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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006
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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUARTA-FEIRA 1 DE JUNHO DE 2011 • ANO X • Nº 2380
TEMPO POUCO NUBLADO MIN 22 MAX 33 HUMIDADE 25-80% • CÂMBIOS EURO 11.4 BAHT 0.26 YUAN 1.2
Especialistas | Revisão do artigo 23.º não faz sentido
Uma lei sem grande utilidade prática
O delegado de Hong Kong à Assembleia Nacional Popular, Peter Wong, afirmou que muitas das opiniões veiculadas na ex-colónia britânica podiam ser vistas como “subversivas” ao abrigo do artigo 23.º presente tanto na Lei Básica de Macau como na de Hong Kong. O académico Larry So acredita, no entanto, que por cá o artigo não tem grande aplicação. O jurista António Silva eleva a voz contra a revisão da mini-Constituição só por causa do artigo 23.º, que foi amplamente debatido no território e nunca obrigatório por parte do Governo Central. > PÁGINA 4
º . 3 2 Ouvinte da rádio chinesa
Alimentos proibidos
AMEAÇA DE ÁCIDO CONTRA ADVOGADOS CAI MAL
A SALVO DAS AMEAÇAS DE TAIWAN
• ÚLTIMA
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Não contem muito connosco Eleitores portugueses de Macau ou não têm conhecimento das Legislativas a 5 de Junho ou desesperam com as burocracias de votar por correspondência. >Página 5
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ACTUAL Protestos na Mongólia Interior “não foram políticos”, diz jornal
Sem risco de ser Médio Oriente
MAIS CARTÕES DE CRÉDITO UTILIZADOS NA CHINA A China emitiu 230 milhões de cartões de crédito em 2010, mais 23,9% do que em 2009, dos quais cerca de 62,3%, ou 131 milhões foram activados, segundo os dados da China Bank Association. Em 2010, as transacções efectuadas através de cartão de crédito na China representaram 32% do total de vendas de bens de consumo, o que faz com que o cartão de crédito seja na segunda economia mundial uma importante ferramenta de pagamento. De acordo com os dados do relatório sobre o desenvolvimento do sector bancário na China realizado pela China Bank, as perdas causadas pela fraude de cartões de crédito caíram 32,3% por cento em 2010 para 117,88 milhões de yuans. No final do ano passado, os pagamentos em atraso de cartões de crédito registaram uma queda de 21,4% face a 2009 para 1,6 mil milhões de yuans. ACTIVISTAS QUE EMPURRARAM DONALD TSANG JULGADOS ESTE MÊS O julgamento de dois activistas ligados ao protesto em que o Chefe do Executivo de Hong Kong, Donald Tsang, foi empurrado e ficou ligeiramente ferido no peito, foi agendado para o dia 18 de Junho. O incidente ocorreu em Março quando oito membros da Liga Social Democrata decidiram aproveitar uma cerimónia pública no Museu de História de Hong Kong para protestarem contra a proposta de orçamento para 2011, entretanto apresentada pelo Governo. Na ocasião, um dos manifestantes, de 25 anos, empurrou Donald Tsang e outros interromperam a cerimónia, chegando a danificar alguns acessórios do palco que estava montado para o governante discursar. Wong Chun-kit e Wong Homing, os dois membros da Liga Social Democrata que vão a tribunal, negaram sempre ter-se comportado de forma desordeira e com o objectivo de ferir o líder do Governo.
U
M jornal chinês procurou ontem desdramatizar os protestos na Mongólia Interior, afirmando que as recentes manifestações naquela região autónoma da China “não foram impulsionadas por razões políticas”. Numa das raras referências na imprensa oficial aos protestos da semana passada em Xilinhot, o jornal “Global Times” diz que “é impróprio” compará-los aos violentos tumultos étnicos registados nas Regiões Autónomas do Tibete e do Xinjiang, em 2008 e 2009, respectivamente. “A Mongólia Interior tem sido uma região modelo onde vivem em harmonia diferentes grupos étnicos, mas, como muitas outras áreas étnicas, enfrenta dificuldades de equilíbrio entre o crescimento económico e a preservação da cultura e do estilo de vida de minorias étnicas”, afirma o jornal num editorial intitulado “Contextualizar os protestos mongóis”. “Não houve violência entre grupos étnicos”, acrescenta. O jornal, uma publicação em
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inglês do grupo Diário do Povo, órgão central do Partido Comunista Chinês, reconhece que, “seguindo o dominante princípio de manter a ordem e a estabilidade, a imprensa nacional deu pouco cobertura aos protestos”. Os protestos foram suscitados pela morte de um pastor mongol, no dia 10 de Maio, atropelado por um camião conduzido por um motorista Han, num ambiente de
tensão entre empresas mineiras e os direitos de uso da terra por parte das famílias locais. A Mongólia Interior – uma região 13 vezes maior que Portugal, situada entre a China e a República da Mongólia – tem apenas cerca de 25 milhões de habitantes, a esmagadora maioria dos quais Han, a principal etnia chinesa. Segundo também o “Global Times”, o motorista do referido camião, perten-
cente a uma empresa mineira, já foi detido e as autoridades locais prometeram “proteger os direitos das vítimas e das famílias”. Os protestos reuniram “centenas de estudantes e pastores”, indicou a organização Souh Mongolian Human Rights Information Centre, baseada nos Estados Unidos. A Amnistia Internacional disse que os protestos “mobilizaram milhares de pessoas durante cinco dias” e que o governo local impôs a lei marcial em “algumas áreas da Mongólia Interior. “Os protestos acabaram”, garantiu ontem o jornal “Global Times”. Um perito em assuntos étnicos citado pela publicação afirmou que se trata de “um diferendo puramente económico”. “Algumas companhias mineiras ignoram os interesses dos pastores locais e isso provoca conflitos com os mongóis”, afirmou Xiong Kunxin, da Universidade das Etnias, em Pequim. Em Julho de 2009, conflitos étnicos no Xinjiang, uma região de maioria muçulmana, no noroeste da China, causaram 197 mortos e mais de mil feridos.
PRESOS POR VAZAMENTO DE CHUMBO
PROMOVER A CIÊNCIA E A TECNOLOGIA
O encargo dos metais pesados
Cientificamente mais cultos
S autoridades chineses detiveram 74 pessoas e suspendeu a produção em centenas de fábricas de pilhas e baterias, depois de dezenas de pessoas terem ficado doentes por causa da contaminação por chumbo e cádmio. O Governo da província de Zhejiang, no leste da China, disse ontem que algumas das pessoas foram detidas devido à sua ligação com a contaminação que deixou 172 pessoas doentes, entre elas 53 crianças, perto de uma fábrica de baterias na cidade de Taizhou. Os fornecimentos de água e energia foram cortados para 652 fábricas. As autoridades locais estão a tentar conter a poluição depois de Pequim ter anunciado planos para aumentar a fiscalização da indústria, em resposta a relatos de vários casos de contaminação por metais pesados. O gerente da Taizhou Suqi Stora-
ge Battery Co. foi detido no final de Março e três funcionários do governo central são suspeitos de não terem realizado uma inspecção correcta na fábrica, depois de testes mostrarem que muitos dos que viviam perto das instalações tinham altos níveis de chumbo no sangue. O comunicado divulgado ontem diz que as investigações resultaram em 74 detenções em 56 casos. Contaminação por chumbo pode danificar os sistemas nervoso, muscular e reprodutivo, mas as crianças são mais vulneráveis. “Todas as reparações serão realizadas de acordo com regras rigorosas. Desmontaremos fundições pequenas e ilegais e oficinas de galvanização terão de funcionar absolutamente de acordo com a lei”, disse Cai Xumin, funcionário local encarregado dos trabalhos de descontaminação em Taizhou.
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continente planeia promover os conhecimentos básicos de ciência e tecnologia a 5% da sua população até ao final de 2015. O plano foi divulgado ontem no oitavo congresso nacional da Associação Chinesa de Ciência e Tecnologia (CAST). Segundo uma pesquisa da CAST, o índice de alfabetização científica do país foi de 3,27% em 2010, equivalente ao índice em países desenvolvidos na década de 1990. A CAST determinou a promoção da alfabetização científica como uma das suas principais metas do seu plano de 2011-2015, que também inclui a construção de instalações científicas, divulgação de ficções científicas populares e jogos de pergunta e resposta sobre ciência e tecnologia para diminuir
as várias necessidades de conhecimentos científicos do povo. A CAST quer construir mais bases públicas de educação científica, assim como mais museus de ciência e tecnologia para garantir pelo menos um museu deste tipo em todas as cidades que tenham uma taxa populacional de mais de um milhão de pessoas. A alfabetização científica visa ensinar menores e residentes rurais, com a expectativa de que os agricultores possam aplicar os conhecimentos técnicos nos seus negócios, de forma a aumentar a produtividade. Criada em 1958, a CAST é uma organização não-governamental nacional de trabalhadores científicos, técnicos e engenheiros. A associação tem sociedades e agências locais por todo o país.
Quase cinco horas da tarde, de uma tarde de sábado. Uma noite anterior dormida tarde e à pressa e, como tal, almoço tardio em Coloane. O sol, caminhando já para o ocaso, aparece lá no cimo do monte como uma coroa sobre a cabeça da estátua da Deusa A Ma. Daqui a pouco ele esconde-se lá do outro lado, no continente. Correia Marques, P.19
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LINKEDIN CHINÊS QUER TER 10 MILHÕES DE USUÁRIOS
Não há Facebook, mas há Ushi A
rede social Ushi, resposta da China para o LinkedIn, espera ter um crescimento exponencial nos próximos anos no país, maior mercado de Internet do mundo. O site de contactos profissionais pretende conquistar 10 milhões de usuários em dois anos, frente aos actuais 300 mil e tem a meta de levantar 5 milhões de dólares até o fim de Junho, afirmou o presidente-executivo da Ushi, Dominic Penaloza, em entrevista à Reuters. “Visamos atender uma parcela muito grande dos 40 milhões de usuários de Internet na China que trabalham em empresas ou são
empreendedores. Queremos ter 10 milhões de usuários em dois anos”, disse Penaloza. “Há uma proporção maior de chineses que só fariam negócios com quem conhecem ou com pessoas com quem têm um amigo em comum”, disse o filipino-chinês que cresceu no Canadá. Investidores de capital de risco têm sido atraídos por empresas chinesas de Internet. Ofertas iniciais de acções nos Estados Unidos de companhias como a Youku e a Dangdang estão a crescer enquanto as companhias apresentam a si mesmas como o YouTube e a Amazon da China. O crescimento é motivado pelo
sector de Internet da China, que tem mais de 450 milhões de usuários. A Ushi, lançada em Outubro, tem o apoio da Milestone Capital, da norte-americana Richmond Management e dos fundos de “private equity” Li & Fung e Simon Murray & Co. A base de usuários da Ushi, que significa “profissionais diferenciados” em chinês, dobrou de 160 mil para 300 mil em cerca de 60 dias de Março e Abril, disse Penaloza. O site de contactos profissionais LinkedIn tem uma presença baixa na China e é um dos poucos sites de redes sociais estrangeiros a ainda ter acesso ao mercado chinês.
DIA DE ANOS
Milhares de estudantes chineses com bandeiras comunistas e retratos de Mao Zedong comemoram o 90.º aniversário da fundação do Partido Comunista Chinês num escola em Taiyuan, na província de Shanxi. Rádios por toda a China estão a transmitir há dias a fio canções “vermelhas”.
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COMÉRCIO ENTRE CHINA E PORTUGAL AUMENTA 35,4%
Crescimento disparado O
comércio bilateral entre Lisboa e Pequim aumentou 35,4% entre Janeiro e Abril deste ano face ao mesmo período de 2010 para 1.204,3 milhões de dólares (837,76 milhões de euros), mas ainda claramente favorável à China. Os dados oficiais da alfandega chinesa, ontem divulgados na página do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, indicam que Portugal teve um maior crescimento nas suas vendas a Pequim do que a China a Lisboa, mas
a balança comercial é ainda desfavorável em 614,57 milhões de dólares (427 milhões de euros). Os mesmos dados indicam que Lisboa vendeu a Pequim produtos no valor de 294,86 milhões de dólares (204,95 milhões de euros), vendas que traduzem um crescimento de 45,6% face aos primeiros quatro meses de 2010. Já a China vendeu a Portugal produtos no valor de 909,43 milhões de dólares (632 milhões de euros), um valor 32,4% superior ao registado entre Janeiro e Abril de 2010.
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ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO PARA “EMPREITADA DE CONSTRUÇÃO DA HABITAÇÃO SOCIAL DE MONG HÁ – FASE 2 E DE RECONSTRUÇÃO DO PAVILHÃO DEPORTIVO DE MONG HÁ (ESTRUTURAS DA CAVE)”
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Entidade que põe a obra a concurso: Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas. Modalidade de concurso: concurso público. Local de execução da obra: Situada no terreno adjacente da rampa dos cavaleiros e Rua de Francisco Xavier Pereira. Objecto da Empreitada: Construção de Habitação Pública e instalações de desporto. Prazo máximo de execução: 840 (oitocentos e quarenta) dias, sendo o prazo de execução para estruturas da case do pavilhão desportivo não superior aos primeiros 270 (duzentos e setenta) dias. Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do acto público do concurso, prorrogável, nos termos previstos no programa do concurso. Tipo de empreitada: a empreitada é por série de preços. Caução provisória: $11.600.000,00 (onze milhões e seiscentas mil de patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução aprovado nos termos legais. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber, em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar). Preço base: não há. Condições de admissão: serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem como as que à data do concurso tenham requerido a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar; Dia e hora limite: dia 14 de Julho de 2011, quinta-feira, até às 17,00 horas. Local, dia e hora do acto público: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, sala de reunião; Dia e hora: dia 15 de Julho de 2011, sexta-feira, pelas 9:30 horas. Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar; Hora: horário de expediente; Preço: $12.000,00 (doze mil patacas). Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação: - Preço razoável 60%; - Plano de trabalhos 10%; - Experiência e qualidade em obras 18%; - Integridade e honestidade 12%; Junção de esclarecimentos: Os concorrentes poderão comparecer na sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, a partir de 30 de Junho de 2011 (inclusive) e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.
Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 27 de Maio de 2011. O Coordenador Chan Hon Kit
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POLÍTICA
Artigo 23.º volta a ser alvo de discussão
A saga de um artigo inquietante Visto por alguns como uma lei que pode dar o mote para o impedimento de determinadas liberdades, o artigo 23.º das leis básicas de Macau e Hong Kong continua a dar que falar. Larry So, académico, e António Silva, jurista, explicam ao Hoje Macau os prós e contras de uma cláusula imposta pelo Governo Central Joana Freitas
joana.freitas@hojemacau.com.mo
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IZ que as regiões administrativas especiais “devem produzir, por si, leis que proíbam qualquer acto de traição à Pátria, de secessão, de sedição, de subversão contra o Governo Popular Central e de subtracção de segredos do Estado”, entre outras proibições. O artigo 23.º das leis básicas de Macau e Hong Kong é comentado por todos, mas as opiniões divergem quanto à forma da sua aplicação e mesmo quanto à sua existência e obrigações. Em entrevista ao Hoje Macau, António Silva, jurista no território, explicou que as leis incentivadas pelo artigo 23.º “existem” na RAEM “após amplo debate e discussão pública”. A lei número 2/2009 foi aprovada na Assembleia Legislativa pelo então Chefe do Executivo Edmund Ho e relaciona-se precisamente com a da defesa de segurança do Estado. No entanto, esta é uma lei que pune quem atente severamente contra o Estado ou o Governo Central, pelo que nem todas as formas de manifestação são tidas em consideração, a menos que “tipificadas como crime pela citada lei”, explicaAntónio Silva. A discussão sobre o artigo 23.º voltou ao seio da sociedade depois de, na segunda-feira, o delegado de Hong Kong à Assembleia Nacional Popular, Peter Wong, ter afirmado que muitas das opiniões veiculadas na ex-colónia britânica podiam ser vistas como “subversivas” ao abrigo do artigo. Em declarações à estação de rádio RTHK, Peter Wong sustentou que várias organizações no território “pisaram o risco” com comentários que desafiam as autoridade de Pequim, defendendo que se deveria regular o artigo 23.º da “mini-Constituição” o mais depressa possível. Para Larry So, professor na
Escola de Administração Pública do Instituto Politécnico de Macau (IPM), o “buraco” neste artigo reside no facto de este “não ser muito aplicável nem em Macau nem em Hong Kong”. O académico explicou ao Hoje Macau “que ambas as regiões cumprem o conceito de um país, dois sistemas” e que “entendem o país, mas o sistema [de cada um dos territórios] é diferente”. Larry So considera que muitas das aplicações da lei que se fazem na China “não são aplicáveis” em Macau. Sobre se uma eventual alteração neste artigo da Lei Básica seria um aspecto a considerar, António Silva é peremptório: “Os argumentos já foram debatidos aquando da aprovação da lei. Não vejo necessidade nem oportunidade para remexer na questão”. Deixando bem claro que esta é uma opinião pessoal e que em nada se vincula a qualquer posição oficial, o jurista acredita que o facto do Governo Central ter dado a possibilidade ao território de elaborar a Lei n.º 2/2009 é o suficiente para se perceber que o Continente não fez qualquer exigência ao território. A opção de legislar um diploma que consagrasse a segurança do Es-
tado foi feita por Macau. “Todos os países têm leis de defesa do estado. Não vejo possibilidade nem necessidade de alterar o artigo 23.º, até porque o Governo Central deixou à RAEM o privilégio de elaborar esta lei n.º 2/2009 nesse próprio artigo, quando poderia não o ter feito e ter sido ele próprio a elaborar uma lei e a estendê-la a Macau”, explicou o jurista, dando como exemplo o Brasil, Estado federativo que estende a lei de defesa nacional para todos os estados da federação. Para Larry So, o artigo poderia ser mais “extenso” principalmente no que diz respeito à liberdade de expressão. O académico afirma que “cada cidadão tem o dever de ser e ter comportamento patriota”, mas considera que “dizer o que queremos”, desde que “sem trair a pátria” não pode ser visto como um ataque ao Estado. O professor do IPM vinca a necessidade de cada país ter a sua lei relativa a estes crimes, mas contraria o facto do artigo não estar “específico” no sentido de deixar clara a liberdade de expressão. “No sentido de a opinião ou acção ser contra o estado, o acto deve ser punido por lei, mas não no sentido específico do artigo” no que diz respeito à liberdade de expressão.
MACAU SEM REVOLTAS
Desde a inclusão do artigo 23.º na Lei Básica ou a implementação da lei n.º 2/2009, disse Larry So ao Hoje Macau, que não houve no território qualquer aplicação da lei adjacente ao artigo 23.º. TambémAntónio Silva diz não se recordar de alguém que tenha sido “punido ou sequer processado ao abrigo da lei n.º 2/2009”. Já em Hong Kong, Anson Chan, ex-secretária chefe do Governo da ex-colónia britânica, sustenta que actualmente o número de pessoas que estão contra a legislação do artigo 23.º da Lei Básica é superior ao número de 2003, quando 500 mil pessoas marcharam nas ruas contra uma lei de segurança do Estado e contra o Governo então liderado por Tung Chee-hwa. Rita Fan, membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, apontada como potencial candidata a Chefe do Executivo de Hong Kong em 2012 face à saída de Donald Tsang, defendeu recentemente que o próximo líder deveria avançar com a implementação da lei de segurança do Estado.
A promulgação da legislação, que passou a ser designada como lei anti-subversão, é entendida pelas autoridades chinesas como uma obrigação constitucional do Governo, enquanto activistas e políticos liberais locais vêem nela uma ferramenta de perseguição de indivíduos e grupos dissidentes ou críticos de Pequim. Em Macau, afirma Larry So, mesmo que fosse pretendida “não é possível rever o artigo”. Para o académico, Hong Kong consegue isso mais facilmente, até porque “estão a tentar empurrar essa expansão no artigo, de forma democrata”. Larry
So afirma que “se a vizinha RAEK conseguir, a hipótese fica mais fácil para Macau”. Em sentido inverso, António Silva assegura que “enquanto cidadão, esta é uma questão encerrada” e “que a lei é equilibrada”. Para o jurista, e a título pessoal, o artigo já levantou dúvidas mas não é mau. De qualquer forma, o poder de revisão da Lei Básica pertence à Assembleia Popular Nacional. Mesmo que as propostas de revisão passem por ter de obter concordância de dois terços dos deputados da região à Assembleia Popular Nacional, de dois terços do número total dos deputados à Assembleia Legislativa da RAEM e do Chefe do Executivo do território “nenhuma revisão desta lei pode contrariar as políticas fundamentais relativas a Macau, definidas pela República Popular da China”, salienta o artigo 144.º da Lei Básica.
Cronologia de um artigo • Este Abril deste ano, a Comissão Europeia apontou no seu relatório anual algumas falhas ao território quanto ao impedimento de jornalistas e activistas de Hong Kong no território e quanto ao artigo 23.º O relatório considerava que a implementação deste artigo causava algumas inquietações entre deputados e organizações dos direitos humanos quanto a possibilidade da lei vir a impedir o direito à liberdade. A Comissão Europeia frisou o desejo de ver progressos no sentido de mais democracia para o território. • Em Fevereiro de 2009, a Amnistia Internacional chamou a atenção das autoridades de Macau para que fosse travado o projecto de lei para a segurança nacional. Para a organização, esta poderia vir a tornar-se numa lei abusiva. “Uma vez que o projecto de lei se torne lei, as suas disposições vagas podem ser usadas para prender indivíduos meramente por porem em prática os seus direitos de liberdade de expressão e reunião”, referiu na altura Roseann Rife, directora-adjunta da Amnistia Internacional para a Ásia e Pacífico. “É desapontante que o comité de revisão não tenha tido em conta as potenciais ameaças do projecto de lei para os direitos humanos e tenha realizado apenas pequenas alterações. Ignorando os potenciais abusos neste anteprojecto, os legisladores macaenses deixarão os residentes do território vulneráveis”, acrescentou a responsável. As várias preocupações foram expressas em carta aberta da Amnistia Internacional ao Chefe do Executivo em Janeiro de 2009, na altura Edmund Ho. A proposta era o adiamento da lei 2/ até que todos os “conceitos vagos” fossem clarificados em concordância com as leis de direitos humanos. • Um ano antes das propostas da Amnistia, em Dezembro de 2008, a agência das Missões Estrangeiras de Paris avançava com a notícia de que os católicos de Macau “estariam preocupados com o projecto de lei de segurança nacional”. O texto legislativo, que prevê penas de prisão entre um a vinte anos, dependendo da “gravidade do delito”, foi anunciado por Edmund Ho como uma lei “necessária e que vinha preencher um vazio legal derivado da transferência de Macau por parte de Portugal à China”. • Em 2008, numa conferência organizada por um jornal católico chinês para debater a proposta de lei, os participantes expressaram estar inquietos relativamente ao projecto como “potencial limitador das liberdades”, avança a página da internet da agência das Missões Estrangeiras de Paris . A notícia destaca a posição de Antonio Ng Kuok-cheong, católico e membro do Governo na altura, que considerava que 40 dias de consulta pública previstos pelo governo eram “notoriamente insuficientes” e deveriam prolongar-se. Mas que, sobretudo, o texto legal deveria incluir uma cláusula de “defesa do interesse público”, oponível, em certos casos, às ameaças designadas como “atentatórias contra a segurança nacional”. • Também, em 2008, Paulino Comandante, advogado e católico, acreditava que o projecto de lei pecava de “imprecisão”. Por exemplo, o conceito de “segredo de Estado” não está claramente delimitado, o que, em consequência, põe o Governo em posição de força em sua relação com os cidadãos de Macau. Para Chio Chu-Ching, secretária-geral do centro pastoral de juventude da diocese de Macau, os jovens, que têm costume de discutir problemas sociais na Internet, “temem que seus comentários em fóruns sejam vigiados e sejam acusados depois de infringir a lei sobre a segurança nacional”, advertiu, precisando que os jovens consideravam que a sua liberdade de expressão seria impedida, o que conduziria a um completo desinteresse pela política.
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LEGISLATIVAS | ATRASO NO ENVIO DAS CÉDULAS DE VOTO CONDICIONA PARTICIPAÇÃO DE MACAU
Boletim que nunca chega E
NTRE os 11.100 eleitores recenseados em Macau, enquanto uns aguardam pelo boletim para participar nas legislativas de 5 de Junho, há outros que ignoram o apelo por não serem falantes de português ou não terem qualquer ligação ao país. Os votos têm de ser enviados até sexta-feira, mas o economista Albano Martins aguarda ainda pela carta que lhe permitirá votar. “Em 2009 não consegui votar. Fui todos os dias aos correios durante uma semana”, relatou à Lusa, prevendo que o problema se repita. Albano Martins entende que o voto por correspondência “não faz qualquer sentido” porque “é mais caro” para as pessoas e até para o Governo português e defende que o método “podia variar consoante os sítios e características de cada consulado ou de cada representação portuguesa”. O presidente do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas, Fernando Gomes, subscreve que o método “é o maior problema”, ao defender que “os boletins poderiam ser concentrados no consulado” que, como detém os cadernos eleitorais, podia verificar se algum falhou o destino.
Para Arnaldo Gonçalves, professor de Ciência Política e Relações Internacionais é “obrigação” do país “conceder todas as condições” para o exercício do voto. “Eu sou expatriado, mas tenho formação política e uma cultura política muito fortes, agora veja-se quem não tem”, disse, definindo o método de voto “uma barbaridade no tempo das tecnologias de informação”. José Miguel Encarnação, candidato de Macau e cabeça de lista do Partido Nacional Renovador à Assembleia da República pelo Círculo Fora da Europa, concorda que o método de voto é “burocratizado” e pode até ser “factor penalizador da sua candidatura”, dado que as instruções vêm em português, condicionando o eleitorado de origem chinesa. E, se para Fernando Gomes há uma “noção” dos candidatos, pois “as pessoas conhecem minimamente tanto (José) Cesário como (Carlos) Páscoa (PSD)”, para Arnaldo Gonçalves “não sabem que há dois deputados eleitos para esta região”. Até porque o trabalho dos dois deputados da emigração em prol da comunidade é “zero” ou “absolutamente
nada”, resumem Arnaldo Gonçalves e Albano Martins. Para José Encarnação “não chega virem a Macau e falar com os presidentes e directores de associações de chamada matriz portuguesa porque eles não representam os portugueses de Macau”. “Quem representa os portugueses são os deputados da Assembleia da República”, disse, ao constatar que “há uma inversão de papéis”. Opinião diferente tem Fernando Gomes que considera que “têm feito o possível” e apresentado até “grandes iniciativas legislativas”. Em sintonia estão, contudo, na ideia de que os deputados devem ser residentes num território do círculo que os elege pois “não faz sentido” que alguém represente uma região com a qual não tem qualquer tipo de laços. Para Fernando Gomes ter sido “emigrante já era uma mais-valia” e poderia servir para “motivar politicamente a diáspora”. Entre o universo de eleitores estão cerca de 2000 expatriados, bem como entre 5000 a 6000 luso-descendentes e residentes locais, que por não serem falantes de português ou terem ligação a Portugal não manifestam interesse em votar.
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Inspecções têm dado resultados negativos para alimentos de Taiwan
Gonçalo Lobo Pinheiro glp@hojemacau.com.mo
Só um medicamento suspeito
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ODOS os produtos alimentares provenientes de Taiwan testados até ao momento estão livres do composto molecular DEPH. No entanto o plastificante orgânico pode ter sido detectado num medicamento usado para curar maleitas do estômago. “Hoje [ontem] efectuámos testes num medicamento aquoso e conseguimos identificar uma substância plastificante suspeita”, admitiu o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, que relembrou que a substância em questão pode produzir “prejuízos nos órgãos sexuais masculinos, apesar da sua baixa toxicidade”. O medicamento já está a ser retirado do mercado e os SS já avisaram os médicos para não o prescreverem. “Nenhum hospital nem centro de saúde está a usar este medicamento”, garantiu. Apesar disso ainda não é totalmente certo que todas as farmácias do território já tenham colocado de parte o “Scrat”. “Foram importados 4000 pacotes deste excipiente. Amanhã [hoje] saberemos com pormenor como correu a sua recolha.”
A
SOCIEDADE
Seja como for, o Governo de Macau pede alguma contenção nesta situação, pois o DEPH só fará efectivamente mal se for ingerido durante muito tempo. “A situação é preocupante mas queremos deixar bem claro que o composto ingerido pelo organismo humano pode ser
Administração encerrou a contabilidade pública dos primeiros quatro meses do ano com as despesas a traduzirem apenas um terço das receitas e com um saldo positivo de 22.747,8 milhões de patacas. Dados provisórios da execução orçamental indicam que entre Janeiro e Abril, as receitas públicas totais da Administração atingiram 33.146,7 milhões de patacas contra despesas totais de 10.398,9 milhões de patacas, números que permitiram encerrar a contabilidade com um saldo positivo de 22.747,8 milhões de patacas. As receitas públicas totais estão a crescer 46,5% face ao mesmo período de 2010 e estão cumpridas 47,3% do previsto no orçamento, ao mesmo tempo que as receitas correntes – calculadas em 33.111,2 milhões de patacas subiram 46,8% e estão cumpridas em 47,2%. No capítulo da receita, destacam-se os impostos directos de 35% sobre o sector do jogo (sobre as receitas brutas dos casinos) que nos primeiros quatro meses
expelido pela urina ou suor no máximo de 48 horas. Por isso aconselhamos a todos que bebam muita água”, referiu Lei Chin Ion. Contrariamente ao que está a suceder em Hong Kong, as pessoas que se sentirem incomodadas com esta situação podem dirigir-se a um hospi-
tal ou centro de saúde para fazer uma análise sanguínea à toxicidade do DEPH. “Não iremos promover nenhum teste em massa mas quem quiser pode fazer as análises.”
BEBIDAS A SALVO
Aparentemente as bebidas de Macau estão a salvo de qual-
quer tipo de contaminação. Apesar de, em Taiwan, existirem cerca de 165 produtores e 505 produtos susceptíveis de terem na sua composição o DEPH, o Governo da RAEM garantiu ontem que até ao momento os lotes de produtos que foram importados da Formosa não apresentam qualquer tipo de problema. “Estamos a trabalhar no sentido de inspeccionar os produtos alimentares – bebidas e alguns alimentos sólidos - que nos parecem suspeitos. Até ao momento podemos dizer que não encontrámos nenhum produto em Macau com o composto plastificante”, afirmou o presidente substituto do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), Lei Wai Nong. O Governo promete atenção a todos os detalhes e adianta resultados mais concretos para daqui a dois ou três dias. O seu foco de inspecção tem incidido em dois tipos de lojas: cafés e lojas tipo “take-away”. “Estamos a
ADMINISTRAÇÃO GASTOU APENAS UM TERÇO DAS RECEITAS ATÉ ABRIL
Dinheiro a sobrar totalizaram 27,844,8 milhões de patacas, mais 46,8% do que no mesmo período de 2010 e 47% do previsto para todo o ano de 2011. Os impostos sobre o sector do jogo são pagos no mês seguinte ao mês de referência pelo que os números da execução orçamental ainda não reflectem os recordes de receitas dos casinos obtidos em Abril (serão incluídos nas contas de Maio) e de Maio (que serão introduzidos nos dados de Junho). No capítulo da despesa, Macau registou gastos totais de 10.398,9 milhões de patacas, mais 115,6% do que no mesmo período de 2010, mas correspondente apenas a 20,9% do orçamentado. Já as despesas correntes, totalizaram 10.140,8 milhões de patacas, mais 116,5% do que entre Janeiro e Abril de 2010 e 28,1% do previsto para os 12 meses de 2011.
inspeccionar estes dois tipos mas não podemos colocar de lado a possibilidade de fiscalizar outras lojas”, garantiu o subdirector dos Serviços de Economia, Tai Kin Ip. Tal como em Hong Kong não se esperam, para já, quaisquer tipo de restrições aos produtos importados de Taiwan. Os próximos dias serão conclusivos. O DEPH é um composto orgânico da família dos ftalatos com propriedade plastificantes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já o inseriu na categoria B de compostos causadores de doenças oncológicas. Nunca foi testado em humanos mas segundo os testes efectuados em laboratórios a animais, o DEPH é culpado por problemas associados ao órgãos sexuais masculinos – problemas ao nível testicular e crescimento do pénis -, às alterações hormonais e, em doses clinicamente relevantes, pode provocar problemas cardíacos.
Ainda no campo das despesas, os Investimentos do Plano – orçados em 11.370 milhões de patacas estão apenas cumpridos em 0,9% com uma despesa de 107,1 milhões de patacas, o que traduz uma diminuição de 15,4% face aos primeiros quatro meses de 2010. O aumento da despesa é justificado pelas transferências para as entidades autónomas e pelo pagamento no primeiro trimestre do Plano de Comparticipação Pecuniária quando o Executivo entregou a cada residente permanente um cheque de 4000 patacas e 2400 patacas a cada residente não permanente. Entre receitas e despesas, a Administração, que estimou encerrar 2011 com um saldo orçamental positivo de 20.396,5 milhões de patacas tinha no final de Abril um saldo positivo acumulado de 22.747,8 milhões de patacas que traduzia um aumento de 27,8% face ao mesmo período de 2010 e 111,5% do previsto para os 12 meses do ano.
EXPORTAÇÕES CAEM EM ABRIL
O valor total das exportações de Macau ficou-se pelos 590 milhões de patacas em Abril, o que representa um de decréscimo de 14,4% face ao período homólogo do ano anterior, de acordo com os Serviços de Estatística e Censos. O valor total das importações, pelo contrário, ascendeu a 4,36 mil milhões de patacas, ou seja, subiu 25,2%, em comparação com o do mesmo mês de 2010. Contas feitas, Macau teve um défice de 3,77 mil milhões de patacas na balança comercial do mês em análise. Entre os produtos exportados, o vestuário de malha sofreu uma diminuição de 23,5% em relação a Abril de 2010. Nas importações, os telemóveis mantiveram tendência ascendente, com uma subida de 84,7%.
Macau e HK apostam no intercâmbio de funcionários com a China
Laços de família e de trabalho Joana Freitas
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C
ERCA de 6000 funcionários públicos de Hong Kong vão ter aulas e seminários de formação no Continente este ano, um aumento a dobrar, se contarmos com os 3000 que têm vindo a formar-se anualmente, desde há quatro anos. Este é um sinal de grande integração entre Hong Kong e o Continente, uma vez que o Governo de Hong Kong está a dobrar o seu programa de intercâmbio de funcionários públicos para serem formados na China, onde aprendem desde as leis e a estrutura política do país, ao ambiente social e económico. A administração da vizinha ex-colónia britânica gasta 17 milhões no programa, disse ao “South China Morning Post” Anthinynmak Chi-yuen, secretário para os serviços da função pública, “mais sete milhões do que no passado”. Para os representantes do Governo vizinho, Hong Kong faz parte da China e precisa, por isso, de saber informar os seus cidadãos sobre quais os desenvolvimentos que se fazem sentir no continente e como funciona o país. O mote “um país, dois sistemas” é o pontapé de saída para a
integração constante quer de Hong Kong, quer de Macau. Alguns trabalhadores dos dois territórios vão começar a ter formação num centro que vai abrir na China, na Academia Chinesa de Governação no Instituto Oficial do País para os Oficiais do Governo. No centro foram investidos 200 milhões de yuans e podem encontrar-se salas de aula, instalações desportivas e dormitórios. A questão de Hong Kong e Macau poderem ser influenciados com a estrutura política da China pode não ser motivo para alarme, apesar de ainda fazer mexer muitos sentimentos controversos. “Há cidadãos e funcionários que se preocupam com eventuais mudanças na nossa anatomia sempre que ouvem falar do continente. Mas o que há de mau em seguir os desenvolvimentos do Governo Central, que ajuda Hong Kong?”, disse So Ping Chi, funcionário sénior e presidente da Associação de Oficiais do Governo. Em Dezembro, oficiais da Administração afirmaram que a intenção destes era que os funcionários soubessem não só a lei básica das suas regiões, Macau e Hong Kong, mas a lei nacional, de forma a que nutrissem ligações ao país, para servirem melhor sob o princípio de “um país, dois sistemas”.
Estas formações não são novas, e existem há pelo menos 20 anos em Hong Kong. Em 1991 mais de mil oficiais dos governos de Macau e Hong Kong tiveram este tipo de cursos e estudaram assuntos como o desenvolvimento económico nos diferentes locais da China. Duas das universidades de topo do continente - a Tsinghua e a Peking - ofereceram cursos desde 1993 e 2004, não só destinadas a funcionários seniores da administração pública, como a directores executivos e arquitectos Mais compreensão política, económica e social do continente, foram os objectivos das formações. Em Hong Kong, e aparentemente em contrário ao sentimento de Macau, 14 anos depois da entrega da ex-colónia britânica à China, o cepticismo acerca da educação nacional mantém-se, com alguns a defenderem que o objectivo do
Governo Central não é mais do que fazer uma lavagem cerebral com o Partido Comunista. As opiniões, contudo, divergem e são em maior número aqueles que acreditam que consideram que as aulas oferecem um fórum aberto para francas discussões entre funcionários das duas regiões administrativas especiais, académicos e oficiais chineses. “Não creio que aqueles que dão a formação pretendam apenas dar pontos de vista das autoridades do continente”, disse So Ping Chi. “As aulas envolvem choques culturais a nível das diferentes formas de trabalhar, muitas não aplicáveis a Macau ou Hong Kong pela sua diferença nas leis básicas de cada região”. So disse ainda, por exemplo, que “a forma como as autoridades do continente despejam residentes para projectos de construção não funcionam do ponto de vista das regiões”.
CONHECER PARA RESOLVER
Um agente da polícia de Hong Kong, desde 1982, disse ao “South China Morning Post” não considerar a China como um tabu. Mas afirmou que não era só o público do território mas também as próprias autoridades quem tinham dificuldade em perceber que o “continente era uma proximidade útil”. Para o agente, os intercâmbios entre o país e as regiões ensinava a quebrar alguns estereótipos sobre a China. Dando como exemplo o seu trabalho, o agente afirmou “quando há delitos cometidos por nacionais do continente em solo de Hong Kong é mais fácil resolvê-los se for conhecida a política do país”.
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Em Macau, são anualmente feitos acordos de cooperação entre o território e a China. O mês passado teve lugar o seminário na área do Direito Internacional para os trabalhadores da função pública do território. Depois da assinatura de um acordo de cooperação entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China e o Governo da RAEM, “o desenvolvimento da diplomacia chinesa” foi o tema de mais uma formação que contou com a presença de peritos do continente. Forinda Chan, secretária para a Administração e Justiça, salientou na abertura do seminário as “várias acções de formação” que se têm vindo a desenrolar desde 2003, data em que foi primeiramente proposto o acordo sobre os Projectos de Formação na área do Direito Internacional, e que contaram com a participação de mais de 500 trabalhadores da função pública do território. Os três temas em formação, cujos conteúdos reflectiram a “conjuntura internacional e as políticas do país”, visavam precisamente a governação sobre o método “um país, dois sistemas”. Liu Zhenmin, Ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros, disse na altura que no total foram 550 mil os funcionários de direcção e chefia das funções públicas de Pequim e do território que participaram nos seminários anteriores. Para o responsável, a área do direito internacional “é o alicerce e a forma de cooperação” para o intercâmbio entre Macau e China e a temática que acompanha o desenvolvimento do território.
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DESPORTO O
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Uma prenda difícil de ganhar
“uma crónica falta de dinheiro”, compensada com o investimento de mecenas, época a época para “manter uma equipa de futebol”, Conceição Júnior sublinha o trabalho feito nos anos 80 e 90, primeiro sob a direcção de Eduardo Atraca
e mais tarde pela mão de Fernando Lopes, “presidente e treinador, que lhe deu novo fôlego”. “Tudo isso serviu de lição e o Sporting ganhou vida em 2009”, garantiu à agência Lusa o líder actual, apesar de admitir que “o clube parte com
EQUIPA DE JAIME PACHECO SOBE AO PRIMEIRO LUGAR DO CAMPEONATO CHINÊS
Promessa a cumprir-se A
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Sporting Clube de Macau festeja 85 anos e sonha com nova sede
ANTÓNIO FALCÃO | BLOOMLAND.CN
Sporting Clube de Macau, prestes a comemorar 85 anos, mantém a sua equipa de futebol no campeonato local, não descarta outras modalidades e ambiciona uma sede para juntar os sócios e simpatizantes. Fundado a 15 de Setembro de 1926, duas décadas após a criação do clube em Portugal, o Sporting de Macau tem actualmente 120 sócios, número que Conceição Júnior, actual presidente da direcção, considera “significativo no contexto de Macau”. Já quanto à sede, explicou, um objectivo de qualquer associação ou clube “parece ser algo que está fora das posses do clube no actual panorama de Macau”, por se tratar de “algo muito caro e incompatível com os recursos” existentes. Ao longo dos 85 anos de existência, o Sporting Clube de Macau teve várias sedes. Conceição Júnior não tem memória de todas, mas recorda-se do clube já ter ocupado o primeiro andar da Caixa Escolar e de, mais tarde, se ter instalado junto ao Hotel Royal, naquele que viria a ser o seu último espaço físico na cidade. Recordando a vida atribulada do clube, que tem sofrido
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equipa treinada pelo português Jaime Pacheco, o Beijing Guo’An, subiu ontem ao primeiro lugar da Super Liga chinesa de futebol, com um ponto de vantagem sobre o mais directo rival, o Guangzhou, que empatou em casa 1-1. Ao vencer o Shenzhen Ruby por 4-0, o Beijing Guo’An confirmou-se também como a mais concretizadora das 16 equipas que disputam a principal competição de futebol na China, com 20 golos em nove jornadas. A equipa treinada por Jaime Pacheco soma agora 20 pontos, seguida do Guangzhou
(19) e do Xangai e do Hangzhou, ambas com 17 pontos. O técnico português começou a treinar o Beijing Guo’ A n em Janeiro passado. Trata-se de um dos mais prestigiados clubes da China, fundado em 1992, quando a profissionalização do futebol foi autorizada, e em 2009 sagrou-se campeão do país. Na última temporada, porém, o Beijing Guo’A n ficou em quinto lugar, um dos piores resultados da sua história, e, entretanto, a equipa perdeu quatro dos seus melhores jogadores. A Super Liga chinesa decorre até ao início de Novembro.
uma desvantagem de 20 anos em relação a outros de raiz portuguesa em Macau”. Conceição Júnior quer os sócios e simpatizantes em Macau a participar na vida colectiva do clube e a participação “em projec-
tos para actividades desportivas, culturais, como a investigação da história desportiva do Sporting e de Macau”. A “diversificação desportiva” é também uma aposta do renovado Sporting Clube de Macau, não excluindo a criação de novas modalidades além do futebol, até porque o colectivo já chegou a ter uma secção de corrida de velocidade. Com o contributo do Sporting Clube de Macau, Conceição Júnior gostaria ainda de assistir à criação de um Museu do Desporto de Macau, assim como de jornadas sobre desporto de competição e desporto para todos. “São questões para as quais o Sporting Clube de Macau gostaria de contribuir, ainda que modestamente, por uma questão de cidadania desportiva”, concluiu. Os 85 anos do clube vão ser assinalados com um jantar comemorativo esta sexta-feira.
DIRIGENTE DA FIFA DIZ QUE QATAR COMPROU MUNDIAL 2022
Quem pode, pode A
FIFA tem sido uma fonte inesgotável de escândalos e suspeitas de corrupção. Desta vez foi Jack Warner, um dos “vices” que foi suspenso, a revelar o conteúdo de um email que lhe foi enviado pelo secretário-geral do organismo, Jerôme Valcke, em que o francês sugeria que o Qatar teria “comprado” o direito de organizar o Mundial 2022 quando se referia ao qatari Mohammed bin Hamman, que retirou a sua candidatura à presidência da FIFA por alegações de corrupção. “Se calhar, ele pensava que podia comprar a FIFA como o Qatar comprou o Mundial”, escreveu Valcke no email a Warner. O Qatar não demorou muito a pedir explicações sobre estas alegações do dirigente francês, defendendo-se de quaisquer acusações de corrupção. Valcke, entretanto, já explicou o conteúdo do email,
admitindo que este é verdadeiro, mas negando que estava a sugerir actos de corrupção por parte da candidatura do Qatar. “O que eu quis dizer foi que o Qatar usou o seu poder financeiro para fazer ‘lobby’. Não fiz quaisquer referências a alguma compra de votos ou a outros comportamentos que não fossem éticos”, afirmou Valcke em comunicado, acrescentando que não há qualquer inquérito aberto na comissão
de ética da FIFA respeitante ao processo de atribuição do Mundial 2022. Mohammed bin Hamman retirou a sua candidatura à presidência da FIFA, em que era o único adversário do actual presidente Sepp Blatter, depois de ter sido acusado do suborno de 25 membros das Caraíbas durante um acto de campanha. A FIFA escolhe o seu novo presidente na quarta-feira.
vida
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“D
AR o bom exemplo” foi o mote de lançamento da cerimónia de apresentação na Embaixada de Portugal em Pequim do projecto “Livre de Carbono”. Associada à empresa Ecoprogresso, a Embaixada de Portugal deu o primeiro passo ao entrar voluntariamente na contagem dos valores de dióxido de carbono emitidos durante o ano passado. Renato Roldão, director da Ecoprogresso em Pequim, apresentou os resultados das medições, feitas através de cálculos específicos a todos os gastos da embaixada e dos seus funcionários enquanto em serviço. Contas feitas foram emitidas 50 toneladas. “É um valor pequeno
VEÍCU
Um veículo p de Ciências e percorrera 2. reuniu cerca
Embaixada em Pequim é a primeira livre de carbono na China
Portugal, o pioneiro apesar de tudo e proporcional mas há formas de o diminuir”, disse Renato Roldão. Para o embaixador José Tadeu Soares, a responsabilidade ecológica não diz respeito apenas aos Estados mas a cada indivíduo. O embaixador português frisou que “uma vez que estamos a ter as nossas emissões na China, é aqui que devemos contribuir para a diminuição deste valor.” Reduzir a pegada ecológica é a meta traçada com o projecto que vai arrancar nos próximos dias. Renato Roldão explicou que tudo será medi-
do e que pequenas alterações podem significar bastante ao fim de um ano. “Das cinquenta toneladas emitidas, setenta por cento corresponde a gastos com electricidade” disse o especialista ambiental. Mudar todas as lâmpadas para modelos de baixo consumo e introduzir sensores de movimento nas paredes podem ser formas de diminuir a factura ambiental ao final do ano, segundo Renato Roldão. Com a presença da empresa SUV TUD, uma empresa alemã que atesta a validade da contagem das
GREENPEACE | CAMPANHA CONTRA EMPRESAS DE CONSERVAS DE ATUM
emissões de CO2, e da China Beijing Environment Exchange, a cerimónia na embaixada portuguesa contou também com diferentes empresários do sector que quiseram estar presentes na apresentação da primeira embaixada verde. Portugal comprou créditos de carbono no mercado chinês relativo às emissões do ano passado. Um comportamento seguido cada vez mais por empresas, a compra de créditos de carbono não é contudo, o objectivo último do projecto da missão diplomática portuguesa. O
CHINA PRODUZ MAIOR TURBINA EÓLICA DO MUNDO
Uma ventania
Mais contenção na pesca excessiva A
Joana Freitas
Joana.freitas@hojemacau.com
A
campanha da Greenpeace contra o excesso de pesca do atum continua e depois do Reino Unido, os guerreiros do arco-íris voltam-se para o Canadá. Desde sexta-feira que a maior empresa de conservas de atum do Canadá, a marca Leaf Clover, está a ser invadida por e-mails, manifestações e mensagens de ambientalistas. O objectivo é fazer com que a companhia pratique a pesca do atum de forma mais sustentável, diz a Greenpeace. A empresa actualmente utiliza um método de pesca “extremamente destrutivo”, completa a Greenpeace, como pesca de arrasto utilizando outros tipo de peixe e que capturam outras espécies marinhas além dos atuns - tubarões, raias e tartarugas -, e especialmente sobre-pesca. “Esta captura vergonhosamente esbanjadora, conhecida como captura acessória, está A a fazer com muito peixe deixe de existir nos nossos oceanos e, muitas vezes, nas comunidades costeiras que mais precisam deles”, revela a Greenpeace. A campanha para tornar mais eficazes e amigas do ambiente as empresas de conservas de atum já não é nenhuma novidade. A última campanha da Greenpeace, contra a fábrica Tesco do Reino Unido, conseguiu alcançar o sucesso e a companhia comprometeu-se a tornar-se mais sustentável, eliminando o uso de pesca destrutiva e o desperdício com a pesca de arrastão.
A empresa, utiliza agora métodos como a pesca à linha, entre outros mais conservadores. Esta campanha acedeu não só à Tesco, como a outras empresas: Sainsburys, Morrisons, Marks and Spencer, Waitrose e Co-op. Apenas a John West se recusou até agora a fazer parte da pesca amiga do ambiente. Muitas destas empresas estão também apoiar publicamente a reserva marinha do Pacífico, comprometendo-se a não poder pescar nestas regiões. Juntamente com as nações insulares do Pacífico, a Greenpeace tem vindo a ajudar a apoiar estas
enormes reservas marinhas - e obtendo ajuda de grandes empresas do Reino Unido, Austrália e Alemanha. Agora, a campanha virou-se para o Canadá. “É hora da Leaf Clover seguir o exemplo de outras grandes empresas na indústria de conservas de atum”, salienta a Greenpeace. Activistas da Greenpeace no Canadá foram para fora e aproximadamente na quinta-feira em foram até Vancouver e Montreal distribuir latas de atum com informação privilegiada sobre a vida desperdiçada de outras espécies marinhas associadas com o atum Leaf Clover.
investimento na compra de créditos no mercado chinês foi feito numa empresa de energias renováveis em Hunan e teve um custo total de 1500 yuans, sendo 30 yuans por tonelada. Para Renato Roldão, “o importante não é ser neutro através da compra de créditos mas de reduzir mesmo a pegada de carbono”. Uma ideia partilhada pelo chefe da missão portuguesa em Pequim e louvada pelo director da China Beijing Environment Exchange, que repetiu várias vezes que “Portugal está a dar um excelente exemplo”.
Sinovel Wind Group Co., maior fabricante de gerador de energia eólica da China, apresentou a sua turbina eólica de 6 megawatts desenvolvida independentemente pelo país, que pode ser utilizada em centrais em terra, em alto-mar e em zonas entre marés, anunciou ontem Tao Gang, vice-presidente da companhia. É a primeira deste tipo produzida no país.Até a China concluir a produção da sua turbina, a Alemanha era o único país que havia desenvolvido independentemente o equipamento, a maior do mundo em termos de capacidade, e também é o único país que realizou o teste do modelo em ambiente natural. Com lâminas de 128 metros de diâmetro, o modelo tem uma maior capacidade de captura do vento e é mais eficaz na utilização de recursos eólicos que outras turbinas, declarou Tao.Aprodução local da turbina acelerará o desenvolvimento de energia eólica no mar na China. Considerando a crescente escassez de recursos terrestres e
metas de redução de emissões, os países europeus e os Estados Unidos estão promovendo o desenvolvimento da energia eólica no mar. Ao longo da próxima década, a Grã-Bretanha e a França planejam instalar 7,6 mil turbinas eólicas no mar, cada unidade com uma capacidade de mais de 5 megawatts. A China também está a dedicar-se à exploração nesta área. A sua primeira central eólica no mar de 100 megawatts entrou em operação em Xangai em Agosto de 2010, com 34 turbinas de 3 megawatts instaladas, todas fabricadas pela Sinovel. No mesmo ano, o país concluiu o concurso público para centrais eólicas no mar totalizando 1 gigawatts em capacidade na província de Jiangsu, leste do país. A construção das centrais eólicas começará este ano. Até o final de 2010, a capacidade instalada cumulativa nacional de energia eólica somou 44,7 gigawatts, a maior no mundo, representando 23% do total mundial, segundo dados da Comissão de Energia Eólica da China.
Planeta em números
80%
É a percentagem de florestas mundiais que foram devastadas pelo homem.
ULO FAZ 2568 QUILÓMETROS COM UM LITRO DE GASOLINA
protótipo da Universidade de Coimbra conseguiu percorrer 2.568 quilómetros com apenas um litro de gasolina, arrebatando o 3.º lugar no Shell Eco-marathon 2011. A equipa da Faculdade e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), que reuniu alunos de engenharia automóvel e de engenharia mecânica melhorou a distância percorrida desde a edição transacta, onde .204 quilómetros. Com apenas um litro de gasolina sem chumbo 95, a uma velocidade média de 30 km/h, o Eco Veículo da FCTUC conquistou o 3.º lugar na categoria. Nesta prova, que a de 250 participantes nas várias categorias, de diversos países do mundo, a vencedora foi uma equipa francesa, que percorreu 3.688 quilómetros com um litro de gasolina.
Click ecológico
POBRES RINOCERONTES
Outras embaixadas pensam em seguir o modelo. Fontes diplomáticas da Embaixada de Itália confirmaram que a mesma ideia deve em breve ser adoptada. Itália quer desta forma aproveitar para mostrar a sua tecnologia disponível para redução de emissões de CO2. A Escola Internacional de Negócios UE-China (CEIBS), uma instituição que existe em Xangai e Pequim, PUB
anunciou esta semana que se tornou a primeira na Ásia a ser neutra nas emissões de dióxido de carbono. O projecto foi desenvolvido por 50 estudantes de MBA que criaram um modelo para medir quanto emite a escola por ano. Os valores de 2010 deram 4500 toneladas, compensados por diferentes projectos de preservação ambiental que estão a ser desenvolvidos na China.
• Desde há dez anos que o governo da Namíbia e ONGs, como a Save The Rhino, vêm transportando rinocerontes ameaçados para áreas de conservação no país.
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CULTURA
Indústrias Culturais e Criativas & Propriedade Intelectual
Cerca de uma centena de pessoas ouviu ontem atentamente as explicações do subdirector do Centro de Propriedade Intelectual da Academia Chinesa de Ciências Sociais de Pequim, Li Shunde Filipa Queiroz
filipa.queiroz@hojemacau.com.mo
“A
S primeiras leis de direitos autorais foram formuladas em 1989 e entraram em vigor em 1990. No Ocidente já existem há um século. É uma grande diferença”, elucidou Li Shunde, subdirector do CenPUB
tro de Propriedade Intelectual da Academia Chinesa de Ciências Sociais de Pequim. O assunto está na ordem do dia e o académico, que já tinha estado no território em 2004 para dar um seminário, voltou à RAEM para proferir uma explicação exaustiva sobre “Indústrias Culturais e Criativas & Propriedade Intelectual”, organizada
pela Direcção dos Serviços de Economia (DSE) ontem de manhã, no World Trade Center. A assistir estava um cerca de uma centena de pessoas, a maioria profissionais do sector e juristas. “As indústrias culturais e criativas são as indústrias principais da diversificação adequada da economia”, introduziu Chan Tzi Wai,
presidente do Departamento de Propriedade Intelectual da DSE, no discurso de abertura do workshop. “A criatividade é um bem incorpóreo. O workshop serve para apresentar a relação entre as indústrias culturais e criativas e a propriedade intelectual, o processo do registo e o sistema da protecção de marcas, desenhos e direito de autor do Interior da China, e compartilhar os casos em relação à protecção da propriedade intelectual das indústrias culturais e criativas no Interior da China e na Europa”, concretizou.
BOOM CRIATIVO
“Macau produziu muitos talentos ultimamente. Temos de proteger não só as nossas ideias como os activos da nossa cidade e precisamos de legislação para dar mais poder à nossa indústria”, declarou Chan ainda antes de Li Shunde tomar as rédeas da conferência. O académico falou sobre o contributo das indústrias culturais e criativas para o PIB e traçou uma comparação da protecção da propriedade intelectual no Interior da China, na Europa e em Macau para, visando que o sector local tenha uma compreensão mais aprofundada sobre a sua importância de acordo com as características do mercado, aumentar a consciência sobre salvaguarda dos direitos, e reforçar a competitividade dos empresários através do reforço da utilização e da capacidade de gestão dos direitos da propriedade intelectual. Li Shunde disse ao Hoje Macau que a RAEM está uns passos à frente do continente, juntamente com Hong Kong.
FILIPA QUEIROZ
“As pessoas já começaram a perceber a importância dos direitos autorais”
“Talvez a dimensão espacial e territorial façam com que muitos não tenham conhecimento disso mas a protecção de direitos autorais aqui em Macau é muito boa. Em comparação com a China é muito melhor”, afirmou. “O sistema foi estabelecido mais cedo por isso progrediu com outra rapidez”, rematou. O académico reforçou a ideia transmitida há uns meses pelo director dos serviços de Economia de Macau, Sou Tim Peng, na abertura do Simpósio sobre a Propriedade Intelectual na China, de que com a globalização económica e o desenvolvimento acelerado da economia do conhecimento, a importância da propriedade intelectual é reforçada e tornou-se no recurso estratégico do desenvolvimento (da China) e num elemento fundamental da competitividade internacional. “Há 20 anos que estamos a tentar educar as pessoas na China para terem consciência dos direitos autorais, mas na verdade é um período demasiado curto,”, sustentou o perito. “No passado as pessoas pensavam que não importantes, não consideravam a violação dos direitos autorais um roubo.” No entanto, o académico garante que desde então “já houve muito progresso”. Falou-se ainda da necessidade de um maior controlo jurídico, de estimular a
confiança dos investidores e minimizar os riscos dos investimentos através da protecção da propriedade intelectual.
MANUAL DE INSTRUÇÕES
A acompanhar o workshop do professor Li Shunde, foi distribuído aos presentes um “Guia do Pedido de Registas de Marcas”, organizado pelo 2.º Programa de Cooperação na Área Jurídica entre a União Europeia e Macau. No manual é possível obter as definições de marca bem como dados sobre a sua função e processo de registo das mesmas. O Governo Central e o Governo da RAEM assinaram em 2009 o Suplemento VI ao Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Interior da China e Macau para intensificar e facilitar o intercâmbio e a cooperação económica e comercial entre o Interior da China e a RAEM, nomeadamente no domínio da protecção da propriedade intelectual. A DSE disponibiliza informações detalhadas sobre a aplicação do Suplemento e registo de marcas de Macau no Interior da China e vice-versa no portal electrónico www. economia.gov.mo. Desde 2003 que também está disponível online a “Base de Dados da Propriedade Intelectual para Guangdong, Hong Kong e Macau”, sobre os regimes aplicados nessas regiões, no endereço www.ip-prd.net.
CHINA | PRIMEIRA VERSÃO AUTORIZADA DE ‘CEM ANOS DE SOLIDÃO’ Era negociada desde 1992, mas só agora foi autorizada a primeira tradução para o chinês de Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Marquez. A obra foi apresentada nesta segunda-feira na Universidade de Pequim, onde o tradutor da obra, Fan Yan, é professor de espanhol. “As negociações foram difíceis, e desde 1992 tínhamos interesse em adquirir os direitos para traduzir o romance”, diz o presidente da editora, Chen Ming Jun. Em 1990, o Nobel da Literatura colombiano chamou de “piratas” os chineses ao descobrir que as suas obras eram traduzidas sem autorização. Chegou a afirmar que “nem 150 anos após sua morte”, ele permitiria a tradução de seus livros no país asiático.
Dead Can Dance lançam novo álbum
Filipa Queiroz
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S fãs de uma das bandas alternativas mais míticas de sempre vão poder tirar a barriga de misérias. Brendan Perry, antigo vocalista dos Dead Can Dance, anunciou na sua página online o regresso da banda - que é como quem diz do duo com Lisa Gerrard. Na mensagem, o músico revela que depois de várias conversas com a cantora (e actriz) os dois decidiram fazer um novo álbum em conjunto, a ser lançado no Verão de 2012. O lançamento vai ser apoiado por uma digressão internacional de dois meses prevista para o final desse mesmo ano que incluirá a Ásia e a América do Sul. Apesar de ser ter separado oficialmente em 1998, a banda australiana tinha voltado a reunir-se em 2005 para uma digressão mundial que deixou os fãs com vontade de escutar novos trabalhos. O projecto (quase culto) altamente alternativo de Brendan e Lisa nasceu em Melbourne, em 1981. Transferidos para Londres
Eles estão de volta É oficial. Lisa Gerrard e Brendan Perry vão juntar-se 13 anos depois da separação oficial para comporem um novo álbum, com direito a digressão internacional pouco tempo depois, inicialmente a banda incluiu Simon Monroe, Paul Erikson, Scott Rodger, Peter Ulrich e James Pinker, mas os membros foram-se alterando com o passar do tempo, à excepção do casal de vocalistas. Variando entre diferentes estilos, desde a darkwave e world music às sonoridades medievais e renascentistas, o primeiro disco homónimo “Dead Can Dance” viu a luz do dia em 1984. Depois disso vieram “Spleen End In Tears” e “The Serpent’s Egg”, passando por colaborações com formações como This Mortal Coil e bandas sonoras de filmes.
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13 “Into the Labyrinth”, o primeiro disco editado nos Estados Unidos, escalou as tabelas musicais tanto em terras de Tio Sam como na Europa, mas na década de 1990 o regresso de Gerrard à Austrália e a mudança de Perry para a Irlanda acabaram por abrandar a actividade da banda culminando na separação oficial em 1998. Pouco depois de lançarem o sétimo e derradeiro álbum “Spiritchaser”. Gerrard e Perry não pararam por aí. Mesmo apartados os artistas continuaram a produzir música contando com vários álbuns a solo e diversas participações em bandas sonoras e filmes. Neste momento Perry está em plena digressão do seu mais recente trabalho “Alt Rock Dynamic Duo”, em conjunto com o ex-Cocteau Twin Robin Guthrie. O recado do músico no seu site (www.forum.brendan-perry. com) é claro: “Irei deixando aqui as actualizações de tempos em tempos no que diz respeito ao nosso progresso. Mas lembre-se que leu aqui primeiro, por isso sim, é oficial”.
DIVULGADAS IMAGENS INÉDITAS DA DIVA DE HOLLYWOOD
Fotógrafo “achou” Marylin numa venda de garagem O
fotógrafo americano Anton Fury tinha como passatempo percorrer vendas de garagem e comprar negativos ou velhos retratos. Em 1980 comprou uns negativos inéditos de uma jovem Marilyn Monroe prestes a tornar-se um ícone mundial. Apesar de os negativos terem sido comprados da década de 1980, só agora foi noticiada a sua existência, numa altura em que a lenda do cinema americano co-
memoraria 85 anos se ainda fosse viva. Só agora Fury autorizou a CNN a publicar estas imagens - que mostram uma Marilyn Monroe sexy, em biquíni - tiradas durante uma sessão fotográfica numa altura em que a jovem actriz ainda não era muito conhecida. Fury contou à CNN que comprou um envelope com negativos a preto e branco por dois dólares, em Parsippany, Nova Jérsia. “Levei-os para casa, pu-los sobre o ecrã de
luz e, com uma lupa, percebi imediatamente que eram fotografias de Marilyn”, disse. “Foi provavelmente o meu maior achado numa venda de garagem”, acrescentou. Um segundo envelope comprador no mesmo sítio trazia cerca de 70 negativos da actriz Jayne Mansfield. Fury manteve todos os negativos na sua posse durante as últimas três décadas, não sabendo muito acerca deles. Só na semana passada
voou até Los Angeles para mostrar as imagens a David W. Streets, um negociante de arte de Beverly Hills que já lidou anteriormente com imagens da bomba platinada de Hollywood. Depois de analisar as imagens, Streets suspeita que estas datam de antes de Monroe se transformar numa diva do cinema,
embora já tivesse aqui o seu famoso cabelo platinado e curto que a tornou um ícone em praticamente todo o mundo. Streets estima que as imagens tenham sido tiradas na década de 1950, um ano de viragem para Monroe por causa dos seus papéis em “Selva de Asfalto” e “All
VESTIDOS DAS DIVAS A LEILÃO
Peças que Marilyn Monroe, Julie Andrews, Judie Garland ou Audrey Hepburn usaram no cinema vão ser vendidas em Julho. Entre eles está o vestido branco que a loira que o homens preferiam usou numa das cenas mais emblemáticas e imitadas do cinema, quando Monroe pára sobre o respiradouro do metro, cena do filme “O Pecado Mora ao Lado” (1955) que imortalizou a actriz como ícone sexual. A peça vai ser leiloada no próximo dia 18 de Junho, em Beverly Hills, na Califórnia. Em conjunto serão também leiloadas outras peças de vestuário simbólicas da história de Hollywood. Debbie Reynolds, outra actriz lendária do cinema norteamericano, é a proprietária da colecção e vai vender todo o seu acervo composto por cerca de 3.500 peças. Para além do vestido de Marilyn vão ainda ser vendidas as roupas que Julie Andrews usou no filme “Música no Coração”, os vestidos com que que Judie Garland representou a jovem Dorothy em “O Feiticeiro de Oz” ou que Audrey Hepburn vestiu em “My Fair Lady”. Apenas uma parte do acervo será vendida agora. O restante deverá voltar a leilão em Dezembro.
About Eve”. “Sei que as fotografias foram tiradas aqui, em Los Angeles. Dá para perceber por causa dos cenários de fundo e do que vemos nas imagens”, disse Streets, que admite, porém, não saber mais nada acerca das fotos. Não se sabe quem foi o autor, nem o ano exacto. “Quero que as pessoas liguem e que mandem e-mails e expliquem onde é isto e quem tirou as fotos”, apelou o negociante de arte. Uma das chaves do segredo poderá estar num mesmo homem que aparece nas imagens de Monroe e também nas de Mansfield, que foram contemporâneas e amigas. Monroe, que teria 24 anos em 1950, usou dois biquínis e calções curtos durante a sessão de fotos junto a uma piscina. O risco que Fury corre em mostrar finalmente as imagens é alguém vir a público declarar legalmente a propriedade dos negativos, que continuam protegidas por leis de direitos de autor mesmo depois de terem passado 60 anos.
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SALA 2
FAST & FURIOUS 5 [C] Um filme de: Justin Lin Com: Vin Diesel, Paul Walker 14.30, 16.45, 19.15, 21.30
SALA 1
PIRATES OF THE CARIBBEAN ON STRANGER TIDES [B]
SALA 3
Um filme de: Rob Marshall Com: Johnny Depp, Penelope Cruz, Geoffrey Rush 14.15, 16.45, 19.15, 21.45
Um filme de: Duncan Jones Com: Jake Gyllenhaal, Vera Farmiga 14.30, 16.30, 19.30, 21.30
SOURCE CODE [B]
SOLUÇÕES DO PROBLEMA HORIZONTAIS: 1-MESTRAS. ROUBOU. 2-O. ORIZANINA. S. 3-LININA. AGUDOS. 4-IDI. CLIVO. ATA. 5-MOCHO. RALADOR. 6-LAIDRAR. GARI. 7-TA. DOU. REI. CA. 8-ETER. BRONTEU. 9-ORDALIA. TACLE. 10-SAO. ADULA. FAR. 11-ORTOSE. ANCORA. 12-F. ACIZENTAR. D. 13-ORLEA. ISOLADO. VERTICAIS: 1-MOLIM. TEOSOFO. 2-E. IDOLATRAR. R. 3-SONICA. EDITAL. 4-TRI. HIDRA. OCE. 5-RINCODO. LASIA. 6-AZAL. RUBIDEZ. 7-SA. IRA. RAU. EI. 8-NAVARRO. LANS. 9-RIGOL. ENTANTO. 10-ONU. AGITA. CAL. 11-UADADA. ECFORA. 12-B. OTORCULAR. D. 13-OSSARIA. ERADO.
REGRAS |
Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição SOLUÇÃO DO PROBLEMA DO DIA ANTERIOR
Su doku [ ] Cruzadas
HORIZONTAIS: 1-Porções de terreno. Acto ou efeito de roubar. 2-Extracto de arroz. 3-Substância cristalina, que se extrai do linho. Palavras ascentuadas na última sílaba. 4-Sacerdote gentílico do Aname. Ladeira. Amarra. 5-Canilha de ferro na estremidade do eixo do carro, para segurar a roda. Insrumento para ralar ou reduzir a migalhas certas substâncias, friccionando-as. 6-Ladrar. Varredor de rua. 7-Designativa de suspensão, interrupção. Ofereço. Pessoa que exerce poder absoluto. Cálcio. 8-Ar puro e rarefeito das regiões superiores da atmosfera. Vaso que nos teatros antigos imitava as trovoadas. 9-Qualquer prova jurídica, usada na Idade Média, sob o nome de juízo de Deus. Pássaro da ilha de São Tomé. 10-Espécie de macaco, saitaia-chorão. Gaba. Antiga., fazer. 11-Ortósio. Peça de ligação. 12-Incitar. 13-Tecido leve. Incomunicável. VERTICAIS: 1-Chumuço em que assenta a canga ou o cangalho. Aquele que segue ou ensina as teorias teosóficas. 2-Tributar idolatria a. 3-Sistema de grafar as palavras conforme o som delas. Que se faz público por afixação de editais. 4-Elemento de origem latina que significa três. Coisa ou facto que envolve perigo público ou que ameaça a ordem social. Você. 5-Género de insectos coleópteros tetrâmeros. Planta apocínea. 6-Casta de videira. Rubor. 7-Mulher, na ilha de São Tomé. Mágoa ou paixão que a injúria desperta na pessoa injuriada. Título honorífico na Índia. Primeira pessoa. 8-Pêlos dos animais. 9-Rigola. Neste meio tempo. 9-Nações unidas. Move. Óxido de cálcio. 11-Planta tuberculosa do Norte do Brasil. Saliência da cimalha ou de outro membro arquitectónico. 12-Seios cerebrais. 13-Lugar onde se guardam ossos, ossuário. Idoso, velho.
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DISCOVERY CHANNEL 50 13:00 Mythbusters - Baseball Myths 14:00 I Was Bitten 15:00 I Shouldn’t Be Alive 16:00 Destroyed In Seconds 17:00 Dirty Jobs - Alligator Egg Collector 18:00 How It’s Made 18:30 How Do They Do It? 19:00 Swamp Loggers 20:00 Surviving The Cut - Air Force Pararescue 21:00 How The Universe Works - Solar Systems 22:00 Medical Anomalies - The 8 Limbed Boy 23:00 Raging Planet - Volcano 00:00 How The Universe Works - Solar Systems
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Csi: Crime Scene Investigation Ncis: Los Angeles The Amazing Race: Unfinished Business Leverage Csi: Crime Scene Investigation Hawaii Five-O Csi: Ny House Csi: Crime Scene Investigation Hawaii Five-0 Csi: Ny Csi: Crime Scene Investigation House Csi: Crime Scene Investigation House
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OPINIÃO
Dez razões para apostar na China Invariavelmente, Pequim desafia os seus detractores e mantém o curso, perpetuando o mais espectacular milagre de desenvolvimento dos tempos modernos. Há muitas preocupações, principalmente com inflação, investimentos excessivos, aumentos salariais e empréstimos bancários podres. Elas derivam, porém, de generalizações malfeitas. A seguir, dez razões para não diagnosticar a economia da China fazendo inferências a experiências de outros países. financiou as necessidades de investimentos e aumentou as reservas estrangeiras que protegeram o país de choques externos. Hoje, a China está preparada para absorver parte dessa poupança extra para realizar uma virada para a demanda interna.
Stephen S. Roach
5 - Urbanização. Nos últimos 30 anos, a parcela urbana da população chinesa cresceu de 20% para 46%, Segundo estimativas, outros 316 milhões de pessoas deverão mudar do campo para cidades nos próximos 20 anos. A urbanização sem precedente oferece um sólido respaldo para o investimento em infra-estrutura e para a construção civil. Os temores de excesso de investimento e de “cidades fantasmas” estão no lado da oferta, sem dar o devido peso à demanda crescente.
1 - Estratégia. Desde 1953, a China enquadrou seus objectivos macroeconómicos no contexto de planos quinquenais, que definiam iniciativas políticas destinadas a atingir essas metas. O 12.º Plano Quinquenal, recentemente sancionado, pode ser um ponto de virada estratégico, que prenuncia a mudança do modelo produtor bem-sucedido dos últimos 30 anos para uma florescente sociedade de consumo.
6 - Consumo. O consumo privado responde por cerca de 37% do PIB da China - a menor participação em qualquer grande economia. Ao priorizar a criação de emprego, aumentos salariais e redes de segurança social, o 12.º Plano Quinquenal provocará aumentará o poder de compra do consumidor. Isso poderá levar a um aumento de até cinco pontos percentuais do consumo na China até 2015.
In O Estado de S. Paulo
2 - Compromisso. Chamuscada por memórias de tumultos, fortalecida pela Revolução Cultural dos anos 70, líderes chineses priorizam a estabilidade. Esse compromisso foi útil e evitou os danos colaterais da crise de 2008. Ele deve desempenhar um papel igualmente importante na luta contra a inflação, contra as bolhas de activos e na deterioração da qualidade dos empréstimos. 3 - Meios para realizar. O compromisso chinês com a estabilidade tem garras. Mais de 30 anos de reforma destravaram seu dinamismo económico. As reformas no mercado industrial e financeiro foram decisivas e muitas outras estão a caminho. A China se mostrou uma boa aluna das crises passadas e muda o curso sempre que necessário. 4 - Poupança. Uma taxa de poupança doméstica superior a 50% serviu bem à China. Ela
significa uma mudança no investimento estrangeiro directo, afastando-o da actividade manufactureira para o consumo, o que pode impulsionar mais o crescimento. 9 - Educação. A China fez esforços imensos para criar capital humano. A alfabetização de adultos está acima de 95% e as taxas de matrícula no ensino secundário passam de 80%. Universidades chinesas formam anualmente mais de 1,5 milhão de engenheiros e cientistas. O país está prestes a se tornar uma economia com base no conhecimento. 10 - Inovação. Em 2009, cerca de 280 mil pedidos de patente domésticos foram depositados na China, situando-a em terceiro lugar em termos globais, atrás de Japão e EUA. A China é a quarta - e está subindo - em termos de pedidos de patente internacionais. Ao mesmo tempo, o país pretende manter 2,2% do PIB para pesquisa e desenvolvimento até 2015. Isso se encaixa no novo plano de investir em indústrias estratégicas, como a conservação de energia, a tecnologia da informação, biotecnologia e energia renovável.
7 - Serviços. Os serviços respondem por 43% do PIB chinês - bem abaixo dos padrões globais. Os serviços são uma peça importante na estratégia pró-consumo da China - especialmente indústrias de larga escala que se baseiam no atacado e no varejo, no transporte doméstico e no lazer. Nos próximos cinco anos, a parte dos serviços no PIB pode crescer mais de quatro pontos percentuais. Essa receita cria empregos, exige eficiência de recursos e é ambientalmente favorável.
O historiador Jonathan Spence, da Universidade Yale, alerta que o Ocidente tende a ver a China pela mesma óptica que vê a si mesmo. Pelos nossos padrões, os desequilíbrios do país são insustentáveis. Mas é por isso que a China é diferente. Ela realmente leva essas preocupações a sério. Ao contrário do Ocidente, Pequim adoptou uma estrutura de transição voltada para resolver seus problemas de sustentabilidade. O país tem um compromisso e meios para executar essa estratégia. Esse não é o momento de apostar contra a China.
8 - Investimento estrangeiro directo. A China tem sido um ímã para corporações multinacionais que buscam eficiência e um pé no maior mercado do mundo. Esses investimentos proporcionam à China o acesso a modernas tecnologias e a sistemas de gestão - um catalisador de desenvolvimento económico. O reequilíbrio pró-consumo
Professor na Universidade de Yale e autor da obra “The Next Asia”
No mundo querem
todos mandar e ninguém quer obedecer.
Padre Manuel Teixeira [1912-2003]
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19 a p a l i ça d a Correia Marques
Dando água sem caneco ( Q
UASE cinco horas da tarde, de uma tarde de sábado. Uma noite anterior dormida tarde e à pressa e, como tal, almoço tardio em Coloane. O sol, caminhando já para o ocaso, aparece lá no cimo do monte como uma coroa sobre a cabeça da estátua da Deusa A Ma. Daqui a pouco ele esconde-se lá do outro lado, no continente. Estendo a toalha na nesga de areia preta, essa areia que já foi palco de excursões e até vendida avulso aos turistas em garrafas de plástico porque, dizem os entendidos e os interessados, cura as dores do reumatismo. Pelo sim pelo não, que, no meu caso, é de graça, esfrego os joelhos com a areia, que eles andam-me a amofinar. O sol, esse faz bem, de certeza, mas não posso expor-me muito a ele, sobretudo nas horas de canícula, por mor dos muitos sinais espalhados pelo corpo. Médico dixi. E eu bem que gostava de me estender a corar ao sol, nas dunas – sozinho ou em par, que nunca gostei muito de manadas- das praias da Gala, de Mira, da Barra e Costa Nova ou de S. Jacinto. Pois é: quando a cabeça não tem juízo o corpo é que o paga, diz o povo de há muito e cantava o António Variações. A toalha não propriamente de praia, mas a que encontrei a jeito na mala do carro, é curta para o meu tamanho. Culpa da pequenez dela que é da oposição, não da minha estatura mediana. «Haja o que houver a culpa é da minha mulher», como diz um velho amigo. Até porque na minha última medição oficial (aquando da renovação do cartão único, o qual teve de mudar de nome para cartão de cidadão (C.C.) porque não seria politicamente correto que um qualquer funcionário ou polícia se viesse a dirigir a alguém solicitando que lhe mostrasse o C.U.) a minha altura diminuiu um centímetro. Nada de importante que um homem vergado perde muito mais altura. Todavia um aviso oficial dos tempos que correm: -«É melhor encolheres de vez, esticares o pernil, bateres a caçoleta, que daqui a pouco és um fardo para a segurança social». Da mata chega a ociosa cegarrega das cigarras e sobre a areia esvoaçam as doidivanas libelinhas anunciando que anda tufão na costa, ao largo, lá para os lados do Japão, mas elas pressentem o perigo bem longe. E, sem querer, acreditem, que eu estava mesmo era numa de relaxar, de esquecer, comparo
estes bichos aos políticos lá das minhas praias. As cigarras ao que eles têm de mau, de discurso oco e vazio, e as libelinhas àquilo que lhes falta em talento, ou em vontade, para preverem e prevenirem as tempestades. O suor jorra dos poros. Adoro sentir a sensação fresca da transpiração. É assim a modos que uma limpeza também do espírito. Uma consolação de quem nunca viveu à custa do suor alheio. Fecho o livro e, em sossego, dormito por momentos.
O suor jorra dos poros. Adoro sentir a sensação fresca da transpiração. É assim a modos que uma limpeza também do espírito. Uma consolação de quem nunca viveu à custa do suor alheio. Fecho o livro e, em sossego, dormito por momentos
ou talvez não!)
aprendidas com gurus indianos, e casanova aprendiz nas horas vagas, é também parte integrante da vida da balzaquiana e engenhosa Bonifrates e do espetáculo de marionetas, títeres ou fantoches que esta idealiza e pretende levar à cena. Aliás – o livro não o diz, mas dita-o a imaginação- o bronzeado do sol das praias do sul dá a Siva um certo ar – indefinido- de cigano ou de hindu, que credibiliza as origens do seu nome artístico, de marca e patente antanho registadas e impresso em letra gorda no inseparável cartão de visita. São horas de ir andando, preparar o jantar, morfá-lo e descansar um pouco que logo mais de madrugada temos a final da Liga dos Campeões em futebol. E, aí, o mundo para enquanto a bola e os milhões giram. PS. Parabéns ao Barcelona. Assim dá gosto ver futebol. Foi dos melhores jogos que já vi, a par do Barcelona vs Real Madrid dos 5 a 0. Talento, arte e alegria no trabalho. A competência premiada.
Acordo. O mar está chão. Molho os pés -já é ousadia que a conhecida poluição nem a isso aconselha- e a água parece caldo. Apetecia-me agitá-la, lançar-lhe pedrinhas finas e lisas, fazendo «broinhas» sobre a água, quais peixes voadores que, às vezes, vejo por ali. Mas não encontro essas pedras, esses calhaus rolados, das areias do meu rio, apenas pequenas conchas quebradas e meias carapaças de ostras. Volto ao livro, ainda «Alexandra Alpha», de José Cardoso Pires, que tenho andado preguiçoso na leitura. Página 156: «... No meu país não acontece nada...», «...o meu país é o que o mar não quer/é o pescador cuspido à praia à luz do dia», Ruy Belo. Como as conchas partidas, digo eu. Retrocedo à página 152 porque algo me transportou para as especificidades desta cidade do nome de Deus. Aí está, o preto no branco: «O carregador (faquir Siva) em plano americano. Como avança com a cabeça e o peito dentro da moldura parece o retrato de si próprio a deslocar-se na calçada». É assim que o faquir Rama Siva aparece no guião do filme a ser rodado sobre a cidade de Lisboa, de autor francês, importado sem restrições. Na trama, Rama Siva, artista múltiplo e polivalente, com artes de cuspidor de fogo, de faquir, de palhaço, de fadista cego ou de ventríloquo mudo, entre muitas outras
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ca r t oon por Steff
PORTUGAL DESEMPREGO COM NOVO RECORDE A taxa de desemprego em Portugal atingiu novo máximo histórico de 12,6 em Abril, segundo o valor revisto anunciado também hoje pelo Eurostat. O valor ontem divulgado faz Portugal saltar de 10.º para 8.º país com maior taxa de desemprego na UE, mantendo a 6.ª posição na zona euro. O aumento do desemprego terá sido mais sentido entre os jovens com menos de 25 anos, cuja taxa está acima de 27% desde Março. LÍBIA KHADAFI CONCORDA COM TRÉGUA Khadafi concorda com um plano de paz, disse o presidente sul-africano, Jacob Zuma, que está a mediar o conflito na Líbia. Mas não ficou claro que plano seria esse, já que Khadafi parece concordar com uma iniciativa que não implica a sua saída do poder, e que já foi rejeitada pelos rebeldes e pela NATO. Khadafi apareceu ontem em público – a última vez que o tinha feito fora a 11 de Maio – para o encontro com Zuma no seu complexo presidencial na capital. Mais tarde, Zuma afirmou que Khadafi estava “pronto para concretizar” o plano de paz, uma referência à iniciativa da União Africana que envolve um cessar-fogo e um acordo para ajuda humanitária.
DITADURA
Ouvinte da rádio ameaça advogados com ácido
Feitiço perigoso A
Associação de Advogados de Macau (AAM) pondera apresentar queixa contra um cidadão do território, que terá ameaçado recorrer a
ácido sulfúrico para levar a cabo um ataque contra um advogado. O homem fez a ameaça em directo durante um programa na rádio chinesa. Paulino Comandante, PUB
QUARTA-FEIRA 1.6.2011 www.hojemacau.com.mo
PLAYBOY NOVA COELHA NÃO TIRA A ROUPA Felixia Yeap é a primeira malaia a integrar a equipa de funcionárias do Playboy Club e não tira a roupa. A antiga educadora de infância de 25 anos diz que o público tinha uma percepção errada do trabalho das coelhinhas. “Somos apenas empregadas de mesa e ‘entertainers’. Não somos obrigados a tirar a roupa”, disse ao China Press. Yeap assinou contrato por um mês e ainda vai passar por uma fase de treino. “O mais difícil é a postura de servir. Não estamos autorizados a inclinar a parte superior do corpo, temos de dobrar os joelhos e agachar-nos lentamente mantendo o tabuleiro equilibrado para servir os clientes.”
secretário-geral da AAM, disse ontem à Rádio Macau que a associação poderá reunir-se para ser uma encontrada uma forma de “se tomar uma posição firme quanto às palavras proferidas” pelo cidadão e que “nada impede a AAM de avançar com uma queixa” contra o homem, em detrimento da ameaça.
já preconizado, pelo que a queixa contra o homem pode ser levada adiante. Para Paulino Comandante, os ataques com ácido são “um perigo que não pode ser tolerado numa sociedade de direito”. O secretário-geral considera este um meio grave para se atacar alguém, “seja quem for e por que motivo for”, e afir-
POLÉMICA MUÇULMANA APEDREJADA ATÉ À MORTE Katya Koren, uma jovem muçulmana, foi apedrejada até à morte por ter participado num concurso de beleza na Ucrânia. Os alegados autores do crime justificam o acto dizendo que a jovem violou as leis islâmicas. A rapariga tinha 19 anos e foi apedrejada na Ucrânia. Os três jovens suspeitos de terem cometido o homicídio consideraram a participação de Katya Koren no evento como uma ofensa às leis islâmicas. O corpo da jovem foi encontrado enterrado numa floresta na região da Crimeia, uma semana após o assassinato. A polícia já abriu uma investigação para apurar as circunstâncias do crime e um dos jovens já foi detido. Bihal Gaziev, de 16 anos, disse à polícia que não estava arrependido, porque a jovem “violou as leis da Sharia”, o código de leis do Islão.
Conforme disse à rádio Paulino Comandante, os acontecimentos que levaram a que esta ameaça fosse preconizada remontam às celebrações do Dia do Advogado, festejado nos dias 20,21 e 22 do mês passado. Alguém da associação tinha prometido dar uma resposta dentro de três dias sobre uma queixa apresentada pelo cidadão no fim do ano passado, explicou o secretário-geral, e durante a conversa aos microfones da rádio chinesa ameaçou que iria atirar com acido sulfúrico contra o advogado. O crime de ameaça à integridade física está
ma que há a necessidade de chamar a atenção para este caso de forma a impedir que alguém “tenha a ilusão que qualquer problema possa ser resolvido recorrendo à violência”. O presidente da AAM, Neto Valente, não se mostrou ontem disponível para comentar o caso. Na semana passada, um advogado do território foi atacado com ácido junto ao supermercado Pavillions, na Avenida da Praia Grande, tendo ficado gravemente ferido. O advogado português esteve nos cuidados intensivos, de onde já saiu entretanto, mas o caso ainda continua a ser investigado. - J.F.
EGIPTO CONTROLO DE VIRGINDADE Um general egípcio admitiu que foram efectuados “controlos de virgindade” em mulheres presas numa manifestação. As acusações surgiram num relatório da Amnistia Internacional, publicado semanas após o protesto de 9 de Março. As manifestantes terão sido espancadas, electrocutadas e forçadas a submeterem-se a um controlo de virgindade. Na altura, o major Amr Imam disse que 17 mulheres tinham sido presas, mas negou as acusações de tortura ou de “testes de virgindade.” Agora, um general que pediu para não ser identificado, disse que os testes de virgindade foram realizadas e defendeu a prática.