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Bixa do mato: autorretrato e abjeção
by L. Hansen
Audrian Vinicius Cassanelli Griss, audriancassanelli@gmail.com www.lattes.cnpq.br/20818682302771231
RESUMO O presente texto é um recorte da pesquisa em andamento intitulada “Corpo-inço: resistência e metamorfose através do autorretrato fotográfico”. Vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais na Universidade Federal de Santa Maria, sob orientação da Prof.ª Dr.ª Raquel Fonseca. Construído como um diálogo referenciado nas Artes Visuais e na teoria do abjeto de Julia Kristeva verifica as relações entre o corpo-bixa e a abjeção nas cidades de interior. A homofobia e as possibilidades ressignificação por meio de uma prática artística em autorretratos fotográficos que utilizem a metamorfose da imagem corporal como modus operandi. Para realização desse trabalho partiu-se de estudo de autores como Julia Kristeva (1982), Paco Vidarte (2019), entre outros, para balizar os diálogos entre os assuntos supracitados.
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PALAVRAS-CHAVE Arte contemporânea; Corpo; Abjeção; Autorretrato.
ABSTRACT This text is an excerpt from the ongoing research entitled “Corpo-inço: resistance and metamorphosis through the photographic self-portrait”. Linked to the Graduate Program in Visual Arts at the Federal University of Santa Maria, under the guidance of Prof. Dr. Raquel Fonseca. Constructed as a dialogue referenced in Visual Arts and in Julia Kristeva’s theory of the abject, it verifies the relations between the Lgbtqiap+ body and abjection in small towns. Homophobia and the possibilities of resignification through an artistic practice in photographic self-portraits that use the metamorphosis of the body image as a modus operandi. To carry out this work, we started with the study of authors such as Julia Kristeva (1982), Paco Vidarte (2019), among others, to guide the dialogues between the aforementioned subjects.
KEY WORDS Contemporary art; Body; Abjection; Self-portrait.
1 O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES)
A partir da minha poética e de aproximações teóricas como os estudos de autores como Julia Kristeva (1982) e Paco Vidarte (2019), observou-se possibilidades de reconfiguração do corpo, em especial do corpo LGBTQIAP+ na produção de autorretratos fotográficos que utilizassem a metamorfose da imagem corporal como modus operandi. Ao entender o corpo do artista-pesquisador como um corpo-resistência a heteronormatividade compulsória presente no contexto das cidades do interior de Santa Catarina. Bixa do Mato: Autorretrato e abjeção está estruturado nos seguintes subtítulos: No primeiro, “Como nasce uma bixa?” um breve olhar de como os corpos gays resistem nestas cidades, onde a criança antes mesmo de se entender enquanto indivíduo, é alvo de vários tipos de repressão, para que não venha a se tornar aquilo que ela já é, uma bixa. No segundo subtítulo “Corpo e abjeção” a partir dessas experiências se consolidou o desejo de falar sobre esse corpo abjeto, que mesmo antes de se entender como tal, já é visto dessa forma. O corpo da bixa em uma cidade do interior é um inço, uma peste. Tanto o inço, quanto a bixa precisam lutar para sobreviver nesse território hostil. Jogados ou extraviados, cabe a nós bixas do mato, esse constante ato de construir e reconstruir espaços menos áridos para vivermos. No terceiro subtítulo “O jogado: entre lavouras e rizomas” foi abordada a falta constituinte do corpo abjeto, e como ele acaba por construir nessa falta inicial os alicerces de sua identidade e subjetividade. Pois as existências bixas se fundam nas faltas, falta paterna, na falta de representatividade, dentre tantas outras. Crescemos acreditando que ser bixa é motivo de vergonha, que a escola não é nosso lugar, que a sociedade não é nosso lugar por direito, por vezes sequer nos sentimos bem em casa, é como se fizéssemos parte de um grande vazio. Por fim no quarto subtítulo “Bixa do mato: autorretrato e metamorfose” foi abordado o processo de produção da série de retratos “Bixa do mato” do ano de 2021, com a intenção de materializar essa fusão entre as bixas e os inços, que além de criar um território para esses seres, propõe uma visualidade para esse corpo abjeto. Essa potência vegetal que imbricada ao meu corpo abjeto busca criar seres metamorfoseados. Um enfrentamento poético aos campos de soja, um enfrentamento a meu pai, ao abandono, as práticas das monoculturas tão características do oeste catarinense e tão recorrentes em minha infância. Uma celebração a resistência dos inços, das identidades desviantes, uma celebração ao que insiste em existir. 154
A resposta à pergunta acima é: apenas se nasce. Não há nada de especial no nascimento de uma bixa, Tanto a família, quanto a bixa, podem vislumbrar uma vida pacata, como uma relação idealizada e sólida. Porém com a passagem do tempo, o bebê tão desejado tão amado torna-se uma criança viada e aí então não há mais volta. Ao primeiro sinal de não se encaixar na heteronormatividade imposta, a criança antes mesmo de se entender enquanto indivíduo é alvo de vários tipos de repressão, para que não venha a se tornar aquilo que ela já é, uma bixa. O terror muitas vezes começa em casa, hoje sou capaz de entender muitas das situações as quais passei quando criança. A nós, é negada toda a possibilidade de ser quem se é sem medo do que vão dizer. Como argumenta Paco Vidarte (2019, p. 31) “Não somos nada antes de ser bixas. Quando é que vamos perceber que primeiro, ainda muito pequenas, já éramos viadas, sujeitos assujeitados e excluídos de qualquer representação e papel social?” Antes que prossigamos, se faz urgente a contextualização de onde falo: sou uma bixa gorda, homem cisgênero. Grande parte da minha vida morei em cidades do interior do estado Santa Catarina, tendo passado a adolescência em uma cidade com cerca de dois mil habitantes. Este é o meu chão, o lugar que me corpo ocupa no mundo e de onde vejo as coisas, em consonância com esse pensamento, recorro a Paco Vidarte que mostra a importância de contextualizar o lugar de fala e não tomar suas vivências como aplicáveis a outras:
Como bixa é muito difícil, para mim, falar em nome de outras bixas, muito mais ainda em nome das lésbicas e das transexuais, porque estou convencido de que não se pode colocar todos esses grupos no mesmo saco já que nossas situações de opressão e discriminação social são muito diferentes.(VIDARTE, 2019, p. 9).
Enquanto homem cisgênero de forma alguma posso falar sobre as opressões que estes outros corpos sofrem, o que construo aqui são aproximações das minhas vivências no interior enquanto gay, artista e pesquisador tendo como base as Artes Visuais e a teoria da abjeção pelo olhar de Julia Kristeva. Sobre tais vivências, desde a infância morei em cidades onde a linha entre rural e urbano são muito tênues, e criei o hábito de observar os entornos dessas cidades, talvez numa tentativa 155
de encontrar algo que assim como eu não pertencesse àquele território. Em uma dessas tantas caminhadas me deparei com as ervas daninhas em meio aos campos cheios de soja. De longe passavam despercebidas, mas ao me aproximar pude ver quantas e quão variadas eram e como elas seguiam resistindo nas lavouras à serviço da monocultura. Com o passar do tempo passei a compartilhar da mesma opinião de Mancuso (2019, p. 58) “Sempre amei ervas daninhas; sua capacidade de sobreviver onde não são desejadas sempre me fascinou, assim como sua inteligência e adaptabilidade”. Eu, filho de agricultor, desses que plantam soja desde que se entende por gente, assim que fui identificado como peste, ainda criança, fui arrancado da vida de meu pai, por ele, com o mesmo vigor que ele insistia em eliminar todas as ervas daninhas da lavoura.
Não precisa ser um sábio para reconhecer quem quer o nosso mal, quem quer acabar com a gente, em quem provocamos enjoo, quem se mostra reticente, incomodado, arisco diante das nossas reivindicações ou diante da nossa mera existência. (VIDARTE, 2019, p. 61).
Pois era assim que me sentia, sendo um incômodo para meu pai, o filho que nasceu com defeito, que não atendia as expectativas, que não tinha serventia e que causava vergonha nele apenas por existir. Bem, viver no interior pode sim ser uma experiência ótima, pois vivemos mais próximo a natureza, o ritmo de vida pelo menos naquela época em que eu era criança era outro. Mas viver em uma cidade do interior também é esta falta de referências, poucas são as pessoas que se assumem morando nestas cidades. Talvez porque as pessoas vivam essa ideia de comunidade de forma mais latente ainda hoje. Por vezes é necessário ir embora para podermos nos entender enquanto bixas. Mas antes de podermos partir, certamente teremos passado por inúmeras situações de homofobia, e é partindo dessas experiências que se consolida o desejo de falar sobre esse corpo abjeto, que mesmo antes de se entender como tal, já é visto dessa forma. Ora ele é olhado dos pés à cabeça, como se as pessoas daquela comunidade tentassem entender como é possível que ele exista e não se envergonhe disso, ora é invisibilizado, numa tentativa de não validar o corpo abjeto nesse contexto. Pode parecer que ambas as situações não são possíveis de acontecer com um mesmo indivíduo, mas quando se é LGBTQIAP+ morando em uma cidade de interior 156
isso não só é possível, como é extremamente comum. E é justamente em momentos como este que relembro dos inços, como eles também nunca são esperados, como não se comemora o nascimento de uma peste. Me entendo como inço e faço disso uma força motriz
Corpo e abjeção
Há de se começar pelo corpo, não haveria outra forma. Pois é a partir dele que vivenciamos todas as experiências. O corpo é a nossa matéria presente no mundo, o corpo é o agora, para, além disso, corpo também pode ser:
Lugar da biologia, das expressões psicológicas, dos receios e fantasmas culturais, o corpo é uma palavra polissêmica, uma realidade multifacetada e, sobretudo, um objeto histórico. [...] Resultado provisório das convergências entre técnica e sociedade, sentimentos e objetos, ele pertence menos à natureza do que à história. (SANT’ANNA, 1995, p. 12)
É contra o corpo que é lançado o olhar de reprovação, é ele que tentam silenciar, domesticar, é o corpo que sofre a violência física. Tantas são suas configurações e possibilidades, em seu texto O Corpo Utópico, Foucault apresenta algumas impressões sobre o tema:
Corpo incompreensível, corpo penetrável e opaco, corpo aberto e fechado: corpo utópico. Corpo absolutamente visível, em um sentido: sei muito bem o que é ser olhado por alguém da cabeça aos pés, sei o que é ser espiado por trás, vigiado por cima do ombro, surpreso quando percebo isso, sei o que é estar nu; no entanto, este mesmo corpo que é tão visível, é afastado, captado por uma espécie de invisibilidade da qual jamais posso desvencilhá-lo. (FOUCAULT, 2013, p. 10).
O corpo da bixa em uma cidade do interior por ser um inço, precisou desenvolver técnicas para se tornar mais resistente a todas as investidas de ceifá-los, a esse modelo de monocultura de corpos e das expressões diversas da sexualidade. Como jogados nós tivemos que construir seus próprios territórios de existência e resistência. Jogados ou extraviados, coube a nós bixas do mato, esse constante ato de 157
construir e reconstruir espaços menos áridos para vivermos, na medida em que consigamos, enquanto nesse processo, nós mesmo endureçamos em meio ao abjeto que somos e que nos cerca. Mas o que é o abjeto que a autora de Powers of Horror: an essay on abjection cita? Bem, sobre ele Kristeva (1982, p. 4) apresenta a seguinte definição:“[...] aquilo que perturba uma identidade, um sistema, uma ordem. Aquilo que não respeita os limites, os lugares, as regras”. É baseada nessa afirmação que estabeleço a comparação dos inços e das bixas do mato com o abjeto. Nesse sentido estes se configuram como corpos abjetos, porém partindo do pensamento de Kristeva sobre o abjeto Judith Butler (2000) aborda-o também como a ideia de um local, um território:
O abjeto designa aqui precisamente aquelas zonas “inóspitas” e “inabitáveis” da vida social, que são, não obstante, densamente povoadas por aqueles que não gozam do status de sujeito, mas cujo habitar sob o signo do “inabitável” é necessário para que o domínio do sujeito seja circunscrito. (BUTLER, 2000, p. 112).
Cabe ressaltar que o abjeto não é compreendido apenas como essa repulsa, parte fundamental de sua constituição se estabelece na dicotomia aversão e atração. O abjeto tem caráter oscilante, como diz Ramalho (2006, p. 8) “Ao mesmo tempo em que o abjeto nos faz sentir repulsa, também nos atrai, pois o corpo abjeto representa tudo aquilo que foi rejeitado, sufocado e descartado pelo bem das “regras”.” De todos estes sentimentos paradoxais é que se constitui o corpo abjeto, Kristeva (1982, p. 9) salienta “é um misto de julgamento e afeto, de condenação e de efusão, de signos e de pulsões”. A abjeção está dentro, introjetada no sujeito, assim como está nos arredores em territórios construídos pelo próprio jogado.
O jogado: entre lavouras e rizomas
As existências heterossexuais possuem um espaço na sociedade e criam espaços de ocupação para outros corpos também dentro das normas. Estes espaços são compostos de desejo, diferente dos espaços que nós, os jogados ocupamos, como pontua Kristeva (1982, p. 6) “[...] há existências que não se sustentam sobre um desejo, sendo o desejo sempre [desejo] de objetos. Tais existências se fundam sobre a exclusão”. As existências bixas se fundam nas faltas. 158
Reside aí o paradoxo dos espaços construídos pelas bixas do mato para sobreviverem enquanto sujeitas assujeitadas, essa falta inicial é constantemente remorada como forma de pertencimento. Kristeva (1982, p. 8) “Pois, é deste extravio em terreno excluído que ele obtém seu gozo. Este abjeto do qual não cessa de se separar é, em suma, para ele, uma terra de esquecimento constantemente rememorada [...] e quanto mais se extravia, mas se salva”. Aprendemos assim a viver com pouca ou quase nenhuma representatividade. Não se sentir pertencente pode desencadear vários processos e como Kirst, (2003, p. 45) relata “Em tais processos de desterritorialização, podem ser gerados novos territórios existenciais, a partir da remodelação do eu, projetado na imagem”. Ele, o corpo-abjeto se extravia para poder se encontrar, cria territórios que que aqui foram aplicados à produção de arte. Tanto estes territórios, como as lavouras e os inços compõem uma construção rizomática do corpo abjeto em cidades do interior. Sobre essa construção em rizoma Deleuze e Guattari (1995, p. 36) afirmam que “um rizoma não começa nem conclui, ele se encontra sempre no meio, entre as coisas, inter-ser, intermezzo”.
Bixa do mato: autorretrato e metamorfose
A ideia de Bixa do Mato me acompanha desde a infância, porém o termo só foi assumido, após conversas com a artista e pesquisadora Diana Chiodelli, que junto comigo compõe o Coletivo Inço. Como nosso coletivo pesquisa o interior, em certo momento de nossa práxis artística se fez necessário falar sobre as identidades que sofrem opressão nas cidades do interior e quais são os espaços que elas ocupam. Nesse sentido, utilizei meu corpo e dei início a uma série de autorretratos fotográficos intitulados Bixa do Mato com a intenção de materializar essa fusão entre as bixas e as ervas daninhas, além de criar um território para este corpo abjeto. Reconstruo-me em um corpo metamorfoseado, que funde-se com os inços, objeto de interesse desde minha infância. Meu corpo apresenta-se aqui como abjeto e um também objeto, um corpo cambiante, à serviço do autorretrato fotográfico. Como aponta Barthes (1984, p. 22) “Ora, a partir do momento que me sinto olhado pela objetiva, tudo muda: ponho-me a “posar”, fabrico-me instantaneamente em outro corpo, metamorfoseio-me antecipadamente em imagem”. Essa potência vegetal imbricada ao meu corpo abjeto busca criar seres híbridos. Uma celebração a resistência dos inços, das identidades desviantes, uma celebração ao que insiste em existir. 159
Como afirma Siewerdt (2012, p. 1343) “A fotografia pode então, além de documentar a performance, registrar a montagem e confecção de uma cena ficcional, dando vazão a uma dinâmica de trocas entre real e imaginário, documentação e fabulação”. São esses corpos híbridos, uma tentativa de criar partindo das minhas referências uma figura fantástica que corresponda a esta bixa do mato, capaz de enfrentar todas as intempéries que precisei passar calado quando criança. É uma chance de revanche, de soltar esse grito, essa raiva primeira, que guardo desde então. Siewerdt (2012, p. 1351) continua: “a partir de indagações sobre a vida, a realidade é atravessada por uma aura mítica e estranha; nessa realidade os elementos vegetais aparecem junto ao corpo, num processo de hibridação e de extensão.” Bixa do mato é um trabalho em fase inicial, com sorte ele será um prelúdio para que possa falar sobre um corpo-inço e seus desdobramentos. Finalizo com as palavras de Paco Vidarte (2019, p. 57) “[...] o mistério de como surgem as bixas é uma das armas mais brutais que temos contra eles. Nós surgimos e pronto. [...] bom sim, podem nos humilhar, exterminar, encarcerar, enforcar. Mas voltamos a nascer”.
BARTHES, Roland. A câmera clara. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. BUTLER, Judith. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do “sexo” In: LOURO, Guacira Lopes (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 2.ed. Tradução dos artigos: Tomaz Tadeu da Silva. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. p. 110- 127. DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs – Capitalismo e Esquizofrenia. V.1. tradução de Suely Rolnik. São Paulo: Ed. 34, 1997 FOUCAULT, Michel, 1926-1984. O corpo utópico; As heterotopias / Michel Foucault ; posfácio de Daniel Defert [tradução Salma Tannus Muchail]. – São Paulo n-l Edições, 2013 KIRST, P. G. Redes do olhar, in FONSECA, T. M. e KIRST, P. G. Cartografias e Devires: a construção do presente. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003. KRISTEVA, Julia. Powers of Horror: an essay on abjection. New York: Columbia University Press, 1982. MANCUSO, Stefano. Revolução das plantas: um novo modelo para o futuro. Trad. Regina Silva. São Paulo: Ubu Editora, 2019. RAMALHO, R. G. Abjeção em monstros de outrora e monstros da atualidade. In: III Congresso de Letras da UERJ-SG (CLUERJ-SG), 2006, São Gonçalo. Anais do III CLUERJ-SG. São Gonçalo – RJ: Botelho Editora, 2006.. disponível em http://www.filologia.org.br/cluerj-sg/ anais/iii/completos%5Ccomunicacoes%5Crobertogoncalves.pdf acesso em 03 de jul de 2021 SANT’ANNA, Denise Bernuzzi de (ORG.). Políticas do corpo: elementos para uma história das práticas corporais. Tradução: Mariluce Moura. São Paulo: Estação Liberdade, 1995. VIDARTE, Paco. Ética bixa: Proclamações libertárias para uma militância LGBTQ. Tradução: Pablo Cardellino Soto e Maria Selenir Nunes dos Santos. São Paulo: n-1 edições, 2019.