DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
TERÇA-FEIRA 15 DE SETEMBRO DE 2020 • ANO XX • Nº 4612
PRESENT FUTURE FESTIVAL
MOP$10
hojemacau
CAFÉ COM FILMES EVENTOS
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Vai sem medo As autoridades garantem que a entrada de estrangeiros para o Grande Prémio de Macau não representa um risco significativo para a saúde, face às medidas de prevenção em vigor, e confiam que a prova possa dar um forte contributo
à recuperação do turismo na RAEM. Também para a celebração do Dia Nacional, a 1 de Outubro, tudo está a ser preparado de modo a que a cerimónia decorra dentro das regras de segurança sanitária e se minimizem os riscos.
FORÇAS POLICIAIS
NOVOS DESAFIOS GRANDE PLANO
VIDEOVIGILÂNCIA
OS OLHOS DA CARA PÁGINA 6
EPM
UMA TAXA INDIGESTA PÁGINA 9
PUB
PÁGINA 7
2 grande plano
15.9.2020 terça-feira
A
população de Macau confia hoje muito mais nas forças de segurança do que o período antes de 1999, mas isso não quer dizer que não haja críticas em relação à actuação da polícia. Em “Policing in the Macau Special Administrative Region. Issues and challenges” [Policiamento na Região Administrativa Especial de Macau. Questões e desafios], capítulo do livro “Macau 20 Years after the Handover - Changes and Challenges under ‘One Country, Two Systems’”, publicado recentemente, os académicos Agnes Lam e Lawrence Ho analisam a relação entre a sociedade de Macau e as forças policiais, antes e depois da transição. Ao HM, Agnes Lam assegura que existe hoje mais confiança no trabalho da polícia, embora existam aspectos a melhorar. “A polícia tem de conhecer melhor as emoções do público”, disse, referindo-se aos episódios ocorridos a 4 de Junho deste ano, dia em que se assinalou o massacre de Tiananmen no Largo do Senado, ou
às detenções feitas a quem mostrou solidariedade para com os manifestantes de Hong Kong. “Surgiram críticas que apontaram que a polícia exagerou nestas duas situações, porque não havia muitas pessoas nas ruas e havia, pelo contrário, muitos agentes. As pessoas estão mais emotivas e a forma como a polícia lida com estes casos é exagerada. A ordem pública não foi posta em causa.” A deputada, assegura que, em pleno século XXI, as redes sociais alteraram a forma como se faz política. “A polícia tem de saber como reagir em determinadas circunstâncias, pois não estão a lidar com criminosos. São apenas pessoas activas politicamente ou que se sentem emocionalmente afectadas por essas questões. A forma como a polícia lida com estas pessoas deveria ser diferente”, acrescentou.
A ERA DOS PROTESTOS
Se o tempo da Administração portuguesa era marcado pela insegurança e por rumores de ligações próximas
HOJE MACAU
Agnes Lam e Lawrence Ho defendem que hoje há mais confiança na capacidade das forças policiais em comparação com o período da Administração portuguesa. No livro “Macau 20 Years after the Handover - Changes and Challenges under ‘One Country, Two Systems’”, os académicos escreveram um capítulo sobre os desafios que as manifestações trouxeram às autoridades. Agnes Lam defende que a polícia tem de aprender a lidar com as “emoções” da população em casos políticos
POLÍCIA
TEORIA DA
AGNES LAM DEFENDE MUDANÇA DE ACTUAÇÃO EM CASOS POLÍTICOS
“Nem a
entre as forças de segurança e o crime organizado, o panorama alterou-se por completo a partir do primeiro mandato de Edmund Ho, na era RAEM. Os protestos começaram a surgir em força e isso obrigou as forças policiais a mudar de postura. “Um dos desafios é o facto de termos mais questões sociais e mais mani-
festações”, explicou Agnes Lam ao HM. “Olhando para as experiências do passado, acreditamos que a polícia de Macau não estava habituada a esses protestos de massas e tiveram de aprender a lidar com isso. Foi necessária mais formação e compreensão para o assunto. Habitualmente, as autoridades lidavam mais com
questões não relacionadas com política, como roubos ou tráfico de droga.” De um período de pouca ou nenhuma crítica da sociedade em relação aos seus governantes (à excepção do motim 1,2,3, em 1966), Macau passou a ter uma sociedade mais activa politicamente. O capítulo escrito por Agnes Lam e Lawrence Ho faz refe-
rência ao maior protesto que a RAEM alguma vez conheceu, e que decorreu em 2014, um protesto contra o regime de garantias dos titulares dos principais cargos públicos, que acabou por cair. É também recordada a manifestação do dia 1 de Maio de 2007, quando a polícia disparou tiros para o ar e usou gás pimenta
grande plano 3
terça-feira 15.9.2020
EVOLUCAO ` ˜
As redes sociais assumem aqui um papel importante, tendo-se transformado “numa plataforma que converge uma série de críticas públicas sobre as autoridades policiais, dada a ausência de mecanismos institucionalizados e autónomos e de meios de comunicação social agressivos”. Neste momento, os dois autores estão a rever a publicação a fim de inserirem a análise sobre a actuação da polícia nos protestos ocorridos em Hong Kong. Trata-se de um trabalho que só estará concluído no final deste ano, pelo que Agnes Lam não quer fazer comentários. No entanto, a deputada e académica acredita que, ao contrário de Macau, a confiança da população de Hong Kong nas forças policiais tem diminuído. “A polícia de Hong Kong costumava ter uma boa imagem e a população considerava-a eficiente. Mas isso era quando os agentes policiais apenas lidavam com criminosos. Quando a polícia teve de lidar com questões relacionadas com a ordem social ou manifestações, viram-se forçados a ajustar o modo de actuação que era usado com criminosos. O que está em causa são cidadãos que lutam pelos seus direitos, não são criminosos. É necessária maior competência e novas formas de actuação.”
UM “MAU PANORAMA”
Administração portuguesa nem as autoridades policiais fizeram reformas para modernizar e profissionalizar a polícia, até ao momento em que a bandeira portuguesa desceu, em 1999”
para dispersar a multidão. Este episódio “revelou que a ordem de base da polícia tinha ainda de se desenvolver”, uma vez que “não havia ordens claramente escritas para os agentes policiais da linha da frente assegurarem a ordem de multidões”. Além disso, os autores consideram que “o incidente do disparo também indicou
uma fraqueza sistemática da polícia de Macau relativamente a uma estrutura de segurança interna, que não estava devidamente institucionalizada”. Apesar destes episódios políticos, o desenvolvimento económico, conseguido com a liberalização do jogo, o aumento de investimento estrangeiro e do fluxo de
turistas, também obrigaram as forças policiais a repensarem formas de actuação. Agnes Lam e Lawrence Ho concluem que, numa altura em que a RAEM celebra 21 anos de existência, existe “um ambiente totalmente novo e complicado para as autoridades policiais, totalmente diferente do contexto simples, administrativo e
segregado da polícia em comunidade [do período antes de 1999]”. Destaca-se “a procura crescente da população por um maior profissionalismo das forças policiais e não se pede apenas o cumprimento da lei e da ordem, mas uma parceria de maior confiança e responsabilidade por parte da polícia”.
O trabalho académico dá conta que, nos primeiros anos da RAEM, “as demonstrações públicas ocasionais raramente atraíam mais do que centenas de participantes e grupos políticos eram relativamente impopulares, apesar da presença de um movimento contra o poder político”. Olhando para o passado, Agnes Lam recorda o facto de, nos anos 90, existirem em Macau “muitos rumores de corrupção policial e que de as seitas estavam ligadas à polícia”. “O panorama de segurança em Macau era também muito mau, havia lutas entre seitas, tiroteios. As pessoas diziam que a polícia era incompetente para lidar com esta matéria, mas actualmente com a redução das taxas de criminalidade e com o aumento da satisfação, penso que a tendência geral é de melhoria das relações”, frisou ao HM. Além disso, o trabalho dos dois académicos refere falta de preparação das forças de segurança para a nova era que aí vinha. “Nem
“O panorama de segurança em Macau era também muito mau, havia lutas entre seitas, tiroteios. As pessoas diziam que a polícia era incompetente para lidar com esta matéria.” “A polícia tem de saber como reagir em determinadas circunstâncias, pois não estão a lidar com criminosos. São apenas pessoas activas politicamente ou que se sentem emocionalmente afectadas por essas questões.” AGNES LAM DEPUTADA
a Administração portuguesa nem as autoridades policiais fizeram grandes reformas para modernizar e profissionalizar a polícia, até ao momento em que a bandeira portuguesa desceu, em 1999. As críticas às autoridades portuguesas intensificaram-se nas preparações para as cerimónias da transferência de soberania durante os anos 90.” Além destes problemas, os dois autores frisam a “segregação entre a polícia e cidadãos”, porque “havia uma distância considerável entre os polícias, que não eram locais, a liderança militar e a comunidade local”. “O cepticismo público em relação ao profissionalismo, capacidade, corrupção e lealdade étnica por parte dos polícias portugueses levou a que a polícia falhasse na conquista da confiança da população”, concluem os autores. Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
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15.9.2020 terça-feira
Notificação n.° 032/DLA/DHAL/2020
(Aviso aos titulares dos estabelecimentos de comidas/bebidas sobre as decisões do cancelamento das licenças) Considerando que não se revela possível notificar os interessados, por ofício, telefone ou outra forma, sobre as decisões do cancelamento das suas licenças, nos termos dos artigos 10.° e 58.° do “Código do Procedimento Administrativo”, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro, notifico, pela presente, nos termos dos artigos 68.° e 72.° do mesmo Código, os titulares dos estabelecimentos de comidas/ bebidas abaixo indicados do conteúdo das respectivas decisões administrativas:
N.º 1
Nome do estabelecimento CAFE T.H.S. HONOLULU
2 SOO’S COZINHA
N.º da licença administrativa
Data do despacho
TRAVESSA DO THE HONO, CAFÉ ROQUETE, N.° 7A, R/C E E RESTAURANTE K/C, MACAU LIMITADA
75/2005
03/07/2020
AVENIDA DR. SUN YAT SEN, N.o 205, EDIF. RIYAI ASCOR., R/C, LOJA F, TAIPA
24/2007
03/07/2020
Endereço
RUA DE ÉVORA, N.° ESTABELECIMENTO 318, FA SENG LEI SENG, 3 DE BEBIDAS TOM N LEI FUNG, LEI HAU, LEI TOMS YENG, LEI MAU, R/C F, TAIPA 4 L’ OCCITANE CAFÉ
LARGO DO SENADO, N.° 29, R/C, 1.º E 2.º ANDAR, MACAU
ESTABELECIMENTO DE COMIDAS 5 ARUNA’S MAHARAJA INDIAN CURRY
AVENIDA DE MARCIANO BAPTISTA, N.º 92, EDF. HUNG ON, R/C E 1.º ANDAR, LOJA A, MACAU
ESTRADA MARGINAL ESTABELECIMENTO DA ILHA VERDE, DE COMIDAS LONG N.º 1106, COMPLEXO 6 MUN CHAN CHA RESIDENCAL SOI CHAN TAN CHEONG, R/C, LOJA E, MACAU
Titular
SOO, CHUN HUNG MARTIN
REX CATERING LIMITADA
L’OCCITANE (MACAU) LIMITADA RESTAURANTE LOTUS VIEW, LIMITADA
35/2016
32/1999
99/2008
03/07/2020
03/07/2020
03/07/2020
CHEANG KIT WENG
23/2010
318/1997
03/07/2020
ESTABELECIMENTO RUA NOVA DO 15 DE COMIDAS SAN COMÉRCIO, N.º 24, R/C, CHEONG FAI LOJA D, MACAU
NG KUAI SIM
29/1998
03/07/2020
ESTABELECIMENTO ESTRADA DO 16 DE COMIDAS LAU REPOUSO, N.º 37A, R/C, SAN KEI MACAU
LAU, SAN
137/1997
03/07/2020
RUA DE ROMA, N.os ESTABELECIMENTO 231,227,247,JARDIM 17 DE COMIDAS HANG KEI, R/C E S/L, GRANDE MAGNATA AA, AB, Z, MACAU
金輝投資有限公司
16/2014
03/07/2020
RUA QUATRO DO ESTABELECIMENTO BAIRRO DA AREIA DE SOPA DE FITAS PRETA, N.º 19, SAN 18 ZUK-SING DE SOENG MEI ON, R/C E S/L CB, BAN SIU CYU MACAU
NG KA HOU
30/2015
03/07/2020
ESTRADA DO ESTABELECIMENTO REPOUSO, N.º 114-A, DIC LEI COMIDAS E 19 DE COMIDAS THE CHEONG FAI KOK, R/C BEBIDAS LDA. HIVE A, MACAU
49/2016
03/07/2020
ESTRADA MARGINAL ESTABELECIMENTO DA ILHA VERDE, N.os 20 DE COMIDAS E CAFÉ 397 E 401, EDF. CHENG FRESCO CHOI FA UN, BLOCO I, R/C J E K, MACAU
CHAN MEI MEI
33/2010
03/07/2020
PUN, SAI HONG
112/2015
09/03/2020
RUA SUL DO PATANE, ESTABELECIMENTO N.º 137, VAN SION SON 22 DE COMIDAS PIN TAI CHUN, R/C CX E CY, WAN CHOI MACAU
HONG, WENG MAN
76/2013
09/03/2020
RUA CENTRAL DA ESTABELECIMENTO AREIA PRETA, N.os 6-20, DE COMIDAS SUI 23 LA BAIE DU NOBLE, SHA YA (TOP TAIPEI R/C, LOJAS L E M, 6) MACAU
LAM, CHOI KUAI
37/2007
09/03/2020
03/07/2020
AVENIDA DE ALMEIDA ESTABELECIMENTO RIBEIRO, N.º 60, R/C, 1.º 8 DE COMIDAS I SON ANDAR, 2.º ANDAR, 3.º ANDAR, MACAU
VASCO RESTAURANTE LIMITADA
46/2008
03/07/2020
AVENIDA DO DR. RODRIGO RODRIGUES, N.º 316 ESTABELECIMENTO E RUA DE XANGAI, 9 N.os 185-191,EDF. DE COMIDAS LOU SAI CHUN DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE MACAU, R/C E S/L, LOJAS C E D, MACAU
老四川有限公司
50/2006
RUA DE FRANCISCO ESTABELECIMENTO XAVIER PEREIRA, 10 DE COMIDAS KONG N.º133-C, HEONG LAM LOI FAT SUN CHUN, R/C D, MACAU
COME RICH RESTAURAÇÃO LDA.
68/2011
03/07/2020
ESTABELECIMENTO RUA ALEGRE, N.º 97, 11 DE COMIDAS ZAN R/C E 1.º ANDAR, LOJA KEI DE TAIWAN AL, MACAU
CHONG MEI LAN
46/2002
03/07/2020
萬俊良
120/2013
03/07/2020
ESTABELECIMENTO RUA DE GOA, N.º 9, 鴻鵠娛樂餐飲一人有 13 DE COMIDAS SAM PHOENIX GARDEN, R/C 限公司 CHON E 1.º ANDAR I, MACAU
RUA DE S. LOURENÇO, CAFÉ DO “PEQUENO N.º 6-H, KAM WAN, R/C GATO” E S/L C, MACAU
03/07/2020
36/2000
TRAVESSA DE S. DOMINGOS, N.º 14-D, EDF. POU POU ON, R/C E S/L B, MACAU
WONG CHEOK CHOU
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ESTABELECIMENTO AVENIDA DR. SUN YAT- ESTABELECIMENTO 7 DE COMIDAS GOLD SEN, N.º 1287, R/C E S/L, DE COMIDAS TAJ JAPANESE CUISINE LOJA K, MACAU MAHAL LIMITADA
ESTABELECIMENTO DE COMIDAS QUENTE E AZEDO 12 DE ALEGRIA CHONG QING QUEN FA LENDA
ESTABELECIMENTO ROTUNDA DE CARLOS 14 DE COMIDAS TOUNG DA MAIA, N.º 1C, R/C, KING MACAU
03/07/2020
Tendo em conta que os titulares dos referidos estabelecimentos não procederam à renovação das suas licenças por dois anos consecutivos e atendendo que o n.º 2 do artigo 31.° do Decreto-Lei n.º 16/96/M, de 1 de Abril, estipula que “A ausência de pedido de renovação da licença por 2 anos consecutivos determina a caducidade da licença e o seu consequente cancelamento”, pelo que o signatário, exarou, no uso das competências conferidas pelo Despacho n.º 01/VPW/2019, publicado na Série II do Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 2, de 8 de Janeiro de 2020, despachos, em 9 de Março de 2020 e 3 de Julho de 2020, no sentido de cancelar as licenças dos estabelecimentos supracitados. Nos termos do artigo 145.º e 149.º do “Código do Procedimento Administrativo”, os interessados poderão apresentar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, reclamação contra o citado acto administrativo e/ou, apresentar recurso hierárquico facultativo ao Conselho de Administração para os Assuntos Municipais deste Instituto, no prazo previsto no artigo 25.° do “Código de Processo Administrativo Contencioso” e no n.º 2 do artigo 155.º do “Código do Procedimento Administrativo”, sem prejuízo da aplicação do artigo 123.º do citado Código. Poderão ainda apresentar recurso contencioso ao Tribunal Administrativo da Região Administrativa Especial de Macau, no prazo previsto na Secção II do Capítulo II do “Código de Processo Administrativo Contencioso”, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 110/99/M, de 13 de Dezembro. Para informações ou consulta do processo, os interessados poderão dirigir-se à Divisão de Licenciamento Administrativo, sita na Avenida da Praia Grande, n.os 762-804, Edifício “China Plaza”, 2.º andar, zona B do Centro de Serviços do IAM, Macau. Aos 02 de Setembro de 2020.
84/2012
03/07/2020 www. iam.gov.mo
O Chefe de Departamento de Higiene Ambiental e Licenciamento Fong Vai Seng
política 5
terça-feira 15.9.2020
Delegados representantes de países de língua portuguesa junto do Fórum Macau consideram que Xu Yingzhen, ex-secretária-geral, foi fundamental no trabalho de diplomacia económica sino-lusófona. A responsável deixou Macau com destino a Pequim este domingo
FÓRUM MACAU DELEGADOS ELOGIAM TRABALHO DA SECRETÁRIA-GERAL XU YINGZHEN
Na hora da despedida
O
S delegados do Fórum de Macau de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe disseram ontem à Lusa que a ex-líder da entidade se destacou na promoção do comércio sino-lusófono nos quatro anos de mandato. “Destaco a promoção do comércio e investimento, bem como o fomento de parcerias industriais na nossa relação com a China”, afirmou o delegado de Cabo Verde no Fórum Macau. “Aumentou-se o nível de intercâmbio com Cabo Verde, desenvolveram-se algumas parcerias com províncias chinesas”, sublinhou Nuno Furtado. A secretária-geral do Fórum de Macau, Xu Yingzhen, cessou as funções e regressou a Pequim no domingo, anunciou ontem a organização da cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa. Nuno Furtado lembrou os bons resultados, ao longo dos quatro
anos de mandato de Xu Yingzhen, ao nível do desenvolvimento de recursos humanos, que significaram, na prática, a formação, “anualmente, de 50 quadros cabo-verdianos”. Na mesma linha, o delegado de São Tomé e Príncipe, Gika Simão, destacou a preponderância e a
contribuição de Xu Yingzhen para o aumento das trocas comerciais China/Macau com aquele país africano. As competências humanas, a capacidade de diálogo e a capacidade de trabalhar em equipa foram algumas das qualidades de Xu
“Tivemos uma secretária-geral com competência, capacidade de diálogo e habilidade para concretizar as medidas plasmadas nos planos de acção da 5.ª conferência inter-ministerial.” NUNO FURTADO DELEGADO DE CABO VERDE
Yingzhen que os dois delegados destacaram. “Como diplomata, sabe gerir muito bem os conflitos, sabe fazer as coisas acontecerem. Deixa saudades”, frisou Gika Simão, acrescentando que a ex-secretária-geral “aproximou o Fórum dos países de língua oficial portuguesa”. “O Fórum não visitava de forma permanente os países. Com a Xu, o Fórum passou a visitar todos os países [representados] uma vez por ano”, disse.
A LIDERAR DESDE 2016
A China estabeleceu a RAEM como plataforma para a coopera-
HAINÃO CHEFE DO EXECUTIVO PARTE EM VISITA OFICIAL
H
O Iat Seng parte amanhã para a Província de Hainão com o objectivo de participar na Reunião Conjunta das Lideranças Executivas no contexto da Cooperação Regional do Pan-Delta do Rio das Pérolas. O anúncio foi feito ontem, numa nota oficial onde se diz que se vão “debater assuntos de interesse comum”. A Reunião Conjunta das Lideranças Executivas no contexto da Cooperação Regional do Pan-Delta do Rio das Pérolas é uma plataforma
regional criada em 2004. Congrega os governos das províncias de Fujian, Jiangxi, Hunan, Guangdong, Guangxi, Hainão, Sichuan, Guizhou e Yunnan e das duas regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong, o que faz com que seja conhecida também como “9+2”. O encontro deste ano visa promover a ilha de Hainão como um porto franco virado para o desenvolvimento do Pan-Delta do Rio das Pérolas e nesse sentido os dirigentes
vão discutir as oportunidades para explorar Hainão, a criação de uma rede de transporte regionais para a Ilha e ainda a promoção do desenvolvimento regional. Hainão é um centro de turismo na China e anteriormente foi associada ao desenvolvimento de um mercado do jogo, embora a ideia nunca tenha arrancado. Na visita que vai decorrer entre amanhã e sexta-feira, o Chefe do Executivo será acompanhado pelo secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai
Nong, a chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, Hoi Lai Fong, a directora do Gabinete de Comunicação Social, Inês Chan e a coordenadora do Gabinete de Protocolo, Relações Públicas eAssuntos Exteriores, Lei Iut Mui. Durante o período de ausência de Ho Iat Seng do território, André Cheong, na posição de secretário para a Administração e Justiça, assume as funções de Chefe do Executivo, de forma interina.
ção económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum de Macau. Este Fórum tem um secretariado permanente, reúne-se a nível ministerial a cada três anos e integra, além da secretária-geral e de três secretários-gerais adjuntos, oito delegados dos países de língua portuguesa, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Xu Yingzhen, que assumiu funções em Julho de 2016, presidiu a “uma série de eventos de grande importância”, como a 5.ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau, “a celebração do 15.º Aniversário da Criação do Fórum de Macau” e participou ainda nas comemorações do 20.º aniversário da passagem da administração de Macau de Portugal para a China, em 20 de Dezembro de 1999, lembrou o Fórum. Xu Yingzhen iniciou as funções na mesma altura em que São Tomé e Príncipe integrou o Fórum de Macau, ajudando o país e criando condições para ficar “ao mesmo pé de igualdade que os restantes” membros, frisou Gika Simão. Também o delegado de Cabo Verde enfatizou o “trabalho que foi realizado num ambiente de muita cooperação e colaboração”. “Tivemos uma secretária-geral com competência, capacidade de diálogo e habilidade para concretizar as medidas plasmadas nos planos de acção da 5.ª conferência inter-ministerial” que se realizou em outubro de 2016, afirmou Nuno Furtado. Já o secretário-geral adjunto do Fórum de Macau, Rodrigo Brum, destacou, em declarações à Lusa, a “boa colaboração, profícua”, que existiu entre os dois.
Emergência Macau, Hong Kong e Guangdong prometem mais cooperação O Governo da província de Guangdong assegurou, segundo o jornal Ou Mun, que vai aperfeiçoar os protocolos com Macau e Hong Kong em matéria de gestão de casos de emergência. Além disso, estão também a ser recolhidas opiniões junto dos Serviços de Polícia Unitários de Macau e da secretaria para a Segurança de Hong Kong relativamente ao planeamento de situações de emergência nas cidades da Grande Baía. Estas opiniões vão integrar o próximo plano quinquenal para esta área, que tem como objectivo o reforço da partilha de informações entre Guangdong, Hong Kong e Macau. Desde 2008, já se realizaram oito reuniões entre as autoridades de Guangdong e Hong Kong sobre esta matéria. As informações constam numa resposta a questões colocadas por Chan Meng Kam, na qualidade de membro da Conferência Consultiva da Política do Povo Chinês (CCPPC), sobre a melhoria da capacidade de gestão de situações de emergências no contexto da Grande Baía.
6 sociedade
15.9.2020 terça-feira
VIDEOVIGILÂNCIA “OLHOS NO CÉU” JÁ CUSTOU 254 MILHÕES
Vistas largas
Ao longo das primeiras quatro fases do sistema de videovigilância “Olhos no Céu”, que espalhou pela cidade 1620 câmaras, foram investidos mais de 250 milhões de patacas. Um valor ainda assim inferior ao esperado, segundo as autoridades, devido à instalação das lentes em pilares já existentes
A
S quatro primeiras fases do projecto do sistema “Olhos no Céu” custaram cerca de 254 milhões de patacas ao Governo. De acordo com informações prestadas pelos Serviços de Polícia Unitários (SPU) ao HM, as câmaras utilizadas vieram de diferentes países, e são utilizados principalmente dois tipos: em forma de pistola com capacidade para filmar num ângulo de 90 graus, e lentes esféricas que alcançam ângulo de 180 graus. O projecto da primeira fase, que correspondeu à instalação de 219 câmaras, custou cerca de 62 milhões de patacas. A adjudicação da segunda e terceira fases previa gastos de cerca de 88 milhões de patacas, mas o custo real ficou-se pelos 62 milhões. De acordo com os SPU, foram economizados recursos atra-
vés da instalação de parte das 601 câmaras em pilares que já existiam. Por sua vez, o custo da quarta fase (800 câmaras) foi de cerca de 130 milhões de patacas, o valor avançado pelo concessionário responsável pelo projecto que ganhou o concurso. Os SPU reiteram que o sistema “Olhos no Céu” visa implementar o policiamento inteligente, ajudando a polícia a combater os crimes com maior rapidez e a preveni-los de forma eficiente para
A adjudicação da segunda e terceira fases previa um valor de cerca de 88 milhões de patacas, mas o custo real ficou-se pelos 62 milhões
aumentar a capacidade de prevenção e de combate à criminalidade. No mês passado, as autoridades indicaram que as 820 câmaras das primeiras três fases entraram em operação faseada em 2016 e 2018 e atingiram os resultados esperados. Até Junho de 2020, foram investigados no total, 5082 casos com recurso ao sistema. Em causa estiveram, por exemplo, casos de homicídio, tráfico de estupefacientes, roubo, posse de arma proibida e burla. Já foi também anunciado que as autoridades vão estudar o alargamento do sistema a locais com grande concentração de pessoas e novas zonas urbanas, como arredores de escolas e a ilha artificial da Ponte do Delta.
REGIMES DE PROTECÇÃO
A RAEM tem desde 2012 um regime jurídico sobre
videovigilância em espaços públicos, que prevê a sua utilização para assegurar a segurança e ordem públicas. O tratamento da informação está sujeito à Lei da Protecção de Dados Pessoais. No entanto, vale a pena notar que o Gabinete de Protecção de Dados Pessoais (GPDP) foi criado como equipa de projecto e é apenas obser-
CRIME TENTOU VIOLAR MULHER APÓS VISITA PARENTAL
U
M homem, de 33 anos, terá tentado violar a esposa, de 28 anos, no dia 4 de Setembro quando veio a Macau visitar os filhos. De acordo com informação prestada pela Polícia Judiciária (PJ) ao HM, o casal está separado, enquanto corre o processo de divórcio. Do casamento, celebrado em 2013, resultaram três filhos. “O suspeito veio para Macau e esteve com os filhos no passado dia 4 de Setembro e perguntou à mulher se o deixava passar a noite na sala do apartamento. Mais tarde, nessa noite, o homem entrou no quarto da esposa e terá alegadamente tentado violá-la. Ela resistiu e pontapeou-o, então o agressor parou e regressou à China”, descreve a PJ.
A vítima descreveu o episódio a uma assistente social, que mais tarde reportou o caso à PJ. Quando o indivíduo voltou a entrar em Macau no passado sábado, dia 12, foi interceptado pela Polícia de Segurança Pú-
blica (PSP). O detido, oriundo do Interior da China, é suspeito do crime de coacção sexual, punido com uma moldura penal entre dois e oito anos. O caso foi encaminhado para o Ministério Público.
vador na Conferência Internacional das Comissões de Protecção de Dados. Em Setembro do ano passado, o GPDP deu parecer favorável ao uso de tecnologia de reconhecimento facial no sistema de videovigilância. O organismo referiu que rejeitou alguns programas das Forças e Serviços de Segurança e expressou re-
servas em relação a outros, e que essas orientações foram seguidas, apoiando que o uso de tecnologia de reconhecimento facial é “principalmente para auxiliar a polícia no trabalho”. Salomé Fernandes e N.W.
info@hojemacau.com.mo
DROGA PJ FEZ DUAS DETENÇÕES E APREENDEU 42 MIL PATACAS EM ESTUPEFACIENTES
A
Polícia Judiciária deteve duas pessoas e apreendeu 42 mil patacas em estupefacientes. O anúncio foi feito ontem e a intervenção foi desencadeada após a PJ ter recebido uma denúncia para a possibilidade de um homem de Hong Kong, com 23 anos, vir para Macau para traficar estupefacientes. Depois do alerta, as autoridades seguiram o suspeito até que este, a 12 de Setembro, se reuniu com um residente local, de 30 anos, na área do Iao Hon. No dia do encontro a polícia interceptou os dois homens e descobriu no sujeito de Macau um pacote com 0,28 gramas de metanfetaminas, enquanto o residente de Hong Kong tinha em sua posse um grama da mesma substância. As autoridades fizeram ainda buscas no quarto de hotel do residente da RAEHK e encontraram 12,29 gramas de
metanfetaminas. Além disso, foram ainda encontrados brinquedos, como uma mesa de snooker miniatura e um órgão electrónico, que o detido confessou ser utilizado para enviar droga de Hong Kong para Macau. Em casa do residente local foram encontrados materiais para o consumo de estupefacientes. Os detidos foram reencaminhados ontem para o Ministério Público. O residente está indiciado pelos crimes de “consumo ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas” e “detenção indevida de utensílio ou equipamento”, sendo que ambas implicam penas de prisão que podem chegar a um ano de prisão. O jovem de Hong Kong foi indiciado pelo crime de “tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas”, que implica uma pena máxima de 15 anos de prisão.
sociedade 7
terça-feira 15.9.2020
Exposição DST fez promoção em evento de Cantão
O médico Alvis Lo Iek Long explicou ontem que não se espera que a entrada de pilotos e equipas para o Grande Prémio de Macau tenha impacto na situação epidémica, dadas as medidas de prevenção. Por outro lado, as associações vão receber orientações para eventos no Dia Nacional
A
VALIANDO os interesses sociais e o grau de risco, considerou-se que o Grande Prémio é “um evento emblemático e histórico de Macau” que pode ajudar à recuperação do sector turístico. Foi assim que Alvis Lo Iek Long, da direcção do Centro Hospitalar Conde São Januário, justificou ontem a realização do evento e a participação de não residentes do exterior. “O Grande Prémio é um certame internacional icónico de Macau, já com longa história, que poderá contribuir para a recuperação do turismo [da RAEM]”, frisou Alvis Lo Iek Long. O médico tentou tranquilizar a população, explicando que os pilotos e equipas, “apesar de serem estrangeiros”, ao realizarem observação médica de 14 dias e dois testes de ácido nucleico é possível garantir que o evento não acarreta um “grande risco” para a epidemia no território. A 67ª edição do Grande Prémio de Macau vai realizar-se entre 19 e 22 de Novembro com corridas diferentes. Foi dispensada a restrição de entrada de estrangeiros
da DST, Cheng Wai Tong, Guangdong é o principal mercado do turismo de Macau e a participação na exposição teve como objectivo divulgar as condições de segurança das deslocações até Macau. O mesmo responsável garantiu que, devido à pandemia, a segurança e qualidade do turismo são e as primeiras considerações das pessoas na altura de viajar.
Lai Chi Vun Associação quer exposição de técnicas de construção de barcos Yeong Keng Hoi, presidente da Federação Industrial e Comercial das Ilhas de Macau, defendeu que se deve reservar um local em Lai Chi Vun destinado à exposição das técnicas de construção dos tradicionais barcos. Segundo o jornal Ou Mun, o responsável defendeu a
COVID-19 ESTRANGEIROS NO GP NÃO ACARRETA “GRANDE RISCO”
Água na fervura
por motivos de interesse público para a RAEM. Espera-se que esta edição venha a receber cerca de 200 pilotos. Ontem estavam 1040 pessoas em quarentena nos hotéis designados, das quais 366 residentes de Macau e 644 turistas. Entre os dias RÓMULO SANTOS
A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) participou na Exposição Internacional da Indústria do Turismo (CITIE), em Cantão, com o objectivo de atrair turistas do Interior, sobretudo dessa província. A notícia foi avançada pelo jornal Ou Mun que divulgou ainda que as zonas da exposição ligadas a Macau atraíram mais de 100 mil interessados. Segundo o subdirector
10 e 13 deste mês realizaram-se 33.323 testes de ácido nucleico.
PORMENORES, SÓ NO FUTURO
Por outro lado, questionado sobre as medidas de prevenção da epidemia durante a maratona, Alvis Lo Iek Long disse haver “fortes contactos”
com o Instituto do Desporto. No entanto, referiu que os participantes só vão ser informados da necessidade de fazerem ou não teste de despiste da covid-19 numa data mais próxima da prova, apenas na primeira metade de Dezembro. “Temos medidas de prevenção da epidemia que visam a
criação de viagens de barco, a fim de atrair um maior fluxo de visitantes para a zona histórica da vila de Coloane. Para agarrar a oportunidade, segundo o dirigente associativo, o Governo deve melhorar as instalações públicas da zona e as infra-estruturas de trânsito.
segurança e saúde da população. No entanto, nem sempre adoptamos um critério uniforme das actividades”, reconheceu o médico, frisando que as decisões são baseadas em factores como a envergadura e natureza dos eventos, bem como o contacto entre participantes.
“O Grande Prémio é um certame internacional icónico de Macau, já com longa história, que poderá contribuir para a recuperação do turismo.” ALVIS LO IEK LONG MÉDICO
As cerimónias do Dia Nacional, a 1 de Outubro, vão implicar que todos os participantes façam teste de ácido nucleico. E também vão ser emitidas recomendações às associações. Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença, disse que receberam questões de associações sobre as orientações contra a epidemia e que “sobre o teste de ácido nucleico, posteriormente teremos um pacote de orientações mais precisas a que podem ter acesso”. Salomé Fernandes
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O HM ERROU
Na edição de ontem, 14 de Setembro de 2020, no artigo intitulado “Vírus que veio do frio” o HM cometeu um lapso ao atribuir à Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Portuguesa de Macau (APEP) erradamente a seguinte frase: “A APEP considera a disponibilidade do GPDP de louvar “face da insuficiente e contraditória informação prestada pelo Presidente da Direcção da EPM”. O HM pede desculpas a todos os envolvidos e aos nossos leitores pelo lapso.
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15.9.2020 terça-feira
Anúncio
O Pedido do Projecto de Apoio Financeiro do FDCT para à 3ª vez do ano 2020 (1)
Fins O FDCT foi estabelecido por Regulamento Administrativo nº14/2004 da RAEM, publicado no B. O. N° 19 de 10 de Maio, e está sujeito a tutela do Chefe do Executivo. O FDCT visa a concessão de apoio financeiro ao ensino, investigação e a realização de projectos no quadro dos objectivos da política das ciências e da tecnologia da RAEM.
(2)
Alvos de Patrocínio (i) Universidades, instituições de ensino superior locais, seus institutos e centros de investigação e desenvolvimento (I&D); (ii) Laboratórios e outras entidades da RAEM vocacionados para actividades de I&D científico e tecnológico; (iii) Instituições privadas locais, sem fins lucrativos; (iv) Empresários e empresas comerciais, registadas na RAEM, com actividades de I&D; (v) Investigadores que desenvolvem actividades de I&D na RAEM.
(3)
Projecto de Apoio Financeiro (i) Que contribuam para a generalização e o aprofundamento do conheci-
mento científico e tecnológico; (ii) Que contribuam para elevar a produtividade e reforçar a competitividade das empresas; (iii) Que sejam inovadores no âmbito do desenvolvimento industrial; (iv) Que contribuam para fomentar uma cultura e um ambiente propícios à inovação e ao desenvolvimento das ciências e da tecnologia; (v) Que promovam a transferência de ciências e da tecnologia, considerados prioritários para o desenvolvimento social e económico; (vi) Pedidos de patentes.
(4)
Valor de Apoio Financeiro (1) Igual ou inferior quinhentos mil patacas. (MOP$500.000,00) (2) Superior a quinhentos mil patacas. (MOP$500.000,00)
(5)
Data do Pedido Alínea (1) do número anterior Todo o ano Alínea (2) do número anterior A partir do dia 1 de Setembro até 6 de Outubro de 2020
(6)
Preenchido o Boletim de Inscrição e os dados de instrução mencionados no Art° 6 do Chefe do Executivo nº 235 /2018,《Regulamento da Concessão de Apoio Financeiro》, publicado no B. O. N° 40 de 3 de Outubro 2018, através do sistema informático - “online” do FDCT (website: www.fdct.gov.mo).
Assine-o TELEFONE 28752401 | FAX 28752405 E-MAIL info@hojemacau.com.mo
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Forma do Pedido
Endereço do escritória: Avenida do Infante D. Henrique N.º 43-53A, Edf. “The Macau Square ”, 11.º andar K, Macau. Para informações: tel. 28788777.
(7)
Condições de Autorizações Por despacho do Chefe do Executivo nº 235 /2018, processa o 《Regulamento da Concessão de Apoio Financeiro》. O Presidente do C. A. do FDCT,
Ma Chi Ngai 2020 / 08 / 31
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terça-feira 15.9.2020
Parques de estacionamento Regulamento vai ser revisto
Lam Hin San, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), adiantou, em resposta a uma interpelação escrita da deputada Ella Lei, que o regulamento relativo aos parques de estacionamento públicos vai ser revisto. “Após a coordenação com o departamento jurídico, entende-se que o regulamento do serviço público de parques de estacionamento deve ser revisto em forma de lei. Neste momento encontra-se em fase de elaboração o resto da proposta de lei, prevendo-se a sua entrada em processo legislativo em 2021.” O responsável disse ainda que não há mais terrenos disponíveis para a construção de mais parques de estacionamento.
Reservas cambiais Registada quebra de três por cento
As reservas cambiais de Macau cifravam-se em 189,2 mil milhões de patacas no final de Agosto, o que representa uma quebra de 3 por cento face ao mês anterior, quando a reserva estava avaliada em 195,1 mil milhões de patacas. De acordo com o comunicado emitido ontem pela Autoridades Monetária de Macau, em Agosto a pataca caiu também em relação às moedas dos principais parceiros comerciais da RAEM. “A taxa de câmbio efectiva da pataca, ponderada pelas suas quotas do comércio, foi de 105,7 em Agosto de 2020, registaram decrescimentos de 1,51 pontos e 2,04 pontos, respectivamente, sobre os dados do mês anterior e relativos a Agosto de 2019, implicando que globalmente, a pataca caiu face às moedas dos principais parceiros comerciais de Macau”, foi apontado.
DSEJ EPM IMPEDIDA DE COBRAR POR ALMOÇOS TRAZIDOS DE CASA
De difícil digestão A direcção da EPM queria cobrar 10 patacas por dia aos alunos que trouxessem almoço de fora, mas foi obrigada a desistir da ideia, após alguns pais terem apresentado queixa junto da DSEJ
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Escola Portuguesa de Macau (EPM) queria cobrar 10 patacas por dia aos alunos que levassem almoço de casa, mas foi obrigada a recuar depois da intervenção da Direcção de Serviços de Educação e Juventude (DSEJ). O caso foi confirmado pelo Governo, após alguns pais se terem insurgido com a cobrança de uma taxa que não tinha sido declarada no período de inscrições e que só foi revelada a poucos dias do início do ano lectivo.
“As taxas cobradas pelas escolas têm de respeitar as orientações emitidas [pela DSEJ] e todas as taxas cobradas aos alunos têm de ser apresentadas antes do ano lectivo à Direcção de Serviços de Educação e Juventude”, começou por explicar fonte oficial do Governo, ao HM. “Após alguns pais se terem queixado [...] a Direcção de Serviços de Educação e Juventude entrou imediatamente em contacto com a escola, que decidiu não cobrar um montante extra aos alunos que trouxessem o seu almoço, assim como se
comprometeu a devolver aos pais as taxas que já tivessem sido cobradas”, foi acrescentado. Segundo a versão apresentada pela instituição aos encarregados de educação, a cobrança de 10 patacas por dia devia-se ao aumento dos custos relacionados com a limpeza e eventual contratação de funcionários, para assegurar que durante as refeições, tal como requerido pela DSEJ, o distanciamento social era respeitado. Foi também no sentido desta orientação que o espaço disponível para os alunos tomarem as refeições foi aumentado.
SITUAÇÃO REGULARIZADA
Contudo, a decisão nunca foi do agrado de alguns pais e as queixas não se ficaram pela DSEJ. Ao HM, o presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação de Alunos da Escola Portuguesa de Macau, Filipe Figueiredo Regêncio, confirmou que foram igualmente recebidas queixas.
No entanto, quando contactado pelo HM, desvalorizou a questão, uma vez que já era conhecido o recuo da escola e tinham sido dadas indicações, desde sexta-feira passada, para que não fosse feita uma cobrança aos alunos que trouxessem almoço.
“A Direcção de Serviços de Educação e Juventude entrou imediatamente em contacto com a escola, que decidiu não cobrar um montante extra aos alunos que trouxessem o seu almoço.” O HM tentou ainda contactar o presidente da EPM para ouvir a sua versão dos acontecimentos e tentar perceber a razão de ter sido necessário que os pais recorressem à entidade tutelar para haver um recuo nesta posição, mas até ao fecho da edição não foi possível estabelecer o contacto. João Santos Filipe
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15.9.2020 terça-feira
Venetian Exposições e negócios em Outubro Entre os dias 22 e 24 de Outubro realizam-se em simultâneo no The Venetian Macao três eventos dedicados ao intercâmbio de empresas e negócios: A 25ª edição da Feira Internacional de Macau” (MIF), a “Exposição de Franquia de Macau 2020”
e a “Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa2020”. Segundo um comunicado emitido pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, nas edições anteriores a bolsa de contactos e a plataforma de exposição resultaram em
encomendas e na expansão de muitos negócios. Os eventos serviram de ponto de partida para “várias empresas de Macau entraram no mercado do Interior da China e até no mercado do exterior”. Este ano, as exposições podem utilizar a bolsa de contactos online.
APE GRANDE PRÉMIO DE ROMANCE E NOVELA ENTREGUE A MÁRIO CLÁUDIO
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GONÇALO ROSA DA SILVA
escritor Mário Cláudio recebeu ontem o Grande Prémio de Romance e Novela, da Associação Portuguesa de Escritores (APE), numa sessão realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Mário Cláudio foi distinguido pelo livro “Tríptico da Salvação”, escolhido por um júri constituído pelos professores, escritores e ensaístas José Manuel de Vasconcelos, Ana Paula Arnaut, António Pedro Pita, Cândido Oliveira Martins, Isabel Cristina Rodrigues e José Carlos Seabra Pereira. Esta é a terceira vez que Mário Cláudio conquista o Grande Prémio APE, depois de o ter vencido em 1984, com “Amadeo”, e, em 2014, com “Retrato de Rapaz”. De acordo com o anúncio do vencedor, ocorrida no passado mês de Julho, a decisão do júri foi por maioria, sublinhando-se “o invulgar domínio da língua portuguesa e o modo como [o autor] prende a atenção do leitor, criando linhas de expectativa na composição do xadrez narrativo”. “Tríptico da Salvação”, editado pela Dom Quixote, “volta a pôr em cena a extraordinária competência do
autor para recriar ambientes: cores, sons, sabores”, justificou o júri. Mário Cláudio é o pseudónimo literário de Rui Manuel Pinto Barbot Costa, nascido em 1941, no Porto. Licenciou-se em Direito e lançou o seu primeiro livro em 1969, um livro de poesia intitulado “Ciclo de Cypris”. Com uma obra que se estende pelo conto, novela, crónica, teatro, escrita infantojuvenil, ensaio e romance, Mário Cláudio já recebeu várias distinções literárias, nomeadamente o Prémio PEN-Clube Português de Novelística, o prémio D. Dinis da Casa de Mateus e o Prémio Pessoa (2004), pelo conjunto da obra. Mário Cláudio foi agraciado com as comendas da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, de ‘Chevalier des Arts et des Lettres’, atribuída pelo ministério francês da Cultura, e da Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. No final do ano passado, recebeu o título de doutor ‘honoris causa’ da Universidade do Porto, pelos 50 anos de vida literária e pela colaboração cívica que desenvolve a partir daquela cidade.
Um café en CINEMA PRESENT FUTURE FILM FESTIVAL ARRANCA ESTE FIM-DE-SEMANA
Entre este sábado e 11 de Outubro, decorre o Present Future Film Festival, uma mostra que vai exibir curtas-metragens de Macau, Taiwan e Japão. O evento, organizado pela Federação das Associações dos Operários de Macau, decorre nos próximos quatro fins-de-semana em cafés da cidade
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STE fim-de-semana começa o Present Future Film Festival, a mostra de curtas-metragens que vai tirar o cinema das salas escuras onde costuma ser exibido para o levar até alguns cafés seleccionados da cidade. Organizado pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) e financiado pela Fundação Macau, o evento apresenta curtas realizadas por autores de Macau, Taiwan e Japão, numa variedade alargada de géneros. A primeira dose de sessões está marcada para o Amateur Continuing Study Centre iCentre, na Praça Kin Heng Long, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, no sábado às 14h30 e 18h15 e no domingo às 14h e 18h15, e são as únicas exibições que precisam de reserva (até quinta-feira). No dia inaugural, o festival arranca com 10 obras no cartaz. A primeira curta a passar na tela é a animação “The Valley of Ginsengs”, da autoria de dois cineastas de Macau, Lou Ka Choi e Leong Kin. A narrativa assenta no tradicional pêndulo dramático “rapariga conhece rapaz”, quando ela passeia por um vale. A ingenuidade do encontra adensa-se com uma tensão crescente entre os dois personagens resultante da conjugação entre felicidade pura e desejo carnal. O filme seguinte é “The Three Stories of Macau”, o documentário de quase 9 minutos deAu Lok Hei e Lei Ka In, que apresenta a cidade contada por três residentes e as suas experiências. Na mesma sessão no espaço iCentre é exibido “Chase”, da autoria do local Bowen, que conta a história de dois adolescentes, ambos nascidos
depois da transferência de Macau para a China, e dos desentendimentos que têm com os pais. Na óptica do realizador, a palavra “sonho” não é usada com muita frequência em Macau. Os jovens protagonistas lutam pela realização dos seus sonhos num campo de batalha dividido com a dura realidade.
UMA BICA CURTA
A encerrar o primeiro dia do Present Future Film Festival é exibido “Step Out”, de Vincent, Sin Weng Seng, uma história de perda, superação e choques geracionais que são suavizados pelo amor. Depois de perder o namorado, Hailey, que vive com os pais, perde o gosto pela vida e isola-se numa redoma de dor, sem sair de casa. Paralisada e a morar num prédio sem elevador, circunstância muito normal em Macau, Hailey dá a volta, ganhando ânimo em imprevistos e lembranças do passado. O festival prossegue com sessões que intercalam curtas-metragens de autores locais, do Japão e Taiwan, atravessando géneros entre o documental, a animação e o drama. Depois do primeiro fim-de-semana, as exibições avançam para o Quarter Square, um acolhedor café com rooftop no Largo Maia de Magalhães na Taipa Velha. No terceiro fim-de-semana, entre os dias 3 e 4 de Outubro, o Cafe Seong Chi, na Areia Preta, transforma-se numa informal sala de cinema. No último fim-de-semana do Present Future Filme Festival, 10 e 11 de Outubro, os amantes das doses concentradas de cinema podem assistir à última sessão na Padaria e Café Faro, no Anim’Arte Nam Van. João Luz
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Depois do primeiro fim-de-semana, as exibições avançam p
eventos 11
terça-feira 15.9.2020
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para o Quarter Square, um acolhedor café com rooftop no Largo Maia de Magalhães na Taipa Velha. No terceiro fim-de-semana, entre os dias 3 e 4 de Outubro, o Cafe Seong Chi, na Areia Preta, transforma-se numa informal sala de cinema
TERROR FILMES “MATA” E “PELICAN BLOOD” VENCEM FESTIVAL MOTELX
O
S filmes “Mata”, de Fábio Rebelo, e “Pelican Blood”, de Katrin Gebbe, foram premiados no Festival de Cinema de Terror de Lisboa - MoteLx, “num ano atípico e desafiante”, por causa da covid-19, revelou ontem a organização. Apesar do “espectro de medidas reforçadas de segurança”, o festival contou com mais de 20 sessões esgotadas no cinema São Jorge, refere a direção do MoteLx. O prémio de melhor curta-metragem de terror foi atribuído a “Mata”, de Fábio Rebelo, um filme “sólido que joga com o imaginário da literatura fantástica” e que “revela a promessa de um jovem realizador”, justificou o júri. No MoteLx foi ainda atribuída uma menção especial ao filme “Agrande paródia”, de André Carvalho. O filme “Pelican Blood”, da realizadora alemã Katrin Gebbe, venceu, por unanimidade, o prémio MoteLx de melhor longa-metragem europeia de terror. O júri aplaudiu um filme “sobre o instinto maternal e a saúde mental, sobre a perda e o sacrifício, sobre o mal como proteção”. Tanto “Mata” como “Pelican Blood” ficam automaticamente seleccionados para o prémio Méliès de ouro, a atribuído em Outubro no Festival de Sitges, em Espanha. A 14.ª edição do MoteLx termina esta segunda-feira, dia em que serão exibidos, por exemplo, “Pelican Blood” e “Get Out”, de Jordan Peele.
Museu de Xian Xinghai Governo realiza trabalhos de renovação
O Instituto Cultural (IC) arranca hoje com trabalhos de renovação do Museu Memorial de Xian Xinghai, “a fim de manter importantes espaços culturais e históricos de Macau em bom estado de conservação”, aponta um comunicado. O IC explica ainda que os trabalhos de renovação vão centrar-se “na reparação e reforço dos pilares da parede externa do edifício”, prevendo-se a sua conclusão em Outubro. Durante os trabalhos de renovação, o Museu Memorial de Xian Xinghai estará aberto ao público como habitualmente, pelo que as visitas não serão afectadas.
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15.9.2020 terça-feira
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embaixador dos Estados Unidos na China vai deixar o cargo no início do próximo mês, encerrando um mandato de três anos marcado pela rápida deterioração das relações entre Pequim e Washington, anunciou ontem a embaixada. Terry Branstad, que foi nomeado para o cargo em 2017, confirmou a sua decisão durante um telefonema com Donald Trump, na semana passada, segundo um comunicado difundido ontem pela embaixada dos EUA. A embaixada não detalhou os motivos da sua partida. "Do que tenho mais orgulho no nosso trabalho é termos conseguido o acordo comercial ‘fase 1’ e entregado resultados tangíveis", disse durante uma reunião com a equipa na embaixada. O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, tinha já sugerido que o embaixador estava de saída, através de uma mensagem difundida na rede social Twitter a agradecer a Branstad. "O embaixador Branstad contribuiu para reequilibrar
EUA EMBAIXADOR EM PEQUIM DEIXA O CARGO NO PRÓXIMO MÊS
Na porta de saída
a relação entre EUA e China, para que seja orientada para resultados, recíproca e justa", escreveu Pompeo. Pompeo revelou, na semana passada, que o jornal
oficial do Partido Comunista da China, o Diário do Povo, se recusou a publicar um artigo de Branstad, enquanto o embaixador da China nos Estados Unidos "está livre PUB
AVISO N.° 1/AI/2020
AVISO N.° 6/AI/2020
-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se os infractoros abaixo discriminados:----------------------------------------------------1. Mandado de Notificação n.° 493/AI/2020 :BAO XIAOYUE, portadora do Salvo-Conduto para Deslocação a Taiwan da RPC n.° L07077xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 224/DI-AI/2018, levantado pela DST a 26.11.2018, e por despacho da signatária de 07.08.2020, exarado no Relatório n.° 500/DI/2020, de 02.07.2020, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Amizade n.° 82, Edf. Centro Internacional de Macau, Bloco 9, 6.° andar A, Macau onde se prestava alojamento ilegal.----------------------------------------------------------------------- 2. Mandado de Notificação n.° 548/AI/2020:WONG DAVID, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEHK n.° E8833xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 35/DI-AI/2019, levantado pela DST a 11.02.2019, e por despacho da signatária de 07.08.2020, exarado no Relatório n.° 555/DI/2020, de 07.07.2020, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Avenida da Amizade n.° 898, Edf. Iao I, 15.° andar G onde se prestava alojamento ilegal. ------------------- 3. Mandado de Notificação n.° 579/AI/2020:SUN MAOFENG, portador do passaporte da RPC n.° E20502xxx e do Salvo Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° C69376xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 236/DI-AI/2018, levantado pela DST a 03.12.2018, e por despacho da signatária de 07.08.2020, exarado no Relatório n.° 600/DI/2020, de 20.07.2020, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua de Roma n.° 96, Tong Nam A Fa Un (Tong Nam A Seong Ip Chong Sam), 6.° andar AF, Macau onde se prestava alojamento ilegal. ----------------------------------------------------------------------Pelo mesmo despacho foi determinado que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito, não sendo admitida a apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. ------------------------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.----------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.----------------
-----Atendwendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se os infractoros abaixo discriminados:----------------------------------------------------1.Mandado de Notificação n.° 384/AI/2020:LAM SOI KAI, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.° 50456xx(x), que na sequência do Auto de Notícia n.° 204/DIAI/2018, levantado pela DST a 03.11.2018, e por despacho da signatária de 04.08.2020, exarado no Relatório n.° 389/DI/2020, de 01.06.2020, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Travessa da Amizade n.° 82, Centro Internacional de Macau, Bloco 7, 5.° andar H, Macau onde se prestava alojamento ilegal.------------------------------------------------------------2.Mandado de Notificação n.°444/AI/2020:WEN GUOYUAN, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não-Residente da RAEM n.° 14272xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 242/DIAI/2018, levantado pela DST a 07.12.2018, e por despacho da signatária de 04.08.2020, exarado no Relatório n.° 456/DI/2020, de 10.06.2020, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua de Luis Gonzaga Gomes, n.os 78-B-96, Edf. Lei Kai, 8.° andar F, Macau onde se prestava alojamento ilegal.-----------------------------------------------------------------------3. Mandado de Notificação n.° 608/AI/2020:DING XIANYING, portadora do Salvo-Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° C84700xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 227.1/DI-AI/2018, levantado pela DST a 27.11.2018, e por despacho da signatária de 29.06.2020, exarado no Relatório n.° 356/DI/2020, de 25.05.2020, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Avenida do Infante D. Henrique n.° 11, Edf. Kuan Fat Fa Yuen, 5.° Andar A.---------------------------------------------------------------------------------Pelo mesmo despacho foi determinado que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito, não sendo admitida a apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. ------------------------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.----------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.----------------
-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 04 de Setembro de 2020.
-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 4 de Setembro de 2020.
A Directora dos Serviços,
Maria Helena de Senna Fernandes
A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
para publicar em qualquer meio de comunicação" norte-americano. Não é claro se a saída está relacionada com aquela polémica.
“Do que tenho mais orgulho no nosso trabalho é termos conseguido o acordo comercial ‘fase 1’ e entregado resultados tangíveis.” TERRY BRANSTAD EMBAIXADOR DOS ESTADOS UNIDOS NA CHINA
O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, disse que o artigo de Branstad estava "cheio de lacunas, era gravemente inconsistente com os factos e atacava e difamava a China". A Embaixada dos Estados Unidos contactou o Diário do Povo, em 26 de Agosto passado, a pedir que o artigo fosse impresso na íntegra, sem edição pelo jornal, até 4 de Setembro.
TAPAR BURACOS
Branstad, de 73 anos, foi governador do Estado de Iowa por duas vezes, entre 1983 e 1999, e entre 2011 e 2017. O diplomata serviu em
Pequim desde 2017, num período de rápida deterioração das relações entre Pequim e Washington. Trump nomeou o embaixador após um período de dois meses durante o qual ninguém preencheu a posição. O funcionário número dois da embaixada, David Rank, renunciou após ter criticado a retirada dos EUA do acordo de Paris para o clima. Nos últimos anos, as relações comerciais deterioraram-se, à medida que os EUA impuseram taxas alfandegárias sobre os produtos chineses e a China retaliou na mesma moeda. Outras disputas seguiram-se sobre tecnologia, direitos humanos e a resposta à pandemia do novo coronavírus. Branstad juntou-se ao Representante do Comércio dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, e ao Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, durante as negociações comerciais com os seus homólogos chineses, em Pequim, em Maio de 2019. O acordo ‘fase 1’, alcançado em Janeiro deste ano, representou uma trégua, mas não respondeu às principais reclamações de Washington. A declaração da Embaixada dos EUA também realçou o papel de Branstad no esforço para reduzir o fluxo de fentanil da China para os Estados Unidos, incluindo um pacto de 2018 no qual a China concordou em classificar o opióide como substância controlada.
COOPERAÇÃO UE E CHINA ASSINAM ACORDO PARA PROTEGER 100 INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS
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União Europeia (UE) e a China assinaram ontem um acordo bilateral para assegurar a protecção contra a imitação e usurpação de 100 indicações geográficas europeias no mercado chinês, nas quais se inclui o vinho do Porto, anunciou Bruxelas. Segundo a informação divulgada pela Comissão Europeia, o acordo ontem concluído foi celebrado inicialmente em Novembro de 2019, visando “trazer vantagens comerciais recíprocas e oferecer produtos de qualidade garantida aos dois lados”, já que também visa a protecção de 100 indicações geográficas chinesas no mercado europeu. Anunciado no dia em que a UE e a China se reúnem para uma cimeira extraordinária virtual, num momento em que a Europa sente crescente frustração face à ausência de reformas estruturais na economia chinesa,
o acordo “reflecte o empenho” dos blocos comunitário e chinês em “honrarem os compromissos assumidos em anteriores cimeiras e de aplicarem as regras internacionais como base para as relações comerciais”, frisa o executivo comunitário. Entre as indicações geográficas da UE protegidas na China está o vinho do Porto, bem como o champanhe francês, o whiskey irlandês, o vodka polaco, o presunto italiano, o queijo feta e o queijo manchego espanhol. Uma vez aprovado pelo Parlamento Europeu e oficialmente adoptado pelo Conselho, o acordo comercial bilateral deverá entrar em vigor no início de 2021. Quatro anos após a entrada em vigor, o acordo abrangerá mais 175 indicações geográficas de ambos os lados, além das 100 já incluídas.
desporto 13
terça-feira 15.9.2020
US Open Dominic Thiem bate Zverev e é campeão em Nova Iorque O tenista austríaco Dominic Thiem, número três mundial, sagrou-se ontem campeão do Open dos Estados Unidos, segundo ‘major’ da temporada, depois de bater o alemão Alexander Zverev, em cinco ‘sets’, na final em Flushing Meadows. O tenista de Viena, de 27 anos,
No pós-apresentação do 67º Grande Prémio de Macau, vários pilotos locais deslocaramse até ao Circuito Internacional de Guangdong para mais um fim-desemana de muito calor e corridas. O evento contou com corridas para as três categorias da actualidade – “1600cc Turbo”, “1950cc e Superior” e GT - cujos pilotos e máquinas serão vistos no Circuito da Guia na Taça de Carros de Turismo de Macau, na Taça GT - Corrida da Grande Baía e muito provavelmente noutras corridas do programa
O
S concorrentes da categoria “1950cc e Superior”, que em Macau vão dividir a pista novamente com os colegas da categoria “1600cc Turbo”, voltaram a correr a solo nesta jornada. Dezasseis carros compareceram na pista dos arredores de Zhaoqing, num pelotão em que se destacava a ausência do sempre favorito Filipe Souza. Sem a presença do vencedor da primeira corrida do fim-de-semana anterior, Wong Wan Long
precisou de quatro horas e dois minutos para levar de vencido o jovem germânico, que ocupa o sétimo lugar do ‘ranking’ mundial, naquela que foi a sua primeira final em Nova Iorque, pelos parciais de 2-6, 4-6, 6-4, 6-3 e 7-6 (8-6). Depois de recuperar de uma desvan-
tagem de dois ‘sets’ a zero, Dominic Thiem conseguiu dar a volta ao encontro e acabou por conquistar o seu primeiro título do ‘Grand Slam’, naquela que foi a sua quarta final de um major, tornando-se ainda no único austríaco a vencer em Nova Iorque.
Ténis João Sousa eliminado na qualificação em Roma O tenista português João Sousa foi ontem eliminado na terceira e última ronda de qualificação para o Masters 1000 de Roma, ao perder com o norte-americano Tennys Sandgren, em dois rápidos ‘sets’. Sousa, 74.º classificado do 'ranking' mundial e nono cabeça de série do torneio de qualificação, perdeu de forma categórica, pelos parciais de 6-3 e 6-0, frente ao 49.º colocado da
hierarquia da ATP e primeiro favorito do 'qualifying' da prova italiana, em terra batida. O tenista vimaranense, de 31 anos, até entrou no encontro de forma promissora, quebrando o serviço de Sandgren, mas, depois disso, não apenas foi incapaz de o repetir, como venceu apenas dois dos sete jogos de serviço, cedendo após uma hora e 11 minutos de confronto.
AUTOMOBILISMO PILOTOS DE MACAU VOLTARAM A CORRER EM ZHAOQING
O último jogo amigável
(Mitsubishi Evo10) acabou por ter duas vitórias relativamente fáceis. Mais animada foi a disputa pelo segundo posto, com Ng Kin Weng (Audi RS 3 LMS) e Kevin Wong (SEAT Leon TCR) a terminarem por esta ordem na primeira corrida e pela ordem inversa na segunda. No campo dos pilotos macaenses, Delfim Mendonça Choi, ainda com o Honda Accord FD2 da SLM Racing Team, foi o quarto na primeira corrida de 13 voltas, mas foi obrigado a desistir na quinta volta do segundo confronto. Na segunda corrida, Jerónimo Badaraco (Mitsubishi Evo9) foi quem ficou à “porta do pódio”, ele que no sábado tinha sido sexto. Um sexto lugar foi o que Luciano Castilho Lameiras (Mitsubishi Evo10) conseguiu no domingo após ter arrancado do segundo posto e ter sido décimo classificado na primeira corrida do fim-de-semana. Novamente ao volante do seu bem estimado Honda Integra DC5, um carro que já não tem homolo-
gação para competir no Grande Prémio, Rui Valente manteve a sua excelente forma e viu a bandeira de xadrez no quinto posto na tarde de sábado. O piloto português, que fez dois bons arranques, mas cujo carro perdia sempre muito tempo na recta interior, foi sétimo na segunda corrida, finalizando sempre na mesma volta do piloto vencedor. Na primeira contenda, Eurico de Jesus (Honda Accord) e Célio Alves Dias (Honda Integra DC5) foram oitavo e décimo-primeiro classificados respectivamente, para terminarem na décima e na décima segunda posição na corrida dominical.
MAIS DO MESMO
Ao volante de um carro tecnicamente muito superior à concor-
rência, Billy Lo (Audi R8 LMS GT3 Evo) triunfou sem qualquer sobressalto nas duas corridas destinadas aos carros de GT e “1600cc Turbo”, como já o tinha feito há quinze dias, sendo provável que o ex-vencedor da Corrida Road Sport Challenge tente este ano um assalto à Taça GT Macau no mês de Novembro com esta mesma viatura. Com dezanove participantes à partida, as quatro primeiras posições foram iguais em ambas as corridas. Com dois segundos lugares à geral, Leong Ian Veng (BMW M4) venceu destacado entre os sete carros da categoria GT4, ao passo que Cheong Chi On (Ford Fiesta), o terceiro classificado à geral em ambas as corridas
Findos estes dois fins-de-semanas, não existem mais provas de preparação agendadas para os pilotos de Macau antes da edição deste ano do Grande Prémio
festejou as vitórias na categoria “1600cc Turbo”. O único nome português nesta corrida, Sabino Osório Lei (Ford Fiesta), obteve dois quartos lugares à geral, duplamente segundo classificado entre os onze carros “1600cc Turbo” presentes na pista permanente a oeste do Delta do Rio das Pérolas. Findos estes dois fins-de-semanas, não existem mais provas de preparação agendadas para os pilotos de Macau antes da edição deste ano do Grande Prémio. No entanto, não será de estranhar se nas semanas e meses que antecedem o grande evento desportivo da RAE M alguns pilotos do território realizarem incursões em competições organizadas pela Associação de Desportos Motorizados de Zhuhai ou pelo próprio Circuito Internacional de Guangdong. Sérgio Fonseca
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Cartografias Anabela Canas
15.9.2020 terça-feira
eu canto com um lírio
Um passo a mais
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OME cor e perfume. Rosas. Inequívoco perfume quando o têm. Mesmo variando em tonalidades ácidas ou aquosas. E mesmo sem o ter, não são menos rosas. Porque delas têm - sem ter - o perfume, que quase sentimos. No poder do arquétipo, de uma imagem, em que cada uma surge ela e outra. “Sim! A minha ventura quer dar felicidade; Não é isso que deseja toda a ventura?”; dizia Nietzsche na “Gaia Ciência” e eu a pensar que é para isso que existem as rosas. Mesmo as de sonhos sem perfume. Rosas claras vistas de fora sem a perturbação de um interior. Claras como faces visíveis e únicas e às vezes perfumadas e intrigantes, apenas como faces. “Quereis colher as minhas rosas? Baixai-vos então, escondei-vos”, dizia N. depois, no apelo à subtileza ou à perfídia. Quem manda ceder à perplexidade que me manda o universo do sentir, por este mistério que acorrenta planetas, partículas ínfimas no universo em geral, uns aos outros. Uns a girar em torno de outros e de si. Que grandioso desígnio, ou simplesmente estranho mistério de conduta planetária. Se pensar nas estrelas, essas realmente luminosas de luz própria, então, somente me sobra a descoberta de toda uma estrutura mental que forma o desenho e de que não consigo fugir. Mas é tão grande esse mapa. Há um tempo em que tudo surgia em frente, ainda sem aquela sensação de déjà vu e exaustão. Em que algumas coisas aconteciam com aquele impacto primordial que nos acometia como a uma tabua rasa. Antes. E também da proliferação virtual, em que tudo se gasta e nos gasta o olhar, a capacidade de sentir. Cada coisa impressionante surgia com a veemência de quem encontra um espaço amplo e lavrado. Uma imagem, um livro, um plano, um ponto de vista. Tudo novo. E as coisas que eram únicas, impressas profundamente. Mesmo quando parecia um reencontro único, com algo que tinha que ser e se reconhecia destinado, apetecido e confirmado. Foi assim com aquela pintura de Magritte. Estranho pensar quando a vejo, que nunca, mas nunca mesmo, verei o lado de lá. Um homem de costas, uma rosa exorbitante, como um sorriso crepuscular. Talvez irónico ou terno nesse seu modo de não dar a ver. Nunca o outro lado. Como das pessoas, nunca, quase nunca o lado de lá. Somente o que transportamos portas adentro do rosto e dos olhos, dos olhos dos outros e do rosto. Das pessoas e no nosso escondido segredo espacial. Como as rosas. Redondas e centrais, místicas, dores, golpes de vida – os espinhos, talvez – o coração, a alma, o amor. Símbolos
que partem dali como sementes e germinam ao simples contemplar. E o perfume. Ácido e doce e pungente. E invisível, como a outra face. Da Lua. E do homem de costas voltadas. Sondo-lhe a caligrafia da fronte, do rosto, da vida, como se numa página, todo o corpo inscrito. Aquela rosa como prémio encantatório de todas as escuri-
Que cor têm as rosas? A cor clara de uma única face e para além dela, folhas ásperas e espinhos. O que me faz gostar de rosas é o mesmo que me magoa. E inebria. Assim é o amor
dões da noite. A luz é de uma madrugada ou um crepúsculo ou uma noite branca em vermelho. Lunar ou lúcida, como um sorriso bom. Aberta mas cerrada como rosto e sem tocar. É isso o que vejo. O observador escondido atrás do homem, à sua frente e uma rosa. Pura e sem cor. Que cor têm as rosas? A cor clara de uma única face e para além dela, folhas ásperas e espinhos. O que me faz gostar de rosas é o mesmo que me magoa. E inebria. Assim é o amor. A nossa grande imperfeição ou o que nos salva, é sermos finitos nas fases do tempo. Mas as rosas são infinitas. Todas as rosas se equivalem na sua finitude perpetuamente renovável. Só porque não têm nome. Cada uma, na sua espécie, como todas as outras. Como uma, única e eterna. Perscruto aquela face lunar. E sei que não é de rosa. Mas um rosto não gosta de ser pasto, sob pena de murchar em máscaras. Por isso Nietzsche dizia “esconder”? Perscruto no quadro o mistério dos rostos. A face da rosa e a do homem nos sentidos contrários. Desencontrados.
Tanto nela se expõe, clara e afirmativa, quanto nele se esconde de negro. Mas o que sinto e sempre ao mergulhar na imagem, é o observador a passar, sem o querer, à frente do homem e a desconhecer a rosa e o homem - tornado invisível - como a si próprio de costas. Tornando-se a si próprio a personagem e o verdadeiro desconhecido de si, em que todos os imprevistos se podem encerrar. A verdadeira caixa de Pandora. Não a rosa como eterno feminino. Cândida, tornada contudo misteriosa e plana, iluminada de luz crua que anula a realidade do interior. É o rosto do homem, obscuro, nunca visto, a cobrir a frente dos olhos e lugar que estes não alcançam. Sabemos-lhe o rosto como sabemos o nosso atrás do qual se situa o olhar como por detrás de uma máscara. Mas, não mais. De costas voltadas para ele como ele, num primeiro olhar, para nós. E talvez por isso, a rosa sorri no seu sorriso misterioso de Gioconda. Pela ilusão do ver e do não ver. Por esse meio metro de desencontro. Um passo a mais.
ARTES, LETRAS E IDEIAS 15
terça-feira 15.9.2020
negro sobre a boca
Paulo José Miranda
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ORQUE no próximo dia 17, Fee Waybill – «frontman» dos The Tubes – comemora os seus 70 anos, vamos hoje espreitar o livro de Howard C. Jones – não tem nenhuma ligação ao músico britânico – que escreveu um romance muito estranho no início deste século, 2001, com o título da canção mais emblemática daquela a que ele chama «a mais icónica banda de São Francisco», The Tubes: «White Punks On Dope». A música é de 1975 e desde essa altura que era fundamental ser tocada em todos os concertos da banda. Em 1977, Nina Hagen fez uma versão dessa música, com outra letra e em alemão, com o título «TV-Glotzer», que também se tornou um sucesso na Alemanha e em alguns países da Europa. Ainda que a letra seja em alemão, Nina Hagen canta nota por nota a melodia dos The Tubes, apesar de alguns trejeitos vocais, típicos de Nina Hagen. A sua banda também toca tal e qual como a banda de São Francisco. Assim, tirando a letra diferente, a canção alemã é uma autêntica cover da banda americana. Fee Waybill e Nina Hagen chegaram a cantar juntos em palco essa música, com a banda The Tubes. O livro de Jones é simultaneamente um livro sobre a solidão e uma espécie de tributo à banda e ao seu «frontman», Fee Waybill. Começa com um excerto do refrão da canção que dá título ao livro «White punks on dope, thank you, Jesus», numa versão ao vivo, para logo depois atirar-nos com esta frase e fazer com que nos demos conta de que se trata de literatura: «O romance de Bret Easton Ellis, “Menos Que Zero” é a versão comercial dessa canção dos The Tubes. Valem mais os sete minutos da actuação ao vivo da banda do que todo o romance do BEE.» Evidentemente, Jones refere-se às actuações da década de 70 – que ainda cheguei a ver, em 1979, no Dramático de Cascais – e não as posteriores actuações da década de 80, claramente inferiores. Na digressão europeia de 79, em Itália foram proibidos de actuar e em vários países da europa não puderam fazer a cena de sexo entre Fee Waybill e Re Styles, na música «Don’t touch me there». Em Cascais, pelo contrário, fizeram o espectáculo como nem sequer em São Francisco e agradeceram repetidamente ao público por isso. Fee Waybill gritava no final dos encores: «Estão todos convidados para a minha casa em São Francisco. Só precisam de mostrar o bilhete do concerto desta noite.» No ano seguinte regressaram a Portugal, mas essa noite no Pavilhão de Alvalade já era outro o som da banda e outro
Fee Waibill esteve aqui KENNY WILLIAMS
uma asa no além
o concerto. Febril, intenso, claro, mas muitos pontos abaixo da loucura dos The Tubes da década passada, embora Howard C. Jones se refira no livro sempre aos últimos cinco anos da década de 70, os primeiros da banda. O romance é relatado através de um narrador, Frank Fischback, que fizera uma tatuagem na nádega direita onde se lia «Fee Waybill esteve aqui». Independentemente de Waybill ter tido milhares de namoradas, podemos pôr como possível que ele tenha estado mesmo ali. Os anos 70 não moralizaram, especialmente no mundo da música rock. São poucas as bandas que conseguiram produzir um desprezo completo pelo modo de vida americano como o fizeram esta banda de São Francisco na década de 70. Pelo país e pelos valores sociais que ainda hoje, mesmo neste “nosso” país à beira-mar plantado, também ainda mantemos. Em comparação com um espectáculo dos The Tubes na década de 70, um dos Xutos & Pontapés parece um dueto entre Ágata e Toy num programa da manhã na TV. O narrador do romance de Howard C. Jones, Frank, era um autêntico «white punk on dope», apesar de ter sido
um grande leitor na adolescência e ter tido o sonho de ser escritor. Filho de um rico produtor de cinema e de uma actriz – cujo nome nunca chega a pronunciar –, com quem nunca chegou a viver. A mãe suicidara-se quando ele tinha dois anos. Literalmente, a vida de Frank aos 23 anos acontece de noite nos clubes mais caros de São Francisco, entre drogas, rock’n’roll e sexo, quer com homens – a sua preferência – quer com mulheres. Como ele mesmo escreve: «O dinheiro só serve para colmatar o enorme tédio que é a vida. Preciso gastá-lo do mesmo modo que preciso de oxigénio. Quem não entenda isso aborrece-me. Há um fosso que separa as pessoas: o modo como lidam com o tédio. O tédio combate-se com alienação e diversão. Nada mais. Quem diz que consegue lidar com o tédio com outras armas é porque nunca o sentiu de verdade. O tédio rasga-nos a vontade de viver como quem rasga uma folha de papel. Macera-nos mais do que a solidão. No tédio, sentimo-nos tão sós que até nós mesmos não nos acompanhamos, não nos fazemos companhia. Pior do que isso: sentimo-nos a pior companhia que podíamos ter na
Através de uma viagem à noite de São Francisco, a de final do século XX e a dos anos 70, e de uma antinomia entre uma canção de The Tubes e um livro de Bret Easton Ellis, Howard C. Jones traça um retrato negro da existência. Um retrato onde ninguém é quem quis um dia ser
vida. O tédio não é um sentimento, é como ter um rim e senti-lo diariamente a doer.» Além de estarmos no mesmo mundo do livro supracitado de Bret Easton Ellis e da canção dos The Tubes, estamos também no centro de uma solidão profunda, que vem de um desajuste radical com a vida. Escreve à página 32: «A vida, assim como o dinheiro, é para gastar, ao máximo, como se fosse um lápis a que damos bom uso.» Contrariamente ao romance de Ellis, Frank interrompe a ligação ser rico e gostar de viver. Mais: ele interrompe a ligação entre estar vivo e gostar de viver. Ele não gosta de viver, ele gasta-se. E o dinheiro é apenas um instrumento para não sentir o tédio que a vida é. Há prazer, claro, mas este nasce sempre e só do descontrolo, quer seja das drogas, quer seja do sexo, quer seja da música. A diferença para o universo de Ellis, em «Menos que zero», é que Frank tem a consciência plena de se estar a gastar, de ter de se gastar de não ter outra alternativa senão gastar-se. E isto deriva de um profundo e consciente desencontro com a vida e não de não saber o que fazer ao muito dinheiro que tem, como no caso das personagens de Ellis. Frank descreve o seu desencontro profundo com a vida, desta forma: «Ninguém escolhe gostar ou desgostar da vida, mas quer sinta uma ou outra de modo geral adapta-se. Encolhe-se em casa com um cão ou um gato, uma televisão ou um livro, e esforça-se por pensar que o tédio desapareceu. Mas ele não desapareceu, quem desapareceu foi a pessoa. Eu não consigo desaparecer, não consigo fingir que a vida é uma coisa maravilhosa e que todos devíamos estar agradecidos de ter. Sem me gastar completamente, o tédio explode-me na cara a todo o instante. Quando olho alguém, pergunto-me se foi isso que ela pensou fazer quando era jovem, se foi para isso que os pais a fizeram. E, pergunto-me, foi para isto que os meus pais me fizeram, sejam lá eles quem forem?» Através de uma viagem à noite de São Francisco, a de final do século XX e a dos anos 70, e de uma antinomia entre uma canção de The Tubes e um livro de Bret Easton Ellis, Howard C. Jones traça um retrato negro da existência. Um retrato onde ninguém é quem quis um dia ser. Escreve: «Ninguém pode ser quem é. A vida não deixa. Ou nos gastamos continuamente até que nos acabemos rapidamente ou o tédio transformar-nos-á em guardadores de cães e gatos. Atravessando sozinhos corredores de casas, embalando livros e assistindo a séries na TV.» E és bem capaz de ter toda a razão, Jones... toda a razão. Tirando isso, parabéns ao Fee Waybill pelos seus 70 anos.
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Amélia Vieira
15.9.2020 terça-feira
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Carta a um refém
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O ano de todas as clausuras é normal que nos recordemos de certas leituras que o tempo foi deixando para trás e que são quase sempre aqueles pequenos grandes livros que não raro ocupam a obra invencível de um autor. Dividido em momentos, confidencialmente narrativo, esta Carta para todos, tem um remetente único, Saint- Exupéry. Nós que passamos a vida a receber missivas, lixo de todo o lado, imagens, exasperações, teorias, sentimos uma pena profunda de não podermos nunca mais receber cartas, e mais pena nos invade quando sabemos que nunca iremos receber uma como esta. E estas coisas quase esquecidas que emergem servem sobretudo para nos advertirem do essencial e mudar o conceito do que é o não imprescindível. Tal como os comportamentos perante o limite das coisas e o cada um representa diante dos perigos comuns. 1940 e Exupéry chega a Lisboa em trânsito para os Estados Unidos, fica um tempo, tempo para ainda ver a Exposição do Mundo Português. Não tem lugar na cidade e vai hospedar-se no Estoril, e vamos em busca do que sentiu e presenciou: “... Lisboa surgiu-me como uma espécie de paraíso claro e triste...” Sim, Lisboa no seu discurso era a imagem da negação de tudo o que se passava na Europa onde achava as cidades bombardeadas e a noite sem luz de uma beleza mais real que esta, e de acordo com a maré negra do instante político onde não faltava a coragem dos que davam as mãos e lutavam nas trevas das cidades desfeitas, Lisboa, pareceu-lhe assim um artifício, um postal que branqueava de uma alegria vazia este momento em que todos tinham de tomar posições, parecia-lhe uma forma alienada de perfeccionista (a descrição da Exposição: não temos nada, haja o passado, e enganar e entreter o instante) e remeti-a então para aquelas famílias excêntricas que guardam à mesa o lugar do morto em casas sem remissão onde as dores são mais prolongadas que o desgosto. Os refugiados, esses, eram aqui os que se expatriavam virando costas aos seus e pondo em segurança aparente os bens de que usufruíam, mudos à sorte das coisas e mudanças do momento. É com profunda lucidez que tece um discurso curto e que vai dar aos longos caminhos de um grave adormecimento colectivo. A Europa sofria, o Estoril para onde se dirigia para dormir, estava cheio de “cadillacs” vestidos para o jantar, jogos, numa tentativa de fazer parar o tempo ou mesmo não o estar a sentir, e creio que aqui nos dá a tónica do seu discurso formidável daquilo que pode realmente ser uma estranha desgraça no contexto destas circunstâncias; enjoado provavelmente desta bizarra atitude, passeava-se
No seu cárcere, vê então que o milagre e a salvação são afinal gestos tão simples como pedir um cigarro, e em todas as paragens que a sua valentia não menos grandiosa que a sua ternura se apresentaram, mantevese de pé como um ilustre soldado
à beira mar onde por desprazer já tomado achava também as ondas moles. Este aprendizado pelo olhar de um homem absolutamente poético e sem cargas de viciação, devia ter-nos merecido alguma sincera atenção de grupo, mas creio que não foi nem lida, mencionada, muito menos proposta. Estamos à distância de quase um século, é certo, mas, a visão de um bem-estar forçado não é compatível com a infelicidade que hoje se lhe vê, nem se lhe reserva um escudo protector que mitigue um continente inteiro que pesa outra vez sobre o país: «achava Lisboa, sob o seu sorriso, mais triste que as minhas cidades apagadas». Depois deste preambular pelo país, Exupéry parte para o Sahara, ele que era um homem do deserto pois que o amava, e este seu amor pelas areias reporta-o ele para domínios essenciais que estão paradoxalmente, e aí sim, cheios de vida, e porque tem as estrelas e as tribos calmas pelas noites, vai convocar amorosamente o amigo numa comunhão telepática. - Tem cinquenta anos. Está doente. E é judeu.- Tudo isto ao invés de nos entristecer enche-nos de uma súbita alegria, uma comunhão tamanha...« só então, deambulando ao longo do império da sua amizade... Pois o deserto não está onde cremos. O Sahara tem mais vida que uma capital e a cidade mais efervescente esvazia-se, se os pólos essenciais da vida forem desmagnetizados». Percorre talvez o limite da sua resistência sempre de olhos postos naqueles que lhe são queridos, percorre as estradas dos Magos, e a rede de apoio que disponibiliza é a sua vida atenta e as missões aéreas que desempenha, descreve-nos episódios da guerra civil de Espanha e a emboscada anarquista numa deliciosa visão daquilo que constitui o equívoco das inimizades dos homens, e no seu cárcere, vê então que o milagre e a salvação são afinal gestos tão simples como pedir um cigarro, e em todas as paragens que a sua valentia não menos grandiosa que a sua ternura se apresentaram, manteve-se de pé como um ilustre soldado. Ninguém aqui deve estar por isso confinado a si mesmo ou a laboral maquinalmente para uma vida extemporânea, e nos momentos excepcionias teremos ainda de responder à altura dos acontecimentos e não ter medo do que possa advir de imprevisto. Não consentir que nos “queiram bem” subtraindo a vida a um estar. Creio que neste caso é evidente que devemos ser comprometidos e que nada é mais desolador que manter modelos alienados no tempo em que soam as Trombetas. Aprendemos assim que o Fado é bonito, sim, mas amaldiçoado. E foi preciso o improvável para sabê-lo explicá-lo tão bem. «Não há termo de comparação entre o combate livre e o esmagamento na noite. Não há termo de comparação entre o ofício de soldado e o ofício de refém».
ARTES, LETRAS E IDEIAS 17
terça-feira 15.9.2020
Compositores e Intérpretes através dos Tempos
Michel Reis
Yorgo Sicilianos (1920-2005)
O Concerto dodecafónico Concerto para Orquestra, Op. 12
O
compositor grego Yorgo Sicilianos (1920-2005), cujo centenário do nascimento se assinalou no passado dia 29 de Agosto, foi uma das figuras mais importantes do modernismo musical na Grécia. Nascido em Atenas, Sicilianos estudou teoria e composição com Kostas Sfakianakis, Marios Varvoglis e George Sklavos; de 1951 a 1953 prosseguiu os estudos na Academia de Santa Cecília, em Roma, com Ildebrando Pizzetti, recebendo um diploma em Composição em 1953. Enquanto viveu na Itália conheceu a música de Béla Bartók, que desempenhou um papel decisivo na sua decisão de se voltar para os idiomas musicais contemporâneos, e dos compositores da Segunda Escola Vienense, que influenciaram o seu desenvolvimento posterior. Depois de deixar a Itália, frequentou o curso de composição de Tony Aubin no Conservatoire National em Paris (1953-54) e as aulas de Walter Piston na Universidade de Harvard, Boris Blacher no Tanglewood Institute e Vincent Perischetti na Juilliard School de Nova Iorque (1955–56). Em Nova Iorque, Sicilianos conheceu o colega grego, o famoso maestro, pianista e compositor Dimitri Mitropoulos, que mais tarde viria a estrear, em Março de 1958, a sua Primeira Sinfonia, Op. 14, composta em 1956, com a Filarmónica de Nova Iorque. Em 1956, Sicilianos regressou definitivamente à Grécia. Naquela época, foi um dos primeiros compositores gregos a seguir as tendências modernistas na música. Iniciou uma produção que no total consiste em 63 obras e abrange todos os géneros: música sinfónica, música de câmara, música de piano, ciclos de canções, ópera, ballet, música incidental e muito mais. Paralelamente ao seu trabalho como compositor, Sicilianos foi um participante activo na vida musical grega, desempenhando numerosos cargos em instituições gregas ligadas à música,
públicas e privadas, como a Associação Grega de Música Contemporânea, a Ópera Nacional da Grécia, a Rádio Televisão Grega, entre outras. O trabalho de Sicilianos pode ser dividido em três períodos. O primeiro pe-
ríodo, durante o qual seguiu as expressões tonais e modais, inclui obras que escreveu até 1953, ano em que terminou os estudos na Itália, quando ainda acreditava que o futuro da música grega residia “no ponto onde o canto bizantino se cruza com a Canção Folclórica Grega”. O segundo período, caracterizado pela busca e experimentação das tendên-
cias musicais contemporâneas (técnica dodecafónica, serialismo, técnicas pós-serialistas, música electrónica), e que durou cerca de 25 anos, começou com o Concerto para Orquestra, Op. 12, composto em 1954, no qual Sicilianos utilizou pela primeira vez a técnica dodecafónica. Em termos de técnica a obra mostra a
Em 1956, Sicilianos regressou definitivamente à Grécia. (...) Iniciou uma produção que no total consiste em 63 obras e abrange todos os géneros: música sinfónica, música de câmara, música de piano, ciclos de canções, ópera, ballet, música incidental e muito mais influência da Segunda Escola Vienense e de Béla Bartók através do uso da variação em desenvolvimento (principalmente no 1o andamento), do método dos 12 tons (principalmente no 3o andamento) e da “música nocturna” Bartokiana (3o andamento). Os quatro andamentos da obra são escritos nas formas sonata, scherzo, ABA e rondo, respectivamente. Em resultado, em grande parte, o Concerto permanece num contexto tradicional, embora tenha sido a obra através da qual Sicilianos tenha quebrado os laços com a Escola Nacional Grega e adoptado idiomas modernistas. O Concerto para Orquestra foi estreado em Novembro de 1954 pela Orquestra Estatal de Atenas, liderada por Andreas Paridis.
SUGESTÃO DE AUDIÇÃO: • Yorgo Sicilianos: Concerto for Orchestra, Op. 12 • Symphony Orchestra of Bulgaria, Alkis Panayotopoulos – NAR Classical, 1998
18 (f)utilidades TEMPO
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S1 8U2 6D3 7O0 4K5 U 9 7 8 9 6 1 4 5 2 2 0 5 3 3
3 2 8 4 0 9 5 0 7 9 48 13 67 1
5 9 7 1 3 3 2 8 9 02 4 0
4 0 98 6 1 5 7 84 2
6 1 82 4 0 3 5 26 9
94 3 21 7 8 1 6 45 5 7
20 53 36 98 6 0 12 71 85 4
86 6 4 0 38 73 2 9 1 9
17 2 7 82 5 4 31 6 0 6
5 8 4 3 2 1 7 9 0 6
9 1 7 0 3 6 2 4 8 5
6 2 8 7 4 0 1 5 9 3
0 9 6 1 5 2 3 8 4 7
4 5 3 8 9 7 6 0 1 2
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1 4 9 6 8 3 5 2 7 0
3 0 5 4 7 8 9 6 2 1
8 7 1 2 6 4 0 3 5 9
2 3 0 9 1 5 8 7 6 4
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24
4 0 8 6 Cineteatro
0 4 7 1 5 6 8 5 9 2 7 1 6
5 4 0 8 9 3 4 9
1 3 7 2 8 0
24 Um filme de: Cristopher Nolan TENET [B]
8
SALA 2
0.25
YUAN
1.17
tem cerca de 80 quilómetros de comprimento e 20 quilómetros de largura, informou ontem o National Geological Survey da Dinamarca e Groenlândia. O degelo situa-se no final da Corrente de Gelo do Nordeste da Groenlândia, de onde flui da terra para o oceano.
2 7 3 1
3 5 6 4
ANTEBELLUM [C] Um filme de: Gerard Bush, Christopher Renz Com: Janelle Monae, Jack Huston Jena Malone, Eric Lange, Kiersey Clemons 14.30, 16.30, 21.15
7 6 5 3 0 3 0 2 PENINSULA [C] A CHOO [C] FALADO EM COREANO 5 FALADO EM PUTONGHUA 4 LEGENDADO EM CHINÊS/INGLÊS LEGENDADO EM CHINÊS/INGLÊS Um filme de: Yeon Sang-ho Um filme de: Kevin Peter Tsi 6 4 3 Com: Kai Ko, Ariel0Lin,Ko,Ta-Lu 5 Wang Com: Gang Dong-won, Lee Jung-hyun 14.30, 16.45, 19.15, 21.30 19.00 2 3 9 1 2 8 0 1 2 6 7 1 9 7 2 0 5 6 3 4 2 7 Com: John David Washington, Robert Pattinson, Elizabeth Debicki 14.30, 18.00, 21.00
BAHT
5 4 3 6
SALA 3
SALA 1
9.47
2 7
C I N E M A
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 22
0 3 4 5 2 5 9 6 8 9 3 7 2
PROBLEMA 23
23
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EURO
9
1 0 9 4 2 1 0 8 3 6 2 9 8 1 0 7 8 4 9 7 5 6 1 3 1 7 3 6 8 1
1
5
3
4 5
7 0 - 9 8 % ´•
Grande parte da calota polar da Groenlândia, com cerca de 110 quilómetros quadrados, rompeu-se no nordeste do Ártico, devido às rápidas alterações climáticas, segundo os cientistas. A secção do gelo separou-se de um fiorde chamado Nioghalvfjerdsfjorden que
20
3 6 9 8 4 1 5 2 1 5 2 0 9
8
HUM
4
2 6 3 8 5
UM FILME HOJE
A RAPARIGA QUE SALTAVA ATRAVÉS DO TEMPO | MAMORU HOSODA | 2006
Lançado em 2006, o filme tentou ser uma sequela adaptada de um romance com o mesmo nome foi publicado em 1967, e que conta com várias versões no cinema japonês. Nesta película mais recente, Makoto Konno descobre acidentalmente que tem a capacidade de voltar atrás no tempo.Anova habilidade é assim utilizada incessantemente para corrigir situações normais do dia-a-dia que a protagonista quer evitar. Porém, Konno vai aprender da pior maneira que a fuga ao presente acaba por ter consequências para todos os envolvidos. João Santos Filipe
TENET
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opinião 19
terça-feira 15.9.2020
macau visto de hong kong
DAVID CHAN
Testagem universal em Hong Kong
O
Governo de Hong Kong lançou recentemente um programa de testagem universal da população. No momento em que este artigo foi escrito, já tinham sido testadas 1.625.000 pessoas, tendo-se registado apenas 18 casos positivos. Será este plano efectivamente bom? Esta acção decorreu entre os dias 1 e 14 deste mês. Às 8.30h da manhã de dia 12, já tinham sido testadas 1.625.000 pessoas, oriundas de cerca de 140 centros comunitários. Este plano destina-se a identificar os “portadores invisíveis” do vírus; de forma a conseguir "identificação, isolamento e tratamento precoces" impedindo que Hong Kong seja afectado pela doença. Desta forma, a actividade económica pode ser retomada com cautela, para que a vida da população de Hong Kong possa voltar ao normal. Segundo os dados lançados este ano pelo Hong Kong Census and Statistics Department, a cidade tem cerca de 7,5 milhões de habitantes. No passado mês de Julho, o Governo de Hong Kong declarou que o laboratório público e os cinco laboratórios privados da cidade, apenas conseguiam testar 10.000 amostras por dia. Com base neste número, seriam necessários 750 dias para testar toda a população, ou seja, mais de dois anos. Na quadro actual, em que um vírus altamente contagioso nos ameaça, sem uma vacina que o trave nem medicamentos suficientemente eficazes que tratem as suas vítimas, Hong Kong procurou ajuda junto da Mãe Pátria – a China, para aumentar a sua capacidade laboratorial e deu início à testagem universal. A 2 de Agosto começaram a chegar do continente grupos de membros da equipa de testagem do ácido nucleico, num total de 600. Com esta ajuda, Hong Kong passou a ter capacidade para testar 300.000 amostras por dia. A frase "a união faz a força" ilustra bem o trabalho que está a ser feito por estas equipas. Esta acção chegou ao fim, dando origem a diversos comentários na cidade. A seu favor, está sem dúvida a possibilidade de detectar precocemente os portadores assintomáticos. Por outro lado, os críticos apontam que os custos foram muito altos e os benefícios escassos. Os críticos assinalam ainda que a testagem universal violou o princípio de "prevenção e controlo racionais".
A testagem universal equivale a deitar dinheiro à rua. Como já assinalei, no momento em que escrevo este artigo, já tinham sido testadas 1.625.000 pessoas e apenas foram detectados 18 portadores do vírus assintomáticos, uma percentagem de 0,0011%. Cada teste custa 100 dólares de Hong Kong, o que representa um total de 162.5 milhões de dólares de Hong Kong. Investir este montante para encontrar 18 infectados, significa que foram gastos 9.027 dólares de Hong Kong milhões por cada um. Vale a pena gastar 9.027 milhões para encontrar um infectado? Actualmente não existe vacina contra o novo coronavírus, nem um medicamento para tratar a pneumonia que este pode provocar. Testar os grupos de alto riscco é sem dúvida um método eficaz de "prevenção e controlo racionais ", mas mesmo depois da implementação desta acção, é impossível parar a transmissão comunitária. No entanto, é importante identificar os portadores assintomáticos porque eles podem transmitir a
doença a muitas pessoas. Temos que admitir que a decisão de proceder à testagem universal foi um passo difícil que o Governo de Hong Kong deu. É evidente que o número de pessoas saudáveis excede largamente o de pessoas infectadas. Mas sem o resultado do teste não se podia ter a certeza absoluta deste resultado. Desta forma, não se pode afirmar que testar pessoas saudáveis seja um desperdício de dinheiro. O Professor Yuan Guoyong da Faculdade de Medicina da Universidade de Hong Kong, afirmou que, apenas um portador do vírus por identificar pode fazer perigar todo o trabalho de prevenção da epidemia. Além disso, Hong Kong já está a combater esta epidemia há muito tempo e a situação está longe de estar controlada. A testagem universal parece ser a única resposta possível de momento. O Serviço Público não tem funções lucrativas. A assistência médica acessível e o apoio ao bem estar social são disso exemplo. É errado avaliar esta acção apenas
Cada teste custa 100 dólares de Hong Kong, o que representa um total de 162.5 milhões de dólares de Hong Kong. Investir este montante para encontrar 18 infectados, significa que foram gastos 9.027 dólares de Hong Kong milhões por cada um. Vale a pena gastar 9.027 milhões para encontrar um infectado?
pelos seus custos. É uma avaliação injusta para o Governo de Hong Kong e ainda mais injusta para o Governo da Mãe Pátria – a China, porque o Governo Central pagou os testes e forneceu as equipas. A China pagou e colaborou. Como é evidente, durante o período que em decorreu a testagem, as pessoas circularam e fizeram a sua vida normal. Desta forma, uma pessoa que acusou negativo de manhã pode ter sido infectada na parte da tarde. Quanto a isto não há nada a fazer. Além disso, como o número de testados não chegou aos 3 milhões, menos de 40 por cento da população de Hong Kong, a representatividade dos testes é questionável. Hong Kong é vizinho de Macau, se os portadores assintomáticos não tiverem sido todos identificados as duas cidades podem ficar em perigo. Assim, quem chega a Macau vindo de Hong Kong, ainda terá de ficar em quarentena durante 14 dias. Embora Hong Kong esteja também a preparar a implementação de códigos sanitários, a avaliar pela actual situação, isso ainda deve levar algum tempo. Enquanto esperamos pelo aparecimento de uma vacina e de medicamentos eficazes, devemos continuar a manter o uso de máscara, a lavagem frequente das mãos e a promoção o distanciamento social. É uma forma de nos protegermos a nós e aos outros, e a melhor forma de protegermos a sociedade.
Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão/ Instituto Politécnico de Macau • Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau • legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk • http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog
O despotismo impressiona pela estupidez do estilo.
Hong Kong China diz que 12 detidos em Shenzhen são ‘separatistas’
Covid-19 OMS apela para que não se espere por vacina para controlar pandemia
A
porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês defendeu no domingo que os 12 detidos na China em Agosto, entre eles um jovem com passaporte português, não são “activistas democráticos”, mas ‘separatistas’ de Hong Kong. A publicação de Hua Chunying na rede social Twitter, numa resposta dirigida aos Estados Unidos, parece responder a uma das questões centrais neste processo, ou seja, a possibilidade de poderem ser acusados no continente no âmbito da lei de segurança nacional, que prevê pena de prisão perpétua. Antes, a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano Morgan Ortagus, também no Twitter, afirmara que a detenção de “12 activistas democráticos de Hong Kong é mais um exemplo de deterioração dos direitos humanos” na antiga colónia britânica. “Asério?!”, respondeu Hua Chunying. “As 12 pessoas foram detidas por atravessarem ilegalmente a fronteira (…). Eles não são activistas democráticos, mas elementos que tentam separar Hong Kong da China”, acusou. A Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, já tinha dito na terça-feira que os 12 detidos têm de responder às acusações no continente antes de o Governo da região poder intervir. Tanto o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, como o Consulado geral de Portugal em Macau e Hong Kong afirmaram que estão a acompanhar o caso do jovem com passaporte português, ressalvando, no entanto, que “a China não reconhece a dupla nacionalidade a cidadãos chineses”. Uma situação que limitaria a intervenção das autoridades portuguesas no “domínio humanitário, procurando assegurar que o detido se encontra bem, que lhe seja dispensado um tratamento digno e que possa ser defendido por um advogado”.
A
José Tavares, presidente do conselho de administração do IAM “As autoridades administrativas podem aplicar sanção disciplinar pelas violações dos regulamentos médico-veterinários, que pode ir até ao cancelamento da qualificação profissional de medicina veterinária.”
Planeta animal Lei sobre actividade veterinária vai incluir sanções como perda de qualificação
V
AI ser definido um regime de fiscalização disciplinar para disputas médicas relacionadas com animais, cujas sanções podem levar à perda de qualificação veterinária. A informação foi avançada pelo presidente do conselho de administração do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), José Tavares, em resposta a uma interpelação de Mak Soi Kun. O deputado tinha questionado como é que as pessoas podem defender os seus direitos em caso de erro médico que envolva animais de estimação. No caso de disputas médicas, “as autoridades administrativas podem aplicar sanção disciplinar pelas violações dos regulamentos médico-veterinários, que pode ir até ao cancelamento da qualificação profissional de medicina veterinária”. As situações que en-
volverem responsabilidade civil e indemnização serão decididas pelos tribunais. O IAM indica que está a “acompanhar” a produção de uma lei relativa aos médicos veterinários, actividades de atendimento clínico veterinário e actividades comerciais de animais. O seu conteúdo vai também regular a reprodução, venda ou hospedagem de animais. Em Abril deste ano, os deputados da 1ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa apelaram ao Governo para criar rapidamente legislação relativa à actividade veterinária, ajudando a clarificar o que se entende por médico veterinário. A profissão já vem mencionada na Lei de Protecção dos Animais, mas ainda não é regulada.
EM ABERTO
Na resposta, José Tavares avança ainda que os estabelecimentos
clínicos vão precisar de ter pelo menos um médico veterinário inscrito a tempo inteiro, que se responsabilize pelo atendimento e supervisão do seu funcionamento. “A fim de garantir que os animais sejam devidamente cuidados e tratados (...) devem ter um médico veterinário no local a exercer actividade dentro do horário de funcionamento publicado”, explica. No entanto, foram várias as perguntas a ficar sem resposta, nomeadamente sobre os mecanismos para o público saber a natureza e o nível profissional das unidades médicas que se encontram no mercado. “Actualmente, as instituições de diagnóstico e terapêutica destinadas aos animais podem ser designadas por ‘hospitais’, então, quais são os serviços de saúde que podem prestar?”, queria saber Mak Soi Kun. Salomé Fernandes
info@hojemacau.com.mo
Japão Partido Liberal Democrata escolhe Yoshihide Suga para Primeiro Ministro O chefe de gabinete e ministro porta-voz do Governo do Japão, Yoshihide Suga, venceu ontem a eleição interna do Partido Liberal Democrata (PLD, no poder), para suceder ao primeiro-ministro Shinzo Abe. Suga, de 71 anos, obteve PUB
terça-feira 15.9.2020
PALAVRA DO DIA
Stendhal
377 votos contra 89 para o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Fumio Kishida e 68 para o antigo ministro da Defesa Shigeru Ishida, anunciou o PLD. O escrutínio fechado foi limitado aos parlamentares e aos representantes
do partido nas 47 regiões do país. Depois de eleito pelo partido, o nome do novo líder ainda terá de ser ratificado pelo parlamento (Dieta) como novo primeiro-ministro, cargo que deverá manter até Setembro de 2021, quando ia terminar
o mandato de Shinzo Abe à frente do PLD. Shinzo Abe, de 65 anos, bateu o recorde de longevidade como primeiro-ministro japonês. No final de Agosto, anunciou a intenção de deixar o cargo por motivos de saúde.
Organização Mundial de Saúde (OMS) apelou ontem para que não se espere pela vacina da covid-19 para controlar a pandemia, registando que na Europa há mais novos casos diários que em Março, mas menos mortes. Intervindo numa sessão do comité para a Europa da OMS, o director-geral da agência das Nações Unidas, TedrosAdhanom Ghebreyesus, afirmou que “se não se controlarem os contágios, mais pessoas morrerão” e mais aumentará “o risco real” de terem que voltar as medidas mais restritivas nas sociedades. Até haver vacina para a doença, os países podem “usar as ferramentas existentes” para controlar os contactos, “prevenindo eventos amplificadores” de contágios, como os ajuntamentos de grandes dimensões, e salvaguardando “os mais vulneráveis”. Quando houver vacina, deve estar acessível a todos os países equitativamente, reiterou, afirmando que “num mundo interligado”, se os cidadãos de países mais pobres forem excluídos da vacinação, “o virus continuará a matar e a recuperação económica mundial demorará mais”. Ghebreyesus defendeu ainda que só com sistemas nacionais de saúde robustos se conseguem enfrentar pandemias, considerando que essa é “uma das lições mais dolorosas” da covid-19. Considerou que o investimento na saúde pública se pode equiparar às despesas militares para garantir a segurança das nações. A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 924.968 mortos e mais de 29 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesaAFP.