SEGUNDA-FEIRA 16.5.2011
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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006
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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FEIRA 16 DE MAIO DE 2011 • ANO X • Nº 2368
TEMPO TROVOADAS MIN 23 MAX 26 HUMIDADE 80-95% • CÂMBIOS EURO 11.4 BAHT 0.26 YUAN 1.2
Macau Indies
PORTUGUESES LEVAM A TAÇA COM PESCADORES • PÁGINA 8
Habitação económica
SÓ O GOVERNO PODE ERGUER PAREDES • PÁGINA 4
Telma Monteiro
A LUTA PELA MEDALHA OLÍMPICA • PÁGINAS 12 E 13
Jornalista de O Clarim
DEPUTADO NACIONALISTA
Residentes evitam comprar casas em Macau
Êxodo residencial Um a cada cinco residentes de Macau está a mudar-se para Zhuhai e cidades vizinhas, porque não aceita pagar o valor exorbitante das casas no território. Além dos preços, a comunidade assegura que prefere a transparência da informação do vizinho. > PÁGINA 7
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2 ACIDENTE COLISÃO CAUSA SETE MORTES Sete pessoas morreram em sequência de uma colisão entre uma camioneta e dois ligeiros na província de Heilongjiang, no nordeste da China. A camioneta, que transportava três pessoas, embateu contra um ligeiro depois de outro ligeiro ter embatido contra ela. Os três passageiros da camioneta morreram, bem como as quatro pessoas que viajavam no ligeiro que sofreu um embate da carrinha e que se incendiou de seguida. O condutor do veículo que causou o acidente foi detido, não tendo sofrido qualquer lesão, e as autoridades locais estão a investigar a causa do acidente. EUROPA PÉRIPLO NA CHINA O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, chegou ontem a Pequim para a sua primeira visita à China, a primeira desde que assumiu o cargo em 2010 e que pretende promover a cooperação bilateral. Herman Van Rompuy vai encontrar-se com o presidente, o primeiroministro e o vice-presidente chineses, Hu Jintao, Wen Jiabao e Xi Jinping, respetivamente. “Esperamos que esta visita ajude a reforçar a compreensão mútua entre a China e a União Europeia e a promover a cooperação bilateral”, disse em conferência de imprensa o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Jiang Yu. Durante a sua visita de cinco dias à China, o presidente do Conselho Europeu vai deslocar-se a Chengdu, capital da província de Sichuan, e a Xangai. VIETNAME 56 ASIÁTICOS PRESOS POR FRAUDE NA INTERNET A polícia vietnamita deteve 56 estrangeiros suspeitos de fraude internacional pelo telefone e Internet. Os 45 homens e 11 mulheres, identificados como asiáticos, foram presos em Ho Chi Minh, precisou o diário “Nhan Dan”. Os membros do gangue faziam passar-se por polícias e funcionários das alfândegas e das finanças para terem acesso a informações pessoais e palavras passe dos vietnamitas e estrangeiros, de forma a extorquir-lhes dinheiro, mas a polícia não apurou ainda os montantes roubados. Este tipo de operação ilegal está a aumentar no país. Só no ano passado, foram presos no Vietname mais de 130 chineses e taiwaneses por atos semelhantes.
ACTUAL Pequim critica Hillary Clinton por declarações sobre direitos humanos
Colete à prova de revoltas
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EQUIM criticou no sábado a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, por condenar as violações dos direitos humanos na China e assegurou que qualquer tentativa para promover revoltas como as do Médio Oriente é inútil. “É inapropriado que quem quer que seja compare a China com alguns países de África e Médio Oriente, que enfrentam contestações”, sublinhou em comunicado publicado na Internet a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros Jiang Yu. O tom de Jiang Yu foi diferente do empregado na quinta-feira durante uma conferência de imprensa, quando tentou desvalorizar os comentários de Clinton, publicados na terça-feira pela revista “The Atlantic”, onde sublinhou que a situação dos direitos na China era “deplorável”.
Clinton classificou como uma “missão de loucos” as tentativas do regime chinês para “travar o curso da história” para uma democracia com a actual campanha de repressão da dissidência, durante a qual centenas de activistas,
advogados, intelectuais e artistas foram detidos. Esta campanha de detenções, classificada por analistas e grupos de direitos humanos como a mais feroz da última década, começou em Fevereiro na sequência de
chamadas anónimas e apelos na Internet instaram a população chinesa a participar numa “revolução jasmim”. “Qualquer tentativa de promover as revoltas do Médio Oriente na China e mudar o caminho do desenvolvimento escolhido pelo povo chinês será inútil”, conclui a porta-voz no comunicado. Apesar das convocatórias anónimas não terem tido apoio popular, o regime chinês acusou a imprensa estrangeira de tentar fazer a cobertura destas e reforçou uma campanha repressiva que começou em Outubro, quando o prémio Nobel da Paz foi atribuído ao preso politico chinês Liu Xiaobo. Centenas de advogados, activistas e recentemente religiosos protestantes foram detidos, interrogados e retidos nos domicílios ou estão dados como desaparecidos desde Fevereiro.
TAIWAN PEDE APOIO MILITAR AOS EUA
YAHOO E ALIBABA NÃO SE ENTENDEM
Submarinos para mergulhar com segurança
Mais uma guerra na Internet
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presidente de Taiwan, Ma Ying-Jeou, pediu aos Estados Unidos que disponibilizem à ilha aviões de combate F-16 e submarinos para que a aproximação ao continente chinês seja feita com confiança. “Os Estados Unidos devem ajudar Taiwan a manter uma capacidade equivalente”, disse Ma durante uma videoconferência referindo-se à capacidade militar da China, que não renunciou ao uso da força para ocupar Taiwan. O presidente taiwanês salientou durante um fórum organizado pelo Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CEEI) de Washington que o apoio norte-americano é vital para que Taiwan se sinta segura na sua abordagem à China. A China tem mais de 1.500 mísseis perto de Taiwan e poderia fazer mais para aliviar a tensão entre as partes, considerou o investigador veterano do CEEI especializado na China, Bonnie Glaser. “Não observámos nenhuma redução do aparato militar e nesta área a China poderia adoptar algum gesto positivo em relação a Taiwan”, defendeu. O presidente de Taiwan referiu as consequências positivas da aproximação
social e económica à China que permitiu a assinatura de 15 acordos e um de comércio bilateral de 526 mil milhões de dólares em 2010. Taiwan – a ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois do Partido Comunista tomar o poder no continente – é vista por Pequim como uma província chinesa e não como uma entidade política soberana. A China defende a “reunificação pacífica”, segundo a fórmula já adoptada em Hong Kong e Macau, “um país, dois sistemas”, mas ameaça “usar a força” se Taiwan declarar a independência.
batalha do Yahoo com o Grupo Alibaba intensificou-se à medida que as duas empresas apresentaram depoimentos contrastantes acerca da transferência da maior parte dos activos da companhia de Internet chinesa para o seu presidente-executivo. Analistas afirmam que a entrega do Alipay, um sistema de pagamento para comércio online similar ao PayPal do eBay, para o presidente-executivo Jack Ma reduziu o valor da fatia de 43% do Alibaba detida pelo Yahoo. O Alibaba também opera a maior empresa de comércio online da China, a Alibaba.com. O Yahoo afirmou que foi apanhado de surpresa pelo acordo, embora o Alibaba tenha replicado que o Yahoo estava ciente da transacção por possuir um assento na directoria da empresa chinesa, agora ocupado pelo ex-presidente executivo do Yahoo Jerry Yang, que também é um dos directores do Yahoo. As acções do Yahoo caíram cerca de 14% desde que a companhia divulgou pela primeira vez a transferência em um documento ao governo após o encerramento do mercado na terça-feira. O facto realça o tenso relacionamento entre Ma e Carol Bartz, presidente-executivo do Yahoo desde Janeiro de 2009. Bertz está sob pressão para aumentar a receita e trazer mais visitantes para o Yahoo, que actualmente perde mercado para concorrentes como o Google e o Facebook. A fatia no Alibaba é considerada um dos bens mais valiosos do Yahoo.
Primeira incursão à Feira do Livro de Lisboa – minha rota anual obrigatória nesta época, em 2011 um pouco mais cedo do que em anos anteriores. Num dos mais soberbos cenários da Europa: o Parque Eduardo VII. Contrariando felizmente as opiniões de alguns cretinos, que gostariam de vê-la confinada numa praça alfacinha cheia de trânsito e poluição ou numa espécie de centro comercial – sem sol, sem relva, sem flores, sem ar livre, sem o Tejo a servir-lhe de inimitável pano de fundo. Pedro Correia, P.17
“É
terrível montar a exposição na ausência de Ai Weiwei”, desabafou, no “The Guardian”, Nicholas Logsdail, director da Lisson Gallery. Logsdail conta que a última conversa que teve com o artista foi em Janeiro, em Pequim. Weiwei, feroz crítico do regime chinês, que estivera em prisão domiciliária e fora entretanto libertado, estava preocupado com a eventualidade de não conseguir sair do país para as exposições que tinha agendadas nos Estados Unidos e na Europa. Os receios tornaram-se realidade, mas nem os colaboradores de Ai Weiwei na China nem as galerias ocidentais desistiram: há suas semanas inaugurou em Nova Iorque a escultura pública Circle of Animals/Zodiac Heads (semelhante à que inaugurou ontem na Somerset House), e ontem e hoje acontecem as inaugurações em Londres. Mais: a Tate Modern exibe uma mensagem onde se lê “Libertem Ai Weiwei”, a galeria Neugerriemschneider, em Berlim, inaugurou uma exposição do artista e colocou na fachada um pano com a pergunta “Onde está Ai Weiwei?”, e em Paris, na segunda-feira passada, o artista britânico Anish Kapoor inaugurou no Grans Palais uma escultura monumental, intitulada Leviathan, e dedicou-a a Ai Weiwei, ao mesmo tempo que apelava aos museus e galerias de todo o mundo para fecharem um dia em protesto contra a detenção do artista chinês. Serão estes protestos eficazes? João Fernandes, director do Museu de Serralves, no Porto, e Pedro Lapa, director do Museu Berardo, em Lisboa, têm muitas dúvidas sobre a eficácia deste tipo de acções. “Não podemos deixar de nos sentir revoltados. Mas julgo que a China é mais sensível a argumentos mais pragmáticos”, diz João Fernandes ao jornal “Público”. “Acho que todos os que têm qualquer relação económica com a China, que
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Em Londres, Nova Iorque e numa prisão algures na China
Onde está Ai Weiwei?
Ai Weiwei não esteve na quarta-feira na inauguração da sua instalação junto à Somerset House, em Londres, tal como não esteve na quinta na abertura da exposição na Lisson Gallery, a mais importante sobre a sua obra realizada até hoje no Reino Unido. O mais famoso artista chinês da actualidade está preso na China - em parte incerta e sem direito a advogados ou a contactos com o exterior - desde o dia 3 de Abril
colaboram com o sistema oficial de arte e cultura, deviam sistematicamente confrontá-la com a questão do Ai Weiwei, que é escandalosa.” Como? Não indo à China, por exemplo. “Se fosse convidado, não iria a um país que tem um artista na prisão”, afirma. João Fernandes deixa uma pergunta: “A China terá um pavilhão na Bienal de Veneza quando tem um artista preso? É espantoso que o mesmo mundo que atribuiu o Nobel da Paz a um dissidente [Liu Xiaobo] se mexa agora tão pouco.” Pedro Lapa assinou uma petição, subscrita por vários artistas e curadores, de apoio ao artista chinês, mas diz ter consciência de que “serve para muito pouco”, sobretudo porque “estamos a lidar com uma ditadura tenebrosa, que conta com a escandalosa complacência do mundo ocidental”. O que poderia, então, ser eficaz? “Talvez uma acção conjunta por parte, por exemplo, dos ministros da Cultura de toda a Europa. Seria preciso uma acção política, com boicotes muito efectivos.” Mas, para já, o que há é
a mobilização da comunidade artística – na semana passada em Londres, artistas, directores de galerias
e académicos juntaram-se na Somerset House para ouvirem ler textos de Ai sobre a liberdade de ex-
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ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA CONVOCATÓRIA Nos termos dos artigos 27º. e 28º. dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral Ordinária do Clube Militar de Macau para reunir no dia 25 de Maio de 2011, pelas 18H00, na Sala Comendador Ho In, na Sede do Clube, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Apreciação e votação do relatório e contas da Direcção relativos ao ano de 2010. 2. Apreciação e votação do orçamento para o ano 2011. Nos termos do n.º2 do artigo 26.º dos Estatutos, à hora marcada, a maioria dos sócios não estiver presente, a Assembleia Geral reunirá, validamente, meia hora mais tarde com qualquer número de sócios. O Relatório e Contas, o Parecer do Conselho Fiscal e o projecto de Orçamento encontram-se à disposição dos sócios na Secretaria do Clube. Macau, 9 de Maio de 2011 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral
Joaquim Jorge Perestrelo Neto Valente
pressão. Na Lisson Gallery, os responsáveis colocaram uma fotografia gigante do artista e os visitantes podem
ser fotografados com um sinal dizendo “libertem Ai Weiwei”. E há, claro, o próprio trabalho de Ai - as doze cabeças de animais do zodíaco em bronze agora no exterior da Somerset House, réplicas de esculturas feitas no século XVIII pelo jesuíta Giuseppe Castiglione para os jardins de um imperador da dinastia Qing, e que foram pilhadas por tropas francesas e inglesas no século XIX, acabando por aparecer em leilões de colecções ocidentais, como a do estilista Yves Saint Laurent. E, na Lisson Gallery, um conjunto de vídeos e esculturas que, escreve o crítico de arte Adrian Searle no “Guardian”, são “belos e assombrados, assombrados sobretudo pela ausência de Ai” - duas cadeiras vazias, um caixão vazio, longos vídeos de ruas de Pequim, vazias, uma câmara de vigilância praticamente igual (só que em mármore branco) às que Ai tinha no exterior do seu estúdio e através das quais era vigiado pelas autoridades chinesas.
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POLÍTICA
Habitação económica | Construção exclusiva pelo Governo e sanções mais altas
“O essencial é produzir uma lei benéfica” Termina hoje a análise dos temas definidos pela 3.ª Comissão Permanente para a proposta de lei relativa ao regime de construção e venda de habitação económica. Cheang Chi Keong diz acreditar na aprovação da lei de acordo com a finalidade para que ela surgiu - a resolução das necessidades reais no problema da habitação. A produção de uma “lei benéfica” é o essencial para o presidente da comissão e, por isso, estão excluídas as cooperações na construção e vão ser mais rigorosas as sanções para os incumpridores. A faltar pouco tempo para as férias da Assembleia Legislativa, a comissão quer aprovar a lei na especialidade mas garante que “não há pressas” Joana Freitas
joana.freitas@hojemacau.com.mo
E
STÃO excluídos do regime de construção e venda de habitação económica os “Contratos de Desenvolvimento de Habitação” (CDH), que visavam uma cooperação entre construtores civis privados e Governo para a construção deste tipo de fracções. Na sexta-feira, a 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) reuniu com os representantes do Executivo para a continuação da discussão sobre a proposta de lei relativa ao regime de construção e venda de habitação económica, aprovada na generalidade em Fevereiro. Interrogada pelos deputados sobre a questão do CDH, a Administração diz ter decidido assumir toda a responsabilidade na construção das habitações económicas. Até agora, as obras eram elaboradas por construtores civis privados, com uma parcela apenas entregue ao Governo na altura da construção. A cooperação é excluída na nova proposta, já que, explica Cheang Chi Keong, presidente da comissão, “pode acarretar muitos problemas, por exemplo na qualidade de construção”. O responsável assegura que “sendo o Governo a construir na totalidade as fracções, podem ser controlados todos os aspectos”. Ao longo de cerca de três meses, a comissão responsável e a assessoria do Executivo mantiveram em análise temas específicos subordinados ao diploma e, depois de esclarecida a questão dos CDH, na sexta-feira, foi a vez da definição de sanções. Mais rigor e multas mais pesadas é o que se pode contar no novo regime sancionatório. Os valores a pagar aquando da violação das normas legislativas, prevêem-se mais elevados do que na legislação actual. Para
o comprador, em caso de violação da finalidade da fracção para outra que não a habitação própria, a proposta de lei visa o pagamento de 10% a 30% do valor da habitação ou a rescisão do contrato. Já para o proprietário, a mesma violação exige ao pagamento de 10 a 40% do preço da fracção. Por cada dia de atraso no pagamento das multas, vai ser acrescentado 1% do valor total a pagar. Cheang Chi Keong afirma que as sanções existem para “surtir efeito e para que as pessoas apreciam os recursos públicos e cumpram a lei”. A maioria dos deputados, alertou ainda Cheang Chi Keong, alega que deve haver lugar a sanção “no caso de arrendamento da fracção”, a menos que “tenha sido paga uma compensação ao Instituto de Habitação”.
A alienação das casas económicas é uma das questões em voga no seio da comissão e do Executivo. A proposta de lei sugere que as fracções não possam ser revendidas no mercado privado, mas que circulem apenas em regime fechado, isto é, sejam vendidas ao Executivo para que o Executivo as revenda a eventuais candidatos, 16 anos após o prazo de não alienação. Cheang Chi Keong diz não haver ainda consenso nesta matéria e, quanto ao possível arrendamento da fracção, esta é uma questão que merece mais “reflexão”. As questões da isenção e outros benefícios fiscais tiveram também lugar a discussão, sem no entanto, ser alvo de grandes alterações.
“Só é necessário esclarecer quais as isenções e benefícios para que não existam zonas cinzentas e depois ajustar de acordo com o consenso”, esclareceu o presidente da comissão.
MAIS E MELHOR FISCALIZAÇÃO
Agregada à implementação das sanções aos incumpridores vem o factor fiscalização. De acordo com dados fornecidos pelo IH, entre 2006 e 2011 houve registo de 42 casos que violaram as regras definidas para as habitações económicas. Destes, 31 prenderam-se com a alteração da finalidade da habitação e cinco eram relacionados com a prestação de falsas declarações. “Independentemente de 42 casos serem muito ou pouco, es-
tes números reflectem que houve prática de ilegalidades em relação às habitações”, alertou Cheang Chi Keong, para quem a fiscalização deve ser reforçada. “Com tantas fracções económicas se não houver fiscalização é impossível constatar as infracções”, alertou o presidente. Actualmente, a divisão de fiscalização do IH é constituída por 17 elementos, um número demasiado pequeno para a quantidade “avultada” de fracções económicas. Por isso, para os membros da comissão “é necessário reforçar não só os recursos humanos, como também o próprio mecanismo de fiscalização”.
SEM PRESSAS
Hoje é analisado o último tema definido para a especialidade da proposta de lei. Depois da discussão sobre os critérios de construção de habitações, tipologias, ordenação e regime de sorteio dos candidatos, estão concluídos os trabalhos. Apesar de querer aprovar a proposta de lei na especialidade antes das férias da AL, na segunda quinzena de Agosto, Cheang Chi Keon assegura que esta “não vai ser aprovada à pressa”. A faltarem consensos sobre algumas matérias, como é o caso da eventual alienação das fracções exclusivo ou para o mercado privado, “há necessidade de acelerar o ritmo”, mas sem dar azo a precipitações. Cheang Chi Keong afirma que a comissão “não vai forçar a apresentação da proposta ao Governo” ou à AL. Para o presidente da comissão “o mais importante é uma solução que reflicta a intenção legislativa”, que é a resolução do problema da habitação para quem realmente necessita. O responsável diz estar confiante de que “vai ser tomada uma decisão”, já que “produzir uma lei benéfica é o essencial”. À falta de consenso nas matérias, a decisão final passa para o Governo.
PROCESSO DA HABITAÇÃO PÚBLICA DE SEAC PAI VAN AVANÇA
São 12 as empresas que viram as suas propostas admitidas a concurso pela empreitada da construção da habitação pública no Seac Pai Van. Segundo dados oficiais, os preços propostos variam entre os 946,8 milhões e 1154 milhões de patacas. A empresa que for escolhida terá um ano e meio para executar a obra nos 17 mil metros quadrados existentes naquele local de Coloane. Ali, de acordo com as intenções do Executivo, serão edificados dez blocos habitacionais, proporcionando 2153 fracções, bem como um estacionamento público capaz de albergar 300 lugares para automóveis e 600 para motos.
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José Miguel Encarnação candidato por partido com conotação à extrema-direita
“Não sou advogado do PNR” Gonçalo Lobo Pinheiro glp@hojemacau.com.mo
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que é que o levou a candidatar-se pelo Partido Nacional Renovador (PNR), um partido conotado com o fascismo e a extrema-direita? Não sou advogado do PNR e nem pretendo fazê-lo. O PNR é um partido que nem é de extremadireita nem de extrema-esquerda. É nacionalista. A lei não permite que um candidato anónimo se candidate e o PNR, dos seis partidos que têm candidatos fora de Portugal, foi o único que deu possibilidade aos cidadãos anónimos de avançarem sem serem seus militantes. Posto isso considerei, apesar da decisão difícil, que estando em Macau e que o território há mais de 30 anos que não tem um candidato nascido ou residente cá, seria bom haver alguém que pudesse defender os portugueses de Macau na Assembleia da República Portuguesa. O que é que o Governo português fez até agora no caso Luís Amorim? Escondeuse atrás do Instituto de Medicina Legal e fez a sua política por aí. Não se ouviu o cônsul a ter uma palavra, não se ouviram deputados a terem uma palavra. Outro exemplo: disseram com toda a pompa e circunstância que iam abrir o Centro de Distribuição de Produtos Portugueses. Onde é que ele está? Tudo isso é preciso dizer em Portugal... Mas não pode ignorar o facto de, por exemplo, o movimento ‘skin head’ já ter demonstrado o seu apoio ao PNR. O facto de ser candidato independente permite-me afirmar que eu concordo com algumas coisas do PNR e não concordo com outras. Uma das coisas com as quais eu não concordo é de aceitar ter como militantes algumas pessoas que se dizem ‘skin-heads’. Mas concordo com o partido quando defende Portugal e os portugueses em primeiro lugar. Os portugueses que o PNR defende são aqueles que eu defendo, que são os portugueses que estão em Portugal mas também são os portugueses que vivem fora do país. É para esses que eu estou a trabalhar e é por esses que eu me estou a candidatar.
Candidata-se por um partido socialmente mal visto em Portugal mas afasta qualquer tipo de disciplina partidária. José Manuel Encarnação, jornalista do jornal “O Clarim”, encabeça a lista de deputados pelo círculo Fora da Europa do Partido Nacional Renovador (PNR), mas afirma que o faz porque “foi o único partido a dar oportunidade a pessoas anónimas”. Quer defender acerrimamente os direitos dos portugueses além-fronteiras e tem esperança que os portugueses de etnia chinesa o ajudem
E todas as polémicas que o PNR já se viu envolvido em matérias de migração. Essa questão não o fez pensar duas vezes? O PNR não é contra a imigração como algumas pessoas dizem. O PNR é pela imigração responsável, pela imigração daqueles que chegam, que se adaptam, que trabalham, que pagam os seus impostos e que cumprem os códigos da sociedade em que estão inseridos. Nós portugueses, que viemos de Portugal, fazemo-lo em Macau. Não viemos para Macau para viver dos subsídios que Macau nos possa dar, nem viemos para Macau à espera de sermos remunerados por um trabalho que não fizemos ou muito menos nos organizamos para manifestações anti-sociais. É jornalista e, segundo o Código Deontológico português, tem de
abandonar funções. Como está a sua situação? Coloquei essa questão ao meu director mas, actualmente, ele não pode assumir a direcção do jornal. O que vou fazer e que combinei com ele, mesmo que possa estar a violar algum artigo do Código Deontológico, é que vou coordenar o trabalho dos meus colegas mas não vou assinar qualquer artigo de opinião, não vou assinar qualquer artigo jornalístico e nem vou ter qualquer tipo de influência na linha editorial do jornal, o que aliás vai ser notório a partir de amanhã [hoje]. E mais, não vou publicar artigos a meu favor ou a favor do partido pelo qual estou a concorrer. Como reagiram os seus colegas no jornal? Claro que questionaram o facto de me estar a candidatar pelo PNR e tive uma conversa longa com o
meu director. Mas reagiram bem e deram-me apoio. Infelizmente, até dia 5 de Junho, vou estar conotado com o partido. Quais são as suas propostas? São muito concretas, são 12 e podem ser consultadas na carta que tenho enviado. As mais importantes prendem-se com as questões da melhoria das condições contratuais e de trabalho dos funcionários das missões diplomáticas, bem como a premente abertura e reabertura de alguns consulados. Os professores da Escola Portuguesa de Macau não têm tido um aumento salarial condizente, por isso quero lutar por uma revisão salarial para eles. Apoio ainda encontros frequentes dos deputados com os portugueses residentes no estrangeiro, assim como também apoio a redacção e afixação em todos os consulados
de um relatório anual sobre a actividade dos deputados eleitos pelo Círculo Fora da Europa, bem como em órgãos de comunicação social de língua portuguesa com sede no estrangeiro. Sente-se preparado para defender os interesses dos portugueses além-fronteiras? Tenho estado a contactar com essas comunidades, mas há uma diferença enorme porque essas comunidades têm um peso muito grande. Em 1999, Portugal abandonou os portugueses que quiseram continuar em Macau. A Casa de Portugal fez-se com muito custo e com a filantropia de muita gente. O Instituto Português do Oriente (IPOR) fez-se porque entidades privadas avançaram. A Escola Portuguesa de Macau idem. Onde é que está a mudança de instalações para o Hotel Estoril? Precisa de quantos votos para ser eleito? Preciso pelo menos de 1800. Há 11 mil e poucos eleitores em Macau. Se conseguir, muito sinceramente, que os portugueses de etnia chinesa votem posso ser eleito. Como é que vai fazer esse trabalho junto desse eleitorado tão específico? Hoje [ontem] comecei a enviar e-mails para a comunidade portuguesa e amanhã [hoje] vou enviar e-mails para a função pública onde está a maior parte dos portugueses de etnia chinesa. Quero ainda falar com as associações de matrizes portuguesa e chinesa. É um trabalho muito complicado. Se eu conseguir colocar Macau na agenda política já vai ser uma vitória importante, para mim e para todos os portugueses do território. Estou sozinho e num partido que socialmente não é aceite. Se as pessoas votarem no candidato e não no partido, porque só vou por um partido porque sou obrigado a fazê-lo, eu penso que posso, junto do eleitorado de Macau, ser eleito. Virá alguém do PNR a Macau apoiá-lo? Não. O PNR tem um orçamento de 1600 euros que irá canalizar essencialmente para os tempos de antena. A minha campanha vai ser feita com a ajuda de um laptop, um telemóvel, a Internet e a amizade das pessoas.
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SOCIEDADE
Galaxy abriu ontem as portas com milhares de pessoas à espreita
Ouro para cobrir 87 campos de futebol O que cabe em 550 mil metros quadrados? • SPA BANYAN TREE Tratamentos a partir de 700 patacas • HOTEL OKURA 500 quartos A partir de 5000 patacas • HOTEL BANYAN TREE 227 quartos A partir de 2000 patacas • HOTEL GALAXY 1500 quartos A partir de 1500 patacas • RESTAURANTES Mais de 50, o que faz do resort o único em Macau com tal quantidade de restaurantes no mesmo complexo. Há de tudo um pouco: português, chinês, indiano, coreano, taiwanês, japonês • MACALLAN WHISKY BAR Com uma selecção de 360 uísques • COMPRAS 35 mil metros quadrados com 20 grandes marcas • ENTRETENIMENTO A maior praia de ondas artificial do mundo 9 salas de cinemas a inaugurar até ao fim do ano China Rouge, discoteca/bar decorada de acordo com Xangai em 1930 10 bares Jardins tropicais Complexo de cinco piscinas
Lei do tabaco
Vanessa Amaro
vanessa.amaro@hojemacau.com.mo
A
S seis cúpulas douradas que dão o ar de palácio ao novo casino-resort de Macau estão cobertas de ouro em quantidade suficiente para revestir 87 campos de futebol. Mas não foram as torres que as milhares de pessoas que ontem, antes das 17h, faziam fila à porta do Galaxy, no Cotai, quiseram ver. As mesas de jogo – 450 no total até agora mais 1500 slot-machines – lá estavam, mas o foco do recém-nascido do território está na lista de atracções número um do mundo. A maior piscina de ondas, com 350 toneladas de areia branca e fina; o bar com a maior variedade de uísques; o único complexo de cinemas de Macau (ainda por abrir) com nove salas; mais de 50 restaurantes, o que torna o único lugar do território com tal quantidade debaixo de um único tecto; três hotéis cinco estrelas; 20 lojas de alto luxo;
uma discoteca inspirada em Xangai na década de 30, ou os mais de dez lounges esperam captar pelo menos 40 mil visitantes por dia. O vice-presidente do resort de 15 mil milhões de patacas, Francis Liu, afirmou e reafirmou que o compromisso do grupo é “diversificar a economia” e “apostar numa nova vertente do turismo”. “Temos uma praia que é tão boa como a de Phuket, na Tailândia”, apontou para confirmar o que dizia. A operadora de jogo, que controla cerca de 10% do mercado de Macau, abre portas, entretanto, manca. Faltam ainda trabalhadores – como o chef de cozinha para o restaurante português – e ainda acabar a decoração da discoteca China Rouge, que vai fazer frente ao Cubic no City of Dreams, e a construção das nove salas de cinema. O Galaxy está ainda à espera de preencher mil postos de trabalho nos próximos tempos. Já estão empregados 7500 pessoas, das quais, segundo garante a empresa, 5500 são locais.
O fundador e presidente do império, Lui Che-woo, assinalou que o Galaxy é o único casino-resort a ser inaugurado neste ano e no próximo e que consolida a posição de Macau como centro de turismo internacional. “Estamos decididos a remodelar o cenário de hospitalidade de Macau e construir um novo ímpeto fora do contexto do jogo. Vamos continuar a construir mais atracções diversificadas”, disse no discurso de abertura. Além da abertura VIP às 15h30 de ontem com a presença do Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On e de celebridades locais e de Hong Kong, o resort organizou uma hora mais tarde um segundo evento para o público geral, marcando oficialmente a sua abertura. Apesar dos preços das diárias dos seus três hotéis serem mais elevados que as tarifas da concorrência, o Galaxy está a oferecer um pacote promocional até Setembro para abrir o apetite dos turistas e dos residentes.
• Com os casinos a gozarem de um período de nojo de um ano a partir da entrada da lei do tabaco, em Janeiro de 2012, a direcção do Galaxy garante que irá adaptar-se às exigências. Segundo Francis Liu, vice-presidente, o resort está de acordo com a legislação e vai analisar os artigos que lhes diz respeito. “Vamos fazer os ajustes necessários para ter tudo de acordo com a lei, de forma a que tenhamos todas as partes satisfeitas”, apontou.
Maiores de 21 anos • No que toca ao número de apostadores, o Galaxy garante que a fatia de jovens entre os 18 aos 21 anos é insignificante, pelo que o seu negócio não sairá afectado quando a lei que proíbe pessoas nessa faixa etária de irem jogar para os casinos. “São muitos poucos clientes nessas idades, por isso não seremos afectados. Acho que pessoas maiores de 21 anos têm uma maior maturidade para jogar”, defendeu Francis Liu. Já no que toca à proibição de contratar menores de 21, o vice-presidente acredita que “o Governo de Macau deve ter planos para lidar com o assunto”.
Mesas de jogo • Apesar de ter capacidade para 600 mesas de jogo, apenas 450 estão em funcionamento, devido às limitações do Executivo da RAEM. De acordo com o fluxo de jogadores, o casino espera abrir novas mesas faseadamente e espera não encontrar entraves no futuro por parte das autoridades locais. “Se houver um grande fluxo de clientes, vamos submeter o nosso pedido de mais mesas ao Governo. O nosso objectivo, contudo, passará sempre por desenvolver a indústria do turismo e diversificar a economia”, garantiu Francis Liu.
EXCURSIONISTAS DIMINUÍRAM 1,8% NO PRIMEIRO TRIMESTRE O número de visitantes que chegaram a Macau no primeiro trimestre através de viagens turísticas organizadas pelas agências caiu 1,8% para 1,4 milhões de visitantes, mas a globalidade dos turistas continua em crescimento. Dados oficiais indicam que mais de 6,4 milhões de pessoas, mais 5,2%, visitaram Macau nos primeiros três meses de 2011, embora o número de excursionistas tenha caído ligeiramente. Com 20.129 quartos disponíveis nos hotéis e pensões locais no final de Março – mais 5,1% ou 981 quartos do que no final de Março de 2010 – os hotéis de cinco estrelas assumiam 59,8% do alojamento com 12.035 quartos.
UM QUINTO DOS RESIDENTES MUDA-SE PARA O OUTRO LADO DA FRONTEIRA
Negócios imobiliários da China Virginia Leung
virginia.leung@hojemacau.com.mo
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S altos preços dos apartamentos em Macau estão a levar muitas pessoas a optarem por viver do outro lado da fronteira, na China Continental. Segundo as estimativas mais recentes, avançadas por empresas do sector imobiliário, entre 10 e 20% dos residentes escolheram mudar-se para Zhuhai ou outras localidades na província de Guangdong. Entre as razões que levam muitos a optarem por essa alternativa, além dos preços comparativamente mais baixos, está a transparência da informação, que contribui para o aumento da confiança dos consumidores. Em Macau, por outro lado, paira no ar a intenção das autoridades de
cobrar um novo “imposto de selo” especial para a revenda a curto prazo de habitações, o que deverá incentivar ainda mais pessoas a optar por investir ou ir viver para a China. Com o rápido crescimento da economia, muitos residentes estão também a investir na compra de casas na China para passar férias ou para arrendar. Sobretudo em Zhuhai, que além de ser a cidade mais próxima de Macau, não impõe restrições a que os cidadãos de Macau ou Hong Kong ali comprem habitações. Com o facilitar dos movimentos transfronteiriços, o sector imobiliário espera ver crescer ainda mais o número de residentes de Macau interessados em comprar casa na China. Um promotor de Zhuhai revela a intenção de introduzir em breve nas agências imobiliárias
de Macau a possibilidade de acordos de pré-venda para propriedades na China, de forma a atrair ainda mais compradores. A taxa de conversão do yuan está a aumentar e, com ela, o custo para se investir em bens na China. Mesmo assim, comparativamente com os preços praticados em Macau,
com a agravante do “imposto de selo”, os preços do outro lado da fronteira continuam a ser atractivos. Com o desenvolvimento da cooperação entre a China e Macau, o potencial do mercado de Zhuhai é maior e isso deverá estimular mais investidores para comprar residências na China.
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FUNDAÇÃO ORIENTE DÁ À ESCOLA PORTUGUESA 110 MIL EUROS POR ANO A Fundação Oriente (FO) disponibiliza por ano 110 mil euros para a Escola Portuguesa de Macau, revelou à Lusa, o presidente da instituição, Carlos Monjardino. “Ficou combinado com o Ministério da Educação que continuaremos a dar um montante fixo [à Escola Portuguesa] durante os próximos três a quatro anos”, disse o responsável, ao sublinhar que apesar de, em termos “formais”, a FO não ter deixado a Escola Portuguesa – só falta realizar uma reunião –, “a saída já estava decidida há muito tempo”. “Ainda lá estamos mas é como se não estivéssemos”, acrescentou o presidente da FO. Com a saída da FO, que detinha uma quota de 49% na Escola Portuguesa de Macau, Carlos Monjardino calcula que a percentagem passará para as mãos do Ministério da Educação “porque é o que faz sentido e sucede com todas as outras escolas pelo mundo fora”. De acordo com Carlos Monjardino, “só era diferente das outras porque tinha um mecenas”. Apesar de sair da Fundação da Escola Portuguesa, Carlos Monjardino mantém a Fundação Oriente no Instituto Português do Oriente. “Para o IPOR temos um outro tipo de compromisso. Está aparentemente a fazer bastante bem aquilo que é suposto fazer em primeiro lugar, que é o ensino do português não curricular, e com mais de dois mil alunos neste momento creio que é um caso de sucesso”, disse. Carlos Monjardino salientou ainda “nunca terem existido problemas de financiamento do IPOR”.
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NOTIFICAÇÃO EDITAL (Solicitação de Comparência do Trabalhador)
N.º 158/2011
Nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 6.º do Regulamento da Inspecção do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 60/89/M, de 18 de Setembro, conjugado com o artigo 58.º e n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notifica-se a não-residente Sra. XIE LILI, ex-trabalhadora autorizada a prestar trabalho para a sociedade “PRIME GESTÃO DE HOTÉIS, S.A.”, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do primeiro dia útil seguinte à da publicação do presente édito, comparecer no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.os 221 a 279, Edifício Advance Plaza, 1.º andar, em Macau, a fim de prestar declarações no processo n.º 2731/2010, proveniente do acidente de trabalho em que o notificado foi vítima. Mais se comunica que nos termos da alínea a), n.º 2 do artigo 103.º do aludido Código, o procedimento é extinto quando por causa imputável à notificada este esteja parado por mais de seis meses. Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento da Inspecção do Trabalho, aos 5 de Maio de 2011. O Chefe do Departamento, Raimundo Vizeu Bento
NOTIFICAÇÃO EDITAL (Acidente de Trabalho – pagamento das multas)
N.º 159/2011
Considerando em revelar ser impossível notificar, nos termos do artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, de 4 de Outubro, do artigo 68.º e do n.º 1 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo (CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, o senhor CHAN PING FAI, proprietário da “平輝裝修工程” (romanizado em PENG FAI CHONG SAO CONG CHENG), pessoalmente, por ofício, telefone, ou outra forma, sobre a matéria acusada pela eventual infracção do Regulamento do Regime Jurídico da Reparação por Danos Emergentes de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 40/95/M, de 14 de Agosto, e para o efeito do regime de procedimento da aplicação da respectiva multa, Raimundo Vizeu Bento, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho (DIT), da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), notifica, nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do CPA, o aludido infractor, do teor da decisão sancionatória em causa, no seguinte: 1. Dado exposto por ter comprovado a acção do notificado, senhor CHAN PING FAI, proprietário da “平輝裝修工程” (romanizado em PENG FAI CHONG SAO CONG CHENG), bem como a culpa do aludido infractor, ao abrigo do artigo 25.º do Regime Jurídico da Reparação por Danos Emergentes de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais, referente à pena de multa de MOP$ 2.500,00, que lhe foi aplicada por despacho do Chefe do Departamento do Trabalho (DIT), Raimundo Vizeu Bento, exarado na Informação n.º 18036/DIT/MWEN/2010, tendo aquela informação e despacho indicado que a multa foi aplicada de acordo com a alínea c) do n.º 1 do artigo 66.º do Regime Jurídico da Reparação por Danos Emergentes de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 40/95/M, de 14 de Agosto, por infracção ao disposto no artigo 25.º; 2. Nos termos do artigo 70.º do Decreto-Lei n.º 40/95/M, de 14 de Agosto, a multa aplicada reverte para o Fundo de Segurança Social; 3. Informa-se ainda que, nos termos do artigo 10.º e da alínea b) do n.º 1 do artigo 25.º do Regulamento da Inspecção do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 60/89/M, de 18 de Setembro, conjugado com as alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 145.º e os artigos 149.º e 155.º do CPA, o acto administrativo em causa pode ser impugnado, no seguinte: a) Mediante reclamação para o autor do acto (Chefe do DIT), no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da publicação da presente notificação edital; ou b) Mediante recurso hierárquico necessário para o superior hierárquico do autor do acto (Subdirector da DSAL), no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data da publicação da presente notificação edital. 4. Por outro lado, nos termos do n.º 4 do artigo 150.º, conjugado com o n.º 1 do artigo 156.º do CPA, o direito acima referido é exercido por meio de requerimento, no qual devem ser expostos os fundamentos (de facto e de direito), juntando os documentos considerados convenientes, não sendo o acto acima mencionado susceptível de recurso contencioso. 5. Mais fica notificado que, nos termos do artigo 69.º do Regime Jurídico da Reparação por Danos Emergentes de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais, e da alínea e) do artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, conjugado com os n.os 1 e 2 do artigo 15.º do Regulamento Administrativo n.º 26/2008-Normas de Funcionamento das Acções Inspectivas do Trabalho, o aludido infractor deve, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da publicação da presente notificação edital, comparecer na DSAL para o levantamento da guia de pagamento da multa e proceder ao seu pagamento na Repartição de Finanças de Macau da Direcção dos Serviços de Finanças. Fica ainda notificado que, nos 5 (cinco) dias subsequentes aos do prazo acima referido deverá entregar nestes serviços, a guia comprovativa de pagamento, sob pena de as cópias de todos os documentos acompanhadas do comprovativo de cobrança coerciva serem remetidos à Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças para, ser efectuada a cobrança coerciva nos termos legais. Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 5 de Maio de 2011. O Chefe de Departamento, Raimundo Vizeu Bento
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8 Documentário ficcional dos portugueses António Faria e Carolina Rodrigues convenceu o júri do Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Macau Filipa Queiroz
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ÃO são desconhecidos para quem esteja mais atento à produção audiovisual do território. António Faria e Carolina Rodrigues são jovens quer na idade (30 e 27, respectivamente) quer no tempo de Macau (dois e três anos). A paixão comum pela câmara de filmar e pela cidade levou-os a concorrer ao projecto Local Docu Power do Centro Cultural de Macau (CCM) com uma “Viagem no Tempo”, um documentário ficcional sobre um
CULTURA “Viagem no Tempo” vence Macau Indies
Capitães do cinema jovem de Macau que resolve descobrir o mundo dos pescadores de Macau. O filme foi eleito o favorito do júri entre os 21 apresentados na secção “Macau Indies” do Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Macau. António Faria explica como o documentário ultrapassou os limites da película e esconde uma mensagem directa ao Gabinete do Executivo. “Viagem no Tempo” é a vossa primeira longa-metragem. Como é que receberam este prémio? Foi bom porque foi a compensação de um esforço de várias pessoas. Foi um trabalho árduo de um ano e, ter realizadores e produtores de Hong Kong a virem a Macau, verem o nosso trabalho, darem os parabéns e fazerem críticas construtivas foi óptimo. Receberam um subsídio do CCM
KEI WONG
SEGUNDA-FEIRA 16.5.2011
O FILME QUE É VIDA QUE É FILME
Escolheram usar a ficção por ser “uma boa maneira de dar uma coesão ao documentário, de conduzir melhor a história”. “Viagem no Tempo” é uma narrativa inventada com personagens reais, musicada por José Chaves, que partiu do fascínio de António Faria e Carolina Rodrigues pelos pescadores e a vida no Porto Interior de Macau. No filme, Wong Kei Cheong é um jovem apaixonado por cinema e fotografia à procura de um novo rumo para a sua vida. Na vida real também. “Andávamos à procura de alguém que nos ajudasse a fazer as entrevistas e ao nível da produção e um amigo recomendou-nos o Wong Kei”, conta Carolina. A pescadora que o jovem angustiado e viciado em polaroides vê na televisão também não é pura coincidência - saiu da série “Olhar Macau”, que Faria tinha realizado para a Casa de Portugal meses antes. Em “Viagem no Tempo” percorrem-se os meandros dos mercados da cidade, conhecem-se pescadores, vêm-se prédios, barcos, prédios, barcos, aumenta o cheiro a peixe ao mesmo tempo que acresce o sentimento de liberdade que a personagem principal persegue, sem grande entraves. Excepto um, o mesmo que os realizadores. “Queríamos mesmo era ir para alto-mar. Fizemos muitas filmagens nos barcos atracados e para isso eles foram muito porreiros, mas para ir à pesca é que era mais complicado. A maioria vai por um mês ou dois e, além disso, os barcos são a casa deles. Terem ali dois estranhos, com câmaras a apontar para eles e ainda por cima numa situação perigosa, com barco sempre a abanar, era complicado”, explica Carolina. Mas devagar se foi longe. Agora “Viagem no Tempo” vai soltar amarras, e seguir agora para outros festivais.
“Viagem no Tempo”
Carolina Rodrigues e António Faria
para fazer o documentário. Este tipo de apoios são importantes para dar oportunidade a jovens realizadores como o António e a Carolina de mostrarem o seu trabalho? É muito importante haver apoios a nível monetário para conseguir fazer as coisas e pagar aos técnicos. Sem técnicos não se consegue fazer nada, e técnicos bons. Macau tem alguns. Mas também tem outra parte, ao nível do cinema, em que não há muita formação. Não há nenhuma escola ou instituição que dê apoios e promova os filmes lá fora. É uma luta e como tal não se pode desistir. Claro que é óptimo o CCM dar este tipo de apoios e acreditar nos jovens mas vai ter de se fazer muito mais para além disso a começar pela formação. Já que vão abrir um pólo universitário novo, na Ilha da Montanha, espero
bem que apostem na parte do audiovisual e do cinema, porque Macau tem uma cinematografia brutal. Desde a parte dos casinos à parte histórica, da arquitectura portuguesa colonialista à parte chinesa. Isso dá cenários fantásticos, é uma mescla cultural gigante que vale a pena explorar. Escolheram o cenário marítimo e a vida dos pescadores como cenário principal. Também optaram que o filme fosse integralmente falado em chinês. Porquê? Não nos podemos esquecer que estamos a viver na China, que Macau faz parte da China. Também porque o chinês é simplesmente mais abrangente. As pessoas conseguem compreender e avaliar. Foi um desafio para nós. A junção das pessoas estrangeiras com as pessoas da comunidade é
do mais importante possível, significa que conseguimos trabalhar em conjunto apesar de termos nacionalidade diferentes. Pessoalmente, tiraram mais do que apenas um filme de toda a experiência? Claro, tirámos uma experiência única. Conhecemos bem o Porto Interior neste momento e as pessoas que lá vivem. Um pouco da história também, do que se passou em Macau, o crescimento e o desenvolvimento da parte da pesca que foi uma área que impulsionou a cidade. Claro que o jogo veio posteriormente, mas a história de Macau significa uma grande aposta na pesca. Antigamente Coloane era vista como um pólo central do sector, que fornecia o pescado todo para a península. Hoje em dia isso já não existe. Existem os barracões em Coloane onde se construíam os barcos, mas até isso acabou, a indústria pesqueira. Isso foi o nosso foco. Estão a morrer as pessoas, os pescadores estão a desaparecer, as pessoas já quase não existem nos barcos. O Governo tem de fazer alguma coisa, dar apoios ao desenvolvimento da pesca porque isto é uma ilha, estamos circundados por mar, é importante. O filme também serve esse propósito, fazer esse apelo ao Governo? Sim. Este filme é dedicado inteiramente aos pescadores. Basicamente tentámos darlhes a palavra a eles. Não é um filme muito informativo, não entra muito na problemática, dá uns apontamentos. Acima de tudo queríamos passar essa mensagem. Queríamos dar voz e caras a estas pessoas que trabalham arduamente no mar, que têm vidas autenticamente paralelas às das pessoas que vivem em terra. Algumas dessas pessoas foi ver o filme na sexta-feira ao CCM? Sim, sim. Convidamos todas só que algumas estavam no mar a trabalhar e não puderam comparecer. Houve uma família inteira que foi. Foi muito interessante. E agora o que é que acontece, vão levar o filme a outros festivais? Vamos. E queremos fazer uma projecção no Porto Interior aberta ao público em geral, com os pescadores também a ver. Juntar as pessoas que gostam de cinema, as que nos apoiaram para fazer o filme e aquelas que não puderam comparecer na estreia.
MINISTÉRIO IMPEDE EXPORTAÇÃO DE OITO QUADROS DE VIEIRA DA SILVA
O Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) negou aos herdeiros de Jorge de Brito a intenção de exportarem para o estrangeiro oito quadros da pintora portuguesa Maria Helena Vieira da Silva que estão em processo de classificação há quase cinco anos. A decisão apanhou de surpresa os herdeiros do coleccionador falecido em 2006, que ainda recentemente tinham reunido com a ministra da Cultura e o presidente da Fundação Arpad Szenes-Vieira Silva sobre o assunto.
Depois da polémica em torno do primeiro concerto na China, Bob Dylan decidiu contar a sua versão dos acontecimentos, garantindo que não sofreu qualquer pressão ou censura por parte do Governo Central
B
OB Dylan publicou na página electrónica oficial (www.bobdylan.com) uma carta onde fala do concerto do mês passado em Pequim, desmistificando as notícias que afirmavam que a China nunca tinha permitido que o músico actuasse no seu território e criticando duramente a imprensa que tratou do assunto. “A todos os meus fãs e seguidores, permitam-me que esclareça umas coisas sobre a tão chamada conPUB
BOB DYLAN NEGA PRESSÃO CHINESA EM CARTA ESCRITA AOS FÃS
Em paz com a China trovérsia na China que começou já há mais de um ano”, começa por escrever o músico. “Antes de mais, nunca nos negaram a permissão para tocar na China”, garante o músico, explicando que tudo não passou de um golpe de um promotor chinês que terá inventado e lançado a informação para a imprensa. “Eu acho que ele imprimiu os bilhetes e prometeu a certos grupos um concerto meu mas sem ter nenhum acordo. Nós não tínhamos a intenção de tocar na China naquela altura, e quando isso aconteceu o promotor teve que salvar a sua imagem, dizendo que o Ministério Chinês é que não permitiu”, explica Dylan em resposta às críticas que surgiram na imprensa depois dos concertos na China, Hong Kong e Vietname, em que o acusaram de ser condescendente com o regime chinês, pondo em causa o espírito
revolucionário que o caracterizou durante anos e que ainda hoje está bem presente nas suas músicas. “Se alguém se tivesse incomodado em confirmar a informação com as autoridades chinesas, teria percebido que estas não tiveram
nada a ver com a situação”, ironiza. O músico aproveita ainda a situação para responder à revista britânica Mojo, que na altura escreveu que o concerto teve pouca adesão e que a maioria das pessoas era expatriados. “Não é verdade”,
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9 garante. “Se alguém quiser confirmar isto com alguém que tenha ido ao concerto verão que a maior parte das pessoas foram jovens chineses.” Bob Dylan actuou na China a 6 de Abril, tocando 17 temas, num alinhamento anteriormente conhecido pelas autoridades chinesas. “O governo pediu-nos o nome das músicas que iríamos tocar. Não há uma resposta lógica a isso, mas mostramos o alinhamento três meses antes. Se houve alguma música, verso ou linha censurada, ninguém me disse nada e tocámos as músicas que entendemos tocar”, assegura o músico, explicando que apresentou na China um alinhamento em tudo semelhante a todos os seus concertos. Num tom crítico e irónico, Bob Dylan conclui: “Toda a gente sabe que existe um zilião de livros sobre mim e muitos outros devem ser publicados num futuro próximo. Por isso, encorajo toda a gente que me conhece, já me conheceu, ouviu-me ou alguma vez me viu, a entrar em acção e a rabiscar o seu próprio livro. Nunca se sabe, alguém poderá ver um grande livro nisso.”
vida
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O mundo vai gastar 140 mil milhões de toneladas de recursos anualmente em 2050, se o crescimento económico e populacional se mantiver, diz um relatório das Nações Unidas. A organização alerta que é necessário deixar de assentar o desenvolvimento económico no aumento do uso destes recursos. O relatório teve em conta os minerais, os minérios, os combustíveis fósseis e a biomassa que anualmente o mundo utiliza. Hoje, o mundo gasta anualmente menos da metade, com os cidadãos dos países desenvolvidos a gastar por ano 16 toneladas em média (alguns chegam a gastar 40). Por outro lado, o gasto médio de um cidadão na Índia, é de quatro toneladas por ano.
UE dividida quanto a testes de segurança às centrais nucleares
Folha Solta
A prevenção do crime através do desenho urbano Gonçalo Alvim* folhasolta.ga@gmail.com
É consensual ser hoje Macau uma cidade bastante segura. Mas é também uma cidade em evolução e uma cidade onde se movimenta bastante dinheiro e muitos turistas. Não será assim descabido considerar no desenho urbano elementos respeitantes à segurança efectiva das pessoas e – o que não é bem a mesma coisa – que lhes possam transmitir uma sensação de maior segurança na cidade. E há hoje inúmeros estudos e conclusões disponíveis nesse campo. Estas preocupações da segurança na cidade vêm de longe e desde logo assentam na compreensão da impossibilidade do reforço policial resolver tudo. O trabalho deve por isso ser feito a montante, nomeadamente através do desenho urbano, e a ideia chave é esta: cada um de nós, como observador, como utente, constitui um vigilante natural dos espaços.
Embora tenhamos de admitir ser Macau uma cidade que oferece actualmente bastante segurança, não nos deveremos esquecer daquele ensinamento tão conhecido dos portugueses: “o seguro morreu de velho” Recuemos um pouco na História, para percebermos como tudo isto evoluiu: Nos anos 60 do século passado a ideia da influência do desenho urbano nos índices de criminalidade teve como expressões de grande impacte as obras «The Death and Life of Great American Cities» (1961), de Jane Jacob’s, e «Social Aspects of Housing in Urban Development» (1967), de Elizabeth Wood’s. Jane Jacobs, nesta sua obra que completou já 50 anos de idade mas que continua a ser marcante na teoria do desenho urbano, deixou-nos estas expressivas palavras: “Crimes horríveis podem ocorrer, e ocorrem, nas bem iluminadas estações de Metro, quando não estão presentes observadores. Eles nunca acontecem em teatros na penumbra, quando estão presentes inúmeras pessoas. As luzes nas ruas podem ser como aquela famosa pedra que cai no deserto onde não há ouvidos para ouvir. Produz um som? Sem olhos para ver, uma luz ilumina? Não em termos práticos.” E acrescenta: “Isto é algo que todos já sabemos: numa cidade, uma rua bastante utilizada está apta a ser uma rua segura; uma rua deserta inclina-se a ser insegura.” (Traduções minhas) Estas preocupações vieram aumentar o interesse nas possibilidades de adaptar o desenho urbano à prevenção do crime, tendo duas obras sido particularmente influentes: «Crime Prevention Through Environmental Design» (1971), de C. Ray Jeffery’s, e «Defensible Space: - Crime Prevention through Urban Design» (1972), de Oscar Newman’s.
Planeta em números
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CONSUMO DE RECURSOS NO MUNDO PODE MAIS DO QUE DUPLICAR EM 2050
mortos era o balanço, até ontem, do número de mortos pela passagem da tempestade tropical Aere nas Filipinas. A tempestade afastou-se do país na segunda-feira passada no sentido de Taiwan e do Japão com ventos de 75 quilómetros por hora e rajadas de mais de 90 quilómetros por hora.
Um outro contributo importante foi dado através da teoria conhecida como “Broken Window”, precisamente o título do livro lançada em 1982 por James Q. Wilson e George L. Kelling. Esta teoria explora os impactes que a deterioração visível e a negligência nos espaços causavam nos comportamentos, argumentando que a melhor forma de combater o crime é combatendo a desordem que o precede. Dão-nos os autores o exemplo de uma janela partida que é deixada por reparar, causando com isso a sensação a quem passa de que ninguém quer saber do edifício ou ninguém está responsável por ele. Os criminosos tendem a aproveitar-se desse abandono e os transeuntes a sentirem-se inseguros nas proximidades. Beneficiando destes e de outros contributos a CPTED (Crime Prevention Through Environmental Design), designação que se baseia na citada obra de Jeffery’s, constitui hoje uma abordagem multidisciplinar que procura impedir o comportamento criminoso, reduzir o medo do crime e melhorar a qualidade de vida das pessoas através do desenho dos edifícios e dos espaços envolventes. De acordo com o CPTED é importante ter em atenção que para a actividade criminal se processar, é necessária a conjugação de três factores: 1) o desejo ou vontade de praticar o crime; 2) as ferramentas ou capacidades que o potencial criminoso possua; 3) e a oportunidade para o crime se efectuar. Mas enquanto os dois primeiros elementos são muito difíceis de eliminar, pelo menos ao nível do desenho urbano, é possível reduzir o factor “oportunidade”. E é neste factor que o CPTED procura trabalhar. São três as estratégias principais em que se baseia a acção do CPTED: − Vigilância natural: defendem que o desenho urbano deve ser orientado de forma a permitir a observação pelas pessoas de todo o espaço, aumentando a percepção de que os intrusos não desejados podem ser vistos. Medidas propostas: a) considerar a visibilidade dos espaços a partir das janelas dos edifícios ou das vias de circulação; b) utilizar vegetação transparente ao ângulo de visão; c) iluminar convenientemente os locais e caminhos. − Reforço da territorialidade: atendendo a que todas as pessoas possuem um sentido de territorialidade, considerando mesmo certas áreas como “suas”, defende o CPTED a maior extensão possível desta noção nos espaços semi-públicos ou mesmo públicos, o que levará a desencorajar os intrusos. Medidas propostas: a) dispor o espaço de maneira a que haja chamadas de atenção com a presença de ocupantes; b) providenciar árvores no espaço, o que o torna mais atractivo, susceptível de ser utilizado e seguro, de acordo com os estudos disponíveis; c) colocar dispositivos, como bancos, bebedouros, etc., que favoreçam a utilização do espaço. − Controlo de acesso natural: procurar negar as oportunidades de crime e criar nos potenciais criminosos um sentimento de risco. Medidas propostas: a) utilizar um, ou poucos, locais de entrada no espaço, com identificação clara; b) colocar barreiras físicas que inibam os intrusos ou evitem a sua acção desafogada; c) utilizar iluminação adequada nos locais de acesso. Outros factores também considerados importantes, complementarmente às três estratégias principais, são os seguintes: − Manutenção – A manutenção de um espaço é uma expressão da sua apropriação. A deterioração indica menor controlo do lugar por parte dos potenciais utilizadores e uma tolerância grande à desordem. Quanto mais depressa a ordem for reposta, menor será a probabilidade de os crimes ocorrerem. − Suporte de actividades – O fomento de actividades seguras nos espaços aumenta a vigilância natural e a territorialidade. Poderão, por exemplo, promover-se festas de bairro, grupos de limpeza dos espaços, equipas de vigilância, entre outros meios que envolvam as comunidades activamente. Embora tenhamos de admitir ser Macau uma cidade que oferece actualmente bastante segurança, não nos deveremos esquecer daquele ensinamento tão conhecido dos portugueses: “o seguro morreu de velho”.
*Arquitecto Paisagista, Mestre em Engenharia Urbana
Como prevenir catástrofes?
A
União Europeia não conseguiu chegar a um acordo sobre a abrangência dos testes de segurança que serão feitos às centrais nucleares europeias, na sequência do acidente de Fukushima, no Japão. Alguns países, em especial a França, querem que os testes envolvam apenas cenários como os de Fukushima – que envolveu os efeitos de um sismo, um tsunami e um corte de electricidade que causou o colapso do sistema de arrefecimento da central nuclear. Outros países, como a Alemanha, e a própria Comissão Europeia, no entanto, desejam alargar os testes a outras situações, como o embate de aviões ou ataques terroristas. Numa reunião na semana passada, em Bruxelas, a Comissão e os representantes das agências de segurança nuclear dos diversos Estados-membros não chegaram a um consenso e um novo encontro foi agendado para quarta e quinta-feira, em Praga. “Ao longo da reunião de hoje [quinta-feira passada], foram feitos progressos mas nenhuma decisão foi tomada”, informa a Comissão
num comunicado, citado pela agência AFP. A realização dos testes de segurança foi decidida por Bruxelas em Março, cerca de duas semanas depois de o sismo e tsunami no Japão terem causado o desastre nuclear da central de Fukushima I, cerca de 250 quilómetros a Norte de Tóquio. Falhas no sistema de arrefecimento, explosões e fugas radioactivas fizeram do episódio de Fukushima um dos mais graves acidentes da história da energia nuclear. A situação ainda não está totalmente controlada e milhares de pessoas estão impedidas
de regressarem às suas casas, num raio de 30 quilómetros da central. No princípio de Abril, as entidades reguladoras dos países europeus com energia nuclear sugeriram uma metodologia que cingia os testes a eventos similares aos de Fukushima. A proposta admitia, no entanto, situações semelhantes, mas de diferente origem – como cheias causadas por mau tempo ou cortes de energia provocados por problemas na rede eléctrica ou “actos malevolentes”. Na terça-feira passada, o comissário europeu da Energia, Günther Oettinger, afirmou no Parlamento
Europeu que não poria a sua assinatura num programa de testes “aligeirado”. A eurodeputada portuguesa Maria da Graça Carvalho, membro da Comissão de Indústria, Investigação e Energia no Parlamento, concorda com esta abordagem mais ampla. “Devem ser feitos testes a tudo. É importante que as populações fiquem mais tranquilas em relação à segurança das centrais que estão mais perto delas”, disse Graça Carvalho ao jornal “Público”. “Se não dermos esta segurança, acho que vamos passar por uma fase com muita pressão contra o nuclear”. Há 148 centrais atómicas na UE, distribuídas por 15 dos 27 Estados-membros. Juntas, suprem um terço do consumo de electricidade da UE. Os testes envolvem a verificação técnica da capacidade das centrais em suportarem sismos ou cheias de magnitude superior às que foram consideradas em projecto. Também será avaliada toda a cadeia de acontecimentos possíveis no caso de um evento extremo – incluindo a existência e funcionamento de sistemas eléctricos de emergência.
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ANIMAIS SELVAGENS CONTRABANDEADOS NA TAILÂNDIA
Sem mãe nem vida própria A
polícia tailandesa prendeu esta sexta-feira um homem de 36 anos que contrabandeava crias de animais selvagens. O homem estava numa fila do Aeroporto Internacional de Suvarnabhumi, em Banguecoque, quando foi apanhado por agentes à paisana. Dentro da mala tinha várias crias de animais selvagens sedadas com drogas - dois leopardos, duas panteras, um urso-malaio, um macaco gibão e um tamarino. O suspeito, um cidadão dos Emirados Árabes Unidos, estava para entrar num voo, em primeira classe, que ia de Banguecoque para o Dubai. Os polícias tinham-no seguido desde que adquiriu as crias no mercado negro de animais raros, disse a Fundação Freeland, sediada na Tailândia, que luta contra o mercado negro de espécies. Os animais tinham dois e três meses de idade. “Parece
que sedaram os animais e prenderam-nos dentro de gaiolas achatadas para que eles não se mexessem”, disse, citado pela BBC News, Steven Galster, director da Freeland, que estava presente quando o homem foi apanhado. “Era uma operação de contrabando muito sofisticada. Nunca vi uma coisa destas
antes”, acrescentou. “O homem tinha um autêntico zoo virtual dentro da mala.” Os leopardos e panteras ilegais custam na Tailândia cerca de 35 mil patacas, avança o jornal britânico “Guardian”. Não se sabe se no Dubai os animais iriam ser vendidos para outro país ou ficariam lá como animais de estimação exóticos.
Click ecológico
MERGULHADOR FOTOGRAFA DIVISÃO ENTRE PLACAS TECTÓNICAS NA ISLÂNDIA
Segredos das profundezas do Parque Nacional O
fotógrafo britânico Alexander Mustard registou um mergulho dez na fenda entre as placas tectónicas da América do Norte e da Eurásia. A aventura para conhecer a “fronteira” entre as duas placas ocorreu no Parque Nacional Thingvellir, na Islândia. A paisagem submersa do parque é cheia de vales, falhas e fontes de lava, formados pelo afastamento gradual entre as duas placas, que se distanciam cerca de 2,5 centímetros uma da outra a cada ano. Os mergulhadores que participaram da expedição desceram cerca de 24 metros na fenda entre as placas, mas chegaram a até 60 metros de profundidade
chaminé hidrotermal Arnarnes Strytur, visitada pelos mergulhadores. A água é expulsa da chaminé a 80° C O fotógrafo é especializado em imagens submarinas. Um de seus trabalhos mais conhecidos é o registo fotográfico de destroços de navio no fundo do mar ao redor do mundo.
PLACAS
nos desfiladeiros de Silfra e Nikulasargia. Mustard, de 36 anos, diz que as imagens mostram “o mundo submarino único da
Islândia, que, assim como a ilha, é formado por paisagens vulcânicas”. A lava e o vapor quente na intersecção entre as placas criou também a
A noção de placas tectónicas foi desenvolvida nos anos 1960 para explicar as localizações dos vulcões e outros eventos geológicos de grande escala. De acordo com a teoria, a superfície da Terra é feita de uma “manta de retalhos” de enormes placas rígidas, com espessura de 80 quilómetros, que flutuam devagar por cima
do manto, uma região com magma nas profundezas da terra. As placas mudam de tamanho e posição ao longo do tempo, movendo entre um e dez centímetros por ano - velocidade equivalente ao crescimento das unhas humanas. O fundo do oceano está a ser constantemente modificado, com a criação de novas crostas feitas da lava expelida das profundezas da Terra e que se solidifica no contacto com a água fria. Assim, as placas tectónicas movem-se, gerando intensa actividade geológica nas suas extremidades. As actividades nestas zonas de divisa entre placas tectónicas são as mesmas que dão origem aos terramotos de grande magnitude.
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12 Gonçalo Lobo Pinheiro glp@hojemacau.com.mo
A
rubrica “Ícones do Desporto Português” está de volta e desta vez fomos ao tapete. O Hoje Macau falou com a melhor judoca portuguesa de todos os tempos e uma das melhores do mundo. Telma Monteiro nunca esteve em Macau, mas garante que a comunidade portuguesa do território também “está no coração” quando luta. A caminho dos 26 anos, já conquistou quase tudo. Falta-lhe uma medalha olímpica que espera ganhar nas olimpíadas de Londres do próximo ano. Até lá tem à espera muito trabalho enquanto se sente “completa e feliz” no tatami. Telma Monteiro é também uma das apostas do Benfica no projecto Olímpico, juntamente com Vanessa Fernandes, Nélson Évora e Marco Fortes. Não sendo o judo um desporto com tradição em Portugal, porque o escolheu? Escolhi o judo, aos 12 anos, por incentivo da minha irmã [a também judoca Ana Monteiro]. Gosto da filosofia do judo. Dos valores que tem. E adoro a competição. Apesar disso, na primeira abordagem não gostei muito e dediquei-me ao futebol, mas como era raramente utilizada, voltei ao judo com 14 anos.
“Tenho trabalhado muito e concentrada este Ciclo Olímpico, como sempre fiz antes. Tenho uma boa equipa técnica e sempre trabalhámos para as medalhas. Os Jogos Olímpicos não são excepção. Contudo é impossível dizer se vou ou não ganhar uma medalha” Em que pensa quando pisa um tatami? Sinto-me completa e feliz. Foi difícil a adaptação à mudança de peso? Não houve qualquer irregularidade nos meus resultados. A primeira competição em que participei nos menos 57 quilogramas foi uma taça do mundo, e ganhei. Nesse mesmo ano fui campeã da Europa e vice-campeã do mundo tendo ganho também vários “grand slams”. Acho que tem corrido tudo muito bem.
ÍCONESPORTUGUêS
DO DESPORTO
Telma Monteiro, judoca, 25 anos
“Sou uma pessoa confiante” FOTO GONÇALO LOBO PINHEIRO
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YAO MING PROCESSA EMPRESA POR USAR O SEU NOME
A estrela chinesa da NBA, Yao Ming, processou a empresa Wuhan Yunhe Sharks Sportswear Co. pelo uso indevido do seu nome e logótipo “Yao Ming Era” na venda dos artigos de desporto. O processo deu entrada nos tribunais de Wuhan, capital da província de Hubei. O central do Houston Rockets, que tem um contrato de patrocínio com a marca Reebok, está actualmente a recuperar de uma lesão no tornozelo. A violação dos direitos de autor é uma prática comum na China, com vários casos de cópia ilegal de produtos, desde o software à música e equipamentos.
Voltei a ser vice-campeã do mundo e vice-campeã da Europa. Actualmente sou a número dois no ranking mundial. Por isso, tenho a certeza que foi a melhor opção ter mudado a categoria do peso. O que é que conseguiu aprender até hoje com o judo? Aprendi a ter melhor controlo sobre mim, a ser capaz de me manter calma nos momentos de maior pressão e stresse na vida. Sou uma pessoa confiante que encara a vida com determinação e pensamento positivo. O seu trabalho é sempre por objectivos? Sim, de um modo geral. Treino bastante para conseguir atingir os objectivos a que me proponho. É preciso saber-se para onde se quer ir para saber como lá chegar. Como prepara uma competição? Treino de manhã e de tarde, na semana antes da competição já só treino de tarde. Em termos psicológicos não é difícil para mim, porque eu adoro competir e a experiência já me permite encarar a competição com tranquilidade. O que é para si estar nos Jogos Olímpicos? É um sonho, uma experiência única e um orgulho enorme representar Portugal numa prova tão importante. Como está a correr o projecto Londres 2012? Tenho trabalhado muito e concentrada este Ciclo Olímpico, como sempre fiz antes. Tenho uma boa equipa técnica e sempre trabalhámos para as medalhas. Os Jogos Olímpicos não são excepção. Será que é desta que teremos uma Telma Monteiro a subir ao pódio? É impossível dizer se vou ou não ganhar uma medalha, falta pouco mais de um ano e vou continuar a trabalhar para que esse meu sonho se torne realidade. Em 2004 era ainda júnior, e só o facto de estar nos Jogos Olímpicos foi um enorme feito. Em 2008 sei que poderia ter ido mais longe, mas não tinha a estabilidade que precisava. Foi um ano difícil, com a morte do meu treinador António Matias e a lesão uns meses antes. Houve um conjunto de coisas que não correra bem. É considerada a melhor judoca portuguesa de todos os tempos. Como lida com isso? De forma normal, sempre tive o objectivo de ser uma atleta de elite. As coisas aconteceram de forma natural. E acho que o
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Quem é Telma Monteiro? • Nome completo
Telma Alexandra Pinto Monteiro
• Modalidade
Judo
• Data de nascimento
27 de Dezembro de 1985
• Naturalidade
Almada
• Nacionalidade
Portuguesa
• Peso
56 kg
• Altura
1,63 m
Palmarés • 2011 Medalha de Bronze, categoria de -57 kg no Grande Slam Paris Medalha de Ouro, categoria de menos de -57 kg no Masters de Baku • 2010 Medalha de Prata, categoria de menos de 57 kg nos Mundiais de Tóquio Medalha de Bronze - Campeonato Europeu de Seniores Medalha de Prata - Grand Prix Düsseldorf Medalha de Prata - Grand Slam Rio de Janeiro
“O trabalho e humildade são o mais importante. O reconhecimento é bom, mas não luto ou ganho medalhas para provar nada a ninguém, mas sim pelo prazer de as ganhar, é algo pessoal” trabalho e humildade são o mais importante. O reconhecimento é bom, mas não luto ou ganho medalhas para provar nada a ninguém, mas sim pelo prazer de as ganhar, é algo pessoal. O seu palmarés é invejável. Qual foram os títulos que lhe deram mais gozo conquistar? Todas as medalhas em competições mundiais e europeias são especiais. Ganhar o Masters também foi muito especial para mim. Em 2005 recebeu a Medalha Olímpica Nobre Guedes. O que é que isso representou? Tinha 19 anos, por isso fiquei contente e orgulhosa por receber tal distinção, porque além de ser um reconhecimento do meu trabalho, também foi um voto de confiança no meu valor enquanto atleta, e naquilo que poderia vir a ganhar. Quais são os seus ídolos do desporto? Em Portugal, a Fernanda Ribeiro, Rosa Mota e o Carlos Lopes. Fora admiro muito o Lance Amstrong. Quem é a Telma Monteiro como pessoa e fora do desporto?
Sou uma pessoa simples, bem disposta e discreta. Tento sempre ter uma atitude positiva em tudo na vida. Já esteve em Macau? Nunca estive, gostaria de um dia poder conhecer Macau. O futuro? Que projectos tem em mente? Ainda tenho um longo e difícil percurso pela frente, este ano comecei com muita motivação e espero estar bem em todas as competições. No fim da minha carreira gostaria de ter uma escola de judo e poder ajudar crianças em situações de risco. Vê-se como embaixadora do desporto português? Não sei sinceramente. Eu adoro desporto. Essa poderia ser uma possibilidade. Mas tenho uma vida pela frente e ainda me faltam alguns anos de carreira, portanto ainda é cedo para saber. Uma palavra à comunidade de Macau... Quero mandar um abraço enorme para a comunidade de Macau. Desejar-vos tudo de bom e dizer que quando luto vocês também estão no meu coração. Um dia espero visitar-vos.
• 2009 Medalha de Prata - Campeonato do Mundo de Roterdão Medalha de Ouro - Grand Slam do Rio de Janeiro Medalha de Ouro - Taça do Mundo etapa de Lisboa categoria A Medalha de Bronze - Grand Slam de Moscovo Medalha de Ouro - Campeonato Europeu na Geórgia (-57 kg) Medalha de Ouro - Grand Prix de Hamburgo Medalha de Ouro - Taça do Mundo etapa de Sófia categoria A • 2008 Medalha de Ouro - Taça do Mundo etapa de Belo Horizonte categoria A Medalha de Ouro - Taça do Mundo etapa de Bucareste categoria A Medalha de Bronze - Taça do Mundo etapa de Paris categoria Super A • 2007 Medalha de Ouro - Taça do Mundo etapa de Lisboa categoria A Medalha de Prata - Taça do Mundo etapa de Moscovo categoria Super A Medalha de Ouro - Campeonato da Europa em Belgrado Medalha de Ouro - Taça do Mundo etapa de Vejen categoria A Medalha de Ouro - Taça do Mundo etapa de Paris categoria Super A Medalha de Prata - Mundial etapa de Rio de Janeiro categoria A • 2006 Atinge a liderança do Ranking Mundial Medalha de Ouro - Campeonato da Europa sub-23, em Moscovo Medalha de Ouro - Campeonato da Europa Sénior de Tampere Medalha de Prata - Torneio de Fukuoka, no Japão • 2005 Medalha de Ouro - Taça do Mundo etapa de Moscovo categoria Super A Medalha de Prata - Campeonato da Europa sub-23 em Kiev Medalha de Ouro - Taça do Mundo de Madrid Medalha de Bronze - Taça do Mundo Tampere Medalha de Ouro - Torneio internacional Kiyoshi Kobayashi Medalha de Bronze - Campeonato da Europa Sénior em Roterdão Medalha de Bronze - Campeonato do Mundo Sénior no Cairo • 2004 Medalha de Ouro - Campeonato da Europa Júnior em Sófia Medalha de Ouro - Torneio Internacional Leonding Medalha de Ouro - Torneio Internacional Roma Medalha de Bronze - Torneio Internacional Tallinn Medalha de Bronze - Torneio Internacional em Varsóvia Medalha de Bronze - Campeonato do Mundo Júnior em Budapeste Medalha de Bronze - Campeonato da Europa Sénior em Bucareste • 2003 Medalha de Bronze - Campeonato da Europa Júnior em Sarajevo Medalha de Ouro - Campeã Nacional Campeã da Europa de Seniores 2006 em -52 kg Campeã da Europa -23 Anos 2006 em -52 kg Campeã da Europa de Juniores 2004 em -52 kg
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Marco Carvalho info@hojemacau.com.mo
O
onze da Casa do Futebol Clube do Porto do território carimbou ontem a passagem aos quartos de final da Taça da Associação de Futebol de Macau, ao levar a melhor sobre a formação da Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) por três tentos sem resposta. Com parcas hipóteses de chegar ao título, o grupo de trabalho orientado por Daniel Pinto aposta forte na segunda principal competição do desporto-rei da RAEM e ontem, no campo da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, não deixou créditos por mãos alheias, impondo-se com facilidade a um adversário que pouco mais fez do que defender. O domínio dos dragões do território foi tão avassalador que em sessenta
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Incompatibilidade entre o treinador português e o ainda director-geral motiva argentino a deixar o clube em Junho, avança publicação espanhola. Segundo o jornal El Confidencial, Valdano abandonará o cargo a 30 de Junho e já comunicou a decisão ao presidente Florentino Pérez. A coabitação com Mourinho era insustentável.
Taça | Kuan Tai trava Benfica em jogo polémico
Dragões avançam para os quartos minutos de jogo, o onze da Autoridade Monetária só por duas vezes conseguiu incomodar Bruno Capitulé na baliza portista, em iniciativas que fizeram a bola passar ao lado do último reduto do conjunto azul e branco. Ainda assim, o Futebol Clube do Porto só no início do segundo quarto de hora conseguiu adiantar-se no marcador. O veterano Mandinho e o dianteiro Marquinhos já tinham sondado com perigo a baliza adversária por duas ocasiões, mas o primeiro golo do encontro havia de surgir apenas aos 16 minutos, na sequência de uma boa jogada de entendimento do lado esquerdo do ataque portista.
ANTÓNIO MIL-HOMENS
DESPORTO
MOURINHO GANHA BATALHA INTERNA E LEVA VALDANO A SAIR
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NOTIFICAÇÃO EDITAL (Reparação coerciva)
N.º 161/2011
Raimundo Vizeu Bento, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho, manda que se proceda, nos termos do n.º 3 artigo 9.º e do artigo 11.º do Regulamento Administrativo n.º 26/2008 – Normas de funcionamento das acções inspectivas do trabalho, conjugados com o artigo 58.º, n.º 2 do artigo 72.º e n.º 2 do artigo 136.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, à notificação do transgressor do Auto n.º 114/0708/2011, de 30 de Março de 2011, empregador TAM KUOK HON, residente na Rua Harmonia, n.º 77, edifício “Fai Cheong Kok”, rés-do-chão, loja “H”, Macau, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do 1.º dia útil seguinte à da publicação dos presentes éditos, proceder ao pagamento da multa aplicada no aludido auto, no valor de Mop$5.000,00 (cinco mil patacas), por prática da transgressão laboral prevista no artigo 77.º da Lei n.º 7/2008 – Lei das relações de trabalho, de 18 de Agosto, e punida nos termos da alínea 5) do n.º 3 do artigo 85.º da mesma Lei. O notificado deve, no mesmo prazo, proceder ao pagamento da quantia em dívida ao trabalhador CHIM PAK PUI no valor de Mop$8.025,00 (oito mil e vinte e cinco patacas), devendo ainda, nos 5 (cinco) dias subsequentes ao do termo do atrás citado prazo, fazer prova dos pagamentos efectuados. A cópia do auto, a notificação, o mapa de apuramento e as guias de depósito deverão ser levantados, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.os 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, sendo facultada a consulta do processo em causa, instruído por este Serviços. Decorridos os prazos, sem que tenha sido dado cumprimento à presente notificação, seguir-se-á a tramitação judicial, com a remessa do auto ao Juízo. Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 5 de Maio de 2011.
O Chefe do Departamento,
Raimundo Vizeu Bento
O lance nasce nos pés de Nuno Capela, pouco além da linha do meio-campo. O antigo médio do Monte Carlo desmarca o brasileiro Marquinhos junto à linha e o dianteiro “canarinho” é quem bate o guardião adversário pela primeira vez, depois de uma boa triangulação com Alison Brito. O avançado cabo-verdiano deixou o seu nome ligado à história do encontro à passagem do minuto 25, ao dar o melhor seguimento a um cruzamento com conta e medida de Simbo Diakité. Rápido, o dianteiro do Futebol Clube do Porto levou a melhor sobre a defensiva da AMCM e rematou rasteiro para o segundo tento dos dragões, propulsionando o plantel às ordens de Dani para os quartos-de-final da Taça da Associação de Futebol de Macau.
SEGUNDA PARTE
O onze azul e branco recolheu ao balneário com uma vantagem confortável e regressou ao relvado, após uma curta interrupção, com ganas de a dilatar. No primeiro minuto da segunda parte, o Futebol Clube do Porto só não
festejou um terceiro golo porque o poste direito da baliza da Autoridade Monetária devolveu o remate de Marquinhos. Menos de um minuto depois, foi o guarda-redes da AMCM quem adiou o inevitável, ao negar com uma grande defesa um remate colocado de Mandinho. O terceiro golo dos dragões do território estava, no entanto, prometido e acabou por se materializar a um quarto de hora do fim do encontro, numa jogada de contra-ataque conduzida e finalizada por Marquinhos. Influente, o avançado brasileiro assinou uma das melhores exibições da tarde, catapultando o Futebol Clube do Porto para os quartos-de-final da competição.
BENFICA ELIMINADO
A formação azul e branca é, de resto, a única formação de matriz portuguesa ainda em prova. Depois da Casa de Portugal e do Sporting Clube de Macau se terem despedido da Taça da Associação de Futebol de Macau na primeira eliminatória da prova, ontem foi a vez da Casa do Sport Lisboa e Benfica de Macau seguir pelo
mesmo caminho. Depois de não terem conseguido levar a melhor sobre o Kuan Tai na corrida pela vitória nas lides do Campeonato de Futebol da II Divisão, ontem, as águias do território voltaram a somar novo desaire, num encontro pautado pela polémica. O onze encarnado foi derrotado pelo seu principal arqui-rival na presente temporada por duas bolas a zero, numa partida muito contestada. O Kuan Tai inaugurou o andamento do placard aos onze minutos por intermédio de Choi Chi Fan e manteve intocada a vantagem pela margem mínima durante a maior parte do encontro, resistindo sempre às investidas encarnadas. Na segunda parte, as contas complicaram-se para a formação orientada por Rui Cardoso, depois da expulsão de dois jogadores. Em inferioridade numérica e em inferioridade no placar, o conjunto encarnado acabou por consentir um segundo golo numa das últimas jogadas do encontro. Marcou Chen Fei, jogador da República Popular da China que veste a camisola do Kuan Tai. Nos quartos-de-final da Taça da Associação de Futebol de Macau está também o Ka I. Os campeões do território golearam a Selecção de Sub-18 por seis bolas a zero, igualando os valores da vitória com a qual o Grupo Desportivo Monte Carlo brindou a frágil formação do Chao Pak Kei. O equilíbrio pautou o andamento do desafio entre o Lam Pak e o Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Pública; mais experiente, a formação às ordens de Chan Man Kin acabou por levar a melhor, com um triunfo por duas bolas a zero. No braço de ferro entre o Kei Lun e o Hong Lok, a fortuna sorriu ao Kei Lun, que derrotou o adversário pela margem mínima.
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FAST & FURIOUS 5 [C] Um filme de: Justin Lin Com: Vin Diesel, Paul Walker 14.30, 16.45, 19.15, 21.30
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LIMITLESS [B]
VERTICAIS: 1-Espécie de aparelho, de vime ou junco, para apanhar peixe. Relativo á origia. 2-Para chamar ou para exprimir admiração. Que se vê em sonhos. 3-Baqueta de lazarina. 4-Medida agrária em Damão. Roufenho. 5-Símbolo químico de sódio. grande aglomeração de pessoas em movimento. Contr. de senhor. 6-Freire. Dente queixal ou molar. 7-Dignidade pontifícia. Espécie de tecido antigo. 8-Dividir ao meio. Pedaço. 9-Nações unidas. Haste que termina em bico. Elemento de origem grega que significa ódio. 10-...capo, loc. musical. Família de plantas que tem por tipo a figueira. 11-Que faz recear desgraça, que é de mau agoiro. Espécie de sorgo ou de milho da Índia.
SOLUÇÕES DO PROBLEMA HORIZONTAIS: 1-COPANO. MOPA. 2-LIRA. TENAZ. 3-FALA. FIAU. I. 4-R. ODORAR. FA. 5-ESMONAR. PIG. 6-OB. DIANUCO. 7-ONERAR. AAA. 8-RUTOO. ETC. CD. 9-GRAUS. RAMEO. 10-IN. COMEDIAR. 11-OFFORO. ASSA. VERTICAIS: 1-COFRE. ORGIO. 2-OLA. SONURNO. 3-PILOMBETA. F. 4-ARADO. ROUCO. 5-NA. ONDA. SOR. 6-O. FRAIRE. MO. 7-TIARA. TRE. 8-MEAR. NACADA. 9-ONU. PUA. MIS. 10-DA. FICACEAS. 11-AZIAGO. DORA.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA DO DIA ANTERIOR
Su doku [ ] Cruzadas
HORIZONTAIS: 1-Grande hotel indiano. Pão migado, que assenta no fundo da malga do caldo. 2-Género de plantas gramíneas que servem de tipo às olíreas. Que está muito aderente. 3-Aquilo que se fala ou se exprime por palavras. Exclamação de troça e censura. 4-Exalar odor ou cheiro. Quarta nota musical. 5-Esmoucar, esboicelar. Elemento de origem grega que significa nádega. 6-Ou. Arrobe, feito de mel e nozes verdes. 7-Agravar com tributos. Artilharia antiaérea. 8-Maneira antiga de caçar aves. De et-caetera. Em números romanos, 400. 9-Graduação. Que nasce nos ramos das plantas. 10-Símbolo químico de índio. Tornar cómico. 11-Uma das designações do ovário. Suco vegetal concreto.
Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição
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Um filme de: Kenneth Branagh Com: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Tom Hiddleston 16.45, 21.30
SALA 3
REGRAS |
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THOR [B]
SALA 2
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[Tele]visão www.macaucabletv.com TDM 13:00 TDM News - Repetição 13:30 Jornal das 24h RTPi 14:30 RTPi Directo 17:30 Liga Sagres: Braga vs Sporting (Repetição) 19:00 TDM Entrevista (Repetição) 19:30 Ganância 20:25 Acontecimentos Históricos 20:30 Telejornal 21:00 Jornal da Tarde RTPi 22:10 Viver a Vida 22:55 Acontecimentos Históricos 23:00 TDM News 23:30 TDM Desporto 00:00 Há Conversa 01:00 Telejornal - Repetição 01:30 RTPi Directo
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Driving Me Crazy SFW Easy Money My American Cousin Still of the Night UHF Until September Captive Hearts Vampire’s Kiss
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(MCTV 43) MGM 00:30 VAMPIRE’S KISS
21:00 22:00 23:00 00:00
Storm Chasers 2010: Behind the Storm Swamp Loggers Gold Rush - No Guts No Glory Storm Chasers 2010: Behind The Storm
NATIONAL GEOGRAPHIC CHANNEL 51 12:30 ABOUT ASIA - Warzone Gone Wild 13:25 Saxon Gold 14:20 Secrets Of The Parthenon 15:15 Reverse Exploration 16:10 Meet The Natives - USA 17:05 Don’t Tell My Mother 18:00 Mummy Road Show 19:00 Seconds From Disaster 20:00 ABOUT ASIA - About Asia China’s Ghost Army 21:00 The Border 22:00 Military Monday 23:00 Alaska Wing Men 00:00 The Border ANIMAL PLANET 52 13:00 Mad Mike And Mark 14:00 Wild Hearts 15:00 Predation! - Zebras 16:00 Great Ocean Adventures 17:00 The Haunted 18:00 Cell Dogs - Rockville 19:00 Chasing Nature 20:00 Austin Stevens Adventures 21:00 In Too Deep 22:00 Great Ocean Adventures 23:00 The Haunted 00:00 Austin Stevens Adventures HISTORY CHANNEL 54 13:00 Modern Marvels 14:00 Megaquake 10.0 16:00 Philippine Resistance 17:00 Brad Meltzer’s Decoded 18:00 Shockwave 19:00 Modern Marvels 20:00 Shockwave 21:00 Pawn Stars 23:00 American Pickers BIOGRAPHY CHANNEL 55 13:00 Intervention 14:00 Stevie Wonder 15:00 Tough love 16:00 Don Johnson 17:00 Melanie Griffith 18:00 Intervention 19:00 Sell This House 19:30 Billy The Exterminator 20:00 Airline USA 21:00 Black Sabbath 22:00 Private Sessions 23:00 Intervention 00:00 Diary Of A Mother On The Edge AXN 62 12:15 13:05 14:00 14:55 15:45 16:35 17:30 18:20 20:10 21:05 22:00 22:55 23:50 00:45
Csi: Ny 24 Wipeout Leverage Csi: Ny Hawaii Five-O Wipeout The Amazing Race: Unfinished Business Top Chef Csi: Crime Scene Investigation Hawaii Five-0 Blue Bloods Hawaii Five-0 Blue Bloods
STAR WORLD 63 12:10 American Idol 14:20 This is Michael Buble 15:10 Hollyscoop 15:40 Masterchef Australia 16:40 DC Cupcakes 17:10 America’s Next Top Model 18:05 Junior MasterChef Australia 19:05 Got To Dance UK 20:00 How I Met Your Mother 21:50 Royal Pains 22:45 Masterchef Australia 23:40 DC Cupcakes 00:05 Hollyscoop 00:35 How I Met Your Mother Informação Macau Cable TV
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NOTIFICAÇÃO EDITAL (Trabalho ilegal – Exercício do direito de defesa)
N.º162/2011
Considerando em revelar ser impossível notificar, nos termos dos artigos 10.º e 58.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, os indivíduos abaixo mencionados, pessoalmente, por ofício, telefone, ou outra forma, sobre a matéria acusada pela eventual infracção ao Regulamento Administrativo n.º 17/2004 – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal, de 14 de Junho, Raimundo Vizeu Bento, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho (DIT), manda que proceda, nos termos do n.º 2 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, de 4 de Outubro, conjugado com o artigo 94.º do mesmo código, à notificação dos indivíduos abaixo mencionados, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do 1.º dia útil seguinte ao da publicação do presente édito, exercerem por escrito o seu direito de defesa, em virtude de terem eventualmente cometido infracção ao disposto no Regulamento Administrativo n.º 17/2004 – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal. As eventuais infractoras abaixo mencionadas poderão levantar a respectiva nota de culpa no DIT, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.os 221-279, edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, em Macau, dentro das horas de expediente, sendo também facultada a consulta do respectivo processo. Finda o prazo anterior seguirá a tramitação do processo da presente infracção administrativa nos termos do Decreto-Lei n.º 52/99/M. 1. Relativamente ao processo n.º 7210/2010, 招少芬 (romanizado em Chio Sio Fan) (titular da Autorização dos Serviços de Alfândega da Região Administrativa Especial de Macau), suspeito de ter exercido actividade em proveito próprio, sem a competente autorização administrativa para esse efeito, cometendo eventualmente infracção ao disposto na alínea 4) do artigo 2.º, conjugado como n.º 1 do artigo 3.º do Regulamento Administrativo n.º 17/2004 – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal. 2. Relativamente ao processo n.º 7213/2010, CHEN SHUIDI (titular de Salvo Conduto para Hong Kong e Macau da República Popular da China), suspeito de ter exercido actividade em proveito próprio, sem a competente autorização administrativa para esse efeito, cometendo eventualmente infracção ao disposto na alínea 4) do artigo 2.º, conjugado como n.º 1 do artigo 3.º do Regulamento Administrativo n.º 17/2004 – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal. 3. Relativamente ao processo n.º 7231/2010, 黃麗玲 (romanizado em Wong Lei Leng) (titular da Autorização dos Serviços de Alfândega da Região Administrativa Especial de Macau), suspeito de ter exercido actividade em proveito próprio, sem a competente autorização administrativa para esse efeito, cometendo eventualmente infracção ao disposto na alínea 4) do artigo 2.º, conjugado com o n.º 1 do artigo 3.º do Regulamento Administrativo n.º 17/2004 – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal. 4. Relativamente ao processo n.º 7234/2010, 吳容好 (romanizado em Ng Iong Hou) (titular da Autorização dos Serviços de Alfândega da Região Administrativa Especial de Macau), suspeito de ter exercido actividade em proveito próprio, sem a competente autorização administrativa para esse efeito, cometendo eventualmente infracção ao disposto na alínea 4) do artigo 2.º, conjugado com o n.º 1 do artigo 3.º do Regulamento Administrativo n.º 17/2004 – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal. 5. Relativamente ao processo n.º 7687/2010, 楊志紅(romanizado em Ieong Chi Hong) (titular da Autorização dos Serviços de Alfândega da Região Administrativa Especial de Macau), suspeito de ter exercido actividade em proveito próprio, sem a competente autorização administrativa para esse efeito, cometendo eventualmente infracção ao disposto na alínea 4) do artigo 2.º, conjugado com o n.º 1 do artigo 3.º do Regulamento Administrativo n.º 17/2004 – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal. 6. Relativamente ao processo n.º 9562/2010, 梁玉萍 (romanizado em Leong Iok Peng) (titular da Autorização dos Serviços de Alfândega da Região Administrativa Especial de Macau), suspeito de ter exercido actividade em proveito próprio, sem a competente autorização administrativa para esse efeito, cometendo eventualmente infracção ao disposto na alínea 4) do artigo 2.º, conjugado com o n.º 1 do artigo 3.º do Regulamento Administrativo n.º 17/2004 – Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal. Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 13 de Maio de 2011. O Chefe do DIT
Raimundo Vizeu Bento
NOTIFICAÇÃO EDITAL (Solicitação de Comparência do Trabalhador)
N.º 157/2011
Nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 6.º do Regulamento da Inspecção do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 60/89/M, de 18 de Setembro, conjugado com o artigo 58.º e n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notifica-se a não-residente Sra. SISANTE, MARIE JOYCE ANN ORTIZ, trabalhadora autorizada a prestar trabalho para a sociedade “WYNN RESORTS (MACAU) S.A.”, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do primeiro dia útil seguinte à da publicação do presente édito, comparecer no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.os 221 a 279, Edifício Advance Plaza, 1.º andar, em Macau, a fim de prestar declarações no processo n.º 1289/2010, proveniente do acidente de trabalho em que o notificado foi vítima. Mais se comunica que nos termos da alínea a), n.º 2 do artigo 103.º do aludido Código, o procedimento é extinto quando por causa imputável à notificada este esteja parado por mais de seis meses. Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 5 de Maio de 2011. O Chefe do Departamento, Raimundo Vizeu Bento
NOTIFICAÇÃO EDITAL (Pagamento da multa aplicada)
N.º 160/2011
Raimundo Vizeu Bento, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho, manda que se proceda, nos termos do artigo 14.º e do artigo 15.º do Regulamento Administrativo n.º 26/2008 – Normas de funcionamento das acções inspectivas do trabalho, conjugados com o artigo 58.º, n.º 2 do artigo 72.º e n.º 2 do artigo 136.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, à notificação do transgressor representante legal da sociedade “MP4 Discoteca, Limitada”, sita na Calçada de Gaio, 1-1B, Hotel Royal, CV2, em Macau, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do 1.º dia útil seguinte ao da publicação do presente édito, proceder ao pagamento da multa aplicada na aludida notificação, no valor de Mop$200,00 (duzentas patacas), de acordo com o n.º 6 do artigo 6.º do Regulamento da Inspecção de Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 60/89/M, de 18 de Setembro, por infracção ao disposto nas alíneas b) e c) do n.º 1 do mesmo artigo, devendo ainda, nos 5 (cinco) dias subsequentes ao do termo do atrás citado prazo, fazer prova do pagamento efectuado. As cópia da informação e do despacho, a notificação e a guia de receita eventual deverão ser levantados, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.os 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, sendo facultada a consulta do processo em causa, instruído por este Serviços. Decorridos os prazos, sem que tenha sido dado cumprimento à presente notificação, as cópias de todos os documentos acompanhadas do comprovativo de cobrança coerciva serão remetidos à Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças para ser efectuada a cobrança coerciva nos termos legais. Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 5 de Maio de 2011.
O Chefe de Departamento,
Raimundo Vizeu Bento
OPINIÃO
SEGUNDA-FEIRA 16.5.2011 www.hojemacau.com.mo
17 ca d er n o d i á r i o Pedro Correia
DOMINGO, 8 Primeira incursão à Feira do Livro de Lisboa – minha rota anual obrigatória nesta época, em 2011 um pouco mais cedo do que em anos anteriores. Num dos mais soberbos cenários da Europa: o Parque Eduardo VII. Contrariando felizmente as opiniões de alguns cretinos, que gostariam de vê-la confinada numa praça alfacinha cheia de trânsito e poluição ou numa espécie de centro comercial – sem sol, sem relva, sem flores, sem ar livre, sem o Tejo a servir-lhe de inimitável pano de fundo. Muita gente na Feira. Apesar da crise. Em certos pavilhões, mal consigo aproximar-me dos escaparates. Namoro os escritos políticos de Jorge de Sena, na Babel (ex-editora Guimarães), mas os 25 euros de preço de capa fazem-me pensar duas vezes. No pavilhão dedicado a livros em língua espanhola, folheio os volumes de textos jornalísticos de Gabriel García Márquez, que bem gostaria de ter na minha biblioteca. Fica para a próxima. Pelo recinto da Feira, várias celebridades. Passa por mim Eduardo Lourenço, em passo ligeiro: ninguém lhe daria a idade que tem – quase 88 anos, a completar dentro de poucos dias. José António Saraiva dá autógrafos ao lado do editor, Nelson de Matos. A curta distância, outra sessão de autógrafos – desta vez com o filósofo José Gil, a quem uns quantos transeuntes tiram fotografias. Mia Couto e Ribeiro Cardoso também em sessão de autógrafos, na Caminho, acompanhados pelo editor, Zeferino Coelho. Cruzo-me com Margarida Rebelo Pinto, mais magra que nunca. Frei Bento Domingues participa num dos vários debates que decorrem em simultâneo. Outro sacerdote, o poeta José Tolentino Mendonça, assina livros e dialoga com leitores. A atracção da Feira também passa por este contacto com as celebridades literárias, jornalísticas e sociais a tão curta distância de nós. O que trago? Só três livros. A Invenção de Morel, de Adolfo Bioy Casares (Antígona) – uma obra que me andava a fugir há anos. Bairro de Alvalade – Um paradigma no urbanismo português, de João Pedro Costa – para ficar a conhecer um pouco melhor o bairro onde vivo (Livros Horizonte). E O Segredo dos Seus Olhos, de Eduardo Sacheri (Objectiva) – o romance que deu origem ao filme homónimo, premiado com o Óscar de 2009 para melhor película estrangeira e o melhor filme que vi no ano pasado. Hei-de voltar à Feira. QUARTA, 11 Estive entre quarta e sexta-feira da semana passada entre os numerosos assistentes das segundas Conferências do Estoril, uma feliz iniciativa da Câmara de Cascais agora em segunda edição.Aprimeira, em 2009, trouxe a Portugal Tony Blair, José María Aznar, Mary
Robinson e Fernando Henrique Cardoso, entre outras celebridades. Esta edição de 2011 reuniu no Centro de Congressos do Estoril personalidades como o professor Nouriel Roubini, que previu a crise económica mundial de 2008-09, o egípcio Mohamed El Baradei, galardoado com o Nobel da Paz de 2005 e provável candidato às próximas presidenciais no seu país, e o jornalista Larry King, que durante um quarto de século trabalhou na CNN, onde se tornou o mais célebre entrevistador televisivo do planeta. E quem mais? Howard Dean, ex-candidato à nomeação pelo Partido Democrata à Casa Branca (em 2004) e presidente do Comité Nacional dos democratas entre 2005 e 2009, teve uma intervenção enérgica. Chegou a dizer que os europeus, “sempre prontos a criticar os americanos por agirem mal”, pecam porque “pensam, pensam e não agem”. Mas deixou, fundamentalmente, palavras de apreço pelo projecto de construção europeia, revelando-se optimista: “Aglobalização produziu resultados extraordinários.” Aplaudiu as mudanças em curso no mundo árabe, que a seu ver se inscrevem num fenómeno global, impulsionado pelas gerações mais jovens. “Não é por acaso que os chineses também já estão preocupados: nada pode parar o rumo da História.” Francis Fukuyama, autor do livro O Fim da História e o Último Homem, foi outro dos oradores. Este professor universitário, um dos mais célebres analistas contemporâneos de política internacional, está hoje muito mais prudente nas suas profecias: considera que “não é possível deter os movimentos” que sacodem o mundo islâmico, “incluindo no Irão”, sublinhando que são “infundados” os
c a rtoon por Steff
Provável candidato à presidência francesa em 2012, Villepin considera que “os políticos são avaliados por mandatos demasiado curtos”, o que os leva a negligenciar as medidas de longo prazo receios daqueles que advertem contra o risco de apropriação destes movimentos pelo extremismo religioso. Dominique de Villepin, ex-primeiro-ministro francês, subiu à tribuna das Conferências do Estoril para lançar um apelo aos esforços conjugados da comunidade internacional. “Esta não é altura para cavaleiros solitários: ninguém sobrevive sozinho”, declarou o homem que em 2003, enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros de Jacques Chirac, enfrentou Colin Powell na ONU, demarcando-se da invasão do Iraque. Provável candidato à presidência francesa em 2012, Villepin considera que “os políticos são avaliados por mandatos demasiado curtos”, o que os leva a negligenciar as medidas de longo prazo. E considerou infundados os receios sobre novos movimentos migratórios para a Europa, até porque o Velho Continente precisa de 20 milhões de novos habitantes até ao fim desta década p ara salvaguardar o crescimento económico e as conquistas sociais. Valeu a pena escutá-los. SEXTA-13 1974 foi um ano-chave em Portugal: a 25 de Abril caiu um regime, já velho aos 48 anos, e nasceu outro, com naturais atribulações.
LÍDER DO FMI DETIDO
Nenhuma transformação política radical se faz sem acidentes de percurso. Mas o que muitos portugueses que há poucos dias festejaram o 37.º aniversário da Revolução dos Cravos talvez não saibam é que 1974 foi um ano que decorreu sob o signo da mudança em palcos políticos das mais diversas latitudes. Desde logo, nos EUA: a 9 de Agosto, pela primeira – e única – vez na história do país, um presidente renunciava ao cargo, sob a ameaça iminente de impugnação pelo Congresso.Acossado pelo caso Watergate, Richard Nixon partia após cinco anos e meio na Casa Branca, e dava lugar a Gerald Ford. Único presidente norte-americano que iniciou funções num ano par. Quatro meses antes, a 2 de Abril, o luto instalara-se na política francesa: o presidente conservador Georges Pompidou falecia no exercício de funções, forçando a realização de eleições, que viriam a ser ganhas pelo centrista Valéry Giscard d’ Eistang, antigo ministro das Finanças do general De Gaulle, contra o socialista François Mitterrand. Outro chefe do Estado falecido em funções, a 1 de Julho, foi o quase mítico general Juan Domingo Perón, presidente da Argentina. Que viria a ser substituído pela sua mulher, María Estela Perón. Chegavam também abruptamente ao fim nesse ano os mandatos do chanceler social-democrata Willy Brandt (a 7 de Maio, devido a um escândalo de espionagem para aAlemanha de Leste em que esteve envolvido um dos membros do seu gabinete) e da primeira-ministra israelita Golda Meir, uma das primeiras mulheres a chefiar um governo no mundo (a 3 de Junho). Brandt foi substituído por Helmut Schmidt, Golda deu lugar a Yitzhak Rabin. Caía o imperador etíope Hailé Selassié (derrubado por um golpe a 12 de Setembro). Constantin Karamanlis emergia em Novembro como líder da Grécia democrática, pondo fim à ditadura dos coronéis, após a fracassada intervenção de Atenas em Chipre (que em Julho derrubou o presidente cipriota, arcebispo Makarios, e levou a Turquia a ocupar o norte da ilha até hoje). Houve uma rotação de generais no Brasil (a 15 de Março, Ernesto Geisel substituía Emílio Medici no Palácio do Planalto). O primeiro-ministro japonês Kakuei Tanaka viu-se forçado a cessar funções a 9 de Dezembro. E também no Reino Unido se registava uma alteração de vulto: as legislativas de 28 de Fevereiro ditaram a vitória do trabalhista Harold Wilson, que regressou ao nº 10 de Downing Street, derrotando o conservador Edward Heath. Poucos anos no século XX foram tão férteis em transformações políticas como este. Não tão radicais como as de 1918,1945 ou 1989. Mas suficientes para deixarem marca no curso da História.
Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Filipa Queiroz; Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; João Miguel Barros, Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Luís Sá Cunha, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Av. Dr. Rodrigo Rodrigues nº 600 E, Centro Comercial First Nacional, 14º andar, Sala 1407 – Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo
ATÃO OS FUNCIONÁRIOS ISTO E AQUILO...
APITO DOURADO JACINTO PAIXÃO CONFIRMA A confissão de Jacinto Paixão, arguido no processo Apito Dourado, está a circular na Internet, no sítio de partilha de vídeos YouTube. O vídeo mostra a imagem do registo de voz publicado há alguns dias do antigo árbitro, em que confessa ter recebido uma viagem a Marrocos paga pelo FC Porto. Na quinta-feira passada, a mesma confissão surgiu no sítio na Internet, mas apenas com registo de voz. No registo, Jacinto Paixão justificou a confissão com medo que a família sofresse represálias. Agora, em vídeo, vê-se e ouvese o antigo árbitro confessar que o FC Porto contactou-o para influenciar o BenficaMoreirense (1-1) de 2003/04 e que os dragões “ofereceu raparigas, como era hábito fazer” no jogo com o Estrela da Amadora, na mesma época. Por último, afirma ter ido a Marrocos, numa viagem paga pela Agência Cosmos, através do FC Porto.
... AQUELOUTRO
!!!
Au Kam San critica gestão financeira do ID
Arremesso da pataca Virginia Leung
virginia.leung@hojemacau.com.mo
O
Governo da RAEM está a revelar uma atitude despesista e relaxada em termos de política desportiva, acusa o deputado a Assembleia Legislativa (AL) Au Kam San. Com os exorbitantes montantes alocados a cada ano para o desenvolvimento do desporto, observa o democrata, Macau tinha a obrigação de ter outras condições para a prática desportiva e não poderia ter a escassez de recursos humanos técnicos e instalações de treino que fazem parte da realidade de muitas modalidades. Numa interpelação escrita apresentada na semana passada, o deputado assinalou que o Governo de Macau estava a ter uma política financeira relaxada em matéria de desporto. Este ano, o orçamento estimado para o desenvolvimento do desporto é de 730 milhões de patacas, cabendo 517 milhões ao Fundo de Desenvolvimento Desportivo. Com verbas dessa dimensão, observou Au Kam San, o desporto em Macau não deveria ter grandes problemas. De acordo com o princípio de “usar os fundos públicos de forma correcta”, os residentes gostariam de ver os efeitos práticos do investimento de tamanha quantidade de dinheiro, alegou o deputado, referindo um caso concreto: na altura dos Jogos Asiáticos, o Instituto do Desporto (ID) aprovou montantes enormes para patrocínios a ida de membros de associações para assistir aos Jogos, tendo as três maiores associações recebido 2.546.740, 884.980 e 515.290 patacas, respectivamente. Para Au Kam San, trata-se de verbas realmente avultadas, principalmente quando há atletas que se
GONÇALO LOBO PINHEIRO
SEGUNDA TENTATIVA NO VAIVÉM ENDEAVOUR A segunda tentativa de lançamento do vaivém espacial norte-americano Endeavour, com seis astronautas a bordo, está agendada para hoje, anunciou a NASA. “Os responsáveis pela missão deram, de forma unânime, luz verde para se prosseguir a contagem decrescente”, disse o coordenador da equipa de gestão da missão, Mike Moses, ao salientar que “tudo está em perfeitas condições, não havendo nenhum problema a relatar”. Inicialmente previsto para 29 de Abril, o último lançamento do Endeavour e penúltimo de um vaivém foi adiado menos de três horas antes da descolagem devido a uma avaria eléctrica. Os engenheiros da agência espacial norteamericana determinaram a origem da avaria numa caixa de distribuição eléctrica no motor do vaivém. Esta peça foi substituída e desde então foram realizados vários testes. A contagem decrescente para o lançamento do vaivém iniciouse oficialmente na sexta-feira, depois de os seis membros da tripulação -- cinco americanos e um italiano com idades entre os 44 e os 48 anos -- terem chegado, na quinta-feira, ao centro espacial Kennedy, na Florida.
POIS. E OS LÍDERES AQUILO E...
queixam da falta de treinadores profissionais, instalações para treinos, e recursos para a preparação para a competição. O deputado questionou, por isso, se o ID estava a ter efectivamente uma gestão correcta com vista ao desenvolvimento do desporto e se estava a ser eficiente a distribuição de dinheiro para as diferentes finalidades. Au Kam San propôs, na sua interpelação, que tudo isso fosse esclarecido e questionou se não seria conveniente clarificar os requisitos e montantes para patrocínios e divulgá-los para que o público tivesse noção de como estavam a ser investidos os fundos públicos; quais as normas para aprovação dos patrocínios às associações; e também criticou a falta de transparência e de normas unificadas no ID. Além disso, notou que o Governo apenas publicita os montantes dos patrocínios e objectos patrocinados, mas nunca os resultados que poderiam atestar a efectividade desses apoios.
RESTAURANTE FECHOU AS PORTAS A MAIS DE MEIO SÉCULO DE HISTÓRIA
Long Kei na hora do adeus
O
emblemático restaurante Long Kei, que fechou as portas no final de Março, assinalou a sua passagem pela história da cidade com uma cerimónia de doação de alguns dos objectos do seu interior, testemunhas de mais de meio século de
transformação da pequena Macau na cidade desenvolvida dos nossos dias. O restaurante fechou quando os seus proprietários decidiram vender o espaço. O senhor Fong, proprietário do Long Kei, doou vários objectos antigos do restaurante ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e espera que possam servir para deixar uma marca na cultura gastronómica local e na memória colectiva dos residentes e visitantes de Macau. Pinturas, conjuntos de chá, cadeiras e outros itens, num total de 75 objectos, fazem parte do espólio doado, considerado precioso pelo seu significado histórico e valor comemorativo. “A cultura dos tempos passados, de cenários antigos, simples, silenciosos e relaxantes não é menos atractiva do
que a das actuais lojas coloridas e cintilantes”, assinalou Fong. O IACM ficará agora incumbido de analisar os artigos doados e organizar uma exposição para promover a protecção do património e a importância da investigação cultural da história local. Com o objectivo de preservar as preciosas memórias de Macau, o IACM filmou e registou de variadas formas o ambiente do tradicional restaurante. A funcionar no Largo do Senado desde 1945, o Long Kei recebeu a Medalha de Mérito Turístico do Governo Português de Macau em 1999, tendo sido considerado um dos mais históricos restaurantes chineses de Macau. Aberto ao longo de 66 anos, o Long Kei esteve presente em boa parte da história recente do território. - V.L.
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STRAUSS-KAHN PODE ATRASAR PORTUGAL O Fundo Monetário Internacional emitiu esta manhã um comunicado para garantir que a instituição está completamente operacional. Mas o FMI não faz qualquer comentário sobre a detenção esta madrugada do directorgeral Dominique Strauss-Kahn está formalmente acusado de tentativa de violação e sequestro de uma empregada de hotel e foi detido durante a noite, no interior de um avião quando se preparava para abandonar os EUA rumo a Paris. Ainda hoje vai comparecer perante um juiz e os advogados de defesa já anunciaram que vai contrariar todas as acusações e declararse inocente. SÓCRATES DIZ QUE “LEVANTARAM O PS” O secretário-geral do PS, José Sócrates, afirmou este domingo em Vizela que quem provocou a realização de eleições antecipadas vai pagar o preço. “Puseram os interesses partidários acima dos interesses do país. Vão pagar o preço de não terem olhado a meios para atingirem os objectivos”, afirmou o dirigente socialista, referindose ao PSD. Segundo Sócrates, o PS “é o grande partido do povo”, criticando as “propostas levianas” do partido liderado por Pedro Passos Coelho.
PORTUGAL ENTRA EM RECESSÃO A economia portuguesa entrou oficialmente em recessão, depois de uma contracção de 0,7 por cento no primeiro trimestre de 2011, maior do que a prevista, anunciou o Instituto Nacional de Estatísticas (INE). No trimestre anterior a economia portuguesa registou uma contracção de 0,6 por cento. A recessão tinha sido prevista por vários economistas, como consequência dos efeitos das novas medidas de austeridade implementadas em Janeiro (redução de salários e aumento do IVA, em particular) para tentar reduzir o défice público, que chegou a 9,1 por cento no ano passado e 10 por cento em 2009.Os resultados, ainda provisórios, são piores do que o previsto pelos analistas, que projectavam uma contracção limitada a 0,3 por cento no primeiro trimestre ou até mesmo um crescimento zero.