TERÇA-FEIRA 14 DE JULHO DE 2020 • ANO XIX • Nº4567
MOP$10 PUB
TIAGO ALCÂNTARA
DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
CONCERTAÇÃO SOCIAL
HÁ ESPAÇO PARA MAIS UM? PÁGINA 4
SUNCITY
GALAXY
TUDO SOB CONTROLO
DESEMPREGO LOCAL
ÚLTIMA
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hojemacau
Leis do destino As entradas e saídas de Macau estão sujeitas a novas regras, em função do destino de origem ou de chegada. Se o objectivo for deslocar-se a uma das nove cidades da Grande Baía, a ida estará facilitada a partir de quinta-feira: a quarentena deixa de ser obrigatória. Já quem utilizar a ponte HKZM para chegar a Macau, tem de apresentar o teste de despistagem da covid-19, com a agravante de cumprir quarentena caso venha de Hong Kong.
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2 ENTREVISTA
STEPHANIE CHIANG FUNDADORA E DIRECTORA DO PROJECTO GIRLS IN TECH MACAU
Fundado nos Estados Unidos, o movimento Girls in Tech chegou a Macau o ano passado por iniciativa de Stephanie Chiang. A trabalhar na área do marketing digital, a responsável pretende apostar em mais recursos educativos para fomentar a ligação das mulheres à tecnologia. Stephanie Chiang defende que será difícil que a tecnologia se transforme num sector económico de peso por si só devido à falta de talentos, mas acredita que a ligação a Hengqin constitui uma ajuda fundamental A Girls in Tech Macau apresentou o seu primeiro evento na RAEM em Setembro do ano passado. Quais são os vossos principais objectivos? A Girls in Tech é uma organização sem fins lucrativos com um programa internacional e foi criada em 2007 pela primeira vez nos EUA.
Ligação a Hengqin O objectivo é promover o diálogo e partilhar as nossas experiências. O ano passado apresentei a candidatura [para fundar o Girls in Tech em Macau]. Felizmente em Fevereiro do ano passado recebi a aprovação para trazer o projecto para cá e fizemos o nosso primeiro evento em Setembro. Temos a ideia de criar uma associação sem fins lucrativos, mas está apenas na fase de projecto, ainda não foi oficialmente criada. Pretendemos construir uma comunidade segura, diversa e inclusiva para as mulheres de Macau apaixonadas por tecnologia e empreendedorismo. Oferecemos oportunidades educativas e de networking para ajudar as mulheres a descobrirem os seus poderes. Que outros projectos pretendem desenvolver? Queremos promover programas na área do marketing digital e partilha de experiências por parte de mulheres empreendedoras. Todos os eventos que tínhamos programados para este ano tiveram de ser adiados por um ano devido à pandemia. Mas vamos organizar o concurso “She Loves Tech Hong Kong, Taiwan & Macau District” tendo Macau como parceiro organizador. Trata-se da maior competição mundial ao nível da tecnologia e das startups e que irá acontecer online a 26 de Setembro. Ainda estamos à procura de candidatos de Macau. Quais são os principais desafios que as mulheres em Macau enfrentam nesta área? Penso que há uma falta de recursos de aprendizagem. Acho que é muito difícil desenvolver conhecimentos na área da codificação ou programação, e foi por isso que decidimos trazer este projecto internacional para Macau, a fim de providenciar mais recursos de aprendizagem para os locais. Acredita que as universidades necessitam de investir mais recursos na área da investigação tecnológica? As universidades já investiram muitos recursos nesta área, mas há ainda muitas empresas que dizem não conseguir encontrar os talentos de que necessitam. Poderíamos ter mais workshops na área da tecnologia ou hackathons [maratonas de programação] para providenciar outros recursos in-
ternacionais e oportunidades para que os estudantes locais aprendam com os talentos de outras cidades. Isso pode ser motivador para eles. Têm alguns programas em conjunto com universidades locais? Ainda não temos qualquer cooperação com universidades locais. Também sou uma das fundadoras do Macau Startup Club, que é mais diverso e não está apenas virado para as mulheres. Nesse projecto fazemos vários eventos na área das startups e trabalhamos muito com as universidades e com as PME. Temos uma iniciativa chamada “Startup Weekend”, onde juntamos estudantes universitários para que possam conhecer melhor o universo das startups. Trabalhamos com a Universidade de São José e Universidade Cidade de Macau.
“É difícil fazer com que a tecnologia constitua um sector económico por si só. Mas podemos associar a tecnologia à cultura ou ao desporto.” Que análise faz à tecnologia que se vai desenvolvendo no meio académico? Pelo que sei as universidades têm investido muitos recursos na área da tecnologia. Sei que a Universidade de Macau e a MUST já investiram muito, mas talvez nem todos os alunos estejam interessados neste tipo de investigação. É preciso motivação e é necessário aprender com alunos de outras cidades. Tive um projecto e queria encontrar alunos locais para colaborarem comigo, mas não consegui. Eu tinha um projecto relacionado com electricidade e não consegui encontrar nenhum colaborador que estivesse familiarizado com esta área. Uma das razões pelas quais isto acontece é pelo facto de não haver muitas empresas que exijam este tipo de formação. O que também se deve ao facto de Macau não ter uma economia diversificada. Noutras cidades é muito fácil encontrar estes sectores-chave na área da tecnologia e quando os alunos terminam os seus cursos conseguem
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“ajuda muito”
facilmente encontrar trabalho, mas em Macau mesmo que façam um curso nesta área não conseguem especializar-se. Considera que Macau tem condições para se tornar num hub tecnológico, com maior competitividade, à semelhança do que acontece com cidades como Shenzhen e Hong Kong? É muito difícil. Não temos um bom ambiente para que isso aconteça. Não temos muitas indústrias. O facto de estarmos ligados a Hengqin, em Zhuhai, ajuda muito pois permite que empresas abram as suas sucursais na Ilha de Hengqin e, dessa forma, pode-se construir um ambiente favorável e mais competitivo. Sem Hengqin é difícil devido à falta de espaço e pelo facto de a população em Macau ser reduzida. Graças ao programa de financiamento para “Projectos de Investigação Científica realizados através da Cooperação entre Duas Partes” já há quatro laboratórios de Macau com presença em Hengqin e que têm como objectivo tornarem-se centros internacionais de inovação. Trabalham em áreas como a medicina tradicional chinesa, cidades inteligentes, chips, Internet, ciência especial. O Girls in Tech Macau gostaria de promover soluções tecnológicas para ajudar as PME com as suas operações diárias e também para que haja uma transformação digital. Há capacidade para que a tecnologia seja um verdadeiro sector económico? Penso que será sempre um sector interligado com outros. É difícil fazer com que a tecnologia constitua um sector económico por si só. Mas podemos associar a tecnologia à cultura ou ao desporto, por exemplo. Estas áreas podem usar a tecnologia em prol da diversificação e do desenvolvimento do sector. Macau continua a não ter talentos suficientes na área da tecnologia e é necessário investir mais em educação. Sem dúvida que a tecnologia pode ser, no futuro, uma área importante, mas neste momento só se pode desenvolver com outras indústrias em prol de uma maior inovação. As mulheres, em Macau, têm menos oportunidades do que os homens na área da tecnologia? Têm oportunidades, mas não há muitas mulheres a optarem pela informação tecnológica como área de formação. Sentimos que esses cursos muito técnicos são mais escolhidos por homens. E digo isto porque há dois anos tentei fazer um evento ligado ao empreendedorismo feminino nas startups. E quando estava à pro-
“O facto de estarmos ligados a Hengqin, em Zhuhai, ajuda imenso pois permite que empresas abram as suas sucursais na Ilha de Hengqin e, dessa forma, pode-se construir um ambiente favorável e mais competitivo.” cura de pessoas para participarem na nossa iniciativa descobrimos que eram raras as mulheres que estavam no ramo da tecnologia, a maior parte dos participantes era do sexo masculino. Não foi fácil encontrar membros do júri ou mesmo participantes por esse motivo. Penso que é uma questão cultural e que também está relacionada com a falta de recursos de aprendizagem. No entanto, sei que há cada vez mais mulheres com cargos de topo em empresas de tecnologia, o que requer capacidades de gestão e de comunicação. É uma transformação que vem provar que a tecnologia não está apenas ligada à programação ou à criação de códigos, é mais diversa e inclusiva. No Girls in Tech Macau queremos promover que a tecnologia é para todos, com diferentes ferramentas.
“Não há muitas mulheres a optarem pela informação tecnológica como área de formação. Sentimos que esses cursos muito técnicos são mais escolhidos por homens.” Relativamente à tecnologia na área do jogo, Macau poderia investir mais neste sector? Sei que há algumas startups que já trabalham com os casinos. Há uma incubadora que trabalha com casinos e desenvolve manufactura na área do jogo e soluções tecnológicas relacionadas com o entretenimento. Uma vez que o jogo é a actividade económica principal talvez seja mais fácil desenvolver a tecnologia neste sector, mas não só. Penso que poderíamos associar também a tecnologia ao sector artístico, por exemplo. Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
4 política
Emprego Au Kam San quer redução de TNR Au Kam San diz que no contexto da epidemia há menos necessidade de recursos humanos, e quer saber se as autoridades vão reforçar as exigências de renovação das autorizações para trabalhadores não residentes (TNR) de forma a reduzir a mão de obra “desnecessária” e garantir emprego para os residentes. A ideia foi apresentada através de interpelação escrita. Além disso, o deputado quer que seja criada uma base de dados que inclua o número de residentes empregados numa determinada área,
e a falta de recursos humanos em cada indústria. O objectivo é clarificar a necessidade de importação de mão de obra do exterior, para assegurar que “não vai prejudicar o direito ao emprego” dos locais. O deputado diz que enquanto os TNR não puderam entrar em Macau, os residentes assumiram os trabalhos, mas que quando se deu a flexibilização das fronteiras e puderam regressar ao território, as empresas disseram aos trabalhadores locais para tirarem licença sem vencimento.
TIAGO ALCÂNTARA
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Elevadores Ella Lei quer regulamentação para supervisionar equipamentos A deputada Ella Lei defendeu a necessidade cada vez mais premente de criar documentos legais para supervisionar os elevadores, outras instalações mecânicas e equipamentos de entretenimento de grandes dimensões. Segundo a legisladora, em Maio deste ano, Raimundo do Rosário apresentou um departamento electromecânico na Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). Porém, as atribuições e instalações a ser
supervisionadas não são tidas como claras para a deputada. Por outro lado, Ella Lei apontou também que falta vinculação jurídica nas Instruções para Apreciação, Aprovação, Vistoria e Operação dos Equipamentos de Elevadores, publicadas em 2013. Anteriormente, foi tornado público que o Executivo estava a trabalhar numa lei para a inspecção de equipamentos como os elevadores. Ella Lei questiona o Executivo sobre o ponto de situação destes trabalhos. PUB
HM • 2ª VEZ • 14-7-20
ANÚNCIO ACÇÃO ORDINÁRIA nº
CV3-19-0122-CAO
3º Juízo Cível
Autora:
華利娛樂國際一人有限公司, com sede em Macau, na “山邊巷18號境豐豪 庭14樓J座”.
Réus:
CHAN WAI KEONG, residente em Macau, na Avenida do Conselheiro Borja, Edf. Jardim Iat Lai, Bloco 1, 27º andar H; e LEONG LAP, de sexo masculino, ora ausente em parte incerta. ***
FAZ-SE SABER que, pelo 3º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base da RAEM, correm éditos de TRINTA (30) DIAS, a contar da segunda e última publicação dos anúncios, citando, o réu LEONG LAP, acima identificado, para no prazo de TRINTA (30) DIAS, decorridos que sejam os dos éditos, contestar, querendo, a acção supra identificada, sob pena de não o fazendo no dito prazo, não se consideram reconhecidos os factos articulados pela Autora, seguir o processo os ulteriores termos até final à sua revelia. Em síntese, a Autora pede que a acção seja julgada procedente por provada e, em consequência, serem os réus condenados a pagar à Autora: a) a quantia de HKD$3.000.000,00 (três milhões de dólares de Hong Kong) correspondente a MOP$3.090.000,00 (três milhões e noventa mil patacas), a título de capital; b) a quantia de HKD$889.452,05 (oitocentos e oitenta e nove mil, quatrocentos e cinquenta e dois dólares de Hong Kong e cinco cêntimos) correspondente a MOP$916.136,00 (novecentas e dezasseis mil, cento e trinta e seis patacas), a título de juros de mora vencidos; c) os juros de mora vincendos calculados à taxa de 5% ao ano, com base no valor de capital de HKD$3.000.000,00 (três milhões de dólares de Hong Kong) correspondente a MOP$3.090.000,00 (três milhões e noventa mil patacas) até efectivo e integral pagamento; d) as despesas relacionadas com a cobrança da dívida no valor de HKD. HKD$300.000,00 (trezentos mil dólares de Hong Kong) correspondente a MOP$309.000,00 (trezentas e nove mil patacas). Consigna-se que é obrigatória a constituição de advogado, no caso de querer contestar. Tudo conforme melhor consta do duplicado da petição inicial que neste 3º Juízo Cível se encontra à sua disposição e que poderá ser levantado nesta Secretaria Judicial nas horas normais de expediente. RAEM, aos 03 de Julho de 2020.
Pereira Coutinho, presidente da ATFPM e deputado “Este órgão está monopolizado por uma entidade laboral [AGOM] e uma entidade empresarial [Associação Comercial de Macau]”
CONCERTAÇÃO SOCIAL ATFPM PEDE AO GOVERNO MAIOR REPRESENTATIVIDADE
Pelo fim do monopólio José Pereira Coutinho esteve reunido com os Serviços Laborais e defendeu a necessidade de fazer com que haja mais vozes de diferentes associações na Concertação Social
A
ASSOCIAÇÃO dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) defende que o Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS) deve ter uma maior representatividade. Segundo o presidente da associação e também deputado, José Pereira Coutinho, urge acabar com o monopólio da Associação Geral dos Operários de Macau, ao nível dos representantes do sector laboral, e da Associação Comercial de Macau, ligada ao patronato. A ideia foi apresentada num encontro de ontem com a Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais
(DSAL). “Gostaríamos que o Conselho de Concertação Social pudesse aumentar a representatividade na sua estrutura, o que faria com que tivesse maior legitimidade. Desde que foi criado, há mais de duas décadas, nunca aumentaram o número de representantes do sector laboral”, afirmou José Pereira Coutinho, em declarações ao HM. O representante da ATFPM sustentou também que desde 2000 houve um aumento do número de trabalhadores e de associações que devia ter tido reflexos no CPCS. “Depois de 20 anos e face ao aumento das associações seria importante que o Governo tivesse um órgão que veiculasse as vozes de
diferentes extractos. Mas este órgão está monopolizado por uma entidade laboral [AGOM] e uma entidade empresarial [Associação Comercial de Macau]”, considerou. Entre as classes que precisam de maior representatividade, segundo Pereira Coutinho, estão os trabalhadores dos casinos, do sector público e das Pequenas e Médias Empresas (PME).
DESPEDIMENTOS PREOCUPAM
Na conversa de ontem, o presidente da ATFPM transmitiu também ao director da DSAL, Wong Chi Hong, a necessidade de fazer uma revisão completa da lei das relações laborais. “Houve várias alterações à lei que foram feitas por via de algumas vozes que se conseguiram fazer ouvir. Mas estamos a falar de remendos atrás de remendos. Por isso, gostaríamos que houvesse uma revisão geral, para que fosse concebido um documento bem pensado e lógico”, apelou o deputado. O encontro, ontem divulgado, serviu também para a ATFPM manifestar junto do Governo a preocupação com os despedimentos recentes e com o facto de haver residentes que perdem o emprego, enquanto os trabalhadores não-residentes mantêm o seu posto. Face às sugestões e preocupações, Wong Chi Hong prometeu reencaminhar a mensagem para o superior, o secretário da Economia e Finanças, Lei Wai Nong, que actualmente se encontra de quarentena, depois de ter representado a RAEM no funeral de Stanley Ho. João Santos Filipe
joaof@hojemacau.com.mo
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terça-feira 14.7.2020
FRONTEIRAS NOVAS MEDIDAS PARA ENTRADAS E SAÍDAS DO TERRITÓRIO
Tempos implacáveis
A partir de quinta-feira será possível entrar em nove cidades da província de Guangdong sem fazer quarentena. Já a partir de hoje, para se sair de Macau de barco ou avião é obrigatório apresentar o teste de ácido nucleico. Com o corredor marítimo de ligação a Hong Kong prestes a terminar, as autoridades asseguram “facilitar” nos casos mais urgentes. Deixou de ser obrigatória quarentena para quem vem de Pequim e Hubei
A
partir das 6h de quinta-feira, segundo o jornal Ou Mun, que cita as autoridades de Guangdong, a isenção de quarentena na fronteira de nove cidades na Grande Baía, passa a ser recíproca. Ou seja, quem vai de Macau para Zhuhai, Guandong, Shenzhen, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing passa a estar dispensado de fazer quarentena, mediante a apresentação de um teste de ácido nucleico negativo e do código de saúde válido. Entretanto não foi uma, mas sim duas as novas medidas de combate à pandemia, apresentadas em menos de 24 horas pelas autoridades de Macau. Desde as 6h de hoje, todos os passageiros de embarcações e aviões com partida de Macau devem apresentar um teste negativo de ácido nucleico emitido nos últimos sete dias. Foi também anunciada e implementada, desde as 18h de ontem a obrigatoriedade de apresentar o mesmo teste de despistagem para quem utilizar a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, para chegar a Macau. Além do teste de despistagem à covid-19, todos os que cheguem a Macau provenientes de Hong Kong passam a ter de fazer quarentena de 14 dias.
A dois dias do encerramento do corredor especial entre Macau e o aeroporto de Hong Kong, as autoridades justificam a decisão de impor a realização de testes de ácido nucleico a quem sai de Macau, não só para garantir a segurança dos trabalhadores e passageiros dos veículos de transporte, mas também, devido aos dois casos recentes de filipinos, provenientes de Macau, que testaram positivo para covid-19 à chegada ao país natal. “O objectivo é proteger os passageiros e tripulantes do avião ou barco. A todos os que saem de Macau exigimos a apresentação do teste de ácido nucleico negativo, porque com os dois casos que saíram de
Macau para as Filipinas, tivemos de realizar vários testes na comunidade e às pessoas de contacto próximo. Estes casos chamaram a nossa atenção para reforçar a segurança da população de Macau”, explicou ontem Alvis Lo Iek Long, médico do Centro Hospitalar Conde de São Januário (HCSJ), por ocasião da conferência de imprensa sobre a epidemia. Admitindo que uma medida anunciada de forma tão repentina, pode trazer “inconvenientes”, particularmente a quem comprou passagens aéreas para os próximos dias, o responsável garantiu que as autoridades vão facilitar a realização do teste de ácido nucleico, a tempo dos respectivos embarques. Alvis Lo explicou que os Serviços de Turismo vão entrar em contacto com todos os que já compraram bilhete de barco para o aeroporto de Hong Kong, com o objectivo de informar os passageiros acerca da medida. Caso os passageiros encontrem dificuldades na marcação do teste de despistagem, será arranjado um horário especial “Se um passageiro tem voo amanhã [hoje] de manhã e só conseguiu marcação para fazer o teste de ácido nucleico daqui a dois dias, pode mostrar o comprovativo da marcação e (...) o bilhete de avião para ir durante o horário de expediente
ao hospital [CSJ] para o fazer”, exemplificou Alvis Lo.
EM CASA TUDO BEM
Sobre a nova medida para quem chega de Hong Kong através da ponte do delta, a médica Leong Iek Hou justificou a obrigatoriedade de quarentena e do teste de despistagem, com a gravidade da situação epidémica da região vizinha. Só ontem, foram registados, pelos menos, 52 novos casos em Hong Kong. Em sentido contrário, tanto Pequim como Hubei, deixaram de fazer parte das regiões consideradas de alto risco, deixando de ser obrigatória a realização de quarentena à chegada a Macau. “Além de acompanharmos o número de casos, temos de prestar atenção às medidas, ou seja, se são severas ou leves. Em relação a Pequim as medidas foram bastante sérias (…) e há oito dias que não há casos novos. Quem volta para Macau vindo de Pequim ou Hubei já não tem de fazer quarentena de 14 dias”, explicou Leong Iek Hou. Com a saída de Hubei da lista das zonas de risco é também levantada a proibição de entrar em casinos por quem tenha estado na região nas últimas duas semanas. Pedro Arede
pedro.arede.hojemacau@gmail.com
COVID-19 ALEGADA FUNCIONÁRIA DO GOVERNO INTERROMPEU LIMPEZA
A
acção de limpeza de ruas da União de Trabalhadores Migrantes Verdes das Filipinas, que decorreu no domingo, foi interrompida pela visita de uma pessoa, que se identificou como representante do Governo. Segundo o relato nas redes sociais de Nedie Taberdo, presidente da união, a mulher apresentou-se como
senhora Lee e interveio depois de ter notado que havia uma campanha nas redes sociais. “Uma mulher apareceu ontem na nossa operação de limpeza e apresentou-se como senhora Lee. Tirou fotografias e contou os participantes. Quando lhe perguntei quem a tinha enviado, ela res-
pondeu que tinha sido o Governo e que tinham visto o nosso evento no Facebook”, relatou a presidente da União de Trabalhadores Migrantes Verdes das Filipinas. A acção levou Nedie Taberdo a questionar se houve uma acção para tentar perceber se havia uma manifestação. “Questionei-me
se o Governo estava a investigar a natureza do nosso evento como parte das medidas de prevenção face à pandemia, ou se o interesse deles era simplesmente saber se estávamos a organizar uma manifestação ilegal ou algo semelhante”, desabafou. “Até os restaurantes têm mais gente concentrada
do que o nosso evento”, acrescentou. Ainda de acordo com informações partilhadas por Nedie Taberdo, a sexta iniciativa de limpeza das ruas da União de Trabalhadores Migrantes Verdes das Filipinas permitiu recolher 200 quilos de lixo. A maior parte dos objectivos recolhidos foram plásticos. J.S.F.
Saúde Mais de 100 milhões de máscaras vendidas desde 23 de Janeiro
Desde o início do plano de fornecimento de máscaras, que começou no dia 23 de Janeiro, o Executivo lançou 18 planos que se materializaram na venda de mais de 100 milhões de máscaras, de acordo com uma nota divulgada ontem pelo centro de coordenação de contingência do novo tipo de coronavírus. A mesma entidade atribui o “actual abrandamento epidémico que se verifica em Macau” precisamente ao uso de máscara, mas também à “persistência e cooperação da população, com todas as medidas antiepidémicas tomadas pelo Governo”. Aliás, é acrescentado que a utilização massiva de máscaras criou uma linha de defesa comunitária. PUB
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 397/AI/2020 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor LAM SOI KAI, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.º 50456xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 45/DI-AI/2018 levantado pela DST a 01.03.2018, e por despacho da signatária de 06.07.2020, exarado no Relatório n.° 405/DI/2020, de 02.06.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $720.000,00 (setecentas e vinte mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua de S. João de Brito n.° 36, Edf. Heng Van , 2.° andar G onde se prestava alojamento ilegal.----------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.----------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 30 dias, conforme o disposto na alínea a) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.--------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.--------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 06 de Julho de 2020. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
6 sociedade
TURISMO PREÇOS DO ALOJAMENTO CAEM 20 POR CENTO NO SEGUNDO TRIMESTRE
O
índice de preços do turismo durante o segundo trimestre de 2020 fez-se do equilíbrio entre a queda dos preços dos quartos de hotéis e do vestuário e a subida dos preços da joalharia e dos bilhetes de avião. De acordo com dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), entre Abril e Julho, o preço do alojamento desceu 19,37 por cento no segundo semestre, em comparação com o período homólogo do ano passado, e os preços do vestuário e calçado, registaram uma queda de 18,17 por cento. Do outro lado, os preços dos transportes e comunicações caíram 11,14 por cento. Também em relação ao trimestre anterior, o período entre Abril e Julho registou uma quebra de 41,49 por cento no índice de preços do turismo, movido pela influência na hotelaria das restrições impostas pelo combate à pandemia. Comparado com ao primeiro trimestre, durante o período em análise o preço dos quartos de hotel baixou 41,49 por cento. Olhando para os resultados em termos semestrais, “os preços da secção vestuário e calçado e o da secção alojamento decresceram 15,92 por cento e 11,31 por cento, respectivamente.” Porém, os índices de preços das secções transportes e comunicações (+7,73 por cento) e bens diversos (+5,33 por cento) aumentaram. J.L.
Comércio Importada carne de porco de Taiwan
Pela primeira vez em 24 anos, Macau recebeu uma entrega de carne de porco vinda de Taiwan, noticiou a agência Central News Agency, com base no Conselho para a Agricultura da Ilha Formosa. Em causa está um carregamento com 5550 quilos, transportado num voo da StarLux Airlines, constituído principalmente por carne congelada, na maioria de porco. Ainda de acordo com as informações, algumas concessionárias fizeram encomendas para entregas semanais de 200 porcos, a pensar nos restaurantes que operam nos casinos. As encomendas surgem numa altura em que o território de Taiwan foi incluído numa lista das regiões sem casos de febre aftosa.
14.7.2020 terça-feira
GALAXY TRABALHADORES LOCAIS EM PROTESTO APÓS RESCISÃO DE CONTRATOS
Uma batalha no estaleiro Mais de 350 trabalhadores residentes afectos às obras de expansão da fase três do Hotel Galaxy terão sido despedidos. O protesto surgiu ao mesmo tempo que centenas de TNR receberam garantias de continuar a trabalhar na fase seguinte do projecto. A DSAL refere estar “muito preocupada” com a situação situação e prestar assistência aos trabalhadores. “Após tomar conhecimento do incidente, a DSAL respondeu prontamente através do envio de pessoal para acompanhar e inspeccionar a situação e reunir com os empregadores e trabalhadores, para entender a especificidade do caso e solicitar o envio de informações”, pode ler-se no comunicado da DSAL.
INVESTIGAÇÃO EM CURSO
O
NTEM de manhã, mais de uma centena de trabalhadores residentes protestaram no estaleiro de obras da fase três do novo projecto do Hotel Galaxy, no Cotai. De acordo com informações avançadas pelo canal chinês da TDM – Rádio Macau, os trabalhadores locais queixam-se do facto de os contratos que tinham para continuar afectos à fase quatro da obra, terem sido rescindidos, ao contrário do que terá acontecido com centenas de trabalhadores não residentes (TNR). De acordo com a mesma fonte, um trabalhador referiu que, no total, foram 350 os funcionários
locais notificados entre os dias 7 e 9 de Julho acerca da rescisão do seu contrato de trabalho. O grupo que esteve ontem concentrado no estaleiro de obras
Um trabalhador referiu que, no total, foram 350 os funcionários locais notificados entre os dias 7 e 9 de Julho acerca da rescisão do seu contrato de trabalho
exige agora que o empregador dê explicações sobre a garantia de trabalho na fase quatro do projecto, concedida a vários TNR e pediu ainda a intervenção da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) para proteger a mão de obra local. Reagindo ao conflito laboral, a DSAL emitiu um comunicado ao final da manhã de ontem, a declarar estar “muito preocupada” com a situação. A entidade revelou ainda ter recebido na sexta-feira um grupo de trabalhadores do estaleiro em questão e ter dado resposta pronta ao incidente, enviando técnicos para o terreno para averiguar a
Na mesma nota, a DSAL aponta ainda que, desde o dia 7 de Julho, prestou auxílio a 275 trabalhadores, nomeadamente encaminhando-os o registo de pedido de emprego e prestando esclarecimentos acerca da lei laboral. Quanto às queixas apresentadas pelos trabalhadores, a DSAL aponta situações essencialmente relacionadas com indemnizações por despedimento, violação da lei de bases da política de emprego e direitos laborais e ainda, questões salariais. Em comunicado, a DSAL acrescenta também que irá continuar a investigar o caso, com o objectivo de “assegurar os direitos e interesses legítimos dos trabalhadores.” Citada pelo jornal do Cidadão, a Galaxy esclareceu ao final do dia que ainda não contratou qualquer TNR para a execução da fase quatro do projecto. Recorde-se que no final de Junho, o organismo avançou em resposta à Lusa que, desde que se fez sentir o impacto económico provocado pela crise do novo tipo de coronavírus, no total, 5.064 permissões de emprego não foram renovadas. Pedro Arede
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terça-feira 14.7.2020
O
tribunal vai pedir à Galaxy informações sobre o empreiteiro geral a que foram adjudicadas as obras da segunda fase, entre 2013 e 2015. A operadora de jogo tem 20 dias para responder. O pedido surge depois de uma testemunha do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) reconhecer que não apurou se as obras foram entregues a empresas com ligação a Ng Kuok Sao. Em causa está um alegado esquema para pedidos de residência junto do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM). Neste âmbito, foi questionada a veracidade de comprovativos como a aquisição de equipamentos no valor de cerca de 689 mil patacas para obras do Galaxy. O CCAC entende que a empresa de engenharia Forever Creation não tinha capacidade para assumir a obra de 60 milhões por falta de trabalhadores. De dez trabalhadores apresentados nos documentos de impostos profissionais, o CCAC indica que quatro não exerciam efectiva-
CASO IPIM TRIBUNAL QUER MAIS INFORMAÇÕES SOBRE OBRAS DA GALAXY
Trabalho galáctico
É a segunda vez que o tribunal pede informações à Galaxy, desta vez para saber o empreiteiro geral a quem foram adjudicadas obras da segunda fase do Galaxy. A sessão de ontem abordou um caso de fixação de residência suspeito com ligações à empresa Forever Creation
mente funções na empresa e que os restantes permaneciam fora do território por muito tempo. Da parte da defesa, um dos advogados sugeriu que a empresa poderia contratar só depois de conseguir a obra. Vale a pena notar que o tribunal já pediu anterior-
mente informações à Galaxy, dessa vez para perceber o envolvimento da empresa Hunan nas obras da segunda fase do casino.
PEDIDO REJEITADO
Em foco esteve também um requerente de residência,
cujo pedido referia deter 60 por cento das acções da empresa de engenharia Forever Creation, pretender aumentar o investimento na ordem de dezenas de milhões e contratar mais de 50 trabalhadores. No entanto, a testemunha do CCAC defendeu que esta pessoa “não tinha intenção de investir”. Na base da argumentação está um acordo assinado pelo requerente, antes de apresentar o pedido, com um motorista de Ng Kuok Sao. O CCAC diz que o documento encontrado em buscas mostra que o reque-
rente consentia em não assumir responsabilidades na empresa, pelo que entende que a transmissão de acções tinha apenas como objectivo a fixação de residência. Para isso, iria fazer um pagamento superior a um milhão. O primeiro montante era de 400 mil renminbis, e seria devolvido caso não conseguisse a residência. O CCAC acredita que um cheque assinado por Ng Kuok Sao no valor de 230 mil dólares de Hong Kong consiste nessa restituição, já depois de descontadas as despesas de administração, uma vez
que o pedido de residência foi rejeitado. O CCAC disse ainda que entre 2014 a 2015 se registaram depósitos de valor mais elevado na conta da empresa para dar resposta a um pedido do IPIM desses documentos. “Vemos pela conta bancária que não tinha negócios”, disse a testemunha. Depois da carta do IPIM terá sido feito um depósito de cerca de 2,8 milhões de patacas através da esposa de um parceiro de negócios de Ng Kuok Sao, declarado enquanto fundo para gerir a empresa. De acordo com o CCAC, depois do IPIM receber comprovativo do capital, o valor foi levantado. Para além disso, terá sido simulado o depósito de cinco milhões, declarados a título de dinheiro para gestão da empresa. O montante acabou também por ser levantado. “Esses montantes não eram valores certos, o que fazia parecer serem normais, mas totalizavam cinco milhões”, disse a testemunha do CCAC, acrescentando que o dinheiro regressou a Ng Kuok Sao. Salomé Fernandes
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A
S autoridades estão atentas aos 13 acidentes mortais que se deram em passadeiras nos últimos dez anos, e ao facto de ter havido acidentes duas ou mais vezes em cerca de 20 passadeiras no espaço de um ano. Para elevar a eficácia das passadeiras, Wong Seng Fat, vice-presidente do Conselho Consultivo do Trânsito, disse que as autoridades planeiam escolher membros do conselho para criar uma equipa e recolher opiniões dos residentes sobre passadeiras, noticiou o Ou Mun. O mesmo responsável remeteu para informações do Governo quanto à forma para melhorar 14 passadeiras no futuro. Para isso, pretende-se simplificar o processo da passagem, ajustar algumas passadeiras para garantir que são vistas pelos condutores a tempo de os veículos abrandarem, e ter em conta se estão localizadas em sítios onde influenciam o trânsito,
RÓMULO SANTOS
TRÂNSITO 14 PASSADEIRAS A MELHORAR
ATROPELAMENTO CONDUTOR CULPADO DE MORTE APESAR DE PASSAR COM SINAL VERDE
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bem como os pontos de espera. Para além disso, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego escolheu os cruzamentos entre a Estrada do Repouso e a Estrada de Coelho do Amaral, e entre a Rua da Serenidade e a Rua da Tribuna para projectos-piloto. Vão avançar com passadeiras para atravessar os cruzamentos na
diagonal nesses locais, algo que deve ser feito dentro de dois meses com vista a poupar 80 por cento do tempo da passagem. Dados do Governo mostram que um residente demora 104 segundos para passar o cruzamento entre a Rua da Serenidade e a Rua da Tribuna. O tempo pode ser reduzido para 15 segundos se a passadeira for diagonal.
Tribunal de Segunda Instância (TSI) confirmou a culpa de um condutor que atropelou uma pessoa depois de passar um sinal verde. O acidente resultou na morte da vítima atropelada. O colectivo de juízes justificou a decisão com a obrigatoriedade de abrandar antes de entrar num cruzamento, algo que é agravado pelo facto de a viatura ser um pesado que circulava com 7,75 por cento de excesso de peso e problemas de travões. Além disso, o tribunal acrescenta que a prudência de abrandar deveria ser reforçada pela má visibilidade e que “o arguido sabia que, na entrada do cruzamento, o veículo que ficara à sua frente e à sua direita lhe tapara a visão e o veículo que se encontrava a seu lado abrandara a velocidade para deixar passar a vítima com a sua bicicleta.”
O tribunal argumenta que o semáforo serve apenas para regular o fluxo das viaturas e que face a todas as variantes “o arguido tem culpa neste acidente de viação”, isto apesar de “a vítima tenha tido culpa por entrar nesse cruzamento sem observar as regras de trânsito”. Assim sendo, o condutor teve a confirmação da condenação do crime de homicídio por negligência, embora a culpa do acidente não seja exclusivamente sua. Este crime tem uma moldura penal de até 3 anos de prisão. O TSI manteve a decisão quanto à questão das despesas com o funeral, pensão alimentícia e indemnização por perda de vida. Em relação à indemnização pelo sofrimento causado à vítima desde a ocorrência do acidente até à sua morte, o TSI fixou o valor em 200 mil patacas. J.L.
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 399/AI/2020 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor YEN YI TIEN, portador do Documento de viagem da Região de Taiwan n.° 314077xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 125/DI-AI/2018 levantado pela DST a 26.06.2018, e por despacho da signatária de 07.07.2020, exarado no Relatório n.° 409/DI/2020, de 03.06.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua de Malaca n.° 172, Edf. Centro Internacional de Macau, Bloco 11 , 2.° andar A onde se prestava alojamento ilegal.-----------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.--------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.--------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.---------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.---------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 07 de Julho de 2020. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
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14.7.2020 terça-feira
Em busca da nova vaga ARMAZÉM DO BOI NOVOS CRIADORES PODEM ENVIAR PROPOSTAS DE EXPOSIÇÕES
O Armazém do Boi está a receber propostas de jovens artistas para realizar exposições no próximo ano. A nova geração de criadores locais terá as salas do Armazém do Boi para expor novas ideias e conceitos artísticos. As candidaturas podem ser submetidas até ao fim do mês
A
S revoluções artísticas, mudanças de paradigmas e conceitos, nascem normalmente da emergência de uma nova geração, de novo sangue, com diferentes ideias de contemporaneidade, reflectindo vivências invisíveis à percepção dos progenitores. O Armazém do Boi quer captar essa frescura criativa e conceptual e materializa-la em exposições, num programa que encha a temporada artística de 2021. Essa é a ideia de Innovate G, “a iniciativa organizada pelo Armazém do Boi para apoiar a nova geração de jovens e emer-
gentes artistas de Macau”, refere a organização em comunicado. Assim sendo, o Armazém do Boi prontifica-se a colocar à disposição o seu espaço e o total apoio de cura-
O Armazém do Boi prontifica-se a colocar à disposição o seu espaço e total apoio de curadoria para servir de plataforma “a quem queira expressar novas ideias e novas formas”
doria e a servir de plataforma “para quem queira expressar novas ideias e novas formas”, num convite aberto para expor no ano que vem. Os novos projectos podem ser para exposições individuais ou colectivas, a realizar entre Fevereiro e Dezembro de 2021. Cada mostra terá um período de exibição de quatro semanas. O período de candidatura vai estar aberto até ao dia 31 de Julho. Os artistas vão ter três dias para montar os seus trabalhos no espaço do Armazém do Boi antes do dia da inauguração e, da mesma forma, outros três dias para desmontar. No caso de ser necessário mais tempo, ou de se desejar um período de exibição
específico, a organização exige que esses detalhes sejam especificados na candidatura.
REGRAS DO JOGO
Além de ideias frescas, os candidatos devem ter, pelo menos, 18 anos e as obras submetidas têm de ter menos de três anos desde a sua concepção. Como é natural, os artistas precisam ter a totalidade dos direitos de autor sobre as obras submetidas e assinar uma declaração que garanta que os trabalhos são originais. Qualquer violação das regras de direitos autorais resulta na desqualificação da candidatura. No que ao conteúdo diz respeito, o Armazém do Boi ter como propósito
encorajar a expressão de novas ideias através de formatos originais, não impondo qualquer limite ao meio ou género de expressão artística. Além da proposta da exposição, os candidatos precisam entregar um programa e introdução ao tema e conteúdo dos trabalhos. De resto, o Armazém do Boi será responsável pela assistência na montagem da exposição, pela sua promoção e publicidade, assim como pelos materiais usados nas criações, ficando o artista obrigado a ceder os direitos de imagem para material promocional. João Luz
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terça-feira 14.7.2020
Tóquio A “arte” de roubar esvazia exposição apenas em dez minutos
A "Stealable Art Exhibition" foi pensada como uma "experimentação", supostamente para transformar a relação entre artistas e o público, segundo Tota Hasegawa, promotora do projecto. E a ideia era simples: os visitantes podiam não só ver as obras expostas, como se apropriar delas - o que noutra situação seria considerado um roubo. Os promotores da iniciativa acharam que o evento seria bastante confidencial, mas as informações espalharam-se rapidamente pelas redes sociais. Quase 200 pessoas compareceram à abertura do evento, pouco antes da meia-noite da última quinta-feira e os "ladrões" foram tão eficazes que a exposição ficou esvaziada em menos de dez minutos. A intenção era que durasse dez dias. O afluxo de pessoas foi de tal ordem que a polícia teve que ir ao local, onde os organizadores esclareceram o mal-entendido já que ali roubar era permitido. PUB
U
M português a residir no Canadá pretende criar uma “aldeia global virtual” das comunidades portuguesas espalhadas nos vários cantos do mundo, um projecto que envolve a colocação de 25 murais dedicados à fadista Amália Rodrigues. “O objectivo é de criar uma comunidade virtual entre as comunidades portuguesas no mundo para comunicarmos virtualmente. Para partilharmos a nossa cultura”, afirmou à Lusa o empresário e escritor Herman Alves, 62 anos, radicado no Canadá há 50 anos. Depois do Canadá, o próximo mural será pintado em Paris, pela artista luso-francesa Nathalie Afonso, obra que será acompanhada pela canção “Amália Aux Milles Reflets” interpretada por Marta Raposo, artista luso-canadiana a residir em Montreal. Dentro de dois anos, o promotor espera ter murais de Amália nos vários cantos do mundo, como em Goa, Macau, Timor-Leste e em outras antigas colónias
Celebrar Amália
Luso-canadiano quer criar mural em Macau dentro de dois anos
portuguesas ou países onde existem grandes comunidades portuguesas. Natural de Porto de Mós, no distrito de Leiria, e a residir em Montreal, no Quebeque, Herman Alves lançou o projecto da colocação de 25 murais de Amália Rodrigues em várias cidades com grande representatividade da comunidade portuguesa.
“Esperamos organizar na altura do Natal um concerto virtual, junto dos murais, com a contribuição de cada cidade”, sublinhou.
COM CANÇÕES
O artista Paulo Carreira começou ontem a pintar o mural da diva do fado junto ao Parque de Portugal, em Montreal, próximo da
residência do músico canadiano Leonard Cohen, e que terá a sua inauguração no centenário do aniversário de Amália Rodrigues, no dia 23 de Julho. Além de Montreal, Porto de Mós já dispõe de um mural da fadista, na Praça Arménio Marques, inaugurado no dia 29 de Maio, e as próximas cidades a receber as respec-
tivas obras serão Toronto (Canadá), Fall River e New Bradford (Estados Unidos), Buenos Aires (Argentina) e Praia (Cabo Verde). No entanto, o empresário também destaca outra vertente cultural da iniciativa, através do fado, interpretado por artistas das comunidades locais e em língua oficial desses mesmos países. “O plano é fazer 25 murais com 25 canções para depois lançarmos dois álbuns, por artistas locais. Por exemplo em Cabo Verde será interpretada por José Perdigão em crioulo. Cada mural terá a sua canção, em inglês e em francês”, explicou. Este ano assinala-se o centenário do nascimento de Amália Rodrigues. A fadista tem uma ligação especial com a comunidade portuguesa no Canadá: o município de Toronto, em 1986, proclamou 6 de Outubro como o Dia de Amália, naquela cidade, curiosamente o mesmo dia em que a fadista viria a falecer, em 1999.
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14.7.2020 terça-feira
ANÚNCIO (Notificação da revogação de autorização de contratação de trabalhador não residente)
N.º 04/DCTNR/2020
Considerando que não se revelou possível notificar os interessados, pessoalmente, por ofício ou telefone, nos termos do artigo 68.º e do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, notifica-se dos actos administrativos os interessados abaixo mencionados: 1. KAM CHON MAN, proprietário do estabelecimento MACAU JS MOTO, do Despacho n.º 36063/IMO/DSAL/2019, através do qual foi revogada a autorização para a contratação de dois trabalhadores não residentes não especializados, concedida pelo Despacho n.º 32792/IMO/ DSAL/2018, atendendo ao facto de não ter efectuado o pagamento de taxa de contratação de trabalhadores não residentes. 2. 澳門向陽珠寶投資有限公司, do Despacho n.º 08183/IMO/DSAL/2020, através do qual foi revogada a autorização para a contratação de dois trabalhadores não residentes não especializados, concedida pelo Despacho n.º 22863/IMO/DSAL/2019, atendendo ao facto do estabelecimento estar fechado. 3. SAI GU RELÓGIOS E JOALHARIA LIMITADA, através do Despacho n.º 10871/IMO/ DSAL/2020, foi revogada a autorização de contratação de um trabalhador não residente não especializado, concedida pelos Despachos n.º 12873/IMO/DSAL/2019, atendendo ao facto de o interessado registou a cessação de actividade na Direcção de Serviços de Finanças. 4. ISSI BOUTIQUE INTERNACIONAL LIMITADA, através do Despacho n.º 10873/IMO/ DSAL/2020, foi revogada a autorização de contratação de três trabalhadores não residentes não especializados, concedida pelos Despachos n.º 16404/IMO/DSAL/2019, atendendo ao facto de o interessado registou a cessação de actividade na Direcção de Serviços de Finanças. 5. SHUN KING RELÓGIOS E JOALHARIA LIMITADA, através do Despacho n.º 10874/IMO/ DSAL/2020, foi revogada a autorização de contratação de dois trabalhadores não residentes não especializados, concedida pelos Despachos n.º 11130/IMO/DSAL/2019, atendendo ao facto de o interessado registou a cessação de actividade na Direcção de Serviços de Finanças. 6. FUNG NIN RELÓGIOS E JOALHARIA LIMITADA, através do Despacho n.º 10875/IMO/ DSAL/2020, foi revogada a autorização de contratação de um trabalhador não residente não especializado, concedida pelos Despachos n.º 18590/IMO/DSAL/2019, atendendo ao facto de o interessado registou a cessação de actividade na Direcção de Serviços de Finanças. 7. HOI LAI CHIT, proprietário do estabelecimento SALÃO DE BILHAR MEI TEK, através do Despacho n.º 12923/IMO/DSAL/2020, foi revogada a autorização de contratação de um trabalhador não residente não especializado, concedida pelos Despachos n.º 24226/IMO/DSAL/2018, atendendo ao facto de o interessado registou a cessação de actividade na Direcção de Serviços de Finanças. 8. PANG, LENG, através do Despacho n.º 04164/IMO/DSAL/2020, foi revogada a autorização de contratação de um trabalhador não residente doméstico, concedida pelo Despacho n.º 06007/ IMO/DSAL/2017, devido ao facto de não ter utilizado a contratação de autorização concedida ao mesmo desde 14 de Outubro de 2019. 9. FONG LENG, através do Despacho n.º 08962/IMO/DSAL/2020, foi revogada a autorização de contratação de um trabalhador não residente doméstico, concedida pelo Despacho n.º 14210/ IMO/DSAL/2016, devido ao facto do local de trabalho do trabalhador não residente doméstico ser idêntico ao local declarado por outro interessado. 10. LO IOK NGO, através do Despacho n.º 09777/IMO/DSAL/2020, foi revogada a autorização de contratação de um trabalhador não residente doméstico, concedida pelo Despacho n.º 26417/ IMO/DSAL/2016, devido ao facto de não ter utilizado a contratação de autorização concedida ao mesmo desde 24 de Outubro de 2019. 11. SILVA, MANUEL DA, através do Despacho n.º 16291/IMO/DSAL/2020, foi revogada a autorização de contratação de um trabalhador não residente doméstico, concedida pelo Despacho n.º 37376/IMO/DSAL/2016, devido ao facto de devido ao facto do local de trabalho do trabalhador não residente doméstico ser idêntico ao local declarado por outro interessado. Os interessados acima mencionados podem, nas horas de expediente, deslocar-se ao Departamento de Contratação de Trabalhadores Não Residentes da DSAL, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues n.ºs 614A-640, Edifício Long Cheng, 9.º andar, Macau, para levantamento da cópia do despacho, podendo ainda requerer, por escrito, a consulta do processo. Nos termos dos artigos 145.º, 149.º e 155.º do Código do Procedimento Administrativo, os interessados podem, sobre a decisão acima referida, interpor: a) Reclamação para o autor do acto, devendo ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias a contar do dia seguinte ao da publicação do presente anúncio; b) Recurso hierárquico necessário para o Secretário para a Economia e Finanças, devendo ser apresentado no prazo de 30 (trinta) dias a contar do dia seguinte ao da publicação do presente anúncio. Mais se informa que as decisões administrativas acima referidas não são susceptíveis de recurso contencioso. 13 de Julho de 2020. O Director da DSAL, Wong Chi Hong
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terça-feira 14.7.2020
Antigo docente de Direito na prestigiada universidade de Qinghua, Xu Zhangrun criticou o regime imposto pelo Presidente chinês, Xi Jinping, face à covid-19 no seu ensaio “Alerta Viral: Quando a Fúria Ultrapassa o Medo”. Ao fim de uma semana detido, o professor regressou ontem a casa
O
académico chinês Xu Zhangrun, conhecido por publicar vários ensaios nos quais critica o Presidente da China, Xi Jinping, foi libertado depois de permanecer detido por quase uma semana, revelaram ontem amigos e familiares. Xu Zhangrun foi preso em casa, nos arredores de Pequim, por mais de 20 agentes de segurança, na semana passada, mas foi libertado ontem e regressou já a casa, segundo amigos e familiares citados por diferentes órgãos de imprensa. A mulher do professor foi contactada pelas autoridades, que justificaram a prisão do marido pelo fato de ele ter usado os serviços de uma prostituta durante uma viagem a Chengdu, no sudoeste da China, segundo a
COVID-19 CRÍTICO DE XI LIBERTADO AO FIM DE UMA SEMANA
O ensaio de Xu
agência France-Presse. Após o surto do novo coronavírus ter alastrado pelo país, Xu escreveu um ensaio, intitulado “Alerta Viral: Quando a Fúria Ultrapassa o Medo”, no qual argumentava que a obsessão do regime com a estabilidade e a centralização do poder em torno de Xi Jinping estavam a paralisar e incapacitar a burocracia do país, impedindo uma resposta rápida e eficaz ao vírus. “Nada - nem a liberdade, dignidade ou felicidade do povo chinês - é mais
importante do que manter a estabilidade”, acusou. No mesmo ensaio, Xu disse que, devido à ausência de liberdade de expressão e de um sistema burocrático moderno, o líder chinês “não tem restrições” e a Comissão de Segurança Nacional, que foi estabelecida por Xi, “domina com punho de ferro cada camada da burocracia”, que responde ao seu superior “até atingir, no topo, A Única Pessoa Responsável”. “No entanto, esse indivíduo é apenas um homem de
“Nada - nem a liberdade, dignidade ou felicidade do povo chinês - é mais importante do que manter a estabilidade.” XU ZHANGRUN EM “ALERTA VIRAL: QUANDO A FÚRIA ULTRAPASSA O MEDO”
carne e osso que não pode estar presente em todos os aspectos da governação”, resumiu, no ensaio, publicado ‘online’, em 4 de Fevereiro. Xu apelou então à demissão de Xi Jinping.
EM MUDANÇAS
Antigo professor de Direito na Universidade Qinghua, uma das mais prestigiadas do país, Xu foi afastado após criticar abertamente o Presidente chinês, Xi Jinping. O activista, que esteve preso entre 2014 e 2017, viveu nos últimos meses em sítios diferentes, para evitar ser detido, depois de ter organizado uma reunião entre apoiantes de reformas democráticas, em Xiamen, na costa leste do país, em final de Dezembro.
HK ACTIVISTAS ACUSADOS DE TEREM ORGANIZADO UMA MANIFESTAÇÃO NÃO AUTORIZADA
T
REZE personalidades do movimento pró-democracia de Hong Kong compareceram ontem em tribunal, acusados de terem organizado uma manifestação não autorizada para assinalar o 31.º aniversário do massacre de Tiananmen. Entre os acusados está Jimmy Lai, dono do jornal Apple Daily News e figura do movimento pró-democracia local, e os activistas de longa data Lee Cheuk-yan e Albert Ho, além do jovem Figo Chan. Questionado se entendeu as acusações que lhe são feitas, Lee referiu as centenas de pessoas mortas na Praça Tiananmen, em Pequim, na noite de 3 para 4 de Junho de 1989, quando os tanques do exército foram enviados para pôr fim a sete semanas de protestos. “Isto é perseguição política”, acusou. No início de Junho, vários cidadãos de Hong Kong desafiaram a proibi-
ção de ajuntamentos para marcar o 31.º aniversário da sangrenta intervenção do exército chinês. Pela primeira vez este ano, a vigília foi proibida pelas autoridades, que invocaram medidas de distanciamento social, para evitar a propagação de covid-19. No entanto, isto não impediu milhares de pessoas de acenderem velas no Parque Victoria, como em muitos outros bairros da cidade. A polícia anunciou mais tarde que tinha prendido 13 activistas que participaram na manifestação. O tribunal acusou-os ontem formalmente de “incitarem” uma manifestação ilegal, crime punível com até cinco anos de prisão. Muitas outras figuras do movimento pró-democracia são alvo de processos, por participação nas manifestações que abalaram Hong Kong no ano passado.
Acidente Motorista provocou queda de autocarro em lago em Guizhou O motorista do autocarro que na semana passada foi parar a um lago no sudoeste da China, provocando a morte de 21 pessoas, agiu deliberadamente, furioso pela demolição da sua casa, informou ontem a polícia local. A investigação revelou que o motorista, identificado como Zhang, de 52 anos, estava “descontente com a vida” e revoltado com a descoberta, no mesmo dia, de que a casa que tinha arrendado ia ser demolida, segundo o comunicado da polícia. O incidente ocorreu
no dia 7 de Julho, na cidade de Anshun, na província de Guizhou. O autocarro transportava estudantes do ensino médio que tinham realizado os exames de acesso ao ensino secundário. As imagens de videovigilância mostram o veículo a mudar de rumo e a atravessar para a faixa da direcção oposta, antes de romper uma barreira de segurança e cair num lago, localizado abaixo de uma pequena ladeira. O motorista encontrava-se alcoolizado, detalhou a polícia.
UIGURES UM DIPLOMATA E TRÊS DEPUTADOS NORTE-AMERICANOS PROIBIDOS DE ENTRAREM NO PAÍS
A
China baniu a entrada no país de três parlamentares norte-americanos e um alto responsável do Departamento de Estado, em retaliação pelas sanções de Washington contra funcionários chineses envolvidos em violações dos direitos humanos em Xinjiang. A medida, anunciada
ontem pela porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Hua Chunying, abrange os senadores Marco Rubio e Ted Cruz e o deputado da Câmara dos Representantes Chris Smith. Foi ainda banido o responsável do Departamento de Estado pela liberdade religiosa, Sam Browback,
que detém o título de embaixador, especificou Hua. Trata-se de algumas das figuras políticas norte-americanas mais críticas do Partido Comunista Chinês. Os Estados Unidos anunciaram na quinta-feira que recusariam vistos a três altos responsáveis chineses da região de Xinjiang, onde se estima
que cerca de um milhão de membros da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur são mantidos em campos de doutrinação política. Hua Chunying disse que as acções dos EUA “danificaram seriamente as relações” entre os dois países e que a China está determinada a defender a sua soberania contra o
que considera uma interferência nos seus assuntos internos. “A China responderá de acordo com o desenvolvimento da situação”, disse Hua. Nas sanções de Washington está incluído Chen Quanguo, secretário do Partido Comunista Chinês em Xinjiang.
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uma asa no além Paulo José Miranda
14.7.2020 terça-feira
Pesa tanto uma estrela
A amante de David Bowie e de Iggy Pop
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OS últimos anos da década de 70 do século passado, Claudia Schneider foi amante de David Bowie e de Iggy Pop, em Berlim. O seu livro «Desentidade», centrado nesse tempo, não trata apenas disso. É um livro que põe em ferida a identidade humana. Repare-se como começa o livro: «Como todas as pessoas, nenhum de nós tinha identidade e procurávamos nos outros o que nos faltava. Fosse com quem fosse, nunca se atingia ou alcançava uma identidade. Nem somente comigo. Fui tantas vezes mais homem com Iggy e com David do que fui mulher com outros. Fui também muito mais mulher com qualquer um deles do que fui com outros. O que nunca fui foi igual. Igual a quê? A quem? Nós somos tão diferentes uns dos outros, e de nós mesmos, quanto a música que ouvimos.» O livro leva-nos numa viagem através da música e da vida da jovem Claudia, que desde os cinco anos estudava piano clássico e sempre foi afastada da cultura popular pela família. O nome da autora e da protagonista assemelham-se de modo a criar uma maior confusão ou confluência narrativa no leitor, entre as duas realidades, do livro e da vida. O livro foi publicado em 1981, quando a autora tinha apenas 26 anos. Mais tarde, numa entrevista, David Bowie referir-se-ia ao livro, deste modo, quando lhe perguntaram acerca da veracidade do relato em que ele aparece: «É muito provável que Claudia tenha aligeirado os acontecimentos. Não nos podemos esquecer de que nenhum de nós se lembra bem desses dias. Mas o mais importante do livro de Claudia não é o que ela narra, mas o que nos impele a pensar.» Bowie costumava também dizer que os dias de Berlim não tinham sido tão loucos como os dias nos EUA – aos quais ele se refere como uma espécie de irrealidade vivida –, mas suficientemente fora de qualquer possibilidade de resgate quanto à factualidade. À página 39 lê-se: «Nenhum de nós [Claudia, Iggy e David] acreditava na vida para lá da droga. Gostávamos de beber, mas bebíamos apenas no intervalo entre linhas e seringas. Viver sem drogas era como viver numa cadeira de rodas ou numa cama de onde não nos pudéssemos levantar e dependêssemos dos outros para tudo.» Nesta altura, diga-se em abono da verdade, o mundo também se prestava a estes modos de o entender. No final dos anos 70 confluíram dois modos populares e radicais
de entender o mundo, que apesar de se desprezarem mutuamente partilhavam o gosto pelos excessos: o velho hippy e novo punk. Como escreve Claudia: «Era aqui, na confluência do hippy e do punk, que desaguaram em Berlim, Iggy e David.» Neste mesmo período vive a jovem Christiane F., que escreveria um testemunho pessoal e deste tempo, do ponto de vista dos mais jovens e desfavorecidos. Publicado primeiramente na revista Stern, em 1978 – e que teve a tradução portuguesa em livro, já no início dos anos 80, de «Os Filhos da Droga» –, tem uma narrativa centrada na cidade de Berlim e onde também aparece Bowie, ainda que em concerto. Christiane F. viria mais tarde a conhecer e a privar com Claudia, Bowie e Iggy.
Se trago aqui este livro de F. é para que não se pense que o livro de Claudia é da mesma cepa. A narrativa de F. é crua, jornalística, ao passo que a de Claudia é reflexiva, filosófica ou, como disse Bowie, o mais importante não é o que ela narra, mas o que nos impele a pensar. Para além da questão da droga, que aproxima os dois livros – tão diferentes entre si –, Claudia tece uma profunda reflexão acerca de três questões distintas, mas com um laço profundo em comum: a de Bowie como actor de si mesmo, que pode ser extensivo a todas as estrelas pop e rock, isto é, a diferença entre Bowie a sós consigo ou com alguém íntimo e no espaço público; a de um rapaz que fazia covers de Bowie, nos subúrbio de Berlim, e vivia a sua vida como se não fosse ele mesmo mas outro; e a vida dos actores
Claudia tece uma profunda reflexão acerca de três questões distintas, mas com um laço profundo em comum: a de Bowie como actor de si mesmo, que pode ser extensivo a todas as estrelas pop e rock, isto é, a diferença entre Bowie a sós consigo ou com alguém íntimo e no espaço público
de teatro que todas as noites são outros e durante o dia ensaiam para isso mesmo. Ao longo do livro percorremos estas personagens que vivem na busca de serem outros, como se ao transformarem-se naquilo que não são fossem eles mesmos. Evidentemente, há diferenças substanciais nas três modalidades de se ser outro, e elas surgem no livro, mas o horizonte narrativo que surge no livro é, acima de tudo, a interrogação acerca daqueles que mais visivelmente deixam de ser quem são, deliberadamente, e não a crueza dos acontecimentos. Lê-se à página 110: «Sept Breitner vestia-se e agia como Bowie nos tempos de Ziggy Stardust. A semelhança física era evidente e a voz não andava longe, principalmente nos registos mais altos. Desde que se levantava até deitar-se agia como se não fosse Sept, mas David ou Ziggy. Era muito estranho. Eu conhecia bem David e estava agora ali a tomar café com um antepassado dele, como se viajasse no tempo. A tomar café com David cinco anos atrás. Cinco anos pode não parecer muito tempo para uma pessoa normal, mas para David era duas eternidades. Estava agora tão longe de Ziggy quanto a Terra está de Centauro. Sept estava evidentemente satisfeito em confundirem-no com David, em dizer que parecia mesmo com David Bowie, não apenas em palco a cantar, mas quando andava nas ruas. Ser outro era aquilo que ele mais gostava de ser na vida.» Acerca da diferença entre David nas entrevistas, nos clubes, nos restaurantes, isto é, onde quer que houvesse público, e quando estava a sós com Claudia ou com esta e Iggy, há inúmeras passagens. Magda, amiga de Claudia e actriz, é outra das personagens que aparece muitas vezes no livro, onde a escritora explora a reflexão da paixão da amiga pela representação. «Magda passava os dias a ensaiar, a tentar chegar à perfeição de ser outra, que fazia aparecer à noite no palco. Embora diferente de Sept, aproximava-o o fascínio pela perda da identidade. Mas Magda não gostava sequer de ouvir esses raciocínios de Claudia, dizia que Sept tentava ser a cópia de um se humano e ela tentava ser uma personagem, um ser irreal. Acrescentava que o sonho de qualquer actor é superar a realidade, a de Sept era tornar-se uma cópia igualzinha ao real.» Além de todas estas reflexões sobre a identidade, ou melhor, sobre a busca de outras identidades, há ainda o cenário de fundo da Berlim dos finais de 70 do século passado. E Bowie e Pop. Um livro que marcou, e ainda marca, gerações.
ARTES, LETRAS E IDEIAS 13
terça-feira 14.7.2020
Gabriel Urbain Fauré (1845-1924)
Compositores e Intérpretes através dos Tempos Michel Reis
O primeiro quarteto com piano Quarteto com Piano No 1 em Dó menor, Op. 15
G
ABRIEL Fauré é considerado o compositor francês mais importante entre Hector Berlioz e Claude Debussy, em particular no género da música instrumental. A ópera dominou o panorama musical francês durante grande parte do século XIX, até Camille Saint-Saëns, César Franck e toda uma geração de compositores franceses tardios românticos se voltarem para a escrita de sonatas e quartetos. Ao longo do tempo, estes estabeleceram uma nova escola emergente de música de câmara francesa, que culminou em Claude Debussy e Maurice Ravel, no virar do século XX. Fauré pode muito bem ter sido a força mais importante neste processo. A década de 1870 foi um período particularmente movimentado na vida de Fauré. Em 1871, foi convidado pelo seu professor de piano, Saint-Saëns, para ingressar na recém-criada Société Nationale de Musique Française, onde se familiarizou com César Franck, Vicent d’Indy, Edouard Lalo, Georges Bizet, Henri Duparc e outros compositores franceses proeminentes. Saint-Saëns também prestou o valioso serviço de apresentar Fauré à sociedade parisiense na moda. As soirées da famosa contralto Pauline Viardot deixaram uma impressão particularmente forte no jovem compositor; lá conheceu Gustave Flaubert, Ivan Turgenev, Georges Sand e o historiador e crítico Ernest Renan, e logo se apaixonou pela filha de Mme. Viardot, Marianne. Apesar da timidez de Marianne, Fauré persistiu nas suas atenções durante quase cinco anos e, em Julho de 1877, o casal finalmente ficou noivo. Parece, no entanto, que a paixão de Fauré não era correspondida, pois Marianne interrompeu o noivado daí a quatro meses, confessando que achava o noivo mais intimidador do que atraente. Foi nas fases posteriores desse relacionamento frustrante que Fauré começou a trabalhar no seu primeiro Quarteto com Piano. No entanto, apesar da tonalidade em Dó menor, há pouco a sensação de tragédia pessoal na música desta obra. Como na outra obra-prima notável deste ‘primeiro período’, a Sonata para Violino em Lá Maior, Op. 13, a intensidade do sentimento é equilibrada por uma preocupação com elegância e lucidez formal. Como o próprio Fauré observou ao compositor Florent Schmitt: “Expressar o que está no nosso íntimo com sinceridade, da maneira mais clara e perfeita, parece-me ser o objectivo essencial da arte”.
Gabriel Fauré, junto ao seu piano, no seu apartamento na Boulevard Malesherbes
O primeiro andamento do Quarteto com Piano No 1 em Dó menor, Op. 15 (Allegro molto moderato) está escrito na forma-sonata convencional: mesmo assim, não devemos esperar um drama poderoso e bem discutido “à la Beethoven”. Fauré é um escritor de canções, não um dramaturgo: a evolução melódica é contínua do primeiro ao último compasso e as transições de textura são sempre habilmente encaixadas. Até a aparência final do tema pontuado de abertura na tonalidade maior é conseguida sem nenhuma sensação de teatro. O segundo andamento Scherzo (Allegro vivo) é um caso gloriosamente alegre. Acordes tocados pelas cordas em pizzicato, pianissimo, preparam o caminho para um delicioso e esvoaçante tema de
piano, que paira provocatoriamente entre o tónico Mi bemol e o Dó menor do primeiro andamento. Alternâncias frequentes entre os compassos de 6/8 e 2/4 adicionam um toque de humor, mas na maioria das vezes a música é leve como o ar. Cordas em surdina tentam introduzir um elemento de sobriedade na secção central do trio, mas os seus esforços são frustrados pelas tercinas ondulantes do piano e pela linha de baixo quase pizzicato. O Adagio, em Dó menor, é um dos melhores andamentos lentos de Fauré. Aqui ganhamos mais do que uma pista dos seus sentimentos durante aquele ano traumático de 1877. No entanto, a emoção é sempre nobremente contida, nem mesmo com o menor indício
Fauré é um escritor de canções, não um dramaturgo: a evolução melódica é contínua do primeiro ao último compasso e as transições de textura são sempre habilmente encaixadas
de auto-indulgência. O solene tema de abertura não estaria fora do sítio numa obra litúrgica (partes do Requiem também foram escritas em 1877), mas a coda conciliatória tem uma qualidade de intimismo apenas apropriada à música de câmara. Fauré estava evidentemente insatisfeito com o finale original, Allegro molto, pois reescreveu-o “da cabeça aos pés” em 1883, três anos após a primeira apresentação do Quarteto. Apesar de toda a sua energia furiosa, a continuidade melódica é tão importante aqui quanto em qualquer outro andamento. O segundo tema, apresentado primeiro em Mi bemol maior, é uma inspiração particularmente memorável, e não surpreende quando Fauré usa esse tema para coroar a sua exultante coda em Dó Maior.
SUGESTÃO DE AUDIÇÃO: • Gabriel Fauré: Piano Quartet No. 1 in C minor, Op. 15 • Emanuel Ax (piano), Isaac Stern (violin), Jaime Laredo (viola), Yo-Yo Ma (cello) – Sony Classical, 1993
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Um filme de: Tod Robinson Com: Sebastian Stan, William Hurt, Christopher Plummer 14.30, 21.30
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A CHOO [C] FALADO EM PUTONGHUA LEGENDADA EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Kevin Ko & Peter Tsi Com: Kai Ko, Ariel Lin, Ta-Lu Wang 16.45, 19.30
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BEYOND THE DREAM [C] Um filme de: Chow Kwun-wai Com: Terence Lau, Cecilia Choi 14.30, 2130
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A região da América Latina e Caraíbas tornou-se ontem a segunda mais afectada pela pandemia de covid-19 no mundo em número de mortos, depois da Europa, com mais de 144 mil óbitos oficialmente declarados, segundo uma contagem da agência
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LIGHT OF MY LIFE [C]
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PROBLEMA 38
S U D O K U 38
Cineteatro
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UM JOGO HOJE O homicídio do pai de Erica é o catalisador para o enredo deste jogo que até poderia ser categorizado como filme interactivo. Com todas as cenas pré-filmadas e com Erica internada num hospício, ao jogador pouco mais compete que escolher o desenrolar da história. Uma das grandes falhas é a falta de puzzles ou desafios para resolver, o que acaba por fazer com que o jogo seja aborrecido para quem realmente gosta de jogar. No entanto, a história é apelativa e 43 tem sete finais diferentes, o que permite explorar o enredo e fazer escolhas muito diferentes. João Santos Filipe
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France-Presse. Com 144.758 mortos declarados oficialmente às 8:00 TMG de ontem, a região ultrapassou o total de óbitos apresentados pelos Estados Unidos e Canadá (acumulado de 144.023) e situa-se atrás da Europa, que regista 202.505.
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opinião 15
terça-feira 14.7.2020
macau visto de hong kong DAVID CHAN
Estados Unidos saem da OMS
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O passado dia 6, o Governo dos EUA notificou oficialmente o Secretário Geral das Nações Unidas António Guterres, da saída do país da Organização Mundial de Saúde (OMS). Esta decisão pôs fim à filiação que os Estados Unidos tiveram durante 72 anos na OMS. De acordo com os estatutos desta organização, a saída dos membros requer aviso com um ano de antecedência; assim sendo, os Estados Unidos saem oficialmente da OMS a 6 de Julho de 2021. A OMS foi criada em 1948 e tem sede em Genebra, na Suíça. É um organismo das Nações Unidas. Como se pode verificar pela sua Constituição, o objectivo da OMS é “garantir que a saúde das pessoas de todo o mundo seja a melhor possível”. A OMS responsabiliza-se pela saúde a nível global, promove a prevenção e o controlo de epidemias e de doenças endémicas e fornece os meios da incrementar a saúde pública. A OMS tem actualmente 194 estados membros. Com a saída dos Estados Unidos, no próximo ano passará a ter 193. Para a OMS é importante ter o maior número de membros possível. Os fundos da Organização são obtidos através de cotas e de doações. As contribuições obrigatórias são pagas pelos estados membros; variam consoante a população e a riqueza de cada estado. Estas contribuições representam cerca de um quarto dos fundos da OMS, o restante é obtido através de doações voluntárias dos membros. Em 2019, os Estados Unidos doaram à OMS cerca de 400 milhões de dólares, valor que representa cerca de 15 por cento do orçamento da Organização para esse ano. A saída dos EUA vai representar um sério golpe nas finanças da OMS. Após a publicaçao desta notícia, várias personalidades fizeram ouvir a sua opinião: Anders Nordstrom, antigo Director Geral da OMS, declarou: “Estamos profundamente preocupados com a possibilidade do crescimento da tensão política internacional, numa altura em que precisamos mais do que nunca de solidariedade global.” A Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, afirmou: “Perante uma ameaça global, é necessário fortalecer a cooperação e solucionar os problemas conjuntamente. Devemos evitar decisões que enfraqueçam a cooperação internacional. Insistimos para que os Estados Unidos reconsiderem esta decisão.” O ministro alemão da Saúde considera esta decisão “um lamentável passo atrás na área da saúde internacional”. Não é surpreendente que Trump tenha promovido a saída dos EUA da OMS. Já tinha havido avisos nesse sentido. A questão principal é porque é que ele o quis fazer. Os Estados Unidos começaram a perder o controlo da epidemia nos finais de Mar-
ço. Trump passou a culpar a OMS pelo sucedido, acusando-a de ter ocultado informação, o que terá levado a Casa Branca a não ter tomado as decisões atempadas para prevenir a propagação da doença e, nessa altura, suspendeu o financiamento à OMS. Actualmente, o número de infectados nos Estados Unidos já ultrapassou os 3 milhões e já morreram mais de 130.000 pessoas. É também certo que os números vão continuar a aumentar; por este motivo é natural que Trump queira atribuir a responsabilidade à OMS, sobretudo tendo em vista as eleições para a Presidência, que se avizinham. A Senadora Elizabeth Warren, ex-candidata à Presidência dos EUA, disse: “A decisão do Presi-
Nenhum país pode combater sozinho esta epidemia; a unidade e uma resposta conjunta são as únicas formas de resolver o problema. A decisão dos Estados Unidos tem como única consequência o seu isolamento
dente de retirar os Estados Unidos da OMS durante a epidemia global, afastou-nos dos nossos aliados, enfraqueceu a nossa liderança a nível internacional e é uma ameça à saúde do povo americano.” Lamar Alexander, Presidente do Comité do Congresso para a Saúde, afirmou que esta decisão pode vir a atrasar a descoberta da vacina e insistiu para que fosse revertida. O candidato democrata Joe Biden afiançou que, se for eleito, fará regressar os Estados Unidos à OMS no primeiro dia de exercício do seu mandato. De momento, os Estados Unidos retiraram-se da OMS e recusam-se a colaborar com instituições internacionais no combate à epidemia. Esta atitude só vai piorar o problema sanitário, não vai ajudar os Estados Unidos. Este comportamento irresponsável vai certamente afectar a pesquisa da nova vacina; e mais grave ainda, esta retirada cria um precedente. Um mau precedente que pode levar outros países a seguir-lhe o exemplo, abrindo as portas à lenta desintegração da cooperação global. Nenhum país pode combater sozinho esta epidemia; a unidade e uma resposta conjunta são as únicas formas de resolver o problema. A decisão dos Estados Unidos tem como única consequência o seu isolamento. Esta atitude revela que os Estados Unidos não compreendem esta máxima sobre a política - “A política é compromisso e cooperação”.
Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão/Instituto Politécnico de Macau • Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau • legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk • http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog
O que nos é estranho, é um enorme nada que tememos
Seamus Heaney
ANIMA NOVOS CORPOS DIRIGENTES ELEITOS
PALAVRA DO DIA
Chuva no paraíso Suncity diz ter fundos para fazer frente a “corrida aos depósitos”
Tratamento de Águas Estação funcional no final deste ano
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GONÇALO LOBO PINHEIRO
STÃO eleitos os novos corpos dirigentes da ANIMA - Sociedade Protectora dos Animais de Macau, para o ano de 2020/2021. Billy Chan será o presidente da direcção, tendo Tinna Tang como vice-presidente e como presidente do comité executivo. Ana Soares da Silva será presidente da Assembleia-geral, acompanhada na vice-presidência pelo arquitecto José Maneiras, enquanto que o conselho de supervisão será liderado por António Félix Pontes. Francisco José Leandro será presidente da comissão de ética. Albano Martins foi eleito presidente honorário da ANIMA e coordenador de três comissões relacionadas com as questões do Matadouro de Macau, Macau Jockey Club e a campanha para acabar com as apostas em corridas de galgos em Portugal. Na rede social Facebook, Albano Martins reagiu a esta nova direcção que se formou depois de ter anunciado a sua saída do território por motivos de saúde. “Por favor apoiem esta equipa. Acredito que vão fazer o seu melhor para honrar o nome da ANIMA e o seu trabalho. Acredito neles e acredito que são bons profissionais e amigos dos animais. Vou dar o máximo de apoio possível, agora que deixo as operações diárias da ANIMA”, declarou.
terça-feira 14.7.2020
Macau tem actualmente três estações de tratamento de água, que tratam 390 mil metros cúbicos de água por dia, prevendo-se que a capacidade aumente para 520 mil metros cúbicos diários quando a quarta estação de tratamento de água entrar em funcionamento, noticiou o Ou Mun. De acordo com a directora-executiva da Sociedade de Abastecimento de Águas, Kuan Sio Peng, a estação de tratamento de Seac Pai Van deverá começar a funcionar no final do ano. Vale a pena lembrar que a conclusão da obra chegou a estar prevista para o final do ano passado.
“Até este momento, a DICJ não detectou nenhuma irregularidade nas operações do grupo Suncity em Macau.”
O
p r esidente do grupo Suncity, Alvin Chau, garante que a empresa tem fundos para fazer frente a uma corrida aos depósitos e que nunca houve qualquer financiamento às manifestações em Hong Kong. Numa mensagem divulgada no domingo, Chau diz que a empresa tem 10,58 mil milhões de dólares de Hong Kong disponíveis para fazer face a dívidas incobráveis de jogo, assim como a depósitos de jogadores. A posição foi tomada depois de terem começado a circular rumores de que um dos accionistas do grupo Suncity teria apoiado manifestantes de Hong Kong e que por esse motivo a empresa estaria a ser investigada pelas autoridades do Interior. “A nossa reserva financeira é de 10,58 mil milhões de dólares de Hong Kong. Por isso a nossa situação financeira é muito estável. Temos capacidade para conseguir lidar não só com os empréstimos não cobráveis, assim como com uma corrida aos depósitos por parte dos clientes”, afirmou Alvin Chau, em vídeo. Quanto aos rumores de haver financiamento às manifestações de Hong Kong, o presidente do grupo Suncity defendeu o patriotismo pessoal, assim como de todo o grupo. “Os rumores sobre a Suncity financiar os protestos de Hong Kong são absurdos e sem qualquer raciona-
lidade. Eu nasci e cresci em Macau, a minha empresa tem as suas raízes em Macau e uma grande devoção aos país. Quais seriam os motivos para apoiar os manifestantes de Hong Kong? O que me levaria a ameaçar o meu país? É extremamente absurdo”, atirou. No mesmo sentido, Alvin Chau negou que a empresa estivesse no centro de uma investigação das autoridades do Interior e recusou ter havido qualquer entrega de dados dos clientes. “É dito que as autoridades do Interior têm dados sobre os clientes da Suncity. Quero sublinhar que nunca recebemos qualquer pedido tanto do estrangeiro como do Interior da
ATAQUE À ECONOMIA
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A mensagem partilhada nas redes sociais, Alvin Chau apelou às pessoas que espalhem rumores que pensem nas consequências para a economia de numa altura em que todos sentem os efeitos da pandemia da covid-19. “Todos nos devemos manter unidos. Condeno veemente as acções de algumas pessoas que criam rumores [...]com a intenção de prejudicar a economia de Macau”, afirmou. Ainda segundo o presidente do grupo, não houve qualquer despedimento de residentes na Suncity desde que se começaram a sentir os efeitos da crise da covid-19.
China a exigir dados sobre os nosso clientes”, frisou.
SEM ISOMBRA DE ILEGALIDADE
Em relação aos rumores, a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) declarou que “até este momento” não detectou qualquer irregularidade nas operações da Suncity em Macau. “Até este momento, a DICJ não detectou nenhuma irregularidade nas operações do grupo Suncity em Macau. Todavia, vamos continuar a acompanhar de perto o assunto para garantir o desenvolvimento saudável da indústria do jogo”, respondeu a DICJ, ao HM. O organismo garantiu ainda estar “muito alerta” para os rumores sobre a empresa Suncity porque todos os promotores de jogo em Macau estão “sujeitos a uma supervisão muito rigorosa por parte da DICJ”. Esta não é a primeira vez que a Suncity é associada a investigações no Interior, também em Junho do ano passado o grupo teria sido investigado por ligações a um site de apostas ilegais no Interior. Na altura, a investigação foi revelada por jornal Economic Information Daily, uma filial da agência estatal Xinhua. Também nesse caso a Suncity negou estar envolvida em qualquer ilegalidade. João Santos Filipe
joaof@hojemacau.com.mo
DD3 Polícia Judiciária faz detenção na noite
Um homem que estava acompanhado por cerca de 15 seguranças privados foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) no espaço de diversão nocturna DD3. A operação, que envolveu cerca de 30 agentes, decorreu na madrugada de sábado por volta das três da manhã e fez com que nenhum dos clientes pudesse sair do espaço durante cerca de 40 minutos. Também durante esse período a música foi desligada e as luzes acesas. Horas antes da detenção, o homem tinha sido visto a dançar no palco sozinho, enquanto estava rodeado pela sua segurança privada. O HM contactou a PJ, que não se quis pronunciar sobre o caso e remeteu explicações para um comunicado a ser hoje emitido.