Hoje Macau 19 DEZ 2019 # 4436

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ANTÓNIO FALCÃO

RÓMULO SANTOS

ANTÓNIO FALCÃO

NOVO MACAU

OS DIREITOS AMEAÇADOS

COSTA NUNES

UM CASO ENCERRADO PÁGINA 7

h

DE QUE ROMANCES GOSTO? LUÍS CARMELO

LEITURA DE HÖLDERLIN ANTÓNIO CABRITA

DOCUMENTÁRIO

MACAU DESCONHECIDO EVENTOS

GCS

PÁGINA 6

MOP$10

QUINTA-FEIRA 19 DE DEZEMBRO DE 2019 • ANO XIX • Nº4436

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

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hojemacau

A festa da vinda Xi Jinping já está em Macau. À chegada, o Presidente chinês saudou calorosamente a RAEM pelas metas alcançadas nos últimos 20 anos, salientou o cumprimento “escrupuloso” do princípio “Um País, Dois Sistemas” e reiterou o compromisso de Pequim com o desenvolvimento do território. GRANDE PLANO


2 grande plano

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ALTAVAM cerca de dois minutos para as 16h00 quando o avião da Air China que transportava o Presidente Xi Jinping aterrou ontem em Macau. Ao contrário do habitual, o céu estava limpo e à espera do líder da República Popular da China estavam o actual e o futuro Chefe do Executivo, Chui Sai On e Ho Iat Seng, respectivamente, os titulares dos altos cargos da RAEM e uma comitiva de 400 crianças, que seguravam bandeiras República Popular da China, da RAEM e bouquets de flores. Quando desceu do avião, já depois de ter sido recebido por Chui Sai On, que subiu à aeronave, como

20.º ANIVERSÁRIO

PRINCIPIO DE indica o protocolo, Xi Jinping, acompanhado pela esposa, Peng Liyuan, foi cumprimentando as crianças até chegar a um palanque, onde revelou a sua felicidade por voltar a visitar “a beleza” da região da Flor do Lótus. “Estou muito feliz por poder, mais uma vez, vir a esta beleza que é Macau, um lugar que não me é estranho. No ano 2000, seis meses depois da constituição da RAEM, vim a Macau. Depois, regresseis várias vezes e a última vez foi há cinco anos. Foi no 15.º aniversário da RAEM e nessa altura vim para as comemorações”, recordou sobre a sua ligação com o território. No entanto, a ocasião é de festa e Xi Jinping trouxe à RAEM os cumprimentos do Governo Central e de todos os povos da China, neste ano em que se festejam não só os 70 anos da implantação da República Popular da China, mas também do estabelecimento da RAEM. “Agora é o 20.º aniversário e mais uma vez estou aqui. Estou muito feliz. Este ano, em Outubro, celebrámos o 70.º aniversário da implantação da República Popular da China. Agora, celebramos os 20 anos da constituição da RAEM. Toda a China está a celebrar de forma calorosa”, vincou Xi. “Em nome do Governo Central e de todos os povos da China apresento os mais calorosos parabéns e desejo um bom futuro à RAEM”, acrescentou.

XI JINPING ATERROU E DESEJOU “CALOROSOS PARABÉNS” A MACAU

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GCS

À chegada ao território, Xi Jinping falou dos feitos alcançados nos últimos 20 anos, que diz orgulhar o Governo Central e os povos da China, e prometeu coordenar o esforço conjunto para traçar o futuro da RAEM

19.12.2019 quinta-feira

CORAGEM PARA O FUTURO

Logo durante as primeiras palavras, ainda na pista do aeroporto,

VISITA FIGURAS NUMA COMITIVA DE ALTO NÍVEL

ASSOCIAÇÕES EXPECTATIVAS POR MEDIDAS DE APOIO

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A deslocação a Macau, Xi Jinping está acompanhado por algumas das principais figuras do Governo Central. Além do Presidente, estão ainda presentes outros três dos 25 membros do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista, nomeadamente Ding Xuexiang, que é também secretário do Comité Central e chefe do departamento central, Wan Chen, vice-presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional e Zhang Youxia, vice-presidente da Comissão Militar Central da República Popular da China. Apesar de não ser o mais poderoso da comitiva, uma das figuras mais mediá-

ticas é Wang Yi, Conselheiro de Estado e ministro dos Negócios Estrangeiros, que surge frequentemente em conferências de imprensa sobre assuntos da agenda internacional a revelar as posições da China. Fazem ainda parte das pessoas que acompanham o Presidente, Ma Biao, vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, Jiang Jinquan, subdirector do Gabinete de Estudo de Política Central, Zhang Xiaoming, director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado e Fu Ziying, Director do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central.

ORAM várias as associações tradicionais que comentaram a vinda de Xi Jinping a Macau e várias admitiram estar à espera de medidas de incentivo à diversificação económica. Ao Jornal do Cidadão, Vong Kok Seng, vice-presidente da Associação Comercial de Macau, con-

siderou que a visita tem uma especial importância devido às celebrações do 20 aniversário, e que há expectativa que Xi anuncie medidas para contrariar a falta de quadros qualificados e recursos humanos, para que Macau possa ser uma cidade competitiva na Grande Baía.

Já, Ho Sut Heng, vice-presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau espera que o Presidente Xi oriente os sectores de Macau e ofereça mais benefícios para que a RAEM possa diversificar melhor o seu desenvolvimento. Finalmente, o presidente da União

Geral das Associações dos Moradores de Macau, Ng Siu Lai, confessou esperar que haja mais medidas da parte do Governo Central para beneficiar os residentes locais e incentivar os estudos e trabalhos na Grande Baía.


grande plano 3

quinta-feira 19.12.2019

XI JINPING PRESIDENTE CHINÊS

o Presidente chinês elogiou o caminho traçado pela RAEM nos últimos 20 anos e indicou que é um exemplo “encorajador” para qualquer pessoa e um motivo de orgulho para o Governo Central. “O sucesso e progresso de Macau nos últimos 20 é encorajador para qualquer pessoa. O Governo Central e o povo da China sentem-se muito orgulhosos”, apontou. De seguida, defendeu que ao longo deste período o princípio “Um País, Dois Sistemas” foi integralmente cumprido. “Sempre

“O sucesso e progresso de Macau nos últimos 20 é encorajador para qualquer pessoa. O Governo Central e o povo da China sentem-se muito orgulhosos.” XI JINPING PRESIDENTE CHINÊS

400 ALUNOS À ESPERA

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uando aterrou em Macau, o Presidente da China tinha à sua espera um grupo com cerca de 400 estudantes locais, que seguravam bandeiras da China, de Macau e bouquets de flores. Entre estes, um aluno e uma aluna da Escola para Filhos e Irmãos dos Operários de Macau que deram as boas-vindas ao Presidente e à esposa com a entrega de ramos de flores. Os alunos chegaram ao local, acompanhados pelos professores, também com cerca de três horas de antecedência. Aos jornalistas, uma aluna da escola Kao Yip, com 18 anos, chamada Elizabeth admitiu antes da cerimónia sentir-se nervosa por não saber bem o que estava a fazer no aeroporto, mas instruída pela sua docente deu como terminada a conversa. Antes do fim da entrevista, ainda admitiu sentir-se feliz, face à possibilidade de poder ver o Presidente Xi Jinping.

diversos sectores, para promover esse intercâmbio”, prometeu.

SEGURANÇA MÁXIMA

A visita de Xi Jinping está a ser marcada por um nível de segurança pouco visto na RAEM, mesmo quando comparado com ocasiões anteriores. O tráfego aéreo foi uma das áreas afectadas e muitos dos voos que deviam ter chegado ao Aeroporto Internacional de Macau entre as 15h00 e as 17h00 foram antecipados ou atrasados. Durante esse horário ainda houve cerca de dois ou três aviões a descolarem, mas o espaço aéreo acabou por ficar mesmo reservado para a chegada do avião que transportava Xi Jinping. O acesso ao aeroporto foi igualmente altamente restringido, com vários controlos de segurança, e os jornalistas tiveram de chegar ao local com três horas de antecedência face à hora de aterragem, que nunca foi revelada de forma oficial. Apenas foi dito que ocorreria entre o intervalo horário das 15h00 e as 17h00. Já em terra, Xi Jinping tinha à sua espera um Mercedes S650 blindado, e numa altura de celebração nem a matrícula da viatura foi deixada ao acaso: AA-20-19, numa aparente alusão às celebrações dos próximos dias. O “20” remete para o 20.º aniversário e o “19” para o ano de 2019.

ENCONTRO COM CHUI SAI ON

A agenda de Xi Jinping está envolvida em grande secretismo, mesmo

PORTUGAL MARCELO ENALTECE EXEMPLO DE CONVIVÊNCIA SINGULAR

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Presidente da República português referiu-se ontem a Macau como “um exemplo de convivência singular entre culturas e experiências jurídicas diversas”, numa mensagem enviada ao seu homólogo chinês por ocasião do XX aniversário da transferência da administração do território. Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu uma missiva ao Presidente chinês, Xi Jinping,

na qual reafirma “o compromisso assumido pela República Portuguesa, através dos Presidentes Jorge Sampaio e Aníbal Cavaco Silva, da Assembleia da República e dos sucessivos Governos, quanto ao estatuto jurídico e ao desenvolvimento económico, social e cultural de Macau, bem como quanto à valorização da língua portuguesa”. Na mensagem, o chefe de Estado português

reafirma “a relevância da relação de cinco séculos entre Portugal e a China, o carácter único e irrepetível da vivência de Macau, no passado, presente e futuro, e a certeza de que continuará a ser um exemplo de convivência singular entre culturas e experiências jurídicas diversas, com abertura económica e social a outros mundos, em particular o que fala o português”.

“Macau continuará a ser mais um importante contributo para o alcance da parceria existente entre a República Portuguesa e a República Popular da China”, escreveu Marcelo Rebelo de Sousa, recordando a visita que Xi Jinping efectuou a Portugal no final de 2018 e a que ele próprio fez à China no início deste ano.

“Com a experiência adquirida e devido às suas próprias características, podemos concluir que Macau precisa de um planta para se desenvolver. Temos de desenvolver essa planta em conjunto.” XI JINPING PRESIDENTE CHINÊS

SOFIA MARGARIDA MOTA

“Em nome do Governo Central e de todos os povos da China apresento os mais calorosos parabéns e desejo um bom futuro à RAEM.”

GCS

FESTA

cumprimos escrupulosamente o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’”, garantiu. Por outro lado, e numa altura em que se antecipa que o Presidente chinês possa revelar a criação de um Bolsa de Valores na RAEM, Xi Jinping prometeu todo o apoio das autoridades centrais para a promoção do desenvolvimento da RAEM. “Com a experiência adquirida e devido às suas próprias características, podemos concluir que Macau precisa de uma planta para se desenvolver. Temos de desenvolver essa planta em conjunto e estou disposto, em comunicação com os

MERCEDES CUSTA ENTRE 3 E 11 MILHÕES Q

uando aterrou em Macau, Xi Jinping tinha à espera um Mercedes-Maybach S650 blindado. Este é um carro com um motor V12, 5.980 de cilindrada e 630 cavalos de potência. De acordo com os dados oficiais, caso não venha limitado electronicamente, este modelo é capaz de atingir os 350 km/h. Não é por isso de admirar que o Mercedes-Maybach S650 tenha um custo na versão mais barata de cerca de 3,5 milhões de dólares de Hong Kong, segundo o portal oficial do construtor alemão. Contudo, quando o modelo é vendido com todos os extras, mas sem as protecções necessárias como a cobertura anti-bala, o preço sobre para os 11,9 milhões de dólares de Hong Kong.

para os órgãos de comunicação que são essencialmente informados sobre os eventos em que podem fazer a cobertura. Contudo, durante o dia de ontem, o Governo da RAEM já havia revelado um encontro entre os Presidente chinês e o actual Chefe do Executivo, Chui Sai On. A hora do encontro não foi tornada pública. Em relação à agenda para o dia de hoje, as eventuais visitas ou encontros da parte da manhã não foram divulgados. Porém, há um encontro com os sectores da sociedade, que deverá acontecer por volta das 17h00, um jantar oferecido pelo Governo da RAEM à comitiva do Presidente Xi Jinping e para a noite está marcado um Sarau Cultural, que será transmitido em sinal aberto. Finalmente, a 20 de Dezembro está agendada a tomada de posse do 5.º Governo da RAEM, liderado por Ho Iat Seng, seguindo-se a partida do Presidente Xi, que está marcada para a tarde desse dia. João Santos Filipe

joaof@hojemacau.com.mo


4 política

19.12.2019 quinta-feira

20 ANOS VISITA DE XI JINPING DIVIDE OPINIÕES DE AMIGOS PORTUGUESES

Gato preto, gato branco

Diamantino e Miguel, dois amigos que se reencontraram em Macau 20 anos depois, não estão de acordo sobre a vinda do Presidente chinês: para o primeiro é um ditador, para o segundo, é ‘amigo’ de Portugal

“É

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MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 781/AI/2019

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora HUANG, Huijuan, portadora do Bilhete de Identidade de Residente Permanente de Hong Kong n.° R2253xx(x), que na sequência do Auto de Notícia n.° 248/DI-AI/2018, levantado pela DST a 15.12.2018, e por despacho da signatária de 16.12.2019, exarado no Relatório n.° 578/DI/2019, de 25.11.2019, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua do Terminal Maritimo n.os 93-103, Edf. Centro Internacional de Macau, Bloco 2, 12.° andar E, Macau onde se prestava alojamento ilegal.----------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito, não sendo admitida a apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.-----------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 16 de Dezembro de 2019. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

Já Miguel Canuto é da opinião que Xi “está a fazer a China levantar a cabeça” e “investiu em Portugal, como nenhum país da União Europeia investiu”. Sentado numa mesa da esplanada do Caravela, restaurante ‘bastião’ da comunidade portuguesa local, a tomar uma bica, a poucos metros da escola Portuguesa de Macau e do Clube Militar, Diamantino Carvalho não vinha a Macau há quase 20 anos. Durante a gestão portuguesa, “vim para cá com uma determinada missão, quando ela

“O Presidente da China é uma pessoa extremamente inteligente (…) preparou-se muito bem, não é apenas mais um Presidente da China, é o Presidente da China.” MIGUEL CANUTO PORTUGUÊS RESIDENTE EM MACAU

terminou, regressei”, conta, explicando que agora regressou para visitar amigos. “Acho que lhes devia isso”, afirma o residente em Leiria, de 60 anos, agora reformado, que veio para Macau em 1998 para trabalhar na Polícia Judiciária. “Saí exactamente daqui no dia 21 de Dezembro de 1999”, precisa, acrescentando sorridente: “Ainda cá fiquei um dia sob administração chinesa”. Foi precisamente no tempo que trabalhou no território, na altura administrado por Portugal, que conheceu o amigo Miguel Canuto, português de 55 anos nascido em Timor-Leste, que veio trabalhar para Macau em 1996 para a direcção de Serviços de Justiça e que por cá ficou até aos dias de hoje. Talvez por isso, os dois, que frequentaram o Colégio Militar em Lisboa, nutram sentimentos antagónicos sobre a vinda de Xi a Macau.

DUAS VIAS

Para o leiriense a vinda passa-lhe “completamente” ao lado, já para Miguel, ‘o

GOVERNO PEREIRA COUTINHO QUESTIONA NOMEAÇÕES

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deputado José Pereira Coutinho, ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), questiona os critérios utilizados pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On, para a nomeação dos membros da Comissão de Deliberação das Remunerações dos Trabalhadores da Função Pública. É este o conteúdo da interpe-

lação escrita divulgada ontem pelo deputado. “Nos últimos 20 anos da RAEM tem havido uma sistemática nomeação de indivíduos, sem se perceber do mérito dessas nomeações e a capacidade para o exercício do cargo, mais parecendo o resultado nítido do tráfico de influências”, acusa José Pereira Coutinho. Ainda de acordo com o deputado

este tráfico de influências tem sido o “prato do dia” dos últimos 20 anos para quem “pretenda um tacho” nos conselhos e comissões constituídas pelo Governo. Por isso, Coutinho pergunta ao Governo quando vai “moralizar” os processos de escolha para as comissões e quando coloca efectivamente em prática o sistema de

rotatividade lançado em 2013, com o objectivo de “evitar a monopolização dos cargos” de nomeação política.Ainda em relação a estas comissões, José Pereira Coutinho pergunta quando é definida legislação que obrigue as mesmas a apresentar de forma clara as despesas realizadas, nomeadamente através de páginas electrónicas.

GONÇALO LOBO PINHEIRO

uma pessoa que não me diz absolutamente nada, acho que é um ditador”, diz à Lusa Diamantino Carvalho, sobre a chegada do Presidente chinês, Xi Jinping, a Macau para as cerimónias de tomada de posse do novo Governo e celebração do 20.º aniversário da transferência de administração do território de Portugal para a China.

cidadão do mundo português’, o sentimento de pertença a Macau e à China é mais evidente: “óbvio que vou comemorar, vou comemorar com amigos e também tenho família chinesa”. “Vi como foi a transição, o pós transição e o actual momento. A transição foi bem feita e a República Popular da China tratou muito bem Portugal, tratou-nos de igual para igual”, conta Miguel Canuto, admitindo que as coisas mudaram muito em Macau, durante o tempo em que Diamantino esteve ausente. “As coisas mudaram com a liberalização do jogo, a economia está melhor”, afirma, referindo como o único factor negativo o elevado preço das rendas, numa cidade com pouco mais de 30 quilómetros quadrados e mais de 650 mil habitantes. Momentos antes, Diamantino já tinha assumido que após 20 anos “as diferenças são abismais”. “Havia 11 casinos, agora já há quase quarenta”, sublinha o leiriense. A chegada do Presidente da China a Macau está a ser marcada por fortes medidas de segurança, algo que Miguel Canuto compreende e aceita quase de forma plena. “Um homem poderoso como é o senhor Presidente da China quando visita uma cidade, a segurança é igual como se fosse o senhor Putin, Presidente da Rússia, ou o senhor Trump, Presidente dos Estados Unidos. Homens poderosos requerem muito mais segurança, portanto é normal o que está a acontecer”, afirmou. Residente em Macau há mais de 23 anos, admite ainda que deseja ver com os próprios olhos “o senhor Presidente” da China, por quem nutre um grande respeito: “o Presidente da China é uma pessoa extremamente inteligente (…) preparou-se muito bem, não é apenas mais um Presidente da China, é o Presidente da China”, frisa, acentuado o artigo. No programa da visita de Xi Jinping divulgado pelas autoridades ao início da noite de terça-feira, indica-se que para além da reunião com o actual chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), Chui Sai On, o líder chinês recebe no dia seguinte os titulares dos principais cargos do Governo e individualidades de vários sectores da sociedade. Esta é a terceira visita do Presidente chinês a Macau, para a qual estão registados mais de 650 profissionais da comunicação social, marcada por medidas de segurança excepcionais.


política 5

quinta-feira 19.12.2019

DIPLOMACIA CELEBRAÇÕES NÃO PODEM SER ENSOMBRADAS POR CRISE EM HONG KONG

Brilhará para todos nós

“A

S celebrações em Macau não merecem ficar na sombra da contestação em Hong Kong, nem na sombra de qualquer outro evento”, disse à agência Lusa José Augusto Duarte. “Se vamos celebrar algo que efectivamente deve orgulhar as equipas negociais de Portugal e da China (...) para depois, na prática, estarmos a falar de Hong Kong, então nem sequer vale a pena”, defendeu. Augusto Duarte admitiu que “o contexto actual pode efectivamente levar a que alguns do lado da China tentem utilizar [o aniversário] para evocar que o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ continua vivo, independentemente dos problemas que existem em Hong Kong”. “Para nós portugueses não é o contexto que conta, é a estrutura que conta: podemos ver que os problemas que existem em Hong Kong são sérios e devem ser levados a sério, como toda a gente já percebeu”, realçou. Em entrevista à agência Lusa, o diplomata pediu que “não se confundam as coisas” e defendeu que só “numa visão muito superficial [Macau e Hong Kong] podem ser comparadas”, apesar da proximidade

geográfica, passado comum enquanto possessões coloniais ou reunificação na China, mantendo um elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário.

DIFERENÇAS ESPECIAIS

José Augusto Duarte apontou a antiguidade e reduzida população de Macau, em comparação com Hong Kong, e a dependência face ao jogo, ao contrário da antiga colónia britânica, que tem uma “economia própria, que cria prosperidade e problemas próprios”.

E acrescentou: “Muitas das coisas que se estão a passar em Hong Kong têm a ver não apenas com o presente, mas também com o passado um bocado mais longínquo. A mesma coisa para Macau, só que de forma completamente diferente”. “Macau é resultado de uma relação que foi sendo montada ao longo do tempo, baseada no diálogo: não houve conflito e foi sempre negociada entre portugueses e os mandarins de Cantão [capital da província vizinha de Guangdong] e mais tarde directamente até com as próprias casas imperiais

GERARDO SANTOS / GLOBAL IMAGENS

O embaixador de Portugal na China disse ontem que o aniversário da transferência da administração de Macau "não merece" ficar na sombra da contestação em Hong Kong, salientando que o território tem uma "génese própria"

HAN Ka Leong e Gary Chao Weng Hou, que tomam posse como membros do Conselho Executivo esta sexta-feira, disseram, de acordo com a TDM Rádio Macau, que a habitação será tema prioritário das primeiras reuniões do organismo. As declarações foram feitas à margem do programa matinal do canal chinês da Rádio Macau, intitulado “Fórum Macau”. Chan Ka Leong, vice-presidente da Associação dos Mora-

dores, disse que existe a possibilidade de diversificar a oferta de casas no território. “Temos habitação social, económica, e privada. Mas seria possível construir também habitações exclusivas para os jovens ou para a classe média, e ver se se há procura entre os idosos. Havendo um volume relativamente suficiente dos terrenos, poder-se-á ponderar a criação destes tipos de habitação, tornando o nosso leque mais diversificado.”

JOSÉ AUGUSTO DUARTE EMBAIXADOR DE PORTUGAL NA CHINA

e as dinastias que se sucederam na cidade proibida, em Pequim”, disse. “Hong Kong não. É uma coisa que aparece repentinamente, no século XIX, em resultado de um conflito militar, ganho por Inglaterra”, explicou. Sobre a ausência de uma representação de alto nível portuguesa nas celebrações - Marcelo Rebelo de Sousa manifestou interesse em estar presente durante a visita de Estado que fez à China, em Maio passado - o embaixador esclareceu que não houve convite, mas disse compreender a posição de Pequim. “Não há ressentimento ou ofensa por não haver convite”, observou. “A tradição nestas celebrações é de ser sobretudo uma festa da reunificação do território chinês, uma festa interna chinesa, levada a cabo pelas autoridades de Macau e da República Popular da China, de forma conjunta”, disse. PUB

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 828/AI/2019

CONSELHO EXECUTIVO HABITAÇÃO VAI DOMINAR PRIMEIRAS REUNIÕES

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“Macau é resultado de uma relação que foi sendo montada ao longo do tempo, baseada no diálogo... Hong Kong não. É uma coisa que aparece repentinamente, no século XIX, em resultado de um conflito militar, ganho por Inglaterra.”

Já Gary Chao referiu que a falta de casas sociais é uma questão prioritária, mas assume que “talvez o lançamento desta política leve algum tempo”. “Espero que os jovens possam esperar com confiança. O futuro Chefe do Executivo já fez referência a habitações para a classe média. Acredito muito que vamos discutir esta questão em breve, logo depois da tomada de posse”, adiantou. Os dois responsáveis disseram ainda concordar com

o projecto das 3.800 novas casas na Ilha da Montanha que apenas podem ser adquiridas por residentes de Macau, iniciativa anunciada esta semana pelo director do Conselho de Administração da Nova Zona de Hengqin. No entanto, Chan Ka Leong e Gary Chao defendem que é essencial facilitar a circulação na fronteira.

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor HUANG SHEHONG, portador do passaporte da RPC n.° E10338xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 106/DI-AI/2018, levantado pela DST a 29.05.2018, e por despacho da signatária de 16.12.2019, exarado no Relatório n.° 607/DI/2019, de 03.12.2019, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua Francisco H. Fernandes n.° 23, Edf. Hot Line, 4.° andar AD, Macau onde se prestava alojamento ilegal.---------------------------------------No mesmo despacho foi determinado que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito, não sendo admitida a apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.-----------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 16 de Dezembro de 2019. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes


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19.12.2019 quinta-feira

VISITA JORNALISTAS E ACTIVISTAS DE HONG KONG IMPEDIDOS DE ENTRAR EM MACAU

Rosas, senhor, são rosas

MEDIA REPÓRTERES BARRADOS GERA SILÊNCIO ENTRE IMPRENSA CHINESA

As autoridades de Macau estão a recusar a entrada de jornalistas de Hong Kong e fizeram ontem o mesmo a activistas pró-democracia daquela região especial. A Associação Novo Macau pede que se respeite a liberdade de imprensa e o princípio “Um País, Dois Sistemas”

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 814/AI/2019

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor WANG HUADONG, portador do Passaporte da RPC n.° E34572xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 195/DI-AI/2018, levantado pela DST a 18.10.2018, e por despacho da signatária de 16.12.2019, exarado no Relatório n.° 595/DI/2019, de 13.12.2019, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Avenida do Infante D. Henrique n.° 29, Edf. Va Iong, 5.° andar D onde se prestava alojamento ilegal.--------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito, não sendo admitida a apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.-----------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 16 de Dezembro de 2019. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

Esta manhã, um grupo de manifestantes de Hong Kong, entre eles um conhecido activista pró-democracia, Leung Kwok-hun, foram proibidos de embarcar num ‘ferry’ para Macau, noticiou a agência de notícias Associated Press. A recusa de entrada aconteceu depois de funcionários da companhia de transportes terem apresentado uma nota da polícia de Macau na qual se recusava a entrada por suspeitas de que iriam perturbar as cerimónias do 20.º aniversário da região Administrativa Especial de Macau (RAEM), marcadas pela presença do Presidente chinês, Xi Jinping. Em Macau, um activista político e social que já foi candidato à Assembleia Legislativa (AL) acabou por ser detido na terça-feira, quando tentava passar a fronteira para entregar uma carta no Gabinete de Ligação de Pequim, dirigida ao Presidente chinês, na qual pedia a Xi Jinping que aceitasse as exigências dos manifestantes pró-democracia de Hong Kong, noticiou o jornal Ponto Final. Já fora do Terminal Marítimo de Macau, depois das autoridades lhe terem apreendido a carta e outros bens pessoais, de acordo com a versão de Carl Ching, um homem terá embatido contra ele, acusando-o de ter partido um

“A NMA insta o governo da RAEM a tomar medidas para proteger a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa contra interferências e ameaças, para que a promessa de ‘Um País, Dois Sistemas’ e a nossa imagem internacional possa ser mantida.” COMUNICADO DA ASSOCIAÇÃO NOVO MACAU

bule de chá que trazia num saco. O activista acabou detido, alegadamente, por “dano contra a propriedade”, pode ler-se no mesmo artigo.

TELEMÓVEL INSPECCIONADO

A Associação Novo Macau (ANM) condenou ontem ameaças aos jornalistas de Macau e pediu medidas ao Governo do território para proteger a liberdade de expressão e de imprensa. “Há recentemente relatos de que vários jornalistas locais foram assediados, advertidos e ameaçados por fontes desconhecidas. Alguns jornalistas (...) de Hong Kong estão insensatamente proibidos de entrar em Macau” para fazerem a cobertura das cerimónias do 20.º aniversário da RAEM, presididas pelo Presidente chinês, Xi Jinping. Razão pela qual a associação “manifesta forte preocupação com os incidentes e condena qualquer acto contra a liberdade de imprensa”. A ANM criticou ainda que a polícia também tenha “pedido aos jornalistas que voluntariamente desbloqueassem o telemóvel para inspecção”. Para a associação, “a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa são direitos humanos fundamentais, protegidos pelo artigo 27 da Lei Básica [de Macau], mesmo no âmbito do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’”. Por outro lado, sublinhou que “a liberdade de expressão e pensamento, para a qual a imprensa é o melhor instrumento, é um direito fundamental de todas as sociedades modernas”, sendo que “a lei também protege os direitos de acesso às fontes de informação, de publicação e disseminação de informações, bem como a independência dos jornalistas”. “A NMA insta o governo da RAEM a tomar medidas para proteger a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa contra interferências e ameaças, para que a promessa de ‘Um País, Dois Sistemas’ e a nossa imagem internacional possa ser mantida”, pode ler-se no final do comunicado.

ANTÓNIO FALCÃO

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S jornalistas chineses que estão em Macau para acompanhar a visita do Presidente da China preferiram não comentar os vários casos de repórteres de Hong Kong impedidos de entrar na cidade. “Isso é uma situação complicada”, disse uma editora do grupo, detido pelo Gabinete de Ligação do Governo Central chinês em Hong Kong, que publica o jornal pró-Pequim, Wen Wei Po. Betty Zuo Feng sublinhou ter entrado em Macau sem quaisquer problemas. Questionado sobre as razões de a imprensa pró-Pequim de Hong Kong não ter tido problemas na fronteira, um enviado do Ta Kung Pao, que faz parte do mesmo grupo, limitou-se a dizer: “só estou a fazer o meu trabalho”. Mais de 650 profissionais da comunicação social registaram-se para fazer a cobertura noticiosa da terceira visita do líder chinês a Macau. Betty Zuo, que trabalha há dois anos em Hong Kong, disse não achar estranha a diferença no clima político das duas regiões administrativas especiais chinesas. “Sítios diferentes têm condições diferentes”, sublinhou a jornalista natural do norte da China. O clima de tensão parece também ter alastrado aos jornalistas de língua chinesa que se encontram em Macau para fazer a cobertura noticiosa da visita de Xi Jinping. A Lusa tentou repetidamente falar com os enviados da televisão estatal chinesa CCTV (China Central Television), mas todos se escusaram a comentar a visita. Já os enviados do Ta Kung Pao disseram não estar autorizados a dar entrevistas. Só Betty Zuo Feng aceitou falar, e descreveu o 20.º aniversário da transição de administração como “muito importante e “uma ocasião muito feliz” para Macau. O jornalista do Ta Kung Pao relacionou o desenvolvimento económico de Macau, desde a transição em 1999, com a “estabilidade e eficiência” do regime político local. “Ao contrário de Portugal, onde é mais fácil mudar o Governo, não é?”, comentou.

CPSP

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mais recente caso de recusa de entrada de jornalistas aconteceu ontem - dia em que o Presidente da China chegou a Macau - a um profissional da emissora pública RTHK. Já o operador de imagem pôde seguir viagem, após ter permitido o acesso das autoridades ao telemóvel e ao conteúdo das suas conversas nas redes sociais, adiantou a própria RTHK. Este caso aconteceu após pelo menos duas outras situações que envolveram esta semana jornalistas do South China Morning Post e da Now TV News, bem como um profissional da Comercial Radio terem sido barrados em Macau, segundo as autoridades por existirem fortes sinais de que iriam envolver-se em actividades que poderiam perturbar a segurança e a ordem pública.

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quinta-feira 19.12.2019

COSTA NUNES FALTA DE PROVAS ILIBA SUSPEITO DE ABUSOS SEXUAIS

Autocarros Enfarte ao volante provoca acidente com três feridos

Três pessoas ficaram ontem feridas depois de um autocarro ter embatido contra um poste de iluminação perto do posto dos CTT da Avenida de Almeida Ribeiro. Citada pelo portal Macau Buses and Transport Enthusiastic, Leung Mei Leng, directora e gerente da Sociedade de Transportes Colectivos de Macau, afirmou que o motorista em causa, de 63 anos, perdeu o controlo do autocarro porque estava a sofrer um ataque cardíaco na altura do acidente. Segundo a directora, mesmo nessa condição, o motorista tentou parar o autocarro. O HM esteve no local após o acidente e confirmou não só os estragos, mas também que as tonturas sentidas pelo motorista terão estado na origem do desastre. Já segundo informações divulgadas pelo canal chinês da Rádio Macau, depois do acidente, os três passageiros vitimados apresentavam, respectivamente, ferimentos na cabeça, costas e pescoço.

DSAL Linha de emergência durante os feriados

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) criou uma linha de emergência para prestar apoio no tratamento de assuntos sobre conflitos laborais ou acidentes de trabalho. Segundo a nota oficial divulgada pela DSAL, a linha irá funcionar entre as 9 e as 18 horas, entre os dias 20 e 25 de Dezembro, durante a tarde do dia 31 de Dezembro e no dia 1 de Janeiro de 2020. Além da linha de emergência, está também disponível a linha aberta do sistema de gravação da DSAL que funciona 24 horas por dia e que permite, entre outros, obter informações sobre legislação relativa a relações de trabalho, inscrições para pedidos e ofertas de emprego.

Segurança alimentar Comunicação disponível durante o período das festas

A Direcção dos Serviços de Economia (DSE) vai disponibilizar uma linha aberta nos próximos dias feriados que tem como objectivo ajudar no tratamento de problemas relacionados com a segurança dos produtos e a rotulagem dos géneros alimentícios. Segundo a nota oficial divulgada pela DSE, situações como a alteração ou supressão de indicações de rotulagem e venda de bens alimentares fora do prazo de validade podem ser esclarecidas entre os dias 20 e 25 de Dezembro, na tarde de 31 de Dezembro e no 1 de Janeiro, entre as 9 e as 18 horas.

Chegou ao fim o processo do alegado caso de abusos sexuais no jardim de infância D. José da Costa Nunes. A TDM Rádio Macau noticiou ontem que um juiz de instrução criminal decidiu ilibar o suspeito da prática do crime. Miguel de Senna Fernandes diz que as autoridades fizeram a melhor investigação possível, mas um dos pais disse que este resultado “era óbvio desde o início”

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M juiz de instrução criminal decidiu ilibar o antigo funcionário do jardim de infância D. José da Costa Nunes da prática do crime de abuso sexual por falta de provas. De acordo com a TDM Rádio Macau, o despacho de não pronúncia e o consequente arquivamento do caso foi decidido no final de Novembro. As autoridades já tinham dado o caso como encerrado, mas em Maio deste ano um grupo de pais de crianças envolvidos neste processo decidiram pedir a abertura da instrução por não concordarem com a decisão do Ministério Público (MP) e por considerarem que houve falhas na investigação. No entanto, o juiz de instrução criminal acabou por concordar com a posição do MP.

“As coisas como são, o sujeito está livre, não há nenhum processo contra ele e pode sair em liberdade. Não há nada de mal na justiça porque aplica-se um princípio, pois se não existem provas não se podem presumir que haja provas.” MIGUEL DE SENNA FERNANDES PRESIDENTE DA APIM

RÓMULO SANTOS

FOTOS RÁDIO MACAU

Pedra sobre o assunto

Ao HM, um dos pais ligados ao caso, e que não quis ser identificado, mostra-se descontente com este desfecho, sem estar, no entanto, surpreendido. “Era algo óbvio desde o início. Macau não está nem tem condições para lidar com este tipo de casos”, disse. “Não vale a pena remar contra as autoridades. Macau é assim, é triste mas é a realidade”, acrescentou. Além do despedimento do funcionário, este caso levou também ao afastamento da psicóloga da instituição e de uma educadora.

MAIS ATENTO

Miguel de Senna Fernandes, presidente da entidade que tutela o jardim de infância, a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), disse que não se pode apontar o dedo às autoridades. “As coisas como são, o sujeito está livre, não há nenhum processo contra ele e pode sair em liberdade. Não há nada de mal na justiça porque aplica-se um princípio, pois se não existem provas não se podem presumir que haja provas. Isto independentemente das razões ou das emoções que existam à volta deste processo.” O presidente da APIM garantiu estar mais atento face a este tipo de situações. “Acredito que a polícia fez o que era possível fazer e levou a cabo a melhor investigação possível. O caso teve um impacto enorme. Não comento se a investigação foi ou não bem feita, acredito que se fez o melhor possível”, concluiu. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

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MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 859/AI/2019 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor LIU YONGSHI , portador do passaporte da RPC n.° G56736xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 106/DI-AI/2017 levantado pela DST a 28.04.2017, e por despacho da signatária de 16.12.2019, exarado no Relatório n.° 628/DI/2019, de 27.11.2019, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Avenida 24 de Junho n.° 20, Hoi Keng Fa Un, Lei Keng Kok, 9.° andar N, Macau onde se prestava alojamento ilegal.-----------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-----------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.---------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-----------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.----------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 16 de Dezembro de 2019. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes


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JOGO ANALISTAS ESTIMAM AUMENTO DE RECEITAS APÓS VISITA DE XI JINPING

Abram as (com) portas

Apesar de Dezembro caminhar a passos largos para ser considerado o mês mais fraco de 2019, as correctoras acreditam que a procura acumulada por repressão, causada pelas restrições na concessão de vistos devido à visita do Presidente chinês, vai trazer um impulso positivo à indústria do jogo em Macau já a partir de Janeiro

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MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 729/AI/2019

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor HOI CHIO CHI, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.° 51355xx(x), que na sequência do Auto de Notícia n.° 104/DI-AI/2018, levantado pela DST a 28.05.2018, e por despacho da signatária de 16.12.2019, exarado no Relatório n.° 602/DI/2019, de 03.12.2019, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Avenida da Amizade n.° 405, Edf. Seng Vo, 5.° andar B, Macau onde se prestava alojamento ilegal.----------------No mesmo despacho foi determinado que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito, não sendo admitida a apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.-----------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 16 de Dezembro de 2019. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

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OMO uma barragem que vai acumulando água, prestes a abrir as comportas. É desta forma que o fluxo da procura acumulada poderá contribuir para a recuperação das receitas brutas dos casinos de Macau, a partir do momento em que terminar a visita de três dias do Presidente Xi Jinping à região, por ocasião da celebração do 20º aniversário da RAEM. Isto porque, de acordo com a previsão das correctoras citadas pelo GGR Asia, as receitas da indústria do jogo em Macau deverão sentir efeitos positivos a partir do momento em que o Presidente chinês abandone Macau. Segundo os analistas da JP Morgan, DS Kim, Derek Choi e Jeremy An, essa “procura perdida” deverá ser “recuperada em Janeiro e Fevereiro com o aumento do fluxo provocado pela procura acumulada”. Recordemos que as receitas brutas dos casinos de Macau têm vindo a registar perdas relativamente ao ano passado e que, de acordo com os dados da Direção de Inspecção e

Coordenação de Jogos (DICJ), citados pela agência Lusa, em Novembro, os casinos de Macau fecharam o mês com receitas de 22,88 mil milhões de patacas, uma queda de 8,5 por cento face a igual período do ano passado. O pior registo do ano foi em Agosto, com uma queda de 8,6 por cento. Mas a tendência negativa deverá agravar-se ainda mais em Dezembro, com os analistas da Nomura, Sanford C. Bernstein e JP Morgan a preverem, segundo o GGR Asia, perdas para Dezembro situadas entre os 8 e os 16

“A tendência negativa deverá agravar-se ainda mais em Dezembro, com os analistas da Nomura, Sanford C. Bernstein e JP Morgan a preverem (…) perdas situadas entre os 8 e os 16 por cento.”

CEM Electricidade garantida durante a visita presidencial

A Companhia de Electricidade de Macau (CEM) garantiu que o abastecimento de electricidade durante a visita do Presidente chinês Xi Jinping pelas celebrações do 20º aniversário da RAEM, decorrerá dentro da normalidade. As informações foram divulgadas, segundo o jornal On Mun, durante Comissão de Ligação

CEM-Clientes realizada na passada terça-feira. Segundo a mesma publicação, Luella Wong, gestora da Divisão de Postos de Transformação e Ligação de Fornecimento da Direcção de Transporte e Distribuição da CEM revelou que a energética de Macau entrou já em contacto com a Companhia da Rede Eléctrica

do Sul da China e que possui um plano especial de abastecimento para o período das celebrações, de forma a garantir que todas as actividades são realizadas com sucesso. Para os casos de emergência, a CEM já terá também preparado um plano de contingência que inclui fontes secundárias de energia.

por cento. Segundo a correctora Nomura, a mais optimista das três, “as receitas brutas de jogo deverão chegar às 24 mil milhões de patacas” (entre 8 e 10 por cento).

COMPASSO DE ESPERA

De acordo com os especialistas Vitaly Umansky, Eunice Lee and Kelsey Zhu da Sanford Bernstein, é inegável que a visita de Xi está a contribuir para o agravamento nas perdas das receitas de jogo, registadas durante os primeiros quinze dias de Dezembro. “As restrições (…) na emissão de vistos têm afectado a vinda jogadores, tanto do sector VIP, como do sector de massas, juntamente com os junkets, o que levou a um declínio significativo do número de visitantes e no nível das receitas brutas de jogo”, referem os analistas citados pelo GGR Asia. Contudo, citado pela agência Lusa, o fundador da Newpage Consulting, consultora especializada na regulação do jogo, defende que não são apenas as restrições das autoridades chinesas na emissão de vistos por razões de segurança, que estão a contribuir negativamente para os resultados de Dezembro em Macau. “Não penso que as restrições nos vistos por si só tenham um impacto material sobre a receita bruta do jogo”, afirmou David Green. “O que pode ter realmente impacto, contudo, é a maior apreensão pela crescente vigilância e policiamento activo”, seja pela preparação, enquanto o Presidente estiver em Macau, e mesmo no rescaldo da visita, acrescentou. Também o advogado português especialista na área do jogo, Pedro Cortés corrobora a ideia de David Green. “Concordo completamente. Já o mesmo tinha acontecido em 2014, quando [Xi Jinping] veio a Macau”, sublinhou o sócio português da Rato, Ling, Lei & Cortés – Advogados, segundo a agência Lusa. “Todas as medidas de segurança em vigor afastam, não só o mercado de massas, mas sobretudo os jogadores VIP”, acrescentou. Este facto e a inversão do peso do mercado VIP para o de massas, juntos, “terão influência”, precisou o especialista. Pedro Cortés explicou ainda que “o jogador VIPnão gosta muito de ser identificado e, nestas circunstâncias, não porque esteja a cometer alguma ilegalidade, mas porque preza a sua privacidade e é por natureza discreto, é natural que evite deslocar-se a Macau”. Se em 2018 as receitas dos casinos de Macau cresceram 14 por cento, para 302,8 mil milhões de patacas, a receita bruta acumulada até Novembro de 2019 fixou-se nos 269,62 mil milhões de patacas, registando uma perda de 2,4 por cento em relação ao ano passado. Pedro Arede com Lusa info@hojemacau.com.mo


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Escarlatina Registados mais casos em Novembro face a 2018 Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) divulgaram ontem os mais recentes dados sobre casos de escarlatina. Em Novembro houve 28 casos, um aumento face aos meses de Outubro e Novembro

de 2018, em que houve entre 10 a 13 casos ao longo dessas semanas. De acordo com os SSM, até ao passado dia 17 de Dezembro foram registados 470 casos de escarlatina, com 31 pacientes a neces-

sitarem de internamento hospitalar. A maior parte dos doentes são crianças com idades compreendidas entre os dois e os oito anos, ocupando uma fatia de 92 por cento do total de doentes registados.

Biodiversidade Lei Chan U quer esclarecimentos sobre protecção ambiental O deputado à Assembleia Legislativa, Lei Chan U enviou uma interpelação escrita, onde pretende saber se o Governo vai realizar uma pesquisa abrangente sobre a biodiversidade de Macau, no sentido de conhecer melhor a situação actual da fauna e flora da região. Na mesma

interpelação, Lei Chan U, ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau referiu ainda que, para Macau se assumir como centro mundial de turismo e lazer, é necessário, não só dar a devida importância à protecção ecológica, mas também construir uma cidade

ESTUDO PONTE HKZM “ROUBA” 42,7% DE PASSAGEIROS AOS TERMINAIS MARÍTIMOS

Por esse delta acima

Um estudo encomendado pelo Governo revelou que desde a abertura da Ponte HKZM as pessoas que visitam Macau alteraram o seu padrão de viagem. Mais de 40 por cento admitiram deixar de usar os terminais marítimos. Por outro lado, a ponte trouxe mais passageiros ao Aeroporto de Macau

PASSE RÁPIDO

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partir de amanhã, o pagamento das portagens na Ponte HKZM pode ser feito com o cartão Macau Pass. A novidade, dada pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, tem como objectivo “concretizar e implementar as estratégias para o desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”. Em paralelo, a partir de 1 de Janeiro de 2020, serão ajustadas as “categorias dos veículos e tarifação da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau”, ou seja, na “1.ª categoria dos automóveis” o número de assentos passa de 7 lugares passa para 9 lugares. Estes veículos vão usufruir de tarifa gratuita nos dias de feriados e festividades do Estado.

respostas aos 3.070 inquéritos, recolhidos entre Abril e Setembro de 2019 no átrio de partida dos postos fronteiriços, 62,5 por cento SOFIA MARGARIDA MOTA

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curiosidade para circular na ponte que faz a maior travessia marítima, e para usar uma estrutura que custou muitos, mas mesmo muitos, milhões de patacas, foi a razão principal para fazer a travessia pela Ponte HKZM, de acordo com um estudo encomendado pela Direcção dos Serviços do Turismo (DST). Entre as

apontou o custo e a dimensão da ponte como motivação para a travessia. O facto de a viagem ser mais barata dessa forma foi a justificação

dada por 21,7 por cento dos utilizadores. A análise, intitulada “Impacto da abertura da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau

na indústria turística”, demonstra a forma como a infra-estrutura alterou o padrão de deslocação dos visitantes a Macau, incluindo a diminuição do uso dos terminais marítimos. Nesse aspecto, os resultados mostram que 42,7 por cento dos visitantes de Macau indicaram que irão reduzir o uso dos terminais marítimos (Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa e Terminal Marítimo de Passageiros do Porto Exterior) devido à abertura da Ponte HKZM. O padrão de viagens terrestres e marítimas dos visitantes de Hong Kong, em específico, mudou significativamente, com 60,6 por cento a indicar que irão

na qual pessoas e natureza possam coexistir de forma harmoniosa. Para tal, o deputado quer saber se existem medidas de salvaguarda dedicadas às espécies endémicas de Macau, e de que forma planeia minimizar o impacto negativo das espécies invasoras no ecossistema local.

O padrão de viagens terrestres e marítimas dos visitantes de Hong Kong, em específico, mudou significativamente, com 60,6 por cento a indicar que irão reduzir o uso dos terminais devido à abertura da ponte reduzir o uso dos terminais devido à abertura da ponte.

AEROPORTO CONCORRIDO

O relatório também assinala que, embora a maioria dos visitantes use o mesmo posto fronteiriço para entrada e saída da RAEM, a abertura da ponte fez com que visitantes que entram utilizem mais o Aeroporto Internacional de Macau. Dessa forma, entre os que entraram em Macau pela Ponte HKZM, 23,7 por cento saíram pelo Aeroporto Internacional de Macau. O mesmo se verificou na direcção oposta, ou seja, entre os visitantes que viajam via aérea para Macau, 21,9 por cento dos visitantes usaram a ponte para sair da cidade. Por outro lado, mais de 70 por cento dos visitantes que entraram em Macau, disseram fazer “viagens Macau-Hong Kong”, e 60 por cento “itinerários multi-destinos”. Entre os inquiridos, o nível de satisfação quanto a esta forma para entrar e sair de Macau foi de perto de 90 por cento. João Luz

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Prova docum

20 ANOS CARLOS FRAGA APRESENTA A MACAU QUE CONTINUA DESCONHECIDA EM PORTUG

Macau é um território que continua desconhecido em Portugal, apesar de ter sido colónia portuguesa durante mais de quatro séculos e até há apenas duas décadas, afirmam os autores do filme documental “Macau – 20 anos depois”. O documentário estreia hoje na RTP

A

falta de informação dos portugueses e mesmo dos macaenses residentes em Portugal sobre Macau, foi o que Carlos Fraga, realizador, e Helena Madeira, produtora, detectaram durante os cinco anos que lhes levou a elaboração de seis documentários, a partir dos quais fizeram a longa-metragem “Macau – 20 anos depois”, que se estreia hoje na RTP. “Foi o que detectámos, e foi unânime, todos são da opinião que Macau não é conhecido cá, apesar de todo o tempo que passou e da relação que houve, embora esteja muito longe. E é a isso que eles atribuem um pouco a coisa, a isso e a que politicamente Portugal esteve um pouco de costas para aquilo”, disse Carlos Fraga, em entrevista à Lusa. Esse sentimento de que “Macau não é devidamente conhecido” reforça a utilidade deste trabalho, feito com rigor, com conteúdos e que demonstra uma abordagem possível, que é sociológica e antropológica, explica o realizador.

“Macau – 20 anos depois” é um apanhado do essencial sobre este período pós transmissão administrativa, retirado de seis documentários feitos anteriormente: “Macaenses em Lisboa – ilusão ou realidade”; “Portugueses em Macau – o outro lado da história”; “Dar e receber – a portugalidade em Macau”; “Interculturalidade – a lusofonia em Macau”; “Macaenses em Macau – renovando a identidade”; “Uns e outros – os chineses de Macau”. “Este trabalho de seis documentários demorou cinco anos a fazer, começámos em 2014 a filmar cá os ‘Macaenses’ e já não parámos até terminar a série”, conta Carlos Fraga, revelando que para esta série foram entrevistadas ao todo 85 pessoas. A necessidade de ilustrar o que os macaenses diziam quando falavam das suas recordações e saudades levou o realizador e a produtora Helena Madeira a Macau, e dessa experiência nasceu a ideia para os outros temas. Dessa experiência resultou o conhecimento de que

apesar de Macau não ser uma colónia como foram Angola ou Moçambique – porque foi administrada pelos portugueses com a autorização dos chineses e não em resultado de uma conquista -, a relação entre os portugueses e os chineses de Macau era peculiar: não era de colonizador e colonizado, mas também não era “de igual para igual”. “Nem podia ser. Agora, não era violenta a ponto de provocar depois uma reacção. Quando se deu a devolução à China, se isso tivesse sido assim, provavelmente estaria a acontecer o que está a acontecer em Hong Kong, portanto,

não havia uma repressão”, afirmou Carlos Fraga. No entanto, não tem dúvida de que, apesar de os portugueses não serem considerados colonizadores, “os chineses não tinham grande acesso, ou nenhum, a cargos oficiais e ao Estado que administrava, havia ali uma diferença sem ser hostil”. Carlos Fraga destacou ainda que apesar de a comunidade portuguesa estar bem integrada na sociedade macaense, o que resulta dos depoimentos do filme é que os portugueses viviam muito fechados na sua comunidade, uma realidade que se mantém

20 anos depois da transmissão, com a diferença de que agora é mais estratificado, ou seja, os advogados dão-se com os advogados, os médicos dão-se com os médicos e por aí fora. A prova de que os portugueses estavam fechados sobre si mesmos é que hoje, por exemplo, “é quando se tem a consciência de que deviam ter aprendido chinês, portanto se não aprenderam é porque a integração era relativa, de alguma maneira não havia essa comunicação da língua”. “Hoje em dia já há o inglês, que facilita a comunicação,

mas na altura o inglês não estava tão divulgado e não era tão assumido, hoje em dia as novas gerações falam inglês, e tudo bem, mas isso prova que realmente havia um fosso de comunicação entre os chineses e portugueses”, afirmou.

VIL METAL

A série de documentários “Macau – 20 anos depois” teve o apoio, entre outros, do Instituto Português no Oriente, da Fundação Jorge Álvares, da Fundação Oriente e da Fundação Macau. Apesar das queixas quanto a dificuldades técnicas por


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mental

GAL

Uma dessas intervenções resume a Macau dos dias de hoje como uma “Las Vegas ainda com um cheirinho a Cacilhas”, porque “apesar das grandes alterações, de ter havido um crescimento exponencial de população, e os casinos e tudo aquilo, e de os portugueses dizerem que já não podem sair, já não há aquele ambiente de cidade provinciana que havia anteriormente, mesmo assim, está ali lacrado, mantém-se essa forma de estar que é muito portuguesa”, afirma Helena Madeira. “A zona histórica de Macau é um bocadinho de Portugal no Oriente”, afirma outro dos entrevistados em “Macau – 20 anos depois”, o que leva à questão de saber se é só isso que resta da presença portuguesa em Macau, e se tudo o resto tem desaparecido.

Vinte anos após a transferência, Macau deixou de ser uma “vila pacata” para se transformar numa “Las Vegas com cheirinho a Cacilhas”, onde, apesar do crescimento exponencial, a cultura portuguesa se mantém

falta de apoios, o realizador mostra-se satisfeito com o resultado final, afirmando que nas condições em que foi feito, “muito poucas produtoras teriam continuado o trabalho”. “Em termos de apoios financeiros, foi muito escasso, trabalhámos no fio da navalha”, revelou Carlos Fraga, confessando tristeza com o facto de por vezes se pôr “o interesse comercial à frente das coisas”. De acordo com cineasta, sempre que apresentava o seu projecto como uma série documental de abordagem antropológica, a maioria das entidades “servia-se do argu-

mento de desinteresse por não ser um produto de massas”, justificação que “entristecia” o realizador, por vir de “entidades oficiais com alguma obrigação”. Depois de pronta a série, a Universidade de Macau e o Politécnico de Macau compraram-na por entenderem ser um “produto muito interessante”, da mesma forma que a Universidade Católica também já demonstrou interesse, disse. O Museu de São Roque, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, também comprou a série e vai exibir o documentário dois (“Portugueses em Macau – o outro lado da

história”), hoje e no dia 21 de Dezembro. Hoje o filme “Macau – 2º anos depois” estreia na RTP, enquanto na Cinemateca estreia o documentário seis (“Uns e outros – os chineses de Macau”).

COVA DE LAI CHI VUN

Vinte anos após a transferência, Macau deixou de ser uma “vila pacata” para se transformar numa “Las Vegas com cheirinho a Cacilhas”, onde, apesar do crescimento exponencial, a cultura portuguesa se mantém. Esta é uma das principais ideias que resultam da longa metragem documental.

Na opinião de Carlos Fraga, a cultura portuguesa “não se tem esbatido demasiado”. “Eu acho que não, graças aos chineses também - há que dizer as coisas -, que eles realmente estão empenhados em manter a identidade de Macau com essa particularidade da presença portuguesa”. E se o realizador não consegue ser perentório a afirmar essa manutenção pela parte cultural, pela parte monumental tem “a certeza”: “as coisas estão preservadas, eles investem nisso”. “Porque é o que todos dizem e é a verdade, diferencia das demais cidades. Esta realmente tem aquele cantinho ali muito português, muito europeu”. Para Helena Madeira, “há mesmo uma simbiose que paira no ar, que não se vê mas sente-se”. “Macau é efectivamente uma simbiose de Oriente com Ocidente.

Não há dúvida nenhuma, porque [uma pessoa] vai a Macau, anda a passear pelas ruas no meio de milhões de chineses, vê ali uma casinha do tempo da administração portuguesa, vê as ruas com o nome em português e chinês, os autocarros também têm o destino em chinês e português”, descreve a produtora, acrescentando: “há toda uma atmosfera, todo um ambiente, que nos faz sentir em casa”. Helena Madeira considera que a portugalidade “está ali lacrada no ambiente” e isso percebe-se até nos depoimentos dos chineses de Macau - que entram no sexto documentário, que se estreia no dia 19 na Cinemateca -, que viveram em Macau no tempo da administração portuguesa e que conviveram com portugueses. Exemplo disso é um jovem músico macaense que diz que a cultura portuguesa está já no seu ADN. “Os chineses de Macau, que lá viviam antes desta administração, que cresceram lá, sentem essa diferença enorme entre eles, os chineses do continente e os chineses de Hong Kong, PUB

que têm o selo do império britânico. Os nossos têm o selo do império lusitano”, brincou. Uma outra ideia veiculada pelos intervenientes no documentário é a de que a presença de Portugal deu a Macau uma certa paz, alegria e um maior relacionamento humano. “Nós somos pacíficos, somos pouco conflituosos, sabemos receber bem as pessoas, convivemos bem com as pessoas, somos boas pessoas”, diz Helena Madeira. Uma das entrevistadas no filme diz que o macaense é “híbrido, não é continental nem português” e que é possível distinguir na rua, apenas olhando, quem é chinês de Macau e quem é chinês do continente, uma ideia corroborada por Helena Madeira, que diz que a forma de uma pessoa estar numa fila de autocarros, por exemplo, é suficiente para fazer essa distinção, porque o comportamento do chinês de Macau é mais próximo do ocidental, é aquilo que os próprios classificam como “mais civilizado”.


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HAINAN PRIMEIRO PORTA-AVIÕES “MADE IN CHINA” ESTÁ PRONTO A NAVEGAR

Hong Kong Acidente com autocarro faz seis mortos

Pelo menos seis pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas ontem, em Hong Kong, na China, num acidente rodoviário que envolveu um autocarro de dois andares, anunciou a polícia. O acidente ocorreu nos Novos Territórios de Hong Kong, que fazem fronteira com a China continental, segundo as autoridades, que adiantaram que grande parte do lado esquerdo do autocarro ficou danificado, assim como o tecto. Segundo a polícia, três mulheres e três homens morreram no acidente rodoviário. Dez viaturas dos bombeiros, 16 ambulâncias e um centro móvel de tratamento de vítimas foram mobilizados para o local, pouco depois do acidente, segundo o Departamento de Bombeiros. Um porta-voz da empresa de autocarros Kowloon Motor Bus, à qual pertence o veículo sinistrado, manifestou a sua preocupação com o incidente e indicou que enviaram uma equipa ao local e aos hospitais para obter mais informações e confortar os feridos.

Sichuan Terramoto provoca nove feridos

N o v e p essoas ficar am feridas, incluindo quatro em estado crítico, após um terramoto de 5,2 graus abalar o condado de Zizhong, na cidade de Neijiang, província de Sichuan, segundo informaram as autoridades locais. Todos os feridos foram enviados para o hospital, de acordo com o departamento de gestão de emergências de Neijiang. No total, 20 casas desabaram, 11.968 famílias sofreram falhas de energia e três estações de comunicação móvel foram danificada, informa o Diário do Povo. Depois de analisar a estrutura geológica, os sismólogos disseram que é improvável que um terramoto maior ocorra na área nos próximos dias. O epicentro foi localizado a 29,59 graus de latitude norte e 104,82 graus de longitude leste e ocorreu a uma profundidade de 14 km.

Com “bênção” de Xi Jinping Antes da chegada a Macau, o Presidente chinês teve ainda tempo de presidir à cerimónia que assinala formalmente a entrada em funcionamento do primeiro porta-aviões chinês totalmente construído no país

O

Presidente chinês, Xi Jinping, presidiu ontem à entrada em funcionamento do primeiro porta-aviões de construção nacional, afirmando a ascensão do país como potência naval num contexto de tensões no Mar do Sul da China. O Shandong é o segundo porta-aviões chinês a entrar ao serviço depois do Liaoning, que foi originalmente comprado como um casco da Ucrânia e totalmente renovado pela tecnologia chinesa. As cerimónias na base naval de Sanya, no sul de Hainan, contaram com 5.000 representantes das forças navais e das empresas de construção do porta-aviões.

O Shandong é o segundo porta-aviões chinês a entrar ao serviço depois do Liaoning, que foi originalmente comprado como um casco da Ucrânia e totalmente renovado pela tecnologia chinesa Esta manifestação de poderio militar chinês decorreu horas antes de Xi Jinping chegar a Macau para a tomada de posse do novo governo da Região Administrativa Especial e para celebrações dos 20 anos da entrega, por Portugal, da administração do território a Pequim. A base na ilha do sul da província de Hainan é a principal estrutura militar chinesa no Mar do Sul da China, onde Pequim está

envolvido numa disputa cada vez mais tensa sobre o território e os recursos submarinos de petróleo e gás.

PRONTO A NAVEGAR

Os países da região, que contam com o apoio dos

EUA, Japão e Austrália também têm fortalecido as suas forças militares em resposta à escalada existente. A China tem construído ilhas artificiais, equipadas com aeródromos e baterias de mísseis.

Imagens da televisão estatal chinesa mostraram Xi a ser aplaudido ao embarcar no navio para entregar uma bandeira e um certificado, assinar o registo e cumprimentar os marinheiros. As 50 mil

toneladas do Shandong completaram testes de mar no ano passado antes de regressar ao estaleiro no porto de Dalian, no norte do país, onde foi equipado com três dezenas de caças J-15 de fabrico chinês.

PUB HM • 1ª VEZ • 19-12-19

HM • 2ª VEZ • 19-12-19

ANÚNCIO

ANÚNCIO

Inventário Facultativo n.º

CV2-16-0063-CIV

2º Juízo Cível

Requerente: LAM MONG (林夢), solteira, maior, residente na Austrália, Unit 2009/9 Railway Street, Chastwood NSW 2067. Cabeça-de-Casal: HONG NENG IENG aliás KANG NING YING (康寧英), viúva, residente em Macau, Taipa, Rua do Jardim, nº 182, Jardins do Oceano (Violet Court), 6º andar AB. Inventariado: LAM CHONG WAI ou LIN CANG WEI (林滄偉), masculino. Faz-se saber que nos autos acima indicados são citados os credores desconhecidos para, no prazo de quinze dias, que começa a correr depois de finda a dilação de vinte dias, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamar o pagamento dos seus créditos pelos bens a partilhar sobre que tenham garantia real e que é o seguinte: Imóveis a partilhar (1) Denominação da fracção autónoma: “E1”, do 1º andar “E”. Situação: Em Macau, na Rua de Fernão Mendes Pinto, nºs 30 a 30-A e na Rua de Manuel de Arriaga, nºs 3 a 3-A. Fim: Para habitação. Número de matriz: 071715. Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: 19584, a fls.48v do Livro B41. (2) Denominação da fracção autónoma: “C5”, do 5º andar “C”. Situação: Em Macau, na Rua de Fernão Mendes Pinto, nºs 30 a 30-A e na Rua de Manuel de Arriaga, nºs 3 a 3-A. Fim: Para habitação. Número de matriz: 071715. Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: 19584, a fls.48v do Livro B41. Aos 19 de Novembro de 2019.

Inventário Facultativo Proc nº.

CV2-19-0016-CIV

2º Juízo Cível

Cabeça-de-casal: Sum Ka Ming, também conhecida por Sam Ka Meng (沈家明), de sexo feminino, maior, de nacionalidade chinesa, residente em Macau, na Rua de Coelho do Amaral, nº 61, Edifício Mei Wa, 8º andar D. Sam Hoi, também conhecido por Sum Hoi (沈開), de sexo masculino, era casado com Tsang Yip Sim (曾葉嬋), e tinha a sua última residência em Hong Kong. *** Correm éditos de trinta (30) dias, a contar da segunda e última publicação do anúncio, citando o irmão e a irmã (cujos nomes e identificações são desconhecidos, com última residência conhecida nos Estados Unidos da América, ora ausentes em parte incerta) do cônjuge mulher Tsang Yip Sim (曾葉嬋) do inventariado, para, na qualidade dos interessados directos na partilha, no prazo de trinta (30) dias, decorrido que seja o dos éditos, deduzirem oposição ao inventário, impugnarem a legitimidade dos interessados citados ou alegar a existência de outros, requererem a substituição do cabeça-de-casal, impugnarem as indicações constantes das suas declarações ou invocarem quaisquer excepções dilatórias. Pode ainda no mesmo prazo e sobre a relação de bens, reclamarem contra a relação de bens, acusarem a falta de bens que devam ser relacionados, requererem a exclusão de bens indevidamente relacionados, por não fazerem parte de acervo a dividir ou arguirem qualquer inexactidão na descrição dos bens, que releve para a partilha, sob pena de seguir o processo com os ulteriores termos até final à sua revelia. A constituição de advogado é obrigatória para se suscitarem ou discutirem questões de direito (nos termos do art.º 74º nº 3 do C.P.C.M.). Tudo conforme melhor consta do duplicado das declarações da cabeça-de-casal, da relação de bens e dos documentos juntos que neste 2º Juízo Cível se encontra à sua disposição e que poderá ser levantado nesta Secretaria Judicial nas horas normais de expediente. Macau, aos 10 de Dezembro de 2019 ***

Inventariado:


14

h

retrovisor Luís Carmelo

19.12.2019 quinta-feira

Preciso muito de solidão

De que romances gosto?

D

IZER que se gosta de gatos, de omeletes bem passadas ou de filmes rocambolescos não é algo que aconteça à parte das nossas motivações pessoais. Gostar é concretizar um ânimo; congelá-lo, se for preciso. Na larga maioria dos casos, quando se gosta, a finalidade e o desejo sobrepõem-se ao prazer desinteressado. Se gosto de almoçar no restaurante Carrossel, é porque lá regressarei (nem que seja através da memória). Também é verdade que, ao gostar-se seja do que for, estamos sempre a aspirar a uma partilha. Espera-se sempre do outro lado que haja um acordo, algo em comum ou uma concórdia (ainda que apenas possível) por parte de alguém. Até o gosto pela natureza me parece francamente interessado, porque eu próprio sou a natureza que mais admiro, sejam os pinhais, o mar ou a noite que cai, na medida em que a trago comigo e, na minha intimidade, sou constituído em grande parte pelo que ela imaterialmente me concede. Gostar é um modo híbrido, mas não cognitivo, de exprimir e de enfunar o mundo, pois nele se comprimem afectos, disposições imediatas, tentações, mas também, necessariamente, alguma normatividade (dê por onde der, não existe recanto do universo em que o humano não seja falado através de regras e das linguagens que estão ao seu alcance). Dito isto, confesso que gosto muito de romances. Mas não de todos os romances. Com o tempo, a vontade de ler romances vai-se cingindo cada vez mais a um número muito restrito. Essa impiedosa geometria criada pelo gosto também pressiona - e de que maneira! - a minha oficina, razão por que tenho deixado de lado, por publicar, romances inteiros. Na década que agora termina publiquei cinco (o quinto, intitulado ‘Cálice’, sairá só em Fevereiro do próximo ano), mas deixei seis na gaveta. E nem sei bem porquê. O gosto tem os seus mistérios e há que saber respeitá-los sem grandes inquirições. A razão para este espírito selectivo é uma razão muito diluída, confesso. Mas tenho a certeza de que decorre muito mais dos acenos do gosto do que propriamente de uma sistematização de motivos, princípios ou argumentos literários (operações que, por acaso, cumpro profissionalmente com bastante assiduidade e com o máximo rigor que me é possível). Partindo desta premissa que julgo ser honesta, decidi responder, nesta crónica, à pergunta capital: afinal, Luís Carmelo, de que romances é que tu gostas? Eis as quinze respostas: Gosto de um romance que não se prenda a uma única história e que saiba escapar à navegação costeira.

Gosto de um romance que extravase os terrenos para que foi inicialmente imaginado e que insista para além de uma natureza comum, pensável ou mesmo indentificável. Gosto de um romance que não seja apenas um espelho para representar o mundo, ou tão-só o reflexo seja do que for.

Gosto de romances densos que sejam redes de linguagem para consertar os declives da finitude. Gosto de um romance em que as frases e as sequências projectem para fora de si tudo aquilo que não são. Isto é: que não higienizem o ânimo e que permitam sobretudo conotar o imponderável.

Gosto de romances onde habite um fluxo livre (imanente, presente ou ideal) de vivências capaz de tocar no mundo com a arte do prestidigitador

Gosto de um romance que salte no escuro, ou seja: que não se furte ao jogo que coloca face a face segredo e revelação, mas sem deixar de ter como linha de fundo o mistério que nos funda. Gosto de um romance como espaço que se torna parte do sujeito e que com ele se confunda. Nunca acreditei que um romance pudesse ser um simples objecto diante de um sujeito, dele separado. Sujeito e objecto são, ao fim e ao cabo, falácias sem cartilagem. Gosto de um romance que não seja escravo de uma narrativa prévia ou de uma série de episódios, de que tão-só seria o utensílio, o instrumento ou o filtro. Gosto de romances que desrespeitem a obstrução fascista das linguagens e que sejam abertos às vocações geniais da agramaticalidade. Gosto de romances que reunam o irreunível, tal como aqueles eléctrodos invisíveis que soldam a matéria, criando novos arquipélagos imaginativos. Gosto de romances que se afirmam como cidades que já traríamos há muito connosco. Gosto de romances onde habite um fluxo livre (imanente, presente ou ideal) de vivências capaz de tocar no mundo com a arte do prestidigitador. Gosto de romances que sejam ensaios, poemas, crónicas, enfim com limites e teor por decifrar. Gosto de romances enigma. Gosto de romances negros e aquosos que dêem a ver o mundo como ele é (ou como ele seria) antes ainda de haver luz e de haver mundo. Não no sentido alquímico ou de Yourcenar, mas no de “Outrenoir”, a fase final da pintura de Pierre Soulages que tanto explorou a reflexão da luz sobre o mistério de telas absolutamente negras.


ARTES, LETRAS E IDEIAS 15

quinta-feira 19.12.2019

diário de Próspero

António Cabrita

Leitura de Holderlin

Para o João Luís Barreto Guimarães

E

«

L dios tiene sus propias medidas,/ él es solo un instante/ rozando apenas las moradas de los hombres,/ y estos, de hecho,/ no saben lo que es,/ y no pueden saberlo porque permanecen prisioneiros/ del género de saber con el que habitualmente/ conocen las cosas y las circunstancias y a sí mismos.» leio este trecho de Hölderlin em epígrafe, num ensaio do argentino Hugo Mujica. Comentemos: … com o que habitualmente os homens conhecem as coisas e as circunstâncias e a si mesmos: mesmo que ligadas pela copulativa e parecem os termos de relação descosidos, pois não se apresentam ainda organicamente fundidos num nexo. São os deuses quem lhes dá a medida, quem lhes empresta o viés inesperado que os colocará em relação, na sincronia de um exercício respiratório que os transitará para um nível diferente de significação. Contudo esse discernimento – um relâmpago tão afim a Heraclito, Hölderlin e Gonzalo Rojas -, eis a desgraça do homem, só dura um instante. O que coincide com esses raros momentos em que os deuses fazem morada nos homens e permitem que estes acedam ou ascendam ao modo de relação que harmoniza momentaneamente o caos e elucida uma unidade até aí fora do conceito. Não admira que o homem aspire à embriaguez, como diria Nietzsche, um plinto para a intensificação da potência, e que Platão lhe associe o entusiasmo. Sem esse súbito dom que areja a coagulação de um sentido as coisas estarão desligadas das circunstâncias, e o homem delas e de si mesmo, posto que a sua plenitude só se cumpre no âmbito da relação. Mas esta, se organiza os liames, permanece na sombra e antes do engendramento que a ilumina é vivenciada como obliteração, impotência, mistério, até que incarna e se faz presença. Talvez ajude a pensar esta asserção de Hugo Mujica: «Para o conhecimento funcional, para o olhar cativo da utilidade, as coisas não se manifestam, não são na sua liberdade, são o que eu delas capturo, não o que têm de dom. Elas são apenas o que são para mim. Elas não são em e desde si, elas são desde e para mim. Elas são o preço, não a gratuidade.» O preço corresponde ao que é mensurável no “meu” interesse, de ente isolado. Nós capturamos as coisas, as circunstâncias, uma iludida auto-percepção de nós, utilizamo-las, mas numa perspectiva utilitária e parcial - não as captamos. Isto só acontece em deixando que elas se manifestem na sua liberdade, na dança da alteridade. O dom é esse abrir-se à música da relação, abertos os poros à ressonância, à gratuidade que lhes restitui a virtualida-

de dos possíveis. Antes disso o mundo dorme, as coisas estão lá mas não estão presentes, padecemos das circunstâncias sem as libertarmos, e somos o sonâmbulo de entorpecentes automatismos. A presença é afinal o alheamento de si numa floração para o outro, que o jogo activa, tornando o homem palustre e precariamente despertado para o fragor das imagens que o impelem à escuta. Este é um outro nome para a poesia. Para quem recebe uma vez a visita de um deus, difícil é depois separar-se. Quem conseguiu ler uma vez o padrão que dava uma unidade ao que parecia separado não esquece mais, quer a irradiação que ganhava cada coisa singular, magnificada, quer o fluxo da relação. Mesmo que essa indivisibilidade se manifeste de forma invisível, como no poema de Alberto Pucheu, Incapturáveis: «Desde criança, no Socavão, alguns dos sons que mais me impressionam/ são os dos bugios no alto das árvores

das montanhas./ Dizem que eles emitem esses sons reverberantemente graves/quando se aproximam para encontrar água, quando a água falta/ nas distâncias em que vivem. Não sei se é isso mesmo./ Sei, entretanto, que, apesar de frequentar o vale desde que nasci,/ nunca os vi, que, mesmo que já os tenha escutado em bando muito de perto/ quando, uma tarde, caminhava pela mata,/ eles jamais se ofereceram ao meu olhar demasiadamente humano para eles./ Talvez eles estejam me ensinando um outro modo de conviver com eles/ desde o ponto de vista deles: que eu os ouça, mas não os veja./ É mais provável, entretanto, que eles não estejam me ensinando nada,/ que eles apenas estejam lá, vivendo a vida deles,/ res-guardando o afastamento necessário para suas sobrevivências/ em modos minimamente possíveis, pacíficos, incapturáveis./ É mais provável ainda que, incapturáveis,/ não seja nada disso do que digo o que ocorra com eles/ enquanto, mais uma vez, escuto seus urros sobrepostos/ zoando pela floresta dentro de mim.»

Que medidas tem, pois, o deus? As que a sua visita arma em nós, quando impele nos vasos a abertura das corolas e nós lhe emprestamos o perfume

Mesmo nascido do invisível é a escuta o penhor da confiança, o seu albor. O que pede o retorno a uma certa nudez, a um desencapsulamento dos graus de atenção na palavra; que nos aliviemos de afunilar o olhar como o lenhador que o Tolstoi evocava ao lastimar que há quem atravesse o bosque e nele só veja lenha para o fogo. Mujica corrobora-o, escreve: «Pode-se olhar ou, valha a redundância, fitar com o olhar. O recém-nascido – os olhos que ainda não nomeiam – olha com os olhos ainda corpo, ainda tacto, com a carne inteira; o adulto já não olha, fita, não já com os olhos mas com a intenção, o adulto, como adulto adultera: antecipa… Não conhece, reconhece; não sente, pressente. No olhar descuidado de si, em atenção aberta, em vez de perceber a realidade regida ou/e de a reger pelos nossos interesses e desejos, o olhar libera os laços que a ligam à vontade e também à simples razão e abre-se para acolher o mundo, quase se diria que nasce nele. Calam-se as distinções e suspendem-se as apropriações: expande-se a percepção no acolhimento.» Que medidas tem, pois, o deus? As que a sua visita arma em nós, quando impele nos vasos a abertura das corolas e nós lhe emprestamos o perfume.


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19.12.2019 quinta-feira

NOTIFICAÇÃO N.° 881/AI/2019 -----Atendendo a que não é possível proceder à respectiva notificação pessoal, pela presente notifique-se MA WAI LENG, proprietária da fracção autónoma situada na Taipa, Rua de Seng Tou n.° 313, Urbanização da Nova Taipa - Fase I, Bloco 21, 27.° andar A, que no dia 24.12.2019 caducaram as medidas provisórias que foram aplicadas à referida fracção na sequência do Auto de Notícia da DST n.º 173/DI-AI/2019,de 25.06.2019.----------------------------Para mais informações, o ora notificado pode comparecer nas horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos D’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.º andar.----------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 11 de Dezembro 2019. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

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Faz-se saber que no concurso público n.o 51/P/19 para a execução da «Obra de Construção e Remodelação das Enfermarias do 4.º andar do Edifício da Clínica Médico-Cirúrgica», publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 46, II Série, de 13 de Novembro de 2019, foram prestados esclarecimentos, nos termos do artigo 2.º do programa do concurso público pela entidade que o realiza e que foram juntos ao respectivo processo. Os referidos esclarecimentos encontram-se disponíveis para consulta durante o horário de expediente na Divisão de Aprovisionamento e Economato dos Serviços de Saúde, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau, e também estão disponíveis na página electrónica dos S.S. (www.ssm. gov.mo). Serviços de Saúde, aos 10 de Dezembro de 2019 O Director dos Serviços Lei Chin Ion

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.º 56/P/19 Obra de Renovação de Equipamentos da Sala de Caldeiras do Centro Hospitalar Conde de São Januário 1. Entidade que põe a obra a concurso: Serviços de Saúde. 2. Modalidade de concurso: Concurso Público. 3. Local de execução da obra: Centro Hospitalar Conde de São Januário. 4. Objecto da Empreitada: Realização da obra de renovação de equipamentos da Sala de Caldeiras do Centro Hospitalar Conde de São Januário. 5. O prazo máximo para a execução da presente empreitada é de 580 (quinhentos e oitenta) dias de trabalho (incluindo a entrega de equipamentos, instalação e fase de execução da obra, para efeitos de contagem do prazo de execução da empreitada, somente domingos e feriados não são considerados como dias de trabalho). 6. Prazo de validade das propostas: O prazo de validade das propostas é de 90 dias (noventa dias), a contar da data do Acto Público do Concurso, prorrogável, nos termos previstos no Programa de Concurso. 7. Tipo de empreitada: A empreitada é por série de preços. 8. Caução provisória: MOP599.960,00 (quinhentas e noventa e nove mil e novecentas e sessenta patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução, aprovado nos termos legais. 9. Caução definitiva: 5% (cinco por cento) do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber, em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% (cinco por cento) para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar). 10. Preço Base: Não há. 11. Condições de Admissão: Serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem como as que à data do concurso, tenham requerido a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição. 12. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: Secção de Expediente Geral dos Serviços de Saúde, que se situa no r/c do Edifício do Centro Hospitalar Conde de São Januário. Dia e hora limite: Dia 3 de Fevereiro de 2020 (segunda-feira), até às 17,45 horas. Em caso de encerramento dos Serviços Públicos da Região Administrativa Especial de Macau, em virtude de tempestade ou motivo de força maior, a data e a hora estabelecidas para a entrega de propostas, serão adiadas para o primeiro dia útil seguinte, à mesma hora. 13. Local, dia e hora do acto público: Local: Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C - «Sala de Reunião». Dia e hora: Dia 4 de Fevereiro de 2020 (terça-feira), às 10,00 horas. Em caso de encerramento dos Serviços Públicos da Região Administrativa Especial de Macau, em virtude de tempestade ou motivo de força maior, a data e a hora estabelecidas para o acto público de abertura das propostas do concurso público, serão adiadas para a mesma hora do dia útil seguinte. Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, de 8 de Novembro, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso. 14. Visita às instalações: Os concorrentes deverão comparecer no Departamento de Instalações e Equipamentos do Centro Hospitalar Conde de São Januário, no dia 26 de Dezembro de 2019 (quinta-feira), às 15,00 horas, para visita ao local da obra a que se destina o objecto deste concurso. 15. Local, hora e preço para consulta do processo e obtenção da cópia: Local: Divisão de Aprovisionamento e Economato dos Serviços de Saúde, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau. Hora: Horário de expediente (das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas). Preço: MOP412,00 (quatrocentas e doze patacas), local de pagamento: Secção de Tesouraria destes Serviços de Saúde. 16. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação: A B C D E F G

Valor total da empreitada 45% Avaliação completa do equipamento 10% Prazo de entrega do equipamento 5% Qualidade de materiais utilizados da obra 5% Experiência em obras semelhantes 20% Cronograma de construção 5% Prazo global de execução da obra 5% Integridade e honestidade H1. Declaração de Integridade e Honestidade - 2% H H2. Declaração de compromisso do concorrente em que não foi sentenciado pelo Tribunal ou órgão administrativo por ter empregue trabalhadores 5% ilegais, ter contratado trabalhadores não destinados para o exercício de funções ou para a devida actividade - 3% 17. Junção de esclarecimentos: Os concorrentes poderão comparecer na Divisão de Aprovisionamento e Economato dos Serviços de Saúde, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau, a partir de 18 de Dezembro de 2019 (quarta-feira) até à data limite para a entrega das propostas, a fim de tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais. Serviços de Saúde, aos 12 de Dezembro de 2019 O Director Lei Chin Ion


(f)utilidades 17

quinta-feira 19.12.2019

C H U VA

O QUE FAZER ESTA SEMANA Diariamente

?

FRACA

MIN

17

MAX

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HUM

6 0 - 9 8 %´ •

7

EXPOSIÇÃO YNGMEI CURIOUS MACAU

6 4 1

Armazém do Boi | Até Domingo EXPOSIÇÃO NO YA ARK: INVISIBLE VOYAGE Armazém do Boi | Até 2/2/2020

4 7 3 2 6 1 5

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3 2 1 6 5 7 4

29

3 2 1 4 5 7 6

SALA 1

3 6 2 7 4 5 1 1 5 6 2 3 4 7 5 4 7 3 2 6 1

7 1 5 4 3 6 2 5 4 7 3 6 2 1 2 1 6 7 3 5 4

STAR WARS: THE RISE OF SKYWALKER [B] Um filme de: J.J. Abrams Com: Carrie Fisher, Mark Hamill Adam driver, Daisy Ridley 14.15, 19.00, 21.45

MY TYRANO:TOGETHER, FOREVER [A] FALADO EM CANTONENSE Um filme de: Kobun Shizuno 17.00 SALA 2

BOMBSHELL [C]

Um filme de: Jay Roach

6 4 1 5 2 7 3 6 7 4 1 2 3 5

1 3 7 6 5 2 4 2 3 5 7 4 1 6

2 5 6 3 1 4 7 4 1 3 5 7 6 2

5 2 4 1 7 3 6 7 6 2 4 1 5 3

1 7 4 6 3 STAR5WARS: THE6RISE OF7SKYWALKER 5 2 3 4 6 1 5 2 4 6 7 1 2 4 1 3 7 3 2 5 Com: Charlize Theron, Nicole Kidman, Margot Robbie, John Lithgow 14.30, 19.30, 21.30

STAR WARS: THE RISE OF SKYWALKER [B] Um filme de: J.J. Abrams Com: Carrie Fisher, Mark Hamill Adam driver, Daisy Ridley 16.30 SALA 3

JUMANJI: THE NEXT LEVEL [B] Um filme de: Jake Kasdan Com: Dwayne Johnson, Jack Black, Kevin Hart, Karen Gillan 14.30, 16.45, 19.15, 21.30

BAHT

0.26

YUAN

1.14

26 NÃO QUEIRAM APAGAR A LUZ 5 6

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Armazém do Boi | Até Domingo

C I N E M A

8.91

VIDA DE CÃO

EXPOSIÇÃO “CANÍDROMO”, DE POUCHING TSAI

Cineteatro 25

EURO

MAIS ALÉM 26

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O satélite europeu Cheops, que vai estudar planetas fora do Sistema Solar e tem participação portuguesa, foi lançado ontem por um foguetão russo Soyuz-Fregat a partir da base europeia de Kourou, na Guiana Francesa. O Cheops, que integra um telescópio espacial, é a primeira missão da Agência Espacial Europeia (ESA) dedicada ao estudo de planetas extrassolares.

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3 7 2 1 RAGE 4 AGAINST 6 5THE MACHINE | RAGE 2 AGAINST 3 6THE MACHINE 7 5 29 7 4 1 3 6 5 2 4 6 1 3 7 5 2 5 307 4 3 2 No final de 1992 uma banda californiana incendiava 1 do2rock,5domina-4 7 6 3 1 22 5 6 3 67 4 7 6 3 1 4 2 3 o mundo do por camisas de flanela e 6 de7Seattle. 2 Sob5o 3 1 4 5 4 37 2 1 73 6 3 5 4 2 1 3 6 o grunge mantra “a raiva é um dom”, 1 7 3 54 5 6 2 1 5 que2soa 3 muito 6 pior em 1 5 4 7 4 2 7 5 1 português, os RageAgainst The ao 4Machine 5 gritaram 7 6 2 3 1 2 1 6 7 5 24 3 6 6 1 5 4 2 4 mundo liberdade a revolta contra a violência de todos 5 6 35 3 4 72 1 7 5 1opressivos, 3 dos2 4 7 6 1 4 3 6 7 os sistemas impérios capitalistas aos 6 4 comunistas. “Bombtrack”, “Killing 30 in the Name”, 36 4 6 6 35 1 “Bullet in the Head” são alguns dos hinos imortais 1 de 2la 5 4 6 5 2 4 7 3 1 6 4 3 7 5 2 da 7 banda3 de Zack Rocha e Tom Morello. 2“Freedom” 4 5é o grito3 7 6 1 1 7 3 5 6 2 4 5 2 1 4 3 Mas primordial e a balada da resistência 5 1 que6jamais7 3 2 4 3 4 6 2 5 7 1 3 7 6 2 5 baixará braços. João Luz 6 2 4 5 1 7 3 7 5 1 6 4 3 2 6 4 3 1 7 3 7 2 6Propriedade 4 Fábrica 1 de Notícias, 5 Lda Director Carlos Morais 4 José1Editores7João Luz;3José C. Mendes 2 Redacção 6 Andreia 5 Sofia Silva; In Nam Ng;2João Santos5Filipe;4Juana Ng6Cen; Pedro1 Arede Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; António de Castro Caeiro; António Falcão; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Gisela Casimiro; Gonçalo Lobo Pinheiro; Gonçalo Andrade;2 José Simões 1 5 7 4M.Tavares; 6João Paulo 3 Cotrim; 2 José Drummond; José Navarro 6 de 3 4 Morais;1Luis Carmelo; 5 Michel 7 Reis; Nuno Miguel Guedes; 7 Paulo1José Miranda; 2 Paulo 3 Maia6e Carmo; Rita Taborda Duarte; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; David Chan; João Romão; Jorge Rodrigues Simão; Olavo Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; www. 4hojemacau. 6 3 1Rasquinho; 2 Paul5 7 e PublicidadeMadalena2da Silva6(publicidade@hojemacau.com.mo) 5 1 7 4Assistente3de marketingVincent Vong1Impressão6Tipografia 5 Welfare 7Morada4 Xinhua Secretária de redacção

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Ao que parece, há por aí gente que veio para a China sem saber ao que vinha e para onde vinha. A ignorância é desculpável. Afinal, Portugal fica praticamente do outro lado do mundo e não há muita informação disponível. Por isso, será normal que muito pessoal aqui aterre sem saber onde está a aterrar e fique aterrado com o que encontra (ai, afinal são comunistas!... e outras coisas do género). Não obstante, a malta não recusa o ordenado que, no limite, vem de bolsos chineses, nem as mordomias que esse ordenado lhe permite. Contudo, numa espécie de pacificação da consciência, vai plasmando nas redes sociais o seu ódio ou desprezo ou lá o que é pelo país que — não só lhe paga o pão e a casa — está muito longe de conhecer ou compreender, na medida em que, em geral, ainda não saíram da terrinha. Ou a terrinha não saiu deles. Confessemos que o espectáculo da ignorância e da inveja, é chato. E é duplamente chato quando a 28 ele assistimos protagonizado por um dos nossos. O que não se compreende é como é que se atura tanta repressão, tanta iniquidade, tanta falta de liberdade. E (imaginem!) dói-lhes ver aquilo a que chamam “Macau a tornar-se chinês”. Como se alguma vez tivesse sido outra coisa! A parte que talvez não compreendam é que só pisam este solo porque ele foi regado durante séculos por sangue, lágrimas e suor de uma comunidade minoritária que soube respeitar os legítimos habitantes desta terra e por isso aqui permaneceu, quantas vezes em temíveis equilíbrios, durante quatro séculos e meio. E que pretende continuar aqui por muito mais tempo. Prosseguir o milagre. Que, por acaso, é inusitado e lindo. Macau chama-se em chinês “Porta da Baía”: tanto se entra como se sai. Liberdade total. Não se caia é na tentação de ao sair querer apagar a luz. Carlos Morais José

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Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo

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19.12.2019 quinta-feira

“Christmas is not a time nor a season, but a state of mind. To cherish peace and goodwill, to be plenteous in mercy, is to have the real spirit of Christmas.” Calvin Coolidge

O

Natal já não é o que costumava ser pois perdeu o seu significado religioso em muitas partes do mundo ocidental e tornou-se o auge de uma época de gastos excessivos, de comer demasiado e de exultações sem controlo. O novo Natal espelha o seu antecessor pagão, que celebrava o solstício de inverno. O Natal é a festa preferida das crianças durante o ano, e para os adultos é um tempo para se entregarem às doces lembranças dos velhos tempos. Existem três versões da peça de teatro Natividade. Os fiéis de todas as idades estão familiarizados com a primeira. É regularmente esboçado, cada Natal, em sermões pregados no púlpito e pode ser encontrado e admirado nas grandes telas da Natividade criadas com amor por artistas cristãos ao longo dos séculos. Vê-se um velho barbudo andando ao lado de um burro seguido de uma jovem grávida. As torres de Belém são ligeiramente visíveis à distância. Na cidade cheia de gente, as pousadas estão lotadas, e José, depois de muito brigar, irar-se e procurar, pode descobrir apenas um modesto barracão no bairro para que Maria dê à luz o seu filho. O recém-nascido Jesus é colocado pela sua mãe na manjedoura entre uma vaca e um jumento. O velho José observa a cena com benevolente e desprendida admiração. Os pastores locais são alertados por um anjo e aprendem sobre a chegada ao mundo do Salvador dos judeus, e logo três reis se aproximam, vestidos com trajes gloriosos que foram conduzidos do longínquo Oriente, via Jerusalém, até Belém, por uma estrela misteriosa. No palácio real, perguntam onde o recém-nascido rei dos judeus pode ser visto, mas ninguém sabe e seguindo o conselho dos peritos convocados por Herodes, os reis são enviados a Belém e, com a ajuda da estrela que reaparece, encontram o estábulo, saúdam e adoram Jesus, e oferecem-lhe presentes reais. A cortina desce e é o fim do primeiro acto e como o conto de fadas de uma criança, o conto de Natal consiste numa mistura do encantador e do terrível. No segundo acto, geralmente não presente nos jogos da Natividade, a doçura e a alegria desaparecem de repente e o desastre paira no horizonte quando Herodes, sedento de sangue, entra na contenda. Percebendo que os reis o enganaram e escaparam do país, Herodes lança os seus cruéis soldados sobre os meninos de

Belém e todos perecem, de recém-nascidos a crianças pequenas, excepto a criança que deixou Herodes tão ansioso. De repente, a cena muda novamente e José adormece e sonha com um anjo, que soa o alarme; o pai, mãe e filho devem fugir imediatamente. E vemos novamente o velho na estrada, acompanhado do seu fiel burro, mas desta vez carrega o bebé e a sua mãe. Evitando habilmente os guardas de fronteira de Herodes, escapam da Judeia e chegam ao porto seguro do Egipto, a terra do Nilo. No último acto, o cenário fica um pouco atolado. As fases finais do drama tornam-se nebulosas. É mostrada a circuncisão de Jesus e a sua apresentação no Templo de Jerusalém, mas não se sabe quando aconteceram em relação à fuga para o Egipto, e também não se especifica a razão e o tempo da mudança de Jesus para a pacífica Galileia e para uma infância feliz. A mente cristã não parece estar muito incomodada com estas questões. A sua perspectiva é compacta e o seu quadro cronológico é abreviado e para os fiéis comuns, todos os acontecimentos são espremidos entre o Natal e a Candelária. Segundo a liturgia da Igreja, Jesus nasceu no dia 25 de Dezembro. Os inocentes de Belém foram assassinados três dias depois. Jesus foi circuncisado a 1 de Janeiro. O Dia de Ano Novo ainda é designado como a festa da circuncisão, mas infelizmente nos missais católicos romanos, revistos depois do Concílio do Vaticano II, uma solenidade de Maria, Mãe de Deus, foi substituída pelo antigo latino rito “Circumcisio Domini” (a circuncisão do Senhor), e em consequência o Evangelho que diz “E ao fim de oito dias, quando foi circuncidado, foi chamado de Jesus” desapareceu do serviço diário. Jesus e Maria (e talvez José) visitaram o templo no dia 2 de Fevereiro e o episódio egípcio deve ter ocorrido entre o final de Dezembro e o início de Fevereiro, e a viagem à Galileia imediatamente a seguir. Tudo se torna limpo e arrumado, excepto na maior parte que poderá ser lenda ou ficção e com todo o respeito pela tradição cristã, alguns dos elementos essenciais do complexo de Natal, parecem estar a um milhão de quilómetros de distância do facto e da realidade e por exemplo, as possibilidades de que Jesus tenha nascido em 25 de Dezembro são de uma para trezentos e sessenta e cinco (ou trezentos e sessenta e seis em anos bissextos). Esta data foi inventada pela igreja ocidental no século IV, com o imperador Constantino como forma de substituir o festival pagão do “Sol Invicto”, e é primeiro atestado, para ser mais preciso, num calendário romano em 334. A maioria dos cristãos orientais celebra o nascimento ou manifestação de Jesus ao mundo na festa da Epifania (6 de Janeiro), enquanto de acordo com o Padre Clemente de Alexandria, da Igreja do segundo século, outras comunidades orientais comemoraram o evento em 21 de Abril ou 20 de Maio. A procura de esclarecimento, é de começar por eliminar as três características

THE ADORATION OF THE MAGI REMBRANDT

A natividade

da representação tradicional do Natal que não têm antecedentes escritos no Novo Testamento. Por mais que se procure, nada se encontrará nos Evangelhos que sugira que José, repetidamente referido como o pai de Jesus, era um homem velho. Não se sabe nada sobre a sua idade, quando nasceu, ou mesmo quando morreu. A ideia de um José idoso deriva de um Evangelho apócrifo, o Proto-Evangelho de Tiago, o Irmão do Senhor e nele é descrito como um viúvo de anos avançados que teve filhos e filhas de um casamento anterior. Estes são então os membros da família de José e Maria, a quem o Novo Testamento designa como irmãos e irmãs de Jesus. Nem os Evangelhos contêm qualquer alusão às bestas amigas, ao boi e ao jumento, partilhando o estábulo com Jesus. A imagem destes animais é emprestada ao profeta Isaías: “ O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende” (Isaías 1:3). A Igreja viu nesta passagem a prefiguração da posterior rejeição de Cristo pelo povo judeu. Finalmente,

o Novo Testamento em nenhum lugar sugere que os visitantes orientais que seguiram a estrela até Belém fossem reis. O texto grego de Mateus designa-os não como governantes ou mesmo “sábios”, mas como “magos” ou mágicos. A elevação destes astrólogos orientais à dignidade real deve-se a outra associação artificial de um texto do Antigo Testamento com este episódio do Evangelho da Infância. Uma passagem tirada do Livro de Isaías diz: “E os gentios caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor que te nasceu” (Isaías 60:3). É completado por outro versículo, mais adiante, no mesmo capítulo do mesmo livro: “A multidão de camelos te cobrirá, os dromedários de Midiã e Efá; todos virão de Sabá; ouro e incenso trarão, e publicarão os louvores do Senhor” (Isaías 60:6). Não está escrito em nenhum lugar que havia três reis. Esta figura é sem dúvida deduzida do número de dons listados em Mateus, “ouro, incenso e mirra” (Mateus 2:11), com a suposição de que um presente foi oferecido por cada visitante. Os outros dois quadros de Natal são inspirados no Novo Testamento. O


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quinta-feira 19.12.2019

perspectivas

JORGE RODRIGUES SIMÃO

de Jesus

primeiro, surgido da narrativa de Mateus, começa com a árvore genealógica de Jesus (Mateus 1:1-17) e é seguido pela intenção de José de se divorciar da Maria grávida (Mateus 1:18-19). O seu plano é alterado quando um anjo o tranquiliza num sonho em que a condição da sua noiva se deve à intervenção milagrosa do Espírito Santo (Mateus 1:20) e com efeito, o nascimento virgem é o cumprimento de uma profecia de Isaías (Mateus 1:22-23) pelo que José dá crédito a este sonho-revelação, casa com Maria e leva-a para a sua casa (Mateus 1:24-25). A chegada de Jesus a este mundo é marcada pela aparição de uma estrela a Oriente no horizonte que conduz os “magos” do Oriente a Jerusalém (Mateus 2:1-2) que vão ao palácio real para conhecer o paradeiro do rei recém-nascido dos judeus (Mateus 2:3). O estupefacto Herodes consulta os chefes dos sacerdotes judeus, que identificam Belém como o lugar de nascimento previsto do Messias esperado, em conformidade com uma profecia de Miqueias 5:2 (Mateus 2:4-6). Herodes então extrai dos “Magos”

o tempo da primeira aparição da estrela e canonicamente exige que compartilhem com ele tudo o que aprenderem sobre a criança (Mateus 2:7-8). Assim, com a ajuda da estrela, os “Magos” encontram Jesus e prestam-lhe homenagem antes, de acordo com a instrução que recebem num sonho, regressam a casa sem voltar a Jerusalém (Mateus 2: 9-12).

A essência da boa nova anunciada pelos relatos da Natividade é que Deus enviou o seu Filho, nascido sobrenaturalmente de uma mãe virgem, para salvar o seu povo dos seus pecados e trazer paz a todos os homens favorecidos por Deus. Esta é a mensagem feliz que o mundo cristão identifica com o Natal

Mais uma vez José é instruído por um anjo, em mais um sonho, a levar prontamente Jesus para o Egipto a fim de escapar do massacre dos filhos de sexo masculino de Belém, decretado pelo ciumento e irado Herodes, em cumprimento da profecia sobre Raquel, a esposa do Patriarca Jacó, lamentando a perda dos seus filhos em Jeremias 31:15 (Mateus 2:13-18) e com a morte do rei, o mesmo anjo, num penúltimo sonho, ordena a José que volte à terra de Israel, realizando assim outra predição (Oseias 11:1), que anuncia que Deus chamará o seu Filho do Egipto (Mateus 2:19-21). No entanto, quando José descobre que Arquelau sucedeu a Herodes, seu pai, em Jerusalém, um grande sonho revê a instrução anterior e o orienta a residir na Galileia. Uma profecia não identificada, “Ele será chamado de Nazareno”, é citada para explicar a associação de Jesus com Nazaré (Mateus 2:22-23). Na terceira versão dos acontecimentos da Natividade, Lucas tem uma história substancialmente diferente para contar que encerra dois anúncios em que no primeiro, o sacerdote ancião Zacarias, residente na

Judeia, é informado pelo anjo Gabriel que a sua esposa idosa e estéril, Isabel, dará à luz milagrosamente um filho, João Baptista (Lucas 1:5-25). Isto é seguido por outra mensagem do mesmo Gabriel a Maria, uma virgem noiva vivendo em Nazaré, que conceberá e dará à luz Jesus, e que não é mais difícil para Deus engravidá-la e mantê-la virgem do que permitir que a sua parenta Isabel dê à luz um filho na sua velhice (Lucas 1:26-38). Maria logo visita Isabel na Judeia e fica até ao nascimento de João Baptista (Lucas 1:39-80). Ela viaja de volta para Nazaré, retomando a estrada dentro de poucas semanas. O censo ordenado pelo imperador Augusto é dado como explicação da viagem de José e Maria a Belém, onde Jesus nasceu num abrigo para animais fora da cidade de David, onde os albergues da cidade estão cheios até à borda por multidões de pessoas que chegam para se registar (Lucas 2:1-7). A criança recém-nascida é saudada por pastores locais e por um coro celestial que canta glória a Deus (Lucas 2:8-20). Oito dias depois, em conformidade com a lei judaica, Jesus é circuncidado e, no quadragésimo dia seguinte ao seu nascimento, é levado ao templo e é realizada a cerimónia da redenção do primogénito, enquanto a sua mãe completa o ritual de purificação obrigatório, após o nascimento de uma descendência masculina. No santuário Jesus é reconhecido por dois velhos adoradores como o Messias dos judeus e o redentor dos gentios (Lucas 2:25-38). Após terem cumprido os seus deveres religiosos, José, Maria e a criança retornam imediatamente a Nazaré, sua cidade natal original (Lucas 2:39-40). Os discípulos Mateus e Lucas raramente fornecem a mesma informação na mesma ordem. Algumas vezes os temas não são diferentes em substância, mas na maioria das vezes os dois evangelistas oferecem dados totalmente independentes. A essência da boa nova anunciada pelos relatos da Natividade é que Deus enviou o seu Filho, nascido sobrenaturalmente de uma mãe virgem, para salvar o seu povo dos seus pecados e trazer paz a todos os homens favorecidos por Deus. Esta é a mensagem feliz que o mundo cristão identifica com o Natal e para isso é necessário aplicar uma leitura selectiva aos Evangelhos de Lucas e Mateus. A gloriosa tradição da Natividade da Igreja é construída sobre a doce e simples história de Lucas com anjos, pastores e vizinhos alegres. O feliz Natal que as pessoas desejam umas às outras é expurgado dos efeitos prejudiciais do drama de Mateus com a tortura psicológica de José diante do dilema do que fazer com Maria grávida e o medo, pânico e lágrimas causadas pelo édito de Herodes ameaçando com extinção prematura a vida nascente do Filho de Deus.

Feliz Natal e Próspero Ano Novo 2020


Nenhum jovem acredita que um dia morrerá. William Hazlitt

PALAVRA DO DIA

Comércio BestMart 360 planeia abrir mais lojas em Macau

TÓQUIO2020 PROCURA DE BILHETES 20 VEZES SUPERIOR À OFERTA

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Comité Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio2020 revelou que a procura de bilhetes para o evento está a ser muito superior à última oferta, com apenas um milhão disponível. O último pedido de bilhetes foi de 23 milhões, muito acima dos disponíveis, com os Jogos a geraram uma procura de entradas sem precedentes para os residentes no Japão. Ainda de acordo com a organização, em anteriores ofertas foram distribuídos 3,57 milhões de bilhetes a residentes, num cenário em que a procura, num total de 60 milhões desde o início, é 20 vezes superior à oferta para os locais. A próxima oferta de bilhetes acontecerá no início do ano, mas desta vez não só para residentes, e pela primeira vez por ordem de chegada nos pedidos. A organização revela que são 7,8 milhões de bilhetes disponíveis para todos os eventos, e que 70 por cento dos mesmos são para residentes no Japão, embora existam percentagens para patrocinadores, federações e comités olímpicos. A cerimónia de abertura tem o bilhete mais caro, na ordem dos 300.000 ienes (cerca de 2.400 euros), enquanto o bilhete para o encerramento situa-se nos 220.000 (cerca de 1.800 euros). A procura é tão elevada, que existe o risco de um mercado paralelo de venda e a oportunidade para a especulação, o que levou o Japão a aprovar uma lei que penaliza o ‘mercado negro’ com pena de prisão até um ano e multas. A afluência prevista para os Jogos fez também disparar o preço dos hotéis e tem gerado dúvidas quanto à capacidade de resposta do sistema de comboios de Tóquio, um dos maiores do mundo e que já responde a 35 milhões de habitantes. Também os bilhetes para os Jogos Paralímpicos têm sido muito procurados, com a organização a admitir que os 2,3 milhões disponíveis estejam esgotados antes de tempo.

quinta-feira 19.12.2019

Rachid R., menino afegão “Somos cerca de 50 a dormir na grande tenda. Cheira muito mal, há ratos, e, às vezes, as pessoas morrem dentro da tenda.”

Assim vai o mundo HRW dá conta de que número de crianças sozinhas em condições degradantes a aumentar

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ENTENAS de crianças refugiadas vivem desacompanhadas na ilha grega de Lesbos, onde estão expostas a condições de vida desumanas e degradantes e o número está a aumentar, alertou ontem a organização humanitária Human Rights Watch. As crianças, incapazes de garantir um lugar nos sobrelotados centros de acolhimento de refugiados da Grécia, enfrentam condições insalubres e inseguras, dormindo muitas vezes ao relento, refere a organização em comunicado ontem divulgado. “Centenas de crianças são deixadas por sua própria conta em Lesbos, dormindo em colchões e caixas de papelão, expostas ao mau tempo que se vai sentindo cada vez mais”, explica a responsável da Human Rights Watch na Grécia, Eva Cossé, na informação ontem divulgada. “As autoridades gregas têm de garantir urgentemente que estas crianças recebem segurança e cuidados”, sublinhou. Numa visita a Lesbos, entre 15 e 23 de Outubro, a Human Rights Watch entrevistou 22 crianças desacompanhadas que moram no campo de acolhimento mais ocupado da ilha, o centro de Moria, onde, em Outubro, viviam quase 14 mil pessoas. Devido à sobrelotação das secções do campo de Moria reservadas

às crianças desacompanhadas, a maioria dos menores entrevistados admitiu que estava a viver nas áreas gerais do campo, misturados com a população em geral, ou num local adjacente conhecido como “Olive Grove”, uma encosta rochosa da ilha onde as pessoas montam as suas próprias tendas para se abrigarem, mas não têm qualquer apoio. “Tudo é perigoso aqui: o frio, o lugar onde eu durmo, as lutas. Não me sinto seguro”, disse Rachid R., um menino afegão desacompanhado, de 14 anos, que chegou a Moria no final de Agosto. “Somos cerca de 50 a dormir na grande tenda. Cheira muito mal, há ratos, e, às vezes, as pessoas morrem dentro da tenda”, descreveu.

EM SACO RÔTO

Já em Setembro, a organização Médicos Sem Fronteiras tinha alertado para um aumento “alarmante” do número de crianças refugiadas em Lesbos que se tentavam suicidar ou que se mutilavam. A organização médica pediu na altura à Grécia para retirar “com urgência” as pessoas mais vulneráveis dos campos sobrelotados e encaminhá-las para o continente ou para outros Estados-membros da União Europeia. Quando a Human Rights Watch visitou Moria, em Outubro, estavam registadas no campo 1.061 crianças

desacompanhadas, das quais 587 residiam numa grande tenda (Rubb Hall) projectada para acomodar temporariamente os recém-chegados até passarem pelo processo de identificação. No início de Novembro, o número de crianças na Rubb Hall tinha aumentado para 600 e dezenas de outras viviam em campo aberto, sem abrigo e a dormir no chão ou partilhavam as tendas de adultos que desconheciam. As autoridades gregas anunciaram, no mês passado, quererem realojar 20.000 refugiados no continente até ao início de 2020, transformando os centros de identificação actualmente existentes nas ilhas em centros de detenção. O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, anunciou um plano para proteger crianças desacompanhadas, chamado “No Child Alone”, e o Governo enviou uma carta a todos os outros Estados da União Europeia a pedir para partilharem responsabilidades, recebendo voluntariamente 2.500 crianças desacompanhadas. Até Novembro, apenas um país respondeu ao apelo, segundo avançou a Grécia na comissão de Liberdades Civis do Parlamento Europeu.

Depois de ter aberto o primeiro estabelecimento fora de Hong Kong na Praia Grande em Macau na passada terça-feira, a BestMart 360 revela planos para abrir, pelo menos, mais quinze lojas em Macau no próximo três anos. Em declarações ao jornal Ou Mun, Hui Chi Kwan, director executivo disse ter confiança em Macau, visto que o território recebe muitos turistas e os hábitos dos residentes das duas regiões administrativas especiais são muito parecidos. O plano da empresa é abrir mais lojas em Macau, embora os custos com salários em sejam mais elevados. Na altura da inauguração da loja no centro de Macau, aparecerem papéis afixados na parede do estabelecimento a exigir o cumprimento das cinco exigências dos manifestantes que há meio ano protestam contra o Executivo de Hong Kong e a referir que a marca tem ligações a tríades de Fujian. Importa referir que a marca demonstrou apoio ao Governo de Carrie Lam.

Boavista SAD alvo de buscas em caso de fraude fiscal

As instalações da Sociedade Anónima Desportiva do (SAD) do Boavista foram ontem alvo de buscas no âmbito de um inquérito crime relacionado com fraude fiscal e branqueamento, disse à Lusa fonte da Procuradoria Geral da República. O inquérito é dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto, estando envolvidos na operação meios da Polícia Judiciária e da Autoridade Tributária, acrescentou a PGR, em resposta enviada à agência Lusa. As buscas estendem-se a uma empresa organizadora de eventos, segundo a edição ‘online’ do Jornal de Notícias, mas ainda não há arguidos.


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