DEZEMBRO FESTIVO | RedeNews.Ano6.N12

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A Habicuidados é um serviço privado de ajuda a pessoas e famílias com o objetivo de garantir a si ou aos seus familiares Qualidade de Vida e Bem-Estar no ambiente da sua própria casa

Profissionalismo, Transparência, Personalização e Preços Justos são os quatro pilares em que assentamos a nossa relação com quem nos solicita apoio

Disponível 24 horas por dia, 365 dias por ano, ideal para todos aqueles que desejam permanecer junto da sua família, usufruindo de cuidados de saúde personalizados e apoio nas atividades de vida diária.

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PREVENIR O ENVELHECIMENTO PRECOCE

SABER+

O envelhecimento é incontornável e natural, contudo, há algumas estratégias que podem ajudar a evitar que surja de forma precoce. Não há fórmulas mágicas, o “segredo” passa por adotar hábitos saudáveis, algo que está ao nosso alcance, cuidando do corpo e da mente. Falamos, por exemplo, de um sono de qualidade, ter cuidado com o sol e adotar uma alimentação saudável.

1. Não fume

Nunca é demais lembrar que o tabaco faz mal à saúde de um modo geral, deixando marcas visíveis quer no interior quer no exterior do corpo. Além de ser a principal causa de morte evitável no mundo, dado que aumenta muito a probabilidade de diversos tipos de cancro, fumar também diminui o fluxo sanguíneo que transporta os nutrientes essenciais, como o oxigénio, para a superfície da pele, diminuindo a produção de colagénio no seu organismo, o que causa rugas e flacidez precoce.

2. Durma bem

Sete a oito horas de sono são fundamentais para que reponha as energias gastas e regule o seu metabolismo. Poucas horas de sono ou um sono desregulado fazem com que o seu organismo liberte cortisol em demasia, hormona do stress, que destrói o colagénio, o elemento fundamental para ter uma pele saudável, sem rugas ou flacidez. Daí se falar tanto no “sono de beleza”.

Fumar, dormir mal ou excesso de sol são inimigos de uma pele jovem e saudável. Mas há outros erros que pode evitar para prevenir o envelhecimento precoce.

3. Evite o excesso de sol

Apesar de ser essencial para o nosso organismo, uma vez que aporta vitamina D, o sol em demasia também não é um bom aliado para a pele. A absorção dos raios ultravioleta, sobretudo entre o meio-dia e as 16h e sem protetor solar, afeta a produção do colagénio e da elastina, o que faz com que a sua pele fique mais áspera e engrosse, dandolhe uma aparência mais envelhecida. Os mesmos raios ultravioleta são também muitas vezes os responsáveis pelo cancro da pele. Por isso, use o sol em seu proveito, com um fator de proteção solar nunca inferior a 50 e não se esqueça do chapéu com abas largas para proteger a pele do rosto, a primeira a denotar os sinais da idade.

Dica útil:

Utilize óculos de solajudam a evitar que estejamos constantemente a semicerrar os olhos. As expressões faciais repetitivas podem levar ao surgimento de linhas permanentes na pele, pois estamos sempre a contrair estes músculos.

4. Faça uma alimentação saudável

Nós somos o que comemos, ou seja, a nossa alimentação define em muito a idade que aparentamos, prevenindo ainda um sem número de doenças, como as cardíacas e a diabetes. Se privilegiar a Dieta Mediterrânica, está a fazer mais pelo seu coração (e também pelo seu cérebro) do que imagina Coma mais peixe do que carne, sobretudo a vermelha, e dê primazia ao azeite, descartando as gorduras saturadas, e invista nas frutas, nos vegetais, nas leguminosas e em poucas porções de frutos secos no seu dia a dia, fazendo cinco refeições pouco abundantes por dia.

Além disso, evite também o consumo de açúcar e de hidratos de carbono refinados. Estes alimentos provocam um pico nos níveis de açúcar no sangue, o que “obriga” o pâncreas a produzir mais insulina Este processo pode provocar inflamação não só na pele como no corpo de um modo geral. Também pode causar danos no colagénio, o que pode traduzir-se em mais rugas.

5. Pratique atividade física regular

Correr 20 minutos três vezes por semana, por exemplo, ou caminhar diariamente durante meia hora, são os melhores remédios para a sua juventude física e mental Além de fortalecer os seus músculos, aumenta os níveis de energia, melhora o estado de espírito e previne doenças cardíacas, que muitas vezes chegam com a idade.

6. Hidrate-se

Uma boa hidratação e consumo de água é fundamental para o bom funcionamento do organismo, tanto a pele como o corpo agradecem. Por outro lado, evite o consumo de álcool, que pode comprometer o bom aspeto da pele: não só a deixa desidratada, como, com o passar do tempo, pode mesmo provocar danos.

7. Cuide da sua mente

Rodeie-se de amigos e da família sempre que possível, os convívios são fortes aliados da sua saúde emocional que, por sua vez, ajuda a manter uma boa saúde física. Também passatempos, como palavras cruzadas, sudoku ou outros enigmas desafiantes, ajudam a manter o seu cérebro exercitado e em forma.

8. Não esqueça o creme hidratante

Aplicar um bom creme hidratante deve fazer parte da rotina diária, pois este retém a água na pele, dando-lhe uma aparência mais jovem. Contudo, é importante escolher o produto mais adequado. Evite os que contêm perfumes ou que possam irritar a pele. Uma pele irritada tende a apresentar mais secura, o que pode provocar danos.

A limpeza da pele também é um passo importante e deve ser feita de forma suave, removendo poluição, maquilhagem e outras sujidades. Por outro lado, esfregar muito a pele ou fazê-lo de forma agressiva pode provocar irritação.

9. Evite ambientes poluídos

O ar fresco e puro é amigo da nossa pele - e da saúde de um modo geral Ambientes com elevados níveis de poluição, como fumo dos carros, podem provocar danos na pele.

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ALERTA Festividades

Estamos a chegar ao final do ano e as festividades desta época também se aproximam.

Para os idosos, esta altura pode ser especialmente nostálgica e pode ser também um desafio.

As festas podem aumentar o sentimento de perda, o stress e a depressão. O luto pela perda de um ente querido, recente ou passado, pode ser sentido mais profundamente durante esta época; podem sentir que estão a perder a energia para festejar ou que não têm muito para celebrar.

Pode ainda haver um sentimento de perda de tradições familiares ou problemas relacionados com a saúde que podem impedir as pessoas idosas de participar nas celebrações desta altura do ano.

Estas situações podem não só afetar o bem-estar emocional dos idosos, mas a solidão e a depressão podem também manifestar-se através de sintomas físicos e problemas de saúde graves.

Por tudo isto, é importante prestar muita atenção ao bem-estar dos idosos nesta altura e tomar medidas para incorporar estratégias de prevenção e cuidado.

Podem existir algumas expectativas sobre como devem ser as festas de fim de ano e os sentimentos de tristeza podem tornarse mais pronunciados quando os outros celebram a época.

Mas, os idosos gostam quase sempre de ser incluídos nas atividades familiares e nas atividades festivas. A época festiva pode ser uma altura divertida e agradável para os idosos, mesmo que tenham limitações físicas ou cognitivas.

O mais importante é o idoso passar tempo em conjunto com a família ou cuidadores, sentir-se incluído e desfrutar de boa companhia, quer seja pessoalmente ou virtualmente

É importante que os idosos não fiquem apenas em casa e sozinhos durante esta altura do ano, mas pelo contrário, deverão aceder atividades e estratégias de bemestar que os impeçam de se aborrecerem ou ficarem tristes.

Celebrar as festas com um idoso pode exigir um pouco mais de tempo e flexibilidade, mas estimular o seu bemestar e segurança pode ajudar a criar memórias significativas durante as festas e também e depois delas.

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Dicas para afastar o stress e manter o bem-estar dos idosos

As festividades são geralmente uma época com muito stress, confusão, correria e até algum stress. Por isso é importante garantir que, apesar disso, o idoso mantém algum bem-estar.

Utilizar a criatividade

Se o idoso pretender acompanhar nas compras de natal, mas não pode andar no meio da multidão por problemas de imunidade ou de mobilidade, podem-se substituir as compras numa loja, pelas compras online através de um portátil ou outro dispositivo móvel.

ESTAS SÃO ALGUMAS ESTRATÉGIAS

QUE PODEM AJUDAR:

Ser realista

Conhecer bem as limitações do idoso, bem como as próprias limitações dos familiares ou cuidadores, é muito útil. Tentar definir expectativas razoáveis e não esquecer que o idoso pode precisar de ser especialmente cauteloso com a exposição a vírus ou condições climáticas próprias desta altura do ano.

Cuidado com a linguagem corporal

Muitas vezes, os idosos sentem que são um fardo. Pode haver cansaço e impaciência, mas é melhor ter algum cuidado para não o demonstrar. Respirar fundo, relaxar os ombros, descruzar os braços, sorrir frequentemente e dar pequenos abraços, pode ajudar a amenizar o sentimento de culpa dos idosos.

Saber ouvir

Os idosos têm os seus motivos para estar tristes. Em vez de serem repreendidos por se queixarem ou dizer para se animarem, será melhor oferecer ao idoso a oportunidade para falar sobre os seus sentimentos e expressar as suas emoções. Ouvir valida os seus sentimentos.

Durante a correria da temporada de festas, reserve um tempo dedicado para conversar com o idoso, que pode ser pelo telefone ou por videochamada se estiverem distantes.

Ouvir ativamente as conversas, mesmo que o diálogo nem sempre seja positivo. Uma discussão empática e aberta pode ajudar a validar e processar sentimentos, elevando o ânimo no processo.

Para ajudar a iniciar conversas, pode-se fazer um processo de revisão de vida, um exercício usado para ajudar os idosos a refletirem sobre suas vidas, encontrando significado e lembrando memórias antigas.

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Relembrar memórias felizes

Depois de um desabafo pode-se fazer a transição para uma conversa mais positiva. Ou redirecionar a atenção do idoso, pedindo-lhe para recordar anedotas engraçadas.

Deixar o idoso ajudar

Toda a gente gosta de se sentir útil, e isso é especialmente importante para os idosos. Fazer uma lista de tudo o que tem de ser feito como, colocar laços nos presentes, preparar os postais, descascar legumes, pendurar ornamentos, pôr as mesas, e pedir ao idoso para colaborar numa ou em várias tarefas.

Evitar o excesso de estimulação e o isolamento

Por mais estranho que pareça, uma grande mesa de jantar familiar pode ser um lugar solitário para uma pessoa idosa que não ouve bem, o ideal será sentar o idoso à mesa de jantar numa posição em que possa ouvir bem.

Muitas vezes, o meio da mesa é o local mais confortável. Sentar no fim da mesa pode causar distorção de ruído e a perceção de que todos estão a falar ao mesmo tempo.

Revezar os familiares para serem os cuidadores

Revezar vários familiares para serem o cuidador temporário nas reuniões de família, ajuda a evitar que o idoso fique de fora e garante que se sinta parte das festividades e do que está a acontecer.

Usar a criatividade nos presentes

Por vezes, é difícil saber o que comprar para dar de presente aos idosos, especialmente quando estes já reduziram o seu espaço onde vivem

Procure presentes que tornem o espaço mais aconchegante ou que os ajudem a ligar-se aos seus familiares. Uma almofada quente e felpuda para o quarto, alguns filmes, um telemóvel ou tablet fácil de usar, são alguns exemplos.

Manter as rotinas

Se o idoso está habituado a dormir a sesta à tarde, certificar que é reservado um tempo para isso

As rotinas também se estendem às horas das refeições e ao tamanho das porções.

Manter uma dieta equilibrada

No meio de todas as tentações das festas, é essencial que os idosos mantenham uma dieta equilibrada para apoiar a sua saúde e bem-estar geral.

Devem consumir muita fruta e legumes, que fornecem vitaminas e minerais essenciais e têm poucas calorias.

Além disso, ao limitarem o consumo de alimentos açucarados e com elevado teor de sódio, podem gerir eficazmente a sua pressão arterial e os níveis de açúcar no sangue, contribuindo para uma época festiva mais saudável e agradável.

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Manter a atividade física, mesmo dentro de casa

O tempo frio e os horários preenchidos podem fazer com que seja difícil para os idosos manterem-se ativos fisicamente durante a época festiva. No entanto, é importante sublinhar que o exercício regular continua a ser crucial para manter a sua saúde e bem-estar geral.

Podem considerar atividades agradáveis em espaços interiores, como ioga, rotinas de alongamento suaves ou até mesmo dançar ao som de músicas festivas animadas.

Manter-se ativo não só ajuda a manter o corpo em boa forma, como também pode melhorar significativamente o humor e os níveis de energia, tornando a época festiva mais agradável.

Descansar o suficiente

Um sono adequado é um requisito fundamental para manter a saúde e o bem-estar, especialmente para os idosos

Deverão dar prioridade ao descanso suficiente durante a época festiva, estabelecendo um horário de sono regular e criando uma rotina tranquila à hora de deitar.

Uma boa noite de sono pode ter um impacto profundo no humor, na função cognitiva e na função do sistema imunitário, permitindo desfrutar plenamente das festividades e manter a saúde

Gerir o stress através de técnicas de relaxamento

A época festiva pode ser stressante, com pressões acrescidas como as compras de presentes e as reuniões sociais.

Os idosos devem ser encorajados a gerir o stress através de técnicas de relaxamento, como exercícios de respiração profunda, meditação ou atenção plena. Estas práticas podem ajudar a reduzir os níveis de stress e promover a clareza mental.

Simplificar as atividades festivas

Em muitos casos, as festas são sinônimo de grandes celebrações, refeições e trocas de presentes. Mas essas festividades movimentadas podem fazer com que alguns idosos se sintam sobrecarregados e excluídos, especialmente o que têm mobilidade limitada.

Para ajudar os idosos a se sentirem incluídos, tentar celebrar numa escala menor, num encontro mais íntimo e num lugar mais tranquilo Compartilhar histórias de família, rever álbuns de fotos antigos e celebrar as tradições festivas favoritas.

Encontrar uma atividade para fazer com os idosos que eles irão gostar e que também acomode adequadamente a sua capacidade física, requisitos médicos e capacidade mental pode exigir um pouco de criatividade, mas vale a pena.

Verificar o estado de saúde do idoso

Finalmente, quando se preparam as reuniões de família nas festividades, é também importante ter em conta, além dos presentes para comprar e da comida para preparar, verificar como está a saúde do idoso e o seu bem-estar geral.

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DEFICIÊNCIA

E DIREITOS HUMANOS

O Artigo 19º da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência estipula o direito a viver de forma independente e a ser incluído na comunidade. Apesar de existirem políticas e estratégias que visam alcançar este direito, continua a haver um longo caminho a percorrer.

O relatório "Pessoas com Deficiência em Portugal –Indicadores de Direitos Humanos 2023" (7ª edição), da autoria do Observatório da Deficiência e Direitos Humanos (ODDH-ISCSP), revela melhorias globais no acesso ao emprego para as pessoas com deficiência (embora o desemprego registado continue a aumentar, em especial para as mulheres com deficiência). O mesmo relatório mostra, contudo, uma acrescida vulnerabilidade deste grupo à pobreza e exclusão social.

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Fonte: "Inclusão continua a ser uma miragem para pessoas com deficiência", Diário de Notícias, Artigo
Sociedade de 16 março
por Francisco de Almeida Fernandes

Quem vive com algum tipo de incapacidade em Portugal enfrenta desafios no acesso à educação, ao emprego e à cultura, com mais de 30% desta população em risco de pobreza ou exclusão social. Quebrar barreiras físicas e culturais é essencial para acabar com o capacitismo, defendem especialistas.

Camada sobre camada, a discriminação vivida por pessoas com deficiência é uma realidade com que se deparam diariamente e ao longo de toda a vida. Para lá das barreiras físicas da arquitetura que impedem Ana Sesudo, Shani Dhanda ou Tiago Fortuna de se moverem livremente no espaço público, são os obstáculos culturais que mais dificultam a sua vida. Em comum têm a esperança de poderem contribuir para mudar a forma como a sociedade olha para a população com algum tipo de incapacidade, física ou cognitiva, e de conseguirem contrariar a realidade espelhada pelas estatísticas sobre quem tem uma deficiência. E essa realidade, mostram os números, está longe do que consideram ser o significado de inclusão.

De acordo com o Observatório da Deficiência e Direitos Humanos (ODDH), a taxa de risco de pobreza ou exclusão social era, em 2021, de 30,5% para agregados familiares com pessoas com deficiência - quase o dobro do estimado para a generalidade da população (18,8%). "Claro que temos uma população que é economicamente desfavorecida e está sempre em maior risco de pobreza, até porque tem maiores custos de vida", comenta Tiago Fortuna, fundador da Access Lab e portador de uma deficiência física que o obriga a deslocar-se, desde sempre, numa cadeira de rodas.

Shani Dhanda, ativista britânica pelos direitos das pessoas com deficiência, usa a realidade do Reino Unido para enquadrar dados como aqueles publicados pelo ODDH. "Por cada 100 libras que uma pessoa sem deficiência tenha, esse valor equivale a apenas 68 libras para uma pessoa com deficiência", disse durante a sua participação nas Conferências do Estoril, em setembro.

E é fácil perceber a razão por detrás desta comparação, explica a Associação Portuguesa de Deficientes (APD): custos diretamente relacionados com a condição médica, nomeadamente compra de medicamentos ou de material de apoio como cadeiras de rodas, andarilhos ou scooters de mobilidade, entre outros. Mas a estes, sublinha a presidente Gisela Valente, juntam-se despesas adicionais a que muitas vezes não podem fugir para se deslocarem para a escola ou o emprego. "Considerando a inacessibilidade dos transportes e dificuldade em assegurar que chegará a horas ao trabalho, uma pessoa com deficiência só tem a opção de utilização de transporte privado", enuncia.

Esta foi a experiência vivida por Ana Sesudo, paraplégica desde os 12 anos na sequência de um acidente de viação , quando, após concluir o Ensino Superior, procurou entrar no mercado de trabalho Foi numa multinacional que encontrou uma oportunidade, sem saber, contudo, que ter um emprego seria apenas o primeiro de muitos obstáculos a superar.

"Difícil foi o resto. Estava sem qualquer tipo de mobilidade porque não tinha carta, não tinha carro ou transportes públicos adaptados Era muito difícil chegar ao local de trabalho", recorda. "Percebi que até o emprego que tinha quase como certo estava em risco se não conseguisse ultrapassar todas estas barreiras", aponta, lembrando o apoio fundamental que teve de amigos e da família. Hoje, aos 45 anos,

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Todas estas dificuldades, da formação, ao emprego, ajudam a explicar um número que Tiago Fortuna considera preocupante: 84,4% das pessoas com incapacidade em Portugal não tem atividade económica. Os dados são do Censos 2021, da responsabilidade do Instituto Nacional de Estatística (INE), e merecem crítica, acredita o especialista em Comunicação e Acessibilidade

"A APD (Associação Portuguesa de Deficientes) desconhece a realidade do número de pessoas com deficiência, uma vez que a metodologia utilizada nos Censos não tem sido a mais eficaz", esclarece Gisela Valente, que acrescenta que a associação "alertou" o INE aquando da preparação do estudo. Sem dados, torna-se difícil, senão impossível, avaliar "políticas e medidas públicas destinadas a assegurar a igualdade de oportunidades e de direitos", sublinha a APD.

Porém, o levantamento demográfico do INE permite concluir que há ainda muito caminho a percorrer no que respeita à garantia de condições de vida dignas para pessoas com incapacidade. No que respeita à atividade económica, "a capacidade de estar ativo é inferior na presença de uma incapacidade" para cidadãos de ambos os sexos, embora o instituto público indique que "as mulheres ( ) têm menor probabilidade de estar ativas do que os homens na mesma condição de incapacidade, seja qual for a idade considerada".

Já os dados reunidos pelo ODDH, da responsabilidade do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, mostram que, em 2020, apenas 0,59% dos trabalhadores de empresas com mais de dez funcionários eram portadores de deficiência - 55% eram mulheres e 45% homens. No sector público, a percentagem de funcionários com deficiência representava, em 2021, quase 20 400 pessoas - mais 6500 do que no privado.

O Decreto-Lei 4/2019 instituiu quotas obrigatórias para a contratação de pessoas com deficiência com grau de incapacidade de 60% ou mais e aplicase às médias empresas, com mais de 75 trabalhadores, e às grandes, com mais de 100 funcionários. No caso das médias organizações, a percentagem de pessoas com deficiência não deve ser inferior a 1%, enquanto que as grandes estruturas devem cumprir um mínimo de 2%.

"A associação tem sido contactada por várias empresas à procura de orientação e aconselhamento para o recrutamento de pessoas com deficiência", adianta Gisela Valente, que vê na legislação ainda em período de transição -- um passo positivo, mas que não resolverá todos os desafios. "A lei por si só não elimina o estigma existente. Só com uma política de recrutamento inclusivo e eliminação das barreiras físicas, comunicacionais e informativas é que se conseguirá aumentar a integração", realça

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Numa sociedade cada vez mais consciente dos fatores de discriminação que recaem sobre vários grupos da população, o capacitismo é um termo que vem sendo mais debatido, mas que é, ainda, amplamente desconhecido. Shani Dhanda explica, em entrevista ao DN, que "o capacitismo é a crença de que pessoas não-deficientes são superiores" e acredita que "vivemos numa sociedade capacitista", ainda que as manifestações dessa discriminação aconteçam, sobretudo, "de forma inconsciente".

Construir edifícios com acesso apenas a partir de escadas, desenhar passeios sem acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida ou disponibilizar serviços básicos sem atendimento com intérpretes de língua gestual são apenas alguns exemplos desse preconceito. "Isso afeta a forma como socializo, como trabalho e a minha confiança para sair de casa", acrescenta a ativista britânica com osteogénese imperfeita, uma doença rara caracterizada por provocar fraturas ósseas espontâneas. "Pessoas com esta condição podem simplesmente tossir e partir uma costela, os ossos são mesmo muito frágeis", explica.

Ao longo da vida, Shani Dhanda aprendeu a usar a doença que a acompanha para trabalhar com multinacionais e instituições públicas de forma a "ajudar a transformar as experiências dos seus colaboradores e clientes".

É a promover a representação de pessoas com deficiência no espaço público que a britânica espera conseguir contribuir para uma maior consciencialização da sociedade "Se vivermos com uma deficiência somos parte da maior minoria do mundo e, entre todas as vertentes da diversidade, a deficiência é uma a que qualquer pessoa se pode juntar a qualquer momento", recorda.

A inclusão de todas as pessoas na sociedade é, desde 2020, a missão de Tiago Fortuna com os serviços de consultoria em acessibilidade que presta na Access Lab O foco tem sido apoiar espaços e eventos culturais a "preparar a jornada do público ou do colaborador com deficiência", garantindo que todos podem aceder, sem barreiras, à cultura.

A formação e a "aproximação às comunidades" é essencial para "chamar o público e assegurar que é bem-vindo" a um cinema, uma sala de espetáculos ou qualquer outra iniciativa de entretenimento ou lazer. "As pessoas passam muitas vezes por momentos muito desconfortáveis como ir a um restaurante, à escola ou à universidade e os espaços não serem acessíveis Estamos melhor do que nunca, mas estamos muito atrasados", diz.

Ana Sesudo defende ser essencial que a sociedade conheça os obstáculos que cidadãos com deficiência, física ou cognitiva, enfrentam nos aspetos mais básicos do quotidiano e que exijam do Estado e das empresas mais inclusão. "Consegui acesso ao emprego e à minha independência de forma básica e considero-me privilegiada. Algo está mal nesta sociedade quando alguém que consegue o básico se sente privilegiado", critica.

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VAMOS FALAR DE ALERGIA CRÓNICA

Em Portugal, segundo a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), estima-se que as alergias afetem um terço da população, sendo a rinite alérgica e a asma as mais prevalentes. Neste artigo convidamo-lo a conhecer vários tipos de alergias crónicas, assim como formas de tratamento e estratégias de prevenção para melhorar a qualidade de vida de quem é afetado.

O QUE É UMA ALERGIA CRÓNICA?

É uma reação do sistema imunológico quando confrontado com a invasão de uma substância considerada estranha e ameaçadora pelo organismo. Essa reposta desencadeia um processo que leva ao desenvolvimento de anticorpos que

iniciam uma dinâmica inflamatória que pode manifestar-se de várias formas e/ou em diversas zonas do corpo. E quando esse tempo de exposição se prolonga no tempo, a alergia assume contornos de maior severidade, podendo tornar-se crónica.

O

QUE

PODE ORIGINAR UMA ALERGIA?

Existem alguns fatores de risco que podem potenciar o aparecimento de uma alergia, apesar de serem distintos consoante o caso. Os mais frequentes são a hereditariedade, a exposição a alérgenos (como alguns alimentos ou animais) ou a poluição, assim como o consumo excessivo de fármacos, principalmente antibióticos O sedentarismo, a obesidade, ser criança, ter asma ou não estar em contacto frequente com a luz natural são outros “gatilhos”.

QUAIS OS ALÉRGENOS MAIS FREQUENTES?

O pólen, pêlos de animais, ácaros e mofo são alguns dos alérgenos mais comuns, uma vez que são desencadeados pelo simples contacto com a atmosfera.

Alguns alimentos também podem despoletar reações alérgicas. Exemplos disso são os frutos secos, como o amendoim ou nozes, cereais como o trigo ou leguminosas como soja. O marisco, ovos e leite são outros fatores de risco.

Outras ameaças são as picadas de insetos como abelhas e vespas, fármacos à base de penicilina ou manter contacto com substâncias como o látex.

QUAIS AS ALERGIAS CRÓNICAS MAIS COMUNS E SINTOMAS ASSOCIADOS?

Ainda que o nível de severidade seja diferente, os casos mais comuns variam, de acordo com o Serviço Nacional de Saúde, entre asma, rinite, sinusite, eczema, urticária, conjuntivite e alergia a alimentos ou a medicamentos.

As crianças são a fatia da população mais afetada. A seguir, traçamos o perfil de cada uma dessas patologias e como se manifestam.

Tipos de alergia crónica

Asma

Potencialmente grave, é a alergia crónica mais frequente e em Portugal afeta cerca de 7% da população.

Surge subitamente na sequência de constipações, atividade física ou em ambi-

-entes com ar partilhado com muitas pessoas, como espaços laborais. Estre os sintomas mais frequentes está a falta de ar ou dificuldade em respirar, com ou sem “pieira”, dor no peito ou tosse.

Rinite

Ainda que seja uma das doenças alergénicas mais frequentes, é uma das menos diagnosticadas. Esta é uma questão preocupante, pois quando não tratada devidamente pode evoluir para sinusite ou asma.

Nariz congestionado ou a “pingar”, sucessão de espirros, comichão nasal e olhos lacrimejantes.

Sinusite

Pode surgir na sequência de infeções (virais, bacterianas ou fúngicas),

alergias ou mudanças do sistema imunológico, incluindo as doenças autoimunes, sendo uma inflamação dos seios paranasais.

Congestão, corrimento e/ou obstrução nasal, dor de cabeça, na face, dentes ou em volta dos olhos, ouvidos entupidos, tosse (que pode ser pior durante a noite) ou mau-hálito. Em alguns casos podem também ocorrer sinais como fadiga, irritabilidade ou náuseas.

Eczema

Também designado por dermatite atópica, é uma reação inflamatória da pele e pode evoluir para uma forma crónica.

É consequência de fatores de natureza endógena ou exógena, atuando isoladamente ou de forma

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combinada. As lesões são, em geral, muito pruriginosas e o processo inflamatório.

Vermelhidão, comichão, descamação da pele, especialmente na face, dobras dos cotovelos ou joelhos.

Urticária

É uma doença de pele que pode surgir a qualquer momento da vida, sendo a sua forma crónica diagnosticada quando os sintomas permanecem até depois de um mês e meio. Comichão, manchas e pápulas.

Conjuntivite

Forma mais comum de alergia ocular, com uma gravidade relativa, manifesta-se principalmente na primavera. Tal acontece porque é nesta altura que algumas flores espalham o pólen com a ajuda do vento. No entanto, a sua forma perene pode ser uma constante em qualquer altura do calendário e manifestar-se de forma crónica. Inchaço, vermelhidão e comichão em ambos os olhos.

Anafilaxia

Reação desencadeada em poucos minutos após o contacto com o elemento alergénico, sendo a forma mais grave de alergia.

Alguns alimentos, penicilina, picada de abelha ou vespa ou contacto com borracha (látex) são os mais frequentes.

Inchaço, calor, urticária, espirros, falta de ar, dificuldade em deglutir, pressão arterial baixa, sensação de vómito, náusea e desmaio.

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QUAIS OS TRATAMENTOS RECOMENDADOS?

Apesar do seu estatuto crónico, existem algumas terapêuticas que podem ajudar a combater os seus sintomas.

Asma

Independentemente ser uma crise aguda ou grave, o tratamento visa dois objetivos: prevenir ou controlar a inflamação e o relaxamento dos músculos que envolvem as vias aéreas.

Rinite

Como prevenção, devem evitar-se os ácaros do pó de casa, o pólen, fumo do tabaco e ambientes poluídos.

No que toca a fármacos, destaca-se o uso de antiinflamatórios, antihistamínicos orais e corticosteroides de aplicação nasal.

As vacinas antialérgicas também podem ser recomendadas para evitar que a rinite evolua para asma, ou no caso de ela já existir, melhorar os seus sintomas e evitar implicações nos brônquios.

Sinusite

Pode ser recomendada a toma de antibióticos, descongestionantes ou analgésicos. O recurso a sprays nasais salinos também pode ser recomendado. Por vezes, a cirurgia pode ser necessária se o tratamento médico não for eficaz ou se existir uma obstrução que não possa ser tratada de outra forma.

Eczema

É aconselhado o recurso a emolientes para impedir que a pele fique seca, assim como corticosteroides tópicos para combater o inchaço e a vermelhidão. Para a comichão, pode ser indicado um antihistamínico.

Urticária

O alívio dos sintomas é feito com o recurso a medicação oral e tópica de forma a evitar o fator desencadeador, sendo os anti-histamínicos não sedativos os fármacos de eleição.

Conjuntivite

Para aliviar os sintomas recomenda-se a aplicação de um colírio ou a toma de um anti-histamínico, mas antes disso é recomendável consultar o seu médico.

Anafilaxia

É feito com o recurso a adrenalina, corticoides, broncodilatadores e antihistamínicos

Alguns pacientes, com história conhecida de reação anafilática, devem autoadministrar imediatamente uma dose de adrenalina.

EXISTE FORMA DE PREVENIR?

A estratégia passa por realizar, com a ajuda de um médico, um conjunto de ações. O principal será evitar o contacto com alérgenos e tomar a medicação recomendada. Algo que também é recomendável é conhecer o boletim policlínico da região.

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Photo by Freepik Fonte “Alergia Crónica: Como tratar e prevenir?”, dezembro 2018, In: Mais Medis – Saúde de Medicina

HABICUIDADOS

Associação AUXÍLIO & AMIZADE

Responsabilidade Social

A AAA – Associação Auxílio & Amizade é uma IPSS — Instituição

Particular de Solidariedade Social sem fins lucrativos, formada em 2001 com o objetivo de ajudar os semabrigo e famílias carenciadas. Igualmente motivada por princípios de consciência ambiental e ecológica, pugna por práticas de não desperdício e desenvolvimento sustentável.

“Mais do que palavras, caracteriza-se por ações” que se traduzem no combate à fome, ao abandono e à exclusão. Assente no trabalho de voluntários, a Associação almeja converter cada pessoa auxiliada num elemento autossuficiente dotado de capacidade regenerativa e transformadora.

Partilhando dos mesmos princípios e consciência social, a Habicuidados alia-se à AAA duma forma natural, certa de que, com esta relação, levará à prática o seu desejo de contribuição para com os mais fragilizados da sociedade.

Associação

AUXÍLIO & AMIZADE

Desenvolvem-se ações dirigidas à população idosa que vive sob condições de isolamento e solidão. Assegura-se a entrega de alimentos, vestuário e bens de higiene de uma forma regular e previsível. Faculta-se apoio psicológico, presencial e online, igualmente a toda a comunidade envolvente.

Em tempos de pandemia devida à enfermidade Covid-19, é num esforço adicional que se faz chegar a ajuda indispensável, prestando aconselhamento esclarecido sobre proteção pessoal e precauções de contágio.

Cientes de que a ajuda nunca é suficiente, a AAA continua a apelar para que mais entidades se juntem a esta causa. O objetivo último é que este movimento deixe de ser necessário num futuro próximo mas a lucidez esclarece que essa visão repousa num horizonte muito longínquo. É conscientes disso que a busca por mais parceiros se mantém constante nesta Associação.

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Os voluntários são a nossa maior força!

Sem eles o trabalho que realizamos seria impossível, e por isso, agradecemos, também em nome das famílias assistidas, o seu contributo para nossa causa.

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