Tufões TARDIOS, Inverno em extinção e Verão Mais quente. As mudanças climáticas invadem o território página 8
Golfe, obras de arte, animais e até uma carrinha. Há eventos de caridade para todos os gostos página 9
tempo muito nublado min 23 max 28 humidade 60-65% câmbios euro 11.3 baht 0.26 yuan 1.21 pub
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Director carlos morais josé • sexta-feira 15 de outubro de 2010 • ANO X • Nº 2230
GADI e SAFP contestam queixas de José Pereira Coutinho
Salário mínimo
Debate arranca em Novembro • Última
Metro
Bombardier abre fábrica em Zhuhai de olho em Macau • P.7
Comentários (in)úteis
O projecto de relatório sobre a aplicação em Macau do Pacto Internacional de Direitos Económicos, Sociais e Culturais foi enviado no dia 1 de Junho para largas dezenas de associações, organizações não-governamentais e instituições locais, ainda a tempo de incluir sugestões e informações de todos. Mas a informação que constava dos dois ofícios a que a ATFPM teve acesso e acompanhavam um exemplar do relatório levaram José Pereira Coutinho a considerar que era inútil comentar, uma vez que o projecto de relatório já teria sido enviado para Pequim. >página 4
começa hoje encontro histórico do Pcc. Reforma política domina agenda
O mundo à espera
Página 3
Habitação
Governo promete casas baratas no mercado livre • P.6
Obras
Legislação mais transparente • P.5
Studio City
Guerra no Cotai sofre reviravolta • P.6
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sexta-feira 15.10.2010 www.hojemacau.com
2 Japão exige ao Google que retire nome chinês das ilhas Senkaku O Japão vai exigir que seja retirado do Google Maps a denominação em chinês de um conjunto de ilhas inabitadas do mar da China oriental, reivindicadas por Pequim e Tóquio. O Google Maps identifica as ilhas controladas pelo Japão com o nome japonês (Senkaku) e o chinês (Diaoyu). O ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Seiji Maehara, comunicou ao Parlamento a intenção de apresentar o pedido ao Google, em resposta a um protesto da oposição. “As Senkaku são território japonês e não há qualquer disputa territorial no mar da China oriental”, disse o ministro. Em comunicado, o Google respondeu que ainda não recebeu qualquer pedido do ministro japonês, mas estão preparados para fazer a alteração. As ilhas inabitadas estão no centro de tensões bilaterais, reacendidas com a detenção de um arrastão chinês que estava nas proximidades pela Guarda Costeira japonesa a 7 de Setembro. O capitão do pesqueiro chinês esteve 16 dias detido no Japão, acabando por ser libertado a 24 de Setembro. Durante esse período, as autoridades chinesas manifestaram profundo desagrado pela actuação de Tóquio, assumindo medidas políticas e económicas de retaliação.
actual Pequim tenta localizar filhos não registados das famílias chinesas
Adeus aos clandestinos
O governo da China, por meio de uma nova regulação e dos próximos censos que serão realizados no país, pretende acabar com o fenómeno dos “filhos clandestinos” de famílias que só registam oficialmente um dos seus filhos para não receberem multas decorrentes da política do filho único. Tal como informou ontem o diário oficial "Global Times", a nova medida, anunciada pelo director do Escritório Nacional de Estatísticas, Ma Jiantang, reduzirá as multas aos pais que tenham realizado esta prática caso a confessem às autoridades. O anúncio de Ma ocorre pouco
antes de a China iniciar oficialmente, no próximo dia 1 de Novembro, a elaboração do seu sexto censo nacional desde 1949, a fim de analisar a situação demográfica do país mais populoso do planeta. Durante a realização do censo, que conta com a participação do Escritório, teme-se que muitos pais não informem o número real dos filhos que têm, pelo receio de receber multas que, em condições normais, poderiam equivaler à renda total de uma família em um ou dois anos. Ma garantiu que os “filhos clandestinos” que forem localizados durante o censo terão direito
ao "hukou", um sistema de registo em vigor desde os tempos de Mao Tsé-tung e sem o qual uma criança não tem direito a serviços básicos, tais como educação e saúde. A política de controlo de natalidade do filho único, que em Setembro completou 30 anos, determina que as famílias chinesas podem ter somente um filho, embora inclua algumas excepções, como os casais de minorias étnicas e os de famílias rurais que tenham tido uma menina na primeira gravidez. Segundo a Comissão de População e Planeamento Familiar da China, que se encarrega de aplicar esta lei, o país actualmente teria
1,7 mil milhão de habitantes se não tivesse posto em prática esta norma, muito mais que o actual 1,335 mil milhão. Isso, segundo Pequim, contribuiu para a melhoria de muitos indicadores sociais, como a renda per capita, a expectativa de vida (agora de 73 anos), a extensão da educação e a redução no número de pessoas que vivem na pobreza. No entanto, a política do filho único teve também efeitos negativos para o país, como o envelhecimento da população, os abortos selectivos e os abandonos de meninas por famílias que preferem ter um filho homem.
China oferece a Taiwan diálogo sobre defesa A China ofereceu a Taiwan o estabelecimento de um mecanismo de diálogo sobre assuntos bilaterais, afirmou o porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado da China, Yang Yi, citado pela imprensa oficial. "As duas partes poderiam realizar intercâmbios em assuntos militares, entre eles o desenvolvimento militar por meio do Estreito de Taiwan", disse Yang durante entrevista em Pequim. O porta-voz afirmou também que "se deve discutir o estabelecimento de um mecanismo de confiança militar mútua para aliviar as preocupações sobre segurança", mas as conversas devem ser realizadas "no momento adequado, ou seja, quando as duas partes considerarem conveniente". A cisão de Taiwan da China aconteceu em 1949. Embora a ilha seja governada desde então com um sistema democrático, o governo do Partido Comunista da China a considera parte de seu território e ameaçou nos últimos anos intervir, caso o território proclamasse independência. No entanto, em Setembro passado, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, afirmou à imprensa taiwanesa que o seu governo não descarta retirar os mísseis que estão apontados para a ilha, dado o actual bom clima nas relações bilaterais. As tensões diminuíram desde 2008, quando o separatista Partido Democrata Progressista perdeu as eleições para o Partido Nacionalista (Kuomintang), cujo mandato foi marcado por uma distensão com a China que permitiu neste ano um acordo de livre-comércio bilateral sem precedentes e com o qual Pequim aspira a uma reunificação.
China reafirma que poderio militar visa estabilidade regional
Armas são para manter bom ambiente A China assegurou aos demais países da Ásia e aos Estados Unidos que o seu desenvolvimento militar visa promover a estabilidade na região. A declaração foi feita pelo ministro da Defesa chinês, Liang Guanglie, na reunião realizada em Hanói, Vietname, com o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, e os seus colegas do Sudeste Asiático, Coreia do Sul, Japão, Índia, Austrália e Rússia. "O desenvolvimento da Defesa da China não tem como objectivo desafiar ou ameaçar, mas garantir a segurança e promover a paz e a estabilidade" disse o general Liang durante o discurso dirigido aos ministros. A reunião aconteceu em meio a um clima de preocupação entre os países da Ásia com o facto de a China tentar controlar zonas marítimas situadas a até 1.800 quilómetros de distância da sua costa, através da expansão de sua força naval. Apesar de reiteradas declarações de intenções feitas por Pequim e pelos países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN,
na sigla em inglês) para resolver as disputas territoriais no Mar da China Meridional, não foi estabelecido um código de conduta que evite os atritos relacionados às ilhas Spratlys e Paracel. China, Brunei, Filipinas, Malásia, Taiwan e Vietnã reivindicam a soberania total ou parcial das Spratlys, enquanto Hanói e Pequim disputam o controle das Paracel. No final da reunião de ontem, os ministros da Defesa indicaram em comunicado conjunto que tinham assinado uma resolução para colaborar na adopção de um "código de conduta" para prevenir eventuais conflitos na região. No seu discurso, Gates disse que os EUA preocupam-se com as crescentes disputas territoriais que China e outros países mantêm em certas regiões marítimas, com implicações no comércio global. "Temos interesse na liberdade de navegação, no desenvolvimento económico e comercial sem impedimentos e no cumprimento da lei internacional", afirmou o chefe do Pentágono.
Gates disse ainda que "os Estados Unidos não se posicionam a favor de nenhuma das partes" e que as reivindicações de soberania "devem ser resolvidas de forma pacífica, sem ameaças nem coacção". "É preciso melhorar o diálogo e a cooperação para que haja confiança mútua", ecoou Nguyen Tan Dung, presidente rotativo da ASEAN e primeiro-ministro do Vietname, país que mantém frequentes atritos com a China por conta da captura de navios de sua frota pesqueira. Antes da reunião conjunta, os ministros dos 17 países participantes mantiveram encontros bilaterais. Gates e Liang encontraram-se pela primeira vez desde que, há oito meses, Pequim suspendeu as relações militares com Washington em resposta à proposta americana de vender 6,4 mil milhões de dólares em armas para Taiwan. Após a reunião bilateral, o secretário de Defesa americano indicou que tinha sido convidado por seu colega para fazer uma visita oficial à China no ano que vem.
São extremamente surpreendentes as notícias sobre o metro ligeiro que vieram a lume esta semana. Quando se esperava conhecer os resultados do concurso anunciou o governo que, afinal, a conclusão do processo tinha de ser adiada porque se havia “subestimado os factores profissionais envolvidos”. Carlos Morais José, P. 22
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CHINA | Partido Comunista inicia hoje o seu encontro anual. Analistas já falam em reunião histórica
Ao sabor da reforma política Vanessa Amaro
hojemacau@yahoo.com
Os cerca de 200 membros do Comité Central do Partido Comunista chinês iniciam hoje, em Pequim, a sua reunião anual, numa atmosfera temperada por pedidos para a reforma política. Analistas internacionais consideram que os temas discutidos durante o encontro serão cruciais para as políticas de governação do país, com abertura para se ouvir a futura geração do poder. Oficialmente, o plenário de quatro dias do partido concentra-se num acordo de estratégia económica para os próximos cinco anos, mas as batalhas pelo poder entre as facções dentro do partido também irão aquecer o debate. A especulação sobre a manobra começou depois do primeiro-ministro chinês Wen Jiabao – considerado bastante mais liberal que Hu Jintao, o presidente do país e líder do partido – ter tocado publicamente no tema da necessidade de uma reforma política. O tema ganhou novos contornos desde a semana passada, depois da atribuição do prémio Nobel da Paz a Liu Xiabao, dissidente político condenado em finais de 2009 a 11 anos de prisão por ter sido um dos autores da “Carta 08”, um texto que reclamava uma China democrática. O analista político especialista em China Willy Lam acredita que no centro da disputa não está nenhuma pressão para a democratização do país, mas sim uma insatisfação das decisões tomadas dentro do partido por Hu Jintao. Algumas forças, segundo o estudioso, também estão descontentes com uma estrutura económica considerada cada vez mais submissa aos poderosos sectores estatais e a ineficiência em erradicar a desigualdade generalizada. "As recentes declarações de Wen Jiabao representam as opiniões de uma facção dentro do partido que espera avançar
Na boca de quem sabe • “O primeiro-ministro Wen fez um belo discurso e eu o apoio totalmente uma vez que focou problemas reais e que preocupam. Não que os funcionários não percebam que a reformas políticas estão seriamente atrasadas, mas há um mal-entendido segundo o qual a reforma traz o caos. Qualquer reforma sistemática irá prejudicar o interesse das elites do poder, então elas não estão para aí viradas. A classe salvaguardou o velho sistema e trouxe muitos problemas. A reforma tem de reorganizar o poder significativamente. Quando o poder está muito concentrado sem uma supervisão efectiva, certamente haverá abusos de poder.” Wang Guixiu, professor da Escola Central do Partido • “Implementar eleições, tomada de decisão, gestão e supervisão democráticas; proteger o direito das pessoas a saber, a participar, a expressar-se; e controlar legalmente – tanto o partido como o Governo estão a abrir as suas mentes e a esforçarem-se por atingirmos uma boa governação através de uma reforma que enfatize a democracia e o Estado de Direito. Na China, a reforma da governação é um conteúdo-chave da reforma política. O Governo da China só pode alcançar uma boa governação através de contínuas reformas e inovações. Não chega o Governo reformar por conta própria para melhorar a governação. Há que aprofundar as reformas ao sistema político continuamente porque sem um bom ambiente político, tanto a boa política como a boa governação serão difíceis de acontecer. Daqui em diante, os governos a todos os níveis deveriam rever o seu conceito de estabilidade. Deviam adoptar uma forma dinâmica de estabilidade, centrada no movimento, ao invés de uma forma estática, focada no bloqueio. A população não pode arcar com o alto preço de manter a estabilidade por muito tempo.” Yu Keping, director interino do Departamento Central de Compilação e Tradução • “O primeiro-ministro Wen sugeriu que a China iria perder feitos económicos como um beco sem saída caso não haja uma reforma do sistema político. Isso levantou preocupação no estrangeiro e na China, mas a agência Xinhua censurou o seu discurso e o Presidente Hu Jintao nunca mencionou reforma política no seu discurso no aniversário da zona económica de Shenzhen. As pessoas perguntam se a reforma política sistemática é um item na agenda do Comité Central. Na minha maneira de ver, é improvável. Primeiro, a estratégia económica para os próximos cinco anos e a promoção de Xi Jinping para o Comité Militar são as missões-chave. Se a reforma política está na agenda, porque é que Hu Jintao não a mencionou em Shenzhen? A estabilidade continua a ser a principal política do Governo Central.” Shang Dewen, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Pequim
rapidamente a caminho de uma reforma, mas essa facção podem não necessariamente estar no comando", diz Lam, da Universidade Chinesa de Hong Kong. Wen disse este mês, numa entrevista ao canal CNN, que é "democracia e liberdade vão se tornar irresistíveis" na China, repetindo partes de um discurso proferido em Agosto no berço do boom económico, a cidade de Shenzhen. Na quarta-feira, a fazer ainda mais pressão, antigos altos funcionários do partido PCC divulgaram na Internet uma carta aberta dirigida ao governo, na qual apelam para a realização de uma reforma política. "Se o PCC não se reformar, se não se transformar, perderá a sua vitalidade e terá uma morte natural", advertem os autores da carta. Os 23 signatários da carta aberta - entre os quais estão vários órgãos de comunicação social chineses - denunciam ainda a falta de liberdade de expressão na China, incluída na Constituição desde 1982, pelo que pedem ao governo para suspender as restrições e censura existente sobre o conteúdo de livros e da imprensa. “É um escândalo na História do mundo e da democracia”, referem os signatários, acusando o Departamento de Propaganda chinês de ser o “braço negro” do Governo. O plenário que começa hoje vai focar-se, sobretudo, num novo plano económico do país para os próximos cinco anos. A intenção é criar uma estratégia para se criar mais confiança no mercado interno e não tanto na dependência das exportações. "A reunião servirá para se falar sobre o planeamento económico, mas alguns membros estão claramente determinados a tentar trazer a questão da reforma política de forma decisiva", disse Russell Leigh Moses, analista político baseado em Pequim. Nos planos também estão temas como a ampliação do esquema de segurança social, de forma a responder
positivamente ao fosso entre super-ricos e super-pobres deixados para trás ao longo das três décadas de transformação da economia. Uma reestruturação é “urgente”, já que se prevê “uma forte redução da procura externa nos próximos anos” e os desequilíbrios sociais são agora “maiores que nunca”, frisa a publicação Capital Economics, de Londres.
no ano passado. Caso a nomeação não aconteça agora, isso significará que o equilíbrio entre as facções está a ficar problemático", aponta Lam. Outro especialista, Victor Shih, da Universidade Northwestern, no Illinois, EUA, frisa que a posição de Wen, em pedir uma reforma política fundamental, é um indicativo de fortes mudanças no sei do partido.
Oficialmente, o plenário de quatro dias do partido concentra-se num acordo de estratégia económica para os próximos cinco anos, mas as batalhas pelo poder entre as facções dentro do partido também irão aquecer o debate. Com a aproximação da data de transferência de poder, em 2013, por Hu e Wen, o vice-presidente, Xi Jinping, e o vice-primeiro-ministro, Li Keqiang, são já apontados como possíveis sucessores. O plenário pode consolidar o futuro do país, especialmente se Xi for nomeado para a Comissão Militar Central - o corpo militar superior de tomada de decisão, que Hu encabeça agora. "Os membros do partido deveriam tê-lo feito
Plenários passados mudaram o rumo da história do Partido Comunista chinês. Um encontro em 1959, na cidade montanhosa de Lushan, foi palco de um movimento falhado de críticas ao antigo presidente Mao Zedong, facto que cimentou a sua liderança. Em 1978, quando Deng Xiaoping estava no poder, o plenário deu o mote para o lançamento da política de abertura e modernização económica da China.
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política
Projecto de relatório sobre pacto distribuído em Junho
Dois ofícios, duas versões hojemacau@yahoo.com
A Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) enviou, no passado dia 1 de Junho, o projecto de relatório sobre a aplicação do Pacto Internacional de Direitos Económicos, Sociais e Culturais a diversas organizações e associações privadas, incluindo a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM). A decisão de publicitar o projecto de relatório teve a ver, de acordo com um ofício
do Gabinete dos Assuntos do Direito Internacional (GADI), com a recolha de “quaisquer observações e/ ou comentários tidos por convenientes” sobre o documento. Este primeiro ofício, datado de 14 de Maio do corrente ano, foi dirigido pelo GADI aos SAFP, solicitando que estes serviços enviassem o projecto do relatório “às entidades e/ou associações privadas que desenvolvem actividades no âmbito das matérias focadas”. No mesmo ofício adianta-se que o projecto de relatório já tinha
António Falcão | bloomland.cn
Paulo Reis
Ministro da Agricultura português apadrinha protocolos de colaboração
Pipas portuguesas ao gosto do freguês Gonçalo Lobo Pinheiro hojemacau@yahoo.com
O ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas de Portugal, António Serrano, prepara de 18 a 22 de Outubro uma visita a terras asiáticas no âmbito do Programa de Internacionalização de Produtos Portugueses, com passagem garantida por Macau. De acordo com o programa oficioso, informado ao Hoje Macau pela assessoria de imprensa do Ministério, António Serrano vai estar em Macau nos dias 20 e 21 deste mês para apadrinhar um acordo comercial entre o Instituto da Vinha e do Vinho, Instituto dos Vinhos do Douro e Porto e a Viniportugal com empresários do sector vinícola de Macau, com presença de responsáveis governamentais da RAEM. O responsável pela pasta da Agricultura portuguesa, procurando a porta privilegiada que Macau representa no mercado asiático, vai ainda marcar presença na inauguração da Feira Inter-
nacional de Macau (MIF, na sigla em inglês), onde vai assistir a uma mostra de vinhos, bem como assinar um protocolo de colaboração entre a Confraria do Vinho do Porto, enófilos de Macau e a Wine Society of Macau. A visita não se resume apenas a Macau. Nos dias 18 e 19, António Serrano vai participar na “Semana Agro-Gourmet” do Pavilhão de Portugal, na Expo Xangai, onde vão decorrer mostras e provas de produ-
tos alimentares portugueses e se dará a conhecer a recém-criada marca Wines of Portugal, desenvolvida para promover os vinhos portugueses fora do território luso. Dentro deste quadro, a viagem à Ásia termina dia 22 em Hong Kong, onde o ministro vai assinar um memorando entre Portugal e aquela região administrativa especial com vista à promoção dos vinhos e azeites portugueses.
O Instituto da Vinha e do Vinho vai aproveitar estas iniciativas para dar a conhecer o projecto da "Biblioteca on-line do IVV", uma nova ferramenta que irá possibilitar consultas detalhadas sobre publicações no sector da Vinha e do Vinho Português. Esta é a segunda visita de um ministro português à Ásia no espaço de um mês. Já em Setembro, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, acompanhado do
presidente do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, Alberto Soares, visitaram Macau e Hong Kong para contactos “empresariais e financeiros”. “Várias empresas portuguesas estão já aqui em Macau, querem continuar a aprofundar e a desenvolver os seus negócios e a sua actividade aqui e espero criar um clima que favoreça o aprofundamento dessas relações, não só dos que já cá estão, mas também para os outros que queiram vir para Macau desenvolver a sua actividade”, disse Teixeira dos Santos na altura.
sido “submetido à consideração do governo popular central.” Mas, no segundo ofício, redigido apenas em língua chinesa e que chegou a várias dezenas de associações e organizações privadas, com um exemplar do referido relatório, o texto não inclui a expressão “projecto de relatório”, mas apenas “relatório”. A indicação de que o documento já tinha sido enviado para Pequim também não consta do ofício dos SAFP dirigido àquelas instituições. AATFPM criticou ontem, numa nota à imprensa, o facto de o relatório ter sido enviado àquela associação laboral depois de remetido a Pequim. Na nota, subscrita por José Pereira Coutinho, a ATFPM sugere que, “no futuro, este tipo de relatórios nos seja enviado para observações e/ou comentários antes de ser enviado para consideração do governo popular central”. Só assim, no entender daquela associação, será possível fazer “reflectir as sugestões dos residentes de Macau” neste tipo de documentos. No entanto, como referiu ao Hoje Macau uma fonte do GADI, a ATFPM não fez chegar àquele gabinete nenhuma observação ou informação sobre as matérias relacionadas com a legislação laboral e abordadas no relatório. Pereira Coutinho, por seu lado, explicou que a ausência de uma tomada de posição pela associação a que preside foi devida à formulação que constava dos ofícios recebidos pela ATFPM e que levou aquela organização a concluir que o relatório já tinha sido enviado para p Governo Central o que, na sua opinião, tornava inúteis quaisquer comentários. No entanto, a mesma fonte do GADI salientou que a elaboração deste tipo de relatórios, obedecendo a directrizes bem específicas do comité das Nações Unidas responsável pela aplicação do pacto, permite a inclusão de alterações, mesmo depois de ter sido enviado à ONU – o que aconteceu no final do passado mês de Junho.
Descodificadores de TV da China com amor luso Milhares de descodificadores para televisão digital (“set-top boxes”) vendidos em vários continentes, da Ásia à América do Sul, são fabricados na China com tecnologia da Novabase, uma das maiores empresas portuguesas do sector. “Fizemos parcerias com fabricantes eletrónicos chineses para conseguir vender em conjunto “set-top boxes” a um preço mais competitivo”, disse ontem à agência Lusa em Xangai o director-executivo da Novabase, João Nuno Bento. “É uma parceria que já deu resultados. Temos clientes na Índia, Espanha, América do Sul, Alemanha e Portugal”, acrescentou.
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OBRAS púBLICAS pretende aumentar transparência na apreciação de projectos
A Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) compilou as legislações e os diplomas legais em matéria de obras de construção e ampliação, a fim de escolher os conteúdos mais importantes numa versão mais clara e de fácil compreensão. O documento, intitulado Orientações sobre os Procedimentos Gerais e os Critérios de Apreciação dos Projectos de Obras de Construção e de Ampliação, está agora disponível na plataforma virtual da entidade. Segundo o chefe de departamento de urbanização da DSSOPT, Chan Weng Hei, a novidade serve para fazer face ao rápido desenvolvimento sócio-económico de Macau e para responder às aspirações dos cidadãos. O processo de apreciação
é composto por dez etapas e Chan garantiu aos jornalistas que basta uma delas falhar e muito dificilmente passará à próxima fase, pelo que todo o processo é automaticamente rejeitado. “Se o projecto for aprovado, é emitida uma licença de obra e, posteriormente, a DSSOPT irá efectuar as vistorias necessárias à construção. Estando tudo bem, emitiremos um certificado que permite ao construtor obter o seu registo”, explicou. O Governo frisa que o seu grande objectivo é proporcionar informações mais claras e detalhadas ao profissionais do sector da construção civil, depois de, no ano passado, ter criado uma circular (01/
Gonçalo Lobo Pinheiro
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A soma de todas as leis numa só
Chan Weng Hei
DSSOPT/2009) para facilitar a vida dos construtores. “Pretendemos aumentar a transparência dos nossos
critérios de apreciação, no sentido de permitir que os cidadãos e os profissionais do sector possam fiscalizar e
acompanhar as suas obras”, disse Chan. As orientações agora lançadas consistem em compilações de cerca de 20 diplomas dispersos nas legislações, em particular, no Regulamento Geral da Construção Urbana, no Regulamento de Segurança contra Incêndios, no Regulamento de Águas e de Drenagem de Águas Residuais de Macau, no Regulamento de Segurança e Acções em Estruturas de Edifícios e Pontes e no Regulamento de Gás Combustível. A DSSOPT espera que, com a divulgação dos critérios, seja possível reduzir as frequentes reapreciações devido à omissão de documentos ou violação das
legislações. Pretende-se também encurtar o tempo de apreciação, permitindo assim que as obras sejam iniciadas, realizadas e concluídas nos prazos estipulados. “Queremos optimizar toda esta logística. Temos de evitar as faltas de documentos e as muitas irregularidades no sentido de agilizar todo o processo de construção e ampliação. O pretendido é evitar avanços e recuos por parte dos requerentes”, afirmou o responsável. O organismo irá ainda actualizar de forma regular os critérios e estes serão tornados públicos no portal electrónico das Obras Públicas. A par disso, depois de ter disponibilizado online 13 documentos em Janeiro, vai colocar mais três impressos, considerando que o atraso do andamento dos projectos de obras deve-se à falta de entrega de muitos desses documentos.
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sociedade
Continua “novela” da Studio City em Hong Kong
O império do Cotai ataca
Os parceiros do paralisado empreendimento Studio City vão voltar a encontrar-se em tribunal, mas com os papéis invertidos. A New Cotai Entertainment lançou um contra-ataque sobre a ESun Holdings e as suas empresas afiliadas com uma acção judicial ontem, alegando não cumprimento de contrato, instigação ao não cumprimento de contrato e conspiração criminosa. A New Cotai, um braço das firmas de investimento Oaktree Capital Management e Silver Point Capital, entrou ontem com uma acção contra os seus parceiros de “joint-venture” em Hong Kong, por alegada quebra de contrato e outras acusações envolvendo o Studio City, um projecto de casinoresort de 2,4 mil milhões de dólares (18,8 mil milhões de patacas) que se encontra parado há mais de três anos. O processo acusa o promotor CapitaLand, de Singapura; a ESun, cotada na bolsa de Hong Kong; e a East Asia Satellite Television de não cumprimento de contratos, incitação a esse não cumprimento, e conspiração ilegal, de acordo com uma declaração duvulgada ontem. A New Cotai juntou-se ao projecto em Dezembro de 2006, altura em que pagou à ESun cerca de 1,3 mil milhões de dólares de Hong Kong (1,31 mil milhões de patacas) por uma participação de 40 por cento na “joint-venture” do Studio City de
Kahon Chan
hojemacau@yahoo.com
Os apartamentos a serem construídos nos terrenos que vão ser lançados a leilão deverão ser relativamente pequenos e humildes de forma a serem acessíveis ao bolso dos compradores de primeira casa e às pessoas da classe média, garantiu Lau Si Io, secretário para os Transportes e Obras Públicas. As 10 medidas para conter a especulação no mercado imobiliário, lançadas recentemente por Lau, têm levantado dúvidas nas últimas semanas por aparentemente não serem aplicáveis aos apartamentos de preços mais reduzidos. Além disso, os leilões de lotes de terreno são susceptíveis de estimular a subida dos preços também
Macau, e pelos direitos de realizar um casino dentro do projecto. A ESun e a CapitaLand partilham a propriedade da East Asia, que detém os restantes 60 por cento da parceria. Mas os dois lados não têm sido capazes de trabalhar em conjunto. “Estamos decepcionados com o facto de estes processos judiciais terem tido de ser iniciados”, declarou o director-executivo da New Cotai, David Friedman, citado pelo “Wall Street Journal”. “De qualquer forma, depois de fazermos tudo o que estava ao nosso alcance para resolver a situação amigavelmente, pensamos que não tínhamos escolha senão dar este passo para proteger os nossos investimentos e o Macao Studio City”, acrescentou o antigo executivo da Las Vegas Sands. A disputa gira em torno do projecto Macao Studio City, que originalmente chegou a ter inauguração prevista para o ano passado, mesmo em frente aos pavilhões
de exposições do Venetian, com um casino que seria operado pela Melco Crown, hotéis geridos pela Marriott e pela Starwood, bem como um centro comercial operado pela Taubman Centers e uma man-
são Playboy Mansion. A Taubman, entretanto, recuou no ano passado, enquanto a Playboy encontrou um novo parceiro do outro lado do Cotai, a Sands China. No seu comunicado de ontem,
Governo promete apartamentos acessíveis no mercado livre
Quando o barato sai casa
a CapitaLand – que mantém uma participação efectiva de 20 por cento no projecto – afirmou que a “ESun quer uma indemnização em favor da CapitaLand referente a todas as perdas que possam ter sido sofridas pela CapitaLand em quaisquer processos judiciais” trazidos pela New Cotai relativamente ao projecto Studio City. Em declarações anteriores ao “Wall Street Journal”, a empresa mostrou-se insatisfeita com o caso e disse que as alegações não têm fundamento, pelo que irá “defender-se vigorosamente” contra elas. A última acção judicial aparece na sequência de um julgamento em Hong Kong em Julho, em que foi indeferido um pedido de indemnização de 2,39 mil milhões de dólares (18,7 mil milhões de patacas) contra a New Cotai e Friedman, com as reivindicações a serem consideradas “insustentáveis”. A East Asia, que queria renegociar os termos do acordo de parceria, alegava que a New Cotai e os seus directores não foram capazes de colaborar no projecto do casino, impedindo a sua concretização. No entanto, o juiz considerou “um caso bem discutível” no que diz respeito a uma outra acção de 88,6 milhões de dólares (691 milhões de patacas) contra a Oaktree e a Silver Point “por induzirem a New Cotai a não cumprir” um acordo de compra de acções. Friedman disse na altura que a New Cotai iria “defender vigorosamente as restantes reivindicações.”
dos apartamentos de menor dimensão. Lau Si Io garantiu que o grupo interdepartamental de acompanhamento iria manter-se atento à implementação das medidas, a maior parte das quais ainda não foram postas em prática, e disse que o Governo poderia propor mais acções ao chefe do Executivo caso houvesse a necessidade. “Por enquanto, devemos pôr em acção as medidas recomendadas, passo a passo. Dependendo da sua efectividade, iremos revelar na altura certa quando houver mudanças”, disse Lau. O secretário para os Transportes e Obras Públicas explicou ainda que o Governo tinha optado por fornecer apartamentos acessíveis à população de Macau através do merca-
do imobiliário privado, especialmente para os compradores de primeira moradia e para a classe média. Os apartamentos resultantes da conversão de edifícios industriais ou construídos em lotes anteriormente designados para fins industriais seriam relativamente pequenos e simples, e “não do tipo luxuoso”, de forma a permitir que eles sejam acessíveis. O mesmo, garantiu o responsável, deverá ser aplicável aos apartamentos a serem construídos nos terrenos a leiloar na Zona Norte. “Vamos acrescentar muitas restrições para atender ao objectivo de um rápido lançamento no mercado e da adequação ao poder de compra da população de Macau”, assegurou Lau.
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7 Empresa ferroviária abre fábrica em Zhuhai
Bombardear para o Metro Gonçalo Lobo Pinheiro hojemacau@yahoo.com
A Bombardier Transportation, líder na indústria ferroviária e fornecedor número um de borracha no mundo, assinou ontem um contrato com as autoridades de Zhuhai que prevê a construção de uma fábrica na cidade vizinha, para a fabricação do veículo Bombardier APM Innovia, ou, em outras palavras, o metro ligeiro. A nova unidade, criada no sentido de ser o centro de tecnologia Bombardier APM para a Ásia, irá contribuir para o projecto do metro ligeiro de Macau, bem como outros projectos que a empresa possa vir a ganhar concurso na região. Jianwei Zhang, director da Bombardier China, disse que “as autoridades de Zhuhai têm uma visão clara do papel fundamental da mobilidade para a realização de uma economia rica e sustentável, e está a fazer todos os possíveis estratégicos necessários para garantir que a cidade de Zhuhai se torne no núcleo de transportes na zona do delta do Rio das Pérolas”. Por outro lado, Eran Gartner, responsável pela divisão de sistemas da Bombardier Transportation, comentou que o acordo agora assinado “significa uma nova iniciativa industrial, que confirma o forte empenho da Bombardier para o sistema de metropolitano de Macau, bem como para o desenvolvimento de sistemas de transporte na China e no Sudeste Asiático”. No seu projecto, a Bombardier, além de proporcionar a produção em massa de veículos ferroviários com vista a Macau, promete colocar o território entre as melhores cidades do mundo em termos de transporte público, com comboios que produzem um baixo nível de ruído e com uma tecnologia elevada. Outra vantagem da tecnologia da Bombardier é a utilização de uma configuração de centro de orientação que permite que a estrutura
dos carris possa ser concebida e fabricadas sem parapeitos laterais, o que significa um estreito trilho guia, com menor impacto visual. Mas as coisas não se afiguram muito fáceis para a empresa canadiana. Esta não está sozinha na corrida para Macau – tem a Siemens e a Mitsubishi como concorrentes - e sabe-se que, entretanto, a decisão final do concurso aberto para o fornecimento de material para o metro ligeiro foi adiada devido a uma subestimação dos factores profissionais envolvidos. Este adiamento prende-se com as modificações necessárias na ponte Sai Van, segundo revelou, esta semana, Lei Chan Tong, coordenador do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT). Um estudo encomendado por este organismo concluiu que o tabuleiro inferior da ponte teria de ser devidamente alterado para cumprir com as normas de segurança. Já anteriormente aconteceu um adiamento, aquando da apresentação das candidaturas, por pedido
expresso dos candidatos que consideraram que a complexidade do projecto requeria mais tempo de preparação. 1,3 milhão para o boneco
O deputado José Pereira Coutinho, questionou, em Agosto, quanto o Governo já tinha dispendido com o edifício de exibições do metro ligeiro – obra cancelada depois do concurso público já ter definido o vencedor do projecto. A resposta do Governo chegou em finais de Setembro, da parte de Lai Chan Tong, director do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT). O contrato é de 1,454 milhão de patacas, sendo que, desse montante global, foram já pagos 1,309 milhão. O restante – 145 mil patacas – destinava-se a prestar apoio técnico durante a fase de construção. O GIT esclarece, contudo, que se o projecto não tiver início no prazo de dois anos, o Governo tem o direito de reaver as quantias já adiantadas.
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sociedade
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Mais turistas a dormir nos hotéis locais em Agosto Durante o mês de Agosto, registaram-se 696.013 hóspedes nos hotéis do território, o que representa mais 10,2% em relação ao mês homólogo de 2009. Os principais mercados da indústria hoteleira de Macau foram a China e Hong Kong, perfazendo 52% e 23,6% do total, respectivamente. A taxa de ocupação média dos hotéis e das pensões alargou-se 2,2 pontos percentuais, face a Agosto de 2009, alcançando 82,4%. Os hotéis de quatro estrelas estão no topo das preferências (85%).
CLIMA | Especialistas falam de verões mais prolongados e tufões tardios
Inverno em risco de extinção Gonçalo Lobo Pinheiro
China não dá braço a torcer
hojemacau@yahoo.com
Tufões que nunca mais chegam, chuvas fora de estação e verões cada vez mais longos. Essas são só algumas das mudanças climáticas que estão a afectar Macau em termos reais, mas mais está por vir. O especialista de Hong Kong Stanley So, ex-colaborador da ONU e actual responsável pela campanha climática da organização Oxfam, aponta que a estação mais fria está a encurtar-se na região do sul da China, afectando as duas regiões administrativas especiais. “Os invernos estão a regredir podendo mesmo desaparecer daqui por uns anos. Em Macau, também irá acontecer o mesmo”, diz So em entrevista ao Hoje Macau. Segundo António Viseu, subdirector dos Serviços de Meteorologia e Geofísica de Macau (SMGM), “o clima local sofre claramente influência das alterações climáticas derivadas do aquecimento global”. Para o meteorologista, estes fenómenos sofrem as respectivas oscilações, mas há estudos que mostram que nos últimos 100 anos a temperatura do território tem vindo a aumentar.
A Conferência de Mudança Climática de Tianjin, última rodada de negociações antes do COP de Cancún, acabou sem muitos avanços no diálogo, marcada, mais uma vez, por trocas de acusações entre nações desenvolvidas e emergentes, lideradas respectivamente pelos Estados Unidos e China. Após seis dias nos quais 3000 delegados de 194 países realizaram mais de uma centena de reuniões, o encontro ficou marcado por uma polémica entre a China e os Estados Unidos. Outras nações emergentes como Índia e Brasil aproveitaram o embalo para acusar de falta de transparência os EUA contra o aquecimento global, enquanto Pequim culpa Washington pelo bloqueio das negociações. “Existe falta de compromisso na hora de informar aos demais, algo que é uma questão-chave para conseguir o acordo”, afirmou o representante dos EUA em Tianjin, Jonathan Pershing, que adiantou ainda que não há um equilíbrio entre o que buscam países desenvolvidos e em desenvolvimento, por isso é que o diálogo está “em perigo”. O representante chinês, Su Wei, remexeu na ferida ao assinalar que “há países que quando não fazem nada, buscam uma cabeça de turco”.
Stanley So
Por exemplo, isso reflectese, entre outras coisas, na época das tempestades tropicais que este ano estão em número abaixo da média. “Apesar disso, a época de tufões, que normalmente vai de Maio a Outubro, irá atrasar um mês, sendo que ainda neste mês de Outubro pode ocorrer uma tempestade de sinal dois”, prevê António Viseu. Não há ainda, entretanto, previsões de que o sinal oito de tempestade
A TAP anunciou que a partir de ontem passou a oferecer ligações a Pequim e Xangai, que são dois dos destinos com maiores crescimentos de vendas este ano em Portugal, via conexões com a Air China em Milão – Malpensa, Roma, Frankfurt e Madrid. Chegar a Macau, entretanto, continua fora dos planos da companhia aérea portuguesa. “O code-share com a Air China vai permitir à TAP oferecer novos serviços para o mercado de maior crescimento na Ásia, disponibilizando aos seus passageiros uma escolha variada e acesso conveniente a importantes destinos de turismo e de negócios nesta região do mundo”, informou a TAP em comunicado, no qual anunciaque ontem iniciou “um acordo de cooperação comercial que abrange operações de code-share em voos selec-
tropical tenha de ser içado este ano. Segundo estatísticas dos SMGM, o território teve o Agosto mais fresco dos últimos anos, no entanto, a qualidade do ar tem tido quase sempre a classificação de bom, o que corrobora a opinião de Stanley So, quando este diz que a poluição por si só não leva à alteração do clima. Apesar de não ser um especialista em matéria de
poluição, So abordou essa questão como um dos pressupostos para a alteração do clima. “Não é crível que a poluição esteja totalmente ligada às alterações climáticas, pois estas dependem de variados factores. No entanto, acredito que um pais tão grande e tão populoso como a China tenha fortes problemas de poluição. Macau e Hong Kong, como grandes cidades, não fogem a isso”.
TAP voa para Pequim e Xangai com a Air China
Quase a chegar cá cionados entre Portugal e a China”. Este code-share com a Air China, em relação ao qual a TAP diz esperar “vir a reforçar e expandir com sucesso a conectividade noutros destinos no mundo”, soma-se a acordos de cooperação que a companhia portuguesa anunciou nas últimas semanas com aAlitalia, RoyalAir Maroc e Continental Airlines, bem como a um reforço da operação própria anunciado para este Inverno. José Guedes Dias, director de Alianças e Relações Externas da TAP Portugal, citado no comunicado, destaca
que “através da combinação de serviços da TAP e da Air China, tanto os passageiros em turismo como os passageiros em viagens de negócios podem agora usufruir das ligações mais convenientes e directas entre Portugal e a China”. “O nosso acordo vai contribuir para fortalecer os laços comerciais e culturais entre os dois países e o posicionamento de Lisboa e do Porto como destinos europeus adicionais da Air China, enquanto Pequim e Xangai se tornam dois novos e importantes pontos da Ásia para a TAP”, acrescentou.
Os representantes fizeram certas concessões ao “rival”, e nesse sentido Pershing reconheceu a maior responsabilidade dos países desenvolvidos na luta contra a mudança climática, ao ter começado a contaminar o planeta décadas ou séculos antes. Acrescentou que “não se deve dividir em duas caixas”, países ricos e pobres, já que há nações em vias de desenvolvimento que pelo tamanho e momento económico podem fazer mais, aludindo à China, Índia e Brasil. A China elogiou os seus esforços ambientais, mas ressalvou que está num momento no qual “pode escolher desenvolver energias limpas e não o carvão”, altamente poluente e que movimenta 70% da economia do gigante asiático. A ONU tentou minimizar o atrito entre os países mais poluentes do mundo, que concentram quase 50% das emissões de dióxido de carbono. “EUA e China confirmaram em 2010 os seus compromissos. Se ambos, mutuamente, se acusam de falta de clareza, será uma conversa que deverão ter entre eles”, sugeriu a negociadora da ONU para Mudança Climática, a costa-riquenha Christiana Figueres.
O especialista afirma que apesar de Guangdong ser uma província altamente industrializada não é a zona mais maculada da China. “O sul da China é bastante industrializado mas não é a zona mais poluída do país, garantidamente. Depende do lugar onde estamos na China. Se estamos em Pequim é uma coisa, se estamos em Xangai é outra, mas a minha área de preocupação é outra”, aponta o responsável da Oxfam, que regressou esta semana da Conferência de Mudança Climática de Tianjin, com especialistas de 194 países. Stanley So destaca que as alterações climáticas estão a afectar, especialmente, as populações mais carenciadas. “Enquanto os países ricos discutem sobre esta ou aquela percentagem de poluição, há ilhas no Pacífico que já estão com planos de evacuação em marcha para fazer face a um repentino aumento do nível do mar. Isso sim é verdadeiramente importante e torna-se numa questão de sobrevivência”. Perdas humanas
No estudo “Righting Two Wrongs”, da sua autoria, Stan-
ley So explora a questão da vulnerabilidade das populações que vivem em condições precárias em zonas rurais ou zonas urbanas de total desordenamento urbano e que são as mais prejudicadas com o aquecimento global. O aumento gradual da temperatura do globo, aponta o responsável, tem trazido muitos dissabores às populações, causando “devastadoras perdas humanas”. Não é de todo indiferente o facto de ano após ano haver grandes chuvas fora do seu tempo, invernos muito curtos ou menos calor nos verões, ou exactamente o contrário no ano seguinte. O especialista explica que o clima está completamente alterado e nem sequer já se pode dizer que haja estações. “As alterações climáticas chegam mais às populações desfavorecidas. Se virmos bem, as grandes cheias, os deslizamentos de terra ou as grandes secas têm afectado, nos últimos anos, a franja da população mais pobre e que vive em condições miseráveis, arrastando as suas casas, destruindo o seu parco património ou, até mesmo, levando as pessoas a morrerem à fome”, disse Stanley So.
Governo avalia ganha de conhecimento de protecção ambiental Para conhecer melhor o nível de conhecimento da população em relação à protecção ambiental, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) solicitou ao Instituto do Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau a realização do primeiro inquérito para a “Pesquisa sobre o nível de conhecimento da população em relação à protecção ambiental de Macau”, que decorre entre 12 e 25 de Outubro. O inquérito é efectuado por via telefónica numa amostragem aleatória. Prevê-se que os resultados estejam prontos ainda este ano, para que possam ser usados como referência para novas políticas de protecção ambiental.
António Falcão
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Abriu a época da benevolência em Macau. A caridade está na ordem do dia. Depois do Trail Walker que levou centenas de pessoas aos trilhos de Coloane, renovando o auxílio a uma associação de apoio a crianças, o desfile prossegue neste fim-de-semana, com mais uma etapa do campeonato de solidariedade. Caso queira ajudar pessoas carenciadas e abrir os cordões à bolsa esta é a melhor altura para o fazer, cimentando assim o caminho para ganhar o seu lugarzinho no céu. Amanhã a Associação Cristã Internacional de Macau, repentinamente surgida no território, realiza um jantar para a recolha de fundos para apoiar o Lar da Nossa Senhora da Penha. A gala realiza-se na Cidade dos Sonhos (City of Dreams), num dos hotéis de maior prestígio em Macau, esperando reunir 300 convivas. pub
Eventos de caridade espalham-se pelo calendário de Macau
Que bons que somos
O evento congrega a ajuda de diversas personalidades e empresas locais e pretende colmatar carências da instituição de caridade, como a melhoria da sua instalações e a compra de um veículo especial para transportar as crianças do referido lar. O jantar decorre no Grand Hyatt e conta com a presença de diversos diplomatas, entre eles, o representante consular da Colômbia, conterrâneo de Vanessa Gonzalez, que se diz
CEO da MICA, bem como a presença de Alejandra Andreu, modelo espanhola, que traz na sua biografia o galardão de Miss Internacional 2008, um concurso de beleza realizado em Macau. Para apoiar esta organização basta marcar presença e desembolsar 750 patacas. Hoje no campo do Caesars Golf, no Cotai, arranca o torneio de golfe organizado pela revista Macau Business, que põe de pé a quarta edição do seu torneio de caridade. Os responsáveis da publicação querem reunir cerca de meio milhão de patacas para distribuir por instituições de apoio social em Macau. “Contamos angariar pelo menos meio milhão de patacas”, disse Paulo Azevedo, proprietário da Macau
Business, à agência Lusa, ao salientar que na edição deste ano irão estar em campo 30 equipas e 90 jogadores, um aumento de cerca de 50% relativamente às edições anteriores. O evento junta os seis operadores de jogo e os dois campos de golfe de Macau, “habitualmente concorrentes, a remar para o mesmo lado”, referiu o jornalista português. Aqui ultrapassam-se rivalidades e todos dão as mãos - o objectivo é comum e a ideia de apoiar os mais desfavorecidos dita sempre mais alto. A Macau Business encerra o evento desportivo com um jantar em que estarão disponíveis para compra diversos artigos que passaram pelas mãos de figuras célebres ligadas ao desporto e às artes. É aqui
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9 que a sua generosidade pode atingir a luz verde, dando-lhe a oportunidade de levar para casa uma chuteira assinada por Cristiano Ronaldo, uma raqueta do tenista espanhol Rafael Nadal, um capacete do piloto de Fórmula1 britânico Lewis Hamilton ou três guitarras assinadas por grupos rock, onde se contam os duros AC/DC, entre muitas outras peças. Este é um evento que tem sido marcado pelo sucesso com a resposta afirmativa dos residentes de Macau. Ao longo das três edições do torneio da caridade, a publicação já distribuiu a instituições de apoio social - indicadas por cada um dos vencedores do torneio de golfe - cerca de um milhão e meio de patacas. No dia 21 de Outubro, numa organização do jornal Macau Post Daily e da promotora de arte Glass Nine, em conjunto com o hotel Grand Lapa e o Ladies Club de Macau (ILCM), realiza-se uma exposição de arte de caridade
sociedade que junta algumas obras de artistas da praça. Aqui pode empenhar as suas poupanças num objecto de arte que irá fazer as maravilhas do seu lar, apoiando a Cruz Vermelha de Macau e o fundo de apoio do ILCM. Em Novembro, no dia 7, pode juntar-se ao hotel Four Seasons e “correr pela esperança” numa campanha de apoio à investigação para a erradicação das doenças cancerígenas. Por fim, em Dezembro, a ANIMA, uma das associações para a protecção dos animais do território, realiza o seu jantar anual para angariação de fundos. Não se espera que seja uma refeição vegetariana, onde não se sirvam animais cozinhados. Já que a referida associação realizou há pouco outro jantar para recolha de fundos, precisamente num dos restaurantes que tem como lema para a sua publicidade a sua “deliciosa carne”: o Churrascão da Taipa.
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10 Futebol Candidatos? Só fora de prazo
Não apareceram candidaturas às eleições para os Órgãos Sociais do Sp. Braga. Pelo menos dentro do prazo anunciado pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sp. Braga. Em comunicado, João Gomes de Oliveira explica então que “a Mesa da Assembleia Geral vai informar de imediato o presidente do Conselho Geral para que proceda em conformidade com o previsto nos estatutos”. Desta forma, o actual líder do clube, António Salvador, deverá continuar até que o Conselho Geral encontre uma solução.
desporto Automobilismo | Equipa portuguesa instala-se em Macau com sócios locais
André Couto nas malas
Ciclismo Alberto Contador inscrito
O ciclista espanhol Alberto Contador, corredor da Astana, a contas com uma suspensão preventiva devido a um controlo anti-doping positivo, figura na lista provisória de inscritos da prova Critério de Alcobendas, agendada para 17 de Outubro. O presidente da União Ciclista Internacional, Pat McQuaid, já afirmou que o caso do triplo vencedor da Volta a França é “excepcional”. Ivan Basso, vencedor da última Volta a Itália, é outro dos ciclistas pré-inscritos nesta prova. Caso Contador não possa participar, a organização da prova madrilena poderá substitui-lo pelo italiano Vicenzo Nibali, da Liquigas, recente vencedor da Volta a Espanha. Contador, sabese, também não estará presente na apresentação do Tour de França 2011. De acordo com o assessor do espanhol, Jacinto Vidarte, em declarações ao L’Équipe, Contador espera que a União Ciclista Internacional (UCI) se pronuncie sobre o seu caso. De outro forma será “difícil a presença de Alberto em Paris”. “Estamos à espera do veredicto da UCI. Esperamos que a decisão seja tomada antes da apresentação do Tour. Alberto quer que a sua inocência seja provada”, acrescentou o responsável.
Patinagem Chapouto termina carreira
Hugo Chapouto foi um dos grandes protagonistas de Portugal na Taça da Europa de Patinagem Artística, que se disputou em Catania, Itália. Conquistou a terceira medalha de ouro consecutiva nesta competição e, pela frente, tem como objectivo brilhar no Open Internacional, em França, e, sobretudo, no Campeonato do Mundo de Portimão, ainda este ano, que marcará a sua despedida como patinador, após 18 anos de actividade. “Quero terminar a minha carreira em beleza no Campeonato do Mundo. Encaro o desporto com perfeccionismo, de corpo e alma, mas não me dá retorno para sobreviver, por isso tenho de encontrar outros meios de subsistência. As razões são por motivos profissionais e, também, familiares, porque vou casar-me. Vivo as coisas com intensidade e não é fácil subsistir com os apoios do Estado, fracos ou inexistentes para as modalidades que não são olímpicas”, afirmou o patinador, em declarações ao site da Federação de Patinagem de Portugal.
Sérgio Fonseca
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A equipa portuguesa com sede em Baltar, a Sports & You, está de malas feitas para Macau, onde, com o apoio do piloto do território André Couto, irá inscrever nas duas últimas provas da temporada do Campeonato do Mundo FIA de Viaturas de Turismo (WTCC) um BMW para o piloto do território. O empresário português Paulo
Ferreira confirmou ao site luso de desportos motorizados SportMotores.com que “a Sports & You vai correr em Okayama e no Grande Prémio de Macau com um piloto chinês e sob toda a nossa estrutura que já enviamos para Macau. O carro a usar é o BMW S2000 usado pelo José Pedro Fontes o ano passado.” A equipa será inscrita no mundial de Turismos como Ho Ch'un Kei / Sports & You Asia e o piloto é Hen-
ry Ho, o dominador da categoria AAMC Challenge do Campeonato de Macau de Viaturas de Turismo (MTCC) esta temporada. Ho Wai Kun, como é mais conhecido nas corridas locais, participou em três provas do ano passado do WTCC, com um décimo nono lugar como melhor registo. O piloto, de 28 anos, foi anunciado no princípio da época pela equipa Liqui Moly Team Engstler, mas nunca se sentou aos comandos
dos BMW da equipa germânica. Agora vai ter à sua disposição, nas duas rondas asiáticas do mundial de turismos, o BMW 320si com que José Pedro Fontes venceu o Campeonato de Portugal de Circuitos/ PTCC em 2009. A Sports & You Ásia não se quer ficar pela participação apenas nestas duas corridas de fim de época do WTCC, mas sim entrar em força no Campeonato Asiático de Turismos (ATCS), em 2011. “A Sports & You está a montar uma estrutura própria em Macau, com o apoio do André Couto, para trabalhar o mercado asiático, nomeadamente no Campeonato Asiático de Viaturas de Turismo. Pretendemos abrir uma delegação com sede em Macau para seguir o campeonato em 2011 com a colaboração de investidores chineses e do próprio André Couto”, disse o líder da equipa de Baltar, que durante muitos anos foi responsável pela carreira do vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3. Além da experiência nas corridas de Turismo, a Sports & You está igualmente envolvida no Campeonato de Portugal de GT e Sport-Protótipos, tendo efectuado algumas incursões nos ralis num passado recente.
Exercício do biénio 2009/2010 aprovado com desacatos à mistura
Mosquitos por cordas na noite de Alvalade Os sócios do Sporting aprovaram, em Assembleia Geral (AG), o Relatório e Contas relativo a 2009/2010 com 59,84% de votos a favor, 36,99 contra e 3,17 em branco, num universo de 805 votantes. No entanto, a AG não foi pacífica. Houve registo de desacatos dentro do pavilhão multidesportivo, já depois da votação do exercício. Um reforço policial foi pedido e a PSP respondeu com a chegada de uma carrinha com dez elementos do corpo de intervenção. O relatório, referente ao exercício compreendido entre 1 de Julho de 2009 e 30 de Junho de 2010, apresentou um prejuízo de 3,6 milhões de euros. Em jeito de balanço, o presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, Dias Ferreira, começou por elogiar o director para o futebol profissional dos leões, Costinha. “Dou os meus parabéns ao Costinha por ter dado a cara e ter estado na AG do primeiro ao último minuto”, começou por dizer e completou: “Portou-se como um verdadeiro sportinguista
e enfrentou as críticas, algumas injustas. É um sportinguista que não teve oportunidade de jogar pelo clube do coração mas agora serve-o e é tão sócio como eu ou qualquer outro”. Depois de enfatizar que o relatório e contas foi “aprovado por larga maioria”, o dirigente confessou que não pensa que os 36,99% de votos contra representem um cartão amarelo à Direcção liderada por José Eduardo Bettencourt. Dias Ferreira considerou, ainda, que na
AG até nem foram as contas que tiveram verdadeiramente em causa, pois para esse ponto só se inscreveram seis dos mais de 800 sócios presentes. “É evidente que em todo o lado todos fazem as suas críticas, todos são treinadores quando os resultados não aparecem e todos são treinadores quando, ainda mais, os últimos resultados não têm ajudado”, lembrou. Sobre os incidentes, o presidente da AG desvalorizou o caso. “Nem me apercebi bem mas nem tive de interromper os trabalhos. Dois sócios mais exaltados desentenderam-se e no final recebi um SMS de um amigo a dizer que havia pancadaria na AG. Pedi calma e entre 800 associados se há um ou dois que não se portam bem, não podemos sair insatisfeitos”, concluiu. No plano desportivo, o plantel do Sporting realizou mais um treino de preparação, à porta fechada, para o jogo com o Estoril onde se esperam algumas mudanças no onze leonino por parte do treinador Paulo Sérgio.
China clama por desculpas depois de sessão de pancadaria com Brasil A Associação Chinesa de Basquetebol pediu desculpas pela violência que forçou a suspensão da partida entre a selecção do país e o Brasil. “A nossa associação pede desculpa à equipa brasileira e a todas as outras partes envolvidas pelo lamentável incidente que gerou consequências tão graves", disse o vice-presidente Li Jinsheng, em comunicado oficial. Entretanto, os preparativos da equipa para os Jogos Asiáticos foram suspensos para dar aos jogadores tempo para "reflectirem profundamente". Li afirmou que os jogadores já tinham sido obrigados a assistir a aulas sobre desportivismo e agora serão penalizados individualmente após a conclusão do inquérito em curso.
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De que contornos se reveste uma verdade? De um facto, mesmo que falso, e de alguém que nele acredite. Quando quem nele acredita é toda uma equipa de futebol – da direcção aos adeptos, passando pela equipa técnica e pelos jogadores – uma falsa verdade pode tomar con-
Ex-campeão mundial dos 400 metros encontrado morto O antigo campeão mundial dos 400 metros Antonio Pettigrew, encontrado morto no seu automóvel a 10 de Agosto, suicidou-se, segundo o relatório da autópsia divulgado pelas autoridades médicas do Estado da Carolina do Norte. O documento acrescenta que o norte-americano morreu devido a uma overdose de difenidramina, um antihistamínico que actua como sonífero. Uma caixa destes comprimidos foi encontrada dentro do automóvel do norte-americano aquando da descoberta do corpo. Chamado a testemunhar no processo do treinador Trevor Graham, Pettigrew reconheceu perante um tribunal norte-americano ter recorrido ao doping desde 1997, confissão que lhe valeu a retirada da medalha de ouro da estafeta 4x400 metros, nos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000. Pettigrew também entregou de forma voluntária as medalhas de ouro conquistadas nos Mundiais de 1997 e 1999, igualmente ganhas na estafeta. Antonio Pettigrew, até à sua morte, estava a trabalhar na Universidade da Carolina do Norte como treinador.
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Sporting derrota Lam Fong por 2-1 e segue em frente na “Bolinha”
O segundo fôlego do leão tornos dramáticos e deitar a perder o trabalho de toda uma temporada. Para o Sporting Clube de Macau, a data de 14 de Outubro de 2010 vai quedar-se durante muito tempo como o dia em que o leão nasceu de novo, depois de quase ter sido vítima de um equívoco com contornos caricatos. Os leões do território venceram o derradeiro encontro da fase regular da edição de 2010 do Campeonato da 2ª Divisão da “Bolinha”, mas convencidos de que o triunfo (2-1) obtido frente ao Kan Fong se revelava insuficiente (devido à diferença de golos para com as formações com que rivalizou na série AZ) para colocar a equipa na segunda fase da competição, assumiram a não continuidade na prova como uma inevitabilidade com contornos de verdade absoluta. Aausência de regulamentos em outra língua que não a chinesa, ajudou a adensar a crença de que o Sporting teria ficado pelo caminho nas andanças das 2ª divisão da “Bolinha” e o equívoco só se esclareceu ao início da manhã de ontem, quando os leões do território foram avisados de que o clube continuava a constar da lista das formações escalonadas para disputar a
primeira ronda a eliminar da prova. A chamada de atenção surgiu, ainda assim, a tempo do conjunto verde e branco evitar a mais ingrata derrota do seu historial. Com jogo agendado para as 21h30, os responsáveis pela formação leonina quase não tiveram tempo para alinhavar a equipa para o encontro, mas o equívoco acabou por se revelar um mal que veio por bem. Sem alguns dos seus habituais titulares, o conjunto orientado porAgostinho Caetano entrou em campo visivelmente afectado pela insólita confusão, mas o nervoso miudinho com que o sete leonino pisou o relvado sintéctico do Complexo D. Bosco rapidamente se dissipou. Os leões assumiram o controlo da partida e foram aos poucos subindo no terreno, mas o assédio ao último reduto do Lam Fong só esporádicamente provocou celeuma na grande área adversária. Dos pés de Pedro Maia saíram as iniciativas melhor conseguidas de que o Sporting Clube de Macau beneficiou na primeira parte, mas foi necessário esperar até ao cinco minutos da segunda metade para ver o marcador ser inaugurado. O capitão Luis Monteiro ficou em branco na melhor
António mil-homens
Marco Carvalho
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jogada dos leões do território em todo o encontro, mas Rui Coelho não falhou. O avançado leonino apontou o tento do conjunto verde e branco na recarga a um remate do capitão sportinguista, travado pelo ferro da baliza do Lam Fong. Voluntarioso, Luis Monteiro voltou a repetir o feito três minutos depois, quedando-se uma vez mais a uma unha negra do golo. O capitão leonino recebeu o esférico no lado direito do ataque e tentou surpreender o guarda-redes adversário, mas o ferro voltou a negar aquela que seria o segundo golo dos leões. Quem não marca arriscase a sofrer e foi isso que aconteceu à passagem do 34º minuto, com Sérgio Fong Sing Wai a aproveitar uma comprometedora perda de bola de Abecassis no eixo da
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EDITAL COBRANÇA DO IMPOSTO PROFISSIONAL RESPEITANTE AO EXERCÍCIO DE 2009 Faz-se saber que, de harmonia com o disposto no artigo 46.º, n.º 2, do Regulamento do Imposto Profissional, estará aberto, durante o mês de Outubro próximo, o cofre da Recebedoria da Repartição de Finanças de Macau destes Serviços para pagamento do imposto profissional dos contribuintes do 1.º grupo (assalariados e empregados por conta de outrem) e do 2º grupo (profissões liberais e técnicas), respeitante ao exercício de 2009, calculado nos termos do artigo 37.º do mesmo Regulamento. Findo o prazo da cobrança à boca do cofre, terão os contribuintes mais sessenta (60) dias para satisfazerem as suas colectas, acrescidas de 3% de dívidas e de juros de mora legais, conforme o disposto no artigo 48.º do referido Regulamento. Decorridos sessenta dias acima referidos, sem que se
mostre efectuado o pagamento do imposto liquidado, dos juros de mora e de 3% de dívidas, proceder-se-á ao seu relaxe, sem prejuízo da aplicação de multa, que pode atingir metade da importância da colecta em dívida. E, para constar, se passou este e outros de igual teor, que vão ser afixados nos lugares públicos do costume e publicados nos principais jornais chineses e portugueses, sendo reproduzido no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau. Aos 6 de Setembro de 2010. O Director dos Serviços, Substituta Vitória da Conceição
defesa do Sporting para repôr a igualdade no marcador, num lance em que jogadores e adeptos leoninos reclamaram falta sobre o defesa verde e branco. O empate a uma bola pautou o andamento do placard até ao final do tempo regulamentar e a eliminatória acabou por se decidir, a favor do Sporting, através da lotaria das grandes penalidades, numa noite de boa memória para o guarda-redes Filipe Trindade. pub
O número 1 leonino não conseguiu parar o remate de Siem Tak Kei, o primeiro dos jogadores do Lam Fong a tentar a sorte, mas travou as tentativas de Luis Ka Keung Lei e de Sérgio Fong Sing Wai, ajudando a formação orientada por Agostinho Caetano a carimbar a passagem à segunda ronda eliminatória da competição. Chamados a marcar pelo lado dos leões do território, Luis Monteiro e Pedro Maia não comprometeram, empurrando a formação verde e branca para o leque das 32 melhores equipas do segundo escalão da Bolinha. Ao grupo restrito das 32 formações que vãos disputar os dezasseisavos de final da prova ainda se pode juntar o Papatudo. Se vencer no sábado o conjunto do Cheong San, o clube satélite da formação leonina esgrime argumentos com a casa-mãe sportinguista na segunda ronda eliminatória da competição.
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cultura
Pavilhão da rússia
Tiago Quadros* hojemacau@yahoo.com
O desenho do pavilhão da Rússia é imposto por uma acção sensível de controlo da qualidade do gesto. Não do gesto enquanto movimento mais ou menos impetuoso, mas do gesto enquanto itinerário portador de sentido previsível. O conceito que subjaz ao projecto de arquitectura, a cenografia e os conteúdos expositivos permitem que o visitante compreenda as sensibilidades que caracterizam o povo russo, as suas matrizes. O pavilhão da Rússia na Exposição Universal de Xangai surge enquanto representação de uma cidade de sonho, reuninpub
do as indicações mais significativas do país que representa: a eficiência energética, as inovações em torno da saúde pública e do desenvolvimento social, as tecnologias nucleares, a exploração cósmica, o desenvolvimento das telecomunicações e das tecnologias de informação. A viagem acontece entre três elementos matriciais: as doze torres de ouro branco, o cubo que paira sobre as fundações do conjunto das doze torres e a instalação que ocorre no interior do edifício. As 12 torres simbolizam o rápido crescimento das megapolis, os arranha-céus de arquitecturas desalinhadas. A perfuração das áreas superiores das torres
‘O Monstro’ acorda meninas de biquíni no V
Dado como um sucesso garantido, a produtora musical Hed Kandi regressa de novo a Ma de música, piscina e biquínis. Desta vez tenta-se trazer os últimos raios de sol do Verão qu do êxito dos dois eventos anteriores, em Julho de 2009 e Julho de 2010, o mundo das f recorte do deserto de Las Vegas com a boa disposição de DJs internacionais e bebidas f no Blue Frog, para espantar os maus olhados, temos “O Monstro”, que regressa com os
A forma do gesto
foi criada tendo por base ornatos étnicos provenientes de várias geografias. Ao explorar as formas leves, que se elevam de maneira instável, desafiando as leis da gravidade, o pavilhão da Rússia recupera alguns dos preceitos da arquitectura desenvolvida na União Soviética, na década de 20. A intensidade, inovação e experimentalismo evidenciados pelo construtivismo russo não teve, provavelmente, correspondência com nenhum outro movimento durante o séc. XX. No entanto, à medida que os construtivistas se comprometiam mais com a arquitectura, a instabilidade das suas obras pré-revolucionárias ia desaparecendo. O conflito de formas que definia as primeiras obras, foi-se gradualmente resolvendo. As construções instáveis de formas em conflito converteram-se em montagens mecânicas de formas adequadas de modo harmonioso. A instabilidade foi claramente contornada, tendo tido, apenas, a possibilidade de se desenvolver nas formas de arte tradicionalmente consideradas marginais – cenografias teatrais, decorações de rua, tipografias, fotomontagens e desenho de roupa – sem restrições estruturais e funcionais construtivas. Os elementos que definem a decoração exterior do cubo são amovíveis. Ao reflectirem o céu, as torres, o verde e as pessoas, as fachadas do edifício transformam o pavilhão da Rússia num enorme ser vivo. No decurso do período nocturno, e com a ajuda de
O pavilhão da Rússia na Exposição Universal de Xangai surge enquanto representação de uma cidade de sonho, reunindo as indicações mais signifi país que representa: a eficiência energética, as inovações em torno da saúd e do desenvolvimento social, as tecnologias nucleares, a exploração cósmi desenvolvimento das telecomunicações e das tecnologias de informação. iluminação concebida para o efeito, são criadas superficies cromáticas dinâmicas. A cenografia, que ocupa um lugar muito significativo no projecto do pavilhão da Rússia, foi criada pela companhia “Krasnov-design”, reconhecida como marca nacional Soviética – uma
das mais independentes e criativas companhias russas. A frase que apresenta a representação russa na Exposição Universal de Xangai refere que a melhor cidade é a cidade dos sonhos, da felicidade, o lugar para as crianças habitarem. A organização
interna do pavilhão reflecte as antigas colonizações eslavas, simboliza “a flor da vida” ou o sol, as raízes da “árvore do mundo” onde “o céu da vida” paira.
Do pont conteúdos pavilhão da senta-se div tro áreas d primeiro m
Venetian
Macau e ao Venetian para uma terceira receita ue ficaram à espera da melhor batida. Depois festas de piscina regressa no Sábado com o frescas. A acolher o Outono, no dia anterior, s seus sussurros de amor. A não perder!
o
ficativas do de pública ica, o
to de vista dos expositivos, o a Rússia aprevidido em quadistintas. Num momento, são
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apresentadas as regiões que constituem a Federação Russa. Exibem-se ideias de transformação das comunidades urbanas, é demonstrado o potencial das cidades russas e as suas relações com os territórios vizinhos. São também abordadas questões relacionadas com o património cultural, o desenvolvimento económico e tecnológico. Num segundo momento são apresentadas novas tecnologias de suporte às necessidades vitais das cidades do futuro. Fala-se de tecnologias inovadoras capazes de gerir questões relacionadas com o meio ambiente, recursos sociais e outros problemas associados às megapolis. Num terceiro momento é apresentada a exposição “A cidade do futuro através do olhar das crianças”, resultante de um concurso realizado na Rússia e que procurou envolver todas as jovens crianças do país. Com base nas ilustrações submetidas a concurso,
vários arquitectos foram convidados a criar modelos e outros elementos em ambiente urbano. Por último, o quarto momento revela a “cidade dos talentos”, onde se defende que a melhor cidade é aquela em que as crianças podem viver felizes. O visitante é convidado a conhecer o mundo através do olhar das crianças e a descobrir o que precisa ser feito para que os sonhos das crianças se tornem realidade. O colectivo PAPER foi fundado em 2006 e é o resultado da fusão de duas equipas: “Pro-act” (formada por V. Preobrazhenskaya e A. Panchenko) e o atelier de Ayrapetov e Romanov. Nesse sentido, o grupo PAPER nasceu já com um conjunto vasto de experiência adquirida. PAPER é a denominação do atelier sedeado em Moscovo e reflecte a compreensão da diversidade dos processos de arquitectura, tendo em mente que o “papel” é ainda o início das histórias por contar. Por paradoxal que possa parecer, entre a oposição do aparentemente aleatório do gesto e o realmente decidido da forma existe a procura de uma ambiguidade. Essa ambiguidade, que é a das torres de ouro branco, presentes e ausentes, permite aduzir que, no fundamental, coloca-se-nos, verdadeiramente, a procura de uma poética do vazio. *Arquitecto. Mestre em Cor na Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa
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ideias l u z de i n ver n o Boi Luxo
A propósito de um filme de William Dieterle
Talvez não me devesse ter atrevido alguma vez a escrever sobre este filme de William Dieterle. No momento em que o comecei a fazer percebi que o que quer que aconteça nestas linhas será sempre algo que se escapou à minha vontade, será sempre algo que deixei que se perdesse. Mais do que tudo isso, o que eu vi neste filme, possivelmente na primeira vez que com ele me confrontei, certamente em casa, só e certamente muito jovem, o que eu vi então é que se trata de um filme impossível, um filme impossível de acontecer. Talvez não me devesse ter atrevido alguma vez a escrever sobre este filme de William Dieterle. No momento em que o comecei a fazer percebi que o que quer que aconteça nestas linhas será sempre algo que se escapou à minha vontade, será sempre algo que deixei que se perdesse. Mais do que tudo isso, o que eu vi neste filme, possivelmente na primeira vez que com ele me confrontei, certamente em casa, só e certamente muito jovem, o que eu vi então é que se trata de um filme impossível, um filme impossível de acontecer. Tem sido por vezes o receio e por vezes a suspeita desta impossibilidade que tem acompanhado de modo lúgubre cada memória que tenho dele. É difícil de acreditar que ele exista ainda e que alguém o veja. É por vezes tentador pensar que porventura nunca ninguém o viu e que tudo não passou de um golpe de alucinação motivado por uma profunda histeria. Escrever algo sobre ele é talvez uma tentativa de o tornar mais real mas pode tornar-se, ao invés, em uma maneira de o fazer desaparecer definitivamente, pode tornar-se em uma maneira de o perder para sempre..
Este filme conta a estória de um pintor medíocre perdido numa imensa cidade quase sem habitantes e mergulhada numa luz pastosa de inverno, a cidade de Nova Iorque. Conta a estória de um pintor cansado e velho interiormente que não consegue, mesmo que o filme tente obstinadamente afirmar o contrário, pintar aquilo que nós vemos no outro protagonista da estória - a sua beleza e a sua evanescência. Este não é um filme convincente naquilo que se propõe mostrar mas as suas infantilidades não desautorizam que lhe desculpemos qualquer falha de maturidade. Permitenos até, hoje, desculpar-lhe as fissuras que a passagem do tempo nele foi abrindo de modo seguro. Conta-se a estória de uma criança que se vai tornando rapidamente mulher. Contase a estória de uma mulher que se insinua na solidão do pintor Adams como se fosse apenas mais uma das suas criações. É assim neste filme lúgubre e solitário, quase romântico num final que parece tentar desculpar a doença que carrega consigo. Não é um bom filme mas é um filme por
onde passa um frio sinistro que não é só o frio do inverno de Nova Iorque mas um frio que passa também por alguns filmes clássicos americanos que eram os filmes que na altura se viam por falta de escolha e de informação, alheios às arrogantes deficiências que a sua atitude imperial carregava, povoado de um modo vazio por actores que agora percebemos que eram maus – o que na altura não se via e não interessava ver e talvez não interesse ainda também. Estou preparado, perante esta luz pastosa e musical, para desculpar aquilo que nele são múltiplos desequilíbrios e insuficiências mesmo que sejam estes que, em definitivo, provam a sua existência. Se este fosse um bom filme ele convencer-nos-ia certamente da sua inexistência. Este filme caminha de um modo precário, como se se tratasse de uma peça de teatro representada para uma plateia sem espectadores. Há uma espécie de vazio que o acompanha, é um filme enfiado num enorme túnel escuro onde se vislumbra periodicamente uma luz fugaz. Adormecer num compartimento confortável mas espar-
tano de um comboio e permitir apenas, por entre a sonolência, que nele entre alguma luz ao passar por estações fantasmagóricas e adormecidas, pequenos pedaços de sonho intercalados com o ruído do real e um tempo para pensar. O filme adormece entre esses brilhos momentâneos, quase sempre inesperados, cada vez menos infantis e cada vez mais próximos de um fim que é incontornavelmente nefasto. A pequena estória paralela dos patriotas irlandeses é esquecida, o sonho é esquecido na voragem da última parte da estória, romântica e setentrional, the light house at Land’s End, o farol abandonado no Finis Terrae (sem relação com o filme de Jean Epstein). A última viagem do pintor Eben Adams ao fim da terra não é uma viagem que coloque o filme no seu final. Não é, felizmente, uma viagem que torne este filme ilusório num filme resolvido e acabado. Este filme que provavelmente nunca aconteceu continua assim a permanecer um mistério mas um mistério cuja decifração pouco importa. Já não há razões para ver este filme e esta foi a última vez que o vi.
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15 Era como o vento soprando em silêncio; de súbito o sentindo, cada indivíduo respondia, com mais ou claridade.
Capítulo 120 Lao Tzu disse: Aquilo que o céu cobre, aquilo que a terra suporta, aquilo que o sol e a lua iluminam é variegado na forma e na natureza, mas tudo tem seu lugar. Aquilo que torna o desfrutar desfrutável também pode criar tristeza; aquilo que torna segura a segurança também pode criar perigo. Assim, quando governam as gentes, os sábios se asseguram de que estas se conformam com suas naturezas individuais, de que vivem em suas casas, de que vivem onde se sentem confortáveis, de que trabalham no que sabem fazer, de que lidam com o que podem lidar e de que dão o seu melhor. Deste modo, todas as pessoas são iguais, sem forma de domínio umas sobre as outras. Nada nem ninguém no mundo é valioso ou sem valor. Se são avaliados pelo que neles é valioso, então, todos os seres e coisas são valiosos. Se são desprezados pelo que neles é sem valor, então, todas as coisas e seres são sem valor. Assim, aqueles que não estimam as palavras de sofistas não procuram peixes nas árvores nem
mergulham por pássaros em lagos. Em tempos recuados, quando governava o rei-sábio Yao, as gentes eram guiadas de tal maneira que os que viviam junto à água pescavam, os que viviam nas florestas colhiam, os que viviam nos vales apascentavam e os das terras altas aravam o solo. O seu meio ambiente adequava-se às suas ocupações, as suas ocupações adequavamse às suas ferramentas e as suas ferramentas adequavam-se aos seus recursos. Nas rias entreteciam redes, em terra seca lavravam os campos. E, assim, as gentes usavam o que tinham para trocar pelo que lhes faltava, usando as suas capacidades em troca do que não conseguiam elas próprias fazer. Por isso, eram poucos os que se rebelavam, sendo muitos os que seguiam. Era como o vento soprando em silêncio; de súbito o sentindo, cada indivíduo respondia, com mais ou claridade. Todos os seres se orientam no sentido daquilo que os ajuda, evitando aquilo que os ameaça. É assim que países vizinhos
podem ser tão próximos que o barulho das suas galinhas e cães se pode ouvir além fronteira, mas o povo nunca põe pé no domínio dos senhores e as marcas das suas rodas não avança mais que umas centenas de milhas. Isto é o que sucede quando o povo está em paz em suas casas. Uma nação caótica parece cheia, uma nação ordeira parece vazia; uma nação moribunda parece em carência, uma nação próspera parece abundante. Ser vazia não significa não ter gente; significa que os indivíduos se atêm ao seu trabalho. Ser cheia não significa ter muita gente; significa que todos se ocupam com trivialidades. Ser abundante não significa ter muitos bens; significa que os desejos são moderados e as iniciativas são escassas. Ser carente não significa não ter dinheiro; significa que a populaça é pouca e as despesas são muitas. Como tal, as leis de antigos reis não eram invenções, mas sim aplicações; os seus castigos e proibições não eram artificiais, mas sim conservadores. Esta é a Via da mais alta virtude.
Tradução de Rui Cascais Ilustração de Rui Rasquinho
O texto conhecido por Wen Tzu, ou Wen Zi, tem por subtítulo a expressão “A Compreensão dos Mistérios”. Este subtítulo honorífico teve origem na renascença taoista da Dinastia Tang, embora o texto fosse conhecido e estudado desde pelo menos quatro a três séculos antes da era comum. O Wen Tzu terá sido compilado por um discípulo de Lao Tzu, sendo muito do seu conteúdo atribuído ao próprio Lao Tzu. O historiador Su Ma Qian (145-90 a.C.) dá nota destes factos nos seus “Registos do Grande Historiador” compostos durante a predominantemente confucionista Dinastia Han. A obra parece consistir de um destilar do corpus central da sabedoria Taoista constituído pelo Tao Te Qing, pelo Chuang Tzu e pelo Huainan-zi. Para esta versão portuguesa foi utilizada a primeira e, até à data, única tradução inglesa do texto, da autoria do Professor Thomas Cleary, publicada em Taoist Classics, Volume I, Shambala, Boston 2003. Foi ainda utilizada uma versão do texto chinês editada por Shiung Duen Sheng e publicada online em www.gutenberg.org.
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Ideias
16 per s pecti va s Jorge Rodrigues Simão
Homem pústula ambiental “The globe we live in have two types of environments, one is natural environment of air, soil, water, hills, trees (abiotic), etc., and the other one is plant, animals (biotic), etc., which is to called social environment. Man has managed to create comfortable habitat, using science and technology, religion and politics. In fact both the environments are lively and lovely. But with comfort comes propagation, the biological growth qualitative and quantitative, resulting in unhealthy by products, which are in the form of solid, liquid and gaseous. Soon we find our paradise is transformed into inferno by our own activities”
S
Environmental Education and Solid Waste Management A. Nag and K. Vizayakumar
ão muito poucos os habitantes das zonas urbanas que compreendem que, como seres biológicos, continuamos a depender do mundo natural para viver. Temos uma necessidade absoluta de ar, água e do solo, através dos alimentos que ingerimos. Estes fazem parte de um todo comum e global, que não compreendemos nem controlamos inteiramente, e são os sustentáculos das economias globais. A interdependência de toda a vida existente na Terra e o ambiente físico, é que tornam o planeta acolhedor para a vida humana. Ao desligarmo-nos do mundo natural, podemos continuar a pensar que, apesar das aves nidificarem nas imediações de certos lagos tradicionais, e nalguns deles os peixes
que lá vivem, terem uma taxa elevada de anormalidades evolutivas e de tumores, os seres humanos podem continuar a beber a sua água e a poluí-la Pensamos que conseguimos livrar-nos de grandes quantidades de produtos químicos tóxicos diluindo-os na atmosfera, na água ou no solo, ou impingindo-os para os países mais pobres. Não reconhecemos, por exemplo, que os sinais das baleias-beluga cujo teor de toxicidade é tão elevado, que não lhes podemos tocar, milhares de focas que morrem no mar do Norte e o desaparecimento ou extinção das espécies, são sérios avisos, porque não nos sentimos a eles ligados. Algumas décadas atrás os mineiros levavam canários para os túneis, para saberem quando estavam rodeados de gases perigosos. Actualmente os canários morrem à nossa volta, devido às alterações climáticas, mas não reconhecemos os sinais, porque nos convencemos de que somos diferentes. O senso comum diz-nos agora que, na falta de um entendimento claro das consequências do que estamos a fazer à Terra, devíamos desde há muito reduzir a poluição e o uso excessivo do solo, para que, pelo menos, não se verificasse um aumento anual. Assim não tem sido. Mas, como em todos os actos de abnegação, não é fácil agir, a menos que aconteça algo. É impossível imaginar ou prever qualquer acontecimento mais empolgante dos que acon-
Algumas décadas atrás os mineiros levavam canários para os túneis, para saberem quando estavam rodeados de gases perigosos. Actualmente os canários morrem à nossa volta, devido às alterações climáticas, mas não reconhecemos os sinais, porque nos convencemos de que somos diferentes. teceram, que nos leve a renunciar à poluição. A poluição está a provocar graves alterações climáticas e a matar a vida no planeta. As alterações climáticas estão a criar transformações no sistema económico a nível global, e temos como exemplo, a Rússia, que não vai exportar cereais até pelo menos 2012, para manter o consumo interno, resultado de uma crise provocada por incêndios florestais e diminuição de colheitas, e que tem uma relação directa com as alterações climáticas. Esta mudança não é apenas uma transformação física, a ponto da paisagem de algumas cidades europeias e não só, poderem vir a ser num futuro não muito distante, parecidas às de alguns desertos americanos, mas também está a influenciar pelas modificações económicas e o que implicam, que é um desafio e um risco que devemos enfrentar como membros da sociedade nacional e global. É um dos reptos globais da humanidade que a condicionam e transformam, ainda que existam outros importantes e significativos, como os derivados dos desastres naturais, como o terramoto do Haiti, as inundações no Paquistão ou a erupção do vulcão na Islândia, pela repercussão económica que têm e pela mobilização de recursos que provocam. É de salientar os riscos globais da saúde, como a gripe A, há um ano, que seria impossível que o mundo pudesse suportar uma situação de alteração sobre a saúde, uma vez que se pode transformar de uma ocorrência local num risco global, e que outro desafio é o tema da segurança, por exemplo, nos aeroportos dos Estados Unidos, onde as pessoas têm que passar horas a serem analisadas de todas as formas e feitios possíveis.
Uma reflexão vinculada ao sector mais importante que cria e introduz alterações climáticas e de que a energia é a base da nossa actividade e que parece algo consubstancial. Uma crise deste recurso, que atingisse um custo excessivo, estivesse limitado ou não se pudesse produzir, alteraria notavelmente as condições de vida da população do mundo, em que a maior parte das emissões de gases de efeito de estufa que se produzem no planeta, estão ligados ao transporte, produção e consumo. Urge fazer uma reflexão sobre temas como as emissões, das quais estão isentas as energias renováveis, pelo que terá de se contabilizar qual o estado de cada uma e a sua contribuição para as alterações climáticas, de forma que, terá que ser submetida a discussão as características das emissões da produção de energia. Aenergia eólica em alguns países da Europa ganhou um relevo substancial, representando uma percentagem elevada de energia consumida, sem embargo deste tipo, de energia alternativa ser descontínua, pelo que necessita de uma maior capacidade instalada. O protocolo de Quioto, a eficiência energética, ou um novo modelo energético para os países, devem constituir parte da agenda a ser discutida na Cimeira de Cancún, que se realiza entre 29 de Novembro a 10 de Dezembro. Vivemos uma época em que os cientistas, enquanto profissionais, parecem ter perdido de vista que a Terra é um planeta, enredados como estão nos pormenores. Consequentemente, quando confrontados com preocupações de índole ambiental, tendem a pensar em perigos específicos para as pessoas, em especial para si mesmos, e ignoram certos riscos que surgem à escala planetária. O principal receio, quer a nível pessoal, quer a nível geral, é o do cancro. Assim, qualquer substância química ou radiação existente no ambiente e que se julgue ser causadora do cancro, é alvo de uma atenção desproporcionada em relação ao risco real que representa. A energia nuclear, a depleção do ozono e substâncias químicas como a dioxina e os bifenis policlorinados (PCBs) são considerados os maiores perigos ambientais, devido a este medo, mas também porque as radiações nucleares e os halocarbonetos são fáceis de medir. É de crer que os perigos potenciais dos gases de estufa e do uso excessivo do solo foram ignorados até há pouco tempo, porque causam perturbações no planeta, e não necessariamente nos seres humanos, e porque são muito mais difíceis de quantificar.
perfil
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Liviu Covalschi (Keno) | Promotor de entretenimento
O bom bad boy António Falcão
hojemacau@yahoo.com
Liviu Covalschi é um homem da noite de Macau. Decerto já o devem ter visto pela discoteca D2 de olhar sério, para ver se está tudo a correr bem. Ou então em cima do palco a largar fogo por todos os lados. Actualmente, é aí que trabalha, como gerente do espaço nocturno de maior sucesso em Macau, porque é o único que está cheio todas as noites. A sua função é “fazer com que as pessoas se sintam bem e fazer com que elas voltem”. Além disso é modelo, actor e acrobata. Liviu é o seu nome verdadeiro, mas todos o conhecem como Keno. A sua história começa na Roménia há quase 29 anos, numa pequena cidade chamada Suceava, a norte junto à gélida Ucrânia. Aí, ainda com três anos de idade, começa a aprender karaté e a ligarse às exigências dos ginásios. Aos seis anos ingressa numa escola para jovens talentos que moldam pelo empenho físico os melhores ginastas do país. Supervisionado por profissionais e especialistas, a sua juventude foi levada na corrente árdua de um rigoroso regime entre as paredes dos ginásios e das pistas de dança, onde começou também nessa disciplina a dar os primeiros passos. Nada se faz sem o fruto de muito trabalho e depois de finalizada a escola, todo esse zelo contínuo, iria levá-lo ao exército do seu país, onde seria seleccionado para as forças especiais, um ofício onde nada pode correr mal. O milénio tinha acabado de dar o salto e o regime comunista de Ceauşescu já tinha sido enterrado há mais de dez anos. A Roménia era ainda um país à procura do seu melhor rumo. Mas Keno percebeu onde queria estar e o seu lugar de eleição acabou por ser definido em cima de um palco. É aí que se sente bem. “No palco sou verdadeiramente eu”, afirma. Acabado o vínculo militar cria uma equipa musculada de atletas que o leva a percorrer vários pontos da Europa. A receita é feita de três componentes: corpo + entretenimento + noite. Tudo misturado nas quantidades necessárias, como muita sedução, dança e sensualidade. E claro muitas horas a levantar pesos no ginásio. Assim nasce a Bad Boys Show Team, que depois de um longo rodopio europeu, atraído pelas luzes do Eldorado, acaba por aterrar na versão mais compacta de Las Vegas, mas de maior sucesso, aqui no Oriente. Em 2007, durante seis meses Keno e os seus pares são uma das atracções nocturnas de Macau, como cartaz de um novo espaço criado no Grand Waldo: um clube nocturno masculino só para mulheres. Uma novidade no território. O seu forte é juntar um show erótico a uma coreografia profissional usando fogo, laser, pirotecnia e muita criatividade. Aqui está o maior exemplo de uma indústria estabelecida há muito em Macau onde se pode aplicar plena criatividade. “Só por puro divertimento”, adverte Keno, “nunca há contacto físico”. É apenas uma saída de raparigas, não há esconderijos, é tudo às claras, frisa. “Aqui em Macau os homens têm o privilégio para fazer tudo”, explica, “vão às saunas, às massagens, e tudo bem.” E continua: “Mas se os homens po-
dem, as mulheres também deviam poder, devia ser assim.” É apenas a lei da natureza. Não há nada de mal que um grupo de mulheres queira sair e ter um cardápio mais completo. “Agora toda a gente faz ladies’ night, todos os sítios em Macau têm a sua ladies’ night ,mas o que é isso?”, pergunta. “Uma ladies’ night na Europa é só para mulheres. Aí, se estiverem sozinhas, sentem-se sempre mais à vontade.” Mas em Macau, os shows masculinos sofreram uma adaptação, os Bad Boys já passaram por outros palcos do território mas fizeram do D2 o seu maior campo de acção. Depois da experiência do Grand Waldo, Macau já estava no horizonte de Keno e na possibilidade de se mudar para Singapura foi aqui que quis continuar a viver. A proposta foi tornar completamente ocupado um dos clubes mais conhecidos do roteiro nocturno de Macau. “Seven days busy”, diz Keno, cheio de segurança pelos objectivos já alcançados. E fala da sua experiência. “Todos falam em design. Design, design, design,” graceja. “Mas não é isso que importa.” De seguida elabora a lista de espaços nocturnos que passaram pelo território e os seus desfechos. Só para explicar como é que a coisa funciona. A fórmula parte de três pontos. Primeiro, a boa disposição que se oferece, a música, o entretenimento. “Se as pessoas estão cinco horas num sítio e acham que só estiveram cinco minutos, então aí conseguimos ter tudo no sítio.” Segundo, é o que há no palco. Não é preciso nenhum nome sonante. “Macau nem sabe quem é a Beyoncé”, diz. Por isso não importa. É preciso movimento e boa promoção. Por fim, e não menos importante, é conseguir atrair também a clientela feminina sabendo que isso será sempre um bom chamariz. “Já tivemos 1300 pessoas durante uma noite e isso é um absoluto recorde num espaço como este.” Há pouco tempo em Macau, Keno compreendeu com rigor como funciona a engrenagem do sistema. Percebeu que o que tem sucesso lá fora não terá necessariamente em Macau. E não terá por certo quando se chega a cantar vitória. Com 95% dos turistas vindos da China, a atracção é sempre o fruto proibido e é isso que tem formado o território ao longo dos anos. “Não se pode trazer um circo para Macau sem pensar que na China existem as acrobacias mais espectaculares do mundo”, explica. E qual é o fruto proibido de Macau? O jogo e a libido. É toda a satisfação de um imaginário acorrentado que aqui encontra a sua liberdade, com todo um mundo de experiências. Keno encontrou aqui o seu terreno. É aqui que continua na mesma disciplina, dia após dia, a aplicar a precisão encontrada ainda enquanto criança. Não deixa de referir que não o faz sózinho. Tem sempre o apoio do seu patrono com quem partilha as suas experiências e os seus projectos, numa relação de mútua confiança. “É uma pessoa aberta”, diz. “É quase como se fosse meu pai.” A conversa prolonga-se sem fim, mas pelo meio uma conclusão: “Ainda sou novo, ainda posso continuar nesta vida mais uns anos, a ideia de ter uma família virá depois.”
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entrevista
JOSÉ MARTINS, UM PORTUGUÊS COM CORAÇÃO TAILANDÊS
Português do Norte, nascido há 75 anos em Arcozelo da Serra, lá para Gouveia, vizinho da Serra de Estrela, local de antiga pastorícia e velhos vestígios arqueológicos, há mãos que ali por perto fazem o melhor queijo do planeta; mas também terra recentemente varrida por grandes incêndios florestais. Pouco mais do que menino, José Martins foi para o Porto. Marçano numa mercearia, época dura em que se conheciam cedo os trabalhos que o trabalho dá. O jovem foi crescendo, aprendendo as artes e os ofícios que a grande universidade da vida ensina - sem diplomas, mas com reconhecimento internacional. Sim, porque este homem irrequieto andou por meio mundo e outro tanto; de Angola a Moçambique, da Rodésia de Ian Smithh a Abu Dabi, dos Emirados Árabes à Tunísia, de Macau ao Curdistão, até abraçar definitivamente a Tailândia vai para três décadas. Já com um filho nascido ainda em Portugal, e passadas várias fronteiras e trabalhos, José Martins constituiu família na Tailândia, é visivelmente feliz com sua mulher de etnia chinesa, mas de nacionalidade tailandesa. A filha de ambos, licenciada em Novas Tecnologias na maior universidade tailandesa, é um dos maiores orgulhos deste português. "Sou um português da Tailândia", costuma dizer. E, por certo, muitos leitores que o conhecem sabem bem que assim é. Nas últimas décadas, um sem fim de diplomatas, jornalistas, escritores e poetas, profissionais da ciência e das artes, empresários e políticos, gente grande e gentinha ingrata, de Portugal e não só, chegados a Banguecoque, por curto ou longo prazo, tiveram o braço e o saber deste português todo-o-terreno. Bem à sua maneira, de quem teve de sulcar a terra e esculpir a vida por vezes dura como pedra, mas apaixonante. José Martins exerceu mais diplomacia e honrou mais, e corajosamente, a sua Pátria, do que algumas comitivas de oficialidades passeando-se na arrogante ignorância. Já lá iremos. Comecemos, então, pelo princípio, esta história de vida. José Martins nasceu em terras de bom pasto mas não fáceis de trabalhar. Um desejo dos pais era que ele tivesse forma de vida menos árdua. Foi para a cidade, o Porto, moço de recados sem querer ficar
António Falcão | bloomland.cn
De Angola a Moçambique, do Médio Oriente
Tantos anos fora das origens portuguesas, terá José Martins saudades de Portugal? “Não. As minhas raízes assumo-as, naturalmente, mas o meu afecto é com a Tailândia, é o país do meu coração” por ali, por isso sempre atento ao negócio de mercearias, desenvolvendo-se, tornando-se pracista, vendendo pelas casas de retalho as mercadorias que o comércio pedia. Um especialista com sucesso, mas com os olhos em horizontes mais largos, muito mais largos.
"Com 20 e tal anos, juntei uns quatro mil escudos e meti-me no navio ‘Pátria’ a caminho de Angola". Estava em dificuldades financeiras? "Nem por isso, mas queria conhecer outras coisas. A gente via chegar aqueles africanistas, era assim que chamávamos
aos compatriotas vindos de África, com aqueles carros grandes, rabo de peixe..." A guerra colonial tinha rebentado. "Encontrei em Luanda um sujeito que tinha conhecido no Porto, arranjou-me emprego numa sisaleira na região de Gabela".
Cuanza Sul, das mais prósperas, por exemplo em café e no sisal, fibra rica que muito foi ensinando a este luso caminheiro, até ser capataz. Meses depois, a tensão crescente por causa dos ataques guerrilheiros. Regressando a Luanda, já a pensar no próximo destino, acabou por ficar ao serviço duma charcutaria francesa na Mutamba por um par de meses. "Lembrei-me que tinha um primo na cidade da Beira, em Moçambique!" Da lembrança à prática foi só tempo para comprar passagem num "super constallation" da TAP que o levou directamente para a segunda cidade moçambicana. "Não senti facilidades na obtenção de emprego, havia falta, ainda estive por ali à boa vida por mais de um mês, na "Pensão Marques". Até que a visita do governador-geral o levou ao aeroporto por curiosidade - "Havia machimbombos que levavam as pessoas de borla até lá para recebermos o senhor governador. Foi lá que encontrei o padre Tavares que eu tinha conhecido no Porto, no colégio interno, e ali estava como secretário do bispo da Beira, D. Sebastião Soares de Resende". Religioso já falecido, muito respeitado em alguns sectores e célebre pelo seu posicionamento muitíssimo crítico em relação ao regime e às políticas coloniais de então. Padre Tavares indicou-lhe uma empresa como potencial local de trabalho e com quem deveria ir falar. Foi e obteve lugar como pracista, começando a percorrer quilómetros e quilómetros apresentando e vendendo mercadoria vária - da Beira a Vila Manica, Machipanda, fronteira com o Zimbabué, daqui para Vanduzi, Changara, Gondola, Vila Pery, Tete, batelão para Moatize, depois Zobué, Vila Coutinho, até junto de outras fronteiras existentes, como o Malawi. E o que vendia por todos esses lados? "Muita coisa, sardinhas, arroz, outros alimentos, uísque, várias bebidas, muita coisa que os cantineiros precisavam para o seu negócio". A guerra de morte estava, então, um pouco mais a norte, Cabo Delgado e Niassa. Por essa época fulgurante, talvez demais, José Martins vê a mulher, algo despostosa, regressar a Portugal levando o filho de ambos. Fica sozinho na cidade da Beira com vontade enorme de ultrapassar o estado de espírito menos positivo.
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com Helder Fernando
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à Tailândia, a volta ao mundo em 75 anos "Meti-me numa carrinha Bedford com um amigo que tinha vindo da Rodésia em grandes dificuldades, e cheguei ao Dondo, onde naquela bifurcação optei por continuar até Mopeia, na Zambézia". De mercearia a funerária
"Audaces fortuna juvat", a sorte protege os audazes, diz o verso latino da ‘Eneida’ de Virgílio, feito também lema, mais de dois mil anos depois, dos Comandos do Exército português. Não sendo comando, a sorte protegeu José Martins, pois a sua terá sido a última travessia do Rio Zambeze, entre Chupanga e Mopeia, antes do trágico acidente fluvial de 21 de Junho de 1969, com um batelão que se afundou arrastando viaturas e mais de 100 homens que ali ficaram para sempre. Conseguiu José chegar a Quelimane. "Levava comigo umas colunas de som e um amplificador de 100 wats. Sabendo que ía realizar-se uma festa do Benfica local, ofereci-me para prestar serviço de animação. Montei aquilo tudo e o manda-chuva do clube, um casca-grossa, pôs-se a experimentar o microfone e a música, numa grande barulheira. Veio de lá o fulano da PIDE protestando furioso com todo aquele espalhafato, que estavam a acordar a filha, mandou calar aquilo e apresentar-me para interrogatório.Acabou por ir outra pessoa e eu safei-me daquela". Mas as colunas de som íam dar um jeitão logo depois na 1ª Feira de Actividades Económicas da Zambézia, uma iniciativa com alguma pompa e circunstância. Na opinião assertiva de José Martins, "Quelimane foi sempre uma terra fantástica, gente boa, arranjava-se amizades com facilidade. Para reportar sobre a Feira e animar a iniciativa, estava lá o Rádio Clube de Moçambique, que exigia 300 contos pelo trabalho. Eu ofereci-me para fazer o mesmo serviço sem pedir dinheiro em troca, apenas 50 por cento do valor da publicidade que eu arranjasse". Negócio feito, "os gajos entregaramme logo aquilo!" Um sucesso. De Quelimane para Tete, o irrequieto José tem em vista as gigantescas obras da barragem de Cabora Bassa. Tem de esperar um pouco, facilidades sim, mas não exageremos: "Comecei por me empregar na "Fernando Soares Pereira", armazéns grossistas de mercearias, mas somente até en-
contrar um sujeito que conhecera na Beira e que me sugere abrirmos uma funerária. Eu era o gerente, o capital era do outro. Como não havia nenhuma nas imediações, e os acidentes em Cabora Bassa iam acontecendo, o negócio até foi próspero".
zona do Bilene onde se preparavam as frotas de camiões destinadas a Macomia, Cabo Delgado, região que dividia as etnias macua e maconde. Formávamos uma frota de mais de 20 camiões." De Macomia para local ainda mais perigoso, Mueda, onde esteve cerca de meio
não se adaptando à mentalidade em Portugal - "Eu era facho, não alinhava no comunismo, sentia dificuldades". Um anúncio na imprensa foi a mola que o levou, apesar das terríveis burocracias, ao Médio Oriente, Arábia Saudita, no petróleo, onde estive uns oito anos até ir trabalhar para Adu
Trabalho duro mas recompensador, ganhava muito dinheiro e em cada seis semanas descansava duas. Como tinha direito a passagens, aproveitava e ia conhecendo melhor a Ásia. Preferindo conhecer novas paragens, ao invés de ir sempre até Portugal, viajava por Macau, pelo Sri Lanka, pela Tailândia. Aqui chegado, nem é necessário dizer mais nada. Amor à primeira vista, pelo país e por aquela que viria depois a ser sua mulher. Aproximando-se a data da 2ª Feira de Actividades Económicas em Quelimane, lá vai de novo, concorre e volta a ganhar. Lembra-se de que "foi quando morreu Salazar". Terminada a Feira e posta de lado a opção do regresso á funerária, segue para a barragem onde trabalha aos comandos daqueles enormes camiões "Caterpillar 769", só os pneus eram maiores do que uma pessoa. Trabalho algo perigoso, mas o pior é que existiam outros perigos. A guerra colonial apertava e a barragem estava, na época, cercada por elementos do COREMO, Comité Revolucionário de Moçambique, grupo dissidente da Frelimo. Martins recorda-se de "começarem a atacar uns motoristas e eu vi que, daquela forma, não era vida, apesar de se ganhar bastante dinheiro". Com três amigos, abandona a região e vai à aventura para Lourenço Marques, navegando na ideia de arranjar colocação nas obras de outra barragem, em Massingir, província de Gaza, perto da fronteira com a África do Sul. Havendo mais vida para lá do trabalho, José Martins ainda foi passar o Carnaval de 1971 no famoso clube Malhangalene, uma animação sem fronteiras! Encarregada das obras em Massingir era a empresa "Tâmega", mas a coisa não deu muitos frutos que Martins apreciasse. Desceu até à capital para trabalhar na construtora de estradas "Azevedo Campos" que então actuava em Cabo Delgado, zona operacional. "Sinceramente, queria ver como era a guerra no norte e ordenado era muito bom. Fui mandado para a
ano como encarregado da central de britagem, necessária para asfaltar as estradas. "com todos aqueles perigos, para estarmos em Mueda ficávamos bêbados todos os dias ou não conseguíamos". No dia 25 de Setembro daquele ano, aniversário da FRELIMO, os guerrilheiros atacam o aeroporto de Mueda com foguetes de 138 milímetros. Cansado e não querendo morrer naquelas circunstâncias, "falei pela rádio com Porto Amélia e disse que me ia embora". Da Rodésia de Ian Smithh ao Médio Oriente
Estando de novo em Loureno Marques e ouvindo falar da Rodésia, meteu-se no comboio e 1 dia e meio depois estava em Salisbúria. A seu lado viajava um tal Barrento, português já velhote, antigo barbeiro no popular bairro laurentino do Alto Maé, que lhe confessou ir para a Rodésia vender lotaria e trocar moeda."Logo ali prometeu-me emprego na capital rodesiana. Acabei por ir trabalhar para o ministro das Estradas, lidando com várias máquinas pesadas, de moto-niveladoras até ao que fosse preciso". Na vida de José Martins há sempre algo aparentemente melhor para chegar. Mais uma vez isso aconteceu quando alguém o contratou numa situação salarial mais favorável. Vida agradável, bom ambiente... "até que veio a independência de Moçambique e as coisas começaram a ser bem diferentes", diz o entrevistado. Volta a Portugal em 1976, pensando na Venezuela e com bilhete já comprado. Os pais pediram que ficasse. Não foi para a Venezuela mas, já viajado e
Badi, depois para a Tunísia preparar frotas de camiões, e a seguir no Curdistão, também como mecânico de viaturas pesadas". Trabalho duro mas recompensador, ganhava muito dinheiro e em cada seis semanas descansava duas. Como tinha direito a passagens, aproveitava e ia conhecendo melhor a Ásia. Preferindo conhecer novas paragens, ao invés de ir sempre até Portugal, viajava por Macau, pelo Sri Lanka, pela Tailândia.Aqui chegado, nem é necessário dizer mais nada. Amor à primeira vista, pelo país e por aquela que viria depois a ser sua mulher. Tailândia forever
"Ofereci os meus préstimos à embaixada de Portugal em Banguecoque. O embaixador Mello Gouveia a primeira coisa que me diz para fazer foi pintar os muros do jardim". Filha para nascer, a responsabilidade maior falou mais alto, assentou arraiais até hoje. Sem esquecer, entretanto, uma pouco mais que breve passagem por Macau, trabalhando na CEM. Como sua mulher não simpatizasse por aí além com este lado do delta do Rio das Pérolas, e por influência do embaixador Mello Gouveia, Banguecoque foi mesmo o destino confirmado. Com as economias feitas noutras paragens, comprou dois apartamentos e um terreno, iniciando vida nova. Ligado à parte das iniciativas culturais da embaixada, acabou por desempenhar quase tudo ao longo de mais de 20 anos. Corrupios de gente vinda de Macau e de muitos outros lados, por curto, médio ou
longo prazo, socorria-se do saber, da experiência e do braço de José Martins, cidadão formado em todoo-terreno. Como ele diz, "comecei a ter muitos conhecimentos, não é que me tenham valido para alguma coisa, mas foi assim. Comecei a interessar-me por temas relacionados com História, muito estimulado com as questões sobre Ayutthaia, a antiga capital do Reino do Sião, onde estive visitando as escavações ao serviço da embaixada". Com muita amargura, reflectida também pelos vários espaços que assina na internet, José Martins fala da sua actividade na embaixada portuguesa em Banguecoque, ressalvando sempre o nome de José Eduardo de Mello Gouveia, embaixador português, como uma figura de diplomata e de cidadão "que sempre muito considerei e que considero. Ele dava-me grande valor, estimulava-me, enaltecia-me, depois dele mais nenhum o fez." José Martins testemunhou muitos factos confessados e por confessar, passados naquela embaixada, "desde meterem em contentores património da embaixada, peças muito valiosas, que mandavam substituir por imitações, até a outros comportamentos altamente condenáveis. Nem queira saber..." Essa longa experiência na embaixada, apesar dos pesares não foi pessoalmente enriquecedora? "Não, não foi, se por acaso alguma coisa enriqueci no sentido pessoal, interior, foi por mim próprio. Essa minha experiência foi muito ruim, de más memórias". E está tudo dito, é visível a amargura que lhe vai na alma quando fala nisto, e mais lhe vincam as rugas duma vida cheia. Em Banguecoque chegou a representar o então ICEP, colaborou com a agência de notícias Lusa, escreveu para o jornal "Tribuna" de Macau. Tem bons conhecimentos na capital tailandesa onde é visivelmente considerado e acarinhado. Ganha horas a fio, diariamente, na sua biblioteca particular, vasculhando, interpretando à sua maneira, ligado à internet em regime de permanência, e à televisão por satélite, é o seu modo actual de atravessar todas as fronteiras. Tantos anos fora das origens portuguesas, terá José Martins saudades de Portugal? "Não. As minhas raízes assumo-as, naturalmente, mas o meu afecto é com a Tailândia, é o país do meu coração".
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o Hoje [r]ecomenda
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[f]utilidades Su doku [ ] Cruzadas
HORIZONTAIS: 1 – Lavra a terra com arado ou charrua; dividir um mineral no sentido natural das camadas que o formam. 2 – Unidade das medidas agrárias equivalentes ao decâmetro quadrado; agregara. 3 – Que come flores; nome da letra grega que corresponde ao P latino. 4 – Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de novo; gavinha; quadrúpede carnívoro, doméstico. 5 – Antes do meio-dia (abrev.); voz de algumas aves, especialmente a do mocho. 6 – Pequena porção de tabaco picado enrolado em papel para se fumar. 7 – Voz do gato; filho de burro e égua ou de cavalo e burra. 8 – O bagaço de que se faz água-pé; prep. que indica várias relações, como companhia, instrumento, ligação, modo, oposição, etc., desloca-se para fora. 9 – Índio (s.q.); tecido fino de lã para vestuário. 10 – Doador; contr. da prep. a com o art. def. o (pl.) 11 – Dar cor de aço a caracteres impressos; conjunto de coisas descritas e enumeradas.
VERTICAIS: 1 – Trivial; azáfama. 2 – E não; ameaçador. 3 – Pequeno mamífero roedor da família dos murídeos; nome de duas espécies de cotovias; prep. que designa diferentes relações, como posse, matéria, lugar, providência, etc. 4 – Caixilho de madeira para os vãos das janelas, etc.; metal puxado na fieira; impressão que as diferentes variedades de luz (diferentes comprimentos de onda de radiação electromgnética visível) produzem nos órgãos visuais. 5 – Nome da letra F; parte anetrior da cabeça. 6 – Projecção vertical de uma construção (pl). 8 – Caminhado; o vencimento diário de um soldado; red. de maior. 9 – Conheci ou percebi pelo sentido da vista; apetite sexual dos animais em determinados períodos; juízo. 10 – Instrumento semelhante a um dardo para pescar peixes grandes; grande massa e extensão de água salgada que cobre a maior parte da superfície terrestre. 11 – Tudo o que fulmina; dirigir.
Soluções do problema SOLUÇÕES: HORIZONTAIS: 1-ARA. CLIVAR. 2-ARE. ADIRA. 3-ANTOFAGO. PI. 4-NEO. ELO. CÃO. 5-AM. PIO. 6-CIGARRO. 7-MIO. MU. 8-LIA. COM. SAI. 9-IN. CASIMIRA. 10-DADOR. AOS. 11-AZERAR. ROL. VERTICAIS: 1-BANAL. LIDA. 2-NEM. MINAZ. 3-RATO. CIA. DE. 4-ARO. FIO. COR. 5-EFE. CARA. 6-ALÇADOS. 7-LAGO. MIA. 8-IDO. PRE. MOR. 9-VI. CIO. SISO. 10-ARPÃO. MAR. 11-RAIO. GUIAR.
REGRAS |
Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição solução do problema do dia anterior
«In And Out Of Consciousness...»
Agora que a estrelinha de Robbie Williams deixou de cintilar e o regresso aos Take That se tornou inevitável para o salvar do abismo, esta antologia vem arrumar o percurso de um desalinhado que se viu atirado para o sucesso e soube escrever uma história amiúde apaixonante a solo. A saber, o magnífico «Millenium», o pujante «Rock DJ» e o humorado «Mr. Bojangles».
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21 Raio [X]
És tirano ou rex? Lime & Purple
Hong Kong, um dos tectos do Mundo
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Sala 2 Brooklyn’s finest [C] Um filme de: Antoine Fuqua Com: Richard Gere, Don Cheadle, Ethan Hawke 19.15
SALA 2 detective dee [C] (Japonês com legendas em inglês) Um filme de: Hark Tsui Com: Andy Lau, Carina Lau 14.30, 16.45, 21.30
Sala 3 Street dance [b] Um filme de: Max Giwa, Dania Pasquini Com:Charlotte Rampling, Nichola Burley, Rachael McDowall 14.30, 16.30, 19.30, 21.30
Lime com um fato que não lembra ao Diabo. Purple no seu estilo próprio, sem olhar a meios. - Acreditas em Dinossauros, Lime? - Dinossauros? Que pergunta. Porque te lembraste disso agora? - Lime suava sempre impaciência. Estava calor. - Pergunto, tu respondes. Não tens de perguntar de novo. - Purple não era melhor. Por pouco ficava a ferver. - Não, não acredito. Se queres saber - Justifica. - É preciso argumentar. - Acho que os Dinossauros foram uma invenção. Aliás, mais do que isso, foram uma produção para entreter o Homem. - Sim? E como foi isso? - Uma entidade, uma outra espécie, ou mesmo alguns homens, enterraram todos esses ossinhos há muito tempo, a pensar que anos mais tarde seriam desenterrados e com isso seria formulada uma nova narrativa para o planeta. Como um disfarce. Assim como essa tua roupa que tu tens no corpo, dão uma noção da tua história. Do que fizeste ontem. - E para quem os pediu, aqui estavam os argumentos. - Qual o problema da minha roupa? Devias olhar para a tua. - Nenhum problema, não é isso, mostram o que podes fazer a seguir, e ao mesmo tempo dão-te um álibi. Constroem a tua personalidade e mostram-nos, com laivos de imaginação, como chegaste até aí. Do que és capaz. E essa é a identidade dos teus fósseis. - Fósseis, eu? - Sim, os Dinossauros, só existem porque foram desenterrados. Porque alguém os encontrou. Por entre várias camadas de terreno rochoso. Ninguém te diz que existiram, sabes apenas aquilo que está ali à tua frente. E isso não confirma nada, são peças de um jogo que não conheces, que não sabes completar. Por isso crias uma forma, uma imagem onde tudo possa encaixar. - Bingo! - Mas que tem isso a ver com a roupa que se veste? Purple já não sabia ao que vinha. - É a mesma coisa, escondem um corpo, uma forma, adivinhando-o. Nunca sabes ao certo o que está lá dentro. Por isso imaginas, fazes uma história. Dizes quem és. Mostras o teu passaporte se for preciso, para te deixarem entrar. E os dentes, se for caso disso. Com os Dinossauros, pensas: “Estes bichos vieram aqui parar, já não existem, desapareceram”, mas estão ali os resíduos. E depois? - Depois?? Diz-me tu! - É nessa altura, se fores um bocado esperto, que começas a arranjar uma explicação, queres saber como tudo aconteceu. Até consegues adivinhar que aquilo tudo tem milhares de anos. Mas acreditas nisso? E as Pirâmides, acreditas nelas? - Não sei, acho que sim. Claro que acredito, quem é que não acreditas nas Pirâmides? - Purple adora ter razão. - Eu! Eu não acredito. É outra invenção do Homem. Para nos entreter. Foram feitas só para isso, como um labirinto. Depois inventam o “álibi”, essa história dos faraós e das múmias, e toda a gente fica satisfeita com a sua própria História. Tudo bate certo, já podem passar a página e seguir com a leitura. Mas se te disser que as pessoas que puseram ali as Pirâmides foram as mesmas que desmontaram os ossos dos Dinossauros e os enterraram, dizias que eu estava maluco? - Dizia! - Então pronto. Para a próxima, antes de me perguntares alguma coisa, pensa primeiro, porque se calhar não sou a pessoa certa para responder e não vais gostar do que vais ouvir. E nisso acabas sempre por me chamar um nome qualquer. Anda, temos coisas mais importantes para fazer. E nisto salta lá de cima e começa a andar.
[Lime e Purple têm 100 mil anos cada um]
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opinião ediCarlos tor ial Morais José
A ligeireza do metro São extremamente surpreendentes as notícias sobre o metro ligeiro que vieram a lume esta semana. Quando se esperava conhecer os resultados do concurso anunciou o governo que, afinal, a conclusão do processo tinha de ser adiada porque se havia “subestimado os factores profissionais envolvidos”. Ora com este adiamento, para além de passar um atestado de menoridade a si próprio, o governo de Macau volta a prejudicar o interesse da população, a quem realmente se devia destinar este meio de transporte. Nunca percebi porque razão o metro não é totalmente subterrâneo e a sua existência vai obviamente perturbar a imagem desta cidade. Não deverá ser certamente por falta de dinheiro mas a minha inteligência não chega para compreender as razões que toda a gente desconhece. Como também não entra nos meus parietais a razão pela qual a ponte Hong Kong-Macau-Zhuhai não inclui um comboio daqueles de altíssima velocidade. Se calhar inclui mas numa segunda fase... Averdade é que o metro, ligeiro ou pesado, terá um papel importante no desanuviamento
ca r t o o n por Steff
Nunca percebi porque razão o metro não é totalmente subterrâneo e a sua existência vai obviamente perturbar a imagem desta cidade. Não deverá ser certamente por falta de dinheiro mas a minha inteligência não chega para compreender as razões que toda a gente desconhece. das congestionadas artérias da cidade e poderá ser um factor no combate à poluição atmosférica se, por sua causa, diminuir o tráfego automóvel. Não se vislumbra que o governo da RAEM tenha a coragem política e a responsabilidade social para ir proibindo gradualmente a importação de automóveis poluentes e exigir a existência única de carros movidos a gás natural ou electricidade, como na minha opinião devia fazer. Afinal, sendo o território dotado de estradas onde o máximo de velocidade consentido não ultrapassa os 80 km por hora, não se compreende porque razão são permitidos carros que chegam facilmente aos 200. A não ser que seja para fomentar a caça à multa... Diz Freud que as armas são substitu-
tos fálicos e não estaremos muito longe da verdade se afirmarmos que os automóveis também. Talvez assim se explique a proliferação de grandes espadas por esta cidade fora... Isto se querer ser mauzinho. A nós não nos interessa quem vai ganhar o concurso mas a indecisão do governo não fica bem a nenhuma administração e deve exasperar as companhias internacionais aqui presentes. Pela boa imagem da RAEM espera-se que, agora, a decisão não passe do fim do ano. * Apesar de muitos dizerem que atribuição do Prémio Nobel a Liu Xiaobo em nada
nem todos estão felizes
influenciará a política chinesa, a verdade é que esta semana 300 ex-figuras gradas do Partido Comunista publicaram na internet uma petição para que avancem algumas reformas. Uma reunião do Comité Central poderá trazer algumas novidades. Contudo, não se esperem milagres nem mudanças radicais. A China tem um calendário de democratização gradual e tão espaçado no tempo que tal dificilmente é entendido por uma mente ocidental. Isto faz-me sempre lembrar que quando perguntaram a um líder chinês (talvez Deng, talvez Zhou Enlai) o que pensava da Revolução Francesa, este respondeu que ainda só tinham passado 200 anos e tal não era tempo suficiente para compreender os seus efeitos. Noutro episódio, quando Cavaco Silva assinou a Declaração Conjunta com Zhao Ziyang, saiu da reunião com o seu homólogo, que depois viria a cair em desgraça, espantado com o facto do dirigente chinês lhe falar em coisas que se viriam a passar daí a 20, 30, 40 ou 50 anos. Com efeito, o conceito de tempo, seja em política seja noutras áreas, tem por aqui uma dimensão completamente diferente da civilização ocidental. E não se trata apenas da temporalidade: também em muitos outros aspectos mentais o povo chinês difere radicalmente dos ocidentais. É preciso termos sempre este facto em consideração para não formularmos juízos apressados, mais baseados na nossa experiência e modo de ser, do que na realidade que por aqui existe e no modo de sentir e de pensar de outro povo, formado em valores e conceitos que se distinguem quase radicalmente de nós. De facto, numa primeira abordagem o Ocidental pode julgar que afinal a China é em muito semelhante à sua civilização. Puro engano de circunstâncias. Na realidade, basta cavar um pouco mais, exigir a si próprio um pouco mais de profundidade, para perceber que a realidade é bem diversa. A culpa destes desencontros é também da própria China que pouco se tem empenhado em divulgar-se junto dos estrangeiros, nomeadamente em termos culturais. A recente abertura do País do Meio foi feita basicamente em termos económicos tendo sido desprezado o factor cultural. Isto tem provocado imensas incompreensões civilizacionais, com prejuízo para a China e os chineses. Assim se explica alguma da animosidade que, um pouco por todo o lado, o carácter secretista da presença ultramarina tem levantado. Enfim, uma grande potência mundial tem de apostar fortemente nos aspectos culturais, como fizeram os Estados Unidos. Finalmente, o que é Hollywood se não uma extraordinária máquina de difusão de valores?
Antes que cases, vê o que fazes.
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Padre Manuel teixeira [1912-2003]
u m gr i to n o des er to Paul Chan Wai Chi*
N
a noite anterior ao regresso de Macau para a China, senti-me aborrecido após o meu jantar, então passei por uma loja que vendia VCD localizada na Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida. Para os fãs de produtos audiovisuais pirateados, foi um período negro e, ao mesmo tempo, uma idade de ouro. O lado mau era que o Governo da altura não tinha aplicado medidas firmes para combater os produtos piratas. Podia comprar-se os últimos filmes de Hong Kong e estrangeiros em versões VCD pirateadas pouco tempo após a sua estreia no grande ecrã. Foi bom no sentido em que uma vez que a aplicação da lei demorou tanto, podia encontrar-se VCD piratas baratos de todo o género caso conhecêssemos os donos das lojas, mesmo quando estes apenas tinham expostos produtos genuínos. Tal fenómeno era mais do que comum aos olhos do público naqueles tempos. Nem passava pela cabeça dos compradores e vendedores que este tipo de negócio causasse qualquer problema. Naquela noite, tal como qualquer cidadão normal, visitei a loja, que estava calma, sem grande movimento. Outro cliente entrou na loja pouco depois e olhou em volta com curiosidade. A expressão no rosto do dono da loja não pareceu tão relaxada como a desse cliente. O vendedor estava visivelmente nervoso, porque o visitante era nada mais nada menos do que Chui Sai On, que estava prestes a tornar-se o primeiro secretário para os Assuntos Sociais e Cultura da RAEM. O Sr. Chui passou algum tempo na loja e saiu. Não se fazia acompanhar de nenhuma escolta ou guarda-costas. Não sei se o Sr. Chui fazia alguma ideia sobre a questão que estava por trás de todos os VCD que ali estavam expostos. Tudo o que sei é que ele veio sozinho e por sua própria conta olhar para os diferentes aspectos que compõem uma sociedade. Este episódio ocorreu há muitos anos e
As visitas de Chui Tomemos como exemplo uma visita recente do chefe do Executivo Chui ao bairro próximo à Rua da Praia do Manduco. A rota que o chefe do Executivo seguiu nessa visita foi previamente selada para evitar que pessoas indesejadas chegassem perto do chefe. Em Março deste ano, o secretário Lau Si Io apresentou planos para revitalizar esse velho bairro da Praia do Manduco durante uma sessão de debate na Assembleia Legislativa (AL). O Pátio do Sal e o Pátio da Ilusão não foram incluídos nos sítios por onde o chefe do Executivo passou. O motivo foi que até à altura, os velhos edifícios desses dois becos não tinham sido “revitalizados” como era suposto.
penso que o que eu vi não se repetiria tão facilmente hoje em dia. As vendas de filmes piratas tem sido severamente combatida e, depois que o Sr. Chui se tornou chefe do Executivo, ele nunca visitaria os bairros locais sem um bando de acompanhantes à sua volta. O Sr. Chui faria essas visitas ao longo de itinerários pré-arranjados e sendo recebido por pessoas designadas para tal. Seria dificil para ele conseguir uma imagem real do que está a acontecer na sociedade e nunca se sentiria tão à vontade como naqueles tempos em que era apenas um secretário. Tomemos como exemplo uma visita recente do chefe do Executivo Chui ao bairro próximo à Rua da Praia do Manduco. A rota que o chefe do Executivo seguiu nessa visita foi previamente selada para evitar que pessoas indesejadas chegassem perto do chefe. Em Março deste ano, o secretário Lau Si Io apresentou planos para revitalizar esse velho bairro da Praia do Manduco durante uma sessão de debate na Assembleia Legislativa (AL). O Pátio do Sal e o Pátio da Ilusão não foram incluídos nos sítios por onde o chefe
do Executivo passou. O motivo foi que até à altura, os velhos edifícios desses dois becos não tinham sido “revitalizados” como era suposto. Assim, a recém-concluída área de lazer no bairro da Rua da Praia do Manduco acabou por ser o ponto central das atenções na visita do chefe. A praça de alimentação localizada no mercado mesmo ali do outro lado da zona de lazer não teve a honra da visita do chefe. Realizei uma visita a esse bairro dois dias depois de Chui. Sentei-me na praça de alimentação e ouvi as conversas entre os donos das bancas dali, dizendo que estavam decepcionados por o chefe não lhes ter feito uma visita. Esses proprietários de bancas de comida no mercado, que costumavam ser vendedores ambulantes com as suas tendas espalhadas pelas ruas da zona, perderam muito do negócio que realizavam, uma vez que o afluxo de gente à praça é comparativamente menor. Embora esses comerciantes não tenham de pagar renda pelas suas bancas no mercado, por enquanto, não escondem alguma preocupação. Durante a minha sessão de chá da tarde na praça, vi uma comerciante que vendia sobremesas muito quieta a ler o seu jornal, o que contrasta com o tipo de vida agitada que os vendedores ambulantes costumavam ter, lidando com todo o tipo de pedidos dos clientes. Provavelmente, o chefe do Executivo não terá tido a oportunidade de olhar para a situação destes comerciantes, quando estava rodeado de tanta gente. Sinto realmente falta dos dias em que o Sr. Chui iria sozinho por sua própria conta passar o tempo nos bairros locais para experimentar o que se passa por lá. Se o chefe do Executivo Chui acredita que a ordem pública em Macau ainda não está mal, ele poderia bem arranjar um dia para fazer visitas sozinho. Então, pode ser que visse mais cenas reais e ouvisse mais histórias verdadeiras. *Deputado e presidente da Associação Novo Macau Democrático
Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José editor Paulo Reis Redacção António Falcão; Gonçalo Lobo Pinheiro; Kahon Chan; Rodrigo de Matos; Vanessa Amaro Colaboradores Carlos Picassinos; João Carlos Barradas; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; João Miguel Barros; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte; Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges; Catarina Lau Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva (hojemacau@gmail.com) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Av. Dr. Rodrigo Rodrigues nº 600 E, Centro Comercial First Nacional, 14º andar, Sala 1407 – Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail hojemacau@yahoo.com Sítio www.hojemacau.com
a fechar sexta-feira 15.10.2010 www.hojemacau.com
Debate do salário mínimo arranca em Novembro Portugal Mais IVA sobre conservas e leite
A proposta de Orçamento de Estado português para 2011 prevê o aumento significativo do IVA para vários produtos, que agora são tributados a 6 e 13% e que podem passar para o escalão dos 23%. Entre estes produtos encontram-se refrigerantes, aperitivos e 'snacks', mas também leites vitaminados, enriquecidos ou achocolatados, produtos lácteos, todas as conservas, exceptuando as de peixe, e óleos alimentares e margarinas. As mensalidades nos ginásios também vão ter taxa máxima.
Brasil Dilma atrás de Serra
A candidata do Partido dos Trabalhadores (PT, no poder), Dilma Rousseff, encurtou a liderança nas intenções de voto para a segunda volta das presidenciais brasileiras. A sondagem mostra 46,8% de intenções de voto, enquanto José Serra soma 42,7%. A votação que decidirá quem vai ser o próximo Presidente do Brasil realiza-se no dia 31 de Outubro. Estes números mostram que o candidato da oposição está a ganhar terreno, tendo capitalizado com as duas questões que tem prejudicado a campanha de Rousseff: a sua posição em relação a questões sociais e religiosas, como o aborto, e o escândalo de corrupção e tráfico de influências que levou à demissão da mulher que a substitui como ministra da Casa Civil, Erenice Guerra.
Chile Mineiros resgatados bem de saúde
Os 33 mineiros resgatados nas duas últimas madrugadas evoluem bem no hospital de Copiapó (norte do Chile), onde foram internados depois do resgate, e pelo menos três podem receber alta na manhã de hoje, informou o ministro da Saúde chileno, Jaime Mañalich. Um deles foi diagnosticado com pneumonia aguda, mas reage bem ao tratamento com antibióticos, segundo Jorge Montes, subdiretor do hospital. Do ponto de vista oftalmológico, "todos estão se acostumando bem à luz natural" e existe apenas um caso de úlcera na córnea. "Além disso, psicologicamente estão bem, tanto como qualquer um de nós", garantiu.
Burla Idosos na mira
Quase 16% dos crimes de burla em Portugal foram praticados contra idosos no primeiro semestre deste ano, revelam dados da GNR, que inicia hoje uma operação em todo o país para prevenir este crime. Nos primeiros seis meses do ano foram registados na área de intervenção da GNR portuguesa 122 crimes de burla contra idosos, num total de 769. Este tipo de crime praticado contra a terceira idade sofreu uma redução de 5% no primeiro semestre deste ano, face ao mesmo período de 2009. No ano passado, a GNR registou 322 crimes de burla contra idosos, num total de 1587, o que representa 20,3%, adiantam os dados.
Mais patacas pelo suor Kahon Chan
hojemacau@yahoo.com
O dossier salário mínimo deverá ser discutido no Conselho Permanente de Concertação Social, no início do próximo mês. Pelo menos assim espera Shen Ka Hung, chefe da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), que considera o consenso entre a população mais importante do que qualquer descoberta científica. O responsável defendeu ainda não haver necessidade iminente de uma lei específica para o caso do sector dos casinos, já que nele tem sido praticada de forma efectiva a negociação colectiva. A DSAL e o gabinete da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para a China e Mongólia coorganizaram um seminário ontem à tarde para lançar uma estrutura tripartida da OIT para o diálogo social, em que as organizações de empregadores e trabalhadores tenham igual voz junto dos governos em todas as suas deliberações.
De acordo com o site da OIT na Internet, a negociação colectiva é a forma mais difundida de diálogo social e é um “indicador útil” da capacidade de um país em exercer o tripartismo a nível nacional. Além disso, as organizações independentes de trabalhadores e patrões são consideradas as “pedras basilares” da estrutura tripartida da OIT e razão dos seus esforços por pro-
mover a liberdade de associação em todo o mundo. Questionado sobre o estatuto legal da negociação colectiva em Macau, Shuen Ka Hung afirmou que os trabalhadores de casinos têm provado que a coordenação entre empregados e empregadores funciona, com o mais recente exemplo na cessação do regime de licença sem vencimento para os concessionários, que o faz con-
siderar que a negociação colectiva já existe na prática. Shuen voltou a defender que a selecção de membros para o Conselho Permanente de Concertação Social tinha sido proporcional às associações sindicais registadas em Macau, razão pela qual as uniões sindicais mais pequenas foram naturalmente excluídas do conselho, que apenas conta com três representantes dos trabalhadores.
concurso para processos disciplinares
Menos candidatos à procura de emprego
O deputado Pereira Coutinho enviou uma interpelação ao Governo, questionando o crescente número de processos disciplinares a trabalhadores da função pública que são instruídos por advogados, em vez de serem entregues a funcionários públicos, com essa competência específica, como tem sido a regra geral, nos últimos anos. Citando a resposta do Director dos Serviços de Administração e Função Pública a uma interpelação anterior sobre o mesmo tema, e onde aquele responsável referia que “hoje em dia, devido ao aumento dos profissionais da área do direito nos serviços públicos, as funções específicas do instrutor da Administração Pública são em geral desempenhadas” por advogados, o deputado
No terceiro trimestre do corrente ano, mais de três mil pessoas à procura de trabalho inscreveram-se no Departamento de Emprego da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), de acordo com uma nota daqueles serviços, ontem divulgada através do GCS. Os 3.600 inscritos na DSAL representam uma diminuição de 27%, em relação ao trimestre anterior. “despedimento” e “rescisão do contrato” foram as razões apresentadas por 47% dos trabalhadores que procura-
Instrução privada
da Assembleia Legislativa perguntou ao Executivo quais são “os critérios excepcionais que à margem da regra geral permitem que alguns serviços públicos possam escolher de forma aleatória que os processos disciplinares sejam instruídos pelos advogados de alguns escritórios locais”. Além disso, Pereira Coutinho quer saber quantos processos disciplinares foram instruídos por profissionais que não são funcionários públicos e questiona ainda se o Governo pretende abrir concurso público para “a concessão de contratos de consultoria que impliquem directamente com a instauração de processos disciplinares permitindo que mais escritórios possam prestar este tipo de serviços em igualdade de circunstâncias e com justiça “.
Desemprego diminui vam novo emprego. “Mudança de ambiente de trabalho” era o motivo invocado por 28% dos desempregados, no primeiro trimestre deste ano. Os que procuram o seu primeiros emprego (12%) e os que chegaram recentemente a Macau (9%), vêm imediatamente a seguir. A maioria (45%) está na faixa etária entre os 45 e os 59 anos, seguindo-se os candidatos com 25 a 44 anos. Quanto a habilitações académicas, 78% dos candidatos à procura de emprego tinham, no máximo, o ensino secundário.