MOP$10
QUARTA-FEIRA 16 DE OUTUBRO DE 2019 • ANO XIX • Nº4392
DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
DECLARAÇÃO CONJUNTA
GRANDE PLANO
PÁGINA 7
NEGÓCIOS ABERTOS
NADA A DIZER
PÁGINA 9
h
OPINIÃO
SOBRE A EPM
CARLOS MARREIROS
Tempos difíceis
hojemacau
www.hojemacau.com.mo•facebook/hojemacau•twitter/hojemacau
RÓMULO SANTOS
SABER COMER
MIF
Na véspera do início da nova sessão legislativa, Sulu Sou admite que sente medo face às pressões que, tanto ele como a Novo Macau, têm sofrido. Em conferência de imprensa, o deputado pró-democrata referenciou as ameaças de que foi alvo, as dificuldades em identificar as áreas sensíveis da acção política e os tempos difíceis que vieram para ficar. Mas deixou uma certeza. Não vai desistir.
PÁGINA 4
O SINETE DA FAMÍLIA XIAO LI HE
DÓI-ME O MEDO
JOÃO PAULO COTRIM
ANTÓNIO FALCÃO
GCS
NUTRIÇÃO
2 grande plano
16.10.2019 quarta-feira
UNICEF
OITO E OITENTA DA N
N
O relatório tornado público ontem, a UNICEF alerta que milhões de crianças estão a comer pouca comida de que necessitam e demasiada daquela de que não precisam. O resultado, de acordo com a UNICEF, é que muitas crianças correm risco de desenvolvimento cerebral fraco, problemas de aprendizagem, imunização e sofrem mais infecções e doenças.
A directora executiva da agência da ONU, Henrietta Fore, explica que "milhões de crianças sobrevivem com dietas não saudáveis porque não têm melhor opção". A responsável considera que “apesar de todos os avanços tecnológicos, culturais e sociais das últimas décadas, perdemos de vista o facto mais básico: se as crianças comeram mal, vão também viver mal”. De acordo com a UNICEF, é necessário mudar a forma como as pessoas pensam e respondem à desnutrição: "não é apenas se as crianças comem o suficiente, mas sim dar-lhes a comida certa. Esse é o nosso desafio diário". O relatório divide os problemas de desnutrição em três tipos: crianças desnutridas, fome invisível causada pela falta de nutrientes essenciais e excesso de peso. De acordo com dados da UNICEF, 149 milhões de crianças menores de 5 anos no mundo são muito baixas para a idade, resultado de má alimentação, enquanto 50 milhões são muito magras. As crianças magras demais, um problema que em situações mais graves pode ser letal, concentram-se na Ásia e não em países com situações de emergência como as encontradas em vários países africanos. Além disso, 340 milhões - uma em cada duas crianças nessa faixa etária - sofrem de deficiências de vitaminas e nutrientes essenciais, como vitamina A ou ferro. Ainda antes de nascerem, uma fatia considerável de fetos sofre de pobre nutrição, um problema que conduz a atrasos de crescimento. Estas crianças podem nunca atingir o peso que deveriam ter nem o desenvolvimento cerebral que permita o completo potencial cognitivo. Ou seja, começam a vida com um atraso que pode levar dificuldades de aprendizagem na escola, um problema que resultar em notas piores, com todas as consequências em termos de oportunidade económica já em idade adulta.
FÓRMULA DESASTROSA
Ainda 40 milhões sofrem de sobrepeso ou obesidade, um problema que explodiu nos últimos anos. Os problemas, conforme descritos no relatório, começam nos primeiros meses de vida, pois apenas dois em cada cinco bebés com menos de seis meses alimentam-se exclusi-
vamente de leite materno, conforme recomendado por especialistas. O uso de fórmula de leite em pó para amamentação aumentou significativamente nos últimos anos, com um crescimento de 41
por cento em todo o mundo entre 2008 e 2013 e disparando 72 por cento em países como Brasil, China ou Turquia. Na próxima etapa, de 6 meses a dois anos, 44 por cento das crianças não comem frutas ou
A fraca nutrição coloca em risco a saúde da criança e pode levar a fraco desenvolvimento cerebral, problemas de aprendizagem, fraca imunização e infecções e doenças JIM LEE/SIOUX CITY JOURNAL/AP
Pelo menos uma em cada três crianças menores de 5 anos no mundo sofre de desnutrição ou excesso de peso, de acordo com um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância. A falta de opções leva a dietas pouco saudáveis com consequências para a saúde potencialmente crónicas
UM EM CADA TRÊS MENORES DE 5 ANOS É DESNUTRIDO OU TEM EXCESSO DE PESO
vegetais e 59 por cento não incluem na sua dieta ovos, laticínios, peixe ou carne, relata a UNICEF. No caso de crianças em idade escolar, o relatório alerta para o abuso de alimentos ultraprocessados, refrigerantes e ‘fast food’. Como exemplo, a UNICEF aponta que 42 por cento dos adolescentes que frequentam a escola em países em desenvolvimento e subdesenvolvimento consomem bebidas carbonatadas cheias de açúcar pelo menos uma vez por dia
grande plano 3
quarta-feira 16.10.2019
NUTRICAO ´ ˜
e 46 por cento consumem fast food pelo menos uma vez por semana. Estas percentagens sobem para 62 e 49 por cento, respectivamente, em adolescentes que vivem em países desenvolvidos.
DIETA ECONÓMICA
Famílias com menos recursos tendem a alimentar os seus filhos com alimentos de menor qualidade, cujo custo é cada vez menor, em contraste com o aumento dos preços de produtos saudáveis. Por exemplo, num
país altamente desenvolvido, como o Reino Unido, a taxa de sobrepeso dobra nas localidades mais pobres em comparação às mais ricas. "Estamos a perder espaço na luta por dietas saudáveis”, alertou
Henrietta Forre, apelando a que os governos, o sector privado e a sociedade civil se unam para alcançar melhores resultados. Um dos destaques do relatório aponta para o facto de que com o
De acordo com dados da UNICEF, 149 milhões de crianças menores de 5 anos no mundo são muito baixas para a idade, resultado de má alimentação, enquanto 50 milhões são muito magras
Cerca de 340 milhões - 1 em cada 2 crianças nessa faixa etária (menores de 5 anos) - sofrem de deficiências de vitaminas e nutrientes essenciais, como vitamina A ou ferro avançar da idade, a criança fica exposta a comida pouco saudável a nível alarmantes, conduzida em grande parte por grandes campanhas de marketing e publicidade. Outro factor que agiganta o problema é aquilo a que se convencionou chamar de “deserto nutritivo”, ou seja, existe tanto em áreas urbanas como rurais uma abundância de comidas ultra-processadas e acesso facilitado a “fast food” e a refrigerantes carregados de açúcar. Acombinação de todos estes factores resultou na tempestade perfeita, com o aumento de casos de excesso de peso e obesidade em crianças e adolescentes de todo o mundo. Entre 2000 e 2016, a proporção de crianças e adolescentes, entre os 5 e os 19 anos, com peso a mais duplicou de uma em cada dez para
uma em cada cinco. Se alargarmos o espectro temporal, em comparação com 1975, dez vezes mais raparigas têm excesso de peso, número que sobe para 12 vezes mais em rapazes.
MATAR A FOME
O relatório da UNICEF também aponta desastres naturais relacionados com o clima como causa para severas crises alimentares. Por exemplo, a seca é um fenómeno responsável por cerca de 80 por cento dos estragos e perdas na agricultura. Períodos de seca extrema conduzem a alterações drásticas no tipo de comida disponível para as famílias, assim como para a qualidade e preço dos alimentos. Face a este cenário de agravamento global, a UNICEF lançou um conjunto de medidas para combater a crise da má nutrição, apelando a governos, ao sector privado, pais, famílias e negócios. Assim sendo, um dos caminhos apontados passa encorajar as famílias e os jovens a exigirem comida saudável, educação sobre nutrição e implementação de políticas, já com provas dadas, como o imposto que incida sobre produtos com elevadas doses de açúcar, de forma a reduzir a procura de alimentos pouco saudáveis. Outra sugestão passa por pressionar os fornecedores a agirem decentemente com os consumidores mais novos no sentido de dar prioridade a alimentação saudável a preços mais acessíveis. Criar um ambiente que proporcione o acesso a comida saudável para crianças e adolescentes, através de abordagens com resultados comprovados, como rotulagem precisa e fácil de entender nas embalagens, assim como controlo mais apertado nas campanhas de marketing que promovam o consumo de alimentos pouco saudáveis. A UNICEF sugere também o reforço da mobilização de sistemas de apoio sociais em matérias como saúde, acesso a água, saneamento básico, educação e protecção social. Na óptica da entidade, o fortalecimento destes factores pode ter uma influência positiva na nutrição das crianças. Finalmente, para ganhar a batalha nutritiva, a UNICEF recomenda que o poder político e económico tome decisões informadas, recolhendo, analisando e usando informação e dados que conduzam a melhores resultados. João Luz (com LUSA) info@hojemacau.com.mo
4 política
HOJE MACAU
16.10.2019 quarta-feira
Sulu Sou, deputado “Disseram-nos que algo ia acontecer à Associação Novo Macau. Mas até agora podemos confirmar que não aconteceu nada. [...] Também não sei se vai acontecer ou não.”
A
actividade política faz com que Sulu Sou, e os outros membros da Novo Macau, sintam medo no dia-a-dia. A confissão foi feita pelo deputado ontem, quando recordou as ameaças a um membro da associação e à própria associação, que colocaram em causa o futuro da mesma. “Sim [sentimos medo]... Eu... Nós somos humanos e algumas vezes temos medo, preocupamo-nos... Somos humanos. Mas vamos tentar dar o nosso melhor para manter as nossas promessas e os nossos princípios no futuro”, admitiu Sulu Sou, numa conferência de imprensa que serviu para fazer o balanço da última sessão legislativa. Foi em Agosto deste ano que a Associação Novo Macau tentou organizar um referendo sobre a implementação de um sufrágio universal em Macau. Durante as acções de campanha para promover o referendo um dos membros foi ameaçado verbalmente, o que gerou uma queixa junto da polícia. Porém, houve ainda outra ameaça em
AL SULU SOU ADMITE QUE SENTE “MEDO” DEVIDO A PRESSÕES POLÍTICAS
“Somos humanos”
O deputado mais novo do hemiciclo confessou que a pressão que sofre devido à actividade política faz com que tanto ele, como os membros da Novo Macau, sintam medo. O legislador admitiu ainda que houve ameaças contra a associação vindas de Macau e do Interior da China relação às actividades da associação pró-democracia. Este ambiente, em conjunto com que se passa em Hong Kong, levou o democrata a admitir que a associação tem cada vez menos margem de manobra. “Enfrentamos tempos difíceis, não só em Macau, mas também em outras regiões, em outras sociedades vizinhas, e podemos prever que no futuro vamos enfrentar cada vez mais pressão e dificuldades no
nosso trabalho”, afirmou. “Mas não vamos desistir”, prometeu. Ainda em relação às ameaças, Sou recusou dar pormenores uma vez que uma delas está actualmente a ser investigada pela polícia. Quanto às ameaças à associação, Sou considerou ser uma questão política, pelo que não seria possível fazer queixa junto das autoridades: “Disseram-nos que algo ia acontecer à Associação Novo Macau. Mas
até agora podemos confirmar que não aconteceu nada. [...] Também não sei se vai acontecer ou não”, respondeu. O legislador admitiu ainda que as ameaças tiveram origem em Macau e no Interior da China.
LINHA VERMELHA
política de Macau, mas que não conseguem identificá-las. “Falámos recentemente e não sabemos o que é a área sensível de actuação política. Não conseguimos saber o que é sensível em Macau. [...] Vou continuar com os meus princípios, mas é um facto que enfrentamos mais e mais pressão”, prometeu. Na conferência de ontem, o mais novo legislador do hemiciclo traçou os objectivos para a nova sessão legislativa, que começa esta tarde e se prolonga até Agosto do próximo ano. Um dos principais objectivos do deputado passa por fazer com que a AL se assuma efectivamente como um órgão de supervisão do Executivo e para isso conta com o apoio do futuro Chefe do Executivo. Neste aspecto, Sulu Sou recordou que Ho Iat Seng, como presidente da AL, sempre sublinhou a missão de supervisão do hemiciclo.
Sulu Sou confessou ainda que todo este cenário complica a acção política, uma vez que ele e os membros sentem que há áreas sensíveis na
João Santos Filipe
joaof@hojemacau.com.mo
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA PRESSÕES PARA OMITIR AGRADECIMENTO A TAIPA E CARDINAL
S
ULU Sou admitiu ontem que foi pressionado por actuais juristas da Assembleia Legislativa para abdicar da intervenção antes da ordem do dia em que agradeceu aos assessores legais Paulo Cardinal e Paulo Taipa. A intervenção foi feita em Dezembro do
ano passado, depois dos dois juristas portugueses terem sido dispensados por decisão de Ho Iat Seng e da mesa da AL. “Se se recordam em Dezembro tive um discurso antes da ordem do dia para agradecer o contributo dos dois assessores jurídicos. Mas depois de ter submetido
a proposta de discurso à AL, alguns juristas ligaram-me a sugerir que não falasse sobre esse assunto”, revelou ontem o jovem deputado. “Segundo eles [os juristas], o assunto da intervenção antes da ordem do dia não respeitava o regimento porque não era um assunto sobre
a sociedade local, sobre a comunidade”, acrescentou. De acordo com o Regimento da AL, ou seja as regras que orientam o funcionamento do hemiciclo, as intervenções antes da ordem do dia podem focar dois aspectos: “qualquer assunto de interesse para a RAEM
ou para a sua população” ou ainda a “emissão de declarações políticas”.Asolução para que os juristas autorizassem o deputado a discursar acabou por ser esta segunda opção: “No final, utilizei o outro ponto do regimento. Fiz a intervenção como emissão de uma declaração política,
porque são as duas abordagens que o período antes da ordem do dia permite”, reconheceu. A intervenção ficou marcada pelo agradecimento em português do deputado, que não domina o idioma, a Paulo Taipa e Paulo Cardinal: “Muito obrigado por tudo”, afirmou na altura Sulu Sou.
política 5
quarta-feira 16.10.2019
Porco seguro
Foi em Agosto de 2018 que o surto de peste suína africana foi pela primeira vez identificado na China. Desde então alastrou-se a regiões como Mongólia, Vietname, Camboja, Hong Kong, Coreias, Laos ou Myanmar. Contudo, no Interior o impacto tem sido mais profundo e fez disparar o preço da carne de porco. Este é um aumento que também se fez sentir em Macau, uma vez que as únicas empresas que têm autorização para importar porcos vivos, a Nam Kwong e Nam Yue, trazem os animais do Interior.
Coutinho questiona Governo sobre medidas para a carne de suínos
J
OSÉ Pereira Coutinho quer saber que medidas estão a ser tomadas pelo Governo para garantir a segurança no que diz respeito às importações de carne de porco, vindas do Interior. É este o conteúdo da última interpelação escrita pelo deputado ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), que surge na sequência do surto de peste suína que afecta o outro lado da fronteira. “Nos últimos tempos os cidadãos têm estado quase sempre bastante preocupados com a qualidade sanitária das carnes de porco consumidas em Macau. A questão da peste suína clássica tem afectado muito o consumo de carnes de porco no interior do continente, tendo como consequência o aumento brutal dos preços e obrigado ao escoamento adicional das reservas estatais destas carnes
João Santos Filipe
joaof@hojemacau.com.mo
Foi em Agosto de 2018 que o surto de peste suína africana foi pela primeira vez identificado na China. Desde então alastrou-se a regiões como Mongólia, Vietname, Camboja, Hong Kong, Coreias, Laos ou Myanmar.
face à sua escassez”, começa por contextualizar. Porém, segundo o deputado, a questão é mais preocupante porque há outros surtos que podem ameaçar a saúde da população. Por isso, Coutinho pergunta: “Que medidas concretas e efectivas estão a ser adoptadas pelas autoridades veterinárias locais no sentido de detectar preventivamente [...] os suínos que não estão contaminados com peste suína clássica, peste suína africana, febre afitosa, doença vesiculosa dos suínos,
encefalite de vírus Nipah e outras doenças graves?”. Mas além da qualidade da carne importada, o legislador considera que é preciso ir mais longe e começar a prevenção com a monitorização de quintas afectadas: “Que medidas concretas e efectivas foram implementadas para detectar preventivamente que as importações são originárias de explorações do interior do continente identificadas com sinais clínicos de carbúnculo hemático, turberculose, para-tuberculose, doença
de Aujeszky, brucelose, doença de Teschen, gastroenterite transmissível, síndrome reprodutiva e respiratória porcina?”, pergunta.
MECANISMO DE INFORMAÇÃO
Por outro lado, o deputado quer saber se existe em vigor um mecanismo que permita que as autoridades sanitárias da RAEM sejam notificadas regularmente sobre a proveniência de carne, principalmente quando é proveniente de locais sujeitos a quarentenas ou restrições de movimentação.
APN Administração de posto fronteiriço em revisão
O comité permanente da 13.ª Assembleia Popular Nacional (APN), que acontece em Pequim entre os dias 21 e 26 de Outubro, vai analisar a proposta de autorização da RAEM para administrar o Posto Fronteiriço de Hengqin de Macau e restantes zonas de extensão relacionadas. A notícia foi avançada ontem pelo canal chinês da Rádio Macau.
PUB
Anúncio de Reclamação de Veículo Por ter violado o artigo 36.º do Regulamento do Serviço Público de Parques de Estacionamento - Estacionamento Abusivo nos Auto-silos, o seguinte veículo já foi removido para o parque de depósito de veículos em Cotai. Para esse efeito, Os donos de carros, por favor, vão rapidamente à Caixa do Parque de Estacionamento onde o carro está para tratar do processo de tirar o carro . Se não for reclamado no prazo de 90 dias, o veículo é considerado abandonado. Nota: Em caso de falta de pagamento, nos termos do artigo 48.º do Regulamento do Serviço Público de Parques de Estacionamento - Constituição do Débito Relativo à Taxa, a presente companhia irá recorrer a procedimento judicial para reclamar a respectiva quantia. O presente anúncio deixa de produzir efeito se a respectiva formalidade já tiver sido efectuada. Número de Matrícula (Automóvel ligeiro): 1. Auto-Silo do Parque Central da Taipa : MI-94-67 2. Auto-Silo do Parque Central da Taipa : MU-78-59 3. Auto-Silo do Parque Central da Taipa : MQ-30-62 4. Auto-Silo do Parque Central da Taipa : MJ-57-80 5. Auto-Silo do Edificio Lok Kuan : MH-46-14 Para mais informações, por favor ligue para: 28921480 / 65991336/66683558 SUNLIGHT GESTÃO DE PROPRIEDADES E FACILIDADES, LDA
ANÚNCIO Concurso público n.º 19/DGF/2019 Prestação do Serviço de Aluguer de Autocarros para o IAM no ano de 2020
Assine-o TELEFONE 28752401 | FAX 28752405 E-MAIL info@hojemacau.com.mo
www.hojemacau.com.mo
Faz-se público que, por deliberação do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais do IAM, tomada em sessão de 2 de Agosto de 2019, se acha aberto o concurso público para a “Prestação do Serviço de Aluguer de Autocarros para o IAM no ano de 2020 ”. O programa do concurso e o caderno de encargos podem ser obtidos, todos os dias úteis e dentro do horário normal de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo do Instituto para os Assuntos e Municipais (IAM), sito na Avenida de Almeida Ribeiro nº 163, r/c, Macau ou descarregados de forma gratuita através da página electrónica deste Instituto (http://www. iam.gov.mo). Se os concorrentes quiserem descarregar os documentos acima referidos, sendo também da sua responsabilidade a consulta de actualizações e alterações das informações na nossa página electrónica durante o período de entrega das propostas. A sessão de esclarecimento deste concurso público terá lugar às 10:00 horas do dia 21 de Outubro de 2019 no Centro de Formação do IAM, sito na Avenida da Praia Grande, n.os 762804, Edifício China Plaza, 6.º andar, Macau. O prazo para a entrega das propostas termina às 17:00 horas do dia 30 de Outubro de 2019. Os concorrentes ou seus representantes devem entregar as propostas e os documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do IAM, sito no rés-do-chão do Edifício do IAM e prestar uma caução provisória no valor de MOP 30.000,00 (trinta mil patacas). A caução provisória pode ser entregue na Tesouraria da Divisão de Assuntos Financeiros do IAM, sita na Avenida de Almeida Ribeiro, n.º 163, r/c, Macau, por depósito em numerário, garantia bancária ou cheque em nome do “Instituto para os Assuntos Municipais”. O acto público do concurso realizar-se-á no Centro de Formação do IAM, sito na Avenida da Praia Grande, n.os 762-804, Edifício China Plaza, 6.º andar, Macau, pelas 10:00 horas do dia 31 de Outubro de 2019. Aos 10 de Outubro de 2019. A Administradora do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais Isabel Jorge www. iam.gov.mo
6 publicidade
16.10.2019 quarta-feira
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 606/AI/2019
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 610/AI/2019
-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora SIT KOK WAN, portadora do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.° 12896xx(x), que na sequência do Auto de Notícia n.° 228/DI-AI/2017, levantado pela DST a 02.10.2017, e por despacho da signatária de 24.06.2019, exarado no Relatório n.° 225/DI/2019, de 10.06.2019, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua do Terminal Maritimo n.os 93-103, Edf. Centro Internacional de Macau, Bloco 3, 8.° andar D, Macau onde se prestava alojamento ilegal.-----------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.-----------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 24 de Setembro de 2019.
-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor LAM SOI KAI, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente n.° 50456xx(x), que na sequência do Auto de Notícia n.° 222/DI-AI/2017, levantado pela DST a 14.09.2017, e por despacho da signatária de 24.06.2019, exarado no Relatório n.° 260/DI/2019, de 03.06.2019, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua de Afonso de Albuquerque n.° 42, Weng Kin B3, Macau onde se prestava alojamento ilegal.-------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.-----------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 26 de Setembro de 2019.
A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 46/P/19
ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 47/P/19
Faz-se público que, por deliberação do Conselho Administrativo, de 27 de Setembro de 2019, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento e Instalação de dois Analisadores Automáticos de Imunoensaio de Fluorescência aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 16 de Outubro de 2019, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP41,00 (quarenta e uma patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela página electrónica dos S.S. ( www.ssm.gov.mo ). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 18 de Novembro de 2019. O acto público deste concurso terá lugar no dia 19 de Novembro de 2019, pelas 10,00 horas, na “Sala de Reunião”, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP19.000,00 (dezanove mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.
Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 24 de Setembro de 2019, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento de Equipamentos Laboratoriais Cedidos Como Contrapartida do Fornecimento de Reagentes ao Serviço de Patologia Clínica dos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 16 de Outubro de 2019, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP42,00 (quarenta e duas patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria destes Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,30 horas do dia 15 de Novembro de 2019. O acto público deste concurso terá lugar no dia 18 de Novembro de 2019, pelas 10,00 horas, na “Sala de Reunião”, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP46.000,00 (quarenta e seis mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.
Serviços de Saúde, aos 10 de Outubro de 2019 O Director dos Serviços Lei Chin Ion
Serviços de Saúde, aos 10 de Outubro de 2019 O Director dos Serviços Lei Chin Ion
EDITAL Edital n.º Processo n.º Assunto Local
: 68/E-BC/2019 : 419/BC/2019/F : Início da audiência pela infracção às disposições do Regulamento de Segurança Contra Incêndios (RSCI) : Estrada da Areia Preta n.o 10, Edf. Vai Chun, parte do terraço sobrejacente à fracção 5.º andar G (CRP:G5), Macau.
Li Canfeng, Director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, faz saber que ficam notificados o dono da obra e o proprietário do local acima indicado, cujas identidades se desconhecem, do seguinte: 1. Na sequência da fiscalização realizada pela DSSOPT, apurou-se que no local acima indicado realizou-se a seguinte obra não autorizada: Obra 2.
3.
4.
5.
Infracção ao RSCI e motivo da demolição
1.1 Construção de um compartimento com cobertura metá- Infracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução lica, paredes em alvenaria de tijolo e chapas metálicas. do caminho de evacuação. Sendo as escadas, corredores comuns e terraço do edifício considerados caminhos de evacuação, devem os mesmos conservar-se permanentemente desobstruídos e desimpedidos, de acordo com o disposto no n.º 4 do artigo 10.º do RSCI, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/95/M de 9 de Junho. As alterações introduzidas pelos infractores nos referidos espaços, descritas no ponto 1 do presente edital, contrariam a função desses espaços enquanto caminhos de evacuação e comprometem a segurança de pessoas e bens em caso de incêndio. Assim, as obras executadas não são susceptíveis de legalização pelo que a DSSOPT terá necessariamente de determinar a sua demolição a fim de ser reintegrada a legalidade urbanística violada. Nos termos do n.º 3 do artigo 87.º do RSCI, a infracção ao disposto no n.º 4 do artigo 10.º é sancionável com multa de $4 000,00 a $40 000,00 patacas. Além disso, de acordo com o n.º 4 do mesmo artigo, em caso de pejamento dos caminhos de evacuação, será solidariamente responsável a entidade que presta os serviços de administração ou de segurança do edifício. Considerando a matéria referida nos pontos 2 e 3 do presente edital, podem os interessados, querendo, pronunciar-se por escrito sobre a mesma e demais questões objecto do procedimento, no prazo de 5 (cinco) dias contados a partir da data da publicação do presente edital, assim como requerer diligências complementares e oferecer os respectivos meios de prova, em conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo 95.º do RSCI. O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 15.º andar, em Macau (telefones n.os 85977154 e 85977227).
RAEM, 8 de Outubro de 2019
O Director de Serviços Li Canfeng
Anúncio Faz-se saber que, por despacho do Exmo. Senhor Secretário para a Economia e Finanças, de 16 de Agosto e 20 de Setembro de 2019, foi determinada a abertura do Concurso Público n.º 1/CP/DSF-DSI/2019, para o Sistema de Troca Automática de Informações do Relatório País a País (CbCR). O respectivo programa do concurso e o caderno de encargos encontram-se disponíveis, para efeitos de consulta durante o horário de expediente, no 14.º andar do Edifício Finanças, sito na Avenida da Praia Grande, n.ºs 575, 579 e 585, em Macau, a partir da data de publicação deste anúncio no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, e também disponíveis gratuitamente, a partir da mesma data, na página oficial desta Direcção de Serviços (http://www.dsf.gov.mo). As propostas devem ser entregues até às 12 horas da manhã do dia 29 de Novembro de 2019, na Divisão Administrativa e Financeira da Direcção dos Serviços de Finanças, sita no 14.º andar do Edifício Finanças. É obrigatória a prestação de uma caução provisória a favor da RAEM, no valor de MOP72.000,00 (setenta e duas mil patacas), a qual garantirá o exacto e pontual cumprimento das obrigações que assumem com a apresentação da proposta. A caução provisória poderá ser feita por depósito em dinheiro, devendo solicitar a respectiva guia de depósito junto da Divisão Administrativa e Financeira da Direcção dos Serviços de Finanças, ou mediante garantia bancária. O acto público do concurso realizar-se-á no dia 2 de Dezembro de 2019, pelas 10h00, no Auditório da Cave do Edifício Finanças, sito na Avenida da Praia Grande, n.ºs 575, 579 e 585, em Macau. Em caso de encerramento destes serviços por causa de tempestade ou de outros motivos de força maior, o termo do prazo de entrega das propostas ou a data e a hora estabelecidas para o acto público do concurso, serão transferidos para o primeiro dia útil seguinte. Macau, aos 3 de Outubro de 2019 A Directora dos Serviços, Subst.ª Chong Seng Sam
política 7
quarta-feira 16.10.2019
DECLARAÇÃO CONJUNTA SÓ CENÁRIO DE VIOLÊNCIA EXTREMA JUSTIFICARIA ANÁLISE
Até às últimas consequências
Carlos Gaspar, que fez parte da delegação portuguesa que assinou a Declaração Conjunta com as autoridades chinesas, em 1987, defende que só um cenário de violência “em larga escala tornaria inevitável uma nova avaliação das condições políticas” que garantem o cumprimento do documento na RAEM
A
VALIAR a situação política que garanta o respeito pela Declaração Conjunta, assinada em 1987, só numa situação de violência extrema. É esta a posição de Carlos Gaspar, antigo conselheiro de Mário Soares que fez parte da delegação portuguesa que assinou o documento. Carlos Gaspar, hoje professor universitário, foi ainda assessor de Jorge Sampaio, Presidente da República portuguesa à data da transferência de soberania do território, em 1999. “Os acontecimentos de Hong Kong não são comparáveis à repressão de Tiananmen, mas devem ser acompanhados pelas autoridades responsáveis. Obviamente, um cenário de violência em larga escala tornaria inevitável uma nova avaliação das condições políticas que garantem o quadro de referência da Declaração Conjunta luso-chinesa sobre Macau”, apontou ao HM quando confrontado com uma carta enviada por um cidadão de Hong Kong, em conjunto com colegas de Macau, ao Governo português. A carta pede que as autoridades portuguesas condenem as violações dos direitos humanos por parte da polícia e tríades. Enviada há três meses para Lisboa, a missiva ainda não obteve resposta. O HM tentou obter uma reacção junto da Presidência da República portuguesa, que reencaminhou as perguntas para o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE). Até ao fecho desta edição, o MNE não respondeu às questões colocadas. Carlos Gaspar recorda o facto de a Declaração Conjunta luso-chinesa “não prever mecanismos de avaliação”. Contudo, “tanto Portugal como a República Popular da China têm a responsabilidade de proceder à análise das condições políticas que garantem o respeito pelo conjunto das disposições fundamentais do acordo bilateral que tornou possível a transferência de poderes em Macau”. O pedido feito na carta enviada às autoridades portuguesas não é novo, como destaca Carlos Gaspar. “Essa
questão foi posta pela primeira vez em 1989, depois da repressão das manifestações de Tiananmen, quando podia estar posta em causa a continuidade das políticas de reforma e de abertura do regime chinês, em que se inscrevem tanto a Declaração Conjunta sino-britânica, como a Declaração Conjunta luso-chinesa. Nesse quadro, Portugal associou-se às sanções impostas pela União Europeia, mas manteve abertos todos os canais oficiais com a República Popular da China, que confirmou a sua linha reformista em 1992.”
SEM INTERESSE
Fernando Lima, autor do livro “Macau, um Diálogo de Sucesso” e ex-assessor de Cavaco Silva, quando este era primeiro-ministro, de 1986 a 1995, defende que o Governo português não está interessado numa possível avaliação do documento. “O que retenho é a declaração de Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, segundo a qual ‘a Lei Básica está a ser cumprida em Macau’. Também nessa declaração fala de contactos permanentes com as autoridades da RAEM para casos pontuais que suscitam apreensão. Quais são, não conhecemos. Perante a declaração do ministro, duvido que o Governo português queira, alguma vez, proceder a qualquer avaliação, até porque sabe que a China nunca a aceitaria, independentemente dos acontecimentos de Hong Kong.” Para Fernando Lima, “a Declaração Conjunta é um compromisso entre dois Estados com prazo de validade e, desde a transferência de soberania, Pequim considera Macau, tal como Hong Kong, um assunto interno da China”, rematou. Garcia Leandro, ex-Governador de Macau, não aceitou comentar o caso por considerar que este assunto cabe às autoridades competentes. Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
Carlos Gaspar “Obviamente, um cenário de violência em larga escala tornaria inevitável uma nova avaliação das condições políticas que garantem o quadro de referência da Declaração Conjunta luso-chinesa sobre Macau”
8 sociedade
16.10.2019 quarta-feira
BOLSA DE VALORES ECONOMISTAS ALERTAM PARA PROBLEMAS ESTRUTURAIS
É só fazer contas
As autoridades de Macau desejam abrir uma bolsa de valores no território, mas analistas e economistas acreditam que não só as empresas não possuem a contabilidade organizada como faltam estruturas complementares e um quadro legal de suporte
A
Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) demonstrou esta semana ter receios quanto à viabilidade de uma bolsa de valores no território, e as preocupações não são para menos. De acordo com dois economistas ouvidos pelo HM, e vários analistas ouvidos pelo South China Morning Post, Macau não tem dimensão ou estrutura suficiente para operar este tipo de entidade. Albano Martins, economista, disse ao HM que este é um assunto antigo, que nunca ganhou outros contornos porque o mercado financeiro de Macau não mudou. “Estive no gabinete de estudos da AMCM e durante muitos anos esse assunto foi debatido. Macau não tem condições do ponto de vista
ANGELA LEONG EXPECTANTE
A
deputada Angela Leong disse ao Jornal do Cidadão que está expectante face à possibilidade de vir a ser criada uma bolsa de valores em Macau a operar em renmimbi. A empresária, ligada à Sociedade de Jogos de Macau, espera que as autoridades do território possam desenvolver medidas que se articulem com as políticas nacionais, aproveitando o papel de Macau como plataforma entre a China e os países de língua portuguesa e o seu lugar no projecto da Grande Baía.
José Paosinho, economista “Seria mau para a imagem de Macau, pois poderia tornar-se no centro de colocação de tudo o que fosse rejeitado em Hong Kong.”
financeiro para ter bolsa de valores, porque cerca de 90 por cento das empresas não tem contabilidade organizada.” “Em termos fiscais, Macau é um bom sítio porque os impostos são baixos, mas não sei qual é a vantagem para o território em si. Porquê Macau e não uma outra cidade da China”, questionou Albano Martins, que alertou para as diferenças em termos de documentação legal. Outro economista, José Paosinho, também acredita que “não faz sentido” a existência de uma bolsa de valores em Macau “pela estrutura das empresas existentes e as regulamentações”. Além da ausência de uma contabilidade organizada, o economista aponta que uma bolsa de valores “seria mau para a imagem de Macau, pois poderia tornar-se no centro de colocação de tudo o que fosse rejeitado em Hong Kong”. “Oiço esse tema desde 1988, quando cheguei ao território. Ma-
cau não tem dimensão suficiente, em termos de liquidez, para ter uma bolsa de valores, a não ser que fossem só os estrangeiros a recorrer a ela. Além disso, faltariam quadros técnicos.” De acordo com a edição de ontem do South China Morning Post (SCMP), a ideia seria abrir uma bolsa de valores do tipo Nasdaq que operaria em yuan, em regime offshore, e que teria como foco principal as empresas do ramo tecnológico que operam na zona da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. “Isso só seria viável se Macau fosse um sítio, e mais nada. Do ponto de vista das operações das empresas de Macau não vejo nada de especial. E porquê uma bolsa de tecnologia em Macau quando em Hong Kong as estruturas existem todas?”, questionou José Paosinho.
DIFERENÇAS ABISSAIS
Há muito um mercado financeiro regulamentado e solidificado,
Hong Kong tem actualmente 164 bancos licenciados, 70 deles com enorme presença internacional, como é o caso da Goldman Sachs, JP Morgan Chase ou Morgan Stanley, entre outros, sem esquecer as 600 empresas correctoras. Na China, as cidades de Shenzen e Xangai há muito que desempenham um importante papel como praças financeiras. Ouvido pelo SCMP, Kenny Ng, consultor para a área de segurança da empresa Everbright Sun Hung Kai, que opera na área financeira, acredita que uma bolsa de valores em Macau poderia entrar em choque com o projecto já existente em Shenzen. “Se a bolsa de valores de Macau se posicionar num mercado de estilo Nasdaq, vai sobrepor-se ao ChiNext e ao mercado de pequenas e médias empresas da bolsa de valores de Shenzen.” Clement Chan, director-geral de contas da consultora BDO, felicita o Governo de Macau por esta iniciativa, mas alerta para o facto de “uma operacionalização significativa de uma bolsa de valores necessitar de ser suportada por vários desenvolvimentos complementares na área legal, contabilística e financeira, só para nomear alguns”. Nesse sentido, “Macau tem um longo caminho a percorrer para estabelecer o essencial”. O facto de se propor uma bolsa de valores em yuan constitui outro obstáculo, defende Kenny Ng, pelo facto de ser uma moeda ainda pouco transaccionada por investidores internacionais, o que traria um impacto negativo ao projecto. No final de Agosto, Macau tinha depósitos em yuan, em regime offshore, na ordem dos 51.12 mil milhões, um valor que representa apenas sete por cento do montante registado em Hong Kong, na ordem dos 664 mil milhões de yuan. “Se os depósitos em yuan feitos em Macau fossem cambiados para dólares de Hong Kong, seriam suficientes para cobrir apenas metade de um dia de transacções na bolsa de valores de Hong Kong, que atingiu a média de 107.4 mil milhões de dólares, num só dia, em 2018”, lê-se no SCMP. Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
O
presidente da Embratur – Instituto Brasileiro do Turismo disse ontem em entrevista à Lusa que vai ser proposto ao Congresso a autorização de abertura de casinos em ‘resorts’ integrados como os de Macau e Singapura. Gilson Machado Neto disse que há várias “acções ambiciosas” que vão ser
enviadas ao Congresso brasileiro ainda este ano, mas que há também uma proposta que está a ser alvo de análise: a abertura de casinos no Brasil. “Outra coisa que temos em mente é a liberalização de ‘clusters’ de resorts integrados como este [MGM, em Macau], de casino, no Brasil”,
explicou. “No Brasil o casino ainda é proibido”, lembrou, pelo que é necessário garantir uma mudança legislativa para concretizar esta aposta na indústria do jogo e do lazer. “É esse modelo de Macau e de Singapura que nós estamos a estudar e vamos apresentar
ao Congresso”, precisou Gilson Machado Neto. Em Macau, onde são esperados cerca de 40 milhões de visitantes este ano, o ministro do Turismo brasileiro já tinha feito questão de apontar, na segunda-feira, uma das apostas para impulsionar ainda mais o turismo e o financiamento privado: os casinos.
“Quero lembrar que o [poder] legislativo no Brasil avalia regulamentar a operação de casinos em ‘resorts’ [integrados], abrindo grandes vias de investimento” no país, sublinhou Marcelo Álvaro António, à margem do Fórum de Economia de Turismo Global, que terminou ontem.
A Autoridade Monetária de Macau, divulgou ontem as estimativas preliminares das reservas cambiais da RAEM, que se cifraram em 171 mil milhões de patacas no final de Setembro de 2019. Este montante representou um aumento de 0,7 por cento em relação aos dados rectificados do mês anterior, que atingiram 169,8 mil milhões de patacas.
Economia Associação de Fujian e banco ICBC assinam acordos
A Fujian Clãs Associação de Macau e a sucursal de Macau do Banco Industrial e Comercial da China assinaram esta segunda-feira um acordo-quadro para a cooperação estratégica para implementar conjuntamente estratégias de desenvolvimento nacional e a políticas do Governo da RAEM. Neste âmbito serão desenvolvidos quatro projectos num valor superior a seis mil milhões de renmimbi em áreas diversas como finanças, comércio ou educação. Está também previsto o estabelecimento de um projecto de estágios desenvolvido pelo ICBC Macau dirigido a estudantes ligados à associação. O jornal Exmoo News escreveu ainda que será dada prioridade a todos os membros de pequenas e médias empresas ligados à associação para que seja facilitado o financiamento para negócios.
FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL
JOGO EMBRATUR VAI PROPOR AO CONGRESSO CASINOS COMO EM MACAU
AMCM Reservas cambiais aumentam em Setembro
sociedade 9
GCS
quarta-feira 16.10.2019
DSSOPT Colina da Penha sem espaços subterrâneos
A reunião do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU) desta segunda-feira teve como ponto do debate a possibilidade de serem construídos espaços subterrâneos na zona junto à Colina da Penha, sendo que esses espaços ficariam associados à reconstrução de vivendas já existentes no local. Li Cafeng, director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, defendeu que já existem edifícios no terreno em causa e que qualquer projecto deverá estar sujeito às leis em vigor.
Shun Tak Pansy Ho responde à quebra de passageiros
Pansy Ho, presidente executiva do grupo Shun Tak Holdings, disse estar a ponderar uma série de medidas para responder à quebra do número de passageiros nas ligações marítimas entre Macau e Hong Kong. Essas medidas podem passar pelo ajustamento do horário dos barcos e pela criação de novas excursões para Shenzen, a fim de responder às novas necessidades do sector do turismo. Pansy Ho adiantou, no entanto, que esta quebra de passageiros não a surpreende, tendo em conta o surgimento de outros meios de transporte, como a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau.
Palestra “Macau na Rota da Seda” em debate no Venetian
O papel de Macau na política “Uma Faixa, Uma Rota” será debatido esta sexta-feira, dia 18, no Venetian, no âmbito do V Fórum de Jovens Empresários China-Países de Língua Portuguesa. O debate é promovido pela Associação dos Amigos da Nova Rota da Seda, presidida pela economista Fernanda Ilhéu, e conta com a participação de Miguel Frasquilho, presidente do conselho de administração da TAP, Derio Chan, presidente da China-Europe International Business Association (CEIBA), Tiago Pereira, engenheiro civil residente em Macau, Artur Lami, economista, e Gabriela Faria de Oliveira, fundadora do Business Rail.
MIF FEIRA INTERNACIONAL COMEÇA AMANHÃ E DECORRE ATÉ SÁBADO
Montra de negócios A Feira Internacional de Macau (MIF) e a Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa (PLPEX) vão promover a partir de amanhã os países lusófonos, com Cabo Verde em destaque, indicou ontem a organização
41,9
milhões de patacas é o custo da 24.ª MIF e da PLPEX deste ano
C
ABO Verde é o país parceiro do evento, que se realiza entre amanhã e sábado, organizado pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, com o apoio de entidades económicas e comerciais de Macau, do interior da China e de Hong Kong. O ministro da Indústria, Comércio e Energia de Cabo Verde, Alexandre Dias Monteiro, vai liderar uma delegação com uma “presença institucional forte” que conta ainda com a ministra da Educação de Cabo Verde, Maritza Rosabal Peña, sublinhou a presidente da Cabo Verde TradeInvest, Ana Lima Barber, na conferência de imprensa que serviu para apresentar o evento. Ambos os ministros deverão participar nos dias da MIF em pelo menos duas cerimónias: a assinatura de protocolos relacionados com o ensino
superior e de geminação entre a ilha de Boa Vista e uma cidade da província chinesa de Jiangsu, indicou a responsável da Cabo Verde TradeInvest, a agência pública de promoção e de investimento daquele país. Ana Lima Barber sublinhou ainda que todas as ilhas de Cabo Verde vão estar representadas por 22 empresas dos sectores de agronegócios, comércio, serviços e indústria, na certeza de que este tipo de eventos “fortalece as relações comerciais e empresariais e fomenta novas oportunidades” para as empresas. A 24.ª MIF e a PLPEX deste ano vão custar no total cerca de 41,9 milhões de patacas e ocupar uma área de aproximadamente 24 mil metros quadrados, com 1.500 stands e pavilhões temáticos.
MILHÕES TECNOLÓGICOS
A presidente da Cabo Verde TradeInvest referiu
24
mil metros quadrados é a área ocupada
ainda que uma empresa de Macau está a investir mais de 40 milhões de dólares no país na área das tecnologias de informação, para se expandir no mercado africano. A Macao Bringbuys Web Technology quer criar um uma plataforma de fornecimento de serviços tecnológicos para a África Ocidental na capital cabo-verdiana, num projecto que já aumentou para o dobro em termos de investimento estimado, indicou Ana Lima Barber, que lidera a agência pública de promoção e de investimento daquele país lusófono. “O projecto tem cinco anos e depois será revisto”, assinalou aquela responsável. Barber referia-se a um investimento cujos princípios foram definidos num acordo assinado durante o 12.º Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial
entre China e Países de Língua Portuguesa, em 2018, referindo-se a um centro de computação em nuvem, um centro de dados ‘offshore’, instituições de formação e incubadoras em Cabo Verde com planos de expansão mo mercado africano. A empresa está agora “a olhar para este investimento já com uma dimensão muito maior”, explicou, salientando a vertente de comércio electrónico para “expor as empresas chinesas ao mercado africano, para exportarem”, mas sobretudo a “oportunidade de investimento [que significa] também para Cabo Verde”. A mesma responsável aproveitou para explicar que o projecto se enquadra na vontade de Cabo Verde em “atrair investimentos de qualidade”, proporcionados, sublinhou, pela política de incentivos fiscais, a livre transferência de fundos, a estabilidade laboral, social e política, bem como pela conectividade com outros países e outros mercados, como o lusófono e o europeu.
1.500 stands e pavilhões temáticos
10 eventos
16.10.2019 quarta-feira
Palco da fratern LUSOFONIA CINCO COMPANHIAS NA VI MOSTRA DE TEATRO LUSÓFONO EM MACAU
Portugal, Macau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste participam no Teatrau - VI mostra de teatro dos países de língua portuguesa, de 22 a 27 de Outubro, em Macau
artísticas, organização de eventos multidisciplinares e produção de espectáculos" Fundado em 1975, o grupo independente de arte dramática Hiu Hok encenou já mais de 200 peças, que "cobrem diferentes tipos de teatro", indicou, em comunicado, o IPOR. Moçambique apresenta o Centro de Teatro do Oprimido, uma associação cultural lançada em 2013, de difusão de "técnicas alternativas de comunicação" e de dinamização cultural "para a formação e educação comunitária" e a procura de "soluções para problemas que afectem o desenvolvimento da comunidade". Já a companhia LEGI TÉLA - Grupo tradicional de teatro e dança, de São Tomé e Príncipe, foi considerado no ano em que foi fundado, 2010, o melhor grupo de teatro na competição de teatro nacional do país.
D
E Portugal participa nesta mostra, coordenada e produzida pelo Instituto Português do Oriente (IPOR), o colectivo Primeira Pedra, fundado em 2018 e que se destaca "pelas intervenções PUB
BOOKER MARGARET ATWOOD E BERNARDINE EVARISTO PREMIADAS
A
REUTERS
canadiana Margaret Atwood e a britânica Bernardine Evaristo venceram ontem, em conjunto, o prémio Booker, o mais prestigiado prémio literário de língua inglesa, foi anunciado. Margaret Atwood, que é a quarta figura a conquistar duas vezes o prémio, foi galardoada pela sequela de “A História de uma Serva”, intitulada “The Testaments”, livro-sensação do Outono, que a Bertrand disse à Lusa, há algumas semanas, não saber ainda se vai ou não editar. Atwood já tinha vencido em 2000 com “O Assassino Cego” (editado em 2009 pela Bertrand em Portugal). Já Bernardine Evaristo, que ficará na história por ter sido a
primeira mulher negra a ganhar o prémio, foi escolhida pelo livro “Girl, Woman, Other”. Nascida de pais ingleses e nigerianos, Bernardine Evaristo é autora de oito livros e ensina escrita criativa na Universidade de Brunel, em Londres. Os livros vencedores foram escolhidos entre 151 submetidos, abrangendo o universo de livros escritos em inglês e publicados no Reino Unido e na Irlanda entre 1 de Outubro de 2018 e 30 de Setembro de 2019. Com um valor monetário de 55.760 euros, o prémio literário Booker foi criado em 1969 e é atribuído a autores de qualquer nacionalidade desde que tenham escrito uma obra em língua inglesa e publicada no Reino Unido.
Venetian Desfile de moda de designers locais no sábado
No próximo sábado, pelas 14h realiza-se o “Moda • Momento de Encontro” - Desfile dos Trabalhos de Moda do Programa de Subsídios à Criação de Amostras de Design de Moda, organizado pelo Instituto Cultural (IC) e co-organizado pelo Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau. O evento, que tem lugar no Salão Florença do The Venetian Macau, tem entrada gratuita e contará com trabalhos dos designers de moda selecionados do “Programa de Subsídios à Criação de Amostras de Design de Moda 2018”. Durante o desfile vão ser exibidos 64 conjuntos de vestuário exibidos por modelos locais, incluindo roupas masculinas, roupas femininas casuais, vestidos de alta-costura para mulheres e roupas para toda a família. Na lista de designers estão Wong Ha e Wan Sio Tong (grupo), Leng Carmen, Cheang Man Cheng e Mac Chi Lon (grupo), Cordova Celestino Maria, Lo Ka Heng e Choi Wai Leng (grupo), Siu David, Lai Ka Pou e Cheang Chi Tat.
eventos 11
quarta-feira 16.10.2019
nidade O programa das companhias de teatro inclui ainda a realização de oficinas e visitas a instituições educativas para promoção da língua portuguesa, da criatividade e expressão pessoal
De Timor-Leste participa a companhia Estrela de Ramelau, criada em 2018 e que integra, entre outros, vários estudantes do ensino secundário e superior timorense, além de alunos da Escola Portuguesa de Díli.
FAIXA CULTURAL
e os países de língua portuguesa, inaugurada oficialmente no sábado passado. O programa das companhias de teatro inclui ainda a realização de oficinas e visitas a instituições educativas para promoção da língua portuguesa, da criatividade e expressão pessoal, referiu. Com entrada livre, os espectáculos realizam-se no edifício do Antigo Tribunal, no centro da cidade. Sob o tema "uma faixa, uma rota cultural", a semana cultural, organizada pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de língua portuguesa e coorganização do Instituto Cultura, apresenta ainda espectáculos musicais, exposição de pintura e fotografia, gastronomia e artesanato do bloco lusófono.
O Teatrau realiza-se no âmbito da 11.ª semana cultural entre a China
EXPOSIÇÃO “CHAPAS SÍNICAS” NA TORRE DO TOMBO ATÉ 8 DE FEVEREIRO
A
exposição “Chapas Sínicas – Histórias de Macau na Torre do Tombo”, co-organizada pelo Arquivo Nacional da Torre do Tombo e pelo Arquivo de Macau do Instituto Cultural (IC), está patente ao público até dia 8 de Fevereiro. Em 2016 e 2017, a colecção foi inscrita no Registo da Memória do Mundo para a Ásia-Pacífico a nível regional e no Registo da Memória do Mundo, respectivamente.
As Chapas Sínicas são uma colecção composta por mais de 3.600 documentos, incluindo registos oficiais de Macau redigidos em chinês durante a Dinastia Qing, ofícios traduzidos para português e outros documentos diversos, documentação esta que se encontra conservada no acervo do Arquivo Nacional da Torre do Tombo de Portugal. Os registos reflectem as condições da
sociedade, a vida das pessoas, o desenvolvimento urbano e o comércio de Macau durante a dinastia Qing, representando ainda a importância de Macau para o mundo e registando histórias que, embora tenham ocorrido em Macau, são de relevância histórica para a China e Portugal, bem como para a história mundial. A exposição esteve já patente em Macau no ano de 2018.
PUB
12 china
16.10.2019 quarta-feira
ECONOMIA INFLAÇÃO ACELERA 3 POR CENTO EM SETEMBRO
O
índice de preços ao consumidor (IPC) da China, principal indicador de inflação, aumentou 3% em Setembro em relação ao ano anterior, a maior subida deste indicador desde Novembro de 2013. Como nos meses anteriores, os principais protagonistas desse aumento anual de preços foram os alimentos, que subiram 11,2 por cento, informou ontem o Escritório Nacional de Estatística da China (ONE) em comunicado. O aumento foi liderado pela subida do preço da carne, que aumentou 46,9 por cento em relação a Setembro de 2018 e 30,9 por cento comparando com Agosto de 2019. Nesta secção, a carne de porco, um dos produtos mais procurados pelos consumidores chineses, (ver texto principal), au-
mentou 69,3 por cento, uma vez que a sua produção foi reduzida pela epidemia da peste suína africana. A China produz e consome dois terços da carne de porco no mundo. Os preços dos vegetais frescos sofreram uma queda significativa no mês passado, 11,8 por cento em relação ao ano anterior, enquanto as frutas subiram 7,7 por cento. Por outro lado, os preços dos ovos aumentaram 9,4 por cento em Setembro. Apesar do aumento de 3 por cento do índice de preços ao consumidor, estes valores estão alinhados com os objectivos do Governo chinês, que em Março estabeleceu como meta para este ano um aumento da inflação em torno de 3 por cento.
Guiné Equatorial Apreendidos contentores de kevazingo com destino à China Sete contentores de kevazingo, uma madeira rara cuja exploração é interdita na Guiné Equatorial, mas que é muito apreciada na Ásia, foram apreendidos em Bata, a capital económica do país, e uma rede de traficantes desmantelada. A informação foi avançada por fontes oficiais à AFP. “Os compradores eram chineses”, detalhou à AFP o responsável pelos Assuntos do Ambiente no Ministério da Agricultura, Gabriel Ngua Ayecaba. A apreensão dos sete contentores ocorreu no domingo,
segundo a televisão da Guiné Equatorial. As empresas chinesas dominam a exploração florestal neste país africano, onde são denunciadas regularmente pelas populações locais pelas suas práticas. No Gabão vizinho, um importante tráfico de kevazingo, tornou-se um assunto de Estado, quando 353 contentores foram apreendidos pela alfândega no final de Fevereiro. Nestes dois produtores de petróleo da África Central, a exploração de madeiras raras da floresta equatorial é uma fonte importante de receitas.
O Ministério da Agricultura de Timor-Leste anunciou a 3 de outubro que cerca de 400 porcos em explorações agrícolas tinham morrido de peste suína
PESTE SUÍNA GOVERNO CHINÊS PROÍBE IMPORTAÇÕES DE PORCOS PROVENIENTES DE TIMOR-LESTE
Desta carne não comerei
PORCO ALTERNATIVO
A doença, que já levou ao abate de mais de um milhão de suínos por toda a China, continua a espalhar-se e a provocar enormes prejuízos financeiros no continente asiático
A
China interditou a entrada de carne de porco proveniente de Timor-Leste devido ao surto de peste suína africana detectado no arquipélago. Segundo um edital publicado ontem pela Administração Geral da Alfândega da China, mas datado de sábado passado, passa a ser proibida a
animais ou produtos rumo a um outro mercado, o veículo em que segue a mercadoria deverá ser selado e só aberto com a autorização da alfândega chinesa, explica o edital. O Ministério da Agricultura de Timor-Leste anunciou a 3 de outubro que cerca de 400 porcos em explorações agrícolas tinham morrido de peste suína. A interdição não deverá ter impacto na economia timorense, uma vez que a China não importou qualquer produto animal de Timor-Leste nem no ano passado nem nos primeiros oito meses deste ano, segundo dados oficiais da Administração Geral da Alfândega da China. A Alfândega justifica a medida com a necessidade de “proteger a segurança da pecuária chinesa e prevenir a introdução da epidemia” na China continental. Mas a peste suína africana foi já detectada na China continental há um ano, tendo-se espalhado por 32 províncias e regiões do país. A doença não é transmissível aos seres humanos, mas é fatal para porcos e javalis, tendo obrigado ao abate de mais de um milhão de suínos, segundo o Ministério chinês da Agricultura.
importação, directa ou indireta, ou o transporte de porcos, javalis ou “produtos derivados” de Timor-Leste. Quem violar a interdição será punido de acordo com a lei, sublinha a Alfândega, e os animais ou produtos serão devolvidos ao arquipélago ou destruídos. No caso de a China servir apenas como ponto de passagem dos
O país já perdeu 40 por cento do seu gado, o que levou a inflação na China a subir em Agosto ao ritmo mais rápido dos últimos 18 meses. A carne de porco é parte essencial da cozinha chinesa, compondo 60 por cento do total do consumo de proteína animal no país. Dados oficiais revelam que os consumidores chineses comem mais de 120 mil milhões de quilos de carne de porco por ano. Para compensar o défice na produção doméstica, estimado em 10 milhões de toneladas, a China tem aumentado as importações do Brasil e da Europa. No final do ano passado, as autoridades chinesas autorizaram três matadouros portugueses a exportar para o país. As estimativas iniciais apontavam que as exportações portuguesas para China se fixassem em 15 mil porcos por semana, movimentando, no total, 100 milhões de euros.
PUB
AVISO
FALECIMENTO
DANIEL EDUARDO DA COSTA E ROSÁRIO A família enlutada de Daniel Eduardo da Costa e Rosário, vem comunicar o falecimento da sua ente querido no dia 11 de Outubro de 2019 no Hospital S. Januário. No dia 17 de Outubro de 2019 pelas 18:00 horas será rezada uma missa pela
sua alma na Casa Mortuária Diocesana. No dia seguinte, 18 de Outubro de 2019, pelas 11:00 será realizado o funeral e uma Missa no Cemitério São MiguelArcanjo. Antecipadamente se agradece a todos quantos queiram participar no piedoso acto.
Faz-se saber que em relação ao concurso público para « Empreitada de Construção da Nova Estação Elevatória EER4, no COTAI », publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 39, II Série, de 25 de Setembro de 2019, foram prestados esclarecimentos, nos termos do artigo 2.2 do programa do concurso, e foi feita aclaração complementar conforme necessidades, pela entidade que realiza o concurso e juntos ao processo do concurso. Os referidos esclarecimentos e aclaração complementar encontram-se disponíveis para consulta, durante o horário de expediente, no Gabinete para o Desenvolvimento de Infraestruturas, sito na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, Macau. Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 10 de Outubro de 2019. O Coordenador do Gabinete, Lam Wai Hou
região 13
quarta-feira 16.10.2019
PUB
Anúncio Concurso público para a Prestação de Serviços de Manutenção do Sistema de Ar Condicionado da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, de Julho de 2020 a Junho de 2022
Casa dos horrores Bebé recém-nascida encontrada enterrada viva na Índia
U
M A bebé recém-nascida está em estado crítico num hospital na Índia após ter sido enterrada viva dentro de uma panela de barro numa região no norte do país, afirmaram as autoridades indianas. O lojista Hitesh Sirohi encontrou a recém-nascida na quinta-feira, quando estava a cavar uma cova para a sua filha, que nascera morta no dia anterior, na região norte do estado de Uttar Pradesh. Segundo o testemunho de Sirohi ao jornal Times of India, o lojista encontrou a menina quando a sua pá bateu numa panela de barro enterrada e a menina começou a chorar. A bebé estava embrulhada num pano. “Quando ele percebeu que havia um recém-nascido dentro, resgatou-a imediatamente”, declarou a polícia local à agência France-Press. A bebé está agora hospitalizada e em estado crítico, sendo que as suas despesas médicas estão a ser pagas por
um político local, de acordo com os médicos e a polícia. O agente policial Abhinanadan Singh confirmou que as autoridades estão a tentar localizar os pais da bebé.
LUCROS E PREJUÍZOS
O infanticídio feminino é um flagelo antigo na Índia, especialmente em comunidades pobres, uma vez que as meninas são vistas como fardos financeiros para a família que têm de lhes proporcionar uma educação e um dote monetário quando se casam. Os meninos são vistos como investimentos que acabarão por sustentar os pais. A Índia tem-se esforçado para compensar o défice en-
O lojista encontrou a menina quando a sua pá bateu numa panela de barro enterrada e a menina começou a chorar
tre o número de meninas e meninos que nascem, tentando combater a proporção de género de 940 nascimentos de mulheres por mil homens, de acordo com os dados do censo de 2011. Desde 1994 que é proibido revelar o sexo do bebé aos pais, mas as famílias ainda recorrem a meios ilegais para descobrir o género do feto e abortar se for uma menina. Um estudo publicado em 2011 na revista científica The Lancet revelou que 12 milhões de fetos femininos foram abortados na Índia durante os 30 anos anteriores ao estudo. Em Janeiro foi encontrada uma bebé de três semanas enterrada viva, no estado do Rajastão, após os moradores a ouvirem chorar. A bebé morreu algumas semanas depois no hospital. Em 2017, a polícia estatal de Maharashtra, no oeste da Índia, retirou 19 fetos femininos de um esgoto perto de uma clínica. As autoridades prenderam e acusaram um médico por realizar abortos ilegais a pais que queriam um menino.
Tufão Hagibis Número de mortos no Japão sobe para 67 Pelo menos 67 pessoas morreram e 15 continuam desaparecidas no Japão após a passagem do tufão Hagibis, no sábado, de acordo um novo relatório divulgado ontem pela televisão pública NHK. O último balanço, divulgado na segunda-feira, dava conta de 56 mortos. Mais de 100 mil membros de equipas de socorro continuam as operações de busca e resgate nas áreas inundadas e afectadas
por deslizamentos de terra, desencadeados pelas chuvas “sem precedentes” devido ao tufão Hagibis, disseram meteorologistas japoneses. O Hagibis tocou terra no sábado pouco antes das 19:00 e, cerca de duas horas depois, chegou à capital japonesa com rajadas de vento até 200 quilómetros por hora, de acordo com a agência meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês).
1. Entidade que põe o serviço a concurso: Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ). 2. Modalidade de concurso: concurso público. 3. Objecto do concurso: Prestação de Serviços de Manutenção do Sistema de Ar Condicionado da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude. 4. Período da prestação dos serviços: de Julho de 2020 a Junho de 2022. 5. Prazo de validade das propostas: é de noventa dias, a contar da data do acto público do concurso, prorrogável, nos termos previstos no Programa do Concurso. 6. Tipo de empreitada: a empreitada é por preço global. 7. Caução provisória: é de MOP 160.000,00 (cento e sessenta mil patacas), a prestar mediante garantia bancária aprovada nos termos legais ou depósito em numerário, à ordem da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, no Banco Nacional Ultramarino (conta n.o 9002501375). 8. Caução definitiva: é de 4% do montante total da adjudicação. 9. Preço base: não há. 10. Condições de admissão: entidades inscritas na Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes da Região Administrativa Especial de Macau para execução de obras 11. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: Secção de Arquivo e Expediente Geral da DSEJ, Avenida D. João IV, n.os 7-9, 1.º andar. Dia e hora limite (Nota 1): até às 12:00 horas do dia 12 de Novembro de 2019. (Nota 1): Se houver suspensão dos serviços da DSEJ no dia e na hora originalmente determinados para a entrega das propostas, devido à ocorrência de tufão ou por motivos de força maior, o dia e a hora limite para entrega das propostas serão adiados para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. O dia e a hora do acto público do concurso definidos no ponto 12 serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte à data limite para entrega das propostas. 12. Local, dia e hora do acto público do concurso: Local: sala de reuniões, no edifício-sede da DSEJ, Avenida D. João IV, n.os 7-9, 1.º andar. Dia e hora (Nota 2): às 10:00 horas do dia 13 de Novembro de 2019. (Nota 2): Se ocorrer a suspensão dos serviços da DSEJ no dia e na hora, originalmente, determinados para o acto público do concurso, devido à ocorrência de tufão ou por motivos de força maior, o dia e a hora estabelecidos para o acto público do concurso serão adiados para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Em conformidade com o disposto no artigo 27.o, do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho, os concorrentes ou os seus representantes legais devem estar presentes no acto público do concurso para esclarecerem dúvidas que, eventualmente, surjam relativas aos documentos nelas constantes. 13. Local, dia e hora para exame do processo e obtenção da cópia e outras observações: Local: Secção de Arquivo e Expediente Geral da DSEJ, Avenida D. João IV, n.os 7-9, 1.º andar. Dia: a partir da data de publicação do presente anúncio até ao dia do acto público do concurso. Hora: dentro das horas de expediente. Outras observações: os interessados podem obter a cópia do Processo do Concurso, mediante apresentação da cópia do modelo M/8 (Contribuição Industrial - Conhecimento de Cobrança), cópia do modelo M/1 (Contribuição Industrial - Declaração de Início de Actividade/ Alterações) ou do carimbo da empresa (qualquer uma das formas referidas) e após o devido registo. Além disso, o Processo do Concurso pode, também, ser descarregado, através da página electrónica da DSEJ (http://www.dsej.gov.mo). 14. Critérios de apreciação das propostas e respectivos factores de ponderação: - Preço: 55% - Plano de trabalho: 20% - Experiência em trabalhos semelhantes: 15% - Técnico: 10% 15. Junção de esclarecimentos: os concorrentes devem comparecer, na seda da DSEJ, Avenida D. João IV, n.os 7-9, 1.º andar, a partir da data da publicação do presente anúncio e até à data limite para entrega das propostas do concurso público ou consultar a página electrónica da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (http://www.dsej.gov.mo) para tomarem conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais. Aos 11 de Outubro de 2019. O Director, Lou Pak Sang
14
h
16.10.2019 quarta-feira
A maior solidão é a do ser que não ama
A Poesia Completa de Li He
梁 公 子 風采出蕭家,本是菖蒲花。 南塘蓮子熟,洗馬走江沙。 御箋銀沫冷,長簟鳳窠斜。 種柳營中暗,題書賜館娃。
Leva o sinete da família Xiao Tão esbelto como amentilho. Na Charca Sul maturam sementes de lótus, Pelas areias do Yangtze dessedenta o cavalo. Sobre papel imperial, frias linhas de prata, Fénixes enroscadas nos seus colchões de bambu. Salgueiros de Tao Kan sombreiam o acampamento Onde escreve suas cartas a uma cantora.
Tradução de Rui Cascais • Ilustração de Rui Rasquinho Li He (790 a 816) nasceu em Fu-chang durante a Dinastia Tang, pertencendo a um ramo menor da casa imperial. A sua morte prematura aos vinte e sete anos, a par da escassez de pormenores biográficos, deixam-nos apenas com uma espécie de fantasma literário. A Nova História dos Tang (Xin Tang shu) diz-nos que He “nunca escrevia poemas sobre um tópico específico, forçando os seus versos a conformarem-se ao tema, como era prática de outros poetas [...] Tudo quanto escrevia era inquietantemente extraordinário, quebrando com a tradição literária.” Segundo um crítico da Dinastia Song, o alucinátorio idioma poético de Li He é a “linguagem de um imortal demoníaco.” A versão inglesa de referência aqui usada é a tradução clássica da autoria de J.D. Frodsham, intitulada Goddesses, Ghosts, and Demons, publicada em São Francisco, em 1983, pela North Point Press.
ARTES, LETRAS E IDEIAS 15
quarta-feira 16.10.2019
Diário de um editor João Paulo Cotrim
CCB, LISBOA, 6 OUTUBRO Para alguns, o Verão interrompe o rolar dos dias, pedras lisas em fundo de rio. Há até quem viva mais por não haver nuvens e o mar lhe beijar os pés e os olhos. E muitos mundos se descobrem nos quais as estações se revelam indiferentes, nada nelas se apanha, são apenas mais paisagem a passar. Em pleno dia de eleições, o Obra Aberta regressou com local e horário para a gravação ao vivo no Centro Cultural de Belém. Trocámos as lombadas da sala de leitura pelo horizonte azul da sala Ribeiro da Fonte e o fim da tarde, de quinta, pelo fim da manhã, de domingo. E começámos com Paulo José Miranda que descobriu, a julgar pela sua biografia na badana da biografia «A Morte Não é Prioritária», que o seu destino outro não era que contar-nos a vida de Manoel de Oliveira. Certo é que o faz muito bem. Veio de par com Benjamim, que já foi Walter, e se revelou um leitor atento dos meandros da música. Afinal, um manual, por mais técnico, pode ajudar-nos a desdobrar esferas, a viver nas superfícies movediças do viver. Andei dias a ouvir «Madrugada», do seu mais recente «1986». «Por cada hora que acabar/ Tenho outra guerra para travar/ Eu tenho a casa a arder/ E só vou chegar de madrugada// Eu olho-me ao espelho porque às vezes espero/ Pelo meu regresso à estaca zero/ Eu nunca me encontrei no endereço errado/ É que é melhor falhar do que passar ao lado». CASA JOSÉ SARAMAGO, ÓBIDOS, 10 OUTUBRO Não vos conto das corridas travadas para conseguirmos chegar ao momento em nos sentamos perante ilustre plateia para anunciar dose dupla do José Luiz [Tavares]. Comecemos por esta coincidência rara, e para mim prazenteira, de duas editoras se juntarem para celebrar um mesmo autor. «Instruções Para Uso Posterior ao Naufrágio», sob o signo da viagem ao coração do poema, mereceu por parte da Imprensa Nacional, de Duarte Azinheira, o prémio Vasco Graça Moura, o qual gostaria, estou em crer, de ser evocado por junto com «Ku Ki Vos/Com Que Voz», título que reúne sessenta e cinco sonetos de Camões atirados pelo poeta caboverdeano às ondas da sua língua materna. O tom de verde sujo da capa, no formato próxima de uma das edições mais manejadas de «Os Lusíadas», introduz o notável tour de force, que inclui até a proposta de variantes, sempre em busca da palavra exacta, tantas vezes com ternura. E quem o demonstrou sabe melhor, pois a professora Dulce Pereira sabe bem dos modos, nem sempre suaves, como as línguas se entretecem. Avisa o Zé Luiz no prefácio, e só posso sublinhar. «Nalguns passos terei traído
Dói-me o medo texto e as palavras a imensa escultura, que pode ser casa e intimidade ou paisagem e urbe. Não se deixem enganar, este livro está feito uma máquina criativa, que precisa apenas dos nossos olhos leitores para se pôr em movimento.
miseravelmente o grande Camões, mas a língua cabo-verdiana terá ganho um incontornável monumento literário, fecundo solo onde amanhã poderão enraizar-se os poetas cultos e eruditos, e todos aqueles que apostam num porvir de poética resplandecência para a nossa sagrada e maltratada língua materna, por vezes rebaixada por alguns nostálgicos filhos dos sobrados que soçobraram (ainda que em pose professoral, ou de tardios, rasos escribas, alcandorados aos pináculos de patuscas academias, em perseguição da glória no céu chão da literatura), quando não mesmo funestos peões, padecentes de mal disfarçada síndrome de orfandade identitária, ou de derrotadas visões luso-tropicalistas, ou ainda de caducos e reincidentes propósitos adjacentistas. Sirva este trabalho (ambicioso enquanto ideia, se não pelo resultado) como pretexto de um fito bem maior: a construção duma comunidade de povos, línguas e culturas, ao abrigo de tentações hegemónicas, tutelares ou neo-imperiais, ainda que urdidas sob os véus da «política da língua». E temos doravante, por sugestão feliz do Jorge [Silva], mestre do desenho da página, um logótipo em caboverdeano, abrindo o círculo às profundezas ao céu: abysmu.
TENDA DOS EDITORES, ÓBIDOS, 11 OUTUBRO Mais uma corrida, mais uma viagem, os pequenos nadas a rolarem nas margens do rio e «As Orelhas de Karenin» chegam imediatamente antes de subirmos ao palco para apresentar o volume #100 da abysmo (mise en). Apurem os ouvidos para entender ao que vem este tufão, um vórtice que se ergue a partir dos restos do corpus da tradição, dos corpos femininos, dos rostos dos mitos, das cicatrizes do quotidiano, do fogo que nos faz arder a cada instante. São, afinal, vários livros que se aqui se apresentam, a começar pro aquele que os desenhos do Pedro [Proença] suscitaram no devir da Rita [Taborda Duarte]. Cada livro espreme-se em resumo, para o carrocel ganhar balanço, e armar a teia que parte ao encontro dos que acreditam ser o mundo feito de palavras. Os resumos estão em papel diferente, para tornar mais luminosa a ruptura do que sobra, o que pode perdurar dos poemas anteriores, o que fica do que passa. Mas será tanto assim? Deixamos cedo de saber quem desafia quem, se os desenhos respondem ou interpelam. O Pedro transfigurou-se em máquina de recriar corpos, de recombinar as figuras dos mitos fundadores e o seu traço ganha a ligeireza de uma escrita. Os desenhos são agora
TENDA DOS EDITORES, ÓBIDOS, 12 OUTUBRO «O Tempo e o Medo», com piscadela de olho à revista completamente esquecida, até na programação, fez-se tema desta edição do Fólio. Na linha do «Nuvens», tratámos de compor com o Carlos [Morais José] jornalinho de campanha, suplemento h deste jornal que se faz girândola, que enfrentasse o medo de enfrentar os medos e assim fosse pretexto para esta mesa, na qual pontuaram a Ana Teresa Sanganha e a Patrícia Câmara, do lado psi das ciências, do António Eloy, com os quatro cavaleiros do Apocalipse, ecológico e outros, e o David Soares, escritor e tradutor, com abundante trabalho nestas áreas recônditas da literatura. O conjunto seria orquestrado pelo Carlos, cuja tese de doutoramento rondava que nem lobos este mesmo assunto. Uma hora foi pouco para perseguir a fronteira com que o medo nos separa das coisas e do outro, do escuro e do mundo. Leva por título, «Quem Tem Cu». «É na sôfrega e imobilizadora força do medo que o humano, mais humano, revela a sua humanidade», escrevem a Ana Teresa e a Patrícia. «Fiel depositário da perda, o medo é o limite que nos limita, contidamente, pelo seu arguto controlo. No grito, confunde-se com o pânico, mas, no sussurro, é angústia acutilante ou sistema de alerta contra predadores.» O jornal, com a inestimável colaboração da Ler Devagar, surgiu de um dia para outro, sim, literalmente, e volta a juntar em um arrepio a reflexão, a poesia, a ficção e a pintura. Ontem era o caos informe, hoje uma existência esvoaçante me papel de jornal. De tanto desejar pelos fechos de redacção, transformei os meus dias em maratona de linhas mortas. Cícero, citado pelo Fernando [Sobral], dizia no seu escultórico latim, «nem esperança, nem medo». O Henrique [Fialho], no final do seu conto, escreve para mim: «Diagnóstico: dói-me o medo». ÓBIDOS, 13 OUTUBRO Múltiplas são as perspectivas com entrever um festival, quer dizer, encontros sociais, pequeno teatro de vaidades e outras extravagâncias. Diverte tanto que até magoa a dança com que certas criaturas vão dispondo os corpos, quando os conseguem os passos que a coreografia exige, para que os olhos não se cruzem. E, portanto, não se obriguem ao encontro breve e constrangido, a fingir alegrias de pechisbeque. Bendita hipocrisia, essa cola do bem-estar social.
16 publicidade
16.10.2019 quarta-feira
ANÚNCIO Concurso Público n.º 016/DZVJ/2019 “Prestação de serviço de arborização e manutenção de mangal e dique ao longo da Zona de Lazer da Marginal da Taipa” Faz-se público que, por deliberação do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), tomada na sessão de 6 de Setembro de 2019, se acha aberto o concurso público para a “Prestação de serviço de arborização e manutenção de mangal e dique ao longo da Zona de Lazer da Marginal da Taipa”. O Programa de Concurso e o Caderno de Encargos podem ser obtidos, durante o horário de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo do IAM, sito na Avenida de Almeida Ribeiro, n.º 163, Macau, ou descarregados gratuitamente da página electrónica do IAM (www.iam.gov.mo). Os concorrentes que pretendam fazer o descarregamento dos documentos acima referidos assumem também a responsabilidade pela consulta de eventuais actualizações e alterações das informações na nossa página electrónica durante o período de entrega das propostas. O prazo para a entrega das propostas termina às 17:00 horas do dia 6 de Novembro de 2019. Os concorrentes devem entregar as propostas e os documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do IAM e prestar uma caução provisória no valor de MOP 54.000,00 (cinquenta e quatro mil patacas). A prestação da caução provisória pode ser efectuada na Tesouraria da Divisão de Assuntos Financeiros do IAM, sita no rés-do-chão do Edifício do IAM, por depósito em numerário, cheque, garantia bancária ou seguro-caução em nome do “Instituto para os Assuntos Municipais”. O acto público do concurso realizar-se-á no Centro de Formação do IAM, sito na Avenida da Praia Grande, Edifício China Plaza, 6.º andar, pelas 10:00 horas do dia 7 de Novembro de 2019. O IAM organizará uma sessão de esclarecimento pública no Centro de Formação do IAM (sito na Avenida da Praia Grande, Edifício China Plaza, 6.º andar), pelas 10:00 horas do dia 22 de Outubro de 2019. Aos 08de Outubro de 2019.
A Administradora do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais
Anúncio Prestação dos serviços de manutenção de plantas/flores nos jardins ao ar livre da sede do Instituto Politécnico de Macau e do novo campus deste Instituto na Ilha de Taipa, e para prestação dos serviços de aluguer de plantas/flores da sede do Instituto Politécnico de Macau (01/01/2020-31/12/2021) CONCURSO PÚBLICO N.º 03/DOA/2019 Faz-se público que, de acordo com o despacho de 27 de Setembro de 2019, do Exm.º Senhor Secretário para Assuntos Sociais e Cultura, se encontra aberto concurso público para a «Prestação dos serviços de manutenção de plantas/flores nos jardins ao ar livre da sede do Instituto Politécnico de Macau e do novo campus deste Instituto na Ilha de Taipa, e para prestação dos serviços de aluguer de plantas/flores da sede do Instituto Politécnico de Macau, pelo período de dois anos (01/01/2020-31/12/2021)». 1. 2. 3. 4.
5. 6. 7. 8. 9. 10.
Isabel Jorge www. iam.gov.mo
11.
ANÚNCIO “Fornecimento ao IAM de forragem animal” Concurso Público n° 024/DGF/2019 Faz-se público que, por deliberação do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais do IAM, tomada em sessão de 4 de Outubro de 2019, se acha aberto concurso público para o “Proposta de fornecimento ao IAM de forragem animal”. O programa do concurso e o caderno de encargos podem ser obtidos, todos os dias úteis e dentro do horário normal de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), sito na Avenida de Almeida Ribeiro nº 163, r/c, Macau ou descarregados de forma gratuita através da página electrónica deste Instituto (http://www.iam.gov.mo). Se os concorrentes quiserem descarregar os documentos acima referidos, sendo também da sua responsabilidade a consulta de actualizações e alterações das informações na nossa página electrónica durante o período de entrega das propostas. O prazo para a entrega das propostas termina ao meio dia do dia 30 de Outubro de 2019. Os concorrentes ou seus representantes devem entregar as propostas e os documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do IAM e prestar uma caução provisória no valor de MOP1.000,00 (Mil patacas). A caução provisória pode ser efectuada na Tesouraria da Divisão de Contabilidade e Assuntos Financeiros do IAM, sita na Avenida de Almeida Ribeiro nº 163, r/c, Macau, por depósito em dinheiro, cheque ou garantia bancária, em nome do “Instituto para os Assuntos Municipais”. O acto público de abertura das propostas realizar-se-á na Divisão de Formação e Documentação do IAM, sita na Avenida da Praia Grande, nº 804, Edf. China Plaza 6º andar, pelas 10:00 horas do dia 31 de Outubro de 2019. Macau, aos 8 de Outubro de 2019. A Administradora do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais Isabel Jorge www. iam.gov.mo
12.
13.
14.
Entidade adjudicante: Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. Entidade que põe o serviço a concurso: Instituto Politécnico de Macau. Modalidade de concurso: Concurso Público. Objecto do Concurso: Prestação dos serviços de manutenção de plantas/flores nos jardins ao ar livre da sede do Instituto Politécnico de Macau e do novo campus deste Instituto na Ilha de Taipa, e para prestação dos serviços de aluguer de plantas/flores da sede do Instituto Politécnico de Macau, pelo período de dois anos (01/01/202031/12/2021). Período: 01 de Janeiro de 2020 a 31 de Dezembro de 2021. Prazo de validade das propostas do concurso: As propostas do concurso são válidas até 90 dias contados da data de abertura das mesmas. Garantia provisória: $81 000,00 (oitenta e uma mil patacas), através de depósito na Divisão de Assuntos Financeiros do Instituto Politécnico de Macau ou mediante garantia bancária a favor do Instituto Politécnico de Macau, em Macau. Garantia definitiva: 4% do preço global da adjudicação (para garantia do contrato). Condições de admissão: Entidades com sede ou delegação na RAEM cuja actividade total ou parcial se inscreva na área objecto deste concurso. Local, data e hora de explicação: Local: Divisão de Obras e Aquisições do Instituto Politécnico de Macau, sita na Rua de Luís Gonzaga Gomes, em Macau. Data e Hora: 21 de Outubro de 2019, pelas 10H00. Em caso de encerramento do IPM, devido a tufão ou a outro motivo de força maior, no dia referido, a realização da sessão de esclarecimento será prorrogada para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Local, data e hora do limite da apresentação das propostas: Local: Divisão de Obras e Aquisições do Instituto Politécnico de Macau, sita na Rua de Luís Gonzaga Gomes, em Macau. Data e Hora: 31 de Outubro de 2019, antes das 17H45. Em caso de encerramento do IPM, devido a tufão ou a outro motivo de força maior, no último dia do prazo da entrega das propostas, o termo do referido prazo será prorrogado para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Local, data e hora da abertura do concurso: Local: Sala de Reunião do Pavilhão Polidesportivo do Instituto Politécnico de Macau, sita na Rua de Luís Gonzaga Gomes, em Macau. Data e Hora: 1 de Novembro de 2019, pelas 10H00. Em caso de encerramento do IPM devido a tufão ou a outro motivo de força maior no dia da realização da referida sessão, a realização da sessão será prorrogada para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Local, preço e hora para exame do processo e obtenção da cópia do processo: -Os concorrentes interessados podem deslocar-se à Divisão de Obras e Aquisições do IPM, sito na Rua de Luís Gonzaga Gomes, para consultar/adquirir o respectivo processo do concurso durante as horas de expediente (de 2a feira a 5a feira das 09H00 às 13H00 e das 14H30 às 17H45; 6a feira das 9H00 às 13H00 e das 14H30 às 17H30) desde a data da publicação do anúncio do presente concurso público no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau até ao dia e hora do prazo de entrega de propostas. Caso queiram obter fotocópia do documento acima referido, devem pagar o montante de $100,00 (cem patacas) relativo ao custo das fotocópias, ou podem proceder ao download gratuito das informações acima referidas na página electrónica do IPM (http://www.ipm.edu.mo). - Informações: 8599 6140, 8599 6153 ou 8599 6279. A avaliação das propostas do concurso será feita de acordo com os seguintes critérios: -Preço Razoável (50%) -Qualidade do Serviço (50%): (a) Experiência professional do dirigente e curriculum vitae dos trabalhadores que prestam serviços objecto do presente concurso (12%); (b) Tempo de experiência e envergadura do concorrente (5%); (c) Desempenho dos serviços (incluindo locais e fotografias), principalmente na complexidade e desempenho satisfatório dos serviços (com dados do ano 2017 até ao presente) (4%); (d) Equipamentos e bens consumíveis para a prestação dos serviços objecto do presente concurso (8%); (e) Sugestões favoráveis à prestação dos serviços de manutenção de plantas/flores nos jardins ao ar livre da sede do Instituto Politécnico de Macau e do novo campus deste Instituto na Ilha de Taipa, e para prestação dos serviços de aluguer de plantas/flores da sede do Instituto Politécnico de Macau, pelo período de dois anos (01/01/2020-31/12/2021) (pode proporcionar fotografias) (12%); (f) Serviços gratuitos oferecido pelo concorrente (4%); (g) Esclarecimentos na reunião (questões profissionais levantadas pelo Instituto Politécnico de Macau sobre Prestação dos serviços de manutenção de plantas/flores nos jardins ao ar livre da sede do Instituto Politécnico de Macau e do novo campus deste Instituto na Ilha de Taipa, e para prestação dos serviços de aluguer de plantas/flores da sede do Instituto Politécnico de Macau, pelo período de dois anos (01/01/2020-31/12/2021) e o esclarecimento “in loco”, local proporcionado pelo concorrente.) (5%). Macau, aos 08 de Outubro de 2019 O Presidente, Im Sio Kei
7 9 3 2 4 1 6 5 8 0 6 4 5 3 9 0 8 2 7 1 8 0 9 7 2 5 1 6 3 4 1 2 6 0 8 7 5 3 4 9 T E5M1P O4 8P O6U 3 C O9 N 7 U0B L2A D O 3 7 1 5 0 4 2 9 6 8 4 8 0 9 3 2 7 1 5 6 3 2 6FAZER 7 8 0 4 1 5 O9 QUE 2 5 8SEMANA 4 1 6 3 0 9 7 ESTA 0 6 7 1 5 9 4 8 2 3
?
Diariamente EXPOSIÇÃO 39 | “LÍNGUA FRANCA – 2ª EXPOSIÇÃO ANUAL DE ARTES ENTRE A CHINA E OS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA” 9 3 1 7 0 6 8 2 4 Vivendas Verdes e Antigo Estábulo Municipal 6 Bovino 0 8Até 2 3 4 5 7 1 de Gado 8 de Dezembro
5 9 2 4 3 1 8 5 7 9 0 6 EXPOSIÇÃO | EXPOSIÇÃO DE PINTURA LUSÓFONA Clube 26 de8 Outubro 5 Militar 7 |0 1 9 6 4 2 3 4 6 | “QUIETUDE 9 5 E2CLARIDADE: 7 1OBRAS 0 3 8 EXPOSIÇÃO DE CHEN ZHIFO DA COLECÇÃO DO MUSEU DE 1 5 4 0 9 2 3 8 NANJING” 6 7 MAM | Até 17 /11 3 8 2 6 7 1 0 5 9 4 0 9 7 3 6 8 4 1 5 2 7 1 5 9 4 3 2 6 8 0 8 2 6 4 5 0 9 3 7 1
41 0 6 2 4 8 7 5 9 3 1
9 3 7 5 2 1 8 0 6 4
8 5 3 9 1 6 0 4 2 7
Cineteatro
1 7 4 6 0 3 9 2 5 8
6 9 5 0 4 2 7 8 1 3
7 2 1 8 3 0 4 6 9 5
2 4 8 3 7 5 6 1 0 9
4 1 0 2 5 9 3 7 8 6
3 8 6 1 9 4 2 5 7 0
5 0 9 7 6 8 1 3 4 2
C I N E M A
38
3 4 7 9 0 5 2 1 9 8 6 0 M I5N 8 233 6 5 4 1 7 2 0 3 1 4 2 6 7 9 8
6 8 5 1 3 6 4 7 0 2 1 4 7M2A X9 0 9 2 9 4 3 8 6 7 3 5 8 5 0 1
0 9 2 8 8 5 3 7 2 90 1 7 3 5 6 4 2 9 1 6 4
40
4 0 7 3 6 1 5 8 8 9 1 5 4 3 2 7 6 2 4 7 8 5 0 9 5 6 2 0 9 7 3 1 3 1 9 8 2 0 4 5 7 8 0 2 1 4 6 3 1 4 5 6 3 9 8 2 0 5 3 9 7 6 1 4 9 3 8 1 0 2 7 6 EM7PÉ6 DE4 GUERRA 2 5 8 9 0
42 0 6 7 2 8 3 9 1 4 5
8 5 1 7 0 9 4 3 6 2
4 9 5 3 1 6 0 2 8 7
3 2 9 6 4 1 8 5 7 0
6 3 0 8 2 5 7 4 1 9
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 42
1 7 4 5 9 0 6 8 2 3
7 1 8 0 5 2 3 6 9 4
A sugestão de hoje é um clássico do black metal norueguês do projecto Burzum de Varg Vikernes. “Hvis lyset tar oss”, que traduzido para português significa “se a luz nos levar”, começa com um épico de mais de 14 minutos guiado por um poderoso riff de guitarra e por gritos estridentes de Vikernes.Ao longo de “Hvis lyset tar oss” as sonoridades de dark ambient sobressaem mais que a guitarra e os berros. O disco foi gravado um ano antes de Vikernes ter assassinado Euronymous, guitarrista da banda Mayhem em 1993. João Luz 47 METERS DOWN: UNCAGED JOKER [C] Um filme de: Todd Phillips Com: Joaquin Phoenix, Robert de Niro, Zazie Beetz 14.30, 16.45, 19.15, 21.30 SALA 2
GEMINI MAN [C] Um filme de: Ang Lee
Com: Will Smith, Mary Elizabeth Winstead, Clive Owen, Benedict Wong 14.30, 16.45, 19.15, 21.30 SALA 3
47 METERS DOWN: UNCAGED [C] Um filme de: Johannes Roberts Com: Sophie Nélisse, Corinne Foxx, Sistine Stallone, Brianne Tju 14.30, 16.30, 19.30, 21.30
8 7 9 1 6 0 4 5 5 0 - 8 51%6 3 9 5 2 7 8 0 3 2 4
2 5 4 3 •7 8 0 1 6 9
3 9 4 0 7 6 8 1 2 2 8 0 9E U3R O 5 4 0 1 6 4 7 5 2 9 7 5 8 1 6 3
6 1 5 3 4 2 5 9 3 7 6 1 08 .88 84 2 5 7 9 3 8 4 0 6 1 2 9 8 7 0
44
(f)utilidades 17 8 9 4 2 6 5 7 1
0 8 5 7 7 0 6 9 3 0 B A H T 0 . 2 12 62 6 9 4 1 6 CÃO 8 VIDA DE 3 7 3 4 4 1 5 2 5
45
9 2 6 9 8 1 3 4 2 0 7 5 6 0 7 2 5 0 9 6 3 4 8 1 3 1 0 4 6 7 2 1 5 8 3 9 8 4 3 5 4 9 7 8 0 1 2 6 7 6 2 1 3 8 0 5 6 7 9 4 5 9 8 7 1 5 4 3 9 6 0 2 0 7 4 3 0 2 6 9 8 5 1 7 2 8 5 8 9 4 1 2 7 3 6 0 4 5 1 0 2 6 8 7 4 9 5 3 Os protestos independentistas de segunda-feira na Catalunha provocaram ferimentos em 131 pessoas, 9 276das7quais3foram 5 assistidas 0 1 em 2 hospitais, 4 8 de 1 3
9 8 2 4 3 7 1 0 5 6
www. hojemacau. com.mo
2 4 3 9 6 8 5 7 0 1
5 0 6 1 7 4 2 9 3 8
43
47
8 5 9 14 3 4 9 6 2 28 7 81 37 2 40
20 52 48 31 7 9 6 15 3 4
PROBLEMA 43
45
6 7
1 07 4 23 2 8 65 50 6 19
1
6 8 9 0 35 01 3 7 4 2
4 6 7 8 59 13 0 2 5 1
63 1 55 72 0 4 97 9 18 6
4
8 9 90 7 4 6 31 03 22 75
59 23 32 16 1 5 4 8 90 7
7 5
3 4 4 6 2 5 8 5 4 9 8 0 2 8 7 1 9 4 2 6 8 5 1 9 4 2 3 6 2 6 9 6 5 1 47
1
3 8
02 0 76 5 8 7 19 4 41 53
2
6 2 3 8
1 9 2 3 8 4 7 4 8 Y5U6A N7 0 3 5 2 5 3 6 1 9 9 7 0 8 0 1
A VIDA NÃO É UM TEATRO
acordo com o Serviço de Emergência Médica. No aeroporto de El Prat, onde se registaram os confrontos mais violentos, ficaram feridas 115 pessoas, 91 das quais assistidas no local e 24 foram transportadas para o Hospital de Bellvitge, uma delas com uma lesão ocular.
UM DISCO HOJE
SALA 1
1 2 4 7 3 6 9 5 H 6 U4M 8 1 0 8 5 9 7 0 2 3
43
S U D O K U
37
quarta-feira 16.10.2019
7 5 1 4 3 0 2 6 9 8
3 0 8 1 2 7 9 6 5 01 . 18 4 3 7 1 6 4 9 0 2 5 4 8 3 2 6 4 9
A Direcção dos Serviços de 46 Educação e Juventude (DSEJ) 1 a3 manter 8 2a 6 9 7 continua sua 0 atitude paroquial 4 em 9 relação 5 3 à1temática 7 0da 8 sexualidade. Depois da polémica 7 6 1 8 2 5 4 9 em torno da homossexualidade e 0 5reencaminhamento 9 6 4 8 7de 2 do alegado estudantes para 2 7 4 aconselhamento 0 9 3 6 1 médico, eis que surgem declara3 8 7 relativamente 5 0 6 1às 4 ções públicas 8 de 0 prevenção 2 4 5 do1abuso 3 6 medidas sexual5de menores. E, choquemo4 6 9 3 2 8 0 -nos: a DSEJ acha normal falar 6 2 e preveni-lo, 0 1 7 fazendo 9 5 3 do assunto, teatro9nas1escolas. Isso mesmo: 3 7 8 4 2 5 peças de teatro e actividades comunitárias sobre o abuso sexual. 44 48 Num território onde falar de sexo nas escolas parece um assunto 2 6 5 6 7 5 4 1 0 1 3 0 tabu, penso que abordar o tema 8 9 0 9 3 5 4 deste 0 5 8 1 através tipo6de actividades não é o mais indicado. É impor3 1 8 2 4 0 7 8 6 9 0 6 tante, acima de tudo, eliminar 9e falar 7 de 8 sexualidade 4 0 4 9 5 6 1 5 1 tabus 0 nas 2 1 2consciente 6 8 escolas 1 5 de3uma9 6 forma 3 7 e9 devidamente programada. 6 0 2 4 3 8 7 1 9Há 0 que criar directrizes e programas 7 0 1 5 3 4 8 2 que 5 incluam 3 6 as2 9 famí7 específicos lias, os alunos. 1 professores 4 7 8 e5 2 6 2os 9 5 8 Não basta atirar o problema para 0 5do 3 9 1é preciso 4 7tapete, 3 7 8 debaixo 9 8 6 2 3 encará-lo de frente 5 9 8 1e abordá-lo 6 0 4na 5 forma devida. Andreia Sofia Silva
46
1 BURZUM 8 2| HVIS 6 LYSET 0 9 TAR 7 OSS 7 0 5 2 4 3 8 7 2 4 6
0 6 9 1 4 2 7 8 5 3
3 4 5 2 9 8 1 0 6 7
4 2 0 3 5 9 7 1 8 6
5 6 3 1 8 2 9 7 4 0
9 2 5 3 4 9 1 8 8 0 6 7
8 7 4 6 0 5 9 3 2 1
5
8 4 3 6 4 8 7 3 1 0 6 1 8 4 9 2 6 3 2 1 1 5 4
48
5 7 4 1 0 3 4 6 0 1 9 7 5 1 3 1 7 8 5 9 0 8 7 6 9 0 5 6 2 9 0 4 1 8 5 9 1 8 7 9 8 1 3 4 5 0 6 4 3 9 0 5 3 7 1 2 7 6 2 Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Juana Ng Cen; Colaboradores 1 Caeiro; António Falcão;2Gisela 9 Casimiro; 3 Gonçalo Lobo Pinheiro; João Paulo Cotrim; 1 4José Drummond; José 5 Navarro 9 de Andrade; 0 Amélia Vieira; António Cabrita; António Castro José Simões Morais; Luis Carmelo; Michel Reis; Nuno Miguel Guedes; Paulo José Miranda; Paulo Maia e Carmo; Rita Taborda Duarte; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio 9 Simão; Olavo Rasquinho; Paul Chan 3 Wai Chi; Paula Bicho; Tânia8dos Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; David Chan;8 João Romão; Jorge Rodrigues Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária 4 2 1 7 6 2 3 0 4 5 de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo
4 6 0 5 9 3
18 opinião
16.10.209 quarta-feira
sexanálise
Comercialização da Intimidade
TÂNIA DOS SANTOS
P
RIMEIRO, definimos a comercialização da intimidade de forma bastante abrangente. Hoje em dia podemos comprar tudo, desde o sexo à intimidade. O exemplo comum é o das pessoas que oferecem cuidados mais, digamos, sexuais - como as mulheres de conforto e outras que tais. Mas a literatura pede que olhemos para outros processos também – outras formas de comercialização das relações íntimas - como os cuidadores de crianças e idosos, empregados domésticos, ou serviços de fertilidade e de barriga de aluguer. Qual é a diferença entre uma bailarina exótica e alguém que cuida de idosos? Muita coisa, certamente, mas cada tipo de intimidade está a ser igualmente explorado no mercado (só que um é tido como menos decente do que o outro). Segundo, assumimos que esta comercialização é global. A procura e a oferta tem feito uso dos movimentos transnacionais, tal como o sistema de produção coloca as fábricas em locais onde a mão-de-obra é mais barata. Os princípios que regem os custos e benefícios de uma transação aplicam-se à intimidade também. A busca por intimidade barata move as pessoas para lá das fronteiras, ora porque procuram, ou porque sabem que são procuradas. Nesta discrepância de poderes e possibilidades, a venda da intimidade traz à discussão temas que dão muito que falar. Como a mobilidade, e o tipo de mobilidade que desejamos - quem é o bom ou mau migrante e o que vai fazer? Como olhar para o homem branco que vai a países em desenvolvimento à procura de intimidade e sexo, deixando filhos para trás? Como olhar para as mulheres que vêem a oportunidade de mobilidade ao vender o corpo, o cuidado ou o carinho? Ou, de que forma estas transacções tendem a reforçar as forças patriarcais que regem este nosso mundo, insistindo em papéis de género tradicionais? Como é que o neoliberalismo veio possibilitar a transformação dos nossos afectos? Num mundo que consegue estar ‘unido’ porque é muito desigual. Terceiro, entendemos que as transacções de intimidade existem em detrimento de outras intimidades. Intimidades que se dividem porque uma é paga e a outra não é – como as famílias que se dividem para dar resposta a outras. Tal como as várias
mulheres que deixam para trás os filhos para cuidar dos filhos dos outros. Uma espécie de hierarquização de intimidades em que a paga tem que ser mais valorizada se quisermos sobreviver neste mundo capitalista, e assim reforçar a desigualdade em que vivemos. Quarto, também percebemos a importância de explorar o significado da intimidade para as pessoas, atravessando várias classes e estatutos. Particularmente, de como a intimidade pode ser utilizada como uma
Se a intimidade não fosse comercializada neste estado económico actual, quem seríamos nós? Melhores ou piores?
ferramenta de poder ou de subjugação, explorando fragilidades ou formas de empoderamento. Conceitos complexos para uma realidade que poderia ser simplesmente demoníaca, como a ideia de que aquilo que nos faz humanos sociais como o cuidado, o sexo ou a partilha podem ser comprados. Mas o foco nunca poderá ser a análise da sinceridade da ligação humana. Mesmo que a comercialização da intimidade nos ofereça o vislumbre do exagero que é a instrumentalização do conforto social, temos que ser mais analíticos que isso. A existência prática de objectivos capitalistas tornou-nos disponíveis para suprimir as necessidades afectivas e de cuidado ou de sexo com dinheiro. Por último, se a intimidade não fosse comercializada neste estado económico actual, quem seríamos nós? Melhores ou piores?
opinião 19
quarta-feira 16.10.2019
CARLOS MARREIROS
ANTÓNIO FALCÃO
Sobre a EPM
E
NCONTRO-ME no estrangeiro em serviço, por isso não estou a par de todos os pormenores relacionados com a questão da PCU relativa á Escola Portuguesa de Macau. Todavia, deu para perceber que a montanha pariu um ratinho enfezado. Tanta peritagem, tanto conselho, tanta inteligência, tanto patois para 1,50 M de raciocínio. Curtíssimo, claro. O meu colega Rui Leão está no Conselho para dar a sua opinião, se a sua opinião vale ou não a pena é outra questão. Não vou perder um segundo com isso. O Conselho, Macau, a Educação, as crianças e as Comunidades é que vão perder muitos meses com o que a referida opinião vai gerar ou já gerou. Os membros dos diversos Conselhos devem dar a sua opinião, mas também devem ser responsabilizados pelas mesmas. Ou seja,
uma opinião que vale o que vale, ao prejudicar interesses colectivos prioritários, duas palavras que podem afectar centenas de famílias ou interesses superiores da vida da RAEM, merecem reflexão, ou melhor rejeição. Porque uma opinião imponderada gera prejuízos irrecuperáveis. E é mais uma vez um
Eu, por mim, vou aguardar olimpicamente, pelo parecer da DSSOPT, para fazer cumprir os regulamentos e festejar as glórias dos burrrocratas e dos opinadorzecos da praça. Enquanto aguardo budicamente, sugiro áqueles que leiam o “Animal Farm” do George Orwell, para compreenderem como um suíno chega a general.
português a dar um tiro no pé. Quê grande pé é esse, esburacado de tantos tiros que levou. Um queijo fedorento. É caso para se dizer que com portugueses desses bem podem contar com o pé fedê do “Amor e Dedinhos de Pés”. A DSSOPT vai estudar a questão dada à sua complexidade. Complexidade é que opiniões são livres como as asneiras, pois, não tem limites. A asneira é livre e associada a burocratas, cuja designação devia ser escrita com 3 érres de burro, é que criam complexidade em coisas que são simples. E desgraçamo-nos a vida de todos porque nada anda, tudo é caçado na teia kafkiana da burrrocracia. E se Macau não fosse Terra de Flor de Lótus há alguns anos que já estaria venezuelizada, de rastos com os burrrocratas que temos. Felizmente, é que vai havendo esperança que isso, em breve, acabará. Eu, por mim, vou aguardar olimpicamente, pelo parecer da DSSOPT, para fazer cumprir os regulamentos e festejar as glórias dos burrrocratas e dos opinadorzecos da praça. Enquanto aguardo budicamente, sugiro áqueles que leiam o “Animal Farm” do George Orwell, para compreenderem como um suíno chega a general.
Só há grupos onde existem fraquezas individuais.
PALAVRA DO DIA
TIAGO ALCÂNTARA
António Lobo Antunes
quarta-feira 16.10.2019
EPM APEP apoia críticas por falta de luminosidade
Retidos no terminal Sulu Sou revela que polícia está a interrogar pessoas com BIR de Macau e de Hong Kong
A
autoridades estão a reter à entrada da RAEM cidadãos que têm, ao mesmo tempo, bilhetes de identidade de Macau e de Hong Kong. A revelação foi feita pelo deputado Sulu Sou, que admitiu ter recebido entre três e quatro queixas, todas nos últimos três meses. “Recebi casos de pessoas que têm, ao mesmo tempo, bilhetes de identidade de Hong Kong e Macau. Depois, utilizam o bilhete de identidade de Macau para entrar em Macau, vindas de Hong Kong, mas são retidas e questionadas durante meia hora ou mesmo uma hora, no terminal
do ferry”, revelou o mais jovem legislador de Macau. “Mais tarde eles conseguem entrar. Mas são casos muito sérios. A Lei Básica não dá poderes à polícia para proibir os locais de entrarem em Macau”, acrescentou. De acordo com o pró-democrata a situação começou a acontecer nos últimos três meses, na mesma altura em que começaram as manifestações contra a Lei de Extradição na RAEHK. “Alguns polícias disseram-lhes que, como têm os dois bilhetes de identidade, precisavam de responder a algumas perguntas e verificar algumas informações. Mas não sabemos o tipo de informação que têm de
verificar. Foram casos recentes, que aconteceram nos últimos três meses”, admitiu. Em relação às proibições de entrada de Macau, o deputado diz ter enviado questões às autoridades, através da Assembleia Legislativa,
“São casos muito sérios. A Lei Básica não dá poderes à polícia para proibir os locais de entrarem em Macau.” SULU SOU DEPUTADO
para perceber o número de casos. “Submeti mais uma carta à AL para que me ajudem a perguntar à polícia sobre vários aspectos, como por exemplo, o número de casos de pessoas proibidas de entrar nos últimos 10 anos”, explicou.
SOB CONTROLO
Por outro lado, Sulu Sou afirmou que Hong Kong é uma linha vermelha para a discussão política e que o Executivo vai fazer tudo para controlar as opiniões, que não sejam a favor da polícia. “Eles [o Governo] consideram que discutir os assuntos de Hong Kong é a linha vermelha. Não querem que as pessoas
discutam Hong Kong, a não ser para apoiar a polícia. Vão fazer toda a pressão para que não se discuta Hong Kong e proibir qualquer evento público relacionado com os incidentes de Hong Kong”, considerou. Desde que começaram as manifestações na antiga colónia britânica, as autoridades policiais impediram duas acções em Macau. A proibição da última manifestação, proposta pelo activista Jason Chao, teve o aval do Tribunal de Última Instância. João Santos Filipe
joaof@hojemacau.com.mo
AEROPORTO REGISTADOS 2,51 MILHÕES DE PASSAGEIROS NO 3.º TRIMESTRE
PUB
aeroporto internacional de Macau registou, no terceiro trimestre deste ano, 2,51 milhões de passageiros, um aumento de 17 por cento em comparação com o período homólogo do ano passado. Entre Julho e Setembro, o tráfego aéreo subiu 19 por cento, com 19.995 voos, relativamente ao terceiro trimestre do ano passado, de acordo com um comuni-
cado da Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau (CAM), enviado à agência Lusa. Os mercados da China continental, do Sudeste Asiático e de Taiwan registaram um aumento de 22 por cento, 18 por cento e 8 por cento, respectivamente, em comparação com igual período de 2018. Na “semana dourada”, o aeroporto internacional de
Macau registou um aumento de 15 por cento no número de passageiros (170 mil) e de 19 por cento nos voos (1.550), em comparação com o mesmo período do ano passado. Até ao final de Setembro passado, 30 companhias aéreas estavam a operar em Macau, com ligações a 58 destinos na China continental, Taiwan, Sudeste Asiático e Nordeste Asiático.
No mesmo comunicado e para o último trimestre, a CAM afirmou esperar alargar o número de rotas as localidades chinesas de Jieyang, Changsha e Nantong, e aumentar o número de voos para a China continental e o Sudeste Asiático. O aeroporto internacional de Macau deve atingir este ano o número recorde de 8,7 milhões de passageiros, de acordo com a CAM.
Crime Detido por tráfico de cigarros em cadeira de rodas
Um residente de Macau, com 70 anos de idade, foi detido nas Portas do Cerco a traficar de 3200 cigarros contrabandeados, de acordo com a Ou Mun Tin Toi. Segundo Serviços de Alfândega, na segunda-feira, o idoso foi apanhado com o tabaco contrabandeado numa cadeira de rodas, em bagagens de mão e no corpo. O idoso foi interceptado quando voltava para Macau vindo do Continente pela via de “Nada a Declarar” por agir de forma suspeita.
Mulheres e crianças Direitos levam IAS e Conselho à Europa
O Conselho para os Assuntos das Mulheres e Crianças realizou uma visita oficial à Alemanha e Dinamarca, entre os dias 8 e 17 deste mês, para conhecer de perto as medidas de apoio nesta área. Celeste Vong, presidente do Instituto de Acção Social, declarou que, à luz da Lei Básica, os direitos das mulheres e crianças têm sido garantidos em Macau, tendo dado o exemplo da Alemanha que, desde 1993, tem vindo a implementar um total de 260 medidas nesta área, além da existência de instituições particulares que prestam serviços nas escolas e da existência de uma política educacional para prevenir a violência doméstica. Quanto aos imigrantes e sem-abrigo, Celeste Vong declarou que estes países possuem várias estruturas de apoio. TIAGO ALCÂNTARA
O
A Associação de Pais da Escola Portuguesa de Macau (APEP) revê-se nas críticas do arquitecto Rui Leão ao projecto de expansão da instituição, nomeadamente no que diz respeito à falta de luz natural no ginásio. A notícia foi avançada, ontem, pela Rádio Macau, que cita Filipe Regêncio Figueiredo. “Uma das nossas preocupações foi precisamente aquela que é agora apontada pelo arquitecto Rui Leão, que é a questão da luminosidade, que hoje já é fraca – não apenas em relação ao ginásio; na parte mais nova, do lado do Grand Lisboa, há salas de aula que não têm luz natural praticamente alguma”, afirmou o presidente da APEP. O Conselho do Planeamento Urbanístico suspendeu o projecto de expansão da Escola Portuguesa, na sequência das críticas. O projecto deverá voltar ao CPU na próxima reunião, que poderá acontecer ainda antes do final do ano.