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Director carlos morais josé • terça-feira 15 de março de 2011 • ANO X • Nº 2329
tempo muito nublado min 13 max 21 humidade 65-99% • câmbios euro 11.18 baht 0.26 yuan 1.23
Wen Jiabao quer reforma política em Pequim
Democracia bate à porta Os resultados económicos dos últimos 30 anos podem ser em vão caso a China não avance para a reforma política. A recomendação foi dada ontem por Wen Jiabao, primeiroministro chinês, ao referir que a democratização deveria ser ordenada e conduzida pelo Partido Comunista. Wen não se ficou por aqui. Disse ainda que o povo tem de criticar e supervisionar o Governo. > Página 16
Inflação
Número pode ser recorde • PÁGINA 6
Epidemia à vista Até o cineasta Stephen Soderbegrh vai lançar um filme a falar da panela de pressão que é Macau para a propagação de doenças infecciosas. Ontem, a deputada Kwan lançou para a fogueira um caso de tuberculose num casino do território. > Página 4
A Megera Domada
SHAKESPEARE Na ponta doS péS • PÁGINA 10
JAPÃO
NOVA EXPLOSÃO EM CENTRAL NUCLEAR PÕE MUNDO EM ALERTA • PÁGINAS 2 E 3
terça-feira 15.3.2011 www.hojemacau.com.mo
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sismo no japão
Ajuda com ajuda se paga A China vai ajudar o Japão a socorrer as vítimas do tsunami de sexta-feira, retribuindo a ajuda japonesa após o violento sismo na província de Sichuan, em Maio de 2008. Numa conferência de imprensa no Grande Palácio do Povo, em Pequim, Wen Jiabao recordou a ajuda do Japão após o sismo de Sichuan, um dos mais devastadores das últimas décadas, que causou cerca de 87 mil mortos e desaparecidos. A equipa de socorro chinesa, constituída por 15 elementos, chegou domingo à tarde a Tóquio com quatro toneladas de material. Catástrofe multimiolinária O custo da catástrofe que assolou o Japão na sextafeira poderá atingir para as seguradoras 34,6 mil milhões de dólares, segundo um cálculo inicial divulgado no domingo pela AIR Worldwide, especializada na avaliação do risco. Ontem, a Bolsa de Tóquio perdeu cerca de 5% pouco depois da abertura da primeira sessão depois do sismo, enquanto o iene subia, com os japoneses a repatriar fundos para financiar as operações de reconstrução que vão ser necessárias no pós terramoto. Acidente radioactivo sem perigo Segundo meteorologistas e especialistas da segurança nuclear chinesa, o vazamento radioactivo no Japão não afectará, de momento, a China. O Japão está localizado na faixa de ventos ocidentais, e os ventos seguem principalmente para o oriente. A radiação tende a difundir para o nordeste na baixa atmosfera. Sob o ponto de vista de vias de difusão, a região do vazamento radioactivo não afectará a China, considerando que ela está a oeste do Japão e que os dois países estão separados pelo Mar do Japão, península coreana, Mar Amarelo e Mar Oriental. Desse modo, a radiação pode difundir-se para o Oceano Pacífico Norte.
Segunda explosão na central nuclear de Fukushima Daiichi
Eles dizem que não há riscos A central nuclear japonesa de Fukushima que ficou danificada no sismo de sexta-feira registou ontem à tarde uma segunda explosão. As autoridades já fizeram saber que a estrutura aguentou o rebentamento, mas os EUA detectaram altos níveis de radiação a 160 quilómetros da costa
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magens transmitidas pelas televisões mostram uma coluna de fumo a sair do reactor 3 da central de Fukushima Daiichi, dois dias depois de uma explosão ter rebentado com o reactor 1. A agência de segurança nuclear japonesa indicou que o rebentamento se ficou a dever a uma concentração de hidrogénio. As autoridades indicaram que o núcleo do reactor continua intacto e que os níveis de radiação permanecem abaixo dos limites legais. O porta-voz do Governo, Yukio Edano, indicou que as possibilidades de fuga radioactiva após mais esta explosão são “baixas”. Apesar disso, dezenas de milhares de pessoas já foram retiradas, nos últimos dias, da zona em volta da central nuclear. Pelo menos 22
pessoas estão a ser tratadas após exposição a radiações. Após a explosão estavam desaparecidas sete pessoas, que entretanto já foram encontradas, relata a agência Jiji. Seis delas sofreram ferimentos. A agência de segurança nuclear japonesa excluiu ontem um acidente semelhante ao de Chernobyl na central de Fukushima, segundo o ministro da Estratégia Nacional, citado pela mesma agência Jiji. O Exército Americano, que tem estado a ajudar nas operações de socorro, fez saber, porém, que mudou os seus barcos e aviões da zona, depois de um dos seus porta-aviões ter detectado níveis de radiação a cerca de 160 quilómetros da costa.
Desde sexta-feira que técnicos japoneses estão a tentar arrefecer três reactores da central nuclear de Fukushima Daiichi, quando o sismo e o maremoto combinados danificaram o sistema de arrefecimento dos reactores. O governo anunciou que, apesar da explosão, continua em curso uma operação de despejo de água do mar para os reactores, com o objectivo de os arrefecer. Entretanto o governo japonês anunciou que está a injectar 182 mil milhões de dólares na economia nacional para estimular os mercados. O desastre natural de sexta-feira matou centenas de pessoas e deixou milhares desaparecidos. Está em curso uma enorme operação de resgate. Até ao momento as autoridades confirmaram 1597 mortos, mas o número final de vítimas deverá ser muito superior a 10 mil. O tsunami entrou até dois quilómetros pela terra dentro e, de acordo com a repórter da BBC Rachel Harvey, enviada para os locais mais afectados pela catástrofe, não parece muito provável que se venham a encontrar muitos sobreviventes. A agência noticiosa Kyodo indicou que 2000 corpos foram ontem encontrados nas costas da região de Miyagi, mas as autoridades ainda não confirmaram este balanço.
pub MACAU JAI-ALAI CO., LTD. SOCIEDADE DE PELOTA BASCA DE MACAU S.A. Travessa de Reservatório, S/N, Palácio de Pelota Basca, 3º Andar, Em Macau Tel: (853) 2872 6126 Fax: (853) 2872 6129
Sociedade de Pelota Basca de Macau, S.A. Convocatória
Ao abrigo dos estatutos desta Sociedade, é por este meio convocada a Assembleia Geral dos Accionistas, para reunir em sessão ordinária, no Restaurante Asian, 1.º andar do Palácio Pelota Basca, no dia 30 do corrente (Quarta-Feira), pelas 13:00 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Discussão e aprovação dos relatórios, balanços e contas finais, apresentados pelo Conselho de Administração, bem como a aplicação de resultados e o parecer do Conselho Fiscal, referentes ao exercício de 2010; 2. Elecção dos membros dos órgãos sociais; 3. Deliberação sobre remuneração dos membros dos órgãos sociais; 4. Nomeação dos auditores para o ano de 2011;
5. Constituição de uma sociedade subsidiária de modo a atender às necessidades futuras no desenvolvimento da Sociedade; e 6. Quaisquer outros assuntos de interesse da Sociedade. Macau, 13 de Março de 2011. Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Yip Ping Yan
FALECIMENTO
LUIZA AMÉLIA CANAVARRO MARQUES
Faleceu na sua residência, Luiza Amélia Canavarro Marques, viúva de Geraldo Domingo Marques. Deixa um filho Carlos Manuel Canavarro Marques. Os seus restos mortais encontramse depositados na Capela da Casa Mortuária Diocesana, na Avenida Lacerda sendo celebrada uma missa de Corpo Presente às 20,00 hrs. no dia 16 de Março (Quarta-feira). No dia 17 de Março celebra-se Missa de Corpo Presente pelas 11,00 horas, na Capela do Cemitério de S. Miguel Arcanjo, seguida de funeral para a campa. A todos quantos se queiram associar-se a estes piedosos actos, a família enlutada agradece antecipadamente.
Já muitos acreditam que esta é a hora de mudanças. Mudanças estruturais, de pensamento, de concepção, de atitudes. Quem imagina ignorar o sopro imenso da mudança que alastra por continentes, países e regiões, é provável que cometa um erro de análise e vá ter de esconder as mãos atrás das costas com medo da palmatória. Helder Fernando, P. 15
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SMG assegura que não há alarme
Macau são e salvo Gonçalo Lobo Pinheiro
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odemos estar descansados, pelo menos por agora, no que a radiações e a sismos diz respeito. O Hoje Macau falou com António Viseu, subdirector dos Serviços de Meteorologia e Geofísica de Macau (SMG), que garantiu que a probabilidade de as radiações nucleares vindas do Japão atingir o território é muito reduzida. “Macau está a sudoeste do Japão. Nesta altura do ano na zona onde se encontram os reactores nucleares o ar corre de oeste para leste e o território está a mais de três mil quilómetros de distância. Definitivamente não vêm na nossa direcção. Na RAEM existe um sistema de vigilância que desde o dia 11 indica um nível normal de radiação. E por mar as coisas também estão calmas. Ao poluir o mar a probabilidade de chegar a Macau também é reduzida, pois a corrente marítima
segue de sul para norte”, explicou António Viseu. Segundo revelaram os SMG, durante o dia de ontem, nos registos de raios “Gamma” obtidos na Estação de Taipa-Grande, a dose absorvida por minuto foi entre 0,1178μGy/h a 0,1466μGy/h que estão a nível normal e não se regista níveis anormais. A Organização Meteorológica Mundial já iniciou o Mecanismo de Emergência Ambiental para prever o impacto deste acidente. De acordo com a previsão, nos próximos dois dias verificase que os ventos no Japão sopram principalmente do quadrante Oeste. As regiões estão sob a influência da radiação são as regiões a Leste do Japão e do setentrional do Oceano Pacífico. Entretanto, os Serviços de Saúde (SS) recomendaram ontem aos cidadãos que queiram deslocar-se ao Japão, que prestem atenção ao anúncio do Gabinete de Gestão de Crise do Turismo, a fim de tomarem conhe-
cimento das notícias mais recentes sobre a fuga de radioactividade.
Sismologia mprovável
De acordo com António Viseu, “estas movimentações que têm sido frequentes nos últimos anos acontecem porque estamos perto de uma zona em que três placas tectónicas colidem: a placa do Pacífico, a placa Euroasiática e a placa das Filipinas. Para Macau a probabilidade de existirem sismos é pouca pois o território situa-se em cima da placa Euroasiática, estando afastado dos pontos quentes que afectam o Japão.” Nos sismos que ocorreram até hoje na província de Guangdong, Macau não sofreu nada mais nada menos do que meras sensações de tremor de terra.
Alternativas de voo
Em comunicado enviado ontem, a companhia aérea Air Macau anunciou medidas alternativas para os voos provenientes ou com
destino ao Japão, devido aos recentes acontecimentos no país nipónico. Os passageiros da Air Macau que compraram bilhetes de avião de Macau para Tóquio ou Osaka, no Japão, vão ter alternativas de compensação. O montante das passagens aéreas cuja data de partida de Macau seja anterior ou até 18 de Março pode ser reembolsado ou, em alternativa, os passageiros podem optar por definir uma nova data, até 30 de Abril. Também o destino pode ser alterado de Tóquio para Osaka. O mesmo acontece na viagem de retorno para o
território que tenha data anterior ou até 19 de Março, podendo ser também alterado o local de partida, de Tóquio para Osaka. Nenhuma das modificações sofrerá aumento ou imposto de taxas, salienta o comunicado. A Air Macau
alerta para que as alterações das passagens aéreas vão sendo actualizadas de acordo com a “situação real” do Japão, depois do terramoto e do tsunami que assolaram o país na semana passada e cujas consequências ainda se fazem sentir.
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HM-1ª VEZ 15-03-2011
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Execução Sumária de Sentença n.º CV2-06-0060-CAO-A 2º Juízo Cível
Bem-vindos a casa! Os jornalistas de Hong Kong que cobriram os sismos no Japão começaram ontem a regressar a casa e foram recebidos com uma grande parafernália de segurança. Começaram o voo isolados dos restantes passageiros, tiveram de passar por exames e assim que chegaram ao território vizinho, tinham à sua espera uma equipa de oficiais do Governo vestidos com factos especiais, além de especialistas em controlo de radioactividade. Ontem, HongKong viu os voos com procedência do Japão lotados, muito devido ao facto dos residentes da excolónia britânica em Tóquio terem decidido abandonar o país, devido aos alertas de novos sismos e um possível acidente radioactivo. A procura fez os preços das passagens aéreas dispararem, com a Cathay Pacific a cobrar 5755 dólares por uma viagem de regresso.
Exequente: Lau Sio Hei, de sexo masculino, residente em Macau, na Rua de Cantão, Edifício I On, 25º andar C. Executada: Companhia de Importação e Exportação Kwong Lam Limitada, com última sede conhecida em Macau, na Rua de Xangai, Edifício da Associação Comercial de Macau, 10º andar B-D. Faz-se saber que nos autos acima indicados são citados os credores desconhecidos da executada para, no prazo de Quinze dias, que começa a correr depois de finda a dilação de vinte dias, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamar o pagamento dos seus créditos pelo produto do bem penhorado sobre que tenham garantia real e que é o seguinte: Imóvel penhorado Denominação: 2/99 da fracção autónoma, designada por “FR/C” do rés-do-chão, e correspondente aos lugares de estacionamento numerados 21 e 22 do primeiro andar do prédio em questão. Situação: em Macau, na Rua de Xangai, com entrada pelos n.os 93-A a 125 e na Rua de Pequim, com entrada pelos n.os 112-A a 136. Fim: Para estacionamento. Número de matriz: 71481. Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: 22459 a fls. 15 do Livro B31K. Aos 09 de Março de 2011.
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4 Kahon Chan
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kahon.chan@hojemacau.com.mo
wan Tsui Hang questionou o Governo acerca da sua preparação para uma eventual epidemia de tuberculose, depois de funcionários de um casino terem sido poupados a exames médicos, após ter sido diagnosticado a um colega de trabalho infecção pela doença. Um porta-voz dos Serviços de Saúde (SS) disse ao Hoje Macau que, apesar de este exame ser um procedimento normal quando existe contacto com a pessoa infectada, as autoridades lidam de forma diferente conforme o caso. O funcionário doente queixou-se à dirigente da Associação Geral dos Operários de Macau, e também deputada, alegando que os SS tinham poupado os seus colegas de serviço à inspecção sanitária ao contrário da família e amigos, os quais foram forçados a submeterse a exames. O homem diz estar preocupado com um possível contágio no casino e, consequentemente, uma mais difícil cura, se os outros colegas foram infectados. Kwan Tsui Hang aponta que a dispensa dos exames não foi a melhor opção do Governo. “Os trabalhadores da linha da frente dos casinos e de outras áreas de turismo do território contactam com
política Filme a ser lançado pode mostrar realidade de Macau
Tragédia no ecrã
Episódios contagiantes
muitos visitantes vindos de vários locais, incluindo aqueles onde se pode mais facilmente ser infectado por alguma doença contagiosa. Isso é um grande desafio à saúde pública de Macau”, considera a deputada, acrescentando que se a situação do trabalhador for revelada
como verdadeira, “isso pode indicar uma falha grave na prevenção e controle deste tipo de doenças no território”. Também em causa está o facto de as pessoas poderem pensar que algumas companhias dispensam certos cuidados, pondo Macau em risco de epidemias.
Kwan reconheceu que é um desafio descobrir todos os colegas de trabalho que eventualmente poderão ter sido afectados, mas a dirigente da AGOM considera que este “não foi um motivo de excepção, e que a autoridade de saúde pode bem realizar exames regulares de
O problema de propagação de doenças infecciosas em casinos não é novidade e já foi inclusive tratado como obra de ficção. O novo filme de Stephen Soderbegrh, “Contágio”, onde entram Matt Damon, Jude Law e Gwyneth Paltrow, relata a história de um trabalhador de um casino de Macau que espalha um vírus mortal ao voar para os Estados Unidos. Devido ao seu lançamento, em Outubro deste ano, este guião inspirado no território, vai levantar dúvidas sobre a habilidade de Macau em conter uma epidemia, tendo em conta a quantidade de turistas que chegam ao território vindas de todas as partes da Ásia.
saúde para colocar a segurança em prioridade”. A deputada interroga ainda o Governo sobre eventuais medidas que seriam tomadas, em caso de epidemias e se um cidadão soubesse de casos de infecção e não cooperasse. O porta-voz dos SS disse
ao Hoje Macau que “pessoas que entram em contacto com um infectado pela tuberculose, quer seja num ambiente doméstico como de trabalho, estão sujeitas a exames de saúde obrigatórios, não só para conter a doença, mas para evitar que esta se transforme num surto.” Contudo, o portavoz sublinhou “a extensão do controlo é determinado pela natureza dos casos”. Por exemplo, se o paciente trabalha em ambientes fechados, o número de pessoas de contacto próximo é mais “estreita”.
Au Kam San critica Governo por falta de boa aplicação financeira
Saúde no hospital Virginia Leung
virginia.leung@hojemacau.com.mo
O
deputado democrata Au Kam San criticou o plano do Governo em injectar 10 mil milhões de patacas na melhoria de infraestruturas públicas para a saúde. O deputado da Assembleia Legislativa considera que a construção do hospital da Taipa é desnecessária, bem como a reconstrução dos centros de saúde que, de acordo com Au Kam San, “ainda estão em boas condições”. Au Kam San acusa a Administração, numa interpelação escrita, de ter agido de forma “discreta” em relação ao projecto, sem especificar
todas as informações e sem permitir a participação da população no assunto. Para o deputado democrata, o plano de dez anos que visa as reconstruções e implementações de novas infra-estruturas deveria ser desviado para outro objectivo. “O Governo devia aproveitar o facto de ter dinheiro para estabelecer um sistema de seguro de saúde em Macau”, considera Au Kam San, “para que os cidadãos possam ter acesso aos cuidados médicos que necessitam.” O legislador salienta que a Direcção dos Serviços de Saúde já fez um estudo acerca desta possibilidade, mas que a opinião da população não é contabilizada nem
lhe é permitido conhecer o projecto. Para o deputado, “não é fiável” que o Governo desconsidere um sistema de saúde quase universal, uma vez que desta forma “não está em conformidade com os princípios de desenvolvimento sustentável”. O crescimento contínuo da indústria do jogo e as receitas dele proveniente são uma grande fonte de receita para o Governo da RAEM, aponta o deputado. No entanto, o “para o Governo, a maneira de lidar com tanto dinheiro é aumentar as despesas”. O democrata considera ainda que a administração não sabe como gerir as receitas nem onde investir, tornando inútil a sua aplicação.
China | Economia vai crescer menos
O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, disse ontem que o abrandamento do crescimento económico do país, para 7% ao ano até 2015, “mostra a determinação da China em transformar o padrão de desenvolvimento”. Em relação aos últimos cinco anos, o crescimento proposto representa um abrandamento de 4,2%, mas o primeiro-ministro chinês realçou que “a meta de sete por cento não é fácil de alcançar”. “Estamos confrontados com tarefas extremamente arrojadas e uma situação nacional e internacional complexa”, disse.
Joana Freitas
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A
proposta de lei que regula o “Regime de Prémio de Antiguidade e Subsídios de Residência e de Família” foi ontem concluída na Assembleia Legislativa (AL), com algumas alterações aos artigos e a assinatura do parecer. Baseada numa versão redigida pelo Governo, o novo diploma extingue cinco artigos, que foram igualmente alvo de debate na anterior reunião, em Fevereiro. No que diz respeito à aplicação dos prémios de antiguidade a todos os funcionários, o mais polémico dos assuntos, “a proposta inicial mantém-se inalterada neste aspecto”, salientou Kwan Tsui Hang, presidente da 1.ª Comissão Permanente da AL. Para o Governo, não há necessidade de estender este pub
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Nova proposta de lei sobre regime do prémio de antiguidade concluída
Um passo à frente regime aos assalariados, adiantou a responsável afirmando que vai ser “feito um esclarecimento à sociedade acerca deste assunto”. De igual forma, os funcionários com residência do Governo, como é o caso do próprio Chefe do Executivo, não vão ter direito aos subsídio correspondente. Também o período de início e cessação do subsídio foi eliminado, passando a ser imediato o direito ao montante, assim que reunidos os requisitos, e terminado quando estes não forem contemplados. Vê-se ainda alterada a norma que permitia ao Chefe do Executivo, Chui Sai On, a alteração aos requisitos que definem o direito aos subsí-
dios. Estas matérias, como considera Kwan Tsui Hang, devem ser definidas por regime próprio. “O Governo não deve [poder] alterar os meios de prova fixados por lei, através de despacho”, considerou a presidente da 1ª Comissão Permanente da
AL. Estes “meios de prova” passam a ser definidos por um Código de Procedimento Administrativo, “e o Governo acolheu esta alteração”, acrescentou Kwan Tsui Hang. Kwan Tsui Hang afirmou que o Governo não quer al-
terar o regime anterior, mas que o objectivo “é actualizar o montante e simplificar os procedimentos.” No mês passado, Kwan Tsui Hang já tinha confirmado a concordância entre Chefe do Executivo e deputados acerca do diploma.
“A matéria foi discutida e a Comissão considerou justa as explicações apresentadas pelo Governo”, revelou na altura a deputada. Com as actualizações previstas na proposta, o subsídio de família passa de 170 e 220 patacas mensais para 400 patacas e o prémio de antiguidade sobe de 190 para 500 patacas. A proposta prevê ainda que o subsídio de residência sofra actualização de mil para 1500 patacas. Os beneficiários terão direito ao prémio de antiguidade por cada cinco anos de serviço prestado. Apresidente da 1.ª Comissão Permanente, responsável pela análise do diploma, confirmou a assinatura do parecer da nova proposta de lei, a ser entregue ao presidente da AL, aquando da sua chegada de Pequim, na próxima semana, motivo pelo qual ainda não está definida a entrada em vigor da lei.
sociedade
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Inflação | Não há como controlar preços dos alimentos
Joana Freitas
A
joana.freitas@hojemacau.com.mo
previsão é do Departamento de Economia da Universidade de Macau e assume que, mesmo com variações, a inflação para este ano se situe nos 4,6%, podendo ir até 5,8%. A Universidade de Macau (UMAC) salienta que as recentes medidas tomadas pelo Governo chinês, onde a taxa de inflação tem conquistado níveis recorde, podem influenciar negativamente as exportações do território, muito devidas ao sector do jogo, já que “o continente terá menos dinheiro para visitas ao território”. Para o Departamento de Economia da UMAC, o salário médio da população deve subir cerca de 4%, para as 9234 patacas, mantendo-se abaixo da estimativa da inflação. O
Nada a fazer PIB vai ressentir-se de forma ainda mais significativa, com a economia a atingir um crescimento de 15,7%, menos 7,3% do que no ano passado, e o principal indicador da taxa de inflação, o índice dos preços de consumidor, poderá subir até aos 5,7%.
Fim ao monopólio
Em entrevista ao Hoje Macau, José Duarte, economista, considera que “a previsão fundada [da inflação] não existe”, apesar de considerar que essa estimativa passa pela subida contínua. Também José
Sobe, desce, sobe, desce
O responsável pelo planeamento económico da China disse que um dos principais indicadores da inflação, o índice de preços no consumidor, já começou a descer, procurando evidenciar o anunciado empenho do Governo Central em atender às queixas populares. “Temos a confiança e a capacidade para manter os preços a um nível estável”, disse o ministro da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, Zhang Ping, numa conferência de imprensa no âmbito da reunião anual da Assembleia Nacional Popular. O Índice de Preços no Consumidor em Fevereiro, que só será divulgado na próxima semana, diminuiu em relação aos 4,9% registados no mês anterior, indicou Zhang Ping. A subida média dos preços, que em Novembro de 2010 atingiu o valor mais alto dos 28 meses anteriores (5,1%) foi especialmente acentuada nos produtos alimentares, que em alguns casos aumentaram mais de vinte por cento. Zhang Ping congratulou-se com os indicadores de Fevereiro, mas alertou que “a regulação dos preços enfrenta ainda pressões e riscos”. Entretanto, a China já afirmou que vai cortar impostos de importação, dar subsídios e aumentar o estímulo à produção de alimentos para ajudar no combate à inflação.
Santos, profissional na mesma área, afirma que mesmo sem “ter como base qualquer cálculo concreto, a impressão geral é que a taxa da inflação de Macau caminha para um valor recorde”. Para José Duarte, os sectores que mais sofrem são os que se ligam a áreas com menos dinheiro, como a comida e a habitação. Mas são precisamente essas que quase não permitem que lhes sejam implementadas medidas de prevenção. “A única coisa que o Governo pode fazer é mexer na habitação”, salienta o economista, “na alimentação não pode fazer muito .” Acabar com alguns monopólios é uma das sugestões, uma vez que grande parte dos alimentos provêm do continente. Com o consecutivo aumento dos preços dos produtos alimentares na China, Macau acarreta também despesas maiores neste sector de compra, considerado como um bem essencial. Sem esquecer a referência à especulação imobiliária, o economista adianta que esta “sempre existiu”. “A grande fatia que causa a inflação deriva de factores extra-Macau”, refere José Duarte. Francis Tam, secretário para a Economia e Finanças, disse esta semana que Macau vai sentir pressões devido à inflação galopante da
China. No entanto, o responsável admite não ser necessário excesso de preocupação, uma vez que o território é considerado como mercado livre. Conforme explicou Francis Tam, segundo a Rádio Macau, se forem cumpridas as “regras” da economia, o aumento dos preços vai trazer consequentemente mais oferta, tornando o mercado mais estável.
Especialista prevê duplicação de lucros em cinco anos
O potencial das “slot” Virginia Leung
virginia.leung@hojemacau.com.mo
A
s “slot machines” têm um grande potencial de crescimento nos casinos de Macau, observou Zeng Zhonglu, da Comissão para o Ensino e Investigação na Área do Jogo do Instituto Politécnico de Macau (IPM). O professor acredita que as receitas provenientes das máquinas da sorte podem duplicar dentro de três a cinco anos. Em entrevista ao jornal “Ou Mun”, Zeng comentou as novas atracções da indústria do turismo que espera venham a trazer mais clientes para os casinos. O mercado mostra alguma preocupação com o crescente número de mesas de jogo, com as autoridades a imporem um tecto máximo de 5500
mesas para todo o território até Março de 2013. Mas as máquinas “slot”, por outro lado, têm um grande crescimento potencial pela frente, segundo o especialista. No ano passado, a contribuição das “slot” para as receitas dos casinos de Macau foi de menos de cinco por cento das receitas totais e alguns estudos mostram que há um grande espaço para o desenvolvimento das máquinas nos casinos. Segundo o professor, desde que haja a devida promoção nos casinos, as receitas provenientes das máquinas “slot” podem duplicar nos próximos três a cinco anos. Esse potencial está em sintonia com a tendência de crescimento dos casinos em Macau. As estimativas apontam para que as receitas de jogo cresçam mais de 20% este ano, mas Zeng
Zhonglu vai mais longe: considera que essas previsões são conservadoras e acredita que o ritmo de crescimento irá ultrapassar essas estimativas. Mas nem tudo está a ser gerido da melhor forma. O professor do MPI critica a fixação da proporção entre mesas de jogo para o público em geral e mesas VIP, o que, considera, deveria ser deixado ao critério do mercado, com o Governo a poder, no entanto, incentivar o desenvolvimento do mercado de massas na indústria do jogo. Por outro lado, Zeng considera que a popularização do lazer nos casinos pode ser impulsionada a partir das máquinas “slot”. Nos Estados Unidos, as mais populares máquinas “slot” são aquelas em que se aposta apenas um cêntimo (oito avos) de cada vez, sendo mesmo as máquinas mais lucrativas.
Francis Tam confirmou os esforços do Governo para manter uma economia mais estável. No ar ficou ainda a possibilidade de colaborações com diferentes sectores e fornecedores de produtos para que a população de Macau possa ter um leque mais vasto de escolhas, especialmente no que diz respeito aos preços dos alimentos.
Mil milhões de dólares investidos em novo centro comercial de computadores Na era da informação, a massificação e vulgarização dos cada vez mais indispensáveis produtos electrónicos, informáticos e digitais tem levado alguns investidores a tentar apanhar a onda do mercado. No final do mês, irá abrir em Macau a mais recente atracção para os adeptos do consumismo digital: o centro comercial electrónico iSquare, um investimento de mais de mil milhões de dólares (7,8 mil milhões de patacas), que os investidores esperam recuperar dentro de cinco anos. Após seis meses de preparação, o centro comercial localizado perto do Parque de Iao Hon irá abrir as portas no dia 30 de Março. O iSquare ocupa uma área de 40 mil pés quadrados (3700 metros quadrados), espaço dividido entre 94 lojistas – dos quais apenas 60 irão abrir numa primeira fase, com a taxa de ocupação a alcançar para já os 90%. O iSquare estará dividido em quatro áreas: computadores, digital e telecomunicações, electrodomésticos e uma zona reservada a grandes marcas. Macau contava já com dois centros comerciais digitais, mas ambos têm problemas correntes de gestão. A propriedade fragmentada, juntamente com instalações algo ultrapassadas e outros têm contribuído para que esses centros não tirem o melhor partido do mercado existente. A administração do iSquare pretende acrescentar algumas novidades, como o horário de funcionamento unificado e o estabelecimento de coimas para incentivar os arrendatários a seguirem as regras. O iSquare também conta com parque de estacionamento e serviço de entrega ao cliente, contando ainda com planos para implementar as vendas online no futuro. - V.L.
Tibete | Demissão de Dalai Lama em debate
O parlamento tibetano no exílio iniciou ontem uma sessão histórica com a leitura do pedido oficial do Dalai Lama para ser destituído das suas funções políticas no movimento tibetano. Numa carta aos deputados, o prémio Nobel da Paz, de 75 anos, advertiu contra um adiamento da decisão da assembleia relativamente à sua reforma política, considerando que isso pode ser no futuro “um desafio esmagador”. “Se devemos ainda ficar exilados durante várias décadas, haverá inevitavelmente um momento em que não serei capaz de assegurar o governo”, escreveu o líder tibetano na carta lida pelo presidente do parlamento.
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Casinos contratam empregados em Taiwan
PSP | Menos crimes, mais turistas e mais carros
A ganhar fortunas
Criminalidade cai
Kahon Chan
kahon.chan@hojemacau.com.mo
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terça-feira 15.3.2011
peradores de casinos estão à procura de trabalhadores em Taiwan e oferecem oportunidades de promoção a gestor de nível médio, noticia a imprensa de Taiwan. Mas uma taiwanesa que passou mais de um ano num hotel de Macau disse que o emprego era demasiado exigente, apesar do bom salário. The Venetian, Wynn Macau, MGM Macau e Galaxy estão todos a trabalhar com uma empresa de recursos humanos em Taiwan para recrutar trabalhadores para a linha da frente de hotéis e casinos. A notícia avançada pelo “China Times” no domingo refere que a oferta de
salário-base dos operadores de casinos, à excepção do MGM, era de entre 16.277 e 18.990 patacas, mais bónus, enquanto a oferta do MGM incluía um salário-base 20% mais baixo, mas com uma percentagem de bónus mais favorável em caso de desempenho excelente. Um gestor de recursos humanos de um hotel disse ao jornal que a os trabalhadores de Taiwan eram conhecidos pela qualidade do seu serviço e que, se tivessem a vontade de permanecer em Macau para uma carreira de futuro, havia a “oportunidade” de serem promovidos à gestão de nível médio. As quatro empresas planeavam recrutar pelo menos uma centena de trabalhadores de Taiwan para serviços de
atendimento VIP, e aos candidatos seleccionados seria oferecido ainda alimentação e alojamento Uma mulher de Taiwan de 28 anos, de apelido Zhang, trabalhou em Macau durante mais de um ano e contou que o salário mensal podia ascender a mais de 20 mil patacas, mas observou que a qualidade de vida em Macau estava “abaixo do desejável”: quatro a seis colegas de trabalho partilhavam um dormitório humilde, com os diferentes turnos a prejudicarem a convivência. As refeições oferecidas deixavam muito a desejar – incluíam apenas pães e bolos – e o movimento do negócio em Macau frequentemente lhe roubava tempo de lazer.
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s análises surgem por altura das comemorações do 320.º aniversário do Comando da Policia de Segurança Pública de Macau (CPSP) e mostram um balanço positivo do ano passado: menos 7,5% de criminalidade no território em 2010 e quase o mesmo valor de movimentação na fronteira, com um aumento significativo no número de turistas. Estes são alguns dos dados conclusivos do CPSP. Enviada em comunicado, a análise ao ano passado mostra um total de 10.217 crimes, entre os quais o número de casos por detenção em flagrante delito ou após investigações serem entregues ao Ministério Público (MP). Cerca de 4708 suspeitos foram conduzidos para o MP. Uma outra área de actuação da PSP, relacionada com a migração, apresenta um aumento de 7,2% de movimento transfronteiriço, com mais de cem milhões de pessoas/vezes a entrar e a sair do território. Comparativamente a 2009, o número total de entradas e saídas de turistas ultrapassou sessenta milhões de pessoas/vezes,
indicando uma subida de cerca de 11,2%. O número de veículos aumentou também, atingindo cerca de 196 mil, mais 3,8% em relação a 2009. O número de acidentes rodoviários ultrapassou os 13 mil. Dos projectos de desenvolvimento lançados pelo CPSP, oito obtiveram o certificado de reconhecimento concedido pela Comissão de Avaliação dos Serviços Públicos, tendo atingido os critérios estabelecidos em 100%. No ano passado, houve 240 agentes a quem foram atribuídos louvores pelo “desempenho excepcional”, e 30 agentes receberam uma licença por mérito.
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CARTA ABERTA AO SENHOR PROCURADOR DE MACAU, DR. HO CHIU MENG
SENHOR PROCURADOR DE MACAU:
1. O meu nome é Leong Lai Heng. Resido em Macau desde sempre e sou mulher de Pedro Chiang (Lam Wai). Em Dezembro de 2006 o CCAC abriu um processo de inquérito contra mim, contra o meu marido e outros, alegando que estava relacionado com o processo de Ao Man Long. Esse processo deu origem, em Janeiro de 2007, ao processo nº 720/2007 do Ministério Público, no qual todos os visados foram constituídos arguidos, inclusive eu. Estamos em Março de 2011, ou seja passaram mais de quatro anos e eu continuo arguida, suspeita de ter praticado factos que desconheço e sem ter qualquer possibilidade de me defender dessas suspeitas. Durante mais de quatro anos o CCAC e o Ministério Público têm vindo a investigar toda a minha vida pública e privada. Durante mais de quatro anos que a minha vida familiar e íntima, do meu Marido e de toda a minha Família, foi completamente devassada, até ao mais ínfimo pormenor. Há mais de quatro anos que carrego o peso da suspeita sem saber do que sou acusada. 2. Em Novembro de 2008, o Ministério Público concluiu as investigações do inquérito 720/2007 e deduziu Acusação contra todos os arguidos. Mas, em relação a mim, o Ministério Público não declarou encerrado o inquérito nem deduziu Acusação. A lei manda que o Inquérito que corra contra uma pessoa encerre com o arquivamento por falta de indícios suficientes, ou encerre com a dedução da Acusação por haver indícios suficientes para levar a pessoa a julgamento. Quer dizer, terminadas as investigações o Ministério Público está obrigado a arquivar o inquérito ou a deduzir Acusação. A lei só prevê estes dois modos de encerramento do Inquérito. Porém, no meu caso, o Ministério Público criou um terceiro modo de encerrar o inquérito: mandou tirar certidão integral do inquérito 720/2007 (que encerrou com a Acusação dos outros arguidos) e ordenou que fosse aberto novo Inquérito contra mim porque havia indícios de que praticara crimes de corrupção activa conjuntamente com o meu marido mas que era preciso investigar mais profundamente! 3. Deste modo foi aberto contra mim, em 10 de Novembro de 2008, o processo de inquérito número 10651/2008, para continuar as investigações. Nunca fui ouvida neste novo Inquérito e continua a não me ser dada a oportunidade de me defender! 4. A lei refere expressamente um prazo máximo de 8 meses para a duração do Inquérito mas o Ministério Público entende que aquele prazo é apenas indicativo... Quer dizer, o Ministério Público considera normal que alguém
seja colocado na situação de suspeito, na situação de arguido, durante mais de quatro anos, sem dedução de Acusação ou encerramento do Inquérito. 5. Em Dezembro de 2009 o meu advogado dirigiu um requerimento ao Ministério Público para que eu fosse chamada a prestar declarações no sentido de esclarecer todo e qualquer facto ou dúvida que pudesse ainda existir. Ou que fosse ordenada qualquer diligência de obtenção de prova que ainda não tivesse sido efectuada no outro inquérito. Ou que fosse encerrado o Inquérito contra mim. O silêncio foi a resposta... Em Fevereiro de 2010 o meu advogado voltou a entregar novo requerimento ao Ministério Público a solicitar informações sobre o estado do Inquérito e a pedir resposta ao requerimento anterior. O silêncio foi a resposta... Em Junho de 2010 o meu advogado entregou um requerimento no Gabinete de V. Exª a solicitar a sua intervenção pessoal no sentido de ser tomada uma posição quanto ao requerido por mim ao Ministério Público. O silêncio foi a resposta... 6. A longa duração do processo de inquérito que contra mim corre há mais de quatro anos e que me coloca na posição de suspeita e arguida no cometimento de crimes contra a RAEM, põe em causa o meu direito ao bom nome e reputação, que é um direito fundamental dos residentes da RAEM, consagrado na Lei Básica de Macau. Seria bom ter presente, o que não acontece, que o art. 29 da Lei Básica estabelece que “quando um residente de Macau for acusado da prática de crime, tem o direito de ser julgado no mais curto prazo possível pelo tribunal judicial.” 7. Porque há silêncios que devem ser ouvidos por todos, esta carta que publicamente dirijo a V. Exª é um grito do fundo da minha alma contra esta tremenda injustiça. Por quanto tempo mais irá esta situação manter-se? Estou condenada a ser arguida a vida toda? 8. O que peço, Sr. Procurador, é muito simples: se acha que tem indícios de que eu tenha cometido algum crime, acuse-me, para que eu me possa defender e para que eu possa provar a minha inocência. Se não tem, mande arquivar o processo e liberte-me do peso da suspeita. O que está em causa é a protecção dos valores essenciais de Macau consagrados na Lei Básica. O que está em causa, em suma, é a dignidade mínima de todo e qualquer ser humano e que eu, mesmo sendo casada com Pedro Chiang, que se está a defender na justiça contra as acusações que lhe são feitas, tenho o direito e quero reclamar para mim. Macau, 15 de Março de 2011 Leong Lai Heng
vida
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Zoo de Lisboa
O Jardim Zoológico de Lisboa est aos cerca de 100 a 130 espécime são albinos. No entanto, os tigres responsável pela cor clara da pela
Onda de calor na Rússia durante o Verão de 2010 teve causa natural
Sinal dos novos tempos notam-se na pele A
onda de calor que atingiu a região da Rússia durante o final de Julho e a primeira metade de Agosto de 2010 teve uma causa natural, diz um estudo que vai ser publicado na revista Geophysical Research Letters. Entre Julho e Agosto do ano passado a região da Rússia sofreu temperaturas muito acima da média, entre os 35 e os 45 graus célsius. Morreram 56 mil pessoas, o rendimento agrícola dos cereais desceu 40%, precipitando o preço dos produtos, e largas áreas ficaram queimadas por incêndios devastadores. Durante a catástrofe as notícias punham a culpa nas alterações climáticas. O aumento de gases com efeito de estufa na atmosfera estaria na base deste fenómeno, mas o estudo de uma equipa da Administração Nacional dos Oceanos e da Atmosfera (NOAA, sigla em inglês), nos Estados Unidos, aponta para outra direcção. “Este acontecimento parece ser devido maioritariamente a um processo dinâmico da atmosfera que produz e mantém um fenómeno de bloqueio duradouro”, explicam os autores no artigo. Este bloqueio atmosférico manteve uma camada
de ar subtropical a latitudes mais a norte e impediu durante várias semanas as tempestades de Verão que vêm do Pólo Norte de atingir a região. “O conhecimento prévio das tendências climáticas da região e os níveis actuais das concentrações de gases com efeito de estufa não nos ajudariam a antecipar a onda de calor de 2010 na Rússia”, disse
em comunicado o primeiro autor do estudo Randall Dole, do Laboratório de Investigação de Sistemas da Terra (ESRL, sigla em inglês), pertencente ao NOAA, em Boulder, Colorado, Estados Unidos. “Assim como as temperaturas do oceano ou o estado do gelo oceânico no início do Verão não sugeriam o que estava para acontecer.” A Rússia, ao contrário de outras
regiões do mundo, não tem visto aumentar a temperatura média no Verão no último século. O fenómeno que ocorreu no ano passado é igual a outras ondas de calor que acontecem desde que há registo em 1830. Ou seja, é um produto da variabilidade do clima Mesmo assim, os autores tentaram perceber se as alterações climáticas iriam tornar o Verão da Rússia mais quente. Para isso utilizaram o relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas para prever a probabilidade de vir a existir ondas de calor semelhantes às que aconteceram na Europa em 2003 – que os cientistas já relacionaram com as alterações climáticas. Os resultados mostram que temperaturas extremas de mais três graus célsius para o mês de Julho podem começar a ocorrer uma vez em cada dez anos já esta década. A tendência é para estes fenómenos virem a ser ainda mais frequentes ao longo do século. “Parece que partes da Rússia estão à beira de um período em que o risco de ondas de calor extremas vão aumentar rapidamente”, disse o co-autor do estudo, Martin Hoerling, também da ESRL.
Gonçalo lobo pinheiro
Terça-feira 15.3.2011
IACM pretende i
Mais fo Gonçalo Lobo Pinheiro
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Click ecológico Há 15 ano a pedir água • Uma mãe dá banho ao filho num alguidar à porta da sua casa no bairro Cerro Candela, em Lima. De acordo com o movimento social “Peruanos sem Água”, há mais de duas milhões de pessoas que vivem sem água potável e sistemas de saneamento em Lima. Há 15 anos que a população de Cerro Candela pede ao Governo a instalação de uma rede de água. Foto: Pilar Olivares/Reuters
ançamentos de livros, actividades de arborização, workshops, educação física e até visitas aos pandas Hoi Hoi e Sam Sam. Está aí à porta a 30.ª Semana Verde de Macau. A apresentação foi ontem feita no meio da mata da Taipa Pequena, rodeada de árvores e plantas, e com os pássaros a chilrear. O mote foi lançado e o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) deu a conhecer, junto dos jornalistas, o que irá ser feito de 19 a 27 de Março no território. Arborização é a palavra de ordem para a semana que se avizinha. O IACM pretende promover a protecção da natureza junto dos cidadãos. “É nossa intenção continuar a arborização de Macau com a ajuda dos moradores. Nesse sentido toda a nossa política será feita em conjunto com a União Geral das Associações de Moradores de Macau”, revelou Lei Wai Nong, vice-presidente do IACM. A Semana Verde, segundo os
a celebra nascimento de três raros tigres-brancos
tá a celebrar o nascimento de três tigres-brancos, uma das mais raras e admiradas espécies da natureza, no entender da instituição. As duas fêmeas e um macho juntam-se es que se crê existirem em todo o mundo actualmente. Com os três recém-nascidos, o Zoo conta agora com cinco tigres-brancos. “A sua beleza intriga e muitos pensam que s-brancos não são albinos, nem uma subespécie de tigres, mas sim o resultado da expressão de um gene recessivo, quando ambos os progenitores são portadores do gene agem”, explica o Zoo.
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Atitude verde árvores impedem passagem de ruído • Segundo algumas pesquisas, as árvores funcionam como um silenciador natural porque constituem uma espécie de barreira que impede, em elevada percentagem, a passagem do ruído. Parques com árvores podem reduzir o nível de ruído entre cinco a 40 decibéis.
intensificar política de arborização
olhas verdes nas ruas responsáveis, vai constituir, uma vez mais, “uma grande oportunidade para incutir o espírito de arborização na RAEM”. Actualmente, segundo dados oficiais, existem 13,6 quilómetros de área de arborização em todo o território, o que representa cerca de um terço da área terrestre de Macau. E até aqui foi encontrada uma nova espécie de briófita (musgo) que não existe em mais nenhuma parte do mundo. As entidades responsáveis pro-
curam que os cidadãos sejam parte activa do processo e apelam para que no próximo dia 19 estejam presentes no Tap Seac para a grande inauguração da Semana Verde. “Teremos workshops, lançamentos de livros e outras actividades. Vamos ter ainda canteiros coloridos em que as pessoas podem levar flores e plantas para casa”, revelou Lei Wai Nong. O IACM revelou também, que de acordo com as suas políticas, vai
continuar a implementar a criação dos espaços verdes fomentando, igualmente, a educação para a arborização. “Está nos nosso planos mais próximos plantar árvores, nomeadamente pinheiros, junto da estrada que liga à ponte de Sai Van, na Taipa, bem como o embelezamento das matas e a colocação de trepadeiras em encostas vazias para evitar a erosão. Aliás, já colocámos este tipo de plantas nos exteriores dos depósitos de lixo. Vamos também plantar mais árvores nas vias públicas, principalmente nos bairros novos”, disse Leong Kun Fong, administrador do IACM. Os responsáveis do IACM lembraram também que os habitantes da RAEM podem fazer o seu trabalho começando por arborizar os telhados dos edifícios onde residem. “Arborizar o topo de alguns edifícios pode reduzir o calor dentro das casas. As pessoas têm de pensar nisso. Da nossa parte, queremos testar isso no Mercado Vermelho e no Mercado da Taipa”, afirmou Leong Kun Fong.
WWF apela à ajuda para salvar golfinhos
Dóceis e em extinção O
golfinho branco chinês, uma espécie icónica do Sul da China, enfrenta graves ameaças devido aos trabalhos de drenagem e à poluição da água do mar, que destroem o seu habitat. Esta espécie foi classificada como extinta em 2006, por uma equipa chinesa que fazia uma expedição em busca deste animal. Contudo essa informação nunca foi confirmada. Para divulgar os problemas que
afectam este golfinho e aumentar a preocupação pública, a sede de Hong Kong do Fundo Mundial da Natureza (WWF) lançou um desafio à população, que para além da originalidade, é marcado pelo esforço contínuo na ajuda a esta espécie animal. Tudo o que tem de fazer é carregar uma fotografia com um fundo cor-de-rosa para completar a figura do golfinho (ver imagem), através do portal wwf.org.hk.
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10 O Ballet de Estugarda está pela primeira vez em Macau e traz uma das suas peças mais célebres para conquistar o público que ainda desconhece a magia coreográfica do mestre John Cranko
cultura “A Megera Domada” no Centro Cultural de Macau dias 17, 18 e 19
“Não é preciso ler Shakespeare para perceber a história”
Filipa Queiroz
O
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que é que uma peça com 50 anos, apresentada mais de 500 vezes e adaptada de um texto com cinco séculos pode ter de novo? Aparentemente nada, mas o Ballet de Estugarda garante que o seu trabalho continua a ser especial e muito actual. O responsável é John Cranko, o coreógrafo que catapultou a companhia para a fama nos anos 70, através dos seus trabalhos complexos e inovadores, capazes de fazer de bailarinos clássicos acrobatas, actores e comediantes num só espectáculo. A adaptação burlesca da peça de William Shakespeare “A Megera Domada” (“The Taming of the Shrew” na versão original) foi a eleita para apresentar a companhia alemã ao público de Macau, já esta quinta-feira. Serão três dias e três espectáculos, iguais e ao mesmo tempo diferentes, até sábado no Centro Cultural de Macau.
Clássicos sem validade
“As peças de John Cranko são como as de Mozart, Brahms e outros génios - apesar de terem sido feitas há séculos, sempre que as ouvimos soam actuais e únicas porque são isso mesmo, geniais”, atirou aos jornalistas Sue Jin Kang, uma das bailarinas principais do Ballet de Estugarda e o único rosto asiático de “A Megera Domada”. A bailarina sul-coreana vai ser Katherina, a mulher inteligente, sem papas na língua e com mau génio que se vê casar com Petruchio, o homem que à partida só quer o seu dinheiro e torná-la submissa até ao dia em que o tiro lhe começa a sair pela culatra. O seu par, Filip Barankiewicz, confessa que para um homem fazer de Petruchio é “como uma maratona”. “Há muitas variações, três ‘pas de deux’ e eu faço dois solos, tudo
numa hora e meia”, explicou o bailarino polaco. Barankiewicz interpretou Petruchio pela primeira vez há dez anos, no Brasil, mas confessou que “de todas as vezes [que o faz] o sentimento é diferente”. Disse que o coreógrafo sul-africano “criou muitos ballets mas [que] este é especial porque o bailarino tem muita liberdade para ser também actor no palco”. Apesar da dose de dificuldade ser a dobrar. Primeiro por ser comédia, segundo por ser Cranko.
Mestria intemporal
As peças de John Cranko são célebres pela complexidade e arrojo, características que fizeram o Ballet de Estugarda saltar para a ribalta em 1969, quando a companhia apresentou “Onegin”, no Metropolitan Opera House de Nova Iorque, pela primeira vez. “Naquela altura ver um homem a fazer triplos saltos e outras acrobacias num espectáculo de ballet não era comum, nunca ninguém tinha visto nada igual e ainda hoje é muito difícil de fazer”, contou o director artístico associado, Tamas Detrich. “Tecnicamente é extraordinário. Cranko era um génio e teve uma vida curta mas o que ele criou durante aquele período foi tão importante para os bailarinos
de todo o mundo todo que é por isso que ainda hoje muitas companhias dançam as coreografias dele”, rematou. O coreógrafo morreu inesperadamente em 1973, devido a uma reacção alérgica a um comprimido para dormir, no voo de regresso de uma das digressões da companhia alemã nos Estados Unidos. Tinha 45 anos. Reid Anderson, o actual director artístico, tomou as rédeas do Ballet de Estugarda em 1996 e deu-lhe um novo impulso que durou os últimos 14 anos. Anderson levou as produções contemporâneas originais da companhia (que, desde a sua entrada, já foram 78) e a interpretação dos clássicos aos quatro cantos do globo, inclusive à China, Coreia do Sul, Japão e Tailândia. Tamas Detrich admite que o espectáculo acabou por ir sendo aperfeiçoado ao longo dos 50 anos que o separam da estreia mas garante que a política da companhia é continuar a apostar nos clássicos, por uma questão de “honrar o passado” e mostrá-lo às gerações mais novas. As alterações são só mesmo as inevitáveis. “Se um movimento não funciona terá de se encontrar outro que produza o mesmo efeito, mas tentamos manter-nos sempre
honestos para com a coreografia original de Cranko”, explicou. “O que muda mesmo é a interpretação porque essa é diferente de casal para casal.”
Por trás do pano
Há três elencos para apresentar o espectáculo “A Megera Domada” no Centro Cultural. Três Petruchios, três Katherinas, três bailarinos e bailarinas diferentes para cada personagem, uma para cada noite de espectáculo. Tamas Detrich confessou que tudo seria mais fácil se fosse só um elenco para cada espectáculo, mas segundo o director artístico “isso é impossível”. “Acontecem acidentes, entre outros factores.” Conclusão: 43 bailarinos a ensaiar no palco do Grande Auditório do CCM, mais de metade do total de profissionais que trabalham na companhia, de 23 nacionalidades diferentes. “É muito importante termos tantos bailarinos, é a forma de mostrar o máximo de lados da companhia possível e ao mesmo tempo dar-lhes a oportunidade de fazerem apresentações diversas ”, justificou. Para Sue Jin Kang a diversidade é uma mais valia. “O facto de podermos ser três ‘Katherinas’
de três nacionalidades diferentes em cada espectáculo torna-o mais interessante ainda, senão seria até aborrecido”, admitiu a sul-coreana que divide o papel de solista com a canadiana Myriam Simon e a espanhola Alicia Amatriain. O papel de Petruchio será de Filip Barankiewicz na primeira noite, mas nas restantes serão o britânico Alexander Jones e o bailarino canadiano Jason Reilly a domar a “megera”. Sue Jin Kang garante que quem assista à mesma peça interpretada por outras companhias “vai notar a diferença”. É tudo uma questão de “personalidade”, disse, confessando que o papel de “Katherina” lhe dá um gozo especial pelo facto da peça ser uma comédia e a personagem “uma mulher forte, o que é extremamente inusitado”. “Acho que é o melhor repertório que podíamos trazer para esta estreia em Macau porque é divertido quanto baste e vai despertar as reacções mais naturais do público, quer saia a rir ou a chorar, é essa a magia de Cranko”, concluiu a artista. Musicado ao vivo pela Orquestra de Macau, o bailado cómico “A Megera Domada” vai estar nas quinta, sexta-feira e no sábado no Centro Cultural de Macau, às 20h.
Japão retira dos cinemas filme sobre tsunami
Depois da tragédia que se abateu no Japão, a distribuidora Warner Entertainment Japan Inc. decidiu retirar dos cinemas japoneses o filme de Clint Eastwood, “Hereafter - Outra Vida”, por retratar um tsunami semelhante ao que aconteceu na sextafeira. A distribuidora explicou que as imagens fortes do filme e a luta das personagens contra a morte “não são apropriadas neste momento”. “Tendo em conta o nível de devastação causado pelo sismo e por consideração às vítimas e seus familiares, o filme ‘Hereafter - Outra Vida’ não vai passar mais no cinema”, disse Satoru Otani, porta-voz da empresa.
António Caeiro
A Agência Lusa
lberto José Maria Castro, comerciante nascido e criado em Xangai, nunca esteve em Portugal, mas “contava muitas histórias sobre a bravura dos portugueses”, recorda o filho, o romancista australiano Brian Castro. Um dos seus “heróis” era Luís de Camões, “um homem do Império” (império com letra grande) e que “adorava dançar”. “Luís Vaz muitas vezes não tinha dinheiro, mas conhecia todas as danças e quando estava na cidade não perdia um baile”, contava Alberto Castro em Sidney, em 1975. O pai de Brian Castro, um homem de 70 anos que estava a morrer, falava em inglês, a “língua franca” da família - a mãe de Brian era chinesa. “Era um grande poeta. Escreveu ‘Os Lusíadas’”, realçava Alberto Castro. Nascido em Hong Kong, em 1950, e educado na Austrália, o filho desconhecia o artigo “os”: “Os?!... Isso
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Escritor australiano dedica-se à literatura portuguesa na China
Dançando com Camões em Xangai significa os ossos dos Lusíadas?” Alberto Castro, um autodidacta que não concluiu o ensino secundário, regista a “estupidez” do filho e depois pede-lhe um charuto. Talvez estivesse a pensar num “Romeu e Julieta”, porque a seguir começa a falar de Inês de Castro: “Ela morre por amor. Acho que é maravilhoso. Toda a gente devia morrer por amor”. Alberto Castro é um dos protagonistas de “Shanghai Dancing”, uma “autobiografia ficcional” de Brian Castro. O livro, publicado em 2007, é também uma evocação dos anos 20 e 30, quando Xangai era uma das cidades mais cosmopolitas – e animadas – do mundo. “Paraíso dos Aventureiros”, a grande metrópole chinesa tinha centenas de clubes, cabarets e salões de baile: “Toda a
Brian Castro
gente dançava”, diz um personagem de “Shanghai Dancing”. Alberto Castro dançava e fazia dançar: tocava piano no “Club Lusitano”, uma das colectividades portuguesas de Xangai (a lista incluía uma
Warner Bros permite alugar filmes através do Facebook
A revolução na rede social A
terça-feira 15.3.2011
Warner Bros e o Facebook juntaram-se para oferecer aos utilizadores da rede social um novo serviço: o aluguer de filmes através do Facebook. “Batman – O Cavaleiro das Trevas” é o primeiro filme a ser distribuído por este serviço, para já, apenas disponível nos Estados Unidos da América. Um dos grandes sucessos de bilheteira da Warner, “Batman – O Cavaleiro das Trevas”(2008), realizado por Christopher Nolan, é o primeiro filme a estar disponível para alugar através do Facebook. Os utilizadores/ espectadores poderão alugar o filme por 30 Facebook Credits (a moeda da rede social, utilizada, até ao momento, em alguns jogos),
que equivale a pouco mais de 20 patacas, e têm 48 horas para vê-lo. Enquanto assistem ao filme, os utilizadores/espectadores podem levar estes dois conceitos à letra, fazendo comentário, alterações no status ou utilizando outras funcionalidades da rede social. Segundo o site da revista “The Hollywood Reporter”, a Warner Bros afirma ser o primeiro estúdio de Hollywood a disponibilizar um serviço deste género na rede social, assegurando que, se a experiência for bem sucedida, nos próximos meses serão colocados mais filmes online. Com mais de 500 milhões de utilizadores activos, segundo a página do Facebook, esta poderá ser uma forma de os estúdios e distribuidoras contornarem os efeitos da crise e da pirataria, criando também uma nova fonte de receita para a rede social. “O Facebook tornou-se um destino diário para milhões de pessoas”, disse Thomas Gewecke, presidente da Warner Bros. Digital Distribution, citado pelo site da “The Hollywood Reporter”, “disponibilizar os nossos filmes no Facebook é uma extensão natural dos nossos esforços na distribuição digital. Isto oferece aos consumidores uma forma simples e conveniente de assistirem e desfrutarem dos nossos filmes através da maior rede social do mundo.”
“Associação Macaense de Socorro a Casados”). Após a ocupação japonesa, em 1937, os Castro pub
refugiaram-se em Hong Kong, que anos depois cairia também sob o domínio nipónico. “O meu pai ofereceu-se como voluntário. Foi preso, mas, como tinha nacionalidade portuguesa e Portugal era neutral, os japoneses libertaram-no”, conta Brian Castro. Professor de escrita criativa na Universidade de Adelaide, Brian Castro esteve na semana passada em Pequim, integrado numa delegação de escritores australianos. Em entrevista à agência Lusa, Brian Castro disse que o pai “era muito pro-português” e transmitiu-lhe “uma visão mítica” de Portugal: “Para mim, Portugal era como um sonho”.
Ele próprio só conheceu Portugal na Primavera de 1999, numa curta viagem a Coimbra e Lisboa: “Chovia muito”, recorda. Brian Castro leu “Os Lusíadas”, claro, e da literatura portuguesa do século XX destaca “Livro do Desassossego”, de Fernando Pessoa, e “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, de José Saramago. O último dos nove títulos de ficção que publicou, “Bath Fugues”, tem um capítulo sobre Camilo Pessanha, poeta que Pessoa admirava e que acabaria por se radicar em Macau. “Sou australiano, tenho feições chinesas, mas sou também meio português (…) De facto, Sinto-me cada vez híbrido”, diz o escritor.
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Cantão acolheu jornada inaugural da Liga de Futebol Australiano
Marco Carvalho
A
desporto
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formação do Macau Lightning estreou-se nas andanças da Liga de Futebol Australiano do Sul da China com uma derrota, ao perder pelo parcial de 69 – 38 frente ao Guangzhou Scorpions, equipa que chamou a si o estatuto de anfitriã da jornada inaugural da competição. Virtualmente desconhecido fora das fronteiras da Austrália, o futebol australiano é um dos desportos mais populares da ilha-continente e uma das modalidades colectivas mais sui generis do planeta. Aparentado ao raguêbi, mas disputado num campo com a forma e a dimensão dos relvados de críquete, o futebol australiano entrou em Macau pela mão da enorme comunidade expatriada que se radicou na RAEM ao longo dos últimos anos. No início de 2009, Troy Harris levou a paixão pela modalidade um passo mais além, instituindo a primeira e até agora única equipa de “footy” do território.
Macau Lightning perde na estreia O conjunto capitaneado por Troy Harris disputou em Agosto último os seus primeiros encontros oficiais, perdendo em Hong Kong frente às formações do Hong Kong Dragons e do Pokfulam Vikings, mas o desaire não roubou entusiasmo aos atletas do Macau Lightning Australian Football Club. A formação do território uniu esforços com três outros emblemas – o Hong Kong Red, o Hong Kong Blue e a formação do Guangzhou Scorpions – para dar forma ao primeiro campeonato regular da modalidade alguma vez disputado na República Popular da China. Ao contrário do que sucede originalmente na Austrália (onde a prova é disputada por equipas de 18 elementos), a Liga de Futebol Australiano do Sul da China é disputada numa variante aligeirada da modalidade, com as quatro forma-
ções que disputam a competição a fazerem alinhar doze jogadores de campo por partida. Depois de quase meio ano de trabalho intenso de preparação, a prova passou finalmente do plano dos projectos ao das concretizações, com a vizinha cidade de Cantão a acolher a primeira das cinco rondas de desafios que compõem o calendário da competição. O grupo de trabalho do Macau Lightning rumou à capital da província de Guangdong com um total de 16 elementos, mas perante a única formação que dispõe de instalações adequadas à prática da modalidade (os Scorpions jogam no campo de críquete da Universidade de Ciência e Tecnologia de Cantão, um recinto construído de raiz para acolher a edição de 2010 dos Jogos Asiáticos), a formação capitaneada
por Troy Harris não conseguiu evitar a derrota, perdendo pelo parcial de 69-38. Até ao final de Junho, as quatro formações que disputam a South China Australian Football League vão-se voltar a encontrar por quatro ocasiões para decidir o nome do primeiro campeão de futebol australiano da China meridional. Os próximos embates estão agendados para meados do mês de Abril no relvado de críquete de Kai Tak, na vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong. Dos três territórios envolvidos na edição inaugural da South China League, apenas Macau não tem instalações e recintos desportivos adaptáveis à prática da modalidade, mas Troy Harris ainda não perdeu a esperança de poder receber a competição no território: “Estamos em conver-
sações com o Instituto do Desporto e as autoridades competentes para organizar uma das jornadas da Liga em Macau. Sabemos que não é fácil porque há muita procura, mas vamos fazer tudo o que está ao nosso alcance para que se jogue futebol australiano nos relvados de Macau”, assegura o capitão do Macau Lightening. Apesar de só no fim de semana passado se terem estreado no âmbito de uma prova regular, os jogadores do Macau Lightnening Australian Football Club têm vindo a treinar todas as semanas com afinco desde o final de 2009. Para além da equipa sénior propriamente dita, o emblema promove ainda estratégias de formação, direccionadas aos mais novos, com o intuito de atrair novos praticantes para a modalidade.
Sérgio Fonseca info@hojemacau.com.mo
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Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo, mais conhecido pela sua sigla inglesa WTCC, arranca no próximo fim-de-semana no Autódromo de Pinhais, em Curitiba, sul do Brasil. De Março a Novembro, o campeonato de carros de turismo percorre 12 diferente circuitos, passando por Portugal, por Guangdong e terminando, como é da praxe, nas ruas de Macau. A BMW retirou-se no final do ano de 2010, levando consigo os populares Andy Priaulx e Augusto Farfus consigo, passando à Chevrolet o estatuto de equipa favorita e deixando o campeonato promovido pelo canal televisivo pan-europeu Eurosport em maus lençóis. AVolvo, agora propriedade do construtor automóvel chinês Geely, embarca numa aventura a tempo inteiro no WTCC este ano, vinte cinco anos desde o último troféu europeu alcançado nas pistas, mas com apenas um carro, não fazendo com isso esquecer o peso que tinha a marca da Baviera. A SEAT, que abandonou
WTCC | Campeonato arranca no Brasil
Motores a aquecer o campeonato no final de 2009, deixa na SUNRED Engineering a sua representação, enquanto a presença da BMW fica limitada às suas equipas clientes: ROAL, Engstler, Wiechers Sport e Proteam. Entradas e saídas à parte, a maior novidade da temporada é introdução dos
motores 1.6 litros turbo, um velho desejo da FIA para os ralis e velocidade. A Chevrolet e a BMW seguem na dianteira, tendo testando afincadamente as suas unidades durante o Inverno. A SEAT começará a época com os “velhinhos” TDI, esperando introduzir o
seu 1.6 litros turbo herdado da “prima” Skoda antes do Verão, enquanto a Volvo só a meio da temporada acredita utilizar a sua nova motorização. A representação lusófona está confinada à participação do piloto luso Tiago Monteiro, que volta a defender
as cores da SEAT, depois do quinto lugar conquistado o ano transacto, e às esporádicas aparições do brasileiro “Cácá” Bueno, num quarto Chevrolet Cruze oficial pintado de laranja. Melhores equipados, os pilotos Chevrolet, Yvan Muller, Rob Huff e Alain Menu, deverão guerrear entre eles pelo título, com o veterano Gabrieli Tarquini, o próprio Monteiro e Tom Coronel, que este ano trocou o SEAT por um novo BMW 320TC
da equipa privada ROAL, a jogarem na expectativa. Macau, ao contrario da vizinha Hong Kong que este ano terá dois pilotos à partida, Darryl O’Young e Marchy Lee, não tem nenhum piloto inscrito no campeonato, apesar de ser previsível que André Couto e Henry Ho, que comprou o BMW 320si da equipa portuguesa Sports & You, se associem à caravana mundialista na ronda final na RAEM. Em termos de calendário, destaca-se o regresso do acarinhado Circuito da Boavista em Portugal, a troca de Okayama por Suzuka no Japão, de Brands Hatch por Donington Park em Inglaterra, e a integração do Circuito Internacional de Guangdong, em vésperas de Grande Prémio de Macau. O 58.º Grande Prémio de Macau terá lugar este ano nos dias 17 a 20 de Novembro de 2011, com treinos e provas qualificativos a realizar nos dias 17 e 18 (quinta-feira e sexta-feira), e as provas de corridas a realizar nos dias 19 e 20 (sábado e domingo). A provas poderão ser acompanhadas em directo, por satélite, na Eurosport Asia.
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[ ] Cinema
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Sala 2
Black Swan [c]
Preço: Mop50.00 Um filme de: Darren Aronofsky Com: Natalie Portman, Vincent Cassel, Winona Ryder 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 3
Sala 1
World Invasion [b]
Preço: Mop50.00 Um filme de: Jonathan Liebesman Com: aaron Eckhart, Michelle Rodriguez, Ramon Rodriguez 14.30, 16.30, 19.30, 21.30
i am number four [b] Preço: Mop50.00 Um filme de: D.J. Caruso Com: Alex Pettyfer, Timothy Olyphant 14.30, 16.30, 19.30, 21.30
VERTICAIS: 1-Relativo ao istmo de Corinto. Companhia, comunidade. 2-Que tem orelhas grandes. Período de maior intensidade numa doença. 3-Que não cumpre os seus deveres. Alem, em latim. 4-Fressura dos animais. Euro. 5-Arrabil. Símbolo químico do astato. 6-Espécie de macaco americano. Você. 7-Elemento de origem latina que significa três. Caixa de madeira, revestida do coiro, lona, etc. 8-Dandão. Prefixo grego que significa ar. 9-Circuito fechado. Qualidade do que é agro. 10-Piolho. Víscera dupla, que é o órgão secretor da urina. Prep. de + adv. aí. 11-Acto ou efeito de elidir. Cão pequeno e vulgar.
Soluções do problema HORIZONTIAS: 1-IAMBES. DOGE. 2-SUAO. ETANAL. 3-TRUFEIRO. UI. 4- MI. ERMIDA. S. 5-ITU. BISAGRA. 6-COLEAR. ORIO. 7-O. TUBIM. UM. 8-ARRO. AAR. G. 9-ACAI. OLEADO. 10-AM. NACAR. AZ. 11-ZELOTE. OZIO. VERTICAIS: 1-ISTMICO. AAZ. 2-AURITO. ACME. 3-MAU. ULTRA. L. 4-BOFE. EURINO. 5-E. ERBABO. AT. 6-SEIMIRI. OCE. 7-TRIS. MALA. 8-DAODAO. AERO. 9-ON. AGRURA. Z. 10-GAU. RIM. DAI- 11-ELISAO. GOZO.
REGRAS |
Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição solução do problema do dia anterior
Su doku [ ] Cruzadas
HORIZONTAIS: 1- Antigo povo da Malásia. Magistrado superior nas repúblicas de Veneza e Génova. 2-Vento do sul/sueste. Aldeído acético. 3-Aquele que se acupa em apanhar trufas. Designativa de surpresa, admiração, repugnância ou dor. 4-Nome da letra que no alfabeto grego corresponde ao nosso m. Capela, igreja pequena, fora do povoado. 5-Pau-ferro. Leme. 6-Andar, fazendo ziguezague. Planta indiana, painço. 7-Tubi. O primeiro dos números. 8-Lama. Rio europeu. 9-Pedra-ume. Pano impermeável. 10-Símbolo químico de amerício. Cor de carmim. Esquadrão. 11-Que finge ter zelos. Género de crustáceos decápodes.
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Informação Macau Cable TV
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opinião ca d er n o d i á r i o Pedro Correia
SEGUNDA, 7 Numa altura em que os
mercenários de Kadhafi não hesitam em disparar na desesperada defesa do tirano à beira da derrocada, ninguém sai em defesa do coronel que há quase 42 anos oprime os líbios. Ninguém? Ninguém não: numa irredutível ilha comunista, com uma ditadura dez anos mais velha do que a de Kadhafi, chega uma voz solitária e solidária: a de Fidel Castro. Pondo-se ao lado do tirano e contra o povo que reivindica a sua queda. “Podemos concordar ou não com Kadhafi. O mundo tem vindo a ser invadido por todo o género de notícias, especialmente através dos grandes meios de informação. Teremos de esperar o tempo necessário para perceber precisamente o que é verdade e o que é mentira no meio deste caos noticioso a propósito da Líbia. O que é absolutamente evidente para mim é que o Governo dos Estados Unidos não tem a menor preocupação a respeito da paz na Líbia e não hesitará em dar à NATO ordem para invadir aquele país tão rico, possivelmente numa questão de horas ou de poucos dias. Aqueles que, com intenções pérfidas, inventaram que Kadhafi teria partido para a Venezuela, receberam uma resposta adequada de Nicolás Maduro, o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, que disse textualmente competir ao povo líbio exercer a sua soberania para encontrar uma solução pacífica para superar as dificuldades actuais que preservem a integridade do povo líbio e da nação líbia, sem interferência do imperialismo. Pela minha parte, não consigo imaginar o líder líbio a abandonar o país, evitando assumir as responsabilidades que lhe foram atribuídas.” São “reflexões, publicadas no jornal comunista Gramna, do ex-ditador cubano, preocupado com o destino do amigo Kadhafi mas aparentemente indiferente ao banho de
ca r t o o n por Steff
o que a grande maioria dos portugueses pensa. Um discurso que pode ser sintetizado nesta frase emblemática: “Há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadãos.” Uma frase dirigida ao Governo de José Sócrates, como farpa. Uma frase que o País entende. E aplaude.
sangue que está a ocorrer na Líbia. Tão indiferente como quando incentivou Krutchov a usar a bomba atómica contra os Estados Unidos em 1962, mesmo que isso implicasse riscar Cuba do mapa. Mais que nunca, o ainda primeirosecretário do Partido Comunista de Cuba me faz lembrar o porco Napoleão descrito magistralmente por Orwell na sua novela Animal Farm.
TERÇA, 8 Continua a fascinar-me esta eterna tendência de tantos colunistas da imprensa portuguesa de lançarem anátemas sobre as mudanças em curso no mundo. Ainda agora se viu, nestes dias, a propósito das revoltas populares que derrubaram as decrépitas ditaduras da Tunísia e do Egipto: de súbito, descobrimos que em Portugal era imensa a legião de fãs de Mubarak e Ben Ali - a tal ponto foram derramadas lágrimas de pesar pelo fim dessas tiranias nas colunas dos nossos jornais. Profissionais do pessimismo, daqueles que se gabam de em mil novecentos-e-troca-o-passo terem vaticinado que tudo daria para o torto, desataram a garantir que o fim das ditaduras árabes marcará o início de um ciclo de terríveis cavalgadas do islamismo mais fanático, capaz de perturbar o nosso doce modo de vida e de impor à bomba as suas crenças. A democracia é incompatível com o mundo islâmico, asseguram. Esquecendo, muitos deles, que aplaudiram a invasão norteamericana do Iraque em 2002 precisamente em nome dos valores democráticos. Curiosa concepção de democracia, que só vale se for imposta à bala... Penso nisto enquanto leio no El País uma entrevista com Jean Daniel, ex-director do L’ Express e do Nouvel Observateur, um dos mais prestigiados jornalistas europeus
tsunami no japão
Tanto barulho para nada. Andam os espíritos muito alvoroçados porque um simpático duo intitulado Os Homens da Luta, composto pelos irmãos Jel e Falâncio, venceu o Festival RTP da Canção com um tema “revolucionário”. Que horror. As tias “socialistas” tremem de indignação: que mau aspecto, que falta de chá, a imagem portuguesa ficará manchada por estes nossos representantes no certame da Eurovisão, a realizar em Dusselforf – testemunha privilegiada de tantos acontecimentos históricos, desde a II Guerra Mundial. Aos 90 anos, mantém um olhar de esperança perante a vertiginosa sucessão de factos que são notícia dos telejornais de hoje e têm já garantido um lugar na História. “Maravilha-me ter vivido o suficiente para ver um negro chegar à Casa Branca, ou os tunisinos e os egípcios revoltando-se contra os respectivos ditadores. A importância destas rebeliões não está no que possa suceder, mas no simples facto de terem ocorrido”, sublinha este decano do jornalismo que há muito aprendi a admirar. Se Jean Daniel fosse português, faria um discurso carregado de nuvens negras e maus presságios: por cá, ninguém consegue congregar tão vasto auditório como os profetas da desgraça. Mesmo quando não têm razão nenhuma, o que aliás sucede quase sempre.
QUARTA, 9 Tomada de posse de Cavaco Silva no segundo mandato como Presidente da República. No discurso que proferiu hoje na Assembleia da República, por uma vez, o Chefe do Estado falou sem sombra de ambiguidade, expressando em voz alta
QUINTA, 10 Tanto barulho para nada. Andam os espíritos muito alvoroçados porque um simpático duo intitulado Os Homens da Luta, composto pelos irmãos Jel e Falâncio, venceu o Festival RTP da Canção com um tema “revolucionário”. Que horror. As tias “socialistas” tremem de indignação: que mau aspecto, que falta de chá, a imagem portuguesa ficará manchada por estes nossos representantes no certame da Eurovisão, a realizar em Dusselforf. A começar pelo nome da cançoneta que se atreveram a levar ao palco do Teatro Camões, em Lisboa: A Luta é Alegria. Nada disto faz sentido. O Festival RTP permanecia moribundo há pelo menos 15 anos. Jel e Falâncio acabam de recuperá-lo do estado comatoso em que se encontrava: de repente quase não se fala de outra coisa em Portugal. A RTP vive, graças a eles, um inesperado (e talvez indesejado) momento de glória como só tinha ultimamente por ocasião de uma ocasional partida de futebol. Além disso, os Homens da Luta não nasceram ontem: têm muita estrada percorrida. Começaram há anos com um programa intitulado Vai Tudo Abaixo, na SIC Radical, que era uma corrosiva diatribe aos hábitos e costumes portugueses, sem poupar nada nem ninguém. Munidos de uma viola e de um megafone, irrompiam em comícios, manifestações, celebrações laicas e religiosas, e até em posses de governos, como herdeiros improvisados das sátiras vicentinas à dimensão dos tempos actuais. Não se especializaram no humor politicamente correcto, liofilizado e engomadinho de outros: eles adoram mesmo disparar em todas as direcções. Por isso a rábula que levaram ao palco do festival visa caricaturar, em primeira linha, certos baladeiros pós-25 de Abril, com a sua música pseudo-revolucionária misturando estribilhos com batida folclórica, e em segunda linha funciona como uma farpa afiada aos actuais detentores do poder político, autênticos vendedores de ilusões. Se Portugal fizer má figura na Alemanha, nos tempos mais próximos, certamente não será por culpa dos Homens da Luta. Segundo as mais recentes sondagens, 60 por cento dos contribuintes alemães – muitos dos quais irão a votos este ano, em sucessivas eleições estaduais – recusam continuar a financiar a dívida pública de países como Portugal com os seus impostos. A luta continua. Mas a nossa velha lata de persistir em viver de dádivas alheias, muito acima das nossas possibilidades e sem olhar a consequências, parece ter os dias contados. Ainda bem.
Ora em Macau parece que se passa em cortar casaca.
todo o tempo
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Padre Manuel teixeira [1912-2003]
à f l or d a p el e Helder Fernando
Terão acordado? I Já muitos acreditam que esta é a hora de mudanças. Mudanças estruturais, de pensamento, de concepção, de atitudes. Quem imagina ignorar o sopro imenso da mudança que alastra por continentes, países e regiões, é provável que cometa um erro de análise e vá ter de esconder as mãos atrás das costas com medo da palmatória. Os desejos de mudanças foram nascendo com todas as cores, vindas de protestos silenciosos por cortesia, receio ou timidez, e de revolta abafadas pela força dos efemeramente mais fortes. O Norte de África ou o Golfo Pérsico são um exemplo, mas não são únicos. Em muitas cidades da Europa reivindica-se nas ruas. Cada vez mais os velhos regimes, gastos, viciados e cheios de obscuros compromissos entre eles, têm os dias contados. Por mais efeitos especiais que produzam, por mais fatiazinhas de bolo que ofereçam, os velhos de todos os Restelos deste mundo estão a cair. Não será pela força de qualquer destino, será pela força da razão. Essa razão, não só rejeitará quaisquer fundamentalismos - de estado, de partidos ou de religiões - como, se preciso for, lutará contra eles. Mostram-se claramente degradadas muitas estruturas medíocres e presunçosas dos poderes. Umas, disfarçam mala pouca ou nenhuma credibilidade; outras, já completamente senis e abrutalhadas, fomentam guerras civis com intenção cobarde de sobreviverem. Perante o quadro caótico dessas governanças ruinosas e a ruir, gargarejam políticos com discursos incultos e patéticos, incapazes (sem capangas à ilharga) de olhar
as pessoas de frente. O cidadão irrita-se, sente-se prejudicado e acossado, procura a união que faz a força dos ventos que provocarão as mudanças. Quando não há sensibilidade política para as questões do pensamento, da cultura, do verdadeiro diálogo, o vácuo pode anteceder o caos. Estão muito longe os tempos das “Cem escolas de pensamento” de onde os sinólogos afirmam ter vindo a nata de filósofos chineses a partir do século VI (a.C.), quando se iniciou a Dinastia Zhou. Até chegar a célebre Dinastia Qin (III a.C.), alegadamente destruidora de muito o que tinha sido a documentação filosófica (tida como subversiva). Felizmente chegariam (por 4 séculos, dois antes e dois depois de Cristo) os Han, Dinastia de sábios e muitos intelectuais que, com esforço, recuperaram grande parte do material criminosamente conspurcado por gentinha de muito má espécie - que sempre existiu em todos os tempos. II Em Portugal, andam alguns admirados e até fazem rugas na cara por causa dos nomes que chamam às jovens gerações mais recentes, ou que elas próprias se intitulam: “geração rasca”, “geração do não pago”, “geração à rasca”, “geração parva”. Quando jovem, entre outras com outros nomes, também fiz parte da “geração ié-ié”; não sei se “ié-ié” será um nome mais bonito. Como houve a “geração hippie”, ou “beat”, dos chamados “beatnicks”, o tempo do “flower power”, do “black power”, da “guerra colonial”, da “guerra no Vietname”, da “música de
Em Portugal, andam alguns admirados e até fazem rugas na cara por causa dos nomes que chamam às jovens gerações mais recentes, ou que elas próprias se intitulam: “geração rasca”, “geração do não pago”, “geração à rasca”, “geração parva”. Quando jovem, entre outras com outros nomes, também fiz parte da “geração ié-ié”; não sei se “ié-ié” será um nome mais bonito intervenção”, tudo isto considerado pejorativamente pelas classes médias dominantes que batiam a bola baixo com medo de baixar ainda mais a vidinha. Até chegarem, depois do “Woodstock” em 69 e da “geração psicadélica” dos 70, os anos 80 com a resposta bem penteada dos jovens de aparente sucesso, os “yuppies”. Daí até aos dias de hoje, foi o agigantar dos altos financeiros que realmente tomaram contam do mundo e o desgovernam sem necessitarem de ir a votos. Entretanto, nomes de poetas e prosadores, músicos e cantores, intervinham quando podiam e como podiam. Em todas as latitudes, em muitas línguas e em português também: Egito Gonçalves, Manuel Alegre, Sophia de Melo Bryner Fernando Assis Pacheco, António Gedeão, José Afonso, Sérgio Godinho, José Carlos Ary dos Santos, Joaquim Pessoa, José Jorge Letria, Fernando Tordo,
José Craveirinha, Luis Bernardo Honwana, Lourenço de Carvalho, Jofre Rocha, Corsino Fortes, Oswaldo Osório, Gabriel Mariano, Manuel Ferreira, Vasco Cabral, Amilcar Cabral, António Baticã Ferreira, Manuela Margarido, Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Geraldo Vandré, Ruben Fonseca e tantos, tantos outros activistas nesta nossa língua comum, para quem as palavras e a música foram, são e serão armas. III A 12 de Março, por muitas cidades portuguesas, muitos milhares mostraram a sua tomada de consciência. Indignação ou resignação? Escolheram a primeira. Gente das palavras e da música lá estavam, pacificamente, como Pedro Barroso, Fernando Tordo, Vitorino, Rui Veloso, Blasted Mechanism ou os Homens da Luta. E levaram cartazes, muitos deles pintados ali mesmo, que diziam, por exemplo: “Se governar é pedir emprestado e cobrar impostos, eu também sei governar”, “Taxem transações financeiras”, “Por todas as gerações”, “O povo não tem leite e o Estado é quem mais ordenha”, “Políticos sirvam, não se sirvam”, “Sócrates, os burros não somos nós, são vocês que precisam do nosso voto”, “Sorria, está a ser roubado”, “Não nos mandem emigrar, o país também é nosso”, “Polícia sem viaturas, ministros com carros topo de gama”, “Sócrates a recibos verdes”, “São manhosos”, “Precariedade não escolhe idade”, “Ordenado mínimo para os políticos, já”, “Sócrates, mete a austeridade no teu pacote”. Não somente a liberdade, a consciência cívica também passou por ali, naquele acordar de esperança.
Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Filipa Queiroz; Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Kahon Chan; Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; João Miguel Barros, Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Luís Sá Cunha, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Av. Dr. Rodrigo Rodrigues nº 600 E, Centro Comercial First Nacional, 14º andar, Sala 1407 – Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo
Julião, vem aí a Semana Verde.
Boa, assim já vou ter mais espaços para...
...
acasalar
!!! Inglaterra Príncipe Carlos em Portugal O príncipe Carlos de Inglaterra e a duquesa da Cornualha realizam uma visita oficial a Portugal entre 28 e 30 de Março, com passagem por Lisboa, Évora, Odemira e Sintra. De acordo com uma nota da Presidência da República, logo no primeiro dia da visita oficial, o príncipe de Gales será recebido no Palácio de Belém pelo chefe de Estado português, Aníbal Cavaco Silva. Ainda no dia 28, o príncipe de Gales irá efectuar uma visita à Escola Naval e ao Navio-Escola Sagres. Bruxelas Reunião urgente A União Europeia (UE) vai rever esta hoje a situação da segurança nas centrais nucleares europeias por causa das explosões nas unidades japonesas, após o terramoto da sexta-feira, confirmaram fontes do bloco. Os ministros do Ambiente da UE manterão um debate informal sobre a questão que será estudada com mais detalhe na terça-feira num encontro convocado pelo comissário europeu de Energia, Günther Oettinger. “A reunião terá um carácter preventivo”, disse a porta-voz de Energia da UE, Marlene Holzner, segundo a qual o principal objectivo neste momento é coordenar medidas e rever a legislação em matéria de segurança dos Estadosmembros.
Brasil Lula recebe grau de doutor O ex-presidente do Brasil Lula da Silva vai ser distinguido pela Universidade de Coimbra (UC), no dia 30, com o grau de doutor “honoris causa”. Lula da Silva é uma figura de dimensão internacional que fez imenso pela projecção do Brasil e também pela projecção da língua e da cultura portuguesa”, declarou a vice-reitora da UC Helena Freitas, que detém o pelouro das Relações Institucionais. Para Helena Freitas, “é absolutamente extraordinário” o facto de o ex-presidente do Brasil ter aceite esta distinção académica, proposta pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC).
Wen Jiabao avança com ideias democráticas
“O coração do povo é a vida do país” Joana Freitas*
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en Jiabao voltou a referir a necessidade da China realizar uma reforma política. O primeiro-ministro chinês considera que os resultados económicos dos últimos 30 anos, e que recentemente colocaram a China no número dois das economias mundiais, “podiam ser perdidos” se não fossem elaboradas alterações institucionais. “Sem a reestruturação política, a reestruturação económica não terá sucesso e as conquistas que fizemos na reestruturação económica podem ser perdidas.” Apesar de não ter especificado quais as exactas reformas necessárias, Wen Jiabao salientou que estas teriam de ser feitas gradual e “ordeiramente”, além de que “liderado” pelo Partido Comunista. Wen Jiabao, defendeu ainda a criação de condições para o povo criticar e supervisionar o Governo. “O coração do povo é a vida de um país. Se nós queremos atender às queixas do povo e satisfazer os seus desejos, temos de criar as condições para ele criticar e supervisionar o Governo”, disse o primeiro-ministro. O responsável afirmou ainda
que a corrupção é “o maior perigo” que o país enfrenta. “Para eliminar a fonte que alimenta a corrupção temos de proceder a reformas institucionais”, acrescentou. No relatório do Governo que foi aprovado ontem, o primeiro-ministro chinês prometeu responder “rapidamente” às queixas da população, nomeadamente acerca da corrupção e da persistente inflação, e anunciou um modelo de crescimento mais centrado no aumento consumo interno. Wen Jiabao reconheceu que o desenvolvimento do país é “desequilibrado” e que o governo “não resolveu um certo número de questões que as massas populares muito ressentem”. Entre as “questões” e “problemas” que prometeu “resolver mais rapidamente”, Wen Jiabao mencionou os “aumentos exorbitantes de preços” da habitação, a “ilegal expropriação de terras” e a “vertiginosa corrupção em algumas áreas”. Mas Wen Jiabao vai ainda mais longe. Segundo a BBC, o responsável acenou ainda com a possibilidade de que eleições directas poderiam ser prorrogadas para além do sistema normal da China, que permite que as pessoas votem apenas nos líderes dos locais onde vivem. Para o primeiro-ministro chinês “a reforma é um tema eterno
da História” e “nada permanece imutável”. Wen Jiabao termina em 2013 o seu segundo e último mandato e definiu a equidade e a justiça como “os traços principais do socialismo” e “os fundamentos da estabilidade social”. “Temos de promover a justiça na distribuição dos rendimentos e diminuir o crescente fosso social (…) Para todas pessoas beneficiarem dos frutos da Reforma e Abertura, temos de prosseguir a reestruturação económica e politica”, afirmou. As declarações foram feitas numa conferência de imprensa realizada no grande Palácio do Povo, em Pequim, e transmitida em directo pela televisão, após a sessão anual da Assembleia Popular Nacional da China. No entanto, os seus comentários parecem colocá-lo mal visto perante os colegas mais conservadores, que interrogam a necessidade de haver mais democracia. A semana passada, Wu Bangguo, outro líder, descartou a possibilidade de importantes mudanças políticas, salientando num discurso na Assembleia “que as realizações económicas das últimas décadas se podem perder se houver muitas alterações ao sistema”, pensamento contrário ao do primeiro-ministro. - * com agências
terça-feira 15.3.2011 www.hojemacau.com.mo
Angola Mortos durante abertura de igreja Duas pessoas morreram esmagadas pela multidão que no domingo participou na inauguração do novo templo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Maputo. A polícia confirmou que as baixas se deram “por asfixia”. As autoridades indicaram ainda que três pessoas foram feridas pela multidão que no domingo participou na inauguração do novo templo O novo templo, o maior da IURD em África, tem capacidade para 3000 pessoas mas, segundo o diário de Maputo, mais de 10 mil crentes ter-se-ão concentrado para ouvir o líder da igreja, o pastor brasileiro Edir Macedo.
Al-Qaeda Revista com dicas femininas A Al-Qaeda acaba de lançar uma revista feminina destinada a dar conselhos de comportamento e beleza como a preparação dos filhos para a jihad (guerra santa) ou a importância de ficar em casa com o rosto tapado para manter a pele saudável. A ‘Al-Shamikha’ (título que quer dizer “mulher majestosa”) aconselha as mulheres solteiras a “casarem-se com muhajedines [combatentes]”. “O Islão precisa de mulheres que saibam a verdade sobre a sua religião, a batalha em curso e aquilo que se espera delas”, lê-se noutro artigo da revista, que tem na capa uma metralhadora e a imagem de uma mulher coberta por uma burqa. Europa Ninguém confia nos governos Os habitantes de cinco dos países mais populosos da União Europeia (UE) não confiam nos seus governos nem nos partidos da oposição. Os europeus desconfiam da capacidade dos políticos resolverem os problemas que afectam cada uma das nações e, principalmente, com da sua honestidade. Um inquérito realizado no Reino Unido, França, Alemanha, Polónia e Espanha, para o The Guardian, revela que apenas 14% dos inquiridos tem “alguma expectativa” de que os seus governos conseguirão melhorar a situação económica nestes países - a Alemanha vive o seu melhor período desde a reunificação, mas o Reino Unido enfrenta fortes medidas de contenção orçamental por parte do novo governo e a Espanha enfrenta níveis recorde de desemprego.