Hinologia Luterana - A aplicabilidade Hinológica Luterana no Contexto Brasileiro - Paulo Brum

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HINOLOGIA LUTERANA: A APLICABILIDADE HINOLÓGICA LUTERANA NO CONTEXTO BRASILEIRO

PAULO CÉSAR FERNANDES BRUM

ORIENTAÇÃO: Prof. Dr. Paulo Gerhard Pietzsch

Trabalho conclusivo de mestrado submetido ao Programa de PósGraduação em Teologia da Faculdade de Teologia – Seminário Concórdia de São Leopoldo – IELB (Igreja Evangélica Luterana do Brasil)

SÃO LEOPOLDO, RS 05 DE DEZEMBRO DE 2016


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HINÓLOGIA LUTERANA: A APLICABILIDADE HINOLÓGICA LUTERANA NO CONTEXTO BRASILEIRO

PAULO CÉSAR FERNANDES BRUM

ORIENTAÇÃO: Prof. Dr. Paulo Gerhard Pietzsch

BANCA EXAMINADORA: Prof. Dr. Vilson Scholz __________________________ Prof. Me. Raul Blum ____________________________

SÃO LEOPOLDO, RS 05 DE DEZEMBRO DE 2016


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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................... 6

1 - A TEOLOGIA NA MÚSICA AO LONGO DA HISTÓRIA NA IGREJA.......... 9 1.1. NOS TEMPOS BÍBLICOS ................................................................... 10 1.1.1. No Antigo Testamento 1.1.2. No Novo Testamento e Igreja Primitiva

10 13

1.2. NA ÉPOCA MEDIEVAL E NA RENASCENÇA .................................... 15 1.3. NA ÉPOCA BARROCA E NA REFORMA ........................................... 17 1.4. MARTIN LUTHER ................................................................................ 17 1.5. JOHANN SEBASTIAN BACH .............................................................. 20 1.6. NA ÉPOCA CLÁSSICA E ROMÂNTICA .............................................. 21 1.7. NA ÉPOCA IMPRESSIONISTA E MODERNA .................................... 22 1.8. NA ATUALIDADE ................................................................................ 23 1.9. NA IELB ............................................................................................... 24 1.10. REVISÃO TEÓRICA ........................................................................ 25

2 - CONCEITUAÇÃO DOS TERMOS .............................................................. 27 2.1. HINO E HINOLOGIA ............................................................................ 27 2.2. IDENTIFICAÇÃO CONFESSIONAL LUTERANA ................................. 29 2.3. POÉTICA E TEXTO.............................................................................. 37 2.4. MÚSICA................................................................................................ 41 2.5. SSOM ................................................................................................... 44 2.6. O QUE SIGNIFICAVA A MÚSICA PARA LUTERO? ............................ 45 2.6. PERFORMANCE OU EXECUÇÃO MUSICAL? ................................... 47 2.7. CULTURA............................................................................................. 49 2.8. CULTURA VERSUS ENTRETENIMENTO ........................................... 53


4 2.9. CULTURA BRASILEIRA....................................................................... 57 2.10. GRUPOS ÉTNICOS ........................................................................... 60

3 – METODOLOGIA, INFORMAÇÕES E JUSTIFICATIVAS .......................... 67 3.1. DELIMITAÇÃO DO TEMA .................................................................... 67 3.2. PROBLEMA DE PESQUISA ................................................................ 67 3.3. HIPÓTESES OU QUESTÕES .............................................................. 69 3.4. JUSTIFICATIVA ................................................................................... 72 3.5. METODOLOGIA ................................................................................... 72 3.6. ABORDAGEM QUALITATIVA .............................................................. 73 3.7. CRITÉRIO DE SELEÇÃO DOS HINOS PARA ENTREVISTAS ........... 74 3.8. GRAVAÇÃO ......................................................................................... 80 3.9. HISTÓRIA E ANÁLISE DOS HINOS .................................................... 81 3.9.1. HL 222 “Graças dou” 3.9.2. HL 234 “No tempo, a Isaías sucedeu”

81 85

4 - ANÁLISE DAS ENTREVISTAS .................................................................. 90 4.1. DADOS PESSOAIS .............................................................................. 90 4.2. PERGUNTAS PESSOAIS .................................................................... 95 4.3. SOBRE O TEXTO .............................................................................. 120 4.4. SOBRE MELODIA .............................................................................. 146 4.5. SOBRE HARMONIA ........................................................................... 168 4.6. SOBRE RITMO .................................................................................. 188 4.7. SOBRE ARRANJO ............................................................................. 195 4.8. SOBRE IDENTIFICAÇÃO .................................................................. 205 4.9. SOBRE MEMÓRIAS........................................................................... 217 4.10. PERGUNTA OPCIONAL PARA COMENTÁRIO LIVRES................. 223


5 CONCLUSÃO ................................................................................................ 232

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................. 247

ANEXO 1........................................................................................................ 257 4.1. Região SUL, RS, Caxias do Sul (Italianos), CEL “Da Paz” - São Pelegrino e “Concórdia”.................................................................................. 257 4.2.

Região

SUDESTE,

SP,

São

Paulo

-

Capital,

(Orientais

e

Miscigenação), CEL “Da Paz” de Interlagos/SP e CPTN/SP... ..................... 280 4.3. Região CENTRO-OESTE, MS, Aquidauana, Vila Santa Terezinha (Indios), CEL “Mensagem da Cruz”.. ............................................................. 314 4.4. Região NORDESTE, Recife, PE, (Negros e mamelucos), CEL “Santíssima Trindade” e CEL “Luz do mundo”, Aracaju, SE.. ........................ 338 4.5. Região NORTE, AM, Manaus (Índios e Manauaras), CEL “Bom Pastor”.. .......................................................................................................... 362

ANEXO 2........................................................................................................ 388

ANEXO 3........................................................................................................ 389


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INTRODUÇÃO

A história da igreja luterana1 no Brasil, a saber, Igreja Evangélica Luterana no Brasil (IELB), traz consigo ingredientes étnicos em sua característica. Nos primórdios da imigração alemã no Brasil era perceptível a abordagem missionária de germânicos para germânicos por uma questão de identificação étnica, facilidade linguística e manutenção da cultura germânica (DREHER, Martin N. Igreja e Germanidade. São Leopoldo, Sinodal, 1994, pg. 53; REHFELDT, Mário Luís. Um grão de mostarda – A história da Igreja Evangélica Luterana do Brasil - IELB . Volume 1. POA, Editora Concórdia, 2003, pg. 13-29). O site oficial da IELB descreve “esses primórdios históricos no Brasil” da seguinte maneira: A Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) iniciou seus trabalhos no Brasil no ano de 1900, com a vinda ao Brasil do pastor Christian Broders, um missionário da Igreja Luterana – Sínodo de Missouri, enviado dos Estados Unidos para atender um pedido de luteranos que vinham da Alemanha e estavam sem atendimento espiritual. No dia 1º de julho de 1900 foi fundada a primeira congregação da IELB, a Comunidade Evangélica Luterana São João, no atual município de Morro Redondo, RS. A partir do sul do Brasil e reunindo inicialmente os alemães luteranos que aqui viviam, a IELB espalhou-se por todo o Brasil, chegando a todos os estados brasileiros.2

Consequentemente, na sua hinologia e expressões cultuais e missionárias, se faz presente este ingrediente etnológico germânico. Contudo, a composição étnica e racial da sociedade brasileira é caracterizada pela miscigenação de raças3 e etnias4, a saber, povos indígenas, negros africanos,

Luterana – entende-se Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) ligada ao Sínodo de Missouri (LCMS – Lutheran Church Missouri Synod). 1

2 3

http://www.ielb.org.br/a-ielb visualizada em 16/07/2014.

Raça é uma construção social utilizada para destingir pessoas em termos de uma ou mais marcas físicas, dentre elas a cor, que são socialmente significativas. Desse modo, a raça é um


7 colonizadores portugueses, imigrantes alemães, italianos, asiáticos e países sul-americanos os quais, social e antropologicamente, trazem reflexões acerca da missiologia cristã luterana no Brasil em termos hinológicos. Este trabalho quer averiguar a aplicabilidade ou abordagem hinológica luterana neste contexto social brasileiro contemporâneo com vistas à uma reflexão teológica, missiológica, social, cultural e artística. A ideia básica deste trabalho consiste em analisar hinos do Hinário Luterano5 6da IELB em termos poéticos, musicais e performáticos e confrontar com a realidade em diversos locais deste miscigenado país através de uma audição e questionário para membros e não membros da IELB. O critério de seleção dos hinos se dará a partir do mais conhecido e o menos conhecido do hinário referido, baseando-se no uso na igreja. A pesquisa busca tendências de uma contextualização

hinológica

luterana

no

Brasil

melhor

com

suas

eficácia

na

diferentes

manifestações e identidades culturais, porém, dentro da mesma fé luterana. Este trabalho objetiva também elucidações em termos de abordagem poética, musical e performática que atendam às necessidades multiculturais do nosso vasto país, centrados no conteúdo bíblico conforme as Confissões Luteranas. A motivação para pesquisar e discorrer sobre esta temática teve início em 1996, no meu estágio teológico em Gramado/RS onde, por ser uma cidade turística, me vinha questionamentos com relação a contextualização do evangelho naquela cidade a qual circundava muitas pessoas de vários lugares do país e de diferentes culturas e raças nacionais e internacionais. Também em meu ministério como Capelão Universitário e Mestre de Capela da ULBRA 7 (1997- ) na qual a preocupação em contextualizar e adequar a linguagem da termo sociológico e não biológico. Em termos biológicos considera-se que há apenas uma raça humana. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Composi%C3%A7%C3%A3o_%C3%A9tnica_do_Brasil) 4

Etnia ou grupo étnico corresponde a uma categoria de pessoas cujas marcas culturais percebidas são consideras socialmente significativas. Os grupos étnicos diferem entre si em termos de língua, religião, costumes, valores, ancestralidade entre outras marcas culturais. Hinário Luterano – Hinário Oficial da IELB (Igreja Evangélica Luterana do Brasil), 1ª Edição, POA, Concórdia Editora, 1986. 6 IGREJA EVANGÉLICA LUTERANA DO BRASIL. Hinário Luterano: edição comemorativa. Porto Alegre: Concórdia, 2016. 7 ULBRA - Universidade Luterana do Brasil. 5


8 nossa hinologia ao contexto universitário pluricultural e multietário era sempre constante.

Entendo que a tradição hinológica luterana tem um valor

inestimável e deve ser mantida, pois faz parte da nossa história e também pode ser contextualizada em novos cenários e públicos diferentes além das nossas congregações, sem perder a essência teológico-bíblica cristã luterana. O contato com os diversos públicos (luteranos, não luteranos e não cristãos) as diversas faixas etárias (crianças, jovens, adultos e idosos) os diversos níveis intelectuais e culturais mais o envolvimento na produção musical para os cultos da ULBRA-TV favoreceram na reflexão ao longo desses anos de ministério. Além disso, a participação na Comissão de Culto da IELB na conclusão da Agenda Pastoral - Lecionário e Liturgias; o trabalho desenvolvido junto à subcomissão de revisão do Hinário Luterano 2014-2016; participações em debates e reflexões na IELB sobre o tema; palestras e entrevistas sobre a hinologia luterana trarão ingredientes para a reflexão proposta a qual justifica a relevância desta pesquisa para o mundo acadêmico e a igreja luterana. Nessa linha de pesquisa na IELB, um dos precursores foi o pastor David Karnopp, estudioso no assunto acerca da hinologia e da música na igreja voltada para o culto luterano, que aglutinou e desenvolveu significativos avanços para a igreja. Nesse sentido conclui em seu artigo A história da Música da IELB, o seguinte: Conhecer a fundo a função da música na história da IELB ainda é um desafio a ser vencido. Certamente uma pesquisa mais abrangente revelará aspectos ainda não conhecidos desta função. Neste trabalho apenas me propus a resgatar fatos da nossa história. Que eles possam nos ajudar a abraçar, com mais firmeza, os desafios que, nesta área, se avizinham. (KARNOPP, David. A história da música na IELB. Passo Fundo. Gráfica e Editora Pe. Berthier, 2010).

Somando-se a isto, propomos esta pesquisa analisando a nossa hinódia dentro do contexto social e cultural brasileiro elucidando fatos e buscando tendências missionárias para o testemunho e edificação do “Cristo para Todos”8 pluricultural e multirracial através da hinódia luterana.

“Cristo para Todos” – Lema oficial da IELB - Igreja Evangélica Luterana do Brasil. Nossa missão: Proclamar Cristo para todos. Nosso propósito: Compartilhar o Evangelho de Cristo para promover a evangelização e o crescimento espiritual. Nossos valores: A ação e o 8


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1 - A TEOLOGIA NA MÚSICA AO LONGO DA HISTÓRIA NA IGREJA A música, em sua essência, são sons9, que podem ser sons organizados e desorganizados (ruídos). No Gênesis, encontramos o relato da criação do mundo, onde Deus - o Criador, forma tudo e todos e dá um barulho/som para cada criação. Deus criou o universo por meio da Palavra falada, relatado em Gn 1.3 - Disse Deus: Haja ... e assim houve. O termo

~yhil{a/

rm,aYOw: (disse Deus) é o ato de falar, de expressar, de comandar, ordenar. O ato de falar exige sons, exige uma entonação - uma modulação no som vocal, humanamente10 pensando. Portanto, Deus criou a música e a usou para se expressar na criação e também mais tarde com os homens. (Adão e Eva). Falando da Criação do universo ainda, Deus criou o homem e deu inteligência para usar a música com arte e sabedoria. Dentro desse raciocínio, pode-se concluir que a música é um dom de Deus para os homens, e que os homens, a partir do que Deus deu11, desenvolvem e usam a música, com todo o seu potencial. A música é um meio de comunicação. E sendo um meio de comunicação, sempre está em função de alguma coisa. A música é uma arte funcional, não é um fim em si mesmo, mas estará sempre a serviço de alguma coisa.

amor de Deus através da sua Palavra e dos sacramentos do Batismo e Santa Ceia, que trazem perdão, vida e salvação, em Cristo. Nossa visão: Sermos uma Igreja Luterano Confessional que vai ao encontro das necessidades das pessoas. (http://www.ielb.org.br/a-ielb visualizada em 16/07/2014) 9 Sons - efeito produzido no órgão da audição pelas vibrações dos corpos sonoros; aquilo que impressiona ao ouvido; barulho, ruído, emissão de voz. Ou, resultado do movimento vibratório produzido por um ou dois corpos. 10 Humanamente - é difícil dizer como Deus expressou essa ordem na criação. Mas segundo o relato do autor do livro de Gênesis, Deus falou, comandou, ordenou - a partir disso desenvolvemos o raciocínio. 11 A partir do que Deus deu - isto é, os sons que cada criatura tem e pode fazer.


10 Atualmente, pensadores modernos concordam que a linguagem musical tem um poder de comunicação muito forte. Até mais que a linguagem falada. Atinge com mais facilidade a mente e, principalmente, o coração se for corretamente compreendida. (Lábios e coração - Mt 15.7-8, Lc 6.39. Is 29.13 - Jesus quer que mente e coração estejam em conformidade com a Palavra de Deus.). A música é um dom de Deus, uma arte funcional que atinge à mente e ao coração com mais facilidade. Dentro desse pensamento vamos procurar ver a teologia - a mensagem de Deus - comunicada pela música através dos tempos.

1.1.

NOS TEMPOS BÍBLICOS

1.1.1. No Antigo Testamento

Em Gn 4.21 “Jubal, pai de todos os que tocam harpa e flauta”, está relatado Jubal como o primeiro músico. Isso é importante, pois a música é primeiramente descrita num sentido funcional neutro. Moisés e o povo de Israel, depois da travessia do Mar Vermelho, entoaram o cântico que está registrado em Ex 15.1-18. A profetiza Miriã, irmã de Arão, tomou um instrumento de percussão, traduzido como “adufe/tamborins”, e saíram em coros todas as mulheres após ela, cantando: “Cantemos ao Senhor, porque triunfou gloriosamente, e precipitou no mar o cavalo e o seu cavaleiro”(Ex 15.20). O povo de Israel cantava e dançava diante do bezerro de ouro (Ex 32.6-18). As últimas palavras de Moisés, dirigidas ao povo de Israel, foram cantadas conforme Dt 32.1-43. E no versículo 46 ainda acrescenta: Aplicai ao vosso coração todas as palavras que hoje testifico... Será que Moisés sabia a facilidade que a música tinha para atingir os corações?


11 A música estava presente nas diversas ocasiões e atividades do povo de Israel: Cultos e atividades militares (Gn 31.27; Ex 32.17-18; Nm 27.17; Jz 11.34-35, Is 16.10; Jr 48.33). Nas festas de famílias (Jr 25.10), cortejos nupciais (Jr 7.24), na volta de uma batalha as mulheres recebiam os soldados com músicas, cânticos e danças (Jz 11.34; 1 Rs 18.6), na corte real (2 Rs 19.35; Sl 44.8)12. Também há músicas relacionadas com os atos específicos de Deus: A queda dos muros de Jericó (Js 6.4-20), a entronização dos reis (1 Rs 1.39-40; 2 Rs 11.14; 2 Cr 13.14, 20.28), música para a corte (2 Sm 19.35; Ec 2.8), para banquete (Is 5.12; 24.8-9), assim como para a restauração dos dons proféticos (2 Rs 3.15) e o calmante da personalidade conturbada (1 Sm 16.14-23).13 É bem provável que o povo de Israel, na sua longa estadia no Egito, que era berço da arte e ciência de então, teve influências musicais egípcias. Portanto, é possível concluir que neste período a música estava em função do lazer saudável14 e, principalmente, do louvor, ação de graças, adoração e exortação. Muitos comentaristas dizem que a época de Samuel, Davi e Salomão formam a idade de ouro da poesia e música hebraica, principalmente a época de Davi, conforme está na Zondervan Bible Dictionary: The history of Hebrew music, as well as the history of Israel’s higher civilization in general and the organization of the musical service in the temple, began with King Davi’s reign. To King David has been ascribed not only the creation and singing of the Psalms, but also the invention of musical instruments (2 Cr 7.6; 1 Cr 23.5). 15

O ministério por meio da música e do canto nos tempos bíblicos do AT, baseava-se na premissa de que havia uma importante missão a ser cumprida. Era um serviço importante e indispensável, requerendo diversas 12

DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia. Trad. J. R. Carvalho Braga, Rio de Janeiro, Centro Brasileiro de Publicidade, 1928, pg. 650. 13 TENNEY, M. C. The Zondervan Pictorial Encyclopedia of the Bible. Michigan, Zondervan Publishing House, 1980, pg. 312, V. 4. 14 Lazer saudável - toda a atividade que não implica no desvio ou desobediência da vontade divina. 15 TENNEY, M. C. Zondervan Pictorial Encyclopedia. Michigan, Zondervan Publishing House, 1963, pg. 565.


12 aptidões e talentos de muitas pessoas diferentes para conseguir os melhores resultados. Cada pessoa era designada e fazia o melhor de si para desempenhar tal função. Quanto à característica da música hebraica chegou-se a fracos resultados. Acredita-se que os hebreus possuíam sistemas definidos de escalas musicais. É geralmente aceito que a música durante todo o período da história bíblica, se constituía apenas do ritmo e da melodia, e que nenhum desenvolvimento da música polifônica e da harmonização se deu antes dos séculos posteriores ao encerramento do cânon do NT. A simplicidade da música facilitaria seu uso em relação às massas, visto que cada um poderia cantar a melodia. 16

Também o “The Westminster Dictionary of the Byble” fala sobre o caráter da música hebraica, quando diz o seguinte: Little is known of the character of the music. The Hebrews had a scale of 8 tones. Their sacred choirs probably sang in unison the same simple melody, divided into 2 parts, the one an octave higher than the other, and representing the male and female voices, and were accompanied by the instruments in the same tones (1 Cr 15.20-21).

17

Portanto, baseado neste texto, a música hebraica era uníssona, não tendo qualquer harmonia ou contraponto. Os instrumentos dobravam a voz. Era uma música, basicamente, melódica e rítmica. Muitas referências indicam que todo o povo era incentivado a cantar. Em Números 21.17 encontramos um verso de poesia, indicando que todo o povo cantava: Então cantou Israel este cântico: Brota, ó poço! Entoai-lhe cânticos! Reforçando esta ideia, em Ex 15.1 encontramos, novamente, todo o povo cantando. Então cantou Moisés, e os filhos de Israel... Em ambos os textos, os termos “Israel e os filhos de Israel” nos dão ideia de todo o povo, a congregação inteira de Israel.

16

MCCOMMON, Paul. A música na Bíblia. Rio de Janeiro, Casa Publicadora Batista, 1963, pg. 116. 17 DAVIS, J. D. The Westminster Dictionary of the Bible. Philadelphia, The Westminster Press, 1944, p. 413.


13 Também a variedade das formas musicais era evidente. Davi foi solista - (1 Sm 16.23 - quando o espírito maligno da parte de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa e a dedilhava, então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito maligno se retirava dele.).

Débora e

Baraque cantaram em dueto - (Jz 5.1-2). De igual forma em pequeno conjunto - (1 Sm 10.5 - ... encontrarás um grupo de profetas... ...precedidos de saltérios, tambores, flautas e harpas...). Coro infantiladolescente - (Sl 68.25 - ... em meio às donzelas18 com adufes.). Coro masculino - (1 Cr 15.16-24 e 25.1-31) os levitas músicos/cantores eram somente homens conforme consta no texto. Coros femininos - (Ex 15.21). Coros mistos - (Ed 2.65 - ...e tinham duzentos cantores e cantoras.) E o tamanho dos corais variavam de poucos cantores, até 4.000 vozes (1 Cr 23.5).19

1.1.2. No Novo Testamento e Igreja Primitiva O NT, superficialmente, aparece fazendo pouco caso da música. Superficialmente..., mas na verdade não o é. Como mencionamos no capítulo anterior, em Mt 26.30 e em Lc 14.26, Jesus cantou. JESUS dava importância para o louvor pela música. As milícias celestiais surgiram no firmamento cantando: Glória a Deus nas alturas ... (Lc 2.14). E também aos pastores de Belém em Lc 2.14. O cântico de Maria, intitulado Magnificat, em Lc 1. 46-56 - A minha alma engrandece ao Senhor... .

Donzelas - o termo hebraico para isto é tAml'[ (Alamut) que pode também ser traduzido como moça, adolescente, pessoa jovem, até criança. Cf. Bwords e KIRST, Nelson e outros. Dicionário Hebraico-Português & Aramaico-Português. Ed. Sinodal/Vozes, SL, RS, 1991. 19 MCCOMMON, Paul. A música na Bíblia. Rio de Janeiro, Casa Publicadora Batista, 1963, pg. 119-124. 18


14 O velhinho Simeão exultou de alegria e prazer quando pegou o menino Jesus em seus braços e cantou o belíssimo Nunc Dimitis: Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua Palavra, ...(Lc 2.2535). O apóstolo Paulo, em suas epístolas, mencionado no capítulo anterior, admoestou os cristãos de então para que se ensinassem mutuamente, com cânticos. Quando, na Ilha de Patmos, o Apóstolo João, ouviu e depois escreveu sobre uma música jamais ouvida pela humanidade antes ou depois daquele tempo. A música teve tal beleza que foi “como a voz de muitas águas”, teve tal poder e impacto que foi “como a voz de um grande trovão”, (Ap 14.2). Há mais passagens no NT que falam de música: a lamentação para a morte de uma moça (Mt 9.23) e o regozijo após o retorno do filho pródigo na parábola de Jesus (Lc 15.25). Na igreja cristã primitiva usavam o saltério nos cultos. O cântico de hinos era utilizado em todos os seus cultos. O antigo escritor, Plínio, disse: “Os cristãos primitivos costumavam reunir-se aos primeiros alvores do dia e cantar um hino a Cristo e a Deus, com vozes intercaladas, uma após a outra”. Tertuliano, Eusébio, Caio, Filo, todos mencionam o uso de hinos e salmos pelos cristãos primitivos. 20 O primeiro hinário cristão das igrejas ocidentais foi preparado por Hilário da Gália, por volta de 350 da era cristã. Outro escritor de renome foi Ambrósio (334-397), que foi chamado “o pai dos cânticos religiosos”. Seus cânticos eram “antifônicos, congregacionais e melodiosos”.21 Em todos estes exemplos nada é dito sobre a forma como foi executada aquela música. Existem, evidentemente, algumas indicações, mas nenhuma definitiva e concreta. Todavia, o conceito presente no AT 20

ICHTER, Bill H. A música e seu uso nas igrejas. Rio de Janeiro, JUERP, 2a edição, 1980, pg. 13. 21 ICHTER, Bill H. Op. Cit., pg. 13.


15 ainda prevalece nessa época. Acredita-se, também, que a cultura grega ou greco-romana tenha influenciado, mas sem mudar sua essência - a mensagem da cruz, contribuindo, assim, para a propagação do Evangelho de Cristo.

1.2.

NA ÉPOCA MEDIEVAL E NA RENASCENÇA A música no século II e II era estritamente vocal. Devido às

perseguições aos cristãos (nas fugas não levavam instrumentos, somente o necessário para a sobrevivência) cultivaram a música sacra por intermédio da voz. A partir do decreto do Imperador Constantino, em 313 a.C. os cristãos saíram das catacumbas e formaram vários centros de liturgia em toda a Europa. Na época medieval a música cristã tinha pouca variação melódica, pouca variação de altura, raramente ultrapassava a oitava, era bastante “plana

”. Os ritmos eram inteiramente dependentes dos textos (latinos ou

22

gregos, conforme o lugar), a melodia acompanhava as acentuações das frases poéticas; às vezes poderia haver várias notas para a mesma sílaba, caracterizando o estilo melismático (várias notas para cada sílaba), em oposição ao silábico (uma nota para cada sílaba) e o salmódico (várias sílabas para a mesma nota). Essa maneira de cantar foi se tornando difícil para as congregações, acessível apenas aos coros bem treinados. Aconteceu que os líderes religiosos determinaram que um solista entoaria os Salmos e as congregações responderiam apenas trechos fáceis da liturgia: Améns, Aleluias, etc... Assim o canto congregacional se vê afastado do culto e só voltará a ele mais adiante, mais precisamente no século XVI, com a Reforma. Por outro lado, os coros treinados, coros de monges e clérigos, cada vez mais se aperfeiçoavam e, por vezes, se dividiam em dois grupos

22

Planas - daí, provavelmente, o nome Cantochão, tradução direta de Cantus planus ou cantus firmus, nome que se dá a essa música.


16 que cantavam alternadamente (canto antifônico) ou então respondiam a um solista (canto responsorial). A música, nesta época, procurava ornamentar as partes fixas da liturgia da missa/culto (chamado o “Ordinário23” da missa), onde os compositores, geralmente clérigos, desenvolviam as formas musicais. Na Renascença começou-se a cantar a mais vozes, antes, só em uníssono. Começou com o Organum24 até chegar à Polifonia25 da Renascença. A música até então foi desenvolvida e cultivada somente na igreja. Nos séc. XII e XIII surge a música não sacra, ou seja, profana, na qual se canta o amor, paixões, dramas, tristezas, romances e glórias do dia a dia do povo de então. A forma polifônica para este estilo é motetos e madrigais 26. Aconteceu que a música se desenvolveu de tal maneira que os sons e harmonias eram demasiadamente exagerados para pouco texto. Isto levou a tal ponto que não se entendia a letra do que se cantava, ainda mais porque o povo em geral não falava em Latim (língua em que os cultos eram celebrados). Então, o povo não entendia a língua, e muito menos com muita sonoridade para pouco texto. O Concílio de Trento aboliu este tipo de música na igreja, cantando músicas em Latim mas com poucas harmonias e sons, a fim de melhor entender o texto que continha a Palavra de Deus. Ordinário da missa - KYRIE ELEISON - palavras gregas que significam - “tem piedade, Senhor”. GLORIA IN EXCELSIS - baseado inicialmente no cântico dos anjos em Lc 2.14. CREDO - afirmação de fé do Concílio de Nicéia, em 325 a.C. SANCTUS e BENEDICTUS - respectivamente baseado em Is 6.2-3 e na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém em Mt. 21.9; Mc 11.9-10; LC 19.38; Jo 12-13. AGNUS DEI - “Cordeiro de Deus” baseado em Jo 1.29. 24 Organum - processo de canto a duas vozes, separadas regularmente por intervalos de quarta e quinta. 25 Polifonia renascentista - harmonias que se formavam a apartir de melodias existentes, cantus planus ou cantus firmus. O cantus planus era a vox principales e os Discantus voz acima do cantus planus. Tenor voz abaixo do cantus planus. E assim sucediam mais e mais vozes dependendo da época e compositores. Até chegar a vários corais polifônicos. 26 Motetos e Madrigais - composição para 3 ou mais vozes, sendo a principal melodia gregoriana (cantus planus, cantochão - medieval), não necessariamente sacra, onde tinha mais liberdade no uso dos sons vocais, até se chegou a ter mais de um texto cantado ao mesmo tempo. 23


17 1.3.

NA ÉPOCA BARROCA E NA REFORMA Basicamente, a característica da música barroca é a variedade e

contrastes. Variedade e contraste rítmicos, melódicos e harmônicos entre seções e partes musicais. Embora existissem escolas nacionais características na Alemanha, Inglaterra, Espanha e outros países durante o período Barroco, as escolas nacionais mais fortemente diferenciáveis e estilisticamente influentes foram Itália e França. 27 Na Itália a música era mais ardente, impetuosa, afetiva, livre, severa e excêntrica. A música dependia mais da execução do que da composição. Era uma música mais livre, pode-se dizer que se acentuava mais a emoção do que a razão. Na França a música era mais leve, fluente, tranquila, restrita e coerente. Dependia mais da composição do que do intérprete. Tudo estava rigorosamente anotado na partitura como

deveria ser

executado. São duas práticas composicionais denominadas Prima pratica 28 e Seconda pratica29 . 30 Nesse período damos destaque a duas pessoas, a saber, Martin Luther e Johann Sebastian Bach.

1.4.

MARTINHO LUTERO Martinho Lutero (1483-1546) foi o homem responsável pela Reforma

religiosa na Igreja. Martinho Lutero cria, ensinava e confessava Cristo como o único e suficiente Salvador da humanidade - Justificação pela fé em

27

ROBINSON, R. e WINOLD, A., The Choral Experience. Trad. OLIVEIRA, Vilson G. Illinois: Waveland Press, Inc., 1992, pg. 368-372. 28 Prima pratica - estilo mais rígido na exploração do texto, modalidade (modos litúrgicos), mais precisa, ritmo fluente. 29 Seconda pratica - exploração mais afetiva do texto, tendêcia à tonalidade Maiormenor, extremos de ritmos rígidos e livre, textura homofônica. 30 ROBINSON, R. e WINOLD, A., The Choral Experience. Trad. OLIVEIRA, Vilson G. Illinois: Waveland Press, Inc., 1992, pg. 368-372.


18 Cristo. Defendia e estava disposto a ir às últimas consequências em prol da verdade bíblica - “sola scriptura, sola gratia e sola fide”. Essa teologia foi propagada pelos seus escritos, pregações e também pelas suas composições musicais sacras. Lutero foi músico também. Cantou em corais, era instrumentista - tocava alaúde. Entrou em contato com compositores de então, conforme o relato: En aquellos años, entre 1497 y 1505, quizá Lutero haya tenido acceso a las obras de los grandes maestros de los Países Bajos, Okeghem, Issak y Obrecht, o de Alemania, Henrich Finck y Adam de Fulda. Los campesinos para quienes los Kurrende cantaban no apreciaban a estos maestros. Quienes valoraban su arte eram más bien los cantores, los ricos burgueses y los professores. Los campesinos preferían las canciones sencillas, especialmente las folklóricas, que tambiém formaban parte del repertorio de los Kurrende. Lutero recuerda a menudo las canciones de Navidad que cantaba con sus jóvens compañeros.31

Lutero não se aprofundou, mas estudou música. Ele tomava parte em cantos gregorianos, assim como missas, motetos e canções arranjadas contrapontisticamente. Lutero dava muita importância para este estilo musical. Cuán extraño y maravilhoso es que una voz cante una melodía simple y sin pretensiones, mientras otras tres, cuatro o cinco voces tambiém cantam; estas voces juegan y oscilan en gozosa exuberancia alrededor de la melodía, y con variado arte y sonidos acordes la adornan y embellecen, y en una ronda celestial se encuentran en amistosa caricia y amable abrazo; de modo que cualquiera que tenga un poco de entendimiento, debe conmoverse y assombrarse mucho, y llegar a la conclusión de que no hay en el mundo nada más raro que un himno adornado por tantas voces. 32

Lutero muito insistiu que se ensinasse às crianças o canto. Ele atribuía um vasto conteúdo pedagógico à música, conforme nos diz: Musicam habe ich allezeit lieb gehabt. Wer Diese Kunst kann, der ist guter Art, zu allem geschickt. Man muss Musicam von Roth wegen in Schule behalten. Ein Schulmeister muss singen können, sonst sehe ich ihn nicht

31

NETTL, Paul. De Lutero a Bach. Buenos Aires, Editorial La Aurora, 1950, pg. 14. NETTL, Paul. Op. Cit., pg. 20.

32


19 an. Man soll auch junge Gesellen zum Predigtamt nicht verordnen, sie haben sich denn in der Schule wohl versucht und geübet.33

O amor de Lutero pela música estava enraizado desde as suas experiências na infância. Falamos das melodias montanhesas que ouvia e cantava na sua juventude e na sua habilidade para tocar alaúde e flauta. Deve-se juntar a isto a dança na qual Lutero também se deleitava, dizendo: “Cuando doncellas y jóvenes se entregan a danzas populares con música y gestos adecuados, es un officium humanitatis y me agrada mucho”. 34 A respeito da música, Lutero disse: I am not satisfied with him who despises music, as all fanatics do; for music is an endowment and a gift of God, not a gift of men. It also drives away the devil and makes people cheerful; one forgets all anger, unchasteness, pride, and other vices. I place music next to theology and give it the highest praise. 35

E também: “La música es una de las más bellas artes; las notas dan vida al texto, espanta el espíritu de tristeza, como se puede ver en el rey Saúl”.36 Lutero reconhecia a música como um dos maiores dons dado por Deus. Musica est insigne donum Dei et theologiae proxima. Ich wolte mich meyner geringen musica mit was gross verziehen,

et inventus

assuescenda est huic arti; sic macht sein, gechichte leut. 37

Lutero foi pregador, professor, poeta, tradutor e músico. Deu ao povo alemão, não somente a Bíblia na sua própria língua, mas também o hinário que restaurou o canto congregacional, até o momento na inércia. Em 1526, na obra Die Deutsche Messe, aconselhou a adoção dessa ordem litúrgica como alternativa à missa latina, cujo uso deveria ficar restrito aos dias de festa. Reconheceu porém, aos principados e cidades, o 33

LUTHERS, Martin. Sämmtliche Schriften. Georg Walch, Vol. 22, pg. 1538. NETTL, Paul. Op. Cit., pg. 22. 35 PLASS, Edwald M. What Luther Says. Saint Louis, Missouri, USA, Concordia Publishing House, Vol. II, 1959, pg. 980. 36 NETTL, Paul. Op. Cit., pg. 22. 37 LUTHERS, Martin. Tischreden. Weimar, Hermann Böhlaus Nachfolger, V. 3, pg. 3815. 34


20 direito de adotar livremente a forma de culto que melhor lhe aprouvesse. Havia dois tipos de liturgia: uma muito simples, para as igrejas do campo, e outra, mais elaborada, para as cidades e residências de príncipes, que mantinham bons coros. Lutero incentivou bastante o “Coral”. Uma das maiores contribuições de Lutero foi fazer o povo cantar, principalmente nas funções litúrgicas da igreja e também em suas casas, facilitando, assim, mais e mais, a pregação do Evangelho de Cristo.

1.5.

JOHANN SEBASTIAN BACH Johann S. Bach (1685 à 1750), violinista, grande organista, regente,

professor de instrumentos, célebre compositor e arranjador. Sua música era polifônica e desenvolveu e usou harmonias ricas e expressivas. Na parte vocal, sua música é “idiomática”, puxava muito para o instrumental. Passou a maior parte de sua vida em Leipzig, trabalhando como Kapellmeister 38, numa corte luterana. Segundo comentaristas cristãos, Bach era um músico espetacular. Sabia usar a música da época no seu potencial em prol da teologia cristã. Teve influências evidentes da escola italiana e francesa em suas composições. Não viajou muito, mas era um músico muito procurado por muitas pessoas, e nessas conversas, as pessoas traziam obras novas para ele olhar e absorver a técnica. Era seguidor de Lutero, são bem visíveis o desenvolvimento e ênfases luteranas em suas composições. A justificação pela fé e o cristocentrismo estavam muito presentes em suas obras as quais eram fundamentadas na Escritura Sagrada.

Em suas Paixões, Oratórios,

Cantatas, Cultos Luteranos, Corais, Prelúdios e tudo mais evidenciam sua fé no Cristo morto e ressurreto.

38

Kapellmeister - termo alemão que significa, em resumo: responsável por toda a atividade musical da corte e da igreja daquela corte. Tanto em composições, execuções e ensino.


21 Johann

Sebastian

Bach

era

realmente

um homem de

fé.

Desenvolveu ao máximo a linguagem musical de seu tempo. Dizem alguns estudiosos em música, que Bach, juntamente com George F. Haendel, formam o auge do estilo barroco; e o melhor de tudo, ele usou este belo estilo musical para divulgar, propagar e testemunhar as maravilhas de Deus. O seu grande serviço foi oferecer-nos uma versão musical do cristianismo. “Bach transformou o cristianismo em som 39”.

1.6.

NA ÉPOCA CLÁSSICA E ROMÂNTICA Ocorreram mudanças de gosto que envolveram correspondentes

mudanças no estilo de música. O cantochão, a polifonia, o contraponto40 de Bach e agora um estilo juntando todos e mais um pouco. Portanto surgiu um estilo mais ligeiro, geralmente menos sério, conhecido como estilo galante, o qual tinha por objetivo principal a graciosidade e a elegância. No barroco a harmonia era enfatizada, no Classicismo a melodia era muito importante. Na maioria das vezes, a comunicação estava na melodia. A música instrumental e de orquestra teve mais poder de comunicação, até então, comumente dobrava as vozes. Estas mudanças se devem muito ao surgimento do “ gravicembalo col piano e forte41 ” ou seja, o piano. Considerado por muitos o instrumento mais completo, pois sua capacidade harmônica, melódica, rítmica e 39

BRANT, Celso. Bach, o Quinto Evangelista. Rio de Janeiro, Ministério da Educação e Cultura, 1957, pg. 6. 40 Contraponto - Do Latin “punctus contra punctus”, ou seja, nota contra nota. Era um pensamento musical vertical, pensamento mais harmônico e consequentemente melódico. Ao contrário da polifonia renascentista onde o pensamento musical era horizontal - melodias que sobrepunham o cantus firmus ou planus. Isto levou a estruturação do tonalismo (estrutura musical, especialmente harmônica, que se baseava nos graus da escala melódicas e suas tríades “acordes” correspondentes, que tinham um centro tonal bem definido. 41 Gravicembalo Col piano e forte - termo italiano para o PIANO. O piano foi inventado por volta de 1709, por Cristofori, em Florença, distinguindo-se do instrumento mais antigo pelo fato de que suas cordas são feridas por martelos, não beliscadas (cravo). Isso propiciou ao executante o controle pelos dedos sobre as gradação de tom; daí o nome originalmente usado pelo inventor, gravicembalo col piano e forte (“cravo capaz de tocar suave e forte, também chamado de cravo de martelinhos”). A nova invenção foi explorada na Alemanha por Silbermann, que se deparou com as críticas de Bach aos seus esforços iniciais; que preferia seu cravo. Mais tarde o cravo ficou obsoleto, e foi caindo no desuso. - Nota de rodapé número 3 de LOVELOCK, William. História Concisa da Música. Ed. Martins Fontes, SP, 1987, pg. 172.


22 principalmente expressiva, deu novos rumos a música dos séculos XVII e XVIII. Surgiu também, na música, o estilo Sinfônico, Ópera e Concertos para Virtuosis (pessoas muito hábeis nos instrumentos), no qual a forma composicional foi a “Sonata”. A expressividade musical desenvolveu-se muito nesta época. Compositores importantes desta época: Joseph Haydn, Wolfgang Amadeus Mozart e Ludwig V. Beethoven. No Romantismo, a música era escrita com uma finalidade ou para uma ocasião específica (igreja, palácios, atividade cívica, teatro, ópera, família, pedagógico e individual). A composição era vista, em sua maior parte, como uma “tarefa” a ser cumprida até tal dia para sua execução. Agora, no Romantismo se desenvolveu a “arte pela arte”. Uma música mais individual,

com

linguagens

muito

específicas.

Compositores

mais

importantes: Mendelssohn, Schumann, Chopin, Liszt e Brahms. É importante dizer que na igreja, esta música ou, este estilo, não podia ser tocado nem executado. O estilo sacro, no pensamento de então, era feito no estilo Medieval, Renascentista e Barroco.

1.7.

NA ÉPOCA IMPRESSIONISTA E MODERNA A característica

desta

época,

Século XIX,

é

o

tratamento

completamente livre da dissonância, do colapso, da distinção tradicional entre consonância e dissonância. A sua característica principal e mais notável é a desintegração da tonalidade. A tonalidade pertence ao passado. O cromatismo foi desenvolvido a tal ponto que agora passa a reinar o ”Atonalismo” - ausência de um centro tonal. Até mesmo desenvolveram


23 microtons42.

43

Compositores importantes: Debussy, Ravel, Stravinsky,

Bartók, Wagner e Schoenberg. É importante salientar que a música sacra estava nos seus moldes medievais, renascentistas e barrocos.

1.8.

NA ATUALIDADE Atualmente, devido aos meios de comunicação, as linguagens

musicais são absorvidas com mais facilidade, tendo assim, à disposição, uma gama de estilos e linguagens musicais envolvendo culturas, pensamentos, gostos, etc... Percebe-se que os cristãos pararam no tempo em relação a linguagem musical sacra. Por quê? Esta é uma pergunta que eu também faço e que tentarei responder no próximo capítulo. (Preconceito, gosto, limitações “não saber fazer”, não compreensão ou má compreensão de alguma tentativa). O cristianismo, ao chegar na América, trouxe consigo a bagagem musical europeia. Acredito ter havido imposições quanto ao estilo musical sacro, e possivelmente, rejeições, não quanto ao Evangelho, mas sim à forma musical apresentada. Paralelamente a isso, vieram os escravos negros, oriundos da África, que tinham, também, sua linguagem musical própria, ênfase nos instrumentos de percussão. Creio que pessoas, com o dom musical, mas com pensamentos e filosofias humanas, pegaram o que cada

cultura

tem

de

melhor,

em

estilos

musicais,

e

introduziram/propagaram suas ideias, a saber, a libertinagem, os prazeres da carne, etc... aquilo que vai contra a vontade de Deus. Deixando de usála, no seu potencial, em prol do Evangelho de Cristo.

42

Microtons - valores menores que um semitom. O resultado disso para o ouvido tonal, ocidental normal e que, embora teoricamente fosse interessante, a música soa meramente desafinada. 43 LOVELOCK, William. História Concisa da Música. São Paulo, Martins Fontes, 1987, pg. 273.


24 No Brasil, atualmente, existe uma miscigenação (mistura de raças). Cada um com seus costumes e, evidentemente, linguagens musicais próprias. Cristo mandou pregar o Evangelho a TODA criatura, para TODOS os homens. Para isso precisamos aprender a linguagem musical das outras raças para poder, com mais facilidade, propagar a mensagem da cruz, a salvação eterna por Jesus Cristo. A exemplo do Apóstolo Paulo, em 1 Co 9.20-23: “Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que vivem fora do regime da lei. Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele.”

1.9.

44

NA IELB No “Crônicas da Igreja” de C. H. Warth, vemos que os pastores, de

origem alemã vindos dos Estados Unidos da América, foram missionários aqui no Brasil. A intenção desta missão era arrebanhar os alemães luteranos, imigrantes da Alemanha. Esses pastores pregaram a Palavra de Deus em conformidade com a sã doutrina - as Confissões Luteranas. Também utilizaram a música nos cultos e demais atividades congregacionais. Ao que tudo indica, o estilo musical era o medieval, renascentista e, principalmente, corais barrocos oriundos da Europa. E, atualmente, novos pastores deram continuidade a este belo trabalho. É louvável a dedicação e empenho destes pastores no trabalho congregacional e missionário. Porém essa ideia de um só estilo musical, atualmente, tendo em vista a miscigenação no Brasil e o contato com as

44

Trad. ALMEIDA, João F. de, BÍBLIA SAGRADA. - Revista e Atualizada no Brasil (ARA), Rio de Janeiro, RJ, SBB. 1969.


25 diversas linguagens musicais apresentadas pelos meios de comunicação, tornam difícil, ou até mesmo impedem, a Palavra de Deus de se propagar com mais facilidade. É importante variar as formas, mas não a essência, o conteúdo central - o Cristocentrismo, a justificação pela fé. Para atingir o - Cristo para todos - é necessário o “não só, mas também”. Não só uma forma musical, mas também outras. E não só outras formas, mas também as antigas. Como diz a apóstolo Paulo em Cl 3.16 .. Salmos, hinos e cânticos espirituais... ou seja, os antigos, os atuais e as composições futuras, mas sem mudar a essência que é - a Salvação por Cristo.

1.10. REVISÃO TEÓRICA Na IELB, estudos e pesquisas foram feitas na questão hinológica buscando as bases no reformador Martinho Lutero. Nesse sentido mencionamos o texto “A importância dos hinos de Lutero para o estabelecimento da Reforma”, trabalho escrito por David Karnopp em 1996 que destaca os fundamentos na composição hinológica luterana, sua repercussão na época bem como mencionando a sua importância para os dias de hoje. Nesse sentido também o texto “Lutero e os escritos em forma de hinos” feito por Raul Blum em 2007 desenvolve assuntos acerca da história, fundamento poético e musical dos hinos da reforma com vistas a uma reflexão atual. Também mencionamos Clóvis Vitor Gedrat em seu artigo “Lutero e a música – sua importância no culto e na liturgia” de 2009 apresentado no 3º Simpósio Internacional de Lutero dentro do tema “Lutero e o Culto Cristão” o qual reforça princípios hinológicos luteranos no contexto do culto cristão. No âmbito histórico podemos citar David Karnopp com seu artigo para revista Igreja Luterana “A importância da música sacra na história da IELB, 2001”45 que destaca a trajetória hinológica da Igreja Evangélica Luterana do Brasil e a filosofia de música na história na IELB. Neste mesmo sentido,

45

KARNOPP, David. A importância da música sacra na história da IELB In: Igreja Luterana Vol. 55 Nov. 2001, nºX: São Leopoldo, Seminário Concórdia :186-208.


26 também cito o livro do mesmo autor “Música e Igreja” de 1999 transcorrendo sobre a história da música sacra na igreja primitiva, no contexto medieval e renascentista, Reforma Luterana e outros protestantes europeus, no contexto da Guerra dos Trinta Anos, dentro do movimento pietista na Alemanha, passando por Johann Sebastian Bach, também a herança norte-americana hinológica até chegar aos dias de hoje com a música Evangélica no Brasil através dos primeiros hinos brasileiros até a década de 1960. Recentemente, em 2013, publicou-se o livro “Lutero e a música: paradigmas de louvor do autor” Carl F. Schalk, traduzida por Werner Ewald, nos traz uma elucidação sobre a importância da música na vida e no pensamento teológico de Lutero, a saber, música como criação e dádiva de Deus, música como proclamação e louvor, música como canto litúrgico, música como a canção do sacerdócio geral, música como um sinal de continuidade com a igreja. Segundo Schalk, o pensamento de Lutero reforça as concepções musicais e hinológicas acerca da maneira contemporânea de usarmos a música em nosso tempo e contexto. Nota-se que há bibliografia voltada para a parte histórica, teológica, concepcional de uma hinologia cristã, porém como será a aplicabilidade no contexto brasileiro? É adequada em todos os contextos sociológicos e culturais? No contexto missionário esses mesmos princípios luteranos foram aplicados conforme o reformador sedimentou? Existe uma hinologia luterana nacional frente ao nosso contexto pluricultural? Esta hinologia é flexível, dentro dos fundamentos doutrinários cristãos luteranos, às culturas e contextos culturais brasileiros? Com esta pesquisa almeja-se buscar as nossas raízes hinológicas através da história dos hinos, analisá-los em termos poéticos, musicais e confrontá-los com a realidade pluricultural brasileira buscando reflexões e tendências para um ensino e evangelismo mais próximos da multicultura brasileira baseada nos princípios luteranos hinológicos.


27

2 - CONCEITUAÇÃO DOS TERMOS

É fundamental, para uma melhor compreensão da pesquisa, definirmos conceitos os quais iremos utilizar e levar em consideração tais como hinologia, identificação confessional luterana, poética e texto, música, performance ou execução musical, brasileiro ou brasilidade, cultura e cultura brasileira. Assim, expondo e definindo os conceitos, trabalharemos com os pressupostos já identificados. Começaremos com:

2.1. HINO E HINOLOGIA No dicionário de língua portuguesa o termo hino é definido como composição musical com letra apropriada para celebrar alguém ou alguma coisa, canto religioso, canto em louvor de um herói, canção ou canto, louvor, elogio e panegírico. Do Grego hýmnos (canto laudatório), pelo latim hymnu (Hino)46. Traduções: Inglês – Anthem, Francês, hymne, Alemão – Hymne, Espanhol – Himno, Italiano – Inno, Irlandês – Himne. Hinologia é o estudo acadêmico das canções religiosas, ou seja, o hino, entre outros aspectos, focado particularmente no canto coral e congregacional. Isto pode estar melhor esclarecido em hinódia, a criação e a prática de tais canções. Hinologistas podem estudar a história e origens dos hinos e a tradição dos cantos de adoração, as biografias de mulheres e homens que têm escrito hinos que passaram para uso coral ou congregacional, a inter-relação entre texto e melodia, o processo histórico que muitas vezes mudaram os textos dos hinos (e às vezes a melodia), e os argumentos

Hino in Dicionário infopédia da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2016. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/hino (Visualizado em 03/11/2016) 46


28 sociopolíticos, teológicos e estéticos referentes aos vários estilos da adoração cantada.47 O conceito sobre hino e hinologia trazido acima se caracteriza por ser universal e amplo. Desenvolvendo um pouco mais o raciocínio, penso que, a partir disso, teríamos dois tipos de conceitos aqui. O primeiro é o conceito de Hinologia Luterana original proveniente do reformador Martinho Lutero e o outro é o conceito de Hinologia Luterana desenvolvida, sedimentada e oficializada através do Hinário Luterano da IELB (ROTTMANN, Hans Gerhard (Coord.) Hinário Luterano – Igreja Evangélica Luterana do Brasil. Editora Concórdia, 1ª Edição 1986 e 10ª Edição em 1998). O Conceito de Hinologia que se origina em Martinho Lutero é de uma pessoa preocupada com a pregação do Evangelho e a propagação do mesmo em seu meio até onde possa alcançar através dos hinos e canções. Isto fica evidente em sua carta, escrita em 1523, endereçada ao seu amigo Georg Spalatin: Graça e paz. É nossa intenção, seguindo o exemplo dos profetas e antigos pais da igreja, escrever salmos para as massas, isto é, canções espirituais para que a palavra de Deus possa continuar entre o povo até em canção. Por isso, procuramos por toda a parte por poetas. Uma vez que você certamente é dotado tanto de fluência quanto de elegância na língua alemã, e a refinou pelo muito uso, eu lhe peço que trabalhe conosco nesta causa e tente transformar alguns dos salmos em canções, exatamente como você tem em meu exemplo presente. Entretanto, eu preferiria que você omitisse novas palavras e aquelas da corte, a fim de interessar as massas de povo simples, embora ao mesmo tempo usando palavras que são seletas e próprias para serem cantadas, tendo um sentido claro e relacionadas o mais próximo possível do salmo. Desta maneira, exercite sua liberdade, guardando o sentido, abandonando fraseado exato, arranjando sua tradução pelo uso de outras palavras. Não tenho tanta habilidade de fazer isto como gostaria. Por isso, quero descobrir se você talvez é um Hemã, Asafe ou Jedutum. Solicitarei também Johanne Dotzicko – que é, ele próprio, fluente e elegante – a mesma coisa, caso vocês dois tenham o tempo, que eu suspeito não é o fato justamente

47

https://pt.wikipedia.org/wiki/Hinologia (Visualizado em 03/11/2016)


29 agora. Mas você tem meus sete salmos penitenciais e comentários, do quais o sentido do salmo pode ser obtido...48

Nessa carta de Lutero fica evidente a preocupação de que as novas canções sejam adequadas para o povo alemão proveniente de uma habilidade idiomática e, principalmente, de uma autêntica arte poética cristã. A visão de Lutero sobre o canto do povo e canto congregacional estava focada na convicção de que a música é uma habilidade dada por Deus. Esta habilidade tem a sua maior efetivação no testemunho da Palavra de Deus. Somando-se a isto, Lutero via o canto como parte integrante na vida humana e na igreja. No caso da igreja, não via um canto desconectado do culto divino. Na hinologia litúrgica, o louvor e o dogma estavam unidos numa proclamação cristã, o qual o povo se junta no louvor e na expressão mútua de fé, de uma maneira simples, prática e envolvente, considerando a cultura local.

2.2. IDENTIFICAÇÃO CONFESSIONAL LUTERANA Identificação Confessional Luterana é interpretação bíblica à luz das Confissões Luteranas descritas e expostas nos documentos confessionais reunidos no Livro de Concórdia de 1580. Ou seja, além dos credos Apostólico, Niceno e Atanasiano, a Igreja Luterana possui outras confissões, escritas por Lutero e seus colaboradores. Estas confissões mostram o que a Igreja ensina conforme a Bíblia. As confissões são: “A Confissão de Augsburgo” (1530), “A Apologia da Confissão de Augsburgo” (1530), “Os Artigos de Esmalcalde” (1537), Os Catecismos Maior e Menor (1529), e “A Fórmula de Concórdia” (1577). Todas estas confissões foram reunidas num só livro e publicadas em 1580, sob o nome de “O Livro de Concórdia”. Que é aceito hoje por muitas igrejas luteranas no mundo. Essas igrejas afirmam: “Aceitamos todos os livros canônicos das Escrituras Sagradas do Antigo e Novo Testamentos, como palavra infalível de Deus e, como exposição correta da Escritura Sagrada,

48

David Music, Hymnology; a collection of source readings, p. 38-39.


30 aceitamos os livros simbólicos reunidos no Livro de Concórdia.” A Bíblia é a única norma e fonte na igreja para doutrina ou praxe. 49 A Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) teve o seu início em meados de 1900, com a vinda ao Brasil do pastor Christian J. Broders, missionário luterano do Sínodo de Missouri/Estados Unidos para atender um pedido de luteranos provenientes da Alemanha que estavam sem atendimento espiritual. Atualmente, o lema permanente da IELB, que revela o que ela quer ser e fazer como um instrumento de Deus, é “CRISTO PARA TODOS”. A partir deste lema, a Igreja definiu suas declarações de direção, a saber, Missão: Proclamar Cristo para todos. Propósito: Compartilhar o Evangelho de Cristo para promover a evangelização e o crescimento espiritual. Valores: A ação e o amor de Deus através da sua Palavra e dos sacramentos do Batismo e da Santa Ceia, que trazem perdão, vida e salvação, em Cristo. Visão: Sermos uma Igreja Luterana confessional que vai ao encontro das necessidades das pessoas. Entende-se também através da sua hinologia, através da sua música.50 Abaixo segue a descrição do que a Igreja Evangélica Luterana do Brasil, crê, confessa, subscreve e ensina em suas bases doutrinárias institucionais que são referendadas nessas confissões acima mencionadas, reunidas no “Livro de Concórdia” de 1580 e resumidas pelo Rev. Dr. Leopoldo Heimann51 em seu livro “Fala, Senhor” trazida abaixo: 1 – A BÍBLIA – Cremos, ensinamos e confessamos que toda a Bíblia é a infalível e inspirada palavra de Deus; que seus ensinos doutrinários, bem como seus relatos históricos, são absolutamente verdadeiros; que ela se explica e se interpreta a si mesma; - que ela é a única verdade digna de inteira aceitação; que ela é a única fonte, regra e norma para todos os ensinos da igreja; que Deus quer que ela seja lida, ouvida e estudada por todos; que Deus revela nela o evangelho de Cristo para a salvação de todo aquele que crê; que nela se fundamentam todos os artigos doutrinários aqui expostos.

SCHULLER, Arnaldo. Livro de Concórdia – As confissões da Igreja Evangélica Luterana. 4ª Edição, Concórdia/Sinodal, 1993. 50 http://www.ielb.org.br/a-ielb/ visualizado em novembro de 2016. 49

HEIMANN, Leopoldo. Fala, Senhor – Breve exposição das principais doutrinas da Igreja Evangélica Luterana do Brasil. Editora Concórdia, 1982. 51


31 2 – AS RELIGIÕES – Cremos, ensinamos e confessamos que as divisões religiosas são criadas pelos homens, e não por Deus; que diariamente se multiplica o número de novas seitas, movimentos, igrejas ou religiões; que o próprio Cristo advertiu que, nos últimos dias, surgiriam falsos cristos e falsos profetas, ensinando coisas contrárias à palavra de Deus; que é impossível existir uma união externa entre as religiões, se não existir uma unidade doutrinária à luz da palavra de Deus; que é uma armadilha satânica afirmar que “todas as religiões são boas e ensinam a verdade”; que o cristão precisa orar e vigiar para não entrar em tentação e ser enganado por falsas doutrinas; que religião cristã somente é aquele que ensina Jesus Cristo ser o Salvador; que o cristão deve filiar-se àquela igreja que comprova todos os seus ensinos com a Sagrada Escritura. 3 – A IGREJA – Cremos, ensinamos e confessamos que há uma igreja cristã invisível, porque só Deus pode ver a fé no coração, formada por todos aqueles que, sem distinção de raça, nacionalidade, cor ou lugar, aceitam e confessam Jesus Cristo como seu Salvador; que esta igreja é uma só, a saber, a santa Igreja Cristã, a comunhão dos santos, a totalidade dos crentes a cristandade - conforme os cristãos o confessam no Credo Apostólico; que Jesus Cristo é a única Cabeça e o único Senhor dessa igreja; que todos os seus membros são iguais e gozam dos mesmos privilégios; que ela se encontra unicamente ali onde o evangelho é anunciado e conhecido; que ela permanecerá para sempre, e não há salvação fora dessa igreja. Cremos, ensinamos e confessamos que há, também, uma Igreja cristã visível ou palpável, formada por todos aqueles que, em determinado lugar, se reúnem e professam a fé cristã e se congregam em torno da palavra de Deus – a comunidade local; - que entre esses, há hipócritas, defensores de falsas doutrinas e incrédulos – o que não acontece na igreja invisível; - que é dever de todo cristão sincero filiarse àquela igreja visível que prega e ensina a palavra de Deus corretamente; - que o cristão não pode conviver com indivíduos, igrejas ou seitas que, de uma ou outra forma, desprezam, alteram ou se distanciam da palavra de Deus. 4 – O MINISTÉRIO – Cremos, ensinamos e confessamos que o ministério pastoral é um ofício ordenado por Deus para anunciar publicamente a palavra de Deus e administrar os santos sacramentos do Batismo e Santa Ceia; que somente homens idôneos, aptos para o ensino e chamados por uma comunidade cristã podem exercer publicamente o santo ministério na Igreja Cristã; que todos os cristãos devem zelar pela natureza da pregação e dar testemunho de sua fé em Cristo Jesus.


32 5 – OS MEIOS DA GRAÇA – Cremos, ensinamos e confessamos que o Criador concede aos homens todos os bens materiais através dos frutos da natureza; que Deus, porém, somente concede os bens espirituais aos pecadores através dos chamados meios da graça; que existem apenas três meios da graça: o evangelho e os sacramentos do Batismo e da Santa Ceia; que, através dos meios da graça, o Espírito Santo age, regenera e converte o pecador, desperta e fortalece a fé no Salvador Jesus Cristo e oferece, dá e sela a graça, o perdão e a vida eterna. 6 – O Batismo – Cremos, ensinamos e confessamos que o Batismo é uma instituição divina, sacramento que o apóstolo Paulo chama de levar regenerador e renovador do Espírito Santo; que o Batismo se destina a todas as pessoas, tanto às crianças como aos adultos; que deve ser administrado com água aspersão ou submersão em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; que, que através do Batismo, a pessoa recebe a graça de Deus, fé, perdão dos pecados, consolo e a promessa da vida eterna; - que a pessoa recebe o Batismo verdadeiro apenas uma vez. 7 – A Santa Ceia – Cremos, ensinamos e confessamos que a Santa Ceia é uma instituição do Senhor Jesus; que o corpo e o sangue de Jesus Cristo estão verdadeiramente presentes em, com e sob o pão e o vinho no sacramento da Santa Ceia; que o corpo e o sangue de Cristo são recebidos por todos os comungantes que participam da mesa do Senhor; que, através deste meio da graça, os cristãos recebem perdão de seus pecados, fortalecimento de sua fé e crescimento espiritual em sua vida cristã; que os participantes incrédulos ou impenitentes também recebem o corpo e o sangue de Cristo, mas para seu próprio juízo ou condenação; que a Santa Ceia somente pode ser administrada aos adultos que podem fazer exame de consciência, que confessam Jesus Cristo como seu salvador, e que querem corrigir a sua vida pecaminosa. 8 – DEUS – Cremos, ensinamos e confessamos que o único Deus verdadeiro é o Deus trino: Pai, Filho e Espírito Santo; que as três pessoas da Santíssima Trindade são inconfundíveis e distintas entre si; que são iguais em poder, glória e majestade; que a Pai é atribuída, especialmente, a obra da criação, ao Filho, a obra da redenção, ao Espírito Santo, a obra da santificação; que este Deus só pode ser conhecido pela revelação da Sagrada Escritura; que somente este Deus deve ser cultuado, adorado e invocado. 9 – O HOMEM – Cremos, ensinamos e confessamos que o homem foi criado por Deus conforme a sua própria imagem, em perfeita bemaventurança, justiça e santidade; que o homem se diferencia de todas as outras criaturas, por possuir alma, vontade e inteligência; que o homem foi


33 criado para viver em eterna comunhão com o Criador; que o homem caiu em pecado ao transgredir a vontade de Deus e passou a ser completamente

corrompido,

tornando-se

vítima

da

morte

e

da

condenação; que, sendo concebido e nascido em pecado, o homem não pode, por si mesmo, restabelecer a verdadeira comunhão com o seu Deus e Criador. 10 – O PECADO – Cremos, ensinamos e confessamos que as primeiras pessoas foram criadas em perfeita justiça a santidade; que a partir da queda em pecado, entrou a corrupção no mundo; que todas as pessoas, por natureza, são espiritualmente cegas, mortas e inimigas de Deus; que todos os seres humanos são concebidos e nascidos em pecado; que todas as misérias do mundo são consequências e manifestações do pecado; que o pecado, tanto o original como o atual, separa o homem de Deus e o condena à morte. 11 – A LEI DE DEUS – Cremos, ensinamos e confessamos que a lei é aquela palavra de Deus que exige perfeição de pensamentos, coração e lama de todos os homens; que a lei mostra o quanto o homem é pecador e imperfeito; que a lei ameaça e condena os transgressores; que a lei não pode salvar ou colocar o homem pecador em comunhão com Deus; que a função principal da lei é levar todos os seres humanos ao conhecimento de seus pecados e de sua condição de pessoas corrompidas e condenadas. 12 – O EVANGELHO – Cremos, ensinamos e confessamos que o evangelho é aquela palavra de Deus que nos fala do amor, da graça e da misericórdia de Deus; que o evangelho é a boa nova da salvação em Cristo Jesus; que, pelo evangelho, o pecador arrependido recebe a absolvição ou o perdão de todos os seus pecados; que o evangelho nos revela tudo o que Cristo fez para libertar o pecador do diabo e da condenação; que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê em Jesus. 13 – O SALVADOR – Cremos, ensinamos e confessamos que Jesus Cristo é o Filho de Deus e que em tudo é igual ao Pai e ao Espírito Santo – verdadeiro Deus; que também é filho da virgem Maria e que se encarnou para redimir e salvar o mundo – verdadeiro homem; que cumpriu toda a lei de Deus em lugar dos pecadores para salvar aos que o aceitam como Salvador; que levou sobre si os pecados e transgressões de todos os homens e morreu na cruz em lugar da humanidade; que desceu ao inferno para mostrar sua vitória sobre o diabo; que ressuscitou dos mortos, subiu ao céu e vive eternamente; - que virá, pela Segunda vez, no fim do


34 mundo, para julgar os vivos e os mortos; que este mesmo Salvador é o único Mediador entre Deus e os homens. 14 – O ARREPENDIMENTO – Cremos, ensinamos e confessamos que o arrependimento, no sentido bíblico, compreende o pesar sincero e o reconhecimento profundo do pecado, bem como a súplica cheia de fé e confiança pelo perdão que Deus concede em nome de Jesus Cristo; - que sem este verdadeiro arrependimento ninguém pode ser salvo; que, ao pecador arrependido, Deus concede, graciosamente, perdão, vida e salvação em Cristo Jesus. 15 – A CONVERSÃO – Cremos, ensinamos e confessamos que a conversão compreende o reconhecimento dos pecados e a fé em Jesus Cristo; - que no ato da conversão acontece uma total mudança na alma, no coração, na vontade e na vida do pecador; que este renascimento ou regeneração acontece somente pela operação do Espírito Santo através da palavra de Deus, sem a cooperação do homem; que com a conversão o pecador passa a ser filho de Deus e vive uma nova vida em Cristo Jesus. 16 – A JUSTIFICAÇÃO – Cremos, ensinamos e confessamos que Jesus Cristo, com a sua morte e ressurreição, realizou tudo que era necessário para reconciliar o pecador com Deus: que Deus declarou livre toda a humanidade dos pecados, transgressões e iniquidades, unicamente por causa do sacrifício salvador de Jesus Cristo; que esta libertação, justificação ou perdão para os pecadores de todo o mundo passa a ser prosperidade de cada indivíduo que a aceita pessoalmente; que todos os que, pela fé, aplicam a si esta declaração da graça de Deus, passam a ser justos e santos diante de Deus; que ninguém pode justificar-se por obras ou esforços próprios, mas a justificação apenas acontece pela graça de Deus, mediante a fé em Cristo Jesus, nosso Salvador. 17 – A SANTIFICAÇÃO – O ensino da igreja Cremos, ensinamos e confessamos que a santificação é a nova vida cristã que o filho de Deus vive pela fé em Cristo; que esta nova maneira de viver acontece junto com a conversão do pecador; que, pela fé, o cristão agora quer pensar, falar, agir e viver conforme a vontade de Deus; que todos os verdadeiros cristãos precisam ser ativos na prática de boas obras ou produção de bons frutos; - que o cristão procura investir os seus dons, talentos e bens no reino de Deus; - que a vida santificada é constante e progressiva, mas a perfeição absoluta apenas virá na vida eterna. 18 – A FÉ – Cremos, ensinamos e confessamos - que a fé salvadora compreende três elementos básicos: reconhecimento, aceitação e confiança em Cristo; que, através da fé o pecados arrependido recebe o


35 perdão de seus pecados mediante os méritos, morte e ressurreição de Jesus Cristo; que o homem é incapaz de, mediante as suas obras, inteligência ou esforço próprio criar esta fé em seu coração; que é o Espírito Santo quem opera e dá esta fé salvadora, através dos meios da graça: evangelho e os sacramentos do Batismo e da Santa Ceia; que todo aquele que guardar esta fé até à morte, receberá a coroa da vida eterna; que sem esta fé em Cristo ninguém pode ser salvo. 19 – AS BOAS OBRAS – O ensino da igreja Cremos, ensinamos e confessamos - que as boas obras diante de Deus é tudo aquilo que o cristão pensa, fala ou realiza, de acordo com a vontade de Deus, para a glória de Deus e o bem do próximo; - que as boas obras são frutos ou consequências da fé; - que a fé sempre precede e acompanha as boas obras e com tal somente o cristão as pode praticar; - que as boas obras por si não são necessárias para a salvação, mas que a fé salvadora não existe sem boas obras; que o cristão, movido pela graça e o amor de Deus, procura praticar boas obras todos os dias de sua vida. 20 – A ORAÇÃO – Cremos, ensinamos e confessamos que a oração é um ato de fé e de comunhão com Deus; que não é um sacramento, como o Batismo e a Santa Ceia; que conta com a ordem e a promessa de Deus; que o filho de Deus deve orar sem cessar; que a oração deve ser feita com fé, em nome de Jesus; que Deus ouve todas as orações daqueles que o invocam em espírito e em verdade; que ninguém pode prescrever o tempo e a modalidade de Deus atender as orações. 21 – AS OFERTAS – Cremos, ensinamos e confessamos que todos os cristãos, movidos pela graça e o amor de Deus, devem investir seus dons, talentos e ofertas em favor do progresso da igreja; que, embora os fiéis do Antigo Testamento deveriam, por lei, ofertar 10% de seus bens, Deus não estabelece uma quantia precisa aos cristãos do Novo Testamento; que o cristão aceita como o grande princípio de suas ofertas as palavras: “Deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor”, e então “na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários”; que Deus utiliza as ofertas do cristão para propagar o evangelho de Jesus Cristo ao mundo. 22 – OS ANJOS – Cremos, ensinamos e confessamos que há duas categorias de anjos: bons e maus; que os anjos bons são espíritos poderosos, que vivem na glória dos céus, louvam a Deus, cumprem as suas ordens e servem aos filhos de Deus; que os anjos maus são espíritos que se desviam do Criador; que são condenados e sofrem os eternos tormentos do inferno; que, como inimigos de Deus e dos homens,


36 procuram destruir a obra da igreja de Deus; que o principal dos anjos maus é chamado de diabo ou Satanás, o pai da mentira. 23 – FÉ E EFICIÊNCIA – Cremos, ensinamos e confessamos que a doutrina da igreja cristã e a verdadeira ciência não se contradizem necessariamente; que, porém, quando fatos, pesquisas e afirmações de cientistas estão em desacordo com os ensinos da palavra de Deus, é preciso saber que a “Escritura não pode falhar” e que os homens estão equivocados em seus métodos e cálculos; que a teoria da evolução não é ciência, mas uma simples teoria humana que contradiz a doutrina da Sagrada Escritura; que a ciência, por mais perfeita que seja, jamais pode salvar o homem pecador; - que somente a Sagrada Escritura nos pode tornar sábios para a salvação pela fé em Cristo Jesus. 24 – A CRIAÇÃO – O ensino da igreja Cremos, ensinamos e confessamos - que Deus criou os céus e a terra, e tudo que neles existe; - que Deus criou todas as coisas do nada, pela palavra do eu poder; - que Deus estabeleceu todas as leis do universo e mantém, governa e sustenta toda a criação; - que a teoria da evolução sobre a origem do mundo e dos homens é contrária aos ensinos da Sagrada Escritura. 25

– O JUÍZO FINAL – O ensino da igreja Cremos, ensinamos e

confessamos - que Deus determinou um dia em que julgará o mundo com justiça; - que neste dia Cristo voltará visível e glorioso; - que neste dia todos os mortos serão ressuscitados e todos os que, neste dia, estiverem vivos serão transformados e arrebatados; - que todos os incrédulos serão julgados, condenados e lançados ao fogo do inferno, com as palavras do Senhor: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus seguidores”; - que todos os que crêem em Cristo como Salvador receberão a vida eterna na glória dos céus, com as palavras do Senhor: “Vinde, benditos de meu Pai, entrai no gozo de vosso Senhor que vos está preparado desde a fundação do mundo”; - que ninguém pode calcular e marcar o dia da vinda de Cristo; - que o cristão sempre deve estar preparado para o grande encontro. 26 – A FAMÍLIA – O ensino da igreja Cremos, ensinamos e confessamos que o matrimônio, entre um homem e uma mulher, é uma sagrada instituição de Deus; - que o vínculo matrimonial é inviolável, e que o divórcio – mesmo sendo em caso de adultério ou abandono malicioso – é quebra da promessa e transgressão da lei de Deus; - que o casal deve viver em amor, consideração, honra e respeito mútuos; - que pais cristãos têm o dever de instruir seus filhos na disciplina e admoestação do Senhor; - que a família cristã, além de participar dos cultos públicos, realiza


37 devoções no lar, para se aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar na palavra de Deus. 27 – IGREJA E ESTADO – O ensino da igreja Cremos, ensinamos e confessamos - que embora igreja e estado serem instituições divinas, é preciso manter clara diferença quanto aos objetivos e meios das duas organizações; - que através da igreja Deus quer salvar as almas, enquanto que através do estado Deus quer manter a ordem exterior entre os homens; - que a igreja apenas usa a palavra de Deus e os santos sacramentos como meios para atingir os seus objetivos, enquanto que o castelo elabora suas leis próprias e pode usar a espada e outras punições físicas para atingir seus objetivos; - que a igreja – que busca o bem espiritual dos homens – e o estado – que busca o material dos homens – devem viver em respeito e harmonia, sob a orientação e a bênção de Deus. 28 – AS CONFISSÕES – O ensino da igreja Cremos, ensinamos e confessamos - que a igreja cristã sempre definiu e defendeu suas doutrinas com base na revelação da Sagrada Escritura; - que estas súmulas doutrinárias são conhecidas como confissões ou credos; - que estes documentos confessionais não são acréscimos à palavra de Deus, mas definições ou declarações resumidas da verdade já exposta na Sagrada Escritura; - que estas confissões são necessárias para defender a igreja cristã de falsos ensinos; - que a Igreja Luterana aceita a Sagrada Escritura como única regra, juiz e norma de seus ensinamentos, e reúne estes seus ensinos.

2.3. POÉTICA E TEXTO O conceito de poética entende-se como parte dos estudos literários que se “propõe a investigar os processos que dizem respeito às normas versificatórias dos textos, os componentes teóricos de que se revestem, bem como os compêndios de poética”52 ligada a retórica associada a linguagem e expressão humana. A poesia, ou texto lírico, é uma das sete artes tradicionais, pela qual a linguagem humana é utilizada com fins estéticos ou críticos, ou seja, ela retrata algo em que tudo pode acontecer dependendo da imaginação do autor como a do leitor. "Poesia, segundo o modo de falar comum, quer dizer duas 52

Dicionário Eletrônico Houaiss de Língua Portuguesa, 2001.


38 coisas. A arte, que a ensina, e a obra feita com a arte; a arte é a poesia, a obra poema, o poeta o artífice."53 A poesia compreende aspectos metafísicos e a possibilidade desses elementos transcenderem ao mundo fático. Esse é o terreno que compete verdadeiramente ao poeta. 54 Num contexto mais amplo, a poesia aparece também identificada com a própria arte, o que tem razão de ser já que qualquer arte é, também, uma forma de linguagem (ainda que, não necessariamente, verbal). É a arte de poetizar que nos permite exprimir aquilo que está dentro de nós. Também pode ser encarado como o modo de uma pessoa se expressar usando recursos linguísticos e estéticos. O contexto em que foi criada pode ser essencial para a poética e para o desenvolvimento do gênero e da forma poética. Poesias que registram os eventos históricos em termos épicos55 serão necessariamente longas e narrativas, enquanto a poesia usada para propósitos litúrgicos (hinos, salmos, entre outros do gênero) é suscetível de ter um tom de inspiração, enquanto que elegia e tragédia são destinadas a invocar respostas emocionais profundas. Outros

contextos

incluem cantos

gregorianos,

diplomático,56 retórica e políticas,57 cantigas

de

o roda

discurso alegres

formal e

ou

versos

fantásticos, e até mesmo textos médicos.58 O historiador polonês de estética Wladyslaw Tatarkiewicz, em um trabalho acadêmico sobre "O Conceito de Poesia", traça a evolução do que são

53

ALMEIDA, Manuel Pires de (1597-1655). Discurso sobre o poema heróico. Manuscrito depositado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo (Lisboa), cota: Casa do Cadaval, vol.1, fls.629-37, ALMEIDA (sXVI) apud MUHANA, 2006. 54

ARISTÓTELES. Poética, IX-50.

55

Muitos estudiosos, particularmente aqueles que pesquisaram a tradição homérica e os épicos orais dos Balcãs, sugerem que a escrita antiga mostra traços nítidos de velhas tradições orais poéticas, incluindo o uso de frases repetidas como blocos construídos em grandes unidades poéticas. Uma forma rítmica e repetitiva poderia fazer uma longa história mais fácil de ser lembrada e recontada, antes da escrita estar disponível como uma ajuda para a memória. 56 Por exemplo, no mundo árabe, a diplomacia foi muito executada através da forma poética, no século XVI. Veja Natalie Zemon Davis. Trickster's Travels. Hill & Wang, (2006), ISBN 0-8090-9435-5. 57 58

Exemplos de invectiva política incluem poesia difamatória...

Na Grécia Antiga, trabalhos médicos e acadêmicos muitas vezes eram escritos em forma de métricas. Um milênio e meio depois, muitos dos textos médicos de Avicena foram escritas em versos.


39 na verdade dois conceitos de poesia. Tatarkiewicz assinala que o termo é aplicado a duas coisas distintas que, como o poeta Paulo Valéry observou, "em um certo ponto encontram união. […] A poesia é uma arte baseada na linguagem. Mas a poesia também tem um significado mais geral […] que é difícil de definir, porque é menos determinado: a poesia expressa um certo estado da mente.59 Os poemas permitem uma classificação conforme as suas características. Por exemplo, o poema épico é, geralmente, narrativo, de longa extensão, eloquente, abordando temas como a guerra ou outras situações extremas. Dentro do género épico, destaca-se a epopeia60. Já o poema lírico pode ser muito curto, podendo querer apenas retratar um momento, um flash da vida, um instante emocional. Poesia é a expressão de um sentimento, como por exemplo o amor. Vários poemas falam de amor. O poema é o seu sentimento expressado em belas palavras, palavras que tocam a alma. Poesia é diferente de poema. O poema é a forma em que está escrito e a poesia é o que dá a emoção ao texto. A poesia pode fazer uso da chamada licença poética, que é a permissão para extrapolar o uso da norma culta da língua, tomando a liberdade necessária

para

recorrer

a

recursos

como

o

uso

de palavras

não

costumeiramente usadas, desvios da norma ortográfica que se aproximam mais da linguagem falada ou a utilização de figuras de estilo como a hipérbole ou outras para expressar o inexpressável. A matéria-prima do poeta é a palavra e, assim como o escultor extrai a forma de um bloco, o escritor tem toda a liberdade para manipular as palavras, mesmo que isso implique romper com as normas tradicionais da gramática. Limitar a poética às tradições de uma língua é não reconhecer, também, a volatilidade das falas.

59

Wladyslaw Tatarkiewicz, "The Concept of Poetry, " Dialectics and Humanism, vol. II, nº 2 (primavera de 1975), p. 13. Poesia épica (em grego antigo: ἐπύλλιον, plural: ἐπύλλια, epyllia) é um gênero da literatura que se refere a um poema narrativo relativamente curto (ou episódios discretos dentro de um trabalho mais longo) que mostra afinidades formais com o épico, mas revela uma preocupação com temas e técnicas poéticas que não são, no geral, ou, pelo menos, primariamente características adequadamente épicas. 60


40 A linguagem, os discursos e a comunicação, em termos retóricos, avançam.

Por

isso

é

importante

mencionar

e

considerar

a poesia

contemporânea que está para ser produzida com palavras que pulam para “fora da página”. A nova corrente literária, que explora a plataforma da Web não apenas em termos de divulgação, mas também no que se refere à criação, tem chamado a atenção dos estudiosos. O professor Jorge Luís Antônio, autor do livro Poesia Digital: teoria, história, antologias, afirmou a um jornal brasileiro sobre esses artistas recentes: “Alguns fazem apresentações em público, na mesma linha dos dadaístas do Cabaret Voltaire61, no começo do século XX. Outros fazem poesia ‘cíbrida’ [contração de ‘híbrido’ e ‘cibernético’], com uso de arte, design e tecnologia. O importante é que todos focam nos aspectos poéticos”. É importante destacar, nessa conceituação de poesia, a relação com a semiótica. A poesia digital é marcada pela natureza multimidiática. A palavra ganha novos valores ao interagir com recursos sonoros e de vídeo. Não raro é o uso da tridimensionalidade para efeitos de criação artística. Ela pode ser considerada resultado de negociações semióticas com a tecnologia; são elas a mediação, transmutação e intervenção. A mediação poeta-máquina possibilita a assimilação de neologismos e conceitos tecnológicos, ambos aplicados como temas e expressões poéticas. É quando o poeta realiza a semiose poesiacomputador, tomando conhecimento do significado cultural da máquina, que passa a ter valor em sua arte verbal. Outro nível de mediação ocorre na mudança da função predominante da máquina – de pragmática, referencial e objetiva para poética. Isso se dá quando o poeta assimila a linguagem da máquina e intervém nela, lançando mão da criatividade de que dispõe. A relação entre poesia e tecnologia assemelha-se a alguns conceitos da literatura na medida em que repete as teorias “imitativa” e “expressiva” da arte. A realidade interior e exterior é simulação para a

61

O Cabaret Voltaire era um clube artístico localizado em Zurique, no qual havia um teatro e uma sala de exposições e conferências, onde os dadaístas passaram a se reunir, a partir de 1915. O fundador e pseudocomandante do grupo era Hugo Ball (porque os dadaístas não aceitavam regras e imposições). Os demais integrantes eram, em sua maioria, artistas refugiados, que teriam sido convocados para a Primeira Guerra Mundial caso estivessem em seus países de origem. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabaret_Voltaire visualizado em 04/11/2016)


41 tecnologia computacional e a expressão é uma recriação do mundo tecnológico através da arte da palavra.62 O tecnopoeta, ciente de tal tecnopólio, que é avassalador, encontra-se cercado de uma realidade tecnocentrista que se lhe serve como linguagem poética. Da mesma forma, o poeta romântico na Revolução Industrial63 criava um mundo subjetivo e idealizado como resposta à realidade extenuante da industrialização. A linguagem tecnológica se transforma em tecnopoética, sedo que a cultura não se rende à tecnologia, mas sofre a intervenção do poeta para fazer dela outra forma de comunicação. Texto entende-se um “conjunto das palavras de um autor, em livro, folheto, documento, redação original de qualquer obra escrita ou conjunto de palavras citadas para provar alguma ideia ou doutrina” 64. Mas é importante deixar claro a complexidade da compreensão das formas de organização do texto, bem como o seu encantamento e resultado esperado é relativo ao contexto em que se está sendo inserido.

2.4. MÚSICA É bem comum pessoas se referirem a música como a letra que o cantor está cantando ou a poesia que o coro está entoando e pouco, ou nada, ao som que está por detrás do texto. Mas no conceito de hino ou hinologia, a letra/poesia/texto é um importante ingrediente e a música é outro elemento indispensável para ser um hino. O conceito de música, pretendemos unificar neste momento. Quando se movimenta, fala, se canta, se vive, tudo o que existe, estimula e produz música. Quando existe ação e reação ou movimento, há 62

ANTONIO, J. LUIZ. Poesia Digital: teoria, história, antologias. São Paulo: Navegar Editora, FAPESP e Luna Bisonts Prods, 2011. AQUILES, MÁRCIO. Novos poetas pulam para fora da página. Folha de S. Paulo, São Paulo, E3, 17 de setembro de 2011. HANSEN, João Adolfo. Alegoria: construção e interpretação da metáfora. São Paulo: Atual, 1986. 63

Revolução Industrial foi a transição para novos processos de manufatura no período entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840. Esta transformação incluiu a transição de métodos de produção artesanais para a produção por máquinas, a fabricação de novos produtos químicos, novos processos de produção de ferro, maior eficiência da energia da água, o uso crescente da energia a vapor e o desenvolvimento das máquinas-ferramentas, além da substituição da madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão. A revolução teve início na Inglaterra e em poucas décadas se espalhou para a Europa Ocidental e os Estados Unidos. 64

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42 som, há Música. Tudo o que existe são corpos sonoros, pois cada um possui o seu “som” ou “ruído” característico. Esses sons podem ser combinados ou não. Ou seja, a Música faz parte da essência do ser humano. A origem da música não pode ser estabelecida, nem a época de seu aparecimento. Presume-se que tenha se desenvolvido a partir da dança e da palavra cantada, uma vez que o canto sempre foi empregado, desde a época mais remota, em todas as cerimônias religiosas, quase sempre unido à dança, considerada pelos povos da antiguidade como arte sagrada. Não há vestígios de que ficasse gravado qualquer canto do homem pré-histórico, nada tendo ficado de concreto que nos possa revelar algo da música na era primitiva. É interessante lembrar que os musicólogos são unânimes em considerar que da associação da arte da dança e da palavra cantada é que surgiu a arte da música. Entre os povos da antiguidade destacam-se pela sua civilização os egípcios, os árabes, os assírios, os babilônicos, os caldeus, os hebreus, os indianos, os chineses e os gregos. A música antiga era, ao que tudo indica, em uníssono, e tomava parte em todos os atos solenes, principalmente nas cerimônias religiosas. É na música cristã, porém, que vamos encontrar a origem das mais belas e sinceras realizações da arte musical, e a fonte de inspiração daqueles que, por suas sublimes melodias e ricas harmonias, deixaram seus nomes gravados na história da música. A palavra MÚSICA é de origem grega e significa “a força das musas”. Estas eram as ninfas que ensinavam aos seres humanos as verdades dos deuses, semideuses e heróis, através da poesia, da dança, do canto lírico, do canto coral, do teatro, etc. Todas estas manifestações eram acompanhadas por sons. Então a MÚSICA, numa definição mais precisa, seria a Arte de Ensinar”. Aproximadamente, até o século XV, a atividade musical era fortemente utilitária: tinha a função ritual (em todas as religiões de todos os povos de todo o mundo), tinha função de comunicação (os trovadores que levavam notícias, etc.), função de trabalho (marinheiros, soldados, etc.), cotidiana (ninar, lavar roupa etc.), lazer (canções e dança, música ambiente nas cortes, acompanhando poemas e peças teatrais) e outras atividades sócio artísticas (educação, medicina, militar, moda etc., propaganda – comerciais, políticas, etc., hinos de todos os tipos, etc.).


43 A música é uma linguagem sonora, e também de movimento, assim como a dança. Ambas ocorrem na dimensão temporal: têm princípio, meio e fim, e necessitam que transcorra um determinado espaço de tempo para que possam ser apreciadas65. Importante, também, é perceber-se a necessidade de um intérprete – o espectador não terá condições de apreciar uma obra musical, uma coreografia, se não for executada por alguém - uma ou mais pessoas. Isso remete à condição extremamente socializadora dessas artes. O artista, pois, ao mesmo tempo em que deseja expressar suas emoções, ansiedades, sentimentos ou percepções do quotidiano, necessita ardentemente que alguém o perceba. Mais que isso, precisa ver sua obra (ou interpretação) apreciada e aplaudida por outros. Eis a personalidade altruísta que aqui se estabelece: tanto

mais

se

regozijará

o

artista

quanto

mais

puder

sentir

que,

verdadeiramente, tiver agradado aquele que o assiste. Outro aspecto a ser ressaltado é o da abstração. São linguagens desprovidas de palavras66. A música é a arte de combinar os sons, através dos elementos básicos musicais, a saber, melodia, harmonia, ritmo, silêncio e ruído. Esta música é percebida pela audição, direcionada ao intelecto humano que, após processar as informações

assimiladas

pelos sentidos,

inevitavelmente

desencadeará

sensações, emoções e reflexões. A noção de Arte da Música, voltada para a criação abstrata de obras que explorassem os parâmetros musicais, só surgiu no Renascimento europeu e em países como França, Itália, Inglaterra e Alemanha. É claro que encontramos nos padres medievais esta pesquisa ou mesmo na China, na Índia, na Grécia Antiga e entre os árabes, mas o alcance racionalista ocidental foi mais profundo, pois além dos tratados teóricos, desenvolveu-se toda uma grafia uniforme e precisa para registrar os sons com dois propósitos: fixação para execução, documentação e estudo e também o desenvolvimento da imprensa musical. Esta música, denominada muitas vezes de Erudita (Clássica

65

BORGES, Gilberto André. Tecnologias da Informação e Comunicação na formação inicial do professor de música: um estudo sobre o uso de recursos tecnológicos por estudantes de licenciatura em música no Estado de Santa Catarina. Dissertação de mestrado. Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Música. Florianópolis, 2010. CABRAL, G.; SILVEIRA, W.; FLORÊNCIO, F. (2011), “Criação, Apreciação e Performance com Suporte Digital no Ensino Básico de Música”. In XX Congresso Anual da ABEM, 11, Vitória, 2011. 66


44 ou de Concerto), é um tipo de experimentação que não tem uma utilidade prática e que serve somente para apreciação estética e destinada a um ambiente designado pelo compositor. Assim, Música é a arte da inteligência humana

trabalhar

com

sons

e

tem

por

objetivo

a

expressividade,

universalidade, a abstração e a exploração técnica. A Teoria Musical é tida por muitos como uma coisa chata e difícil, mas quando compreendida torna-se fácil e muito interessante, pois nos fará entender, questionar, definir e escrever o que tocamos ou mesmo cantamos. A teoria musical pode ser lida e estudada em qualquer parte do mundo graças a sua padronização, quando a conhecemos e a dominamos, temos acesso a ilimitadas matérias para estudo. Música é a arte de expressar nossos sentimentos através dos sons e a teoria é o conjunto de conhecimentos que propõe explicar, elucidar e interpretar o que ocorre nesta atividade prática e é uma importante ferramenta na formação de conceito, metodologia de estudo, maneira de pensar e entender o que fazemos. É a parte científica do estudo da música. É bom saber que a teoria só fará sentido se puder ser aplicada na prática, pois a teoria sem prática é como fé sem obras. Portanto, música, além da ciência dos sons, é Arte e Criatividade, e apesar de todo o conhecimento teórico, o som, princípio básico da existência da música, é gerado pela prática. Enfim, a prática e a teoria devem caminhar juntas.

2.5. SOM Como já disse anteriormente o princípio da música é o som, ele é produzido por movimentos de corpos vibratórios, que transmitem essa vibração para o ar (Ondas sonoras) que chegam aos nossos ouvidos que as interpretam diferenciando suas propriedades como: Intensidade - É a propriedade do som ser fraco ou forte (dinâmica, volume). Altura - É a propriedade do som ser grave, médio ou Agudo. Sons Graves (baixos, mais grossos) Sons Agudos (altos, mais finos). Timbre - É a qualidade e característica particular que nos permite reconhecer sua origem. Exemplo: Podemos observar um cantor interpretando, cantando bem suave ou soltando a voz bem forte, isto é Intensidade. Cantando agudo (fino) como voz de mulher ou baixo (grosso), isto


45 é Altura. Podemos identificar de quem é a voz pelas qualidades e características, isto é reconhecer o seu Timbre. Portanto, música entende-se como “a arte de se exprimir por meio de sons, seguindo regras variáveis conforme a época, a civilização67”, a cultura, a geografia e os recursos naturais locais.

2.6. O QUE SIGNIFICAVA A MÚSICA PARA LUTERO? Lutero admirava as artes, especialmente a música. Lutero era músico.

Tocava alguns instrumentos, especialmente o alaúde e a flauta.

Também gostava de cantar. Na história da Reforma a música ocupa seguramente um dos mais emocionantes capítulos. Para Lutero a música tinha um valor muito especial. Ela não era apenas mais uma atividade que fazia parte da sua vida e seu trabalho. Ela fazia parte do seu próprio sentimento. Nos seus escritos, quando fala sobre a música, percebe-se que ele escreve com

“o

coração”.

Algumas

declarações

suas

sobre

a

música

são

impressionantes: A música é um dos mais belos e gloriosos dons de Deus. Ela é inimiga de Satanás, através da qual pode-se espantar muita tentação e maus pensamentos. O diabo não a aprecia. A música é uma das mais belas artes. A melodia dá vida ao texto. A música espanta o espírito da tristeza, como se pode ver na história do rei Saul. A música é o melhor remédio para quem está triste, pois devolve paz ao coração, renova e refrigera. A música é um belo e glorioso presente de Deus, muito semelhante à teologia. Eu não trocaria meus poucos dons de música por nada neste mundo. Deveríamos ensinar esta arte aos jovens, pois ela os torna gente boa e habilidosa.68

Merle D’Aubigne também registra este sentimento: Certo dia, quando amigos cantavam lindos hinos em sua casa, ele exclamou com entusiasmo: “Se o Senhor Deus espalhou tão admiráveis

67 68

Dicionário Eletrônico Houaiss de Língua Portuguesa, 2001.

Castelo Forte 07 de Maio de 1983. Trad. de Vilson Scholz. Porto Alegre: Concórdia Editora Ltda, São Leopoldo: Editora Sinodal.


46 dons nesta terra, que não passa de um obscuro recanto, como não será na vida eterna onde tudo é perfeição.”69

Numa carta a Ludovico Senfl70, Lutero também expressa este sentimento: Não há dúvida alguma de que o germe de muitas virtudes está presente nas personalidades que são sensíveis à música; aquelas pessoas, entretanto, que não são tocadas por ela, acredito que se parecem muito com toros de madeira e blocos de pedra. Pois sabemos que os demônios odeiam e não suportam a música. Dou minha opinião bem franca e não hesito em afirmar que, depois da teologia, não existe arte que se possa equiparar à música, porque somente ela, depois da

teologia,

é

que

consegue uma coisa que no mais só a teologia proporciona: um coração tranquilo e alegre. Uma prova muito clara disto é que o diabo, o causador de tristes preocupações e de tumultos perturbadores, foge do som da música quase tanto como da palavra da teologia. (...) Mas que estou eu louvando a música, tentando pintar, ou melhor, desfigurar algo tão grande em pedaço de papel tão pequenino? Acontece que é muito forte e está transbordando o meu amor pela música, que por diversas vezes me deu conforto e me livrou de grandes aflições.71

Lutero entendia que cantar, era algo que deveria fluir naturalmente do cristão. No prefácio do Hinário de Wittemberg, de 1524, o primeiro hinário Luterano, Lutero se expressa dizendo: “Acredito que nenhum cristão ignora que cantar hinos sacros é coisa boa e agradável a Deus”. 72 O reformador era da opinião de que a música na igreja devia servir como meio educativo.

Neste mesmo prefácio ele diz que gostaria que a

juventude fosse educada na música e outras artes e “que tivesse algo que lhe permitisse libertar-se das canções de amor e outros cantos profanos,

J.H.Merle D’AUBIGNE, História da Reforma do XVI Século. Trad. de J. Carvalho. São Paulo: Casa Editora. Presbiteriana. Vol. III cap.IX p. 200. 69

70 Ludovico Senfl, cantor da capela palatina do imperador Maximiniano e principal mestre de canto polifônico alemão. (http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/296/lutero-e-a-musica visualizado em 04/11/2016). 71

Martinho LUTERO. Pelo Evangelho de Cristo. Carta a Ludovico Senfl. Porto Alegre: Concórdia Editora. São Leopoldo: Editora Sinodal, 1984 p. 216. 72

LUTERO, Martinho. Pelo Evangelho de Cristo. Tradução de Walter O. Schlupp. Porto Alegre: Concórdia Editora Ltda, São Leopoldo: Editora Sinodal, 1984 (pp. 203-231).


47 aprendendo algo de sadio em seu lugar”. 73 Numa outra ocasião se expressou dizendo que: “A música é um auxílio à disciplina e à educação; ela torna os homens mais amáveis, melhores, mais sociáveis, mais razoáveis. 74 Para Lutero a música na igreja tem especialmente a finalidade de “difundir e promover o sagrado Evangelho”.75 Falando do apóstolo Paulo, o qual recomenda aos colossenses cantarem (Cl 3.16), diz ele que a música na igreja deve servir para “difundir a doutrina cristã, a fim de que ela seja praticada de toda maneira possível.”76 Ao falar da música como um dom de Deus, Lutero se expressa dizendo: After all, the gift of language combined with the gift of song was only given to man to let him know that he should praise God with both word and music, namely, by proclaiming [the Word of God] throug music and by providing sweet melodies with words. 77

2.6. PERFORMANCE OU EXECUÇÃO MUSICAL No

contexto

das

artes,

o

termo performance designa

as

apresentações de dança, canto, teatro, mágica, mímica, malabarismo, referindo-se ao seu executante como performer. Na segunda metade do século XX, surge um gênero artístico nos Estados Unidos denominado Performance Arte (Arte de Performance), com características específicas.78 Alguns teóricos, como Jorge Glusberg, porém, interpretam que tal manifestação artística tem sua origem já na antiguidade.79

73

Idem, Ibidem p. 203.

74

Citado por Leopoldo HEIMANN. Lutero era Músico. in Mensageiro Luterano Nov. 83 p.

03 75

LUTERO, Martinho. Pelo Evangelho de Cristo. Tradução de Walter O. Schlupp. Porto Alegre: Concórdia Editora Ltda, São Leopoldo: Editora Sinodal, 1984, pg. 203. 76

Idem Ibidem p.203

Martin LUTHER. Preface to Georg Rhau’s Symphonieae Iucundae in Luther’s Works Liturgy and Hymns Vol.53. Edited and translated by Ulrich S. LEOPOLD. Philadelphia: Fortress Press, 1965 p. 323. 77

78 79

Goldberg, Roselee (2012). Arte da Performance [S.l.: s.n.] ISBN 9789899556508.

Cohen, Renato (2013). Performance como Linguagem: criação de um tempo-espaço de experimentaçao [S.l.: s.n.] p. 16. ISBN 978-8527300094.


48 Execução musical ou performance compreende-se “ato ou efeito de executar, de passar do projeto ao ato; realização”80 de uma partitura ou ideia para um ato musical ao vivo. Ou seja, “capacidade particular de tocar um instrumento musical”81 ou “habilidade, competência ou energia de realizar algo”82 musicalmente ou sonoramente. A palavra tem suas origens no francês antigo: parformance, de parformer - accomplir -

(fazer,

cumprir,

conseguir,

concluir)

podendo

significar ainda levar alguma tarefa ao seu sucesso. Palavra que se origina do latim,

formada

pelo prefixo

latino per mais formáre (formar,

dar

forma,

estabelecer). Em seu significado mais elementar pode significar iniciar, fazer, executar ou desenvolver uma determinada tarefa. Em 1990 a Enciclopédia Britânica registrava a entrada do termo performance, apenas juridicamente, como o ato de realizar o que está definido num contrato. Uma performance de sucesso seria aquela que desobrigaria os seus assinantes de qualquer outra responsabilidade contratual futura. A palavra performance é formada pelo prefixo de origem latina per. Segundo o Dicionário Aurélio per pode assumir o significado de movimento através, proximidade, intensidade ou totalidade, como em percorrer, perdurar, perpassar (1a. ed.). Apresenta uma função de ênfase, como em perambulante (per + ambulante). O substantivo forma, também de origem latina, é registado no Dicionário Aurélio (1a. ed.) em dezessete significados distintos, destacando-se limites exteriores da matéria de que é constituído um corpo, e que confere a este um feitio ou configuração particular. De outra forma o define o Dicionário Etimológico de António Geraldo da Cunha, como modo sob o qual o qual uma coisa existe ou se manifesta (exemplo: configuração, feitio, feição exterior).83 Tecnologia (do grego τεχνη — “técnica, arte, ofício” e λογια — “estudo”) é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal

80

Dicionário Eletrônico Houaiss de Língua Portuguesa, 2001.

81

Dicionário Eletrônico Houaiss de Língua Portuguesa, 2001.

82

Dicionário Eletrônico Houaiss de Língua Portuguesa, 2001.

83

https://pt.wikipedia.org/wiki/Performance


49 conhecimento. Existem vários tipos de tecnologia e cada uma atua em uma frente, trazendo diferentes resultados e cenários para a sociedade.84 Atentamos para este conceito, uma vez que, com uma performance ou execução satisfatória85 de qualquer hino ou canção, atrairá a atenção de qualquer ouvinte, ao passo que uma execução não satisfatória criará um sentimento de piedade e ajuda na audiência, exceto em questões educacionais, bem como, em públicos hostis, uma repulsa. É bem verdade que a satisfação é relativa conforme a educação, cultura e região do mundo em que a pessoa provem, mas é necessário levar em consideração essa variável nas performances da vida, pois interfere na comunicabilidade dos conteúdos.

2.7. CULTURA Cultura (do latim cultura) é um conceito de várias acepções, sendo a mais corrente, especialmente na antropologia, a definição genérica formulada por Edward B. Tylor86 segundo a qual cultura é "todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade" Embora a definição de Tylor tenha sido problematizada e reformulada constantemente, tornando a palavra "cultura" um conceito extremamente complexo e impossível de ser fixado de modo único... O termo cultura é de uma complexidade cujo conceito trago de um dos renomados estudiosos britânicos de cultura, Raymond Williams, a fim de defini-lo em um robusto verbete: Culture é uma das duas ou três palavras mais complicadas da língua inglesa. Isso ocorre em parte por causa de seu intrincado desenvolvimento 84

https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_musical (visualizado 28/10/2016).

Satisfatória – suscetível de satisfazer. Regular, suficiente, aceitável: desculpa satisfatória. Comentário: É bem verdade que é relativo esse conceito conforme a educação, cultura e região do mundo, mas é necessário levar em consideração essa variável nas performances da vida. (https://www.dicio.com.br/satisfatorio visualizado em 3/11/2016) 85

86

Edward Burnett Tylor foi um antropólogo britânico[1]. Era irmão do geólogo Alfred Tylor. Tylor filia-se à escola antropológica do evolucionismo social. Considerado o pai do conceito moderno de cultura[2], Tylor vê, porém, a cultura humana como única, pois defende que os diferentes povos sofreriam convergência de suas práticas culturais ao longo de seu desenvolvimento, ideia que não é consenso hoje em dia. Sua principal obra é Primitive Culture (1871). (https://pt.wikipedia.org/wiki/Edward_Burnett_Tylor visualizado em 04/11/2016)


50 histórico em diversas línguas europeias, mas principalmente porque passou a ser usada para referir-se a conceitos importantes em diversas disciplinas intelectuais distintas e em diversos sistemas de pensamento distintos e incompatíveis. A precursora imediata é o latim cultura, da precursora rastreável colere. Colere tinha uma gama de significados: finalmente se separaram nos substantivos derivados, embora ainda haja superposições ocasionais. Dessa maneira, “habitar” desenvolveu-se do latim colonus até chegar a colony [colônia). “Honrar com veneração” desenvolveu-se do latim cultus até chegar a cult [culto]. Cultura assumiu o sentido principal de cultivo ou cuidado, incluindo, como em Cícero, cultura animi, embora com significados medievais subsidiários de honra e adoração (cf., em inglês, cultura como “adoração” em Caxton, 1493). As formas francesas do latim cultura eram couture, do francês antigo, que a partir de então desenvolveu seu próprio sentido especializado, e mais tarde culture, que por volta do início do século 15 havia passado para o inglês. O sentido primordial referia-se, então, a lavoura, isto é, o cuidado com o crescimento natural. Em todos os primeiros usos, cultura era um substantivo que se referia a um processo: o cuidado com algo, basicamente com as colheitas ou com os animais87 [...]

Esta palavra teve um desenvolvimento histórico conceitual que é importante considerar, como prossegue WILLIAMS: A partir do século 16, o cuidado com o crescimento natural ampliou-se para incluir no processo de desenvolvimento humano, e esse, ao lado do significado original relativo a lavoura, foi o sentido principal até o final do século 18 e inicio do século 19. Daí More: “para a cultura e o proveito de suas mentes”; Bacon: “a cultura e o cultivo das mentes” (1605); Hobbes: “uma cultura de suas mentes” (1961); Johnson: “ela negligenciou a cultura de

seu

discernimento”

(1759).

Em

diversos

momentos

do

desenvolvimento, ocorreram duas mudanças cruciais: em primeiro lugar, certo grau de adaptação a metáfora, que tornou direto o sentido de cuidado humano; em segundo lugar, uma extensão dos processos específicos ao processo geral, que a palavra poderia carregar de modo abstrato. Naturalmente, é a partir deste último desenvolvimento que o substantivo independente

cultura iniciou

sua

complicada

história

moderna, mas o processo de mudança é tão intrincado, e os sentidos latentes às vezes se aproximam tanto, que não é possível afirmar uma

87

WILLIAMS, Raymond. Palavras-chave: um vocabulário de cultura e sociedade. Boitempo Editorial, 2007, pgs. 117-118.


51 data definitiva. Como substantivo independente, cultura – processo abstrato ou o produto de tal processo – só passa a ser importante no final do século 18 e não é comum antes de meados do século 19. Há um uso interessante em Milton, na segunda edição revisada de The Readie and Easie Way to Establich a Free Commonwealth (1660): “difundir muito mais conhecimento e civilidade, e até religião, por todos os lugares do país, comunicando o calor natural do governo e da cultura de modo mais bem distribuído a todas as partes extremas, que hoje permanecem no aturdimento e na ignorância. Aqui, o sentido metafórico (“calor natural”) ainda parece presente, e ainda se diz civilidade (conforme CIVILIZAÇÃO) quando, no século 19, se esperaria normalmente cultura. Contudo, podese igualmente ler “governo e cultura” em um sentido bastante moderno. 88 [...]

A cultura é

também comumente

associada às formas de

manifestação artística e/ou técnica da humanidade, como a música erudita europeia (o termo alemão "Kultur" – "cultura" – se aproxima mais desta definição). Definições de "cultura" foram realizadas por Ralph Linton, Leslie White, Clifford Geertz, Franz Boas, Malinowski e outros cientistas sociais. Em um estudo aprofundado, Alfred Kroeber e Clyde Kluckhohn encontraram, pelo menos, 167 definições diferentes para o termo "cultura". Clifford Geertz, discutia negativamente a quantidade gigantesca de definições de cultura, considerando um progresso de grande valor o desenvolvimento de um conceito que fosse coerente internamente e que tivesse um argumento definido. Assim, definiu cultura como sendo um "padrão de significados transmitidos historicamente, incorporado em símbolos, um sistema de concepções herdadas expressas em formas simbólicas por meio das quais os homens comunicam, perpetuam e desenvolvem seu conhecimento e suas atividades em relação a vida." Neste desenvolvimento da palavra houve questionamentos sobre uma ou várias culturas como descreve o autor Raymond: Herder introduziu uma mudança decisiva de uso. Em sua obra inacabada Auch eine Philosophie der Geschichte zur Bildung der Menscheit [Sobre a filosofia da história para a educação da humanidade] (1784-91), ele

88

WILLIAMS, Raymond. Palavras-chave: um vocabulário de cultura e sociedade. Boitempo Editorial, 2007, pgs. 118-119.


52 escreve a respeito de Cultur: “nada é mais indeterminado que essa palavra e nada mais enganoso que sua aplicação a todas as nações e a todos os períodos”. Ele atacava o pressuposto das histórias universais de que “civilização” ou “cultura” – o autodesenvolvimento histórico da humanidade – fosse o que hoje chamaríamos de processo unilinear e conduziria ao ponto alto e dominante da cultura europeia do século 18... Argumentava que era necessário, no que consistia uma inovação decisiva, falar de “culturas” no plural: culturas específicas e variáveis de diferentes nações, períodos, mas também culturas específicas e variáveis dos grupos sociais e econômicos no interior de uma nação. Este sentido desenvolveu-se amplamente no movimento romântico como alternativa ao ortodoxo e dominante “civilização”. Primeiro, foi usado para enfatizar as culturas nacionais e tradicionais, incluindo o novo conceito de cultura popular (conforme FOLK). Mais tarde, passou a ser usado para atacar o que era visto como o caráter “MECÂNICO” da nova civilização que então emergia: tanto por seu racionalismo abstrato quanto pela “imunidade” do desenvolvimento industrial da época. O termo foi usado para distinguir desenvolvimento “humano” do “material”. Politicamente, como era frequente no período, oscilava entre o radicalismo e a reação e não raras vezes, na confusão de importantes mudanças sociais, fundia elementos de ambos.89 [...]

Segundo Bernhard Peters, cultura pública pode ser entendida como senso comum, porém não no sentido pejorativo, e sim como um conjunto de símbolos e sentidos disponíveis publicamente e compartilhados pela sociedade ou por uma comunidade específica. Sendo assim, a cultura pública também se relaciona com a ideia de comunicação pública, no sentido de ser livre de restrições ou condições e não ser privada ou confidencial. A comunicação pública é o pano onde a cultura pública ganha visibilidade e se desenvolve, pois é debatida e reproduzida. A cultura pública90 pode ser discursiva ou expressiva. Ela será discursiva quando se articular na Linguagem escrita ou falada e poderá ser contestada. Por outro lado, será expressiva quando for articulada por meio de Símbolos não-linguísticos, práticas simbólicas e usos figurativos da linguagem.

89 WILLIAMS, Raymond. Palavras-chave: um vocabulário de cultura e sociedade. Boitempo Editorial, 2007, pgs. 120-121. 90

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura#cite_note-:0-11 (visualizado em 04/11/2016)


53 2.8. CULTURA VERSUS ENTRETENIMENTO Há uma relevante distinção entre cultura e entretenimento. Segundo Mario Vargas Lhosa o objetivo do entretenimento é divertir e dar prazer, sem referenciais culturais concretos. Sendo assim, pode-se conceber que haja entretenimento sem cultura. Antigas culturas zelavam por suas tradições com o intuito de não se perder o registro de dadas experiências vividas por aquele grupo humano, ou em outras palavras, com o intuito de preservação de sua cultura. No entanto, este não é um costume de todos os grupos humanos. Muitas vezes, o entretenimento substitui a cultura para um determinado povo e assim muitas tradições culturais acabam por serem esquecidas. Atualmente muitos organismos e iniciativas internacionais trabalham pelo resgate e preservação da cultura de distintos povos.91

91

FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 508. LARAIA, Roque de Barros. Cultura. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006) Definição de cultura em Primitive Culture, disponível online em inglês. KROEBER, A. L. and C. Kluckhohn, 1952. Culture: A Critical Review of Concepts and Definitions. GEERTZ, Clifford (1989). A Interpretação das Culturas (Rio de Janeiro: LTC). p. 4. KROEBER, A. L. O Conceito de Cultura em Ciência. (1949) LINTON, Ralph. O Homem, uma introdução à Antropologia, São Paulo, 1943 WHITE, Leslie, O conceito de cultura (1957) VIMIEIRO, Ana Carolina (2011). «Enquadramentos da mídia e o processo de aprendizado social: transformações na cultura pública sobre o tema da deficiência de 1960 a 2008». Enquadramentos da mídia e o processo de aprendizado social: transformações na cultura pública sobre o tema da deficiência de 1960 a 2008. Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação. p. 3. Consultado em 05/07/16. LIOSA, Mario (2013). A Civilização do Espetáculo (Rio de Janeiro: Objetiva). p. 23. WHITEN, Kathy Schick, Nicholas Toth. «"The evolution and cultural transmission of percussive technology: integrating evidence from paleoanthropology and primatology"; Journal of Human Evolution; 57:420-435». WHITWN, Andrew; "Primate social learning, traditions and culture"; The Evolution of Primate Societies; J Mitani, J Call, P Kappeler, R Palombit, J Silk (ed); Chicago University Press, Chicago, USA A Whiten; "Social learning in apes"; Encyclopedia of Animal Behaviour; M Breed, J Moore (ed); Elsevier Academic Press LARSEN, Clark Spencer. «Acquiring resources and transmitting Knwoledge: got culture?».


54 Há dificuldade de encontrar, no meio plural internacional, um conceito absoluto para a palavra cultura, como elucida o autor: Diante dessa complexa e ainda ativa história da palavra, é fácil reagir com a escolha de um sentido “verdadeiro”, “adequado” ou “científico” e descartar outros sentidos por serem vagos ou confusos. Há provas dessa reação mesmo no excelente estudo de Kroeer e Kluckhohn, Culture: a Critical Review of Concepts and Definitions, em que o uso na antropologia norte-americana é adotado como norma. É claro, que em um disciplina, é preciso esclarecer o uso conceitual. Mas, em geral, o que é significativo é o leque e a sobreposição de sentidos. O complexo de significados indica uma argumentação complexa sobre as relações entre o desenvolvimento humano geral e um modo específico de vida, e entre ambos e as obras e práticas da arte e da inteligência É particularmente interessante que, na arqueologia e na antropologia cultural, a referência à cultura ou a uma cultura aponte primordialmente a produção material, enquanto na história e nos estudos culturais a referência indique fundamentalmente os sistemas de significação ou simbólicos. Isto confunde amiúde, mas, ainda mais frequentemente, esconde a questão central das relações entre produção “material” e “simbólica”, que em algumas discussões recentes – conforme meu próprio cultura – foram mais relacionadas do que contrastadas.

Nesta

complexa

argumentação,

posições

fundamentalmente opostas e também efetivamente superpostas; há ainda – o que é compreensível – muitas questões não resolvidas e respostas confusas. Mas não se podem resolver esses argumentos e questões reduzindo-se a complexidade do uso real. Esse ponto é relevante também ao usos de formas da palavra em outras línguas além do inglês, em que existem variações consideráveis. O uso antropológico é comum nos grupos linguísticos alemão, escandinavo e eslavo, mas subordina-se de maneira distinta aos sentidos de arte e de erudição ou de um processo geral de desenvolvimento humano em italiano e francês. Entre línguas, assim como no interior delas, o leque e a complexidade de sentidos e referências indicam tanto a diferença de posição intelectual quanto algum obscurecimento ou sobreposição. Essas variações, de qualquer espécie, envolvem necessariamente visões alternativas das atividades, relações e processos que esta palavra complexa indica. [...] O importante adjetivo cultural parece datar da década de 1870 e tornou-se comum por volta da década de 1980. A palavra só esteve disponível no sentido moderno quando o substantivo independente, nos sentidos artístico, intelectual ou antropológico, tornou-se familiar. A hostilidade à palavra cultura em inglês parece datar da controvérsia a respeito das posições da Arnold. Ganhou


55 força no final do século 19 e inicio do século 20, em associação com igual hostilidade a esteta e ESTÉTICO. Sua associação com distinções de classe produziu o arremedo culchah92. Havia também uma área de hostilidade associada ao sentimento antialemão, durante e após a Primeira Guerra, em relação a propaganda sobre Kultur. A área central de hostilidade persistiu, e um de seus elementos foi enfatizado pela recente expressão norte-americana culture-vulture [cultura-abutre]. É significativo que praticamente toda a hostilidade (com a única exceção da temporária associação antialemã) tenha sido vinculada aos usos que envolviam afirmações

de

conhecimento

superior

(conforme

o

substantivo

INTELECTUAL), refinamento (culchah) e distinções entre arte “alta” (cultura) e arte e entretenimento populares. Ela registra, portanto, uma história social real e uma fase muito difícil e confusa do desenvolvimento social e cultural. É interessante que o uso social e antropológico em constante expansão de cultura e cultural e de formações como subcultura (a cultura de um grupo discernível menor) tenha ou eludidou ou diminuído a hostilidade e o mal-estar e embaraço que lhe são associados, exceto em certas áreas (notadamente no entretenimento popular)93. [...]

Do ponto de vista das ciências sociais (isto é, da sociologia e da antropologia), sobretudo conforme a formulação de Tylor, a cultura é um conjunto de ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais artificiais (isto é, não naturais ou biológicos) aprendidos de geração em geração por meio da vida em sociedade.94 Essa definição geral pode sofrer mudanças de acordo com a perspectiva teórica do sociólogo ou antropólogo em questão. De acordo com Ralph Linton95, "como termo geral, cultura significa a herança social e total da Humanidade; como termo específico, uma cultura significa determinada variante da herança social. Assim, cultura, como um todo, compõe-se de grande número de culturas, cada uma das quais é característica de um certo 92

É como soa a palavra culture quando pronunciada por pessoas de alto nível sociocultural. 93

WILLIAMS, Raymond. Palavras-chave: um vocabulário de cultura e sociedade. Boitempo Editorial, 2007, pgs. 122-124. 94 95

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura#cite_note-:0-11 (visualizado em 04/11/2016)

Ralph Linton - antropólogo americano, nascido em 27 de fevereiro de 1893, na Filadélfia, Pensilvânia, EUA, falecido em 24 de dezembro de 1953 em New Haven, Connecticut, EUA. Estudou na Swarthmore College, Universidade da Pensilvânia, Universidade Harvard, Universidade Columbia.


56 grupo de indivíduos". Enquanto a definição de Tylor é muito genérica, podendo causar confusão quando se propõe uma reflexão mais aprofundada do que é cultura, outras definições são mais restritivas. Os autores debatem se o termo se

refere

mais

corretamente

a

ideias

(Boas,

Malinowski,

Linton),

comportamentos (Kroeber) ou simbolização de comportamento, incluindo a cultura material. Vale lembrar que, em algumas concepções de cultura, o comportamento é apenas biológico, sendo a cultura a forma como esse conjunto de fatores biológicos se apresentam nas sociedades humanas. Em outras concepções (como onde cultura é entendida como conjunto de ideias), cultura exclui os registros materiais dos homens como tais da classificação (ex. um sofá ou uma mesa não seriam “cultura. Do ponto de vista filosófico, cultura é o conjunto de manifestações humanas que contrastam com a natureza ou comportamento natural. No cotidiano das sociedades civilizadas (especialmente a sociedade ocidental) e no vulgo costuma ser associada à aquisição de conhecimentos e práticas de vida reconhecidas como melhores, superiores, ou seja, erudição; este sentido normalmente se associa ao que é também descrito como "alta cultura", e é empregado

apenas

no

singular

(não

existem culturas,

apenas

uma cultura ideal, à qual os homens indistintamente devem se enquadrar). Dentro do contexto da filosofia, a cultura é um conjunto de respostas para melhor

satisfazer

as

necessidades

e

os

desejos

humanos.

Cultura

é informação, isto é, um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos que se aprende e transmite aos contemporâneos e aos vindouros. A cultura é o resultado dos modos como os diversos grupos humanos foram resolvendo os seus problemas ao longo da história. Cultura é criação. O homem não só recebe a cultura dos seus antepassados como também cria elementos que a renovam. A cultura é um fator de humanização. O homem só se torna homem porque vive no seio de um grupo cultural. A cultura é um sistema de símbolos compartilhados com que se interpreta a realidade e que conferem sentido à vida dos seres humanos. A antropologia entende a cultura como a totalidade de padrões aprendidos e desenvolvidos pelo ser humano. Segundo a definição pioneira de Edward Burnett Tylor, sob a etnologia (ciência relativa especificamente do


57 estudo da cultura) a cultura seria "o complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, morais, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade". Portanto corresponde, neste último sentido, às formas de organização de um povo, seus costumes e tradições transmitidas de geração para geração que, a partir de uma vivência e tradição comum, se apresentam como a identidade desse povo. É uma palavra complexa de conceituar em função da história e multicontextos, entretanto, por cultura trabalharemos com a compreensão, em termos antropológicos, “conjunto de padrões de comportamento, crenças, conhecimentos, costumes etc. que distinguem um grupo social”

e “forma ou

96

etapa evolutiva das tradições e valores intelectuais, morais, espirituais (de um lugar ou período específico); civilização”97 , também “complexo de atividades, instituições, padrões sociais ligados à criação e difusão das belas-artes, ciências humanas e afins”98 e em sentido figurado “o cabedal de conhecimentos, a ilustração, o saber de uma pessoa ou grupo social”99 . 2.9. CULTURA BRASILEIRA Sobre cultura brasileira compreende-se tudo que é “relativo ou pertencente à República Federativa do Brasil ou que é seu natural ou habitante”100 do Brasil. Os brasileiros formam

uma

nacionalidade101 ligada

de

forma

indissociável ao Estado brasileiro, ou seja, a característica fundamental de um brasileiro é sua ligação com a República Federativa do Brasil. Como é característica dos países do Novo Mundo102, os brasileiros não formam um

96

Dicionário Eletrônico Houaiss de Língua Portuguesa, 2001.

97

Dicionário Eletrônico Houaiss de Língua Portuguesa, 2001.

98

Dicionário Eletrônico Houaiss de Língua Portuguesa, 2001.

99

Dicionário Eletrônico Houaiss de Língua Portuguesa, 2001.

100

Dicionário Eletrônico Houaiss de Língua Portuguesa, 2001.

101

Nacionalidade é o vínculo jurídico de direito público interno entre uma pessoa e um Estado. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Nacionalidade visualizado em 04/11/2016). 102

Novo Mundo é um dos nomes dados ao hemisfério ocidental, mais especificamente ao continente americano. O termo tem as suas origens nos finais do século XV em razão


58 grupo étnico103 homogêneo. Um brasileiro pode ser também uma pessoa nascida em outro país de um pai brasileiro ou mãe brasileira ou um estrangeiro morando no Brasil, que solicitou a cidadania brasileira. No período que se seguiu à descoberta do território brasileiro por Portugal, durante boa parte do século XVI, o vocábulo "brasileiro" foi dado aos comerciantes portugueses de pau-brasil104, designando exclusivamente o nome de tal profissão, visto que os habitantes da terra eram, na sua maioria, índios (nativos do Brasil na época), ou portugueses nascidos em Portugal, ou no território agora denominado Brasil. No entanto, desde muito antes da independência do Brasil, em 1822, tanto no Brasil como em Portugal, já era comum se atribuir o gentílico "brasileiro" a uma pessoa, normalmente de clara ascendência portuguesa, residente ou cuja família residia no Brasil colônia (1530-1815), pertencente ao Império Português. Segundo a Constituição do Brasil, os cidadãos brasileiros podem ser: Natos - Qualquer pessoa nascida no Brasil, ainda que de pais estrangeiros, exceto nos casos em que estes estejam a serviço de seu país (como diplomatas estrangeiros); qualquer pessoa nascida no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe brasileira, nos casos em que estes estejam a serviço da República Federativa do Brasil; qualquer pessoa nascida no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe brasileira, com o registro de nascimento em uma Embaixada da descoberta da América por Cristóvão Colombo. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasileiros visualizado em 04/11/2016) 103

Um grupo étnico é um grupo de pessoas que se identificam umas com as outras, ou são identificadas como tal por terceiros, com base em semelhanças culturais ou biológicas, ou ambas, reais ou presumidas. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Grupo_%C3%A9tnico visualizado em 04/11/2016) 104 O pau-brasil (atual Paubrasilia echinata ou antiga Caesalpinia echinata) também chamado arabutã, ibirapiranga, ibirapitá, ibirapitanga, orabutã, pau-de-pernambuco, pau-detinta e pau-pernambuco, é uma árvore leguminosa nativa da Mata Atlântica, no Brasil. Segundo alguns estudiosos, "Brasil" deriva do francês brésil, que deriva do toscano verzino, nome da madeira utilizada na tinturaria na Itália. Verzino, por sua vez, deriva do árabe wars, que designa uma planta tintória do Iêmen. Outra versão aponta que a palavra se origina do português Brasa, ou abrasado, devido à tonalidade escura da madeira. Caesalpinia é uma homenagem ao médico e botânico de Arezzo, na Itália, Andrea Cesalpino. Já Echinata significa "com espinhos", uma referência ao fato de as vagens do pau-brasil terem espinhos, algo único dentro de seu gênero, o Caesalpinia. "Arabutã", "ibirapitanga", "ibirapiranga", "ibirapitá" e "orabutã" são derivados dos termos tupis ïbi'rá ("pau") e pi'tãga ("vermelho"). Em alguns idiomas, como o francês e o italiano, a árvore do pau-brasil chama-se "pernambuco", devido ao fato de a Zona da Mata Pernambucana, à época do Brasil Colônia, ter sido o local de maior incidência de pau-brasil, que era de uma qualidade tão superior que regulava o preço no comércio europeu. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Paubrasilia_echinata visualizado em 04/11/2016).


59 ou Consulado brasileiro. Além disso, uma pessoa nascida no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe brasileira, que não foi registrada, mas que, depois de completar 18 anos, passou a viver no Brasil e optou por adquirir a nacionalidade. Naturalizados - Um estrangeiro vivendo no Brasil, que solicitou e foi aceito como um cidadão brasileiro é naturalizado. Segundo a Constituição, todas

as pessoas que

possuem a

cidadania

brasileira

são

iguais,

independentemente de raça, etnia, gênero ou religião. Um estrangeiro pode optar pela cidadania brasileira após viver por 15 anos ininterruptos no Brasil e ser capaz de falar português. Uma pessoa nativa de um país cuja língua oficial é o português (Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Guiná Equatorial e Timor-Leste) pode solicitar a nacionalidade brasileira depois de apenas um ano ininterrupto de vida no Brasil. Uma pessoa de origem estrangeira que tem cidadania brasileira tem exatamente os mesmos direitos e deveres de um cidadão brasileiro de nascimento, mas não pode ocupar alguns cargos públicos especiais, como a Presidência da República, a Vice-Presidência da República, o Ministro da Defesa, a Presidência do Senado, a Presidência da Câmara dos Deputados, ser oficial das Forças Armadas do Brasil e Diplomata. A prerrogativa portuguesa - De acordo com a Constituição brasileira, o povo português tem um estatuto especial no Brasil. O artigo 12, parágrafo primeiro da Constituição, concede aos cidadãos de Portugal, com residência permanente no Brasil "os direitos inerentes aos brasileiros", excluídas as prerrogativas constitucionais de um brasileiro nato. Requisitos para a concessão de igualdade são: local de residência habitual (permanente), a idade de maioridade e a formulação de um pedido ao Ministério da Justiça. No Brasil, os portugueses podem exigir igualdade de tratamento no que diz respeito aos direitos civis, além disso, eles podem solicitar que sejam concedidos direitos políticos concedidos a brasileiros (exceto os direitos exclusivos para os brasileiros natos). Neste último caso, isso requer um mínimo de três anos de residência permanente. O uso da cidadania por cidadãos não-brasileiros (neste caso, portugueses) é uma rara exceção ao princípio de que a nacionalidade é uma condição sine qua non para a cidadania, concedida aos portugueses - se com um tratamento recíproco para os brasileiros em Portugal - devido à relação histórica entre os dois países.


60 2.10. GRUPOS ÉTNICOS O povo brasileiro é composto por vários grupos étnicos como branco (português, alemão, italiano e árabe), asiático, africano, pardo (cafuso, pardo e caboclo) e nativo. "É de se supor que, por esse caminho, a população brasileira se homogeneizará cada vez mais, fazendo com que, no futuro, se torne ainda mais co-participado por todos um patrimônio genético multirracial comum. Ninguém estranha, no Brasil, os matizes de cor dos filhos dos mesmos pais, que vão, frequentemente, do moreno amulatado, em um deles, ao branco mais claro, no outro; ou combinam cabelos lisos e negros de índio ou duros e encaracolados de negro, ou sedosos de branco, de todos os modos possíveis; com diferentes aberturas de olhos, formas de boca, conformações nasais ou proporções das mãos e pés. Na verdade, cada família brasileira de antiga extração retrata no fenótipo de seus membros características isoladas de ancestrais mais próximos ou mais remotos dos três grandes troncos formadores. Conduzindo, em seu patrimônio genético, todas essas matrizes, os brasileiros se tornam capazes de gerar filhos tão variados como variadas são as faces do homem."105

A população brasileira é formada principalmente por descendentes de povos indígenas, portugueses, imigrantes europeus e escravos africanos que se estabeleceram no Brasil, sobretudo entre 1820 e 1970. A maior parte dos imigrantes era de italianos e portugueses, mas houve significante presença de alemães, espanhóis, japoneses, sírio-libaneses, poloneses e ucranianos. Devido a diversos grupos de imigrantes, os brasileiros possuem uma rica diversidade de culturas, que sintetizam as diversas etnias que formam o povo brasileiro. Por essa razão, não existe uma cultura brasileira homogênea, e sim um mosaico de diferentes vertentes culturais que formam, juntas, a cultura brasileira. É notório que, após mais de três séculos de colonização portuguesa, a cultura brasileira é, majoritariamente, de raiz lusitana. É justamente essa herança cultural lusa que compõe a cultura brasileira: são diferentes etnias, porém, todos falam a mesma língua (o português) e, a maioria, são cristãos, com largo predomínio de católicos. Esta igualdade linguística e religiosa é um fato raro para uma cultura como a brasileira. 105

RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro, pag 16.


61 Embora seja um país de colonização portuguesa, outros grupos étnicos deixaram influências profundas na cultura nacional, destacando-se os povos indígenas,

os africanos,

os italianos e

os alemães.

As

influências

indígenas e africanas deixaram marcas no âmbito da música, da culinária, no folclore e nas festas populares. É evidente que algumas regiões receberam maior contribuição desses povos: os estados do Norte têm forte influência das culturas indígenas, enquanto certas regiões do Nordeste têm uma cultura bastante africanizada. Quanto mais ao sul do Brasil nos dirigimos, mais europeizada a cultura

se

torna.

No

Sul

do

país

as

influências

de imigrantes italianos e alemães são evidentes, seja na culinária, na música, nos hábitos e na aparência física das pessoas.

Outras etnias, como

por

exemplo os árabes, espanhóis, poloneses e japoneses contribuíram também para a cultura brasileira, porém, de forma mais limitada. O português é a língua oficial e falada por toda a população. O Brasil é o único país de língua portuguesa da América, dando-lhe uma distinta identidade cultural em relação aos outros países do continente. Ainda é o idioma mais falado na América do Sul (50,1% dos sul-americanos o falam). Sobre o idioma nacional ainda temos os dialetos do português brasileiro: caipira, costa norte, baiano, fluminense, gaúcho, mineiro, nordestino, nortista, paulistano, sulista, florianopolitano, carioca, brasiliense, serra amazônica e recifense. O português é o único idioma falado e escrito oficial do Brasil, com algumas variações regionais na forma coloquial. É a língua usada nas instituições de ensino, nos meios de comunicação e nos negócios. A Língua Brasileira de Sinais é, no entanto, considerada um meio de comunicação legal no país. Na época do Descobrimento, é estimado que falavam-se mais de mil línguas no Brasil. Atualmente, esses idiomas estão reduzidos a 180 línguas. Das 180 línguas, apenas 24, ou 13%, têm mais de mil falantes; 108 línguas, ou 60%, têm entre cem e mil falantes; enquanto que 50 línguas, ou 27%, têm menos de 100 falantes e metade destas, ou 13%, têm menos de 50 falantes, o que mostra que grande parte desses idiomas estão em sério risco de extinção. Nos primeiros anos de colonização, as línguas indígenas eram faladas inclusive pelos colonos portugueses, que adotaram um idioma misto


62 baseado na língua tupi. Por ter sido falada por quase todos os habitantes do Brasil, ficou conhecida como língua geral. Todavia, no século XVIII, a língua portuguesa

tornou-se

oficial

do

Brasil,

o

que

culminou

no

quase

desaparecimento dessa língua comum. Com o decorrer dos séculos, os índios foram exterminados ou aculturados pela ação colonizadora e, com isso, centenas de seus idiomas foram extintos. Atualmente, os idiomas indígenas são falados sobretudo no Norte e Centro-Oeste. As línguas mais faladas são do tronco Tupi-guarani. Além das dezenas de línguas autóctones, dialetos de origem alóctones são falados em colônias rurais mais isoladas do Brasil meridional, sobretudo o hunsrückisch e o talian (ou vêneto brasileiro), de origens italiana e portuguesa, respectivamente, e pomerana. Sendo constitucionalmente um estado laico, o Brasil não possui religião oficial e a discriminação aos seguidores de determinada religião é ilegal. Apesar disso, a população do país é tradicionalmente seguidora da Igreja Católica Apostólica Romana e é inegável a influência de tal religião em vários momentos do passado e até mesmo do presente. Nos dias de hoje o Brasil é considerado o maior país católico do mundo em números absolutos. A predominância do catolicismo, entretanto, deve ser relativizada quando se leva em conta a recente ascensão do protestantismo e a importância histórica das religiões afro-brasileiras, o Candomblé e a Umbanda, na formação cultural e ética do povo brasileiro, apesar de terem sido perseguidas até o começo do século XX, quando a prática religiosa era reprimida pela polícia. A

culinária

brasileira

é

fruto

de

uma

mistura

de

ingredientes europeus, indígenas e africanos. A refeição básica do brasileiro consiste

em arroz, feijão e carne.

O

prato

internacionalmente

mais

representativo do país é a feijoada. Os hábitos alimentares variam de região para região. No Nordeste há grande influência africana na culinária, com destaque para o acarajé, vatapá e molho de pimenta. No Norte há a influência indígena, no uso da mandioca e de peixes. No Sudeste há pratos diversos como

o

feijão

tropeiro

e

angu,

em

Minas

Gerais,

a pizza,


63 pamonha e coxinha em São Paulo. No Sul do país há forte influência da culinária italiana, em pratos como a polenta, e também da culinária alemã. O churrasco é típico do Rio Grande do Sul. Sobre as artes, o escultor Antônio Francisco Lisboa (o Aleijadinho) é apontado como o maior representante do estilo Barroco na América (Barroco mineiro). O desenhista Henrique Alvim Corrêa, conhecido por seu trabalho em ficção científica, ilustrou a edição belga de 1906 de A Guerra dos Mundos de H. G. Wells. Carmen Miranda ficou mundialmente conhecida pela originalidade de seu trabalho e por seu visual exótico. Foi uma artista dotada de

grande

versatilidade:

era cantora e atriz

trabalhando

em teatro, rádio, cinema e televisão. Pintores como Cândido Portinari e Hélio Oiticica conquistaram reconhecimento para a pintura do Brasil. A arquitetura do Brasil foi divulgada por Oscar Niemeyer, que desenvolveu projetos em vários países. Obras de escritores do país foram traduzidas para vários idiomas. Na música, o país criou gêneros musicais admirados pelo mundo como o Samba, a Bossa Nova e o Chorinho. Graças a Carlos Gomes, a música erudita brasileira ganhou respeito e admiração. Sua ópera “O Guarani", composta na Itália e encenada pela primeira vez no Scala de Milão em 19 de Março de 1870, alcançou grande sucesso. Sobre ciências e tecnologia, em Portugal, no início do século XVIII, o padre e cientista Bartolomeu de Gusmão (o "padre voador", nascido no Brasil Colônia), fez experiências bem sucedidas com balões de ar quente. Algumas destas experiências foram conduzidas na presença de personagens como o Cardeal Michelangelo Conti (futuro Papa Inocêncio XIII) e do rei João V. Ainda em Portugal, Gusmão construiu o balão batizado como Passarola. Augusto

Severo

de

Albuquerque

Maranhão desenvolveu

o

conceito

de dirigível semirrígido, testado pela primeira vez em 1894. Isto permitiu tornar o voo dos dirigíveis mais estável. Santos Dumont trabalhou nos dois ramos da aeronáutica: aerostação (com aeróstatos, aeronaves mais leves que o ar) e aviação (com aeródinos, aeronaves mais pesadas que o ar). Dominou a dirigibilidade dos aeróstatos provando, em definitivo, que as aeronaves poderiam ser efetivamente usadas como meio de transporte. O avião 14-bis, projetado e construído por ele, foi o primeiro aeródino a decolar (em 1906) sem


64 impulso adicional fornecido por recursos externos. É tido como o Pai da Aviação e recebeu inúmeras homenagens. Por sugestão da aviadora Anésia Pinheiro Machado, uma cratera da Lua, anteriormente nomeada Hadley-B, foi rebatizada como o nome Santos Dumont. Dimitri Sensaud de Lavaud construiu o primeiro avião brasileiro, realizando com ele o primeiro voo de avião da América latina, em Osasco, no dia 7 de janeiro de 1910. Sobre os esportes, Guilherme Paraense ganhou a primeira medalha olímpica de ouro para o Brasil, competindo no tiro esportivo nas Olimpíadas de Antuérpia em 1920. O Brasil sediou a Copa do Mundo de 2014 e sediaram as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. O país é pentacampeão mundial de futebol, esporte considerado o mais popular no país. A Seleção Brasileira de Futebol é a única que disputou de todas as Copas do Mundo. Pelé foi considerado

o atleta do século

XX. A

criação

do futebol

de

salão é

compartilhada por uruguaios e brasileiros. O Brasil tem títulos em diversas competições desta modalidade. O vôlei brasileiro é vitorioso: a seleção masculina detêm quatro títulos pan-americanos, nove da liga mundial, dois ouros olímpicos além de outros. A seleção feminina foi campeã quatro vezes nos jogos

pan-americanos e

(2008 e2012). Jacqueline

tem

dois

Silva e Sandra

ouros

nos

jogos

olímpicos

Pires sagraram-se

campeãs,

em 1996, na estreia do vôlei de praia nas Olimpíadas de Atlanta. Jogadores de basquete brasileiros atuam em grandes equipes no exterior. Alguns dos mais

famosos

Emerson

são: Nenê

Hilário, Marcelo

Fittipaldi, Ayrton

Huertas e Anderson

Senna, Tony

Kanaan e Gil

Varejão. de

Ferran são pilotos brasileiros vitoriosos no automobilismo mundial. Daiane dos Santos executou dois novos movimentos de ginástica artística: o duplo twist carpado e o duplo twist esticado. Em sua homenagem estes movimentos foram batizados respectivamente como Dos Santos I e Dos Santos II. Os brasileiros criaram as artes

marciais da capoeira, jiu-jitsu

brasileiro, luta

marajoara e

outras. O sistema de defesa pessoal Kombato foi criado no país. A Família Gracie e Luiz França, sucedido por seu aluno Oswaldo Fadda, deram origem aos dois principais ramos do jiu-jitsu brasileiro. Atualmente, esta arte marcial brasileira é praticada por todo o mundo. O país tem posição de destaque nos esportes de combate. Éder Jofre é considerado, pelo Conselho Mundial de


65 Boxe, como o melhor peso-Galo de todos os tempos. O vale-tudo surgido no país, foi o embrião das modernas artes marciais mistas (eng. MMA). Anderson Silva, Antônio

Rodrigo

"Minotauro"

Nogueira, Lyoto

Machida, José

Aldo e Junior "Cigano" dos Santos são alguns dos lutadores mais importantes nesta modalidade. Os judocas Aurélio Miguel e Sarah Menezes, foram os primeiros brasileiros a conquistarem medalhas de ouro para o judô do Brasil respectivamente no masculino e no feminino nas Olimpíadas de Seul (1988) de Londres (2012). Os brasileiros atuam ativamente nos campos da defesa dos direitos humanos e

da ajuda

a enfermeira Ana

Néri,

humanitária: prestou

Durante socorro

até

a Guerra

do

Paraguai,

à soldados inimigos. Em

reconhecimento por suas ações, Ana Néri é Patrona dos Enfermeiros do Brasil. Rui Barbosa, representou o Brasil na II Convenção de Haia em 1907. Nesta ocasião, defendeu o princípio da autodeterminação dos povos. Ganhou o apelido Águia de Haia pela firmeza com que defendeu suas posições. O diplomata José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, foi célebre por buscar sempre soluções pacíficas para as disputas territoriais envolvendo o Brasil. O trabalho do barão abreviou e evitou conflitos violentos, ajudando a definir as fronteiras do país. O Instituto Rio Branco foi criado como parte das comemorações de seu centenário. O Barão do Rio Branco é o patrono da diplomacia brasileira. Na sua visita ao Brasil em 1925, Albert Einstein conheceu o trabalho do Marechal Cândido Rondon junto aos indígenas do país. Impressionado, sugeriu o nome de Rondon para o Nobel da Paz. Oswaldo Aranha fez o primeiro discurso na abertura da Sessão Especial da 1ª Assembleia Geral das Nações Unidas em 1947. Assim, tradicionalmente, a declaração de abertura desta sempre é feita por um brasileiro. Em 29 de Novembro daquele ano, Aranha presidiu a assembleia que foi decisiva para a criação

do Estado

de

Israel.

Enquanto

prestavam

serviço diplomático na Europa durante a Segunda Guerra Mundial, Luís Martins de Sousa Dantas e Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, auxiliaram pessoas que

fugiam

de

perseguições

promovidas

pelo nazifascismo.

Em

reconhecimento pela ajuda prestada a judeus, tiveram seus nomes incluídos no rol dos Justos entre as nações, do Yad Vashem em Israel. Sérgio Vieira de


66 Mello foi um defensor dos direitos humanos que destacou-se como mediador de conflitos internacionais e ocupou o cargo de Alto Comissário das Nações Unidas

para

os

Direitos

Humanos.

Em

19

de

agosto

de

2003,

um atentado terrorista em Bagdá causou a morte de 22 pessoas. Para homenagear as vítimas, entre elas, Sérgio Vieira de Mello, a ONU designou 19 de Agosto como o Dia Mundial Humanitário. A sanitarista e pediatra Zilda Arns, criou a Pastoral da Criança e a Pastoral da Pessoa Idosa para auxiliar populações carentes. A atuação destas entidades ganhou reconhecimento internacional.


67

3 – METODOLOGIA, INFORMAÇÕES E JUSTIFICATIVAS

3.1. DELIMITAÇÃO DO TEMA Busca-se averiguar o quanto as pessoas se identificam e entendem suas canções, hinos e músicas. É uma busca em termos de percepção espiritual, cognitiva, emocional, existencial e cultural com vistas a tendências antropológicas e sociológicas no atual contexto da sociedade brasileira. A igreja luterana, com o lema “Cristo para Todos” 106, almeja compartilhar este evangelho salvador com todos os brasileiros. Nesse sentido, ingredientes antropológicos, sociológicos e culturais estão envolvidos, ou não, para atingir este objetivo através da hinologia luterana. O quê? Ver se a Hinologia Luterana se avizinha ou não da realidade brasileira. Quem? O pesquisador junto com os entrevistados. Onde? Pessoas integrantes e não integrantes de congregações luteranas de municípios das 5 regiões do Brasil. Quando? Maio e Junho de 2016. Quanto? Em 3 meses, foi preparado as gravações e questionários,

enviado a pesquisa para um

município das cinco (5) regiões do país, entrevistado 9 indivíduos locais, transcritas as informações das entrevistas, analisado as respostas e buscado conclusões e considerações sobre os dados levantados.

3.2. PROBLEMA DE PESQUISA Discute-se muito sobre tradicionalismo e contemporaneidade na música, bem como em outras áreas. Dentro da hinologia esta discussão pode ser mais intensa, pois mexe não somente com tendências ou percepções,

106 “Cristo para Todos” – Lema oficial da IELB - Igreja Evangélica Luterana do Brasil. Nossa missão: Proclamar Cristo para todos. Nosso propósito: Compartilhar o Evangelho de Cristo para promover a evangelização e o crescimento espiritual. Nossos valores: A ação e o amor de Deus através da sua Palavra e dos sacramentos do Batismo e Santa Ceia, que trazem perdão, vida e salvação, em Cristo. Nossa visão: Sermos uma Igreja Luterano Confessional que vai ao encontro das necessidades das pessoas. (http://www.ielb.org.br/a-ielb visualizada em 16/07/2014).


68 mexe com história, jeitos, cultura, emoções e vivências as quais não conseguimos mensurar. Porém entendemos, para que o Evangelho seja compartilhado com todos, como diz o apóstolo Paulo em “Fiz-me de tudo para com todos” (1 Co 9.17-26), é importante refletirmos sobre isto uma vez que a música é uma forte ferramenta de evangelização, testemunho, edificação e adoração do nosso Deus Triúno. A pergunta é: A hinologia107108 luterana brasileira atual “vai ao encontro das necessidades109 das pessoas” dentro e fora da IELB conforme a visão no site oficial com o lema “Cristo para todos”? Crianças, jovens, adultos e idosos, cada um em sua área de interesse,

atualmente

estão

buscando

sanar

as

suas

necessidades

personificadamente e com mais privacidade em função das redes sociais, mídias e internet. Existem culturas, miscigenação, etnias e raças com identificações próprias as quais carregam formas de vida, hábitos e histórias. Conforme Martin Dreher110 observa-se uma trajetória luterana no Brasil (IELB)

Hinódia – Estudo dos hinos, gr. humnóidía, as 'canto de hinos; hino, poema lírico'; ver hin(o)-. Hino - poema ou cântico composto para glorificar deuses ou heróis; na liturgia cristã, cântico de louvor a Deus; qualquer dos cânticos do ofício divino, divididos em estrofes, com ou sem rima canto ou poema lírico que é expressão de alegria, de entusiasmo, ao celebrar alguém ou algo; canto solene em honra da pátria e/ou de seus defensores. Derivação: sentido figurado. louvor, elogio: Ex.: é um vaidoso que quer sempre ouvir hinos à sua pessoa. (Dicionário Eletrônico Houaiss de Língua Portuguesa, 2001). 107

108

Hinologia é o estudo acadêmico das canções religiosas, ou seja, o hino, entre outros aspectos, focado particularmente no canto coral e congregacional. Isto pode estar melhor esclarecido em hinódia, a criação e a prática de tais canções. Hinologistas, tais como John D. Julian, podem estudar a história e origens dos hinos e a tradição dos cantos de adoração, as biografias de mulheres e homens que tem escrito hinos que passaram para uso coral ou congregacional, a inter-relação entre texto e melodia, o processo histórico (both folk and redactional) que muitas vezes mudaram os textos dos hinos (e às vezes a melodia), e os argumentos sociopolíticos, teológicos e estéticos referentes aos vários estilos da adoração cantada. ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Hinologia - Visualizada em 23/07/2014.) Hinologia - arte de recitar, cantar ou compor hinos, do grego (gr.) humnología, as 'canto de hinos'; ver hin(o)- e -logia; f.hist. 1844 hymnologia, o estudo dos hinos. (Dicionário Eletrônico Houaiss de Língua Portuguesa, 2001). Necessidades – entenda-se primeiramente espirituais (teológicas), mas também emocionais, psicológicas, terapêuticas, sociais, culturais e etárias. 109

110

DREHER, Martin N. Igreja e Germanidade. São Leopoldo, Sinodal, 1994, pg. 53; REHFELDT, Mário Luís. Um grão de mostarda – A história da Igreja Evangélica Luterana do Brasil - IELB . Volume 1. POA, Editora Concórdia, 2003, pg. 13-29


69 endógena111, talvez em função do contexto histórico, língua e situação política na época, que pode se fazer presente em nossa hinódia. O cenário social brasileiro é de multiculturalismo, porém carente de uma visão aprofundada dos conceitos espirituais, principalmente de fé cristã, porém abarrotadas de “formas sonoras” atraentes com conteúdos atrativos a curto prazo mas perniciosos a longo prazo. Através da legislação nacional, constatamos a volta do ensino de Música nas escolas fundamentais, ou seja, existe uma preocupação com a educação musical em nossa sociedade fazendo com que, futuramente, tenhamos pessoas mais criteriosas musical, cultural e cognitivamente. Dentro deste cenário que destacamos nos aparecem as seguintes perguntas: a) A compreensão e aceitação da nossa hinódia é por afinidade pessoal, cultural, espiritual, existencial ou artística? b) As melodias atendem as realidades locais? c) A visão multicultural do Brasil dificulta uma unidade hinológica luterana? d) Por que há pouca inserção das composições cristãs luteranas na sociedade brasileira? e) Quais as grandes referências de compositores luteranos brasileiros?

3.3. HIPÓTESES OU QUESTÕES A nossa hinologia “vai ao encontro das necessidades112 das pessoas” dentro e fora da IELB conforme a visão no site oficial com o lema “Cristo para todos”? As hipóteses ou possíveis perguntas para a solução ou resposta são: Endógeno – (adjetivo) Do interior para o exterior; que se origina no interior de um organismo, de um sistema ou se desenvolve pela influência de fatores externos. (https://www.dicio.com.br/endogeno/ visualizado em 02/03/2018). 111

Necessidades – entenda-se primeiramente espirituais (teológicas), mas também emocionais, psicológicas, terapêuticas,, sociais, culturais e etárias. 112


70 a) Que tipo de texto expressaria, com mais eficácia, o conteúdo proposto? Hipótese 1 – O texto que expressaria com mais eficácia é aquele mais identificado com a realidade, situação, estado espiritual e cultural. b) Que

melodias

ou

sonoridades

atenderiam

mais

adequadamente as realidades locais? Hipótese 2 – Melodias e sonoridades que fizessem parte da vida, do dia a dia da cultura local. c) Que tipo de instrumentos, locais e contextos favorecem mais para a compreensão, identificação teológica e cultural? Hipótese 3 – Instrumentos locais adequados à estrutura local favoreceriam

a

compreensão,

identificação

teológica

e

cultural. d) Que tipo de melodia ou texto se assemelha a uma forma “nacional” dentro da visão multicultural brasileira? Hipótese 4 – Dificilmente existirá uma canção ou hino “nacional” perfeito dentro de uma visão multicultural. Poderão existir tendências, mas que precisam ser adequadas as realidades locais, alguns serão mais aceitos e identificados e outros nem tanto. e) Por que composições luteranas atuais têm pouca inserção na sociedade brasileira (rádios, internet e TV)? Hipótese 5 – As composições luteranas atuais não têm apelo cultural e social em

função

da

insegurança

teológica

proveniente

da

dificuldade de adequação cultural e linguística. f) Quais as referências de compositores luteranos brasileiros atuais para a sociedade? Hipótese 6 – As referências de compositores luteranos são de origem americana e alemã de 1550 até 1700 aproximadamente, porém hoje, para a sociedade brasileira, não é tão expressivo. g) Que tipo de hinos e música queremos ter futuramente? Hinos tradicionais atualizados, canções atuais tradicionalizadas ou composições novas adequadas às realidades? Hipótese 7 –


71 Educação Musical Brasileira113 está acontecendo de uma maneira oficial e intensa, respeitando as diversas culturas do país. É importante atentarmos e investirmos em capacitações e produções no campo da música para igreja e missão no mundo para atendermos “as necessidades das pessoas”. h) Que tipo de hino se prefere? Que hinos não se prefere? Que música secular mais se gosta? Que estilo de música secular menos se gosta? Por quê? Hipótese 8 – Conforme preferências

pessoais,

locais

e

regionais,

percebe-se

tendências.

113

LEI ORDINÁRIA Nº 11.769, DE 18/08/2008 - DOU 19/08/2008: Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º O art. 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido do seguinte § 6º: "Art. 26. § 6º A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2º deste artigo." (NR). Art. 2º (VETADO). Art. 3º Os sistemas de ensino terão 3 (três) anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas nos arts. 1º e 2º desta Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 18 de agosto de 2008; 187º da Independência e 120º da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Fernando Haddad. Nota: Razão do Veto à Lei 11769: MENSAGEM Nº 622, DE 18 DE AGOSTO DE 2008. Senhor Presidente do Senado Federal, Comunico a Vossa Excelência que, nos termos do § 1º do art. 66 da Constituição, decidi vetar parcialmente, por contrariedade ao interesse público, o Projeto de Lei nº 2.732, de 2008 (nº 330/2006 no Senado Federal), que "Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica". Ouvido, o Ministério da Educação manifestou-se pelo veto ao seguinte dispositivo: Art. 2º, "Art. 2º O art. 62 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único: ´Art. 62. Parágrafo único. O ensino da música será ministrado por professores com formação específica na área.´ (NR)". Razões do veto "No tocante ao parágrafo único do art. 62, é necessário que se tenha muita clareza sobre o que significa ´formação específica na área´. Vale ressaltar que a música é uma prática social e que no Brasil existem diversos profissionais atuantes nessa área sem formação acadêmica ou oficial em música e que são reconhecidos nacionalmente. Esses profissionais estariam impossibilitados de ministrar tal conteúdo na maneira em que este dispositivo está proposto. Adicionalmente, esta exigência vai além da definição de uma diretriz curricular e estabelece, sem precedentes, uma formação específica para a transferência de um conteúdo. Note-se que não há qualquer exigência de formação específica para Matemática, Física, Biologia etc. Nem mesmo quando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional define conteúdos mais específicos como os relacionados a diferentes culturas e etnias (art. 26, § 4º) e de língua estrangeira (art. 26, § 5º), ela estabelece qual seria a formação mínima daqueles que passariam a ministrar esses conteúdos.". Essas, Senhor Presidente, as razões que me levaram a vetar o dispositivo acima mencionado do projeto em causa, as quais ora submeto à elevada apreciação dos Senhores Membros do Congresso Nacional. (http://www.sintese.com/norma_integra.asp?id=6813, visualizada em 04/03/2016).


72 3.4. JUSTIFICATIVA Desde o início do meu ministério me preocupei com este tema. Contextualizar e adequar à linguagem da nossa hinologia ao contexto onde estou inserido (CONGRAGAÇÃO-ULBRA-IELB-SOCIEDADE). Entendo que a tradição hinológica luterana tem um valor inestimável e deve ser mantida, pois faz parte da nossa história, porém, também contextualizada em novos cenários e públicos além das nossas congregações. O contato com os diversos públicos (luteranos, não luteranos e não cristãos) as diversas faixas etárias (crianças, jovens, adultos e idosos) os diversos níveis intelectuais e culturais bem como o envolvimento na produção musical para os cultos da ULBRA-TV favoreceram na reflexão ao longo desses anos de ministério. Além disso, a participação na Comissão de Culto da IELB na conclusão da Agenda Pastoral - Lecionário e Liturgias; o trabalho desenvolvido junto à comissão da revisão do Hinário Luterano 2014-16, participações em debates e reflexões na IELB sobre o tema; palestras e entrevistas sobre a hinologia cristã luterana trarão ingredientes para a reflexão proposta a qual justifica a relevância desta pesquisa para o mundo acadêmico e Igreja Luterana. Esperamos que esta pesquisa possa contribuir com informações e reflexões na busca de uma melhor aplicabilidade missiológica e educativa da hinologia luterana, ao mesmo tempo, despertar pesquisadores para desvendar mais abordagens acerca do tema.

3.5. METODOLOGIA Buscar os conceitos hinológicos cristãos luteranos; Seleção de 1 hino mais conhecido e preferido da IELB e de 1 hino menos conhecido do Hinário Luterano da IELB; História destes hinos escolhidos e as justificativas para tais escolhas;


73 Análise poética, musical e considerações performáticas acerca dos hinos selecionados; Gravação desses hinos no contexto original (órgão e coro) para futura audição dos entrevistados; Questionário acerca dos hinos e gravações associados as perguntas e hipóteses; Aplicação do questionário com audições em 5 cidades das 5 regiões do Brasil com pessoas da IELB, próximas e mais distantes do luteranismo local; 

1) Região SUL, RS, Caxias do Sul (Italianos), CEL “Da Paz” São Pelegrino e “Concórdia”: Entrevistadores: Pastores Arno Goerl e Abílio Dias de Souza, Profa. Suelen Matter e Pastor Paulo Brum.

2) Região SUDESTE, SP, São Paulo - Capital, (Orientais e Miscigenação), CEL “Da Paz” de Interlagos/SP e CPTN. Entrevistadores:

Pastor Mario

Rafael Yudi Fukue,

Pastor

Fernando Henrique Huf e Pastor Paulo Brum. 

3) Região CENTRO-OESTE, MS, Aquidauana, Vila Santa Terezinha (Índios), CEL “Mensagem da Cruz”. Entrevistadora: Profa. Isabel Ratund.

4) Região NORDESTE, Recife, PE, (Negros e mamelucos), CEL “Santíssima Trindade” e CEL “Luz do mundo”, Aracaju, SE – Presidente Lucas Albuquerque e Pastor Ernani Kufeld.

5) Região NORTE, AM, Manaus (Índios e mamelucos), CEL “Bom Pastor”: Pastor Jaime Kuck e Reitor Valdemar Sjlender.

3.6. ABORDAGEM QUALITATIVA Para conduzir esta pesquisa, optei por uma abordagem qualitativa. Segundo Bogdan e Biklen (1994), a abordagem qualitativa “procura investigar os fenômenos em toda a sua complexidade e em seu contexto natural” (p. 16).


74 (BOGDAN; BIKLEN, 1994, p. 16). A investigação qualitativa, para Bogdan e Biklen (1994), é descritiva, pois o investigador analisa os dados coletados “em toda a sua riqueza, respeitando, tanto quanto o possível, a forma em que estes foram registrados ou transcritos” (p.48). Para os mesmos autores, a maior preocupação do investigador, nessa abordagem, é com o processo decorrente da investigação, e não tanto com os produtos ou resultados. Nessa abordagem, a análise dos dados tem a tendência de ser feita de forma indutiva (BOGDAN; BIKLEN, 1994), não pretendendo confirmar uma teoria ou uma hipótese. As questões importantes vão emergindo a partir da análise das informações existentes. Os autores também salientam que “o significado é de importância vital na abordagem qualitativa” (ibid., p. 50), onde o pesquisador não é visto separadamente do investigado, pois dele depende o entendimento das informações deduzidas. Nesse contexto, para Bresler (2007), a “neutralidade é impossível porque o investigador é inevitavelmente uma parte da realidade que estuda” (p. 8).

3.7. CRITÉRIO DE SELEÇÃO DOS HINOS PARA ENTREVISTAS Foram dois hinos selecionados do Hinário Luterano da IELB, versão 2016, sendo um mais preferido e cantado na IELB e o outro o menos preferido e, consequentemente, não tão cantado na IELB. O primeiro HL de número 222, intitulado “Graças dou por esta vida” com referência do texto original Tack, o Gud, för vad som varit, letra: August Ludvig Storm, 1891, Suécia; trad. Alice Östergreen Denyszczuk, 1961. Música: John Alfred Hultman, 1910. Letra e música: Domínio público. Tradução: © Copyright de

Alice

Ö.

Denyszczuk,

1961

-

Usado

com

permissão

TACK, O GUD (87 87 D) (fig. 1 e 2). O segundo é o HL 234 “No templo a Isaías sucedeu” com referência do texto original Jesaja, dem Propheten, das geschah (Das deutsche Sanctus), letra: Martinho Lutero, 1526; trad. Rodolpho F. Hasse, 1890-1968, alt. Música: Martinho Lutero, 1526. Letra e música: Domínio público. Tradução: © Copyrigth da Editora Concórdia, 1986. JESAJA DEM PROPHETEN. Métrica Peculiar. (fig. 3 e 4).


75 O critério de seleção do mais preferido foi a pesquisa realizada pelo Rev. David Karnopp entre dezembro de 1997 e abril de 1998, sendo publicada no Mensageiro Luterano de Fevereiro e Março de 1999114 onde levou em consideração três referências seletivas, a saber, o conteúdo 115, ritmo 116 e sentimento117. Ele buscava saber quais as preferências hinológicas da IELB. Para tanto elaborou um formulário que pedia que os participantes colocassem dez hinos de sua preferência e justificassem sua escolha. Os 10 mais preferidos nesta ocasião foram: 1º - HL 222 “Graças dou por esta vida”, 2º - HL 189 “Exultantes te adoramos”, 3º - HL 100 “Linda Páscoa do Senhor”, 4º - HL “Senhor meu Deus”, 5º - HL 165 “Castelo Forte”, 6º - HL 293 “Em Jesus amigo temos”, 7º - HL 412 “A minha fé Senhor”, 8º - HL 205 “Digno és ó Cordeiro”, 9º HL 247 “Santa Bíblia meu prazer” e HL 538 “Caminhando alegres, e o 10º - HL 269 “Ninguém nos amou”. Por conseguinte, pela prática hinológica na igreja luterana no Brasil, selecionamos um dos menos preferidos e cantados. Acreditamos que este antagonismo enriquecerá a pesquisa trazendo reações diferentes a serem analisadas.

114

Mensageiro Luterano. Fevereiro e Março de 1999, pg. 16, O que a IELB canta?, Os 10 mais da IELB. 115 Conteúdo – referente ao texto. O pesquisador entende como poesia e identificação com a teologia ou espiritualidade deste texto. Nas palavras dele, “Se todos fizessem a escolha pelo conteúdo, poderíamos supor que, para a IELB a música, o ritmo não seria o mais importante”. (DAVID KARNOP, mensagem eletrônica para o autor, 01 de Abril de 2016, Vacaria /RS – Canoas/RS) 116 Ritmo – na visão do pesquisador David Karnopp naquela ocasião, leva em consideração o andamento da melodia e suas possibilidades de acompanhamento instrumental em versão popular. Nas palavras dele, atualmente, “Se todos fizessem a escolha pelo ritmo isso poderia revelar que a IELB não estava prestando muita atenção ao conteúdo dos hinos” Sobre o conceito de Ritmo, comenta: “Acho que na época o sentido, pelo menos na minha cabeça, era um pouco diferente do que hoje. Tinha mais a ver com a melodia mesmo. Hoje diria que o ritmo é aquilo que a melodia a música dita para o coração. Mas aí já é filosofia”. (DAVID KARNOP, mensagem eletrônica para o autor, 01 de Abril de 2016, Vacaria /RS – Canoas/RS) 117 Sentimento – na visão do pesquisador da época, era apreço, identificação e afeição. Identificação com o hino, suas reportagens a memorias e registros antigos, bem como situações vividas onde este hino lhe trouxe consolo, alegria e esperança. Nas palavras dele, atualmente, “Se fizessem a escolha pelo sentimento poderiam simplesmente dizer que "eu gosto deste"; que ele me faz "lembrar da minha avó", que eu me sinto bem”. (DAVID KARNOP, mensagem eletrônica para o autor, 01 de Abril de 2016, Vacaria /RS – Canoas/RS)


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Figura 1 - HL 222 - Graรงas dou, pg. 1


77

Figura 2 - HL 222 "Graรงas dou", pg. 2


78

Figura 3 - HL 234 "No templo, a Isaias sucedeu", pg. 1


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Figura 4 - HL 234 "No tempo, a Isaias sucedeu", pg. 2


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3.8. GRAVAÇÃO A gravação aconteceu na Capela da ULBRA, no dia 05 de abril de 2016, das 19hs até às 22h com o Coro Universitário da ULBRA, Organista acompanhador e equipe de áudio abaixo discriminadas: Sopranos Carla Maria Lima Nunes Cristina Schoffler Fabiane Fraga Adrielle Oliveira Milena Hillig Renata Jung Bertha Sonntag Karin Musskopf Contraltos Paula Hagel Roberta Marquardt Renata Petry Natália Berriel Djenane Albrecht Tenores Rodrigo Rafael Bloch Emiliano Notari Leandro Hillig Joanides Pontes Junior Vinícius Silveira Baixos Tobias Linden Dickson von Mühlen Eduardo Martinho Matias Güenter Preparador Vocal Francisco Amaral Maestro Paulo Henrique Winterle Engenheiro de gravação Samuel Jansen Direção Artística e Organista Paulo César Fernandes Brum


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Nesta gravação foram observados os padrões internacionais de gravação coral e organística, bem como, na mixagem posterior. Na interpretação, procurou-se ressaltar e expressar a arte coral luterana de anos de tradição respeitando a identidade luterana, originalidade dos hinos e também o jeito do Coro Universitário da ULBRA de ser e de expressar estes hinos.

3.9. HISTÓRIA E ANÁLISE DOS HINOS

3.9.1. HL 222 “Graças dou”118 Há poucas palavras mais preciosas no dicionário do que “gratidão”. O coração grato é o coração alegre. Não há gratidão maior do que a de um coração ao seu amado Salvador. Este hino, que comunica a mais profunda gratidão a Deus, é um dos prediletos da rica hinologia sueca. Na versão original há 4 estrofes que usam a palavra tack (graças) 32 vezes! Há gratidão pela vida transformada, pela morte de Cristo em nosso lugar, pelas bênçãos e pelas tristezas, pelo passado e futuro, céu azul e nuvens, rosas e seus espinhos, pela oração respondida e esperança que falhou. É recomendável que todo cristão decore este hino e lembrar-se, com o autor, das palavras do apóstolo Paulo: “Em tudo daí graças; porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (I Ts 5.18) O autor, August Ludvig Storn, escreveu este hino para uma publicação do Exército de Salvação Sueco do qual era capelão, em 5 de dezembro de 1891. Seu texto apareceu no cancioneiro do Exército, com uma melodia galesa, mas tornou-se realmente popular, tanto na Suécia como nos Estados Unidos, somente quando o compositor John Alfred Hultman, publicouo no seu hinário Solskenssânger (cânticos do povo), com sua melodia TACK O GUD (Graças a Deus).

118

https://pietistschoolman.com/2015/11/26/tack-o-gud-thanks-to-god/ - visualizado em 20 de junho de 2016


82 August Ludvig Storn nasceu em 23 de outubro de 1862, em Motala, na Suécia. Viveu a maior parte da sua vida em Estocolmo. Storn se tornou cristão em sua juventude, numa reunião do Exército da Salvação. Unindo-se a suas fileiras, logo se tornou oficial importante da organização. Embora sofresse uma paralisia na coluna aos 37 anos, que lhe causava muita dor, continuou a cumprir seu ministério até o fim. Não foi com palavras fáceis que Storn expressou a sua gratidão a Deus neste hino. Depois do seu culto in memoriam apareceram as seguintes palavras no periódico do Exército da Salvação Sueco: “Sempre era um motivo de deleite escutar seus sermões bem pensados e articulados... Os versos numerosos que fluíram da sua pena são os melhores que já apareceram nas publicações do Exército.” Johannes Alfred Hultman,(1861-1942), que escreveu esta melodia em 1910, foi o segundo num triunvirato de hinistas sueco-americanos da Igreja da Aliança (Evangelical Mission Covenant Church). Nasceu numa fazenda pequena em Hjärtlanda, no condado de Smaland, no sul da Suécia. Alfred (como a família o chamava) mostrou muito interesse na música desde pequeno, indo ouvir o órgão numa igreja da cidade mais perto, quando podia. Quando a família imigrou para os Estados unidos em 1869, Alfred e seu irmão se

empregaram

como

vaqueiros,

cantando

gospel

songs,

enquanto

trabalhavam. Depois de muito esforço e sacrifício, Alfred conseguiu comprar um órgão e seu treino musical começou. Depois que se tornou cristão, Alfred foi convidado a lecionar na escola e reger o coro da igreja de Fridhem, Estado de Nebraska. Mais tarde, tornou-se o pastor daquela igreja. Voltou aos estudos na Athenium de Chicago, por dois anos, para depois tornar-se um pregadorcantor itinerante viajando pela região central do país. Ordenado em 1900, pastoreou outras igrejas, mas continuava a dar concertos tanto nos EUA como na Suécia, com seu filho, Paul, um pianista talentoso. Tornou-se conhecido como O Cantor dos Raios de Sol, tanto por sua voz como por sua personalidade. Voltou a morar na Suécia em 1909, por quatro anos, mas de volta aos EUA estabeleceu um conservatório. Ativo, até morrer aos 81 anos num concerto, Hultman foi muito mais que um cantor; foi escritor, compositor e publicador. Publicou várias coletâneas de hinos para as congregações suecas, e ajudou a compilar o primeiro hinário oficial da Igreja da Aliança.


83 Alice Ostergren Denyszczuk traduziu este maravilhoso hino. O maestro João Faustini escreve sobre sua história: "Durante algum tempo Alice cantava Graças Dou em programas evangélicos de televisão em São Paulo, com seu pequeno coral. Como são poucos os hinos de “Ações de Graças” e a melodia é fácil e intuitiva, era natural que logo se popularizasse. Quando estava preparando os originais de Seja Louvado em 1971, procurei-a para que ela me autorizasse a usar a sua tradução feita em 1961, para sua inclusão neste novo hinário. Trabalhamos juntos por alguns minutos tentando melhorar uma acentuação e outra."119 GRAÇAS DOU – Poesia e texto Graças dou por esta vida, Pelo bem que revelou. Graças dou pelo futuro E por tudo que passou. Pelas bênçãos derramadas, Pelo amor, pela aflição. Pelas graças reveladas, Graças dou pelo perdão. Graças pelo azul celeste E por nuvens que há também. Pelas rosas do caminho E os espinhos que elas tem. Pela escuridão da noite Pela estrela que brilhou. Pela prece respondida E a esperança que falhou. Pela cruz e o sofrimento E também ressurreição Pelo amor que é sem medida Pela paz no coração. Pela lágrima vertida E o consolo que É sem par. Pelo dom da eterna vida Sempre graças hei de dar!

Tack, o Gud, för vad som varit Letra: August Ludvig Storm, 1891, Suécia; trad. Alice Östergreen Denyszczuk, 1961 Música: John Alfred Hultman, 1910 - TACK, O GUD 87 87 D Letra e música: Domínio público Tradução: © Copyright de Alice Östergreen Denyszczuk, 1961 - Usado com permissão

119

(http://musicaeadoracao.com.br/35652/historias-de-hinos-do-hinario-adventista-247/)


84

(Original em Sueco) TACK mín Gud för vad som varit, TACK för allt vad du baeskär! TACK för tiderna som farit! TACK för stund som inne är! TACK för ljusa, varma vårar! TACK för wörk och kulen host! TACK för redan glömda tårar! TACK för freden e mett träst! TACK för vad Du uppenbarar! TACK för vad jag ej föstår! TACK för bön, som Du besvarat! TACK för vad jag ícke får! TACK för lívets hemlígheter! TACK för hjalp í nödens stund! TACK för Nåd som íngen mäter! TACK för blodets fríds förbund! TACK för hímmel blå í lívet TACK för moln, Du strött därpå! TACK för solljus av Dej gívet! TACK för mörkret líkaså! TACK för prövningar och stríber! TACK för hopp som uppfyllts väl! TACK för dagen som framskríder! TACK för hopp som slagit fel! TACK för rosorna víd vägen! TACK för törnet íbland dem! TACK för resta hímlastegen! TACK för evígt truggat hem! TACK för kors och track för plåga! TACK för hímmelsk salíghet! TACK för strídens klara låga! TACK för ALLT í evíghet!!!! Tack, o Gud, för vad som varit Letra: August Ludvig Storm, 1891, Suécia; Música: John Alfred Hultman, 1910 - TACK, O GUD 87 87 D

(https://www.youtube.com/watch?v=2e1-Kvok2v0)


85

3.9.2. HL 234 “No templo, a Isaías sucedeu”120 Este é o famoso Sanctus feito em língua alemã por Lutero, baseado em Is. 6.1-4. Foi publicado pela primeira vez em sua Deutsche Messe (Missa alemã), 1526, juntamente com a sua melodia tradicional. De acordo com as rubricas da ordem de serviço de culto para a Santa Comunhão (Santa Ceia) de Lutero, o pão seria consagrado em primeiro lugar e distribuído, e depois cantado este Sanctus ou "Gott sei gelobet" de Lutero (veja Hino número 313 – Lutheran Hymnal) ou de John Huss "Iesus Chistus, nostra salus" (veja Hino número 311 - Lutheran Hymnal). O vinho era então

consagrado

e

recebido.

A

música

"Jesaia,

dem

Propheten",

inseparavelmente ligada a este hino, foi feita pelo próprio Martinho Lutero.

NO TEMPLO, A ISAÍAS SUCEDEU – Poesia e texto No templo, a Isaías sucedeu ver numa aparição o Criador Resplandecer no excelso trono seu, enchendo os céus de eterno resplendor. Viu serafins louvor a Deus cantar, Também cada seis asas viu mover. Com duas viu seus rostos ocultar, Seus pés com outras duas esconder, E, com mais duas, seu voar veloz. Calmavam um ao outro em grande voz: É santo o nosso Deus, Senhor Jeová! É santo o nosso Deus, Senhor Jeová! É santo o nosso Deus, Senhor Jeová! De sua glória a terra cheia está! Umbrais e portas suas voz moveu; De incenso toda a casa então se encheu. Jesaja, dem Propheten, das geschah (Das Deutsche Sanctus) Letra: Martinho Lutero, 1526; trad. Rodolpho F. Hasse, 1890-1968, alt. Música: Martinho Lutero, 1526. JESAJA DEM PROPHETEN – Métrica Peculiar Letra e música: Domínio público. Tradução: Copyright da Editora Concórdia, 1986.

120

POLACK, W. G. The Handbook to the Lutheran Hymanal. Concordia Publishing House. Saint Louis, Missouri, 1942.


86 (Original em Alemão) Jesaja, dem Propheten, das geschah, Daß er im Geist den Herren sitzen sah Auf einem hohen Thron in hellen Glanz, Seines Kleides Saum den Chor füllet ganz. Es stunden zween Seraph bei ihm daran, Sechs Flügel sah er einen jeden han: Mit zween verbargen sie ihr Antlitz klar, Mit sween bedeckten sie die Füsse gar, Und mit den andern zween sie flogen frei, Gen ander rufen sie mit großem Gschrei: Heilig ist Gott, der Herre Zebaoth, Heilig ist Gott, der Herre Zebaoth, Heilig ist Gott, der Herre Zebaoth, Sein Ehr die ganze Welt erfüllet hat, Von dem Geschrei zittert Schwell und Balken gar, Das Haus auch ganz voll Rauchs und Nebel war. Hymn 249 - The Lutheran Hymnal: Text: Is. 6: 1-4. Author: Martinho Lutero, 1526. Translated by: composite Titled: "Jessia, dem Propheten, das gescha" Tune: "Jessia, dem Propheten" Composer: Martinho Lutero, 1526

(Versão em Inglês) Isaiah, mighty seer, in days of old The Lord of all in Spirit did behold High on a lofty throne, in splendor bright, With flowing train that filled the Temple quite. Above the throne were stately seraphim, Six wings had they, these messengers of Him. With twain they veiled their faces, as was meet, With twain in reverent awe they hid their feet, And with the other twain aloft they soared, One to the other called and praised the Lord: "Holy is God, the Lord of Sabaoth! Holy is God, the Lord of Sabaoth! Holy is God, the Lord of Sabaoth! Behold, His glory filleth all the earth!" The beams and lintels trembled at the cry, And clouds of smoke enwrapped the throne on high. Hymn 249 - The Lutheran Hymnal: Text: Is. 6: 1-4. Author: Martinho Lutero, 1526. Translated by: composite Titled: "Jessia, dem Propheten, das gescha" Tune: "Jessia, dem Propheten" Composer: Martinho Lutero, 1526


87 3.10. ROTEIRO E ORIENTAÇÕES PARA OS ENTREVISTADORES

Estimados entrevistadores. Obrigado pela disponibilidade de colaborar com esta pesquisa. Esta pesquisa objetiva averiguar a “aplicabilidade hinológica luterana no contexto brasileiro. E para isso gravamos dois hinos do HL 222 “Graças dou” e o 234 “No templo, a Isaías sucedeu” na Capela da ULBRA com Órgão de Tubos e Coro Universitário da ULBRA. Esta pesquisa está sendo feita em 5 regiões de país e, nesta localidade, necessitamos de 9 entrevistas para esta pesquisa, sendo que 3 de pessoas cristãs luteranas da comunidade local, 3 pessoas não luteranas próximas da congregação local e, por fim, 3 pessoas não cristãs luteranas distantes da congregação local (de preferência em praça pública, rodoviárias, ou seja, ambientes de bastante movimentação). Levar em conta a etnicidade dos entrevistados visando à diversidade e multirracialidade do povo brasileiro. A pesquisa consta em ouvir e responder. A orientação é seguir o roteiro abaixo que sugere perguntas, audição e perguntas: (Dados pessoais) 01) Nome? 02) Ano e local de nascimento? 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? 04) Escolaridade? 05) Etnia? (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido?


88 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? 20) Qual a sua preferida entre essas duas? 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? 29) Você se identificou com alguma coisa? 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Obrigado pela sua colaboração! Em função da praticidade, sugerimos perguntar a viva voz e gravar as respostas em aplicativos de celulares. Após isso enviar ao pesquisador.


89 Desde já, obrigado pela sua dedicação e empenho para obter essas reações dos entrevistados. Será fundamental para esta pesquisa bem como de grande importância no debate sobre a “aplicabilidade hinológica luterana no contexto brasileiro”.

Pesquisador: Paulo César Fernandes Brum


90

4 - ANÁLISE DAS ENTREVISTAS Neste capítulo pretendo fazer considerações e observações acerca das respostas dos entrevistados conforme o tipo de pergunta a fim de elucidar alguns pontos, fazendo ponderações e considerações. A abordagem será feita conforme a proposta de proximidade ao contexto luterano, conforme proposto na metodologia, ou seja, distantes, próximos e propriamente os luteranos.

4.1. DADOS PESSOAIS Começamos observando a data de nascimento dos entrevistados que privilegia uma faixa etária bem elástica, desde representantes dos nascidos em 1940 até os de 1998, dentre estes entrevistados, 24 são do sexo feminino (53.33%) e 21 são do sexo masculino (46.66%). É importante constatar que na questão do local de nascimento a amplitude brasileira ficou significativamente representada em função das cinco regiões que se entrelaçam também. Para se ter uma ideia, as cinco regiões tinham um núcleo em cidades bases, como por exemplo nos italianos a cidade de Caxias do Sul/RS, nos orientais e miscigenados121 de São Paulo capital, nos índios a cidade de Aquidauana/MS, nos negros e mamelucos nas cidades de Recife/PE e Aracaju/SE e também nos índios e manauaras em Manaus/AM. Existem entrevistados nascidos no local bem como provenientes de migrações de outras regiões do país se adaptando em seus contextos. As cidades natais identificadas são: Nova Prata/RS, Caxias do Sul/RS, São Paulo/SP, Bananal/MT, Anastácio/MS, Aquidauana/MS, Recife/PE, Manaus/AM, Bento Gonsalves/RS, Aldeia Ipec/MT, Toné/MT, Aracaju/SE, Salvador/BA, Santos/SP, Capela de Santana/RS, Teófilo Otoni/MG, Miranda/MT, Imperatriz/MA e Lavras/MG, todas elas, em sua maioria, circundando as cidades base onde foram feitas as entrevistas.

Miscigenados – é um termo bem relativo na conceituação moderna. A miscigenação racial ou étnica existe em quase todos os segmentos de uma sociedade com suas relações e misturas raciais, independente do grau de mistura étnica. Mas o termo aqui quer expressar quantidade e diversidade racial devido à região caracterizada pelo forte multiculturalismo proveniente da sua formação, história e existência. (Observação do autor). 121


91 Diante da pergunta “onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)” percebemos, com mais clareza, a migração e adaptação em seus contextos. Não vem ao caso os fatores que levaram a isso, mas, contudo, possíveis respostas de preferências e tendências poderão ser justificadas conforme o local de nascimento, migração e vivência com as suas influências locais em determinadas regiões ou cidades do país. Cidades onde viveram os entrevistados na maior parte das suas vidas foram: Farroupilha/RS, Caxias do Sul/RS, São Paulo/SP, Bananal/MT, Anastácio/MS, Recife/PE, Olinda/PE, Paulista/PE, Quari/AM, Manaus/AM, Bauru/SP, São Bernardo do Campo/SP, Toné/MT, Aracaju/SE, Rio de Janeiro/RJ, Salvador/BA, Terezina/PI, Cisco Alegre/RS, Capela de Santo Antônio/RS, Passo Fundo/RS, Teófilo Otoni/MG, Aquidauana/MS, Lavras/MG e Goiana/GO. Sobre a escolaridade122 e níveis de escolaridade123, observa a elasticidade do espectro dos níveis de estudo dos entrevistados. Aqui está

“Grau de escolaridade é, por definição, o cumprimento de um determinado ciclo de estudos. Se um indivíduo completou todos os anos de um ciclo e for aprovado, diz-se que este obteve o grau de escolaridade do ciclo em questão. Desse modo, o aprovado no último nível do ensino fundamental, obtém a escolaridade do ensino fundamental. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional (LDBEN), em seu artigo 21, define o termo "escolaridade" no Título 5, Capítulo I: "Composição dos Níveis Escolares", referindo: "Art. 21. A educação escolar compõe-se de: I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio; II - educação superior." (https://pt.wikipedia.org/wiki/Grau_de_escolaridade visualizado em 17/11/2016) 122

123 “A LDB (Lei 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação), informa que a educação escolar compõe-se de: I – Educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. II – Educação superior. Os diferentes níveis de escolaridade são alcançados com a continuidade dos estudos na educação formal. Como nosso objetivo é esclarecer de maneira simples quais são os níveis de escolaridade e suas classificações, não vamos nos ater a leituras da legislação, mas apenas entender quais são e como são classificados os níveis da educação formal. Nível Fundamental – é a etapa posterior à educação infantil e anterior ao ensino médio. Compreende um período de nove anos e é obrigatório para crianças a partir de seis anos, tendo como objetivo a formação básica do cidadão. Assim como no ensino médio, a carga horária mínima anual é de oitocentas horas. Nível médio – é a etapa posterior ao ensino fundamental e etapa final da educação básica, e anterior ao ensino superior. Deve compreender um período mínimo de três anos, e tem como algumas de suas finalidades a preparação para o mercado de trabalho, aprimoramento do cidadão como pessoa humana e consolidação e aprofundamentos dos conhecimentos adquiridos nas etapas anteriores. O nível médio corresponde ao antigo segundo grau, e é formado pelo primeiro, segundo e terceiro ano. Nível superior – é a etapa posterior ao nível médio e última etapa da educação escolar. A educação superior é ministrada em instituições de ensino superior, públicas ou privadas (faculdades e universidades), tendo o ano letivo no mínimo duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo, independente do ano civil. Uma vez concluída os estudos de nível superior, o estudante obtêm sua graduação. Ainda suscita dúvidas os programas de pós-graduação. Afinal, depois de concluído o ensino superior, ter o “terceiro grau completo” ou nível superior completo, é possível passar para mais algum outro nível? Não, não existe um 4º ou 5° graus, por exemplo. Os programas de pós-graduação,


92 contemplado

desde

o

fundamental

incompleto

até

doutorando.

Dos

entrevistados, 4 possuem ensino fundamental incompleto (8,88%), 3 possuem fundamental completo (6,66%), 1 ensino médio completo (2,22%), 5 ensino médio completo (11,11%), 15 ensino superior incompleto (33,33%), 12 ensino superior completo (26,66%), 2 com especialização do ensino superior (4,44%), 2 com mestrado completo (4,44%) e 1 com doutorado incompleto (2,22%). Este espectro dos graus de escolaridade se assemelha com a característica brasileira de se ter na sociedade desde pessoas de ensino fundamental incompleto até pós- graduados com mestrado e doutorado, novamente assemelhando-se com a realidade brasileira. O conceito de “brasilidade” é bem complexo e relativo em função do movimento e cruzamento étnico, social, intelectual e cultural que se somam formando essa brasilidade que é diversa, dificultando uma definição. Arriscome a dizer que “brasilidade” é a mistura das raças, saberes, histórias, pensamentos, culturas provenientes e desenvolvidas nos diversos locais do território brasileiro, que é caracterizado por esse multiculturalismo ou pluriculturalismo entrevistados

regionalizado. das

regiões

Esta

conclusão

mencionadas,

fica

onde

se

evidenciada observa

nos este

multiculturalismo quando procuram definir sua etnia. Apesar de, como pesquisador, fazer um corte étnico (índios, negros, orientais, miscigenados, italianos) é uma representação muito minorada do que é e significa esta brasilidade, ao mesmo tempo, indica e reafirma este pluriculturalismo ou multiculturalismo existente em nosso Brasil. Ao serem perguntados sobre a sua etnia existe, em grande parte das respostas, uma dificuldade de auto definição étnica em função da miscigenação proveniente da sua linhagem familiar. Exemplos dessa dificuldade de auto definir a sua etnia citamos no caso do Entrevistado 10, orientais e miscigenação, distantes (Masculino) “Brasileira, amarelo, né... mas o “Takeuti” é japonês e a “Veiga de Casto” é compreendidos os programas de mestrado e doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados em cursos de graduação são tidos como subdivisões do ensino superior, continuação dos estudos iniciados na graduação. Portanto, o portador de certificado de pós-graduação, especialização ou MBA, diploma de mestrado ou doutorado possui nível superior completo, e não algum outro nível mais elevado. (http://www.gigaconteudo.com/quais-sao-os-graus-ou-niveis-de-escolaridade visualizado em 17/11/2016).


93 português.”; Entrevistado 11, orientais e miscigenação, distantes (Feminino) “Então, etnia é meio que... porque assim, da etnia da Ásia e tal... da etnia Han que na verdade são quem englobam a parte do leste asiático, acho que isso. Então, Taiwan tem aborígenes que são todo o sudeste asiático com o pessoal do continente que seria o Han, a do japonês seria o que eles chamam de Mongólia com Korea, né. Assim, enfim, é lógico né, que é, quem estuda esta parte que vai definir melhor a parte específica, né, mas basicamente, o pessoal do leste asiático eles chamam de Han – Etnia Han, seria isso.”; Entrevistado 12, orientais e miscigenação, distantes (Masculino) “Eu so mestiço, costumo dizer que tenho o coração caramelo, mas nada muito fixo, eu tenho descendência

japonesa.

portuguesada.”;

Do

Entrevistado

meu 13,

pai

é

orientais

italianada, e

misturada

miscigenação,

com

próximos

(Feminino) “É, tem várias descendências, de índio, de africano... sangue sírio, embolando para o lado do meu pai índio e sírio para o lado da minha mãe.”; Entrevistado 14, orientais e miscigenação, próximos (Masculino) “Branco, com descendência brasileira mesmo”; Entrevistado 15, orientais e miscigenação, próximos (Masculino) “Calcasiana, com múltiplas influências da Europa, principalmente pela parte de mãe etnia Iuguslava e um pouco de austríaco”; Entrevistado 29, negros e mamelucos, distantes (Masculino) “Ai complica... Por mim eu não definir não, mas meus avós são negros, tem índio, tem branco, então...pra definir assim pra mim, não,... fica difícil...”; Entrevistado 37, índios e manauaras, distantes (Feminino) “Etnia? O que é isso? Ah... a minha raça? (Risos...) É uma mistura. Mistura de indígena com africano. Mestiça...” Entrevistado 38, índios e manauaras, distantes

(Feminino) “Brasileira.

Brasileira manauara.”; Entrevistado 39, índios e manauaras, distantes (Masculino) “Origem indígena. Meus bisavós por parte de pai eram índios, minha mãe era do Ceará”.; Entrevistado 40, índios e manauaras, próximos (Feminino)

“Pois

é

complexo

(risos)...

vamos

aplicar

“mestiça”,

né!

(Entrevistador: Vó de origem boliviana)... peruana, (e o avô brasileiro?)... isso, do Amazonas mesmo. (Então é mestiço)... é”; Entrevistado 41, índios e manauaras, próximos (Feminino) “Brasileira né...”; Entrevistado 42, índios e manauaras, próximos (Masculino) “Da cor parda, né...”; Entrevistado 43, índios e manauaras, luteranos (Feminino) “Qual o sentido mais ou menos? Sou brasileira. É... Sou bem brasileira.”; Entrevistado 44, índios e manauaras,


94 luteranos (Masculino) “Branca com mistura de boliviana, mais ou menos, indígena de lá, por parte de avô materno.”; Entrevistado 45, índios e manauaras, luteranos (Feminino) “Ah... eu sou brasileira, uma mistura de raças”. Observa-se essa dificuldade mais nas regiões de São Paulo, Recife e Manaus onde possui uma incidência maior de miscigenação de raças em função da história local de bastante comércio com inserção é inter-relação de etnias. Já entre os alemães, italianos e indígenas nas regiões abordadas não existe tanto esta dificuldade, bem como em algumas regiões do nordeste, como Aracaju/SE, onde o inter-relacionamento racial não foi tão forte. Temos, entre os entrevistados (respeitando a autodenominação étnica), as seguintes etnias assim autodenominadas: 9 italianos (20,2%), 9 índios terenas (20,2%), 7 manauaras com mistura de índio boliviano/peruano com portugueses (15,55%), 6 negros (13,33%), 3 negros com mistura portuguesa (6,66%), 2 japoneses (4,44%), 1 brasileiro124 com forte ascendência japonesa (2,22%), 1 taiwanês etnia Han (2,22%), 1 japonês com português (2,22%), 1 índio boliviano com africano (2,22%), 1 índio boliviano (2,22%), 1 índio com mistura africana e síria (2,22%), 1 brasileiro 125 (2,22%), 1 caucasiano126 com influência Iuguslava (2,22%) e 1 alemã (2,22%). Independente da dificuldade de autodenominação étnica, ou não, fica evidente, mais uma vez o multiculturalismo e pluriculturalismo existente no território brasileiro através dessas muitas etnias que se relacionam, interagem se influenciando através dos tempos e dos espaços.

124

O entrevistado em questão entende como mistura de raças.

125

O entrevistado em questão entende como mistura de raças.

126

Caucasiano - O termo raça caucasiana (também chamado de caucasoide) tem sido usado para denotar o tipo físico geral de algumas ou todas as populações da Europa, Norte da África, Chifre da África, Ásia Ocidental (Oriente Médio), Ásia Central e Sul da Ásia. Historicamente, o termo tem sido usado para descrever toda a população dessas regiões, sem levar em conta, necessariamente, a tonalidade da pele. O termo "raça caucasiana" foi criado pelo filósofo Christoph Meiners no século XVIII, mas só se popularizou no século XIX, com o nome de "Varietas Caucasia" pelo cientista e naturalista alemão Johann Friedrich Blumenbach, que pegou emprestado o termo de Meiners. Blumenbach definiu esta classificação racial baseando-se nas feições do crânio de povos caucasianos, similares as encontradas nos povos europeus. Da similaridade do crânio, Blumenbach formou a teoria de que as feições comuns a todos os europeus teriam surgido no Cáucaso. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Ra%C3%A7a_caucasiana visualizado em 17/11/2016).


95 Finalizando essa primeira parte da análise do questionário aos entrevistados sobre os Dados Pessoais, julgamos necessário fazer perguntas acerca do local de nascimento, vivência na maior parte da vida, escolaridade e etnia, pois nos darão ingredientes para analisar, comparar e confrontar respostas para que, no final de tudo, possamos, com mais clareza, indicar tendências e formas de expressar a nossa fé neste contexto multicultural e pluricultural brasileiro em que vivemos.

4.2. PERGUNTAS PESSOAIS Hoje vivemos num mundo globalizado, onde as criações, produções, informações estão mais focadas na compilação e articulação das ideias existentes do que no aprofundamento das ideias. É bem lógico, pois uma vez que possui um exagerado número de informação vindo de todos os lados, é necessário articulá-los e articulando-os se constrói um novo conceito, ou um conceito híbrido estético, expressivo ou formal. Estamos falando aqui, exatamente, de formas e veículos expressivos de conteúdos associados a culturas. A região ou cultura local influencia bastante nas preferências pessoais de cada um, porém está sendo modificado com o acesso a informação a novas culturas musicais pelos meios de comunicação. Isto fica evidenciado em uma boa parte dos entrevistados cuja preferência por uma cultura local está sendo, gradativamente, modificada pelo acesso a informação neste mundo globalizado.

4.2.1. PERGUNTA – Que tipo de música gosta de ouvir e por quê? Entrevistado 1, italiano, distante “As músicas tradicionalista, gaúchas. Porque são escritas em formas de poesia”.

Entrevistado 2, italiano,

distante “Gosto de ouvir diversos tipos de música, bem variado mesmo, e depende bastante do que eu estiver trabalhando no momento. Porque, geralmente, eu escuto bastante música em função dos projetos em que eu trabalho. Então pra escola, quando tem algum projeto pra escola, eu escuto músicas para determinado tipo de projetos e nos meus momentos


96 de lazer eu escuto bem variado assim, eu escuto...”. Entrevistado 3, italiano, distante “Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Eu gosto mais do sertanejo estudantil, porque é alegre, é bom.”

Tradicionalista gaúcha, poesia com rima, eclética, circunstancial, funcional, de entretenimento, sertanejo estudantil ou universitário127 são as preferências mencionadas por este grupo de entrevistados, observando que, apesar da regionalidade italiana gaúcha, a preferência foi surpreendente globalizada por não ter grupos referidos próximos e sim disponibilizados nos meios de comunicação128 existentes. Destacamos nas respostas uma circunstancialidade129, ou seja, músicas para diversos momentos da vida que pode ser no trabalho, lazer, trânsito, quando está triste e alegre, uma música funcional ou didática, e também na igreja. Nas respostas, observa-se uma dificuldade interpretativa com o conceito “música e letra”130. Entrevistado 10, orientais e miscigenação, distantes “Eu gosto muito de pop. Pop mais pop mesmo. De rádio, sabe...” Entrevistado 11, orientais e miscigenação, distantes Eh... desculpa, (risos e com dois celulares na mão...) música, né... a tá. Eu escuto muita coisa, eu sou guitarrista, eu toco guitarra. Quando eu era pirralho tocava só metal, aquela coisa, cabeludo, e tal, hoje em dia eu toco mais jazz, fusion, também então, tá mais amplo hoje em dia. Também trabalho no meio. Entrevistado 12, orientais e miscigenação, distantes “Não consigo dize um tipo de música que eu gosto de ouvir. Depende muito da circunstância que eu tô passando. Porque tem momentos que eu quero ouvir um hardrock, tem momentos que eu quero ouvir uma bossa, as vez eu quero ouvir um jazz, então, naquele momento aquilo é o melhor estilo de música para eu ouvir, então não existe um melhor tipo pra mim, definitivamente.

127

Sertanejo Universitário é o nome mais comum utilizado nos meios de comunicação para identificar este estilo musical que se caracteriza por cantores ou duplas sertanejas entoando músicas e letras românticas e para festas de rodeios na região de São Paulo e Minas, mais fortemente desenvolvidos. O universitário é para diferenciar a abordagem textual do sertanejo da terra, do interior dessas regiões. 128 Referindo-se a rádio, TVs, internet, celulares, DVDs, CDs e mp3. 129 Circunstancialidade – algo referente a circunstância, ao momento que é volátil, flexível e “online”. 130 No cenário cultural brasileiro, em função do pouco incentivo ao estudo da música e por também por ser vista fortemente como entretenimento e lazer, música e texto são confundidos ou são entendidos, erroneamente, como sinônimos. Porém música trata da combinação dos sons e a letra é o veículo cognitivo gramatical que está associada à música.


97 Nestas entrevistas, na região de São Paulo, fica mais evidente o pop rock

e

variantes,

MPB,

mas

principalmente

a

ecleticidade131

e

circunstancialidade nas preferências de músicas. Entrevistado 19, índios, distantes “Ah...eu gosto de todos os tipos de música, mas pra mim eu gosto mais de ouvi eh, MPB, música mais tranquila. Porque relaxa, rela mais, da pra pensar as vez, agora tem música que são muito agitada, aí não tem conteúdo, não tem nada. É isso que eu gosto de ouvir...” Entrevistado 20, índios, distantes “Música evangélica, que as emoções da gente, que a gente é cristão, que através da música a gente leva a mensage que a gente ouve na bíblia, através da música

a

gente

pode

passa

as

informações

das mensagens.”

Entrevistado 21, índios, distantes “Tipo de música? As que mais falam sobre o dia a dia da pessoa. Sou mais de hap. Não muito de sertaneja. Porque ele reflete e faz a pessoa pensar, ter uma reflexão no que está acontecendo na atualidade.”

Mesmo nas tribos indígenas, fica evidente o acesso aos meios de comunicação, consequentemente, a ecleticidade (MPB, gospel, música evangélica, rap) e a circunstancialidade (música para o dia a dia e para refletir).) Entrevistado 28, negros e mamelucos, distantes “Porra... não tenho um tipo definido. Tem que escolher um? Porra, escuto tudo que, só não escuto rock.” Entrevistado 29, negros e mamelucos, distantes “Eu gosto bastante de música, mas, quanto mais elaborada eu prefiro, mais som, diversos instrumentos, quanto melhor a harmonia do som mais me agrada” Entrevistado 30, negros e mamelucos, distantes “MPB, forró. E o porque, não sei dize...”

Já no nordeste, neste grupo de entrevistados acima explicitado, permanece a ecleticidade (escuta de tudo, MPB, forró) com diferentes ressalvas manifestas. Também uma manifestação de preferência de música mais elaborada e trabalhada em termos de instrumentos e harmonia, que conceituaremos de ecleticidade formal132. Entrevistado 37, índios e manauaras, distantes “Eu escuto mais a música evangélica. Porque eu gosto.” Entrevistado 38, índios e

Ecleticidade – referente a eclético, não preso a um tipo ou forma de expressão. Ecleticidade formal – várias formas de trabalhar, sonoramente, a mesma composição musical, adaptando-a em sua região e cultura. 131 132


98 manauaras, distantes “Atualmente, sertanejo. Que nem a minha mãe, “sofrencia”. Entrevistado 39, índios e manauaras, distantes “Eu sou eclético. Eu gosto de MPB, música internacional, música popu..., bem eclético.”

Neste grupo de entrevistados distantes de uma igreja luterana, manifesta-se uma preferência por música evangélica, em função da fé que professam, mas também música sertaneja por influência da mãe que se identifica com a “sofrência”133 expressada e características dessas músicas. Mas ainda permanece o ecleticismo 134 e tem um ingrediente novo que se chama identificação. Entrevistado 4, italiano, próximo “Eu gosto bastante de italianas, românticas e religiosas.” Entrevistado 5, italiano, próximo “Então, de agradecimento, de louvor”. Entrevistado 6, italiano, próximo “Sertanejo e gaúcha, chama mais assim, pela gente, né. Por tá aqui, eu gosto muito de música sertaneja.” Entrevistado 13, orientais e miscigenação, próximos “Rock, assim, ouço bastante, qualquer tipo de música, mesmo funk e forró. Mas principalmente, rock. Porque eu escuto desde que nasci, meu pai escuta e gostava bastante de Scorpions, então, eu e a minha irmã nasceu

ouvindo

isso,

então...”

Entrevistado

14,

orientais

e

miscigenação, próximos “Eu gosto de musica indy. Musica indy classifica uma música mais calma, menos instrumental e mais vozes que deixa mais relaxado... músicas pra deitar e ouvir.... Isso, ela traz mais calma." Entrevistado 15, orientais e miscigenação, próximos “Hum, talvez o rock, hum, porque depende muito do momento que eu tô, do que eu preciso. Eu acho que o rock tem aquela batida mais forte mas também tem aquelas músicas mais calmas. Então, eu acho que esta junção acaba dando a sintonia perfeita pra mim.”

“Sofrência” – Interpreto este termo como o sofrimento por uma traição de amor conjugal. NA interpretação popular, é a famosa “dor de corno” (corno está associado a colocar chifres/corno no parceiro) muito frequente na sociedade e nas práticas sociais, culturais e antropológicas brasileiras que gera muito assunto e identificação. 133

Ecleticismo – relativo a eclético (que aprecia tudo); movimento que adere vários tipos e formas de expressão. Ecletismo ou Ecleticismo é um método científico ou filosófico que busca a conciliação de teorias distintas. Na política e nas artes, ecletismo pode ser, simplesmente, a liberdade de escolha sobre aquilo que se julga melhor, sem o apego a uma determinada marca, estilo ou preconceito. Pode ser considerado, também, uma reunião de elementos doutrinários de origens diversas que não chegam a se articular em uma unidade sistemática consistente. Abordagem filosófica que consiste na apropriação das melhores teses ou elementos dos diversos sistemas quando são conciliáveis, em vez de edificar um sistema novo. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Ecletismo visualizado em 30/11/2016). 134


99 Ecleticismo parece estar em todas as respostas dos entrevistadores. Está aqui um forte indício de uma tendência. Aqui, nestes dois grupos de entrevistados aparecem ingredientes novos, a saber, música da terra e da sua etnia, também influência familiar no gosto e preferência. Entrevistado 22, índios, próximos “Prossora, eu aprecio muito música clássica, porque isso transporta a gente a natureza, na é, eu acho muito, eu acho muito, muito bonita, mas como a gente é religioso, é, tem que participar muito e aprecio os hinos. ... os hinos, adoração a Deus. É, eu aprecio muito também música sertaneja, não é. Isso eu acho muito, é, é, expressa a vivencia do homem do campo, né. Eu aprecio também... A música clássica só pelo o som, a sonalidade, isto nos leva a um descanso... descansa...” Entrevistado 23, índios, próximos “Como eu sou evangélica, gosto de ouvir músicas do evangélicas. Porque, pelas palavras, pelas letras, é, assim, que na maioria das músicas, elas te transmitem um incentivo, tanto pela fé, que eu tenho, então é isso...” Entrevistado 24, índios, próximos “Ah... acho que MPB mesmo, quando tenho tempo, né! Fora isso... qualquer uma mesmo... eu escuto na internet.” Entrevistado 31, negros e mamelucos, próximos “Eu gosto de ouvir vários tipos de música, não é? Música popular brasileira, assim, mais também, ultimamente, há mais de 20 anos, eu me tornei cristã, e geralmente eu ouço mais músicas gospel, né.” Entrevistado 32, negros e mamelucos, próximos “Olha pastor, pra falar a verdade eu gosto muito de ouvir, primeiro louvor depois música romântica, mas não é só da igreja, né... gosto de pagode, gosto de pagode, assim, música do tempo lá trás, tipo Altemar Dutra, Benito de Paula, bom eu não sei qual o sentido de música é, né... Porque na época, a gente trazia alegria, e vivia de companhia, a gente botava, distraía a mente da gente, e depois que conheci o louvor parti pro louvor.” Entrevistado 33, negros e mamelucos,

próximos

“Música,

música

lenta...

certa

música

internacional.” Entrevistado 40, índios e manauaras, próximos “Na verdade assim, desde que houve a conversão, desde que eu me converti eu só tenho uma escolha somente por “gospel”, eu não ouço qualquer outro tipo de música. Pela questão de separar das coisas do mundo.” Entrevistado 41, índios e manauaras, próximos “Música popular brasileira. Porque eu gosto do, por exemplo cantor brasileiro, da Amelinha, do Caetano, gosto também da Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Bethânia e gosto também de padre Zezinho.” Entrevistado 42, índios e manauaras, próximos “Porque sou evangélico cristão e então o teor, né, conteúdo compatível com aquilo que eu confesso de fé.”


100 Ecleticismo e globalização presente nesses três grupos de entrevistados ao percebermos as muitas preferências e o acesso às opções de músicas pela internet. Porém, um detalhe novo até agora, com a manifestação de preferência de hinos, músicas evangélicas e clássica, condicionada fortemente pela confessionalidade humanista cristã. Ao observar o próximo bloco de respostas acerca do tema “preferências musicais”, mesmo sendo luteranos, o cenário parece caminhar na mesma direção. Entrevistado 7, italiano, luterano “Música gaúcha..” Entrevistado 8, italiano, luterano “Eu tenho rock, como música, vamos dizer, fora da igreja, e a partir do momento que eu entrei dentro da igreja eu comecei a ouvir as músicas, principalmente as músicas mais tocadas, são músicas que eu escuto também dentro do meu carro, CDs ou algumas gravas, nesse sentido. Entrevistado 9, italiano, luterano Eu gosto de música dos anos 60, 70, das mais antigas, assim. Porque antigamente eram melhores as músicas. Hoje não me atrai muito. Tanto é que você ouve música dos anos 60 tu ouve até hoje. E tem umas que são muito porcaria hoje. ... Me incomoda, eu gosto de coisas mais antigas. Entrevistado 16, orientais e miscigenação, luteranos Não tem um tipo específico, talvez, gosto muito de rock, e mais algum sertanejo também, os mais antigos, ali da década de 80, 90, um pouco de pagode, Raça Negra, também da década de 90, Reagge, um pouco de Hiphop também, mas não tenho uma preferência... Música erudita, gosto de ouvir bastante, então assim não sou, não tenho uma tribo” Entrevistado 17, orientais e miscigenação, luteranos “Gosto de ouvir música evangélicas, é porque realmente preenche a alma e gosto de

algumas

músicas

de

MPB”.

Entrevistado

18,

orientais

e

miscigenação, luteranos “Falá francamente, eu não tenho preferência. Eu ouço muito pouca música.” Entrevistado 25, índios, luteranos “Sim, da nossa igreja, da luterana, e assim, fora da igreja o sertanejos. Porque é da nossa terra, porque é do nosso ambiente, vamos dizer.” Entrevistado 26, índios, luteranos “Eu gosto de ouvir muito hino. Principalmente coral. Eu adoro. Porque nós todos somos evangélicos. Eu me criei dentro da igreja junto com a minha família.” Entrevistado 27, índios, luteranos “Eu gosto de ouvir música sertaneja, é... aquele sertanejo que fala sobre tradicional, cultura, né, sou mato-grossense. É porque ela vai abordar nosso estado, questões da vida do pantaneiro, né.”

Entrevistado 34,

negros e mamelucos, luteranos “Música popular brasileira. É uma música que me agrada porque as letras são bonitas, falam de amor, e o


101 ritmo pra mim, me atrai muito porque é um ritmo mais gostoso de ouvir, não tem muito barulho. Eu gosto de música pra para e escuta, cantar junto.” Entrevistado 35, negros e mamelucos, luteranos “Bom, eu gosto de vários estilos, mas o estilo que eu mais gosto de ouvir, rapa, tá difícil, que a pessoa que gosta de música, é, que, que, tem que além de ter que ouvir vários tipos de música pra conhecer os mais variados ritmos, trabalha com música, que faz a música, que gosta de música, quanto mais sons ela ouvir melhor. Entendeu? Pra poder ela aprender, conhecer mais sobre os variados tipos de música. Agora, a melhor, assim, oie, tem música gospel, a grande parte, a música popular brasileira, aqueles samba de raiz, não é, deixa eu ver, música instrumental, jazz, fusion, o funk americano aquele que é mais.... o funk carioca não, nem de longe... he he he he... o forró, bem lembrado...” Entrevistado 36, negros e mamelucos, luteranos

“Geralmente

Música

Popula

Brasileira,

MPB.

Porque,

principalmente por causa da letra, MPB sempre tem muita letra. Entrevistado 43, índios e manauaras, luteranos “Eu gosto de ouvir muito de músicas estrangeiras. Músicas americanas de todo o gênero. Música pop... Eu gosto delas no sentido de que, a maioria das bandas que eu ouço tem uma melodia muito bonita e letras, que pra mim fazem sentido. Bandas, deixa eu ver, de uma banda que eu gosto muito, eu gosto de uma banda chamada Life House, ela tem um estilo rock mas é um rock um pouco mais voltado pra um sentido tanto gospel quanto o rock mesmo. Eu gosto e acho muito bonita as melodias dela por que fala muito sobre amor, sobre a questão da paz, e é uma coisa que eu gosto muito. Sempre opto por música estrangeira.” Entrevistado 44, índios e manauaras, luteranos “Não tem bem um tipo, eh, o meu estilo de música é bem misturado. Não é um só. Porque eu gosto de ouvir o que me chama a atenção, não um estilo próprio, assim um tipo só.” Entrevistado 45, índios e manauaras, luteranos “Eu gosto de MPB, principalmente pela tradição mineira, né.”

Ecleticismo, circunstancialidade, globalização e identificação com as músicas referidas se fazem presentes neste bloco de entrevistas, confirmando tendências. Ao analisar este bloco de preferências pessoais com relação a música

percebemos

a

forte

tendência

em preferências

ecléticas

e

circunstanciais, com identificações emocionais, históricas, políticas e ideológicas, com menções de uma leve preferência pelo regionalismo ou tradicionalismo local e étnico, tudo isso com uma forte influência da


102 globalização e ao mais fácil acesso às informações através dos meios de comunicação pública.

4.2.2. PERGUNTA – Que textos de música mais lhe chamam a atenção e por quê? Ao serem perguntados sobre “que os textos de música mais lhe chamam a atenção e por quê?” observamos alguns aspectos nas respostas: Entrevistado 1, italiano, distante “Os textos que retratam a vida do campo e do interior. Porque nos aproximam da vida do campo, do interior e nos aproxima da vida dos avós. Da vida do interior.” Entrevistado 2, italiano, distante “Textos de música? Diversos assim, mas coisas que me chamam a atenção são líricos, acho legal assim, acho bonito. ...eu vou mais pela música do que pela letra.” Entrevistado 3, italiano, distante “Românticos, textos mais românticos eu gosto mais.”

Aqui,

nesse

grupo

mais

distante

de

uma

igreja

luterana,

encontramos manifestações de preferências de textos que falam da vida, vida do campo, vida dos pais. Preferências de textos que são bonitos, bem construídos, poesias líricas pela beleza das palavras com trocadilhos ou rimas e também manifestações de pessoas que não observam muito o texto e sim a música. Entrevistado 10, orientais e miscigenação, distantes “Tipo letra? Ah... de letra, na verdade me chama mais atenção não necessariamente de pop, eu gosto mais de letras de outras músicas, não deste gênero, um gênero um pouco mais, tipo, eu não com é pra se, rock ou hard rock, não é metálica tipo rock, é um som meio metafórico... eu gosto. Bom eles tem várias músicas, músicas sobre, tipo, ah, tem uma assim, de cara, tipo, as vezes fala do assunto, e as vezes não falam muito deles, o, deixa eu pensar, como que eu explico isso, hard rock, pra mim sempre parece que está falando de uma viagem deste tipo de coisa, de se encontrar, tipo, de achar a identidade, quem você é, cuidar da sua vida, o que você vai fazer dela... tipo, eu gosto delas por isso. As que normalmente mais me chamam a atenção, são as que tem uma batida mais dançante. Eu gosto muito de dança, tipo, me chamam primeiro a atenção essas músicas com um batida mais, sabe, dançante, eh... dançante, mais viva...é isso.” Entrevistado 11, orientais e miscigenação, distantes “Você diz a parte lírica. Então... Eu não (titubeando), eu sempre fui ruim em português, eu


103 sempre fui ruim em línguas, apesar de falar, eu sempre fui ruim e línguas de qualquer tipo, então, eu nunca me interessei em escrever poesia na área, eu sempre toquei, sempre gostei da parte realmente harmônica e melódica, nunca fui atrás de letra, nunca escrevi letra nenhum, se o cara esta tocando normalmente não presto atenção em letras eu presto atenção na música, pra mim. (Algum texto te chama atenção?) É assim, tem o sonoro, tem, tem o lirismo da música e o sonoro. Ele tem a melodia e a letra que vai encaixar com o sonoro, que é com a harmonia no caso musical, aí, logicamente, o que chama atenção são as letras, tando muito ruim chama atenção. É chama atenção, tipo tchã, tchã, tchã, tchã... tamo no cham, abre as pernas, pô... isso chama atenção pra caramba...que é isso, né? Pelo ridículo também, e tembém pelo... cria um distanciamento, pô, um estranhamento, justamente do porque isso? A razão disso? Ou a total desrazão, não tem problema. E tem a parte do não sense... o não sense também é legal, porque você fala... porque eu acho que sempre eu tô errado, a parte lírica, eu escuto um negócio e digo: será que ele quis dizer isso? Eu não sei se ele quer dizer isso... E ai já tão, sei lá, Legião Urbana, aí, vamo dá um exemplo, vamo vê, já não é tão ex... exposto, tão direto, ele é mais... até esqueci a palavra... sutil mas objetivo, porque ele tá falando exatamente o que ele tá querendo dizer, ele é bem explícito, não é uma coisa totalmente mascarada, não mascarada no mal sentido, mas uma coisa do tipo: o que que ele tá querendo dizer uma coisa que não quer dizer nada, tipo não sense.” Nome? Entrevistado 12, orientais e miscigenação, distantes “Quando eu era mais jovem, eu cresci sobre a influencia do meu pai que era seresteiro... e toda hora Noel Rosa, um Adoniram sempre rolava em casa. E eu gostava bastante e o meu pai cantava e tocava junto, daí, como, curiosamente isso acontece muitas vezes, eu era a negação do meu pai, então, eu queria o heterodoxo, não queria o ortodoxo, eu queria o novo, então, o que eu queria primeiro é tentar fugir da norma, tentar fugir do, bah cara, faz tempo que eu não estudo música, eu não sei a ordem certinha, dos acordes mais utilizados na música ocidental... 1º, 4º e 5º... e tava querendo fugir disso, começou com Blues, aquela linguagem mais tortuosa, sinuosa, mais, bem mais, é um triste original, é um triste original, a pessoa ta tão triste que acaba se lixando pra maneira que é dito... essa linguagem me atrai até hoje. Não sei se isso se encaixa como texto. Agora entendi, texto? Novamente, a fuga do comum, curiosamente, assuntos mais cabiciosos, no hardrock eu gosto muito, lidar com temas como suicídio, de temas como não conseguir valorar as coisas, dar valor, propriamente é muito bem abordado pelo Pantera, por exemplo, muito bacana, enfim... eu valoro muito isso...”


104 Aqui neste grupo, residentes em São Paulo, capital, fica mais explícito a preferência mais pela música e pouco pelo texto. Quando uma letra chama a atenção tem a ver com a busca pela sua identidade, sobre a sua existência, conselhos de como cuidar de sua vida. Destaque para a “batida dançante” que chama mais a atenção do que o texto, valorizando mais o som do que o texto. Interessante observar que para alguns, em função de uma habilidade não desenvolvida, no caso línguas, não observam tanto o texto e sim curtem o som. Enfatizam que o som tem que ser bonito o texto nem tanto, com letras mascaradas, letras que não dizem nada também são legais. E um desabafo, acredito, “a pessoa tá tão triste que acaba se lixando pra maneira que é dito”. Manifestam a preferência e apreço por textos que trazem a fuga do comum, textos que abordam facetas do suicídio, temas de como não conseguir valorizar as coisas e também de dar valor às coisas da vida. Entrevistado 19, índios, distantes “Como assim os textos? Que chama atenção? As músicas135 que tem conteúdo que te animam. Coisas pra vencer na vida, que te deixam pra cima quando o dia não tá bom, aí você ouve uma música lá tenta de novo que vai dar certo, este tipo de músicas assim. Porque dão uma razão pra viver. São letras motivadoras.” Entrevistado 20, índios, distantes “O que mais chama a atenção são músicas que envolve a situação do Brasil atual, né. Essas disordem que está acontecendo, principalmente. Porque é um modo de levar as pessoas a conhecer a realidade do Brasil através das músicas, porque as pessoas já não ouve já os noticiários, no rádio e na tv, então, procuram, através da música informa as pessoas.” Entrevistado 21, índios, distantes “Eh... retrata, a maioria deles, que fala a verdade. A expressar os acontecimentos nas letras. Porque? Bom, porque, como posso falar, e que eu acho que eles não dão muita volta no assunto que vai ser falado, eles são diretos. Entrevistado 28, negros e mamelucos, distantes “Como assim que tipo de texto.... Ah... algum tipo de letra que eu goste? Porra, que eu lembre assim, a Marcelo Jeneci, aquela da “Felicidade”. Entrevistado 29, negros e mamelucos, distantes “Texto... Tive uma faze na minha vida que mais texto relacionado a conquistas, ou superações, batalhas, cantos mais épicos, mas tempo pra quando fui ficando mais adulto fui para coisas que tratasse mais do meu cotidiano,

135

Novamente aqui, há uma confusão do conceito música e texto. Vamos entender que ele ao dizer “música” esta se referindo ao texto.


105 né?, era uma temática que me agradava melhor.” Entrevistado 30, negros e mamelucos, distantes “Trechos? Textos? Não sei (risos)...”

Nestes grupos de entrevistados há a preferência por músicas que possuem conteúdo e que animam. Textos com conteúdos que motivam as pessoas a vencerem na vida, que te deixam pra cima e te motivam a viver mais e melhor. Também houve apreço por letras com crítica social e política, e uma constatação de que pessoas ouvem e guardam críticas políticas mais pelas músicas do que por qualquer outro meio de comunicação. Apreço também por textos de canções que falam da verdade e de valores, bem como, textos objetivos, simples e que vão direto ao ponto. Também foram mencionados textos relacionados a conquistas, superações, batalhas, cantos épicos, letras que retratassem o cotidiano. No

recorte

seguinte,

de

pessoas

mais

próximas

de

uma

congregação luterana, observamos o seguinte nas respostas: Entrevistado 4, italiano, próximo “As que tem letra e que tem algum fundamento.” Entrevistado 5, italiano, próximo “A popular e a sacra, então.” Entrevistado 6, italiano, próximo “Ah, e gosto muito do Sergio Reis, né, do “Menino da Porteira” sempre gostei, Almir Sater “A chalana”, Paula Fernandes, Leonardo, Zezé de Carmargo e Luciano, eu gosto muito desses cantores e dessas músicas.” Entrevistado 13, orientais e miscigenação, próximos “Ah, eu não tenho uma preferência, assim, eu sempre falo que música boa é aquela que fala ao coração, então o que toca o coração é a melhor.” Entrevistado 14, orientais e miscigenação, próximos “Isto... para mim textos aleatórios, que não faz sentido. Tá... porque eu não gosto de ficar tentando entender o texto da música eu gosto de sentir mesmo, nada mais profundo.” Entrevistado 15, orientais e miscigenação, próximos “Hum, talvez esses com lição de moral, porque as vezes, eu acho que falta pra gente acreditar nas coisas, ai eu acho que uma letra ou algo que você sempre escuta, ajuda.”

Destaca-se, nas manifestações, apreço por letras que possuem fundamento, seja popular ou sacra. Observa-se o apreço por cantores, independente do texto que se tem, ou seja, o cantor é uma prerrogativa de boa música ou bom texto em função da preferência pelo cantor e o seu talento. Outros já manifestam que texto ou música boa é a que fala ao coração, ou seja, tem uma identificação sentimental ou psicológica com a letra ou o som.


106 Novamente a preferência pelo som e música ao invés do texto “eu não gosto de ficar tentando entender o texto da música eu gosto de sentir mesmo, nada mais profundo”. Textos com lição de moral, valores e motivação para viver e se relacionar com o mundo. Entrevistado 22, índios, próximos “É, agora indo para a parte religiosa, nos temos um hino muito interessante que diz assim, “campeões da peleja sagrada”, então isso coloca na nossa mente que nós temos esse compromisso como cristão de lutar e e levar a vida, verdade, essas coisas boas, né. Porque realmente nos leva a um, a um, a um, nos leva a uma reflexão pras boas coisas em relação a Deus, a necessidade de pautar essa vida, observando as palavras de Deus. E dessa mensagem nós precisamos da Palavra de Deus, né.” Entrevistado 23, índios, próximos “Textos? Sim. São essas que eu disse, de incentivo, de te colocar pra cima, de te encoraja, principalmente, a gente sabe que na vida nos temos muitos

problemas,

dificuldades,

então,

é

essas

de

incentivo...”

Entrevistado 24, índios, próximos “Eu gosto mais daquele estilo Djavan (romântica). Porque são músicas calmas, né! E traz uma tranquilidade, né! É diferente! As vezes tem mensagem. Eu gosto por causa do sonzinho que é diferente, não tanto por causa das letras das músicas, mais pela melodia.” Entrevistado 31, negros e mamelucos, próximos “Tipo de letra... hum...” Entrevistado 32, negros e mamelucos, próximos “Roberto Carlos porque é muito romântico.” Entrevistado 33, negros e mamelucos, próximos “(Romanticas...)” Entrevistado 40, índios e manauaras, próximos “Os textos... eu tô muito, especificamente, ouvindo Paulo Baruk, e ele fala muito do nosso eu, da nossa dificuldade na prática, né, da Palavra do Senhor.” Entrevistado 41, índios e manauaras, próximos “(Respondida na pergunta anterior, de certa forma). Entrevistado 42, índios e manauaras, próximos “Que textos? Aquelas de adoração, aquelas que tem um cunho mais de louvor, de agradecimento a Deus.”

Preferência e lembranças de textos sacros através de hinos e canções que fixam a fé cristã, textos de incentivo, de colocar pra cima, de encorajamento, de superação dos problemas e dificuldades, textos românticos que falam da vida a dois. Nessa música romântica, apenas o som, às vezes, basta para tranquilizar e acalmar ou apimentar uma relação enamorada em função da melodia e não do texto como por exemplo citado, o Roberto Carlos que é considerado um grande poeta romântico 136. Destaque, novamente, para 136

Roberto Carlos – considerado poeta romântico na opinião do autor.


107 textos evangélicos, gospel provenientes do cantor Paulo Baruk, muito apreciado no meio evangélico brasileiro que destaca a nossa dificuldade de praticar o que a Palavra de Deus nos ensina, ou seja, a prática do bem. Textos relativos

ao

“nosso

eu”137

interior

bem

como

textos

de

adoração,

agradecimento e de louvor a Deus. Na sequência, seguem preferências de textos de luteranos: Entrevistado 7, italiano, luterano “É da, os hinos da igreja. Música gaúcha, porque gosto de dança música gaúcha e escuta também.” Entrevistado 8, italiano, luterano “Eu gosto bastante, dentro da igreja, as músicas onde a gente pode ter o consolo, o conforto, a segurança de que nós temos um Salvador, isso dentro da igreja... fora da igreja dentro do rock, eu gosto de músicas que falam, dentro da área política, algumas, talvez dentro, até dentro de revoluções que aconteceram, né, basicamente dentro desta área.” Entrevistado 9, italiano, luterano “Olha, as músicas que mexe, assim com a, eu gosto bastante de românticas, de coisa assim realizadas assim, que passam assim de paz assim, de amizade.” Entrevistado 16, orientais e miscigenação, luteranos “Olha... o texto pelo texto que mais me chama a atenção são os do antigo Hap, tipo Racionais aqui de São Paulo, Mascara da Morte que são grupos de HipHop e de Rap paulistanos, Gabriel o Pensador também, parece que o Rap tem uma capacidade de enaltecer bastante o texto das músicas e essas bandas, esses grupos que eu citei possuem músicas de alerta social muito importante, pelo menos na época da minha adolescência eu via assim”.

Entrevistado 17, orientais e miscigenação, luteranos

“Textos? Eu acho que os românticos, do dia a dia, né, gosto pelo conteúdo mesmo, que traz a mensagem, né, porque hoje, as músicas, as mensagens são zero (risos), mas músicas que preenchem, que deixam uma mensagem boa pra gente refletir.” Entrevistado 18, orientais e miscigenação, luteranos “Não, que eu prestasse atenção, não.”

Aqui observamos que, além dos hinos da igreja, existe uma preferência e procura por outros tipos de textos em canções. Textos de hinos e canções da igreja mencionados que falam de consolo, conforto, segurança, textos com conteúdo e com mensagem para vida, uma mensagem para refletir. Já, fora do âmbito da igreja, foram mencionados textos de músicas gauchescas associadas à dança gaúcha, também letras de cunho político e social,

137

“Nosso eu” – interpretado como as nossas falhas, pecados e intransigências.


108 românticas, que falam de amizade, bem estar social e humanitário, letras que fazem refletir e chamar a atenção para alguma coisa relevante. Entrevistado 25, índios, luteranos “É.. tem algumas que uso que são bem da nossa realidade, a nossa realidade, tem algumas, como o sertanejo, umas tem vita que só bagunça, né, e tem o “psadnedo” que faz bagunça, então é isso.” Entrevistado 26, índios, luteranos “O que me chama muito atenção, ah, os hinos que a gente sempre ouve, sempre o nome de Deus, explicando tudo, e pra gente, prestando bem atenção, ouvir as palavras da música. É, chama a atenção, como a gente canta, a Ele, orar e louvar.” Entrevistado 27, índios, luteranos “Os textos que vão narrar a vida do homem, do homem do sertão, do homem pantaneiro. Porque a gente vive no estado do Mato Grosso do Sul, é... onde a gente se encontra a maior parte do Pantanal, do cenário ecológico aquele, e é isso que me chama a atenção, né, com relação a essas músicas.”

Aqui destacam-se textos que mencionam a cultura local, a terra, o interior, a narrativa humana no seu contexto, histórias locais com descrições ecológicas da terra. Também mencionado os hinos e textos de hinos sacros que explicam, edificam e honram o nome de Deus. Entrevistado 34, negros e mamelucos, luteranos “Eu gosto de textos de músicas que falam de amor, tanto quanto, letras que contam uma história, né, que contam uma história e podem ser sobre diversas coisas, mas que tenha um início, meio e fim e que fazem sentido. Eu gosto que pra mim, assim, me tocam mais o coração.” Entrevistado 35, negros e mamelucos, luteranos “Se você estiver me perguntando assim, qual é o tipo de texto das músicas, o que me chama atenção, por eu ser cristão, obvio né, as músicas cristãs, né, que tenham uma letra que que vai bem no fundo da alma da gente, que reflete mesmo, a Palavra de Deus. E, algumas músicas que, algumas músicas, digamos assim, do meio secular que fazem você refletir sobre a vida, sobre coisas da vida... (Entrevistador: Em geral, você prefere músicas que contemplam a letra ou ritmo?) ... Se a música que não for tão rica em letra ela tiver um ritmo bem tocado, um ritmo bem produzido, com arranjos, arranjos musicais bons de se ouvir, que dá empolgação, e se a letra não for tão agressiva, assim tão, sabe, digamos assim, abominável, vale a pena escutar pela questão do ritmo. Então a letra, melodia e harmonização em si do que a letra... (Entrevistador: O que acha da música “chiclete”?) Essas músicas só tem importância no momento. E no contexto em que ela é usada. Se ela e uma música feita para alegrar, pra divertir as pessoas, ela vai ter a sua função


109 ali naquele contexto. Agora se a pessoa está procurando uma música pra refletir, pra ficar calmo, pensar na vida, não é a música adequada. Cada música, cada tipo de música tem o seu contexto, digamos assim...” Entrevistado 36, negros e mamelucos, luteranos “Porque tem conteúdo, não são letras repetitivas, mas são letras que tem conteúdo, tem fundamento, falam de algum, tem algum sentindo. ...geralmente eu não gosto de moda que repetem muito, não. Eu não gosto não. Eu não vou muito pelo ritmo não, apesar de que eu não vou passar em casa, assim, pagode, funk, mas eu olho mais a letra do que a melodia, do que o ritmo.”

Textos de músicas que falam de amor, histórias bem contadas sobre diversos assuntos, letras que tocam ao coração. Também preferências por música cristã pelo condicionamento confessional. Observa-se a opinião de que, se o texto é acompanhado por uma “batida” que agrada, bem produzida, bem arranjada, não precisa ter um texto bom apenas que não seja abominável, vale a pena pela questão do som (batida, arranjo e produção musical). Foi destacado por um dos entrevistados a questão dos textos do momento, que têm a função de suprir uma necessidade passageira ou todos os textos de músicas são passageira ou adequadas para aquele momento da vida ou no dia. Foi mencionado preferência por letras não repetitivas e com conteúdo e fundamento, que trazem algum sentido sem dar muito valor a melodia, ritmo e harmonia. Entrevistado 43, índios e manauaras, luteranos “Música no sentido de amor, né. Eu gosto muito de músicas românticas, coisas assim que tem uma letra mais profunda, né, pra me dizer.” Entrevistado 44, índios e manauaras, luteranos “Os textos que eu acho que são mais parecidos comigo, com minha vida.” Entrevistado 45, índios e manauaras, luteranos ”Que texto de música? Eu acho que gosto de coisa quando fala de natureza. Talvez pela minha vocação de engenheira agrônoma, essa relação com o meio ambiente, etc .”

Nesse grupo de luteranos mencionam letras que falam de amor, românticas, letra profunda pra dizer algo ao coração, letras as quais as pessoas se identificam em termos de vida e falam da natureza. Fazendo algumas considerações sobre as respostas a pergunta “que tipo de textos mais lhe chamam a atenção”, destaco, independente de ser distante, próximo ou luterano, a necessidade humana por coisas espirituais e


110 humanas. Espirituais concernentes ao ensino, testemunho e confissão de fé cristã em conexão com a vida diária através dos valores e princípios, bem fundamentados, com conteúdo. Mas também humanas, no que diz respeito a vida humana e seu cotidiano, seus desafios, nuances, motivações, sofrimentos, aguçamento intelectual, as vezes sem texto para relaxar e não pensar. Aqui temos as seguintes palavras balizadoras, além do espiritual e humano, mas circunstancial, polêmicos, desprendimento do tudo (“qualquer coisa - nada”138) e identidade com a faixa etária (momento em que está vivendo).

4.2.3. PERGUNTA – Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Entrevistado 1, italiano, distante “Zé Ramalho, Roberto Carlos, Chico Buarque e Teixeirinha que é cantor e compositor.” “Prefiro músicas mais relaxantes que transmitam alguma mensagem, alguma reflexão e que acalmam”. Entrevistado 2, italiano, distante “Tenho, tenho uma banda assim, que é a minha banda preferida, mas é assim mais por afetividade do que pela música em si. Porque é uma banda que eu escuto desde quando eu era muito novinha, e me acompanhou por muito tempo. Então é uma banda que eu gosto muito é Permoa, que me acompanhou, assim, por, pela minha adolescência assim. E é uma banda que eu gosto assim muito hoje, mas eu posso, eu assumo que é muito mais pela afetividade que eu gerei que isso tenha me acompanhado minha adolescência do que pela música em si.” “Eu diria que pop-rock, mais escuto de tudo um pouco mesmo. Porque que me chamou a atenção e é o que eu continuo ouvindo por muito tempo.” Entrevistado 3, italiano, distante “Olha, cantores, várias músicas, não só de um gênero mas bem variado. eu tenho vários, não tenho, sou bem eclética, porque eu gosto de vários” “Eu gosto de uma música um pouco mais alegre, não tão, não precisa ser agitada, mas eu gosto delas mais alegres.” Entrevistado 10, orientais e miscigenação, distantes “Ah... eu gosto muito de cantor pop atual, tipo, Beonce, Vien ou Iena, mas também gosto muito de cantores que estão nesta vibe hard rosh tipo músicas brasileiras tipo quase “5 a seco”, principalmente “5 a Seco” e o Dermam...” ”Eu gosto de várias, mas tipo, do que eu mais gosto mesmo é batida dançante, Reggaeton, pop dançante, isso é o que eu mais gosto “Qualquer coisa” - Significa não pensar em nada, apenas relaxar e ter um momento de paz. Um relax. 138


111 porque me deixa animada. Me deixa feliz...” Entrevistado 11, orientais e miscigenação, distantes “Eh... pô... são mais instrumentistas, mais instrumentistas..., ah tem tantos outros, putz, sei lá, tipo guitarrista, puta, muleque, Steve Vai né meu, Steve Vai, Joe Satriani, hoje em dia, lógico, já acho eles muito, muito pueril, digamos assim, hoje busco cara melhor, fusion Greg Hall, tipo uns cara, tipo, que conhecem, que são professores dos professores, normalmente, esses cara famoso se inspiram nele, Allan Rouse um guitarrista inglês que toca aquela coisa maluca, também, mais os professores eu escuto hoje em dia, porque é aquela coisa, as coisas do rádio me soam muito banal, já, hoje em dia, não que eu não escute, soa banal mesmo, hoje em dia.” “Gênero. Gênero? Hoje em dia? É meio complicado, vô te falar, música instrumental vai daqui até aqui... é muita coisa, vô te fala, oh, eu comecei, quando era muleque escutando rock hoje não escuto muito rock, sabe, por mais infantil, pueril que seja ainda escuto muito rock, metal, né... mas hoje eu curto, curto muito, muito New Age, gosto muito, gosto muito de eletrônica, mas não essa tum, tum, tum ou tchã, tchã, tchã, não essa coisa, eu escuto muito música antiga, né, coisa experimental, né, tem coisa do StockHause, coisa experimental, não é nem uma coisa muito audível, sabe, só testes com sintetizadores, né, então não é muito audível para a maioria do público, soam meio distan..., tem um distanciamento do público normal, então ele não é muito popular, não é fácil de digerir, entendeu? (prefere som instrumental com consistência?) Até pode ser experimental, e pode não ser uma coisa, assim, como é que eu vou falar, não é um entretenimento exatamente, talvez seja uma coisa de teste só, entendeu?, não é entretenimento, as vezes as pessoas acham que música é entretenimento, que é zoação, que é tal tal tal, e as vezes, nem sempre foi. E tem músicas de muitos motivos, tipo hino, como você falô, tem uma proposta não de entretenimento, mas um identificação, identificação de uma nação, talvez uma identificação cultural daquilo lá, e se certo povo, certo grupo, certa nação que não se identificar com aquilo lá, ele vai fala, pô, isso não diz respeito a mim, entendeu?, o que acontece na verdade um pouco em Taiwan; lá, na verdade, tem uma galera que não, não se identifica com hino, pô, porque veio de fora, que não tem a ver com a coisa aborígene local, né, por exemplo, to dando um exemplo aqui, neste caso, o meu pai é totalmente assim, “isso ai é coisa dos chineses continentais”, ele fala, né, que não é uma coisa local, né, então, o local aqui é cultura aborígene, não sei o que lá, apesar de ele eu acho que a gente não tenha sangue tanto aborígene, né, mas ele prioriza isso, talvez a coisa do Brasil e do brasilianismo, não é brasileiro, tem outra palavra que... não é bem nacionalismo, é é é coisa


112 antropofágico, que tinha na época de eles querer, tudo bem, claramente era europeu, descendente de europeu, mas que queriam uma coisa totalmente brasileiro, o de invocar o índio, como uma coisa totalmente nacional mesmo, nacional no sentido territorial, né, apesar de todos ali tem traços indígenas né, ou nata né, tipo Macunaíma, aquela coisa toda que, enfim...” Entrevistado 12, orientais e miscigenação, distantes “Eu gosto muito do, gosto muito do Noel Rosa, ouço pouco, mas gosto muito, gosto muito da Elis (Regina)... ah.. esqueci uma cantora que faz uma versão do barquinho do João, esqueci agora... gosto muito do Tom Jobim, Era FitJews, Billy Holiday, gosto do Joe Pass, eu gosto também do Pantera, Audio Slaves, i... muitos, nessa, linha...” “Eu to me apegando mais, nesses anos né, mais indi, coisa mais, não tão mais alternativa... Are kate fire, é então eu to gostando muito, comecei entrar nessa vibe de pedala, e a música ajuda bastante, uma música bem ritimado, que condiz com a quebra do padrão, sei lá acho que tenho um taro por isso...” Entrevistado 19, índios, distantes “Eu gosto de ouvir Ana Carolina, Cassia Eller, e outras músicas que nem sei quem canta mas que eu gosto de ouvir.” “MPB, sertanejo, depende do sertanejo, depende da música, depende da letra da música. Porque hoje em dia tem vários tipos de música, tem funk, né que ta lá né, só que se ouve funk e não tem nada assim de letra, as vezes a mesma letra não muda do começo ao final, um minuto até três até o final é a mesma coisa. Eu gosto de música que tem conteúdo, assim, eu gosto mais de MPB, mas se tiver alguma, algum ou ritmo, alguma música, um outro gênero de música que tem qualidade, que tem conteúdo, eu gosto...” Entrevistado 20, índios, distantes “São da parte da antiga. Os cantores, eh, que não se faz mais presente, que já morreram, mesmo posso lembrar ainda, tenho consideração pelo Oséias de Paula, eh, Eu Mattos também, e assim, da sertaneja eu não posso fala nada por que eu não curto musica sertaneja, música hip-hop eu não gosto muito.” “Estilo? Evangélica, gospel. Eh... eu escuto gravado.. pela internet.” Entrevistado 21, índios, distantes “Cantores? É... Legião Urbana, é o mais preferido.” “Hap, rock, não sertaneja.” Entrevistado 28, negros e mamelucos, distantes “Poxa... eu não tenho nenhum assim, tá ligado? É que eu escuto muita coisa... Pô, eu gosto mais de cantores internacional, Rihanna, gosto muito.” “Pop internacional. Não, não sei gosto das músicas, me atrae”. Entrevistado 29, negros e mamelucos, distantes “Cara... É uma pergunta difícil, vou dizer, não tenho, realmente, uma preferência primordial não.” “Eh... 60% do meu tempo eu escuto heave metal, mais eu não excluo, eu gosto bastante de música espanhola, cumbia, derivados, algumas músicas MPB pernambucanas por assim


113 dizer, músicas da raiz de Pernambuco são músicas que mais me agradam.” Entrevistado 30, negros e mamelucos, distantes “Chico Buarque, hum que for música... enfim, sim vários, é que eu sou muito eclética, então não adianta eu dizer todos... preferido Chico Buarque.” “Enfim, isso depende do meu humor. Geralmente se eu prefiro, como eu gosto de ouvir muito MPB, mais quando eu estou dirigindo o carro, uma sensação mais calma que me passa, se for, dependendo em festa, uma música mais agitada, mais animada, que me deixa animada. Eclética... varia.” Entrevistado 37, índios e manauaras, distantes “Aline Barros, eh,.. o... cumé, Aline Barros, Damais, Damais, Aline Barros, Fernandinho, é isso aí eu gosto.” “Música mais lenta. Porque as vezes eu fico, eu gosto de ouvir porque, eu fico pensando nas coisa assim, isso (reflexiva).” Entrevistado 38, índios e manauaras, distantes “É, quando é pra mim prestar atenção assim em letra, Cazuza, é o Dinho Ouro Preto do Capital Inicial, gosto também do... sertanejo? Eu gosto de ouvi, assim, quando eu tô dirigindo, daí eu gosto de Jorge Mateus, eh... Henrique e Juliano, alguma coisa assim... sertanejo.” “Acho que vai do momento. Por exemplo, quando tá, bom sertanejo porque é bem tendência. E aí eu sempre escuto. E eu acho que toca também no rádio de mais eh... já em casa, assim, quando, quando eu tô em casa eu prefiro ouvir já uma música que tenha letra. Que é aí quando eu escuto Cazuza, eu escuto, eh... o próprio, aquele que tem o cabelo grisalho, Lulu Santos.” Entrevistado 39, índios e manauaras, distantes “Eh... no Brasil, eu, deixa eu ver, Caetano, Roberto Carlos – o cantor, Djavan, gosto também, hum, de Joe Cocker, internacional americano, aqui eu aprecio muito Chico da Silva – um cantor local manauara, Fátima Silva, Nicolas Junior, tem vários que eles passam umas coisas interessantes.” “Aí depende do clima, né. As vezes, dependendo do estado de espírito é samba, é MPB, (Entrevistador: Quando o flamengo ganha...) .. ... samba e MPB (Entrevistador: Quando o Flamengo perde...) ... aí é no calado!! (risos).”

De uma forma geral, houve a menção de compositores e cantores do pop-rock internacional, da música popular brasileira e por artistas regionais bem como grupos e cantores sem muita expressão, mas com um apreço emocional e psicológico se identificando fortemente com os mesmos. Sobre os estilos referiram-se a muitos alguns precisos e outros sem uma conceituação precisa, mas que induzem a formulação de um gênero ou dentro de um gênero um jeito de se expressar. Mencionaram com mais precisão pop-rock, hard rock, gospel, rap, sertanejo universitário, samba e


114 MPB. Agora foram mencionados, com menos precisão técnica, as seguintes características: músicas que acalmam e relaxam, estilo mais alegre não agitada, pop dançante, música instrumental virtuose e exótica, estilo com identificação cultural, estilo saudosista e boêmio, estilo ritmado, música de qualidade, música mais lenta e a música da tendência são exemplos de sugestões e preferências, em sua grande maioria, mencionada e entendida. É lógico constatar que, por estar distante de uma igreja luterana, não fizeram nenhuma, ou pouquíssima, menção a compositores, cantores, bandas, estilos e gêneros cristãos luteranos entre as suas preferências. Agora partimos para uma averiguação de pessoas próximas a uma igreja luterana: Entrevistado 4, italiano, próximo “Gosto muito do padre Zezinho, gosto dos italianos principalmente.” “Românticas e religiosas.” Entrevistado 5, italiano, próximo “Cantores populares então, Leandro e Leonardo, Raul Seixas.” “Sacra.” Entrevistado 6, italiano, próximo “Esses aí Paula Ferandes, é uma ótima compositora, as próprias música dela é ela que escreve.” “Ah... sertaneja porque eu gosto das músicas sertaneja.” Entrevistado 13, orientais e miscigenação, próximos “E, Ana Carolina, seu Jorge, hum, Axel também, Fredy Mercory...

MPB né... também”

“Rock... já falei.” Entrevistado 14, orientais e miscigenação, próximos “Cantor, Lana Delrey, uma cantora indy, e, eu acho que eu só classifico nela assim. Eu tenho uma cantora que a voz dela é muito boa, ela se chama Florence.” “É... é o Indy mesmo. Me traz mais tranquilidade.” Entrevistado 15, orientais e miscigenação, próximos “Hum... pode ser banda? Hum, hoje, atualmente, tem uma banda que eu gosto muito, Smith Fire, que eu gosto bastante dela por causa das leras. Se não me engano são letras cristãs em algumas músicas, é bem legal. E, talvez, Keep me the Originals, só que ai, são letras mais, como se pode dizer, para abrir a mente assim, tomar mais cuidado com a sociedade, essas coisas...” “Hum, talvez Post Hard Cord, ou... essas músicas que eu mais escuto. Voltada do rock só que tem aquela fluência do hard rock, só que mais leve.” Entrevistado 22, índios, próximos “Prossora, nós temos um hino, da, do, uma coletânea de hinos. São hinos escritos a tempos atrás, os missionários americanos, não é, que passaram por aqui, então deixaram uma coletânea de hinos... do “Salmos e hinos” da igreja presbiteriana, mas também nós usamos o Cantor Cristão, e alguns hinos da Harpa Cristã. Nós não somos aqueles religiosos fechados, nós apreciamos as coisas


115 boas, úteis, né. E também, da música sertaneja, por exemplo, né, não sei se vou lembrar de todas as palavras, mas aquela história de que o filho deu o couro para o seu pai, e mandou o pai embora, parece-me que o netinho viu aquilo ali, eu não sei muito bem, e cortou o couro e entregou pro pai dele né, e se caso ele envelhecesse poderia até precisar daquele como para o seu pai, acho que aquilo lá é muito impressionante... é tem uma história, tem uma mensagem... música popular, rock... eu não vou dizer que não aprecio não, mas não... não ouço muito não.” Entrevistado 23, índios, próximos “Bem, tem vários, mas, eh, Aline barros, cantores brasileiras, e, Marcela Dandre, cantora espanhola também, desde que eu comecei a fazer o curso eu tenho ouvido bastante ela para poder me ajuda no espanhol, então são essas duas.” “Gosto. Gosto dessas músicas populares. Não gosto muito de músicas sertanejas. Não muito, tipo não digo que não vou ouvi. Gosto mais dessas tipo Dominguinhos, dessas eu gosto bastante, então, é, Cazuza, entre outras.... Hap eu gosto um pouco...não que eu não goste, mas eu não sou de ouvir muito, não tenho este contato.” Entrevistado 24, índios, próximos “Djavan, Mariza Monte, Zé Ramalho...” “Música calma, assim. Mais popular brasileira. Porque dá mais tranquilidade quando estou fazendo alguma coisa. Eu já coloco lá e já vou fazer alguma coisa.”

Entrevistado 31, negros e mamelucos,

próximos “Tem, não, eu gosto de vários. Não tenho um cantor específico. Eu gosto de Marco Antônio, gosto muito dos CDs da Luterana, como é que fala... da Jelb... porque são músicas boas, de ouvir, de meditar, são músicas suaves que trazem uma leveza, uma calma, uma paz. Eu gosto de música assim, música calma não música agitada. Apesar de ultimamente eu ter ouvido bem pouco, quando é mais os meus cantores assim, são mais de música românticas, Roberto Carlos, Zezé de Camargo e Luciano, Leonardo, as músicas do Leonardo, esses...” “Esse é o estilo de música que eu gosto...” Entrevistado 32, negros e mamelucos, próximos “Zeca Pagodinho, Benito de Paula, aquele do casaquinho, AGP também, gosto muito deles...” “Gosto do estilo romântico e das antigas ainda mais.” Entrevistado 33, negros e mamelucos, próximos “Zeca Cantores? “Maico Jackison”, Laionel Oliti, Daiana Ross, e outros e outros...” “(Romanticas..).” Entrevistado 40, índios e manauaras, próximos “Eh... eu ouço vários, até porque eu sou do louvor na igreja. Então eu ouço Fernanda Brum, ouço Eyshila, Aline Barros, Fernandinho, eu ouço bastante, mas tudo gospel.” “Eh... a minha preferência, por exemplo, pra passar tempo no ônibus, eu ouço umas músicas mais ritmadas, né. Mas tudo dependendo do que a gente tá fazendo. Se for uma música para eu entrar em período de oração já são as mais lentas, já


116 são as que me remeta a uma intimidade maior com Deus.” Entrevistado 41, índios e manauaras, próximos “Se a... mensagem da música, o texto? O que ela fala? Ai eu gosto da natureza, né. Tem umas músicas, assim, do Caetano e da Bethânia que remete muito a isso, né. E as coisas culturais também, né, que tem um enredo, uma história, né, pra contar.” “Porque que dá uma tranquilidade, né. Na gente, é uma melodia gostosa, o estilo da música, não é um ritmo, não é uma música agitada né, e, mas também

que tem uma mensagem.” Entrevistado 42, índios e

manauaras, próximos “Eu não sou muito bom com esses nomes, mas deixa eu tentar lembrar, tem um recente que eu ouço bastante, como é o nome dele... são cantores evangélicos... são todos cantores evangélicos... mas eu posso tentar depois...” “Eu gosto daquele estilo mais suave, uma adoração mais suave, uma música mais... eu acho que é mais adequada a minha personalidade, porque eu sou mais... eu não gosto daquela muita agitação, mesmo... na igreja também... na igreja também.”

Neste grupo de entrevistados luteranos, além de preferências por compositores e cantores do pop internacional, nacional e regional, já temos algumas referências a artistas cristãos católicos e evangélicos. Similarmente ao grupo acima, tem conceituações de estilo e gênero musical mais e menos precisa. As mais precisas temos o sacro, sertanejo, música italiana, MPB, pop nacional, rock, hard rock, hinos, rap, gospel, música popular brasileira e sertaneja. Já as menos precisas mencionaram música calma, músicas cristãs, música instrumental, música da JELB, estilo romântico, músicas mais ritmadas, músicas mais lentas, música com melodia gostosa, música evangélica e música com estilo suave. Aqui, por serem próximos a uma igreja luterana, se observa um pouco mais de menção a parte cristã em suas preferências e gêneros musicais. Analisaremos as preferências e estilos musicais dos luteranos entrevistados a partir de agora: Entrevistado 7, italiano, luterano “Ah... não sei... os Serranos...não lembro.” “Eu ouço bastante hinos do hinário.” Entrevistado 8, italiano, luterano “Nacional, tipo, Legião Urbana, Titãs, Nenhum de Nós no sul, fora, U2... é isso aí...” “Sim, rock é o que eu mais gosto, é gosto de outras músicas, tipo, tradicionalista, gosto também, tem minha filha que gosta de música sertaneja, aí a gente acaba ouvindo um pouco, mas o rock é o que eu mais gosto de ouvir.” Entrevistado 9, italiano, luterano “Ah... eu gosto


117 de Beatles, do Elviz Presley, Paul Mccartey, ABBA, do Roupa Nova no Brasil, umas gaúchas, Oswaldir e Carlos Magrão, o resto não me fazem muito a cabeça, não.” “Estilo? Eu gosto do estilo dos Beatles, do Elvis eu não gosto assim daquela parte do rock pesado dele, aquela parte mais dele, ele tem uma parte gospel também, tem uma parte mais romântica, eu gosto muito de Paul Mccartey que é um estilo mais... o Roupa Nova eu gosto muito de ouvir. É um estilo, assim, que eu gosto. Rock 7 gostava muito de ouvir, não sei se um estilo que ainda existe, o, quem eu disse que gostava de ouvir também,... André Rieu, gosto muito de ouvir André Rieu...é.. gosto muito de ver o jeito dele tocar, o jeito dele que ele faz as orquestras dele. Eu toquei muito tempo em orquestra, então, eu gosto daquele estilo... Tocava trombone ... toquei mais de 20 anos...eu comecei na banda do Cristóvão, depois a gente foi pra Orquestra de Caxias, depois para a Sinfônica de Caxias.” Entrevistado 16, orientais e miscigenação, luteranos “Olha, gosto desde o... tem Gree Day no rock in rool, Aero Smith, Gans and Roses, um pouco do Metálica, um pouco de treachmetal, muito pouco de metal mesmo, gosto de Goldplay, gosto dos flashback antigos, Forever jung, Alfaville, são vários, aqui no Brasil, eu gosto muito da MPB em geral, Caetano Veloso, gosto também um pouco de samba, não sou muito fã, mas assim me chama a atenção samba de raiz como os Demônios da Garoa, gosto muito da música erudita também, gosto muito de Beethoven também da harmonia que ele dá na música, do próprio Mozart, mas eu prefiro Beethoven ainda, gosto um pouco de Bach, mas não sou muito fã de barroco, acho, sei lá, um som muito pomposo, né, muito cheio de coisa, sou mais assim, gosto de um som, não sei dizer isso, mais direto, Beethoven, ou assim por diante, né, eh... bem, resumidamente acho que é isso.” “Olha, não tem um estilo assim, depende muito do momento que a gente está, né. Numa viagem longa prefiro um rock’n roll, um punk rock daí deixa a gente acordado, se eu quero dormir ter um momento mais tranquilo já foi para a música erudita, até música canto gregoriano, né, pra fazer sermão já escuto muito Hilsong, gospel em geral, em fim, não tenho um estilo propriamente preferido.” Entrevistado 17, orientais e miscigenação, luteranos “Acho que o Djavan, ah, gosto do Ademar de Campos, muito, sou fã, muito, (risos) ah...Fernandinho, acho que os principais são esses.” “Músicas mais calmas.” Entrevistado 18, orientais e miscigenação, luteranos “Eu gosto da música do Roberto Carlos, as mais antigas, é, as mais antigas sim. Eh, eu, se tocar eu lembro, mas assim, ...” “Sertanejo, mais dos antigos. Tem, Tonico e Tinoco, foi uma coisa, umas músicas que chamou muito a atenção na vida da gente da roça. Da infância...” Entrevistado 25, índios, luteranos


118 “Jorge Mateus, as músicas dele traz para a realidade, como o amor. Ele é baseado em amor. É sertanejo comum, (não universitário)” “Não, assim que me chama a atenção... Não gosto de rock porque não é o meu estilo, nem MPB, nem Hap... Talvez seja da nossa região, pode ser, tá afastado, talvez no Rio de Janeiro, por aí (não é tão comum para o MS o rock...)... talvez seja isso também.” Entrevistado 26, índios, luteranos “O meu, o meu escolhido, preferido de cantor é o, pera aí, o meu cantor é o Edson Freire... (risos).... Anderson Freire.” “Gospel... aham...” “Entrevistado 27, índios, luteranos “Eu gosto de ouvir, os, as aqui da terra de Mato Grosso do Sul, tem o Almir Sater, que fala muito sobre a vida do pantaneiro, e alguns hits de chamamé que tratam também das questões culturais do estado, né, mais as relações voltadas ao homem pantaneiro.” “Eu gosto de ouvir música sertaneja e também o chamamé, também. Gosto meu. É porque ele vai tratar da realidade nossa, do dia a dia da gente vive. A gente por ser indígena, a gente contribui nosso com o nosso jeito de ser, né. O Estado pantaneiro.” Entrevistado 34, negros e mamelucos, luteranos “Roberto Carlos, Belquior, gosto também de Maria Betânia, gosto dos mais antigos, Fernando Mendes.” “Prefiro MPB. Gosto de... até eu tenho um gosto muito eclético, gosto de tudo um pouco, depois o que eu escuto além de MPB é, eu gosto de música de Axé, que toca em música bahiana.” Entrevistado 35, negros e mamelucos, luteranos “Olha, músicos preferidos são quase todos da linha instrumental. Da música instrumental, agora dos cantores, dos cantores eu vou citar os cantores que, digamos assim, são os mais conhecidos, instrumental nem tanto. Tem, por incrível que possa parecer pra alguns, eu gosto de Ivete Sangalo, porque eu acho ela versátil, ela canta tanto músicas para alegrar, como músicas para refletir, e músicas que falam de amor, e também tem Ana Carolina, Seu Jorge, Jorge Versilo, Djavan, sabe...da MPB tem João Bosco... dos instrumentais só não são tão conhecidos, né, tem, eh, tem o Marcos Muller, Victor Buttem do contrabaixo também, David Ekcon baterista, Vini Culaiuta, tem enhcamber, tem Tony Rogers Junior, Chris Kolermann, Stive Smith, enfim, poderia citar uma série de outros...” “Sim, o estilo de música que eu prefiro são esses mencionados (resumindo...)” Entrevistado 36, negros e mamelucos, luteranos “Preferidos, eh, tem os gospel, gosto mais da Novo Som, Marquinho Gomes, e tem os MPB também, gosto de Jorge Vercilo, gosto de Maria Gadu, de Djavan, Roupa Nova. (Entrevistador: O que acha dos CDs que a JELB produziu?) Eu gosto (titubeando), só que assim, acho que algumas músicas, são, os ritmos muito parecidos, mesmo no reggae, eu não acho o reggae muito original, eu acho muito puxado pro sul, eh... o samba igualmente, não é


119 algo tão original como é o ritmo.” “Estilo? Como assim? O Ritmo? Eu não gosto muito de clássico não, Gosto mais de violão, mais do “ao vivo”, de um CD em casa eu não gosto muito. Mas, eh, depende muito do momento. Tem mais momentos que eu estou mais pra ouvir certo estilo de música, tem momento que eu estou para ouvir outro.” Entrevistado 43, índios e manauaras, luteranos “Ah... eu já falei um, né. Gosto muito dessa Life House, gosto também de uma banda chamada Soudja que é uma banda de raggae e americana também, gosto muito das músicas dele, gosto... pra falar assim brasileira... é difícil eu ouvir.” “É, músicas assim, no sentido rock, um pouco pesado, e também músicas mais leves, mais contemporâneas, mais calmas, mais... “variadez”, sendo, assim, estrangeira, eu gosto bastante de todas na verdade, é difícil dizer assim um estilo, eu gosto muito de ouvir. Eu gosto de procurar outras bandas, e outros estilos... é mais ou menos isso.” Entrevistado 44, índios e manauaras, luteranos “Não tenho, porque seria o mesmo quesito dos tipos de música, porque são variadas. Então, não tem um só mas tem os que eu gosto mais e os que eu gosto menos. Seria, sertanejo, seria Vitor e Leo, de rock seria Metálica, e assim vai, vários estilos...” “O que eu gosto mais de ouvir seria, sertanejo, que seria que eu gosto mais. Porque eu acho mais parecido com a minha vida. Entrevistado 45, índios e manauaras, luteranos “Ah...a primeira pessoa que me surge a mente é o Milton Nascimento, Djavan, Lô Borges, entre outros.” “Música... MPB em geral.”

Novamente citações de cantores, bandas e compositores do pop rock internacional, nacional e artistas regionais com os estilos preferidos mencionados como o rock nacional e internacional, MPB, axé, gregoriana, gospel, sertanejo comum (original), punk rock entre outras expressões não precisas sobre o estilo e gênero como romântica, clássica, erudita, música baiana, música instrumental, músicas para alegrar, músicas para refletir, músicas mais calmas, músicas antigas, música do interior, música pantaneira, música da JELB e música do hinário luterano. Aqui nós podemos nos perguntar “como está a música luterana no contexto brasileiro?” Considerando a quantidade de cantores, bandas e compositores mencionados é bem raro ter um cantor, compositor ou banda luterana mencionada ou preferida. Dos mais distantes e próximos de uma igreja luterana era previsível, porém entre os entrevistados, haver pouca menção de preferências de música luterana, nos faz refletir sobre o “como está


120 a música luterana no contexto brasileiro?”

Será que ela é relevante no

contexto brasileiro? Será que ela está atraindo, suficientemente, os povos e etnias para ouvir o evangelho? A nossa música chama atenção no contexto em que vivemos? Será que ela é ouvida e preferida entre crianças, jovens e adultos da nossa sociedade? Importante destacar que o ecleticismo, a circunstancialidade e a identidade também permeou as escolhas e menções dos entrevistados, corroborando com as perguntas sobre dados pessoais. O “eclético” evidencia que estamos em uma sociedade onde tudo é acessível e partilhado. O circunstancial nos mostra que tem momento para tudo, para ouvir música conhecida, funcional, exótica e até para satisfazer a nossa curiosidade do diferente. Também a “identidade” direciona bastante as nossas preferências e escolhas, pois está associado às coisas mais profundas do ser humano, seja no âmbito emocional, psicológico, intelectual e espiritual. O ser humano é único, diferente e circunstancial em tudo o que faz.

4.3. SOBRE O TEXTO

Após a audição das gravações dos hinos “Graças dou por esta vida” (HL 222) e “No templo a Isaias sucedeu” (HL 234), os entrevistadores questionaram sobre vários aspectos dos hinos. Segue agora um bloco de análise sobre as respostas dos entrevistados referentes aos textos dos hinos em questão. 4.3.1. PERGUNTA – O que o texto dessas músicas lhe comunica? Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Entrevistado 1, italiano, distante “ Uma aproximação com Jesus Cristo.” “A fé, humildade, a religiosidade.” Entrevistado 2, italiano, distante

“Bom.. é... teve algumas coisas que eu não consegui entender, aí eu fiquei tentando ouvir melhor, mas eu consegui entender que tá assim, que as duas músicas tem textos que estão exaltando a Deus, que falam das


121 características de Deus, estão falando de como ele é, das características dele.” “Eu acho que esses textos, como eles estão falando pra mim, pelo menos, minha compreensão, das características de Deus, fazem que a gente se sinta mais próximo dele por conseguir entender quem ele é, e por conhecer melhor, pelas coisas que a gente sabe dele a gente consegue se aproximar dele.” “Entrevistado 3, italiano, distante ”Paz interior.”

“Família.” O que se pretende averiguar é a linguagem no contexto brasileiro multicultural pressupondo suas linguagens gramaticais. Queremos observar a interpretação e o entendimento dos textos nos diversos segmentos da sociedade brasileira. Importante frisar que a audição era feita uma única vez e depois era necessário responder. Neste grupo de italianos entrevistados distantes de uma igreja luterana, a interpretação foi mais genérica quanto ao texto devido a ouvir uma única vez. Neste ponto, é possível observar que o “clima” da melodia bem induz a uma interpretação genérica, pois acredito que para uma primeira vez é muita informação de texto, melodia, harmonia e ritmo que provocam, passam, despertam muitas coisas nos ouvintes. Neste caso destaque para termos como: aproximação com Jesus, fé, humildade, religiosidade, exaltação a Deus, características de Deus, sensação de proximidade com Deus, paz interior e família. Ou seja, termos gerais reagido pelos entrevistados ao texto as quais percebemos uma indução em função da melodia e execução harmônica. Entrevistado 10, orientais e miscigenação, distantes “Eu não prestei muita atenção na letra da música, pra falar a verdade. Eu prestei a atenção na primeira, mas eu acho que o texto em si falou comigo. Eu não entendi, na verdade.” “Ah (risos, desconcerto), não acho que pra mim não. Na verdade eu fiquei mais na atenção na melodia e no jeito que elas cantavam do que no que elas estavam cantando.” Entrevistado 11, orientais e miscigenação, distantes “As letras? As letras pelo que eu me lembro, era... musicamente, eu acho que era composição da igreja, né, então, eu não lembro com muita exatidão, as letras, exatamente, eu não tenho muita memória para letra, mas assim, a música em si, claramente, eh, eu não sei se é musica sacra, eu não tive um estudo formal da música erudita, mas é uma música da igreja, totalmente composição da igreja,


122 tipo, por não possuir alguns tipos de tensões, a musica tal, é claramente da igreja. (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Os textos, o que ele comunica, muito bem, vamo lá, eu vo te fala, como falei pra você, eu não, logicamente a música sempre me atraiu mais do que a parte textual, né, acho que cada um tem um pouco disso, já percebi nas pessoas que muitas pessoas, realmente, algumas se ligam mais na parte literária e outras se ligam na parte rítmica, alguns harmônica, melódico, então, ou alguns nada, talvez alguns analfabetos talvez, não liga a nada, pra ele é total “breu” as músicas, que pra ele não tem uma assimilação fácil, né, enfim. Eu me lembro de fragmentos, palavras em si, eu não lembro se tinha muita coisa, assim, um texto muito positivo, porque juntando com a parte melódica e a harmônica, né, eu não lembro de ter nada negativo nos textos, das passagens assim, então pra mim, assim, é totalmente associado a música, harmonia, melodia, mas associados, né, normalmente as melodias complementam a harmonia e vice-versa, claro, e ritmo e as letras, normalmente, logicamente, não tem nada de experimental, pelo que eu entendi, ou pelo menos na intenção, ah... ele está totalmente, talvez, dentro do da proposta da música, que tem um propósito, pelo que eu entendi, volta a algo religioso, a música, é como eu falei pr’uce , eu não lembro, não tenho escola exata das músicas, não sei se é música sacra, música disso, disso e daquilo, sei lá... sei que é música da igreja, pelo menos a composição é feita como ponto de partida, da concepção da igreja, então deve ter um teor, altamente persuasivo, segue, lógico, preceitos bíblicos, lógico, esta é a proposta da igreja também, me falta as palavras para explicar melhor, né, mas enfim, vambora,...” “Mmmm... não tenho um, como é que eu vô falar, assim, não é gosta ou não gosta, é bem complicado essa parte, mas assim, é complicado isso,... não assim, vamo lá, vamo lá.. A música na igreja tem um propósito, né... assim, de persuasão, mas ele tem um propósito de, de, união, talvez?, ou de agregar os seus fiéis, tem uma identidade, identidade com um tipo de música, né, identidade, confesso que eu não lembro de cabeça as letras, composiç... mas, certamente, né, é assim, algo, com eu vou fala, relata algo histórico, histórico não vai, algo que tem uma vivencia da igreja, né, pô, tá meio difícil fala isso... pô. (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Bom, então, vamo lá, se me traz alguma coisa, assim, é assim, eu acho o seguinte, tem duas coisas, uma coisa é assim, é você desconhecer, isso, independente da música qualquer coisa, mas você conhecer algo, uma pessoa te apresenta algo e ele te remete a algo, então, é algo que não existe, primeiramente, é quando uma pessoa não tem conhecimento, a pessoa não tem


123 conhecimento do fato, aí você leva a pessoa no meio do mato de algum lugar, ele não conhece a música cristã, a princípio, e aquilo la vai te trazer uma sensação, né, logicamente, não é música ocidental baseada no dodecafonia, tudo bem, ele vai entender, agora quando não é, sei lá, alguma música oriental, música árabe, até música nórdica que tem algumas coisas diferentes da escala, parece, né, não sei bem, né, ah...que não são diatônicas, né, então, ela pode te remeter a outras coisas, então, sei lá, digamos assim, vai, vamos mostrar para um índio, digamos, vai, nativo sul-americano, que não tem conhecimento nenhum de música ocidental né, se mostra isso pra ele, ele vai ter alguma sensação, pô, que porcaria, isso não me traz nenhuma paz, nenhum relaxamento, digamos que ele, por mais que ele compreenda o texto, a música, o texto pode né, junto pode soar e geral uma estranheza para ele, que está totalmente distante no mundo dele. Então aquilo lá pode ser um relaxamento pra ele, entendeu? Tudo bem que a parte, a música ocidental, a divisão de Pitágoras, essa coisa do metade do som que é uma oitava, dividindo, essa organização da escala musical proporcional, na verdade não é proporcional 100% mas fizemos de forma proporcional de 15 em 15hz, não é, ce sabe isso melhor do que eu, isso já é a parte da física, já, então, dentro da escala ele gera uma harmonia, né, harmônico, não dissonante, então, que a igreja utiliza esse método, não pode ter os trítonos, não pode ter as sétimas maiores e menores, né, e as terças maiores e menores gera uma sensação, os maiores são mais alegres, já os menores são os mais tristes, e tem que tá dentro disso daí, ou a repetição, repetição da nota pedal, isso aí seria, deixa eu me lembra dessa parte que eu estudei, a parte modal, eu não prestei a atenção se era tão modal ou não, tá, mas me lembra uma coisa meio modal, do baixo ser sempre aquela mesma nota de pouso e repouso, ah, desculpa, está sempre suspenso, sempre suspenso, ele tem um repouso e nunca tem um início, né, se não me engano, tá, não vo lembrar bem isso daí, e a partir disso, gera uma sensação tal... Entrevistado 12, orientais e miscigenação, distantes “Então, eu não consegui ouvir direito, eu só ouvi uns trechos, e teve um tempo que eu participei de coral, teve um tempo que meu pai frequentava o centro espírita e músicas com, não com as mesmas palavras mas com a mesma ideia, que as frases carregam, me pareceu familiares. Então eu vou basear sobre a minha experiência, porque eu não consegui entender, basicamente, o que foi disso (risada). “Tipo de valor conservadores e propriamente, como posso dizer, é algo que a gente vai levanto, são ideias que a gente vai aceitando. E não propriamente somos ativos nessas ideias, na relação de casualidade entre as partes, ou até mesmo, a


124 importância que é dado a elas, não tem muita reflexão no que é dito, propriamente pra mim, então tem conformidades com o que já é comumente aceito, nada criado, é mais repetido. E não tem nada de errado com aquilo, essencialmente, claro que uma pessoa pode acreditar em paz, claro que uma pessoa pode acreditar em amor, e da maneira como é proposta, mas eu duvido que tudo seja pensado, que tudo seja engolido sem mastigar antes.”

No grupo de miscigenados e orientais distantes constatamos que existem pessoas onde o que chama mais a atenção, primeiramente, não é o texto, e sim a melodia, harmonia e execução. A sonoridade musical permite que lhes tragam à memória situações e contextos vividos expressados tais como as indagações pela dificuldade do texto ou a não familiaridade com este tipo de expressão musical e textual: letras?; composições de igreja?; música de igreja com teor altamente persuasivo, bíblico e de união; uma música com propósito, ou seja, as referências ao texto são mínimas, pois o que mais chamou a atenção foi a parte musical. Destaco para uma observação feita que mencionou que “talvez gente mais analfabeta não se liga muito no texto”. Desenvolvendo um pouco mais, talvez pessoas com dificuldades cognitivas, ou pessoas que não desenvolveram o hábito de leitura e cognição não chamam tanto a atenção ao texto, num primeiro momento. Acredito que isto seja um dado a ser levado em consideração neste universo multicultural, e diria também, multissensorial humano. É importante levarmos em consideração este tipo de informação na análise missiológica no contexto humano e brasileiro. Destaco que para estes entrevistados a linha de interpretação, mesmo com o texto dos hinos, está sendo induzido, mais fortemente, pelas melodias e harmonias executadas, influenciando a interpretação, trazendo a memória momentos vividos pelos entrevistados que são transformados em palavras. Entrevistado

19,

índios,

distantes

“(Entrevistadora:

Pode

falar

exatamente isso aí...) A primeira música não entendi, não consegui ouvir muito bem apesar da melodia ser bem mais tranquila que a outra. A segunda (Graças dou) já, parece que tinha mais barulho, só que mesmo assim eu consegui ouvir a letra e eu gostei mais da segunda por causa da letra.” “Em que sentido? Agradecimento... religião também pode ser colocado?, religião, agradecimento e... acho que é isso. Não consegui


125 ouvir muito bem, mas acho que é isso que consegui ouvir por cima.” “A segunda (graças dou), justamente por causa da letra de agradecimento, e é uma coisa assim que dá pra você pensar, para e pensa, e agradecer todos os dias, todos os dias a gente não faz...” Entrevistado 20, índios, distantes “A graça que a gente tem que elevar a Deus por tudo que ele nos tem feito, nos tem dado. A esperança, principalmente.” “Salvação.” Entrevistado 21, índios, distantes “A gratidão pela palavra, que é ensinada no evangelho.” “A graça de Deus na vida, em nossas vidas.”

Neste grupo de índios distantes de uma igreja luterana é interessante notar suas reações as audições. Reagindo a audição do “no templo a Isaias sucedeu” menciona que a melodia transmite paz, porém o texto do “Graças dou”, apesar de não conhecer e ter muito “barulho” 139 na execução lhe chama mais a atenção em função do bordão “graças” e também pela identificação desse termo em sua vida. Daí prosseguem outras associações com religião, igreja, agradecimento ou falta de agradecimento, enfim, o texto, aqui, em função da identificação e repetitividade semântica, começa a chamar mais a atenção mais do que a música em si, principalmente na segunda música – “graças dou”. Entrevistado 28, negros e mamelucos, distantes “A mensagem pra Deus, pra agradecer a Deus.” “Bom pra você refleti. Sei lá? Sobre a vida.” Entrevistado 29, negros e mamelucos, distantes “É... vai me faltar subjetivo para identificar, mas são textos de categoria de aclamação. Então, são história contada, eu não identifiquei de quem e com quem mas identifiquei os instrumentos, o órgão, o coral, creio que seja o cristianismo e tal, mas é uma coisa relacionada a alguém na vida de alguém. Agora, os sujeitos da questão eu não prestei atenção.” “Ah... isso aí lembra o tempo que era convidado aí a missa, para escutar os sermões, mas pra mim hoje em dia só com relação ao contexto histórico mesmo. Parte do estudo de história da arte. Hoje o discurso que está nesta música não me atrai não.” Entrevistado 30, negros e mamelucos, distantes “Eu não consegui prestar muita atenção no texto porque o ritmo, os instrumentos me cativaram mais.” “Eu sei que são valores religiosos. Falam de Cristo, mas não sei dizer exatamente.” Entrevistado 37, índios e manauaras, distantes “O texto delas? Tipo assim, a primeira, tipo assim, natal... época de natal, tipo noite de natal, bem... tipo que nem aparece na televisão,

Barulho” - Entendo que está se referindo a gravação e, principalmente, ao órgão e coro a quatro vozes que, na percepção dele, dificulta a audição do texto. 139


126 bem suave aquela música. Aí, é isso aí. Aí a segunda, achei mais lenta, (risos...) tipo assim, um velório (risos), tipo um velório essa música, bem mais, parece um coral... um coral.” “A primeira é como falei, né, hinos de natal e a segunda tipo um coral, tipo um coral num teatro. Parece um coral assim. Até me lembrei da Ana, que era ela cantando lá no quarto, as vezes ela canta.” Entrevistado 38, índios e manauaras, distantes “É, porque é como é a primeira vez que eu ouço, eh, esse tipo de melodia que parece voltada para a coral, parece ser um coral, mas eu tive dificuldade de entender a letra.” “Parece textos de igreja. Textos evangélicos.” Entrevistado 39, índios e manauaras, distantes “Veja. Eu tentei. Eu forcei e eu não compreendi... o áudio ta ruído, não tá dando para reconhecer o texto, né. Então não consegui interpretar nas duas músicas Então, todas essas relacionadas ao texto do poema não consegui perceber junção textual dele.” “Não posso julgar, avaliar porque (não conseguiu ouvir direito nem entender)...”

As respostas do grupo de negros, mamelucos e índios, manauaras distantes de uma igreja luterana me chamam a atenção para o fato da música chamar mais atenção do que o texto e por conseguinte trazer memórias de situação vividas, e principalmente, me faz refletir sobre que para um segmento da nossa sociedade, a nossa música luterana é vista como cultura histórica que remonta a Jesus, natal, páscoa, religião, velório, missa, cristianismo, evangélicos, igreja, ou a vivência em coral que na opinião manifestada é importante para a sociabilização do ser humano, mas apenas como cultura histórica. Ou seja, usando palavras literais da opinião de um dos entrevistados “hoje o discurso que está atrás desta música não me atrai não”. É importante mencionar que, salvo o ruído ou o nível de clareza e nitidez sonora proveniente do aparelho que o entrevistador forneceu, nesta turma de entrevistados índios e manauaras distantes de uma igreja luterana, a questão harmônica e organística atrapalha bastante na audição do texto. Talvez a percepção sonora local ou étnica privilegia a condução melódica. Em outras palavras, dentro da linha multissensorial, o som chamou mais a atenção que o texto. Entrevistado 4, italiano, próximo “Ah... as duas me comunicam coisas muito boas. A valorização da vida, a valorização da natureza, de tudo o que a gente tem na vida, em resumo.” “Dar valor a vida.” Entrevistado 5, italiano, próximo “A vivencia, o agradecimento, pela experiência que a


127 gente viveu e passou.” “Ah, a vivência, o amor e o agradecimento”. Entrevistado 6, italiano, próximo “Ah, é, são, essas, Senhor e “Graças dou”, pelo sentido,né, tudo o que a gente tem é graças a Deus, né, é, sei lá né, a gente tem fé, das coisas, né, que Deus proporciona que ele dá a saúde que a gente tem, e a gente sempre espera que, sempre, está perto da gente, e que ele possa proteger a gente.” “Pois é... o que que eu vou lhe dizer... princípios?? É a saúde, né, a gente tem que ter esperança, e fé de de Deus.”

Já aqui no grupo de entrevistados próximos a uma igreja luterana percebemos um cenário de tendências um pouco diferente. Percebemos uma proximidade e familiaridade com o texto dos hinos, com o cristianismo e cultura luterana manifestados nas seguintes palavras: “comunicam coisas boas, valorização da vida, natureza, o agradecimento a Deus, esperança, saúde, fé...”, ou seja, podemos concluir, a partir dessas expressões, que seria um humanismo fortemente associado ao cristianismo. Entrevistado 13, orientais e miscigenação, próximos “Assim, a primeira comunica assim, as graças que a gente dá por tudo que Deus nos fez, que Deus nos fez. A segunda também, fala muito de graças, os feitos, que tem feito pela gente.” “Hum... mais assim, que a gente deve agradecer, por tudo que, por todas as coisas que Deus tem feito por nós. Sempre, assim, quando fala graças dou, graças sempre hei de dar. Tem que agradecer...” Entrevistado 14, orientais e miscigenação, próximos “Hum... o primeiro não me fez prestar muita atenção por ser muito repetitivo. O segundo já me causa mais curiosidade de aprofundar no assunto da letra.” “Acho que é meio que parecido com a primeira resposta do se aprofundar mais, de se conhecer mais a história.” Entrevistado 15, orientais e miscigenação, próximos “Pode ser sobre a segunda primeiro? A segunda, talvez, algo triste, e não sei. Acho que a entonação da música ajuda a isso, a passar uma mensagem mais séria, mais pensativa, mais reflexiva. Sobre a segunda, não sei, talvez uma comemoração, ou de algo mais feliz. Do texto? Hum... boa pergunta (risos), deixa eu lembrar.. Isso “Graças dou”! Não sei, acho que não!?! Assim, algo que me chamou a atenção, nossa isso daqui... não, não.” “Ah, acho que como eu falei, a segunda, tem pra você fazer uma reflexão, pode, não sei, é, pensar nas coisas que aconteceram, sobre a vida, sobre e quem você dá valor...”

Dentro da multissensoriedade humana e multiculturalismo brasileiro, observamos aqui manifestações diferentes. Além do texto “Graças dou” chamar


128 a atenção pelo apreço melódico e ritmo, ele se torna muito repetitivo causando desinteresse. Surpreendentemente, a interpretação dos entrevistados na segunda música “no templo a Isaias sucedeu” é de ser mais reflexiva e não tão ritmada. Isto causou mais interesse pelo texto não ser tão repetitivo. Percebese aqui a necessidade e o anseio de aprofundamento cognitivo, informação e história manifesto pelo entrevistado. O texto é deveras importante para este tipo de pessoa. Se bem que isso pode ser causado em contraponto ao “graças dou”, mas independentemente disso, a reflexão é válida, no sentido de observar as diferentes sensibilidades humanas e culturas sociais existentes neste imenso Brasil em que vivemos. Nestas respostas, observamos uma reflexão sobre a subjetividade da

música

e

texto

em

função

do

multissensorialismo

humano

e

multiculturalismo social. A relação música e texto pode dar nuances de interpretação diferentes tanto para o texto com para a música em separado, como em conjunto dependendo da época, cultura e informações. “No templo a Isaias sucedeu”, originalmente, foi feita para ser um louvor grandioso, uma exaltação evidenciada no bordão e melodia juntos no texto “É Santo, nosso Deus, Senhor Jeová”. É interessante observar que o 3º entrevistado associa a uma coisa triste e reflexiva. São ressignificações humanas e culturais interessantes de ser observadas. Entrevistado 22, índios, próximos “A primeira música nos leva a um certo respeito, não é, tipo de reverencia a Deus. Então é isso que eu percebi no primeiro hino, leva a santidade, a sublimidade, como se tivesse, adoração, respeito a Deus. Agora no segundo hino eu percebo que é mais de agradecimento do ser humano, e esse agradecimento precisa ser total, impulsivo, assim, cheio de si, neste agradecimento, como se tivesse com um tipo de música em massa. O ser humano está agradecendo a Deus, e tem que ser um agradecimento de coração, não um agradecimento, um tipo de agradecimento vivo. Pra mim esse segundo hino, como é de agradecimento, é um agradecimento vivo, cheio de vida, não é, percebi isso...” “Esse primeiro, os dois? O primeiro, esse texto, é uma mensagem que o ser humano tem que estar com esse tipo de comportamento com relação a Deus, o respeito a Deus, reverência. O segundo (graças dou), é nossa obrigação ser agradecido a Deus, nesse sentido...” Entrevistado 23, índios, próximos “O que me chamou atenção, foi que muitas vezes a gente não dá, se esquece de agradecer nas mínimas coisas. Fala que


129 Jesus morreu, e até isso a gente esquece de agradecer. Ele deu a sua vida e as vezes, muitas vezes reclama, né então, aí, agradecer pelo ar, por estar aqui dando esta entrevista também, é isso...” “Ah... eu fiquei mais focado na segunda que me chamou mais atenção. Ah, é ser grato, normalmente, por tudo, pelas mínimas coisas, não só lembrar daquilo que é o mais importante, mas lembrar de agradecer nos mínimos detalhes.” Entrevistado 24, índios, próximos

“O primeiro é mais conhecida...

Agradecimento pela vida. A segunda música está meio difícil de se compreender. A letra pra mim é uma música nova. É uma música nova e eu não conheço.“ “Ahh... a segunda música é uma adoração a Deus. Que a gente tem que prestar honra a Deus... um louvor a Deus. E o primeiro é agradecimento também pela nossa vida.“

Dentro da subjetividade humana e ressignificação das informações ouvidas, já, aqui, se percebe a interpretação de reverência e respeito proveniente da melodia gregoriana140 e consequentemente o texto está associado a esta significação. A melodia do “Graças dou” está induzindo a uma interpretação celebrativa manifesto na resposta do entrevistado, ao mesmo tempo, lembrando o agradecimento a Deus constante em nossas vidas por tudo o que ele é. Também é manifestada a lembrança, provocada através do texto do “Graças dou”, de que agradecemos pouco por tudo que recebemos. Também sentimentos de culpa em função disso relatado, por saber que Jesus morreu na cruz por nós e esquecemos de agradecer. Ao mesmo tempo, as mínimas coisas destacadas no texto do “Graças dou” dão a dimensão da grandiosidade de Deus com a criação e a preocupação divina com todos os mínimos detalhes. Entrevistado 31, negros e mamelucos, próximos “Prestei atenção. Mas fica mais fácil, pra mim, falar da primeira porque eu conheço o texto. O “Graças dou”... Comunica que em tudo nós devemos dar graças a Deus. Graças pela vida, no sofrimentos, porque mesmo, em meio ao sofrimento, eu acho que nós devemos dar graças a Deus porque ele não nos desampara. Ele está com a gente. Da mesma maneira...E a segunda, também é uma letra muito bonita, uma letra que transmite uma paz.. ah... como dize? Uma letra, que exalta a Deus, o Senhor Jeová, fala na música. Eu gostei muito das duas músicas, todas as duas músicas, eu gostei...”

140

Melodia Gregoriana – referindo-se ao hino “No templo a Isaias sucedeu” (HL 234)


130 “graças dou” gratidão e a segunda, exaltação.” Entrevistado 32, negros e mamelucos, próximos “Eu acho, do que eu consegui entender, eu gostei porque me tocou. Porque sem Deus a gente não é ninguém. Como a Palavra, na, na, no louvor, graças a gente tem que dar por ter Deus... então fiquei com ela. A primeira...da letra da primeira. Pra fala a verdade eu gostei mais da outra mesmo (primeira)... graças dou“ “... a gente tem que dar por ter Deus.” Entrevistado 33, negros e mamelucos, próximos “A primeira foi mais fácil de compreender.” “É não, eu procurei entender assim, pra procurar entender o que tá falando a letra, né. Mas, não sube analisar o que o texto queria dizer no seu todo não.”

O conhecimento do texto facilita um aprofundamento e uma absorção

maior

interpretação

do

exala

conteúdo muitas

do

hino

onde,

consequentemente,

expressões em função

do

na

conhecimento,

familiaridade e identificação com o texto. Aqui existe a reflexão de que tudo sendo explicado pode ser melhor compreendido, porém pode haver a identificação ou preferência, em função do ensino? “Ela me tocou” um entrevistado expressou ao ouvir a música “Graças dou”. Isto me faz refletir no que tocou esse entrevistado? Foi a identificação com o texto? Foi a melodia? O ritmo? O que será que tocou ele? O certo aqui é que quando o “tocar o coração” acontece, se tem um caminho aberto para o Evangelho salvador ou qualquer conteúdo proveniente dos pensamentos humanos existentes. Entendo que é uma prerrogativa melódica e sonora de cativar ou “tocar o coração” independente do texto. Mas, neste caso, percebe-se uma identificação com o conteúdo do texto e a aplicação prática com a vida. Essas duas coisas, “o tocar o coração” e a identificação com aplicabilidade do conteúdo na vida diária, são elementos importantes a serem perseguidos na nossa hinologia luterana brasileira. Entrevistado 40, índios e manauaras, próximos “Na verdade eu não consegui, assim, ouvir bem claro a letra, né, do que eu ouvi. Mas a gente, que remete a gente a um... a igreja, ao estar em oração... em um momento de, algo assim, em preparado pra Deus, né. Porque na verdade eu estava prestando atenção nas vozes, né. De que é muita disciplina para haja dessa harmonia. Eu não consegui quase que entender a letra.” “Me remete a Cristo, ao louvor e adoração a Deus.” Entrevistado 41, índios e manauaras, próximos “Das duas músicas? É, que comunica, acho que assim, a reflexão que a gente faz, né, da oração, ali com Deus.


131 E a paz que transmite, né. São músicas, que a primeira ali fala de graças, né. E a segunda eu confesso que eu não conhecia. Mas a primeira eu já tinha escutado.” “Ah... eles trazem, eu acho que a questão das, da obediência a Deus, e da humanidade, da gente.” Entrevistado 42, índios e manauaras, próximos “É... a voz é difícil perceber, o instrumental acaba sobressaindo um pouco, é o estilo de música né... aí eu tive dificuldade em compreender a letra, mas veja... não compreendi totalmente a letra, mas parece algo relacionado a... a um tipo de adoração também...” “Sim... o do princípio de... da... da comunhão do homem com Deus, né... da, da, da gratidão, da adoração.”

Fica evidenciado nessas manifestações dos entrevistados índios e manauaras próximos a uma igreja luterana a dificuldade de ouvir o texto diante de muitas informações sonoras presentes nesta audição. Voltamos a evocar o conceito de multissensorialidade humana, ou seja, que o ser humano receber informações não apenas pelo texto, mas sim por todos os 5 sentidos 141, e no caso da audição, não somente da cognição trazida pelo texto, mas pelas facetas sonoras (harmonia, melodia e ritmo) trazem informações, memórias e sensações causando um bombardeio de informações simultâneas até então, pela cultura e educação, não acostumadas. Isto fica evidenciado pela hino “No templo a Isaias sucedeu”, mesmo não sendo familiar aos ouvidos por ter poucas informações sonoras presentes, facilitando, assim, a audição do texto. Entrevistado 7, italiano, luterano “Me traz paz e assim tranquilidade.” “Todas as coisas que a gente recebe de Deus e agradecer... a gratidão.” Entrevistado 8, italiano, luterano “O primeiro hino a gente já esta bem

Os 5 sentidos – Visão, audição, paladar, olfato e tato. Visão: Sentido relacionado com a captação de luz e a formação de imagens. Os receptores sensoriais desse sentido estão localizados nos olhos, mais precisamente na retina. Os receptores sensoriais da visão, que são fotorreceptores, são chamados de cones e bastonetes. Audição: Sentido relacionado com a captação e percepção das ondas sonoras. Os receptores sensoriais desse sentido estão localizados em uma região da orelha denominada de cóclea. Esses receptores são do tipo mecanorreceptores. Olfato: Sentido responsável por captar o odor das partículas químicas presentes no ar. Os receptores sensoriais relacionados com esse sentido estão localizados no epitélio olfatório, localizado no alto da cavidada nasal, e são quimiorreceptores. Paladar: Sentido relacionado com a percepção dos sabores dos alimentos. Os receptores responsáveis por esse sentido estão presentes em estruturas chamadas de papilas gustativas, distribuídas por toda a língua, palato, faringe, epiglote e laringe. Os receptores sensoriais, assim como os do olfato, são quimiorreceptores. O paladar e o olfato trabalham juntos na percepção dos sabores.Tato: Sentido responsável por permitir a percepção de texturas, dor, temperatura e pressão. Os receptores relacionados com esse sentido são do tipo mecanorreceptores e estão presentes em toda a pele, mucosas e algumas vísceras. Existem diferentes receptores, cada um relacionado com um tipo de estímulo tátil diferente. (http://brasilescola.uol.com.br/oscincosentidos/ visualizado em 22/11/2016) 141


132 acostumado com ele, é um hino bem conhecido, ah... é, agradecimento, é tudo o que a gente tem que agradecer a Deus pela nossa saúde, pelo nosso alimento, por termos a segurança de termos um Salvador. E a segunda música, eu não consegui, não conheço e não consegui ouvi bem a música em si. Então eu não consigo opinar sobre a segunda.” “Agradecimento na primeira música e na segunda não consegui identificar...” Entrevistado 9, italiano, luterano “O Primeiro é clássico, gratidão a Deus. Graças dou, vida, já tá dizendo, graças, né. A gente não agradece nada do que recebe. Infelizmente, a gente ouve a música e a gente não agradece como deveria. A segunda, pessoalmente que nem o Timóteo, não consegui perceber direito ela. Não, não, não não sei se eu deveria ouvir mais uma vez para poder pegar, mas não peguei direto...” “Primeiro é gratidão. Sem dúvida, já começa na primeira palavra, né. O segundo, difícil, tem que ouvir de novo.”

Perguntado sobre o texto das músicas aos entrevistados luteranos italianos, percebe-se uma familiaridade com o hino “Graças dou” facilitando a compreensão teológica/espiritual e apreciação sonora. Já a o hino com características gregorianas “No templo a Isaias sucedeu” se torna mais distante, uma vez que não é muito cantado, ouvido e nem tocado no meio luterano. Mesmo o primeiro sendo conhecido, traz à memória situações da vida que são esquecidas, a saber, agradecer a Deus por tudo o que temos e que vem dEle. Em consequência a isso, hinos não conhecidos causam uma gama de informações ao serem ouvidos pela primeira vez que dificulta a apreciação e a compreensão. A questão da identificação ou preferência ao ensinar um hino desconhecido será percebida após várias tentativas de ensinar. A sensibilidade textual e musical ao introduzir hinos novos ou manter antigos vem muito de um diagnóstico local bem como da sensibilidade e habilidade do responsável, e também, dos executores locais que influenciam, diretamente, na aceitação ou não da novidade no local. Entrevistado 16, orientais e miscigenação, luteranos “Os textos das músicas me comunica muita coisa, especialmente, o “Graças dou por esta vida”. Eh... gosto muito deste hino. Cantava ele na igreja desde que entrei, 94, e é um hino, o texto é muito bonito. Dar graças na desgraça, você dar graças a Deus em todo e qualquer momento. Então um texto espetacular, se comparar com as músicas evangélicas de hoje, é uma música que não fica buscando a prosperidade, vitória e bênção, mas busca consolo de Deus, a fé, a certeza de que Deus está com a gente, em toda e qualquer


133 situação. Então o texto me comunica muito. “No templo a Isaias sucedeu” também é uma música muito bonita, desconhecida, não tinha ouvido ela ainda, não me lembro, mas é um texto também que fala do chamado de Isaías, e assim por diante.” “Bom, é o que eu já falei, a teologia da cruz, de você saber que no sofrimento Deus está com você presente em todos os momentos, seja na lágrima, seja na ferida Deus está com você, ou como com Isaias Deus está com ele em todos os momentos, desde o chamado, enfim, saber que estamos debaixo do chamado de Deus, debaixo da ação de Deus em nossa vida..” Entrevistado 17, orientais e miscigenação, luteranos “O primeiro alegria e o segundo achei mais melancólico.” “Ah... o primeiro, muito, fala muito de gratidão, agora o segundo, ele fala, claro, na vida de Jesus, mas eu achei mais difícil de entender a letra.” Entrevistado 18, orientais e miscigenação, luteranos “Eu conheço a primeira, a primeira eu conheço mais, porque é uma música que toca mais na igreja né. Essa outra já não é tão tocada na igreja, né. Não é tão conhecida... (Graças dou) essa daí é conhecida. ... é mais é essa primeira.” “Pastor, traz tudo. A gente recorda muita coisa, né. Do que a gente estuda. Essa “graças te dou” é uma música muito bonita.”

Identidade, lembrança e história são os conceitos evocados nestas respostas destes entrevistados orientais e miscigenados luteranos ao referirem-se ao “Graças dou”. Identidade e lembrança por ter desenvolvido uma cultura de cantar esse texto ao longo da sua vida pessoal e congregacional que traz a memória situações e histórias associadas com esse texto e melodia. Porém sobre o hino “No templo a Isaias sucedeu” houve manifestação de ser muito melancólico. Acredito, em função da ressignificação das coisas conforme a cultura, vivência e educação pessoal, que as associações sonoras são provenientes de situações vividas conduzindo a uma interpretação do texto dentro dessa linha de expressiva sentimental melancólica por alguma razão vivida. São os princípios retóricos sonoros das palavras que podem influenciar na compreensão do texto conforme a nuance do emissor e a interpretação e estado do receptor. Entrevistado 25, índios, luteranos “Quando eu esta, como vou dizer, muito triste, você recebe, se escuta este hino, se parece que vem uma renovação. Né, a letra fala, como, a segunda música fala do amor, né, as graça, eu tirei, eu irei cuidar, então, é uma reflexão no dia a dia.” “A mensagem do amor de Deus, né, que pode comunica. Através de orações também, também pelos hinos, traz umas belas mensagens. Olha... quando


134 a gente, a pouco tempo, perdemos dois (só Deus sabe) o Antônio (se emocionando e chorando) e o Elias e sempre eles tocavam esse hino. Então também isto é lembrança pra nós.” “O segundo...” Entrevistado 26, índios, luteranos “Esses texto de música toca tudo no meu coração, e eu amo este o coral.” “A me traz muita coisa na minha vida. É uma coisa espiritual.” Entrevistado 27, índios, luteranos “Ele vem trazer a mensagem de, da parte do cuidado que Deus tem para conosco. E é uma forma de abranger a questão da religiosidade da gente.” “A eles tem um valor muito significante, porque ele tá ensinando, assim, uma passagem, uma divulgação do evangelho através dessa música, através desses dois hinos. É uma forma de evangelizar o povo.”

O texto do hino “Graças dou” para estes grupo de entrevistados de índios luteranos, pelo envolvimento e comprometimento com o Evangelho e missão da igreja, lhe trazem muito consolo e lembranças do convívio e obra missionárias de parentes com a igreja luterana local. Ao mesmo tempo, desperta a emoção por reviver estes momentos saudosos com os seus entes queridos, ao mesmo tempo o consolo manifesto nesse hino, de que eles não estão aqui, mas estão no céu através da fé em Jesus Cristo. Ao que se percebe, é um hino muito conhecido, identificado e querido entre estes entrevistados trazendo muito conforto espiritual e memórias que satisfazem suas necessidades espirituais, emocionais e psicológicas. Por outro lado, na questão missiológica e evangelística, nos parece ser bem apropriado. Uma vez de que é simples, repetitivo, motivador, amplo na questão semântica dos conteúdos abordados dentro do tema “gratidão”, muito querido, aceito e de grande identificação local, bem como, de fácil execução entre os entrevistados com forte ligação conceitual e ideológica. Todos estes ingredientes mencionados acima, não acontecem com o hino “No templo a Isaias sucedeu” neste grupo de entrevistados. Entrevistado 34, negros e mamelucos, luteranos “O primeiro hino falava de louvores dos anjos a Deus (“No templo, a Isaias”) e o segundo hino é um hino de agradecimento a Deus (“Graças dou”).” “Pra mim eles são ricos, porque, de conteúdo, porque agradecer é sempre maravilhoso e render glórias a Deus, junto com os anjos, como diz no primeiro hino, também é muito bom. São músicas que fazem bem ao coração da gente.” Entrevistado 35, negros e mamelucos, luteranos “Bom, eh, eu me atentou mais ao primeiro, pelo fato de conhecer... O que que o texto


135 comunica... o primeiro, o segundo eu não prestei muita atenção assim, na letra, por conta da melodia, eu viajei tanto na melodia que acabei me perdendo um pouco na letra pelo fato de já não conhecer muito. Não é... agora, a primeira não, a primeira fala da graça, da graça de Deus, não é, da gratidão que devemos ter a Deus por sua graça, pelo pouco que me pareceu foi isso. Pela graça de Deus em todos os sentidos, por tudo que ele nos dá, por nos manter, me supri de tudo o que a gente precisa para viver, então, dar graças a Deus”. “Pelo menos a primeira que eu consegui assimilar alguma coisa foi a questão da gratidão. Que nós devemos ter gratidão a Deus. Assim, basicamente, isso.” Entrevistado 36, negros e mamelucos, luteranos “Ah... a segunda, pelo que eu entendi, é que tem momento que não dá pra entender bem, tá uma movimentação aqui fora, mas pelo que eu entendi é como se fosse a chegada de Deus, dá uma impressão assim. Né? Assim, fala sobre glorificação. A segunda fala (primeira), fala sobre dar graças... a primeira. A segunda é glorificando, assim.” “Acho que muito valor. Principalmente assim, por questão, a primeira pela questão do agradecimento, porque nós temos que agradecer a Deus pelas mínimas coisas, as pequenas coisas. E a segunda pela questão de exaltar mesmo, o nome de Deus, porque muitas vezes nós esquecemos de, as vezes a gente só pede e as vezes esquece de glorificar também a Deus.” Entrevistado 43, índios e manauaras, luteranos “Bom, a primeira música, eu entendi com mais clareza, que foi uma música de agradecimento. Que eu achei muito bonita. A segunda música eu não consegui identificar muito assim. Identifiquei algumas coisas mas outras, assim, não consegui muito. Ficou um pouco subentendido pra mim.” “Ah... a primeira, o valor, no caso do agradecimento, independente da situação em que você se encontra ou muito bem ou muito mal; e mesmo assim deve-se agradece independente da situação em que você se encontra. Acho que é o valor do agradecimento, né. De você se postar, de você ser humilde e mesmo assim conseguir ver a situação com outros olhos, né.” Entrevistado 44, índios e manauaras, luteranos “Comunicaram que temos que ficar mais próximos a Deus. Não se afastar tanto, sempre orar, sempre permanecer perto e nunca longe.” “Valoriza pessoas de qualquer tipo, não exclui em nada.” Entrevistado 45, índios e manauaras, luteranos “Bom, a segunda música não deu pra entender muito bem a letra, então assim, eh, ela “toca” mais.” “Como assim? Acho que leva a reflexão sobre a fé, né.”

Aqui, nestes dois grupos acima averiguados, existe a apreciação melódica e sentimental proveniente da sonoridade, porém não tanto a


136 familiaridade e identidade com o texto. Talvez, inclusive o “Graças dou” 142, estes hinos não sejam muito cantados na congregação luterana onde participam. Mas existe uma inclinação a entendimento de ambos os textos e o efeito reflexivo provocado pelos mesmos nos entrevistados. Concluindo essa parte de análise das respostas as perguntas “O que o texto dessas músicas lhe comunica?” e “Qual o princípio e valor que estas músicas lhe trazem?”

é importante considerar os seguintes conceitos

envolvidos extraídos das manifestações dos entrevistados acerca do texto dos hinos em questão: Multissensorial e multicultural, humanismo fortemente associado ao cristianismo, subjetividade cultural e humana, ressignificações humanas e culturais, conhecimento e familiaridade com o texto facilita a compreensão, tocar o coração e identificação da conexão do texto com a vida prática, bem como a local. Somos seres humanos multissensoriais e recebemos informações por vários sentidos, e não através apenas do texto ou da cognição. Somos razão e emoção. Mente e coração. E recebemos estímulos e provocações tanto do lado da razão como da emoção que evocam reações e julgamentos pessoais internos que geram atitudes frente a situações. Somos seres humanos que interagimos com uma sociedade brasileira multicultural, porque não dizer, um mundo multicultural, onde os significados das coisas são ressignificados pelas pessoas, tempos e culturas. Mesmo vivendo e sendo alimentado pela Palavra de Deus, constantemente, as associações da prática cristã com um pensamento humanista são muito frequentes na interação com as demais culturas e fés contidas no mundo. O que nos leva a refletir sobre a emissão e a interpretação do conteúdo textual das músicas e prédicas sobre a fé cristã, humanismo e culturas, e suas inter-relações, bem como, a nossa postura diante disto que nos cerca, e é real e é constante. A linguagem, tanto textual e como sonora, tem graus de subjetividade decorrente da cultura social e educação pessoal que são importantes levar em consideração quando compartilhamos ou analisamos a Por entender e pressupor que o hino “Graças dou” (HL 222) seja o mais cantado e conhecido na IELB. 142


137 receptividade

dos

conteúdos

em

questão.

Existem,

nesse

sentido,

ressignificações humanas e culturais frente aos conteúdos e formas de apresentar esses conteúdos. Conhecimento e familiaridade com o texto facilitam a compreensão, mas será que é tudo? Com o ensino claro e puro do conteúdo se resolvem todos os problemas e subjetividades nas interpretações? Temos indícios, levantados nessa pesquisa qualitativa, de que “tocar o coração” com a sonoridade e a “identificação do texto conectado com a vida prática” são ingredientes muito favoráveis a uma interpretação mais desejável entre emissor e receptor, bem como o caráter do contexto em que está inserido.

4.3.2. PERGUNTAS – Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Neste bloco de análise queremos averiguar a compreensão e clareza do texto para os diversos entrevistados da pesquisa. Entrevistado 1, italiano, distante

“Não, compreendi todos.” “Com

certeza. A questão da humildade, de valorizar o outro, quando o texto fala, de que Jesus, em outras palavras, está disponível para atender a todos nas suas solicitações, nas suas.. nos seus pedidos, eu acho que sim, importa sim...” Entrevistado 2, italiano, distante “É, ficou difícil de ouvir, mas a princípio não. A princípio eu conheço todos os... eu acho que esta pergunta é por causa das palavras, algumas palavras da Bíblia que são mais complicadas. Esses hinos religiosos geralmente trazem essas palavras mais que a gente não costuma usar em nossa linguagem mais tradicional (cotidiana). Eu tenho um razoável conhecimento sobre isso, então, eu acho que, acredito que não.” “Sim, sim.” Entrevistado 3, italiano, distante “Sim. Não.” “Com certeza!” Entrevistado 10, orientais e miscigenação, distantes “Assim, eu não prestei atenção no texto, pra mim não teve muita clareza do texto. E nas palavras, aquilo que eu ouvi eu entendi.” “Acho que não.” Entrevistado 11, orientais e miscigenação, distantes “(Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Se existe clareza? Bom a ideia é não ser muito explicito, né, neste caso. Eh, aquela coisa, um pouco também, né, o da arte ser muito


138 explicito, ser dogmático, ser uma cartilha, dogmático não digo, é do princípio da igreja ser dogmático, mas eu to dizendo do lado musical, ele se remeter mas não se revelar por completo, né, aquilo que ele quer dizer, né. Então, lógico, você usa muito metáfora, você usa, né, uma coisa assim subjetiva pra levar você a algo, então esse também faz parte da arte. Logicamente, existe, existe no receptor do interlocutor, o receptor necessita que tenha compreensão. Ele precisa decifrar os códigos que estão aí. É que nem eu falei anteriormente, se ele não decifra esses códigos, pra ele não tem sentido nenhum. Se ele não entende a escala dodecafônica, aquilo lá não faz muito sentido pra ele. Então, pra ele, né, vai ser mais uns estranhamento do que algo de agrado da paz, que talvez a igreja queira passar nesse caso, ou talvez até, né, doutrinário e educação, né, que ele, logicamente, é o papel da igreja, primordialmente, até hoje. Com muito menos poder, mas ainda está enraizada culturalmente pelo menos no ocidente. Claro, e no Brasil, a força da igreja, sem dúvida, ainda é presente, entendeu? Né, isso eu não tenho dúvida nenhuma, tá, apesar até falei, minha família não é cristão, minha mãe, meus pais são budistas, né, não que seja muito, minha mãe é muito mais, poh, meu mais é mais ou menos, né, mas mesmo assim, totalmente a conduta moral, né, totalmente influenciado né, pelo, assim, logicamente tem muitos preceitos religiosos que são compartilhados, não dá pra falar que minha mãe é muito cristã, não a minha mãe é uma pessoa muito boa, uma pessoa moral eh, essas coisas, então, compartilhadas por todas religião, né. Até porque, religião, ai não sei né, não vou entrar nesse mérito, mas religião que prega o mal, né, não entra em religiões, não vou entrar nessa coisa de islâmico por que não é isso, né; interpretação humana, o uso, né, apropriação indevida de textos, mal interpretação, isso aí é outra história, né, isso é papo pra outro dia também.” “(Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Essa coisa do compartilhar, não sei, é assim, aquela coisa, eu tenho muita ressalva com as coisas, por exemplo, tem essa coisa de falar mais do momento, então de você compartilha algo, música, nem vou entrar neste mérito, se música tem o poder tal ou poder tal, é quase um instrumento também, né, dominador, político, cultural, pô, social, enfim, não entrar nisso agora, mas você mostra isso para uma pessoa, que, digamos, que não tá não tem relação com ela ou, né, seria interessante para as pessoas, principalmente com pessoas que tem familiaridade com essa coisa, ou estudioso ou qualquer coisa, não para um moleque de 15 anos que tá só querendo curtir, digamos assim. Moleque que zoação, beber, não vai, porque, né, to falando em maioria, pela amor de Deus...” “Entrevistado 12, orientais e


139 miscigenação, distantes “É então, acho que foi por causa do volume, acho que não consegui entender direito, tinha o texto todo junto se relacionando, mas os trechos que eu captei fazem sentido sim,... como é a pergunta exatamente? Eles são bem claros, e o sentido sim, também.” “Não. Não mesmo. Tem até um curta do diretor do Poderoso Chefão, chamado de Big Chave, eu me reparei que eu me mostrei pra tudo que eu conhecia, porque falava sobre suicídio de uma maneira genial. De uma maneira extremamente fresca e sensata, ponderada. E querendo ou não essa música recorrei muito ao sentimento, a tonalidade, os argumentos, que eu possa dizer assim, não era o foco da música. E eu não valorizo isso tanto, pra eu poder dizer pros outros, agora, especificamente em tom sentimental que a música carrega, se fosse ligeiramente diferente eu apreciaria muito. Pra mim, e não pra dizer para os outros, só pra mim.” Entrevistado 19, índios, distantes “Eu consegui sentir isso mais na segunda do que na primeira. Eu não entendi daí a segunda, porque, assim, mesmo tempo que a música é boa de ouvir, porque é um coral, coisa que mete tranquilidade, dá pra ouvir muito bem. Agora a primeira (No templo a Isaias), já não consegui ouvi muito bem, acho que porque, foi um foco o segundo, agradecimento, agora, graças te dou primeiro?, a tá, “o Santo é o nosso Deus” essa eu não consegui ouvir porque tinha muitas palavras diferentes. Agora na segunda já ficou mais fácil.” “Sim.” Entrevistado 20, índios, distantes “Muito. Principalmente os evangélicos de outras igrejas, que procuram outros ensinamentos, assim que, através desse hino, a gente possa mostrar pra eles a verdadeira mensagem da bíblia, né. Da graça que Deus dá pra gente.” Entrevistado 21, índios, distantes “Não, ele tinha clareza nos dois hinos.” “Sim.” Entrevistado 28, negros e mamelucos, distantes “Não, palavra de sentido não, mas , sei lá, as vezes não dava pra entender direito o que a pessoa tava falando, não sei se algum som estava mais forte.” “Eu mostraria para algumas pessoas, mas as pessoas mais próximas a mim talvez.” Entrevistado 29, negros e mamelucos, distantes “Cara, se eu tivesse escutado, em questão de clareza, eu não sei se foi questão, eu me esforcei pra tentar entender mas a comunicação de como a letra estava sendo passada e eu acho que o fone de ouvido que eu estava escutando eu não consegui identificar muita coisa, então, por questão de clareza tive pouca, e isso aí...” “Não...” Entrevistado 30, negros e mamelucos, distantes “Não sei dizer muito se clareza, porque eu não entendi bem. Mas, nenhuma palavra não fez sentido pra mim. O que eu entendi acho que faz sentido.” “Sim. Para algumas pessoas sim.” Entrevistado 37, índios e manauaras, distantes “Não.” “Sim. Sim.” Entrevistado 38, índios e manauaras,


140 distantes “Na primeira teve mais clareza do que na segunda. Na segunda eu não consegui entender o contexto. Já na primeira deu pra entender melhor.” “Não. É porque não é um som, assim, como é que eu posso dizer?, é que o gospel, não tem esse fundo musical e aí a gente acaba entendendo o que o cantor canta né, com mais clareza, e esse aí, fica melhor, de ouvir a melodia, né, o som que vem por trás da própria canção.” Entrevistado 39, índios e manauaras, distantes “(não conseguiu ouvir direito nem entender) Em termos de texto não consegue avaliar... pois não entendi.” “(não conseguiu ouvir direito nem entender). OBS.: Está registrado que a questão do texto o entrevistado teve dificuldade de compreender a letra cantada. O entrevistado confirma positivamente que não conseguiu entender o texto cantado.”

Ao referir-se a clareza e compreensão do texto nesse grupo de pessoas mais distantes de uma igreja luterana, ficou, em linhas gerais, manifesta a dificuldade de compreensão do texto. Existem variáveis a se considerar como o aparelho, por ser uma vez apenas a audição e a etnia, mas quero atribuir falta de familiaridade e identidade com os conteúdos. Pelas reações dos entrevistados em suas respostas, houve referências boas a clareza gramatical poética, ou seja, estava bem escritas porém, por não fazer parte da linguagem cotidiana da maioria destes entrevistados dificultam a compreensão, até mesmo a aceitação desses conteúdos passados desta maneira. Sobre a questão gramatical e poética evocou-se o estigma de que algumas palavras da Bíblia são mais complicadas acrescentando-se o conceito de que quando precisa decifrar os códigos ou palavras, ou seja, muita explicação sobre o texto da poesia, hino ou canção, já é um indício da inadequalidade local. Houve manifestações de que esses textos fazem alusão a doutrinação. É importante destacar que houve menos dificuldade na segunda música

“graças

dou”

do

que

a

primeira

“No

templo

a

Isaías”.

Surpreendentemente, houve manifestações de que o som do órgão e coral dificultou a clareza do texto, dentro do que pude perceber, em função da não familiaridade desses indígenas entrevistados com a complexidade do som do órgão de tubos, bem como, as quatro vozes harmônicas do coral cantadas simultaneamente, dificultando a audição e compreensão do texto. Houve


141 comparação com as canções acompanhadas por banda, referidas como gospel, com uma voz solo que facilita, no contexto desses índios entrevistados, a compreensão do texto. Sobre o compartilhar estes textos, em linhas gerais, prevaleceu um desconforto por estar distante do seu contexto social e cultural esses conteúdos apresentados dessa forma. Porém, se tornam confortáveis e mais simpáticos sendo apresentado como uma cultura diferente para ser apreciada. Tudo isso, em termos de compartilhamento, por estar distante da realidade social e cultural local. Sobre este mesmo ponto passaremos a analisar entrevistados próximos a uma igreja luterana. Entrevistado 4, italiano, próximo “Existe” “Não. Todas elas trazem.” Entrevistado 5, italiano, próximo “Sim. As palavras de violência, de não agradecimento.” “Sim.” “Entrevistado 6, italiano, próximo “Alí, a letra é clara. São muito bem declarada. Acho que não.” “É. Pode ser de passar ele o que a gente sente.” Entrevistado 13, orientais e miscigenação, próximos “A segunda eu achei um pouco mais difícil, mas a primeira eu achei que tem clareza. Não...” “Sim. Ah, acho que, as pessoas que ateus, não assim pra obrigar a pessoa a ouvir a Palavra de Deus, mas mostrar tanta coisa que ele fez por nós e a gente não é grato. Pra quem não é capaz de enxergar isso...” Entrevistado 14, orientais e miscigenação, próximos “Sim. Em ambas tem. Não, foi bem claro.” “Sim, motivam.” Entrevistado 15, orientais e miscigenação, próximos “Não, eu acho que sim. Talvez na segunda quando fala de Jeová. Não sei...” “Acho que não o texto, talvez concretamente.” Entrevistado 22, índios, próximos “A profossa, a primeira, por ser um conjunto de vozes, né, pra mim no caso, eu tenho uma certa dificuldade de acompanhar as palavras. Mas o segundo (graças dou), parece que foi mais claro, né. Não sei se porque a gente já ouviu este segundo hino, né, e esse primeiro, me parece que eu tenha ouvida já. Nesse sentido...” “Sim, com certeza. Com certeza.” Entrevistado 23, índios, próximos “Eu creio que sim. Não.” “Sim.” “Entrevistado 24, índios, próximos “Ah... não é que não fez sentido, não consegui entender a letra da segunda música.” “Sim.” Entrevistado 31, negros e mamelucos, próximos “Todas as palavras são conhecidas.” “Motiva.” Entrevistado 32, negros e mamelucos, próximos “Sim. Ficou fácil de entender... por que “Graças dou”... é... isso mesmo.” “Sim..” “Entrevistado 33, negros e mamelucos, próximos “(supostamente teve


142 dificuldade de entender...)” “(sem resposta...).” Entrevistado 40, índios e manauaras, próximos “(Risos...) Eh... ficou difícil, (Risos...). Não, não consegui identificar.” “É... também não vou conseguir. (Entrevistador: Não vai conseguir uma vez que não ficaram claras as palavras)... Isso não ficaram claras as palavras não.” Entrevistado 41, índios e manauaras, próximos “Não. Sentido traz. Talvez e por não escutar, não conhecer a gente não faça, ah... como é que eu posso dizer, é assim, um momento de meditação, assim, se reporte de imediato com ela... escute e fique fazendo uma reflexão em cima da letra mas pelo desconhecimento, né. A primeira que eu já conhecia e a gente já nos remete a gente logo a fazer uma reflexão mesmo, de estar próximo de Deus, né, assim, de de se concentra, de oração. A segunda, é porque eu não conhecia, nunca tinha ouvido, mas é muito bonito.” “Sim. Sim.” Entrevistado 42, índios e manauaras, próximos “Como falei, eu... eu falo pela minha percepção aqui do áudio aqui que eu tive, e difícil compreender toda a mensagem que a música quer passar. A gente compreende algumas partes... acho porque o instrumental tem... parece ser mais expressivo do que a própria voz que dá a letra né... o significado da letra... fica meio abafado...” “Não... hum... eu digo não, de uma forma pessoal. Porque não é um tipo de música que eu ouviria, então não é um tipo de música que eu compartilharia. Não tenho o costume de ouvir é... uma música nesta melodia... instrumental.”

Neste grupo de entrevistados próximos a uma igreja luterana houve menos dificuldade de compreensão do texto e um pouco mais de clareza e sentido nas palavras do que o grupo mais distante de uma igreja luterana. Principalmente, referindo-se ao hino “Graças dou”. Houve novamente, acredito ser em função da não familiaridade com harmonias vocais, a dificuldade em entender as palavras em função do conjunto de vozes da execução coral. Nisto tudo é importante destacar que as variantes, como o aparelho sonoro e a familiaridade com o texto e conteúdo podem alterar a percepção e as respostas, mas mesmo assim manifestam uma direção. Quanto ao compartilhar houve titubeação aqui em uma boa parte dos entrevistados que tem a ver com a familiaridade e proximidade com o conteúdo e a forma estética destes hinos. Alguns compartilhariam como cultura diferente outros como fé e testemunho e para outros nem tanto para ambas as situações.


143 Segue o grupo de luteranos quanto a clareza e compreensão do texto dos hinos referidos. Entrevistado 7, italiano, luterano “Não. Entendi tudo direitinho, sim.” “Sim.” Entrevistado 8, italiano, luterano “Na primeira sim, por conhecer ela, já a segunda vou ficar devendo.. Alguma palavra? Não, não acho que não. Dentro da primeira música todos eles eu já conheço.” “A primeira música sim. A segunda, como não identifiquei eu teria que na verdade ouvi-la novamente, ah, até pra ouvir a letra dela, para identificar melhor, para compartilhar. Porque hoje, pra mim, compartilhar dentro da música cristã, a gente tem que ter certeza do que que a palavra tá levando. Porque as vezes, palavras simplesmente jogadas, ah, a gente pode tá levando alguém a condenação.” Entrevistado 9, italiano, luterano “Sim. Não. Consegui. Aquela segunda tive um pouco de dificuldade mas se ouvir de novo ...” “Sim, com certeza.” 16, orientais e miscigenação, luteranos “A poesia e o texto são claros. Principalmente no “Graças dou”. “No templo a Isaias” nós temos uma dificuldade porque tem muita inversão sintática, o objeto vem antes do sujeito em alguns momentos, então eu não tinha um texto dele aqui, então eu tinha as, vezes dá uma dificuldade de compreender o que é cantado, não por falta de clareza de quem canta, mas existe uma certa inversão sintática , né, no texto ali. E o “Graças dou”, talvez por ser mais conhecida, mas em fim, ele parece ser algo mais, que obedece aquela sequência linguística nossa, sintática, sujeito-verboobjeto, depois vem os complementos, né, enfim, Então a poesia e o texto são claros, mas o segundo hino, por ser desconhecido e por ter, esse tipo de inversão, ele, ai, precisa prestar um pouco mais de atenção, eh....” “Esses textos motivam compartilhas esse conteúdo com outras pessoas, especialmente, pessoas que a gente sabe que estão sofrendo, ou compartilhar no facebook, nas redes sociais, enfim, são textos bonitos. Tenho até compartilhado o “Graças dou” com outras pessoas, né.” Entrevistado 17, orientais e miscigenação, luteranos “Então, eu não sei porque eu conheço, o primeiro claríssimo, o segundo, já tive até dificuldade de entender algumas palavras.” “Sim. Mais o primeiro, né, justamente por essa gratidão pras pessoas terem isso também, né, que hoje falta muito.” Entrevistado 18, orientais e miscigenação, luteranos “Não. Pra mim faz... pra mim faz, igual a essa primeira o “graças te dou” é uma música que fala muito de, parece, agradecimento, né.” “Sim. É...” Entrevistado 25, índios, luteranos “Tem. Sim. O do primeiro hino eu não entendi bem, mas do segundo hino sim.” “Sim.” Entrevistado 26, índios, luteranos “Existe. Me traz muito sentido.” “Sim.” Entrevistado 27, índios, luteranos “Sim. Existe muita. É uma forma de texto bem explicativo, fácil


144 de entender, né, e dá muita informação, com relação, a forma da gente agradecer a Deus por tudo. Não, não encontrei nenhuma palavra assim” “Com certeza, né. A gente tem que aproveitar e compartilhar, porque é uma forma da gente demonstrar as pessoas, né, o amor que Deus sente por cada um de nós.” Entrevistado 34, negros e mamelucos, luteranos “Eu consegui entender os dois hinos das letras. Mas devo confessar que o primeiro, a linguagem é mais rebuscada, talvez nem todas as pessoas entenderiam, eu entendi, talvez pelo meu grau de instrução, mas realmente o “Graças dou” ele é, a linguagem dele é mais simples.” “Sim, mas principalmente o “Graças dou por esta vida”. Entrevistado 35, negros e mamelucos, luteranos “No primeiro sim, no segundo eu não consegui prestar muita atenção. As vozes se confundiram muito com a melodia e eu não consegui prestar a atenção. Não, não.” “Se me motiva? Sim. No hino “graças dou”, sim. A lembrar as pessoas a importância de agradecermos a Deus por tudo que ele nos dá, pela sua graça e misericórdia, perdão, bondade e etc...” Entrevistado 36, negros e mamelucos, luteranos “Eu acho que a primeira é mais simples de se entender de primeira vez. A segunda, eu acho, ah, precisaria de uma analise melhor de tar com a letra na mão para entender melhor.” “A partir da música? Assim, pastor (se sentindo contrariada ou constrangida), eh, ããã, sim (Entrevistador: Daria uma testemunho a partir das músicas?) Sim, sim, principalmente assim, numa oportunidade, existe uma ponte ali claro que a gente vai falar, que tem que dar graças a Deus, e glorificar, não diretamente, mas na oportunidade sim, eu usaria.” Entrevistado 43, índios e manauaras, luteranos “Na primeira, eu consegui entender perfeitamente. Totalmente clara no que ela quer transparecer. A segunda, eu não consegui identificar muito, ficou um pouco confuso. No caso peguei poucos fragmentos dela.” “Sim, acredito que sim. A primeira sim...” Entrevistado 44, índios e manauaras, luteranos “Não. Existe clareza nas duas músicas.” “Sim (indiferente).” Entrevistado 45, índios e manauaras, luteranos “Não. Perfeitamente claro.” “Sim.”

Neste grupo de entrevistados luteranos, fica um pouco mais evidente a familiaridade em função do ensino e manutenção desses hinos entre os mesmos através da vida congregacional e cristã. Fica evidente a facilidade de compreensão e sentido, principalmente no primeiro hino, o “graças dou”, e a segunda também, com ressalvas por ser desconhecida, mas por estar familiarizado com o hinário luterano, a música não soa tão estranho aos ouvidos e ao intelecto.


145 Foi

mencionada

uma

possível

resposta

da

facilidade

de

compreensão em função da construção gramatical-poética do hino “graças dou” e a dificuldade de compreensão gramatical-poética do hino “No tempo a Isaias sucedeu”.

No segundo o entrevistado menciona a inversão sintática

como causadora da dificuldade de compreensão e também menciona a lógica sintática (sujeito-verbo-predicado) do hino “graças dou” colocando como o fator facilitador da compreensão, do sentido e clareza do texto. A dificuldade de compreensão do texto em função das vozes harmônicas do coro foi observada novamente, mesmo entre estes luteranos que estão acostumados a ouvir hino. Isto indica que texto e harmonia, para alguns, em função de que somos dotados de multissensores, harmonia através das diversas vozes harmônicas do coral e até mesmo o órgão de tubos, essa gama de informações e nuances confundem um pouco o foco no texto da poesia do hino. Quanto ao compartilhamento, mencionaram que tanto a mais conhecida, o “graças dou”, como a menos conhecida, “No templo a Isaias sucedeu”, pelos princípios e valores cristãos compartilhariam com certeza e com motivação pelo Evangelho. Porém, é importante observar, que houve uma manifestação a favor, mas em uma condicional: o compartilhamento aconteceria dependendo do contexto social, intelectual, cultural e geográfico. No grupo mais distante de uma igreja luterana, houve uma dificuldade de compreensão, evidentemente, esperada pela falta de familiaridade e identidade com os conteúdos. Observaram boa clareza gramatical poética, porém, por não fazer parte da linguagem cotidiana, dificultava a compreensão. Para os não familiarizados com esse tipo de conteúdo cristão, é natural considerar palavras da Bíblia complicadas. Manifestações de que o som do órgão e coral dificultou a clareza do texto, dentro do que pude perceber, em função da não familiaridade desses indígenas entrevistados com a complexidade do som do órgão de tubos, bem como, as quatro vozes harmônicas do coral cantadas simultaneamente, dificultando a audição e compreensão do texto. Por outro lado, canção em voz solo acompanhadas por banda, caracterizadas pelo estilo gospel, segundo os entrevistados, facilita na compreensão do texto.


146 Seria menos constrangedor e mais simpático compartilhar esses hinos com outras pessoas como uma cultura diferente a ser apreciada. Neste grupo de mais proximidade com a igreja luterana, menos dificuldade de compreensão do texto e um pouco mais de clareza e sentido nas palavras. Principalmente, referindo-se ao hino “Graças dou”. Ao compartilhar houve titubeação e dúvida em uma boa parte dos entrevistados que tem a ver com a familiaridade e proximidade com o conteúdo e identidade com o texto. Entre os entrevistados luteranos fica evidenciado que o ensino e a consequente familiaridade com o hino facilita a compreensão do texto. E que as vozes harmônicas do coro, novamente e surpreendentemente entre luteranos, foram consideradas obstáculos na compreensão do texto. Por serem luteranos, a maioria está de acordo em compartilhar por que propaga princípios e valores cristãos, motivação esta proveniente do Evangelho salvador de Cristo. Entretanto, houve manifestações de que o compartilhamento

dessas

músicas,

como

ou

cultura,

aconteceria

dependendo do contexto social, intelectual, cultural e geográfico. Neste bloco de análise, era esperado que quanto mais familiaridade, identificação,

ensino

e

proximidade

com

os

conteúdos

facilitaria

a

compreensão. Agora, para a surpresa, as vozes corais cantando melodias harmônicas que, para quase todos, mesmo distantes, próximos e luteranos, atrapalham a compreensão do texto em função da gama de informações emitidas é surpreendente. E outra, que entre cristãos luteranos, cultivando a mesma cultura e fé, observa-se o conceito de ao compartilhar algo, ou seja, dependendo do contexto cultural, social, intelectual e geográfico, se compartilha ou não esses hinos, independente da fé e impulso missionário.

4.4. SOBRE MELODIA

Melodias são sons sucessivos que possuem um direcionamento, desenvolvendo uma forma sonora bem como um discurso que transcende o texto da canção ou hino, sobretudo, é uma linguagem independente que


147 conforme associada pode sublinhar, enfatizar, ironizar, contornar, emocionar, racionalizar o texto e a poesia-gramatical, entre outras coisas provenientes da retórica sonora.

4.4.1. PERGUNTA - O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê?

Segue agora a averiguação das respostas dos entrevistados concernente a melodia dos hinos referidos. Entrevistado 1, italiano, distante “Sim. Lembra cultos mais antigos, que a gente assiste em filmes. Ou apresentações em teatros (risos...). É a experiência que eu tenho nessa melodia de música. Me reposta a isso. “Reporta aos espaços que você circulou” (entrevistadora). Exato.” “No dia a dia, não porque eu particularmente eu acho um pouco triste.” Entrevistado 2, italiano, distante “É sim, elas lembram o período que eu frequentava bastante igreja, e a gente tinha um quarteto de vozes, que não deu muito certo na verdade, mas, eh, é que a gente tentou montar esse grupo e foi bem interessante esta experiência, porque a gente já cantava a muito tempo na igreja e aí a gente improvisava, era sempre muito improvisado e aí a gente decidiu criar melodias específicas pra cada voz, e aí a gente teve dificuldade de decorar, então, acabou não dando certo por causa disso. Então essas melodias me lembraram este momento, em que tentamos fazer isso.” “Sim, sim, exatamente por que a gente, já tentamos fazer isso e , naquele momento não funcionou, talvez com outras pessoas funcionaria, mas é, são musicas bonitas e que tem o sentido que a gente tava trantando naquele grupo, e sim.” “Entrevistado 3, italiano, distante Melodia? Som? Ã...vou te dizer o que? O som, não seriam bons, mas eles me lembram outras músicas...” “Não, não cantaria.” Entrevistado 10, orientais e miscigenação, distantes “A primeira pra mim, era um pouco mais alegre, e a segunda pra mim, não sei porque, me lembrou muito chuva, direto, na hora que eu comecei ouvir me lembrou muito chuva. Agora qual a razão disso eu não sei.” “Acho que sim. A primeira por ser mais alegrinha, sim.” Entrevistado 11, orientais e miscigenação, distantes (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Sobre melodia, vamo lá. Só que o texto aqui tá fora. Eh... o que me lembra são melodia totalmente dentro da harmonia, né, não há nenhum cromatismo, tá sempre dentro dos “trias”, está sempre


148 condizente com as escalas que está tocando, né, então assim, ele está sempre harmônico, a melodia está de acordo com a harmonia, tá dentro da escala, não tem uso de outside, tá logico, não tem coisa moderna, do jazz que exige saídas ou notas de passagem, que não usadas nada dessas coisas na música erudita, é até uma coisa evitado, justamente, né, logicamente, não tem trítono, não tem nada dessas coisas dissonantes que possa gerar tensões, nesse caso, não há tensões na música, né. Justamente para te levar pra aquela coisa que voando na neve, né, vou usar uma metáfora meio tosca, mas é isso.” “(Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Cantaria no dia a dia? Acho que não. Eu não canto, canto muito mal, né, eu não faço solfejo muito bem. Entre os músicos em geral fazem o solfejo também, meu solfejo é muito ruim, né. Eu só consigo reproduzir a altura, a altura da nota, né. No caso, ah, ah, ah (emite alturas diferentes), isso é altura, não é volume, isso é altura, então eu consigo reproduzir altura mais ou menos ali, eu não tenho ouvido absoluto, acho que nem ouvido relativo eu tenho, eu sempre fui ruim nisso daí, né, apesar de ter melhorado muito com a prática, então, eu não, eu não cantaria no dia a dia (risos) mesmo...” Entrevistado 12, orientais e miscigenação, distantes “Tá. Coral de igreja (risos). Lembra bastante coral de igreja e inclusive parece que, que foi gravado em uma igreja, em si. E eu tentei imaginar um pouco que a harmonia e melodia queriam dizer em imagens para mim. E era uma igreja bem iluminada, principalmente, a primeira música. E segunda seria, não exatamente um luto, mas a melodia carregava algo de levar a vida pesada, então, se fosse um cenário de igreja, estaria todo mundo lá sabendo que tem que tocar a vida com muitos problemas, muitos problemas familiares, emocionais, financeiros, eles tão lá todos juntos tentando se ajudar, essa é a impressão que a segunda música me dá. “ “Não. Não. Porque o clima que essa música... aliás, eu preciso estar num clima pra música estar de acordo com ele. Então seria uma coisa mais contemplativa, mais, você para pra ver a música... eu não consigo imaginar ver a música todo dia, teria que ser num momento especial. E assoviar andando, cantarolar no elevador, não me parece cabível. Acho que esta é a razão.” Entrevistado 19, índios, distantes “Trouxe quando eu era criança (sorrizo...). Eu ia na igreja, de manhã cedo, dia de domingo, sempre tava o coral com 40 a 60 pessoas cantando esse tipo de música.” “Cantaria, sim. Porque fé uma coisa que faz bem pra alma, agradecer.” Entrevistado 20, índios, distantes “Me lembra assim, quando não tinha conhecimento, né, desses louvores, né, eu ouvia, por ouvir mesmo, mas entender assim, a mensage que estas música passava pra gente era difícil. Através desses canto, com


149 essas melodia, principalmente, e as mensage dos autores motiva muito... São as mensagem.” “Sim. Claro. Para motiva mais durante o dia. Principalmente na manhã, quando a gente levanta, vai pro serviço, até mesmo quando a gente chega.” Entrevistado 21, índios, distantes “Eh... é, o amanhecer e o anoitecer. Ai você vai agradecer a Deus por ter amanhecido e anoitecido e vivido mais um dia. Sentimento bom. Eh, o que me lembro são bons momentos que eu passo.” “Sim. Porque são boas e eu acho que até eu gostaria de cantar. Eu gostaria de cantar.” Entrevistado 29, negros e mamelucos, distantes “Cara... lembra além de trechos da minha vida que eu passei, que ouvi esta música, eu tenho a memória afetiva com alguns sons que vão me trazer algumas lembranças, isto também me remete algumas parte das coisas que eu lia relacionada a estes temas, que eu costumava ler, mas, ai eu associava com esse tipo de música, com um tipo de filme que eu assistia, de uma cultura mais medieval que se relacionava com isso na época que eu me interessava pra estudar. Mas hoje em dia não...” “Cantaria só pela...(indiferente), o porque não, pô... eu não vejo o porque não cantar, é assim, se a pessoa tem o interesse de fazer qualquer coisa faz, se um dia me der vontade de cantar, eh, eu vou cantar, não vou sentir nem uma imposição contrário a isso não.” Entrevistado 30, negros e mamelucos, distantes “Me lembra aí da igreja com a minha mãe. A razão, porque eu escuto, é aonde eu mais escuto esse tipo de melodia, acredito.” “Eu não gosto muito de cantar, mas cantaria sim. Quando eu aprendo eu gosto de cantar. Se eu aprender, com certeza eu cantaria.” Entrevistado 37, índios e manauaras, distantes “Qual a razão? A primeira é assim, ó, de ser tão parecida assim, com a noite de natal, principalmente dentro da igreja. Isso aí toca dentro da igreja. E a segunda, assim também dentro de um teatro... bem, (velório), porque eu já ouvi, assim, não essa música, né, num velório, mas este tipo de melodia.” “Se eu aprendesse, acho que sim. Entrevistado 38, índios e manauaras, distantes “Tá. Elas me lembram, eh, canções de Natal. É porque sempre tem coral na igreja, tem alguns eventos voltados na igreja, Páscoa e Natal, assim, no mês de dezembro geralmente é este tipo de canção.” “Não, porque não é de costume, assim, né. “ Entrevistado 39, índios e manauaras, distantes “Elas me remetem a uma paz de espírito, um momento de paz, né, então, você tá feliz, vive, você tá com alguém especial, ela me trouxe esse momento, momento de calma, muito legal.” “Com certeza. Porque é algo importante, até mesmo pra quando você busca a paz, quando você quer paz, isso é fundamental na vida, e vejo como felicidade, um momento tranquilo, essa música,


150 esses dois hinos nos trazem esses momentos. A melodia... estou falando da melodia (sem ter entendido a letra.. conclui o entrevistador...)”

De uma maneira geral, a recepção dessa melodia traz à lembrança de várias coisas para os diversos entrevistados distantes de uma igreja luterana, a saber, lembranças dos amigos, infância, filmes, apresentações em teatros, lembra igreja, lembra coral de igreja e vozes, lembra as infâncias dos entrevistados, lembra os louvores da igreja e dos trechos da vida que os entrevistados passaram, lembra cultura medieval, lembra igreja com a presença com a mãe, lembra natal dentro da igreja, traz a memória uma ideia de paz, lugares tranquilos e momentos tranquilos. “No templo a Isaias” lembra um velório cuja a associação levam a palavra sossego, lugares de consolo, espírito de paz e momentos tranquilos. Sobre as melodias, propriamente, comentários técnicos observados de que estas melodias estão dentro dos padrões harmônicos propostos que dá uma sensação de voar na neve. Mais especificamente, a primeira, “Graças dou”, um pouco alegre (provavelmente comparando com as músicas das baladas no seu contexto de vida) e a segunda “No templo a Isaias” lembrou chuva. A primeira melodia “graças dou” lembra uma igreja iluminada e a segunda melodia “No templo a Isaías” passou uma coisa mais pesada, exemplo, vamos tocar a vida com seus muitos problemas e sofrimentos. Comentários e afirmativas de que esse tipo de melodia só se escuta na igreja. Ao serem perguntados sobre “se cantaria estas melodias em seu dia a dia?” prevaleceu, na minha visão, a valorização do canto como terapia e não por identificação ou interesse causado pela melodia neste grupo de entrevistados. Desde aqueles que não cantariam porque é triste, melodia não boa, porque canto mal, porque não é do costume cantar até aqueles que não cantariam, categoricamente, com ressalvas de lugares e contextos especiais. Outros cantariam pelo prazer que o canto traz ao ser humano, também pela identificação do conteúdo, por colocar pra fora suas angústias e para motivar no trabalho, porque são boas melodias que carregam ensinamentos importantes. Entrevistado 4, italiano, próximo “Lembro muito a minha mão e o meu pai. Volta a infância.” “Sim. Porque eu gosto.” Entrevistado 5, italiano,


151 próximo “A vida, o amor, a passagem.” “Sim.” Entrevistado 6, italiano, próximo “A melodia, ah, ah, a gente tem tem, são dela, comove a gente, a gente fica, ah, satisfeito, ouvindo, se completa.” “Sim. Ah, a gente canta, com o netinho, volta e meia, a gente, né, canta junto com ele, e ele fica escutando, né, ele escuta também. ”Entrevistado 22, índios, próximos “Essa primeira pode me trazer grandes eventos, congressos, reuniões, grandes conjuntos corais se levantam para cantar, fazem essa recordação, grandes acontecimentos, e assim por diante... no primeiro hino.” “Ai, ai, vai depender do momento e da circunstância. Mas poderia isso acontecer. ... Não, não, não essas melodias desses dois hinos que eu ouvi, pra mim, não é cansativo, acho que é possível, sempre recordar, é possível...” Entrevistado 23, índios, próximos “Eh... a minha família está totalmente ligada a música. Não da parte da minha mãe, mas da parte do meu pai. Toda a nossa família tem alguém ligada a música. Tem um primo que é cantor, ele trabalha com, o justamente, ele é produtor musical, e tenho várias primas que fazem parte de um coral. Então foi isso que me lembro...” “Cantaria. Porque faz parte do meu convívio.” Entrevistado 24, índios, próximos “Ah... não me lembro agora... a gente não está sendo quase... tendo esses cânticos, né? Acho importante traze ao nosso povo né...não sei se é da Luterana né? Acho importante traze os cânticos nativos para o culto. Pra não deixar a tradição, os hinos antigos, percebi também que tem os instrumentos antigos também, pra valoriza...” “Cantaria. Ah é um jeito novo de se expressar. A gente tem que tá aprendendo coisas novas.” Entrevistado 31, negros e mamelucos, próximos “Traz uma lembrança sim, da igreja, dos momentos que passamos juntos, dos louvores, dos estudos na igreja, das visitas. “Cantaria. A outra quando aprender. A primeira porque já sei. A segunda aprendendo cantaria também.” Entrevistado 32, negros e mamelucos, próximos “A melodia da segunda, é bom pra quando você tá meditando, pra você ouvir. Aí ela é boa, a meditação. A outra, porque você tá drento do pobrema e ela tem uma resposta que naquela hora você precisa, e que no sofrimento não é tão grande na vida que não possa ser resolvido perante Deus. Entendeu? ”Cantaria... a outra eu ouviria (“No templo a Isaias”)... Ouviria...” Entrevistado 33, negros e mamelucos, próximos “Gostei... agora, procurando ouvir melhor, eu compreendi melhor essa primeira, a primeira. Agora a segunda, procurei entender e ouvir as palavras que tá dizendo mas como coral, o som, tudo, em cima, ficou difícil de eu entender qual é a mensage.” “Claro. Se eu tivesse uma boa voz eu sentiria sim... “Nome? Entrevistado 40, índios e manauaras, próximos “Na verdade a única coisa que veio na minha mente foram os hinos da


152 harpa, porque tem esse... é um som diferente, né. Não é um som que a gente houve normalmente. É o que mais me remeteu a isso. Os hinos da harpa.” “Sim... Sim. .” Entrevistado 41, índios e manauaras, próximos

“Olha.. as melodias, de todas as duas, me remete a um momento muito “depre”. De velório, né. De angústia, né. Eu acho que é pela experiência desse tipo de música, muito lenta, muito de já ter vivido, claro, em velório nesses momentos assim, né.” “Eu cantaria (titubiando), porque são louvores. Talvez a melodia de uma outra forma, mas se ela fosse tocada, acompanhada com outro ritmo.” Entrevistado 42, índios e manauaras, próximos “São musica mais clássicas, digamos assim, né... normalmente ela tem uma aceitação melhor num nível mais elevado da sociedade, né... pessoas mais cultas, mais conhecedoras destes valores que estas músicas trazem, né... o que eu vejo é que não... não tanto nas camadas menos favorecidas, que não ouvem este tipo de música, que não tem acesso a este tipo de música. Não são populares.” “Talvez não, exatamente por não ouvi-las, normalmente nós cantamos o que nós ouvimos... não é costume meu ouvir...então acaba não sendo ou não podendo, ou não sendo costume meu cantar, exatamente este tipo de música. (comentário do entrevistador a resposta do entrevistado sobre classes menos favorecidas: “apenas dizer que no caso tu és mestre, professor universitário, coordenador de curso, e, no entanto, também não é uma música que caia no teu gosto): também... também... e também, até porque mesmo fazendo parte de uma comunidade evangélica, e...a comunidade evangélica ao qual estou inserido, ela não é de alto nível, né, na sociedade, então, pelo contrário, do nível menos favorecido... e é um momento que eu mais ouço, digamos assim, a música em si... é nesse momento na igreja.”

Neste grupo de entrevistados próximos a uma igreja luterana, as reações foram similares com nuances diferentes dos mais distantes da igreja luterana. Lembranças das mães e infância, lembrança da vida, do amor vivido e compartilhado, de passagens por situações, trouxe a memória grandes eventos, congressos e conjuntos corais enormes, lembranças da família, de pessoas da família envolvidas com execução e produções de música, lembrança da igreja na solução dos problemas, até ausência de lembranças por não ter esse tipo de cânticos nos locais (especialmente os índios-Terena); lembrança dos hinos da harpa cristã e lembra música clássica que tem um nível de erudição que nas camadas menos favorecidas não é tão comum ouvir


153 este tipo de melodia apresentado desta maneira. Enfim, o importante é aprendermos a lidar com essa gama de subjetividade proveniente dos sons associados com o texto e com as lembranças. Sobre o “cantar no dia a dia essas melodias”, a maioria afirmou que sim e alguns com ressalvas. Houve afirmações positivas com suas devidas justificativas, a saber, porque gosta, porque é um costume familiar, faz parte do convívio, porque é uma novidade ou um novo jeito de se expressar. Agora as pessoas que cantariam com ressalvas, destacaram também as suas justificativas, as saber, dependendo do momento e circunstância, cantaria mais a melodia do “graças dou” por ser mais fácil e a melodia do “No templo a Isaias” mais ouviria por ser mais difícil; cantaria se tivesse uma boa voz e outros, cantaria essas melodias de uma outra forma acompanhada por um ritmo. Aqui houve uma manifestação especial de um dos entrevistados da tribo Terena, índios de Aquidauana/MS, que “acha importante trazer cânticos nativos para culto” A minha pergunta é se com o conteúdo ou com o jeito nativos de expressar os conteúdos? Quero entender que, por estarmos falando de melodias, ele quis dizer o jeito nativo de expressar os conteúdos. Mas ainda fica a dúvida, mas está observado e anotado o desejo e por que não entender como tendência. Fica registrado a manifestação de dificuldade de ouvir o texto em função do coro em vozes harmônicas. Passamos ao terceiro grupo de entrevistados, agora luteranos, sobre as perguntas acerca da melodia. Entrevistado 7, italiano, luterano “Lembra assim quando eu venho a igreja assim... quando eu fico nervoso não vem assim... lembrei da igreja.” “Sim e canto. Porque me alegra ficar cantando essas música, ali, né.” Entrevistado 8, italiano, luterano “A melodia da primeira música, é bem confortante, deixar em paz, isso do “Graças dou”, me transmite paz e segurança, até pelo conhecimento da letra, a gente, só, só ouvir a melodia, a gente automaticamente as letras, a música em si vem vindo na nossa cabeça, a segunda já não consigo identificar.” “Sim. Por serem músicas, ou música, no caso, que me deixam em paz, bastante segurança, tranquilo de que estou com Deus... incomparavelmente


154 melhor.” Entrevistado 9, italiano, luterano “A primeira me agrada bastante, a primeira. Que é um ritmo suave assim, legal, eu gosto de um tipo assim, e, um tom de notas que mudam assim. O segundo é mais um canto gregoriano assim, dois ou três notas parece que tocam e eu não gosto desse ritmo. Eu acho o nosso hinário luterano, opinião minha, tem uns hinos ótimos, mas tem uns hinos que eu não gosto de ouvir. Não é a letra, até falei um dia com o pastor, eu não gosto da melodia, não me agrada. A segunda eu não gostaria, eu acho ela muito quadrada pro meu gosto. E uma melodia interfere na compreensão do texto... com certeza. Quando você não ouve direito passa batido, bah, se você não gosta. Eu não gosto das melodias que ficam muito num tom gregoriano assim, três quatro notas que ficam subindo e descendo assim, tem muitos no nosso hinário assim...” “A primeira sim. Tipo de melodia mais suave, é legal de ouvir e a própria letra assim. Agora a segunda, assim, fica suspeito.” Entrevistado 16, orientais e miscigenação, luteranos “Bom me lembram assim um canto mais clássico, tradicional. O “Graças dou”... Essas melodias lembram a minha época de jovem na igreja Gostava muito de ir aos cultos e dos hinos. Especialmente assim, olha que engraçado, o que me atraia na igreja, de fato, era a liturgia tradicional cantada. Né. O Pastor Lotario Sander fazia aquilo tão reverente, tão bonito, e esse hino, “Graças dou por esta vida” me tocou a primeira vez que eu ouvi e então, ouvir essas melodias me lembram aquela época e a própria melodia em si do “Graças dou” é aquela coisa valseada, aquela baladinha assim... aquela musica tão popular, né, é algo tão, toca na alma de uma forma tão simples e tão profunda. A segunda também, mesmo sendo desconhecida, muito bonita também, muito linda, não sei porque a gente não usa tanto ela, mas ela é bonita, talvez ela não é tão simples ou fácil como a primeira, mas é bonita e me remete um pouco assim, não sei se é da época dos anos, séculos 16 ou 17 aí, né. Me remete a isso também.” “Logico, canto. O primeiro hino principalmente, né. Canto sempre, canto pra minha filha, é uma melodia sempre presente, né, nas nossas vida aqui.” Entrevistado 17, orientais e miscigenação, luteranos “A primeira, ela lembra muito esse sentido de festejar, de dar graças, agora o segundo ficaria pra um culto mais solene (risos) eu acho...” “Sim, a primeira muito, com certeza. Por justamente por essa gratidão, esse amor que Deus... a segunda não tanto, teria que aprender primeiro (risos)...” Entrevistado 18, orientais e miscigenação, luteranos “O pastor, lembra, inclusive, quando eu estudei, quando a gente tinha aula de religião. Quando eu estudei tinha muita música, só que hoje tão mais mudadas, né. Inclusive eu tinha um hinário daquela época mas eu doei. Mas eu tinha hinário daquela época


155 quando eu estudei, em Teófilo Otoni... porque quando eu estudei na escola luterana... era da Missouri, eu estudei com o pastor Libório Zimer, é... porque, inclusive eu fiquei no internato, interna la, fiquei 3 anos lá... usava nas aulas lá... inclusive domingo a gente tinha aula dominical. É também... tb... conheço já de muitos anos (graças dou)” “Não cantaria, porque não tenho voz pra cantar... nem em casa, não sei.” Entrevistado 25, índios, luteranos “Elas lembram o amor e o carinho do vô Antônio e do seu Elias (mencionado pela entrevistadora). É sempre tem que guiar o passo dele que ele deixou, né. Porque tem a família Nimbu é grande, todas elas tão participando do culto, né, algumas não, né, nem regatando, a mensagem dele foi dita, i no caminho certo. E toda a família canta... (Nimbus)...” “Sim. Eh... como vamos dize, eu fui criada na igreja. Então, talvez você perguntou né, quais outras músicas, então não é minha realidade, gosta de funk, gosta de rock, então, como eu fui criado na igreja (tem a língua presa... dificuldade no “r”) esse é o meu seguimento... é comum cantar isso pra mim.” Entrevistado 26, índios, luteranos “Ah, eu lembro quando sempre, quando eu cantava dentro a igreja essas melodias, me faz lembrar das colegas, das amigas, das irmãs.” “Ah, porque... eu cantaria sim, porque eu sempre desejei cantar, até mesmo sozinha eu pretendo cantar.“ Entrevistado 27, índios, luteranos “Elas lembram pra mim, no sentido de, quando a gente tá num culto, né. Um culto que marca a vida da gente, a gente ouvindo esta canção, a gente começa a lembrar lá, de tempos atrás, quando a gente ia na igreja, quando começava a obra missionária, a gente ouvia muita esta canção. Então é isso que ela traz de lembrança pra nós. Como eu já disse, né, por frequentar a igreja e ouvir, é, esse tipo de melodia, essas letras também, ela mexe com o sentido da gente, e vai no fundo da nossa alma e no fundo do nosso entendimento, também.” “Ué, ã, no dia dia, de hora em hora, a gente devia, com certeza, a gente devia, a gente tem que ocupar a mente, né, como tem uma frase do do Martinho Lutero que diz “que a mente desocupada é oficina do Diabo”, né, então a gente tem que sempre tá ocupando a mente da gente. Eu acho que seria bom se a gente cantasse no dia a dia isso aí.” Entrevistado 34, negros e mamelucos, luteranos “São lindas. E o primeiro parece anjos cantando. O Segundo hino “graças dou” é também tocante, agora ele é mais alegre, mais pra cima. Mas os dois são bem tocantes.” “Sim. As duas. Porque elas são bonitas, e aos meus ouvidos me soaram bem, acho que eu cantaria.” Entrevistado 35, negros e mamelucos, luteranos “Lembram assim, mas... (pausa longa para pensar)... não, não.” “Sim. Sim. Se eu tivesse a oportunidade de aprender a segunda eu cantaria.” Entrevistado 36,


156 negros e mamelucos, luteranos “Ah...eh... o primeiro me remete, me lembra um pouco de enterro (risos). A primeira me lembra um enterro, porque sempre canta, sem usa ... a graças dou por esta vida... eh... e a segunda como se fosse dá a paz, eu senti como se fosse a volta de Jesus, como se os céus estivessem abrindo.” “A primeira sim, a segunda não. Não faz muito meu estilo... (risos).”Entrevistado 43, índios e manauaras, luteranos “Elas lembram... qualquer lembrança? Lembram a minha mãe. Porque ela canta no coral da igreja ela sempre tá cantando essas músicas. Então me recorda muito ela. Ela sempre tá treinando em casa, né, então eu sempre tô ouvindo.” “Cantaria, acho que são músicas muito agradáveis e não incomodariam ninguém.” Entrevistado 44, índios e manauaras, luteranos “Elas me lembram... a minha infância. Por ser muitas músicas que eu ouvia na infância.” “Sim cantaria. Porque pra mim seria uma melodia que alegraria o dia.” Entrevistado 45, índios e manauaras, luteranos “Bom a segunda melodia me lembra muito o canto gregoriano, né, e que é muito bonito.” “Cantaria, porque eu acho, eh, assim, dá um, uma sensação de paz.”

No grupo de luteranos sobre o quesito lembranças a partir da melodia houve manifestações de lembranças da igreja, a primeira (graças dou) lembra a segurança de que estou tranquilo com Deus, a segunda (No templo a Isaias) por não ser conhecida nem muito cantada não evoca memórias. Também lembranças da época de jovem cantando na igreja, de escolas luteranas e escolas bíblicas dominicais, lembranças do carinho e atenção de pais e avós em casa e na missão da igreja no contexto local, lembranças do culto, dos irmãos na fé, da família, lembranças de obras missionárias na igreja, da vida congregacional, lembranças de enterros, lembranças de treinamentos de parentes por participarem do coro da igreja, ou seja, uma vida congregacional e familiar. Em sua grande maioria cantaria e canta no seu dia a dia essas melodias, principalmente a primeira “graças dou”. As justificativas são as mais diversas como: cantaria porque me alegra estar cantando, porque sempre cantei este hino (Graças dou), porque me faz lembrar das coisas boas do meu pai e avô que eram cristãos, porque cantar essas melodias ocupam a mente e o diabo tem menos espaço para trabalhar; porque são músicas agradáveis e não incomodam ninguém; porque a melodia alegraria o meu dia e porque me dá uma sensação de paz. Uma pequena ressalva de alguém que não cantaria


157 nem em casa porque não se considera com voz para cantar, mas em resumo, totalmente favorável a cantar no dia a dia essas melodias, principalmente as conhecidas. Fazendo um paralelo entre os entrevistados mais distantes, próximos de uma igreja luterana e luteranos faremos algumas considerações. Primeiramente, que pela subjetividade sonora das melodias, a associação reporta a muitas coisas tanto da igreja como fora dela, boas e ruins, alegres e tristes. Isto varia conforme as informações e pressupostos de cada um, claro, com o ensino e vivências, essas melodias serão associadas diferentemente no decorrer dos anos. Mas fica evidente aqui o caráter associativo das melodias, em qualquer circunstância. Segundo, melodias são condicionadas a locais e contextos, ou seja, numa boa parte dos entrevistados houve a manifestação de que essas melodias são ouvidas apenas em igrejas ou em contextos de igreja. Isto nos traz a reflexão de que, se queremos alcançar pessoas diferentes com texto associado a melodias, precisamos rever o nosso conceito de melodias para atingir outras pessoas diferentes das frequentadoras das igrejas cristãs. Terceiro, sobre o cantar no dia a dia as melodias, está aqui presente a identificação e a circunstancialidade. Quanto mais me identifico mais expresso e reajo, dependendo do meu estado de espírito e necessidade canto mais ou menos certa melodia e também, dependendo do contexto, mesmo querendo cantar pode não ser adequado ou mesmo não querendo ou não sabendo cantar, percebemos que seria um momento adequado. Discernimento, sensibilidade e administração das situações e talentos são requisitados neste momento de decisão. É importante constatar que a partir dessa manifestação dos pesquisados, o coro a quatro vozes e a sonoridade contrapontística e harmônica do órgão de tubos, por mais belo e bem executado que seja, dificulta a compreensão do texto das músicas. O ser humano é multissensorial, e, talvez inconscientemente, exista muita informação sensorial (voz, harmonia, melodia, sopranos, contraltos, tenores, baixos, timbre do órgão, suave, forte, etc.. e também o texto) que dificulta a compreensão ou foco no texto. Entendo


158 que com aprimoramento familiarização com essa forma de execução, existe a tendência a diminuir essa dificuldade. Mas o contexto brasileiro está indicando, se quisermos focar na compreensão do texto, em executar músicas mais em solo ou em uníssono. Sobre a questão de melodias nativas ou, podemos entender, melodias locais manifestadas por uma parte dos entrevistados. Acredito que seja uma tendência ou um indicativo para, mais eficazmente, levar a palavra de Deus a todos os povos e regiões. O desafio é capacitar e desenvolver os talentos e habilidades para este propósito missionário mesmo com o coração vocacionado para este ministério ou tarefa.

4.4.2. PERGUNTA – Qual delas você prefere mais? Porque? Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Queremos observar nos próximos questionamentos, de uma forma qualitativa e também quantitativa entre os entrevistados, a preferência entre as duas músicas e a motivação para participar de um coro. Entrevistado 1, italiano, distante “A primeira, embora, a “santo” é, que ela tem uma melodia, parece aquelas músicas dos cultos gregorianos. Ela é, ela tem uma melodia bonita, mas pra mim, particularmente, eu acho ela um pouco deprimida, assim, ela deprime.” “Sem duvida. Pela beleza do conjunto da vozes, dos instrumentos tocando, realmente, quem aprecia uma boa música, apreciaria sem dúvida uma apresentação desses cantos.” Entrevistado 2, italiano, distante “Eu gostei mais da segunda, graças dou, ahm, porque eu falei antes, parece que ela tá me envolvendo mais na situação. Eu estou mais participativa... tá falando que Deus, eu dou graças a ele por ele ser assim, então eu me sinto fazendo parte disso.” “Sim, acredito que sim. É... eu por exemplo, nesse grupo, essas melodias caberiam muito bem neste grupo que tava tentando montar... um grupo de igreja.... aqui em Caxias. É faz uns quatro anos atrás...” Entrevistado 3, italiano, distante “Graças dou”.”Não. Não que, eu gosto das músicas mas não sou tão religiosa assim.” Entrevistado 10, orientais e miscigenação, distantes “A primeira. Eu achei a segunda meio pra baixo.” “Sim (titubeando). Não sei. Eu gostei dela. Incentivaria ouvir ela de novo.”

Entrevistado

11,

orientais

e

miscigenação,

distantes


159 “(Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): O que eu prefiro, não que são músicas que eu escuto hoje em dia, tá, mas eu escuto como um um... como pesquisa, as vezes tem melodias legais que podem, né, adicionais em outras coisas, né, que remete a coisas que você escuta no rock, muita gente.... rock também é muito apropriador, a gente aprende muita coisa, né, isso é legal, né, o rock traz, assim, as coisas, rock é rock e também traz muita coisa de fora, né, ele “chupinha” as coisas de fora pra aplicar, então, rock eh... quando evoca outros estilos, ele sempre evoca algo que é identificável, inicialmente, pra jazz, pra eletrônica, pra música clássica, então muita gente faz, Emerson Lake & Palmer fez a do Aaron Carter..., aquela tan tan tan tan (cantarolando o tema) consegue pegar na internet, consegue pegar tudo isso na internet, né, de música eletrônica, de baião, até de música meio nordestina, por exemplo, os Raimundos vai, né, exemplo tosco pra “cacete”, tem Raimundos, Mundo Recercia que evoca temas nordestinos, tem Chico Saens que tem aplicação de elementos nordestinos no rock, isto to falando uma parte muito pequena do que a galera faz. Tem muita gente fazendo muita coisa que eu não lembro de cabeça, tem coisa demais, tá?.” “(Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): E, eh... incentivaria? Incentivaria na parte educacional, sim. Acho que todo mundo, eu mesmo toco um monte de coisa que, na verdade, nem escuto o que eu toco. Eu toco Djavan, por exemplo, Djavan, eu gosto de Djavan, mas não é algo assim, cara como eu gosto do Djavan. Quando eu era moleque não, né, tipo assim, que Djavam aí, essa “merda” aí, pego uma “bosta”, sabe? Aquela coisa de moleque, é que Djavan é bom pra “cacete”, o cara é um “puta” harmonizador, sabe, pô. Os acordes que ele usa... eu tenho o livro “All Mix Diares?” que você pode procurar na internet, tem as partituras dele, transcrito, e você vê lá como ele aplica os acordes, em cima da música dele que é fantástica, o cara é bom pra “cacete”, não tem o que falar e tem muitos outros, to me lembrando do Djavan porque foi muito presente e de eu tirar algumas coisas dele quando eu era moleque, foi um aprendizado, nos acordes, ele usa uns acordes de bem MPB mesmo, querendo ou não ele era mais violonista do que, né, tocava violão, então, muito bem... Entrevistado 12, orientais e miscigenação, distantes “A segunda, a melodia foi muito mais robusta, eu digo, era um, quatro e três... ah.... 1o, 4º e 5º.. Melodicamente eu senti muito falta de originalidade. Tem sua beleza a sua música, tem, mas fui tão calejado quando criança, ouvindo essas músicas pop da vida, que eu to meio desgosto, e uma coisa um pouquinho mais complexa, um pouquinho mais tortuosa ficou muito mais agradável para mim.” “Sim, porque, eu estudei


160 um pouco música. E fazia um modulo popular e conhecia um pessoa que fazia um modo erudito. Meu Deus! Cara, cada peça linda que eu ficava de queixo caído, não dava para entender, é quando eu vi jazz pela primeira vez, meu, entendi que era linda, mas não tava conseguindo contempla, acho que feito, a segunda, eu gostei. .... misturado com o som, acho que alguém falou “foda-se” acho que eu vou fazer do jeito que eu acho que é bonito pra mim, e fez do jeito dele e tá passando um pro outro, de repente fizeram a música inaugural da bossa nova, enfim, ... é uma que é mais parecida com jazz do que bossa nova, até tem uma gravação no youtube bem legal, do Caetano, do Chico Buarque, do tom Jobim, do Viniicius, todo mundo cantando, muito legal!

Entrevistado 19, índios, distantes “A

primeira, porque ela é mais calma, mais tranquila. Parece que me acalmou um pouco, assim, a primeira.“ “Desse tipo de música? Sim. Pra acabar um pouco com os outros tipos de música sem sentido (risos) que tem hoje em dia que são vários. Esse é o tipo de música que você para e pensa na vida. Aí remete, até falei para a senhora, a infância, né, você pode até parar e pensar no que você ouviu, ou alguma coisa que você ouviu, quem vai muito na igreja também pode pensar nisso, na palavra lembro, ou canto assim, deixa eu ver essa música, é isso aí.” Entrevistado 20, índios, distantes “A segunda, porque fala das graças.” “Sim. Porque as outras pessoas que não são evangélicas devem ouvir através desses cantores que eles falam que são famosos, né. E ouvindo a voz desses cantores famosos, ouvindo o evangelho, eles poderia chegar ao conhecimento dessa grande mensage que é a graça.” Entrevistado 21, índios, distantes

“A segunda, porque é mais animada e eu gostei

bastante dela.” “Sim. Porque são ambas são boas e eu acho que outras pessoas gostariam de cantar e de ouvir também.“

Entrevistado 28,

negros e mamelucos, distantes “A segunda (se referindo ao “Graças dou”).” “Talvez, pode ser sim. Pode. Poderia ser.” Entrevistado 29, negros e mamelucos, distantes “Eu acho que a primeira (“graças dou” porque o entrevistador inverteu a ordem da audição). Apesar de, apesar, de terem uma estrutura bem parecidas, só órgão e voz, mas, eu preferia a primeira, não sei, acho mais por, acho mais por não conseguir identificar muito o que estava sendo falado na primeira melodia então eu tava interpretando o sons emitidos pelas pessoas,

como se fossem

instrumentos. Não só o órgão que estava sendo utilizado, estava levando em consideração o que as pessoas tavam utilizando as próprias vozes como instrumento, então, a combinação junto com o órgão foi como melodia melhor me agradou do que a segunda que tentei entender e interpretar. “Sim (titubeando)... acho que na música tem que trazer duas


161 razões, uma é de estudar aquilo que foi feito, manter a pureza do que a pessoa tenta passar e a outra que a música também tem que ser permissível de mudanças. Se alguém quer ter influencia daquilo e criar uma coisa diferente com aquela música então um estilo como este pode influenciar pra cantar dum jeito diferente como também um pessoa pode querer executar da maneira que ela é. Então... Entrevistado 30, negros e mamelucos, distantes “A segunda (risos). Porque foi a que me deixou com a sensação, no momento que ouvi, mais tranquila, com a maior paz.” “Não. Não me lembro de outro lugar não.” Entrevistado 37, índios e manauaras, distantes “A primeira. Ah, porque eu achei interessante, porque a outra já é mais triste.” “Acho que sim. Porque achei bem interessante a primeira.” Entrevistado 38, índios e manauaras, distantes “A primeira, assim, eu achei a melodia melhor. Assim, um pouco mais animada.” “Bom, eu acho assim, na igreja, no coral eh, já é assim, de costume né, acontecer e ouvirmos este tipo de canção. Agora, tem locais apropriados né.” Entrevistado 39, índios e manauaras, distantes “A segunda melodia, eu acho que o arranjo, os instrumentos, e me trouxe mais, me veio mais o sentimento de paz.” “Eu acho isso fundamental. Extremamente interessante. Eu acho... inclusive num ambiente de trabalho, um instrumental pode trazer um desempenho melhor.”

Dentro de uma análise quantitativa, neste grupo de entrevistados distante de uma igreja luterana a maioria prefere a melodia do “Graças dou”. 6,67% se mostraram sem preferência, 20% preferiram “No templo a Isaias” e 73,33% preferiram o “Graças dou” pela beleza da melodia e vozes, por envolver mais pelo texto, pela melodia mais robusta e popular, porque fala de graças, porque é mais animada, por causa das vozes soando com os instrumentos e porque é mais interessante. Sobre as justificativas de preferências do hino “No templo a Isaias” expressaram que ela transmite mais calma e paz. 80% dos entrevistados deste grupo se manifestaram positivamente quanto ao incentivo na execução em outros locais com cantores e instrumentistas, com 13,33% manifestaram que não incentivariam e outros 6,67% estavam indiferentes com relação a isto. Pela preferência no incentivo justificaram pelo bem estar cultural, social e humano, também pelo valor cultural, pelo valor didático e educacional, porque são boas e gostariam de


162 ouvir sim, por ser algo novo, uma cultura nova, porque acham fundamental em função da importância que dão a esse benefício humano. Entrevistado 4, italiano, próximo “Graças dou” para agradecer, realmente. (risos)...” “Olha, eu até diria que sim, só que depende o loca, depende os cantores, porque as vezes as pessoas não vão aceitar muito.” Entrevistado 5, italiano, próximo “Essa de agradecimento.” “Sim.” Entrevistado 6, italiano, próximo “Graças dou”, porque ela completa mais, a gente sente mais graças a Deus do que de Deus, que ele proporciona pra gente, o ritmo dela é muito bom.” “Claro que sim, Eu gostaria que fosse mais usada essas músicas sim. E, porque isso ali é uma música que completa a gente, se todo mundo escutasse isso aí seria diferente, né, tem muita gente que não segue o ritmo de Deus, eles tem a cabeça própria das coisas que fazem, então, hoje o mundo está muito virado, tá bem complicada a coisa.” Entrevistado 13, orientais e miscigenação, próximos “A primeira, como eu não tinha escutado a segunda, então a primeira, já toca aqui direto, já estou familiarizado com ela.” “Sim (indiferente). Sim... a gente vai compartilhando isso. Como se fosse uma missão. Tá falando da Palavra de Deus através da música. Sempre dá mudar... a gente faz aqui no violão... sempre dá pra mudar, melodia ou ritmo. Porque nem tudo vai gostar de ouvir no órgão, acho que fica muito música lírica, então nem todo mundo gosta. Os mais velhos talvez gostem mais, uma música mais calma, mas já quem é mais jovem vai preferir aquela batida mais pesada, mais rápida, então, por isso...” Entrevistado 14, orientais e miscigenação, próximos “A segunda, por causa da letra em si, mesmo.” “Sim, acho que a primeira ficaria legal com outros cantores, outros instrumentos...” Entrevistado 15, orientais e miscigenação, próximos “Acho que a segunda mesmo, pelo sentido de você parar, pensar e refletir. Acho que são essas palavras.” “Hum... ah... acho que sim. Motivo? Ah... difícil.. ah, assim, o motivo é para passar as ideias dessas músicas, no caso dessa segunda música pra as pessoas terem esse sentimento, não sei...” Entrevistado 22, índios, próximos “A melodia? Prossora, eu não teria preferência, eu ficaria com as duas... é, é. “ “Com certeza. Porque são coisas agradáveis, não é, e como tal tem que ser levada avante para que outras pessoas possam também compartilhar dessas músicas.” Entrevistado 23, índios, próximos “A segunda (risos). Porque eu gostei mais da segunda.” “Sim. Porque, por eu estar ligada a um meio que me faz querer incentivar outras pessoas. Né, como eu disse, não só, eh, por ter na família pessoas que cantem, mas também que toquem...” Entrevistado 24, índios, próximos

“A primeira. Ah, é um

momento alegre de se manifestar.” “Sim. Acho que a gente tem que


163 aprender a utilizar os instrumentos novos e também é um jeito de os jovens se interessarem por outros tipos de instrumentos. Acho que tem um pouco disso.” Entrevistado 31, negros e mamelucos, próximos “A primeira, porque eu já conheço” “Outros cantores que não fossem cristãos? Acho que não ficaria da mesma maneira”. Entrevistado 32, negros

e

mamelucos,

próximos

“Graças

dou”

“Incentivaria,

principalmente pra meditar e trazer Deus pra perto da gente.” Entrevistado 33, negros e mamelucos, próximos “Que distinguisse mais o que o cantor estivesse falando. Pra entender mais a letra, né.” “(supostamente sim...)“ Entrevistado 40, índios e manauaras, próximos “Eu gostei mais da segunda. Pelas vozes. Porque na verdade eu acho muito bonito, porque é uma dedicação, uma doação pra uma pessoa, pra várias pessoas conseguirem cantar dessa forma.” “Em outros locais? Sim, sim inclusive eu já tive experiências de um super, de um mercado lá perto de casa que eles colocam só músicas assim, eu acho interessante, né. Porque na verdade uma coisa que é chata pra gente, eu tava ouvindo um louvor e algo quando a gente vê a gente tá louvando, a gente sai bem do mercado, é uma outra experiência.“ Entrevistado 41, índios e manauaras, próximos “Assim, a primeira porque eu conheço, né. Agora a segunda, pelo que eu ouvi, neste momento, pela primeira vez, também tem uma mensagem muito bonita, né.” “Sim, em outro ritmo sim. Mais animado, que desse mais, porque quando o louvor é mais animado assim, ele nos remete a alegria, né. E assim, se a gente canta, com muita alegria, assim, alivia o coração, acho que no meu entender, nos coloca mais próximo de Deus, né.” Entrevistado 42, índios e manauaras, próximos “A segunda, com certeza! Eu sempre acredito na voz, eu creio que a música, a voz sempre deve prevalecer aos instrumentos, e na segunda música a gente consegue, é... ouvir melhor a voz e também a mensagem da música.” “Acho que sim. E sim porque eu acredito que a música, ela, mesmo tendo diferentes ritmos, né, tá inserida dentro de um contexto cristão, também que é isso que eu acredito, eu não... é.. fosse uma música com outro teor eu não motivaria a isso, mas tendo uma música cristã, mesmo sendo um ritmo que eu não estou acostumado, sim, eu... eu... motivaria até pra... porque é uma música muito enriquecedora no aspecto musical, mesmo da... da... dos instrumentos e tudo.”

A grande maioria dos entrevistados deste grupo próximo de uma igreja luterana prefere o hino “Graças dou”.

6,67% manifestaram sem

preferencia ou preferem as duas melodias, 13,33% demonstraram preferência pelo hino “No templo a Isaias” e 80%, a grande maioria, assinalaram a


164 preferência pelo “Graças dou”. As justificativas das preferências foram em função do tema agradecimento, por achar a melodia mais completa, por estar mais familiarizado, pela letra em si, porque faz pensar e refletir, pelo gosto, pelo jeito alegre de se manifestar, por já conhecer e pelas vozes. É importante destacar que as justificativas pela preferência do “No templo a Isaias sucedeu” foram em função da clareza do texto por ser uníssono. Sobre o incentivo a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas a grande maioria se manifestou positivamente. 16,67% não incentivaria em função de contextos não receptivos e 93,33% incentivaria pelo apreço pela música, pela missão, porque esta música faz refletir, porque consideram a melodia agradável, porque está ligada ao incentivo e bem estar humano, para manter a tradição de cantar em coro, porque a música é enriquecedora e leva e mantem cristianismo para as pessoas.

Entrevistado 7, italiano, luterano “Essa aí que é mais cantada.. é essa aí. É que a gente agradece o dia a dia, né...” “Sim. Pra continuar com a Palavra de Deus.” Entrevistado 8, italiano, luterano “A primeira, por conhecer.” “Sim. Eu gosto bastante de ouvir as músicas. E com certeza eu gostaria que tivesse outras formas, outras melodias, outras formas de se apresentar essa música. Gostaria que sim.” Entrevistado 9, italiano, luterano “A primeira. Porque a primeira é melhor de ouvir, primeiro pela melodia, a letra é melhor de ouvir, é conhecida já, a gente canta seguido, e a música me traz uma lembrança muito, porque ela tocou no meu casamento sem saber. Eu era católico quando casei aqui e foi combinado que não ia ser tocado nenhuma música do hinário, porque ia ter gente de fora, e no dia tocou essa música aí. Foi uma surpresa ... muito agradável.Todo mundo, até os convidados gostaram, disseram bah, que legal, ouviram.” “Com certeza, a primeira. Porque transmite uma coisa boa, né. A segunda também transmite mas a primeira transmite mais uma coisa boa, uma coisa alegre, mais, eu já tenho uma coisa de diferente com essa música, eu tenho uma ligação diferente ela me traz mais ainda, no casamento,

uma lembrança boa.”

Entrevistado

16,

orientais e

miscigenação, luteranos “A primeira, por ser familiar e por achar mais profundo, assim, ela fala mais a alma, assim, enfim...” “Eu acho que, o canto, a música é livre na igreja, né. Tudo feito com ordem e decência, acho que fica bonito assim. Como eu já tinha dito, eu não tenho aquela coisa assim, aquela tribo musical, não sou aficionado de um ou outro


165 gênero, eu ouço e gosto e do que eu não gosto mas eu sei que é uma preferência minha, não é algo que um valor absoluto, no sentido que tem uma musica melhor ou pior que a outra, de que um rock é melhor do que um samba, né. Logico, tem música ruim, musicalmente falando, mas aí é uma coisa absoluta, como muitos funks também, né, e muitos sambas enredo, aquela coisa muito comercial, muito batida mesmo, né, então, lógico, então é ruim, então eu to dizendo assim, tem gente que consegue condenar talvez um som mais samba talvez na igreja ou, eu acho tão bonito, até tem um grupo novo dos jovens, que é, não lembro, que é aí do sul, mas, eles tocam vários hinos com ritmo de samba e aí fica, pra mim, fica fenomenal, né, então, seja com ritmo de samba, com acordeon gaúcho, com a gaita, né, com ritmo gauchesco ou com ritmo tradicional com órgão de tubos, pra mim, é, gosto de todas... prefiro a do órgão, não tenha dúvidas, prefiro a do órgão, mas eu consigo gosto, consigo gosta das outras também. Então, eu incentivaria a execução com outros instrumentos, outros ritmos com outras harmonias em outros locais, eu acho que, por ser que atinja outras pessoas que prefiram estes outros instrumentos, né.” Entrevistado 17, orientais e miscigenação, luteranos “A primeira, pelo motivo da gratidão...” “Sim, com certeza, pra poder as pessoas né, é o que eu to falando, vou ficar na mesmice, para as pessoas terem isso implantado, o amor de Deus nos mínimos detalhes, que Deus fez tudo pensado em nós como filhos, né, e lembrar dessa gratidão que é uma coisa que tá hoje, tá escassa.” Entrevistado 18, orientais e miscigenação, luteranos “A primeira, a outra tem uma melodia bonita também, né, mas essa (graças dou) é mais conhecida.” “Acho que sim... bom, eu gosto muito de órgão. Toda a vida. Inclusive, quando eu estudava tentei aprender harmônio. Só que não aprendi porque eu sai, quando eu fiz o quarto ano eu saí. Porque a gente tinha que, tinha a obrigação, o colégio era, a própria escola era no colégio, né, que a gente ficou internado. Eu estudei interna porque o meus pais, a gente morava 40 km fora da cidade, né. Então eu só via meus pais 2 vezes por ano. É... era muito difícil e a gente estudou, e foi um ensinamento muito bom. Eu acho que sim (uma banda tocando)... Órgão com um outro instrumento com as meninas cantando fica muito bonito...que tem o Claudio e as menina, né...” Entrevistado 25, índios, luteranos “A segunda, como falei, lembra do avo, do tio Elias, então, a música é linda a música. A melodia é linda.” “Sim, porque a gente tem que passar a mensagem pro próximo. Então esse hino a gente pode passar para um colega de faculdade, no serviço, agora tem o WhatsApp, pode mandar pelo WhatsApp...” Entrevistado 26, índios, luteranos “Graças dou”... já falamos...” “Ah... eu acho que não. Eu


166 preferia mais a... esta música.” Entrevistado 27, índios, luteranos “Eu prefiro essa “graças dou”, porque porque, respondendo as perguntas anteriores, né, eu acho que é uma forma de agradecimento a Deus pela vida da gente, por tudo que a gente passa no dia a dia, na luta como na bonança que a gente passa, assim né, tanto nos momentos bons como nos momentos ruins, tem que sempre louvar a Deus.” “Com certeza, pois seria uma forma de tá divulgando também a questão do evangelho, né. Anunciar a grandeza de Deus, os feitos que ele tem feito em nossa vida, né, e mostrar para as pessoas que faz bem o sentido de agradecer a Deus, né.” Entrevistado 34, negros e mamelucos, luteranos “Graças dou” ”Sim. Porque assim, hoje em dia as pessoas preferem músicas bem mais contemporâneas, modernas, mas eu acredito que se a gente deixar de cantar ou de propagar essas melodias essas músicas que são riquíssimas, instrumentos também, acho que a gente sai perdendo, porque vai ficando pra trás, mais distante, da realidade das pessoas, e eu acredito que a gente não deveria deixar acontecer. Entrevistado 35, negros e mamelucos, luteranos “A primeira. Como eu havia falado, pela questão da gratidão. Tema bem importante..” “Sim. Pelo motivo de democratizar a música, as pessoas conhecerem outros estilos musicais, conhecer também a Deus através da música. Além de conhecer Deus através da música, também é uma forma de democratizar a música. As pessoas entenderem que existem outros estilos musicais que devem ser apreciados também. Pela sua qualidade harmônica, melódica, entendeu? Entrevistado 36, negros e mamelucos, luteranos “Não, porque gosto de ritmos de musicas mais folks, assim”. “(Entrevistador: Acho que daria para se tocar essas músicas na igreja?) Daria. Ambas. Com a banda...assim, no nosso contexto de igreja, assim, com a banda.” Entrevistado 43, índios e manauaras, luteranos “A primeira. Porque eu me identifiquei mais com ela. Essa questão do agradecimento é uma questão que eu sempre levo pra minha vida, independente da situação que me encontro, eu tento ver uma questão de olhar com um olho, mesmo... ah, aconteceu isso, não é legal, mas bom, eu tenho outro caminho, vamos tentar aí, bola pra frente... Então é uma música que, acho que mexe mais comigo mesmo.” “Sim, sim. Acho que seria uma coisa bem bonita. Incentivaria...” Entrevistado 44, índios e manauaras, luteranos “O “Graças dou” por ser, pra mim, no meu caso, por ser uma melodia mais alegre.” “Não, não incentivaria”. Entrevistado 45, índios e manauaras, luteranos “A segunda, justamente por isso, ela é, ela dá uma sensação de elevar o espírito, né.“ “Sim, porque é muito melodiosa, né.”


167 Neste grupo de luteranos 6,67% se manifestaram indiferentes quando a preferência entre as duas melodias e 93,33%, a grande maioria esperada, preferem a melodia do hino “graças dou” por ser conhecida, a mais cantada, bonita e fácil, melhor de ouvir, pelas lembranças que traz, pelo ensino de gratidão contido no texto, por ser uma melodia alegre e por enlevar o espírito. Sobre o incentivo para a execução em outros lugares e com cantores e instrumentistas diferentes, 20% não incentivariam e 80% incentivariam.

Surpreendentemente,

os

incentivariam gira em torno de forma e

motivos

daqueles

que

não

frente a outros públicos, porém a

grande maioria incentivaria por causa da Palavra de Deus contida, porque entendem que as pessoas vão gostar de cantar e ouvir em outros contextos, porque traz boas lembranças, porque é importante manter a tradição mesmo no meio contemporâneo, porque é importante manter o texto com outras formas sonoras, pelo testemunho do Evangelho de Jesus, pelo motivo de democratizar a música, outros estilos que levam a Palavra de Deus e porque a melodia é muito atraente. Fazendo um paralelo entre os mais distantes, próximos de uma igreja luterana e luteranos se manifesta uma preferência geral pelo hino “graças dou”. 4,44% de todos manifestaram sem preferência, 11,11% preferiram o hino “No templo a Isaias” e 82,22% o hino “”Graças dou” reforçando que a melodia deste hino tem ingredientes melódicos que atraem a atenção das diversas pessoas em diversas culturas neste nosso pais multicultural. E sobre a vontade de manter e incentivar execuções corais, 4,44% são indiferentes, 13,36% não incentivariam esse tipo de atividade no meio social e 84,44% incentivariam por muitas razões levantadas anteriormente. Nesse sentido, essas razões manifestam uma tendência de ver o movimento coral não apenas como veículo de testemunho e manutenção da fé, mas também uma atividade que propicia a sociabilização, terapia de grupo, conhecimento e aprendizado musical, fortalecimento do bem estar social, crescimento cultural e espiritual, bem como, aprendizado no gerenciamento de pessoas e personalidades diferentes. É uma oportunidade muito rica aqui


168 tendenciada. E se cada congregação aproveitar todos esses aspectos levantados, terá uma abertura maior para a sociedade, desenvolvendo outros pontos das necessidades humanos, e é claro, oportunizando o testemunho e crescimento da fé cristã luterana através desta atividade coral.

4.5. SOBRE HARMONIA

Entre os elementos da música o que mais facilmente é perceptível na vida humana é o ritmo. Em seguida, começam as noções de melodia e depois vem, desenvolvendo aos poucos o conceito de harmonia. Harmonia são sons simultâneos que requer um tipo de sensibilidade e desenvolvimento para poder perceber. Na harmonia e melodia se desenvolvem discursos musicais os quais necessitam um mínimo de conhecimento para conseguir perceber os códigos e construções desenvolvidas em uma composição capaz de lhe trazer mais sentido, informação e nuances tendo posse de mais conhecimento e percepção musical. A harmonia varia de acordo com a cultura, gênero de composição e região.

4.5.1. PERGUNTAS – O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Qual a sua preferida entre essas duas?

Nesse sentido, queremos observar, através destas perguntas, a percepção, sensibilidade e preferência dos diversos entrevistados sobre o quesito harmonia. Entrevistado 1, italiano, distante “Agrada. Agradam sim. É o perfil de música que eu gosto. Eu aprecio. Então as duas músicas tem perfil diferente, no entanto, as duas trazem aquela tranquilidade, propicia uma reflexão, um relaxamento.” “A primeira “Santo”. “A de quatro vozes. Porque o conjunto, o coletivo, quando vai mais do que um, o conjunto das vozes diferentes sempre tem um resultado, eu considerei um resultado


169 bem bom, positivo, e gostoso de se escutar.” Entrevistado 2, italiano, distante “Sim, bastante, eu acho que, esses grupos vocais tem, trazem harmonias bem feitas, bem planejadas assim, e essas duas músicas que eu ouvi me deram essa impressão que era uma harmonia bem bem feita e bem executada. Na hora da execução as vozes estavam bem encaixadas... então eu gostei bastante.” “Continua sendo a segunda (graças dou)”. Entrevistado 3, italiano, distante “Sim, as duas me agradam, as duas são boas, e elas tem as palavras, tudo é interessante.” “Ainda eu prefi... a “graças dou” “quatro vozes” Entrevistado 10, orientais e miscigenação, distantes “Sim, sim. Mesmo a segunda que eu achei mais pra baixo eu gostei. Eu achei as músicas bem harmônicas.” “Acho que a primeira. Mas acho que a harmonia da segunda eu gosto”. “Acho que eu gosto de quatro. Eu não gosto de coro cantando a mesma coisa. Esse negócio de cantar a quatro vozes aí, eu gosto mais, e eu não sei dizer porque.” Entrevistado 11, orientais e miscigenação, distantes “(Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Agora vamos falar sobre harmonia, né. Tá, as duas... ah... eu não vou fazer uma distinção muito forte entre as duas, não que eu seja um ignorante pra jogar tudo na mesma categoria, no mal sentido. Como fala: Rock é tudo igual, música tal tal tal é tudo mesma coisa, música pop é tudo igual, não que seja isso; mas falando mais ou menos os dois junto...” “(Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Eh, preferência também, né, a coisa de preferência é meio complicado, não gostaria de falar qual que eu prefiro, né, então...” “(Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Agora o som do coro é... se pode aplica, então, o coro é legal, minha mãe também contava no coro, so que assim ela era meio “toa”, não cantava de primeira, não canta nada assim, só canta por robbie, então ela cantava no coro das mulheres orientais, das tias lá. E o coro, é aquela coisa, se o coro for bom, afinado, faz um acorde bonito, cada um faz um tipo de som, um tipo de altura, pô, fica bonito pra caramba, né, quatro vozes é legal já pelo fato de fazer aquela quebra né, no caso, eu não lembro de ter muita quebra aí, foi meio uniforme, não é uníssono, mas que eh... não tem a quebra de cadência igual ao jazz assim, falando numa coisa bem tosca, tá. Voz uníssono é legal, isto também é coisa do condutor, ele conduz a atenção se volta muito na na voz líder, se é isso, se não me engano...” Entrevistado 12, orientais e miscigenação, distantes “Eu tenho um certo desgosto por órgão, mas sendo menos chato, tava bem executado, só acho que falta um pouco mais de pessoalidade, mas chatice!!! (risos).” “A harmonia da segunda com certeza, foi bem melhor.” “Mas isso tem


170 relação com o que foi apresentado?... é que eu não consigo, no coral a gente fez a Bohemia Rapsody, do Queen, a gente fez, e meu Deus! Aquilo foi do “caralho”, ficou muito bom, tipo, no final dava vontade de chorar, lindo demais! Daí eu prefiro a quatro vozes, não tem como ser diferente, mas é um quatro vozes diferente do que foi apresentado, daí eu não sei responde o porque.” Entrevistado 19, índios, distantes “Sim. Porque são coisas, assim, tudo pra mim, assim, harmonia, ritmo pra mim, remete a tranquilidade da alma, da uma paz interior.” “Eh... letra? Harmonia? Eu prefiro o segundo.” “Eu prefiro a primeira (Graças dou). Porque, parece que não fica num tom muito, não tá muito alto, tá muito baixo, se equilibra mais as vozes.” Entrevistado 20, índios, distantes “Agrada. Porque o som tá com mais clareza, principalmente o órgão, piano, né, sei lá o que que é, né. Os instrumentos, eh, na hora certa, ah, espera o momento certo pra voz começa ou terminar, assim, um instrumento bem utilizado.” “A segunda. Porque, assim, atrae mais a gente. A gente fica mais interessado ao ouvir.” “A segunda, o uníssono. Porque dá pra ouvir todos de uma vez, né. Não que seja 4 pessoas assim, é importante as quatro vozes, mas o uníssono é melhor. Fica mais claro.” Entrevistado 21, índios, distantes “Sim. É bom. Porque são, é um som bom, sem muito, como posso dizer, sem muito som grave, e sim suave.” “A primeira, porque tem um som mais calmo, apesar a segunda também ser boa.” “De quatro vozes, porque é bom você ouvir um coral, mesmo sendo de 4 pessoas. A junção de vozes na mesma canção, eu acho bonito isso.” Entrevistado 28, negros e mamelucos, distantes “Na verdade não me desagrada, mas são sons que eu não tô acostumada a ouvir, mas não quer dizer que não sejam bons.” “Eu gostei mais da segunda (se referindo ao “Graças dou”).” “Acho que a quatro vozes, acho que o uníssono ficou um pouco monótono. Eu achei...” Entrevistado 29, negros e mamelucos, distantes “Sim, a resposta é curta por que eu acho legal”. “A primeira”. “Quatro vozes”. Entrevistado 30, negros e mamelucos, distantes “Sim, mas eu não entendo, exatamente, o que seria harmonia nessa...” “Eu acredito que a segunda também. Eu acredito, porque eu gostei mais da segunda.” “Ahnn... pra mim é indiferente. Tanto faz.”

Entrevistado 37, índios e

manauaras, distantes “Sim. Porque ela é bem... eh... como é que fala... bem legal, eu gostei de ouvi elas”. “A primeira.” “Só não. Todos cantando. Porque, fica, tipo um, coral... eu gosto de coral...é...” Entrevistado 38, índios e manauaras, distantes “Bom, é agradável por remeter assim pra mim, né. Remete ao final de ano e músicas natalinas. E Natal é sempre encontro com famílias e eu gosto disso”. “A primeira” “Eu acho que quando é uma voz só é mais fácil de entender... entender a letra”. Entrevistado


171 39, índios e manauaras, distantes “Muito. Eu gostei, senti algo no momento bem descontraído, me trouxe paz.” “A segunda.” “Eu gostei da segunda. O coro fica, ficou muito legal.”

Neste grupo de entrevistados distantes de uma igreja luterana começa a se manifestar uma dificuldade educacional nas questões musicais sobre a harmonia. Às vezes faltam palavras para descrever e expressar a sua compreensão sobre a harmonia aplicada. Às vezes faltam ingredientes para perceber, mas mesmo assim, criam uma maneira de interpretar e perceber a harmonia com aquilo que tem e sabem. Manifestações, se referindo a harmonia, que traz tranquilidade e propicia a reflexão se referindo mais ao “No templo a Isaias sucedeu”, vozes diferentes e grupos vocais com harmonias bem feitas e planejadas, vozes bem encaixadas se referindo ao “Graças dou”, músicas bem harmônicas, harmonia me remete a tranquilidade da alma, harmonia do “graças dou” não está nem muito alto nem baixo e equilibra as vozes, som bom sem ser muito grave e é suave, são sons que eu não estou acostumado a ouvir mas são bons, eu não entendo exatamente o que é harmonia e associação harmônica tipo um coral são termos usados para se referir, de alguma forma, a harmonia ouvida independente do hino. Porém é importante ressaltar algumas manifestações contendo algum ingrediente de contraponto ou compreensão que pressupõem uma compreensão e percepção um pouco mais desenvolta, ou seja, “coro a quatro vozes é lindo em repertório que se identifica mais (Bohemia Rapsody) mas eu não sei responder o porquê da harmonia ser tão legal” me parece ter um conhecimento para perceber e reconhecer um pouquinho a harmonia em diferentes repertórios. Mas

a

grande

maioria

manifestou,

conscientemente,

o

desconhecimento do assunto percebido nas manifestações: “eu gosto de ouvir cantar em quatro vozes, mas eu não sei porque”, ou, “distinção [harmônica] entre as duas eu sei que tem mas não dizer como”; também, “são sons que eu não estou acostumado a ouvir mas são bons”, ou simplesmente, “eu não entendo exatamente o que é harmonia”. Todas essas evidenciam, a meu ver, um desconhecimento do assunto referido em questão.


172 Uma

manifestação

que

me

chamou

a

atenção

pela

sua

espontaneidade e verdade foi “agradam porque têm as palavras – tudo é interessante”, ou seja, uma interpretação dessa manifestação seria, atrás necessita de um som agradável, mas desde que tenha texto. Acredito que isso seja uma tradução de boa parte das manifestações acima. É o que uma boa parte da população brasileira assimila e entende – um barulho gostoso (harmonia) atrás do texto do hino ou canção. Também percebemos a tendência de preferência maior ao “graças dou” pela beleza das vozes sem entender a harmonia, mas apenas curtir o belo sonoro. Uma minoria prefere o hino “No templo a Isaías”, pois o texto é acentuado pelo uníssono do coro, tendo menos informação harmônica proveniente das vozes, consequentemente, mais clareza na audição do texto pelos entrevistados. Entrevistado 4, italiano, próximo “Sim. Sim. Me agrada muito porque eu adoro músicas assim, com bastante vozes, tonalidades diferentes, isto me agrada muito.” “Graças dou”.”Quatro vozes, eu gosto da entoação de voz.” Entrevistado 5, italiano, próximo “Muito.” “A última, a de ação de graças.” “Eu gosto das duas, mas eu vou ficar com a segunda.” Entrevistado 6, italiano, próximo “Sim. Porque o ritmo dela tá certo. É muito bom ouvir” “A “Graças dou” “A tanto faz, não tenho preferência. Acho que a música tocada, tanto de um jeito como de outro, né, todas são boas.” Entrevistado 13, orientais e miscigenação, próximos “Sim. É que eu admiro muito assim. É que tem o coral, são muitas vozes para ter uma harmonia muito difícil, né, então eu admiro que tem a capacidade de fazer isso. E também porque eu sempre gostei de orquestra, coral, essas coisas... mesmo sendo mais nova, gosto de música erudita...” “A primeira...” “Não, eu prefiro quatro vozes, fica mais diversificado, um complementa o outro, não fica uma coisa só, tipo, todo mundo tenor, todo mundo no contralto, no fim fica uma coisa só...” Entrevistado 14, orientais e miscigenação, próximos “Som? O som não é o meu preferido pois eu fico um pouco perdido. Não consigo distinguir muito o instrumental da voz.” “Como estão bem parecidas, eu não escolheria uma só.”

“Uma

voz.

Pela

clareza.”

Entrevistado

15,

orientais

e

miscigenação, próximos “Ah... agrada. Por mais que a primeira seja mais, eh, imponente, no bom sentido, mas agrada.” “Ah... continuaria com a última.” “Hum... eu acho que não toda música, mas em alguns pontos, acho que 4 vozes dá aquilo assim, diferença na musica, positivamente.”


173 Entrevistado 22, índios, próximos “Agrada. Porque são, eu acho que são, hinos trabalhados, trabalhados. Todas as coisas cuidadas tem que agradar.” “Prossora, (desconcertado), bom, tem que fazer... não, não não não, os dois hinos eu acho agradável.” “Prossora eu admiro as 4. Porque realmente, é artístico, eu diria assim, o uníssono, também é agradável, contanto que sejam trabalhado, trabalhado...” Entrevistado 23, índios, próximos

“Me agrada. Porque transmite uma sensação de paz e

tranquilidade”. “A segunda (risos)”. “Todo mundo junto. Porque todo mundo pode participar. É que todo mundo por transmitir alguma coisa. Eu prefiro o primeiro com 4 vozes porque, como acabei de falar, cada um acaba transmitindo através da música, através da maneira como você canta que você quer passar, o que a letra diz.” Entrevistado 24, índios, próximos “Sim. Ah é... a segunda eu achei tão tranquila, tão calma.” “A segunda.” “Eu acho a segunda... porque dá pra entender as vozes divididas.” Entrevistado 31, negros e mamelucos, próximos “Agrada todas as duas...” “As duas. Gostei das duas. Não tenho preferência... Gostei das duas.” “Ah... pra mim tanto faz. Gosto das duas da mesma maneira.” Entrevistado 32, negros e mamelucos, próximos “As duas me agrada...” “As duas.” “Quando é muitas vozes... é mais bonito”. Entrevistado 33, negros e mamelucos, próximos “Agradou sim.. agradou.” “A primeira.” “Uma voz só (para entender melhor o texto).” Entrevistado 40, índios e manauaras, próximos “O som das duas agradou. A primeira eu consegui ouvir mais os instrumentos, né. E na segunda me agradou as vozes.” “A segunda... a segunda.” “O da segunda, né. O da segunda... Porque... assim... eu não consigo definir, mas é algo que me agrada, que eu tenho uma admiração, não consigo especificar.” Entrevistado 41, índios e manauaras, próximos “Olha. Agradaram porque sim, traz paz. Porque se nos remete a ficar assim meia “depre”. Uma tristeza mas transmite paz.” “A primeira (convicção).” “Ai...e agora, como é que eu vou dizer? Isso que eu não entendo de música (risos). Acho que de quatro.” Entrevistado 42, índios e manauaras, próximos “Agrada, agradou. Principalmente a segunda, né.” “Eu gostei mais da segunda. Mas, como falei, não... eu... se eu fosse escolher, escolheria outro tipo de música, mais... ehh... menos clássica, digamos assim. (Entrevistador: Você está pensando pra ti ou mais no contexto que você trabalha e lidera?) ... Na verdade nos dois aspectos. Até porque pra você ter uma música... eh... dessa na igreja eu precisaria... para que ela ficasse neste nível instrumental eu precisaria ter esses instrumentários, o que não é o caso das igrejas menos favorecidas que tem aqueles instrumentos padrões, bateria, baixo, guitarra, violão...” “A segunda. Porque, como eu


174 falei, ne... pelo menos aí, a voz, eh.. eu gosto muito da voz, de ouvir a voz, porque na voz você ouve a mensagem, por não ser só melodia por melodia, então eu fico com aquilo que você compreende melhor de voz.

Já neste grupo de entrevistados próximos a uma igreja luterana a situação de expressão sobre o quesito harmonia é similar. Eis algumas das expressões: bastante vozes, tonalidades diferentes, quatro vozes, entonação de voz, quatro vozes fica mais diversificado, quatro vozes diferencia na música positivamente, dá para entender as vozes divididas, quando é muitas vozes é mais bonito, em outras palavras, estão tentando traduzir a sua maneira o que entendem por harmonia. Nestas expressões se percebe uma não familiaridade com os termos harmônicos: “muito bom de ouvir porque o ritmo dela tá certo” ou “a quatro vozes cada um acaba transmitindo o que se quer passar através da letra”. Por outro lado, existe um reconhecimento e admiração pelo trabalho harmônico nas manifestações que seguem: “quatro vozes eu admiro porque é mais trabalhado” e “muitas vozes para se ter uma harmonia é difícil”. Novamente houve a observação de que o uníssono ou a voz solo facilita na clareza da audição do texto voz, ou seja, a preferência por uma voz evidencia a dificuldade de absorver as informações harmônicas das vozes, dificultando a compreensão do texto. Entrevistado 7, italiano, luterano “Sim. Sim. Porque fica sempre na lembrança e fica mais fácil de cantar”.

“Essa aí do “Graças dou”. “A

primeira.” Entrevistado 8, italiano, luterano “A primeira por conhecer, sim. A segunda, ela tem uma melodia bem mais, me parece, bem mais calma, assim, musicalmente, na parte harmônica eu não sou muito intendido, mas ela, eu, ela, parece uma música mais, vou usar o termo, “arrastado” mais carregado, a segunda música, a primeira a gente se identifica bem.” “A primeira.” “A de quatro vozes. Porque o conjunto, o coletivo, quando vai mais do que um, o conjunto das vozes diferentes sempre tem um resultado, eu considerei um resultado bem bom, positivo, e gostoso de se escutar.” Entrevistado 9, italiano, luterano “A primeira sim. Eu não gostei muito do órgão, mas a melodia sim, né. As quatro vozes ficaram bem boas. A segunda, (pausa)... suspeita... Eu não gosto do som do órgão, pessoalmente, eu não gosto, gostaria que fosse um teclado, um som de piano, um piano assim de teclado é mais claro. Não gosto do som do órgão de tubos, quando toca eu não gosto, não sei, é por


175 mim, né. Não sei se é porque me criei com esse tipo de som, não é que me agrada.” “A primeira, a primeira.” “Olha quanto a isso pode ser tanto um ou outro. Eu acho que 4 vozes fica bonito. Mas não que a outra fica ruim. Tem muitas musicas que conforme muda... um Aleluia, por exemplo, fica muito bom assim tanto quatro vozes como uníssono. Dependendo fica ótimo as duas. Ela emociona bastante. Tem música do hinário que até arrepia os pelo do braço quando toca. Quanto canta bem, e leva a Palavra de Deus, né...” Entrevistado 16, orientais e miscigenação, luteranos “O som dessas execuções me agrada muito. Muito bonito o órgão de tubos, né, quatro vozes.” “Gostei das duas. Especialmente no “Graças dou por essa vida” o baixo dela, que toca ali no órgão aquele vai ali, né, fenomenal. E é uma coisa interessante, viu, quem for fazer essas pesquisas, tem que usar um som bom se colocar só no computador, o som do baixo, tocado no órgão de tubos não sai. Você tem que tem, o bom aqui, um bom fone de ouvido pra todo o poder do órgão, ali, tá.” “Eu prefiro o som do coro a quatro vozes, sem dúvida, do que o uníssono, eu acho, eu não sei dizer por que, pra mim, parece que são quatro vozes falando pra gente de forma diferente, e tocando diversos aspectos de nossa alma, pisque, espirito, mente, então, nós somos atingidos por quatro vias musicais diferentes, então eu gosto mais do som, do coro a quatro vozes.” Entrevistado 17, orientais e miscigenação, luteranos “A primeira agrada, por um ritmo mais alegre. A segunda, já, não, não... não, eu, particularmente, não gosto muito.” “A primeira mesmo.” “Então, eu gosto das duas, mas nesta música em particular eu vou ficar com a primeira, é...” Entrevistado 18, orientais e miscigenação, luteranos “Sim. Agrada.” “É a mais conhecida (Graças dou). Como eu tô falando, é a que eu mais conheço.” “Eu acho que ele é tudo junto, só a melodia (uníssono).” Entrevistado 25, índios, luteranos “Agrada. Porque, vamos dize que, eh, num ambiente quando faço faculdade, naquela correria, você senta e faze o trabalho escutando um hino, eu acho que isso faz um, vamos dizer que relaxa, fica bem calma. Você pode escutar primeiro depois fazer o trabalho, ou tá no serviço, entendeu?” “A segunda (“Graças dou”).” “Na segunda. Vamos explorar as vozes que tem, não é só o fato de as pessoas poderem cantar, cantar mais, louvar mais... (a entrevistadora explicou o conceito e daí ela entende que)... ela prefere uma voz só (uníssono).” Entrevistado 26, índios, luteranos “Porque o som é o instrumento que toca mais no coração da gente.” “Graças dou”.. é graças dou.” “A de quatro vozes. Porque ele é um coral, né, e tem que sempre aparecer quatro vozes.” Entrevistado 27, índios, luteranos “Agrada porque é um modo de ouvir uma canção suave, traz tranquilidade pra


176 gente.” “Graças dou” “Ah eu prefiro a quatro vozes, porque na minha opinião, acho que fica bonito, aparecendo as quatro vozes e torna a música mais bonita, né.” Entrevistado 34, negros e mamelucos, luteranos “Sim. As duas me agradam. Pra mim, assim, o que posso dizer, pra ouvi-las é gostoso também.” “Eu gosto dos dois.” “Eu gosto dos dois. Tem músicas que ficam lindíssimas a 4 vozes. E tem músicas que todo mundo cantando junto a mesma coisa também é bonito” Entrevistado 35, negros e mamelucos, luteranos “Agradam sim.

Agrada porque,

primeiro, porque, pelo fato de ser uma música cristã voltada para o, assim, voltada para Deus e a sua relação com o ser humano, a sua criação. Então a gente escutando música cristã, a tendência é que, a gente absorva isso bem, e através dessa músicas, o entendimento da Palavra de Deus, conhecer a vontade de Deus, as nossas atitudes como cristão, através da música, porque a música sempre tem algo a nos dizer alguma coisa, quer passa uma mensagem.” “Em termos de harmonia, como o estilo é semelhante não vi muita diferença, mas a segunda a questão da harmonia achei mais interessante...” Entrevistado 36, negros e mamelucos, luteranos ”Sim. Porque elas são muito harmoniosas. São muito assim, “casadinho” ”Harmonia a segunda. Acho que por conta das vozes, assim...” “Eu acho muito bonito, assim, pra quem consegue fazer. Há uma diferenciação muito grande, na música, mas eu gosto dos dois estilos. Mas eu acho, assim, eu acho muito perfeito quando, assim, tem mais de um tipo de voz na música.” Entrevistado 43, índios e manauaras, luteranos “Eh... a primeira me agrada bastante. A melodia e a harmonia dela eu achei bem bonita. A segunda, eu achei um pouco triste, então eu acho a primeira, há uma harmonia mais bonita.” “A primeira. Uma harmonia e melodia eu achei mais bonita.” “Do coro a quatro voz. Acho que o coro fica mais forte, fica bem mais bonito.” Entrevistado 44, índios e manauaras, luteranos “Sim. Me deixa alegre. Calmo. Não deixa muito agitado.” “Não teria preferida. A harmonia das duas são boas.” “O coro a quatro vozes. Ficaria mais harmônico a quatro vozes.” Entrevistado 45, índios e manauaras, luteranos “Sim, agradou muito. Porque é gostoso de ouvir” “A segunda” “Eu acho que quatro vozes dá um maior equilíbrio a melodia.”

Entre os entrevistados luteranos temos coisas que foram reforçadas e coisas surpreendentes manifestadas nas respostas ao questionário. Expressões ou frases que reforçam a dificuldade de compreensão da harmonia: na parte harmônica eu não sou muito entendido, mais arrastado se


177 referindo a “No templo a Isaías”, o conjunto de vozes sempre tem um resultado positivo, as quatro vozes ficam bem boas, a harmonia conforme o contexto emociona bastante, ritmo mais alegre me agrada mais, porque é um coral e tem que ser a quatro vozes, quatro vozes é mais bonita, tem músicas que ficam lindíssimas a quatro vozes mas todo mundo junto cantando a mesma coisa também é bonito, são harmoniosas e “casadinhas”, mais um tipo de voz na música, dois estilos (pressupondo harmonias diferentes), harmonia bonita, a quatro voz o coro fica mais forte e mais bonito, ficaria mais harmônico a quatro vozes e a quatro vozes dá maior equilíbrio a melodia. Ressalto quando alguém, no quesito harmonia, menciona a palavra estilo, é bem possível que pressupunha harmonias, ou seja, essa pessoa é mais desenvolta no conhecimento e apreciação musical. Outra coisa interessante de ressaltar seria a percepção manifesta através da frase: harmonia conforme o contexto emociona bastante. Está pressupondo, ao meu ver corretamente, que harmonia é um veículo que pode ser usado adequadamente ou não, bem como, ouvido adequadamente conforme o conhecimento e percepção ou não. Uma descrição surpreendente e consistente, ao meu ver, sobre a harmonia encontramos entre o grupo de entrevistados luteranos miscigenados e orientais. A começar com a observação contrapontística, que foi além da percepção harmônica, sobre o órgão: “Observações sobre o baixo do órgão demonstram um passo além da harmonia que é o contraponto, quatro vozes fala a gente de forma diferente tocando diversos aspectos da nossa alma, psique, espirito, mente, então, nós somos atingidos por quatro vias diferentes”143. Creio que aqui, devo confessar, há uma descrição técnica, espiritual e transcendente do quesito harmonia a qual não havia visto ainda. Ao meu ver, preenche muito bem as características e essências harmônicas, bem como, o efeito que isto tem nas pessoas em sua plenitude. Preferência pelo “Graças dou” porque é mais bonita, mais conhecida e a maioria dos entrevistados se identificaram mais. Fazendo considerações finais sobre este quesito harmonia em questão, preferência pelo “Graças dou”, dificuldade de conceituar a harmonia e

143

Mário Rafael Fukue – autor desta descrição sobre harmonia.


178 o cantar a quatro vozes prejudica um pouco a audição do texto em muitos casos. A preferência pelo hino “Graças dou” se mostrou muito forte pela maioria dos entrevistados distantes e próximo de uma igreja luterana, bem como os luteranos em função da familiaridade, mas que possuem melodia e harmonia mais agradáveis que, independentemente do texto, nos mostram um caminho de uma fórmula ou tendência de estilo de compor melodia e harmonia que cai bem nos ouvidos dos brasileiros. A dificuldade de conceituar harmonia em função da fraca educação musical brasileira está evidenciada nesta pesquisa. É sabido que é obrigatório o ensino de música na educação básica brasileira onde aumenta as esperanças de uma sociedade um pouco mais crítica, mais conhecedora em termos de música e com mais sensibilidade e percepção sonora. Isto mudará o conceito de melodias e harmonias populares, ou seja, termos uma sociedade um pouco mais esclarecida com relação a estes quesitos, consequentemente irá exigir mais ou querer novos tipos de melodias e harmonias em função do avanço deste conhecimento. Interessante observar que todos os grupos destacaram que em alguns casos a harmonia coral dificulta a compreensão e audição do texto. Em função disso, houve a preferência do canto solo com banda contemporânea para melhor entender o texto das músicas e assimilação do conteúdo através dessas músicas.

4.5.2. PERGUNTAS – Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê?

Nesta série de perguntas o que queríamos observar é a pessoa inserida no contexto de coro e vozes harmônicas e as suas justificativas, bem como a motivação e vontade de estender este convite a mais pessoas na atividade coral participando ou ouvindo.


179 Entrevistado 1, italiano, distante

“Ah... sem duvida. Eu participaria.

Porque além de ser um, ou explorar um talento que a pessoa que faz isso tem, ah... levaria para outras pessoas uma boa oportunidade de escutar uma boa música. Participaria... cantando.” “Sim. Porque é um trabalho primoroso no sentido do da persistência dos ensaios, dos exercícios, do treino com a voz, realmente é um resultado positivo e muito bonito. Eu diria que é um espetáculo uma apresentação dessa.” Entrevistado 2, italiano, distante

“É... sim... já tentei participar (titubeando) eh,

exatamente por gostar bastante disso, por gostar da harmonia e tenho vontade de voltar a cantar por causa disso..” “Se eu tivesse um coral assim, com certeza! Convidaria bastante gente... ah, porque eu acho muito legal, assim, eu acho que, só de ouvir, a pessoa começa a desenvolver um ouvido harmônico, de ouvir, de perceber essas vozes assim, tá lá nesse grupo, mais ainda.” Entrevistado 3, italiano, distante “Não, não, não participaria.” “Sim, até convidaria, até seria legal, uma coisa diferente, experiências novas.” Entrevistado 10, orientais e miscigenação, distantes ”Eu acho que não. Talvez tocando mas cantando não. Eu não muito de canta. Mas de tocar... eu toco bateria...mas esse de cantar não funciona muito

neste tipo de melodia.” ”Acho que sim, tipo, minha

família. Eles, eu já fui na orquestra com a minha mãe, ela gosta deste tipo de coisa, aí é legal...” Entrevistado 11, orientais e miscigenação, distantes “(Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Se eu participaria ativa...? Posso participar sim (indiferente), apesar de sempre cantar muito mal (risos), né, posso tocar também, tentar, né...” “(Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Claro, convidaria...aberto pra todos, acho que tem que, né, divulgar. Acho que assim, o cara não precisa gostar, nem desgostar, o cara tem que conhecer, conhecendo você vai ter mais elementos, você vai ter mais facilidade de identificar as coisas do mundo, isso é importante, e nada a sua frente soa como estranho, entendeu? E, pra mim, isso pra mim, pro mundo acho que não, acho que o mundo tá querendo voltar pra caverna (risos) do que eu to vendo ultimamente.” Entrevistado 12, orientais e miscigenação, distantes “Ah... eu já participei. Aliás, era um, eu fiz coral e fiz musical. E sim, eu participaria, ia ser bem legal, só que, se ficasse muito enveredando para o primeiro estilo de música aí, acho que eu ia para.” “Sim... porque, poxa, é uma arte que não se ve por aí. O texto não é dos melhores, mas tem muito valor aí, todo o trabalho que é feito pra tornar aquela música harmônica. De fato eu to sendo chato, a música é boa, a música é muito boa...” Entrevistado 19, índios, distantes “Sim. Porque seria bom pra mim. Aprender também, aprender outros tipos de


180 ritmos, de música outras formas de cantar.” “Todos que eu conhecesse. Faz muito bem! Porque eu gostaria que eles vessem e sentissem aquilo que eu sinto, pelo menos o que eu sinto quando eu ouço músicas assim.” Entrevistado 20, índios, distantes “Participaria, sim. Eu participo, mas nos últimos momento eu to parado. Porque eu acho muito bonito, muito interessante, né, canta, ainda mais fala da mensage, da Palavra de Deus.” “Sim. Pra pessoa ver a importância que tem a música do grupo.” Entrevistado 21, índios, distantes “Sim. Porque é bom você participar de um grupo de musica assim, Eu acho legal isso.” “Sim. Porque é bom, um som bom, e a pessoa que eu iria chamar iria gostar também.” Entrevistado 28, negros e mamelucos, distantes “Não porque eu não sei nem cantar nem tocar.” “Sim, convidaria. Porque é bom você dar uma parada, uma relaxada, um pouquinho, e as vezes tem pessoas que precisam disso.” Entrevistado 29, negros e mamelucos, distantes “Pela curiosidade. Pela curiosidade de aprender” “Pelo mesmo motivo. Pela curiosidade de mostrar a pessoas algo que ela não, que não faça parte da realidade dela.” Entrevistado 30, negros e mamelucos, distantes “(Risos) Eu já tentei participar de um grupo cantando na minha época de escola, mas eu não fui muito bem. Eu desisti. Aí eu não cantaria porque, como eu desisti no passado, não fui muito bem, não seria bom, proveitoso.” “Com certeza. Porque eu acho muito bonito. Eu admiro. Mesmo sem entender muito.” Entrevistado 37, índios e manauaras, distantes “Cantando... eu adoro cantar. Porque eu gosto.” “Sim. Pra ouvir este coral? (risos...) ... É bonito”. Entrevistado 38, índios e manauaras, distantes “Nunca cantei não... Não sei se eu tenho esse dom (risos...).” “Convidaria, por que assim, como, mas teria que selecionar. Porque tem gente que gosta deste tipo de música, de ambientes assim e tem gente que não gosta. Tipo, tenho amigas que gostam e que não gostam.” Entrevistado 39, índios e manauaras, distantes “Eu acho que sim. Eu, eu não toco, não, não... mas eu acho muito legal essa iniciativa.” “Gostaria e convidaria. Eu convidaria minha família.”

Neste grupo de entrevistados distantes de uma igreja luterana 66,66% participariam de um coro cantando da maneira apresentada e 33,33% não. Interessante observar que os motivos para a participação giram em torno das seguintes justificativas que pude, resumidamente, extrair: para explorar talentos e fazer pessoas ouvir boa música, pelo gosto da harmonia, para desenvolver o canto apesar de cantar mal, para aprender coisas artísticas e culturais, porque é bonito e tem a Palavra de Deus que é interessante, porque


181 é bom participar de um grupo assim, pela curiosidade, porque adoro cantar e, por fim, porque é legal a iniciativa. Também dos 33,33% que se manifestaram negativamente a participação em coro justificaram, sem sua maioria, por não se considerar com vocação ou apto para cantar. Também outros por tentar e ter a certeza de que não são aptas e por achar que tocar instrumento é mais a sua vocação e preferência do que cantar. Sobre convidar pessoas para cantar 100% dos entrevistados convidariam outras pessoas porque é um aprendizado, porque desenvolve o ouvido harmônico, porque é uma coisa diferente e nova a se fazer, porque os participantes irão aprender alguma coisa e trará crescimento, porque é uma boa cultura e uma boa arte a ser desenvolvida, porque faz muito bem, porque é bom para relaxar e dar uma parada, para matar a curiosidade de vivenciar algo fora da rotina, porque acho bonito e admiro sem entender muito, porque é bonito e porque tem gente que gosta. Nestas observações positivas houveram algumas condicionais, como por exemplo: convidaria a minha família, as pessoas que gostam disso e não as que não gostam e se for executado assim144 convidaria. Entrevistado 4, italiano, próximo “Até gostaria mas não tenho voz pra isso.” “Convidaria meu esposo, porque ele também gosta.” Entrevistado 5, italiano, próximo “Sim.” “Sim.” Entrevistado 6, italiano, próximo “Olha, eu toca não sei toca, mas canta do meu jeito, gostaria sim. Né, a gente não é cantor profissional mas a gente vai chutando.” “Sim. Porque eu acho que faz bem. Se uma pessoa fosse assistir, faz parte, é boa a música.” Entrevistado 13, orientais e miscigenação, próximos “Sim, sim, eu acho legal, eu acho bonito.” “Sim, também... aí nesse quisito já seria mais fácil uma noite de louvor. Ainda mais assim, dependendo da faixa etária, isso, a noite de louvor ficaria mais convidativo pra alguém do que um coral.” Entrevistado 14, orientais e miscigenação, próximos “Sim, ate porque eu tenho vontade...” “Sim... convidaria. Por ser algo que não está na nossa rotina, não é comum... e tem uma certa beleza.” Entrevistado 15, orientais e miscigenação, próximos “Talvez tocando, mas cantando não porque eu não gosto de cantar na frente dos outros (risos)...” “Acho que sim, porque? Talvez por ser arte, por ser música.” Entrevistado 22, índios, próximos 144

Se referindo a gravação ouvida.

“Participaria, prossora. Cantaria.


182 Com instrumento também... porque isto nos leva a uma outra situação, não é. A gente sai do cotidiano pra entrar numa outra situação completamente diferente. Um sentimento de leveza de louvação a Deus. É uma situação diferente, prossora.” “Sim, com certeza. Porque o que eu desejo ouvir, com certeza tem que transmitir para outro que agradaria.” Entrevistado 23, índios, próximos “Já participei. Parei porque não pude mais ir aos ensaios. Eu tinha que faltar, por isso que eu parei. Mas eu gostava. Porque eu me sentia bem, tá todo mundo junto, todo o final do ano eu participo na igreja. As vezes é só com o pessoal da igreja, ou só família. Participo da igreja batista... uma igreja indígena mas as doutrinas são da igreja batista.” “Convidaria. Porque essa pessoa gostaria de ouvir, de estar numa apresentação assim.” Entrevistado 24, índios, próximos “Hoje tá difícil do povo ter esse tipo de apresentação..” “Ah... eu convidaria sim.” Entrevistado 31, negros e mamelucos, próximos “Participaria. Eu me sentiria motiva. Porque são músicas que me agradam. Eu participaria....” “Num sei. Fica um pouco difícil. Porque pra quem já é cristão, a maioria gosta dessas músicas. Mas para a gente chamar, cristão é mais fácil. Mas pra as pessoas do mundo, que não conhecem, às vezes não valorizam, não sabem valorizar essas músicas. ... é são música de igreja, é música para cristãos ouvirem em casa, no carro, é assim...” Entrevistado 32, negros e mamelucos, próximos “Cumé?... Gostaria.” “Convidaria, ihhh, muito! Me lembra um culto. Eu penso na igreja mesmo, porque ali tá todo mundo fazendo o mesmo pedido a um só Deus.” Entrevistado 33, negros e mamelucos, próximos “Se tivesse uma boa voz, sim.” “Plenamente.”

Entrevistado 40, índios e manauaras,

próximos “Ah... com certeza. Porque na verdade eu acho assim, eu acho muito interessante, o que eu gostaria de fazer, de ter aula de música, compreender como é que funciona, né, a respiração pra ter uma melhor qualidade no louvor, né, eu acho muito bonito.” “Sim. Porque música é algo que nos envolve, né, nos remete né, principalmente música assim, né, cristã, né. Nos remete a reflexões sobre a nossa vida, né. E entrar em períodos de oração numa comunhão com Deus mesmo.” Entrevistado 41, índios e manauaras, próximos “Ah... eu acho que se fosse neste ritmo, se eu treinasse muito, eu até participaria, né. Mas eu acho assim, que eu não viveria com alegria, com... não sei? Né? “ “Sim. Convidaria sim. Para que a pessoa pudesse também conhecer, né. O ritmo, o coral, as letras das músicas...” Entrevistado 42, índios e manauaras, próximos “Sim. Sim. Se for música cristã, sim. Com esse teor, sim.” “Sim. Porque sempre é agradável, né. Porque é um tipo de música agradável,


183 né. Eu acredito que este tipo de música é bem agradável pra qualquer pessoa.”

Neste grupo de entrevistados próximos a uma igreja luterana, impressionantemente, a proporção é exatamente igual aos distantes de uma igreja luterana entre o que responderam positivamente e negativamente a participação em um coral desenvolvendo a harmonia. 66,66% participariam e as justificações são porque acham legal, porque tem vontade e gosto, porque nos tira da rotina, são músicas que agradam, para aprender. Condicionais foram trazidas também, nos 33,33% que não cantariam ou que participariam em determinadas condições entendidas não favoráveis a sua participação que são: não ter voz para cantar, participaria do meu jeito, gosto de tocar e não cantar, se tivesse boa voz, se fosse neste ritmo (“graças dou”) e se fosse música cristã (caso contrário não). Em minha análise, compreendo que o coro, para desenvolver a harmonia, não é um ingrediente motivador primordial para estes 33,33% em função de que outras coisas, vocação, cristianismo e preferência vêm antes. 100% destes entrevistados convidariam para participar e ouvir uma apresentação ou atividade coral em vozes harmônicas. Porém, em alguns casos, em condicional, ou seja, convidaria apenas quem se tem certeza de que gosta, também dependendo da faixa etária ou apenas quem é cristão pelos textos. Entrevistado 7, italiano, luterano “Acho que não por causa da minha voz que não se encaixa no coral.” “Sim. Pra ouvir todos os domingos que a gente escuta, né, eu gostaria que outros escutassem os mesmos, os hinos, né, porque eu gosto sim.“ Entrevistado 8, italiano, luterano “Ah... sem duvida. Eu participaria. Porque além de ser um, ou explorar um talento que a pessoa que faz isso tem, ah... levaria para outras pessoas uma boa oportunidade de escutar uma boa música. Participaria... cantando.” “Sim. Porque é um trabalho primoroso no sentido do da persistência dos ensaios, dos exercícios, do treino com a voz, realmente é um resultado positivo e muito bonito. Eu diria que é um espetáculo uma apresentação dessa.” Entrevistado 9, italiano, luterano “Sim. Mesma coisa que eu disse, além de tu mostra a Palavra, música é uma coisa que mexe com as pessoas. Uma vez, vai ve até, uma vez eu vi num show do padre Zezinho, tudo bem letras católicas, mas sabe que havia gente chorando assim, do meu lado, ai tu tem um baita num culto e sai daqui e


184 vai fazer bobagem no transito, né. Então a música na hora ela mexe muito, né . Tem também aquela música que toca muito no André Rieu nos nossos velórios e enterros,... “mais perto quero estar”... aquela melodia, ta loco, mexe demais com a gente, é muito impactante. Não sei porque toca nos velórios, toca nos filmes, ela mexe muito com a gente, muito forte essa melodia, se a gente tocar aqui na igreja eles chora...” “A primeira com certeza, a segunda é muito devagar. Tem hinos assim aqui na igreja que até assim, já falei uma vez, que se tocasse assim, um pouquinho mais rápido no coisa, fica muito pesado assim, e tem uns hinos que são pesado e fica mais pesado ainda, e tocam devagar.” Entrevistado 16, orientais e miscigenação, luteranos “Eu participo do coral sim, cantando. Eu não toco, assim, eu toco só na emergência. Eu não, se falta organista eu toco, ou se na banda falta um violão, eu toco, mas como eu sou pastor, eu não gosto de toca e fazer o culto ao mesmo tempo, né. Não gosto daquela correria de sai do púlpito, desce, tem que tocar o ofertório, sobe, né. Aí eu prefiro que tenha o organista e a banda, mas numa emergência eu toco. Mas não faço parte regular de uma banda ou não toco um instrumento regularmente, mas canto no coral.” “Sim, convidaria pessoas para uma apresentação de coral sim, com certeza como a gente tem convidado. E as pessoas aqui em São Paulo vem, porque elas gostam de eventos culturais, assim.” Entrevistado 17, orientais e miscigenação, luteranos “É, participaria (indiferente), agora só que falta disposição. Porque é muito bom cantar, eu já fiz curso de órgão, de piano, e é bem gostoso essa junção de vozes, depois ver o resultado, participaria...” “Sim, com certeza. Porque a música preenche a alma, ela faz refletir sobre os textos e eu, particularmente, gosto muito. Então, com certeza, convidaria pessoas para poderem participar. Hoje tem um momento, uma pausa, né, hoje as pessoas não tem

essa pausa...”

Entrevistado 18,

orientais e

miscigenação, luteranos “Não. Porque eu não tenho, nunca, fui... quando eu tava na escola, em canto eu tirava nota baixa, né. Porque a gente tinha todas as notas, né. Não... é mas...

“ “Acho que sim, né,

convidaria. É porque, inclusive tem essas noite de louvor, disse que é muito bonito, mas eu não vi, né. Porque é a noite, né. O horário e eu não ando a noite...” Entrevistado 25, índios, luteranos “Sim. Como já participei na juventude, né. Tinha uma bandinha, né. Tem o congresso que a gente participa, todo mundo vai lá pra cantar, as gurias chamam a gente lá pra cantar, aí a gente vai. Ah, você tá na frente, louvando Deus é o presente maior que tem, né?.” “Sim. Porque tem que mostrar as belezas que tem em nosso redor. Não é ficar só pra gente. Tem que mostrar pra todo mundo, né, para as minhas amigas de faculdade, ou no serviço.


185 Porque, aqui na nossa cidade nem tem esse incentivo, não é toda hora tem algum coral que vem, é uma novidade, na nossa cidade é uma novidade, um coral pra gente assistir, pra gente vê.” Entrevistado 26, índios, luteranos “Sim. Sim. Eu preferia sim, porque já eu o, nosso, a nossa música.” “(Não respondeu)...” Entrevistado 27, índios, luteranos “Participaria, porque a gente participa de coral onde tem as distribuição das vozes. E pra mim é muito importante porque a gente vai tá divulgando a Palavra de Deus através da música através desses hinos, né.” “Sim....” Entrevistado 34, negros e mamelucos, luteranos “Sim. Cantando. Eu já participei de corais, me agrada, e eu acho bonito. É arrepiante.” “Sim. Convidaria.” Entrevistado 35, negros e mamelucos, luteranos “Por incrível que pareça, não. Não, porque, eh, pelo fato de eu ser de um instrumento mais rítmico, eu acharia que a minha função, como baterista, seria, mais bem, digamos assim, trabalhada mais aproveitada em uma música que teria mais ritmo. (Entrevistador: Conseguiria imaginar o seu instrumento numa música dessas?) ... Sim, porque cada instrumento tem o seu papel, mas, eh, assim, dá pra adequar ao estilo, desde que seja tocado da maneira correta.” “Se o contexto é esse, sim.” Entrevistado 36, negros e mamelucos, luteranos “Incentivaria o que? A tocar este tipo de música? Não. Eu acho assim, eu acho muito, muito lírica, muito igreja, essas músicas. Eu incentivaria se fosse assim, pra formar um coral, mas agora pra formar banda, esse tipo de música, eu não acho muito legal não.” “...Eu acho que as pessoas gostariam, isso pensando em forma de coral, acho que as pessoas admiram muito coral, né, porque não é algo comum, assim, e realmente traz paz, música de coral.” Entrevistado 43, índios e manauaras, luteranos “Bom, vontade eu teria, mas eu sou um pouco tímida, por isso eu teria um pouco de vergonha de participar (risos). Bom, mas aqui na escola a gente sempre faz, né, com com os adolescentes, eu me sinto acho que menos envergonhada, mas acho que eu teria vergonha em outros lugares.” “Sim, convidaria. Eu acho que são músicas que devem ser, eh, no nosso dia a dia de sempre estar acostumado a ouvir músicas da rádio, né, que é mais prático, e esse tipo de música é difícil, e eu mesmo não tinha um contato tão grande, mas comecei a ter pela questão do coral da minha mão cantar em casa, então acabei me familiarizando com ela, então eu acho que as pessoas tinham que ter esse contato com esse estilo, né, que é um pouco diferente.” Entrevistado 44, índios e manauaras, luteranos “Tocando. Por saber só tocar (risos...) e não cantar.” “Sim, porque seria uma apresentação de uma música qualquer, não só porque é uma música de igreja que tem que ser uma pessoa católica, cristã, evangélica.” Entrevistado 45, índios e


186 manauaras, luteranos “Sim. Participaria. Porque eu gosto do canto coral.” “Sim. Convidaria, porque eu acho que vale a pena.”

Surpreendentemente, novamente a porcentagem permaneceu igual aos demais grupos de entrevistados, mesmo neste grupo de entrevistados luteranos trazem ingredientes e justificativas diferentes. 66,66% participariam de um grupo coral desenvolvendo vozes harmônicas e outras 33,33% não participariam. Justificativas pela participação: porque passaria coisas boas para outras pessoas, porque é uma forma de testemunho e edificação na Palavra de Deus, porque é bom e gostoso, porque é legal, e, também, para desenvolver a extroversão e não a timidez. Justificativas para a não participação: porque a voz não se encaixa, porque falta disposição, porque tirei notas baixas nessas área na escola, porque me considero mais rítmico e não porque é muito lírica, de igreja e não tem banda. Novamente 100% dos entrevistados convidariam pessoas a participarem ou assistirem um coro em alguma atividade ou apresentação. Algumas justificativas mencionadas são: assim como eu gosto acredito que outros gostariam também, porque é um trabalho primoroso, porque é bom fazer uma pausa nesta vida corrida, porque tem que mostrar as belezas que tem ao nosso redor, mesmo sendo difícil convidaria para aprender e porque vale a pena cantar em um coro que desenvolve essa harmonia de vozes. Agora algumas observações e justificativas provenientes destes entrevistados luteranos são surpreendentes, colocadas na condicional. Convidaria se fosse como a primeira “Graças dou”, convidaria os que gostam de eventos culturais, apenas para essas noites de louvor e convidaria se o contexto for cristão, convidaria se fosse qualquer tipo de música e não somente de igreja. Ao finalizar a análise sobre harmonia, percebemos algumas coisas que se destacam independente do tipo e local de entrevistas. O conceito ou a tensão sobre a se faz presente, pois nem tudo que é bom para um não seja para o outro, nem tudo que é preferível, entendível e


187 agradável para um, em termos harmônicos, pode não ser para outros independente se está bem executado ou bem arranjado dentro da cultura local. Também observamos que em todos os tipos de entrevistas (distantes, próximos e luteranos) existe uma compreensão imanente, percebida pelas justificativas, de que o coro em vozes, não somente é um veículo de testemunho e edificação cristã, é uma oportunidade que se tem de sociabilização, terapia, aprendizado musical, artístico e cultural, que traz benefícios incontáveis, tanto para quem canta e para quem ouve. Esses benefícios são de natureza social, cultural, cognitiva, motora e também espiritual através do convívio e Palavra que está sendo fixada e apreendida nos ensaios e apresentações. Entre as justificativas que foram dadas, uma delas percorreu os demais tipos de entrevistados no âmbito vocacional, ou seja, eu não sei cantar, não tenho voz para cantar, etc... Talvez pela pouca e básica orientação nas escolas sobre educação musical e coral, se cria este tipo de pensamento acreditando mais no talento que na capacitação adequada. É bem verdade que quem tem talento, em nossa igreja entendido como “dom”, vai mais rápido, mas todo o ser humano que quer, se dedica e tem uma orientação profissional competente, terá avanços significativos nesse contexto da arte coral e do canto. Sobre a motivação para os convites para ouvir e participar do coro, me chamou a atenção as condicionais evidenciando o conceito de adequabilidade145. Quando se manifesta que convidaria a família, esta afirmativa pode ser interpretada que a família, por ser parceira e motivadora, apoiaria e prestigiaria, não tendo certeza de que isto seria convencível em outro contexto fora do âmbito familiar ou eclesial, talvez. Quando se afirma que convidaria pessoas que gostam entende-se que existem pessoas que não gostam e o que for apresentado será recebido com resistências. Quando se observa que convidariam pessoas dependendo da faixa etária, está se afirmando que certos repertórios corais e até mesmo a arte coral não é bem recebida em todas as faixas etárias. Quando se afirma que convidaria quem apenas é cristão está se dizendo que a arte coral, independente se for mal ou 145

Adequabilidade – adequável aos contextos. Característica do que é adequado.


188 bem executada, não é convencível fora do âmbito do meio cristão. Acredito que essas justificativas não tem um valor absoluto no que está se afirmando indiretamente, mas nos fazem pensar dobre a adequabilidade. “Fiz-me de tudo para com todos” disse o apóstolo Paulo, e aqui também vale esse princípio, acredito, basta termos o discernimento e a sensibilidade para percebemos isso. Adequabilidade as situações.

4.6. SOBRE RITMO

Ritmo é a ordenação do som no tempo. A partir dessa compreensão podemos encontrar ritmo em apenas 2 notas ou sons. Porém, na compreensão popular, a “batida” por de traz do texto ou canção, ou a “batida” atrás da orquestra ou a “batida” da percussão dos grupos musicais são referidas como ritmos pela maioria do povo. Novamente, a nossa educação musical curricular poderá ajudar no aprofundamento e compreensão musical, também nesse elemento fundamental da música chamado ritmo.

4.6.1. PERGUNTAS – O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Nesta seção de perguntas queremos averiguar as tendências dos tipos de ritmos e levantando informações e sugestões a partir das reações dos entrevistados a essas perguntas. Entrevistado 1, italiano, distante “Eu prefiro com a primeira, porque ela pontua bem o nível que quer ser passada a mensagem. Então, quando tem o tópico na própria letra que esta sendo cantada esses ritmos ressaltam alguns desses pontos principais da música. E chama atenção. Eu acho bonito. E a melodia permanece assim, aquela da minha preferência.” “Sim tocaria, sem dúvida. A resposta seria a mesma. Porque eu trabalho no coletivo, obtendo um resultado igual a esse que eu escutei, e é fundamental até pra auto-estima de um cantor que chega a este nível na música. Traduzir...” Entrevistado 2, italiano, distante “Agora eu tenho que pensar... Eu acho legal, varia, eu acho assim, quando um grupo, ã,


189 um grupo traz musicas com a mesma ideia mas que elas são ritmicamente até harmonicamente variadas. Não são muito semelhantes, porque isso traz um movimento na apresentação, né... seja dentro da igreja, ou onde for. A segunda de novo... no geral...” “Sim, sim. Acho que ficaria bem legal colocar um grupo de instrumentistas também, tocando...” Entrevistado 3, italiano, distante “Ainda “graças dou”....” “Ah... não tocaria.” Entrevistado 10, orientais e miscigenação, distantes “Eu gostei dos dois, mas eu gostei mais da primeira por ser mais ritimada, mais rápida.” “Sim, eu tocaria. Principalmente a primeira pelas mesma razões de antes. Eu tocaria a primeira.” Entrevistado 11, orientais e miscigenação, distantes “(Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Sobre ritmo. Ritmo é, acho se sabe melhor que eu, eu não estudei isto com muito “avinco”, vamo lá. Nè, nas partituras, normalmente tem o, o, isso seria o, não sei se é isso que quer dizer do ritmo, a velocidade, né, o, o, batidas por minuto, que se usa muito nas partituras, logicamente, antigamente não tinha essa marcação de tempo, então eles botavam uma velocidade aproximada, de quantos por minuto, né, então tem lá o tempo da música, então tem lá um alegro, putz, nem lembro dessas coisas, cara, estudei, não lembro, da da da do da condução do ritmo, do tema, então isso tem a ver com a parte cerebral, qui isso é uma parte mito rápida, acelerada, né, das batidas eletrônicas, por exemplo, né, te dá uma sensação de “tal”, se for mais lento de dá uma sensação de hum serenidade, e tal tal “tal”, entendeu? Então tem isso aí, eu acho que isso que você quer saber... Qual que eu prefiro? Não, não, eh...livre, gosto de música rápida, música lenta, pra cada, existe pra cada aplicação...” “Se tocaria? Tocaria, normal. Enfim, que nem antes aí...” Entrevistado 12, orientais e miscigenação, distantes “Muito quadradão. E, eu prefiro, se é pra ser quadradão é pra ser triste. Uma música feliz quadradona, me irrita profundamente. Não sei,,, devo ser traumatizado, não é possível. (gargalhadas)... realmente, o ritmo da segunda execução é muito melhor.” “Ai toca, aí só se tivesse muita identificação, não tocaria não.“ Entrevistado 19, índios, distantes “Sim. Do ritmo? Eu gostei mais do ritmo da segunda, porque ficou bom assim, eu gostei da letra da música, com as várias vozes, ficou bem sincronizado no seu ritmo.” “Não sei (risos).” Entrevistado 20, índios, distantes

“Agrada. A da segunda

(graças dou), porque o ritmo é mais elevado, o instrumento e com mais clareza, e as vozes também. A voz é muito clara, é bem objetiva, a mensagem interessante.” “Tocaria sim. Porque eu, pra mim, aprender mais, que seja, eu instrumento musical não tenho conhecimento, mas a voz, mas pra tocar assim, eu quero aprender, pa, pra tocar com outras


190 pessoas, inclusive convidá pra participar.” Entrevistado 21, índios, distantes

“Agrada. Ritmo? A segunda, porque é um ritmo bom e os

instrumentos são bem colocadas e as vozes também.” “Sim. Porque as músicas são boas e as pessoas que tocariam e cantariam comigo iriam gostar bastante.” Entrevistado 28, negros e mamelucos, distantes “Quanto ao ritmo, também aquilo, eu não to acostumada a ouvi esse tipo, mas são bons, eu gostei mais... são ritmos bem parecidos, assim, mas pelo conjunto eu fico com a segunda (se referindo ao “Graças dou”).” “Eu tocar? Não sei tocar, eu seria um grande desastre. (risos...).” Entrevistado 29, negros e mamelucos, distantes “Prefiro a segunda música.” “Sim.” Entrevistado 30, negros e mamelucos, distantes “Sim (tituberante). O ritmo me agrada porque sou uma pessoa eclética. Aí depende do momento, acho que ambos agradam. Cada um com sua essência diferente.” “Sim, porque eu acho que elas trazem sentimentos bons. De paz. E compartilharia sim, tocaria se soubesse. Entrevistado 37, índios e manauaras, distantes

“A primeira. Porque é bem mais

interessante. Eh... a segunda foi bem legal, mas assim, é mais triste, sei lá, eu ia ficar muito triste se eu ouvisse um coral assim na minha frente, nesta, com esta música, aí. Até choraria...” “Eu? Sim. Porque as pessoas, eu não ia conseguir... Eu tocaria.” Entrevistado 38, índios e manauaras, distantes “O ritmo da primeira, porque eu achei um pouco mais alegre. Parece assim que tinha mais alegria no ritmo. E a segunda eu achei um pouquinho mais triste.” “É um hino, é diferente, não sei se eu compartilharia.” Entrevistado 39, índios e manauaras, distantes “Das duas? Entre as duas? A segunda. Eu gostei da melodia, da harmonia eu não sei discernir, mas acho que foi o conjunto como um todo.” “Se eu tivesse o dom de tocar, sim.”

80% dos entrevistados distantes de uma igreja luterana preferiram o ritmo do “graças dou” porque é mais animado, ritmado, chama mais atenção, mais rápida, mais alegre, menos quadrado, vozes sincronizadas com o ritmo e o ritmo agrada mais os ecléticos, foram as justificativas mencionadas. 6,66% preferiram o ritmo do hino “No templo a Isaias” em função do ritmo mais calmo e que propicia a paz, tranquilidade e serenidade. Outros 13,33% não responderam e são indiferentes com relação a este ponto questionado. A grande maioria, se soubesse ou se sentisse vocacionado, tocaria com outros grupos e amigos porque desenvolve a autoestima, ritmo alegra e passa coisas boas para todos ao tocar e interagir.


191 Entrevistado 4, italiano, próximo “Graças dou", gosto do ritmo, porque ela é bem mais alegre. Ela é mais introspectiva.” “Ah, toca, não. Não tocaria. Eu não.” Entrevistado 5, italiano, próximo “Sim.” “A segunda.” Entrevistado 6, italiano, próximo “Sim, agrada si. E a que eu prefiro é a “Graças dou”, as duas são boas, mas eu prefiro a graças dou porque chama mais a atenção. Parece que comove mais a gente. Mas é muito boa tanto uma como a outra.” “Toca eu não sei toca, mas gostaria de mais gente, assim, participasse dessas músicas.” Entrevistado 13, orientais e miscigenação, próximos “Sim. Mesmo sendo mais de vagar, agrada. O primeiro fica mais claro, o ritmo, então, eu prefiro algo mais claro. Dá pra gente perceber bem.” “Sim. Ah, eu acho que chama atenção (banda), se for bem feito, acho que agradaria o ouvido das pessoas, bom de se ouvir, acho que eu tocaria, quando é bem feito, não tem porque não tocar.” Entrevistado 14, orientais e miscigenação, próximos “Sim agradam por eu gostar de algo mais calmo. Do ritmo? Eu não tenho preferencia porque eu achei parecido, bem calma.” “Sim. Pela letra, pela palavra que ela passa” Entrevistado 15, orientais e miscigenação, próximos “Bom, continuo com a segunda, porque ela tem momentos, eh, pausadamente, dá aquela pausa, aí te deixa tranquilo...” “Sim, porque não?” Entrevistado 22, índios, próximos

“Agradam. Não prossora (risos)...” “Sim, sim.

Porque são músicas que nos agradam, sim...” Entrevistado 23, índios, próximos “Me agrada. Eu acho que as duas me agradam, mas como tenho que escolho uma eu escolho a segunda. Porque todo o final de semana estou ouvindo ou cantando uma música parecida com essa, então, na igreja, cantamos músicas do Cantor Cristão, então mais por isso.” “Se pudesse, tocaria (risos).” Entrevistado 24, índios, próximos “Sim. A primeira. Acho que é um pouco mais alegre. Não que seja triste, mas é um pouco mais alegre.” “Sim.” Entrevistado 31, negros e mamelucos, próximos “Agrada. Eu prefiro os dois, eu gosto dos dois ritmos.” “Tocaria e cantaria também.” “Eu acho que ficaria melhor um coral. Um coral cantando fica melhor, principalmente a segunda.” “Não. Acho que é melhor, na minha opinião, que fica mais bonito, no coral.” Entrevistado 32, negros e mamelucos, próximos “Gostei. Um pra ouvir serenamente. A palavra é esta né? E o outro pra cantar em coral. Todo mundo uma só voz.” “Sim...” Entrevistado 33, negros e mamelucos, próximos “Bom, é uma terapia boa. Sim, um ritmo mais para a gente fazer uma meditação, uma coisa pra genta tá ouvindo assim. Me remete a uma igreja. Muita paz.” “Muita paz.“ Entrevistado 40, índios e manauaras, próximos “É... aí depende do momento. Por exemplo, como lhe disse, pro dia a dia, dependendo do que está fazendo. Dependendo do que está


192 fazendo, por exemplo, se eu estou cuidando da casa eu gosto de ouvir louvores que tenha mais batida, mais ritimados, né, que são mais animados. Ai depende muito do que a gente tá fazendo. Os dois me agradam, mas por conta disso, eu gosto de uns mais lentos pra entrar em oração e assim pra, pra pra passar o tempo no dia a dia eu gosto de mais animados, mais agitados.” “Sim (titubiando...) É por conta disso, que música é algo que eu gosto muito.” “(Comentário da entrevistada sobre arranjos: Eh... e eu não entendo, especificamente, mas tudo bem....)” Entrevistado 41, índios e manauaras, próximos “Olhe, a que mais me agradou foi a primeira sim, porque eu conheço. Foi mais fácil. Agora o ritmo eu acho que podia ser mais animado. Uma animação melhor.” “Sim, tocaria porque ela leva uma mensagem, né. Ela leva uma mensagem de Deus.” Entrevistado 42, índios e manauaras, próximos “No ritmo também eu fico com a segunda música, né. Mas assim, com relação ao ritmo, a música clássica, com esse aspecto mais clássico, ela não tem um ritmo muito contagiante, né... então é uma tipo de música que em relação a ritmo acho que realmente é onde você tem a maior perda, né... em relação, por que o ritmo, ele é muito contagiante. A música tem este aspecto contagiante por causa do ritmo então eu não vejo que há... não é muito contagiante a música clássica, mas pra você ouvir, assim, agradável que não é assim... (Entrevistador: É mais razão que emoção?)... talvez sim, talvez seja... ele não mexe muito com os sentidos, né. É uma música com um ritmo mais expressivo ela mexe com nossos sentidos.” “Sim.”

Destes entrevistados próximos a uma igreja luterana, 80% preferem o ritmo do hino “graças dou” porque é um ritmo alegre, comovedor de emoções, agradaria mais se fosse uma banda contemporânea, porque é mais ritmado. Segundo eles uma música com ritmo mais expressivo mexe com os sentidos. Observo que nós somos multissensoriais e necessitamos mexer com mais sentidos e o ritmo propicia mexer com sentidos que os demais elementos da música não conseguem. 20% dos entrevistados preferem o ritmo do hino “No templo a Isaias sucedeu” por propiciar a reflexão e a contemplação, e acrescentam que a música clássica não tem ritmo contagiante, são menos ritmados, mas tem o seu lugar, tem gente que gosta e tem momento para isso. Entrevistado 7, italiano, luterano “Sim. Sim. A primeira eu prefiro mais. Porque é a mesma, é do agradecer a Deus. A primeira (ritmo)... porque é melhor pra ouvir, né.” “Sim. E melhor, quanto mais pessoas tiver cantando, é melhor... é.”

Entrevistado 8, italiano, luterano “Eu prefiro com a

primeira, porque ela pontua bem o nível que quer ser passada a


193 mensagem. Então, quando tem o tópico na própria letra que esta sendo cantada esses ritmos ressaltam alguns desses pontos principais da música. E chama atenção. Eu acho bonito. E a melodia permanece assim, aquela da minha preferência.” “Sim tocaria, sem dúvida. A resposta seria a mesma. Porque eu trabalho no coletivo, obtendo um resultado igual a esse que eu escutei, e é fundamental até pra auto-estima de um cantor que chega a este nível na música. Traduzir...” Entrevistado 9, italiano, luterano “Sim, mais a primeira.” “Sim, porque eu gosto de tocar.” Entrevistado 16, orientais e miscigenação, luteranos “O ritmo agrada. Agrada, principalmente a primeira, por ser mais conhecida mas também por ter aquela coisa mais popular, mais levada, com aquela coisa mais baladinha né, tãn, tãn, tãn... então eu gosto, é um ritmo mais animado...” “Tocaria, sem dúvida nenhuma. Se eu tivesse o dom, também, de tocar né, assim, eu tocaria.” Entrevistado 17, orientais e miscigenação, luteranos “O ritmo da primeira por ser mais alegre, né, ce tá, a segunda já é mais parada, já não me agrada muito.” “Tocaria, com certeza. Mesma motivação das outras.” Entrevistado 18, orientais e miscigenação, luteranos “Eu acho que a primeira mesmo, né...” “Tocaria, se eu soubesse tocar e tivesse aprendido, tocaria...” Entrevistado 25, índios, luteranos “Agrada. O da segunda, porque a gente, você fica lembrando assim, dos problemas, daí assim, vem aquele ritmo das da Palavra que vai falando, vai cantando...” “Sim. Porque... como nós tem culto aqui em Aquidauana e Anastácio, todo mundo participa, é tão bonito. Mesmo não tendo o tom certo pra cantar, mas todo mundo canta bem alto, com alegria, e com amor.” Entrevistado 26, índios, luteranos “Ah o ritmo dele eu sempre agrado, porque ele é mais tocado, né...” “Com mais pessoas, sim...” Entrevistado 27, índios, luteranos “Com certeza agrada muito. É... no “graças dou”...” “Tocaria sim. Porque, como falei, é uma forma de evangelizar.” Entrevistado 34, negros e mamelucos, luteranos “Ah... eu acho que, eu gosto dos dois, eu não saberia dize o que me agrada no ritmo.” “Sim.” Entrevistado 35, negros e mamelucos, luteranos “A primeira. Pelo fato de já conhecer, de tocar e também porque é um ritmo, assim, mais linear. Em relação ao outro ele tem uma regularidade.” “Sim (titubeando). Porque, desde que essas pessoas, primeiro, tenham boa vontade e cante com a alma, cantem assim... Sim.” Entrevistado 36, negros e mamelucos, luteranos “Não que não me agrada, me agrada. Só que assim, como eu falei no inicio, não seria assim pra eu colocar em casa pra ouvir. Entendeu? Pra eu colocar um CD de coral pra ouvir, mas se eu tivesse numa igreja, num teatro eu ouviria numa boa, e assim, eu ia gostar de estar ali ouvindo... Não, igual..” “Não. Acho que não. Assim, a


194 primeira.. Se eu fosse tocar essas músicas com outras pessoas, eu faria uma roupagem mais pop, é...não que a letra não seja boa, não daria pra usar, mas não nessa calmaria toda, entendeu?” Entrevistado 43, índios e manauaras, luteranos “Ah... bom... o da primeira, porque eu achei ela mais animada, assim. E a segunda, não que eu não tenha gostado, mas ela, achei um pouco triste, assim, é uma música reflectiva. Você para pra pensar bastante, né, e a primeira, assim, você dá um gás, você ouve e pensa, e a questão do agradecimento dá um gás pra você.” “Sim, tocaria. Acho que são músicas que tem um significado bem bonito. Eh... e seria interessante

passar

para

outras pessoas também

pra

ter

uma

familiarização com elas.” Entrevistado 44, índios e manauaras, luteranos “O ritmo agradou. Eu preferia “Graças dou” por ser um ritmo que eu estou acostumado a ouvir.” “Sim, porque é uma das músicas que me alegram e gostar de tocar a música.” Entrevistado 45, índios e manauaras, luteranos “Eh... eu gosto mais do segundo ritmo, justamente por ser um ritmo que favorece uma reflexão.” “Sim.”

Já no grupo de luteranos, perguntados sobre o ritmo desses hinos, suas respostas e percentagens me surpreenderam. Imaginei uma preferência maior pelo “Graças dou” e menor pelo hino “No Templo a Isaias”. Mas o que aconteceu foi que 66,66% dos entrevistados preferem o “Graças dou” porque percebem que o ritmo destaca pontos especiais da música, porque é mais tocado, é mais conhecido, nos faz conhecer a graça de Deus de uma maneira mais alegre, propicia uma abordagem mais em ritmo pop com banda contemporânea. 20% preferem o ritmo do hino “No templo a Isaias” porque o ritmo das palavras favorece a reflexão e a audição do conteúdo do texto do hino e também porque o mais lento e triste traz mais reflexão. A minha surpresa se encontra entre os entrevistados luteranos. Esperava, pela familiaridade, conhecimento e maior frequência no uso, que preferissem o “Graças dou”. Mas ainda 20%, nesse caso um percentual expressivo pro contexto, preferiu o hino “No templo a Isaias” demonstrando que nem sempre pela familiaridade e conhecimento existe a preferência, existe o momento e também um carência de músicas reflexiva que são importantes para o ser humano como um todo. Quero destacar aqui, que uma boa parte das manifestações sobre a preferência do “No templo a Isaias” foram pela etnia indígena. Isto é bem


195 significativo, pois constata-se uma não familiaridade com as harmonias e com ritmos mais movidos. A familiaridade dos índios dessa região entrevistada é com a floresta, mata e pouco com cidade e tecnologias. O som da natureza e o som da mata ainda lhe fazem preferir sons similares ou próximos a esta vivencia e experiência. Multissensorialismo, circunstância e adequabilidade são conceitos a serem observados novamente aqui conforme o contexto para ser passado conteúdos e informações através do ritmo. O ser humano é multissensorial e pode desenvolver outros sensores, apenas precisam ser desenvolvidos, acionados e decifrados os devidos códigos de absorção. Da mesma forma, somos movidos pela circunstância onde nos move a ouvir coisas diferentes em vários contextos. Hinos ritmados num contexto circunstancial é mais bem vindo do que hinos reflexivos e tristes em determinados momentos, porém pode ser invertido a qualquer momento conforme o contexto e circunstância pessoal e social. Mas isso pressupõe um certo nível de qualidade na execução se não entra em questão uma rejeição, mesmo que música e texto bom, pela execução. Por fim, acredito que, dentro dessa gama de subjetividade e tentando ser o mais objetivo na subjetividade das formas sonoras, não existe melhor ou pior forma, existe a mais adequada para o momento, contexto e lugar. Basta estamos atentos a isso com sensibilidade e discernimento.

4.7. SOBRE ARRANJO

Arranjo musical está associado a uma boa apresentação sonora. Temos uma ideia de composição de letra e melodia, e, a partir disso, segue organização sonora do que se dispõe no momento para montar uma boa execução daquela ideia. Timbres, instrumentos, vozes, efeitos articulados entre


196 a fusão dos elementos harmonia, melodia e ritmo fazem com que o arranjo seja agradável ou não em cada contexto ou situação.

4.7.1. PERGUNTAS – Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? A partir dessas perguntas queremos averiguar as preferências dos vários tipos de arranjos convencionais bem como observar as sugestões acerca do quesito arranjo musical. Entrevistado 1, italiano, distante “Coral. Eu gosto de coral. Ou coral ou orquestra. Pelo, eu não entendo bem disso, mas pela sintonia da voz com os instrumentos da forma como ela é executada. O coral tem todo um conjunto de vozes que intensifica a música e numa orquestra também o conjunto de vozes e instrumentos, que no meu ponto de vista, eu considero

melhor.”

“(Acho

que

você

respondeu...

orquestra).”

Entrevistado 2, italiano, distante “Eu acho que, grupo coral, de vozes é legal. É legal também ter uma banda de acompanhamento. Orquestra eu não sei, eu acho que orquestra eu já não gostaria tanto assim. Perde um pouco o foco da harmonia vocal...” “Acho que não.” Entrevistado 3, italiano, distante “Coral. Coral é bonito, vários ritmos, várias vozes diferentes, fica bonito o arranjo”. ”Não”. Entrevistado 10, orientais e miscigenação, distantes “Ah... eu acho que em todas elas eu preferia orquestra, porque gosto muito de orquestra. Eu gosto mais de orquestra músicas assim do que coral cantado. Eu acho que orquestra...” “Eu não sou tão ritmista assim, mas eu acho, não sei não. Mas apesar de tocar bateria eu não sei musica. Então eu não sei o que sugerir.” Entrevistado 11, orientais e miscigenação, distantes “(Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Vamo lá sobre a parte do arranjo. Está muito na moda, assim, tem no youtube e dá pra procurar É assim, instrumentistas, que assim, normalmente, também vamo lá, o instrumento, remete muito a um estilo. Um cara tá com o cavaquinho na mão o cara não tá tocando rock, o cara não tá... geralmente o cara é pagodeiro, ou no máximo, se o cara for bom, ele vai tocar MPB com ela, que nem Robson Miguel, pega o cavaquinho lá e faz uma coisa mais, né...não essa coisa do samba, samba, samba não, né, se chama pagode de bar, memo, né, então o cara tá com a guitarra, bom , dependendo o formato da guitarra remete totalmente ao rock, né, totalmente rock, mas no blues jazz né, são


197 realmente instrumentos usados pra isso. O cara toca violão o cara toca um popizinho, toca uma MPB, o cara com violão de aço toca no máximo um blues no jazz usa muito então, se o cara toca contrabaixo o cara estuda isso, então cada instrumento remete uma coisa, então ao tocar, ao executar a mesma melodia, que nem eu toco um pouco guitarra umas coisas de música clássica, estuda, já é diferente, tipo aquela coisa, ah, estranhamento mas é legal, também é muito moda, agora já não é mais né, então, dá pra executar lega em outros instrumentos, fica legal mudar um pouco o ritmo, ou até tocar ela igualzinho, só que só pelo fato do instrumento ser diferente do que foi escrito, pelo autor, ele, né, ele já uma outra cara, outro timbre, claro, e remete a outras coisas, mas, a execução ficaria igual, que tem coisas, não ele está tocando aquela peça, ele não tá tocando rock, tá tocando aquela peça, né, dependendo como foi a execução, tá. Acho que é isso, não sei! Assim, dependo do instrumento usado, tem o destaque também. Por exemplo, volta pro rock de novo, pro instrumento mais agudo, nossa um violino agudo, normalmente o, vou dar um exemplo, a guitarra, a guitarra faz muita linha do, do violino que é um instrumento mais de solo, né. Então, não sei se, né, arranjo, não sei te fala (inseguro), assim com tanta, né, (resmungando),

ah, “puta” eh.. isso é

complicado, essa pergunta não é muito fácil pra mim assim responder,” “(Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Se eu usaria outra formação? Usaria, mas não experimento, porque hoje em dia faz isso, mas eu faria, claro, se os cara me desse uma partitura, tablatura pra, vamo tocar junto essa música e ela canta, claro, cantaria numa boa. Então eu alteraria algumas coisas, mas talvez não desfigurar demais a música original, né, talvez... “Entrevistado 12, orientais e miscigenação, distantes “A primeira música não tem jeito. Se é pra ser felizona, felizona não, com essa tonalidade alegre, com esse texto com esses instrumentos, tem que ser coral. Não dá pra ser diferente. Não consigo imaginar uma coisa melhor. Agora a segunda, com certeza, é que tem tanto himey, de música, que o himey fica melhor que a música, pra mim, se fosse uma bigband fazendo um himeyc dessa segunda música, ia ficar muito show, aí sim, ia ficar bem melhor.” “Ai que tá, eu sugeri isso baseado nas minhas preferencias. E de verdade, eu considero as minhas preferencias, como de qualquer outras normais, então teria que ter um privilegio do inspirador, então teria que ter o intuito da música, não tem um jeito que é melhor que o outro propriamente, tem um jeito que é mais adequado conforme a circunstância ou propósito. Entrevistado 19, índios, distantes “Coral. Porque fica mais bonito. Porque cada um tem seu tom diferente de cantar ai deixa a música mais bonita.” “Com outro


198 instrumento? Piano? Eh... temos, órgão que chamam? Acho que é... Entrevistado 20, índios, distantes “Uma voz, porque, o solo, porque, assim, eu acho interessante uma voz só, não desmerecendo o coral e outros grupo né, mas uma voz só é muito interessante também.” “Não. Não.” Entrevistado 21, índios, distantes “Banda, porque eu acho que iria ser legal, né. Isto ter gravado com coral, pra dar uma variada acho que isso ser legal, iria sair bem. Porque, bom, ia dar uma variada, e ia ser um pouco, como posso dizer, sair um pouco do original.” “Acho que não.” Entrevistado 28, negros e mamelucos, distantes

“Ah... acho que

orquestra, porque a mistura do som da voz com os instrumentos fica melhor.” “Não, não tenho como sugerir muito assim, talvez se... assim, se agitasse um pouquinho mais.” Entrevistado 29, negros e mamelucos, distantes “Eu preferiria um coral. O porque eu não sei dizer não, mas eu preferiria um coral.” “Não.” Entrevistado 30, negros e mamelucos, distantes “Eu não consigo escolher. Não tenho, exatamente, preferência. Mas eu acho bonito em coral, em orquestra, eu acho que pela música e o tom religioso, acho que fica mais bonito em coral ou orquestra.” “Não.” Entrevistado 37, índios e manauaras, distantes “Coral. Porque bem aí, porque bem assim, mais mais pra ficar bem bonito, sabe, o povo assim cantando. Isso aí eu me lembro, sabe de quem, (risos) da Ana... da Aninha. Ela canta lá na cozinha. Um hora eu tô lá e uma hora ela chega cantando.”Não.” Entrevistado 38, índios e manauaras, distantes “Eu acho que com orquestra. Porque o som fica mais bonito, fica uma coisa mais completa.” “Bom, é porque como ela é cantada assim de uma forma que estende muito as palavras, porque o gospel ele é mais comum pra entender. Já esse tipo é mais assim, eh... como eu posso dizer, que cada palavra, parece que ela pega outro sentido que não dá pra entender, assimilar.” Entrevistado 39, índios e manauaras, distantes “Depende do ambiente. Acho que o ambiente organizacional talvez um instrumental seria legal, né, pra trazer paz, já num ambiente mais público um coral seria, pra mim seria, algo mais inusitado.” “Não. Acho que eu gostei. Está muito legal.”

38,89% dos entrevistados preferem esses hinos em forma coral, 27,78% em orquestra, 22,22% em forma de banda e 11,11% não mencionaram ou ficaram indiferente pelo arranjo ou forma musical em são apresentadas os hinos. Os comentários acerca das preferências por arranjos desse hinos mencionaram a falta de conhecimento para descrever e se manifestar quanto a este quesito revelando ser uma pergunta não fácil de se responder. Expressaram, especialmente, que existe um jeito que adequado conforme a


199 circunstância ou propósito necessitando de capacidades e sensibilidade para cada contexto, apoiando a ideia de que a mistura de voz e instrumentos fica bom dependendo de cada situação. Sobre as sugestões houve apoio a colocar bateria nos hinos, incentivo a arranjar conforme os instrumentos que tem, pois cada instrumento remete a um estilo. Houve a manifestação de propor um laboratório de experimentação para buscar novas sonoridades e arranjos, despertando potencialidades nas pessoas, porém sem alterar ou mudar muito a essência original do hino. O hino “Graças dou” pode ser em coro mas precisa manter o caráter alegre, ou nas palavras do entrevistado, tem que ser “felizona” 146. Opções de arranjos para piano e voz, ou voz e violão foram incentivadas buscando uma brasilidade e diversidade maior. Também ousadias foram incentivadas, do tipo de sair e inovar além da proposta original para chamar a atenção. Opinião de que com uma banda contemporânea fica mais fácil de entender

o

texto.

Todas

essas

opiniões

revelam,

novamente,

o

multissensorialismo dentro duma adequalização sob uma diversificação humana regional e étnica. Entrevistado 4, italiano, próximo “Coral. Eu gosto das vozes. Eu não gosto do som, eu prefiro vozes.” “Não.” Entrevistado 5, italiano, próximo “Ah em voz e também em orquestra.” ‘Não.” Entrevistado 6, italiano, próximo “Ah... só voz já é boa também, mas uma banda ficaria muito bonito, eu acho.” “Não. Não, eu acho que não.” Entrevistado 13, orientais e miscigenação, próximos “Orquestra e banda, mas assim com orquestra encaixa, fica mais bonito.” “Eu acho que dá até, tipo, que dá pra encaixar uma orquestra com uma banda, se for tudo bem certinho, que nem eu vi uma vez no rock in Rio, eu vi uma orquestra junto com a banda tocando e ficou muito legal. Então, se encaixar, se ficar tudo certinho, a orquestra junto com a banda, fica algo legal, mesmo sendo algo mais de vagar, acho que até ia agradar qualquer faixa etária, assim, tanto os mais velhos quando aos mais jovens.” Entrevistado 14, orientais e miscigenação, próximos “Apenas voz, eu acho que, eh, valoriza mais a música, a mensagem dela.” “Eu gosto muito de uma coisa bem simples, que é aquele acústico, com voz e violão” Entrevistado 15, orientais e miscigenação, próximos “(risos)... Hum... tá, talvez banda porque tem muitas bandas que eu escuto e elas fazem muitos covers e acho que 146

Felizona – adjetivo dentro da semântica feliz, contente e alegre.


200 assim, hoje em dia, trazer isso pro jovem, eu acho que é muito legal.” “Ah... seria por banda talvez, colocar outros estilos musicais em cima dessas músicas, não sei...” Entrevistado 22, índios, próximos “Eu acho que as duas maneiras de expressar, seja banda ou voz, agradável. Mas só que, cantada assim, ela se torna completa, as palavras e a mensagem, a palavra e a mensagem em música... é mais completa.” “Não, prossora...” Entrevistado 23, índios, próximos “Orquestra, porque são vários instrumentos, você pode conhecer, ouvir, as vezes, aquilo que eu falei, assim como a pessoa quando canta ela te passa algo, as pessoas também que tocam, de certa forma te passam... Lá os únicos instrumentos nos corais da minha igreja é o piano e órgão. Tocam sopros, violinos entre outros...” “Não, acho que eu tocaria com a orquestra que é bem...” Entrevistado 24, índios, próximos “Eu acho que a primeira numa banda seria bem... Prefiro a banda”. ”Acho que a banda e não coral.” Entrevistado 31, negros e mamelucos, próximos “Eu acho que ficaria melhor um coral. Um coral cantando fica melhor, principalmente a segunda.” “Não. Acho que é melhor, na minha opinião, que fica mais bonito, no coral.” Entrevistado 32, negros e mamelucos, próximos “(indiretamente prefere coral...)” “(não se manifestou...)” Entrevistado 33, negros e mamelucos, próximos “(sem resposta)...” “(sem resposta)...” Entrevistado 40, índios e manauaras, próximos “Na verdade, cada um deles, a minha preferencia, né, seria nas vozes.” “Não. Não sou tão da área assim pra sugerir um arranjo (risos).” Entrevistado 41, índios e manauaras, próximos “Eu acho que numa banda. Eu, porque eu sou mais acostumada a ouvir louvor essas coisa na minha religião com banda, né. É assim, quando eu vou na missa que tem uma banda bem animada as vezes a gente não conhece a letra, né, as vezes a gente conhece a música bem conhecida, mas nos remete a uma reflexão maior eu assim, eu particularmente saio mais aliviada. Eu vivi aquela celebração.” “Sim, eu acho que eles poderiam experimentar não só em coral mas eu acho que se da que a pouco uma banda grava, uma animação na hora da liturgia ali, né, do culto, acho que poderia ser tocado de uma outra forma.” Entrevistado 42, índios e manauaras, próximos “Eu, eu, como falei, a voz, eu, eu acredito que na música, a voz é o principal aspecto da música. Isso tanto é que você coloca um instrumento e uma voz é o suficiente para você ter uma boa música... uma música contagiante.” “Eu acho que seria uma, uma... uma tentativa, uma experiência, né... com um ritmo, talvez... com um ritmo mais contagiante. Talvez, assim seria uma experiência boa tentar, né.”


201 Para os próximos a uma igreja luterana 30% preferem ouvir esses hinos em forma coral, 15% em forma orquestral, 10% não se manifestaram preferir e 40% preferem esse hinos em formato de banda contemporânea. Várias opiniões sobre as suas preferências foram levantadas dentre as quais destacamos: a voz valoriza mais a música 147, a orquestra tem mais sentido quando existe um número de instrumentistas para acontecer, banda é mais animada e mais popular, com banda eu vivo a celebração e saio mais aliviada. Outras sugestões como, a junção de orquestra e banda agradaria qualquer faixa etária, apenas voz e violão ou piano e violão, banda, principalmente para os jovens é mais adequado, com banda (voz e instrumentos) se torna mais completa a música, esse hino pode ser em banda e não em coral pela preferência e contexto onde eu vivo, estou mais acostumado com banda, uma banda grava mais, tocar de outra forma e não coral ou a voz com ritmo. A grande parte dos comentários evidenciam uma tendência por banda contemporânea por fazer mais parte do cotidiano sonoro dos entrevistados, mas não que deixem de apreciar o coro e orquestra. Entrevistado 7, italiano, luterano “Voz... quando fico nervoso não consigo falar nada... porque, assim, é o grau mais fácil assim escutando e ouvindo.. por causa do texto.” “Não.” Entrevistado 8, italiano, luterano “Coral. Eu gosto de coral. Ou coral ou orquestra. Pelo, eu não entendo bem disso, mas pela sintonia da voz com os instrumentos da forma como ela é executada. O coral tem todo um conjunto de vozes que intensifica a música e numa orquestra também o conjunto de vozes e instrumentos, que no meu ponto de vista, eu considero melhor.” “(Acho que você respondeu... orquestra).” Entrevistado 9, italiano, luterano “Digo, como eu tocava, tocava em banda, orquestra e coral. Tinha o coral da UCS, tocava muito no Natal, e é outra coisa tocar com coral e orquestra. Até uma banda com dois ou três instrumentos bem tocados até também fica legal. Mas tudo depende a música, acho que varia muito isso aí... Mas orquestra e coral seria legal.” “É... eu não gosto muito no órgão, neste instrumento não gosto, não botar um instrumento, mas bateria não, mas uma coisinha suave, clarinete, com sax não sei se ficaria muito pesado aqui, com um clarinete ficaria legal aqui, oboé assim ia fazer um sonzinho bonito. ... a segunda nem sei como encaixar isso nela, teria que ouvir de 147

Música – referindo-se ao texto.


202 novo, ela é muito quadrada pro meu gosto. Se muito complicada pro meu gosto, só se mudar o ritmo daquela música um pouquinho pra ficar mais dinâmica um pouquinho.” Entrevistado 16, orientais e miscigenação, luteranos “Eu prefiro o arranjo na versão em que está, a quatro vozes no órgão de tubos. Mas orquestrado, ficaria, imagino, impressionantemente bonito também. A banda, também já vi tocar, fica bonito, prefiro ainda o órgão de tubos, mas a banda também fica algo bonito também, especialmente, se tocar aquele violão mais clássico, dedilhando, né, várias cordas na banda, pouca pegada na bateria, aquela coisa mais leve né, uma banda também fica espetacular assim. Coral também já ouvi, fica muito bonito, mas eu prefiro quatro vozes no órgão de tubos, não é, é minha preferência pessoal.” “Olha, não sei se é possível outra execução, mas assim, acho que a gente, especialmente na nossa igreja, no cristianismo atual, a gente gosta, a gente vê muita banda gospel, rock, mas o brasileiro da gema, quer samba/pagode, sertanejo, samba, pagode, não é tanto assim, talvez eu sugeriria que a gente usasse mais esses ritmos, samba , pagode, chorinho, ou então ritmos regionais, acho que não sei se é possível esse tipo de melodia se adaptar a isso, acho que dá, eu acho que é possível, a minha sugestão é essa, buscar um som brasileiro da gema, ali, e altera ali, tipo MPB, com aqueles acordes dissonantes, enfim, eu acho que seria bonito, não tem brasileiro que não goste. Talvez um jovem ou outro fala, “não, rock’n rol e tal”, mas ali no fundo todo mundo cresce, sai na fase boba a eu so do rock, eu sou do “não sei o que lá” e passa a fase boba e aprecia um samba bem tocado, não, um pagode de raiz, um samba de raiz, uma MPB, tá parece que na nossa veia isso. Isso sinto falta assim dentro do cristianismo em geral aqui no Brasil.” Entrevistado 17, orientais e miscigenação, luteranos “Acho que banda, porque banda, como tem muitos instrumentos, ela fica mais alegre, né, acho que um ritmo, mais, pra mim, contemporâneo.” “É, poderia, de repente a segunda, se mudar um pouquinho,né, por, uma banda, mudar um pouco os instrumentos, acho que poderia ficar um pouco mais alegre, atrativo, né. Entrevistado 18, orientais e miscigenação, luteranos “Eu acho o conjunto, a, a banda, não a orquestra... a banda. Não, eu acho que uma banda completa.” “Eu acho que não, pastor” Entrevistado 25, índios, luteranos “Coral. Porque sim, é bonito, todo mundo participando.” “Não. Talvez com flauta, só de flauta só, porque o Jessé sabe tocar com flauta, poderia ser uma forma...” Entrevistado 26, índios, luteranos “Banda. Porque aí a gente ouve mais o instrumento.” “É instrumentação, né. É que tem vários tipos de instrumento... violão, guitarra, piano, principalmente.” Entrevistado 27, índios, luteranos “Na minha opinião, acho que é bom


203 em coral e apenas voz, porque ia dar mais entendimento, a pessoa ia entender fácil.” “Acho que com o auxilio do teclado já ajuda, já, porque é uma música cantada suavemente, bem de vagar, da pra entender bem né.” Entrevistado 34, negros e mamelucos, luteranos “Um coral. Só as vozes.” “Não. Acho que só vozes ficaria perfeito.” Entrevistado 35, negros e mamelucos, luteranos “Em orquestra. Porque é a situação mais adequada para o estilo musical.” “Não. Prefiro não. (Entrevistador: Quando você ouve ela te remete a um teatro ou a igreja?) As duas coisas. Porque não é diferente do que a gente vê, pra quem tem oportunidade de assistir um concerto. Não é tão diferente você vê um concerto e, sabe, ouvir, né, ouvir a música que é executada num concerto, mesma coisa desta música, não é tão diferente assim. A diferença está na espiritualidade, porque a música que foi tocada aqui ela tem outro propósito. (Entrevistador: Você consegue imaginar a gente cantando a segunda música em nossos cultos?) Não, não consigo. Pelo nível musical ficaria difícil, pelo conhecimento até mesmo sobre a música. Também o gosto musical, cultura e a nossa região influencia a não cantarmos essa música em nossos cultos. As pessoas não teriam muita vontade de aprender ela, talvez uma pequena parcela, uns dois ou três da nossa congregação, mas a grande maioria não.” Entrevistado 36, negros e mamelucos, luteranos “Tem que escolher uma dessas? (risos)... Eu acho que assim, eu acho que assim coral fica perfeita, essas em coral, mas em uma banda ficaria muito legal, ficaria sim, ficaria mais aproximada do público, né? Principalmente assim, do público que nós temos.” “Pra essas músicas? Não... assim, acho que utilizando uma banda, um conjunto, pensando num estilo mais atual, assim, num estilo que o povo gostasse mais. Porque, assim, a gente tem um, nós estamos num estado que não ouve muito este tipo de música, e ai é assim, dependendo do local que esteja aproximaria utilizando um ritmo mais atual, né? Aproximaria mais do público. Pras duas coisas. Pra igreja, pra igreja, me remete por conta das letras. Me remete pra igreja por ser muito lírica. Parece, aquela época que tinha esses tipos de cantos... (medieval)... isso, medieval. Então, remete a igreja. Mas eu acho que caberia muito bem em teatros. ...Acho que daria pra cantar nos culto com a banda... com a banda (risos)... assim, ó, eu, falar a verdade, algumas músicas que a gente tinha no hinário né? Porque assim, por conta do, da atualidade vai retirando, tudo, mas acho que também faz falta. Porque assim, tem muitas musicas que assim, na minha época de infância, eh, não se cantava mais aquele estilo de música, mas cantavam e eu gostava... deixa eu lembrar de alguma... “bom Jesus, tu és o meu Senhor” (cantarolando a música do TPL). Tem outras também do


204 hinário vermelho que eu gostava muito, assim, quando eu era criança, que me remete assim na minha infância na igreja, que eu sinto falta de algumas músicas daquelas.” Entrevistado 43, índios e manauaras, luteranos “Coral. Coral porque a entonação fica mais forte, fica mais bonito, várias pessoas cantando.” “Ãh.... na verdade, não. Essa versão ficou muito boa. Ficou bem bonita com o coral, né. Ficou bem legal! Acho que desse jeito tá ótimo.” Entrevistado 44, índios e manauaras, luteranos “Ah... banda e coral. Ficam mais bonitas assim.” “Eu acho que se for tocado em banda a adição de um violino fica bom.” Entrevistado 45, índios e manauaras, luteranos “Orquestra, né. Justamente pela beleza que fica a música, né.” “Não. Eu acho que ficou bonito assim”.

Entre os entrevistados luteranos estão mais equilibrados as preferências entre banda, coro e orquestra. 40,9% preferem coro, 36,36% preferem banda contemporânea e 22,72% orquestra. Eis algumas das justificativas pelas preferências: prefiro orquestra porque eu tocava quando era mais jovem, prefiro banda porque fica mais alegre e mais animado o culto, através da banda a gente ouve mais os instrumentos e louva melhor, prefiro coral suave para entender melhor o texto, orquestra é mais adequada para este tipo de composição, a música tem um propósito para cada composição por isso é importante adequá-la a cada situação aproveitando as potencialidades locais que serão diferentes de outras regiões e congregações do país. Entre as sugestões seguem algumas: mudar o ritmo do hino para ficar mais dinâmica, fazer o hino se aproximar de uma banda gospel pois há quem goste, elaborar arranjos em ritmos brasileiros com textos cristãos para o nosso contexto teria aderência e apreciação, arranjos que privilegiassem também as flautas, coro a capela ficaria perfeito para se ouvir, fazer em estilo de banda pois o povo gosta mais de ouvir e cantar. Um comentário que achei importante destacar foi que mencionaram que o gosto musical, cultura e região influenciam nas escolhas dos hinos, ou seja,

a

adequação

cultural

e

preferências

regionais

induzem,

inconscientemente, nas escolhas e nas canções mais ouvidas e cantadas da região. Outra coisa mencionada é que, um determinado jeito de arranjo, por exemplo coral, em determinadas regiões, não faz parte da cultura

local,


205 portanto influencia na preferência também. Ou seja, o gosto e preferências se desenvolvem e aprendem conforme o avanço da tecnologia e do ensino de bons instrutores. Mas fica a pergunta: até que ponto devemos interferir na cultura local perdendo a sua base original? Nestas considerações finais acerca dos arranjos musicais, destaco, em grande medida, o desconhecimento do assunto e a dificuldade de se manifestar sobre a questão dos arranjos. Por outro lado, existe a vontade e a cultura de cantar e tocar, ou seja, de se manifestar através dos sons é tão forte e visceral no ser humano que de alguma ou de outra forma ele irá achar as suas soluções pessoais, locais e regionais para arranjar determinada música conforme o que entende e tem à sua disposição. Há uma tendência a preferir, na maioria dos entrevistados, uma banda contemporânea, por ser um jeito popular brasileiro preferido e mais estimulado pelo diversos meios de comunicação social. Isto não significa que não se quer mais ouvir coro e orquestra, mas a preferência, em função dos estímulos, são para a banda contemporânea. O coro e orquestra estão começando a ficar mais distante da cultura popular nos moldes eruditos. Para manter essa arte coral e orquestral é necessário conscientização e capacitação nas escolas básicas, associações culturais e igrejas e, principalmente, uma ressignificação dessa arte orquestral e coral em nosso contexto brasileiro com diferentes formas e técnicas de tratar as melodias corais e instrumentais, tornando-as mais acessíveis ao nosso povo.

4.8. SOBRE IDENTIFICAÇÃO

O conceito de identificação é “ação de reconhecer algo ou alguém como sendo os próprios”148, ou seja, ver parte de você mesmo nas coisas, pessoas e atividades. Na música isto tem relação com o que a gente viveu,

Identificação – dicionário online de português (https://www.dicio.com.br/identificacao/ visualizado em 28/11/2016). 148


206 aprendeu e está desenvolvendo. Conforme a gente tem mais identificação ou menos com determinadas pessoas e coisas.

4.8.1. PERGUNTAS – O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? Você se identificou com alguma coisa? Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê?

Entrevistado 1, italiano, distante “Ah... a fé. A aproximação que se tem com a humildade, a fé, o respeito com a música no geral, mas principalmente a música de, com este perfil religioso.” “Eu me identifiquei com o respeito, com o nome de Jesus Cristo, aquela coisa de adorar Jesus, ter fé e acreditar.” “Sim. Gostaria porque é uma proposta que não é ainda explorada. E ela é bonita e de uma sintonia que é boa de ouvir e de escuta. Acho que sim...” Entrevistado 2, italiano, distante “Acho que chamou isso que eu me identifiquei por causa desse grupo que eu, a gente teve, pelo tema, tema semelhante, e também eram canções religiosas, e por ser um grupo com vozes e com harmonia. E gostei de ouvir, me lembrou esse tempo...” “Sim, sim. Me identifiquei com essas coisas.” “Sim. Eu acho legal. Não sei se todas as pessoas teriam interesse em ouvir por ser uma música religiosa. Mas eu gostaria, eu gosto bastante, e tenho procurado bastante coisas, músicas religiosas com, porque a gente encontra muito, música religiosa tem bastante, principalmente evangélicos tem esses grupos locais e são quartetos muito bons assim...” Entrevistado 3, italiano, distante “Graças dou”... a Deus.” “As músicas elas são bonitas, o coro também é muito bonito, mas identificar mais a família e tudo mais que ela consta ali.” “Não, não ouviria.” Entrevistado 10, orientais e miscigenação, distantes “É.... acho que, sei lá, seria esse clima, tipo, coral de igreja, tipo, não sei, essas obras coral, sim isso me chamou bastante a atenção...” “Eu não sei, tipo, acho que identificar não, eu gostei delas mas não sei o quanto eu me identifiquei com elas.” Acho que depende de quando. Mas via de regra acho que não. Eu não to muito acostumada a ouvir este tipo de música na minha vida normal.”

Entrevistado 11, orientais e miscigenação,

distantes “(Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Sobre a identificação, né. Não, claro, eu tenho identificação, né, claro, hum, eh, me remete a coisa, sempre a coisa da igreja, né.” “(Respondida na pergunta 28 e não se manifestou mais sobre este


207 assunto).” “(Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Acho que sim, assim, como hoje em dia tem muita coisa, assim, voltada pra tal público, acho que assim, legal, se reservaria talvez um espaço ou, como divulgação daquele tipo de música e os interessados eles vão atrás né, então, por exemplo, na TV, no youtube não precisa porque você vai atrás, mas por exemplo na TV, você pode reservar um espaço, né, pra ela, mas não sei se vai dar audiência (risos) tá? Isso é uma outra história, mas você pode reservar um espaço pra isso só pra falar sobre este assunto, né, eu acho que sim, né. Problema nenhum!” Entrevistado 12, orientais e miscigenação, distantes “Não me identifiquei muito, porque já sai desses, dessa modalidade de apreciar esse tipo de música. Essa música clássica. Então, tanto que meu pai gostava muito de seresta e também música clássica. Só ouvia Dino 7 cordas, Rafael Rabelo, ouvia, música clássica era a minha irmã tocando piano. E gostava muito, agora não, por isso não me identifiquei muito.” “Hum.....” “Hum... De novo, não consigo imaginar isso na minha rotina. Não consigo imaginar isso como um evento de contemplação bem esporádico, e que iria me agradar, eu iria achar legal. Agora, enquanto estou dirigindo, ouvindo uma música dessas, não combina com toda aquela, não combina com toda a adrenalina que é dirigir em São Paulo. (risos).” Entrevistado 19, índios, distantes

“As letras.” “A segunda.”

“Gostaria. Eu.. em horários específicos, pra saber em que horas que tem, teria pra ouvir. Porque as vezes a gente sai e vai pra lá e pra cá. Se tivesse em uma rádio, por exemplo, e tivesse um horário específico, pelo menos você ligaria o seu rádio e pelo menos você saberia que tem aquela hora pra ouvir aquela, aquele tipo de música.” Entrevistado 20, índios, distantes “A melodia. A melodia da música e se é calma, clareza.” “Sim, a segunda.” “Sim. Porque elas são bonitas, maravilhosas pra se ouvir, com calma.” Entrevistado 21, índios, distantes “As vozes do coral.” Sim, a parte, a segunda, que fala dos agradecimentos, de dar graças ao Senhor, que abençoa nós, o nosso dia a dia.” “Sim, gostaria. Porque são músicas que, independentemente, se a pessoa é cristã ou não, ela, acho que gostaria de ouvir isso.” Entrevistado 28, negros e mamelucos, distantes “Serem músicas, assim, religiosas. Foi...” “Não, não cheguei a me identificar mas você passa a refletir sobre algumas coisas.” “É, é assim, seria bom em alguns momentos do dia, talvez, mas não é uma coisa que é tão comum de ver, mas talvez se tocasse talvez não seria tão aceito assim.” Entrevistado 29, negros e mamelucos, distantes “O órgão” “Não”. “Tipo assim, fora de contexto, não sei dizer, mas se tivesse atrelada com alguma perspectiva visual ou coisa do tipo, não veria porque não.”


208 Entrevistado 30, negros e mamelucos, distantes “E então, o sentimento que ficou delas. De paz de tranquilidade, de me lembrar a ida na igreja com a minha mãe e minha família, enfim, eu acho que é isso que me toca mais.” “Sim, com essa sensação de me remeter a um passado bom.” Entrevistado 37, índios e manauaras, distantes “O que mais me chamou a atenção? Foi... só uma? A segunda, por causa do coral.” “Sim. Com... assim, eu gostei mais da primeira, mas a segunda me deixou assim, muito pensativa, no meu pensamento eu me lembrei logo nos meus irmãos. Os meus irmãos mortos...é bem triste. Se eu visse isso aí eu ia chorar... (Entrevistador: Então estas músicas lembram da morte dos teus dois irmãos que morreram tragicamente no último ano, importante isso...)... um atrás do outro.” “Local? Hum... na TV.” Entrevistado 38, índios e manauaras, distantes “Quanto a identificação, quando eu comecei a ouvir, eu lembrei de, eh, de eventos que eu participei na igreja.” “Sim, por conta da melodia, né, é algo que eu já escutei na igreja, num coral... Igreja Evangélica.” “Bom, na minha opinião, ela é apropriada num evento. Porque, geralmente, utiliza, pelo menos quando eu fui pra igreja, que foi o que eu lembrei, eh, foi envolvida com alguma peça que ai fica mais fácil de interpretar.” Entrevistado 39, índios e manauaras, distantes “Foi a capacidade que elas nos remetem a momentos felizes. Então isso daí a gente se transporta e vai trazendo coisas boas na memória.” “Sim. Eu me identifiquei quando ainda tinha mamãe nós íamos pra momentos assim, nesse sentido.” “Também, se tivesse disponível, porque não baixar se fosse disponível.”

Como o próprio nome sugere, identidade é identificar-se na situação ou com a pessoa, ver algo que tem em você ou que você viveu nas situações apresentadas, o que amplia o leque de opções. Alguns expressaram que o que mais lhe chamou atenção foi o texto com a questão da fé, humildade, música com perfil religioso. Chamou a atenção porque é um coral da igreja, outros o órgão de tubos por não ter ouvido dessa forma e com esse contexto. Para outros o sentimento que está por trás dos sons, a tranquilidade, a paz a gratidão. Outros lhe chamaram a atenção porque lembravam dos eventos das igrejas e lembravam de momentos felizes na vida enquanto iam ouvindo. Muitos identificaram-se com o respeito e adoração do Senhor Jesus apresentado nestes hinos, se identificaram com tempos atrás onde participavam mais ativamente de igrejas, identificação com a família e tudo mais que provém desses hinos em relação ao louvor, adoração e gratidão,


209 também houve identificação em memórias das mortes de irmãos em tempos atrás. Mas teve, neste grupo de entrevistados distantes da igreja luterana, que era esperado, pessoas que não se identificaram com suas razões para isto: porque não faz parte da minha cultura, consigo identificar mas não identificarme, porque já sai dessa modalidade de apreciar este tipo de música, não me identifiquei mas refleti sobre algumas coisas ou simplesmente não me identifiquei. Sobre ouvir na rádio ou TV muitos gostariam, outros gostariam com condições e alguns não gostariam. Dos que gostariam os motivos foram: porque as pessoas gostariam de ouvir músicas religiosas, porque é bonita e de boa sintonia, porque é uma proposta não explorada, porque os evangélicos têm bastante e nós também deveríamos ter, seria bom para não precisar ir somente na igreja para ouvir, porque são músicas cristãs e gostaria de ouvir na rádio, seria bom em momentos do dia ter músicas assim para refletir e seria bom ter porque remete a uma sensação de um passado bom. Agora também houve reações condicionais a terem músicas corais luteranas na rádio e TV, porque julgam importante saber qual o público alvo, observações sobre o You Tube que você posta e quem quer escolhe a hora que quer a sua música favorita ou circunstancial. Outros, definitivamente, têm certeza que este tipo de música não é adequada para o seu contexto, como por exemplo: porque este tipo de música não combina com a adrenalina que é São Paulo e este tipo de música não ficaria apropriado na rádio ou TV e sim combinaria como uma apresentação cultural ou mais apropriada, com público definido e certo que apreciaria, como público de igreja. Entrevistado 4, italiano, próximo “As letras.” “Na verdade as letras, a criação, tudo que foi criado e o agradecimento a isso.” “Em rádio...” Entrevistado 5, italiano, próximo “Agradecimento. Ah... saber agradecer a natureza, o dia a dia.” “Sim” “Sim.” Entrevistado 6, italiano, próximo “Pois é, o que que eu vou dizer. Acho que tudo. O tudo da música, acho que o todo da música, ela é completa, né, então ela é muito boa.” “Ah, identifica, acho que a gente, né, se sente mais protegido, né. Porque a gente cantando uma música dessa a gente sabe que está mais perto de Deus, né, que ele teje do lado da gente sempre.” “É eles não tocam, mas claro que seria bom.” Entrevistado 13, orientais e miscigenação, próximos “Acho que não teve aquilo que, assim, me chamou a atenção.


210 Acho que o conjunto inteiro que me agrada, então, não nada assim, ah tal coisa me chamou a atenção.” “A orquestra, sim. Eu gosto bastante desde pequena, quando eu fui na sala São Paulo, eu passei a gostar, mesmo sendo jovem, gostando muito de rock, passei a gostar de orquestra. (A diversidade cultural de São Paulo leva a gostar de orquestra).. sim.” “TV local, assim, mais do que na rádio, assim. Porque dá pra ver os instrumentos, as vozes todo mundo lá, o conjunto inteiro. Então eu acho que é melhor por que na rádio. Na orquestra o visual é importante... sim.” Entrevistado 14, orientais e miscigenação, próximos “O coral, por não ter esse contato muito grande de escutar as vozes juntas...” “Com a calma que traz um pouco do instrumental.” “Eu acho que seria legal na TV. Por não ter muito isso explicito.” Entrevistado 15, orientais e miscigenação, próximos “O que mais me chamou a atenção? Tá... sobre a primeira, foi o que eu falei o órgão é o que, não sei se é a minha, não sei se era órgão, mas foi o que mais de deixou apreensivo, forte, um som que põe medo, (risos de constrangimento)...” “Hum... talvez com a segunda música, mas talvez o ritmo dela, é um ritmo que eu gosto... não sei.” “Interessante... talvez nas versões em outras bandas, não sei. Aí encaixaria não nesses estilos, não no clássico, não desmerecendo eles, porque o meu estilo é esse...” Entrevistado 22, índios, próximos

“É, na execução? Oh

professora, acho que os dois hinos... ah... o Coral me chamou mais a atenção.” “É... a gente sempre se identifica com o religioso, né. É, dependente de Deus, e tem que melhorar a nossa situação como ser humano, tem que participar desses hinos.” “Sim, primeiro pela feitura, é trabalhado. Aí eu voltaria naquela resposta que foi dada, realmente é um trabalho bem feito, bem trabalhado, e sempre é agradável, o hino, música trabalhada.” Entrevistado 23, índios, próximos “A melodia e a letra.” “Com a segunda. Porque aquilo que eu falei desde o começo, agradecimento... ser grata a Deus por tudo..” “Na TV.. porque na rádio você apenas ouve, na TV além de ouvir você vê as pessoas cantando e tocando.” Entrevistado 24, índios, próximos “Eu não tinha “ouvisto” ela, o “graças dou”. Não sei se é coral... E a primeira tá bem interessante ouvi. A segunda também, mais por caso das vozes que deu pra ouvir . Deu pra diferenciar bem. A segunda música” “Sim. Com a “Graças dou”....””Sim... Para divulgar um pouquinho mais o evangelho para pessoas que não conhecem. É daí que desperta a curiosidade nas pessoas que não são cristãs.

Tocar no coração delas...”

Entrevistado

31, negros e

mamelucos, próximos “Era. Esperava ouvir músicas cristãs, e também músicas, talvez, não totalmente neste ritmo, mas músicas cristãs. A suavidade da melodia, as letras, também, muito bonitas... gostei da


211 música toda.” “Me identifiquei. Principalmente a primeira. Porque é uma música que me traz muita recordação, já praticamente, desde que quando eu entrei na igreja. Eu tenho muitas recordações de pessoas que já se foram, né, que conviveram com a gente, com aquilo que nós cantávamos, essa música, e é assim, é uma música que me agrada muito, me traz muitas lembranças boas e saudosas.” “Acho que não funcionaria muito não pras pessoas que não são da igreja, não funcionaria muito não. (Entrevistador: Acho que iriam trocar de estação por causa dessas músicas?) Alguns não. Acho que alguns, mesmo que não são da igreja, até gostam de ouvir estas músicas, gospel e evangélicas. Mas a maioria, tiraria da estação. (Entrevistador: Esse tipo de música, da forma como está executada, elas estão mais para serem apresentadas dentro de uma igreja ou dentro de um contexto de uma apresentação cultural?) Ah... ficaria muito bonito num teatro, né, mas que a gente, primeiro assim, pra mim lembra logo a igreja, a igreja.” Entrevistado 32, negros e mamelucos, próximos “A presença de Deus.” “Me identifiquei com tudo. Porque tudo que refere a Deus e a tratar da mente da gente, porque tem horas que a mente da gente tá com tanta preocupação que esquece que Deus tá tão presente na nossa vida que através deste louvor a gente sentiu mais a presença dEle.” “Tem, porque a gente tá precisando muito da presença de Deus. E através do louvor é que as pessoas vem sentir essa presença mais forte. Porque todo mundo sabe que existe um Deus, mas só, pra ele chegar a tocar no coração da gente, é preciso bastante louvor... nosso coração... falou a verdade. Coração é tudo...” Entrevistado 33, negros e mamelucos, próximos “Iããã... a leveza da música, a tranquilidade, a paz.” “(sem resposta).””Não... acho que as pessoas evangélicas acredito que sim. Vai do momento da pessoa.” Entrevistado 40, índios e manauaras, próximos “A harmonia. .” “Não, só com a vontade de um dia louvar a Deus, assim, numa perfeição. (risos...) (Entrevistador: Na igreja triunfante... a perfeição será lá)... É... É... (Entrevistador: ...enquanto estivermos aqui vai ser, né, bem limitada...) É... É....” “É bom ouvir na rádio. TV é mais pra ver, né. TV é mais pregações, mas uma apresentação de um coral, vamos dizer, sim, é interessante.“ Entrevistado 41, índios e manauaras, próximos “S.. Ih... e agora, o que eu vou dizer, pelo amor de Deus? (risos e gargalhadas). Ai... ai.. É... o coral mesmo, né.” “Eu me identifiquei com a primeira – dai graças, graças, né. Ela fala de uma forma de agradecer mesmo, e da reflexão que a gente faz, né.“ “Sim... da pra, por exemplo num programa, né, que tenha... dá pra ouvir sim.“ Entrevistado 42, índios e manauaras, próximos ”Ah... eu acho que é a harmonia que é o forte da música clássica quando ele


212 combina vários instrumentos aí de sopros e principalmente os de sopros que não são comuns em outros tipos de música, né.” “Sim. Com a... coma mensagem cristã.” “Eu não escolheria uma música dessa pra ouvir, mas também não a rejeitaria. Não pelo conteúdo, não pela mensagem em si, mas como falei, pelo... por ela ser uma música clássica... não é o comum pra mim.”

Neste grupo de pessoas próximas a uma igreja luterana, o que chamou mais a atenção foram: as letras, o agradecimento, o todo da música “Graças dou” que é completa, por ser diferente, o coral chamou a atenção, a melodia e a letra de gratidão, o “graças dou”, chamou a atenção a presença de Deus, a leveza, paz e tranquilidade, o coral mesmo com as suas vozes harmônicas, a mensagem cristã. Alguns manifestaram que não teve aquilo que chamou a atenção e que não escolheria essa música para ouvir mas também não rejeitaria. Identificaram-se pelo sentimento de proteção que estes hinos trazem, porque Deus está perto da gente. Identificaram-se com a calma que o instrumental proporciona. Identificaram com o órgão de tubos pois o som e o ritmo se gosta. Identificação com o religioso e com o “Graças dou” porque tráz boas recordações. Poucos se manifestaram não se identificar porque não é comum para o seu contexto. Frente a pergunta de ouvir esses hinos na rádio, a grande maioria se mostrou favorável a ouvir na rádio e TV local essas músicas pelo cristianismo, pelo diferente, pela cultura diferente, pela necessidade de compartilhar o Evangelho e porque as pessoas necessitam ouvir como Deus é bom de diversas formas de comunicação. Pessoas se manifestaram que gostariam mas com algumas condições: que tenha música trabalhada, como se fosse uma cultura boa e que acrescentasse algo mais para o povo, na TV é melhor porque mesmo não gostando é interessante ouvir e ver as vozes o órgão e etc... Acham que não funcionaria com pessoas que não são de igreja, ficaria mais num teatro ou como cultura, gostaria mas para pessoas evangélicas, convidaria para uma apresentação como se fosse uma cultura. Entrevistado 7, italiano, luterano “Porque eu gosto assim, de ouvir, essas melodias, e agora consigo grava.” “Agradecimento a Deus.” “Porque a gente escuta só no sábado que vem na igreja e gostaria de escutar


213 mais.” Entrevistado 8, italiano, luterano “Ah... a fé. A aproximação que se tem com a humildade, a fé, o respeito com a música no geral, mas principalmente a música de, com este perfil religioso.” “Eu me identifiquei com o respeito, com o nome de Jesus Cristo, aquela coisa de adorar Jesus, ter fé e acreditar.” “Ah.. tem pouco espaço, eu gostaria de ouvir, mas não sei se tem esse espaço hoje em dia. Eu escuto de vez em quando através de programas que tem da própria IELB, a gente consegue escutar alguma coisa, mas acaba sendo limitado, se tivesse este espaço em rádios, ou na TV seria bem agradável.” Entrevistado 9, italiano, luterano “A primeira, por causa que, além de ter no meu casamento, tocou, já começa por aí, né, ela mexe, ela tem uma coisa dessa. Até sou meio suspeito com essa música aí, porque eu já, ela tem uma ligação com nós antiga,” “Casamento... e eu gosto mais do estilo de música da primeira, sempre gostei, gosto mais daquele estilo, eu não gosto daquele estilo mais...” “Até a gente ouve lá em casa, até tem um canal de música gospel lá né, tem uma parte dizem que quem gosta né. Só tem umas músicas que eu não gosto que toca lá, não gosto, é muito parecida, muito.... não sei, não me atrai muito aquelas música lá, que tocam na rádio...” Entrevistado 16, orientais e miscigenação, luteranos “Nas audições o baixo das músicas. O baixo do órgão de tubos é fantástico.” “É, me identifiquei sim com o primeiro hino, principalmente, né, ele fala muito ao coração...” “Olha, gostaria. Na rádio, não sei como seria possível, mas eu imagino sim, que o povo em geral ter acesso também a música da nossa igreja, a música assim da igreja né, talvez eu sugeriria tocar numa rádio e tv local, teria que ter um formato brasileiro, de samba, acho que talvez se adaptaria melhor, mas eu to dizendo, isso pensando assim, na aceitação do povo, mas pega esse hino, como ele foi tocado, e colocar na televisão seria fantástico, porque o povo, também, de repente sai um pouco do mais ou mesmo, vê uma música, música diferente, música de qualidade, quatro vozes ali, né, então, seria fantástico, se a gente tivesse essa abertura.” Entrevistado 17, orientais e miscigenação, luteranos “A letra.” “Sim, quando começa falando, pra gente dar graças, isso é uma coisa que me identifica bastante.” “Sim, com certeza, porque é uma música que também lembra muita a minha infância, né. Porque cantava lá na minha igreja, hoje na minha igreja é mais estilo banda, e hoje lá na minha igreja era órgão, piano, então era mais tradicional... me fez remeter o tempo de adolescente...” Entrevistado 18, orientais e miscigenação, luteranos “Pastor, não sei responder, gosto das músicas... aí so se eu lesse mais. Aí eu poderia responder... Eu não sei de cor. Não tenho mais capacidade para isso.” “Sim. Por exemplo a participação quando a gente


214 ia nas missas nos interiores, quando, por que lá não tinha órgão, não tinha nada, né. E´, era feito nas casas, duas ou três vezes por ano feito nas casas, né. Cantava só o pastor, e quem sabia, a comunidade, né... não tinha nada... culto. É porque para nós ir na cidade era longe, 40 km. Então o pastor ia, marcava o dia, e muitas vez ia pra dormir, né. Era longe e a cavalo... inclusive ficava na casa da minha vó. A música fizeram lembrar dessa época.” “Sim, porque assim como as outras igrejas tocam, eu acho que a nossa também poderia. Inclusive tem nas evangélicas ai, tem muitas músicas que se identifica com as nossas, aí. É.. é...” Entrevistado 25, índios, luteranos “O que me chamou a atenção?...É que fala de amor, fala pra... o amor. Vamos dize uma palavra só.” “Sim, com a segunda. O “porque” a gente já sabe, por causa da família, do vô, etc...(entrevistadora lembrou...)” “Eh... pa levar as mensagem para as pessoas que estão nos hospitais, estão nos presidiários,

talvez na rádio, é conforto, né, as

pessoas estão num momento difícil.” Entrevistado 26, índios, luteranos “O que chamou... o som, o som da música.” “Sim.” “Eu gostaria de ouvir da rádio, que sempre mais toca.” Entrevistado 27, índios, luteranos “É a forma da música demonstrar, demonstrar aquilo que Deus faz com nós, né. E também ela alerta a gente de uma forma da gente agradecer a Deus, né..” “Eu me identifiquei com a primeira canção que fala sobre o agradecimento que a gente deve ter.” “Sim, porque seria uma forma de evangelizar e demonstrar as pessoas, né, os feitos de Deus e também divulgar, é, o evangelho de Deus através dessas canções...” Entrevistado 34, negros e mamelucos, luteranos “As vozes. (risos de satisfação) Quem cantava, as vozes, a harmonia, quão bonito ficava as vozes. (Entrevistador: Ficou fácil de entender a letra nas duas?) A primeira não muito, a segunda sim.” “Eu me arrepiei quando começou a tocar a primeira música. (risos de satisfação)” “Sim (titubeando)...” Entrevistado 35, negros e mamelucos, luteranos “A harmonia das vozes com os instrumentos e a melodia que é muito bonita. Ah... e a afinação das vozes com os instrumentos.” “Não. Não (risos)” “Sim. Sim. Sim, principalmente pelo maior objetivo que é levar as pessoas a Deus através da música. (Entrevistador: Acho que as pessoas ouviriam?) Sim, desde que as pessoas desses a oportunidade e abrissem o coração delas pra escutar o louvor a Deus, sim.” Entrevistado 36, negros e mamelucos, luteranos “A harmonia entre as vozes. E também, assim, também da perceber que cantavam num estilo de coral, mas não cantavam tão parado. Cantavam com vontade mesmo assim, como se tivesse sentindo a música.” “Da música? Não. Nem pensei muito nisso, fiquei mais sentindo mesmo a música.” “Não, acho que não. Talvez não tiraria da estação porque música


215 é uma questão muito particular. Tem pessoas que você, quando entra no carro, você fica, música clássica no carro, assim, particular, mas acho que não alcançaria um público tão grande. ... Não daria pra alcançar a massa..." Entrevistado 43, índios e manauaras, luteranos “O que mais me chamou a atenção? Ah...na primeira, a letra da música, eu achei bem bonita e na segunda, o que me chamou a atenção foi, justamente, a melodia dela que eu achei um pouco triste, reflexiva, né, então essa é a diferença de ambos.” “Com a primeira bastante, porque é um estilo. O que ela fala é um estilo que eu tento trazer para a minha vida. A questão do agradecimento sempre. Então é uma música que tem muito a ver comigo. Com o que eu sempre tô lutando todos os dias pra tentar ser uma pessoa mais agradecida. Acho que a primeira...” “Sim. Gostaria. Porque são músicas fogem do contexto deste nosso mundo, assim, as nossas músicas modernas, né, como eu ouço música moderna a gente sempre acaba fugindo pra músicas que falam mais do dia a dia, no sentido de relacionamentos, questão da festa, de sair, e poucas músicas falam a questão mais religiosa, do nosso sentimento, do nosso sentimento, as músicas sempre tão falando de um relacionamento de você com outra pessoa, mas nunca de um relacionamento seu, pessoal, de uma angústia que você sente. Eu acho que seriam boas músicas pra se ouvir. Entrevistado 44, índios e manauaras, luteranos

“As vozes.” “Não

muito.” “Sim... pra espalhar o louvor a todos.“ Entrevistado 45, índios e manauaras, luteranos “A harmonia.” “Eh... como eu disse. A segunda música faz com que a gente, eh, tenha um sentimento de reflexão, né, de intronização.” Sim, porque é algo que aqui a gente não vê.”

O que mais chamou a atenção deste grupo de luteranos nas audições foram as melodias, a fé, humildade e carácter religioso dos hinos, o baixo do órgão de tubos que é fantástico, as letras, a gratidão e o amor, as vozes bonitas, a harmonia das vozes e instrumento com melodia bonita, a harmonia entre as vozes que saía com tanta vontade como sentissem a música. Identificaram com o agradecimento a Deus, por ter sido tocada no casamento lhe trouxe a memória esses momento intensos, com o “Graças dou” que fala muito ao coração, com a letra e o tema “gratidão”, com as lembranças do que se fazia no passado, com a mensagem de conforto para se levar nos hospitais e presídios, Me identifiquei com o “Graças dou” e me arrepiei ao


216 ouvir. Porém, também entre os luteranos houve pessoas que não se identificaram e outras não se identificaram mas sentiram a música. Muitos gostariam de escutar mais vezes na semana na rádio não somente no sábado no culto. Gostariam de ver música coral luterana na TV assim como tem gospel pois tem gente que gosta e que não gosta. Seria legal ter a nossa música em formato brasileiro e com qualidade, para sair do mais ou menos. Sim para evangelizar e testemunhar a Palavra de Jesus. Sim, porque músicas assim fogem do contexto do nosso mundo e há a necessidade. Algumas colocaram na condicional: sim, dependendo do contexto e público, desde que as pessoas estivessem abertas a essas músicas. Sim, para espalhar o louvor para muitos e porque é algo que a gente não vê nesta região. O estímulo que tivemos para usar melodias, ritmo e artes mais brasileiras pelo contexto, consideramos uma sugestão a ser observada e apurada, dentro da linha de valorizar o som da nossa terra, do nosso Brasil em sua multicultura. Quanto a identificação,

momentos de alegria e tristeza na vida

familiar e eclesial se colaboram para uma aproximação entre as pessoas por vivenciarem situações semelhantes. Acredita-se que, em algum contexto mais distante do luteranismo, apresentar esses hinos como cultura seria melhor recebido na sociedade do que uma maneira de doutrinação ou evangelismo. Com relação a incentivar a propagação desses hinos em rádios, entende-se que condicionando a um público alvo, com qualidade de execução e adequável ao jeito brasileiro, teria ótimas chances de ter êxito oferendo nestes meios de comunicação. Ainda sobre identificação, na verdade a música evoca coisas identitárias que surpreendem a todos e que não é mensurável saber ou prever o que terá efeito identitário causado no ouvinte. O fato é que precisamos prestar atenção a essas reações provenientes dessas identidades para que possamos e aprendamos melhor lidar com tudo isso, manifestando a nossa preferência, mas acima de tudo, ter compaixão e enxergar o próximo ou os outros como pessoas que as preferências deles precisam prevalecer.


217 4.9. SOBRE MEMÓRIAS

Memórias nos vêm à mente frente a qualquer situação ou pessoa na qual interagimos. No dicionário de português online temos a seguinte definição para memória: “faculdade de reter ideias, sensações, impressões, adquiridas anteriormente; efeito da faculdade de lembrar; a própria lembrança ou recordação que a posteridade guarda”149.

4.9.1. PERGUNTA – Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Neste bloco de perguntas queremos verificar o que estes hinos, “Graças dou” e “No templo a Isaias sucedeu”, trazem à memória para os entrevistados. Acreditamos que serão reações bem pessoais, pois as associações são feitas conforme suas vivências e experiências adquiridas ao longo da sua vida. Essas coisas são bem personalizadas e individualizadas, porém achamos oportuno averiguar que tipo de lembranças isto provoca nas pessoas para compreender melhor este fenômeno provocado por música, neste caso, pelos hinos referidos. Entrevistado 1, italiano, distante

“As lembranças que eu tive é as

missas, ah.... dos cultos gregorianos, assim que conheci dos filmes de apresentações de DVDs. Pessoal... eu lembrei de uma mas não do nome da música, que eu assisti na internet.” Entrevistado 2, italiano, distante “Me lembrei de quando eu frequentava mais a igreja e quando eu tocava na igreja, porque eu parei de tocar por falta de tempo, e outros grupos assumiram, outras pessoas assumiram. Então eu me lembrei de quando de que eu comecei a cantar na igreja, me lembrei dessas tentativas que a gente tinha de criar esses grupos vocais a fim de melhorar essa experiência vocal das pessoas que tinham na igreja.” Entrevistado 3, italiano,

distante

“Mais infância.”

Entrevistado 10,

orientais e

miscigenação, distantes “A primeira me lembrou essa coisa de coral, na verdade as duas me lembraram coral, tipo, de igreja, mais a segunda, mais especifico, eu me lembrei de chuva.” Entrevistado 11, orientais e miscigenação, distantes “(Resposta em mensagem de voz pelo 149

https://www.dicio.com.br/memoria/ visualizado em 29/11/2016


218 WhatsApp em 06/06/2016): Claro, lembrança é sempre remetido a coisa da igreja, então, as vezes se passava, aqui no Brasil que faltou um pouco isso, aquela coisa, e que aqui tem muita igreja, em São Paulo, pelo menos, né, sempre morei aqui. Fora de São Paulo, meu, em Minas, memo no Sul, já fui, no Sul eu acho que tem mais, no Sul acho que tem mais, o Sul, nesse aspecto, leva vantagem, porque lá pra cima, memo em Minas, um lugar infestado de igrejas, digamos assim, falta uma parte, eu acho que falta a parte cultural da igreja lá, pra mim, é uma coisa minha, não sei, eu não sou pesquisador, possa tá falando um monte de baboseira mas eu achei, que assim, pela quantidade de igreja que tem em Minas, é desproporcional a parte cultural do que a igreja tem a oferecer, tá, apesar, das instituições que lá, a parte, ai fica parecendo aquela coisa, é, segurar os fiéis a qualquer custo, mas não ter a parte muito prática de ter as atividades, realmente, entendeu? Fica parecendo aquela coisa, você é bombardeado pela aquilo lá o dia inteiro mas da parte moral da parte, nem da parte moral porque no Brasil ela está abandonado, né. Tipo aquela coisa, eu acredito em Deus, eu acredito, mas eu mato o cara na rua porque eu tô afim, depois eu me arrependo e tá tudo certo... lógico, isso é um outro papo. Eu nem quero entrar nesse assunto, né. Então, sempre me remeteu tinha músicas na igreja, eu sei do valor social, política, persuasiva que tem a música na igreja, tanto que a igreja controlou muito a música por, acho que o tempo todo, até hoje né, então, eu acho que falta sim, porque as pessoas não tem essa associação, da música com a igreja, da forma que você tá meio que me apresentando também, né. Pra ele aquilo não é música, aquilo lá é qualquer coisa, assim, sabe, aquela coisa, parece um fundo de trilha sonora quando vai ter a missa? Então, sabe, tá um pouco dissociado, eu acho...” Entrevistado 12, orientais e miscigenação, distantes “Não sei se você reparou, mas eu tava olhando o tempo inteiro para o lado direito. Eu to tentando imaginar alguma coisa, a partir da melodia e da harmonia. Não consegui lembrar de nada. E de fato, músicas não me despertam lembranças, somente a minha imaginação. Então não sei se dá pra entrar direito na pesquisa..” Entrevistado 19, índios, distantes “Que eu lembrei, principalmente, foi dos meus familiares que já foram e que cantavam em coral e eu acompanhava quando era criança. Ia pra igreja e eu ia com eles. Eu não cantava, mas ficava ouvindo. Eles cantavam, tocavam (em coral)...” Entrevistado 20, índios, distantes “É na verdade, lembranças assim não, porque é uma música atualmente eu to ouvindo ela, não é porque é antiga assim na minha vida que eu lembro com clareza, assim, que eu não dava a verdadeira graça né, agradecimento, principalmente, Palavra de Deus,


219 ouvindo,

participando

das

reunião,

dos

cultos,

principalmente.”

Entrevistado 21, índios, distantes “Não. O que eu pensei? Quando um grupo de jovens está reunido.” Entrevistado 28, negros e mamelucos, distantes “A minha família.” Entrevistado 29, negros e mamelucos, distantes “Que me levavam pra missa.” Entrevistado 30, negros e mamelucos, distantes “Ah.. da ida com a minha mãe as igrejas.” Entrevistado 37, índios e manauaras, distantes

“(Além das

mencionadas...) ... não.” Entrevistado 38, índios e manauaras, distantes “Bom, da igreja, e assim, do mês de dezembro que tem sempre festas natalinas e é quando se mais tem, né, canções, coral, essas coisas...” Entrevistado 39, índios e manauaras, distantes “Bem, teve alguns momentos, bem, bem... O que me remeteu agora foi, eu acho que, momentos de infância... momentos de infância. Foi quando eu ouvi a segunda, eu fiz uma viagem na casa antiga, no pais, os presentes, bem interessante. Acho que a música tem essa capacidade.”

No grupo distante de uma igreja luterana, em sua grande maioria lhe faz lembrar, em termos de quantidade, basicamente da família, igreja e da infância. Outras coisas mencionadas foram missas, cantos gregorianos, filmes, igrejas, coisas de coral, chuva, remeteu a valores sociais e políticos, entes queridos, grupo de jovens, festas natalinas e canções natalinas, também, esse tipo de música, por mais que a gente não conheça, provoca e instiga a imaginação. Entrevistado 4, italiano, próximo “Infância, meus pais.” Entrevistado 5, italiano, próximo “Muitas, muitas, de felicidades, de alegria, de dor...” Entrevistado 6, italiano, próximo “Lembranças boas, que a gente tá, quando toca uma música dessa, a agente sabe que tá com Deus, daí, a gente tá ouvindo, tá participando, se tá um grupo ta todo mundo unido e sabendo que Deus tá por perto, tá protegendo a gente.” Entrevistado 13, orientais e miscigenação, próximos “A primeira eu tive mais a lembrança da minha família em si, porque a minha mãe, gosta bastante, então eu lembro bastante da minha família. Lá em casa ela canta... então eu lembro mais disso. E a segunda, como não tinha escutado não tenho uma lembrança assim. Não me veio nada a cabeça. Fiquei mais tentando ouvir a música. Era uma novidade... é.” Entrevistado 14, orientais e miscigenação, próximos “Eh... me traz, eh... da infância, mesmo. Por eu ter mais contato, assim, com grandes igrejas, assim, que tinham coral, me lembra diretamente é isso.” Entrevistado 15, orientais e miscigenação, próximos “Talvez sobre a primeira, a imponência da família, ter parentes


220 mais conservadores, mais brabos assim. E sobre a segunda mais a calma, mesmo, da gente pensar antes de agir, não sei, é isso...” Entrevistado 22, índios, próximos

“Não... (momentos especiais)...” Entrevistado 23,

índios, próximos “Não me trouxe nenhuma memória em especial além da família tocando.” Entrevistado 24, índios, próximos “As duas? Então, eh... me lembrou os cultos antigos que eram mais.... tinha mais coral.” Entrevistado 31, negros e mamelucos, próximos “Igreja e lembranças da igreja.” Entrevistado 32, negros e mamelucos, próximos “Trazem e como trazem!!! Uma pessoa, que viveu no mundo sem pai e sem mãe, tem um grande Pai que foi o Senhor, e hoje eu sei o que ele significa na minha vida, pra mim isso é uma grande bença” Entrevistado 33, negros e mamelucos, próximos “Tem o tempo de criança que eu fui sacristão. Fui... fui... fui. Ajudei muito o padre a reza a missa.” Entrevistado 40, índios e manauaras, próximos “Especificamente, (risos, gargalhadas...) quando comecei a ter aula de canto e não fiz mais, e parei. Eu tinha treze anos. (risos e gargalhadas). É na verdade é isso, eu acho muito lindo, música é algo que me encanta muito, mas eu não conheço com propriedade, né. E é uma coisa que quanto mais você se dedica mais você se aperfeiçoa.” Entrevistado 41, índios e manauaras, próximos “É bem aquilo que eu falei na primeira (risos e gargalhadas) Não é assim: É... me deixa um pouco “deprê” porque assim, nos remete aos velórios. Lembro que, hoje em dia nem tanto, mas antigamente quando eu era criança ia em velório, era uma coisa, velório era muito sagrado, né, então eles colocavam esse tipo de música, esse ritmo, né, e a gente ficava ouvindo ou na semana santa. A igreja colocava e nos deixava num momento de guardar, de dor, de tristeza, né. E eu acho que, tirando desses momentos, e até nesses momentos mesmo Deus é vida, é amor, é alegria, né. E a gente tá li, e a gente se aproxima mais de Deus quando a gente está com alegre e a questão da escuta, de escolha né, também de gosto.” Entrevistado 42, índios e manauaras, próximos “Ah... da igreja. Acho que essas músicas lembram muito, e principalmente, eh... uma igreja talvez mais tradicional, até como a igreja católica. Acho que tem esse tipo de cantos, assim... são mais... (Entrevistador: você chegou a ter experiências na igreja católica ou sempre foi evangélico?)... não... eu já tive assim, de assim televisão, uma coisa assim, (Entrevistador: nunca foste católico?)... não... eu fui na igreja católica antes, mas algumas vezes que dá pra contar no máximo 5 vezes. (Entrevistador: A tua experiência de igreja é realmente experiência da igreja evangélica?) ...é realmente é da igreja evangélica.”


221 Em linhas gerais, para este grupo de pessoas próximas a uma igreja luterana, a maioria das lembranças remetem a infância, a igreja tradicional e conservadora, a velórios. Mas segue a amplitude de coisas que trouxe a memória dos entrevistados: infância, felicidade, pais, alegria, dor, Deus, família em si, imponência de uma família conservadora, rigor da família conservadora, cultos antigos, uma pessoa que viveu sem pai nem mãe, tempo de criança quando fui sacristão, quando comecei a fazer aulas de canto, remeteu a velório, semana santa com a dor e tristeza, lembra Deus com seu amor, alegria, lembra da igreja, da igreja tradicional e a igreja católica.

Entrevistado 7, italiano, luterano “A igreja.” Entrevistado 8, italiano, luterano “Em relação a primeira música, é a gratidão a Deus, o conforte... eu tive uma experiência bastante forte, que foi a perda de uma filha (emocionado e marejando os olhos) e mesmo assim, nós devemos agradecer a Deus, porque ele sabe o melhor caminho para as nossas vidas. E esperarmos até o dia do reencontro.” Entrevistado 9, italiano, luterano “A primeira, obvio, de cara o casamento. A segunda não tem nada assim de coisa. Mas a primeira, começa com o casamento, que é agradável de ouvir, tu sente que é uma coisa de dentro, agradecendo a coisa que tu recebeu, a segunda, pessoalmente tu tinha que ouvir de novo, duas vezes ali, tche.” Entrevistado 16, orientais e miscigenação, luteranos “A lembrança que eu tive já falei, né, anteriormente”. Entrevistado 17, orientais e miscigenação, luteranos “DA minha adolescência, da outra igreja que eu participei.” Entrevistado 18, orientais e miscigenação, luteranos “Internato e igreja. Lá a gente tinha as aulas e era obrigado a ir todo domingo ir na igreja. Mesmo o infantil, mas tinha a gente tinha obrigação. E do sáb(ado), da noite, como ele era pastor, naquela época, ele e a mãe dele que tomava conta da escola, então a disciplina era rigorosa...” Entrevistado 25, índios, luteranos “É verdade (reagindo emocionada), não lembrar do Antônio e do tio Elias, que deram o exemplo. Eh... Faz parte da família.” Entrevistado 26, índios, luteranos “As lembranças minha é sempre quando eu cantava no coral.” Entrevistado 27, índios, luteranos “Eh... essas músicas me traz lembranças de, do começo da obra da nossa cidade. Eu lembro que no começo o coral cantou muito esse hino, essa canção do graças dou, e traz lembranças do meu vô, ou do meu pai, né, então me veio a memória eles quando ouvi esta canção.” Entrevistado 34, negros e mamelucos, luteranos “Eu fiquei imaginando um coral grande e com muitas pessoas


222 cantando num teatro, com muita gente ouvindo. Isso foi a primeira coisa que eu pensei quando começaram a cantar. E eu confesso que eu me arrepiei, eu achei bem bonito. (Entrevistador: Elas te remetem a mais uma apresentação cultural ou culto a Deus?) É de fato, com essa pergunta, eu acho, por eu, pela primeira imagem que me veio a mente, eu acho que ficaria, também ficaria bonito num culto, mas eu acho que numa apresentação, eu acho que seria mais, me remeteu mais a isso, a primeira música. (Entrevistador: Na sua opinião elas servem para um culto?) Sim, servem, não por eu ter a principio imaginado, porque eram cantores, né, mas eu acho que isso dentro de uma igreja, de um templo, com todos cantando, eu acho que é muito bonito também. (Entrevistador: Elas seria adequadas para o canto congregacional?) Sim.” Entrevistado 35, negros e mamelucos, luteranos “Não. Não.” Entrevistado 36, negros e mamelucos, luteranos “Não... enquanto eu estava o ouvindo eu pensei assim, em igreja mesmo, e todos cantando assim a música, e todos sentindo nela, a música.” Entrevistado 43, índios e manauaras, luteranos “Lembrei da minha mãe por causa do coral e do meu pai também, porque, quando ele, quando a gente tava junto, ele, na igreja, ele cantava muito forte essas músicas, então essas coisas sempre me recordam dele, da voz dele cantando.” Entrevistado 44, índios e manauaras, luteranos “Quase a minha infância inteira (risos...).” Entrevistado 45, índios e manauaras, luteranos “(Risos)... Eh... quando eu ouço essas músicas, eu lembro dos familiares do meu marido do sul. Que eles são luteranos e isso está muito forte na vida da família.”

Neste grupo de luteranos lembram, normalmente e basicamente (já era de se esperar) a vida familiar e a vida de uma congregação luterana. Ou seja, sobre memórias mencionaram termos como igreja, gratidão a Deus, perda de uma filha, agradecimento a Deus, o casamento, adolescência, internato e igreja, entes queridos (pai e avô) que cantavam muito essa música, momentos quando cantava no coral, começo da missão em cidades, imaginação de um grande coral num teatro, da mãe levando a igreja, do pai cantando forte no culto, infância inteira, dos familiares luteranos do meu marido do sul cuja prática de cantar é muito forte na família. Fazendo um fechamento deste ponto sobre memórias e lembranças, o que me chama a atenção, é o impressionante poder que uma música tem de evocar lembranças, memórias e experiências. Texto, melodia, harmonia, ritmo e arranjos passam informações, conteúdos e sensações propiciando vivências


223 e experiências que são guardadas e que, no momento oportuno através de canções e hinos, são revividas através dessas lembranças e memórias. As emoções são inevitáveis, tanto boas como ruins, conforme a experiência. Aqui cabe uma frase “recordar é viver” e a música é um importante instrumento capaz de acionar a memória. Qualquer condutor, pastor, professor, maestro, ou seja, qualquer função de condução social, não pode mensurar a gama de informações, sensações e experiências vividas, provocadas, armazenadas e revividas que estimulam. Por isso, através deste bloco de perguntas, reforço que é impressionante o poder que a música tem de evocar lembranças, memórias e experiências.

4.10. PERGUNTA OPCIONAL PARA COMENTÁRIO LÍVRES

Neste

bloco de perguntas,

damos a

oportunidade para

a

manifestação de alguma coisa que gostaria de dizer sobre os hinos ouvidos e não foi contemplado nas perguntas desta pesquisa.

4.10.1. PERGUNTAS – Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Entrevistado 1, italiano, distante “Eu acho que não. Não tenho nada. Ah..eu tenho sim... as duas são muito bonitas, mas a primeira música, pra mim

contempla

todos

os

elementos

como

harmonia,

voz

e

instrumentalização. Então eu acho que contempla todos os elementos de uma boa música e a letra contribui bastante também pra, a letra e a execução das pessoas, para que obtenha esse resultado, que realmente tenha sentido pra quem escuta, né. Transmita um sentido bom!” Entrevistado 2, italiano, distante “Não.” Entrevistado 3, italiano, distante “Não, não. As músicas são bem bem bonitas, é bem, é uma coisa diferente, mas é bonito.” Entrevistado 10, orientais e miscigenação, distantes “Acho que não.” Entrevistado 11, orientais e miscigenação, distantes “(Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Eu acho que deixa você perguntar, porque também não sei como ficou isso aqui, por enquanto vai ser o último áudio que tô


224 mandando, e, meu, fica a vontade pra me retornar, qualquer coisa, se as respostas tiverem satisfatórias me fala, né, ou não estão né, e então, o que precisa também você me retorna aqui, tá, não tem problema nenhum, então, se fiz algum desfalque aí, ou esquecer alguma, acho que não, me retorna, não precisa né, sem pressa, eu sei que mandou o texto aqui, mas vai acompanhando com calma, né, não tem pressa não. Até porque daqui a pouco tem que ir pra rua aqui, já, a gente vai se falando, fica tranquilo que assim, eu não respondo muito rápido, mas eu respondo alguma hora, tá, demoro um pouco mesmo porque as vezes to na rua, não tem internet, então fica tranquilo pra mim retornar. O que você precisar vou tentar responder por aqui. Tá bom. Bom obrigado, né, qualquer coisa tamo aí, e é só me retornar, tá bom! Obrigado.” Entrevistado 12, orientais e miscigenação, distantes “Então, quanto tentando acha alguma relação com a etnia, Que quando você vai olhar pra etnia, você vai olhar, ãã, vai entrar para um resquício de cultura predominante em determinadas etnias, se tiver um número de pessoas o suficiente. Então, quando você, talvez esse fosse o objetivo. Mas se este não fosse o objetivo, procurar culturas remanescentes em outras etnias influenciando o amostral, vai ter muito ruído por causa disso. É que eu to meio perdido aqui, é que eu não sei do que se trata a pesquisa, talvez é porque eu só posso saber depois.... Foi muito legal a pesquisa. Foi muito bom!” Entrevistado 19, índios, distantes ‘Sobre as músicas? Acho que músicas assim seriam bons, seriam boas pra ser tocadas em rádios, ou se levar, pegar um coral e levar em ambiente de escola, aqui mesmo na universidade, seria interessante trazer um coral porque são músicas que a gente não tem a oportunidade de ouvir sempre, principalmente na correria do dia a dia, você encontrar uma igreja que tem um coral assim, né, bem organizado tudo. Achei muito bom a entrevista. Gostei! Ainda mais ouvir estas músicas, nem pensei que ia ouvir hoje, mas até tinha esquecido das MPBs.” Entrevistado 20, índios, distantes “Ah... agradece a participação de estar colaborando com o pastor, que ele passa isso, muitas vezes em outros assuntos.. eh, conhecendo a realidade de cada local do Brasil, eu fico muito alegre, muito feliz, de participar.” Entrevistado 21, índios, distantes “Bom, eu queria agradecer ao pastor, eu achei interessante ouvi algumas opiniões, de diferentes pessoas e lugares, e essa participação eu agradeci muito.” Entrevistado 28, negros e mamelucos, distantes “Não, tudo ok.” Entrevistado 29, negros e mamelucos, distantes “Não.” Entrevistado 30, negros e mamelucos, distantes “Não.” Entrevistado 37, índios e manauaras, distantes “Não.” Entrevistado 38, índios e manauaras, distantes “É que cada música, ela tem, é assim, um contexto e, assim, um


225 hábito também, né, e como eu não tenho esse hábito de ouvir por isso deve ter sido a minha dificuldade de entender com clareza a letra.” Entrevistado 39, índios e manauaras, distantes “Acho que não.”

Nessas manifestações livres sobre o assunto neste grupo distante de uma igreja luterana têm menções de agradecimento por participar da pesquisa e as justificativas e pedido de desculpas por não ter conseguido responder, na ótica deles, satisfatoriamente o questionário. Observação sobre a etnia, que é um assunto, em termos quantitativos, vem volátil e impreciso, porém no campo qualitativo, temos ingredientes necessários para observar realidades e tendências, visando uma interação ou, no caso do cristianismo, uma melhor abordagem da música cristã evangelística no contexto brasileiro. Entrevistado 4, italiano, próximo “Não. São muito bonitas. As letras são maravilhosas. Eu adorei!” Entrevistado 5, italiano, próximo “Quem vive isto, vive o amor e é uma pessoa feliz.” Entrevistado 6, italiano, próximo “Não, tudo bem, tá tranquilo. (risos)...” Entrevistado 13, orientais e miscigenação, próximos “Não. Não.” Entrevistado 14, orientais e miscigenação,

próximos

“Não.”

Entrevistado

15,

orientais

e

miscigenação, próximos “Não. Acho que é isso!” Entrevistado 22, índios, próximos “Prossora, nós temos uma igreja evangélica no ibério, né. E nós estamos pedindo a Deus em oração, que nos desse uma maneira, nós temos muitos jovens, patrícios, indígenas, que nos gostaríamos de aproveitar, de fazer um conjunto de instrumentos de sopros, mas ainda nós não temos tido essa oportunidade. Já está na nossa mente, já estamos pedindo a Deus. Se já está na nossa mente, e eu acho que a gente vai chegar lá. ... pra coisa útil sempre estamos a disposição...” Entrevistado 23, índios, próximos “Não, mas a música acho que está presente em nosso dia a dia, querendo ou não ela está presente. E essa melodia, é como eu falei, está presente no meu dia a dia, na minha vida, então, minha mãe toca, ela toca o órgão na igreja, então eu to convivendo com isso praticamente na minha vida toda. Então desde criança eu escuto essas músicas, esse ritmo, essas melodias. Não é novo não...” Entrevistado 24, índios, próximos “Ah... a minha dúvida é essa, que as vezes, nesse segundo cântico aí ficou muito difícil de entender as letras. Só isso...” Entrevistado 31, negros e mamelucos, próximos “Não, acho não, assim, só, que eu já falei mesmo, das pessoas, de algumas pessoas que já partiram, e participaram da igreja no meu tempo e até hoje, e que são músicas belas, músicas boas pra se ouvir, músicas com letra boa, que é uma coisa que a gente precisa muito. ...


226 (Entrevistador: Acho que dá pra colocar tranquilamente em nossos cultos?) Acho que dá. Principalmente, essa segunda, numa parte, na Santa Ceia, ficaria muito bonito, pra gente ouvir. (Entrevistador: Será que o pessoal iria se animar a cantar junto?) Acho que sim.” Entrevistado 32, negros e mamelucos, próximos “Que comentar a graça que a gente tem que dar, dia a dia, mesmo pelos piores momentos da nossa vida, é, louvar, louvar, louvar, porque através do louvor você agradece, você sente a paz de espírito, você sente Deus perto de você, e aí é que a gente vê que a gente não está só... tá entendendo??? É isso aí... Entrevistado 33, negros e mamelucos, próximos “Não, tudo bem!” Entrevistado 40, índios e manauaras, próximos “Não. Solamente.... (Entrevistada ao entrevistador: Poxa! O senhor fez muita pergunta difícil... (risos).” Entrevistado 41, índios e manauaras, próximos “Não, eu acho que a pesquisa deve ser resultado dela bem... bem... interessante, né, vai contribuir muito. E eu acho que, das músicas que ele tá perguntando, né, das músicas... me perdi... não, eu acho assim que o trabalho vai ser um trabalho de pesquisa bem valioso mesmo, e que a questão dos hinos são muito, são positivos, e talvez a minha escuta é que não teja acostumada com ritmo assim com apresentação de coral de tudo que é muito difícil até na nossa região, de ter apresentação assim de corais nas igrejas né, não sei, nas igrejas evangélicas, mas o que se usa mais são bandas, né, e a banda anima mais, pega a mesma música, a mesma letra mas eles tocam num ritmo diferente desse ritmo de coral, né. Como se fosse uma música erudita, uma música uma ópera um negócio assim, né. Mais, não sei, e também eu não posso contribuir muito que eu não entendo muito de música, eu não consigo, né (risos) distinguir um instrumento do outro (gargalhada).” Entrevistado 42, índios e manauaras, próximos “Eu acho assim, eu acredito muito, ah.. no impacto da música no... e da mensagem da música. Porque a música ela combina com a mensagem que ela tá dando com a melodia e o ritmo que mexe com os nossos sentidos, como nós comentamos. Então, é quando você mexe com os sentidos das pessoas, pra que elas fiquem mais sensíveis a uma mensagem. Então eu acredito muito no poder da música nas igrejas evangélicas. Eu acredito muito nisso, exatamente, porque você.. eh eh eh... chamar as pessoas a uma mensagem. É como se você provocasse nelas aquela aquele teor que tá ali, você tentando passar através da letra.” “(Entrevistador: O João é nosso coordenador de engenharia mecânica, é membro da igreja metodista wesleyana, tem formação em teologia também, e, está trabalhando como, vamos chamar, pastor auxiliar é isso?) ...é mais ou menos isso... (pastor auxiliar de uma das comunidades aqui de Manaus).”


227 Nessas manifestações livres deste grupo próximo a uma igreja luterana teve pedido de ajuda e oração para fazer um grupo de sopros na congregação indígena para ocupar a mente dos mais jovens. Houve comentários sobre a importância da graça de Deus em nossas vidas e reflexões sobre o tema gratidão a Deus que precisa ser reforçado e lembrado na vida humana. Uma espécie de reforço ou aprofundamento do que disse em perguntas anteriores. Destaque de que este trabalho de pesquisa será bem interessante, valioso e uma bênção para a igreja e sociedade. Um incisivo comentário sobre um contexto regional, que soa como um incentivo no contexto brasileiro sobre as bandas contemporâneas. “Que se usa na região são bandas, com músicas mais ritmadas, pois com banda anima mais a mesma letra e melodia”150. Eles tocam a mesma letra num ritmo diferente do ritmo de coral que se torna mais adequado para o contexto local em termos de interesse para ouvir e louvar a Jesus daquela maneira. Houve um comentário enfatizando o impacto da música e da mensagem cristã na sociedade. Fé e esperança de que a música tem um poder muito forte na edificação cristã e testemunho na sociedade, bem como, na missão cristã no mundo como sal e luz, analogia ao incentivo de Jesus para a interação dos cristãos no mundo. Entrevistado 7, italiano, luterano “Não.” Entrevistado 8, italiano, luterano “Como comentei, eu não tenho conhecimento dentro da música, talvez fique devendo algo nesse sentido, mas, ah, a questão que devemos divulgar mais, explorar mais a apresentação da Palavra de Deus por música, acho que tem que cada vez mais, que é uma forma importante, é uma forma de memoriza essa palavra que nós temos, através de música. Então acho que é um canal que tem que ser bastante explorado, não saberia dizer, como não tenho conhecimento musical, qual seriam as formas de como fazer esta apresentação... Agradecemos, espero ter contribuído aí, não profissionalmente, mas... espero ter contribuindo aí...” Entrevistado 9, italiano, luterano “É, eu acho que, como é que eu vou dizer assim, tinha que forma uma mini orquestra aqui. Mas tem pouca gente que toca instrumento assim, diferentes, nunca conseguimos fazer um, então conseguimos fazer um coral aqui. ... a maioria toca assim aqui violão. É difícil alguém que toque um instrumento diferente, assim,

150

Entrevistado 41, índios e manauaras, próximos


228 desvolto, eu acharia legal se pudesse montar uma mini-orquestra qui dentro.. Não sei se é possível, apesar de hoje a gurizada não quer mais tocar instrumentos assim, é difícil de ver, só violão, achar alguém que toca um trombone, um bombardinho, um pistão hoje é difícil, é mais complicado, um clarinete, isso é bonito, sabe... Eu acho que tem uns hinos da igreja bem legais assim, principalmente na parte dos 200 e 200 e poucos assim tem vários hinos com a melodia muito bonita. Até que tocou hoje no coro da igreja o 220 “Senhor meu Deus”... não o 210 “é Deus que fez a terra”... tem umas melodias, umas subidas de notas que são muito bonitas, eu gosto daquele hino. Tem vários que eu acho bonitos, tem uns que, pra mim, como eu tenho uma coisa que toquei muito entra meio quadrado nos ouvidos, não te mexe, até tu toca aí, mas o cara tocou uma coisa comum. A melodia da música pra ouvir ela muda muito... se é quadradão... bah... já não vai...mas tem muita música gospel que não dá pra ouvir, é muito chata, a letra é legal mas a melodia não dá pra ouvir. Tem músicas que são o contrário, aquela música “Aleluia” nã nã nã nã nã nã, que se toca assim. A letra é horrível, eu peguei a tradução daquela música, não tem nada a ver com gospel aquilo dali. Fala do rei Davi com a Batseba, então se for ver a letra é horrível, só que a melodia pega muito, só que fizeram muitas versões no Brasil, de que não tem nada a ver com o original. Não tem nada a ver uma com a outra. A original fala do rei Davi e a Batsaba, se amarrou na cosinha, na terceira na quarta, então não é uma letra assim, gospel... o pessoal aproveitou a melodia...” Entrevistado 16, orientais e miscigenação, luteranos “Olha, é, acho fantástico o nosso hinário, o Hinário Luterano, a música tradicional da igreja, liturgia, foi uma das coisas, que quando eu era jovem, me atraía, eu fazia questão de ir na devoção onde tinha as “matinas”, no culto onde era as matinas, vésperas, ordem II, eu adorava. Eu gostava até mais do que quando o pastor usava a liturgia alternativa, né, então, eu acho que assim, esta nossa herança musical litúrgica fantástica e é missionária sim, porque eu sou fruto da missão, e eu permaneci na igreja, ia no culto, porque eu gostava, dessa nossa, do que a gente chama de tradição, né. Mas eu também acho que a gente tem que dar abertura pra sons brasileiros, a gente tem que ter uma alternativa litúrgica, talvez uma reforma litúrgica, no sentido de não abolir o que a gente tem, de manter, e acrescentar é, um som brasileiro, eu não sei que som seria esse, mas algo num ritmo mais fluido, né, como uma alternativa de culto, né, como uma alternativa de ordem litúrgica, quem sabe um som fluido de um choro com, chorinho com samba, com toque de pagode em algumas partes, acho que, ficaria lindíssimo com a liturgia na linguagem de hoje, que a comissão de culto, que o pastor Brum com


229 vocês fizeram ali. Aquela liturgia contemporânea, então, era isso que eu gostaria de acrescenta. Parabeniza o Pastor Paulo Brum pela pesquisa, parabeniza-lo também pelo trabalho no Hinário Luterano, a nova edição e deseja que esta pesquisa seja uma bênção na vida da igreja, do cristianismo e do reino de Deus em geral.” Entrevistado 17, orientais e miscigenação, luteranos “Não. Eu gostei de participar. Foi bom. Foi bom, foi gostoso.” Entrevistado 18, orientais e miscigenação, luteranos “Não era só isso mesmo, né.” Entrevistado 25, índios, luteranos “Muito obrigado pela participação. Espero que eu tenha contribuído pra vocês...” “OBS.: (Explicação da entrevistadora Isabel Ratund que está envolvido no projeto de missão luterana na tribo Terena de Aquidauana) Sobre a menção do senhor Antônio e Elias. O seu Antônio era avô de muitos terenas, inclusive da entrevistada e o senhor Elias era pai e tio de muitos em função do Antônio. Seu Antônio foi um dos primeiros da aldeia, aldeinha a chegar ali. Ele era missionário já, desde criança, junto com os pais, eles são cristãos desde pequenos. Ele não era diretamente da nossa igreja quando pequeno. Ele passou pra nossa igreja a uns 40 anos atrás. Ele foi o braço direito de vários pastores ali da aldeia principalmente da nossa missão da aldeia luterana. Depois que ele passou pra igreja luterana, ele foi o que mais andou, fez, a gente chamava de “apóstolo Paulo Terena”. De tamanha veia missionária que ele tinha. E desde pequeno ele cantava, né, eu tenho alguns áudios dele cantando tudo. Ã... quando ele estava conosco. Ele faleceu este ano, em março. E o seu Elias, também, filho do seu Antônio, tem essa, os dois, com essa musicalidade muito forte, gostavam muito das músicas luteranas, da igreja, com órgão, com tudo, e faziam parte do nosso coral LUTERENA que é Luteranos Terenas. E eles cantaram no Congresso Nacional das Servas em Joinville. Então, o seu Elias também, era, o seu Antônio era tenor e o seu Elias era Baixo. Ele era também muito ativo na igreja, foi cacique da aldeia. Seu Elias era mais político, o seu Antônio era mais pro lado espiritual e os dois muito cristãos e muito dedicados.” Entrevistado 26, índios, luteranos “Sim. Eu sempre, eu alembro, e sempre tenho comentado com as minhas amigas, né. Eu tenho esse prazer té hoje.” Entrevistado 27, índios, luteranos “Eu acho com relação a execução dessas música, né, seria bom se tivesse o acompanhamento de flauta, né, porque é um som muito bonito, bem suave, o coral com auxilio de instrumentos que vão contribuir na divulgação dessas músicas, e na minha opinião, música com mensagens assim ela, de um jeito suave, ela, eu acho com o auxilio de uma flauta ou de um violão, até mesmo de um teclado que já tem, né, seria uma parte essencial na divulgação dessas


230 músicas.” Entrevistado 34, negros e mamelucos, luteranos “Não.” Entrevistado 35, negros e mamelucos, luteranos “Não.” Entrevistado 36, negros e mamelucos, luteranos “Não.” Entrevistado 43, índios e manauaras, luteranos “Sim. Eu acho que, eh... essa pesquisa bem interessante, porque ela foge do contexto, pelo menos eu nunca tinha visto, foge de um contexto do dia a dia nosso, né. Como eu falei, eu tenho mais contato com músicas que eu ouço na rádio, porque a gente tá corrido bota a rádio no carro e as músicas que a gente ouve são as músicas mais modernas, de cantores mais modernos. E essas músicas que falam sobre a religiosidade, elas são, elas ficam maquiadas, as vezes, né, um cantor ou outro que fala alguma coisa, mas é bem corrido, então, eu acho que são músicas que a gente poderia ter em nosso dia a dia de uma forma mais frequente. E não somente, a questão de nós ouvirmos na igreja, né, eu lembro da igreja, ou eu lembro de uma mensagem bíblica, ou de vez de lembra eu lembro de um trabalho que eu tava triste eu ouvi uma música lembrei. Então, acho que neste contexto, eu acho que seria bem interessante serem músicas que fizessem parte mais do dia a dia das pessoas e não somente no fato de nós irmos na igreja

e

ouvirmos

somente na igreja essas músicas. Seria isso que eu teria para acrescentar...” “OBS.: Ela é integrante da igreja luterana há uns 15 anos.” Entrevistado 44, índios e manauaras, luteranos “Não. Nada a comentar, nada a acrescentar.” Entrevistado 45, índios e manauaras, luteranos “Não. A única coisa que eu poderia comentar que nessa minha experiência os hinos me tocam mais.” “OBS.: Perguntei pelo whatsapp (26/5/2016) sobre “O que você entende por hinos?” ela me respondeu: “Os mais tradicionais. Do hinário luterano. Aqueles que me lembram canto gregoriano. O segundo hino que ouvi leva a uma introspecção e o primeiro, ele é " mais dispersivo" no meu conceito embora belo”.

Entre os luteranos, neste bloco de respostas livres, foi mencionado o dever de divulgar mais e explorar mais a Palavra de Deus por meio da música, pois é uma forte forma de memorizar a Palavra de Deus em nós. Houve a manifestação do desejo de montar uma pequena orquestra na comunidade local, mas, devido ao desinteresse da juventude em aprender instrumentos acústicos não é possível ou é um grande empecilho para chegar a concretizar este desejo. Os jovens estão mais interessados em instrumentos populares como violão, baixo e bateria o que dificulta montar uma mini orquestra, porém uma banda, seja um caminho mais acessível e adequado para o contexto. Teve também elogios e destaque ao hinário luterano, a música tradicional e a


231 igreja litúrgica, pois existem pessoas que são atraídas por essa maneira de testemunhar e edificar-se na Palavra Salvadora de Deus. A herança musical luterana é fantástica e é também missionária com certeza. Mas também é importante se dar abertura para sons brasileiros, um ritmo mais fluído como de um choro samba ou pagode que atingirão outros tipos de pessoas dentro do lema da IELB “Cristo para todos”. Nesse sentido, fica o incentivo para composições de músicas que fizessem parte mais do dia a dia da pessoas, com conexões de temas que fazem mais sentido com o cotidiano associados com a Palavra de Deus. Este tipo de coisa está carecendo na igreja cristã, e também luterana, o qual se torna um desafio, ao mesmo tempo, um objetivo a ser traçado e alcançado. Por fim, através da reação do entrevistado 40 dos índios manauaras próximos a uma igreja luterana, dizendo que “o senhor fez muita pergunta difícil... (risos)” é perceptível a dificuldade dos entrevistados com a quantidade de perguntas bem como a diversidade e profundidade das perguntas, também a especificidade das perguntas às quais levavam a certos conteúdos e conceitos os quais não tinham sido despertados a observar até então. Entendemos que foi necessário pois nos dá uma dimensão maior, ou por que não dizer, um pouco mais próximo da plena noção do que um hino ou canção informa, provoca, evoca e lembra.


232

CONCLUSÃO

Estas considerações finais deste trabalho estão divididas em 3 partes. As considerações sobre as variáveis, comentários finais sobre a análise das respostas e a comparação dos resultados com as hipóteses levantadas no anteprojeto de pesquisa. As variáveis a serem consideradas nas respostas dizem respeito ao entrevistador e entrevistado considerando sua familiaridade com os conteúdos dos questionários. Por exemplo, um entrevistador, pastor, professor e amigo, conforme a proximidade e a autoridade que se dá ao entrevistado, os assuntos evoluem e fluem mais ou menos, conforme essa variável. Também com relação

ao

entrevistado,

quanto

mais distante,

menos comprometido

sentimentalmente e psicologicamente com a situação, significa mais coragem de falar o que pensa, sem medos ou melindres. Quanto a familiaridade de entrevistador e entrevistado com os conteúdos, é visível, em função de um cenário cultural educacional musical brasileiro, dificuldades com melodia, harmonia e ritmo, onde, conforme o conhecimento do entrevistador e entrevistado, obtiveram-se respostas mais consistentes. Em alguns casos, o entrevistador, por conhecer melhor os conceitos, funcionou como um facilitador. Em outros casos, o entrevistado facilitou a função do entrevistador, mas em resumo, em pesquisa tudo se aproveita e se analisa, e estamos tentando aproveitar cada situação, levando em consideração as variáveis mencionadas. Dito isso, menciono o receio, medo e preocupação que tinha com esse projeto de pesquisa quanto à aceitação dos hinos luteranos nas culturas e cultura brasileira. E nada melhor do que uma pesquisa científica qualitativa para averiguar e diminuir incertezas e averiguar caminhos aproveitáveis. A intenção é levantar reflexões, a partir do questionário, sobre a nossa prática frente à missão cristã multicultural, ou seja, averiguar a influência cristã luterana através da hinologia luterana no contexto cultural brasileiro.


233 Abordamos o conceito de “brasilidade” e observamos que é bem complexo e relativo em função do movimento e cruzamento étnico, social, intelectual e cultural que se somam, formando essa brasilidade que é diversa, dificultando uma definição. Mas trabalhamos com o conceito de “brasilidade” entendido como mistura das raças, saberes, histórias, pensamentos, culturas provenientes e desenvolvidas nos diversos locais do território brasileiro, que é caracterizado por esse multiculturalismo ou pluriculturalismo regionalizado. Esta conclusão fica evidenciada nos entrevistados das regiões mencionadas, onde se observa este multiculturalismo quando procuram definir sua etnia. Apesar de, como pesquisador, fazer um corte étnico (índios, negros, orientais, miscigenados, italianos) é uma representação muito minorada do que é e significa esta “brasilidade”. Ao mesmo tempo, indica e reafirma este pluriculturalismo ou multiculturalismo existente em nosso Brasil. A região ou cultura local influencia bastante as preferências pessoais de cada um, porém está sendo modificado com o acesso a informação, a novas culturas musicais pelos meios de comunicação. Isto fica evidenciado em uma boa parte dos entrevistados cuja preferência por uma cultura local está sendo, gradativamente, afetada por esse fenômeno chamado de globalização. Com

relação

às

preferências

pessoais

dos

entrevistados,

percebemos uma forte tendência em preferências ecléticas e circunstanciais, com identificações emocionais, históricas, políticas e ideológicas, com menções de uma leve preferência pelo regionalismo ou tradicionalismo local e étnico, tudo isso com uma forte influência da globalização e a facilidade de acesso às informações através dos meios de comunicação social. Em função deste cenário de preferências pessoais, podemos nos perguntar “como está a música luterana no contexto brasileiro?” Considerando a quantidade de cantores, bandas e compositores mencionados é bem raro ter um cantor, compositor ou banda luterana mencionada ou preferida. Dos mais distantes e próximos de uma igreja luterana era previsível, porém entre os entrevistados, haver pouca menção de preferências de música luterana, nos faz refletir sobre o “como está a música luterana no contexto brasileiro?” Será que ela é relevante no contexto brasileiro? Será que ela está atraindo, suficientemente, os povos e etnias para ouvir o evangelho? A nossa música


234 chama atenção no contexto em que vivemos? Será que ela é ouvida e preferida entre crianças, jovens e adultos da nossa sociedade? Importante destacar que o ecleticismo, a circunstancialidade e a identidade também permearam as escolhas e menções dos entrevistados, corroborando com as perguntas sobre dados pessoais. O “eclético” evidencia que estamos em uma sociedade onde tudo é acessível e partilhado. O “circunstancial” nos mostra que tem momento para tudo, para ouvir música conhecida, funcional, exótica e até para satisfazer a nossa curiosidade do diferente. Também a “identidade” direciona bastante as nossas preferências e escolhas, pois está associado às coisas mais profundas do ser humano, seja no âmbito emocional, psicológico, intelectual e espiritual. Destaco o multissensorial e multicultural, humanismo fortemente associado ao cristianismo, subjetividade cultural e humana, ressignificações humanas e culturais, conhecimento e familiaridade com o texto facilita a compreensão, tocar o coração e identificação da conexão do texto com a vida prática, bem como a adequabilidade local.

Somos seres humanos

multissensoriais e recebemos informações por vários sentidos, e não através apenas do texto ou da cognição. Somos razão e emoção. Mente e coração. E recebemos estímulos e provocações tanto do lado da razão como da emoção que evocam reações e julgamentos pessoais internos que geram atitudes frente a situações. Somos seres humanos que interagimos com uma sociedade brasileira multicultural, porque não dizer, um mundo multicultural, onde os significados das coisas são ressignificados pelas pessoas, tempos e culturas. Mesmo vivendo e sendo alimentado pela Palavra de Deus, constantemente, as associações da prática cristã com um pensamento humanista é muito frequente na interação com as demais culturas e fés contidas no mundo. O que nos leva a refletir sobre a emissão e a interpretação do conteúdo textual das músicas e prédicas sobre a fé cristã, humanismo e culturas, e suas inter-relações, bem como a nossa postura diante disto que nos cerca, e é real e constante. Sobre a linguagem, tanto textual como sonora, há graus de subjetividade decorrente da cultura social e educação pessoal que são importantes levar em consideração quando compartilhamos ou analisamos a receptividade dos conteúdos. Existem,

nesse sentido, ressignificações


235 humanas e culturais frente aos conteúdos e formas de apresentar esses conteúdos. Conhecimento e familiaridade com o texto facilitam a compreensão mas será que é tudo? Com o ensino claro e puro do conteúdo resolve todos os problemas e subjetividades nas interpretações? Temos indícios, levantados nessa pesquisa qualitativa, de que “tocar o coração” com a sonoridade e a “identificação do texto conectado com a vida prática” são ingredientes muito favoráveis a uma interpretação mais desejável entre emissor e receptor, bem como o caráter de adequabilidade ao contexto em que está inserido. Era esperado que quando mais familiaridade, identificação, ensino e proximidade com os conteúdos facilitaria a compreensão. Agora, para a surpresa, a pesquisa mostrou que as vozes corais cantando melodias harmônicas que, para quase todos, mesmo distantes, próximos e luteranos, atrapalham a compreensão do texto em função da gama de informações emitidas, é surpreendente. E outra, que entre cristãos luteranos, cultivando a mesma cultura e fé, observa-se o conceito de adequabilidade ao compartilhar algo, ou seja, dependendo do contexto cultural, social, intelectual e geográfico, se compartilha ou não esses hinos, independente da fé e impulso missionário. Sobre melodias, primeiramente, que pela subjetividade sonora das mesmas, a associação reporta a muitas coisas tanto da igreja como fora dela, boas e ruins, alegres e tristes. Isto varia conforme as informações e pressupostos de cada um, e é claro, com o ensino e vivências, essas melodias serão associadas diferentemente no decorrer dos anos. Mas fica evidente aqui o caráter associativo das melodias, em qualquer circunstância. Segundo, melodias são condicionadas a locais e contextos, ou seja, numa boa parte dos entrevistados houve a manifestação de que essas melodias são ouvidas apenas em igrejas ou em contextos de igreja. Isto nos traz a reflexão de que, se queremos alcançar pessoas diferentes com texto associado a melodias, precisamos rever o nosso conceito de melodias para atingir outras pessoas diferentes das frequentadoras das igrejas cristãs. Terceiro, sobre o cantar no dia a dia as melodias, está aqui presente a identificação, a circunstancialidade e a adequabilidade. Quanto mais me identifico mais expresso e reajo, dependendo do meu estado de espirito e necessidade, canto mais ou menos certa melodia e também, dependendo do contexto, mesmo querendo cantar,


236 pode não ser adequado, ou mesmo não querendo ou não sabendo cantar, percebemos que seria um momento adequado. Discernimento, sensibilidade e administração das situações e talentos são requisitados neste momento de decisão. A partir desta pesquisa, constatou-se que o coro a quatro vozes e a sonoridade contrapontística e harmônica do órgão de tubos, por mais belo e bem executado que seja, dificulta a compreensão do texto das músicas. O ser humano é multissensorial, e, talvez inconscientemente, exista muita informação sensorial (letra, voz, harmonia, melodia, sopranos, contraltos, tenores, baixos, timbre do órgão, suave, forte, etc.. e também o texto) que dificulta a compreensão ou foco no texto. Entendo que com aprimoramento em busca da familiarização com essa forma de execução, há a tendência a diminuir essa dificuldade. Mas o contexto brasileiro está indicando, se quisermos focar na compreensão do texto, para executar músicas mais em solo ou em uníssono. Em função disso, houve a sugestão do canto solo com banda contemporânea para melhor entender o texto das músicas e assimilação do conteúdo através dessas músicas. Sobre a questão de melodias nativas, ou podemos entender, melodias locais, acredito que seja uma tendência ou um indicativo para, mais eficazmente, levar a palavra de Deus a todos os povos e regiões. O desafio é capacitar e desenvolver os talentos e habilidades para este propósito missionário mesmo com o coração vocacionado para este ministério ou tarefa. Fazendo um paralelo entre os mais distantes, próximos de uma igreja luterana e luteranos se manifesta uma preferência geral pelo hino “graças dou”. 4,44% de todos manifestaram sem preferência, 11,11% preferiram o hino “No templo a Isaias” e 82,22% o hino “”Graças dou” reforçando que a melodia deste hino tem ingredientes melódicos que atraem a atenção das diversas pessoas em diversas culturas neste nosso país multicultural. E sobre a vontade de manter e incentivar execuções corais, 4,44% são indiferentes, 13,36% não incentivariam esse tipo de atividade no meio social e 84,44% incentivariam por muitas razões levantadas anteriormente. Nesse sentido, essas razões, manifestam uma tendência de ver o movimento


237 coral não apenas como veiculo de testemunho e manutenção da fé, mas também uma atividade que propicia a sociabilização, terapia de grupo, conhecimento e aprendizado musical, fortalecimento do bem estar social, crescimento cultural e espiritual, bem como, aprendizado no gerenciamento de pessoas e personalidades diferentes. É uma oportunidade muito rica e se cada congregação aproveitar todos esses aspectos levantados, terá uma abertura maior para a sociedade, desenvolvendo outros pontos das necessidades humanas, e é claro, oportunizando o testemunho e crescimento da fé cristã luterana através desta atividade coral. A preferência pelo hino “Graças dou” se mostrou muito forte pela maioria dos entrevistados distantes e próximo de uma igreja luterana, bem como os luteranos em função da familiaridade, mas que possuem melodia e harmonia mais agradáveis que, independentemente do texto, nos mostram um caminho de uma fórmula ou tendência de estilo de compor melodia e harmonia que cai bem nos ouvidos dos brasileiros. A dificuldade de conceituar harmonia em função da fraca educação musical brasileira está evidenciado nesta pesquisa. É sabido que é obrigatório o ensino de música na educação básica brasileira onde aumentam as esperanças de uma sociedade um pouco mais crítica, mais conhecedora em termos de música e com mais sensibilidade e percepção sonora. Isto mudará o conceito de melodias e harmonias populares, ou seja, termos uma sociedade um pouco mais esclarecida com relação a estes quesitos, consequentemente irá exigir mais ou querer novos tipos de melodias e harmonias em função do avanço deste conhecimento. O conceito ou a tensão sobre a adequabilidade se faz presente, pois nem tudo que é bom para um será para o outro, nem tudo que é preferível, entendível e agradável para um, em termos harmônicos, pode ser para outros independente se está bem executado ou bem arranjado dentro da cultura local. Também observamos que em todos os tipos de entrevistas (distantes, próximos e luteranos) existe uma compreensão imanente, percebida pelas justificativas, de que o coro em vozes, não somente é um veículo de testemunho e edificação cristã, é uma oportunidade que se tem de sociabilização, terapia, aprendizado musical, artístico e cultural, que traz


238 benefícios incontáveis, tanto para quem canta e para quem ouve. Esses benefícios são de natureza social, cultural, cognitiva, motora e também espiritual através do convívio e Palavra que está sendo fixada e apreendida nos ensaios e apresentações. Entre as justificativas para se cantar em coro que foram dadas, uma delas percorreu os demais tipos de entrevistados no âmbito vocacional, ou seja, eu não sei cantar, não tenho voz para cantar, etc... Talvez pela pouca e básica orientação nas escolas sobre educação musical e coral, se cria este tipo de pensamento acreditando mais no talento que na capacitação adequada. É bem verdade que quem tem talento, em nossa igreja entendido como “dom”151, vai mais rápido, mas todo o ser humano que quer, se dedica e tem uma orientação profissional competente, terá avanços significativos nesse contexto da arte coral e do canto. Sobre a motivação de convidar pessoas para ouvir e participar do coro, me chamou a atenção as condicionais evidenciando o conceito de adequabilidade152. Quando se manifesta que convidaria a família, por ser parceira e motivadora, apoiaria e prestigiaria, não tendo certeza de que isto seria convencível em outro contexto fora do âmbito familiar ou eclesial, talvez. Quando se afirma que convidaria pessoas que gostam entende-se que existem pessoas que não gostam e o que for apresentado será recebido com resistências. Quando se observa que convidariam pessoas dependendo da faixa etária, está se afirmando que certos repertórios corais e até mesmo a arte coral não é bem recebida em todas as faixas etárias. Quando se afirma que convidaria quem apenas é cristão está se dizendo que a arte coral, independente se for mal ou bem executada, não é convencível fora do âmbito cristão. Acredito que essas justificativas não têm um valor absoluto no que está se afirmando indiretamente, mas nos fazem pensar dobre a adequabilidade. “Fiz-me de tudo para com todos” disse o apóstolo Paulo, e aqui também vale esse princípio, acredito, basta termos o discernimento e a sensibilidade para percebemos isso. Adequabilidade - adequando e sendo sensível às situações. Sobre

o

ritmo,

o

multissenssorialismo,

circunstância

e

adequabilidade foram observados novamente conforme o contexto para ser 151

Dádiva nata dada por Deus. Adequabilidade – adequável aos contextos. Nem tudo é adequável em todas as situações. 152


239 passado conteúdos, sensações e informações através do ritmo. O ser humano é multissensorial e pode desenvolver outros sensores, apenas precisam ser desenvolvidos, acionados e decifrados os devidos códigos de absorção. Da mesma forma, somos movidos pela circunstância que nos move a ouvir coisas diferentes em vários contextos. Hinos ritmados num contexto circunstancial é mais bem vindo do que hinos reflexivos e tristes em determinados momentos, porém pode ser invertido a qualquer momento conforme o contexto e circunstância pessoal e social. Mas isso pressupõe um nível de qualidade na execução, caso contrário pode haver uma rejeição mesmo sendo música e texto qualificados como bons. Acredito que, dentro dessa gama de subjetividade e tentando ser o mais objetivo na subjetividade das formas sonoras, não existe melhor ou pior forma, existe a mais adequada para o momento, contexto e lugar. Basta estamos atentos a isso com sensibilidade e discernimento. Com relação aos arranjos musicais, destaco, em grande medida, o desconhecimento do assunto e a dificuldade de se manifestar sobre a questão dos arranjos entre os entrevistados. Por outro lado, percebe-se a vontade e a cultura de cantar e tocar, ou seja, a manifestação através dos sons é tão forte e visceral no ser humano que de alguma ou de outra forma ele irá achar as suas soluções pessoais, locais e regionais para arranjar determinada música conforme o que entende e tem a sua disposição. Há uma tendência de preferência por uma banda contemporânea, por ser um jeito popular brasileiro preferido e mais estimulado pelos diversos meios de comunicação social. Isto não significa que não se quer mais ouvir coro e orquestra, mas a preferência em função dos estímulos é pela banda contemporânea. O coro e orquestra estão começando a ficar mais distantes da cultura popular nos moldes eruditos. Para manter essa arte coral e orquestral é necessário conscientização e capacitação nas escolas básicas, associações culturais e igrejas e, principalmente, uma ressignificação dessa arte orquestral e coral em nosso contexto brasileiro com diferentes formas e técnicas de tratar as melodias corais e instrumentais, tornando-as mais acessíveis ao nosso povo. O estímulo que tivemos para usar melodias, ritmo e artes mais brasileiras, pelo contexto e


240 local, consideramos uma sugestão a ser observada e apurada, dentro da linha de valorizar o som da nossa terra, do nosso Brasil em sua multicultura. Quanto a identificação,

momentos de alegria e tristeza na vida

familiar e eclesial colaboram para uma aproximação entre as pessoas por vivenciarem situações semelhantes. Acredita-se que, em algum contexto mais distante do luteranismo, apresentar esses hinos como cultura seria melhor recebido na sociedade do que uma maneira de doutrinação ou evangelismo que poderá afastar num primeiro momento. Com relação a incentivar a propagação desses hinos em rádios, entende-se que condicionando a um público alvo, com qualidade de execução e adequável ao jeito brasileiro, teria ótimas chances de ter êxito oferendo nestes meios de comunicação. Ainda sobre identificação, a música evoca coisas identitárias que surpreendem a todos e que não é mensurável saber ou prever o que terá este efeito identitário causado nos ouvintes. O fato é que precisamos prestar atenção a essas reações provenientes dessas identidades para que possamos e aprendamos melhor lidar com tudo isso, manifestando a nossa preferência, mas acima de tudo, ter compaixão e enxergar os outros como pessoas cujas preferências precisam ser levadas em consideração. Com relação a lembranças e memórias, o que me chamou a atenção, neste ponto, é o impressionante poder que uma música tem de evocar lembranças, memórias e experiências. Texto, melodia, harmonia, ritmo e arranjos passam informações, conteúdos e sensações propiciando vivências e experiências que são guardadas e que, no momento oportuno através de canções e hinos, são revividas através dessas lembranças e memórias. As emoções são inevitáveis, tanto boas como ruins, conforme a experiência. Aqui cabe uma frase do pensamento popular que diz “recordar é viver”. E a música é um importante instrumento capaz de acionar a memória e as lembranças. Qualquer condutor, pastor, professor, maestro, ou seja, qualquer função de condução social, não pode mensurar a gama de informações, sensações e experiências vividas, provocadas, armazenadas e revividas que estimulam. Entre entrevistados luteranos foi mencionado o dever de divulgar mais e explorar mais a Palavra de Deus por meio da música, pois é uma forte forma de memorizar a Palavra de Deus em nós. Houve a manifestação do


241 desejo de montar uma pequena orquestra na comunidade local, mas, devido ao desinteresse da juventude em aprender instrumentos acústicos não é possível ou é um grande empecilho para chegar a concretizar este desejo. Os jovens estão mais interessados em instrumentos populares como violão, baixo e bateria o que dificulta montar uma mini orquestra, porém uma banda, seja talvez um caminho mais acessível e adequado para o contexto. Houve também elogios e destaque ao hinário luterano, a música tradicional e a igreja litúrgica, pois existem pessoas que são atraídas por essa maneira de testemunhar e edificar-se na Palavra Salvadora de Deus. A herança musical luterana tem o seu valor espiritual, cultural, social e é também missionária com certeza. Mas também achou-se importante dar abertura para sons brasileiros, um ritmo mais fluído como de um choro samba ou pagode que atingirão outros tipos de pessoas dentro do lema da IELB “Cristo para todos”. Nesse sentido, fica o incentivo para composições de músicas que fizessem parte mais do dia a dia de pessoas, com conexões de temas que fazem mais sentido com o cotidiano associados com a Palavra de Deus. Este tipo de coisa está carecendo na igreja cristã, e também luterana, o qual se torna um desafio, ao mesmo tempo, um objetivo a ser traçado e alcançado. Por fim, nesta parte da conclusão fazendo considerações finais sobre as análises, através da reação do entrevistado 40 dos índios manauaras próximos a uma igreja luterana, dizendo que “o senhor fez muita pergunta difícil... (risos)” é perceptível a dificuldade dos entrevistados com a quantidade de perguntas bem como a diversidade e profundidade das perguntas, também a especificidade das perguntas às quais levavam a certos conteúdos e conceitos os quais não tinham sido despertados a observar até então. Entendemos que foi necessário a esta forma mais aprofundada de questões pois nos dá uma dimensão maior, ou por que não dizer, um pouco mais próximo da plena noção do que um hino ou canção informa, provoca, evoca e lembra. Ao mesmo tempo expõe a sociedade brasileira em suas fragilidades e limitações no âmbito da educação musical ajudando num diagnóstico, fazendo com que facilite novos rumos e soluções educacionais. Agora segue o comparativo das hipóteses levantadas com os resultados obtidos nesta pesquisa qualitativa:


242 Que tipo de texto expressaria, com mais eficácia, o conteúdo proposto? Hipótese 1 – O texto que expressaria com mais eficácia é aquele mais identificado com a realidade, situação, estado espiritual e cultural. Aqui os resultados concordam com a hipótese levantada. Que melodias ou sonoridades atenderiam mais adequadamente as realidades locais? Hipótese 2 – Melodias e sonoridades que fizessem parte da vida, do dia a dia da cultura local. Os resultados concordam com a hipótese levantada. Que tipo de instrumentos, locais e contextos favorecem mais para a compreensão, identificação teológica e cultural? Hipótese 3 – Instrumentos

locais

adequados

à

estrutura

local

favoreceriam a

compreensão, identificação teológica e cultural. Os resultados concordam em parte com a hipótese, pois hoje em dia, com a facilidade de acesso a informação nesta globalização, o mundo está se tornando mais unificado em termos sonoros e comunicacionais. Portanto, nem sempre somente as questões locais são parâmetros para favorecer a compreensão, identificação teológica e cultural. Existem outros fatores que necessitam ser considerados também. Que tipo de melodia ou texto se assemelha a uma forma “nacional” dentro da visão multicultural brasileira? Hipótese 4 – Dificilmente existirá uma canção ou hino “nacional” perfeito dentro de uma visão multicultural. Poderá existir tendências, mas que precisam ser adequadas as realidades locais, alguns serão mais aceitos e identificados e outros nem tanto. Os resultados da pesquisa concordam com a hipótese. Por que composições luteranas atuais tem pouca inserção na sociedade brasileira (rádios, internet e TV)? Hipótese 5 – As composições luteranas atuais não têm apelo cultural e social em função da insegurança teológica proveniente da dificuldade de adequação cultural e linguística. Os resultados da pesquisa concordam em parte com a hipótese, pois não é somente a insegurança teológica e adequação linguística e cultural, mas também, melodias, ritmos, harmonias e arranjos que necessitam ser adequados à realidade brasileira multicultural. Também, há uma carência de temas transformados em canções associados à vida diária do cristão brasileiro


243 e também o brasileiro como um todo. Há uma carência, também expressada entre os entrevistados, de uma conexão temática do conteúdo bíblico com a realidade cotidiana. Quais as referências de compositores luteranos brasileiros atuais para a sociedade? Hipótese 6 – As referências de compositores luteranos são de origem americana e alemã de 1550 até 1700 aproximadamente, porém hoje, para a sociedade brasileira, não é tão expressivo. Os resultados da pesquisa concordam com a hipótese, uma vez que quase nenhum compositor ou letrista luterano brasileiro foi mencionado nas preferências pessoais. Isto significa uma não relevância musical, melódica, harmônica, rítmica e textual presente no dia a dia da sociedade brasileira, também, supreendentemente, entre os luteranos. Que tipo de hinos e música queremos ter futuramente? Hinos tradicionais

atualizados,

canções

atuais

tradicionalizadas

ou

composições novas adequadas às realidades? Hipótese 7 – Educação Musical Brasileira153 está acontecendo de uma maneira oficial e intensa,

153

LEI ORDINÁRIA Nº 11.769, DE 18/08/2008 - DOU 19/08/2008: Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º O art. 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido do seguinte § 6º: "Art. 26. § 6º A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2º deste artigo." (NR). Art. 2º (VETADO). Art. 3º Os sistemas de ensino terão 3 (três) anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas nos arts. 1º e 2º desta Lei. Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 18 de agosto de 2008; 187º da Independência e 120º da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Fernando Haddad. Nota: Razão do Veto à Lei 11769: MENSAGEM Nº 622, DE 18 DE AGOSTO DE 2008. Senhor Presidente do Senado Federal, Comunico a Vossa Excelência que, nos termos do § 1º do art. 66 da Constituição, decidi vetar parcialmente, por contrariedade ao interesse público, o Projeto de Lei nº 2.732, de 2008 (nº 330/2006 no Senado Federal), que "Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica". Ouvido, o Ministério da Educação manifestou-se pelo veto ao seguinte dispositivo: Art. 2º, "Art. 2º O art. 62 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único: ´Art. 62. Parágrafo único. O ensino da música será ministrado por professores com formação específica na área.´ (NR)". Razões do veto "No tocante ao parágrafo único do art. 62, é necessário que se tenha muita clareza sobre o que significa ´formação específica na área´. Vale ressaltar que a música é uma prática social e que no Brasil existem diversos profissionais atuantes nessa área sem formação acadêmica ou oficial em música e que são reconhecidos nacionalmente. Esses profissionais estariam impossibilitados de ministrar tal conteúdo na maneira em que este dispositivo está proposto. Adicionalmente, esta exigência vai além da definição de uma diretriz curricular e estabelece, sem precedentes, uma formação específica para a transferência de um conteúdo. Note-se que não há qualquer exigência de formação específica para Matemática, Física, Biologia etc. Nem mesmo quando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional define conteúdos mais específicos como os


244 respeitando as diversas culturas do país. É importante atentarmos e investirmos em capacitações e produções no campo da música para igreja e missão no mundo para atendermos “as necessidades das pessoas”. Os resultados da pesquisa concordam com a hipótese. Que tipo de hino se prefere? Que hinos não se prefere? Que música secular mais se gosta? Que estilo de música secular menos se gosta? Por quê? Hipótese 8 – Conforme preferências pessoais, locais e regionais, percebe-se tendências. Os resultados da pesquisa evidenciam hinos que estejam próximos às realidades das pessoas e contextos culturais regionais. Porém, em função da globalização, sinalizam também convenções e tendências de formas sonoras a serem observadas. Essa tendência ficou evidenciada nas manifestações dos entrevistados quando, significativamente, mencionaram e sugeriram bandas contemporâneas. Essa linguagem sonora é a linguagem ouvida, compartilhada e mais estimulada no mundo hoje por uma série de razões que não queremos abordar nesse momento. Os resultados das pesquisas evidenciam que essa tendência contemporânea é um dos principais veículos sonoros atuais com mais capacidades de comunicar conteúdos, principalmente o melhor conteúdo, que dentro da visão cristã é o Evangelho Salvador de nosso Senhor Jesus Cristo, com todas suas nuances e aplicações possíveis na vida diária do ser humano. Sugestões e indicativas baseadas nesta pesquisa: Preferências pessoais – eclética e de qualidade. Texto – que faz pensar, refletir, que coloca pra cima e que tenha conexão com o dia a dia. Texto com sintaxe bem definida (sujeito-verbo-objeto) e com foco temático em linguagem popular (que o povo entende). Um bom texto de canção é proveniente de uma boa prática. Ritmo – preferencialmente animado e popular (que o povo se identifique) ou adequado ao contexto da poesia. relacionados a diferentes culturas e etnias (art. 26, § 4º) e de língua estrangeira (art. 26, § 5º), ela estabelece qual seria a formação mínima daqueles que passariam a ministrar esses conteúdos.". Essas, Senhor Presidente, as razões que me levaram a vetar o dispositivo acima mencionado do projeto em causa, as quais ora submeto à elevada apreciação dos Senhores Membros do Congresso Nacional. (http://www.sintese.com/norma_integra.asp?id=6813, visualizada em 04/03/2016).


245 Melodia – melodias bonitas e contemporâneas (dentro do jeito que o povo está mais acostumado a ouvir), com refrão marcante, fácil e simples. Harmonia – harmonia gostosa de ouvir sem complicações. Quando houver harmonias incomuns ao contexto popular que se justifique para chamar a atenção no texto do hino ou canção. Arranjo – com bandas, mas com coro e orquestra adequados a essas novas tendências contemporâneas. Por fim, a pergunta maior: A nossa hinologia “vai ao encontro das necessidades154 das pessoas” dentro e fora da IELB conforme a visão no site oficial com o lema “Cristo para todos”? A nossa vida, seja pessoal ou institucional, é uma eterna tentativa. Tentativa de alinhar os nossos objetivos e sonhos com os recursos financeiros e humanos que temos dentro de uma visão. Pelos resultados desta pesquisa, entendo que existe dificuldade da IELB em atender as necessidades de todas as pessoas na questão musical, principalmente, os de fora da IELB. A nossa tradição e história hinológica compreende um acervo rico em poesia e beleza musical, porém, no cenário brasileiro multicultural, circunstancial e eclético, segundo as pesquisas, necessita ser ressignificada para ser mais relevante no cenário brasileiro. A tradição luterana brasileira carrega uma forte veia cultural europeia de valores inestimáveis, porém, no contexto brasileiro, uma cultura dentre muitas culturas com seus saberes, potencialidades e formas de expressão. O desafio é perguntar: quem eu sou como IELB? E o que quero no contexto social brasileiro musical? O que e como quero influenciar neste cenário em nosso país? Como aproveitar e ressignificar as nossas potencialidades hinológicas e musicais no contexto brasileiro? Como mencionamos, a nossa vida é um eterno tentar, por isso, o desafio é atender os internos da IELB motivando a visualizar

um

contexto

brasileiro

que

é

multicultural,

multissensorial,

circunstancial, eclético que implicam em adequar a Palavra de Deus as diversas realidades e contextos do nosso imenso Brasil. Isso implica sensibilidade, discernimento, firmeza, coragem, consideração, amor, e principalmente, reflexão e capacitação para alcançar esses objetivos. Necessidades – entenda-se primeiramente espirituais (teológicas), mas também emocionais, psicológicas, terapêuticas,, sociais, culturais e etárias. 154


246 Esta pesquisa não quer esgotar o assunto hinológico. Acreditamos que muitos pontos podem ser analisados de maneiras diferentes, com outros filtros e com outras abordagens. Entendo que futuros pesquisadores poderão aprofundar certas abordagens ou propor outras formas de ver e analisar o cenário brasileiro hinológico. “Que a mensagem de Cristo, com toda a sua riqueza, viva no coração de vocês! Ensinem e instruam uns aos outros com toda a sabedoria. Cantem salmos, hinos e canções espirituais; louvem a Deus, com gratidão no coração. E tudo o que vocês fizerem ou disserem, façam em nome do Senhor Jesus e por meio dele agradeçam a Deus, o Pai.” (Cl 3.16-17)


247

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LUTERANA

DO

BRASIL.

Hinário

Evangélico

Luterano. Porto Alegre: Casa Publicadora Concórdia, 1949. IGREJA EVANGÉLICA

LUTERANA

DO

BRASIL.

Hinário

Evangélico

Luterano. Porto Alegre: Casa Publicadora Concórdia, 1969. IGREJA EVANGÉLICA LUTERANA DO BRASIL. Hinário Luterano. Porto Alegre: Concórdia Editora, 1986. IGREJA EVANGÉLICA LUTERANA DO BRASIL. Liturgia Luterana. Porto Alegre: Concórdia, 1961. IGREJA EVANGÉLICA LUTERANA DO BRASIL. O que cremos. Disponível em: <http://www.ielb.org.br/cremos.htm>. Acesso em: 30 jul. 2007. IGREJA EVANGÉLICA LUTERANA DO RASIL. Pareceres da Comissão de Teologia e Relações Eclesiais. Porto Alegre: Concórdia, 1995, v. 1. KIRST, Nelson (Coord.). Culto e cultura em Vale da Pitanga. São Leopoldo: IEPG/EST, 1995, material não publicado. KIWOVELE, Judah B. M. A indigenização do culto cristão. KOEHLER, Edward W.A. Sumário da doutrina cristã. Porto Alegre: Concórdia, 2002.


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Frank.

Viciados

em

mediocridade:

cristianismo

contemporâneo e as artes. Trad. Jorge Camargo, W4 Editora, SP, 2008. VÁRIOS. Música Brasileira na Liturgia. Coleção Liturgia e Música. Editora Paulus, SP, 2005. SCHMIDT-LAUBER, Hans-Christoph; MEYER-BLANCK, Michael; BIERITZ, Karl-Heinrich. Manual de ciência litúrgia – Ciência litúrgica na teologia e prática da igreja. Volume 2: História e forma do culto. Trad. Nelson Kirst, Luís Marcos Sander e Walter O. Schlupp. Sinodal, RS, 2013. SCHMIDT-LAUBER, Hans-Christoph; MEYER-BLANCK, Michael; BIERITZ, Karl-Heinrich. Manual de ciência litúrgia – Ciência litúrgica na teologia e prática da igreja. Volume 1: Fundamentos do culto cristão. Trad. Luís Marcos Sander. Sinodal, RS, 2013. VÁRIOS. Universidade Confessional. Universidade Luterana do Brasil, Editora da ULBRA, 2000. BASDEN, Paul. Adoração ou show? Críticas e defesas de seis estilos de culto. Trad. Lena Aranha, Vida Acadêmica, SP, 2006. LIESCH, Barry. Nova Adoração: Dos hinos tradicionais aos cânticos congregacionais – uma conversa franca sobre o louvor musical nas igrejas. Trad. Jorge Camargo. Editora Eclesia. SP, 2003. BENSON, Louis F. The hymnody of the christian church. Richmond, Virginia: John Knox Pres, 1956 BRAGA, Henriqueta Rosa Fernandes. Música sacra evangélica no Brasil. Rio de Janeiro Kosmos, 1961 CHASE, Gilbert. Do Salmo ao jazz. Trad. de Samuel Penna Reis e Lino Vallandro. Porto Alegre: Editôra Globo, 1957


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Mirador

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Britanica

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Mensageiro Luterano. Por Alegre: Concórdia S.A Janeiro/ Fevereiro 1980 : 70-72 ROTTMANN, Hans Gerhardt. O Coro da congregação. In: Mensageiro luterano. Porto Alegre: Concórdia S.A, dez. 1980 :10-12. ROTTMANN, Hans Gerhard. Hinário luterano.

In: Igreja luterana.

São

Leopoldo: Seminário Concórdia. 47 (1), 1988. ROTTMANN, Hans G.. 25 anos do Coral Luterano. Mensageiro Luterano. Porto Alegre: Concórdia Ltda. Janeiro de 1982: 9-13 SUA MÚSICA E CRISTO CAMINHAM JUNTOS? In: Vox Concordiana. São Paulo, ICSP, 8 (2), 1989: 5-7 STEYER, Walter O. Os imigrantes alemães no Rio Grande do Sul e o Luteranismo. Porto Alegre: Editora Singulart Ltda. 1999. SCHOEN, Norma. Coral Luterano: Glória seja a ti cantada. In: Mensageiro Luterano. Porto Alegre. Concórdia S.A, 62 (4) 1979: 4-6 SHÜLLER, Osvaldo. Nosso Hinário e o Casal Kalley. In: Lar Cristão. Porto Alegre: Casa Publicadora Concórdia S.A. 1968 :40-42 THOME, Judith D. Curso de regência e órgão. In Mensageiro Luterano. Porto Alegre Concórdia S/A Maio de 1881 :6,7 WADEWITZ, Werner. K. A importância da música na igreja e na escola. In: Igreja Luterana Porto Alegre. Casa Publicadora Concórdia, 19 (5) 1958 :195-206. WARTH, Carlos. Crônicas da Igreja. Porto Alegre: Concórdia S.A. 1979.


257

ANEXO 1

4.1. REGIÃO SUL, RS, CAXIAS DO SUL (ITALIANOS), CEL “DA PAZ” SÃO PELEGRINO E “CONCÓRDIA”: ENTREVISTADORES: PASTORES ARNO GOERL E ABÍLIO DIAS DE SOUZA, PROFA. SUELEN MATTER E PASTOR PAULO BRUM.

4.1.1. Distantes de uma igreja luterana

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 1, italiano, distante 02) Ano e local de nascimento? Nova Prata, 29/08/1967. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Farroupilha... 04) Escolaridade? Terceiro grau completo, superior. 05) Etnia? Italiano. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? As músicas tradicionalista, gaúchas. Porque são escritas em formas de poesia. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Os textos que retratam a vida do campo e do interior. Porque nos aproximam da vida do campo, do interior e nos aproxima da vida dos avós. Da vida do interior. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Zé Ramalho, Roberto Carlos, Chico Buarque e Teixeirinha que é cantor e compositor. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Prefiro músicas mais relaxantes que transmitam alguma mensagem, alguma reflexão e que acalmam. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias”

(Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Uma aproximação com Jesus Cristo. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? A fé, humildade, a religiosidade.


258 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? É “Santo”... pra mim e um hino que intensifica a representação de Jesus Cristo na vida de todos nós, na minha vida. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Não, compreendi todos. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Com certeza. A questão da humildade, de valorizar o outro, quando o texto fala, de que Jesus, em outras palavras, está disponível para atender a todos nas suas solicitações, nas suas.. nos seus pedidos, eu acho que sim, importa sim... (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Sim. Lembra cultos mais antigos, que a gente assiste em filmes. Ou apresentações em teatros (risos...). É a experiência que eu tenho nessa melodia de música. Me reposta a isso. “Reporta aos espaços que você circulou” (entrevistadora). Exato. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? No dia a dia, não porque eu particularmente eu acho um pouco triste. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A primeira, embora, a “santo” é, que ela tem uma melodia, parece aquelas músicas dos cultos gregorianos. Ela é, ela tem uma melodia bonita, mas pra mim, particularmente, eu acho ela um pouco deprimida, assim, ela deprime. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sem duvida. Pela beleza do conjunto da vozes, dos instrumentos tocando, realmente, quem aprecia uma boa música, apreciaria sem dúvida uma apresentação desses cantos. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Agrada. Agradam sim. É o perfil de música que eu gosto. Eu aprecio. Então as duas músicas tem perfil diferente, no entanto, as duas trazem aquela tranquilidade, propicia uma reflexão, um relaxamento. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A primeira “Santo”. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? A de quatro vozes. Porque o conjunto, o coletivo, quando vai mais do que um, o conjunto das vozes diferentes sempre tem um resultado, eu considerei um resultado bem bom, positivo, e gostoso de se escutar. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Ah... sem duvida. Eu participaria. Porque além de ser um, ou explorar um talento que a pessoa que faz isso tem, ah... levaria para outras pessoas uma boa oportunidade de escutar uma boa música. Participaria... cantando. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim. Porque é um trabalho primoroso no sentido do da persistência dos ensaios, dos exercícios, do treino com a voz, realmente é um resultado positivo e muito bonito. Eu diria que é um espetáculo uma apresentação dessa. . (Sobre o ritmo)


259 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Eu prefiro com a primeira, porque ela pontua bem o nível que quer ser passada a mensagem. Então, quando tem o tópico na própria letra que esta sendo cantada esses ritmos ressaltam alguns desses pontos principais da música. E chama atenção. Eu acho bonito. E a melodia permanece assim, aquela da minha preferência. . 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim tocaria, sem dúvida. A resposta seria a mesma. Porque eu trabalho no coletivo, obtendo um resultado igual a esse que eu escutei, e é fundamental até pra auto-estima de um cantor que chega a este nível na música. Traduzir... (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Coral. Eu gosto de coral. Ou coral ou orquestra. Pelo, eu não entendo bem disso, mas pela sintonia da voz com os instrumentos da forma como ela é executada. O coral tem todo um conjunto de vozes que intensifica a música e numa orquestra também o conjunto de vozes e instrumentos, que no meu ponto de vista, eu considero melhor. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? (Acho que você respondeu... orquestra). . (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? Ah... a fé. A aproximação que se tem com a humildade, a fé, o respeito com a música no geral, mas principalmente a música de, com este perfil religioso. 29) Você se identificou com alguma coisa? Eu me identifiquei com o respeito, com o nome de Jesus Cristo, aquela coisa de adorar Jesus, ter fé e acreditar. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Sim. Gostaria porque é uma proposta que não é ainda explorada. E ela é bonita e de uma sintonia que é boa de ouvir e de escuta. Acho que sim... (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? As lembranças que eu tive é as missas, ah.... dos cultos gregorianos, assim que conheci dos filmes de apresentações de DVDs. Pessoal... eu lembrei de uma mas não do nome da música, que eu assisti na internet. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Eu acho que não. Não tenho nada. Ah..eu tenho sim... as duas são muito bonitas, mas a primeira música, pra mim contempla todos os elementos como harmonia, voz e instrumentalização. Então eu acho que contempla todos os elementos de uma boa música e a letra contribui bastante também pra, a letra e a execução das pessoas, para que obtenha esse resultado, que realmente tenha sentido pra quem escuta, né. Transmita um sentido bom! Obrigado pela sua colaboração!


260 ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 2, italiano, distante 02) Ano e local de nascimento? 1994, Caxias do Sul. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Caxias do Sul 04) Escolaridade? Superior incompleto. 05) Etnia? Italiana. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Gosto de ouvir diversos tipos de música, bem variado mesmo, e depende bastante do que eu estiver trabalhando no momento. Porque, geralmente, eu escuto bastante música em função dos projetos em que eu trabalho. Então pra escola, quando tem algum projeto pra escola, eu escuto músicas para determinado tipo de projetos e nos meus momentos de lazer eu escuto bem variado assim, eu escuto... 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Textos de música? Diversos assim, mas coisas que me chamam a atenção são líricos, acho legal assim, acho bonito. ...eu vou mais pela música do que pela letra. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Tenho, tenho uma banda assim, que é a minha banda preferida, mas é assim mais por afetividade do que pela música em si. Porque é uma banda que eu escuto desde quando eu era muito novinha, e me acompanhou por muito tempo. Então é uma banda que eu gosto muito é Permoa, que me acompanhou, assim, por, pela minha adolescência assim. E é uma banda que eu gosto assim muito hoje, mas eu posso, eu assumo que é muito mais pela afetividade que eu gerei que isso tenha me acompanhado minha adolescência do que pela música em si. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Eu diria que poprock, mais escuto de tudo um pouco mesmo. Porque que me chamou a atenção e é o que eu continuo ouvindo por muito tempo. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias”

(Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Bom.. é... teve algumas coisas que eu não consegui entender, aí eu fiquei tentando ouvir melhor, mas eu consegui entender que tá assim, que as duas músicas tem textos que estão exaltando a Deus, que falam das características de Deus, estão falando de como ele é, das características dele. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Eu acho que esses textos, como eles estão falando pra mim, pelo menos, minha compreensão, das características de Deus, fazem que a gente se sinta mais próximo dele por conseguir entender quem ele é, e por conhecer melhor, pelas coisas que a gente sabe dele a gente consegue se aproximar dele.


261 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? Eu acho que eu gostei mais do segundo, da segunda música (graças dou)... eu não sei exatamente porque, por qual razão específica, mas me chamou mais atenção, até por parecer que tá falando de algo que a gente tá participando, me senti participando da... 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? É, ficou difícil de ouvir, mas a princípio não. A princípio eu conheço todos os... eu acho que esta pergunta é por causa das palavras, algumas palavras da Bíblia que são mais complicadas. Esses hinos religiosos geralmente trazem essas palavras mais que a gente não costuma usar em nossa linguagem mais tradicional (cotidiana). Eu tenho um razoável conhecimento sobre isso, então, eu acho que, acredito que não. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim, sim. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? É sim, elas lembram o período que eu frequentava bastante igreja, e a gente tinha um quarteto de vozes, que não deu muito certo na verdade, mas, eh, é que a gente tentou montar esse grupo e foi bem interessante esta experiência, porque a gente já cantava a muito tempo na igreja e aí a gente improvisava, era sempre muito improvisado e aí a gente decidiu criar melodias específicas pra cada voz, e aí a gente teve dificuldade de decorar, então, acabou não dando certo por causa disso. Então essas melodias me lembraram este momento, em que tentamos fazer isso. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Sim, sim, exatamente por que a gente, já tentamos fazer isso e , naquele momento não funcionou, talvez com outras pessoas funcionaria, mas é, são musicas bonitas e que tem o sentido que a gente tava trantando naquele grupo, e sim. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? Eu gostei mais da segunda, graças dou, ahm, porque eu falei antes, parece que ela tá me envolvendo mais na situação. Eu estou mais participativa... tá falando que Deus, eu dou graças a ele por ele ser assim, então eu me sinto fazendo parte disso. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim, acredito que sim. É... eu por exemplo, nesse grupo, essas melodias caberiam muito bem neste grupo que tava tentando montar... um grupo de igreja.... aqui em Caxias. É faz uns quatro anos atrás... (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Sim, bastante, eu acho que, esses grupos vocais tem, trazem harmonias bem feitas, bem planejadas assim, e essas duas músicas que eu ouvi me deram essa impressão que era uma harmonia bem bem feita e bem executada. Na hora da execução as vozes estavam bem encaixadas... então eu gostei bastante. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? Continua sendo a segunda (graças dou). 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Prefiro a 4 vozes. Eu gosto muito de, eu gosto muito de harmonia de vozes sim, de


262 grupos vocais. Eu desde peque eu ouvi muito isso em casa, o meu pai também, vive procurando esses grupos e a gente ouve bastante. Eu tive essa influência e eu gosto muito desse tipo de coisa. E eu até participei, até entrei bastante de coros por causa disso. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? É... sim... já tentei participar (titubeando) eh, exatamente por gostar bastante disso, por gostar da harmonia e tenho vontade de voltar a cantar por causa disso.. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Se eu tivesse um coral assim, com certeza! Convidaria bastante gente... ah, porque eu acho muito legal, assim, eu acho que, só de ouvir, a pessoa começa a desenvolver um ouvido harmônico, de ouvir, de perceber essas vozes assim, tá lá nesse grupo, mais ainda. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Agora eu tenho que pensar... Eu acho legal, varia, eu acho assim, quando um grupo, ã, um grupo traz musicas com a mesma ideia mas que elas são ritmicamente até harmonicamente variadas. Não são muito semelhantes, porque isso traz um movimento na apresentação, né... seja dentro da igreja, ou onde for. A segunda de novo... no geral... 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim, sim. Acho que ficaria bem legal colocar um grupo de instrumentistas também, tocando... (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Eu acho que, grupo coral, de vozes é legal. É legal também ter uma banda de acompanhamento. Orquestra eu não sei, eu acho que orquestra eu já não gostaria tanto assim. Perde um pouco o foco da harmonia vocal... 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Acho que não. . (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? Acho que chamou isso que eu me identifiquei por causa desse grupo que eu, a gente teve, pelo tema, tema semelhante, e também eram canções religiosas, e por ser um grupo com vozes e com harmonia. E gostei de ouvir, me lembrou esse tempo... 29) Você se identificou com alguma coisa? Sim, sim. Me identifiquei com essas coisas. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Sim. Eu acho legal. Não sei se todas as pessoas teriam interesse em ouvir por ser uma música religiosa. Mas eu gostaria, eu gosto bastante, e tenho procurado bastante coisas, músicas religiosas com, porque a gente encontra muito, música religiosa tem bastante, principalmente evangélicos tem esses grupos locais e são quartetos muito bons assim... (Sobre memórias)


263 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Me lembrei de quando eu frequentava mais a igreja e quando eu tocava na igreja, porque eu parei de tocar por falta de tempo, e outros grupos assumiram, outras pessoas assumiram. Então eu me lembrei de quando de que eu comecei a cantar na igreja, me lembrei dessas tentativas que a gente tinha de criar esses grupos vocais a fim de melhorar essa experiência vocal das pessoas que tinham na igreja. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não. Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 3, italiano, distante 02) Ano e local de nascimento? 1976, Caxias do Sul. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Caxias do Sul. 04) Escolaridade? Segundo grau completo. 05) Etnia? Italiana. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Eu gosto mais do sertanejo estudantil, porque é alegre, é bom. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Românticos, textos mais românticos eu gosto mais. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Olha, eu tenho vários, não tenho, sou bem eclética, porque eu gosto de vários cantores, várias músicas, não só de um gênero mas bem variado. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Eu gosto de uma música um pouco mais alegre, não tão, não precisa ser agitada, mas eu gosto delas mais alegres. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias”

(Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Paz interior. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Família. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? Eu gosto mais do “Graças dou”, ele é mais não sei, mais ritmo, não sei, eu prefiro este. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Sim. Não. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Com certeza!


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(Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Melodia? Som? Ã...vou te dizer o que? O som, não seriam bons, mas eles me lembram outras músicas... 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Não, não cantaria. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? “Graças dou”. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Não. Não que, eu gosto das músicas mas não sou tão religiosa assim. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Sim, as duas me agradam, as duas são boas, e elas tem as palavras, tudo é interessante. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? Ainda eu prefi... a “graças dou”. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? quatro vozes. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Não, não, não participaria. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim, até convidaria, até seria legal, uma coisa diferente, experiências novas. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Ainda “graças dou”.... 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Ah... não tocaria. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Coral. Coral é bonito, vários ritmos, várias vozes diferentes, fica bonito o arranjo. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Não. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? “Graças dou”... a Deus. 29) Você se identificou com alguma coisa? As músicas elas são bonitas, o coro também é muito bonito, mas identificar mais a família e tudo mais que ela consta ali. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Não, não ouviria. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Mais infância.


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(Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não, não. As músicas são bem bem bonitas, é bem, é uma coisa diferente, mas é bonito. Obrigado pela sua colaboração!

4.1.2. Próximos de uma igreja luterana

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 4, italiano, próximo - Maria Luiza Filipon 02) Ano e local de nascimento? 1965, Bento Gonsalves. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Caxias do Sul 04) Escolaridade? Superior Completo 05) Etnia? Italiana. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Eu gosto bastante de italianas, românticas e religiosas. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? AS que tem letra e que tem algum fundamento. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Gosto muito do padre Zezinho, gosto dos italianos principalmente. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Românticas e religiosas. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias”

(Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Ah... as duas me comunicam coisas muito boas. A valorização da vida, a valorização da natureza, de tudo o que a gente tem na vida, em resumo. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Dar valor a vida. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? “Graças dou”, porque me chamou mais atenção a agradecer e não tanto a perguntar. Mais agradecimento. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Existe 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Não. Todas elas trazem.


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(Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Lembra muito a minha mão e o meu pai. Volta a infância. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Sim. Porque eu gosto. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? “Graças dou” para agradecer, realmente. (risos)... 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Olha, eu até diria que sim, só que depende o loca, depende os cantores, porque as vezes as pessoas não vão aceitar muito. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Sim. Sim. Me agrada muito porque eu adoro músicas assim, com bastante vozes, tonalidades diferentes, isto me agrada muito. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? “Graças dou”. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Quatro vozes, eu gosto da entoação de voz. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Até gostaria mas não tenho voz pra isso. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Convidaria meu esposo, porque ele também gosta. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? “Graças dou", gosto do ritmo, porque ela é bem mais alegre. Ela é mais introspectiva. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Ah, toca, não. Não tocaria. Eu não. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Coral. Eu gosto das vozes. Eu não gosto do som, eu prefiro vozes. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Não. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? As letras. 29) Você se identificou com alguma coisa? Na verdade as letras, a criação, tudo que foi criado e o agradecimento a isso. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Em rádio... (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Infância, meus pais.


267 (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não. São muito bonitas. As letras são maravilhosas. Eu adorei! Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 5, italiano, próximo 02) Ano e local de nascimento? Caxias do Sul, 27 de maio de 1952 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Caxias do Sul. 04) Escolaridade? Superior Incompleto. 05) Etnia? Italiana. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Então, de agradecimento, de louvor. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? A popular e a sacra, então. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Cantores populares então, Leandro e Leonardo, Raul Seixas. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Sacra.. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias”

(Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? A vivencia, o agradecimento, pela experiência que a gente viveu e passou. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Ah, a vivência, o amor e o agradecimento 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? O sacro. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Sim. As palavras de violência, de não agradecimento. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? A vida, o amor, a passagem. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Sim. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? Essa de agradecimento.


268 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Muito. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A última, a de ação de graças. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Eu gosto das duas, mas eu vou ficar com a segunda. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Sim. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Sim. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? A segunda. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Ah em voz e também em orquestra. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Não. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? Agradecimento. Ah... saber agradecer a natureza, o dia a dia. 29) Você se identificou com alguma coisa? Sim 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Sim. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Muitas, muitas, de felicidades, de alegria, de dor... (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Quem vive isto, vive o amor e é uma pessoa feliz. Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA


269 (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 6, italiano, próximo 02) Ano e local de nascimento? Caxias do Sul, 1950 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Sempre, Caxias do Sul. 04) Escolaridade? Primeiro do segundo grau 05) Etnia? Italiano. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Sertanejo e gaúcha, chama mais assim, pela gente, né. Por tá aqui, eu gosto muito de música sertaneja. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Ah, e gosto muito do Sergio Reis, né, do “Menino da Porteira” sempre gostei, Almir Sater “A chalana”, Paula Fernandes, Leonardo, Zezé de CArmargo e Luciano, eu gosto muito desses cantores e dessas músicas. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Esses aí Paula Ferandes, é uma ótima compositora, as próprias música dela é ela que escreve. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Ah... sertaneja porque eu gosto das músicas sertaneja. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias”

(Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Ah, é, são, essas, Senhor e “Graças dou”, pelo sentido,né, tudo o que a gente tem é graças a Deus, né, é, sei lá né, a gente tem fé, das coisas, né, que Deus proporciona que ele dá a saúde que a gente tem, e a gente sempre espera que, sempre, está perto da gente, e que ele possa proteger a gente. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Pois é... o que que eu vou lhe dizer... princípios?? É a saúde, né, a gente tem que ter esperança, e fé de de Deus. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? ----13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Alí, a letra é clara. São muito bem declarada. Acho que não. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? É. Pode ser de passar ele o que a gente sente. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? A melodia, ah, ah, a gente tem tem, são dela, comove a gente, a gente fica, ah, satisfeito, ouvindo, se completa. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Sim. Ah, a gente canta, com o netinho, volta e meia, a gente, né, canta junto com ele, e ele fica escutando, né, ele escuta também.


270 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? “Graças dou”, porque ela completa mais, a gente sente mais graças a Deus do que de Deus, que ele proporciona pra gente, o ritmo dela é muito bom. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Claro que sim, Eu gostaria que fosse mais usada essas músicas sim. E, porque isso ali é uma música que completa a gente, se todo mundo escutasse isso aí seria diferente, né, tem muita gente que não segue o ritmo de Deus, eles tem a cabeça própria das coisas que fazem, então, hoje o mundo está muito virado, tá bem complicada a coisa. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Sim. Porque o ritmo dela tá certo. É muito bom ouvir 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A “Graças dou” 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? A tanto faz, não tenho preferência. Acho que a música tocada, tanto de um jeito como de outro, né, todas são boas. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Olha, eu toca não sei toca, mas canta do meu jeito, gostaria sim. Né, a gente não é cantor profissional mas a gente vai chutando. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim. Porque eu acho que faz bem. Se uma pessoa fosse assistir, faz parte, é boa a música. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Sim, agrada si. E a que eu prefiro é a “Graças dou”, as duas são boas, mas eu prefiro a graças dou porque chama mais a atenção. Parece que comove mais a gente. Mas é muito boa tanto uma como a outra. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Toca eu não sei toca, mas gostaria de mais gente, assim, participasse dessas músicas. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Ah... só voz já é boa também, mas uma banda ficaria muito bonito, eu acho. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Não. Não, eu acho que não. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? Pois é, o que que eu vou dizer. Acho que tudo. O tudo da música, acho que o todo da música, ela é completa, né, então ela é muito boa. 29) Você se identificou com alguma coisa? Ah, identifica, acho que a gente, né, se sente mais protegido, né. Porque a gente cantando uma música dessa a gente sabe que está mais perto de Deus, né, que ele teje do lado da gente sempre. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? É eles não tocam, mas claro que seria bom


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(Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Lembranças boas, que a gente tá, quando toca uma música dessa, a agente sabe que tá com Deus, daí, a gente tá ouvindo, tá participando, se tá um grupo ta todo mundo unido e sabendo que Deus tá por perto, tá protegendo a gente. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não, tudo bem, tá tranquilo. (risos)... Obrigado pela sua colaboração!

4.1.3. Luteranos

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 7, italiano, luterano 02) Ano e local de nascimento? Capela de Santo Antônio, Cisco Alegre, Caxias do Sul. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? No interior, na Colônia... Capela Santo Antônio. 04) Escolaridade? Segundo grau incompleto 05) Etnia? Italiano. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Música gaúcha.. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? É da, os hinos da igreja. Música gaúcha, porque gosto de dança música gaúcha e escuta também. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Ah... não sei... os Serranos...não lembro. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Eu ouço bastante hinos do hinário. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias”

(Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Me traz paz e assim tranquilidade.


272 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Todas as coisas que a gente recebe de Deus e agradecer... a gratidão. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? O primeiro ali, Graças dou, porque é uma bênção de Deus que nos dá. Tudo que recebemos é dEle que vem. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Não. Entendi tudo direitinho, sim. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Lembra assim quando eu venho a igreja assim... quando eu fico nervoso não vem assim... lembrei da igreja. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Sim e canto. Porque me alegra ficar cantando essas música, ali, né. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? Essa aí que é mais cantada.. é essa aí. É que a gente agradece o dia a dia, né.. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim. Pra continuar com a Palavra de Deus. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Sim. Sim. Porque fica sempre na lembrança e fica mais fácil de cantar. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? Essa aí do “Graças dou”. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? A primeira. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Acho que não por causa da minha voz que não se encaixa no coral. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim. Pra ouvir todos os domingos que a gente escuta, né, eu gostaria que outros escutassem os mesmos, os hinos, né, porque eu gosto sim. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Sim. Sim. A primeira eu prefiro mais. Porque é a mesma, é do agradecer a Deus. A primeira (ritmo)... porque é melhor pra ouvir, né. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim. E melhor, quanto mais pessoas tiver cantando, é melhor... é. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Voz... quando fico nervoso não consigo falar nada... porque, assim, é o grau mais fácil assim escutando e ouvindo.. por causa do texto. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Não. (Sobre a identificação)


273 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? Porque eu gosto assim, de ouvir, essas melodias, e agora consigo grava. 29) Você se identificou com alguma coisa? Agradecimento a Deus. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Porque a gente escuta só no sábado que vem na igreja e gostaria de escutar mais. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? A igreja. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não. Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 8, italiano, luterano 02) Ano e local de nascimento? 9/06/1968, Caxias do Sul. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Caxias do Sul 04) Escolaridade? Segundo completo 05) Etnia? Italiana. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Eu tenho rock, como música, vamos dizer, fora da igreja, e a partir do momento que eu entrei dentro da igreja eu comecei a ouvir as músicas, principalmente as músicas mais tocadas, são músicas que eu escuto também dentro do meu carro, CDs ou algumas gravas, nesse sentido. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Eu gosto bastante, dentro da igreja, as músicas onde a gente pode ter o consolo, o conforto, a segurança de que nós temos um Salvador, isso dentro da igreja... fora da igreja dentro do rock, eu gosto de músicas que falam, dentro da área política, algumas, talvez dentro, até dentro de revoluções que aconteceram, né, basicamente dentro desta área. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Nacional, tipo, Legião Urbana, Titãs, Nenhum de Nós no sul, fora, U2... é isso aí... 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Sim, rock é o que eu mais gosto, é gosto de outras músicas, tipo, tradicionalista, gosto também, tem minha filha que gosta de música sertaneja, aí a gente acaba ouvindo um pouco, mas o rock é o que eu mais gosto de ouvir. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias”


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(Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? O primeiro hino a gente já esta bem acostumado com ele, é um hino bem conhecido, ah... é, agradecimento, é tudo o que a gente tem que agradecer a Deus pela nossa saúde, pelo nosso alimento, por termos a segurança de termos um Salvador. E a segunda música, eu não consegui, não conheço e não consegui ouvi bem a música em si. Então eu não consigo opinar sobre a segunda. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Agradecimento na primeira música e na segunda não consegui identificar... 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? O primeiro, porque pelo conhecimento da música. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Na primeira sim, por conhecer ela, já a segunda vou ficar devendo.. Alguma palavra? Não, não acho que não. Dentro da primeira música todos eles eu já conheço. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? A primeira música sim. A segunda, como não identifiquei eu teria que na verdade ouvi-la novamente, ah, até pra ouvir a letra dela, para identificar melhor, para compartilhar. Porque hoje, pra mim, compartilhar dentro da música cristã, a gente tem que ter certeza do que que a palavra tá levando. Porque as vezes, palavras simplesmente jogadas, ah, a gente pode tá levando alguém a condenação. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? A melodia da primeira música, é bem confortante, deixar em paz, isso do “Graças dou”, me transmite paz e segurança, até pelo conhecimento da letra, a gente, só, só ouvir a melodia, a gente automaticamente as letras, a música em si vem vindo na nossa cabeça, a segunda já não consigo identificar. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Sim. Por serem músicas, ou música, nocaso, que me deixam em paz, bastante segurança, tranquilo de que estou com Deus... incomparavelmente melhor. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A primeira, por conhecer. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim. Eu gosto bastante de ouvir as músicas. E com certeza eu gostaria que tivesse outras formas, outras melodias, outras formas de se apresentar essa música. Gostaria que sim. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? A primeira por conhecer, sim. A segunda, ela tem uma melodia bem mais, me parece, bem mais calma, assim, musicalmente, na parte harmônica eu não sou muito intendido, mas ela, eu, ela, parece uma música mais, vou usar o termo, “arrastado” mais carregado, a segunda música, a primeira a gente se identifica bem. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A primeira.


275 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? A de quatro vozes. Porque o conjunto, o coletivo, quando vai mais do que um, o conjunto das vozes diferentes sempre tem um resultado, eu considerei um resultado bem bom, positivo, e gostoso de se escutar. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Ah... sem duvida. Eu participaria. Porque além de ser um, ou explorar um talento que a pessoa que faz isso tem, ah... levaria para outras pessoas uma boa oportunidade de escutar uma boa música. Participaria... cantando. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim. Porque é um trabalho primoroso no sentido do da persistência dos ensaios, dos exercícios, do treino com a voz, realmente é um resultado positivo e muito bonito. Eu diria que é um espetáculo uma apresentação dessa. . (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Eu prefiro com a primeira, porque ela pontua bem o nível que quer ser passada a mensagem. Então, quando tem o tópico na própria letra que esta sendo cantada esses ritmos ressaltam alguns desses pontos principais da música. E chama atenção. Eu acho bonito. E a melodia permanece assim, aquela da minha preferência. . 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim tocaria, sem dúvida. A resposta seria a mesma. Porque eu trabalho no coletivo, obtendo um resultado igual a esse que eu escutei, e é fundamental até pra auto-estima de um cantor que chega a este nível na música. Traduzir... (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Coral. Eu gosto de coral. Ou coral ou orquestra. Pelo, eu não entendo bem disso, mas pela sintonia da voz com os instrumentos da forma como ela é executada. O coral tem todo um conjunto de vozes que intensifica a música e numa orquestra também o conjunto de vozes e instrumentos, que no meu ponto de vista, eu considero melhor. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? (Acho que você respondeu... orquestra). . (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? Ah... a fé. A aproximação que se tem com a humildade, a fé, o respeito com a música no geral, mas principalmente a música de, com este perfil religioso. 29) Você se identificou com alguma coisa? Eu me identifiquei com o respeito, com o nome de Jesus Cristo, aquela coisa de adorar Jesus, ter fé e acreditar. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Ah.. tem pouco espaço, eu gostaria de ouvir, mas não sei se tem esse espaço hoje em dia. Eu escuto de vez em quando através de programas que tem da própria IELB, a gente consegue escutar alguma coisa, mas acaba sendo limitado, se tivesse este espaço em rádios, ou na TV seria bem agradável.


276 (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Em relação a primeira música, é a gratidão a Deus, o conforte... eu tive uma experiência bastante forte, que foi a perda de uma filha (emocionado e marejando os olhos) e mesmo assim, nós devemos agradecer a Deus, porque ele sabe o melhor caminho para as nossas vidas. E esperarmos até o dia do reencontro. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Como comentei, eu não tenho conhecimento dentro da música, talvez fique devendo algo nesse sentido, mas, ah, a questão que devemos divulgar mais, explorar mais a apresentação da Palavra de Deus por música, acho que tem que cada vez mais, que é uma forma importante, é uma forma de memoriza essa palavra que nós temos, através de música. Então acho que é um canal que tem que ser bastante explorado, não saberia dizer, como não tenho conhecimento musical, qual seriam as formas de como fazer esta apresentação... Agradecemos, espero ter contribuído aí, não profissionalmente, mas... espero ter contribuindo aí... Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 9, italiano, luterano 02) Ano e local de nascimento? Caxias do Sul, 04 de Janeiro de 64. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Caxias do sul 04) Escolaridade? Superior completo 05) Etnia? Italiano. De mãe, vó, tudo completo. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Eu gosto de música dos anos 60, 70, das mais antigas, assim. Porque antigamente eram melhores as músicas. Hoje não me atrai muito. Tanto é que você ouve música dos anos 60 tu ouve até hoje. E tem umas que são muito porcaria hoje. ... Me incomoda, eu gosto de coisas mais antigas. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Olha, as músicas que mexe, assim com a, eu gosto bastante de românticas, de coisa assim realizadas assim, que passam assim de paz assim, de amizade. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Ah... eu gosto de Beatles, do Elviz Presley, Paul Mccartey, ABBA, do Roupa Nova no Brasil, umas gaúchas, Oswaldir e Carlos Magrão, o resto não me fazem muito a cabeça, não. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Estilo? Eu gosto do estilo dos Beatles, do Elvis eu não gosto assim daquela parte do rock pesado dele, aquela parte mais dele, ele tem uma parte gospel também, tem uma parte mais romântica, eu gosto muito de Paul Mccartey que é um estilo mais... o


277 Roupa Nova eu gosto muito de ouvir. É um estilo, assim, que eu gosto. Rock 7 gostava muito de ouvir, não sei se um estilo que ainda existe, o, quem eu disse que gostava de ouvir também,... André Rieu, gosto muito de ouvir André Rieu...é.. gosto muito de ver o jeito dele tocar, o jeito dele que ele faz as orquestras dele. Eu toquei muito tempo em orquestra, então, eu gosto daquele estilo... Tocava trombone ... toquei mais de 20 anos...eu comecei na banda do Cristóvão, depois a gente foi pra Orquestra de Caxias, depois para a Sinfônica de Caxias. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias”

(Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? O Primeiro é clássico, gratidão a Deus. Graças dou, vida, já tá dizendo, graças, né. A gente não agradece nada do que recebe. Infelizmente, a gente ouve a música e a gente não agradece como deveria. A segunda, pessoalmente que nem o Timóteo, não consegui perceber direito ela. Não, não, não não sei se eu deveria ouvir mais uma vez para poder pegar, mas não peguei direto... 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Primeiro é gratidão. Sem dúvida, já começa na primeira palavra, né. O segundo, difícil, tem que ouvir de novo. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? O primeiro porque, não porque é mais conhecido, mas porque é mais claro. O segundo, ficou meio, pesquei alguma coisa mas não ficou mais claro. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Sim. Não. Consegui. Aquela segunda tive um pouco de dificuldade mas se ouvir de novo ... 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim, com certeza. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? A primeira me agrada bastante, a primeira. Que é um ritmo suave assim, legal, eu gosto de um tipo assim, e, um tom de notas que mudam assim. O segundo é mais um canto gregoriano assim, dois ou três notas parece que tocam e eu não gosto desse ritmo. Eu acho o nosso hinário luterano, opinião minha, tem uns hinos ótimos, mas tem uns hinos que eu não gosto de ouvir. Não é a letra, até falei um dia com o pastor, eu não gosto da melodia, não me agrada. A segunda eu não gostaria, eu acho ela muito quadrada pro meu gosto. E uma melodia interfere na compreensão do texto... com certeza. Quando você não ouve direito passa batido, bah, se você não gosta. Eu não gosto das melodias que ficam muito num tom gregoriano assim, três quatro notas que ficam subindo e descendo assim, tem muitos no nosso hinário assim ... 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? A primeira sim. Tipo de melodia mais suave, é legal de ouvir e a própria letra assim. Agora a segunda, assim, fica suspeito.


278 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A primeira. Porque a primeira é melhor de ouvir, primeiro pela melodia, a letra é melhor de ouvir, é conhecida já, a gente canta seguido, e a música me traz uma lembrança muito, porque ela tocou no meu casamento sem saber. Eu era católico quando casei aqui e foi combinado que não ia ser tocado nenhuma música do hinário, porque ia ter gente de fora, e no dia tocou essa música aí. Foi uma surpresa ... muito agradável.Todo mundo, até os convidados gostaram, disseram bah, que legal, ouviram. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Com certeza, a primeira. Porque transmite uma coisa boa, né. A segunda também transmite mas a primeira transmite mais uma coisa boa, uma coisa alegre, mais, eu já tenho uma coisa de diferente com essa música, eu tenho uma ligação diferente ela me traz mais ainda, no casamento, uma lembrança boa. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? A primeira sim. Eu não gostei muito do órgão, mas a melodia sim, né. As quatro vozes ficaram bem boas. A segunda, (pausa)... suspeita... Eu não gosto do som do órgão, pessoalmente, eu não gosto, gostaria que fosse um teclado, um som de piano, um piano assim de teclado é mais claro. Não gosto do som do órgão de tubos, quando toca eu não gosto, não sei, é por mim, né. Não sei se é porque me criei com esse tipo de som, não é que me agrada. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A primeira, a primeira. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Olha quanto a isso pode ser tanto um ou outro. Eu acho que 4 vozes fica bonito. Mas não que a outra fica ruim. Tem muitas musicas que conforme muda... um Aleluia, por exemplo, fica muito bom assim tanto quatro vozes como uníssono. Dependendo fica ótimo as duas. Ela emociona bastante. Tem música do hinário que até arrepia os pelo do braço quando toca. Quanto canta bem, e leva a Palavra de Deus, né... 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Sim. Mesma coisa que eu disse, além de tu mostra a Palavra, música é uma coisa que mexe com as pessoas. Uma vez, vai ve até, uma vez eu vi num show do padre Zezinho, tudo bem letras católicas, mas sabe que havia gente chorando assim, do meu lado, ai tu tem um baita num culto e sai daqui e vai fazer bobagem no transito, né. Então a música na hora ela mexe muito, né . Tem também aquela música que toca muito no André Rieu nos nossos velórios e enterros,... “mais perto quero estar”... aquela melodia, ta loco, mexe demais com a gente, é muito impactante. Não sei porque toca nos velórios, toca nos filmes, ela mexe muito com a gente, muito forte essa melodia, se a gente tocar aqui na igreja eles chora... 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? A primeira com certeza, a segunda é muito devagar. Tem hinos assim aqui na igreja que até assim, já falei uma vez, que se tocasse assim, um pouquinho mais rápido no coisa, fica muito pesado assim, e tem uns hinos que são pesado e fica mais pesado ainda, e tocam devagar. (Sobre o ritmo)


279 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Sim, mais a primeira. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim, porque eu gosto de tocar. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Digo, como eu tocava, tocava em banda, orquestra e coral. Tinha o coral da UCS, tocava muito no Natal, e é outra coisa tocar com coral e orquestra. Até uma banda com dois ou três instrumentos bem tocados até também fica legal. Mas tudo depende a música, acho que varia muito isso aí... Mas orquestra e coral seria legal. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? É... eu não gosto muito no órgão, neste instrumento não gosto, não botar um instrumento, mas bateria não, mas uma coisinha suave, clarinete, com sax não sei se ficaria muito pesado aqui, com um clarinete ficaria legal aqui, oboé assim ia fazer um sonzinho bonito. ... a segunda nem sei como encaixar isso nela, teria que ouvir de novo, ela é muito quadrada pro meu gosto. Se muito complicada pro meu gosto, só se mudar o ritmo daquela música um pouquinho pra ficar mais dinâmica um pouquinho. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? A primeira, pocausa que, além de ter no meu casamento, tocou, já começa por aí, né, ela mexe, ela tem uma coisa dessa. Até sou meio suspeito com essa música aí, porque eu já, ela tem uma ligação com nós antiga, 29) Você se identificou com alguma coisa? Casamento... e eu gosto mais do estilo de música da primeira, sempre gostei, gosto mais daquele estilo, eu não gosto daquele estilo mais... 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Até a gente ouve lá em casa, até tem um canal de música gospel lá né, tem uma parte dizem que quem gosta né. Só tem umas músicas que eu não gosto que toca lá, não gosto, é muito parecida, muito.... não sei, não me atrai muito aquelas música lá, que tocam na rádio... (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? A primeira, obvio, de cara o casamento. A segunda não tem nada assim de coisa. Mas a primeira, começa com o casamento, que é agradável de ouvir, tu sente que é uma coisa de dentro, agradecendo a coisa que tu recebeu, a segunda, pessoalmente tu tinha que ouvir de novo, duas vezes ali, tche. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? É, eu acho que, como é que eu vou dizer assim, tinha que forma uma mini orquestra aqui. Mas tem pouca gente que toca instrumento assim, diferentes, nunca conseguimos fazer um, então conseguimos fazer um coral aqui. ... a maioria toca assim aqui violão. É difícil alguém que toque um instrumento diferente, assim, desvolto, eu acharia legal se pudesse montar uma mini-orquestra qui dentro.. Não sei se é possível, apesar de hoje a gurizada não quer mais tocar instrumentos assim, é


280 difícil de ver, só violão, achar alguém que toca um trombone, um bombardinho, um pistão hoje é difícil, é mais complicado, um clarinete, isso é bonito, sabe... Eu acho que tem uns hinos da igreja bem legais assim, principalmente na parte dos 200 e 200 e poucos assim tem vários hinos com a melodia muito bonita. Até que tocou hoje no coro da igreja o 220 “Senhor meu Deus”... não o 210 “é Deus que fez a terra”... tem umas melodias, umas subidas de notas que são muito bonitas, eu gosto daquele hino. Tem vários que eu acho bonitos, tem uns que, pra mim, como eu tenho uma coisa que toquei muito entra meio quadrado nos ouvidos, não te mexe, até tu toca aí, mas o cara tocou uma coisa comum. A melodia da música pra ouvir ela muda muito... se é quadradão... bah... já não vai...mas tem muita música gospel que não dá pra ouvir, é muito chata, a letra é legal mas a melodia não dá pra ouvir. Tem músicas que são o contrário, aquela música “Aleluia” nã nã nã nã nã nã, que se toca assim. A letra é horrível, eu peguei a tradução daquela música, não tem nada a ver com gospel aquilo dali. Fala do rei Davi com a Batseba, então se for ver a letra é horrível, só que a melodia pega muito, só que fizeram muitas versões no Brasil, de que não tem nada a ver com o original. Não tem nada a ver uma com a outra. A original fala do rei Davi e a Batsaba, se amarrou na cosinha, na terceira na quarta, então não é uma letra assim, gospel... o pessoal aproveitou a melodia... Obrigado pela sua colaboração!

4.2. REGIÃO SUDESTE, SP, SÃO PAULO - CAPITAL, (ORIENTAIS E MISCIGENAÇÃO),

CEL

“DA

PAZ”

DE

INTERLAGOS/SP

E

CPTN.

ENTREVISTADORES: PASTOR MARIO RAFAEL YUDI FUKUE, PASTOR FERNANDO HENRIQUE HUF E PASTOR PAULO BRUM..

4.2.1. Distantes de uma igreja luterana

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 10, orientais e miscigenação, distantes 02) Ano e local de nascimento? 1997, em São Paulo, na capital. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Morei a vida inteira em São Paulo. 04) Escolaridade? Segundo ano da faculdade de psicologia (USP) 05) Etnia? Brasileira, amarelo, né... mas o “Takeuti” é japonês e a “Veiga de Casto” é português.


281 (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Eu gosto muito de pop. Pop mais pop mesmo. De rádio, sabe. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Tipo letra? Ah... de letra, na verdade me chama mais atenção não necessariamente de pop, eu gosto mais de letras de outras músicas, não deste gênero, um gênero um pouco mais, tipo, eu não com é pra se, rock ou hard rock, não é metálica tipo rock, é um som meio metafórico... eu gosto. Bom eles tem várias músicas, músicas sobre, tipo, ah, tem uma assim, de cara, tipo, as vezes fala do assunto, e as vezes não falam muito deles, o, deixa eu pensar, como que eu explico isso, hard rock, pra mim sempre parece que está falando de uma viagem deste tipo de coisa, de se encontrar, tipo, de achar a identidade, quem você é, cuidar da sua vida, o que você vai fazer dela... tipo, eu gosto delas por isso. As que normalmente mais me chamam a atenção, são as que tem uma batida mais dançante. Eu gosto muito de dança, tipo, me chamam primeiro a atenção essas músicas com um batida mais, sabe, dançante, eh... dançante, mais viva...é isso. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Ah... eu gosto muito de cantor pop atual, tipo, Beonce, Vien ou Iena, mas também gosto muito de cantores que estão nesta vibe hard rosh tipo músicas brasileiras tipo quase “5 a seco”, principalmente “5 a Seco” e o Dermam... 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Eu gosto de várias, mas tipo, do que eu mais gosto mesmo é batida dançante, Reggaeton, pop dançante, isso é o que eu mais gosto porque me deixa animada. Me deixa feliz... Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Eu não prestei muita atenção na letra da música, pra falar a verdade. Eu prestei a atenção na primeira, mas eu acho que o texto em si falou comigo. Eu não entendi, na verdade. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Ah (risos, desconcerto), não acho que pra mim não. Na verdade eu fiquei mais na atenção na melodia e no jeito que elas cantavam do que no que elas estavam cantando. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? Eu não sei muito bem porque, mas de texto, talvez por que eu tenho prestado mais atenção acho que o primeiro. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Assim, eu não prestei atenção no texto, pra mim não teve muita clareza do texto. E nas palavras, aquilo que eu ouvi eu entendi. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Acho que não. (Sobre a melodia)


282 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? A primeira pra mim, era um pouco mais alegre, e a segunda pra mim, não sei porque, me lembrou muito chuva, direto, na hora que eu comecei ouvir me lembrou muito chuva. Agora qual a razão disso eu não sei. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Acho que sim. A primeira por ser mais alegrinha, sim. . 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A primeira. Eu achei a segunda meio pra baixo. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim (titubeando). Não sei. Eu gostei dela. Incentivaria ouvir ela de novo. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Sim, sim. Mesmo a segunda que eu achei mais pra baixo eu gostei. Eu achei as músicas bem harmônicas. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? Acho que a primeira. Mas acho que a harmonia da segunda eu gosto. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Acho que eu gosto de quatro. Eu não gosto de coro cantando a mesma coisa. Esse negócio de cantar a quatro vozes aí, eu gosto mais, e eu não sei dizer porque. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Eu acho que não. Talvez tocando mas cantando não. Eu não muito de canta. Mas de tocar... eu toco bateria...mas esse de cantar não funciona muito neste tipo de melodia. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Acho que sim, tipo, minha família. Eles, eu já fui na orquestra com a minha mãe, ela gosta deste tipo de coisa, aí é legal... (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Eu gostei dos dois, mas eu gostei mais da primeira por ser mais ritimada, mais rápida. . 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim, eu tocaria. Principalmente a primeira pelas mesma razões de antes. Eu tocaria a primeira. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Ah... eu acho que em todas elas eu preferia orquestra, porque gosto muito de orquestra. Eu gosto mais de orquestra músicas assim do que coral cantado. Eu acho que orquestra... 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Eu não sou tão ritmista assim, mas eu acho, não sei não. Mas apesar de tocar bateria eu não sei musica. Então eu não sei o que sugerir. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? É.... acho que, sei lá, seria esse clima, tipo, coral de igreja, tipo, não sei, essas obras coral, sim isso me chamou bastante a atenção...


283 29) Você se identificou com alguma coisa? Eu não sei, tipo, acho que identificar não, eu gostei delas mas não sei o quanto eu me identifiquei com elas. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Acho que depende de quando. Mas via de regra acho que não. Eu não to muito acostumada a ouvir este tipo de música na minha vida normal. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? A primeira me lembrou essa coisa de coral, na verdade as duas me lembraram coral, tipo, de igreja, mais a segunda, mais especifico, eu me lembrei de chuva. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Acho que não. . Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 11, orientais e miscigenação, distantes 02) Ano e local de nascimento? 19 de outubro de 82. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Em São Paulo. Nasci aqui, morei fora mas a maior parte foi aqui. 04) Escolaridade? Superio completo. Fiz Cinema – comunicação Social com habilitação pra cinema. 05) Etnia? Então, etnia é meio que... porque assim, da etnia da Ásia e tal... da etnia Han que na verdade são quem englobam a parte do leste asiático, acho que isso. Então, Taiwan tem aborígenes que são todo o sudeste asiático com o pessoal do continente que seria o Han, a do japonês seria o que eles chamam de Mongólia com Korea, né. Assim, enfim, é lógico né, que é, quem estuda esta parte que vai definir melhor a parte específica, né, mas basicamente, o pessoal do leste asiático eles chamam de Han – Etnia HAN, seria isso. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Eh... desculpa, (risos e com dois celulares na mão...) música, né... a tá. Eu escuto muita coisa, eu sou guitarrista, eu toco guitarra. Quando eu era pirralho tocava só metal, aquela coisa, cabeludo, e tal, hoje em dia eu toco mais jazz, fusion, também então, tá mais amplo hoje em dia. Também trabalho no meio. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Você diz a parte lírica. Então... Eu não (titubeando), eu sempre fui ruim em português, eu sempre fui ruim em línguas, apesar de falar, eu sempre fui ruim e línguas de qualquer tipo, então, eu nunca me interessei em escrever poesia na área, eu sempre toquei, sempre gostei da parte realmente harmônica e melódica, nunca fui atrás de letra, nunca escrevi letra nenhum, se o cara esta


284 tocando normalmente não presto atenção em letras eu presto atenção na música, pra mim. (Algum texto te chama atenção?) É assim, tem o sonoro, tem, tem o lirismo da música e o sonoro. Ele tem a melodia e a letra que vai encaixar com o sonoro, que é com a harmonia no caso musical, aí, logicamente, o que chama atenção são as letras, tando muito ruim chama atenção. É chama atenção, tipo tchã, tchã, tchã, tchã... tamo no cham, abre as pernas, pô... isso chama atenção pra caramba...que é isso, né? Pelo ridículo também, e tembém pelo... cria um distanciamento, pô, um estranhamento, justamente do porque isso? A razão disso? Ou a total desrazão, não tem problema. E tem a parte do não sense... o não sense também é legal, porque você fala... porque eu acho que sempre eu tô errado, a parte lírica, eu escuto um negócio e digo: será que ele quis dizer isso? Eu não sei se ele quer dizer isso... E ai já tão, sei lá, Legião Urbana, aí, vamo dá um exemplo, vamo vê, já não é tão ex... exposto, tão direto, ele é mais... até esqueci a palavra... sutil mas objetivo, porque ele tá falando exatamente o que ele tá querendo dizer, ele é bem explícito, não é uma coisa totalmente mascarada, não mascarada no mal sentido, mas uma coisa do tipo: o que que ele tá querendo dizer uma coisa que não quer dizer nada, tipo não sense. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Eh... pô... são mais instrumentistas, mais instrumentistas..., ah tem tantos outros, putz, sei lá, tipo guitarrista, puta, muleque, Steve Vai né meu, Steve Vai, Joe Satriani, hoje em dia, lógico, já acho eles muito, muito pueril, digamos assim, hoje busco cara melhor, fusion Greg Hall, tipo uns cara, tipo, que conhecem, que são professores dos professores, normalmente, esses cara famoso se inspiram nele, Allan Rouse um guitarrista inglês que toca aquela coisa maluca, também, mais os professores eu escuto hoje em dia, porque é aquela coisa, as coisas do rádio me soam muito banal, já, hoje em dia, não que eu não escute, soa banal mesmo, hoje em dia. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Gênero. Gênero? Hoje em dia? É meio complicado, vô te falar, música instrumental vai daqui até aqui... é muita coisa, vô te fala, oh, eu comecei, quando era muleque escutando rock hoje não escuto muito rock, sabe, por mais infantil, pueril que seja ainda escuto muito rock, metal, né... mas hoje eu curto, curto muito, muito New Age, gosto muito, gosto muito de eletrônica, mas não essa tum, tum, tum ou tchã, tchã, tchã, não essa coisa, eu escuto muito música antiga, né, coisa experimental, né, tem coisa do StockHause, coisa experimental, não é nem uma coisa muito audível, sabe, só testes com sintetizadores, né, então não é muito audível para a maioria do público, soam meio distan..., tem um distanciamento do público normal, então ele não é muito popular, não é fácil de digerir, entendeu? (prefere som instrumental com consistência?) Até pode ser experimental, e pode não ser uma coisa, assim, como é que eu vou falar, não é um entretenimento exatamente, talvez seja uma coisa de teste só, entendeu?, não é entretenimento, as vezes as pessoas acham que música é entretenimento, que é zoação, que é tal tal tal, e as vezes, nem sempre foi. E tem músicas de muitos motivos, tipo hino, como você falô, tem uma proposta não de entretenimento, mas um identificação, identificação de uma nação, talvez uma identificação cultural daquilo lá, e se certo povo, certo grupo, certa nação que não se identificar com aquilo lá, ele vai fala, pô, isso não diz respeito a mim, entendeu?, o que acontece na verdade um pouco em Taiwan; lá, na verdade, tem uma galera que não, não se identifica com hino, pô, porque veio


285 de fora, que não tem a ver com a coisa aborígene local, né, por exemplo, to dando um exemplo aqui, neste caso, o meu pai é totalmente assim, “isso ai é coisa dos chineses continentais”, ele fala, né, que não é uma coisa local, né, então, o local aqui é cultura aborígene, não sei o que lá, apesar de ele eu acho que a gente não tenha sangue tanto aborígene, né, mas ele prioriza isso, talvez a coisa do Brasil e do brasilianismo, não é brasileiro, tem outra palavra que... não é bem nacionalismo, é é é coisa antropofágico, que tinha na época de eles querer, tudo bem, claramente era europeu, descendente de europeu, mas que queriam uma coisa totalmente brasileiro, o de invocar o índio, como uma coisa totalmente nacional mesmo, nacional no sentido territorial, né, apesar de todos ali tem traços indígenas né, ou nata né, tipo Macunaíma, aquela coisa toda que, enfim,... Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? As letras? As letras pelo que eu me lembro, era... musicamente, eu acho que era composição da igreja, né, então, eu não lembro com muita exatidão, as letras, exatamente, eu não tenho muita memória para letra, mas assim, a música em si, claramente, eh, eu não sei se é musica sacra, eu não tive um estudo formal da música erudita, mas é uma música da igreja, totalmente composição da igreja, tipo, por não possuir alguns tipos de tensões, a musica tal, é claramente da igreja. (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Os textos, o que ele comunca, muito bem, vamo lá, eu vo te fala, como falei pra você, eu não, logicamente a música sempre me atraiu mais do que a parte textual, né, acho que cada um tem um pouco disso, já percebi nas pessoas que muitas pessoas, realmente, algumas se ligam mais na parte literária e outras se ligam na parte rítmica, alguns harmônica, melódico, então, ou alguns nada, talvez alguns analfabetos talvez, não liga a nada, pra ele é total “breu” as músicas, que pra ele não tem uma assimilação fácil, né, enfim. Eu me lembro de fragmentos, palavras em si, eu não lembro se tinha muita coisa, assim, um texto muito positivo, porque juntando com a parte melódica e a harmônica, né, eu não lembro de ter nada negativo nos textos, das passagens assim, então pra mim, assim, é totalmente associado a música, harmonia, melodia, mas associados, né, normalmente as melodias complementam a harmonia e viceversa, claro, e ritmo e as letras, normalmente, logicamente, não tem nada de experimental, pelo que eu entendi, ou pelo menos na intenção, ah... ele está totalmente, talvez, dentro do da proposta da música, que tem um propósito, pelo que eu entendi, volta a algo religioso, a música, é como eu falei pr’uce , eu não lembro, não tenho escola exata das músicas, não sei se é música sacra, música disso, disso e daquilo, sei lá... sei que é música da igreja, pelo menos a composição é feita como ponto de partida, da concepção da igreja, então deve ter um teor, altamente persuasivo, segue, lógico, preceitos bíblicos, lógico, esta é a proposta da igreja também, me falta as palavras para explicar melhor, né, mas enfim, vambora,... 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Mmmm... não tenho um, como é que eu vô falar, assim, não é gosta ou não gosta, é bem complicado essa parte, mas assim, é complicado isso,... não assim, vamo lá,


286 vamo lá.. A música na igreja tem um propósito, né... assim, de persuasão, mas ele tem um propósito de, de, união, talvez?, ou de agregar os seus fiéis, tem uma identidade, identidade com um tipo de música, né, identidade, confesso que eu não lembro de cabeça as letras, composiç... mas, certamente, né, é assim, algo, com eu vou fala, relata algo histórico, histórico não vai, algo que tem uma vivencia da igreja, né, pô, tá meio difícil fala isso... pô. (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Bom, então, vamo lá, se me traz alguma coisa, assim, é assim, eu acho o seguinte, tem duas coisas, uma coisa é assim, é você desconhecer, isso, independente da música qualquer coisa, mas você conhecer algo, uma pessoa te apresenta algo e ele te remete a algo, então, é algo que não existe, primeiramente, é quando uma pessoa não tem conhecimento, a pessoa não tem conhecimento do fato, aí você leva a pessoa no meio do mato de algum lugar, ele não conhece a música cristã, a princípio, e aquilo la vai te trazer uma sensação, né, logicamente, não é música ocidental baseada no dodecafonia, tudo bem, ele vai entender, agora quando não é, sei lá, alguma música oriental, música árabe, até música nórdica que tem algumas coisas diferentes da escala, parece, né, não sei bem, né, ah...que não são diatônicas, né, então, ela pode te remeter a outras coisas, então, sei lá, digamos assim, vai, vamos mostrar para um índio, digamos, vai, nativo sul-americano, que não tem conhecimento nenhum de música ocidental né, se mostra isso pra ele, ele vai ter alguma sensação, pô, que porcaria, isso não me traz nenhuma paz, nenhum relaxamento, digamos que ele, por mais que ele compreenda o texto, a música, o texto pode né, junto pode soar e geral uma estranheza para ele, que está totalmente distante no mundo dele. Então aquilo lá pode ser um relaxamento pra ele, entendeu? Tudo bem que a parte, a música ocidental, a divisão de Pitágoras, essa coisa do metade do som que é uma oitava, dividindo, essa organização da escala musical proporcional, na verdade não é proporcional 100% mas fizemos de forma proporcional de 15 em 15hz, não é, ce sabe isso melhor do que eu, isso já é a parte da física, já, então, dentro da escala ele gera uma harmonia, né, harmônico, não dissonante, então, que a igreja utiliza esse método, não pode ter os trítonos, não pode ter as sétimas maiores e menores, né, e as terças maiores e menores gera uma sensação, os maiores são mais alegres, já os menores são os mais tristes, e tem que tá dentro disso daí, ou a repetição, repetição da nota pedal, isso aí seria, deixa eu me lembra dessa parte que eu estudei, a parte modal, eu não prestei a atenção se era tão modal ou não, tá, mas me lembra uma coisa meio modal, do baixo ser sempre aquela mesma nota de pouso e repouso, ah, desculpa, está sempre suspenso, sempre suspenso, ele tem um repouso e nunca tem um início, né, se não me engano, tá, não vo lembrar bem isso daí, e apartir disso, gera uma sensação tal... 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? (não foi apropriado perguntar e ele não queria responder pela resposta anterior...) 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Se exite clareza? Bom a idéia é não ser muito explicito, né, neste caso. Eh, aquela coisa, um pouco também, né, o da arte ser muito explicito, ser dogmático, ser uma cartilha, dogmático não digo, é do princípio da igreja ser dogmático, mas eu to dizendo do lado musical, ele se remeter mas não se revelar por completo, né, aquilo que ele quer dizer, né. Então, lógico, você usa muito metáfora, você usa, né, uma coisa assim


287 subjetiva pra levar você a algo, então esse também faz parte da arte. Logicamente, existe, existe no receptor do interlocutor, o receptor necessita que tenha compreensão. Ele precisa decifrar os códigos que estão aí. É que nem eu falei anteriormente, se ele não decifra esses códigos, pra ele não tem sentido nenhum. Se ele não entende a escala dodecafônica, aquilo lá não faz muito sentido pra ele. Então, pra ele, né, vai ser mais uns estranhamento do que algo de agrado da paz, que talvez a igreja queira passar nesse caso, ou talvez até, né, doutrinário e educação, né, que ele, logicamente, é o papel da igreja, primordialmente, até hoje. Com muito menos poder, mas ainda está enraizada culturalmente pelo menos no ocidente. Claro, e no Brasil, a força da igreja, sem dúvida, ainda é presente, entendeu? Né, isso eu não tenho dúvida nenhuma, tá, apesar até falei, minha família não é cristão, minha mãe, meus pais são budistas, né, não que seja muito, minha mãe é muito mais, poh, meu mais é mais ou menos, né, mas mesmo assim, totalmente a conduta moral, né, totalmente influenciado né, pelo, assim, logicamente tem muitos preceitos religiosos que são compartilhados, não dá pra falar que minha mãe é muito cristã, não a minha mãe é uma pessoa muito boa, uma pessoa moral eh, essas coisas, então, compartilhadas por todas religião, né. Até porque, religião, ai não sei né, não vou entrar nesse mérito, mas religião que prega o mal, né, não entra em religiões, não vou entrar nessa coisa de islâmico por que não é isso, né; interpretação humana, o uso, né, apropriação indevida de textos, mal interpretação, isso aí é outra história, né, isso é papo pra outro dia também. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Essa coisa do compartilhar, não sei, é assim, aquela coisa, eu tenho muita ressalva com as coisas, por exemplo, tem essa coisa de falar mais do momento, então de você compartilha algo, música, nem vou entrar neste mérito, se música tem o poder tal ou poder tal, é quase um instrumento também, né, dominador, político, cultural, pô, social, enfim, não entrar nisso agora, mas você mostra isso para uma pessoa, que, digamos, que não tá não tem relação com ela ou, né, seria interessante para as pessoas, principalmente com pessoas que tem familiaridade com essa coisa, ou estudioso ou qualquer coisa, não para um moleque de 15 anos que tá só querendo curtir, digamos assim. Moleque que zoação, beber, não vai, porque, né, to falando em maioria, pela amor de Deus... (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Sobre melodia, vamo lá. Só que o texto aqui tá fora. Eh... o que me lembra são melodia totalmente dentro da harmonia, né, não há nenhum cromatismo, tá sempre dentro dos “trias”, está sempre condizente com as escalas que está tocando, né, então assim, ele está sempre harmônico, a melodia está de acordo com a harmonia, tá dentro da escala, não tem uso de outside, tá logico, não tem coisa moderna, do jazz que exige saídas ou notas de passagem, que não usadas nada dessas coisas na música erudita, é até uma coisa evitado, justamente, né, logicamente, não tem trítono, não tem nada dessas coisas dissonantes que possa gerar tensões, nesse caso, não há tensões na música, né. Justamente para te levar pra aquela coisa que voando na neve, né, vou usar uma metáfora meio tosca, mas é isso.


288 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Cantaria no dia a dia? Acho que não. Eu não canto, canto muito mal, né, eu não faço solfejo muito bem. Entre os músicos em geral fazem o solfejo também, meu solfejo é muito ruim, né. Eu só consigo reproduzir a altura, a altura da nota, né. No caso, ah, ah, ah (emite alturas diferentes), isso é altura, não é volume, isso é altura, então eu consigo reproduzir altura mais ou menos ali, eu não tenho ouvido absoluto, acho que nem ouvido relativo eu tenho, eu sempre fui ruim nisso daí, né, apesar de ter melhorado muito com a prática, então, eu não, eu não cantaria no dia a dia (risos) mesmo... 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): O que eu prefiro, não que são músicas que eu escuto hoje em dia, tá, mas eu escuto como um um... como pesquisa, as vezes tem melodias legais que podem, né, adicionais em outras coisas, né, que remete a coisas que você escuta no rock, muita gente.... rock também é muito apropriador, a gente aprende muita coisa, né, isso é legal, né, o rock traz, assim, as coisas, rock é rock e também traz muita coisa de fora, né, ele “chupinha” as coisas de fora pra aplicar, então, rock eh... quando evoca outros estilos, ele sempre evoca algo que é identificável, inicialmente, pra jazz, pra eletrônica, pra música clássica, então muita gente faz, Emerson Lake & Palmer fez a do Aaron Carter..., aquela tan tan tan tan (cantarolando o tema) consegue pegar na internet, consegue pegar tudo isso na internet, né, de música eletrônica, de baião, até de música meio nordestina, por exemplo, os Raimundos vai, né, exemplo tosco pra “cacete”, tem Raimundos, Mundo Recercia que evoca temas nordestinos, tem Chico Saens que tem aplicação de elementos nordestinos no rock, isto to falando uma parte muito pequena do que a galera faz. Tem muita gente fazendo muita coisa que eu não lembro de cabeça, tem coisa demais, tá?. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): E, eh... incentivaria? Incentivaria na parte educacional, sim. Acho que todo mundo, eu mesmo toco um monte de coisa que, na verdade, nem escuto o que eu toco. Eu toco Djavan, por exemplo, Djavan, eu gosto de Djavan, mas não é algo assim, cara como eu gosto do Djavan. Quando eu era moleque não, né, tipo assim, que Djavam aí, essa “merda” aí, pego uma “bosta”, sabe? Aquela coisa de moleque, é que Djavan é bom pra “cacete”, o cara é um “puta” harmonizador, sabe, pô. Os acordes que ele usa... eu tenho o livro “All Mix Diares?” que você pode procurar na internet, tem as partituras dele, transcrito, e você vê lá como ele aplica os acordes, em cima da música dele que é fantástica, o cara é bom pra “cacete”, não tem o que falar e tem muitos outros, to me lembrando do Djavan porque foi muito presente e de eu tirar algumas coisas dele quando eu era moleque, foi um aprendizado, nos acordes, ele usa uns acordes de bem MPB mesmo, querendo ou não ele era mais violonista do que, né, tocava violão, então, muito bem... (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Agora vamos falar sobre harmonia, né. Tá, as duas... ah... eu não vou fazer uma distinção muito forte entre as duas, não que eu seja um ignorante pra jogar tudo na mesma


289 categoria, no mal sentido. Como fala: Rock é tudo igual, música tal tal tal é tudo mesma coisa, música pop é tudo igual, não que seja isso; mas falando mais ou menos os dois junto... 20) Qual a sua preferida entre essas duas? (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Eh, preferência também, né, a coisa de preferência é meio complicado, não gostaria de falar qual que eu prefiro, né, então... 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Agora o som do coro é... se pode aplica, então, o coro é legal, minha mãe também contava no coro, so que assim ela era meio “toa”, não cantava de primeira, não canta nada assim, só canta por robbie, então ela cantava no coro das mulheres orientais, das tias lá. E o coro, é aquela coisa, se o coro for bom, afinado, faz um acorde bonito, cada um faz um tipo de som, um tipo de altura, pô, fica bonito pra caramba, né, quatro vozes é legal já pelo fato de fazer aquela quebra né, no caso, eu não lembro de ter muita quebra aí, foi meio uniforme, não é uníssono, mas que eh... não tem a quebra de cadência igual ao jazz assim, falando numa coisa bem tosca, tá. Voz uníssono é legal, isto também é coisa do condutor, ele conduz a atenção se volta muito na na voz líder, se é isso, se não me engano... 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Se eu participaria ativa...? Posso participar sim (indiferente), apesar de sempre cantar muito mal (risos), né, posso tocar também, tentar, né... 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Claro, convidaria...aberto pra todos, acho que tem que, né, divulgar. Acho que assim, o cara não precisa gostar, nem desgostar, o cara tem que conhecer, conhecendo você vai ter mais elementos, você vai ter mais facilidade de identificar as coisas do mundo, isso é importante, e nada a sua frente soa como estranho, entendeu? E, pra mim, isso pra mim, pro mundo acho que não, acho que o mundo tá querendo voltar pra caverna (risos) do que eu to vendo ultimamente. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Sobre ritmo. Ritmo é, acho se sabe melhor que eu, eu não estudei isto com muito “avinco”, vamo lá. Nè, nas partituras, normalmente tem o, o, isso seria o, não sei se é isso que quer dizer do ritmo, a velocidade, né, o, o, batidas por minuto, que se usa muito nas partituras, logicamente, antigamente não tinha essa marcação de tempo, então eles botavam uma velocidade aproximada, de quantos por minuto, né, então tem lá o tempo da música, então tem lá um alegro, putz, nem lembro dessas coisas, cara, estudei, não lembro, da da da do da condução do ritmo, do tema, então isso tem a ver com a parte cerebral, qui isso é uma parte mito rápida, acelerada, né, das batidas eletrônicas, por exemplo, né, te dá uma sensação de “tal”, se for mais lento de dá uma sensação de hum serenidade, e tal tal “tal”, entendeu? Então tem isso aí, eu acho que isso que você quer saber... Qual que eu prefiro? Não, não, eh...livre, gosto de música rápida, música lenta, pra cada, existe pra cada aplicação...


290 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Se tocaria? Tocaria, normal. Enfim, que nem antes aí... (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Vamo lá sobre a parte do arranjo. Está muito na moda, assim, tem no youtube e dá pra procurar É assim, instrumentistas, que assim, normalmente, também vamo lá, o instrumento, remete muito a um estilo. Um cara tá com o cavaquinho na mão o cara não tá tocando rock, o cara não tá... geralmente o cara é pagodeiro, ou no máximo, se o cara for bom, ele vai tocar MPB com ela, que nem Robson Miguel, pega o cavaquinho lá e faz uma coisa mais, né...não essa coisa do samba, samba, samba não, né, se chama pagode de bar, memo, né, então o cara tá com a guitarra, bom , dependendo o formato da guitarra remete totalmente ao rock, né, totalmente rock, mas no blues jazz né, são realmente instrumentos usados pra isso. O cara toca violão o cara toca um popizinho, toca uma MPB, o cara com violão de aço toca no máximo um blues no jazz usa muito então, se o cara toca contrabaixo o cara estuda isso, então cada instrumento remete uma coisa, então ao tocar, ao executar a mesma melodia, que nem eu toco um pouco guitarra umas coisas de música clássica, estuda, já é diferente, tipo aquela coisa, ah, estranhamento mas é legal, também é muito moda, agora já não é mais né, então, dá pra executar lega em outros instrumentos, fica legal mudar um pouco o ritmo, ou até tocar ela igualzinho, só que só pelo fato do instrumento ser diferente do que foi escrito, pelo autor, ele, né, ele já uma outra cara, outro timbre, claro, e remete a outras coisas, mas, a execução ficaria igual, que tem coisas, não ele está tocando aquela peça, ele não tá tocando rock, tá tocando aquela peça, né, dependendo como foi a execução, tá. Acho que é isso, não sei! Assim, dependo do instrumento usado, tem o destaque também. Por exemplo, volta pro rock de novo, pro instrumento mais agudo, nossa um violino agudo, normalmente o, vou dar um exemplo, a guitarra, a guitarra faz muita linha do, do violino que é um instrumento mais de solo, né. Então, não sei se, né, arranjo, não sei te fala (inseguro), assim com tanta, né, (resmungando), ah, “puta” eh.. isso é complicado, essa pergunta não é muito fácil pra mim assim responder, 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Se eu usaria outra formação? Usaria, mas não experimento, porque hoje em dia faz isso, mas eu faria, claro, se os cara me desse uma partitura, tablatura pra, vamo tocar junto essa música e ela canta, claro, cantaria numa boa. Então eu alteraria algumas coisas, mas talvez não desfigurar demais a música original, né, talvez... (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Sobre a identificação, né. Não, claro, eu tenho identificação, né, claro, hum, eh, me remete a coisa, sempre a coisa da igreja, né. 29) Você se identificou com alguma coisa? (Respondida na pergunta 28 e não se manifestou mais sobre este assunto).


291 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Acho que sim, assim, como hoje em dia tem muita coisa, assim, voltada pra tal público, acho que assim, legal, se reservaria talvez um espaço ou, como divulgação daquele tipo de música e os interessados eles vão atrás né, então, por exemplo, na TV, no youtube não precisa porque você vai atrás, mas por exemplo na TV, você pode reservar um espaço, né, pra ela, mas não sei se vai dar audiência (risos) tá? Isso é uma outra história, mas você pode reservar um espaço pra isso só pra falar sobre este assunto, né, eu acho que sim, né. Problema nenhum! (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Claro, lembrança é sempre remetido a coisa da igreja, então, as vezes se passava, aqui no Brasil que faltou um pouco isso, aquela coisa, e que aqui tem muita igreja, em São Paulo, pelo menos, né, sempre morei aqui. Fora de São Paulo, meu, em Minas, memo no Sul, já fui, no Sul eu acho que tem mais, no Sul acho que tem mais, o Sul, nesse aspecto, leva vantagem, porque lá pra cima, memo em Minas, um lugar infestado de igrejas, digamos assim, falta uma parte, eu acho que falta a parte cultural da igreja lá, pra mim, é uma coisa minha, não sei, eu não sou pesquisador, possa tá falando um monte de baboseira mas eu achei, que assim, pela quantidade de igreja que tem em Minas, é desproporcional a parte cultural do que a igreja tem a oferecer, tá, apesar, das instituições que lá, a parte, ai fica parecendo aquela coisa, é, segurar os fiéis a qualquer custo, mas não ter a parte muito prática de ter as atividades, realmente, entendeu? Fica parecendo aquela coisa, você é bombardeado pela aquilo lá o dia inteiro mas da parte moral da parte, nem da parte moral porque no Brasil ela está abandonado, né. Tipo aquela coisa, eu acredito em Deus, eu acredito, mas eu mato o cara na rua porque eu tô afim, depois eu me arrependo e tá tudo certo... lógico, isso é um outro papo. Eu nem quero entrar nesse assunto, né. Então, sempre me remeteu tinha músicas na igreja, eu sei do valor social, política, persuasiva que tem a música na igreja, tanto que a igreja controlou muito a música por, acho que o tempo todo, até hoje né, então, eu acho que falta sim, porque as pessoas não tem essa associação, da música com a igreja, da forma que você tá meio que me apresentando também, né. Pra ele aquilo não é música, aquilo lá é qualquer coisa, assim, sabe, aquela coisa, parece um fundo de trilha sonora quando vai ter a missa? Então, sabe, tá um pouco dissociado, eu acho... (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? (Resposta em mensagem de voz pelo WhatsApp em 06/06/2016): Eu acho que deixa você perguntar, porque também não sei como ficou isso aqui, por enquanto vai ser o último áudio que tô mandando, e, meu, fica a vontade pra me retornar, qualquer coisa, se as respostas tiverem satisfatórias me fala, né, ou não estão né, e então, o que precisa também você me retorna aqui, tá, não tem problema nenhum, então, se fiz algum desfalque aí, ou esquecer alguma, acho que não, me retorna, não precisa né, sem pressa, eu sei que mandou o texto aqui, mas vai acompanhando com calma, né, não tem pressa não. Até porque daqui a


292 pouco tem que ir pra rua aqui, já, a gente vai se falando, fica tranquilo que assim, eu não respondo muito rápido, mas eu respondo alguma hora, tá, demoro um pouco mesmo porque as vezes to na rua, não tem internet, então fica tranquilo pra mim retornar. O que você precisar vou tentar responder por aqui. Tá bom. Bom obrigado, né, qualquer coisa tamo aí, e é só me retornar, tá bom! Obrigado. Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 12, orientais e miscigenação, distantes 02) Ano e local de nascimento? 1996, em São Paulo mesmo. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Em São Paulo. Como morei no centro, conheci muita gente da zona oeste, da zona norte e agora que eu to aqui na USP eu estou na zona sul, ando em SP de cabo a rabo, praticamente todo o dia. 04) Escolaridade? To no meio da minha graduação em economia. 05) Etnia? Eu so mestiço, costumo dizer que tenho o coração caramelo, mas nada muito fixo, eu tenho descendência japonesa. Do meu pai é italianada, misturada com portuguesada. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Não consigo dize um tipo de múisca que eu gosto de ouvir. Depende muito da circunstância que eu tô passando. Porque tem momentos que eu quero ouvir um hard-rock, tem momentos que eu quero ouvir uma bossa, as vez eu quero ouvir um jazz, então, naquele momento aquilo é o melhor estilo de música para eu ouvir, então não existe um melhor tipo pra mim, definitivamente. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Quando eu era mais jovem, eu cresci sobre a influencia do meu pai que era seresteiro... e toda hora Noel Rosa, um Adoniram sempre rolava em casa. E Eu gostava bastante e o meu pai cantava e tocava junto, daí, como, curiosamente isso acontece muitas vezes, eu era a negação do meu pai, então, eu queria o heterodoxo, não queria o ortodoxo, eu queria o novo, então, o que eu queria primeiro é tentar fugir da norma, tentar fugir do, bah cara, faz tempo que eu não estudo música, eu não sei a ordem certinha, dos acordes mais utilizados na música ocidental... 1º, 4º e 5º... e tava querendo fugir disso, começou com Blues, aquela linguagem mais tortuosa, sinuosa, mais, bem mais, é um triste original, é um triste original, a pessoa ta tão triste que acaba se lixando pra maneira que é dito... essa linguagem me atrai até hoje. Não sei se isso se encaixa como texto. Agora entendi, texto? Novamente, a fuga do comum, curiosamente, assuntos mais cabiciosos, no hardrock eu gosto muito, lidar com temas como suicídio, de temas como não conseguir valorar as coisas, dar valor, propriamente é muito bem abordado pelo Pantera, por exemplo, muito bacana, enfim... eu valoro muito isso...


293 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Eu gosto muito do, gosto muito do Noel Rosa, ouço pouco, mas gosto muito, gosto muito da Elis (Regina)... ah.. esqueci uma cantora que faz uma versão do barquinho do João, esqueci agora... gosto muito do Tom Jobim, Era FitJews, Billy Holiday, gosto do Joe Pass, eu gosto também do Pantera, Audio Slaves, i... muitos, nessa, linha... , 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Eu to me apegando mais, nesses anos né, mais indi, coisa mais, não tão mais alternativa... Are kate fire, é então eu to gostando muito, comecei entrar nessa vibe de pedala, e a música ajuda bastante, uma música bem ritimado, que condiz com a quebra do padrão, sei lá acho que tenho um taro por isso... Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Então, eu não consegui ouvir direito, eu só ouvi uns trechos, e teve um tempo que eu participei de coral, teve um tempo que meu pai frequentava o centro espírita e músicas com, não com as mesmas palavras mas com a mesma ideia, que as frases carregam, me pareceu familiares. Então eu vou basear sobre a minha experiência, porque eu não consegui entender, basicamente, o que foi disso (risada). 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Tipo de valor conservadores e propriamente, como posso dizer, é algo que a gente vai levanto, são ideias que a gente vai aceitando.E não propriamente somos ativos nessas ideias, na relação de casualidade entre as partes, ou até mesmo, a importância que é dado a elas, não tem muita reflexão no que é dito, propriamente pra mim, então tem conformidades com o que já é comumente aceito, nada criado, é mais repetido. E não tem nada de errado com aquilo, essencialmente, claro que uma pessoa pode acreditar em paz, claro que uma pessoa pode acreditar em amor, e da maneira como é proposta, mas eu duvido que tudo seja pensado, que tudo seja engolido sem mastigar antes. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? Eu prefiro o segundo, assim como a melodia e harmonia carregam um tom, muito mais, muito menos magnânimo. Eu tenho um certo receio da magnanicidade que as músicas trazem, aquele espírito de encher o peito e falar com toda a certeza algo, e aquele tom mais triste, é mais humilde, cinza, a segunda música me agradou bastante. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? É então, acho que foi por causa do volume, acho que não consegui entender direito, tinha o texto todo junto se relacionando, mas os trechos que eu captei fazem sentido sim,... como é a pergunta exatamente? Eles são bem claros, e o sentido sim, também. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Não. Não mesmo. Tem até um curta do diretor do Poderoso Chefão, chamado de Big Chave, eu me reparei que eu me mostrei pra tudo que eu conhecia, porque falava sobre suicídio de uma maneira genial. De uma maneira extremamente fresca e sensata, ponderada. E querendo ou não essa música recorrei muito ao sentimento, a tonalidade, os argumentos, que eu


294 possa dizer assim, não era o foco da música. E eu não valorizo isso tanto, pra eu poder dizer pros outros, agora, especificamente em tom sentimental que a música carrega, se fosse ligeiramente diferente eu apreciaria muito. Pra mim, e não pra dizer para os outros, só pra mim. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Tá. Coral de igreja (risos). Lembra bastante coral de igreja e inclusive parece que, que foi gravado em uma igreja, em si. E eu tentei imaginar um pouco que a harmonia e melodia queriam dizer em imagens para mim. E era uma igreja bem iluminada, principalmente, a primeira música. E segunda seria, não exatamente um luto, mas a melodia carregava algo de levar a vida pesada, então, se fosse um cenário de igreja, estaria todo mundo lá sabendo que tem que tocar a vida com muitos problemas, muitos problemas familiares, emocionais, financeiros, eles tão lá todos juntos tentando se ajudar, essa é a impressão que a segunda música me dá. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Não. Não. Porque o clima que essa música... aliás, eu preciso estar num clima pra música estar de acordo com ele. Então seria uma coisa mais contemplativa, mais, você para pra ver a música... eu não consigo imaginar ver a música todo dia, teria que ser num momento especial. E assoviar andando, cantarolar no elevador, não me parece cabível. Acho que esta é a razão. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A segunda, a melodia foi muito mais robusta, eu digo, era um, quatro e três... ah.... 1o, 4º e 5º.. Melodicamente eu senti muito falta de originalidade. Tem sua beleza a sua música, tem, mas fui tão calejado quando criança, ouvindo essas músicas pop da vida, que eu to meio desgosto, e uma coisa um pouquinho mais complexa, um pouquinho mais tortuosa ficou muito mais agradável para mim. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim, porque, eu estudei um pouco música. E fazia um modulo popular e conhecia um pessoa que fazia um modo erudito. Meu Deus! Cara, cada peça linda que eu ficava de queixo caído, não dava para entender, é quando eu vi jazz pela primeira vez, meu, entendi que era linda, mas não tava conseguindo contempla, acho que feito, a segunda, eu gostei. .... misturado com o som, acho que alguém falou “foda-se” acho que eu vou fazer do jeito que eu acho que é bonito pra mim, e fez do jeito dele e tá passando um pro outro, de repente fizeram a música inaugural da bossa nova, enfim, ... é uma que é mais parecida com jazz do que bossa nova, até tem uma gravação no youtube bem legal, do Caetano, do Chico Buarque, do tom Jobim, do Viniicius, todo mundo cantando, muito legal! (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Eu tenho um certo desgosto por órgão, mas sendo menos chato, tava bem executado, só acho que falta um pouco mais de pessoalidade, mas chatice!!! (risos). 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A harmonia da segunda com certeza, foi bem melhor. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Mas isso tem relação com o que foi apresentado?... é que eu não consigo, no coral a gente fez a Bohemia Rapsody, do Queen, a gente fez, e meu Deus! Aquilo foi


295 do “caralho”, ficou muito bom, tipo, no final dava vontade de chorar, lindo demais! Daí eu prefiro a quatro vozes, não tem como ser diferente, mas é um quatro vozes diferente do que foi apresentado, daí eu não sei responde o porque. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Ah... eu já participei. Aliás, era um, eu fiz coral e fiz musical. E sim, eu participaria, ia ser bem legal, só que, se ficasse muito enveredando para o primeiro estilo de música aí, acho que eu ia para. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim... porque, poxa, é uma arte que não se ve por aí. O texto não é dos melhores, mas tem muito valor aí, todo o trabalho que é feito pra tornar aquela música harmônica. De fato eu to sendo chato, a música é boa, a música é muito boa.. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Muito quadradão. E, eu prefiro, se é pra ser quadradão é pra ser triste. Uma música feliz quadradona, me irrita profundamente. Não sei,,, devo ser traumatizado, não é possível. (gargalhadas)... realmente, o ritmo da segunda execução é muito melhor. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Ai toca, aí só se tivesse muita identificação, não tocaria não. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? A primeira música não tem jeito. Se é pra ser felizona, felizona não, com essa tonalidade alegre, com esse texto com esses instrumentos, tem que ser coral. Não dá pra ser diferente. Não consigo imaginar uma coisa melhor. Agora a segunda, com certeza, é que tem tanto himey, de música, que o himey fica melhor que a música, pra mim, se fosse uma bigband fazendo um himeyc dessa segunda música, ia ficar muito show, aí sim, ia ficar bem melhor. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Ai que tá, eu sugeri isso baseado nas minhas preferencias. E de verdade, eu considero as minhas preferencias, como de qualquer outras normais, então teria que ter um privilegio do inspirador, então teria que ter o intuito da música, não tem um jeito que é melhor que o outro propriamente, tem um jeito que é mais adequado conforme a circunstância ou propósito. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? Não me identifiquei muito, porque já sai desses, dessa modalidade de apreciar esse tipo de música. Essa música clássica. Então, tanto que meu pai gostava muito de seresta e também música clássica. Só ouvia Dino 7 cordas, Rafael Rabelo, ouvia, música clássica era a minha irmã tocando piano. E gostava muito, agora não, por isso não me identifiquei muito. 29) Você se identificou com alguma coisa? Hum..... 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Hum... De novo, não consigo imaginar isso na minha rotina. Não consigo imaginar isso como um evento de contemplação bem esporádico, e que iria me


296 agradar, eu iria achar legal. Agora, enquanto estou dirigindo, ouvindo uma música dessas, não combina com toda aquela, não combina com toda a adrenalina que é dirigir em São Paulo. (risos). (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Não sei se você reparou, mas eu tava olhando o tempo inteiro para o lado direito. Eu to tentando imaginar alguma coisa, a partir da melodia e da harmonia. Não consegui lembrar de nada. E de fato, músicas não me despertam lembranças, somente a minha imaginação. Então não sei se dá pra entrar direito na pesquisa.. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Então, quanto tentando acha alguma relação com a etnia, Que quando você vai olhar pra etnia, você vai olhar, ãã, vai entrar para um resquício de cultura predominante em determinadas etnias, se tiver um número de pessoas o suficiente. Então, quando você, talvez esse fosse o objetivo. Mas se este não fosse o objetivo, procurar culturas remanescentes em outras etnias influenciando o amostral, vai ter muito ruído por causa disso. É que eu to meio perdido aqui, é que eu não sei do que se trata a pesquisa, talvez é porque eu só posso saber depois.... Foi muito legal a pesquisa. Foi muito bom! Obrigado pela sua colaboração!

4.2.2. Próximos de uma igreja luterana ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 13, orientais e miscigenação, próximos 02) Ano e local de nascimento? 21/06/1998, São Paulo, Capital. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? São Paulo mesmo. 04) Escolaridade? Ensino médio completo, cursando ensino superior. 05) Etnia? É, tem várias descendências, de índio, de africano... sangue sírio, embolando para o lado do meu pai índio e sírio para o lado da minha mãe. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Rock, assim, ouço bastante, qualquer tipo de música, mesmo funk e forró. Mas principalmente, rock. Porque eu escuto desde que nasci, meu pai escuta e gostava bastante de Scorpions, então, eu e a minha irmã nasceu ouvindo isso, então... 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Ah, eu não tenho uma preferência, assim, eu sempre falo que música boa é aquela que fala ao coração, então o que toca o coração é a melhor.


297 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? E, Ana Carolina, seu Jorge, hum, Axel também, Fredy Mercory... MPB né... também 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Rock... já falei. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Assim, a primeira comunica assim, as graças que a gente dá por tudo que Deus nos fez, que Deus nos fez. A segunda também, fala muito de graças, os feitos, que tem feito pela gente. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Hum... mais assim, que a gente deve agradecer, por tudo que, por todas as coisas que Deus tem feito por nós. Sempre, assim, quando fala graças dou, graças sempre hei de dar. Tem que agradecer... 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? Ó, o primeiro, porque é um hino de agradecimento, assim. Faz a gente, meio que, refletir, né, se a gente é grato por tudo que ele tem feito por nós. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? A segunda eu achei um pouco mais difícil, mas a primeira eu achei que tem clareza. Não... 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim. Ah, acho que, as pessoas que ateus, não assim pra obrigar a pessoa a ouvir a Palavra de Deus, mas mostrar tanta coisa que ele fez por nós e a gente não é grato. Pra quem não é capaz de enxergar isso... (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Na verdade lembra muito a minha mãe que ela gosta muito desse hino, o primeiro. O segundo eu não conhecia, eu não tinha escutado ainda, então eu não lembro muita coisa. Lembro da minha mãe... algo familiar. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Sim. As vezes até canto lá em casa (risos) 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A primeira, como eu não tinha escutado a segunda, então a primeira, já toca aqui direto, já estou familiarizado com ela. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim (indiferente). Sim... a gente vai compartilhando isso. Como se fosse uma missão. Tá falando da Palavra de Deus através da música. Sempre dá mudar... a gente faz aqui no violão... sempre dá pra mudar, melodia ou ritmo. Porque nem tudo vai gostar de ouvir no órgão, acho que fica muito música lírica, então nem todo mundo gosta. Os mais velhos talvez gostem mais, uma música mais calma, mas já quem é mais jovem vai preferir aquela batida mais pesada, mais rápida, então, por isso... (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Sim. É que eu admiro muito assim. É que tem o coral, são muitas vozes para ter uma harmonia muito difícil, né, então eu admiro que tem a capacidade de fazer isso.


298 E também porque eu sempre gostei de orquestra, coral, essas coisas... mesmo sendo mais nova, gosto de música erudita... 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A primeira... 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Não, eu prefiro quatro vozes, fica mais diversificado, um complementa o outro, não fica uma coisa só, tipo, todo mundo tenor, todo mundo no contralto, no fim fica uma coisa só... 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Sim, sim, eu acho legal, eu acho bonito. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim, também... aí nesse quisito já seria mais fácil uma noite de louvor. Ainda mais assim, dependendo da faixa etária, isso, a noite de louvor ficaria mais convidativo pra alguém do que um coral. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Sim. Mesmo sendo mais de vagar, agrada. O primeiro fica mais claro, o ritmo, então, eu prefiro algo mais claro. Dá pra gente perceber bem. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim. Ah, eu acho que chama atenção (banda), se for bem feito, acho que agradaria o ouvido das pessoas, bom de se ouvir, acho que eu tocaria, quando é bem feito, não tem porque não tocar. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Orquestra e banda, mas assim com orquestra encaixa, fica mais bonito. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Eu acho que dá até, tipo, que dá pra encaixar uma orquestra com uma banda, se for tudo bem certinho, que nem eu vi uma vez no rock in Rio, eu vi uma orquestra junto com a banda tocando e ficou muito legal. Então, se encaixar, se ficar tudo certinho, a orquestra junto com a banda, fica algo legal, mesmo sendo algo mais de vagar, acho que até ia agradar qualquer faixa etária, assim, tanto os mais velhos quando aos mais jovens. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? Acho que não teve aquilo que, assim, me chamou a atenção. Acho que o conjunto inteiro que me agrada, então, não nada assim, ah tal coisa me chamou a atenção. 29) Você se identificou com alguma coisa? A orquestra, sim. Eu gosto bastante desde pequena, quando eu fui na sala São Paulo, eu passei a gostar, mesmo sendo jovem, gostando muito de rock, passei a gostar de orquestra. (A diversidade cultural de São Paulo leva a gostar de orquestra).. sim. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? TV local, assim, mais do que na rádio, assim. Porque dá pra ver os instrumentos, as vozes todo mundo lá, o conjunto inteiro. Então eu acho que é melhor por que na rádio. Na orquestra o visual é importante... sim. (Sobre memórias)


299 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? A primeira eu tive mais a lembrança da minha família em si, porque a minha mãe, gosta bastante, então eu lembro bastante da minha família. Lá em casa ela canta... então eu lembro mais disso. E a segunda, como não tinha escutado não tenho uma lembrança assim. Não me veio nada a cabeça. Fiquei mais tentando ouvir a música. Era uma novidade... é. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não. Não. Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 14, orientais e miscigenação, próximos 02) Ano e local de nascimento? 22 de maio de 96, nascido em São Paulo capital. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? São Paulo. 04) Escolaridade? Ensino médio completo. Comecei a cursar a faculdade mas com problemas na bolsa por ser bolsista tiver que interromper. Superior incompleto. 05) Etnia? Branco, com descendência brasileira mesmo. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Eu gosto de musica indy. Musica indy classifica uma música mais calma, menos instrumental e mais vozes que deixa mais relaxado... músicas pra deitar e ouvir.... Isso, ela traz mais calma. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Isto... para mim textos aleatórios, que não faz sentido. Tá... porque eu não gosto de ficar tentando entender o texto da música eu gosto de sentir mesmo, nada mais profundo. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Cantor, Lana Delrey, uma cantora indy, e, eu acho que eu só classifico nela assim. Eu tenho uma cantora que a voz dela é muito boa, ela se chama Florence. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? É... é o Indy mesmo. Me traz mais tranquilidade. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Hum... o primeiro não me fez prestar muita atenção por ser muito repetitivo. O segundo já me causa mais curiosidade de aprofundar no assunto da letra.


300 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Acho que é meio que parecido com a primeira resposta do se aprofundar mais, de se conhecer mais a história. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? O segundo por ele ser menos repetitivo, mais aprofundado assim... 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Sim. Em ambas tem. Não, foi bem claro. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim, motivam. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Tá. Elas lembram, não sei se seria a resposta certa, mas elas me lembraram muito missas tradicionais em catedrais grandes. Que eu já participei de algumas. Não sei se foi pelo tom ou pelo coral mas me lembram isso. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? A segunda eu cantaria porque eu tive um contato mais particular mesmo. Algo mais particular.... 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A segunda, por causa da letra em si, mesmo. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim, acho que a primeira ficaria legal com outros cantores, outros instrumentos... (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Som? O som não é o meu preferido pois eu fico um pouco perdido. Não consigo distinguir muito o instrumental da voz. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? Como estão bem parecidas, eu não escolheria uma só. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Uma voz. Pela clareza. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Sim, ate porque eu tenho vontade... 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim... convidaria. Por ser algo que não está na nossa rotina, não é comum... e tem uma certa beleza. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Sim agradam por eu gostar de algo mais calmo. Do ritmo? Eu não tenho preferencia porque eu achei parecido, bem calma. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim. Pela letra, pela palavra que ela passa. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Apenas voz, eu acho que, eh, valoriza mais a música, a mensagem dela.


301 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Eu gosto muito de uma coisa bem simples, que é aquele acústico, com voz e violão. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? O coral, por não ter esse contato muito grande de escutar as vozes juntas... 29) Você se identificou com alguma coisa? Com a calma que traz um pouco do instrumental. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Eu acho que seria legal na TV. Por não ter muito isso explicito. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Eh... me traz, eh... da infância, mesmo. Por eu ter mais contato, assim, com grandes igrejas, assim, que tinham coral, me lembra diretamente é isso. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não. Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 15, orientais e miscigenação, próximos 02) Ano e local de nascimento? 1991, em São Paulo mesmo, hospital eu não lembro. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Em São Paulo, mesmo. 04) Escolaridade? Superior completo, sou formado em Dsigner Gráfico. 05) Etnia? Calcasiana, com múltiplas influências da Europa, principalmente pela parte de mãe etnia Iuguslava e um pouco de austríaco. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Hum, talvez o rock, hum, porque depende muito do momento que eu tô, do que eu preciso. Eu acho que o rock tem aquela batida mais forte mas também tem aquelas músicas mais calmas. Então, eu acho que esta junção acaba dando a sintonia perfeita pra mim. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Hum, talvez esses com lição de moral, porque as vezes, eu acho que falta pra gente acreditar nas coisas, ai eu acho que uma letra ou algo que você sempre escuta, ajuda. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Hum... pode ser banda? Hum, hoje, atualmente, tem uma banda que eu gosto muito, Smith Fire, que eu gosto bastante dela por causa das leras. Se não me engano


302 são letras cristãs em algumas músicas, é bem legal. E, talvez, Keep me the Originals, só que ai, são letras mais, como se pode dizer, para abrir a mente assim, tomar mais cuidado com a sociedade, essas coisas... 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Hum, talvez Post Hard Cord, ou... essas músicas que eu mais escuto. Voltada do rock só que tem aquela fluência do hard rock, só que mais leve. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Pode ser sobre a segunda primeiro? A segunda, talvez, algo triste, e não sei. Acho que a entonação da música ajuda a isso, a passar uma mensagem mais séria, mais pensativa, mais reflexiva. Sobre a segunda, não sei, talvez uma comemoração, ou de algo mais feliz. Do texto? Hum... boa pergunta (risos), deixa eu lembrar.. Isso “Graças dou”! Não sei, acho que não!?! Assim, algo que me chamou a atenção, nossa isso daqui... não, não. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Ah, acho que como eu falei, a segunda, tem pra você fazer uma reflexão, pode, não sei, é, pensar nas coisas que aconteceram, sobre a vida, sobre e quem você dá valor... 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? Talvez o segundo, por causa disso. Talvez o primeiro, assim, não somente pela questão de texto, mas pela questão da sintonia musical eu achei os órgãos muito, como posso dizer, não impondo medo, mas impondo uma imponência em você, não sei. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Não, eu acho que sim. Talvez na segunda quando fala de Jeová. Não sei... 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Acho que não o texto, talvez concretamente. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Sobre a primeira, acho que a melodia que acabei falando da imponência que ela passa. Talvez em alguns certos momentos você fica apreensivo, não sei. A primeira música, acaba te causando uma imponência e você acaba ficando fechado. Foi isso que passou pra mim... isso o “graças dou”. Sobre a segunda, ah, foi o que eu falei, tem um tom de tristeza mas também te passa pra você refletir sobre sua vida, sobre os seus atos, talvez. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Difícil, porque eu não tenho o hábito de cantar, assim, é bem difícil. Só quando eu esteja sozinho, mas é bem difícil por causa da minha timidez, talvez, minha mesmo. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? Acho que a segunda mesmo, pelo sentido de você parar, pensar e refletir. Acho que são essas palavras. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Hum... ah... acho que sim. Motivo? Ah... difícil.. ah, assim, o motivo é para passar as ideias dessas músicas, no caso dessa segunda música pra as pessoas terem esse sentimento, não sei...


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(Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Ah... agrada. Por mais que a primeira seja mais, eh, imponente, no bom sentido, mas agrada. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? Ah... continuaria com a última. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Hum... eu acho que não toda música, mas em alguns pontos, acho que 4 vozes dá aquilo assim, diferença na musica, positivamente. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Talvez tocando, mas cantando não porque eu não gosto de cantar na frente dos outros (risos)... 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Acho que sim, porque? Talvez por ser arte, por ser música. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Bom, continuo com a segunda, porque ela tem momentos, eh, pausadamente, dá aquela pausa, aí te deixa tranquilo... 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim, porque não? (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? (risos)... Hum... tá, talvez banda porque tem muitas bandas que eu escuto e elas fazem muitos covers e acho que assim, hoje em dia, trazer isso pro jovem, eu acho que é muito legal. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Ah... seria por banda talvez, colocar outros estilos musicais em cima dessas músicas, não sei... (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? O que mais me chamou a atenção? Tá... sobre a primeira, foi o que eu falei o órgão é o que, não sei se é a minha, não sei se era órgão, mas foi o que mais de deixou apreensivo, forte, um som que põe medo, (risos de constrangimento)... 29) Você se identificou com alguma coisa? Hum... talvez com a segunda música, mas talvez o ritmo dela, é um ritmo que eu gosto... não sei. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Interessante... talvez nas versões em outras bandas, não sei. Aí encaixaria não nesses estilos, não no clássico, não desmerecendo eles, porque o meu estilo é esse... (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Talvez sobre a primeira, a imponência da família, ter parentes mais conservadores, mais brabos assim. E sobre a segunda mais a calma, mesmo, da gente pensar antes de agir, não sei, é isso...


304 (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não. Acho que é isso! Obrigado pela sua colaboração!

4.2.3. Luteranos

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 16, orientais e miscigenação, luteranos 02) Ano e local de nascimento? 1988, em São Paulo, capital. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Vivi a maior parte da minha vida em São Paulo e alguns anos no Rio Grande do Sul/Passo Fundo. 04) Escolaridade? Mestrado completo e estou iniciando doutorado em teologia, mestrado foi em letras, sou graduado em teologia, pastor da IELB. 05) Etnia? Descendente de Japoneses. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Não tem um tipo específico, talvez, gosto muito de rock, e mais algum sertanejo também, os mais antigos, ali da década de 80, 90, um pouco de pagode, Raça Negra, também da década de 90, Reagge, um pouco de Hiphop também, mas não tenho uma preferência... Música erudita, gosto de ouvir bastante, então assim não sou, não tenho uma tribo.... 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Olha... o texto pelo texto que mais me chama a atenção são os do antigo Hap, tipo Racionais aqui de São Paulo, Mascara da Morte que são grupos de HipHop e de Rap paulistanos, Gabriel o Pensador também, parece que o Rap tem uma capacidade de enaltecer bastante o texto das músicas e essas bandas, esses grupos que eu citei possuem músicas de alerta social muito importante, pelo menos na época da minha adolescência eu via assim. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Olha, gosto desde o... tem Gree Day no rock in rool, Aero Smith, Gans and Roses, um pouco do Metálica, um pouco de treachmetal, muito pouco de metal mesmo, gosto de Goldplay, gosto dos flashback antigos, Forever jung, Alfaville, são vários, aqui no Brasil, eu gosto muito da MPB em geral, Caetano Veloso, gosto também um pouco de samba, não sou muito fã, mas assim me chama a atenção samba de raiz como os Demônios da Garoa, gosto muito da música erudita também, gosto muito de Beethoven também da harmonia que ele dá na música, do próprio Mozart, mas eu prefiro Beethoven ainda, gosto um pouco de Bach, mas não sou muito fã de barroco, acho, sei lá, um som muito pomposo, né, muito cheio de coisa, sou mais assim, gosto de um som, não sei dizer isso, mais direto, Beethoven, ou assim por diante, né, eh... bem, resumidamente acho que é isso.


305 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Olha, não tem um estilo assim, depende muito do momento que a gente está, né. Numa viagem longa prefiro um rock’n roll, um punk rock daí deixa a gente acordado, se eu quero dormir ter um momento mais tranquilo já foi para a música erudita, até música canto gregoriano, né, pra fazer sermão já escuto muito Hilsong, gospel em geral, em fim, não tenho um estilo propriamente preferido. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Os textos das músicas me comunica muita coisa, especialmente, o “Graças dou por esta vida”. Eh... gosto muito deste hino. Cantava ele na igreja desde que entrei, 94, e é um hino, o texto é muito bonito. Dar graças na desgraça, você dar graças a Deus em todo e qualquer momento. Então um texto espetacular, se comparar com as músicas evangélicas de hoje, é uma música que não fica buscando a prosperidade, vitória e bênção, mas busca consolo de Deus, a fé, a certeza de que Deus está com a gente, em toda e qualquer situação. Então o texto me comunica muito. “No templo a Isaias sucedeu” também é uma música muito bonita, desconhecida, não tinha ouvido ela ainda, não me lembro, mas é um texto também que fala do chamado de Isaías, e assim por diante. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Bom, é o que eu já falei, a teologia da cruz, de você saber que no sofrimento Deus está com você presente em todos os momentos, seja na lágrima, seja na ferida Deus está com você, ou como com Isaias Deus está com ele em todos os momentos, desde o chamado, enfim, saber que estamos debaixo do chamado de Deus, debaixo da ação de Deus em nossa vida.. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? O “Graças dou por esta vida”, primeiro porque é um texto conhecido, segundo, porque é um texto que se comunica melhor ao contexto religioso-social de hoje, mostrar um outro lado do cristianismo que não é tanto aquela coisa da busca pela prosperidade ou vitória, né. É algo assim, onde a gente se sente pequeno, diante da dificuldade, mas Deus nos faz descansar nele. Então, pra mim o primeiro texto é o preferido, não é. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? A poesia e o texto são claros. Principalmente no “Graças dou”. “No templo a Isaias” nós temos uma dificuldade porque tem muita inversão sintática, o objeto vem antes do sujeito em alguns momentos, então eu não tinha um texto dele aqui, então eu tinha as, vezes dá uma dificuldade de compreender o que é cantado, não por falta de clareza de quem canta, mas existe uma certa inversão sintática , né, no texto ali. E o “Graças dou”, talvez por ser mais conhecida, mas em fim, ele parece ser algo mais, que obedece aquela sequência linguística nossa, sintática, sujeito-verbo-objeto, depois vem os complementos, né, enfim, Então a poesia e o texto são claros, mas o segundo hino, por ser desconhecido e por ter, esse tipo de inversão, ele, ai, precisa prestar um pouco mais de atenção, eh.... 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Esses textos motivam compartilhas esse conteúdo com outras pessoas, especialmente, pessoas que a gente sabe que estão sofrendo, ou


306 compartilhar no facebook, nas redes sociais, enfim, são textos bonitos. Tenho até compartilhado o “Graças dou” com outras pessoas, né. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Bom, me lembram assim um canto mais clássico, tradicional. O “Graças dou”... Essas melodias lembram a minha época de jovem na igreja Gostava muito de ir aos cultos e dos hinos. Especialmente assim, olha que engraçado, o que me atraia na igreja, de fato, era a liturgia tradicional cantada. Né. O Pastor Lotario Sander fazia aquilo tão reverente, tão bonito, e esse hino, “Graças dou por esta vida” me tocou a primeira vez que eu ouvi e então, ouvir essas melodias me lembram aquela época e a própria melodia em si do “Graças dou” é aquela coisa valseada, aquela baladinha assim... aquela musica tão popular, né, é algo tão, toca na alma de uma forma tão simples e tão profunda. A segunda também, mesmo sendo desconhecida, muito bonita também, muito linda, não sei porque a gente não usa tanto ela, mas ela é bonita, talvez ela não é tão simples ou fácil como a primeira, mas é bonita e me remete um pouco assim, não sei se é da época dos anos, séculos 16 ou 17 aí, né. Me remete a isso também. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Logico, canto. O primeiro hino principalmente, né. Canto sempre, canto pra minha filha, é uma melodia sempre presente, né, nas nossas vida aqui. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A primeira, por ser familiar e por achar mais profundo, assim, ela fala mais a alma, assim, enfim... 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Eu acho que, o canto, a música é livre na igreja, né. Tudo feito com ordem e decência, acho que fica bonito assim. Como eu já tinha dito, eu não tenho aquela coisa assim, aquela tribo musical, não sou aficionado de um ou outro gênero, eu ouço e gosto e do que eu não gosto mas eu sei que é uma preferência minha, não é algo que um valor absoluto, no sentido que tem uma musica melhor ou pior que a outra, de que um rock é melhor do que um samba, né. Logico, tem música ruim, musicalmente falando, mas aí é uma coisa absoluta, como muitos funks também, né, e muitos sambas enredo, aquela coisa muito comercial, muito batida mesmo, né, então, lógico, então é ruim, então eu to dizendo assim, tem gente que consegue condenar talvez um som mais samba talvez na igreja ou, eu acho tão bonito, até tem um grupo novo dos jovens, que é, não lembro, que é aí do sul, mas, eles tocam vários hinos com ritmo de samba e aí fica, pra mim, fica fenomenal, né, então, seja com ritmo de samba, com acordeon gaúcho, com a gaita, né, com ritmo gauchesco ou com ritmo tradicional com órgão de tubos, pra mim, é, gosto de todas... prefiro a do órgão, não tenha dúvidas, prefiro a do órgão, mas eu consigo gosto, consigo gosta das outras também. Então, eu incentivaria a execução com outros instrumentos, outros ritmos com outras harmonias em outros locais, eu acho que, por ser que atinja outras pessoas que prefiram estes outros instrumentos, né. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? O som dessas execuções me agrada muito. Muito bonito o órgão de tubos, né, quatro vozes.


307 20) Qual a sua preferida entre essas duas? Gostei das duas. Especialmente no “Graças dou por essa vida” o baixo dela, que toca ali no órgão aquele vai ali, né, fenomenal. E é uma coisa interessante, viu, quem for fazer essas pesquisas, tem que usar um som bom se colocar só no computador, o som do baixo, tocado no órgão de tubos não sai. Você tem que tem, o bom aqui, um bom fone de ouvido pra todo o poder do órgão, ali, tá. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Eu prefiro o som do coro a quatro vozes, sem dúvida, do que o uníssono, eu acho, eu não sei dizer por que, pra mim, parece que são quatro vozes falando pra gente de forma diferente, e tocando diversos aspectos de nossa alma, pisque, espirito, mente, então, nós somos atingidos por quatro vias musicais diferentes, então eu gosto mais do som, do coro a quatro vozes.. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Eu participo do coral sim, cantando. Eu não toco, assim, eu toco só na emergência. Eu não, se falta organista eu toco, ou se na banda falta um violão, eu toco, mas como eu sou pastor, eu não gosto de toca e fazer o culto ao mesmo tempo, né. Não gosto daquela correria de sai do púlpito, desce, tem que tocar o ofertório, sobe, né. Aí eu prefiro que tenha o organista e a banda, mas numa emergência eu toco. Mas não faço parte regular de uma banda ou não toco um instrumento regularmente, mas canto no coral. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim, convidaria pessoas para uma apresentação de coral sim, com certeza como a gente tem convidado. E as pessoas aqui em São Paulo vem, porque elas gostam de eventos culturais, assim. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? O ritmo agrada. Agrada, principalmente a primeira, por ser mais conhecida mas também por ter aquela coisa mais popular, mais levada, com aquela coisa mais baladinha né, tãn, tãn, tãn... então eu gosto, é um ritmo mais animado.... 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Tocaria, sem dúvida nenhuma. Se eu tivesse o dom, também, de tocar né, assim, eu tocaria. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Eu prefiro o arranjo na versão em que está, a quatro vozes no órgão de tubos. Mas orquestrado, ficaria, imagino, impressionantemente bonito também. A banda, também já vi tocar, fica bonito, prefiro ainda o órgão de tubos, mas a banda também fica algo bonito também, especialmente, se tocar aquele violão mais clássico, dedilhando, né, várias cordas na banda, pouca pegada na bateria, aquela coisa mais leve né, uma banda também fica espetacular assim. Coral também já ouvi, fica muito bonito, mas eu prefiro quatro vozes no órgão de tubos, não é, é minha preferência pessoal. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Olha, não sei se é possível outra execução, mas assim, acho que a gente, especialmente na nossa igreja, no cristianismo atual, a gente gosta, a gente vê muita banda gospel, rock, mas o brasileiro da gema, quer samba/pagode ,


308 sertanejo, samba, pagode, não é tanto assim, talvez eu sugeriria que a gente usasse mais esses ritmos, samba , pagode, chorinho, ou então ritmos regionais, acho que não sei se é possível esse tipo de melodia se adaptar a isso, acho que dá, eu acho que é possível, a minha sugestão é essa, buscar um som brasileiro da gema, ali, e altera ali, tipo MPB, com aqueles acordes dissonantes, enfim, eu acho que seria bonito, não tem brasileiro que não goste. Talvez um jovem ou outro fala, “não, rock’n rol e tal”, mas ali no fundo todo mundo cresce, sai na fase boba a eu so do rock, eu sou do “não sei o que lá” e passa a fase boba e aprecia um samba bem tocado , nã, um pagode de raiz, um samba de raiz, uma MPB, tá parece que na nossa veia isso. Isso sinto falta assim dentro do cristianismo em geral aqui no Brasil. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? Nas audições o baixo das músicas. O baixo do órgão de tubos é fantástico. 29) Você se identificou com alguma coisa? É, me identifiquei sim com o primeiro hino, principalmente, né, ele fala muito ao coração... 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Olha, gostaria. Na rádio, não sei como seria possível, mas eu imagino sim, que o povo em geral ter acesso também a música da nossa igreja, a música assim da igreja né, talvez eu sugeriria tocar numa rádio e tv local, teria que ter um formato brasileiro, de samba, acho que talvez se adaptaria melhor, mas eu to dizendo, isso pensando assim, na aceitação do povo, mas pega esse hino, como ele foi tocado, e colocar na televisão seria fantástico, porque o povo, também, de repente sai um pouco do mais ou mesmo, vê uma música, música diferente, música de qualidade, quatro vozes ali, né, então, seria fantástico, se a gente tivesse essa abertura. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? A lembrança que eu tive já falei, né, anteriormente. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Olha, é, acho fantástico o nosso hinário, o Hinário Luterano, a música tradicional da igreja, liturgia, foi uma das coisas, que quando eu era jovem, me atraía, eu fazia questão de ir na devoção onde tinha as “matinas”, no culto onde era as matinas, vésperas, ordem II, eu adorava. Eu gostava até mais do que quando o pastor usava a liturgia alternativa, né, então, eu acho que assim, esta nossa herança musical litúrgica fantástica e é missionária sim, porque eu sou fruto da missão, e eu permaneci na igreja, ia no culto, porque eu gostava, dessa nossa, do que a gente chama de tradição, né. Mas eu também acho que a gente tem que dar abertura pra sons brasileiros, a gente tem que ter uma alternativa litúrgica, talvez uma reforma litúrgica, no sentido de não abolir o que a gente tem, de manter, e acrescentar é, um som brasileiro, eu não sei que som seria esse, mas algo num ritmo mais fluido, né, como uma alternativa de culto, né, como uma alternativa de ordem litúrgica, quem sabe um som fluido de um choro com, chorinho com samba, com toque de pagode em algumas partes, acho que, ficaria lindíssimo com a liturgia na linguagem de hoje, que a comissão de culto, que o pastor Brum com vocês fizeram ali. Aquela liturgia


309 contemporânea, então, era isso que eu gostaria de acrescenta. Parabeniza o Pastor Paulo Brum pela pesquisa, parabeniza-lo também pelo trabalho no Hinário Luterano, a nova edição e deseja que esta pesquisa seja uma bênção na vida da igreja, do cristianismo e do reino de Deus em geral. Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 17, orientais e miscigenação, luteranos 02) Ano e local de nascimento? São Paulo, 1972. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? São Paulo. 04) Escolaridade? Segundo grau completo. 05) Etnia? Japão, japonês. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Gosto de ouvir música evangélicas, é porque realmente preenche a alma e gosto de algumas músicas de MPB. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Textos? Eu acho que os românticos, do dia a dia, né, gosto pelo conteúdo mesmo, que traz a mensagem, né, porque hoje, as músicas, as mensagens são zero (risos), mas músicas que preenchem, que deixam uma mensagem boa pra gente refletir. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Acho que o Djavan, ah, gosto do Ademar de Campos, muito, sou fã, muito, (risos) ah...Fernandinho, acho que os principais são esses. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Músicas mais calmas. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? O primeiro alegria e o segundo achei mais melancólico. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Ah... o primeiro, muito, fala muito de gratidão, agora o segundo, ele fala, claro, na vida de Jesus, mas eu achei mais difícil de entender a letra. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? O primeiro. Por causa dessa gratidão, de dar graças é uma coisa que a gente em casa tem muito (ênfase) isto fixo, sobre a gratidão e saber de tudo que nessa música faz você lembrar de pequenas coisas, né, que Deus fez , e a gente olhar para essas pequenas e dar graças mesmo. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Então, eu não sei porque eu conheço, o


310 primeiro claríssimo, o segundo, já tive até dificuldade de entender algumas palavras. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim. Mais o primeiro, né, justamente por essa gratidão pras pessoas terem isso também, né, que hoje falta muito. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? A primeira, ela lembra muito esse sentido de festejar, de dar graças, agora o segundo ficaria pra um culto mais solene (risos) eu acho... 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Sim, a primeira muito, com certeza. Por justamente por essa gratidão, esse amor que Deus... a segunda não tanto, teria que aprender primeiro (risos)... 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A primeira, pelo motivo da gratidão... 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim, com certeza, pra poder as pessoas né, é o que eu to falando, vou ficar na mesmice, para as pessoas terem isso implantado, o amor de Deus nos mínimos detalhes, que Deus fez tudo pensado em nós como filhos, né, e lembrar dessa gratidão que é uma coisa que tá hoje, tá escassa. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? A primeira agrada, por um ritmo mais alegre. A segunda, já, não, não... não, eu, particularmente, não gosto muito. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A primeira mesmo. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Então, eu gosto das duas, mas nesta música em particular eu vou ficar com a primeira, é... 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? É, participaria (indiferente), agora só que falta disposição. Porque é muito bom cantar, eu já fiz curso de órgão, de piano, e é bem gostoso essa junção de vozes, depois ver o resultado, participaria... 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim, com certeza. Porque a música preenche a alma, ela faz refletir sobre os textos e eu, particularmente, gosto muito. Então, com certeza, convidaria pessoas para poderem participar. Hoje tem um momento, uma pausa, né, hoje as pessoas não tem essa pausa... (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? O ritmo da primeira por ser mais alegre, né, ce tá, a segunda já é mais parada, já não me agrada muito. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Tocaria, com certeza. Mesma motivação das outras. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Acho que banda, porque banda, como tem


311 muitos instrumentos, ela fica mais alegre, né, acho que um ritmo, mais, pra mim, contemporâneo. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? É, poderia, de repente a segunda, se mudar um pouquinho,né, por, uma banda, mudar um pouco os instrumentos, acho que poderia ficar um pouco mais alegre, atrativo, né. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? A letra. 29) Você se identificou com alguma coisa? Sim, quando começa falando, pra gente dar graças, isso é uma coisa que me identifica bastante. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Sim, com certeza, porque é uma música que também lembra muita a minha infância, né. Porque cantava lá na minha igreja, hoje na minha igreja é mais estilo banda, e hoje lá na minha igreja era órgão, piano, então era mais tradicional... me fez remeter o tempo de adolescente... (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? DA minha adolescência, da outra igreja que eu participei. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não. Eu gostei de participar. Foi bom. Foi bom, foi gostoso. Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 18, orientais e miscigenação, luteranos 02) Ano e local de nascimento? 1 do 10 de 40, Teófilo Otoni. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Teófilo Otone. Na roça, mas Teófilo Otoni. Sim, eu vim pra cá (SP) com 31 anos. Tem mais anos aqui do que lá... eu tenho 43 anos que estou aqui. Teofilo Otoni, MG. 04) Escolaridade? Quarta série, naquela época não tinha...é... 05) Etnia? Alemã. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Falá francamente, eu não tenho preferência. Eu ouço muito pouca música. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Não, que eu prestasse atenção, não. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Eu gosto da música do Roberto Carlos, as mais antigas, é, as mais antigas sim. Eh, eu, se tocar eu lembro, mas assim, ...


312 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Sertanejo, mais dos antigos. Tem, Tonico e Tinoco, foi uma coisa, umas músicas que chamou muito a atenção na vida da gente da roça. Da infância... Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Eu conheço a primeira, a primeira eu conheço mais, porque é uma música que toca mais na igreja né. Essa outra já não é tão tocada na igreja, né. Não é tão conhecida... (Graças dou) essa daí é conhecida. ... é mais é essa primeira. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Pastor, traz tudo. A gente recorda muita coisa, né. Do que a gente estuda. Essa “graças te dou” é uma música muito bonita. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? Bom, eu prefiro a primeira porque é mais conhecida. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Não. Pra mim faz... pra mim faz, igual a essa primeira o “graças te dou” é uma música que fala muito de, parece, agradecimento, né. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim. É... (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? O pastor, lembra, inclusive, quando eu estudei, quando a gente tinha aula de religião. Quando eu estudei tinha muita música, só que hoje tão mais mudadas, né. Inclusive eu tinha um hinário daquela época mas eu doei. Mas eu tinha hinário daquela época quando eu estudei, em Teófilo Otoni... porque quando eu estudei na escola luterana... era da Missouri, eu estudei com o pastor Libório Zimer, é... porque, inclusive eu fiquei no internato, interna la, fiquei 3 anos lá... usava nas aulas lá... inclusive domingo a gente tinha aula dominical. É também... tb... conheço já de muitos anos (graças dou) 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Não cantaria, porque não tenho voz pra cantar... nem em casa, não sei. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A primeira, a outra tem uma melodia bonita também, né, mas essa (graças dou) é mais conhecida. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Acho que sim... bom, eu gosto muito de órgão. Toda a vida. Inclusive, quando eu estudava tentei aprender harmônio. Só que não aprendi porque eu sai, quando eu fiz o quarto ano eu saí. Porque a gente tinha que, tinha a obrigação, o colégio era, a própria escola era no colégio, né, que a gente ficou internado. Eu estudei interna porque o meus pais, a gente morava 40 km fora da cidade, né. Então eu só via meus pais 2 vezes por ano. É... era muito difícil e a gente estudou, e foi um ensinamento muito bom. Eu acho que sim (uma banda tocando)... Órgão com um outro instrumento com as meninas cantando fica muito bonito...que tem o Claudio e as menina, né...


313 (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Sim. Agrada. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? É a mais conhecida (Graças dou). Como eu tô falando, é a que eu mais conheço. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Eu acho que ele é tudo junto, só a melodia (uníssono). 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Não. Porque eu não tenho, nunca, fui... quando eu tava na escola, em canto eu tirava nota baixa, né. Porque a gente tinha todas as notas, né. Não... é mas... 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Acho que sim, né, convidaria. É porque, inclusive tem essas noite de louvor, disse que é muito bonito, mas eu não vi, né. Porque é a noite, né. O horário e eu não ando a noite... (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Eu acho que a primeira mesmo, né... 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Tocaria, se eu soubesse tocar e tivesse aprendido, tocaria.... (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Eu acho o conjunto, a, a banda, não a orquestra... a banda. Não, eu acho que uma banda completa. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Eu acho que não, pastor. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? Pastor, não sei responder, gosto das músicas... aí so se eu lesse mais. Aí eu poderia responder... Eu não sei de cor. Não tenho mais capacidade para isso. 29) Você se identificou com alguma coisa? Sim. Por exemplo a participação quando a gente ia nas missas nos interiores, quando, por que lá não tinha órgão, não tinha nada, né. E´, era feito nas casas, duas ou três vezes por ano feito nas casas, né. Cantava só o pastor, e quem sabia, a comunidade, né... não tinha nada... culto. É porque para nós ir na cidade era longe, 40 km. Então o pastor ia, marcava o dia, e muitas vez ia pra dormir, né. Era longe e a cavalo... inclusive ficava na casa da minha vó. A música fizeram lembrar dessa época. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Sim, porque assim como as outras igrejas tocam, eu acho que a nossa também poderia. Inclusive tem nas evangélicas ai, tem muitas músicas que se identifica com as nossas, aí. É.. é... (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Internato e igreja. Lá a gente tinha as aulas e era obrigado a ir todo domingo ir na igreja. Mesmo o infantil, mas tinha a gente tinha obrigação. E do sáb(ado), da noite,


314 como ele era pastor, naquela época, ele e a mãe dele que tomava conta da escola, então a disciplina era rigorosa... (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não era só isso mesmo, né. Obrigado pela sua colaboração!

4.3. REGIÃO CENTRO-OESTE, MS, AQUIDAUANA, VILA SANTA TEREZINHA (INDIOS), CEL “MENSAGEM DA CRUZ”. ENTREVISTADORA: PROFA. ISABEL RATUND.

4.3.1. Distantes de uma igreja luterana

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 19, índios, distantes 02) Ano e local de nascimento? 1994 na aldeia bananal/MS. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? No mesmo lugar, lá na aldeia. Mas já saí algumas vezes.. 04) Escolaridade? Fazendo a graduação em letras, 4 ano de letras. 05) Etnia? Terena. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Ah...eu gosto de todos os tipos de música, mas pra mim eu gosto mais de ouvi eh, MPB, música mais tranquila. Porque relaxa, rela mais, da pra pensar as vez, agora tem música que são muito agitada, aí não tem conteúdo, não tem nada. É isso que eu gosto de ouvir... 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Como assim os textos? Que chama atenção? AS músicas que tem conteúdo que te animam. Coisas pra vencer na vida, que te deixam pra cima quando o dia não tá bom, aí você ouve uma música lá tenta de novo que vai dar certo, este tipo de músicas assim. Porque dão uma razão pra viver. São letras motivadoras. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Eu gosto de ouvir Ana Carolina, Cassia Eller, e outras músicas que nem sei quem canta mas que eu gosto de ouvir. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? MPB, sertanejo, depende do sertanejo, depende da música, depende da letra da música. Porque hoje em dia tem vários tipos de música, tem funk, né que ta lá né, só


315 que se ouve funk e não tem nada assim de letra, as vezes a mesma letra não muda do começo ao final, um minuto até três até o final é a mesma coisa. Eu gosto de música que tem conteúdo, assim, eu gosto mais de MPB, mas se tiver alguma, algum ou ritmo, alguma música, um outro gênero de música que tem qualidade, que tem conteúdo, eu gosto... Audição do hino – HL 222 “Graças dou” (segundo) Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (primeiro) (Sobre o texto) O que o texto dessas músicas lhe comunica? (Entrevistadora: Pode falar exatamente isso aí...) A primeira música não entendi, não consegui ouvir muito bem apesar da melodia ser bem mais tranquila que a outra. A segunda (Graças dou) já, parece que tinha mais barulho, só que mesmo assim eu consegui ouvir a letra e eu gostei mais da segunda por causa da letra. 10) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Em que sentido? Agradecimento... religião também pode ser colocado?, religião, agradecimento e... acho que é isso. Não consegui ouvir muito bem, mas acho que é isso que consegui ouvir por cima. 11) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? A segunda (graças dou), justamente por causa da letra de agradecimento, e é uma coisa assim que dá pra você pensar, para e pensa, e agradecer todos os dias, todos os dias a gente não faz... 12) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Eu consegui sentir isso mais na segunda do que na primeira. Eu não entendi daí a segunda, porque, assim, mesmo tempo que a música é boa de ouvir, porque é um coral, coisa que mete tranquilidade, dá pra ouvir muito bem. Agora a primeira (No templo a Isaias), já não consegui ouvi muito bem, acho que porque, foi um foco o segundo, agradecimento, agora, graças te dou primeiro?, a tá, “o Santo é o nosso Deus” essa eu não consegui ouvir porque tinha muitas palavras diferentes. Agora na segunda já ficou mais fácil. 13) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim. (Sobre a melodia) 14) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Trouxe quando eu era criança (sorrizo...). Eu ia na igreja, de manhã cedo, dia de domingo, sempre tava o coral com 40 a 60 pessoas cantando esse tipo de música. 15) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Cantaria, sim. Porque fé uma coisa que faz bem pra alma, agradecer. 16) Qual delas você prefere mais? Por quê? A primeira, porque ela é mais calma, mais tranquila. Parece que me acalmou um pouco, assim, a primeira. 17) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Desse tipo de música? Sim. Pra acabar um pouco com os outros tipos de música sem sentido (risos) que tem hoje em dia que são vários. Esse é o tipo de música que você para e pensa na vida. Aí remete, até falei para a senhora, a infância, né, você pode até parar e pensar


316 no que você ouviu, ou alguma coisa que você ouviu, quem vai muito na igreja também pode pensar nisso, na palavra lembro, ou canto assim, deixa eu ver essa música, é isso aí. (Sobre a harmonia) 18) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Sim. Porque são coisas, assim, tudo pra mim, assim, harmonia, ritmo pra mim, remete a tranquilidade da alma, da uma paz interior. 19) Qual a sua preferida entre essas duas? Eh... letra? Harmonia? Eu prefiro o segundo. 20) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Eu prefiro a primeira (Graças dou). Porque, parece que não fica num tom muito, não tá muito alto, tá muito baixo, se equilibra mais as vozes. 21) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Sim. Porque seria bom pra mim. Aprender também, aprender outros tipos de ritmos, de música outras formas de cantar. 22) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Todos que eu conhecesse. Faz muito bem! Porque eu gostaria que eles vessem e sentissem aquilo que eu sinto, pelo menos o que eu sinto quando eu ouço músicas assim. (Sobre o ritmo) 23) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Sim. Do ritmo? Eu gostei mais do ritmo da segunda, porque ficou bom assim, eu gostei da letra da música, com as várias vozes, ficou bem sincronizado no seu ritmo. 24) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Não sei (risos). (Sobre o arranjo) 25) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Coral. Porque fica mais bonito. Porque cada um tem seu tom diferente de cantar ai deixa a música mais bonita. 26) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Com outro instrumento? Piano? Eh... temos, órgão que chamam? Acho que é... (Sobre a identificação) 27) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? As letras. 28) Você se identificou com alguma coisa? A segunda. 29) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Gostaria. Eu.. em horários específicos, pra saber em que horas que tem, teria pra ouvir. Porque as vezes a gente sai e vai pra lá e pra cá. Se tivesse em uma rádio, por exemplo, e tivesse um horário específico, pelo menos você ligaria o seu rádio e pelo menos você saberia que tem aquela hora pra ouvir aquela, aquele tipo de música. (Sobre memórias) 30) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Que eu lembrei, principalmente, foi dos meus familiares que já foram e que cantavam


317 em coral e eu acompanhava quando era criança. Ia pra igreja e eu ia com eles. Eu não cantava, mas ficava ouvindo. Eles cantavam, tocavam (em coral)... (Opcional) 31) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Sobre as músicas? Acho que músicas assim seriam bons, seriam boas pra ser tocadas em rádios, ou se levar, pegar um coral e levar em ambiente de escola, aqui mesmo na universidade, seria interessante trazer um coral porque são músicas que a gente não tem a oportunidade de ouvir sempre, principalmente na correria do dia a dia, você encontrar uma igreja que tem um coral assim, né, bem organizado tudo. Achei muito bom a entrevista. Gostei! Ainda mais ouvir estas músicas, nem pensei que ia ouvir hoje, mas até tinha esquecido das MPBs. Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 20, índios, distantes 02) Ano e local de nascimento? Eu nasci no dia 10 de fevereiro de 1979 em Anastacio. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Nasci na cidade mesmo, sou indígena, mas vivi na cidade mesmo então os parentes viveram nas aldeias, nos matos, eu vivi sempre na cidade. 04) Escolaridade? Terminei o segundo grau e vou concluir o superior (3 ano).. 05) Etnia? Terena (indígena da tribo terena) (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Música evangélica, que as emoções da gente, que a gente é cristão, que através da música a gente leva a mensage que a gente ouve na bíblia, através da música a gente pode passa as informações das mensagens. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? O que mais chama a atenção são músicas que envolve a situação do Brasil atual, né. Essas disordem que está acontecendo, principalmente. Porque é um modo de levar as pessoas a conhecer a realidade do Brasil através das músicas, porque as pessoas já não ouve já os noticiários, no rádio e na tv, então, procuram, através da música informa as pessoas. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? São da parte da antiga. Os cantores, eh, que não se faz mais presente, que já morreram, mesmo posso lembrar ainda, tenho consideração pelo Oséias de Paula, eh, Eu Mattos também, e assim, da sertaneja eu não posso fala nada por que eu não curto musica sertaneja, música hip-hop eu não gosto muito. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Estilo? Evangélica, gospel. Eh... eu escuto gravado.. pela internet.


318 Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (primeiro) Audição do hino – HL 222 “Graças dou” (segundo) (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? A graça que a gente tem que elevar a Deus por tudo que ele nos tem feito, nos tem dado. A esperança, principalmente. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Salvação. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? A segunda, porque motiva mais, né. A levar uma vida dedicada a Deus, por tudo o que ele tem feito por nós. Pelos seus seguidores, seus filhos, e através dessa música, ela nos comove a viver sempre dando graça, eh, através dos cultos, né, eh, louvando e agradecendo, orando, participando das ofertas das nossas primícias, na igreja principalmente. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? ...... 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Muito. Principalmente os evangélicos de outras igrejas, que procuram outros ensinamentos, assim que, através desse hino, a gente possa mostrar pra eles a verdadeira mensagem da bíblia, né. Da graça que Deus dá pra gente. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Me lembra assim, quando não tinha conhecimento, né, desses louvores, né, eu ouvia, por ouvir mesmo, mas entender assim, a mensage que estas música passava pra gente era difícil. Através desses canto, com essas melodia, principalmente, e as mensage dos autores motiva muito... São as mensagem. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Sim. Claro. Para motiva mais durante o dia. Principalmente na manhã, quando a gente levanta, vai pro serviço, até mesmo quando a gente chega. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A segunda, porque fala das graças. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim. Porque as outras pessoas que não são evangélicas devem ouvir através desses cantores que eles falam que são famosos, né. E ouvindo a voz desses cantores famosos, ouvindo o evangelho, eles poderia chegar ao conhecimento dessa grande mensage que é a graça. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Agrada. Porque o som tá com mais clareza, principalmente o órgão, piano, né, sei lá o que que é, né. Os instrumentos, eh, na hora certa, ah, espera o momento certo pra voz começa ou terminar, assim, um instrumento bem utilizado. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A segunda. Porque, assim, atrae mais a gente. A gente fica mais interessado ao ouvir. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? A segunda, o uníssono. Porque dá pra ouvir todos de uma vez, né. Não que seja 4 pessoas assim, é importante as quatro vozes, mas o uníssono é melhor. Fica mais claro.


319 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Participaria, sim. Eu participo, mas nos últimos momento eu to parado. Porque eu acho muito bonito, muito interessante, né, canta, ainda mais fala da mensage, da Palavra de Dues. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim. Pra pessoa ver a importância que tem a música do grupo. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Agrada. A da segunda (graças dou), porque o ritmo é mais elevado, o instrumento e com mais clareza, e as vozes também. A voz é muito clara, é bem objetiva, a mensagem interessante. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Tocaria sim. Porque eu, pra mim, aprender mais, que seja, eu instrumento musical não tenho conhecimento, mas a voz, mas pra tocar assim, eu quero aprender, pa, pra tocar com outras pessoas, inclusive convidá pra participar. . (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Uma voz, porque, o solo, porque, assim, eu acho interessante uma voz só, não desmerecendo o coral e outros grupo né, mas uma voz só é muito interessante também. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Não. Não. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? A melodia. A melodia da música e se é calma, clareza. 29) Você se identificou com alguma coisa? Sim, a segunda. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Sim. Porque elas são bonitas, maravilhosas pra se ouvir, com calma. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? É na verdade, lembranças assim não, porque é uma música atualmente eu to ouvindo ela, não é porque é antiga assim na minha vida que eu lembro com clareza, assim, que eu não dava a verdadeira graça né, agradecimento, principalmente, Palavra de Deus, ouvindo, participando das reunião, dos cultos, principalmente. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Ah... agradece a participação de estar colaborando com o pastor, que ele passa isso, muitas vezes em outros assuntos.. eh, conhecendo a realidade de cada local do Brasil, eu fico muito alegre, muito feliz, de participar. Obrigado pela sua colaboração!


320 ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 21, índios, distantes 02) Ano e local de nascimento? 1998, Aquidauana. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Anastácio 04) Escolaridade? Cursando ensino superior 05) Etnia? Terena (indígena da tribo terena) (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Tipo de música? As que mais falam sobre o dia a dia da pessoa. Sou mais de hap. Não muito de sertaneja. Porque ele reflete e faz a pessoa pensar, ter uma reflexão no que está acontecendo na atualidade. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Eh... retrata, a maioria deles, que fala a verdade. A expressar os acontecimentos nas letras. Porque? Bom, porque, como posso falar, e que eu acho que eles não dão muita volta no assunto que vai ser falado, eles são diretos. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Cantores? É... Legião Urbana, é o mais preferido. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Hap, rock, não sertaneja. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” (segundo) Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (primeiro) (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? A gratidão pela palavra, que é ensinada no evangelho. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? A graça de Deus na vida, em nossas vidas. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? A segunda, porque ela, de certa maneira, ela fala sobre a gratidão dos evangélicos com Jesus. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Não, ele tinha clareza nos dois hinos. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Eh... é, o amanhecer e o anoitecer. Ai você vai agradecer a Deus por ter amanhecido e anoitecido e vivido mais um dia. Sentimento bom. Eh, o que me lembro são bons momentos que eu passo. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Sim. Porque são boas e eu acho que até eu gostaria de cantar. Eu gostaria de cantar. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A segunda, porque é mais animada e eu gostei bastante dela.


321 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim. Porque são ambas são boas e eu acho que outras pessoas gostariam de cantar e de ouvir também. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Sim. É bom. Porque são, é um som bom, sem muito, como posso dizer, sem muito som grave, e sim suave. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A primeira, porque tem um som mais calmo, apesar a segunda também ser boa. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? De quatro vozes, porque é bom você ouvir um coral, mesmo sendo de 4 pessoas. A junção de vozes na mesma canção, eu acho bonito isso. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Sim. Porque é bom você participar de um grupo de musica assim, Eu acho legal isso. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim. Porque é bom, um som bom, e a pessoa que eu iria chamar iria gostar também. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Agrada. Ritmo? A segunda, porque é um ritmo bom e os instrumentos são bem colocadas e as vozes também. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim. Porque as músicas são boas e as pessoas que tocariam e cantariam comigo iriam gostar bastante. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Banda, porque eu acho que iria ser legal, né. Isto ter gravado com coral, pra dar uma variada acho que isso ser legal, iria sair bem. Porque, bom, ia dar uma variada, e ia ser um pouco, como posso dizer, sair um pouco do original. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Acho que não. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? As vozes do coral. 29) Você se identificou com alguma coisa? Sim, a parte, a segunda, que fala dos agradecimentos, de dar graças ao Senhor, que abençoa nós, o nosso dia a dia. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Sim, gostaria. Porque são músicas que, independentemente, se a pessoa é cristã ou não, ela, acho que gostaria de ouvir isso. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Não. O que eu pensei? Quando um grupo de jovens está reunido.


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(Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Bom, eu queria agradecer ao pastor, eu achei interessante ouvi algumas opiniões, de diferentes pessoas e lugares, e essa participação eu agradeci muito. Obrigado pela sua colaboração!

4.3.2. Próximos de uma igreja luterana

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 22, índios, próximos 02) Ano e local de nascimento? Aldeia Ipec, dia 9 de outubro de 1949. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Professora, eu andei bastante atrás de estudo, né, e foi até, morei pouco em Bauru, depois Bauru fui a São Bernardo do Campo, depois de São Bernardo do Campo voltei cá, cá na aldeia. Depois de, a maior parte da vida. Na aldeia Ipec. 04) Escolaridade? Pela graça de Deus eu fiz teologia, aí depois eu fiz pos graduação em filosofia e estudos religiosos. E agora, estou no quinto período de história. 05) Etnia? Terena é... Terena. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Prossora, eu aprecio muito música clássica, porque isso transporta a gente a natureza, na é, eu acho muito, eu acho muito, muito bonita, mas como a gente é religioso, é, tem que participar muito e aprecio os hinos. ... os hinos, adoração a Deus. É, eu aprecio muito também música sertaneja, não é. Isso eu acho muito, é, é, expressa a vivencia do homem do campo, né. Eu aprecio também... A música clássica só pelo o som, a sonalidade, isto nos leva a um descanso... descansa... 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? É, agora indo para a parte religiosa, nos temos um hino muito interessante que diz assim, “campeões da peleja sagrada”, então isso coloca na nossa mente que nós temos esse compromisso como cristão de lutar e e levar a vida, verdade, essas coisas boas, né. Porque realmente nos leva a um, a um, a um, nos leva a uma reflexão pras boas coisas em relação a Deus, a necessidade de pautar essa vida, observando as palavras de Deus. E dessa mensagem nós precisamos da Palavra de Deus, né. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Prossora, nós temos um hino, da, do, uma coletânea de hinos. São hinos escritos a tempos atrás, os missionários americanos, não é, que passaram por aqui, então deixaram uma coletânea de hinos... do “Salmos e hinos” da igreja presbiteriana, mas também nós usamos o Cantor Cristão, e alguns hinos da


323 Harpa Cristã. Nós não somos aqueles religiosos fechados, nós apreciamos as coisas boas, úteis, né. E também, da música sertaneja, por exemplo, né, não sei se vou lembrar de todas as palavras, mas aquela história de que o filho deu o couro para o seu pai, e mandou o pai embora, parece-me que o netinho viu aquilo ali, eu não sei muito bem, e cortou o couro e entregou pro pai dele né, e se caso ele envelhecesse poderia até precisar daquele como para o seu pai, acho que aquilo lá é muito impressionante... é tem uma história, tem uma mensagem... música popular, rock... eu não vou dizer que não aprecio não, mas não... não ouço muito não. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? música popular, rock... eu não vou dizer que não aprecio não, mas não... não ouço muito não... Audição do hino – HL 222 “Graças dou” (segundo) Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (primeiro) (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? A primeira música nos leva a um certo respeito, não é, tipo de reverencia a Deus. Então é isso que eu percebi no primeiro hino, leva a santidade, a sublimidade, como se tivesse, adoração, respeito a Deus. Agora no segundo hino eu percebo que é mais de agradecimento do ser humano, e esse agradecimento precisa ser total, impulsivo, assim, cheio de si, neste agradecimento, como se tivesse com um tipo de música em massa. O ser humano está agradecendo a Deus, e tem que ser um agradecimento de coração, não um agradecimento, um tipo de agradecimento vivo. Pra mim esse segundo hino, como é de agradecimento, é um agradecimento vivo, cheio de vida, não é, percebi isso... 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Esse primeiro, os dois? O primeiro, esse texto, é uma mensagem que o ser humano tem que estar com esse tipo de comportamento com relação a Deus, o respeito a Deus, reverência. O segundo (graças dou), é nossa obrigação ser agradecido a Deus, nesse sentido... 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? Acho que os dois faz parte da vida do ser humano, né, agradecer e também a necessidade de nós estarmos em sintonia com Deus. Não tenho preferência, os dois são uteis para a vida humana. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? A profossa, a primeira, por ser um conjunto de vozes, né, pra mim no caso, eu tenho uma certa dificuldade de acompanhar as palavras. Mas o segundo (graças dou), parece que foi mais claro, né. Não sei se porque a gente já ouviu este segundo hino, né, e esse primeiro, me parece que eu tenha ouvida já. Nesse sentido... 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim, com certeza. Com certeza. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Essa primeira pode me trazer grandes eventos, congressos, reuniões, grandes conjuntos corais se levantam para cantar, fazem essa recordação, grandes acontecimentos, e assim por diante... no primeiro hino.


324 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Ai, ai, vai depender do momento e da circunstância. Mas poderia isso acontecer. ... Não, não, não essas melodias desses dois hinos que eu ouvi, pra mim, não é cansativo, acho que é possível, sempre recordar, é possível... 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A melodia? Prossora, eu não teria preferência, eu ficaria com as duas... é, é. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Com certeza. Porque são coisas agradáveis, não é, e como tal tem que ser levada avante para que outras pessoas possam também compartilhar dessas músicas. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Agrada. Porque são, eu acho que são, hinos trabalhados, trabalhados. Todas as coisas cuidadas tem que agradar. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? Prossora, (desconcertado), bom, tem que fazer... não, não não não, os dois hinos eu acho agradável. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Prossora eu admiro as 4. Porque realmente, é artístico, eu diria assim, o uníssono, também é agradável, contanto que sejam trabalhado, trabalhado.... 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Participaria, prossora. Cantaria. Com instrumento também... porque isto nos leva a uma outra situação, não é. A gente sai do cotidiano pra entrar numa outra situação completamente diferente. Um sentimento de leveza de louvação a Deus. É uma situação diferente, prossora. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim, com certeza. Porque o que eu desejo ouvir, com certeza tem que transmitir para outro que agradaria. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Agradam. Não prossora (risos)... 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim, sim. Porque são músicas que nos agradam, sim... (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Eu acho que as duas maneiras de expressar, seja banda ou voz, agradável. Mas só que, cantada assim, ela se torna completa, as palavras e a mensagem, a palavra e a mensagem em música... é mais completa. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Não, prossora... (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? É, na execução? Oh professora, acho que os dois hinos... ah... o Coral me chamou mais a atenção.


325 29) Você se identificou com alguma coisa? É... a gente sempre se identifica com o religioso, né. É, dependente de Deus, e tem que melhorar a nossa situação como ser humano, tem que participar desses hinos. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Sim, primeiro pela feitura, é trabalhado. Aí eu voltaria naquela resposta que foi dada, realmente é um trabalho bem feito, bem trabalhado, e sempre é agradável, o hino, música trabalhada. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Não... (momentos especiais)... (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Prossora, nós temos uma igreja evangélica no ibério, né. E nós estamos pedindo a Deus em oração, que nos desse uma maneira, nós temos muitos jovens, patrícios, indígenas, que nos gostaríamos de aproveitar, de fazer um conjunto de instrumentos de sopros, mas ainda nós não temos tido essa oportunidade. Já está na nossa mente, já estamos pedindo a Deus. Se já está na nossa mente, e eu acho que a gente vai chegar lá. ... pra coisa útil sempre estamos a disposição... Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 23, índios, próximos 02) Ano e local de nascimento? Em Aquidauana em 16 de setembro de 1975. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? No distrito de Toné, lá na aldeia. 04) Escolaridade? Ensino superior completo, estou fazendo meu segundo curso. O primeiro foi turismo aqui em Aquidauana. Me formei em 2009 e depois segui fazendo letras. 05) Etnia? Terena. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Como eu sou evangélica, gosto de ouvir músicas do evangélicas. Porque, pelas palavras, pelas letras, é, assim, que na maioria das músicas, elas te transmitem um incentivo, tanto pela fé, que eu tenho, então é isso... 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Textos? Sim. São essas que eu disse, de incentivo, de te colocar pra cima, de te encoraja, principalmente, a gente sabe que na vida nos temos muitos problemas, dificuldades, então, é essas de incentivo... 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Bem, tem vários, mas, eh, Aline barros, cantores brasileiras, e, Marcela Dandre,


326 cantora espanhola também, desde que eu comecei a fazer o curso eu tenho ouvido bastante ela para poder me ajuda no espanhol, então são essas duas. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Gosto. Gosto dessas músicas populares. Não gosto muito de músicas sertanejas. Não muito, tipo não digo que não vou ouvi. Gosto mais dessas tipo Dominguinhos, dessas eu gosto bastante, então, é, Cazuza, entre outras.... Hap eu gosto um pouco...não que eu não goste, mas eu não sou de ouvir muito, não tenho este contato. Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (primeiro) Audição do hino – HL 222 “Graças dou” (segundo) (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? O que me chamou atenção, foi que muitas vezes a gente não dá, se esquece de agradecer nas mínimas coisas. Fala que Jesus morreu, e até isso a gente esquece de agradecer. Ele deu a sua vida e as vezes, muitas vezes reclama, né então, aí, agradecer pelo ar, por estar aqui dando esta entrevista também, é isso... 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Ah... eu fiquei mais focado na segunda que me chamou mais atenção. Ah, é ser grato, normalmente, por tudo, pelas mínimas coisas, não só lembrar daquilo que é o mais importante, mas lembrar de agradecer nos mínimos detalhes. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? A segunda, porque é isso porque a gente se esquece de agradecer pela minha vida. AS vezes eu eu me esqueço de agradecer quando eu me levanto, por tudo que eu faço no meu dia a dia, e é isso... 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Eu creio que sim. Não. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Eh... a minha família está totalmente ligada a música. Não da parte da minha mão, mas da parte do meu pai. Toda a nossa família tem alguém ligada a música. Tem um primo que é cantor, ele trabalha com, o justamente, ele é produtor musical, e tenho várias primas que fazem parte de um coral. Então foi isso que me lembro... 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Cantaria. Porque faz parte do meu convívio. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A segunda (risos). Porque eu gostei mais da segunda. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim. Porque, por eu estar ligada a um meio que me faz querer incentivar outras pessoas. Né, como eu disse, não só, eh, por ter na família pessoas que cantem, mas também que toquem.. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Me agrada. Porque transmite uma sensação de paz e tranquilidade.


327 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A segunda (risos). 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Todo mundo junto. Porque todo mundo pode participar. É que todo mundo por transmitir alguma coisa. Eu prefiro o primeiro com 4 vozes porque, como acabei de falar, cada um acaba transmitindo através da música, através da maneira como você canta que você quer passar, o que a letra diz. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Já participei. Parei porque não pude mais ir aos ensaios. Eu tinha que faltar, por isso que eu parei. Mas eu gostava. Porque eu me sentia bem, tá todo mundo junto, todo o final do ano eu participo na igreja. As vezes é só com o pessoal da igreja, ou só família. Participo da igreja batista... uma igreja indígena mas as doutrinas são da igreja batista. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Convidaria. Porque essa pessoa gostaria de ouvir, de estar numa apresentação assim. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Me agrada. Eu acho que as duas me agradam, mas como tenho que escolho uma eu escolho a segunda. Porque todo o final de semana estou ouvindo ou cantando uma música parecida com essa, então, na igreja, cantamos músicas do Cantor Cristão, então mais por isso. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Se pudesse, tocaria (risos). (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Orquestra, porque são vários instrumentos, você pode conhecer, ouvir, as vezes, aquilo que eu falei, assim como a pessoa quando canta ela te passa algo, as pessoas também que tocam, de certa forma te passam... Lá os únicos instrumentos nos corais da minha igreja é o piano e órgão. Tocam sopros, violinos entre outros... 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Não, acho que eu tocaria com a orquestra que é bem... (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? A melodia e a letra. 29) Você se identificou com alguma coisa? Com a segunda. Porque aquilo que eu falei desde o começo, agradecimento... ser grata a Deus por tudo.. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Na TV.. porque na rádio você apenas ouve, na TV além de ouvir você vê as pessoas cantando e tocando. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Não me trouxe nenhuma memória em especial além da família tocando. (Opcional)


328 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não, mas a música acho que está presente em nosso dia a dia, querendo ou não ela está presente. E essa melodia, é como eu falei, está presente no meu dia a dia, na minha vida, então, minha mãe toca, ela toca o órgão na igreja, então eu to convivendo com isso praticamente na minha vida toda. Então desde criança eu escuto essas músicas, esse ritmo, essas melodias. Não é novo não... Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 24, índios, próximos 02) Ano e local de nascimento? 11/05/1986 em Aquidauana/MT. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Anastácio. 04) Escolaridade? Terceiro ano completo. Ensino médio completo. 05) Etnia? Terena (indígena da tribo terena) (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Ah... acho que MPB mesmo, quando tenho tempo, né! Fora isso... qualquer uma mesmo... eu escuto na internet. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Eu gosto mais daquele estilo Djavan (romântica). Porque são músicas calmas, né! E traz uma tranquilidade, né! É diferente! As vezes tem mensagem. Eu gosto por causa do sonzinho que é diferente, não tanto por causa das letras das músicas, mais pela melodia. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Djavam, Mariza Monte, Zé Ramalho... 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Música calma, assim. Mais popular brasileira. Porque dá mais tranquilidade quando estou fazendo alguma coisa. Eu já coloco lá e já vou fazer alguma coisa. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? O primeiro é mais conhecida... Agradecimento pela vida. A segunda música está meio difícil de se compreender. A letra pra mim é uma música nova. É uma música nova e eu não conheço. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Ahh... a segunda música é uma adoração a Deus. Que a gente tem que prestar honra a Deus... um louvor a Deus. E o primeiro é agradecimento também pela nossa vida, 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? As duas, apesar de não conhecer. Porque as duas juntas são importantes na nossa vida. Tanto o agradecimento como a reza, né? Louvor...


329 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Ah... não é que não fez sentido, não consegui entender a letra da segunda música. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Ah... não me lembro agora... a gente não está sendo quase... tendo esses cânticos, né? Acho importante traze ao nosso povo né...não sei se é da Luterana né? Acho importante traze os cânticos nativos para o culto. Pra não deixar a tradição, os hinos antigos, percebi também que tem os instrumentos antigos também, pra valoriza... 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Cantaria. Ah é um jeito novo de se expressar. A gente tem que tá aprendendo coisas novas. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A primeira. Ah, é um momento alegre de se manifestar. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim. Acho que a gente tem que aprender a utilizar os instrumentos novos e também é um jeito de os jovens se interessarem por outros tipos de instrumentos. Acho que tem um pouco disso. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Sim. Ah é... a segunda eu achei tão tranquila, tão calma. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A segunda. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Eu acho a segunda... porque dá pra entender as vozes divididas. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Hoje tá difícil do povo ter esse tipo de apresentação.. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Ah... eu convidaria sim. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Sim. A primeira. Acho que é um pouco mais alegre. Não que seja triste, mas é um pouco mais alegre. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Eu acho que a primeira numa banda seria bem... Prefiro a banda. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Acho que a banda e não coral. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? Eu não tinha “ouvisto” ela, o “graças dou”. Não sei se é coral... E a primeira tá bem


330 interessante ouvi. A segunda também, mais por caso das vozes que deu pra ouvir . Deu pra diferenciar bem. A segunda música 29) Você se identificou com alguma coisa? Sim. Com a “Graças dou”.... 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Sim... Para divulgar um pouquinho mais o evangelho para pessoas que não conhecem. É daí que desperta a curiosidade nas pessoas que não são cristãs. Tocar no coração delas... (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? As duas? Então, eh... me lembrou os cultos antigos que eram mais.... tinha mais coral. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Ah... a minha dúvida é essa, que as vezes, nesse segundo cântico aí ficou muito difícil de entender as letras. Só isso... Obrigado pela sua colaboração!

4.3.3. Luteranos

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 25, índios, luteranos 02) Ano e local de nascimento? 16 de julho de 90, cidade de Aquidauana/MS. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Sempre vivi em Aquidauana. 04) Escolaridade? Superior, estou terminando, estou no 7 semestre, falta um passo, quase me formando em pedagogia. 05) Etnia? Terena (indígena da tribo terena) (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Sim, da nossa igreja, da luterana, e assim, fora da igreja o sertanejos. Porque é da nossa terra, porque é do nosso ambiente, vamos dizer. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? É.. tem algumas que uso que são bem da nossa realidade, a nossa realidade, tem algumas, como o sertanejo, umas tem vita que só bagunça, né, e tem o “psadnedo” que faz bagunça, então é isso. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Jorge Mateus, as músicas dele traz para a realidade, como o amor. Ele é baseado em amor. É sertanejo comum, (não universitário)


331 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Não, assim que me chama a atenção... Não gosto de rock porque não é o meu estilo, nem MPB, nem Hap... Talvez seja da nossa região, pode ser, tá afastado, talvez no Rio de Janeiro, por aí (não é tão comum para o MS o rock...)... talvez seja isso também. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” (segundo) Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (primeiro) (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Quando eu esta, como vou dizer, muito triste, você recebe, se escuta este hino, se parece que vem uma renovação. Né, a letra fala, como, a segunda música fala do amor, né, as graça, eu tirei, eu irei cuidar, então, é uma reflexão no dia a dia. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? A mensagem do amor de Deus, né, que pode comunica. Através de orações também, também pelos hinos, traz umas belas mensagens. Olha... quando a gente, a pouco tempo, perdemos dois (só Deus sabe) o Antônio (se emocionando e chorando) e o Elias e sempre eles tocavam esse hino. Então também isto é lembrança pra nós. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? O segundo (com firmeza). É tudo... a mensagem que ele fala, a mensagem, tudo o que eles dizem, né. É tudo, né. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Tem. Sim. O do primeiro hino eu não entendi bem, mas do segundo hino sim. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Elas lembram o amor e o carinho do vô Antônio e do seu Elias (mencionado pela entrevistadora). É sempre tem que guiar o passo dele que ele deixou, né. Porque tem a família Nimbu é grande, todas elas tão participando do culto, né, algumas não, né, nem regatando, a mensagem dele foi dita, i no caminho certo. E toda a família canta... (Nimbus)... 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Sim. Eh... como vamos dize, eu fui criada na igreja. Então, talvez você perguntou né, quais outras músicas, então não é minha realidade, gosta de funk, gosta de rock, então, como eu fui criado na igreja (tem a língua presa... dificuldade no “r”) esse é o meu seguimento... é comum cantar isso pra mim. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A segunda, como falei, lembra do avo, do tio Elias, então, a música é linda a música. A melodia é linda. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim, porque a gente tem que passar a mensagem pro próximo. Então esse hino a gente pode passar para um colega de faculdade, no serviço, agora tem o WhatsApp, pode mandar pelo WhatsApp... (Sobre a harmonia)


332 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Agrada. Porque, vamos dize que, eh, num ambiente quando faço faculdade, naquela correria, você senta e faze o trabalho escutando um hino, eu acho que isso faz um, vamos dizer que relaxa, fica bem calma. Você pode escutar primeiro depois fazer o trabalho, ou tá no serviço, entendeu? 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A segunda (“Graças dou”). 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Na segunda. Vamos explorar as vozes que tem, não é só o fato de as pessoas poderem cantar, cantar mais, louvar mais... (a entrevistadora explicou o conceito e daí ela entende que)... ela prefere uma voz só (uníssono). 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Sim. Como já participei na juventude, né. Tinha uma bandinha, né. Tem o congresso que a gente participa, todo mundo vai lá pra cantar, as gurias chamam a gente lá pra cantar, aí a gente vai. Ah, você tá na frente, louvando Deus é o presente maior que tem, né?. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim. Porque tem que mostrar as belezas que tem em nosso redor. Não é ficar só pra gente. Tem que mostrar pra todo mundo, né, para as minhas amigas de faculdade, ou no serviço. Porque, aqui na nossa cidade nem tem esse incentivo, não é toda hora tem algum coral que vem, é uma novidade, na nossa cidade é uma novidade, um coral pra gente assistir, pra gente vê. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Agrada. O da segunda, porque a gente, você fica lembrando assim, dos problemas, daí assim, vem aquele ritmo das da Palavra que vai falando, vai cantando... 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim. Porque... como nós tem culto aqui em Aquidauana e Anastácio, todo mundo participa, é tão bonito. Mesmo não tendo o tom certo pra cantar, mas todo mundo canta bem alto, com alegria, e com amor. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Coral. Porque sim, é bonito, todo mundo participando. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Não. Talvez com flauta, só de flauta só, porque o Jessé sabe tocar com flauta, poderia ser uma forma... (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? O que me chamou a atenção?...É que fala de amor, fala pra... o amor. Vamos dize uma palavra só. 29) Você se identificou com alguma coisa? Sim, com a segunda. O “porque” a gente já sabe, por causa da família, do vô, etc...(entrevistadora lembrou...) 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Eh... pa levar as mensagem para as pessoas que estão nos hospitais,


333 estão nos presidiários, talvez na rádio, é conforto, né, as pessoas estão num momento difícil. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? É verdade (reagindo emocionada), não lembrar do Antônio e do tio Elias, que deram o exemplo. Eh... Faz parte da família. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Muito obrigado pela participação. Espero que eu tenha contribuído pra vocês... OBS.: (Explicação da entrevistadora Isabel Ratund que está envolvido no projeto de missão luterana na tribo Terena de Aquidauana) Sobre a menção do senhor Antônio e Elias. O seu Antônio era avô de muitos terenas, inclusive da entrevistada e o senhor Elias era pai e tio de muitos em função do Antônio. Seu Antônio foi um dos primeiros da aldeia, aldeinha a chegar ali. Ele era missionário já, desde criança, junto com os pais, eles são cristãos desde pequenos. Ele não era diretamente da nossa igreja quando pequeno. Ele passou pra nossa igreja a uns 40 anos atrás. Ele foi o braço direito de vários pastores ali da aldeia principalmente da nossa missão da aldeia luterana. Depois que ele passou pra igreja luterana, ele foi o que mais andou, fez, a gente chamava de “apóstolo Paulo Terena”. De tamanha veia missionária que ele tinha. E desde pequeno ele cantava, né, eu tenho alguns áudios dele cantando tudo. Ã... quando ele estava conosco. Ele faleceu este ano, em março. E o seu Elias, também, filho do seu Antônio, tem essa, os dois, com essa musicalidade muito forte, gostavam muito das músicas luteranas, da igreja, com órgão, com tudo, e faziam parte do nosso coral LUTERENA que é Luteranos Terenas. E eles cantaram no Congresso Nacional das Servas em Joinville. Então, o seu Elias também, era, o seu Antônio era tenor e o seu Elias era Baixo. Ele era também muito ativo na igreja, foi cacique da aldeia. Seu Elias era mais político, o seu Antônio era mais pro lado espiritual e os dois muito cristãos e muito dedicados. Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 26, índios, luteranos 02) Ano e local de nascimento? Ano de 1946, dia 24 de Dezembro. (Miranda) 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Eu vivi a minha vida mais em Miranda. De criança. 04) Escolaridade? Escolari?... Eu estudei em Miranda até 4ª série. 05) Etnia? Terena (Perguntas pessoais)


334 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Eu gosto de ouvir muito hino. Principalmente coral. Eu adoro. Porque nós todos somos evangélicos. Eu me criei dentro da igreja junto com a minha família. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? O que me chama muito atenção, ah, os hinos que a gente sempre ouve, sempre o nome de Deus, explicando tudo, e pra gente, prestando bem atenção, ouvir as palavras da música. É, chama a atenção, como a gente canta, a Ele, orar e louvar. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? O meu, o meu escolhido, preferido de cantor é o, pera aí, o meu cantor é o Edson Freire... (risos).... Anderson Freire. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Gospel... aham... Audição do hino – HL 222 “Graças dou” (segundo) Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (primeiro) (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Esses texto de música toca tudo no meu coração, e eu amo este o coral. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? A me traz muita coisa na minha vida. É uma coisa espiritual. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? “Graças dou por esta vida”. Porque eu gosto e sempre cantava quando era tempo de mocidade. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Existe. Me traz muito sentido. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Ah, eu lembro quando sempre, quando eu cantava dentro a igreja essas melodias, me faz lembrar das colegas, das amigas, das irmãs. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Ah, porque... eu cantaria sim, porque eu sempre desejei cantar, até mesmo sozinha eu pretendo cantar. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? “Graças dou”... já falamos.... 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Ah... eu acho que não. Eu preferia mais a... esta música. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Porque o som é o instrumento que toca mais no coração da gente. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? “Graças dou”.. é graças dou. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? A de quatro vozes. Porque ele é um coral, né, e tem que sempre aparecer quatro vozes.


335 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Sim. Sim. Eu preferia sim, porque já eu o, nosso, a nossa música. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? (Não respondeu)... (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Ah o ritmo dele eu sempre agrado, porque ele é mais tocado, né... 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Com mais pessoas, sim... (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Banda. Porque aí a gente ouve mais o instrumento. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? É instrumentação, né. É que tem vários tipos de instrumento... violão, guitarra, piano, principalmente. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? O que chamou... o som, o som da música. 29) Você se identificou com alguma coisa? Sim. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Eu gostaria de ouvir da rádio, que sempre mais toca. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? As lembranças minha é sempre quando eu cantava no coral. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Sim. Eu sempre, eu alembro, e sempre tenho comentado com as minhas amigas, né. Eu tenho esse prazer té hoje. Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 27, índios, luteranos 02) Ano e local de nascimento? Nasci em Aquidauana, no dia 14 de junho de 1991. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Anastácio. 04) Escolaridade? Tô cursando superior, ensino superior. 05) Etnia? Terena (Perguntas pessoais)


336 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Eu gosto de ouvir música sertaneja, é... aquele sertanejo que fala sobre tradicional, cultura, né, sou mato-grossense. É porque ela vai abordar nosso estado, questões da vida do pantaneiro, né. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Os textos que vão narrar a vida do homem, do homem do sertão, do homem pantaneiro. Porque a gente vive no estado do Mato Grosso do Sul, é... onde a gente se encontra a maior parte do Pantanal, do cenário ecológico aquele, e é isso que me chama a atenção, né, com relação a essas músicas. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Eu gosto de ouvir, os, as aqui da terra de Mato Grosso do Sul, tem o Almir Sater, que fala muito sobre a vida do pantaneiro, e alguns hits de chamamé que tratam também das questões culturais do estado, né, mais as relações voltadas ao homem pantaneiro. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Eu gosto de ouvir música sertaneja e também o chamamé, também. Gosto meu. É porque ele vai tratar da realidade nossa, do dia a dia da gente vive. A gente por ser indígena, a gente contribui nosso com o nosso jeito de ser, né. O Estado pantaneiro. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” (primeiro) Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (segundo) (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Ele vem trazer a mensagem de, da parte do cuidado que Deus tem para conosco. E é uma forma de abranger a questão da religiosidade da gente. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? A eles tem um valor muito significante, porque ele tá ensinando, assim, uma passagem, uma divulgação do evangelho através dessa música, através desses dois hinos. É uma forma de evangelizar o povo. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? Eu prefiro a primeira canção, o “graças dou”. Porque que é um texto que vai, fala de uma forma que a gente tem que agradecer a Deus por tudo, pelo nosso folego de vida, agradecer pelo nosso dia a dia, agradecer, então é isso que me chama muito a atenção, esse hino que fala de agradecimento a Deus. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Sim. Existe muita. É uma forma de texto bem explicativo, fácil de entender, né, e dá muita informação, com relação, a forma da gente agradecer a Deus por tudo. Não, não encontrei nenhuma palavra assim 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Com certeza, né. A gente tem que aproveitar e compartilhar, porque é uma forma da gente demonstrar as pessoas, né, o amor que Deus sente por cada um de nós. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Elas lembram pra mim, no sentido de, quando a gente tá num culto, né. Um culto que marca a vida da gente, a gente ouvindo esta canção, a gente começa a lembrar lá, de tempos atrás, quando a gente ia na igreja, quando começava a


337 obra missionária, a gente ouvia muita esta canção. Então é isso que ela traz de lembrança pra nós. Como eu já disse, né, por frequentar a igreja e ouvir, é, esse tipo de melodia, essas letras também, ela mexe com o sentido da gente, e vai no fundo da nossa alma e no fundo do nosso entendimento, também. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Ué, ã, no dia dia, de hora em hora, a gente devia, com certeza, a gente devia, a gente tem que ocupar a mente, né, como tem uma frase do do Martinho Lutero que diz “que a mente desocupada é oficina do Diabo”, né, então a gente tem que sempre tá ocupando a mente da gente. Eu acho que seria bom se a gente cantasse no dia a dia isso aí. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? Eu prefiro essa “graças dou”, porque porque, respondendo as perguntas anteriores, né, eu acho que é uma forma de agradecimento a Deus pela vida da gente, por tudo que a gente passa no dia a dia, na luta como na bonança que a gente passa, assim né, tanto nos momentos bons como nos momentos ruins, tem que sempre louvar a Deus. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Com certeza, pois seria uma forma de tá divulgando também a questão do evangelho, né. Anunciar a grandeza de Deus, os feitos que ele tem feito em nossa vida, né, e mostrar para as pessoas que faz bem o sentido de agradecer a Deus, né. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Agrada porque é um modo de ouvir uma canção suave, traz tranquilidade pra gente. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? “Graças dou”. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Ah eu prefiro a quatro vozes, porque na minha opinião, acho que fica bonito, aparecendo as quatro vozes e torna a música mais bonita, né. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Participaria, porque a gente participa de coral onde tem as distribuição das vozes. E pra mim é muito importante porque a gente vai tá divulgando a Palavra de Deus através da música através desses hinos, né. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim.... (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Com certeza agrada muito. É... no “graças dou”... 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Tocaria sim. Porque, como falei, é uma forma de evangelizar. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Na minha opinião, acho que é bom em coral e apenas voz, porque ia dar mais entendimento, a pessoa ia entender fácil. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Acho que com o auxilio do teclado já ajuda, já, porque é uma música cantada suavemente, bem de vagar, da pra entender bem né.


338 (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? É a forma da música demonstrar, demonstrar aquilo que Deus faz com nós, né. E também ela alerta a gente de uma forma da gente agradecer a Deus, né.. 29) Você se identificou com alguma coisa? Eu me identifiquei com a primeira canção que fala sobre o agradecimento que a gente deve ter. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Sim, porque seria uma forma de evangelizar e demonstrar as pessoas, né, os feitos de Deus e também divulgar, é, o evangelho de Deus através dessas canções.. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Eh... essas músicas me traz lembranças de, do começo da obra da nossa cidade. Eu lembro que no começo o coral cantou muito esse hino, essa canção do graças dou, e traz lembranças do meu vô, ou do meu pai, né, então me veio a memória eles quando ouvi esta canção. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Eu acho com relação a execução dessas música, né, seria bom se tivesse o acompanhamento de flauta, né, porque é um som muito bonito, bem suave, o coral com auxilio de instrumentos que vão contribuir na divulgação dessas músicas, e na minha opinião, música com mensagens assim ela, de um jeito suave, ela, eu acho com o auxilio de uma flauta ou de um violão, até mesmo de um teclado que já tem, né, seria uma parte essencial na divulgação dessas músicas. Obrigado pela sua colaboração!

4.4. REGIÃO NORDESTE, RECIFE, PE, (NEGROS E MAMELUCOS), CEL “SANTÍSSIMA TRINDADE” E CEL “LUZ DO MUNDO”, ARACAJU, SE – PRESIDENTE LUCAS ALBUQUERQUE E PASTOR ERNANI KUFELD..

4.4.1. Distantes de uma igreja luterana

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 28, negros e mamelucos, distantes 02) Ano e local de nascimento? 92, Recife. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Recife. 04) Escolaridade? Cursando terceiro grau. 05) Etnia? Parda.


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(Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Porra... não tenho um tipo definido. Tem que escolher um? Porra, escuto tudo que, só não escuto rock. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Como assim que tipo de texto.... Ah... algum tipo de letra que eu goste? Porra, que eu lembre assim, a Marcelo Jeneci, aquela da “Felicidade”. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Poxa... eu não tenho nenhum assim, tá ligado? É que eu escuto muita coisa... Pô, eu gosto mais de cantores internacional, Rihanna, gosto muito. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Pop internacional. Não, não sei gosto das músicas, me atrae. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias”

(Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? A mensagem pra Deus, pra agradecer a Deus. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Bom pra você refleti. Sei lá? Sobre a vida. . 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? O segundo. Porque é um texto que fala de você dar graças a Deus. (se referindo ao “Graças dou”) 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Não, palavra de sentido não, mas , sei lá, as vezes não dava pra entender direito o que a pessoa tava falando, não sei se algum som estava mais forte. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Eu mostraria para algumas pessoas, mas as pessoas mais próximas a mim talvez. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Tá pelo o que eu acho que é melodia, me lembra calma, não sei, é estranho, mas acho que é isso... 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Não porque não é muito o meu estilo. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A segunda (se referindo ao “Graças dou”). 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Talvez, pode ser sim. Pode. Poderia ser. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Na verdade não me desagrada, mas são sons que eu não tô acostumada a ouvir, mas não quer dizer que não sejam bons.


340 20) Qual a sua preferida entre essas duas? Eu gostei mais da segunda (se referindo ao “Graças dou”). 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Acho que a quatro vozes, acho que o uníssono ficou um pouco monótono. Eu achei... 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Não porque eu não sei nem cantar nem tocar. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim, convidaria. Porque é bom você dar uma parada, uma relaxada, um pouquinho, e as vezes tem pessoas que precisam disso. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Quanto ao ritmo, também aquilo, eu não to acostumada a ouvi esse tipo, mas são bons, eu gostei mais... são ritmos bem parecidos, assim, mas pelo conjunto eu fico com a segunda (se referindo ao “Graças dou”). 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Eu tocar? Não sei tocar, eu seria um grande desastre. (risos...). (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Ah... acho que orquestra, porque a mistura do som da voz com os instrumentos fica melhor. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Não, não tenho como sugerir muito assim, talvez se... assim, se agitasse um pouquinho mais. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? Serem músicas, assim, religiosas. Foi... 29) Você se identificou com alguma coisa? Não, não cheguei a me identificar mas você passa a refletir sobre algumas coisas. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? É, é assim, seria bom em alguns momentos do dia, talvez, mas não é uma coisa que é tão comum de ver, mas talvez se tocasse talvez não seria tão aceito assim. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? A minha família. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não, tudo ok. Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 29, negros e mamelucos, distantes 02) Ano e local de nascimento? 24/09/91, Recife/Pernambuco.


341 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Entre o município de Paulista e Olinda. 04) Escolaridade? Ensino Superior incompleto. 05) Etnia? Ai complica... Por mim eu não definir não, mas meus avós são negros, tem índio, tem branco, então...pra definir assim pra mim, não,... fica difícil... (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Eu gosto bastante de música, mas, quanto mais elaborada eu prefiro, mais som, diversos instrumentos, quanto melhor a harmonia do som mais me agrada 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Texto... Tive uma faze na minha vida que mais texto relacionado a conquistas, ou superações, batalhas, cantos mais épicos, mas tempo pra quando fui ficando mais adulto fui para coisas que tratasse mais do meu cotidiano, né?, era uma temática que me agradava melhor. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Cara... É uma pergunta difícil, vou dizer, não tenho, realmente, uma preferência primordial não. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Eh... 60% do meu tempo eu escuto heave metal, mais eu não excluo, eu gosto bastante de música espanhola, cumbia, derivados, algumas músicas MPB pernambucanas por assim dizer, músicas da raiz de Pernambuco são músicas que mais me agradam. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias”

(Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? É... vai me faltar subjetivo para identificar, mas são textos de categoria de aclamação. Então, são história contada, eu não identifiquei de quem e com quem mas identifiquei os instrumentos, o órgão, o coral, creio que seja o cristianismo e tal, mas é uma coisa relacionada a alguém na vida de alguém. Agora, os sujeitos da questão eu não prestei atenção. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Ah... isso aí lembra o tempo que era convidado aí a missa, para escutar os sermões, mas pra mim hoje em dia só com relação ao contexto histórico mesmo. Parte do estudo de história da arte. Hoje o discurso que está nesta música não me atrai não. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? Assim, no primeiro texto, eu lutei pra entender que era português. Eu percebi que era uma música de origem latina, que vinha do latin por algumas palavras que eu achava que seria melhor mas eu não achava que era em português, mas depois eu percebi que era em português e eu percebi que eu não tinha entendido nada do que tentaram me comunicar. E a segunda também não entendi muita coisa não posso tecer alguma coisa de preferência não.


342 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Cara, se eu tivesse escutado, em questão de clareza, eu não sei se foi questão, eu me esforcei pra tentar entender mas a comunicação de como a letra estava sendo passada e eu acho que o fone de ouvido que eu estava escutando eu não consegui identificar muita coisa, então, por questão de clareza tive pouca, e isso aí... 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Não... (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Cara... lembra além de trechos da minha vida que eu passei, que ouvi esta música, eu tenho a memória afetiva com alguns sons que vão me trazer algumas lembranças, isto também me remete algumas parte das coisas que eu lia relacionada a estes temas, que eu costumava ler, mas, ai eu associava com esse tipo de música, com um tipo de filme que eu assistia, de uma cultura mais medieval que se relacionava com isso na época que eu me interessava pra estudar. Mas hoje em dia não... 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Cantaria só pela...(indiferente), o porque não, pô... eu não vejo o porque não cantar, é assim, se a pessoa tem o interesse de fazer qualquer coisa faz, se um dia me der vontade de cantar, eh, eu vou cantar, não vou sentir nem uma imposição contrário a isso não. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? Eu acho que a primeira. Apesar de, apesar, de terem uma estrutura bem parecidas, só órgão e voz, mas, eu preferia a primeira, não sei, acho mais por, acho mais por não conseguir identificar muito o que estava sendo falado na primeira melodia então eu tava interpretando o sons emitidos pelas pessoas, como se fossem instrumentos. Não só o órgão que estava sendo utilizado, estava levando em consideração o que as pessoas tavam utilizando as próprias vozes como instrumento, então, a combinação junto com o órgão foi como melodia melhor me agradou do que a segunda que tentei entender e interpretar. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim (titubeando)... acho que na música tem que trazer duas razões, uma é de estudar aquilo que foi feito, manter a pureza do que a pessoa tenta passar e a outra que a música também tem que ser permissível de mudanças. Se alguém quer ter influencia daquilo e criar uma coisa diferente com aquela música então um estilo como este pode influenciar pra cantar dum jeito diferente como também um pessoa pode querer executar da maneira que ela é. Então... (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Sim, a resposta é curta por que eu acho legal. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A primeira. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Quatro vozes. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Pela curiosidade. Pela curiosidade de aprender.


343 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Pelo mesmo motivo. Pela curiosidade de mostrar a pessoas algo que ela não, que não faça parte da realidade dela. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Prefiro a segunda música. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Eu preferiria um coral. O porque eu não sei dizer não, mas eu preferiria um coral. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Não. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? O órgão. 29) Você se identificou com alguma coisa? Não. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Tipo assim, fora de contexto, não sei dizer, mas se tivesse atrelada com alguma perspectiva visual ou coisa do tipo, não veria porque não. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Que me levavam pra missa. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não. Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 30, negros e mamelucos, distantes 02) Ano e local de nascimento? 1992, Recife/Pernambuco. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Recife. 04) Escolaridade? Graduação, cursando. 05) Etnia? Branca (mas o entrevistador entende que ela é parda)... (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? MPB, forró. E o porque, não sei dize... 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Trechos? Textos? Não sei (risos)... 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Chico Buarque, hum que for música... enfim, sim vários, é que eu sou muito eclética, então não adianta eu dizer todos... preferido Chico Buarque.


344 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Enfim, isso depende do meu humor. Geralmente se eu prefiro, como eu gosto de ouvir muito MPB, mais quando eu estou dirigindo o carro, uma sensação mais calma que me passa, se for, dependendo em festa, uma música mais agitada, mais animada, que me deixa animada. Eclética... varia. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias”

(Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Eu não consegui prestar muita atenção no texto porque o ritmo, os instrumentos me cativaram mais. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Eu sei que são valores religiosos. Falam de Cristo, mas não sei dizer exatamente. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? O segundo eu senti uma calma maior. Eu acho que tinha mais a ver com o significado, acredito, por falar de Cristo, uma paz, então eu preferi o segundo texto. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Não sei dizer muito se clareza, porque eu não entendi bem. Mas, nenhuma palavra não fez sentido pra mim. O que eu entendi acho que faz sentido. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim. Para algumas pessoas sim. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Me lembra aí da igreja com a minha mãe. A razão, porque eu escuto, é aonde eu mais escuto esse tipo de melodia, acredito. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Eu não gosto muito de cantar, mas cantaria sim. Quando eu aprendo eu gosto de cantar. Se eu aprender, com certeza eu cantaria. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A segunda (risos). Porque foi a que me deixou com a sensação, no momento que ouvi, mais tranquila, com a maior paz. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Não. Não me lembro de outro lugar não. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Sim, mas eu não entendo, exatamente, o que seria harmonia nessa... 20) Qual a sua preferida entre essas duas? Eu acredito que a segunda também. Eu acredito, porque eu gostei mais da segunda. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Ahnn... pra mim é indiferente. Tanto faz. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? (Risos) Eu já tentei participar de um grupo cantando na minha época


345 de escola, mas eu não fui muito bem. Eu desisti. Aí eu não cantaria porque, como eu desisti no passado, não fui muito bem, não seria bom, proveitoso. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Com certeza. Porque eu acho muito bonito. Eu admiro. Mesmo sem entender muito. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Sim (tituberante). O ritmo me agrada porque sou uma pessoa eclética. Aí depende do momento, acho que ambos agradam. Cada um com sua essência diferente. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim, porque eu acho que elas trazem sentimentos bons. De paz. E compartilharia sim, tocaria se soubesse. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Eu não consigo escolher. Não tenho, exatamente, preferência. Mas eu acho bonito em coral, em orquestra, eu acho que pela música e o tom religioso, acho que fica mais bonito em coral ou orquestra. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Não. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? E então, o sentimento que ficou delas. De paz de tranquilidade, de me lembrar a ida na igreja com a minha mãe e minha família, enfim, eu acho que é isso que me toca mais. 29) Você se identificou com alguma coisa? Sim, com essa sensação de me remeter a um passado bom. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Não. Eu acho que não combina. Não sei, com rádio e TV local. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Ah.. da ida com a minha mãe as igrejas. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não. Obrigado pela sua colaboração!

4.4.2. Próximos de uma igreja luterana

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA


346 (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 31, negros e mamelucos, próximos 02) Ano e local de nascimento? 1965, Aracaju/Sergipe. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Aracaju, Sergipe. Sempre morei aqui. 04) Escolaridade? Primeiro grau completo. 05) Etnia? Negra. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Eu gosto de ouvir vários tipos de música, não é? Música popular brasileira, assim, mais também, ultimamente, há mais de 20 anos, eu me tornei cristã, e geralmente eu ouço mais músicas gospel, né. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Tipo de letra... hum... . 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Tem, não, eu gosto de vários. Não tenho um cantor específico. Eu gosto de Marco Antônio, gosto muito dos CDs da Luterana, como é que fala... da Jelb... porque são músicas boas, de ouvir, de meditar, são músicas suaves que trazem uma leveza, uma calma, uma paz. Eu gosto de música assim, música calma não música agitada. Apesar de ultimamente eu ter ouvido bem pouco, quando é mais os meus cantores assim, são mais de música românticas, Roberto Carlos, Zezé de Camargo e Luciano, Leonardo, as músicas do Leonardo, esses... 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Esse é o estilo de música que eu gosto..... Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias”

(Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Prestei atenção. Mas fica mais fácil, pra mim, falar da primeira porque eu conheço o texto. O “Graças dou”... Comunica que em tudo nós devemos dar graças a Deus. Graças pela vida, no sofrimentos, porque mesmo, em meio ao sofrimento, eu acho que nós devemos dar graças a Deus porque ele não nos desampara. Ele está com a gente. Da mesma maneira...E a segunda, também é uma letra muito bonita, uma letra que transmite uma paz.. ah... como dize? Uma letra, que exalta a Deus, o Senhor Jeová, fala na música. Eu gostei muito das duas músicas, todas as duas músicas, eu gostei... 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? “graças dou” gratidão e a segunda, exaltação. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? A letra da primeira. A letra da primeira é mais fácil (porque conhece...) 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Todas as palavras são conhecidas. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Motiva.


347 (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Traz uma lembrança sim, da igreja, dos momentos que passamos juntos, dos louvores, dos estudos na igreja, das visitas. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Cantaria. A outra quando aprender. A primeira porque já sei. A segunda aprendendo cantaria também. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A primeira, porque eu já conheço. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Outros cantores que não fossem cristãos? Acho que não ficaria da mesma maneira. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Agrada todas as duas... 20) Qual a sua preferida entre essas duas? As duas. Gostei das duas. Não tenho preferência... Gostei das duas. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Ah... pra mim tanto faz. Gosto das duas da mesma maneira. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Participaria. Eu me sentiria motiva. Porque são músicas que me agradam. Eu participaria.... 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Num sei. Fica um pouco difícil. Porque pra quem já é cristão, a maioria gosta dessas músicas. Mas para a gente chamar, cristão é mais fácil. Mas pra as pessoas do mundo, que não conhecem, às vezes não valorizam, não sabem valorizar essas músicas. ... é são música de igreja, é música para cristãos ouvirem em casa, no carro, é assim... (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Agrada. Eu prefiro os dois, eu gosto dos dois ritmos. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Tocaria e cantaria também. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Eu acho que ficaria melhor um coral. Um coral cantando fica melhor, principalmente a segunda. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Não. Acho que é melhor, na minha opinião, que fica mais bonito, no coral. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? Era. Esperava ouvir músicas cristãs, e também músicas, talvez, não totalmente neste ritmo, mas músicas cristãs. A suavidade da melodia, as letras, também, muito bonitas... gostei da música toda. 29) Você se identificou com alguma coisa? Me identifiquei. Principalmente a primeira. Porque é uma música que me traz muita recordação, já praticamente, desde que quando eu entrei na igreja. Eu tenho


348 muitas recordações de pessoas que já se foram, né, que conviveram com a gente, com aquilo que nós cantávamos, essa música, e é assim, é uma música que me agrada muito, me traz muitas lembranças boas e saudosas. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Acho que não funcionaria muito não pras pessoas que não são da igreja, não funcionaria muito não. (Entrevistador: Acho que iriam trocar de estação por causa dessas músicas?) Alguns não. Acho que alguns, mesmo que não são da igreja, até gostam de ouvir estas músicas, gospel e evangélicas. Mas a maioria, tiraria da estação. (Entrevistador: Esse tipo de música, da forma como está executada, elas estão mais para serem apresentadas dentro de uma igreja ou dentro de um contexto de uma apresentação cultural?) Ah... ficaria muito bonito num teatro, né, mas que a gente, primeiro assim, pra mim lembra logo a igreja, a igreja. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Igreja e lembranças da igreja. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não, acho não, assim, só, que eu já falei mesmo, das pessoas, de algumas pessoas que já partiram, e participaram da igreja no meu tempo e até hoje, e que são músicas belas, músicas boas pra se ouvir, músicas com letra boa, que é uma coisa que a gente precisa muito. ... (Entrevistador: Acho que dá pra colocar tranquilamente em nossos cultos?) Acho que dá. Principalmente, essa segunda, numa parte, na Santa Ceia, ficaria muito bonito, pra gente ouvir. (Entrevistador: Será que o pessoal iria se animar a cantar junto?) Acho que sim. Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 32, negros e mamelucos, próximos 02) Ano e local de nascimento? 24/02/1948, Aracaju. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Bahia, Salvador. 04) Escolaridade? 4ª série. 05) Etnia? Negra, Africana, pretinha. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Olha pastor, pra falar a verdade eu gosto muito de ouvir, primeiro louvor depois música romântica, mas não é só da igreja, né... gosto de pagode, gosto de pagode, assim, música do tempo lá trás, tipo Altemar Dutra, Benito de Paula, bom eu não sei qual o sentido de música é, né... Porque na época, a gente trazia alegria, e vivia de companhia, a gente botava, distraía a mente da gente, e depois que conheci o louvor parti pro louvor.


349 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Roberto Carlos porque é muito romântico. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Zeca Pagodinho, Benito de Paula, aquele do casaquinho, AGP também, gosto muito deles.... 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Gosto do estilo romântico e das antigas ainda mais. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias”

(Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Eu acho, do que eu consegui entender, eu gostei porque me tocou. Porque sem Deus a gente não é ninguém. Como a Palavra, na, na, no louvor, graças a gente tem que dar por ter Deus... então fiquei com ela. A primeira...da letra da primeira. Pra fala a verdade eu gostei mais da outra mesmo (primeira)... graças dou 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? ... a gente tem que dar por ter Deus 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? Prefiro a primeira... 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Sim. Ficou fácil de entender... por que “Graças dou”... é... isso mesmo. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim.. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? A melodia da segunda, é bom pra quando você tá meditando, pra você ouvir. Aí ela é boa, a meditação. A outra, porque você tá drento do pobrema e ela tem uma resposta que naquela hora você precisa, e que no sofrimento não é tão grande na vida que não possa ser resolvido perante Deus. Entendeu? 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Cantaria... a outra eu ouviria (“No templo a Isaias”)... Ouviria... 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? “Graças dou”... 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Incentivaria, principalmente pra meditar e trazer Deus pra perto da gente. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? As duas me agrada... 20) Qual a sua preferida entre essas duas? As duas. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Quando é muitas vozes... é mais bonito. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Cumé?... Gostaria.


350 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Convidaria, ihhh, muito! Me lembra um culto. Eu penso na igreja mesmo, porque ali tá todo mundo fazendo o mesmo pedido a um só Deus. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Gostei. Um pra ouvir serenamente. A palavra é esta né? E o outro pra cantar em coral. Todo mundo uma só voz. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim... (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? (indiretamente prefere coral...) 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? (não se manifestou...) (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? A presença de Deus. 29) Você se identificou com alguma coisa? Me identifiquei com tudo. Porque tudo que refere a Deus e a tratar da mente da gente, porque tem horas que a mente da gente tá com tanta preocupação que esquece que Deus tá tão presente na nossa vida que através deste louvor a gente sentiu mais a presença dEle. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Tem, porque a gente tá precisando muito da presença de Deus. E através do louvor é que as pessoas vem sentir essa presença mais forte. Porque todo mundo sabe que existe um Deus, mas só, pra ele chegar a tocar no coração da gente, é preciso bastante louvor... nosso coração... falou a verdade. Coração é tudo... (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Trazem e como trazem!!! Uma pessoa, que viveu no mundo sem pai e sem mãe, tem um grande Pai que foi o Senhor, e hoje eu sei o que ele significa na minha vida, pra mim isso é uma grande bença. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Que comentar a graça que a gente tem que dar, dia a dia, mesmo pelos piores momentos da nossa vida, é, louvar, louvar, louvar, porque através do louvor você agradece, você sente a paz de espírito, você sente Deus perto de você, e aí é que a gente vê que a gente não está só... tá entendendo??? É isso aí... Obrigado pela sua colaboração!


351 ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 33, negros e mamelucos, próximos 02) Ano e local de nascimento? Salvador, Bahia, em 1943. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Dividido, Rio, Salvador e Aracaju. 04) Escolaridade? (Básico Incompleto). 05) Etnia? Africana. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Música, música lenta... certa música internacional. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? (Romanticas...) 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Zeca Cantores? “Maico Jackison”, Laionel Oliti, Daiana Ross, e outros e outros.. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? (Romanticas..). Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias”

(Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? A primeira foi mais fácil de compreender. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? É não, eu procurei entender assim, pra procurar entender o que tá falando a letra, né. Mas, não sube analisar o que o texto queria dizer no seu todo não. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? (supostamente o primeiro...). 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? (supostamente teve dificuldade de entender...) 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? (sem resposta...). (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Gostei... agora, procurando ouvir melhor, eu compreendi melhor essa primeira, a primeira. Agora a segunda, procurei entender e ouvir as palavras que tá dizendo mas como coral, o som, tudo, em cima, ficou difícil de eu entender qual é a mensage. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Claro. Se eu tivesse uma boa voz eu sentiria sim... 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? Que distinguisse mais o que o cantor estivesse falando. Pra entender mais a letra, né. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? (supostamente sim...)


352

(Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Agradou sim.. agradou. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A primeira. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Uma voz só (para entender melhor o texto). 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Se tivesse uma boa voz, sim. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Plenamente. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Bom, é uma terapia boa. Sim, um ritmo mais para a gente fazer uma meditação, uma coisa pra genta tá ouvindo assim. Me remete a uma igreja. Muita paz. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Muita paz. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? (sem resposta)... 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? (sem resposta)... (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? Iããã... a leveza da música, a tranquilidade, a paz. 29) Você se identificou com alguma coisa? (sem resposta). 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Não... acho que as pessoas evangélicas acredito que sim. Vai do momento da pessoa. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Tem o tempo de criança que eu fui sacristão. Fui... fui... fui. Ajudei muito o padre a reza a missa. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não, tudo bem! Obrigado pela sua colaboração!


353 4.4.3. Luteranos

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 34, negros e mamelucos, luteranos 02) Ano e local de nascimento? 1973, Imperatriz/Maranhao. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Terezinha/Piaui. E eu moro há 10 anos em Aracaju/Sergipe. 04) Escolaridade? Superior. 05) Etnia? Afro descendente. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Música popular brasileira. É uma música que me agrada porque as letras são bonitas, falam de amor, e o ritmo pra mim, me atrai muito porque é um ritmo mais gostoso de ouvir, não tem muito barulho. Eu gosto de música pra para e escuta, cantar junto. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Eu gosto de textos de músicas que falam de amor, tanto quanto, letras que contam uma história, né, que contam uma história e podem ser sobre diversas coisas, mas que tenha um início, meio e fim e que fazem sentido. Eu gosto que pra mim, assim, me tocam mais o coração. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Roberto Carlos, Belquior, gosto também de Maria Betânia, gosto dos mais antigos, Fernando Mendes. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Prefiro MPB. Gosto de... até eu tenho um gosto muito eclético, gosto de tudo um pouco, depois o que eu escuto além de MPB é, eu gosto de música de Axé, que toca em música bahiana. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias”

(Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? O primeiro hino falava de louvores dos anjos a Deus (“No templo, a Isaias”) e o segundo hino é um hino de agradecimento a Deus (“Graças dou”). 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Pra mim eles são ricos, porque, de conteúdo, porque agradecer é sempre maravilhoso e render glórias a Deus, junto com os anjos, como diz no primeiro hino, também é muito bom. São músicas que fazem bem ao coração da gente. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? O de agradecimento. Eu acho ele mais fácil de entender. Não que o outro eu não entenda, mas ele é mais simples pra gente poder cantar. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Eu consegui entender os dois hinos das letras. Mas devo confessar que o primeiro, a linguagem é mais rebuscada,


354 talvez nem todas as pessoas entenderiam, eu entendi, talvez pelo meu grau de instrução, mas realmente o “Graças dou” ele é, a linguagem dele é mais simples. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim, mas principalmente o “Graças dou por esta vida”. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? São lindas. E o primeiro parece anjos cantando. O Segundo hino “graças dou” é também tocante, agora ele é mais alegre, mais pra cima. Mas os dois são bem tocantes. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Sim. As duas. Porque elas são bonitas, e aos meus ouvidos me soaram bem, acho que eu cantaria. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? “Graças dou”... 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim. Porque assim, hoje em dia as pessoas preferem músicas bem mais contemporâneas, modernas, mas eu acredito que se a gente deixar de cantar ou de propagar essas melodias essas músicas que são riquíssimas, instrumentos também, acho que a gente sai perdendo, porque vai ficando pra trás, mais distante, da realidade das pessoas, e eu acredito que a gente não deveria deixar acontecer. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Sim. As duas me agradam. Pra mim, assim, o que posso dizer, pra ouvi-las é gostoso também. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? Eu gosto dos dois. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Eu gosto dos dois. Tem músicas que ficam lindíssimas a 4 vozes. E tem músicas que todo mundo cantando junto a mesma coisa também é bonito. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Sim. Cantando. Eu já participei de corais, me agrada, e eu acho bonito. É arrepiante. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim. Convidaria. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Ah... eu acho que, eu gosto dos dois, eu não saberia dize o que me agrada no ritmo. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Um coral. Só as vozes. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Não. Acho que só vozes ficaria perfeito.


355 (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? As vozes. (risos de satisfação) Quem cantava, as vozes, a harmonia, quão bonito ficava as vozes. (Entrevistador: Ficou fácil de entender a letra nas duas?) A primeira não muito, a segunda sim. 29) Você se identificou com alguma coisa? Eu me arrepiei quando começou a tocar a primeira música. (risos de satisfação) 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Sim (titubeando)... (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Eu fiquei imaginando um coral grande e com muitas pessoas cantando num teatro, com muita gente ouvindo. Isso foi a primeira coisa que eu pensei quando começaram a cantar. E eu confesso que eu me arrepiei, eu achei bem bonito. (Entrevistador: Elas te remetem a mais uma apresentação cultural ou culto a Deus?) É de fato, com essa pergunta, eu acho, por eu, pela primeira imagem que me veio a mente, eu acho que ficaria, também ficaria bonito num culto, mas eu acho que numa apresentação, eu acho que seria mais, me remeteu mais a isso, a primeira música. (Entrevistador: Na sua opinião elas servem para um culto?) Sim, servem, não por eu ter a principio imaginado, porque eram cantores, né, mas eu acho que isso dentro de uma igreja, de um templo, com todos cantando, eu acho que é muito bonito também. (Entrevistador: Elas seria adequadas para o canto congregacional?) Sim. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não. Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 35, negros e mamelucos, luteranos 02) Ano e local de nascimento? 28 de junho de 1992, em Salvador/Bahia. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Bom a maior parte da minha vida eu vivi em Salvador, desde o meu nascimento até os 18 anos, e depois dos 18 anos eu vim morar em Aracaju/Sergipe. Eu estou aqui já há uns 6 anos. 04) Escolaridade? Atualmente, superior incompleto, em andamento. 05) Etnia? Negra. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Bom, eu gosto de vários estilos, mas o estilo que eu mais gosto de ouvir, rapa, tá difícil, que a pessoa que gosta de música, é, que, que, tem que além de ter que ouvir vários


356 tipos de música pra conhecer os mais variados ritmos, trabalha com música, que faz a música, que gosta de música, quanto mais sons ela ouvir melhor. Entendeu? Pra poder ela aprender, conhecer mais sobre os variados tipos de música. Agora, a melhor, assim, oie, tem música gospel, a grande parte, a música popular brasileira, aqueles samba de raiz, não é, deixa eu ver, música instrumental, jazz, fusion, o funk americano aquele que é mais.... o funk carioca não, nem de longe... he he he he... o forró, bem lembrado... 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Se você estiver me perguntando assim, qual é o tipo de texto das músicas, o que me chama atenção, por eu ser cristão, obvio né, as músicas cristãs, né, que tenham uma letra que que vai bem no fundo da alma da gente, que reflete mesmo, a Palavra de Deus. E, algumas músicas que, algumas músicas, digamos assim, do meio secular que fazem você refletir sobre a vida, sobre coisas da vida... (Entrevistador: Em geral, você prefere músicas que contemplam a letra ou ritmo?) ... Se a música que não for tão rica em letra ela tiver um ritmo bem tocado, um ritmo bem produzido, com arranjos, arranjos musicais bons de se ouvir, que dá empolgação, e se a letra não for tão agressiva, assim tão, sabe, digamos assim, abominável, vale a pena escutar pela questão do ritmo. Então a letra, melodia e harmonização em si do que a letra... (Entrevistador: O que acha da música “chiclete”?) Essas músicas só tem importância no momento. E no contexto em que ela é usada. Se ela e uma música feita para alegrar, pra divertir as pessoas, ela vai ter a sua função ali naquele contexto. Agora se a pessoa está procurando uma música pra refletir, pra ficar calmo, pensar na vida, não é a música adequada. Cada música, cada tipo de música tem o seu contexto, digamos assim... 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Olha, músicos preferidos são quase todos da linha instrumental. Da música instrumental, agora dos cantores, dos cantores eu vou citar os cantores que, digamos assim, são os mais conhecidos, instrumental nem tanto. Tem, por incrível que possa parecer pra alguns, eu gosto de Ivete Sangalo, porque eu acho ela versátil, ela canta tanto músicas para alegrar, como músicas para refletir, e músicas que falam de amor, e também tem Ana Carolina, Seu Jorge, Jorge Versilo, Djavan, sabe...da MPB tem João Bosco... dos instrumentais só não são tão conhecidos, né, tem, eh, tem o Marcos Muller, Victor Buttem do contrabaixo também, David Ekcon baterista, Vini Culaiuta, tem enhcamber, tem Tony Rogers Junior, Chris Kolermann, Stive Smith, enfim, poderia citar uma série de outros... 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Sim, o estilo de música que eu prefiro são esses mencionados (resumindo...) Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias”

(Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Bom, eh, eu me atentou mais ao primeiro, pelo fato de conhecer... O que que o texto comunica... o primeiro, o segundo eu não prestei muita atenção assim, na letra, por conta da melodia, eu viajei tanto na melodia que acabei me perdendo um pouco na letra pelo fato de já não conhecer muito. Não é... agora, a primeira


357 não, a primeira fala da graça, da graça de Deus, não é, da gratidão que devemos ter a Deus por sua graça, pelo pouco que me pareceu foi isso. Pela graça de Deus em todos os sentidos, por tudo que ele nos dá, por nos manter, me supri de tudo o que a gente precisa para viver, então, dar graças a Deus. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Pelo menos a primeira que eu consegui assimilar alguma coisa foi a questão da gratidão. Que nós devemos ter gratidão a Deus. Assim, basicamente, isso. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? O primeiro. É isso, pela questão da gratidão, eh, e pelo fato também de conhecer. Isso ajudou. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? No primeiro sim, no segundo eu não consegui prestar muita atenção. As vozes se confundiram muito com a melodia e eu não consegui prestar a atenção. Não, não. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Se me motiva? Sim. No hino “graças dou”, sim. A lembrar as pessoas a importância de agradecermos a Deus por tudo que ele nos dá, pela sua graça e misericórdia, perdão, bondade e etc... (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Lembram assim, mas... (pausa longa para pensar)... não, não. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Sim. Sim. Se eu tivesse a oportunidade de aprender a segunda eu cantaria. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A primeira. Como eu havia falado, pela questão da gratidão. Tema bem importante.... 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim. Pelo motivo de democratizar a música, as pessoas conhecerem outros estilos musicais, conhecer também a Deus através da música. Além de conhecer Deus através da música, também é uma forma de democratizar a música. As pessoas entenderem que existem outros estilos musicais que devem ser apreciados também. Pela sua qualidade harmônica, melódica, entendeu?. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Agradam sim. Agrada porque, primeiro, porque, pelo fato de ser uma música cristã voltada para o, assim, voltada para Deus e a sua relação com o ser humano, a sua criação. Então a gente escutando música cristã, a tendência é que, a gente absorva isso bem, e através dessa músicas, o entendimento da Palavra de Deus, conhecer a vontade de Deus, as nossas atitudes como cristão, através da música, porque a música sempre tem algo a nos dizer alguma coisa, quer passa uma mensagem. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? Em termos de harmonia, como o estilo é semelhante não vi muita diferença, mas a segunda a questão da harmonia achei mais interessante.... 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Eu gosto dos dois. Tem músicas que ficam lindíssimas a 4 vozes. E tem músicas que todo mundo cantando junto a mesma coisa também é bonito. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Por incrível que pareça, não. Não, porque, eh, pelo fato de eu ser de


358 um instrumento mais rítmico, eu acharia que a minha função, como baterista, seria, mais bem, digamos assim, trabalhada mais aproveitada em uma música que teria mais ritmo. (Entrevistador: Conseguiria imaginar o seu instrumento numa música dessas?) ... Sim, porque cada instrumento tem o seu papel, mas, eh, assim, dá pra adquar ao estilo, desde que seja tocado da maneira correta. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Se o contexto é esse, sim. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? A primeira. Pelo fato de já conhecer, de tocar e também porque é um ritmo, assim, mais linear. Em relação ao outro ele tem uma regularidade. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim (titubeando). Porque, desde que essas pessoas, primeiro, tenham boa vontade e cante com a alma, cantem assim... Sim. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Em orquestra. Porque é a situação mais adequada para o estilo musical. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Não. Prefiro não. (Entrevistador: Quando você ouve ela te remete a um teatro ou a igreja?) As duas coisas. Porque não é diferente do que a gente vê, pra quem tem oportunidade de assistir um concerto. Não é tão diferente você vê um concerto e, sabe, ouvir, né, ouvir a música que é executada num concerto, mesma coisa desta música, não é tão diferente assim. A diferença está na espiritualidade, porque a música que foi tocada aqui ela tem outro propósito. (Entrevistador: Você consegue imaginar a gente cantando a segunda música em nossos cultos?) Não, não consigo. Pelo nível musical ficaria difícil, pelo conhecimento até mesmo sobre a música. Também o gosto musical, cultura e a nossa região influencia a não cantarmos essa música em nossos cultos. As pessoas não teriam muita vontade de aprender ela, talvez uma pequena parcela, uns dois ou três da nossa congregação, mas a grande maioria não. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? A harmonia das vozes com os instrumentos e a melodia que é muito bonita. Ah... e a afinação das vozes com os instrumentos. 29) Você se identificou com alguma coisa? Não. Não (risos) 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Sim. Sim. Sim, principalmente pelo maior objetivo que é levar as pessoas a Deus através da música. (Entrevistador: Acho que as pessoas ouviriam?) Sim, desde que as pessoas desses a oportunidade e abrissem o coração delas pra escutar o louvor a Deus, sim. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Não. Não. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não.


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Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 36, negros e mamelucos, luteranos 02) Ano e local de nascimento? 1988, Aracaju/Sergipe. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Sempre Aracaju, Sergipe. Sempre morei aqui. 04) Escolaridade? Superior completo. 05) Etnia? Negra. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Geralmente Música Popula Brasileira, MPB. Porque, principalmente por causa da letra, MPB sempre tem muita letra. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Porque tem conteúdo, não são letras repetitivas, mas são letras que tem conteúdo, tem fundamento, falam de algum, tem algum sentindo. ...geralmente eu não gosto de moda que repetem muito, não. Eu não gosto não. Eu não vou muito pelo ritmo não, apesar de que eu não vou passar em casa, assim, pagode, funk, mas eu olho mais a letra do que a melodia, do que o ritmo. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Preferidos, eh, tem os gospel, gosto mais da Novo Som, Marquinho Gomes, e tem os MPB também, gosto de Jorge Vercilo, gosto de Maria Gadu, de Djavan, Roupa Nova. (Entrevistador: O que acha dos CDs que a JELB produziu?) Eu gosto (titubeando), só que assim, acho que algumas músicas, são, os ritmos muito parecidos, mesmo no reggae, eu não acho o reggae muito original, eu acho muito puxado pro sul, eh... o samba igualmente, não é algo tão original como é o ritmo. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Estilo? Como assim? O Ritmo? Eu não gosto muito de clássico não, Gosto mais de violão, mais do “ao vivo”, de um CD em casa eu não gosto muito. Mas, eh, depende muito do momento. Tem mais momentos que eu estou mais pra ouvir certo estilo de música, tem momento que eu estou para ouvir outro. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias”

(Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Ah... a segunda, pelo que eu entendi, é que tem momento que não dá pra entender bem, tá uma movimentação aqui fora, mas pelo que eu entendi é como se fosse a chegada de Deus, dá uma impressão assim. Né? Assim, fala sobre glorificação. A


360 segunda fala (primeira), fala sobre dar graças... a primeira. A segunda é glorificando, assim. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Acho que muito valor. Principalmente assim, por questão, a primeira pela questão do agradecimento, porque nós temos que agradecer a Deus pelas mínimas coisas, as pequenas coisas. E a segunda pela questão de exaltar mesmo, o nome de Deus, porque muitas vezes nós esquecemos de, as vezes a gente só pede e as vezes esquece de glorificar também a Deus. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? O texto meu preferido é da primeira. Tá mais claro. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Eu acho que a primeira é mais simples de se entender de primeira vez. A segunda, eu acho, ah, precisaria de uma analise melhor de tar com a letra na mão para entender melhor. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? A partir da música? Assim, pastor (se sentindo contrariada ou constrangida), eh, ããã, sim (Entrevistador: Daria uma testemunho a partir das músicas?) Sim, sim, principalmente assim, numa oportunidade, existe uma ponte ali claro que a gente vai falar, que tem que dar graças a Deus, e glorificar, não diretamente, mas na oportunidade sim, eu usaria. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Ah, eh... o primeiro me remete, me lembra um pouco de enterro (risos). A primeira me lembra um enterro, porque sempre canta, sem usa ... a graças dou por esta vida... eh... e a segunda como se fosse dá a paz, eu senti como se fosse a volta de Jesus, como se os céus estivessem abrindo. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? A primeira sim, a segunda não. Não faz muito meu estilo... (risos). 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? Não, porque gosto de ritmos de musicas mais folks, assim. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? (Entrevistador: Acho que daria para se tocar essas músicas na igreja?) Daria. Ambas. Com a banda...assim, no nosso contexto de igreja, assim, com a banda. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Sim. Porque elas são muito harmoniosas. São muito assim, “casadinho”. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? Harmonia a segunda. Acho que por conta das vozes, assim... 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Eu acho muito bonito, assim, pra quem consegue fazer. Há uma diferenciação muito grande, na música, mas eu gosto dos dois estilos. Mas eu acho, assim, eu acho muito perfeito quando, assim, tem mais de um tipo de voz na música. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Incentivaria o que? A tocar este tipo de música? Não. Eu acho assim, eu acho muito, muito lírica, muito igreja, essas músicas. Eu incentivaria se fosse assim, pra formar um coral, mas agora pra formar banda, esse tipo de música, eu não acho muito legal não.


361 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê?... Eu acho que as pessoas gostariam, isso pensando em forma de coral, acho que as pessoas admiram muito coral, né, porque não é algo comum, assim, e realmente traz paz, música de coral. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Não que não me agrada, me agrada. Só que assim, como eu falei no inicio, não seria assim pra eu colocar em casa pra ouvir. Entendeu? Pra eu colocar um CD de coral pra ouvir, mas se eu tivesse numa igreja, num teatro eu ouviria numa boa, e assim, eu ia gostar de estar ali ouvindo... Não, igual.. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Não. Acho que não. Assim, a primeira.. Se eu fosse tocar essas músicas com outras pessoas, eu faria uma roupagem mais pop, é...não que a letra não seja boa, não daria pra usar, mas não nessa calmaria toda, entendeu? (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Tem que escolher uma dessas? (risos)... Eu acho que assim, eu acho que assim coral fica perfeita, essas em coral, mas em uma banda ficaria muito legal, ficaria sim, ficaria mais aproximada do público, né? Principalmente assim, do público que nós temos. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Pra essas músicas? Não... assim, acho que utilizando uma banda, um conjunto, pensando num estilo mais atual, assim, num estilo que o povo gostasse mais. Porque, assim, a gente tem um, nós estamos num estado que não ouve muito este tipo de música, e ai é assim, dependendo do local que esteja aproximaria utilizando um ritmo mais atual, né? Aproximaria mais do público. Pras duas coisas. Pra igreja, pra igreja, me remete por conta das letras. Me remete pra igreja por ser muito lírica. Parece, aquela época que tinha esses tipos de cantos... (medieval)... isso, medieval. Então, remete a igreja. Mas eu acho que caberia muito bem em teatros. ...Acho que daria pra cantar nos culto com a banda... com a banda (risos)... assim, ó, eu, falar a verdade, algumas músicas que a gente tinha no hinário né? Porque assim, por conta do, da atualidade vai retirando, tudo, mas acho que também faz falta. Porque assim, tem muitas musicas que assim, na minha época de infância, eh, não se cantava mais aquele estilo de música, mas cantavam e eu gostava... deixa eu lembrar de alguma... “bom Jesus, tu és o meu Senhor” (cantarolando a música do TPL). Tem outras também do hinário vermelho que eu gostava muito, assim, quando eu era criança, que me remete assim na minha infância na igreja, que eu sinto falta de algumas músicas daquelas. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? A harmonia entre as vozes. E também, assim, também da perceber que cantavam num estilo de coral, mas não cantavam tão parado. Cantavam com vontade mesmo assim, como se tivesse sentindo a música. 29) Você se identificou com alguma coisa? Da música? Não. Nem pensei muito nisso, fiquei mais sentindo mesmo a música.


362 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Não, acho que não. Talvez não tiraria da estação porque música é uma questão muito particular. Tem pessoas que você, quando entra no carro, você fica, música clássica no carro, assim, particular, mas acho que não alcançaria um público tão grande. ... Não daria pra alcançar a massa... (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Não... enquanto eu estava o ouvindo eu pensei assim, em igreja mesmo, e todos cantando assim a música, e todos sentindo nela, a música. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não. Obrigado pela sua colaboração!

4.5. REGIÃO NORTE, AM, MANAUS (ÍNDIOS E MANAUARAS), CEL “BOM PASTOR”: PASTOR JAIME KUCK E REITOR VALDEMAR SJLENDER.

4.5.1. Distantes de uma igreja luterana

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 37, índios e manauaras, distantes 02) Ano e local de nascimento? 07/10/1982 em Manaus/AM. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Eu vivi em Quari, quando eu era pequena minha mãe morava la nos pais, depois com 12 anos eu vim morar com a minha vó em Manaus, depois eles vieram pra cá. 04) Escolaridade? Eu parei na 8ª. Primeiro grau completo. 05) Etnia? Etnia? O que é isso? Ah... a minha raça? (Risos...) É uma mistura. Mistura de indígena com africano. Mestiça... (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Eu escuto mais a música evangélica. Porque eu gosto. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Ah... a letra, assim, principalmente de adoração, de adoração, das músicas.


363 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Aline Barros, eh,.. o... cumé, Aline Barros, Damais, Damais, Aline Barros, Fernandinho, é isso aí eu gosto. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Música mais lenta. Porque as vezes eu fico, eu gosto de ouvir porque, eu fico pensando nas coisa assim, isso (reflexiva). Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? O texto delas? Tipo assim, a primeira, tipo assim, natal... época de natal, tipo noite de natal, bem... tipo que nem aparece na televisão, bem suave aquela música. Aí, é isso aí. Aí a segunda, achei mais lenta, (risos...) tipo assim, um velório (risos), tipo um velório essa música, bem mais, parece um coral... um coral. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? A primeira é como falei, né, hinos de natal e a segunda tipo um coral, tipo um coral num teatro. Parece um coral assim. Até me lembrei da Ana, que era ela cantando lá no quarto, as vezes ela canta. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? O primeiro. Porque eu achei mais, bem mais alegre. A segunda música estava me lembrando a vó cantando lá no sofá. Ela tava aqui. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Não. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim. Sim. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Qual a razão? A primeira é assim, ó, de ser tão parecida assim, com a noite de natal, principalmente dentro da igreja. Isso aí toca dentro da igreja. E a segunda, assim também dentro de um teatro... bem, (velório), porque eu já ouvi, assim, não essa música, né, num velório, mas este tipo de melodia. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Se eu aprendesse, acho que sim. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A primeira. Ah, porque eu achei interessante, porque a outra já é mais triste. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Acho que sim. Porque achei bem interessante a primeira. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Sim. Porque ela é bem... eh... como é que fala... bem legal, eu gostei de ouvi elas. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A primeira. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Só não. Todos cantando. Porque, fica, tipo um, coral... eu gosto de coral...é... 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Cantando... eu adoro cantar. Porque eu gosto.


364 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim. Pra ouvir este coral? (risos...) ... É bonito. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? A primeira. Porque é bem mais interessante. Eh... a segunda foi bem legal, mas assim, é mais triste, sei lá, eu ia ficar muito triste se eu ouvisse um coral assim na minha frente, nesta, com esta música, aí. Até choraria... 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Eu? Sim. Porque as pessoas, eu não ia conseguir... Eu tocaria. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Coral. Porque bem aí, porque bem assim, mais mais pra ficar bem bonito, sabe, o povo assim cantando. Isso aí eu me lembro, sabe de quem, (risos) da Ana... da Aninha. Ela canta lá na cozinha. Um hora eu tô lá e uma hora ela chega cantando. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Não. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? O que mais me chamou a atenção? Foi... só uma? A segunda, por causa do coral. 29) Você se identificou com alguma coisa? Sim. Com... assim, eu gostei mais da primeira, mas a segunda me deixou assim, muito pensativa, no meu pensamento eu me lembrei logo nos meus irmãos. Os meus irmãos mortos...é bem triste. Se eu visse isso aí eu ia chorar... (Entrevistador: Então estas músicas lembram da morte dos teus dois irmãos que morreram tragicamente no último ano, importante isso...)... um atrás do outro. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Local? Hum... na TV. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? (Além das mencionadas...) ... não. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não. Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 38, índios e manauaras, distantes 02) Ano e local de nascimento? 1985 em Manaus/AM.


365 03) Manaus. 04) 05)

Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Manaus. Somente Escolaridade? Nível superior. Etnia? Brasileira. Brasileira manauara.

(Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Atualmente, sertanejo. Que nem a minha mãe, “sofrencia”. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Bom, já em relação a letra, eu gosto de, deixa eu vê... não é de sofrencia... gosto de Cazuza, gosto de... ah... os textos... quanto eu presto atenção na letra, eu gosto do, tem aquele... ah... aí eu já presto atenção no contexto que no caso tem do Lulu Santos, que ele fala “a gente vive junto, a gente se dá bem, não desejamos mau (cantarolando)”, eu acho assim, que uma música que eu vivencio isso, diariamente. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? É, quando é pra mim prestar atenção assim em letra, Cazuza, é o Dinho Ouro Preto do Capital Inicial, gosto também do... sertanejo? Eu gosto de ouvi, assim, quando eu tô dirigindo, daí eu gosto de Jorge Mateus, eh... Henrique e Juliano, alguma coisa assim... sertanejo. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Acho que vai do momento. Por exemplo, quando tá, bom sertanejo porque é bem tendência. E aí eu sempre escuto. E eu acho que toca também no rádio de mais eh... já em casa, assim, quando, quando eu tô em casa eu prefiro ouvir já uma música que tenha letra. Que é aí quando eu escuto Cazuza, eu escuto, eh... o próprio, aquele que tem o cabelo grisalho, Lulu Santos. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? É, porque é como é a primeira vez que eu ouço, eh, esse tipo de melodia que parece voltada para a coral, parece ser um coral, mas eu tive dificuldade de entender a letra. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Parece textos de igreja. Textos evangélicos. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? O primeiro foi quando eu tive essa identificação. Que ele era um texto mais evangélico. E o segundo ficou mais difícil, que eu não consegui entender. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Na primeira teve mais clareza do que na segunda. Na segunda eu não consegui entender o contexto. Já na primeira deu pra entender melhor. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Não. É porque não é um som, assim, como é que eu posso dizer?, é que o gospel, não tem esse fundo musical e aí a gente acaba entendendo o que o cantor canta né, com mais clareza, e esse aí, fica melhor, de ouvir a melodia, né, o som que vem por trás da própria canção. (Sobre a melodia)


366 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Tá. Elas me lembram, eh, canções de Natal. É porque sempre tem coral na igreja, tem alguns eventos voltados na igreja, Páscoa e Natal, assim, no mês de dezembro geralmente é este tipo de canção. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Não, porque não é de costume, assim, né. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A primeira, assim, eu achei a melodia melhor. Assim, um pouco mais animada. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Bom, eu acho assim, na igreja, no coral eh, já é assim, de costume né, acontecer e ouvirmos este tipo de canção. Agora, tem locais apropriados né. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Bom, é agradável por remeter assim pra mim, né. Remete ao final de ano e músicas natalinas. E Natal é sempre encontro com famílias e eu gosto disso. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A primeira 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Eu acho que quando é uma voz só é mais fácil de entender... entender a letra. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Nunca cantei não... Não sei se eu tenho esse dom (risos...). 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Convidaria, por que assim, como, mas teria que selecionar. Porque tem gente que gosta deste tipo de música, de ambientes assim e tem gente que não gosta. Tipo, tenho amigas que gostam e que não gostam. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? O ritmo da primeira, porque eu achei um pouco mais alegre. Parece assim que tinha mais alegria no ritmo. E a segunda eu achei um pouquinho mais triste. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? É um hino, é diferente, não sei se eu compartilharia. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Eu acho que com orquestra. Porque o som fica mais bonito, fica uma coisa mais completa. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Bom, é porque como ela é cantada assim de uma forma que estende muito as palavras, porque o gospel ele é mais comum pra entender. Já esse tipo é mais assim, eh... como eu posso dizer, que cada palavra, parece que ela pega outro sentido que não dá pra entender, assimilar. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? Quanto a identificação, quando eu comecei a ouvir, eu lembrei de, eh, de eventos que eu participei na igreja.


367 29) Você se identificou com alguma coisa? Sim, por conta da melodia, né, é algo que eu já escutei na igreja, num coral... Igreja Evangélica. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Bom, na minha opinião, ela é apropriada num evento. Porque, geralmente, utiliza, pelo menos quando eu fui pra igreja, que foi o que eu lembrei, eh, foi envolvida com alguma peça que ai fica mais fácil de interpretar. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Bom, da igreja, e assim, do mês de dezembro que tem sempre festas natalinas e é quando se mais tem, né, canções, coral, essas coisas.. . (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? É que cada música, ela tem, é assim, um contexto e, assim, um hábito também, né, e como eu não tenho esse hábito de ouvir por isso deve ter sido a minha dificuldade de entender com clareza a letra. Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 39, índios e manauaras, distantes 02) Ano e local de nascimento? Manaus. 1978. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Manaus. Só Manaus. 04) Escolaridade? Superior – Mestrado. 05) Etnia? Origem indígena. Meus bisavós por parte de pai eram índios, minha mãe era do Ceará. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Eu sou eclético. Eu gosto de MPB, música internacional, música popu..., bem eclético. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? O texto em sim, a letra, eu acho que deve ser uma letra que conte alguma história ou que tenha uma coerência, né. Eu vejo isso. Não adianta, não é somente a melodia, mas a história em si que a música quer passar. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Eh... no Brasil, eu, deixa eu ver, Caetano, Roberto Carlos – o cantor, Djavan, gosto também, hum, de Joe Cocker, internacional americano, aqui eu aprecio muito Chico da Silva – um cantor local manauara, Fátima Silva, Nicolas Junior, tem vários que eles passam umas coisas interessantes. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Aí depende do clima, né. As vezes, dependendo do estado de espírito é samba, é MPB, (Entrevistador: Quando o flamengo ganha...) .. ... samba e MPB (Entrevistador: Quando o Flamengo perde...) ... aí é no calado!! (risos).


368 Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Veja. Eu tentei. Eu forcei e eu não compreendi... o áudio ta ruído, não tá dando para reconhecer o texto, né. Então não consegui interpretar nas duas músicas Então, todas essas relacionadas ao texto do poema não consegui perceber junção textual dele. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Não posso julgar, avaliar porque (não conseguiu ouvir direito nem entender)... 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? (não conseguiu ouvir direito)... 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? (não conseguiu ouvir direito nem entender) Em termos de texto não consegue avaliar... pois não entendi. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? (não conseguiu ouvir direito nem entender). OBS.: Está registrado que a questão do texto o entrevistado teve dificuldade de compreender a letra cantada. O entrevistado confirma positivamente que não conseguiu entender o texto cantado. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Elas me remetem a uma paz de espírito, um momento de paz, né, então, você tá feliz, vive, você tá com alguém especial, ela me trouxe esse momento, momento de calma, muito legal. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Com certeza. Porque é algo importante, até mesmo pra quando você busca a paz, quando você quer paz, isso é fundamental na vida, e vejo como felicidade, um momento tranquilo, essa música, esses dois hinos nos trazem esses momentos. ... A melodia... estou falando da melodia (sem ter entendido a letra.. conclui o entrevistador...) 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A segunda melodia, eu acho que o arranjo, os instrumentos, e me trouxe mais, me veio mais o sentimento de paz. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Eu acho isso fundamental. Extremamente interessante. Eu acho... inclusive num ambiente de trabalho, um instrumental pode trazer um desempenho melhor. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Muito. Eu gostei, senti algo no momento bem descontraído, me trouxe paz. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A segunda. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Eu gostei da segunda. O coro fica, ficou muito legal. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Eu acho que sim. Eu, eu não toco, não, não... mas eu acho muito legal essa iniciativa.


369 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Gostaria e convidaria. Eu convidaria minha família. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Das duas? Entre as duas? A segunda. Eu gostei da melodia, da harmonia eu não sei discernir, mas acho que foi o conjunto como um todo. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Se eu tivesse o dom de tocar, sim. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Depende do ambiente. Acho que o ambiente organizacional talvez um instrumental seria legal, né, pra trazer paz, já num ambiente mais público um coral seria, pra mim seria, algo mais inusitado. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Não. Acho que eu gostei. Está muito legal. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? Foi a capacidade que elas nos remetem a momentos felizes. Então isso daí a gente se transporta e vai trazendo coisas boas na memória. 29) Você se identificou com alguma coisa? Sim. Eu me identifiquei quando ainda tinha mamãe nós íamos pra momentos assim, nesse sentido. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Também, se tivesse disponível, porque não baixar se fosse disponível. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Bem, teve alguns momentos, bem, bem... O que me remeteu agora foi, eu acho que, momentos de infância... momentos de infância. Foi quando eu ouvi a segunda, eu fiz uma viagem na casa antiga, no pais, os presentes, bem interessante. Acho que a música tem essa capacidade. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Acho que não. Obrigado pela sua colaboração!

4.5.2. Próximos de uma igreja luterana

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 40, índios e manauaras, próximos


370 02) Ano e local de nascimento? 1984, Manaus. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Só morei um ano em um município do interior, mas o resto morei em Manaus. (Manauara...) Isso... 04) Escolaridade? Ensino Superior Tecnológico. 05) Etnia? Pois é complexo (risos)... vamos aplicar “mestiça”, né! (Entrevistador: Vó de origem boliviana)... peruana, (e o avo brasileiro?)... isso, do Amazonas mesmo. (Então é mestiço)... é. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Na verdade assim, desde que houve a conversão, desde que eu me converti eu só tenho uma escolha somente por “gospel”, eu não ouço qualquer outro tipo de música. Pela questão de separar das coisas do mundo. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Os textos... eu tô muito, especificamente, ouvindo Paulo Baruk, e ele fala muito do nosso eu, da nossa dificuldade na prática, né, da Palavra do Senhor. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Eh... eu ouço vários, até porque eu sou do louvor na igreja. Então eu ouço Fernanda Brum, ouço Eyshila, Aline Barros, Fernandinho, eu ouço bastante, mas tudo gospel. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Eh... a minha preferência, por exemplo, pra passar tempo no ônibus, eu ouço umas músicas mais ritmadas, né. Mas tudo dependendo do que a gente tá fazendo. Se for uma música para eu entrar em período de oração já são as mais lentas, já são as que me remeta a uma intimidade maior com Deus. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias”

(Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Na verdade eu não consegui, assim, ouvir bem claro a letra, né, do que eu ouvi. Mas a gente, que remete a gente a um... a igreja, ao estar em oração... em um momento de, algo assim, em preparado pra Deus, né. Porque na verdade eu estava prestando atenção nas vozes, né. De que é muita disciplina para haja dessa harmonia. Eu não consegui quase que entender a letra. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Me remete a Cristo, ao louvor e adoração a Deus. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? Eh... como eu não tive uma boa compreensão, o que mais me agradou foi o segundo. Já mais pela melodia, mesmo. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? (Risos...) Eh... ficou difícil, (Risos...). Não, não consegui identificar. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? É... também não vou conseguir. (Entrevistador: Não vai


371 conseguir uma vez que não ficaram claras as palavras)... Isso não ficaram claras as palavras não. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Na verdade a única coisa que veio na minha mente foram os hinos da harpa, porque tem esse... é um som diferente, né. Não é um som que a gente houve normalmente. É o que mais me remeteu a isso. Os hinos da harpa. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Sim... Sim. . 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? Eu gostei mais da segunda. Pelas vozes. Porque na verdade eu acho muito bonito, porque é uma dedicação, uma doação pra uma pessoa, pra várias pessoas conseguirem cantar dessa forma. . 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Em outros locais? Sim, sim inclusive eu já tive experiências de um super, de um mercado lá perto de casa que eles colocam só músicas assim, eu acho interessante, né. Porque na verdade uma coisa que é chata pra gente, eu tava ouvindo um louvor e algo quando a gente vê a gente tá louvando, a gente sai bem do mercado, é uma outra experiência. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? O som das duas agradou. A primeira eu consegui ouvir mais os instrumentos, né. E na segunda me agradou as vozes. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A segunda... a segunda. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? O da segunda, né. O da segunda... Porque... assim... eu não consigo definir, mas é algo que me agrada, que eu tenho uma admiração, não consigo especificar. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Ah... com certeza. Porque na verdade eu acho assim, eu acho muito interessante, o que eu gostaria de fazer, de ter aula de música, compreender como é que funciona, né, a respiração pra ter uma melhor qualidade no louvor, né, eu acho muito bonito. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim. Porque música é algo que nos envolve, né, nos remete né, principalmente música assim, né, cristã, né. Nos remete a reflexões sobre a nossa vida, né. E entrar em períodos de oração numa comunhão com Deus mesmo. . (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? É... aí depende do momento. Por exemplo, como lhe disse, pro dia a dia, dependendo do que está fazendo. Dependendo do que está fazendo, por exemplo, se eu estou cuidando da casa eu gosto de ouvir louvores que tenha mais batida, mais ritimados, né, que são mais animados. Ai depende muito do que a gente tá fazendo. Os dois me agradam, mas por conta disso, eu gosto de uns mais lentos pra entrar em oração e assim pra, pra pra passar o tempo no dia a dia eu gosto de mais animados, mais agitados. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim (titubiando...) É por conta disso, que música é algo que eu gosto muito.


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(Comentário da entrevistada sobre arranjos: Eh... e eu não entendo, especificamente, mas tudo bem....) (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Na verdade, cada um deles, a minha preferencia, né, seria nas vozes. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Não. Não sou tão da área assim pra sugerir um arranjo (risos).. . (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? A harmonia. . 29) Você se identificou com alguma coisa? Não, só com a vontade de um dia louvar a Deus, assim, numa perfeição. (risos...) (Entrevistador: Na igreja triunfante... a perfeição será lá)... É... É... (Entrevistador: ...enquanto estivermos aqui vai ser, né, bem limitada...) É... É.... 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? É bom ouvir na rádio. TV é mais pra ver, né. TV é mais pregações, mas uma apresentação de um coral, vamos dizer, sim, é interessante. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Especificamente, (risos, gargalhadas...) quando comecei a ter aula de canto e não fiz mais, e parei. Eu tinha treze anos. (risos e gargalhadas). É na verdade é isso, eu acho muito lindo, música é algo que me encanta muito, mas eu não conheço com propriedade, né. E é uma coisa que quanto mais você se dedica mais você se aperfeiçoa. . (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não. Solamente.... (Entrevistada ao entrevistador: Poxa! O senhor fez muita pergunta difícil... (risos). Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 41, índios e manauaras, próximos 02) Ano e local de nascimento? 03/04/59. Manaus/AM. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Em Manaus. Toda a vida só em Manaus. 04) Escolaridade? Terceiro grau. 05) Etnia? Brasileira né... (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Música popular brasileira. Porque eu gosto do, por exemplo cantor brasileiro, da Amelinha, do


373 Caetano, gosto também da Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Bethânia e gosto também de padre Zezinho. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? (Respondida na pergunta anterior, de certa forma). 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Se a... mensagem da música, o texto? O que ela fala? Ai eu gosto da natureza, né. Tem umas músicas, assim, do Caetano e da Bethânia que remete muito a isso, né. E as coisas culturais também, né, que tem um enredo, uma história, né, pra contar. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Porque que dá uma tranquilidade, né. Na gente, é uma melodia gostosa, o estilo da música, não é um ritmo, não é uma música agitada né, e, mas também que tem uma mensagem. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Das duas músicas? É, que comunica, acho que assim, a reflexão que a gente faz, né, da oração, ali com Deus. E a paz que transmite, né. São músicas, que a primeira ali fala de graças, né. E a segunda eu confesso que eu não conhecia. Mas a primeira eu já tinha escutado. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Ah... eles trazem, eu acho que a questão das, da obediência a Deus, e da humanidade, da gente. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? É assim ó, eu acho que eu vou escolher o primeiro porque eu já tinha escutado, já ouvi. E o segundo, assim, eu não conheço a letra, mas é um hino de louvor muito bonito também. A primeira vez que eu escutei. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Não. Sentido traz. Talvez e por não escutar, não conhecer a gente não faça, ah... como é que eu posso dizer, é assim, um momento de meditação, assim, se reporte de imediato com ela... escute e fique fazendo uma reflexão em cima da letra mas pelo desconhecimento, né. A primeira que eu já conhecia e a gente já nos remete a gente logo a fazer uma reflexão mesmo, de estar próximo de Deus, né, assim, de de se concentra, de oração. A segunda, é porque eu não conhecia, nunca tinha ouvido, mas é muito bonito. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim. Sim. (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Olha.. as melodias, de todas as duas, me remete a um momento muito “depre”. De velório, né. De angústia, né. Eu acho que é pela experiência desse tipo de música, muito lenta, muito de já ter vivido, claro, em velório nesses momentos assim, né. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Eu cantaria (titubiando), porque são louvores. Talvez a melodia de uma outra forma, mas se ela fosse tocada, acompanhada com outro ritmo.


374 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? Assim, a primeira porque eu conheço, né. Agora a segunda, pelo que eu ouvi, neste momento, pela primeira vez, também tem uma mensagem muito bonita, né. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim, em outro ritmo sim. Mais animado, que desse mais, porque quando o louvor é mais animado assim, ele nos remete a alegria, né. E assim, se a gente canta, com muita alegria, assim, alivia o coração, acho que no meu entender, nos coloca mais próximo de Deus, né. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Olha. Agradaram porque sim, traz paz. Porque se nos remete a ficar assim meia “depre”. Uma tristeza mas transmite paz. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A primeira (convicção). 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Ai...e agora, como é que eu vou dizer? Isso que eu não entendo de música (risos). Acho que de quatro. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Ah... eu acho que se fosse neste ritmo, se eu treinasse muito, eu até participaria, né. Mas eu acho assim, que eu não viveria com alegria, com... não sei? Né? 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim. Convidaria sim. Para que a pessoa pudesse também conhecer, né. O ritmo, o coral, as letras das músicas... (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Olhe, a que mais me agradou foi a primeira sim, porque eu conheço. Foi mais fácil. Agora o ritmo eu acho que podia ser mais animado. Uma animação melhor. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim, tocaria porque ela leva uma mensagem, né. Ela leva uma mensagem de Deus. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Eu acho que numa banda. Eu, porque eu sou mais acostumada a ouvir louvor essas coisa na minha religião com banda, né. É assim, quando eu vou na missa que tem uma banda bem animada as vezes a gente não conhece a letra, né, as vezes a gente conhece a música bem conhecida, mas nos remete a uma reflexão maior eu assim, eu particularmente saio mais aliviada. Eu vivi aquela celebração. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Sim, eu acho que eles poderiam experimentar não só em coral mas eu acho que se da que a pouco uma banda grava, uma animação na hora da liturgia ali, né, do culto, acho que poderia ser tocado de uma outra forma. (Sobre a identificação)


375 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? S.. Ih... e agora, o que eu vou dizer, pelo amor de Deus? (risos e gargalhadas). Ai... ai.. É... o coral mesmo, né. 29) Você se identificou com alguma coisa? Eu me identifiquei com a primeira – dai graças, graças, né. Ela fala de uma forma de agradecer mesmo, e da reflexão que a gente faz, né. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Sim... da pra, por exemplo num programa, né, que tenha... dá pra ouvir sim. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? É bem aquilo que eu falei na primeira (risos e gargalhadas) Não é assim: É... me deixa um pouco “deprê” porque assim, nos remete aos velórios. Lembro que, hoje em dia nem tanto, mas antigamente quando eu era criança ia em velório, era uma coisa, velório era muito sagrado, né, então eles colocavam esse tipo de música, esse ritmo, né, e a gente ficava ouvindo ou na semana santa. A igreja colocava e nos deixava num momento de guardar, de dor, de tristeza, né. E eu acho que, tirando desses momentos, e até nesses momentos mesmo Deus é vida, é amor, é alegria, né. E a gente tá li, e a gente se aproxima mais de Deus quando a gente está com alegre e a questão da escuta, de escolha né, também de gosto. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não, eu acho que a pesquisa deve ser resultado dela bem... bem... interessante, né, vai contribuir muito. E eu acho que, das músicas que ele tá perguntando, né, das músicas... me perdi... não, eu acho assim que o trabalho vai ser um trabalho de pesquisa bem valioso mesmo, e que a questão dos hinos são muito, são positivos, e talvez a minha escuta é que não teja acostumada com ritmo assim com apresentação de coral de tudo que é muito difícil até na nossa região, de ter apresentação assim de corais nas igrejas né, não sei, nas igrejas evangélicas, mas o que se usa mais são bandas, né, e a banda anima mais, pega a mesma música, a mesma letra mas eles tocam num ritmo diferente desse ritmo de coral, né. Como se fosse uma música erudita, uma música uma ópera um negócio assim, né. Mais, não sei, e também eu não posso contribuir muito que eu não entendo muito de música, eu não consigo, né (risos) distinguir um instrumento do outro (gargalhada). . Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 42, índios e manauaras, próximos 02) Ano e local de nascimento? 1978, nasci em Santos, no estado de São Paulo.


376 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Posso dizer que a metade no Rio de Janeiro e metade em Manaus. Manauara... 04) Escolaridade? Sou mestre em Engenharia. 05) Etnia? Da cor parda, né... (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Música evangélica. Porque sou evangélico cristão e então o teor, né, conteúdo compatível com aquilo que eu confesso de fé. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Aquelas de adoração, aquelas que tem um cunho mais de louvor, de agradecimento a Deus. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Eu não sou muito bom com esses nomes, mas deixa eu tentar lembrar, tem um recente que eu ouço bastante, como é o nome dele... são cantores evangélicos... são todos cantores evangélicos... mas eu posso tentar depois... 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Eu gosto daquele estilo mais suave, uma adoração mais suave, uma música mais... eu acho que é mais adequada a minha personalidade, porque eu sou mais... eu não gosto daquela muita agitação, mesmo... na igreja também... na igreja também. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (ele lembrou do nome do compositor)... Anderson Freire. (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? É... a voz é difícil perceber, o instrumental acaba sobressaindo um pouco, é o estilo de música né... aí eu tive dificuldade em compreender a letra, mas veja... não compreendi totalmente a letra, mas parece algo relacionado a... a um tipo de adoração também... 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Sim... o do princípio de... da... da comunhão do homem com Deus, né... da, da, da gratidão, da adoração. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? Da segunda... acho que... dá pra compreender melhor até a letra em si e também da melodia... eu gostei mais da melodia também, mas por ela ter esse teor melhor de... de agradecimento. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Como falei, eu... eu falo pela minha percepção aqui do áudio aqui que eu tive, e difícil compreender toda a mensagem que a música quer passar. A gente compreende algumas partes... acho porque o instrumental tem... parece ser mais expressivo do que a própria voz que dá a letra né... o significado da letra... fica meio abafado... 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Não... hum... eu digo não, de uma forma pessoal. Porque não é um tipo de música que eu ouviria, então não é um tipo de música que eu compartilharia. Não tenho o costume de ouvir é... uma música nesta melodia... instrumental.


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(Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? São musica mais clássicas, digamos assim, né... normalmente ela tem uma aceitação melhor num nível mais elevado da sociedade, né... pessoas mais cultas, mais conhecedoras destes valores que estas músicas trazem, né... o que eu vejo é que não... não tanto nas camadas menos favorecidas, que não ouvem este tipo de música, que não tem acesso a este tipo de música. Não são populares. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Talvez não, exatamente por não ouvi-las, normalmente nós cantamos o que nós ouvimos... não é costume meu ouvir...então acaba não sendo ou não podendo, ou não sendo costume meu cantar, exatamente este tipo de música. (comentário do entrevistador a resposta do entrevistado sobre classes menos favorecidas: “apenas dizer que no caso tu és mestre, professor universitário, coordenador de curso, e, no entanto, também não é uma música que caia no teu gosto): também... também... e também, até porque mesmo fazendo parte de uma comunidade evangélica, e...a comunidade evangélica ao qual estou inserido, ela não é de alto nível, né, na sociedade, então, pelo contrário, do nível menos favorecido... e é um momento que eu mais ouço, digamos assim, a música em si... é nesse momento na igreja. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A segunda, com certeza! Eu sempre acredito na voz, eu creio que a música, a voz sempre deve prevalecer aos instrumentos, e na segunda música a gente consegue, é... ouvir melhor a voz e também a mensagem da música. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Acho que sim. E sim porque eu acredito que a música, ela, mesmo tendo diferentes ritmos, né, tá inserida dentro de um contexto cristão, também que é isso que eu acredito, eu não... é.. fosse uma música com outro teor eu não motivaria a isso, mas tendo uma música cristã, mesmo sendo um ritmo que eu não estou acostumado, sim, eu... eu... motivaria até pra... porque é uma música muito enriquecedora no aspecto musical, mesmo da... da... dos instrumentos e tudo. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Agrada, agradou. Principalmente a segunda, né. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? Eu gostei mais da segunda. Mas, como falei, não... eu... se eu fosse escolher, escolheria outro tipo de música, mais... ehh... menos clássica, digamos assim. (Entrevistador: Você está pensando pra ti ou mais no contexto que você trabalha e lidera?) ... Na verdade nos dois aspectos. Até porque pra você ter uma música... eh... dessa na igreja eu precisaria... para que ela ficasse neste nível instrumental eu precisaria ter esses instrumentários, o que não é o caso das igrejas menos favorecidas que tem aqueles instrumentos padrões, bateria, baixo, guitarra, violão... 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? A segunda. Porque, como eu falei, ne... pelo menos aí, a voz, eh.. eu gosto muito da voz, de ouvir a voz, porque na voz você ouve a mensagem, por não ser só


378 melodia por melodia, então eu fico com aquilo que você compreende melhor de voz. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Sim. Sim. Se for música cristã, sim. Com esse teor, sim. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim. Porque sempre é agradável, né. Porque é um tipo de música agradável, né. Eu acredito que este tipo de música é bem agradável pra qualquer pessoa. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? No ritmo também eu fico com a segunda música, né. Mas assim, com relação ao ritmo, a música clássica, com esse aspecto mais clássico, ela não tem um ritmo muito contagiante, né... então é uma tipo de música que em relação a ritmo acho que realmente é onde você tem a maior perda, né... em relação, por que o ritmo, ele é muito contagiante. A música tem este aspecto contagiante por causa do ritmo então eu não vejo que há... não é muito contagiante a música clássica, mas pra você ouvir, assim, agradável que não é assim... (Entrevistador: É mais razão que emoção?)... talvez sim, talvez seja... ele não mexe muito com os sentidos, né. É uma música com um ritmo mais expressivo ela mexe com nossos sentidos. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Eu, eu, como falei, a voz, eu, eu acredito que na música, a voz é o principal aspecto da música. Isso tanto é que você coloca um instrumento e uma voz é o suficiente para você ter uma boa música... uma música contagiante. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Eu acho que seria uma, uma... uma tentativa, uma experiência, né... com um ritmo, talvez... com um ritmo mais contagiante. Talvez, assim seria uma experiência boa tentar, né. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? Ah... eu acho que é a harmonia que é o forte da música clássica quando ele combina vários instrumentos aí de sopros e principalmente os de sopros que não são comuns em outros tipos de música, né. 29) Você se identificou com alguma coisa? Sim. Com a... coma mensagem cristã. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Eu não escolheria uma música dessa pra ouvir, mas também não a rejeitaria. Não pelo conteúdo, não pela mensagem em si, mas como falei, pelo... por ela ser uma música clássica... não é o comum pra mim. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Ah... da igreja. Acho que essas músicas lembram muito, e principalmente, eh... uma


379 igreja talvez mais tradicional, até como a igreja católica. Acho que tem esse tipo de cantos, assim... são mais... (Entrevistador: você chegou a ter experiências na igreja católica ou sempre foi evangélico?)... não... eu já tive assim, de assim televisão, uma coisa assim, (Entrevistador: nunca foste católico?)... não... eu fui na igreja católica antes, mas algumas vezes que dá pra contar no máximo 5 vezes. (Entrevistador: A tua experiência de igreja é realmente experiência da igreja evangélica?) ...é realmente é da igreja evangélica. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Eu acho assim, eu acredito muito, ah.. no impacto da música no... e da mensagem da música. Porque a música ela combina com a mensagem que ela tá dando com a melodia e o ritmo que mexe com os nossos sentidos, como nós comentamos. Então, é quando você mexe com os sentidos das pessoas, pra que elas fiquem mais sensíveis a uma mensagem. Então eu acredito muito no poder da música nas igrejas evangélicas. Eu acredito muito nisso, exatamente, porque você.. eh eh eh... chamar as pessoas a uma mensagem. É como se você provocasse nelas aquela aquele teor que tá ali, você tentando passar através da letra. (Entrevistador: O João é nosso coordenador de engenharia mecânica, é membro da igreja metodista wesleyana, tem formação em teologia também, e está trabalhando como, vamos chamar, pastor auxiliar é isso?) ...é mais ou menos isso... (pastor auxiliar de uma das comunidades aqui de Manaus). Obrigado pela sua colaboração!

4.5.3. Luteranos

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 43, índios e manauaras, luteranos 02) Ano e local de nascimento? 1990 em Manaus/AM. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Rio de Janeiro. Estou a 8 anos em Manaus. 04) Escolaridade? Pós Graduada em Psicopedagogia e graduada em História. 05) Etnia? Qual o sentido mais ou menos? Sou brasileira. É... Sou bem brasileira. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Eu gosto de ouvir muito de músicas estrangeiras. Músicas americanas de todo o gênero. Música pop... Eu gosto delas no sentido de que, a maioria das bandas que eu ouço tem uma melodia muito bonita e letras, que pra mim fazem sentido.


380 Bandas, deixa eu ver, de uma banda que eu gosto muito, eu gosto de uma banda chamada Life House, ela tem um estilo rock mas é um rock um pouco mais voltado pra um sentido tanto gospel quanto o rock mesmo. Eu gosto e acho muito bonita as melodias dela por que fala muito sobre amor, sobre a questão da paz, e é uma coisa que eu gosto muito. Sempre opto por música estrangeira. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Música no sentido de amor, né. Eu gosto muito de músicas românticas, coisas assim que tem uma letra mais profunda, né, pra me dizer. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Ah... eu já falei um, né. Gosto muito dessa Life House, gosto também de uma banda chamada Soudja que é uma banda de raggae e americana também, gosto muito das músicas dele, gosto... pra falar assim brasileira... é difícil eu ouvir. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? É, músicas assim, no sentido rock, um pouco pesado, e também músicas mais leves, mais contemporâneas, mais calmas, mais... “variadez”, sendo, assim, estrangeira, eu gosto bastante de todas na verdade, é difícil dizer assim um estilo, eu gosto muito de ouvir. Eu gosto de procurar outras bandas, e outros estilos... é mais ou menos isso. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Bom, a primeira música, eu entendi com mais clareza, que foi uma música de agradecimento. Que eu achei muito bonita. A segunda música eu não consegui identificar muito assim. Identifiquei algumas coisas mas outras, assim, não consegui muito. Ficou um pouco subentendido pra mim. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Ah... a primeira, o valor, no caso do agradecimento, independente da situação em que você se encontra ou muito bem ou muito mal; e mesmo assim deve-se agradece independente da situação em que você se encontra. Acho que é o valor do agradecimento, né. De você se postar, de você ser humilde e mesmo assim conseguir ver a situação com outros olhos, né. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? (Risos)... Eu preferi mais o primeiro, né, da “graças” porque eu acho que é uma música que ela faz com que a gente reflita, né, da questão do agradecimento não somente com as coisas boas da nossa vida, mas também com as vezes coisas ruins que acontecem e a gente olhar com o olhar diferenciados. Não somente com o olhar de tristeza e angústia, né, mas tentar entender também. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Na primeira, eu consegui entender perfeitamente. Totalmente clara no que ela quer transparecer. A segunda, eu não consegui identificar muito, ficou um pouco confuso. No caso peguei poucos fragmentos dela. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim, acredito que sim. A primeira sim... (Sobre a melodia)


381 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Elas lembram... qualquer lembrança? Lembram a minha mãe. Porque ela canta no coral da igreja ela sempre tá cantando essas músicas. Então me recorda muito ela. Ela sempre tá treinando em casa, né, então eu sempre tô ouvindo. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Cantaria, acho que são músicas muito agradáveis e não incomodariam ninguém. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A primeira. Porque eu me identifiquei mais com ela. Essa questão do agradecimento é uma questão que eu sempre levo pra minha vida, independente da situação que me encontro, eu tento ver uma questão de olhar com um olho, mesmo... ah, aconteceu isso, não é legal, mas bom, eu tenho outro caminho, vamos tentar aí, bola pra frente... Então é uma música que, acho que mexe mais comigo mesmo. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim, sim. Acho que seria uma coisa bem bonita. Incentivaria... (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Eh... a primeira me agrada bastante. A melodia e a harmonia dela eu achei bem bonita. A segunda, eu achei um pouco triste, então eu acho a primeira, há uma harmonia mais bonita. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A primeira. Uma harmonia e melodia eu achei mais bonita. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Do coro a quatro voz. Acho que o coro fica mais forte, fica bem mais bonito. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Bom, vontade eu teria, mas eu sou um pouco tímida, por isso eu teria um pouco de vergonha de participar (risos). Bom, mas aqui na escola a gente sempre faz, né, com com os adolescentes, eu me sinto acho que menos envergonhada, mas acho que eu teria vergonha em outros lugares. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim, convidaria. Eu acho que são músicas que devem ser, eh, no nosso dia a dia de sempre estar acostumado a ouvir músicas da rádio, né, que é mais prático, e esse tipo de música é difícil, e eu mesmo não tinha um contato tão grande, mas comecei a ter pela questão do coral da minha mão cantar em casa, então acabei me familiarizando com ela, então eu acho que as pessoas tinham que ter esse contato com esse estilo, né, que é um pouco diferente. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Ah... bom... o da primeira, porque eu achei ela mais animada, assim. E a segunda, não que eu não tenha gostado, mas ela, achei um pouco triste, assim, é uma música reflectiva. Você para pra pensar bastante, né, e a primeira, assim, você dá um gás, você ouve e pensa, e a questão do agradecimento dá um gás pra você. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim, tocaria. Acho que são músicas que tem um significado bem bonito. Eh... e


382 seria interessante passar para outras pessoas também pra ter uma familiarização com elas. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Coral. Coral porque a entonação fica mais forte, fica mais bonito, várias pessoas cantando. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Ãh.... na verdade, não. Essa versão ficou muito boa. Ficou bem bonita com o coral, né. Ficou bem legal! Acho que desse jeito tá ótimo. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? O que mais me chamou a atenção? Ah...na primeira, a letra da música, eu achei bem bonita e na segunda, o que me chamou a atenção foi, justamente, a melodia dela que eu achei um pouco triste, reflexiva, né, então essa é a diferença de ambos. 29) Você se identificou com alguma coisa? Com a primeira bastante, porque é um estilo. O que ela fala é um estilo que eu tento trazer para a minha vida. A questão do agradecimento sempre. Então é uma música que tem muito a ver comigo. Com o que eu sempre tô lutando todos os dias pra tentar ser uma pessoa mais agradecida. Acho que a primeira... 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Sim. Gostaria. Porque são músicas fogem do contexto deste nosso mundo, assim, as nossas músicas modernas, né, como eu ouço música moderna a gente sempre acaba fugindo pra músicas que falam mais do dia a dia, no sentido de relacionamentos, questão da festa, de sair, e poucas músicas falam a questão mais religiosa, do nosso sentimento, do nosso sentimento, as músicas sempre tão falando de um relacionamento de você com outra pessoa, mas nunca de um relacionamento seu, pessoal, de uma angústia que você sente. Eu acho que seriam boas músicas pra se ouvir. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Lembrei da minha mãe por causa do coral e do meu pai também, porque, quando ele, quando a gente tava junto, ele, na igreja, ele cantava muito forte essas músicas, então essas coisas sempre me recordam dele, da voz dele cantando. (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Sim. Eu acho que, eh... essa pesquisa bem interessante, porque ela foge do contexto, pelo menos eu nunca tinha visto, foge de um contexto do dia a dia nosso, né. Como eu falei, eu tenho mais contato com músicas que eu ouço na rádio, porque a gente tá corrido bota a rádio no carro e as músicas que a gente ouve são as músicas mais modernas, de cantores mais modernos. E essas músicas que falam sobre a religiosidade, elas são, elas ficam maquiadas, as vezes, né, um cantor ou outro que fala alguma coisa, mas é bem corrido, então, eu acho que são músicas que a gente poderia ter em nosso dia a dia de uma forma mais frequente. E não somente, a questão de nós ouvirmos na igreja, né, eu lembro da igreja, ou eu lembro de uma mensagem bíblica, ou de vez de lembra eu


383 lembro de um trabalho que eu tava triste eu ouvi uma música lembrei. Então, acho que neste contexto, eu acho que seria bem interessante serem músicas que fizessem parte mais do dia a dia das pessoas e não somente no fato de nós irmos na igreja e ouvirmos somente na igreja essas músicas. Seria isso que eu teria para acrescentar... OBS.: Ela é integrante da igreja luterana há uns 15 anos. Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 44, índios e manauaras, luteranos 02) Ano e local de nascimento? 1996 em Manaus/AM. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Em Manaus. 04) Escolaridade? Ensino médio completo, cursando ensino superior. 05) Etnia? Branca com mistura de boliviana, mais ou menos, indígena de lá, por parte de avô materno. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Não tem bem um tipo, eh, o meu estilo de música é bem misturado. Não é um só. Porque eu gosto de ouvir o que me chama a atenção, não um estilo próprio, assim um tipo só. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Os textos que eu acho que são mais parecidos comigo, com minha vida. 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Não tenho, porque seria o mesmo quesito dos tipos de música, porque são variadas. Então, não tem um só mas tem os que eu gosto mais e os que eu gosto menos. Seria, sertanejo, seria Vitor e Leo, de rock seria Metálica, e assim vai, vários estilos... 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? O que eu gosto mais de ouvir seria, sertanejo, que seria que eu gosto mais. Porque eu acho mais parecido com a minha vida. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Comunicaram que temos que ficar mais próximos a Deus. Não se afastar tanto, sempre orar, sempre permanecer perto e nunca longe. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Valoriza pessoas de qualquer tipo, não exclui em nada. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? Eu prefiro... eh... eu nem prefiro, eu escolheria o texto do “Graças dou”, por ser tanto uma música


384 que eu conhecida há muito tempo mas também por uma música que me chama muita a atenção. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Não. Existe clareza nas duas músicas. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim (indiferente). (Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Elas me lembram... a minha infância. Por ser muitas músicas que eu ouvia na infância. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Sim cantaria. Porque pra mim seria uma melodia que alegraria o dia. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? O “Graças dou” por ser, pra mim, no meu caso, por ser uma melodia mais alegre. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Não, não incentivaria. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Sim. Me deixa alegre. Calmo. Não deixa muito agitado. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? Não teria preferida. A harmonia das duas são boas. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? O coro a quatro vozes. Ficaria mais harmônico a quatro vozes. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Tocando. Por saber só tocar (risos...) e não cantar. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim, porque seria uma apresentação de uma música qualquer, não só porque é uma música de igreja que tem que ser uma pessoa católica, cristã, evangélica. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? O ritmo agradou. Eu preferia “Graças dou” por ser um ritmo que eu estou acostumado a ouvir. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim, porque é uma das músicas que me alegram e gostar de tocar a música. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Ah... banda e coral. Ficam mais bonitas assim. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Eu acho que se for tocado em banda a adição de um violino fica bom. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? As vozes. 29) Você se identificou com alguma coisa? Não muito. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Sim... pra espalhar o louvor a todos.


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(Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? Quase a minha infância inteira (risos...). (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não. Nada a comentar, nada a acrescentar . Obrigado pela sua colaboração!

ROTEIRO E QUESTIONÁRIO DE PESQUISA (Dados pessoais) 01) Nome? Entrevistado 45, índios e manauaras, luteranos 02) Ano e local de nascimento? 1963 em Lavras/MG. 03) Onde viveu a maior parte da sua vida (cidade)? Em Minas Gerais e Goiás. E em Manaus vivo a 6 anos. 04) Escolaridade? Curso superior completo. 05) Etnia? Ah... eu sou brasileira, uma mistura de raças. (Perguntas pessoais) 06) Que tipo de música mais gosta de ouvir? Por quê? Eu gosto de MPB, principalmente pela tradição mineira, né. 07) Que textos de música mais lhe chamam a atenção? Por quê? Que textos? Que texto de música? Eu acho que gosto de coisa quando fala de natureza. Talvez pela minha vocação de engenheira agrônoma, essa relação com o meio ambiente, etc . 08) Quais seus cantores, músicos e compositores preferidos? Ah...a primeira pessoa que me surge a mente é o Milton Nascimento, Djavan, Lô Borges, entre outros. 09) Que estilo de música prefere ouvir? Por quê? Música... MPB em geral. Audição do hino – HL 222 “Graças dou” Audição do hino – HL 234 “No templo, a Isaias” (Sobre o texto) 10) O que o texto dessas músicas lhe comunica? Bom, a segunda música não deu pra entender muito bem a letra, então assim, eh, ela “toca” mais. 11) Qual princípio ou valor estes textos lhe trazem? Como assim? Acho que leva a reflexão sobre a fé, né. 12) Prefere mais qual dos dois textos? Por quê? Eu prefiro o segundo. Ele, digamos que ele é mais edificante. 13) Existe clareza na poesia e texto destas duas músicas? Alguma palavra não lhe traz tanto sentido? Não. Perfeitamente claro. 14) Estes textos lhe motivam a compartilhar esses conteúdos com outras pessoas? Sim.


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(Sobre a melodia) 15) O que estas melodias lembram você? Qual a razão disto? Bom a segunda melodia me lembra muito o canto gregoriano, né, e que é muito bonito. 16) Cantaria estas melodias em seu dia a dia? Por quê? Cantaria, porque eu acho, eh, assim, dá um, uma sensação de paz. 17) Qual delas você prefere mais? Por quê? A segunda, justamente por isso, ela é, ela dá uma sensação de elevar o espírito, né. 18) Incentivaria a execução em outros locais com outros cantores e instrumentistas? Qual o motivo disto? Sim, porque é muito melodiosa, né. (Sobre a harmonia) 19) O som destas duas execuções lhe agrada? Por quê? Sim, agradou muito. Porque é gostoso de ouvir. 20) Qual a sua preferida entre essas duas? A segunda. 21) Prefere o som do coro a 4 vozes ou uníssono? Por quê? Eu acho que quatro vozes dá um maior equilíbrio a melodia. 22) Participaria ativamente de um grupo assim cantando ou tocando? Por quê? Sim. Participaria. Porque eu gosto do canto coral. 23) Convidaria alguém para ouvir uma apresentação de um coral assim? Por quê? Sim. Convidaria, porque eu acho que vale a pena. (Sobre o ritmo) 24) O ritmo destas execuções lhe agrada? Qual você prefere mais? Por quê? Eh... eu gosto mais do segundo ritmo, justamente por ser um ritmo que favorece uma reflexão. 25) Se pudesse, tocaria estas músicas com mais pessoas? Por quê? Sim. (Sobre o arranjo) 26) Prefere ouvir estas músicas em versões de orquestra, banda, coral ou apenas voz? Por quê? Orquestra, né. Justamente pela beleza que fica a música, né. 27) Gostaria de sugerir outra forma de execução ou instrumentação? Não. Eu acho que ficou bonito assim. (Sobre a identificação) 28) O que mais lhe chamou a atenção nestas audições? A harmonia. 29) Você se identificou com alguma coisa? Eh... como eu disse. A segunda música faz com que a gente, eh, tenha um sentimento de reflexão, né, de intronização. 30) Você gostaria de ouvir essas músicas na rádio ou TV local? Por quê? Sim, porque é algo que aqui a gente não vê. (Sobre memórias) 31) Que lembranças você teve ao ouvir estas músicas? (Risos)... Eh... quando eu ouço essas músicas, eu lembro dos familiares do meu marido do sul. Que eles são luteranos e isso está muito forte na vida da família.


387 (Opcional) 32) Algo mais que queira acrescentar ou comentar? Não. A única coisa que eu poderia comentar que nessa minha experiência os hinos me tocam mais. OBS.: Perguntei pelo whatsapp (26/5/2016) sobre “O que você entende por hinos?” ela me respondeu: “Os mais tradicionais. Do hinário luterano. Aqueles que me lembram canto gregoriano. O segundo hino que ouvi leva a uma introspecção e o primeiro, ele é " mais dispersivo" no meu conceito embora belo”. Obrigado pela sua colaboração!


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ANEXO 2


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ANEXO 3


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