tempo com abertas min 10 max 15 humidade 50-85% câmbios euro 10.7 baht 0.26 yuan 1.22 pub
Agência Comercial Pico • 28721006
hojemacau Mop$10
Director carlos morais josé • terça-feira 18 de janeiro de 2011 • ANO X • Nº 2291
Governo distribui 7,24 milhões de patacas a atletas que puseram Macau no pódio internacional
info@hojemacau.com.mo
os nossos contactos mudaram
publicidade@hojemacau.com.mo
página 10
pub
selecção para Bienal de Veneza chega atrasada e com pouco orçamento centrais
Caesars desenterra lixo e constrói estrada sem aprovação
Caminho da perdição Inflação
Pequenas e médias empresas em apuros • P.6
Gabinete para Hong Kong e Macau
Wang Guangya planeia visita para Março • Última
Tecnólogos clínicos
Associação para uniformizar profissões • P.6
Economia
Território passa a perna à mãe • P.5
Metro Zhuhai-Cantão
Mais apostadores, maiores receitas • P.6
O Caesars Golf, um campo de golfe adquirido pela Caesars Entertainment que se antecipou à sua conversão num casino-resort, foi descoberto a construir uma ligação rodoviária à Estrada do Istmo apesar de dois indeferimentos da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), que apenas se deu conta da construção não autorizada no antigo aterro sanitário quando a MASTV investigou porque é que resíduos do aterro estavam a aparecer desenterrados ao lado do campo de golfe. >página 4
DSEJ fala em falta de paixão para melhorar eDUCAÇão em macau
Dinheiro não é problema
Os “problemas solucionáveis pelo dinheiro não são mais problemas”. Quem o diz é Sou Chio Fai, chefe da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ). A solução para todos os males tem uma receita simples: sinceridade e paixão. Os pais queixam-se da falta de aulas de moral e de entusiasmo em baixa – os alunos não precisam ser brilhantes nos estudos porque hão-de sempre conseguir emprego nos casinos -, enquanto que Sou aponta o dedo a uma “sociedade rendida ao utilitarismo” e diz que todos devem fazer mais pelo futuro da educação do território. >página 4
terça-feira 18.1.2011 www.hojemacau.com.mo
2
Maria João Belchior info@hojemacau.com.mo
É uma refeição para impressionar os convidados. A famosa sopa de barbatana de tubarão num restaurante na China pode custar 150 euros por uma tigela pequenina. Quando a barbatana é mesmo real, dizem os entendidos. Aquela que é vista como uma especialidade chinesa, e que remontará aos tempos da dinastia Ming, coloca cada vez mais em risco a população de tubarões no mundo. Entre as espécies ameaçadas, os tubarões de águas profundas diminuíram em 25% nos últimos anos. E entre os tubarões oceânicos, como o famoso tubarão branco, mais de metade está ameaçada em todo o mundo. Já o tubarãoazul, uma das maiores vítimas da caça, corre risco de extinção. Várias organizações de protecção animal como o “Shark Specialist Group”, um grupo da União Internacional para a Conservação da Natureza, lançam alertas há vários anos sobre as ameaças a estes gigantes do mar. Mas mesmo com as leis agora mais específicas tendo em vista a protecção da espécie, estas nem sempre são cumpridas e a caça ao tubarão é um negócio mundial. China e Espanha
O último destino das barba-
actual
Sopa de barbatana de tubarão ameaça cada vez mais a espécie
Uma “delicatessen” próxima do fim tanas é a Ásia com a China está no primeiro lugar da lista. Desembarcadas em Hong Kong, as barbatanas seguem dali para o resto do país. O maior poder
Se os chineses são conhecidos como os maiores consumidores, a maior caça ao tubarão vem da Europa, com Espanha e Portugal no topo de compra da sociedade chinesa levou ao aumento da procura da famosa sopa que é comida em ocasiões festivas. Só que se os chineses são conhecidos como os maiores consumidores, a maior caça ao tubarão vem da Europa com Espanha e Portugal no topo. Entre os países da União
Europeia, Espanha ocupa o primeiro lugar na pesca. Um relatório de Novembro passado analisa a reforma do regulamento da UE que proíbe a captura para arrancar as barbatanas do tubarão e o devolver depois à água, onde este acaba por morrer por asfixia ou afogamento. Esta captura, conhecida como “finning” no mundo inteiro, tem vindo a ser proibida em muitos países. Além das barbatanas serem o que vale mais, o próprio tamanho do tubarão leva as embarcações a tirarem apenas o que dá mais dinheiro. A carne do tubarão exige maior esforço de conservação a bordo. Hong Kong importa barbatanas vindas de 85 países diferentes. E a União Europeia é o maior exportador para a RAE de Hong Kong e para a China continental. Do total exportado pela UE, barbatanas, carne e derivados, Espanha representa 43 por cento. Na lista mundial entre
2000 e 2008 Portugal pescou em média entre 16 e 20 mil toneladas de tubarão por ano, enquanto que Espanha no mesmo período desceu das 90 para as 60 mil toneladas por ano. Os três primeiros lugares na captura mundial são da Indonésia, seguida da Índia e depois Espanha. Portugal está na posição 16 em vinte, de acordo com dados da Organização para a Agricultura e a Alimentação da ONU. Derivados do tubarão
O caminho das barbatanas até à China é longo. Na União Europeia cada país tem regras na forma de captura. Espanha proíbe a captura apenas para o cortar da barbatana. Desde que o primeiro regulamento da UE entrou em vigor em 2003, foram criadas diferentes condições para a captura. Mas abriram-se excepções, chamadas de permissões especiais. De novo no topo da lista Por-
tugal e Espanha capturam tubarões com “permissão especial” que permite a remoção da barbatana a bordo, o chamado “finning”. E isto acontece muitas vezes fora da respectiva área marítima exclusiva. O preço a que a barbatana é vendida varia desde a Europa até ao destino final. A barbatana seca ou congelada vende-se entre 7 a 27 euros por quilograma nos mercados europeus. Dali segue para a Ásia onde entre Singapura e a China vai para os centros de processamento. No mercado de Hong Kong, já arranjada a barbatana passa a custar entre 100 a 310 euros por quilo. As quantidades exportadas pela Europa são etiquetadas como “carne de tubarão” sendo que as barbatanas estão incluídas na categoria e devem representar a maior parte da encomenda. As vantagens de comer a barbatana, que na sopa é uma pequena cartilagem,
são parte do imaginário popular de séculos de história e muitas nunca foram provadas. Mas se o preço da sopa chega para afastar muitos de a provar, o processamento de cápsulas de cartilagem de tubarão e de óleo de fígado tornaram-se um negócio. Desde a prevenção de tipos de cancro até ao fortalecimento dos ossos e dentes, os derivados de tubarão entraram no conjunto dos medicamentos naturais que se vendem em todo o mundo. Não sendo proibida, a captura do tubarão levanta dúvidas quanto à sustentabilidade. Para algumas organizações, além do problema do aumento do consumo da sopa na China, a captura tem de seguir regulamentos. Em muitos países é proibida mas as embarcações navegam sob bandeiras de conveniência. Do Pacífico ao Atlântico os tubarões são capturados legal e ilegalmente e quando chegam ao mercado nem sempre há a certeza de onde vieram as barbatanas, sendo grande parte vendida no mercado negro. Por ano são capturados milhões. Apesar de em alguns países a carne de tubarão ser parte da ementa, na China, o consumidor número um, são sobretudo as cartilagens, usadas para a sopa, cápsulas e cosméticos, que definem os preços do mercado.
Dizer não ao que se discorda é convicção. Basta de incertezas do costume, de desconfianças do costume, do eterno talvez. Basta de silenciosos sem opinião, equilibristas da vida sobrevivente. A palavra é o que nos distingue como pessoas. A palavra que aplaudimos e aquela com que discordamos, mas que venha a palavra com opinião, sem ser a escondida atrás dos muros da vassalagem, refugiada em medos quando estes não têm sentido. Ao menos de espírito, é maravilhoso sentirmo-nos livres. Tão diferentes, portanto, dos pobres de espírito. Helder Fernando, P.15
Partido Comunista em autobiografia
90 anos de vida Maria João Belchior info@hojemacau.com.mo
Considerado a segunda parte de um projecto, o segundo livro da história do Partido Comunista Chinês chegou às livrarias na semana passada. Focado sobretudo nos anos do Maoísmo, a obra conta a história desde 1949, fundação da República Popular da China até 1978, ano do início da reforma económica. A ser publicado no mesmo ano em que o PCC assinala o seu 90.º aniversário, o livro é fruto do trabalho do Centro de Investigação Histórica do Comité Central. O facto de atravessar períodos especialmente conturbados da China como o Grande Salto em Frente e a Revolução Cultural, para citar apenas dois, leva a obra histórica a não ignorar algumas das contradições dos anos maoístas. Mas se no livro, publicado por pub
enquanto unicamente em chinês, se retratam alguns dos excessos históricos, para os especialistas presentes no lançamento da obra, foi feito um retrato sério sem cair num criticismo excessivo. Com mais de 200 páginas dedicadas à revolução cultural pretende deixar cicatrizar aquela que é a última ferida dos anos de Mao Zedong. No total, a obra tem 1074 páginas dando destaque a algumas das principais figuras da segunda metade do século XX na China. Aqueles que acompanharam Mao Zedong foram também
frequentemente as suas vítimas em alguns períodos. Liu Shaoqi, o homem mais perto de Mao e um seu seguidor nos anos 50, acabou por morrer na prisão durante os anos da revolução cultural, tendo sido condenado como capitalista e traidor. O livro percorre quase três décadas da história da China. O anterior volume seguia o partido desde a fundação em 1921 até à vitória final sob as tropas nacionalistas em 1949. O PCC foi fundado em Xangai a 1 de Julho de 1921. Para marcar o aniversário deste ano estão agendadas cerimónias que deverão, no entanto, ficar longe do aparato de há dois anos no sexagésimo aniversário da República Popular da China. O maior do mundo, o PCC está há 61 anos no poder e continua a cativar jovens que se filiam, longe do idealismo de outros tempos mas mais como um seguro de vida estável. Segundo dados oficiais publicados em 2010, actualmente o partido tem mais de 78 milhões de membros.
terça-feira 18.1.2011 www.hojemacau.com.mo
3
A moda do divórcio relâmpago Os jovens casais chineses estão a separar-se cada vez mais cedo, num movimento especialmente frequente em Pequim e outras grandes cidades, que já suscitou o aparecimento de uma nova expressão: “divórcio relâmpago”. Num “caso extremo”, citado pelo Global Times, um casal divorciou-se ao fim de apenas 25 minutos de matrimónio. “O casal tinha acabado de receber o certificado vermelho de casamento e menos de meia hora mais tarde estava a trocá-lo por um certificado verde de divórcio”, disse o jornal. A expressão “divórcio relâmpago” designa os casamentos que duram menos de seis meses. O município de Pequim, com cerca de 20 milhões de habitantes, tem a mais alta taxa de divórcios da China: 39%. Estatísticas de 2006 indicam que um quinto dos casamentos celebrados em Pequim entre pessoas com menos de 30 anos de idade não chegou a durar três anos e um terço ficou aquém dos cinco anos. Cerca de um milhar desses casais (970) separou-se antes de ter completado um ano de matrimónio. Cinquenta e dois casamentos duraram apenas um mês. Os chineses com menos de 30 anos pertencem à geração nascida depois da China ter adoptado a política de
“Reforma e Abertura”, no final da década de 1970, e imposto a política de controlo da natalidade “um casal, um filho”, em 1980. É uma geração de filhos únicos, que cresceu em tempos de inédita prosperidade e que é muitas vezes descrita como “egoísta” e “caprichosa”. Esta geração “encara o compromisso do casamento de forma demasiado ligeira”, disse o Global Times. Algumas razões invocadas para o divórcio e que suscitaram conflitos conjugais são consideradas “banais”. “Disputas acerca de um dos parceiros ressonar ou sobre quem utiliza primeiro a casa de banho são comuns”, referiu o Global Times. As formalidades para obter o divórcio na China, nos casos em que não há filhos nem património a dividir, também são um processo “relâmpago”: “Demora apenas dez minutos e custa 10 yuans”, disse um funcionário do Registo Civil chinês. Também há “casamentos relâmpagos”, assinala o mesmo jornal, citando o caso de duas pessoas de Cantão, no sul da China, que decidiram casar-se “46 horas depois de se terem encontrado pela primeira vez”. Segundo estimativas oficiais, a China tem cerca de 150 milhões de filhos únicos.
terça-feira 18.1.2011 www.hojemacau.com.mo
4
política
Construção de estrada ilegal é descoberta por reportagem de TV
A Caesers o que não é de Caesers Kahon Chan
kahon.chan@hojemacau.com.mo
O Caesars Golfe, um campo de golfe adquirido pela empresa Caesars Entertainment com o intuito de mais tarde convertê-lo em casino, construiu uma estrada ilegal com ligação à Estrada do Istmo, apesar de duas recusas de autorização por parte da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). A DSSOPT só deu conta da construção depois de uma reportagem feita pela MASTV acerca dos resíduos desenterrados junto ao campo de golfe. Ontem, a MASTV deu a conhecer que lixo doméstico enterrado há muito tempo tem sido misteriosamente desenterrado do antigo aterro e exposto a céu aberto, causando
mau cheiro junto à Estrada do Istmo e deixando a água na zona com um tom esverdeado. Duas horas depois do noticiário da MASTV, a DSSOPT e a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) emitiram um comunicado conjunto relacionado com a situação e confirmaram que o amontoado de resíduos e as valas de água verde e parada eram, na verdade, resultado
de uma construção não autorizada para ligar o Caesars Golfe à estrada principal. Actualmente, na entrada do Caesars Golfe foi aberto um ramal para a Estrada de Seac Pai Van, o que o torna muito mais difícil de ser visto em relação aos seus vizinhos que são acessíveis a partir da Estrada do Istmo. Segundo o comunicado da
DSPA e DSSOPT, o pedido da Caesars foi negado duas vezes, em Junho de 2009 e de 2010, porque essa construção iria afectar o tráfego na estrada principal. Apesar disso, o clube de golfe decidiu iniciar a construção sem qualquer autorização e somente quando DSSOPT viu a construção na televisão é que percebeu que o clube já tinha construído cerca de 300 metros de estrada com largura para duas vias de acesso rodoviário a partir da porta principal com vista a chegar à Estrada do Istmo. A construção do restante troço, que mede 50 metros de comprimento, foi interrompida e, portanto, o desperdício que estava aterrado acabou por florescer rapidamente causando o mau cheiro e a poluição das águas.
Entretanto, agentes da DSSOPT estiveram no local e ordenaram a suspensão dos trabalhos, aguardando-se um anúncio formal que, segundo a entidade, será emitido mais tarde. A DSPA irá recolher amostras de água do local para verificar o seu teor e já expressou preocupação especial sobre o impacto ambiental da construção. A Caesars Entertainment adquiriu os campos de golfe em Setembro de 2007, em antecipação por uma concessão de jogo a ser emitida pelo Governo, o que aparentemente não deve acontecer. O recinto foi, primeiramente, chamado de Golf Oriental, mas foi posteriormente rebaptizado como Caesars Golf para reflectir, segundo a empresa, a presença do grupo em Macau.
pub
DSEJ diz que falta sinceridade e paixão para melhorar a educação em Macau
Dinheiro não traz facilidade 公告 ANÚNCIO HM-1ª Vez 18-01-2011 履行金錢債務案 第 PC1-09-0851-COP 號 輕微民事案件法庭 Cumprimento de Obrigações Pecuniárias n.º Juízo de Pequenas Causas Cíveis Autor(a): Réu/Ré:
Companhia de Administração de Propriedades Golden River, Limitada, com sede em Macau na Rua de Pequim, nº 244 a 246, Edf. Macau Finance Centre, 5º andar A. HSIEH TSAI-HENG, residente em Macau na Rua de Pequim, nº 244 a 246, Edf. Macau Finance Centre, 5º andar G, ora ausente em parte incerta.
FAZ-SE SABER que nos autos, Juízo e Tribunal acima referidos, correm éditos de TRINTA (30) DIAS, contados da data da publicação do anúncio, citando o Réu/a Ré HSIEH TSAI-HENG, acima identificado(a), para querendo, no prazo de quinze (15) dias, findo o dos éditos, contestar querendo, a acção supra identificada, com a cominação de que a falta de contestação importa a confissão dos factos articulados pelo Autor(a) o que consiste na condenação do(a) Réu/Ré a pagar as despesas de condomínio em dívida em relação à fracção na Rua de Pequim, nº 244 a 246, Edf. Macau Finance Centre, 5º andar G, desde Junho de 2001 até Junho de 2005, no montante de MOP$49.490,00 (quarenta nove mil, quatrocentas e noventa patacas), acrescidos de juros de mora à taxa legal até ao integral pagamento, bem como todas as despesas que a Autora venha futuramente a realizar para obter a satisfação do seu crédito, incluindo aquelas na acção executiva e as respectivas custas. Tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial, que se encontra nesta Secretaria do Juízo de Pequenas Causas Cíveis à disposição do(a) citando(a). Fica advertido(a) de que não é obrigatória a constituição de mandatário judicial. Para constar se lavrou este e outros de igual teor, que serão fixados nos lugares designados pela Lei. R.A.E.M., aos 14 de Janeiro de 2011.
Mais do que dinheiro, a educação em Macau necessita de sinceridade e paixão, considera o chefe da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Sou Chio Fai. Em meio a um utilitarismo crescente na sociedade, o director da DSEJ afirmou que os “problemas solucionáveis pelo dinheiro não são mais problemas”, perante críticas sobre o relativamente baixo investimento tendo em conta a explosão do Produto Interno Bruto (PIB). Quanto às questões financeiras das escolas, a direcção enviou cerca de dez cartas de aviso a cada ano às escolas sobre a sobrecarga dos alunos, embora haja escolas a serem castigadas com atrasos no financiamento. Sou participou num programa de rádio ontem de manhã para responder às questões do público sobre o recém-proposto plano estratégico de dez anos da DSEJ para o ensino não-superior em Macau, embora alguns dos ouvintes estivessem
mais preocupados com as consequências para a nova geração que cresceu numa década de explosão dos casinos. O Sr. Chan, pai de um estudante, acha que há poucas aulas de moral no currículo, exceptuando os estudos bíblicos, enquanto um antigo funcionário escolar disse que a motivação dos estudantes para aprender era geralmente baixa porque sabiam que os casinos lhes iriam acenar após a formatura com cargos bem pagos. Na opinião de Sou, os jovens estão a procurar nos pais e nos comportamentos sociais a bússola para os valores morais, em vez de simplesmente cumprir o que lhes é dito. “É mais eficaz se todos os que participam no crescimento dos jovens excederem as suas obrigações para lhes ensinar a moral”, afirmou, lembrando que a importância da aprendizagem tem sido esquecida numa sociedade rendida ao utilitarismo, pelo que o
responsável espera que seja dada mais atenção a isso com abordagens que motivem a aprendizagem. Por exemplo, o director da DSEJ considera que o jardim-de-infância deveria substituir as aulas de “escola primária” com jogos e canções, para mostrar às crianças que aprender é divertido. “Os estudantes sempre aprendem mais fora das salas de aula se estiverem activamente à procura do conhecimento. Em sítios como os EUA ou Xangai, as aulas são muito mais curtas do que em Macau, mas eles
estão a ser mais bem sucedidos do que nós nalgumas coisas porque aprendem de forma activa.” Em resposta às exigências para aumentar o investimento na educação e no seu melhoramento, ou para ligar o financiamento da educação ao PIB, Sou mostra reservas, devido às flutuações que pode haver numa indexação ao PIB. “Concordo que se o dinheiro pode resolver um problema, isso não é problema em Macau. A educação não é exactamente esse tipo de problema. Precisa de paixão e devoção para atingir a excelência”, disse. Entrevistado pelos jornalistas à margem do programa, o director confirmou que a DSEJ estava a mandar em média dez cartas de aviso a cada ano a escolas que sobrecarregam os alunos em aulas de Verão. A maioria delas iria rectificar o problema, mas algumas já estão a ser punidas com o adiamento dos seus financiamentos. - K.C.
China/EUA | Maioria dos chineses considera que as relações “deterioram-se” em 2010 A maioria dos chineses considera que as relações sino-norte-americanas sofreram uma “deterioração” em 2010, indica uma sondagem divulgada pelo jornal China Daily. No plano económico, 69,6% acham que os dois países são “rivais e parceiros”, acrescenta. Cerca de 40% consideram que as relações estão num “mau período” e 80% dos inquiridos responsabilizam os Estados Unidos pela situação. A sondagem, divulgada na véspera da partida do Presidente Hu Jintao para os Estados Unidos, foi feita junto de 1443 pessoas de sete cidades (Pequim, Xangai, Cantão, Wuhan, Shenyang, Xian e Chengdu). Cerca de 70% acreditam que a economia chinesa irá um dia ultrapassar a dos Estados Unidos e 53,5% esperam que isso aconteça nos próximos, indica também a sondagem.
Kahon Chan
kahon.chan@hojemacau.com.mo
A China está longe de figurar entre os países mais avançados do mundo, a par dos Estados Unidos ou de alguns dos seus vizinhos do Oriente, sugere um relatório publicado por uma instituição estatal. O mais populoso país do mundo só deverá alcançar esse objectivo dentro de nove décadas, ou seja, por volta de 2100, mas alguns lugares especiais no território, como Hong Kong e Macau, atingiram esse objectivo mais cedo. O relatório sobre o processo de modernização da China para 2011 foi divulgado pelo Centro de Investigação para a Modernização da China, sob a alçada da Academia das Ciências da China no domingo à tarde, e classificou a China como um país “elementarmente desenvolvido”, estatuto que o centro vem mantendo nos relatórios dos últimos seis anos. Pouco da metodologia deste estudo é revelado nos artigos da agência Xinhua e do jornal “Wen Wei Po”. O relatório estabelece quapub
Relatório diz que a China será um país avançado só em 2100
Macau muito à frente
tro passos para a subida até ao topo do “ranking” da modernização: primeiro, entrar no “top-60” para assinalar a conclusão da modernização primária, figurar entre os 40 melhores para entrar na categoria de “moderadamente desenvolvido”, no top-20 para ser considerado “avançado”, e por fim no top-10 dos líderes da modernidade.
O relatório diz que, de 131 países, os EUA e apenas outros 27 países entraram na chamada modernização secundária, em que os países nórdicos, o Japão, a Austrália, a Holanda e a Coreia do Sul a ocuparem a linha avançada. A China, juntamente com outros 93 nações, ainda se mantém na categoria da “modernização primária”,
enquanto nove países – como a República Centro-Africana – foram considerados sociedades rurais. A China terá até agora completado, de acordo com o estudo, apenas 89% da primeira fase de modernização, devendo entrar no top-50 apenas em 2020; no top-30, em 2080; e no top-20 apenas daqui a 90 anos. “O dia em que a China for
terça-feira 18.1.2011 www.hojemacau.com.mo
5 uma nação modernizada será um tempo de grande renascença dos chineses”, disse He Chuanqi, director do centro, citado pela agência Xinhua, antevendo a entrada do Império do Meio para o “ranking” dos 20 países mais avançados do mundo. O relatório propõe ainda a eliminação absoluta da pobreza em uma década, com vales de comida, educação primária gratuita e subsídios ao ensino superior, tratamento gratuito de doenças graves e outros vales de despesas. Também é proposta a consolidação dos esforços de investigação sobre desenvolvimento estratégico para as empresas aumentarem a sua competitividade. À escala interna, as cidades de Pequim, Xangai e Tianjin, assim como cinco províncias nos dois deltas e no Nordeste foram considerados desenvolvidos ou moderadamente desenvolvidos, enquanto Hong Kong e Macau excederam com à-vontade o necessário para se enquadrarem num nível de desenvolvimento moderado. Taiwan foi mesmo considerada avançada.
Terça-feira 18.1.2011 www.hojemacau.com.mo
6
sociedade
PMEs em apuros para acompanhar inflação
Aumento dos salários poderá ser inevitável. O problema está em as pequenas médias empresas conseguirem acompanhar o passo galopante da inflação
Um ciclo vicioso
Filipa Queiroz
filipa.queiroz@hojemacau.com.mo
Com os preços em escalada, a questão sobre se os salários no território vão acompanhar a inflação ou não torna-se cada vez mais premente. Em entrevista ao jornal Tribuna de Macau, o
administrador da Autoridade Monetária (AMCM), apontou ontem para uma ultrapassagem do patamar dos 4%, apesar da subida do produto interno bruto (PIB), que Félix Pontes arrisca que rondará os 25%. Em declarações ao jornal Macau Post Daily, o director para os Assuntos Laborais, Shuen Ka Hung, falou na urgência da subida dos salários no sector empresarial para acompanhar o impacto da subida dos preços, nomeadamente no sector do jogo.
Mas, e as pequenas e médias empresas? “Terão dificuldade, porque a concorrência e a competição são cada vez maiores e as pequenas empresas trabalham com margens muito curtas”, responde José Santos, gestor. “Terão bastante dificuldade em acompanhar as consequências da inflação, que vão certamente ter um impacto generalizado na economia”, continua. O gestor salienta as empresas “muito grandes e
Fundada a Associação dos Tecnólogos Clínicos
Integridade profissional passa pelas normas Joana Freitas
Joana.freitas@hojemacau.com.mo
Foi fundada em Setembro do ano passado mas só este mês teve lugar a inauguração. Dirigida por Agostinho António Leong, técnico hematologista do Hospital Conde de São Januário, a Macau Medical Laboratory Technologist Association (Associação dos Tecnólogos Clínicos de Macau, em português) abriu portas no dia 7 de Janeiro. A ausência de acreditação dos profissionais desta área no território foi um dos pontos de partida para a criação desta organização. Em entrevista ao Hoje Macau, o director disse ser necessário “unir os profissionais formados em ciências médicas laboratoriais ou em ciências biomédicas” de forma a ocuparem uma posição legítima na sociedade no que respeita não só à profissão como também à “salvaguarda dos seus interesses e direitos”. Para
o responsável, esta nova associação tem objectivos bem definidos: “melhorar o estatuto profissional dos tecnólogos clínicos de Macau, dinamizar o desenvolvimento da tecnologia clínica profissional e melhorar os conhecimentos dos profissionais de Macau, de forma a melhor servir a sociedade”. Além destes, também “o apoio na redacção e implementação de regulamentos relacionados com a área de tecnologia clínica” é um dos alvos a atingir pela MMLTA, tornando assim íntegra a profissão de técnico clínico. Como explicou Agostinho Leong, existe um “tipo de licenciamento para a prática desta pro-
fissão nos laboratórios privados. E esse licenciamento é um mero registo administrativo”. Na primeira semana do ano, aquando da inauguração da MMLTA, que contou com cerca dos 145 profissionais de laboratórios clínicos privados e públicos, foram levantadas questões pela audiência relativamente à temática da acreditação profissional no território vizinho. Segundo António Leong, “Hong Kong poderá servir como bom exemplo, já que a acreditação profissional nessa área começou a ser feita nos anos 80”. Apesar da recente fundação, a MMLTAconta com 140 profissionais inscritos, o que representa
muito rentáveis” de Macau, nomeadamente os casinos e algumas empresas ligadas ao sector do jogo, poderão corrigir a deficiência que a inflação vai provocar, ao contrário das PMEs. “Em teoria, o aumento dos salários devia acontecer, só não sei quando, como ou em que momento”, comenta. José Santos relata que seria desejável que os salários aumentassem para que as pessoas pudessem fazer face ao aumento de preços, mas que essa fórmula também
mais de 75% dos técnicos que se espalham pelos laboratórios dos Serviços de Saúde, Hospital Kiang Wu e do Hospital da Universidade de Ciência e Tecnologia e tem como vice-presidentes António Noronha e Lee Hin Chio, do Hospital Conde de São Januário. O hospital conta com três laboratórios cujas funções se dividem em análises bioquímicas, microbiológicas, hematológicas, imunológicas, de preparação de sangue, o laboratório de Patologia Clínica, citologia e de biopsia e o laboratório de Anatomia Patológica e Hematológica. Agostinho Leong salientou ainda que a associação está a actualizar dados sobre a inscrição de outros laboratórios privados. Como já reportado pelo Hoje Macau, os problemas de não regulamentação de algumas áreas na medicina prendem-se sobretudo aos trabalhadores com formação no estrangeiro, já que se os estudos e o internato forem feitos no território os recém-formados são automaticamente reconhecidos . Estas profissões da área da saúde não são as únicas sem controlo de normas. Arquitectos, veterinários e engenheiros são outros exemplos.
se trata de um “um ciclo vicioso”. “Quanto mais poder de compra as pessoas têm, mais a inflação vai aumentar. Inflação que, de qualquer forma, aqui é praticamente importada”, conclui. Da escalada dos preços só mesmo os funcionários podem suspirar de alívio, já que provavelmente serão os únicos a sair ilesos. O Governo anunciou que serão aumentados em 5%. Ainda em 2010, Chui Sai On prometeu estar de olho na situação da inflação no território e disse que tomaria medidas para atenuar a pressão da subida dos preços quando a taxa de inflação atingisse os 3%. O assunto esteve inclusive em cima da mesa em Pequim, aquando da visita do Chefe do Exe-
cutivo à capital chinesa em Dezembro passado para reuniões com o Governo Central. O líder da RAEM salientou que o objectivo final de medidas que venham a ser tomadas a nível interno será o de garantir “preços aceitáveis” para a população e que as soluções para o problema serão lançados gradualmente, mediante estudos levados a cabo pela Direcção dos Serviços de Economia e o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. Segundo os últimos dados disponibilizados pela Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC), em Outubro o índice de preços no consumidor subia 3,95%, face ao mesmo mês de 2009.
Metro de Zhuhai a Cantão dispara receitas
Jogadores a todo o gás O banco Citigroup anunciou ontem que a recém-inaugurada ligação ferroviária entre as cidades de Zhuhai e Cantão deverá aumentar as receitas do jogo em Macau. A previsão baseia-se numa análise da instituição financeira ao fluxo de passageiros registado desde a inauguração da linha interurbana, no passado dia 5. Os analistas do Citigroup prevêem que o número de visitantes oriundos da China Continental aumente até aos 20%, uma vez que o metro interurbano fará aumentar o tempo que cada um poderá gastar nas mesas de jogo. A ligação que anteriormente era feita em quatro horas pode agora ser feita em apenas 40 minutos. O Citigroup aponta para um aumento de 25% nas receitas
brutas dos casinos do território no próximo ano, perfazendo um total de 29,5 mil milhões de dólares. O comboio de alta velocidade entre Cantão e Zhuhai tem oito carruagens, cada uma delas com uma capacidade máxima de 64 passageiros o que perfaz cerca de cinco centenas de passageiros no total. A velocidades rondará os 250 quilómetros por hora e o trajecto de 118 quilómetros faz a ligação entre 13 estações: Beijao, Shunde, Ronggui, Xiaolan, Dongsheng, Norte de Zhongshan, Zhongshan, Nanlang, Guzhen, Jiangmen, Xingui Sul de Cantão e norte de Zhuhai. A ligação funciona diariamente das 7h às 21h.
Cabo Verde tenta seduzir investidores chineses através do Fórum Macau São várias as empresas de Cabo Verde do sector dos transportes, turismo e imobiliário que estão à procura de investidores e parceiros chineses para financiar a sua expansão, tendo como intermediário o Fórum Macau. Uma das empresas é a companhia aérea estatal, a TACV – Transportes Aéreos de Cabo Verde – num negócio que envolve a Cabo Verde Investimentos e a embaixada cabo-verdiana em Pequim. Este será um investimento faseado, a ser negociado pelas duas partes. O objectivo é criar uma parceria, estando em aberto qual dos accionistas ficará com participação maioritária.
terça-feira 18.1.2011 www.hojemacau.com.mo
7
Governo começa a enviar hoje os cheques
Os dias de “São Receber” O Plano de Compartição Pecuniária para 2011 inicia-se a partir de hoje para todos aqueles que sejam titulares do BIR de Macau. São quatro mil patacas para os residentes permanentes e 2400 para os não permanentes, fazendo apenas parte dos compensados aqueles que sejam titulares do
BIR no último dia de 2010 ou que, nessa data, não tenham completado ainda cinco anos. Também os cidadãos a viver no exterior vão ser alvo de comparticipação pecuniária, desde que provem impossibilidade de renovação do documento da RAEM. A começar pelos residentes
que recebem apoio económico do Instituto de Acção Social ou pensão de sobrevivência, pessoal docente, alunos com bolsas de estudo e funcionários aposentados, seguem-se os idosos que recebam subsídio, a 20 de Janeiro, e os nascidos entre 1952 a 1954 até aos dois primeiros dias de Fevereiro. Os titulares do BIR
Livro sobre função pública lançado a nível nacional
De Macau para a China Perceber as motivações de trabalho dos funcionários da função pública da RAEM foi o tema escolhido para o livro de Albe Sio Wang. O professor da Faculdade de Gestão do Instituto Politécnico de Macau (IPM) viu a sua obra ser publicada recentemente pela editora chinesa People’s Publishing House, assinalando a primeira monografia alguma vez feita em Macau e na China continental que apresenta uma investigação quantitativa sobre as motivações dos trabalhadores da RAEM. Integrando conceitos de Filosofia e Recursos Humanos, o académico lança um modelo da estrutura do funcionamento desta área ao mes-
O drama das famílias Cerca de cem pessoas voltaram a sair à rua no domingo para exigir ao Governo que permita a reunião de famílias chinesas separadas quando os pais se fixaram no território deixando os filhos a viver no continente. Desde Dezembro de 2009 que os filhos adultos dos residentes permanentes em Macau nascidos e a viver na China podem requerer a reunião familiar – uma decisão reclamada durante anos pelos progenitores. No entanto, a Associação dos Encarregados de Educação de Filhos de Residentes Permanentes de Macau Não Beneficiados voltou a organizar um protesto para reclamar
mo tempo que dá a conhecer métodos quantitativos para explicar as práticas de gestão dos serviços públicos. Albe Sio Wang é um estudioso das áreas da administração e comportamento organizacional do sector público e já contribuiu com mais de uma dezena de pesquisas pub
manifestação contra critérios da reunião familiar
mais esforços por parte do Governo para que a reunião das famílias seja efectiva. O processo de reunião está a ser conduzido pelas autoridades chinesas e há alguns pretendentes que não preenchem os requisitos definidos na autorização de reunião. Com cerca de 900 famílias envolvidas neste processo, apenas uma pequena parte do grupo saiu à rua em protesto. Como sempre, a manifestação saiu da zona norte, percorreu algumas das principais artérias da cidade e terminou no Palácio do Governo, onde a associação entregou nova petição sobre o caso.
nascidos de 1955 a 2010 vão receber faseadamente a comparticipação do Executivo a partir de dia 7 de Fevereiro até 31 de Março. Incluídos também nesta data estão os funcionários da Administração Pública, a quem vai ser feito o pagamento em conjunto com o vencimento do segundo mês de
2011. Como serviço articulado a este plano, abre hoje portas ao público um Centro de Apoio, na Avenida da Praia Grande, e uma linha aberta, para além da possibilidade de consulta dos processos através do portal do Governo. Os pagamentos são feitos através de transferência bancária ou cheque.
para projectos do Governo e de organizações multinacionais do território. O comunicado, enviado pelo IPM, refere estas pesquisas como “publicações de referência para o Executivo de Macau nas tomadas de decisão”. O livro ilustra tanto a parte académica
como a natureza prática da investigação do professor e “pode servir para o desenvolvimento do trabalho dos funcionários públicos do território e para apoiar as estratégias do Governo em elevar a moral desses trabalhadores”, frisa ainda o comunicado.
Comparações:
terça-feira 18.1.2011 www.hojemacau.com.mo
8 De volta à edição deste ano da Bienal de Veneza, inquirimos alguns artistas locais sobre o evento, que nos serviram de gondoleiros pelo canais e movimentações da arte nas águas do território e além-mar António Falcão
antonio@hojemacau.com.mo
É um facto recorrente pegar nas duas regiões administrativas da República Popular da China colocá-las lado a lado e compará-las. Seja no torpor da economia, na oferta cultural, na implementação de um idioma que não é nativo ou na versatilidade do comércio, chega-se na maior parte das vezes à conclusão de que a RAE de Macau não é comparável à RAE de Hong Kong. São dois processos distintos, com diferentes historiais e origens, apesar de deterem estatutos semelhantes perante a mãe China. O mesmo acontece no campo das artes, onde as visões também não são coincidentes. Anunciado o concurso de projectos para a participação de Macau na próxima edição da grande mostra em Veneza, como referido na nossa edição de sexta-feira, voltamos a pegar no figurino da Bienal, uma exposição internacional de arte com mais de cem anos que leva à cidade do norte de Itália toda a dinâmica artística em voga no mundo. De dois em dois anos as nações de todos os continentes escolhem a melhor maneira de se verem representados na esfera artística mundial. Em Hong Kong, num processo que se começou a desenrolar na primeira metade de 2010, o apoio para cada projecto a apresentar em Veneza fixou-se em um milhão de dólares de Hong Kong, com uma verba adicional de 250 mil dólares para gastos extras como promoção. Em Macau, a organização a cargo do Museu de Arte (MAM), reservou um montante de 80 mil patacas do seu orçamento para a execução de cada projecto seleccionado,
cultura
Cinema junta juventude em Hong Kong, Macau e Gua
O primeiro Festival de Cinema da Juventude de Guangdong, Hong Kong e Macau será realizado nestas geração de realizadores e produtores, de acordo com o site do governo de Hong Kong. O festival, cujo de actividades promocionais, incluindo a projecção de dez filmes seleccionados das três cidades, enc público jovem será convidado a votar nos seus favoritos em Hong Kong e Guangdong em 2010. Os pr O festival é co-organizado pelo Create Hong Kong, autoridades e entidades do sector.
Será que o MAM preparou a ida a Veneza como deve ser?
Agarrar o toro com as duas m que poderão ser três ou quatro, e que irão representar a RAEM. A este valor junta-se uma contribuição extra “para cobrir o custo da viagem a Veneza e um subsídio para o alojamento e alimentação” durante a estadia de cada participante. “A questão não é o dinheiro”, explica James Chu, um dos artistas e designers com mais preponderância em Macau. “Não é uma questão de ser certo ou errado, mas o limite que é imposto poderá retirar da corrida algumas ideias inovadoras que possam ser mais dispendiosas, se por exemplo utilizarem meios técnicos mais avançados.” O artista considera que a organização local quis jogar pelo seguro, sem querer elevar demasiado a fasquia. “Na verdade uma grande obra poderá não custar nada, mas o Governo, numa cidade tão rica, poderia ter uma maior abertura.” A recepção das propostas está aberta até ao dia 27 de Fevereiro. Apesar de apontar que “é tempo suficiente” para a preparação de um projecto, o também presidente da Associação Art For All (AFA) refere que o problema é a aptidão do MAM para a organização de todo o evento, que devia ter sido lançado “há pelos menos um ano”. “Não é a primeira vez que o MAM prepara a participação de Macau em Veneza, por isso já devia saber que o devia fazer muito antes. De certo existe alguma razão particular para não o ter feito.”
vários países, que começaram gradualmente a instalar os seus pavilhões na exposição. Actualmente o evento reparte-se ao longo do ano com espaços dedicados a várias disciplinas, como a Arquitectura, o Cinema, com os seus leões de ouro (o único que tem frequência anual), a Dança, a Música, o Teatro e a Arte, com a Exposição Internacional que se realiza pela 54.ª vez, entre os dias 4 de Junho e 27 de Novembro. Há quatro anos, o artista local Konstantin Bessmertny, com a sua peça intitulada “Si
“A questão não é o dinheiro”, explica James Chu, um dos artistas e designers com mais preponderância em Macau. “Não é uma questão de ser certo ou errado, mas o limite que é imposto poderá retirar da corrida algumas ideias inovadoras que possam ser mais dispendiosas, se por exemplo utilizarem meios técnicos mais avançados” monumentum requiris, circumspice”, foi um dos primeiros artistas locais a levar o estandarte de Macau à cidade italiana. “Foi óptimo ter sido eu um dos escolhidos na primeira presença de Macau em Veneza, um não-
chinês e não-português”, disse o pintor russo. Bessmertny refere os tempos actuais como uma época de crise no campo das artes, com “tantas direcções e estilos”, em que a arte em si perdeu um
pouco o seu rumo. Por essa razão não dá tanta importância à Bienal, que “atingiu o seu apogeu no início do século passado”, como um “acontecimento único”, e que a partir daí foi perdendo um certo esplen-
Iniciativa centenária
A ideia de criar um evento no calendário artístico de Veneza surgiu no final do século XIX, através de um grupo de intelectuais venezianos numa organização municipal, que acabaria por erguer a primeira edição em 1895. Inicialmente dedicada às artes decorativas, o certame foi adquirindo em poucos anos uma vertente cada vez mais internacional, tornando-se, nas primeiras décadas do século XX, um dos eventos mais importantes na Europa, com a presença de
Konstantin Bessmertny
James Chu
João Ó
angdong
s três regiões para promover a comunicação e a colaboração entre a nova o objectivo também é promover filmes chineses em geral, terá uma série contros de negócios e fóruns sobre cinema. Entre os filmes lançados, o rémios serão entregues numa cerimónia em Cantão em 25 de Fevereiro.
mãos
dor. Se entre as duas grandes guerras se tornou o grande foco da arte moderna, por altura da segunda “era uma feira de vaidades”, aponta Bessmertny. Mas nem por isso Macau deverá deixar de participar. “Não pode parar”, sublinha. Não fica esquecido o episódio da Bienal de Artes de Macau, um evento que ganhou uma pujança internacional no território ao bater do milénio, mas que acabou por ser posta de lado na era RAEM, com quatro edições realizadas. “Na altura, era uma das únicas bienais de artes na Ásia e podia ter crescido ao longo dos anos dando um outro vigor a Macau”, aponta o artista russo. O certame foi transformado num encontro anual, perdendo assim, em grande medida, todo o seu charme. No seu discurso, Bessmertny traz para cima da mesa a forma como Macau encara a arte em geral, que deve ser “uma aposta séria” e não apenas numa ocasião como é o caso da Bienal de Veneza, quando muitos dos artistas “lutam pela sua sobrevivência” no meio. Quanto à sua passagem por Itália, “foi espectacular lá ter estado”, relembra. Mas não dá grande relevância ao feito. “Não acredito em carreiras, nem em sucesso.” Fazer o trabalho de casa
João Ó foi outro dos seleccionados a vestir a camisola de
Macau na cidade das gôndolas, inscrita como Património Mundial da UNESCO. Foi na segunda leva, em 2009, com “EA Airways Limited”, uma peça feita a meias com o seu pai, o arquitecto Bruno Soares. Para este ano “já tenho uma peça imaginada”, confessa, confirmando assim a sua participação. Mas “o tempo não é muito”, continua, “além da ideia é preciso projectar o orçamento e a execução da obra”, refere, aludindo que o período dado pelo MAM para a concepção da proposta pode ser escasso para quem não tem tanta disponibilidade. Também João Ó afirma que Macau deve pegar nesta aposta em Veneza de um “modo mais sério”, à semelhança do que se faz lá fora. Noutros países existe uma estrutura dedicada que selecciona a sua representação para a Bienal. “Uma escolha feita por curadores que convidam os artistas.” O modelo de Macau “é mais aberto”, mas precisa de “ser bem estruturado” com um “investimento de fundo”, refere. Chegados a Veneza “há pouca projecção e pouco trabalho de casa”, recorda o artista seleccionado, concluindo que “falta conhecimento de campo”. João Ó sublinha ainda que é preciso “uma estratégia” para a Bienal, que não fica apenas pelo acontecimento de dois em dois anos, “mas que deve ser encarado de modo contínuo”. “Senti orgulho por estar a representar Macau, mas como falta experiência e não temos mercado, é preciso fazer o lóbi e continuar o trabalho de promoção”, explicando que no terreno acaba por ser “cada um por si”. Para quem está em Macau e vê o processo de fora, a participação por si só poderá ser suficiente, mas um pouco como quem atira “areia para os olhos”, reitera. A seu ver, é preciso “mais do que boa vontade para furar no mercado de arte”. E à estrutura criada pelo MAM falta sobretudo “um plano prévio”. Relativamente à preparação de Hong Kong para Veneza, organização que conhece de perto, João Ó relata que o território vizinho “investe muito bem na imagem que
terça-feira 18.1.2011 www.hojemacau.com.mo
9 João Ó afirma que Macau deve pegar nesta aposta em Veneza de um “modo mais sério”, à semelhança do que se faz lá fora. Noutros países existe uma estrutura dedicada que selecciona a sua representação para a Bienal. “Uma escolha feita por curadores que convidam os artistas.” O modelo de Macau “é mais aberto”, mas precisa de “ser bem estruturado” com um “investimento de fundo”, refere quer mostrar lá fora” e não deixa nada ao acaso, com um conhecimento pessoal e estrutural do terreno. Com pouco mais de um mês para pôr a criatividade a funcionar, James Chu não vai deixar de estar presente, entregando o seu projecto. “Tenho que dar o meu apoio”, afirma sorridente. João Ó espera surpresas nas propostas de participação na Bienal para este ano, um acontecimento que acaba por ser sempre “um desafio para os artistas de Macau”. Quanto a Konstantin Bessmertny, Veneza não é por agora o seu alvo. Com alguns projectos de grande envergadura entre mãos o artista russo, um dos poucos que consagrou a arte como profissão exclusiva, vira-se para o território vizinho, onde irá apresentar em breve uma exposição. E acaba por deixar uma máxima, apontando que a chave do sucesso, palavra que não gosta de utilizar no seu reportório, é “a atitude com que se encara o dia-a-dia, tentando desfrutar de cada momento”. E quem diz artes diz tudo o resto.
pub
terça-feira 18.1.2011 www.hojemacau.com.mo
10
desporto
Barcos-dragão bateram recordes e Jia Rui ganhou 340 mil patacas
São cerca de 7,24 milhões de patacas que o Governo distribuiu pelos atletas e treinadores que trouxeram bons resultados para o território. Jia Rui recebeu uma pequena fortuna e Paula Carion quer tentar chegar mais acima. O hóquei em patins foi laureado com 435 mil patacas pelo Asiático mas não recebeu qualquer Certificado de Mérito pela prestação no Mundial B, ao contrário do xadrez chinês
Gonçalo Lobo Pinheiro glp@hojemacau.com.mo
Um total de 382 atletas e treinadores de variadas modalidades desportivas receberam ontem prémios pecuniários com a bênção do Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On. Foram distribuídas 7,24 milhões de patacas em prémios e centenas de Certificados de Mérito a quem durante o ano de 2010 trouxe bons resultados para Macau. Jia Rui, atleta de wushu, levou consigo 340 mil patacas, o que representa uma bela fatia pelos primeiros lugares nos 16.º Jogos Asiáticos e na 1.ª edição dos Jogos Mundiais de Artes Marciais. “Estou muito contente com as medalhas e acho que estes prémios são um reconhecimento pelo contributo dos atletas ao longo dos tempos que encorajam a treinarmos cada vez melhor para no futuro chegar mais longe”, disse o atleta. Contudo, este prémio não é a única garantia que tem por parte do Governo. Jia Rui recebe um apoio mensal no âmbito da política de profissionalização, que chega às dez mil patacas.
“Agora recebo mensalmente mas o montante não é muito importante. São dez mil e pouco patacas que me ajudam a trabalhar melhor.” Para o atleta de wushu, o futuro é já aqui. Tem de se preparar para as provas que se avizinham. “Vou ter um Campeonato Mundial na Turquia este ano mas ainda não sei qual é o programa. Até lá tenho de ir treinando”, revelou. Para repor o gasto
Quem também foi agraciado com dinheiro foi a selecção de hóquei em patins. Segundo o que foi revelado pelo Instituto do Desporto na cerimónia de ontem, cada hoquista recebeu 40 mil patacas pela conquista do 13.º Campeonato Asiático da modalidade. O total, 435 mil patacas foi assim distribuído por dez atletas e pelo treinador. Apesar do 5.º lugar conquistado no Mundial B que decorreu na Áustria, e ao contrário do que aconteceu com quintos lugares de outras modalidades, como por exemplo o xadrez chinês, não foi atribuído ao hóquei em patins qualquer menção honrosa ou certificado. “Temos de trabalhar cada vez mais para continuar a
receber estes prémios. Não é nenhuma fortuna, mas sim o equivalente ao que cada um gastou dos próprios bolsos até chegarmos ao campeonato. É sempre bom receber, mas nós trabalhamos sempre da mesma forma quer haja dinheiro ou não”, afirmou o seleccionador Alberto Lisboa. O timoneiro da equipa do Lótus continua a dizer que o que mais importa, além do dinheiro, é haver condições para a prática do desporto em geral e da patinagem em particular. “O mais importante é
criarem-se infra-estruturas para o hóquei e para todo os desporto de Macau. Além disso, tem de ser criada uma lei que permita aos atletas terem dispensa dos seus trabalhos para dois meses antes prepararem condignamente os eventos em que participam”, atirou Lisboa. Paula Carion, que recebeu 80 mil patacas e um Certificado de Mérito pelo seu bronze na modalidade de karaté-do nos Jogos Asiáticos de Cantão, desabafou que queria chegar mais longe. “Uma vez mais consegui chegar ao pódio e isso foi muito bom. A minha intenção era chegar mais acima, ouro ou prata, mas as coisas acontecem e estou contente com o bronze. Aliás, eu fico contente com todos resultados desde que sejam bons.” A atleta vai começar a preparar em breve o seu ano de 2011. “Tenho um campeonato já em Março e, depois, um campeonato Asiático em Julho. Tenho de estar em forma.” Barcos milionários
Quem recebeu uma boa quantia de incentivos foram os atletas dos barcos-dragão. A modalidade, muito por conta do bom desempenho no 9.º Campeonato Asiático de Barcos-Dragão, arrecadou dos cofres públicos cerca de três milhões de patacas. Em segundo lugar no
No caminho certo para o Fórum É já esta semana que o hóquei em patins vai passar a treinar no Fórum Macau. A par do basquetebol, com quem vão dividir o plano semanal, os pupilos de Alberto Lisboa podem reunir-se no recinto três vezes por semana para treinos em condições que há muito a modalidade não conhecia. E o Dom Bosco, apesar de não se saber quando, deve mesmo ir abaixo. “Fala-se que o Dom Bosco irá ser demolido num futuro próximo mas para já não há datas. Há uma situação que apareceu agora, mesmo que a título experimental, que nos vai permitir treinar no Fórum Macau já a partir do dia 21 [e até ao fim de Fevereiro], porque só nessa altura vão instalar as tabelas. Vamos treinar três dias por semana num piso que é muito bom, muito diferente do Dom Bosco”, revelou Alberto Lisboa ao Hoje Macau. Para o seleccionador da RAEM, o ID parece estar a olhar para a patinagem com outros olhos e espera que o caminho seja para seguir. “O ID já nos deu uma grande ajuda, que agradeço, e espero que seja para continuar. Temos que estar sempre a progredir e não andar de cavalo para burro.” E deixou um desabafo: “Às vezes sou mal interpretado. As pessoas têm de ter a noção que quando eu critico, faço-o de forma construtiva. O desporto em Macau merece mais e melhor.”
gonçalo lobo pinheiro
Haja dinheiro para este desporto
Jia Rui
pódio dos mais “bem pagos” aparecem os atletas das danças do dragão e do leão. O 1.º Campeonato Asiático da modalidade, que decorreu no ano passado na Malásia, deu a Macau ouro e prata. Como recompensa, a modalidade recebeu um milhão de patacas pelo bom desempenho. A fechar o pódio dos afortunados ficou o badmington. Durante o 6.º Campeonato Mundial da modalidade, os atletas do território trouxeram ouro e muito bronze. Em troca, bem ao jeito mercantilista, o Governo presenteou-os com um total de 505 mil patacas distribuído equitativamente pelos atletas. O sonho profissional
O presidente do Instituto do Desporto (ID), Alex Vong, deus os parabéns aos atletas e não deixou de referir a prestação de Macau nos Jogos Asiáticos de Cantão. “Concretizámos o nosso sonho da primeira medalha de ouro
e alcançámos os melhores resultados de sempre. O ano de 2010, no geral, foi recheado de excelentes resultados nos eventos de nível asiático e mundial”, referiu. O responsável lembrou ainda a promessa já anteriormente deixada que este ano “o desporto competitivo em Macau entrará numa nova era”. “Para alcançar os nossos objectivos de profissionalismo no desporto, o ID irá fornecer mais recursos e apoios técnicos através das associações desportivas locais e estudará profundamente o ajustamento do projecto actual de atletas de elites, encorajando os jovens talentosos para prosseguir os seus treinos profissionais”, afirmou Vong. O responsável máximo pelo desporto em Macau reafirmou ainda que o Governo vai acelerar o planeamento e construção do Centro de Estágio, a fim de fornecer aos atletas profissionais “um local de treinos com adaptações da medicina desportiva”.
Rubin Kazan quer Hélder Postiga O clube russo Rubin Kazan está interessado na contratação imediata do avançado do Sporting Hélder Postiga. O jogador termina o contrato com os leões esta época, pelo que já está em condições legais de se comprometer com outro emblema, circunstância que poderá forçar o Sporting a precipitar uma transferência este mês.
terça-feira 18.1.2011 www.hojemacau.com.mo
11
FC Porto vinca liderança com 3-1 à Naval
Com Hulk tudo é possível O FC Porto continua sem ceder terreno e não teve dificuldades em vencer a Naval por 3-1. Hulk bisou e ao 16.º jogo do campeonato vai já em outros tantos golos. Gómis fez o tento de honra da equipa da Figueira da Foz, de grande penalidade, já perto do final da partida. Um jogo tranquilo para o FC Porto, que, ainda assim, só bem perto do final da primeira parte quebrou a linha de baliza da Naval. No espaço de dois minutos, Falcao e Hulk marcaram e tranquilizaram os azuis-e-brancos para os segundos 45 minutos. Hulk viria a bisar na etapa complementar, o seu 16.º golo na prova, enquanto a Naval reduziu perto do final, numa grande penalidade convertida por Gómis, após falta cometida por Fucile dentro da grande área.
O FC Porto passa a somar 44 pontos, mantendo o Benfica distante, enquanto o Sporting, terceiro classificado, vai já a 16 pontos. André Villas Boas ficou agradado com a resposta da equipa no jogo com a Naval. O importante é manter um nível exibicional elevado, de forma a continuar a somar vitórias, fasquia cumprida
na íntegra para o treinador portista. “A equipa teve a atitude correcta e fez aquilo que tem feito em todos os jogos. O nível de exigência é altíssimo, ainda mais num ano em que queremos regressar aos títulos. Mas gostamos deste nível de exigência, que nos serve para manter focalizados”, começou por referir André Villas Boas. Questionado se a luta pelo título está agora reduzida a dois, uma vez que o Sporting ficou agora a 16 pontos, Villas Boas disse: “Não me compete falar sobre isso. Da nossa parte, queremos continuar com esta vantagem e seguir o nosso percurso tal como temos feito até agora. Ainda há muito campeonato pela frente e temos de nos manter num alto patamar de rentabilidade.”
Mossoró retrata-se depois de substituição polémica
“Peço desculpa porque errei” Mossoró pediu desculpa e colocou uma pedra sobre o comportamento que teve em Portimão, no momento da sua saída aos 37 minutos. O médio considerou um acto “isolado” e destaca que aprendeu “muito com o erro”. Agora o mais importante “é vencer o Paços de Ferreira”. “Aquilo foi um momento isolado da partida. Estava de cabeça quente, acho que ninguém gosta de sair, mas a minha atitude não se justifica, foi um erro da minha parte e acho que aprendi muito. Com certeza que não volto a cometer outro erro. Mais importante do que esse lance é o facto de a equipa ter conseguido os três pontos fora de casa, que eram fundamentais. Já está tudo resolvido internamente. Está tudo comunicado, o mais importante é ganhar os jogos e essa situação já passou. Temos que viver agora e deitar tudo para a frente, uma vez que temos um jogo muito importante na terça-feira”, destacou o médio. “Acredito que não fiquei fragilizado junto dos adeptos. Não lhes faltei ao respeito, nem ao clube. Foi um momento, como disse, de cabeça quente e também não proferi nenhuma palavra para colocar em causa o mister. Tenho um respeito muito grande por ele, admiro o trabalho dele e, se hoje estou a jogar devo-lhe essas oportunidades, por isso não tenho nada que reclamar. Foi como já disse,
foi um momento de cabeça quente. Quem é que nunca errou e quem é que nunca teve uma atitude dessas? Portanto peço desculpa, acho que o erro foi da minha parte e nunca mais volto a cometer esse erro”, salientou ainda Mossoró. Sobre o desafio diante do Paços de Ferreira destaca que pode valer o apuramento: “É um jogo muito importante, onde podemos dar um passo importante para o apuramento para a próxima fase, para as meias-finais. Por isso, temos que estar concentrados, focados e dar sempre o nosso melhor na procura dos três pontos. A vitória do Paços de Ferreira em Alvalade não modifica nada. Estamos a jogar em casa, com o apoio dos nossos adeptos, que tem sido fundamental e vamos tentar desde o início do jogo fazer tudo para chegar ao golo. A equipa do Paços é uma equipa rápida, sabe jogar em contra-ataque. Acredito que vêm com moral, por terem vencido em Alvalade, mas aqui em casa a nossa equipa tem sido forte e tem conseguido muitas vitórias”. Sobre o seu colega Moisés mostrou-se reservado. “Não sei de nada. Penso que o Moisés ainda faz parte do grupo. É um grande líder, um grande jogador e tem ajudado bastante. Não se despediu de ninguém, aliás está a trabalhar normal, como todos os outros jogadores, está disponível”, definiu Mossoró.
pub
terça-feira 18.1.2011 www.hojemacau.com.mo
o Hoje [r]ecomenda
12
[f]utilidades Su doku [ ] Cruzadas
HORIZONTAIS: 1-O que ara. Axe. 2-Variedade de suínos muito baixo e gordos. O que se pode conter numa cesta. 3-Símbolo de amerício. Indivíduo que faz parte de uma súcia. Matricula de Israel. 4-Ostentosamente, com luxo. Vogal. 5-Parte carnosa, que está de cada lado da espinha dorsal. Anu. 6-Cabra. Ame. 7-Artifício pirotécnico que se usava a bordo. Aço. 8-Quando seguido de um ponto, é abreviatura de Este. Semelhante a cavalo. 9-Decibel. Molusco acéfalo. Escola profissional. 10-Relativo a órbita. Feminino de ele. 11-Mau. Aquele que rapta. VERTICAIS: 1-Formar abas. Com compensações. 2-Ramo pequeno. Lagarta, nociva às folhas das árvores. 3-A. de Estudantes. Entrada de cada parceiro no jogo. Símbolo de bismuto. 4-Designação de quinhentos em numeração romana. Árvore urticácea do Brasil. 5-Árvore silvestre. Prefixo, ante. 6-Forma antiga de receio. Apressar-se, realizar sem demora qualquer serviço ou acto. 7-Elemento designativo de junção. Género de plantas sapotáceas. 8-Efeito de atotar. Abrev. de potência. 9-Soberano da Pérsia. Abertura num barco. Conjunção latina. 10-Sacerdote gentílico. Ordem de batráquios a que pertence a salamandra. 11-Salamaleque. Tornar opada.
Soluções do problema HORIZONTAIS: 1-ARADOR. AXIS. 2-BAE. CESTADA. 3-AM. SUCIO. IL. 4-RICAMENTE. A. 5-LOMBO. ANUM. 6-CHIBA. ADORE. 7-ROMA. AZERO. 8-E. ACAVALADO. 9-DB. UNIOA. EP. 10-ORBITAL. ELA. 11-RUIM. RAPTOR. VERTICAIS: 1-ABRA. CREDOR. 2-RAMILHO. BRU. 3-AE. COIMA. BI. 4-D. SAMBACUIM. 5-OCUMBA. ANT. 6-RECEO. AVIAR. 7-SIN. AZAOLA. 8-ATOTADELA. P. 9-XA. ENORA. ET. 10-IDI. URODELO. 11-SALAME. OPAR.
REGRAS |
Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição solução do problema do dia anterior
«Anna Calvi», Anna Calvi
O primeiro álbum de Anna Calvi responde às expectativas. É o primeiro grande disco de 2011. Na base, estão canções rock cruas que não se esgotam, no entanto, nessa matriz. Elementos clássicos e até de flamenco enriquecem um disco em que a voz e a guitarra comandam mas em que outros preceitos contribuem para tornar este primeiro álbum ainda mais rico. A seguir com toda a atenção…de preferência ao vivo.
[ Te l e ] v i s ã o TDM 13:00 TDM News - Repetição 13:20 Jornal das 24h 14:30 RTPi DIRECTO 17:35 Liga Sagres: Académica vs Benfica (Repetição) 19:00 TDM Desporto (Repetição) 19:30 Olhos de Água - Final 20:25 Acontecimentos Históricos 20:30 Telejornal 21:00 Jornal da Tarde da RTPi 22:15 Novela: O Clone 22:58 Acontecimentos Históricos 23:00 TDM News 23:30 Montra do Lilau 00:00 Grandes Livros 00:30 Telejornal (Repetição) 01:00 RTPi DIRECTO INFORMAÇÃO TDM
23:30 (Delay) Tour Down Under Daily Highlights
RTPi 82 14:00 Telejornal Madeira 14:30 Nobre Povo 15:00 Magazine Goa Contacto 15:30 Janela Indiscreta Com Mário Augusto 16:00 Bom Dia Portugal 17:00 O Preço Certo 17:45 O Olhar Da Serpente 18:30 A Alma E A Gente 19:00 Documentário 20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo 21:00 Magazine Goa Contacto 22:30 Portugal No Coração
HBO 41 13:00 Sin Nombre 14:35 My Girl 2 16:30 The Apostle 19:05 Nights In Rodanthe 21:00 Something The Lord Made 22:50 The Shadow 00:35 The Phantom
TVB PEARL 83 06:00 Taking Stocks & Bloomberg First Up 07:30 NBC Nightly News 08:00 Putonghua E-News 08:30 ETV 10:30 Inside the Stock Exchange 11:00 Market Update 11:30 Inside the Stock Exchange 11:32 Market Update 12:00 Inside the Stock Exchange 12:02 Market Update 12:30 Inside the Stock Exchange 12:35 Market Update 13:00 CCTV News - LIVE 14:00 Market Update 14:40 Inside the Stock Exchange 14:43 Market Update 15:58 Inside the Stock Exchange 16:00 Guess What? Timothy & Annabel 16:30 ZingZillas 17:00 The Large Family 17:30 Eco Company 18:00 Putonghua News 18:10 Putonghua Financial Bulletin 18:15 Putonghua Weather Report 18:20 Financial Report 18:30 Global Football 19:00 The Works 19:30 News At Seven-Thirty 19:50 Weather Report 19:55 Earth Live 20:00 Peta Unplugged In Marrakech 20:30 Heroes 21:30 Panda Adventure With Nigel Marven 22:30 Marketplace 22:35 Human Target 23:30 World Market Update 23:35 News Roundup 23:50 Earth Live 23:55 Meteor 00:50 The Pearl Report 01:20 Transworld Sport 01:50 European Art At The MET 02:00 Bloomberg Television 05:00 TVBS News 05:30 CCTV News ESPN 30 13:00 The Monday Night Verdict Npl 13:30 Planet Speed 2010/11 14:00 Big East Conference Basketball Syracuse vs. Pittsburg 16:00 AFC Asian Cup 2011 Jordan vs. Syria 18:00 The Monday Night Verdict Npl 18:30 2010 World Cup Of Trick Shots 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 20:00 Planet Speed 2010/11 20:30 Players Lives 21:00 (LIVE) AFC Asian Cup 2011 Australia vs. Bahrain
STAR SPORTS 31 08:00 (LIVE) Australian Open 2011 Mens / Womens 1st Round 16:00 (LIVE) Australian Open 2011 Mens / Womens 1st Round 20:00 International Motosport News 2011 21:00 (LIVE) AFC Asian Cup 2011 Korea Republic vs. India 23:30 (Delay) Score Tonight STAR MOVIES 40 12:20 Red Dawn 14:20 Alien Hunter 16:05 A Dangerous Man 17:45 The Deal 19:30 Janky Promoters 21:00 Drag Me To Hell 22:45 The Spirit 00:35 Vip Access: Tron Legacy
CINEMAX 42 12:00 Evil Never Dies 13:30 Zombie Strippers 14:45 The Blob 16:15 Fx: Murder By Illusion 18:00 The Hindenburg 20:15 Friday The 13Th 22:00 Tremors 4 The Legend Begins 00:15 It Came From Outer Space Ii MGM CHANNEL 43 12:15 No Man’s Land 14:00 Stardust Memories 15:30 Son Rise: A Miracle of Love 17:15 After Midnight 18:45 Raging Bull
www.macaucabletv.com
21:00 SFW 22:45 Steel and Lace 00:15 Robot Jox DISCOVERY CHANNEL 50 13:00 Mythbusters - Water Stun Gun 14:00 Swamp Loggers 15:00 Swords 16:00 Toughest Military Jobs - Big 17:00 Dirty Jobs - Penguin Keeper 18:00 How It’s Made 19:00 Man, Woman, Wild - Aitutaki 20:00 Dual Survival - Panic In The Jungle 21:00 I Was Bitten 22:00 I Shouldn’t Be Alive - Nightmare On The Mountain 23:00 Rampage! - Road Rampage 00:00 I Was Bitten NATIONAL GEOGRAPHIC CHANNEL 51 13:00 Sky Wheel 14:00 Mega Factories - Porsche 15:00 Helicopter Wars - Vietnam Firefight 16:00 Trapped - Ocean Emergency 17:00 Nat Geo’s Amazing Moment 18:00 Monster Jellyfish 19:00 True Stories - Back From The Dead 20:00 Sky Wheel 21:00 Nat Geo’s Amazing Moment 22:00 Catching Giants 23:00 Word Travels 00:00 True Stories - Back From The Dead ANIMAL PLANET 52 13:00 Grizzly Bear Stake Out 14:00 Animal Cops Phoenix - Breeding Trouble 15:00 Into The Pride - A Tale Of Two Alphas 16:00 Caught In The Moment - Monterey Bay 17:00 The Mimic Octopus 18:00 Animal Cops South Africa 19:00 Animal Planet’s Most Outrageous 20:00 The Last Serpent 21:00 Into The Pride - Queen Cleo 22:00 Caught In The Moment - Thailand 23:00 The Human Fish 00:00 The Last Serpent HISTORY CHANNEL 54 13:00 Ancient Torture Tech 14:00 Life After People - Holiday Hell 15:00 Fatima’s Lost Prophecy 16:00 Pawn Stars 17:00 American Pickers - Super Scooter 18:00 Modern Marvels - Underwear 19:00 Who Killed Martin Luther King Jr? 20:00 Patton 360 - On Hitler’s Doorstep 21:00 Inside The Crosshairs 23:00 The Malaysian Arms Heist 00:00 The Highland Towers Disaster STAR WORLD 63 13:00 Rules Of Engagement 13:50 Australia’s Next Top Model 14:45 How I Met Your Mother 15:10 Rules Of Engagement 15:35 Castle 16:25 Private Practice 17:15 The Bachelorette 18:05 Canada’s Next Top Model 19:10 Gary Unmarried 19:30 How I Met Your Mother 20:00 Ugly Betty 20:55 90210 21:50 The Bachelorette 22:45 Australia’s Next Top Model 23:40 Grey’s Anatomy 00:35 Ugly Betty
(MCTV 63) Star World 17:15 the Bachelorette Informação Macau Cable TV
terça-feira 18.1.2011 www.hojemacau.com.mo
[O]bjectiva Gonçalo Lobo Pinheiro
13 Raio [X] Senhora Sofia Pinto Correia Melo
Centro de Kuala Lumpur visto da Torre Menara (Malásia, 2010)
Para[ ]comer • Pérola 3/F, Sands, Largo de Monte Carlo, no.203 8983 82222888 3352 http://www.sands.com.mo • VINHA Alm Dr. Carlos d' Assumpção 393 r/c AC 2875 2599vinha@macau.ctm.net http://www.vinha.com.mo • FAT SIU LAU (SINCE 1903) Av.Dr.Sun Yat-Sen,Edf.Vista Magnifica Court Rua de Felicidade No.64, R/C Macau 2857 3585fsl1903@macau.ctm.net http://www.fatsiulau.com.mo
• Casa Carlos Bispo Medeiros 28D 2852 2027
• HAC SA PARK Hac Sa Park-Hac Sa Beach Coloane 2888 2297 http://www.yp.com.mo/hacsa
• António (TP) R, dos Negociantes 3 28999998
• SOL NASCENTE (TP) Av Dr Sun Yat Sen No.29-37 R/C 2883 6288 http://www.yp.com.mo/solnascente • TENIS CIVIL (LEON) Av.da República N°14 1° Macau 2830 1189 http://www.yp.com.mo/leon • Platão Trav. São Domingos No.3 2833 1818 reservation@plataomacau.com • Banza (Tp) Nam San Bl.5, GH 28821519
• Galo (Tp) Clérigos 45 2882 7318 http://www.yp.com.mo/domgalo • Riquexó Av Sid Pais 69 2856 5655
• Clube Militar Av Praia Grande 795 2871 4000 cmm@macau.ctm.net • Espaço Lisboa Lda (Col) Gaivotas 8 2888 2226 2888 1850 • Camilo Av Sir Anders Ljungsted 37 2882 5688
• Dom Galo Vista Magnifica Court 2875 1383 domgalo@yp.com.mo http://www.yp.com.mo/domgalo • O Santos (TP) R. do Cunha 28827508 • Porto Exterior Ed Chong U 2870 3276 http://www.portoext.com.mo • Restaurante Fernando (Col) Praia Hác Sá 9 2888 2264
• Ó MANEL (Tp) Fernão M Pinto 90 2882 7571
• Litoral Restaurante Lda Alm Sérgio 261 2896 7878 2896 7996 http://www.yp.com.mo/litoral
• A PETISQUEIRA (TP) S João 15A 2882 5354
• Nga Tim Café (Col) Caetano 8 2888 2086
Aquamarine Thai Café (Taipa) Jardim Nova Taipa Bl. 21 Tel. 2883 0010
• O Porto Interior Alm Sérgio 259B 2896 7770 • A Lorcha Alm Sérgio 289 2831 3195
• Sawasdee Thai Av Sid Pais 43AE 2857 1963 • Aquamarine Thai Café (Tp) Jardm Nova Taipa bl 21 2883 0010 • Bangkok Pochana Ferrª Amaral 31 2856 1419 • Kruatheque Henrique Macedo 11-13 2835 3555 • Restaurante Thai Abreu Nunes 27E 2855 2255
• Afonso III Central 11A 2858 6272
• LA COMEDIE CHEZ VOUS Ed Zhu Kuan S/N G (Oppsite Cultural Centre) 2875 2021
• Bar Oporto Tv Praia 17 2859 4643 • Maria’s Comida Portuguesa Patane 8A 2823 3221
• LE BISTROT (Tp) Nova Taipa Garden Block 27, G/F 2884 37392884 3994
• Restaurante Pinocchio (Tp) Regedor 181-185 2882 7128 • Canal dos Patos Parque Municipal Sun Yat Seng 2822 8166
• CHURRASCÃO Nova Taipa Garden, Block 27 G/F, Taipa 2884 37392884 3994 • Yin Alª Dr Carlos d’Assumpção 33 2872 2735
let the bullets fly Cineteatro | PUB
• Fogo Samba VENETIAN-Grand Canal Shoppes Apt 2412 2882 8499
[ ] Cinema
Sala 2 the tourist [b] Um filme de: Florian Henckel, von Donnersmarck Com: Angelina Jolie, Johnny Depp 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 1 let the bullets fly [C] (legendado em inglês) Um filme de: Wen Jiang Com: Yun-fat Chow, Wen Jianf, You Ge 14.30, 16.45, 19.15, 21.30
Sala 3 if you are the one 2 [b] (legendado em inglês) Um filme de: Xiang Feng Com: You Ge, Hsu Chi 14.30, 16.45, 19.15, 21.30
Levo as mãos feridas da pedra do sol, os pés a sangrar da sombra da pedra. Olho o céu numa prece e limpo. Subi ao resto da muralha e acendi a fogueira. Avisei o capitão do navio mas ele não me viu nem à luz do meu ventre. Acenei com os cabelos, despi o vestido e lancei-o numa prece. Mas ele não viu a luz do ventre redondo nem o brilho das pérolas dentro do meu olhar. Foi no ecoar do meu grito que embateu nas pedras em baixo e eu, mãos e pés gretados, os guizos no tornozelo direito que caminham desde as lezírias. Vermelho o meu vestido agora preso nas azinheiras. Espinhos e espinhos no meu corpo que são dois. Caminho agora pelo trevo, pela erva verde, campos inundados pela subida da ribeira. A ponte romana abre fendas sob os meus pés e caminho na sombra do sol, na sombra da pedra. Lá no alto, no promontório arde ainda a madeira, fumo em espiral e o céu numa prece e limpo. Nem capitão de navio nem homem de foice nem a mulher que lava o meu vestido vermelho no rio nem a barca do carvão. O grito ecoa ainda no céu em espiral e limpo. No relógio de sol, a sombra de mim e o sino que toca. Passo o alpendre, há ainda soldados de outra batalha, vermelhos de sangue ou do meu vestido que passa. Bato à tua porta. Deixa-me entrar, deixa-me entrar! Ficarei para sempre, pedra de sol. O meu ventre redondo, o meu olhar com pérolas dentro. O meu vestido vermelho de espinhos. Deixa-me entrar na tua casa, deixa-me regressar, amor. Não voltarei a ver os campos, a erva verde, o promontório a arder, eu sei. Não voltarei a ver as terras inundadas, o rio que corre debaixo da ponte velha, não voltarei a ver o céu e limpo. Nem a estrada de pó serpenteando pelos altos montes nem as crinas dos cavalos. Não voltarás a ouvir os meus guizos no tornozelo direito. Eu sei.” Homens justos, os homens justos”. A Capela de Nossa Senhora do Porto fica na Carvoeira, Mafra, junto à Ribeira de Cheleiros, entre o mar e as serras dos arruinados fortes das Linhas de Torres. É também chamada de Senhora do Ó. Apesar da sua imagem ter sobrevivido a diversas inundações ao longo dos tempos, depois de vários assaltos no século XX, encontrase desaparecida. O Facho era o nome dado ao promontório perto do mar, na foz da ribeira, onde os habitantes, isentos de serem soldados, acenderiam uma fogueira nos dias de tempestade e nevoeiro, para que os navios não naufragassem nas escarpas das falésias.
[Sofia não deixou de ser arqueogenealogista, está de regresso, depois de mais um trabalho de campo]
terça-feira 18.1.2011 www.hojemacau.com.mo
14
opinião
TERÇA, 11 Norberto Fuentes é um escritor
que fez parte do círculo íntimo do poder comunista em Havana e chegou a ser confidente de Raúl Castro durante os longos anos em que o irmão mais novo de Fidel se limitava a aguardar pacientemente que chegasse a sua hora de ascender ao posto cimeiro da hierarquia política em Cuba. Durante o período da intervenção cubana em Angola, nas décadas de 70 e 80, esteve lá destacado numa missão de que foi incumbido pelo próprio Fidel Castro, tendo sido um dos cronistas dessas expedições militares que de algum modo assinalaram o canto do cisne da Guerra Fria. Fuentes foi também um dos autores mais bem documentados sobre Ernest Hemingway, a quem dedicou anos de investigação. Recolheu muitas confidências de Gregorio Fuentes, que foi o piloto do iate Pilar, de Hemingway, e serviu de inspiração ao inesquecível pescador Santiago, da novela O Velho e o Mar. Um dia, em Havana, falou livremente sobre Mario Vargas Llosa, já então proscrito pelo regime castrista devido às suas críticas desassombradas ao sistema ditatorial que perseguia os melhores cidadãos de Cuba. “Como romancista é bom, mas interessa-me mais como político. É uma das melhores cabeças deste continente”, confessou um dia ao escritor espanhol J. J. Armas Marcelo, biógrafo e amigo de Llosa. Este episódio, passado nos anos de chumbo do castrismo, vem descrito no livro Vargas Llosa: El Vicio de Escribir, de Armas Marcelo. Pouco tempo depois, à semelhança do que fizeram mais de três milhões de cubanos desde a instalação da ditadura comunista em 1959, Fuentes conseguiu abandonar a ilha-prisão, rumando ao exílio em Miami. E de lá legou ao mundo dois livros considerados fundamentais sobre dois homens que para sempre ficarão ligados à história cubana: Autobiografía de Fidel Castro e Hemingway en Cuba. Dois livros que pretendo adquirir e ler sem demora.
QUARTA, 12 Num país onde os direitos
dos cidadãos são espezinhados diariamente, onde muitas garantias constitucionais (com destaque para o direito ao trabalho) não passam de letra morta e onde as liberdades – nomeadamente no plano económico e social – estão sob ameaça permanente, há um candidato presidencial que tem como uma das suas principais bandeiras (a outra é a regionalização) a defesa dos direitos dos animais. Dir-se-ia que é um candidato fora do sistema, alguém apostado em tornar visível uma causa específica por falta de outro meio de acesso a uma tribuna pública. Nada disso: este paladino dos animais, Defensor Moura, é deputado do PS – o partido do poder – e co-responsável, através do seu voto no Parlamento, pelo Orçamento do Estado para 2011 – o mais restritivo e penalizador de que há memória num quarto de século em Portugal. Este deputado que sonha ser Presidente
Nem o melhor jornalismo escapa a esta lógica maniqueísta. Só isto explica que o Expresso tenha publicado ontem uma edição de 40 páginas a uma semana das presidenciais sem mencionar numa só linha o candidato Fernando Nobre, subitamente riscado da corrida a Belém em nome de critérios “jornalísticos” semelhantes aos que levaram os apaniguados de Estaline a apagar as imagens de Trotsky das fotos da Revolução de Outubro bem podia adoptar, como lema de campanha, aquela frase célebre do clássico de Orwell: “Quatro patas bom, duas patas mau.”
QUINTA, 13 Já não é a primeira vez que
me refiro a isto: à falta de cuidado das editoras no contacto com os leitores. Volto a deparar com um caso destes ao ter na mão uma das minhas primeiras obras de cabeceira do ano – O Seminarista, novela de Rubem Fonseca, agora editada em Portugal pela Sextante. Consulto a badana: fala com algum detalhe da carreira deste escritor, para muitos (para mim também) o maior autor vivo do Brasil. “Em 1973, publicou o seu primeiro romance, O Caso Morel, um dos mais vendidos daquele
c arto o n por Steff
ca der n o di á r i o Pedro Correia
ano, depois traduzido para o francês e acolhido com entusiasmo pela crítica europeia”, lê-se no quarto dos cinco longos parágrafos impressos na badana. No parágrafo seguinte, surge isto: “Entre as suas principais obras estão Lucy McCarthy (1969), O Caso Morel (1971), Feliz Ano Novo (1975)…” O leitor só pode ficar baralhado. Afinal O Caso Morel é de 1971 (como refere o quinto parágrafo) ou de 1973 (como se informa no quarto?) Bem sei que é um pormenor, mas erros destes – por descuido, por falta de exigência, por falta de revisão – acumulam-se nas actuais edições portuguesas. Em livros com boas capas, bem apresentados, mas afinal com estes deslizes informativos. Não havia necessidade, como dizia o outro…
SEXTA, 14 Dentro de poucos dias, Jimmy Carter festejará uma efeméride muito pessoal: tornar-se-á o segundo ex-presidente dos EUA com maior longevidade desde que cessou funções na Casa Branca. Foi a 20 de Janeiro de 1981 que o democrata Carter passou o testemunho ao republicano Ronald Reagan, tornando-se naquilo que vários analistas, não sem ironia, o vêm classificando nos anos mais recentes: o melhor ex-presidente norte-americano de sempre – um título de algum modo confirmado pela atribuição, em 2002, do Prémio Nobel da Paz devido às suas acções de cariz humanitário em alguns dos mais atribulados cenários do globo. Carter, hoje com 86 anos, só se vê ultrapassado em longevidade pós-presidencial pelo republicano Herbert Hoover, que ocupou a Casa Branca entre 1929 e 1933, tendo sido copiosamente derrotado neste último ano por Franklin Roosevelt. Foi, diga-se a verdade, um dos presidentes mais azarados da história dos EUA: estava há sete meses em funções quando
democracia chega à tunísia
a Bolsa de Nova Iorque entrou em colapso, dando início à Grande Depressão. Incurável optimista, prometeu sucessivas vezes aos americanos que os tiraria da crise – e viu sempre estas promessas frustradas. Mas, tal como Carter (que apenas permaneceu um mandato na Casa Branca e foi derrotado por Reagan na eleição de 1980), Hoover foi um dos melhores ex-presidentes americanos. Desempenhou diversas missões internacionais, colaborou com o presidente Harry Truman e manteve grande protagonismo nas convenções do Partido Republicano – a última das quais em 1960. Morreu em 1964, aos 90 anos – 31 anos após abandonar a presidência. O terceiro ex-inquilino da Casa Branca que viveu mais tempo após abandonar a presidência foi outro republicano, Gerald Ford (presidente entre 1974 e 1977). Morreu em Dezembro de 2006, aos 93 anos – a escassas semanas de completar três décadas como ex-presidente. Também ele, curiosamente, deixou a Casa Branca na sequência de uma derrota eleitoral (contra Carter, em 1976). Ter azar na vida política prolonga a vida biológica? Se não é, parece.
DOMINGO, 16 Há cinco anos, em Portu-
gal, todos os cenários jornalísticos estavam montados para uma bipolarização nas eleições presidenciais. Para muitos comentadores e vários jornalistas que tomavam decisões editoriais, apenas dois candidatos contavam: Cavaco Silva e Mário Soares. Esta é a lógica do sistema: raciocinar em dicotomia simples. Ou simplista. Um cenário que envolva mais que duas opções faz confusão a muita gente. Porque, tal como nas brincadeiras de crianças, é sempre mais fácil catalogar os políticos em duas categorias: os bons e os maus. Índios e cobóis, polícias e ladrões. Os bons são os nossos, os maus são os deles. Nem o melhor jornalismo escapa a esta lógica maniqueísta. Só isto explica que o Expresso tenha publicado ontem uma edição de 40 páginas a uma semana das presidenciais sem mencionar numa só linha o candidato Fernando Nobre, subitamente riscado da corrida a Belém em nome de critérios “jornalísticos” semelhantes aos que levaram os apaniguados de Estaline a apagar as imagens de Trotsky das fotos da Revolução de Outubro. O mesmo maniqueísmo que levou um comentador televisivo como Daniel Oliveira (também com coluna no Expresso) a proferir quatro vezes seguidas, como se martelasse uma evidência, a frase “há dois candidatos”. À força de tantas vezes repetidas, certas inverdades perdem o prefixo. Vários destes jornalistas e comentadores são os mesmos que em 2006 não conseguiram digerir o segundo lugar obtido nas urnas por Alegre, com um milhão e duzentos mil votos, correspondentes a 20% dos sufrágios. Ainda hoje devem interrogar-se: como foi possível um candidato presidencial não apoiado por qualquer partido político ter chegado tão longe? Não aprenderam nada em cinco anos.
tanta
terça-feira 18.1.2011
Há por aí gente como a nuvem - Podres de ricos, não dividem com os outros os seus bens. Padre Manuel teixeira [1912-2003]
www.hojemacau.com.mo
15 à fl or da pel e Helder Fernando
PB
A política precisa de cor I Dizer não ao que se discorda é convicção. Basta de incertezas do costume, de desconfianças do costume, do eterno talvez. Basta de silenciosos sem opinião, equilibristas da vida sobrevivente. A palavra é o que nos distingue como pessoas. A palavra que aplaudimos e aquela com que discordamos, mas que venha a palavra com opinião, sem ser a escondida atrás dos muros da vassalagem, refugiada em medos quando estes não têm sentido. Ao menos de espírito, é maravilhoso sentirmo-nos livres. Tão diferentes, portanto, dos pobres de espírito. Olho esta campanha eleitoral para a Presidência da República em Portugal; há momentos que me gelam. Um candidato de máscara, a mesma de sempre, com os mesmos silêncios, as mesmas ambiguidades, os mimetismos de sempre. A frieza sofrida dos sorrisos desajeitados, a desconfiada frouxidão dos abraços. Não se lhe vê um sinal franco de emoção, muito menos um pingo de paixão. Não se descobre um afago genuíno, uma resposta sincera, um gesto natural. Aquele homem mecanizado inspira-me nada. O nada não ilumina, não inspira, não inquieta, nem acalma. O nada desse homem amplia o vazio.
Os políticos profissionais deviam ser os primeiros a darem-nos sinais de alegria, também assim estimulariam as populações. A norma é não saberem rir, quando tentam é um desastre assustador. Há políticos, poucos, que não são assim. Em Macau, por exemplo, Edmund Ho sabe sorrir em público, e rir. Mesmo como chefe do governo fazia-o com frequência, o povo gostava Amparado entre poderosos, continua sem discutir um assunto, esquiva-se do confronto de opiniões, detesta argumentação, é fugitivo da ideia. Frases feitas, déjà vu, banalidades servidas no escuro e a frio. Dirão que muitos preferem assim. É provável. Por vezes, incompreensivelmente ou talvez não, os povos fazem a História contra eles próprios. Também a política precisa de cor, de desejos assumidos, de emoção, de voos, de energias, de paixão, de sonho. O que seria do mar com águas estagnadas. Ou do céu sem o vermos azul. Ou do arco-íris em tons cinzentos. Também pode, é imperioso que possa, haver poesia na política e nos políticos.
Nem que seja na poesia e na política que tenhamos a capacidade de inventar. II Os políticos profissionais deviam ser os primeiros a darem-nos sinais de alegria, também assim estimulariam as populações. A norma é não saberem rir, quando tentam é um desastre assustador. Há políticos, poucos, que não são assim. Em Macau, por exemplo, Edmund Ho sabe sorrir em público, e rir. Mesmo como chefe do governo fazia-o com frequência, o povo gostava. III É noite, a cidade fria, a aparente inquietude
das novas estilísticas. Procuro, por entre essas brenhas de cimentos iluminados, rostos felizes. Nem um, e eram muitos os rostos. Não há uma alegria, um entusiasmo, um sorriso sequer. Estarão guardados para lá daquelas paredes que nos proíbem as estrelas. Sem ponta de saudosismo, a noite em Macau não era assim. Não pertencia a estes automóveis estranhos, a esta gente estranha com atitudes estranhas. Reparo numa série de basbaques e noutra série de curiosos. Há novos lugares muito estranhos no coração da cidade, passeios e esquinas estranhamente frequentados por vigias carrancudos, de roupas escuras e olhares de domínio, mas de esguelha. Desconfio destas novas noites sem genuínos sorrisos, estranhas e pimbas, sem um mínimo de classe. IV Raramente gosto muito de estátuas. São sisudas, representam gentes ou divindades com ar façanhudo, não têm piada nenhuma, só servem para enfeiar largos, praças, jardins e avenidas. Há gente com vocação para estátua. Ficam assim, sempre que desligam o mecanismo dos maneirismos hipócritas.
Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José editor Vanessa Amaro Redacção António Falcão; Filipa Queiroz; Gonçalo Lobo Pinheiro; Kahon Chan; Joana Freitas; Rodrigo de Matos Colaboradores Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; João Miguel Barros; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte; Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges; Catarina Lau Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Av. Dr. Rodrigo Rodrigues nº 600 E, Centro Comercial First Nacional, 14º andar, Sala 1407 – Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo
dinheiro fresco para os desportistas ...
claro! tem que se ... fazer despesa
... no orçamento
!!!
chefe do Gabinete para HK e Macau em março
A Primavera de Wang O director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau no Conselho de Estado, Wang Guangya, revelou que a sua visita às duas Regiões Administrativas Especiais (RAE) estava prestes a ser agendada para depois dos congressos da Assembleia Popular Nacional (APN) e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), que serão realizados em meados de Março, de acordo com o legislador de Hong Kong
Tam Yiu Chung, em declarações ao jornal “Ming Pao”. Tam e mais 30 deputados “próestablishment” de Hong Kong encontraram-se com Wang no sábado à tarde, em Shenzhen, quando o responsável de Pequim visitou a cidade com o Conselheiro de Estado Liu Yandong. De acordo com o “Ming Pao”, Wang não terá dado respostas específicas às questões levantadas pelos deputados. A reunião gerou descontentamento entre os deputados pródemocratas em Hong Kong, que querem que Wang lhes reserve um encontro oficial com eles quando visitar as RAE em Março, já que os deputados conservadores disseram que a reunião de sábado tinha sido primeiro proposta pelos deputados, em vez de ter partido de um convite “selectivo” de Wang.
Manifestantes queixam-se ao Ministério Público de repressão sobre marcha Cheong Kam Chio e outros residentes apresentaram uma queixa oficial ao Ministério Público contra o que consideraram ter sido um uso questionável de força contra uma acção de protesto realizada há duas semanas. Os manifestantes foram levados à força pela PSP para serem interrogados durante uma marcha que teve
lugar a apenas 20 metros da sede do Governo. A PSP alega que os manifestantes estavam a obstruir o passeio. Tribunal de Última Instância (TUI) viria mais tarde a decidir que, apesar de polícia ter autoridade para impedir que uma manifestação tenha lugar a menos de 30 metros da sede do Governo, terá sempre de provar razões adequadas, o que
não aconteceu neste caso em particular. De acordo com a lei, os manifestantes apresentaram ontem de manhã uma queixa junto do MP, a pedir investigações à acção da PSP, considerada um abuso de poder e violação dos direitos cívicos. Os manifestantes pediam justiça para o caso de sequestro ocorrido há mais de dez anos.
Jornal “Ou Mun” muda de sede O jornal “Ou Mun” anunciou a mudança para as suas novas instalações, na intersecção da Avenida de Venceslau de Morais com a Estrada de D. Maria II, mais de um ano após a estrutura ter sido concluída. Com 2017 metros quadrados, o lote vizinho à central de energia apenas foi retomado pelo Governo à propriedade da CEM em Fevereiro de 2008, ainda que fosse sabido que o “Ou Mun” tinha obtido o terreno em 2006, mediante aprovação do antigo secretário Ao Man Long. A concessão do lote foi publicada em “Boletim Oficial” em Julho de 2009 e o jornal teve de pagar um prémio de 28 499 990 patacas para construir um edifício
de escritórios de 24 andares, com 25 647 metros quadrados para escritórios e 4586 metros quadrados de área industrial, uma vez que o jornal pretendia incluir no mesmo edifício todos os departamentos e ainda as oficinas de impressão, e o contrato especificava que o espaço era “para uso próprio”. O Governo atribuiu a terra tendo em vista o “valor sócioeconómico”, com o “Ou Mun” a assegurar que a sua nova sede iria privilegiar a defesa da cultura, educação e caridade. A concessão, no entanto, tem sido impopular por não ter havido concurso para a sua atribuição, e o público apenas foi informado depois de concretizada a concessão.
terça-feira 18.1.2011
www.hojemacau.com.mo
pub