Hoje Macau • 2011.02.10 #2306

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Agência Comercial Pico • 28721006

hojemacau Mop$10

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Director carlos morais josé • quinta-feira 10 de fevereiro de 2011 • ANO X • Nº 2306

tempo com abertas min 16 max 23 humidade 55-95% • câmbios euro 10.99 baht 0.26 yuan 1.23

Casas | Rendas para estrangeiros aumentam 20%

Ser um kuai-lou não é nada fácil

António Falcão | bloomland.cn

Vem para Macau, dizem eles. Aqui é tudo fácil. Mas, quando chega o momento de fazer uma vida real, as coisas começam a torcer o rabo. Basta tentar alugar uma casa para perceber: Existe um preço para os locais e outro para os estrangeiros. Tradutores, agências, etc., todos metem dinheiro ao bolso por causa da ingenuidade dos kuai-lous. Racismo? Até quando será tudo isto possível na RAEM? > Página 6

Democratas querem eleições para a APN A Associação Novo Macau Democrático não está satisfeita com o processo de representação da RAEM na Assembleia Nacional Popular. Na sua opinião, deviam ser estabelecidas eleições para escolher os representantes locais. A pergunta mais lógica é: andaram a beber o quê? > Página 4

Cancro do pulmão | Primeira causa de mortalidade

qualidade do ar é principal responsável • CENTRAIS

Casinos

Deputado critica autocarros • PÁGINA 4

Os casinos têm autocarros. Demasiados autocarros. Que poluem, que ocupam espaço, que roubam negócio aos privados. Finalmente, um deputado pôs o dedo na ferida. Será que os casinos não têm dinheiro para assegurar transportes ecológicos? E o governo porque razão não previu este excesso de autocarros. E outras perguntas que faz falta fazer.


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actual Jovens urbanos dizem que migrantes não fazem falta

Maria João Belchior

A

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polémica começou logo nos primeiros dias de férias nacionais. Jovens naturais de Pequim gostaram de ver a cidade vazia. Menos gente, menos carros, menos engarrafamentos e menos confusão, atearam o rastilho para o debate que tomou conta de algumas conversas e blogues nos dias que se seguiram. Hu Yan tem 29 anos e é natural de Pequim. Uma entre muitos, Hu começou ainda antes da noite de ano novo a publicidade à sua cidade. “Pequim, na verdade, é assim” dizia a jovem ao olhar para as grandes avenidas quase vazias de carros. Tidos como a razão para o congestionamento urbano da capital, os trabalhadores migrantes tornaramse as vítimas do debate entre jovens urbanos. Uma conversa que não ficou entre famílias e se estendeu aos blogues e páginas na internet tomando uma dimensão preocupante para o governo. Frases como “o melhor que podes fazer se gostas da cidade, é não

Regionalismo perigoso

voltar” levaram os jornais oficiais a escrever crónicas sobre o valor acrescentado dos trabalhadores migrantes nas cidades. A conversa sobre os indesejados migrantes na cidade alastrou também a Xangai onde a saída de milhares de pessoas de férias, também transformou a paisagem urbana. Milhares de mensagens SMS trocadas entre os naturais das cidades levaram ao aparecimento do termo xenofobia nos textos dos jornais. No jornal oficial China Daily, uma crónica sob o título “o mote é bem-vindo a Pequim” defendia que é graças aos trabalhadores migrantes e à sua mão-de-obra barata que os preços da comida e de outros bens de primeira necessidade continuam a estar livres de especulação na capital.

Dados estatísticos de Pequim no ano passado referem uma população de 20 milhões de pessoas onde quatro em cada dez são trabalhadores migrantes. Apesar de algumas alterações na lei continua a ser muito difícil para os cidadãos com cartão de residente rural, comprarem um certificado para ter direito a viver na cidade com a família. No total estima-se que no país haja cerca de duzentos e trinta milhões de trabalhadores migrantes. Enquanto que alguns se movimentam apenas para trabalhos sazonais, a maioria vive durante todo o ano na cidade, um local que só deixam durante as férias de ano novo. Chamados de população flutuante, muitos trabalhadores vivem no receio de serem apanhados sem autorização legal de estarem na cidade. Com quartos alugados em caves de prédios, muitos vivem durante décadas numa semi-clandestinidade criada pela diferença entre urbano e rural, uma herança de pais para filhos e que é um resto das políticas maoístas dos tempos do Grande Salto em Frente.

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Rede social abre escritório em HK para alavancar crescimento na Ásia

Um polvo chamado Facebook A

Anúncio HM-1ª VEZ

10-02-2011

PROCESSO: Divórcio Litigioso

CV1-10-0036-CDL

1º Juízo Cível

AUTORA: WONG MEI SAN, casada, titular do Bilhete de Identidade de Residente Permanente de Macau e residente em Macau.------RÉU: IONG TAT KEONG, casado, titular do Bilhete de Identidade de Residente Permanente de Macau, ora ausente em parte incerta.----------------------------------------------------- FAZ-SE SABER que pelo 1.º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base da RAEM correm éditos de TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do anúncio, citando o réu IONG TAT KEONG, acima identificado, para no prazo de TRINTA DIAS, findo o dos éditos, contestar, querendo, a Acção de Divórcio supra referenciada, na qual pede a Autora que seja decretado o divórcio entre ela e o réu, declarando-se dissolvido o casamento, tudo como melhor consta da petição inicial cujo duplicado se encontra nesta Secretaria à sua disposição, ficando o mesmo advertido que é obrigatória a constituição de mandatário judicial – Art. 74º do C.P.C.M..---------Aos 09 de Fevereiro de 2011.

rede social online Facebook abriu ontem um escritório de representação em Hong Kong, que servirá também o mercado de Taiwan, como parte integrante da sua estratégia de crescimento na Ásia. De acordo com o South China Morning Post, Jayne Leung assume a liderança como directora comercial do escritório e responderá perante o director comercial para a Ásia do Facebook, Stephen Dolan, baseado em Singapura, mas a responsável não quis avançar pormenores sobre os planos da nova representação. O acesso ao Facebook está banido no continente chinês e a especulação de que a rede social planeia entrar no gigante asiático surgiu em Dezembro com a deslocação a Pequim do fundador e presidente executivo da empresa, Mark Zuckerberg, que se encontrou na ocasião com altos executivos chineses da áreas das tecnologias. No lançamento da Semana dos Meios de Comunicação Social de Hong Kong,

uma conferência de seis dias sobre as novas tendências da indústria, o vice-presidente e director comercial para a Ásia Pacífico, América Latina e mercados emergentes do Facebook, Blake Chandlee, disse que o mercado asiático é uma parte fundamental do futuro daquela rede social. “Hong Kong – onde o Facebook tem mais de três milhões de utilizadores - é um mercado extraordinário para nós”, disse Chandlee ao salientar que o Facebook “está a crescer em todo o mundo e que a Ásia é uma

grande parte desse crescimento”. O responsável disse, porém, não querer falar da China, “havendo muitas razões pelas quais não o quer fazer”, salientando que o Facebook “está disponível em chinês, em vários dialetos” e que a empresa pretende que “todos os utilizadores no mundo inteiro tenham acesso” à rede. “Em alguns sítios, os utilizadores têm acesso ao Facebook, noutros não, seja esse um problema temporário ou permanente”,

acrescentou. Chandlee indicou o Brasil e a Índia como mercados em que o Facebook entrou no último ano e onde ganhou uma quota de mercado significativa, referindo a Rússia e o Japão como outros alvos da empresa para crescer. A Facebook abriu também um escritório na Índia em Março de 2010 e outro em Singapura em Abril do mesmo ano. Actualmente a rede social conta com mais de 500 milhões de utilizadores em todo o mundo.


Coreias | Reunião termina sem acordo

As duas Coreias terminaram ontem sem acordo, após dois dias de negociações, a reunião militar destinada a preparar um encontro de alto nível que possa contribuir para a redução da tensão na península, anunciou a Coreia do Sul. As delegações de ambos os países, encabeçadas por coronéis, não conseguiram chegar a acordo sobre a agenda nem sobre as datas para um encontro de alto nível de forma a aproximar ambos os lados da fronteira. “As conversações acabaram sem acordo”, noticiou a agência sul-coreana Yonhap, citando uma fonte oficial da Coreia do Sul.

Taiwanês acusado de espionagem a favor de Pequim

Segredos ao ouvido

O

general Lo Hsien-che do exército de Taiwan foi preso e acusado de espionagem a favor da República Popular da China, revelou, num comunicado ontem, o director do departamento de conflitos políticos do Ministério da Defesa, Wang Mig-wo. Lo Hsien-che, de 51 anos, trabalhou no comando general do exército e é o militar de mais alta patente acusado de passar segredos militares para Pequim, alguns dos quais supostamente sobre instalações de comunicação militar entre Taipé e o comando militar dos Estados Unidos no Pacífico. A rede de comunicação militar de Taiwan é um ponto essencial na defesa da ilha nacionalista, mas é ainda desconhecido o impacto das informações transmitidas. O general foi detido a 25 de Janeiro

depois de terem sido descobertos documentos secretos na sua residência e depois de interrogado, acabaria preso na primeira semana de Fevereiro. O Ministério Público Militar disse que Lo Hsien-che foi recrutado por Pequim quando se encontrava em missão no estrangeiro entre 2002 e 2005.

Aimprensa de Taiwan refere que Lo Hsien-che tinha acesso a informação sobre o denominado programa Po Sheng, que inclui os meios de comunicação entre as forças armadas de Taiwan e dos Estados Unidos e que Washington tinha já iniciado a sua própria investigação ao militar em 2002.

Depois da China, Financial Times aposta agora no Brasil

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China reconhece sul do Sudão como país A República Popular da China disse ontem respeitar o voto no referendo do sul do Sudão e sublinhou pretender a paz e a estabilidade na região rica em petróleo. Apesar da China apoiar o presidente Omar al-Bashir e o regime da região norte do país, tentou manter relações amigáveis com a região sul, como parte da sua estratégia para proteger os investimentos chineses de petróleo. Os resultados oficiais da votação de Janeiro demonstram um apoio quase unânime na separação do Sudão em dois países com a independência do sul face ao norte, o que deverá ser oficializado em Julho. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hong Lei, disse na noite de terça-feira que a “China respeita a escolha do povo do Sudão e aprecia os esforços do norte e do sul em promover a paz entre os dois lados”. Coreias discutem famílias separadas A Coreia do Sul manifestou ontem a sua disponibilidade de princípio em manter conversações com a Coreia do Norte sobre reuniões das famílias separadas e outras questões de índole humanitária. O anuncio do Ministério da Unificação veio sugerir um aliviar da tensão entre as duas Coreias, levado ao extremo quando a 23 de Novembro a Coreia do Norte bombardeou uma ilha fronteira pertencente ao sul matando quatro pessoas, entre as quais dois civis. Ao mesmo tempo, conversas de carácter militar tiveram inicio terça-feira e prolongam-se hoje, naquele que é o primeiro encontro desde o conflito de Novembro passado e que poderá culminar numa reunião de alto nível no curto prazo e da qual estão a ser discutidos os detalhes. Apesar da disponibilidade para o diálogo, Seul voltou a sublinhar a necessidade de Pyongyang tomar “medidas responsáveis” relativas ao bombardeamento da ilha de Yeonpyeong e sobre o naufrágio do navio de guerra da Coreia do Sul, em Março de 2010, que provocou a morte a 46 marinheiros. Cerca de 20 mil coreanos já conseguiram, desde o ano 2000, encontros familiares directos – ou através de vídeo para os que não podem deslocar-se -, mas dados de Seul estimam outras 80 mil pessoas em lista de espera só na Coreia do Sul.

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Um país que vai dar que falar Maria João Belchior info@hojemacau.com.mo

L

ançada no início de Fevereiro a “Brazil Confidential” aparece com Dilma Rousseff na capa. E anuncia uma “mudança na estratégia de Brasília”. Uma aposta do grupo do jornal Financial Times, a nova revista dedica-se exclusivamente ao Brasil. Economia, política, acontecimentos, previsões, trata-se de uma investigação e análise detalhada sobre o que acontece em Brasília e no país. Descrito como um dos mercados mais atractivos do mundo, o Brasil conseguiu nos últimos dez anos uma posição de topo na economia global.Aaproximação à China contribuiu em certa medida para chamar a atenção para este “novo” país no qual Lula da Silva teve uma posição de destaque para a sua internacionalização. Na plataforma digital da revista, com subscrição obrigatória para leitura dos artigos, o maior público-alvo está em empresários e investidores

interessados na economia brasileira. Favorecida pelo Investimento Directo Estrangeiro, a economia brasileira espera um crescimento de cinco por cento no produto Nacional bruto para 2011. Antes de sair do Palácio do Planalto, Lula da Silva disse que em 2016 o Brasil vai ser uma das cinco maiores economias do mundo. Actualmente a economia brasileira é a mais forte entre os países da América Latina. Com um papel preponderante a China representa um terço do investimento estrangeiro no país. No ano passado,

dados oficiais referem um investimento de 17 mil milhões de dólares por parte da China no Brasil.Além da agricultura, para Pequim o potencial brasileiro está na riqueza energética e há dois anos o governo chinês assinou um empréstimo de dez mil milhões de dólares à Petrobrás em troca de um contrato para abastecimento de petróleo para os próximos dez anos. Duas economias de referência, a China e o Brasil passam agora a ter algo mais em comum. A China foi o primeiro país a ter em 2009 uma revista de edição exclusiva preparada pela equipa escolhida pelo Financial Times. A seguir ao “China Confidential” em 2009, nasce agora o “Brazil Confidential”. Sendo uma edição especializada, a nova revista quinzenal e editada a partir de Londres, estabelece preços específicos de acordo com o perfil dos clientes que, como no modelo chinês, se tratam de valores que se definem mais pela exclusividade do que pela concorrência.

ANÚNCIO COMISSÃO DO GRANDE PRÉMIO DE MACAU Angariação pública do patrocínio de veículos de liderança, intervenção rápida e oficiais para os 58.o e 59.o Grandes Prémios de Macau A Comissão do Grande Prémio de Macau, tem a honra de convidar todas as entidades interessadas em patrocinar os veículos de liderança, intervenção rápida e oficiais para os 58.° e 59.°Grandes Prémios de Macau para apresentarem, a esta Comissão, uma proposta de patrocínio. Processo da Angariação: O processo da presente angariação, incluindo o seu programa e demais documentos complementares, encontra-se patente na Comissão do Grande Prémio de Macau, sita na Av. da Amizade n.º 207, Edifício do Grande Prémio, 1.° Andar, onde correrá o processo de angariação. Nos dias úteis e durante o horário normal de expediente pode ser examinado o processo de angariação de patrocínio e levantadas cópias do mesmo, desde a data da publicação do presente anúncio até aos 15 de Março de 2011. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: A proposta do patrocínio deve ser submetida à Comissão do Grande Prémio de Macau, sita na Avenida da Amizade n.º 207, Edifício do Grande Prémio, 1.° Andar, desde a data de publicação deste anúncio até às 17:30 horas do dia 15 de Março de 2011. Sessão de esclarecimento: Os proponentes podem assistir à sessão de esclarecimento desta angariação pública do patrocínio que terá lugar às 15:00 horas, do dia 17 de Fevereiro de 2011, na Comissão do Grande Prémio de Macau, sita na Avenida da Amizade n.º 207, Edifício do Grande Prémio, 1.° Andar, sala 104. Acto público da abertura das propostas do patrocínio: O acto público da abertura das propostas do patrocínio terá lugar às 10:00 horas, do dia 16 de Março de 2011, na Comissão do Grande Prémio de Macau, sita na Avenida da Amizade n.º 207, Edifício do Grande Prémio, 1.° Andar, sala 104. Os proponentes deverão estar presentes no acto público da abertura das propostas para efeitos de apresentação de eventuais reclamações e/ou para esclarecimento de eventuais dúvidas dos documentos apresentados. Esclarecimentos: Quaisquer esclarecimentos sobre a presente angariação de patrocínio poderão ser solicitados à Comissão do Grande Prémio de Macau através dos seguintes números de telefone: 87962200 ou 87962210. A Comissão do Grande Prémio de Macau, aos 9 de Fevereiro de 2011.

O Coordenador João Manuel Costa Antunes


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política

Democratas querem sufrágio universal na eleição de deputados da APN

Kahon Chan

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kahon.chan@hojemacau.com.mo

s democratas estão com os olhos postos para lá da fronteira na sua campanha pelo sufrágio universal e escreveram uma carta aos deputados da Assembleia Popular Nacional (APN) em Macau, apelando a que defendessem o sistema de um voto por eleitor nas eleições dos representantes da APN. Ng Kuok Cheong também reiterou o apelo ao Governo para que explicasse o que Macau necessitava fazer no âmbito do Plano de Acção do Estuário do Rio das Pérolas, já que as autoridades disseram que iriam tentar “convencer” o público de que o controverso projecto não teria verdadeiro impacte sobre os projectos existentes. Com os deputados da APN – órgão parlamentar em grande parte manipulado que detém constitucionalmente a autoridade máxima na China – e os membros do comité nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) a encontrarem-se em Março para a maratona anual de reuniões, a Associação Novo Macau Democrático escreveu uma carta a todos os deputados de

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Macau para que abraçassem uma das principais lutas dos democratas: a implantação da democracia na APN. Apoiado no Artigo 34 da Constituição Chinesa, que estabelece que todo o cidadão com idade superior a 18 anos tem o direito a eleger e ser eleito, os democratas apelaram aos deputados da APN de Macau para que fizessem bom uso do seu poder e propusessem uma moção sobre a matéria, abrindo caminho a que os deputados de Macau fossem eleitos pelos residentes de Macau através do método de um voto por eleitor no futuro, exercendo assim um direito consagrado na constituição da China. Os deputados da APN foram também incitados a manter a atenção sobre uma viragem para a democracia em Macau, através da introdução do sufrágio universal na eleição do Chefe do Executivo e reformas estruturais na Assembleia Legislativa (AL). Os deputados da APN em Hong Kong e Macau são eleitos por um comité compreendido por apenas umas centenas de membros de elites sociais. Os democratas de Hong Kong tentaram obter nomeações de 10 membros do comité e, apesar de uma mão cheia deles terem conseguido

deputado da Assembleia Legislativa Lee Chong Cheng acredita que está mais do que na hora de se lançar uma legislação que regule as dezenas de autocarros dos casinos que circulam diariamente pelo território. Para o representante da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), há muitos “shuttle bus” em circulação a tomar o lugar dos carros particulares e dos transportes públicos e, por isso, o Governo deveria passar a taxar o sector do turismo e limitar o número de veículos nas ruas da região. As agências de viagens e os hotéis com classificação de três estrelas estão isentos dos impostos

o estatuto de candidatos em 2008, nenhum acabou por arrecadar votos suficientes.

kahon Chan

Injectar democracia na China Luzes, plano, acção

Outro assunto que se estende para lá do território de Macau é o Plano de Acção do Estuário do Rio das Pérolas, que foi lançado com o grande objectivo de melhorar a qualidade de vida através de acção governamental, mas posteriormente acabou por ser reduzido para um “intercâmbio” para “refogar” projectos existentes para serem usados como “referência” pelos três governos. O deputado da AL Ng Kuok Cheong sentiu que os governos têm tentado convencer o público de que o estudo não terá grande impacte sobre Macau, tendo sido por outro lado incapaz de apontar qualquer surpresa comparável com a detectada por activistas em Hong Kong, mas não deixou de apelar a uma explicação completa ao público em geral ainda que um alargamento do período de consulta não esteja a acontecer. “Este não é um debate intelectual realizado para mestres em que apenas se pode discutir com especialistas”, afirmou Ng. “É preciso arranjar algo para auscultação pública, como

dizer às pessoas quais as ideias-chave e como estão relacionadas com Macau. Agora, eles apenas dizem às pessoas para verificarem ligações exteriores por si próprias, mas as pessoas estão ofuscadas com a vasta gama de tópicos e não estão familiarizadas com os assuntos dos outros territórios”. O legislador acredita que o Governo de Guangdong está a planear incluir

os resultados do estudo no 12º plano quinquenal. Ng apresentou também uma interpelação escrita a exigir o planeamento de transporte específico para os novos conjuntos habitacionais públicos, tendo também apelado à aceleração da legislação para o planeamento urbano de forma a acompanhar as reformas nos transportes terrestres.

Deputado pede regulação para transportes dos casinos

Pôr ordem nos autocarros sobre os autocarros importados, o que facilita aos casinos terem muitos transportes a circularem. Não existem números oficiais de quantos “shuttle bus” andam por Macau, nem do número de utilizadores diários. Lee Chong Cheng considera que o rápido crescimento desses autocarros nos últimos anos aumentou de forma drásticas os congestionamentos e roubou lugares de estacionamento aos residentes.

Além da preocupação expressada por Lee ao Governo, através de uma interpelação verbal, também a Transmac manifestou preocupação quanto ao assédio dos seus motoristas para mudarem de emprego a ganhar mais do que aquilo que a empresa de autocarros pode pagar e a conduzirem veículos novos e nunca abarrotados de passageiros. A eficiência e o conforto os transportes dos casinos pode também

estar a roubar alguma clientela à rede pública. Lee quer saber se o Executivo tem algum plano para contar o número desses autocarros, bem como controlá-los, verificando também os seus lugares de estacionamento. O deputado não percebe como é que os casinos continuam a conseguir importar veículos numa fase em que já é complicado circular com os existentes. O representante da FAOM citou o exemplo do City

Interpelações intermináveis José Pereira Coutinho quer respostas do Governo. O deputado e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau apresentou uma nova interpelação à Assembleia Legislativa (AL) reclamando a falta de resposta “claras e coerentes” precisamente às interpelações dos deputados. Pereira Coutinho acusa o Governo de não cumprir a promessa feita nas LAG de 2010 de intensificar a coordenação das acções interdepartamentais para a elaboração de respostas escritas dos deputados à AL”, bem como de não cumprir com rigor o disposto no artigo 65º da Lei Básica que obriga o Governo a cumprir tal requisito. Anexado ao documento enviado à AL, seguiu uma cópia de uma interpelação referente à obrigação imposta pelos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) a todos os trabalhadores de participarem no Curso de Campismo de aventura ao ar livre ao sábado e domingo e sem qualquer compensação ou , de acordo com o deputado, suporte legal. As perguntas foram dirigidas ao Governo por cinco vezes, em datas diferentes, e das cinco vezes Pereira Coutinho obteve “não respostas” do Executivo. O deputado diz que a situação representa uma “violação da lei fundamental” e um “nítido desrespeito para com a AL e os cidadãos”.

of Dreams, que fornece transporte gratuito do Cotai para o centro da cidade e estaria a tirar passageiros aos autocarros públicos. Desde o dia 26 de Janeiro, esta é a quarta interpelação de um deputado da AL. O primeiro a quebrar o silêncio foi o democrata Ng Kuok Cheong, que mostrou-se descontente com o facto de só haver sessão plenária agendada para Março porque muitos deputados irão a Pequim para participar nas assembleias nacionais. São necessárias três interpelações em 30 dias para que o presidente da AL convoque uma sessão extraordinária com a presença do Executivo. - K.C.


Europa junta-se a Macau para formação na área da justiça De 21 a 25 de Março, o Auditório da Direcção dos Serviços de Economia oferece um seminário sobre “Cooperação Jurídica”. Organizado pelo Centro de Formação jurídica e judiciária de Macau e co-financiado pela União Europeia, a formação engloba temas como “A Convenção de Haia de 1993” e o “Quadro legal e práticas nos Estados-membros da UE”, com casos práticos e guias de acção. Destinado a licenciados e interessados na área do Direito, o seminário tem como oradora Anne-Marie Flo, advogada da Autoridade Central Federal Belga.

Académico Larry So diz que providência cautelar interposta pela Bombardier significa fé no sistema legal de Macau mas deixa o Governo em maus lençóis Filipa Queiroz

“F

filipa.queiroz@hojemacau.com.mo

ico contente com o facto de a empresa confiar no sistema legal de Macau, é um sinal positivo”, disse Larry So em declarações ao Hoje Macau. O professor de Serviço Social no Instituto Politécnico de Macau defendeu que “no passado o sistema legal do território sofreu grandes desafios por parte das grandes empresas que, de certa pub

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Metro Ligeiro | Caso está nas mãos dos juízes

Suspensão pode ser sinal positivo forma, monopolizavam o Governo” e que , por isso, a atitude da Bombardier pode ser vista de um ponto de vista positivo. Na segunda-feira a Administração apresentou uma contestação no Tribunal de Segunda Instância sobre a providência cautelar interposta pelo consórcio Bombardier e China Road and Bridge Corporation (BT CRBC LRT), acção com efeitos suspensivos sobre a adjudicação do fornecimento do sistema e material circulante na 1.ª fase do Metro Ligeiro. “A atitude da Bombardier mostra confiança por parte da comunidade internacional no sistema legal da RAEM, confiando que ela vai fazer uma avaliação justa do caso”, sustentou o analista político. Por outro lado, o Executivo pode não ficar bem visto na histó-

ria. “A imagem de transparência do Governo será definitivamente afectada”, frisou Larry So. “A comunidade questionará a relação da companhia com o Governo, e a comunidade internacional pressionará a Administração exigindo a sua transparência.” O académico defende que o caso “irá definitivamente atrasar o processo do Metro Ligeiro”, mas que esse tempo pode servir para o Executivo avaliar a “transparência” da sua própria conduta.

Siemens ao barulho

Por enquanto em segredo de justiça, o Gabinete para as InfraEstruturas (GIT) escusa-se a prestar declarações oficiais em relação ao conteúdo dos documentos apresentados na passada segunda-feira ao Tribunal de Segunda Instância. Entretanto, ontem o jornal Tribuna

de Macau avançou que a empresa Siemens, terceira concorrente no concurso público do Metro Ligeiro, “também decidiu requerer ao GIT a análise dos documentos do concurso”. Em declarações àquele jornal, Eric Au, director-geral de Negócios para o Concurso do Metro Ligeiro de Macau, disse que não afastava a hipótese da empresa alemã seguir o exemplo da Bombardier e agir judicialmente contra a decisão do Governo. A Bombardier apresentou a proposta mais baixa no concurso público do Metro Ligeiro, no valor de 4,57 mil milhões de patacas, contra 6,28 milhões da Siemens e 4,69 mil milhões da vencedora Mitsubishi. O facto da companhia japonesa ter oferecido preços mais reduzidos para os trabalhos opcionais e serviços de manutenção para os próximos dez anos

– 793 milhões, metade da oferta mais baixa da Bombardier – foi o argumento usado pelo GIT para justificar a decisão. Contactados pelo Hoje Macau, nenhuma das empresas envolvidas se mostrou disponível para prestar quaisquer declarações. O caso está agora nas mãos dos juízes, que até ao fim deste mês devem acenar com alguma decisão.


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sociedade

Habitação | Chineses aumentam rendas a estrangeiros entre dez e 20%

Quando a cara determina o preço

Para os portugueses, à parte da barreira da língua onde muitas vezes é preciso tradutor para falar com os senhorios, há a “questão dos preços” e “da qualidade” dos apartamentos disponíveis para arrendar no território. As agências imobiliárias não têm razão de queixa no sector, mas os contractos muitas vezes contêm alíneas pouco legais e para os “estrangeiros” as rendas aumentam “entre 10% a 20%” Joana Freitas

É

joana.freitas@hojemacau.com.mo

português e chegou há quase meio ano a Macau. Vive actualmente num apartamento na zona do Fai Chi Kei, depois de ter demorado quase um mês a encontrar casa, muito devido “à falta de qualidade nos apartamentos”. Em entrevista ao Hoje Macau, Filipe Teles explica que, apesar de ter beneficiado da ajuda de amigos que ofereceram estadia enquanto procurava casa, não quis prolongar durante muito mais tempo a mudança, pelo que paga um pouco mais do que queria, comparativamente à “relação qualidade-preço”. Para o português, encontrar casa na RAEM foi complicado porque “não queria abdicar de alguns padrões”, que, conforme explicou ao Hoje Macau, passam por “cozinha e casa de banho com condições mínimas”. Para quem procura apartamentos em Macau, a falta destas são, muitas vezes, as barreiras. Em visita a vários locais para arrendar, o Hoje Macau encontrou cozinhas pequenas e sem qualquer tipo de equipamentos, se comparadas às habitações portuguesas ditas “normais”. Este motivo pode passar pelo facto de não fazer parte dos hábitos chineses cozinhar em casa, o que se desvia do tradicional comportamento dos cidadãos portugueses. Também as construções em altura impedem que seja encontrado o apartamento ideal. “Queria um apartamento com varandas, mas acabei por escolher um sem elas, porque dentro do orçamento

que estava disposto a gastar, essa procura revelou-se impossível” nos mais de uma dezena de apartamentos que visitou, explica Filipe Teles. A escolha de um apartamento veio substituir o desejo de habitar uma casa térrea, algo que em Macau se torna uma “aventura e cara”. Em entrevista ao Hoje Macau, João Afonso, agente imobiliário no território desde 1994, explica que “existem casas para arrendar, sim, mas essas ficam em Coloane e os preços rondam os 20 a 25 mil dólares de Hong Kong mensais”. Nos apartamentos, apesar dos preços das rendas não serem em quase nada comparáveis às casas portuguesas, o problema não passa apenas pelos valores das mensalidades. “Tudo depende do que a pessoa está disposta a pagar, claro. Só acho que não há um meio-termo. Ou as casas são baratas mas de muito má qualidade, na minha opinião, ou então disparam os preços”, acrescenta Filipe Teles. Para confirmar a posição do português, João Afonso puxa “da experiência no sector” e no facto de dominar na perfeição as línguas portuguesa e chinesa – “há sempre diferenças quando o arrendamento é feito por um estrangeiro”, salienta. “Para os chineses a renda é sempre mais baixa, para os portugueses ou cidadãos de outras nacionalidades aumenta entre dez a 20%”, explica ao Hoje Macau.

Uma questão de escolha

Jane Liu diz não ser a escolha das zonas o factor mais importante na variação dos

preços. “Os preços mais altos dependem das propriedades. Por exemplo, o One Central é uma das mais caras, mas há mais”, explica a directora executiva da RicaCorp de Macau. Também o macaense João Afonso, que além de agente imobiliário é também director-geral de condomínios de luxo em Macau, afirma que a zona do One Central, nos Novos Aterros junto aos Lagos Nam Van, são os locais mais caros para arrendar casa em Macau, em conjunto com os edifícios da Praia Grande.

maior quantidade casas mobiladas, “pelo facto de haver muitos estrangeiros a mudar para cá, que não trazem esse tipo de coisas consigo”, explica Jane Liu. Já Filipe Teles, testemunha que preferiu optar por uma casa sem mobília “pela disparidade de preços” – a diferença rondava as 2000 patacas mensais com a mobília. Não obstante, não há graves decréscimos no sector do mercado imobiliário, mesmo tendo em conta os recentes aumentos dos preços. “As pessoas continuam a arrendar e há a tendência

Apesar do leque ser variado no que diz respeito à escolha de casas, já que “há muitas casas que estão vazias” são os desejos dos inquilinos que fazem as rendas. Por exemplo, em Macau é comum encontrarem-se em

de escolherem cada vez mais casas maiores e com mais equipamentos”.

Alíneas duvidosas

A questão dos contractos é a que instala mais dúvidas aos inquilinos portugue-

ses. Apesar de só 10% dos proprietários ser originário de fora de Macau, como explicou Jane Liu, “muitos senhorios vivem em Hong Kong e na China continental”, acrescenta João Afonso, pelo que a maioria das rendas tem que ser paga em dólares de Hong Kong. “Isto não é legal segundo o Código Civil”, explica ao Hoje Macau um especialista no direito habitacional, “mas o contracto é válido na mesma”. Para os inquilinos esta cláusula não é confortável, já que, actualmente, o valor da moeda vizinha é mais alto do que a moeda de Macau. No entanto, a conversão para efectuar os pagamentos das rendas “pode ser feita em relação ao câmbio da data de assinatura do contracto” e não tem de acompanhar eventuais subidas nas taxas cambiais. Também em relação ao pagamento dos depósitos, que exigem que sejam entregues quatro rendas logo à partida, o especialista da área explica ao Hoje Macau: “as quatro rendas, que constituem uma para o agente imobiliário, uma antecipada e duas de depósito, são legais, apesar de três já excederem o limite legal e o inquilino poder recusar o pagamento da chamada “extra”. No entanto, defende, “o mais provável [se isso acontecer] é o senhorio não aceitar a renovação do contracto”. No Conselho de Consumidores de Macau (CC) foram registadas 11 queixas em cinco anos. Em entrevista ao Hoje Macau, Carol Che, agente da secção de pesquisa e planeamento do CC, explicou que as principais causas se prendem ao aumento

da mensalidade durante o período de arrendamento dos apartamentos. Só em 2008 foram contabilizadas seis queixas que “incluíam o lugar de garagem e os aumentos da renda durante o período em que o inquilino habitava a casa e na altura de renovação do contracto”, explica a responsável. E em 2006 foram mais quatro os casos que envolveram este último tipo de insatisfações. Não obstante as actualizações das rendas serem legais em determinadas situações (por acordo entre ambas as partes aquando da renovação do contracto ou em função de obras de conservação extraordinária), as queixas efectuadas ao CC relativo ao aumento durante o período de execução do contracto são legítimas, por se encontrarem fora dos trâmites legais. Para além destes, as comissões exigidas pelos agentes imobiliários, muitas vezes intermediários devido ao factor linguístico ou à ausência dos proprietários em Macau, e as dificuldades em receber os depósitos após a saída das casas, que de acordo com lei é legal ser entregue após a saída uma vez que serve de salvaguarda para eventuais danos, foram também motivos para contactar o CC. Carol Che avisa, no entanto, que as reclamações não vêm muito da parte de “estrangeiros”. João Afonso acrescenta ainda que o “serviço pós arrendamento” da parte das agências imobiliárias deixam muito a desejar. “Amaior parte dos agentes [imobiliários] arrenda os apartamentos mas depois de receber a comissão deixa os clientes pendurados”. Os inquilinos, explica o responsável, precisam muitas vezes de ajuda no que diz respeito a “serviços de reparação, como tubagens, canos” ou paredes, e “essa ajuda não chega”. Para colmatar a falta de cumprimento da totalidade das cláusulas ilegais, o especialista contactado pelo Hoje Macau diz serem factores que se prendem muitas vezes “à aceitação das pessoas de certas alíneas ilegais, às quais a lei dá resolução”. O problema, salienta, “é a resistência em consultar um advogado” nestas situações.


Corrida aberta para obras do comissariado de auditoria

Foram 11 as empresas que concorreram ontem à “Empreitada das Novas Instalações do Comissariado da Auditoria”. O preço proposto variou entre os 24 milhões e os 29 milhões de patacas e apenas sete das companhias foram admitidas para a fase seguinte. Uma delas chegou mesmo a ser excluída pelo facto de não se encontrar inscrita na modalidade de execução de obras. As novas instalações vão adoptar soluções que visam responder às necessidades do serviço utente e englobam a Direcção dos Serviços de Auditoria, os Departamentos de Auditoria e a Divisão de Estudo e Metodologia, o Gabinete do Comissário da Auditoria, o Departamento de Apoios Gerais e a Divisão Administrativa e Financeira. Segundo as estimativas estas obras começam a partir de Abril.

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Aumentam turistas, aumentam os preços dos hotéis

Constituição de sociedades aumentou 18% em 2010

Coelho da sorte

Haja espaço para tantas empresas

O

s sete dias de feriados da Semana Dourada do Ano Novo Lunar renderam a Macau mais 8% de turistas em comparação com o ano passado, o que representa 800 mil visitantes a passarem pelo território entre os dias 2 e 8 deste mês. Desse total, mais da metade (470 mil) vieram do interior da China – 14% mais que em 2010 – e a média de quartos de hotéis alugados foi de 16.949 por dia, ou mais 1,1%. Os hotéis de três a cinco estrelas registaram uma taxa média de ocupação na ordem dos 87,34% (uma descida de 3,82 pontos percentuais em relação ao período homólogo do ano passado), enquanto o preço médio por quarto foi de 1.878,70 pub

patacas, representando um aumento de 14,37%. Até os quartos das pensões estiveram mais caros, tendência acompanhada por estabelecimentos que deveriam oferecer tarifas mais económicas. O preço médio da noite numa pensão foi de 435,40 patacas, o que em comparação com 2010 reflecte um aumento de 25,37% nas tarifas. Nos

hotéis de duas estrela, a subida foi ainda mais agravada: 46,22%, ou seja, 930 patacas por pernoite. Os três estrelas também aproveitaram para subir as tarifas e cobraram 1829,60 em média por um quarto (mais 22,42%). Os hotéis de luxo contiveram-se e “apenas” aumentaram os seus valores em 5,73%, para as 2258 patacas em média. Até ontem, a Direcção dos Serviços de Turismo tinha recebido duas queixas referentes aos preços praticados pelos estabelecimentos hoteleiros a semana do Coelho, mas nenhuma resultou em punição. A primeira não avançou por falta de dados e a segunda não ultrapassou o valor apresentado pela tabela do hotel.

E

m Macau foram constituídas 2991 sociedades em 2010 com um capital social de 507 milhões de patacas, mais 18,3% e 48,8%, respectivamente, face a 2009. De acordo com os dados dos Serviços de Estatística e Censos ontem divulgados, 249 milhões de patacas do capital social das sociedades constituídas em 2010 era proveniente do território, o que representa um crescimento de 50% face a 2009. Por outro lado, 124 milhões de patacas do capital social era proveniente de Hong Kong, seguindo-se 72 milhões de patacas com

origem no continente chinês e 28 milhões de patacas das nove províncias do Grande Delta do Rio das Pérolas, entre elas a província chinesa de Guangdong, com 22 milhões de patacas. Das cerca de 3000 sociedades constituídas em Macau em 2010, 1139 são do sector do comércio por grosso e a retalho, 501 dos ramos de alugueres e serviços prestados a empresas e 376 relativas a actividades imobiliárias. Mais de 80% das sociedades constituídas detinham o estatuto de sociedade por quotas, 63,9% tinham um capital

social inferior a 50 mil patacas, 63,8% detinham um capital social igual ou superior a um milhão de patacas, apenas 1881 das sociedades constituídas tinham apenas sócios de Macau e 381 apresentavam sócios da região e de outros países e territórios. Segundos os dados oficiais, em 2010 foram dissolvidas 492 sociedades em Macau, mais 4,9% do que em 2009, que possuíam um capital social de 216 milhões de patacas, a maior parte referente aos ramos dos transportes, armazenagem e comunicações.


vida

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J

osé Carlos Pereira é médico no Centro Hospitalar Conde de São Januário. Com ele, alinhavamos o panorama do cancro do pulmão como uma das principais causas de morte em Macau. Uma conversa que contraria algumas opiniões, como as do director dos Serviços de Meteorologia e Geofísica, Fong Soi Kun, de que a poluição em Macau “não melhorou nem piorou”, apontando como uma seta para as reais condições do ambiente na RAEM. Apesar de dados oficiais mostrarem que a poluição em Macau não se alterou nos últimos anos, em termos clínicos os números mostram que há cada vez mais casos de cancro no território. Têm havido mais casos de cancros, nomeadamente cancro de pulmão. Não sei como se pode manter essa ideia de que a poluição não aumentou em Macau. Primeiro, porque estamos muito perto da província de Cantão, uma zona altamente industrializada, referida como a “fábrica do mundo”. Agora todos “cheiramos” o ar em Macau, coisa que é anormal, porque o ar não se cheira. Andamos na rua e temos a sensação constante de que há alguma coisa para além do ar que nos está a entrar pelas narinas. Há outra coisa que é óbvia: o aumento do número de carros. Por isso, não sei como se chega a essa conclusão. Esta questão afecta directamente a saúde pública. Não há muitos estudos sobre o efeito concreto da poluição, nomeadamente vinda dos escapes dos automóveis e das centrais eléctricas a carvão em Macau. Também porque não temos indústria e porque somos tributários da poluição vinda do exterior. Apesar de existirem três aeroportos em Macau – já que os jetfoils têm as mesmas turbinas dos aviões que usam o mesmo querosene – que são sempre factores de avaliação, não é possível conseguir provar uma relação muito directa entre a exposição a altos níveis de poluentes. Porque não se podem usar pessoas nas experiências, acabamos por ter apenas estudos epidemiológicos, que são pouco consistentes. Mas também porque as populações são flutuantes e nem todos estão expostos da mesma forma. Os fumadores correm mais riscos. Quem mora junto de uma zona industrial corre mais riscos, quem vive em Coloane está menos sujeito do quem vive no centro. Há sempre uma série de nomenclaturas que potenciam uma avaliação precisa.

Como a poluição é sentida pela população? Primeiro nas alergias. Estamos muito mais em contacto com substâncias que são alergénicas, não só cancerígenas. Andamos sempre com as mucosas irritadas, do nariz e da garganta. Qualquer pessoa que passe pela Rua do Campo, durante dez ou 15 minutos, ou pela Almeida Ribeiro, começa a sentir a garganta, que é outra coisa que não devíamos sentir. A seguir às alergias, as doenças crónicas pulmonares obstrutivas, bronquites, asma e depois, é evidente, uma constante agressão vai predispondo, ao longo dos anos – porque estes factores são dose e tempo dependentes –, os riscos de se adquirir um cancro, que vão aumentando. Porque é cumulativo e uma inflamação constante da mucosa dos brônquios obviamente vai predispor os indivíduos a um risco muito maior. Fazendo um gráfico, pode ver-se o aumento desses riscos? Muito possivelmente, sim. Embora a população de Macau seja extremamente flutuante e com muitas pessoas a virem da China continental, sabemos que é um dos países onde há mais fumadores no mundo, e aí sim essa é uma ligação muito clara à patologia do cancro do pulmão. Daí que o gráfico seja difícil de desenhar. O tabaco é o verdadeiro responsável pela larga maioria dos casos de cancro do pulmão? Potencia se um fumador estiver em ambientes muito poluídos, como é o caso de Macau, concorrendo com os efeitos nocivos dos agentes cancerígenos e alergénicos. Mas, por outro lado, há contrapartidas, que seriam mais parques, mais jardins, mais zonas verdes, para se poder fazer através das árvores e das plantas uma certa filtração,

Seis voluntários do Fun

No passado domingo, seis voluntários da organização W um censo dos tigres e elefantes no Parque Nacional de organização de protecção da natureza, mas “os rebelde imediatamente em curso uma operação de resgate, aind

Cancro do pulmão é uma das principais causas de mo

O risco do ar que temos não de todos mas pelo menos de alguns desses poluentes. O que se assiste em Macau é a uma diminuição dessas áreas em detrimento das construções e dos equipamentos sociais da cidade. Cada vez a balança está mais desequilibrada. Nessa balança de valores quem adquire um cancro entra num beco sem saída? Sim, porque nós todos os dias temos células cancerosas a circular no nosso corpo. O que acontece é que temos também um sistema policial, digamos assim, que vai tomando conta dessa ocorrência, filtrando esses agentes que já são neoplásicos e que se formam de modo incipiente. Uma saúde equilibrada, mais uma vez, ajuda a que esse sistema se mantenha em equilíbrio e essas células cancerosas, que todos os dias fabricamos, sejam removidas do sistema e mais nada aconteça. Agora, o que sabemos é que as agressões não vêm exclusivamente do ar. A água também está contaminada. É um ciclo, dividimo-lo por gavetas por razões pedagógicas, mas o mundo é uma coisa só. A água que cai dos céus vai regar as plantas, as plantas estão contaminadas por solos contaminados pela indústria, que são com que alimentamos os animais que acabamos por comer. Está tudo ligado. Não é possível fugir a esse esquema? É absolutamente impossível. As agressões são multi-factoriais e o sistema imunitário é agredido por

Um testemunho

“Ficamos como se o mundo tivesse acabado”, refere Alda, uma das muitas milhares de pessoas em Macau que foram afectadas pelo cancro do pulmão. “Achei logo que ia morrer, mas informei-me de que nem sempre é fatal. Mas ficamos sempre com uma sentença de morte colada a nós.” Agora os olhos com que vê a vida são diferentes. “Aprecio mais as coisas pequenas e o dia-a-dia. A maneira como encaro a importância que dou aos pequenos momentos.” E continua: “Antes andamos a correr, agora vive-se aqui e agora. O amanhã é muito subjectivo”. Apesar dos sinais da doença terem desaparecido de momento, com um tratamento prolongado, é preciso ter uma atenção redobrada e fazer exames de rastreio continuados. Alda fumava um maço de tabaco por dia e, apesar de exames anuais, a verdade acabou por surgir inesperadamente. “Sabia que não fazia bem à saúde. Mas não houve avisos nem sintomas e acordei de repente para esta realidade.” Apanhar o “bicho” no seu início foi a chave para o erradicar. “Achamos sempre que é aos outros que acontece. E agora estou no barco e vai-se navegando”, conclui, sublinhando o seu gosto renovado para a vida.

António Falcão | bloomland.cn

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diversas fontes. Muitas das vezes o corpo já está fragilizado e aí acontecem mais facilmente essas situações de iniciação. A formação de um tumor tem três fases: iniciação, promoção e conversão, e isto leva décadas. Antes a esperança de vida era muito menor e as pessoas acabavam sempre por morrer de outras causas antes que o cancro se revelasse. Hoje há mais longevidade, temos melhores meios para diagnosticar os cancros, e isso ajuda a que tenhamos um maior número de casos nas nossas estatísticas. O importante é sempre apanhar a doença no seu início? Sim, o mais cedo possível. No caso deste cancro, isso não é muito fácil porque os pulmões são órgãos extensíveis e qualquer coisa que cresça lá dentro pode estar a crescer durante muito tempo sem dar sinais. E esse é o problema. Por outro lado, são órgãos muito vascularizados, com muito sangue a entrar e a sair, por essa razão as metástases mais facilmente se tornam possíveis, podendo-se espalhar pelo corpo. Quando se começa com tosses persistentes, magreza,

sangue na expectoração, é um sintoma claro de que a doença já está instalada. Nessa fase já não há nada a fazer? É óbvio que se entra num esquema de tratamento, com quimioterapia, radioterapia, e com a remoção do órgão, eventualmente, mas o prognóstico é geralmente muito fechado. Que representação tem este “flagelo” nas escalas etárias, tem ocorrido uma mudança? Surpreendentemente, há cada vez gente mais jovem com cancro do pulmão. Diria que há muitos doentes por volta dos 40 anos, que demonstram uma agressão continuada de uma década, duas décadas, até à eclosão da doença, dependendo dos outros factores coadjuvantes e casos típicos de exposição profissional. O ser humano é uma espécie de bomba-relógio? Todos animais, de um modo geral, não só o homem. Os animais, geralmente, duram menos tempo. Mas isto é um problema biológico, porque todos fazemos parte do tal sistema, ninguém está excluído, nem nós nem os animais.


undo Mundial da Natureza sequestrados na Índia

WWF (Fundo Mundial da Natureza) foram sequestrados num parque nacional na Índia. Os funcionárias da organização – três homens e três mulheres – realizavam Manas, na região Este da Índia quando cerca de 20 militantes armados os raptaram. Os seis voluntários da WWF estavam acompanhados de membros de outra es separaram as pessoas da WWF das outras”, explicou Kampa Borgoyary, director-adjunto do conselho territorial de Bodoland, à AFP. Apesar da polícia ter posto da não há qualquer notícia sobre o seu paradeiro ou sobre os responsáveis pelo rapto. Manas alberga 22 das 41 espécies de vida selvagem ameaçadas da Índia.

ortalidade. Poluição dá cartas

disponível

O exemplo mais gritante é o dos carros. Uma cidade tão pequena como Macau, que tem três dúzias de quilómetros de vias, poderia ser o tubo de ensaio ideal para se testarem, por exemplo, carros eléctricos ou híbridos em grande escala. Mas para isso era preciso vontade política, era preciso uma mudança de mentalidades, porque infelizmente o automóvel, aqui, ainda é visto como um símbolo de estatuto social.

Dada a pequena dimensão de Macau, não seria mais fácil avançar para mudanças? Creio sim. O exemplo mais gritante é o dos carros. Uma cidade tão pequena como Macau, que tem três dúzias de quilómetros de vias, poderia ser o tubo de ensaio ideal para se testarem, por exemplo, carros eléctricos ou híbridos em grande escala. Mas para isso era preciso vontade política, era preciso uma mudança de mentalidades, porque infelizmente o automóvel, aqui, ainda é visto como um símbolo de estatuto social. Acaba tudo por ser uma espécie de negócio? Exactamente. Tem de haver um trabalho de mudança desta simbologia do estatuto social. As pessoas estão a enriquecer e muitas vezes querem mostrá-lo. Mas isto muda-se. Porque na Suíça não é assim, na Dinamarca não é assim, na Alemanha não é assim. Muitos desses carros grandes estão associados ao “pato-bravismo”. Quanto ao resto, é óbvio que tem de haver mais massa crítica para as pessoas exigirem. Porque qualidade é ar. Qualidade é espaço.

Qualidade é água que bebemos e não o carro que queremos mostrar. Olhando para as medições da poluição, os cidadãos acabam por acreditar que afinal não se está assim num sítio tão mau. Pois, mas nós e muitos milhares de pessoas que andam na rua todos os dias conseguimos ver perfeitamente o que se passa. Por exemplo, os motores das motas fazem más combustões devido a um combustível de má qualidade, com componentes que não conhecemos mas que seguramente são muito tóxicos. Há também uma grande desinformação sobre isso e há que mudar todos esses padrões. Além das normas urbanísticas, há os hábitos individuais de cada um. Muitas pessoas têm tendência a adiar, a não olhar para essa causa, porque acham que não é com eles. Mesmo os fumadores dificilmente mudam de hábitos. Claro. Aliás, o risco dos não-fumadores, que são fumadores passivos, também têm uma disposição para adquirir cancro do pulmão, por estarem expostos ao fumo como agente passivo. É um risco relativo semelhante ao de estarmos expostos à poluição ambiental. O de convivermos num meio poluído pelo tabaco e o de convivermos num meio poluído pelas centrais eléctricas, pelos automóveis e pela indústria.

A própria nova Lei do Tabaco está há anos para sair da mesa dos governantes. Até agora não se viu uma acção firme do Governo nesse sentido. Concorda? Exactamente. Em Hong Kong não tiveram esse problema. Encontraram ali um espaço de transição que foi cumprido, e actualmente já ninguém fuma em espaços interiores e, como em Singapura, há lugares específicos para fumar ao ar livre. Não é preciso auscultar a população para optar por uma decisão? É verdade, juntando a questão da poluição, são factos decisivos. E a prova de que há pessoas incomodadas, quando se vai na rua em Macau, é ver muita gente a caminhar com a mão a tapar o nariz e a boca, quando não com máscara. Que há incómodo isso é óbvio, agora que isso não se revele como um movimento social, crítico, parece que não, mas é uma evidência. Por outro lado há sempre a questão das partículas que não são todas do mesmo tamanho. Daí a decisão da Organização Mundial de Saúde ter revisto as normas de medição, que Macau quer agora acompanhar? Sim. Porque é necessário fazer essas medições de modo rigoroso e com equipamento actualizado. Pegando de novo no exemplo de Hong Kong, a diferença fundamental é de que do lado de lá há um movimento, as pessoas uniram-se e falam. Os táxis são quase todos movidos a gás, o que é muito menos poluente. Há uma enorme força crítica social no sentido de se mudarem rapidamente os autocarros antigos por novos, não poluentes. Aqui, os autocarros são muito velhos e deitam as baforadas que todos vemos. Também na fiscalização dos motores e dos combustíveis deveria existir outra maneira de actuar, para que se possa começar a caminhar no bom sentido. Como vê o futuro? Depende sempre de nós. Uma das medidas mais fáceis no momento será a de incentivar a compra de carros eléctricos ou híbridos. Dos “aeroportos”, não nos podemos alijar dessa comodidade, porque não há grandes alternativas, mas podiam usar menos poluentes. Como se tem de começar por algum lado, podia-se promover o uso da bicicleta, ou o uso da bicicleta eléctrica, e de modo ambicioso o uso dos carros eléctricos, começando a criar infra-estruturas para que se possam utilizar e recarregar. E mudar a mentalidade. Não precisamos de andar de carros de 12 cilindros e a gastar 25

litros aos 100. Há também o uso das matrículas ímpares num dia e pares no outro. Não é preciso inventar, basta olhar para o que se faz noutros países nesta área. Relacionado com a sua profissão, o panorama é negro? Creio que sim. Primeiro é preciso desincentivar o uso do tabaco. Porque o tabaco é o principal causador de cancro do pulmão que se vai colar aos outros factores. O tabaco é fácil de eliminar. Basta aumentar o preço, aumentar as taxas, proibir onde for possível proibir. É preciso começar por qualquer lado. Mesmo nos casinos, pode criar-se áreas especiais para fumadores. Vivemos num sítio muito pequeno é difícil criar mais parques porque não há espaço, mas essa era uma medida importante. Fala-se muito na cura do cancro com novos avanços. Há pouco, Cuba noticiou a descoberta de uma vacina contra o cancro do pulmão. Eu sempre que oiço falar em vacinas contra o cancro fico consternado. Porque as vacinas são para evitar doenças infecciosas e cancro não é uma doença infecciosa. O que acontece é que para alguns cancros os promotores dessa doença são vírus e, portanto, se vacinarmos contra esses agentes, há probabilidades de se contrair o cancro mais tarde. E a cura? Sou muito céptico. Porque o cancro é uma doença multi-factorial, uma desordem e era preciso atacar por vários pontos. Tem havido imenso avanço tecnológico para o diagnóstico, para o tratamento com novos fármacos, novas estratégias com fármacos cirúrgicos que vão em direcção ao alvo, mas estamos muito aquém de conseguir curas, sobre-

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9 tudo em fases avançadas. Quando é encontrado in sito remove-se o tumor e fazem-se os tratamentos, para eliminar células que estivessem à beira de se disseminar. Mas quando há disseminação, diria que 99,9% dos casos estão perdidos, porque passa a ser uma doença generalizada. Na realidade, depende sempre se é encontrado precocemente. E quanto às taxas de sucesso? Seguramente são baixas. Mais uma vez depende da fase, porque quando se fala em cancro não estamos a falar de uma doença que tenha sempre a mesma apresentação, sempre o mesmo aspecto. É uma doença dinâmica que começa muitos anos antes de dar sinais de vida e quando eclode é preciso saber, tal como um icebergue, o que há por trás do que vemos. Depende de muita coisa. Mas de um modo geral a taxa de cura é baixa. O exemplo da Escola Portuguesa, no centro da cidade, é um figurino crasso de um edifício sujeito a muito riscos? É verdade. Porque a concentração dos tóxicos é sempre maior nas maiores vias e Macau está cheio de veículos. E não se vê um fim à vista, há muitos mais autocarros a circular nas vias. Como estamos numa cidade pequena, a dada altura há uma homogeneização das condições ambientais. De facto as zonas densamente poluídas têm riscos maiores. Há sempre a ideia que é uma coisa que só acontece aos outros. Isso todos nós achamos. Sobre tudo. Esse mito de que somos eternos ou de que o mal é sempre alheio mas na verdade está bem perto, até entre amigos têm havido notícias más. É uma realidade que é preciso enfrentar.

Planeta em números • Os Humanos consomem 50% de toda a água potável. Todas as outras espécies têm que se contentar com a que sobra • Quase 80% das florestas que ainda restam ficam no terceiro mundo, e um terço fica na Rússia e no Brasil • O vidro pode ser reciclado quase infinitamente: centenas de vezes, mesmo milhões de vezes • São precisos 90l de água por dia para alimentar uma vaca. A produção de um quilo de carne consome 100.000 litros (!) de água, enquanto um quilo de cereal exige somente 1900 litros. Dá vontade de nos tornarmos vegetarianos • A natureza demora 3 a 6 meses a reciclar o papel. Demora 500 reciclar um penso higiénico, uma toalhita, um copo de plástico

anos a


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cultura Taiwan | 859 editoras de 59 países em Taipé

Uma feira como deve ser

“Tempos Modernos” foi o último filme mudo do cinema e a última vez que Charlot apareceu no grande ecrã. É uma crítica à industrialização e considerada a melhor obra de Chaplin

F

oi o último filme mudo de Charlie Chaplin e a última vez que a personagem Charlot (The Tramp, no original) apareceu no grande ecrã. Chaplin recusou-se a dar voz ao seu alter ego mais famoso, criado em 1914, optando por encerrar o capítulo em 1936 com o filme “Tempos Modernos”.

Filme mais famoso de Chaplin faz 75 anos

O fim de Charlot Para Charlie, “as acções e a expressão corporal dizem mais do que as palavras”. Faz, no entanto, uma concessão: Charlot canta no final do filme, ouvindo-se pela primeira vez a voz do vagabundo. Só que não são palavras que saem da sua boca, mas sons sem significado algum. No entanto, a expressividade corporal de Chaplin é tão forte que faz com que se perceba tudo o que não está a dizer. No final, Charlot e a sua amada (protagonizada pela actriz Paulette Goddard) caminham por uma estrada infinita, em direcção ao horizonte. Foi o adeus para sempre de Charlot. “Tempos Modernos” foi escrito, realizado e interpretado por Charlie Chaplin, que também compôs a banda

sonora que acompanha a fita do início ao fim. É uma crítica à sociedade industrializada, em que as máquinas substituem a mão-de-obra humana, e ao trabalho precário e repetitivo, sem espaço para a criatividade e a individualidade dos operários. Apesar de ter sido criticado por ser um filme mudo, com estrutura e realização “à antiga”, numa altura em que já havia som no cinema, foi considerado um dos melhores e mais desafiadores trabalhos de Chaplin, já que, além da descarada crítica social e política, aborda o tema da droga: proeza que, para a altura, era de homem.

A história

Charlot é um operário numa linha de montagem repetitiva que um dia tem um

pub

AVISO

Está aberto o concurso de admissão ao “16.º Curso de Formação de Instruendos das Forças de Segurança de Macau”. Sendo este um curso normal de formação, os instruendos que forem admitidos para a frequência do referido curso, e que concluam com aproveitamento o mesmo, poderão ingressar como Bombeiros ou Guardas da carreira de base, ou como Guardas Mecânicos ou Guardas Radiomontadores da carreira de especialistas, quando possuírem os respectivos conhecimentos de especialista, forem aprovados na avaliação relacionada e concluírem com aproveitamento o referido curso. Os interessados poderão efectuar a inscrição pelas seguintes formas: 1) Através da web page das Forças de Segurança de Macau http://www.fsm.gov.mo, das 09H00 do dia 10 de Fevereiro às 17H45 do dia 14 de Fevereiro de 2011; 2) Poderão também dirigir-se à DSFSM para a inscrição self-service durante o horário de expediente. Simultaneamente deverão marcar a hora para a entrega de documentos à DSFSM. Para informações concretas sobre os requisitos da inscrição e documentos a apresentar, etc., é favor consultar as respectivas informações publicadas na web page das Forças de Segurança de Macau (http://www.fsm.gov.mo) ou o aviso de abertura do concurso, publicado no Boletim Oficial da RAEM n.º 5, II Série, de 2 de Fevereiro de 2011.

Direcção dos Serviços das Forças de Segurança de Macau, aos 31 de Janeiro de 2011. O DIRECTOR

PUN SU PENG SUPERINTENDENTE-GERAL

esgotamento nervoso e vai parar a um manicómio. Quando volta à fábrica, bate com o nariz na porta. É confundido com um líder de sindicato em protesto pelas ruas, quando na verdade só queria devolver a bandeira que caiu de uma carrinha. E acaba por ser preso, mesmo sendo inocente. Os EUA ainda sofriam as consequências da crise provocada pelo crash da bolsa em 1929 e o desemprego não parava de crescer. E como resultado da sua arrogância, também Charles Spencer Chaplin foi acusado de simpatia pela esquerda e comportamento antiamericano na era de McCarthy. J. Edgar Hoover, director do FBI, coleccionava ficheiros sobre Chaplin e tentou acabar com o visto de residência do actor britânico. Não foi preciso. Em 1952, depois de uma viagem a Inglaterra, e sabendo dos planos de Hoover, Charles Chaplin deixou para sempre os EUA e instalou-se na Suíça. Só voltou ao país onde se tornou uma estrela em 1972 para receber um Óscar honorário. Apesar de ter sido recebido quase em ombros, regressou à Suíça logo a seguir. Foi lá que morreu, em 1976, com 88 anos, 12 filhos (de quatro mulheres diferentes) e pelo menos 13 relacionamentos amorosos que fizeram correr tinta na imprensa. É que Charlie tinha uma queda por mulheres bonitas.

A Feira do Livro de Taipé, Taiwan, abriu hoje ao público no Centro de Comércio Mundial de Taipé com obras de 859 editoras de 59 países numa mostra que se prolonga até 14 de Fevereiro. A feira, uma das mais importantes do sector da região da Ásia, desempenha um papel importante no intercambio cultural e nas trocas de direitos de propriedade intelectual, defendeu o director do departamento governamental de Informação, Johnny Chiang, numa declaração antes do início do evento. A organização da feira elegeu este ano o Butão como o país temático e apresenta 300 publicações deste país, entre as quais destaca o livro budista “Oito Mil Versos da Sabedoria Transcendental”, do século XII, que é considerado tesouro nacional. Três escritores famosos do Butão – Karma Ura, Kunzang Choden e Yonden Dargye – participam no certame e apresentam as suas obras perante o público da ilha. “Espero que o povo taiwanês possa entender oo estilo de vida feliz do Butão, uma forma simples e espiritualmente rica, através das nossas publicações”, afirmou o director do Centro de Estudos do Butão e autor do livro “Felicidade Nacional Bruta”. De acordo com uma investigação da Universidade britânica de Leicester efetuada em 2006, o Butão é o oitavo país do mundo em índice de felicidade e o primeiro da Ásia.

A foto de Rimbaud não era de Rimbaud

Afinal enganaram-se O homem que tinha sido identificado como o poeta Arthur Rimbaud (1854-1891) numa velha fotografia encontrada por dois livreiros franceses numa feira de antiguidades e tornada pública em Abril de 2010, afinal... não é Rimbaud. A conclusão é defendida por Jacques Bienvenu, especialista no autor de Uma Cerveja no Inferno, num texto publicado hoje no Le Monde. O suposto Rimbaud aparece aqui sentado entre um grupo de amigos na varanda de um hotel, identificado na parte de trás da fotografia como Hotel de l’Univers, em Aden, Abissínia (hoje Iémen), onde o poeta passou os últimos anos da sua vida. Entretanto outro dos homens na foto foi identificado como sendo o explorador Henri Lucereau. Bienvenu e outro investigador, Daniel Courtial, acabam agora de identificar uma terceira figura na imagem como sendo o médico belga Joseph Dutrieux. Sabe-se que Lucereau esteve em Aden entre Outubro de 1879 e Agosto de 1880 e que Dutrieux escreveu numa carta a um jornal egípcio que se encontrou com o explorador em Aden durante 15 dias em Novembro de 1879. Nesta data Rimbaud não estava ainda na cidade, onde só chegaria em Agosto de 1880, o que, escreve Bienvenu, tornaria impossível a existência de uma fotografia que mostrasse os três homens juntos no mesmo local e no mesmo dia. Os dois livreiros, Jacques Desse e Alban Caussé, tinham considerado que a foto era do início dos anos 1880, embora nada na imagem indicasse uma data. Na altura, em declarações à AFP, Desse descrevera-o como “um tipo de olhos claros, que tem um ar de extraterrestre no meio dos outros, um pouco como se estivesse ali e ao mesmo tempo noutro lado”. Se se tivesse provado que o homem de ar triste era de facto Rimbaud, este seria o único retrato do poeta na idade adulta cujos traços se viam claramente.


Livro autografado por Leonel Barros oferecido à Biblioteca da UMAC A Sala de Colecções Raras da Universidade de Macau vai receber um exemplar de “Macau – Coisas da Terra e do Céu”, autografado por Leonel Barros. O autor do livro, que faleceu no início de Fevereiro, era considerado um contador de histórias de Macau e um “filho da terra”. Leonel Barros tem várias obras espalhadas pelo território. “Macau – Coisas da Terra e do Céu” foi publicado em 1999 e debruça-se em aspectos da vivência de Macau, lendas e tradições. Anteriormente detido pela Biblioteca Comendador Joaquim Morais Alves do Instituto Internacional de Macau, o livro vai agora ser entregue à Universidade de Macau, de forma a assinalar a morte deste promotor da cultura do território.

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Obra de Picasso leiloada em Londres

Uma amante por 300 milhões U Viagem de presidente americano a Pequim apresentada em ópera

Na China com Richard Nixon “N

ixon na China” é a ópera de um grupo nova-iorquino que relata a viagem de Nixon à China em 1972, por altura da Guerra Fria, e o histórico encontro entre o então presidente norte-americano, a sua mulher, Mao Tsé-tung e os conselheiros de ambos, Henry Kissinger e Zhou Enlai. A primeira reunião entre as comitivas americana e chinesa inicia o espectáculo,

que segue depois com Pat Nixon nas suas excursões pela China rural. A viagem do presidente norteamericano ao gigante asiático foi desde logo caracterizada como “um arrojado acto de diplomacia”, motivo que levou o grupo a transformá-la em ópera, em 1986. Com uma nova montagem, a temporada de 2011 tem estreia marcada para este sábado no Metropolitan Opera

House de Nova Iorque, nos EUA. O sucesso que a peça tem tido nos Estados Unidos vai passar também para o Brasil, onde será a primeira vez que uma ópera é exibida ao vivo num cinema. Esta não é a primeira versão da trajectória de Nixon, que também foi retratada no cinema com filmes como “Todos os homens dos presidente”,”Nixon” e “Frost/Nixon”.

m quadro em que Picasso retrata a sua jovem amante Marie-Therese Walter foi leiloado ontem, em Londres, por 25,2 milhões de libras – cerca de 300 milhões de patacas. A identidade do comprador, que licitou por telefone, não é conhecida. O intermediário no negócio foi um executivo da própria Sotheby (a empresa que organizou o leilão), que, segundo a agência Bloomberg, costuma trabalhar para clientes russos. Chamado “La Lecture”, o quadro mostra uma mulher a dormir num cadeirão, com um livro aberto no colo. Foi pintado em 1932, numa altura em que Marie-Therese Walter (que serviu de modelos para vários outros quadros) tinha 21 ou 22 anos. A jovem e o pintor

tinham-se conhecido alguns anos antes, quando a Walter tinha apenas 17 anos e Picasso, 45 – os dois tiveram uma filha. Segundo declarações de uma porta-voz da leiloeira, há coleccionadores que estão interessados especificamente nos quadros que Picasso pintou tendo como modelo a jovem amante. “La Lecture” (que estava na posse de um coleccionador americano), já tinha ido a leilão em 1996, mas não fora arrematado. A segunda obra mais cara foi uma escultura de bronze do artista italiano Marino Marini, vendida por cerca de 4,8 milhões de euros. Já o quadro “Le maître d’école” de René Magritte foi vendido por quase 2,6 milhões de euros.

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NOTIFICAÇÃO EDITAL N.º 29/2011 (Solicitação de Comparência da Trabalhadora) Nos termos das alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 6.º do Regulamento da Inspecção do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 60/89/M, de 18 de Setembro, conjugado com o artigo 58.º e n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notifica-se a senhora HOANG THI HOA, ex-trabalhadora do senhor Lao Kin Kuok, para no prazo de 10 (dez) dias, a contar do primeiro dia útil seguinte à da publicação dos presentes éditos, comparecer no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.os 221-279, edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, a fim de prestar declarações no processo n.o 4001/2010, proveniente da queixa que a mesma apresentou nestes Serviços em 3/6/2010 e relativamente às matérias de feriados obrigatórios, indemnização de despedimento e aviso prévio. Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, ao 1 de Fevereiro de 2011. O Chefe do Departamento, Raimundo Vizeu Bento


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Futebol | Selecção perde por 3-1 contra o Camboja

Marco Carvalho

A

desporto

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Desaire em Phnom Penh

selecção de futebol de Macau foi ontem derrotada por três bolas a uma pela sua congénere do Camboja em partida a contar para a primeira mão do playoff de qualificação para a fase de grupos da Challenge Cup, disputada no Estádio Olímpico Nacional da capital cambojana, Phnom Penh. Com Geofredo de Sousa e Herculano Monteiro Soares no onze inicial, a formação orientada por Leung Sui Weng partia para o encontro com o estatuto de elo mais fraco numa eliminatória que se previa difícil e em Phnom Penh acabou por não conseguir espantar o espectro da derrota, repetindo os valores do desaire sofrido há três anos no mesmo recinto em desafio a contar para a fase de qualificação da mesma competição. Sinoun e Rithy foram em 2008 os grandes protagonistas do encontro, mas nem um nem outro fizeram parte das opções de Lee Tae Hoon para a partida de ontem e a bem dizer também não fizeram falta. O

treinador sul-coreano colocou nas mãos de Sam El Nasa e de Kouch Sokumpheak as responsabilidades ofensivas do grupo de trabalho por si dirigido e a aposta acabou por se revelar acertada, ainda que tardiamente. A dupla de avançados do país dos khmers apresentou-se desde cedo como uma ameaça séria à tranquilidade de Leong Chon Kit, mas o guarda-redes do território conseguiu ainda assim manter as redes de Macau invioladas durante a vigência da primeira metade. O rigor e a concentração que o onze orientado por Leung Sui Wing mostrou dentro das quatro linhas durante os primeiros 45 minutos esfumou-se durante o intervalo e na segunda metade bastaram dois minutos para que o Camboja inaugurasse o marcador. O golo, apontado aos 47 minutos, teve a chancela de Sam El Nasa, dianteiro

Gonçalo Lobo Pinheiro

Automobilismo | André Couto no Japão para treinar na equipa Kraft

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O

piloto português de Macau André Couto está em Okayama, no Japão, para realizar durante três dias testes na Team Kraft, propriedade da TRD (Toyota Racing Development). “É lógico que gostava de cá ficar porque as pessoas estão contentes comigo e acabo por subir mais um patamar. Já fiz o melhor tempo de 2010 com o carro”, revelou André Couto ao Hoje Macau.

que alinha com as cores da formação da Polícia Militar. O avançado, de 26 anos, voltou a fazer estragos junto do último reduto da selecção da RAEM menos de cinco minutos depois, concluindo com classe uma boa jogada do ataque da equipa da casa. Desnorteada, o onze do território consentiu o terceiro tento antes ainda do encontro atingir a marca horária, com o médio Khuon Laboravy a fazer o gosto ao pé e a dar um contributo forte para que a sua equipa continue em prova. A exemplo do que sucedeu há três anos, o melhor que o grupo de trabalho orientado por Leung Sui Wing conseguiu foi reduzir a desvantagem, já nos minutos finais do encontro. Em 2008, Che Chi Man foi o autor da proeza, mas ontem o veterano centro-campista do Lam Pak viu Leong Ka Hang

saltar do banco para apontar de cabeça um golo que mantém ainda vivas as esperanças da selecção do território. Não obstante a derrota, os jogadores que integram o grupo de trabalho da selecção do Lótus dizem sair de Phnom Penh com a sensação de dever cumprido, ao evitar na partida fora de portas uma derrota por números mais rotundos. Em declarações prestadas por telefone ao canal de língua cantonesa da Teledifusão de Macau, o médio Kwok Siu Tin diz que o resultado, apesar de negativo, mantém em aberto as aspirações da selecção no que toca à partida da segunda mão. “Acabou por não ser um resultado muito negativo, se tivermos em conta que a selecção do Camboja é uma selecção mais forte. Três dos jogadores que defrontámos alinham em equipas que disputam

o campeonato tailandês e têm já o estatuto de atletas profissionais. Outro factor que acabou por nos prejudicar acabou por ser o calor que se fazia sentir à hora que o jogo começou. Não estamos habituados a suportar tanto calor nesta altura e o desgaste acabou por ser naturalmente maior. Estamos, apesar de tudo, de consciência tranquila e o que importa agora é preparar o jogo da segunda mão”, adianta o jovem atleta do Ka I. O tira-teimas no acesso à fase de grupos da Challenge Cup está agendado para a próxima semana. Na próxima quarta-feira Macau e Camboja voltam a esgrimir argumentos no Estádio da Taipa, num encontro que decide qual da equipas se junta ao Myanmar, ao Bangladesh e à Palestina no grupo A da competição. Nos outro desafio ontem disputado, destaque para o triunfo caseiro das Filipinas sobre a Mongólia, em partida disputada em Bacolod. A formação pinoy derrotou o onze mongol com golos de Emelio Caligdong e de Phil Younghusband, jogador formado nas escolas do Chelsea.

Três dias para sonhar A nova temporada do campeonato GT japonês (Super GT500) começou a ser preparada pela Toyota e pela TRD, que tem levado a cabo uma série de testes no sentido de encontrar pilotos para comporem as equipas Kraft e Cerumo. “Só há dois estrangeiros, eu e o Andre Lotterer, o que significa que

apesar da grande luta por um lugar, as perspectivas são interessantes”, afirmou o piloto. As duas das equipas Toyota estão a testar cinco pilotos para fazer rodar as suas viaturas. André Couto foi convidado a treinar com o carro número 35 do Team Kraft, conjuntamente com

Oshima e Nakajima, enquanto o colega de equipa da temporada 2010, Kohei Hirate, dividiu o carro número 38 do Team Cerumo, com Tachikawa. Uma das principais novidades para o piloto da RAEM, que testou o carro Lexus, foi a utilização de pneus Bridgestone no

SC430. Nos últimos anos, Couto tem competido com pneus Dunlop no SC430 da Denso. “É uma equipa superior à que competi o ano passado muito por causa do tipo de pneus que usam. As negociações estão muito favoráveis apesar da grande disputa pelo lugar”, disse.

Couto corre desde 2004 pelo Toyota/Lexus Team Sard, mas ainda não tem lugar oficialmente confirmado para a próxima época. O campeonato Super GT começa no primeiro fimde-semana de Abril, em Okayama. “Vou fazer o meu melhor mas não depende apenas de mim. De Macau não recebo os apoios suficientes para estar à altura do nível que aqui se pratica, mas não quero descartar esta oportunidade”, apontou o piloto português.


[f]utilidades Cineteatro | PUB

[ ] Cinema

Sala 1

SALA 3

(Falado em cantonense) Um filme de: Chung Shu Kai, Eric Tsang Com: Tony Leung, Sandra Ng, Eric Tsang 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

(Falado em cantonense) Um filme de: Byron Howard, Nathan Greno Com: Mandy Moore, Donna Murphy, Zachary Levi 14.30, 16.30, 19.30

I love hong kong [B] Preço: Mop50.00

Sala 3

Um filme de: Michael Gondry Com: Seth Rogen, Jay Chou 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

(Falado em putonghua/cantonense, legendado em chinês e inglês) Um filme de: Benny Chang Com: Andy Lau, Nicholas Tse, Jackie Chan 21.15

Soluções do problema HORIZONTAIS: 1-ISOBARO. BOM. 2-RASAR. ULUCO. 3-AB. RAIVECER. 4-RICARDINA. A. 5-ANAL. AREIA. 6-OLHAL. ISBA. 7-H. CONDIZA. RB. 8-ACA. OCASIAO. 9-NADADOR. REI. 10-GROXO. CAIMA. 11-OURA. SASSOR. VERTICAIS: 1-IRARA. HANGO. 2-SABINO. CARU. 3-OS. CALCADOR. 4-BARALHO AXA. 5-ARAR. ANODO. 6-R. IDALICO. S. 7-OUVIR. ZARCA. 8-ELNEIAS. AS. 9-BUCAIS. IRIS. 10-OCE. ABRAEMO. 11-MORA. ABOIAR.

solução do problema do dia anterior

Su doku [ ] Cruzadas

VERTICAIS: 1-Mamífero mustelídeo do Norte, também chamado aiera. Ave galinácea de África. 2-Dialecto itálico, que se misturou com a língua dos Romanos. Ministro do Dáimio, no antigo regime do Japão. 3-Símbolo químico do ósmio. O que calca. 4-Indivíduo atabalhoado. Oração moira. 5-Arbusto leguminoso da Índia e da África. Electródio positivo. 6-Relativo ao monte Idálio. 7-Perceber pelo sentido do ouvido. Mulher dos olhos azuis. 8-Festas gregas, em honra de Bano. Artigo definido feminino plural. 9-Pl. de bucal. Planta que serve de tipo às irídeas. 10-Você. Antiga moeda de Goa. 11-Vila de Evora. Falar aos bois, cantar-lhes.

Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

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shaolin [c] Preço: Mop50.00

HORIZONTAIS: 1-Isobarométrico. Designativo de aprovação. 2-Tocar de leve, perpassando. Género de plantas portuláceas da Bolívia e do Peru. 3-...intestato. Raivar. 4-Diz-se de uma casta de pêra. 5-Que durou um ano. Grânulos calcários de urina. 6-Vão entre os pilares de pontes ou arcadas. Cabana dos camponeses russos. 7-Planta hermafrodita de que há duas espécies. Símbolo químico de rubídio. 8-Aqui. Oportunidade casual. 9-Que serve para nadar. Título do marido da rainha. 10-Vogal do conselho de Estado, no Japão. Rio de Portugal. 11-Oira. Espécie de peneira.

REGRAS |

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Tangled [a] Preço: Mop50.00

SALA 2

The Green Hornet [b] Preço: Mop50.00

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[Tele]visão www.macaucabletv.com

TDM 13:00 TDM News - Repetição 13:30 Jornal das 24h 14:30 RTPi DIRECTO 17:30 Selecção Nacional AA: Portugal vs Argentina (Repetição) 19:00 Música Movimento (Repetição) 19:30 Ganância 20:25 Acontecimentos Históricos 20:30 Telejornal 21:00 Jornal da Tarde da RTPi 22:10 A Muralha 22:58 Acontecimentos Históricos 23:00 TDM News 23:35 Ásia Global 00:01 Grande Entrevista 00:50 Telejornal (Repetição) 01:20 RTPi DIRECTO INFORMAÇÃO TDM RTPi 82 14:00 Telejornal Madeira 14:30 Três Andamentos 15:00 Magazine Austrália Contacto 15:30 Gostos E Sabores 16:00 Bom Dia Portugal 17:00 O Preço Certo 17:45 O Olhar Da Serpente 18:30 Príncipes Do Nada 19:00 Conta-me Como Foi 20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo 22:00 Magazine Austrália Contacto 22:30 Portugal No Coração TVB PEARL 83 06:00 Taking Stocks 07:00 First Up 07:30 NBC Nightly News 08:00 Putonghua E-News 09:00 CCTV News - Live 10:00 Market Update 10:30 Inside the Stock Exchange 11:00 Market Update 11:30 Inside the Stock Exchange 11:32 Market Update 12:00 Inside the Stock Exchange 12:02 Market Update 12:30 Inside the Stock Exchange 12:35 Market Update 13:00 CCTV News - LIVE 14:00 Market Update 14:40 Inside the Stock Exchange 14:43 Market Update 15:58 Inside the Stock Exchange 16:00 Tinga Tinga Tales 16:30 ZingZillas 17:00 Olivia 17:30 The Electric Company 18:00 Putonghua News 18:10 Putonghua Financial Bulletin 18:15 Putonghua Weather Report 18:20 Financial Report 18:30 FIFA Football World 19:00 Hong Kong Connection 19:30 News At Seven-Thirty 19:50 Weather Report 19:55 Earth Live 20:00 Undersea Edens 20:35 You’re Wearing That? 21:00 Dolce Vita 21:30 Season Of Love: The Painted Veil 22:30 Marketplace 22:35 Season Of Love: The Painted Veil 00:10 World Market Update 00:15 News Roundup 00:30 Earth Live 00:35 Brothers & Sisters 01:25 Jamie’s Ministry Of Food 02:20 European Art At The MET 02:30 Bloomberg Television 05:00 TVBS News 05:30 CCTV News ESPN 30 13:00 Asean Basketball League 2010/11 (If Nec) Chang Thailand Slammers vs. Singapore Slingers 15:00 2010 Women’s Billiards U.S. Open Semifinal #2 16:00 Atlantic Coast Conference Basketball North Carolina vs. Duke 18:00 ABL game 18:30 Chang World of Football 19:00 Total Rugby 2011

19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 Castrol Football Crazy 20:30 Bwf Super Series - Grand Final 21:30 Total Rugby 2011 22:00 Sportscenter Asia 22:30 ABL game 23:00 Global Football 23:30 Castrol Football Crazy STAR SPORTS 31 12:00 Victoria Open 14:00 2nd Asian Beach Games Muscat 2010-Beach Volleyball 16:00 Sports Max 2010/11 17:00 FA Classics 2003/04 FA Cup Tottenham Hotspur vs. Manchester City 18:00 2010 Bowling World Cup Women Finals 19:00 Australian Open 2011, Women’s Singles & Men’s Doubles Finals 21:00 Spirit Of Yachting Series 2010 21:30 (LIVE) Score Tonight 22:00 Global Football 22:30 Total Rugby 2011 23:00 2010 Bowling World Cup Women Finals STAR MOVIES 40 11:25 John Grisham’S The Rainmaker 13:45 Desperado 15:35 Ruslan 17:15 Old Dogs 18:50 The 6Th Day 21:00 Bride Wars 22:35 The Princess And The Frog 00:20 Wayne’S World 2 HBO 41 13:00 He Said, She Said 14:55 Transformers: Revenge Of The Fallen 17:30 Neil Simon’S The Odd Couple II 19:15 Almost Heroes 21:00 Boardwalk Empire 23:00 The Curious Case Of Benjamin Button CINEMAX 42 12:00 True Blood 13:45 The Hunted 15:45 Last Train From Gun Hill 17:30 Fire From Below 19:00 Terror Trap 20:30 April Fool’S Day 22:00 The Fourth War 23:30 Death Race MGM 43 12:30 Babes in Toyland 14:15 Fatal Charm 15:45 Convict Cowboy 17:30 A Home of Our Own

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(MCTV 40) Star Movies 00:20 Wayne’S World 2

Informação Macau Cable TV


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opinião

Europa social à pequinense Nicolau Santos In Expresso

A

Europa está a caminho de ser a nova China. Não em matéria de crescimento económico, onde vamos continuar a vegetar em torno de taxas muito aquém das que se verificam no Império do Meio. Mas, sim, em matéria de legislação laboral. Ainda manteremos por algum tempo as semanas de trabalho em torno das 40 horas, cinco dias por semana. Ainda manteremos restrições ao trabalho ao fim de semana. Continuaremos a aceitar a existência de sindicatos e que os trabalhadores tenham direito à greve. E, claro, ofereceremos forte resistência a que seja possível voltar a utilizar trabalho infantil. Mas não nos iludamos. Ao contrário do que se esperava com a globalização, os direitos dos trabalhadores chineses pouco avançaram. Em contrapartida, os direitos dos trabalhadores europeus vão claramente a pique. E quem comanda a ofensiva contra o Estado social é a Comissão Europeia, que no dia 11 de janeiro aprovou um documento, ‘Annual Growth Survey’, onde estão expressas as linhas de força dessa orientação: aumento dos impostos indiretos, enfraquecendo o caráter progressivo dos impostos; incentivo ao aumento dos horários de trabalho; elevar a idade de reforma e pressionar a privatização dos sistemas de pensões; enfraquecer a legislação que protege o emprego; reduzir os

cartoon por Steff

apoios diretos ao desemprego; e liberalizar o sector público. Estas orientações, a serem concretizadas, reduzem claramente os direitos dos trabalhadores em favor do capital, dos escalões mais elevados de rendimentos e dos bónus pagos no sector financeiro; e atingem o equilíbrio do Estado social e o projeto europeu. É a luz destas orientações e da santa aliança entre o FMI e a Comissão Europeia, que deve ser entendida a recente proposta do Governo aos parceiros sociais para: 1) Que sejam reduzidas as indemnizações a pagar aos trabalhadores despedidos, que passarão a ter por base 20 dias de salário contra os atuais 30; 2) A imposição de um teto máximo de 12 meses para essas indemnizações; e 3) a criação de um fundo para despedimentos. Tomadas por si, estas propostas são inadmissíveis, ainda por cima no atual quadro económico, com inúmeras empresas a fechar as portas, deixando muitas vezes milhares de trabalhadores sem qualquer indemnização, e com fortes reduções dos apoios do Estado aos desempregados. Além de mais, esta é uma ofensiva neoliberal, cujos princípios estão na base da gravíssima crise que muitos países europeus vivem. E, finalmente, no caso português, não será por aqui que, de repente, as nossas empresas se tornam competitivas e a taxa de desemprego se reduz drasticamente. Dito isto, contudo, não se pode ignorar a

português consiga mostrar trabalho para o exterior - e não causar demasiados estragos internamente.

Que país é este?

Com a globalização, os direitos dos trabalhadores chineses pouco avançaram, mas os dos trabalhadores europeus vão claramente a pique enorme pressão internacional a que as autoridades portuguesas têm vindo a ser sujeitas para flexibilizar o despedimento individual e para limitar as indemnizações (Portugal é o única país da União Europeia que não tem esta limitação). Por isso, é necessário mudar a legislação, sendo uma excelente ideia alinhá-la, no mínimo, com as leis espanholas. E é certamente necessário analisar se as alterações propostas em matéria de redução de indemnizações atingem muitas ou poucas pessoas. No cenário de injustiça que daqui decorre, pode ser que o Governo

processo

O projeto Farol, desenvolvido pela Deloitte com o apoio de vários personalidades, divulgou agora uma sondagem de opinião, assente em 1002 entrevistas distribuídas proporcionalmente ao longo do país. As conclusões são chocantes: 46% dos inquiridos dizem que a situação económica e social é hoje pior ou muito pior do que antes de 1974. 58% pensam que a situação é hoje pior do que há 25 anos, quando aderimos à CEE. E daqui a 10 anos, 53% pensam que vamos estar pior. Depois, 78% consideram que estamos a caminhar na direção errada, porque (66%) não existe uma estratégia de desenvolvimento. 64% dizem que não somos um país competitivo, mas não valorizam o empreendedorismo, a reforma do modelo social, a iniciativa privada ou a inovação e tecnologia como fatores importantes para sair da crise. A maioria (54%) considera que é mais importante o Estado apoiar as iniciativas de empreendedorismo do que eliminar as barreiras a essas iniciativas. E a esmagadora maioria (74%) defende que é o Estado que deve dar o principal contributo para a competitividade e desenvolvimento económico do país. Se a empresa tiver de mudar de local/localidade, 56% não estão dispostos a ir viver para outro sítio, mesmo que isso lhes assegure o emprego. 49% também não estão dispostos a flexibilizar as suas condições contratuais para evitarem ser despedidos. Se estiverem no desemprego, 51% recusam uma oferta de emprego se forem ganhar menos do que o subsídio. 54% também não estão dispostos a arriscar num negócio próprio para ter melhores condições de vida e maior capacidade económica. E 71% não estão dispostos a abdicar de um centro de saúde no concelho ou próximo de casa em troca de o Governo baixar impostos. Contudo, os portugueses não são modestos: cada um por si considera que contribui muito mais frequentemente para diversas áreas económicas e sociais do que os outros. E, claro, a responsabilidade pela redução e prevenção da pobreza é responsabilidade quase exclusiva do Governo (86%). Enfim, digamos que para os portugueses o passado é sempre melhor do que o presente. Mas o presente é muito melhor do que o futuro. Manifestamente, não valorizamos o que temos nem o que alcançámos nos últimos 40 anos. Depois, somos fartos a culpar os governos por tudo o que de mau acontece, mas achamos que deve ser o Estado a resolver os problemas. Além disso, somos egoístas e estamos acomodados. Mas achamos que somos muito melhores do que todos os outros nossos concidadãos. Que país é este? E que prova melhor de que precisamos de revolucionar mentalidades se queremos sobreviver no futuro?


modo

Façamos da cortesia o nosso de vida e passarmos a nossa existência a semear benções de felicidade. Padre Manuel teixeira [1912-2003]

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A China, as redes sociais e os jovens de 20 anos vs as pirâmides Thomas Friedman* The New York Times/ i

Q

ualquer pessoa que siga o Médio Oriente sabe que as seis palavras mais perigosas depois de um cataclismo são: “As coisas nunca mais serão iguais.” A região assistiu à queda do Muro de Berlim e ao aparecimento do Google sem mudar uma vírgula. Ainda assim, em viagem por Israel e pela Jordânia, pareceme que as forças que durante tanto tempo contribuíram para o statu quo - o petróleo, a autocracia, Israel e o medo da mudança por fim são confrontadas com um factor de mudança ainda mais poderoso que elas: a China, o Twitter e os jovens de 20 anos. É claro que a China por si só não está a deitar achas para a fogueira da revolução, mas o país, assim como o aumento do consumo de carne, milho, trigo e petróleo em toda a Ásia, estão a fazê-lo. Os aumentos dos preços de alimentos e combustível que caíram como uma bomba na região nos últimos seis meses aumentaram profundamente o descontentamento com os regimes ilegítimos - em especial entre jovens, pobres e desempregados - razão pela qual quase todos os governos daqui anunciam de repente aumentos de subsídios e salários - mesmo sem saberem como vão pagá-los ou, pior, tirando as verbas de orçamentos fundamentais para construir escolas e outras infra-estruturas. O rei Abdullah II, da Jordânia, acaba de anunciar um aumento mensal de 30 dólares para soldados e funcionários, além de subsídios para alimentação e combustível. O governo do Kuwait anunciou a semana passada que vai dar 3500 dólares a cada um dos 1,1 milhões de cidadãos e disponibilizar 850 milhões de dólares em subsídios alimentares. Mas a China desafia o Egipto e a Jordânia ainda de outras formas. Há uns anos escrevi sobre empresários que importavam da China lanternas tradicionais para o Ramadão - com microchips que tocavam música popular egípcia. Quando a China consegue fazer brinquedos para o Ramadão mais baratos que o Egipto, onde os salários são tão baixos, há um problema de competitividade. Egipto, Jordânia, Iémen e Tunísia têm hoje a maior população de insatisfeitos do mundo - os licenciados inempregáveis

sem capacidade para serem globalmente competitivos. Estive há pouco em Singapura e notei que o governo está obcecado com detalhes como melhorar o ensino das fracções às crianças. Hosni Mubarak nunca teve essa preocupação. Dói-me o coração ao ver os manifestantes que se reuniram na Baixa de Amã no sábado e os milhares que se juntaram no Egipto e na Tunísia. Tanto potencial humano e não têm ideia de como ficaram para

vens entre os 15 e os 29 anos, muitos deles homens sem a formação necessária para conseguir um bom emprego, comprar casa ou casar-se. Juntem-se a isto os aumentos de preços e a difusão de Twitter, Facebook e sms - que por fim lhes dá voz para responder aos líderes e uns aos outros - e temos um poderoso motor de mudança. Há algum tempo que não vinha à Jordânia mas hoje os meus ouvidos enchem-se de queixas de corrupção, frustração com o rei e a rainha

As mudanças políticas, económicas e sociais que os governos do mundo árabe estão a prometer terão de ser cumpridas. E abre-se uma hipótese de testar a democracia no mundo árabe trás - ou talvez saibam e é por isso que estão revoltados. O governo egípcio desperdiçou os últimos 30 anos - toda a vida destes jovens - mantendo-os dormentes com baixas expectativas. “Sejam pacientes, o Egipto move-se ao seu próprio ritmo, como o Nilo.” Certo. Singapura também. E a internet. No mundo árabe há 100 milhões de jo-

e desagrado profundo com o enorme fosso entre ricos e pobres. O rei Abdullah, que demitiu o governo a semana passada, com as promessas de reformas e criação de partidos, está metido num sarilho: as pessoas não se vão contentar com o ramerrame de sempre. E dizem-no claramente, em frases como: “Moha-mmed, vai viver para a Suécia.”

Ainda assim, a Jordânia não vai rebentar para já. As tribos beduínas e os palestinianos “nunca se juntariam para derrubar a monarquia Hashemita”, garante um general jordano reformado. Mas isto também dificulta as reformas. De um lado quase todos são militares ou funcionários públicos, que querem um Estado-providência e detestam a ideia de privatização tanto como os jovens adeptos das tecnologias modernas. Do outro lado, os palestinianos, que dominam o comércio e valorizam a estabilidade. O Egipto é uma chamada de atenção para o rei jordano, que enfrenta o desafio de convencer o povo de que “as suas vozes serão ouvidas em eleições, como na rua”, diz Salah Eddin al-Bashir. Quanto ao Cairo, é a revolução de 1952, comandada pelos militares, contra a de 2011, liderada pelo povo. O exército egípcio tornou-se quase uma empresa, com interesses, negócios e compensações para os chefes. Para haver um final feliz, o exército tem de desistir do poder e liderar um processo de mudança justo que permita criar o que Mubarak recusou: partidos legítimos, independentes e seculares que disputem eleições livres contra a Irmandade Muçulmana. Se isso acontecer, não receio que a Irmandade roube o futuro ao Egipto ou à Jordânia. A vida sempre foi fácil e eles deviam preocupar-se com isso: nunca tiveram oposição e os governos aproveitaram para passar a mensagem “somos nós ou a Irmandade”. Assim, o partido tornou-se intelectualmente preguiçoso; bastava-lhes dizer “O islão é que é” ou “Mubarak é sionista” e tinham 20% dos votos. Se Egipto e Jordânia criarem sistemas políticos verdadeiros, a Irmandade Muçulmana terá oposição do centro moderado pela primeira vez - e sabe-o. “Se não aprenderem a pensar de uma nova forma, só têm lugar no museu, diz Zaki Bani Rsheid, director político da Jordan’’s Islamic Action Front, braço político da Irmandade. Quando lhe perguntei se o seu partido estaria disposto a competir, mudou do árabe para o inglês: “Yes we can.” Espero que sim. E que os acontecimentos no Egipto e na Jordânia tragam por fim uma hipótese de testar partidos legítimos democráticos e modernos no mundo árabe. *Jornalista em Amam, Jordânia

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção António Falcão; Filipa Queiroz; Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Kahon Chan; Rodrigo de Matos Colaboradores Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; João Miguel Barros, Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Luís Sá Cunha, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Av. Dr. Rodrigo Rodrigues nº 600 E, Centro Comercial First Nacional, 14º andar, Sala 1407 – Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


Ó Julião, és fascista? Sporting Costinha vai ser despedido O Conselho de Administração da SAD do Sporting deverá comunicar ainda hoje o despedimento do director desportivo Costinha, na sequência das afirmações proferidas em entrevista à Sport TV. A administração da SAD considera o despedimento de Costinha inevitável depois de ter posto publicamente em causa um acto de gestão daquela, quando qualificou como “ruinosa” a transferência de Liedson para o Corinthians. O entendimento da administração da SAD é o de que Costinha “violou, enquanto funcionário, regras básicas ao falar publicamente sobre questões do foro interno da SAD e do clube, agravadas pelos termos em que o fez e que consubstanciam intolerável falta de solidariedade”. Portugal Idosa nove anos morta em casa Só nove anos após ter sido dado o primeiro alerta para o desaparecimento é que o corpo de uma idosa que vivia sozinha num apartamento na Rinchoa, concelho de Sintra, foi encontrado. O achado macabro foi feito pela nova proprietária da casa. Augusta, que no próximo sábado faria 96 anos, terá morrido em Agosto de 2002. Foi nesta altura que uma vizinha deixou de ver a idosa e alertou as autoridades. A polícia chegou a dirigir-se ao apartamento, mas não entrou, argumentando que não podia arrombar a porta. O corpo de Augusta acabou por ser encontrado esta semana pela nova proprietária da casa da idosa, que adquiriu o apartamento num leilão das Finanças. Além de Augusta, a mulher encontrou ainda o cão que lhe fazia companhia morto numa varanda. Egipto Protestos alastram-se Os protestos no Egipto continuam a alastrar. Há informações de que os manifestantes incendiaram o edifício do governador de Port Said, cidade à entrada do canal do Suez. Surgiram também notícias de que pelo menos três pessoas morreram e centenas ficaram feridas em confrontos, ontem, com a polícia no Sul do país. No Cairo, epicentro da revolta, a situação permanece tensa. Várias centenas de manifestantes tentaram bloquear o acesso ao Parlamento egípcio. A Assembleia é dominada pelo Partido Nacional Democrata (PND) do Presidente Hosni Mubarak, cuja demissão está a ser exigida nas ruas diariamente por milhares de pessoas.

Gostava. Mas não tenho...

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Ilha Verde | Protestos por compensações

Nem barracas nem patacas

U

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ma família da zona de barracas demolida na Ilha Verde denunciou a um diário chinês que a sua compensação anda perdida e que o promotor Panasonic não é capaz de dizer quem ficou com o dinheiro em vez da família. O promotor disse então ao jornal que cada família recebeu uma compensação ou a possibilidade de adquirir uma unidade de habitação económica, enquanto o Instituto de Habitação (IH) afirmou que não era da sua responsabilidade negociar disputas sobre compensações. O jornal “Cheng Pou” noticiou

ontem que a família Ao não tinha sido compensada pelo promotor como a maioria dos outros ocupantes de barracas dois meses após a casa ter sido desmantelada com todos os pertences pessoais no interior. O chefe da família Ao disse ao diário que três gerações da sua família tinham residido na zona e que a barraca demolida existia há quatro décadas. O morador assinou um formulário de remoção voluntária fornecido pelo promotor, a Panasonic Developments, depois de a sua moradia ter sido feita em pedaços, com o funcionário da empresa a aconselhá-lo a apenas falar em compensações pelo despejo depois que o IH aprovasse a sua compra de habitação económica.

Táxi arranca com mala e esquece passageiro Um ouvinte da rádio TDM disse ter tido conhecimento de que um motorista de táxi tinha arrancado com as malas de um turista no momento em que este tentava fechar a bagageira, deixando o pobre viajante sem as suas bagagens. O intuito, caqusas e consequências do incidente não foram referidos no programa, mas a PSP garantiu nunca ter recebido a respectiva queixa e apelou a todos para denunciarem roubos e assaltos à polícia para que fosse dado um seguimento adequado. Entretanto, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) recebeu 36 queixas de crimes com táxis entre 29 de Janeiro e 8 de Fevereiro, incluindo casos de recusa de transporte, cobrança excessiva de taxas de táxi, irregularidades na carta de condução e carga e descarga irregular de passageiros. A DSAT diz estar muito preocupada com as infracções e que os passageiros deviam guardar os recibos e registos no nome do motorista ou matrícula do veículo, para permitir que uma acção efectiva fosse tomada contra os infractores.

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instituto

!!!

Kahon Chan

quinta-feira 10.2.2011

A maior parte dos habitantes de barracas recebeu montantes diferentes em dinheiro, variando entre dez a dezenas de milhares de patacas, no próprio local para cobrir os custos de mudança para fora da barraca. Aparentemente isso não terá sido relevante para o seu estatuto de elegibilidade para a propriedade de unidades de habitação económica. A Panasonic recorda que os ocupantes de barracas não podem receber qualquer compensação se comprarem casas de habitação económica ou alugarem uma unidade social do Governo. O foco da discussão é que quando Ao completou os procedimentos para comprar um apartamento económico, como refere o próprio, o funcionário da Panasonic alegou que o seu pagamento tinha sido reclamado por uma pessoa não identificada. Ao disse ao jornal que o promotor aparentava não estar preocupado quando o ameaçou chamar a polícia, o que não chegou a fazer porque “era inútil, uma vez que a polícia se tinha limitado a assistir ao assalto e aos despejos forçados que tiveram lugar”. O IH disse ao “Cheng Pou” que não lhe competia negociar disputas sobre compensações, tendo sido confirmado que à família da Ao tinham sido oferecidas duas unidades económicas.

IACM diz que outro órgão está a tratar do caso dos pandas O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) permanece em silêncio a respeito da venda de mercadorias não autorizadas no Pavilhão dos Pandas. Em entrevista à TDM TV, o presidente do conselho de administração do IACM, Tam Vai Man, disse que os órgãos competentes estavam a analisar a natureza do delito no caso dos porta-canetas identificados com o nome de uma personagem de animação japonesa e recusou-se a fazer mais comentários até que o assunto estivesse esclarecido, mas não revelou que órgão em concreto é que estava a tratar da questão. O deputado da Assembleia Legislativa (AL) Paul Chan Wai Chi criticou o IACM por não se pronunciar sobre a matéria de forma elaborada, mantendo o público com a dúvida sobre se o Governo estaria isento de infracções a direitos autorais.

Tunísia presidente governa por decreto O Senado tunisino adoptou ontem por unanimidade uma lei que autoriza o presidente interino Fued Mebazaa a governar por decretos-lei, prescindindo assim da aprovação do Parlamento bicameral, uma herança do presidente deposto Zine El Abidine Ben Ali. O texto, que já tinha sido votado na segunda-feira pela Assembleia Nacional, foi adoptado pelos 86 senadores presentes, sem abstenções. Esta lei permite ao presidente Mebazaa apresentar decretos-lei sobre a amnistia geral, os textos internacionais relativos a direitos humanos, a organização de partidos políticos e uma reforma do código eleitoral. O texto agora precisa ser ratificado pelo presidente. Piratas Petroleiro grego sequestrado Um grupo de piratas sequestrou um super-petroleiro de pavilhão grego a sudoeste de Muscat (Omã), a norte do Mar Arábico. O super-petroleiro Irene, com 25 tripulantes a bordo (sete gregos, um georgiano e 17 filipinos), ia para Suez (Egipto) e tinha partido de Fujairah (Emirados Árabes). A missão Atalanta está a trabalhar pela libertação da embarcação, com a qual até agora não foi possível estabelecer comunicação.

França Sarkozy só quer férias internas O presidente francês Nicolas Sarkozy pediu aos seus ministros para, a partir de agora, “privilegiarem a França” para passarem as suas férias. E também decretou que os convites para viagens ao estrangeiro feitos a membros do seu Governo terão que ser submetidos a aprovação prévia. “Os convites para viajar ao estrangeiro serão autorizados pelo primeiro-ministro em conjunto com a célula diplomática da presidência da República, que deverá examinar a compatibilidade dessas viagens com a política externa da França”, explicou Sarkozy.


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