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Director carlos morais josé • terça-feira 1 de fevereiro de 2011 • ANO X • Nº 2301
A história dos últimos 50 anos no território documentada através da câmara de Manuel Cardoso centrais
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Metro | concurso suspenso até decisão do TSI
Carris ao alto
Na sequência da notícia avançada ontem pelo Hoje Macau, o Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT) confirmou que a assinatura do contrato com a Mitsubishi para a construção do Metro Ligeiro está adiada até uma decisão do Tribunal de Segunda Instância. A Bombardier, que concorreu ao concurso público mas não venceu, requereu a “suspensão da eficácia” da adjudicação da primeira fase, por considerar ter saído prejudicada. O Executivo diz estar a fazer tudo dentro da lei e decidiu suspender os trabalhos com a empresa japonesa. >página 4
Lixo
Medicamento
Pereira Coutinho
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• P.7 e Última
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Agora chama-se Universidade da Cidade de Macau
China anda a queimar resíduos cá
Venda Contra-ataque de sibutramina por falta proibida de respostas
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Universidade Aberta
os nossos contactos mudaram
Agora são as bactérias
reviravolta no caso Stanley Ho. Família diz que não há processo, mas magnata desmente
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Air Macau | passageiros impedidos de lavarem mãos devido a água contaminada
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stanley em capítulos
Magnata diz ter sido obrigado a assinar documentos, enquanto família alega suspensão da queixa
As reviravoltas do senhor Ho Um vídeo divulgado ontem pela televisão chinesa mostra Stanley Ho a afirmar ter sido forçado a assinar os documentos que transferem as acções da Lanceford para membros da família. No mesmo dia em que a família divulga documentos que alegam a desistência do processo por roubo, Stanley Ho aparece em público a garantir que pretende recuperar o controlo do seu património. Uma visita ao hospital também marcou o dia de ontem. Pansy Ho lamenta ver o circo armado Joana Freitas
joana.freitas@hojemacau.com.mo
Duas notícias contraditórias no mesmo dia. Depois da chegada de um documento datado de 29 de Janeiro que dá a conhecer a desistência da queixa de Stanley Ho contra a “apropriação fraudulenta” dos membros da família, surge um vídeo do advogado a contradizer esta decisão. Num primeiro momento, surge três dias depois de Gordon Oldham ter dado início ao processo, um documento, que foi enviado ontem por correio electrónico ao Hoje Macau, assinado pelo magnata e que salientava a interrupção do processo. O testemunho de quatro páginas, encabeçado pelo Tribunal Superior de Hong Kong, identifica todos os 11 acusados – Daisy, Pansy, Maisy, Josie e Lawrence Ho, os cinco filhos de Stanley, Lucina Laam, a segunda mulher, Ina Chan, a terceira, Patrick Wing, o banqueiro, e as empresas Action Winner Holdings (pertencente a Ina Chan), Ranillo Investements Limited (da qual são detentores os cinco filhos) e a própria Lanceford Company Limited, a empresa de Hong Kong que está no centro de toda a polémica. Contudo, Stanley Ho veio momentos depois contradizer as de-
clarações enviadas pelos membros da família. Um vídeo que terá sido filmado no domingo por Gordon Oldham, o advogado do magnata, foi divulgado pelas televisões chinesas. Na gravação, Ho admite ter sido forçado a assinar tanto o documento que permitiu a transferência das acções da empresa Lanceford para Ina Chan e os cinco filhos, como o último documento apresentado que alegadamente ordena a interrupção do processo contra a família. Stanley Ho diz claramente “querer seguir com a acção judicial” e afirma que a assinatura foi feita por Daisy e Pansy Ho estarem presentes. Também referindo-se ao filme mostrado na semana passada, onde o magnata era visto a ler um cartaz afirmando que conhecia a transferência, Ho afirma na gravação de ontem: “eu tinha que ler o cartaz feito pela minha filha palavra a palavra” e reforça a ideia principal de “sempre desde o início quis distribuir as coisas igualmente”. O advogado fez questão de mencionar que o magnata estava “alerta e consciente”, como pode ser visto no vídeo. Um comunicado enviado ao Hoje Macau por uma das assistentes da família Ho, salientava que teria sido o próprio magnata, sem se fazer representar
Angela Ho “obrigada” a manter o silêncio Um fonte próxima a Angela Ho afirmou ao Hoje Macau que a filha mais velha de Ho terá sido aconselhada pelos seus advogados a manter o silêncio acerca da polémica. A filha de Stanley Ho e Clementina Leitão convocou uma reunião na passada quarta-feira, onde iria explicar tudo aos jornalistas portugueses, os únicos a quem foi permitido entrar na sua casa, na Colina da Penha No entanto, e como foi avançado por fonte próxima à família, a filha do magnata foi alertada pelo seu advogado a não fazer qualquer declaração à imprensa, para não “suscitar problemas”. De acordo com o advogado, Angela Ho poderia ser acusada de difamação por chamar de “amantes” Lucina Laam, Ina Chan e Angela Leong, as três últimas mulheres do pai. Como forma de pedido de desculpa por ter deixado a imprensa portuguesa pendurada por mais de duas horas na sua casa, Angela Ho enviou ontem uma cesta de frutos para a redacção do Hoje Macau.
Magnata hospitalizado Stanley Ho foi internado ontem no hospital. Após a emissão de declarações contraditórias da família, que afirmavam a desistência da queixa, Stanley Ho foi levado para o Hospital e Sanatório de Hong Kong. Segundo o advogado, terá sido apenas uma “consulta de rotina”.
pelo advogado, a pôr término à acção judicial. “O Dr. Stanley Ho informou os acusados de que não há qualquer motivo para continuar com o processo no Tribunal Superior de Hong Kong”, menciona a secretária na mensagem de e-mail. O mesmo argumento, que foi ontem utilizado pelo Relações Públicas da Brunswick Group, em nome da terceira mulher e dos cinco filhos (acusados no processo), de acordo com o jornal inglês de Hong Kong South China Morning Post, veio agora revelar-se falso. A firma de advogados Oldham, Li & Nie, responsável pelas acusações que Stanley Ho tem instaurado, já tinha dito não ter qualquer conhecimento sobre a desistência da queixa no tribunal da região
vizinha. Imediatamente depois da divulgação dos comunicados, o porta-voz da empresa, Tony Turner, disse logo que Ho não “mencionou nada acerca da decisão de abandonar o processo” e terá inclusive “confirmado as instruções [à firma de advogados] de levar avante todas as acções necessárias” para que lhe sejam restituídas as transferências da Lanceford. As declarações de Tony Turner foram feitas à agência de notícias Bloomberg e destacavam uma reunião entre os advogados e o magnata, que teve lugar ontem de manhã. Na madrugada de hoje, Pansy Ho enviou um novo comunicado à imprensa que acrescenta ainda mais contrariedade a esta novela. A filha de Ho afirmou estar “perplexa” com as notícias que correram ontem, por “não reflectirem as instrução do nosso pai, que foi nos foi manifestada em várias ocasiões na presença de médicos e advogados”, escreve. A empresária refere ainda que é “lamentável” que a polémica familiar esteja a ser resolvida na “arena pública”. Reunião familiar sem acordos
A 27 de Janeiro, um dia depois de ter sido submetida a queixa no Tri-
bunal Superior de Hong Kong, os membros da família Ho envolvidos na polémica terão tido uma reunião em Macau, com vista a discutir os recentes acontecimentos e a disputa pela fortuna. O encontro juntou a quarta mulher (Angela Leong) e Pansy e Angela Ho, duas das filhas do magnata. No entanto, segundo um comunicado de Pansy Ho, enviado ao Hoje Macau, “a discussão não trouxe qualquer conclusão nem consenso”. A filha de Stanley Ho e Lucina Laam diz ainda “ter dado uma oportunidade a ambas as partes para expressar os seus pontos de vista”, sem qualquer resultado. Apesar das notícias avançadas ontem pelo South China Morning Post, em que Gordon Oldham, o advogado, disse que Pansy Ho estaria disponível a chegar a um acordo, depois de falar com os irmãos e com a mãe, Lucina Laam, e que “iria transmitir o que tinha sido acordado a Ina Chan, de forma a obter também o seu acordo”, a filha do magnata desmente. No comunicado, Pansy Ho menciona: “a afirmação de que tinha aceite dividir a participação de forma equitativa da Lanceford é falsa. Apenas concordamos que a Ina Chan devia ser notificada e que a sua participação nestas discussões devia ser aceite”. Contudo, Stanley Ho, no mesmo vídeo onde afirma ter sido obrigado a assinar, reitera também “que a Pansy concordou em entregar as acções, mas até agora foram só palavras. Ela diz que as acções estão na mão da mãe”. A terceira mulher de Ho não foi convidada a participar nesta primeira reunião familiar. Também segundo o mesmo jornal, Oldham afirmou que um outro encontro foi programado para sexta-feira passada, mas foi cancelado “apesar dos esforços de Angela Ho e Angela Leong”.
De novo descobrimos um país chamado Egipto. Ainda com enormes contradições, ainda com o sofrimento do seu povo. De um dos consagrados berços da chamada civilização, só são geralmente lembradas as pirâmides, as esfinges, as grandes extensões de areia e o folclore dos filmes sobre múmias mudas e falantes dos barretes pouco cinematográficos impingidos. Helder Fernando, P.15
Entre o pinguepongue da família Ho, há uma bola de marca: chama-se Gordon Oldham e é advogado
Na verdade, não são só os negócios que movem as capacidades e interesses de Gordon Oldham. Ele é igualmente um activo membro de organizações em prol de causas sociais. Tanto na filiação no núcleo da Fundação Internacional da Paz – um organismo sem fins lucrativos da re-
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Aventureiro disfarçado
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Brilhantismo ao serviço dos outros
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Jurista de Stanley Ho é um homem que enfrenta qualquer esforço
António Falcão
Apanhado na corrente do “diz que disse” e sem se dispersar em grandes declarações à imprensa, Oldham tem tentado segurar a barra o melhor que pode. E não o faz por menos porque Hong Kong é a peça de um puzzle que conhece bem, tanto como a palma das suas mãos, já que navega nos meandros das maiores empresas de Hong Kong há quase três décadas. Recém-formado, Gordon chegou a Hong Kong no princípio da década de 80, contratado por uma das maiores empresas de advocacia, a Philip KH Wong & Co. Na altura, o território vizinho era apenas uma extensão do Reino Unido, e para o advogado britânico a mudança não era mais do que uma nova divisão da sua casa. Dois anos depois, era sócio da empresa que o contratou e liderava a área de contencioso, prática que exerceu até 1987 com igual perícia, transferindo-se nesse ano para a área comercial, onde ampliou a sua experiência, inserindo-se na grande componente de negócios que fazem da metrópole de Hong Kong um dos centros financeiros do mundo. Mais tarde, fundou a sua própria empresa e é agora um especialista em “resolução de litígios”.
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gião vizinho que defende a “compreensão da paz, para libertar o mundo de sofrimento, de discriminação, violência e pobreza”, mas sobretudo pelo seu trabalho no Child Welfare Scheme (Hong Kong), uma instituição de caridade que apoia principalmente a saúde e educação das crianças no Nepal e no continente chinês e que o levou a correr pelos locais mais inóspitos do planeta para chamar a atenção da sociedade civil. Entrevistado no ano passado pela CNN, perante o epíteto que lhe foi instaurado, o de não ser “bom da cabeça”, Golham explicava bem ao que ia: “Bem, talvez tudo tenha a ver com a minha infância, até aos cinco anos de idade cresci numa instituição mental, onde o meu pai trabalhava, por isso a minha visão do que é normal é completamente diferente. Não, eu não acho que o meu comportamento seja sintoma de loucura, talvez seja apenas um pouco masoquista. Mas o que é que há mais para fazer?” O sal de toda uma fábrica
Um aventureiro, é assim que se pode chamar. Nesse papel, Oldham decidiu-se a correr três super-maratonas para angariar dinheiro para as crianças do Nepal Correu nas profun-
dezas da Austrália, onde acabou por desistir, 100 quilómetros no deserto de Taklamakan, na China, 250 quilómetros na Antártida e vai continuar a fazê-lo, tentando juntar um milhão de dólares de Hong Kong no final do seu esforço. Oldham não se considera uma pessoa alegre e nem faz tensões de se tornar um atleta sério. Antes da sua primeira ultra-maratona tinha entrando num par de competições de grande fundo. Na maratona de Nova Iorque em 1996, pela primeira vez, com o seu filho. E na Maratona de Sables, em 2004, com 52 anos, num desafio familiar. No campo do desporto estendeu o seu latifúndio empresarial ao campo editorial, produzindo revistas desportivas e de estilo de vida, através do grupo ADKOM, de onde se salienta a Action Asia, da qual é fundador. Agora com 58 anos, com milhares de quilómetros nas pernas, o britânico continua a não se considerar um desportista. Sempre cheio do humor fala das suas experiências de corrida recordando a sua desistência nos trilhos australianos. Como medida de fazer frente aos 250 quilómetros da prova, Golham ingeriu demasiados comprimidos de electrólitos acabando por desidratar por comple-
to: “Tinha consumido tanto sal como uma fábrica de batatas fritas”, afirmou. Mas o sabor da avenpub
tura é superior e a sua atracção nunca lhe faz baixar os braços. Por certo, o mesmo acontece na sua vida empresarial, a meta acaba por não ser o mais importante mas os pontos altos do percurso, que o levam sempre a continuar, como uma batalha cheia de etapas. “Há sempre momentos na corrida em que queremos parar”, confessa Gordon, “há uma altura de quebra em que só nos apetece chorar e só não o fazemos porque tudo é tão belo”, diz. Foi o que aconteceu no Egipto, rodeado de deserto por todos os lados, viu o sol a pôr-se à sua frente como uma grande chama
de fogo. “Era apenas eu e minha música”, afirma, referindo-se à configuração impressionante que tinha à sua frente. “Fui esmagado por toda aquela beleza, de como o deserto é grandioso”, recorda, “sem pensar que para ali chegar foram precisas oito ou nove horas de viagem sem passar por uma única aldeia.” E é assim, “não é louco”, conclui a jornalista da CNN, “ele apenas se preocupa”. Por entre a voz da aventura Oldham ainda tem espaço na sua vida para os negócios e para se agarrar a questões litigiosas, a sua especialidade. Depois de ter percorrido o pino do sol nos desertos de Marrocos, no Atacama, do Chile, no Gobi, da Namíbia, no Sahara do Egipto e no deserto australiano, o vasto império de Stanley Ho e a sua prol familiar não é mais do que um bom refresco.
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4 Vanessa Amaro
vanessa.amaro@hojemacau.com.mo
A novela do Metro Ligeiro está longe de conhecer um fim. Depois de na sextafeira a Bombardier, através do consórcio BT CRBC LRT, ter requerido no Tribunal de Segunda Instância (TSI) a “suspensão da eficácia” do concurso público de adjudicação da primeira fase, o Gabinete para as Infraestruturas de Transportes (GIT) afirmou ontem que irá cumprir a legislação e não assinará o contrato com a Mitsubishi, que saiu vencedora na corrida. A assinatura dos documentos para o fornecimento de materiais estava agendada para ontem. “Nada foi assinado”, garantiu ao Hoje Macau o porta-voz do GIT. Segundo a legislação vigente em Macau, o Executivo poderia ainda assim avançar para a assinatura
política
Metro Ligeiro | Governo confirma suspensão de concurso
Linhas sem comboio
do contrato com a empresa japonesa, invocando que a suspensão da eficácia causaria grave prejuízo ao interesse público, de acordo com explicações dadas por um jurista ao Hoje Macau. Se o TSI considerar válida a “providência cautelar” interposta pela Bombardier, poderia, entretanto, tornar o acto nulo, suspendendo todas as diligências feitas a partir da data de assinatura do contrato. O GIT, através de um comunicado emitido ontem em decorrência da notícia publicada no Hoje Macau, afirmou que “irá proceder o tratamento [da suspensão da eficácia] nos termos das exipub
Anúncio HM-2ª Vez 01-02-2011
Proc. Declaração de herança vaga n.º CV1-10-0190-CPE 號1º Juízo Cível
Requerente: Ministério Público Requeridos: - Interessados Incertos FAZ-SE SABER, que nos autos de Declaração de Herança Vaga, deixada pelo requerido SOU IOK, nascido a 15/08/1935, titular que foi do BIRM nº 7212789(7), com última residência conhecida em Macau, na Rua de Bragança, Jardins da Nova Taipa, Bloco 28, Edif. Crisântemo, R/C e Sobreloja, na Taipa, em Macau, falecido no dia 02 de Janeiro de 2006, em Macau, correm éditos de TRINTA DIAS contados da segunda e última publicação do anúncio, citando os INTERESSADOS INCERTOS para, no prazo de TRINTA DIAS, findo o dos éditos, deduzirem a sua habilitação como sucessores do falecido supra identificado, mais se citando quaisquer CREDORES DESCONHECIDOS do mesmo para, no prazo de QUINZE DIAS, findo o dos éditos, reclamarem os seus créditos, seguindo-se os demais trâmites do Art. 1031º e seguintes do C.P.C.M.. Para constar se lavrou o presente edital qua vai ser legalmente afixado. Tribunal Judicial de Base da RAEM, aos 19 de Janeiro de 2011
gências legais” e que “deve suspender os respectivos trabalhos”. Sem interferir com o recurso da Bombardier, o organismo apontou que “aproveitará o tempo para proceder bem aos trabalhos do projecto detalhado de construção civil, no sentido de acompanhar o andamento integral do projecto de Metro Ligeiro”. Pontapé torto
O metro chega já com um grande atraso – mais de três anos depois da primeira data anunciada para o início das obras. A construção ia começar em 2008, mas ficou adiada devido à alta complexidade da infra-estrutura. A primeira fase do concurso acabou por ser lançada apenas no final de 2009, tendo Março como limite para a entrega de propostas. Houve, entretanto, um prolongamento
O GIT afirmou que “irá proceder o tratamento [da suspensão da eficácia] nos termos das exigências legais” e que “deve suspender os respectivos trabalhos”. Sem interferir com o recurso da Bombardier, o organismo apontou que “aproveitará o tempo para proceder bem aos trabalhos do projecto detalhado de construção civil” do período de candidaturas até Abril, devido a dúvidas se a ponte Sai Van teria capacidade para aguentar o comboio. O vencedor da primeira fase foi conhecido no dia 30 de Dezembro. Apesar da Bombardier ter apresentado a proposta mais baixa – 4,57 mil milhões de patacas contra 4,69 mil milhões da Mitsubishi e 6,28 mil milhões da Siemens -, acabou por ser
excluída. O GIT justificou a decisão com o facto da companhia japonesa ter oferecido os preços mais baixos para os trabalhos opcionais e serviços de manutenção para os próximos dez anos – 793 milhões, apenas metade da segunda oferta mais baixa da Bombardier. A empresa canadiana reagiu de imediato, a mostrar o seu descontentamento e a prometer ir às barras dos
tribunais para resolver a questão. Do seu lado, um aliado: o deputado José Pereira Coutinho, um crítico incansável da escolha da Mitsubishi. O legislador da Assembleia Legislativa alega existirem problemas de segurança na Ponte Sai Van caso seja adoptado o sistema da empresa japonesa. E diz ter provas de peritos que colocam em causa a escolha do Governo, sem nunca ter apresentado tais documentos. A decisão está, nesta fase, nas mãos dos juízes da Segunda Instância. O GIT referiu ontem que irá “suspender os respectivos trabalhos” até nova ordem. Ainda assim, caso a decisão do TSI seja desfavorável a qualquer uma das partes, poderá haver lugar a um novo recurso no Tribunal de Última Instância, factor que comprometeria ainda mais o cumprimento de prazos para a conclusão da obra. Por seu lado, o GIT referiu que “após feita uma avaliação preliminar” acredita que tal interferência da Bombardier “não irá provocar grandes influências no desenvolvimento integral do projecto”. Os documentos estão a ser agora tratados e a Administração promete “anunciar ao público em tempo oportuno” as suas conclusões. No mês passado, a Mitsubishi entregou 234 milhões de patacas ao Executivo como caução, valor equivalente a 5% da primeira fase do sistema de metro. O Governo informou na altura que a garantia bancária simbolizava a “aceitação oficial” em negociar com a Mitsubishi e chegou dentro do prazo estipulado. O Metro Ligeiro terá duas carruagens, sem condutor, à semelhança dos que circulam em Singapura, Coreia do Sul e em aeroportos dos Estados Unidos, e tem uma capacidade inicial prevista de 7800 passageiros por hora. As obras deveriam arrancar em meados de 2011 na Taipa, que terá 11 estações, e depois na península de Macau, que terá dez estações. As obras deveriam estar concluídas em 2014, conforme previsto em calendário, com um orçamento estimado em 7,5 mil milhões de patacas.
Exportações portuguesas para a China aumentaram 67,9% em 2010
terça-feira 1.2.2011
As exportações portuguesas para a China aumentaram 67,9% em 2010, somando 571 milhões de euros, anunciou ontem fonte diplomática portuguesa à agência Lusa, citando a Administração Geral das Alfandegas chinesas. “Estamos num óptimo momento das nossas relações comerciais. Entre os 27 países da União Europeia Portugal foi um dos cinco cujas exportações para a China mais cresceram”, disse a fonte. As exportações chinesas também aumentaram (38,9%), para 1.907 milhões de euros, indicou a mesma fonte.
Chan Meng Kam rebaptiza instituto e prepara-se para lançar novo campus
Nasce a Universidade da Cidade Kahon Chan
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Chan Meng Kam rebaptizou o instituto que adquiriu em Setembro do ano passado como Universidade da Cidade de Macau, em antecipação à transição para uma instituição integrada com mais cursos a tempo inteiro organizados no local. O deputado da Assembleia Legislativa (AL) e membro do Conselho Executivo disse que um novo campus estava prestes a ser confirmado após o Ano Novo Chinês, para materializar essas mudanças. O Chefe do Executivo aprovou uma alteração ao nome da Universidade Aberta Internacional da Ásia (Macau) para Universidade da Cidade de Macau, reconhecendo também a “Macau City - Sociedade de Educação, Limitada” como “entidade titular” do instituto, de acordo com a Ordem pub
Executiva n.º 6/2011 assinado na sexta-feira passada e publicado ontem em Boletim Oficial. O instituto foi formado pela fusão do colégio aberto com institutos de pós-graduação da Universidade da Ásia Oriental em 1988, enquanto o nome foi adoptado em Agosto de 1992 até que o controlo foi transferido para Chan Meng Kam em Agosto do ano passado. Chan disse ao Hoje Macau que a mudança de designação tinha sido planeada assim que transferência foi concluída em Setembro, altura em que não estava sequer totalmente informa-
do quanto às condições financeiras em que se encontrava o instituto. Posicionado como uma universidade aberta antes da transferência, o instituto, reconhece Chan, dava ênfase ao ensino à distância, com os residentes da China Continental a constituírem mais de 60% dos alunos da instituição, mas o plano agora é outro: introduzir mais cursos a tempo inteiro para posicionar o instituto como universidade integrada, atraindo mais estudantes locais e organizando cursos orientados para a viragem da cidade para as indústrias culturais e turismo de lazer. Além de um corpo docente reforçado, a busca por um novo campus para acomodar mais estudantes locais deverá ser concluída após o Ano Novo Chinês. Chan sugeriu que o instituto também seria convertido numa organização académica sem fins lucrativos com nova estrutura e constituição organizativa.
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5 Pereira Coutinho pede justificações pela falta de respostas do Governo É a terceira vez que José Pereira Coutinho, deputado da Assembleia Legislativa e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), volta a “bater na mesma tecla”, no que toca à compensação dos trabalhadores do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). A queixa do deputado surge devido a não ter recebido “respostas precisas” da parte da Direcção dos Serviços da Função Pública, nem da primeira nem da segunda vez que emitiu interpelações ao Governo . De acordo com Pereira Coutinho, os trabalhadores do IACM que terão ficado prejudicados durante um longo período de tempo devido à diminuição dos salários com a aprovação de um Estatuto em 2004, deveriam ser compensados com o “pagamento de retroactivos dos montantes que deixaram de receber dos vencimentos e subsídios de férias e Natal, desde 2004 até ao ano passado, altura em que entrou em vigor um outro diploma que repôs o valor inicial do ordenado”. Pereira Coutinho fez questão de salientar que está estipulado por
lei o direito dos deputados fazerem interpelações escritas à Administração e o dever do Governo em lhes responder e relembra declarações da secretária para a Administração e Justiça aquando das LAG para 2010, em que Florinda Chan expressava que “o Governo da RAEM intensificará a coordenação das acções interdepartamentais para a elaboração de respostas às interpelações escritas dos deputados à Assembleia Legislativa, no sentido de responder de forma séria e rápida”. Acusando a responsável de que esta situação não foi verificada, o deputado vem novamente repetir as questões, esperando “que respondam de forma séria e completa”. Se “vão ser ou não compensados os trabalhadores”, “porque razão as associações representativas dos trabalhadores da função pública não foram consultados aquando da elaboração do Estatuto” e se “ o Chefe do Executivo vai ou não pedir responsabilidades políticas e disciplinares”, são as questões que o presidente da ATFPM quer ver esclarecidas. - J.F.
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sociedade
air macau | Análises detectam bactérias em água de avião da companhia aérea
O que te falta mais acontecer?
A Air Macau continua, alegadamente, a ter problemas atrás de problemas. Recentemente, uma inspecção efectuada a um avião A319 revelou que a água estava imprópria para o uso devido à percentagem elevada de bactérias dentro dos tanques da aeronave. Mais quatro pilotos bateram com a porta e, entre eles, está um comandante português. Além disto tudo, o Chefe do Executivo da RAEM voou num avião sem condições de Singapura para Macau Gonçalo Lobo Pinheiro glp@hojemacau.com.mo
De acordo com um passageiro da Air Macau que recentemente utilizou os serviços da companhia aérea, no avião em que viajou os passageiros foram aconselhados pelo pessoal de cabine a não lavarem as mãos nas casas de banho porque a água estaria imprópria para o uso. “Foi-nos dado um conjunto de toalhetes húmidos para podermos limpar as mãos pois as hospedeiras avisaram que a água não podia ser usada”, revelou ao Hoje Macau. Mas não podia ser usada? Como assim? Segundo um relato feito por uma assistente de bordo da companhia, que pediu o anonimato, o avião em questão, um A319, estaria há alguns dias a voar com a água bastante contaminada com bactérias. “Tivemos indicações superiores para avisar os passageiros de que a água do avião estava imprópria. O avião, que por acaso é um modelo recente, apresentava alta percentagem de bactérias nocivas para a saúde humana na água que deveria ser potável. Pelo menos no dia em que estive a bordo a água só serviu para fazer descargas de autoclismo”, disse a profissional. Além das bactérias, houve mais
um duro golpe para a companhia aérea. Quatro pilotos apresentaram a sua demissão por não estarem de acordo com as políticas levadas a cabo pela empresa. Dois comandantes - um português e um brasileiro - e dois co-pilotos - ambos australianos - bateram com a porta e saíram descontentes, principalmente com aquilo a que chamam “um injusto wet-lease”. “Foi-me prometido uma coisa e recebi outra. Estou completamente insatisfeito com a minha vida enquanto piloto da Air Macau”, disse um dos pilotos. A situação parece não ter um fim à vista e, como anteriormente previsto por vários pilotos, a debandada não deve ficar por aqui. “Vão saindo os mais experientes e depois fica cá o quê? Aqueles que não têm experiência e depois são promovidos a todo o custo só porque sim?”, questionou um ex-piloto. Chui Sai On é testemunha
O episódio mais caricato desta longa história aconteceu durante a visita oficial do Chefe do Executivo da RAEM a Singapura. Depois da visita de Fernando Chui Sai On àquele território, o regresso do responsável máximo de Macau ficou marcado por uma avaria no motor de uma avião da... Air Macau. “É o
destino. Chui Sai On teve que ver ‘in loco’ aquilo que os pilotos têm vindo a alertar. A manutenção dos aviões é feita no limite das capacidades do aparelho”, afirmou um piloto ao nosso jornal. Para os profissionais, são precisos aviões novos, mas acima de tudo é preciso mudar as peças que compõem o avião. “O material tem um tempo limite de utilização. As peças têm de ser novas. A Air Macau faz a manutenção nos limites e a vida das peças, em vez de ser mudada no tempo útil, é mudada antes de partir ou quando parte. Não há manutenção preventiva”, acusa um ex-piloto da companhia. Pega fogo no chão
“Um motor pegar fogo nas mãos da manutenção é no mínimo estranho”, afirmou um dos pilotos ouvidos, justificando o incidente ocorrido na semana passada durante um trabalho de manutenção no Aeroporto de Macau. “Não se coloca um carro a arranjar, vai-se à oficina e os mecânicos estão a mexer no motor e quando vão dar à chave o carro pega fogo. Alguma coisa deve ter acontecido, não é normal. Se o motor pegasse fogo no dia-adia podia ser considerado normal agora nas mãos da manutenção é muito grave”, ataca outro piloto. Devido a este caso, a Autori-
dade da Aviação Civil de Macau solicitou à Air Macau um relatório do incidente. “Solicitámos à Air Macau um relatório completo que depois será analisado pelos nossos técnicos para que possam ser tomados os devidos procedimentos”, disse à agência Lusa Euphemia Lam, porta-voz da Autoridade da Aviação Civil de Macau. Um motor de um avião Airbus A321 da companhia aérea Air Macau teve princípio de incêndio na placa do aeroporto de Macau durante testes efectuados pela empresa após a manutenção da aeronave. Fonte da companhia aérea disse à agência Lusa que o avião estava na placa do aeroporto apenas com os responsáveis da manutenção e sem passageiros dado que “ainda se encontrava em testes depois das operações de manutenção efectuadas à aeronave”. O incêndio, que obrigou à imobilização da aeronave por tempo indeterminado, foi prontamente dominado pelos mecânicos presentes no local antes da intervenção do corpo de bombeiros do aeroporto entretanto chamados e não teve outras consequências além de danificar motor. Contactada, a companhia ainda não respondeu alegando as relações públicas precisarem de “tempo para ser encontrada
a pessoa certa que possa falar à imprensa”. As histórias do costume
Recentemente, pilotos da Air Macau apontaram falhas graves de segurança nas aeronaves, mas a companhia de bandeira e a Autoridade de Aviação Civil do território garantiram estarem a ser cumpridas todas as normas locais e internacionais. O Hoje Macau tem vindo a acompanhar uma série de problemas relacionados com a Air Macau. Vários pilotos e ex-pilotos têm revelado que “são conhecidos no meio da aviação local problemas de manutenção” e que já levaram a própria construtora Airbus a efectuar inspecções aos aparelhos. Os pilotos acusam a companhia de promover profissionais sem experiência para o posto de comandante de aeronaves e, pelo menos um caso, em que o piloto é “reprovado no simulador”, mas está aos comandos de um avião. Muitos revelaram que perdem “mais tempo a verificar os aviões do que a voar”, realçando que os “equipamentos estão obsoletos e a manutenção tem sido quase nenhuma”, salientando ainda a existência de “graves problemas de ferrugem nas fuselagens, condições deploráveis da cabine e casas de banho presas por fita-cola”.
Quem quer trabalhar nos censos?
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O Governo anunciou ontem que necessitará de mais de 2000 entrevistadores para trabalharem durante os Censos do mês de Agosto. Até ao momento, 1600 pessoas já se candidataram às vagas e agora apela-se para que os estudantes que estudam no estrangeiro e que voltem a Macau no Verão inscrevam-se neste “part time”. Qualquer pessoa maior de 18 anos que tenha concluído o ensino secundário e seja residente permanente pode candidatar-se. O prazo de inscrições termina a 17 de Junho.
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DSPA quer reduzir os resíduos em Macau
Actuar para prevenir calamidade
Tendo detectado nos finais do ano passado, e pela primeira vez, quantidades de materiais industriais importados do interior da China para tratamento ou abandono na Central de Incineração de Resíduos Sólidos (CIRS) e no Aterro para Resíduos de Materiais de Construção de Macau (ARMC), a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) ordenou imediatamente às instalações envolvidas que reagissem no sentido de deixarem de receber tais resíduos, procurando com elas soluções apropriadas para a resolução do problema. Foram encontradas quantidades de desperdícios de materiais de pele, como peda-
Apelo para a época festiva: • • • • •
ços e cortes de cabedal de carneiro ou de boi, que estavam a ser transportados para serem abandonados na CIRS e no ARMC, a uma média de cerca de dez toneladas por dia. A DSPA tomou conhecimento
que estes resíduos estavam a ser importados do interior da China para Macau. Em nenhum dos documentos de desalfandegamento constava o receptor da mercadoria e os veículos que transportavam
Seguir os 5R’s: Reaproveitar, Reparar/reutilizar, Reciclar, Reduzir, Recusar Nos restaurantes: pedir apenas o necessário ou levar um recipiente para levar para casa os excedentes Prendas: planear a quantidade necessária e seleccionar presentes práticos sem recorrer a embrulhos Laissis: Usar envelopes não auto-colantes para a sua reutilização Limpezas-gerais: oferecer electrodomésticos, móveis e roupas usadas a pessoas necessitadas
o lixo eram conduzidos directamente da fronteira para a CIRS e também para o ARMC. A DSPA acredita que existe alguém a cometer irregularidades, aproveitando a situação de não se cobrarem quaisquer taxas de tratamento de resíduos sólidos em pub
Hotéis debaixo de olho para evitar subidas nas tarifas
Acção contra especulação Um turista já se queixou dos preços praticados por um hotel e o caso está agora sob investigação. Para evitar a especulação nos estabelecimentos hoteleiros numa das épocas mais altas do ano para o turismo, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) vai começar, a partir de amanhã, a promover um intercâmbio de informações sobre o número de visitantes, os preços e as taxas de ocupação, incluindo tarifas médias do quartos de hotéis de três a cinco estrelas. O Governo aponta, contudo, que não pode intervir no funcionamento geral do mercado, já que os preços dos quartos são determinados pelo princípio de procura e
oferta, “cuja fixação é um acto económico e não jurídico”, fez a DST saber através de um comunicado. A DST estabeleceu um sistema permanente com os estabelecimentos hoteleiros licenciados em Macau para que estes apresentem obrigatoriamente, durante o licenciamento e a renovação da licença, à DST informações respeitantes aos preços de quartos hoteleiros e a DST regista essas informações. Se um turista quiser fazer queixa contra o preço praticado por um estabelecimento hoteleiro, deve fornecer informações como data de ocupação, nome do hotel, tipo de quarto e factura para que seja aberta uma investigação. A DST adiantou que existe sempre uma cooperação entre os hotéis e as agências de viagens, sendo as últimas agentes legais dos primeiros na venda de quartos. A forma de cooperação entre os hotéis e as agências de viagens varia, podendo consistir na marcação de quartos mediante pedido do cliente ou através da obtenção de uma quota de um número determinado de quartos durante um período específico. Neste último caso, as agências pagam esses quartos independentemente de os mesmos serem vendidos ou não. Na época alta, algumas agências de viagens bloqueiam, intencionalmente, quartos por si reservados para, desta forma, elevarem os preços. Tal prática é crime de acordo com a legislação vigente em Macau.
Macau, quer estes sejam domésticos, quer da construção civil. O organismo promete que irá acompanhar o caso, fazendo uso do mecanismo de cooperação regional. Recomendações
A DSPA apela também aos vários sectores da comuni-
dade de Macau que façam a separação de resíduos recicláveis. As empresas de construção civil e de obras de beneficiação são os principais alvos e devem evitar misturar os resíduos de betão e outros materiais inertes com o lixo doméstico, de forma a não afectar o normal funcionamento dos fornos de incineração. Apela ainda à reciclagem de materiais como papel, madeira, metal e plástico, enviando para tratamento no CIRS apenas os resíduos domésticos, de forma a contribuir para a diminuição da carga operacional das instalações de tratamento, preservando a qualidade do ambiente e de vida da população.
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cultura
Roman Pola
O realizador de orige sado a sua extradiçã ao cinema a peça da ada com um prémio estúdios de Bry sur M
Manuel Cardoso, fotógrafo
“Só é fotógrafo quem tem paixão p António Falcão | bloomland.cn
Se Henrique Senna Fernandes era “o escritor de Macau”, Manuel Cardoso é “o fotógrafo de Macau”. Ambos captaram a sua terra como ninguém António Falcão
antonio@hojemacau.com.mo
Existem pessoas no mundo que conseguem imiscuir-se na sociedade sem se dar pela sua presença. Vão sorrateiras e quando damos pelo seu vulto, e olhamos, já lá não estão. São elas o prolongamento de uma memória colectiva que vai avançando no tempo registando imperceptivelmente os mais variados momentos, quer sejam importantes ou banais. Manuel Cardoso é uma dessas peças de gente que passou pelo registo de Macau e se encaixou no quotidiano, catalogando uma cidade sempre em transformação e em crescimento, sem que dele se notasse o gesto, o olhar, a maquinaria. Vive há mais de 50 anos com uma câmara na mão. Para o provar mostra os “ossos do ofício”, comparando a zona dos seus dois polegares , um mais encorpado do que o outro. Adepto da tradição e das regras da fotografia – e também de alguns truques, como o uso da vaselina, Cardoso não se deixou perder no hábito, abraçando as novas tecnologias, tendo hoje uma explícita presença no ciberespaço com uma infinidade de imagens disponíveis, onde se pode constatar o seu olho apurado e sua qualidade como fotógrafo. “É para os amigos verem”, informa, sempre bem disposto e pronto a soltar uma gargalhada a cada frase que articula. O convite chegou-nos à redacção por vias travessas, como se tivesse ficado esquecido na gaveta, “Manuel Alexandre Cardoso tem a honra de convidar V. Exa.”,
imitando as letras e o protocolo de uma época em que os jornais ainda eram gravados a chumbo. Não há um título implícito. Embora a mostra tenha tido início no dia 22 de Janeiro, ela comemora o 11.º Aniversário da RAEM. Na temperatura invernal, encontrámos o fotógrafo macaense junto à sua exposição, no antigo mercado da vila da Taipa, como guardião de um tempo já ido. “Porquê aqui?”, quisemos perguntar. “Aqui é mais visível”, respondeu. “Aqui vem mais gente.” A sua história como fotógrafo já é bastante longa. Como tudo começou? Foi em 1964 que comecei a aprender a fotografia. Na altura não havia livros ou se havia, havia poucos e praticava muito. Fui aprender a fotografia na Foto Maxim’s, na Rua do Campo. Achei aquilo interessante. Depois comecei a aprender a misturar
os líquidos ao peso. Tanto de hidroquinona [que hoje em dia se usa para tirar manchas da pele], tanto de metol, tanto de sulfito de soda. Já ninguém sabe o que é isso... (Risos) Já ninguém sabe, já passou à história. Mas fui aprendendo e aprendendo e mais de dez anos depois concorri ao Centro de Informação e Turismo, que mais tarde se tornou no Gabinete de Comunicação Social, onde continuei. A partir daí comecei a trabalhar para o Governo e a acompanhar os vários governadores. Em 1985, tive a medalha de mérito profissional. Na altura tinha o quê? Alguns 30 anos de idade, no máximo, quando fui condecorado. Que momentos mais o marcaram nesse seu percurso pela história de Macau?
Foi nas conversações da entrega de Macau, da visita de Mário Soares e da assinatura de Cavaco Silva em Pequim. Aquelas fotografias que aparecem nos jornais desse momento são minhas. E há também outra fotografia,
muito conhecida na altura, de um adivinho a puxar as bochechas de Mário Soares que também é minha (risos). Com tantos governantes que passaram pelas suas lentes, como foi a sua relação com essas pessoas ÓPERA DO CLICK
“As condições eram péssimas aqui, não havia nenhuma luz. Isto é quase um décimo de segundo. Fiz quase uma dúzia de fotografias, sem tripé sem nada. É preciso tirar muitas para ver se uma ou outra escapa. Não gosto de usar o tripé, não facilita. Nem uso o flash, nenhuma das fotografias têm flash.”
com quem trabalhou? Para bem e para o mal. Para o mal não vejo nenhum. Agora para o bem... Digam o que quiserem dizer mas para mim o Almeida e Costa era um bom homem. É como tudo: há quem goste e quem não goste. Eu gosto. Ele tratou-me bem. Trabalhei com os outros governadores todos. Ainda hoje quando vejo o Melo Egídio ele cumprimenta-me. O Garcia Leandro... eu, quando o vejo, ele aproxima-se de mim. Todos os governadores com quem trabalhei são todos boas pessoas. Eu nunca os tratei mal nem eles me trataram a mim. Mesmo aquele que era professor. Como é que ele se chama? O médico... Como é que se chama o médico? Pinto Machado... Sim, esse. Esteve cá pouco tempo. Esteve cá meses. Não se deu bem com o Mário Soares, pediu demissão do cargo e foi-se embora. Mas também me dei bem com ele. Sente que as suas fotografias estavam a fazer história? Sim. Mas já se passaram 20 anos, já não me lembro de muita coisa. Já passou tudo à história. Nunca mais liguei... Mas integrou-se bem nos acontecimentos da cidade captando toda essa mistura de culturas. Existiam muitos fotógrafos na altura? Chineses havia muitos, portugueses quase nenhum. Se formos a olhar para o meu trabalho agora, é como se fizesse parte da lusofonia. É como uma herança para o mundo lusófono. Não fui um pioneiro, mas fui um dos que levei a fotografia a sério. Fui fazendo fotografias atrás de fotografias, mesmo após ser condecorado. Mas aquilo não dava dinheiro nenhum e perguntaram-me o que é que eu queria. Eu respondi: “Quero estudar!” Então fui para Portugal tirar um curso de realizador de televisão. Na altura ainda não havia curso de Comunicação Social, o curso de realizador
anski adapta peça “O Deus da Matança” ao cinema
em polaca Roman Polanski iniciou ontem a rodagem de um novo filme em Paris, o seu regresso ao trabalho depois do Governo suíço ter recuão para os Estados Unidos, no âmbito de um processo por abuso sexual de uma menor que remonta a 1977. Polanski, de 77 anos, vai adaptar dramaturga francesa Yasmina Reza, “O Deus da Matança” (“Le Dieu du Carnage”, no original), cuja produção teatral da Broadway foi galardoTony em 2009. No elenco do filme de Polanski estão Kate Winslet, Jodie Foster, John C. Reilly e Christoph Waltz. As filmagens terão lugar nos Marne, nos arredores da capital francesa.
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pela fotografia. É como ser padre” Manual Cardoso
• O macaense típico “O meu pai é português a minha mãe é chinesa. A minha mãe nasceu em Hac Sá, em Coloane. O meu pai é da Beira Baixa, dos lados de Proença-a-Nova, numa aldeola por aí. Veio cá fazer a tropa, depois casou-se e ficou por cá. Foi para a polícia. Antigamente era assim. Eram quase todos assim, se não era para a polícia era para a Polícia Marítima. Eu, claro que sou português. Português da lusofonia, mas português a 100%. Mas nunca quis ir viver para Portugal. Por enquanto estou bem. Aqui tem as suas vantagens. É tudo mais barato. Em Portugal o clima no Inverno é muito frio e não estou habituado a isso. Aqui também faz frio, mas por pouco tempo.” • A fotografia de Stanley Ho “Tenho agora uma fotografia que guardei em casa, que é do Stanley Ho a rir. Foi uma fotografia que fiz nos anos 80. É muito bonita. É um dos melhores retratos que fiz. Ele tem meia dúzia delas. A polémica? Isso já não me diz respeito. Ninguém gosta de falar nesse assunto, não é? Não tem nada a ver comigo, isso é com ele. Cada qual faz o que quer com aquilo que é seu... (risos).” • A “maquineta” “Foi tudo feito com a “maquineta”. É uma máquina leve e sei os truques todos dela, por isso faço o que quero com ela. Por outras palavras, como sei os fracos da máquina, ela parece mais obediente e assim consigo controlá-la melhor. Não é preciso ter uma boa máquina para tirar boas fotografias. Isso é mentira. É preciso é ter bons olhos e muita capacidade de controlar a máquina.” • Segredo “Controlar bem a máquina. Saber utilizar a abertura exacta. E o balanço da cor tem de ser muito perfeito para obter uma boa fotografia. O enquadramento também é importante, claro, é aí que residem as regras fundamentais da arte. Eu sigo essas regras. A “Lei de um terço” tem de ser utilizada. Os quatros pontos do cruzamento são os pontos mais importantes da fotografia. E o ponto mais forte é o cruzamento superior direito. Tanto em televisão, como em fotografia, como em pintura, é sempre assim. Isto é fundamental e quem assim não o fizer está errado. E tem que ser feito exactamente na altura quando se fotografa para poder ampliar o “negativo” todo.”
• Vaselina “Não foi descoberta minha. Já se usa há muito tempo. Há um fotógrafo inglês muito afamado, David Hamilton que nos anos 70/80 também utilizava a vaselina. E eu quis explorar a vaselina para ser diferente dos outros. Já ninguém utiliza isso. E para poder controlar bem o efeito demorei seis meses, para poder fazer uma boa fotografia.” • O filme “A fotografia de filme não morreu mas vai morrer. Há quem ainda utilize mas é por pouco tempo, até o digital ser superior ao filme, o que já não falta muito. Eu passei para o digital há dois anos e já estou adaptado. Não tenho problemas. A fotografia assim é mais visível, chega mais perto dos outros.”
era feito na RTP, no centro de formação. Foi o último curso, logo a seguir passou para a Universidade Nova. Nunca chegou a exercer essa profissão? Nunca. Porque a mim não me quiseram pagar e eu não aceitei estar debaixo dos outros. Disse sempre: “O enfermeiro é enfermeiro, o médico é
médico. Cada macaco no seu galho.” Nunca aceitei ficar subjugado por outros sem curso. Por isso continuei na fotografia. Tendo acompanhado as duas épocas de Macau com um olhar atento, que diferenças consegue observar que sejam mais evidentes? Agora há mais eventos, há
mais fotografias. Antigamente não havia tantas. “Dar a César aquilo que é de César”: hoje há mais oportunidades para a fotografia. Claro que já não há aquela cidade de Macau de outrora. Se quiser fotografar aquelas casinhas antigas, aqueles bairros todos, certas profissões que existiam, já não é possível porque desapareceu tudo. É verdade, isso é o preço do desenvolvimento e como tal é mesmo assim, não há umas coisas mas há outras. Como vê a evolução da sua cidade? Hoje é mais próspera. Macau é um território mais rico. Mas para mim é a mesma coisa, continua a ser a minha terra. A mim não me afecta, sou um funcionário aposentado e não sinto a diferença. O que nos quis mostrar com a sua exposição? A exposição está dividida em duas partes. De um lado “O ciclo de Lótus”, uma colecção de 20 fotografias mais inclinadas para a arte fotográfica. É nesta parte que usa a vaselina? Sim, uso vaselina num filtro por cima da lente. Dá este ar como se fosse manipulado pelo Photoshop, com todos estes efeitos. Mas foi tudo feito no momento, eu nem sou muito bom no Photoshop... E que mais? Do outro lado é uma colecção sobre a Ópera de Cantão, que mostra mais os bastidores do que a frente do palco. É mais tipo “magazine”, dá para escolher meia dúzia e fazer uma história. Foi um trabalho que fiz nos últimos dois anos. Conseguiu captar os momentos com muita naturalidade. É assim. Normalmente não falo com as pessoas que fotografo. Não dialogo, não digo nada, fico por aí, não peço autorização, nem nada. Subo, entro, finjo como se nada acontecesse, como se fosse o homem invisível, e
vou fotografando, enquanto não me mandarem embora fico por lá. É preciso ter uma certa lata, claro.
entrar para a profissão. Só é fotógrafo quem tem paixão pela fotografia. É quase como ser padre.
Se formos a olhar para o meu trabalho agora, é como se fizesse parte da lusofonia. É como uma herança para o mundo lusófono. Não fui um pioneiro, mas fui um dos que levei a fotografia a sério. Que conselhos dá a quem queira abraçar esta profissão? Digo já: é uma profissão muito cansativa. Ser fotógrafo é uma vida muito árdua. Eu não aconselho muita gente a pub
Porque diz isso? É preciso ter vocação, quem não tem vocação não consegue lá chegar. Não é um prazer fotografar? É. Para quem gosta, é. Mas nem todos sentem o mesmo.
Continua então a fotografar? Todos os dias. Vou para o jardim, vou para o mercado. Para a Taipa, para Coloane. Vou para todo o lado. Mas só faço fotografias de Macau. É uma maneira de se sentir acompanhado. A fotografia é uma companhia para si? É sempre, claro. Faço ainda muita fotografia de coisas antigas. Vestígios da presença portuguesa, como uma contribuição para a lusofonia. Para um dia mais tarde, não sei... Sinto saudades dessas coisas antigas que já desapareceram, certos edifícios lindíssimos. Mas é assim a vida. Não vamos chorar por causa disso.
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10 Já ouviu falar em “espírito de missão”? O homem que veio abanar a pré-campanha do Sporting também não quer ser remunerado. Mas se lhe falar em presidentemodelo, o nome em causa é João Rocha “Candidato-me com espírito de missão”; “como já disse, estou no Benfica com espírito de missão”; “o lugar de presidente do Benfica não é um cargo, mas sim uma missão que deve ser desempenhada em regime de voluntariado”; “nunca serei pago para servir o Benfica”. Com Pinto da Costa a receber 700 mil euros/ano (como administrador da FC Porto, SAD) e José Eduardo Bettencourt a tornar-se o primeiro presidente remunerado no Sporting (o que lhe deveria valer 400 mil euros brutos por ano), Luís Filipe Vieira fazia sempre questão de sublinhar nos seus discursos esta máxima do “espírito de missão” - que lhe dava crédito junto das bases, embora entre os críticos houvesse quem lhe denunciasse um certo populismo. Agora, o homem que no último fim-de-semana veio sacudir o ambiente pré-eleitoral no Sporting, Braz da Silva, apresenta-
desporto Braz da Silva, candidato à presidência, não quer salário
O Vieira do Sporting
se com uma cartada à Vieira. “Ele não vai receber ordenado, acha que os eleitos do Sporting devem trabalhar em espírito de missão”, disse ontem ao i fonte próxima do empresário. A novidade é tão mais importante se tivermos em conta a ruptura com o eventual antecessor,
isto é, com o polémico profissionalismo inaugurado por José Eduardo Bettencourt, um antigo quadro do Santander que teve o ordenado definido por uma comissão de vencimentos. Bettencourt está demissionário e a corrida ao seu lugar, que se julgava resumida às caras que têm pairado em Alvalade nos últimos
tempos, ganhou um nome subitamente lançado para os primeiros lugares da grelha de partida. Veja como está enquadrado Braz da Silva: aparentemente desconhecido, tem já o apoio de notáveis de peso que lhe acrescentam credibilidade dentro do Sporting, como é o caso de Rogério Alves e de Agostinho Abade, presidente da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal, dois nomes que seriam incontornáveis nas eleições de 26 de Março; o primeiro poderá vir a ter um cargo próximo da presidência, ou seja, segurando do lado de Braz da Silva os “centuriões” que defendem uma certa linha de continuidade; por outro lado, as referências a João Rocha como presidente-modelo cativam também aqueles que defendem a tese da ruptura; por fim, Braz da Silva surge com uma estratégia para
mostrar o que ninguém parece ter, o dinheiro, um total de 50 milhões de euros que servirão para reforçar a equipa de futebol e garantir-lhe títulos. Angola
Aqui surge a face mais obscura deste candidato. O empresário está ligado a Angola e o seu envolvimento com investidores daquele país não é propriamente claro. Nem sequer a sua ligação ao grupo Finertec, que controla a construtora do Tâmega. “Não tenho cargo nenhum [na Finertec]. Não faço parte de nenhum órgão social. Mas também não posso dizer que não seja o dono”, disse Braz da Silva ao “Expresso”. Segundo o semanário, o empresário está bem posicionado junto da banca e de acordo com fonte sportinguista, José Maria Ricciardi (presidente do BESI - que virá a constituir o fundo de jogadores dos leões) até está “entusiasmado” com o a candidatura, que deverá ser oficialmente assumida no final desta semana, assim que Braz da Silva acabar a contagem de espingardas.
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Jogador do Sporting quer continuar carreira no Brasil Open Tender Notice
Request for Proposal – Replacement of Passenger Loading Bridges at Macau International Airport
1. Company: CAM – Macau International Airport Co. Ltd. 2. Tendering method: Open tendering 3. Tender objective: To select a supplier to design, supply and install 4 sets of new Passenger Loading Bridges at Macau International Airport by 2 phases. 4. Validity of the Bidders’ tenders: The validity period of the Bidders’ tenders shall be 90 days counting from the tender submission deadline for Phase 1 Works. 5. Minimum qualifications: • Must have more than 5 project references • Must have more than 5 years experience in provision of loading bridges to the international airports. 6. Location and time to request for tender documents: CAM-Macau International Airport Co. Ltd. 4th Floor, CAM Office Building, Av. Wai Long, Taipa, Macau (Contact Number: +853 - 8598 8871) Monday to Friday 9:00a.m-1:00p.m and 2:30p.m to 5:30p.m (Macau Time) OR Tender Notice and Tender Document are also be available on MIA’s website and can be downloaded from www.macau-airport.com until 7 days prior to the deadline for submission of Bidders’ tenders. Please regularly check the website for any changes/modification/amendment in the Tender Enquiry. 7. Location and deadline for submission of Bidders’ tenders: CAM-Macau International Airport Co. Ltd. 4th Floor, CAM Office Building, Av. Wai Long, Taipa, Macau Before 12:00 noon on 16 March 2011 (Macau Time). The addressee of the Tender shall be Ms. Suning Liu – Executive Director. The quotations received after the stipulated date and time will not be entertained. Those filling in the tender are advised to be safely sealed and ensure that their tenders are complete in all respects, all documents must be filled in and all supporting documents enclosed. Incomplete tender documents shall be rejected straightaway without any reference to the tenderers. 8. Tender evaluation criteria: Technical Submission 40% - Experience and qualifications - Project understanding and Compliance - Experience of Project Team - Quality of Submission Commercial & Financial 60% ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Total 100% 9. CAM reserves the right to reject any tender in full or in part without assigning any reasons therefore. -END-
Liedson no Corinthians O dia de ontem ficou marcado como o último de Liedson no Sporting, após sete anos a vestir a camisola do clube. A SAD aceitou a proposta de dois milhões de euros que já tem em mãos, vinda do Corinthians e, perante a vontade do atleta sair, o desejo foi acedido. O contrato será agora assinado no dia 7 de Fevereiro, em São Paulo. O facto de o luso-brasileiro estar já com 33 anos e de o seu rendimento não ter o fulgor de outras épocas, facilitou a decisão de José Eduardo Bettencourt, José Couceiro e Paulo Sérgio no sentido de aprovarem a saída, mas foi, sobretudo, a vontade manifestada pelo próprio atleta em regressar ao Brasil que teve maior peso. “O Liedson quer voltar para o Brasil e disse-nos que tem preferência pelo Corinthians. O que tínhamos de passar para o Sporting, já passámos. Agora, só depende de eles aceitarem”, referiu o empresário Marcelo Robalinho.
Desta forma, a SAD está aberta à saída do atleta, mas ponderou muito bem a decisão, pois ainda não encontrou um substituto até ao final da época, algo que está a ser tentado a todo o custo, pois as inscrições fecham hoje, à meia-noite. Djalma foi apontado como possibilidade para reforçar o ataque dos leões, pois o atacante maritimista está em final de contrato, mas as negociações não avançaram. Entretanto, os leões já resolveram o problema da
concorrência para os flancos. Cristiano, ex-Paços de Ferreira, onde foi treinado por Paulo Sérgio, e que se desvinculou do PAOK, assina hoje contrato com os leões a custo zero, sendo apresentado à tarde. As negociações ficaram ontem concluídas, tendo o atleta recusado uma proposta do Dubai, onde iria ganhar mais do que nos leões, mas Paulo Sérgio e José Couceiro tiveram um papel preponderante na chegada do extremo a Alvalade.
França renova título mundial de andebol A França continua a ser a força dominante do andebol mundial, depois de terem derrotado a Dinamarca por 37-35 na final do campeonato do mundo, que decorreu na Suécia. É o quarto título mundial para a selecção francesa, que é também a actual campeã olímpica e europeia - já havia conquistado o troféu em 1995, 2001 e 2009. O equilíbrio foi a nota dominante entre as duas equipas num jogo que foi apenas decidido no prolongamento, depois do empate (31-31) ao final do tempo regulamentar. Antes da final, a Espanha garantiu o terceiro lugar e respectiva medalha de bronze, ao derrotar a anfitriã Suécia por 24-23.
Marcelo ficou em casa, com gripe. Xabi Alonso saiu do onze, com gripe. O Madrid engripou e já está a sete pontos do super-Barcelona Derlei é do Madureira mas nem joga a titular. Fyssas já acabou a carreira, no Panathinaikos, e é director técnico da federação grega. Simão chegou a Istambul e já marca pelo Besiktas (1-2 ao Büyüksehir Belediyespor). À volta destas três personagens rezaram a história e os golos da final da Taça de Portugal-2004 entre Benfica e FC Porto, ganha pelos lisboetas por 2-1, após prolongamento, na única vitória de José Antonio Camacho sobre José Mourinho. A única? Nada disso. A primeira, isso sim. Ontem
Camacho vence Mourinho e isto não é um Benfica-FCP
Real Madrid engripado Camacho voltou a dar um ar da sua graça e venceu Mourinho por 1-0, golo de Camuñas aos 62 minutos, que, tal como Inzaghi, nasceu na linha do fora-de-jogo. Nesta Liga espanhola é a segunda derrota do Real Madrid - depois do implacável 0-5 em Camp Nou -, que assim fica a sete pontos do líder Barcelona. O Osasuna, antepenúltimo classificado, cresce com o Madrid. É uma tradição, que vale para todas as equipas das comunidades autónomas de Espanha, à excepção da Galiza, onde os adeptos (Celta e Depor) são mais calmos. De resto, o Real Madrid é sempre (e ainda) visto como a equipa do poder, aquela a abater,
por muito que o Barça esteja por cima, como é o caso. Em Pamplona, a semana deste jogo é complicada. Camacho (treinador) e Izco (presidente) são con-
testados através de grafíti no estádio e no centro de estágio, pela venda de Juanfran ao Atlético Madrid, na reabertura do mercado, no início de Janeiro. Desde
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então o Osasuna só somou três pontos em 24 possíveis e caiu para o 18.o lugar, com a agravante de não poder jogar com os iranianos Masoud e Nekounam, que chegaram lesionados da Taça da Ásia. Mas nem tudo são más notícias. O Osasuna tem a melhor defesa a jogar em casa (cinco golos sofridos, três deles com o Barça na sua única derrota em Pamplona). Camacho está sob brasas mas parece o homem mais calmo do mundo. Ele sabe o que faz e conhece melhor o Real que toda a gente que anda ali, incluindo Valdano, que jogou, treinou e dirige em Madrid. O argentino já não anda ali (que é como quem diz, já não viaja com a equipa) e até é contestado pelos adeptos do Madrid, que exibem faixas do tipo “Mou+Zizou, 5 Valdano, 0” O jogo começa sem Marcelo (constipado) e Xabi
Alonso (idem). Um ficou em Madrid, o outro foi para o banco de suplentes, ao lado de Kaká e Adebayor. Em desvantagem no marcador, são estes três que entram para tentar a reviravolta, mas ninguém consegue importunar Ricardo, o guardaredes do Osasuna. Nem Özil com os seus brilhantes malabarismos, nem Benzema com dois remates, e muito menos Ronaldo, que foi para o intervalo às turras com o provocador Pandiani e largou umas lágrimas aos 52’’, depois de uma duríssima entrada de Damiá. O Madrid perde para um Osasuna que não sabe muito bem como amealhou estes três pontos (dois ataques, um golo, zero defesas de Casillas) e parece aquele jingle dos anos 50: o senhor está constipado/e ficou mal de repente/porque não teve cuidado/porque foi imprevidente...
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AVISO
AVISO COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL 1. Faço saber que, o prazo da concessão por arrendamento do terreno da RAEM abaixo indicado, encontra-se terminado, e, que de acordo com o artigo 3.º da Lei nº. 8/91/M de 29 de Julho, conjugado com o artigo 2.º e o artigo 4.º da Portaria nº. 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que, deverão os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes. Localização do terreno: - Istmo Ferreira do Amaral, n.os 74 a 98, Praça das Portas do Cerco, n.ºs 126 a 150 e Estrada dos Cavaleiros, n.os 101 a 119 (Edifício Arco-Íris).
COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL
2. Agradecemos aos contribuintes que, no prazo de 30 dias após a recepção da notificação do pagamento, ou, até 07/02/2011, se dirijam ao Núcleo da Contribuição Predial e Renda, situado no rés-do-chão do Edifício Finanças, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais. 3. Na falta do pagamento da contribuição no prazo estipulado, proceder-se-á à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada. Aos, 29 de Dezembro de 2010.
A Directora dos Serviços de Finanças, Vitória da Conceição
1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, encontra-se terminado, e, que de acordo com o artigo 3.º da Lei nº. 8/91/M de 29 de Julho, conjugado com o artigo 2.º e o artigo 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que, deverão os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes. Localização dos terrenos: - Estrada Marginal da Areia Preta, n.os 458 a 496, Rua de Ma Kau Seak, n.os 18 a 122 e Rua Nova da Areia Preta, n.os 542 a 592 (Edifício Nam Wa San Chun); - Avenida do Nordeste, n.os 308 a 418, Avenida 1 de Maio, n.os 468 a 556, Rua Nova da Areia Preta, n.os 409 a 501 e Rua de Ma Kau Seak, n.os 167 a 265 (Edifício Kuong Wa San Chuen); - Estrada Marginal da Areia Preta, n.os 168 a 274, Avenida do Nordeste, n.os 171 a 267, Rua Nova da Areia Preta, n.os 252 a 358 e Rua do Canal Novo, n.os 22 a 120 (Edifício Hoi Pan Garden); - Estrada Marginal da Areia Preta, n.os 320 a 416, Rua de Ma
Kau Seak, n.os 19 a 125, Rua Nova da Areia Preta, n.os 408 a 500 e Avenida do Nordeste, n.os 166 a 272 (Edifício Tong Wa San Chun).
2. Agradecemos aos contribuintes que, no prazo de 30 dias após a recepção da notificação do pagamento, ou, até 25/02/2011, se dirijam ao Núcleo da Contribuição Predial e Renda, situado no rés-do-chão do Edifício Finanças, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais. 3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, proceder-se-á à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada.
Aos, 21 de Janeiro de 2011.
A Directora dos Serviços de Finanças,
Vitória da Conceição
AVISO da Direcção dos Serviços de Identificação COMISSÃO DE REGISTO DOS AUDITORES E DOS CONTABILISTAS Aviso
A Direcção dos Serviços de Identificação chama a atenção para o seguinte: >
da RAEM, a substituição do documento de viagem por extravio ou destruição implica a cobrança
Torna-se público que já se encontra finalizada a correcção da segunda prestação das provas para a inscrição inicial e revalidação de registo como auditor de contas, contabilista registado e técnico de contas, realizadas no ano de 2010 nos termos do disposto na alínea c) do artigo 1º do Regulamento da Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas, pela referida Comissão. Os respectivos resultados serão notificados aos interessados até ao dia 18 de Fevereiro, solicitando-se aos mesmos que contactem com a Sra. Vong, através do nº 85990168 ou 85990139, caso não recebam a mencionada notificação.
de taxa adicional, para além disso, é prorrogado o prazo de entrega e poderá ser reduzido o prazo de validade do novo documento concedido. O uso ilícito do documento de viagem extraviado por parte dos malfeitores, pode afectar o titular do documento na entrada nos países estrangeiros. Devem recorrer a agências de viagem e pessoas de confiança para tratar da emissão de visto e da >
Direcção dos Serviços de Finanças, aos 24 de Janeiro de 2011 O Presidente do Júri, Iong Kong Leong
Devem cuidar do seu documento de viagem. Nos termos do Regulamento Administrativo n.º 20/2009
compra de bilhetes de avião, a fim de evitar o aproveitamento ilícito por parte dos malfeitores.
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o Hoje [r]ecomenda
12
«Live in London», Regina Spektor
[f]utilidades Su doku [ ] Cruzadas
HORIZONTAIS: 1- Diz-se do animal corpulento e forte. Que coisas, que pessoas? 2- A do fim. Leite que as crianças sugam do seio. 3- Nome de letra m. Usada pelos caçadores, quando açulam os cães. Escória de tabaco, em forma de pó. 4- Coisa insignificante. Batel chato. Símbolo de neodímio. 5- Quando seguindo de um ponto, é abreviatura de Este. Título honorífico dos soberanos e suas esposas. 6- Elemento de origem grega que significa fogo. Grupo de três pessoas. 7- Que desgarra violentamente. Na antiga numeração romana equivalia a 150. 8- Prata. Boa viagem. Letra J. 9- Água. Des. tédio. Tipo de memória. 10- Género de peixes. Retardado. 11- Árvore brasileira. Ter coragem.
VERTICAIS: 1- Quépi. Árvore da antiga Índia. 2- Olmo. Casta de uva. 3- Insípio, que não tem bom sabor. Elemento de origem grega que significa ódio. Ala, acampamento. 4- Bismuto. Pólvora e projécteis que se metem numa arma de fogo. Xénon. 5- Espera que o caçador faz à caça. Siemens. 6- Período em que uma doença atinge a maior intensidade. Reixa. 7- De quantidade. Aquele que sofre de obstrução. 8- O primeiro. Em posição que a de outrem. Género de palmeiras. 9- Associação Académica de Coimbra. Bolsa de caça. Chefe etíope. 10- Absorto, alheado, estranho ao mundo. Jade. 11- Árvore indiana, de fibras têxteis. Pessoa ou coisa que causa medo.
Soluções do problema HORIZONTAIS: 1-QUIBA. QUAIS. 2-ULTIMA. MAMA. 3-EME. ECO. CUI. 4-PO. CIMBA. ND. 5-E. MAJESTADE. 6-PIRO. TRIO. 7-DESGARRAO. T. 8-AG. ADEUS. JE. 9-BUA. AXI. RAM. 10-ODAX. ADIADO. 11-MOZES. OUSAR. VERTICAIS: 1-QUEPE. DABOM. 2-ULMO. PEGUDO. 3-ITE. MIS. AAZ. 4-BI. CARGA. XE. 5-AMEIJOADA. S. 6-ACME. REXA. 7-Q. OBSTRUIDO. 8-UM. ATRAS. IU. 9-AAC. AIO. RAS. 10-IMUNDO. JADA. 11-SAIDE. TEMOR.
REGRAS |
Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição solução do problema do dia anterior
Ao vivo, a cores e sujeita a uma temperatura elevada, Regina Spektor reage com a naturalidade de quem apenas dá o que tem. É assim «Live in London». O sorriso com que Regina Spektor nos recebe na capa engana porque o seu cancioneiro está longe de ser alegre mas encontra sustento no clima de devoção que o público londrino lhe votou. Dedicada o Daniel Cho, violoncelista e líder da banda de Regina Spektor, morto por afogamento no último Verão, na Suíça, até nisso a tragicomédia está presente neste duplo registo.
[ Te l e ] v i s ã o TDM 13:00 TDM News - Repetição 13:20 Jornal das 24h 14:30 RTPi DIRECTO 19:00 TDM Desporto (Repetição) 19:30 Ganância 20:25 Acontecimentos Históricos 20:30 Telejornal 21:00 Jornal da Tarde da RTPi 22:15 A Muralha 22:58 Acontecimentos Históricos 23:00 TDM News 23:30 Montra do Lilau 00:00 Grandes Livros 00:30 Telejornal (Repetição) 01:00 RTPi DIRECTO INFORMAÇÃO TDM RTPi 82 14:00 Bom Dia Portugal 14:30 Praça Da Alegria 20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo 21:45 Magazine Goa Contacto 22:15 Portugal No Coração TVB PEARL 83 06:00 Taking Stocks 07:00 First Up 07:30 NBC Nightly News 08:00 Putonghua E-News 08:30 ETV 10:30 Inside the Stock Exchange 11:00 Market Update 11:30 Inside the Stock Exchange 11:32 Market Update 12:00 Inside the Stock Exchange 12:02 Market Update 12:30 Inside the Stock Exchange 12:35 Market Update 13:00 CCTV News - LIVE 14:00 Market Update 14:40 Inside the Stock Exchange 14:43 Market Update 15:58 Inside the Stock Exchange 16:00 Tinga Tinga Tales 16:30 ZingZillas 17:00 Olivia 17:30 Eco Company 18:00 Putonghua News 18:10 Putonghua Financial Bulletin 18:15 Putonghua Weather Report 18:20 Financial Report 18:30 Football Asia 19:00 The Works 19:30 News At Seven-Thirty 19:50 Weather Report 19:55 Earth Live 20:00 Peta Unplugged In Marrakech 20:30 Heroes 21:30 Panda Adventure With Nigel Marven 22:30 Marketplace 22:35 Human Target 23:30 World Market Update 23:35 News Roundup 23:50 Earth Live 23:55 Meteor 00:50 The Pearl Report 01:20 Transworld Sport 02:15 European Art At The MET 02:30 Bloomberg Television 05:00 TVBS News 05:30 CCTV News ESPN 30 13:00 2nd Asian Beach Games Muscat 2010 - Highlights 15:00 Women’s Billiards Atlanta Classic 16:00 Australian Iron Woman 17:00 Football Asia 17:30 The Verdict - AFC Asian Cup Special 18:00 Airsports World Series 4 18:30 2010 Bowling World CupMen Finals 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 Planet Speed 2010/11 20:30 Rebel TV Series 21:00 Football Asia 21:30 The Verdict - AFC Asian Cup Special 22:00 Sportscenter Asia 22:30 Commonwealth Bank Series (H/lts) Australia vs. England 23:30 Sportscenter Asia STAR SPORTS 31 13:00 Simply The Best 13:30 Planet Speed 2010/11
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[O]bjectiva Gonçalo Lobo Pinheiro
13 Raio [X]
Capítulos soltos Paulo Themudo Templo no topo das Genting Highlands, Malásia (2010)
Tenho vontade de mais um grito, não me
Para[ ]comer • Pérola 3/F, Sands, Largo de Monte Carlo, no.203 8983 82222888 3352 http://www.sands.com.mo • VINHA Alm Dr. Carlos d' Assumpção 393 r/c AC 2875 2599vinha@macau.ctm.net http://www.vinha.com.mo • FAT SIU LAU (SINCE 1903) Av.Dr.Sun Yat-Sen,Edf.Vista Magnifica Court Rua de Felicidade No.64, R/C Macau 2857 3585fsl1903@macau.ctm.net http://www.fatsiulau.com.mo
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atrevo a perguntar porque te escondes, todos os dias de mim faminto, da vontade de um sexo, • Galo (Tp) Clérigos 45 2882 7318 http://www.yp.com.mo/domgalo • Riquexó Av Sid Pais 69 2856 5655
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• Afonso III Central 11A 2858 6272
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• Bar Oporto Tv Praia 17 2859 4643 • Maria’s Comida Portuguesa Patane 8A 2823 3221
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shaolin Cineteatro | PUB
• Fogo Samba VENETIAN-Grand Canal Shoppes Apt 2412 2882 8499
[ ] Cinema
Sala 1 shaolin [c] (Falado em putonghua/cantonense, legendado em chinês e inglês) Preço: Mop50.00 Um filme de: Benny Chan Com: Andy Lau, Nicholas Tse, Jackie Chan 14.30, 16.45, 19.15, 21.30 SALA 2 karigurashi no arietty [a] (Falado em cantonense) Um filme de: Hiromasa Yonebayashi 14.30, 16.30, 19.30, 20.30
indefeso de saudável coerência do ter nascido, mas me valia ao chão escuro deitar, ter morrido. Tenho vontade de devaneio, não me atrevo a perguntar porque te esqueces, os céus eu bebi-os contigo nos sóis repousados do tempo, as lágrimas guardei-as no meu eu, partilha do corpo à alma serena deste meu desejo infantil, bebo-te os olhos apagados da escuridão da noite, perguntar-te se merece o abraço um recolher, se aos sonhos que tenho só me valho a pena, deitar-me ao teu corpo para me esconder… Tenho vontade de perguntar, se os olhos que te lêem são das palavras satisfeitas o teu grito mais sereno… Tenho vontade de ti… Não me atrevo a perguntar-te… Nada.
[Paulo foi encontrado num capítulo solto]
Anúncio: Sala 3 let the bullets fly [C] (Putonghua, legendado em chinês e inglês) Um filme de: Wen Jiang Com: Yun-fat Chow, Wen Jianf, You Ge 14.30, 16.45, 19.15, 21.30
Tem algum Raio X para mostrar ao mundo? O Hoje Macau recicla as suas radiografias, sem custos, sem uso de maquinaria moderna, sem corpo médico. Basta que as envie ao nosso cuidado para raiox@hojemacau.com.mo e nós tratamos das suas maleitas. Mostre-nos o que os outros não vêem. Sem medo. Ficamos à sua espera. Obrigado.
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opinião ca der n o di á r i o Pedro Correia
SEGUNDA, 24 Cavaco Silva (52,9%)
reeleito Chefe do Estado numa eleição que não entusiasmou ninguém, marcada pela maior abstenção de sempre num escrutínio deste tipo. A expressão do descontentamento popular é cada vez mais notória, como ficou bem patente no voto de protesto (4,5%) no madeirense José Manuel Coelho, até há pouco um total desconhecido para a grande maioria dos portugueses. E também, de alguma forma, na grande votação (14,1%) recolhida pelo candidato independente Fernando Nobre, conhecido como médico e não como político. Houve ainda 4,5% de votos em branco: 190 mil pessoas deram-se ao trabalho de acorrer às urnas para votar assim. É o mais inócuo dos protestos, não chega sequer a ser considerado para as contas finais num escrutínio presidencial. Mesmo assim é um gesto que não deixa de ter significado. Conclusão: os partidos tornaram-se praticamente incapazes de arrebanhar votos dos eleitores. Se assim não fosse, Manuel Alegre (19,7%) teria pelo menos o dobro da votação que teve, já que foi apoiado simultaneamente pelo Partido Socialista e pelo Bloco de Esquerda. É bom que todos os políticos estejam atentos a estes sinais. Incluindo Cavaco Silva. Ou antes: começando por ele mesmo. Presidente de uma República cada vez mais fracassada.
TERÇA, 25 Por uma absurda – e imperdoável – falha do sistema informático, muitos portugueses não puderam votar nesta eleição presidencial. O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, veio hoje pedir desculpa. Se houvesse um verdadeiro escrutínio público dos governantes em Portugal, o ministro não pedia desculpa: pedia a demissão. Nunca se saberá ao certo quantos milhares de portugueses se viram impedidos de exercer um direito que é sagrado numa democracia. Nem se saberá, por maioria de razão, até que ponto este facto gravíssimo poderá ter desvirtuado os resultados eleitorais. Longe vão os tempos em que, num Governo socialista, a culpa não morria solteira. Basta lembrar o gesto digno de Jorge Coelho, então ministro das Obras Públicas, na trágica noite em que caiu a ponte de Entre-os-Rios. QUARTA, 26 Miguel Esteves Cardoso
lamentava esta semana, no Público, que o lote dos filmes seleccionados para o Óscar referente a 2010 – há dias divulgado – seja tão pouco entusiasmante. Percebo bem o lamento. Basta reparar no caso emblemático d’ A Rede Social, já galardoado com o Globo de Ouro: estamos perante uma biografia escorreita mas reverente, narrada com fluência mas sem rasgo artístico – do fundador do Facebook, actualmente o jovem mais célebre do planeta. É um daqueles filmes que nunca chegam verdadeiramente a levantar voo. As cenas que acabam por nos ficar gravadas na memória são as panorâmicas da magnífica
Por uma absurda – e imperdoável – falha do sistema informático, muitos portugueses não puderam votar nesta eleição presidencial. O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, veio pedir desculpa. Se houvesse um verdadeiro escrutínio público dos governantes em Portugal, o ministro não pedia desculpa: pedia a demissão universidade de Harvard, “fundada ainda antes da independência dos Estados Unidos”, como uma personagem faz questão de acentuar. Os Óscares não servem, felizmente, de caução estética a um trabalho cinematográfico. De
c arto o n por Steff
outra forma nem se entenderia que O Mundo a Seus Pés (Citizen Kane), de Orson Welles, continue a ser sistematicamente considerado o mais deslumbrante filmne norte-americano de todos os tempos apesar de a Academia de Hollywood lhe ter negado a estatueta correspondente à melhor película de 1941, o ano em que estreou, entre aplausos de uma parte da crítica e uma implacável campanha negativa conduzida pelos jornais do magnata William Randolph Hearst, que se imaginou retratado na pele do fictício Charles Foster Kane. O rasto de fama que sempre acompanhou este filme deveu-se também, em boa parte, ao facto de ter sido marginalizado na hora da distribuição dos galardões mais cobiçados (Welles levou para casa, à laia de prémio de consolação, o Óscar de melhor argumento original, sem dúvida merecido). Obras-primas do cinema, como Tempos Modernos (Charles Chaplin, 1936), Ninotchka (Ernst Lubitsh, 1939), Do Céu Caiu uma Estrela (Frank Capra, 1946), A Costela de Adão (George Cukor, 1949), Serenata à Chuva (da dupla Gene Kelly-Stanley Donen, 1952), A Desaparecida (John Ford, 1956), Esplendor na Relva (Elia Kazan, 1961), Lillith (Robert Rossen, 1964), 2001 – Odisseia no Espaço (Stanley Kubrick, 1968), Chinatown (Roman Polanski, 1974), Taxi Driver (Martin Scorsese, 1976), Apocalypse Now (Francis Ford Coppola, 1979), A Rosa Púrpura do Cairo (Woody Allen, 1985) e As Pontes de Madison County (Clint Eastwood, 1995), para não falar em filmes mais recentes, não foram contemplados com o Óscar de melhor filme. Alguns não tiveram sequer qualquer nomeação para um Óscar – algo revelador de grave miopia do júri de Hollywood, tantas
o queijo
vezes incapaz de discernir entre um produto industrial e um marco da Sétima Arte digno de fascinar sucessivas gerações. Acontece agora, como acontecia há 70 anos.
QUINTA, 27 Em cada temporada dos Ós-
cares, lembro-me sempre de Howard Hawks. Foi um dos gigantes da arte de realizar filmes. E também um cineasta que nunca recebeu um Óscar em competição. Não por falta de obrasprimas no seu currículo. Mas porque, por algum obscuro motivo, a Academia de Hollywood sempre o considerou um realizador “menor”. Algo muito estranho, já que raros cineastas produziram tantos filmes memoráveis como Hawks, que iniciou a sua actividade ainda no tempo do cinema mudo. Filmes como As Duas Feras (1938), Paraíso Infernal (1939), Sargento York (1941), À Beira do Abismo (1946), Rio Vermelho (1948),ACulpa foi do Macaco (1952), Rio Bravo (1959) e El Dorado (1967). Foi ele quem reuniu pela primeira vez Humphrey Bogart e Lauren Bacall, em Ter e Não Ter (1944). Foi ele quem juntou Marilyn Monroe e Jane Russell, em Os Homens Preferem as Louras (1953). A consagração só surgiu por efeito de ricochete da crítica francesa, que idolatrava Hawks. Hollywood deu-lhe enfim um Óscar honorário em 1974 quando Hawks, de 78 anos, já deixara de filmar. O mesmo sucedeu, por exemplo, com Charles Chaplin e Groucho Marx (Óscares honorários de 1971 e 1973, quando tinham 82 e 83 anos, respectivamente). O génio tarda vezes demais a ser reconhecido.
SEXTA, 28 Primeira sessão parlamentar com o primeiro-ministro desde a eleição presidencial. José Sócrates confirma a falta de nível de que já deu mostras noutros debates. Depois do ‘porreiro, pá’ e do ‘manso é a tua tia’, hoje saiu-lhe de forma bem audível um “Eh pá” em pleno hemiciclo. Ouço os relatos desta triste sessão nos telediários e interrogo-me: como querem estes políticos ser respeitados se não se dão minimamente ao respeito? A tentativa permanente de amesquinhar os adversários, a necessidade imperiosa que sente de mostrar que ainda é um ‘animal feroz’ (expressão que se lhe colou à pele e diz muito dele), a tentação contínua que revela de confundir as funções institucionais com as de comentador político, regressando aos tempos em que fez tirocínio como secretário-geral do PS, nos estúdios televisivos, ao lado de Santana Lopes... Características de Sócrates na Assembleia da República, sessão após sessão. Características que vão degradando a qualidade do debate político em Portugal. E depois alguns destes políticos (a começar por ele) ainda se queixam de que os cidadãos andam indiferentes à política. Ainda bem que o fazem. É um acto de cidadania mostrar indiferença e até desprezo por esta política e estes políticos.
adultos
As crianças apresentam-se como são, sem máscaras. Dizem o que sentem e expressam os seus sentimentos naturais. Os afivelam a máscara do sorriso hipócrita, das falinhas doces, tendo mel nos lábios e veneno no coração. Padre Manuel teixeira [1912-2003]
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15 à fl or da pel e Helder Fernando
D
O que está por entre as brasas da rebelião árabe?
e novo descobrimos um país chamado Egipto. Ainda com enormes contradições, ainda com o sofrimento do seu povo. De um dos consagrados berços da chamada civilização, só são geralmente lembradas as pirâmides, as esfinges, as grandes extensões de areia e o folclore dos filmes sobre múmias mudas e falantes dos barretes pouco cinematográficos impingidos, como muito outros, por Hollywood perante a passividade dos agentes culturais e do empresariado que importa filmes tal como importa ketchup, ração para gatos e quinquilharias pimba. Não eram muito melhores, mas as superproduções da saga “Cleopatra” e outras fantasias, ao menos davam trabalho a muita gente real. As centrais internacionais de informação que colocam online a papinha noticiosa pronta a consumir, não costumam dar notícias que ultrapassem a sua militante incultura. Não todos, mas a generalidade dos grandes órgãos de comunicação social são selectivos, limitativos - por questões ideológicas, culturais, económicas, geopolíticas e também por questões de vassalagem. Quando rebenta uma guerra ou alteração mais grave nos países fora dos eixos euro-americanos, desaguam oceanos de notícias para que, supostamente, as pessoas fiquem a pensar que sabem muito sobre o assunto. Alguns patuscos do corta e cola que toda a gente conhece até julgam que sim e vão tendo sorte... O actual momento em várias cidades do Egipto - não somente no Cairo - mas também na Tunísia, no Líbano, no Iémen, como amanhã na Argélia onde estão proibidas manifestações, na Jordânia ou na Síria, fornece exemplos claríssimos. Existem ditaduras “do bem” e existem ditaduras “do mal”. Ridicularizam-se as “do mal” e almofadam-se as “do bem”. Normalmente, as ditaduras “do bem” são as protegidas pelos governos norte-americanos, e as ditaduras “do mal” são apoiadas pela Rússia ou pela República Popular da China. Há ditaduras e há ditamoles. Voltando ao Egipto. Olho para as
O actual momento em várias cidades do Egipto - não somente no Cairo - mas também na Tunísia, no Líbano, no Iémen, como amanhã na Argélia onde estão proibidas manifestações, na Jordânia ou na Síria, fornece exemplos claríssimos. Existem ditaduras “do bem” e existem ditaduras “do mal”. Ridicularizamse as “do mal” e almofadam-se as “do bem”. Normalmente, as ditaduras “do bem” são as protegidas pelos governos norteamericanos, e as ditaduras “do mal” são apoiadas pela Rússia ou pela República Popular da China. Há ditaduras e há ditamoles imagens em directo transmitidas pela Al Jazeera enquanto teclo este texto quase ao fim da manhã de ontem, segunda-feira. Continuam muito espartilhadas, de ângulos muito apertados, as imagens dos tanques e das pessoas por entre os tanques. Pelos correspondentes no terreno, intuímos que boa parte do povo egípcio continua disposto a não aceitar que o ditador de três décadas continue mais tempo no poder, mesmo aparecendo agora a prometer as reformas que nunca quis fazer. Muito didática esta posição firme das pessoas, especialmente
para os Estados Unidos, mas também para o resto do mundo. Hosni Mubarak já não é obedecido neste esgar de arrogância mandando o recolher obrigatório, deixando-se filmar junto aos seus coronéis e parlando promessas que jamais aceitou realizar.Arebelião popular não acredita nele e ninguém acalma com os seus discursos e dos seus protegidos e protectores. Provocar clima de insegurança com assaltos e pilhagens é o velho truque dos opressores para fazerem cair sobre os que se revoltam e protestam, a culpa do caos. O que por lá se exige é que o presidente
saia rapidamente. Acreditar que depois de 30 anos de repressão, Mubarak ou outro qualquer ditador do género efectue reformas a favor do povo, é acreditar numa anedota. No entanto, não se entusiasmem demasiado os que sonham ver instalados regimes democráticos no mundo árabe e também no mundo islâmico. O terrorismo fundamentalista dito islâmico, mas que de islâmico terá muito pouco ou nada, é um osso duríssimo de roer. Os exemplos da Indonésia e Turquia, que implantaram alguma forma de democracia formal, são ainda pouco significativos. Mas existe bem real, como estamos interpretando, um apetite por democracia e por liberdade, tanto no mundo árabe como no mundo islâmico (este bastante maior do que aquele). Como não há exemplos de democracia política ou qualquer outra nos países da liga árabe, é no Egipto que agora está concentrada a maior atenção sobre o que ali está a acontecer e poderá envolver tipo dominó, em todas as direcções próximas e longe do local onde estamos. Se há 20 anos houvesse internet, telemóveis e televisão por satélite como agora existe, para o mal ou para o bem o mundo, naturalmente incluindo Macau, seria muito diferente do que hoje é. E as mulheres que no mundo árabe são consideradas do modo que se sabe, já teriam tido um papel, que sempre lhes foi negado, na história desses povos. Neste tempo actual, é imparável o avanço em direcção à liberdade. Podem os poderes com tiques tirânicos utilizarem todos os métodos de repressão, perseguir, prender ou matar, é imparável a luta do ser humano pela sua dignificação. No Egipto, como grande exemplo, o povo não pode nem vai parar, mesmo que o até aqui aliado norteamericano engula sapos e mande navios de guerra para as imediações, mesmo que os argumentos religiosos pretendam sobreporse aos políticos e, como sempre, os seus agentes tomarem conta da situação. As transformações na liga árabe devem dar origem - assim o povo livremente queira - a um governo democrático e laico, salvaguardada, naturalmente, a plena liberdade religiosa. Por enquanto não são nítidos nem suficientes os indícios sobre o que o povo egípcio pretende realmente por entre estas brasas de rebelião.
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Medicamentos para obesidade com certa substância oficialmente banidos China Ao estilo dos “ases indomáveis”
A Televisão Central da China (CCTV), o canal de televisão estatal, exibiu um vídeo identificado como um exercício de treino da Força Aérea Chinesa. No entanto, conforme notícia avançada pelo Wall Street Journal, as cenas pertencem ao clássico de Hollywood de 1986 “Top Gun – Ases indomáveis”. O vídeo, cujo objectivo era apresentar o J-10, um novo caça chinês, foi exibido no principal bloco noticioso da CCTV. O avião aparecia a disparar um míssil contra uma outra aeronave inimiga. No entanto, rapidamente blogues e redes sociais foram inundados com comentários que apontavam as semelhanças entre a alegada filmagem e uma cena de “Top Gun”. A polémica atingiu um tal nível que a China mandou retirar o vídeo do site da CCTV, mas não a tempo de impedir que ele tivesse sido copiado e fosse posto a circular. Já a cadeia de televisão não se desculpou nem se manifestou sobre o assunto.
Carlos Castro Renato diz que é inocente
O advogado do modelo Renato Seabra, David Touger adiantou que o arguido no assassinato do cronista social Carlos Castro irá declararse inocente na audiência que decorre no final do dia de hoje. “Iremos lutar vigorosamente contra todos os elementos apresentados pela acusação”, disse. David Touger revelou que Renato Seabra “está bem, especialmente tendo em conta as circunstâncias muito difíceis” e que “ele passou por muito”.
Egipto Novo Governo anunciado
O presidente egípcio, Hosni Mubarak, nomeou ontem um Governo com novos ministros das Finanças e Interior, mas manteve o responsável pela Defesa. O ministro do Interior, Habib el-Adli, que ocupava o cargo desde 1993, foi afastado. O responsável era a cara da repressão policial aos manifestantes que provocou pelo menos 138 mortos e a sua demissão era cada vez mais pedida nas ruas. O novo ministro do Interior é o general Mahmoud Wagdy, que tinha chefiado o departamento de investigações criminais no Cairo e também tinha sido responsável pelas prisões. A crise política no país pode gerar uma “escassez” de petróleo, mas a OPEP prometeu estar pronta para aumentar a produção.
Tabagismo Método para largar o vício
A actividade do cérebro pode ajudar a avaliar a determinação de um fumador para largar o cigarro, segundo um estudo realizado por investigadores americanos que observaram tomografias de uma região do córtex ligada às mudanças de comportamento. O estudo, publicado ontem na revista científica Health Psychology, foi feito com 28 fumadores, que se inscreveram num programa para deixar o vício. Os participantes foram convidados a observar uma série de mensagens sobre parar de fumar, enquanto um tomógrafo registava a actividade dos seus cérebros. Depois de cada mensagem, os pacientes “anotavam de que maneira isto havia influenciado o seu projecto de deixar o cigarro e se havia reforçado a sua determinação”. As pessoas cujo córtex pré-frontal médio manifestava actividade durante as mensagens estavam “significativamente” mais inclinadas a reduzir o consumo do tabaco no mês seguinte.
Sibutraminas e armadilhas
Três meses após os Serviços de Saúde (SS) terem pedido a suspensão do fornecimento de medicamentos que incluíam a substância química sibutramina, o Chefe do Executivo assinou uma ordem para tornar “proibida a importação de quaisquer medicamentos ou matérias-primas que contenham sibutramina”, em vigor a partir de segunda-feira e aplicável a todos os pedidos pendentes de importação. As drogas contendo sibutramina apenas eram vendidas sob prescrição médica e a proibição total foi imposta por se ter
provado cientificamente que os “riscos são mais elevados do que os benefícios resultantes da utilização daquela substância no tratamento da obesidade”. Testes químicos realizados
pela União Europeia e Estados Unidos concluíram no ano passado que os medicamentos à base de sibutramina deviam ser retirados do mercado por associação com o aumento de
casos de enfarte e incidentes cardiovasculares, enquanto a China impôs oficialmente a proibição do fabrico e uso da substância química a 30 de Outubro de 2010. Seguiu-se Hong Kong com uma proibição oficial dois dias depois, com os SS de Macau a emitirem também um comunicado a 3 de Novembro a pedir a suspensão do fornecimento do medicamento, mas a ordem apenas foi oficializada após a publicação ontem em Boletim Oficial. Havia 45 drogas contendo sibutramina registadas em Hong Kong no ano passado antes da proibição.
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Importação de resíduos para Macau é legítima
Macau está a tornar-se um aterro barato para o lixo das regiões vizinhas, alertou um deputado. Mas os serviços alfandegários, em resposta, dizem que não podem fazer nada para impedir que resíduos de couro de cordeiro continuem a ser importados para o território de Macau desde que essa operação cumpra todos os parâmetros legais. O deputado da Assembleia Legislativa (AL) Ng Kuok Cheong alertou, numa entrevista ontem de manhã à imprensa local, para que os Serviços de Alfândega devessem informar outros órgãos do Governo quando o “consignatário” do carregamento de couro fosse deixado em branco durante a importação, e mostrou-se preocupado com a possibilidade de Macau vir a tornar-se num grande conten-
tor de lixo para outros resíduos sólidos com a conveniência da importação e tratamento gratuito. A Alfândega disse mais tarde à televisão da TDM que era lícito omitir o consignatário se se tratar de “operadores de comércio externo”, o que implica que não haja nada de suspeito em deixar-se esse campo em branco. Além disso, a importação de couro é legal, de acordo com a Lei do Comércio Externo e a Alfândega apenas pode deixar que lixo seja transportado para dentro do território se o importador apresentar todos os documentos exigidos. Macau é um porto franco, acrescenta
Kahon Chan
Venha a nós o vosso lixo a Alfândega, o que significa que os bens estão autorizados a entrar no território com uma simples declaração. No entanto, a Alfândega concordou com a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) há um mês, quando esta sugeriu que se resíduos do género voltassem a ser importados para Macau, o importador deveria declarar o endereço da estação de tratamento e armazém de depósito em Macau, de forma a mais bem classificar o destino dos materiais. A Alfândega acreditava não haver outros resíduos a serem transportados para Macau com a mesma abordagem.
Movimento de transportes e comunicações acentuado em 2010
Veículos como nunca antes visto Mais 4% de veículos circularam no território no ano passado, comparativamente a 2009. Das mais de 190 mil viaturas, 106.420 eram motociclos (54% do total) e 76.497 eram automóveis ligeiros particulares (39% do total). Foram ainda emitidas mais 1% de matrículas, tendo sido mais de metade destas atribuídas a motociclos. Durante o ano 2010 foram registados 13.155 acidentes de viação, mais 4% do que em período homólogo, dos quais resultaram 5313 vítimas, dez delas mortais. Se o movimento nas fronteiras
terrestres registou um aumento de 9%, já o número de voos comerciais diminui 7%, ficando Taiwan no topo dos destinos de Macau. Por mar, 121.299 viagens de barco transportaram passageiros entre Macau e Hong Kong, mais 10% do que em 2009, tendo sido o Porto Exterior o local mais utilizado para o tráfego marítimo. Também as viagens entre a China Continental e o território aumentaram 19%. Na área das comunicações foram 1.122.261 utentes de telemóvel no final de 2010, mais 8% relativamente a 2009. As linhas telefónicas fixas rondaram as 170 mil, enquanto que o serviço de internet cresceu quase 20%, com 170.462 utilizadores que fizeram uso de 423 milhões de horas, mais 24% se comparado a 2009.