embellishments. Arizona. Diponível em: <http://elegantembellishments.net/prosolve. htm>. Acesso em 06/06/2013 EUA. ZIR- Zira Island Masterplan. Nova York. Disponível em: <http://www.big.dk/#projects-zir>. Acesso em: 16/05/2013. EUA. Coleman Oval Skate Park / HAO. Disponível em:< http:// www.archdaily.com/174098/>. Acesso em: 18/09/2013. BRASIL. Hidroanel metropolitano de São Paulo. São Paulo. Disponível em: http://www.metropolefluvial.fau.usp.br/ hidroanel.php. Acesso em: 04/03/2013. BRASIL. Prefeitura de Suzano Noticias. Suzano. Disponível em: <http://www.suzano.sp.gov.br/web/categorias/noticias/>. Acesso em 18/09/2013. BRASIL. Lista de Regiões Metropolitanas por população. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/ Anexo:Lista_de_regi%C3%B5es_metropolitanas_por_ popula%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 10/10/2013. BRASIL. Suzano. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/ wiki/Suzano>. Acesso em: 04/03/2013. BRASIL. São Paulo> Suzano> Infográficos: Dados gerais do município. Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br/painel/ painel.php?codmun=355250>. Acesso em 04/03/2013. BRASIL. Ibope Pesquisa realizada sobre o dia mundial sem carro. Disponível em: <http://www.ibope.com.br/pt-br/ noticias/Paginas/Pesquisa%20realizada%20sobre%20o%20 Dia%20Mundial%20Sem%20Carro%20em%202007.aspx>. Acesso em 15/08/2013.






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