Revista Keyboard Brasil 2017 número 45

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Revista

Keyboard ANO 4 :: 2017 :: nº 45 ::

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:: Seu canal de comunicação com a boa música!

Brasil

www.keyboard.art.br

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RADAMES VENANCIO Uma história particular com a música

NESTA EDIÇÃO

Korg Krome Platinum / Bourbon Street Music Club / Suportes Stay Music Cory Henry / Luísa Splett / Eliane Elias / Banda da Feira e muito mais...




Editorial

Heloísa Godoy Fagundes - Publisher

Expandindo os ouvidos! Salve músicos e apreciadores da boa música!! Não é a moda, não é o gênero ou a época que importa quando se fala de música. Tais conceitos não definem que uma canção, um álbum ou um artista é melhor o pior que o outro. Para mim, o valor de uma música começa no que o artista quer transmitir e o que o prazer auditivo gera dentro de você. É quase que como uma mágica, instintiva... Por isso, música é arte. É sentimento. Contudo, 04 / Revista Keyboard Brasil

temos sido vítimas da música processada eletronicamente e, fabricada a tal ponto, que não sabemos se um cantor possui uma voz prodigiosa ou se é prodigioso o engenheiro de som ou o estúdio de gravação e, dessa maneira, muitas coisas perderam seu valor. Em poucas palavras, faz sucesso quem a grande indústria quer que faça. E, o que não é comercial para ela, não funciona e, assim, não se difunde. Nossa intenção como uma revista séria e conceituada no país, é difundir os trabalhos dos tecladistas grandiosos, sejam eles pertencentes a qualquer estilo musical. Começando esta edição apresentando uma matéria e entrevista especiais com Radamés Venâncio, músico, maestro, arranjador e produtor da banda de Ivete Sangalo, ganhador de vários prêmios, dentre eles o Grammy Latino. Em meio a tantas casas existentes na cidade de São Paulo, uma nos chama sempre a atenção pela tradição e qualidade. Estou falando do Bourbon Street Music Club, tão bem chefiada por Edgar Radesca, que nos concedeu uma entrevista exclusiva. Falando sobre tecnologia em evento que aconteceu recentemente, temos a Shure, marca de dispensa apresentações. Bruno de Freitas traz um assunto muito importante para os tecladistas: a importância do investimento material e intelectual. Você leitor também conhecerá, pelas mãos de Rafael Sanit, um pouco mais sobre a história da Stay Music e a qualidade de seus suportes, escolhidos por 10 entre 10 músicos. Luíz


Carlos Rigo Uhlik traz seu ponto de vista sobre o som do piano no piano digital. A dica técnica por Amyr Cantusio Jr. na edição deste mês é com a música Love of my Life. Em se tratando de novidade, a Korg apresenta ao mercado o Korg Krome Platinum, idêntica em especificações técnicas em comparação à série Krome na cor preta e que continua a ser comercializada normalmente. Nesta edição, o leitor também encontrará Cory Henry, Eliane Elias, Luísa Splett, Banda da Feira, entre tantas outras matérias. Quero terminar esse editorial agradecendo novamente aos idealizadores do site Improviso Brasil, que me prestaram uma bela homenagem. A vocês, minha gratidão eterna!! A todos desejo uma excelente leitura e, não esqueçam, cliquem, curtam, compartilhem, comentem, fiquem com Deus e, muito obrigada por nos acompanharem nestes quase 5 anos de estrada.

Expediente Capa: Divulgação

Abril / 2017

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Revista Keyboard Brasil é uma publicação mensal digital gratuita da Keyboard Editora Musical. Diretor: maestro Marcelo D. Fagundes Publisher: Heloísa C. Godoy Fagundes Capa: Divulgação Caricaturas: André Luiz Marketing e Publicidade: Keyboard Editora Musical Correspondências /Envio de material: Rua Rangel Pestana, 1044 - centro - Jundiaí / S.P. CEP: 13.201-000 Central de Atendimento da Revista Keyboard Brasil: contato@keyboard.art.br Anuncie na Revista Keyboard Brasil: contato@keyboard.art.br Colaboradores da Revista Keyboard Brasil: Mateus Schanoski / maestro Osvaldo Colarusso Amyr Cantusio Jr. / Murilo Muraah Luiz Carlos Rigo Uhlik / Daniel Baaran Joêzer Mendonça / Marina Ribeiro Hamilton de Oliveira / Patrícia Santos / Rafael Sanit Sergio Ferraz / Bruno de Freitas / Adriano Grineberg Antonio Carlos da Fonseca Barbosa As matérias desta edição podem ser utilizadas em outras mídias ou veículos desde que citada a fonte. Matérias assinadas não expressam obrigatoriamente a opinião da Keyboard Editora Musical. Revista Keyboard Brasil / 05


Espaço do Leitor Ari Borger é dos poucos pianistas de jazz que tem uma gama enorme de dinâmicas. Faz uns pianissíssimos arrepiantes. Parabéns pela escolha Heloísa! Osvaldo Colarusso — via Facebook Reconocimiento internacional! Nota exclusiva para Editora Keyboard, la magazine más importante de tecladistas de Brasil! Honrado y enormemente agradecido. Cristian Del Giorgio — via Facebook Sobre música minimalista, por Sergio Ferraz, colaborador da revista Keyboard. Se você acha que nunca ouviu ou não gosta de música minimalista, ouça algumas das que estão citadas no artigo (ou seus compositores) e vai encontrar algo muito parecido com belíssimas trilhas sonoras do cinema. Shiguemi Matsumiya — via Facebook Totalmente Excelente, Helô (Editora)! Você tem um bom gosto incrível na escolha dos "astros" de cada edição! Parabéns! Valorizar o Músico Brasileiro, os nosso verdadeiros talentos, lhe dá a soberania sobre os nossos Artistas! Avante! Luiz Carlos Rigo Uhlik — via Facebook Muito obrigada a Editora Keyboard, pela oportunidade de divulgar o meu trabalho. Parabéns Helo, pelo belíssimo trabalho ! Maria Antonia Negrão — via Facebook 06 / Revista Keyboard Brasil

Grande honra ser capa Revista Keyboard Brasil. Obrigado Editora Keyboard pela linda matéria!! Ari Borger — via Facebook Bora com PAPO DE TECLADISTA? Grande alegria compartilhar o nosso gigantesco mundo musical. Bruno Freitas — via Facebook Esse @ariborger é muito top... Sou fã desse brother.. Tenho duas vídeo-aula dele. Show... @fernandinhomusico — via Instagram Iniciando a semana muito bem! Extremamente feliz com a belíssima matéria que a @revistakeyboardbrasil uma das revistas mais conceituadas no mercado nacional, publicou em sua 44°edição, um pouco sobre minha trajetória e meu trabalho. @barol — via Instagram Eloy Eloy F. Fritsch Esse cara é fodástico! Pena que não tem tanto reconhecimento aqui na república tupiniquins de bananal! Carlinhos Teclados Uara — via Facebook Qualidade? Revista Keyboard Brasil! Dimas Costa — via G+ Helô, meu cérebro oscila entre o Beta e o Gama quase 24 horas. Amei a matéria do Marcelo. Receba meu fraterno abraço. Solange Fagundes — via G+


Índice

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34 OPINIÃO: Obras inacabadas... que assim permaneçam? por Osvaldo Colarusso

44 TECNOLOGIA: Shure promove evento sobre qualidade de áudio - Redação

DICA TÉCNICA: Love of my Life - por Amyr Cantusio Jr.

REVOLUÇÃO MUSICAL: O Zen e o Kraut Rock - por Amyr Cantusio Jr.

PAPO DE TECLADISTA: A importância do investimento material e intelectual do músico tecladista - por Bruno de Freitas

SOBRE OS SONS: Música Minimalista - final - por Sergio Ferraz

46 POR DENTRO: Batidas Binaurais, final - por Marcelo Fagundes

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MERCADO: Korg Krome Platinum Redação

NOTÍCIAS: Parceria entre ANAFIMA e SEBRAE - Redação

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78 NOTAS: Eliane Elias Redação

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MATÉRIA DE CAPA: Radamés Venâncio - por Rafael Sanit e Heloísa Godoy

VITRINE: Suportes Stay Music por Rafael Sanit

80 MUSICANDO: Banda da Feira por Hamilton de Oliveira

ACONTECEU: Luísa Splett - por Virtuosi Brasile e Heloísa Godoy

54 AGENDA: Cory Henry - por Heloísa Godoy Fagundes

70 A VISTA DO MEU PONTO:

O som do piano no piano digital - por Luiz Carlos Uhlik

84 TRADIÇÃO: Bourbon Street Music Club - por Heloísa Godoy

Revista Keyboard Brasil / 07


MatĂŠria de Capa

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RADAMES ^ VENANCIO Uma história particular com a música RESPEITADO, ADMIRADO E GANHADOR DE PRÊMIOS BASTANTE EXPRESSIVOS COMO O GRAMMY LATINO, O MÚSICO, MAESTRO, ARRANJADOR E PRODUTOR RADAMÉS VENÂNCIO CONSEGUE MOSTRAR COM UMA SIMPLICIDADE SINGULAR - QUE TALENTO É O QUE NÃO LHE FALTA.

Texto: Rafael Sanit

Entrevista: Heloísa Godoy Revista Keyboard Brasil / 09


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através da música que ele se comunica. Radamés Venâncio nasceu em Arcoverde, interior de Pernambuco, e ainda criança começou a ter contato com instrumentos musicais. A sua primeira descoberta foi o saxofone, que chegou a ser o seu companheiro de palco durante alguns anos, quando tocava em uma banda de baile. Mas foi no teclado que identificou a sua verdadeira paixão. Aos 16 anos veio para Salvador estudar no Conservatório de Música da Católica e logo começaram a surgir propostas de trabalho. O instrumentista, que costuma ouvir Tom Jobim, Stevie Wonder e Michael Jackson, fez parte da banda de Armandinho, Dodô & Osmar, do cantor Ricardo Chaves e há 17 anos dirige a carreira musical de Ivete Sangalo. Além de tocar teclado e piano na banda da cantora, Radamés é o seu diretor musical. Antes de integrar a banda do Bem, banda de Ivete, ele também atuou como arranjador durante 10 anos no disputado Estúdio WR, localizado na capital baiana, e fez arranjos para artistas como Zezé di Camargo & Luciano, Xuxa, Fafá de Belém e Carlinhos Brown. Em 1999, já à frente da Banda do Bem, Radamés assumiu toda a parte musical da artista, que dava início à sua carreira solo. Seu talento e dedicação renderam a Radamés Venâncio o título de melhor instrumentista, em 2008, pelo Prêmio Multishow. Ao lado de Ivete, o músico

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Radamés Venâncio sobre o Grammy Latino: “Quando soube que Ivete estava concorrendo, achei que seria só como cantora. Só me dei conta quando vi meu nome! Aí foi um susto”.

vem tendo a oportunidade de tocar nos principais eventos do Brasil e do mundo, e deixar registrado o seu nome em grandes produções musicais, que são fortemente divulgadas. O "Multishow Ao Vivo Ivete Sangalo 20 anos", gravado em dezembro de 2013 na Arena Fonte Nova e que ganhou o Grammy

Foto: Arquivo pessoal

Latino de Melhor Álbum de Pop Contemporâneo Brasileiro, teve Radamés à frente da produção, direção e dos arranjos das canções. O conceituado prêmio também o destacou como melhor produtor musical pelo trabalho realizado nesse álbum. Recentemente, repetiu a dose na preparação do mais novo disco da cantora, gravado, ao vivo, em Trancoso – Bahia. O respeitado e admirado músico consegue mostrar em todas as suas apresentações, com uma simplicidade singular, que talento é o que não lhe falta. Por isso, recentemente, Radamés tornou-se endorser da Roland. Leia, a seguir, a entrevista exclusiva.

Revista Keyboard Brasil / 11


Entrevista Revista Keyboard Brasil – Como a música surgiu na sua vida? Radamés – Meu pai é musico saxofonista e tinha uma banda de baile, cresci vendo ensaios na garagem da minha casa. Quando acabavam, ficava brincando com os instrumentos. Então, meu pai começou a me ensinar saxofone aos 8 anos de idade e, aos 9, já estava tocando com ele nos bailes. Daí não parei mais. Quando tinha uns 11 anos, o tecladista da banda saiu, e meu pai disse: “filho, você que vai ficar no lugar dele”, e eu tive um mês para aprender e tirar as músicas em um órgão Saema e um piano Gianinni. E, até hoje, não larguei as teclas. Revista Keyboard Brasil – Quando iniciou seus estudos musicais? Fale um pouco sobre isso... Radamés – Quando comecei a tocar na banda de baile do meu pai, aprendi tudo de ouvido, tirava as músicas sozinho e meu pai me colocou em uma escola de música para aprender harmonia. Isso em Arcoverde, Pernambuco, onde nasci. Me ajudou muito quando comecei a saber as notas e o acordes porque minha cabeça abriu muito rápido. Meu pai dizia que tínhamos de ir embora da cidade porque lá não tinha futuro para a música. Meu pai foi um louco! Vendeu tudo e falou: “vamos embora, você não tem futuro aqui”. Eu tinha uns 12, 13 anos. Fui levado por ele em uma D20 com os instrumentos que sobraram: um DX7 e um Juno 106. Depois, quando 12 / Revista Keyboard Brasil

cheguei em Salvador, estudei no Conservatório de Música da Universidade Católica do Salvador. Revista Keyboard Brasil – Quais suas referências musicais? Radamés – Como comecei a tocar em bailes no anos 80, tocava-se tudo que era sucesso dessa época, do rock ao forro, do bolero às baladas internacionais. Não tinha muita informação de outros estilos na época. Quando cheguei a Salvador, comecei a conhecer coisas novas. Foi aí que descobri o jazz elétrico de Chick Corea e Herbie Hancock, e os discos de Tom Jobim Matita Perê e Stone Flower, eles mudaram minha vida... Assim como, Miles Davis, Cesar Camargo Mariano, Stevie Wonder e tantos outros. Revista Keyboard Brasil – Seu primeiro instrumento musical foi o saxofone. Por que se interessou pelas teclas? Radamés – Quando meu pai falou “você vai ter que tocar”, porque o tecladista dele foi embora, aquilo me deu um susto. Mas quando comecei a descobrir o teclado e o piano, me apaixonei pelos timbres e, a cada dia me apaixono mais. Revista Keyboard Brasil – Qual foi seu primeiro teclado? Radamés – Comecei a tocar em um órgão Saema e um piano Gianinni mas o meu primeiro teclado mesmo foi um JUNO 106 da ROLAND.


Revista Keyboard Brasil – Pensou alguma vez em desistir da carreira de músico? Radamés – Nunca, jamais. Revista Keyboard Brasil – Atualmente você é o comandante da Banda do Bem, banda que acompanha Ivete Sangalo. Como surgiu a oportunidade de fazer parte da banda? Radamés – Recebi o convite em 1999. Naquela época, tocava com o Ricardo Chaves e trabalhava em estúdios. Quando recebi o convite dela para ser tecladista na carreira solo, foi uma surpresa porque eu não esperava. Então, pensei e aceitei. Revista Keyboard Brasil – Conte-nos um pouco sobre seu trabalho anterior como arranjador no disputado Estúdio WR da Bahia, onde você fez arranjos para artistas como Zezé di Camargo & Luciano, Xuxa, Fafá de Belém e Carlinhos Brown. Radamés – A WR é muito importante na minha vida como produtor e arranjador. Lá comecei a fazer todo tipo de gravação arranjos, jingles, trilhas, discos. Durante uns 7 anos estava lá todos os dias, dia e noite. O Rangel me incentivou e acreditou muito em mim. Tenho muito orgulho de ter passado por lá. Conheci Carlinhos Brown na WR gravei os primeiros discos da Timbalada. Depois gravei alguns discos do Brown solo, e fiz alguns shows com ele. Foi lá

(1) Na Classic Master: Masterizaçāo do novo DVD da Ivete Sangalo gravado ao vivo em Trancoso, produzido por Radamés Venâncio e Paul Ralphes e mixado por Beto Neves para Universal Music Brasil. (2) Ao lado de Ivete Sangalo: Através dos seus impecáveis arranjos e da sua admirável performance no palco, Radamés Venâncio é sinônimo de boa música e profissionalismo. Revista Keyboard Brasil / 13


que conheci Michael Sullivan que me chamou para fazer arranjos para as produções dele como, Xuxa, Fafá de Belém e tantos outros. E, através do amigo produtor Cesar Augusto veio a dupla Zezé de Camargo e Luciano, para quem fiz alguns arranjos. Revista Keyboard Brasil – Em todos esses anos de carreira, quais cantores e bandas já acompanhou? Radamés – Armadinho, Dodo e Osmar, Daniela Mercury, Carlinhos Brown, Saul Barbosa, Margareth Menezes, Orquestra Neojiba, Ivete, Gil e Caetano. Revista Keyboard Brasil – Sobre o Grammy Latino, na categoria de Melhor Álbum de Pop Contemporâneo Brasileiro, você esteve à frente da produção, direção e dos arranjos das canções do álbum "Multishow Ao Vivo - Ivete Sangalo 20 anos". Foi uma surpresa? O que pode nos dizer sobre esse trabalho e sobre esse prêmio? Radamés – Ivete é muito exigente e passamos um ano produzindo, mudando arranjos, escolhendo músicas inéditas e regravações para esse projeto. Acho que foi o projeto dela que deu mais trabalho. Muitas músicas! Por isso saiu um DVD Duplo. Quando soube que ela estava concorrendo, achei que seria só como cantora. Só me dei conta quando vi meu nome! Aí foi um susto. Lembro que no dia estávamos fazendo um show voz e piano. Um prêmio muito importante para nossa música, que deveria ser mais reconhecida mundialmente. Esse ano de 2017 estamos 14 / Revista Keyboard Brasil


na expectativa de sermos indicados novamente ao Grammy Latino por nosso último projeto acústico ao vivo em Trancoso, produzido em parceria com Paul Ralphes, da Universal Music. Revista Keyboard Brasil – Além do seu trabalho ao lado de Ivete Sangalo, a musa do axé, você também se dedica a outros artistas, seja para tocar, fazer arranjos de canções ou como produtor. Quais artistas fizeram e fazem parte da sua lista? Radamés – Carlinhos Brown, Timbalada, Saul Barbosa, Zezé de Camargo e Luciano, Xuxa, Fafá de Belém ,Margareth Meneses, Luiz Caldas, Chiclete com Banana, Ricardo Chaves, Cheiro de Amor, Netinho e muitos outros. Revista Keyboard Brasil – Qual seu set atual utilizado nos shows e em estúdio? Radamés – Atualmente estou iniciando parceira com a Roland Brasil e usando RD-800, JV-XA, SYSTEM -8, Organ C2 e Minimoog Voyager. Revista Keyboard Brasil – O foco da Revista Keyboard Brasil é o mundo das teclas - pioneira no mercado digital brasileiro. Poderia nos dar sua opinião a respeito de nosso trabalho? Radamés – Sempre fui fã da Keyboard americana. Sempre que saía uma revista olhava a e as novidades dos teclados a cada mês. Tenho uma coleção guardada. Fico feliz em existir uma revista assim no Brasil. Antes só se via artistas internacionais nas edições americanas. O Brasil Revista Keyboard Brasil / 15


precisa de uma revista assim voltada também para o músico brasileiro mesmo com a internet tomando conta de tudo. Revista Keyboard Brasil – Tem em vista projetos futuros? Radamés – A música não pode parar nunca. A gente para, mas ela segue. O futuro está aí. Cada dia é uma novidade, um arranjo, um timbre novo, um teclado mais avançado. Cada dia evolui rápido demais. Tenho projetos futuros com a Ivete e sozinho também. Espero poder mostrar em breve aqui. Revista Keyboard Brasil – Muito obrigada pela entrevista! Radamés – Eu quem agradeço a vocês da Revista Keyboard Brasil e ao Rafael, por me convidar. Obrigado a todos e um forte abraço.

* Rafael Sanit é tecladista, Dj e produtor musical. Demonstrador de produtos Roland e Stay Music, realiza treinamentos para consultores de lojas através de workshops e mantém uma coluna na Revista Keyboard Brasil. É endorsee das marcas Roland, Stay Music, Mac Cabos, Land Audio e Jones Jeans.

* Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost writer e esportista. Está há 20 anos no mercado musical através da Keyboard Editora e, há 10 no mercado de revistas, tendo trabalhado na extinta Revista Weril. Atualmente é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil publicação digital pioneira no Brasil e gratuita voltada à música e aos instru-mentos de teclas. 16 / Revista Keyboard Brasil



Notícias

E MOBILIZAM O SETOR PARA A GESTÃO PROFISSIONAL NO MERCADO DA MÚSICA PARCERIA ENTRE ANAFIMA – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA DA MÚSICA – E SEBRAE SP EM PROL DA ADMINISTRAÇÃO E EMPREENDEDORISMO.

C

* Redação apacitar 1500 mil empresas no mercado da música em dois anos é a meta ousada da

ANAFIMA – Associação Nacional da Indústria da Música. Ousada, mas necessária. A entidade e o Sebrae SP se uniram sob o aval de Paulo Skaf, presidente da FIESP, para criar um ciclo de crescimento setorial. A estratégia para o desenvolvimento é formar gestores capacitados para a atual realidade econômica, trabalhista e 18 / Revista Keyboard Brasil

mercado consumidor, considerando ainda as características dos jovens geração G e as oportunidades futuras. “Se o setor de serviços, como estúdios, produtores de show, escolas e lojas de áudio e música, entre outros, não estiverem amparados, será difícil o crescimento sustentável do mercado. Não podemos depender do acaso ou do governo”, explica Daniel A Neves, presidente da ANAFIMA, associação responsável pela parceria com o EAD do Sebrae SP. “Para que o mercado se desenvolva


de forma saudável é mandatório pensar nos ecossistemas do mercado da música e isto não se limita ao varejo e escolas”, diz. Vantagens do estudo online da Anafima | Sebrae SP Elaborado pelos melhores professores do

Sebrae SP. Aluno faz no seu tempo, podendo parar e recomeçar do ponto anterior. Sem custo. Certificado de participação. Saiba mais no site da ANAFIMA: http://www.anafima.com.br/

Revista Keyboard Brasil / 19


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Mercado

NO PALCO. NA ESTRADA.

NO TOPO! KROME Platinum Disponível nas versões 61, 73 e 88 teclas IDÊNTICA EM ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS EM COMPARAÇÃO À SERIE KROME NA COR PRETA E QUE CONTINUA A SER COMERCIALIZADA NORMALMENTE, O KORG KROME PLATINUM JÁ ESTÁ DISPONÍVEL PARA AQUISIÇÃO NOS REVENDEDORES AUTORIZADOS EM VERSÃO E TIRAGEM ÚNICAS, EDIÇÃO LIMITADA E, EM COR ESPECIAL. CONFIRA!

* Redação 22 / Revista Keyboard Brasil


DESTAQUES 1. O workstation KORG é ideal para qualquer estilo de tocar piano. 2. Sons de piano e bateria integrais, sem loop, derivados do KRONOS, e novos pianos elétricos desenhados para brilhar no palco. 3. Pianos elétricos com trocas de samples através de velocity em oito níveis, para um inigualável poder de expressão.

KROME-61 ·61-teclas: Teclado Semi Pesado ·Com dinâmica Sensível a velocidade ·Padrão C2 - C7 (transposição na extensão [C1...C6]-[C3...C8]) KROME-73 ·73-teclas: Teclado Semi Pesado ·Com dinâmica Sensível a velocidade ·Padrão C1 - C7 (transposição na extensão [C0...C6]-[C2...C8]) KROME-88 ·88-teclas: Teclado Natural Touch ·Com dinâmica Sensível a velocidade ·Padrão A0 - C8 (transposição na extensão [A-1...C7]-[A1...C9]) ·O teclado NH reproduz o toque de um piano acústico, com uma pegada mais pesada nos registros graves e mais leve nos registros agudos.

4. Controle claro e intuitivo através do exclusivo display Touch View colorido de 7 polegadas da Korg. 5. Sons de bateria que oferecem canais de mixagem separados para captação direta e de ambiente, para qualidade de estúdio. 6. A função Drum Track reproduz ritmos realísticos e inspiradores ao toque de um botão. 7. Sons em demanda no momento, criados por profissionais conceituados, incluindo 640 Programs e 288 Combinations. 8. Efeitos poderosos com 5 Insert FX, 2 Master FX, e 1 Total FX, além de EQ por pista/timbre. Distinto design de painel em alumínio expõe um senso de qualidade. Conexão USB com seu computador, além de um slot para cartões SD para armaze-namento de dados. Você pode usar o KROME Editor para editar sons em seu computador. Edição limitada com acabamento Platinum (Prata) e disponível nas versões de 61, 73, e 88 teclas! Revista Keyboard Brasil / 23


O

KROME Platinum oferece

samples integrais e sem loop para cada tecla, proporcionando um espetacular som de piano. Este novo teclado redefine suas expectativas por um instrumento desta classe. Tomando seu nome da palavra em Grego que significa "cor", o KROME é o novo padrão para excelência sonora em um teclado de palco, proporcionando uma infinita paleta de sons para trazer inspiração vívida à sua música. Introduzindo o KROME Music Workstation. Além das características de workstation já bem conhecidas da Korg, o KROME apresenta uma cuidadosa seleção dos mais aclamados sons disponíveis atualmente para teclados básicos como piano e piano elétrico, assim como conjuntos de bateria vitais e dinâmicos, dando a você o melhor do básico. Estes sons de piano, piano elétrico e bateria já destacam o KROME perante qualquer outro teclado em sua classe. Com qualidade sonora e características encontradas somente em instrumentos muito mais caros, o KROME pretende determinar um novo padrão de valor, e se tornar um companheiro insubstituível para músicos no mundo todo.

Grand Piano espetacular desbrava novos territórios Sons de piano são criticamente importantes para praticamente qualquer instrumento de teclado. O KROME toma emprestado o impressionante “German D Grand” criado para o carro-chefe KRONOS. 24 / Revista Keyboard Brasil

Além do rico som de 88 samples em estéreo integrais e sem loop, foi incluída também o damperresonance. De fato, a memória PCM usada somente para este “German D Grand” ocupa diversas vezes - ou mesmo dezenas de vezes - mais capacidade de memória que a memória PCM inteira usada em um workstation ou sintetizador PCM típico. A menos que o som original seja impecável, nenhuma quantidade de parâmetros de edição pode criar uma experiência agradável de tocar.

O piano do KROME é um exemplo da paixão da Korg para que todos os músicos possam usufruir de excelentes sons tocados em grandes instrumentos. O autêntico e ressonante piano representa um grande aumento em qualidade para esta classe de teclados.

Pianos elétricos que oferecem realismo e expressão Para muitos tecladistas, o som de piano elétrico é tão crítico quanto o som de piano acústico. O KROME apresenta três tipos de pianos elétricos. Oito níveis de velocity foram usados para assegurar uma resposta fiel à expressão do músico. Uma grande quantidade de memória PCM foi usada para este propósito, tanto que somente um destes tipos de piano elétrico contém mais dados de samples que a memória inteira de um típico sintetizador PCM. Além disso, os amplificadores, gabinetes e efeitos clássicos vintage tão importantes para estes sons sem idade foram realistica-


sintetizador PCM. Além disso, os amplificadores, gabinetes e efeitos clássicos vintage tão importantes para estes sons sem idade foram realisticamente modelados, assegurando que tudo esteja absolutamente correto, do toque ao som finalizado.

Sons de bateria de qualidade de estúdio Os conjuntos de bateria internos tomam um papel importante nos procedimentos de produção musical de qualquer workstation. O KROME contém o mesmo conjunto “Jazz Ambience Drums” encontrado no Korg KRONOS. Tomando vantagem da memória PCM de alta capacidade, estes sons capturam um alto nível de resposta e realismo. Ao ajustar o balanço de mixagem entre o som direto (um microfone posicionado próximo a uma pele ou prato) e o som de ambiente (gravado a partir de um microfone distante para capturar a ressonância da sala), você pode criar ricos sons de bateria, com o caráter e o balanço que você deseja.

Grande e variada paleta de sons Além de piano, piano elétrico, e bateria, o KROME possui uma coleção completa de sons que cobrem uma ampla extensão de estilos, para satisfazer qualquer necessidade. Estimule sua criatividade selecionando a partir de 640 Programs ou 288 Combinations. Cada um destes sons foi criado cuidadosamente por profissionais de estúdio e músicos conceituados para

proporcionar uso real para partes de acompanhamento ou solos. Além disso, você pode customizar, criar, e salvar seus próprios sons.

Drum Track proporciona ritmos realísticos Ao simplesmente pressionar um único botão, você pode acionar a função Drum Track, que proporciona ritmos realísticos tocados por profissionais usando os sons de bateria de qualidade de estúdio do KROME. Toque em conjunto com estes ritmos, ou incorpore os mesmos à sua produção musical. Existem mais de 600 padrões rítmicos tomados do KRONOS, há muito espaço para você salvar seus padrões de usuário. DrumPatterns podem ser criados e usados no sequencer. Podem também servir de guia ao tocar, ou aplicados em performances ao vivo.

Dois arpeggiadores polifônicos Nos modos Combination e Sequencer, dois arpeggiadores podem rodar simultaneamente. Além de padrões convencionais de arpeggio, estes arpeggiadores podem gerar riffs de guitarra, linhas de baixo, padrões de bateria, ou podem ser usados como blocos de construção para o design de uma música, para criar pads, sons sintetizados, e efeitos sonoros que incluem movimentos sutis. Você pode também editar os padrões de arpeggio existentes e criar seus próprios padrões originais.

Revista Keyboard Brasil / 25


Efeitos surpreendentes A importante seção de efeitos proporciona até cinco InsertEffects, dois Master Effects, e um Total Effect. Além dos tradicionais efeitos de chorus, flanger, phaser, delay, e reverb, os 193 tipos de efeito incluem processamento dinâmico como compressor e limiter, efeitos distintos como grainshifter e talking modulator, assim como efeitos modelados de simulação de amplificadores e gabinetes de falantes que usam a exclusiva tecnologia de modelagem “REMS” da Korg.

Expressão natural Os modelos KROME 61 e 73 apresentam um teclado semi-pesado de toque natural; a excelente resposta permite tocar de tudo, de peças de piano em qualquer estilo e dinâmicas performances de órgão a solos pirotécnicos com sons sintetizados. O KROME 88 é equipado com o teclado Korg NH (Natural Weighted Hammer Action), assegurando que cada nuança de sua dinâmica ao tocar seja expressivamente refletida ao usar sons como piano ou piano elétrico.

Estação de trabalho no paraíso

Design distinto

O KROME possui todos os recursos que você deve esperar de um workstation Korg, começando pelo sequencer de 16 pistas. E há muito mais. O KROME vem completo com um arsenal de ferramentas para auxiliar suas necessidades criativas. Há uma conveniente função Auto Song Setup; caso a inspiração apareça enquanto você está tocando um program ou combination, simplesmente pressione a tecla REC para começar a gravar imediatamente. Cada Template Song endereça os sons adequados às pistas do sequencer e através dos efeitos correspondentes para estar de acordo com um gênero musical específico. Obtenha arranjos rapidamente usando a função CueList, e construa uma coleção de padrões de acesso instantâneo usando a função RPPR (RealtimePattern Play/Recording). Ao precisar voltar atrás e fazer alterações, você pode usar a conveniente edição piano-roll.

O corpo dramaticamente escuro proporciona o KROME um perfil elegantemente curvado. O painel superior é constituído de duas seções em alumínio de design diferente. O resultado é uma aparência distinta que projeta uma presença inconfundível, mesmo em um palco apertado. No visual e no som, o KROME causará uma forte impressão em seu público.

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Intuitiva interface TouchView O enorme display TouchView Color de 800 x 480 do KROME pode exibir numerosos parâmetros de uma vez, assegurando grande visibilidade. Simplesmente toque sobre a tela para mudar sons ou editar parâmetros. É possível também editar objetos arrastando o dedo sobre a tela, permitindo usar sliders e knobs virtuais diretamente. Numerosas funções tomam


vantagem da nova interface TouchView, como o editor em piano-roll, um cronômetro conveniente para organizar uma performance ao vivo, e um conjunto de teclas em estilo calculadora conveniente para editar valores numéricos.

USB e armazenamento em SD Você pode conectar o KROME ao seu computador através de USB para transferir dados com facilidade. Você pode usar também um cartão SD (Não fornecido) para administrar os arquivos do KROME.

Software de edição nos formatos Stand-alone e Plug-in Os softwares KROME Editor e KROME Plug-in Editor permitem editar seu KROME a partir de um computador enquanto visualiza uma grande quantidade de parâmetros simultaneamente, ou usar o KROME em seu software DAW como se fosse um sintetizador virtual. Você pode baixar a mais recente versão do editor de sons do KROME a partir do web site da Korg, situado na página 23.

Onde Comprar Interessados em adquirir o Korg Krome Platinum ou qualquer produto Korg, em um ambiente de segurança, com um ano de garantia, manual em português, e o suporte técnico permanente, basta acessem o link do motor de busca de revendas autorizadas em todo o Brasil, através do link da Pride Music (Consulta de Revendas), situado na página 23.

* Todos os nomes de produtos e empresas são marcas registradas de seus respectivos detentores. ** Especificações e aparência sujeitos a alterações sem prévio aviso para aprimoramento Revista Keyboard Brasil / 27


Aconteceu

PIANISTA SUÍÇA

LUÍSA SPLETT E A TURNÊ PELO BRASIL

Foto: Licht Und Linien

TALENTO DA MÚSICA ERUDITA INTERNACIONAL, LUÍSA SPLETT APRESENTOU UMA SÉRIE DE RECITAIS EM QUATRO CAPITAIS BRASILEIRAS.

* Te x t o : V i r t u o s i P r o d u ç õ e s * Entrevista: Heloísa Godoy Fagundes

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Luisa Splett: “Foi brincando mesmo que eu descobri o mundo das teclas.”

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ecentemente, o Brasil recebeu um dos grandes talentos do piano internacional, a suíça

Luísa Splett. A pianista se apresentou

em turnê por Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba e Vitória. Internacionalmente reconhecida por seu talento, Splett já se apresentou em diversos países da Europa, América do Sul e Estados Unidos, inclusive no Carnegie Hall de Nova York. Possui uma sólida formação, tendo estudado no Conservatório de São Petersburgo (Rússia), Universidade Maior (Chile) e no Conservatório de Zurique (Suíça). O repertório escolhido trouxe peças de Schubert, Mendelssohn e Mussorgsky, mas também do suíço Emil Frey, que é ainda pouco conhecido no Brasil. Nascido em Baden, o compositor estudou na Rússia, França e Bélgica e, ao longo de sua carreira, dividiu-se entre a composição e o ensino, lecionando durante seus últimos anos de vida na Universidade de Artes de Zurique. Na

turnê, a pianista interpretou as “Variações sobre um tema hebreu. Op. 1”. O programa ainda apresentou o Improviso em Dó Menor Op. 90 No 1 de Schubert e a Fantasia Op. 28 de Mendelssohn, escrita a partir de impressões de viagem do compositor à Escócia. Para terminar este programa de peso, Luísa apresentou “Quadros de uma exposição” do russo Modest Mussorgsky. Composta em junho de 1874, a peça é inspirada na exposição do pintor Viktor Hartmann, um amigo do compositor que havia falecido precocemente. Como homenagem, Mussorgsky representou em música os quadros de Hartmann, que abordavam os mais variados temas do cotidiano e imaginário universais, como gnomos, castelos medievais, mercados e bruxas. Embora tenha obtido pouco sucesso durante sua estreia, a peça exerceu um profundo impacto em compositores do início do século XX, como Debussy e Ravel, e hoje é presença constante nas salas de concerto. Revista Keyboard Brasil / 29


LUÍSA SPLETT Luísa Splett é uma das mais destacadas pianistas da Suíça. Pósgraduada pelo Conservatório de São Petersburgo (Rússia), seu mestrado foi concluído pela Universidad Mayor de Santiago (Chile) e seu bacharelado pelo Conservatório de Zurich (Suíça). Nascida em Winterthur e proveniente de uma família de músicos, seu interesse pela música surgiu ainda na infância, quando iniciou seus estudos aos 5 anos de idade. Aos 14, integrava o trio “Da Capo”, com o qual conquistou o primeiro prêmio no Jecklin Festival e realizou seu debut na Tonhalle de Zurique. Em 2004, foi premiada no Concurso Internacional Claudio Arrau no Chile e entre seus professores estão Silvia Näsbom-Thellung e Karl-Andreas Kolly (Suíça), Yelena Scherbakova (Rússia/ Chile) e Oleg Malov (Rússia). Em 2011 fez a sua estreia no Carnegie Hall de Nova York, apresentando-se no Weil Hall. Em 2014, lançou o seu primeiro cd, “Wie im Fluge”, com obras dos compositores russos RimskyKorsakov e Prokofiev, do alemão Hermann Goetz e dos suíços Martin Wendel e Alfred Felder. Seu segundo cd foi lançado em 2016 e é o primeiro volume da obra completa para piano do compositor suíço Emil Frey. Desde outubro de 2012 a pianista, que é fluente em seis idiomas, mora em Berlim, onde trabalha também como professora.

30 / Revista Keyboard Brasil


Revista Keyboard Brasil / 31


Entrevista Revista Keyboard Brasil – Seus estudos de piano iniciaram-se aos 5 anos de idade. Conte-nos como surgiu esse interesse pelas teclas. Luísa Splett – Eu nasci em uma família de músicos, então o piano que tínhamos em casa sempre foi um brinquedo para mim. Comecei a ter aulas regulares aos 5 anos e foi mesmo brincando que eu descobri o mundo das teclas. Revista Keyboard Brasil – Quais são suas referências musicais? Luísa Splett – Como pianista, uma grande referência é o Grigory Sokolov, meu pianista preferido. Admiro muito a Martha Argerich e também outros pianistas, mas as minhas referências musicais não são só pianistas. Eu adoro o violinista Gidon Kremer, as ideias musicais dele e sua concepção musical. Também o Daniel Barenboim em seu papel de músico completo: pianista, regente, gestor, quase filósofo e também por estar envolvido em temas mundiais, tratando de trazer paz com a música. Acho que hoje, como artistas, temos o dever de nos envolver em acontecimentos do mundo atual. Revista Keyboard Brasil – Você nasceu em um país de brilhantes pianistas como Edwin Fischer. Conhece alguns de nossos pianistas brasileiros? Luísa Splett – Eu conheço pianistas brasileiros – sobretudo gosto muito de Nelson Freire. Também acho muito bom o 32 / Revista Keyboard Brasil

que o Ricardo Castro está fazendo com o projeto Neojibá, na Bahia. Revista Keyboard Brasil – É sua primeira vez em turnê pelo Brasil? Luísa Splett – Não, acho que é a quarta vez! Eu gosto muito do Brasil e espero voltar mais vezes aqui! Revista Keyboard Brasil – Como se deu a escolha desse repertório apresentado em sua turnê? Luísa Splett – Eu queria fazer uma combinação de coisas conhecidas e outras nem tanto. A primeira parte foi escolhida, porque este ano a Suíça assumiu a presidência do IHRC (International Holocaust Remembrance Commitee) e a Embaixada da Suíça na Argentina me convidou para apresentar um programa de compositores judeus. Por isso, incluí a Fantasia de Mendelssohn e as Variações de Emil Frey. Estou escrevendo uma dissertação sobre a vida e a obra de Frey e queria incluir uma musica dele no programa. Faz muitos anos que toco os “Quadros de uma Exposição” de Mussorgsky e eu tinha muita vontade de tocá-los de novo. Acho que é uma obra maravilhosa, que também pode ser utilizada facilmente para concertos didáticos para crianças, que também tenho feito nesta viagem. Revista Keyboard Brasil – O que pode nos dizer sobre a receptividade dos brasileiros? Luísa Splett – Eu adoro o público


‘ ‘

Gosto de trabalhar com a Virtuosi como representante no Brasil e no futuro também em toda a América do Sul.

de pedagogia e também estou fazendo um doutorado na universidade, então preciso estar sempre muito concentrada para conseguir estudar um repertório novo em pouco tempo.

‘ ‘ Luísa Splett

brasileiro, eles são muito entusiastas e sempre interessados em toda a música. Eles ao mesmo tempo são respeitosos e eu me senti muito bem-vinda. Eu sempre falo nos concertos sobre o compositor, a história da obra, enfim, e achei que o público gostou muito de ter essas informações adicionais. Revista Keyboard Brasil – Você é apontada como uma brilhante pianista de uma promissora carreira. Como é sua rotina de estudos? Luísa Splett – Eu tento sempre estudar o máximo possível, mas ao longo dos anos eu reparei que é melhor estudar concentrada por poucas horas do que sem objetivo por muitas horas. Agora eu tenho muitas atividades diferentes, pois dou aulas, trabalho na ópera estatal na parte

Revista Keyboard Brasil – Soubemos que você é fluente em seis idiomas. Quais? Luísa Splett – Alemão, francês, inglês, espanhol, russo e português.

Revista Keyboard Brasil – Você faz parte do time de talentos da Virtuosi Produções Artísticas. Fale sobre essa parceria. Luísa Splett – É a primeira vez que trabalho com eles e estou muito contente com a turnê que eles me organizaram. Como artista independente, é quase impossível fazer toda a organização profissional de uma turnê. Eu fiz por muitos anos tudo sozinha, mas não quero fazer mais. Então, gosto de trabalhar com a Virtuosi como representante no Brasil e no futuro também da toda a América do Sul. Revista Keyboard Brasil – Muito obrigada e sucesso!! Luísa Splett – Muito obrigada pela oportunidade em falar com vocês e até uma outra vez.

VIRTUOSI PRODUÇÕES – Comandada por Ederson Urias, a Virtuosi situa-se em Belo Horizonte e é uma das principais agências de produção cultural do Brasil com ampla atuação no país e no exterior. Clique no ícone ao lado para o site www.virtuosi.mus.br * Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost Writer e esportista. Amante da boa música, está há 10 anos no mercado musical de revistas. Já trabalhou na extinta Revista Weril e atualmente é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil. Revista Keyboard Brasil / 33


Um torso de Michelangelo, que ninguém se aventurou a completar

Opinião

OBRAS INACABADAS...

QUE ASSIM PERMANEÇAM? MUITAS FORAM AS TENTATIVAS PARA COMPLETAR OBRAS INACABADAS DE GRANDES COMPOSITORES. AQUI DIVIDO A LISTA ENTRE AQUELAS QUE NÃO PRECISARIAM SER COMPLETADAS, AQUELAS (RARAS) QUE FORAM COMPLETADAS DE MANEIRA SATISFATÓRIA, AQUELAS QUE TÊM RESULTADOS MISTOS, E AQUELAS QUE FORAM MAL COMPLETADAS.

** Por Maestro Osvaldo Colarusso 34 / Revista Keyboard Brasil


N

inguém se atreveria a terminar uma escultura inacabada de Michelangelo, e mesmo ninguém

teria a ousadia de terminar uma pintura não concluída de Leonardo da Vinci. No entanto, o mesmo respeito nem sempre se dá em meio às obras musicais. No caso de uma composição musical o público, em geral, não teria nenhuma possibilidade de ter contato com um esboço incompleto, mas creio que é interessante refletir sobre estas tentativas de se completar o que os autores não tiveram tempo ou vontade de fazê-lo. Se o inferno está lotado de “boas intenções” o mesmo pode-se dizer a respeito destas tentativas, e questiono seriamente a qualidade de seus resultados. Vou dividir a lista das grandes obras inacabadas entre aquelas que não precisariam ser completadas, aquelas (raras) que foram completadas de maneira satisfatória, aquelas que têm resultados mistos, e aquelas que foram mal completadas.

Obras inacabadas, mas convincentes. Duas obras me vêm à mente, que são convincentes, apesar de seu aspecto inacabado. A Sinfonia em si menor, conhecida como “Inacabada” de Franz Schubert é a primeira delas. Esta obra, tremendamente introspectiva, leva muita gente a fazer um roteiro hollywoodiano sobre o compositor morrendo tentando terminar a obra. Besteira! Schubert escreveu os dois movimentos da Sinfonia

O compositor Franz Schubert. Autor de muitas obras incompletas

Inacabada em 1822, bem antes de sua morte. Ele chegou a esboçar um terceiro movimento, mas é interessante saber que em 1823 ele mandou os manuscritos dos dois movimentos completados para um editor. Em resumo, ele, a esta altura, julgava a obra completada. Desonesta as tentativas de Gerald Abraham e Geoffrey Bush de completarem a obra. Outra partitura que está bem como está é a ópera Moisés e Aarão (Moses und Aron) de Schoenberg. Apesar de o compositor ter escrito o libreto do terceiro ato, os dois atos que ele compôs a música estão bem convincentes. A frase de Moisés no final do segundo ato “Oh palavra que me falta” é a melhor conclusão que esta fantástica ópera poderia ter. Assisti em Berlim uma produção em que o terceiro ato, cuja música nunca foi escrita, era apenas declamado, como Revista Keyboard Brasil / 35


uma peça de teatro. Resultado pífio. Lembro, para completar, de um bom concerto que assisti aqui em Curitiba, quando os professores de Música Antiga da Oficina de Música tocaram a fuga inacabada da Arte da Fuga de Bach. Ao deixar a coisa no ar, percebemos que aquela é a melhor solução.

Obras bem completadas O melhor trabalho que tenho notícia de uma partitura completada por outro compositor é a ópera Lulu de Alban Berg. Seu autor, ao falecer no final de 1935, deixou o último ato apenas esboçado. Sua viúva, que era meio perturbada, não deixou ninguém se aproximar destes esboços. No início, até tentou de maneira esquiva convidar amigos de seu falecido esposo, como Arnold Schoenberg e Anton Webern, para completarem a obra, mas depois disse que 'teve conversas' com seu falecido marido (não disse que ela era perturbada???) e que ele desejava deixar a obra inacabada. O meio musical festejou a morte desta enlouquecida viúva em 1975, e o compositor austríaco Friedrich Cerha fez o melhor trabalho de completar uma obra inacabada já feito na história da música. Não pode-se sentir diferença estilística alguma no ato completado por Cerha e hoje, o mundo pode assistir em sua totalidade uma das principais óperas da história da música. Assisti, no ano passado em Dresden, uma outra versão 36 / Revista Keyboard Brasil

completada, assinada por Eberhard Kloke. Resultado pífio. Outra obra completada, e que pouca gente sabe que foi completada por outrem é o Concerto Nº 3 de Béla Bartók para piano e orquestra. Os últimos 17 compassos foram escritos pelo amigo e discípulo de Bartók, Tibor Serly. Trabalho tão bem feito que ninguém nem desconfia dele.

Obras completadas de forma siscutível A obra inacabada, cuja conclusão é mais contestada, é o Réquiem de Mozart. Mais um roteiro hollywoodiano bem conhecido de todos. Vamos às lágrimas: um compositor, desprezado, pobre, tentando escrever seu hino de morte! Besteira! Este Réquiem realmente ficou esboçado pelo grande compositor, e seu aluno e assistente Franz Xaver Süssmayer se encarregou de completar a obra. A única parte completada por Mozart é a primeira sessão, o Requiem aeternam. A partir do Dies Irae as coisas vão rareando em termos de composição de Mozart, e certos trechos do Requiem não tem uma nota sequer do mestre: o “Sanctus”, o “Benedictus” e o “Agnus Dei” são obras integralmente de Süssmayer. O que é mais discutível é que Süssmayer manteve a mesma orquestração em todo o trabalho, algo que o próprio Mozart não costumava fazer. Outros músicos tentaram completar a obra, mas, mesmo que discutível, o


Imagem romanceada da composição do Requiem de Mozart.

trabalho de Süssmayer permanece o melhor. Na mesma categoria, estaria a ópera Turandot de Puccini. Ele não chegou a compor a cena final, e o compositor italiano Franco Alfano o fez, baseando-se nos esboços do compositor. Ao ouvirmos o primeiro acorde da versão de Alfano percebemos que estamos longe da qualidade de Puccini. Outro compositor italiano, Luciano Berio, fez em 2002 uma outra tentativa, mas o resultado é mais questionável ainda do que o de Alfano. Vamos ficar com Alfano. É menos ruim.

Obras mal completadas Daí a lista é bem grande. Schubert é uma das principais vítimas. De maneira desonesta já se tentou completar de forma bem desajeitada duas de suas sinfonias apenas esboçadas, as de Nº 7 e 10, e o compositor Ernest Krenek fez uma assustadora versão da Sonata em dó maior conhecida como “Relíquia”.

Mas o que mais me assusta mesmo são os defensores das versões completadas da Sinfonia Nº 10 de Mahler. A mais famosa das versões completadas é do inglês Deryck Coocke. Mahler completou apenas o primeiro movimento e, na realidade, nem sabemos ao certo se este seria o primeiro, o último ou um movimento intermediário da sinfonia. Grandes especialistas em Mahler como Bernard Haitink, Pierre Boulez, Leonard Bernstein e Bruno Walter rejeitaram publicamente esta discutível versão. Outra obra completada com grande alarde comercial, foi a Sinfonia Nº 9 de Anton Bruckner. No ano passado, Sir Simon Rattle anunciou aos quatro ventos que finalmente iria executar a versão completa desta obra que vinha sendo apresentada em apenas três movimentos. Que decepção! Este quarto movimento, realizado por uma equipe de musicólogos (Samale/ Mazzuca/ Phillips/ Cohrs) é uma sucessão de lugares comuns, e algo bem distante do que se Revista Keyboard Brasil / 37


Foto: divulgação

Ouçam Rendering de Berio. É no mínimo interessante.

Completar pode ser criar Encerro com uma experiência que julgo, no mínimo, interessante. Entre 1989 e 1990, o compositor italiano Luciano Berio (aquele mesmo que completou Turandot, de Puccini) escreveu uma obra intitulada “Rendering”. Traduzo o título como “Retribuição”. Ele toma os esboços de uma Sinfonia de Franz Schubert, e preenche os lapsos com música de seu próprio estilo. Percebemos então, de forma clara, até onde Schubert escreveu e quais são as

presumia para uma sinfonia que tem, em seus três movimentos completados, algumas das melhores páginas sinfônicas do final do século XIX. Outra solução lamentável é a da ópera Kowantschina de Mussorgsky. O compositor não só a deixou sem orquestrá-la, mas não escreveu a última cena. Rimsky-Korsakow fez um trabalho sujo, não só orquestrando, mas cortando cenas, modificando e simplificando ritmos e, sobretudo, reduzindo a harmonia tão inovadora de Mussorgsky para encadeamentos acadêmicos. Felizmente, o compositor russo Dimitri Shostakovich fez, no início da década de 60, um trabalho exemplar.

contribuições de Berio. O que surge é uma composição muito interessante, e creio mesmo que Berio fez aqui o mais criativo trabalho sobre os esboços de outro compositor. De qualquer maneira, continuo manifestando a minha inveja a Michelangelo e da Vinci. Seus esboços e suas obras inacabadas continuam do jeito que deixaram. Afortunados! Para terminar recomendo que ouçam Rendering de Berio. É no mínimo interessante. Ao menos é algo honesto.

* Osvaldo Colarusso é maestro premiado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA). Esteve à frente de grandes orquestras, além de ter atuado com solistas do nível de Mikhail Rudi, Nelson Freire, Vadim Rudenko, Arnaldo Cohen, Arthur Moreira Lima, Gilberto Tinetti, David Garret, Cristian Budu, entre outros. Atualmente, desdobra-se regendo como maestro convidado nas principais orquestras do país e nos principais Festivais de Música, além de desenvolver atividades como professor, produtor, apresentador, blogueiro e colaborador da Revista Keyboard Brasil. ** Texto retirado do Blog Falando de Música, do jornal paranaense Gazeta do Povo. 38 / Revista Keyboard Brasil



Dica Técnica

LOVE OF MY LIFE ESSE MÊS, A DICA TÉCNICA É COM A MÚSICA LOVE OF MY LIFE - GRANDE SUCESSO DE FREDDIE MERCURY, UM DOS MAIORES ÍCONES DA HISTÓRIA DO ROCK, DONO DE UM TALENTO COLOSSAL! * Por Amyr Cantusio Jr.

L

ove of My Life

A música foi escrita por Freddie Mercury em

é uma canção do

homenagem a Mary Austin, com quem teve um longo

quarto álbum de estúdio, chamado A Night

relacionamento no início dos anos 70 e que manteve uma

at the Opera, lançado em 1975 pela banda de rock

britânica Queen.

Amyr Cantusio Jr. é músico premiado no exterior e colaborador da Revista Keyboard Brasil.

40 / Revista Keyboard Brasil

forte amizade até a sua morte, em 1991. Uma versão ao vivo, incluída no álbum Live Killers, lançado em 1979, alcançou o primeiro lugar na Argentina e no Brasil. Esta canção foi, desde o seu lançamento, a favorita do público quando a banda realizava seus shows. Para interpretar a música Love of my Life, de Freddie Mercury, tem que se ter em mente a ópera em si. Mercury era viciado em eruditos e ópera. Todo o canto e piano são característicos deste estilo. Suave, andante, aleggro ma non troppo. Esta partitura é simples, com toda a HARMONIA e MELODIA na mão direita. A mão esquerda toca um baixo constante de apoio, com raros acordes, o que vai facilitar muito a execução. É simples, mas está tudo aí! Bons estudos e até a próxima edição!


Love of my life (Freddie Mercury) Transcrição: Marcelo Fagundes

Revista Keyboard Brasil / 41


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*Amyr Cantusio Jr. é músico (piano, teclados e sintetizadores) compositor, produtor, arranjador, programador de sintetizadores, teósofo, psicanalista ambiental, historiador de música formado pela extensão universitária da Unicamp e colaborador da Revista Keyboard Brasil. Revista Keyboard Brasil / 43


Tecnologia

SHURE PROMOVE EVENTO SOBRE QUALIDADE DE ÁUDIO LÍDER EM MICROFONES E SOLUÇÕES DE ÁUDIO, EMPRESA REUNIU FORMADORES DE OPINIÃO EM SÃO PAULO EM EVENTO EXCLUSIVO PARA DEBATER "COMO CAPTAR ÁUDIO COM QUALIDADE PROFISSIONAL E DE FORMA SIMPLES". CONFIRA!

* Redação 44 / Revista Keyboard Brasil


A

Shure, marca líder no segmento de áudio, promoveu na última

segunda-feira, 10, o encontro que aconteceu no RedBull Studios, em São Paulo, e reuniu um público de 100 pessoas formado por youtubers, podcasters, jornalistas e músicos. Conduzido pelo youtuber Tiago Lopes e pelo Gerente de Produto da América Latina da Shure, Jon Lopes, o evento apresentou a linha de produtos MOTIV , criada para solucionar problemas comuns na hora de captar som em diferentes tipos de gravações, como transmissões ao vivo no Facebook e Instagram, vídeos do YouTube, Snapchat, podcasts, vlogs, entrevistas e coberturas de eventos. Com cinco diferentes microfones e um app grátis, a linha traz soluções de áudio com controles intuitivos, tecnologia de ponta e design retrô. Os produtos contam com qualidade de som profissional nas mais adversas situações e estrutura portátil. Os microfones MOTIV se conectam a dispositivos iOS (iPhone, iPod, iPad) e também a dispositivos Android, Mac e PC, e possuem controles adicionais que podem ser acessados em um aplicativo gratuito disponível na Apple Store e na Google Play Store.

Todos os produtos MOTIV podem ser encontrados na loja online da Shure , no endereço

Sobre a Shure In c o rp o ra te d Fu nd ad a em 19 25 , a Sh ur e In co rp or at ed (w w w. sh ur e. co m ) é amplamente reconhec ida como a maior fabricante mundial de microfones e produtos eletrônicos de áudio. Ao longo dos anos, a empres a desenvolveu e produziu vários prod utos de áudio pr of iss io na l e de co ns um o qu e se tornaram referência de mercado por seu desempenho, confiabili dade e valor. A linha diversificada de produtos da Shure inclui prod utos de categoria internacional, como m icrofones com fio, sistemas de microfone sem fio, sistemas de monitoramento pe ssoal intra-auricular, sistemas de confer ência e discussão, sistemas de áudio em rede, premiados ea rp ho ne s e he ad ph on es , al ém de cartuchos fonográficos da mais alta qualidade. Hoje, os produtos da empresa são a primeira opção quando o desempenho de áudio é a maior prioridad e. A Shure Incorporated es tá sediada em Niles, Illinois (E UA). A empresa também possui sedes re gionais de vendas e marketing em Epping en (Alemanha) e Hong Kong (China), com mais de 30 ou tr as un id ad es de fa br ic aç ão e es cr itó rio s re gi on ai s de ve nd as em diversos países das Am éricas, Europa, Oriente Médio, África e Ásia.

www.lojashure.com.

Revista Keyboard Brasil / 45


Por dentro

BATIDAS (OU SONS)

BINAURAIS Parte Final

* Por Maestro Marcelo Fagundes

FINALIZANDO O TEMA, CONHEÇA ALGUNS DOS NUMEROSOS ESTUDOS DOCUMENTANDO OS BENEFÍCIOS POSITIVOS DO USO DAS BATIDAS BINAURAIS.

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N

essa edição selecionei cinco bem documentados estudos de fontes respeitáveis que mostram a diversidade de benefícios a serem obtidos através da escuta regular das batidas ou sons binaurais.

Estudos Estudo 1: Dr. Vincent Giampapa, expresidente da American Board of Anti-Aging Medicine. Pesquisas feitas pelo Dr. Vincent Giampapa descobriram que ouvir Batidas Binaurais diariamente afeta a produção de três hormônios diretamente relacionados à longevidade da vida e bem-estar geral. Sua pesquisa mostrou que quando expostos a Batimentos Binaurais por períodos prolongados, os níveis de cortisol diminuíram e os níveis de DHEA e melatonina aumentaram. DHEA (desidroepiandrosterona) é um hormônio produzido pelas glândulas adrenais do corpo. A produção de DHEA no corpo atinge seu pico depois dos 20 anos e começa a diminuir depois dos 30. A diminuição é mais rápida nas mulheres do que nos homens. Níveis mais baixos de DHEA também podem ser encontrados em pessoas com transtornos hormonais, HIV/AIDS, Mal de Alzheimer, doenças cardíacas, depressão, diabetes, inflamação, transtornos no sistema imune e osteoporose. Corticosteróides, anticonRevista Keyboard Brasil / 47


cepcionais orais e agentes de tratamento de transtornos psiquiátricos também podem diminuir os níveis de DHEA. O suplemento de DHEA é geralmente usado para tratamento de desequilíbrios hormonais, mas fabricantes começaram a anunciar o produto como uma cura mágica para muitas coisas, como perda muscular, perda de peso, osteoporose e depressão. A DHEA também foi ligada ao uso por atletas como doping. Atualmente, a DHEA é rotulada desde “fonte da juventude”. Você poderá voltar a produzir este hormônio naturalmente com as Batidas Binaurais, sem o consumo dessas drogas sintéticas. O Cortisol é um hormônio corticosteróide da família dos esteróides. O Cortisol é produzido pela parte superior da glândula suprarrenal (no córtex suprarrenal, porção fasciculada ou média) diretamente envolvido na resposta ao estresse. Sua forma sintética, chamada de hidrocortisona, é um antiinflamatório usado principalmente no combate às alergias, à artrite reumatóide e alguns tipos de cancro. O nome cortisol deriva de córtex. Tem três ações primárias: estimula a quebra de 1) proteínas, 2) gorduras e 3) providencia a metabolização da glicose no fígado. Considerado o hormônio do stress, ativa respostas do corpo ante situações de emergência para ajudar a resposta física aos problemas, aumentando a pressão arterial e o açúcar no sangue, propiciando energia muscular. 48 / Revista Keyboard Brasil

Ao mesmo tempo, todas as funções anabólicas de recuperação, renovação e criação de tecidos são paralisadas e o organismo se concentra na sua função catabólica para a obtenção de energia. Uma vez que o stress é pontual, superada a questão, os níveis hormonais e o processo fisiológico volta à normalidade, mas quando este se prolonga, os níveis de cortisol no organismo disparam (Enciclopédia Médica Ferato). Melatonina é um hormônio produzido naturalmente pelo corpo humano e uma de suas funções básicas é a indução ao sono. A melatonina está relacionada com a regulação do metabolismo ao longo do dia, o que inclui os períodos em que a pessoa está dormindo ou acordada. A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal dos vertebrados. Nos seres humanos, a glândula pineal está localizada na região central do cérebro (mais precisamente atrás do terceiro ventrículo). O hormônio foi descoberto pelo dermatologista Aaron Lerner, no ano de 1958. A melatonina tem, como principal função, a de induzir o sono. O hormônio também participa de outros processos fisiológicos e tem se mostrado um grande aliado no combate de muitas doenças. Aqui está uma breve visão geral do porquê produzir a quantidade correta desses 3 hormônios é particularmente importante para o corpo:


O cortisol é conhecido como o "hormônio do estresse" porque é produzido quando ficamos estressados e ansiosos. Ele altera as respostas do sistema imunológico e suprime o sistema digestivo, o sistema reprodutivo e processos de crescimento. A superexposição ao cortisol pode perturbar quase todos os processos do corpo. Isso coloca o corpo em maior risco de inúmeros problemas de saúde, incluindo ansiedade, depressão, problemas digestivos, doenças cardíacas, problemas de sono e ganho de peso.

DHEA (dehydroepiandrosterone) é conhecido como o "hormônio da juventude" porque é usado como um ingrediente para praticamente todos os bons hormônios no corpo. DHEA é feito pelas glândulas suprarrenais e é então convertido em andrógenos, estrogênios e outros hormônios. Estes são os hormônios que regulam o metabolismo das gorduras e dos minerais, a função sexual e reprodutiva e os níveis de energia. Os níveis de DHEA aumentam até os nossos 20 anos e, em seguida, começam gradualmente a diminuir. A produção de DHEA no corpo também pode diminuir com o uso de certos medicamentos como a insulina e corticosteróides. A melatonina ajuda a controlar o ciclo sono-vigília. Em parte, o pulso de disparo do corpo controla quanto melatonina é produzida pelo corpo. Normalmente, os níveis de melatonina começam a subir no meio da noite, permanecer alta durante a maior parte da

noite, e depois cair no início da manhã. Os níveis de melatonina diminuem lentamente com a idade. Alguns adultos, mais velhos, fazem quantidades muito pequenas dele ou nenhum, por esta razão os idosos costumam dormir menos.

Estudo 2: Dr. Margaret Patterson e Dr. Ifor Capel do Departamento de Pesquisa da Fundação Marie Curie. Polônia Dra. Margaret Patterson e Dr.Ifor Cape descobriram que Batidas Binaurais que levam o usuário para a produção da Onda Alfa aumenta a produção de serotonina, um hormônio que aumenta o relaxamento e alivia a dor. Serotonina: regula sono, humor, apetite e ainda ajuda a combater a enxaqueca Os neurotransmissores representam os mensageiros do cérebro. Eles são substâncias químicas que permitem que os neurônios passem sinais entre si e para outras células do corpo, o que os torna importantíssimos em nossas funções vitais. Há muitas funções e muitos neurotransmissores, mas um deles merece destaque: a serotonina. A serotonina é um neurotransmissor produzido no tronco encefálico, no núcleo da rafe, e desempenha papel em muitas partes do organismo. Embora, todas as suas áreas de atuação ainda estejam sendo descobertas pela neurociência, estudos já apontam alguns lugares onde esse neurotransmissor age. Revista Keyboard Brasil / 49


7 benefícios de se produzir naturalmente a Serotonina: 1-Regulação do sono A serotonina é responsável pelo estado de vigília de nosso cérebro, ou seja, ela que nos deixa em alerta. Para que uma pessoa tenha um sono adequado, ela age de duas formas diferentes. A princípio, regula a primeira fase do sono, chamada de "sono lento". No entanto, para que a fase mais profunda aconteça – o sono REM –, esse neurotransmissor deve estar inibido. 2-Depressão e outros distúrbios de humor Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a depressão não significa, exatamente, a falta de seratonina em nosso organismo. A crença talvez tenha vindo da efetividade da ação de antidepressivos que aumentam a disponibilidade do neurotransmissor no cérebro. Na verdade, o que acontece em casos de depressão, ansiedade e outros distúrbios afetivos, é que a transmissão de serotonina não está tão efetiva quanto deveria. "Alguns antidepressivos atuam inibindo seletivamente a receptação da serotonina, aumentando dessa forma a quantidade dela nos espaços entre os neurônios, facilitando a neurotransmissão. Isso faz com que a pessoa tenha o seu humor melhorado, diminuindo também a ansiedade e irritabilidade". As Músicas com os Batimentos Binaurais fazem com que a serotonina não acabe no corpo e aumenta sua produção naturalmente. 50 / Revista Keyboard Brasil

3- Enxaqueca Hoje, uma das chaves do tratamento da enxaqueca está na serotonina. Os remédios usados para tratar as dores geralmente antidepres-sivos - influem nos receptores da serotonina, diminuindo a sua receptação. Com isso, a disponibilidade do neurotransmissor aumenta e, com ela, a disposição do indivíduo. Mais disposto, as dores aliviam. Isso acontece porque a serotonina é uma importante reguladora das vias sensoriais de nosso corpo, inclusive da via dolorosa. Quando há diminuição da receptação, os estímulos também caem, o que leva à amenização da dor. 4- Humor A serotonina é um dos neurotransmissores responsáveis pelo humor. Estando com transmissão inadequada, é natural que o indivíduo se sinta irritado, mal-humorado, ansioso, impaciente, irritadiço, propenso a chorar etc. Melhorando a qualidade da transmissão, logo existe o alívio deste quadro. O nível adequado de transmissão evita também casos de agressividade, já que o neurotransmissor está ligado ao controle de impulsos em nosso sistema límbico. 5- Saciedade A relação entre saciedade e serotonina acontece em nosso hipotálamo. Em níveis normais de transmissão, o indivíduo se alimenta normalmente. No entanto, pessoas com transmissão abaixo da média ou à transmissão ineficiente, acabam abusando de doces e massas para


se sentirem satisfeitas. Perceba que isso acontece com frequência em pessoas que declaram se sentir tristes. Essa relação existe porque a serotonina é responsável pelo chamado estado de vigília quieta, diretamente relacionado à saciedade. Esse estado previne a fome e a atividade sexual. 6-Atividade sexual Embora muitos o chamem de "neurotransmissor do prazer", em excesso, a serotonina atrapalha o desempenho sexual. Essa relação acontece no hipotálamo. Quando há transmissão intensa, a libido cai, chegando a interferir no orgasmo de ambos os sexos. Essa relação acontece, por exemplo, quando um indivíduo toma antidepressivos, que melhoram a transmissão da serotonina em nosso cérebro e, logo, diminuem a libido. Muitas vezes, antidepressivos são ministrados para pacientes com ejaculação precoce. 7- TPM Existe a hipótese de que os sintomas da TPM também estejam ligados à baixa transmissão de serotonina em nosso cérebro. Além dos sintomas clássicos de irritação existe, ainda, uma relação da serotonina com as cólicas. É ela a responsável por contraturas uterinas, ou seja, espasmos, que podem causar as indesejáveis cólicas e dores da TPM. "Entre as várias formas de tratar-se a TPM, medicações que regularizam o nível de serotonina também podem ser usadas". No entanto, com as Músicas com batidas

Binaurais esta produção é natural. Eles também descobriram que Batidas Binaurais que levam os usuários para a Onda Theta, impulsiona a produção de catecolaminas. As catecolaminas aumentam à frequência cardíaca, a pressão arterial, a frequência respiratória, a força muscular e o estado de alerta mental. Eles também diminuem a quantidade de sangue indo para a pele e aumentam o sangue nos principais órgãos como o cérebro, coração e rins.

Estudo 3: Dr. Siegried Othmer, PhD, BCIAC - cientista chefe do Instituto EEG. eletroencefalograma. Pesquisas feitas por Dr. Siegried Othmer mostraram que o uso regular de Batidas Binaurais gerou um aumento médio de QI de 23%. Nos casos em que o QI era inferior a 100 para início, o aumento médio de QI foi de 33 pontos. Dr. Othmer também relatou "melhorias dramáticas" na retenção visual das pessoas; memória, memória auditiva, leitura e aritmética. Em um estudo de acompanhamento um ano depois, Dr.Othmer relatou grandes melhorias em longo prazo na autoestima e concentração e melhorias significativas nos padrões de sono, irritabilidade e organização.

Estudo 4: Terapia Alternativa Saúde e Medicina, 2001. O estudo da Revista científica Revista Keyboard Brasil / 51


Terapia Alternativa Saúde e Medicina olhou para a eficácia de batidas binaurais no tratamento da ansiedade. Os sujeitos do estudo usaram batidas binaurais cinco vezes por semana, durante quatro semanas. Os resultados mostraram uma redução significativa na ansiedade dos sujeitos.

Estudo 5: O estudo de Peniston e Kulkosky, 1989. Este experimento envolveu dois grupos de alcoólicos. O primeiro grupo observado foi sujeito a um programa regular dos Alcoólicos Anônimos de 12 passos para ajudar com a sua condição, enquanto outro grupo experimental foram feitas apenas 15 sessões de vinte minutos de batidas alfa e teta Binaural. Treze meses mais tarde, o grupo de controle atendido pelos Alcoólicos Anônimos teve uma taxa média de volta ao uso do álcool de 80%. Não houve alteração no nível de depressão no grupo (Medido usando o Inventário de Depressão de Beck). Já o grupo experimental com Batidas Binaurais mostrou uma taxa de volta ao uso do álcool de apenas 20% e os níveis de depressão reduziram-se para um terço do outro grupo. Estes foram alguns dos diversos estudos sobre as Ondas Binaurais. Para saber mais, basta entrar no site www.cerebralmusic.com.br * Marcelo Dantas Fagundes é músico, maestro, arranjador, compositor, pesquisador musical, escritor, professor, editor e membro da ABEMÚSICA (associação Brasileira de Música). 52 / Revista Keyboard Brasil



CORY HENRY

Série Jazz All Nights 2017 apresenta

Agenda

54 / Revista Keyboard Brasil


TECLADISTA DO SNARKY PUPPY E DUAS VEZES VENCEDOR DO G R A M M Y C H E G A PA R A APRESENTAÇÃO INÉDITA NO BRASIL.

* Redação

C

om um talento e um currículo que vão muito além dos seus 29 anos, o norte-americano Cory Henry chega ao Brasil como a segunda atração da 11ª edição da atuação de virtuose nos teclados, instrumento que começou a tocar aos dois anos, e por produzir algo completamente novo através da mistura de jazz, soul e gospel, Henry destaca-se ainda como produtor, compositor, improvisador e multiinstrumentista.

Ganhador de dois prêmios Grammy, ele se apresenta no Rio de Janeiro, na Sala Cecília Meireles, no dia 30 de abril, e em São Paulo, no Bourbon Street Music Club, dia 1º de maio. Concebida e realizada pela Gaia Produções, a série estabeleceu uma nova plataforma para o jazz e fomenta a criação de novas plateias para o gênero. Este ano ela já recebeu o saxofonista, compositor e produtor Kamasi Washington e trará ao país uma das grandes vozes do jazz contemporâneo, a diva Madeleine Peyroux. A Série Jazz All Nights se impôs rapidamente como um dos principais eventos musicais no calendário do país e, em dez edições anteriores, já apresentou nomes do quilate de Toots Thielemans, Michel Camilo, The Swingle Singers, Teresa Salgueiro, Freddy Cole, Terence Blanchard, Chucho Valdez, Arturo Sandoval, Bobby McFerrin, Branford Marsalis, Esperanza Spalding, Candy Dulfer, Keith Jarrett, New Orleans Jazz Orchestra, Brad Mehldau, Jazz Orchestra of the Concertgebouw e Preservation Hall Jazz Band. Revista Keyboard Brasil / 55


Cory

Henry

Considerado garoto prodígio, com o dom da música, Cory Henry começou a tocar um órgão Hammond aos dois anos de idade, na igreja da comunidade onde nasceu, no Brooklyn, Nova York. Aos seis, estava competindo no Teatro Apollo, onde foi finalista. “O órgão Hammond não recebe crédito suficiente na sociedade musical de hoje – diz ele – É meu instrumento favorito, meu primeiro amor. É usado principalmente na igreja, mas eu queria mostrar que não é algo que se limita a ela.” Com o passar dos anos, ele expandiu seu trabalho para além do gospel e dos spirituals, sofrendo as mais diversificadas influências, mas sem abandonar suas raízes. Como multiinstrumentista ou produtor, trabalhou com uma série de estrelas musicais de vários gêneros, incluindo Yolanda Adams, Sara Bareilles, P. Diddy, Kirk Franklin, Kenny Garrett, Robert Glasper, Derrick Hodge, Shaun Kingston, Donald Lawrence, Michael McDonald, Men Boyz II, NAS, Bruce Springsteen, The Roots, além de atuar também como membro do coletivo Snarky Puppy, premiado com o Grammy. Henry foi duas vezes vencedor do Grammy: em 2016 com o Snarky Puppy conquistou o prêmio de Melhor álbum Instrumental Contemporâneo por Sylva (em 2017 eles seriam indicados novamente na mesma categoria pelo álbum Culcha Vulcha); e em 2014 o grupo levou o troféu de melhor desempenho de 56 / Revista Keyboard Brasil


Fotos: Divulgação

R&B. Nas redes sociais Cory Henry soma mais de 12,5 milhões de visualizações para seus vídeos no YouTube e tem cerca de 118 mil seguidores no Instagram. E além do Snarky Puppy, ele tem sua própria banda, The Funky Apostles. No ano passado, Cory lançou The Revival, que combina canções Gospel com Stevie Wonder, The Beatles e John Coltrane. “Esse disco realmente fala quem eu sou: um músico que veio através do mundo da igreja, apartir do qual cresceu e teve todas essas novas experiências. Espero que possamos ouvir essas músicas com diferentes percepções e uma mentalidade nova”. The Revival, lançado em CD e DVD ao vivo, foi filmado e gravado no Brooklyn, no Great Temple of Praiser e evidencia as raízes musicais de Henry no gospel, jazz e soul, e é uma síntese das muitas influências do artista – Michael Jackson, Marvin Gaye, Prince, Herbie Hancock, Jimi Hendrix, Stevie Wonder, James Brown. Trabalhando com seu instrumento favorito – o órgão Hammond B3 – o músico é acompanhado pelo baterista James Williams e por seu padrinho, o bispo Jeffrey White. E é com essa turnê que ele chega agora pela primeira vez ao Brasil.

FONTE: http://www.midiorama.com/cory-henry-2017 Revista Keyboard Brasil / 57


Informações e Reservas: 11 5095-6100

Bourbon Street Music Club R. dos Chanés 127, Moema, São Paulo www.bourbonstreet.com.br



Papo de tecladista

A IMPORTÂNCIA DO INVESTIMENTO M AT E R I A L E I N T E L E C T U A L DO MÚSICO Tecladista O LEQUE DE ATUAÇÃO DO MÚSICO TECLADISTA PROFISSIONAL É ENORME. PORÉM, NADA CAI DO CÉU. TUDO É QUESTÃO DE MUITO TRABALHO, DEDICAÇÃO, ESFORÇO, I N V E S T I M E N T O S INTELECTUAL E MATERIAL, ALÉM DA IMPRESCINDÍVEL DIVERSIDADE NO CONHECIMENTO MUSICAL. SEM ESSES INGREDIENTES, O MÚSICO NÃO CONSEGUIRÁ SE REALIZAR PROFISSIONALMENTE. ESSE É O ASSUNTO DA COLUNA DESTE MÊS.

* Por Bruno de Freitas 60 / Revista Keyboard Brasil


A

caminhada do músico, como sabemos, é longa e intensa. A partir do momento em que o músico profissional decide ou o destino vai o levando para este caminho, a necessidade de investimento em equipamentos e conhecimento é uma realidade. Contudo, estamos mergulhados (como todas as atividades/profissões) à facilidade da tecnologia, em teclados com praticamente "tudo pronto", presets perfeitos e em enorme quantidade, além é claro, de computadores, tablets e smartphones. Para o tecladista de banda, igreja ou estúdio, basta pressionar um comando ou outro e o timbre ou combinação perfeita para sua necessidade, está à disposição. Entretanto, apesar de dispormos de tecnologia avançada, nem sempre o músico tem condições financeiras para adquirir o teclado ou equipamento ideais. Estamos em uma realidade refém (também) do volátil mercado internacional: uma oscilação ou outra do dólar se torna o suficiente para disparar ou mesmo dobrar o preço final de um teclado. Aqui no Brasil, as taxas consideráveis de importação, além dos impostos elevam por demais o preço dos produtos. Se somando a tudo isso, juntarmos a crise política e consequentemente a financeira, adquirir instrumentos e equipamentos se tornou cada vez mais difícil.

Revista Keyboard Brasil /61


Por outro lado, não podemos apenas culpar o sistema altamente burocrático e oneroso e desistir no desenvolvimento como músico profissional. Nós, como todo bom brasileiro, aprendemos a tirar água de pedra, e entre uma troca ou outra, além das enraizadas parcelas de 10, 12, 24 vezes, vamos nos virando no investimento do material de músico. A preocupação e necessidade de investimento material é importante, porém de mesmo peso e valor, o investimento intelectual se faz presente na carreira como músico. O leque de atuação do músico tecladista profissional é enorme, e para atingir suas metas é necessário investimento intelectual constante. Assim, a caminhada do músico vai amadurecendo enquanto o mesmo não apenas investe em equipamentos, mas em

cursos, workshops, livros, professores particulares, conservatórios e universidades. Hoje, também é crescente os workshops e cursos online. Especialmente os tecladistas sentem também a necessidade de se capacitar em áreas hoje afins, como arranjo, produção, mixagem e por fim gestão de carreira - esta última destacando o marketing pessoal como foco. Com uma gama de possibilidades tão grande, o músico tecladista profissional não pode abandonar a diversidade do conhecimento musical: do Cantochão ao Renascimento; da Música Barroca ao Romantismo. De Richard Wagner aos Beatles; do Jazz, do Metal e do Pop à música de Cinema. Isso tudo agregado à gigante MPB. Ouvir, analisar e ampliar o repertório para ter opções e oportuni-

dades cada vez mais amplas como tecladista profissional.

* Bruno de Freitas é Tecladista, professor, produtor, demonstrador de produtos da Yamaha, endorser da Stay Music e colaborador da Revista Keyboard Brasil.

62 / Revista Keyboard Brasil

Revista Keyboard Brasil /62



Revolução musical

Foto: divulgação

Tago Mago é o terceiro álbum da banda alemã Can, originalmente lançado como LP duplo em 1971. Foi o segundo álbum de estúdio da banda e o primeiro a apresentar Damo Suzuki como vocalista.

64 / Revista Keyboard Brasil


O ZEN E O

KRAUT ROCK COMPOSTA

POR

AUDACIOSOS ATIVISTAS MUSICAIS,

A

BANDA

ALEMÃ CAN TRAZ SUAS

EM

COMPOSIÇÕES

ESPONTÂNEAS DO FINAL DOS ANOS 60 E INÍCIO DOS ANOS 70 DADEIRO

O VER-

SIGNIFICADO

DE UMA BANDA MODERNA,

PERMANECENDO

TÃO FRESCAS E VIVAS COMO

ERAM

40

ANOS.

* Por Amyr Cantusio Jr.

Revista Keyboard Brasil / 65


O

Zen na música experimental

erudita foi inserido por John Cage e Stockhausen. Isto se alastrou no rock progressivo alemão e no Kraut. A ideia para refletir em palavras o que não pode ser dito é a seguinte: 1- Quase todos os discos de bandas como FAUST, Can e Popol Vuh foram gravados sem overdubs, ao vivo em estúdio, improvisados. São raras músicas que passam por uma prévia, tratamentos e overdubs. 2- O espírito do Zen na música é: Faça

acontecer aqui e agora, neste momento. Pois não há futuro nem passado. A intuição e a sutilidade das vibrações do momento é que ditam os rumos. 3- Tanto Stockhausen quanto Cage fizeram o mesmo. Ontem com a calma que é requerida, altas horas da noite peguei o TAGO MAGO (Can) para re-ouvir. Sem aspecto intelectual. Somente ouvir, mesmo que para mim, como músico, haja uma análise subjetiva, tento “não analisar”. N e s t e d i s c o vo c ê n o t a u m MINIMALISMO absoluto nas faixas 2 e 3, onde a BATERIA mantém um discurso constante com o baixo, ao longo de 20 minutos ou mais. As músicas tem 1 acorde somente!! Uma hipnose metafísica constante.

Tem que se considerar o espírito da época: fizeram 'chapados' por drogas e um momento onde não havia regra alguma ou imposição, seja cultural ou social. Estavam ali fazendo fluir por gosto. E, quando você OUVE tem que estar no espírito ou se CHOCA. Se começar a analisar a música vai romper com a proposta deles. Damo (vocalista) balbucia frases e palavras sem nexo algum... Ao espírito do Zen.

Isto é o ZEN. O acaso, o instante, o momento, a fluidez. Pink Floyd, em seu momento mais significativo nos álbuns LIVE AT POMPEIL e UMMAGUMMA fez isto... Outras bandas como Tangerine Dream ou músicos como Klaus Schulzeidem. Explicando ainda que jamais se poderá repetir a mesma música da mesma maneira com os mesmos efeitos, o que além de idiota, seria impossível, pois cada momento tem sua própria vibração. Este é o espírito em que realizo muitas das obras musicais do ALPHA III, em especial as ELETRÔNICAS e EXPERIMENTAIS. Então, COVER não existe. Querer imitar ou copiar é impossível. Na mente obtusa pode-se achar que fazem igual, mas não o fazem. Para terminar, o Choan do Pensamento Zen: “A água do Rio nunca é a mesma”.

*Amyr Cantusio Jr. é músico (piano, teclados e sintetizadores) compositor, produtor, arranjador, programador de sintetizadores, teósofo, psicanalista ambiental, historiador de música formado pela extensão universitária da Unicamp e colaborador da Revista Keyboard Brasil. 66 / Revista Keyboard Brasil



Vitrine

SUPORTES

DO BRASIL PARA O MUNDO! POSSUINDO OS MAIS LEVES SUPORTES DO MUNDO, COM MAIOR DURABILIDADE E DESIGN TOTALMENTE INOVADOR NO MERCADO, A STAY MUSIC, LOCALIZADA NA CIDADE DE SÃO PAULO, CONTA COM EQUIPAMENTOS DE PONTA PA R A G A R A N T I R A QUALIDADE DE SEUS PRODUTOS 100% NACIONAIS. * Por Rafael Sanit Suportes Stay 100% em alumínio: os mais leves suportes do mundo, com maior durabilidade e um design totalmente inovador no mercado. 68 / Revista Keyboard Brasil


A

história da Stay Music começa há mais de 20 anos, derivada de uma das maiores empresas brasileiras no ramo de injeção sob pressão em alumínio, chamada Indústria Metalúrgica Stay. Fundada por dois irmãos que desenvolveram e produziram o que hoje são os suportes mais famosos do Brasil usando tecnologia e produção própria comparado a nível internacional. No início, os suportes eram fabricados em aço carbono com algumas partes em alumínio mas, pouco a pouco, foram evoluindo a ponto de atender às necessidades dos músicos e tornaram-se o que são hoje, suportes fabricados 100% em alumínio, tornando-

Alan Cavalheiri: Gerente Comercial da Stay Music

os os mais leves suportes do mundo, com maior durabilidade e um design totalmente inovador no mercado. Outros grandes diferenciais dos suportes STAY são as 05 novas opções de cores utilizando pintura automotiva e também o sistema de montagem e desmontagem dos suportes sem o uso de parafuso e ferramentas. Além da bag que acompanha para transportes dos suportes. Atualmente, os suportes STAY são utilizados pelos maiores nomes da música brasileira, e está presente em diversos programas de televisão. Cabe destacar que somente em solo nacional, a STAY trabalha com uma rede de mais de 1000 pontos de vendas e distribuição em todo o território brasileiro, e também está presente em diversos países. Com o planejamento estratégico em exportação, a STAY conquistou nos últimos quatro anos, mais de 40 países através dos maiores distribuidores. A marca está presente nas maiores feiras de música do mundo, tais como: Namm Show, MusikMesse Alemanha, MusikMesse Russia e Expo Music. * Rafael Sanit é tecladista, Dj e produtor musical. Demonstrador de produtos Roland e Stay Music, realiza treinamentos para consultores de lojas através de workshops e mantém uma coluna na Revista Keyboard Brasil. É endorsee das marcas Roland, Stay Music, Mac Cabos, Land Audio e Jones Jeans. Revista Keyboard Brasil / 69


A vista do meu ponto

O SOM DO PIANO NO P I A N O DIGITAL ! QUER A RESPOSTA PARA A DÚVIDA DE QUEM REALMENTE PODE SAMPLEAR O SOM DO PIANO PARA QUE ELE SEJA FIEL AO PIANO ACÚSTICO? LEIA COM ATENÇÃO E FAÇA A ESCOLHA CERTA!

* Por Luiz Carlos Rigo Uhlik

70 / Revista Keyboard Brasil


S

e você tivesse que samplear o som do piano para desenvolver um Piano Digital ou para, desenvolver um Piano Digital ou para, simplesmente, ter o som do piano que você gosta, como você agiria? Que tipo de piano você escolheria?

Cauda Concerto, Meia Cauda, Baby Grand, Upright? Qual a marca do Piano, baseado na sonoridade que você gosta? Qual a idade do piano e onde encontrá-lo? Quem ajustaria e afinaria o piano para que você pudesse tirar o melhor som dele, é claro? Que tipos de microfones você escolheria? Em que posição estes microfones devem ficar para você captar o som do piano? Quantos microfones? Como você resolveria a questão dos 'ruídos' provocados pelo acionamento do mecanismo do piano?

Percebeu? Samplear o som do

piano não é para quem quer; é para quem pode. Aí vem a pergunta: quem pode samplear o som do piano para que ele seja, realmente, fiel ao piano acústico? Afinal de contas, não é essa a sua proposta? Ter o melhor som do piano acústico num Instrumento Portátil e Digital? Fiz um estudo aprofundado sobre a forma de 'sampleamento' do som dos pianos das diversas marcas de Pianos digitais disponíveis no Brasil. Se precisasse escrever sobre os EPs disponíveis pelo mundo, também posso divulgar. Tive o prazer e a honra de conhecer as plantas dos melhores fabricantes de pianos acústicos do mundo. Mas, o Brasil é o que interessa, o nosso mercado é que está em jogo. Vamos ao resultado? Segue a classificação, através de nota, em ordem Alfabética dos Fabricantes, da qualidade dos principais Pianos Digitais do Mercado Brasileiro.

Quantos toques você definiria como suficientes para samplear o melhor da sonoridade do piano?

Levo em consideração o quesito "sampleamento" do piano; ou seja, a qualidade do som do piano como ele realmente se apresenta. As notas variam de 1 a 10, onde 1 é o "sampleamento" do piano no formato universal, MIDI, e 10 o "sampleamento" mais próximo ao som "verdadeiro" do piano:

Como você processaria todos esses sons?

Casio - 4

Que tipo de classificação e resposta você daria para cada velocity?

Fenix - 1

E os ruídos da ambiência? Como você definiria o tipo de ataque, em cada tecla, para 'armazenar' o som do piano?

Como é o nome da sua mãe, mesmo?

Kawai - 5 Korg - 5 Revista Keyboard Brasil / 71


‘ ‘

Kurzweil - 6

Na Yamaha não tem moleza. Tudo é produzido pela própria Yamaha.

Michael - 1 Nord - 7 Roland - 4 Tokai - 3 Waldman - 1

– Luiz Carlos Rigo Uhlik

Yamaha - 10

Agora, você pode me dizer: - Não concordo, Uhlik! O meu Piano Digital tem um som incrível! A minha resposta para você é muito simples: você se identificou com o som do instrumento, assim como você jamais vai esquecer o seu primeiro beijo. Não tem como argumentar sobre o que você gosta ou não. O que descrevi é o resultado eminentemente técnico do sampleamento do som do Piano Acústico, exatamente como o Piano Acústico é. E, olha, que mesmo os bons Pianos Acústicos de Concerto tem uma série de ruídos, diferenças de timbre nas notas de passagem, sonoridade diferente com o pedal, sem o pedal...

Agora, vou fazer uma pequena menção com relação aos Pianos Digitais Yamaha e porque eles são melhores.

André Luiz

O que noto é uma diferença "astronômica" entre o som do Piano Digital Yamaha para os demais Pianos Digitais do Mercado. E isto é uma constante desde os modelos mais simples até os mais sofisticados.

Portanto, me atenho a fatos; contra fatos, não há argumentos.

Você sabia que a Yamaha produz TODAS as peças dos seus Instrumentos Musicais? Todos os demais fabricantes do mundo adquirem peças de fabricantes famosos, como por exemplo, a Renner, que é uma referência na fabricação do mecanismo de acionamento das teclas dos mais famosos Pianos Acústicos do Mundo.

Mas, na Yamaha, não tem moleza. Desde a cola, o parafuso, o enlace, o feltro, o 'aramezinho', a solda, o martelo, a Tábua Harmônica, o Frame, tudo é produzido pela própria Yamaha. Portanto, não seria diferente com relação à produção e sampleamento dos Pianos Acústicos para os Pianos Digitais. Confiança tem nome. E não é Friboi! É Yamaha! Avante!

*Amante da música desde o dia da sua concepção, no ano de 1961, Luiz Carlos Rigo Uhlik é especialista de produtos e Consultor em Trade Marketing da Yamaha do Brasil. 72 / Revista Keyboard Brasil


https://soundcloud.com/vigans https://www.youtube.com/user/VigansOficial


Sobre os sons

74 / Revista Keyboard Brasil


Fotos: Divulgação

MÚSICA MINIMALISTA PARTE FINAL

Onde o menos é mais PHILIP GLASS É INSPIRADO POR MILHARES DE RAZÕES, PESSOAS, SONHOS E PALAVRAS. SUA MÚSICA CARREGA TODA UMA EXTRAORDINÁRIA TRAJETÓRIA. UMA MÚSICA QUE TRANSBORDA SENTIMENTOS. SEU DOM O FEZ NÃO SOMENTE SER UM DOS PAIS DE UM ESTILO – O MINIMALISMO – MAS, TAMBÉM, O CONSAGROU COMO UM DOS MAIS REVERENCIADOS COMPOSITORES CONTEMPORÂNEOS.

* Por Sergio Ferraz Revista Keyboard Brasil / 75


Philip Glass nasceu em Baltimore, Maryland, em 31 de janeiro de 1937, filho de Ida e Benjamin Charles Glass. Sua família era composta por imigrantes judeus da Lituânia. Em 1964, Glass recebeu uma bolsa para estudar em Paris com a eminente professora de composição Nadia Boulanger, desde o outono de 1964 até o verão de 1966. Esta experiência influenciou seu trabalho ao longo de sua vida, como o compositor admitiu em 1979: "Os compositores que estudei com Boulanger são as pessoas que ainda penso na maioria Bach e Mozart " . Glass trabalhou no inverno 1965 e na primavera de 1966 como diretor e compositor de música em um filme (Chappaqua, Conrad Rooks, 1966) com Ravi Shankar e Alla Rakha, que deram uma outra importante influência no pensamento musical de Glass. Seu estilo pessoal surgiu de seu trabalho com Shankar e Rakha e sua percepção do ritmo na música indiana como sendo um elemento inteiramente novo. O compositor renunciou a todas as suas composições em um estilo moderadamente moderno semelhante ao de Milhaud, Aaron Copland e Samuel Barber, e começou a escrever peças baseadas em estruturas repetitivas de música indiana e um senso de tempo influenciado por Samuel Beckett. A fase não é um fator importante na música de Philip Glass. Ao invés disso, o foco está na repetição, pulso e na

76 / Revista Keyboard Brasil


harmonia triádica. A abordagem normal que Glass faz em sua música mais recente é estabelecer um tempo através de um acorde pulsando como fundo, onde várias figuras de acompanhamento são postas. Mudanças de harmonia são feitas sem perturbar o pulso ou as figuras de acompanhamento. Após algum tempo, uma abrupta mudança de centro tonal, embora mantendo o pulso original, anuncia uma nova seção com novas figuras de acompanhamento. Philip Glass encontrou um grande sucesso popular, capacitando-o a embarcar em grandes projetos. Entre eles, incluem-se as óperas Einstein on the Beach (1975), Sathyagraha (1980), The Photographer (1983), The Civil War (1984) e Akhnaten (1985) e a música para o filme Koyaanisqatsi (1982), bem como colaborações com várias companhias de dança. Ouça a obra Kayaanisqatsi, assim como a belíssima Metamorphosis para piano solo.

O minimalismo representou um caminho diverso aos compositores europeus. Enquanto esses trilhavam o caminho do serialismo integral levando suas abras ao atonalismo absoluto, os minimalistas foram pelo caminho oposto criando uma música tonal e melódica que influenciou não somente novas gerações de compositores eruditos, mas também do mundo do jazz, do rock e da música pop, em geral.

* Sergio Ferraz é violinista, tecladista e compositor. Bacharel em música pela UFPE, possui seis discos lançados até o momento.Também se dedica a composição de músicas Eletroacústica, Concreta e peças para orquestra, além de colaborador da Revista Keyboard Brasil. Revista Keyboard Brasil / 77


Notas

ELIANE ELIAS LANÇA DISCO DE JAZZ COM INFLUÊNCIA DO

S A M B A Trabalho tem regravações de clássicos

* Redação

R

adicada nos Estados Unidos desde 1981, a pianista, cantora e compositora paulistana Eliane Elias está

lançando seu mais novo trabalho, Dance Of

Time.

Foto: Divulgação

O projeto contém regravações do jazz com elementos do pop e do samba. As versões das músicas misturam letras em português e em inglês. O disco tem participação de Toquinho na música “Samba de Orly”. O álbum chega nas plataformas digitais em breve.

78 / Revista Keyboard Brasil

Dois anos depois de seduzir fãs com o Made in Brazil (Melhor Álbum de Jazz Latino), a internacionalmente aclamada pianista, cantora, compositora e arranjadora Eliane Elias retorna com o exuberante Dance of Time, lançado em 24 de março de 2017 via Concord J a z z .



Musicando

O FORRÓ ARRETADO DA

BANDA DA FEIRA

INFLUENCIADA POR VÁRIOS RITMOS DO PAÍS, PORÉM COM UM FORTE TRABALHO DE PESQUISA VOLTADO AO FORRÓ PÉ-DE-SERRA. CONHEÇA A BANDA QUE VEM DE SOROCABA (INTERIOR DE SÃO PAULO)! * Por Hamilton de Oliveira

V

ocê gosta de forró, baião, xote, côco, xaxado, baião, ijexá, maracatu e boi? Então, hoje

falarei da Banda da Feira, formada por músicos de Sorocaba com raízes no Nordeste, e que surge no cenário musical trazendo a verdadeira essência do forró pé-de-serra. Criada em 2014, ainda com o nome de “Antônio Freire Quinteto”, começou tocando em bares e teatros da cidade de Sorocaba e, após três meses, já estava tocando nos Sescs por todo Estado de São Paulo com o show “Tributo a Luiz 80 / Revista Keyboard Brasil

Gonzaga”. Em 2015 lançavam o show “Vertentes do pé de serra”, o qual trazia para o palco os mais variados ritmos do Nordeste como forró, baião, xaxado e xote em músicas autorais e de compositores consagrados como Luiz Gonzaga, Jackson Do Pandeiro, Dominguinhos, Alceu Valença e Geraldo Azevedo, o que atraiu a atenção do público por ter um repertório extremamente voltado ao forró tradicional, que até hoje é a marca registrada do grupo, formando uma identidade própria.


A Banda da Feira é formada por Antônio Freire (guitarra, viola, violão e voz), Marco Corrêa (percussão), José de Sá (percussão), Rodrigo Ferreira (baixo e cavaco) e Hamilton de Oliveira (acordeon).

A banda é formada por Antônio Freire (guitarra, viola, violão e voz), Marco Corrêa (percussão), José de Sá (percussão), Rodrigo Ferreira (baixo e cavaco) e Hamilton de Oliveira (acorden). Em junho de 2017 lançará seu mais novo cd por meio da LINC (Lei de Incentivo à Cultura) de Sorocaba no Teatro Municipal Teotônio Vilela. O projeto foi gravado no estúdio da Gargolândia em Alambari-SP e contou com presenças ilustres de Enok Virgulino do ''Trio Virgulino'', Beto Correa, Cleber Almeida e o rabequeiro Filpo Ribeiro do grupo "Filpo Ribeiro e a Feira Do Rolo". Segundo Antônio Freire, ''a Banda da Feira é de grande riqueza cultural, trazendo variedades rítmicas sempre dentro do contexto da música regional, especialmente do nordeste brasileiro, e que leva para o palco as riquezas do Brasil em forma de música''. Para Marco Correa, ''a Banda da Feira é um grupo de música tradicional brasileira, influenciado por vários ritmos do país, porém com um forte trabalho de pesquisa voltado ao Forró pé-de-serra, onde o tradicional e o moderno se misturam e se fundem por meio de timbres e instrumentos como: guitarra, cavaco, baixo, sanfona, zabumba e triângulo''.

Curiosidades sobre alguns ritmos do Nordeste

Baião O Baião é um dos principais gêneros musicais constituintes do Forró e tem, como autor e principal expoente, Luís Gonzaga. Apesar da origem obscura, com certeza sua popularização se deu com a vinda de Gonzaga para o Rio de Janeiro, na década de 1940, o que fez com que o baião fosse cada vez mais difundido. Este tem um ritmo binário, que provavelmente deriva do lundu africano. O lundu africano foi levado ao Nordeste com o nome de baiano, e teria sofrido uma "colisão homonímica" com o verbo bailar, de onde teria saído a termo baião.

Xote Já o Xote, de origem europeia surgido no Brasil nos salões aristocráticos da época da Regência, ao final do século XIX saiu dos salões urbanos para incorporar-se às regiões rurais, onde muitas vezes aparece com outras denominações. Luís Gonzaga teria afirmado que o xote "veio do estrangeiro", mas no sertão eles criaram o "Xote malandro, Xote pé-de-serra, Xote de forró", o qual não mais era "do estilo escocês". Assim como o Baião, o Xote tem um ritmo binário mais lento que a polca. Há quem diga que é uma dança originariamente alemã e, outros, que seria húngara. Na realidade, independentemente do local de origem, no Brasil já é um gênero muito aceito, executado e dançado. Revista Keyboard Brasil / 81


82 / Revista Keyboard Brasil


‘ ‘

‘ ‘ A Banda da Feira tem a verdadeira essência do forró pé-de -serra. – Hamilton de Oliveira

Xaxado

Foto: Theo Queiroz

O mestre Luís Gonzaga teria definido o Xaxado como a dança dos cangaceiros, dançada em roda, batendo o rifle. Segundo a Enciclopédia de Música e o historiador Luís da Câmara Cascudo, o Xaxado é dançado em círculo e em fila indiana, sem volteio, avançando o pé direito em 3 e 4 movimentos laterais e puxando o esquerdo, num rápido e deslizado sapateado. O nome da dança, desta forma, é uma onomatopeia do som característico produzido pelas sandálias arrastadas no chão.

* Hamilton de Oliveira estudou MPB/Jazz no Conservatório de Tatuí. Formou-se em Licenciatura em Música pela UNISO e Pósgraduou-se pelo SENAC em Docência no Ensino Superior. É maestro, tecladista, pianista, acordeonista, arranjador, produtor musical, professor e colaborador da Revista Keyboard Brasil. Revista Keyboard Brasil / 83


Tradição

BOURBON STREET M U S I C C L U B UM AMBIENTE INTIMISTA, CHARMOSO, EXTREMAMENTE CONVIDATIVO E SITUADO NA CIDADE DE SÃO PAULO. ESTOU FALANDO DO BOURBON STREET MUSIC CLUB

*Por Heloísa Godoy

84 / Revista Keyboard Brasil


Fotos: Pedro Guida

M

úsica é tudo de bom e por que São Paulo é considerada a capital de todos os ritmos?

Porque dentre tantas casas de shows, uma faz história há mais de duas décadas. Qual endereço na cidade pode se dar ao luxo de expor logo na entrada uma guitarra autografada por B.B.King ou o colorido paletó de Ray Charles exposto atrás de um vidro? Ou um sem-número de fotos autografadas que compõe a decoração? Seja nas mesas iluminadas por velas, seja no balcão que reproduz um piano, o Bourbon Street Music Club situado no bairro de Moema, é uma das mais famosas e incríveis casas que conta com apresentações diárias de jazz, blues, soul, rock e ritmos latinos. O palco baixo aproxima os músicos da plateia, tornando os shows mais intimistas. Por lá já passaram mais de 700 artistas consagrados internacionalmente, como B.B.King, Ray Charles, Nina Simone, Diana Krall, Johnny Rivers, Dianne Schuur, Marcus Miller, Billy Paul, Ron Carter, Take Six, Koko Taylor, Chucho Valdés, Jimmy Smith, John Pizzarelli e, no próximo 1 de maio, será a vez do fantástico Cory Heny. O astral do Bourbon Street é tão mágico e inexplicável que a boa energia acontece naturalmente, propiciando as famosas jams, como aconteceu com George Benson, Vernon Reid (Living Colour) e Ron Wood (Rolling Stones), entre tantos outros. Vozes nacionais nos estilos MPB, soul e jazz também têm a sua vez. A casa já Revista Keyboard Brasil / 85


contou com apresentações de estrelas como Nana Caymmi, Naná Vasconcelos (RIP), Elza Soares, Ed Motta, Jorge Ben Jor, Pedro Mariano, Cláudio Zoli, Paula Lima, Patrícia Marx, Maurício Manieri, Leny Andrade, Romero Lubambo, Zimbo Trio, Dori Caymmi, Toninho Horta, Léo Gandelman, Robertinho Silva, Baden Powell, João Donato, Duofel, Max de

Castro, Simoninha, Luciana Mello e Jairzinho Oliveira. O Bourbon Street possui todos os itens necessários para o sucesso: excelência na preparação de eventos e shows, ótima infraestrutura e impecável gastronomia. Os paulistanos estão em boas mãos!

R E SINGULAR!! PA ÍM A RI TÓ JE A TR ... IA A HISTÓR

Music Club foi O Bourbon Street ação dezembro 1993. Sua cri fundado no dia 13 de sico e um veterinário, mú foi idealizada por New onou pela cidade de visionário que se apaix gra – do jazz e da música ne Orleans (EUA) – berço magia visita. Inspirado pela logo em sua primeira do lugar, Luis Fernan e singularidade do pedaço sonho de trazer um Mascaro abraçou o São Paulo. daquela cidade para har a ideia com o Depois de compartil eiro e gard Radesca, engenh amigo e cunhado Ed New jaram novamente a amante do Jazz, via o do início à concretizaçã Orleans para dar sica ir um templo da mú projeto-sonho: constru New magia dos bares de negra, trazendo a nte, arquitetura, ambie Orleans também na inks típicos. culinária , além dos dr os se juntaram ao Outros dois cunhad que o anos de uma obra projeto e após quatr clube l, a inauguração do parecia intermináve Plateia cesso estrondoso. noturno foi um su mestre uecíveis do saudoso lotada e shows inesq 86 / Revista Keyboard Brasil

ndo o que acabou se torna do blues B.B. King padrinho da casa. casa de shows, o Mais do que uma lugar revelou como um Bourbon Street se nas e intimista, inspirado agradável, original New do French Quarter de casas da famosa rua s com tijolo à vista, coluna Orleans. Paredes de ninos retorcido, meza arcos de ferro rias, elas rústicas e luminá ornamentados com jan o em oso bar piano (balcã sem esquecer do fam las tec cauda com as forma de piano de desenhadas). t é sinônimo da boa Hoje, o Bourbon Stree ncia em ou-se ponto de referê música ao vivo. Torn ria do il, e já está na histó São Paulo e no Bras ues mundial. circuito do jazz e do bl __________ SERVIÇO: / São Chanés, 127 - Moema Endereço: Rua dos Paulo -6100 Telefone: + 55 11 5095


ENTREVISTA... Revista Keyboard Brasil – Primeiramente gostaria de parabenizar pela infraestrutura e seriedade com que você comanda a casa. Edgard Radesca – Obrigado pelas palavras Heloísa. A infraestrutura é ponto de honra da casa desde a sua abertura, com equipamentos sempre de alta qualidade e atualizados. Hoje em dia, toda a casa é Yamaha. Uma parceria muito importante para quem precisa ficar aberto de terça-feira a domingo, porque temos um piano híbrido fabuloso o N3GMCWN, porque não requer afinação, ele emula maravilhosamente e grandes pianistas tocam com ele aqui. Então, a infraestrutura é uma questão de honra da casa e raramente a gente tem que acrescentar alguma coisa. Para você ter uma ideia, quando Pat Metheny veio tocar no Brasil ele procurava, além de um grande show, fazer numa casa menor, uma coisa mais jazzística. A única casa no Brasil que atendeu tecnicamente Pat Metheny foi o Bourbon Street. Esse é um exemplo de vários outros. Quanto à sonoridade, faz parte dessa filosofia, de fazer a coisa bem feita, a honestidade e a qualidade. Qualidade aliás, é ponto de honra da casa! Tenho uma equipe excelente! Parceiros que formam uma grande família, seja na área de bar e restaurante, que são sempre muito elogiados e na área de produção técnica, com parceiros fabulosos, a começar por Herbert Lucca, Inês Medaglia, a Maria

Fernanda e o Andrew que cuida da parte técnica e os nossos operadores Sérgio e Zinho. Então, toda essa equipe é responsável pela alta qualidade da casa, porque ninguém faz nada sem ter em volta, gente motivada e altamente competente. Revista Keyboard Brasil – Quando você e seu sócio, Luis Fernando Mascaro, se juntaram para a criação do Bourbon Street Music Bar, imaginaram que a inauguração do clube noturno seria um sucesso estrondoso? A que se deveu esse sucesso? Edgard Radesca – Bom, você cria uma coisa sempre pensando alto, pensando no melhor. Isso é um motivador. Fomos à New Orleans tentar que a cidade se empolgasse e patrocinasse esse projeto. Não conseguimos dinheiro, mas conseguimos entusiasmá-los. Isso só foi possível porque a gente se propôs a ser uma casa diferenciada em que a qualidade técnica e dos artistas fossem completamente diferenciados. E, sobre o sucesso, vou usar uma frase de uma amiga, a Tiê. Disseram um dia para ela: Puxa! Que sorte que você tem de ter uma música sua na novela. E, ela disse assim: - É, mas para ter sorte, você precisa ralar muito, precisa trabalhar muito! Então, o sucesso que a casa tem é fruto de muito trabalho. Trabalho dessa equipe fantástica, sempre motivada, que busca o melhor! Procuramos inovar sempre! Então, se a gente

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imaginava - Luiz e eu - que a casa seria um sucesso, eu digo sim! Mas, talvez, tenha sido muito maior do que a gente pensou. E, como eu disse, esse sucesso se deve a muito trabalho e, acredito que fomos abençoados em muitas situações, como ter a felicidade de ter B. B. King inaugurando a casa e tantos nomes importantes como Ray Charles, Nina Simone, Pat Metheny, Diana Krall, Joss Stone, Jorge Benjor, Milton Nascimento, Ney Matogrosso e tantos outros. Os projetos que fizemos e que são sucesso como é o caso do Festival Bourbon Fest, ou o próprio Festival de Parati e, agora, o Festival de Blues de Ilhabela. Enfim, você tem que ir atrás, batalhar e se empenhar de fato. Boa equipe é um fator importantíssimo, desde que a casa abriu, temos a coerência no estilo de música, na qualidade da música. Nunca nos curvamos a fazer uma coisa que não tivesse qualidade, somente por dinheiro, e olha, tivemos muitas propostas! Todas recusadas! Revista Keyboard Brasil – O saudoso B.B. King é o padrinho da casa. Possuía uma lista de nomes para essa função ou B.B. King foi escolhido de bate-pronto? Edgard Radesca – Sobre o B. B. King, ele não é apenas o padrinho da casa, ele faz parte da história da casa. Mas antes vou falar sobre essa maravilhosa pessoa, antes de ser um grande músico. Foi uma aventura conseguir trazer o B. B. King. E essa foi uma das bênçãos em nossa história. Estava difícil conseguir alguém para a abertura da casa e quando eu liguei 88 / Revista Keyboard Brasil

para o escritório dele e, naquela época, não existia internet, pedi o show para nosso clube. Me disseram que B. B. King só fazia grandes shows, grandes teatros. Mas, eu insisti e até disse que poderíamos comprar um pacote de vários shows. A moça do outro lado da linha disse que, por uma coincidência, o B.B. King estaria viajando para a América do Sul porque tinha shows no Chile. Ela me passou o telefone do empresário chileno e eu liguei para ele. A desistência de um empresário brasileiro fez esse chileno realizar um leilão. Quem desse mais, levava o show do B. B. King. Então, como foram 4 anos de construção da casa, tivemos a ideia de fazer o que hoje chamamos de ‘vaquinha entre amigos’. E, dias depois, nos ligaram dizendo que havíamos ganhado o leilão. Só depois de muito tempo descobrimos que o próprio B. B. King resolveu tocar no Bourbon porque viu o esforço tremendo em tê-lo. O B. B. King se tornou mais do que um amigo. Organizei para ele mais de 40 shows no Brasil, não somente no Bourbon. Foi um privilégio conviver com esse ser humano fabuloso! Quando ele faleceu, eu fui o único brasileiro que prestou homenagem a ele lá. Revista Keyboard Brasil – Como surgiu a ideia do palco baixo aproximando os músicos da plateia? Edgard Radesca – Nos inspiramos em New Orleans, onde a plateia troca energia com o músico. No projeto, essa era a nossa referência de música contagiante, com a participação da plateia.


(1) B.B. King e Edgar Radesca. (2) O ambiente acolhedor do Bourbon street Music Bar

Revista Keyboard Brasil – De onde veio a inspiração para a criação do famoso bar piano (balcão em forma de piano de cauda com as teclas desenhadas)? Edgard Radesca – A ideia do bar piano veio das duas meninas que nos ajudaram na construção da casa. Ana Helena, irmã da minha esposa e a sócia dela. Elas se inspiraram em um bar circular que havia em um navio e criaram essa ideia genial que adotamos. Revista Keyboard Brasil – Fale sobre o Bourbon Street Fest. Edgard Radesca – O Bourbon Street Fest é uma das grandes realizações da casa, além das turnês. É o Bourbon Street saindo da casa e indo para as ruas e para o Brasil. O Bourbon Fest era para acontecer apenas na comemoração dos 10 anos da casa. Queríamos mostrar que em New Orleans não tem somente o Jazz tradicional. Lá tem Jazz, Blues, R&B, tem piano, trompete, tem Gospel... Uma

imensa variedade de ritmos. Então, resolvemos fazer o festival de novembro até março. A primeira experiência em um festival grande e na rua, foi uma experiência maravilhosa e, também tivemos a experiência em como lidar com problemas como a chuva, por exemplo. Já foram 13 edições do Borbon Street Fest. Esse ano, com a ajuda dos patrocinadores teremos a 14ֺª . É uma realização de todos nós. Revista Keyboard Brasil – Por que escolheram a cidade de Paraty para sediar o festival que leva o nome da cidade, o Bourbon Festival Paraty? Edgard Radesca – O Bourbon Street Fest saiu de São Paulo e passou a ser feito em outras cidades como no Rio de Janeiro, Brasília, Natal, Goiânia entre outras. O fato é que se consagrou em todo o país. A cidade de Parati nos convidou para realizar um evento turístico de música porque eles só tinham a FLIP. Foi um trabalho grande, mas com um sucesso Revista Keyboard Brasil / 89


tremendo em todas as 8 edições. Por que escolhemos? Bom, é longe, dá muito trabalho, mas quando chegamos lá e vemos a paisagem, a natureza, a cidade colonial preservada, juntamos tudo isso com uma música de altíssima qualidade e aí só pode dar certo! A cidade inteira é invadida pela música! Revista Keyboard Brasil – Muito obrigada pela entrevista e sucesso! Edgard Radesca – Antes de terminar eu queria dizer mais algumas palavras.

Como eu disse, é uma equipe maravilhosa, mas não falei de duas pessoas importantíssimas também! Minha esposa Célia Radesca, que dá a alma e o toque feminino de sensibilidade, seja na decoração, na gastronomia ou na sugestão musical. Ela é muito importante nessa grande família. E, também, a nossa querida Maria Inês Costa, nossa assessora de imprensa! Muito obrigado à Revista Keyboard Brasil e a você Heloísa por essa oportunidade de poder falar sobre o Bourbon Street!!

cidade de São Paulo, Após anos de tradição na bon ntes do Bourbon, o Bour foi criada uma das verte dos maiores festivais de Street Fest, pioneiro e um ( . ericana no Brasil música negra am eetfest.com.br/ ) http://www.bourbonstr l Paraty segue a O Bourbon Festiva do festivais de jazz e blues tendência dos grandes outros rtentes do gênero a mundo mesclando ve world music. ritmos como r&b, soul e s mais impor-tantes Consolidado como um do val Brasil, o Bourbon Festi festivais de música do pela se por irradiar música Paraty , que caracterizalcos ea e colonial, tem dois pa charmosa cidade litorân Rita Matriz e da igreja Santa ao ar livre - nas praças da ), o buskers (músicos de rua e artistas que atuam com mais de 150 mil Nas edições anteriores, is, r momentos inesquecí-ve pessoas puderam desfruta is em um dos cenários ma em shows memoráveis ( B r a s i l . d o s p a r a d i s í a c o om e sti va lpa rat y.c om .br /#H htt p:/ /w ww.bo ur bo nfe Start )

Foto: Mila Maluhy

TES... O BOURBON E SUAS VERTEN

tival Paraty, 2016.

13ª edição do Bourbon Fes

* Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost writer e esportista. Está há 20 anos no mercado musical através da Keyboard Editora e, há 10 no mercado de revistas, tendo trabalhado na extinta Revista Weril. Atualmente é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil - publicação digital pioneira no Brasil e gratuita voltada à música e aos instrumentos de teclas. 90 / Revista Keyboard Brasil




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